JornalCana 232 (Maio/2013)

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Ribeirão Preto/SP

Maio/2013

Série 2

Nº 232

R$ 20,00

Colher sem parar Material rodante eficaz permite colheita contínua

Sidnei Brito, Nivaldo Gonçalves Santos e Henrique Perucelo, da Vtrack no Brasil


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ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Maio/2013

Í N D I C E ACESSÓRIOS INDUSTRIAIS BGL FRANPAR

CARRETAS

19 34518210 16 21334383

26 62

16 35189001

23

16 39474732

106

ACIONAMENTOS RENK ZANINI

ACOPLAMENTOS VEDACERT

AÇOS FRANPAR TUPER

16 21334383 47 36315000

62 67

AÇOS INOXIDÁVEIS MARC-FIL

18 39056156

52

ANTI - INCRUSTANTES PRODUQUÍMICA

11 30169619

60

BETABIO / WALLERSTEIN PRODUQUÍMICA

11 38482900 11 30169619

16 60

54 32092165

83

18 36083400

90

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS

FILTROS INDUSTRIAIS

SERGOMEL

16 35132600

55

DIMENSIONAL

MARC-FIL

18 39056156

52

MECAT

62 35031155

7

ESPECIALIDADES QUÍMICAS

VIBROMAQ

PRODUQUÍMICA

45

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 19 16 19 18

99 106 36 10

11 50336400

107

AUTOPEÇAS COBRA ROLAMENTOS VIBROMAQ

104

16 51 19 19 19

82 72 48 33 13

BOMBAS AUTO PEÇAS MAURÍLIO BOMBAS GEREMIA GARDNER DENVER NASH LEMASA REZENFLEX

36260716 35798400 37658000 39358755 34121144

BRONZE E COBRE - ARTEFATOS FERRUSI

16 39464766

50

CALDEIRARIA CSJ METALÚRGICA MARC-FIL ENGEVAP

LIEBHERR BRASIL

TELECOMUNICAÇÃO/RADIOCOMUNICAÇÃO

PRODUQUÍMICA

11 30169619

60

RENK ZANINI

16 35189001

23

AVANZI

11 21014069

19

SIMISA

16 21051200

63

DIMENSIONAL

19 34467400

99

RADIOPLAN

16 39756495

102

FIOS E CABOS 11 50568900

45

41 21077400

65

SANTAL

16 21016622

2

16 21014151

95

16 34565400

GRÁFICA SÃO FRANCISCO GRÁFICA

31

SHELL BRASIL

LIEBHERR BRASIL

21 21710400

57

13 32236767

30

A2 INTER

17 81142340

EMPRAL

19 34348866 19 21279400

14

59

16 21016622

2

GERMEK

36

19 34374242

16 39461800

SANTAL

19 21279400

36

11 30169619

60

IRRIGAÇÃO 19 36827070

33

ISOLAMENTOS TÉRMICOS

CORRENTES INDUSTRIAIS 9

DMB

PRODUQUÍMICA

35

19 34234000

15

INSUMOS AGRÍCOLAS

CONTROLE DE FLUIDOS METROVAL

12 31284200

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

74

DECANTADORES DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

CONGER

19 34391101

66

ENGEVAP

16 35138800

104

NUTRIENTES AGRÍCOLAS IHARA

15 32357914

70

PRODUQUÍMICA

11 30169619

60

UBYFOL

34 33199500

5

GRUPO RAÇA

18 39189999

71

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

METROVAL

MONTAGENS INDUSTRIAIS

ÔNIBUS - FRETAMENTO

GUIDASTES

COMÉRCIO E DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS

ISOVER

11 22024734

101

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO

16 36265540

105

PERFORTEX

19 35432255

4

REUNION

16 36235384

44

16 39461800

59

METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029

11

TRANSBORDOS DMB

CANAMAQ

18 33228960

58

SANTAL

16 21016622

2

DURAFACE - DURAPARTS

19 35473539

43

TRACAN/TMA

16 34565400

31

POLICANA - FCN

19 30350921

47

TRANSPORTADORES INTERNOS

PENEIRAS ROTATIVAS VIBROMAQ

MARC-FIL

16 39452825

104

55 32227710

84

PLAINAS AGRIMEC

PLANTADORAS DE CANA DMB

16 39461800

59

SANTAL

16 21016622

2

TRACAN / TMA

16 34565400

31

PLANTAS INDUSTRIAIS

18 39056156

52

CASE IH

41 21077400

65

MASSEY FERGUSON

51 34628000

41

TRACAN / TMA

16 34565400

31

VALTRA

11 47952000

108

TRATORES

TROCADORES DE CALOR AGAPITO

16 39479222

106

BARRIQUAND DO BRASIL

16 34215145

46

MARC-FIL

18 39056156

52

BRUMAZI

16 39468777

61

TRANSESPECIALISTA

CSJ METALÚRGICA

19 34374242

14

ATX DO BRASIL

16 35053200

56

CONTUFLEX

11 29418044

17

COMERCIAL RODRIGUES

16 35135230

76

FRANPAR

16 21334383

62

TUPER

47 36315000

67

16 39676476

104

16 21057870

87

21 21710400

57

PNEUS

TUBOS E CONEXÕES

BASF

11 30432125

85

MANCAIS E CASQUEIROS

IHARA

15 32357914

70

BRN BRASIL

19 35432255

4

BUSSOLA

16 32219000

27

BETABIO / WALLERSTEIN

11 38482900

16

UNIFORMES

DURAFACE - DURAPARTS

19 35473539

43

PRODUQUÍMICA

11 30169619

60

GUARDIAN DX

19 34391101

SHELL BRASIL

66

PROCANA BRASIL

EVAPORADORES 16 35124300

91

DISPAN

CSJ METALÚRGICA

19 34374242

19 34669300

64

102 51

SANARDI

17 32262555

68

ENERGIA ELÉTRICA - COMERCIALIZAÇÃO 19 37562755

53

MULTIPLUS PROCANA BRASIL SINATUB TECNOLOGIA STAB

16 16 16 82

21328936 35124300 39111384 33279632

69 91 8 37

16 32219000 19 35473539 19 34431400

27 43 48

FERRAMENTAS

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL

BUSSOLA DURAFACE - DURAPARTS LEMAGI

CONGER

19 34391101

66

FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS

ENGEVAP

16 35138800

104

HANNA LEMAGI PARKITS

ENTIDADES UNICA

14

11 30934949

77

19 34514811 19 34431400 19 34218485

VÁLVULAS INDUSTRIAIS

CONTUFLEX

11 29418044

17

BONFIGLIOLI DO BRASIL

11 43371806

40

AUTO PEÇAS MAURÍLIO

16 36260716

82

REZENFLEX

19 34121144

13

RENK ZANINI

16 35189001

23

DURCON-VICE

11 44477600

28

SUPRIR

16 21026500

24

REFRATÁRIOS

FOXWALL

11 46128202

18

FRANPAR

16 21334383

62

JEFFERSON ENGENHARIA

16 36225744

106

VALEQ

21 31011224

72

VÁLVULAS SF

19 31243124

22

YGB

11 27187787

88

ZANARDO

18 31171195

10

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO

AGRIMEC

55 32227710

84

ROLAMENTOS

CASE IH (COM)

41 21077400

75

COBRA ROLAMENTOS

CASE CE

31 33449999

65

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS

METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029

11

SÃO FRANCISCO SAÚDE

SOLLUS

29

SOFTWARES

18 34211100

TATU MARCHESAN/CIVEMASA 16 33828282

100

FERRUSI

16 39464766

50

105

11 50336400

107

16 08007779070

79

19 30276600

89

VEDAÇÕES E ADESIVOS

19 32499571

AGAPITO

16 39479222

106

SUPRIMENTOS DE SOLDA

METAIS PERFURADOS STORK

TOTVS

16 36265540

SOLDAS INDUSTRIAIS

METAIS 66 48 38

PRODUTOS QUÍMICOS

REDUTORES INDUSTRIAIS

MANGUEIRAS E CORREIAS

FEIRAS E EVENTOS

ELETROCALHAS

58

LOGÍSTICA E TRANSPORTES LUBRIFICANTES

EDITORA

19 35261100

BRN BRASIL

39

CONGER

19

TRADINGS - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

16 36902200

DESTILARIAS

11 21014069

TINTAS E REVESTIMENTOS

AGRÁRIA

53

15

50

CASE IH

19 37562755

12 31284200

16 39464766

63

CPFL SERVIÇOS

CARREGADEIRAS

FERRUSI

16 21051200

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA E SERVIÇOS

4 51

25

SIMISA

CPFL SERVIÇOS

19 35432255 41 33178111

16 3690-4900

50

104

16 36181987 41 33178111

AVANZI

CATAFÓS

16 39464766

16 35138800

CAMINHÕES - PEÇAS E SERVIÇOS BRN BRASIL VOLVO

4

14 52

CAMINHÕES UTILITÁRIOS RIB PRETO VOLVO

16 39413367

19 34374242 18 39056156

CALDEIRAS

61

FERRUSI

CSJ METALÚRGICA

16 39452825

16 39468777

COLHEDORAS DE CANA

PROLINK

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS

BRUMAZI

MARKANTI

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL

34467400 36225744 21279400 31171195

21

FUNDIÇÃO

CONSTRUÇÃO CIVIL - INSUMOS

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO

DIMENSIONAL JEFFERSON ENGENHARIA METROVAL ZANARDO

104

60

16 33837575

NAMBEI FIOS E CABOS

ALFATEK

11 26826633

16 39452825

11 30169619

99

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

AGROLATINO

COLETORES DE DADOS

MULTIMODAL

DWYLER

19 34467400

CENTRÍFUGAS

20 99 103

MOENDAS E DIFUSORES

RODOBIN CANAVIEIRO

3

11 33563100 19 34467400 16 39698080

FERTILIZANTES

RANDON

COMÉRCIO EXTERIOR 3

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 17 35311075

CARROCERIAS E REBOQUES

ÁREAS DE VIVÊNCIA 17 35311075

A N U N C I A N T E S

ANSELL DIMENSIONAL DISTRINOX

ALFATEK

TRACAN / TMA

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE INFECÇÕES BACTERIANAS

D E

52

UTP BOHLER

11 56948377

12

REZENFLEX

19 34121144

VEDAÇÃO BRASIL

19 32386566

13 73

VEDACERT

16 39474732

106


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CARTA AO LEITOR

Maio/2013

carta ao leitor

índice

josiasmessias@procana.com

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

Josias Messias

Cana Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9

Coadjuvante ou protagonista?

Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 a 22

PROBLEMA NOSSO!

Brasil precisa dobrar produção para atender demanda até 2020

Etanol brasileiro deve recuperar competitividade até 2014

AGROENERGIA PRECISA DE LIDERES

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .24 a 32

Novo cenário cria perspectiva positiva para o etanol

Espaço Gerhai: A arte de comunicar

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 a 60

Espaço Fitotécnico: Para mudar resultados é preciso mudar os métodos

CANA À MILANESA

Vinhaça em compostagem é insumo de primeira

Entrevista: Tâmara Cláudia de Araújo Gomes, pesquisadora da Embrapa

Material rodante eficaz permite colheita contínua

Prevenção é a melhor receita para a boa saúde de tratores

Solução de equação decide melhor momento para a reforma

Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62 Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66 a 78

Laboratório controla a eficiência industrial

Planetários participam ativamente da eficiência industrial

Aquisição de rolamentos deve avaliar diversos fatores

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .80 a 84

Câmara aprova subsídio de R$ 0,40/litro para produção de etanol no NE

ABAIXO O DESPERDÍCIO!

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86 a 88

Fumar é prejudicial à “saúde” do canavial

Perfil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .90

Pais do carro flex: Entrevista com Francisco Nigro

Setor em Destaque . . . . . . . . . . . . . . . .92 a 97

5

Cobertura do Prêmio BestBIO 2013

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .98 a 106

PERDOAR PRA SER PERDOADO “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Condição para receber perdão, estabelecida por Jesus no livro de Mateus)

“Um marco regulatório para os biocombustíveis é fundamental para que o setor possa alavancar investimentos com segurança”. Esta reivindicação, feita em 2009, pelo então Secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Manoel Bertone, tinha o objetivo de, atendida, estabelecer um modelo institucional que garantisse racionalidade nas decisões tomadas pelo governo, especialmente em momentos de dificuldade. Quatro anos depois, e com uma crise instalada, o setor continua a reivindicar políticas públicas relevantes – como se pode verificar pelas matérias publicadas nas páginas 18 a 20 desta edição. As recentes ações do governo, como a volta dos 25% de mistura do etanol na gasolina, a desoneração do PIS/Cofins do biocombustível e o reajuste dos preços do combustível fóssil foram consideradas medidas paliativas por boa parte dos representantes do setor. O que reclamam, com razão, é por políticas de longo prazo que só podem dar resultados efetivos caso seja decretado o marco regulatório do setor. Paradoxalmente, enquanto vira as costas ao centenário setor sucroenergético, o governo abre os braços a novos outros. Neste abril, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, garantiu a representantes que dará encaminhamento político ao marco regulatório do setor da indústria do biodiesel e que o encaminhará ao Congresso Nacional. Ficou acertado que, uma vez concluídas as tratativas políticas dentro do governo, Lobão chamará os empresários do setor à Brasília para apresentar a íntegra do texto da nova legislação. Ele não se comprometeu com prazos, mas falou que trabalhará para que tudo aconteça rapidamente. Por sua vez, o marco do setor sucroenergético continua engavetado há anos. Constatação como esta coloca o setor sucroenergético, todo seu valor agregado e tudo o que ele representa para a economia brasileira, como mero coadjuvante na cadeia produtiva e o biodiesel como protagonista. O próprio setor admite que deve se empenhar em cumprir seu papel – como mostra a matéria publicada nas páginas 10 a 12. Ao cumpri-lo, possivelmente pretenda conquistar a atenção do governo a fim de que ele pare de trocar furtivamente de canal quando o mercado, especialmente o de etanol, apresenta cenas de dificuldades. Em vez de fingir que o problema não é dele, que o governo assuma o que apregoa — que energia é fator de segurança nacional — e entre de vez em cena, como protagonista que também é, e dê capítulo final a este drama.

NOSSOS PRODUTOS

O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 - Ribeirão Preto - SP procana@procana.com.br

NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroalcooleiro de informações sérias e independentes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável, humano, tecnológico e socioeconômico; Democratizar o conhecimento, promovendo o intercâmbio e a união entre seus integrantes; Ser o porta-voz da realidade e centro de informações do setor; e Manter uma relação custo/benefício que propicie parcerias rentáveis aos clientes e aos demais envolvidos.

w w w. jo r n a lc a n a . c o m . b r PRESIDENTE

REDAÇÃO

Josias Messias - josiasmessias@procana.com.br

Edição Luiz Montanini - editor@procana.com.br Coordenação e Fotos Alessandro Reis editoria@procana.com.br Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur Consultor Técnico Fulvio Machado Reportagem Andréia Moreno - redacao@procana.com.br André Ricci - reportagem@procana.com.br Arte Gustavo Santoro Revisão Regina Célia Ushicawa

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ASSINATURAS E EXEMPLARES Rose Messias exemplares@procana.com.br

Anuário da Cana Brazilian Sugar and Ethanol Guide

BIO & Sugar International Magazine

www.jornalcana.com.br O Portal do setor sucroalcooleiro

Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool

JornalCana A Melhor Notícia do Setor Prëmio BesiBio Brasil

Prêmio MasterCana Os Melhores do Ano no Setor

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Tiragem auditada pelos

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AGENDA

Maio/2013

A C O N T E C E U

A C O N T E C E AGRISHOW A 20º Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação acontece de 29 de abril a 3 de maio de 2013, em Ribeirão Preto (SP). www.agrishow.com.br

PRÊMIO MASTERCANA CENTRO-SUL No último dia 5 de abril, o GSO - Grupo de Saúde Ocupacional - se reuniu na cidade de Limeira (SP) para a realização de seu primeiro encontro técnico em 2013. Na ocasião foram abordados temas sobre segurança e saúde do trabalho, que contou com a participação de profissionais de vários ramos de atividades. Coube a Mário Márcio dos Santos, diretor presidente do grupo, abrir o evento, apresentando as pautas do dia. Logo depois, o palestrante Roberto Pessoa falou sobre “Lockout / Tagout”, tema que compõe alguns itens da NR 10 (Norma Regulamentadora que trata de segurança em instalações e serviços em eletricidade), tão falada nos últimos tempos.

Acontecerá no dia 26 de agosto de 2013, em Sertãozinho (SP), o MasterCana Centro-Sul, evento que homenageará as principais personalidades do segmento sucroenergético. Simultaneamente, acontecerá ainda o PRÊMIO MASTERCANA SOCIAL, fruto da parceria entre a ProCana Brasil e o Gerhai. www.mastercana.com.br ou rose@procana.com.br

BIOENERGIA

PRÊMIO MASTERCANA BRASIL

Aconteceu de 18 a 23 de março, em Brasília/DF, a Semana de Bioenergia que reuniu mais de 70 representantes de países dos cinco continentes. O evento foi promovido pela Global Energy Partnership (GBEP), o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Embrapa Agroenergia, com o apoio da OEA, do Departamento de Estado dos Estados Unidos e da empresa Raízen.

O evento de premiação exclusiva dos 100 MAIS INFLUENTES DO SETOR acontecerá dia 21 de outubro, em São Paulo. www.mastercana.com.br ou rose@procana.com.br

MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

PRÊMIO MASTERCANA NORTE-NORDESTE

GSO SE REÚNE PELA PRIMEIRA VEZ EM 2013

O Pecege – Esalq - USP realizou no mês de abril, em Piracicaba (SP) a 3ª Oficina de Planejamento e Gerenciamento de Sistemas Mecanizados Agrícolas. Cronograma: 13/04 – Planejamento operacional e econômico de sistemas mecanizados; 14/04 – Gestão de frotas; 27/04 – Modelagem matemática para controle de frota; 28/04 Gestão de processos.

Dia 26 de novembro, Recife (PE) será palco de mais uma edição do tradicional prêmio MasterCana Norte-Nordeste. www.mastercana.com.br ou rose@procana.com.br

CURSOS SINATUB 2013 MAIO 13 a 15 – Curso/Treinamento de Análise de Vibração – Ribeirão Preto/SP 16 e 17 – Curso/Treinamento de Balanceamento de Rotores – Ribeirão Preto/SP 20 a 22 – Curso/Treinamento de PCM e Confiabilidade da Manutenção – Ribeirão Preto/SP JUNHO 06 e 07 – Curso de Caldeiras, Vapor e Energia – Ribeirão Preto/SP JULHO 31/07 a 02/08 – Curso/Treinamento de Balanço de Massa e Energia – Ribeirão Preto/SP AGOSTO 13 a 16 – Curso/Treinamento de Vasos de Pressão - Ribeirão Preto/SP SETEMBRO 10 a 13 – Curso/Treinamento de Gestão de Projetos - Ribeirão Preto/SP 26 e 27 - Curso de Moenda e Difusor – Ribeirão Preto/SP OUTUBRO 17 e 18 – Curso de Manutenção Preditiva e Inspeção de Equipamentos – Ribeirão Preto/SP


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CANA LIVRE

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Expedição canavieira inicia segunda fase No dia 21 de abril, a Reunion Engenharia, iniciou a segunda fase da Expedição ‘Cantões da Cana’ para comemorar os 20 anos de trabalho da empresa. Uma maratona de mais de 10 mil quilômetros já foi percorrida durante a Fase 1 e, na Fase 2, a distância pré estabelecida é de nove mil quilômetros em, aproximadamente, 90 dias. Nesta fase, serão visitados cerca de 60 locais das regiões de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Leste de Minas Gerais e Norte de São Paulo. A ProCana Brasil é uma das patrocinadoras do projeto. Informações: (11) 4156 6688 ou (16) 3877 2790.

Barralcool comemora Dia Internacional da Mulher O coordenador do Projeto Doce Vida, Júlio Cesar, realizou no último dia 16 de março, a comemoração ao Dia Internacional da Mulher. O evento que já é tradição, realizado pelo sexto ano consecutivo contou com uma gincana, proporcionando clima de descontração e ainda o sorteio de brindes para as colaboradoras do Grupo Barralcool. A atividade contou com a apresentação musical dos alunos do Projeto Doce Vida, que puderam homenagear mais de 80 mulheres.

Açúcar brasileiro em Feira do Canadá De 30 de abril a 2 de maio, compradores de Toronto no Canadá terão a oportunidade de conhecer de perto o açúcar orgânico brasileiro. Isso porque a Jalles Machado, de Goiás, estará presente no evento com o Açúcar Itajá. De acordo com Lucas Leonardo Costa Galdioli, gerente comercial, 2013 será um ano muito importante para a Jalles Machado, pois participará das principais feiras internacionais de produtos orgânicos com o objetivo de expor para o mercado mundial as embalagens de 1 libra, 4 libras e 10 libras. "Hoje, nosso açúcar orgânico de 10 libras já é comercializado na segunda maior rede de supermercados (Costco) dos Estados Unidos”, revela o gerente.


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Mizutani: o governo não vai resolver o problema sozinho

PROBLEMA NOSSO! Pedro Mizutani, da Raízen, afirma que além do governo, setor também precisa agir para retomar crescimento ANDRÉ RICCI,

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SÃO PAULO

Nos últimos meses, dirigentes de entidades, usinas, e representantes do setor sucroenergético solicitam medidas de longo prazo, e aguardam soluções por parte dos parlamentares. Mas, e as unidades, estão preparadas para retomar a produção caso as políticas surjam? Essa foi a temática do painel moderado por Josias Messias, presidente da ProCana Brasil, que contou com a participação de Pedro Mizutani, vice-presidente da Raízen; e Christophe Akli, diretor presidente da Biosev, durante o do Sugar & Ethanol, promovido pela F.O Licht´s, em março último. “É claro que falta política pública, mas

o governo não vai resolver o problema sozinho. O problema é nosso, do setor e do governo. Cabe às unidades e grandes grupos investir em gestão e tecnologia. A Raízen, por exemplo, investiu na última safra R$ 80 milhões por ano, valor baixíssimo se comparado aos rendimentos que tivemos, já que moemos R$ 600 milhões. O total não representa nem R$ 0,30 por tonelada de cana que direcionamos para esta área. Isto reflete o quanto precisamos investir”, analisa Mizutani. Se o setor não investir, não sobreviverá. Por menor que seja a usina é preciso investir. Investir é como fazer a “lição de casa”, respondeu Mizutani, quando questionado sobre como as empresas podem investir em um momento de contensão de gastos. O executivo acredita que gestão e

aprendizado não são os únicos gargalos do setor e que semelhantemente a qualquer outro segmento, para que haja venda é preciso divulgar bem, o produto em questão. “Precisamos investir no marketing. Nós não sabemos vender nosso produto. Hoje, o único concorrente é a gasolina, ainda assim, não sabemos valorizar o etanol para o povo brasileiro. É preciso ressaltar os benefícios ecológicos embutidos no biocombustível, da geração de empregos de toda nossa cadeia produtiva, enfim; elencar as várias qualidades que nosso produto possui. A imagem do etanol precisa ser prioridade”, observou Mizutani. Estudos apontam que nos próximos três anos, cerca de 60 das 330 usinas de etanol e açúcar da região Centro-Sul podem encerrar suas atividades. Para evitar que esta derrocada continue, Josias Messias,

presidente da ProCana Brasil, sugeriu ações que podem ser utilizadas pelos gestores, independente do porte da unidade. “Três pontos são fundamentais para qualquer usina: estratégia, gestão corporativa profissional e otimização dos processos, com investimentos em ferramentas de TI. Só assim é possível sobreviver às intempéries do mercado”, garante Messias. Para Christophe Akli, diretor presidente da BioSev, a curva de aprendizado do setor é contínua, fazendo com que a cada safra, novas lições sejam aplicadas. “Quando um segmento passa por um período de rápida expansão, ele geralmente sofre consequências danosas. Cabe ao setor se readaptar com eficiência às mudanças que nele acontecem, como, por exemplo, a eliminação da queima da cana”, explicou Akli.


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Raízen estima aumento de 10% na produção de etanol e açúcar Prova de que um trabalho administrativo benfeito e que oferece margem de crescimento mesmo em um momento economicamente frágil, a Raízen prevê para a safra 2013/14 um aumento de 10 % na produção de etanol e de açúcar. De acordo com o vice-presidente da empresa, Pedro Mizutani, o incremento na produtividade virá da recuperação prevista na região Centro-Sul. "É cedo para falar sobre produtividade, já que isso depende do clima e do ponto de maturação, mas a expectativa é moer cerca de 60 milhões de toneladas", afirmou. No último ciclo, diversas usinas retardaram o início da safra, assim como postergaram seu final, a fim de obter um melhor aproveitamento da matéria-prima. Para este ano, o executivo da Raízen diz que ainda não é possível mensurar o período de duração da colheita. Na última safra, a Raízen processou 56,2 milhões de toneladas de cana. Otimista, Mizutani confirma as expectativas de que a produção de etanol crescerá em decorrência da demanda prevista. "Neste ano teremos mais etanol. As chances do biocombustível remunerar tão bem quanto o açúcar existe", estimou. Com relação ao açúcar, Mizutani acredita que o percentual de cana destinada à produção, ao menos no CentroSul, cairá para 46,5 %, se comparado com os 49% do ciclo anterior.

Colheita mecanizada em canavial da Usina Jataí, da Raízen

LINHA DE CRÉDITO Sobre a recente declaração do ministro Edison Lobão, afirmando que os produtores de etanol têm à disposição uma linha de crédito de R$ 7 bilhões e não a utilizam,

Mizutani respondeu com uma crítica. “Nós utilizamos sim, seja através do ProRenova, financiamento de máquinas e implementos, ou qualquer outro programa. O problema é que o cadastro das usinas não está zerado, o

que tem dificultado o acesso ao crédito. É um processo cíclico. Como falta um cadastro adequado, as usinas não podem acessar as linhas do BNDES. É muito burocrático, infelizmente”, reprochou. (AR)


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Brasil precisa dobrar produção para atender demanda até 2020 FABIANA MARQUES,

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SÃO PAULO

Para atender à demanda projetada para 2020, o Brasil precisa dobrar sua produção de cana-de-açúcar e criar 100 novas usinas. A avaliação foi feita pela atual presidente da Unica, Elizabeth Farina, no dia 19 de março, durante a conferência Sugar and Ethanol, em São Paulo. Dados da entidade também mostraram que para abastecer o mercado doméstico e reter 50% do market share internacional, o setor precisará aumentar sua produção de açúcar em 15,7 milhões de toneladas até 2020. Questionada se o Brasil terá condições de alcançar esses objetivos, Farina replicou que para que isso aconteça, há necessidade da definição de políticas públicas e regras claras, que permitam novos investimentos e a recuperação da competitividade do setor sucroenergético. “Creio que é possível. Temos condições de atender essa produção. Temos espaço e terra suficientes, podendo produzir de maneira sustentável. Mas isso depende da velocidade com que se criem regras claras. Quanto mais demorar, mais difícil será”, afirmou. De acordo com dados da Unica, em 2015 o país atingirá sua capacidade máxima de processamento de cana e a expansão da produção só será possível com a introdução de nova capacidade de processamento e amplo investimento em novas tecnologias. O ritmo desse crescimento será determinado pelas condições de mercado no Brasil e no mundo, assim como políticas públicas específicas para o etanol. Uma das alternativas para o incremento na produção de etanol, segundo Farina, é o etanol celulósico, também conhecido como de segunda geração. Dados da Unica

Elizabeth Farina: temos espaço e terra suficientes para produzir de maneira sustentável

mostraram que com inovações tecnológicas como agricultura de precisão, melhoramento genético da cana e etanol de segunda geração será possível aumentar a produtividade em até 24,5 litros por hectare. De acordo com Farina é preciso que o governo defina medidas que estabeleçam o preço dos combustíveis a

longo prazo, o que daria previsibilidade aos envolvidos. É fundamental saber qual será a regra de formação dos preços. “Para virarmos este jogo, precisamos ressuscitar os investimentos, o que só acontecerá se vislumbrarmos políticas de preço dos combustíveis brasileiros”, disse.


