JornalCana 234 (Julho/2013)

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Ribeirão Preto/SP

Julho/2013

Série 2

Nº 234

R$ 20,00

Ciclo regenerativo ganha força em plantas existentes TGM apresenta soluções para maximizar eficiência energética

Turbinas TGM gerando 132 MWh na unidade da Barra (Raízen)


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ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Julho/2013

Í N D I C E ACESSÓRIOS INDUSTRIAIS FRANPAR

16 21334383

CALDEIRAS 50

ACIONAMENTOS RENK ZANINI

16 35189001

43

ACOPLAMENTOS VEDACERT

16 39474732

120

AÇOS FRANPAR

16 21334383

50

18 39056156

48

11 45861226

118

11 30694277

RODOBIN SERGOMEL

16 39515080 81 34718543 11 30169619

33 73 63

CENTRÍFUGAS

16 39515080 11 30169619 11 37320022 11 40358877

120

ÁREAS DE VIVÊNCIA ALFATEK

17 35311075

3

11 26826633

67

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL AUTHOMATHIKA DAIKEN AUTOMAÇÃO DIMENSIONAL ENDRESS + HAUSER METROVAL ZANARDO

16 41 19 11 19 18

35134000 36218400 34467400 50334333 21279400 31171195

9 2 115 79 46 10

11 50336400

123

AUTOPEÇAS COBRA ROLAMENTOS

BALANÇAS ALEM MAR

11 32298344

118

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS EQUILÍBRIO VIBROMAQ

16 39452433 16 39452825

32 120

BIODIESEL- PLANTAS INDUSTRIAIS DEDINI

19 34035474

103

51 35798400 19 37658000 19 34121144

60 72 19

BOMBAS HIDRÁULICAS LEMASA

19 39358755

44

BRONZE E COBRE - ARTEFATOS FERRUSI

16 39464766

26

CALDEIRARIA CSJ METALÚRGICA MARC-FIL

17 35311075

3

18 36083400 16 35132600

15 99 38

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL CONGER ENGEVAP PROBOILER ENGENHARIA

19 34391101 16 35138800 19 34343433

44 120 99

ATLANTICA FOODS MULTIMODAL

4

11 45861226 13 32236767

118 70

75 48

16 39468777

59

16 39468777 16 33039796 19 34374242

59 83 75

16 16 16 16

85 69 85 8

EVAPORADORES BRUMAZI CITROTEC CSJ METALÚRGICA

FEIRAS E EVENTOS 35124330 21328936 35124330 39111384

110

16 32219000 19 35473539 19 34431400

39 30 48

19 34514811

FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS HANNA LEMAGI

106 E 122

CONTROLE DE FLUIDOS 19 21279400

46

GENERAL CHAINS PROLINK

19 34172800 19 34234000

PRODUQUÍMICA 54 11

MARC-FIL MECAT

14 32355000

45

16 33039796

83

FUNDIÇÃO

80

FERRUSI SIMISA

NAMBEI FIOS E CABOS

CURSOS E UNIVERSIDADES UFSCAR FAI

16 33519000

DECANTADORES BRUMAZI CSJ METALÚRGICA GASIL VLC

11 30169619

63

18 39056156 62 35031155

48 7

11 50568900

24

16 39464766 16 21051200

26 37

16 19 81 19

39468777 34374242 34718543 38129119

59 75 73 22

GASIL

ENGRENAGENS GENERAL CHAINS

19 34172800

54

ENTIDADES

44 13

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS

PRODUQUÍMICA

ISOLAMENTOS TÉRMICOS

EDITORA

AUTHOMATHIKA DIMENSIONAL

PROCANA BRASIL

27

EQUIPAMENTOS LABORATORIAIS

CONGER SERMATEC ZANINI

16 35124330

ALEM MAR

ELETROCALHAS 19 34669300 16 39468777

16 35134000 19 34467400 11 32298344

78

ESPECIALIDADES QUÍMICAS

59

ALCOLINA PRODUQUÍMICA

ELETROÍMÃS BRUMAZI

11 33563100 19 34467400 16 39698080

16 39515080 11 30169619

81 115 112 9 115 118 33 63

CONGER ENGEVAP PRODUQUÍMICA UBYFOL DURAFACE - DURAPARTS

11 44171240

25

19 34967710

84

PNEUS

19 21279400

46

ALPHA PNEUS SILCAR PNEUS

11 30169619

63

PONTES ROLANTES

INSUMOS AGRÍCOLAS

11 22024814 16 36265540

BRUMAZI

11 37320022

TRANSESPECIALISTA

16 39464766

26

16 21057870

123 111

16 08007779070

71

16 39479222 16 35135230 16 35137200

122 92 113

16 35135230

92

AVANZI DIMENSIONAL

11 21014069

29

11 21014069 19 34467400

29 115

TINTAS E REVESTIMENTOS 39468777 34035474 35189001 21054422 21051200 35139800

19 34391101 16 35138800 11 30169619 34 33199500 19 35473539

59 103 43 13 37 58 44 120 63 5 38

16 39468777 16 39452433 16 39452825

59 32 120

55 32227710

74

PERFORTEX

19 35261100

BRN BRASIL REUNION

19 35432255 16 36235384

4 88

METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029 TESTON 44 30189020

18 17

TRANSBORDOS

TRANSPORTADORES INTERNOS MARC-FIL

18 39056156

EDRA SANEAMENTO SERGAM VLC

19 35769366 14 33227997 19 38129119

86 36 22

18 36368600 11 47952000

122 124

TRATORES PAGAN TRATORES VALTRA

TROCADORES DE CALOR AGAPITO MARC-FIL

16 39479222 18 39056156

122 48

11 29418044 16 21334383

23 50

TUBOS E CONEXÕES CONTUFLEX FRANPAR

16 36227300 11 32023330

105 61

16 39468777

59

VEDAÇÕES E ADESIVOS

11 26435000 11 30169619

97 63

REZENFLEX VEDAÇÃO BRASIL VEDACERT

107

BONFIGLIOLI DO BRASIL RENK ZANINI

11 43371806 16 35189001

48

TRATAMENTO DE ÁGUA / EFLUENTES

59 75 103 13

REDUTORES INDUSTRIAIS

116

TRADINGS - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

39468777 34374242 34035474 21054422

117

LOGÍSTICA E TRANSPORTES

COMASO ELETRODOS

26

16 19 19 16

11 50336400 15 33352432

SUPRIMENTOS DE SOLDA

16 39464766

PRODUTOS QUÍMICOS

LEVEDURAS E ENZIMAS

AGAPITO COMASO ELETRODOS MAGISTER

TELECOMUNICAÇÃO / RADIOCOMUNICAÇÃO

109 119

BERACA SABARÁ PRODUQUÍMICA

SÃO FRANCISCO SAÚDE

AVANZI

PLANTAS INDUSTRIAIS BRUMAZI CSJ METALÚRGICA DEDINI SERMATEC ZANINI

COBRA ROLAMENTOS INA

31

11 33407555

16 19 16 16 16 16

119

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

PENEIRAS ROTATIVAS

METROVAL

PROZYN

74 18

NUTRIENTES AGRÍCOLAS

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

ISOVER REFRATÁRIOS RIBEIRÃO

103 84

MONTAGENS INDUSTRIAIS

AGRIMEC

19 34391101 16 21054422

DESTILARIAS

ANSELL DIMENSIONAL DISTRINOX

BRUMAZI DEDINI RENK ZANINI SERMATEC ZANINI SIMISA UNI-SYSTEMS

89

INSPEÇÃO TÉCNICA ELETRO SERVICE

19 34035474 19 34967710

16 36265540

ROLAMENTOS

SOLDAS INDUSTRIAIS

MOENDAS E DIFUSORES

16 21014151

59

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

FERRUSI

PLAINAS

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS ITALTRACTOR / ITM

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS

MOENDAS

93

16 39468777

BRUMAZI

96 55

23 19

METAIS

11 35003700

35 E 49 47 101

11 32514563 19 34562298

11 29418044 19 34121144

AGRIMEC 55 32227710 METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029

73

11 30432125 11 56945166 19 37354489

ABISOLO GERHAI

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS

81 34718543

GRÁFICA SÃO FRANCISCO GRÁFICA

DEDINI ELETRO SERVICE

BRUMAZI EQUILÍBRIO VIBROMAQ

GALPÕES GLP

REFRATÁRIOS 4 39 30

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS

GASES INDUSTRIAIS

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS BASF BAYER CROPSCIENCE FMC

52 48

FIOS E CABOS

COZEDORES CITROTEC

19 34514811 19 34431400

FILTROS INDUSTRIAIS

CORRETORA DE SEGUROS AD CORRETORA

52

FERTILIZANTES

CORRENTES INDUSTRIAIS

19 35432255 16 32219000 19 35473539

MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

FERRUSI

SUGARSOFT

19 34023399

CONTUFLEX REZENFLEX

ITR SOUTH

82 33725270

FERRAMENTAS INDUSTRIAIS HANNA

BRN BRASIL BUSSOLA DURAFACE - DURAPARTS

MATERIAIS RODANTES

FERRAMENTAS BUSSOLA DURAFACE - DURAPARTS LEMAGI

MANCAIS E CASQUEIROS

MANGUEIRAS E CORREIAS

FERMENTAÇÃO - CONSULTORIA E SERVIÇOS

120

16 39413367

117 72

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL

DISPAN 19 34374242 18 39056156

BRUMAZI

MICROSERV 16 39452825

11 37320022 31 30572000

ESTEIRAS

MASTERCANA MULTIPLUS PROCANA BRASIL SINATUB TECNOLOGIA

102 65

DESFIBRADORES

BOMBAS BOMBAS GEREMIA GARDNER DENVER NASH REZENFLEX

4

19 37562755 19 34343433 17 32262555

COLETORES DE DADOS

METROVAL

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER

19 35432255

CPFL SERVIÇOS PROBOILER ENGENHARIA SANARDI

COMÉRCIO EXTERIOR 33 63 117

ARAMES TUBULARES UNIWELD

VIBROMAQ MARKANTI

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE INFECÇÕES BACTERIANAS ALCOLINA PRODUQUÍMICA PROZYN

ALFATEK

87

ANTI - INCRUSTANTES ALCOLINA GASIL PRODUQUÍMICA

BRN BRASIL

PROZYN QUÍMICA REAL

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA E SERVIÇOS

CARROCERIAS E REBOQUES

ADVOCACIA DIAS DE SOUZA

28 103 120 21 99 13

A N U N C I A N T E S

CARRETAS

AÇÚCAR - COMERCIALIZAÇÃO ATLANTICA FOODS

16 39462700 19 34035474 16 35138800 DDI 91 1204085001 19 34343433 16 21054422

CAMINHÕES - PEÇAS E SERVIÇOS

AÇOS INOXIDÁVEIS MARC-FIL

CALDEMA DEDINI ENGEVAP ISGEC PROBOILER ENGENHARIA SERMATEC ZANINI

D E

VÁLVULAS INDUSTRIAIS CIRCOR ENERGY DURCON-VICE FOXWALL FRANPAR VALEQ ZANARDO

19 11 11 16 21 18

31243124 44477600 46128202 21334383 31011224 31171195

20 34 16 50 60 10

19 34121144 19 32386566 16 39474732

19 121 120

VENTILAÇÃO INDUSTRIAL 53 43

EQUILÍBRIO VLC

16 39452433 19 38129119

32 22


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CARTA AO LEITOR

Julho/2013

5

carta ao leitor

índice Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

Josias Messias

josiasmessias@procana.com

Cana Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 e 11 Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 a 24

Preços devem favorecer mais o consumidor do que a usina Deputado defende subvenção de R$ 0,30 para cada litro de etanol “República do etanol” pode gerar benefícios ao país

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 a 37

Planejamento rende bons resultados na Usina Açucareira Guaíra Indústria está sendo movida a álcool Pitangueiras vai adquirir mais colhedoras para cumprir as metas Estado do Mato Grosso comporta mais 40 usinas Financiamento da agricultura empresarial tem alta de 30% em dez meses

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 a 63

Gemea discute nanofiltração para turbinas Sinatub realiza curso de análise de vibrações e balanceamento Método reduz até 25% do custo de manutenção Encontros ProCana: a energia, na visão dos produtores

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66 a 69

Irrigação pode dobrar produtividade

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .77 a 81 ENTREVISTA - Paulo Saldiva “Política para combustíveis deve considerar custos em saúde” ENTREVISTA – Carlos Barbouth “Segurança no trabalho melhora, mas permanece longe do ideal”

Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . .82 a 84

confirmadas por outras centrais de pesquisas, incluindo as do próprio governo, em 2021/22 a produção brasileira de etanol terá que ser de no mínimo 70 bilhões de litros anuais. É uma meta três vezes maior do que a produção atual e, pelo andar da carruagem, muito difícil de ser atingida. Especialmente neste momento, em que o setor sucroenergético se vê sem perspectivas de lucratividade e investimentos, pois de um lado suas receitas são exigências na produção. Economicamente falando, o produtor brasileiro encontra-se num beco sem saída, pois não consegue fazer subir o preço do açúcar, pois qualquer aumento de produção derruba as cotações nas bolsas, e não consegue melhorar a remuneração do etanol, devido ao maquiado “congelamento” no preço da gasolina.

Usinas desenvolvem projetos na área esportiva

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .86 a 91 Cai número de fusões e aquisições no setor Gestão de desempenho organizada leva à superação de crise com mais facilidade Usina Estiva segue a trilha da melhoria contínua

Logística & Transportes . . . . . . . . . . . . . . . . . . .92 a 96

De acordo com previsões do Anuário da Cana 2013, que acaba de ser lançado,

limitadas pelos baixos preços do etanol e do açúcar e de outro pelos aumentos nos custos e

Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72 a 76

Chega de embrulhos!

A MODERNIZAÇÃO CHEGOU, FINALMENTE, AOS PORTOS?

Mercados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .92 a 102 Tailândia trabalha para aumentar produção de cana em 20%

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . .104 a 106 Como produzir 2G a um custo competitivo ainda é desafio

Ora, é notório que o setor não tem poder para mudar artificialmente as cotações nas bolsas e nem impedir os aumentos nos custos inerentes à produção. Mas pode e deve buscar corrigir esta anormalidade econômica em vigor na administração dos preços da gasolina. Embora esta diretriz esteja prejudicando seriamente a Petrobras e um dos setores que mais contribuem para a geração de empregos e renda no Brasil, o fato é que o primeiro escalão do Governo Federal já nem disfarça o desinteresse pela questão e pelo etanol. No final das contas, quando liberam alguns incentivos, estes estão mais para embrulhos do que

Destaques do Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .108 Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . .109 a 122

CONVITE IRRECUSÁVEL “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Convite de Jesus Cristo ao descanso, no verso 28 do capítulo onze do evangelho de Mateus)

para pacotes. Os políticos, à exceção de alguns declaradamente pró-setor como Mendes Thame e Arnaldo Jardim, entre poucos outros, evitam aparecer nos canaviais. Gostam mesmo é do primeiro plano das fotos em assuntos populistas. Por seu turno, o Governo Dilma continua insuflando o consumo em detrimento da produção, matando a indústria e a economia nacional. E não adianta esperar algo diferente. Sem uma clara e forte manifestação pública dos produtores, o Governo não vai regulamentar o papel do etanol e da bioeletricidade de cana na matriz energética, assegurando-lhes uma competitividade futura. Chega de embrulhos!

NOSSOS PRODUTOS

O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 - Ribeirão Preto - SP procana@procana.com.br

NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroalcooleiro de informações sérias e independentes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável, humano, tecnológico e socioeconômico; Democratizar o conhecimento, promovendo o intercâmbio e a união entre seus integrantes; Ser o porta-voz da realidade e centro de informações do setor; e Manter uma relação custo/benefício que propicie parcerias rentáveis aos clientes e aos demais envolvidos.

w w w. jo r n a lc a n a . c o m . b r PRESIDENTE

REDAÇÃO

Josias Messias - josiasmessias@procana.com.br

Edição Luiz Montanini - editor@procana.com.br Coordenação e Fotos Alessandro Reis editoria@procana.com.br Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur Consultor Técnico Fulvio Machado Reportagem Andréia Moreno - redacao@procana.com.br André Ricci - reportagem@procana.com.br Arte Gustavo Santoro Revisão Regina Célia Ushicawa

GERENTE DE OPERAÇÕES Fábio Soares Rodrigues - fabio@procana.com.br

ADMINISTRAÇÃO Controle e Planejamento Asael Cosentino - asael@procana.com.br Eventos Rose Messias - rose@procana.com.br Financeiro contasareceber@procana.com.br contasapagar@procana.com.br Recursos Humanos Abel Martins - presidente@procana.com.br

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MARKETING / PUBLICIDADE Comercial Gilmar Messias 16 8149.2928 gilmar@procana.com.br Leila Milán - 16 9144.0810 leila@procana.com.br Matheus Giaculi 16 8136.7609 matheus@procana.com.br Michelle Freitas 16 9128.7379 michelle@procana.com.br

Anuário da Cana Brazilian Sugar and Ethanol Guide

BIO & Sugar International Magazine

www.jornalcana.com.br O Portal do setor sucroalcooleiro

Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool

JornalCana A Melhor Notícia do Setor Prëmio BesiBio Brasil

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Tiragem auditada pelos

Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios & Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais e 10.000 exemplares comerciais reservados. É proibida a Publicação mensal reprodução, total ou parcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamente com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).


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AGENDA

Julho/2013

A C O N T E C E U

A C O N T E C E

ACONTECEU

PRÊMIO MASTERCANA CENTRO-SUL

No dia 15 de junho, os empresários do agrobusiness acompanharam o 1º Encontro de Tecnologias Digitais no Hotel JP, em Ribeirão Preto, SP.

Acontecerá no dia 26 de agosto de 2013, em Sertãozinho, SP, o MasterCana Centro-Sul, evento que homenageará as principais personalidades do segmento sucroenergético. Simultaneamente, acontecerá ainda o Prêmio MasterCana Social, fruto da parceria entre a ProCana Brasil e o Gerhai. www.mastercana.com.br ou rose@procana.com.br

MANEJO DE ADUBAÇÃO Nos dias 27 e 28 de junho, o Infobibos Informações Tecnológicas para o Agronegócio realizou a 4ª edição do Curso Teórico Prático de Interpretação de Análise de Solo e Manejo de Adubação em Cana-de-açúcar, no Centro de Convenções da Cana-de-açúcar - IAC, em Ribeirão Preto, SP.

EVENTOS SINATUB E PROCANA Aconteceu, nos dias 6 e 7 de junho, o Curso de Caldeiras, Vapor e Energia "Eficiência e Avanços Tecnológicos nas Caldeiras e no Sistema de Geração de Energia Aplicado as Plantas Industriais e Centrais Termoelétricas do Setor Sucroalcooleiro”, no Cenacon, em Ribeirão Preto/SP. De 13 a 15 de maio, o Curso/Treinamento de Análise de Vibração e dias 16 e 17 de maio, o Curso/Treinamento de Balanceamento de Rotores, ambos em Ribeirão Preto/SP. O curso de PCM (Planejamento e Controle da Manutenção) e Confiabilidade da Manutenção aconteceu de 20 a 22 de maio, também em Ribeirão Preto, SP. (Veja matérias nas páginas 52 a 56 e 61 a 64).

CURSOS SINATUB 2013 AGOSTO 13 a 16 – Curso/Treinamento de Vasos de Pressão - Ribeirão Preto/SP SETEMBRO 11 a 13 – Curso/Treinamento de Gestão de Projetos - Ribeirão Preto/SP 26 e 27 - Curso de Moenda e Difusor – Ribeirão Preto/SP OUTUBRO 17 e 18 – Curso de Manutenção Preditiva e Inspeção de Equipamentos – Ribeirão Preto/SP NOVEMBRO 7 e 8 – Curso de Tubulação, Turbinas e Bombas e Equipamentos – Ribeirão Preto/SP A DEFINIR • Curso de Tratamento de Caldo, Filtragem e Fermentação • Curso de Automação e Produção Industrial

MASTERCANA NORTE-NORDESTE MASTERCANA BRASIL O evento de premiação exclusiva dos 100 Mais influentes do Setor acontecerá dia 21 de outubro, em São Paulo. www.mastercana.com.br ou rose@procana.com.br

Dia 26 de novembro, Recife,(PE, será palco de mais uma edição do tradicional prêmio MasterCana Norte-Nordeste. www.mastercana.com.br ou rose@procana.com.br.


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“Bioenergia & Biorrefinaria Cana-de-açúcar & Espécies Florestais” Os professores e pesquisadores Fernando Santos, Jorge Colodette e José Humberto de Queiroz da Universidade Federal de Viçosa, lançaram em maio o Livro "Bioenergia & Biorrefinaria # Cana-de-açúcar & Espécies Florestais”. Com o ímpeto de se substituir os combustíveis de origem fóssil, pelo menos parcialmente, surgiram na última década os conceitos de biorrefinagem e biorrefinaria, segundo o autor Fernando Santos. "O aumento da produção de biocombustíveis, bioeletricidade e florestas energéticas é parte importante dos compromissos assumidos pelo governo brasileiro em sua Política Nacional sobre Mudanças do Clima. Isso porque esses produtos, como é o caso do etanol de cana-de-açúcar, têm grande capacidade de reduzir as emissões de GEEs no ciclo de vida quando comparados com seus substitutos fósseis. O uso energético, no entanto, não é a única alternativa ao processamento da biomassa, que pode ser convertida em uma série de outros produtos como bioplásticos, químicos, óleos lubrificantes e solventes ", afirma. Para mais informações: fernandoasantos7@gmail.com

ÍNDIOS POR UM DIA — No dia 5 de junho, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, o Grupo Barralcool promoveu a semana de ações socioambientais. Para isso, o Grupo proporcionou um dia de vivência para 27 adolescentes do seu Projeto Social Doce Vida na Aldeia indígena Umutina, situada na região de Barra do Bugres, no Mato Grosso. O dia de vivência em áreas indígenas foi repleta de atividades com foco na interação das comunidades, compartilhando experiências, caminhada na natureza, conhecendo um pouco mais da cultura indígena – neste caso em Umutina. "No Circuito Umutina, o visitante pôde apreciar a dança típica, fazer oficinas de artesanato e arco e flecha, pintura de pele, enfim, aprender mais sobre a cultura Umutina", diz Liane Carvalho, assessora de comunicação do Grupo.


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Energia da biomassa é tema de documentário ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e a Fundação John Deere lançaram no último dia 11 de junho, o documentário “Energia Verde e Amarela”. A apresentação oficial aconteceu em Brasília, uma iniciativa que integra as comemorações de 40 anos da Embrapa. O documentário “Energia Verde e Amarela” será distribuído para universidades, ministérios, empresas, escolas agrotécnicas, escolas agrícolas familiares e câmaras setoriais. Será utilizado também em programas como o Embrapa & Escola e, com legendas em inglês, para divulgar a experiência do Brasil a outros países. O documentário foi produzido com o apoio do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, e abrange todas as regiões do Brasil com destaque para os diferentes processos de geração de energia sustentável, proveniente da

biomassa e dos resíduos. “A intenção foi obter um produto de comunicação para divulgar o que o País tem de competência, tecnologia e políticas públicas nesse setor, que o colocam como um dos atores fundamentais na geração de energia renovável”, ressalta o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Manoel Souza. De acordo com ele, é preciso superar a dependência energética do petróleo e reduzir as emissões de gases que contribuem para o aquecimento da Terra. “A biomassa é a fonte de energia que irá sustentar, nas próximas décadas, o desenvolvimento sustentável do Brasil”, completa. Paulo Herrmann, presidente da John Deere, explica que a produção do documentário vai ajudar a difundir essas tecnologias. “O que antes era descartado, hoje pode ser reaproveitado para a geração de energia limpa, o que é essencial para o meio ambiente e para a renda dos produtores e suas famílias, com consequências positivas para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil”, diz.

“Energia Verde e Amarela” O documentário está dividido em quatro partes e mostra os programas adotados pelas políticas públicas para incentivar a produção de biocombustíveis, como o etanol – que vem sendo usado desde a década de 70 – e o biodiesel, combustível lançado em 2005 que, por ser produzido a partir de óleos vegetais e de gorduras animais, tem um impacto social importante. Quanto ao aproveitamento de resíduos, o filme aponta como as sobras das atividades agrícolas, agroindustriais e florestais podem se tornar matérias-primas para a produção de biocombustíveis, rações, fertilizantes, produtos químicos e biomateriais. "Esse aproveitamento, além de agregar valor aos resíduos, ainda contribui para preservar o meio ambiente", revelam os organizadores. O diretor do documentário, César Romagna, explica que pensou em mostrar, de uma forma simples, o que a comunidade científica, os produtores rurais e os setores público e privado estão fazendo para viabilizar a busca por alternativas sustentáveis. O documentário Energia verde e amarela proveniente da biomassa pode ser visualizado neste link: http://www.youtube.com/watch?v=XBfeXnbeSO4 O documentário Energia verde e amarela – etanol, pode ser visualizado neste link: http://www.youtube.com/watch?v=aqYq-Fx0a3g


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ENTREVISTA – Tarcilo Rodrigues

Preços devem favorecer mais o consumidor do que a usina Especialista fala do futuro do mercado do açúcar e etanol nesta e na próxima safra ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Ao contrário da safra passada, o consumidor de etanol deverá ser mais beneficiado com os preços do produto nesta temporada. Na opinião de Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência, os preços deverão beneficiar mais os consumidores do que a usina, principalmente para ganhar novos adeptos, já que o mercado da gasolina esteve muito aquecido nos últimos meses. Com o descarte da questão de desabastecimento, o setor poderá abastecer o mercado tranquilamente, segundo o especialista. Em entrevista exclusiva, Rodrigues fala do futuro do mercado do açúcar e etanol nesta e na safra seguinte e do processo de recuperação do segmento sucroenergético. JornalCana – Como ficarão os preços do etanol na safra atual? Serão bons para os consumidores e para as usinas? Tarcilo Rodrigues – Este ano os preços serão melhores para os consumidores do que para as usinas. Com a não sustentação do mercado de açúcar, a tendência é que o setor produza mais etanol. O produtor conseguirá escoar toda sua produção, mas terá que dar uma vantagem para o consumidor optar por etanol. A realidade não será tão ruim para a usina, mas deve favorecer um pouco mais o consumidor. O preço do litro do etanol hidratado na usina com impostos deve fechar em torno de R$ 1,40, longe de fomentar investimentos, preço apenas para pagar as contas das empresas. Na bomba o litro deve ficar entre R$ 1,70 na safra e R$ 1,90, na entressafra. Os preços serão mais competitivos do que na safra passada graças a desoneração de carga tributária. O preço do anidro deve ficar com prêmio de 13% sobre o hidratado. Há risco de desabastecimento? Não vejo a menor possibilidade pois o mercado está abastecido. A produção será suficiente, tanto de anidro, como de hidratado. De quanto será a produção de etanol do Centro-Sul nesta safra? Entre 25 bilhões e 26 bilhões de litros. A demanda do hidratado é maior, então a produção deverá ficar entre 15 a 16 bilhões de litros e a de anidro, entre 10 a 11 bilhões de litros. Com certa depreciação dos preços do açúcar, como ficará esse quadro no futuro? O setor ainda vai sofrer com os baixos preços do açúcar nesta safra. Em setembro se encerra uma safra mundial (2012/13),

Tarcilo Rodrigues aborda o processo de recuperação do segmento

com superávit muito grande entre produção e consumo e que deverá ficar em torno de 7 a 10 milhões de toneladas, suficientes para pressionar as cotações. Mas entraremos na safra mundial 2013/14 em outubro com volume um pouco menor, por parte da Índia e do próprio Brasil, que produzirá mais etanol. Isso ajudará a reduzir o superávit, mas os preços terão chances de melhorar desde que se consuma esse excesso. Em quanto ficarão os preços do açúcar nesta safra mundial e na próxima? Nesta safra os preços deverão ficar em torno de 17 centavos e 19 centavos por libra peso, e na próxima em torno de 19 centavos a 23 centavos de dólar por libra peso. Para remunerar e fomentar novos investimentos e cobrir os custos financeiros do setor, o ideal seria ficar em torno de 23 centavos. Nesta safra a produção será mais para hidratado? Mais para hidratado, pois o anidro é mandatório e se fabrica o que é preciso, e

ele não sofre oscilações de preços. De quanto será a produção do Centro-Sul? Ainda é cedo para falar da próxima safra, mas este ano o Centro-Sul deve produzir em torno de 34 milhões de toneladas de açúcar. Na próxima safra ainda não acredito em recuperação por causa da situação financeira das usinas, que não têm dinheiro para investir adequadamente nos canaviais para aumentar sua produtividade. Estamos vindo de uma safra com preços ruins, e isso afeta o planejamento financeiro da usina de recuperação e pesa nos investimentos e na manutenção do canavial. Quando o setor deve conseguir ter uma recuperação plena? Não será na próxima safra 2014/15, depende de uma série de fatores, políticas públicas claras e isso não tem horizonte. Sem isso o empresário será conservador e o ambiente fica um pouco complicado. Quer queira ou não dependemos do governo, pois nosso concorrente se chama gasolina e a política pública não incentiva o etanol.

O governo pode sinalizar algo melhor ainda para esta safra? Acho muito difícil. Se houver alguma coisa será para a próxima safra. O setor deveria se movimentar de forma diferente? Acho que não, o setor é maduro nisso. Há órgãos de classes representativos e já estruturados. Uma conversa com governo é sempre difícil, e o governo olha como um todo. Os canais estão aí, mas o processo é complexo. Os resultados são de longo prazo, mas tudo que aconteceu, como: o aumento da mistura, a desoneração do PIS e Cofins foi positivo, mas a velocidade do governo é diferente da velocidade do mercado. É difícil falar de maturação do mercado quando todos estão preocupados, com dificuldades para pagar suas contas; é uma questão mais de sobrevivência, pois o ambiente não é competitivo. O empresário está fazendo sua parte, investindo o que pode, cobrindo custos, sendo mais competitivo, mas depende de clima e de uma série de fatores.


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Veículos a etanol são contemplados no Plano Inova Energia Projeto que tem recursos do BNDES propõe soluções para modelos híbridos CARLOS ALBERTO PACHECO, DE

SÃO PAULO, SP

Lançado em março último pelo governo federal, o Plano Inova Energia divulgou os nomes das 117 empresas selecionadas que passaram por um Comitê de Avaliação que examinou se as pretendentes atenderam a uma série de pré-requisitos previstos em edital (segunda etapa do processo). Veja as empresas selecionadas no endereço eletrônico http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/expo rt/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivo s/produtos/download/inova_energia_result ado_final_empresas_lideres.pdf . Com o plano, o Executivo pretende investir R$ 3 bilhões no desenvolvimento do setor energético no País. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prometeu disponibilizar orçamento de R$ 1,2 bilhão da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep)

e R$ 600 milhões da Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel. O resultado é preliminar porque estende prazo para interposição de recursos, que terminou em 3 de junho. Com os recursos do BNDES, as empresas sediadas no Brasil e que passaram pelo crivo do comitê poderão

receber créditos com taxas reduzidas, subvenções e dinheiro não reembolsável para o desenvolvimento de pesquisas. O plano abrange três linhas de inovação, que contemplam redes inteligentes, que distribuem de forma eficaz a energia, melhoria na transmissão de longa distância em alta tensão e energias alternativas e

propagação de dispositivos para veículos elétricos, que contribuam na redução dos poluentes. Uma das finalidades do ‘Inova Energia’ é “apoiar iniciativas que promovam o desenvolvimento de integradores e adensamento da cadeia de componentes na fabricação de veículos elétricos e híbridos a etanol”, segundo definiu o BNDES. Na linha denominada “Veículos Híbridos e Eficiência Energética Veicular” há três vertentes que reúnem motores, baterias e produção em escala. A primeira refere-se a motores e sistemas de tração. Propõem-se o desenvolvimento de tecnologias para motores, componentes e sistemas de tração elétrica a veículos híbridos/elétricos e as que propiciem melhoria da eficiência energética em sistemas de motorização a etanol. A segunda vertente abrange o incremento de baterias, acumuladores de energia, supercapacitores e tecnologias em termos de recuperação de energia (tração, pilhas a combustível e materiais para baterias). Há, ainda, sistemas de gerenciamento para uso em veículos híbridos/elétricos, sobretudo movidos a etanol. Na terceira vertente, a produção é em escala – os projetos devem ser pioneiros, visando ao desenvolvimento dos veículos já citados, em especial o etanol.

