JornalCana 236 (Setembro/2013)

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Ribeirão Preto/SP

Setembro/2013

O MAIOR ÍNDICE DE EFICIÊNCIA AGRÍCOLA

Série 2

Nº 236

R$ 20,00

Deputado Arnaldo Jardim e JornalCana mobilizam o setor para grande manifestação em setembro

CIRCULAÇÃO ESPECIAL

13 MIL EXEMPLARES

Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola da Usina Guaíra

O SETOR VAI A BRASÍLIA!


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CARTA AO LEITOR

Setembro/2013

índice

carta ao leitor Josias Messias

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12

josiasmessias@procana.com

Cana livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 a 18 Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20 a 42

Se Brasília não vem ao produtor, o produtor vai a Brasília!

Falta estratégia para o setor voltar a brilhar Setor pede volta da Cide sobre a gasolina EUA ameaçam rastrear etanol brasileiro exportado

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .44 a 77

A insistência do governo em conter politicamente os preços da gasolina para inibir o índice de inflação revela-se um preço muito alto a ser pago pelo país, através de dois personagens que nada têm com isso: a Petrobras e o setor sucroenergético. As perdas da Petrobras ultrapassam bilhões e crescem ainda mais com a valorização do dólar. E o setor perde tanto no etanol anidro quanto no hidratado. Há muito que a maioria das usinas trabalha no prejuízo, cerca de quarenta estão em recuperação judicial e trinta foram desativadas, e até mesmo as mais competitivas operam no limite, sem margem. Sem falar da situação dos plantadores de cana, que têm que enfrentar o crescente aumento nos custos e nas exigências legais, e das empresas fornecedoras de equipamentos e insumos, especialmente para a área industrial, que se deparam com a completa falta de novos pedidos e com altos índices de inadimplência. Toda a cadeia produtiva da cana-deaçúcar sofre com esta política do Governo Dilma. O problema está exposto, e a revolta começa a transparecer. Em 2 de Agosto último teve início em Piracicaba, SP, a primeira de uma série de manifestações dos produtores de cana-deaçúcar voltadas a exigir soluções efetivas do governo. O setor já não suporta medidas paliativas. Quer definições, quer receber tratamento de segmento estratégico como de fato é. Quer respeito. E exige ações. A principal reivindicação hoje é a volta da alíquota da Cide – Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico sobre a gasolina. Originalmente criada em 2001 para construir e manter as rodovias e garantir os diferenciais socioambientais positivos na remuneração do etanol, a Cide deve voltar para acabar com a crise do setor e devolver a confiança do mercado, fundamental para a retomada dos investimentos na produção. Líderes do segmento e economistas concordam que já não há mais como utilizar o congelamento nos preços da gasolina como artifício na luta contra a inflação – ou pelo menos na tentativa de mantê-la sob controle até a próxima eleição. A incidência original da Cide sobre a gasolina precisa voltar. O setor decidiu que ir às ruas é o caminho, afinal esta é a única linguagem que o Governo Dilma entende. Se por motivos políticos, o Governo é capaz de manter artificialmente baixo o preço da gasolina, sem se preocupar com o sucateamento da Petrobras e de todo um importante setor produtivo, também por motivos políticos deverá rever suas medidas. Diversas entidades e lideranças políticas do setor, como o deputado Arnaldo Jardim, estão articulando uma grande onda de manifestações que culminará com a ida de todos os elos da cadeia canavieira a Brasília, no final de setembro. Nós do JornalCana apoiamos e incentivamos esta iniciativa, pois percebemos, ainda que tardiamente, que somente a manifestação pública será capaz de mudar a percepção e o tratamento que vem sendo dispensado ao agronegócio sucroenergético. Vamos juntos a Brasília!

Multiplicação de máquinas na lavoura requer gestão elaborada Eficiência coloca a Usina Guaíra como uma das melhores do país Sistemas de plantio movimentam a agenda agrícola

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70 a 88

Redução de custos requer avaliação da situação da empresa Produtividade para reduzir custos

Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .90 Setor em Destaque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .92 Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . .94 a 118

Compra pelo menor preço a qualquer custo gera sofrimento

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .120 a 146 Transferências de tecnologias otimizam a nova indústria Alimentador de bagaço e palha modelo Shark Teeth é novo projeto da Caldema Inovação e otimização de custos foi tema de reunião anual da Fermentec Brumazi comemora a venda de novos equipamentos para usinas do Centro-Sul Gestão eficaz traz novas perspectivas para a CSJ Usina Vertente mantém política de inovação e investe em Caldeira ZS

Logística & Transportes . . . . . . . . . . . . . . . . . .148 a 158

Obras do PAC estão paradas ou em ritmo lento GLP entrega terceiro galpão do condomínio logístico em Ribeirão Preto Energia da biomassa continua no banco de reservas

Mercados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .160 a 170

“Mercados de energia alternativa são complementares ao etanol” Crescimento do mercado do diesel de cana tende a ser inevitável

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . .172 a 180

Máquina produz lenha ecológica a partir do bagaço de cana Gigantes do mercado de etanol 2G se movimentam para construir fábricas Aditivo natural pode acelerar escalada do biodiesel

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .182

GSO se reúne pela terceira vez em 2013

JornalCana 25 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .184 a 196

JornalCana dá o maior ibope

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . .197 a 222

ANSIOLÍTICO ESPIRITUAL “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus” (conselho do apóstolo Paulo aos Filipenses, no capítulo 4, verso 6)

NOSSOS PRODUTOS

O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 - Ribeirão Preto - SP procana@procana.com.br

NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroalcooleiro de informações sérias e independentes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável, humano, tecnológico e socioeconômico; Democratizar o conhecimento, promovendo o intercâmbio e a união entre seus integrantes; Ser o porta-voz da realidade e centro de informações do setor; e Manter uma relação custo/benefício que propicie parcerias rentáveis aos clientes e aos demais envolvidos.

w w w. jo r n a lc a n a . c o m . b r PRESIDENTE

REDAÇÃO

Josias Messias - josiasmessias@procana.com.br

Edição Luiz Montanini - editor@procana.com.br Coordenação e Fotos Alessandro Reis editoria@procana.com.br Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur Consultor Técnico Fulvio Machado Reportagem Andréia Moreno - redacao@procana.com.br André Ricci - reportagem@procana.com.br Arte Gustavo Santoro Revisão Regina Célia Ushicawa

GERENTE DE OPERAÇÕES Fábio Soares Rodrigues - fabio@procana.com.br

ADMINISTRAÇÃO Controle e Planejamento Asael Cosentino - asael@procana.com.br Eventos Rose Messias - rose@procana.com.br Financeiro contasareceber@procana.com.br contasapagar@procana.com.br Recursos Humanos Abel Martins - presidente@procana.com.br

ASSINATURAS E EXEMPLARES exemplares@procana.com.br

MARKETING / PUBLICIDADE Comercial Gilmar Messias 16 8149.2928 gilmar@procana.com.br Leila Milán 16 9144.0810 leila@procana.com.br Matheus Giaculi 16 8136.7609 matheus@procana.com.br Michelle Freitas 16 9128.7379 michelle@procana.com.br

Anuário da Cana Brazilian Sugar and Ethanol Guide

BIO & Sugar International Magazine

www.jornalcana.com.br O Portal do setor sucroalcooleiro

Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool

JornalCana A Melhor Notícia do Setor Prëmio BesiBio Brasil

Prêmio MasterCana Os Melhores do Ano no Setor

Tiragem auditada pelos

Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios & Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais e 13.000 exemplares comerciais reservados. É proibida a Publicação mensal reprodução, total ou parcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamente com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).


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ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Setembro/2013

Í N D I C E ACESSÓRIOS INDUSTRIAIS BGL FRANPAR UNIVAL

19 34518210 16 21334383 11 28589000

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO 16 36 96

ACIONAMENTOS RENK ZANINI SEW - EURODRIVE TGM TURBINAS

16 35189001 11 24899078 16 21052600

63 51 23

ACOPLAMENTOS ANTARES COPABO DPE R.S. COMERCIAL UNIVAL VEDACERT VULKAN

54 11 19 16 11 16 11

32186800 37416650 34210076 39455699 28589000 39474732 48947300

221 79 164 77 96 220 59

16 39699807 16 21334383 47 36315000

130 36 146

AÇOS COMEFER FRANPAR TUPER

18 39056156

133

11 30694277

98

ADVOCACIA DIAS DE SOUZA

19 30141426

82

16 36901100 81 34718543 11 30169619

153 136 139

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE INFECÇÕES BACTERIANAS ARATROP INDUSTRIAL BETABIO / WALLERSTEIN PHIBRO CHEM PRODUQUÍMICA PROZYN

16 11 11 11 11

36901100 38482900 21854440 30169619 37320022

153 40 207 139 156

ANTI-CORROSIVOS ARATROP INDUSTRIAL

16 36901100

153

16 35134000

11

19 34467400

209

USICAP

ENDRESS + HAUSER

11 50334333

135

CARRETAS

METROVAL

19 21279400

76

NOVUS

51 33233600

2

SMAR

16 39463599

198

ZANARDO

18 31171195

3

11 32298344

174

BALANÇAS

19 35432255

COZEDORES 32

CAPAS DE PROTEÇÃO PARA TRANSMISSORES

DIMENSIONAL

ALFATEK

18 33617224 17 35311075

7

CARROCERIAS E REBOQUES

MARKANTI

16 39413367

9 E 129

11 29430688

165

CASE IH (COM)

41 21077400

61 E 161

GARDNER DENVER NASH

19 37658000

104

SANTAL

16 21016622

5

120

TIP BRINDES

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS ARGUS

19 38266670

83

11 56332222

222

SAGE OIL BRASIL / IVAPE

11 29549787

131

13 32236767

70

FERRUSI

16 39464766

18

MULTIMODAL

RG SERTAL

16 35134800

94

CONCESSIONÁRIAS STEFANI

16 3209 2320

55 E 58

181

BRUMAZI

151

19 34391101

94

SERMATEC ZANINI

16 21054422

43

FUNDIÇÃO 174

EQUIPAMENTOS USÁVEIS CAS

19 34217576

30

CONSTRUFIOS 166 FERRUSI

16 39464766

18

FUNDIÇÃO MORENO

16 39465000

177

SIMISA

16 21051200

95

81 34718543

136

11 26013311

72

34 33191300

118

16 21014151

191

124

GASES INDUSTRIAIS

EDITORA PROCANA BRASIL

11 32298344

11 50538383

FIOS E CABOS

EQUIPAMENTOS LABORATORIAIS ALEM MAR

CONGER

16 35139900

15

169

EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS PLANUSI

16 39468777

12 40093591

133

62 35031155

ESPECIALIDADES QUÍMICAS 16 35124300 29, 115 E 213

ELETROCALHAS 19 34669300

80

ELETROÍMÃS 16 39468777

151

ARATROP INDUSTRIAL

16 36901100

GASIL 153 148

GAXETAS

FOSBRASIL

11 21870710

OUTOTEC

31 32280700

173

PRODUQUÍMICA

11 30169619

139

GESSO AGRÍCOLA AGRONELLI

ANHEMBI

PROZYN

11 37320022

156

ENERGIA ELÉTRICA - COMERCIALIZAÇÃO

QUÍMICA REAL

31 30572000

44

AREVA RENEWABLES

ESTEIRAS ANTRACTOR

19 38783223

200

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

BRUMAZI

16 39468777

151

DMB

16 39461800

87

ITALTRACTOR / ITM

11 44171240

25

81 21222300

27

GRÁFICA SÃO FRANCISCO GRÁFICA

127

BRUMAZI

16 39468777

151

SANTAL

16 21016622

5

CITROTEC

16 33039796

73

SERMAG

16 39879999

10

PROBOILER ENGENHARIA

19 34343433

134

CSJ METALÚRGICA

19 34374242

117

INSPEÇÃO TÉCNICA

SANARDI

17 32262555

22

GBA

16 32519900

45

ELETROSERVICE

19 34967710

102

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100

126

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

PLANUSI

166

METROVAL

19 21279400

NOVUS

51 33233600

2

SMAR

16 39463599

198

100

19 34023399

178 E 222

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100

126

CONTROLE DE FLUÍDOS METROVAL

9

19 21279400

76

HPB SIMISA

16 35110100

119

LINK STEEL

19 34939600

203

PROBOILER ENGENHARIA

19 34343433

134

PROLINK

19 34234000

13

SERMATEC ZANINI

16 2105442243, 97, 99 E 101

R.S. COMERCIAL

16 39455699

77

CAMINHÕES STEFANI

CORREIAS TRANSPORTADORAS COPABO

11 37416650

79

CORRETORA DE SEGUROS 16 3209 2320

55 E 58

AD CORRETORA

14 32355000

27

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL

48

114

PARKER HANNIFIN

19 37354489 65, 147 E 171

18 39056156

MECAT

143

19 34021100

SUGARSOFT

19 34172800

16 39466474

11 41668683

FMC

MARC-FIL

16 39451223

IPRO DO BRASIL

133

GENERAL CHAINS

MBF AGRIBUSINESS

DUPONT

71

19 37562755

45

18 39056156

CORRENTES INDUSTRIAIS

ASSESSORIA JUDICIAL

EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS

DIAGNERG

16 32519900

MARC-FIL

137

114

11 30432125 103, 175 E 223

CPFL SERVIÇOS

GBA

16 35138800

16 39466474

19 37724500

11 30545000

BASF

152

FILTROS INDUSTRIAIS

81 21222300

75

ENGEVAP

MBF AGRIBUSINESS

EVEREST ELETRICIDADE

ARYSTA LIFESCIENCE

11 45280090

TECNIPLAS

AREVA RENEWABLES

19 34348866

ALFATEK

72

209

EMPRAL

157

11 26013311

19 34467400

FIBRA DE VIDRO

117

134

ASSESSORIA COMERCIAL

DIMENSIONAL

139

19 34374242

19 34343433

ANHEMBI

11

90

11 30169619

CSJ METALÚRGICA

19 34035474

7

16 35134000

16 38262999

PRODUQUÍMICA

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA E SERVIÇOS

ENGETUBO

17 35311075

AUTHOMATHIKA

CONTINENTAL AGROTEC

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL

DEDINI

ARTIGOS DE BORRACHA

179

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS

FERTILIZANTES

222

ÁREAS DE VIVÊNCIA

222

24

124

19 34351385

16 39462700

11 40358877

19 38129119

19 34514811

CALPORT

CALDEIRARIA

CALDEMA

UNIWELD

52

143

BRUMAZI

COMÉRCIO EXTERIOR

BRONZE E COBRE - ARTEFATOS

19 34218485

163 E 212

DISPAN

COMBOIOS E TANQUES

169

PARKITS

16 34410171

DESTILARIAS

CENTURY BOMBAS

12 40093591

16 39421880

DESFIBRADORES

COLHEDORAS DE CANA

120

PARKER HANNIFIN

GUARDIAN DX

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

116

124

19 34431400

ERG

126

51 35798400

19 34514811

LEMAGI

209

VLC

BOMBAS GEREMIA

HANNA

189

19 34467400

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100

130

167

16 39463355

DIMENSIONAL

33

16 39699807

19 34562298

SISCOOB COCRED

117

107

COLETORES DE DADOS

GERHAI

19 34374242

16 35132600

COMEFER

FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS

CSJ METALÚRGICA

11 30937088

CHAPAS DE AÇO

192

109

SERGOMEL

211

61 33223856

11 33563100

RONTAN

16 39427200

HANNA

FEPLANA

ANSELL

45

VIBROSERT

FERRAMENTAS INDUSTRIAIS

193

151 136

94

189

19 34012200

16 39468777

16 32519900

220

16 39463300

COPLACANA

BRUMAZI

81 34718543

16 35134800

COPERCANA

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

GBA

16 39452825

19 39358755

144

GASIL

VIBROMAQ

BRINDES

16 33519000

172

RG SERTAL

142

UFSCAR FAI

176

220

16 36260716

166

18 36083400

138

AUTO PEÇAS MAURÍLIO

16 35139900

18 36231146

16 39452433

157

PLANUSI

RODOTREM

16 39452825

19 34035474

73

RODOBIN

VIBROMAQ

DEDINI

16 33039796

DECANTADORES

EQUILÍBRIO

BIODIESEL- PLANTAS INDUSTRIAIS

CITROTEC

CURSOS E UNIVERSIDADES 174

CENTRÍFUGAS

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS

CALDEIRAS

ARAMES TUBULARES

BRN BRASIL

AUTHOMATHIKA

LEMASA

ANTI - INCRUSTANTES ARATROP INDUSTRIAL GASIL PRODUQUÍMICA

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

ALEM MAR

A N U N C I A N T E S

CAMINHÕES - PEÇAS E SERVIÇOS 121 E 127

BOMBAS HIDRÁULICAS

AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE FINCO

11 26826633

BOMBAS

AÇOS INOXIDÁVEIS MARC-FIL

DWYLER

D E

41

CONGER

19 34391101

94

ENGEVAP

16 35138800

137 E 220

PROBOILER ENGENHARIA

19 34343433

134

19 34172800

48

ENGRENAGENS GENERAL CHAINS

EVAPORADORES

FEIRAS E EVENTOS

76

MULTIPLUS

16 21328936

123

SINATUB TECNOLOGIA

16 39111384

12

COPERCANA

16 39463300

189

16 32219000

57

PRODUQUÍMICA

11 30169619

139

19 35441550

183

FERRAMENTAS BUSSOLA

ENTIDADES

16 35139900

INSUMOS AGRÍCOLAS

BIOCANA

17 35229026

186

DURAFACE - DURAPARTS

19 35473539

35

IRRIGAÇÃO

CANAOESTE

16 39463300

189

LEMAGI

19 34431400

120

RAESA BRASIL


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ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Setembro/2013

Í N D I C E ISOLAMENTOS TÉRMICOS

MONTAGENS INDUSTRIAIS

D E

CENTERQUÍMICA

18 36311313

168

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS

OUTOTEC

31 32280700

173

SÃO FRANCISCO SAÚDE

PHIBRO CHEM

11 21854440

207

SECADORES

PRODUQUÍMICA

11 30169619

139

PLANUSI

PROSUGAR

81 32674760

17

ISOVER

11 22024814

198

CONGER

19 34391101

94

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO

16 36265540

197

ENGETUBO

19 34343433

134

ENGEVAP

16 35138800

137 E 220

GBA

16 32519900

45

IPRO DO BRASIL

19 34021100

100

QUÍMICA E DERIVADOS

PLANUSI

16 35139900

166

ARATROP INDUSTRIAL

LEVEDURAS E ENZIMAS PROZYN

11 37320022

156

LOGÍSTICA E TRANSPORTES OURO VERDE

41 32397000

53

TRANSESPECIALISTA

16 21057870

219

A N U N C I A N T E S

16 36901100

MANCAIS E CASQUEIROS

ARATROP INDUSTRIAL

16 36901100

153

SOFTWARES

BRN BRASIL

19 35432255

32

KIMBERLIT

17 32791500

108

TOTVS

BUSSOLA

16 32219000

57

PRODUQUÍMICA

11 30169619

139

SOLDAS INDUSTRIAIS

COPABO

11 37416650

79

UBYFOL

34 33199500

6 E 218

DURAFACE - DURAPARTS

19 35473539 35, 39 E 180

GRUPO RAÇA

MANGUEIRAS E CORREIAS CONTUFLEX

11 29418044

60

18 39189999

81

PAINÉIS ELÉTRICOS EVEREST ELETRICIDADE

MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

19 37724500

71

DEDINI

19 34035474

157

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS

ELETROSERVICE

19 34967710

102

ANTRACTOR

19 38783223

200

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100

126

DURAFACE - DURAPARTS

19 35473539

35 E 39

POLICANA - FCN

PSV SOLUTIONS

11 29798955

86

AGAPITO COMASO ELETRODOS MAGISTER

ÔNIBUS - FRETAMENTO

CASE IH (COM) VALTRA

16 35139900

166

TROCADORES DE CALOR

16 35139900

166

SINALIZADORES INDUSTRIAIS RONTAN

NUTRIENTES AGRÍCOLAS

113

SEPARADORES PLANUSI

153

11 30937088

33

16 30276600

155

16 39479222 16 35135230 16 35137200

220 34 47

METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029

93

EQUILÍBRIO

16 39452433

138

AVANZI DIMENSIONAL

SERMAG

10

VIBROMAQ

16 39452825

220

TINTAS E REVESTIMENTOS

CONTINENTAL AGROTEC

16 38262999

90

METAIS FERRUSI

16 39464766

18

METAIS PERFURADOS STORK

19 32499571

104

METALÚRGICA EBS

45 32791122

128

MOENDAS

5

SERMAG

16 39879999

10

PLANTAS INDUSTRIAIS

REATORES QUÍMICOS

11 45280090

11 27187787

182

18 31171195

3

11 24899078

51

SERMATEC ZANINI

16 21054422

43

SUMITOMO

11 55853600

159

TGM

16 21052600

23

WEG CESTARI

16 32441000

111

11 37416650

79

15 33352432

205

145

INTACTA

11 30858003

91

40

ROLIMAC

16 39797009

132

31

BERACA SABARÁ

11 26435000

BETABIO/WALLERSTEIN

11 38482900

87 93 5 10 19

MARC-FIL

18 39056156

133

TRATAMENTO DE ÁGUA/EFLUENTES

INA

153

16 21011200

39461800 36260029 21016622 39879999 30189020

32 78

TRANSPORTADORES INTERNOS

COPABO

16 36901100

BASEQUÍMICA

110

ZANARDO

SEW - EURODRIVE

ARATROP INDUSTRIAL

20

11 46128202

YGB

166

197

11 44477600

FOXWALL

94

16 35139900

16 36265540

DURCON-VICE

96

PLANUSI

ROLAMENTOS

141

VÁLVULAS INDUSTRIAIS

11 28589000

DMB 16 METAGRO - FAMA DO BRASIL16 SANTAL 16 SERMAG 16 TESTON 44

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO

SAUER-DANFOSS / VALMOVA 54 30259750

16 35134800

TRANSBORDOS

151

VÁLVULAS DE TRANSBORDO

UNIVAL

84

16 39468777

184

RG SERTAL

19 35432255 16 36235384

63

PRODUTOS QUÍMICOS

187

19 34032000

BRN BRASIL REUNION

11 43371806

BRUMAZI

11 30968000

RAÍZEN - COSTA PINTO

36

16 35189001

REFRATÁRIOS

ODEBRECHT

166

RENK ZANINI

149

185

16 21334383

BONFIGLIOLI DO BRASIL

11 32023330

152

92

82 32713200

16 35139900

157

PONTES ROLANTES

126

65 33616601

CAETÉ - MATRIZ

PLANUSI

19 34035474

SILCAR PNEUS

180 17

BARRÁLCOOL

FRANPAR

DEDINI

REDUTORES INDUSTRIAIS

GUARDIAN DX

TRADINGS - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

117

94 151 157 177 63 43 95 89

TECNIPLAS

19 34374242

16 35134800

105 209

TORRES DE RESFRIAMENTO

CSJ METALÚRGICA

RG SERTAL

39468777 34035474 39465000 35189001 21054422 21051200 35139800

19 35261100 81 32674760

151

PNEUS

MOENDAS E DIFUSORES

11 21014069 19 34467400

16 39468777

18

105

USINAS/DESTILARIAS

BRUMAZI

16 39464766

16 19 16 16 16 16 16

PERFORTEX PROSUGAR

11 21014069

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100

16 21016622

FERRUSI

BRUMAZI DEDINI FUNDIÇÃO MORENO RENK ZANINI SERMATEC ZANINI SIMISA UNI-SYSTEMS

AVANZI

UNIFORMES

TORRES DE DESTILAÇÃO

SANTAL

112

163 E 212

151

87

36

16 36335488

16 34410171

16 39468777

16 39461800

16 21334383

REPLASS

23

PENEIRAS ROTATIVAS

DMB

FRANPAR

TURBINAS 34 215

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

PLANTADORAS DE CANA

60

125

62

MECANIZAÇÃO - SERVIÇOS

74

11 29418044

11 45854676

61 E 161

49

16 39699660

CONTUFLEX

16 21052600

55 32227710

11 33407555

COMEGA

TGM

16 35135230 11 56948377

41 21077400

ITR SOUTH

134

TUBOS E CONEXÕES

SIEMENS JUNDIAÍ

COMASO ELETRODOS UTP BOHLER

62

19 34343433

TUBOS DE CONCRETO

152

CASE IH (COM)

55 32227710

133

146

AGRIMEC

AGRIMEC

18 39056156

11 45280090

85

SUPRIMENTOS DE SOLDA

PLAINAS

28

MARC-FIL

47 36315000

TELECOMUNICAÇÃO / RADIOCOMUNICAÇÃO

200

220

TUPER

8

19 38783223

16 34215145

TECNIPLAS

18 36315000

141

ANTRACTOR

16 39479222

BARRIQUAND DO BRASIL

IRBI MÁQUINAS

19 30350921

MATERIAIS RODANTES

61 E 161 224

SUPERFÍCIES - TRATAMENTO E PINTURA

SAUER-DANFOSS / VALMOVA 54 30259750

16 39879999

41 21077400 11 47952000

AGAPITO

ENGETUBO IND.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS

BRUMAZI

TRATORES

16 08007779070

EDRA SANEAMENTO FLUID BRASIL OUTOTEC TECNIPLAS VLC

19 11 31 11 19

35769300 33787500 32280700 45280090 38129119

46 42 173 152 24

VÁLVULAS PNEUMÁTICAS AUTO PEÇAS MAURÍLIO

16 36260716

142

VEDAÇÕES E ADESIVOS ANHEMBI

11 26013311

72

PARKER HANNIFIN

12 40093591

169

VEDACERT

16 39474732

220

VENTILAÇÃO INDUSTRIAL EQUILÍBRIO

16 39452433

138

VLC

19 38129119

24

16 39455699

77

VULCANIZAÇÃO R.S. COMERCIAL

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AGENDA

Setembro/2013

A C O N T E C E U

A C O N T E C E

GMEC

SEMINÁRIO GERHAI

6th SUGAR ASIA

Em 10 de julho, o Gmec — Grupo de Motomecanização realizou mais uma de suas reuniões. Desta vez, o ponto de encontro foi na Usina Tarumã, da Raízen, localizada na cidade de mesmo nome, no interior de São Paulo. Os participantes debateram a “Lei da Balança e Enlonamento de Carga, focando na questão dos custos. “Nosso setor, como se já não bastasse a crise implantada, está em vias de sofrer mais uma pressão nos seus custos por conta de novas exigências legais e trabalhistas”, aponta José Luiz Bellini, coordenador do grupo. O evento contou com a participação de Humberto Rampazzo, gerente de desenvolvimento agrícola da Tarumã.

A cidade de Ribeirão Preto, SP, sedia no dia 27 de setembro o 12º Seminário sobre Gestão, Pessoas e Lideranças Sustentáveis promovido pelo Gerhai – Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria. Serão debatidos temas, como: “Cenários do Setor Sucroenergético – o papel das grandes lideranças na perspectiva de evolução”; além de “Sucessão Familiar: como formar e/ou manter lideranças fortes para a longevidade do negócio”. Mais informações, acesse: www.gerhai.org.br

Em fevereiro de 2014, nos dias 27 e 28, Mumbai, na Índia, recebe o 6th Sugar Asia, evento que tem como objetivo debater questões internacionais voltadas ao segmento. Inovações tecnológicas no setor de açúcar, etanol e energia são alguns dos destaques. Mais informações, acesse: nexgengroup.in/Exhibition/sugarasia/.

CURSOS SINATUB 2013

CANACAMPO TECH SHOW Em 8 de agosto, em Campo Florido, Minas Gerais, foi realizada a 5ª edição do Canacampo Tech Show, um dos maiores eventos para o mercado sucroenergético da região. Os participantes poderão acompanhar a palestra, e também conhecer diversas tecnologias voltadas ao segmento.

SINATUB De 13 a 16 de agosto, a Sinatub Tecnologia, em parceria com a ProCana Brasil, realizou o Curso/Treinamento de Vasos de Pressão, em Ribeirão Preto, SP. Entre os módulos apresentados estiveram projeto de vasos de pressão: pressão interna e externa; aberturas, bocais e flanges; fabricação de vasos de pressão e inspeção de vasos de pressão.

MASTERCANA BRASIL O evento de premiação exclusiva dos 100 Mais Influentes do Setor acontecerá dia 21 de outubro, em São Paulo. www.mastercana.com.br ou rose@procana.com.br

MASTERCANA NORTE/NORDESTE Dia 26 de novembro, Recife, PE, será palco de mais uma edição do Prêmio MasterCana Norte-Nordeste. www.mastercana.com.br ou rose@procana.com.br

SETEMBRO 12 e 13 – Curso/ Treinamento de Gestão de Projetos - Ribeirão Preto/SP 26 e 27 - Curso de Moenda e Difusor – Ribeirão Preto/SP OUTUBRO 17 e 18 – Curso de Manutenção Preditiva e Inspeção de Equipamentos – Ribeirão Preto/SP NOVEMBRO 7 e 8 – Curso de Tubulação, Turbinas e Bombas e Equipamentos – Ribeirão Preto/SP A DEFINIR - 2014 Curso de Tratamento de Caldo, Filtragem e Fermentação Curso de Automação e Produção Industrial


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CANA LIVRE

L I V R O S ENGENHARIA DO AÇÚCAR DE CANA O livro “Engenharia do Açúcar de Cana”, de Peter Rein, apresenta informações úteis sobre os aspectos práticos do projeto e/ou operação de usinas e o processo de extração do caldo da cana e a posterior cristalização do açúcar. A apresentação e redação do texto são de fácil compreensão e cobrem todos os aspectos relacionados aos processos industriais e a produção do açúcar de cana.

Setembro/2013

Botafogo apresenta promessa do tênis O tenista Guilherme Abrahão, filho de Marco Abrahão, gerente da Cobra Rolamentos, é a principal promessa do tênis de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Aos 17 anos, o jovem foi contratado pelo Botafogo Futebol Clube, que tem expandido sua marca em outros esportes. “Estou muito feliz com a confiança que a diretoria botafoguense depositou em mim e gostaria de agradecer a todos pela oportunidade de vestir essa camisa. Sempre fui botafoguense. Quero demonstrar o amor pelo clube, agora, também nas quadras”, comemorou o jovem tenista.

Alcoeste capacita colaboradores sobre NR´s

100 ANOS DE HISTÓRIA E ENERGIA

Capacitar profissionais tem se tornado uma importante ferramenta para as usinas sucroenergéticas. Em 20 de julho, dez colaboradores da Alcoeste Destilaria Fernandópolis receberam capacitação para operação de pá-carregadeira. O objetivo do curso, que teve duração de 16 horas, sendo 8 horas de aula teórica e 8 horas de aula prática, foi orientar e treinar os funcionários na Operação da PáCarregadeira, seguindo as exigências das normas regulamentadoras NR 11 e NR 31.

O livro “100 anos de história e energia” traz as transformações pelas quais o setor de energia passou no período indicado, quando e como tudo começou, as intervenções do capital internacional e do Estado brasileiro, e o retorno dos investimentos privados; mostrando também as transformações na vida e na cultura paulista.

PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO AÇÚCAR Escrito pelo engenheiro químico Fernando Medeiro de Albuquerque, o livro “Processo de Fabricação do Açúcar” é uma mistura de experiência rotineira com a parte teórica. A publicação chega a sua segunda edição, atualizando e ampliando os dados obtidos através de consultorias que o escritor exerce nas empresas açucareiras.

Odebrecht Agroindustrial recruta participantes para o “Jovem Parceiro” A Odebrecht Agroindustrial, selecionou 38 profissionais recém-formados para participar do programa de trainee “Jovem Parceiro 2013”. Os indicados iniciaram as atividades na última semana. Do total, nove estão atuando nos escritórios localizados na capital paulista e dois em Campinas, mas são nos cinco Polos produtivos da empresa que se concentra grande parte dos jovens selecionados. Em Goiás são 12 jovens; Mato Grosso do Sul, sete; e no Mato Grosso e em São Paulo são quatro em cada. Para esta edição do programa, a empresa recebeu quase 10 mil inscrições, o que representa um crescimento de quase 20% em relação ao ano passado. Direcionado para recém-formados de nível universitário, o programa,

que tem duração de dois anos, adota o sistema job rotation, que permite aos selecionados atuarem em diferentes áreas de acordo com a formação acadêmica. Os participantes poderão atuar nas áreas agrícola, industrial, de manutenção e administrativa e terão a oportunidade de aplicar conhecimentos técnicos e aprimorar habilidades gerenciais e pessoais. “Os jovens selecionados que se identificam com os valores da Organização Odebrecht terão a oportunidade de conhecer diferentes etapas da cadeia produtiva e aprender com profissionais experientes. Queremos que se desenvolvam para atuar nas frentes de negócios da empresa”, afirma Karina Fonseca, responsável pela área de Desenvolvimento de Pessoas da Odebrecht Agroindustrial.


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CANA LIVRE

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Coruripe profissionaliza gestão em busca de crescimento Tema muito debatido no setor sucroenergético nos últimos anos, a profissionalização da gestão das usinas é tido como item fundamental neste processo de retomada do segmento. No último dia 24 de julho, a presidência da Usina Coruripe anunciou que finalizou o processo de profissionalização da empresa com a chegada de dois conselheiros e um diretor de Recursos Humanos. Henrique Übrig, ex-presidente da Dupont Índia e Paquistão, vai atuar no Conselho da Coruripe; assim como Eduardo Bernini, ex-presidente da AES Eletropaulo. Já Fábio Moniz, que atuou em empresas como Gerdau e Volkswagen, será o novo diretor de RH. De acordo com Jucelino Sousa, presidente da usina, o fechamento desse

ciclo representa um processo de reestruturação da empresa pelo qual a empresa passou. “Em seis meses definimos uma nova estrutura organizacional e selecionamos interna e externamente sete executivos para a formação da nova Diretoria. A partir de agora, com o time completo, vamos focar no aumento da eficiência e da produtividade, e na redução de custos”, afirma. Sousa completa dizendo que está otimista com os diferentes perfis dos gestores. “Estou muito satisfeito com o time que foi montado, uma mescla de pessoas jovens com profissionais experientes. A química da equipe tem sido muito positiva, o que nos dá muitas esperanças quanto à superação das dificuldades que o setor apresenta”, finalizou.

Usina Estiva conquista acesso à rede PTT e ao protocolo IPv6 A Usina Estiva, através de sua equipe de Tecnologia da Informação e Infraestrutura Tecnológica, e em parceria com o Comitê Gestor da Internet Brasileira, conquistou uma vaga no PTT Metro – Ponto de Troca de Tráfego de São Paulo. O projeto traz diversos benefícios para a empresa que passa a ser proprietária do seu próprio link de internet, independente de qualquer terceiro, assegurando estabilidade, maior velocidade e autonomia. “Estamos na fase final de implantação deste projeto os próximos passos serão realizados em conjunto com a Coopersucar,

onde acordamos a interligação de nossas redes para assegurar maior velocidade e estabilidade para os usuários do SAP (sistema de faturamento) na empresa”, conta Rodrigo Verna, coordenador de Infraestrutura Tecnológica da Usina Estiva. Desde o dia 10 de julho a empresa já está conectada ao PTT - SP e fisicamente conectada, através de rede de fibra ótica, às maiores empresas mundiais, tais como Google, Microsoft, Oracle, IBM entre outras. “Com este projeto a empresa saiu na frente e já adotou o novo protocolo de internet, o IPv6”, relata Verna.

Coruripe se destaca em ranking nacional de empresas De acordo a Revista Exame, em sua publicação dos “Melhores e Maiores 2013”, a Usina Coruripe é a maior produtora de açúcar e etanol do Nordeste e Centro-Oeste brasileiro. A pesquisa revela ainda que no ranking geral das 1000 maiores em vendas, a Usina Coruripe evoluiu da 471ª posição em 2011 para o 418º lugar em 2012. Ainda no quesito agronegócio, mas se inserida no contexto geral do país, a empresa ocupa a 78ª colocação, usando como critério a Receita Líquida de 2012.

Para Jucelino Sousa, presidente do grupo sucroenergético, esses resultados são combustíveis para a estratégia de negócio da companhia. “Nossa boa colocação reflete a forte crença dos acionistas no potencial do segmento e na perseverança em continuar investindo apesar das condições desfavoráveis de mercado. Vamos realinhar os processos para produzir mais gastando menos. Certamente estaremos em posições ainda melhores no próximo ano”, afirma.

Barralcool reúne comunidade e comemora 30 safras No dia 2 de agosto, o Grupo Barralcool celebrou a importante marca de 30 safras com um grande show aberto a toda comunidade de Barra do Bugres, no Mato Grosso. O evento contou com a participação do cantor sertanejo Sérgio Reis, além da apresentação dos alunos do Projeto Social do Grupo Barralcool – Doce Vida. Uma

apresentação com o DJ André Valle, entre outros, também fizeram parte da programação. Os diretores do Grupo Barralcool, Agostinho Sansão e João Nicolau Petroni, agradeceram ao público presente e também a todos colaboradores que tornaram estas 30 safras possíveis.


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POLÍTICA SETORIAL

Setembro/2013

ENTREVISTA — Luiz Carlos Corrêa Carvalho

“Nunca foi tão fácil resolver a situação do setor” ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Há mais de um ano o setor sucroenergético busca auxílio do governo para retomar sua curva de crescimento. Neste período, pacotes de incentivo a renovação de canaviais, financiamento de estoques, redução do PIS/Cofins foram anunciados. Contudo, de acordo com Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag — Associação Brasileira de Agronegócio, a peça fundamental, para a engrenagem voltar a funcionar, que é a volta da Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, sobre a gasolina, não veio. Na entrevista a seguir, Caio, como é conhecido no setor, explica suas opiniões. JornalCana: Como o senhor avalia a situação do setor sucroenergético? Luiz Carlos Corrêa Carvalho: É inacreditável o que estão fazendo com o país. A agricultura não é prioridade deste governo e ninguém consegue entender essa situação. Todos que estão sofrendo precisam se unir e mostrar a Presidente o peso de tudo que ela tem feito. Então o senhor concorda que é preciso se manifestar publicamente? A única forma de obtermos resultados é assim. Tentar uma discussão burocrática

ou enviar setores elitizados para falar com a Presidente da República não vai resolver. Precisamos ir às ruas, fazer com que a Dilma sinta o peso do que está fazendo. E esse movimento precisa unir toda a cadeia produtiva, ou seja, trabalhadores, agricultores, fornecedores de equipamentos, enfim, todos que estão sofrendo. O que as manifestações devem reivindicar? Pela volta da Cide sobre a gasolina. O que me revolta é saber que não é preciso criar nada, só exigir o que existia quando o etanol era prioridade no país. Este é o maior desafio já enfrentado pelo governo em relação ao setor? Nunca foi tão fácil resolver a situação do setor. Difícil foi em 2002, quando tivemos que criar a Cide e fazer com que este projeto fosse aprovado. O governo tem tudo nas mãos, não é preciso criar mecanismo nenhum, já está pronto. Não faz porque não quer. Como explicar toda essa situação? Passei pelos Estados Unidos e Europa nos últimos dias onde tive a oportunidade de discutir com especialistas o cenário brasileiro. Ninguém consegue entender, é muito difícil explicar. E volto a dizer. Quando olho para outros setores vejo que no canavieiro não é preciso fazer nada, apenas retomar o que foi alterado.

Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag


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POLÍTICA SETORIAL

Setembro/2013

Manifestantes pedem melhoria nas políticas públicas para o mercado de etanol

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Produtores, políticos e representantes do setor encabeçam protesto em Piracicaba, SP

O GIGANTE ACORDOU! A paciência acabou. Em 2 de agosto, produtores de cana-de-açúcar se reuniram em Piracicaba, interior de São Paulo, dando início a manifestações em prol do setor sucroenergético. Cerca de mil trabalhadores estiveram presentes na sede da Coplacana — Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo em busca de apoio governamental. Também participaram da manifestação, denominada “Manifesto em Prol do Setor Sucroalcooleiro”, autoridades e políticos de toda a região. Antonio Carlos Mendes Thame e Arnaldo Jardim, ambos deputados federais, se posicionaram em favor do movimento. Jardim, inclusive, sugeriu que os manifestos se espalhem pelas várias cidades produtoras do país, chegando ao Planalto Central, em Brasília, DF. “De início, temos que paralisar o centro de Piracicaba com nosso maquinário e pedir a atenção de toda a sociedade para nossa causa”, afirmou. Já o deputado Mendes Thame apontou

alternativas para enfrentar a crise vivida pelo segmento. “O primeiro passo é apresentarmos emendas, projetos, propostas para incentivar o setor, brigando no Congresso para que possamos conseguir avanços na legislação brasileira. O segundo é solicitar ao Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, que ele faça aquilo que já foi feito por Mário Covas, quando conseguimos aprovar o Pacto pelo Emprego no Setor Sucroenergético, no final dos anos 90, que salvou naquela época o setor da bancarrota. O terceiro caminho é a manifestação popular”. O ato foi o ponto de partida para outras manifestações, que devem ser realizadas entre os meses de agosto e setembro. “O setor canavieiro necessita urgentemente de um subsídio para a sobrevivência dos produtores e de políticas públicas que venham tornar o setor viável, uma vez que 80% dos produtores de cana-de-açúcar são médios e pequenos”, afirma o presidente da Coplacana, Arnaldo Bortoletto.

Já o vice-presidente da cooperativa, José Coral, criticou a política de combustíveis adotado pelo Governo Federal. “É importante começarmos esse movimento para nos organizarmos e irmos para Brasília. Não é possível trabalhar com prejuízo. Nosso objetivo é chegar até a presidência, porque do jeito que ela está administrando um setor produtivo como o nosso, parece o fim do mundo. Não é possível quase quebrar a Petrobrás, aumentar o diesel e segurar a gasolina”, afirmou. Quem também esteve presente foi o presidente da Feplana — Federação dos Plantadores de Cana do Brasil, Paulo Leal, que relatou que nos últimos anos, o setor vive com o custo de produção muito superior ao que tem recebido. “Todos nós estamos sofrendo com isso. Cada vez mais com empecilhos de legislações ambientais, trabalhistas e fundiárias. Nós estamos sendo impedidos de praticar o que nós sabemos, que é plantar, colher e entregar

para a usina industrializar. Estamos sendo penalizados não só por este governo, mas também pelos governos internacionais, que boicotam nosso etanol. É preciso que haja uma política a longo prazo para o nosso etanol, um combustível limpo e renovável que, nós, brasileiros, plantamos e produzimos”. O engenheiro agrônomo Ricardo Caiuby de Faria, diretor da Sucral, diz que o movimento não deve ser apenas dos trabalhadores ligados ao setor sucroenergético, mas sim, de toda a sociedade que usufrui dos produtos originados da cana-de-açúcar. “O setor está morrendo aos poucos da maneira como tem sido conduzido. Nas unidades localizadas em novas fronteiras não há fornecedor de cana, tamanha é a descapitalização vivida. Ao que parece, quem pressiona mais leva vantagem com esse governo. Então, temos que ir para as ruas, envolver toda a sociedade que usa o etanol e mostrar as dificuldades de quem produz”.


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Alexandre Andrade Lima, à direita, com produtor: governo demorou quase três meses para efetivar subvenção

No Nordeste, subvenção é liberada Anunciada em 20 de maio, a fonte de recurso do programa de subvenção dos produtores de cana nordestinos foi, enfim, publicada na medida provisória nº 624, em 15 de agosto, no Diário Oficial da União. A presidente Dilma Rousseff autorizou a liberação de R$ 148 milhões para 17 mil agricultores prejudicados pela maior seca dos últimos 50 anos na região. Cada produtor receberá R$ 12 por tonelada de cana fornecida às usinas na safra 2011/12.

A preocupação era com o calendário, já que os canaviais não esperam a vontade governamental. “Existe muita gente que perdeu cana na safra anterior e está contando com esse auxílio para recomeçar. Então, não se pode esperar muito. Tratos culturais e plantio tem o momento certo para se fazer e temos pouco tempo para investir. Na Paraíba este processo acontece em agosto”, disse Murilo Paraíso, presidente da Asplan - Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba.

A publicação resolve um problema criado pelo próprio governo na MP 615, originária da subvenção dos fornecedores de cana. A fonte de recurso não havia sido informada, impedindo o pagamento do subsídio. “A liberação da subvenção é sempre bem-vinda, mas o problema é que a equipe econômica do governo federal demorou quase três meses para efetivá-la”, diz Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida - União Nordestina dos Produtores de Cana.

Neste intervalo, o período chuvoso na região canavieira nordestina chegou ao seu final. “Os recursos federais emergenciais chegaram para socorrer os produtores, porém, fora do período agrícola hábil. Isso inviabiliza investimentos nos tratos culturais e na renovação dos canaviais para a nova safra”, pontua Lima, lembrando que os efeitos da seca associados à falta de investimento nos canaviais provocarão outro déficit produtivo na próxima safra.


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ENTREVISTA — Arnaldo Jardim

“NÓS VAMOS INVADIR BRASÍLIA” “O momento exige e é oportuno”, diz Arnaldo Jardim sobre manifestações pró-setor ANDRÉ RICCI

Lutar por melhorias para o setor sucroenergético é um dos desafios do deputado federal Arnaldo Jardim. O parlamentar, junto a associações e cooperativas do segmento, está à frente das manifestações que tem como objetivo dar maior competitividade ao etanol, já que a atual política de combustíveis adotada pelo Governo Federal tem prejudicado toda a cadeia canavieira. Confira entrevista completa: JornalCana: Como o senhor avalia a importância do setor para o Brasil? Arnaldo Jardim: Todos sabem da importância estratégica para o país que o setor sucroenergético possui. É dele que sai o etanol mais renovável do mundo, a biomassa que dá origem a uma energia limpa e o açúcar, imprescindível para a sociedade. O setor nasce nos canaviais e termina na residência de cada um dos brasileiros. É também referência da chamada “economia verde” que o mundo tanto precisa. Qual sua opinião sobre o futuro do segmento? Todos nós nos entusiasmamos quando o então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva foi ao exterior proclamando as virtudes do nosso etanol. E todos nós ficamos animados quando as barreiras para exportação aos Estados Unidos começaram a cair. Há um mundo ávido pelo nosso etanol, assim como uma demanda crescente de combustíveis dentro do nosso próprio país. O que fazer para que o setor sucroenergético volte a crescer? A situação é estarrecedora. Quando vemos o tamanho do segmento e a situação em que se encontra é preocupante. A maneira como a política de combustíveis vem sendo conduzida desestimula a produção e os novos investimentos. O governo, infelizmente, só se moverá significativamente a partir de uma pressão que o setor possa fazer com apoio da sociedade. É preciso ir às ruas, então? Participei com muito entusiasmo da mobilização que foi realizada em Piracicaba, interior de São Paulo, que congregou entidades representativas do setor. Estou confiante de que novas manifestações ocorram e espero que tudo isso convirja em uma grande manifestação, que no meu entender, deve ser feita em Brasília, DF. Este é o caminho para

Arnaldo Jardim: o governo só se moverá a partir de uma pressão feita pelo setor, com apoio da sociedade

sensibilizar de uma forma integral o Congresso Nacional, as autoridades do executivo e em especial a presidente Dilma Rousseff. Acredito que a manifestação deva ser feita no fim de setembro. Vamos invadir a Esplanada dos Ministérios. Vamos invadir Brasília. O setor apoiará esta luta? Sinto que o setor está engajado em realizar essa manifestação. Mais que isso. A situação exige uma medida dessa natureza e o momento não poderia ser mais oportuno. Teremos uma grande adesão, com certeza. Qual sua opinião sobre o último pacote lançado pelo Governo Federal? O pacote do governo foi pontual, incapaz de reverter o quadro de desânimo que vive hoje o setor. Para que isso ocorra, precisamos de uma alteração particularmente na política de preços do etanol. A revisão da sistemática de preços precisa ser o objetivo. É cedo para afirmar se vai ser bom para o setor ou impulsionar a produção. A redução do PIS/COFINS (na prática foi zerado) deve ajudar na competitividade do etanol, mas esse diferencial poderá ficar “parcialmente ou integralmente” com outros elos da cadeia

(distribuição, varejo ou o consumidor no caso de uma redução do preço final) e não beneficiará apenas o produtor. Cerca de 30% das empresas do setor terão dificuldades de acesso aos créditos para estocagem e para o Prorenova - Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais em decorrência de seus elevados níveis de endividamento. Por que o senhor defende o marco regulatório em prol do etanol? O marco regulatório diminui a vulnerabilidade de toda a cadeia produtiva. É uma política de Estado que defende nossos produtores de ameaças externas inerentes ao nosso mercado e também eventuais crises. Sou um defensor intransigente de agências reguladoras em todos os segmentos importantes e estratégicos do País, desde que embasadas na representatividade, na independência de ação e na qualidade das normas e nas técnicas a serem aplicadas. Como o etanol pode competir em igualdade com a gasolina? Se não houver claras políticas públicas para assegurar o valor do etanol do ponto de vista ambiental e econômico – por causa da

importância da cadeia sucroenergética – não se poderá assegurar estabilidade setorial, qualidade e crescimento da produção para atender o mercado interno e às exportações. Não há como o etanol competir por igual com a gasolina por causa das diferenças características das cadeias de fabricação e comercialização dos dois produtos. Só uma política de Estado, que privilegie um combustível renovável na matriz energética do País pode impedir que o etanol e outros combustíveis renováveis sucumbam diante do artificialismo dos preços que têm sido praticados para a gasolina, que importada em volume cada vez maior provoca o aumento da emissão de gases de efeito estufa e pressiona o déficit da conta de combustíveis. A volta da Cide sobre a gasolina é a peça chave? Precisamos que ela seja utilizada de acordo com sua função, de forma regulatória. É preciso incorporar as externalidades do etanol. O país vive hoje um grande problema na área da saúde. Imagine as condições de saúde dos grandes centros urbanos sem o etanol, como seria mais grave.