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Setor precisa fazer “lição de casa” Na opinião da presidente da Unica, Elizabeth Farina, a indústria sucroenergética passa por uma expressiva transformação estrutural, produtiva e econômica, pela qual outras indústrias já passaram e que somente um conjunto de regras claras que restaurem a competitividade do etanol pode mudar o sentimento negativo do setor. Para Farina, o fechamento de 40 usinas nos últimos cinco anos não representam o fim da atividade canavieira, mas é um reflexo de um penoso processo de reestruturação produtiva. “Espero que através de políticas tributárias, que reconheçam os amplos benefícios econômicos, sociais e ambientais do biocombustível de cana, o setor possa iniciar um processo de retomada de crescimento,” afirmou. Para ela, os empresários do setor também precisam fazer a lição de casa, reduzindo custos de produção, gerando ganhos de eficiência e investindo em novas tecnologias. Em entrevista exclusiva ao JornalCana no final de sua apresentação, Farina considerou que uma eventual retomada do imposto sobre a venda de combustíveis fósseis, a Cide, (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), cuja alíquota atualmente está zerada, pode reverter-se em um benefício ao setor. “Retomado, o tributo melhora a rentabilidade do etanol, sendo um modo de valorizar as externalidades, transformando-as em incentivos para o investimento”. A presidente da Unica também comentou sobre a bioeletricidade. Dados apresentados pela executiva, mostraram que atualmente a cogeração de energia elétrica responde por apenas 3% da matriz energética brasileira. E é responsável pelo abastecimento de 8% da rede, enquanto seu potencial é de 18%. “Produzimos pouco em relação ao potencial que poderíamos ter. De fato, há uma perspectiva de participação importante da bioeletricidade na matriz energética brasileira. Existem pontos que apenas a política pública pode definir, não apenas os investimentos privados”. (FM)

Elizabeth Farina


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Etanol brasileiro deve recuperar competitividade até 2014 FABIANA MARQUES,

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SÃO PAULO, SP

O etanol brasileiro deverá recuperar um pouco sua competitividade nessa temporada e se tornará mais atrativo produzi-lo em 2013/1014. A afirmação foi feita pelo diretor da consultoria alemã da F.O. Licht, Christopher Berg, durante o evento Sugar and Ethanol Brazil realizado no Brasil, na cidade de São Paulo, no dia 19 de março. Segundo dados divulgados por Berg durante sua apresentação, o país deverá produzir 26,4 bilhões de litros de etanol em 2013/2014, em comparação a 23,5 bilhões de litros em 2012/2013. Desse total, 24, 35 bilhões de litros será usado como combustível. Apesar do aumento na produção, não há justificativa forte para esperar grandes níveis de exportação para esta temporada. A previsão é que as exportações possam alcançar 3,55 bilhões de litros em 2012/2013, mas devem cair ligeiramente, chegando a 3,32 bilhões de litros em 2013/2014. "O Brasil é capaz de exportar grandes volumes se houver o incentivo adequado. Há espaço para um crescimento razoável”, disse Berg. Em relação ao mercado norteamericano, o consultor afirmou que há muitas incertezas e que tudo dependerá muito da economia. As exportações tendem

Christopher Berg: o Brasil é capaz de exportar grandes volumes se houver o incentivo adequado

a cair, pois ficaram menos atrativas após o fim dos subsídios que a indústria recebia do governo. “Os Estados Unidos passaram de maior importador a maior exportador e agora devem voltar a importar”, explicou o consultor. A seca e as novas condições de mercado

nos Estados Unidos para o etanol causaram uma queda na produção, dezenas de usinas fecharam as portas ao longo da temporada. Além disso, o limite de taxa de mistura do etanol à gasolina, chamado de Blend Wall, também contém o crescimento da produção. Na União Europeia, a situação do

etanol está totalmente atrelada a fatores políticos. Enquanto a agenda política do bloco para os bicombustíveis não estiver finalizada, o que não tem data para ocorrer, os investimentos no setor ficarão parados, o que coloca a indústria do etanol na Europa em risco.


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Stefan Uhlenbrock: Brasil produzirá maior quantidade de açúcar da história

Produção de açúcar no Brasil crescerá 5,8% na temporada A produção de açúcar na temporada 2013/14 do Centro-Sul do Brasil, maior região produtora do mundo, será 5,8% maior que em 2012/2013. A previsão é que sejam produzidas 36,2 milhões de toneladas a partir de 585 milhões de toneladas de canade-açúcar, informou a consultoria F.O. Licht. No ciclo antérico foram produzidas 34,1 milhões de toneladas. Segundo o analista sênior de commodities da F.O. Licht, Stefan Uhlenbrock, o Brasil vai produzir a maior quantidade de açúcar na história.

De acordo com dados da consultoria, o excedente global de açúcar para esta temporada será de aproximadamente 10 milhões de toneladas, o maior em décadas. Este aumento é devido uma produção maior do que o estimado no Brasil, China, México e outros países. A expectativa é que em 2013/2014 também haja excedente. Em relação aos preços, Uhlenbrock afirmou que há poucas indicações de uma recuperação iminente e apontou alguns desafios como a política brasileira para o etanol e a congestão nos portos como fatores

que podem dar suporte para que os preços se mantenham em queda no curto prazo. A China deve continuar importando volumes significativos de açúcar neste ano, especialmente do Brasil, podendo alcançar 2,7 milhões de toneladas no ano. “Haverá crescimento da produção doméstica da China, mas o país ainda assim precisa refazer seus estoques, então continuarão a importar. Já em 2013/14 as importações devem voltar ao número normal, de 1,5 milhão toneladas”, disse. A União Europeia está às voltas com

revisão da política agrícola comum do bloco. O parlamento europeu quer postergar a extinção das cotas de produção de açúcar no bloco e os preços mínimos para o açúcar de beterraba por mais cinco anos, em 2020, ao invés de 2015. Na opinião de Uhlenbrock, a decisão só será tomada no segundo semestre deste ano. “Por hora, o que se sabe é que enquanto essas taxas de importação excessivas estiverem em vigor, as vendas ao mercado doméstico devem ser mais lucrativas que as exportações na maior parte do tempo”, explicou. (FM)


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Roberto Rodrigues, Luiz Carlos Carvalho e Maurílio Biagi Filho

AGROENERGIA PRECISA DE LÍDERES FABIANA MARQUES,

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SÃO PAULO

Representantes do setor sucroenergético brasileiro reunidos para um debate na conferência Sugar & Ethanol, promovida pela F.O Licht, que aconteceu no dia 19 de março em São Paulo, foram unânimes ao afirmar que o Governo deixa muito a desejar em relação a políticas públicas para o setor. Segundo Luiz Carlos Carvalho, presidente da Abag — Associação Brasileira do Agronegócio, as condições para o setor voltar a acelerar dependem das políticas públicas. “Há quatro safras atrás produzimos 600 milhões de toneladas de cana. Na última safra 586. Sem incentivo do Governo, demoramos quatro anos para voltar à produção

de antes”, afirmou. Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e atual coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, não mediu as palavras ao falar dos problemas enfrentados pelo setor sucroenergético. "Este painel deveria se chamar ‘a falta de política pública no setor sucroenergético’, brincou fazendo referência ao título do painel Políticas Públicas para superar os desafios do presente e estabelecer condições propícias ao crescimento do setor sucroenergético. O ex-ministro da Agricultura foi enfático ao falar da maneira como o setor canavieiro é tratado "É uma estupidez a forma como é feito aqui. Comida qualquer país produz, agroenergia não. É preciso ter terra, planta e sol. É lamentável não tratar a cana-de-açúcar como uma matéria-prima fundamental para o país".

Na opinião de Rodrigues faltam líderes mundiais, especialmente na área de energia renovável. Ele disse que já propôs ao governo brasileiro a criação de uma Secretaria da Agroenergia, que cuidaria exclusivamente dos itens da área. "Este é um problema mundial, não exclusivamente brasileiro. Mas aqui, já fiz essa proposta ao governo, que não vingou. Todo mundo tem um diagnóstico, mas ninguém apresenta medidas efetivas. Os responsáveis pelas políticas públicas já sabem que elas são necessárias, mas não a fazem. Falta atitude", disse. Sobre a importância do segmento para o país, o presidente do Grupo Maubisa, Maurílio Biagi Filho ressaltou a superioridade do setor brasileiro. “Todos os países morrem de inveja do nosso mix de produção. Só aqui produzimos açúcar e etanol dessa maneira. Precisamos valorizar este trabalho”, finalizou.


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Luís Eduardo Duque Dutra, da ANP, rogou paciência aos produtores

Ironia de Ismael Perina: “Não temos bolsa auxílio produtor rural”

Produtores precisam de incentivos para investir O presidente da Orplana — Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil, Ismael Perina, se mostrou preocupado com a falta de posicionamento do Governo. “A distância entre os setores privado e o público é muito grande. Ninguém quer saber de nada, todo mundo empurra com a barriga. Essa é a impressão que temos por parte do governo”, alertou. Em relação às medidas tomadas pelo governo no início do ano, como o aumento

da mistura de etanol na gasolina, além do reajuste do preço do combustível fóssil, o representante acredita que as ações não bastam e precisam acontecer no tempo certo. “Boa parte da perda de produtividade nos últimos anos vem da falta de investimentos dos produtores pela falta de renda. Claro que tivemos problemas climáticos, mas a falta de política pública, principalmente em relação ao etanol, foi determinante para fazer com que os produtores tivessem um golpe violento na produtividade”. Questionado sobre a necessidade de

investimentos por parte dos produtores, Perina os defendeu, fazendo referência a programas sociais do governo atual. “Eu não tenho ´bolsa auxílio produtor rural´. Se eu arriscar, vou quebrar”, disse. Uma das soluções que poderia melhorar a remuneração do produtor, segundo o presidente da Orplana, é a bioenergia, que tem sido descartada constantemente por falta de estrutura. “Por falta de política pública, muito resíduo tem ficado no campo, mas infelizmente hoje, para os produtores, quanto mais palha mando pra usina, mais se

deprecia o valor que se recebe”, disse. Representando a ANP — Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, o assessor de diretoria do órgão, Luís Eduardo Duque Dutra, defendeu que "políticas públicas em energia são extremamente difíceis de serem realizadas". Apesar disso, Dutra afirmou que é prioridade da ANP fazer do álcool combustível, um combustível de verdade. “O setor deve retomar o crescimento. É um processo lento e peço a vocês paciência", rogou. (FM)


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Fundo promove fusão entre Tonon e Paraíso Bioenergia Negociação envolveu sanção de dívida, troca de ações e R$ 50 milhões em dinheiro ANDRÉ RICCI,

DA

REDAÇÃO

No início de março, o Grupo Tonon Bioenergia, que conta com duas usinas, Vista Alegre, localizada em Maracaju, MS e Santa Cândida, em Bocaina, SP, incorporou a Usina Paraíso Bioenergia, de Brotas, interior de São Paulo. Por trás da negociação está o fundo de private equity FIP Terra Viva, da gestora DGF Investimentos, criado em 2008 para investir em projetos de etanol. Desde então, o fundo adquiriu participação em três grupos do setor sucroenergético, sendo quatro usinas. Além do Grupo Tonon e Usina Paraíso, a Usina Alvorada, situada em Minas Gerais, também faz parte do portfólio do fundo. A operação envolveu três pontos: primeiro a sanção da dívida líquida de R$ 243 milhões da Paraíso, sendo R$ 50 milhões pagos em dinheiro e outros R$ 120 milhões em troca de ações. A partir de agora, a família que controla a Tonon detém 58% de participação no negócio, o FIP Terra Viva 35% e os acionistas 7%. De acordo com uma fonte de mercado, nos últimos anos a Paraíso evoluiu

Usina Paraíso Bioenergia

positivamente seu valor acionista, tornando possível sua incorporação em um grupo maior. Na safra 2012/13, a Tonon, em suas duas unidades, moeu cerca de 5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Já a Paraíso, registrou no mesmo período de moagem, 1,8 milhão de toneladas. Com a incorporação, o desempenho

do Grupo Tonon subirá para 8 milhões de toneladas de cana, somadas as moagens das três unidades, já na safra 2013/14. A capacidade da Tonon será expandida para atingir 9,5 milhões de toneladas de cana em 2015/16. Na unidade mineira, com sede em Araporã, os investimentos chegam a R$ 160 milhões, originados de uma parceria

com a CPFL Energia, que pretende instalar uma unidade de cogeração de energia com biomassa de 50 megawatts (MW) de capacidade. Desde sua criação, o FIP Terra Viva já investiu R$ 260 milhões nas participações minoritárias dos três grupos, que juntos têm capacidade de moer 10 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra.


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Por enquanto, a palha ainda é problema Por falta de infraestrutura para manuseeio, unidades estão perdendo em produtividade ANDRÉ RICCI,

DE

SÃO PAULO

Entre os anos 2001 e 2002, época do então presidente Fernando Henrique Cardoso, foi pedido, em caráter de urgência, que o país reduzisse em 20% o consumo de eletricidade. Desde então, a cada período de estiagem, surgem rumores sobre “apagões”, termo utilizado para caracterizar o racionamento de energia promovido pelo governo. De acordo com Mark Lyra, CEO da Cosan Biomassa, que participou de um dos painéis realizados na conferência

F.O.Licht´s Sugar & Ethanol Brazil, em São Paulo, no dia 18 de março, é preciso encontrar alternativas que aumentem a

produção de energia elétrica no país, como a biomassa, por exemplo. Pesquisas indicam que cerca de 90

milhões de toneladas de palha são deixadas nos canaviais brasileiros a cada safra. O material poderia ser utilizado como incremento na geração de energia elétrica, ainda mais com o avanço da mecanização, como lembra o especialista. “Além de ser uma alternativa muito importante neste processo, a biomassa se utiliza da palha da cana, que com a chegada da mecanização, aumentou bastante nos canaviais”, explica o CEO da Cosan. Não bastasse todo descaso, a palha tem sido taxada como um problema ao invés de solução. Isso porque com a falta de infraestrutura para manuseá-la, as unidades estão perdendo em produtividade, o que deveria ser evitado. “Além de todos os problemas que sabemos que houveram no setor sucroenergético, a queda na produção também se deve ao excesso de palha no campo. Quanto mais palha, pior a produção”, adverte.

Falta de política pública pode matar carro flex Ex-presidente da Unica comentou o atual cenário do setor sucroenergético, que para ele, precisa de medidas efetivas Durante o mês de março, o ex-presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, foi mais um a criticar a falta de políticas públicas para o setor sucroenergético. Segundo o representante, o atual cenário deve incentivar ainda mais a oferta de etanol anidro, em detrimento do hidratado, o que pode desestimular o mercado flex no país. Jank taxou o processo como "anidrização do setor”, fator que vem ocorrendo já há alguns

anos por conta da falta de competitividade do etanol hidratado, que tem seus preços atrelados ao da gasolina. "A falta de política vai matar o carro flex", disse. Ainda segundo o especialista, as medidas anunciadas até o momento são medidas paliativas, já que devem melhorar as margens das empresas, mas não são suficientes para assegurar a retomada dos investimentos. "Não se trata de uma crise do etanol e sim do setor de combustível", lembrando que no ano passado a Petrobras registrou grande prejuízo no país. Como alternativa, Jank defendeu a volta da incidência Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a comercialização da gasolina. A alíquota foi zerada pelo Governo Federal em meados do ano passado, com o objetivo de neutralizar o aumento dos preços da gasolina sobre a inflação. (André Ricci)


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Novo cenário cria perspectiva positiva para o etanol Setor deverá comercializar maior volume do produto devido ao aumento da mistura do anidro na gasolina e ao reajuste de preço do derivado de petróleo RENATO ANSELMI,

DE

CAMPINAS, SP

A produção superavitária de açúcar, a adoção de medidas que afetam a produção e o consumo de etanol no Brasil e a inclusão do biodiesel, fabricado a partir da soja, como combustível avançado nos Estados Unidos, que passa a ser um concorrente direto do produto brasileiro, formam um novo e complexo cenário para a gestão da comercialização no setor sucroenergético. Este quadro – conforme a opinião de especialistas – cria, principalmente para o etanol, uma perspectiva mais positiva em relação aos anos anteriores. A safra 2013/14 terá inclusive maior disponibilidade de matéria-prima. A moagem de cana-de-açúcar deverá saltar de 530 milhões de toneladas – resultado obtido no Centro-Sul no ciclo 2012/13 – para 580 a 590 milhões de toneladas na

Martinho Seiiti Ono, diretor da SCA Etanol do Brasil

atual safra, afirma Martinho Seiiti Ono, diretor da SCA Etanol do Brasil. Apesar disso, o açúcar deve se manter – analisa – nos níveis de produção do ano passado devido à queda de preço em decorrência da elevação da oferta. “Não temos neste ano aquela vantagem competitiva que o açúcar conseguiu em relação ao etanol nas últimas três safras”, comenta. De acordo com Ono, o Brasil tem oportunidade agora, com o reajuste da gasolina em

Reajuste da gasolina em janeiro elevou a competitividade do hidratado

janeiro, que elevou a competitividade do hidratado, e o aumento da mistura do anidro na gasolina, de 20% para 25%, a partir de 1º de maio, de comercializar um substancial volume de etanol no mercado interno. Essas medidas adotadas pelo governo — aumento da gasolina e elevação da mistura — dão uma resposta positiva para o setor no curto prazo, opina Martinho Ono. “E, agora, a tão esperada desoneração do PIS/Cofins – que não

tinha sido oficializada até o início de abril – vai ajudar o hidratado a ter melhor remuneração e elevar a competitividade do produto em relação à gasolina”, observa. Para que ocorra uma retomada de investimentos no setor, com a ampliação do número de usinas e da produção, existe a necessidade da implantação de uma política pública mais consistente, mais segura e especialmente rentável para que o etanol tenha maior participação na matriz energética, diz o diretor da SCA.


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Biocombustível vira solução para abastecimento no país O cenário do etanol está começando a mudar, ratifica Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo, diretor comercial da Usina Alta Mogiana, de São Joaquim da Barra, SP. Segundo ele, o governo federal tem entendido que o etanol é uma solução para os problemas que afetam a produção e o abastecimento de combustível no país. Por isso, está mantendo maior diálogo com o setor, o que é bastante positivo, comenta. “É compreensível imaginar que o etanol tenha ficado em segundo plano na ordem de prioridade energética do governo para combustíveis líquidos quando o Brasil descobriu as reservas enormes de pré-sal”, afirma. De acordo com ele, a Petrobras não está conseguindo aumentar a produção de petróleo mesmo com o pré-sal, pois existem problemas na exploração destas reservas. “O país virou importador de gasolina devido à dificuldade da produção brasileira em acompanhar esse crescimento de demanda. Não faz sentido importar por um longo prazo um derivado de petróleo se tem etanol aqui no Brasil que vira solução para o problema”, comenta. Ele enfatiza que o país precisa diminuir as suas

importações por causa da balança comercial, devido aos problemas logísticos e também pela redução da geração de emprego. “O etanol hidratado que foi o ‘patinho feio’ do setor nos últimos anos tem agora condições propícias de demonstrar o seu valor”, diz. Na avaliação dele, o ideal seria o governo, acabar com a defasagem de preço da gasolina doméstica em relação ao valor da gasolina internacional. Mas, isto é muito difícil de acontecer, no curto prazo, por causa da política de combate a inflação. Luiz Gustavo Figueiredo observa que a desoneração do PIS/Cofins e um novo aumento da gasolina entre 5% e 10% – o que ele não considera difícil de ocorrer – poderá representar um aumento de rentabilidade do hidratado entre 15% e 20%. “Numa commodity ter entre 15% a 20% a mais de potencial de margem é muito significativo”, ressalta. Como consequência desse novo cenário, o diretor comercial da Alta Mogiana acredita que este ano será de surpresas agradáveis para o etanol. O açúcar poderá ser beneficiado também – avalia – pela menor oferta desse produto no mercado. (RA)

Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo: Petrobras tem encontrado dificuldades para aumentar a produção de petróleo mesmo com o pré-sal

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Panorama complexo requer profissionalização da gestão “A comercialização é muito complexa. É uma fonte espetacular para a gestão de usinas desde que seja feita com profissionalismo e bem estruturada. Não há mais espaço para o amadorismo”, comenta Tarcilo Ricardo Rodrigues, diretor executivo da Bioagência. Segundo ele, a necessidade das unidades e grupos sucroenergéticos terem um planejamento estratégico e comercial aumenta ainda mais em decorrência do atual cenário. “A arbitragem de preço de açúcar e etanol apresenta, nesse momento, uma margem apertada”, constata. Qualquer movimento pode provocar mudanças no panorama. “Esses movimentos são dinâmicos”, observa. De acordo com ele, no início de abril poderia ser um pouco mais vantajoso produzir etanol em consequência da redução do preço da gasolina, do aumento da mistura de anidro na gasolina – de 20% para 25% – e das condições não tão favoráveis para a comercialização de açúcar. Em vinte dias – exemplifica –, a situação pode ser alterada. É preciso ter uma boa leitura do momento e avaliar com critério as possibilidades para os meses

Tarcilo Ricardo Rodrigues: tomada de decisões a partir da análise de oportunidades e tendências

subsequentes, afirma Tarcilo Rodrigues, que é também presidente do Conselho Administrativo da International Ethanol

Trade Association – Ietha. Existe a necessidade – ressalta – da realização de um trabalho de inteligência de mercado.

Nos últimos anos, o açúcar apresentava uma situação mais estável. “Agora, está sendo preciso arbitrar”, afirma. O diretor executivo da Bioagência observa que uma alternativa, neste momento, é assumir compromissos menores – caso isto seja possível – na comercialização de açúcar e etanol. Desta maneira, as unidades sucroenergéticas terão maior flexibilidade para a negociação de seus produtos de acordo com as condições de mercado. Tarcilo Rodrigues enfatiza que as usinas precisam estar preparadas para a tomada de decisão a partir da análise de oportunidades e tendências. Para isto, devem contar com o trabalho de profissionais especializados que tenham foco na gestão da comercialização. Uma solução, nessa área, é a contratação de empresas com expertise no desenvolvimento de negócios. A gestão comercial de unidades e grupos sucroenergéticos – afirma – deve estar estruturada para dar respostas às mudanças que ocorrem rapidamente. Um exemplo é a avaliação correta – observa – dos efeitos que serão proporcionados pela desoneração do PIS/Cofins. (RA)

Radar dos agentes de mercado precisa estar direcionado para MG “Uma das questões que deve estar hoje no radar dos agentes de mercado, que pouca gente está enxergando, é a competitividade que o setor pode ganhar em Minas Gerais”, observa Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo, diretor comercial da Usina Alta Mogiana. “Esse Estado é muito importante no consumo de combustível veicular. É o segundo maior mercado brasileiro”, enfatiza. Segundo ele, o etanol hidratado que não era tão viável, em termos de preço em

Minas Gerais está se tornando uma alternativa interessante para o mercado. O produto no Estado teve inclusive “progressos” – avalia – na sua tributação considerada elevada. O ICMS do etanol que já foi de 22%, está hoje em 19%. E o ICMS da gasolina passou de 25% para 27%. “Com um possível novo reajuste da gasolina, mais a desoneração do PIS/Cofins, o etanol hidratado pode ter um desempenho surpreendente em Minas. O mercado mineiro é muito pujante”, destaca. (RA)

Destilaria da Companhia Energética Vale do São Simão, em Minas Gerais


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Concorrência do biodiesel gera indefinições na exportação

Contrato futuro do anidro pela BMF&Bovespa ainda é incipiente

Mercado interno deve ser o foco da comercialização O açúcar conta com mercado livre, maduro e consolidado; o de etanol está ainda em processo de definição, compara Tarcilo Rodrigues, da Bioagência. Na avaliação dele, o foco da comercialização do etanol, nesse momento, é o mercado interno. Apesar da melhoria da competitividade desse biocombustível no país estar vinculada à criação de políticas públicas, ele considera que é melhor negociar a adoção de medidas com o governo brasileiro do que depender de decisões de outros países. De acordo com ele é possível conversar no Brasil com quem controla os preços dos combustíveis.