Investimentos começarão a dar resultados em 2015 No dia 1º abril, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, assinou termo de cooperação do Plano Inova Energia e o consequente anúncio do investimento de R$ 3 bilhões no desenvolvimento da área energética. Na ocasião, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, afirmou que o plano é parte integrante do Programa Inova Empresa, cujo volume de recursos soma R$ 32,5 bilhões, focado em “campos estratégicos”. Segundo Raupp, o Executivo conduz o programa com mais 11 ministérios. “São recursos substanciais que

serão disponibilizados”, garantiu o ministro. Coutinho espera que, até 2015, os investimentos do ‘Inova Energia’ comecem a dar resultados. Até o final deste ano, o BNDES espera que haja crescimento da aplicação de recursos em projetos do gênero. “Em 2012, foram gastos R$ 2,6 bilhões em projetos de inovação. Este ano, esperamos chegar a pelo menos R$ 3,5 bilhões em várias áreas”, estimou o presidente. Coutinho elencou outros planos que precisarão de investimento e estimulam inovação. Entre eles, o agronegócio. (CAP) WILSON DIAS/ABR

Demanda por inovação

Raupp: Plano Inova Energia é parte integrante do Programa Inova Empresa

Em maio, o diretor de Inovação da Finep, João De Negri, revelou que o processo que escolheu preliminarmente 117 empresas, num total de 373, superou as expectativas em termos de montante aplicado. A demanda atingiu cerca de R$ 12 bilhões, superando o volume inicial de recursos disponíveis para o programa. Ele festejou o resultado. “Isso mostra que o País tem enorme demanda por inovação”, comemorou. A demanda superou em quatro vezes o total de recursos ofertados. Após as duas primeiras etapas (carta de manifestação de interesse e seleção das empresas), há mais três fases a cumprir. A

terceira é a apresentação dos planos de negócios – empresas habilitadas serão convidadas a participar de evento promovido por instituições com o propósito de instruir a apresentação dos seus planos. A quarta etapa consiste na seleção dos planos pelo Comitê de Avaliação a partir de parâmetros e critérios previstos no edital. E a quinta e última fase engloba a estruturação dos chamados Planos de Suporte Conjunto – para cada plano de negócio selecionado, o Comitê estruturará esse plano de suporte correspondente, definindo os respectivos instrumentos de apoio vigentes da Aneel, BNDES e da Finep. (CAP)


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Deputado defende subvenção de R$ 0,30 para cada litro de etanol ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Em maio, o deputado federal, Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB) apresentou ao Congresso Nacional as Emendas de n.º 58, 92 e 94 à Medida Provisória n.º 615, de 17 de maio de 2013, que autoriza o pagamento de subvenção aos produtores de cana da safra 2011/2012 e de etanol da região Nordeste e o financiamento da renovação e implantação de canaviais com equalização da taxa de juros. Segundo proposta, a Emenda n.º 58 concede subvenção econômica no valor de R$ 0,30 por litro de etanol produzido e comercializado por unidades industriais por quatro safras; a Emenda n.º 92 desonera a folha de pagamento que passariam a pagar 1% (um por cento) sobre o faturamento das agroindústrias produtoras de açúcar e etanol em todo o país; e a Emenda n.º 94 reabre o prazo de parcelamento de débitos de que trata a Lei n.º 11.941, de 27 de maio de 2009 (REFIS). O deputado comprometeu-se em se empenhar na aprovação destas emendas junto à Comissão Mista que analisará a Medida Provisória n.º 615. De acordo com o texto apresentado na Emenda 58, a modificação foi proposta para que a subvenção nela prevista adquira também um instrumento indutor de expansão e renovação de canaviais que sejam destinados à produção de etanol. Em outra parte do texto, o deputado revela que através da edição da MP 613, o governo federal desonerou o etanol em cerca de R$ 0,10 por litro comercializado das contribuições PIS e Cofins, por isso "entende que a subvenção se torna mecanismo adequado para internalizar no preço do etanol a externalidade ambiental positiva que não é valorada pelo consumidor no momento do abastecimento ou é limitada pelo controle artificial do preço da gasolina nas refinarias

Antonio Carlos Mendes Thame: por uma rápida recuperação da indústria

de petróleo", diz. Em seu último parágrafo afirma que ao conceder subvenção para todas as indústrias pelo prazo de quatro safras, até 2017, a União garantirá a possibilidade de uma rápida recuperação da indústria. Já no texto da Emenda 92, o deputado explica que as agroindústrias produtoras de açúcar e etanol apresentam importante participação na economia nacional, entretanto desde a última crise econômica, o setor enfrenta dificuldades pela falta de implementação de políticas

públicas de longo prazo voltadas ao fortalecimento do setor, com o reconhecimento do aumento do custo de produção, causado em grande medida pelo aumento do preço da terra e minimização dos efeitos negativos da fixação artificial do preço da gasolina, o que desestimula os investimentos no setor ". Em outra Emenda, a 94, afirma que os agentes produtores ainda padecem sob uma carga tributária insustentável, situada seguramente entre as mais elevadas do planeta.


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“República do etanol” pode gerar benefícios ao país Adoção de medidas estratégicas viabilizará ampliação e diversificação do consumo do biocombustível RENATO ANSELMI,

DE

CAMPINAS, SP

Pelo ar, terra, asfalto, em corredores exclusivos, sobre duas, quatro ou mais rodas, o etanol pode invadir o campo e a cidade por meio de carros, motos, ônibus, caminhões, tratores, colhedoras e aviões. A “revolução” do biocombustível de cana tem amplas possibilidades de ser bem-sucedida, ampliando a demarcação de território e desbancando combustíveis fósseis – conhecidos também como diesel e gasolina – de posições e lugares que poderiam ser considerados verdadeiros “bunkers”. A “república do etanol” pode ser criada no Brasil, mais cedo ou mais tarde, a partir da adoção de determinadas medidas estratégicas por parte do governo federal e da cadeia produtiva da cana-de-açúcar. Não se trata, no entanto, da instalação de um “regime totalitário”, com predomínio absoluto do biocombustível de cana. Haverá espaço para a convivência pacífica e democrática com outros produtos, renováveis ou não. O que se espera é que a “nova república” crie condições para a expansão, de maneira justa, do etanol no mercado e o aproveitamento de todo o seu potencial. Não há dúvidas que o uso do etanol em diversos veículos e o aumento da participação desse biocombustível na matriz energética brasileira, além de criar novas perspectivas para o próprio setor

Alfred Szwarc: motocicletas flex seguem percurso do carro, mas em ritmo mais lento

sucroenergético, vai gerar benefícios para o país nas áreas econômica, ambiental e social. O primeiro passo, para uma nova escalada do etanol, é a consolidação do seu uso como a melhor alternativa para o abastecimento do carro flex. Para isto, existe a necessidade da criação de políticas públicas – argumentam lideres do setor – que possibilitem o planejamento da atividade a médio e longo prazos e, consequentemente, a retomada de investimentos. De carona no sucesso do carro flex – que completou 10 anos em 2013 –, a moto flex tem sido uma boa alternativa para ampliar o consumo do etanol, apesar dos problemas causados pela falta de uma política pública equilibrada para os combustíveis. As motocicletas flex fazem parte de um mercado de massa e seguem a mesma trajetória percorrida pelos carros bicombustíveis, porém em ritmo menos veloz, de acordo com Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). No caso de ônibus e caminhões, a

concorrência do óleo diesel tem limitado o crescimento do consumo de etanol. Esse mercado é extremamente dependente de políticas públicas que reconheçam o valor ambiental do etanol, observa Alfred Szwarc. Mas, ao invés de adotar medidas que incentivem o uso do biocombustível limpo e renovável de cana-de-açúcar, o governo tem procurado – observa o consultor da Unica – preservar o preço do óleo diesel, atribuindolhe um caráter de produto social. Apesar das dificuldades, esses veículos já começam a sinalizar que vão ocupar seus espaços na “república do etanol”. A Scania lançou em 2011 o modelo semipesado P 270 6x4, que é o primeiro caminhão movido a etanol do Brasil. A Iveco está desenvolvendo o Trakker Bi-Fuel EthanolDiesel, que possibilitou a substituição de 40% de diesel por etanol na fase inicial de avaliação do protótipo. Existem condições técnicas – constatam os estudos – para a elevação do índice do biocombustível de cana nesse modelo. A empresa Man também desenvolve projeto sobre o uso de etanol em caminhões. Em relação ao ônibus movido à etanol, a expectativa é que políticas públicas levem em conta as externalidades positivas desse biocombustível, para que haja melhores condições de competitividade em relação ao diesel para a utilização dessa modalidade de transporte nos grandes centros. Por enquanto, somente a Scania fabrica ônibus movido a etanol. A empresa já comercializou 60 chassi a etanol para operadoras do transporte público urbano de São Paulo, em 2011 e 2012. O potencial de crescimento nesse segmento é enorme: a frota de ônibus da cidade de São Paulo, por exemplo, consome anualmente 377 milhões de litros de combustíveis, sendo que apenas 3,3 milhões de litros são de etanol. O consumo total de combustíveis limpos é de 10 milhões de litros.

Aviação agrícola é outro nicho de mercado A “invasão” do biocombustível de cana, com o objetivo de viabilizar a “república do etanol”, pode ocorrer pelo ar. No campo, existe um nicho de mercado para aviões agrícolas que está prosperando, segundo Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da Unica. Isto ocorre porque a gasolina de aviação é um produto relativamente caro no Brasil – observa –, chegando a se aproximar de R$ 5,00 por litro em algumas regiões, o que torna o etanol competitivo. “Temos hoje perto de 300 Ipanemas (aeronave agrícola da Embraer) movidos a etanol no país”, informa. Ele acredita que esse mercado pode ser estendido para aviões utilizados como táxi aéreo. Alfred Szwarc avalia que o menor conteúdo energético do etanol em relação à querosene de aviação é um impedimento, no entanto, para o seu uso em aeronaves com turbinas, de médio e longo alcance. “Para o avião carregar mais combustível, teria que transportar menos passageiro ou carga. Neste, a aplicação de etanol fica limitada”, comenta. (RA)

No campo há hoje perto de 300 aviões Ipanemas movidos a etanol


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“Revolução” mudaria hábitos de consumo no campo e na cidade Valtra desenvolve tecnologia que possibilita a substituição de 50% de diesel por etanol em tratores e outros equipamentos Existem teorias políticas que preconizam o início de revoluções sociais pelo campo. No caso de mobilizações voltadas à implantação da “república do etanol”, o melhor mesmo é que o movimento de transformação no consumo de combustíveis ocorra simultaneamente nas áreas rural e urbana. Na cidade, está o mercado de massa. No campo, principalmente no caso do setor sucroenergético, nada melhor do que consumir um produto limpo e renovável em caminhões, tratores e colhedoras, produzido pelas próprias usinas, pois este hábito pode se tornar uma propaganda positiva para a expansão do negócio. Desta forma, casa de ferreiro não terá espeto de pau. “Aproveitar um recurso, o etanol, que a gente sabe fazer melhor do que todo mundo”. Este é um dos objetivos do trator movido a etanol e diesel que deverá ser

lançado em 2014 pela Valtra, de acordo com Ricardo Huhtala, diretor da AGCO Power América Latina, divisão de motores do grupo AGCO (proprietário da Massey Ferguson, Valtra, entre outras marcas, e da empresa Santal). O desenvolvimento desse produto começou em 2010 e atualmente está sendo iniciada a fase de testes no campo. Segundo Ricardo Huhtala, a substituição de diesel por etanol deverá ser em torno de 50%, dependendo de cada rotação e da carga que o motor está submetido. Essa taxa de substituição – explica – está relacionada à autonomia da máquina em relação ao consumo e ao abastecimento. É que para cada litro de diesel consumido pelo trator, há necessidade de 1,7 litro de etanol. Afora isto, a mistura não afeta o desempenho da máquina. “As características de potência e torque se mantêm”, afirma. A empresa tem uma expectativa bastante positiva em relação à comercialização do produto. Inicialmente, o motor diesel/etanol será aplicado em um modelo específico de trator, bastante utilizado no setor sucroenergético. Dependendo da aceitação, esse motor integrará outras linhas de tratores da AGCO – informa o diretor da divisão de motores do grupo – e outros equipamentos, como colhedoras de cana e pulverizadores. (RA)

Ricardo Huhtala: valorização da tecnologia brasileira


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“Governo só tem mostrado desinteresse pelo setor” Luiz Carlos Corrêa Carvalho diz que mercado de etanol vive situação atípica; sobra demanda, falta oferta ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

No campo há baixa produtividade. Fora dele o clamor é por políticas públicas efetivas. É o que aponta o presidente da Abag - Associação Brasileira do Agronegócio, Luiz Carlos Corrêa Carvalho. Para o representante, que esteve presente no VII Workshop Agroenergia, realizado em Ribeirão Preto, SP, no início de junho, o governo tem mostrado constantemente o seu desinteresse com o setor. “Recentemente foi lançado o Plano Agrícola e Pecuário e não vi nada relacionado à cana-de-açúcar”, disse. Tal volatilidade política tem gerado, por exemplo, um problema atípico e que segundo Carvalho, retrata fielmente a maneira como o setor tem sido tratado. “Estamos passando por uma crise diferente. Há demanda, que é o mais difícil, mas não existe oferta de etanol. São necessários investimentos da área privada, mas estes só virão se tivermos políticas públicas bem definidas”.

Luiz Carlos Corrêa Carvalho: cana-de-açúcar foi esquecida pelo governo

Para exemplificar a afirmação, o representante apontou o desânimo dos grandes grupos produtores em produzir o biocombustível. “No Centro-Sul, as

usinas autônomas, que são as destilarias, representam 17% da moagem. Contudo, produzem 57% do álcool hidratado e 42% do anidro. Esse é um dado

importante, pois mostra que parte das unidades não acredita no retorno econômico compensador do biocombustível”.


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Preço da gasolina ainda é o maior gargalo no caso do mercado de etanol

Márcio Zimmermann: pacote de incentivos

“Fazemos políticas públicas a todo instante” A afirmação é de Márcio Zimmermann, secretárioexecutivo do Ministério de Minas e Energia A cana-de-açúcar chegou ao Brasil em meados do século XVI. Desde então, foi base da economia nordestina na época dos engenhos, disseminando sua importância por todo Centro-Sul, sendo fundamental para a matriz energética brasileira nos dias atuais. Contudo, é comum que novas fontes de energia, nem sempre “limpas”, surjam e ganhem força politicamente, colocando o setor sucroenergético em segundo plano. É o caso do Pré-Sal e mais recentemente o gás de xisto, fontes ainda pouco exploradas, de confiabilidade duvidosa, mas que ganham atenção especial por parte do Governo Federal.

Márcio Zimmermann, secretárioexecutivo do Ministério de Minas e Energia, participou de um evento realizado na cidade de Jundiaí, SP, em meados de junho, onde a geração de energias renováveis foi tema de discussão. Para ele, os produtos gerados a partir da cana-de-açúcar farão parte da matriz energética do país independente de qualquer descoberta. Em sua visão, o aumento da demanda é uma das razões. “Em 2021/22, a necessidade por energia renovável vai crescer muito no Brasil. De acordo com nossas perspectivas, a produção de etanol, por exemplo, terá que atingir 70 bilhões de litros. Este valor é praticamente três vezes mais do que produzimos hoje. Tenho certeza que a cana-de-açúcar continuará sendo muito importante na matriz energética brasileira”, negando que outras fontes tenham mais relevância. Questionado sobre as ações que o governo tem tomado para que esse

aumento na produção se torne viável, Zimmermann apontou o pacote de incentivos ao etanol como exemplo. “Fazemos políticas públicas a todo instante. Cada empresa decide sua estratégia, já que existem os mercados de açúcar e etanol. Avaliando os aspectos de incentivo, a partir do momento que foi retirado PIS/Cofins do etanol e disponibilizado uma grande linha de financiamento para a renovação dos canaviais, é clara nossa preocupação para que este setor se desenvolva”, afirmou. Sobre bioeletricidade, o parlamentar aponta que a chance de crescimento existe para o setor sucroenergético, basta que as unidades produtoras estejam preparadas para suprir a demanda. “A biomassa tem uma excelente oportunidade de crescimento. Se as unidades conseguirem equilibrar a produção de etanol, açúcar e energia, a tendência é de crescimento”, finalizou. (AR)

Ao falar de quais seriam essas políticas públicas, o presidente da Abag - Associação Brasileira do Agronegócio, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o Caio, como também é conhecido, apontou o preço da gasolina como o maior gargalo no caso do mercado de etanol. “Acredito que o governo não vai mexer no preço da gasolina. Ou seja, a volta da Cide Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, que oferecia fôlego ao etanol, não deve voltar tão cedo. Infelizmente, nossa realidade é incerta. A tendência é que passaremos, mais uma vez, por um longo período de estagnação”, lamenta. Sobre a safra 2013/14, o atual presidente da Abag citou alguns limites, como o físico e o climático, capazes de atrapalhar a produtividade atual. “Os números divulgados pela Unica —União da Indústria de Canade-Açúcar não são diferentes da nossa avaliação. Com as chuvas que tivemos no fim de maio, começo de abril, a safra tende a ser boa. Agora a discussão é se teremos capacidade de moer toda a produção. Vai depender do tempo, se chover muito, ficaremos com cana em pé para o próximo ciclo e moeremos menos neste. Se não chover, moeremos mais. Agora é essencialmente clima. A cana existe”, finalizou. O Anuário da Cana 2013, lançado pela ProCana neste final de junho estima moagem próxima de 580 milhões de toneladas na região Centro-Sul. (AR)


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Cana na Amazônia é aprovada. Na Amazônia Legal! Plantio de cana-de-açúcar na região gera polêmica e divide opiniões no governo e no setor ALESSANDRO REIS,

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Um Projeto de Lei do Senado aprovado no dia 14 de maio pela CMA —Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, prevê o plantio de cana-de-açúcar na Amazônia Legal, mais precisamente nas áreas desmatadas e nos biomas cerrado e campos gerais. De acordo com a Agência Senado, o projeto foi aprovado em decisão terminativa, e recebeu cinco votos favoráveis e dois contrários, além de uma abstenção. Se não houver recurso de pelo menos nove senadores, seguirá diretamente para a Câmara, sem passar por votação pelo Plenário do Senado. Para o autor da proposta, senador Flexa Ribeiro, do PSDB/PA, o plantio de cana na região vai estimular a produção de biocombustíveis - acredita. Em voto favorável, o relator, senador Acir Gurgacz, do PDT/RO, disse: — É necessário ampliar as áreas de cultivo para o atendimento das demandas futuras de etanol e açúcar. Existem no país 64 milhões de hectares em todo o território nacional prontos para o plantio de cana-deaçúcar – estima o senador Gurgacz –ocupados atualmente pela pecuária de baixa produtividade. O projeto gera polêmica e divide opiniões no governo e no setor, incomodando, sobretudo, a classe ambientalista.

A

Senador Flexa Ribeiro: plantio de cana na região vai estimular a produção de biocombustíveis


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Zoneamento garante equilíbrio e crédito

Marina Silva critica a liberação da plantação de cana na Amazônia

Apego ao atraso A ex-senadora Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, de bandeira ambientalista, critica a liberação da plantação de cana na Amazônia: “A liberação da cana na Amazônia não tem lógica. Não é necessidade econômica, é apego ao atraso. Nem interessa ao setor sucroenergético, cuja agenda estratégica requer desenvolver tecnologia para aumentar a produtividade e gerar etanol com a celulose do bagaço, multiplicando a produção sem aumentar a área plantada”.

O etanol passa por um período crítico – avalia – mas que com as atuais medidas do governo como a volta da mistura de 20% para 25% de etanol na gasolina, dá sinais positivos de estar se encerrando. Para a ex-senadora, a cana tem outros produtos relevantes e guarda o potencial de ser usada como biomassa na produção de energia, até agora inerte. Ela denuncia que o governo prefere manter maior despesa e poluição com termelétricas. (AR)

Um mês antes visa garantir um da aprovação do crescimento projeto de lei, equilibrado de um durante a Semana setor estratégico de Bioenergia, para o País”. ocorrida de 18 a 23 Luis Job de março, no destaca que a auditório da iniciativa de Embrapa Estudos e realizar o estudo Capacitação, em técnico, surgiu no Brasília/DF, Luis auge do debate Job, coordenadormundial a respeito geral de açúcar e do uso da terra álcool do Mapa — para produzir Ministério da alimentos ou Agricultura, biocombustíveis. O Pecuária e coordenador-geral Abastecimento, de açúcar e álcool apresentou um do Mapa estudo técnico sobre Áreas aptas para plantio de cana, de acordo complementa a o Zoneamento com Zoneamento Agroecológico importância do Agroecológico da estudo, afirmando Cana-de-açúcar, publicado pelo Governo que financiamentos de bancos públicos Federal em setembro de 2009. para a expansão da cultura apenas são De acordo com o coordenador, o concedidos a plantios localizados nas estudo garante um crescimento áreas consideradas aptas ao cultivo pelo equilibrado para o setor sucroenergético: ZaeCana. "Na prática, nem com recursos “Já haviam sido realizados estudos para próprios dos investidores é possível o outras culturas focados apenas na questão avanço da cana sobre outras localidades, climática, econômica ou ambiental. O da já que as secretarias estaduais de meio cana foi o primeiro que integrou várias ambiente não têm concedido autorizações áreas no mesmo documento técnico, que para isso”, explica. (AR)


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“Embrapa deve rever os limites do zoneamento”, reivindica líder do setor

Luiz Carlos Corrêa de Carvalho, presidente da Abag

Crescimento da produtividade evitaria desgaste Um outro Luiz, conhecido como “Caio”, que conhece e representa o setor, tanto quanto Luiz Custódio Cotta Martins, não concorda com o plantio da cana na Amazônia Legal. O presidente da Abag — Associação Brasileira do Agronegócio, Luiz Carlos Corrêa de Carvalho, afirma que os estudos feitos pela Embrapa, já caracterizaram a região como inóspita para a plantação de cana. Caio, lembra que a

proposta do setor neste momento é crescer em produtividade, não em expansão. “Temos que ganhar produtividade para ser competitivos, e se quisermos expandir a produção, devemos fazer isto com capacidade tecnológica. Não adianta expandir novas terras com produtividade baixa”, garante. E alerta: “Plantar cana nestas regiões criará um desgaste desnecessário para o setor”. (AR)

Luiz Custódio Cotta Martins, presidente do Fórum Nacional do Setor Sucroenergético, entende que plantar cana na Amazônia legal não é problema, mas uma possibilidade de se reaproveitar áreas que mesmo sendo parte da Amazônia legal, estão degradadas, e que a Embrapa — Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, deve rever os limites do zoneamento, considerando áreas que estão inutilizadas e que carecem de uma cultura agrícola. “Se há condições técnicas para o plantio, sem que isso prejudique o bioma, deve-se plantar cana, sim”, enfatiza. Luiz Custódio destaca que, muito embora faça parte da agenda estratégica do setor expandir sua produção de forma vertical, ou seja, com uso de pesquisas e tecnologias como o etanol de segunda geração, não há por que não expandir a área plantada: “Os senadores envolvidos neste projeto querem também o desenvolvimento de seus estados. Plantar cana nestas regiões pode trazer desenvolvimento para as populações regionais”. Questionado sobre se o embate com a mídia e a classe ambientalista pode gerar um desgaste ao setor, Custódio responde que, mais importante que eventuais desgastes é observar os benefícios que isso poderá trazer ao país. “Precisamos levar

Luiz Custódio: deve-se plantar cana, sim!

em conta que a classe ambientalista costuma exagerar em suas considerações e isto muitas vezes impede avanços importantes. Somos terminantemente contrários ao desmatamento para o plantio de cana, mas as regiões propostas já são desmatadas e carentes de alguma cultura agrícola”, observa. (AR)


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Planejamento rende bons resultados na Usina Açucareira Guaíra ANDRÉ RICCI,

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Mais do que buscar políticas públicas, os gestores sucroenergéticos precisam, em primeiro lugar, prover melhorias dentro de suas unidades. Prova de que planejamento e boa vontade trazem resultados aparecem nos dados da safra 2013/14 disponibilizada pela Usina Açucareira Guaíra, de Guaíra, SP. De acordo com dados do Pampa — Programa de Acompanhamento Mensal de Performance Agrícola, elaborado pelo CTC — Centro de Tecnologia Canavieira, em maio deste ano a unidade registrou índice de ATR — Açúcares Totais Recuperáveis de 122.79 kg por tonelada de cana. O valor se destaca quando comparado com a média obtida no Centro-Sul, que é de 121.12 kg/t. Já na região de Ribeirão Preto, onde se encontra a usina, o valor não passa de 119.95 kg/t cana. Com expectativa de moer 2,8 milhões de toneladas de cana neste ciclo, tendo um mix de produção de 66% voltado para o açúcar, e 34% para o etanol, a Usina Guaíra

mantém parcerias com universidades, órgãos governamentais e empresas para alavancar seu desenvolvimento. Contudo, são nos colaboradores que a empresa deposita a maior parcela de confiança. Quem afirma isso é Eduardo Junqueira da Motta Luiz, sócio-diretor da empresa, que credita os elevados índices ao empenho de cada funcionário. “Tenho muito prazer em dirigir a UAG e ver os colaboradores buscarem sempre o melhor de suas oportunidades. Isso eleva o nome da usina a um nível de excelência, tornando-se assim responsáveis por seu crescimento”. A fórmula do sucesso não é segredo. Durante o período de entressafra, a unidade focou suas atenções no campo, onde muitas mudanças ocorreram nos últimos anos e adaptar-se foi preciso. “Trabalhamos para reduzir as falhas de germinação geradas pelo plantio mecanizado. Hoje temos um plantio tão uniforme quanto o comercial. A ideia é manter o crescimento através da eficiência agrícola e industrial”, explica o gerente de Planejamento Agrícola da UAG, Marcelo Stábile Ulian.

Eduardo Junqueira da Motta Luiz: confiança nos colaboradores


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Foco no campo Brasil afora, a preocupação é com a queda de produtividade registrada nos canaviais. Fatores climáticos, assim como falhas de manejo e dificuldades de adaptação com plantio e colheita mecanizados, deixam os representantes apreensivos. Ao menos neste início de safra, este não é o problema de Marcelo Stábile Ulian, gerente de Planejamento Agrícola da UAG. O representante aponta números alcançados no início da safra 2013/14 que confirmam o bom rendimento agrícola. “Embora ainda estejamos falando dos primeiros meses de safra, um dos destaques é a produtividade com 124 t/ha. Canaviais de 2º e 3º estágios estão produzindo na casa de 110 t/ha. Nossa expectativa é fechar a safra com cerca de 100 t/ha”. Destaque no Prêmio MasterCana há vários anos, a unidade faz diferenciação entre “investimentos” e “gastos”, melhorando a cada ciclo seu maquinário, práticas agrícolas, entre outros pontos que resultam em números expressivos ao longo do ano. Esta, portanto, pode ser a fórmula do sucesso. Durante o período de entressafra, a usina focou suas atenções no campo, onde nos últimos anos houve mudanças e adaptar-se foi preciso. “Trabalhamos para reduzir as falhas de germinação geradas pelo plantio mecanizado. Hoje temos um plantio tão uniforme quanto o comercial. A ideia é manter o crescimento através da eficiência agrícola e industrial”, explica Ulian. Ao falar dos diferenciais, mais uma vez, os colaboradores são lembrados, agora por Marcelo Ulian. “Estes números são reflexo do trabalho de toda nossa equipe. Investimos muito em tecnologia agrícola, assim como em práticas sustentáveis. Esse conjunto de ações garante uma produção expressiva e sustentável”, finaliza. (AR)

Marcelo Stábile Ulian: expectativa de fechar a safra com cerca de 100 t/ha


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Indústria está sendo movida a álcool Unica atualiza dados de produção no Centro-Sul, que apontam para mix mais alcooleiro nesta safra ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Em 11 de junho, a Unica — União da Indústria de Cana-de-Açúcar divulgou os dados de moagem referentes à safra 2013/14 no Centro-Sul. Em suma, o período chuvoso vivido na região atrasou o trabalho nos canaviais, mas a longo prazo, deve ser benéfico. De acordo com a entidade, na segunda quinzena de maio, foram esmagadas 34,77 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, queda de 13,24% em relação a quinzena anterior (40,07 milhões de toneladas) e de 2,84% no comparativo com o mesmo período da safra passada (35,78 milhões de toneladas). Para o diretor técnico da entidade, Antonio de Pádua Rodrigues, o atraso se deve, fundamentalmente, à questão climática. “Essa retração na moagem ocorreu devido às chuvas que atingiram as principais regiões produtoras no final da quinzena, dificultando a operacionalização da colheita”, indicou o diretor técnico da entidade, Antonio de Pádua Rodrigues.

No acumulado até primeiro de junho, a moagem alcançou 116,11 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Esse volume é superior àquele verificado em 2012 (70,80 milhões de toneladas), mas 13,47% inferior ao observado em igual período da safra 2010/11 (134,18 milhões de toneladas). Com relação às produções de açúcar e etanol, a Unica revela que o ciclo tende a ser alcooleiro. Para Rodrigues, esse cenário

é fruto das mudanças nos preços. “Apesar da limitação imposta por compromissos antigos de entrega de açúcar, o diferencial de preço entre etanol e açúcar fez com que as unidades produtoras priorizassem a produção do biocombustível”. Na segunda quinzena de maio, 41,78% da cana processada pelas unidades produtoras foi direcionada à produção de açúcar. Essa proporção é inferior aos

48,31% verificados na mesma data da safra 2012/13. No acumulado até primeiro de junho, a produção de açúcar alcançou 5,61 milhões de toneladas e a de etanol 4,82 bilhões de litros, com 3,08 bilhões de etanol hidratado e 1,75 bilhão de anidro. Até o fim de maio, 268 unidades industriais iniciaram as operações no Centro-Sul do País.


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Unidades projetam perspectivas realistas de crescimento na produção É comum em todo início de safra entidades relacionadas ao setor sucroenergético, assim como consultorias especializadas, divulgarem suas estimativas de produção. Contudo, quem torna estes números possíveis pouco comenta suas perspectivas no decorrer do ciclo. No Centro-Sul, por exemplo, a safra 2013/14 já começou. A Usina Della Coletta Bioenergia, localizada em Bariri, interior de São Paulo, mandou suas máquinas a campo em 1º de abril, esperando moer 1,8 milhão de toneladas de cana-de-açúcar. Caso se confirme, o valor será 5% maior que o registrado no último ciclo. “Durante o período de entressafra realizamos um trabalho que busca aumentar a produção a médio e longo prazos. Expandimos a área plantada para compensar a perda de produtividade do último ciclo”, explica o diretor agrícola da DCBio, Márcio Rogério Della Coletta. De acordo com o representante, a parte climática vivida até o momento tem favorecido a produção. “Nesta região houve um excesso de chuva em março, prejudicando o andamento do plantio. Contudo, a precipitação é benéfica para toda soqueira. Já em maio ocorreu um déficit hídrico que ajudou na maturação da planta”, avaliou. Já as sete unidades da Guarani devem ultrapassar os 20 milhões de toneladas de cana-de-açúcar nesta safra. Em função dos problemas vividos no último ano, a companhia programou um trabalho específico para a entressafra. “Introduzimos novas variedades, mais produtivas e com novas técnicas agrícolas, visando reduzir as perdas. Foram investidos, também, R$ 400 milhões na renovação da área plantada”, diz o comunicado enviado pela empresa. Sobre o mix de produção estimado, a Guarani sinaliza para um mercado mais alcooleiro. “Com o crescimento da moagem, prevemos preços menores de açúcar. Assim, esta será uma safra mais dedicada ao etanol”.