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Falta estratégia para o setor voltar a brilhar Depois de arrumar a casa, Brasil pode comandar mudança na geopolítica mundial a partir da produção de agroenergia em países tropicais RENATO ANSELMI, FREE

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O ex-ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, é sempre um convidado de destaque nos principais eventos do setor sucroenergético. Isto não acontece por acaso. Além de ter participado de momentos relevantes que revolucionaram a atividade ao longo de décadas, Roberto Rodrigues – que é coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas – tem uma visão clara sobre os problemas, as necessidades e o potencial do setor. Entre outros assuntos, ele costuma abordar um tema com bastante ênfase: a falta de estratégia do governo brasileiro que deveria considerar também a possibilidade de expansão do setor sucroenergético, fora do Brasil, em países situados entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio. Nesta faixa estão todos os países da América Latina, os que integram a África subsaariana e os mais pobres da Ásia, dos quais a cana-de-açúcar é originária (Indonésia, Filipinas, Índia). Segundo o ex-ministro, a agroenergia é estratégica para o desenvolvimento desses países que poderiam vender a sua produção para as nações mais ricas, o que possibilitaria uma mudança na geopolítica mundial. E essa reviravolta poderia ser comandada pelo Brasil – propõe – que tem condições de exportar know-how, usina, legislação, variedade de cana, sistema de produção, logística. Mas, antes de fazer isto, o Brasil precisa arrumar a casa. “Quem vai procurar um setor que não é fluorescente? Quem vai se interessar por um setor que está sendo esmagado por falta de estratégia? - questiona. Em relação a políticas públicas, Roberto Rodrigues destaca a necessidade de adoção de três medidas que considera fundamentais para a retomada do crescimento. A principal delas é o aumento do preço da gasolina para que seja restabelecida a competitividade do etanol, o que geraria rentabilidade e criaria condições para a realização de investimentos. Além disso, ele defende o retorno da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e a desburocratização do acesso ao crédito. Para voltar a “brilhar”, o setor sucroenergético brasileiro requer um conjunto de ações – detalha – que incluem, por exemplo, o fortalecimento do Consecana visando uma relação comercial mais equilibrada entre o produtor de cana e a indústria. Ele é favorável também a uma redefinição do zoneamento agroecológico de cana no país, que foi feito “a toque de caixa” para atender uma demanda imediata do governo. “Precisaria ser feito com mais

Roberto Rodrigues aponta problemas, necessidades e potencial do setor

tranquilidade, aprofundar, ir a microrregiões”, avalia. De acordo com Roberto Rodrigues, é necessário investir na pesquisa agrícola, industrial e automativa. “Até hoje nós não temos um carro a álcool. Temos um motor a gasolina adaptado para o etanol. Não houve investimento no motor a álcool nem no motor a diesel com álcool”, constata. Ele não tem dúvidas que daria para melhorar essa proporção de 70% de eficiência do etanol em relação à gasolina caso houvesse investimento em pesquisa. A indústria alcoolquímica está chegando meio aos trambolhões, com investimento de empresas privadas. Mas, fora isto, não está sendo feito nada nessa área. “É preciso investir na biorrefinaria, que é um negócio gigantesco. O céu é o limite nesse tema”, enfatiza. Outra área que exige atenção especial – afirma – é a de recursos humanos. “Não tem gente preparada para um crescimento explosivo da atividade. O setor precisa de um vigoroso programa nessa área”, diz. Roberto Rodrigues sugere ainda a implantação de um programa de reconversão de culturas em áreas que não são apropriadas para a mecanização da colheita de cana. Esses locais poderiam ser utilizados para atividade frutífera, florestal ou seringueira. São Paulo tem pelo menos 200 mil hectares, inadequados para o corte mecanizado, que poderiam – observa – ser aproveitados para o plantio de frutas. “Se fizer, por exemplo, fruticultura na área de cana via indústria de transformação nas cooperativas de produtores já existentes, cria-se um mercado gigantesco de frutas in natura ou industrializada. O açúcar e o bagaço de cana estão lá. Tem tudo pronto para fazer uma indústria de alimentos, de doces, geléias, para exportação. Há muita coisa estratégica que precisa ser considerada”, enfatiza Roberto Rodrigues, que foi ministro da Agricultura, de 2003 a 2006, participou da elaboração de estudos para a implantação do Proálcool, da criação do sistema de pagamento de cana por teor de sacarose, além de ter sido pioneiro em sua fazenda, nos anos 60, da rotação de cultura de cana-de-açúcar com soja e amendoim.

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ENTREVISTA – Roberto Rodrigues

Atividade sucroenergética é sustentabilidade na veia RENATO ANSELMI, FREE

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Apesar da importância do setor, existe uma inércia do ponto de vista público em relação a um assunto tão relevante para a sociedade brasileira, afirma Roberto Rodrigues. Veja a entrevista completa nesta página e na página 30: JornalCana: O que significa para o setor as medidas anunciadas pelo governo desde o início do ano, como o aumento do preço da gasolina, o retorno da mistura de 25% de anidro na gasolina, a desoneração do PIS/Cofins, as novas condições para o Prorenova e para a linha de crédito voltada à estocagem de etanol? Roberto Rodrigues: As medidas são insuficientes para haver uma retomada. Eu acho que nenhuma delas representa algo consistente, salvo a questão de renovação de canaviais e de estocagem de etanol que são importantes, porque dá um oxigênio para o setor. Só que é preciso que ocorra uma desburocratização na concessão desses créditos. Não é um negócio universal para o sistema como um todo, porque uma parte do setor terá dificuldades para a obtenção desses créditos. O que precisaria ser feito para realmente resolver a situação? O ponto central é o reequilíbrio do preço da gasolina. Tudo mais é, de certa forma, perfunctório. Aí é estabelecida a competitividade que gera lucratividade que traz investimento. A empresa terá acesso ao crédito. Fica numa posição contábil mais agradável em relação à burocracia, ao BNDES e ao sistema financeiro de maneira geral. O aumento da gasolina é de interesse nacional do ponto de vista da Petrobras que já perdeu mais de um terço do seu valor em dois anos. É necessário para equilibrar as contas da empresa. O governo

alega que o reajuste do preço da gasolina vai gerar um problema inflacionário e atingir o bolso do povo. Quem é que está pagando a conta da Petrobras que é empresa pública? É o povo, a mesma coisa. Vai mudar o bolso apenas. O argumento da inflação não me convence, porque se a sociedade brasileira pagaria alguma coisa a mais pela inflação, já está pagando pelas perdas da Petrobras. Quais são as outras medidas que devem ser adotadas para alavancar o setor? O segundo ponto é o retorno da Cide.

Isto cria um colchão adicional para a competitividade. O terceiro tema é a desburocratização do acesso ao crédito. Se isto não ocorrer, ele torna-se inútil, um enfeite na vitrine. Fica trancado e o empresário não pode pegar. Essa desburocratização significa flexibilizar as garantias, compreender que o processo de endividamento do setor é fruto da falta de políticas públicas. É preciso dar uma virada em um problema causado pelo governo brasileiro que tem quase o dever de compensar o que ele fez contra o setor nos últimos anos.

O senhor defende a necessidade de ser feita novamente a promoção do etanol? Acredito que esse tema é de competência a Petrobras. Não é um negócio que o setor privado tem que fazer sozinho. É uma coisa que é de interesse do Estado sob o ponto de vista ambiental, social, de renda coletiva, da redução das importações de gasolina. Têm tantas vantagens as externalidades do etanol que o crescimento do consumo é bom para o estado brasileiro. O que acontece nesse processo de perda de competitividade é que cria-se no inconsciente do consumidor uma preferência pela gasolina. E ainda que a competitividade seja resgatada, essa preferência demora para ter uma mudança. Fazer a promoção é uma coisa necessária. Mas, as outras questões precisam acontecer também. Se isto não ocorrer, não adianta fazer promoção para um produto que não é competitivo. Falta um planejamento, uma visão mais global? Sim, falta um planejamento que teria que ser feito por uma Secretaria Nacional de Agroenergia. E não pela Petrobras ou ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Com três ou quatro empurrões, o setor explode de novo. Tem riqueza, emprego, renda, exportação. É um negócio formidável. Enquanto tudo isto não acontece, o que as usinas e destilarias podem fazer? O setor pode andar sem o Estado? Pode. Mas, vai ser um setor menor. Agora, o que é energia, o que é combustível? É questão estratégica para qualquer nação do mundo. Podemos fazer bioeletricidade em toda usina do Brasil. Mas, isto não é feito sem crédito. Falta uma estratégia para o setor de agroenergia como um todo. É biocombustível, bioeletricidade, biorrefinaria. É todo um projeto gigantesco que no Brasil pode ser “capitão” da indústria, gerar empregos nos setores de


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equipamentos agrícolas e industriais, na sub-indústria que alimenta esses segmentos. Além disso, pode movimentar a indústria de defensivo, de fertilizante, a ciência e a pesquisa de tecnologia. Enfim, tem um espaço explosivo de crescimento no setor que é de interesse nacional. O que me assusta é haver uma inação do ponto de vista público em relação a um assunto tão relevante para a sociedade brasileira. É um projeto de interesse mundial sob o ponto de vista da emissão de CO2. É sustentabilidade na veia. Não estamos olhando esse negócio com a necessária atenção.

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Quais são os momentos que o senhor destacaria na sua trajetória empresarial e institucional? O primeiro momento marcante foi entre 71 e 75 quando o meu pai era vicegovernador do estado de São Paulo, e eu era presidente da Coplana, de Guariba. O Brasil gastava praticamente 60% de tudo que exportava para comprar petróleo. Eu propus ao meu pai que criássemos um programa de álcool no Brasil e ele formou um grupo de trabalho com três técnicos. Desenvolvemos um estudo nessa área. Esse projeto foi entregue ao presidente Ernesto Geisel em 1974, um ano antes do Proálcool

ser implementado definitivamente. Tenho impressão que esse documento uniu-se aos documentos preparados pelo pessoal de Ribeirão Preto, Orlândia, da Sopral e outros que trabalharam este tema naquele tempo. Acho que ajudou a dar origem ao Proálcool. Qual foi a importância dos recursos do Fundo Especial de Exportação para o fortalecimento dos produtores de cana? Outra coisa importante aconteceu nesse mesmo período, no começo dos anos 70, quando o presidente do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), o general Tavares do Carmo criou o Fundo Especial de Exportação que era uma diferença entre o dinheiro pago pelo IAA para comprar açúcar das usinas e o que o Instituto obtinha com a exportação do produto. Esse dinheiro fazia parte de um enorme fundo que tinha grande peso na estrutura financeira do governo. Eu sugeri a ele que fizesse financiamento dos produtores, a partir desse fundo, por meio das cooperativas. Essa medida fortaleceu as cooperativas de crédito dos produtores de cana. Todo mundo mecanizou suas culturas, comprou máquinas, tratores, caminhões. Recebemos dinheiro também para investir na ampliação do parque agrícola. Eu acho que tive uma participação para que isto se transformasse em um plano de apoio aos produtores de cana. O senhor teve também participação na criação do pagamento de cana por

“Com três ou quatro empurrões, o setor explode de novo. Tem riqueza, emprego, renda, exportação. É um negócio formidável” teor de sacarose? No final dos anos 70, tornou-se presidente do IAA, o coronel Confúcio Pamplona. Eu sugeri a ele, no dia da posse, que o Brasil criasse o pagamento de cana por teor de sacarose. Era um absurdo vender tonelada de cana por hectare. Queríamos vender açúcar por hectare. Ele entendeu e criou uma comissão nacional e saiu o pagamento de cana por teor de sacarose. Foi a maior revolução do setor sucroalcooleiro no século 20 indiscutivelmente. Mudou o paradigma. Nisso tenho uma contribuição fundamental. Como foi a sua gestão no Ministério de Agricultura? Durante a minha gestão, eu convenci o presidente Lula que a agroenergia podia mudar a geopolítica mundial e ele se transformou no grande defensor do etanol mundialmente. Tenho a autoridade moral para dizer que fui eu que levei esse tema para dentro do governo, criando também o programa do biodiesel. (RA)


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Secretaria de Agroenergia pode gerar benefícios para o setor RENATO ANSELMI, FREE

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Pode ser mais um “penduricalho” de ações e políticas inexpressivas fadadas ao fracasso. Pode ser mais um “cabidão” que carregue o ônus da corrupção – senão, ela própria – e aumente a indignação nas ruas. Mas, pode ser também um passo importante para dar uma dimensão mais justa ao setor sucroenergético brasileiro que fica, em diversas ocasiões, mendigando

“Secretaria de Agroenergia teria papel importante na definição de estratégias que levem em conta o potencial do etanol, da bioeletricidade e da biorrefinaria” atenção nos corredores palacianos. Tudo depende de quem, quando, como e para que criar a Secretaria Nacional de Agroenergia – que é uma proposta defendida há muitos anos pelo ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues –, caso essa medida seja realmente colocada em prática.

Em palestras, debates, entrevistas, ele sempre costuma abordar o tema. Não defende a proposta para este ou aquele governo, nem para este ou outro momento político. Roberto Rodrigues – que esteve a frente do ministério, de 2003 a 2006 – tem a noção exata dos benefícios que uma Secretaria de Agroenergia pode proporcionar para o setor. Segundo ele, este órgão teria um papel importante para a definição de uma estratégia para o desenvolvimento da atividade, que leve em conta o potencial do etanol, da

bioeletricidade e da biorrefinaria. A estratégia deve também considerar – afirma – a possibilidade da expansão do setor em países tropicais, sob a liderança brasileira. Existe a necessidade de um planejamento para a atividade sucroenergética que deve ser feito por uma Secretaria Nacional de Agroenergia, com status de ministério, e não pela Petrobras ou pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), observa. “Doze ministérios estão cuidando de etanol

no Brasil. Só tem gente boa e séria. Mas, uma não conversa com a outra. Não há coordenação, estratégia”, comenta. De acordo com ele, com tanto ministério no Brasil, falta um órgão para um setor que tem espaço para crescer, que pode levar para fora essa experiência exitosa. “É um negócio formidável. Gera riqueza, emprego, renda, exportação. Com três ou quatro empurrões, essa coisa explode de novo”, enfatiza Roberto Rodrigues, que é coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas.


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Iniciativa é interessante em um governo moderno e eficaz A proposta de Roberto Rodrigues provoca inquietação e reflexão. Gera apoio, aplauso e até desconfiança em relação à eficácia da sua implementação. Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o Caio, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) conhece bem os propósitos e as intenções do ex-ministro. Ele foi presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e Álcool quando Roberto Rodrigues era ministro da Agricultura. Naquela época, o assunto já começava a entrar em pauta. “Acho que essa ideia é brilhante na medida em que seja imaginada num governo que quer ser eficaz e trabalhe com poucos ministérios importantes, de forma planejada”, avalia. Neste caso, toda questão energética deveria passar por essa secretaria com status de ministério, do nível da Casa Civil. Mas, do jeito em que a situação se encontra hoje no governo federal, Caio Carvalho não acredita no êxito da iniciativa, caso houvesse a implantação imediata da nova pasta. Ele tem motivos para isto. Os 39 ministérios existentes são “fechados em si mesmo, competem entre si”, opina. Pior do que isto: “Há um tiroteio” – dispara. Neste cenário, uma Secretaria de Agroenergia poderia se tornar mais um degrau burocrático, de pouca eficiência, analisa o presidente da Abag. Além disso, corre o risco de ser atingida por “balas perdidas” ou até por “projéteis” com direção certa. “Vai ficar no

“Toda questão energética deveria passar por essa secretaria com status de ministério, do nível da Casa Civil” meio de um bombardeio e não haverá tempo nem para respirar”, comenta. Será que valeria a pena então a sua criação? Para Caio Carvalho, antes de qualquer coisa, é preciso enxugar ministérios. “Em um governo moderno que tenha de fato um comportamento mais democrático, que não tenha essa coisa até de intimidar, obviamente que desempenhará um papel importante. Segundo ele, uma Secretaria deve desenhar junto com o setor privado, de forma transparente, um programa de energia de longo prazo com uma visão geopolítica. Deve ter muita força de planejamento e poder de veto, dentro do governo, em relação a medidas que contrariem o que democraticamente tenha sido estabelecido. Caio Carvalho – que é também diretor do Grupo Alto Alegre e da Canaplan Consultoria Técnica – diz que esta Secretaria não necessita de uma estrutura “monstruosa” para exercer as suas atividades. (RA)

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Coordenadoria ligada à Casa Civil é uma alternativa Um órgão na área de agroenergia, com status de ministério, não vai ter autonomia para resolver todos os problemas relacionados ao setor, opina Luiz Custódio Cotta Martins, presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e Álcool, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “É difícil concentrar tudo num lugar”, afirma. Problema tributário tem que ser resolvido no Ministério da Fazenda, questões referentes ao etanol devem ser tratadas na ANP, que é ligada ao Ministério de Minas e Energia, açúcar e cana-de-açúcar são assuntos do Ministério da Agricultura, exemplifica. Dependendo do tema, a “peregrinação” continua pelos ministérios do Trabalho e Emprego, do Meio Ambiente, entre outros. Poderia até ser criada uma secretaria

para centralizar todas as demandas do setor, pondera. “Mas, agora, quando as ruas estão dizendo para cortar os ministérios, é complicado. Isto deve ser pensado no longo prazo, para o próximo governo, estudando-se uma proposta estrutural. No curto prazo, eu não acredito. O momento não é propicio”, avalia. Ele diz que o assunto poderia fazer parte de um processo de reorganização de ministérios. Luiz Custódio considera como uma alternativa viável a criação de uma coordenadoria ligada à Casa Civil para acompanhar o encaminhamento de diversas questões referentes à atividade sucroenergética. “Um ministério não pode cobrar do outro. O único ministério que pode fazer isto é a Casa Civil que está ligada à Presidência da República”, comenta. (RA)

Luiz Custódio Cotta Martins: “É difícil concentrar tudo num lugar”,

Governo precisa criar agenda e definir interlocutor Assuntos relacionados ao setor sucroenergético estão dispersos em vários ministérios Qualquer ação com a finalidade de coordenar as demandas da agroenergia é positiva, afirma André Rocha, presidenteexecutivo dos Sindicatos da Indústria de Fabricação de Etanol e de Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar). Só isto, porém, não basta. O governo deve oferecer algo mais – opina – do que um cargo e uma Secretaria. “Precisa ter vontade para apresentar políticas públicas de incentivo a agroenergia”, alfineta. De acordo com ele, mesmo algumas medidas já anunciadas, não tinham sido totalmente implementadas até o final de julho. “Desde o início desse governo, nós não temos conseguido uma interlocução efetiva”, comenta André Rocha, que é também presidente do Fórum Nacional Sucroenergético. Para ele, a criação de uma Secretaria de Agroenergia é bemvinda – enfatiza –, mas essa medida isoladamente não vai resolver as atuais demandas da atividade sucroenergética. “O governo precisa chamar o setor para o diálogo, criar uma agenda, colocar um interlocutor, que pode ter – ou não – esse cargo”, diz. A criação do órgão – avalia – pode ser uma consequência de uma maior aproximação. “Realmente os assuntos relacionados ao setor estão dispersos em vários ministérios. Falta um interlocutor”, constata. O papel que pode ser desempenhado por uma Secretaria depende – detalha – do poder e do alcance que ela teria, de quem ocuparia esse cargo. Existe uma série de questões. “Havendo vontade do governo, ela ajuda. Havendo

André Rocha

vontade, talvez ela não seria tão necessária. Não havendo vontade, não vai adiantar nada”, observa. Uma Secretaria de Agroenergia precisa ser um órgão estratégico, deve ter força, orçamento e linha direta com a Presidência da República, afirma Renato Cunha, presidente do Sindicato do Açúcar e do Álcool do Estado de Pernambuco (Sindaçúcar). “Precisa ter status elevado”, ressalta. Ele considera a ideia positiva. “Qualquer proposta que venha agregar ações para a formulação de políticas em favor do setor é importante”, diz. Essa iniciativa não pode ser – segundo ele – incompleta. “Não podemos esquecer que a cana-de-açúcar é a base primária para a produção de açúcar, etanol e bioeletricidade. A grande questão é como o açúcar será tratado. Vai ficar num canto? – indaga. Uma secretaria nessa área deve ter inclusive atribuições bem definidas. “É preciso entender como vai ser o desenho. O próprio setor teria que participar dessa modelagem”, propõe Renato Cunha que ocupa também o cargo de vice-presidente do Fórum Nacional Sucroenergético. (RA)


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ENTREVISTA - Luiz Biagi

Luiz Biagi usa experiência para apontar caminhos ao setor ANDRÉ RICCI,

DE

SÃO PAULO

Biagi é um sobrenome emblemático no setor sucroenergético. Um de seus portadores, o Luiz, falou com exclusividade ao JornalCana sobre o atual cenário do segmento. No bate-papo, o empresário fez uma análise crítica sobre crise industrial, em especial, na região de Sertãozinho, interior de São Paulo, considerada um polo canavieiro. Com experiência suficiente para apontar caminhos, Luiz Biagi, formado em economia, revela, entre outras coisas, que o etanol nasceu para ser coadjuvante em relação à gasolina, além de apostar na biomassa como importante fonte financeira para setor sucroenergético. Confira a entrevista: JornalCana: O setor sucroenergético passou por um período de retração em 2012, sendo que a crise afetou diretamente a área industrial. Como enxerga o atual cenário? Luiz Biagi: Existem muitos projetos e investimentos pontuais, o que é um fator positivo diante desta situação. Com o mercado de cogeração se aquecendo, muitas usinas estão reformando seus equipamentos, quando não comprando novos. Acredito que no futuro essa área deva movimentar bastante a economia, já que o Brasil precisa de energia limpa. Hoje começamos a ter dificuldade no suprimento de energia elétrica, o que me deixa otimista em relação a biomassa. Todos os problemas se resumem a falta de políticas públicas? Não, claro que não. Muitos são decorrentes da falta de visão dos empresários. O Brasil ainda não encontrou o acolhimento verdadeiro para o etanol, isso é verdade. Certo momento a Petrobras é onerada, outrora o produtor de etanol, ou seja, não há um caminho definido. Por essas dificuldades, acredito que no futuro teremos o modelo ideal de negócio, que favoreça todas as partes, inclusive ao país. Mas esse não é um problema recente. Desde que surgiu o Proálcool, há 40 anos, convivemos com essas alterações. E o que o setor deve fazer? Temos muitas coisas para realizar. Existem muitos pontos que estão sendo deixados de lado. É primordial termos produtividades agrícola e industrial melhores. Mas, para isso, são necessários aprimoramentos que tornem o setor mais competitivo. O desafio é esse. Precisamos ter,

por exemplo, o etanol competitivo em função do aumento de produtividade, não apenas do preço. Infelizmente, essa é a realidade, não fazemos nossa parte. Antes desta crise, o segmento vinha crescendo continuamente, o que deixou os empresários relaxados. A queda fez com que eles retomassem o trabalho adequado? Acredito que sim. Passamos também por um período de transição em relação a mecanização, tanto no plantio quanto na colheita. Isso logicamente cria problemas que dificultam a evolução. Passado esse período, tenho certeza que retomaremos a linha de crescimento mais fortes. O senhor falou em um modelo ideal na política de combustíveis. Qual sua opinião sobre isto? É evidente que precisamos de uma estrutura melhor neste sentido. O álcool é e sempre será coadjuvante em relação ao petróleo. Não devemos ter a pretensão de ser a estrela, mas sim, sermos humildes e aceitar o papel de coadjuvantes. O etanol nasceu para ser um aditivo no mundo todo. Mas, hoje, já é possível ver muitos países utilizando etanol, o que gera um conceito mundial, fortalecendo o biocombustível.

E o açúcar, onde entra nesta história toda? A produção de açúcar está crescendo no mundo todo. África, Tailândia, entre outros, estão evoluindo a cada ano nessa área. Para nós, o açúcar tem sua grande parcela de importância. Mas, na minha opinião, ele não vai valorizar a cana. Esse papel é do etanol, então, temos que caprichar na sua produção. Sobre biomassa, que o senhor já disse estar crescendo. Qual o futuro brasileiro? Nas usinas, temos que melhorar o gasto de vapor. As unidades gastam em torno de 400 kg de vapor/tonelada de cana, valor alto e que pode ser reduzido com os aprimoramentos existentes. Com isso, teremos mais vapor para cogeração. Costumo dizer que este processo é um soro na veia do empresário, ou seja, renda que paga parte expressiva do custo fixo. Além de melhorias na área agrícola, investir em cogeração é um ponto fundamental. Com relação aos preços nos leilões de energia elétrica. Qual sua avaliação? Precisa aumentar para o empresário voltar a investir. Pensar em energia eólica, como o governo tem feito, é uma falha de visão que muito em breve deve ser corrigida.


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Setor sucroenergético reivindica a volta da Cide sobre a gasolina Ricardo Dornelles descarta alterações; Pedro Parente critica a política brasileira de combustíveis ANDRÉ RICCI,

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SÃO PAULO

Governo e setor sucroenergético avançaram, mas ainda não se entendem quando o assunto é a política de combustíveis brasileira. Exemplo disso foram as declarações durante o Ethanol Summit, evento que reuniu líderes de ambas as partes, colocando as opiniões em conflito. O presidente e CEO da Bunge Brasil, Pedro Parente, entoou o coro de que um dos maiores gargalos do segmento é a forma com que o governo trata o combustível fóssil, congelando os preços nos postos e tendo como artifício a desoneração, como é o caso da cobrança da Cide Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, retirada há alguns meses. “Desde 2005 o governo vem repassando os reajustes da gasolina para a refinaria. Isso faz com que o preço na bomba se mantenha e o setor sucroenergético, que não contou com nenhum auxílio, precise segurar o valor do etanol também, que mês a mês, sofre com o aumento no custo de produção. O diferencial que havia entre os preços dos combustíveis simplesmente sumiu”, afirmou. Já Ricardo Dornelles, diretor do departamento de Combustíveis Renováveis, Ministério de Minas e Energia, não credita a desaceleração sofrida no setor canavieiro exclusivamente às ações governamentais. “Dizer que o preço da gasolina tem causado os problemas do setor

sucroenergético é tapar o sol com a peneira”, enfatizou. O problema vem sendo debatido constantemente, a cada encontro entre as partes. De um lado, os empresários canavieiros questionam o apoio a gasolina, combustível fóssil e que por isso causa problemas ambientais. Depois de alguns anos vivenciando uma linha ascendente de crescimento, em 2012 o cenário mudou e os problemas surgiram. Parente lembra que as ações não têm contribuído nem mesmo com a Petrobras, que segue contabilizando prejuízos. “Temos um cenário de redução de receitas e aumento dos custos. O assunto já não era prioridade no governo, agora, que outros pontos surgiram, menos ainda. Não tenho perspectiva de que, a curto prazo, mudanças ocorram”, desabafou. Do outro, o governo brasileiro afirma estar trabalhando em prol do país. No início do ano, medidas de incentivo a produção canavieira foram anunciadas, como a volta da mistura de etanol na gasolina em 25%, linhas de crédito para a reforma dos canaviais, e a retirada da Cide incidida no biocombustível. Outros pontos, como a possibilidade de alteração no preço da gasolina, Dornelles rechaça. “A Cide não vai voltar em curto prazo. Estamos preocupados com o crescimento do país, assim como com a inflação. A volta da Cide sobre a gasolina é muito bom para o setor sucroenergético, mas pode não ser para a sociedade”, afirmou. Sobre maneiras de como retomar o trilho da evolução, o representante fala em investimentos e mudanças de visão. “O setor é muito heterogêneo, e assim, os interesses são muito diversificados. Vejo que parte do segmento está no caminho certo, voltando a investir em produtividade e eficiência. Aqueles que desenvolverem primeiro esses pontos, vão deslanchar”, finalizou.

Pedro Parente: artifício da desoneração


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Por enquanto, apenas especulações PATRÍCIA BARCI, FREE

Ricardo Dornelles diz não querer tapar o sol com a peneira

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RIBEIRÃO PRETO, SP JORNALCANA

A notícia que o governo vai avaliar o reajuste de preços de combustíveis, anunciada em 14 de agosto último pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, levantou especulações no setor sucroenergético. No entanto, tudo isto nada mais é do que um factóide, acreditam os especialistas. Para o economista e diretor do CBIE - Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, a eventual alta da gasolina melhoraria a situação da competitividade com o etanol, mas esse aumento, se acontecer, será feito exclusivamente para beneficiar a Petrobras e não o setor de etanol. "O setor de etanol será beneficiado automaticamente, mas ninguém do governo está aumentando o preço da gasolina pensando nele. Eles vão aumentar por causa da situação financeira muito ruim da Petrobras" disse Adriano Pires. Muito se fala sobre a volta da Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico sobre a gasolina, como alternativa à crise do setor. Apesar da proposta para colocála até a R$ 0,50, como contribuição à redução da tarifa do ônibus em R$ 1,20, o fato é que isto seria impossível na prática, observa o economista. De acordo com ele esta ação elevaria o preço da gasolina em 40%, o que iria muito além da meta de inflação estabelecida pelo governo. "Além disso o cenário político não é ideal, já que aumentar o preço da gasolina tirará a popularidade do governo, que ainda lida com as manifestações que criticam o aumento de preço de produtos e serviços", completa.


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EUA ameaçam rastrear etanol brasileiro exportado No último 12 de agosto, durante a inauguração da primeira fase do etanolduto, em Ribeirão Preto, SP, a presidente da Unica - União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Elizabeth Farina, pediu à presidente Dilma Rousseff que intervenha junto ao presidente Barack Obama, contra a ameaça dos Estados Unidos de pedir a rastreabilidade do etanol brasileiro exportado àquele país. No caso, esse trabalho teria que ser feito usina por usina, o que tornaria o processo ainda mais oneroso.

"É mais sofisticado que uma taxação. Uma exigência de segregação de etanol usina por usina prejudica esse investimento – etanolduto - para reduzir custo de logística. Identificar cada uma das usinas e acompanhar o etanol até entrar nos Estados Unidos cria custos de logística e financeiros enormes, cujo único objetivo é protecionista", explicou Farina. Dilma Rousseff prometeu levar o pleito a Obama durante a visita que fará aos EUA em outubro.

Farina pediu à presidente Dilma que intervenha junto a Barack Obama

Edison Lobão, ministro de Minas e Energia

Petrobras pede e governo estuda aumento dos combustíveis Não foi em decorrência do apelo do setor sucroenergético, mas, de acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o governo avalia o reajuste de preços de combustíveis. A ação ocorre pelo pedido da Petrobras, que mês após mês, fecha as contas no vermelho. "A Petrobras está permanentemente pedindo aumentos de seus preços, até porque estão defasados há muitos anos. Mas isso não significa que se vá acordar", afirmou Lobão. A volta da Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico sobre

a gasolina é um pedido recorrente do setor canavieiro, que convive com a falta de competitividade do etanol justamente pelo controle do preço do combustível fóssil. "Vamos examinar pelo Ministério da Fazenda, pelo Conselho e pelo Ministério de Minas e Energia. Não estou dizendo que vamos atender a reivindicação da Petrobras, estamos apenas examinando." A preocupação do governo é com o impacto de eventuais aumentos de preços de combustíveis para a inflação. "Nenhum aumento de preço é bom", finalizou Lobão.


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Questões ambientais e trabalhistas aceleram a mecanização 85% da colheita e 53% do plantio de cana já estão sendo feitos de maneira mecanizada no Centro-Sul MÁRIO RIOS, FREE

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ADAMANTINA, SP

LANCE PARA O

JORNALCANA

Cerca de 85% da colheita e 53% do plantio de cana de açúcar já estão sendo realizados de maneira mecanizada na região Centro-Sul, que concentra o maior volume de produção de açúcar e álcool do país. Questões ambientais e trabalhistas explicam estes percentuais, que são como um bálsamo para as cidades que sofriam com as queimadas durante as safras até pouquíssimo tempo atrás. Números apresentados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) apontam que o estado de Mato Grosso do Sul é o recordista na utilização de máquinas na colheita, atingindo um índice de 95%, seguido pelo Mato Grosso, com 90% e os estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo vindo logo atrás, com 87%. Segundo estimativas de representantes do setor, já foram investidos R$ 14 bilhões na aquisição de máquinas e implementos que formam o conjunto chamado de “frente de colheita” – colhedoras, caminhões, tratores e transbordos, entre outros. Uma usina de médio porte utiliza entre quatro e cinco dessas frentes. Cada colhedora chega a custar cerca de R$ 800 mil, o que acaba pesando para unidades de pequeno porte. Uma saída para o problema tem sido a terceirização, ou seja, a contratação de empresas especializadas neste serviço. Outra alternativa é o uso compartilhado dos implementos pelos produtores, onde o custo é dividido entre todos os usuários. Para Sérgio Prado, da União da

Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), as unidades sucroenergéticas do Centro-Oeste, por terem se instalado mais recentemente, têm mais facilidade para se adaptarem à mecanização da colheita, pois foram planejadas para isso, e portanto, lideram o processo. No caso de São Paulo, um dos fatores que mais fez avançar a mecanização foi a assinatura do protocolo agroambiental entre os produtores e as autoridades governamentais do Estado, em 2007, que prevê o fim das queimadas nas áreas mecanizáveis em 2014 e nas quais não é possível usar máquinas, até 2017, embora ainda estejam ocorrendo diversas disputas na justiça visando a prorrogação destes prazos. No entanto, a transição do corte humano para o mecanizado trouxe perdas num primeiro momento, na chamada curva de aprendizado. Ocorreu uma redução de 1% na produtividade média da

colheita nos canaviais, porque as facas das colhedoras deixavam ficar no solo o toco da cana, onde há a maior concentração de açúcar na planta. Outros aspectos também contribuíram para que ocorresse uma perda de até 9% da colheita: terrenos mal nivelados que atrapalhavam a entrada das máquinas no canavial e a infestação de brocas e cigarrinhas, causada pelo aumento da palha deixada no solo, que antes era queimada. O problema do desnivelamento foi resolvido com a adoção de um corte de base flutuante pela indústria de máquinas, desenvolvido pelo CTC, que regula automaticamente o corte, acompanhando as irregularidades do terreno. Porém, o desemprego é o maior efeito colateral da mecanização, uma vez que cada colhedora substitui cerca de 60 cortadores de cana. Segundo informações da Unica, parte dos trabalhadores

Sérgio Prado, da Unica: novas unidades lideram o processo

substituídos pelas máquinas foi absorvida em outras funções dentro das usinas, outra parte voltou para seus locais de origem, mas a maioria perdeu o emprego. Como trata-se de uma mão de obra com pouca qualificação, as oportunidades de emprego tornam-se ainda mais escassas.


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Investimentos de toda a cadeia produtiva do agronegócio estão aquecidos Não é apenas o setor sucroenergético que está comprando mais máquinas e implementos. Toda a cadeia produtiva do agronegócio está ampliando investimentos em equipamentos maiores e mais sofisticados, o que tem animado as previsões das indústrias deste segmento. As projeções da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indicam que as vendas internas anuais de máquinas agrícolas deve dobrar na próxima década, passando dos atuais R$ 4,5 bilhões para R$ 9 bilhões. Estes cálculos levam em consideração também as necessidades de renovação da frota de pequenos e grandes produtores rurais. A idade média das colheitadeiras em uso no Brasil é de dez anos e a de tratores cerca de 14 anos. A indústria, claro, recomenda a substituição das colheitadeiras a cada seis anos e os tratores a cada dez. Os agricultores do Paraná e Mato Grosso são os que têm a prática de renovar suas frotas mais cedo. A tendência de modernização dos equipamentos nos campos é mundial, direcionada pelas multinacionais do setor, e tende a se acelerar no país nos próximos anos, em virtude dos ganhos de produtividade nas plantações e das boas perspectivas para o agronegócio brasileiro. Outro fator que deve acelerar a troca por maquinário mais moderno são as exigências dos novos padrões ambientais no Brasil, que entrarão em vigor a partir de 2017.

Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ocorre uma perda média de 4% nas colheitas causada pela mecanização. Neste cenário, qualquer equipamento que prometa reduzir este percentual é muito procurado. E é justamente isto que as fabricantes têm procurado oferecer, ao

aumentarem seguidamente seus investimentos na ampliação e modernização de fábricas, em inovação e centros de pesquisa, além do lançamento de novos produtos, mais sofisticados. Em 2011, último ano com dados disponíveis, as indústrias investiram juntas cerca de R$ 370 milhões.

Além de ganhos de produtividade e eficiência, tratores e colheitadeiras proporcionam cada vez mais conforto para os operadores, com cabines climatizadas com ar-condicionado e cd player. Estes itens já equipam pelo menos metade das máquinas em operação nos campos do país e a tendência é de crescimento. (MR)


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Tecnologias de precisão começam a ser itens de série de máquinas e implementos Segundo dados da Anfavea, pelo menos 10% das máquinas e implementos agrícolas saem das fábricas brasileiras com algum tipo de tecnologia de agricultura de precisão embarcada. País de dimensões continentais e de imensos contrastes, algumas regiões utilizam tecnologia tão avançada quanto a do cinturão do milho nos Estados Unidos, enquanto outras têm desempenho semelhante a de países da África subsaariana. Cerca de 15% da área plantada no Brasil utiliza alguma ferramenta da agricultura de precisão. Entre os agricultores norte-americanos este índice salta para mais de 40%. O setor sucroenergético foi o primeiro a adotar este tipo de tecnologia, com o emprego do piloto automático, que evita o pisoteamento da soqueira da cana, promovendo um ganho de até 25% de produtividade nos canaviais. A agricultura de precisão é formada por um conjunto de equipamentos, tecnologias e técnicas que permite maior eficiência, e consequente redução de custos, no plantio, na colheita e na aplicação de insumos nas lavouras. Como se trata da introdução de novas tecnologias e de novos conceitos no campo, é necessário o emprego de mão de obra mais qualificada, cada vez mais difícil de ser encontrada no país. E poucos são os cursos formais sobre o assunto no Brasil. Um deles pode ser encontrado em Pompéia, interior de São Paulo, na Faculdade de Tecnologia (Fatec), do

governo estadual paulista, numa parceria com a Jacto, empresa sediada no município que utiliza a agricultara de precisão em boa parte dos implementos agrícolas que produz. O curso de Mecanização em Agricultura de Precisão é gratuito, tem duração de três anos e oferece disciplinas sobre sensoriamento remoto e manipulação de equipamentos para posicionamento por satélite, por exemplo.

No nível de pós-graduação, existe uma especialização na Unochapecó, em Chapecó (SC), e um mestrado na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul. Dois cursos de extensão também estão disponíveis, um pela Esalq/USP, em Piracicaba (SP) e outro também pela UFSM. No nível técnico, o Instituto Federal Farroupilha, na cidade de Não-Me-Toque (RS), oferece um curso. (MR)


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Multiplicação de máquinas na lavoura requer gestão elaborada FULVIO PINHEIRO MACHADO, FREE

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SÃO CARLOS, SP

JORNALCANA

Com a ampliação da capacidade de produção de todas as unidades industriais e a mecanização acelerada da lavoura, acompanhada de uma necessidade cada vez maior de aumento de produtividade e redução de custos para se manter a competitividade, tornou-se imperativo o uso de ferramentas de gestão que permitam não só administrar situações e ocorrências em tempo real, mas também permitir a tomada de decisões no mínimo espaço de tempo possível. A informática fornece ferramentas adequadas a tratar de grande quantidade de dados, incluindo estratégias de ação pré-definidas, que consistem nos chamados SIG – Sistemas Integrados de Gerenciamento. A adoção desses

sistemas permitem várias vantagens organizacionais, como: eliminar interfaces manuais, agilizar o fluxo e a qualidade das informações, eliminar atividades duplicadas, facilitar o processo de gerenciamento e decisão, reduzir o “lead-time” e suas incertezas, e ainda incorporar práticas pré-definidas em seu código. Assim, nos dias de hoje, é impensável a gestão de qualquer empreendimento sucroenergético sem essas ferramentas. Especificamente na área agrícola os desafios de gestão são enormes, envolvendo a identificação das áreas quanto aos tipos de solo e declividade, manejo varietal, tratos culturais, determinação da colheita, além da gestão de frotas, que também se tornou essencial, já que nos últimos anos com a acelerada mecanização da lavoura o uso de maquinários se multiplicou enormemente. Os procedimentos de colheita, como corte, carregamento e transporte detém grande importância, pois

representam aproximadamente 25% dos custos totais de produção. Além disso, a correta operação da indústria é dependente do fluxo constante de matéria-prima, no caso a cana-de-açúcar, para que também possa ter uma performance correspondente à produtividade desejada. O correto equacionamento através da gestão dos recursos existentes, como máquinas e mão de obra, são fundamentais para o sucesso da operação, que envolve várias frentes ao mesmo tempo e em situações de trabalho diferentes. Isto se torna mais evidente ainda com a crescente mecanização, com suas múltiplas máquinas e necessidades logísticas. Focando esses aspectos da lavoura canavieira, várias empresas têm atuado no sentido de fornecer ferramentas específicas para essas atividades, possibilitando uma gestão eficaz dos recursos disponíveis.


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Gestão adequada envolve controle de pragas Computador de bordo com A cultura da cana-detodas as futuras, pela açúcar, tal como outros diminuição das plantas produtos agrícolas, está sujeita produtivas por área. a uma série de variáveis para Em recente palestra que se tenha a produtividade realizada durante o 34ª adequada ao longo de todo o Encontros Fermentec, Leila ciclo útil da planta, que no caso Dinardo, pesquisadora do IAC da cana se estende por várias explicou que embora existam safras. variedades com grau maior de Algumas das condições resistência à determinadas necessárias ao pleno pragas e doenças, desenvolvimento da planta, “Dificilmente através de como solo, necessidade de melhoramentos varietais ou nutrientes, condições hídricas genéticos, se torne possível satisfatórias e manejo podem criar variedades que resistam a ser alteradas de forma a todas as pragas e doenças, satisfazer os requisitos da possíveis de causar danos à planta. No entanto, outras, cana-de-açúcar”. como a influência das Uma das pragas de maior variações climáticas, podem ser incidência e bastante eventualmente previsíveis, mas conhecida é a broca-da-cana, de difícil controle. cujas larvas ao adentrar aos Assim, para se obter uma colmos, facilitam a incidência Leila Dinardo, pesquisadora do IAC excelente produtividade, todos de doenças e pragas esses fatores devem ser levados secundárias resultando em em conta na gestão da lavoura, como também a escolha grandes prejuízos. de variedades que se prestem às condições existentes na Entre as pragas de mais difícil combate estão o região de cultivo. Migdolus e Sphenophorus levis por se abrigarem no solo Além desses aspectos, um outro fator que requer junto às raízes da planta, onde se torna difícil o controle. muita atenção, é a ocorrência de pragas e doenças, pois Um outro aspecto a ser levado em conta, segundo a qualquer descuido ou falta de atenção pode resultar em pesquisadora é que com a colheita mecanizada e palhada severos prejuízos pela diminuição da produtividade, que no campo em substituição à modalidade de queima e no caso de ataques severos, podem influenciar colheita manual, houve um favorecimento à determinadas negativamente não só a colheita presente, mas também pragas, como é o caso do Sphenophorus. (FPM)

Compactação do solo deve ser evitada A acelerada mecanização procedimentos. da lavoura de cana-de-açúcar Outro aspecto importante, onde a prática da queima e o lembra Magro, é que “A corte manual já praticamente superfície do terreno não deve foram integralmente ter elevações e depressões de substituídos pela colheita de curta distância no sentido dos cana crua e picada através de sulcos para favorecer a ação do colhedoras, além do incremento corte de base da colhedora com da mecanização das operações regulagem automática ou a de plantio em curto espaço de régua”. tempo tem sido um desafio para Em relação aos agrônomos e fabricantes de espaçamentos da cultura, máquinas e implementos. Magro explica que “Para Não só há a necessidade de atender as medidas das bitolas se planejar e adequar os rodoviárias oficiais da canaviais a essas novas práticas, colhedora, dos caminhões, dos mas também introduzir tratores e dos transbordos para variedades que sejam mais evitar a “doença do pneu” é adequadas a essas novas necessário aumentar o modalidades de colheita e espaçamento no plantio de plantio. cana em relação ao eixo de Um dos desafios é tráfego de 140 ou 150cm para justamente o maior trânsito de 190cm.” máquinas e equipamentos que José Alencar Magro: terreno descompactado é Desta forma, para que não possam provocar danos ao solo propício para boa infiltração da água de chuva se tenha redução na por compactação. Em recente produtividade, o artifício usado exposição feita durante o 34ª Encontros Fermentec, José é o plantio da cana em linha dupla, com espaçamentos Alencar Magro, diretor da Campofértil, alertou para o fato alternados de 130cm por 60cm, totalizando 190cm, o que de que “O terreno precisa estar descompactado, o que é por si só já promove o aumento de produtividade propício para a boa infiltração da água de chuva. A agrícola”, complementa Magro. descompactação deve ocorrer em toda a extensão do Da mesma forma que para os implementos terreno e não somente na faixa do plantio”. agrícolas, os fabricantes de colhedoras já têm Pensando nesse requisito, fabricantes como a DMB e disponibilizado máquinas capazes de operar em a Civemasa oferecem ao mercado implementos como espaçamento duplo, como é o caso da colhedora A8800 subsoladores, arados e grades adequados a esses “Multi-row”da Case IH. (FPM)

coleta de dados via Wi-Fi Entre as ferramentas disponibilizadas na atualidade para facilitar e promover uma melhor gestão da frota de veículos e máquinas utilizadas na lavoura canavieira estão os computadores de bordo, equipamentos versáteis que possibilitam coletar todas as informações relativas aos trabalhos nas frentes agrícolas. Os computadores de bordo podem ser instalados em caminhões e veículos agrícolas e proporcionam uma série de funcionalidades. Um exemplo é o recente lançamento da Auteq, o CBA3200 PLM que permite reduzir custos por meio do controle do consumo de combustível; consumo de peças e mão de obra de manutenção; tempo do veículo parado por baixa produtividade do operador/motorista, por falhas de logística ou por acidentes e tempo gasto com registro de informações do campo e erro nestes registros. O CBA 3200 PLM tem como principal característica eliminar a operação de coleta das informações dos computadores de bordo da frota de forma manual, atuando como um posto de coleta móvel, daí o sufixo PLM em seu modelo. O equipamento geralmente é instalado em um caminhão comboio e desta forma, enquanto o comboio presta serviços no campo, normalmente de abastecimento dos veículos na frente de trabalho, o PLM aproveita para coletar automaticamente os registros dos computadores dos veículos de uma frente, via Wi-Fi, eliminando a necessidade de coleta de dados via PDA, simplificando enormemente o trabalho de obtenção das informações. A transferência dos registros coletados para o banco de dados é realizada no posto de abastecimento. Para isso, o equipamento conta com 4 Gb de memória não volátil e coleta totalmente automática, via Wi-Fi. A funcionalidade aproveita o tempo de parada para abastecimento para fazer a coleta e proporciona confiabilidade da informação. Adicionalmente o CBA3200 PLM possibilita o registro de todos os excessos em relação aos parâmetros de operação pré-definidos pelo cliente; emissão de nota de avaliação de cada motorista/operador, o que geralmente condiciona a remuneração variável dos motoristas e operadores; registro eletrônico semiautomático do certificado eletrônico de carga; consistência de informações registradas no campo em dois níveis, contra tabelas do cliente de valores válidos e consistência situacional (comparação do status informado, atividade ou motivo de parada, contra a informação coletada pelos sensores). O CBA 3200 PLM possui entrada para 16 sensores; GPS interno de 50 canais; comunicação Wi-Fi e GPRS; conectividade Can e RS232; quatro saídas para atuadores; teclado numérico de 20 teclas; e display gráfico com resolução de 128 x 64 pixels transflectivo com backlight. O equipamento é totalmente vedado à prova de água e poeira e resistente à vibração e trepidação, características essas herdadas do CBA 3200. O respaldo de confiabilidade dos equipamentos produzidos pela Auteq é baseado em um histórico de fornecimento de mais de 16 mil equipamentos instalados, sendo que a maioria deles não requer manutenção, mesmo depois de dez anos de uso contínuo. A comercialização do CBA 3200 PLM produtos Auteq é feita pelos concessionários John Deere em todo o Brasil.