A redução de tributos – diz – pode proporcionar também benefícios para o etanol. Tarcilo Rodrigues observa que países europeus ainda mantêm barreiras tarifárias para o etanol. Os Estados Unidos derrubaram a taxação do etanol importado do Brasil, mas passaram a considerar – alerta – o biodiesel como combustível avançado, o que poderá criar dificuldades para o produto brasileiro. Além do setor trabalhar junto ao governo federal para a melhoria das condições de produção e comercialização do etanol, é preciso estar atento à questão de redução de custo –

ressalta – para que ocorra a melhoria de competitividade do produto. O presidente do Conselho Administrativo da Ietha enfatiza que o etanol ainda tem um processo longo pela frente para contar com um mercado maduro. Ele comenta que a criação do contrato futuro do anidro pela BMF&Bovespa é mais uma etapa nessa trajetória. “O efeito ainda é pequeno. Faz pouco tempo que isto aconteceu. Mas, esse mercado vai se desenvolver. Nenhuma commodity se torna uma commodity verdadeira sem um contrato futuro”, afirma. (RA)

A exportação de etanol também passa por um momento de indefinições. A formação de preços do produto ficou mais complexa à medida que o produto brasileiro não concorre apenas com o etanol de milho, mas também com o biodiesel – considerado combustível avançado nos Estados Unidos – que é de soja, observa Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo, da Alta Mogiana. Para Martinho Ono, da SCA, se a exportação de etanol atingir a mesma performance do ano passado, o resultado poderá ser considerado positivo. Com o novo cenário, proporcionado pela concorrência do biodiesel, ele acredita que os números poderão ficar até um pouco abaixo em relação à 2012. “O comprador vai estar olhando a arbitragem, levando em conta o valor do etanol no Brasil e o preço do biodiesel de soja no mercado americano”, diz. (RA)


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Logística benfeita depende de planejamento Os ganhos proporcionados por uma gestão eficiente na comercialização de produtos podem se tornar mais interessantes caso sejam acompanhados por um trabalho maduro e profissional na área logística. Grandes grupos sucroenergéticos desenvolvem uma gestão de qualidade com planejamento a médio e longo prazos, observa Priscilla Biancarelli Nunes, coordenadora administrativa do Esalq-Log – Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial. “Quem consegue se planejar, faz uma logística benfeita”, ressalta. Essas empresas desenvolvem programas para fornecedores, como o de bonificação. Fazem contratos de quatro, cinco safras, com reajuste combinado entre as partes e descarga preferencial nos terminais, detalha Priscilla Nunes. “Os fornecedores são parceiros mesmo”, afirma. Segundo ela, existem players no mercado muito maduros que não ficam esperando ações do governo na área logística. “Investem em infraestrutura, terminal, compram equipamentos, dão condição para uma operação interessante, uma operação atrativa”, relata. A gestão profissionalizada não é, no entanto, a predominante no setor sucroenergético. “O problema é que há muita usina que não está conseguindo ter

uma visão de planejamento”, constata. De acordo com a coordenadora do Esalq-Log, falta profissionalismo nessa atividade. “Existe muita informalidade. O pessoal não se relaciona direito”, comenta. Ela observa que não ocorre o cumprimento, em diversos casos, do que foi combinado em relação a horário, volume a ser transportado, etc. “As falhas acontecem dos dois lados”, afirma. Priscilla Nunes diz que o transportador precisa fazer a lição de casa. Deve ter, por exemplo, equipamento novo e próprio. “Esse negócio de ficar agregando terceiro já não é mais bem visto no mercado de açúcar”, observa. O prestador de serviço precisa ter rastreador, certificação ambiental e um seguro de carga benfeito. Se a usina fizer uma gestão com planejamento poderá proporcionar também melhores condições de trabalho para o transportador. Pode oferecer – exemplifica – a movimentação de açúcar o ano todo e não apenas durante os meses de colheita e produção. Neste caso, não pagaria um preço de frete tão elevado como o praticado no pico de safra. “Quem não vai querer esse tipo de acordo?” – indaga. Ela mesmo responde: “Vai ‘chover” transportador para a usina que fizer esse tipo de proposta, oferecendo algo atrativo”. (RA)

Priscilla Biancarelli Nunes: gestão profissionalizada no escoamento da produção não é predominante no setor

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Redução de custo exige investimento em armazenagem

Faltam trens, dutos, tancagem e maiores calados nos portos para absorver navios

Parte do lucro fica na fila do porto e na margem da estrada O setor sucroenergético precisa de uma melhor condição logística, que pode ser ajustada a médio e longo prazos, para aumentar a sua exportação, afirma Martinho Seiiti Ono, diretor da SCA Etanol do Brasil. “Hoje temos uma situação complicada. Faltam trens, dutos, tancagem, calados nos portos para absorver navios”, constata. Na avaliação dele, mesmo com o aumento do volume fabricado no Brasil, a participação do etanol brasileiro no mercado externo deverá ser de 10% a 20% do total da produção nacional. “Isto poderá acontecer daqui a 5 a 10 anos à medida que o país tiver uma produção crescente”, comenta. Ele alerta que o Brasil não se preparou para contar com uma infraestrutura logística adequada. “Outros produtos mais competitivos e com demandas mais acentuadas para

exportação do que o etanol têm enfrentado gargalos. Há muita gente deixando parte do lucro na fila do porto e na margem da estrada. Isso é muito negativo para um país que é exportador de commodities”, diz. Em relação ao etanol, ele não acredita, exceto se ocorrer uma mudança brusca, que o produto viverá a expectativa de exportação que havia em 2006 e 2007 quando se falava que o petróleo era finito e que seria suficiente apenas para os próximos 30 ou 40 anos. “O etanol vai ser um produto, dependendo logicamente de políticas públicas, com forte vocação doméstica e com alguma participação internacional para cobrir uma necessidade pontual do etanol avançado dos Estados Unidos ou em outro país e também para atender a demanda crescente gerada pelo uso do produto – não carburante – no setor industrial”, pondera. (RA)

O bom relacionamento com o fornecedor não é o único requisito para a realização de uma gestão eficiente na área logística. A diminuição de custos nessa área exige também a realização de investimentos em armazenagem, como alternativa para driblar a sazonalidade que afeta toda a cadeia sucroenergética. Para o processo de produção, a usina adquire uma colhedora com o objetivo de utilizá-la durante sete meses da safra e deixa o seu investimento parado no restante do período, observa Priscilla Nunes. Na área logística, a situação não é diferente: os recursos são usados em um determinado período do ano. “Existe um desencontro entre investimento em equipamento e retorno desse investimento por causa da sazonalidade. Isso é ruim para todo mundo que está na cadeia”, avalia. No caso de uma colhedora – e de outros equipamentos –, há um impacto no custo de produção das usinas e também no equilíbrio financeiro dos fabricantes e fornecedores dessas máquinas devido à concentração da

demanda em alguns meses. A mesma coisa acontece com a aquisição de um caminhão para transportar açúcar. “O investimento vai ser diluído em sete meses de transporte de açúcar. Nos outros cinco, o equipamento não será usado. Mas, é preciso pagar por ele. Essa situação também desequilibra a cadeia, incluindo quem está ofertando o serviço e quem está demandando, o que acaba refletindo no preço de frete. A sazonalidade impacta diretamente no custo do serviço logístico”, analisa. A realização de investimentos em armazéns para açúcar e tanques para a estocagem de etanol cria condições para mudanças, afirma a coordenadora do Esalq-Log. Desta maneira, as unidades sucroenergéticas poderão escoar sua produção durante todos os meses do ano, evitando a concentração da distribuição de seus produtos no pico de safra. Segundo ela, além de investir em armazenagem, a empresa precisa ter fluxo de caixa para realizar um planejamento adequado de suas vendas durante todo o ano. (RA)


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A ARTE DE COMUNICAR Internamente, usinas sofrem com problemas de comunicação, causando interferência no rendimento dos colaboradores ANDRÉ RICCI,

DA

REDAÇÃO

"A comunicação é uma arte. Não é feita apenas com palavras, mas com gestos, olhares e ações". Desta forma, Beatriz Resende, gerente de RH da Usina Batatais deu o tom inicial da segunda reunião do Gerhai — Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria - em 2013, em Ribeirão Preto, SP. De acordo com ela, o líder que não dissemina informações com transparência, metas, diretrizes, e diálogo aberto com seus colaboradores, dificilmente se manterá em seu cargo. Isto porque, a má comunicação afeta o ambiente, a gestão e a própria liderança do encarregado. "No setor, este é um problema crônico e cultural", avalia a profissional. Beatriz, que também é presidente do Gerhai, lembra que o RH tem um importante papel neste processo. “Sabemos que esse aprendizado precisa passar por um profissional especializado. Mas a parceria com o RH nessa gestão interna das relações é primordial”. Questionada sobre quais os possíveis mecanismos para aperfeiçoar a comunicação, a atual presidente do Gerhai indica que as usinas precisam se remodelar, levando em consideração que não envolve investimentos financeiros, mas, mudanças de comportamento. “É um ponto que se encontra nas mãos dos líderes e gestores e não em uma ferramenta

Beatriz Resende: gestos comunicam mais

Nanci Capel Pilares pede melhor comunicação

Público na reunião do Gerhai

tecnológica ou algum projeto extraordinário. Este é um aspecto que falta no segmento em geral”, observa. O tema também foi discutido no PDC – Programa de Desenvolvimento Continuado, ministrado pela comunicóloga e psicóloga, Nanci Capel Pilares. “O processo de aperfeiçoamento na comunicação começa através de uma busca por autoconhecimento e relacionamento com outros”, acredita Pilares. Por se tratar de um problema cultural, ou seja, enraizado – avalia – a transformação se inicia através da sensibilização dos colaboradores. “Não há receita para a comunicação. Ela acontece na medida em que as pessoas tomam consciência dos seus papéis”, afirma. Nanci Capel Pilares. Explica que é preciso instruir os colaboradores para que usem as palavras certas e tenham uma postura adequada, levando em consideração suas particularidades. A psicóloga alerta que o papel da comunicação não é levado a sério, o que nos dias atuais, tornou-se perigoso. Já que, saber lidar com os colaboradores, que são a maior matéria-prima de uma empresa, é fundamental. “Todos estes fatores interferem no clima do dia a dia, na cultura organizacional e no engajamento. A impressão que temos é que tudo caminha perfeitamente, mas lá no campo, por exemplo, o líder pode não saber se comunicar com seus subordinados. O relacionamento entre eles não é próximo. Isso faz a diferença”, completa. Pilares, previne os gestores em relação aos seus comportamentos. “O clima é gerado pelas pessoas, influenciadas por uma boa postura, bom humor e ações eficientes. A comunicação vai além do discurso e gestos podem valer mais que palavras”, completou.


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Para mudar resultados é preciso rever os métodos ANDRÉ RICCI,

DE

RIBEIRÃO PRETO

Na mais recente reunião do Grupo Fitotécnico, realizada em 9 de abril, em Ribeirão Preto, SP, Marcos Landell, pesquisador do Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC), apontou que parte do caminho para a retomada do crescimento na produção agrícola do setor é a adoção de novas variedades de cana-de-açúcar. “Temos informações que algumas das novas variedades têm potencial produtivo acima de 11% em relação ao grupo varietal usado atualmente. Quanto mais rápido entrarem no mercado, melhor será o resultado”, afirmou. Na ocasião, mais de 100 pessoas estiveram presentes e puderam acompanhar o debate sobre a produção de mudas de cana-de-açúcar. Entre outros pontos, foi apresentado o trabalho realizado pelo IAC, denominado M.P.B — Mudas Pré-Brotadas. A tecnologia é capaz de realizar uma mudança na forma de produção de mudas, substituindo a distribuição de colmos como semente pelo novo sistema. “A baixa na produtividade vivida nos últimos ciclos se deve, entre outros pontos ao uso excessivo de mudas, que brotam diversas gemas, que brigam por água, luz e nutrientes. Isso afeta a produtividade da cana de primeiro corte”, explicou Marcos Landell. A nova tecnologia trabalha através de um sistema de multiplicação que poderá contribuir para a produção rápida de mudas, unindo elevado padrão de fitossanidade, vigor e uniformidade de plantio. O objetivo é alcançar o aumento de eficiência e ganhos econômicos na implantação de viveiros, replantio de áreas comerciais e renovação e expansão de áreas de cana-de-açúcar. Sobre as perspectivas para as safras consequentes, Marcos Landell esclarece,

Marcos Landell indica a adoção de novas variedades para retomar produtividade

que para mudar o cenário atual o setor precisa rever os métodos aplicados. “No último ano, em novembro, fizemos uma reunião que deixou claro a adoção de novas variedades de cana pelos produtores. Mais de 50% dos entrevistados indicaram a adoção de variedades lançadas nos últimos oito anos. Isso é um ótimo indicador e nos deixa muito satisfeito”, garantiu. Contudo, os resultados destes investimentos devem aparecer só na safra 2014/15. O pesquisador aposta no trabalho realizado na entressafra, além do clima, que tem favorecido muitas regiões até o momento. “As chuvas estão bem distribuídas. O manejo nutricional, assim como o controle de mato estão bem trabalhados e domina-se melhor o plantio mecânico, que foi um dos causadores da redução de produtividade nos últimos anos. Estes fatores impulsionarão a produtividade já neste ciclo”, acredita Marcos Landell.

Participantes do Fitotécnico em reunião

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CANA À MILANESA Sistema de colheita ainda precisa de alternativas para reduzir quantidade de impurezas minerais e vegetais RENATO ANSELMI,

DE

CAMPINAS, SP

As impurezas minerais e vegetais continuam causando transtornos para as unidades sucroenergéticas. Pesquisas, estudos e propostas buscam alternativas para reduzir a quantidade de terra, palha, folhas verdes, ponteiros – transportados do campo para a indústria –, que tiveram um aumento significativo com o crescimento da colheita mecanizada de cana-de-açúcar. De acordo com especialistas, as alternativas para resolver este problema incluem o desenvolvimento de variedades mais adequadas para o corte mecanizado, mudanças nas colhedoras, melhoria da sistematização da área e até o lançamento de novo equipamento que modifica os conceitos incorporados nessa operação. “O processo de colheita mecânica de hoje apresenta várias deficiências. Uma delas está relacionada ao nível de impurezas minerais e vegetais”, afirma Oscar Braunbeck, coordenador do programa agrícola do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol – CTBE. Na opinião dele, dá para reduzir muito pouco a quantidade de impurezas no atual sistema. Segundo ele, o problema é intrínseco ao processo adotado. “A colhedora tomba e deixa a cana encostada no chão. O cortador de base joga terra em cima. Parece que passou ‘farinha de rosca’, fazendo o que

Colheita mecanizada: cortador de base joga terra em cima da cana causando efeito ‘farinha de rosca’

se chama de ‘cana à milanesa’. Depois os rolos alimentadores retiram bastante dessa terra. Mas, a que está aderida, não sai mais”, detalha. No caso da impureza vegetal, uma alternativa é aumentar a velocidade do extrator primário da colhedora. Esta medida provoca – questiona – um aumento das perdas de cana boa que fica

no campo. “Ganha-se de um lado, mas perde-se de outro”, comenta. Oscar Braunbeck observa que o sistema de corte de base favorece a elevação das impurezas minerais. “As colhedoras têm 40 ou 50 HP instalados no corte de base. Além de cortar a cana, que precisa de muito pouca potência, leva muita terra. Se não fizer isto, acaba deixando toco”, relata.

“As perdas de campo, proporcionadas pelas colhedoras hoje são da ordem de 10%, mas ninguém fala nisso. Uma grande parte fica na forma de perdas invisíveis. Fala-se em 3%. Mas, no fundo todo mundo sabe que é maior. Se quisermos aumentar a competitividade, melhorar a saúde financeira do setor, temos que trabalhar nestas coisas”, argumenta.


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Novo equipamento terá recurso para reduzir impurezas A presença indesejada das impurezas no processo industrial ocasiona alguns problemas. Além de provocar desgaste em componentes da planta industrial, aumenta a cor do açúcar dependendo do tipo de terra que entra na usina, prejudica a qualidade desse produto e aumenta a quantidade de torta de filtro, afirma Oscar Braunbeck. Para o coordenador do programa agrícola do CTBE, os sistemas de limpeza a seco ajudam a diminuir a quantidade de impurezas, mas apresentam baixa eficiência. “Precisam melhorar. É uma instalação grande, que não é tão barata”, comenta. Na opinião dele, a solução deste problema está relacionada à mudança de conceitos. O próprio CTBE está desenvolvendo uma máquina chamada de Estrutura de Tráfego Controlado (ETC), voltada para a realização do plantio de precisão, adubação e colheita, que deverá mudar paradigmas no corte mecanizado. Uma das inovações da “frente de colheita”, que será incorporada a este equipamento, está no corte de base flutuante dotado de um sistema que possibilitará o acompanhamento da superfície do solo, destaca Oscar Braunbeck. Além de reduzir as perdas de cana no campo, este recurso da ETC vai diminuir a quantidade de impurezas durante a realização da colheita mecanizada. Com menor demanda de potência, o corte de base – informa – reduzirá também o consumo de combustível. “A colhedora consome mais ou menos um litro de diesel por tonelada colhida; queremos chegar a meio litro ou 600 ml”, compara. Está sendo desenvolvido também um processo – revela – para separar e picar a palha, o que aumentará a densidade da carga no transporte dessa biomassa, junto com a cana-deaçúcar, para a indústria. A Estrutura de Tráfego Controlada, que está sendo desenvolvida em parceria com a empresa Jacto, de Pompéia, SP, terá unidades comerciais no campo até 2017, prevê o coordenador do programa agrícola do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol. O desenvolvimento dos protótipos do equipamento deverá ocorrer até 2015. A chamada “frente de colheita” da ETC será testada em um trator nos próximos meses e a partir de novembro no próprio equipamento. (RA)

Sistemas de limpeza a seco diminuem quantidade de impurezas, mas apresentam baixa eficiência


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Treinamento e sistematização diminuem problemas A colheita mecanizada de cana crua provocou um aumento significativo das impurezas vegetais, afirma Júlio Vieira de Araújo, gerente agrícola da Usina São José da Estiva, de Novo Horizonte, SP. As usinas chegam a transportar para a indústria de 50 até 130 quilos em casos mais extremos – revela – dessas impurezas por tonelada de cana. “O aceitável seria ficar na faixa de 5% a 7%, o equivalente de 50 a 70 quilos por tonelada. O ideal seria zero. Palha, folha, ponteiro, processados junto com a cana, não são desejáveis, pois não têm açúcar”, constata. Segundo ele, essas impurezas atrapalham a extração da cana e a queima do bagaço na caldeira. Júlio Araújo lembra que o aumento das impurezas vegetais é uma das

consequências da mecanização da colheita. “No corte manual, a gente queimava a cana e a palha. Havia mais terra”, diz. De acordo com ele, agora houve uma inversão: diminuiu a impureza mineral, mas aumentou a vegetal. Na avaliação do gerente agrícola da São José da Estiva, os maiores problemas com impurezas minerais ocorrem em áreas com solos arenosos. No caso de aumento de adversidades no campo, decorrentes da chuva e da má sistematização do terreno, há também um aumento – observa – da quantidade de terra colhida junto com a matéria-prima. “O corte mecanizado de cana é muito difícil. Deve ser feito com sol, chuva, umidade, geada. Tem que pisar em cima

Amostragem de cana na Usina São José da Estiva

dela. Por isso, é preciso estar sempre atento para diminuir os problemas. Colher alface é fácil. Ninguém pisa nele. Corta, põe na caixa e leva embora”, compara. O treinamento da equipe e a boa sistematização do plantio de cana são procedimentos – afirma – que podem contribuir de imediato para a diminuição da quantidade de impurezas durante a colheita mecanizada. De acordo com o gerente agrícola, algumas medidas podem reduzir de maneira significativa as impurezas vegetais. Uma delas é o desenvolvimento de variedades que facilitem o processo de colheita mecânica. Ele afirma que existe também a necessidade de aprimoramento do sistema de limpeza da colhedora. (RA)

Quantidade de terra oscila de acordo com o sistema utilizado Com a assinatura do Protocolo Agroambiental – que definiu prazos para o fim da queima da palha –, o corte mecanizado teve um crescimento muito rápido e, em decorrência disto, surgiram os problemas, segundo Oscar Braunbeck, do CTBE. O sistema que está sendo utilizado nas colhedoras – constata – era o único disponível. Não houve tempo para o desenvolvimento de novas tecnologias. Uma das consequências dessa situação foi o aumento da quantidade de terra, transportada para a indústria. Ele observa que o índice de impureza mineral fica atualmente de 0,5% a 0,7%. Durante o período em que o corte manual – informa – utilizava carregadora com rastelo rotativo, o que ocorreu predominantemente na década de 90, este índice estava entre 0,2% a 0,3%. Para a obtenção deste resultado, o equipamento precisava ser bem operado e o rastelo ter boa manutenção. Até meados dos anos 80, quando se usava carregadora sem rastelo, a quantidade de impurezas minerais no corte manual oscilava de 1% a 1,2%,

compara o coordenador do programa agrícola do CTBE. Ele observa que a carregadora com rastelo deixou de ser

usada a partir do avanço da colheita mecanizada. Apesar de reduzir as impurezas, o rastelo tinha o inconveniente

– relata – de exigir a troca periódica de correntes que se desgastavam com a terra. (RA)


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RENAN ASSUNÇÃO DE MATOS

Santos: objetivo é irrigar 80% da área com vinhaça, água e água de lavagem

Canal de vinhaça: alternativa de fertirrigação

Vinhaça em compostagem é insumo de primeira Reciclagem do resíduo resulta em benefícios excepcionais ao solo CARLOS ALBERTO PACHECO,

DE

SÃO PAULO

Vinhoto, vinhaça, tiborna ou restilo. São alguns nomes para um mesmo resíduo. Até então considerada pastosa e que cheira mal, a vinhaça não é apenas o material que sobra após a destilação fracionada do caldo de cana-de-açúcar, um simples fertilizante, ração animal ou uma ameaça ao meio

ambiente. É muito além disso, segundo os especialistas. Na verdade, tudo depende do bom uso que se faz da vinhaça. Há tempos descobriu-se um fato interessante: a reciclagem da vinhaça pelo método da compostagem pode resultar em insumo de excepcional valor agronômico. Os estudos já começaram nessa direção, como mostra a Unidade de Execução de Pesquisas de Rio Largo, AL, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Sergipe. A produção e o uso do composto serão validados em áreas comerciais da Cooperativa Pindorama, na cidade alagoana de Coruripe. As ações são integradas de pesquisa e validação

envolvendo também outras duas unidades da Embrapa – Instrumentação e Semiárido, além do Ifal — Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas e a Ufal —Universidade Federal de Alagoas. A cooperativa é parceira da pesquisa desde o início dos estudos experimentais, conforme informou ao JornalCana, a pesquisadora de Manejo de Solos da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Tâmara Cláudia de Araújo Gomes (veja matéria na página 42). No final de 2012, o diretor-presidente da entidade, Klécio Santos, disse à imprensa que o objetivo é cumprir uma ambiciosa meta em cinco ou seis anos. Ele não só

acredita no sucesso da compostagem do resíduo – e isso ele revela a interlocutores próximos – como em outro processo. “Queremos atingir 80% da nossa área com irrigação de vinhaça, água e água de lavagem”, declarou. Santo refere-se à fertirrigação. Trata-se de uma técnica de adubação que utiliza a água para levar nutrientes ao solo. Neste caso, aplicam-se fertilizantes diluídos em água de irrigação ou certos resíduos orgânicos líquidos, como a própria vinhaça. Os resultados são bem satisfatórios e já sabidos. A grande expectativa, contudo, é assistir a vinhaça produzindo nutrientes. Todos querem ver isso, afinal.


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Raffaella Rossetto: vinhaça e torta de filtro são importantes aportes

Pátio de compostagem comercial em Pindorama

Vinhaça aumenta o pH e atividade biológica do solo Ao longo do tempo, estudiosos têm se dedicado a estudos comparando diferentes compostos orgânicos. Os pesquisadores da Embrapa, Antonio Dias Santiago e Raffaella Rossetto, possuem trabalho voltado à adubação orgânica. De acordo com eles, “o uso de vinhaça e torta de filtro, resíduos importantes da agroindústria canavieira, representam importantes aportes de matéria orgânica e de potássio e fósforo, respectivamente”. Eles entendem que o resíduo, além de ser uma magnífica fonte de potássio, também é fonte de nutrientes, como

nitrogênio, cálcio, magnésio, zinco e cobre. “A vinhaça é recomendada conforme a fertilidade do solo e o tipo de mosto responsável por sua obtenção. Sua aplicação nas propriedades agrícolas tem sido responsável por aumentos de pH e notável elevação da atividade biológica do solo”, afirmaram. Outro estudo foi desenvolvido pelo engenheiro civil pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutor pelo Instituto Nacional Politécnico de Toulouse (França), Fernando Fernandes, junto com a engenheira civil pela

Universidade de Londrina (PR) e doutora pela Escola Politécnica da USP, Sandra Márcia Cesário Pereira da Silva. O trabalho foi batizado de “Compostagem de Resíduos Agroindustriais Utilizando Tecnologia de Compostagem de Baixo Custo”. Em relação à vinhaça, os pesquisadores perceberam que sua acidez, utilizada para umedecer alguns experimentos, não afetou o nível de atividade microbiológica deles próprios. Foi observada queda inicial de pH em quatro pontos. Fernandes e Sandra concluíram que “os resultados abrem

perspectivas para compostagem de baixo custo de resíduos vegetais de baixo teor de nutrientes, coprocessando um efluente líquido (vinhaça), que, além de seu interesse em nutrientes minerais, resolve de maneira econômica o problema da incorporação da água necessária ao processo de compostagem”. O resíduo não compromete a atividade microbiológica dos diversos experimentos com base em parâmetros físico-químicos, ou seja, aeração - aumenta ou reduz o teor de várias substâncias, umidade, relação carbononitrogênio e porosidade. (CAP)


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ENTREVISTA - Tâmara Cláudia de Araújo Gomes

Vinhaça na compostagem pode aumentar qualidade industrial da cana CARLOS ALBERTO PACHECO,

DE

SÃO PAULO

A pesquisadora Tâmara Cláudia de Araújo Gomes, atua na área de Manejo de Solos da Embrapa Tabuleiros Costeiros. Seus trabalhos de pesquisa em áreas comerciais na Cooperativa Pindorama ainda experimentais - apresentam resultados e devem apresentar perspectivas otimistas, em médio prazo. Tâmara acredita que a compostagem é uma estratégia eficiente na reciclagem da vinhaça. “Sem irrigação complementar, condição na qual o experimento foi desenvolvido em área da cooperativa, o uso do composto na cana proporcionou desempenho semelhante ao da cana convencional”, afirmou. O JornalCana a entrevistou com exclusividade sobre o assunto. JornalCana – Já existem resultados palpáveis quanto à compostagem de vinhaça nas áreas da Cooperativa Pindorama? Tâmara Gomes - Ainda não. O que temos são resultados experimentais. No momento, estamos iniciando esforços quanto à validação dos resultados experimentais em escala comercial junto à cooperativa. Veja bem: acredito que a ‘prova dos nove’ deverá ser encerrada até o final de 2014 quando teremos dados agronômicos e econômicos em pátio de compostagem e cultivo comercial da cana. Neste meio tempo teremos também obtido resultados que não foram contemplados na fase anterior da pesquisa. Deveremos obter informações quanto à mineralização e liberação dos nutrientes dos compostos, de forma a podermos subsidiar melhor um programa de aplicação dos compostos em cultivos de cana. Quais são os benefícios proporcionados por esse composto? Em termos objetivos posso dizer que o uso da vinhaça na compostagem proporcionou um composto final com capacidade de troca de cátions superior àquele onde o líquido utilizado foi a água. Cada quilo da mistura de resíduos sólidos utilizada foi capaz de reciclar 5 litros de vinhaça. Sem irrigação complementar, condição na qual o experimento foi desenvolvido em área da Cooperativa Pindorama, o uso exclusivo do composto na cana proporcionou desempenho semelhante ao da cana convencional (cerca de 90 toneladas por hectare), com a vantagem de interferir positivamente sobre sua qualidade industrial. Em recente artigo de sua autoria publicado na imprensa, você mencionou a realização de pesquisas com foco na redução do consumo de fertilizantes minerais em cultivos de cana-de-açúcar. Exatamente. Os resultados mostraram que a compostagem é uma estratégia eficiente na reciclagem da vinhaça.

Quando foram realizadas essas pesquisas e qual foi o modus operandi? Vou mencionar uma pesquisa importante, desenvolvida em campo durante o período compreendido entre 2006 e 2011 pela Embrapa Tabuleiros Costeiros. Na ocasião, executamos três ciclos de compostagem (com seis formulações distintas e a torta de filtro pura, maturada durante o mesmo período dos compostos estudados) e aplicação dos mesmos em experimento, durante três ciclos de cultivo da cana-de-açúcar – durante as fases de cana-planta e duas socas. O que se pode dizer em relação aos compostos? Acompanhamos o comportamento de algumas variáveis bioquímicas, biológicas e espectroscópicas durante o período de processamento, em 150 dias. Avaliamos também o efeito da aplicação dos compostos sobre o comportamento da matéria orgânica e características do solo, em termos químicos e espectroscópicos, como já disse, bem como o comportamento produtivo e qualidade industrial da cana. Defendi tese de doutorado a respeito junto à Universidade Federal Rural de Pernambuco, em que menciono detalhes como a pesquisa foi feita e os resultados alcançados. Em artigo publicado na imprensa, a senhora afirmou que, sob a perspectiva do solo, a prática de retornar os resíduos para o campo é fundamental. Por quê? Reitero minhas considerações no presente artigo. Quando os resíduos voltam para o campo, há a devolução de nutrientes fundamentais que estarão disponíveis para os cultivos posteriores. Há, ainda, a manutenção da matéria orgânica e estrutura do solo, que propicia maior resistência contra a erosão. Os resíduos têm potencial para, direta ou indiretamente, afetar diversos processos químicos, físicos e biológicos do solo intimamente relacionados com a manutenção de sua capacidade para dar suporte à produção agrícola. Os solos tendem a ser mais produtivos quando a matéria orgânica é adicionada regularmente. A senhora desenvolveu outro trabalho ligado à cana-de-açúcar, não? Sim. Em 2012, preparei um trabalho intitulado “Características fenológicas de cana-de-açúcar adubada com fertilizantes minerais adicionados de substâncias húmicas”. Em linhas gerais, realizei cultivo de inverno das variedades de cana RB867515 e RB92579, as quais foram adubadas com diferentes fertilizantes e adição de substâncias húmicas nas condições edafoclimáticas do Estado de Alagoas. Verificou-se que a primeira variedade apresentou maior índice de área foliar (IAF) e toneladas de cana por hectare (TCH), enquanto a segunda exibiu maior número de colmo por metro linear (NCM).

