JornalCana 235 (Agosto/2013)

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Ribeirão Preto/SP

Agosto/2013

Série 2

Nº 235

R$ 20,00

Robotização é tendência nas usinas modernas Célio José Gonçalo, soldador operador de robô na Barralcool, MT: novidade resultou em melhor extração do caldo

INCLUI CADERNO DE ANIVERSÁRIO JORNALCANA 25 ANOS


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ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Agosto/2013

Í N D I C E ACESSÓRIOS INDUSTRIAIS BGL FRANPAR

CAMINHÕES - PEÇAS E SERVIÇOS

19 34518210 16 21334383

22 46

16 35189001 11 24899078

31 11

16 39474732

112

ACIONAMENTOS RENK ZANINI SEW - EURODRIVE

AÇOS FRANPAR

16 21334383 18 39056156

ALCOLINA PRODUQUÍMICA

11 30169619

64

11 40358877

114

17 35311075

3

ARAMES TUBULARES UNIWELD

ARTIGOS DE BORRACHA ANHEMBI

11 26013311

36

16 21336600

97

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER

11 26826633

67

16 19 19 51 19 18

35134000 34467400 21279400 33233600 34348083 31171195

80 109 10 54 21 E 85 88

11 32298344

62

BALANÇAS ALEM MAR

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS EQUILÍBRIO VIBROMAQ

16 39452433 16 39452825

53 112

51 35798400 19 34121144 19 39358755 16 39464766 11 43669930

26 66

16 30198110

68

CSJ METALÚRGICA 19 34374242 MARC-FIL 18 39056156 METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100

42 44 28

CALDEIRAS 19 16 19 16

34343433 35138800 34343433 21054422

EVAPORADORES

19 37562755 19 34343433 19 34348083

PRODUQUÍMICA

40 79 21 E 85

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL CONGER ENGEVAP PROBOILER ENGENHARIA

19 34391101 16 35138800 19 34343433

52 75 79

19 38266670

SAGE OIL VAC

11 29549767

ATLANTICA FOODS MULTIMODAL

78 70

HANNA HANNA LEMAGI PARKITS

79 75 79 7

PRODUQUÍMICA STOLLER MARC-FIL

97

FUNDIÇÃO

112 95 E 114

FERRUSI SIMISA

CONTROLE DE FLUÍDOS

16 21056400 19 34234000

ANHEMBI

AGRÁRIA BASF BAYER CROPSCIENCE FMC STOLLER MONSANTO - CANAVIALIS

16 97614248

SÃO FRANCISCO GRÁFICA

112

ENTIDADES

16 11 11 19 19 19

36902200 30432125 56947251 37354489 37071200 35124000

42 28 16 32 33 39 65 E 77 61 49

19 34391101 16 21054422

52 7

19 34669300

103

11 44 67 19 31 81 65 16

32514563 32252929 33243499 34562298 32285544 21377622 36422606 32519277

108 91 90 43 106 78 98 84

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO ANSELL DIMENSIONAL

11 33563100 19 34467400

11 40358877

114

DMB ITALTRACTOR / ITM JACTO SANTAL

62

19 34514811 19 34431400 19 34218485

62 52 60

11 30169619 19 37071200

64 61

18 39056156

44

11 50568900 16 39464766 16 21051200

20 26 45

11 26013311

36

16 21014151

55

48 109

16 11 14 16

ELETROSERVICE

39461800 44171240 34522100 21016622

37 19 100 2

19 34967710

63

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE METROVAL NOVUS

19 21279400 51 33233600 11 30169619

64

19 36827070

50

IRRIGAÇÃO MANCAIS E CASQUEIROS

AUTHOMATHIKA DIMENSIONAL

BRN BRASIL BUSSOLA DURAFACE - DURAPARTS

80 109

ALEM MAR

11 32298344

62

CAS

19 34217576

106

TINTAS E REVESTIMENTOS

16 39464766

26

TORRES DE DESTILAÇÃO

16 35189001 16 21054422 16 21051200 19 34391101 19 34343433 16 35138800

52 79 75

15 35249494 11 30169619 34 33199500 18 39189999 19 35473539 19 30350921

53 112

55 32227710

76 37 2

19 35432255 16 32219000 19 35473539

4 23 30

11 29418044 19 34121144

BONFIGLIOLI DO BRASIL RENK ZANINI SEW - EURODRIVE SÃO FRANCISCO SAÚDE UNIMED

19 35432255

DMB 16 METAGRO - FAMA DO BRASIL16 SANTAL 16 TESTON 44 MARC-FIL

4

39461800 36260029 21016622 30189020

37 29 2 15

18 39056156

44

TRATAMENTO DE ÁGUA / EFLUENTES EDRA SANEAMENTO VLC

19 35769300 19 38129119

25 16

CASE IH VALTRA

41 21077400 11 47952000

47 116

AGAPITO MARC-FIL

16 39479222 18 39056156

114 44

19 34343433

79

11 29418044 16 21334383

41 46

TUBOS DE CONCRETO ENGETUBO IND.

TUBOS E CONEXÕES CONTUFLEX FRANPAR

USINAS/DESTILARIAS

57

VÁLVULAS INDUSTRIAIS

11 30169619 81 32674760

64 13

14 34522100

100

16 08007779070 16 39959750

28

TRANSBORDOS

11 32023330

CIRCOR ENERGY DURCON-VICE FOXWALL FRANPAR ZANARDO

82 17 65 17 11

32172100 32801000 33323500 33319141 21054100

81 107 101 87 105

31243124 44477600 46128202 21334383 31171195

18 12 14 46 88

11 26013311 19 34121144 16 39474732

36 9 112

19 11 11 16 18

VEDAÇÕES E ADESIVOS 74 31 11

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS 41 9

BRN BRASIL

42 7

11 43371806 16 35189001 11 24899078

13 99

TRADINGS - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

19 34374242 16 21054422

PRODUTOS QUÍMICOS

JACTO

81 32674760 19 21228826

CORURIPE GUARANI - CRUZ ALTA ITAMARATI USINA GUAÍRA USINA SÃO MARTINHO

PNEUS

PRODUQUÍMICA PROSUGAR

PROSUGAR SHERWIN-WILLIAMS

TROCADORES DE CALOR

PLANTAS INDUSTRIAIS

SILCAR PNEUS

109

30 84

PLANTADORAS DE CANA

CSJ METALÚRGICA SERMATEC ZANINI

19 34467400

TELECOMUNICAÇÃO / RADIOCOMUNICAÇÃO

TRATORES

16 39452433 16 39452825

16 39461800 16 21016622

38 73

24

PLAINAS

DMB SANTAL

16 35135230 11 56948377

TRANSPORTADORES INTERNOS 72 E 113 64 5

PENEIRAS ROTATIVAS EQUILÍBRIO VIBROMAQ

COMASO ELETRODOS UTP BOHLER

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 31 7 45

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS DURAFACE - DURAPARTS POLICANA - FCN

SUPRIMENTOS DE SOLDA

DIMENSIONAL

ÔNIBUS - FRETAMENTO GRUPO RAÇA

114 38 111

26 66

NUTRIENTES AGRÍCOLAS NUTRICELER PRODUQUÍMICA UBYFOL

16 39479222 16 35135230 16 35137200

16 39464766 11 43669930

MONTAGENS INDUSTRIAIS CONGER ENGETUBO ENGEVAP

AGAPITO COMASO ELETRODOS MAGISTER

27 96

MOENDAS

RENK ZANINI SERMATEC ZANINI SIMISA

95 E 114

11 33407555 16 36286622

METAIS

FERRUSI

19 34023399

SOLDAS INDUSTRIAIS

76 47 100 29

MATERIAIS RODANTES

FERRUSI TERMOMECÂNICA

SUGARSOFT

32227710 21077400 34522100 36260029

REDUTORES INDUSTRIAIS

MANGUEIRAS E CORREIAS CONTUFLEX REZENFLEX

AGRIMEC 55 CASE IH 41 JACTO 14 METAGRO - FAMA DO BRASIL16

PULVERIZADORES

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS 16 35134000 19 34467400

10 54

INSUMOS AGRÍCOLAS

GERMEK

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS

AGRIMEC

INSPEÇÃO TÉCNICA

PRODUQUÍMICA

EQUIPAMENTOS USÁVEIS

ELETRODOS UNIWELD

ABISOLO ALCOPAR BIOSUL GERHAI SIAMIG SINDAÇÚCAR - PE SINDÁLCOOL SOCICANA

EQUIPAMENTOS LABORATORIAIS

ELETROCALHAS DISPAN

19 34514811

SOFTWARES 63 28

MOENDAS E DIFUSORES

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

DESTILARIAS CONGER SERMATEC ZANINI

23 30 52

GRÁFICA

8 17

CURSOS MARCOS PERTICARARI

16 32219000 19 35473539 19 34431400

GAXETAS

10

CORRENTES INDUSTRIAIS ELLO CORRENTES PROLINK

86

FIOS E CABOS NAMBEI FIOS E CABOS

19 21279400

19 21056100

ELETROSERVICE 19 34967710 METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100

ITR SOUTH LOPES TRATORES

FILTROS INDUSTRIAIS

MARCOS PERTICARARI SUGARSOFT METROVAL

69 6 E 98 59

FERTILIZANTES

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL 16 97614248 19 34023399

16 21328936 16 39111384 11 30934949

FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS

CONSULTORIA EMPRESARIAL 16 21336600

MULTIPLUS SINATUB TECNOLOGIA UNICA

FERRAMENTAS INDUSTRIAIS

102

11 45861226 13 32236767

42 28

FEIRAS E EVENTOS

BUSSOLA DURAFACE - DURAPARTS LEMAGI

35

78

MANUTENÇÃO INDUSTRIAL 64

FERRAMENTAS

47 2

11 45861226

CSJ METALÚRGICA 19 34374242 METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100

FERMENTEC

4

COMERCIALIZAÇÃO DE ACÚCAR ATLANTICA FOODS

11 30169619

FERMENTAÇÃO - CONSULTORIA E SERVIÇOS

COMBOIOS E TANQUES

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

CALDEIRARIA

ENGETUBO ENGEVAP PROBOILER ENGENHARIA SERMATEC ZANINI

ESPECIALIDADES QUÍMICAS

CPFL SERVIÇOS PROBOILER ENGENHARIA PROJELPI

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS

44

CALCÁRIO CALCÁRIOS ITAÚ

41 21077400 16 21016622

CSJ METALÚRGICA 19 34374242 METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 VLC 19 38129119

BRONZE E COBRE - ARTEFATOS FERRUSI TERMOMECÂNICA

CASE IH SANTAL

71 9

BOMBAS HIDRAULÍCAS LEMASA

16 39413367

DECANTADORES

BOMBAS BOMBAS GEREMIA REZENFLEX

112

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA E SERVIÇOS

COLHEDORAS DE CANA

PRICE PWC - CSA (RP)

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL AUTHOMATHIKA DIMENSIONAL METROVAL NOVUS PROJELPI ZANARDO

16 39452825

A N U N C I A N T E S

COMÉRCIO EXTERIOR

AUDITORIA E CONTABILIDADE PRICE PWC - CSA (RP)

VIBROMAQ

ARGUS

ÁREAS DE VIVÊNCIA ALFATEK

104 94 34

44 51 64

3

18 36083400 18 36231146 16 35132600

COLETORES DE DADOS

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE INFECÇÕES BACTERIANAS PRODUQUÍMICA

RODOBIN RODOTREM SERGOMEL

MARKANTI

16 39515080 11 30169619

17 35311075

46

ANTI - INCRUSTANTES

4

CARROCERIAS E REBOQUES

CENTRÍFUGAS

AÇOS INOXIDÁVEIS MARC-FIL

19 35432255

CARRETAS ALFATEK

ACOPLAMENTOS VEDACERT

BRN BRASIL

D E

ANHEMBI REZENFLEX VEDACERT

VENTILAÇÃO INDUSTRIAL 115 89

EQUILÍBRIO VLC

16 39452433 19 38129119

53 16


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CARTA AO LEITOR

Agosto/2013

carta ao leitor

índice Agenda

5

Josias Messias

josiasmessias@procana.com

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6

Mercados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 a 20

Ethanol Summit volta a discutir o futuro do setor BNDES aprova financiamentos para planta de etanol 2G Etanol do futuro tem presente duvidoso Legislação europeia limita a produção de biocombustíveis

Uma boa e atual receita!

Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22 Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 a 26

Anuário da Cana 2013 é lançado em evento concorrido Administração & Legislação Nova ´rádio-peão´ pode ser solução na comunicação

28 a 36

Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 a 70

Robotização de chapiscos de moenda gera eficiência e economia de 40% Novos horizontes para CSJ Nova edição do ISSCT traz uma visão do futuro Sistema permite análise dinâmica do andamento da fermentação Simpósio de Alagoas completa 30 anos e Fersucro, 10

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .71 a 78

Técnica inédita de plantio híbrido é aprovada Sistemas de gestão são essenciais no controle da lavoura

Especial 25 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .79 a 108

25 anos JornalCana chega como novo aos 25 anos ENTREVISTA – Josias Messias, presidente da ProCana Brasil Nas bodas de prata, JornalCana comemora “casamento perfeito” O preto e branco tornou-se verde vivo Pioneirismo na pesquisa abriu caminho para a nova geração JornalCana honra pioneiros do Nordeste e Centro sul JornalCana acompanha e aponta a evolução do setor há 25 anos JornalCana ajudou lavoura de cana a evoluir

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .110 a 114

VOLTE E CONTE “Torna para tua casa, e conta quão grandes coisas te fez Deus. E ele foi apregoando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito” (ordem de Jesus a um novo convertido, descrita no evangelho de Lucas, cap 8, verso 39)

Caro amigo: Considero esta edição uma das mais especiais, porque ela traz um caderno de 30 páginas em comemoração aos 25 anos de vida do JornalCana desde que o assumi, em 1988. O que a torna especial, emocionante até, não são os textos em que apresentamos alguns fatos da nossa história, mas sim o que ouvimos a respeito do JornalCana por parte de nossos leitores, de colaboradores a CEOs e empresários. São depoimentos incentivadores, e aqui já agradeço a todos eles. Publicamos alguns nesta edição e guardamos outra boa parte para a próxima. Estamos celebrando 25 anos de luta em favor do setor. E como é gratificante ver que o próprio setor reconhece que somos apaixonados pela cana-de-açúcar. Comecei a me dedicar ao setor sucroenergético aos 19 anos, quando entrei no JornalCana, e com 24 assumi a direção da empresa. Hoje, aos 44 anos, responderia sem hesitar que faria tudo novamente. É um privilégio dirigir o JornalCana e ser um arauto deste setor incrível. Nestes 25 anos calculo que viajei por pelo menos 500 mil km atuando pelo Brasil e exterior. Conheci e conheço praticamente toda essa cadeia e a maior parte de seus heróis. Eles são minha inspiração para continuar trabalhando pelo setor por pelo menos mais 26 anos, quando completarei 70 anos. A receita para manter esta mesma disposição é bastante conhecida por todos aqueles que superaram as constantes crises do setor: a boa e atual paixão pela cana-de-açúcar. Boa leitura! NOSSOS PRODUTOS

O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 - Ribeirão Preto - SP procana@procana.com.br

NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroalcooleiro de informações sérias e independentes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável, humano, tecnológico e socioeconômico; Democratizar o conhecimento, promovendo o intercâmbio e a união entre seus integrantes; Ser o porta-voz da realidade e centro de informações do setor; e Manter uma relação custo/benefício que propicie parcerias rentáveis aos clientes e aos demais envolvidos.

w w w. jo r n a lc a n a . c o m . b r PRESIDENTE

REDAÇÃO

Josias Messias - josiasmessias@procana.com.br

Edição Luiz Montanini - editor@procana.com.br Coordenação e Fotos Alessandro Reis editoria@procana.com.br Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur Consultor Técnico Fulvio Machado Reportagem Andréia Moreno - redacao@procana.com.br André Ricci - reportagem@procana.com.br Arte Gustavo Santoro Revisão Regina Célia Ushicawa

GERENTE DE OPERAÇÕES Fábio Soares Rodrigues - fabio@procana.com.br

ADMINISTRAÇÃO Controle e Planejamento Asael Cosentino - asael@procana.com.br Eventos Rose Messias - rose@procana.com.br Financeiro contasareceber@procana.com.br contasapagar@procana.com.br Recursos Humanos Abel Martins - presidente@procana.com.br

ASSINATURAS E EXEMPLARES exemplares@procana.com.br

MARKETING / PUBLICIDADE Comercial Gilmar Messias 16 8149.2928 gilmar@procana.com.br Leila Milán 16 9144.0810 leila@procana.com.br Matheus Giaculi 16 8136.7609 matheus@procana.com.br Michelle Freitas 16 9128.7379 michelle@procana.com.br

Anuário da Cana Brazilian Sugar and Ethanol Guide

BIO & Sugar International Magazine

www.jornalcana.com.br O Portal do setor sucroalcooleiro

Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool

JornalCana A Melhor Notícia do Setor Prëmio BesiBio Brasil

Prêmio MasterCana Os Melhores do Ano no Setor

Tiragem auditada pelos

Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios & Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais e 10.000 exemplares comerciais reservados. É proibida a Publicação mensal reprodução, total ou parcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamente com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).


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AGENDA

Agosto/2013

A C O N T E C E U

A C O N T E C E

SOLUÇÕES GEOESPACIAIS A 3ª edição do MundoGEO#Connect LatinAmerica, Conferência e Feira de Geomática e Soluções Geoespaciais, aconteceu em São Paulo (SP), de 18 a 20 de junho, e demonstrou a força do mercado de geotecnologia no Brasil e na América Latina.

CURSO DE TECNOLOGIA SUCROENERGÉTICA A Reunion Engenharia promoveu de 17 a 19 de julho, em ribeirão Preto (SP), o Curso de Tecnologia Sucroenergética módulo ‘Destilação, Desidratação e Concentração de Vinhaça’, em Ribeirão Preto/SP.

CURSOS SINATUB 2013 AGOSTO 13 a 16 – Curso/ Treinamento de Vasos de Pressão Ribeirão Preto/SP SETEMBRO 11 a 13 – Curso/Treinamento de Gestão de Projetos Ribeirão Preto/SP 26 e 27 - Curso de Moenda e Difusor – Ribeirão Preto/SP OUTUBRO 17 e 18 – Curso de Manutenção Preditiva e Inspeção de Equipamentos – Ribeirão Preto/SP NOVEMBRO 7 e 8 – Curso de Tubulação, Turbinas e Bombas e Equipamentos – Ribeirão Preto/SP A DEFINIR • Curso de Tratamento de Caldo, Filtragem e Fermentação • Curso de Automação e Produção Industrial

CURSO DE CONTROLE DE QUALIDADE DE AÇÚCAR E ÁLCOOL O portal Universidade Canavieira conta com uma nova modalidade de treinamento para técnicos de laboratórios das usinas brasileiras. Trata-se do curso “Métodos de Análises para Controle de Qualidade de Açúcar e Álcool”, que já está disponível aos interessados. Mais informações através do site www.universidadecanavieira.com.br.

CURSO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLO O Curso Teórico e Prático de Classificação de Solo, coordenador pelo Dr. Hélio do Prado - Centro de Cana IAC será realizado nos dias 8 e 9 de Agosto, na cidade de Piracicaba/SP. Mais informações, favor acessar o site: www.infobibos.com/solos

FENASUCRO & AGROCANA A Fenasucro&Agrocana acontece de 27 a 30 de agosto de 2013, em Sertãozinho, SP, oferecendo aos visitantes a oportunidade de explorar toda a cadeia de produção: preparo do solo, plantio, tratos culturais, colheita, industrialização, mecanização e aproveitamento dos derivados da cana-de-açúcar. www.fenasucro.com.br

MASTERCANA CENTRO-SUL Acontecerá no dia 26 de agosto de 2013, em Sertãozinho, SP, o MasterCana Centro-Sul, evento que homenageará as principais personalidades do segmento sucroenergético. Simultaneamente, acontecerá ainda o Prêmio MasterCana Social, fruto da parceria entre a ProCana Brasil e o Gerhai. www.mastercana.com.br ou rose@procana.com.br

MASTERCANA BRASIL O evento de premiação exclusiva dos 100 Mais influentes do Setor acontecerá dia 21 de outubro, em São Paulo. www.mastercana.com.br ou rose@procana.com.br

MASTERCANA NORTE-NORDESTE Dia 26 de novembro, Recife,(PE, será palco de mais uma edição do tradicional prêmio MasterCana Norte-Nordeste. www.mastercana.com.br ou rose@procana.com.br


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Ethanol Summit volta a discutir o futuro do setor Política setorial, etanol 2G e carros flex se destacam como atores principais deste ano André Ricci, de São Paulo A cidade de São Paulo, capital, foi palco da “Semana Mundial da Cana”, quando, entre os dias 24 e 28 de junho, diversos eventos relacionados ao setor sucroenergético aconteceram. Um deles, o Ethanol Summit, promovido pela Unica União da Indústria de Cana-de-Açúcar, recebeu cerca de 1.500 pessoas vindas de diversos países. Logo na abertura, Elizabeth Farina, presidente da entidade, falou sobre os principais gargalos do segmento, que foram a tônica do evento. O destino dos carros flex, as perspectivas da produção do etanol celulósico em escala comercial, a cooperação entre os países consumidores e produtores, além das questões de natureza regulatória são algumas delas. “É importante termos um norte, que defina as regras do jogo, condição fundamental para garantir e orientar investimentos na atividade”. Ao falar dos desafios futuros, Farina fez um retrospecto do segmento. “Há quatorze anos, o ambiente não poderia ser pior. O setor vivia uma das mais profundas

Público no evento e Elizabeth Farina e Monika Bergamaschi: cana em foco

crises da sua história, com preços do etanol despencando, sem quaisquer perspectivas de retomada. Mal sabíamos que daquele

momento surgiriam bases para um setor mais competitivo, orientado por regras de mercado”, explicou.

Quem também participou da cerimônia de abertura foi a secretária Estadual da Agricultura, Mônika Bergamaschi. A representante enfatizou que a importância da cana-de-açúcar não se restringe a questões agrícolas, mas também à sustentabilidade. “É por isso que entendemos que a redução do valor do ICMS sobre o etanol em São Paulo, há 10 anos, contribuiu de forma significativa para o aquecimento do setor no Estado e para investimentos em energia limpa e sustentável, uma prioridade para o mundo”. No quesito investimentos, Wagner Bittencourt, vice-presidente do BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, apontou alguns programas que o banco tem executado visando aquecer o segmento. Para ele, sem boas estradas, ferrovias e etanolduto não há como conectar de forma eficiente e econômica o produtor ao resto da cadeia nacional e internacional. “A ideia é fazer com que o mercado como um todo seja beneficiado, a partir de iniciativas contínuas que passam pela pesquisa, por novas tecnologias e também por projetos ligados à melhoria da infraestrutura no País”, enfatiza. O Ethanol Summit reuniu diversos especialistas em dois dias de evento, promovendo uma série de debates sobre o futuro do segmento.


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Wagner Bittencourt: por inovação e infraestrutura

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Carlos Eduardo Cavalcanti: segmento conta com apoio e investimentos

BNDES aprova financiamentos para planta de etanol 2G ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Investimentos. Esta foi a tônica dos dois dias de debates realizados no Ethanol Summit, evento promovido pela Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, em São Paulo, SP. Por lá estiveram nomes do BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, como Wagner Bittencourt, vice-presidente do banco; e Carlos Eduardo Cavalcanti, chefe do Departamento de Biocombustíveis; que apresentaram números, novidades e opiniões sobre o trabalho realizado em prol

do setor sucroenergético. Para Bittencourt, o segmento canavieiro brasileiro precisa investir em dois pilares para poder avançar, sendo o primeiro inovação, englobando as áreas industrial e agrícola; além de infraestrutura. “As plantas estão competitivas da porteira pra dentro, da porteira para fora não. Por isso, o BNDES tem apoiado iniciativas para melhorias nesse sentido”, disse. Sobre investimentos, Bittencourt revelou que em 2013 o banco pode voltar a desembolsar um valor histórico, que deve atingir a marca de R$ 6 bilhões. No último ano, foram financiados R$ 4 bilhões. "De 2008 a 2012, o aporte girou em torno de

R$ 30 bilhões. Com ele, plantas foram modernizadas e lavouras expandidas", explicou. Com os números apresentados, Carlos Eduardo Cavalcanti ressaltou que ao contrário do que muitos pensam, o segmento conta com apoio e investimentos. “Ainda que a situação não seja favorável, o setor sucroenergético tem recebido apoio da nossa parte. Muitas ações vêm destes recursos, como expansão de canaviais, premissas ambientais, melhorias no parque industrial, entre outros pontos”, destacou. Coube a ele divulgar, em primeira mão, a aprovação do financiamento para a construção da unidade de etanol 2G na

Usina São Manoel, em escala de demonstração, no interior paulista. Sem muitos detalhes, Cavalcanti revelou apenas que o aporte financeiro foi aprovado pelo conselho do banco. “As novas rotas de tecnologia de primeira geração chegaram ao limite e as tecnologias de produção precisam mudar de nível no país. Para isso, precisam de incentivo”, disse o representante. O projeto é uma parceria entre o CTC - Centro de Tecnologia Canavieira e a Usina São Manoel, com capacidade de produzir 3 milhões de litros por ano da novidade. A unidade deve começar a operar em 2014.