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Na “Cana Energia”, espécies pobres em sacarose e ricas em fibra têm grande valor Desde a Revolução Industrial, quando as máquinas começaram a substituir a tração animal, passando pelo uso da eletricidade e dos veículos automotores, a energia tornou-se um bem essencial à humanidade. No mundo atual é incessante a procura por novas fontes de energia que possibilitem atender a crescente demanda global em substituição às fontes clássicas como o carvão e o petróleo. Nessa busca por novas alternativas energéticas, a biomassa participa como uma das mais importantes e promissoras fontes, por converter e armazenar diretamente a energia solar que chega ao nosso planeta. Usando a cana-de-açúcar como matéria-prima, as usinas produtoras de açúcar e etanol passaram a ser denominadas de unidades sucroenergéticas, justamente pelo potencial de aproveitamento dos recursos energéticos da biomassa, quer pelo uso dos carboidratos contidos no caldo que propiciam energia ao corpo através do açúcar ou a produção de etanol como combustível a partir da fermentação, além do bagaço e agora da palha na geração de vapor para o processo e eletricidade excedente comercializável. Em recente palestra realizada durante o 34ª Encontros Fermentec, Sizuo

Matsuoka, pesquisador com larga experiência em melhoramento de cana no IAC, um dos fundadores da Canavialis e atualmente diretor da Vignis, apresentou uma nova possibilidade de obtenção de energia a partir de outras espécies de cana, o que denomina de cana energia. Segundo Matsuoka, dentre todas as espécies de cana a atenção sempre esteve voltada à Saccharum officinarum, justamente por seu maior teor de sacarose, que no entanto apresenta limitações quanto à produtividade, que normalmente não atinge a um quarto do seu potencial que seria de 350 t/ha, por várias razões. Assim, com a intenção de se obter maior massa verde, outras espécies, pobres em sacarose, mas ricas em fibra e com grande potencial produtivo que pode ultrapassar as 350t/ha, podem ser usadas tendo-se em mente a produção de bagaço, que pode gerar quantidades de energia muito maiores como combustível em caldeiras. Além disso, variedades provenientes dessas outras espécies, além de mais produtivas em massa verde, possuem um maior nível de brotação, são mais resistentes a pragas e doenças e menos exigentes em termos de solos, sendo portanto uma opção extremamente viável para a obtenção de energia. (FPM)

Sizuo Matsuoka, pesquisador experiente


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Eficiência coloca a Usina Guaíra como uma das melhores do país FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

DO

DE

GUAÍRA, SP

JORNALCANA

Em mais uma safra a Usina Açucareira Guaíra, uma das expoentes do setor sucroenergético, alcançou resultados expressivos na produtividade agrícola. Entre os vários parâmetros que podem expressar a eficiência agrícola de uma usina estão a área cultivada com cana planta e soqueira, produtividade média por corte, idade média do canavial e produção de açúcar por tonelada de cana, entre outros. Desde 2005, o consultor Gaspar Korndorfer, professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), vem calculando o Índice de Eficiência Agrícola (IEF) da Usina Açucareira Guaíra baseado nesses parâmetros. Marcelo Ulian, gerente Agrícola da Usina Açucareira Guaíra, explica, “A produtividade média de cana foi de 96,4 t/ha na safra 2012/2013, não é recorde, mas considerando a ocorrência de chuvas abaixo do normal e uma idade média avançada do canavial, temos que admitir que foi um ano excepcional. No entanto, o que mais chamou a atenção nos resultados da safra do ano passado foi a qualidade da matéria-prima.” “O valor acumulado do ATR (Açúcar Total Recuperável) na região de Ribeirão Preto foi de 134 kg/t, enquanto que na

Gustavo Villa Gomes, diretor Agrícola e Marcelo Ulian, gerente Agrícola da Usina Açucareira Guaíra

Usina Açucareira Guaíra foi de 138 kg/t de cana. Este resultado positivo pode ser atribuído, entre outros fatores, a um perfil varietal mais adaptado ao tipo de solo e ambiente de produção e também ao uso intensivo de maturadores no início da safra.”, complementa Ulian.

“Com a produtividade média de 96,4 t/h, considerada a maior produtividade do ano entre as 251 usinas que disponibilizam seus dados ao CTC, pela aplicação da mais alta tecnologia de produção da cana-de-açúcar. Esse reconhecimento já foi concedido à Usina

Guaíra em anos passados, inclusive na safra 2011/12, na qual estivemos classificados entre as 13 usinas campeãs de produtividade, mas pela primeira vez fomos classificados em primeiro lugar”, comemora Gustavo Villa Gomes, diretor Agrícola da Usina Açucareira Guaíra.


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Sistema para geração de linhas de passada poupa tempo na Usina Guaíra A Usina Açucareira Guaíra, uma das principais e mais modernas usinas de açúcar do Brasil, está fazendo uso de uma nova ferramenta tecnológica de Agricultura de Precisão, justificando mais uma vez a sua condição de pioneira no setor sucroenergético. Trata-se de um sistema fornecido pela Sisgraph para geração automática de linhas de passadas para piloto automático. Marcelo Ulian, gerente Agrícola da Usina, explica, “Essa tecnologia permite maior segurança e confiabilidade no plantio, pulverização ou colheita, uma vez que a utilização do piloto automático permite aumentar as linhas de plantio por hectare em relação ao método convencional, através de um projeto racional, realizado no escritório e com base em um levantamento do terreno e das características dos equipamentos.” “Agora é possível ter uma visão espacial de toda a área do talhão antes de iniciar os trabalhos, dispensando as gravações in loco com os tratores para gerar linhas mestres, o que gastava tempo e combustível, além de impossibilitar simulações que otimizassem o resultado, como é o caso hoje.” declara Alfredo Barbosa Neto, Coordenador de Geotecnologia na Fazenda Rosário. Entre os benefícios já obtidos com o sistema implantado pela Sisgraph estão a padronização das entidades geométricas, multiplicação em massa de linhas retas ou curvas, simulação de pontos críticos de curva, inteligência na suavização de curvas, validações dos limites dos ângulos nas curvas, plotagem de mapa de orientação do trabalho, além de acabamentos vetoriais nos limites dos talhões. “Com esse Sistema já foram projetados

O Sisgraph proporciona uma melhor distribuição da lavoura

Sistema Sisgraph facilita o trabalho de traçado de linhas para o campo

mais de 1.000 hectares de áreas de plantio. Imagine o número de plantas adicionais que essa tecnologia possibilitará em todas as fazendas”, afirma Neto. Outro ponto importante é que o SmartAgri permite armazenar o resultado em banco de dados geográfico, acabando com os arquivos em pastas na rede. Ainda de acordo com Neto, problemas como linhas que precisam ser estendidas ou aparadas, ou ainda que são propagadas, mas que não serão utilizadas, ficaram fáceis de se editar. “O processo de melhoria no trabalho de geração automática de linhas de passadas está cada vez mais rápido. Agora temos tempo para a equipe de plantio analisar os projetos. o que antes demoraríamos muito tempo para projetar em uma fazenda, hoje, com o Sistema da Sisgraph, levamos apenas alguns minutos” conclui. (FPM)

Usina Guaíra usa moenda especial para processar palha A Usina Açucareira Guaíra não demonstra seu pioneirismo no setor sucroenergético somente na área agrícola, mas também o faz na área industrial, como é o exemplo do sistema de limpeza a seco por ventilação na mesa alimentadora que foi implantado em 2002, para retirar as impurezas minerais e também separar a palha da cana-de-açúcar para posterior aproveitamento como combustível adicional para as caldeiras. A ideia pioneira surgiu do sóciodiretor Otávio Junqueira Motta Luiz e posteriormente, durante a safra de 2012, foi realizado um estudo pela própria equipe da usina que resultou em uma modificação das instalações existentes onde ocorria a separação da palha, que retornava na esteira de alimentação da moenda. No projeto inovador realizado pelo corpo técnico da Usina Açucareira Guaíra, a palha passou a ser enviada a um terno de moenda isolado, que atua como picador, ao invés de retornar à esteira de alimentação das moendas.

Terno de moenda isolado atua como picador

Para essa função foi adotado um terno de moenda 30” x 54”, acionado por motor elétrico governado por inversor de frequência e por um redutor do tipo planetário. Esse terno foi montado separadamente do conjunto de moagem da

usina e instalado após a moega dosadora de bagaço das caldeiras de baixa pressão, evitando desta forma a instalação de esteiras transportadoras adicionais, o que favoreceu a diminuição dos custos de implantação do sistema. Outro destaque desse projeto é o modo

de condução da palha até a moenda picadora. Como o sistema de limpeza não é totalmente a seco, a água que é utilizada na câmara de separação passou a ser conduzida por gravidade a palha em conjunto com as impurezas minerais através de uma tubulação de aço carbono revestido até um separador do tipo “cush cush” que alimenta a moenda da palha. A água mais as impurezas minerais resultantes dessa separação são direcionadas por gravidade para um tratamento posterior. Como resultado, a palha picada no terno sai com uma umidade menor do que 60% e é em seguida misturada ao bagaço proveniente do último terno do conjunto de moagem de cana. Artur Alberto Ferretti, diretor adjunto Industrial da Usina Açucareira Guaíra, enfatiza, “Dentre os principais benefícios gerados pelo projeto, destaca-se o ganho na capacidade de moagem, melhor extração das moendas, menor manutenção, menor desgaste e menor consumo de eletrodos.” (FPM)


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BestBIO reconheceu ações pioneiras da Guaíra A Usina Açucareira Guaíra, pela posição de destaque que ocupa no setor sucroenergético por suas ações e pioneirismo foi merecidamente premiada durante o BestBIO 2013, promovido pelo ProCana Brasil, como “Empresa do ano em Sustentabilidade”. O Prêmio BestBIO tem como objetivo incentivar a sustentabilidade através do reconhecimento e divulgação dos melhores cases da bioeconomia brasileira, com ênfase no desenvolvimento e geração de energias limpas e renováveis, bioeletricidade, biocombustíveis e biotecnologia. As suas ações voltadas ao meio ambiente foram reconhecidas por essa premiação entregue no BestBIO 2013, em evento realizado em março último, nas dependências do Hotel Tivoli, em São Paulo. Eduardo Junqueira da Motta Luiz, sócio-diretor da Usina Açucareira Guaíra, recebeu o troféu e pontuou o bom trabalho desenvolvido por seus colaboradores. “Quero agradecer a todos pelo esforço em manter o ambiente do Brasil mais limpo. Nós sabemos que não é fácil estar em ordem com todos os órgãos ambientais. É extremamente complicado. Mas com muito trabalho estamos conseguindo atingir estes objetivos”, afirmou durante a solenidade. Além do merecimento por suas ações, essa premiação é também um

Eduardo Junqueira recebendo Prêmio BestBIO 2013

reconhecimento às ações da equipe da Usina Açucareira Guaíra e aos seus membros individualmente, que através

da união, criatividade, esforço e dedicação tem possibilitado à Usina estar em posição de destaque entre as mais

produtivas e eficientes do país no setor sucroenergético, tanto na área agrícola como industrial.


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Sistemas de plantio movimentam a agenda agrícola O mais adequado é o que permite a mecanização de 100% da área, sem causar compactação e pisoteio RENATO ANSELMI, FREE

DE

LANCE PARA O

CAMPINAS, SP

JORNALCANA

O debate sobre as melhores alternativas tecnológicas para diferentes etapas da produção agroindustrial costuma mobilizar consultores, pesquisadores, profissionais de usinas e de empresas fabricantes de equipamentos. Com direito a réplicas e tréplicas, as discussões parecem nunca ter fim. Mas, enriquecem, de maneira saudável, o “democrático” processo de escolha da tecnologia mais apropriada a cada “eleitor”, ou melhor, usuário. Na área industrial, a disputa mais conhecida e acirrada é “moenda x difusor”, voltada para solucionar questões relacionadas a extração do caldo. No campo, a bola da vez são os sistemas de plantio mecanizado. Afinal, qual deles tem a melhor “plataforma”: o convencional, o duplo alternado ou o base larga? Ou será que vai surgir ainda um novo “candidato” que possa agradar e convencer a grande maioria?

Plantio de cana no sistema base larga

Pode ser politicamente mais correto ou tecnicamente mais estratégico, não tomar partido por este ou aquele sistema. Impor “nomes” ou soluções já acabadas não é uma prática sintonizada com os novos tempos. A sabedoria manda, nesse caso, entender cada situação. “O sistema mais adequado é aquele que permite a mecanização de 100% do plantio, sem causar compactação e danos para a soqueira”, afirma Luís Antonio Ferreira Bellini, coordenador do Grupo de Motomecanização do Setor Sucroenergético (Gmec). Essa posição mais conciliadora

também é seguida por Júlio Vieira de Araújo, gerente agrícola da Usina São José da Estiva, de Novo Horizonte, SP. É polêmico ficar comparando sistemas – pondera –, pois cada empresa tem sua opinião e objetivo. Fica difícil, na prática, ter somente uma solução para todas as demandas. Mas, de qualquer maneira, qual tecnologia pode proporcionar mais benefícios? Um tema com diversas nuances pode deixar o debate mais “acalorado”. Júlio Araújo lembra que há quem considere o plantio manual uma alternativa mais interessante do que o mecanizado. Ele

mesmo, no entanto, observa que a baixa disponibilidade de mão de obra e o custo estão afastando essa opção dos canaviais. Apesar da postura “diplomática” de especialistas da área, é possível perceber, entre uma declaração e outra, que o sistema duplo alternado vai ganhando espaço. Diversas usinas saíram do plantio manual e estão procurando se adaptar, bem ou mal, ao mecânico, relata o gerente agrícola da Usina Estiva. Um movimento mais recente é a migração, com algumas dificuldades, do mecanizado convencional – constata – para o duplo alternado, também conhecido como combinado. Este sistema permite a canteirização, evita o pisoteio e reduz custo, argumenta. Então o dilema da melhor escolha pode ficar, dessa forma, resolvido? Combinado? Não é bem assim. O plantio com sulco base larga, pesquisado pelo IAA/Planalsucar na década de 70, começa a fazer parte novamente da agenda agrícola do setor. Algumas usinas estão se interessando por esse sistema. O base larga também favorece a longevidade da soqueira. Além disso, possibilita melhor distribuição dos toletes no sulco e permite que o corte seja feito com as mesmas colhedoras utilizadas no sistema convencional (chamado também de sulco simples), enfatiza Victório Laerte Furlani Neto, diretor da Qualimec – Qualidade em Mecanização Canavieira, de Araras, SP.


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Opção antiga ressurge e pode virar uma nova solução

“Voz” do campo alerta sobre a necessidade de mudança

O “novo” pode gerar incertezas. Mas, quem já teve oportunidade de mostrar “serviço” e não foi aprovado, corre mesmo o risco de perder espaço. “O convencional de 1,40 m ou 1,50 m é complicado. A máquina tem 1.90 m e fica derrubando cana, pisando na beirada da lavoura”, afirma Luís Bellini. As queixas não param aí, pois ele “pisa” forte em quem está embaixo. “Compacta demais uma área difícil de descompactar”, diz.

A disputa promete. Até mesmo o convencional, com alto índice de rejeição, ainda tem presença marcante no cenário agrícola canavieiro. Furlani Neto lembra que diversas usinas possuem grande quantidade de colhedoras apropriadas para o corte de cana plantada no sulco simples. Não vão migrar, de uma hora para outra, para o duplo alternado que exige investimento em novas máquinas. Outras questões precisam ser consideradas. Luís Bellini, do Gmec, observa que não houve ainda nenhuma reforma de canavial que utiliza espaçamento combinado. Ainda não dá para avaliar, de maneira definitiva, a performance desse sistema. Mas, ele destaca que parte do problema de baixa produtividade enfrentado pelo setor está vinculada à mecanização do plantio e da colheita. Então, a situação exige que sejam tomadas as devidas providências. “Se todo mundo reclama de compactação, de pisoteio, de danos de soqueira, é preciso adotar um espaçamento que evite tudo isto. É o que a grande maioria está buscando”, ressalta. O “gigante” acordou? A “voz” do campo, proveniente de manifestações técnicas e agronômicas, alerta que a situação não pode continuar como está. Exige mudanças.

Base larga possibilita que máquinas e veículos trafeguem nos canaviais sem causar danos às soqueiras No combinado, a situação é diferente. “A colhedora compacta exatamente na entrelinha que é uma área que pode até não ser descompactada. Tem algumas empresas fazendo o cultivo mínimo, cultivando somente onde vai ter cana”, afirma o coordenador do Gmec. Há ainda outros elogios. A colhedora anda menos no duplo alternado em comparação ao convencional: percorre de 35% a 38% metros lineares a menos por hectare, calcula Júlio Araújo, da Usina Estiva.

A esperança dos canaviais não atende apenas pelo nome “combinado”. O debate sobre a melhor alternativa inclui um sistema que já estava fora do roteiro há algumas décadas: o base larga. Após estar “quase” aposentado, ressurgiu no setor sucroenergético. É mais uma boa opção, junto com o duplo alternado, para o plantio mecanizado, garante Victório Furlani Neto que atua como consultor na Usina São Fernando, de Dourados, MS, que programou a utilização desse sistema em 4.500 hectares – informa – até o final do ano. Base larga? A “novidade” – não tão nova assim – pode gerar dúvidas sobre a sua performance pelo tempo em que estava afastada do dia a dia e dos debates no setor. Com espaçamento de 1,80, 2,00 ou 2,20 metros, possibilita que as máquinas e veículos trafeguem nos canaviais sem causar danos às soqueiras. O sulco desse sistema mede “trinta centímetros no fundo e cinquenta na boca”, detalha Furlani Neto. “A distribuição é um pouco mais complicada. Mas, pode ser uma alternativa. É questão de adaptar a asa do sulcador para fazer o base larga. A conformidade desse sulco é que tem que ser muito bem feita”, opina Júlio Araújo. Segundo ele, nada mais justo do que o setor “brigar” para que as operações tenham baixo custo e elevada eficiência. “A gente tem que buscar isto, cada um com a sua particularidade”, afirma.

O setor esperou por muito tempo mudanças nos equipamentos, diz Luís Bellini, que é também diretor da Belmec Consultoria e Assessoria Agrícola, de Assis, SP. O que aconteceu de modificação – detalha – foi o aumento da bitola da colhedora para 2,20 metros. Essa medida – técnica e cultural – criou condições para o surgimento do duplo alternado, com espaçamentos de 0,90 m x 1,50 m e 0,90 x 1,60 m, os mais utilizados nesse sistema. O caminho é por aí – sinaliza. “Já tiraram o caminhão da lavoura. A bitola do transbordo é fácil de ajustar”, comenta. Ele faz questão de ressaltar, no entanto, que não “carrega” bandeira do sistema duplo alternado, porque tem muitos especialistas no mercado que podem defendê-lo com mais propriedade. “Mas, se a questão é pisoteio, danos a soqueira, é preciso colocar o equipamento onde não pisa na soqueira e não danifica”, enfatiza Tornando-se cada vez mais uma alternativa para evitar estragos nos canaviais, o combinado mantém a sua ascensão. “É uma tendência”, confirma Júlio Araújo, da São José da Estiva. Essa usina de Novo Horizonte está inclusive passando gradualmente do convencional para o duplo alternado. “Estamos começando. Nas áreas de expansão e de reforma, a opção tem sido o combinado”, revela.


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Números são desfavoráveis para o sulco simples Qual opção apresenta, na prática, melhores condições de atender as demandas? Uma resposta de bate-pronto pode não retratar com fidelidade o desempenho de cada alternativa em áreas específicas. Os números, porém, são indicadores expressivos. Victório Furlani Neto elaborou uma planilha detalhada que compara a performance de espaçamentos usados no duplo alternado, sulco simples e base larga.

Escolha do sistema deve considerar rendimento da máquina, custo da tonelada e quantidade de açúcar, entre outros itens O trabalho revela dados interessantes. No espaçamento 0,90 x 1,50 m do duplo alternado, a máquina caminha 4.167 metros por hectare; no sulco simples de 1,50 m, percorre 6.667 metros. E no base larga anda 5.556 m (espaçamento de 1,80 m), 5.000 m (2,00 m) e 4.545 m (2,20 m). Apesar de não serem absolutos, esses números fornecem subsídios importantes para a escolha do sistema, pois quanto maior for o percurso, maiores serão também o consumo de combustível e o desgaste da colhedora. O levantamento realizado por Furlani Neto demonstra que a máquina “trabalha” 45 minutos para colher um hectare no espaçamento combinado. Considerando um rendimento médio de 86 toneladas por hectare (TCH) – que é adotado para todos os sistemas – a máquina colhe 114 toneladas por hora no duplo alternado. O sulco simples sempre apresenta os piores resultados nesse estudo: a colhedora precisa de 62 minutos para fazer o corte mecânico de cana em um hectare e colhe 84 toneladas por hora.

Victório Furlani Neto: planilha de performance de espaçamento detalhada

O melhor desempenho do base larga ocorre no espaçamento de 2,20 metros: a máquina demora, neste caso, 50 minutos para colher um hectare. No de 2,00 m, o tempo é de 55 minutos e no espaçamento de 1,80 m aumenta para 61 minutos. Em relação a quantidade de cana colhida por hora, o resultado é 104 toneladas (espaçamento de 2,20 m), 95 t (2,00 m) e 85 t (1,80 m). Na hora de fazer as contas do custo da colheita por tonelada de cana, os números têm um peso significativo. O do duplo

alternado é de R$ 4,07. No base larga, o custo fica em R$ 4,23 (2,20 m), R$ 4,65 (2,00 m) e R$ 5,17 (1,80). No sulco simples, aumenta para R$ 5,25 por tonelada de cana. Em relação aos indicadores do sistema convencional, Furlani Neto tem uma posição mais conclusiva: “O setor precisa sair do sulco simples”. Persistir nele é perder dinheiro, enfatiza. Entre o duplo alternado e o base larga, há diversos fatores – pondera – que precisam ser considerados além dos resultados da planilha que avalia o

caminhamento da máquina. Não faz parte do cálculo, a quantidade de açúcar produzida em cada sistema de plantio. O diretor da Qualimec esclarece que há no base larga uma melhor distribuição de colmos que acabam, em decorrência disso, tornando-se mais grossos e pesados e, portanto, com teor de sacarose mais elevado. De acordo com ele, a implantação do duplo alternado requer investimento em máquinas que fazem a colheita de duas linhas, que têm o preço de R$ 1.100 milhão cada uma. No corte mecânico da cana plantada no base larga, dá para aproveitar a colhedora utilizada no sulco simples (em torno de R$ 900 mil cada). Se houver a migração de um sistema para outro, não há necessidade inclusive da realização desse investimento Mas, nem tudo é favorável ao base larga. Não existe plantadora com estrutura adequada para o espaçamento de 2,00 m ou 2,20 m, observa Furlani Neto. Para 1,80 m, pode ser adotada – afirma – a máquina utilizada no plantio de sulco simples com 1,50 m. Na Usina São Fernando, que está implantando o base larga com 2 metros, ele adaptou uma distribuidora de mudas – que joga a cana em duas linhas –, fazendo a união das bicas. Esse equipamento, que pode ser usado também nos espaçamentos de 1,80 m e 2,20 m, tem capacidade para grande quantidade de toletes. Para obter resultados positivos no plantio mecanizado, não basta escolher o sistema mais adequado, afirma o consultor. Há diversos fatores que devem ser levados em conta – detalha –, como o preparo do solo, a qualidade da muda, a distância da área da muda em relação ao local do plantio. É preciso ter também um manejo varietal correto. “Uma variedade que perfilha muito, plantada no duplo alternado, vai dar problema mais tarde”, exemplifica. O planejamento tem que estar redondo. “É preciso contar com uma equipe multidisciplinar, trabalhando todas as questões”, ressalta. (RA)


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O Professor Pardal da Alta Paulista volta com invenções criativas para a área agrícola MÁRIO RIOS, FREE LANCE

DE

ADAMANTINA, SP

PARA O

JORNALCANA

m elevador para colhedora e plantadeira de cana, 40% mais leve, muito mais durável e com menor manutenção que os elevadores convencionais do mercado, e que além disso, não estraga a gema da cana na hora do plantio, pois tem esteira de borracha e é deslizável, é a mais nova invenção de Manoel José Jorge, conhecido como Mangerino, ou o “professor Pardal” da Alta Paulista, em alusão ao personagem inventor das histórias em quadrinhos. O equipamento é resultado de um árduo trabalho de pesquisa de campo que durou cerca de três anos. “Através da observação, percebi diversas falhas no elevador convencional, que possui esteira de metal e arrasta a cana, causando muito mais desgaste no equipamento, além de danificar a gema da planta na hora do plantio”, explica Mangerino. Com estas constatações nas mãos, ele começou a desenvolver uma máquina que fizesse o mesmo trabalho com menor esforço e, consequentemente, menor desgaste das peças e da planta. O resultado foi um elevador de correia taliscada com 1.200 quilos, cerca de 800 quilos mais leve que o tradicional, além de ser muito mais silencioso por utilizar esteira de borracha deslizável por roldanas e rolemãs, e de não precisar parar durante a colheita para manutenção. “A manutenção é mínima, basta aplicar graxa nos rolamentos uma vez por semana. Se precisar substituir algum rolamento, ele pode ser trocado na hora, pois o processo é muito simples”, garante o técnico. Normalmente, um dos equipamentos que mais quebram no campo são justamente os elevadores. “Em uma das usinas na qual testamos nossas máquinas, os convencionais chegaram a ficar 50% do tempo parados por causa da terra roxa do terreno do canavial, que grudava neles. Com nossos elevadores, isto não aconteceu”, garante Mangerino. Segundo ele, suas máquinas eliminam duas reformas por ano pelas quais passam os elevadores convencionais, o que gera uma economia de pelo menos R$ 70 mil a cada safra por equipamento. Em todos os testes aos quais submeteu seus elevadores, o técnico diz que não houve necessidade de parada para manutenção durante toda a safra, ao passo que os convencionais tiveram que parar a cada quatro meses. “Eu dou garantia de um ano no meu produto, sem paradas”, assegura.

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HEUREKA!

U

Elevador para colhedora e plantadeira de cana, 40% mais leve

Novo elevador exige menor

Esteira de borracha deslizável não

manutenção que os convencionais

estraga a gema da cana no plantio

Quatro usinas já estão usando o elevador de correia taliscada Pelo menos quatro usinas – Colombo, Lins, Ipê e Branco Peres – já estão utilizando o elevador de correia taliscada criado por Manoel José Jorge Mangerino. Segundo testes realizados em uma delas, a Branco Peres, que resultou em um relatório técnico, o equipamento foi acompanhado diariamente em seu desempenho na colheita de cana picada. Segundo Carlos Eduardo Santos Gonçalves, gerente agrícola, e Sérgio Abraão Cervigni, supervisor de logística da usina, que assinam o documento, os resultados obtidos foram surpreendentes. A densidade da carga por viagem teve um acréscimo de 5.203 quilos. Levando-se em consideração que cada colhedora de cana colhe 100 mil toneladas em uma safra, isto resulta em uma redução de 142 viagens, o que proporciona economia de tempo e combustível, além de menor desgaste do veículo. Em valores, a economia é de cerca de R$ 34.500,00. Na avaliação sobre impureza vegetal da cana colhida

com o equipamento desenvolvido por Mangerino, houve uma redução de 2,8% em relação aos elevadores convencionais. Segundo os técnicos, isto reflete diretamente num ganho significativo na quantidade de açúcar por tonelada de cana. Pelos cálculos deles, o ganho ao final da

safra foi de R$ 6.100,00, aproximadamente. Só nestes dois itens, a economia por colhedora a cada safra chega a R$ 40.600,00. O relatório ainda elenca as principais vantagens do elevador de correia taliscada: menor custo de manutenção, pois não ocorre atrito das taliscas e correia com a base do elevador, o que desgasta o equipamento; maior rapidez na manutenção; maior durabilidade; menor peso (800 quilos mais leve que o convencional); maior durabilidade da mesa; menor consumo de óleo diesel, tanto na colhedora como no veículo transportador da cana; maior rendimento operacional; maior densidade de carga – 57.900 quilos no comum e 63.100 quilos no elevador taliscado. Os técnicos advertem apenas quanto a cuidados em relação a rede de alta tensão, já que o elevador Junamar fica em uma posição mais elevada na colhedora do que os convencionais. Informações adicionais podem ser obtidas no site www.junamar.com.


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ENTREVISTA Manoel José Jorge Mangerino

De avoado e desligado, este Professor Pardal não tem nada Manoel José Jorge Mangerino tem um espírito inquieto, sempre observando as coisas e tentando encontrar uma forma de fazê-las funcionar melhor, mas nem por isso tem aquele jeito desligadão, como quem está no “mundo da lua”, estereótipo padrão de todo inventor. Pelo contrário, ele tem uma empresa, a Junamar, onde trabalha ao lado da esposa e de mais 12 funcionários. Sua trajetória no setor sucroenergético teve início quando trabalhou como técnico de manutenção na Usina Branco Peres, em Adamantina, por cerca de três anos. Prático, está constantemente à procura de aperfeiçoar os processos produtivos. E foi assim que ele fez ao pensar além do simples conserto das máquinas e implementos da usina quebrados durante a safra. Passou a projetar e criar peças, pensar ajustes e alterações nos equipamentos que permitiam aumento na durabilidade e melhoravam a capacidade produtiva. Mangerino, como é conhecido, deu a seguinte entrevista ao Jornal Cana: Jornal Cana – Como foi que você descobriu sua vocação para criar coisas novas e como se deu a transição para o setor sucroenergético? Manoel José Jorge Mangerino – Nunca tinha trabalhado em uma usina de cana. Minha experiência anterior havia sido no segmento de produtos de higiene e limpeza. Fui contratado pela Usina Branco Peres como bombeiro, mas como sou observador, comecei a dar sugestões na oficina de manutenção, onde ficava meu posto de trabalho. Meu chefe, quando percebeu meu interesse, me transferiu de setor, para que eu pudesse desenvolver melhor alguns projetos. Mas você ficou apenas três anos na Branco Peres. Por que saiu? Sai para montar minha própria empresa, para que pudesse me dedicar mais ao que gosto de fazer, que é criar, modificar processos, alterar o funcionamento das máquinas para melhorar a produtividade delas. Minha empresa, a Junamar, já existe há cinco anos, e emprega 12 funcionários, além de mim e minha esposa. Qual foi o primeiro projeto que deu certo, economicamente falando? Foi o processo que criei para recuperar os facões das colhedoras. Eu via os facões serem eliminados e vendidos como sucata, depois de apenas cinco ou sete dias de utilização. Pensei se não seria possível desenvolver um processo para reaproveitar as peças, com a mesma durabilidade e eficiência de uma nova. E deu certo, o que acabou por proporcionar uma boa redução de custos para a usina. Foi com esse projeto que você iniciou sua empresa? Foi. Fiz diversas experiências caseiras, antes de partir para algo profissional. Usei até mesmo a bicicleta do meu filho para montar o primeiro protótipo da máquina para recuperar os facões. Um dia, meu filho Marcelo chegou em casa e foi logo pegar sua bicicleta para dar uma volta com os amigos. Qual não foi sua surpresa ao vê-la desmontada, com várias de suas peças servindo para dar forma à minha invenção. Mas ele se conformou, pois foi por uma ótima

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Manoel José Jorge Mangerino: da observação para as invenções

causa. Foi a partir daí que a ideia da empresa começou a tomar forma. No caso dos facões de colhedoras, qual a principal vantagem da recuperação? Essa tecnologia proporciona uma boa economia, além de aumentar o uso dos

mesmos materiais antes de descartá-los, o que é positivo, ecologicamente falando. Cada colhedora leva oito facões, com uma duração média de sete dias de safra. A peça recuperada tem a mesma durabilidade e custa até 40% menos que uma nova.

Quanto ao novo produto, que você batizou de elevador de correia taliscada, quais as principais vantagens em relação ao convencional? Meu equipamento é inovador, praticamente não ocorre desgaste nas peças. A correia é de borracha, sem emenda e com

roletes, eliminando com isso as engrenagens, correntes, etc. As taliscas não têm atrito. Elas correm para transportar a cana, ao invés de empurrá-la. Também é muito eficaz no plantio, pois como não há atrito da cana com o piso do elevador, a gema da planta não se quebra. Como ele limpa melhor a cana, retirando a palha e resíduos do solo, consegue aumentar de 5 a 12% a densidade de carga do transbordo por viagem, de 58 mil quilos para 63 mil quilos, o que acarreta economia de combustível, pois há uma diminuição de 142 viagens por colhedora por safra. Em valores, há uma economia de R$ 34.500,00, em média. Estes números foram comprovados por relatório técnico feito pela Usina Branco Peres, de Adamantina, interior de São Paulo. Os técnicos da usina também constataram uma redução de 2,8% de impurezas em relação aos elevadores comuns, o que, segundo seus cálculos gera uma economia de mais de R$ 6 mil por colhedora por safra, só neste quesito. Quanto tempo você levou para desenvolver o elevador e quais as perspectivas de mercado? Foram três anos de desenvolvimento no campo, testando, melhorando. Hoje, o equipamento está patenteado e quatro usinas já estão adquirindo o produto. Como as colhedoras já vêm com elevadores, eu os substituo pelos meus. Mas algumas já estão comprando e pedindo para as fábricas entregarem sem os elevadores. (MR)


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Farmacêutico é um dos mercados a ser explorados pela cana Professor da Unesp indica que matéria-prima pode ser explorada no tratamento até do câncer ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

É comum relacionar a cana-de-açúcar ao etanol, açúcar e energia. Esses, atualmente, são os três maiores subprodutos do setor, capaz de oferecer muito mais se estudado a fundo. Marcos Omir Marques, professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp, foi um dos palestrantes da quarta reunião do Grupo Fitotécnico este ano, evento que aconteceu no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto, SP, e contou com a participação de cerca de 200 pessoas. Marques citou a necessidade de expansão do segmento, que precisa produzir mais com a mesma quantidade de matéria-prima. Uma das soluções é encontrar novos mercados, como o farmacêutico, apontado pelo professor. De acordo com o especialista, a cana-de-açúcar possui componentes ainda pouco explorados, e que se trabalhados corretamente, podem auxiliar no combate a doenças como o câncer. “Existem estudos avançados que resultam na produção de produtos farmacêuticos a partir da cana-deaçúcar. É necessário tempo e adaptação, já que estamos falando de uma nova vertente, que foge dos métodos convencionais utilizados na produção de açúcar e álcool. São necessários investimentos”, afirmou. Para provar que é possível sair da teoria e chegar à prática, Marques lembra que em Cuba este processo já é desenvolvido. “Lá, a cera da cana, que reveste os tecidos, tem utilidade na produção de medicamentos no combate ao câncer. Vejo que vamos evoluir para esse lado também”, finalizou. Incumbido de falar sobre novas tecnologias, o docente indicou que o setor sucroenergético passa por um período de transformação na área industrial, que aos poucos, vai se adaptando às novas exigências do mercado. “Precisamos produzir uma cana-de-açúcar que vá ao encontro dos interesses da indústria. Antigamente, era o contrário, os equipamentos se adequavam a matéria-prima. Mas hoje, para se ter ideia, existem canas sendo desenvolvidas pelos programas de melhoramento para a produção de etanol celulósico. É uma cana com baixo teor de açúcar e alto teor de fibra, tornando-se uma grande produtora de biomassa”, explicou. O professor da Unesp explicou também detalhes das variáveis tecnológicas existentes, já que, segundo ele, a maioria das pessoas conhecem os pontos, mas não sabem como utilizá-los de maneira correta.

Marcos Omir Marques, professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp

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Setor lidera busca por benefícios à irrigação Adesão ao Reidi garante descontos de até 9,25% na compra de equipamentos e materiais e serviços ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Se o objetivo dos agricultores brasileiros é aumentar a produtividade no campo, encontrar mecanismos que acelerem este processo é o do Governo Federal. Uma das maneiras oferecidas pelo governo é o Reidi - Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura, do Ministério da Integração Nacional, que garante descontos de até 9,25% na compra de equipamentos, materiais e serviços voltados à irrigação. O setor sucroenergético tem usufruído deste benefício. Dos 10 projetos analisados no último ano pelo Reidi, nove são do setor canavieiro. Os descontos oferecidos pelo programa são em virtude da suspensão da obrigatoriedade do recolhimento do PIS/Pasep (1,65%) e da Confins (7,6%). Em comunicado, o Ministério da Integração Nacional explicou o motivo pelo qual o segmento canavieiro se destaca. “Ele é um dos setores de produção que está mais apto para se beneficiar do Reidi, pois as empresas agropecuárias e agroindustriais, em geral, têm no seu quadro pessoal técnico especializado na área de produção sob irrigação/fertirrigação, meio ambiente, direito, planejamento, finanças e contabilidade, ou prestadores de serviços nestas áreas, o que facilita a elaboração de bons projetos visando obtenção dos benefícios do Reidi”.

CONHEÇA O PROGRAMA O benefício possibilita a redução de 9,25% no custo de aquisição de

equipamentos, materiais e serviços para a implantação de projetos privados de irrigação de pessoas jurídicas. No caso das usinas, além dos projetos de irrigação convencionais, o Reidi pode contemplar as infraestruturas para fertirrigação com vinhaça.

Podem ser incluídos no projeto também casas de bombas, barragens e outros reservatórios, canais, adutoras, linhas de energia, estradas de acesso e drenagem, entre outras infraestruturas correlatas ao projeto. Os projetos podem ser implantados

tanto em terras próprias como em áreas de arrendamento, comodato e outras formas legais de posse de terras. Além de projetos novos, podem ser beneficiadas as expansões e modernizações de projetos préexistentes.


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O RIO DE JANEIRO CONTINUA VIVO Redução de ICMS para projetos de produção de etanol atrai investimentos e reaquecem o setor no Estado ALESSANDRO REIS, DA REDAÇÃO

Na década de 80, o setor do Rio de Janeiro tinha papel protagonista no cenário de produção nacional. Com 24 usinas instaladas e cerca de 180 mil hectares — boa parte na região de Campos dos Goytacazes, orgulho do setor fluminense, à época — a quantidade de cana esmagada era de 9 milhões de toneladas e o setor plantava mais de 180 mil hectares de cana. Mas após uma derrocada sem precedentes, que colocou a região entre as menos produtivas do território nacional, moendo atualmente menos de 3 milhões de toneladas e plantando menos de 100 mil hectares, o setor do Estado do Rio de Janeiro recebe um novo alento e quer mostrar que continua vivo. "Chegamos ao fundo do poço no ano passado. Perdemos participação relativa na economia, a área de produção de cana reduziu e unidades industriais foram desativadas. Mas resolvemos reverter este quadro. Estruturamos um plano conjunto com a Universidade Federal de Viçosa, o Sebrae e a Secretaria de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro, e criamos alternativas para os produtores”, afirma Alberto Mofati, subsecretário de agricultura do Estado do Rio de Janeiro. Hoje, o Rio de Janeiro consome, em média, 6% da

Alberto Mofati: do fundo do poço nada além de olhar para cima

produção nacional de etanol, mas produz apenas 0,5% do total. Com a medida, o governo estadual pretende chegar a 2% da produção brasileira em cinco anos.

De acordo com o subsecretário de agricultura o objetivo é que o setor volte a moer 9 milhões de toneladas até a safra 2016/17. “Os pecuaristas estão animados a voltar a plantar cana, preparando suas áreas de plantio para receber novamente o cultivo. Produtores como os da Cooperativa Coagro, fizeram estudos para que o plantio seja feito de modo ordenado, com tratos culturais e definindo uma rota de plantio”, exemplifica Mofati. De acordo com o subsecretário de agricultura, o Grupo MPE - braço financeiro - juntamente com a Coagro braço operacional – trabalham em conjunto para recuperar a Usina Sapucaia. “Já no próximo ano, a unidade deve moer cerca de 2,2 milhões de toneladas, tornando-se a maior unidade industrial do Estado”, garante. Três usinas do Grupo Canabrava — duas em Campos e uma Quissamã —também foram enquadradas no programa estadual. Juntas, elas totalizam R$ 490 milhões em investimentos e terão capacidade para produzir 360 milhões de litros de etanol por ano a partir de 2015. De acordo com Alberto Mofati, subsecretário de agricultura do Estado, para alcançar estes objetivos, o convênio, composto pela Agerio — Agência de Fomentos do Estado, a Caixa Econômica Federal e a Coagro. vão disponibilizar R$ 18 milhões em financiamentos para a modernização dos canaviais. A ajuda do estado inclui também crédito para insumos e maquinário. Além disso, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, pretende-se reduzir em 50% a queima da cana até 2014, graças à aquisição de colheitadeiras. Dos R$ 18 milhões, R$ 6 milhões serão destinados à compra de colheitadeiras e R$ 12 milhões serão investidos em tecnologias para o plantio e expansão de lavouras.


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Greenfield deve entrar em operação em 2016

Canavial na região de Campos dos Goytacazes

Novas variedades para um novo tempo O coordenador do Programa de Melhoramento Genético de cana-deaçúcar, da UFRRJ/Ridesa, Jair Felipe Garcia Pereira Ramalho acredita que o momento é oportuno e que o setor carioca renascerá. “Um dos principais indicadores de retomada do setor carioca, é a abertura da Usina Canabrava, e as

perspectivas concretas do retorno ao funcionamento das Usinas Sapucaia e Santa Cruz, o que demandará investimentos em novos canaviais, introdução e adoção de novas tecnologias que permitirão a viabilização da expansão da colheita mecanizada”, afirma.

“A UFRRJ através de seu Programa de Melhoramento Genético ligado à Ridesa continua fazendo a introdução de novas variedades RB para permitir um manejo varietal que atenda essas novas demandas do setor. São novas variedades para um novo tempo”, confia Jair Felipe Garcia Pereira Ramalho, da Ridesa. (AR)

O subsecretário de agricultura do Estado do Rio de Janeiro, Alberto Mofati, explica que com a medida governamental que baixou a alíquota do ICMS para 2%, sobre o faturamento, dará um folego para que as usinas se recuperem, condicionando-as a se enquadrem em um plano de investimento que tenha viabilidade. “Seis unidades apresentaram seus projetos de investimentos, que estão em análise. Se for constatado que a usina tem condições, a unidade receberá o benefício”, explica. De acordo com o subsecretário destas seis unidades, quatro estão em operação (Cana Brava, Coagro, Paraíso e Agrisa), e uma está em processo de recuperação judicial (Santa Cruz). Há também um projeto um greenfield sendo instalado no município de Quissamã. A Álcool Química Quissamã – que pertence a um fundo de investimentos – prevê esmagar em 2016, 300 milhões de toneladas de cana. Superando a Usina Sapucaia, e tornando-se a maior produtora do Estado. (AR)


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ENTREVISTA - Geraldo Benedicto Hayen Coutinho

“Queremos um setor mais eficiente” Presidente do Sindicato da Indústria Sucroenergética do Estado do Rio de Janeiro batalha pelo setor ALESSANDRO REIS, DA REDAÇÃO

Geraldo Benedicto Hayen Coutinho, de 53 anos, é o presidente do Siserj — Sindicato da Indústria Sucroenergética do Estado do Rio de Janeiro, desde 2001. Nos últimos anos, tem acompanhado de perto as dificuldades do setor carioca. Mas começa a enxergar, desde o último semestre, graças a medidas instauradas pelo governo estadual, uma luz no fim do túnel, que traz esperança em ver o segmento no Estado do Rio de Janeiro se fortalecer. Na entrevista a seguir, Coutinho aponta os fatores que depreciaram o setor e o que deve ser feito para retomá-lo. JornalCana: O que desalentou o setor carioca nos últimos anos? Geraldo Coutinho: É evidente que todas as questões que afetaram o setor em todo Brasil impactaram igualmente o Norte Fluminense, principal região produtora do Rio de Janeiro. Portanto desnecessário comentarmos sobre equívocos ou ausência de políticas para o setor. Aponte alguns pontos específicos. Nos anos 80, incentivado pelo governo, o setor promoveu uma importante ampliação em seu parque industrial, ao contrário do que se esperava, não alcançou a área agrícola. Isto desequilíbrio a relação de oferta e demanda de matéria-prima, forçando uma ociosidade extremamente onerosa às indústrias. Tivemos também uma variabilidade climática anormal, com índices de pluviosidade bem abaixo da

Geraldo Coutinho, presidente do Siserj

necessidade mínima e péssima distribuição, de forma que mesmo em anos de seca registramos perdas por excesso de chuvas concentradas em curto período de tempo. Sofremos ainda com a deterioração das estruturas de drenagem e irrigação

que, inoperante, não permitiram o trabalho necessário para amenizar os efeitos dos desajustes climáticos. Por fim, culpo nossa estrutura fundiária e modelo produtivo, onde maior parte da matéria-prima é originada em fundos agrícolas de

fornecedores que, em regra, são propriedades de pequeno tamanho. Isto dificulta a inserção de práticas agro tecnológicas mais modernas como também impede o necessário ganho de escala. É possível o setor ter a pujança do passado? Se entendermos como pujança a retomada dos volumes que produzíamos ao final da década de 80, quando alcançamos as maiores produções, sim é possível. Temos presentes todos os fatores necessários para voltarmos ao patamar que já visitamos antes, e podemos fazer isto com melhor eficiência e economicidade do que obtínhamos à época. Some-se a isto o fato de termos na região plantas instaladas operando na rota sucroquímica, ainda em fase de maturação mas altíssimo potencial para o futuro próximo. Quais fatores atuais demonstram uma retomada do setor? O trabalho de recuperação da estrutura pública de drenagem e irrigação já vem sendo implementado pelo governo estadual, com uma parte significativa concluída e outra em fase de elaboração do projeto e licenciamentos. Essa infraestrutura é um fator básico para conseguir a alavancagem do nosso setor no Estado do Rio de Janeiro. O que complementaria esta retomada? Complementarmente, o setor ainda dispõe de dois mecanismos implementados pelo governo de apoio aos projetos de modernização e expansão: regime de tributação especial do açúcar e do etanol; e financiamento pela Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro. Resta, como desafio, instalarmos na região a cultura do condomínio de produção de forma que proprietários confrontantes possam formar um único bloco de terras que permita escala, e principalmente, viabilidade de colheita mecanizada.


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Redução de custos requer avaliação da situação da empresa Com a utilização de softwares especializados é possível ter visão do comportamento dos indicadores operacionais RENATO ANSELMI, FREE

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CAMPINAS, SP

JORNALCANA

A necessidade de reduzir custos para tornar-se competitivo já é bastante conhecida e comentada no setor sucroenergético. A adoção de medidas nessa área esbarra, no entanto, na falta de um processo de gestão eficiente que leve em consideração o diagnóstico da situação da empresa, a correção de falhas, a eliminação de perdas e até mesmo a realização de investimentos em equipamentos modernos e na qualificação de pessoas, conforme explica Ivan Chaves de Sousa, diretor da Chaves Consultoria, de Ribeirão Preto, SP. Diversas empresas confundem inclusive redução de custos com diminuição de investimentos que pode – caso seja feita sem critério – afetar a competitividade. Mas, como é possível reduzir custos sem saber, com precisão, o que está acontecendo na empresa? Ivan Chaves afirma que as agroindústrias

sucroenergéticas que buscam eficiência na gestão dessa área precisam, antes de tudo, contar com softwares modernos e

especializados. A partir da apuração de informações originadas do campo, a empresa consegue ter uma visão efetiva –

esclarece – do comportamento dos custos e indicadores operacionais relacionados aos processos produtivos agrícola e industrial. Com a utilização de um sistema especializado, os gestores terão uma visão crítica de cada etapa do processo produtivo, avaliando as atividades que a compõem e os recursos utilizados, observa. Poderão questionar – detalha – quais operações se mostram mais onerosas, quais fatores de produção estão mais presentes nos custos e se os indicadores operacionais estão se comportando adequadamente. Para ter uma gestão eficiente, não basta, no entanto, ter boas ferramentas. Segundo Ivan Chaves, o sistema de custos deve estar assentado num plano de contas muito bem delineado e com formatação metodológica que considere todas as especificidades de uma agroindústria canavieira. “A empresa precisa contar também com profissionais experientes e profundos conhecedores da economia de produção sucroenergética, que tenham ainda outros atributos como dinamismo e bom relacionamento interpessoal”, destaca. A prática de orçamentação e controle dos custos exigirão – ressalta – a plena colaboração de todos os segmentos da empresa. “Avaliações constantes dos resultados, sempre com base em metas projetadas, devem sistematicamente ser realizadas”, diz.