Márcio Rogério Della Coletta: área plantada expandida para compensar perda de produtividade

A Usina São José da Estiva, também localizada no interior de São Paulo, estima um aumento de moagem de 6%, o que deve gerar o esmagamento de 3 milhões de toneladas de cana. De acordo com Octaviano Girotto, gerente industrial da usina, todos os setores passaram por um reparo na parada de fim de ano. “Fizemos todas as tarefas de manutenção em todos os setores e estamos preparados para o período de moagem”, explicou. Já a Coruripe, que conta com uma unidade em Alagoas e quatro filiais no Triângulo Mineiro, estima crescer 13,3%. O otimismo é fruto dos investimentos

realizados principalmente na área agrícola. “Nos últimos três anos aplicamos mais de R$ 285 milhões em renovação de canavial, estruturação física, equipamentos e oficina agrícola. Agora vamos poder colher literalmente os resultados dessa estratégia. Além disso, a Filial Carneirinho vai receber nesta safra um investimento de R$ 68 milhões no parque industrial para aumentar a sua moagem de 1,35 para 2 milhões de toneladas de cana”, aponta o diretor de produção do Grupo, Carlos Marques. Segundo o presidente da companhia, Juscelino Sousa, mesmo com o cenário desfavorável do mercado, a manutenção

dos acionistas investindo foi fundamental neste processo. “Somente este ano, investiremos R$ 172 milhões nas áreas agrícola e industrial, ao mesmo tempo em que otimizaremos a nossa metodologia operacional buscando mais produtividade e custos mais enxutos. Ou seja, vamos realinhar os processos para produzir mais gastando menos”, afirmou Sousa. Juntas, as unidades da Coruripe devem moer 11,78 milhões de toneladas de cana e produzir 20,14 milhões de sacas de açúcar e 347,35 milhões de litros de etanol. A empresa tem capacidade total de moagem de 13 milhões de toneladas/ano e cerca de 8.000 colaboradores diretos. (AR)


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Pitangueiras colhe resultados positivos com mecanização aprimorada Usina se destaca na colheita mecanizada, principalmente em áreas de difíceis trajetos ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Depois dos resultados que atraíram olhares de diversas partes do mundo com o plantio mecanizado, agora é a vez da mecanização da colheita chamar a atenção na Usina Pitangueiras, que tem se destacado principalmente no quesito desafio dos terrenos. Atualmente todas as 28 máquinas são munidas de computadores de bordo, parametrizados com normas de colheita desejadas pela unidade, inclusive com velocidades variadas para cada tipo de terreno e de cana. Segundo Eduardo Prezinhas, gerente agrícola da unidade, por possuir muitas áreas inapropriadas para a colheita mecanizada, o desafio está sendo superado com importantes resultados, mas para isso foi preciso um estudo detalhado de quatro anos. “Instituímos velocidades das colhedoras em 3 km/h para canaviais mais complexos com terrenos acidentados, de 4 km/h para cana média e de 5 km/h para terrenos mais adequados e canas melhores. Durante quatro anos a equipe agrícola realizou estudos para parametrizar esses computadores e mensurar as principais melhorias na área. O resultado foi compensador, principalmente no quesito perdas. A perda de matériaprima foi de 1,8%, contra o índice de 2,5% a 3% em média das outras unidades”, explica ele. A empresa conseguiu colher 530 toneladas/dia efetivo trabalhado em áreas de difícil colheita, rendimento e pequenas que exigiam muitas manobras, não apropriadas

Eduardo Prezinhas: estudo detalhado de quatro anos

para colheita mecanizada, e que representa a maioria das áreas da empresa, segundo o gerente. “Em áreas de boa colheita o número foi de 700 toneladas/dia. Algumas áreas

são de difíceis manobras, de 5 a 10 alqueires, pois temos grande número de pequenas áreas de fornecedores. Diante de todo esse desafio conseguimos esse êxito”, diz Prezinhas.


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Equipe em treinamento

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Carlos Manoel dos Santos, o “Xuxa”, encarregado de colhedora da empresa

Equipe empenhada e manutenção preventiva garantem sucesso O sucesso obtido nos índices de colheita mecanizada na Usina Pitangueiras é atribuído principalmente ao empenho da equipe e à manutenção preventiva. Essa é a opinião de Eduardo Prezinhas, gerente agrícola e de Carlos Manoel dos Santos, o “Xuxa”, encarregado de colhedora da empresa.

A manutenção preventiva é realizada constantemente por meio do rodízio de máquinas para manutenção, onde se consegue extrair mais horas disponíveis para trabalho. Outro fator apontado pelos dois especialistas é o o treinamento constante realizado com a equipe responsável. “Dos 76 funcionários operadores de colhedora, 50

foram formados através dessa qualificação especifica e devem formar mais um grupo de cerca de 36 pessoas para completar o quadro, totalizando 115 operadores até 2015”, garante Prezinhas. Inclusive, o gestor explica que diversos cortadores de cana receberam uma oportunidade e garantiram uma vaga na

colheita mecanizada na função de operador de máquina. “Deslocamos muitos cortadores de cana para a função de operadores de colhedoras até porque nossa meta é que em 2014, o índice de colheita mecanizada passe dos atuais 82% para 93% até atingir os 100% exigidos em 2015”, diz o gerente. (AM)


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Jovenilson Lemes de Almeida: oportunidade agarrada com unhas e dentes

Paulo Marconato e Eduardo Prezinhas: depois do advento da mecanização tudo mudou

Pitangueiras vai adquirir mais colhedoras para cumprir as metas Outra novidade anunciada pela Usina Pitangueiras será a aquisição de mais colhedoras para cumprir as metas. “A empresa possui 21 máquinas próprias e sete de terceiros, mas irá precisar de mais nove, totalizando 30 máquinas”. Prezinhas lembra ainda que de quatro anos para cá a empresa economizou entre 18% a 20% em manutenção, diesel, quebras, sem contar a economia industrial. Para Carlos dos Santos, o “Xuxa”, o fator principal para esse resultado é a motivação da equipe, a conscientização dos colaboradores, operadores e líderes, que se comprometeram com garra e

responsabilidade há quatro anos. “Este ano, estamos colhendo os frutos de todos esses anos de trabalho. Inclusive, para qualificar os operadores, a empresa montou um centro de treinamento porque ela pode ter a melhor e mais moderna máquina, mas sem motivação dos operadores não se chega a nenhum resultado. A grande dificuldade da colheita mecanizada é aumentar a produtividade com menor consumo de diesel e com menores custos, e isso estamos conseguindo com essa equipe empenhada”, afirma. O operador Jovenilson Lemes de Almeida, é um exemplo de que a

mecanização da usina deu oportunidade e ele agarrou com “unhas e dentes”. “Trabalhava como trabalhador rural no corte da cana manual, tive a oportunidade como operador de colhedora, aproveitei e a liderança elogia meu trabalho. Realmente desempenho minha função com excelência e gostei muito do treinamento que recebi na própria empresa”, diz. Já o fornecedor de cana, Paulo Marconato, diz que depois do advento da mecanização na Pitangueiras tudo mudou. “Antes realizava a colheita 100% manual, hoje faço a colheita 100% mecanizada”, lembra. (AM)

NÚMEROS DA COLHEITA O consumo de diesel/hora das colhedoras de cana da Usina Pitangueiras é de 37,43 litros; já de hora hidráulica é de 0,03 litros por tonelada de cana; o diesel por tonelada é de 1,24 litros. O índice de impureza vegetal é de 77 kg de palha/tonelada, contra os 90 kg a 100 kg das usinas. O índice de impureza mineral é de 7,8%, contra os 11% a 12% convencionais, de acordo com o estudo realizado pela usina nos últimos quatro anos.


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Estado do Mato Grosso comporta mais 40 usinas ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O Estado do Mato Grosso possui hoje 224.049 hectares plantados com cana, mas apresenta potencial para cultivo de área sete vezes maior, ou seja, 1,493 milhão de hectares que hoje se encontram na maioria degradados. Nos entornos destas áreas poderiam ser instaladas 40 novas usinas com capacidade de moagem de até 3 milhões de toneladas cada uma. A informação é de Jorge dos Santos, diretor executivo do Sindalcool – MT (Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Mato Grosso). “Temos um potencial sete vezes maior, sem impacto ambiental, pois seriam utilizadas somente áreas degradadas de pastagem. São pequenos municípios, sem visão de futuro, que poderiam ganhar muito com o surgimento de novas usinas, pois em média cada uma poderia gerar 2 mil empregos. Seria um grande impacto positivo, mas para isso é preciso resolver a questão da logística. Quem vai investir sem ter logística adequada? Não há logística porque não existe produção”, observa. Uma das perguntas mais questionadas, segundo

Jorge dos Santos, do Sindalcool: gargalo é a desestrutura logística

Santos, é por que o Mato Grosso, reconhecido como futuro maior produtor mundial de biocombustíveis, tanto em etanol como em biodiesel, não expande sua produção atual? Porque não tem logística, ou seja, produzir para não conseguir escoar, não adianta”, revela ele. Segundo o diretor, há uma alternativa distante para solucionar o problema logístico do Estado, mas possível, a ferrovia. “Porém do jeito que está haverá um caos anunciado, pois hoje há um grande desacordo entre a prefeitura de Rondonópolis e a ALL – América Latina Logística. Segundo a prefeitura é preciso duplicar a rodovia que chega até o pátio da ALL para evitar um caos logístico. Se não duplicar esse trecho o prefeito não autoriza o funcionamento para o pátio da ALL, mas em contra partida, a ALL é contra isso”, lembra. No momento, ele explica que o Sindalcool e os governantes estão analisando a questão para conseguir a melhor alternativa através do uso da ferrovia em Rondonópolis. “Uma saída interessante seria construirmos um tanque pulmão para receber o etanol de todas usinas e que tivesse um laboratório de controle de qualidade para evitar divergências de produção”, diz. Outra alternativa viável, de acordo com ele, mas que

ainda segue parada, é o alcoolduto. “Poderia sair de Senador Canedo, em Goiás e vir até a BR 70, fazendo “city gates” para coletar o etanol produzido nessa região de expansão. Isso resolveria o problema logístico do Estado e agregaria essas novas áreas, em sua passagem, chegando até a atual região produtora. Mas segundo a Transpetro, o alcoolduto somente se viabiliza no Mato Grosso se tivermos produção próxima de 5 bilhões de litros, e hoje temos 1 bilhão de litros. Porém quem vai investir sem ter logística? Infelizmente hoje o alcoolduto nem chegou em Senador Canedo, pois está parado em São Paulo”, enfatiza. Hoje o Mato Grosso possui oito usinas em operação e uma em recuperação judicial, a Pantanal, que pode moer ainda nesta safra, lembra Santos. “O Estado deve produzir 16,3 milhões de toneladas de cana, podendo acrescentar mais 800 mil da usina Pantanal, caso processe. Na safra passada, a moagem foi de 16,3 mi de toneladas. A produção de etanol deve ser de 1,050 bi de litros ou 1,120 bi de litros com a moagem da Pantanal. Em 2012, o Estado produziu 970 milhões de litros de etanol. A estimativa de produção de açúcar deve ser de 425 mil toneladas ou 500 mil toneladas se considerarmos a Pantanal, contra as 490 mil toneladas de açúcar de 2012”, finaliza.


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Financiamento da agricultura empresarial tem alta de 30% em dez meses DA REDAÇÃO

De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Economia Agrícola do Mapa —Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os financiamentos obtidos pela agricultura empresarial entre julho de 2012 e abril deste ano somaram R$ 96 bilhões, alta de 30% sobre os R$ 73,9 bilhões obtidos no mesmo período da safra anterior. Segundo o secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, a perspectiva é que os R$ 115,25 bilhões disponibilizados para a safra atual sejam contratados. “O Governo espera um volume histórico de empréstimos com base na confiança do produtor rural. O agronegócio tem perspectivas de ganhos recordes este ano e o reflexo está no volume de financiamentos, especialmente nas modalidades de investimento”, explicou. Destaque desde o início da safra, os empréstimos para investimento aumentaram 88,5% em relação à temporada 2011/12. O crédito liberado para custeio e comercialização também apresentou alta expressiva no período, de 81,6%. Os programas de Sustentação de Investimento (PSI-BK) e o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) seguem como os principais em volume de liberação de crédito. O primeiro alcançou R$ 9,4

bilhões, ultrapassando em 56,6% os recursos previstos para a safra atual. Já o Pronamp somou R$ 8,9 bilhões no período. Pelo Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), restam R$ 800

milhões dos R$ 3,4 bilhões disponibilizados na safra 2012/13. Esse é o maior volume já contratado para o financiamento de técnicas sustentáveis na agricultura e representa alta de 202% sobre os mesmos meses da temporada anterior.

A avaliação atualizada mensalmente das contratações do crédito agrícola é realizada pelo Grupo de Acompanhamento do Crédito Rural, coordenado pela Secretaria de Política Agrícola (SPA/Mapa).


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Morre Bautista Vidal, um dos pais do Proálcool DA REDAÇÃO

O engenheiro e físico José Walter Bautista Vidal morreu no último 1º de junho, aos 78 anos, de falência dos órgãos após ficar 10 dias internado no Hospital Santa Luzia, em Brasília, DF, por complicações renais. Ex-professor da UnB — Brasília, da UFBA — Federal da Bahia e da Unicamp — Estadual de Campinas, Vidal tornou-se conhecido pela defesa no uso de biomassa para geração de energia, o que o levou a ser um dos idealizadores do Proálcool — Programa Nacional do Álcool e um dos criadores do motor movido ao então novo combustível. Bautista Vidal também foi colaborador da Revista Caros Amigos nos primeiros anos e publicou pela editora da revista o livro "Poder dos Trópicos”, que assina junto com Gilberto Felisberto Vasconcellos. Radicado em Brasília desde 1973, Vidal já estava longe da vida pública desde 2009, devido ao avanço do Alzheimer. Seu corpo foi enterrado no Cemitério Campo da Esperança, também em Brasília, em cerimônia familiar. Deixou quatro filhos e seis netos.

NACIONALISTA Defensor incondicional dos interesses brasileiros, dizia que o Brasil "é o futuro da humanidade", crença que permeou toda sua vida e obra. Com o Proálcool fez do País o pioneiro na geração alternativa de energia nos anos de 1970, quando o mundo viveu forte crise do petróleo. Atuou como secretário de Ciência e Tecnologia nos governos de Ernesto Geisel, entre 1974 e 79, e José Sarney, de 85 a 1990. Também participou de conselhos ligados a várias áreas e da fundação de mais de 30 instituições ligadas à ciência e tecnologia, educação, ambiente ou indústria. Vidal era formado em engenharia pela Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, de onde descende, com

mestrado em física pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Como cientista, compilou dezenas de publicações nas quais aborda os problemas brasileiros e suas soluções.

ETANOL E CRISE DA PETROBRAS Bautista Vidal recebeu muitas homenagens. Uma delas, marcante, foi a do economista, Fernando Safatle: “Tive oportunidade de conhecer pessoalmente Bautista Vidal. Levei a ele o meu livro, A Economia Política do Etanol, para que pudesse dar sua opinião antes de publicálo. As conversas eram intermináveis. Duravam horas. Seu conhecimento sobre o etanol era técnico, mas, também, político dotado de uma visão estratégica e de dimensão na geopolítica”, lembra. Safatle lembra que Bautista dedicou-se

a criação do Proálcool, na época do presidente Geisel, pois era Secretário de Tecnologia, responsável pelo desenvolvimento de pesquisa e tecnologias voltados à produção do álcool como combustível. Diz que Vidal contava que á época tinha sobre o seu comando dois grandes centros de pesquisa e mais de mil e quinhentos pesquisadores trabalhando no programa do álcool. “O Brasil, como se sabe, depois da crise do petróleo, partiu na frente e foi o pioneiro na produção em grande escala do álcool como combustível. Com isso, evidentemente, ganhou dianteira em relação aos outros países e caminhava célere para se transformar na maior potência na produção de energia alternativa e limpa”, lembra o economista. Em sua memória está o fato de que o Proálcool ganhava consistência e

presença no cenário nacional. Em pouco tempo a maioria dos carros vendidos pela indústria automobilística era movido somente a álcool — naquela época, não existia o carro flex. “As pesquisas deslanchavam. O Proálcool começou a incomodar, segundo Bautista. Incomodou tanto que Henry Kissinger, o todo poderoso Secretário de estado do governo Nixon mandou chamar o embaixador brasileiro e lhe disse: “Parem com essa brincadeira”. De acordo com Bautista Vidal, depois dessa reprimenda, desativaram tudo, os centros de pesquisa e demitiram os pesquisadores. Bem, o resultado todos nós sabemos: não passou muito tempo o Proálcool desabou, só retornando sob novas roupagens muito tempo depois”, relembra Fernando Safatle.


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Como maximizar eficiência em plantas existentes DA REDAÇÃO Turbina TGM com extração de vapor e apta para operar

Com a evolução das tecnologias dos materiais e aumento das pressões e temperaturas nas caldeiras, os equipamentos destinados à geração de energia elétrica também tiveram suas adaptações e evoluções tecnológicas para acompanhar os níveis de eficiência esperados e exigidos. Materiais específicos e novos conceitos dos sistemas de controle das turbinas foram desenvolvidos para aumentar a eficiência, disponibilidade e confiabilidade de operação destes equipamentos. “Em meio à competitividade entre as diversas formas de geração, além do crescente valor do custo no que se refere à fonte primária de energia, muitas vezes por escassez, o ganho de 0,1% na eficiência do ciclo pode representar um grande número e a viabilidade da implantação de um projeto. Uma nova tendência em busca da máxima eficiência está no Ciclo Regenerativo”, diz Marcelo Severi, gerente comercial de turbinas da TGM. Como a demanda acelerada por energia elétrica vem aumentando, para que se tenha um crescimento econômico sustentável, há necessidade de um fornecimento constante e confiável de energia elétrica para a garantia do processo produtivo, segundo ele. “Aplicando-se turbinas a vapor para atender às demandas de energia do processo e realizando a exportação de excedentes de energia elétrica, torna-se possível garantir uma energia certa e independente das suscetíveis flutuações da rede pública, obtendo melhorias em confiabilidade e flexibilidade de operação da planta industrial”, explica. Severi afirma que o Ciclo Regenerativo aumenta a eficiência da planta através de um conceito simples, que consiste na utilização do vapor que é gerado a mais, com o mesmo combustível, com o objetivo de aquecer o condensado que retroalimenta a caldeira.

com ciclo regenerativo

“O Ciclo Regenerativo tem como fundamento a utilização do vapor de diversos estágios da turbina e isto aumenta a temperatura do condensado, o que aumenta a eficiência do ciclo. O seu efeito principal pode ser explicado na redução da vazão de vapor que chega no condensador e redução das correspondentes perdas na fonte fria. Entre os fatores que influenciam o rendimento do ciclo a vapor destaca-se a temperatura da água de alimentação da caldeira e a temperatura do ar de combustão. Partindo deste princípio, com a água e ar pré-aquecidos utiliza-se menos combustível (o consumo de combustível é menor) porque está sendo injetada na caldeira uma energia externa”. Severi apresenta um exemplo prático. “Você precisa subir um prédio de 10 andares pela escada e se movimentar no ritmo que seu corpo suporta, gastando certa quantidade de energia. Se você subir um prédio com sete andares, movimentando-se no mesmo ritmo, vai gastar menos energia pelo fato de a quantidade de andares ser

menor, já que seu ritmo foi o mesmo (a velocidade foi a mesma). A capacidade da caldeira em transformar água em vapor

Marcelo Severi, da TGM: mesma quantidade de combustível com mais vapor e mais energia

será a mesma, porém você já está fornecendo água mais aquecida e um ar mais aquecido (a altura do prédio é menor)”, avalia. De acordo com Severi, a partir disso, a usina terá três opções: a primeira que consome a mesma quantidade de combustível gerando mais vapor e consequentemente mais energia, sendo que nessa opção, a capacidade da caldeira e da turbina irá aumentar. “A segunda opção reduz a quantidade de combustível gerando a mesma quantidade de vapor, o que diminuiu a capacidade de energia gerada por hora na safra, já que esta opção é interessante para geração de energia na entressafra por um período mais longo. E a terceira opção mantém a geração de energia elétrica, com um maior consumo de vapor, porém a quantidade de combustível utilizada será menor resultando numa maior eficiência do ciclo. Esta opção é interessante para economia quando o custo do combustível utilizado é alto”, lembra.

Nova configuração da planta oferece benefícios Com a nova configuração da planta por meio do Ciclo Regenerativo, segundo o gerente comercial de turbinas da TGM, Marcelo Severi, será possível obter inúmeros benefícios, como o maior rendimento do ciclo a vapor. “Fator que tem influenciado a adoção do ciclo regenerativo pelas usinas sucroenergéticas. No ciclo usual a temperatura de alimentação da caldeira é de 110°C a 120°C. Já no regenerativo aumentamos esta temperatura, uma vez que estamos trabalhando geralmente com temperatura entre 160°C e 180°C, chegando em muitos casos a 230°C, dependendo da pressão do sistema. Esta tecnologia pode ser aplicada não só para novas plantas, como também para unidades existentes, as quais muitas vezes se encontram em seu limite máximo de produção, com baixas eficiências, surgindo assim, a necessidade de

DIAGRAMA DE UM ESTUDO DE CLICLO REGENERATIVO EM PLANTA EXISTENTE

otimização dos equipamentos existentes ou na melhoria na concepção do ciclo de geração de energia. Entretanto, a decisão em se modernizar ou substituir o equipamento existente deve estar baseada em uma análise técnica econômica, dentre elas a: análise das turbinas existentes. Outros benefícios são a possibilidade de retirada de vapor em estágios intermediários para aquecimento da água de alimentação e ar de combustão da caldeira; de análise das caldeiras existentes e de receber água e ar em temperaturas mais elevadas”, argumenta. Para ele, com a implementação desta nova tecnologia, estima-se que a usina sairá dos atuais 860.000 MWh/ano safra para 938.000 MWh/ano safra. “Considerando um valor médio de venda de R$ 110,00, a receita adicional será de aproximadamente R$ 8,5 milhões por safra”, exemplifica.


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Redutores planetários TGM instalados rolo a rolo contribuem significativamente na eficiência e na redução dos custos de manutenção da planta

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Planetários são fundamentais à maior eficiência industrial Com ações e soluções visando à maximização dos resultados energéticos, a eficiência industrial está em primeiro plano, principalmente, nas unidades que comercializam energia elétrica ou necessitam reduzir o consumo interno. Para Vicente de Paula Silva Junior, coordenador comercial da TGM Transmissões, o sistema de extração do caldo está cada vez mais eficiente através da eletrificação e individualização dos acionamentos por redutores planetários, eficientes no consumo de energia. “Ao compararmos os rendimentos dos acionamentos dos planetários com outras tecnologias, há uma grande e indiscutível vantagem para os acionamentos com planetários rolo

Vicente de Paula SIlva Junior

a rolo, podendo haver ganhos de eficiência de até 17%, transformando essa diferença em energia elétrica para comercialização”, comenta.

Seis safras sem manutenção De mãos dadas com o setor sucroenergético, a TGM participa ativamente com o fornecimento de soluções viáveis e no desenvolvimento de equipamentos de alto desempenho. A afirmação é de Marcos Mussin, diretor da empresa. “É uma união inquestionável na busca da maior eficiência de modo a contribuir para que o setor esteja situado entre os mais altos patamares mundiais de eficiência industrial e competitividade. Firme neste propósito, no caminho da inovação em aplicar novas tecnologias, os planetários trouxeram ganhos significativos ao garantir maior disponibilidade operacional da moagem, economia em manutenção das moendas e maior flexibilidade operacional que outras tecnologias”, lembra.

Redutores planetários TGM instalados rolo a rolo contribuem significativamente na eficiência da planta

Marcos Mussin, da TGM: soluções viáveis em equipamentos de alto desempenho

Ele confirma que no final de 2012, os planetários TGM completaram oito safras em operação e são mais de 1.300 equipamentos em plena função nestes anos. “Em condições normais, a manutenção dos planetários é planejada ao final do ciclo de cinco safras, por meio da substituição dos itens de desgastes como retentores, rolamentos, filtros e revisão padrão. Nesta última manutenção de entressafra (2012/2013) foi a vez dos redutores que completaram este ciclo natural, entrarem em manutenção. Porém, após laudos técnicos, muitos planetários estavam em ótimas condições de conservação e foram indicados para

operarem mais uma safra sem manutenção”, observa. De acordo com o diretor, os redutores destes clientes ganharam vida útil estendida, sem manutenção, por seguirem as orientações técnicas de não excederem os limites de fator de serviço (torque), foram assistidos por manutenção preventiva e preditiva nos cuidados com o óleo lubrificante, trocas de filtros, hibernação correta nas paradas e outros detalhes constantes do manual de operação. “Esta conquista de uma safra adicional aprova, atesta e consagra o alto desempenho e a alta confiabilidade dos planetários TGM. Declaro nossa satisfação em ver expressivos resultados e

parabenizo as nossas equipes e as dos clientes pelo empenho, integração e dedicação em prol da melhor tecnologia. Ressalto que é possível sim alcançarmos a longevidade dos planetários. Vários clientes estão partindo para seis safras sem manutenção com méritos e são referências, exemplos de boas práticas de operação”, afirma Marcos Mussin, diretor da TGM. De acordo com ele, o conhecimento, a experiência e o pleno domínio da tecnologia é fruto da incansável dedicação da TGM e dos clientes que viram na tecnologia planetária um item de redução dos investimentos, dos custos de implantação e manutenção.


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Serviços dão suporte à operação na safra Ligada diariamente nas necessidades das plantas industriais, a TGM pesquisa e aplica soluções integradas visando a viabilidade econômica e de baixo impacto ambiental, segundo Adalberto Marchiori, responsável pela comunicação e marketing da TGM. “São desenvolvimentos e aplicações de altos níveis de eficiência que se tornaram padrões de referência para mercado. O aprimoramento dos produtos é uma característica que acompanha a marca desde o seu nascimento”. De acordo com Marchiori, o escopo de produtos e serviços TGM assegura 100% de disponibilidade operacional e atendem desde pequenos acionamentos mecânicos até os grandes equipamentos, como geradores de energia, moendas, difusores e outros. “Poucas empresas na América Latina são estruturadas como a TGM. Em 21 anos de trabalho, a empresa está próxima de 1.000 turbinas fabricadas, mais de 1.300 planetários instalados, 500 redutores de eixos paralelos e tem a maior estrutura de serviços, com 80 técnicos de campo. Várias equipes trabalham diariamente para melhorar os resultados operacionais e financeiros dos nossos clientes. No total são aproximadamente 1.100 colaboradores que estão sempre em desenvolvimento”, confirma. Investimentos são constantes em capacitação técnica das equipes de especialistas e parque fabril atualizado para garantir o fornecimento de um amplo escopo de soluções e na fabricação das turbinas, redutores e serviços. Após a entrega e instalação dos equipamentos que executaram a manutenção de entressafra, as usinas enfrentam um novo desafio, que é a operação contínua da planta. Neste momento, procedimentos operacionais incorretos podem prejudicar o resultado financeiro da safra, impactando em custos e depreciação dos equipamentos.

Leonardo Matos, gerente de serviços da TGM: procedimentos são fundamentais

Turbina revisada por completo pela TGM

Segundo o gerente de serviços da TGM, Leonardo Matos, todos os equipamentos possuem um ciclo de funcionamento, no qual os procedimentos desde a partida correta até a operação são fundamentais para o bom desempenho. “A manutenção é amplamente discutida no setor. No entanto, é importante colocarmos em pauta a correta operação dos equipamentos”, relata. Entre os itens técnicos que as usinas precisam se atentar, segundo ele, estão os periféricos que trabalham em conjunto com turbinas e redutores: observar graxa do acoplamento do gerador, qualidade do óleo, e água da unidade hidráulica,

flexibilidade de tubulação, qualidade de vapor, entre outros itens, importantes ligados ao processo e à operação. Outra preocupação é a capacitação da equipe de operação. “Neste sentido, a TGM oferece aos clientes o serviço de treinamento especializado para os colaboradores envolvidos diariamente com a aplicação dos equipamentos”, informa Leonardo Matos. Para garantir o pleno funcionamento na safra, são oferecidos os serviços de operação assistida que acompanha o funcionamento dos equipamentos e testes de desempenho alinhados aos parâmetros universais de operação. “Nossa equipe

está preparada para lidar com fatores externos que podem afetar o desempenho final da planta e também dar todo o suporte técnico a cada necessidade dos clientes. Um ponto a ser observado é a manutenção planejada da próxima entressafra que deve ser contratada antecipadamente”, finaliza Leonardo Matos.

SERVIÇOS Além do atendimento 24h, a empresa disponibiliza na safra: serviços mecânicos de campo em turbinas (16) 2105-2631 e (16) 2105 2543; serviços eletrônicos e automação de campo em turbinas e redutores (16) 2105 2624, serviços mecânicos de campo em redutores (16) 2105- 2310, atendimento comercial para serviços (16) 2105-2662, vendas de peças e sobressalentes (16) 2105-2526. TGM 16 2105-2600 www.grupotgm.com.br


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Bombas são itens fundamentais na indústria FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE

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Para a movimentação dos diversos fluidos nos diversos setores de processo que constituem uma indústria sucroenergética são empregadas bombas de diversos tipos, fornecidas por uma enorme gama de fabricantes. Esses equipamentos são fundamentais para o bom funcionamento da indústria e sua aplicação, operação e manutenção devem ser objeto de cuidados para evitar que a interrupção de seu trabalho venha ocasionar transtornos e prejuízos. Em sua grande maioria, as bombas utilizadas são do tipo centrífugo, de pequenas a elevadas vazões, que movimentam caldo, água, xarope, vinho e vinhaça entre outros fluidos. Há também bombas especiais, como as de alta pressão para alimentação de água das caldeiras, bombas de deslocamento positivo, de vácuo e para massa cozida. Na manutenção desses equipamentos, além de seguir as instruções do fabricante é importante verificar o estado dos rotores e também como estão os componentes de vedação, como gaxetas e selos, para evitar a ocorrência de vazamentos, fato comum quando esses itens apresentam desgaste.