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Vasco Dias

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Miguel Rosseto

Fábio Venturelli

Líderes listam motivos para que investimentos sejam retomados ANDRÉ RICCI,

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Dos momentos difíceis sempre surgem lições futuras. É dessa maneira que, historicamente, o setor sucroenergético lida com as turbulências. Foi assim, em 1975, com o surgimento do Proálcool, que desencadeou no advento flex, que no último dia 28 de junho estabeleceu a marca de 20 milhões de veículos vendidos com a tecnologia no Brasil. Contudo, o novo pilar ainda não surgiu. Ainda sob reflexo da crise vivida em 2012, líderes do segmento incessantemente se reúnem em busca de novos caminhos, que deixe a falta de investimentos, produtividade baixa e intempéries climáticas para trás. Elizabeth Farina, presidente da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, ressaltou a oportunidade criada pelo momento conturbado durante o Ethanol Summit, evento realizado pela entidade no fim de junho, em São Paulo, capital. “Quando pensamos no cenário de 2020 é possível enxergar uma oportunidade ímpar de mercado, além de importantes desafios e responsabilidades. Sete anos pode parecer um curto espaço de tempo, mas não

é pouco tempo para almejarmos até mesmo uma nova revolução tecnológica e de mercado, para um setor tão dinâmico como o nosso”. Durante os dois dias de Ethanol Summit, nomes como Vasco Dias, CEO da Raízen; Fábio Venturelli, presidente do Grupo São Martinho; Luis Roberto Pogetti, presidente do Conselho da Copersucar; entre outros; elencaram pontos nos quais os empresários devem se basear no momento de investir no setor sucroenergético. Dias foi sucinto ao expor sua opinião. “Por que investir? Simples, o setor vai crescer”, afirmou. Já o presidente do Conselho da Copersucar destacou a demanda como principal trunfo a ser explorado. “Nosso mercado é sólido e crescente. Sabemos da necessidade mundial pelo biocombustível e os números confirmam toda nossa expectativa. É preciso investir para ter competitividade e aproveitar o momento”. Para Pogetti, em curto prazo. o setor deve exaurir toda sua capacidade instalada. “Precisamos produzir mais para operar em plena capacidade. Temos uma porcentagem de ociosidade que pode fazer a diferença”, explicou. Fábio Venturelli, presidente do Grupo São Martinho,

preferiu se basear na necessidade mundial por um crescimento sustentável, universo, esse, que a cana-deaçúcar faz parte. “Olhem o tamanho do setor. É inegável sua participação na busca por um mundo mais sustentável. Além do mercado potencial monstruoso que se apresenta. Cabe a nós saber explorar”, finalizou. Exemplo de oportunismo e visão, Miguel Rossetto, presidente da Petrobras Biocombustível (PBio), também esteve presente na mesa de debate e revelou que os investimentos em expansão e qualidade das usinas ligada a companhia devem atingir R$ 1 bilhão apenas neste ano, incluindo os aportes em biodiesel. “O crescimento da produção depende do investimento primário. Vejo que hoje os biocombustíveis fazem parte da agenda global e que há espaço e demanda para todos os tipos de energia". A estratégia segue na contramão do atual cenário do segmento, retraído por conta da desconfiança instalada, principalmente, pela imprevisibilidade política. Caso o aporte financeiro se confirme, a capacidade de moagem de cana da empresa, que conta com três grupos empresariais e nove usinas, deve aumentar de 21 milhões para até 26 milhões de toneladas.


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ETANOL DO FUTURO TEM PRESENTE DUVIDOSO ALESSANDRO REIS

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Crescer com sustentabilidade. Este é o objetivo apregoado em diversos discursos proferidos em eventos do setor nos últimos meses. A premissa é de que a agenda estratégica do segmento requer desenvolver tecnologias para aumentar a produtividade e gerar etanol com a celulose do bagaço, multiplicando a produção sem aumentar a área plantada. Mas a realidade é polêmica e divide opiniões. É possível ouvir críticas nos bastidores de que o setor não tem vocação para produzir etanol 2G. Há também os entusiastas que investem em plantas e acreditam que em pouco tempo o biocombustível estará sendo comercializado em larga escala. O JornalCana ouviu alguns especialistas e suas conclusões para saber se há mesmo no presente momento um futuro efetivo para o etanol de segunda geração.

SETOR DEVE FOCAR ETANOL DE CANA O desenvolvimento do etanol de segunda geração, como o celulósico, por exemplo, é inviável para a realidade do setor brasileiro nos próximos anos, de acordo com o gerente comercial corporativo da Bioenergética Tonon, Paulo Strini. Durante palestra realizada em Sertãozinho, SP, no dia 21 de junho, o preletor explicou que sua conclusão não se baseia em uma questão tecnológica, mas na rentabilidade dos custos de produção. Para ele, os processos e rendimentos industriais não são compatíveis com os alcançados com o álcool de cana (veja mais na página 38). No entanto, Paulo Strini sugere que algumas regiões do país podem investir na produção do etanol 2G, como no cerrado, por exemplo, onde se encontra uma limitação para plantio de cana.


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Ometto crê que etanol de cana é primordial, mas lança planta de etanol 2G Apesar de afirmar publicamente, na manhã do dia 24 de junho, em evento realizado em São Paulo, capital, que a chamada tecnologia de 2ª geração de etanol deverá entrar em escala comercial com o etanol de cana, a partir de 2015, Ometto corrobora com a fala de representantes do setor, como o gerente comercial corporativo da Bioenergética Tonon, Paulo Strini, de que o segmento deve focar na produção de etanol de cana-de-açúcar e que o etanol 2G deve ser pauta secundária para o nicho. "Se nossa principal matéria-prima é cana, para que criarmos concorrentes? Assim, só nós fazemos", ironizou Ometto. A Raízen lançou neste ano uma planta de etanol de segunda geração. Os detalhes deste investimento foram explanados por Antônio Alberto Stuch, diretor executivo da Raízen, em evento realizado no dia 26 de junho em São Paulo, SP. De

acordo com Stuch, o Brasil tem vocação para produção de etanol 2G e explica. “Hoje não conseguimos aprovar nenhum greenfield de etanol de primeira geração, já que temos os custos pressionados e preço estagnado por conta da gasolina. A ideia da tecnologia 2G é diluir custo. No mesmo hectare eu consigo tirar 25% a mais de etanol. Na verdade, tenho uma diluição enorme de custo, já que aumento apenas a produção”, explica o diretor executivo da empresa. Questionado sobre o ônus do uso de enzimas de multinacionais, Antônio Stuch, afirma que o maior custo, além da biomassa, é a enzima. No entanto, a empresa estuda um projeto de produção de etanol 2G que redundará ao grupo uma rentabilidade maior do que os gastos com a produção. “Nós não conseguimos fazer nada sem lucro”, rebateu.


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Tecnologia é importante para o desenvolvimento do etanol futuro

Ed Hubbard espera que a discussão vá além das palavras

Líderes devem se unir para criar mercado global de bicombustíveis FABIANA MARQUES,

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Representantes internacionais de associações ligadas a bicombustíveis se reuniram no dia 28 de junho para discutir a importância da criação de uma agenda global, durante o segundo dia do Ethanol Summit 2013. Houve um consenso entre os participantes de que o principal obstáculo do setor sucroenergético internacional são as barreiras comerciais, tarifárias ou não, criadas pelos países. Esse deve ser o primeiro passo em direção a uma agenda global. Para Elizabeth Farina, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, é preciso eliminar essas barreiras que atrapalham o comércio. “Ter uma agenda global é importante. Mas se todos nós concordamos que a aliança é o caminho para um desenvolvimento global,

porque há tanto protecionismo?”, questionou. Questionado sobre o que seria mais importante, lutar contra os inimigos ou juntar-se ao as amigos, Rob Vierhout , presidente da ePURE - European Renewable Ethanol, respondeu que primeiro preciso definir quem são os amigos e inimigos. “O que incomoda é que não somos capazes de construir uma agenda mútua. Precisamos de política que nos apoie, precisamos desfazer mitos.”, disse. Ed Hubbard, diretor jurídico da Renewable Fuels Association (RFA), concordou que como líderes é preciso trabalhar juntos para criar esse mercado. “Espero que essa discussão se mova além das palavras”, afirmou. Meghan Sapp - secretária-geral da Partners for EuroAfrican Green Energy (PANGEA), declarou achar irônico que esse mercado global seja formado apenas por Europa, EUA e Brasil. “Enquanto meus colegas estão brigando entre si, estamos perdendo oportunidades de criar mercado na África, por exemplo”, disse.

William Lee Burnquist, gerente de Desenvolvimento Estratégico e coordenador de Biotecnologia do CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, que possui um projeto de etanol 2G, na usina São Manoel, interior de São Paulo, SP, considerado um dos mais avançados do mundo, é convicto de que a tecnologia é importante para o desenvolvimento do etanol futuro. “Estamos estabelecendo uma planta de demonstração. Nosso projeto conta com um sistema diferente do resto do mundo. No caso, acoplamos a uma usina tradicional um sistema que aproveita o vapor, fermentação e destilação, o que permite produzir até 30% a mais de etanol com a mesma quantidade de cana”, explica Burnquist. De acordo com o gerente de desenvolvimento do CTC, o empreendimento é feito sem grandes investimentos, mas redunda em ganhos para a unidade. “A ideia é aproveitar o que já existe na unidade, aumentar a produção sem mexer nos custos”, afirma. Indagado se a quantidade de bagaço para produção de etanol 2G é suficiente, sem comprometer o balanço térmico da unidade, William Burnquist, disse sim. “Temos o suficiente. Mais que isso, temos palha que também pode ser utilizada, ou seja, o balaço térmico está todo calculado”, confirma.

William Lee Burnquist: diferente do resto do mundo


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Legislação europeia limita a produção de biocombustíveis FABIANA MARQUES,

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SÃO PAULO, SP

Os complexos critérios de sustentabilidade da legislação europeia para a produção de biocombustíveis limitam a expansão desse mercado no bloco. Essa foi a ideia principal do painel que discutiu a Legislação Europeia para Biocombustíveis, no dia 28 de junho, durante o Ethanol Summit 2013, em São Paulo. A UE planeja implantar o conceito do ILUC para medir os efeitos indiretos do uso da terra na produção dos biocombustíveis. Segundo esse conceito, os bicombustíveis não só avançam sobre as culturas de alimentos, como fazem com que essas culturas sejam movidas a novos locais, aumentando a emissão de gases de efeito estufa. Os modelos utilizados para a realização desse cálculo são questionáveis e ainda não há consenso sobre o assunto. Para Géraldine Kutas, assessorasênior da presidência da União da Indústria de Cana-de-açúcar o risco do ILUC é simplesmente acabar com o mercado europeu de biocombustivel. Segundo o CEO da ePure, Robert Vierhout, os critérios são muito rigorosos. “O perfeito é inimigo do bom. Enquanto lutamos tanto para fazer os biocombustíveis serem perfeitos, os fósseis continuam a ser produzidos sem qualquer exigência do tipo”, ressaltou. A deputada europeia pela Dinamarca, Britta Thomsen, ressaltou que não é fácil elaborar novas leis. “Temos países diferentes com realidades diferentes na Europa, são 20 membros para concordar quando fazemos uma legislação. Mas sabemos que é preciso reduzir a emissão de gases de efeito estufa e ampliar a agricultura, além de adequar a demanda às alterações do uso do solo,” finalizou.

Géraldine Kutas: risco de fim do mercado europeu de biocombustível


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Odebrecht Agroindustrial prevê investir R$ 1 bilhão nesta safra A Odebrecht Agroindustrial, empresa da Organização Odebrecht que atua na produção e comercialização de etanol, energia elétrica e açúcar, completou seis anos de atuação no setor sucroenergético no mês de julho. A empresa, que tem nove unidades nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, emprega hoje 17 mil pessoas, e já ocupa a segunda posição entre os maiores produtores de etanol do país. Nesta safra, a previsão é de que a Odebrecht Agroindustrial invista cerca de R$ 1 bilhão para aumentar a área plantada em mais de 100 mil hectares. Este montante também inclui investimentos significativos a serem realizados pela empresa na área industrial das unidades. Entre as mudanças, está prevista a instalação de novas unidades de desidratação de etanol nas Unidades Santa Luzia, do polo Mato Grosso do Sul e Costa Rica, do polo Taquari, ambas localizadas no estado de Mato Grosso do Sul, que aumentarão a capacidade de produção de etanol anidro nas unidades, permitindo melhor flexibilidade do mix de produtos e, assim, aproveitar as oportunidades de negócio. As duas fábricas devem ser inauguradas ainda nesta safra. Já na Unidade Rio Claro, em Goiás, será desenvolvido um projeto de Manejo de Cana Irrigado, que deve melhorar a produtividade, por meio da introdução de um sistema de

Colaboradora da Usina Alto Taquari, do Grupo Odebrecht

irrigação por pivô em uma área de cerca de 5 mil hectares. Além disso, projetos de melhoria de eficiência energética, por meio da separação e recuperação da palha de cana a seco estão sendo executados em três unidades: Alto Taquari, localizada em município homônimo no Mato Grosso, Conquista do Pontal e Santa Luzia. A previsão é que as nove unidades da Odebrecht Agroindustrial totalizem a moagem de 25 milhões de toneladas de cana, 29% a mais que o volume processado na safra 2012/2013, o que a permitirá produzir 1,78 bilhão de litros de etanol, cogerar 2,7 mil GWh de energia elétrica e fabricar mais de 580 mil toneladas de açúcar.

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Safra do Grupo Zilor é afetada O Grupo Zilor registrou na safra 2012/13, encerrada em 31 de março, um prejuízo líquido de R$ 79,367 milhões, ante o lucro líquido de R$ 7,292 milhões do ano fiscal anterior, no qual foram contabilizados 15 meses de operação, e não 12. De acordo com a empresa, além dessa diferença de três meses, o resultado foi impactado por prejuízos

no canavial, que foi negativo em R$ 89,4 milhões. Caso contrário, o resultado de 2012/13 teria sido um lucro líquido de R$ 10,1 milhões. A receita líquida do grupo paulista também diminuiu - de R$ 1,7 bilhão nos 15 meses encerrados em 31 de março de 2012 para R$ 1,4 bilhão nos 12 meses findos em março deste ano.

Usina Coruripe tem moagem diária recorde A safra 2013/14 das unidades mineiras da Usina Coruripe vêm registrando valores recordes. Em 26 de junho, as unidades comemoram a moagem, em um único dia, de quase 50 mil toneladas de cana. A moagem diária programada era de 47 mil toneladas. No entanto, o número chegou a 49.963 toneladas de cana moída, um aumento de 6,3%. Campo Florido moeu 18.753,20 toneladas, Iturama esmagou 17.398,64 toneladas, Carneirinho chegou a 7.142,04 e Limeira do Oeste a 6.603,04 toneladas. “Acredito que seja um recorde de moagem no Grupo Tércio Wanderley, alcançado por meio de muito trabalho. Por

isso, parabenizo a todos os colaboradores”, disse o diretor presidente da Coruripe, Jucelino Sousa. Para a equipe de produção da empresa, esse resultado se deve à interação entre as áreas industrial, agrícola, de fornecedores de cana e de prestadores de serviços. “Os canaviais também estão apresentando uma maior produtividade, impactando no melhor desempenho dos equipamentos. Somando-se a isto, temos uma melhoria expressiva em nossa logística de transportes, ou seja, dimensionamentos, conservação de estradas, talhonamento das áreas, entre outros fatores”, explicou Marcos Jorgi, gerente corporativo Agrícola.


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SAÚDE & SEGURANÇA

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Grupo discute ações do Ministério do Trabalho GSO realiza 2º Seminário de SST, recebe cerca de 150 participantes e debate auto de infrações ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

O GSO – Grupo de Saúde Ocupacional realizou em 28 de junho seu 2º Seminário de SST, quando cerca de 150 profissionais de usinas de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás estiveram presentes. O evento, que aconteceu na Usina Guaíra, localizada no interior paulista, é voltado para engenheiros de segurança do trabalho, médicos do trabalho, técnicos de segurança do trabalho, técnicos e auxiliares de enfermagem do trabalho e profissionais do meio ambiente. O presidente do GSO, Mário Márcio, explicou a forma com que os organizadores elencaram os temas debatidos. “Todos têm o seu grau de importância dentro do setor sucroenergético. A questão de segurança no trabalho pode-se dizer que melhorou no segmento, não só no estado de São Paulo, mas em todo o país. Contudo, ainda temos muito a fazer. É preciso fazer a lição de casa e debater assuntos que contribuam para a conscientização e aprendizado do setor”, explicou. Na programação estiveram temas como ações do MTE - Ministério do Trabalho e Emprego, o programa de prevenção de riscos ambientais e pontos relacionados a NR12. “No caso das ações do MTE nós apresentamos as regiões de maior incidência de notificações, auto de infrações, além dos itens mais complicados da NR31. Temos que manter o cumprimento da legislação vigente,

evitando assim aborrecimentos com a justiça do trabalho”, afirmou o presidente do grupo. Questionado sobre a importância do evento, que vem se consolidando no segmento, Mário aponta o momento de retomada vivido pelo país como exemplo para mudanças no setor canavieiro. “É hora de discutirmos assuntos pertinentes para elevar o grau de conhecimento e levar sugestões de melhorias para as empresas. Temos que aperfeiçoar as ações dia a dia”. O GSO, fundado em 1986, realiza reuniões bimestrais com a finalidade de trocar experiências na área e fornecer subsídios para capacitação e aprimoramento profissional. O grupo conta com representantes de usinas, companhias agrícolas, fornecedores e prestadores de serviços do setor, consultorias e entidades públicas e privadas de Segurança e Saúde no Trabalho.


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PRODUÇÃO

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Anuário da Cana 2013 é lançado em evento concorrido ProCana Brasil chega a 19ª edição do mais completo exemplar do setor sucroenergético ANDRÉ RICCI,

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SÃO PAULO, SP

A ProCana Brasil lançou a aguardada 19ª edição do Anuário da Cana, publicação considerada a “Bíblia do Setor”. O lançamento aconteceu, como já se tornou tradição, no Ethanol Summit, evento promovido pela Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, em São Paulo, capital, nos dias 27 e 28 de junho. O Ethanol Summit é um dos principais eventos do mundo voltado às energias renováveis, particularmente o etanol e os produtos derivados da cana-de-açúcar. Nomes como Elizabeth Farina, presidente da Unica; Marcus Vinicius Pratini de Moraes, ex-ministro da Agricultura; João Guilherme Ometto, empresário do setor sucroenergético; estiveram presentes para a apresentação do Anuário da Cana 2013. “A nação brasileira, no campo econômico, tem dois problemas. Um é logística e o outro é marketing. O que o Anuário da Cana faz é divulgar o trabalho realizado pelo setor sucroenergético ao longo do ano. E não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro.

Façam mais! O Brasil precisa disso, ação”, disse o experiente Marcus Vinicius Pratini de Moraes. Nesta edição 2013, o Anuário da Cana

traz algumas novidades que o mercado apresentou ao longo da safra. A Usina Paraíso Bioenergia, por exemplo, foi incorporada ao Grupo Tonon Bionergia,

que detém as usinas Santa Cândida, em Bocaina, SP, e Vista Alegre, em Maracaju, MS. Com a negociação, o desempenho da Tonon subirá para 8 milhões de toneladas de cana nas três usinas já na safra 2013/14. Com isto, a capacidade da Tonon será expandida até atingir 9,5 milhões de toneladas de cana em 2015/16. Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul – Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul, destacou a praticidade oferecida pela publicação. “Temos alguns ícones e o Anuário da Cana com certeza é um deles. Digamos que ele seja o “Google” do setor sucroenergético. É fácil de consultar, bem feito e didático. Além de bem preparado, extenso e completo”, explicou. A publicação traz em um único exemplar todas as informações sobre as produções de cana, açúcar e etanol da maioria das usinas do país. Resumos estaduais dos ciclos, rankings, mapas com a localização das usinas e destilarias e um guia de fornecedores também fazem parte do conteúdo. Impresso em português e inglês, o Anuário da Cana é editado pela ProCana Brasil, empresa que administra o JornalCana, revista Bio&Sugar, além de promover o Prêmio MasterCana. Interessados em adquirir o exemplar, acessem este link: https://lojas.tray.com.br/loja/produto-107935-1126anuario_da_cana_2013


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ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO

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Nova ‘rádio-peão’ pode ser solução na comunicação Canal deve funcionar na frequência correta e ter ‘locutor’ alinhado com a empresa RENATO ANSELMI, FREE

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LANCE PARA O

CAMPINAS, SP

JORNALCANA

A informação deve ser transmitida para o receptor de uma maneira bastante clara e objetiva. Caso contrário, poderá gerar problemas no ambiente de trabalho. Isto parece óbvio, mas nem sempre é colocado em prática de uma forma eficaz. Afinal, quem não conhece os estragos causados pelo “telefone sem fio” no relacionamento interpessoal? E os transtornos gerados pela rádio-peão que divulga muitos boatos e buchichos? O processo de gestão da comunicação interna das organizações deve criar mecanismos para evitar turbulências na transmissão de mensagens. A fofoca deve ficar inclusive fora do ar. É preciso transformar a “rádio-peão” em aliada, sugere o publicitário Gustavo Ibide, sócio-diretor da Lappis Comunicação, de Assis, SP. Segundo ele, a empresa costuma considerar esse funcionário, que gera os boatos, quase como inimigo. E, em diversos casos, avalia a possibilidade de demiti-lo. Mas, há outro

caminho. A ideia é identificar o “locutor” da rádio-peão – que nem sempre é o profissional que exerce cargo de liderança – e convertê-lo a advogado da marca, propõe. Para isto, existe a necessidade de treiná-lo de forma adequada. “Esse funcionário bem treinado, com o poder de penetração que ele tem, vai divulgar as informações para os outros colaboradores de uma maneira eficiente”, comenta. Além do “locutor” da rádio-peão, o foco do treinamento deve estar voltado também ao líder que é considerado o principal canal de comunicação, porque ele consegue receber o retorno da informação. “É preciso sentir o feedback para verificar se a comunicação está sendo feita de maneira correta. Medimos isto por meio de pesquisa de clima, entrevista individual, para acertar o que precisa ser ajustado na comunicação”, observa. A preocupação das organizações não é contar com o funcionário que só fale bem da empresa. É necessário treinar o colaborador – afirma Gustavo Ibide – para que ele tenha argumento para defender a empresa quando alguém começa a falar mal dela, a partir de informações inverídicas e distorcidas, no churrasco de final de semana ou mesmo na conversa da mesa de bar. O funcionário tem que estar preparado também para atuar como advogado da marca e da organização dentro do próprio ambiente de trabalho e no relacionamento com os clientes.

Gustavo Ibide quer transformar a ´rádio-peão´ em aliada


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Mural renovado e atualizado ainda é ferramenta eficaz Não dá para deixar nesta mídia o mesmo cartaz, a mesma informação por 45 ou 50 dias Se a informação não for divulgada de uma maneira clara dentro da empresa, cada um vai contar para o outro do jeito que entendeu e interpretou, alerta Gustavo Ibide, diretor da Lappis. De um jeito ou de outro, a notícia ou o boato acaba se espalhando no ambiente de trabalho e, em diversos casos, gera burburinho e confusão. Por isso, o processo de comunicação interna deve criar canais e ferramentas que utilizem informações fornecidas por fontes oficiais. Tudo deve ser divulgado de forma direta e objetiva para que o colaborador não tenha dúvidas, incluindo a comunicação – exemplifica – de medidas relacionadas ao programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), da campanha interna de prevenção de acidentes e até o esclarecimento de alguma notícia, veiculada na mídia sobre a empresa, que não é verdadeira. Além de contar com os líderes e os locutores convertidos da “rádio-peão”, a comunicação interna deve utilizar canais antigos, de uma maneira renovada, e mídias novas. O velho e conhecido mural ainda funciona bem. Ele resiste ao tempo. Mas, é preciso atualizar sempre as informações, nem que seja para publicar dicas de saúde ou de segurança, caso não haja notícia nova relacionada diretamente à atividade, observa. “Não dá para deixar no mural o mesmo cartaz, a mesma informação por 45 ou 50 dias”, diz. Outra preocupação em relação a esta mídia deve estar relacionada ao layout que precisa chamar a atenção do

colaborador. “O mural feito em Word, impresso em preto e branco, com a assinatura ‘a direção’, o ‘gerente’, é uma coisa ultrapassada”, afirma Gustavo Ibide, que tem especialização em criação e design gráfico. Segundo ele, um dos recursos para tornar o mural mais dinâmico é a utilização da ilustração,

principalmente para o pessoal da área agrícola, trabalhando a questão mais lúdica que pode estar associada também a criação de um personagem usado em cartilha e gibi. “Esse personagem pode ser utilizado posteriormente no mural, dando dicas de saúde, por exemplo. Isto funciona muito bem. O resultado é bem interessante”, enfatiza. (RA)


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Projeto na área deve considerar verba, público e linguagem Setor de comunicação conta com diversidade de ferramentas que incluem jornal interno e mídias eletrônicas O jornal interno – conhecido também como house organ – é outra ferramenta que está sobrevivendo à invasão de mídias eletrônicas. Cumpre um papel importante no processo de comunicação interna, ao mesmo tempo que possibilita a divulgação de notícias e iniciativas da empresa para a comunidade. O colaborador leva o jornal, o folder e o panfleto para casa, criando condições para que a família tenha acesso a informações referentes à empresa, afirma Gustavo Ibide, da Lappis. A veiculação de programas periódicos de rádio ou televisão no refeitório é outro recurso – sugere – que pode ser utilizado para dinamizar a divulgação de informações. De acordo com ele, há empresas que usam o SMS para difundir informações no celular corporativo. Em alguns locais, o colaborador pode baixar aplicativos no celular para acessar informações sobre salários, faltas e notícias da empresa. “Temos atualmente bastante ferramenta para trabalhar”, constata. No caso de unidades sucroenergéticas é possível utilizar basicamente os mesmos canais de comunicação nas áreas industrial e agrícola. “Tem coisa que a gente precisa mudar um pouquinho por causa da linguagem utilizada para cada público É mais fácil também trabalhar com a mídia eletrônica na indústria, com a veiculação de informações por meio de programa de televisão ou e-mail”, avalia. Na área agrícola – relata – ainda é utilizado bastante material impresso. “Uma usina instalou televisão em ônibus da

House organ é outra ferramenta que está sobrevivendo

agrícola que fica rodando as notícias que antigamente eram colocadas no mural. É algo mais dinâmico. O pessoal presta mais atenção. As notícias são atualizadas a cada um ou dois dias. Existem empresas que são especializadas neste tipo de mídia”, revela.