Tâmara Cláudia de Araújo Gomes


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É SHOW. AGRISHOW! Plantadora de cana e colhedora de espaçamento variável são alguns dos lançamentos voltados ao setor FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

DO

JORNALCANA

Nova plantadora de cana, colhedora de espaçamento variável e computadores de bordo de última geração são algumas das novidades voltados ao setor sucroenergético que poderão ser vistos nesta vigésima edição da Agrishow — Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação. O evento, de 29 de abril a 3 de maio de 2013, no Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste, em Ribeirão Preto, SP, prevê a presença de cerca de 790 expositores. A feira destaca os setores de agricultura de precisão, agricultura familiar, armazenagem (silos e armazéns), associações de classe, centros de pesquisa e universidades, corretivos, fertilizantes e defensivos, equipamentos de segurança/EPI, equipamentos para

Agrishow terá cerca de 790 expositores

irrigação e ferramentas. Serviços como: financiamentos, serviços financeiros e seguros, implementos agrícolas, máquinas agrícolas, máquinas para construção,

peças, autopeças e pneus, pecuária, produção de biodiesel, revistas e publicações técnicas, sacarias e embalagens, sementes, software e

hardware, telas, arames e cercas, válvulas, bombas e motores e veículos — aviões, caminhões e utilitários, também serão apresentados no evento.


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Computador de bordo garante precisão na coleta de dados A Auteq Telemática está lançando um computador de bordo, o CBA 3200 PLM. O equipamento, além de registrar tudo que acontece no veículo no qual está instalado, agrega o trabalho de posto de leitura móvel (PLM). Os computadores de bordo podem ser instalados em caminhões e veículos agrícolas e têm como objetivo a redução de custos por meio do controle do consumo de combustível; consumo de peças e mão de obra de manutenção; tempo do veículo parado por baixa produtividade do operador/motorista, por falhas de logística ou por acidentes e tempo gasto com registro de informações do campo e erro nestes registros. Suas principais funcionalidades são: registro de todos os excessos em relação aos parâmetros de operação predefinidos pelo cliente; emissão de nota de avaliação de cada motorista/operador, o que geralmente condiciona a remuneração variável dos motoristas e operadores; registro eletrônico semiautomático do certificado eletrônico de carga; consistência de informações registradas no campo em dois níveis, contra tabelas do cliente de valores válidos e consistência situacional (comparação do status informado, atividade ou motivo de parada, contra a informação coletada pelos sensores). O novo computador CBA 3200 PLM tem como principal objetivo eliminar a operação de coleta das informações dos computadores de bordo da frota. O equipamento geralmente é instalado em um caminhão comboio e desta forma, enquanto o comboio presta serviços no campo, normalmente de abastecimento dos veículos na frente de trabalho, o PLM aproveita para coletar automaticamente os registros dos computadores dos veículos de uma frente, via Wi-Fi, eliminando a necessidade de coleta de dados com PDA. A transferência dos registros coletados para o banco

CBA 3200 PLM facilita a coleta de dados de todos os veículos de uma frente de trabalho

de dados é realizada no posto de abastecimento. Para isso, o equipamento conta com 4 GB de memória não volátil e coleta totalmente automática (via Wi-Fi). A funcionalidade aproveita o tempo de parada para abastecimento para fazer a coleta e proporciona confiabilidade da informação. Entre as características herdadas do CBA 3200 estão: entrada para 16 sensores; GPS interno de 50 canais; comunicação Wi-Fi e GPRS; conectividade Can e RS232; quatro saídas para atuadores; teclado numérico de 20 teclas; e display gráfico com resolução de 128 x 64 pixels

transflectivo com backlight. O equipamento é totalmente vedado à prova de água e poeira e resistente à vibração e trepidação. A excelência e a robustez dos produtos Auteq podem ser comprovadas em números. Ao longo de sua história, a empresa registra mais de 16 mil equipamentos instalados, sendo que a maioria deles não requer manutenção mesmo depois de dez anos de uso contínuo. os produtos da Auteq são comercializados pelos concessionários John Deere em todo o Brasil. (FPM)


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Plantadora Santal PDM2 em campo

Plantadora faz ciclo completo e simultâneo do plantio em duas linhas Grupo AGCO traz novidades nas linhas Massey Ferguson, Santal e Valtra Na linha Santal, marca com forte presença no setor sucroenergético que desde 2011 passou a ser comercializada pela Valtra, e a partir de junho próximo também pela Massey Ferguson, o destaque é para o lançamento da Plantadora de Cana Santal PDM2, que realiza simultaneamente em duas linhas o ciclo completo de operações do plantio: abertura do sulco, adubação, distribuição das mudas, aplicação de defensivo, fechamento do sulco. Estarão presentes também na feira as colhedoras de cana S-5010 que possui um sistema rodante de esteiras que proporciona melhor distribuição de carga

oferecendo a menor compactação do solo e baixos danos às soqueiras. O conjunto de esteiras da S-5010 demonstrou em testes de campo ter de 20% a 40% mais robustez que outros modelos tradicionais, além de contar com soluções inovadoras com capacidade de colheita para todas as condições encontradas nos canaviais. A Valtra está lançando os tratores da nova linha BH GIII, que foi totalmente inovada, com nova cabine, sistema hidráulico, novo design que melhora muito o raio de giro. Novos modelos farão parte dessa nova linha que chega para ampliar as opções de potência, são os BH 135i (137cv), BH200 (200cv) e o BH210i (210 cv). Os modelos seguem os padrões globais dos tratores Valtra, direcionados às particularidades das atividades agrícolas brasileiras. Outro destaque na feira será a exposição dos tratores da Série S, com 293 e 353 cv, máquinas de alta potência

que colaboram com a ampliação da produtividade das áreas agrícolas. A linha pesada representa cerca de 40% do mercado de tratores Valtra, e seu principal diferencial é a transmissão AVT (AGCO Variable Transmission), uma tecnologia de transmissão para tratores de alta potência que dispensa a troca de marcha, melhorando a performance dos tratores e reduzindo o consumo de combustível. A Massey Ferguson estará apresentando sua linha de tratores pesados MF8600, MF Dyna-6 com transmissão inteligente e MF7100, apropriados para as atividades da lavoura canavieira. Outro lançamento das linhas Valtra e Massey é o AutoGuide 3000, piloto automático que possui um novo terminal touch screen, o C3000, que facilita a utilização de todas as funções. Ele trabalha com correção de sinal autônoma, decimétrica e RTK.


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Colhedora de espaçamento variável é lançada Coerente com seu histórico no desenvolvimento de tecnologias para o setor sucroenergético, a Case IH apresenta na Agrishow uma nova tecnologia para o mercado de colheita de cana-de-açúcar na América Latina, sua nova colhedora de espaçamento variável, a série A8800 Multi Row. Projetada para atender à crescente demanda por redução de custos operacionais, a colhedora de cana, da série A8800 Multi Row, possui um exclusivo e patenteado sistema de divisores de linha, que tem como característica a flexibilidade de atender à colheita em diferentes espaçamentos por ser ajustável mediante as necessidades do produtor. Segundo Fábio Balaban, especialista de marketing para colhedoras de cana da Case IH para América Latina, o sistema de divisores de linhas é configurado para trabalhar em diversos tipos de canaviais. “Esse novo sistema desenvolvido pela Case IH, atende tanto espaçamentos reduzidos como combinados. A colhedora A8800 Multi Row ainda possibilita a colheita de linhas adjacentes de 1,5m, totalizando 3m de largura de corte mecanizado”, destaca Balaban. Além da colhedora Multi Row, a Case IH estará expondo as colhedoras de cana-de-açúcar da série A8000, modelo 2013, que apresentam uma série de novas características que garantem melhor desempenho ao equipamento e à rentabilidade da operação da colheita mecanizada. “As novidades que desenvolvemos para a série A8000, modelo 2013, incluem características estruturais de chassi, motor e principalmente nos requisitos de segurança, seguindo as normas NR-12 para trabalho em máquinas e equipamentos, garantindo maior ergonomia e principalmente facilitando o acesso a pontos de manutenção do equipamento. Já em relação ao software,

Máquina da série A8000 da Case IH

há alterações também nos padrões de velocidade durante o deslocamento”, explica Balaban. O novo modelo das colhedoras de cana-de-açúcar, série A4000, também chega ao mercado com uma série de inovações, garantindo maior qualidade da matéria-prima e aumento na capacidade produtiva do equipamento. As novidades incluem melhorias no sistema de alimentação da máquina, com a inserção de divisores de linha externos; despontador com pratos reunidores; uma nova concepção no sistema hidráulico, com maior fluxo, aumentando o sistema de transporte através dos rolos transportadores; novo motor, mais potente no exaustor primário, aumentando a capacidade de limpeza.

A Case IH também faz na Agrishow o lançamento comercial da versão 2013 do simulador das colhedoras de cana série A8800. O equipamento usa tecnologia de ponta, que usa realidade virtual para capacitação de mão de obra e ganha uma nova versão, agora com 16 módulos, que vão do modo iniciante ao avançado, estando agora disponível em toda a rede de concessionários da marca. O equipamento foi desenvolvido para treinar uma demanda crescente de mão de obra especializada para o setor. Simulando virtualmente as condições reais de colheita, a tecnologia permite que o trabalhador seja adequadamente treinado sem que haja necessidade de mobilizar colhedoras que estejam em trabalho. (FPM)


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Rodotrem Canavieiro: dimensões de 12,5m em cada semirreboque

Transporte canavieiro necessita ser resistente e durável Para que o transporte de cana entre o campo e a indústria se faça de maneira adequada são necessárias carrocerias especiais que apresentem robustez e durabilidade para enfrentar as condições severas de trabalho que se apresentam na lavoura canavieira. A Randon S.A. Implementos e Participações, empresa sediada em Caxias do Sul-RS, foi uma das empresas pioneiras a desenvolver produtos específicos para o transporte da cana-de-açúcar no mercado nacional, atuando nesse segmento desde o final da década de 1980.

Atendendo às exigências do mercado, voltado ao transporte da cana picada, a empresa desenvolveu o “Rodotrem Canavieiro”, com dimensões de 12,50 metros em cada semirreboque, utilizado para a formação de rodotrem em operações de colheita mecanizada. Com tara aproximada de 11.000 Kg, o equipamento possui chassi central, basculamento superior, descarga por hilo, além de patola mecânica com acionamento pneumático e instalação elétrica totalmente em LED. Dispondo de capacidade para um

volume de carga de até 90m³ de cana em cada caixa de carga, o produto apresenta maior estabilidade em função do centro de gravidade mais baixo, além de maior volume de carga de cana transportada. Sempre atenta ao mercado e visando atender com eficiência a cadeia logística na qual está inserida o Corte, Carregamento e Transporte (CCT), a Randon está desenvolvendo novas combinações, com materiais alternativos, que são projetos inovadores que aliam alta tecnologia e os mais modernos processos de fabricação. Esses novos

projetos visam a redução de tara, o aumento da produtividade e a otimização dos resultados dos transportadores e usinas. Dentro do segmento canavieiro, a linha de produtos da Randon não se restringe às carrocerias canavieiras e também produz Bases para Tanques de Vinhaça; Semirreboques “Carrega Tudo” para o transporte de maquinários e equipamentos agrícolas; Tanques para o transporte de etanol e Semirreboques Basculantes para o transporte do açúcar. (FPM)


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Plantadoras brasileiras também são usadas em outros países A DMB Máquinas e Implementos Agrícolas Ltda, empresa localizada na cidade de Sertãozinho, Estado de São Paulo, desde seu início esteve atenta às necessidades do setor canavieiro, desenvolvendo e produzindo implementos para a cultura da cana-de-açúcar, que hoje também estão presentes em todas as áreas canavieiras do Brasil e também em outros países produtores de cana da América do Sul, América Central, Caribe e África. São subsoladores, sulcadores, cobridores, cultivadores "quebra-lombo", cultivadores para cana crua e queimada, carretas para distribuição de torta de filtro, adubadeiras de superfície, adubadores para cana crua com aplicação em profundidade, aplicadores de inseticidas em soqueiras, desenleiradores para cana crua. Com o crescimento da mecanização da cultura da canade-açúcar, e com a participação de clientes produtores e entidades de pesquisa do setor, como o CTC-Centro de Tecnologia Canavieira, a DMB desenvolveu e fabrica plantadoras de cana, inclusive para os espaçamentos especiais, como o duplo alternado. A Plantadora PCP 6000 destina-se a realizar o plantio mecanizado da cana-de-açúcar, fazendo todas as operações do plantio da cultura de uma só vez em 2 linhas, com desempenho operacional de aproximadamente 0,8 a 1 ha por hora. O tracionamento é feito por trator com potência mínima sugerida de 180 HP, através de torre com engate em 3 pontos com articulação tipo pino-bola para facilitar as manobras e caracteriza-se pela grande simplicidade de funcionamento. A plantadora é equipada com cobridor oscilante para os dois sulcos de plantio composto por dois rolos acamadores dos rebolos no fundo do sulco, quatro discos côncavos fixados em braços oscilantes com regulagem de ângulo de trabalho e dois rolos compactadores de cantoneiras que comprimem a terra sobre os rebolos, evitando a formação de bolsas de ar. Opcionalmente, a PCP 6000 pode ser equipada com um kit aplicador de fungicida composto de um tanque com capacidade para 600 litros de calda, que é fixado na lateral da caçamba da plantadora, duas bombas elétricas, sendo uma para agitação da calda e outra para pulverização e dois suportes com 3 bicos cone cheio cada um, fixados dentro das bicas, que dão um banho de fungicida nos rebolos conforme descem na bica, antes de caírem no sulco de plantio. (FPM)

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Acessórios incrementam a produtividade da colheita mecanizada A FCN Tecnologia Ltda, empresa sediada em Piracicaba-SP, desenvolveu e oferece ao mercado dois equipamentos que multiplicam eficiência das máquinas na colheita mecanizada. O primeiro deles é a Policana 2L, que é um dispositivo acoplável às laterais das colhedoras de cana, independentemente de marca ou modelo, de esteiras ou pneus, que duplica a densidade de colheita nos espaçamentos utilizados de 1,4 e 1,5 metros, com aplicação estendida aos alternados 0,90m x 1,60m. Esse dispositivo opera da seguinte forma: à medida que, na primeira entrada no canavial, a colhedora se desloca colhendo a fileira de cana a sua frente, a Policana 2L corta a fileira ao lado, encostando-a na seguinte, de forma contínua e organizada, criando a chamada "rua gorda". A colhedora poderá então, durante seu trânsito de colheita de retorno, recolher e processar essas duas fileiras acumuladas. Simultaneamente, utilizando a outra lateral do dispositivo, será realizada uma operação semelhante, cortando e encostando a próxima linha na seguinte. Esse procedimento ocorre sucessivamente, e até que se esgote a última fileira de cana dessa quadra, e assim, toda a cana seja colhida de duas em duas linhas por vez. Em função de seu modo de operação, a Policana 2L traz diversas vantagens: é ecologicamente correta, pois diminui o nível de emissão de gases de efeito estufa, reduz o desgaste do material rodante da colhedora, o consumo de óleo diesel por tonelada de cana colhida e o trânsito dentro do talhão, por trabalhar de duas em duas fileiras de cana, o que também reduz a agressão à soqueira, fato importante para a manutenção da longevidade do canavial e a impureza mineral, entre outras vantagens. Mais de 120 unidades da Policana 2L já estão em uso em usinas de diversos estados brasileiros e também no exterior. O outro equipamento desenvolvido pela FCN Tecnologia é a Cort-I-Cana, um dispositivo acoplável em carregadoras de cana convencionais, independentemente de marca e modelo realizando o mesmo trabalho da Policana 2L, com a diferença que ao trabalhar simultaneamente duas fileiras de cana, pode gerar linhas “gordas” com duas ou três fileiras adensadas em uma única que será recolhida pela colhedora em seu formato convencional de colheita de uma única linha.

A Cort-I-Cana no campo

Desta maneira, com a Cort-I-Cana, é possível a reutilização das carregadoras existentes nas usinas que anteriormente eram usadas para carregar a cana inteira cortada manualmente no campo e que agora com a colheita mecanizada se tornaram ociosas. Entre os clientes que adotaram a Cort-I-Cana estão as unidades da Odebrecht Agroindustrial do Polo Produtivo de São Paulo (Alcídia e UCP), a unidade Itapagipe da Bunge e a Agroterenas de Paraguaçu Paulista-SP e ACP Bioenergia de Teodoro Sampaio-SP. (FPM)


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Material rodante eficaz permite colheita contínua Empresa oferece desde a fabricação do material rodante até assistência técnica própria ANDRÉ RICCI,

DE

LOUVEIRA, SP

Retomar o crescimento do setor sucroenergético passa, entre outros pontos, pela melhora na gestão das usinas. No que diz respeito à produtividade, por exemplo, a pressão é por melhores resultados com a mesma quantidade de matéria-prima. Neste ponto, o bom rendimento do maquinário é de fundamental importância, haja visto que uma colhedora em manutenção significa uma indústria parada. De origem italiana e com sede em Louveira, São Paulo, a Vtrack, empresa que atua na fabricação de materiais rodantes para o setor canavieiro, tem se firmado no mercado brasileiro por seu conjunto de soluções. Única a fabricar, distribuir e oferecer assistência técnica, a empresa tem em seu fundador, o italiano Cavaliere del Lavoro Ivano Passini, a experiência necessária para atender o segmento. Já há 40 anos no ramo, Passini escolheu Nivaldo Gonçalves Santos para gerir a empresa no Brasil, inaugurada em

Colaboradores da Vtrack no Brasil, com Nivaldo Gonçalves Santos: equipe especializada e experiente

2009. Quem nos conta um pouco desta história é o próprio Santos, que atua no segmento desde 1979. JornalCana: Como a empresa chegou ao Brasil? Nivaldo Gonçalves Santos: O presidente da empresa, Cavaliere del Lavoro Ivano Passini, já fabricava os produtos da marca Vtrack na Europa. Com o crescimento do mercado agrícola brasileiro, ele me convidou para trazê-la ao Brasil. Montamos nossa equipe e resolvemos focar no mercado

sucroenergético. Logo no início elaboramos um produto diferenciado, com um novo desenho e outra composição química de aço, pontos importantes na questão do melhor desempenho. Depois de todo este processo, notamos que o mercado gostaria de algo diferente. Pensamos em criar nossas próprias unidades de serviço, que há um ano e meio vem sendo implantada. Como vocês atuam em um mercado tão competitivo? Conosco, a cobertura é do começo ao fim. Todos os pontos, desde a venda até

assistência técnica, podem ser resolvidos em um único lugar. Não trabalhamos com terceiros. E o que isso pode trazer de benefício efetivo ao empresário? O cliente não tem a dor de cabeça de ficar procurando o responsável por qualquer tipo de problema. Ele se remete a nós, que resolvemos em pouco tempo por conhecer todo o sistema. Tenho o contato de todos os meus colaboradores, conheço cada um pelo nome. Esse tipo de trabalho traz um feedback diferenciado.


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Centro de Serviços em Sertãozinho, SP

Centro de Serviços em Maringá, PR

Centro de Serviços em Andradina, SP

Confiança como ponto principal Com cinco centros de serviços, localizados em Sertãozinho (SP), Maringá (PR), Assis (SP), Andradina (SP) e Olímpia (SP), além da sede em Louveira (SP), a Vtrack investe em busca da confiança do cliente. Com atendimento 24 horas, a empresa conta com uma grande quantidade de peças de reposição, além de um trabalho criterioso feito por todos os colaboradores. “Todo início de safra vamos para o campo. Evitamos ficar dentro do escritório, pois queremos ver a máquina trabalhando. Temos contato direto com o operador da máquina, que sabe melhor do que ninguém seu rendimento. Até mesmo o pessoal da Itália quando vem nos visitar vai para o canavial”, explica Henrique Perucelo, gerente de negócios da empresa. Nivaldo Gonçalves Santos, diretor da Vtrack, confirma as informações. “Uma empresa é feita de informações. Temos técnicos dentro das usinas que ficam em tempo integral para supervisionar o serviço. Acho isso muito importante. Somos atuantes e queremos os melhores resultados”, diz. Por ter todos os processos integrados a própria

empresa, o técnico explica que caso algum problema apareça, o tempo para que seja resolvido é bem menor. “Quando nossa assistência é acionada, vamos para o campo com total conhecimento sobre o produto. É diferente de um distribuidor, que precisaria entrar em contato com nossa engenharia para solucionar a questão. Tempo é dinheiro e temos consciência da preocupação do cliente”, complementa. Outro importante ponto trata das chamadas “medições”, realizadas mensalmente. O trabalho consiste no monitoramento de todos os produtos vendidos, assim como a orientação a cada um de seus compradores. “Oferecemos, além dos números, um laudo fotográfico. A maioria faz apenas o escrito. Isso torna o processo mais funcional, já que temos a resposta exata ao cliente”. Sobre uma possível expansão, Santos diz que a empresa vem planejando os próximos passos, mas que ainda não pode divulgá-los. “Primeiro estamos fortalecendo os centros de serviços atuais, com mais equipamentos. Mas a ideia é sim, expandir nessa área”, finaliza.

Centro de Serviços em Assis, SP

Centro de Serviços em Olímpia, SP

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Prevenção é a melhor receita para a boa saúde de tratores Manutenção preditiva também é indicada para revelar se alguma “doença” começa a se instalar no equipamento RENATO ANSELMI, FREE

DE

LANCE PARA O

CAMPINAS, SP

JORNALCANA

A manutenção preventiva deve ser adotada habitualmente para que sejam evitados problemas com tratores agrícolas, afirma o engenheiro mecânico Luiz Nitsch, diretor da Sigma Consultoria Automotiva, de Bauru, SP. A aplicação desta metodologia deve ser feita por meio da checagem de uma lista de itens que eventualmente precisam ser reparados. Mas, não é só isto. “A preventiva deve ser aliada da preditiva, cujo embrião é um laboratório de análises físico-químicas, que avalia os lubrificantes líquidos removidos periodicamente dos vários compartimentos das máquinas”, explica. Este procedimento ocorre geralmente na troca dos lubrificantes. A preditiva sinaliza com precisão e segurança caso alguma "doença" começa a

Luiz Nitsch: o filósofo da manutenção

se instalar no trator, permitindo que se tome ações para combatê-la em tempo, evitando danos maiores, de acordo com o diretor da Sigma. “Infelizmente, o que se vê na prática em muitas usinas é a manutenção corretiva esquema "bombeiro", ou seja, somente quando o trator apresenta algum problema é que a manutenção,

Checagem inclui extensa lista de itens Existe uma série de itens que precisam ser verificados durante a realização da manutenção preventiva, relaciona Luiz Nitsch. É necessário checar o correto funcionamento do painel de instrumentos, o estado do eixo direcional – folgas excessivas, ruídos anormais, vazamentos. geometria (convergência) –, além de fazer o exame externo do motor (correias, vazamentos, ruídos anormais, níveis de fluidos, ventilador, etc). A avaliação da eficiência e equalização dos freios do trator – ressalta – é outro procedimento importante. Na época certa é preciso fazer a regulagem de válvulas e/ou revisão de bicos injetores convencionais. “Se forem eletrônicos, seguir recomendações do fabricante”, observa. No tempo certo deve ser feita também a substituição de filtros de combustível, óleo e filtro do motor e fluido de refrigeração. A checagem da folga axial da árvore de manivelas, o popular virabrequim; do curso livre do pedal da embreagem – a medida usual é de 20 a 25 mm de folga ou curso livre – e das pressões de aplicação das embreagens, caso a transmissão seja hidráulica, são outros exemplos de itens relevantes que devem ser avaliados. “Qualquer valor manométrico 10% abaixo do mínimo especificado é razão para interditar a máquina e ‘interná-la no hospital’, ou seja, na oficina central”, alerta. (RA)

pontual, é executada”, comenta. A receita é simples para fazer a manutenção adequada: o profissional da área deve, inicialmente, conversar com o operador da máquina, extraindo dele informações que possam indicar o surgimento de alguma anomalia importante – recomenda Luiz Nitsch. “Ele

é a pessoa mais categorizada para orientar o técnico que fará a revisão preventiva. Depois disto e já de posse das informações do laboratório de análises de lubrificante, haverá uma lista de verificações, que pode ter algumas variações de acordo com a marca e tipo do trator-alvo”, observa. O consultor destaca inclusive que o treinamento de operadores é “crucial e imperativo” para a boa conservação de tratores. “Aliás, a causa comum da maioria dos problemas mecânicos, hidráulicos, elétricos e eletrônicos nos tratores agrícolas é a operação temerária”, afirma. Segundo ele, com a falta de profissionais qualificados para operar os modernos tratores nacionais e importados, os problemas nessas máquinas tiveram aumento significativo. Operação muito bem executada e manutenção com qualidade formam o binômio que rege o sucesso na utilização de tratores de pneus por empresas do setor sucroenergético, ressalta Luiz Nitsch. Segundo ele, as usinas e destilarias, que eram reticentes em relação a essas questões, começaram a compreender nos últimos anos a importância dessas atividades. “Atualmente a rarefação de profissionais qualificados tem atrapalhado o progresso das intenções das empresas que perseguem estas metas”, diz. (RA)

Serviços devem ser executados em oficinas Empresas de menor porte apresentam, no entanto, dificuldades para a realização de procedimentos mais complicados As usinas devem fazer a manutenção de tratores em suas próprias oficinas sempre que isto for possível, opina Luiz Nitsch. De acordo com ele, grandes grupos nacionais e multinacionais estão tentando executar quase todos os serviços “domesticamente”. O consultor reconhece que empresas de menor porte apresentam dificuldades maiores para a manutenção de tratores com transmissões hidráulicas, com ou sem comandos e sensores eletrônicos. O ferramental necessário para executar um trabalho de qualidade – constata – tem preço elevado, justificando a escolha de terceiros, geralmente concessionários, que realizam os serviços mais complicados. De maneira geral, a chamada manutenção primária – trocas de óleos e filtros, lubrificação com graxa, ajustes básicos de freios, das embreagens convencionais, de geometria

de direção, conservação de pneus, baterias e correias – é executada "em casa”, afirma o diretor da Sigma Consultoria Automotiva. O problema mais comum – revela – nos tratores agrícolas de pneus é o desgaste prematuro da embreagem, majoritariamente causado por operação equivocada. “Mas, superaquecimentos do motor gerados por entupimento externo do radiador por palhas, raízes e folhas secas, quebra de engrenagens de transmissão por trancos e inoperância do sistema de ar-condicionado da cabine fazem parte do dia a dia da manutenção agrícola das usinas. Não se pode esquecer também das transmissões hidráulicas, muito sensíveis a problemas técnicos quando mal operadas ou submetidas a cargas que excedem às suas capacidades de transmitir torque para as rodas trativas”, detalha. (RA)


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Solução de equação decide melhor momento para a reforma É preciso levar em conta diversos fatores, como: idade do canavial, produtividade, mercado e oportunidade de negócio RENATO ANSELMI, FREE

DE

LANCE PARA O

CAMPINAS, SP

JORNALCANA

A decisão sobre o melhor momento para a realização da reforma de canaviais exige a solução de uma equação composta por variáveis agronômicas e econômicas, que apresenta complexidade determinada pelas particularidades de cada situação. Não existe receita única que indique qual é o melhor caminho para se resolver essa questão. Não há também resposta única que defina qual é a hora certa para a renovação. Depende de cada usina, da região onde ela está instalada, do mercado e até mesmo da existência – ou não – de crise no setor, pondera Antonio Marcos Iaia, coordenador do Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-Açúcar da Universidade Federal de Mato Grosso (PMGCA/UFMT). Os fatores agronômicos e econômicos estão – ressalta – interrelacionados. “Não tem como optar, isoladamente, por um ou por outro”, observa. Produtividade da área

em relação ao rendimento médio obtido, situação da terra – própria ou arrendada –, mercado, oportunidade de negócio são alguns aspectos que devem ser considerados, avalia A questão da produtividade tem grande peso nessa tomada de decisão. Se a usina ou o fornecedor de cana estiver com um resultado muito abaixo do economicamente viável, a tendência é reformar, afirma o engenheiro agrônomo Gustavo Nogueira, gerente do

departamento técnico da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste), de Sertãozinho, SP. Mas, até isto é relativo. Por que o produtor vai investir em um novo canavial se os preços de açúcar e etanol estiverem tão baixos no momento de tomada de decisão? - questiona Gustavo Nogueira. Em diversos casos, a remuneração não paga nem mesmo o custo de produção, constata. “O plantio é caro. Custa mais do que R$ 5 mil por hectare”,

afirma. Ele lembra que a partir da crise de 2008 houve uma redução significativa da renovação de canaviais, porque a manutenção dos índices médios de reforma tornou-se economicamente inviável. “Está ocorrendo agora uma retomada da reforma, porque a produtividade ficou lá embaixo. Juntou tudo: falta de investimento, fatores climáticos, envelhecimento dos canaviais. Existe a necessidade da renovação. Em 2012, o índice já foi bem melhor”, diz.