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Rolamentos são itens críticos

Rolamentos são de uso geral nas usinas

Bombas de recalque e seus acionamentos são equipamentos rotativos e como tal se utilizam de rolamentos. Esses componentes são partes vitais desses equipamentos, onde qualquer falha pode implicar em paralisação temporária ou total da planta, assim, os rolamentos devem receber uma atenção especial, não só em sua instalação, mas também quanto a sua procedência. Entre as técnicas existentes para se manter esses componentes em perfeito estado de funcionamento, as análises de vibração são particularmente úteis na determinação da condição de operação dos múltiplos rolamentos instalados. Através dessa técnica é possível se estabelecer quando um rolamento já apresenta desgaste superior ao permitido, tanto em suas pistas, como nas esferas ou roletes, devendo ser substituído. É importante contar também com um fornecedor idôneo que mantenha um estoque para fornecimento imediato, como a Cobra Rolamentos, que conta com uma tradição de fornecimento para o setor sucroenergético. (FPM)


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Motores para acionamento de bombas vão a centenas de kilowatts As bombas presentes na indústria sucroenergética em sua grande maioria são acionadas por motores elétricos com potências que vão desde alguns kilowatts até centenas de kilowatts. Via de regra são usados motores com carcaças protegidas contra pó e umidade, próprios para o ambiente encontrado nas indústrias e também os para área classificada, como os usados na destilaria, que devem ser necessariamente à prova de explosão. A WEG produz uma extensa linha de motores de baixa tensão, em diferentes

tipos de carcaça, aplicáveis ao acionamento de bombas que apresentam uma elevada eficiência e baixas perdas por sua técnica construtiva e por usarem material de alta qualidade magnética nos campos e induzidos de seus motores. Um aspecto que deve levado em conta para manter alta a confiabilidade desses componentes é sua adequada proteção durante a entressafra para que não haja danos mecânicos à sua instalação elétrica, por ocasião da desmontagem de equipamentos, e quedas na resistência do isolamento devido a umidade. (FPM)

Motores acionando bombas na indústria

Acoplamentos adequados prolongam a vida de bombas e seus acionamentos

Acoplamentos corrigem pequenos desalinhamentos

Em relação aos acionamentos dos mais diversos tipos de bombas, outro item relevante se refere aos diversos tipos de acoplamentos utilizados, que não só devem estar conformes com a aplicação, mas também serem observadas suas características de desalinhamento permitidas, para que não sofram ruptura ou quebra prematura por estarem operando fora das especificações dos fabricantes. Acoplamentos “caseiros” ou inapropriados para a aplicação podem causar danos ou abreviar severamente a vida útil de equipamentos, com elevados custos de reparação e de horas paradas. Vale também a observação de que esses itens críticos para a boa operação devem ser adquiridos de fornecedores idôneos para que tenham o desempenho e a durabilidade prevista. Para que as bombas de recalque e seus motores operem de maneira adequada é necessário também que estejam assentados em uma base adequada, que sejam rígidas e estáveis e que sejam bem fixadas para evitar desalinhamentos e vibrações, além de proporcionar uma cota de afastamento adequada do nível do chão de fábrica para evitar danos por contato de águas de limpeza ou decorrentes de chuva. (FPM)


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Inovações tornam o tratamento de caldo mais eficaz FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

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O tratamento de caldo, em sua função de retirar as impurezas tanto orgânicas como minerais tem sido um dos setores das indústrias produtoras de açúcar e etanol mais privilegiados por inovações. São decantadores ou clarificadores mais rápidos, dotados de uma só bandeja e com tempo de retenção mais condizente com a escala atual de produção. Turbofiltros, prensas desaguadoras e peneiras que permitem uma separação mais eficaz tanto para o caldo clarificado como para o lodo dos clarificadores. Novos tipos de sistemas de aquecimento, com melhor coeficiente de troca térmica e sistemas de limpeza mais eficazes também marcam presença nesse avanço tecnológico do tratamento de caldo. Nesse caminho de inovações há também os sistemas de automatização que permitem a operação centralizada à distância, dando aos operadores acesso instantâneo à todas variáveis de processo e que também proporcionam alarmes no caso de parâmetros que fujam dos valores préestabelecidos. O resultado de tudo isso é um aumento não só da eficiência produtiva, mas também da confiabilidade, um fator importante para a obtenção de um resultado final adequado.

Aquecedores no tratamento de caldo


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Turbofiltro permite grandes vazões ao remover micropartículas Dentro de todos os novos equipamentos e técnicas que têm sido implementadas no tratamento de caldo, os turbofiltros introduzidos pela Mecat sem dúvida se destacam. Sem fazer uso de centrifugação, pressão ou vácuo, esses equipamentos atuam de maneira diferenciada, através do direcionamento dinâmico, de forma contínua, do fluido a ser filtrado contra a parede de cilindro estático de filtração, proporcionando uma separação eficaz das micropartículas insolúveis encontradas no caldo. Com uma construção compacta, que ocupa um mínimo de área no chão de

fábrica, os turbofiltros Mecat permitem vazões de até 300m³/h por equipamento e proporcionam um trabalho de filtração contínua, sem variação de eficiência por obstrução ou necessidade interrupções para limpeza como em outros sistemas. Além dessas características, os turbofiltros evitam o contato do fluido com o ar ambiente e não fragmentam as partículas filtradas, que deixam o equipamento com um baixo nível de umidade. Mostrando sua versatilidade, os turbofiltros podem ser aplicados no caldo misto, clarificado e filtrado, além de xarope, méis e vinhaça. (FPM)

Turbofiltro Mecat SF300

Limpeza de aquecedores e evaporadores economiza vapor

Aquecedores de caldo necessitam de limpeza periódica

O caldo extraído da cana-de-açúcar, além da sacarose que é a matéria-prima para a produção do açúcar e do etanol, é constituído de água e compostos orgânicos e minerais que necessitam ser extraídos durante o processo produtivo. Esses compostos com graus variáveis de solubilidade e dependente da temperatura em conjunto com agentes clarificadores acabam por promover incrustações nos aquecedores e evaporadores de caldo. O resultado disso é a diminuição gradativa da capacidade de troca térmica desses equipamentos, impedindo que alcancem sua máxima performance e

aumentando o consumo de vapor. Um dos métodos empregados na manutenção da tubulação de aquecedores, evaporadores e cozedores é o hidrojateamento. Nessa técnica a limpeza dos tubos das superfícies de troca térmica é feita por jatos de água de alta pressão, através de equipamentos especialmente projetados. A Lemasa é uma empresa dedicada à fabricação de bombas, mangueiras e acessórios especiais para hidrojateamento, com pressões de até 2.800bar, que atuando em diversos setores também fornece instalações específicas para o setor sucroenergético. (FPM)


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Automatização proporciona caldo mais limpo

Tela balanço de massa do software Balance 200

Software permite avaliar mudanças na indústria Quais as implicações resultantes de mudanças na qualidade da matéria-prima para o rendimento industrial? O que isso significa em termos de custos ou rentabilidade? O que muda ao produzir-se mais etanol do que açúcar? Quanto de energia excedente é possível gerar? Na avaliação do desempenho de plantas industriais novas ou existentes essas são questões recorrentes no dia a dia de trabalho. E é praticamente impossível se obter uma resposta rápida, que seja conclusiva, sem que seja necessário se fazer muitas indagações e cálculos. Para que não haja perda de tempo e incertezas é necessário que se tenha à mão uma ferramenta que facilite a obtenção de uma resposta rápida para todas essas indagações. É a isso que se propõe uma nova ferramenta desenvolvida pela SugarSoft: o Balance 200. Trata-se de um software capaz de calcular em uma fração de segundo todas as implicações de quaisquer alterações decorrentes da matéria-prima, do mix de produção de açúcar e etanol e de outros parâmetros da indústria, fornecendo resultados em termos de balanço de massa, balanço de energia e até mesmo as implicações financeiras dessas alterações.

Desse modo é possível em curto espaço de tempo traçar cenários e obter respostas para essas variações, por mínimas que sejam, de modo a estabelecer o quanto importante serão para o resultado final da indústria e encontrar a melhor diretriz para cada situação. O Balance 200 da SugarSoft, apesar da complexidade dos cálculos que realiza, apresenta uma interface simples e intuitiva, com telas específicas para o balanço energético e de massa para cada setor de processo da indústria, incluindo também a de resultados financeiros. Em cada tela, um diagrama de blocos mostra os equipamentos de um setor da indústria com suas respectivas variáveis. À esquerda da tela estão os parâmetros que através de cursores podem ser alterados à vontade do usuário. Os resultados são prontamente mostrados nos diversos blocos de processo. O Balance 200 é acessado online via web mediante assinatura, o que permite seu uso em qualquer lugar e em qualquer momento, através de PCs, tablets e smartphones, bastando ter uma conexão com a internet e dispensa assim a instalação de software em uma máquina exclusiva. (FPM)

É na etapa de clarificação do caldo que são retiradas as impurezas minerais e orgânicas que podem interferir negativamente nas fases subsequentes do processo produtivo de açúcar e etanol. A natureza da matéria-prima muda constantemente de acordo com a variedade da cana que está sendo processada, além de outros fatores, como o aumento de impurezas minerais no caldo, influi decisivamente nos resultados da operação do decantador. Por serem essas variações de grande amplitude, é desejável que haja um sistema de controle que permita ao fim do processo de tratamento que o caldo se mantenha o mais uniforme possível e com uma turbidez baixa. O lodo quando muito espesso pode causar danos às raspas, além de poder aumentar a turbidez do caldo clarificado. Se muito fino, aumenta a recirculação de açúcares pelo processo resultando em aumento de perdas. Além disso, o fato do lodo estar

submetido a temperaturas próximas a 100o C, alta capacidade de incrustação, elevada opacidade e uma relação crítica entre densidade e volume, torna muito difícil a medição da “qualidade” do lodo e, em decorrência, dificultam sobremaneira o controle de sua extração do decantador com um arraste mínimo de caldo e consequentemente de sacarose. A solução desenvolvida pela Authomathika é o Controle de Concentração µ-ICC 2.45 Compact que usa a medição direta de concentração por meio de micro-ondas. calculando a concentração, a densidade, a proporção de matéria seca e sólidos, que são indicados em um display LCD localizado no painel transmissor e processador. O equipamento sensor é instalado diretamente no processo, sendo que o transmissor e o processador estão alojados em um painel compacto dotado de display LCD instalado remotamente a uma distância de até 3 metros, evitando assim efeitos da temperatura.

Controle de concentração µ-ICC 2.45


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Peneira proporciona limpeza adicional no caldo clarificado

Condensador evaporativo otimiza uso de água e energia

Na atualidade, o clarificador sem bandejas tem sido o preferido por necessitar de um menor tempo de retenção, cerca de uma hora, contra 3 horas dos convencionais de múltiplas bandejas, diminuindo em um terço o volume necessário do equipamento. Isso é particularmente interessante nas novas unidades produtoras de grande capacidade produtiva e também sob o ponto de vista do processo, pois evita a perda de temperatura, mantendo a assepsia do caldo. Para um polimento adicional no caldo clarificado, a Equilíbrio oferece dentre sua linha de peneiras especialmente projetadas para o setor sucroenergético, a Peneira Rotativa para Caldo Clarificado. Desenvolvida para filtrar os sólidos suspensos ainda presentes na saída do decantador, o equipamento é capaz de atender a vazões de até 1000 m³/h, com manutenção reduzida e conta com um sistema de limpeza automatizado, que possibilita manter as condições de assepsia do caldo. As telas da Peneira para Caldo Clarificado da Equilíbrio são construídas em aço inoxidável com ranhuras longitudinais de espaçamento reduzido, o que garante a retenção das impurezas de menor tamanho existentes nesta etapa do processo. Uma outra característica importante é

Com o objetivo de cada vez mais aproveitar a energia contida no bagaço e agora também aquela contida na palha da cana colhida mecanicamente, a indústria produtora de açúcar e etanol tem buscado uma crescente otimização no consumo de vapor e também de água industrial. As novas centrais térmicas implantadas nas usinas com suas caldeiras de alta pressão e o uso de turbinas de alta potência que requerem condensação final do vapor, assim como os sistemas de evaporação e cozimento existentes no processo de produção de açúcar e etanol. A condensação de vapor pelos métodos convencionais, como multijatos e condensadores barométricos, necessita de grandes volumes de água e consequentemente de captação, além de torres de refrigeração, sprays, e bombeamento de elevados volumes de água, que são operações com elevada demanda energética. Com o objetivo de otimizar essas questões que envolvem a condensação de vapor, a Citrotec, empresa que tem atuado trazendo novas tecnologias para o setor sucroenergético, como a evaporação em névoa turbulenta, oferece o Condensador Evaporativo. O Condensador Evaporativo é um equipamento autônomo, de alta eficiência,

Danilo Daniel dos Santos lista benefícios

que “além da vedação necessária à manutenção da temperatura, a inclinação da seção filtrante foi estudada de tal modo que assegurasse a máxima eficiência do peneiramento”, complementa Santos. A Equilíbrio recentemente adquiriu uma nova maquina para a fabricação de telas de ranhura contínua em aço inoxidável. “Essa aquisição amplia nosso potencial produtivo e posiciona a Equilíbrio como líder no Brasil na produção de telas de ranhura contínua. O investimento no novo maquinário nos torna mais competitivos e quem ganha com isso é o mercado”, explica Carlos Alberto Celeste Jorge, presidente da Equilíbrio. (FPM)

Condensador Evaporativo instalado na Usina Santa Isabel-SP para dois cozedores de 500hl

que dispensa o uso de fontes externas de água, eliminando consequentemente a captação e o bombeamento de água que seriam necessários aos sistemas convencionais, o que significa também uma grande economia de energia. O equipamento, além de ser compacto e proporcionar baixo custo de manutenção, pode ser usado em evaporadores de caldo convencionais e cozedores, e traz também resultados vantajosos quando usado nas centrais térmicas para a condensação final de vapor para as turbinas usadas na cogeração. (FPM)


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Grupo de estudo industrial debate indicadores e NR13 Gegis se reuniu pela 2ª vez em 2013; cerca de 80 pessoas estiveram presentes ANDRÉ RICCI,

DE

SERTÃOZINHO, SP

Em 24 de maio, o Gegis — Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro realizou sua 2ª reunião em 2013. O encontro aconteceu no auditório do Centro Empresarial Zanini, em Sertãozinho, SP. Márcio Mori, supervisor de qualidade da Tonon Bioenergia, apresentou os indicadores industriais referentes à safra 2013/14. Para ele, as adversidades vividas neste início de safra impedem um paralelo entre as unidades. “Algumas usinas iniciaram a moagem em março, outras em abril. Tivemos casos de unidades processando cana bis, outras não. Então, com todos estes fatores, os indicadores tiveram um perfil bastante diferente”, lembrou. Já sobre as condições climáticas neste

início de safra no Centro-Sul, o representante indica que, até o momento, são melhores que as vividas em 2012/13. “Devemos ter boas expectativas para o decorrer do ano, já que iniciaremos um período mais seco e a cana parece estar em melhores condições que o ano anterior”, aponta. Outro assunto discutido foi sobre a NR 13 — Norma Reguladora nº 13, criada pelo Ministério do Trabalho para regular a inspeção de segurança e operação de

vasos de pressão e caldeiras. De acordo com engenheiro Benedito Nivaldo Campanha, as empresas do setor sucroenergético são obrigadas a cumprir a NR 13, sob pena de multa e até interdição. No entanto, nem todas realizam um trabalho adequado, convivendo com falhas desde a falta de documentação até a montagem “Já vi vários equipamentos com soldas apenas pelo lado de fora, sendo que o correto seria solda também pelo lado de dentro”,

explica, fazendo referências aos vasos de pressão. O especialista alerta também para a importância da escolha correta do equipamento, já que é comum o comprador se basear pelo preço. "É preciso ser exigente na escolha do equipamento que irá trabalhar sob pressão, pois as falhas podem comprometer vidas. Deve haver critério e principalmente responsabilidade de quem fabrica e de quem compra", afirma.


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Sinatub realiza curso de análise de vibrações e balanceamento FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

CONSULTOR

DO

JORNALCANA

A introdução de variedades de canade-açúcar mais precoces permitiu que o período de moagem fosse alongado, reduzindo a entressafra, onde normalmente são feitos os serviços de manutenção dos equipamentos da indústria. Mais recentemente, com a introdução de culturas complementares às da cana, como é o caso do sorgo, o período de manutenção deve ser mais reduzido ainda. Para contornar essas novas condições de operação da indústria, as usinas têm optado por tecnologias que possibilitam verificar o estado dos equipamentos sem que seja necessário desmontá-los, como é o caso da manutenção preditiva. Graças ao interesse despertado por essas novas técnicas, o Sinatub realizou em maio último, nas dependências do Hotel Dan Inn em Ribeirão Preto-SP, um curso sobre análise de vibrações e balanceamento de rotores, destinado a engenheiros, técnicos e interessados em geral. Esse curso foi ministrado por Anderson Trigo, engenheiro mecânico pela Unicamp e diretor técnico da Spectra Manutenção Preditiva e Ricardo Góz, engenheiro mecânico, consultor de análise de vibração e que ministra cursos há mais de 34 anos para profissionais de todas as regiões do Brasil, inclusive na UnifeiItajubá. No primeiro dia do curso, abordando a Análise de Vibrações, foram apresentados os fundamentos da técnica, instrumentos aplicáveis e diagnósticos dos resultados. Em termos sintéticos, essa técnica permite através de sensoreamento de diversos pontos em máquinas rotativas, dentro do espectro de frequências de 10Hz a 10KHz, determinar desalinhamentos,

Anderson Trigo e Ricardo Góz entregam certificado a participante

desbalanceamentos, folgas mecânicas, empenamentos, baixa rigidez das bases de equipamentos, ressonâncias, falhas de lubrificação e rolamentos defeituosos, sendo que nesse caso permite determinar se a falha ocorre na pista interior ou exterior, ou nas esferas ou roletes. Com os dados obtidos no instrumento de análise de vibrações, é possível se montar um histórico do equipamento que permite prever quando é necessária uma manutenção corretiva. Dessa forma, a técnica evita a desmontagem e troca indiscriminada de componentes ou mesmo

que ocorra a falha total do equipamento, prolongando sua vida útil. O balanceamento de rotores, foi o tema do segundo dia e encerramento do curso. Essa matéria é especialmente importante para o setor sucroenergético, devido ao grande número de equipamentos rotativos utilizados, que incluem turbinas, centrífugas, bombas, exaustores, equipamentos de preparo de cana, entre outros. Nesse bloco do curso foram apresentadas as definições envolvidas no

balanceamento, equipamentos utilizados, assim como a apresentação dos níveis de qualidade exigidos pela Norma ISO-1940 para os mais diversos tipos de rotores, desde aqueles com massa de algumas gramas, até os de várias toneladas. O curso foi encerrado com a entrega do certificado aos participantes. Este foi mais um curso destinado à técnicos, operadores e interessados da indústria em geral, realizado pela Sinatub, instituição que tem proporcionado um importante auxílio no aperfeiçoamento tecnológico e formação de mão de obra.


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MÉTODO REDUZ ATÉ 25% DO CUSTO DE MANUTENÇÃO DA REDAÇÃO

Profissionais do setor industrial sucroenergético participaram de 20 a 22 de maio, em Ribeirão Preto, SP, do curso de PCM — Planejamento e Controle da Manutenção e Confiabilidade da Manutenção, realizado pela Sinatub em parceria com a ProCana Brasil. O objetivo do curso foi capacitar os profissionais da área de manutenção no planejamento e controle de unidades industriais, tornando-os aptos a implementar métodos de manutenção estruturada e aprimorar o foco na melhor utilização dos recursos. Ênio Perche, engenheiro mecânico formado pela Unicamp, com 22 anos de experiência na área de manutenção industrial sucroenergética, química, petroquímica e alimentícia, foi o instrutor do curso. O engenheiro acredita que o PCM, somado ao conceito de confiabilidade, promove condições eficazes para evitar danos industriais durante a safra. “O método permite sair de uma realidade na qual se atua de forma reativa, por meio da manutenção de reparo e, não raro, equivocada, para uma realidade proativa”, observa. “Apesar de serem chamadas de preventivas, estas manutenções muitas vezes adicionam problemas nos equipamentos”, alerta o engenheiro. De acordo com Ênio Perche, na solução

Participantes do curso de PCM, promovido pela Sinatub

que ele denomina proativa, os mecanismos de evolução das falhas nos equipamentos são conhecidos, as condições de funcionamento são monitoradas e as ações de manutenção são planejadas para que aconteçam, quando for o caso, antes da quebra do equipamento. O engenheiro Ênio Perche destaca que há casos em que o orçamento de manutenção de uma usina pode ser reduzido em até 25%, através do planejamento e controle da manutenção e confiabilidade da manutenção. “Após o treinamento os participantes absorvem conceitos de manutenção

centrados em confiabilidade, ou seja, que preservam a condição dos equipamentos de forma a não falharem antes do tempo para o qual foram projetados para operar”, garante. Ainda de acordo com Ênio Perche, há equipamentos que são abertos desnecessariamente a cada entressafra, e que, ao serem montados novamente, voltam a operar em pior estado do que estavam no final da safra anterior. “Conheço usinas que desmontavam seis centrífugas de açúcar na entressafra e que agora não desmontam nenhuma. Graças a análise preditiva de

vibração aliada a um PCM com capacidade de resposta”, conta. Perche afirma que os participantes estarão capacitados em todo o processo de planejamento e controle de manutenção, podendo transformar as demandas de manutenção geradas, programadas e controladas. “O desafio dos treinandos será realizar uma mudança cultural, questionando se a atividade de manutenção que está sendo realizada é eficaz e substituindo atividades que não agregam valor por outras que trarão melhor resultado”, conclui.


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Gemea discute nanofiltração para turbinas Durante a apresentação especialista retrata passado, futuro e presente do tema e as vantagens de um sistema de controle de lubrificação plotado DA REDAÇÃO

O 27º encontro do Gemea, que ocorreu no dia 14 de junho, em Goiânia (GO), discutiu o tema “ISOPur – Nanofiltração para Turbinas ", por meio do engenheiro Daniel Micheli, especialista em lubrificação, coordenador de Negócios em Geração de Energia e Petroquímica da Lubritech. Durante sua apresentação falou do passado, futuro e presente do tema, mostrando as vantagens de um sistema de controle de lubrificação plotado em

confiabilidade e adotando sistema classe mundial, onde a lubrificação trabalha intimamente ligada com a preditiva, elevando eficiências, reduzindo custos e alavancando resultado nas usinas onde atua. "Produção de biogás a partir de resíduos da indústria de etanol, incluindo pré-tratamento dos resíduos com tecnologia inovadora de carbonização hidrotermal", ministrada pelo Dr. Joachim Zang, foi outro tema relevante do evento. Um resumo apresentou o futuro dos subprodutos, principalmente o biogás, mostrando o futuro, reduzindo queima de combustível poluente para produção de energia, minimizar uso de águas para produzir energia e sustentabilidade. Os "Fatores e parâmetros que influenciam a regulagem, operação e extração da moenda", com o engenheiro e presidente do Gemea, Ricardo Steckelberg, gerente Corporativo Industrial das Unidades Jalles Machado e Otávio Lage foi outro assunto do encontro. Ele destacou os avanços ligados ao tema, seus impactos na

cadeia produtiva, geração de energia, aumento de extração, redução de custos, inclusive mostrando o quanto uma equipe treinada pode impactar positivamente na condução de um processo com boa eficiência, custos baixos e a diferença que faz numa empresa. Hélio Belai, diretor de marketing do Gemea, concorda com o engenheiro Ricardo, pois observa a diferença de se utilizar bem os recursos humanos e modernas técnicas de gestão e indicadores nos resultados da empresa, chegando até a um ganho de 1,75 litros/toneladas. Belai explica que uma usina bem gerida, acompanhada por indicadores, uma boa gestão por processos e uma ótima preditiva, poderá agregar até 10 litros a mais/toneladas, conforme já evidenciou em trabalhos acadêmicos. "Custo e Benefício para Maior Rendimento Fermentativo e Apresentação dos Agentes Auxiliares", com o engenheiro Uelton Gleik Alves, representante comercial/consultor Técnico da Química Real também foi um dos assuntos

discutidos. Ele abordou o tema referente ao monitoramento da fermentação, “assunto que nunca se esgota, pois as leveduras e bactérias evoluem muito rapidamente, e não conseguimos acompanhar essa evolução”, afirma Belai. “Com mudanças contínuas biologicamente falando, não podemos deixar de pesquisar, testar, insistir. Esta insistência ajuda as grandes empresas do setor sair na frente em eficiências, custos, etc”. A última palestra teve como tema "Caldeiras ZS – Conceito de queima tangencial”, onde o engenheiro Guilherme citou todas as vantagens da queima tangencial Sermatec, benefícios, novidades e previsão futura. A palestra foi muito focada em parâmetros operacionais, comparando queimas, perdas pela umidade, tipo de combustível, vantagens do modelo citado, comparação de eficiências, etc. Os próximos eventos do Gemea acontecem nos dias: 2 de agosto, 20 de setembro e 6 de dezembro, em Goiânia, GO.


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Lubrificação é essencial para o desempenho de equipamentos Técnicas corretas ainda permanecem desconhecidas, no entanto, por uma boa parte dos usuários RENATO ANSELMI,

DE

CAMPINAS, SP

A lubrificação correta em plantas industriais de usinas e destilarias é essencial para a proteção de equipamentos, evitando desgastes prematuros ou mesmo o aumento do custo de manutenção em decorrência de falhas nessa área. Segundo o gerente técnico da área de lubrificantes da Shell Brasil Petróleo, Cezar Galate Cerbam, o lubrificante desempenha várias funções, como reduzir o atrito, refrigerar a máquina, diminuir ruídos, absorver choques, transmitir força, proteger os componentes, servir como vedação contra contaminação (no caso das graxas). Além disso, é uma importante fonte de informação – afirma – quando se faz o monitoramento dos equipamentos a partir da análise do óleo. Para a obtenção de bons resultados nessa operação, existe a necessidade, no entanto, da elaboração e execução de um plano de lubrificação adequado que leve em conta as especificações dos fabricantes

Cezar Galate Cerbam: lubrificante desempenha várias funções

dos equipamentos e as condições operacionais, diz Cezar Cerbam. “Após a análise dessas informações, é importante inspecionar o local para identificar corretamente os pontos de aplicação dos

lubrificantes”, recomenda. Um plano nessa área deve considerar – orienta – a especificação do lubrificante, a quantidade, a frequência de relubrificação e o método de trabalho mais adequado. Segundo ele,

existe a necessidade de levar em conta os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente, com foco na garantia da proteção dos ativos e disponibilidade dos equipamentos. Na avaliação de Cezar Cerbam, apesar do grande avanço da área de manutenção de unidades sucroenergéticas – que utilizam técnicas modernas com a adoção de ensaios preditivos como análise de vibração, termografia e análise dos lubrificantes –, existem muitas usinas onde o lubrificante não é considerado como um componente-chave do equipamento. E a aplicação de lubrificantes ocorre, nesses casos, sem os níveis de desempenho e proteção exigidos pelo ambiente operacional. “As técnicas corretas de seleção e aplicação de lubrificantes ainda permanecem desconhecidas por uma boa parte dos usuários”, enfatiza. O especialista da Shell alerta que o lubrificante, mesmo que seja da melhor qualidade, é um dos integrantes de um grupo de variáveis do processo de lubrificação. “Por isso, parte do nosso trabalho é entender as particularidades de cada cliente e treinar sua equipe para o armazenamento, manuseio e aplicação adequados de cada produto. Isso inclui também a revisão dos planos de lubrificação, elaboração de procedimentos técnicos, orientações para reduzir o risco de contaminações e melhorar os processos de lubrificação”, detalha.


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Critérios adequados geram economia e evitam transtornos Diversos equipamentos exigem atenção especial para que não ocorra parada indesejada durante a safra O máximo de disponibilidade operacional e a maior vida útil possível são duas premissas básicas que devem ser consideradas nas operações de manutenção industrial de usinas e destilarias, o que inclui processos de lubrificação utilizados nas unidades sucroenergéticas, de acordo com Cezar Cerbam. Por isso, diversos equipamentos exigem, durante a lubrificação, atenção especial para que não ocorram transtornos e paradas não programadas. A moenda – que requer elevados investimentos – está entre os itens mais exigentes. “O trabalho mais pesado fica por conta dos mancais de moenda, rodetes, volandeiras e engrenagens intermediárias. Esses são os itens de maior valor de aquisição e reparo e, portanto, os que requerem mais cuidados. Mas, é preciso levar em conta que a moenda toda é um

sistema, e que se houver uma falha no mancal de um picador ou de um motor elétrico, que aciona uma bomba de água de refrigeração, pode ocorrer a parada da produção”, diz. A definição do produto e os critérios de lubrificação mais adequados – ressalta – proporcionam melhorias no processo e a eliminação de falhas que geram para os clientes economias muitos maiores que o custo de aquisição dos

lubrificantes. “No ambiente de uma usina, tanto na área industrial (moenda) quando na agrícola (frota) existem grandes desafios para a lubrificação por causa da necessidade de trabalho ininterrupto das máquinas e veículos, somada a constante presença de altas temperaturas, umidade e contaminação por poeira e partículas e caldo da cana”, afirma. (RA)

Análise detalhada define produto mais indicado para cada aplicação Como existem inúmeros equipamentos nas plantas industriais de unidades sucroenergéticas, de diversos fabricantes e que operam sob condições operacionais diferentes, existe a necessidade de uma análise detalhada para a recomendação correta de lubrificante. “Cada parte do processo tem que ser avaliada para que o produto mais indicado para uma determinada aplicação seja definido”, explica Cezar Cerbam. Os mancais da moenda apresentam necessidades diferentes e por isso exigem lubrificantes diferentes, exemplifica. Motobombas, compressores de ar, redutores de engrenagens, turbogeradores, sistemas hidráulicos e outros componentes industriais podem requerer produtos específicos. “Os lubrificantes de grau alimentício são exigidos nos processo de fabricação de açúcar, em pontos onde pode haver um eventual contato do produto acabado com partes lubrificadas, como nas máquinas de embalagem”, observa. (RA)


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A ENERGIA, NA VISÃO DOS PRODUTORES A visão dos grupos produtores sobre a eficiência energética e os avanços tecnológicos obtidos nas gerações de vapor e de energia elétrica nas plantas industriais e centrais termoelétricas das usinas foi o tema de um painel moderado por Humberto Vaz Russi, diretor da Aliança Engenheiros Associados. Neste painel, Luiz Antonio Magazoni, Diretor Industrial Corporativo da Divisâo Sugarmill do Grupo Noble, traçou a evolução da empresa desde seu início em 2007 com a aquisição da Usina Petribú, a construção da Usina Meridiano e aquisição das unidades que faziam parte do Grupo Cerradinho, explicando que estarão moendo 14 milhões de toneladas de cana nesta safra. Magazoni detalhou aos presentes as alterações em seu parque industrial que estão planejadas para as próximas safras para maximizar a produção de energia. Luiz Cintra, Diretor Industrial da Unidade Tropical do Grupo BP detalhou a importância do Grupo BP, empresa petrolífera que conta com um faturamento de 350 bilhões de dólares, explicando que ela detém uma forte experiência em planejamento, característica essa que está sendo absorvida pelos empreendimentos da empresa na área de açúcar e álcool no Brasil. O Grupo possui três unidades, a Usina Tropical com capacidade de moagem que irá atingir 5 milhões de toneladas na próxima safra, com geração de 32MW nesta safra e posteriormente 86MW, e as Unidades CNAA de Ituiutaba e Itumbiara, cada uma moendo 2,5 milhões por safra e gerando 56MW

de energia. A Odebrecht Agroenergia, braço do Grupo Odebrecht, esteve representado por Rogério Perdoná do setor de Engenharia e Tecnologia do Grupo e explicou aos presentes que atualmente a Odebrecht possui hoje nove unidades, sendo que em sete delas a capacidade instalada é de 5,5 a 6 milhões de toneladas de cana por safra e um projeto em execução que deverá ser inaugurado em setembro deste ano em Angola, ultrapassando assim as fronteiras do país. Está em curso também um projeto de ampliação da unidade Eldorado. Perdoná explicou que três das unidades do Grupo já estão fazendo testes com palha de cana como combustível, no entanto, não enfardada e sim com aquela que vem juntamente com a cana. A intenção futura é usar a palha como combustível ou para a produção de etanol 2G. Geraldo Homem, Diretor Industrial Corporativo do Grupo Renuka – Unidade Revati, explicou que o grupo possui 7 usinas na Índia e mais duas refinarias. Sua participação no Brasil se dá em quatro unidades produtoras, sendo duas no Paraná e duas no Estado de São Paulo. A Renuka Brasil hoje é um dos dez maiores grupos produtores no Brasil, com uma moagem de 8,5 milhões de toneladas de cana por safra. Especificamente sob o ponto de vista da energia, o Grupo gera 795 GWh em suas unidades. Segundo o diretor da Renuka, existe todo um empenho da empresa em promover melhorias tecnológicas e aproveitamentos energéticos no processo, de forma a maximizar a produção de excedentes energéticos. No entanto, espera que haja uma melhor remuneração da energia produzida pelas centrais térmicas das usinas, pois atualmente não cobre os custos de produção.