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Benchmarking é importante para aprimoramento de resultados Avaliação comparativa ajuda a definir medidas e estabelecer plano de ação para corrigir falhas O diagnóstico da situação da empresa é imprescindível para o gerenciamento de custos, de acordo com Ivan Chaves. “É tão relevante que deve ser repetido periodicamente e de forma sistemática”, enfatiza. De acordo com ele, as unidades sucroenergéticas devem fazer a análise interna em todos os segmentos para a identificação de seus pontos fortes e fracos, preocupando-se em reconhecer as suas próprias falhas. O consultor de Ribeirão Preto recomenda para as empresas que desejam reduzir os seus custos a adoção do benchmarking. Para fazer isto é necessária – recomenda – a seleção de concorrentes que se mostrem eficientes nos segmentos ou etapas em que a empresa apresenta problemas. Após a avaliação comparativa dos resultados obtidos, os passos seguintes são a definição de medidas corretivas e o estabelecimento de um plano de ação com o objetivo de aprimorar ou neutralizar os pontos fracos identificados. “A prática do benchmarking, sem grandes custos, desde que desenvolvida de forma organizada e sistemática, certamente proporcionará à empresa melhorias contínuas. Ao longo do tempo, níveis de performance mais elevados serão alcançados e a desejada redução de custos virá naturalmente”, comenta. (RA)

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Diminuição Eliminação de desperdícios proporciona melhoria da performance de gastos pode afetar a competitividade

A eliminação de perdas também contribui, de maneira significativa para a redução de custos. Um dos desperdícios mais frequentes no campo e na indústria refere-se à perda de tempo na utilização de equipamentos, de acordo com Ivan Chaves. “Se uma colhedora pode colher ao longo de toda uma safra algo como 130 mil toneladas de cana, caso seja submetida a constantes paradas por diversos motivos, terá fatalmente esta produção reduzida para 70 mil toneladas ou até mesmo no patamar de 60 mil toneladas de cana/safra”, avalia. Ele afirma que não são necessários cálculos complexos para verificar que nesta segunda situação haverá elevação significativa dos custos da colheita mecanizada. O desperdício também ocorre na área industrial. “Se a unidade tem uma determinada quantidade de cana para esmagar numa safra e apresentar ATM (aproveitamento de tempo de moagem) limitado a algo próximo a 65% ou 70%, ao invés da desejável faixa de 85% a 90%, por exemplo, certamente será obrigada a executar a sua safra por um período bem mais longo”, constata. Nesse caso, a estrutura produtiva – incluindo equipamentos e despesas com pessoal – também não estará sendo utilizada plenamente. Para o melhor aproveitamento dos recursos, tanto no campo como na indústria, Ivan Chaves defende a necessidade da adoção de tecnologias avançadas. A utilização de equipamentos, com recursos de automação, é uma prática imprescindível – exemplifica – para a redução de desperdícios, possibilitando a aplicação de insumos adequadamente, evitando-se o uso além do necessário. Na área industrial, essas tecnologias permitem também a diminuição de perdas no processo de produção e ganhos de tempo por conta de significativas reduções de

Equipamento novo resulta em redução de custos por causa da eficiência das operações

paradas não programadas. “A substituição de equipamentos já obsoletos por outros, dotados de mecanismos modernos e inteligentes, certamente levará à desejada redução de custos, uma vez que as operações serão conduzidas muito mais eficientemente”, enfatiza. O consultor de Ribeirão Preto destaca que este fato terá outras

consequências: haverá, por exemplo, uma diminuição significativa da mão de obra. Além disso, os profissionais envolvidos na utilização desses modernos equipamentos precisarão cada vez mais passar por treinamentos de qualificação para que ocorra o aproveitamento, de maneira adequada, dos recursos disponibilizados por essas avançadas tecnologias. (RA)

Para não comprometer a competitividade da empresa, a redução de custos não pode ser confundida com diminuição de gastos, esclarece Ivan Chaves. “O exemplo mais clássico de redução de gastos é não plantar cana em determinado ano-safra”, afirma. Uma situação menos drástica é a não adubação de soqueiras. “Qualquer uma destas ações proporcionará, no curtíssimo prazo, um enganoso impacto positivo no fluxo de caixa da empresa”, observa. Mas, na safra seguinte já poderão ser percebidos os efeitos perversos – avalia – dessas medidas, como diminuição da produção e, consequentemente, menor quantidade de cana para moagem. Em decorrência dessa situação, haverá aumento nos custos – por conta da não diluição adequada dos custos fixos – e queda no faturamento. Este não é o caminho, portanto, para reequilibrar as contas da empresa. Existe mesmo a necessidade de detectar onde estão os gargalos, após análise detalhada de todas as etapas do processo de produção, para corrigir os problemas para que sejam alcançados patamares mais elevados de produtividade e rendimentos. Produzindo bem, por meio da utilização equilibrada e adequada dos recursos de produção, certamente a empresa – ressalta – conseguirá a diminuição dos custos e o aumento da competitividade. (RA)


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GESTÃO DE CUSTOS Para uma empresa ter uma gestão eficiente de custos, é necessário adotar diversas medidas e contar com alguns recursos, entre os quais:

O açúcar se produz no campo

Campo e indústria devem buscar a otimização de recursos “O açúcar se produz no campo”. Esta é a “máxima” que deve ser considerada visando a otimização de recursos na agroindústria canavieira, conforme a opinião de Ivan Chaves. Segundo ele, o manejo varietal adequado às condições locais de solo e clima, utilização de maturadores, manejo da colheita com todos os cuidados para assegurar perdas mínimas são algumas práticas que proporcionam maior produção de açúcar por hectare cultivado.

“Máquinas operando muito bem, sem ociosidade, insumos agrícolas aplicados nas doses corretas, pessoal bem treinado para realizar as funções a ele atribuídas, sincronia no desempenho das diversas operações de campo, respeitando a cronologia da cultura canavieira são providências vitais para assegurar a eficiência na alocação dos recursos produtivos”, afirma. Na área industrial, a otimização de recursos – diz – deve perseguir dois objetivos: perdas mínimas em cada etapa

do processo e utilização máxima da capacidade instalada. A integração entre as equipes é outro fator considerado fundamental. “Caberá à área agrícola produzir a quantidade demandada pela usina, com ótimos teores de açúcar, e operar muito bem a logística de colheita e transporte desta matéria-prima de modo que as moendas tenham paradas mínimas. E a manutenção industrial deve ser bem conduzida para que as paradas por quebras de equipamentos também sejam irrelevantes”, observa. (RA)

Softwares modernos e especializados; Plano de contas muito bem delineado; Profissionais experientes em economia sucroenergética; Diagnóstico periódico da situação da empresa; Prática do benchmarking; Identificação e correção de pontos fracos; Eliminação de perdas e desperdícios; Substituição de equipamentos obsoletos; Qualificação de mão de obra; Otimização de recursos. Fonte: Ivan Chaves


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Usina Guaíra

PRODUTIVIDADE PARA REDUZIR CUSTOS Especialistas apontam necessidade em produzir mais no mesmo espaço, para reduzir os custos ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

O que no Brasil causa preocupação, no exterior é motivo de admiração. Em várias regiões tupiniquins é comum termos sol escaldante num dia e chuva no outro. Essa variedade, além do tamanho territorial, favorece o cultivo de diversas culturas, como é o caso da cana-de-açúcar. Esta, por sinal, vive a necessidade de

aumento de produtividade, haja visto a demanda que se apresenta no futuro. Paulo Uchoa, consultor em produção, operação e novos projetos em cana-deaçúcar destacou as vantagens do Brasil na produção canavieira, lembrando de pontos que intrigam os visitantes. “Contamos com quatro programas de melhoramento genético, que apresentam novidades constantemente. Neste ponto, o Brasil é privilegiado. Em lugar nenhum do mundo existe isso. Os estrangeiros nos questionam como conseguimos algumas coisas, como o caso de plantas que não florescem. Além do clima, as pesquisas realizadas nos permite este avanço. Sem contar que temos sol e água disponíveis praticamente 12 meses por ano”, explicou.

De acordo com o pesquisador do IAC Centro de Cana do Instituto Agronômico , Marcos Landell, o susto vivido na última safra fez com que os produtores melhorassem a questão do manejo agrícola, que vinha sendo feito de qualquer maneira em muitas unidades. “Em termos de produtividade, acredito que este ciclo será melhor. Digo isso não apenas pela questão climática, mas porque o pessoal cuidou melhor dos canaviais. Tivemos avanços no plantio com o melhor domínio da tecnologia mecanizada, evolução na seleção de mudas onde eles têm sido mais criteriosos, enfim, tudo gera um impacto positivo já nesta safra” É justamente das últimas safras que Renato Cunha, vice-presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, lembra ao falar

sobre a importância da produtividade. “Neste período houve retração em investimentos no tocante a renovação de canaviais devido a fenômenos climáticos e baixa remuneração dos produtos sucroenergéticos. Contudo, o melhor equilíbrio do fluxo de caixa das empresas está diretamente relacionado ao aumento de produtividade nos canaviais e na indústria”, alertou. Referência no Centro-Sul, a Usina Açucareira Guaíra, localizada na cidade de mesmo nome no interior de São Paulo, há vários anos mantém investimentos em tecnologia agrícola, além de práticas sustentáveis, o que traz, ano a ano, ganhos significativos para a empresa (veja matéria especial sobre a Guaíra nas páginas 54 a 58).


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Empresas buscam soluções para impulsionar aumento de produtividade

Gotejamento

Equipamento DMB

Se o clamor é pelo aumento da produtividade nos canaviais, fornecer mecanismos que permitam este processo é fundamental. Além de investimentos em pesquisas, diversas empresas do setor sucroenergético apresentam o que consideram o caminho para este crescimento. Márcio Miwa, gerente de marketing da BRN Brasil, explica a importância dos cuidados com o solo, considerado a matéria-prima das usinas. “Sabemos da necessidade das unidades e passamos a comercializar o implemento PMS 2L, que é utilizado no preparo de solo de novas áreas e renovação do canavial. Em uma única operação o produto realiza o equivalente a quatro convencionais, sendo gradagem intermediária, subsolagem pesada, gradagem pesada e gradagem leve, o que reduz significativamente os custos operacionais”. Já Israel de Andrade Lima Neto, gerente regional da Ubyfol, diz que a empresa desenvolveu segmentos de complementação nutricional para a canade-açúcar. Um deles é o uso de nutrientes e aminoácidos pulverizados junto aos defensivos sobre as mudas no fundo do sulco de plantio. “O objetivo é provocar, além de um estímulo inicial, um aporte de molibdênio que mantenha ativa as enzimas relacionadas ao metabolismo do nitrogênio durante todo o ciclo da lavoura, ocasionando incrementos significativos em

Gustavo Branco

produtividade de colmos e de ATR”. Gustavo Branco, general manager da Agrária, aponta a nutrição granular como um diferencial do Farture Boro 7, um fertilizante de alta performance, que torna mais eficiente o processo de disponibilização dos nutrientes para as plantas. “O produto permite maior crescimento radicular, maior pegamento de florada e consequentemente, menor esterilidade, melhora a absorção e o transporte de água e nutrientes, melhora a absorção de fósforo pelo sistema radicular, entre outros pontos fundamentais nessa área. (AR)


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Empresas investem na produção de mudas Auro Pereira Pardinho, engenheiro agrônomo da DMB Máquinas e Implementos Agrícolas, explica que, com o objetivo de facilitar a formação de viveiros para a cana-de-açúcar, diversas empresas têm investido na produção de mudas, que são plantadas diretamente no campo. Contudo, o grande entrave neste processo é a falta de maquinário para realizar a operação. “Tudo o que tem no mercado está voltado para o plantio de mudas de hortaliças, eucalipto ou mesmo café. A DMB, em conjunto com a Basf, desenvolveu uma plantadora para mudas de cana-de-açúcar com a robustez necessária que o setor exige”, afirma. Nutrir a planta também faz parte do processo visando o aumento de produtividade. É o que diz Marcelo Rolim, gerente de Marketing, Pesquisa & Desenvolvimento da Kimberlit, empresa que trabalha com produtos que atuam na nutrição da cana, em seu metabolismo e no estímulo a obtenção de seu potencial produtivo. “Tecnologia para estimular crescimento e vigor do sistema radicular, além de melhorar o ambiente rizosférico”, esse é o trabalho do Exion Vida, produto feito com um balanço de nutrientes que é chave para o desenvolvimento do sistema radicular da cana associado a substâncias húmicas de baixo peso molecular que vão estimular o desenvolvimento das raízes e melhorar a performance geral da planta.

Auro Pardinho, da DMB

Outra importante etapa é a irrigação, que permite aumento de produção sem que haja investimentos em novas áreas de cultivo. Dos vários métodos existentes, Daniel Pedroso, agrônomo especialista em

irrigação da Netafim, afirma que o gotejamento traz melhores resultados. “Estudos mostraram que 50% da necessidade de produtividade da cultura é relacionado ao clima, que pode se entender

como chuva e temperatura. O uso da irrigação por gotejamento tem sido cada vez mais procurado, já que o sistema permite um melhor controle da quantidade de água utilizada”. (AR)


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ENTREVISTA - Pedro Mizutani, vice-presidente da Raízen

“Aumento de produtividade traz redução de custo” A necessidade de fazer com que o setor sucroenergético produza mais com o mesmo espaço faz com que investimentos em pesquisa surjam. A demanda futura pelos produtos originados a partir da canade-açúcar exigirá um salto tecnológico em curto prazo. Estes são alguns dos pontos abordados em uma entrevista exclusiva com Pedro Mizutani, vice-presidente da Raízen, que afirma que as usinas precisam investir mais na área de pesquisa para pensar em uma retomada de crescimento. Confira a entrevista: JornalCana: Quão importante é pensar no aumento de produtividade em um momento conturbado economicamente? Pedro Mizutani: Tanto na parte agrícola quanto na industrial o aumento de produtividade traz redução de custo. Tendo em vista que temos, principalmente no caso do etanol, um gap com relação ao valor da gasolina, aumentar a produtividade reduz o custo por tonelada de cana e faz com que o valor do litro do etanol seja reduzido também, o que aumenta sua competitividade. Nos últimos anos perdemos produtividade agrícola por conta de problemas climáticos e falta de investimento em renovação de lavoura. Mas, se olharmos nos últimos dez anos, veremos que o problema não é de hoje. O ganho de produtividade desta safra, por exemplo, é por conta do tempo. Vamos recuperar o que já existia no passado. O que precisamos é alcançar outro patamar de produtividade, que faça frente aos custos que temos. Esse novo patamar demanda um salto tecnológico? Com certeza. Tanto na área agrícola como na industrial. É preciso investir em tecnologia, só que nessa área de cana, não se tem grandes avanços de uma hora para outra. O CTC – Centro de Tecnologia Canavieira tem trabalhado junto às usinas neste sentido, criando novas variedades de cana adaptadas às regiões e suas condições climáticas. Mas, infelizmente, ainda não chegamos a um patamar tecnológico de produtividade que gere redução nos custos. As tecnologias disponíveis no mercado são capazes de aumentar a produção? Ainda não. Mas esse crescimento leva tempo. Quando começamos um trabalho de pesquisa, precisamos de pelo menos cinco anos de estudos. O setor tem feito a lição de casa? Melhorou. Passamos a ter mais acesso a diferentes formas de financiamento que podem impulsionar e ganhar tempo no quesito tecnológico. Mas ainda precisamos melhorar e muito na área. Considerando apenas a parte agrícola, o Brasil tem condição de se manter como o maior produtor de canade-açúcar do mundo? Com certeza. O país conta com

Pedro Mizutani, da Raizen

condições climáticas favoráveis e ao mesmo tempo a extensão territorial, considerando a questão de área agricultável, é enorme. Seremos líderes mundiais na produção de

cana, açúcar e etanol desta matéria-prima por muito tempo. É preciso aumentar os investimentos em pesquisas para que

tenhamos um salto no quesito produtividade? Precisamos aumentar a produtividade por hectare, até porque o custo da terra subiu demais nos últimos anos. Este, por sinal é outro ponto que precisa ser discutido, afinal, usinas e fornecedores não estão suportando mais pagar o preço das terras. Então hoje, para que haja equilíbrio nesta equação, precisamos de variedades mais produtivas. Quais os focos dos centros de pesquisa atualmente? Variedades de cana transgênicas e novos sistemas de plantio, como é o caso de um projeto do CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, onde você planta somente a semente. Todos estes pontos visam, também, reduzir o custo de manejo da cana, tornando o sistema mais produtivo e eficiente. Falando em aumento de produção, qual a importância do etanol celulósico? Os testes mostram que é possível produzir até 50% a mais de etanol em uma mesma área plantada de cana. Mas, para evoluir nesta área, voltamos no assunto pesquisa. É preciso uma variedade específica, rica em fibra, diferente do que trabalhamos hoje, que é rica em sacarose. O processo oferece dois pontos positivos. Teremos etanol celulósico e novas variedades de cana. Acredito no etanol de segunda geração, que já existe há algum tempo, mas ainda não é viável economicamente em escala comercial. Em suma, para crescer em produtividade é preciso investir em tecnologia? São pontos intrínsecos. Acredito que as usinas devam colocar mais dinheiro nesta área de pesquisa. Não adianta pensar apenas em reduzir custo através de corte de funcionário, isso não resolve o problema do setor. Cruzar os braços e esperar que o governo resolva tudo, também não é o caminho. Ele tem feito tudo dentro do possível. Claro que algumas coisas poderiam ser diferentes, como é o caso da tributação na gasolina, mas temos que entender a posição presidencial, que precisa avaliar outros pontos do país, como é o caso da inflação. Temos que fazer a nossa parte. Reduzir custos, investir em tecnologia e aumento de produtividade. As unidades possuem recursos para esses investimentos? Infelizmente, muitos não vão sobreviver até que este processo se conclua. Algumas empresas fizeram loucuras em termos de arrendamento, crescimento, e quando chegou a crise de 2008, não foi possível recuperar. Quanto a Raízen tem investido nessa área de pesquisa? No CTC, a empresas associadas investiram cerca de R$ 80 milhões no último ano, sendo uma delas, a Raízen. Neste ano, já estamos em outro patamar. Acredito que iremos dobrar este valor investido. (AR)


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Tereos Internacional credita resultados positivos à cana-de-açúcar Foi anunciado no início deste mês de agosto os resultados alcançados no primeiro trimestre da safra 2013/14 da Tereos Internacional, uma das principais produtoras de cana-de-açúcar e amidos do país. A empresa obteve um lucro líquido atribuído a seus controladores de R$ 8 milhões. No último ano, a companhia havia registrado prejuízo de R$ 46 milhões. E os números positivos são fruto dos investimentos no Brasil. Em comunicado, a empresa apontou que sua divisão decanade-açúcar no Brasil foi a principal responsável pelo crescimento em virtude dos maiores volumes processados. "Os resultados operacionais melhoraram em base anual devido ao progresso na divisão de cana-deaçúcar tanto no Brasil quanto na África, apesar dos preços desafiadores dos cereais e açúcar", disse Alexis Duval, presidente do

conselho de administração da Téreos.

MOAGEM Na Guarani, empresa controlada pela Tereos Internacional, o processamento no período alcançou 5,7 milhões de toneladas da matéria-prima, valor 34,9% maior se comparado com o mesmo período da última safra. Somente o Ebitda ajustado da Guarani alcançou R$ 125 milhões no trimestre. Sobre rendimentos agrícolas, os números também são melhores. O aumento em relação ao último ciclo foi de 8%, fechando o trimestre em 95 toneladas por hectare. O ATR - Açúcar total recuperável da cana também cresceu, chegando a 127,4 quilos por tonelada. O mix de produção esteve mais direcionado para o açúcar no trimestre, que correspondeu a 63% do total.

Usina São José, do Grupo Guarani, controlado pelo Tereos

GranBio sela acordo para parceria em químicos de fonte renovável Raízen adquire participação em sistemas de cobrança eletrônica A Raízen, uma das cinco maiores empresas em faturamento no Brasil e licenciada da marca Shell no país, acaba de adquirir 10% de participação na STP – Serviços e Tecnologia de Pagamentos, responsável pelos sistemas de cobrança eletrônica Sem Parar e Via Fácil. A conclusão da aquisição de participação na STP pela Raízen está sujeita a avaliação e aprovação do CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

O valor do negócio é de R$ 250 milhões e permitirá que, no futuro, as transações de cobrança nos postos de combustível da rede Shell passem a usar os tags do Sem Parar. “Nosso plano é desenvolver em conjunto com a STP um sistema de cobrança eletrônica de combustíveis e serviços nos postos, proporcionando aos clientes Shell e Sem Parar mais comodidade, facilidade e rapidez”, afirma Leonardo Linden, vicepresidente de Marketing da Raízen.

A GranBio, empresa de biotecnologia 100% brasileira, e a Rhodia, empresa do grupo Solvay, assinaram acordo para a criação de uma parceria voltada à produção de bio n-butanol. O produto será feito a partir de palha e bagaço de cana-deaçúcar, mesma matéria-prima utilizada na fabricação de etanol de segunda geração e disponível em abundância no país. O objetivo da parceria é construir, no Brasil, a primeira fábrica do mundo de nbutanol feito a partir de biomassa, com previsão de iniciar suas operações em 2015. As companhias se beneficiarão de acordos já fechados com empresas detentoras de tecnologias. “A parceria com a Rhodia está totalmente alinhada com nosso modelo associativo de negócios e nossa estratégia de desenvolver soluções capazes de substituir combustíveis e químicos de origem fóssil por produtos renováveis”, diz Bernardo Gradin,

Bagaço da cana, matéria prima para químicos renováveis

presidente da GranBio. O bio n-butanol é um composto químico essencial para a produção de acrilatos e metacrilatos, além de ser muito usado na indústria de tintas e solventes, mercado em que a Rhodia é líder no América do Sul. O investimento depende da aprovação do conselho de administração das empresas. A formação do acordo será submetida à avaliação do Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica.


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Barralcool celebra 30 safras com show gratuito para 8 mil pessoas Evento contou com a participação do cantor sertanejo Sérgio Reis, além da apresentação dos alunos do projeto social “Doce Vida” No último dia 2 de agosto, o Grupo Barralcool celebrou a importante marca de 30 safras com um grande show aberto a toda comunidade de Barra do Bugres, MT. O evento foi realizado na Praça Ângelo Masson e contou com show de Sérgio Reis e banda, além de apresentações dos alunos do Projeto Social Doce Vida — mantido pela Barralcool — e da dupla gospel César e Thiago. O Grupo Barralcool, além de gerar milhares de empregos, ainda contribui com o crescimento do município e com um grande volume de arrecadação de tributos. “É uma satisfação muito grande ter uma empresa do porte da Barralcool em nossa cidade. Um grupo que está cada vez mais consolidado em Barra do Bugres e tem sido um grande parceiro desta gestão”, destaca Júlio Florindo, prefeito da cidade. O diretor presidente da Barralcool, João Nicolau Petroni, lembrou que montar uma indústria era um sonho de muitas pessoas para dar sustentabilidade ao município.

Evento foi comemorado com show de Sérgio Reis

João Petroni, Sérgio Reis e Agostinho Sansão

“Só conseguimos colocar a usina em funcionamento graças a união de várias pessoas e hoje tenho um orgulho muito

grande por saber que contribuímos com Barra do Bugres, o Estado e o Brasil”, comentou Petroni.

Agostinho Sansão, diretor superintendente da Barralcool, destacou que comemorar 30 safras junto com a população foi uma forma de agradecer o apoio e o respeito que a comunidade sempre teve com a usina. “A população de Barra do Bugres faz parte do dia a dia da Barralcool, assim como a Barralcool faz parte do dia a dia da população, por isso decidimos comemorar junto com a comunidade, porque ela merece”, disse Sansão. Sérgio Reis encantou o público com sua simplicidade, simpatia e carisma. Um dos momentos mais emocionantes do show foi quando o artista sentado em um banquinho deu seu recado pedindo respeito aos idosos e em seguida cantou “Filho Adotivo”. Ao sair do palco, o artista deixou um gostinho de quero mais. O evento Barralcool celebra 30 safras reuniu mais de 8 mil pessoas de acordo com a Polícia Militar, e foi um evento de grande orgulho para todos da empresa que aguardam ansiosos por outras iniciativas que ainda acontecerão neste ano para celebração destas 30 safras. O Grupo Barralcool, fundado em 1981, teve sua primeira safra no ano de 1983. Naquele tempo a usina tinha como único produto o etanol hidratado. Com uma longa história e outros produtos, este ano o Grupo completa sua trigésima safra e produz etanol, açúcar, biodiesel, energia e levedura e é autossuficiente na geração de energia.


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Compra pelo menor preço a qualquer custo gera sofrimento Mais barato pode se tornar mais caro quando metodologia é baseada apenas no critério econômico-financeiro RENATO ANSELMI, FREE

DE

LANCE PARA O

CAMPINAS, SP

JORNALCANA

Aperta, pressiona, espreme. Estica de um lado, puxa de outro. Chega uma hora que não tem jeito: quebra mesmo. Essa pode ser a trajetória de integrantes da cadeia de suprimentos do setor sucroenergético com a utilização de um conceito, nada edificante – aplicado em todos os segmentos da economia – que é baseado na compra pelo menor preço, a qualquer custo. Da mesma forma que tentam preservar a sobrevida, as unidades sucroenergéticas que enfrentam dificuldades podem estar exacerbando em práticas de negociações de compras, adotando procedimentos bastante antiquados, alerta o engenheiro mecânico e economista Marcos da Cunha Ribeiro, diretor geral da Santal Equipamentos – fabricante de carregadora, transbordo, plantadora e colhedora –, de Ribeirão Preto, SP, que integra a cadeia sucroenergética.

Marcos da Cunha Ribeiro: na dificuldade há risco de adotar procedimentos antiquados

Mesmo no chamado grupo das “boas sobreviventes”, com uma economia mais saudável, onde estão 70% das usinas –

conforme definição e cálculo de Marcos Ribeiro –, a atividade na área de suprimentos está pautada por um processo

puramente financeiro-econômico. Neste grupo se inserem as empresas mais profissionalizadas, as de capital estrangeiro e as usinas de gestão mista que puxam a evolução do modelo de gestão de maneira mais veloz A principal preocupação, nesse modelo, é também forçar ao máximo a redução de custos de insumos e bens duráveis para o ambiente produtivo, ressalta o diretor da Santal. Esse processo é reforçado pelo uso de metodologias do Global Sourcing e de soluções similares. O Global Sourcing foi desenvolvido para compras globais, mas pode ser aplicado – esclarece – no mercado doméstico. É muito mais um processo de licitação, de tomada de preço, a partir de RFP (Request for Proposal, que significa em português, requisição de proposta). Segundo ele, no Global Sourcing existe uma sistemática de negociação, de qualificação e capacitação de fornecedores. Em seguida, a empresa entra num embate de compra de menor preço, a qualquer custo. “E isto, no médio e longo prazos, acaba se convertendo num processo de criação de ‘sofrimento’ na cadeia fornecedora. O menor preço não é o mais interessante. Em geral, o mais barato é o mais caro. E o mais caro é o mais barato”, compara. Essa situação pode ser explicada – observa – pelo conceito de posse total do bem ou serviço (em inglês, total cost of ownership, ou seja, custo total da posse).


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Modelo decompõe margens e “esmaga” fornecedores Visão, centrada no preço, torna-se destruidora de valor e afeta qualidade no médio e longo prazos “O empresário do setor sucroenergético reclama da percepção de valor de seu produto final, que é o açúcar, o etanol e até a energia elétrica. Mas, ele está inserido num mercado que se estruturou na área de commodity que coloca todo mundo praticamente na vala comum. Não existe diferencial de valor”, constata Marcos da Cunha Ribeiro, que é também especialista em marketing industrial. Neste contexto, as empresas tentam obter maiores ganhos no processo de compras. “Todo mundo aposta muito forte na redução de custos nessa área”, afirma. Mas, nem tudo o que setor sucroenergético compra é commodity. O fermento pode ser chamado de commodity – exemplifica –, mas por causa da qualidade entre um produto e outro, o resultado final para a produção de etanol vai ser diferente. O custo de uma determinada marca de fermento, nesse caso, torna-se menor devido à qualidade do produto e não em decorrência do seu preço unitário. “O modelo de compra por menor preço, que é o processo do Global Sourcing, afasta o comprador da possibilidade de ter

a percepção de valor. Com isto, ele perde as particularidades e os benefícios intrínsecos que diferenciam o fornecedor A do fornecedor B”, enfatiza. Este sistema esmaga os fornecedores, porque a médio e longo prazos ficam – comenta – totalmente sem fôlego para manter uma qualidade de fornecimento. “Existe uma decomposição de suas margens a cada ano. Não tem ganho de produtividade na cadeia toda que justifique isto, então alguém quebra no meio do caminho”, afirma. Os fornecedores do setor sucroenergético, principalmente de bens duráveis, que são máquinas agrícolas e equipamentos das unidades industriais, são os mais prejudicados – argumenta –, porque esses produtos têm vida útil, durabilidade. São ativos, bens de capital. A demanda, sob o ponto de vista de escala de produção, é muito baixa ainda. O ganho de produtividade não ocorre por causa do ganho de escala. Se o setor sucroenergético tem problema de capitalização e rentabilidade, os principais fornecedores desse segmento – ressalta – também enfrentam o mesmo problema. Essa visão, centrada no preço, torna-se destruidora de valor. No médio e longo prazos, afeta a qualidade. “Na cadeia de suprimentos, quando todo modelo de pensamento e de relacionamento não é para construir valor, mas para redução de custo por qualquer meio, o valor vai sendo decomposto e destruído”, diz. (RA)


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“Commoditização” não faz distinção de valor e de qualidade Sistema de compras baseado na troca de fornecedor já está se esgotando, inclusive considerando a opção da China Quem sofre primeiramente as consequências deste processo de compra que prioriza o preço? – indaga Marcos Ribeiro. Ele mesmo responde: “O elo mais fraco dessa cadeia. E sofre com a dificuldade em criar a percepção de valor no seu cliente final, porque ele está ‘commoditizado’ no seu produto e, portanto tem a tendência de ‘commoditizar’ tudo o que compra e o que quer comprar”. A “commoditização” está relacionada ao que é trabalhado – ressalta – sem distinção de qualidade, sem percepção de valor. O preço, neste caso, é determinado exclusivamente por volume e demanda, oferta e procura no mercado global. Por isso, as commodities têm preços regulados em bolsa. “Na commodity agrícola não existe distinção de qualidade. Existe grão de soja, grão de milho, farelo de soja, farelo de milho, óleo de soja. Se o cliente quiser um óleo de soja melhor na sua mesa, vai pagar mais caro. Mas, é um nicho. Não é mais uma commodity”, diz.

De acordo com ele, a mesma coisa acontece com o etanol e o açúcar, portanto, quem fornece para este setor sucroenergético sofre as consequências desta característica que está muito forte, muito arraigada, seja por opção de modelo de gestão em empresas profissionais ou multinacionais, seja por tradição e pelo próprio modelo de pensamento da gestão familiar. Neste caso, não é uma commodity. Este modelo é baseado no comércio antigo, na barganha. A postura de compra pelo preço acontece muito em empresas profissionalizadas. Mas, com todo um aparato “bonito”, de modelo de gestão de compras e suprimentos – detalha. Há a utilização do leilão reverso, leilão presencial, RFP. E, no final desse processo, o fornecedor – que chega nessa etapa – ganha pelo preço. Toda vez que isto ocorre, a margem do fornecedor está sendo

espremida. “A sua capacidade de renovação futura está sendo prejudicada. Por isso, que é um modelo de destruição de valor. Mas, é o modelo de sobrevivência usual”, constata. Segundo o diretor geral da Santal, compradores querem que os fornecedores melhorem a qualidade do produto infinitamente, inclusive contratando uma redução de preço – qualquer que seja a justificativa – com determinado percentual por ano. E como têm um grande poder de compra, por conta de sua escala de produção e de compra, vão pressionando seus fornecedores até que eles não dão mais conta ou quebram, relata. Com a utilização desse modelo, os compradores acabam mudando de fornecedor, por causa da concorrência pelo preço, até ficarem sem alternativa de substituição. “E a dúvida que está acontecendo hoje globalmente – e no

agronegócio não será diferente – é que este modelo de troca de fornecedor já está se esgotando, inclusive considerando a opção da China. Após a China, quem vai ser a bola da vez?” – questiona. Uma nova postura no mercado está vinculada à mudança da análise econômico-financeira exclusivamente em função de custo e de preço para a avaliação da construção de valor, considerando toda uma questão conceitual que está por trás disso, explica Marcos Ribeiro, que é também executivo-professor da escola de Marketing Industrial – a única da América Latina – localizada em Cotia, SP. E isto nasce da percepção de valor do cliente pelo diferencial de um fornecedor em relação aos concorrentes. “Ele passa a ser reconhecido pelo valor que representa para o seu cliente e para os clientes do seu cliente. E não exclusivamente por uma relação direta entre comprador e fornecedor”, avalia. “A visão é expandida para a cadeia de valor e não para a cadeia de suprimentos. No fundo, a cadeia é a mesma. Mas, a forma de entender, interpretar e afetar os agentes nessa cadeia é totalmente diferente. Na cadeia de suprimento, a discussão é baseada no preço e no resultado de curto prazo. Na cadeia de valor, a percepção é totalmente inversa: há a preocupação da construção de valor, de riqueza que é compartilhada num ganha-ganha em cada elo da cadeia”, afirma. (RA)


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Foco do cliente é um passo adiante na cadeia Atividades da área de suprimentos devem resultar em ganhos compartilhados por todos o tempo todo Um sistema de suprimentos, antenado com as necessidades de todos os elos da cadeia, dever ter uma visão mais aprofundada sobre o papel desempenhado por essa atividade “O fornecedor de alguma coisa está enxergando não o que ele quer para ele, nem o que é bom só para o seu cliente. Mas, junto de seu cliente, está enxergando o cliente do cliente. Por isso que, nesse momento, tanto na compra como na venda, tem que existir a preocupação para que o foco não esteja no cliente, mas ajustado com o foco do seu cliente”, observa Marcos Ribeiro A visão sobre o “foco do cliente” é um passo adiante na cadeia. “E é só enxergando dois elos para frente e dois elos para trás, que seria o fornecedor é possível interpretar uma construção de valor compartilhada entre todos. A grande questão é que isto pressupõe uma visão de negócio mais longeva. Está baseada, portanto, em relações significativas e duradouras entre os agentes”, afirma. Segundo ele, a cadeia de suprimentos está atrelada atualmente a um modo de pensamento que pode resultar em ganhos de curto prazo para um ou para outro. “Mas, nunca ganhos compartilhados por todos o tempo todo”, constata. O modelo de construção de valor tem expressão forte em poucos segmentos. “Existem algumas ‘ilhas de excelência’ que têm essa preocupação clara”, informa. (RA)

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Santal está preparada para novo momento do setor A construção de valor, levando-se em consideração o “foco do cliente”, tem sido uma das questões trabalhadas no processo de reestruturação organizacional, administrativa e de produção que está sendo desenvolvido na Santal Equipamentos, em decorrência da aquisição parcial da empresa pela AGCO. “Estamos revisando a nossa cadeia, desde o fornecedor do fornecedor, até o cliente do cliente”, revela Marcos Ribeiro. A Santal viveu uma fase mais introspectiva até este ano, observa. “De 2013 em diante, desde a Agrishow, é que a empresa entrou numa fase mais de expectativa e exposição ao verdadeiro mercado de nossos equipamentos, com um grau de integração com a AGCO muito mais forte”, comenta. Ele informa que a empresa está muito mais preocupada, nesse momento, em se reposicionar como player no mercado sucroenergético, contando com uma rede de dealears extremamente forte e tradicional, que é da Valtra e da Massey Ferguson, marcas da AGCO. A fase de transição inclui o aprimoramento dos produtos. O impacto do momento difícil enfrentado pelo setor torna-se diferente para a Santal em relação a outras empresas devido ao processo de mudanças, admite Marcos Ribeiro. De acordo com ele, a Santal está preparada para atuar nesse mercado, que passa também por grandes transformações. “A tendência é continuar esse processo de consolidação com profissionalização. O grande segmento está se concentrando em grupos fortes que trazem uma mudança significativa de cultura na área de suprimentos e também na área de processos”, avalia. (RA)


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Planejamento melhora eficiência e gera economia A aquisição de itens adequados no tempo certo e nas especificações pré-estabelecidas deve nortear as negociações Planejamento e integração entre as áreas de suprimentos, produção e financeira são imprescindíveis para que todos os itens, requisitados pelas áreas agrícola e industrial, sejam comprados e colocados à disposição das equipes de produção nas melhores condições de preço, colaborando decisivamente para a redução de custos das unidades e grupos sucroenergéticos, de acordo com Ivan Chaves de Sousa, diretor da Chaves Consultoria, de Ribeirão Preto, SP. “Se todo o processo for conduzido de forma bem planejada, com boa antecedência, as compras poderão ser efetuadas com eficiência”, afirma. A eficiência, portanto, é irmã do planejamento. Neste caso, preços e condições negociais serão analisadas a partir de “pacotes de itens a serem adquiridos”, proporcionando muito mais força de negociação ao comprador, ressalta Ivan Chaves. A aquisição de itens adequados no tempo certo e nas especificações pré-estabelecidas deve

Ivan Chaves: eficiência é irmã do planejamento

nortear as negociações, diz. Segundo ele, para evitar surpresas negativas e com prejuízos para o bom andamento da produção, é recomendável adotar sempre a formalização via contratos assinados por ambas as partes. O consultor

de Ribeirão Preto lembra que muitas usinas e destilarias têm passivos bancários significativos em decorrência da crise que afeta o setor, que são acompanhados ainda por outro fator: o custo do dinheiro tomado de terceiros. Nesses casos, uma alternativa

– sugere – nas negociações na área de compras é obter um alongamento do prazo de pagamento dentro do possível. “É uma maneira de aliviar o caixa da empresa já combalido no curto prazo”, comenta. A aquisição de produtos estratégicos, que têm custo mais oneroso, deve receber atenção especial da área de suprimentos, destaca Ivan Chaves. Em algumas situações, é preferível – avalia – até optar por um fornecedor que ofereça um preço mais elevado, mas que garanta a qualidade do produto que está sendo comprado. “Há casos muito especiais demandando até a participação dos próprios gestores no processo de escolha do fornecedor e de seleção do item a adquirir”, afirma. O setor de suprimentos deve utilizar os recursos – afirma – da área de tecnologia de informação para monitorar o comportamento dos diversos fornecedores por segmento de produto ou serviço, considerando qualidade de atendimento, preços, atenção aos prazos de entrega do produto ou serviço, etc. “Pode ser desenvolvido também um banco de dados para captar periodicamente os preços praticados e os usuais índices de inflação”, sugere. De acordo com ele, esse volume de informações ajuda o processo decisório, não apenas em relação a qual produto adquirir ou deixar de comprar, mas possibilita também uma interessante visão da evolução da inflação de preços no setor, por linha de produtos ou serviços. (RA)


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Aumento de preços achata e consome lucro de usinas Empresa deve ter um bom processo de negociação que também leve em consideração qualidade e confiabilidade Como o açúcar e o etanol têm os seus preços controlados, uma maneira das usinas e destilarias ampliarem seus ganhos é a gestão eficiente na área de compras, segundo Francisco Luiz Gallo, gerente de suprimentos do Grupo Pedra Agroindustrial. A empresa possui quatro unidades produtoras, todas no estado de São Paulo: Usina da Pedra, em Serrana; Buriti, em Buritizal; Ibirá, em Santa Rosa de Viterbo e Ipê, em Nova Independência. “Nos últimos três anos, os valores dos produtos adquiridos pelos grupos e pelas usinas estão subindo a uma taxa superior a que os preços de venda têm conseguido como reajuste de mercado”, compara. Segundo ele, a relação de troca tem ficado cada vez menor, achatando e consumindo a margem de lucro das unidades sucroenergéticas. “Se as empresas não tiverem um bom processo de negociação,

Francisco Luiz Gallo, do Grupo Pedra: pelo bom processo de negociação

vão estar perdendo ainda mais a sua margem de lucro”, alerta. Na opinião de Francisco Gallo, a área de suprimentos pode contribuir estrategicamente para a empresa na negociação de preços e da qualidade. “O comprador precisa ter uma visão completa do que ele compra. Ele deve estar preocupado com o custo e não somente com o preço. Não tenho que comprar o pneu mais barato. Tenho que comprar o meu menor custo por quilômetro”, diz.