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Avaliação deve considerar potencial de ambiente de produção Peso da produtividade e do número de cortes variam conforme a performance de cada área Nesta matemática agronômicofinanceira há outras questões importantes a serem resolvidas. A reforma do canavial deve ser decidida a partir de que idade e produtividade do canavial? A resposta também não é tão simples assim. “A avaliação desses fatores depende do potencial de cada ambiente de produção”, resume Gustavo Nogueira. Uma determinada produtividade pode ser parâmetro para a renovação de uma área que apresenta rendimento agrícola elevado. Mas, pode não ser fator decisivo para um ambiente de produção com baixa performance. “Em um ambiente bom, o resultado de 65 toneladas por hectare (TCH) pode ser o rendimento do canavial no sexto corte, o que torna-se um indicador para a reforma. Um canavial em um ambiente ruim pode estar com essa mesma produtividade no quarto corte, ou até menos”, exemplifica Antonio Iaia, que é também professor do curso de Agronomia da UFMT. É preciso considerar o potencial de produção de cada área. Além disso, as características da variedade utilizada

Média considerada para a reforma geralmente é de cinco cortes

devem ser levadas em conta nessa avaliação. Segundo Gustavo Nogueira, a produtividade de 70 TCH é considerada referência para se pensar na possibilidade de renovação. “Mas, em 2011, a produtividade média foi 68 TCH. Se o setor fosse olhar para este fator, teria que arrancar tudo. A produtividade acaba sendo uma variável relativa”, ressalta.

Em relação à idade do canavial, a média considerada para a reforma geralmente é de cinco cortes, observa o gerente técnico da Canaoeste. O fornecedor de cana costuma reformar o canavial com uma idade um pouco mais avançada em comparação às usinas, informa. De acordo com ele, há situações bem diferenciadas em relação à idade das plantações no setor sucroenergético. “Existem canaviais com 9,

10, 11 e até 12 cortes. Tem de tudo”, diz. “O planejamento ideal para reforma seria na faixa de 20%. Mas fica entre 16 e 18% da área de cultivo”, afirma. O índice predominante em situação de normalidade – informa – é de 16%. Segundo Antonio Marcos Iaia, regiões que apresentam maiores restrições em relação à produtividade acabam renovando de 20% a 22% da área. (RA)


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Oportunidade de negócio pode determinar adiamento Infestação de uma área por pragas, doenças ou ervas daninhas também integra equação agronômico-financeira Os fatores produtividade e idade do canavial estão também relacionados à situação de mercado na hora de avaliar uma decisão sobre a realização de reforma. “Não dá para desconsiderar o aspecto econômico”, enfatiza Antonio Marcos Iaia. Uma boa oportunidade de negócio, mesmo com a produtividade baixa, pode ser motivo para o adiamento da renovação. “Se o produto final está dando dinheiro, o que importa se a produtividade diminuiu?” – indaga. A disponibilidade de áreas e o custo do arrendamento também interferem na decisão, segundo o professor da UFMT. Uma unidade sucroenergética que tem bom “estoque” de terra, não precisa fazer arrendamento, conta com o canavial amortizado e não vai utilizar esta área para

Migdololus: quando há infestação, o controle se torna difícil

nada, não terá nenhum prejuízo – exemplifica –, caso resolva ampliar o número de cortes. “É diferente a situação de uma usina localizada onde não há sobra de terra e que está arrendando área. Se a produtividade estiver lá embaixo, é melhor reformar mesmo. O que pesa é essa análise”, diz. Outra variável que integra essa equação agronômico-financeira é a infestação de uma área por pragas,

segundo Gustavo Nogueira, da Canaoeste. “O canavial pode ser novo, mas apresenta uma grande infestação de migdolus ou sphenophorus, por exemplo, de difícil controle, e tem uma produtividade baixa. Então a melhor decisão poderá ser a realização da reforma”, pondera. No caso de doenças, a situação é semelhante. “Três anos atrás quando começou a ferrugem alaranjada que atacou canaviais, alguns produtores tomaram a decisão de reformar

áreas com variedades altamente suscetíveis porque a produtividade caiu. Foi um fator preponderante para a realização da reforma”, recorda. Outro aspecto a ser considerado é a presença significativa de ervas daninhas em uma determinada área. “Nesta situação, há um desleixo do produtor que deixa o canavial abandonado”, critica. Mas, se houver necessidade de escolher para reforma entre uma área A e uma área B, que apresentam a mesma idade e a mesma produtividade, a opção será pelo canavial que estiver com mais falha e maior infestação de plantas daninhas, constata o gerente do departamento técnico da Canaoeste. O rendimento agrícola é determinante para a renovação do canavial no caso de incidência de pragas, doenças e ervas daninhas, ressalta Antonio Marcos Iaia. “Se o canavial tiver praga, mas apresentar uma produtividade alta, dificilmente a decisão será pela reforma. A não ser em uma situação muito extrema em que ocorra a presença de uma praga nova em uma área pequena, numa reboleira, daí a melhor decisão pode ser a realização da reforma”, comenta. (RA)

Rotação de cultura gera receita e melhora condições do solo

Nas regiões de cerrado a rotação de culturas, com a soja, é considerada fundamental

A decisão de renovação do canavial deve ser acompanhada por outra medida: a rotação de cultura. Apesar de não ser um fator preponderante para definir ou mesmo antecipar a reforma, o plantio de uma nova cultura após o cultivo da cana gera benefícios relevantes. “Se o produtor atribuir os custos de produção e de preparo do solo o amendoim utilizado na rotação, por exemplo, acaba diminuindo o custo inicial para o plantio de cana. Além disso, é uma forma de manter o uso racional da terra, porque se obtém mais receita com a melhoria das condições do solo para a

cultura de maior interesse”, comenta Antonio Iaia. Nas regiões típicas de cerrado, como no Centro-Oeste brasileiro, essa medida é considerada fundamental. “Se não houver rotação nessas áreas, a produtividade fica comprometida”, constata. Segundo o professor da UFMT, nas regiões de cerrado onde não se usa a adubação verde como a crotalária, a soja tem sido a cultura preferida para a realização da rotação com a cana-de-açúcar por produtores de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e parte de Minas Gerais. (RA)


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Bambuí investe em eficiência energética para dobrar capacidade Na contramão do atual cenário sucroenergético brasileiro, a Bambuí Bioenergia, antes chamada Total Agroindústria Canavieira S/A, dobrou a capacidade de produção de sua planta, viabilizando, assim, a venda de etanol para postos de combustíveis. Desta maneira, neste ano, a empresa deixa de produzir 550 mil litros/dia do biocombustível e passa a contar com capacidade de produção de 1, 1 milhão de litros/dia de etanol e fornecimento de energia elétrica, que passou de 8 para 38 MW/h de potência. Neste processo, a unidade contou com o apoio de uma empresa especialista na

gestão de energia. “A proposta de operar a unidade fabril com segurança, eficiência e com o menor número de pessoas foi mantida com a ampliação. Essa é a primeira planta do segmento de etanol com 100% de tecnologia Ethernet na automação”, explica André Fontaneti Marino, vice-Presidente da unidade de indústria da Schneider Electric Brasil. “Com o aumento da capacidade de produção a usina pode ampliar em mais de 400% a oferta de fornecimento de energia elétrica para a concessionária que atende o Estado de Minas Gerais”, afirma William Galante Fontes, coordenador de utilidades, elétrica e automação da Bambuí.

Coruripe é recomendada à certificação FSSC 22000 Há cerca de seis meses, a Usina Coruripe Matriz deu início ao processo para a obtenção da certificação de controle alimentar FSSC 22000 (Food Safety System Certification), cujo objetivo é assegurar que toda a cadeia produtiva do Açúcar Cristal Coruripe respeita rigorosos critérios internacionais de qualidade, higiene e segurança. Nos últimos dias, a unidade recebeu a recomendação, que significa mais um passo em busca do certificado FSSC 22000. Segundo o Presidente da Coruripe, Jucelino Sousa, esse reconhecimento coloca o produto da empresa em um novo patamar de qualidade. “Essa conquista ratifica o compromisso histórico da Usina Coruripe na produção de produtos de alta qualidade e com a responsabilidade socioambiental”, afirmou Sousa. Para alcançar este resultado, a

empresa teve de realizar treinamentos específicos com seus colaboradores, para formar os auditores internos e os multiplicadores, sob orientação dos consultores Hércules Lira e Márcia Lessa, da empresa Inprocess. A coordenadora do Controle de Qualidade, Roseanne Silva, falou sobre a importância do trabalho. “Ter uma certificação como a 22000 representa um grande avanço para nossa empresa e a participação dos colaboradores é fundamental para tal conquista”, finalizou. A Coruripe conta com uma unidade matriz em Alagoas e quatro filiais no Triângulo Mineiro. Juntas, devem moer 11,78 milhões de toneladas de cana e produzir 20,14 milhões de sacas de açúcar e 347,35 milhões de litros de etanol. A empresa tem capacidade total de moagem de 13 milhões de toneladas/ano e cerca de 8.000 colaboradores diretos.

Grupo Guarani inicia moagem com evento para produtores de cana A importância dos agricultores para o desenvolvimento e sucesso da indústria sucroenergética do Brasil foi destacada no encontro anual do Grupo Guarani com seus fornecedores de cana, realizado na sexta-feira (05/04), em Barretos (SP). Para o diretor executivo da União da Indústria de Cana-deAçúcar (Unica), Eduardo Leão de Sousa, esse tipo de acontecimento ajuda a estreitar as relações comerciais e demonstra o reconhecimento da Guarani quanto ao papel fundamental desta parceria. “É preciso estimular esta cooperação. O setor sucroenergético não pode prescindir do papel dos produtores rurais, responsáveis pela produção de mais de um terço da cana moída no País, e o fortalecimento contínuo desta parceria vai condicionar o crescimento sustentável do setor,” explicou o executivo que representou a entidade no evento. Cerca de mil produtores agrícolas e dirigentes empresariais participaram do evento que marcou também o início da moagem da Guarani, uma das associadas da Unica. Para o diretor-presidente da Guarani, Jacyr Costa Filho, a indústria da cana tem valor

estratégico, social, ambiental e econômico para o País, por isso precisa cativar várias frentes. “O mercado requer atuação institucional, na qual temos que buscar o apoio político, da sociedade e de nossos parceiros. Assim poderemos melhorar a produtividade e reduzir os custos,” afirmou. Durante a apresentação dos projetos institucionais da Guarani, o destaque ficou com a palestra do diretor agrícola do Grupo, Jaime Stupiello, que detalhou o apoio dado pela empresa a seus fornecedores por meio do projeto “Guarani em Campo.” “É um trabalho de estreitamento de relações. A Guarani não se preocupa somente com a parte técnica, mas também com assuntos como sucessão familiar, gestão e sustentabilidade dos nossos produtores,” disse Stupiello. Lideranças políticas presentes no evento frisaram o apoio que dedicam ao setor, entre eles a secretária de Agricultura e Abastecimento, Mônika Bergamaschi e o secretário do Meio Ambiente, Bruno Covas, ambos do governo paulista; o deputado federal Duarte Nogueira e os deputados estaduais Itamar Borges, Beth Sahão e Antônio Mentor.


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Laboratório controla a eficiência industrial Normas regem os parâmetros da produção do açúcar e etanol

Sinatub define calendário de cursos e treinamentos

FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

DO

JORNALCANA

A necessidade de medir e avaliar não só a qualidade do produto final, mas também a da matéria-prima existe desde os primórdios da indústria açucareira. A princípio, mesmo que empiricamente ou com instrumentos rudimentares pela ótica atual, já se procurava estabelecer padrões que permitissem avaliar o andamento do processo de produção do açúcar. À medida que o processo se tornava mais complexo pelo uso de novos equipamentos ou pelas exigências do mercado consumidor, um maior número de parâmetros da produção passaram a ser controlados, dando origem ao laboratório industrial. No entanto, para que essas medições e análises tivessem um significado universal era necessária uma padronização de métodos e unidades e assim surgiu a Icumsa (International Commission for Uniform Methods of Sugar Analysis) em 1897, que passou a definir padrões e métodos analíticos para a indústria açucareira global desde então. A partir daí foram definidas a escala °S para a determinação da sacarose por polarimetria, além de outras metodologias aplicáveis à indústria, sempre revistas de tempos em tempos em função da própria evolução de novos métodos analíticos ou de equipamentos que se baseiem em novas formas de determinação. Assim, aos métodos instrumentais de

Temas como: análise de vibração; balanceamento de rotores; caldeiras, vapor e energia; vasos de pressão, entre outros, farão parte dos encontros

Laboratórios são cada vez mais importantes na moderna indústria sucroenergética

análise que a princípio se baseavam em densimetria, polarimetria e colorimetria e pH, muitos outros foram introduzidos ao longo do tempo, visando resultados mais precisos e economia de tempo. Essa foi a evolução dos laboratórios industriais que hoje são indispensáveis nas usinas modernas, tanto para determinação da qualidade da matériaprima, como do produto final, passando pela análise das perdas em cada fase do processo produtivo, o que em última instância fornece parâmetros para se avaliar a rentabilidade da indústria. Na atualidade, para as usinas brasileiras que além do açúcar também produzem etanol, além dos procedimentos da Icumsa para o açúcar, devem ser observadas as NBR aplicáveis determinadas pela ANP, órgão responsável pelas normas na produção e qualidade do etanol combustível.

Aprimorar os conhecimentos técnicos, sem dúvida, é um fator importante para o sucesso dos profissionais, e consequentemente, das empresas em que atuam. No setor sucroenergético, por exemplo, a cada início de safra, diversas inovações tecnológicas são implantadas. Sabendo dessa necessidade, a Sinatub, no mercado de 2001, elaborou um calendário com diversos cursos e treinamentos voltados para todos os profissionais da área industrial. Com apoio da ProCana Brasil empresa que edita o JornalCana, Anuário da Cana, revista BIO&Sugar, entre outros os eventos contarão com técnicos especializados, oferecendo informações atuais de toda tecnologia disponível para equipamentos, acessórios, projetos e normas dentro do um processo industrial. Temas como: Análise de Vibração; Balanceamento de Rotores; Caldeiras, Vapor e Energia; Balanço de Massa e Energia; Vasos de Pressão; Caldo, Filtragem e Fermentação; estarão entre os temas abordados ao longo do ano. Mais informações através do telefone: (16) 3911-1384 ou pelo email: sinatub@sinatub.com.br.

AGENDA 2013 MAIO 13 a 15 – Curso/Treinamento de Análise de Vibração – Ribeirão Preto/SP 16 e 17 – Curso/Treinamento de Balanceamento de Rotores – Ribeirão Preto/SP 20 a 22 – Curso/Treinamento de PCM e Confiabilidade da Manutenção – Ribeirão Preto/SP JUNHO 6 e 7 – Curso de Caldeiras, Vapor e Energia – Ribeirão Preto/SP JULHO 31/7 a 2/8 – Curso/Treinamento de Balanço de Massa e Energia – Ribeirão Preto/SP AGOSTO 13 a 16 – Curso/Treinamento de Vasos de Pressão - Ribeirão Preto/SP SETEMBRO 10 a 13 – Curso/Treinamento de Gestão de Projetos - Ribeirão Preto/SP 26 e 27 - Curso de Moenda e Difusor – Ribeirão Preto/SP OUTUBRO 17 e 18 – Curso de Manutenção Preditiva e Inspeção de Equipamentos – Ribeirão Preto/SP A DEFINIR • Curso de Tratamento de Caldo, Filtragem e Fermentação • Curso de Automação e Produção Industrial


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Equipamentos de precisão atualizam os laboratórios das indústrias A Alem Mar é uma empresa fornecedora de uma vasta gama de instrumentos para laboratório, cuja origem está fortemente ligada ao setor sucroenergético, pois os primeiros instrumentos e equipamentos que a empresa importou quando fundada há mais de seis décadas atrás, foram justamente por demanda das usinas da época. Atualmente, sua linha de instrumentos e equipamentos de medição abrange vários setores de atividade. Entre outros produtos para o setor sucroenegético, a empresa ressalta sua parceria com a Bellingham + Stanley Ltd., empresa sediada no Reino Unido, distribuindo sua linha de produtos e mantendo uma equipe de assessoria científica altamente especializada para auxiliar seus clientes. Destacam-se entre os produtos desta linha, o Sacarímetro automático ADS480 NIR para uso tanto nas indústrias sucroalcooleiras quanto em centros de pesquisa. O equipamento é dotado de um conjunto ótico de alta qualidade, que permite leituras de concentração de açúcar em comprimento de onda na região do infravermelho, sem necessidade de adição de clarificadores às amostras, bastando a filtragem para a retirada de partículas sólidas, o que o torna bastante prático e eficaz. A Alem Mar também dispõe do conjunto Sacarímetro ADS420 e Refratômetro RFM712, ambos da Bellingham + Stanley, utilizados na análise de Brix e sacarose para pagamento de cana (PCTS). Empregando componentes eletrônicos de última geração, esses instrumentos permitem medições de amostras com baixa transmitância. Os resultados são medidos e mostrados continuamente, permitindo fácil percepção e estabilidade da leitura. No Brasil os usuários da Bellingham + Stanley contam com a Alem Mar para um pós-venda altamente

Linha Bellingham e Stanley para a indústria sucroenergética

habilitado nas mais sofisticadas inovações tecnológicas, e uma equipe técnica treinada pelo fabricante, contribuindo para um atendimento diferenciado, preciso

e de qualidade, coerente com a tradição de uma empresa de mais de 65 anos dedicados à instrumentação analítica. (FPM)


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Atividades do laboratório se multiplicam Usinas modernas exigem várias atividades laboratoriais Com a ampliação da produção pelas usinas e o surgimento de novas técnicas na lavoura, o laboratório passou a expandir sua atuação para além da área industrial. Análises de solo passaram a receber atenção para que se fizesse a adubação e correção adequadas a cada fração da área agrícola, de modo a aumentar a produtividade da lavoura e ao mesmo tempo utilizar fertilizantes e corretivos de forma mais adequada. Dependendo da extensão da área agrícola, as análises de solo passaram a demandar um volume de trabalho que muitas vezes não era comportado pelo laboratório industrial, tornando-se necessária a criação de um laboratório somente para as atividades agrícolas. Com o surgimento do controle de pragas por métodos biológicos, através de insetos que naturalmente atacam pragas, como a broca-da-cana, surgiu uma nova atividade paralela à agrícola, que foi a multiplicação desses insetos para que depois atuem na lavoura. Na produção do etanol, surgiu a necessidade de se controlar a atividade das leveduras, sua viabilidade e a presença de microrganismos infectantes no mosto que possam diminuir o rendimento da fermentação. Assim, mais uma vez, o laboratório da indústria expandiu suas atividades, passando a executar análises microbiológicas. A crescente mecanização da lavoura e o uso de equipamentos que fazem uso de lubrificação também na indústria, juntamente com a preocupação com custos, motivou diversas unidades produtoras a montar um laboratório específico para a análise de lubrificantes, possibilitando um melhor controle da sua efetividade,

Multiplicação de insetos para controle biológico

reduzindo trocas aleatórias e prolongando a vida útil dos equipamentos com ganhos consequentes em rentabilidade. Mas de todas essas atividades, certamente foi a adoção do pagamento da cana pelo teor de sacarose que motivou a

descentralização das atividades do laboratório industrial, tanto pelo volume de processamento necessário, como pela necessidade de estar próximo à recepção de cana na indústria. (FPM)


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Espectrometria de massas auxilia na obtenção de etanol 2G Embrapa usa equipamento para identificar substâncias geradas por leveduras

Vidrarias e reagentes são essenciais nos laboratórios Todo laboratório necessita de vidrarias e reagentes para poder executar suas múltiplas funções. Na indústria sucroenergética não é diferente. É fundamental para que os trabalhos corram da melhor forma possível que todo o material esteja disponível e que os reagentes sejam adequados e possuam qualidade assegurada. A Rezenflex Produtos para Laboratório é uma empresa que atua há 8 anos na distribuição de produtos para laboratório, como: reagentes, equipamentos e acessórios para todo o Brasil. Ao longo deste período a empresa firmou parcerias com os mais conceituados fabricantes do mercado. A alta qualidade dos produtos e a agilidade do atendimento em função dos estoques localizados em diferentes regiões do país, possibilitam o atendimento das necessidades dos laboratórios da indústria sucroenergética de forma adequada às necessidades. Na área de reagentes a empresa

trabalha com Ácidos, Hidróxidos, Solventes, Corantes, Indicadores, Soluções, entre outros de marcas reconhecidas no mercado, como: Merck, Carlo Erba, F. Maia, Vetec, JT Baker Synth, Dinâmica, Digimed, Difco e Cinetica. A empresa também oferece uma linha completa de vidrarias e acessórios como: Vidrarias Calibradas, Porcelanas, Plásticos, Metais, Carrinhos da CAR LAB®, Termômetros, Produtos em Aço Inox. Entre as marcas fornecidas estão a Pyrex, Vidrolabor, Schott, Uniglas, Sartorius, Chiarotti, J. Prolab, Nalgon, Incoterm, HG, TechVision, Schleicher & Schuell e Sartorius. A Rezenflex também dispõe de uma linha de equipamentos das marcas Digimed, Quimis, Fisatom, Atago, Digipet, Equitherm, Optilab, Brand e outros. São agitadores mecânicos e magnéticos, balanças, condutivímetros, homogenizadores, mantas aquecedoras, medidores pH, moinhos, placas aquecedoras, refratômetros e outros. (FPM)

A espectrometria de massas é uma das ferramentas em que a Embrapa Agroenergia, sediada em Brasília-DF, está investindo para obter resultados mais rápidos e precisos nas pesquisas que realiza. Com o objetivo de melhorar a qualificação da equipe, a pesquisadora Patrícia Abdelnur e o analista José Antônio Ribeiro, estiveram na Alemanha, onde participaram de treinamentos na empresa Bruker, fabricantes de equipamentos analíticos e realizaram visitas técnicas a unidades do Max Planck Institute. Tanto no treinamento na Bruker quanto nas visitas técnicas às unidades do Max Planck, os profissionais da Embrapa Agroenergia tiveram como principal objetivo a busca de subsídios para as pesquisas da unidade que utilizam a metabolômica. Esta é utilizada para estudo dos produtos do metabolismo de um organismo. “Esta é uma etapa importante nas pesquisas porque a espectrometria de massas aplicada a amostras com número elevado de compostos, como em estudos focados em metabolômica, gera muitos dados que precisam ser processados e analisados com recursos de bionformática”, explica a pesquisadora. Em um dos projetos de pesquisa, por exemplo, os cientistas a utilizam a metabolômica para identificar as substâncias geradas pelas leveduras durante a produção do etanol a partir de diferentes tipos de açúcares. Os pesquisadores utilizarão os dados obtidos para definir alvos de melhoramento

Pesquisadores da Embrapa no Max Planck Institute

genético dos microrganismos, de modo a empregá-los de forma eficiente na produção de etanol celulósico, que também é chamado de segunda geração ou 2G. Nos trabalhos com etanol, os pesquisadores utilizarão a espectrometria de massas para desenvolver metodologias ultrarrápidas e com menor geração de resíduos para caracterizar matérias-primas promissoras para produção do combustível a partir de celulose e hemicelulose como o bagaço de cana e o capim-elefante. A principal vantagem da espectrometria de massas é o fato de ser mais sensível e seletiva do que outros métodos. Além disso, não exige grandes quantidades de amostras, podendo trabalhar até com concentrações menores do que as nanomolares. Dessa forma, é mais amigável ambientalmente, já que utiliza menos solventes e reagentes, gerando menos resíduos. (FPM)


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Planetários participam ativamente da eficiência industrial Redutores planetários da TGM completaram oito safras em operação FULVIO PINHEIRO MACHADO CONSULTOR

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JORNALCANA

Através de ações e soluções que visam a maximização dos resultados energéticos, a eficiência industrial é um dos objetivos mais almejados, principalmente nas unidades que comercializam energia elétrica na forma de cogeração ou necessitam reduzir o consumo interno em um programa de otimização. O sistema de extração do caldo está cada vez mais eficiente, não só pelo maior cuidado com a configuração das moendas, mas também através da eletrificação e individualização dos acionamentos por redutores planetários, é o que afirma Vicente Júnior, Coordenador Comercial da TGM Transmissões. “Ao compararmos os rendimentos dos acionamentos dos planetários com outras tecnologias, há uma grande e indiscutível vantagem para os acionamentos com planetários rolo a rolo, podendo ter ganhos de eficiência de até 17%, transformando essa diferença em energia elétrica para comercialização”, complementa. No final de 2012, os planetários TGM completaram oito safras em operação, o que

Planetários TGM na unidade Conquista do Pontal da Odebrecht Agroindustrial

constitui um montante de mais de 1.300 equipamentos em pleno funcionamento nestes anos. Em condições normais, a manutenção dos planetários é planejada ao final do ciclo de cinco safras, sendo realizada uma revisão padrão com a substituição dos itens sujeitos a desgaste normal, como retentores, rolamentos e filtros. Nesta última manutenção de entressafra foi a vez dos redutores, que completaram este ciclo de cinco anos. No

entanto, após laudos técnicos realizados em equipamentos de vários clientes, muitos planetários se mostraram estar em perfeitas condições para operar em mais uma safra, sem necessidade de manutenção, devido às ótimas condições em que se encontravam. “Os redutores destes clientes tiveram sua vida nominal estendida, sem necessidade de manutenção, por seguirem corretamente as orientações técnicas de operação do equipamento, respeitando os limites preconizados de fator de serviço

(torque), além de serem assistidos por manutenção preventiva e preditiva, nos cuidados com o óleo lubrificante, trocas de filtros, hibernação feita corretamente nas paradas e outros detalhes constantes das recomendações técnicas do manual de operação”, explica Júnior. “O fato desses redutores realizarem mais uma safra, por estarem em ótimas condições, atesta a qualidade, a performance e a confiabilidade dos planetários TGM”, finaliza Júnior.