Na avaliação dele, a instalação de tevê nos ônibus pode gerar dificuldades devido ao custo, que varia dependendo da quantidade de veículos usados pela empresa. De acordo com Gustavo Ibide, em qualquer projeto na área de comunicação é preciso considerar a verba disponível, o público, a mídia e a linguagem a serem utilizadas. (RA)

Trabalho de divulgação ajuda a reter talentos “Com o aumento da oferta de emprego, as empresas começaram a rever essa questão da comunicação interna até para criar um ambiente de trabalho agradável que contribui para manter o funcionário em sua equipe, porque hoje o colaborador que está insatisfeito, pede a conta e em três semanas está empregado de novo”, comenta Gustavo Ibide, que é também sócio da Suppra, empresa de consultoria empresarial, e da Nuvee Websystems que atua na área de desenvolvimento de sistemas web. Segundo ele, as empresas começaram a perceber que se trabalharem bem a comunicação interna, criando um bom ambiente de trabalho, conseguem deixar o funcionário satisfeito e reter talentos. “Há um investimento positivo na área de comunicação. Poderia ser melhor. Mas, a gente começa a constatar, que fornecedores de cana inclusive – que são pequenos – estão preocupados não somente com a comunicação interna, mas com a realização de um trabalho de divulgação junto à comunidade”. afirma. De maneira geral, os investimentos na área de comunicação em usinas e destilarias têm aumentado – avalia – mesmo nesses anos mais difíceis de crise no setor. As iniciativas nessa área têm também a finalidade de atrair jovens para o quadro de funcionários das empresas sucroenergéticas que são localizadas, na maioria dos casos, em cidades pequenas. É que eles demonstram interesse, em diversas situações, em atuar profissionalmente nos grandes centros urbanos, como na cidade de São Paulo. (RA)


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Usinas e destilarias precisam contar o que está sendo feito Mídias sociais também desempenham um papel estratégico na comunicação externa O trabalho de comunicação externa deve ser constante, afirma Gustavo Ibide. “As unidades e grupos sucroenergéticos investem na questão social, ambiental e muitas vezes isto não é divulgado. A usina acha que o fato de desenvolver projetos nessas áreas, já basta”, relata. Não contar o que está sendo feito – diz – é criar condições para que as matérias negativas, que nem sempre retratam a realidade, continuem existindo. As ações na área de comunicação externa devem incluir a produção e o envio de releases para a mídia especializada e regional. É necessário manter um bom relacionamento com os veículos de comunicação. “Procuramos trabalhar sempre a questão da geração de empregos, proteção do meio ambiente, mostrando isto da maneira mais leve possível”, observa. As mídias sociais também desempenham um papel estratégico na comunicação externa, principalmente no contato direto com os clientes e moradores da comunidade onde a empresa está inserida. “Aconselhamos qualquer cliente, de qualquer segmento, que a rede social deve ser utilizada”, afirma. Mas, isto deve ocorrer desde que a empresa – recomenda – tenha um profissional para fazer a gestão dessa ferramenta ou contrate um terceirizado para a realização desse trabalho. “Se a empresa receber uma crítica, um elogio, ou mesmo um pedido de esclarecimento e isto ficar quatro, cinco, seis, dez dias sem resposta, é muito negativo”, comenta.

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Thais Sanches Franzi: uso de página do Grupo Arakaki no Facebook

Arakaki utiliza Facebook para se aproximar da comunidade e dos colaboradores A rede social tem sido um recurso cada vez mais utilizado por empresas do setor sucroenergético. A página do Facebook do Grupo Arakaki – proprietário da Destilaria Alcoeste, de Fernandópolis, SP – tem sido estratégica para a empresa manter um canal de relacionamento com o público externo e interno. “Desta forma, nos aproximamos da comunidade e dos colaboradores”, afirma Thais Sanches Franzi, coordenadora do departamento de comunicação e marketing do grupo. Todas as campanhas realizadas pela empresa – informa – são veiculadas nessa página. “Aproveitamos o gancho dessas iniciativas para divulgar as boas atitudes do grupo em relação aos funcionários, ao meio ambiente, além de outras ações sociais”, ressalta. (RA)

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Canais são formatados de acordo com as necessidades Ferramentas usadas na área de comunicação atendem público heterogêneo que mescla classes sociais e faixas etárias distintas Ações relacionadas à sustentabilidade, responsabilidade social e até mesmo decisões importantes voltadas ao setor industrial e corporativo estão entre os assuntos divulgados para o público externo a partir do trabalho desenvolvido pela área de marketing e comunicação do Grupo Arakaki (Destilaria Alcoeste), de acordo com Thais Franzi, que é coordenadora desse departamento. Releases enviados aos veículos de comunicação da mídia regional e especializada, mídia externa (outdoor, anúncios em jornais) mídia digital (e-mail marketing, fan page no Facebook e site) são as ferramentas utilizadas para a divulgação das ações do grupo que atua em diversos segmentos, como agroindústria, comércio e serviço. O Informativo Grupo Arakaki, de tiragem trimestral, é um dos destaques do trabalho desenvolvido pelo departamento de

marketing e comunicação. Com tiragem de 2.500 exemplares, o informativo é direcionado ao público interno, fornecedores e parceiros comerciais. Publica notícias relacionadas às principais atividades do grupo no período. Para a divulgação de campanhas institucionais, nas áreas de saúde, meio ambiente e segurança do trabalho, o departamento de comunicação e marketing utiliza diversos recursos, como jornal mural e cartazes nos ônibus. “O público interno das usinas de cana-de-açúcar é heterogêneo, mesclando classes sociais e faixas etárias distintas, por isso, os canais de comunicação são formatados de acordo com as necessidades”, comenta Thais Franzi, que é formada em Publicidade e Propaganda e pós-graduanda em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais. Os lideres da área agrícola também cumprem um papel importante na divulgação de informações para os trabalhadores desse segmento. Eles participam de reuniões, organizadas pelo departamento de marketing e comunicação da Alcoeste, que têm o objetivo de “abastecê-los” com informações que são repassadas para os demais funcionários. Folders, panfletos, buzz marketing, newsletters também são ferramentas usadas no processo de comunicação interna. (RA)


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Engajamento é essencial para que ações sejam bem-sucedidas Área de comunicação atua como ponte, levando a informação de um lado para outro, de forma ágil, eficaz e transparente Para que o trabalho na área de comunicação seja bem-sucedido, é fundamental o envolvimento da alta direção até o funcionário que está no campo preparando o plantio, afirma Grécia Alves Santos, coordenadora de Comunicação e Marketing da Noble Brasil. Segundo ela, é preciso saber quais são as necessidades e os interesses dos colaboradores da empresa. “À direção cabe definir os objetivos a serem atingidos”, diz. A área de comunicação, que define qual é a melhor estratégia para cumprir as metas estabelecidas, precisa ter o aval da alta diretoria para desenvolver projetos e programas que atendam a todos. O engajamento dos funcionários é considerado importante também para o aprimoramento de todo o processo de comunicação. “O nosso maior objetivo é ser o elo entre os funcionários e a empresa. Atuamos como a ponte, levando a informação de um lado para outro, de forma ágil, eficaz e transparente”, diz a coordenadora da área que é responsável pela comunicação interna e externa, marketing e eventos da Noble Brasil que atua em vários segmentos como café, combustíveis limpos, algodão, carvão, grãos, fertilizantes e logística, além de usinas de açúcar, etanol e energia. Para isto, há a utilização de ferramentas como murais, displays de mesa, jornal interno, informativo online mensal, boletim

Grécia Alves Santos, da Noble Brasil: “Atuamos como ponte”

semanal, além de contar com um programa de sugestões e uma ouvidoria interna. Outra ferramenta é um programa de rádio, implantado no ano passado, que é voltado a todos os trabalhadores do campo. A atuação dessa área é bem abrangente. “Cuidamos de todas as divulgações, incluindo desde os “aniversariantes do mês” até mensagens do CEO (Chief Executive Officer) da empresa. Somos responsáveis por toda a identidade visual da empresa, desde a fachada até o layout do cartão de visita”, detalha Grécia Santos, que tem formação em Publicidade e Propaganda e MBA Executivo em Comunicação e Marketing. De acordo com ela, a área de comunicação está diretamente ligada à

direção de Recursos Humanos da Noble Brasil e é formada por uma equipe de cinco profissionais, sendo uma coordenadora, uma jornalista, um diretor de criação, uma assistente e um aprendiz. Todos os profissionais são formados ou estão cursando áreas como jornalismo, propaganda ou marketing e comunicação. “A busca por novos projetos é uma dinâmica em nossa atividade”, diz a coordenadora. Na área de marketing, o trabalho foca basicamente – informa – no desenvolvimento de ações e projetos para o produto de varejo da empresa, o açúcar Cometa, incluindo a produção de embalagem e ações para marketing de varejo. (RA)

Missão deve estar voltada ao fortalecimento da imagem da empresa “Muitos anos de inatividade da comunicação do setor sucroenergético e de bioenergia podem ter sido responsáveis pelo abismo que se criou entre o setor e o seu público”, avalia a publicitária Thais Franzi. Segundo ela, essa distância gerou uma demanda enorme de trabalho para os comunicadores, que por muito tempo estiveram sozinhos, lutando para reverter a imagem que se criou do setor. Ela considera o Projeto Agora e o Movimento Sou Agro como pontuais na transformação da opinião pública e na valorização da imagem do setor. Na opinião de Thais, a abertura de discussões e o engajamento dos profissionais de comunicação também têm sido relevantes para que haja um consenso do processo de comunicação das empresas. “Acho que a missão da comunicação no momento é fortalecer a imagem das empresas, mostrando o potencial produtivo e os investimentos em tecnologia, a preocupação com o desenvolvimento humano e a responsabilidade com o crescimento econômico do país”, enfatiza. Outro ponto de destaque da comunicação é apoiar e fortalecer – afirma – a imagem do principal produto do setor, a canade-açúcar. “Afinal, sem ela não se produz etanol nem açúcar”, observa. (RA)


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Departamento qualificado gera resultados positivos Cenário vem melhorando com o passar dos anos, mas ainda há muito a evoluir, avalia Grécia Santos As usinas têm se empenhado na profissionalização e qualificação de seus funcionários da área de comunicação. Mas, ainda é necessário que os diretores e CEOS enxerguem a área como necessária e estratégica para a organização e invistam em bons profissionais. Na prática, isso pouco acontece. Essa opinião é de Grécia Santos, que é também coordenadora do Comitê de Comunicação da Udop – União dos Produtores de Bioenergia, ao avaliar a atual situação das áreas de comunicação de usinas e destilarias. Em relação ao trabalho desenvolvido pelas entidades representativas do setor, ela considera que poderiam fazer um pouco mais, criando ações e projetos que ajudem a valorizar o profissional e a área de comunicação. “Vejo que este cenário vem melhorando com o passar dos anos, mas ainda há muito a evoluir. Premiações como o MasterCana Social e os próprios comitês de comunicação da Udop e da Unica já contribuem para este aprimoramento”, comenta. As perspectivas de investimentos nessa área são positivas, afirma Grécia Santos. “O setor começou a enxergar a necessidade de ter um departamento de comunicação qualificado e atuante para obter sucesso nos negócios”, diz. Segundo ela, o maior interesse do setor por essa área pode ser demonstrado, por exemplo, pelo aumento em quase 100%, de 2011 para 2012, no número de participantes da sala de comunicação do Congresso de Bioenergia da Udop que debate diversos temas relacionados à atividade sucroenergética. (RA)

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Comitê desenvolve ações para alavancar áreas de comunicação Em relação ao comitê da Udop, Grécia Santos afirma que o principal desafio é encontrar ferramentas e desenvolver ações que possam alavancar a atuação das áreas de comunicação do setor sucroenergético. Como primeira ação concreta, o comitê está realizando uma pesquisa junto a todas as usinas e grupos para averiguar como eles enxergam a comunicação. “A pesquisa deverá revelar quantos profissionais são demandados na área, se todos são qualificados para o trabalho em comunicação e se a comunicação é estratégica nestes grupos. Com os resultados queremos nortear a atuação do comitê para que suas ações tragam resultados efetivos e mensuráveis”, informa. De acordo com ela é preciso mostrar a importância da comunicação para as empresas. “Para isso, é necessário mostrar nosso trabalho, o que fazemos, o quanto contribuímos para o sucesso do negócio. É a comunicação que trabalha para que a empresa tenha uma identidade visual e uma marca forte perante a sociedade, o governo e o seu próprio funcionário. Se a empresa não souber se comunicar, nem mostrar de forma positiva suas ações, está fadada a ser esquecida pelo mercado”, enfatiza. (RA)


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Com apoio da Nardini, atleta vence Meia Maratona do Rio No último dia 7 de julho, o atleta catanduvense Altobeli Santos da Silva, da Equipe Matilat Nardini, venceu a Meia Maratona da Cidade do Rio de Janeiro. Com o tempo de 1h04min02, o fundista de Catanduva deu fim a um jejum de vitórias brasileiras na prova ao subir ao lugar mais alto do pódio, já que desde 2008 os corredores africanos vêm dominando a prova. Há cerca de um mês, Altobeli também

passou a treinar na equipe Pé de Vento, uma das mais respeitadas do país. Henrique Vianna, chefe da equipe, se mostrou confiante em relação ao novo atleta. “Temos um protocolo para identificar os talentos de cada atleta. No caso do Altobeli, identificamos que ele possa vir a conseguir uma medalha olímpica para o Brasil”. A Meia Maratona da Cidade do Rio de Janeiro reuniu cerca de 22 mil corredores de 61 países na orla da cidade.

Altobeli Santos da Silva quebrou a invencibilidade de 5 anos dos africanos

Usina Estiva participa da 27ª Festa da Apae A 27ª Festa da Apae, que ocorreu de 5 a 7 de julho no Recinto de Exposições, em Novo Horizonte, interior de São Paulo, repetiu o sucesso dos anos anteriores. Mais uma vez, as voluntárias Jandira Zeviani, Umbelina Perreira, Maria Helena Correa e Maria José Balboena trabalharam na barraca de Crepe Suíço, com o apoio dos colaboradores da Usina São José da Estiva. Todos os ingredientes dos crepes foram doados pela Usina Estiva e a renda total revertida para a Apae. “A receita desenvolvida pelas voluntárias é um dos segredos deste sucesso. A finalidade desta festa, que é a de ajudar a Apae, sempre nos estimula”, conta Rose Guerra, que trabalha no setor de Responsabilidade Social da usina. A festa contou também com várias barracas na praça de alimentação e atrações variadas. Um dos mais esperados momentos foi a realização do tradicional leilão de gados.

Voluntárias Jandira Zeviani, Umbelina Perreira, Maria Helena Correa e Maria José Balboena

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Abengoa inaugura planta de conversão de resíduos em biocombustíveis No fim de junho, foi inaugurada em Babilafuente (Salamanca - Espanha), uma planta de conversão de resíduos sólidos urbanos em biocombustíveis da Abengoa. A planta tem a capacidade de processar 25.000 toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), e produz 1.500 litros de bioetanol. A solução promete reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e as emissões e maximizar a recuperação da fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos e evitar o aterramento de mais de 80% dos resíduos sólidos urbanos. Segundo a empresa, o processo de conversão consiste em um tratamento combinado de fermentação e hidrólise enzimática, onde a matéria orgânica se submete a diversos tratamentos para se transformar em uma fibra orgânica rica em celulose e hemicelulose, que depois serão convertidas em bioetanol.


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´Etanol 2G é inviável para a realidade atual do setor brasileiro´ Produção deve ser focada em etanol de cana-deaçúcar, diz Paulo Strini, da Bioenergética Tonon ALESSANDRO REIS,

DE

‘Campanha publicitária pode fracassar’ O gerente comercial corporativo da Bioenergética Tonon, Paulo Strini alertou que a campanha publicitária promovida pela Unica - União da Industria de Cana-de-açúcar, cujo lema é “Etanol, o combustível completão” pode não corresponder ao resultado esperado. A causa, de acordo com o palestrante, é que se a moagem e quantidade de cana produzida forem semelhantes ou inferiores à da safra passada, não haverá produção de etanol suficiente para suprir a demanda, sobretudo no período de entressafra. “Existe uma determinação do governo, uma portaria da ANP, que obriga as unidades produtores a terem contratos de estoque de álcool hidratado. Portanto, há um certo volume que precisa ser produzido, e de acordo com estimativas atuais, a produção não irá atender a demanda. Isto faz com que o preço do etanol em relação a gasolina deixe de ser atrativo”, explica Paulo Strini. “Esta realidade confirmada joga por terra todo esforço da campanha publicitária, que está custando à entidade, ao que parece, cerca de 20 milhões de reais”, concluiu.

SERTÃOZINHO, SP

O desenvolvimento do etanol de segunda geração, como o celulósico, por exemplo, é inviável para a realidade do setor brasileiro nos próximos anos, de acordo com o gerente comercial corporativo da Bioenergética Tonon, Paulo Strini. Durante palestra realizada em Sertãozinho, SP, em 21 de junho, Paulo Strini explicou que sua conclusão não se baseia em uma questão tecnológica, mas na rentabilidade dos custos de produção. Para ele, os processos e rendimentos industriais não são compatíveis com os alcançados com o álcool de cana. “O desempenho das plantas é inferior, com um custo incompatível com o que se tem na produção do álcool derivado da cana. Não é a vocação do setor brasileiro produzir etanol de segunda geração. Acredito que nosso foco é produzir etanol de cana, que é um biocombustível que possui características equivalentes ao etanol celulósico, com uma tecnologia amplamente dominada e com um custo compatível”, explica. No entanto, Paulo Strini sugere, que algumas regiões do país podem investir na produção do etanol 2G, como no cerrado, por exemplo, onde se encontra uma limitação para plantio de cana.

Paulo Strini: processos e rendimentos industriais incompatíveis


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Robotização de chapiscos de moenda gera eficiência e economia de 40% Tecnologia é tendência nas usinas modernas e realidade na área industrial da Barralcool ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A robotização já é uma realidade na área industrial das usinas que buscam eficiência e sustentabilidade. Foi isso que aconteceu na Usina Barralcool de Mato Grosso, que decidiu optar pela robotização para realizar a tarefa do chapiscos das moendas na safra e entressafra. Segundo José Raimundo, gerente industrial da unidade, com a tecnologia os custos de aplicação nas seis moendas reduziram 40%. Agora a antiga fumaça de solda, calor e as luzes que afetavam o colaborador deram lugar a um robô que realiza a tarefa em tempo real. Ele explica que a tecnologia foi empregada para melhorar a eficiência do processo de chapisco e para dar continuidade nas aplicações de forma planejada, envolvendo os colaboradores diretos, distribuindo as tarefas de forma organizada em uma sequência lógica para que a camisa de moenda nunca perca sua rugosidade. “Aquele serviço manual foi substituído, sem desperdícios de tempo e de material, pois muitas vezes o eletrodo

Robô de chapisco em ação e Valdir e José Raimundo: segurança e maior salubridade

não era 100% aproveitado”, revela. Raimundo lembra que o processo de chapisco robotizado é mais seguro para os colaboradores, autossustentável e totalmente salubre."A experiência de nossa equipe tem mostrado que mesmo em pouco tempo de uso, já conseguimos aumentar consideravelmente a recuperação de açúcar no bagaço e também reduzir o volume em Gr/Tc de solda. É uma tecnologia de ponta que está em uso, com ganhos significativos na safra

2013/14", diz. O gerente diz que foi investido R$ 180 mil na nova tecnologia. “O sistema robotizado de aplicação de chapisco em moenda é de alta performace, por isso para moer mais temos que chapiscar para haver a transferência de bagaço entre os ternos. Esta quantidade de chapisco é uma inspeção visual , que observa-se pelo não retorno do bagaço produzido de um terno para outro, e sim na transferência, permitindo que a moenda atinja sua

capacidade máxima projetada”. Ele ressalta que a empresa tinha seis soldadores e hoje tem apenas dois, que são responsáveis pelo Robô. Atualmente a empresa consegue realizar em 12 horas o chapisco de todos os rolos superiores e mais 12 horas dos inferiores. “O custo caiu também porque antes tínhamos um soldador para cada moenda e agora apenas dois. Na safra ele faz chapisco e na entressafra, além do chapisco, faz as bases, laterais e picote”, lembra.


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Arame tubular é melhor do que o antigo eletrodo De acordo com Valdir Luiz dos Santos, líder de caldeiraria, depois que foi programado, o robô faz sua função continuamente e o material aplicado agora é arame tubular, melhor do que o antigo eletrodo. “Sua durabilidade e sua qualidade é muito superior, ou seja, cerca de 40 a 42% mais durável e mais eficiente do que o eletrodo. Além disso, o Robô tem longarina de alumínio e o corpo de metal resistente. Essa ideia foi muito bem-vinda entre os colaboradores”, lembra. Para Célio José Gonçalo, soldador operador de robô, que já sentiu na pele a antiga função, a novidade facilitou o trabalho e gerou maior eficiência na extração do caldo. “Observamos e operamos o Robô através de um comando e observamos se ocorre alguma intercorrência. Continuamente precisamos trocar algum bico de contato, mas essa tecnologia foi um bem para os soldadores que hoje sofrem menos, é uma grande benfeitoria. Estou muito feliz por saber que a empresa está investindo nos colaboradores e nas tecnologias de primeiro mundo”, enfatiza. (AM)

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Simpósio de Alagoas completa 30 anos e Fersucro, 10 Nos dias 02 a 05 de julho passados foi realizada a 10ª Fersucro juntamente com a 30ª edição do Simpósio da Agroindústria de Cana-de-açúcar de Alagoas, os maiores e mais tradicionais eventos voltados para o setor sucroenergético realizados na Região Nordeste do Brasil. Para o Presidente da Stab Leste, o engenheiro Agrônomo Cândido Carnaúba, ao completar dez anos de existência a Feira é um evento consolidado nacionalmente e é hoje uma das maiores oportunidades que o setor possui para a geração de negócios, assim como o Simpósio, que é reconhecido como um dos maiores eventos técnicocientíficos do País e é organizado em parceria pela Stab Leste e o Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas, a Ufal, instituição que abriga um dos

Participantes do 30º Simpósio em Maceió, AL

Cândido Carnaúba durante a abertura da 10ª Fersucro

centros de pesquisas da Ridesa, que é voltada para o melhoramento de variedades de cana-de-açúcar. Os eventos foram realizados nas dependências do Centro de Convenções “Ruth Cardoso”, localizado no bairro do Jaraguá, em Maceió-AL e tiveram a participação de mais de 7.000 visitantes entre empresários, técnicos, profissionais e interessados.. Empresas como Areva, TGM, General Electric, além de distribuidores das máquinas agrícolas Case, John Deere, Santal e Valtra estiveram presentes na mostra. O Simpósio reuniu mais de 700 inscritos durante os três dias de palestras, com temas divididos entre a área comum, onde foram apresentadas as perspectivas para o setor, a área industrial, voltada para tecnologias e equipamentos para a produção de açúcar, etanol e geração de energia elétrica, a área agrícola, com foco nas novas variedades de cana, defensivos, herbicidas e

técnicas de cultivo e manejo da lavoura e a área administrativa onde foram abordados temas ligados aos recursos humanos e gestão do setor sucroenergético. Na abertura do evento, Cândido Carnaúba agradeceu a presença dos empresários, engenheiros, técnicos e participantes. Em seguida, sob a coordenação de Carlos Lyra Lopes de Farias, Marcos Jank, expresidente da Unica palestrou sobre o tema “A Problemática do Etanol e seus Desdobramentos”, destacando as perspectivas do setor sucroenergético no cenário nacional e mundial. Para o próximo ano, Cândido Carnaúba prevê que uma vez completados 10 anos de Fersucro, e 30 anos do Simpósio, o brilhantismo seja ainda maior, consolidando ainda mais o lugar de destaque que hoje ocupam esses eventos, como área de negócios e difusão de tecnologia especialmente dedicados ao setor sucroenergético.


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10ª FERSUCRO RENOVA A TECNOLOGIA DO NORDESTE


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Novos horizontes para a CSJ Instalada em Piracicaba, uma das mais importantes regiões industriais do país, no setor de indústria de base, a CSJ Metalúrgica, empresa que acumula uma tradição de qualidade em produtos para o segmento de açúcar e etanol e outras matrizes energéticas como petróleo, eólica e termelétricas, vem traçando caminhos para novos horizontes. “Quando há um ano e meio atrás assumimos a direção da empresa, criamos um plano de superação que envolveu a criação de diversas ações específicas, que denominamos de módulos. Uma delas foi trazermos profissionais de mercado para reforçar nossa equipe de atuação. Outro objetivo foi transformar a empresa de cooperativa, como estava constituída, em S.A, o que foi plenamente alcançado”, explica Mário Mendes, presidente da CSJ. “O passo seguinte foi equacionar e criar um mecanismo de gestão para passivos existentes da administração anterior da empresa e também se lançar à busca de novos clientes, bem como a recuperação de clientes tradicionais, notadamente na área de óleo e gás, área onde a empresa já detinha uma tradição de atuação desde a década de 90”, complementa Mendes. Após um ano de trabalho árduo fazendo frente a esses desafios, a empresa agora está engajada em realizar captação de recursos por diversas modalidades

financeiras, que inclui a participação de fundos de pensão e de participação por cotas. Os resultados positivos obtidos pelas ações promovidas pela diretoria da empresa não tardaram a aparecer, como fornecimentos para clientes como a Raízen, Bunge, J.Pillon, Areva (Usina Seresta), Usina Santa Adélia, Ferrari, Usina Santa Lúcia, entre outros para o segmento sucroenergético e também para grandes empresas de óleo e gás, como a Aker Solutions, Cameron e Fluke. Na área de geração e distribuição, a CSJ também detém uma ampla carteira de tanques para transformadores de tensão de grande porte em fornecimento para a ABB. Segundo Alexandre Klefenz, diretor Comercial da CSJ, um passo importante para atendermos as exigências de qualidade de nossos clientes, foram as renovações das certificações ISO 9001:2008 e também Asme, Selo “U” para vasos de pressão. Klefenz comemora o fato de que além desses fornecimentos, há um significativo volume de cotações também para o mercado externo, para países da América Latina e África. A CSJ está também desenvolvendo novos produtos e aprimorando os projetos existentes e que já são reconhecidos no mercado pela performance e qualidade, adquirida durante anos de experiência.