Essa visão só tem – enfatiza – quem está mais profissionalizado. O gerente de suprimentos da Pedra Agroindustrial diz que é preciso, em primeiro lugar, adquirir o produto com preço bom no momento adequado, porque em muitas ocasiões há os efeitos de sazonalidade, dólar, entre outros fatores. Ele destaca que é necessário também comprar com qualidade e confiabilidade, o que envolve um relacionamento mais intenso com o fornecedor para que não ocorra um comprometimento ainda maior dos custos da empresa. “Quando a empresa tem um fornecedor que entrega algo diferente em relação à qualidade ou com qualidade inferior, pode estar adquirindo um produto com um preço menor, mas tendo um custo muito maior da sua operação”, detalha. Francisco Gallo cita um exemplo que retrata essa situação: a aquisição de um produto mais barato que exija um número maior de substituições durante a safra. “No momento em que é feita a soma da mão de obra e o tempo parado deste equipamento para a realização desta troca, o custo acaba sendo muito maior em relação ao pagamento por um item de melhor qualidade com um preço mais elevado. Não adianta só ter o preço menor, a qualidade é fundamental”, ressalta. (RA)

Pedidos incompletos ou com atraso elevam custos Um dos maiores problemas na área de compras do Grupo Pedra Agroindustrial e também do setor sucroenergético está relacionado a problemas com fornecedores que entregam pedidos incompletos ou com atraso, revela Francisco Gallo. Essa situação envolve, em diversos casos, até um terço dos fornecedores da mesma empresa. “Tenho relações comerciais feitas com uma gordura, despendendo um dinheiro antecipadamente por precaução em relação a esses riscos”, comenta o gerente corporativo de suprimentos. O recebimento de algum produto com data posterior – esclarece – em relação a que foi planejada gera diversos outros custos que não são tão tangíveis. Do total dos pedidos do Grupo Pedra Agroindustrial, 29% são entregues com atraso. “Quando o pedido é feito a uma distribuidora de peças de caminhão, por exemplo, com 30 itens que serão utilizados na reforma de um câmbio ou de uma suspensão, se o fornecedor deixa de entregar um deles, não adianta nada. Nesse caso, é considerado atraso para esses trinta itens. A minha conta é feita dessa forma, que eu acho que é a forma correta”, diz. (RA)


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Resultados também dependem de previsibilidade

Curva ABC e categorização são aliadas importantes Métodos possibilitam identificação e classificação de itens de acordo com impacto que proporcionam para a empresa Um recurso importante que deve ser utilizado pela área de compras é a Curva ABC – recomenda Francisco Gallo – para a identificação e hierarquização dos itens de compra ao longo do ano. Este método de

classificação de informações possibilita a separação dos itens de maior importância ou impacto, que são geralmente em menor número. Outra ferramenta de destaque é a categorização dos fornecedores conforme a importância dos produtos para a atividade, que são divididos em críticos, estratégicos, simples aquisição e de livre concorrência. A classificação dos itens leva em consideração a dificuldade de aquisição e o comprometimento que podem trazer para a empresa. Os produtos denominados como críticos são de grande importância para o processo de produção agroindustrial, como

insumos industriais e fertilizantes. Os estratégicos apresentam custo elevado e também são de extrema relevância. Nesta categoria incluem-se equipamentos, como tratores, colhedoras, plantadoras, caldeiras, moendas, entre outros. Os itens de simples aquisição são de baixo custo e de baixo risco para a atividade, como parafusos e material de escritório, que demandam geralmente bastante tempo do comprador. Recomendase, nesse caso, a simplificação do processo de compra. Outra categoria é composta pelos produtos de livre concorrência que apresentam alto risco e baixo custo, como material siderúrgico. (RA)

Se a empresa soubesse, no início do ano, quais são os itens que vai precisar para suprir as suas necessidades e tivesse essas informações com grau de confiabilidade alta, que permitisse fazer um planejamento para identificar o momento mais oportuno para realizar a negociação, poderia definir estrategicamente se compra de imediato, compra spot ou gradualmente. Quem afirma isto é Francisco Gallo, da Pedra Agroindustrial, que considera que os resultados na área de suprimentos poderiam ser, desta forma, ainda melhores. “Para alguns itens, isto é muito fácil de fazer, como fertilizantes, combustíveis, uniformes. É possível, para uma família grande de produtos, forçar o seu cliente interno a dar uma previsibilidade maior. Para outros itens, como os de manutenção, por exemplo, torna-se mais difícil”, pondera. A avaliação é baseada, nesse caso, no passado. “É feito uma análise histórica. Normalmente, o presente e o futuro não são idênticos ao passado”, observa. Se a empresa não adota a manutenção preventiva e preditiva, trabalhando somente com a corretiva, a situação torna-se mais complicada. “A urgência coloca na negociação outra variável, que é o tempo. Por causa disso, declina-se de pegar o menor preço, para conseguir o menor prazo de entrega”, diz. (RA)


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Controle de estoque evita excesso e falta de produtos O aprimoramento do sistema de compras e suprimentos depende também do controle de estoque que deve ser eficiente e equilibrado. O objetivo é evitar a existência no almoxarifado de componentes há muito tempo sem utilização – até mesmo já obsoletos –, de itens em excesso e a ausência de materiais importantes para o processo produtivo, avalia Ivan Chaves de Sousa, diretor da Chaves Consultoria. Dependendo da distância da agroindústria em relação aos fornecedores de determinados itens – caso clássico é o de componentes importantes do conjunto de moendas – é preciso ter o bom senso de contar com uma reserva estratégica para evitar sobressaltos que levem à indesejável parada do processo industrial, recomenda o consultor. (RA)

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E-procurement e gestão por contratos reduzem demanda Uso de ferramentas, de forma adequada, possibilita que haja maior concentração de esforços nos itens mais relevantes A Pedra Agroindustrial compra mais ou menos 22.000 itens por mês. “Não dá para fazer uma análise estratégica para essa quantidade. É preciso focar em algumas coisas”, afirma Francisco Gallo. Uma das alternativas utilizadas é a realização da gestão por contrato. Exemplo disso é a formação de um grupo de itens de fixação (parafusos, pregos, arruelas, etc) – detalha –, com a promoção de uma competição, no início do ano, entre diversos fornecedores. “No final dessa negociação, é definido um contrato por um prazo de doze meses, com fidelidade para o fornecedor escolhido”, explica. Os contratos são um recurso importante para a área de compras para que haja uma maior concentração de esforços nos produtos mais relevantes, enfatiza. “O uso do e-procurement, de

forma correta, também ajuda bastante. É adequado para comprar os itens de baixa relevância”, afirma. A aquisição de equipamentos e produtos que se inserem no Capex, sigla da expressão inglesa capital expenditure (que significa. em português, despesas de capital ou investimento em bens de capital), é feita pelo próprio gestor de suprimentos e por

pouquíssimas pessoas da estrutura dessa área da Pedra Agroindustrial. Esse grupo sucroenergético tem ainda parceria com duas empresas – informa Francisco Gallo – para a projeção de preços futuros. Algumas ferramentas são utilizadas inclusive para o desenvolvimento de ações na área de “Inteligência em Compras”. (RA)


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Interação com outros departamentos é fundamental Auditoria externa é alternativa para que a área de suprimentos trabalhe com tranquilidade e obtenha a confiança dos acionistas “O departamento de compras necessita de atenção especial uma vez que é o principal ‘canal’ de saída de recursos financeiros”, afirma Jair Cezar Pires, diretor executivo da MBF Agribusiness, de Sertãozinho, SP. Segundo ele, a gestão é fundamental para que cada etapa do processo seja cumprida com rapidez e assertividade. “A área de compras exerce função estratégica na empresa. Deixou de ser simplesmente um setor que adquire material para ser uma área ‘pensante’, pois a compra de qualidade contribui com os lucros da empresa”, diz. De acordo com ele, a interação do departamento de compras e suprimentos com os outros setores é fundamental. Da mesma maneira que as informações fornecidas por outros departamentos são importantes para o planejamento da área de compras, o planejamento de outros setores depende também – observa – das informações geradas na área de compras, como a questão de prazo de entrega de

Jair Cezar Pires: área de compras deixou de ser setor que adquire material para ser pensante

materiais e de pagamentos. “Uma compra bem planejada e com prazo para as negociações, seguramente faz

com que os materiais e serviços sejam adquiridos a preços mais atraentes”, ressalta. Na opinião dele, produtos

estratégicos, de alto valor, além de serem cotados com antecedência, devem ter a participação dos acionistas nas análises, não somente dos preços, mas também dos fornecedores envolvidos no processo de cotação. A compatibilidade do controle contábil do estoque com os itens físicos existentes é um fator importante – destaca – para o aprimoramento do sistema de compras e suprimentos. Ele enfatiza que esse controle dá maior confiabilidade ao setor de suprimentos, além de manter o balanço patrimonial da empresa atualizado. “A contabilidade da empresa pode e deve participar ativamente dos controles gerenciais das unidades, fato que não ocorre com muita frequência, pois se criam controles paralelos que, às vezes, poderiam ser evitados. É o que chamamos de retrabalhos”, comenta. Jair Pires afirma que o setor de suprimentos de qualquer empresa necessita de cuidados especiais e de profissionais engajados na sua administração, pois se trata de uma área complexa. “Auditoria externa é uma alternativa interessante para que o setor de suprimentos trabalhe com tranquilidade e obtenha a confiança dos acionistas da empresa”, sugere o diretor executivo da MBF Agribusiness, que faz a análise dos sistemas de suprimentos utilizados em unidades sucroenergéticas e propõe diversas soluções nessa área. (RA)


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Terceirização e aquisição de cana envolvem diversas questões A aquisição de cana-de-açúcar, a realização de parcerias e arrendamento de terras, além da contratação de prestadores de serviços, são outros itens que merecem atenção especial da área de compras e dos departamentos envolvidos nessas negociações, segundo Jair Pires, da MBF Agribusiness. “A maioria das unidades do setor sucroenergético adquire 50% de sua matériaprima dos fornecedores tradicionais ou no mercado spot”, constata. Ele observa que as negociações nessa área são complicadas em diversos casos, pois incluem várias questões, como preparo do solo, plantio, colheita e até mesmo algumas operações de tratos culturais, entre outros itens. Em algumas situações, cláusulas mal elaboradas, ou mesmo a ausência de algumas delas no contrato, acabam gerando ações judiciais. “Diante de tudo isso, é necessário um controle formal e de confiabilidade para que ambas as partes cumpram o que foi acordado, ou seja, a unidade industrial receba a matéria-prima comprada e o fornecedor tenha a remuneração pelo volume fornecido, da forma combinada, seja pelo critério Consecana ou não”, diz. A contratação de prestadores de serviços também exige – observa o diretor executivo da MBF – vultuosos volumes financeiros, pois nem todas as unidades sucroenergéticas possuem 100% da estrutura necessária para a realização, por exemplo, de todos os serviços agrícolas,

principalmente para a colheita e o transporte da cana. As negociações nessa área geralmente realizadas pelo setor de transportes – afirma – também envolvem diversas questões, como benefícios concedidos pelas unidades produtoras, incluindo

fornecimento de julietas/reboques, combustível a preço subsidiado para máquinas e caminhões utilizados no trabalho, além de acordos relacionados à manutenção dos veículos. Em relação a parcerias e arrendamentos de terras, Jair Pires

recomenda que as negociações sejam realizadas com antecedência, tanto para novos contratos, como para a renovação dos acordos em vigência, pois a concorrência nessa área é grande e tende a aumentar. “Este fato torna os contratos mais caros a cada ano”, comenta. (RA)


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Função estratégica exige resgate ético e organização de dados

Gerente defende criação de grupo da área de suprimentos Troca de experiências de boas práticas seria um dos objetivos desse fórum de discussão “Faz uma falta enorme não ter um fórum de discussão, de troca de boas práticas, na área de compras. Sou um enorme torcedor e faço força para que isto aconteça”, afirma Francisco Gallo, gerente de suprimentos da Pedra Agroindustrial. Segundo ele, uma das coisas que poderia acelerar muito o processo de desenvolvimento do setor sucroenergético seria a organização de um grupo da área de suprimentos, no mesmo formato de outros já

existentes, como o Grupo de Motomecanização (Gmec), Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia (Gatua) e Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro (Gegis). “Estive em vários eventos em que manifestei o meu interesse para que o setor tivesse um grupo de discussão nessa área. Conseguimos organizar um na região de Ribeirão Preto, chegamos a fazer duas reuniões, envolvendo algumas empresas sucroenergéticas, mas o grupo não andou”, conta. A dificuldade para organizá-lo – avalia – está relacionada ao tratamento sigiloso das questões que envolvem essa atividade. Mas, ninguém quer trocar preço – avisa – ou mesmo saber de detalhes do negócio que o outro está fazendo. (RA)

O setor de suprimentos está começando a viver um novo momento. As empresas já enxergam essa área como estratégica. “Antes, era considerada como um processo voltado para a realização de compra. Hoje, o mercado está entendendo que a compra não é uma operação convencional. Pode ser fator relevante para o resultado da empresa no final do mês”, afirma Francisco Gallo. Para obterem um desempenho positivo nessa atividade, unidades e grupos sucroenergéticos precisam passar por três fases que já foram superadas pelas empresas que apresentam uma gestão profissionalizada e eficiente nessa área. A primeira etapa é de resgate ético. “O setor sofreu ao longo dos tempos com a conduta ética inadequada. E isto muitas vezes criou alguns estigmas negativos. O primeiro movimento é para dar serenidade, clareza”, esclarece. Quando a empresa trabalha com ferramentas, como eprocurement, cria regras no negócio e o seu fornecedor pode entender claramente o motivo pelo qual não foi escolhido. A transparência cria condições também – acrescenta – para que o setor de compras demonstre para a empresa que faz negociações com dados balizados. O segundo passo está relacionado à implantação de infraestrutura, e de organização interna de dados. “Se a área de suprimentos não consegue ter isto, fica difícil fazer qualquer cálculo de inflação e estatística”, diz. A terceira fase é a estratégica. Mas, se a empresa não passar pelas duas primeiras etapas, não terá condições de tratar a área de suprimentos como estratégica, enfatiza. (RA)


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Remuneração estratégica como ferramenta de gestão de recursos humanos estratégicos Como conciliar as necessidades empresariais, às expectativas das pessoas e à legislação pertinente Os novos rumos da remuneração com foco estratégico, nos planos da Remuneração Fixa, Variável e demais elementos do pacote de Valorização da Gestão da Remuneração contemporânea tem sido o grande desafio de profissionais que têm como missão atrair, reter, motivar, valorizar e engajar empregados desde o nível hierárquico do “chão de fábrica” até os mais elevados níveis de comando na organização. As perguntas, então neste contexto são muitas, porém duas delas há tempos vem sendo o “quebra-cabeça” desta equação: pagar e satisfazer X custos e resultados.

SÃO ELAS: 1) O que precisa acontecer para que as empresas tenham mais “cartas” para valorizar e reter os profissionais-

José Darciso Rui, consultor empresarial e diretor executivo do Gerhai

chave no mundo globalizado sem ter um aumento de custo em seu orçamento não condizente com o resultado do negócio? 2) Como conciliar a Legislação trabalhista X Ambiente atual de negócios - qual o caminho para este cenário que se apresenta, pressionado para práticas mais flexíveis, criativas e construtivas

enquanto que a Legislação tem suas diretrizes e não permitem muita flexibilidade? A solução não é mágica. Nem tão fácil de ser aplicada. Porém existem mecanismos que são aplicáveis às diversas classes de trabalhadores na organização.

Em nosso setor especificamente temos uma situação um pouco diferenciada do mercado. Se considerarmos que estamos num quadrante de empresas maduras, com crescimento lento, com custo de mão de obra alto e com baixa rentabilidade deveríamos estar com problemas de composição da remuneração total em cima do salário-base e com satisfação na remuneração variável ou no pacote motivacional da remuneração. No entanto é ao contrário. Uma verdadeira “Lei de Murphy” pois temos salários-bases compatíveis com o mercado com uma remuneração variável de nível baixo, com número expressivo de empresas num nível médio e um número reduzido de empresas agressivas em se tratando de remuneração. Somos produtores de commodities e por certo com nosso produto em constantes variações de preços. Seria natural, ou até certo ponto factível que tivéssemos nossos custos atrelados a esta gangorra. Porém, por mais que queiramos fazer esta equação se equilibrar (custo x receita) existem problemas de ordem mercadológica e de ordem legal que nos impedem.


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Recompensas não financeiras No que tange a mão de obra os dois problemas são visíveis no equilíbrio desta gangorra. Se pudéssemos fazer este movimento de salário menor e salário maior conforme o preço do produto, certamente teríamos perdas maiores, pois a remuneração intangível estaria prejudicada tal qual a remuneração tangível. Explicando: remuneração intangível são recompensas não financeiras, como qualidade de vida, oportunidade de carreira e liderança, enquanto que tangível é o dinheiro que o colaborador coloca no bolso, direta ou indiretamente. Assim estaríamos afetando o enigma mercadológico. O segundo problema, o de ordem legal, tão estático quanto o primeiro, visto que tudo aquilo que se premia como remuneração é quase que “imexível”, especialmente, quando se trata de salário fixo e prêmios que incorporam salários, como Remuneração variável mensal, bônus, prêmios produção, etc. É aí que entra a estratégia de remuneração que tem como princípios a cultura da empresa, o mercado, a legislação e a liderança empresarial junto aos seus colaboradores. Negociar uma remuneração estratégica dentro destes princípios usando como regra olhar para dentro e não para fora, certamente trará elementos e alternativas de práticas saudáveis de remuneração dentro dos aspectos mercadológicos e legais. Quebrar paradigmas, ousar, ser agressivo (mas com sabedoria e respeito aos stakeholders), inovar e acima de tudo ter transparencia empresarial por certo levará a organização a praticar uma remuneração mais eficaz com resultados para os trabalhadores e para os acionistas.

Tangível é o dinheiro que o colaborador coloca no bolso


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Workshop do Gerhai apresenta estratégias para desenvolvimento de RH Com o tema "Os caminhos da remuneração estratégica: valorização, reconhecimento e retenção - o que falta para caminhar? Limitações, impactos e apoios necessários", o Gerhai - Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria realizou seu 5º Workshop Temático. O evento aconteceu em 26 de julho, no CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, em Piracicaba, SP e reuniu os maiores especialistas em recursos humanos do setor sucroenergético. Na primeira parte do workshop, participaram Rodrigo Soares da Hays e Carlos Alberto Ferro, gerente de consultoria e equipe de remuneração- Hay Group. Foram discutidos temas como gestão de remuneração contemporânea e como serão os novos rumos da remuneração com foco estratégico, nos planos fixo e variável. Os participantes tentaram antever, ainda, o que precisa acontecer para que as empresas tenham mais opções que as ajudem a valorizar e reter os profissionais que fazem parte de um grupo conhecido como "geração Y", já que estes chegam ao mercado de trabalho a cada dia. A geração Y, também chamada geração da internet, é um conceito em sociologia que se refere à

Beatriz Resende de Oliveira, da Usina Batatais, faz palestra no Gerhai

parcela dos nascidos após 1980, até meados da década de 1990. Elias Georges e a equipe de remuneração do Grupo São Martinho falaram sobre a implantação de remuneração estratégica dentro de sua empresa. Na segunda parte foi formado um painel de vários especialistas no setor

de recursos humanos, oriundos de várias empresas, entre eles: Mário Íbide (Suppra); Erotides Gil Bosshard (Abengoa); Pascoal Muniz (Mariaca); José Augusto Smeets (Iesa); José Darciso Rui (Caerha); Elias Georges (São Martinho); Carlos Casarotto (DHO) e Beatriz Resende de Oliveira da Usina Batatais. Os

participantes discutiram vários aspectos dentro do cenário atual de recursos humanos, sob o ponto de vista jurídico e sua importância, ainda não muito assimilada nas empresas com visão antiga de mercado, e o fato das empresas de maneira geral ainda terem graves falhas de liderança.


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OS NOTÁVEIS DO RH DO SETOR E SUAS FRASES DE EFEITO

“Empresas devem ser proativas e não reativas. Analisar as tendências para fazer suas políticas mais eficientes". (Pascoal Muniz)

“A geração Y sabe reclamar, quer participar e a legislação trabalhista não ajuda os trabalhadores a se modernizarem." "Acredito que 87% dos nossos problemas estão na liderança, pois ela não está compromissada com sua empresa como deveria." (Erotides Gil Bosshard)

"As lideranças devem estar emprenhadas na avaliação dos funcionários, senão esse cuidado com a gestão de RH é uma ilusão." (José Augusto Smeets)

"Avaliação de desempenho que determina variações de salário entre funcionários funciona quando já estava em acordo entre as partes antes. Todas as ferramentas precisam estar interligadas para dar mais segurança à empresa e continuar evoluindo." (Elias Georges)

"A geração Y é até 20% mais crítica que outros funcionários da empresa". "Necessitamos de maior apoio na base da pirâmide. Um trabalho de desenvolvimento da equipe é essencial". (Mario Ibide)

"A busca da eficiência deve estar em pauta sempre. As empresas precisam ser estratégicas, acabar com a centralização de poder e delegar mais. Competência e confiança devem andar juntas, mas no fim a empresa só evolui com competência." (Carlos Casarotto)

Encontro aborda forma de lidar com as novas gerações Um tema recorrente de todo o 5º Workshop do Gerhai foi o de como as empresas procuram entender a "geração Y. Carlos Alberto Ferro falou sobre maneiras de lidar com as novas gerações de colaboradores que são caracterizadas por perfis diferenciados. "São pessoas que já nasceram num ambiente informatizado. Não sabem o que é vida sem computador. Valorizam muito mais a questão da qualidade de vida e não tem paciência para esperar. Não gostam de fazer a mesma coisa por muito tempo. Não querem ouvir as pessoas mais antigas, têm sua própria maneira de pensar, valores e conceitos, influenciados pela tecnologia. Como são a maior parte da força de trabalho, a empresa deve se preparar para acolhê-los e enxergá-los como talentos, sem também se esquecer dos outros considerados "normais", disse. O Seminário Gerhai acontece em 27 de setembro. Para mais informações acesse www.gerhai.org.br.


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Transferências de tecnologias otimizam a nova indústria FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

DO

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

JORNALCANA

A Fermentec incluiu recentemente mais uma atividade em seu portfólio de serviços, trata-se da execução de serviços de engenharia, atividade há muito demandada por seus clientes. Essa nova Divisão conta com uma equipe especializada e ferramentas apropriadas para execução de projetos. Guilherme Marengo, engenheiro integrante dessa nova Divisão, explica “Com a formação dessa equipe podemos aliar o conhecimento em pesquisa e transferência de tecnologia da Fermentec com a área de projetos, beneficiando nossos clientes”. Entre as atividades de engenharia de projetos que constam do portfólio dessa nova área de atuação estão a elaboração de balanços de massa, energia e hídrico; diagnósticos para aumento da eficiência industrial; fluxogramas de processo e de instrumentação e controle; dimensionamento de equipamentos e seus acessórios, elaboração de layouts e ainda pré-projetos para efeito de cotação. Uma das ferramentas utilizadas pela Divisão de Engenharia da Fermentec é o software Balance da Sugarsoft, que incluiu também a experiência da Fermentec na área de fermentação, resultando em um programa diferenciado que recebeu a denominação de Balance Fermentec. Trata-se de um software capaz de calcular em uma fração de tempo todas as implicações de quaisquer alterações decorrentes da matéria-prima, do mix de produção de açúcar e etanol e de outros parâmetros da indústria, fornecendo resultados em termos de balanço de massa, balanço de energia e até mesmo as implicações financeiras dessas alterações.

Guilherme Marengo: cenários traçados em frações de minutos

Desse modo é possível em curto espaço de tempo traçar cenários e obter respostas para essas variações, por mínimas que sejam, de modo a estabelecer o quanto importante serão para o resultado final da indústria e encontrar a melhor diretriz para cada situação. No recente Encontros Fermentec, Marengo

demonstrou a flexibilidade dessa nova ferramenta executando um balanço de massa e energia, onde com a alteração do grau alcoólico do vinho obtido na fermentação, pode-se determinar sua implicação no consumo de energia e em outros fatores que possibilitam a obtenção de maior rentabilidade no processo de produção do etanol.


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Limpeza eficiente de evaporadores ainda é tema de encontros É de conhecimento geral que os evaporadores de caldo das usinas sucroenergéticas necessitam de limpeza periódica de seus tubos sob pena de haver uma grande redução no coeficiente de troca térmica, com consequente diminuição do grau de evaporação e desperdício de energia. Assim, a maioria das usinas faz a limpeza de seus evaporadores com o uso de soda cáustica e posteriormente, de modo manual, com o auxílio de hidrojato. Esse tipo de limpeza requer um longo tempo de parada do evaporador e consiste de várias etapas que além de apresentar riscos de segurança, nem sempre são satisfatórias. O trabalho em espaço confinado, atualmente regulamentado pela NR33, é o principal complicador nesse processo, principalmente pelo alto risco envolvido, pela frequência com que o procedimento é necessário e também pela necessidade de realização de procedimentos, treinamento e adequações de segurança, que visam reduzir os riscos desse processo, sem que seja possível eliminá-los por completo. A Basf oferece uma solução que permite eliminar todos os problemas da limpeza convencional, denominada Limpeza Settmill®, certificada pela Anvisa para aplicação industrial.

Nesse sistema coleta-se uma amostra das incrustações de cada evaporador, que após serem analisadas, possibilitam gerar uma receita personalizada para cada caixa ou equipamento. Portanto esse sistema de limpeza leva em conta as diferentes condições existentes em cada usina, decorrentes de diversos fatores, como solo, insumos e da própria cana-de-açúcar, além das diferenças entre cada caixa do múltiplo-efeito, permitindo gerar uma receita otimizada para cada caso. A base da formulação é o ácido fórmico produzido pela Basf, entre outros compostos, juntamente com o aditivo inibidor da Kebo, uma empresa química alemã especializada em análises de incrustações e limpeza química que atua há várias décadas em outros segmentos industriais. Com a Limpeza Settmill®, torna-se desnecessário o uso do hidrojato e como consequência direta, elimina-se o trabalho em ambiente confinado e todas as implicações de exposição ao risco existentes nos sistemas de limpeza convencionais. Assim, além dessa vantagem substantiva, a Limpeza Settmill® pode ser automatizada, maximizando a eficiência e a segurança operacional. (FPM)

Etapa da Limpeza é fundamental para manter elevado o coeficiente de troca térmica

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Trocadores de calor precisam ser sempre eficientes Os trocadores de calor estão entre os equipamentos mais utilizados em uma usina produtora de açúcar e etanol. Quer seja no processo produtivo, ou como acessórios de outros equipamentos os trocadores de calor estão frequentemente presentes. É importante salientar que em tempos de maximização do aproveitamento energético, os trocadores de calor desempenham um papel fundamental, necessitando serem projetados e aplicados de forma a se obter o maior coeficiente de troca térmica possível, contribuindo assim para a eficiência global da indústria no quesito energia. No aquecimento do caldo normalmente são usados trocadores tubulares, de duplo ou múltiplo passe, podendo ser horizontais ou verticais, sendo esse último preferido pelo pouco espaço ocupado e pela facilidade de limpeza. Nas usinas que usam difusores eles estão presentes também para fazer o aquecimento do caldo de embebição. Há outras modalidades construtivas para os trocadores de calor, como as serpentinas utilizadas nas dornas de fermentação, embora também se use trocadores por placas, que apresentam um coeficiente de troca térmica bastante superior. Outro exemplo de trocadores de casco/tubo existentes nas usinas são aqueles empregados nos condensadores das destilarias, que a princípio eram do tipo vertical e abertos e que nas destilarias mais modernas foram substituídos por

Gabriel Godoy: tecnologias construtivas inovadoras

modelos horizontais, fechados. Mas não é só no processo que os trocadores estão presentes, equipamentos como turbinas, redutores e várias outras

máquinas similares empregam sistemas de resfriamento de óleo de lubrificação baseados em trocadores de calor. Mais recentemente começaram a ser

adotadas outras tecnologias construtivas inovadoras, como os trocadores de placas soldadas da Linha Platular®, da Barriquand. Segundo Gabriel Godoy, gerente técnico-comercial da Barriquand do Brasil, “A linha Platular® é composta de trocadores de calor a placas soldadas, sem gaxetas nem juntas de processo, compactos, praticamente sem manutenção, com canais extremamente largos, permitindo uma passagem “free-flow” para fluidos com sólidos em suspensão, tais como caldo misto com bagacilho. Além dessas características, possuem baixíssimo custo de operação, permitem limpeza química sem reversão de sentido de fluxo e são dotados portas de acesso para inspeção ou eventual limpeza”. “Por possuir uma construção robusta, a linha Platular® pode ser aplicada em vácuo ou alta pressão, tornando viáveis aproveitamentos de energias dos vapores V4, V5, vapores de cozimento, vapores de flash, entre outros fluidos cujas energias são normalmente desperdiçadas dentro das usinas”, complementa Godoy. A concepção desses trocadores permite um alto coeficiente de troca térmica, permitindo que além das regenerações de energias, também possam ser empregados no aquecimento do caldo misto/dosado/clarificado, nas trocas térmicas caldo/vinhaça, caldo misto/caldo clarificado, resfriamento de efluentes, resfriamento de mosto, condensação de vapores de etanol, entre outras aplicações. (FPM)

Setor prepara-se para entrada do etanol 2G no mix de seus produtos

José Campanari abordou implicações na geração e consumo de energia em curso da Sinatub

A conceituação das atividades do setor sucroenergético tem se alterado significativamente nos últimos tempos. De unidades produtoras de açúcar e etanol, passaram também a gerar excedentes de eletricidade para comercialização. Além dessa mudança, surgem novas opções para incremento da produção energética, como o aproveitamento do sorgo para a antecipação da safra produzindo etanol, além da palha como complemento ao bagaço para geração de energia. Ainda fruto de intensa pesquisa, a produção de etanol a partir do bagaço, conhecido como etanol 2G logo também fará parte do mix de produtos das usinas. Mas quais as implicações na geração e consumo de energia por parte da indústria? Em palestra proferida durante o recente Curso de Caldeiras do Sinatub, José Campanari, diretor Técnico da MCE Engenharia abordou as implicações dessas mudanças no setor sucroenergético. Segundo Campanari, para manter alta a produção de energia é necessário adotar o ciclo regenerativo na geração, principalmente em função da perspectiva

de se usar o bagaço como matéria-prima para o etanol 2G, onde calcula-se que o equilíbrio energético de consumo de vapor deverá estar situado na casa dos 340 kg/tonelada de cana. Um outro aspecto não menos importante lembrado pelo palestrante é a mudança da natureza do bagaço como combustível decorrente da mecanização da colheita e também pelo uso da palha, que fogem dos parâmetros tradicionais. Segundo Campanari, essas novas condições do combustível implicam em uma revisão dos projetos das caldeiras que devem ter suas fornalhas redimensionadas para que se mantenha a eficiência de queima. Adverte ainda para o fato de que a lignina resultante do processo de sacarificação do bagaço requer um conceito diferente de fornalha das caldeiras, não podendo ser simplesmente misturado ao bagaço. Assim, técnicos e fabricantes deverão estar atentos para essas mudanças de tal forma a adequar as caldeiras da indústria a essa nova realidade vivida pelo setor sucroenergético. (FPM)


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Sistema compacto para limpeza de cana é cogitado A adoção da colheita mecanizada trouxe muitas vantagens tanto para o campo como para a indústria. No entanto, como toda mudança, novas questões decorrentes dessa nova modalidade de colheita necessitam ser equacionadas e assimiladas. Como se sabe uma das principais vantagens desse método de colheita, principalmente no aspecto ambiental, foi a eliminação da queima e da lavagem da cana. Porém, a colheita mecânica não elimina as impurezas minerais e acrescenta impurezas orgânicas, como restos de folhas, palmitos, entre outros, que podem afetar o rendimento industrial de várias formas, como por exemplo, no aumento de incrustações em trocadores de calor e evaporadores. No sentido de desenvolver um equipamento de limpeza a seco para a cana-de-açúcar a Dedini realizou durante dois anos um levantamento na usina do Grupo Noble em Catanduva, SP, das características do material colhido mecanicamente para conhecer todas as suas características. Marcílio Gurgel, da engenharia da Dedini explica que “Nesse trabalho de amostragem procuramos determinar todas as frações resultantes da colheita

mecanizada, como palhas, palmitos e impurezas minerais para muitas variedades de cana”. “Uma vez realizadas essas amostragens, passamos a um processo de desenvolvimento em nossa engenharia, com o auxílio inclusive de um pessoal ligado à técnica aeronáutica na área de aerodinâmica, que resultou em um equipamento que é o mais compacto do mercado”, complementou Gurgel. Após a descarga da cana na mesa ou em esteirão, na alimentação do equipamento há um aumento da velocidade dos toletes de cana, com a duplicação da largura da esteira de transporte onde é realizada a sopragem do material que permite a separação das impurezas dos colmos de cana. Para a separação das impurezas minerais é utilizada uma peneira rotativa com moega. Os Sistemas SLC da Dedini são disponíveis em cinco modelos, com capacidades de manejo de cana máximos de 150 TCH até 1.300 TCH e apresentam uma eficiência de limpeza que varia de 63% a 86% dependente da variedade de cana processada, idade do canavial e das condições da colheita. (FPM)

Marcílio Gurgel: frações resultantes da colheita são valorizadas


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Alimentador de bagaço e palha modelo Shark Teeth é novo projeto da Caldema O Alimentador de bagaço e palha modelo Shark Teeth é aplicável nas concepções das caldeiras modernas Caldema e para projetos de caldeiras já existentes, inclusive de outros fabricantes, para o setor sucroenergético que utilizam como combustível para queima o bagaço com fibra longa e palha de cana. O equipamento tem como objetivo principal a resistência à corrosão provocada pela presença de cloro e enxofre no combustível em função de seu material construtivo (aço inoxidável ferrítico); a eliminação do efeito de “encabelamento” através de duplos rotores em forma de pás serrilhadas; a estabilidade operacional devido à facilidade de passagem do bagaço/palha na alimentação da fornalha o que ocasiona por consequência um menor consumo de potência de acionamento, além de um arranjo construtivo simplificado com carcaça aparafusada em uma das laterais para simplificar a montagem e inspeção dos internos. Especificamente, a construção dos alimentadores de bagaço/palha tipo Shark Teeth Caldema emprega: invólucro totalmente selado construído de chapas de aço inox ferrítico 410 d; rotores dotados de pás serrilhadas em todo seu contorno para diminuir ao atrito com o combustível, construído em aço inox ferrítico 410 d; eixos maciços contínuos

Alimentador de bagaço e palha modelo Shark Teeth

construídos em aço SAE 1045 que não tem contato com o combustível; mancais externos bipartidos; sustentação por base metálica aparafusada que proporciona rigidez ao conjunto; seu acionamento é compacto de fácil instalação/

adaptação em caldeiras novas ou já existentes. O conjunto é composto por: motorredutor com potência de

5 HP e fator de serviço mínimo de 1,5; acoplamento entre motorredutor e alimentador tipo flexível sem necessidade de lubrificação; proteção metálica do acoplamento conforme norma vigente NR-12. Caldema 16 3946.2700 www.caldema.com.br


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Henrique Berbet de Amorim Neto: centro de tecnologia

Inovação e otimização de custos foi tema de reunião anual da Fermentec FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

DO

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

JORNALCANA

Nos dias 17 e 18 de julho passados foi realizada mais uma Reunião Anual dos Encontros Fermentec na cidade de Ribeirão Preto-SP. Essa tradicional Reunião, em sua 34ª edição teve como tema “Inovando e Otimizando Custos”, com a participação de palestrantes convidados e da equipe técnica da Fermentec e foi realizada no Centro de Convenções de Ribeirão Preto, sendo voltada para engenheiros, técnicos e operadores que atuam no segmento sucroenergético. Henrique Berbet de Amorim Neto, diretor

Operacional da Fermentec explica as áreas de atuação da Fermentec, “Nós somos hoje um Centro de Tecnologia voltado principalmente para o setor sucroenergético. Atuamos em quatro áreas distintas onde desenvolvemos tecnologia, que são pesquisa em técnicas laboratoriais e processo, transferência de tecnologia aos nossos clientes, cursos e treinamentos para a capacitação de pessoal e agora também estamos atuando na área de engenharia, onde aproveitamos nossa experiência para oferecer soluções de projeto aos nossos clientes”. Para a realização do todas essas tarefas a Fermentec tem aplicado 20% de todo o seu faturamento na área de pesquisas. Em relação à fermentação, uma das áreas onde a Fermentec atua de maneira mais incisiva, Amorim Neto,

explica “Continuamos a desenvolver leveduras personalizadas, pois acreditamos que no futuro todas as usinas devem ter suas próprias leveduras devidamente adaptadas ao seu ambiente, uma vez que a introdução de leveduras de laboratório frequentemente são superadas pelas dominantes existentes na unidade industrial”. “Outro aspecto que estamos nos empenhando é a obtenção de um maior grau alcoólico na fermentação, o que se justifica pela diminuição do volume de efluentes e economia de energia, condições que possibilitam melhorar a rentabilidade do processo entre outras vantagens”. Por essa atuação na área de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e capacitação de pessoal, a Fermentec tem colaborado decisivamente para o aumento de eficiência das indústrias do setor sucroenergético.


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Analisador bioquímico completa processo em menos de um minuto A fermentação é sem dúvida a etapa mais importante na obtenção do etanol. Pelo fato de ser um processo biológico necessita de grande atenção para que se possam obter os resultados desejados em produtividade. A evolução da tecnologia tem proporcionado o surgimento de instrumentos analíticos capazes de fazer determinações de compostos indicadores do andamento da fermentação de forma simplificada e rápida, permitindo assim a prever problemas que possam surgir durante o processo de fermentação, como desenvolvimento celular, nível de nutrientes e contaminações. Na recente Exposição Internacional que foi promovida paralelamente ao ISSCT 2013, a Tecnal, apresentou ao público o Analisador Bioquímico YSI 2900, produzido pela YSI, empresa que tem se destacado mundialmente pelos seus sistemas de determinação de lactato e glicose, baseados em tecnologia patenteada de biossensores por enzimas imobilizadas. O equipamento opera pelo princípio de que a amostra ao passar por filtros microscópicos, reage com a enzima imobilizada e o peróxido de hidrogênio resultante dessa reação é determinado por um eletrodo de platina. Todo esse processo ocorre em menos de um minuto. Com dimensões compactas, o YSI 2900 pode ser utilizado no controle de processos fermentativos e de cultura de células. Tanto para uso em pesquisa, como

Antenor Marconi e Fernando Carvalho: demonstração do YSI 2900

para produção, possibilita a execução de análises de glicose, lactato, etanol, metanol, colina, xilose, glicerol, glutamato, glutamina, lactose, sacarose, amido e galactose, com leitura de até dois parâmetros. Entre os benefícios proporcionados pelo equipamento estão a quantidade

pequena de amostras que por sua vez necessitam de pouco ou nenhum preparo, fornecendo resultados rápidos e precisos com baixo custo das análises. Adicionalmente o equipamento necessita de pouca manutenção e é facilmente operável através de uma tela “touchscreen” com ícones, além de

possibilitar a comunicação de dados através de uma porta USB. Esse analisador bioquímico é mais uma contribuição para o setor sucroenergético, onde a Tecnal já acumulou uma sólida tradição no fornecimento de equipamentos e acessórios para laboratórios e controles de processo. (FPM)


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Concentração de vinhaça reduz custos de distribuição Com o passar dos anos e o aumento da capacidade produtiva das usinas, quer por ampliação ou por implantação de unidades maiores, a vinhaça gerada na produção de etanol tornou-se um subproduto de alto custo de manejo e grande impacto ambiental. Com o crescimento da produção de etanol, surge a necessidade de implantação de novas tecnologias para minimizar esses impactos. A Citrotec, empresa sediada em Araraquara-SP, desenvolveu a partir de sua experiência acumulada na área sucos cítricos, equipamentos que trabalham sob o efeito de névoa turbulenta descendente, sendo o resultado desta tecnologia aparelhos capazes de concentrar a vinhaça gerada nas destilarias. Segundo Guilherme José Fernandes, engenheiro de Aplicação da Citrotec, “O sistema de evaporação por névoa turbulenta descendente faz com que estes equipamentos trabalhem com um mínimo de incrustação, reduzindo em até 10 vezes o volume de vinhaça gerado na produção de etanol. Isso possibilita que esse efluente concentrado tenha utilização para diversos fins, destacando-se o uso como adubo líquido orgânico, utilizado na fertirrigação nos canaviais das próprias usinas”. Com a diminuição do volume de vinhaça produzido são reduzidos também os custos de distribuição e manejo da vinhaça na lavoura, e os custos extras de adubos e fertilizantes, pelos motivos de serem os volumes significativamente menores e possuírem quantidades maiores de potássio (K) e nitrogênio (N), por efeito de sua concentração. “Por exemplo, enquanto a produção de vinhaça in natura de uma destilaria sem concentração de vinhaça está na ordem de 13 litros de vinhaça por litro de etanol produzido com 3Brix e seu potássio é em média 5 Kg/m³, quando concentrada a vinhaça desta destilaria passará a produzir 1,3 litros de vinhaça por litro de etanol, com 25Brix e 30 Kg/m³ de potássio”, explica Fernandes.

Concentrador de vinhaça Ecovin da Citrotec, instalado na Usina Boa Vista de Quirinópolis, GO

Para otimizar estes processos, a Citrotec desenvolveu dois tipos de equipamentos para concentração de vinhaça: O Ecovin e o Ecovin JL. O Ecovin, é um conjunto de evaporação para a concentração de vinhaça, que, utilizando o princípio de névoa turbulenta descendente, reduz em dez vezes o volume de vinhaça produzido, possibilitando o aproveitamento do vapor de baixa pressão V1 com baixo consumo de energia. Sua operação é simplificada pelo uso extensivo de automatização e eliminam a necessidade de uma fonte de água externa por se utilizar de condensadores evaporativos. O Ecovin JL é um sistema de concentração de vinhaça que, acoplado às colunas de destilação, permite a produção de

etanol com a vinhaça já concentrada, sem consumo adicional de vapor. Esse sistema pode ser adaptado à aparelhos de destilação já existentes, e opcionalmente, pode ser dotado também de condensadores evaporativos autônomos, eliminando a necessidade de fontes de água externas. Os sistemas de concentração de vinhaça da Citrotec são construídos integralmente em aço inoxidável e possuem a vantagem adicional de possibilitar o uso da água retirada da vinhaça na própria indústria, ou na lavoura. A vinhaça concentrada, além da aplicação como fertirrigação, também pode ser usada para outros fins, omo a alimentação animal, solidificação, queima, biodigestão, entre outros. (FPM)


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Peneiras moleculares ampliam espaço na produção de etanol anidro O chamado “ponto azeotrópico” é um aspecto importante na destilação que ocorre quando a concentração dos vapores gerados é igual à concentração do líquido que lhe deram origem. No caso da mistura etanolágua esse ponto é correspondente a uma concentração de 97,5°GL na temperatura de 78,15°C. Nessas condições o etanol não pode ser separado da água por simples destilação, sendo necessário recorrer a artifícios para se fazer a desidratação. Para realizar essa tarefa a JW, empresa especializada na produção de aparelhos de destilação oferece as tecnologias AniTec, com ciclo hexano e BSM, com monoetileno glicol. Com o uso de Peneira molecular, fornece a tecnologia CR, com recirculação, onde o flegma da peneira retorna para a coluna retificadora ”B” e também a SR, sem recirculação, onde a unidade de desidratação possui sua própria coluna retificadora. Uma outra opção é a DE, com coluna retificadora própria operando sob vácuo, sem necessidade de vapor externo. O conceito da Peneira Molecular-DE emprega uma coluna de esgotamento e retificação da flegma, que é extraída quando

da regeneração dos vasos, saindo na base flegmaça e no topo etanol hidratado que retorna para o tanque pulmão. Esta coluna é equipada com um evaporador, que recebe como fonte de calor os vapores de etanol anidro dos vasos com resina, proporcionando elevada eficiência no aproveitamento das energias térmicas envolvidas no processo. Assim, o modelo DE tem a vantagem de atender a uma das principais demandas do mercado sucroenergético nos dias de hoje, que é uma redução substancial no consumo de vapor, quando comparado com os modelos CR e SR, pois opera em duploefeito. Neste ano, A JW já fabricou e colocou em marcha várias plantas da Peneira Molecular DE, com capacidades de até 1.000.000 litros/dia de produção em etanol anidro. Segundo Fabiano Ruiz, gerente Comercial da JW, nesta safra entrarão em operação Peneiras Moleculares fabricadas pela empresa na Bioenergética Aroeira, Usina Iacanga, Companhia Brasileira de Energia Renovável-Odebrecht, Usina Santa Isabel, Usina Rio Vermelho e Agro-Energia Santa Luiza-Odebrecht. (FPM)

Fabiano Ruiz: redução substancial no consumo de vapor


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Controlando infecções na fermentação Os processos produtivos executados em uma usina produtora de açúcar e etanol são em sua grande maioria de natureza física, como a extração de caldo, evaporação e cristalização. No entanto, na produção de etanol, embora a destilação também seja um processo físico, sua fase mais importante é a fermentação, que é um processo biológico, realizado por leveduras. Assim, para que o processo fermentativo atinja um patamar adequado de eficiência, uma série de requisitos precisam ser cumpridos para que as leveduras executem seu trabalho da melhor maneira possível. Ricardo Ventura, da Química Real, em recente palestra durante o 34ª Reunião Anual dos Encontros Fermentec, lembrou aos presentes os cuidados que devem ser tomados para a obtenção de uma fermentação adequada, maximizando a produção de etanol. Entre esses cuidados, Ventura destacou a questão da temperatura das dornas, que deve ser mantida em valores adequados, cuidando-se para que o sistema de refrigeração seja eficiente. Um outro aspecto é que a água utilizada no resfriamento tenha

uma temperatura adequada, caso contrário não será possível manter a fermentação da forma desejável. Outros fatores que podem ser impeditivos ao sucesso da fermentação citados por Ventura são a composição da matéria-prima e inibidores presentes, perda de etanol por evaporação, vazamentos e produção de metabólitos secundários pelas leveduras. De todos esses fatores, aqueles que costumam ser mais danosos à fermentação são a contaminação bacteriana e a perda de viabilidade da levedura. Como a multiplicação de bactérias se dá em uma velocidade duas vezes maior do que a das leveduras, qualquer descuido no acompanhamento do andamento da fermentação pode resultar em sérios prejuízos para a produção de etanol. Em continuidade a sua palestra, Ventura apresentou dados da eficiência do tratamento de fermentações com o antibiótico Kamoran produzido pela Química Real, demonstrando que se trata de uma solução adequada à manutenção de uma baixa taxa de contaminação por bactérias no mosto. (FPM)

Ricardo Ventura lembra cuidados a serem tomados para se obter fermentação adequada


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Simpósio da cana de Alagoas e Fersucro movimentaram setor nordestino Esforço e dedicação na organização dos eventos superam dificuldades geradas pela grave crise Nem mesmo a forte seca que vem castigando a região Nordeste no último ano e também a grave crise do setor sucroenergético diminuíram o sucesso da 30ª edição do Simpósio da Agroindústria da Cana-de-açúcar de Alagoas e da 10ª Fersucro, no período de 2 a 5 de julho. Durante quatro dias, o Centro de Convenções de Maceió foi palco de palestras, mesas redondas e debates sobre os temas mais atuais do setor, além de possibilitar grande número de negócios entre visitantes e empresas expositoras da feira. Foram realizadas no Simpósio mais de 50 palestras nas áreas comum, agrícola, industrial e administrativa com expositores de vários Estados do país, entre eles Alagoas, Pernambuco, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Na conferência de abertura o diretor da Plataforma Agro e ex-presidente da Unica, Marcos Jank, falou sobre as perspectivas do setor sucroenergético no cenário nacional e mundial, abordando as questões da problemática do etanol e seus desdobramentos. Ainda durante a abertura

Simpósio da cana

dos eventos o meteorologista brasileiro, professor e pesquisador da Ufal — Universidade Federal de Alagoas, Luiz Carlos Molion, fez uma polêmica palestra sobre as perspectivas climáticas para os próximos 20 anos.

O evento científico promovido pela Stab Leste em parceria com a UFAL comemorou os 30 anos de influência positiva do Simpósio no setor sucroenergético nacional. Nesta edição foram mais de 700 participantes, entre

empresários, pesquisadores, técnicos e estudantes de todo o Brasil. Todos destacaram a qualidade e o diferencial dos temas abordados durante o Simpósio, que este ano contou com uma programação especial devido a data especial do evento.


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Fersucro Em um espaço amplo, moderno e climatizado (O Centro de Convenções foi especialmente climatizado para a Feira) os visitantes puderam conferir durante três dias a apresentação e desenvolvimento de novas tecnologias do setor, além da exposição de equipamentos, serviços e produtos, e ainda as palestras técnico-comerciais dos expositores. Em 10 anos de existência a feira é uma referência de negócios no Norte e no Nordeste, sendo considerada por especialistas a mais importante do setor nas duas regiões. O presidente da STAB Leste e organizador dos eventos, Cândido Carnaúba, afirmou que apesar das grandes dificuldades do setor o Simpósio e a Fersucro tiveram sucesso além do esperado. “Fizemos um grande esforço este ano, foram muitas dificuldades durante o período de preparação, mas a qualidade e a variedade na programação do Simpósio e a diversidade de empresas participantes da Fersucro fizeram os eventos serem um grande sucesso”, revelou Carnaúba. Ele lembrou também que mal acaba uma edição e a próxima já começa a ser preparada, tanto que já existe uma data definida para o próximo ano: 8 a 11 de julho de 2014. O organizador falou ainda que os estandes para a 11ª Fersucro já estão sendo reservados através do fone abaixo.

Espaço amplo, moderno e climatizado para a feira deste ano

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Brumazi comemora a venda de novos equipamentos para usinas do Centro-Sul Há quase 25 anos no mercado, a Brumazi sempre destacou-se por sua qualidade e tecnologia, especializando-se no fornecimento de equipamentos e sistemas para o setor sucroenergético. Os clientes encontram na empresa diversas soluções, como equipamentos pontuais, sistemas individuais ou fornecimento de todos os sistemas completos para administração de uma planta. Entre as prioridades estão a capacitação e qualificação de sua mão de obra, busca de novas tecnologias e aprimoramento, expansão física e estrutural e qualidade de vida para todos que escrevem sua história de sucesso. Através de seus equipamentos e sistemas para usinas de açúcar, etanol e energia, a Brumazi, genuinamente certificada desde 2003 pela ISO 9001/2008 tem a sua visibilidade redobrada por ser uma das poucas empresas que possui a capacidade de fabricar e administrar toda a construção de uma planta. Neste ano, a Brumazi forneceu 4 evaporadores com área de 1.800 m², 2 préevaporadores com área de 4.500m² cada, 1 decantador semi-rápido cap. 600m³ e 1 cozedor contínuo cap. 2.500HL, além de tanques de processo e bombas de massa para a Usina Cocal Unidade II. Já para a Usina Alto Alegre, de Florestópolis, a empresa produziu

cristalizadores de 1700 HL, cozedores batelada de 800 HL, evaporadores 2.500 m², decantador convencional para caldo (retrofit), desaerador para caldeira e Tanque de processo/armazenagem. Também houve êxito na venda de um conjunto de decantador semirrápido com capacidade de 550 m³ e dois conjuntos de aquecedores verticais com capacidade de

400 m² para a Destilaria Melhoramentos do Norte do Paraná. Um dos novos clientes da Brumazi também é a GranBio, de São Miguel dos Campos, AL. A empresa vendeu dois vasos de pressão e um reservatório para água gelada com 15, 40 e 1.000 m³ para a unidade, que será a primeira a produzir etanol 2G. E, no mês de julho, foi vendido um

decantador semi-rápido de 1.000m³ para a Usina Guarani, do Grupo Tereos. Todos esses clientes são a comprovação da qualidade e confiança depositadas na Brumazi. Brumazi 16 3946.8777 www.brumazi.com.br


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Participantes falam sobre a importância do curso

Participantes do Curso de Vasos de Pressão, promovido pela Sinatub e ProCana Brasil

Curso sobre projetos de vasos de pressão esclarece normas e regulamentos DA REDAÇÃO

Aconteceu nos dias 13 a 16 de agosto o “Curso de Vasos de Pressão”, que realizado pela ProCana Brasil e Sinatub Tecnologia, no Hotel Dan Inn, em Ribeirão Preto, SP. O curso abordou o Projeto de Vasos de Pressão de acordo com norma ASME Seção VIII Divisão 1, Edição 2007, Adendo 2009 e outros procedimentos complementares, e também a Norma NR13. O curso foi desenvolvido através de exemplos e acompanhado por amplo Material Técnico de Apoio, tendo como finalidade fornecer aos participantes subsídios para: projetar, elaborar especificações técnicas, realizar projeto de alteração e reparos; além de elaborar prontuários de inspeções. Entre os módulos apresentados no curso estão: Projeto de Vasos de Pressão: Pressão Interna; Projeto de Vasos de Pressão: Pressão Externa; Projeto de Vasos de Pressão: Aberturas, Bocais e Flanges; Fabricação de Vasos de Pressão e Inspeção de Vasos de Pressão. O engenheiro Naval, Antônio Carlos Leal, da Mixing Consultoria em Processos Industriais foi o ministrante do curso. De

acordo com ele, atualmente no Brasil a regulamentação de vasos de pressão é mandatória para maior parte das empresas, entretanto, existe uma grande necessidade das empresas, sobretudo as do setor sucroenergético, se enquadrarem para utilizar equipamentos, como vasos de pressão. “Infelizmente, hoje, no Brasil, existe uma grande falta de conhecimento sobre este tema. E este curso serve para cobrir esta deficiência. Inclusive para incentivar os participantes a melhorar seus processos de compra nas usinas”, explica Antônio Carlos Leal. O engenheiro naval afirma que a falta de informação sobre o tema, principalmente no âmbito da NR13 se dá porque a regulamentação foi mal elaborada, embora os responsáveis estejam reformulando a regulamentação para melhorá-la. Inclusive com a participação de Leal. Nas questões que envolvem a fabricação dos vasos de pressão, a regulamentação foi toda elaborada na língua inglesa, o que dificulta o acesso. O setor pouco segue as normas e procedimentos e agora estão sentindo a necessidade de se especializar nisto. Por isto, o curso é tão importante e esclarecedor para os participantes.

Antônio Carlos Leal, da Mixing Consultoria, professor do curso e Luiz Claudio, da Sinatub

Marcelo Zampieri, supervisor de manutenção mecânica da usina São Francisco, do Grupo Raízen. “O curso é muito interessante porque além de agregar conhecimento, nos permite aprimorar tanto em relação a fabricação, quanto as questões que envolvem o projeto e a norma regulamentadora e seus procedimentos. Um detalhe que me chamou a atenção foi o fato de abordar as normas relacionadas a equipamentos novos, para adquirimos dentro das normas, e os antigos, para podermos adequá-los”.

João Carlos Ducati, diretor da Piracicaba Engenharia “O curso é fundamental, principalmente no que se refere a NR13, porque, atualmente, as usinas, infelizmente, não possuem dos fabricantes e dos proprietários a atenção devida sobre questões de segurança. A regulamentação bem aplicada evita acidentes. E estas normas já deveriam estar sendo aplicadas há muito tempo. Percebemos a necessidade de nos aprofundarmos no tema, pelas perguntas primárias que são feitas no decorrer das aulas. Por estas razões este curso é ótimo”

Eduardo Oliveira Pimenta, gerente de manutenção corporativo do Grupo Jalles Machado “O curso é revelador. Estamos absorvendo informações, que, outrora, não era comum para nós, que trabalhamos com vasos de pressão. Há muito tempo procuramos nos adequar às normas regulatórias, estamos até com um trabalho avançado, para atender tanto as exigências do Ministério do Trabalho, quanto a instalação dos equipamentos. Mas embora soubéssemos que deveríamos aplicá-las e trabalhamos para tanto, não tínhamos as informações corretas. O curso mostra a realidade de outros setores que se mostram mais avançados que o nosso. Enfim, o curso revela que o tema é abrangente e é necessário que os profissionais da área se aprofundem nele”.