Luiz Antonio Magazoni do Grupo Noble falou

Luiz Cintra, do Grupo BP: forte

sobre eficiência energética

experiência em planejamento

Geraldo Homem, da Revati/Renuka: melhorias

Rogério Perdoná representou

tecnológicas e aproveitamento energético

a Odebrecht Agroenergia

FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

DO

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

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Sinatub promove curso de caldeiras, vapor e energia Com o tema "Eficiência e Avanços Tecnológicos nas Caldeiras e no Sistema de Geração de Energia Aplicado às Plantas Industriais e Centrais Termoelétricas do Setor Sucroalcooleiro”, a Sinatub realizou mais um Curso de Caldeiras, Vapor e Energia. O evento foi realizado nas dependências do Cenacon em Ribeirão Preto-SP e contou com a presença de mais de 250 participantes, entre empresários, diretores, técnicos e usuários ligados ao setor sucroenergético, além do apoio institucional da ProCana Brasil. Paralelamente, na Feira de Utilidades, fabricantes de equipamentos e acessórios estiveram presentes em espaço anexo ao auditório com suas equipes demonstrando os mais recentes avanços em produtos voltados à geração de energia nas usinas produtoras de açúcar e etanol, como caldeiras, turbinas, trocadores de calor e seus acessórios. José Campanari Neto, diretor técnico da MCE Engenharia, abriu o ciclo de palestras expondo as questões que envolvem a adoção do ciclo regenerativo para aumento da eficiência na geração de energia. Campanari também alertou os presentes sobre as recentes mudanças havidas no bagaço usado

José Campanari abriu o ciclo de palestras

como combustível nas caldeiras, decorrente da colheita mecanizada, e suas implicações no projeto desses equipamentos. Lembrou ainda que a iminente produção de etanol de 2ª geração, conhecido como 2G, trará novos desafios quanto ao balanço térmico da indústria e à queima de seus subprodutos, como a lignina.

Oscar Paulino, coordenador de qualidade industrial do Grupo São Martinho

As questões que envolvem a combustão do bagaço e sua otimização foram abordadas por Carlos Eduardo de Abreu, diretor da Engboiler, que também dissertou sobre os conceitos básicos que devem ser considerados na aquisição de caldeiras e a instalação de sistemas de lavagem de gases. Falando sobre um dos temas que mais

despertam o interesse do setor na atualidade, Hélcio Lamônica e Francisco Lineiro do departamento de engenharia do CTC, abordaram o uso da palha como combustível, seu impacto na indústria e sua aplicação em conjunto com o etanol 2G, ressaltando em comparativos, seus benefícios e custos. (FPM)

Humberto Vaz Russi abordou a legislação que envolve os projetos de cogeração

Palestrantes abordam tecnologias para cogeração Nas palestras que abordaram caldeiras e equipamentos auxiliares, Afrânio Luis Lopes da Engenharia de Aplicações da Caldema elencou todas as mudanças e melhorias havidas nas caldeiras produzidas pela empresa, tanto em seu projeto, como na adoção de novos materiais que possibilitaram alcançar um elevado patamar de desempenho e confiabilidade. Traçou também um perfil comparativo entre o sistema de grelhas “pin-hole” e o leito fluidizado. A importância do tratamento de água e suas implicações para as caldeiras de alta

pressão e qualidade de vapor para turbinas de alta potência usadas nas centrais térmicas das usinas e os problemas mais comuns encontrados, foram abordados por Rogério Dutcosky da GE Water, fornecedora de sistemas especializados para tratamento de água. A recém introduzida tecnologia de leito fluidizado para queima de biomassa foi apresentada por Jesus Sanchez, diretor comercial da HPB Engenharia que detalhou as características operacionais desse sistema frente às novas possibilidades de combustíveis na indústria sucroenergética.

O Condensador Evaporativo e a Névoa Turbulenta, tecnologias introduzidas no setor pela Citrotec para proporcionar redução no consumo de vapor e água no processo produtivo das usinas foram abordadas por Guilherme Fernandes da engenharia da empresa, que enfatizou suas vantagens. O Grupo São Martinho, representado por Oscar Paulino, coordenador de Qualidade Industrial, discorreu sobre a experiência e os bons resultados obtidos pelo Grupo com a caldeira de leito fluidizado fornecida pela HPB Simisa e o

Condensador Evaporativo da Citrotec. Através de Humberto Vaz Russi, diretor da Aliança Engenheiros Associados, os participantes também puderam ter um enfoque sobre a atual legislação que envolve os projetos de geração de energia na modalidade de cogeração e também as outras formas de geração previstas na Matriz Energética Brasileira de 2013, como a eólica e a fotovoltaica. Complementando o tema, Russi explicou os modos de acesso aos sistemas de distribuição, a metodologia e os requisitos para entrada no sistema. (FPM)


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Irrigação pode dobrar produtividade FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

DO

DE

SÃO CARLOS, SP

JORNALCANA

A irrigação é uma estratégia importante para as usinas por permitir aumento de produção, sem que sejam necessários investimentos em novas áreas de cultivo, pois permite um aumento significativo na produtividade das áreas existentes, evitando o custo de formação de novos canaviais. Segundo a Lindsay, uma empresa especializada em irrigação, e fabricante dos Pivôs Zimmatics, aumentar a disponibilidade hídrica pode em determinados casos dobrar a produtividade do canavial, principalmente em áreas de pouco volume ou chuvas esparsas. A Lindsay oferece gerenciamento total da implantação do projeto através do sistema “turn-key” que cuida não apenas da montagem de pivôs, mas também de todas as obras de infraestrutura necessárias para a operação do sistema, incluindo casa de bombas, tubulação, parte aérea, entre outros equipamentos e acessórios. Os projetos turn-key executados pela Lindsay proporcionam às usinas a centralização do serviço em um único fornecedor, facilitando a comunicação e o relacionamento durante a execução da obra e montagem dos equipamentos dentro dos cronogramas estabelecidos. Outro diferencial da empresa é o “FieldNet”, sistema de gerenciamento de pivôs a distância, que foi desenvolvido pensando na mobilidade e otimização do tempo. Esse sistema permite o controle dos pivôs de irrigação à distância, em qualquer lugar, sendo necessário apenas o acesso a internet. As informações podem ser obtidas em tempo real pelo operador, otimizando o trabalho, e facilitando o dia a dia da administração agrícola.

Pivôs Zimmatics Lindsay e equipamentos para irrigação

Para acessar o sistema é necessária apenas a instalação de um rádio transmissor em cada pivô, que se comunica com um receptor instalado no campo. O equipamento que recebe as informações deve estar conectado a internet, e disponibiliza as informações em tempo real através do portal da Lindsay. o FieldNET além de permitir acesso remoto a todos os controles do pivô central, fornece relatórios completos com

a quantidade de água e agroquímicos aplicados durante cada irrigação ou safra e informações sobre todas as operações realizadas pela máquina. O sistema pode ainda ser acessado e operado via celular, através de aplicativos desenvolvidos para aparelhos do tipo iPhone, Blackberry e os dotados de sistema operacional Android, facilitando a administração das atividades de campo.


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Motobombas foram especialmente projetadas para irrigação Assim como para outras espécies vegetais, a disponibilidade hídrica é fundamental para o desenvolvimento da cana e consequentemente para sua produtividade, permitindo com isso que haja maior desenvolvimento da planta e maior quantidade de sacarose produzida, que é o objetivo a ser alcançado sob o ponto de vista industrial. As condições climáticas nas regiões onde os canaviais estão localizados frequentemente podem ter variações drásticas nos regimes de chuvas, afetando as plantas e diminuindo sua produtividade por hectare. O tipo de solo é outro fator que afeta a disponibilidade hídrica para as plantas, pois solos arenosos tendem a reter menos água, mesmo que o regime de chuva seja adequado. Portanto o uso da irrigação é uma ferramenta importante para assegurar a produtividade almejada. Nas regiões norte e central do Estado de São Paulo, usualmente a irrigação é feita pelo subproduto da produção do etanol, a vinhaça, que também é rica em potássio, um dos nutrientes para a cana. Mais a oeste, abrangendo também a Região Centro-Oeste, o clima é mais seco,

com solos mais arenosos, assim, além da vinhaça, a água também é empregada, tal como na Região Nordeste do Brasil, compensando as necessidades hídricas do canavial. Em todos esses casos é necessária uma infraestrutura logística que permita distribuir a vinhaça ou se fazer a irrigação de maneira uniforme por todas as áreas de plantio, obedecendo-se as necessidades particulares de cada segmento de terreno. A Germek Equipamentos, projeta e fabrica conjuntos de motobomba acionados por motores elétricos ou a diesel para irrigação. Na última Agrishow, a empresa apresentou um conjunto de motobomba acionada por motor empregando etanol como combustível, ampliando seu leque de opções. Os conjuntos de motobomba fornecidos pela Germek possuem quadros de comando especialmente projetados para trabalho no campo e sistemas de proteção para desligamento dos motores. Estes conjuntos podem também ser usados para fertirrigação, agregando-se nutrientes para a cana, conforme recomendação agronômica. (FPM)

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Sistema turn-key facilita a implantação de fertirrigação Nos últimos anos, visando o manejo sustentável da vinhaça e aumento de produtividade dos canaviais por meio de irrigação, vários projetos de fertirrigação têm sido implantados nas regiões canavieiras. A Edra, A nova valetadeira da Metro empresa fabricante de tubulações, tanque e sistemas de produção de tubos de grande diâmetro, e resfriamento de vinhaça tem realizado iniciou o ano com 90 contratações para projetos de fertirrigação pelo sistema turnatender os contratos fechados key em parceria com as empresas Metro e recentemente. Pena&Pena, que juntas oferecem desde o A Metro, por sua vez, investiu em uma produto até a execução de todas as obras nova máquina valetadeira, com velocidade necessárias aos projetos. e força para abrir até 5 metros de vala por Isso inclui a responsabilização pelos minuto. “Essa é uma máquina de alto fornecedores e prestadores de serviço, desempenho que quebra qualquer tipo de desde a compra de material e até a mão de solo. Tenho certeza que essa aquisição obra especializada necessária às obras, facilitará o fechamento de novos contratos, entregando aos clientes um sistema de pois o custo operacional dela é muito fertirrigação pronto para a operação. baixo, já que ela é de alta velocidade e Nos últimos anos, a Edra já realizou capaz de triturar o solo, pedras e já formar obras para vários grupos sucroenergéticos, a areia que irá cobrir a tubulação, além de estando entre seus clientes empresas como otimizar o prazo e tempo de obra”, afirma LDC, Guarani, ETH e Raízen. Zanatta. As três empresas parceiras têm Já a Pena&Pena além de investido constantemente em tecnologia e investimentos em pessoal e equipamentos recursos humanos. A Edra deve inaugurar destaca as recentes certificações em nos próximos meses sua nova fábrica, que ISO9001 e OHSAS18001 que diz respeito possui uma tecnologia italiana para a à segurança e higiene do trabalho. (FPM)

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Aspersão simplifica a irrigação Para que haja um desenvolvimento satisfatório e uma produtividade adequada da cana-de-açúcar, principalmente em áreas com deficiência hídrica a irrigação é uma técnica indispensável para se obter bons resultados. Entre as modalidades de irrigação disponíveis, uma das mais simples é a irrigação por aspersão, que também é muito utilizada na aplicação de vinhaça na lavoura. Essa modalidade de irrigação é bastante semelhante à precipitação natural e permite que sejam adicionados defensivos contra pragas e doenças e nutrientes em adubação foliar, uma modalidade de nutrição que cada vez mais ganha adeptos na cultura canavieira. Como normalmente são utilizados baixos volumes de água, o que resulta em economia de energia, a aspersão também evita que sejam formados alagamentos que poderiam por sua vez, causar danos à lavoura. A Raesa, empresa de origem

espanhola, produz uma série de equipamentos e acessórios para a irrigação por aspersão. São tubos, engates, curvas e aspersores que possibilitam a montagem de um sistema modularizado que se adapta facilmente às necessidades das diferentes áreas de plantio. O material usado nas tubulações é o alumínio, que apresenta a vantagem de ser durável e ao mesmo tempo ser leve, facilitando seu armazenamento, transporte e instalação e posteriormente sua desmontagem quando da transferência para outra área de aplicação. Graças a essas características construtivas, esse método de irrigação é bastante flexível, e não demanda mão de obra especializada para sua montagem e manutenção, o que por si só já é um grande facilitador. Por sua modularidade, pode ter sua disposição no terreno modificada a qualquer momento de acordo com as necessidades da lavoura. (FPM)

Irrigação por gotejamento economiza água e energia Na lavoura canavieira todos os esforços são feitos de maneira que se obtenha a maior produtividade possível, pois isso além de trazer maior ganho financeiro, também dilui os custos de manejo da lavoura por unidade de área. Porém, há regiões que embora sejam propícias ao cultivo, nem sempre possuem disponibilidade hídrica satisfatória para o desenvolvimento normal dos canaviais. Nessas regiões, onde as precipitações são menores do que o necessário, como por exemplo no Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, além de microrregiões mais secas, onde a pluviosidade é normalmente satisfatória, a irrigação se apresenta como uma solução. Existem vários métodos possíveis de irrigação, mas segundo Daniel Pedroso, agrônomo especialista em irrigação da Netafim™, empresa de origem israelense, a irrigação por gotejamento é mais vantajosa que os sistemas convencionais, pois através do gotejamento temos um controle melhor da quantidade de água que estamos utilizando. “Por termos acesso às raízes da planta durante 100% do seu ciclo fisiológico, podemos disponibilizar a quantidade de água quando e na

quantidade que a planta precisa”. O uso dessa técnica de irrigação traz como benefícios um acréscimo de produtividade que muitas vezes ultrapassa a casa dos 100% e o aumento da longevidade útil do canavial para 10 a 12 cortes, o que significa uma redução dos custos de reforma e de perda de área para plantio. A respeito da aplicabilidade da irrigação por gotejamento, Daniel argumenta que o sistema é sem dúvida mais viável em áreas onde a chuva é limitante para a cultura de cana, mas temos vários casos mesmo no Estado de São Paulo onde tivemos um aumento de 50% na produtividade, onde a média era 90 t/ha e passou para 140 t/ha. Além disso, eles conseguiram reduzir o custo com herbicidas, pois a cana irrigada fecha mais rápido e com a mão de obra na lavoura, para outros manejos, como adubar ou aplicar inseticida. Com o aumento de produtividade e com a maior longevidade, o investimento feito no sistema de irrigação retorna com bastante rapidez, havendo casos onde o investimento realizado se pagou em até duas safras pelo aumento da produtividade obtido. (FPM)


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Maximiliano Salles Scarpari: preocupação com possível geada

Método eficaz de manejo tem relação direta com a produtividade Para pesquisador do IAC, safra 2013/14 surpreende no início, mas desfecho dependerá das variáveis climáticas ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

A queda de produtividade registrada na última safra de cana-de-açúcar no Brasil fez com que 2013 se tornasse uma incógnita para o setor. O assunto foi tema de debate de mais uma reunião do Grupo Fitotécnico, realizada em

maio, na cidade de Ribeirão Preto, SP. Na ocasião, mais de 100 pessoas participaram do encontro, que abordou ainda os avanços no uso de modelagem como ferramenta auxiliar na estimativa de safra, além do manejo da cana nos ambientes de produção. Para o pesquisador do Centro de Cana IAC, Maximiliano Salles Scarpari, ao menos no Centro-Sul, o início de trabalho foi positivo. “A safra caminha bem. Em termos de produtividade a situação é bem melhor do que tivemos no último ano. Foram 40 dias de estiagem que auxiliaram o trabalho neste início. A chuva veio no fim de maio, começo de junho, mas acredito que não prejudicará o rendimento. Até o momento, a expectativa é positiva, tanto em produtividade como em ATR”, explica. Contudo, o especialista faz um alerta ao setor.

Historicamente, os meses seguintes costumam ser secos e com geadas, o que pode interferir na produtividade. “O problema é se tivermos uma seca grave no decorrer do ano. Se não chover de junho até outubro, a situação pode mudar. Sem contar a questão das geadas, que ocasiona a perda dos talhões”, afirma. A estimada melhora de produtividade se deve também aos métodos de manejo aplicados na entressafra. Scarpari acredita que esta mudança se deu pelos erros cometidos no último ciclo, além de algumas adaptações necessárias. “Tomamos um susto na última safra. O setor precisou rever a parte de manejo, já que o clima é imprevisível. A questão do plantio e colheita mecanizados, por exemplo, evoluiu bastante. Toda essa melhora acaba refletindo no campo”, finalizou.


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Biosev inaugura termelétrica no Mato Grosso do Sul Foi inaugurada no último dia 19 de junho, em Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul, a Usina Termelétrica Passa Tempo, da Biosev, divisão de energia da francesa Louis Dreyfus. O projeto recebeu investimentos de aproximadamente R$ 163 milhões. A UTE, movida a partir do bagaço de cana-de-açúcar, além de suprir a eletricidade utilizada pela usina, será capaz de gerar 45 MW de energia excedente.

USINA MANOEL DA COSTA FILHO PODE VOLTAR A MOER NO CEARÁ Depois da intervenção do governador do Ceará, Cid Gomes, o estado poderá voltar a produzir açúcar e etanol. Isso porque a Usina Manoel da Costa Filho, de Barbalha, região metropolitana de Juazeiro do Norte, Cariri cearense, fechada desde 2005, acaba de ser adquirida pelo governo por R$ 15,4 milhões, no leilão realizado pela Justiça do Trabalho, no dia 7 de junho, em Fortaleza. O lance foi dado pelo presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará, Roberto Smith e parabenizado pela Unida - União Nordestina dos Produtores de Cana. Quando estava em pleno funcionamento, somente a Usina Manoel da Costa Filho representava 4% do PIB estadual. Para Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida, a posição do governo foi a mais justa e acertada, mostrando sensibilidade com o seu povo e com a sua vocação econômica. A região do Cariri

possui excelente potencial da produção canavieira, porém, estava sem perspectiva com o fechamento da usina. “A sua aquisição, acompanhada de sua requalificação, promoverá o desenvolvimento socioeconômico da região mais uma vez”, comemora.

Logo após o arremate da usina pelo governo, Lima, que acompanhou o leilão, foi convidado pelo secretário do Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, para contribuir no processo que definirá o modelo de gestão da unidade. “Defendemos, que a usina seja vendida a

uma cooperativa de produtores cearenses de cana, que pagaria o montante investido pelo poder público, na medida em que a usina volte a produzir”, diz. O dirigente cogita ainda a comercialização e operação dela por meio de uma Parceria Público Privada (PPP).


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Raízen inicia programa que beneficia fornecedores Com objetivo de estreitar o relacionamento com os fornecedores de cana-de-açúcar, a Raízen inicia a safra 2013/14 com o lançamento do Programa Cultivar. Por meio do suporte agronômico, por exemplo, os fornecedores participantes terão oportunidade de incrementar a produtividade e qualidade do seu canavial. “Formamos um time especializado, que estará no campo, junto com o fornecedor, buscando a melhor forma de planejar a lavoura e torná-la mais rentável”, conta Carlos Martins, diretor de Fornecedores e Parceria Agrícolas da Raízen. Nesta primeira fase do projeto, a empresa disponibilizará assessoria técnica em três operações: amostragem de solo, levantamento de pragas e sistematização da área. Todo o processo será monitorado pela empresa por meio de um Relatório de Visita Estruturada (RVE), que será preenchido pelo agrônomo em todas as visitas às áreas do fornecedor. Esse documento, além de trazer informações sobre as condições da lavoura, também servirá para auditar os parceiros quanto às questões ligadas à sustentabilidade. Outro benefício que os fornecedores poderão obter é o uso de linhas de crédito que estão sendo negociadas pela Raízen no mercado financeiro para os seus parceiros filiados ao programa Cultivar. A ideia é compartilhar os benefícios da

solidez e credibilidade da empresa com os seus parceiros agricultores. Em um primeiro momento, a Raízen contará com a participação dos seus 150 maiores fornecedores de cana. Após esse

período de implementação e adaptação, a ideia é expandir o programa aos demais fornecedores gradualmente. “Por ser uma iniciativa inovadora e desafiadora, foi necessário estabelecer uma quantidade

gerenciável de parceiros nesta primeira safra para que o programa se estabilize antes de ampliarmos o escopo”, afirma Martins. O programa conta com investimentos iniciais de R$ 5 milhões.


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Coruripe apresenta novo diretor administrativo

Arakaki faz treinamento sobre uso correto de defensivos No último dia 12 de junho, a sala de treinamentos do Grupo Arakaki, recebeu alunos do Curso Técnico Agrícola da Etec, José Luiz Vianna Coutinho, de Jales (SP). Esses estudantes participaram do curso sobre Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas e uso Correto e Seguro de Defensivos, ministrados pelos instrutores da Arysta LifeScience, os

engenheiros agrônomos Clodoaldo Dutra Flaitt e José Geraldo da Silva Junior, além do professor da Etec de Jales, José Jorge Molina. O treinamento contou com a participação de 20 alunos, que tiveram contato com a prática com o uso correto de EPIs para a aplicação e manuseio de defensivos.

No último dia 11 de junho, a Usina Coruripe apresentou seu novo diretor administrativo, o administrador de empresas, Fábio Tanaka. O novo colaborador participou de uma reunião junto ao presidente da empresa, Jucelino Sousa, além de gerentes e coordenadores do Grupo Tércio Wanderley. Com a nomeação, a empresa termina o processo de formação da nova diretoria. Anteriormente, já haviam sido anunciados os diretores Comercial, Francisco Vital; de Produção, Carlos Marques; e Financeiro, Eduardo Assumpção. Fábio Tanaka tem 42 anos e, além de administrador de empresas, é pós-graduado em Finanças e Marketing. Atuou em multinacionais como Monsanto e Coca-Cola. Nos últimos quatro anos, foi diretor financeiro da MPX Energia. “Estou muito feliz em fazer parte dessa

Fábio Tanaka

grande família. Vim para ajudar e conto com o apoio de todos. Vamos buscar a melhoria de processos, com ganhos de sinergia e performance”, disse Tanaka.

Della Coletta desenvolve ações ambientais Em 5 de junho foi comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia. Para celebrar a data, a Della Coletta Bioenergia realizou uma ação de conscientização com crianças atendidas pelo “Programa Segundo Tempo”. Cerca de 100 jovens assistiram a um vídeo que apresenta o processo de produção do açúcar e etanol, além de ações de preservação e recuperação do meio ambiente realizadas pela usina. Em seguida, os beneficiados foram a campo observar três destas iniciativas: utilização da vinhaça para a adubação da lavoura de cana, mecanização da colheita

da cana crua e reflorestamento e conservação de Áreas de Preservação Permanente (APPs). Esta última é realizada há seis anos, sendo responsável pelo plantio de 70 mil mudas de 80 espécies de árvores nativas e exóticas, entre elas pitanga, jaboticaba, jacarandá, cedro rosa, figueira, ameixa, urucum, goiaba, ipê, aroeira, paineira e oiti. Toda visita foi acompanhada pelo consultor de Meio Ambiente da DCBio, José Floriano Ditão, pelo técnico em Segurança do Trabalho da DCBio, Carlos Alberto Feltrin, e por professores do "Programa Segundo Tempo".


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Tereos dedicará mais cana para etanol e dobrará produção de energia Tanto a produção de açúcar quanto a de etanol cresceram em base anual nas unidades industriais da Guarani, pertencente ao Grupo Tereos. Segundo seu relatório do Quarto Trimestre e Ano 2012/13, a produção de açúcar aumentou 11,7% para 1,5 milhão de toneladas, e a de etanol 4,7%, para 528.000 m3. A empresa revela que a flexibilidade das atividades industriais da Guarani permitiu à Companhia manter foco na produção de açúcar, que estava mais rentável, entretanto, a produção de etanol deverá ser favorecida no mix de 2013/14 (de 36% em 2012/13 para 40% em 2013/14), dado melhores perspectivas de preço. Outro destaque do documento são as atividades de cogeração, já que as vendas de energia cresceram 43% para 523 GWh (incluindo atividades de trading), com parte do volume vendida a preços no mercado à vista mais elevados. "Para a próxima safra, a Guarani espera quase dobrar o volume de energia cogerada como parte de seu programa de investimento", segundo o documento. Em seu relatório revela que as perspectivas para a safra 2013/14 são promissoras, com uma expectativa de moagem de 20 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, o que elevará as taxas de utilização de capacidade instalada, diluindo custos fixos. "A mecanização da cana-de-açúcar própria deverá alcançar

Unidade industrial São José, da Guarani

95% na safra de 2013/14, e o percentual de plantio mecanizado também está aumentando", enfatiza a empresa. Na safra de 2012/13 foram plantados cerca de 55.000 hectares nesta safra (25% de expansão e 75% de renovação). Segundo o relatório, em vista disso, os rendimentos de cana aumentaram de 70 toneladas/ha em 2011/12 para 84 toneladas/ha em 2012/13, totalizando moagem de 18,2 milhões de toneladas (+11,5% em base anual). O volume de 30% da cana-de-

açúcar moída nesta safra foram cultivados pela Guarani em terras arrendadas e o restante, por terceiros através de contratos de longo prazo. Não houve atividade de moagem no quarto trimestre, apenas refino e cogeração. "Apesar dos bons resultados em cana, o teor de açúcar na cana, entretanto, totalizou 135 kg ATR/tonelada, abaixo dos 138 kg de ATR/tonelada. A combinação de maior rendimento agrícola com um ATR (Açúcar Total Recuperável) ligeiramente mais baixo elevou a produção

final em 9% em relação à safra anterior. A Guarani também aumentou o mix de produção de açúcar (64% em 2012/13 vs. 62% em 2011/12) para se beneficiar das maiores margens do açúcar comparado ao etanol (em base equivalente)", diz o documento. Segundo o presidente do conselho, Alexis Duval, apesar do crescimento da receita, o ano fiscal 2012/13 apresentou inúmeros desafios devido a menores preços do açúcar e altos custos dos cereais, que impactaram na rentabilidade, particularmente no segundo semestre. "Nossos resultados foram também impactados pelo início abaixo do esperado da produção de glúten em Lillebonne. Nosso programa de plantio no Brasil já apresenta bons resultados com crescimento previsto na cana-de-açúcar processada de 10% nesta safra. No segmento de amido & adoçantes, avançamos em nossos esforços de diversificação. Já iniciamos os testes de produção de amido de milho no Brasil e a extensão do acordo com a Wilmar nos permitiu ampliar nossa presença na China para amido de milho, com uma segunda parceria, que complementará a unidade de amido de trigo em construção em Dongguan. Estamos confiantes que esta estratégia posicionará a Tereos Internacional bem para o longo prazo", confirma.

Grupo do Paraná incentiva educação ambiental A Sabaralcool doou três conjuntos de lixeiras para escolas municipais de Engenheiro Beltrão e Ivailândia, que além de mudar a realidade dos estabelecimentos de ensino, está auxiliando na educação ambiental dos alunos e na separação do lixo produzido. Todo o resíduo gerado pelos estabelecimentos de ensino, antes das lixeiras, era depositado em sacolas

plásticas e enviado para o aterro sanitário do município. “Melhorou muito com as lixeiras. Antes o material era depositado em sacolas plásticas e esta situação acabava dando oportunidade para a proliferação de mosquitos e outros insetos, colocando em risco a saúde das crianças. Hoje este cenário é totalmente diferente”, comentou a Secretária Geral da escola

municipal João Varela, do distrito de Ivailândia, Luciana Cristina Kestering. Segundo ela, os alunos aprenderam a separar os resíduos e a destinar na lixeira adequada. “Eles criaram o hábito de colocar o lixo no local correto. As lixeiras mudaram a realidade da escola quanto ao armazenamento dos resíduos”. Michele Paro da Mota, Diretora do

Centro de Educação Infantil de Ivailândia, lembra que as lixeiras contribuem para orientar os alunos desde a infância. “Os professores desenvolvem trabalhos voltados à reciclagem e ao armazenamento adequado. Desde cedo estamos orientando nossos alunos a separar e depositar o resíduo em locais adequados”, finaliza.


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“Política para combustíveis deve considerar custos em saúde” “Já existem medidas rígidas na área ambiental mas não temos ainda a sociedade protetora do ser humano” RENATO ANSELMI,

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CAMPINAS, SP

“O etanol deveria ser mais barato para que as pessoas usassem predominantemente esse combustível. É preciso contar com uma política diferenciada que leve em conta na construção da planilha as economias em saúde”. Essa opinião é do chefe do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Hilário Nascimento Saldiva, que realiza, entre outras atividades, pesquisas sobre os impactos da poluição urbana na saúde dos cidadãos. O Instituto Nacional de Análise Integrada de Risco Ambiental do CNPq, que é coordenado por ele, já desenvolveu trabalho, demonstrando, por exemplo, que o maior uso de etanol nos grandes centros urbanos reduz o número de internações hospitalares e de mortes prematuras causadas por doenças respiratórias e cardiovasculares devido ao aumento da poluição. JornalCana - Imaginando um cenário ideal, com a utilização de maior volume de etanol em carros, motos, ônibus, caminhões, quais seriam os efeitos para a qualidade do ar em São Paulo e em outras grandes cidades? Paulo Saldiva – Hoje tem dois poluentes que estão acima dos padrões de qualidade do ar da Organização Mundial de Saúde em quase todas as capitais brasileiras. Um é o ozônio e o segundo são as partículas finas. No tocante à produção de precursores de ozônio e considerando a composição atual da gasolina brasileira, o etanol emite menos precursores de ozônio. Então teoricamente o maior uso de etanol vai diminuir a reatividade fotoquímica dos poluentes da atmosfera, consequentemente, é esperado que o ozônio decaia. O etanol tem também uma emissão de partículas finas 90% menor em relação à gasolina. Quais são os benefícios proporcionados pela utilização de etanol em ônibus? O uso do etanol como combustível de ônibus é muito importante Nos corredores de transporte coletivo, fica muita gente esperando ônibus, respirando ar poluído. Ônibus movido a etanol proporciona uma redução da emissão de partículas finas de quase 90%. Além disso, diminui o número de casos de mortes e de internações hospitalares provocados pela poluição. O uso de combustível renovável, em larga escala, tem muito a contribuir com

a melhoria da qualidade de vida? Exatamente. Por isso, a cidade de São Paulo foi pioneira na implantação de um programa municipal de redução de gases de efeito estufa. Está previsto que a as empresas não terão, a partir de 2018, veículos rodando com combustível fóssil na frota cativa de ônibus do município. Vai entrar etanol, biodiesel, eletricidade. Como pode ser solucionada a questão do custo dos combustíveis alternativos que geralmente apresenta um valor mais elevado que os combustíveis fósseis? O empresário não vai pagar a conta sozinho e melhorar a saúde das pessoas às custas do lucro dele. O proprietário de veículo, quando há aumento do preço do etanol, também vai direto para a gasolina sem pensar em nada. Não dá para imaginar um altruísmo empresarial. Não é assim que funciona. O que falta então é uma política pública nessa área? Por que houve tanto investimento no

diesel? A Organização Mundial de Saúde está divulgando um estudo classificando o diesel reconhecidamente como carcinogênico. Como custa caro cuidar disso, este valor não é considerado dentro do próprio negócio. As chamadas externalidades não são externas, são internas ao negócio. Então é isso que falta. Enquanto existe uma política ambiental muito rígida na floresta – deve ser assim mesmo –, não temos ainda a sociedade protetora do ser humano. É preciso criar uma política pública, no setor de combustível, que considere o custo em saúde como elemento central. Mas, a gasolina e o diesel não estão sendo privilegiados atualmente? O subsídio, que é dado ao diesel, visa reduzir o impacto da inflação e uma série de outras coisas, como melhorar as contas da Petrobras. O próprio aumento do teor de etanol, de 20% para 25%, ocorreu porque a Petrobras está gastando muito dinheiro com a importação da gasolina. Não foi considerada nem de longe a ideia

de que vai ser reduzida a poluição. Não existe isso na nossa política. Houve também um aumento do número de veículos circulantes, com a isenção de impostos para a aquisição de carros, com uma política de preços que favorece a gasolina. Não produzimos mais gasolina suficiente para o aumento da frota e para a intensidade do uso da frota. As pessoas estão subsidiando gasolina independentemente de usarem ou não carro. O imposto pago por nós, que seria usado em transporte, posto de saúde, educação ou segurança pública, acaba sendo utilizado em parte para subsidiar a gasolina. É preciso levar em conta que o estímulo do uso da gasolina por causa do preço, provoca uma perda da qualidade do ar na cidade. Aumenta o ozônio e a partícula. A elevação da mistura de etanol na gasolina, de 20% para 25%, já melhora um pouco a qualidade do ar? Melhora um pouco. Diminui a emissão de compostos capazes de formar ozônio. Há também uma redução da quantidade de material particulado na atmosfera. Um estudo que realizamos em 2010 mostrou que a redução de 25% para 20% gera um custo de dois milhões de dólares a mais por ano na cidade de São Paulo, equivalente às despesas do SUS para 400 internações por causa de doenças respiratórias e cardiovasculares. Com esse dinheiro, é possível fazer anualmente três unidades básicas de saúde de qualidade, totalmente equipadas. Tudo isto tem que ser levado em consideração. O que precisa ser feito para que sejam criadas condições, de maneira objetiva, que incentivem o uso de etanol? É necessário criar condições econômicas para isto. A adesão envolve mudanças de hábitos. Se o indivíduo deixar o carro em casa, tomar banho de canequinha, não comer mais carne vermelha, ficar no escuro a noite, daqui a 50 anos cai o nível de CO2. Ninguém faz isto. É preciso dizer que se ele utilizar o transporte coletivo, vai andar quatro quilômetros a mais por dia sem perceber, vai reduzir peso e diminuir o risco de doença cardiovascular, de osteoporose. Se ele comer menos carne vermelha, vai reduzir o risco de câncer de tubo digestivo e assim por diante. As pessoas têm que enxergar uma vantagem. Se o etanol não tiver uma política de preço favorável, as pessoas fazem a conta no posto e abastecem com gasolina, O etanol deveria ser mais barato para que as pessoas usassem predominantemente esse combustível. No caso do ônibus, o empresário não pode perder dinheiro com isso. É preciso contar com uma política diferenciada que leve em conta na construção da planilha as economias em saúde. A Suécia fez essa conta e utiliza etanol no transporte coletivo. O Brasil não fez ainda.