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Peneiragem dupla possibilita um caldo misto mais limpo O aumento do índice de preparo de cana (open-cells) pelos modernos sistemas de preparo de cana com desfibradores foi vantajoso, pelo maior índice de extração obtido no conjunto de moendas, no entanto, também aumentou a preocupação com o bagacilho no caldo extraído. A primeira tentativa de se eliminar este problema foi através do uso de peneiras estáticas, mas rapidamente se percebeu que sua limpeza era dificultosa e a presença de áreas mortas na circulação de caldo, se tornaram um foco de infecção, com a proliferação de microrganismos. Além disso, como apresentavam uma vazão limitada, era necessário a montagem de uma bateria de peneiras, sendo maior o número delas, quanto maior fosse a moagem. Essa situação só foi resolvida com o advento das peneiras rotativas, que além de possuírem maior área, permitiam uma limpeza e assepsia adequadas. A Equilíbrio, empresa de Sertãozinho-SP, ao longo dos anos tem desenvolvido sua linha de peneiras especialmente projetadas para a filtragem do caldo misto, inclusive fabricando as telas de ranhuras longitudinais em aço inoxidável, que

conferem maior robustez e imunidade à corrosão. Um aperfeiçoamento desse sistema foi o uso de uma segunda peneira, com tela de malha mais fina, operando à pressão. Deste modo a taxa de retenção de sólidos aumentou adicionalmente em 60%, em minerais e matéria orgânica, representada pelo bagacilho. Segundo Carlos Alberto Jorge, diretor da Equilíbrio, “ são muitos os ganhos proporcionados por um segundo peneiramento utilizando a PRP - Peneira Rotativa à Pressão. Com a retenção dos bagacilhos e minerais que prejudicavam o restante do processo é possível identificar menor manutenção nos trocadores de calor, nas bandejas da coluna de destilação e também nas centrífugas de vinho. Analisando a fermentação, identificamos ainda, menos impurezas no mosto, melhorando a eficiência da fermentação”. Acrescenta, “em um teste efetuado pela Fermentec, observou-se que houve o aumento na concentração de levedo nas centrífugas de vinho, menor desgaste dos bicos nas centrífugas e a redução dos insumos utilizados nos processos de produção de etanol, como polímeros, dispersantes e espumantes”. (FPM)

Peneira Rotativa à Pressão em operação


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Inovações aumentam a performance do preparo e extração A Simisa tem fornecido ao mercado, com tecnologia da Empral Piracicaba, moendas para cana e para secagem em difusores que possuem uma série de características inovadoras tanto em materiais como em técnicas construtivas. A primeira dessas características pioneiras é o cabeçote hidráulico sem bucha de bronze, dotado pistão revestido com Carbodur 135, uma técnica de revestimento que aumenta a resistência ao desgaste e permite um fino acabamento. As rótulas são esféricas e o cabeçote é montado com chavetas inclinadas, assegurando a rigidez do conjunto nos castelos e facilitando a operação de desmontagem, resultando em menor manutenção. A área de regulagem foi aumentada significativamente para proporcionar uma maior capacidade de moagem. Os eixos são projetados para serem mais robustos, com maior fator de serviço e utilizando raios longos que são usinados em máquinas de controle numérico (CNC), diminuindo consequentemente o nível de tensões A moenda possui vedação hermética, construída completamente em aço inoxidável, com borracha nitrílica revestida com teflon, para se obter maior vida útil dos casquilhos e eixos. O fundo dos dentes dos rodetes de acionamento são usinados, o que reduz a probabilidade de trincas prematuras, contribuindo dessa maneira para o

Moenda Simisa/Empral representa o estado da arte

aumento da durabilidade desse componente. Os rolos da moenda são fornecidos ao cliente completamente montados, com mancais, vedações, rodetes e demais

componentes, tornando desnecessária a ajustagem no local da instalação, o que agiliza o processo de montagem e reduz custos. As flanges do rolo superior são

fornecidas já revestidas com solda dura, o que amplia sua vida útil e torna desnecessária essa operação na usina. As moendas Simisa/Empral são capazes de atingir um índice de 97,5% de extração e são fornecidas em tamanhos que vão desde 900 x 1.400mm (35” x 55”) até 1.570 x 2.650mm (62”x104”), sendo esta última uma das maiores já fabricadas a nível mundial, capaz de moer 47.000 TCD em um único conjunto de moagem, e foi fornecida à Unidade Eldorado da Odebrecht Agroindustrial, localizada em Rio Brilhante-MS. A Simisa/Empral também fabrica moendas especiais para secagem em sistemas de extração dotados de difusor. Para tanto, essa linha possui um dimensionamento diferenciado que possibilita o trabalho com pressão hidráulica mais elevada, eliminando a necessidade de um segundo terno. Além da linha de moendas, a Simisa/Empral também fabrica o DVU, um desfibrador apropriado para usinas que moem integralmente cana picada oriunda da colheita mecanizada. O DVU dispensa o tradicional jogo de facas que antecede o desfibrador e possibilita que a alimentação de cana seja feita por esteira de lona, tornando desnecessária a esteira metálica que é convencionalmente utilizada na função de transportar a cana da recepção até ao primeiro terno de moenda. (FPM)


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Sistema permite obter uniformidade da recepção à extração Os equipamentos dos setores de Recepção, Preparo e Extração têm-se evoluído consideravelmente nos últimos anos possibilitando, tanto em moendas como em difusores, atingir novos patamares de capacidade e extração. Em grande parte, estes resultados foram obtidos não só pela evolução tecnológica no projeto e construção desses equipamentos, mas também pela implantação de sistemas de automatização que permitiram um controle “fino” de todos os parâmetros importantes para

Marcelo Bovo, da Run Time

maximizar tanto a capacidade de moagem como a extração de caldo. A Run Time Automação é uma das empresas que tem se dedicado ao desenvolvimento de projetos e integração de equipamentos de automatização para os setores de Recepção, Preparo e Extração nas modernas usinas sucroenergéticas. Em termos básicos, seu Sistema de Controle para Moendas MD-RT-1000 atua na velocidade da mesa alimentadora e nas esteiras de cana de forma a uniformizar a alimentação de cana tanto em moendas, como em difusores. Nas moendas, através de sensores capacitivos instalados nos alimentadores Donelly, o sistema atua na velocidade das turbinas ou nos motores elétricos do acionamento de maneira a evitar tanto sobrecargas de alimentação que poderiam resultar em embuchamentos, como falta de cana, o que diminuiria a quantidade de matéria-prima processada por unidade de tempo. O Sistema MD-RT-1000 da Run Time é baseado em um ou mais CLPs (Controladores Lógicos Programáveis) e diversos tipos de sensores aplicáveis aos pontos de referência para o controle e proteção, como os de velocidade e temperatura. A comunicação com sistemas supervisórios, autônomos ou fazendo parte de um COI-Centro de Operações Integradas, é efetuada por redes operando em protocolos de comunicação industriais, como o Modbus RTU, por exemplo. Todas as variáveis e ações de controle e intertravamento são configuráveis pelo usuário, assim como as telas de operação, que mostram as diversas variáveis do processo e alarmes em situações de emergência. (FPM)

Difusores Sermatec Zanini

Difusores concorrem com as moendas no setor de extração Nos projetos de implantação de usinas do tipo “greenfield” e também na remodelação de usinas existentes com o intuito de aumentar a produção de energia a partir da queima do bagaço, gerando excedentes comercializáveis, os difusores têm sido uma opção para equipar o setor de extração das usinas produtoras de açúcar e etanol em substituição aos tradicionais conjuntos de moenda. A Sermatec Zanini, localizada em Sertãozinho-SP, que fabrica uma extensa linha de produtos para as usinas sucroenergéticas, produz difusores de até 15.000 TCD que operam através de correntes que arrastam lentamente o colchão de cana desfibrada sobre o fundo do difusor, que é dotado de placas perfuradas para permitir o escoamento do caldo à medida que o colchão de cana progride no interior do difusor. O caldo é aquecido e retorna a um ponto anterior no sentido longitudinal do equipamento para realizar a embebição do colchão de cana e o processo de difusão. No percurso da cana, afofadores acionados por motores elétricos revolvem o colchão para evitar a compactação e surgimento de caminhos preferenciais que podem afetar a eficiência da operação.

A Sermatec Zanini destaca que entre as vantagens no uso desse tipo de equipamento estão a maior eficiência na extração de caldo, que atinge o patamar de 98%, e a menor necessidade de energia, pois o difusor usa apenas 3% da energia mecânica total necessária em um conjunto convencional de moendas de seis ternos acionados por turbinas a vapor de simples estágio. Considerando uma fibra de 12.5% na cana, essa economia representa um ganho de aproximadamente 10 MW por cada 1.000 toneladas de cana processada pelo difusor. que é estimada em torno de 30% da necessária às moendas convencionais. Embora não prescindam das moendas para os processos de desague e secagem do bagaço, o difusor também apresenta um custo de manutenção significativamente menor, da ordem de 35 a 40% quando comparado a um conjunto de moendas. Um outro aspecto vantajoso aos difusores é a simplificação das obras civis, pois eles podem ser montados ao tempo, sem a necessidade de prédios para cobertura, nem de bases reforçadas, como as utilizadas para o conjunto de moendas, o que reduz consideravelmente os custos de implantação. (FPM)


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Surgem novas opções para acionamento de moendas Para cada usina existe um modelo de negócio adequado. Buscar a melhor eficiência produtiva depende das escolhas dos equipamentos críticos e para o Setor de Extração este fator recai em tipos de acionamentos. “Quando avaliamos o portfólio e desempenho nas vendas dos redutores, a Renk Zanini se destaca com equipamentos que possuem alto torque, o que significa efetivamente a transmissão de torque, não como assist drives” afirma Jamile Golfetto, gerente de marketing. Para as moendas com alta capacidade, como é uma tendência atual, os redutores tendem a ser mais robustos e todo o processo de desenvolvimento e fabril é diferenciado, pois o redutor é concebido visando altas exigências de torque. “A Renk Zanini fabrica todos os tipos de acionamentos para moendas, tanto Paralelos como Planetários. Para o acionamento Central, o redutor de eixos paralelos com divisão de torque Torqmax® possui mais de 22 safras em operação, com mais de 270 unidades vendidas; o equivalente a 1.350 redutores planetários, e todos em plena operação, com reconhecido histórico de desempenho, sem parada ao longo destes anos”, explica a gerente de marketing. “Com a internacionalização da gestão das usinas, o resultado do investimento de longo prazo tem sido fator preponderante nas decisões, e neste quesito o redutor Torqmax 2.0® se destacou nas vendas tanto no mercado interno como externo. Nossa base instalada de redutor Torqmax® representa uma capacidade de moagem de 125 milhões de tonelada/ano (TCA), conforme cálculo de consultores e da engenharia de aplicação da Renk Zanini. Os números da capacidade de extração demonstram a robustez do produto e sua aplicação no acionamento principal das moendas” destaca Golfetto. Para acionamento Central, com redutor planetário, a Renk Zanini lançou em 2012, o Pentamax 2.0 e o Fleximax 2.0

Planetários Pentamax 2.0 instalados na usina Seresta, AL

para acionamentos rolo a rolo. “A ideia de desenvolver os novos produtos surgiu devido à dúvida do mercado em utilizar redutores paralelos ou planetários, e com o lançamento foi possível unir o que cada um tem de melhor e complementar toda a linha de acionamentos, atualizando-os tecnologicamente”, explica Golfetto. A nova versão possui primeiro estágio de redução com eixos paralelos e todos os porta-planetas são suportados por rolamentos, "conferindo maior robustez ao

produto frente às oscilações de carga. Houve ainda uma otimização estrutural do conjunto através de análises por elementos finitos, resultando em maior robustez nos pontos de maior exigência e esforços; e há janelas de inspeção em pontos estratégicos que facilitam a inspeção de rotina", explica o gerente de inovação e tecnologia, Gustavo Weber. Jorge Zampollo, gerente de aplicação destaca ainda os redutores para Difusor: “Com eixos coaxiais, estágios planetários,

fixados no eixo do Difusor, acionado por motor elétrico, com giro da carcaça impedido através do braço de torque fixado à fundação de concreto. Suas principais características são: construção compacta, baixo peso , alta confiabilidade de operação, excelente desempenho, alto rendimento , alta durabilidade, baixo índice de manutenções, comprovadas através de acompanhamento das diversas unidades em operação desde 1985”.


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Aquisição de rolamentos deve avaliar diversos fatores Produto exige cuidados durante manuseio, instalação e lubrificação para que desempenho seja satisfatório RENATO ANSELMI, FREE

DE

LANCE PARA O

CAMPINAS, SP

JORNALCANA

A aquisição de rolamentos de qualidade é essencial para o funcionamento adequado de diversos equipamentos que integram as plantas industriais de usinas e destilarias. O processo de fabricação, o tratamento térmico do material empregado e a pureza do aço são itens de extrema importância que precisam ser considerados na escolha desses produtos, segundo o engenheiro de aplicação da área mecânica Rodrigo de Paula Pereira, supervisor de Engenharia da NSK Brasil. Além disso, a precisão dimensional, a

embalagem, a qualidade do lubrificante – no caso de rolamentos blindados e vedados – são outros aspectos que devem ser levados em conta, afirma. Por serem componentes mecânicos de alta precisão, os rolamentos exigem diversos cuidados durante o seu manuseio, transporte e armazenamento. Se isto não ocorrer, mesmo que sejam utilizados produtos de elevada qualidade, o desempenho esperado poderá não ser obtido, de acordo com Rodrigo Pereira. É fundamental, por exemplo, que o produto e a área adjacente sejam mantidos mais limpos possível. “A sujeira, inclusive a invisível a olho nu, apresenta efeito nocivo sobre os rolamentos”, observa. “Choques pesados durante o manuseio dos rolamentos provocam escoriações e esmagamentos, que resultam em falhas. Em casos extremos podem ocorrer lascamentos e trincas”, detalha. As mãos devem estar sempre limpas – afirma – para o manuseio de rolamentos, pois a transpiração pode se tornar a causa da oxidação. “Se possível,

usar luvas”, diz. O supervisor intervalos para relubrificação de Engenharia da NSK por meio da investigação das recomenda a utilização de propriedades do lubrificante e ferramentas apropriadas da avaliação de fatores, como: para a manipulação de temperatura de operação, rolamentos, sem improvisos. vibração e ruído. A instalação – correta Nos períodos de inspeção ou não – também afeta a da máquina e substituição de precisão, a vida e o peças é necessário verificar – desempenho dos rolamentos, esclarece – as condições da Autocompensadores constata Rodrigo Pereira. Os pista para a checagem da de rolos esféricos rolamentos devem ser existência de danos. “É preciso desembalados – orienta – confirmar se o rolamento pode ser somente no momento da realização da ‘reutilizado’ ou deve ser substituído”, diz. A instalação. É preciso verificar também a lubrificação também interfere na vida útil do limpeza, dimensões e acabamento das peças rolamento. “Deve ser usado lubrificante conjugadas. Todas as recomendações adequado, na quantidade correta e no técnicas de instalação e lubrificação devem momento exato”, afirma o supervisor de ser seguidas de maneira criteriosa. Engenharia da NSK, que disponibiliza para A realização de inspeção periódica do o setor sucroenergético rolamentos produto para que seja maximizada a vida autocompensadores de rolos esféricos Série útil dos rolamentos é outra recomendação do HPS, rolamentos de rolos cilíndricos Série engenheiro da NSK. Durante a operação, a EM-EW, rolamentos de esferas de contato inspeção tem a finalidade de determinar o angular Série HPS, rolamentos fixos de período de substituição dos rolamentos e esferas, entre outras opções. (RA)

Rolamentos devem receber cuidado especial Recuperação muda paradigmas e gera economia nos setores de recepção, preparo e extração Reforma corrige diversos tipos de problemas em mais de 80% dos casos, ampliando a vida útil de rolamentos A recuperação de rolamentos mudou paradigmas no setor sucroenergético, afirma o engenheiro químico Weber Capozzi, diretor da Intacta Rolamentos, que criou e desenvolveu tecnologia para o reaproveitamento deste produto, que é utilizado em difusor, redutor de moenda, peneira rotativa, centrífuga de açúcar, picador, desfibrador, entre outros equipamentos. Mais de 5.000 rolamentos foram reformados pela empresa nos últimos três anos, o que proporcionou uma economia de R$ 60 milhões para o setor, segundo o diretor da Intacta. A empresa já atendeu mais de 300 usinas. A disponibilidade do equipamento, no caso de recuperação, ocorre num prazo mais curto – compara – em relação ao tempo necessário para a compra e recebimento de um novo produto. A reforma resolve os problemas em mais de 80% dos casos – enfatiza –, garantindo no mínimo uma vida útil a mais para o rolamento. “A grande maioria dos nossos clientes já reformou mais de duas vezes”, diz. Mas, existe caso de reaproveitamento de rolamento por seis vezes, informa Weber Capozzi. O processo de recuperação corrige diversos tipos de problemas, como desgaste provocado por carga concentrada, folga na gaiola ou no anel superior, oxidação e desgaste nos rolos, superaquecimento, alta rugosidade, fadiga. O custo da reforma é variável, mas

Rolamentos de esferas de contato angular

pode representar uma economia de até 80% em relação à aquisição de um produto novo. De acordo com o diretor da Intacta, além das vantagens econômicas, a reforma de rolamentos apresenta um balanço ambiental bastante positivo. Em comparação ao processo de fabricação de um produto novo, a recuperação gera economia de energia de 96% a 98%. A economia de massa é de 98% e a redução na geração de resíduos, acima de 96%. O consumo de água, equivalente a menos de 2% em relação ao que é gasto na fabricação, é voltado apenas – detalha para lavar o rolamento com a finalidade de retirar graxa. “A geração de gases poluentes é zero na recuperação, enquanto há uma geração grande de CO2 e outros tipos de gases na produção do novo”, afirma Weber Capozzi, que fez mestrado em engenharia de materiais na área de recuperação de rolamentos de aços especiais na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). (RA)

Nos setores de recepção, preparo e extração das usinas são empregados um grande número de equipamentos rotativos, como: motores, redutores, esteiras, entre outros, que trabalham em condições severas. Esses equipamentos, em sua grande maioria, empregam rolamentos em seus acionamentos. Sendo partes vitais desses equipamentos, onde qualquer falha pode implicar em paralisação, ou mesmo quebra, os rolamentos devem receber uma atenção especial, não só em sua instalação, mas também quanto à sua procedência. Entre as técnicas existentes para se manter em ordem esses componentes, as análises de vibração são particularmente úteis na determinação da condição de operação dos múltiplos rolamentos instalados. É desnecessário dizer que esses componentes devem trabalhar na faixa de temperatura especificada pelo fabricante e contar com uma lubrificação adequada, isenta de contaminantes. De posse dos dados organizados em um software de manutenção preditiva é possível determinar um histórico da vida útil dos rolamentos, prevendo-se não só sua substituição antes que possa apresentar falhas, mas também comparar modelos de diversos fabricantes e se estabelecer o tipo ótimo a ser usado para cada aplicação. A aquisição de rolamentos para reposição requer um fornecedor de idoneidade reconhecida. Como exemplo, a Cobra Rolamentos possui atendimento diferenciado e cobertura nacional através de 22 unidades estrategicamente distribuídas nas principais cidades brasileiras e vem se expandido com a inauguração de novas filiais para estar cada vez mais perto de seus clientes, colaborando com a redução de itens de reposição nas usinas, pois mantém um

Rolamentos são partes vitais dos equipamentos rotativos

estoque diversificado sob demanda para seus clientes, acessado online por seus representantes comerciais. Isto facilita sobremaneira o atendimento das necessidades de seus clientes em tempo reduzido. Em relação aos acionamentos, outro item relevante se refere aos diversos tipos de acoplamentos utilizados, que não só devem estar conformes com a aplicação, mas também serem observadas suas características de desalinhamento permitidas, para que não sofram ruptura ou quebra prematura por estarem operando fora das especificações dos fabricantes. Acoplamentos “caseiros” ou inapropriados para a aplicação podem causar danos ou abreviar severamente a vida útil de equipamentos, com elevados custos de reparação e de horas paradas. Vale também a observação de que estes itens críticos para a boa operação devem ser adquiridos de fornecedores idôneos para que tenham o desempenho e a durabilidade prevista. (Fulvio Pinheiro Machado)


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Câmara aprova subsídio de R$ 0,40/litro para produção de etanol no NE GUSTAVO LIMA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Produtores de etanol e fornecedores de cana amargam prejuízos, mas seguem confiantes com pautas ANDRÉIA MORENO,

DA

REDAÇÃO

No último dia 10 de abril, a aprovação da medida de incentivo à produção de etanol do Nordeste causou euforia na classe produtora da região, apesar do clima de tristeza com a segunda safra consecutiva de seca intensa. O texto incluso na Medida Provisória 594/12 foi aprovado em Plenário mesmo diante de ressalvas da oposição, que o havia rejeitado da MP 587/12. Segundo o documento, a União fica autorizada a conceder diretamente aos produtores de etanol, ou por meio de suas cooperativas ou sindicatos, R$ 0,40 por litro de etanol produzido e comercializado na safra 2011/12. Renato Cunha,

Câmara dos Deputados votando Medida Provisória 594/12

presidente do Sindaçúcar/PE, explica que por 363 votos a 92, a medida agora segue para o Senado e para aprovação da presidente Dilma Rousseff. “Confiamos que o Senado e a presidente se sensibilizarão com nosso pleito. A cana é um dos principais pilares da economia do Nordeste. Não queremos abrir mão de nossa atividade, depois de mais de 400 anos de história. O etanol possui diversos benefícios ambientais e ainda sofre com os problemas de competitividade com a

gasolina. A Câmara entendeu a necessidade de investimentos na recuperação e manutenção da safra atual e da próxima, que sofrerá com a falta de chuvas”, lembra Renato Cunha. O Sindaçúcar admite que 77 usinas do Norte-Nordeste poderão ser beneficiadas, sendo 15 delas de Pernambuco. Os parlamentares ressaltaram que a proposta vai garantir a manutenção dos empregos do setor na região, que gera mais de 300 mil postos de trabalho.

O autor da emenda que incluiu o subsídio na MP, o deputado Raimundo Gomes de Matos, revelou que a medida vai garantir a manutenção de empregos, além de manter o PIB do Nordeste. O subsídio vale para as usinas localizadas nas áreas de atuação das Superintendências de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da Amazônia (Sudam). Já o deputado Mendonça Filho disse que o governo pode ser responsabilizado pela crise dos produtores de etanol, que segundo ele, é decorrente do intervencionismo indevido praticado pelo governo, que segura o preço do etanol. Apenas o PT e o PSOL votaram contra o subsídio. O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia, argumentou que nem sempre o que é justo cabe no orçamento. A MP 594 foi editada pelo governo para ampliar em R$ 85 bilhões o limite de financiamento do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O texto aprovado em Plenário incluiu diversos pontos na MP.

Senado aprova subvenção do NE Método identifica plantas complementares à produção

E por falar em benefícios, a situação dos fornecedores de cana do Nordeste não é boa, já que no dia 3 de abril, após a presidente Dilma Rousseff anunciar ações para amenizar prejuízos provocados pela seca nordestina, a votação de projeto de lei que autoriza subvenção a agricultores da região foi travada por senadores governistas. O projeto, é originário da medida provisória 587, que libera auxílio emergencial aos agricultores afetados pela maior estiagem dos últimos 50 anos, não foi votado pelos parlamentares na ocasião e seguia trancada no Senado até um novo encontro. No dia 4 de abril, após acordo entre líderes parlamentares no Senado Federal, o projeto de lei foi aprovado. Agora a MP segue para sanção da presidente Dilma Rousseff. Para o presidente da Asplan da Paraíba, Murilo Paraíso, esta foi uma conquista importante para o setor canavieiro, que ainda sofre com as perdas causadas pela seca. “Esta decisão foi muito importante para todos os canavieiros nordestinos que estão amargando as perdas. Temos alguns produtores paraibanos, por exemplo, que tiveram quebra de mais de 50% em sua safra este ano por falta de chuva e tudo indica que, para esses produtores, a próxima safra também está comprometida. Alguns já perderam 30% de seus campos porque a chuva ainda não veio a contento”, explicou o dirigente. O presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Alexandre Andrade Lima, aproveitou para dizer que confia no discernimento da Presidência da República para a sanção da matéria rapidamente. “Agradecemos a decisão dos senadores e confiamos na sanção

Murilo Paraíso: conquista importante para o setor que sofre com perdas causadas pela seca

presidencial o mais breve possível”, ressaltou, agradecendo o apoio dos senadores e, em particular, ao deputado federal Pedro Eugênio (PT-PE), autor da emenda que incluiu a ajuda emergencial aos canavieiros na MP 587. A Câmara dos Deputados aprovou a MP 587/12 no dia 19 de março. O setor teve uma perda na produção de quase 40% em função da estiagem que atingiu o Nordeste no ano passado. Essa seca também foi considerada a pior dos últimos 40 anos, de acordo com a Asplan. A Unida explica que cerca de 21 mil fornecedores nordestinos de cana atingidos pela seca podem ser beneficiados com a MP 587. Segundo a proposta, cada pequeno e médio agricultor será beneficiado com R$ 10 por tonelada de cana fornecida às usinas na safra 2011/12, limitada a 10 mil t. (AM)

Pesquisas miscanthus também pode comprovam que sozinho, ser uma boa proposta o setor sucroenergético para o sul do Brasil, que brasileiro não será capaz tem clima temperado e é de suprir a demanda onde esta espécie cresce mundial por bem”, diz. biocombustíveis, por isso A equipe fez um estudiosos têm avaliado as levantamento por meio de melhores plantas para publicações de quanto se complementá-la. produz em toneladas/ha Descobertas recentes em média no mundo das sobre as plantas que principais culturas podem ser consideradas candidatas a produtoras alternativas e de bioetanol; sobre o Marcos Silveira Buckeridge: Cana complementares à comprimento dos ciclos, necessita de um contexto político produção de etanol, quanto entra e sai de favorável para avançar obtido a partir da energia e sua razão para biomassa, são apresentadas por Marcos cultivá-las. “Dividimos esses valores pelo Silveira Buckeridge, professor do Instituto de número de meses do ciclo da planta e Biociências da Universidade de São Paulo, multiplicamos pelo valor de produção, ou condutor de um estudo sobre as seja, a razão entre a entrada e saída de “Perspectivas para a pesquisa sobre o energia para cultivar essa planta, dividimos bioetanol no Brasil e os principais avanços pelo cumprimento do ciclo, e multiplicamos obtidos em experimentos com genes capazes pelo rendimento. Descobrimos que quanto de aumentar a produção de biomassa de mais longo o ciclo, menos produzirá no ano”, plantas como milho, arroz, sorgo, lembra. miscanthus e beterraba açucareira”. Na prática, explica o pesquisador, os Buckeridge e a equipe no Instituto Nacional resultados mostram que ao se verificar várias de Ciência e Tecnologia do Bioetanol - um características agrícolas relacionadas à dos INCTs estabelecidos no Estado de São produtividade, entrada e saída de energia de Paulo em parceria do Conselho Nacional de cada sistema agrícola, uso de água no sistema Desenvolvimento Científico e Tecnológico e o ciclo das plantas produtoras de etanol, a (CNPq) com a Fapesp - desenvolveram o cana não é necessariamente a melhor espécie Crop Bioenergy Performance Index (CBPI), vegetal para produzir bioenergia no planeta. um índice para avaliação do desempenho de “Na realidade, o sucesso de cada espécie cada uma delas na produção de bioenergia. depende mais de onde a planta está sendo “Até o momento percebemos que o usada e de quanto ela está inserida dentro do sorgo tem superado os demais índices, tanto sistema socioeconômico e político local”, em rendimento como em tempo de ciclo. O ressalta. (AM)


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ABAIXO O DESPERDÍCIO! Unidades encontram meios de economizar e reduzir em até 50% o consumo de água ANDRÉIA MORENO,

DA REDAÇÃO

A água é um bem natural de suma importância para o mundo. Por isso, diversas iniciativas e melhorias têm sido implementadas com o objetivo de reduzir e otimizar o consumo desse recurso, e preservar cada vez mais o meio ambiente. No setor sucroenergético alagoano, uma usina, há cerca de seis anos, conseguiu reduzir seu consumo de água em 50%.