Joel Steckelberg, diretor da Bramide Engenharia “Através destes curso podemos alcançar um grau de desenvolvimento satisfatório para um país que evolui tecnologicamente no setor industrial. Além disso, conferimos à nossas unidades mais segurança na implantação de novos equipamentos e na manutenção de equipamentos antigos. Parabenizo a Sinatub e a ProCana Brasil pelo conteúdo singular do curso”.

Claudevan Herclano de Oliveira, engenheiro de planejamento do Grupo Coruripe “O curso é importante porque nos faz perceber as mudanças no mercado com relação a NR13 aplicada ao setor sucroenergético. Ao longo dos anos, absorvemos os processos de inovações, mas, ao mesmo tempo, no tangente a adequação, percebemos que temos muito o que aprender”.

André Márcio de Oliveira, colaborador da indústria da Raízen “Poder conhecer melhor os códigos da Asme, é um diferencial deste curso”.

Diego Lima, engenheiro mecânico da unidade Ivaté, do Grupo Santa Terezinha “Sou responsável por toda parte de vasos de pressão e caldeiras da unidade. E este tema ainda é desconhecido por nós que atuamos na área. Eu, por exemplo, tinha em mente algo totalmente diferente do que encontrei aqui. Percebo como o tema é abrangente. Não apenas concluo este curso capacitado a fazer projetos de vasos de pressão, mas agora tenho conhecimento do que devo cobrar de meus fornecedores”.


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Redução de custos e aumento de eficiência foram temas do Gemea Grupo promove palestras que trazem benefícios econômicos para as unidades produtoras ANDRÉ RICCI,

DA

REDAÇÃO

Em 2 de agosto, na cidade de Goiânia, GO, aconteceu a 28ª reunião do Gemea Grupo de Estudo para a Maximização das Eficiências Agroindustriais). Entre os vários temas discutidos, destacaram-se redução de custos, aumento de eficiências e qualidade dos produtos. Após a abertura, que contou com a participação de Hélio Belai, diretor de marketing do Gemea, e Ricardo Steckelberg, presidente do grupo, os participantes acompanharam a palestra do engenheiro químico Carlos Alberto Pedrosa, que falou sobre a evolução do balanço térmico. “Foram citadas algumas experiências realizadas em usinas sobre a otimização energética. Apontamos seus benefícios, pontos de melhorias, além de

Diretores e associados do Gemea

explicar seu grande potencial em ganhos futuros através da otimização dos processos que reduzem o consumo de vapor”, disse Belai. Mesmo em tempos de crise econômica, o diretor de marketing afirma que é possível pensar em investimentos, que na verdade, são necessários neste processo de

retomada do segmento. “O setor tem grande potencial de aumento de capacidade com investimentos marginais, propiciando aumento do lucro, redução de custos e diversificação”. Outro tema debatido foi “Fermentação Elaborada", explanado pelo engenheiro bioquímico Carlos Alberto de

Mattos Nogueira. “Em suas pesquisas, Nogueira cita que este é um novo modelo de trabalho, executado com o mínimo de água e controle de biomassa. Com estes pontos é possível observar a levedura respondendo adequadamente”, explicou Belai. O processo consiste na utilização de um misturador estático, onde se controla volume, densidade e massa. De acordo com o engenheiro, é neste momento que se acrescenta ART conforme massa disponível, sendo que todo controle é linear. “O método encontra-se testado em laboratório, com eficiência da fermentação acima de 90%”, aponta o diretor de marketing. Questionado sobre o intuito do grupo ao promover este tipo de encontro, Belai diz que o futuro do setor está na implantação de novas tecnologias, assim como na disseminação de conhecimento dos envolvidos. “Queremos mostrar o que há de novo, que possa trazer melhorias. Isso tudo é buscando o crescimento do setor. Se hoje o objetivo é reduzir custo e ter aumento de eficiência, são estes os pontos que vamos focar”, finalizou.

Equipamento é considerado o futuro da condensação RENATO ANSELMI, FREE

DE

LANCE PARA O

CAMPINAS, SP

JORNALCANA

O condensador evaporativo está ampliando o seu espaço nas plantas industriais de unidades sucroenergéticas devido às suas características, facilidade de manutenção e vantagens que apresenta em relação a outras tecnologias existentes nessa área. “Com certeza, este equipamento é o futuro da condensação em cozedores, evaporadores e turbinas de condensação”, enfatiza Paulo Henrique Sampaio, diretor da Citrotec, empresa de Araraquara, SP. Os condensadores evaporativos instalados têm inclusive apresentado desempenho bastante satisfatório, informa.

Em evaporadores, a reposição de água em condensadores evaporativos é zero e em turbinas, há menor reposição em relação às torres de resfriamento, compara Paulo Sampaio. “Esse equipamento realiza o trabalho de condensação do vapor internamente a um feixe tubular molhado exposto ao ar que é movimentado por um ventilador, que através de princípios termodinâmicos faz com que a água tenha a temperatura de bulbo úmido, resfriando assim a parede externa do tubo e consequentemente condensando os vapores interno aos tubos”, explica. Um dos diferenciais deste equipamento é o menor custo de manutenção em comparação a outras soluções disponíveis

no mercado. É necessária anualmente a manutenção preventiva no redutor do ventilador e nas bombas, além de limpeza externa nos tubos e eliminadores de gotas, detalha o diretor da Citrotec, que é pioneira no desenvolvimento de projeto nessa área. O condensador evaporativo é autônomo e não requer a utilização de fontes externas de água, eliminando a captação e o bombeamento que fazem parte dos sistemas convencionais. Essa característica gera, consequentemente, economia de energia e benefícios ambientais. Torres de resfriamento, sprays, aspersores, equipamentos e instalações complementares não são necessários com o uso deste equipamento.

A tecnologia diferenciada do condensador evaporativo tem despertado o interesse de unidades sucroenergéticas. A Usina Pitangueiras, de Pitangueiras, SP, estuda a possibilidade de utilizar este equipamento para turbina de condensação a partir de 2015, informa Gilmar Galon, que é gerente industrial dessa unidade produtora de açúcar, etanol e bioeletricidade. O condensador evaporativo vai proporcionar uma economia de energia de um megawatt por hora, calcula. Além disso, o equipamento, que é feito em inox, não apresenta problemas de manutenção, destaca Galon, que é também coordenador do Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro (Gegis).


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Gestão eficaz traz novas perspectivas para a CSJ Com seu parque industrial instalado em Piracicaba, SP, a CSJ Metalúrgica, empresa que acumula tradição de qualidade em produtos para o segmento de açúcar e etanol e outras matrizes energéticas como petróleo, eólica e termelétricas, vem alcançando resultados positivos e traçando novos rumos, desde a posse de sua nova diretoria há um ano e meio atrás. “Quando assumimos a direção da empresa criamos um plano de superação que envolveu a criação de diversas ações específicas, que denominamos de módulos, para trazer novas perspectivas para a empresa. Uma delas foi reforçar nossa equipe de atuação trazendo profissionais de mercado. Outro objetivo foi transformar a empresa de cooperativa, como anteriormente estava constituída, em S.A, o que foi plenamente alcançado”, explica Mário Mendes, presidente da CSJ. Equacionamos e criamos um mecanismo de gestão para os passivos existentes da administração anterior da empresa e também nos lançamos à busca de novos clientes — afirma Mendes — bem como a recuperação de clientes tradicionais, notadamente na área de óleo e gás, onde a empresa já detinha uma tradição de atuação desde a década de 90. “Após um ano fazendo frente a estes desafios a empresa agora está engajada em realizar captação de recursos por diversas modalidades financeiras, que inclui a participação de fundos de pensão e de participação por cotas”, explica Veridiana Schmidt, diretora Financeira da CSJ. Os resultados positivos obtidos pelas ações promovidas pela diretoria da empresa não tardaram a aparecer, através de fornecimentos para clientes do segmento sucroenergético, como a Raízen, Bunge, J.Pillon, Areva (Usina.Seresta), Usina Santa Adélia, Ferrari, Usina Santa Lúcia, entre outros e também para

Veridiana Schmidt, diretora Financeira; Mário Mendes, diretor Presidente; Alexandre Klefenz, diretor Comercial; Sílvio Moraes, diretor Industrial

grandes empresas de óleo e gás, como a Aker Solutions, Cameron e Fluke. Na área de geração e distribuição, a CSJ também detém uma ampla carteira de tanques para transformadores de tensão de grande porte em fornecimento para a ABB. De acordo com Alexandre Klefenz, diretor Comercial da CSJ, as renovações das certificações ISO 9001:2008 e também Asme, Selo “U” para vasos de pressão, foram um passo importante para avançarmos com as exigências de

qualidade. Klefenz comemora o fato de que além desses fornecimentos, há um significativo volume de cotações também para o mercado externo, para países da América Latina e África. “Nessa nova fase de atuação, a CSJ está também desenvolvendo novos produtos e aprimorando projetos existentes que já são reconhecidos no mercado pela performance e qualidade adquirida durante anos de experiência”, comemora.


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Usina Vertente mantém política de inovação e investe em Caldeira ZS Considerada uma das mais modernas plantas industriais de moagem de cana e sua transformação em açúcar, etanol e bioeletricidade, a Usina Vertente, com sede em Guaraci, SP, e fruto de uma sociedade entre o Grupo Humus e a Usina Guarani — 50% do capital para cada uma das partes — acaba de colocar em funcionamento uma caldeira ZS, produzida pela Sermatec Zanini. O projeto, que mantém a política de inovação da Usina Vertente, elevará a capacidade de produção de bioeletricidade dos atuais 8MW — dos quais 3 são exportados para o sistema de distribuição de energia — para 40MW, com previsão de exportação de 29MW, de acordo com o diretor executivo e engenheiro agrônomo Hugo Cagno Filho. “Verificamos que a queima tangencial está proporcionando uma redução nos níveis de resíduos e aumentando a eficiência de combustão da caldeira”, afirma o engenheiro agrônomo, que destaca também o excelente nível de automação e a redução na quantidade de resíduos emitidos na atmosfera. Para ele, um dos diferenciais percebidos na caldeira ZS, além da combustão mais eficiente, é a quantidade de pontos de automação que melhora muito a qualidade na operação e a facilidade de acesso aos equipamentos de controle em razão da excelente disposição das plataformas em todos os pisos da caldeira. Hugo Cagno Filho elogia o profissionalismo e o suporte operacional oferecido pelos técnicos da Sermatec Zanini. “A empresa cumpriu plenamente a gestão financeira do contrato, tendo cumprido todos os acordos estabelecidos e demonstrando uma equipe de trabalho proativa com destaque para o suporte adequado dentro das necessidades de “Operação Assistida”, conforme nosso contrato operacional”, disse.

NOVOS PASSOS Há seis anos a Usina Vertente está credenciada com a ISO 9000 e ISO 14000 na totalidade dos processos

industriais e agrícolas. E, desde 2011, a usina está credenciada pela ISO 22.000. Nos próximos meses ela será certificada pela Bonsucro. Com isto estará fabricando açúcar de alta qualidade para atender aos grandes produtores de alimentos e refrigerantes. Com esta ampliação a usina alcançará a moagem de 2,5 milhões de toneladas sendo que nesta safra moerá cerca de 2 milhões de toneladas de cana, produzindo aproximadamente 140 mil t de açúcar e 80 milhões de litros de etanol. “Desde a sua implantação – ressalta Hugo Cagno Filho – sempre nos pautamos por um rigoroso sistema de controle de custos e na inovação agrícola e industrial. Toda nossa colheita de cana é mecanizada e fomos a primeira usina no país a moer

só com difusor produzido e fornecido pela Sermatec Zanini”. O Grupo Humus produz no Estado de São Paulo em uma área total de 15 mil hectares, 1,1 milhão de toneladas de cana anualmente. Deste montante, aproximadamente 430 mil toneladas são destinadas à BioSev (Santa Elisa), 500 mil toneladas ao Grupo Colombo e o restante para a Usina Vertente. A cana produzida e moída pela da Usina Vertente está em uma proporção de 30% de cana própria e 70% de cana de fornecedores. Sermatec Zanini 16 2105.4422 www.sermatec.com.br


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Presidente Dilma visita trecho da Ferrovia Trilhos da Ferrovia Norte-Sul

Norte-Sul: cronograma atrasado

Obras do PAC estão paradas ou em ritmo lento ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Criado em 2007, quando o país era governado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PAC - Programa de Aceleração do Crescimento tem como objetivo a retomada do planejamento e execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética do país, contribuindo para o seu desenvolvimento acelerado e sustentável. Contudo, em Goiás, o que se vê é exatamente o oposto. Ao menos é o que

aponta o presidente do Sifaeg - Sindicato da Indústria de Fabricação do Açúcar e do Etanol do Estado de Goiás, André Rocha. “Existem vários casos, mas um deles, é a Ferrovia Norte-Sul. Trata-se de um obra que, assim que estiver pronta, aliviará muito nosso problema de escoamento da produção. De uma maneira geral, as obras do PAC ou estão paralisadas ou estão em ritmo lento. Não vemos grandes avanços”, explicou. O representante afirma que no que diz respeito a logística interna, o Governo do Estado de Goiás tem trabalhado bem. Rodovias estão sendo reformadas e

ampliadas, o que tem favorecido a produção. Na safra 2012/13, a moagem goiana foi recorde, atingindo 52 milhões toneladas de cana, valor 17% maior que o ciclo anterior. Com o resultado, a região passou a ocupar o segundo lugar no ranking nacional de produção de cana, atrás apenas de São Paulo. Contudo, quando o assunto é logística “externa”, o presidente do Sifaeg lembra de apenas um ponto positivo relacionado às obras do PAC. “O etanolduto é um dos poucos projetos que está andando. Com certeza trará ganhos ao nosso setor. O

problema é que resolve apenas o problema de transporte do biocombustível. Temos que pensar no açúcar também”, apontou. Rocha, que recentemente assumiu a presidência do Fórum Nacional Sucroenergético, acredita ser preciso planejamento para que os investimentos surjam e diluam o conhecido “custoBrasil”. “Estamos em um país continental. Logística, com certeza, é nosso grande gargalo, seja em qualquer área do agronegócio. O setor canavieiro tem feito sua parte, renovando e expandindo os canaviais, agora precisamos da contrapartida do governo”, afirmou.


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País tem triste histórico de rodovias precárias

Hidrovia é solução ainda pouco utilizada

Privatização das ferrovias foi insuficiente

Indústria automotiva de

para resolver o problema logístico

caminhões ainda tem forte lobby

Qual o caminho, Brasil? Com terra, sol e água, Brasil produz mas esbarra nos transportes, caros e ineficientes Um país com reais possibilidades de oferecer um transporte eficiente, onde suas fronteiras sejam capazes de nutrir o mundo. Um país onde não falte sol, sombra e água fresca para as culturas prosperarem no campo. Não é utopia de quem vos escreve, mas sim, a realidade de um país divinamente abençoado, mas que por incompetência administrativa, esbarra nos mais singelos obstáculos. Claro, estamos falando do Brasil, um país que, de acordo com dados IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, possui área total de 8.515.767 km², o mais extenso do Hemisfério Sul e da América Latina. Para fechar a gama de privilégios, conta ainda com 13% do total de água doce disponível em todo mundo. Todas essas características fazem do Brasil o país do futuro, com espaço para produzir mais e suprir a demanda que se apresenta em diversos setores do agronegócio. Vale ressaltar que hoje o agronegócio brasileiro representa aproximadamente 40% das exportações do país. Mas, com uma carga maior de produtos, como transportá-los até os seus destinos? Se o produtor optar pelas estradas terá encontrado o principal sistema logístico do país. É pelas rodovias que 56% de todas as cargas movimentadas no território nacional passam. Contudo, o excesso de veículos torna o sistema improdutivo e oneroso. Já falando em ferroviais, ao todo são 29.7061 quilômetros de extensão, sendo 1.121 eletrificados. Essas ferrovias cortam 22 estados brasileiros, mais o Distrito Federal. Tida como a solução ideal, as ferrovias

esbarram na má conservação de seus trilhos e componentes, o que impede o escoamento efetivo por este modal. Da terra para água chegamos ao transporte hidroviário, que é dividido em duas modalidades, fluvial e marítima. No Brasil, o transporte marítimo responde por quase 75% do comércio internacional. Já o transporte fluvial é o mais econômico e limpo, no entanto, menos utilizado. Entretanto, há regiões, como é o caso da Amazônia, que dependem quase que exclusivamente desta modalidade. Gestão após gestão, os presidenciáveis apresentam planos de mudança para a logística nacional. Em 2012, por exemplo, a presidente Dilma Rousseff liberou um aporte de R$ 133 bilhões para o Programa de Investimentos em Logística, que não trouxe os benefícios esperados até o momento. “O país ficou muitos anos sem investimentos adequados e levará algum tempo até que os atuais planos governamentais produzam os resultados esperados. Ainda vamos ficar certo período recuperando o tempo perdido, até que se consiga uma infraestrutura que facilite o transporte”, afirma Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Abiove - Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais. Para saber como anda a situação no setor sucroenergético, o JornalCana ouviu diversas opiniões e relatos de como os produtos originados a partir da cana-deaçúcar, no caso, etanol e açúcar, além da matéria-prima em si, estão sendo transportados pelo país. Em comum, as entrevistas relatam a sensação de que o cenário poderia ser melhor. Em algumas regiões, como é o caso do Paraná, a solução encontrada foi a união entre Governo do Estado e as próprias usinas da região. Já em São Paulo, há casos como o do Grupo São Martinho, que construiu seu próprio terminal açucareiro. (AR)

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ENTREVISTA – Adriano Dias, da Alcopar

A união faz estrada! Mas não tapa seus buracos Cansado de esperar por soluções, o Estado do Paraná resolveu se unir e prover suas próprias ações em prol do transporte de cana-de-açúcar. Estamos falando do programa chamado “Caminhos do Desenvolvimento Sucroenergético”, que tem como objetivo estruturar estradas rurais e com isso tornar os produtos da cana mais competitivos. É o que conta Adriano Dias, superintendente da Alcopar - Associação de Produtores de Bioenergia do Paraná, que confirma investimentos de até R$ 468 milhões, numa parceria entre Estado e o setor produtivo. Confira a entrevista exclusiva: JornalCana: Qual a situação dos transportes canavieiros no Paraná? Adriano Dias: Caótica. Nossa malha viária foi dimensionada há 40 anos, quando o fluxo de veículos era muito menor, sem contar que transportavam uma carga inferior ao que é carregado hoje. Esse problema gerou uma série de atritos entre o poder público e o setor sucroenergético. Para contornar a situação, optamos por desenvolver um programa específico, denominado “Caminhos do Desenvolvimento Sucroenergético”, que consiste na readequação de estradas municipais para retirar o tráfego da malha pavimentada. Com isso, passamos a transportar a matéria-prima através de estradas municipais cascalhadas, o que deve trazer maior fluidez ao setor. Qual a dimensão deste projeto? Inicialmente serão 3.300 km, que devem estar prontos em um prazo de quatro anos. Vamos readequar estradas municipais e até mesmo estradas internas de fazendas. No total de cana transportada, estamos falando em algo em torno de 50 milhões de toneladas. E quem coordena a ação? Esse projeto une o governo do estado, municípios e usinas. Cada um tem suas obrigações definidas em contrato. Por exemplo, o governo do estado vai entrar com as patrulhas mecanizadas, que são as máquinas; as usinas vão ingressar com o óleo diesel e a mão de obra para operar as máquinas; e por aí vai. Que motivos levaram o Estado e elaborar este projeto? Do jeito que as coisas caminham, em breve ficará inviável se trafegar nas rodovias pavimentadas, tanto pelo excesso de veículos como pelas exigências legais que são muitas. Hoje estamos autorizados a rodar apenas durante o dia e com composições especiais, temos também a questão do peso, enfim, uma série de detalhes que dificulta a cada dia trafegar pelas rodovias de nosso país. Por isso, achamos melhor encontrar alternativas. Em tempos de crise, as usinas concordaram em investir neste projeto? Hoje a situação financeira das unidades produtoras está difícil, sim, mas com muito sacrifício e dedicação estamos

viabilizando esses recursos para que possamos transportar a matéria-prima de uma forma otimizada, com custos mais competitivos e com menos implicações legais. Todas as usinas de nossa região aderiram. E quanto vai custar? É um projeto de R$ 468 milhões, sendo que destes, o setor vai investir R$ 140 milhões. O restante será colocado pelos municípios e também pelo Estado. Posso adiantar que estamos fazendo um projeto completo. Muitos me questionam o fato de já termos estradas municipais. Mas as existentes não suportam o peso e o tráfego do segmento. É preciso adequá-las. Em relação ao transporte de açúcar e etanol na região, qual sua avaliação? Temos um Centro de Logística chamado CPA, que recebe açúcar 24 horas por dia. Situado em Maringá, o centro leva toda mercado até o porto de Paranaguá.

Além disso, fazemos boa parte do transporte de açúcar pela linha férrea, que infelizmente, passou a nos trazer alguns problemas em decorrência da empresa administradora, no caso, a ALL. No tocante ao etanol, estamos trabalhando em um projeto chamado poliduto, que vai ligar Maringá, Araucária e Paranaguá. Esse projeto tem uma extensão de 512,5 km², e passa por 22 municípios. Já está sendo feito, estamos na fase do licenciamento ambiental. A empresa que conduz este projeto é a CPL, que foi constituída com a finalidade de construir o duto. Essa empresa é formada por produtores de açúcar e álcool do Paraná, que além de investidores, são garantidores da movimentação mediante contrato. A previsão é expandir esse projeto de poliduto? Sim, o objetivo é ser estender até o Mato Grosso do Sul. Mas, devido a

viabilidade econômica, essa primeira fase seguirá até Maringá. Quando entrará em operação? Trabalhamos para que na safra 2015/16 ele já esteja funcionando. O senhor acredita que esses programas “caseiros” resolvem o problema de transporte no Estado? Não, apenas ameniza. Precisamos do apoio do governo, de um planejamento maior nessa área. Hoje a legislação brasileira diz que é permitido o transporte máximo de peso de 74 toneladas, em composições especiais com no máximo 30 metros de comprimento. Nós precisamos da participação ativa do governo para flexibilizar essas exigências assim como já fez com outras cadeias produtivas. É o que a gente pretende, se não, de nada vai adiantar nossas estradas que estão sendo revitalizadas. Como o senhor enxerga o futuro do setor no Brasil? Temos que investir significativamente em logística, caso contrário, vamos ter dificuldade em colocar a produção brasileira no exterior. Temos um ponto chamado competitividade. Não adianta produzir da porteira para dentro valores altamente competitivos, se quando chegamos na parte de logística, nos deparamos com um transporte ineficiente. Precisamos correr, investir, otimizar essa área para tornar nossa produção competitiva no exterior. Qual sua avaliação sobre o porto de Paranaguá? Não vejo tantos problemas ao menos para o setor sucroenergético. Claro que existem algumas questões a serem superadas, mas hoje, o porto está nos atendendo a contento. (AR)


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TRECHO DO ETANOLDUTO É INAUGURADO Iniciada em novembro de 2010, as obras do etanolduto seguem pelo país. O projeto, que vem sendo executado pela Logum Logística, empresa criada pela Petrobras em parceria com Cosan, Copersucar, Odebrecht, Camargo Corrêa e Uniduto, teve, enfim, um trecho entregue em 25 de junho deste ano. Nesta data foi realizada a primeira transferência de etanol hidratado através do duto de 24 polegadas que liga o Terminal Terrestre de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, à Refinaria de Paulínia, também em terras paulistas, em um trecho de 206 km. Já em 12 de agosto, a obra foi inaugurada oficialmente e a cerimônia contou com a presença da Presidente da

República, Dilma Rousseff. Trata-se da primeira etapa do empreendimento, que transportará etanol por cinco estados brasileiros e que integra o PAC - Programa de Aceleração do Crescimento, estimado em R$ 7 bilhões, constituído de modais dutoviário e hidroviário. “É a primeira fase de um projeto extremamente desafiador e promissor. Será uma rede de capacitação e distribuição de etanol aos mercados consumidores, o que deve dar ainda mais competitividade ao biocombustível. Afinal, essa primeira fase se encontra em Ribeirão Preto, a maior região produtora de etanol, e segue até Paulínia, onde há umas das maiores refinarias do país. É um projeto consciente, que deixou de ser um sonho e começou a se tornar realidade”, disse

Dilma Rousseff. Com espaço para armazenar 50 mil litros de etanol, o terminal de Ribeirão Preto conta com 18 baias de descarregamento, subestação, sistema de bombeamento e incêndio, e pacotes de instrumentação e automação. “Trata-se de um modal mais barato, muito eficiente e sustentável. A expectativa é de que fique pronto logo e resolva parte do problema de escoamento do segmento”, afirmou André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, lembrando que as obras suprem o problema de logística de etanol, mas não do açúcar. Segundo Roberto Gonçalves, presidente da Logum, já foram iniciadas as obras do segundo trecho do duto, de 144

km, entre Uberaba (MG) e Ribeirão Preto e foi liberado o ramal hidroviário entre a hidrovia Tietê-Paraná e Paulínia. Quando estiver pronto, o etanolduto terá 1,3 mil quilômetros, passando por 45 municípios, até chegar aos portos de São Sebastião, SP, e do Rio de Janeiro, RJ. O projeto terá capacidade instalada de transporte de até 21 milhões de metros cúbicos de etanol por ano. “O etanolduto vai dar sustentação ao setor sucroenergético e vai baratear o custo do etanol nas bombas”, finalizou a Presidente da República. Procurada pela reportagem do JornalCana, a Logum não se manifestou com relação ao andamento do cronograma do restante das obras. (AR)


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Cid: o caldo pode entornar

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Geraldo Alckmin, na inauguração do etanolduto

Para o governo, tudo vai bem, obrigado Se na visão de quem necessita escoar a produção diariamente o sistema logístico brasileiro está com problemas, na visão de quem coordena, não, jamais, imagine. Ao menos foi o que apontou Cid Caldas, diretor do Departamento de Cana-deAçúcar e Agroenergia do Mapa — Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em relação aos problemas no que diz respeito à logística do setor sucroenergético nesta safra. Para ele, é real a necessidade de investimentos em infraestrutura no futuro, já que a demanda por cana-de-açúcar tende aumentar consideravelmente. Contudo, no momento, o sistema logístico tem suportado

a demanda. “Hoje, no Centro-Sul, moemos algo em torno de 217 milhões de toneladas de cana. Pensando apenas no transporte da matéria-prima, não temos problemas”. Sobre os produtos originados da canade-açúcar, etanol e açúcar, Caldas também se mostra tranquilo quanto ao escoamento da produção. “Pode ser que no fim da safra, quando os níveis de produção de etanol subirem, nós tenhamos uma sobra. Para esse caso, temos um programa de financiamento de estoque que já está funcionando. Em termos de logística, tem algumas melhorias sendo feitas, como é o caso do terminal da Copersucar, que trouxe benefícios na parte de exportações”.

Para o futuro, o representante do Mapa diz que existe sim a solução, mas seu custo torna a ação inviável. “O transporte ferroviário seria o ideal, mas o investimento é muito alto e isso faz com que as empresas do segmento busquem alternativas”. Questionado sobre investimentos que tragam segurança ao sistema de transportes do país, Cid diz que não há nada previsto dentro do Mapa. De acordo com o representante do governo, o que existe são projetos viabilizados pela iniciativa privada, como é o caso da Copersucar e São Martinho, que contam com seus próprios terminais de açúcar. O governador do Estado de São Paulo,

Geraldo Alckmin, defendeu a extensão da hidrovia Tietê-Paraná. “Em parceria com o governo federal temos 1,7 bilhão para fazermos deslocamentos, melhorar a produtividade, redistribuir as fontes e estendermos a hidrovia Tietê-Paraná, até Piracicaba”, comentou. O governador citou a eficácia de extensão do sistema hidroviário comparando números em relação ao etanolduto, obra que tem apoio do PAC Programa de Aceleração do Crescimento. “O álcoolduto transportará 4,1 bilhão litros/ano, já a hidrovia poderá transportar 5,1 bilhões e atenderá também, a parte baixa do Rio Tietê”, finalizou. (AR)


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É pela água que o Nordeste escoa sua produção o Nordeste do Brasil a situação não é diferente das demais regiões. Por lá, além dos problemas ocasionados pela estiagem, os produtores de cana-de-açúcar precisam driblar a ausência de um modal eficiente. “Um dos principais gargalos do setor sucroenergético é a falta de processos logísticos que contemple todas as etapas da produção. Estou falando de um projeto que vá desde o plantio até o consumidor final. Existem prejuízos consideráveis ocasionados pela falta de integração entre essas etapas”, explica Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar de Pernambuco. De acordo com Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP - Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, os nordestinos se utilizam bastante do transporte hidroviário, o que gera dinamismo na região. “Nossa exportação é realizada principalmente pelo Porto de Suape, uma ferramenta moderna e eficiente. Boa parte dos nossos produtos são transportados também pelas rodovias, mas nesta área, existe muito o que se fazer ainda”, afirma. Para Lima, que também preside a Unida - União Nordestina dos Produtores de Cana, não há muito o que ser feito num curto prazo. Para o representante, é

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POR ÁGUA ABAIXO!

N

Renato Cunha: medidas amenizam os problemas, em vez de resolvê-los

preciso sim pensar no futuro, já que a demanda por produtos derivados da cana-de-açúcar se apresenta de maneira

crescente. “Sempre investimos mal nessa área de transportes. Antes de dispor do dinheiro público é preciso planejar. Vejo

que uma boa saída para escoar a produção do agronegócio brasileiro é investir no transporte fluvial e ferroviário, como fazem os países desenvolvidos”. De acordo com Márcio Figueiredo, gerente geral da TransEspecialista, empresa especializada em logística, estudar o mercado é uma forma de se obter melhores resultados. “Precisamos entender que o mundo necessita criar novas formas de energia e isso não pode esperar mais. Contudo, acredito que para o setor crescer, é preciso que o governo acredite neste trabalho”, afirmou. Somente em 2012, a empresa realizou 31 mil entregas, rodando mais de 29 milhões de quilômetros. Para Renato Cunha, que recentemente assumiu a vice-presidência do Fórum Nacional Sucroenergético, todos os anúncios feitos até hoje foram de medidas que amenizam os problemas, em vez de resolvê-los. “É importante pensarmos em obras estruturantes e não nas mesmas medidas paliativas que levam a ineficiência e soluções de continuidade na celeridade das exportações”. Sobre investimentos na região, Cunha cita um pouco do que tem sido feito na região nos últimos anos. “Estamos aguardando a finalização das obras de dragagem do Porto do Recife, outra importante ferramenta de nossa logística. Esses investimentos permitirão aumentar seu calado de 9 para 12 metros”, indicou. (AR)


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GLP entrega terceiro galpão do condomínio logístico em Ribeirão Preto Global Logistic Properties: condomínio logístico com infraestrutura completa Com a primeira e a segunda fases 100% locadas para grandes players, a Global Logistic Properties – GLP divulga no mercado a terceira fase do empreendimento, disponibilizando mais um galpão logístico (A2) com módulos de 1.050 a 11.600 m². Devido ao grande sucesso, a empresa iniciará a última fase do empreendimento, que vai oferecer um galpão de aproximadamente 17.600 m² (A1), com módulos a partir de 1.960 m². Segundo Clarisse Etcheverry, Diretora de Desenvolvimento da GLP, o GLP Ribeirão Preto é composto de galpões modulares, que atendem a diversas especificações de armazenagem e distribuição. Atualmente as empresas que ocupam o empreendimento utilizam módulos de 1.090 a 21.700 m². “O GLP Ribeirão Preto foi desenvolvido para atender a indústrias leves, operadores logísticos, empresas de transporte, e-commerce, atacadistas e varejistas, a fim de facilitar as operações dos usuários no dia a dia, através de um projeto eficiente com uma infraestrutura completa”, complementa Clarisse. O empreendimento está instalado em uma área de aproximadamente 200 mil m²,

Primeira e a segunda fases 100% locadas para grandes players pela Global Logistic Properties

com o total de área bruta locável de 64.500 m² no km 317,5 da Rodovia Anhanguera, a 2 km do Aeroporto Leite Lopes. A localização

estratégica do empreendimento permite fácil acesso ao Triângulo Mineiro e a cidades como Campinas e São Paulo, o que torna o

condomínio uma excelente opção para solucionar a operação logística para empresas de vários setores.

Infraestrutura completa é outro diferencial importante do GLP Ribeirão Preto No GLP Ribeirão Preto tem refeitório e ambulatório para atendimento dos colaboradores. Além disso, o condomínio oferece rede de telefonia, distribuição de energia e água com medidores individuais. Os galpões do GLP Ribeirão Preto têm estrutura metálica, telha galvanizada, isolamento termoacústico em face felt, iluminação zenital e renovadores de ar naturais. O sistema de combate a incêndio se enquadra na categoria J4 e já vem com os sprinklers instalados. O pé-direito para a armazenagem é de 12 m livre e a

capacidade do piso é de 6 t/m². “Outro diferencial importante desse condomínio é a opção dos mezaninos serem construídos de acordo com a demanda do cliente, o que faz aumentar a eficiência da área de armazenagem”, complementa Clarisse.

SEGURANÇA A segurança também é um item que diferencia o GLP Ribeirão Preto, que conta com portaria blindada e controle de acesso. Além disso, toda a área do complexo é

vigiada 24 horas por dia por controle perimetral. O centro também é monitorado por um sistema de Circuito Fechado de Televisão (CFTV).

COMERCIALIZAÇÃO As negociações dos espaços do GLP Ribeirão Preto estão sendo realizadas pela Fortes Guimarães, uma das mais tradicionais empresas do ramo imobiliário da grande Ribeirão Preto. Os interessados podem entrar em contato pelos telefones (11) 3504-1504, (16) 3977-4400 ou pelo e-

mail glp@fortesguimaraes.com.br.

SOBRE A GLOBAL LOGISTIC PROPERTIES A GLP é uma das principais fornecedoras de parques logísticos do mundo, sendo líder de mercado na China, Japão e Brasil. A empresa está presente em mais de 60 cidades com um portfólio de 18,3 milhões de m², gerenciando 506 empreendimentos em 206 parques logísticos. No Brasil, o portfólio da GLP é composto por mais de 1.000.000 de m² de ABL (área bruta locável) já construídos. A empresa possui capital aberto, o que favorece a transparência das operações, com ações negociadas na SGX (bolsa de valores de Singapura) com valor de mercado de US$ 12,3 bilhões. A GLP foi vencedora do Euromoney Real Estate Awards por seis vezes consecutivas, de 2007 a 2012. No Brasil, é proprietária de nove condomínios logísticos: GLP Irajá, GLP Confins, GLP Pavuna e GLP Imigrantes, todos esses com 100% de ocupação, além do GLP Ribeirão Preto, GLP Campinas, GLP Gravataí, GLP Embu das Artes e GLP Guarulhos. Global Logistic Properties – Brasil 11 3500.3692 www.glprop.com.br


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ENTREVISTA - Alfred Szwarc

“Mercados de energia alternativa são complementares ao etanol” PATRICIA BARCI, FREE

DE

LANCE PARA O

RIBEIRÃO PRETO, SP JORNALCANA

Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologia da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar sabe que existe um chamado "movimento" para substituir o etanol. No entanto, ele não concorda que o etanol vá acabar, e acredita que todos esses mercados de energia alternativa são complementares. Veja a entrevista concedida ao JornalCana: JornalCana - Qual será o futuro do etanol? Alfred Szwarc - É combustível seguro e confiável, que funciona bem, já está inserido no mercado e tem baixo custo para o consumidor. As pessoas querem carro que seja conveniente em relação a autonomia e custo e isso ele encontra no carro movido a etanol. Outras tecnologias vão desbancá-lo no futuro? A química verde vai ocupar mais espaço nos próximos anos. Mas são mercados que se complementam, com grande expansão. O motor a combustão está ultrapassado? Motores a combustão não serão substituídos no curto prazo, nem mesmo a longo prazo. As tecnologias para substituí-lo ainda não estão resolvidas. Precisam de

muito investimento ainda. O carro do futuro será elétrico? A tecnologia do carro elétrico também não está resolvida. Existem problemas de custo, sobre o destino final das baterias, como ela será descartada. A imprensa dá muito destaque para carro elétrico como se fosse uma coisa pronta no mercado. Isto está errado. Carros elétricos ainda demonstraram ter superaquecimento de baterias. Há muitos casos de carros elétricos que pegaram fogo. Como disse, é uma tecnologia ainda não resolvida. E o carro a hidrogênio? O carro a hidrogênio ainda precisa de muito investimento, com a tecnologia em si, com o transporte do hidrogênio, com sua produção. A mídia também dá destaque exagerado a isso. O flex sim é uma tecnologia robusta, flexível. Então seria o flex a melhor alternativa? Hoje ainda é a melhor opção. Porque já existe e é barata. Existem hoje 30 milhões de carros flex, com custos competitivos razoáveis. É uma tecnologia para os próximos anos, e mesmo sendo a melhor , na minha opinião ainda pode melhorar. Não podemos ficar estagnados. Ser confiável não pode ser empecilho para desenvolvimento de novas tecnologias. Novas tecnologias devem surgir para nosso próprio bem.

Nos EUA, produção de etanol de milho não tem mais como crescer AMIRA HEMINE,DE RIBEIRÃO PRETO, SP FREE

LANCE PARA O

JORNALCANA

Após a maior seca dos últimos 50 anos, em 2012, a produção de milho foi afetada e sofre pra se recuperar; a tendência é que o consumo de etanol no país aumente, mas não há capacidade de produção e a única solução é a importação. O clima desfavorável e o plantio tardio do milho nos Estados Unidos fizeram com que as estimativas da RFA, Associação de Combustíveis Renováveis, para a safra 2013/2014 de etanol, ficassem muito parecidas com os números de 2012. No ano passado, o país sofreu com a maior seca dos últimos 50 anos e o cultivo do grão ficou prejudicado, o que gerou baixos estoques para esse ano. Em junho de 2012, os estoques do grão chegavam a 3,148 bilhões de bushels (79,96 milhões de toneladas). Já em junho de 2013, a quantidade

de milho estocado baixou para 2,764 bilhões de bushels (70,20 milhões de toneladas), Segundo dados do USDA, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, 2013 tem a maior área plantada de milho desde 1936, um total de 39,42 milhões de hectares contra 39,32 milhões de hectares no ano passado. Porém, o excesso de chuvas e o atraso no plantio do grão fez o órgão revisar para baixo a quantidade a ser colhida. Para 2013, a estimativa é que sejam colhidos 36,07 milhões de hectares. Em 2012 esse número foi de 35,36 milhões de hectares. Com isso, os números de produção do etanol de milho também ficam bastante parecidos com os do ano anterior. Na safra 2013/2014, a RFA estima que serão produzidos entre 13.2 e 13.5 bilhões de galões americanos contra 13.2 bilhões na safra anterior.

Solução é ampliar importação do Brasil Mesmo com a seca que atingiu os Estados Unidos em 2012, o presidente da RFA, Bob Dinneen, não considerou que houve uma crise no setor no ano passado. Para ele, em todo mercado há altos e baixos e esse foi um dos momentos ruins. “Mesmo com o ocorrido, os Estados Unidos tiveram a 8º maior safra de milho da história do país”, disse Bob. Para especialistas consultados pelo JornalCana, o etanol de milho não tem como crescer muito além da produção atual. Isso porque, a área cultivável nos Estados Unidos já está toda ocupada e a legislação americana determina que apenas 40% de todo o grão produzido no país pode ser destinado à indústria do etanol. E a tendência é que o consumo do combustível aumente entre os norteamericanos. Atualmente, a gasolina vendida nos Estados Unidos tem 10% de adição de etanol. Porém, a EPA, Agência de Proteção Ambiental, autorizou que veículos com motores flex produzidos a partir de 2001 utilizem o E15, combustível com 15% de etanol misturados à gasolina. Esses veículos equivalem a cerca de 60% da frota total em circulação no país. Entidades e organismos ligados à indústria alimentícia e de ração animal entraram com uma ação contra o E15, mas

a Suprema Corte rejeitou a ação no final de junho. O presidente da RFA comentou a decisão da justiça dizendo que “agora o E15 pode finalmente tornar-se uma opção mais significativa para os americanos”. Para o especialista em bioenergia e professor do Departamento de Relações Internacionais da PUC – Rio, Paulo Wrobel, o problema do etanol de milho nos Estados Unidos deve continuar. “A expectativa é que a safra de milho esse ano seja um pouco maior que a do ano anterior, mas não deve voltar ao nível précrise”, disse Wrobel. “Como a tendência é o consumo cada vez maior do etanol por lá, a única saída é a importação”, completou ele. Outros dois estudiosos da área também defendem que a única alternativa para os Estados Unidos agora é ampliar a importação de etanol do Brasil.O engenheiro agrícola e professor da Unicamp, Luis Augusto Cortez, afirma que “o etanol celulósico de segunda geração seria a opção para eles fugirem desse problema. Mas o ideal para eles agora é importar mais do Brasil”. Wrobel concorda e afirma ainda que eles estão abertos a importar, pois sabem que o etanol celulósico pode demorar a fluir comercialmente. (AH)


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Crescimento do mercado do diesel de cana tende a ser inevitável VIVIAN CHIES

Estudos comprovam sua eficácia como combustível limpo, mas há falta do produto para abastecer mercado CARLOS ALBERTO PACHECO, DE

SÃO PAULO, SP

FREE LANCE

PARA O

JORNALCANA

A indústria automobilística nacional reconhece que a conquista do binômio traduzido por receita econômica mais preservação ambiental é condição sine qua non para garantir competitividade no mercado. Enquanto se discute alternativas ao uso do combustível fóssil, como o etanol, gás de xisto, eletricidade ou fórmulas híbridas, ainda pouco se avançou no Brasil no reconhecimento do diesel produzido da cana-de-açúcar. Uma pergunta continua no ar, sem uma resposta convincente: Se é verdade que o biodiesel de cana possui uma eficiência extraordinária em relação às demais opções de combustível, porque ele não é adotado em larga escala? Diametralmente oposto ao diesel de petróleo – o mais poluente dos combustíveis fósseis – o produto extraído da cana é renovável em relação à captura de carbono que emite na atmosfera, amenizado os impactos do aquecimento global. O diesel de cana exibe outra

José Manuel Cabral: substituição imediata de óleo diesel por diesel de cana é impossível

vantagem: é livre de enxofre, componente importante para as fontes poluidoras urbanas. “Segundo pesquisadores, o diferencial desse biocombustível reside no DNA da levedura, que sofreu uma alteração genética para secretar diesel no lugar do álcool”, destaca o economista paulista Paulo dos Santos, que vem se debruçando no estudo e o no aproveitamento da cadeia da cana na atividade econômica. O óleo diesel propriamente dito é o

Uso em larga escala depende da oferta de matéria-prima Afinal, quais os gargalos que impedem o uso do diesel de cana em larga escala? Na visão de Beauclair, além dos custos elevados de produção, “o processo envolve organismos geneticamente modificados que precisam ser regulamentados”. O problema, segundo ele, também reside na falta de matériaprima (cana), insuficiente para abastecer o mercado dos produtos de primeira geração como etanol e açúcar. A tese do professor da Esalq é compartilhada pelo chefe-geral substituto da Embrapa Agroenergia. “A principal limitação para a expansão da produção e uso do diesel de cana-de-açúcar é a falta da matéria-prima”, reforça Souza Dias. Ele salienta que a cana é fonte de dois produtos de grande importância econômico-social para o Brasil: o açúcar e o etanol, nas modalidades anidro e hidratado. Ele adverte: “Não haverá, em curto e médio prazos, açúcar disponível para a produção de diesel de cana em larga escala”. De qualquer forma, mesmo num estágio experimental, o uso de diesel de cana no sistema de transportes urbanos

prova a sua principal virtude – a sua eficiência ambiental aliada à economia. É uma solução viável, que cai como uma luva no caos da malha rodoviária das metrópoles brasileiras. A cidade de São Paulo, por exemplo, dispõe de 300 ônibus circulando com uma mistura de 10% de diesel de cana no diesel convencional. O Rio de Janeiro possui 20 veículos similares rodando nas principais vias da capital. Lá a mistura é de 30% do combustível de cana ao óleo derivado do petróleo. O diesel extraído da cana que abastece ônibus paulistanos e cariocas é processado pela Amyris Biotechnologies, empresa sediada nos Estados Unidos, com subsidiária brasileira em Campinas. O produto, concebido a partir do caldo de cana é considerado de boa qualidade. Em comunicado à imprensa, o diretor comercial da Amyris no Brasil, Adilson Liebsch, destacou uma das outras virtudes do diesel canavieiro: o motor não precisa sofrer adaptações ao recebê-lo. Além disso, comparado ao diesel convencional, o canavieiro reduz a emissão de gases de efeito estufa em até 90%. “Esse é um dado expressivo”, comentou Liebsch. (CAP)

combustível líquido mais consumido no Brasil, segundo dados do Anuário Estatístico Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da Agência Nacional de Petróleo – ANP. Os dados são de 2012 com base nos números do ano retrasado. Segundo esse levantamento, em 2011, foram consumidos pouco mais de 52 bilhões de litros do combustível, dos quais cerca de 9,3 bilhões vieram de fora. O chefe-geral substituto da Embrapa Agroenergia, pesquisador José Manuel

Cabral de Sousa Dias afirma que é impossível substituir imediatamente parcelas expressivas de óleo diesel por diesel de cana, embora haja um espaço considerável para o uso desse novo combustível. Ele lembra, contudo, a possibilidade do biodiesel ocupar também um espaço precioso nesse mercado, pois contribuiu com 5% do volume de diesel fóssil em 2011. Como se vê, é preciso esperar o período de crescimento desse combustível que, por enquanto, esbarra nas limitações das pesquisas. O professor-doutor do Departamento de Produção Vegetal, Planejamento e Produção de Cana da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq) da Universidade de São Paulo, Edgar de Beauclair, informa que as pesquisas sobre o diesel de cana ainda estão numa fase experimental, ao nível de estudos de laboratório e com uma usina piloto funcionando em Campinas. “Os custos ainda são altos e a eficiência do processo está longe do ideal, mas os avanços estão sendo rápidos nesta direção”, garantiu Beauclair. Já o pesquisador da Embrapa Agroenergia confirma o empenho de algumas empresas em realizar pesquisas de produção do biocombustível (veja matéria nessa edição). “Algumas possuem produtos que estão em fase de testes em frotas de ônibus metropolitanos”, afirmou. Por outro lado, Souza Dias avisa que a Embrapa não desenvolve pesquisas sobre o diesel de cana, focando no estudo de matériasprimas oleaginosas (dendê, macaúba, pinhão manso, etc).

Arma poderosa contra a poluição Nos últimos anos, engenheiros e técnicos da Mercedes-Benz do Brasil estão trabalhando no desenvolvimento do uso de combustíveis alternativos ao diesel de petróleo. Entre as experiências pioneiras da fabricante incluem-se estes em bancos de provas e em ônibus e caminhões com diesel de cana e biodiesel. O sucesso desses desenvolvimentos são evidenciados sobretudo no segmento de ônibus urbanos. Tanto o biodiesel quanto o diesel de cana são utilizados normalmente em várias cidades, nas operações regulares na “Ecofrota” de São Paulo e no Rio de Janeiro. Os ganhos ambientais decorrentes dos combustíveis alternativos seguem o critério do uso de motores “sustentáveis”, como é o caso do BlueTec 5 da Mercedes. O assim denominado multicombustível atende ao programa que reduz a emissão de poluentes (Proconve P-7). Em depoimento veiculado no portal da empresa, o gerente de Desenvolvimento de Motores da Mercedes-Benz do Brasil, Gilberto Leal, afirmou que os diversos testes realizados com com o BlueTec 5 demonstraram ser este a melhor solução técnica para caminhões e ônibus visando ao atendimento do Proconve P-7. “Entre diversos requisitos, a nova norma exige a

redução de 80% nas emissões de material particulado e de 60% nas emissões de óxidos de nitrogênio”, acrescenta. O diesel canavieiro, a bola da vez do mercado, é intitulado como o “combustível do futuro”, o que comprova a tese da Petrobras de que o Brasil é o principal consumidor de biodiesel do mundo. O produto é o maior antídoto contra a poluição atmosférica, um dos grandes problemas quase insuperáveis presentes nas grandes cidades, que causam uma variedade de doenças respiratórias sem fim. Conhecido também como diesel sintético, o biocombustível apresenta os seguintes benefícios, caso seja viabilizado em larga escala: Reduz sensivelmente as emissões de gases de efeito estufa; Não requer alteração técnica do veículo e/ou adaptações do motor; O impacto sobre o custo de manutenção de ônibus ou caminhões é nulo; Dispensa investimentos em treinamento nas operações; É um produto que está apto a ser utilizado mesmo com o diesel convencional; Recurso renovável e autossuficiente.