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Vida humana precisa ser mais valorizada “Está ficando tão desagradável viver em uma cidade como São Paulo que eu acredito que este desconforto nós faça sair dessa situação”, diz Paulo Saldiva A cidade que Paulo Saldiva “sonha”, ou melhor, estuda, pesquisa e projeta tem uma enorme empatia com a aspiração de muitos cidadãos que desejam uma vida mais saudável. Aspirar, nesse caso, pode significar também respirar melhor. Pelo menos isto. É claro que o etanol é apenas um ingrediente nesse processo de transformação. Pode ajudar – e muito – a tornar a cidade uma “sociedade protetora do ser humano”, expressão usada pelo próprio Saldiva. Há números que não negam isto. O estudo realizado em 2010 pelo Instituto Nacional de Análise Integrada de Risco Ambiental do CNPq, que é coordenado por ele, revelou que se toda a frota de ônibus da região metropolitana de São Paulo substituísse o óleo diesel por etanol, haveria a diminuição de 4588 internações hospitalares e de 745 casos de mortalidade precoce por ano, o que equivale a diminuição de custos anuais de US$ 146,5 milhões. A vida humana precisa ser mais valorizada com uma política nessa área voltada para a saúde, enfatiza o chefe do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP. E será que é preciso de mais números para isto? Um trabalho desenvolvido por um consórcio de pesquisadores da Cidade do México, Santiago, do Chile, e São Paulo demonstrou – revela Paulo Saldiva – que caso a capital paulista reduzisse a poluição do ar em 20% em termos de partículas, entre 2000 e 2020, seriam evitadas mais de cem mil mortes. “É uma cidade”, constata. Há uma pergunta que fica no ar e se dissipa em meio à poluição: O que está faltando para sensibilizar políticos e administradores? Paulo Saldiva diz que é otimista em relação ao futuro. Ele explica o motivo: “Está ficando tão desagradável viver numa cidade como São Paulo que eu acredito que este desconforto nós faça sair dessa situação. E, a partir disso, começaremos a repensar a cidade”, filosofa. Saldiva usa a sua vivência de médico para fazer um prognóstico. “Muita gente muda seus hábitos de vida para melhor na UTI. O paciente que teve infarto, sempre avalia, nesses casos, se comeu ou fumou demais. E costuma dizer: ‘vou me endireitar se eu sair dessa’. A doença tem um poder transformador. Como as nossas cidades estão doentes, a partir disso podem mudar”, observa.

“Mula anda mais rápido do que carro” Pior do que está não fica. Será? Depende de quem for eleito, por exemplo. A vida nos extensos aglomerados urbanos não deve ser uma piada. De mau gosto. Uma cidade como São Paulo não precisa ser tão inóspita, comenta Paulo Saldiva. Tudo deveria ser centrado – ressalta – em qualidade de vida. “A cidade deve servir o seu cidadão. E não o cidadão servir a cidade. É um pouco diferente. A cidade é um ponto de encontro, de enriquecimento cultural, de oportunidade de emprego, de educação, de uma série de coisas”, afirma. O cenário atual nos grandes centros urbanos está muito longe do ideal. Cada vez fica mais “distante” também o sonho de chegar logo em casa após um árduo dia de trabalho. “A mula andava a 14 quilômetros por hora na época dos bandeirantes, nós andamos entre 8 a 10 por hora. Se eu for de mula para minha casa, vou chegar muito antes em relação ao tempo que levo para ir de carro. Tenho uma mula de pedal que é a bicicleta. Mas, não há política para veículo não motorizado”, afirma. De acordo com ele, o último levantamento é que o paulistano perde em média duas horas e meia da vida dele por dia para se locomover.

Além disso, é preciso considerar que os níveis de poluição, durante o congestionamento, dentro do corredor de tráfico são duas a três vezes maiores do que a média da cidade. É necessário conviver ainda com outros inconvenientes gerados pelo trânsito descontrolado. “Esse background de ruído, com um monte de motor funcionando, faz com que o sono não seja tão bom. Não há a produção adequada de certos hormônios, que ocorre no período de repouso, que são anti-inflamatórios e protegem o coração. O próprio descanso do cérebro fica prejudicado”, explica. Mesmo que 100% da frota fosse composta por veículos elétricos, híbridos ou movidos por biocombustíveis, seria solucionada uma parte do problema com a redução da poluição, avalia o chefe do Departamento de Patologia da USP. “Mas, não iria ser resolvida a questão da mobilidade”, afirma. Segundo ele, existe a necessidade de uma visão mais sofisticada de administração pública. “O nosso problema é a falta de uma gestão baseada em qualidade de vida. Estão subjugando a nossa qualidade de vida a interesses econômicos de grupos”, opina. (RA)


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ENTREVISTA – Carlos Barbouth

Segurança no trabalho melhora, mas permanece longe da ideal Especialista diz que medidas de segurança precisam ser vistas como investimentos, não gastos ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Dentre os gargalos vividos pela indústria brasileira, segurança no trabalho é um dos temas mais debatidos. A expressão “prevenir é melhor do que remediar” talvez seja a melhor definição para o que ainda é preciso mudar. No cenário sucroenergético não é diferente. Para Carlos Barbouth, presidente da Survival Systems do Brasil, os gestores precisam ter consciência de que medidas de segurança são investimentos, e não gastos. O especialista fala sobre a necessidade de mudança na cultura brasileira, embora ressalte a evolução já alcançada na área. Confira a entrevista completa: JornalCana: Como o senhor avalia a questão de segurança no trabalho no Brasil? Carlos Barbouth: Em termos de legislação, seja o que ainda está em trâmite ou o que já vigora, o país se encontra

respaldado. Claro que ainda são necessários alguns ajustes, aperfeiçoamentos que com o dia a dia acabam surgindo. Mas um dos maiores problemas é fazer com que os gestores entendam que segurança não é um gasto, mas sim, investimento. É claro que não estou generalizando, muito menos falando apenas do setor sucroenergético. No âmbito nacional, a mentalidade que prevalece é esta. O que fazer para alterar este cenário? As fiscalizações não teriam esta função? A fiscalização acaba mitigando a situação. Durante a implantação dos requisitos de segurança nas empresas, nem todos os pontos são checados, mas apenas o mínimo necessário para ser aprovado pela fiscalização. Sei de casos, por exemplo, em que as brigadas de incêndio não são treinadas devidamente. Empresas de extintores interessadas em ganhar o contrato oferecem certificados que viabilizam o processo. Isso acontece em diversos segmentos. Infelizmente, no geral, só se leva em conta a fiscalização. Como mudar esta mentalidade? É uma questão ampla. Deveríamos conscientizar os empresários de que a situação conjuntural da empresa não pode interferir nos investimentos nesta área. É preciso buscar atender mais do que a lei

Carlos Barbouth


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SAÚDE & SEGURANÇA

exige. Existem práticas que não são obrigatórias, mas que trazem melhorias e precisam ser introduzidas. Cada empresa tem uma realidade diferente, portanto é preciso um trabalho especifico para cada uma delas. Por isso é importante ir além da exigência da fiscalização. Um dia será possível chegar ao acidente zero nas indústrias? Acredito que seja utopia pensar em “acidentes zero”. Claro que é preciso reduzir e amenizar os problemas causados. Em caso de um desastre, incêndio, desabamento, enfim, uma série de reações é desencadeada. Tudo que afeta a saúde ou a integridade física do colaborador é um fator desmoralizante. Além dos transtornos ao acidentado e também aos seus familiares, o incidente acaba desmotivando outros trabalhadores, que passam a temer determinadas situações. Depois existe a possibilidade de interdição por parte da fiscalização. Fechada, a empresa não produz, mas mantém seus gastos mensais. Ou seja, o prejuízo é bem maior. Sem contar o problema gerado junto aos

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fornecedores e clientes. O que se pode apontar em termos de evolução na questão da segurança? Houve melhora ao longo dos anos. Por volta da década de 70, a situação era bem mais complicada. Naquela época, entre uma NR — Norma Regulamentadora e outra, levávamos cerca de 20 anos. Hoje as alterações, assim como os ajustes, são mais rápidos. Em que estágio está a NR´s, a 33, que trata da segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados? Depois de muito esforço, tempo e trabalho, conseguimos que ela saísse do papel. A NR 33 tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para a identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente - mediante procedimentos, treinamentos e fornecimento de equipamentos - a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.


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Usinas desenvolvem projetos na área esportiva Basquete Cidadão é uma das iniciativas que tem a finalidade de atender crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social RENATO ANSELMI,

DE

CAMPINAS, SP

O setor sucroenergético brasileiro tem marcado gols de placa e feito cestas que valem ouro quando o assunto é o desenvolvimento de práticas sociais por meio da realização ou apoio de projetos na área esportiva. Exemplo disso é o Basquete Cidadão, que atende aproximadamente 300 crianças e adolescentes, de 10 a 18 anos, de Maceió, AL, que vivem em situação de vulnerabilidade social. O projeto conta com o suporte do Instituto para o Desenvolvimento Social e Ecológico (Idese), entidade criada pela Usina Coruripe - Matriz, e da Federação de Basketball de Alagoas (FBA). Essa iniciativa tem o objetivo de reduzir o número de crianças e adolescentes nas ruas, trabalhar o resgate da auto estima, estimular o exercício da cidadania e o desenvolvimento do senso de responsabilidade e cooperação dos participantes do projeto, de acordo com Valdir Gomes Costa, coordenador voluntário do Idese e coordenador ambiental da usina. A participação nessa atividade está associada à frequência e ao

Basquete Cidadão, da Coruripe, atende cerca de 300 crianças e adolescentes em Maceió, AL

rendimento escolar. “É necessário ter comprometimento com os deveres estudantis”, enfatiza. O “Basquete Cidadão” atende alunos de escolas estaduais e municipais localizadas nas proximidades do Pavilhão do Basquete Comendador Tércio Wanderley, que sedia o projeto. “O espaço é grande, possui quatro quadras”, detalha. Monitores visitam também a favela do Jaraguá para verificar o interesse de crianças e adolescentes, que moram nesse local, em participar das atividades. “Uma das metas é incentivar pessoas a mudança de hábitos, a partir da prática do esporte, visando a melhoria da

qualidade de vida”, comenta. Com quatro monitores e um professor, o “Basquete Cidadão” – implantado ha 14 anos – funciona de segunda a sábado. Cada grupo, dividido conforme a faixa etária, tem atividade duas vezes por semana. Segundo Valdir Costa, 70% dos participantes são do sexo masculino e 30%, do sexo feminino. Mantido pela Usina Coruripe e a Federação de Basketball de Alagoas, o projeto espera contar com outros parceiros. “Há despesas com energia elétrica, funcionários, material (bola, camisa), lanches, manutenção do prédio”, exemplifica.

UMA SELEÇÃO DE CRAQUES Entre outros jogadores de destaque, revelados pelo Basquete Cidadão, destacam-se: - Weslayne Dayane Santos, 18 anos, atleta de Seleção Alagoana, convocada para a Seleção Brasileira Sub-15, que atualmente joga em Alagoas - Alysson Rodrigo da Silva Santos, 20 anos, atleta da Seleção Alagoana , convocado duas vezes para a Seleção Brasileira Sub-15 em 2009. Atuou na equipe Central Niterói/RJ, Macaé/RJ , Araraquara/SP, Anápolis/GO, e atualmente está jogando na equipe Ginástico/BH. - Wilton Jorge Barbosa Melo, 19 anos, atleta da Seleção Alagoana, convocado para Seleção Brasileira Sub-15 em 2009. Integra a equipe do CRB/AL. - Eduardo Pinto Niero, 25 anos, atleta da Seleção Alagoana, atuou por duas temporadas na equipe do Jaú/SP. Joga atualmente no CRB/AL. - Ulysses Cezar Rodrigues Maia, 25 anos, atleta da Seleção Alagoana, atuou por duas temporadas na equipe do Jaú- SP. - Emerson Acioli Matias da Silva, 25 anos, atleta da Seleção Alagoana, integrou a equipe do JaúSP por uma temporada. Atualmente joga em Alagoas. - Jefferson Silva Monteiro, 24 anos, atleta da Seleção Alagoana, atuou por três temporadas na equipe de Jaú-SP. Joga em Alagoas.

Equipes participam de torneios em diversas cidades e estados Entre os talentos revelados pelo projeto, incluem-se jogadores convocados para a seleção brasileira sub-15 “O projeto serve de exemplo para o Brasil”, afirma Valdir Gomes Costa. Ele destaca que equipes do Basquete Cidadão participam de torneios em diversas cidades e estados. ”É um caso de sucesso”, ressalta. Vários talentos têm sido revelados pelo projeto, diz. Três atletas, por exemplo, já foram convocados para a seleção brasileira sub-15. Outros têm atuado em equipes importantes dessa modalidade esportiva, como Ginástico-BH e CRB-AL, A atividade tem contado com o apoio do técnico da Seleção Alagoana de Basquete, Antônio Clóvis da Rocha, que inclusive prestigia – informa o coordenador do Idese – a participação da equipe do projeto em torneios. Em outubro do ano passado, o técnico da Seleção Brasileira de Basquete, o argentino Rubén Magnano, ministrou uma aula teórica e prática para alunos do Basquete Cidadão. “Ele falou sobre o início da carreira, a experiência de vida dele e ainda realizou treinamentos. Esse tipo de atividade é um incentivo para os participantes do projeto”, afirma Valdir Costa. (RA)

Valdir Gomes Costa: exemplo para o Brasil


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Objetivo de escola de futebol é a formação de cidadãos Unidades sucroenergéticas têm realizado e apoiado atividades esportivas, como forma de criar condições para a promoção e integração social, em diferentes estados brasileiros. Outro projeto nessa área é a “Escola de Futebol – Santa Rita – Núcleo Pradópolis”, que é uma iniciativa da Usina São Martinho, por meio da “Lei Federal de Incentivo ao Esporte”, em parceria com a Prefeitura Municipal de Pradópolis, Ministério do Esporte e com o apoio do Centro de Gestão de Tecnologia e Inovação (CGTI). A escolinha de futebol tem a finalidade de atender por um ano 150 alunos das redes municipal e estadual de ensino, com faixa etária entre 7 e 18 anos. Eles recebem uniformes, equipamento esportivo e contam com acompanhamento de professores capacitados para ministrar aulas de futebol de campo que são realizadas no Centro Esportivo Municipal. As aulas acontecem duas vezes por semana, às terças e quintasfeiras, de manhã ou a tarde, dependendo do período escolar do estudante. Além disso, a programação inclui atividades extras que ocorrem periodicamente, aos sábados, voltadas à integração das equipes. A supervisão técnica do projeto está a cargo do educador físico e social Welberti Anderson da Silva, do CGTI. Entre outras atividades, o projeto –

Escolinha de futebol da São Martinho atende 150 alunos por ano

lançado em janeiro – conta com a realização de palestras educativas. Essa escola de futebol de Pradópolis visa aliar o esporte à educação escolar para contribuir com a formação de cidadãos. O objetivo não é descobrir craques para o futebol. Para participar, o aluno precisa estar regularmente matriculado em alguma instituição de ensino, ter boa frequência e bom rendimento escolar.

De acordo com a área de Comunicação Corporativa do Grupo São Martinho, o projeto tem inicialmente duração prevista para um ano, com possibilidade de prorrogação e ampliação a partir da avaliação dos resultados alcançados. O Grupo São Martinho está estudando também oportunidades de desenvolver outros projetos similares na área esportiva. (RA)

Estiva patrocina categoria de base e “Atletas do Futuro” A Usina São José da Estiva também está preocupada com o desenvolvimento de ações na área esportiva. Essa unidade sucroenergética de Novo Horizonte, SP, patrocina o projeto “Atletas do Futuro”, cujos participantes – dependendo da faixa etária – disputam competições de atletismo em várias categorias para que seja aprimorada a experiência de cada um nessas atividades. Os atletas, que fazem parte desse projeto, estão divididos em diferentes categorias: de 6 a 14 anos participam dos grupos de recreação e de iniciação; a partir dos 14 anos integram a categoria de base e já podem fazer a preparação para algumas competições. Após essa fase, participam do grupo de elite, que oferece treinamento mais específico para competições federadas. Outra iniciativa da Estiva na área de esportes é o patrocínio das categorias de base de futebol do Grêmio Novorizontino, de Novo Horizonte. SP. Assinado no final de maio, o acordo estabelece a duração de um ano para o patrocínio e prevê recursos para alimentação, transporte e plano de saúde dos atletas, entre outras ações. (RA)


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Cai número de fusões e aquisições no setor ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Um estudo revela que o mês de abril registrou recorde nas fusões e aquisições no país. Tanto é que no acumulado de 2013, foram anunciados 257 negócios, um incremento de 29% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a PwC Brasil, responsável pela pesquisa. Mas esse quadro parece não atingir o setor sucroenergético pelo menos nessa safra. Depois do ápice de fusões e aquisições a partir de 2010, as atuais perspectivas para o segmento são pequenas na atualidade, segundo o banco Itaú BBA, revelado em fevereiro último. Para Alexandre Figliolino, diretor comercial do Itaú BBA, existe um desalinhamento natural da expectativa de preço de quem poderia vender com a expectativa de preço de quem poderia comprar e isso inibe os negócios. Para Marcos Françóia, diretor da MBF Agribusiness, o setor somente pensa em fusões e aquisições, mas concretizar algo está realmente difícil. “O setor passa por um momento onde os ativos estão depreciados pelo aumento do endividamento e baixa nos preços dos produtos. Sendo assim, quem vende na realidade doará seu patrimônio em troca de se livrar da dívida. Por esse motivo, muitos irão aguardar para voltar a agir”, relata.

Para Françóia, só será possível evitar fusões ou vendas com um novo programa, organizado pelo Governo Federal, que possibilite uma nova chance para os proprietários, alongando prazo e reduzindo os juros da dívida. “Além disso, ter uma definição e definitiva da importância de setor, aliás essa nova oportunidade somente será possível se houver quem acredite no setor. Entretanto trata-se de cobrar dos proprietários uma responsabilidade pela gestão, colocando seu patrimônio na garantia da operação que será monitorada. Má gestão será penalizada, pois não se admite mais isso num setor tão estratégico para o país”, diz. Perfil - De acordo com o Itaú BBA, as unidades que possuem problemas financeiros e necessitam passar por fusões ou aquisições, representavam no início da safra, 18% da moagem de cana da região Centro-Sul do país e em tese, os compradores poderiam ser os 12 grandes grupos com pleno acesso a capital, que processam 36% da cana do Centro-Sul. Esse estudo do Itaú enfatizou ainda que há 30 grupos nacionais com excelente performance operacional e endividamento adequado, representando 29% da moagem do Centro-Sul. Há também 26 grupos em recuperação, com elevada alavancagem financeira, respondendo por 16% da moagem da principal região produtora de cana do país, explica o Banco.

Alexandre Figliolino: desalinhamento natural da expectativa de preço


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Endividados estão na mira dos investidores Hoje o setor sucroenergético é dividido em quatro grupos distintos: Os muito endividados (20%), com situação muito complicada e até insolvência: cerca de 60%; os grupos familiares que estão melhores estruturados, mas ainda com um volume de dívida significativo, que ainda pode ser administrado; os grupos familiares ou unidades únicas, com baixo endividamento e pouca dependência de cana de terceiros, que ficam no mercado ao sabor do mesmo. Estão sobrevivendo e continuarão assim por um bom tempo e os grandes grupos. Essa é a opinião de Marcos Françóia, diretor da MBF Agribusiness. “Os muito endividados é que estão na mira no momento. Todavia, é geralmente esse grupo que acredita mais que seu empreendimento vale muito e acaba dificultando novos negócios. Os grupos que acreditam no mercado têm mais valor como ativo, significa um investimento maior para quem deseja adquirir, e estão sendo menos assediados”, acredita. Segundo o especialista, o quadro de crise permanece, se

agrava e força a essa alternativa de fusões e vendas, mas a formação cultural dos gestores geralmente dificulta esse tipo de operação. “A falta de definição estratégica para o programa de energia e para o etanol é o maior fator da crise, que empurrada pela crise mundial, se agrava. A cadeia produtiva esta sofrendo muito e nessa área, das empresas de bens de capital e serviços ligados ao setor, as fusões e aquisições irão aumentar bastante. Sobreviver abraçado pode ser mais fácil, não significando que será a salvação”, lembra. Ele não vê perspectiva para sair dessa situação caso o governo não contribua, ou serão adquiridas por grandes grupos no futuro. “A retomada dos preços somente melhora a questão do capital de giro das empresas. A dívida continuará assombrando. As medidas do governo foram tardias e não trazem os resultados divulgados. A redução tributária para o etanol está ficando para as distribuidoras, pois no desespero para fazer caixa as empresas estão repassando a possibilidade de ganho”, lamenta. (AM)

Marcos Françóia: dívida continuará assombrando

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MAIS COM MENOS! Gestão de desempenho organizada auxilia empresas a superar crise com mais facilidade ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Toda empresa com um modelo organizado de gestão de desempenho consegue sair das dificuldades com maior facilidade e eficiência. Esse e outros assuntos foram abordados na palestra “Gestão de Desempenho – As Vantagens Competitivas da Avaliação de Competências Estratégicas, do consultor da Hay Group, Gabriel Ornellas, durante a 176ª reunião Gerhai - Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria. O evento reuniu representantes de recursos humanos de usinas, no dia 21 de junho, no Stream Palace Hotel, em Ribeirão Preto, SP. Para o especialista, uma empresa que possui um modelo de gestão de desempenho bem organizada conseguiria sair de uma crise com mais facilidade. “Isso porque possui controle grande de seus resultados e da contribuição das áreas e do nível de contribuição individual. A partir daí consegue enxergar quais as áreas que não estão contribuindo efetivamente para os resultados. As empresas que têm esse processo bem instalado conseguem superar momentos de crises como o que o setor sucroenergético está atravessando. Os empresários que conseguem entender esse resultado intangível conseguem atravessar a crise e terem mais fôlego para dar um salto futuro de investimentos”, afirma Ornellas. Ele explica que o processo de gestão estratégica de desempenho é uma combinação de processos firmais e informais que dão ideia aos empregados dos resultados que a empresa pretende atingir, tanto no curto como no longo prazo. “A ideia é fazer uma conexão da estratégia da empresa e de sua cultura junto ao programa de gestão de desempenho”.

Gabriel Ornellas: por mais fôlego para saltos futuros

Segundo Ornellas, nem todas as empresas possuem uma gestão estratégica de desempenho, mas às vezes simplesmente avaliam indicadores financeiros. “Já outras empresas estão em um segundo nível de gestão de desempenho, que já enxergam todo ciclo de desempenho da organização e dos empregados como metas, avaliar as metas, dar feedback aos empregados e desenvolver os empregados. Isso gera patamares de desempenho mais elevados, com resultados cada vez melhores”, lembra. Ainda, de acordo com Ornellas, há um terceiro nível em que estão empresas como a GE e a Microsoft, que conseguiu através dessa gestão bem feita se diferenciar e crescer. O fator que mais se destaca nas pesquisas e que melhor gera um bom clima

de trabalho é a clareza. “Quanto mais clareza do sentimento de proposta da organização houver e de onde se quer chegar, mais o funcionário se conecta com a empresa e mais está disposto a doar seu potencial produtivo”, observa.

MODELOS COPIADOS GERAM RESULTADOS NEGATIVOS O grande problema da atualidade dentro das organizações é que algumas empresas costumam copiar modelos de outras, sem pensar que precisam definir qual estratégia e cultura próprias. A afirmação acima é de Gabriel Ornellas, consultor da Hay Group. “Se sou uma organização em que os resultados são atingidos mais de forma individual, vou traçar um plano e metas dentro dessa cultura mais individual. Se sou organização

que trabalha em equipe, vou direcionar todo processo para isso e traçar metas que valorizem mais o esforço coletivo. Poucas empresas se preocupam em definir um processo que adeque sua cultura ao mercado que atua porque não param para olhar para dentro e tentar adequar o programa à sua cultura e estratégia. Por isso, torna-se mais fácil copiar um modelo. Eu vou lá busco uma melhor prática em outras empresas e quero copiar o processo e nem sempre isso funciona muito bem”, ressalta. Uma pesquisa de clima realizada pela Hay Group com mais de 420 mil respostas nos últimos cinco anos revela como está o universo das empresas no país. Quando questionadas se as regras e os critérios para avaliar o desempenho dos empregados são justos? Somente 36% disseram sim. Outra questão foi: Estou satisfeito com o processo de avaliação de desempenho da empresa que trabalho? Somente 47% responderam que sim. E em outra questão, se pergunta se a empresa lida de maneira apropriada com o baixo desempenho? Somente 49% anotaram o sim. “Isso nos mostra que 51% dos empregados nas grandes empresas estão falando que ela é tolerante ao baixo desempenho e isso gera menor receita e lucratividade. Tenho metade da força de trabalho do Brasil dizendo que o baixo desempenho é tolerável. Para trabalhar isso o projeto de gestão de desempenho é essencial”, afirma. Segundo o especialista, se fosse direcionar essa realidade para o setor sucroenergético alguns dados poderiam se agravar pois a grande maioria das usinas não possui um processo de gestão tão bem trabalhados. “Nossa ideia foi trazer esse conhecimento para esse mercado. O mercado como um todo têm espaço para ganhar produtividade por parte dos empregados, de forma individual. É possível as pessoas doarem mais do que doam hoje em dia, e não adianta cobrar. É preciso ter um processo de gestão que ajude a tirar o melhor das pessoas, fazer mais com menos. A Hay Group enxerga que ainda há espaço para isso no país. As empresas que estão fazendo isso são as que possuem mais perenidade, e melhores resultados ao longo dos anos”, reforça.


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Usina Estiva segue a trilha da melhoria contínua A combinação de siglas, conceitos e programas gerou mudanças nessa unidade que conquistou a ISO 9001 em 2004 RENATO ANSELMI,

DE

CAMPINAS, SP

Qualidade não é um atributo que se conquista de uma hora para outra no mundo empresarial. É preciso percorrer alguns caminhos para adotar novos hábitos, quebrar resistências, implantar métodos inovadores de trabalho e seguir a trilha da melhoria contínua. A aquisição da chamada “cultura de qualidade” é considerada essencial nesse processo que inclui, entre outras etapas, o envolvimento e o treinamento da equipe, a participação da liderança, a reestruturação e modernização do sistema de produção. Tudo isto tem um desfecho, mesmo que temporário: a obtenção da certificação de qualidade – a mais utilizada é a ISO 9001 –, que precisa ser periodicamente auditada e renovada. “A mudança de cultura não é uma coisa fácil mesmo. Algumas pessoas falam: eu faço isto desta forma há anos e vem alguém me dizer pra fazer diferente”, relata Evandro Willians Wicher, supervisor de gestão da qualidade da Usina São José

Evandro Willians Wicher e colaboradora: busca pela qualidade

da Estiva, que iniciou em 2000 o processo de implantação de medidas nessa área e conseguiu a certificação ISO 9001 em 2004. E, desde aquele período, muita coisa mudou nessa unidade sucroenergética localizada em Novo Horizonte, SP. A “mania” por qualidade é mantida até hoje. A “melhoria contínua” tornou-se estratégica na empresa, ressalta Evandro.

Gestão da qualidade amplia mercado no país e no exterior A implantação de um sistema de gestão da qualidade pode ser trabalhosa, exigir investimentos, demandar tempo. Mas, todo esse esforço acaba compensando. “Os benefícios da implantação do sistema de qualidade são inúmeros”, afirma Evandro Wicher, da Usina Estiva. O aumento do controle de todas as etapas do processo de produção é uma das consequências do sistema de gestão nessa área. “A melhoria contínua é outro fator positivo. As coisas claramente vão melhorando sempre. Não param”, enfatiza. A usina tem sido inclusive auditada semestralmente e reavaliada a cada três anos para continuar firme no “clube” das empresas certificadas. A Estiva possui a ISO 9001:2008, que é a ultima versão dessa norma de qualidade. O Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) da unidade sucronergética de Novo Horizonte foi certificado pelo Bureau Veritas Certification. O escopo da certificação abrange produção de açúcar e etanol. Há ainda a questão da comercialização. “A ISO 9001 tem sido um diferencial no mercado. Quem não tem a certificação acaba, em alguns casos, não conseguindo vender”, destaca. Essa norma

abre as portas para a realização de negócios no país e no exterior. Apesar de ser obtida com muito “suor”, a certificação por si só não garante mercado. A cultura da qualidade é que deve prevalecer no processo de produção. Exemplo disso, na Usina Estiva, é a fabricação do açúcar VVHP (Very Very High Polarization) que apresenta cor (ICUMSA) entre 300 a 350. “Quando chove, há bastante impureza. Nesse caso, o açúcar fica com uma cor um pouquinho mais alta. Em outras situações, a usina está produzindo com 300 de cor”, informa. O limite do VVHP é cor (ICUMSA) de 450. Além de exportar esse produto para refino, a Estiva – que é associada da Copersucar – tem o VVHP comercializado para o mercado interno. “Como esse açúcar está saindo tão bom, o produto tem sido vendido também para 12 indústrias no país. É utilizado na fabricação de um caramelo para cerveja, doce, goma, chocolate, amendoim”, cita. As ações da Estiva na área de qualidade têm sido também reconhecidas pelo setor sucroenergético. A usina foi vencedora do prêmio MasterCana Brasil 2012 – promovido pela ProCana Brasil – na categoria “Programa de Qualidade Total” do MasterCana Desempenho.