Corpo de diretores da CSJ Metalúrgica: Veridiana Schmidt, Mário Mendes, Alexandre Klefenz e Sílvio Moraes

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Usina São Martinho: unidades estão sendo transformadas em complexos energéticos

Nova edição do ISSCT traz uma visão do futuro FULVIO PINHEIRO MACHADO CONSULTOR

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O 28º Congresso do ISSCT – International Society Of Sugar Cane Technologists, realizado em junho passado trouxe um enorme número de trabalhos que abrangeram todas as atividades relacionadas com a produção de açúcar, etanol e produtos derivados a partir de matérias-primas como a cana-de-açúcar e a beterraba. Em cinco painéis diários foram abordados os temas ligados à engenharia agrícola, agronomia, melhoramento, entomologia, biologia molecular, coprodutos, engenharia de fábrica,

processos e gestão, além daqueles denominados de plenário ou área comum. Dentre esses temas foram apresentados trabalhos práticos de constatação na fábrica ou no campo e também trabalhos de pesquisa acadêmica que trouxeram uma contribuição importante para a melhor compreensão de todas as atividades multidisciplinares envolvidas na moderna indústria sucroenergética. Nos trabalhos plenários foi possível notar que cada vez mais se buscam alternativas para a produção de produtos derivados da cana, como é o caso da gaseificação do bagaço proposta pelo IPT através do trabalho “Engenharia Conceitual de Gaseificação do Bagaço”,

ou ainda “Perspectivas para o Desenvolvimento de Biorrefinarias de Cana-de-açúcar”, onde técnicos australianos propõem que por meio de tecnologias de fermentação ou sínteses químicas subsequentes os açúcares possam ser convertidos em combustíveis, óleos e ácidos orgânicos. Esses novos caminhos para a utilização da biomassa foram discutidos no trabalho “Introdução e Panorama da Situação Atual do Emprego da Biomassa, apresentado por S.J. Hassuani do CTC-Centro de Tecnologia Canavieira. Nesse trabalho focalizou-se o uso preliminar do bagaço na indústria como fonte de energia para a produção de vapor. Nas últimas décadas o bagaço passou a ser convertido em energia de

maneira mais eficiente, atendendo a todas as necessidades energéticas da indústria e, em alguns casos, gerando excedentes em forma de energia elétrica comercializável, proporcionando uma importante fonte de receita. Nos últimos anos, tecnologias denominadas de segunda e terceira geração têm prometido converter a biomassa em produtos mais valiosos, como biocombustíveis, químicos, fertilizantes, pellets, entre outros. Ainda há muitas expectativas e oportunidades não exploradas. Por outro lado essas tecnologias competem com a mesma biomassa fazendo com que a indústria tenha começado a questionar que caminho tomar.


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Preferência por moendas ou difusores ainda divide opiniões Em relação à indústria, a experiência brasileira com o uso de moendas e difusores foi apresentada no 28º ISSCT pela Dedini, através de um trabalho de J.L.Olivério, A.C.R D Avila, A.N.Faber e P.A.Soares. Nesse trabalho, um levantamento feito sobre a safra 2004/2005 mostrou que de um total de 347 usinas em operação, 341 haviam optado por moendas e 6 por difusores. A partir de 2003 a indústria sucroenergética brasileira cresceu significativamente, de 320 milhões de toneladas de cana processada para 620 milhões em 2010/2011 e novos projetos greenfield foram implantados. Em 2011, 455 usinas já haviam decidido sobre o sistema de extração a ser adotado, com 32 usinas já com difusores implantados ou contratados, representando 7% do total. Portanto, houve um aumento significativo de difusores e um crescimento ainda mais expressivo se considerarmos apenas os projetos greenfield definidos desde 2004, onde 108 decisões já haviam sido tomadas e 25 difusores foram implantados ou contratados, respondendo por 23,1% das escolhas. Dadas as características da indústria canavieira no Brasil, com plantas previstas para expansão e elevadas capacidades de moagem, um dos fatores que contribuíram para o aumento das opções por difusores foi o modelo modular sem correntes, que é

Difusor modular

expansível e mais facilmente aplicável para processar grandes quantidades de cana-deaçúcar. O trabalho apresentou uma análise técnica comparativa de ambos os sistemas de extração, moagem e difusão, suas características básicas, dados operacionais,

o uso recomendado e a relação entre investimentos e custos de um tandem de moendas e difusor. Considerando que o setor deverá continuar crescendo no Brasil, com projeções que indicam 1,2 bilhão de toneladas de cana a serem processadas em

2020 e cerca de 100 novos projetos do tipo greenfield implantados, o trabalho realizado pode ser oportuno para futuras decisões a serem tomadas quanto ao sistema de extração, moendas ou difusor, tanto para novas usinas como para a expansão das existentes. (FPM)


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Exposição do ISSCT inclui tecnologias agrícola e industrial Paralelamente ao 28º Congresso do ISSCT, em dependência adjacente à da apresentação dos trabalhos, foi realizada a Exposição Internacional que contou com a participação de 150 expositores, tanto da área agrícola como industrial. Como um dos destaques da área agrícola, a Case IH trouxe seu sistema de treinamento em colhedoras de cana, no qual em uma cabine semelhante à das colhedoras A8000, se pode capacitar operadores em diversos módulos de ensino progressivos. A Edra e seu sistema turn-key de distribuição de efluentes da indústria juntamente com tubulações apropriadas para vinhaça também esteve presente, assim como a Civemasa, que possui uma extensa linha de implementos para a lavoura canavieira, incluindo uma plantadora. Empresas de acessórios e componentes para colhedoras, como o Grupo Duraface e Unimil também estiveram presentes com suas linhas de reposição para as diversas marcas de colhedoras. Na área industrial, os principais fabricantes nacionais estiveram presentes ao evento mostrando seus equipamentos e as plantas instaladas, incluindo a linha completa para toda a área de processos das usinas, desde a recepção de cana até a produção final de açúcar, etanol e energia excedente na forma de cogeração.

Ná área de caldeiras, Caldema e HPB/Simisa estiveram presentes destacando seu últimos projetos em caldeiras de alta capacidade e pressão que representam o estado da arte no segmento. Em acionamentos de moendas e difusores, a Renk Zanini e a TGM estiveram presentes com as suas soluções para moendas de alta capacidade. A TGM

também apresentou suas turbinas a vapor de alta potência, equipamentos que cada vez mais participam do mercado de geração de energia na forma de cogeração. Na área de automatização e controle, a Authomathika demonstrou seu mais recente lançamento, um sensor capacitivo para chute donnelly multipontos, que atua como um touchpad, evitando assim

leituras falsas. Na área de instrumentos para laboratório, a Tecnal apresentou o analisador de bioquímicos da YSI, que opera por enzimas imobilizadas, possibilitando a determinação de sacarose, glicose, etanol, entre outros compostos, que pode ser usado para controle da fermentação. (FPM)


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Curso de caldeiras destaca 18 empresas em evento da Sinatub DA REDAÇÃO

A visão dos grupos produtores sobre a eficiência energética e os avanços tecnológicos obtidos nas gerações de vapor e de energia elétrica nas plantas

PATROCINADORES

industriais e centrais termoelétricas das usinas foi debate durante o Curso de Caldeiras, Vapor e Energia, promovido pela Sinatub, nos dias 6 e 7 de junho, em Ribeirão Preto, SP. Confira as empresas que estiveram presentes no evento:

Aliança

Barriquand

Bray

Brumazi

Caldema

Citrotec

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Empresas mostraram know-how no curso de caldeiras da Sinatub

HPB Simisa

Imbil

Metallic

Nicsa

Polifitema

Protubo

Spectra Welding

Sarco

Sumitomo

Texas

Turbimaq

Zepponi


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Embrapa identifica biomassas adequadas ao etanol 2G FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

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A procura por novas matérias-primas e combustíveis não fósseis se acentua a cada dia. Pesquisadores, biólogos, engenheiros, em diversos pontos do planeta, estão debruçados em suas bancadas avaliando tecnologias que permitam encontrar sucedâneos que possam substituir os combustíveis líquidos derivados do petróleo nos quais estão baseados todos os sistemas de transporte e locomoção do mundo atual. Com o objetivo de avaliar o potencial das matérias-primas para produção de etanol de segunda geração, a Embrapa Agroenergia, localizada em Brasília, DF, tem realizado testes com diversas metodologias já descritas no Brasil e no exterior. As análises das biomassas, que são oriundas de um projeto da empresa para identificar matérias-primas adequadas para a produção do biocombustível, são realizadas nos laboratórios da Embrapa Hortaliças e da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, ambas no Distrito Federal. “O desdobramento da celulose em glicose é fundamental para que os microrganismos consigam consumir esse açúcar e assim produzir o etanol. A quebra das cadeias celulósicas é feita pela ação de enzimas, ou por combinação entre métodos físicos, químicos e enzimáticos”, explica

uma das responsáveis por este trabalho, Cristina Machado, pesquisadora da Embrapa Agroenergia, que acrescenta: “A produção de etanol de segunda geração é de grande importância para o Brasil, pois além de ampliar a oferta do combustível, possibilita produzi-lo durante todo o ano e também em regiões onde não se planta a cana-de-açúcar”. Entre as matérias-primas já analisadas, as de origens florestais são as que têm maior percentual de celulose, embora o alto teor de lignina atrapalhe a hidrólise e comprometa o processo de produção do etanol de segunda geração. “Com estas informações, podemos desenhar os próximos passos, até a produção final do biocombustível”, destaca Dasciana Rodrigues. Nos primeiros passos foram utilizadas as metodologias descritas pela Universidade de São Paulo - USP e pelo Laboratório Nacional de Energias Renováveis – NREL dos Estados Unidos, as quais envolvem a hidrólise ácida da biomassa seguida da análise cromatográfica dos monômeros formados como a glicose, xilose, arabinose, manose, celobiose, entre outras. “É muito importante contar com metodologias de fácil execução e boa precisão por que elas serão usadas ao longo de todo o projeto para efetuar as análises comparativas das matérias-primas e também para as avaliações de rendimentos e eficiência dos processos” enfatiza Rodrigues.

Cristina Machado, pesquisadora da Embrapa


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Cromatografia líquida mostra versatilidade no controle da fermentação Nas usinas sucroenergéticas a grande maioria dos processos produtivos são de natureza física, como extração, aquecimento e evaporação. No entanto, a produção de etanol depende de um processo biológico, já que são as leveduras que transformam a sacarose em etanol. Diante disso, para se obter a maior produtividade é necessário que a fermentação se realize em condições adequadas, levando em conta as necessidades nutricionais das leveduras e, principalmente, evitando que microrganismos concorrentes possam interferir negativamente no processo. A determinação de condições interferentes no processo de fermentação foi o assunto de um interessante trabalho apresentado por Cristiane Maria Oliveira, engenheira química, na recente 10ª Fersucro realizada em Maceió-AL. Nesse trabalho realizado na Usina Leão, a engenheira se utilizou de um HPLC (High Performance Liquid Chromatography), que é muito versátil, e tem aplicação crescente nas usinas sucroenergéticas. Nesse trabalho, ao invés de controlar

somente o processo de fermentação nas dornas, a engenheira atuou nas fases anteriores do processo, como a água de lavagem de cana, moendas, água de diluição, mosto de alimentação, leite de levedura tratado e mosto fermentado. Através da determinação de ácidos orgânicos foi possível avaliar as perdas de sacarose por inversão, além de microrganismos e substâncias interferentes. Através da análise desses sub-produtos da fermentação etanólica é possível se determinar o andamento da fermentação e também definir estratégias de correção a tempo, durante o processo, condição praticamente impossível nos métodos tradicionais até então empregados. O equipamento empregado na Leão foi fornecido pela Waters Corporation, que é uma empresa dedicada exclusivamente à cromatografia líquida em todas as suas modalidades, incluindo HPLC, UPLC, MS e SFE/SFC. A indicação do equipamento e a configuração mais apropriada, de acordo com o objetivo a ser alcançado. é elaborada para o cliente através da assessoria técnica de profissionais experientes no mercado de cromatografia líquida que compõem o quadro da Waters Brasil. (FPM)

Cristiane Oliveira em palestra na 10ª Fersucro

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Aços inoxidáveis ganham espaço Nas usinas sucroenergéticas há tempos atrás os aços inoxidáveis se faziam presentes em sua maioria nos aparelhos de destilação e nas telas de centrífugas, peneiras e trocadores de calor, aplicações onde a resistência do material quanto a corrosão e abrasão fossem essenciais para a durabilidade dos equipamentos e seus componentes. No entanto, mais recentemente, novas aplicações para as usinas têm sido desenvolvidas utilizando aços inoxidáveis, de tal forma que o uso desse material não mais se restringe aos usos tradicionais, ampliando consideravelmente sua participação na construção de novos equipamentos e na reforma daqueles já existentes. Os aços inoxidáveis são aços com percentual máximo de 1,2% de carbono, pelo menos 10,5% de cromo e outros elementos de liga. A camada passiva de óxido de cromo que se forma na sua superfície de maneira natural e contínua proporciona proteção duradoura contra a corrosão. Juntamente com o cromo, o níquel é essencial na fabricação dos aços inoxidáveis austeníticos, muito utilizados por apresentarem excelente resistência à corrosão, soldagem e conformação. Esses materiais são fornecidos pela Aperam, que é a única empresa situada na América Latina a produzir uma variada gama de aços inoxidáveis em suas plantas industriais localizadas em Timóteo-MG, Ribeirão Pires-SP e Montevidéu no Uruguai. Criada em 2011, como resultado do desmembramento do setor inox da ArcelorMittal, a Aperam atua globalmente na produção de aços inoxidáveis, especiais elétricos e ligas de níquel, com uma capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas de aços planos inoxidáveis em suas plantas industriais localizadas no Brasil, França e Bélgica. A Aperam disponibiliza para o segmento sucroalcooleiro aços inoxidáveis

planos e tubos ferríticos, também conhecidos como linha KARA, e austeníticos, com elevado desempenho. As novas aplicações dos aços inoxidáveis no setor sucroenergético tiram proveito desse material ser mais resistente à abrasão e à corrosão, condições que se apresentam de forma intensa na produção de açúcar e etanol e que degradam rapidamente o aço carbono, material comumente utilizado na construção dos equipamentos presentes na indústria. Embora reconhecidos como mais resistentes, proporcionar maior troca de calor e serem de mais fácil limpeza, os aços inoxidáveis sempre foram preteridos

em favor do aço carbono em função de seu maior preço inicial, o que restringiu sua aplicação em larga escala. Ao longo dos anos, com o surgimento de novos tipos de aço inoxidável, como os da série 400 e outros, mais competitivos, a diferença de durabilidade se impôs, pois esse material confere maior vida útil e menor necessidade de manutenção, o que a longo prazo se traduz em um ganho em relação aos materiais de menor preço, mas também menos duráveis, como é o caso do aço carbono. A Aperam tem colaborado nessa evolução ao realizar estudos minuciosos para novas aplicações que demonstram

sob o ponto de vista técnico e econômico a viabilidade do emprego dos inoxidáveis em susbstituição ao aço carbono nos diversos setores produtivos das usinas de açúcar e etanol ampliando consideravelmente sua vida útil e reduzindo as necessidades de manutenção. Essas novas aplicações se estendem desde os condutores de cana e mesas alimentadoras no setor de recepção, preparo e extração de caldo, passando por feixe tubular, espelhos e corpo em evaporadores, cozedores, condensadores e multijatos, até os dutos posteriores e lavadores de gases nas caldeiras.


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Sistema permite análise dinâmica do andamento da fermentação FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

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Um método tradicional de controle da fermentação na produção do etanol é a contagem de células viáveis de levedura através da observação por microscópio. Esse método é trabalhoso e é sujeito a erros tanto por parte do operador, como pela impossibilidade de se afirmar com segurança se as células tidas como viáveis são de fato produtivas. Focando essa questão, a Nalco, empresa do Grupo Ecolab, desenvolveu um sistema fundamentalmente diverso do tradicionalmente empregado, que permite uma análise dinâmica do andamento da fermentação, entender o que está ocorrendo no processo fermentativo e assim possibilitar a realização de diagnósticos avançados e as otimizações com base em informações de desempenho real. No Sistema Nalco YAM (Yeast Activity Monitor), enzimas produzidas pelo metabolismo celular das leveduras interagem com um reagente produzindo fluorescência, de modo que quanto maior a atividade celular, maior a fluorescência, que é detectada pelo fluorômetro. O teste de atividade é realizado em menos de 3 minutos o que possibilita um diagnóstico em tempo real das condições da fermentação, facilitando o controle e atuação na condução da fermentação, mesmo em situações inesperadas de problemas no processo. Com o uso da tecnologia YAM da Nalco é possível medir a atividade das leveduras em diferentes estágios da fermentação quer seja ela de mostos de caldo de cana, ou de misturas de caldo com xarope e melaço, ou ainda somente melaço e água. O método YAM permite avaliar a atividade das leveduras mesmo nas etapas iniciais da fermentação, onde

Produção de etanol necessita de monitoramento adequado na fermentação

nenhum outro procedimento tem sido usado pela indústria. Através desse método é possível se otimizar a fermentação, como por exemplo, reduzir o tempo morto entre bateladas, diminuir a exposição do fermento à elevadas taxas de etanol presentes no vinho quando da conclusão do processo fermentativo, aproveitar mais

eficazmente os açúcares fermentescíveis presentes no mosto e maximizar a utilização do volume das dornas. A Fermentec, empresa de consultoria em fermentação e laboratórios para controle da produção de etanol, validou o uso do Nalco YAM como ferramenta para o controle de fermentação.


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Limpeza é fundamental para o sucesso da fermentação A fermentação é certamente a etapa mais crítica na produção do etanol. Por ser um processo biológico e trabalhar com grandes volumes de uma matéria-prima de características variáveis ao longo do tempo, necessita de cuidados e muita atenção para que se obtenha o rendimento desejado. Um dos fatores que pode afetar severamente esse processo é a presença de microrganismos indesejáveis que possam concorrer com as leveduras, consumindo os açúcares destinados à produção do etanol. Para que a fermentação transcorra de forma adequada é necessário que haja a competente limpeza das dornas, evitando assim a proliferação de microrganismos infectantes. No entanto, não somente o processo de assepsia deve ser bem executado, mas também deve durar o menor tempo possível, evitando transtornos no processo decorrentes do inadequado manejo do volume disponível de dornas para a fermentação. Ao se projetar um sistema de limpeza deve-se levar em conta quais as necessidades críticas, as razões e o tempo disponível para a operação, e ainda que tipo de instalação, fixa

ou portátil, é mais adequada para a aplicação em questão. Os parâmetros a serem considerados são a vazão e a cobertura, além do impacto, distância e padrão do jato. Com o objetivo de reduzir custos com energia e soluções de limpeza deve-se usar a menor vazão possível. Tempo, temperatura, ação mecânica e química são fatores que podem afetar a limpeza. Na ação mecânica, o impacto do jato necessário para efetuar uma limpeza adequada depende de vários fatores, distância, vazão e pressão, tipo de resíduos e temperatura da água, entre outros. Uma regra básica é que a força total de impacto é igual ao produto da densidade do líquido pela velocidade de saída do jato e pela vazão total. Assim, para dobrar o impacto é necessário dobrar a vazão ou quadruplicar a pressão do líquido. Os processos de limpeza podem ser manuais ou automáticos de baixa ou alta pressão. Os automáticos de alta pressão são os mais indicados, pois consomem menos água, são mais eficientes, demandam menos tempo e não necessitam de operadores. (FPM)

Sistemas de limpeza para dornas de fermentação

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Peneira molecular tem preferência na desidratação do etanol È sabido que as unidades sucroenergéticas do Brasil produzem dois tipos de etanol: o hidratado e o anidro e que são obtidos por processo fermentativo em que leveduras, a partir da sacarose contida no caldo da cana, realizam a produção de etanol. No entanto, como a quantidade de etanol obtida via fermentação não é maior do que 10%, é necessário se concentrar o produto. Isto é feito através da destilação, usando-se duas colunas (A e B), onde é possível chegar-se a uma concentração próxima de 96%, quando então, nesse ponto, a temperatura de ebulição do etanol e da água se tornam iguais. Ao etanol obtido nessas condições, se dá o nome de hidratado. A partir desse ponto, para se concentrar o etanol a níveis próximos a 100% se adiciona uma terceira substância ao sistema que altera o ponto de ebulição do etanol+água, permitindo novamente sua separação por meio de destilação. Esse é o método que vem sendo empregado

Luiz Magno Brito, do Grupo Carlos Lyra: sistema escolhido para a filial Paulicéia

tradicionalmente pelas destilarias, mesmo muito antes do Proálcool, para se produzir o etanol anidro. O inconveniente desse método de desidratação é que frequentemente são utilizadas substâncias que possuem características de toxidez, criando situações de risco aos operadores das destilarias, além de consumirem mais vapor em uma terceira coluna de destilação, denominada desidratadora ou “C”. O sistema de Peneira Molecular foi introduzido mais recentemente, e dispensa o uso de colunas desidratadoras, utilizando em seu lugar vasos com materiais filtrantes que tem a propriedade de reter algumas moléculas em detrimento de outras, daí a denominação de “peneira molecular”. Nesse sistema, as moléculas de água ficam retidas nos zeólitos, que são o material filtrante e posteriormente são retiradas por um processo de regeneração a vácuo, dando início a um novo ciclo. Luiz Magno Brito, do Grupo Carlos

Lyra, traça um comparativo entre a desidratação por ciclohexano e a peneira molecular, justificando porque esse último sistema foi o escolhido para a filial Paulicéia da Usina Caeté, localizada em Paulicéia-SP. As vantagens da Peneira Molecular, conforme explica Magno, são: “O etanol anidro não tem traços de substâncias como ciclohexano e outras; Trabalha com vapor do primeiro efeito; Consome menos vapor em comparação com a desidratação por destilação; Possibilita aumentar a produção de etanol anidro com baixo custo de ampliação na geração de vapor; Consome metade da água de refrigeração quando comparada à desidratação por ciclohexano e possui maior confiabilidade operacional em função da automatização, entre outras vantagens”. Acrescenta, “Ao comparar os dois sistemas, embora o investimento inicial seja maior com a Peneira, é compensado em sete anos pela economia que se faz ao se eliminar o desidratante”. (FPM)

Vinhaça concentrada diminui custos de transporte Com o passar dos anos, a vinhaça gerada na produção de etanol tornou-se um subproduto de alto custo de manejo e grande impacto ambiental. Com o crescimento da produção de etanol, surgiu a necessidade de implantação de novas tecnologias para minimizar esses impactos. A Citrotec, empresa sediada em Araraquara-SP, desenvolveu a partir de seu grande conhecimento na área cítrica, equipamentos que trabalham sob o efeito de névoa turbulenta descendente, sendo resultado desta tecnologia aparelhos capazes de concentrar a vinhaça gerada nas destilarias. A névoa turbulenta descendente faz com que estes equipamentos trabalhem com um mínimo de incrustação, reduzindo em até 10 vezes o volume gerado na produção de etanol. Isso permite que a vinhaça concentrada tenha utilização para diversos fins, sendo o principal para as usinas o uso como adubo líquido orgânico, utilizado na fertirrigação. Diminuindo-se o volume de vinhaça, reduzem-se também os custos de distribuição e manejo da vinhaça na lavoura, e igualmente as despesas com adubos e fertilizantes, pelos motivos dos volumes serem significadamente menores e

Equipamento de concentração de vinhaça instalado no Grupo Noble

pela melhor qualidade dos nutrientes potássio e nitrogênio, por estarem concentrados. Por exemplo, enquanto a produção de vinhaça in-natura de uma destilaria sem concentração de vinhaça está na ordem de 13 litros de vinhaça por litro de etanol produzido, com 3º brix e o potássio contido é em média de 5 kg/m³, quando concentrada, a vinhaça desta destilaria passará a produzir 1,3 litros de vinhaça por litro de etanol, com 25º brix e 30 kg/m³ de potássio. Para otimizar estes processos, a Citrotec desenvolveu três tipos de equipamentos para concentração de vinhaça. O Reboiler de Névoa Turbulenta é um equipamento de aquecimento indireto das colunas de destilação, de alta eficiência e livre de incrustação. Já o Ecovin, é um potente evaporador para concentração de vinhaça, que trabalha com baixo consumo energético e sua operação é bastante simplificada por ser automatizada. O Ecovin JL é um sistema de concentração de vinhaça que, acoplado às colunas de destilação, permite a produção de etanol com a vinhaça já concentrada, sem consumo adicional de vapor. (FPM)