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A conquista do planeta começa na Europa e EUA “O caminhão do futuro será movido a diesel”. É uma frase profética. Com a certeza de futuro promissor para o combustível, o vice-presidente de engenharia de produtos do Grupo Daimler, o alemão Georg Weiberg, esteve no Brasil em junho onde se reuniu com um grupo de jornalistas da área de transporte. Weiberg possui larga experiência em motores. Formado em engenharia mecânica e automotiva, ele aposta no programa “2020”, que visa reduzir em 20% o consumo de combustível nos caminhões até 2020. “Com a chegada da Euro 3, em 2004, os resultados começam a ser visíveis”, afirmou o vice-presidente. A Alemanha, naturalmente, saiu na frente. Com o aperfeiçoamento dos motores – até chegar na Euro 6 –, a diminuição das emissões de poluentes propicia melhora do desempenho do veículo, além da aerodinâmica e da redução de perdas por atrito ou fricção. A preocupação no desenvolvimento de fórmulas que objetivam regular as emissões de CO2 está presente na Europa e na América. Desde 2010, a norte-americana Amyris estuda a aplicação do farneseno, um hidrocarboneto extraído da Saccharomyces cerevisiae. Trata-se de uma

levedura utilizada para fermentação de cana para produção de etanol. Segundo especialistas, o hidrocarboneto é fruto de uma manipulação genética. Ele compõe o diesel de cana. Nos Estados Unidos, o produto é comercializado sem restrições de qualquer natureza, com amplas vantagens em relação ao diesel fóssil. Ao misturar-se com esse último, garante o desempenho do motor – como já foi comprovado na Alemanha – e retém emissões de material particulado (poluição). Concorrente da Amyris, a compatriota LS9 é considerada uma das pioneiras no desenvolvimento de tecnologias para a fabricação de diesel renovável por meio da fermentação de açúcares. A organização inaugurou, em junho de 2012, uma planta industrial no estado da Flórida, com uma árdua missão: processar, pelo menos, 135 mil litros de diesel. A LS9 anunciou inclusive que colocaria suas instalações à disposição de terceiros como uma prestadora de serviços. Competição à parte, há um consenso mundial de que o diesel de cana poderá chegar às redes de distribuição de outros continentes como a Ásia e a Oceania. Mas isso só o futuro dirá. (CAP) LT MANAGER

Georg Weiberg: “O caminhão do futuro será movido a diesel”

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Piloto adota modelo de diesel de cana nos ‘sertões’ Ele conhece o trajeto do Rally ParisDakar como poucos, porque já percorreu a difícil rota da mais complexa competição off-road do mundo 23 vezes. O piloto brasileiro Klever Kolberg possui o espírito do pioneirismo. Preocupado com a sustentabilidade no planeta, ele já competiu com veículo movido a etanol. Voltando a correr no Brasil, Klever mostrou no Rally dos Sertões 2013 que pode mostrar todo o seu talento, independentemente do trajeto íngreme, dirigindo um protótipo inovador e que não polui. O esporte a motor agradece. A 21ª edição do rali começou e terminou em Goiânia (GO), de 25 de julho a 3 de agosto, com um percurso de exatos 4.115 quilômetros, cortando alguns municípios da Região Centro-Oeste. O carro dirigido por Kolberg, que fez dupla com o piloto Flávio Marinho de França, é o modelo T-Rex, da equipe Mobil MEM Motorsport, que participa do Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country. O carro é equipado com um motor MWM MaxxForce 3.0 HS Turbo Diesel Intercooler, um quatro cilindros que foi preparado para desenvolver 240 cavalos de potência. O veículo, movido a diesel canavieiro, reduz em até 82% as emissões de gases do efeito estufa em comparação ao diesel S-10. O T-Rex mantém a mesma eficiência, não possui enxofre em sua composição, além de diminuir a emissão de materiais particulados.

Kolberg e França: T-Rex Mobil apresentou bom desempenho no rali

“Temos de fazer a diferença em prol da preservação do planeta. As oportunidades aparecem e precisamos aproveitá-las. Se cada um cumprir a sua obrigação no que se refere aos cuidados

com o meio ambiente, certamente colheremos excelentes resultados. Ganham o planeta e as gerações futuras”, comentou Kolberg, momentos antes da largada do rali. A iniciativa do piloto tem um objetivo

claro: provocar uma ampla reflexão na sociedade. O que tem sido feito para a preservação da natureza? As pessoas estão conscientes da responsabilidade de manter o ambiente limpo? (CAP)


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Investimento de R$ 82 milhões

Carro é equipado com um motor MWM MaxxForce 3.0 HS Turbo Diesel Intercooler

Menos emissão de CO2

Segundo o piloto Klever Kolberg, o TRex utiliza o lubrificante Mobil Super Ecopower, “que proporciona melhor desempenho em motores de última geração, mesmo em condições severas de utilização, como o Rally dos Sertões”. O lubrificante reduz o consumo de combustível, diminuindo significativamente a emissão de dióxido de carbono. Nos acampamentos, o carro será abastecido com 1.100 litros de diesel de cana-de-açúcar que a equipe irá transportar enquanto durar o rali. Klever explica que o diesel canavieiro não fica disponível para venda nos postos de combustível que integram o roteiro da prova. Nesse caso, o brasileiro precisou

muito de um apoio logístico para transportar o combustível. A vantagem é o transporte em volumes menores. “O diesel de cana é combustível com energia bastante concentrada. Além disso, em relação ao diesel convencional, não há diferença: possui igualmente baixo consumo por quilômetro quadrado”, explicou Kolberg. Comparado ao etanol, há diferença, portanto. Com esse combustível, o carro do piloto tinha um tanque para receber 530 litros. No Rally dos Sertões, o tamanho do tanque continua o mesmo, transportando 335 litros de diesel de cana. Não há perda de eficiência. Problemas mecânicos distanciaram

Kolberg e França da vitória. Completaram os pouco mais de 4 mil quilômetros da prova, satisfeitos com a performance do TRex. Aliás, observadores consideram a dupla em condições de brigar por títulos da divisão de protótipos T1. Em seu blog, Kolberg reconheceu a qualidade do sistema de tecnologia do novo combustível. “Gostei muito do T-Rex”, comentou. Klever e França terminaram em 18º lugar no geral por conta das dificuldades. Na realização do projeto do carro com diesel de cana, o piloto e equipe contaram com o apoio da Mobil, Amyris Brasil, Dakar – Inovação e Empreendedorismo, Artfix, Sparco, MWM, BorgWarner e Unica. (CAP)

O blogueiro e especialista em dinâmica automotiva, Juliano “Kowalski” Barata, acompanhou de perto o rali e teceu considerações sobre o modelo T-Rex. Segundo ele, o combustível é obtido “pela fermentação de microorganismos modificados, que convertem o açúcar em combustíveis e outros produtos químicos – como o isopreno (usado em pneus) o pineno (usado em combustível de aviação) e até uma droga que está sendo testada contra a malária”. A Amyris detém a tecnologia e trabalha em uma joint venture com a francesa Total. O investimento chega a US$ 82 milhões. Barata afirma que a meta, após período de pesquisa e desenvolvimento é de viabilizar comercialmente o produto. Na análise do especialista, o diesel da cana lembra bastante o etanol: “Ele tem queima mais veloz, o que permitiria a exploração de rotações mais altas. Por outro lado, seu potencial calorífico é menor do que o diesel de petróleo”. Em termos de lubrificação, o diesel canavieiro supre as necessidades tão bem quanto o diesel comum. “E tem o detalhe do perfume, da falta de fumaça – e da emissão zero de enxofre”, avalia Barata. “Esperamos que essa empreitada toda dê certo. O governo precisa ter vergonha na cara e permitir a existência de automóveis movidos a diesel no Brasil. Poluição não é mais desculpa”, finaliza. (CAP)


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ENTREVISTA – Paulo Sérgio Javorski

Por que não utilizar a energia da biomassa como complemento? ANDRÉ RICCI,

DA

REDAÇÃO

A situação financeira pela qual o setor sucroenergético passa não é das melhores. Ruim também é o cenário energético do país, que precisa de fontes renováveis que contribuam de maneira econômica na geração de energia elétrica. A união destes dois fatores leva a uma das principais discussões envolvendo essa área no país. Por que não utilizar a biomassa como complemento na geração de energia no Brasil? É o que responde Paulo Sérgio Javorski, diretor de Mercado de Energia da CPFL Brasil, comercializadora de energia do grupo CPFL, e aponta ainda a importância do segmento neste cenário, além de destacar os benefícios da biomassa como principal motivo de sua utilização. Confira a entrevista: JornalCana: Como o senhor avalia o mercado de energia elétrica brasileiro? De que maneira o setor sucroenergético pode contribuir nessa área? Paulo Sérgio Javorski: Independentemente das deliberações tomadas pelo governo, revisões das concessões, o Brasil necessita de oferta de energia adicional de 2.400 MW médios ao ano para fazer frente ao crescimento do PIB - Produto Interno Bruto. O setor

Diretor de Mercado de Energia da CPFL Brasil, comercializadora de energia do grupo CPFL

sucroenergético já é um importante contribuinte na geração de bioeletricidade, como aponta os relatórios emitidos pela CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, que nos anos de 2011 e 2012 geraram, 10.743 GWh e 12.955 GWh respectivamente, sendo 22% do total de geração térmica do sistema interligado em 2011 e 17% em 2012. O crescimento de 2012 em relação a 2011 foi de 21%. Qual a importância desta contribuição para o país? Podemos enumerar, entre elas: menor emissão de poluentes, se comparado à queima de combustíveis fósseis; redução de

custo em relação às térmicas convencionais movidas a combustíveis fósseis; energia complementar ao regime hidrológico das hidroelétricas; não requer importação de equipamentos, em razão do domínio da tecnologia impulsionando a indústria nacional; contribuem com redução de perdas e gastos com linhas de transmissão (rede básica) por estarem perto dos centros de consumo, geração distribuída; resposta rápida na construção comparando com as usinas hidroelétricas. E para as unidades produtoras, o que se pode destacar? Melhor eficiência no balanço térmico da usina com aproveitamento do bagaço de cana para geração de vapor e acionamento de turbinas/geradores para produção de bioeletricidade para consumo próprio e exportação. Com relação a políticas públicas, o que o senhor acredita que falte para a biomassa deslanchar? Existe alguma política importante em vigência? Exatamente o reconhecimento dos benefícios associados, elencados, à produção de bioeletricidade. É de louvar a iniciativa do Governo do Estado de São Paulo desonerando ICMS - Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - de

equipamentos para o setor sucroenergético que pode representar até 8% do investimento em bem de capital. O setor reclama dos preços praticados nos leilões de energia e da forma com que é feito (regionalização/tipo de produto). Esses são os principais gargalos? Acredito que a questão principal é o reconhecimento da bioeletricidade contemplando todos os benefícios que carrega. Com isso, teremos um preço justo para o gerador e a economia agregada para o consumidor final. Dos projetos da CPFL nesta área, o que podemos dizer quanto à capacidade instalada e plano para o futuro? Temos seis projetos em operação com capacidade instalada total de 270 MW e dois no total de 100 MW em construção. Continuamos em busca de parcerias junto ao setor sucroenergético para desenvolver pipeline de oportunidades. É possível apostar que a cana terá importante papel na geração de energia do Brasil no futuro? É importante destacar que temos que levar em conta a composição dos produtos açúcar, etanol e bioeletricidade para os projetos de greenfield, nos casos de retrofit (renovação e modernização dos parques existentes) a oferta é real dado uma política que atenda a relação de custo e benefício.


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Energia da biomassa continua no banco de reservas PAC deve disponibilizar R$ 1 trilhão até 2023 na área de energia; Governo não confirma participação do setor canavieiro ANDRÉ RICCI,

DA

REDAÇÃO

Prova de que o setor sucroenergético não é prioridade para o governo na geração de energia é que, no dia 29 de julho, o ministro Edison Lobão informou que o país deverá investir R$ 1 trilhão nos próximos dez anos em energia. O aporte é proveniente dos empreendimentos previstos no PAC Programa de Aceleração do Crescimento. O JornalCana entrou em contato com o Ministério de Minas e Energia para apurar se a cana-de-açúcar também será contemplada pelo investimento, tendo a biomassa como foco. Não obteve resposta.

No início de julho, o governo brasileiro determinou o desligamento das 34 usinas térmicas movidas a diesel e a óleo. A ação, segundo Lobão, deve gerar uma economia ao sistema elétrico de cerca de 1,4 bilhão de reais por mês. As usinas movidas a óleo ou diesel estavam funcionando desde outubro de

2012, época em que os níveis de armazenamento das hidrelétricas estavam baixos. "As chuvas vieram na medida das nossas expectativas. Os reservatórios estão cheios e, com exceção do Nordeste, os demais reservatórios estão muito bem", disse Lobão. Em meio ao problema, o setor

sucroenergético segue com sua capacidade em gerar energia limpa e barata para o país parada. Para o deputado federal Arnaldo Jardim, com planejamento, todo este cenário poderia ter sido evitado. “O governo acionou as usinas movidas a óleo, carvão e gás natural. Isso poderia ter sido evitado caso houvesse uma política mais clara de aproveitamento das energias renováveis. É importante ressaltar que as usinas de gás natural continuam operando, uma vez que sabemos que esse gás é muito mais vantajoso estruturalmente caso fosse ele destinado ao consumo residencial”, afirmou. O parlamentar ressalta ainda a maneira com que os leilões de energia são feitos no país, deixando de lado as vantagens de cada tipo de produto. “As vendas deveriam ser feitas por fonte e região. Hoje, por exemplo, se faz um leilão em que a energia eólica, situada muito distante dos centros de carga e com uma dose de instabilidade, concorra sem que esses fatores sejam considerados”, finaliza.

ENTREVISTA - Zilmar José de Souza

Biomassa da cana pode, sim, ter espaço na matriz energética nacional Para o gerente de Bioeletricidade da Unica – União da Indústria de Cana-deAçúcar, Zilmar José de Souza, a atitude do governo em desligar 34 usinas térmicas movidas a diesel e a óleo, mostra que a biomassa pode, sim, ter seu espaço na matriz energética nacional. O representante considera, porém, que o segmento precisa se preparar para que, caso seja requisitado, supra a crescente demanda de energia elétrica. Confira a entrevista completa: JornalCana: Como o senhor avalia a determinação do governo em desligar as térmicas movidas a óleo e diesel? Zilmar de Souza - Em maio deste ano, segundo a CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, as térmicas a óleo combustível geraram 1.835 GWh. Essas térmicas vinham de um patamar médio mensal, antes de setembro de 2012, da ordem de apenas 230 GWh. Foi um salto oneroso para garantir o suprimento nacional de energia elétrica. Mas a biomassa, que na entressafra, também tem um padrão de ofertar algo como 230 GWh, no início da safra veio com força total, gerando no mesmo maio deste ano 1.879 GWh, superior à geração total das térmicas a óleo combustível. Entendo que a bioeletricidade foi peça importante para o governo federal tomar esta decisão de desligar as térmicas poluentes e mais caras. Mostrando a importância estratégica que a bioeletricidade tem para a segurança do suprimento de energia para o Brasil. Neste cenário, de que maneira a cana-de-açúcar pode auxiliar na geração de energia no país? A bioeletricidade também tem um

Zilmar José de Souza, gerente de bioeletricidade da Unica

papel importante por evitar investimentos em transporte e perdas no sistema, pois sua geração está inserida no principal centro consumidor de energia do país, a região Centro-Sul, além do papel estratégico de complementariedade com a fonte hídrica. Talvez a pergunta seja de que maneira a cana-de-açúcar poderia auxiliar na geração de energia no país, ainda mais. Em 2012, a bioeletricidade ofertada ao sistema elétrico foi de aproximadamente 12.100 GWh. Essa geração fornecida ao sistema foi equivalente a poupar 6% da água nos reservatórios da região Sudeste e CentroOeste no período seco e crítico para o setor elétrico, além de contribuir significativamente para evitar o despacho das usinas termelétricas por razões de segurança energética ou mesmo a falta de

energia em 2012. Qual a real importância da biomassa no Brasil? Em 2012, a bioeletricidade da canade-açúcar ofertou 12.100 GWh para a rede elétrica, predominantemente no período seco, evitando o equivalente a R$ 4 bilhões em pagamentos adicionais via Encargos por Razão de Segurança Energética – mais do que foi gasto anualmente com este encargo que ressarce as térmicas despachadas para garantir o suprimento. Se mantivermos um cenário de oferta estreito nos próximos anos, uma oferta adicional de bioeletricidade, pelas características de complementaridade com a fonte hídrica, proporcionará uma considerável modicidade tarifária para o consumidor final, além da redução de

emissões de Gases de Efeito Estufa devido à sustentabilidade ambiental proporcionada pela bioeletricidade. O que é preciso para que a biomassa faça parte da matriz energética do país? A Unica estima que, considerando o crescimento da moagem, com a modernização do parque existente e o aproveitamento gradual da palhada da cana, o potencial da bioeletricidade sucroenergética seria mais de 10 vezes o que ofertamos hoje para a rede, energia equivalente à produção de três usinas Belo Monte. Para tanto, há necessidade de uma política setorial de longo prazo para a bioeletricidade, concatenada com o etanol também, pois etanol e bioeletricidade são produtos sinérgicos e, se preciso garantir a expansão do etanol na matriz energética, tenho que estimular a bioeletricidade e vice-versa. De partida, o modelo de formação de preço nos leilões regulados, nossa principal porta de entrada no setor elétrico, está completando 10 anos e necessita ser aprimorado. Precisamos inserir nesse modelo as externalidades positivas e negativas de cada fonte, o que tornaria a transparência e a competição mais justa entre as fontes e a bioeletricidade mais competitiva nos leilões regulados. Ainda há tempo para o Governo Federal, por meio de aprimoramento do modelo que determinará o custo e benefício de cada fonte (o famoso Índice Custo-Benefício) nos leilões que ocorrerão ao longo de 2013, incorporar a variável ambiental, o custo evitado de transportes e perdas elétricas, dentre outras, de forma a prover uma comparação mais adequada entre as fontes e justa para com a bioeletricidade. (AR)


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Máquina produz lenha ecológica a partir do bagaço de cana MÁRIO RIOS, FREE

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JORNALCANA

Uma máquina desenvolvida com tecnologia nacional para produzir briquetes de alta densidade que possam ser carbonizados e virar carvão comercial é o resultado de uma parceria entre o Grupo de Combustíveis Alternativos (GCA) do Instituto de Física da Unicamp, a Bioware Tecnologia e a Embrapa Agroenergia, com financiamento da Fapesp. Briquetes são blocos cilíndricos que podem ser formados através da compactação de vários resíduos vegetais como bagaço de cana, casca de arroz, palha de milho, serragem, capim, entre tantos outros gerados em atividades agroindustriais. Também conhecidos como “lenha ecológica”, este combustível de biomassa já vem substituindo a madeira em pizzarias e padarias, mas a produção de carvão a partir dele, em escala comercial, só está sendo possível a partir do desenvolvimento desta máquina, batizada de Biotor. Segundo o professor Carlos Alberto

Carlos Alberto Luengo: máquina está em fase de aperfeiçoamento da tecnologia

Luengo, coordenador do GCA, a máquina está em fase de aperfeiçoamento da tecnologia em uma beneficiadora de arroz, cuja casca é considerada o resíduo vegetal mais abrasivo que existe, ideal, portanto, para testar o desgaste do equipamento. “Nossa intenção é levá-la ao mercado, até mesmo porque não existe similar no país”, explica. Para o professor, entre os resíduos vegetais disponíveis em abundância, o bagaço da cana é dos que

mais demonstram potencial para a produção dos briquetes. Na verdade, transformar briquetes em carvão é uma ideia surgida em 2003, quando Luengo orientou Felix Fonseca Felfli em sua tese de doutorado, que procurava identificar as principais barreiras técnicas e de mercado para produzir e comercializar a biomassa torrefeita. “No forno que temos no laboratório, pensei que ao invés de

torrificar lenha, poderíamos fazer isso com briquetes para substituir o carvão vegetal. Se o briquete já substitui a lenha, porque não um substituto ecológico do carvão”, conta o professor. Ele afirma que os produtos existentes no mercado que se dizem ecológicos, na verdade são feitos de resíduos de carvão prensados, o que gera mais poluição e corte de árvores nativas, além de, em muitos casos, utilizar até mesmo trabalho infantil e escravo.

Testes comprovam viabilidade do carvão ecológico a partir de briquetes Os primeiros briquetes testados pelo pesquisador Felix Fonseca Felfli quebraram em camadas e pela fragilidade, durante o transporte, se transformariam em pó. “Descobrimos que o problema estava no processo de compactação pelas briqueteiras que existiam no país, que funcionam com pistão mecânico. O briquete pode até ser grande, mas é frágil em sua estrutura e quando aquecido, aparecem ranhuras que são feitas por cada percurso do pistão e que depois acabam se abrindo”, relata Felfli. Isso mudou quando o pesquisador descobriu briquetes produzidos com uma máquina importada, que tinham a resistência de tijolos. “Nos testes, o material ficou carbonizado sem quebrar, o que mostrou ser possível produzir carvão ecológico a partir de briquetes”, afirma Felfli. O problema agora era criar um equipamento que produzisse um briquete de alta densidade e resistência mecânica, o que depende da compressão e continuidade do processo. Como esse tipo de máquina não existia no país, Felix Felfli, após seu

Felix Fonseca Felfli: máquina do tipo extrusora

doutorado, propôs um projeto à Fapesp para desenvolver uma máquina do tipo extrusora. A briqueteira desenvolvida acabou por ser menor, mais silenciosa e de manutenção mais barata. A compactação ocorre através de uma rosca girando em alta velocidade, que vai moendo e prensando o resíduo vegetal, não deixando nenhuma fibra à mostra. E é justamente

este movimento que causa o desgaste das peças. “Isso me trouxe de volta à Unicamp, para que pudesse aperfeiçoar a tecnologia com peças e outros materiais. E a casca de arroz, por ser o resíduo vegetal mais abrasivo que existe, é perfeita para aferir o tempo de vida útil da briqueteira. Se ela resistir com a casca de arroz, isso valerá para qualquer outra matéria-prima”, avalia o pesquisador. Além das unidades sucroenergéticas que produzem bagaço de cana em abundância, há diversas outras fontes de matéria-prima para a produção dos briquetes. Só no Estado de São Paulo, são aproximadamente duas mil fábricas de móveis, que produzem 500 quilos de serragem por hora. Outra vantagem interessante do briquete é a densidade: são cem quilos de bagaço de cana por metro cúbico, enquanto o briquete chega a uma tonelada. Isso facilita muito o transporte do produto para eventuais compradores até mesmo do exterior, principalmente a Europa, onde se queima muito carvão mineral. Como os resíduos usados na

fabricação do briquete não levam produtos químicos como tintas, vernizes e colas, ele pode ser utilizado como combustível na indústria alimentícia, além de pizarias, padarias e churrascarias. Também substitui a lenha em caldeiras de abatedouros e lavanderias, além do aquecimento de água em hotéis e similares. Produz menos cinza e fumaça que a lenha, além de ter alto poder calorífero e regularidade térmica, o que acaba por reduzir o custo da geração de energia. A tecnologia de compactação de resíduos vegetais não é nova e no Brasil se difundiu a partir dos anos 30, quando algumas empresas passaram a comercializar máquinas com pistão mecânico, mas em quantidade pequena. Com a crise do petróleo nos anos 70, o interesse pelos briquetes para combustível em lugar de óleo aumentou, mas depois, com a volta dos preços a níveis menores, o interesse diminuiu novamente. Agora, a preocupação é ecológica e a tecnologia que é nova, visa reduzir o corte de árvores, e assim evitar que elas virem não apenas lenha, mas também carvão. (MR)


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Gigantes do mercado de etanol 2G se movimentam para construir fábricas O etanol de segunda geração, ou celulósico, é um combustível que pode ser produzido a partir do bagaço ou da palha da cana-de-açúcar, de restos de madeira, sabugo do milho ou palha de trigo, e qualquer outra matéria-prima que tenha celulose na sua composição. Além de ser um combustível menos poluente, ele não compete com os alimentos, daí vem grande parte de seu prestígio. A corrida tecnológica do produto está na reta final e gigantes do mercado mundial já estão se movimentando para construir suas fábricas. O Brasil tem grande potencial na produção do combustível, devido ao clima favorável e à matéria-prima abundante. Por aqui, a GranBio, empresa controlada pela família Gradin com participação do BNDESPar, está investindo R$ 350 milhões na construção da1ª planta 2G do hemisfério Sul para este fim, em São Miguel dos Campos-AL, na área industrial da Usina Caeté, onde será instalada uma central termelétrica em parceria com o grupo empresarial Carlos Lyra. Para ajudar no projeto, a GranBio contratou a Sanardi, empresa formada pelos sócios Carlos Santos, César Finardi e Felipe Prata, e responsável pelo fornecimento de equipamentos e painéis

elétricos para toda a planta industrial e UTE da refinaria, que terá capacidade para produzir 82 milhões de litros de etanol. A empresa Sanardi é especializada na Integração de Sistemas de Energia, com foco na geração e cogeração de energia. Ela busca desenvolver soluções completas e customizadas para seus clientes, utilizando conceitos inovadores, que proporcionam mais segurança, flexibilidade e respeito ao meio ambiente, atributos necessários para um projeto de tal magnitude. Perguntado sobre a participação no projeto, o diretor comercial da Sanardi, Berilo Bezerra, disse “A Sanardi é uma empresa em franco crescimento, que vem participando de grandes projetos, especialmente no Setor Sucroenergético. E para nós é uma grande honra participar deste projeto pioneiro da GranBio”. “Com certeza este é mais um fornecimento que nos credencia como um dos grandes players do Setor Sucroenergético”, concluiu. Se depender dessas grandes empresas, o sucesso do Brasil na produção de etanol celulósico está garantido. Sanardi 16 3226.2555 www.sanardi.com.br

Berilo Bezerra, diretor comercial da Sanardi


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Aditivo natural pode acelerar escalada do biodiesel MÁRIO RIOS, FREE

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JORNALCANA

Um aditivo natural que reduz a possibilidade de entupimento do motor causado pela adição de biodiesel ao diesel de petróleo é o resultado de uma pesquisa realizada pelo químico Rodrigo Alves de Mattos no Instituto de Química (IQ) da Unicamp. O produto, conseguido a partir de resíduos de casca de cítricos e resinas de árvores utilizadas na indústria de papel e celulose, permite que o biodiesel possa ser produzido a partir de gordura animal, matéria-prima mais barata que as vegetais, mas que possuem uma menor capacidade de fluidez. Esta falta de fluidez pode impedir o escoamento do biocombustível do tanque até a câmara de combustão do veículo, ocasionando desde pequenas falhas até sérios estragos ao motor. Além da matériaprima empregada em sua produção, o entupimento pode ser causado também por condições de temperatura e pressão atmosférica. Quando o biodiesel é produzido a partir de insumos mais baratos, como a gordura animal, o risco de entupimento aumenta. No caso de origem vegetal, como soja ou girassol, por exemplo, a fluidez aumenta, mas o produto torna-se mais caro, pois estas matérias-primas também são usadas na alimentação humana. “O aditivo natural que nós desenvolvemos procura

Rodrigo Alves de Mattos: aditivo eficiente e barato

resolver exatamente este problema do custo, e ele também é barato”, informa Mattos. O pesquisador afirma que a utilização do aditivo tem diversas vantagens e que a mistura já pode ser produzida comercialmente por empresas interessadas. “O uso do aditivo natural permite que insumos menos nobres sejam empregados

na produção do biodiesel, caso dos obtidos da gordura animal, deixando os vegetais destinados à alimentação humana livres da competição. Outra vantagem é a ampliação da porcentagem da mistura no diesel de petróleo, que atualmente é de 5%, conhecido como B5”, assegura. A fórmula desenvolvida por Mattos em

seu trabalho de doutorado apresentou 80% de redução do ponto de entupimento do biodiesel pesquisado. O aditivo já tem pedido de patente requerida junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) pela Agência de Inovação Inova Unicamp. A pesquisa foi orientada pelo professor Matthieu Tubino, também da universidade.


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Aditivo resolve problema de entupimento do biodiesel no filtro de óleo Um dos principais problemas que têm inviabilizado o aumento do percentual de biodiesel misturado ao diesel, é justamente o entupimento. Para que este risco seja minimizado, o biocombustível acaba sendo produzido a partir de óleos vegetais, aumentando seu custo. Rodrigo Alves de Mattos explica que a possibilidade de entupimento do biodiesel no filtro de óleo do motor aumenta à medida que a temperatura ambiente diminui. “A gordura animal se solidifica primeiro que os óleos vegetais, com a redução da temperatura. Porém, como temos abundância dessa matéria-prima no país, por causa do alto consumo de carne, ela tem baixo custo de produção e acaba sendo bastante utilizada”, analisa. O trabalho desenvolvido pelo químico mostrou que a mistura B5, com biodiesel feito a partir de gordura suína, teve ponto de entupimento em 7º C. No caso da mistura B10, com 10% de biodiesel no óleo diesel, o entupimento ocorreu em torno de 14ºC. Já o B20 entupiu o motor com a temperatura ambiente de 20ºC, o que inviabilizaria seu uso num país de clima tropical como o Brasil. Já com o aditivo natural, o B20 teve seu ponto de entupimento reduzido para 10ºC. “Até mesmo no B5, mistura utilizada atualmente, conseguimos reduzir para o mesmo ponto de entupimento do diesel comum, que é de 5ºC. No geral, nas fórmulas que patenteamos, ocorreu uma redução de 80% na possibilidade de entupimento do motor”, afirma Mattos. A adoção do aditivo viabilizaria a introdução imediata da mistura B10 e transformaria as gorduras suína, bovina e até mesmo restos de cozinha industrial em insumos importantes na produção do biocombustível, além de reduzir potenciais

fontes de poluição ambiental. Segundo o pesquisador da Unicamp, outra vantagem do aditivo é a utilização de resíduos da produção do suco de laranja, no caso a casca, da qual se extrai o limoneno, que serve como solvente em algumas aplicações de limpeza, e do papel e celulose, de onde se tira a terebintina, uma resina que é um subproduto usado principalmente na indústria de tintas, como removedor. “Isto incentivaria a química verde e a utilização de produtos mais naturais na indústria petroquímica, tornando os combustíveis consumidos no país também mais verdes”, defende Mattos. O consumo de diesel derivado do petróleo é de cerca de 800 bilhões de litros anuais em todo o planeta. No Brasil, o óleo diesel responde por 50% de todo o combustível comercializado. Em 2011, foram consumidos 52 bilhões de litros internamente, o que corresponde a 6% da demanda mundial do produto. Já em relação ao biodiesel, em todo o mundo são produzidos 16 bilhões de litros a cada ano, e metade deste volume na Europa. O Brasil produziu 3,2 bilhões de litros em 2011, o que corresponde a 20% do total. No entanto, o país já tem capacidade instalada para produzir e implementar a mistura B10, com 10% de biodiesel, imediatamente no diesel de petróleo, o que equivaleria a um volume de 5,2 bilhões de litros aproximadamente. Além dos entraves políticos, o ponto de entupimento do produto feito a partir de gordura animal é um dos principais empecilhos para que isto ocorra. Por isso, o uso do aditivo natural poderá ser uma boa alternativa para o problema, uma vez que a tecnologia já está disponível e é de baixo custo. (MR)

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Banco genético mundial terá centro no Brasil Essa é a terceira coleção de germoplasma do mundo; os outros estão localizados na Índia e nos Estados Unidos ANDRÉ RICCI,

DE

SÃO PAULO, SP

O Brasil, maior produtor de cana-deaçúcar do mundo, receberá um novo banco genético com variedades de todo o mundo. A informação foi passada durante evento realizado na cidade de São Paulo, capital, no fim de junho, pelo coordenador do Centro de Cana do IAC, Marcos Landell. A novidade permite representar toda variabilidade do “Complexo Saccharum”, além de outros gêneros que auxiliam o desenvolvimento da cana. De acordo com o especialista, que junto ao chairman do Breeding de Melhoramento Genético, Raul

Marcos Landell: questão estratégica

Castilho, encabeçou o projeto, essa é a terceira coleção de germoplasma do mundo. Os outros dois estão sediados na Índia e nos Estados Unidos. “É uma questão estratégica. Além de antecipar alguns pontos, é possível combater doenças que hoje são resistentes e atrapalham nossos canaviais. Se não tivermos este recurso, podemos ficar expostos a problemas graves. Somos os maiores produtores de cana-de-açúcar, nada mais justo do que termos essa coleção no Brasil”, destacou Landell. Já Castilho ressalta a importância do

projeto para toda América Latina, que no futuro, pode depositar na cultura seu crescimento sustentável. “A criação do germoplasma no Brasil favorecerá os pesquisadores latinos e contribuirá para o desenvolvimento de variedades mais resistentes a doenças e também mais produtivas, pois ele estará aberto para todos”, afirma. O banco deverá contar com mais de duas mil variedades oriundas de todo o mundo e deve receber apoio dos principais centros de pesquisa e empresas que trabalham com melhoramento genético do

país. “Cada centro tem seu foco de pesquisa e pode contribuir muito com suas variedades para o banco genético”, diz Landell. A localização da novidade ainda não foi definida. As negociações caminham para que o Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto, SP, seja o local. A previsão é de que, em até três anos, o novo banco genético entre em funcionamento. “Independentemente do local, nosso objetivo é promover uma gestão compartilhada deste projeto”, conclui o pesquisador.


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Mercado de etanol brasileiro precisa aprender com o do gás de xisto Mercado de gás natural vive revolução por meio da viabilização técnica e econômica da extração de gás não convencional ALESSANDRO REIS,

DE

SÃO PAULO, SP

O gás de xisto, produto natural que pode ser encontrado preso dentro de formações de xisto argiloso, vem se tornando uma fonte cada vez mais importante de gás natural nos Estados Unidos desde o início deste século, além de possuir grandes potenciais no resto do mundo. A indústria petroquímica norteamericana desponta com força graças ao auge do gás de xisto. Após anos de queda, sacudindo o mercado em todo o mundo e gerando preocupação na Ásia e na Europa, o mercado de gás natural vive uma revolução, proporcionada pela viabilização técnica e econômica da extração de gás não convencional, provocando aumento da oferta e, consequentemente, redução de preço no mercado americano. O caso do gás de xisto nos Estados Unidos é notável, pois sua produção era insignificante até 2005. Hoje é responsável por 23% da produção americana de gás

Aprendendo com o gás de xisto

natural e nos próximos 20 anos deve alcançar 50% do total, explorando as reservas tecnicamente recuperáveis de 93 bilhões de barris equivalentes do petróleo do país. A pujança desse segmento também deve se espalhar para outros mercados, dentre eles, o brasileiro. Especialistas que estiveram no Ethanol Summit, evento promovido pela Unica — Unidão da Industria de Cana-de-

açúcar, realizado em 27 e 28 de junho último, em São Paulo, dividem opiniões sobre como o "shale gas" pode interferir no mercado de etanol. De acordo com o secretário de Acompanhamento Econômico Adjunto do Ministério da Fazenda, Rutelly Marques da Silva, a descoberta do gás de xisto, pode mudar o papel do etanol na matriz energética brasileira. "A viabilidade destas reservas pode colocar o GNV — Gás

Natural Veicular, como um concorrente ainda mais agressivo, do que a gasolina, para o etanol", afirmou Rutelly. Vasco Dias, CEO da Raízen, discorda da afirmação. Para ele, o GNV irá enfraquecer a competitividade de combustíveis fósseis, sobretudo, a da gasolina. Mas a opinião mais contundente apresentada no evento foi a de Adriano Pires, diretor da CBIE - Centro Brasileiro de Infraestrutura. Ele apontou para o exemplo da revolução causada pelo mercado de gás de xisto, como modelo a ser seguido pelo mercado de etanol brasileiro. "Há três anos nós não estaríamos falando da revolução do “shale gas” nos Estados Unidos, que é algo fantástico. Ninguém falaria que em tão pouco tempo 30% da energia americana viria do gás de xisto. O mercado de etanol brasileiro deve aprender com este exemplo". Pires destaca que os americanos avançaram, pois as intenções do governo americano em relação ao gás de xisto são claras. "Aqui ninguém sabe nada. Aliás, desde 2008, é claro o apoio do governo à gasolina em detrimento ao etanol. Precisamos saber se vai continuar assim”, observou. Pires acredita que o etanol tem tamanho potencial para o Brasil, quanto o gás de xisto para os Estados Unidos, sendo assim, governo e setor devem ler a cartilha do mercado de gás de xisto e aprender com ela.


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SAÚDE & SEGURANÇA

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GSO se reúne pela terceira vez em 2013 Encontro aconteceu durante a Expo Proteção, realizada em São Paulo no início de agosto ANDRÉ RICCI,

DA

REDAÇÃO

O GSO - Grupo de Saúde Ocupacional da Agroindustria Sucroenergética realizou no último dia 1º de agosto o seu 3º Seminário Nacional em 2013. Desta vez, o evento aconteceu durante a Expo Proteção, feira realizada na cidade de São Paulo, capital, que reúne diversos profissionais da área de segurança no trabalho. Defensor de que mudanças ocorrem a partir do diálogo, o presidente do Grupo, Mário Márcio, ressaltou a importância do evento, que tem como base, a disseminação de conhecimento entre os participantes. “Estes encontros são importantes não só para o setor sucroenergético, mas também para os participantes de outras atividades econômicas. O objetivo é contribuir para o crescente conhecimento dos colaboradores, buscando sugestões e soluções que agreguem valor no dia a dia das empresas”. O evento contou com cerca de 50 pessoas. Entre os temas de destaque estiveram o debate sobre as exigências das NR -10, NR-20, NR-33, da ANP, da Cetesb e dos seguros, além da palestra sobre dimensionamento de dispositivos para movimentação, elevação e fixação de cargas e inspeções preventivas em cintas de poliéster, cabos de aço, correntes e acessórios. Ao ser questionado sobre a qualidade

MÁRIO MÁRCIO RECEBE O PRÊMIO NAGIB Ao final do evento, Mário Márcio teve seu trabalho reconhecido pelo Prêmio Nagib, voltado aos profissionais da área de segurança do trabalho. “Quero dividir esta imensa felicidade por mais este prêmio. Trabalhamos sempre em prol da segurança dos colaboradores”, disse o presidente do GSO.

dos temas, Mário, que também é gerente do departamento de SST da Usina Guaíra, se mostrou satisfeito. “Posso afirmar que o nível dos palestrantes e temas escolhidos foram fundamentais neste evento. Eles contribuíram muito para o sucesso do encontro, fazendo com que os profissionais pudessem presenciar fatos importantes que podem e devem ser aplicados no dia a dia”. O GSO, fundado em 1986, realiza reuniões bimestrais com a finalidade de trocar experiências na área e fornecer subsídios para capacitação e aprimoramento profissional. O grupo conta com representantes de usinas, companhias agrícolas, fornecedores e prestadores de serviços do setor, consultorias e entidades públicas e privadas de Segurança e Saúde no Trabalho. A próxima reunião do GSO acontece no dia 27 de setembro, no Senac, em Uberlândia, Minas Gerais. Mais informações através do site www.gso.org.br.


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ProCana Brasil foi a primeira empresa canavieira a receber a SA 8000 Norma é reconhecida mundialmente como a mais aplicável ao ambiente de trabalho ANDRÉ RICCI,

DA

REDAÇÃO

Responsabilidade social e sustentável. Estes são termos que ganharam espaço no mundo globalizado, mas que ao longo dos anos, nunca saíram do foco da ProCana Brasil. A empresa, líder na difusão de informações do setor sucroenergético, acumula prêmio e ProCana Brasil certificações nesta área. foi a primeira Em 1999, por empresa do exemplo, surpreendeu setor a receber o mercado ao ser a a certificação primeira empresa fora SA 8000 das capitais a receber o Selo Abrinq, organização social que, desde 1990, trabalha para que os direitos de crianças e adolescentes sejam respeitados. Em 2004, tornou-se a primeira empresa do mundo na área de informações a receber a certificação SA 8000, norma internacional

Equipe ProCana Brasil em 2013

que define os requisitos referentes às práticas sociais do emprego por fabricantes e seus fornecedores. “Esta é a prova da responsabilidade social no setor. A certificação confirma os valores e ética já trabalhados anteriormente na ProCana Brasil, e demonstra que estamos à frente das demais que não estão fazendo sua parte", disse, na época, Josias Messias, presidente da ProCana Brasil. A norma é reconhecida mundialmente como a mais aplicável ao ambiente de trabalho, e pode ser auditada em qualquer porte de organização, em qualquer localidade geográfica e setor industrial.

De acordo com Messias, que em 2013 completa 25 à frente da ProCana Brasil, a empresa foi escolhida por gerar um processo de conscientização, participação e compromisso por parte dos colaboradores, que foram, em sua opinião, os verdadeiros responsáveis pela conquista do certificado. “Quem constrói uma empresa não são máquinas, mas pessoas, por isso temos que fazer o possível para que se sintam valorizadas e atuantes. A empresa deve mostrar que essa certificação é saudável, produtiva e possível, já que empresas de qualquer porte devem ter responsabilidade social”, frisou na época.

CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL SA 8000 Requisitos Não utilização do trabalho infantil e escravo; Adoção de critérios de saúde e segurança no ambiente de trabalho; Liberdade aos funcionários de associação ou filiação sindical; Repressão aos atos de discriminação de qualquer espécie; Definição de prática disciplinares; Embasamento nas leis trabalhistas no que se refere ao horário de trabalho; Remuneração e implantação de sistemas de gestão.


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JornalCana é quem conta e acredita Com a preocupação social enraizada em seu DNA, a ProCana Brasil mantém ações reconhecidas pelo mercado. Em 2003, foi contemplada pelo “Prêmio Cidadania Brasil de Exportação”, na categoria “Ação Social”, por estar em conformidade com o requisitos do evento, que são zelar pela assistência a saúde, segurança do trabalho, vida familiar, econômica, moral e social de seus empregados. Um ano depois, as ações ganharam ainda mais destaque quando a empresa foi a primeira do mundo no ramo de informações e eventos a receber a certificação SA 8000, norma internacional que define os requisitos referentes às práticas sociais do emprego por fabricantes e seus fornecedores. “A certificação SA 8000 é extremamente difícil, muito rigorosa. Ela aplica os mesmo conceitos da ISSO 9000 em todas as áreas da empresa. Investimentos cerca de R$ 50 mil e o que percebemos é que foi muito bom para a conscientização da empresa e para o nosso modelo de negócio”. Já em 1999, a ProCana Brasil foi premiada pelo Prêmio Festgraf, promovido por uma das mais antigas associações de publicitários da América do Sul, a APP. Na ocasião, a contemplação veio pelo trabalho elaborado junto ao JornalCana, sua principal mídia. “Trabalhamos com um produto diferenciado. Trata-se de um jornal em seu formato com qualidade de

Reprodução do certificado do Prêmio Festgraf conferido à ProCana Brasil

revista. Isso surpreendeu o público. Foi a única vez que participamos e vencemos”. Todas estas premiações e

certificações atestam a qualidade e compromisso da ProCana Brasil em oferecer em todas as suas publicações

informações sérias, que visam o desenvolvimento e a pungência do setor sucroenergético. (AR)


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JORNALCANA DÁ O MAIOR IBOPE DA REDAÇÃO

O JornalCana é a publicação especializada mais lida no setor sucroenergético. É o que indica a pesquisa do IBOPE, que entrevistou 89% dos diretores e gerentes de usinas e destilarias de todo o Brasil. A pesquisa foi apresentada oficialmente aos colaboradores do JornalCana, por Mariana Saes, da área de Atendimento e Planejamento do Ibope. "A metodologia utilizada comprova a liderança do JornalCana de forma inequívoca, especialmente nas respostas espontâneas, quando o entrevistador não apresenta nenhuma alternativa ao entrevistado", disse Mariana. Diante da pergunta: Pensando agora nas publicações especializadas sobre o Setor Sucroenergético, sejam em papel ou virtuais, qual é a sua principal fonte de informação? O JornalCana foi considerado como a principal fonte de informação sobre o setor para 39% dos entrevistados. O resultado mostra que o JornalCana foi 3,25 vezes mais indicado do que o segundo veículo de informação citado na pesquisa. A pesquisa também demonstra que os empresários e profissionais das usinas fazem questão de pagar para receber e ler o

Mariana Saes, da área de Atendimento e Planejamento do Ibope

JornalCana todos os meses. Segundo o IBOPE, 98% dos entrevistados afirmaram ser assinantes do JornalCana.

A pesquisa revela ainda diversos dados importantes sobre o perfil e comportamento dos executivos do setor.

Comprova também os altos índices de leitura e satisfação do público com o JornalCana.


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MASTERCANA É A MAIOR PREMIAÇÃO DO SETOR Não bastasse ser a maior fonte de informação do setor sucroalcooleiro do País, o JornalCana também é o responsável há 22 anos consecutivos pela pesquisa,

organização e entrega do Prêmio MasterCana. Por meio desta consagrada premiação, a ProCana Brasil, empresa que edita o JornalCana, reconhece o mérito daqueles que trabalham em favor da agroindústria canavieira.

As premiações acontecem em três edições: MasterCana Centro-Sul, em Sertãozinho; MasterCana Brasil, em São Paulo; e o MasterCana Nordeste. Neste ano as datas de entrega do Prêmio MasterCana são estas: MasterCana Centro/Sul, já acontecido em 26 de agosto,

no Maison VS, em Sertãozinho, SP; MasterCana Brasil, no dia 21 de outubro, em São Paulo, SP; e o MasterCana Nordeste, no dia 26 de novembro no Recife, PE. Maiores informações com Rosemeire (rose@procana.com.br ou pelo fone 16-3512.4300).