Valdir Costa, coordenador de sistema de gestão ambiental da Coruripe

Trata-se da Coruripe, que por meio de tecnologias industriais e agrícolas conseguiu passar de um consumo de 10 mil m³/hora para 5 mil m³/hora. Segundo Valdir Costa, coordenador de sistema de gestão ambiental da Coruripe, para a significativa redução, a empresa implantou spray de refrigeração das águas oriundas das colunas barométricas através do circuito fechado, uma Estação de Tratamento de Efluentes em parceria com o departamento de química da Universidade Federal de Alagoas, e reutiliza água de lavagem de cana. No campo, houve a implementação do sistema de irrigação por gotejamento há mais de dez anos, onde a unidade economizou 25% de água, energia e mão de obra, em uma área de 2.205 ha de

cana. “Para a Usina Coruripe, esta tecnologia está em expansão. Reduzimos o desperdício de água substituindo tubulações móveis por tubulações fixas, bem como a eliminação de canais de condução por tubos de PVC e CPRFV, que são considerados equipamentos de longa duração”, explica Costa. A empresa realiza palestras de conscientização durante a entressafra, além de banners colados em pontos estratégicos para conscientizar os funcionários e evitar desperdício de água. “O Nordeste passa pela maior seca dos últimos 60 anos. Sendo assim, a Coruripe compreende que a água é um recurso natural primordial para a manutenção de sua planta, bem como, dos seus canaviais”, comenta Valdir Costa.

Canais por tubulações pressurizadas Na safra passada, a Barralcool, de Barra dos Bugres, MT, substituiu o sistema antigo de canais de vinhaça por tubulações pressurizadas. O engenheiro ambiental do Grupo, Sidney Marques Júnior, diz que até o momento foram investidos aproximadamente R$ 20 milhões em 46 Km de tubulação que deverão beneficiar 10 mil hectares de cana. “A implementação inicial levou aproximadamente um ano para ser concluída e o restante será realizado gradualmente”, lembra. Marques explica que esta nova tecnologia de “fertirrigação de canaviais” está baseada no princípio ambiental inteligente da reciclagem dos nutrientes contidos na vinhaça, os quais foram extraídos do solo pela própria cultura da cana-de-açúcar. “O objetivo do projeto de fertirrigação é racionalizar o uso agrícola da totalidade dos resíduos líquidos industriais quanto aos aspectos técnicos, econômicos e ambientais, com o objetivo de garantir alguns benefícios como: a substituição total ou parcial da

adubação mineral convencional, aproveitando o grande potencial fertilizante da vinhaça para realizar a “reciclagem de nutrientes”, especialmente do potássio que se apresenta em maior concentração; atenuação das deficiências hídricas da cultura canavieira e melhor aproveitamento dos nutrientes aplicados, proporcionados pelas águas residuárias industriais reutilizadas; aumento médio de 2 a 5 t/ha da produtividade agrícola das socarias, em função da irrigação realizada e pela incorporação ao solo de matéria orgânica e nutrientes contidos na vinhaça; aumento da longevidade das soqueiras fertirrigadas em até cinco cortes, proporcionados pela irrigação realizada e pela incorporação ao solo de matéria orgânica e nutrientes contidos na vinhaça e na eliminação dos riscos de contaminação de solos e poluição de águas superficiais e subterrâneas, através da aplicação de doses agronômicas racionais conforme as necessidades hídricas e nutricionais da cultura canavieira”, comenta. (AM)

Nova tecnologia de fertirrigação de canaviais: princípio ambiental inteligente


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PRODUÇÃO

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Gestão dos recursos hídricos rende resultados A Jalles Machado, de Goiás, também entende bem de preservação de recursos hídricos, e de uso racional da água em todas as etapas de seu processo agroindustrial. O desenvolvimento de ações no sentido de mitigar possíveis problemas com escassez de água, como a construção de reservatórios artificiais para armazenamento de água em períodos chuvosos para uso durante a estação de seca, onde a chuva é bastante escassa na região, rendeu à Jalles Machado o Prêmio ANA – Agência Nacional das Águas, do Ministério do Meio Ambiente, em 2008, com o Tema “Conservação e Uso Racional da Água”. Com o case “Gestão de recursos hídricos na Jalles Machado”, ela foi a única empresa da Região Centro-Oeste e do setor sucroenergético no Brasil a estar na final desse prêmio. No trabalho foram descritas ações para o uso racional dos recursos hídricos no ambiente industrial e também no agrícola. “A implantação de um circuito fechado de reutilização, programas de recuperação de nascentes e matas ciliares e o programa de educação ambiental para os recursos hídricos demonstram a preocupação da empresa com a questão da escassez de

água no mundo”, ressalta o engenheiro Ivan César Zanatta, gestor de Qualidade e Meio Ambiente – SGI. A empresa mantém ainda o Programa de Práticas de Uso Racional do Solo desenvolvido pelo Departamento Agrícola e que visa conservar o solo para que os recursos hídricos não sofram as consequências de seu manejo inadequado com erosões e assoreamentos dos cursos de água; o Programa Controle de Erosão para evitar o consequente assoreamento dos corpos d’água nas áreas de plantio de culturas de cana-de-açúcar, soja e crotalária; o Programa de Controle Biológico de Pragas, voltado à produção de um agente de combate natural da broca da cana-de-açúcar evitando a contaminação do ambiente com defensivos agrícolas; o Programa de Uso Racional da Água no Ambiente Industrial, para o máximo reaproveitamento da água no processo de produção do açúcar e do álcool através de circuitos fechados; o Programa de Uso Racional da Água no Ambiente Agrícola com ações que envolvam os corpos hídricos como barramentos, projetos de irrigação e também no monitoramento da qualidade das águas. (AM)

Ivan César Zanatta, gestor de Qualidade e Meio Ambiente, da Jalles Machado

Ana Graciano: campanha para economizar água

Uso consciente da água Através da parceria com a prefeitura de Lins e a Sabesp, a Renuka do Brasil participou no dia 21 de março, na Escola Estadual 21 de Abril de um evento sobre a importância da água com estande, onde reuniu mais de 2 mil pessoas. "Distribuímos 1.000 sacolas ecológicas de garrafas pets e 1.000 canetas ecológicas feitas de papel reciclado. Ainda no estande, as crianças tiveram oportunidade de participar de uma atividade onde relatavam como é possível economizar água", diz Ana Graciano, assessora da empresa. Em seguida, esteve às margens de rios da região com a soltura de 3 mil peixes nativos para a atividade. No mesmo contexto, a Açucareira Guaíra promoveu no dia 22 de março, uma

palestra sobre importância do destino adequado do óleo de cozinha usado, utilizando-se da reciclagem, evitando assim a contaminação da água e do solo. Segundo o eng° ambiental, Anderson Malerba, após a palestra, foram recolhidos os óleos usados doados pelos colaboradores e também o óleo do refeitório da Empresa, totalizando 114 litros e convertidos em 28 litros de óleo limpo. "O óleo usado arrecadado pelo projeto será transformado em biodiesel pela Brejeiro, e o conteúdo limpo foi doado a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Guaíra. Após as atividades, as duas Empresas distribuíram brindes aos colaboradores que participaram da ação", diz.


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Fumar é prejudicial à “saúde” do canavial RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS FREE

LANCE PARA O

JORNALCANA

Fumar não prejudica somente a saúde de quem adota este hábito. Pode causar também sérios danos à “sobrevivência” de plantações de cana-de-açúcar, principalmente quando bitucas de cigarros são lançadas do interior de carros que circulam em estradas que beiram áreas de cana. Esses tocos encontram em folhas secas um meio propagador para o fogo que causa grandes prejuízos para a atividade sucroenergética e para o meio ambiente. No período mais seco do ano, entre maio e novembro, ocorre um aumento significativo de incêndios em canaviais. A bituca de cigarro está entre os maiores responsáveis por essas ocorrências. Mas, a perda de controle do fogo utilizado para a queima da palha da cana – ainda adotada na colheita manual –, ou mesmo para a limpeza de algumas áreas, é a principal causa de incêndios, segundo Sérgio Ceccarelli, diretor da Ceccarelli CSI – Centro da Difusão Científica e Tecnológica em Segurança contra Incêndio, que realiza pesquisa e cursos nessa área. O vandalismo e a ação criminosa, motivada por vingança em alguns casos, estão também entre as causas mais comuns que desencadeiam incêndios em canaviais, afirma o especialista. Mas, existem fatores menos corriqueiros que agem como estopim, entre os quais raios – poucos frequentes no período de seca –, fagulhas de escapamentos de caminhões e até mesmo um pedaço de garrafa quebrada sobre a

Além das bitucas, queimada fora de controle, vandalismo e ações criminosas provocam incêndios nas plantações

palha que vira uma lente de vidro, concentrando o raio de sol. Isto é difícil de ocorrer, mas também acontece, observa Sérgio Ceccarelli. De acordo com ele, existem algumas alternativas para prevenir e combater incêndios em canaviais. Plantar cana em áreas mais distantes das margens de rodovias, por exemplo, diminui a ocorrência de incêndios por causa de tocos de cigarros. A instalação de torres de

observação em pontos estrategicamente localizados pode detectar princípio de incêndio em áreas de cana de usinas, facilitando o controle. Para o diretor da Ceccarelli CSI, o Plano de Auxílio Mútuo, com a participação das unidades sucroenergéticas e o Corpo de Bombeiros é alternativa eficaz para a extinção de incêndios. Ele observa que é importante as usinas contarem com brigadas formadas por integrantes bem

preparados. Além disso, Sérgio Ceccarelli defende o uso de aviões agrícolas – que fazem a pulverização de agroquímicos – no combate a incêndios. Nessas operações, o abastecimento é feito – informa – com água e um produto conhecido como líquido retardante de chamas que tem elevada eficiência. Usinas podem viabilizar o uso de aviões – propõe – a partir de acordos com empresas que atuam na área de aviação agrícola.

Equipamento moderno é aliado importante durante o combate A utilização de equipamentos modernos e eficientes é um aliado importante para a extinção do fogo em lavouras de cana-de-açúcar. O Agribomba, disponibilizado pela Gascom, de Agribomba: solução que executa funções de combate a incêndios Sertãozinho, SP, é uma solução que executa funções de combate a equipamento tem funções adicionais: faz incêndios em vegetações de qualquer porte, irrigação por aspersão nas áreas de plantio, fazendo rescaldos e aceiros em todos os realiza o tratamento do solo por irrigação tipos de áreas, segundo Cássia Caroline em operações de apaga-poeira e Boccardo, do departamento de marketing compactação de solo, lava com eficácia da empresa. veículos, tratores, colheitadeiras, máquinas Com vários modelos e capacidades e implementos, além de pisos e instalações disponíveis, esse equipamento é em geral. desenvolvido sob medida para as O maior volume de vendas do necessidades de cada cliente, apresentando Agribomba ocorre entre maio e setembro – afirma –baixa incidência de paradas e por causa da seca. “Mas, devido a suas mínimos custos de manutenção. O características, é procurado ao longo de todo Agribomba combate incêndios em o ano”, observa. O equipamento precisa instalações em geral e os que ocorrem em estar sempre de sentinela – enfatiza – para a resíduos agroindustriais. proteção do patrimônio e das máquinas das De acordo com Cássia Caroline, o unidades sucroenergéticas. (RA)

LGE aumenta eficiência da água na extinção do fogo Outro recurso para a extinção do fogo em plantação de cana é o kit para combate a incêndio em canaviais, lançado recentemente pela Argus, de Vinhedo, SP, que utiliza um Líquido Gerador de Espuma - LGE - de Classe A, um concentrado de espuma sintético. “A adaptação nos caminhões pipas e o uso combinado com esguichos de espuma é

extremamente simples”, afirma o engenheiro mecânico José de Oliveira Assunção, presidente da Argus. De acordo com ele, estudos realizados nos Estados Unidos demonstram que a capacidade da água em extinguir o fogo é aumentada em aproximadamente quatro vezes somente com a adição deste tipo de LGE específico para classe A. (RA)


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Kit evita danos para colhedoras, plantações e meio ambiente Incêndios em colhedoras também causam transtornos em áreas de cana. “Essas ocorrências são muito frequentes porque durante a safra as máquinas operam em condições extremamente severas, em altas temperaturas decorrentes de operações contínuas, em circunstâncias muitas vezes agravadas pelo atrito dos componentes das colhedoras e por vazamentos de combustível e óleos”,explica José de Oliveira Assunção, presidente da Argus. Segundo ele, a combinação de materiais combustíveis –palha, óleo diesel, óleo hidráulico, entre outros – associada às diversas fontes de ignição, como alta temperatura da tubulação de exaustão do motor, curtoscircuitos em cabos elétricos e atritos de partes metálicas, proporciona um ambiente altamente favorável a um princípio de incêndio, muitas vezes com graves consequências. As perdas geradas por incêndios nesses equipamentos são bastante significativas – comenta Assunção –, pois uma colhedora de

Kit para combate a incêndio em canaviais

cana custa em média R$ 800 mil.“Outros prejuízos são a queima do canavial, as interrupções na cadeia produtiva, os acidentes com as pessoas envolvidas no processo da colheita mecanizada e os danos ao meio ambiente”, detalha. Para combater a ocorrência de problemas causados pelo fogo em colhedoras, a Argus comercializa um sistema pré-engenheirado, fabricado pela empresa americana Amerex, que é projetado para avisar o operador da máquina sobre um princípio de incêndio, suprimir automaticamente, de forma rápida e eficiente, o início de incêndio e evitar a sua progressão para outras áreas. O Kit de Combate a Incêndio Argus para Colhedoras de Cana – como é também conhecido esse sistema –está disponível nas versões básica que dispõe apenas de acionamento manual e a completa com acionamento automático e manual. “Caso a usina não tenha previsto em seu orçamento uma verba para aquisição do kit completo, poderá adquirir a versão básica nesta safra e fazer o upgrade para a completa assim que desejar”, sugere José de Oliveira Assunção.

Ele informa que a empresa já instalou aproximadamente 300 kits somente em colhedoras de cana. “Na última safra, reduzimos a zero as perdas por incêndio nas máquinas protegidas”, ressalta. (Renato Anselmi)


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ERA UMA VEZ O CARRO FLEX Francisco Nigro conta a história do surgimento do motor bicombustível, a gasolina e ou a etanol

André Ricci, de São Paulo

Em entrevista exclusiva, o pesquisador Francisco Nigro traz detalhes do desenvolvimento da tecnologia, que completa 10 anos em 2013. Nascido em Bocaina, interior de São Paulo, Francisco Nigro já figura hoje no rol dos principais nomes da indústria automobilística brasileira. Professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, ele é um dos “pais” do carro flex. A tecnologia completa 10 anos em 2013, desde que o primeiro modelo, um Volkswagen Gol, com tecnologia da Magneti Marelli, chegou às ruas, em março de 2003. A partir de então, de acordo com números divulgados pela Anfavea Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, o volume total de veículos flex licenciados no Brasil chegou a aproximadamente 18,2 milhões em novembro de 2012. Ao lado de Pedro Camargo Neto, outro importante nome no processo de implementação da tecnologia, Nigro foi homenageado no Prêmio BestBIO 2013, como “Honra ao Mérito em Biocombustíveis” (veja cobertura completa da premiação a partir da página 92). Nesta entrevista, o pesquisador conta detalhes de seus estudos, lutas políticas e busca pelo apoio das usinas para emplacar o carro flex. Confira: JornalCana: Conte-nos um pouco da sua carreira. Francisco Nigro: Fiz minha vida toda em dois lugares. Inicialmente fui trabalhar no IPT — Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - na fabricação de máquinas de usinagem, e depois comecei a dar aula na Politécnica. Era tempo integral no IPT e parcial na Poli. Depois de 40 anos me aposentei, mas continuo dando aula. Como surgiu a ideia do motor flex? Quando voltei do Canadá, onde fiz doutorado, estava começando o programa do álcool no Brasil e o IPT resolveu criar um grupo para ajudar a desenvolver combustíveis renováveis. Recrutamos

engenheiros recém-formados na Poli para ajudar. Como eu era chefe do laboratório de máquinas e os profissionais não tinham onde ficar, acabaram entrando no meu grupo. Mas motores não eram minha especialidade, eu lidava com máquinas. Quando os jovens apareceram comecei a fazer e supervisionar relatórios. Então precisei me dedicar aos motores. Estudei, aprendi e gostei. Como foi a aceitação da tecnologia no país? Nessa época, em 1977, o Governo Federal queria que as montadoras fabricassem veículos a álcool e elas se mantinham reticentes quanto a isso. A tecnologia já existia na época, já que conversões eram feitas. O primeiro caso foi o de um fusca, que era muito “gastão”, e com a conversão, compensou pela relação custo-benefício. O Governo então criou o “Centro de Apoio Tecnológico”, formado por institutos e universidades espalhadas pelo Brasil todo, onde discutíamos tecnologias de motor. Ganhamos até um dinamômetro para fazer testes. Nós ensinávamos as retificas a fabricarem os motores a álcool, elas faziam, nós testávamos e então se homologava a empresa a fazer a conversão do motor. Os postos só abasteciam os carros convertidos oficialmente.

Como o governo se posicionava em relação ao álcool? Eles mantinham o preço do álcool 50% menor que o da gasolina, então todo mundo queria usar. Nessa época, o país estava passando por problemas financeiros, gastava quase tudo para importar gasolina. O preço estava ruim, havia o medo de faltar, e com tudo isso, ninguém queria comprar carro a gasolina. A maioria transformava seus veículos para abastecer com álcool. Foi uma época importante, pois aprendemos muito com os problemas que apareceram. Quando o cenário começou a mudar? Em 1979, mais ou menos, a pressão nas montadoras aumentou muito. A população queria o carro a álcool. A Fiat tinha montado uma fábrica em Minas Gerais, mas ninguém comprava carro, a situação econômica do país não permitia. Foi então que surgiu o primeiro carro a álcool, o Fiat 147. O senhor citou reuniões onde difundia-se o conhecimento. Como funcionavam especificamente? Os encontros do Centro de Apoio Tecnológico continuaram no país inteiro. A cada três meses nos reuníamos para falar sobre as novidades, descobertas e inovações. Quando as montadoras resolveram fabricar motores a álcool,

essas reuniões passaram a ser uma espécie de simpósio, e com isso, foi crescendo o movimento pró-álcool. Qual foi o momento mais difícil? Depois que o preço do petróleo começou a cair todos os combustíveis alternativos entraram em baixa. Sobrou o álcool, que não “morreu” por pouco. Passamos por uma fase muito ruim. Por volta de 1999, o preço do álcool despencou pela falta de demanda. Foi então que começamos a estudar uma saída para o álcool, surgindo o carro flex. E como difundiram a novidade? Aconteceu um seminário dos 100 anos do IPT, onde chamamos o pessoal dos governos Federal e Estadual, montadoras e representantes do setor sucroenergético. Uma semana antes alguns usineiros se reuniram e decidiram não apoiar o flex. Ainda assim fizemos o seminário, com informações trazidas do trabalho feito nos EUA. Depois comecei a ser convidado para falar em Brasília, onde explicava o que era possível fazer e qual o rendimento. Foi neste período que o pessoal de marketing da Volkswagen detectou uma demanda pela tecnologia, produzindo, em seguida, o primeiro modelo. Foi pura jogada de marketing. Em algum momento pensou que não daria certo? Sempre tive convicção que traria resultado. Na minha maneira de ver o maior desafio não foi tecnológico. Claro que houve alguns aspectos, mas nada tecnicamente muito difícil. Como avalia a situação do etanol atualmente? Complicada. O governo tenta puxar uma recuperação econômica pelo consumo, tendo como ação a manutenção do preço da gasolina. Na minha maneira de ver, nenhuma economia aguenta este tipo de medida. Não dá para segurar, é preciso investimento. Outra questão é o preço da terra, que subiu muito no país. Isso afetou diretamente os investimentos na parte agrícola. É absurdo o patamar em que se encontram os custos de produção. Qual a saída? O Governo assumir um plano de longo prazo, com regras claras e previsibilidade. Não dá para continuar com o setor estrangulado como vemos hoje, precisando investir e não encontrando meios para isso.


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BestBIO premia os melhores da bioeconomia Evento homenageou, entre outros nomes, os “pais” do carro flex, Pedro Camargo e Francisco Nigro André Ricci, de São Paulo, SP

Na noite do dia 19 de março, em São Paulo, as melhores empresas de bioeconomia sustentável e seus destaques individuais estiveram reunidos na segunda edição do Prêmio BestBIO, promovido pela ProCana Brasil, empresa que edita o JornalCana, Anuário da Cana e revista BIO&Sugar. O encontro teve como objetivo destacar os melhores cases e profissionais do país nas áreas de biocombustíveis, bioenergia, bioeletricidade, biotecnologia e responsabilidade ambiental e empresarial. Marcelo Severi, gerente comercial da TGM, esteve presente no evento e ressaltou a importância do prêmio. “É extremamente necessário investir em tecnologias para a geração de energias renováveis. O Prêmio BestBIO valoriza justamente isso, as empresas e pessoas que trabalham neste sentido”, destacou. No ano em que se comemora os 10 anos do carro flex, Pedro Camargo Neto, atual presidente da Abipecs — Associação

Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína; e Francisco Nigro, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, foram homenageados pelo BestBIO. Ambos são considerados os “pais” da tecnologia, exercendo papéis fundamentais no desenvolvimento e implementação do veículo flex. “Como pesquisador de longa data, sempre procurei algo onde o Brasil levasse vantagem competitiva em relação aos demais países. E justamente nossa área, agricultura e seus derivados, faz a diferença. Em certo momento, percebi que a única coisa que eu poderia fazer para

contribuir com o país era trabalhar com combustíveis renováveis. Sempre tivemos a convicção de que o flex era uma solução, uma inovação, e que dependeria apenas do mercado. Deu certo e hoje vemos uma vasta frota equipada com a tecnologia”, disse Nigro. Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar -, levou o prêmio de “Man Of The Year” na categoria “Biocombustíveis”. Ao falar da honraria, lembrou do intenso trabalho desenvolvido. “É uma honra estar aqui e receber a homenagem, que divido com todos os companheiros da Unica, que

trabalham e defendem com muito ardor a questão dos biocombustíveis. É um tema importante, que tratamos com muito prazer. Digo que defender os biocombustíveis não é um trabalho, mas sim, uma missão”, disse. Já William Lee Burnquist, gerente de Desenvolvimento Estratégico e coordenador de Biotecnologia do CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, também foi premiado e falou sobre os benefícios no melhor aproveitamento da bioenergia. “Estamos vendo os desafios que o setor tem enfrentado para aumentar sua produtividade. Acredito que a biotecnologia possa ser uma ferramenta muito importante neste processo”, explicou. Newton Martins, executivo da BBE, falou sobre a inciativa da ProCana Brasil. “Estamos aqui para incentivar o setor e também apoiar a iniciativa de congregar toda a cadeia produtiva, englobando a parte agrícola, industrial e também comercial. Nosso objetivo é gerar energia através da biomassa e buscamos parcerias com o setor sucroenergético para isso”, finalizou.

Usina Açucareira Guaíra é a Empresa do Ano em Sustentabilidade Ações voltadas ao meio ambiente proporcionaram à unidade o prêmio durante o BestBIO 2013 André Ricci, Da Redação

Sustentabilidade se tornou uma das áreas mais importantes dentro das empresas. Gerenciá-la de maneira eficaz pode garantir a permanência do homem neste planeta, que a cada dia necessita de mais ações e menos poluentes. A Usina Açucareira Guaíra é um exemplo deste compromisso com o meio ambiente. Em março a unidade foi premiada durante o BestBIO 2013, como “Empresa do ano em Sustentabilidade”. Em comemoração ao “Dia Mundial da Água”, por exemplo, a usina promoveu uma parceria com o “Projeto Reviva o Óleo”, oferecendo aos colaboradores diversas atividades ambientais. Entre elas, uma palestra sobre a importância de se destinar adequadamente o óleo de cozinha, oferecendo como alternativa, o processo de reciclagem. Eduardo Junqueira da Motta Luiz, sócio-diretor da empresa, recebeu o troféu e pontuou o bom trabalho desenvolvido por seus colaboradores. “Quero agradecer a todos pelo esforço em manter o ambiente do Brasil mais

Eduardo Junqueira foi homenageado

Parceria com o Projeto Reviva o Óleo em comemoração ao Dia Mundial da Água

limpo. Nós sabemos que não é fácil estar em ordem com todos os órgãos ambientais. É extremamente

complicado. Mas com muito trabalho estamos conseguindo atingir estes objetivos”, disse.

Outras ações também são mantidas, como o Programa de Gestão Ambiental Integrada: CIPAE (Comissão Interna de Prevenção a Poluição Ambiental da Empresa); Monitoramento Interno; Controle de Poluição Atmosférica; Coleta Seletiva; Gerenciamento de Resíduos; Estação de Tratamento de Efluentes; Reutilização da Água; Conservação das Áreas de Preservação Permanente (APP); Reflorestamento; adesão ao Protocolo Agroambiental desde 2009 cumprindo todas diretrizes; 5° ano consecutivo 100% Colheita Mecanizada sem queima; Cogeração de energia elétrica; Programas de Educação Ambiental; execução dos 3Rs (Reduzir, Reciclar e Reaproveitar), diminuindo a exploração dos recursos naturais e contribuindo com a qualidade do meio ambiente. “A conquista de mais este prêmio é resultado de todo um trabalho em equipe perante a execução do Programa, onde através de suas ações de gerenciamento ambiental possui como premissa básica, o desenvolvimento sustentável, apresentando uma nova forma de desenvolvimento econômico e social, preservando o meio ambiente e proporcionando uma melhor qualidade de vida”, disse o engenheiro ambiental da Guaíra, Anderson Malerba.