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Tecnologias impulsionam a produção de etanol A incessante busca por uma maior produtividade tem impulsionado fabricantes de equipamentos e unidades sucroenergéticas a procurar todas as possibilidades de aprimoramento dos processos produtivos, desenvolvendo e aplicando novas técnicas para a obtenção de resultados cada vez mais positivos, principalmente no tocante à eficiência energética. A JW, empresa fabricante de equipamentos em aço inoxidável, desde seu início tem adotado a postura empresarial que enfatiza a procura por novas tecnologias e soluções para a produção de etanol. Responsável por bem-sucedidas inovações, como a tecnologia MEG de desidratação extrativa por monoetileno glicol, a empresa também participa ativamente do mercado latino-americano, exportando aparelhos de destilação e acessórios para a produção de etanol e bebidas à diversos países, como: Argentina, Equador, Peru, Costa Rica, El Salvador e Martinica. Valter Felipe Sicchieri, diretor da JW, relata com satisfação, “ Inovar sempre, corresponde a mais fiel tradução de nossa filosofia de trabalho, pois sempre procuramos oferecer soluções pioneiras em destilarias para etanol hidratado e anidro, hidratado especial e neutro, além de aparelhos para bebidas como aguardente e rum.” “Especificamente para desidratação, oferecemos as tecnologias AniTec, com ciclo hexano e BSM, com monoetileno glicol. Com o uso de Peneira molecular, fornecemos a tecnologia CR, com recirculação, onde o flegma da peneira retorna para a coluna retificadora ”B”; SR, sem recirculação, onde a unidade de desidratação possui sua própria coluna retificadora e DE, com coluna retificadora própria operando sob vácuo, sem necessidade de vapor externo”, complementa Sicchieri. O conceito da Peneira Molecular-DE

Aparelho de destilação com desidratação por peneira molecular

emprega uma coluna de esgotamento e retificação da flegma, que é extraída quando da regeneração dos vasos, saindo na base flegmaça e no topo etanol hidratado que retorna para o tanque pulmão. Esta coluna é equipada com um evaporador, que recebe como fonte de calor os vapores de etanol anidro dos vasos com resina, proporcionando elevada eficiência no aproveitamento das energias térmicas envolvidas no processo. Assim, o modelo DE tem a vantagem de atender a uma das principais demandas

do mercado sucroenergético nos dias de hoje, que é uma redução substancial no consumo de vapor, quando comparado com os modelos CR e SR, pois opera em duplo-efeito. Segundo Fabiano Ruiz, gerente comercial da empresa, “O sucesso que os equipamentos da JW tem obtido no mercado é atestado pelos diversos fornecimentos que entrarão em operação ainda nesta safra. São plantas completas para destilação, peneiras moleculares e concentrador de vinhaça, para clientes

como Usina Vertente, Bioenergética Aroeira, Usina Iacanga, Odebrecht, Usina Santa Isabel, Cerradinhoo Bioenergia, Rio Vermelho e Adecoagro”. Além dos aparelhos de destilação, peneiras moleculares e acessórios para a produção de etanol, a JW, também fabrica reatores, vasos de pressão, pasteurizadores e tanques em aço inoxidável, mediante projeto, para outros segmentos, como: Químico e petroquímico, farmacêutico, papel e celulose, sucos, alimentos e tratamento de efluentes. (FPM)


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Técnica inédita de plantio híbrido é aprovada Alternativa gera economia de 50% no custo de operação de corte e carregamento da muda ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Unir a técnica mecanizada com a manual e torná-la econômica e operacionalmente viável. Esse foi o desafio superado por José Nonato Freire Neto, gerente de processos agrícolas da Usina São Francisco de Goiás e Jurandir Oliveira Junior, ex colaborador da empresa em 2010, quando desenvolveram o plantio híbrido. Essa técnica inspirou a Usina São João, de Araras (SP) (coirmã da São Francisco), a adotar a técnica devido a falta de mão de obra rural e de seu custo no mercado de trabalho. Segundo Marcos Felippe, gerente de motomecanização da São João, o plantio mecânico traz redução de mão de obra e redução no custo do plantio, sendo que o manual custa mais caro. “Mas em função de termos necessidade de fazer o plantio manual, pois o mecânico não atinge todas as áreas, adotamos o plantio híbrido”, lembra. De acordo com Felippe, no plantio híbrido as mudas de cana passaram a ser

colhidas por máquinas e distribuídas manualmente. “Os toletes são diferenciados, com tamanhos que variam entre 70 a 90 cm, contra os 35 a 45 cm do modo mecânico convencional. Já no manual, as pessoas é que cortam os toletes”, diz. Ele explica que no plantio hibrido a colhedora joga a cana dentro do caminhão e elimina a figura da carregadora e do cortador de cana, se for manual. “No corte de mudas é que temos o grande ganho financeiro. A modalidade de plantio gerou

economia com o uso de colhedoras cortando e carregando cana. A redução foi da ordem de 50% do custo desta operação. A máquina substituiu os rurícolas e eliminou a etapa do carregamento de cana”, lembra. O gerente de processos agrícolas, José Nonato, explica que no corte de mudas no esparrama convencional, de fevereiro de 2011 a março de 2012, o custo por ha foi de R$ 704,15 e no híbrido, R$ 347,30/ha. “O corte é todo feito mecanizado com um rendimento por colhedora em torno de

400 t/dia, enquanto no corte manual rendia 3 t/homem/dia”, comenta. Para Felippe, as desvantagens estão ligadas diretamente ao uso da colhedora, pois pode causar maior dano a cana muda e ao canavial em função do aumento de tráfego de caminhões nos talhões, mas ainda sim é compensadora. “Os pontos de riscos foram monitorados e não foram identificadas situações relevantes, que impedissem o uso da alternativa. O plantio híbrido não é mais viável que o mecânico e sim mais viável que o manual”, explica.


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Metodologia do plantio híbrido exige adaptação nas máquinas Para que a nova técnica de plantio híbrido desse o resultado esperado na Usina São João, de Araras (SP) e na São Francisco foi preciso recorrer a algumas adaptações importantes, como a utilização do kit muda completo nas colhedoras; a alteração das garras nas carregadoras e o fechamento completo da carroceria. “O investimento realizado por equipamento foi da ordem de R$ 32 mil nas colhedoras e R$ 10 mil nas carrocerias”, diz Marcos Felippe, gerente de motomecanizaçao da USJ. Além da transformação e o custo menor, a qualidade apresentada no plantio também foi muito significativa, de acordo com o gerente. “Controlamos gemas viáveis por metro, espaçamento, profundidade do sulco e cobrição, através de parâmetros específicos no setor. Somos três equipes: de motomecanização, responsável por entregar as máquinas e pessoas para realizar as operações de plantio; Agrícola, que realizou efetivamente o plantio híbrido, e o DTA. que atestou a qualidade do plantio”. José Nonato Neto, gerente de processos agrícolas da São Francisco, se sente realizado por conseguir mostrar a viabilidade do negócio. “Com o plantio híbrido conseguimos devolver parte do investimento necessário para a sua implantação mês a mês e ainda conseguimos resolver o problema de recrutamento de pessoal para o corte das mudas, nosso gargalo. Como utilizamos nossas colhedoras paradas para o corte de mudas, minimizamos a depreciação desse maquinário”, revela. Como toda região de expansão, Goiás também sofre com a falta de mão de obra especializada e a técnica supriu essa necessidade. “A economia se dá em vários aspectos: surgiu da necessidade de diminuirmos os custos relacionados a contratação e manutenção de mão de obra para o corte de mudas nesse período curto do plantio de entressafra; da operação mais barata em torno de 30% em relação ao plantio esparrama, além de economizar sete

Adaptação de maquinário é importante para o sucesso da operação

trabalhadores rurais por /ha no corte e plantio. Na colhedora, além do kit de mudas temos que adaptar uma válvula que diminui a velocidade do facão picador. Na

carregadora, colocar uma garra aranha e nos caminhões, fechar toda carroceria canavieira para cana inteira com chapa expandida”, justifica. (AM)


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Sistemas de gestão são essenciais no controle da lavoura FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

DO

DE

SÃO CARLOS, SP

JORNALCANA

As usinas sucroenergéticas modernas requerem uma atividade multidisciplinar perfeitamente integrada para que se alcance o resultado desejado, o que torna sua gestão bastante complexa, principalmente por conter no espectro de sua atuação fatores não perfeitamente previsíveis, como fatores climáticos ou decorrentes da logística que podem alterar totalmente a performance esperada. Nos últimos anos, com o aumento de produção generalizado de todas as unidades industriais produtoras de açúcar e etanol, acompanhado de uma necessidade cada vez maior de aumento de produtividade e redução de custos para se manter a competitividade, tornou-se imperativo o uso de ferramentas de gestão que permitam não só informar situações e ocorrências em tempo real, mas também permitir a tomada de decisões no mínimo espaço de tempo possível. A informática fornece ferramentas adequadas a tratar de grande quantidade de dados, incluindo estratégias de ação pré-definidas, que consistem nos chamados SIG – Sistemas Integrados de Gerenciamento. A adoção desses sistemas permitem várias vantagens organizacionais, como: eliminar interfaces manuais, agilizar o fluxo e a qualidade das informações, eliminar atividades duplicadas, facilitar o processo de gerenciamento e decisão, reduzir o “lead-time” e suas incertezas, e ainda incorporar práticas pré-definidas em seu código. Assim, nos dias de hoje, é impensável a gestão de qualquer empreendimento sem essas ferramentas. No caso das usinas, seu uso pode ser dividido, a grosso modo, em três áreas: administrativa, industrial e agrícola. Os procedimentos de colheita, como cortes,

Gestão integrada é fundamental nas modernas usinas sucroenergéticas

carregamentos e transportes detêm grande importância, pois representam aproximadamente 25% dos custos totais de produção. Além disso, a correta operação da indústria é dependente do fluxo constante de matéria-prima, no caso a cana-de-açúcar, para que também possa ter uma performance correspondente à produtividade desejada.

O correto equacionamento através da gestão dos recursos existentes, como máquinas e mão de obra, são fundamentais para o sucesso da operação, que envolve várias frentes ao mesmo tempo e em situações de trabalho diferentes. Isto se torna mais evidente ainda com a crescente adoção da mecanização da lavoura, com suas múltiplas máquinas e necessidades logísticas.


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Mecanização exige novos conceitos e planejamento A mecanização em escala acelerada tornará rapidamente a queima da cana e a colheita manual coisas do passado, favorecendo o meio ambiente. No entanto, sua adoção por parte das usinas sucroenergéticas obriga a uma revisão dos conceitos tradicionalmente aplicados na lavoura canavieira, com o intuito de se aproveitar melhor os novos recursos sem incorrer em perdas. Como acontece com toda inovação, existe um período de adaptação de que técnicos e trabalhadores necessitam para poderem usufruir vantajosamente das novas condições. Um dos aspectos que foram sensivelmente alterados com a mecanização da colheita é a distribuição e formato da área dos talhões. Agora é necessário que se pense em reduzir o número de manobras que as colhedoras fazem para acessar as diversas linhas de cana, sob pena de aumentar muito o tempo morto necessário a essas operações e também o consumo de combustível. Os novos talhões precisam ser dimensionados de forma a proporcionar o maior “tiro”, ou deslocamento da colhedora sem retornos, além de não possuírem desníveis acentuados que possam desestabilizar a colhedora, resultando em risco para a operação. Especial atenção deve ser dada quando da execução de curvas de nível, prevendo que sejam compatíveis com a operação das máquinas.

A lavoura deve ser adaptada à colheita mecanizada

Um outro aspecto importante a ser considerado é o espaçamento entre linhas de cana, que deve ser o mais uniforme possível, uma vez que com o aumento de trânsito de máquinas na mecanização, as plantas não alinhadas podem sofrer danos, resultando em prejuízos. O adoção do plantio georreferenciado assegura a

distribuição correta das plantas nas linhas. Outro cuidado a ser observado é com a compactação do solo pela passagem mais intensa de veículos quando da mecanização. Solos compactados podem prejudicar o enraizamento e diminuir a permeabilidade do solo, ocasionando

deficiência hídrica e desuniformidade no desenvolvimento do canavial. As variedades a serem plantadas devem ser apropriadas para a colheita mecanizada, caso contrário, não só haverá um aumento de perdas por corte incorreto, mas também um aumento de impurezas vegetais transportadas para a indústria. (FPM)


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Novas técnicas de manejo do solo ganham adeptos A mecanização da colheita de cana-de-açúcar em substituição à queima e sua colheita de forma manual tem proporcionado inegáveis benefícios ao meio ambiente. No entanto, a adoção em larga escala e em curto espaço de tempo dessa nova modalidade de colheita tem trazido novos desafios para os agrônomos e técnicos agrícolas fazendo com que muitas das práticas de manejo e sistematização dos solos tidas como consolidadas há longo tempo necessitem ser revistas em decorrência da mecanização. Um desses conceitos que necessitaram de modificações é a própria alocação dos talhões no espaço agrícola, pois com o uso cada vez mais intensivo de máquinas para as atividades de preparo do solo, correção e adubação, plantio e colheita foi necessário utilizar um novo tipo de geometria. Os talhões agora necessitam serem de maior comprimento, ou “tiro”, de forma a reduzir o tempo morto na manobra das máquinas ao fim das linhas de cana, pois isso representa perda de eficiência, equivalente a horas paradas dos equipamentos agrícolas. Outra importante questão é a compactação dos solos pelo trânsito agora mais intensivo de máquinas e implementos que acabam por piorar significativamente as condições de permeabilidade dos solos, afetando a disponibilidade hídrica às plantas com consequência negativas também para o seu desenvolvimento radicular. Uma solução para esse problema tem sido usar a técnica de “canteirização” e também os espaçamentos duplos alternados que propiciam um melhor “afastamento” entre os caminhos percorridos pelos equipamentos agrícolas e a linha das plantas, além de proporcionar um aumento da densidade de canas a serem colhidas em uma passagem da

colhedora, resultando em maior eficiência operacional e redução no consumo de combustível. Os fabricantes de máquinas e implementos têm sido sensíveis à questão da compactação, desenvolvendo novos projetos que diminuem a pressão na superfície do solo através do uso de materiais rodantes dotados de pneus com características especiais. O nivelamento do solo e das linhas é outro fator a ser levado em conta, pois por mais que existam dispositivos capazes de copiar as irregularidades de nível, o corte acima do ponto ideal por parte das colhedoras resulta na perda da parte mais rica em sacarose da cana. O corte abaixo desse ponto, além de poder danificar irremediavelmente a soqueira, contribui para um maior desgaste do conjunto de facas da colhedora, abreviando sua vida útil. Uma ferramenta que tem sido cada vez mais utilizada para enfrentar essas questões, elencadas entre as mais relevantes, tem sido a Agricultura de Precisão, que fazendo uso de técnicas de georreferenciamento, possibilita um controle mais efetivo de todas as operações agrícolas quanto as atividades de preparo do solo, correção e adubação, plantio e colheita. Essa técnica é ainda mais efetiva se for levado em consideração o grande aumento da área agrícola havido nos últimos anos devido a implantação das novas unidades sucroenergéticas de maior capacidade, assim como a repotencialização das existentes. Trata-se de um trabalho árduo, onde as equipes técnicas das usinas, consultorias e os fabricantes de máquinas têm conseguido através de pesquisas e ideias criativas acompanhar de forma rápida essa evolução. (FPM)

Colheita na Usina Guaíra, em Guaíra-SP

Usinas querem aproveitamento total da cana na geração de energia O mundo contemporâneo com sua multiplicidade de máquinas, luzes e facilidades requer cada vez mais energia como nunca antes na história da humanidade. A multiplicação da população, o acesso cada vez maior de partes mais significativas da população às comodidades proporcionadas pela energia como climatização, conservação de alimentos, climatização, iluminação, equipamentos industriais e domésticos tornaram mais do que nunca os meios provedores de energia fundamentais ao mundo atual. Diante disso, há na atualidade uma intensa procura por fontes de energia que além de renováveis, não apresentem características que possam degradar o meio ambiente. Dentre essas formas de energia se enquadram a energia solar, a eólica e a representada pela biomassa. Todas essas formas de energia são um meio de se aproveitar direta ou indiretamente a irradiação solar que chega ao planeta. A própria indústria sucroenergética é um exemplo do aproveitamento da energia solar, pois nas folhas da cana se realiza o processo a fotossíntese, resultando na sacarose que é a matéria-prima para a produção do açúcar e do etanol. Mas também as fibras que constituem o caule e as folhas também são polissacarídeos que já contribuem parcial ou totalmente para geração de energia. O bagaço da cana passou então a ser valorizado e até comercializado para outras indústrias que acabaram por montar suas próprias centrais térmicas para geração, como foi o caso das indústrias cítricas. Com o domínio da tecnologia pela indústria nacional de caldeiras de alta pressão e turbinas de alta potência, mais recentemente, tornou-se então possível gerar maiores quantidades de energia, graças ao maior salto entálpico, tornando viável as estações de cogeração, que não só abastecem as usinas em seu consumo próprio, mas também possibilitam o fornecimento de uma larga soma de energia para o sistema elétrico nacional. Com o avanço da mecanização da colheita, surgem agora novas possibilidades de geração extra de energia, quer pelo aproveitamento da palha como combustível, que outrora era perdida pela queima no canavial para se fazer a colheita de forma manual, ou ainda para se produzir juntamente com o bagaço o álcool obtido a partir do desdobramento da celulose, o chamado álcool de 2ª geração. (FPM)


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Agricultura de precisão otimiza a lavoura

Agricultura de precisão permite melhor manejo do solo Na agricultura tradicional, relativamente poucos pontos são amostrados e as características consideradas importantes, como a necessidade de fertilizantes ou as propriedades do solo, são determinadas via de regra por uma média de amostragens. Na agricultura de precisão a amostragem se faz de forma muito mais intensiva e precisa, dividindo-se a área em pequenos segmentos, que são posteriormente representados em uma grade ou mosaico no mapa da área que está sendo trabalhada, representando as variações das características do ambiente mensuradas

pelas amostras. Assim, a técnica da agricultura de precisão pode ser explicada como um conjunto de sistemas de gerenciamento e procedimentos práticos baseados nas variações que são encontradas no ambiente em que se faz o cultivo agrícola, visando o aumento de produtividade e a redução de custos, otimizando os ganhos econômicos e preservando o meio ambiente de modo mais efetivo. Portanto, por exemplo, ao invés de se aplicar uma formulação fixa de corretivo de solo por toda a área, é feita a dosagem específica para cada segmento de área. É

isto que não só possibilita uma grande economia, mas também livra o ambiente de aplicações excessivas. No entanto, como a necessidade de amostragens se torna extremamente elevada, assim como a localização precisa de cada segmento de área, essa nova técnica não pode ser feita pelos métodos usuais. É necessário se lançar mão de sistemas de determinação por sensoreamento e de posicionamento georreferenciais. É por esses motivos que a agricultura de precisão só se tornou uma possibilidade prática a partir da existência dos sistemas de posicionamento globais, como o GPS e

seus similares mais recentes. Para que as medições das características desejáveis da lavoura sejam possíveis, métodos de sensoreamento indiretos, como condutividade do solo, foram desenvolvidos para quantificação de uma determinada variável. Portanto, para que se atinjam os resultados almejados com a AP, também é necessária a mecanização de todas as atividades, sem o que, o trabalho de determinação das variáveis e práticas culturais subsequentes não poderia ser realizado em um período de tempo adequado. (FPM)


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Parte da equipe do JornalCana em 2013: profissionalismo sem perder a informalidade

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JORNALCANA CHEGA COMO NOVO AOS 25 ANOS DA REDAÇÃO

Neste julho de 2013 o JornalCana, a maior publicação especializada no setor sucroenergético brasileiro, completou 25 anos de circulação. O produto, parte da holding ProCana Brasil Central de Informações Sucroenergéticas, é dirigido por Josias Messias, reconhecido como um dos profissionais que mais entendem deste setor no Brasil. A empresa que é hoje líder no segmento sucroenergético começou como a maioria das empresas de sucesso do País: de maneira simples, mas movida a muito trabalho e esperança de sucesso. Nos seus primórdios, o JornalCana funcionava em um pequeno cômodo de casa alugada no bairro Higienópolis, em Ribeirão Preto, SP. A publicação era

Local do início do JornalCana, em Ribeirão Preto

Sede própria e atual do JornalCana

editada em preto e branco, com 12 páginas, formato tabloide, impressa em rotativa. Josias Messias era um jovem de 22 anos e estava à frente do trio inicial de colaboradores, composto por ele, sua esposa Rosemeire Messias e Fernando Braga, o diagramador. Josias era polivalente: fazia as vendas, as fotografias, pagava credores, escrevia os textos, fazia a secretaria gráfica, distribuía o jornal e fazia as cobranças. Por trazer informações relevantes e matérias significativas ao setor, o JornalCana cresceu. Mudou-se para instalações maiores e a equipe aumentou. Nesta época, o quadro de colaboradores foi enriquecido pela habilidade profissional do produtor gráfico hoje falecido Andrezão. Mais do que a contribuição profissional, Josias e Rose Messias se mostram gratos a Andrezão porque foi ele quem lhes falou pela primeira vez a respeito do amor de Deus por eles através da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Hoje, Josias Messias, Rose e seus três filhos (Lucas, Mateus e João Pedro) são cheios de

vida e de fé. A trajetória de Josias Messias foi marcada por princípios morais. Jamais atrasou um único dia no pagamento de seus colaboradores, ainda que fosse necessário recorrer a empréstimos bancários a juros altos. Se há uma expressão que identifique a personalidade de Josias Messias, esta é a de um visionário. Ele anteviu mudanças no mercado, criou e lançou projetos ousados, como o prêmio JornalCana, hoje, dezenove anos depois, transformado e consagrado no MasterCana e o Anuário da Cana, entre outros. Lançou, há três anos a revista internacional BIO&Sugar Magazine, em inglês e espanhol, que circula em vários países das Américas do Norte, Central e do Sul, Europa e Ásia. A chegada do hoje gerente operacional Fábio Rodrigues à ProCana em 1997 foi robusta. A ele é dado o crédito por implementar mudanças gráficas significativas, profissionalizar toda a gestão da empresa e modernizá-la. O jovem Luciano Krol, contratado em seguida,

revolucionou a área de TI da empresa. Desde março de 2002, Luiz Montanini responde pela edição do JornalCana. Alessandro Reis tem sido o coordenador da redação nos últimos três anos. A ProCana Brasil possui histórico de oferecer espaço para crescimento profissional de seus colaboradores. O próprio Alessandro Reis começou a trabalhar na empresa na função de auxiliar de documentação e pesquisa. Hoje a ProCana Brasil está instalada em dependências próprias, amplas e modernas em Ribeirão Preto, no bairro Ribeirânia, depois de passar por um período de transição na Meira Junior, no Jardim Paulista. Além do JornalCana, a ProCana Brasil publica outros quatro veículos especialmente dirigidos: Anuário da Cana, revista internacional em inglês e espanhol BIO&Sugar Magazine, Prêmios MasterCana em três versões (Brasil, Centro-Sul e Nordeste) e Prêmio BestBIO de sustentabilidade.


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ENTREVISTA – Josias Messias, presidente da ProCana Brasil

“É O SETOR QUEM FAZ O JORNALCANA” Presidente da ProCana Brasil já rodou cerca de 500 mil Km pelo país e exterior pelo JornalCana ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Um apaixonado pela cana-deaçúcar. Essa talvez seja a definição mais apropriada para o empresário Josias Messias, presidente da ProCana Brasil, empresa que edita o JornalCana e outras publicações voltadas ao setor sucroenergético. O próprio setor o reconhece como seu defensor. Em 25 anos de trabalho no JornalCana, Josias viajou por cerca de 500 mil quilômetros pelo Brasil e no exterior. Nesta entrevista, ele fala desta trajetória e faz uma análise do passado, presente e futuro do agronegócio canavieiro. JornalCana: Que paralelo é possível fazer entre a situação vivida há 25 anos com o atual momento do setor? Josias Messias: O cenário é muito parecido. Quando entrei no setor, em 1988, ele já era uma importante atividade econômica, com as usinas e destilarias gerando muitos empregos e distribuindo renda. Após um período de euforia de investimentos por conta do Pro-álcool, o setor teve que enfrentar a dura realidade de prejuízos por conta da defasagem no preço do álcool pago ao produtor e da total falta de expectativas quanto ao futuro da atividade. Faltava uma política governamental clara. Por coincidência, não é a mesma situação na qual o setor se encontra hoje?