O primeiro passo, nessa jornada, foi a adoção do programa 5S – desenvolvido no Japão na década de 50 –, que tem essa denominação por causa da primeira letra de cinco palavras japonesas: Seiri (utilização), Seiton (ordenação), Seiso (limpeza), Seiketsu (higiene) e Shitsuke (autodisciplina). Essa metodologia motiva e mobiliza toda a empresa para a Qualidade

Total, proporcionando, entre outros benefícios, maior produtividade, melhor aproveitamento de materiais, melhoria da qualidade de produtos e serviços. No caso da Estiva – como também é conhecida essa usina –, a busca pela qualidade incluiu a implantação das Boas Práticas de Fabricação (BPF) e do sistema Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC). Dessa maneira, a usina já iniciava suas primeiras investidas em segurança de alimentos, informa o supervisor da gestão da qualidade. Nos últimos anos, a Estiva tem se preparado inclusive para a obtenção da certificação ISO 22000 (sistema de gestão de segurança alimentar). A combinação de siglas, conceitos e programas gerou mudanças nessa unidade sucroenergética de Novo Horizonte. “A fábrica de açúcar tornou-se praticamente uma cozinha”, diz Evandro Wicher. Com essa afirmação, ele quer deixar claro que a Estiva incorporou características da indústria de alimentos. Houve troca de piso, colocação de azulejos na parede, melhorias na higienização e limpeza. Mas, não foi só isto. Ocorreram outras modificações relacionadas à infraestrutura da planta industrial. “A fábrica ficou um pouco mais fechada. Equipamentos foram revestidos com aço inox”, detalha. Houve também a aquisição e instalação de detector de metais para evitar a contaminação do açúcar por partículas metálicas.

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Trabalho científico segue trajetória do açúcar cristal A questão da qualidade é “perseguida”, de maneira persistente, na Usina Estiva. Cada “passo” do açúcar cristal em sua trajetória no processo de produção dessa unidade sucroenergética virou tema de um artigo científico, elaborado por Evandro Wicher, que faz mestrado em engenharia de produção no Centro Universitário de Araraquara (Uniara). Ele apresentou esse trabalho, intitulado “A rastreabilidade na segurança de alimentos: o caso de uma unidade processadora de açúcar e álcool”, em um congresso internacional realizado no ano passado em Guimarães, Portugal. “Este trabalho virou referência no mercado sucroenergético, porque não existe nenhum material nessa área para usinas”, comenta. Entre outros objetivos, a rastreabilidade tem a finalidade de assegurar que apenas materiais e componentes de qualidade sejam utilizados no processo de fabricação. É também um procedimento eficaz para a identificação de falhas e a adoção de medidas corretivas. Em 2003, o supervisor de gestão da qualidade da Usina São José da Estiva desenvolveu o sistema de rastreabilidade para a Usina Estiva para atender um requisito da norma ISO 9001. A partir de 2007, houve uma revisão desse sistema, com o objetivo de atender exigência da ISO 22000:2006, que começou a ser desenvolvida na empresa. A rastreabilidade na Estiva está baseada no conhecimento do processo, e a sua abrangência se estende da matéria-prima (cana-de-açúcar) até a distribuição do produto final, considerando insumos e variáveis do processo. O sistema de rastreabilidade dessa unidade de Novo Horizonte é parte integrante e fundamental do sistema de gestão da qualidade e do sistema de gestão da segurança de alimentos – relata Evandro –, por isso é atualizado e validado periodicamente por meio de simulações. De acordo com uma das conclusões do trabalho apresentado pelo supervisor de gestão da qualidade da Estiva, não basta atualmente para as empresas serem produtivas. “Devem ser eficientes em todas as dimensões mercadológicas. E quando se trata de empresas que produzem ou manipulam alimentos, essas dimensões estão cada vez mais atreladas à segurança alimentar”, afirma Evandro Wicher.

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Competência de pessoas também é considerada fundamental O sistema de gestão de qualidade requer também a capacitação adequada dos funcionários da empresa, o que é considerado fundamental para todo o processo. “A competência das pessoas tem que ser avaliada e aprimorada o tempo todo. É baseada em educação – que é a formação escolar –, treinamento, habilidade e experiência. Para cada atividade, que afeta a qualidade do produto, existe a necessidade de definir quais são as competências necessárias, de acordo com esses quatro itens”, explica Evandro Wicher. Segundo ele, nesse sistema de gestão, deve haver a garantia que a competência das pessoas não vai afetar a qualidade dos produtos.

A liderança desempenha um papel fundamental – ressalta – nesse processo. É um dos oito pilares da ISO 9001. Os líderes devem criar condições – observa – para que as pessoas estejam totalmente envolvidas no propósito de atingir os objetivos da organização. Aliás, o envolvimento das pessoas é outro princípio da gestão da qualidade. O foco no cliente, a abordagem de processo, a abordagem sistêmica para a gestão, a melhoria contínua, a abordagem factual para a tomada de decisão – baseada na análise de dados e informações – e os benefícios mútuos nas relações com os fornecedores também integram os pilares da gestão da qualidade.

Processo de certificação começa por diagnóstico da empresa Norma de qualidade melhora a gestão e atende exigências para a participação em licitações A melhoria da gestão é o principal ganho proporcionado pela certificação na área de qualidade. Com essa norma, a empresa tem um rumo, um modelo de organização que atende as especificidades de cada ramo de negócio. A avaliação é de Luiz Carlos Martins, vicepresidente da área de certificação para a América Latina do Bureau Veritas Certification. De acordo com ele, outra vantagem está relacionada ao atendimento de padrões para a participação em licitações de administrações públicas e associações. A norma de qualidade – observa – é um pré-requisito para ser fornecedor de determinados setores. “Na área de cana-de-açúcar ou de agricultura, a empresa deve seguir modelos de gestão de qualidade para exportar para a Europa e os Estados Unidos”, exemplifica. Algumas empresas têm regras de sustentabilidade para seus fornecedores e por isso o processo de certificação – explica

– deve levar em conta essas exigências. Mais de 90% do mercado de certificação no mundo utiliza a ISO 9001, informa Luiz Carlos Martins. “Essa norma foi uma das pioneiras. Com a ISO 9001 cresceu muito o movimento visando a obtenção da certificação na área de qualidade”, comenta. Para obtê-la, o primeiro passo é a realização de um diagnóstico pela certificadora. “É preciso verificar quanto a empresa está longe da norma. Temos clientes que estão bem próximos de quase tudo que é necessário para a certificação. Outros estão mais distantes”, esclarece. O interesse de empresas setor sucroenergético pela obtenção da ISO 9001 tem aumentado, afirma o vicepresidente de certificação para a América Latina do Bureau Veritas Certification, que é considerada uma das maiores empresas do mundo nessa área. Segundo ele, a implantação de um sistema de gestão de qualidade requer

uma mudança comportamental que exige envolvimento das lideranças da empresa. “Essa é provavelmente a maior dificuldade nesse processo. Os dirigentes estão muito preocupados com o resultado e colocam em segundo plano a questão da qualidade”, constata A certificação requer um esforço tão grande que a empresa não consegue mantê-la ao longo do tempo caso não haja uma mudança comportamental, afirma Luiz Martins. “Se não tiver a cultura da qualidade, tudo isso vira um peso”, diz. Ele observa que a grande maioria das empresas obtém a recertificação na área de qualidade. Menos de 5% delas não fazem a renovação. Entre os motivos incluem-se problemas financeiros, falta de interesse devido à pequena produção e a realização de negócios que não exigem a certificação ou até mesmo pelo fato da empresa estar em outro patamar, interessando-se por outras normas, como a ISO 22.000.


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LOGÍSTICA & TRANSPORTES

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Antonio Petzold espera melhoria da situação logística

A MODERNIZAÇÃO CHEGOU, FINALMENTE, AOS PORTOS? ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A MP 595/2012, conhecida como MP dos Portos, prevê modernizar os portos e atrair novos investimentos. Essa medida estabelece novas regras para a exploração e arrendamento para a iniciativa privada de terminais de movimentação de carga em portos públicos. Na última hora, por 53 votos a favor, sete contra e cinco abstenções a medida provisória foi aprovada no último dia 16 de maio pelo Senado. Em seguida, o texto foi encaminhado para sanção da presidente

Dilma Rousseff. Para Antonio Petzold, consultor de negócios estratégicos para a Archer Consulting, a MP vai gerar um marco regulatório, apesar de não ser perfeito, mas com regras claras para que os empresários invistam. “O setor privado busca competência e essa é uma das maneiras de ultrapassar o custo Brasil. Há muito o que se fazer em relação a logística dos portos, mas temos que buscar investimentos do setor privado. Somente dessa maneira, com regras estipuladas, que o empresário terá vontade de investir”, diz. Segundo o especialista, quanto maior

a concorrência, melhor será a qualidade do serviço logístico e menores os custos. Além disso, a gestão independente, na opinião de Petzold, dará maior liberdade e melhoria na qualidade das operações. “Essa MP poderá apresentar a possibilidade de ter terminais privados com operação privada, sem gerência de sindicatos e da Codesp (Controle de Segurança dos Portos), que tem que comandar a entrada e saída de navios, sinalização, e se preocupar com as regras. A gestão deve ser independente, pois o terminal privado é um investimento que sempre vai buscar eficiência, diferente da

gestão pública. A privada é movida por resultados, e estamos num sistema capitalista onde o investidor busca retorno do seu investimento, como em concessões de rodovias e telefonias móveis, que aprimoraram seus serviços. Onde existiram privatizações e concessões, o serviço melhorou”, revela. Para ele, as grandes filas ao redor dos portos se formam porque não há um controle efetivo na descida para Santos, por exemplo, e uma total desorganização. “Com a gestão privada, o empresário não vai deixar caminhão esperando para descarregar e perder dinheiro”, finaliza.


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Setor sucroenergético espera o fim do monopólio nos portos Um dos pioneiros a construir terminais açucareiros em Santos, pela Copersucar, nos anos 90, Antonio Petzold consultor de negócios estratégicos para a Archer Consulting, sabe bem como funciona o monopólio dos sindicatos nos portos. “Sempre brigamos contra o monopólio nos portos. Os sindicatos de trabalhadores trabalham contra as empresas pois se sentem ameaçados, mas é o contrário pois os terminais privados trouxeram uma melhoria de qualidade de vida e de salário para os trabalhadores e gerou novos empregos”, lembra. Segundo ele, era uma prática em Santos, o trabalhador ter a carteirinha do sindicato mas colocar outro no seu lugar para trabalhar. “O pessoal não tinha benefício algum e temia demissões com a privatização. Depois do lançamento desses terminais açucareiros, o setor contratava farta mão-de-obra e garantiu benefícios como férias, fundo de garantia, assistência medica, odontológica, que não existiam antes, principalmente para o estivador”, enfatiza. Ele acredita que apesar das benfeitorias, o sindicato continuará a trabalhar contra isso. Outro ponto, que para ele poderá melhorar é a questão da qualificação dos trabalhadores. “Não se pode investir em treinamento com tamanha rotatividade de trabalhadores, pois a cada

dia aparece um trabalhador diferente no porto. Sempre haverá resistência, pois os sindicatos querem manter o monopólio. Infelizmente, isso contra produtividade e qualidade do trabalho e o Brasil perde competitividade com as regalias do passado. Na contratação é preciso ter liberdade de escolha da equipe e não ser escolhida por sindicatos. Acho que esse ponto deve melhorar com a MP”, comenta. Para Petzold, o governo deve dar liberdade para o investidor nos portos. “Mas acho que cada um tem que ter seu negócio, sem concentrações de poder, pois se concentrar muito poder de decisão na mão de um só investidor, o resto passa a ser manipulado. Hoje, por exemplo, os terminais de container são poucos, e a MP poderá ajudar a baixar o custo de movimentação de containers”, diz. Segundo a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, é preciso ter eficácia na operabilidade por isso será preciso reestruturar os portos. De acordo com o presidente da Alcopar, Miguel Tranin, para o setor no Paraná essas mudanças na MP não serão significativas, apesar de importantes, mas devem ajudar a atrair mais investimentos nos Portos de forma geral. Sobre a quebra do monopólio dos sindicatos dos estivadores, Tranin acredita que as medidas sejam uma grande evolução. (AM)

Ideli Salvatti: é preciso reestruturar os portos


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Medida Provisória dos Portos sofreu mais de 150 modificações A Medida Provisória dos Portos já sofreu mais de 150 modificações desde o início de sua tramitação. A partir de sugestões de parlamentares, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), acatou sugestões apresentadas pelos parlamentares e propôs alterações em relação ao texto original. Veja algumas delas, segundo a Agência Brasil: Terminal indústria – Foi criada a figura do terminal indústria, que movimenta apenas carga própria. Será dispensada a chamada pública e o

processo seletivo, desde que isso não interfira indevidamente no funcionamento do porto organizado. Coibir concentração – O novo texto inseriu dispositivos que vedam às empresas com mais de 5% de participação societária de empresas de navegação (armadores) a participar em licitação para arrendar ou a obter autorização para operar terminais de Uso Privado. Critérios de licitação – Os critérios de licitação foram reformulados, de forma a

privilegiar a maior eficiência com a menor tarifa. Foi retirado do texto a menção de maior movimentação de cargas por se tratar de aspecto fora do domínio do arrendatário. Renovação dos contratos – Os contratos celebrados antes de 1993 poderão ser renovados pelo prazo de até cinco anos. Outros, em vigor, poderão ter sua prorrogação antecipada desde que o arrendatário assuma a obrigação de realizar investimentos. Regime de contratação – Foi

mantida a opção de contratar trabalhadores por prazo indeterminado sem a intermediação do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), respeitado o disposto em acordo ou convenção coletiva de trabalho. Condições de trabalho – As modificações propostas visam, segundo a relatoria, a melhorar as condições do trabalho portuário e garantir os direitos previstos na Convenção nº 137 da OIT e nas conquistas reconhecidas aos trabalhadores portuários. (AM)


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Tailândia trabalha para aumentar produção de cana em 20% País asiático aumentou produção de cana em mais de 40% nos últimos 5 anos FABIANA MARQUES,

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

A Tailândia, o segundo maior exportador de açúcar do mundo, deve aumentar sua capacidade de produção de cana-de-açúcar nos próximos anos, dos atuais quase 100 milhões de toneladas por temporada para 120 milhões de toneladas, um aumento de 20%. A afirmação foi feita pelo ex secretário-geral do Escritório de Cana e Açúcar (OCSB, na sigla em inglês), Prasert Tapaneeyangkul, durante o 9º Sugar World Asia, que ocorreu em Mianmar no mês de abril. Segundo o ex- secretário, que atualmente trabalha como consultor ambiental no setor sucroenergético, a Tailândia tem obtido resultados surpreendentes na expansão da produção de açúcar e etanol. Nos últimos cinco anos houve um aumento de mais de 40% na produção de cana, que passou de 70 milhões de toneladas para quase 100 milhões. No último ano, quatro novas plantas começaram a operar e outras dez já

receberam a aprovação do Gabinete e devem ser abertas nos próximos 5 anos. Atualmente há 50 unidades produtoras de açúcar operando com capacidade de produção de 920 mil toneladas por dia. Com as novas plantas essa capacidade deve chegar a 1,2 milhões de toneladas. Segundo dados da OCSB, na temporada 2012/2013, que se encerrou

no mês passado, a Tailândia produziu 10.02 milhões de toneladas de açúcar. O resultado ficou acima do esperado pelo próprio Escritório, que previa uma produção de 9.7 milhões. Para Tapaneeyangkul,o aumento na produção da cana nos últimos anos é resultado de uma combinação de fatores, como: condições climáticas favoráveis, o

aumento da área plantada, a subida do preço no mercado mundial além da entrada no mercado asiático. A Tailândia exportou um volume recorde de 7,5 milhões de toneladas de açúcar este ano. Em 2011, de acordo com dados da OSBC, 6.71 milhões de toneladas do adoçante foram enviadas para fora do país.


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Principal desafio tailandês é aumentar a produtividade A expectativa para o setor sucroenergético da Tailândia é de crescimento. A OSBC estima uma produção de cana para 2013/2014 de 110 milhões de toneladas, que devem ser convertidos em 11 milhões de toneladas de açúcar. A integração do mercado asiático, prevista para 2015, deverá abrir uma oportunidade para que o país exporte ainda mais dentro do bloco. Segundo Tapaneeyangkul, apesar das boas perspectivas para o setor na Tailândia, o país ainda precisa incrementar sua parte agrícola, melhorar sua produtividade e eficiência, assim como as condições de preços da cana pagos aos produtores. A produção de cana é em sua grande maioria, cerca de 80%, realizada por pequenos agricultores no país. “Um dos objetivos deve ser fortalecer a capacidade dos produtores e dar estabilidade de preços”, disse. Ainda segundo o ex-secretário da OSBC, o principal desafio é melhorar o rendimento, que geralmente fica em torno de 70 toneladas por hectare. “O rendimento precisa aumentar, tanto na parte agrícola quanto na indústria, esse é nosso maior desafio. Precisamos focar melhor nas variedades de cana e escolher bem as sementes a serem plantadas para ajudar nesse resultado”, afirmou. Já para o diretor do grupo Tailandês KSL, Chalush Chinthammit, o maior desafios são os preços para exportação.

O SETOR HOJE NA TAILÂNDIA Produção de cana em 2012/2013 – 100 milhões de toneladas Produção de açúcar em 2012/2013 - 10,02 milhões de toneladas Capacidade de produção de etanol – 3,8 milhões de litros por dia Capacidade de produção de cana – 920 mil toneladas por dia Número de usinas - 50 Número de destilarias de etanol - 19

Chalush Chinthammit, diretor do grupo Tailandês KSL: sem preço para exportar

“No momento temos tudo para crescer, exceto preço para exportar”, afirmou. Tanto Tapaneeyangkul quanto Chinthammit acreditam ser necessário buscar a diversificação do setor, expandindo a produção de etanol e eletricidade e também focando na indústria bioquímica.

Desde 2007, vigora na Tailândia a mistura de 10% de etanol adicionado à gasolina, combustível conhecido como E10. A maior parte do etanol é produzida a partir do melaço. Atualmente a capacidade de produção de etanol no país é de 3,8 milhões de litros por dia, mas a expansão no setor deve

elevar esse volume a 12 milhões de litros por dia. De acordo com Tapaneeyangkul, todas as plantas de açúcar do país cogeram energia e vendem cerca de 75% de sua produção, mas os números ainda são muito baixos porque falta bagaço para cogerar. (RA)


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Tratado de livre comércio do Asean deve afetar o setor mundial em 2015 Países membros estão focando redução de tarifas do açúcar para níveis entre 0 e 5%, já em 2015 ou 2018 FABIANA MARQUES,

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

A indústria sucroenergética da Ásia passará por algumas mudanças importantes em 2015, quando o tratado de livre comércio dentro do Asean Associação das Nações do Sudeste Asiático começar a vigorar. Segundo Suhrid Patel, representante da consultoria britânica LMC International, os países membros do Asean estão focando uma redução de tarifas do açúcar para níveis baixos, entre 0 e 5%, já em 2015 ou 2018. Esta redução nas tarifas irá afetar a produção e comércio de açúcar dos países membros do bloco, segundo um relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgado em maio. As Filipinas, por exemplo, devem sofrer um grande impacto, já que outros países têm custos de produção menores, caso da Tailândia, que deve tirar melhor proveito da situação. Dos países membros do bloco asiático, a Tailândia é um exportador líquido de açúcar e suas importações de açúcar são quase nulas. As Filipinas também são um exportador líquido, mas tem uma forte proteção de importação no mercado doméstico e a maioria de suas exportações tem como destino os Estados Unidos. Já a Indonésia é um importador líquido de açúcar e também tem uma forte proteção para seu próprio setor de açúcar. Quando toda essa proteção de importação no setor de açúcar entre a região do Asean for eliminada, a produção e as exportações de açúcar da Tailândia tendem a aumentar, enquanto na

Suhrid Patel, da LMC International

Indonésia, Malásia, Singapura e Filipinas o efeito será inverso, com um aumento nas importações. “A maior integração no âmbito da

ASEAN vai criar novas oportunidades comerciais para os produtores de açúcar da região. Mas também criará um ambiente mais competitivo em mercados

que são atualmente protegidos, tornandose uma potencial ameaça para os produtores com custos mais altos”, explicou o consultor.


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Tailândia será o país açucareiro mais beneficiado O impacto da liberalização do comércio entre os países membros poderá ter aspectos positivos e negativos, mas certamente o país que será mais beneficiado no caso do açúcar é a Tailândia, considerada o único exportador estrutural na região. De acordo com Patel, para os países importadores, uma maior concorrência da Tailândia pode empurrar para baixo os preços do açúcar nos mercados internos. “Enquanto isso é bom para os consumidores, prejudica alguns produtores nacionais de custos mais elevados”, explicou. Segundo especialistas, para Mianmar, isso também pode ser uma oportunidade. De acordo com dados da LMC, a Ásia será responsável por grande parte do aumento do consumo de açúcar no mundo e para isso a produção ainda precisa se expandir. Outros locais são agora mais competitivos do que no passado e Mianmar está idealmente localizado para ajudar a suprir essa demanda crescente. De acordo com o ex-secretário da OSBC da Tailândia, Prasert Tapaneeyangkul, a implantação do acordo de livre comércio é excelente para a indústria açucareira da Tailândia, pois pode potencializar a

atmosfera para investimento e a promoção do comércio no país. Além disso, a integração regional dará à Tailândia uma preferência tarifária sobre o Brasil durante o acesso a outros mercados da Asean. “Nosso principal importador é a Indonésia. Se acordo de livre comércio funcionar, eles importarão mais da Tailândia e menos do Brasil. Então venha FTA ( sigla em inglês para tratado de livre comércio), o quanto antes”, brincou. O diretor do grupo KSL, Chalush Chammit , também acredita que o livre comércio pode melhorar as coisas na região, especialmente em relação a exportação. “A Indonésia importa 2.5 milhões de toneladas de açúcar todo ano. Com as novas condições, por que não importar esse volume todo da Tailândia?”, questionou. Na visão de Tapaneeyangkul, países como Brunei, Laos, Camboja e Vietnã também serão muito beneficiados pelo tratado e terão crescimento na produção. “Em 2015, quando não houver mais fronteiras, o investimento, a transferência tecnológica, o capital humano e o capital financeiro vão engrandecer o negócio de açúcar e etanol nessa região”, afirmou. (FM)

Prasert Tapaneeyangkul: implantação do acordo de livre comércio é excelente

NÚMEROS DO ASEAN

MAIOR PRODUTOR DE AÇÚCAR DA TAILÂNDIA VISITA PIRACICABA — A missão do Apla e da Apex-Brasil despertou o interesse de representantes de grandes indústrias de açúcar da Tailândia. Como resultado da ação, no dia 4 de junho, uma delegação tailandesa veio ao Brasil para conhecer as instalações do Parque Tecnológico Piracicaba e também para saber mais sobre o Projeto Brazil Sugarcane Bioenergy Solution. Dentre os integrantes da delegação tailandesa, estavam o vice-presidente da Mitr Phol, Chatkul Panin. A Mitr Phol é a maior produtora de açúcar da Tailândia e a segunda maior da China por meio da sua joint venture da empresa East Asia Açúcar. E, desde 2011, a empresa tailandesa é classificada como a quinta maior produtora de açúcar do mundo e a maior da Ásia.

População: 600 milhões de pessoas Fundação: 1967 Membros: Indonésia, Tailândia, Malásia, Singapura, Brunei, Filipinas, Camboja, Laos, Mianmar e Vietnã PIB combinado: mais de US $ 1 trilhão. Produção de açúcar: 17 milhões de toneladas por ano Consumo de açúcar: 14 milhões de toneladas


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Como produzir 2G a um custo competitivo ainda é desafio Pesquisadores estudam microorganismos para a produção de etanol celulósico CARLOS ALBERTO PACHECO,

DE

SÃO PAULO, SP

Pesquisadores trabalham a todo o vapor. Lançado em 2012, o projeto Insumicro – iniciativa da Embrapa Agroenergia, Embrapa Meio Ambiente e a Universidade Católica de Brasília, Universidade de Brasília, e Universidade de São Paulo (USP) – visa fermentar várias espécies de açúcar e, num outro momento, produzir enzimas que decompõem a parede celular do vegetal. Com isso, a Embrapa e instituições esperam detectar linhagens para usá-las de forma estratégica: a produção de etanol celulósico. A avaliação dos primeiros 12 meses de trabalho é positiva: já foram avaliados mais de 10 mil microorganismos que possuem as características esperadas pelos pesquisadores. Definido como etanol de segunda geração (2G), sabe-se que o biocombustível pode ser processado a partir de resíduos como o bagaço da cana-de-açúcar e os oriundos da indústria de madeiras. Para conquistar espaço tecnológico, o

Brasil figura no seleto grupo de países que estuda a viabilidade da produção do 2G a custo competitivo. Segundo informações do governo, os investimentos públicos e privados para o desenvolvimento dessa nova tecnologia ultrapassam os R$ 2 bilhões. De fato, o grande desafio é fabricar etanol de segunda geração viável economicamente. O conhecimento tecnológico existe, porém o custo, sobretudo das enzimas, ainda é bastante elevado. Cientistas afirmam que o mercado não dispõe de leveduras eficientes que fermentem a xilose (açúcar presente na parede das biomassas usadas como matérias-primas) em âmbito industrial. Então os pesquisadores do projeto apostam na variedade biológica dos microorganismos como saída para a redução dos custos do 2G. Os cientistas possuem uma ferramenta sofisticada de biologia molecular – a metagenômica. Trata-se do estudo de metagenomas - material genético recuperado diretamente a partir de amostras ambientais. “Por meio dela, é possível estudar os 99% de microrganismos presentes na natureza que não são cultiváveis”, explica a líder do projeto Insumicro, pesquisadora Betania Quirino. Os cientistas extraem o DNA e o inserem em espécies que podem ser cultivadas, visando à produção de clones. O estudo dos metagenomas abre novas perspectivas para o etanol de segunda geração.

Pesquisadores esperam detectar linhagens para a produção de etanol celulósico


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EMBRAPA AGROENERGIA/DIVULGAÇÃO

Avanços científicos permitem redução do custo do etanol A pesquisadora Betania Quirino, do projeto Insumicro – iniciativa voltada à viabilização comercial do etanol 2G da Embrapa Agroenergia, Embrapa Meio Ambiente e Universidade Católica de Brasília, Universidade de Brasília, e Universidade de São Paulo (USP) revela que sua equipe já montou três coleções metagenômicas com fragmentos de DNA de microrganismos. Até agora foi possível descobrir em inúmeros clones gerados, enzimas que degradam a parede celular vegetal. Segundo Betania, a pesquisa vive a parte mais “desafiadora”, ou seja, os testes de enzimas no processamento da biomassa. De acordo com a pesquisadora da mesma equipe, Dasciana Rodrigues, nessa etapa, entra em cena a logística do Laboratório de Processos Bioquímicos da Embrapa Agroenergia. Ali será feito o escalonamento da produção de enzimas e sua caracterização. “Para testar enzimas na biomassa, precisaremos de grandes quantidades”, justifica Dasciana. A pesquisadora explica que as enzimas serão utilizadas na formação de coquetéis para quebrar moléculas de celulose em açúcares, cujo destino é a fermentação. Ela ressalta que há coquetéis enzimáticos disponíveis para comercialização. No entanto, algumas

GRUPO DE CRISTALOGRAFIA

Igor Polikarpov: por etanol 2G viável

situações precisam ser superadas. Uma delas é a busca de enzimas mais eficazes, estáveis e ativas em cenários diferenciados de acidez (pH) e temperatura. “Temos de encontrar enzimas que melhorem os insumos disponíveis para a indústria”, declarou. Até o final de 2013, a Embrapa e os parceiros podem acenar com novidades nessa descoberta. Em workshop recente realizado na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o professor do Instituto de Física de São Carlos da USP, Igor Polikarpov, confirmou a tese de Dasciana Rodrigues, ao afirmar que novos avanços científicos permitem produção de 2G, mas é preciso intensificar os estudos de

enzimas para barateá-lo. Polikarpov, considerado um dos principais brasileiros em cristalização de enzimas, apresentou a palestra “Abordagem biológica para a degradação de polissacarídeos complexos”. Tais avanços, de acordo com o cientista, acentua “a importância da rota enzimática para a produção de etanol”. Ele considerou o fato uma excelente notícia, pois a melhora do processo propicia etanol de segunda geração viável em escala industrial. “É preciso investir na pesquisa sobre enzimas, que são o fator que mais encarece o etanol de celulose”, advertiu. Polikarpov lembrou, ainda, que quando a carga enzimática cai pela metade, o custo final do etanol é reduzido em 20%. (CAP)


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PESQUISA & DESENVOLVIMENTO

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Ridesa e Embrapa contribuem com governo do RS para impulsionar produção de cana De acordo com zoneamento agroclimático feito pela Embrapa, 1,5 milhão de hectares no Rio Grande do Sul estão aptos para o plantio de cana, especialmente em uma faixa que vai do litoral Norte até a região Central do estado e no Noroeste. O governo gaúcho quer fazer o estado autossuficiente na produção de etanol e, até exportador do produto. A meta é que a cultura canavieira passe a ocupar 300 mil hectares, entre cinco a dez anos, e implantar mais usinas. E, para isso, o governo gaúcho está contando com o desenvolvimento de variedades de cana propícias às características do estado, até hoje, a cana plantada no Rio Grande do Sul são cultivares vindas do Paraná e Argentina. É aí que entra a colaboração da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa) e da Embrapa que estão apostando em nove novas variedades indicadas ao Rio Grande do Sul. Após, seis anos de experimentação a campo, em 6 de novembro de 2012, as instituições realizaram o lançamento de

cultivares, que vem confirmar a possibilidade de cultivo. “O Estado que não tinha variedades testadas, agora, possui indicações de materiais precoces e de ciclo médio/tardio”, explica o pesquisador Sergio Delmar dos Anjos e Silva, da Embrapa. O professor Edelclaiton Daros, da Universidade Federal do Paraná (UFRP),

integrante da Ridesa, explica que as variedades RB são voltadas à produção de álcool e durante os testes mostraram que possuem média e alta produtividade agrícola, condições regulares em situações de estresse por frio, boa sanidade vegetal, colheita em início e meio de safra com elevada riqueza e crescimento rápido. “Elas apresentaram excelente

produtividade em qualidade e riqueza de colmo e de açúcar”, considerou. O pesquisador destacou um comparativo de crescimento de produção entre as cultivares já conhecidas – uma média de 34 toneladas/ha- e as testadas, que demonstraram uma produção média de 96 toneladas/ha nos três anos de experimentação.

Cana está entre as grandes candidatas para produção de bioquerosene A cana-de-açúcar, a soja e o eucalipto são apontados como os três melhores candidatos para iniciar uma indústria de biocombustível para aviação no país. A conclusão é do relatório chamado "Plano de voo para biocombustíveis da aviação no Brasil, elaborado pela Boeing, Embraer e Fapesp, coordenado pela Unicamp, que afirma que no entanto, dependerá do processo de conversão e refino escolhido, ressalvaram os autores. Mauro Kem, vice-presidente executivo de engenharia e tecnologia da Embraer, concorda que existe uma grande quantidade de fontes possíveis de matérias-

primas no Brasil interessantes para a produção de biocombustível para aviação, como a cana-de-açúcar, a soja e o eucalipto. “Mas também há outras matérias-primas, como camelina, pinhão-manso, algas e resíduos, que podem se tornar opções viáveis.” A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por exemplo, realiza pesquisas para domesticação do pinhão-manso e começou a estudar o babaçu, cujo óleo é composto por ácidos com cadeias de carbono consideradas ideais para o desenvolvimento de biocombustível para aviação.