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Grupo TGM incentiva geração de energias renováveis Empresa foi uma das patrocinadoras do prêmio BestBIO 2013 Andréia Moreno, Da Redação

A edição 2013, do Prêmio BestBIO, que aconteceu no dia 19 de março, na capital paulista, destacou os melhores cases e profissionais do país nas áreas de biocombustíveis, bioenergia, bioeletricidade, biotecnologia e responsabilidade ambiental e empresarial. O evento, promovido pela ProCana Brasil,

contou com o patrocínio do Grupo TGM Turbinas e Transmissões, e com a presença de Marcelo Severi, gerente comercial da TGM. Segundo o gerente, o Prêmio BestBIO valoriza as empresas e pessoas que trabalham em prol da geração de energias renováveis. “Não é fácil investir em tecnologia e sustentar este trabalho, por isso é fundamental incentivar. O evento também estimula e homenageia as fontes alternativas e contempla a missão da TGM de produzir equipamentos de vanguarda que garantam a sustentabilidade nas suas aplicações”, comenta. E neste sentido, de acordo com Severi, estão focadas as soluções TGM que

contemplam os aspectos socioambientais do cliente e da sociedade. “A empresa possui programas que atendem a comunidade e enxerga as necessidades dos clientes com turbinas e planetários que atendem a geração de bioeletricidade e que consequentemente, garantem a sustentabilidade da região”, diz. Severi relata que através dessas turbinas é possível contribuir com a geração de energia renovável a partir da biomassa. “Elas auxiliam na redução da emissão de carbono e na redução de dependência de outras fontes geradoras, como termoelétricas a gás, carvão e hidrelétricas”, lembra. Maximizar a eficiência em plantas

existentes - Atualmente, a demanda por energia elétrica vem aumentando em todos os setores industriais. De acordo com Severi, para que se tenha um crescimento econômico sustentável, há uma necessidade de um fornecimento constante e confiável de energia elétrica para a garantia do processo produtivo. “Aplicando-se turbinas a vapor e planetários para atender às demandas de energia do processo e realizando a chamada cogeração, garante-se uma energia certa e independente das suscetíveis flutuações da rede pública, obtendo melhorias em confiabilidade e flexibilidade de operação da planta industrial”, finaliza.

OS LAUREADOS DO BestBIO QUEREMOS PARCERIAS — “Incentivamos o setor e também apoiamos a iniciativa de congregar toda a cadeia produtiva, englobando a parte agrícola, industrial e também comercial. Nosso objetivo é gerar energia através da biomassa e queremos parcerias com o setor sucroenergético para isso”. Newton Martins, executivo da BBE

PRÊMIO VALORIZA BIOINVESTIMENTOS — “Sabemos que não é fácil investir em tecnologia para a geração de energias renováveis e sustentar este trabalho, por isso incentivar iniciativas como esta do Prêmio BestBIO é fundamental”. Marcelo Severi, gerente da assistência da TGM


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CONHEÇA OS LAUREADOS DO BestBIO 2013

Empresa do Ano em Responsabilidade Empresarial Edilberto Bannwart - Guarani

Empresa do Ano em Sustentabilidade Eduardo Junqueira da Motta Luiz - Usina Açucareira Guaíra

Honra ao Mérito em Bioenergia Carlos Roberto Silvestrin, vicepresidente da Cogen

“Quando falamos na questão de acidentes

Empresa do Ano em Responsabilidade Ambiental Clayton Alvarenga – Usina Rio Vermelho

de trabalhos, não analisamos somente a

“É muito importante para nós que estamos

“Quero agradecer a todos pelo esforço em

receber esta honraria. Todos nós temos um

área de segurança, nem apenas as

no chão da fábrica, que temos como

manter o ambiente do Brasil limpo. Nós

pouco de contribuição para o sucesso deste

lideranças que atuam neste segmento.

objetivo produzir etanol, açúcar e energia,

sabemos que não é fácil, que estar em

setor de bioenergia, que é muito importante

Muitos outros fatores influenciam no

descobrir que através deste trabalho

ordem com todos os órgãos ambientais é

para o país. Obrigado a todos que fazem

quesito redução de acidentes. O programa

podemos contribuir com o meio ambiente,

extremamente complicado. Mas com muito

parte deste segmento”.

“Risco Zero” que desenvolvemos na

tornando-o realmente sustentável”.

trabalho estamos conseguindo atingir

Guarani incentiva, valoriza, reconhece e

estes objetivos. Fiz questão de comparecer

premia os colaboradores da usina. Acredito

pessoalmente dada a importância do

que por isso estamos alcançando bons

prêmio”.

“É muito importante estar aqui hoje e

resultados e em decorrência surgem prêmios tão importantes como este”.

Honra ao Mérito em Biocombustíveis Francisco Nigro - professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

Melhor Case em Bioeletricidade Geraldo Donizetti de Oliveira Homem - Renuka do Brasil (Usina Revati)

Melhor Case em Bioenergia Guilherme Barreto - Usina São Martinho

“Essa iniciativa do Josias Messias é muito

participar desta premiação e dizer, em

importante. O setor sucroenergético tem

nome do Grupo São Martinho, que

procurei algo onde o Brasil levasse

Honra ao Mérito em Biocombustíveis Jaime Finguerut - pesquisador CTC, representando Pedro Camargo Neto, ex-secretário de produção e comercialização do Ministério da Agricultura

grande importância na matriz energética

esperamos sempre ajudar o setor a ser uma

vantagem competitiva em relação aos

“Considero que o carro flex, apesar da

brasileira, e nós estamos apenas

referência na área de bioenergia”.

demais países. E justamente nossa área,

modéstia do Nigro, é uma inovação enorme

começando nesta área. Esperamos ainda

agricultura e seus derivados, faz a

e que permitiu que chegássemos até aqui

este ano alcançar níveis mais altos de

diferença. Em certo momento, percebi que

efetivamente. O Brasil talvez seja o único

distribuição de energia elétrica gerada da

a única coisa que eu poderia fazer para

país do mundo que tem essa oportunidade

biomassa”.

contribuir com o país era trabalhar com

do consumidor decidir qual combustível

combustíveis renováveis. Sempre tivemos

usar. E isso, com certeza, é uma inovação

a convicção de que o flex era uma solução,

enorme e que inclusive permite que

uma inovação, e que dependeria apenas do

continuemos desenvolvendo tecnologias

mercado. Deu certo e hoje vemos uma

nessa área importante. Assim que eu puder,

vasta frota com a tecnologia. Obrigado”.

entregarei o prêmio ao real ganhador”.

“Como pesquisador de longa data, sempre

PATROCÍNIO MASTER

“Quero agradecer pela oportunidade de

APOIO


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SETOR EM DESTAQUE

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CONHEÇA OS LAUREADOS DO BestBIO 2013

Inovação na Produção de Bioenergia (Biotecnologia) Luis Fernando Rosa - da Bioflex GraalBio

Man Of The Year em Biotecnologia William Lee Burnquist - CTC “Agradeço a todos os organizadores deste

Man Of The Year em Biocombustíveis Alfred Szwarc - Unica

Man of The Year na área de Bioenergia João Alberto F. de Abreu - Raízen

“É um prazer muito grande participar de um

evento por reconhecer a liderança do CTC –

“É muito bom este tipo de evento, pois além

“Quero ressaltar a importância deste

Centro de Tecnologia Canavieira – tem na

dos prêmios, podemos rever grandes

prêmio, que vale muito para nós. Agradecer

encontro como este. Quero agradecer ao

área de biotecnologia. Estamos vendo os

amigos. É uma honra estar aqui e receber a

ao nosso time de colaboradores, que no dia

Josias Messias pela iniciativa, que com

desafios do setor para aumentar a

homenagem, que divido com todos os

a dia busca superar todos os desafios. Sob

este evento contribui para o

produtividade e acreditamos que a

companheiros da Unica – União da

a liderança do Pedro Mizutani, trabalhamos

desenvolvimento do Brasil em uma área tão

biotecnologia será uma ferramenta muito

Indústria de Cana-de-Açúcar - que

juntos e isso faz com que os resultados se

importante, que pode fazer muita diferença

importante para alcançar esses objetivos

trabalham e defendem com muito ardor a

tornem mais fáceis”.

no mundo. É importante este esforço por

tão complicados”.

questão dos biocombustíveis. É um tema

uma renovação do Brasil, para que

importante, que tratamos com muito prazer,

tenhamos um país mais forte e justo, que

pois ele é muito importante para o Brasil e o

vai ser lembrado no futuro pelo trabalho

mundo. Defender os biocombustíveis não é

que vocês têm realizado no setor. Parabéns.”

um trabalho, mas quase uma missão”.

FLASHES DO BestBIO

Inovação em Biocombustíveis/Bioquímica Dario Costa Gaeta - Paraíso Bioenergia (Biotecnologia) “É uma honra receber este prêmio em um momento tão importante para a biotecnologia. Sabemos que precisamos evoluir e contribuir com o meio ambiente. Por isso a importância do prêmio”.


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Dimensional oferece solução completa para manutenções Oficina de reparos em motores, conversores, PLC e IHM A busca por ciclos produtivos eficazes hoje é quase uma obrigação para quem quer permanecer em destaque em um mercado cada vez mais competitivo. A indústria faz sua parte investindo fortemente em novos equipamentos de ponta, porém, por diversos fatores, nem sempre as capacitações de suas equipes de manutenção acompanham este ritmo, abrindo um abismo entre o real e o necessário para manter-se uma instalação em perfeito estado de conservação e correndo o risco de colocar todo investimento em dúvida. Várias opções existem no mercado para auxílio pontual, mas nem sempre satisfazem por completo as necessidades do parque industrial, seja por capacidade limitada, por falta de estrutura ou mesmo investimentos. Com a finalidade de preencher esta lacuna e ofertar uma solução completa ao mercado é que a Sonepar, a maior distribuidora de materiais elétricos da América Latina, anunciou em fevereiro deste ano, a união de dois grandes nomes do ramo de manutenções em conversores CA e CC, Automação e Redes Industriais. A ASI Automação e a Dimensional Service agora

conversores, PLC e IHM; Peças de reposição originais a pronta entrega, logística de venda e plantão 24 horas; Oficinas móveis para manutenções programadas ou reparos em campo.

Colaboradores especializados e homologados pelos maiores fabricantes elétricos

são uma só: Dimensional ASI Service. Nasce então uma das maiores empresas de manutenção industrial no Brasil:

Colaboradores especializados e homologados pelos maiores fabricantes elétricos; Oficina de reparos em motores,

Com o compromisso de ir muito além de simples intervenções pontuais. Pretende implementar junto às plantas operacionais, planos de conservação através de avaliações específicas das instalações, criação de rotinas para coleta de dados. E aproveitar ao máximo da funcionalidade que os novos equipamentos disponibilizam para estar sempre à frente de situações críticas, evitando paradas não programadas e municiar com informações técnicas as equipes de manutenção. Desta forma, transformarão realmente um investimento em algo robusto e eficaz, aumentando a disponibilidade dos equipamentos ao longo do ciclo produtivo e customizando os investimentos em manutenções de grande porte. O segmento sucroenergético poderá agora ter a solução completa em um único fornecedor, Dimensional ASI Service. Dimensional Brasil 19 3446.7400 www.dimensional.com.br

Transporte e logística ganham espaço exclusivo e seminário na Fenasucro É impossível tratar de questões do setor sucroenergético sem lidar com os desafios de Transporte e Logística para essa indústria. Atualmente, segundo especialistas, a logística representa custo de 10% do PIB nacional, valor que poderia ser menor se o país dispusesse de melhor infraestrutura. Atrasos nas entregas, acidentes, prejuízo e perdas de vidas consomem cerca de R$ 22 bilhões anuais. Com base nesta realidade, o Ceise Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis) e a Reed Multiplus, empresa associada à Reed Exhibitions Alcantara Machado criam uma área exclusiva para Transporte e Logística na Fenasucro - 21ª Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética, além de seminário dedicado somente ao assunto, sob a coordenação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP. O lançamento oficial da inclusão do novo módulo na Fenasucro aconteceu na primeira semana de abril, em Sertãozinho e contou com a participação de diversas lideranças do setor, entre elas, Antonio Eduardo Toniello Filho, presidente do Ceise Br; Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste; Daniel Rossi, gerente de Transporte Ferroviário da Rumo Logística; Helder Gosling, diretor Comercial e de Logística do Grupo São Martinho; Ricardo Amadeu da Silva, diretor do Comitê de Logística do Ceise Br; Augusto Balieiro, diretor da Reed Multiplus, entre outros.

José Vicente Caixeta Filho, Daniel Rossi, Ricardo Amadeu da Silva, Manoel Ortolan, Helder Gosling, Antonio Eduardo Toniello Filho e Augusto Balieiro

Na ocasião, José Vicente Caixeta Filho, professor do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) palestrou sobre os desafios e entraves do setor, afirmando que as carências da logística de transporte são obstáculos para o crescimento do Brasil. “É necessário ter uma gestão integrada, que envolva todos os atores e possa garantir a competitividade do sistema”. Caixeta alertou

também que este movimento orquestrado que envolve infraestrutura de transporte, armazenamento e escoamento é primordial para a conquista de uma eficiência operacional e diminuição dos custos do transporte, que correspondem por 30% dos custos da produção e estão afastando o país do mercado internacional. “A discussão dessa temática na Fenasucro vai trazer para a comunidade como um todo, uma série de práticas logísticas bem-sucedidas que não é

de conhecimento geral, como o caso do setor sucroenergético, que conseguiu alternativas para escoar a sua produção. O professor citou o exemplo da Usina São Martinho que tem parceria com a Rumo Logística para serviços logísticos de transbordo e transporte ferroviário de açúcar. Reed Multiplus 16 2132.8936 www.reedmultiplus.com.br


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Como adquirir produtos e serviços de radiocomunicação com qualidade POR DANE AVANZI*

Costumo dizer que quem não sabe o que quer comprar, acaba comprando o que o mercado quer vender, e, tratando-se de projetos, dificilmente as necessidades dos usuários serão atendidas sem que um bom termo de referência determine quais as premissas que o fornecedor licitante deve atender. Neste contexto, o erro mais comum que tenho observado no campo da radiocomunicação, inclusive entre profissionais de TIC, é definir qual tecnologia deve ser utilizada antes de conhecer a realidade dos usuários que de fato irão utilizar o produto ou serviço contratado. Outro ponto importante é a falta de uma simulação de gastos para saber quanto custará conservar o parque que está sendo adquirido. A partir desses pontos, dúvidas importantes quanto a modalidade de aquisição começam a ser respondidas. Manter um parque de rádios é como manter uma frota de veículos. O mais barato é a aquisição dos produtos. Custos indiretos como: licenciamento, taxas da Anatel, instalação e contrato de manutenção com tempo mínimo de atendimento devem ser computados. Uma planilha da estimativa dos gastos de reposição dos principais itens do parque de rádios também é indicada. Conhecer a legislação que rege o serviço de

Cada processo possui rádio com canal exclusivo para gerenciamento eficaz e eficiente

licenciamento, bem como saber se o produto é homologado pela Anatel, é de fundamental importância para prevenir multas e outras sanções. No ambiente de empresas de bioenergia, por exemplo, cada departamento tem uma necessidade específica. Na maioria das indústrias hoje existe o COI (Centro de Operações Integradas). Geralmente cada processo possui um rádio, seja portátil ou de base,

dedicado a um canal exclusivo para gerenciamento eficaz e eficiente daquela rotina. Uma vez dissecada a necessidade do cliente, o gestor de TIC pode começar a escrever o termo de referência, pois saberá exatamente quais as necessidades dos usuários que utilizarão o sistema. O planejamento e a elaboração de mecanismos capazes de tornar o processo de aquisição e funcionamento qualitativo,

garantirá vida longa ao projeto. *Dane Avanzi é advogado, empresário do setor de engenharia civil, elétrica e de telecomunicações, Diretor Superintendente do Instituto Avanzi, ONG focada na defesa do consumidor de Telecomunicações Avanzi 11 2101.4021 www.itavanzi.org.br


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Ihara lança maturador para cana-de-açúcar Riper permite ao agricultor planejar a colheita A Ihara, fabricante de defensivos agrícolas, amplia o portfólio com o lançamento do Riper, maturador para cana-de-açúcar que permite acúmulo precoce de sacarose, elevando os níveis de ATR (Açúcares Totais Recuperáveis). Segundo o gerente de Produtos da Ihara, Lucio Rezende, o Riper permite ao agricultor o melhor planejamento da colheita, pois proporciona aumento nos níveis de ATR e manutenção desses índices por um período maior. “O Riper proporciona ao agricultor tanto a opção da colheita antecipada como a colheita tardia da cana, pois aumenta os níveis de ATR a partir da segunda semana após aplicação e os mantém estáveis por um período maior”, explica Rezende. Os resultados obtidos com o maturador são variáveis de acordo com a época de aplicação. Entre as vantagens do Riper, destaca-se ainda a segurança, pois o produto não afeta a safra seguinte e não tem problemas de volatilização. Com o lançamento do Riper, que levou seis anos para ser desenvolvido até a aprovação do registro, a Ihara pretende ampliar seu portfólio para cultura da Canade-açúcar e oferecer ao mercado um produto de excelência. O início da

comercialização do Riper está previsto para janeiro de 2013.

A CANA-DE-AÇÚCAR NO BRASIL Nos últimos 25 anos, a produção de açúcar no Brasil passou de 202.868 mil toneladas para 602.193 mil toneladas. O etanol também teve um crescimento expressivo, aumentando a produção em mais de 200%. Além do crescimento da área de produção, que passou de 3,9 milhões de hectares para 8,4 milhões de hectares, outro importante fator para o aumento da produção foi o rendimento médio por área. A melhoria da produtividade agrícola

deve-se a diversos fatores, como: novas variedades, manejo da cultura, conservação de solos, fertilização e correção adequada do solo, rigor no controle de pragas, doenças e plantas daninhas e extensão da safra de cana, seja por antecipação ou postergação da colheita, que torna o período de industrialização mais longo, possibilitando o cultivo e colheita de áreas mais extensas.

SOBRE A IHARA

produtos especiais. O trabalho da Ihara vai além de apenas levar produtos ao agricultor. A empresa oferece seus serviços sempre com o intuito de auxiliar o produtor rural a obter uma melhor produtividade com a maior qualidade possível e de forma sustentável, além de estabelecer parcerias estratégicas com outras empresas do setor para melhor atender o agricultor, oferecendo-lhe uma maior gama de opções para auxiliá-lo a resolver seus problemas na lavoura.

A Ihara atua desde 1965 no mercado e possui em seu portfólio mais de 60 produtos para as mais diversas culturas, e produz fungicidas, herbicidas, inseticidas e

Ihara 15 3235.7797 www.ihara.com.br


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Agrimec aposta em tecnologia exclusiva para linha canavieira e cultivo orgânico Na maior feira agrícola da América Latina, a Agrimec, de Santa Maria/RS, mostra o que tem de melhor para cana-de-açúcar, irrigação, preparo do solo, terraplanagem, colheita, pós-plantio, fenação, entre outras linhas. Mas o destaque entre os implementos expostos na Agrishow 2013, que acontece de 29 de abril a 3 de maio, em Ribeirão Preto (SP), estão os produtos da linha Canavieira, entre eles o Cultivador Quebra-Lombo Rotativo com Aplicador de Herbicida e a tradicional Plaina Niveladora Multilâminas. Para o cultivo orgânico, será levada a Capinadeira Rotativa de Lâminas Helicoidais – Rotacarp. O “Quebra-Lombo”, como é conhecido, é indicado no nivelamento do solo nas entrelinhas, bem como no sulco da planta, preparando a área para a colheita mecanizada da cana. Entre os atributos e benefícios, alguns chamam a atenção: o Quebra-Lombo movimenta a terra através de sulcadores. Possui um conjunto de lâminas em “V”, que ao mesmo tempo em que aplainam, distribuem os excessos de terra para dois conjuntos de lâminas helicoidais rotativas que desmancham os torrões, jogando a terra nos sulcos ao pé da cana, não danificando a planta. Já a Plaina Niveladora Multilâminas, disponível em 7 modelos, é indicada para aplainar diretamente o terreno, sem necessidade de preparo prévio, deixando a lavoura pronta para dissecar e receber o plantio direto, eliminando os desníveis – microrrelevos – causados por implementos, torrões, taipas, cupins, etc. A Plaina Niveladora Multilâminas é usada também para melhorar o desempenho das plantadeiras, permitindo excelente

colheita com a plataforma da máquina rente ao solo. Cultivo de orgânicos - Também será destaque no evento a capinadeira rotativa de lâminas helicoidais, a conhecida Rotacarp.

Alternativa para os produtores que estão optando pela agricultura orgânica, é ideal para uso na capina das entrelinhas nos cultivos orgânicos de feijão, milho, soja, sorgo, batata inglesa, amendoim e demais culturas plantadas em linha. Constantemente atualizado, o produto oferece uma nova dimensão na tarefa de capina mecânica, já que utiliza os recursos da própria terra para o cultivo, sem o uso de agentes químicos, possibilitando um manejo sustentável dos recursos do meio ambiente.

Cultivador quebra-lombo rotativo com aplicador de herbicida

Na Agrishow, a Agrimec está localizada no estande C2D (Avenida C, entre as ruas 2 e 3). Agrimec 55 3222.7710 www.agrimec.com.br


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Estudo de plantio e colheita de cana serão apresentados em simpósio Este ano o Gape — Grupo de Apoio à Pesquisa e Extensão, orientado pelo professor doutor Godofredo Cesar Vitti, organiza o VI Simpósio de Tecnologia de Produção de Cana-de-açúcar. O evento que ocorrerá na Unimep Campus Taquaral apresentará o que há de mais atual e pertinente em toda cadeia produtiva da cana-de-açúcar, abordando cinco temáticas principais: “Sustentabilidade: Aspectos Sociais, Econômicos e Ambientais”, “Fertilidade e Nutrição”, “Mecanização e Sistematização: Estudos de Caso em Plantio e Colheita”, “Manejo de Fitossanitários e Bioestimulantes” e “Novas Tecnologias do Setor Sucroenergético”.

Serão três dias de simpósio, que se iniciará no dia 10 de julho às 13h30, com abertura do Ex-Ministro da Agricultura Roberto Rodrigues e irá até o dia 12 de julho às 18 horas. Na quinta-feira à noite será realizado jantar beneficente em prol do Espaço Pipa — (Promovendo Inclusão, Partilhando Ações), entidade sem fins lucrativos que atende pessoas com síndrome de down em Piracicaba, SP. As inscrições devem ser feitas através da Fealq— Fundação de Estudos Agrários “Luiz de Queiroz”. Beatriz Sette 19 3417.2138 www.simposiocana.com.br

Time de pesquisadores mostrará o que há de atual na cadeia produtiva da cana-de-açúcar


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Peso e resistência tornam-se aliados com o Rodotrem Domex Equipamento da Sergomel em parceria com o CTC se adequa à legislação vigente de balança Em tempo de crise, as unidades buscam produtos que primam pela qualidade e durabilidade. O conceito vai de encontro ao que pensa Osvaldo Gomes, fundador da Sergomel Mecânica Industrial. Localizada no município de Sertãozinho (SP), considerado polo do segmento, a empresa se especializou na fabricação de equipamentos rodoviários para o transporte de cana-de-açúcar. Além dos requisitos citados acima, as montadoras deste tipo de produto precisam se adequar às várias exigências feitas pelo governo, que por sua vez, não apoia a realização de mais pesquisas na área. Em 2012, com apoio do CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, a Sergomel desenvolveu o Rodotrem Domex, equipamento feito com aço de alta resistência e, que entre outras vantagens, se adequa à legislação de balança vigente. “Hoje, com os equipamentos existentes, o mercado trabalha com veículos acima do peso de balança. O que fizemos foi desenvolver um produto feito com aço de alta resistência, que reduz em 35% a tara do equipamento. Todo esse

trabalho perdurou durante cinco anos, mas conseguimos algo que se adeque ao que pede a legislação”, diz Vagner Gomes, gerente comercial da empresa. Para ele, o maior entrave no desenvolvimento do produto foi manter a qualidade do equipamento. “Conseguimos chegar em um outro conceito, tendo um equipamento único e diferenciado. Com os elementos utilizados em sua fabricação, depois de muitas pesquisas, conseguimos alcançar a redução de peso e a resistência mecânica”, explica. Desde o seu lançamento, o Rodotrem Domex deu início ao processo de substituição das frotas das usinas, que pode ser concluída em alguns anos. “Não sabemos quanto tempo este trabalho pode levar. Depende muito das condições de mercado. Mas é algo que não tem volta. As usinas precisam se adequar à legislação. Por isso, continuamos trabalhando para aprimorar ainda mais nossos serviços”, concluiu. A Sergomel atende todo o território nacional e oferece ampla estrutura de máquinas e equipamentos utilizados na manutenção dos produtos oferecidos aos clientes, além de produzir reboque canavieiro, semirreboque canavieiro, carroceria, prancha, entre outros produtos do setor.

Sergomel, de Osvaldo Gomes, recebeu prêmio MasterCana Centro-Sul 2012

Sergomel Mecânica Industrial 16 3513.2600 www.sergomel.com.br


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Franpar reestrutura principais fornecedores para melhores preços e qualidade Estande da Guardian DX em evento sucroenergético

Explosão do NR 10 no Brasil A cada dia que passa, o Brasil conquista níveis mais altos de desenvolvimento. No que diz respeito a EPIs, o país vem incorporando novas técnicas e tecnologias para não depender da importação de produtos ou matéria-prima. Um exemplo claro desta conquista é a Guardian DX, uma empresa especializada em Uniformes Especiais, certificada nos mais capacitados laboratórios internacionais. Situada na cidade de Ribeirão Preto, em sede própria de aproximadamente 5.000 metros², ocupa as primeiras posições no mercado de uniformes regulamentados pela NR10 — calor irradiado por fogo repentino e arco elétrico. A Guardian DX foi a primeira empresa brasileira certificada na tecnologia 88-12 com matéria-prima 100% nacional, completando assim todo o portfólio de materiais regulamentados pela NR-10 100% algodao, 88-12, para-aramida, meia malha e denin. Esses produtos foram grande destaque

na FISP, uma das maiores feiras mundiais do segmento de segurança no trabalho que aconteceu em São Paulo. Todo este trabalho rendeu à empresa o selo TOP Fire, concedido pela Santanense. Esta qualidade se estende também aos uniformes da linha helanca, brim e herbicida específicos para a agricultura, indústria e comércio. Quem ganha com isto, além do Brasil é claro, são os trabalhadores, que tem à disposição EPIs elaborados para o público brasileiro, cada vez mais confortáveis, leves e adequados ao risco a qual estão expostos. Guardian DX, uma empresa prepara para atender todas especificações e customizações dos clientes, onde as vestimentas deixam de ser produtos secundários para serem parte da imagem da empresa, representando inovação e tecnologia em Uniformes e EPI. Guardian DX Uniformes Especiais 16 34410171 www.guardiandx.com.br

A Franpar Comércio de Peças e Acessórios Industriais Ltda atua no mercado de montagens industriais desde 2003, sob direção do empresário Francisco de Assis Parisi Júnior e está situada na cidade de Ribeirão Preto/SP. Como tratase de empresa familiar, passou por uma recente reestruturação tanto nas suas instalações, que hoje contam com mais de 10 mil metros quadrados, para melhores condições de armazenagem e estocagem das mercadorias. A Franpar também reestruturou seus principais fornecedores em busca de melhores preços e qualidade para atender a crescente demanda do mercado atual. Também firmou novas parcerias não só com fornecedores, mas também com seus

clientes e colaboradores englobando todos os ‘stakeholders’ nessa nova fase da empresa. Em função do seu amplo estoque a Franpar tem condições hoje de atender vários segmentos de montagem industrial a curto prazo. Com isso nossos clientes não ganham só com preço e qualidade, mas também com agilidade no prazo de entrega. Estamos prontos para atender o mercado de manutenção de usinas na entressafra, assim como os demais segmentos. A Franpar está localizada na Avenida Marechal Costa e Silva, 3914, no Parque Industrial Tanquinho em Ribeirão Preto, SP. Franpar 16 2133.4383 www.franpar.com.br


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