“É preciso que a Presidente Dilma e seu governo entendam que o setor não pode ser tratado de qualquer maneira” Quais as principais mudanças que o senhor percebeu nesse período? O setor cresceu muito em todos os aspectos, não apenas na produção, que era de aproximadamente 220 milhões de toneladas de cana. A maior evolução ocorreu na mentalidade dos produtores que, de ruralistas alçados à condição de industriais umbilicalmente ligados ao Governo, tornaram-se empresários de um mercado globalizado. A forma de administrar também mudou muito. Hoje vemos um trabalho profissionalizado mesmo em empresas familiares, onde o fator determinante passou a ser a competência para a função e não os laços familiares. As famílias entenderam que a profissionalização não é uma tendência, mas questão de sobrevivência. Os grupos mais rentáveis passaram por esse tipo de mudança. Evoluímos também na tecnologia, que permitiu um grande salto na produtividade. Em linhas gerais, como era o setor na época? Se compararmos com as facilidades de hoje, eu poderia dizer que o setor era arcaico, assim como o Brasil como um todo. Mas do ponto de vista social, o setor tinha muita importância. Isso porque ele fixava o homem no campo e remunerava com salários sempre acima da média dos praticados na área rural, além de oferecer trabalho o ano todo. E quanto à produção? Quando entramos no segmento não existiam dados disponíveis e confiáveis. Estes surgiram com a chegada do

Anuário da Cana, em 1995. Na época, a estrutura de governo que administrava o segmento estava sendo desmantelada e não havia nenhum órgão que tomasse conta do setor. O IAA Instituto do Açúcar e do Álcool, por exemplo, estava em sua fase final. Era comum enviarmos o jornal para destilarias e descobrir depois que foram desativadas ou nunca chegaram a produzir. Ao longo dos anos fomos corrigindo e apurando estas informações, de forma que o cadastro do JornalCana acabou tornando-se referência para o mercado. E o mercado, como se comportou nesse período? Esse sim mudou radicalmente. Na época, com exceção

do mercado interno de açúcar, todo o restante era controlado pelo governo. Produzia-se e vendia-se o álcool nos volumes e preços que o governo determinava. Hoje o governo continua a interferir no mercado de etanol, mas com a diferença de que isso é feito indiretamente, no caso, baixando o preço da gasolina. Sobre o açúcar, houve uma transição importante quando da liberalização das exportações mas, mesmo com as oscilações naturais da commodity, o Brasil contava quase sempre com um preço remunerador. Situação bem diferente da atual, em que a predominância do açúcar brasileiro no mercado faz com que


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“Neste setor, pode-se ganhar muito dinheiro em um ano, mas no outro ter que vender tudo para manter a empresa em atividade” as cotações internacionais reflitam cada fato ocorrido no Brasil, como mudança do dólar e aumento ou diminuição da produção. Quais as principais crises vencidas nestes 25 anos? Em minha opinião, as piores foram a de 1990, quando mais de 60 usinas fecharam as portas, e a de hoje. Vejo isso pelo percentual de empresas que estão sofrendo com a situação, sendo mais de quarenta fechadas e o mesmo número em recuperação judicial. Analiso quantos empregos são perdidos, além da redução das atividades em todos os elos desta importante cadeia. Como nossa empresa atua somente no setor sucroenergético, ela pode ser usada como reflexo das dificuldades do mercado: desde 2008 apresenta prejuízos crescentes. O que é preciso acontecer? Que venha uma nova e definitiva regulamentação. Em qualquer parte do mundo, energia e combustíveis são fortemente regulamentados e com regras perenes. Aliás, depois do petróleo, o açúcar é a commodity mais regulamentada do mundo. É preciso definir qual é o papel do etanol na matriz energética brasileira e garantir regras perenes de comercialização. Porque hoje aparentemente o setor estaria num mercado livre de etanol, mas na prática esbarra num limitador que não é decidido pelo próprio mercado, mas por uma canetada do governo, que é o preço da gasolina. Ou seja, a história recente revela que as usinas são livres para produzir e comercializar etanol apenas com prejuízo, porque todas as vezes que o preço médio do etanol se torna remunerador, o governo toma alguma medida para tirar a sua competitividade. Por outro lado, percebo uma maturidade dos produtores que estão parando de “pagar para ver”, ou seja, insistir em investir e produzir algo que vai contra os planos do governo. O governo Dilma não está preocupado com a produção, apenas com a política e, com esse objetivo, o que importa é incentivar o consumo e baixar a inflação. Acreditar que vamos conseguir mudar o governo é uma utopia. A não ser que o setor use a única linguagem que o governo entende: política! Sem a estabilidade oriunda das leis, tendo em vista os mecanismos que o governo dispõe para promover ou desestimular o mercado, não é possível trabalhar. O que é lamentável, pois o prejuízo é de toda a cadeia produtiva. Falando de leis, como o senhor enxerga essa questão? O grau de exigência na parte trabalhista e ambiental é grande. O setor é refém da interpretação de fiscais e promotores. Dependendo da maneira como interpretam determinada situação, uma usina pode ter seu trabalho classificado como ‘análogo à escravidão’. Não há uma clareza nas leis e nem nos procedimentos de aplicação. Com isso, além dos altos custos e das penalidades, há uma paralisação dos investimentos no setor. Nos últimos anos, mais de trinta projetos greenfields e mais de cinquenta centrais de bioeletricidade foram abortados. Como o senhor vê a gestão da Presidente Dilma em relação ao setor? Embora os últimos dois presidentes sejam do mesmo partido, a diferença entre eles é grande. Visivelmente o atual governo não se importa em usar a produção sucroenergética para combater a inflação. E não se importa de propagar que, nos preços atuais, o setor é competitivo e os empresários é que estão fazendo corpo mole.

Mas contra fatos não há argumentos. Os balanços das usinas mostram que as mais competitivas remuneram o suficiente apenas para manter a operação, mas não para pagar os investimentos. Essa é a dura realidade. E para aquelas que não estão bem, os empresários não têm sequer a opção de vender, pois quem se arriscaria a investir em um mercado sem horizontes claros? Neste momento, mesmo com a oferta de ativos com valores depreciados, nem mesmo as tradings, petroleiras e grupos capitalizados estão consolidando. É muita petulância dos burocratas de Brasília achar que estão certos e todo o mercado, incluindo os grupos multinacionais, está errado. Mas, as consequências dos equívocos do governo Dilma contra os setores produtivos já começam a aparecer e, quem sabe, ela desça do pedestal de Brasília e, ainda que seja apenas por política, ela volte seus olhos para a produção e geração de renda, elementos fundamentais de uma economia sustentável. Quais os principais movimentos pró-setor criados ou apoiados pelo JornalCana nestes 25 anos? Pelo próprio distanciamento geográfico entre as unidades, as dificuldades de comunicação dentro do setor eram enormes. O segmento era desunido e desarticulado. Não possuía uma linguagem própria. O JornalCana surgiu abrangendo diversos assuntos, não apenas assuntos técnicos, como era comum na época. Lembro-me que uma das nossas primeiras capas surgiu com a cobertura da greve em Guariba, interior de São Paulo. Nosso objetivo era contribuir para que o segmento tivesse sua própria cara e voz, e com isso, das ideias surgissem caminhos. Durante alguns anos, por exemplo, enviamos exemplares para os deputados federais, em Brasília, e para as assembleias legislativas dos principais estados produtores.

“Daqui a 25 anos o Brasil continuará sendo o grande produtor mundial de cana-de-açúcar e de seus diversos derivados, dentre os quais o açúcar, o etanol e a bioeletricidade” Participamos ativamente das manifestações públicas em prol do setor, como a carreata dos canavieiros a Brasília em 1997 e o movimento de 1999. Sempre com o objetivo de mostrar o setor e sua importância. Esse é nosso papel, aliás: promover o setor e seus representantes. O setor ainda não embarcou na esteira de protestos pelo país. Deveria? Sim, e nós do JornalCana estamos tentando mobilizá-lo. Se o setor apoiar, vamos a Brasília reivindicar melhorias ou pelo menos o mesmo tratamento que é dado aos outros segmentos. Hoje vemos o governo anunciar ajuda a outros setores sem qualquer base de dados confiável, enquanto o setor canavieiro, que é uma área tangível, recebe ‘embrulhos’. É preciso que a Presidente Dilma e seu governo entendam que o setor não pode ser tratado de qualquer maneira. Se ele é um gigante deitado em berço esplêndido, temos que levantá-lo. Durante muito tempo temos engolido passivamente o que nos é receitado. Isto não pode continuar assim. Temos que nos movimentar. Não faz sentido toda a cadeia produtiva passar por dificuldades quando está trabalhando corretamente, investindo em tecnologia, produtividade e sustentabilidade. Algo está errado. Temos que nos levantar, sim! Como o senhor imagina o setor daqui a 25 anos, em 2038? Vejo 80% do segmento globalizado, com controle de capital internacional. Ainda que o controlador seja brasileiro, a fonte do capital será estrangeira. Acredito também que haverá uma verticalização da produção agrícola e diversificação da produção industrial. Acredito que haverá

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“Se o setor apoiar, vamos a Brasília reivindicar melhorias ou pelo menos o mesmo tratamento que é dado aos outros segmentos” uma descentralização da distribuição, visando redução de custo e surgimento de oportunidades comerciais, como de nichos de mercados onde as usinas menores serão competitivas. Vejo ainda um grande crescimento da automatização em todas as etapas do processo produtivo e de gestão. Com isso, muitas atividades serão gerenciadas por especialistas lotados nos centros urbanos, com um número reduzido de pessoas atuando no campo e na indústria. Esse é o caminho. Por fim, entendo que, mesmo com os diversos entraves, o Brasil continuará sendo o grande produtor mundial de canade-açúcar e de seus diversos derivados, dentre os quais o açúcar, o etanol e a bioeletricidade. Qual seu sonho para o setor? Gostaria que tudo isso aconteça de forma mais planejada, para que as pessoas ligadas ao setor aproveitassem melhor os resultados. Quando uma usina vai mal, não é só um empresário que vai mal, mas milhares de famílias e centenas de empresas que dependem daquela usina. Hoje, aparentemente está tudo bem com a economia brasileira, mas as empresas já não estão suportando todas as cargas. Quando a economia de fantasia começar a cair, quem sabe veremos reconhecida a importância de gerar renda e trabalho no interior do país. O que o levou a se tornar um editor de um jornal voltado ao segmento canavieiro? Nunca pensei em ser jornalista ou editor, foi algo natural e o setor sucroenergético realmente me cativou. É trabalhoso e desafiante, mas para quem gosta de desafios como eu, é apaixonante. É o vírus da cana que me mantém. Você acaba se apaixonando por toda a grandiosidade do setor, com suas simplicidades e complexidades. Para não se envolver com ele só sendo frio e calculista, o que, definitivamente, não sou. Este setor é oscilante em tudo. Pode-se ganhar muito dinheiro em um ano, mas no outro ter que vender tudo para manter a empresa em atividade. Foi com este pensamento que, desde 2008, coloquei o patrimônio pessoal à disposição da empresa, o que tem permitido à ProCana Brasil superar esse ciclo de dificuldades e consolidar sua liderança. Quais seus planos para o futuro? A ProCana Brasil vai se globalizar, seja firmando alianças estratégicas com outras editoras, empresas de informações ou fusões e aquisições. É inevitável, vai acontecer. A Sinatub, empresa de cursos e treinamentos integrada ao grupo, tem muito potencial, porque a evolução do setor cria uma demanda enorme por atualização e aperfeiçoamento técnico. Publicações como o JornalCana têm suas receitas afetadas pela falta de perspectivas e de investimentos. A Sinatub, não. Pessoas bem treinadas e conscientes geram um impacto imediato para as usinas e queremos crescer contribuindo dessa maneira com o setor. O que é o JornalCana para o senhor? Uma publicação por meio da qual contribuímos para o desenvolvimento humano, socioeconômico e tecnológico da humanidade. Isto mesmo, temos o orgulho de pensar que nosso trabalho deve contribuir para o desenvolvimento das pessoas, das empresas, do setor, do Brasil, e da sustentabilidade de toda a humanidade. Quem conhece e propaga as virtudes da cana-de-açúcar deve pensar assim! Mas também vejo que somos apenas um canal. Quem faz o jornal, de fato, são as pessoas. São pessoas que geram notícias, que anunciam, que leem, enfim. Sou grato e me sinto realizado em gerir esse grupo, líder no Brasil e em crescimento no mundo. É um privilégio, fruto de um relacionamento de 25 anos com as pessoas que fazem o setor e do trabalho da nossa equipe, que realmente veste a camisa.


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Nas bodas de prata, JornalCana comemora “casamento perfeito” Publicação e setor já superaram crises, festejaram conquistas e geraram novas ideias e projetos RENATO ANSELMI, FREE

DE

LANCE PARA O

CAMPINAS, SP

JORNALCANA

É hora de apagar velinhas. São 25. O JornalCana – conhecido também como JC para os mais “íntimos”, que são milhares inclusive – celebra a sua bodas de prata, comemorando um “casamento perfeito” com o setor sucroenergético brasileiro. Um passou a fazer parte cotidianamente da vida do outro, enfrentando e superando crises, festejando conquistas e vitórias, gerando novas ideias, projetos e caminhos. De tão presente no dia a dia do setor, o JC inspirou unidades e grupos sucroenergéticos a adotarem novas tecnologias, sistemas de gestão, recomendações e procedimentos específicos. Tornou-se uma ferramenta importante para a troca de experiências, a realização de benchmarking entre as usinas ou mesmo para a avaliação das

Luiz Haroldo Doro: JornalCana tem dado enorme contribuição ao setor

perspectivas de mercado. É referência para todos os segmentos que compõem as áreas administrativa, agrícola e industrial de

usinas e destilarias. O gerente de Recursos Humanos da Usina São José da Estiva, de Novo

Horizonte, SP, Luiz Haroldo Doro, afirma que o JornalCana tem dado “enorme contribuição para o desenvolvimento do setor sucroenergético”. Segundo ele, a publicação veicula informações atualizadas, divulgando novas experiências que atendem necessidades e interesses de diferentes áreas. É a publicação mais lida do setor, alcançando todos os profissionais de usinas – comenta –, incluindo trabalhadores e empresários. De acordo com ele, as matérias do JornalCana disponibilizam dicas para as áreas de gestão, fabricação de açúcar e etanol, transporte de cana, Recursos Humanos, entre outros setores das unidades sucroenergéticas. Luiz Doro conta que a leitura de matérias incentivou, por exemplo, a Usina Estiva a implantar o programa Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e também a avaliação por competências. O gerente de RH observa que o JornalCana forneceu as informações iniciais. “A partir disso, procuramos consultores da área visando a adoção dessas ferramentas”, diz. Luiz Doro destaca ainda o apoio da publicação ao Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria (Gerhai), do qual ele já foi presidente em duas ocasiões. Atualmente é vice-presidente do grupo. “Desejo que o JornalCana continue mantendo o mesmo nível de qualidade que considero excelente”, afirma.


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JornalCana é uma ferramenta imprescindível para o setor O JornalCana tem grande importância, porque informa o que está acontecendo no setor, publica matérias sobre novidades principalmente em relação a equipamentos e traz avaliações sobre as perspectivas da atividade sucroenergética na região e no Brasil. Esta opinião é de Marcos Roberto Bassi, gerente corporativo de compras da Usina Guarani, que destaca a veiculação de entrevistas e comentários de pessoas, de alta credibilidade, que têm conhecimento profundo da atividade sucroenergética. “São depoimentos de quem está vivendo o setor há muito tempo”, ressalta. Segundo ele, é importante ler essas análises para a formação de opinião. Matérias e propagandas veiculadas no JornalCana acabam se tornando fontes de informações sobre empresas que fornecem determinados produtos e serviços, de acordo com Marcos Bassi. A publicação de reportagens sobre experiências de outras usinas também contribui – observa – para o processo de tomada de decisão na área de compras. “Em

algumas situações, pode haver dúvidas em relação a um determinado equipamento”, diz. Quando alguma matéria relata que outras unidades estão utilizando essa tecnologia – revela –, há maior tranquilidade para a aquisição do produto. Marcos Bassi comenta que as matérias fornecem informações para discussões internas durante a escolha de marcas de equipamentos. Se algumas unidades estão comprando produtos de determinado fabricante, por que a Guarani continua adquirindo equipamento de outra marca? – costumar indagar, em alguns casos, o gerente de compras. “As matérias dão subsídios para o questionamento de nossos clientes internos”, afirma. Os textos publicados – avalia – são consistentes. “As matérias têm fundamento. Vemos o JornalCana com bons olhos. É uma ferramenta imprescindível para o setor”, destaca. De acordo com ele, a publicação deve continuar a trazer informações para o dia a dia das usinas, incluindo fatos e relatos de empresas que obtiveram resultados positivos em diferentes áreas. A troca de experiências – enfatiza – ajuda muito. (RA)

Marcos Bassi: informações utilizadas em discussões internas na Guarani

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Informações despertam interesse por novas tecnologias Matérias incentivam grupo a adotar peneira molecular e a realizar estudos para a aquisição de sistema de limpeza a seco e condensador evaporativo As matérias do JC fornecem subsídios ao gerente industrial da Usina Pitangueiras, de Pitangueiras, SP, Gilmar Galon, para a tomada de decisões em relação à implantação de novas tecnologias. Ele cita como exemplo a peneira molecular, processo de desidratação etanólica – abordado pelo JornalCana – que foi adotado na Cerradão, unidade sucroenergética pertencente aos grupos Queiroz de Queiroz e Pitangueiras localizada em Frutal, SP. O JornalCana incentivou também a Usina Pitangueiras – relata – a realizar estudos voltados à aquisição do sistema de limpeza de cana a seco e do condensador evaporativo, para turbina de condensação, que poderão ser adotados nos próximos anos. Gilmar Galon conta que já tinha

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Gilmar Galon folheia uma edição do JornalCana: incentivo a estudos

u conhecimento dessas tecnologias. Esses assuntos são debatidos, por exemplo, no Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro (Gegis), que é coordenado por ele.

De acordo com o gerente industrial da Pitangueiras, além de fornecer mais informações, as matérias aumentam o interesse das unidades sucroenergéticas por essas e outras inovações tecnológicas.

Ele ressalta que o JornalCana traz, de maneira objetiva e transparente, matérias relacionadas a novas tecnologias, manutenção industrial, normas de segurança, entre outros assuntos. (RA)


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Matérias possibilitam a realização de benchmarking entre usinas O JornalCana tem dado a sua contribuição para o dia a dia do setor, divulgando o que diversas unidades sucroenergéticas estão adotando Essa publicação é um veículo representativo, importante para o setor, com matérias sobre diversas empresas que abordam assuntos voltados para diferentes áreas, inclusive a de Tecnologia da Informação (TI), afirma o coordenador de sistemas da Usina Roçadinho, de São Miguel dos Campos, Al, Alberto Siqueira de Brito. “O JornalCana aborda também assuntos de destaque para as áreas agrícola e industrial”, afirma. “Muito do que é dito sobre implantações e processos, que ocorrem em outras empresas, tem grande importância. Eu tenho acompanhado isto no JornalCana, para que a gente tenha um referencial”, revela. Segundo ele, o JC cria condições para que seja feito um benchmarking entre usinas. “Se a empresa quiser adotar uma gestão moderna, precisa fazer o planejamento estratégico, o que inclui o benchmarking”, observa. As matérias abordam questões relacionadas ao mercado, informações sobre novas tecnologias e processos, abordagens sobre a legislação, como o REP (Registro Eletrônico do Ponto), exemplifica Alberto

Siqueira, que atua nas áreas de gestão de projetos e Tecnologia da Informação. Ele conta inclusive que uma matéria sobre monitoramento do abastecimento da frota de usina, publicada no JornalCana, contribuiu para que o sistema fosse implantado na Roçadinho. “A gente amadureceu a ideia a partir da leitura da matéria e adotamos o sistema na usina”, conta. O monitoramento – que foi implantado há cinco anos – evita a perda de combustível, possibilita maior controle do abastecimento, fornecendo dados para a tomada de decisões por parte da gerência, comenta. “Esse sistema é um dos carros-chefe da gestão”, enfatiza. Outro projeto implantado na Roçadinho há três anos, a partir de matéria do JC, está relacionado à instalação de computadores de bordo que possibilitam o controle das operações da frota por meio do monitoramento da aceleração, frenagem, consumo, velocidade, percurso, de acordo com Alberto Siqueira. “Esse sistema permite verificar o rendimento da frota e os cuidados que os operadores estão tendo com os equipamentos, criando condições para que sejam evitados acidentes e para que ocorra um aumento da longevidade da frota”, afirma. De maneira geral, o JornalCana – ressalta – tem contribuído para o dia a dia das usinas, divulgando inclusive o que outras empresas sucroenergéticas estão adotando. Como o JornalCana tem uma periodicidade maior do que os encontros do Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia (Gatua), onde são discutidos temas importantes, essa publicação torna-se uma grande referência para o setor, destaca o coordenador de sistemas da Roçadinho. (RA)

Doutor Assis, do Grupo Carlos Lyra: 25 anos de decisiva e vitoriosa ação

Doutor Assis parabeniza o JC O JornalCana tem leitores ilustres em todas as áreas e faixas etárias, desde profissionais iniciantes até os mais experientes na atividade sucroenergética. Entre eles, está o colaborador do Grupo Carlos Lyra, Assis Gonçalves, de 84 anos – principal responsável pela implantação do sistema cooperativista em Alagoas –, que parabeniza a publicação “pelos seus 25 anos de decisiva e vitoriosa ação em defesa dos legítimos interesses de importantíssimo segmento da economia brasileira”. O Doutor Assis – como é carinhosamente chamado – afirma que o JornalCana resulta do entusiasmo e da determinação que estão presentes em tudo que faz o bemsucedido Josias Messias (presidente da ProCana Brasil) que associa sua coragem e credibilidade à extraordinária capacidade realizadora. “O JornalCana está para o Brasil assim como o sistema sucroenergético brasileiro, derivado da cana-de-açúcar, está para o mundo”, enfatiza. (RA)


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O PRETO E BRANCO TORNOU-SE VERDE VIVO Leitores e entrevistados apontam diferenciais que há 25 anos dão destaque ao JornalCana ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Para que os principais fatos do setor fizessem parte da memória histórica dos profissionais do segmento, como um filme que começou em preto e branco, tornou-se verde vivo e se perpetuou no dia a dia do

“Tenho acompanhado as informações divulgadas pelo JornalCana e estas em muito ajudaram a tomar decisões e a divulgar informações que auxiliam a todos no desenvolvimento do setor sucroenergético. Gosto da rapidez, qualidade e acessibilidade das informações divulgadas pelo JC. Em qualquer lugar do mundo em que eu esteja consigo estar inteirado do que está acontecendo diariamente no setor e isso é de suma importância para nós empresários”. Eduardo Junqueira da Motta Luiz, sócio-diretor da Usina Açucareira Guaíra

segmento, foi fundamental a participação de um veículo que registrasse e ocupasse um lugar relevante na rotina. Foi isso que fez o JornalCana nesses 25 anos de existência, na opinião da maioria dos leitores entrevistados pela reportagem. Em situações de crises ou em momentos de vitórias, a publicação esteve presente e auxiliou o segmento nas tomadas de decisão.

“O JornalCana é uma tribuna fidedigna do empreendedorismo do agronegócio canavieiro. É dinâmico com suas versões no tempo real e conta com conteúdo consistente nas publicações mensais. Tornou-se uma referência para quem quer se atualizar na indústria canavieira. Seria realmente inconcebível se o setor sucroenergético brasileiro, não contasse com o JornalCana, dirigido pelo pioneiro, polido e político defensor incondicional do setor, Josias Messias”. Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar de Pernambuco

A transparência e agilidade nas informações, a relevância, a qualidade editorial, o conteúdo claro, a linguagem simples e fácil, a capacidade de unir, a importante fonte de pesquisas e anúncios, a imparcialidade e a atualidade sempre estiveram presentes nas páginas do JornalCana, apontam os leitores. Veja alguns destes depoimentos a partir desta e até a página 92:

“Não existia um jornal que cobrisse o setor como um todo e o JornalCana surgiu para compensar essa necessidade tanto na área técnica, política, de equipamentos e foi ganhando espaço. Hoje é uma das mídias mais lidas do segmento. Independentemente de divergências, de posições, coloca abertamente os principais assuntos do setor. Sempre acompanhou os principais fatos do setor. Em bons e maus momentos, oferece espaço para divulgação dos pensamentos da liderança”. Luiz Custódio Cotta Martins, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético

“Mais do que um veículo de comunicação, o JornalCana transformou-se num fórum de debates através de encontros e das premiações às empresas e seus executivos. Isso permite a disseminação das boas práticas em gestão e a valorização do setor”. Sylvio Coutinho, diretor presidente da Usinas Itamarati


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“É mais que um jornal, é um instrumento que agrega valor e valoriza o setor sucroenergético nacional e internacional. É muito rico nas informações e na qualidade editorial, é ímpar, pois atualiza o setor com as principais tecnologias. Reconhece e promove o setor, além de ser um instrumento de crescimento e valorização dos negócios. Sempre gostei muito do JornalCana. Parabéns à toda equipe!”. Francisco Celestino, superintendente agrícola da Usina Agrovale

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“A penetração do JornalCana no setor, em formato eletrônico e impresso é muito forte. Ele está presente nas usinas e conquistou o público com notícias e números importantes, com mensagens objetivas e diretas, sem precisar dedicar um tempo longo para a leitura e incentiva a troca de informações”. Djalma Eusébio, presidente da Stab Setentrional

“O Jornal une o setor de cana do Nordeste ao Centro-Sul e traz novidades das usinas e dos fornecedores. Estamos sempre em dia com o setor através do JornalCana. É uma importante fonte de anúncios e propagandas que nos ajudam nas nossas necessidades. Conheço o jornal desde que era preto e branco, e aprecio muito seu conteúdo. Gerson Carneiro Leão, presidente do Sindicape e da Comissão de Cana-deAçúcar da Confederação Nacional de Agricultura

“O JornalCana é um veículo sério, que contém matérias importantes para a integração do setor e, tem na pessoa de seu diretor, Josias Messias, um grande homem, profissional e amigo que comanda com dedicação e competência uma grande equipe. Gosto muito das matérias, dos textos do JornalCana”. Daisy Cristina Gontijo Thiago, da Comunicação Social e Marketing da Usinas Itamarati


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“A paixão da equipe responsável pela publicação é o grande diferencial do JornalCana. Pioneirismo, seriedade e vanguarda fazem com que o veículo se destaque no cenário editorial nacional e internacional. A cada edição, o conteúdo atualizado, rico em informações, se traduz em uma referência para os profissionais e para o mercado. Parabéns a todos e vida longa ao JornalCana!". Leila Alencar Monteiro de Souza, presidente da Biocana

“A credibilidade, agilidade, conteúdo jornalístico, tradição, maior penetração junto ao público de nosso interesse, além de ser a mídia que mais dá retorno para nossos eventos fazem do JornalCana um meio de informação importante e diferencial para nós, como também deve ser para os envolvidos na cadeia produtiva canavieira. Para nós, particularmente, o jornal é um instrumento de consulta para a realização de nosso trabalho junto às empresas”. Fernando Barbosa, diretor da Reed Multiplus

“O Jornal acompanhou uma série de fatos importantes desde a organização ao surgimento de problemas importantes da área agrícola como do amarelinho, ferrugem, cigarrinha da raiz, Sphenophorus, do modelo Ambicana, mudanças nos modelos de variedades, extinção do Planalsucar, do IAA, surgimento do modelo Ridesa, inauguração Centro de Cana, entre outros. O JC acompanhou a evolução dos atores tecnológicos do setor e presta um grande serviço à pesquisa”. Marcos Landell, diretor do Centro de Cana do IAC

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“Leio sempre o Jornal Cana e considero todos os assuntos tratados pela publicação relevantes, pois retratam o setor, suas evoluções e inovações tecnológicas. O Jornal Cana nos deixa sempre bem informados. Parabéns à toda equipe pelos 25 anos de trabalho sério e responsável”. Sandro Cabrera, diretor da Usina São José da Estiva