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DESTAQUES DO SETOR

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Por Fábio Rodrigues – fabio@procana.com.br

Comemoração em família Em 2013, a Caldema comemora 41 anos de desenvolvimento tecnológico e humano. Através de suas ações socioambientais agrega qualidade de vida e bem estar aos a seus colaboradores, familiares e toda a comunidade. Assim, promoveu mais uma vez um dia de confraternização, reflexão e lazer voltado às mães e esposas dos colaboradores da empresa, o Caldemães. Realizado há 13 anos, o evento novamente foi sucesso total entre as participantes e contou com café da manhã e uma exposição fotográfica que resumiu e ilustrou a história de 41 anos e o desenvolvimento tecnológico e humano da empresa. Diversos brindes foram sorteados para as convidadas

Gamit 360 CS é nova tecnologia

Tubos Ipiranga investe A Tubos Ipiranga – distribuidora de tubos de aço e conexões do país e fabricante de tubos de grandes diâmetros e de trefilados - tem investido fortemente nos últimos meses, em ampliações de filiais e estoques de materiais, atingindo a cifra de R$ 25 milhões. De acordo com o CEO, Alexandre Plassa, a estrutura está baseada em 80% na distribuição de produtos de grandes empresas como Tenaris Confab; Vallourec & Mannesmann Tubes (V&M do Brasil); Arcelor Mittal e Pam Saint Gobain e 20% na produção de tubos de grande diâmetro, tubos trefilados e peças na unidade de São Bernardo. “Renovamos parte do maquinário e consolidamos a cadeia de distribuição em pontos estratégicos do mercado brasileiro. Com toda esta mudança, pretendemos chegar a 80 mil toneladas/ano Acreditamos em nosso potencial e no crescimento da economia brasileira”, complementa Alexandre. Das oito filiais, a de Sertãozinho-SP, agora com 48 mil m² de área e 7 mil de construção recebeu R$ 8 milhões de reais para ampliar sua capacidade. “Iniciamos

Serquímica é certificada A Serquímica acaba de receber a certificação ISO 9001:2008. A auditoria do IFBQ – Instituto Falcão Bauer de Qualidade, esteve de 5 a 8 de junho realizando a auditoria externa que terminou na certificação da empresa. Com a ISO 9001:2008, o esforço da Serquímica em garantir a conformidade de seus produtos e serviços, a satisfação de seus clientes e a melhoria contínua da empresa fica certificado. De acordo com Valéria Saccomani Manfrim, do Departamento de Qualidade da Serquímica, o processo foi bem rigoroso. “A auditoria fez vários apontamentos e executou de maneira bem criteriosa as suas conclusões e recomendações. Conquistamos a certificação porque nos preparamos e estamos seguindo à risca as exigências da norma”, comemora. Ainda segundo Valéria, a empresa precisa continuar seguindo todos os processos do Sistema de Gestão da Qualidade e já agendar a próxima auditoria interna. “A questão da certificação é contínua. Por isso, temos que estar preparados e seguir a norma diariamente para que, na auditoria de manutenção que acontece anualmente, conseguirmos manter a certificação”, reforça.

Para ampliar o portfólio de cana com soluções tecnológicas que facilitam o dia dia do produtor e aumente sua produtividade e qualidade no canavial, a FMC Agricultural Solutions traz para o mercado o herbicida Gamit 360 CS. “Esse produto possui a formulação microencapsulada que promove uma liberação gradual do ativo, contribuindo para melhor residualidade e eficácia na lavoura. Ele atua na préemergência com excelente residual, evitando a matocompetição inicial, principalmente nas épocas mais secas do ano”, destaca o gerente de cana da FMC, Roberto Puzzo.

nossas atividades nesta unidade (hoje filial). A localização foi muito bem sucedida principalmente para atender o polo sucroalcooleiro localizado nesta região”, ressalta Alexandre.

NexSteppe anuncia híbridos A NexSteppe, empresa dedicada ao desenvolvimento da próxima geração de soluções sustentáveis em matéria-prima para as indústrias de base biológica, anunciou o lançamento de seus primeiros produtos nos EUA e no Brasil. Os novos produtos da empresa, híbridos de sorgo sacarino de Malibu e híbridos de sorgo de alta biomassa de Palo Alto, oferecem uma alternativa para empresas que buscam uma solução em matéria-prima eficiente em termos de custo para a produção de biocombustíveis avançados e celulósicos, bioenergia e produtos de base biológica. Recebendo o nome da cidade onde a empresa foi fundada, Malibu, os híbridos de sorgo sacarino da NexSteppe foram otimizados para fornecer uma fonte acessível de açúcares fermentáveis para a produção de biocombustíveis avançados e produtos de base biológica. Os sorgos sacarinos Malibu podem ser usados como um complemento à cana de açúcar no fornecimento de matéria prima adicional para as usinas de transformação do açúcar em etanol.

Brachiaria decumbens (capim-braquiária, braquiária)

Venda de caminhões VW aumenta A MAN Latin America, fabricante dos caminhões e ônibus Volkswagen e caminhões MAN, registrou um aumento de 50% nas suas vendas de veículos para operação sucroalcooleira na safra 2013/14, em comparação com o ano anterior. De pouco mais de 500 caminhões comercializados para a safra 2012-13, a montadora saltou para quase 800 unidades, com negociações para a maioria dos principais clientes do setor. O resultado se deve também ao maior foco da montadora no segmento. A expectativa é de uma safra 10% maior este ano, chegando a 650 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, segundo o Anuário da Cana 2013 que acaba de ser lançado. De olho nas oportunidades que este mercado oferece, a MAN Latin America apresenou na Agrishow 2013 o novo caminhão vocacional VW Canavieiro.

Destaque-se Sugestões de divulgação de lançamento de produtos, informativos, anúncios de contratações e promoções de executivos e demais notas corporativas ou empresariais devem ser enviadas a Fábio Rodrigues, email: fabio@procana.com.br


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Cerca de 85% dos projetos de cogeração utilizam turborredutores Renk Zanini O estudo realizado pela Aneel e divulgado na primeira quinzena de junho deste ano, apresenta o levantamento da matriz energética brasileira e identifica a capacidade de geração de energia por biomassa do bagaço da cana de 8.922 MW. Neste novo relatório estão cadastrados, com regulamentação da agência, 369 usinas com capacidade de geração que respondem como a terceira maior fonte da matriz, depois de hidro e gás. Dentre os fornecedores para este segmento de mercado, a Renk Zanini se destaca com 7.600 MW de capacidade instalada pelos turborredutores fornecidos; isso significa que, 85% dos projetos de cogeração, a partir do bagaço de cana utilizam turborredutores Renk Zanini. “Estamos crescendo na participação do mercado. Em 2012 nossa base instalada representava 74% dos projetos com

TA 86N em fabricação

capacidade e neste relatório, nossos projetos, representam 85%. O que destaca a Renk Zanini é sua expertise nos fornecimentos de turbos inclusive para mercados críticos como o de óleo de gás. Se considerarmos todos os demais mercados a capacidade de geração total dos turborredutores fornecidos é suficiente para iluminar as regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil”, afirma Jamile Golfetto, gerente de marketing. Para Rolf Ramminger, diretor comercial, há uma tendência para turbos com capacidade cada vez maiores nas usinas, o que representa a qualidade da eficiência dos projetos. A Renk Zanini é a única empresa fornecedora de turborredutores homologada na Petrobrás

com o CRCC, destaca Ramminger. Como destaque de turborredutor com alta potência, o fornecimento neste primeiro semestre de 2013 é o turborredutor fornecido para a Usina São Fernando, com capacidade de 55.000 KW. “Fornecemos não somente direto para os clientes, como também a Renk Zanini é subfornecedora, como nos casos em que fabrica sob encomenda dos fabricantes de turbinas”, destaca Marcos Martins, do departamento de vendas em bioenergia. Com relação à extração a empresa lançou em 2012 a linha de redutores planetários, PentaMax 2.0 para acionamento central, e FlexiMax 2.0 para acionamento rolo a rolo, desenvolvida com

apoio do Finep, combinando o uso das mais modernas ferramentas de modelagem 3D e de simulação estrutural por elementos finitos com a experiência acumulada da Renk Zanini em redutores de velocidade para aplicação em moendas e difusores de cana-de-açúcar. Esta versão 2.0, todas com patentes requeridas, confirma a inovação, destacando-se o primeiro estágio de redução com eixos paralelos, unindo o que há de melhor dos dois conceitos: eixos paralelos e planetários. Todos os porta-planetas são suportados por rolamentos, conferindo maior estabilidade e robustez ao produto frente às oscilações de carga. Quanto ao redutor paralelo Torqmax® 2.0, Hermani Quintela, supervisor de manutenção mecânica da Usina São José do Pinheiro, afirma: “Atingimos nossas expectativas e estamos muito satisfeitos com o Torqmax® 2.0. É um equipamento eficiente, silencioso e que transmite segurança. Com o Torqmax® 2.0, foram moídas 813 mil toneladas de cana-de-açúcar na última safra”. Este é o tipo de redutor com menor consumo energético, além de ter menor número de elementos girantes e de possuir carcaças mais leves e com reforços projetados em pontos de maior esforço. Renk Zanini 16 3518.9001 www.renkzanini.com


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Siemens comemora entrega de milésima turbina a vapor Paulo Stark, CEO da empresa no Brasil, comemora o feito e faz alerta a respeito do momento da indústria no país O dia 6 de junho de 2013 ficará marcado na história da Siemens. Foi nesta data que a empresa realizou a entrega de sua milésima turbina a vapor fabricada no Brasil. A cerimônia, que reuniu nomes fortes do segmento, aconteceu no complexo industrial da empresa, em Jundiaí, SP. O equipamento em questão é a Turbina SST 300, vendida para a Guarani, unidade Vertente, empresa formada pela Tereos Internacional (64,2%) e Petrobras Biocombustível (35,8%). “Temos uma vasta experiência no fornecimento de equipamentos e soluções de grande complexidade e aplicações específicas. Além do amplo portfólio de tecnologias para os processos industriais mais variados, a empresa já conta com turbinas de alto desempenho 100% nacionalizadas”, afirma Thiago Pistore, diretor da área de turbina a vapor da Siemens no Brasil. A empresa triplicou a produção de

Paulo Stark, presidente e CEO da Siemens no Brasil:

turbinas com as obras de ampliação e modernização realizadas na unidade nacional. Os investimentos fizeram da unidade de Jundiaí a terceira maior do mundo entre as fábricas da Siemens. Lá, no segmento de energia, são produzidos transformadores, turbinas a vapor e componentes para baixa, média e alta tensão.

Paulo Stark, presidente e CEO da Siemens no Brasil, além de comemorar o feito da empresa, falou sobre o momento desfavorável para as indústrias no Brasil. “O que mais preocupa é a questão da desindustrialização brasileira. Apesar de ter apresentado melhora, não há uma tendência forte de desaceleração. Não é

um problema fácil de resolver, já que une muitos pontos. É um sistema complexo, mas o governo tem mantido uma interlocução com a indústria”, avaliou. Siemens 11 4585.2000 www.siemens.com.br/energia


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Ceres apresenta novos híbridos de sorgo para produção de etanol Com esses lançamentos empresa de biotecnologia eleva a oferta de sementes para usinas brasileiras A Ceres, empresa de biotecnologia dedicada a desenvolver novas características em plantas destinadas à produção energética, começou recentemente a comercializar oito novos híbridos de ciclos pleno e precoce da marca Blade®, além de uma variedade de sorgo sacarino da Embrapa. Com esses lançamentos a Ceres eleva a oferta de sementes para usinas brasileiras que pretendem produzir etanol a partir do sorgo sacarino na próxima entressafra da cana-de-açúcar. De acordo com Antonio Kaupert, gerente de vendas e marketing da Ceres do Brasil, as novas sementes disponíveis abrangem seis novos híbridos de ciclo pleno da marca Blade®, as CB 7640, CB 7621, CB 7521, CB 7300, CB 7290 e CB 7201 e dois de ciclo precoce: EJ 7282 e EJ 7281. Estes, afirma Kaupert, têm recomendação de cultivo no início da safra de sorgo sacarino, entre os meses de novembro e dezembro. O grupo `CB', por sua vez, foi desenvolvido para prover aumento de

produtividade às usinas. Constituem, segundo Kaupert, híbridos de ciclo pleno. “Seu manejo adequado amplia significativamente os ganhos de produtividade do `sorgovial'”, esclarece o executivo. Já a variedade BRS 506, da Embrapa, diz Kaupert. registra desempenho confiável mesmo diante de condições de estresse climático na lavoura ao longo da safra. “Além de ampliar as tecnologias de cultivo de sorgo sacarino, ao lançar esses novos produtos, a Ceres fortalece seu Programa de Melhoramento Genético e dá uma demonstração de que confia plenamente no potencial do mercado brasileiro", acrescenta Kaupert. Após instalar-se e consolidar sua estrutura operacional no País em janeiro de 2010, a Ceres considera ter avançado rapidamente no mercado brasileiro, e aposta no crescimento do número de `sorgoviais' instalados nas usinas nas próximas safras. “As principais empresas do Brasil estão aderindo fortemente à nossa tecnologia e hoje a veem como a melhor e mais viável alternativa de curto prazo em suporte à produção do etanol e à cogeração de energia", conclui Antonio Kaupert. Ceres 19 3377.3965 www.ceressementes.com.br

Sorgo Blade® na lavoura da Usina Alvorada em Araporã-MG


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Mercado de cana recebe fabricante mundial de material rodante A ITR possui fabricação própria de toda linha de material rodante, distribuída nas 4 fábricas do Grupo, localizadas na Itália, Coreia do Sul e China. A empresa fornece material rodante para as grandes montadoras em todo mundo, e todas as suas fábricas possuem certificação ISO 9001 ou ISO 18001. No Brasil a ITR South America atende aos mercados de construção, mineração e agrícola, desde 2011, tendo desenvolvido toda a linha para colhedoras de cana. A ITR mantém amplo e completo estoque para cana. Esteiras (secas e lubrificadas), roletes, rodas guia, rodas motriz, aros motriz, sapatas e molas tensoras estão disponíveis para a pronta entrega. O pós-venda e serviços são realizados pela unidade localizada em Cedral, região de São José do Rio Preto, SP, que possui uma oficina com 4.000 m², especializada nas colhedoras

de cana, que conta com profissionais altamente qualificados e com grande experiência no setor. O material rodante ITR tem atingido resultados superiores, nas mais de 50 usinas já atendidas pela empresa. A garantia oferecida e o “custo x horas trabalhadas” são os melhores

do mercado. A equipe de engenharia da ITR, conta com mais de 40 anos de experiência em material rodante e está apta a projetar e desenvolver novos itens, bem como melhorar constantemente os itens de linha, desde a compra da matéria-prima para fabricação do

material rodante, até o acompanhamento de colhedoras no campo. Visite o site e conheça todo o Grupo Usco. ITR 11 3340.7558 www.usco.it


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Painéis CCM são sinônimo de tecnologia em controle de motores A Projelpi está inserida no mercado há 13 anos e desenvolve painéis com capacitação técnica utilizando produtos de alta tecnologia, além de um rígido controle de qualidade. Os painéis Projelpi são projetados com softwares especializados em engenharia, após análise criteriosa das necessidades do cliente. Os padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e normas internacionais, além da certificação ISO 9001, são a base do desenvolvimento dos projetos, que tornam a Projelpi uma empresa de excelência do setor. A segurança e a continuidade das operações fazem parte da estrutura dos painéis da Projelpi. A Projelpi Soluções em Energia possui profissionais tecnicamente capacitados para realizar diversos serviços, como: estudos de curto-circuito e seletividade, projetos elétricos, projetos de automação e gerenciamento de obras e montagem elétrica e de instrumentação. Como complemento à prestação dos serviços, a Projelpi desenvolve aplicativos de supervisão, controle e gerenciamento de processos industriais por meio de softwares que garantem redução de custos operacionais e melhoria contínua.

PAINEL CCM O painel CCM (Centro de Controle de Motores) foi desenvolvido com o objetivo de proteção, manobras e

Painéis Projelpi: projetados com softwares especializados em engenharia

controle de motor de baixa tensão, atendendo as exigências da norma NBRIEC 60439-1. Sua aplicação é variada, podendo ser instalado em qualquer indústria. A diversidade de utilização do CCM

é prova de sua eficiência e pode ser personalizado para aplicação desejada pelo cliente. O CCM é compartimentado, podendo ser com gaveta fixa ou extraível. A gaveta fixa permite a manutenção no local, já a gaveta extraível permite a

retirada total da gaveta minimizando o tempo de parada. Projelpi Soluções em Energia 19 3434-8083 www.projelpi.com.br


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Empresa projeta e fabrica todos os Empresa descobre super bactéria componentes para correntes industriais que tem afetado produção de açúcar A Ello Correntes é empresa fabricante de correntes industriais, especializada em aplicações nas áreas de: açúcar e álcool, citrus, papel e celulose, siderúrgia e mineração. Fundada em 1990, a empresa vem mostrando seu potencial no mercado quando iniciou suas atividades como montadora de correntes. Hoje, possui uma estrutura completa que projeta e fabrica todos os componentes do produto até a montagem e expedição do produto ao cliente. Um controle total da qualidade da corrente está presente, com laboratórios de análises de durezas e trincas através de

partícula magnética, além de realização de testes de tração e análise de materiais com empresas especializadas. Ainda, a empresa conta com processo de retífica em pinos e buchas, além de usinagem dos furos de laterais o que beneficiam muito a qualidade do produto. Com essas tecnologias aliadas à experiência de sua equipe, elevados índices de desempenho e durabilidade são atingidos, produzindo benefícios para seus clientes. Ello Correntes 16 2105.6400 www.ellocorrentes.com.br

A Eletro Service dispõe de equipamentos de alta tecnologia

Uma super bactéria, capaz de consumir cerca de 20 quilos de açúcar por tonelada de cana, foi encontrada depois de uma série de pesquisas realizadas por uma empresa nordestina. A informação é de Teresa Cristina, diretora da Microserv. “Já é um fato. Estamos pesquisando desde 2005 e agora temos a certeza. A bactéria já atingiu ao menos cinco usinas brasileiras, sendo uma em Minas Gerais, outra no Mato Teresa Cristina, diretora da Microserv: Grosso do Sul e três no ao menos cinco unidades foram atingidas Nordeste”, explica. Cristina ressalta a gravidade do problema, descoberto em descoberta, já que nenhum relato sobre o uma época onde a produtividade encontraproblema foi encontrado. “Fomos a se em declínio. “O valor perdido pelas Universidade de Alagoas, pesquisamos em usinas durante uma safra é enorme. Basta todos os sites da área e não encontramos fazer as contas do quanto essa bactéria nada a este respeito”, finaliza Cristina. pode afetar a produção de açúcar. Nosso objetivo é ajudar as unidades no combate Microserv ao problema”, destaca. 82 3372.5270 A Microserv, agora, busca patentear a www.microservbio.com.br

Eletro Service, tecnologia em máquinas rotativas A Eletro Service tem como missão atender amplamente às necessidades de seus clientes com serviços e produtos, priorizando sempre a qualidade, a segurança e principalmente um preço competitivo. A informação é de Rodrigo Carnelós, diretor da empresa. “Dispomos de equipamentos de alta tecnologia, que nos permite atender a todos os segmentos da Indústria com o mesmo critério, obedecendo aos procedimentos e observando as normas técnicas vigentes”. De acordo com ele, nos trabalhos desenvolvidos pela Eletro Service estão: a inspeção eletromecânica, análise de

vibração, análise termográfica, alinhamento a laser, balanceamento dinâmico, sistema de limpeza com lavagem química, lavagem a seco e com temperatura controlada, supervisão de montagem, start-tup e comissionamento em máquinas de médio e grande portes. “Graças ao bom resultado dos trabalhos e a satisfação de nossos clientes, que há mais de seis anos atuamos como Assistente Técnico da Weg Máquinas”, finaliza. Eletro Service 19 3496.7710 www.eletroservice.com

A Eletro Service dispõe de equipamentos de alta tecnologia


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Metalmecânica de Maringá promove 1ª Mostra Sucroenergética 10ª edição da Feira será realizada de 24 a 27 de julho no pavilhão de exposições da cidade Com a tradição de duas décadas, a Feira Metalmecânica de Maringá promove, neste ano, também a 1ª Mostra Sucroenergética. O objetivo é reunir as principais empresas ligadas ao setor, no Brasil, buscando soluções logísticas afinadas com a competitividade do etanol. A mostra pretende também debater o setor de biocombustível e biomassa no Paraná, além de oferecer produtos, serviços e tecnologia. A expectativa da Diretriz, empresa que passa a administrar a Metalmecânica a partir deste ano, em acordo firmado com o Sindimetal de Maringá, é recepcionar um número expressivo de visitantes profissionais e qualificados no Parque de Exposições, onde se realizará o evento. Presidentes de empresa, diretores, gerentes, supervisores e técnicos atendem o principal perfil do público na feira. Até recentemente as feiras Metalmecânica, em Maringá, e a tradicional feira Expomac (Feira de Metal Mecânica), em Curitiba, ocorriam em anos coincidentes, comprometendo a presença de expositores em ambos os

Mostra pretende debater o setor de biocombustível e biomassa no Paraná

eventos. Com a administração da Diretriz, a Expomac passa a ser realizada em anos pares e a Metalmecânica em anos ímpares, tornando mais produtiva a participação do setor. “Com os dois eventos acontecendo em anos alternados ganham todos. A Metalmecânica de Maringá e a Expomac”, afirma Cassio Dresch, diretor comercial da Diretriz.

Pesquisas indicam que as feiras de negócios estimulam novos contratos, ampliam a base de contratos, incentivam o intercâmbio tecnológico e a visitação de profissionais com poder de decisão e compra. A Metalmecânica Maringá, agora em sua 10ª edição, será realizada de 24 a 27 de julho deste ano, no espaço de 13 mil

quadrados do pavilhão de exposições da cidade. Na última edição, a feira reuniu 180 marcas expositoras, atraindo 16 mil visitantes e gerando R$ 50 milhões em negócios. Diretriz Feiras e Eventos 41 3075.1100 www.feirametalmecanica.com.br


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Uso de softwares interativos está aumentando nas indústrias Alerta é do engenheiro Luiz Frederico Viegas Caspari

“Usinas aplicam chapiscos em moendas equivocadamente” Algumas usinas de açúcar e álcool e destilarias estão aplicando nas moendas, de forma equivocada, eletrodos de chapisco de diâmetro de Ø 6,0mm, Ø 7,0mm, Ø 8,0mm, é o que revela o engenheiro Luiz Frederico Viegas Caspari, diretor de P&D da Comaso Eletrodos. “Em vez de melhorar a qualidade na formulação e na aplicação de eletrodos de chapisco, alguns fabricantes resolveram aumentar o diâmetro do arame e consequentemente do revestimento, sem considerar que com o aumento do revestimento, maior será a perda, maior o consumo de energia e menor a aderência, representando uma menor extração e, portanto menor o custo-beneficio para os clientes”, explica.

“A Comaso fornece chapisco às maiores usinas e destilarias de cana-deaçúcar e álcool dos Estados Unidos, onde lá só se utiliza chapisco de Ø 4,0mm e Ø 5,0mm, diâmetro da alma, mesmo com os enormes rolos de 100 polegadas; é o que o engenheiro Luiz Frederico recomenda. “Será que ninguém nunca pensou em verificar as perdas?”, questiona. “Uma simples peneira abaixo do rolo de moenda durante o processo de aplicação do chapisco, um cronômetro para marcar um tempo constante e uma balança irão confirmar as perdas”, garante. Comaso 16 3513.5230 www.comaso.com.br

O uso de Softwares Interativos está aumentando nas indústrias. Na indústria Sucroalcooleira esta verdade não é diferente. Os mais novos softwares agora são online, ou seja são acessíveis via internet, sem a necessidade de comprar o meio físico (CD) nem virtual por download. É só se logar no site que hospeda o software e pronto, pode usar. As vantagens são que você sempre acessa a última versão do programa, pode fazê-lo de qualquer lugar do mundo, de qualquer computador e de uma variedade de devices(laptop, desktop, tablet, smartphone, entre outros). Os softwares industriais podem ser de simulação operacional e de projeto básico de equipamentos. Os de balanço simulam o fluxograma da indústria, balanço de massa, vapor e energia e calculam as quantidades, vazões, temperaturas e outros, com uma grande facilidade e rapidez. Estes programas também calculam as capacidades, volumes

e superfícies de troca, dos equipamentos. Podem também fazer um balanço econômico, fluxo de caixa e até viabilidade econômica e financeira. Estes tipos de programas são ideais para donos da usina, gerentes industriais, químicos, técnicos, engenheiros de projetos, professores e alunos de tecnologia açucareira. Sugarsoft 19 3402.3399 www.sugarsoft.com.br


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Fenasucro 2013 traz produtos que garantem segurança e eficiência estrutural para galpões As estruturas dos galpões para armazenagem da cana e também onde funcionam as usinas é muito importante para garantir a segurança dos funcionários e a durabilidade dos equipamentos. Por isso, a escolha de materiais de qualidade e o planejamento adequado na construção desses locais devem ser priorizados pelos produtores e usineiros. Na Fenasucro 2013 - 21ª Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética, empresas que fornecem soluções para este setor trazem novidades em produtos e serviços. A Perfortex apresentará uma linha de tintas que tem características anticorrosivas, o que retardam consideravelmente o desgaste das superfícies; e promotoras de aderência em metais não ferrosos e resistentes a altas temperaturas, prolongando o tempo de vida da peça. Entre os lançamentos, a marca levará ao evento a Perfordur AntiFlama SB, produto ignífugo com excelente desempenho no retardamento da propagação do fogo; e a Performarine AF, que oferece secagem rápida, aderência e alto poder de cobertura e rendimento. Este produto é utilizado em plataformas de exploração de petróleo, navios e embarcações em geral, para manutenções, reparos e construção de novas obras. Já a Gerdau vai expor sua linha de

Entre as novidades, metais de qualidade para telhados e vigas e tintas antichamas

produtos para os setores de construção civil, agropecuária e aços planos. No portfólio, itens como: pregos, barras, perfis, aços especiais, chapas, bobinas, telhas, alambrados, produtos ampliados, entre outras peças, estarão em destaque no estande da empresa.

A Fenasucro 2013, promovida pela Reed Multiplus e com realização do Ceise Br — Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis, reunirá cerca de 550 marcas expositoras entre nacionais e internacionais, e 35 mil visitantes de 20 estados brasileiros e 30

países, no período de 27 a 30 de agosto, no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho, SP. Multiplus 16 2132 8936 www.reedmultiplus.com.br


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ID REP móvel atende as YGB lança linha Ham-Let de conectores, necessidades das usinas válvulas de instrumentos e conexões A ID Data instalados em criou o ID REP ambientes inóspitos Móvel que propicia (umidade, poeira e a mobilidade no calor); e registro de ponto comunicação dos funcionários Wireless, via GPRS e envolvidos no Wi-Fi. campo e/ou na “Desenvolvemos indústria, também, uma possibilitando a sua solução de no-break instalação em meios através da energia de transporte e de solar, com vivência. O aparelho capacidade de atende todas as alimentar até cinco necessidades do dias”, ressalta mercado Eduardo Todeschini, sucroenergético, diretor geral da ID com a portaria 1510 DATA. do MTE — ID REP Móvel propicia a mobilidade A ID Data Ministério do no registro de ponto dos funcionários provém de alta Trabalho e tecnologia de ponta, Emprego. para que os dados sejam entregues com O projeto passou por vários testes rapidez e eficiência para o Recursos pilotos realizados nas principais usinas do Humanos das usinas, e assim, possam Brasil, sendo adaptado para as gerar seus relatórios de folha de necessidades do agronegócio. Desse modo pagamento, evitando possíveis reclamações foi desenvolvido uma gama de acessórios e futuras ações trabalhistas. para transformar o ID REP (Registrador Eletrônico de Ponto da ID DATA) em ID Data móvel como: conjunto de dispositivos para 11. 2495-7740 proteção física do equipamento, já que são www.iddata.com.br

Com 40 anos flanges solidários de mercado, a ou soltos. YGB atende os O mercado é segmentos de dinâmico e, Álcool e Açúcar, aproveitando a Engenharia, Papel estrutura de e Celulose, vendas que Petróleo e Gás, montamos, Químico e lançamos a linha Petroquímico, Ham-Let, Siderúrgico e de fabricante Mineração, com mundial de usinagens de peças conectores, e válvulas para válvulas de instrumentação. instrumentos, A YGB conexões e adquiriu a CV manifolds. Controles, cuja A YGB possui tecnologia em 310 válvulas de colaboradores, Válvula fabricada pela YGB controle globo faturamento passa dos 20 anos superior a 50 de experiência, com um projeto arrojado e milhões de reais e 25 representantes em todo de alta tecnologia no atendimento aos mais o Brasil, que estarão atendendo ao mercado, diversos processos industriais, com com os produtos da YGB, todo o portfólio da excelência em controle de fluxo. Ham-Let e também serviços de usinagem e Nossas válvulas atendem a norma ANSI manutenção de válvulas. classes 150 a 1500 LBS, nos diâmetros de 1/2 a 18 polegadas, em aço carbono, inox e YGB ligas especiais, incluindo válvulas piloto, 11 2718.7787 reguladora de pressão e auto-operada, com www.ygb.com.br


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Colorado Máquinas inaugura nova loja em Ribeirão Preto

Fachada e galpão de pneus da Alpha Pneus

Uso do pneu correto minimiza efeitos da compactação O aumento da mecanização nas lavouras é um assunto muito discutido em publicações e estudos relacionados à sua produtividade. Já se sabe que se aumentando o tráfego de máquinas sobre o solo, o emprego do pneu correto é importante para se minimizar os efeitos da compactação. O mercado de pneus apresenta hoje diferentes modelos e esses vão além de construções convencionais ou radiais, hoje se deve levar em conta a operação efetuada pela máquina para que a relação custo x benefício seja aproveitada. Tendo em vista esse cenário empresas como a paulista Alphapneus tem se especializado em nichos específicos dos mercados e apresenta soluções que vão

Mais de 700 pessoas compareceram à inauguração da nova loja da Colorado Máquinas, em Ribeirão Preto, no dia 30 de abril. A nova sede do grupo, que tem lojas em mais oito cidades no Norte do estado de São Paulo, atende 82 municípios, fica às margens da Rodovia Anhanguera e suas instalações são de grandes dimensões. Autoridades estaduais, como a secretária de Agricultura de São Paulo, Mônika Bergamaschi, e diretores mundiais da John Deere, estiverem presentes na solenidade de inauguração, que teve início com uma benção, seguida pelo descerramento de uma placa, marcando o

início das atividades naquele local. Os diretores do grupo Colorado, Douglas Montefeltro e José Luiz Coelho, falaram aos presentes da satisfação em poder oferecer aos clientes e funcionários a nova sede, ampla e com toda infraestrutura necessária para atendê-los com um alto padrão de qualidade. Em seguida, um show com Rolando Boldrin, contando seus “causos”, abrilhantou ainda mais o evento, e um jantar fechou a noite com chave de ouro. Colorado Máquinas 16 3968.8080 www.colorado.com.br

além da comercialização. A Alphapneus conta com um departamento técnico específico desenvolvendo soluções customizadas para seus clientes. A empresa possui uma equipe formada por profissionais técnicos, como agrônomos, que visitam clientes e parceiros e desenvolvem juntos, soluções específicas para cada aplicação. Pneus agrícolas, florestais e industriais, todos podem ser utilizados em diversas aplicações e os estudos desenvolvidos pela empresa atendem de maneira eficaz os desejos de cada cliente. Alpha Pneus 16 3622.7300 www.alphapneus.com.br

Mônika Bergamaschi e diretores mundiais da John Deere: presentes na solenidade


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