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“O que mais gosto do Jornal é a coragem e da amplitude dos temas. Durante muito tempo, nós executivos do setor batíamos na tecla de que precisávamos preparar as pessoas para o crescimento do segmento. Com crise ou sem crise, o setor cresceu muito no Brasil e não tenho dúvida que fornecer informação de qualidade é primordial. Nisso o JornalCana tem uma grande contribuição”. Fernando Perri, consultor

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“É uma ferramenta de trabalho do colaborador, e ajuda na compra de máquinas, peças e serviços. Na época da crise do etanol, nos anos 90, o meio de comunicação que mais ajudou na proteção do meio ambiente e incentivou o carro a álcool foi o JornalCana, através do espaço que deu à Ong que eu presidia, a Coproverde. Também deu muita força ao Gemea. Atinge todo tipo de público de uma usina. Não há uma mesa de um gerente sem o jornal sobre ela. Agrada de forma especial toda cadeia produtiva, com informações claras e diretas” Hélio Belai, do Gemea e da Usina São Francisco, em Goiás

“Está sempre nos atualizando com as últimas informações e novidades de forma profissional, técnica e transparente. Ajudou o setor com notícias importantes sem sensacionalismo. Também passa um otimismo ao segmento por acreditar no setor e nas pessoas. Essas informações vêm agregar ao dia a dia de cada um”. Gilmar Galon, gerente industrial da Usina Pitangueiras e coordenador do Gegis

“O JornalCana deixa o setor bem informado do que acontece na atualidade, com transparência. Não está preocupado em vender, mas passar a verdade, dos problemas que surgirão e as soluções. O JC tem uma grande atuação no mundo, tanto é que devido uma reportagem publicada recentemente recebemos visitas de indianos, chilenos e de várias usinas.” Eduardo Prezinhas, gerente agrícola da Usina Pitangueiras


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Pioneirismo na pesquisa abriu caminho para a nova geração JornalCana homenageia os atores do passado e suas principais pesquisas ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Não é a toa que a pesquisa na área canavieira em suas diversas instâncias marcou o passado e deixou uma trajetória importante para o presente e futuro. Ao completar seus 25 anos, o JornalCana homenageia os atores do passado e suas principais pesquisas, que tanto contribuíram para a arte de produzir cana, açúcar, etanol e energia. Um deles é o professor e pesquisador Jorge Horii, que trabalhou por 40 anos na Esalq. Filho de japoneses, carrega no sangue a herança de batalhar por seus objetivos. Ao se formar em agronomia em 1968 na Esalq, talvez não imaginava que seu destino seria continuar sua carreira na academia. Tanto é que em julho de 1970 entrou como pesquisador no depto da Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Esalq e ao completar seu doutorado foi chamado para desenvolver a área de fermentação alcoólica. “Apenas em 1975 o etanol passou a ter importância no Brasil. Prova disso é que na época a maioria das pessoas pensava em produzir açúcar e quase ninguém, etanol. O projeto era sobre Cinética de Fermentação Alcoólica, ou o comportamento dos microorganismos durante uma fermentação”, conta. Segundo o pesquisador, em 1973, a partir de uma planta piloto no departamento, começou a produzir álcool de cana. “A planta piloto da Esalq tinha capacidade maior do que a quantidade de matéria-prima disponível, então fazíamos até 20 mil litros por dia para destilar (de fermentado), mas era difícil fazer isso com funcionários por causa dos turnos. Então

Jorge Horii anteviu a ampliação de escala na produção de etanol

eu saia do escritório e já ia para a planta piloto. Destilava apenas para produção de cachaça”, diz. Por ter lido muito sobre a energia do etanol, já tinha ideia de que seria um combustível de larga escala no futuro e a partir daí começou a ser convidado pelas indústrias para produzir etanol em escala. “Passei a fazer a parte prática de ampliação de escala nas usinas e a primeira que acompanhei foi a Galo Bravo, de Ribeirão Preto (SP), em 1978. Ajudei a implantar a antiga destilaria Alexandre Balbo em 1983, em Minas Gerais, e visitava usinas em Pirassununga, Limeira, Piracicaba, e já dava meus palpites e ideias”, lembra. Outra grande contribuição foi em 1982 com a adaptação de um equipamento russo que resultou no chamado Redutec e que hoje é amplamente utilizado pela usinas e destilarias, para determinação de açúcares redutores e ácidos voláteis. “Desenvolvi mas não patenteei, pois as peças eram de vidro e foi considerado artesanato”.

Também orientou o aluno Antonio Batista (1997 até meados de 2007), num trabalho com leveduras vivas, para produção de ração animal. “Fomos pesquisar os efeitos em cima de toxinas de fungos, como microtoxinas. Fomos fazendo ração e a levedura viva comia a parte envenenada. Queríamos implantar essa novidade nas usinas para fermentar em meio estéreo, com a levedura desejada, mas até hoje não conseguimos porque esterilizar milhões de litros é uma operação cara. Tudo que fiz pelo setor foi de forma gratuita. Peguei um período que a gente só sonhava, mas valeu a pena, não do ponto de vista econômico, mas profissional por transmitir isso aos alunos. Infelizmente o meio acadêmico é muito cruel e cheio de vaidades, mas o que mais me deixa feliz é saber que plantei uma semente para a futura geração. Tomara que eles transformem isso em dinheiro e deixe sucessores para continuar no futuro”, lembra.

“É preciso reestruturar as pesquisas e lançar programas de cana”

Edelclaiton Daros: um dos criadores da 2ª variedade mais plantada no país

“É preciso mudar e reestruturar a pesquisa com cana no país, pois deixamos de ter programas para termos simplesmente projetos de obtenção de cultivares, sem a preocupação das outras áreas que são fundamentais na obtenção de maiores níveis de produtividade”. Essa é a conclusão do prof° Dr. Edelclaiton Daros, da Universidade Federal do Paraná. Segundo ele, criou-se uma cultura perigosa, de que somente nova variedade é que vai resolver todos os problemas do segmento, assim adicionam-se as transgênicas e “descaracterizam-se os trabalhos fundamentais importantes para o manejo da lavoura, visando alta produtividade”, afirma. Daros revela que o sistema de produção mudou muito rapidamente e os pesquisadores não acompanharam alguns detalhes, como exemplo: Qual o espaçamento ideal? Qual a adubação para cana crua? Como iremos manejar as pragas e doenças em cana crua? Qual o impacto da compactação da colheita e transbordo na produtividade e como revertê-la? “Estes são alguns itens sem resposta e o setor precisa continuar com essa produtividade, caso contrário o sistema vai ficar com dificuldade de se manter para o país”, desabafa. O professor não se considera realizado no seu trabalho pois ainda possui diversos sonhos. “Apesar de ter obtido com a nossa equipe a variedade BR

966928, a segunda no país com a maior intenção de plantio, ainda não me sinto realizado. Precisamos consolidar o setor com um programa de cana, este é o grande caminho para o setor”, explica. O professor tem propriedade para falar sobre a cultura, pois sua trajetória começou em 1991, quando foi convidado pela Universidade Federal do Paraná, para assumir as estações experimentais de cana-de-açúcar, em Bandeirantes e Paranavaí, e dar continuidade ao projeto de obtenção de variedades de cana. “Em seu início procuramos resgatar todos os clones já que na extinção do Planalsucar foram recuperados e plantados nas unidades, pois não havia condição de mantê-los nas estações”. Ele continua: “Inauguramos o projeto e a recuperação das estações a partir de 1992, graças ao convênio realizado com a Alcopar e Canapar. Em 1993, recebemos as primeiras plântulas para seleção. Com modificações ocorridas a partir de 2003, os convênios já estavam por unidade e foram criadas as subestações, que definitivamente alavancaram o projeto e passamos a produzir nossas plântulas, num total de 200.000 unidades para o campo neste ano. A partir de 2010, passamos a ter novo sistema de seleção denominado “Tapetinho”, em que colocamos de 700.000 a 3.500.000 de plântulas, com excelentes resultados que passam a ser avaliados a partir de 2013, nas fases avançadas”, lembra. (AM)


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Pery Figueiredo é conhecido pela dedicação ao melhoramento genético O que seria do canavial se não houvesse o combate às principais doenças do campo? Ou ainda sem levar em consideração o melhoramento genético das plantas e o lançamento de novas variedades? Essa resposta é encontrada na trajetória de Pery Figueiredo, pesquisador científico e especialista na área de fitopatologia, em suas quatro décadas de história nos programas de melhoramento do Instituto Agronômico de Campinas - IAC. Desde que saiu de sua cidade natal, Guiratinga (MT), município de garimpos de diamantes, terra de tribos de índios bororos, se dedicou aos estudos, mas trouxe na lembrança de infância nas fazendas do avô, seu gosto pela agricultura. Sua vocação pela pesquisa começou em estágio na Cadeira de Fertilidade da Universidade Federal de Viçosa, depois de formado, no começo de 1966, quando iniciou a vida de pesquisador científico em Campinas (SP), e se especializou na área de fitopatologia na ESALQ e em Centros de Pesquisas nacionais e estrangeiros. Ao mesmo tempo participava ativamente dos programas de melhoramento cafeeiro e da cana-de-açúcar da Secretaria de Agricultura de São Paulo. A partir de 1989, com a aposentadoria dos coordenadores da Seção de Cana do IAC (SCA), foi convidado para assumir a chefia e passou a se dedicar exclusivamente à cultura canavieira. “Uma das primeiras medidas foi extinguir a SCA e criar o Programa Cana do IAC, incorporando ao Programa os pesquisadores, especialistas em melhoramento, Marcos Guimarães de Andrade Landell, de Ribeirão Preto, Mário Pércio Campana, de Jaú e os demais chefes das estações experimentais do IAC, onde se desenvolvia o Projeto Cana/IAC. Esta iniciativa aumentou a interface institucional do IAC com as usinas e cooperativas nos municípios onde desenvolvia as pesquisas com cana”, revela. Ele lembra que um passo importante

Pery Figueiredo: especialista na área de fitopatologia

ocorreu em 1994, quando foi fechada a primeira proposta de Convênio de Cooperação envolvendo empresas do setor canavieiro, o Instituto Agronômico e a Fundação de Apoio a Pesquisa Agrícola (Fundag). “Os resultados foram muito promissores com entrada dos recursos desse convênio, e o Programa Cana/IAC se expandiu para outros estados e nunca mais parou de crescer”. Amor aos melhores de cada série – Para o pesquisador, cada nova variedade é tratada como uma filha devido a afinidade criada sobre os clones promissores na fase final do desenvolvimento. Essa relação envolve vários fatores, entre eles: o tempo gasto de trabalho que varia de 12 a 15 anos e o número de plântulas por série de cruzamentos que sobram no final. “Partem-se de milhares de plântulas (300 a 400 mil) para se chegar muitas vezes a uma ou duas variedades. Este trabalho é moroso, de baixa eficiência e no final todo grupo está tenso e ansioso para colher os melhores resultados, que refletem em ganhos e recompensas, depois de tanto tempo de dedicação, trabalho e gastos econômicos. Mesmo assim nada está garantido, e ainda é comum aparecer algum problema de última hora, doença ou praga que possa desqualificar alguns daqueles bons materiais”. Ele explica que apesar da biotecnologia ser uma ferramenta complementar importante, o programa de melhoramento tradicional para criação de novas variedades desenvolvidas através de ensaios de campo, desde a hibridação até o lançamento continua sendo imprescindível. Já em relação aos desafios na área de fitossanidade, relata que são complexos e sempre que aparecem no campo trazem problemas econômicos. “Nesta área, tanto no passado como no presente, o uso de medidas preventivas de controle como resistência varietal às doenças, ainda são os melhores e mais eficientes métodos usados para a canavicultura brasileira”, finaliza. (AM)


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JORNALCANA HONRA PIONEIROS DO NORDESTE E CENTRO-SUL Publicação escolhe dois personagens que há 25 anos já enfrentavam os desafios do agronegócio canavieiro ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Assim como o JornalCana foi pioneiro defensor do setor sucroenergético brasileiro, algumas pessoas foram pioneiras em suas respectivas áreas. Por falta de espaço adequado, destacamos nesta e na próxima página duas destas personalidades, uma do Nordeste do País e outra do Centro-Sul. No Nordeste, homenageamos Antônio Augusto de Souza Leão e no Centro-Sul, honramos João Petroni.

AUGUSTO DE SOUZA LEÃO É UM DOS PAIS DO TERMINAL AÇUCAREIRO DE RECIFE Legítimo herdeiro dos pioneiros dos engenhos de açúcar de Pernambuco, esbanja simpatia e saúde em seus 87 anos. Ainda na ativa, no Sindaçúcar-PE, Antônio Augusto de Souza Leão nasceu em Joaquim Nabuco (PE), em 4 de agosto de 1925. Formou-se em Química Industrial na Escola Superior de Química da Universidade Federal de Pernambuco em 1948 e ingressou no Instituto do Açúcar e do Álcool – IAA em 1º de julho de 1950, no cargo de “Químico Tecnologista”. Em 1959 assumiu o cargo de Chefe da Inspetoria Técnica Regional do IAA em Pernambuco e posteriormente em 1975 em razão da reestruturação do IAA, assumiu o cargo de Superintendente Regional do IAA de PE. Ingressou no Sindaçúcar em 1986 e atualmente é assessor para assuntos de exportação, do Terminal Açucareiro de Recife no controle de

Antônio Augusto de Souza Leão esbanja simpatia e saúde em seus 87 anos

qualidade de açúcar para exportação. Hoje lembra com carinho de sua contribuição para o setor canavieiro brasileiro, como em 1960, quando fundou o Posto de Experimentação Agrícola de Cana-de-açúcar no município de Carpina/PE, que transformou-se em Estação Experimental de Cana-de-açúcar da Universidade Federal Rural de Pernambuco e da infância e de suas origens nos engenhos. Entre suas principais lembranças em sua terra natal, está sua contribuição na construção do Terminal Açucareiro de Recife, inaugurado em 1972. “Recebemos a visita do presidente General Médici no Terminal Açucareiro de Recife, em setembro de 1972, e participei das decisões e construção do Museu do Açúcar, atualmente Museu do Homem do Nordeste pertencente à Fundação Joaquim Nabuco. Também me lembro do contato com o presidente Costa e Silva quando esteve no município de Palmares (PE), na época da intervenção do IAA nas usinas Serro Azul e Treze de Maio”.

Quando se trata em experiência profissional, Souza Leão prova que de qualidade do açúcar entende bem. Viajou o mundo representando o governo brasileiro, e ainda quando funcionário do IAA ajudou a lançar o cultivo de novas variedades de cana vindas de Campos-RJ e do exterior. Também participou da construção de um alcoolduto no Porto de Recife para exportação de etanol de empresas privadas e colaborou com a melhoria da qualidade do açúcar exportado por PE, PB, RN e CE com base em normas de países produtores e importadores de açúcar.

CANA CAIANA Da época de menino muito restou na memória do executivo Antônio Augusto de Souza Leão, já que corre em suas veias, o sangue “mascavo” dos engenhos. “Lembrome bem dos engenhos da família e da fabricação de açúcar mascavo. Um pequeno incêndio no canavial situado numa colina em frente da casa onde residia minha família, na propriedade Visgueiro

no município de Joaquim Nabuco (PE) me marcou, pois naquela época não se queimava a palha da cana para sua colheita. Também lembro- me bem de quando andava de carro de boi que também transportava cana, e de andar a cavalo para ir à escola no engenho Barra do Dia, além de saborear a cana caiana ou cana pitu. Já na fase adulta, sinto falta das reuniões periódicas na sede do IAA no Rio de Janeiro. Tínhamos conhecimento do que ocorria em todas as regiões do país e sempre encontrávamos soluções e orientação para cumprimento delas”, diz. O pai, Alberto de Souza Leão, plantou cana como fornecedor para as usinas da região nas propriedades de Visgueiro, Rosa Murcha e Tambor (arrendados) e no Engenho Primoroso, de sua propriedade, na região da mata sul de Pernambuco. “Meu Avô Domingos de Souza Leão era proprietário do engenho banguê Barreirinho que produzia açúcar bruto. Na minha juventude conheci dois engenhos tipo bangüê na região da mata sul de Pernambuco: Engenho Canoa Rachada de propriedade de um primo de meu pai, Zé Leão e o engenho Tipi”, frisa. Também não poderia ficar de fora de suas recordações, as mais modernas usinas de sua juventude. “Na minha mocidade conheci a Usina Catende, que era a maior usina de açúcar do Brasil, de propriedade do senhor Tenente da Catende, João da Costa Azevedo; a Usina Santa Terezinha (com maquinária norte-americana) do coronel José Pessoa de Queiroz e da Usina Central Barreiros com maquinária holandesa, de propriedade da família Othon Bezerra de Melo. Estas duas últimas estavam entre as mais modernas do Brasil. Nasci numa região que tinha somente açúcar. Sinto-me feliz por ter dedicado minha vida ao setor. Vi muitas gerações nascerem dentro do setor e muitas usinas se transformarem. Fico triste ao saber que minha família não está mais em cana, mas a vida continua com o mesmo entusiasmo do passado”, lembra. (AM)


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João Petroni é pioneiro em tudo, de usina no cerrado à fábrica de biodiesel Há 30 anos, o pecuarista e agricultor João Petroni buscou em Mato Grosso realizar o sonho de montar uma destilaria com o advento do Proálcool. Através de uma sociedade que perdura até hoje, foi possível buscar conhecimento e tecnologia em Piracicaba (SP) para montar uma unidade de 180 mil litros de etanol por dia. Como todo início, Petroni admite que não foi fácil convencer as pessoas de que o programa do álcool – Proálcool - daria certo. Mas para conseguir financiamento era preciso entregar as terras em garantia e mesmo assim, para provar que o munícipio de Barra dos Bugres era promissor no plantio de cana não foi fácil. Depois de muito esforço e dedicação em prol do sonho, finalmente em 1981, a montagem da unidade foi aprovada, com 20% de recursos próprios. E foi paralelo a isso que Petroni liderava a associação dos produtores do Estado e depois fundou o Sindalcool – Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de MT, ainda nos anos 80. Nos anos 90, a empresa começou a produzir sua capacidade total de 180 mil litros/dia e decidiu por ampliar sua produção posteriormente para 700 mil litros/dia, quando o açúcar passou a ser produzido pela unidade. Mas o sonho ainda não havia

João Petroni, um visionário

terminado, pois vislumbrando novo progresso, idealizou uma unidade produtora de biodiesel em conjunto com um grupo de sócios. “Em 2000 eu quis cultivar oleaginosas e implantamos em Cuiabá, a Ecomat que infelizmente não recebeu amparo da ANP e não conseguimos aprovar o produto. Mesmo assim eu incentivei o pessoal a fabricar biodiesel. Muitos disseram que não queriam, por isso decidi com os sócios da usina implantar a fábrica em anexo à Barralcool”, diz.

Petroni acreditava que o biodiesel e o etanol seriam ótimos substitutos do petróleo. “Na fundação da Barralcool sempre entusiasmava os parceiros para seguir em frente, pois sabia que produzir etanol seria um bom caminho já que o petróleo era finito. Nunca deixei de acreditar, mesmo sendo difícil. Nosso programa nacional do álcool é invejado pelo mundo todo e sei que a presidente Dilma está abandonando o programa, importando gasolina mais cara e vendendo mais barata internamente. Nosso setor está

desanimado por falta de competitividade com a gasolina, mas acho que isso deve melhorar. O pacote anunciado, sem preço para o etanol, não adianta”, enfatiza. Segundo o empresário pioneiro, o programa do álcool pode evitar importação de combustível, mas no momento atual está morrendo. “Umas das soluções seria aumentar o preço da gasolina e melhorar o preço do etanol na usina. Em maio vendíamos o etanol hidratado na usina a R$ 1,20/litro, mas o ideal seria vendê-lo a R$ 1,50/litro. Hoje a pecuária é que sustenta boa parte do nosso negócio”, lembra. Apaixonado pelo setor, Petroni se considera um vitorioso por manter viva sua atividade sucroenergética até hoje e recorda com carinho dos principais fatos que marcaram sua trajetória. “O setor representa trabalho e sucesso. Realizei-me por implantar a empresa, é um orgulho ter essa usina que gera renda e emprego ao município. Também me sinto muito feliz por ter conseguido trazer o presidente Lula para inaugurar a fábrica de biodiesel, mesmo sem nunca ter qualquer influência política”, ressalta. Outro fato marcante foi a implantação do projeto social Doce Vida. “Sempre pensei em tirar verba do faturamento para investir no social para ajudar as crianças carentes. Outro momento marcante foi ter conseguido ser a primeira usina de Mato Grosso a certificar o açúcar”, finaliza. (AM)


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JornalCana acompanha e aponta a evolução do setor há 25 anos FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

DO

DE

SÃO CARLOS, SP

JORNALCANA

Nesses últimos 25 anos, o ProCana Brasil através de suas publicações e sites de informações, tem prestado um serviço relevante ao setor sucroenergético. Desde sua primeira edição, o JornalCana noticia eventos e fatos relevantes do setor e isto tem sido sua tônica e missão. Na área de tecnologia, tanto agrícola como industrial, através de suas páginas o leitor tem podido se inteirar do que há de mais novo e substancial em ferramentas para o aumento da produtividade e eficiência industrial. Seu conteúdo é o mais volumoso em informações de todas as publicações dirigidas ao setor em termos nacionais e internacionais. Assim, nas últimas décadas, através de suas páginas os leitores têm podido acompanhar de perto a enorme evolução na vida na indústria açucareira em todos os seus aspectos. Esse segmento de atividade agroindustrial, que durante muito tempo chegou a ser estigmatizado como conservador e mesmo arcaico em muitos aspectos, agora se mostra ávido por inovações e à rápida introdução de melhorias que possam tornar seus processos produtivos mais eficientes e consequentemente mais rentáveis.

Setor de evaporação de uma usina moderna: o JornalCana acompanha as tendências


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História do JornalCana é capítulo que remete às origens do Brasil

A produção do açúcar, em Nova Reperta de Stradanus 1509 - 1603

Para celebrar os 25 anos do JornalCana, fizemos uma verdadeira remissão ao passado, a fim de mostrar o valor do setor sucroenergético para a economia mundial. A partir desta página e até a página 101 publicamos, portanto, um pouco da história do setor. A começar do açúcar. Produto básico derivado da sacarose contida na cana, o açúcar já era extraído na Indonésia e na Índia e em seu caminho para o Oeste, desde os tempos mais remotos, passando por árabes, egípcios e chegando ao Mar Mediterrâneo, era tido como uma droga milagrosa e cercado de sigilos em suas técnicas de produção. Foi assim que na Era dos Descobrimentos chegou ao Brasil, trazido pelos portugueses colonizadores. Sua produção era artesanal em instalações características, denominadas de “engenhos”. Uma denominação merecida, pois possibilitavam através de poucos recursos materiais produzir o açúcar. No entanto, apesar de sua engenhosidade, mesmo que primitiva, a produção do açúcar necessitava de dois fatores fundamentais. O clima adequado ao plantio da cana-de-açúcar e a existência de fonte de energia para a concentração do caldo e sua posterior cristalização. Essa fonte de energia era a madeira e, portanto, os engenhos só se tornaram uma atividade viável onde houvesse abundância de florestas, como eram as recentes terras descobertas. (FPM)


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Dos engenhos às usinas A passagem dos engenhos de açúcar às usinas, está intimamente relacionada com aquilo que se denominou de Revolução Industrial ao final do Séc. XVIII. Sua principal característica foi a introdução de uma nova força motriz que mudaria para sempre a humanidade, desde os aspectos sociais até aos meios de produção: o vapor. Através dessa forma de energia, não só a escala de produção pôde ser aumentada, como também foi possível atingir uma qualidade muito melhor do produto final. Primeiramente foram as moendas que receberam seu novo método de tração, a máquina a vapor, proporcionando uma capacidade muito maior de manuseio de cana, fazendo com que os demais setores tivessem de se desdobrar para processar a quantidade de caldo. Mas a verdadeira revolução, que marcou a transição dos engenhos para as usinas, foi a introdução do cozedor à vácuo em substituição às panelas ou tachos que eram empregados para a concentração e cristalização do açúcar. Deve-se a um inglês, Howard, a invenção dessa nova tecnologia que substituiu o fogo direto pelo vapor, e

Motor a vapor usado nas primeiras usinas

utilizando-se do vácuo possibilitou que a evaporação se desse em temperatura mais baixa, o que possibilitou a produção de um açúcar mais branco com melhor qualidade. Pouco tempo mais tarde, já no século XIX, o norte-americano Rillieux desenvolveu a evaporação em múltiploefeito, outro passo fundamental para as modernas usinas. No múltiplo-efeito 1kg de vapor evapora tantos quilos da água

contida no caldo quantos forem o número de efeitos ou vasos de evaporação. Sem esse tipo de evaporação, hoje não seria possível, apenas com a queima do bagaço, gerar toda energia necessária ao processo de produção de açúcar e do etanol. Para que a transição se completasse, havia a necessidade de se encontrar um meio de retirar o mel que envolvia os

cristais de açúcar no processo final de sua produção. Isso era feito por gravidade, onde a massa contendo os cristais era colocada em uma forma cônica de barro, madeira ou metal, para que o mel escorresse por gravidade. Após inúmeras tentativas usando-se vácuo foi a centrifugação que proporcionou os melhores resultados e é empregada até os dias de hoje. (FPM)


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JornalCana acompanhou a evolução das usinas em 3 décadas As modernas usinas existentes no Brasil nos dias de hoje são o resultado do esforço e a dedicação de técnicos, empresários e fabricantes que nas últimas décadas se empenharam e continuam avançando no sentido de desenvolver a indústria sucroenergética. As plantas modernas que se ergueram nos últimos anos no regime “greenfield” e as ampliações das usinas existentes demonstram a capacidade e o empenho que foram dedicados à esses empreendimentos. Entre as novas concepções de usinas adotadas, saltam à vista os layouts mais espaçosos, com mais equipamentos montados ao tempo, tornando desnecessárias as muitas estruturas e edifícios industrias que eram utilizados no passado. Novos equipamentos como as moendas de maior capacidade e acionamentos eletrificados mais compactos são outro destaque nas recentes implantações. A introdução de caldeiras de grande porte e pressão de operação elevada, aliada à turbinas de extração e condensação permitiu um sensível aumento da produção de energia, gerando excedentes comercializáveis. Nos setores de tratamento de caldo e

Moderna fábrica de açúcar

evaporação, novos clarificadores de uma só bandeja reduzem o tempo de retenção do caldo, reduzindo perdas por inversão de sacarose. A filtragem do lodo ganhou o auxílio de prensas desaguadoras como opção aos filtros rotativos. A evaporação do caldo ganhou novos recursos com a introdução dos evaporadores por película fina e mais recentemente, os de névoa turbulenta, facilitando a manutenção e proporcionando ao mesmo tempo uma

elevada troca térmica. Na produção do açúcar os cozedores contínuos já ocupam lugar de destaque em várias fábricas tornando-as mais compactas. Na produção do etanol, as fermentações, tanto contínuas como em batelada, tornaram-se mais eficientes graças a um controle microbiológico mais eficaz e o uso de leveduras de alto desempenho que produzem um teor alcoólico mais elevado no vinho.

Os aparelhos de destilação de etanol estão entre aqueles que sofreram as mudanças mais radicais. Ao invés das colunas segmentadas com calotas, agora são usadas colunas dotadas de válvulas ou pratos perfurados. Os imensos prédios de sustentação de outrora desapareceram graças às colunas de destilação de construção autoportante. A concentração de vinhaça é uma das mais recentes incorporações tecnológicas nas destilarias. Um capítulo a parte nessa nova concepção de indústria é o elevado grau de automatização. Para um setor, que à exceção de uns poucos controles rudimentares, praticamente não dispunha de sistemas de instrumentação e controle é auspicioso observar a que nível chegou o grau de automatização, substituindo a exaustiva operação manual realizada em ambientes agressivos pelo controle centralizado e salas de comando climatizadas em que os operadores podem tomar ciência instantaneamente de todos os parâmetros do processo produtivo. Certamente as indústrias do setor sucroenergético podem se orgulhar dos avanços realizados nessas últimas décadas, o que além de proporcionar uma maior capacidade e rendimento na produção, também logrou conseguir muitos avanços na área ambiental. (FPM)


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1 - Anúncio da publicação veiculado no ano de 1988 2 - Tancredo Neves marca presença Em setembro de 1993, o JornalCana, sob

na inauguração da Usina Agropéu, em 1981

nova direção, de Josias Messias, recomeça a circular no setor sucroenergético

3 - Pedra Fundamental Usina Alcoeste, inaugurada em 1982 4 - Josias Messias acompanha a edição impressa do JornalCana 5 - Malotes do JornalCana prontos para serem distribuídos em 1995

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Josias Messias discursa na primeira edição do Prêmio MasterCana (iniciado como Prêmio JornalCana), em 1994

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FATOS & FOTOS FATOS & FOTOS FATOS & FOTOS

Em 1994, o primeiro Prêmio JornalCana teve presença maciça dos principais líderes do país, Hoje, o Prêmio MasterCana, que o sucedeu, está consagrado como o maior do País

Josias Messias apresenta evento organizado pela ProCana Brasil

Uma das equipes do JornalCana, reunida em feira sucronergética. O JornalCana é a única publicação a participar ininterruptamente da Fenasucro desde sua primeira edição.

Exemplares do JornalCana em 1997

Assinatura contrato entre Vale do Rosário e CPFL em 2000: JC presente em todos os momentos importantes do setor

Carlos Lyra recebe Prêmio MasterCana, em 2001

Ministro Marcus Vinicius Pratini de Moraes é premiado em 1999


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FATOS & FOTOS FATOS & FOTOS FATOS & FOTOS

Fábio Soares Rodrigues, hoje gerente de operações da

O JornalCana viaja há 25 anos a todos os lugares

ProCana Brasil, iniciou sua trajetória no segmento em 1997

do país onde o assunto é cana e seus derivados

Em 2001, o Prêmio MasterCana Brasil lotou a

Nomes como Rubens Ometto e José Pessoa

casa de eventos Olímpia em São Paulo, capital

foram contemplados pelo MasterCana, em 2001

Em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou publicamente o JornalCana e fez questão de ser fotografado folheando-o, ao lado do hoje coordenador de redação, Alessandro Reis Dois dos empresários mais emblemáticos do segmento: Antonio Toniello Filho e Maurilio Biagi Filho


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JornalCana ajudou lavoura de cana a evoluir FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

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A lavoura canavieira é a base da moderna indústria sucroenergética. A cana-de-açúcar como matéria-prima tem mostrado sua versatilidade ao longo dos tempos, sendo a base dessa indústria. Nos últimos 25 anos, a ProCana Brasil e todos os seus instrumentos de divulgação dedicaram uma especial atenção ao informar seus leitores a respeito da contínua evolução que essa cultura tem sofrido. Quer na cobertura de eventos técnicos, palestras de técnicos e fabricantes de máquinas e implementos, as

páginas da ProCana Brasil sempre estiveram abertas a divulgar tudo o que de novo tem surgido na lavoura canavieira. Um dos exemplos é o acompanhamento passo a passo de toda a verdadeira revolução que tem sido a transição entre a colheita manual e a crescente mecanização, que agora não abrange somente a colheita, mas também o plantio. Em suas páginas a ProCana Brasil tem focalizado os avanços existentes desde as primeiras colhedoras a entrarem em operação no país, até os mais recentes esforços de treinamento de operadores a partir de modernas estações de simulação disponibilizadas pelos fabricantes de máquinas.

Publicação faz registro fiel do trabalho de engenheiros e técnicos As questões e recomendações feitas pelos agrônomos e técnicos do setor para a otimização dos passos em relação a essa mecanização acelerada também foram o foco de vários artigos nos últimos anos, levantando questões a respeito da adaptação dos talhões, compactação do solo e a necessidade de variedades mais adaptadas a essa modalidade de colheita. O trabalho de instituições como a Ridesa e o IAC, assim como o de empresas como o CTC e a Canavialis no trabalho de melhoramento com o intuito de oferecerem aos produtores variedades mais apropriadas à mecanização, mas também às necessidades específicas das novas fronteiras agrícolas, como a Região Centro-Oeste, tem sido registradas ano a ano nas páginas da ProCana Brasil e seus veículos. Outro aspecto sempre lembrado nas páginas da ProCana Brasil, foi o aumento da preocupação com a produtividade, através da aplicação de micronutrientes, como na adubação foliar, em complemento aos sistemas clássicos de fertilização do solo baseados em nitrogênio, fósforo e potássio. O manejo da cultura através de reguladores de crescimento e bioestimulantes também foi outra das evoluções ocorridas nos últimos anos, pois através dessas técnicas foi possível na prática estender o período de safra, antecipando-se um mês o início da safra e postergando-se por dois meses seu término, proporcionando à indústria um incremento na capacidade de produção considerandose o mesmo parque de equipamentos instalados. (FPM)


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Logística recebeu atenção especial nas páginas do jornal Uma vez colhida no campo, a cana-de-açúcar necessita ser transportada para a indústria. Com o aumento da capacidade das indústrias, onde muitas hoje superam os 3.000.000 milhões de toneladas de cana por safra, e várias chegam ao patamar de 7.000.000 de toneladas de cana projetadas, as necessidades de logística também se ampliaram consideravelmente. A ProCana Brasil tem registrado os avanços nesse setor, que de caminhões com fueiros, hoje coisas do passado, o transporte atualmente se faz por comboios de alta capacidade, em carrocerias especialmente desenvolvidas para essa finalidade, transportando cana picada. Para isso houve um intenso desenvolvimento de veículos que pudessem recolher cana colhida pelas máquinas e descarregar nas carrocerias de transporte até as usinas, sem causar compactação, o que acabaria por afetar a produtividade da lavoura. Com a maior densidade de carga, os fabricantes de caminhões tem se empenhado em produzir veículos mais possantes, dotados de vários melhoramentos como marchas automáticas, capazes de tracionar cargas mais elevadas e assim reduzir o custo por quilometro rodado. Importante também tem sido a adoção de sistemas de gerenciamento de frota, baseados em computadores de bordo, que permitem um controle mais eficaz de todos os recursos de mecanização e logística disponíveis. Esse é um pequeno painel de toda a evolução e mudanças pelas quais tem passado a lavoura canavieira, que muito nos orgulha ter acompanhado e através da ProCana Brasil e de seus veículos informativos. (FPM)

JornalCana foi arauto de novas técnicas, como a da irrigação Nesses últimos 25 anos o surgimento e a adoção de novas técnicas de irrigação e fertirrigação visando quer o aproveitamento da vinhaça, como a aplicação de defensivos e fertilizantes também influíram decisivamente no aumento da produtividade, principalmente nas novas fronteiras agrícolas que anteriormente eram áreas de pastagem e necessitam de cuidados especiais no que se refere a deficiência hídrica. Informando e acompanhando a evolução dessas novas técnicas, a ProCana Brasil trouxe em suas páginas os

equipamentos propostos pelos diversos fabricantes e os resultados obtidos com a adoção de técnicas como a aspersão, pivô central e gotejamento, que tem se tornado cada vez mais comuns nos últimos anos. Os resultados trazidos por essas técnicas de irrigação têm proporcionado um significativo aumento de produtividade por área, que em muitos casos ultrapassa a casa dos 100%, trazendo um saldo positivo não só em produtividade, mas também em longevidade dos canaviais, fator fundamental para a redução de custos, uma vez que uma parte substancial dos gastos com a lavoura se deve a renovação do canavial. (FPM)


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TIME ENTROSADO Esta é a equipe atual da ProCana Brasil. Um time eficiente e dedicado, sem distinção de posição:

1 – Walter Junior 2 - Josias Messias 3 - Sandro Vitório 4 - Chimene Costa 5 - Rosemeire Messias 6 - Gilmar Messias 7 - Michelle Freitas 8 - Vinícius Batarra 9 - Jaqueline Cantarelli

COMPLETAM A EQUIPE

10 - Willian Rodrigues 11 - Mayline Kim 12 - Luiz Montanini 13 - Regina Ushicawa 14 - Abel Martin

20 - Adriana Ribeiro 21 - Asael Cosentino 22 - Matheus Giaculi

15 - André Ricci 16 - Gustavo Santoro 17 - Leila Luchesi 18 - Thaís Rodrigues 19 - Fábio Rodrigues

23 - Renata Macena 24 - Andréia Moreno 25 - Fulvio Machado

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Parkits se destaca na fabricação de componentes de vedação A Parkits Vedações Hidráulicas e Pneumáticas Ltda iniciou suas atividades em 2002 na cidade de Piracicaba, SP, importante polo estadual sucroalcooleiro e nacional de biocombustíveis e se consolidou nacionalmente neste setor, alcançando em 2010 a distinção certificada pela Parker Hannifin como: Vedações hidráulicas e pneumáticas “Distribuidor Classe Premier” para kits e componentes de específicos dos clientes em todos os vedação. processos internos, fornecendo produtos Em 2007 a Parkits instalou uma filial com qualidade e confiabilidade. na cidade de Ribeirão Preto, SP, A política Parkits não está baseada em ampliando sua penetração junto ao ofertar somente um produto de alta mercado sucroenergético e fortalecendo-se qualidade mas também dispor ao cliente nos demais segmentos. um tratamento informal e acessível de uma A Parkits através de sua parceria com equipe de engenheiros e técnicos altamente a Parker Hannifin que é líder mundial na qualificados e credenciados para criar e fabricação de componentes destinados ao propor sempre a melhor opção. mercado de controle do movimento, repassa a seus clientes os produtos Parkits certificados ISO/TS 16949:2002 que 19 3421.8485 propicia a garantia dos requisitos www.parkits.com.br

Motobomba produzida pela Germek

Germek fabrica e comercializa motobombas agrícolas para setor Com mais de 30 anos de experiência, a Germek Equipamentos investe em alta tecnologia aplicada à agricultura fabricando e comercializando motobombas para uso agrícola e sucroalcooleiro priorizando a qualidade e confiabilidade de nossos equipamentos. Informa que oferece soluções completas, desenvolvendo projetos personalizados e dimensionados para o seu negócio, com motores estacionários movidos a diesel até 700 cv ou etanol, bombas fabricadas nos mais diversos materiais para qualquer aplicação, seja água, vinhaça e efluentes. Estes conjuntos podem ser montados sobre carreta ou em base fixa e são dotados de sistema de parada automática para proteção do motor e partes móveis conforme NR12.

Os grupos geradores, utilizados como fonte alternativa de geração de energia para diversos setores da economia são necessários em situações que requeiram energia ininterrupta ou quando há grande demanda nos horários de pico para aplicação na agricultura (pivot, granjas, etc.) e aplicações industriais. Estes compostos por motores estacionários movidos a diesel ou biogás (Volvo-Penta, MTU-Mercedes, Scania ou MWM) acoplado a gerador WEG ou Bambozzi, montados sobre base de viga laminada, ou carenados, para redução significativa de ruídos. Germek 19 3682.7070 www.germek.com.br

Nitrogênio de liberação gradativa prevê aumento da produtividade e economia Para substituir ou complementar a adubação convencional de Nitrogênio, uma das alternativas que vem sendo cada vez mais utilizada por produtores de canade-açúcar são as formulações que proporcionam a liberação gradativa do nutriente. São compostos que suprem as demandas nutricionais específicas quando a planta realmente necessita ou quando outras fontes de Nitrogênio são de difícil aplicação. Neste sentido, a tecnologia Coron é uma das que melhor tem atendido às expectativas e exigências dos agricultores brasileiros com eficiência. O produto traz vantagens como a liberação gradativa de Nitrogênio na planta por um período de 3 a 10 semanas. Possui ainda o efeito único de molhamento, que resiste à cristalização na folha, o que melhora a absorção dos nutrientes. Produtos convencionais secam mais rapidamente na folha, dificultando a absorção de nutrientes e podendo causar fitotoxicidade. O composto líquido tem se apresentado como uma das melhores e vantajosas alternativas para fornecimento de Nitrogênio para cana-de-açúcar além de outras culturas como milho, trigo, algodão, soja, café, legumes e frutas. Pesquisas recentes mostraram que Coron tem apresentado resultados interessantes quando utilizado na substituição da Ureia em busca de ganhos de produção e

Pulverização aérea da tecnologia Coron

redução de custos com fertilizantes. O produto foi desenvolvido com uma tecnologia que permite a fácil aplicação via folha e sua composição evita perdas por volatilização e lixiviação. A linha Coron é a única do mercado que disponibiliza formulações diversificadas, inclusive com Boro nas composições. No

Brasil, Coron é comercializado pela empresa Nutriceler, com sede em Itapeva, SP. A solução possui PH quase neutro e pode ser estocada por mais de 18 meses, mantendo a estabilidade do produto. Pesquisas comprovaram também que o produto possui excepcional absorção e

translocação nas plantas, proporciona segurança para a cultura e equipamentos, além de possuir excelente compatibilidade com outros produtos. Nutriceler 15 3524.9494 www.nutriceler.com.br


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Grupo Duraface mantém a eficiência das colhedoras A colheita mecanizada avança a passos largos na indústria sucroenergética, graças ao intenso desenvolvimento de máquinas apropriadas para esse tipo de trabalho. Quando comparadas aos outros tipos de colhedeiras, como por exemplo as de grãos, fica fácil perceber que na lavoura de cana as máquinas estão sujeitas a condições muito mais severas, em um ambiente particularmente agressivo. Assim é normal que as máquinas submetidas a essas condições apresentam um desgaste mais pronunciado em suas partes vitais, como facas e discos de corte. Prolongar o uso das colhedeiras sem se fazer a devida manutenção causa perdas irremediáveis na soqueira pelo corte mal feito, trazendo sempre o risco de ser porta de entrada para doenças que por fim afetam a produtividade do canavial. O Grupo Duraface, empresa sediada em Araras-SP, atua a quase 20 anos fornecendo uma linha completa de componentes de reposição para as diversas marcas de colhedeiras de cana. Esses produtos conquistaram um lugar de destaque no mercado, graças a uma política de desenvolvimento voltada para absorção

de tecnologia e ensaios de campo. São facas de corte de base, despontadoras, picadoras, pás de ventilação, discos de corte de base, componentes diversos e peças estruturais como os rolos divisores. Complementando sua linha de produção, o Grupo Duraface dispõe de uma estrutura de comercialização, denominada Duraparts, que fornece itens hidráulicos, elétricos, usinados, vedações, transmissão e filtros. Além de sua matriz em Araras-SP, o Grupo Duraface está presente também na cidade de Araçatuba, outro importante polo sucroenegético. A empresa também atua no exterior com uma unidade situada em Brisbane na Austrália desde 2010. O Grupo Duraface também participou como expositor do 28º Congresso do ISSCT – International Society of Sugar Cane Technologists, que foi realizado nos dias 24 a 27 de junho passado, nas dependências do Transamérica Expo Center em São Paulo, SP. Duraface 19 3547-3539 www.duraface.com.br

João Zangrandi, presidente da empresa

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Centerquímica lança sistema Turmix

Authomathika investe em novos sensores para nível Chute Donnelly

A Centerquímica atua há mais de 27 anos nos mais diversos segmentos industriais, fabricando e distribuindo produtos químicos, sempre buscando novas tecnologias. Com aplicações já desenvolvidas em várias usinas do Nordeste, Goiás e Mato Grosso do Sul. A empresa apresenta agora para as demais regiões um novo conceito em assepsia de moenda. Trata-se do sistema Turmix. Um programa de redução da contaminação microbiológica na moenda. O sistema atua através de conceitos como: trabalhar de forma efetiva na redução da contaminação microbiológica da moenda, reduzindo as perdas provenientes de contaminação bacteriana; reduzir custos com insumos, principalmente antibióticos na fermentação e aumentar a eficiência de todo processo; aplicação diferenciada de bactericidas e bacteriostáticos, através de aplicadores industriais de alta pressão fornecida em comodato. A Centerquímica explica que para aplicar o sistema Turmix é primeiramente

Os sensores de detecção de nível Chute Donnelly foram desenvolvidos e são produzidos por diversos fornecedores, há 20 anos. Mas todos os que operam na moenda sabem o quanto estes sensores falham, desajustam facilmente, têm medições falsas, altera sensibilidade com umidade ou embebição, queimam, entram água, ou seja, eles necessitam de reajustes constantes, Sensor SLV-1A, produzido pela Authomthika reparos ou substituição. Sendo assim, por serem projetados há do Chute Donnelly antigo de qualquer 20 anos, já não atendem as necessidades marca, sem mexer com a fiação, atuais de medição. alimentação ou acoplamento mecânico; foi A Authomathika investiu e projetado para este fim. Possui ajustes de desenvolveu uma solução simples e lag e sensibilidade, tecnologia moderna de atualizada, que atende as características transferência de carga "modulação OFDM" necessárias de medição do nível pontual do e o sistema mecânico permite instalação Chute Donnelly. externa ou interna no Donnelly sem É o SLV-1A, com tecnologia alterações mecânicas.. microprocessada, utilizando a mesma tecnologia dos touchscreen utilizada nas Authomathika tabuletas eletrônicas. 16 3513.4000 O SLV-1A substitui sensores de nível www.authomathika.com.br

Fotos tiradas em usinas que já utilizam o sistema Turmix

necessário o uso do Biosept, que é um bactericida que atua removendo o biofilme e eliminando instantaneamente as bactérias. O segundo passo é a limpeza da moenda com água fria. Concluindo o processo, o BAC CEN 510, que é bacteriostático evita nova formação do biofilme. Centerquímica 18 3631.1313 www.centerquimica.com


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Century do Brasil cria divisão de engenharia em pontes rolantes e talhas elétricas A Century do Brasil possui uma grande linha de bombas centrífugas, visando atender as diversas situações que surgem nos processos produtivos e também em futuras ampliações quando estas são necessárias. Sendo uma referência mundial em bombeamento de fluídos com sólidos sem necessidade de selos mecânicos, dispensando o gotejamento e injeção de água no caso de gaxetas, está consolidada no setor como as melhores bombas para moenda, lodo, mel e todos os fluídos com altas concentrações de brix. Confeccionadas com materiais de altíssima qualidade, com matérias-primas certificadas, as bombas Century sempre se destacaram das demais do mercado, pois sua durabilidade sempre superou as expectativas de seus clientes, possibilitando o aperfeiçoamento à produtividade devido a baixa manutenção que o produto oferece. O departamento técnico está em constante aperfeiçoamento, recebendo treinamentos e cursos específicos, para estar sempre atualizado em relação às novas tecnologias. “Estamos completamente satisfeitos com as bombas Century que adquirimos. Atendem muito bem a todas as necessidades da nossa usina. O seu sistema de gaxeta está de parabéns e o rotor com aletas na parte traseira diminui substancialmente a pressão na gaxeta contribuindo para a durabilidade. Utilizamos as bombas de rotor aberto da Century sem tanquinho em todos os ternos”, afirma José Felício Filho, encarregado de manutenção da Diana Destilaria de Álcool. De acordo com o profissional, as bombas Century duram muito mais do que as da concorrência. Recentemente foi adquirida mais uma bomba, que aguarda instalação e

estamos ansiosos para vê-la em funcionamento. Nossa meta é utilizar bombas da marca Century em todas as aplicações. Em 2013, a Century do Brasil lançou sua divisão de engenharia, fabricação e manutenção em pontes rolantes de 1 a 100 toneladas, com experiência de profissionais

renomados no setor. Century 11 2943.0688 www.centurydobrasil.com.br

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Usina Santa Isabel compra 2º filtro de lodo da VLC Cliente VLC há 16 anos, a Usina Santa Isabel adquiriu recentemente mais um filtro de lodo da linha de equipamentos da empresa. Satisfeitos com a qualidade dos filtros VLC e dos serviços prestados, o primeiro filtro foi entregue em fevereiro de 2012 e o segundo equipamento chegou à usina em abril deste ano. Segundo o Sr. Augusto Antônio Olione, gerente industrial da Usina Santa Isabel em Novo Horizonte, SP, a VLC conquistou a confiança da empresa há anos. “Há 16 anos adquirimos um dos primeiros filtros rotativos fabricados pela VLC e desde então nos tornamos parceiros, em razão do seu eficiente fornecimento de serviços e peças de reposição para os equipamentos”, conta o gerente. Perguntado sobre os motivos que o levaram a adquirir os filtros VLC, Olione explica: ‘’Com a colheita mecanizada já não é mais comum lavar a cana antes da moagem. Com isso algumas impurezas minerais (areia e pedra) e também vegetais (folhas) acabam participando do caldo necessário para produção de açúcar ou etanol. Com a adição dessas impurezas o processo para filtração do caldo com filtro rotativo (presente na maioria das

usinas) deixou de ter a mesma eficiência, pois a presença de mais areia e pedra fez a operação do filtro rotativo se tornar mais trabalhosa. As impurezas costumam encher a caixa de sedimentação com maior rapidez mesmo com o agitador em movimento para facilitar a sucção da solução, neste caso já denominado “lodo” na parede do filtro rotativo. Uma das vantagens do Filtro de Lodo da VLC é a alimentação na esteira por gravidade com distribuição uniforme da solução a ser filtrada, evitando paradas para limpeza do lodo concentrado na caixa de sedimentação do antigo filtro rotativo. Também é possível recuperar mais açúcar (POL) deste lodo na esteira com processos de retrolavagem. Outra razão importante é a maior vida útil da tela filtrante durante as safras, pois não há prensagem mecânica para extração do caldo, etapa comum em filtros prensa’’. Confiante da competência VLC, Olione afirma que está satisfeito com a parceria e indica a empresa e produtos. VLC 19 3872-1220 www.vlc.com.br

Prédio da Tubos Ipiranga em Sertãozinho, SP

Empresa investe R$ 25 milhões em novas filiais e ampliação de estoques A Tubos Ipiranga, distribuidora de tubos de aço e conexões do país e fabricante de tubos de grandes diâmetros e de trefilados, tem investido em ampliações de filiais e estoques de materiais, atingindo a cifra de R$ 25 milhões. De acordo com o CEO, Alexandre Plassa, a estrutura está baseada em 80% na distribuição de produtos de grandes empresas e 20% na produção de tubos de grande diâmetro, tubos trefilados e peças na unidade de São Bernardo, SP. “Nosso objetivo é aumentar a participação nas áreas de petróleo, gás, mineração, siderurgia, sucroenergético e saneamento. Renovamos parte do maquinário e consolidamos a cadeia de distribuição em pontos estratégicos do mercado brasileiro. Hoje, a Tubos comercializa mais de seis mil toneladas/mês. Com toda esta mudança, pretendemos chegar a 80 mil toneladas/ano Acreditamos em nosso potencial e no crescimento da economia

brasileira”, complementa Alexandre. Das oito filiais, a de Sertãozinho, SP, agora com 48 mil m² de área e 7 mil de construção, recebeu R$ 8 milhões para ampliar sua capacidade. “Iniciamos nossas atividades nesta unidade (hoje filial). A localização foi muito bem-sucedida principalmente para atender o polo sucroalcooleiro localizado nesta região. A empresa está onde o cliente está. Buscamos otimizar o nosso trabalho e do cliente também”, ressalta Alexandre. Localizada na cidade de Ribeirão Pires, grande ABC, a Tubos é composta de oito filiais localizadas em: Sertãozinho (SP); Americana (SP); Belo Horizonte (MG); Cachoeirinha (RS); Recife (PE); Salvador (BA); Rio de Janeiro e uma unidade fabril em São Bernardo do Campo (SP). Tubos Ipiranga 16 3946-4410 www.tubosipiranga.com.br


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