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O JornalCana, na opinião dos homens do setor e sinto honrado em ter ajudado uma pessoa, no caso o Josias, que montou sua organização e soube conduzir este trabalho, sendo o porta-voz do setor. Você, Josias, democratizou a atividade da agroindústria canavieira. Com artigos da área agrícola, industrial, convocações políticas, publicidades, enfim, no Jornal temos tudo que a cadeia precisa. O JornalCana chega aos governantes, ao exterior, é uma referência” Ricardo Caiuby de Faria, diretor da Sucral

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s principais diferenciais do JornalCana são a transparência das notícias e a defesa de um dos principais setores das indústrias, que é um dos setores que mais emprega e gera renda ao nosso país. Da defesa e posicionamento sempre a favor do setor ligado à cana-deaçúcar. Espero que isto sensibilize o atual governo para a necessidade da retomada do seu desenvolvimento, com a adoção de políticas públicas adequadas e necessárias”. Tarcisio Mascarim, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Piracicaba

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Edra do Brasil acompanha a trajetória de trabalhos publicitários e técnicos do setor agroindustrial com qualidade e

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responsabilidade criando uma confiabilidade para o anunciante e o leitor. A Edra é a prova viva dos resultados conquistados nestes 25 anos através da parceria com o JornalCana desde sua primeira edição. Mesmo em momentos difíceis para o setor de açúcar álcool, nós acreditamos e confiamos e os resultados obtivemos nesta parceria”. Ciro Zanatta, diretor da Edra diferencial e o sucesso de qualquer empreendimento depende preponderantemente da visão de seu gestor, da determinação e competência de sua equipe. No JornalCana visualizo com muita clareza o descrito acima! Gosto muito da qualidade e coerência de suas matérias, combinado com seu visual muito atrativo”. Maurício Moisés, diretor comercial da HPB Simisa

“O

credito que a seriedade com que tratou as questões ligadas ao segmento, tornou-o transparente e expôs o lado positivo da atividade sem no entanto, esconder os problemas. Provocou a classe política e inquietou o governo para que olhasse o setor de forma especial. Ajudou sem sombra de dúvidas, toda a cadeia produtiva, sem contar os profissionais que foram valorizados, destacados e premiados”. Essio Gandini Filho, consultor de gestão organizacional da Consultoria Completa

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JornalCana oferece uma eficiente e útil combinação de conteúdos. Com isso, tornou-se leitura obrigatória e referência para os que desejam se manter informados sobre tendências do mercado

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Lula gosta do JornalCana e o divulga A edição número 200 do JornalCana teve o reconhecimento explícito do Presidente Lula, conhecido defensor da energia renovável. Em 31 de agosto de 2010, no primeiro dia da feira Fenasucro&Agrocana, em Sertãozinho, SP, o maior, mais lido e melhor jornal canavieiro do Brasil, de acordo com Pesquisa Ibope, foi recebido e elogiado pelo então, Presidente Lula. Ele passava pelos estandes quando recebeu o exemplar número 200, de 252 páginas, das mãos do coordenador da redação, Alessandro Reis. Parou, folheou a publicação e, debaixo dos flashes dos fotógrafos e da admiração de sua comitiva, fez a seguinte observação: —

Gostei... vamos fazer um merchandising... E levantou a publicação para as fotos. Depois, mandou o fotógrafo oficial da Presidência dar um cartão ao coordenador da redação. E disse: — Liga pra ele depois pedindo a foto. O repórter fotográfico Fernando Battistetti que também cobria a visita, pela Multiplus Eventos, fez estas e outras imagens. Após a passagem do Presidente Lula pela feira, o episódio envolvendo o JornalCana tornou-se o mais comentado. No dia seguinte, as imagens do momento foram inseridas em telões, na feira. Foi o reconhecimento do setor às 200 edições e ao trabalho do JornalCana.

sucroenergético. O JC tem seu lugar cativo entre os executivos do Grupo USJ há muitos anos, pois acreditamos que para fazer um negócio evoluir é importante cercar-se do melhor conjunto possível de informações”. Narciso Bertholdi, diretor executivo do Grupo USJ um grande prazer estar associado com o JornalCana e sua equipe que dá ao setor uma abordagem profissional, facilitando as empresas com notícias, eventos e tendências do mercado nacional e internacional. O JornalCana chegou em nossa cultura para desempenharmos nosso trabalho diário, sem que nada fique intocado para o nosso mundo. Desejo sucesso e grande futuro para todos do JornalCana”. Wagner de Moraes, diretor da WMoraes

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JornalCana é um diferencial para o setor, uma ferramenta necessária para divulgar as informações, técnicas, inovações, e ações políticas. A publicação participou, colaborou e evolui junto com setor sucroenergético”. Alexandre Lima, presidente da AFCP e da Unida

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JornalCana evoluiu muito nesses 25 anos e se tornou um vencedor. Todos os colaboradores fazem parte dessa história de sucesso” Rosemeire Messias, coordenadora geral de eventos da ProCana Brasil

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“Um jornal que dura 25 anos precisa ter credibilidade. Veículos de informação com credibilidade ajudam os leitores, no caso, empresários agrícola e industrial, a tomarem decisões melhores, mais conscientes e balizadas. Além de ser um meio de compreensão de outros setores em relação ao sucroenergético”. Elizabeth Farina, presidente da Unica á 25 anos, acompanho e participo da trajetória do JornalCana com entusiasmo. Virou, com o passar dos anos , referência em informar os fatos e as tendências do mercado sucroenergético. Criando uma marca forte, constituiu sua estrutura no caminho da verdade, relatando com clareza e isenção, o histórico do setor ao longo desses 25 anos. Vida longa ao JornalCana, Parabéns!” Arnaldo Jardim, Deputado Federal

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onheço o JC há praticamente 20 anos, época ainda da impressão branco e preto. Uma marca que perdura no JC é o arrojo da equipe em buscar modernidade e publicar conteúdos marcantes”. Adalberto Marchiori, responsável pela comunicação e marketing do Grupo TGM

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JornalCana tem como missão “O JornalCana é um meio de comunicação divulgar os grupos do setor espetacular para o GSO”

DA REDAÇÃO

Ao comemorar 25 anos, o JornalCana celebra também sua contribuição à história do setor sucroenergético, um segmento que cresceu a ponto de conceber grupos de estudos das mais importantes áreas como a industrial, de segurança ocupacional, de recursos humanos e agrícola. O trabalho destes grupos — sempre acompanhado pelo JornalCana, como uma missão — contribuiu para que o setor amadurecesse e desenvolvesse novas tecnologias, que o transformaram em um gigante. “Um grupo de estudos que pretende disseminar seus avanços não tem meios de alcançar este objetivo se não for divulgado e com credibilidade. E esta é a contribuição do JornalCana junto ao Gegis desde seus primórdios”, observa Gilmar Galon, que é coordenador do Gegis — Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroenergético. O grupo surgiu em novembro de 2001, através da iniciativa dos consultores Eliana Canevarolo e Akira Kawakami, que perceberam a dificuldade no intercâmbio de informações entre as usinas, e mobilizaram uma forma de aproximar os gestores da área industrial, para que os problemas e soluções fossem discutidos. “As reuniões do Gegis são mensais, divididas em dois períodos. Pela manhã – com exclusiva participação dos associados –

Gilmar Galon, coordenador do Gegis

analisamos os indicadores de desempenho da safra, trocamos informações técnicas e apresentamos trabalhos desenvolvidos nas unidades. À tarde, realizamos um seminário com uma ou mais palestras, voltadas ao setor, onde participam também patrocinadores, explica Galon.

“O JornalCana é um meio de comunicação espetacular. É o mais rápido em divulgar, graças ao site e a edição impressa, que chega a todas as unidades produtoras. É informação segura, que tem agregado valor ao nosso grupo, cuja base é segurança”, comenta Mário Márcio dos Santos, presidente do GSO - Grupo de Segurança Ocupacional do Setor Sucroenergético. O grupo foi formado em 1986, como subgrupo de Segurança do Trabalho do Gerhai - Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria. Após dois anos passou a ter autonomia, mantendo o propósito de agrupar e capacitar os profissionais da área, por meio de encontros técnicos realizados nas usinas. De acordo com Mário Márcio, que trabalha há 16 anos no setor, a competência e a credibilidade do JornalCana são indiscutíveis. Ele conta que em 2005 a matéria publicada sobre a reunião que abordou a NR 31 levou o grupo a repetir o tema em outras reuniões. “A informação se espalhou e outras unidades me ligaram para reprisar o assunto. Na Usina Santa Cruz, em Américo Brasiliense, SP, houve superlotação. Foi preciso conseguir cadeiras a mais para Mário Márcio dos Santos, comportar os participantes, recorda. coordenador do GSO

Gerhai tem parceria notável com o JornalCana

Cobertura do JornalCana ampliou audiência do Gmec

O Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria – Gerhai nasceu no dia 31 de outubro de 1986. Suas primeiras reuniões aconteceram na cidade de Piracicaba, SP. Foi ali, sob a tutela de seus fundadores, dos quais se destacam Jackson Tadeu, Mário Ibide, José Darciso Rui e Fernando Vicente, que o Gerhai cresceu até se fazer notável no setor. Inicialmente, reunia 16 usinas. Atualmente são mais de 120 unidades agrupadas. Para José Darciso Rui, atual diretor executivo, o JornalCana protagonizou um papel fundamental no crescimento e consolidação do grupo. “O jornal foi vital ao Gerhai, especialmente a partir da virada do século, em razão das entrevistas e de todo apoio que dedicou ao grupo”, lembra Rui. De acordo com ele, o envolvimento do JornalCana com o Gerhai cresceu ainda mais em 2003, ao organizarem em conjunto o 1º Seminário de Sustentabilidade e Gestão de Pessoas no Agronegócio. Mas a parceria tornou-se definitivamente notável em 2008, quando a ProCana Brasil – empresa que edita o JornalCana – passou a incluir dentro do já conceituado Prêmio MasterCana, a categoria MasterCana Social, recebendo 50 cases de usinas de todo o Brasil, dos quais 9 foram laureados. A combinação JornalCana e Gerhai continua dando o que falar, ou melhor, o que ler. “Percebemos

Melhorar o contato com fornecedores de serviços, peças e equipamentos. Reciclar conhecimentos, trocar experiências e ampliar o leque de fornecedores. Estas foram as premissas que levaram o então funcionário da extinta Usina Santa Lydia, Dário Sodré, a fundar em 1986 o Grupo de Motomecanização do Setor Sucroenergético. O grupo se reúne mensalmente com profissionais da área de mecanização das usinas e promove um grande encontro anual, com um tema pré-estabelecido desde o início do ano. A exemplo do que ofereceu aos outros grupos, o JornalCana colabora desde o início com o Gmec. “Para nós o JornalCana é fundamental, pois divulga o

que acontece em nosso grupo, dando credibilidade e oportunidade, sobretudo sendo transparente e imparcial com as informações publicadas”, afirma Luiz Antonio Bellini, que há 3 anos preside o Gmec. Bellini recorda que em 2007 ao organizarem um seminário sobre plantio mecanizado, a cobertura do jornal ampliou a audiência do evento em 1.000%. Ele conta: “Dividimos o seminário em 6 reuniões mensais, tratando temas, como: variedades, preparo do solo e plantadoras. Na primeira reunião tínhamos um contingente de 40 pessoas, a cada divulgação do evento no jornal o número de participantes aumentava.

Beatriz Resende, atual presidente do Gerhai

que várias unidades adotaram e aperfeiçoaram seus processos de gestão de pessoas, graças à leitura das matérias publicadas no jornal com abordagens do Gerhai. O grupo atualmente está sob a tutela de sua presidente Beatriz Resende, que tem conduzido com maestria o conteúdo das reuniões e acrescentando sua longa experiência em recursos humanos. Fizemos a última reunião com cerca de 500 pessoas. É por coisas assim que queremos o JornalCana eternamente conosco”, exagera.

Luiz Bellini, presidente do Gmec


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Braço dado com o setor, na alegria ou na tristeza Em 1999, a crise do setor sucroenergético foi exaustivamente reportada nas páginas do JornalCana, através de editoriais, matérias jornalísticas e artigos elaborados pelos maiores especialistas do segmento, desde empresários até autoridades políticas da época. O descompasso do mercado de açúcar e álcool exigiu empenho do jornal, que manteve sua tradição de não esmorecer diante das crises cíclicas enfrentadas pelo setor. O último desafio foi a crise econômica mundial desencadeada no segundo semestre de 2008, cujas farpas foram sentidas pelas usinas e indústrias fornecedoras. Na ocasião, a falta de crédito travou investimentos, quebrou planejamentos financeiros, cancelou contratos e trouxe insegurança ao mercado. No entanto, a pujança do setor driblou a crise. O JornalCana se adaptou, estendeu a mão para ajudar parceiros e manteve sua consolidação. O mesmo ocorreu na década de 1990, quando o governo promoveu a desregulamentação gradativa do setor, provocando uma desestabilização de mercado. A coordenação das atividades produtivas e comerciais do segmento sucroenergético ficou nas mãos do governo até 1990, quando foi extinto o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) e os preços do

Editorial mostrava o otimismo do JornalCana, mesmo diante de uma crise importante

açúcar foram liberados. No decorrer da década, os preços da cana e do álcool também ficaram livres. Em 1999, porém, houve super oferta de álcool, num cenário de preços muito baixos. A crise atingiu o auge. Na ocasião o JornalCana noticiou vários eventos realizados para alertar a sociedade e o governo sobre os problemas do setor. Publicou, por exemplo uma

coluna em parceria com a Unica que apoiava, entre outros itens, a desregulamentação efetiva do setor. Também naquele ano, houve manifestações nos municípios canavieiros, fechamento de rodovias na região da Alta Paulista, distribuição de álcool por destilarias, além do Dia Nacional de Luta pelo Emprego, em Brasília, DF.

Crise virou estímulo A crise de 1999 estimulou a criação da Brasil Álcool SA (BA), iniciativa empresarial implantada em fevereiro daquele ano com objetivo de retirar o excedente de álcool do mercado interno. Houve uma integralização de capital correspondente a 1,3 bilhão de litros, no valor de R$ 0,25 por litro, perfazendo R$ 325 milhões. Só no primeiro dia, a BB captou 950 milhões de litros referentes a 123 usinas do Centro-Sul. Na ocasião, o JornalCana registrou diversas entrevistas e reportagens que mostravam o entusiasmo de empresários como Maurílio Biagi, Rubens Ometto, entre outros, com os resultados da BA e BBA, que mostraram a necessidade de se ter sistemas de comercialização conjunto. No entanto, menos de dois anos após a criação da BA e BBA, o governo passou a questionar a legalidade das atividades das entidades. Ambas receberam parecer negativo de continuidade do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça.


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JornalCana faz a própria história contando a dos outros Ao longo destes 25 anos, o JornalCana teve participação importante em boa parte da trajetória de inúmeras empresas. Uma delas foi a Engenharia e Consultoria Sucral. Hoje com nome consolidado e cada vez mais forte no mercados sucroenergéticos do Brasil e do mundo, a empresa considera o JornalCana o mais importante veículo de comunicação do setor e atribui parte de seu sucesso à publicação, pela abrangência, relevância e credibilidade. O engenheiro agrônomo Ricardo Caiuby de Faria, sócio diretor da Sucral, lembra que o JornalCana levou a mensagem da empresa a uma infinidade de pessoas. "A presença do JornalCana é ativa e inovadora nas usinas de açúcar, destilarias, empresas de engenharia e consultoria, além de órgãos públicos ligados ao setor. "Isso, sem dúvida, permitiu um retorno em serviços dos mais variados tipos, inclusive mantendo nossa marca em constante evidência". "Desde a época em que o jovem Josias Messias - presidente do Grupo ProCana - assumiu o JornalCana, este veículo de comunicação passou a

ocupar um importante papel de liderança e se tornou o porta voz altamente qualificado do setor sucroenergético. Nós, provedores de serviços dos mais variados tipos, temos uma dívida de gratidão com JornalCana por todo o seu amplo trabalho no setor", disse Ricardo. A expectativa da Sucral é de que a empresa e o setor experimentem um crescimento vigoroso para atender as demandas requeridas de açúcar, etanol e biomassa e seus derivados para os próximos dez anos. "O JornalCana, como nosso porta voz, certamente manterá sua liderança na divulgação dos avanços tecnológicos do setor. E também vai alertar sobre os problemas técnicos e institucionais que certamente advirão, mantendo sua visão de pioneirismo". A evolução tecnológica da Smar também é registrada no JornalCana. Parceiros de longa data, a Smar e o JornalCana construíram uma trajetória de sucesso no mercado sucroenergético. A empresa de Sertãozinho, SP, sempre apostou no potencial de informação do jornal, cujo conteúdo mostrou, e continua a revelar, a evolução das tecnologias em automação industrial criadas pela companhia nas duas últimas décadas.

Capa da edição 200 do JornalCana, que destacava com exclusividade a Tecnologia Plene, utilizada na Usina Guaíra

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CAPAS E CONTEÚDOS FORMAM OPINIÃO HÁ 25 ANOS Fiel porta-voz do setor, há 25 anos o JornalCana é reconhecido como formador de

opinião, defensor das causas do setor e instrumento de mudança nas áreas política e de mercado, agrícola, industrial e

administrativa, entre outras. Selecionamos algumas das capas, edições e matérias relevantes.

FISCAL DO SETOR

INTEGRAÇÃO

REIVINDICAÇÃO

Na edição número 1 da série 2 do JC, o então presidente da Sopral, Luiz Antonio Ribeiro Pinto, dizia em entrevista que as acusações de sonegação deviam ser apuradas. E a Copercana fazia anúncio na primeira página, desejando sucesso à nova fase do JornalCana.

A edição número 2 trouxe entrevista com Cícero Junqueira Franco, então diretor superintendente da Usina Vale do Rosário. Nela, Franco abordava a busca do setor por um acordo para integração comercial do País ao Mercosul.

José Pilon, um dos grandes defensores do álcool combustível brasileiro, falou sobre a falta de incentivo ao setor, em fevereiro de 1994.

CANA CRUA

COGERAÇÃO

PA R A NÁ

José Guilherme Queiroz, das usinas Cruangi e Maravilhas, divulgava já em fevereiro de 1994, as vantagens ambientais e agrícolas de se colher cana crua. “A cana da (Cruangi) é colhida crua e o resultado é um solo protegido e fértil”, garantia.

Jairo Balbo antecipava-se às tendências e anunciava, em março de 1994, a cogeração como solução energética e rentável do futuro.

O JC número 10, de agosto de 1994, anunciava o Paraná como nova potência sucroalcooleira, tendo a bela Maringá como capital do setor no Estado.

MAIOR DO MUNDO

OLHOS DO MUNDO

NOVA GERAÇÃO

O título de maior polo sucroalcooleiro do mundo cabe mesmo às regiões de Ribeirão Preto e Sertãozinho. Era a manchete da edição número 11 do JornalCana, em setembro de 1994.

Em Setembro de 95 o JornalCana antecipava que o mundo estava de olho no álcool combustível e também anunciava a tendência de grupos nordestinos decidirem por investir no Centro-Sul.

A edição de fevereiro de 2006 apresentava ao mercado a nova geração de executivos que assumia o setor, à frente de suas unidades produtoras.

EDIÇÃO DE OURO

PERFIS

C O N Q U I S TA

Hoje está evidente que a edição número 100 do JornalCana foi denominada Edição de Ouro com justiça. Ali, antecipando-se , o JC informava que o álcool começava a recuperar sua energia.

O JornalCana publica o perfil completo do Grupo Cosan/FBA, o maior processador de cana-deaçúcar do mundo, dirigido com ousadia por Rubens Ometto Silveira Mello.

Jovens e ousados empresários partiam para investir no Oeste Paulista, transformando antigas e degradadas pastagens na segunda maior região produtora de açúcar e álcool do País, atrás apenas de Sertãozinho e Ribeirão Preto.


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ERA FLEX

C A PA D E A RTE

GARGALOS

Em junho de 2003 o JC testava e saudava a chegada do primeiro carro bicombustível do Brasil, o Gol Total Flex. Cinco anos depois estes veículos tomaram conta do País e a tecnologia flex fuel passou a correr o mundo, movida a álcool.

O JornalCana recebe a contribuição profissional de José Murad de Held Badur, editor de arte reconhecido

Em nova edição histórica e recorde, o JornalCana trouxe reportagem completa sobre o gargalo logístico e de transportes do setor. A partir de então o governo, via Transpetro, e o setor, se mobilizam para ampliar e modernizar ferrovias, portos, dutos, rodovias e hidrovias.

ENSAIOS

SOL E LUA

PORTOS ABERTOS

A melhoria genética do setor ganha novos investidores, como o Grupo Votorantim. Ainda assim, a falta de investimentos em pesquisa e desenvolvimento é gritante. É o que o JornalCana faz, grita.

O aperfeiçoamento do corte mecânico por meio de facas serrilhadas adaptadas a colhedoras recebeu maior destaque na foto para outra capa de edição recorde, produzida no cair da noite, na Usina Guaíra.

Em agosto de 2008, o JornalCana trazia especial da logística do setor no Brasil, mostrando que os portos se preparavam para a demanda mundial por açúcar e etanol.


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DESTAQUES DO SETOR

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Por Fábio Rodrigues – fabio@procana.com.br

Contuflex presente na Stock Car O mesmo etanol disponível nos postos de combustíveis da Shell em todo o Brasil, foi adotado desde 2012 como combustível oficial da Stock Car, principal categoria do automobilismo brasileiro. Desenvolvido pela Shell especialmente para o mercado brasileiro, o V-Power é hoje um dos produtos da Raízen, joint – venture entre a Shell brasileira e a Cosan. “Os consumidores de carros flex podem perceber que o mesmo combustível que abastece os veículos que eles admiram nas pistas está presente no tanque dos veículos e pode ser obtido no posto de seu bairro”, explica Alfred Szwarc, consultor da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). Por ser um combustível ecologicamente correto e permitir a sustentabilidade brasileira e de outros países produtores, diversas empresas, conscientes da importância do etanol, resolveram divulgar e patrocinar essa ideia. É o caso da Contuflex, empresa especializada em tubos flexíveis metálicos, conexões e mangueiras hidráulica. “A empresa Contuflex tem como objetivo aumentar a exposição de sua marca e fidelizar os seus clientes. Por isso decidimos apoiar essa ideia de levar a tecnologia das pistas para os carros de rua através do etanol combustível. Acreditamos no potencial do setor sucroenergético e queremos levalo junto ao pódio. Com isso, o grande vitorioso é sempre o setor de açúcar e álcool brasileiro, onde a Contuflex possui muita presença de mercado com seus produtos, justifica Marcos Lucena, diretor da Contuflex. Acreditando na força da principal categoria do automobilismo brasileiro a marca Contuflex, está presente nos carros de Rubens Barrichello, Beto Cavaleiro e Felipe Lapenna.

Equipe, clientes e amigos da empresa

Equipe Contuflex junto

Contuflex durante a Stock Car, etapa Ribeirão Preto

com Rubens Barrichello

Empresa está presente na testeira do carro de Rubens Barrichello

Usimarch lança sensor de nível indutivo Vermeer tem soluções do campo à caldeira

O sensor de nível indutivo - SNIU-100 foi desenvolvido e patenteado pela Usimarch para controlar e monitorar níveis/volumes de bagaço e outros. Sua medição é pela pressão exercida pelo produto na membrana/borracha, que automaticamente aciona através de contato mecânico o sensor indutivo, obtendo assim maior confiabilidade nas medições do processo. O sensor pode ser aplicado em shutty donelly, bicas de caldeira, silos de grãos, entre outras. Sua instalação é simples e fácil. O SNIU-100 é fixado em acrílico transparente, no tamanho e quantidade da sua aplicação e facilmente ajustável no local. O equipamento está sendo testado em algumas unidades do setor sucroenergético e tem apresentado bons resultados, quanto a confiabilidade das informações coletadas no processo, gerando aprovações e aquisições dos clientes. Patentes requeridas - PI - BR 1020130104930 - DI - BR 1020130020690 Visite o estande da empresa na Fenasucro 2013.

A Vermeer Brasil fornece tecnologias do campo à caldeira para viabilizar o aproveitamento da palha e da muda da cana-de-açúcar na cogeração de energia nas usinas. Para recolher a palhada, a solução da Vermeer é o enleirador TWIN RAKE R2800. Com abertura de até 8,5 m, é capaz de formar leiras com larguras de 1 m a 1,5 m. No enfardamento, a enfardadora cilíndrica, modelo 604SM específica para operações com palha de cana, possui componentes que suportam a abrasividade proveniente da sílica encontrada neste material. Na etapa final, o fardo é triturado com o HG6000E para, posteriormente, ser queimado na caldeira.

Destaque-se Sugestões de divulgação de lançamento de produtos, informativos, anúncios de contratações e promoções de executivos e demais notas corporativas ou empresariais devem ser enviadas a Fábio Rodrigues, email: fabio@procana.com.br


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Sermatec Zanini passa a ser licenciada pela Foster Wheeler no Brasil Setembro de 2012 entrou para a história da geração de energia brasileira com a assinatura do contrato entre a Sermatec Zanini, empresa brasileira que é uma das maiores fabricantes de caldeiras de média e alta pressão da América Latina e a Foster Wheeler, empresa norte-americana reconhecida mundialmente com a melhor tecnologia do mundo em projetos para geradores de vapor. Pelo acordo, a Sermatec Zanini passou a ser empresa licenciada pela Foster Wheeler no Brasil, aumentando consideravelmente a sua capacidade e conhecimento para atender indústrias dos setores sucroenergético, papel e celulose, óleo e gás, mineração e outros que utilizam caldeiras para geração de energia. Esta união representa o encontro de duas gigantes, formando uma nova superpotência. De um lado, a Foster Wheeler, líder mundial e detentora das tecnologias mais avançadas do mundo em geradores de vapor para leito fluidizado circulante e borbulhante, aplicações supercríticas, carvão pulverizado, lixo, energia solar, recuperação de calor, biomassas e óleo e gás, utilizando combustíveis de alta complexidade, com cinco escritórios de engenharia e quatro fábricas instaladas pelo mundo. E, por outro lado, a Sermatec Zanini, detentora do maior e mais moderno parque industrial do continente, com mais de 500 projetos de caldeiras em operação no Brasil e em diversos países da América Latina e África e única empresa nacional capaz de fornecer projetos pelo sistema turn key (chave na mão),

Luiz Biagi, da Sermatec Zanini, Eric Svendson e David Parham, da Foster Wheeler

entregando o projeto e a planta montada, inclusive com todo o fornecimento de elétrica e automação. Juntas, Foster Wheeler e Sermatec

Zanini formam uma aliança imbatível para projetos industriais quando o assunto é Leito Fluidizado Borbulhante.

Sermatec Zanini 16 2105.4422 www.sermatec.com.br


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Posicionadores inteligentes testam válvulas automaticamente Em função do uso intensivo de sistemas de instrumentação e controle, o número de válvulas automáticas tem aumentado consideravelmente, sendo muitas delas utilizadas em pontos críticos do processo, como redes de vapor e caldeiras. Essas válvulas, em geral, passam um bom tempo sem serem atuadas, às vezes por uma safra inteira. Por estarem instaladas ao tempo, ou em ambientes agressivos e corrosivos, normalmente sofrem uma degradação inerente a seus materiais construtivos e conceitos de seu projeto. Entre os motivos de falhas desses dispositivos durante sua operação estão o possível emperramento da haste, vazamentos de ar de alimentação do atuador, vedação deficiente quando totalmente fechada, integridade do conjunto válvula/atuador e do sistema de sinalização nos painéis de controle, entre outros. O ideal é que se pudesse fazer um “Teste de Curso Total” ou FST em todas as válvulas a intervalos regulares ou durante as paradas dos processos, mas como a indústria não pode parar com frequência, uma solução mais simples, barata e confiável é a adoção do PST ou “Teste de Curso Parcial”. O PST nada mais é do que movimentar a haste da válvula parcialmente a um valor pré-determinado que não cause variações significativas no processo e medir os esforços

necessários a essa movimentação. Os posicionadores inteligentes para válvulas da Smar FY400 e FY303 para redes Profibus, já incorporam em seu firmware os comandos PST para configuração pelo usuário, que incluem o valor do curso parcial e o intervalo de tempo entre testes, que pode variar de 4 minutos a 1 ano. O método utilizado pelos posicionadores Inteligentes para Válvulas FY400 e FY303 para fazer o PST é conhecido como método de “Rampa Dinâmica”. O posicionador gera automaticamente uma variação em rampa do sinal de Set Point na faixa determinada pelo usuário (Off Set). A válvula se movimenta em resposta à variação do Set Point, enquanto o posicionador mede a posição da válvula através do sensor de posição sem contato mecânico, baseado no sensor de Efeito Hall. Ao mesmo tempo, o posicionador mede pressão aplicada necessária para movimentar a haste da válvula. Após chegar no ponto máximo do Off Set, o posicionador reverte a rampa para que a válvula retorne à sua posição original. Da mesma forma, durante a reversão, o posicionador mede a posição da válvula e sua respectiva pressão de acionamento. Ao fim do teste, o FY calcula e disponibiliza o “fator de carga” da válvula, ou seja, que valor de pressão é necessário para movimentar a haste.

Posicionador Inteligente de Válvulas FY400 da Smar


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Automatização aumenta produtividade da fermentação Com o objetivo de aumentar a produtividade na produção de etanol, a Barralcool, localizada em Barra do Bugres, MT decidiu automatizar o setor de fermentação. A empresa escolhida para projetar o sistema e fornecer os equipamentos foi a Smar, empresa sediada em Sertãozinho, SP que dispõe de uma larga tradição no fornecimento de sistemas de instrumentação e controle de processos para o setor sucroenergético. Marcus Vinicius Ribeiro, gerente operacional da Smar explica, “Considerandose que para aumentos de produtividade durante a fermentação, um dos objetivos é conseguir uma fermentação rápida para que se minimize as possibilidades de infecções.” “A automatização de alguns processos podem propiciar este aumento de velocidade e também uma melhor assepsia do conjunto fermentador, causando um melhor resultado diário da produção de etanol.”, complementa Ribeiro. Os pontos escolhidos para serem automatizados foram: alimentação das dornas; controle da temperatura do mosto; controle da limpeza dos trocadores; medição do volume em processo e liquidação da dorna; tratamento do fermento; dosagem de antiespumante e

recuperação de álcool no CO2. O controle de vazão de mosto e nível das 9 dornas de 950.000 litros foi definido em 85% do nível, ficando 15% livre. A velocidade de enchimento é controlada e adaptada às três fases da fermentação, conseguindo assim um melhor aproveitamento da levedura e com melhor multiplicação, diminuição na geração de espumas e menor geração de subprodutos. A temperatura do mosto para alimentação da dorna é controlada em dois trocadores que ficam em paralelo, sendo cada trocador para uma linha de alimentação em anel. A utilização do anel duplo para alimentação proporciona a vantagem da introdução dos ciclos de limpeza, sem a interrupção da alimentação das dornas. O ciclo de limpeza diário é executado em dois ciclos de 06 horas em cada anel. Estes ciclos são alternados. O resfriamento é realizado com trocadores de calor à placa, onde a temperatura da dorna de fermentação controla a vazão de água do trocador, principalmente durante a fase da fermentação intensa. A limpeza dos trocadores ocorre durante a limpeza da dorna e é realizada somente

com água quente e comprovada pela análise microbiológica. A determinação do volume da dorna após o final da fermentação é importante para o cálculo de balanço de massa do processo. A finalização da fermentação é comprovada pela diminuição da atividade de fermentação. A liquidação da dorna é executada através de um circuito fechado para dorna volante. Além disso, o Sistema fornecido pela Smar também realiza o controle de todas as operações de tratamento do fermento com H2SO4, dosagem de antiespumante e recuperação de etanol liberado com o CO2 durante a fermentação. “Na instrumentação de campo para este Sistema foram utilizados transmissores e posicionadores em 4 a 20mA, com protocolo Hart, interligados a um PLC em um sistema com supervisório Scada, integrados a um COI existente na usina.” complementa, Ribeiro. Na Barralcool o COI-Centro Operacional Integrado está implementado desde 2002, onde as vantagens deste sistema já são consagrados conforme afirma José Raimundo Costa Neto, gerente industrial da Barralcool. “O COI é um avanço para a indústria,

José Raimundo Costa Neto, gerente Industrial da Barralcool e equipe

devido a interação entre os operadores e com resposta mais rápida em busca do melhor resultado. Para o COI funcionar, não podemos ter a operação em ilha concorrendo com a operação do COI.” O acréscimo da Fermentação ao COI segue o cronograma de integração de toda a operação em uma única sala de controle. Os resultados obtidos com a implantação desse sistema são comemorados por Neto, “Em 2012 aumentamos o rendimento de nossa fermentação para 92,52% em relação aos 90,94% obtidos em 2011. Com isso nossa eficiência industrial passou a 84,88 e o RTC para 90,47, um aumento significativo quando comparados aos 82,39 e 87,80 respectivamente obtidos em 2011”. A respeito da integridade e qualidade do Sistema, Neto conclui, “A Smar é uma empresa de vanguarda com instrumentos de medição alta tecnologia, deixando-me confortável para a aquisição, pois o retorno operacional é totalmente confiável e faz com que eu exerça uma gestão precisa diante dos históricos desenvolvidos”. Smar 11 3518.8855 www.smar.com/brasil


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Vtrack lança exclusivo motriz segmentado Empresa que fabrica materiais rodantes para o setor tem se firmado no mercado pelo conjunto de soluções Sabendo da necessidade das usinas em reduzir custos e aumentar eficiência, a empresa tem trabalhado para apresentar soluções que tenham este perfil. Henrique Perucelo, gerente de negócios da Vtrack, explica melhor os avanços alcançados. “Temos como princípio ouvir a necessidade dos nossos clientes para então buscar soluções. Mais uma vez fomos pioneiros lançando o motriz segmentado e forjado. Com este componente a usina reduz muito seu custo na reposição e ganha

no rendimento, já que estamos falando de uma peça forjada com alto tratamento térmico e um aço especial, diferente das motrizes convencionais que são fundidas”. Além dos ganhos financeiros, os interessados em adquirir o produto podem contar também com maior velocidade no processo. É o que garante o representante da empresa. “Além de uma peça mais resistente, capaz de suportar alta pressão de trabalho, o cliente ganha tempo na troca da peça. Pelo que temos visto essa redução pode chegar até a metade do tempo, pois não é necessário abrir a esteira, já que a mesma se encontra acoplada em segmentos – cinco pedaços. Com este sistema é possível retirar os pedaços em um pequeno espaço”, afirma Henrique Perucelo. O material está disponível para colhedoras CNH 8800 e JD 3510/3520/3522.

VANTAGENS DO MOTRIZ SEGMENTADO PARA COLHEDORAS DE CANA VS150400 Maior durabilidade por se tratar de peça forjada; Maior tratamento térmico; Maior facilidade de troca – Reduz tempo pela metade, pois não necessita de abrir a esteira para substituir os segmentos; Garantia total de alinhamento;

Menor custo na reposição do segmento e ainda maior durabilidade Disponíveis para colhedoras: JD 3510/3520/3522 CNH 8800 APLICAÇÃO CNH 8800 APLICAÇÃO JD 3510/3520/3522


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Novos projetos estão disponíveis nos centros de serviços Com o período de entressafra se aproximando, a Vtrack trabalha para dar todo suporte aos seus clientes. Com cinco centros de serviços, localizados em: Sertãozinho (SP), Maringá (PR), Assis (SP), Andradina (SP) e Olímpia (SP), além da sede em Louveira (SP), a empresa oferece suporte 24 horas. Em seu estoque, a Vtrack conta com uma grande quantidade de peças de reposição, além de um trabalho criterioso feito por todos os colaboradores. “Todo início de safra vamos para o campo. Evitamos ficar dentro do escritório, pois queremos ver a máquina trabalhando. Temos contato direto

com o operador da máquina, que sabe melhor do que ninguém seu rendimento Até mesmo o pessoal da Itália quando vem nos visitar vai para o canavial”, explica Henrique Perucelo, gerente de negócios da empresa. O representante diz também que novidades estão disponíveis para esta entressafra. “Estamos preparados para a reforma da safra 2013/14. Temos alguns projetos exclusivos, como a mudança do pistão esticador CNH 7700/8800 para mola tensora”. Como resultado, a Vtrack garante maior desempenho do maquinário. “Com a mudança da forma de tensionar a esteira

conseguimos elevar muito a vida útil para girar a pinoxbucha e trocar as rodas motrizes, já que a mola tensora se torna mais eficiente ao acúmulo de materiais” e mantém uma tensão mais correta. Nivaldo Gonçalves Santos, diretor da Vtrack, aponta que um dos conceitos implantados no dia a dia dos trabalhadores é oferecer total atenção aos clientes. “Uma empresa é feita de informações. Temos técnicos dentro das usinas que ficam em tempo integral para supervisionar o serviço. Acho isso muito importante. Somos atuantes e queremos os melhores resultados”, diz. Por ter todos os processos integrados a

própria empresa, Santos explica que o trabalho realizado nos cinco centros de serviços acelera o atendimento quando necessário. “O cliente não tem a dor de cabeça de ficar procurando o responsável por qualquer tipo de problema. Ele se remete a nós, que resolvemos em pouco tempo por conhecer todo o sistema. Tenho o contato de todos os meus colaboradores, conheço cada um pelo nome. Esse tipo de trabalho traz um feedback diferenciado”, finaliza. Antractor 19 3878.3223 www.antractor.com.br


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TGM APOIA PLANO PAULISTA DE ENERGIA Estado de São Paulo quer potencializar a geração de energia elétrica e eficiência industrial na região, principalmente em fontes renováveis DA

REDAÇÃO

O governo do Estado de São Paulo, na busca de potencializar a geração de energia elétrica e eficiência industrial para o Estado, principalmente em fontes renováveis, desenvolveu o PPE 2020 Plano Paulista de Energia, apresentado em 18 de julho. Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, disse que além dos investimentos financeiros, o projeto demandou também estruturação para que saísse do papel. “Investimos muito ao longo do tempo na preparação do PPE 2020. Pavimentamos este plano baixando alíquotas, fortalecendo as

Governador Geraldo Alckmin, entre Antonio Gilberto Gallati e Carlos Silvestrin, da Cogen

diretrizes, leis e créditos, reestruturando os leilões e outras ações para assegurar condições de investimentos, principalmente para as plantas já instaladas(retrofits). Com este plano, baixaremos também a emissão CO2 em

20% em relação ao de 2005”, disse. Já José Aníbal, secretário de Energia do Estado, espera contar com a biomassa, o bagaço e a palha de cana como grande aliadas na geração de energia elétrica no país. "Nós conseguimos um pequeno

avanço que foi cadastrar cerca de 1.500 MW no leilão de agosto, sendo 500 MW em São Paulo e os outros 1000 MW nos estados próximos e também no Nordeste. Agora, vamos ver quanto conseguimos contratar", explicou o secretário em entrevista. A TGM, empresa fabricante de turbinas a vapor, redutores de velocidade, além de prestadora de serviços nessa área, esteve presente na cerimônia de lançamento do projeto. A empresa se planeja para suprir a demanda futura no fornecimento de soluções, tecnologia, produtos e serviços. “A TGM tem contribuído ativamente no plano e está preparada para suprir a demanda futura no fornecimento de soluções, tecnologia, produtos e serviços”, afirma Antonio Gilberto Gallati, diretor da empresa. De acordo com o plano, dentre as alternativas de fontes energética, a biomassa se destaca por seu potencial a ser instalado, que deve atingir 12 GW até 2020. TGM 16 2105.2600 www.grupotgm.com.br

VI Simpósio de tecnologia de produção de cana foi realizado em Piracicaba No contexto da crescente demanda por fontes alternativas de combustíveis, preocupação ambiental e instabilidade do setor petrolífero, em 2003 surgiu a primeira edição do Simpósio de Tecnologia de Produção de Cana-de-Açúcar. Neste ano o evento aconteceu na Unimep Campus Taquaral, e apresentou o que há de mais atual e pertinente em toda cadeia produtiva da cana-de-açúcar, abordando cinco temáticas principais: “Sustentabilidade: Aspectos Sociais, Econômicos e Ambientais”, “Fertilidade e Nutrição”, “Mecanização e Sistematização: Estudos de Caso em Plantio e Colheita”, “Manejo de Fitossanitários e Bioestimulantes” e “Novas Tecnologias do Setor Sucroenergético”. Foram três dias de simpósio, iniciado no dia 10 de julho com abertura do ExMinistro da Agricultura Roberto Rodrigues e estendendo-se até o dia 12 de julho. Na quinta-feira à noite, foi realizado um jantar beneficente em prol do Espaço Pipa — Promovendo Inclusão, Partilhando Ações, entidade sem fins lucrativos que atende pessoas com Síndrome de Down em Piracicaba, SP. O simpósio teve o intuito de difundir tecnologias para aumento da eficiência da produção de cana-de-açúcar, apresentar os rumos da pesquisa do setor sucroalcooleiro e promover interação entre produtores, empresas privadas, instituições e palestrantes.

PERSPECTIVAS PARA O SETOR Uma das palestras mais aguardadas foi a de Elizabeth Farina, atual presidente

da Unica, cujo tema foi “Perspectivas do setor sucroenergético. Em sua apresentação, Farina abordou os impactos iniciais da crise que envolve o setor, as principais mudanças estruturais e como o setor deve caminhar nos próximos anos. “A crise financeira mundial e os problemas operacionais e econômicos observados após 2008 promoveram profundas alterações no setor produtivo da cana-de-açúcar. Houve um deslocamento

do fluxo de investimentos: antes alocados em greenfields, passaram a ser direcionados para a otimização da capacidade produtiva instalada, buscando ganhos de eficiência e produtividade. Essas iniciativas deverão ampliar a competitividade da indústria canavieira nos próximos anos, fazendo frente a crescente demanda por etanol e açúcar no Brasil e no mundo”, analisou Farina. A presidente da Unica, Elisabeth

Farina fez algumas previsões durante a palestra concernentes ao futuro do setor. Para ela, para suprir o mercado doméstico e manter 50% de participação no mercado mundial, o setor terá de ampliar sua produção em 15,7 milhões de toneladas de açúcar. Gape 19 3417.2138 www.gape-esalq.com.br


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Licenciamento de sistema RTK mantém usinas adequadas às normas da Anatel Muito se tem comentado sobre a necessidade ou não do licenciamento dos sinais de satélite vindos até as máquinas através de rádio. A Avanzi, pioneira desses sistemas há anos, esclarece que há necessidade sim de licenciamento e que poucas empresas estão utilizando essa tecnologia em consonância com as normas da Anatel. Na maioria das vezes os gestores ignoram que precisam estar de posse de sua licença para ter esse serviço devidamente liberado pela Anatel. Muitas empresas confundem o selo que vem no equipamento com o logo da Anatel imaginando que esse selo é “autorizatório”. Tal selo é a identidade do equipamento, mostrando apenas que ele é homologado. Ou seja, que ele pode ser comercializado no país. Licenças já são outra coisa. É o documento hábil que permite o funcionamento ao interessado. Portanto, homologação e licenciamento basicamente são duas coisas diferentes. O trabalho de homologação é feito pela distribuidora ou fabricante do produto, que providencia junto a Anatel e as licenças são responsabilidade de quem instala e usa o equipamento. Nos últimos meses a Anatel tem dado uma atenção maior a essa faixa de rádio, em razão de muitas frequências terem migrado para as operadoras de telefonia celular em regiões rurais. Sistemas de RTK, que utilizam frequências nessa mesma faixa podem interferir em canais das operadoras de serviços de telefonia móvel ou internet de banda larga, causando interferências prejudiciais a terceiros. Avanzi 11 2101.4080 www.grupoavanzi.com

Equilíbrio completa 15 anos com crescimento e inovação São muito mais que 15 anos de atuação no fornecimento de peneiras rotativas e sistemas de ventilação de ponta para os principais segmentos industriais no Brasil e exterior. A trajetória da Equilíbrio vai além dos seus anos de existência e se funde aos mais de 30 anos de experiência de seu fundador, Carlos Alberto Celeste Jorge, que neste tempo tem contribuído com a indústria brasileira no desenvolvimento de equipamentos 100% nacionais. Nascida em 1998, a Equilíbrio venceu todas as dificuldades daquele período. “Na época, o acesso às informações e a disponibilidade de recursos, sobretudo, do governo, eram escassos. Mesmo assim, não hesitamos em investir em tecnologias, novos produtos e uma engenharia própria”, explica. Alguns acontecimentos marcaram para sempre a história da empresa. O nascimento da peneira rotativa fly ash e, em seguida, o modelo para caldo clarificado, o desenvolvimento dos ventiladores e exaustores com projeto e engenharia próprios, além do lançamento da peneira rotativa à pressão em 2009, produto exclusivo da marca, deixaram impressões históricas nesta trajetória. Na presidência junto com a família, Maria Lúcia Daniel Jorge, Danilo Daniel dos Santos, gerente administrativo e Luís Mendes Júnior, diretor comercial, Carlos

PARCEIROS INTERNACIONAIS E PROJEÇÕES

Diretoria da Equilibrio

acredita que diferenciais como o atendimento personalizado ao cliente e o desenvolvimento de produtos e serviços de qualidade têm contribuído para o crescimento da empresa que, hoje, gera mais de 100 empregos, sendo 83 diretos.

CRESCIMENTO QUE ULTRAPASSA FRONTEIRAS Com crescimento anual médio em torno de 25%, a expansão da Equilíbrio se reflete nos investimentos em novos

profissionais, equipamentos modernos e ampliação do parque fabril que já conta com uma área três vezes maior. De acordo com Luís Mendes Júnior, diretor comercial, as peneiras rotativas e os sistemas de ventilação industrial permitiram também que a Equilíbrio alcançasse usinas não só pelo Brasil, mas América Latina e África. “No último ano, o comércio exterior representou cerca de 20% do nosso faturamento total e a projeção é que esse número aumente”, explica o diretor.

Para chegar até aqui, a Equilíbrio desenvolveu alianças com a empresa inglesa Optima International Limited e a Ciclo Water Hardware, do Chile, que agregaram novas tecnologias aos produtos da fabricante brasileira e abriram caminhos para a entrada em novos mercados. Desta triangulação culminou o nascimento da Bra-IN Screen Solutions que tem a Equilíbrio como uma das sócias e chega para atender os setores de mineração e saneamento básico. “É um novo desafio que já começa a apresentar perspectivas positivas de negócios”, observa Danilo Daniel dos Santos, diretor do novo empreendimento. Em médio prazo, no entanto, a Equilíbrio projeta novos investimentos em produtos e recursos humanos. Também tem planos para novas automatizações do parque fabril e prevê a implantação de um sistema de padronização de qualidade que segue normas internacionais. “Queremos colocar em prática todas as nossas metas para alcançarmos em tempo hábil as nossas projeções de crescimento para os próximos anos”, finaliza o presidente. Equilíbrio Balanceamentos 16 3945.2433 www.equilibrio.ind.br


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Pá primária retangular inova sistema de limpeza de cana Capacidade. É uma das palavras que define a Bussola, que neste ano comemora meio século de fundação. Sediada na cidade de Matão, SP, a indústria é composta por uma equipe de profissionais dedicados à industrialização de componentes para colheitadeiras mecanizadas para o corte da cana-de-açúcar. O resultado de todo trabalho no decorrer desses anos colocou a Bussola em posição de destaque no mercado sucroalcooleiro; hoje a marca Bussola é reconhecida não só pela tradição de industrializar com qualidade, mas também pelos resultados comprovados dos produtos comercializados e pelo atendimento e assessoria técnica realizada. O conhecimento aliado à experiência adquirida faz com que a Bussola invista e pesquise continuamente para fabricar componentes de solução para a colheita mecanizada. O mais recente lançamento da Bussola foi um sucesso na última Agrishow. Trata-se da PáPrimária Retangular que foi desenvolvida para ser instalada nas colheitadeiras John Deere, uma novidade patenteada pela empresa, que chega para inovar o sistema de limpeza de cana colhida mecanicamente. O resultado é claro.

A Pá-Primária Retangular Bussola aumenta a limpeza da cana-palha e reduz o volume de palha transportada. Sua utilização permite o fornecimento de cana muito mais limpa, com menor quantidade de palha. A Pá-Primária Retangular proporciona várias vantagens, entre elas a instalação simplificada, porque utiliza o mesmo conjunto de fixação; maior fluxo de ar no extrator primário bem como redução no custo do transporte, o que contribui para a economia de combustível porque reduz o número de viagens e proporciona maior volume de cana transportada. As Pás dos Extratores Primários – High Tech e a Coroa Sonda, também lançados na Agrishow, chegam para acrescentar vantagens na sua utilização. Facas, pás, discos, cubos, picadores e taliscas são alguns componentes que fazem parte de um amplo mix de produtos fabricados pela empresa que atualmente exporta para mais de 20 países distribuídos nas Américas, África e Oceania. Tudo produzido com o maior grau de qualidade e eficiência em resultado.

Pá-Primária retangular

Bussola 16 3221.9000 www.bussola.ind.br

produzida pela Bussola

Edra constrói adutora no canal de São Simão Projeto leva água do rio São Simão até o reservatório da usina através de casa de bombas e tubulações A Dow Chemical Brasil, empresa especializada nas áreas de Químicos Especiais, Materiais Avançados, Ciências Agrícolas e Plásticos, está investindo na construção de uma adutora que levará água do Canal de São Simão ao reservatório de água dentro de uma de suas usinas e posteriormente promoverá a fertirrigação em seus canaviais. E para este projeto, a empresa conta com a Edra e suas parceiras Metro e Pena&Pena. O projeto compreende o uso de uma balsa localizada a 400 metros dentro do canal, que terá uma variação de 10 metros de altura, já que ela ficará represada. “Essa balsa captará água do canal e levará para uma casa de bombas. De lá, a água será transportada por uma tubulação até o reservatório localizado dentro da usina. Tanto a bomba quanto as tubulações são da Edra, a instalação dos tubos é realizada pela Metro, e a execução das obras civis, além dos reservatórios foram responsabilidade da Pena&Pena. Dessa forma, conseguimos oferecer para a Dow, um projeto completo e inédito”, comenta Luiz Pena, diretor comercial da Edra e sócio da Pena&Pena. Ele explica que precisaram fornecer energia elétrica de alta tensão para as

Reservatório utilizando casa de bombas e tubulações

bombas, que são elétricas e ficam localizadas às margens do canal. “Para isso, a nossa parceira Pena&Pena fez todo o trabalho de engenharia civil. E a obra não para por aí, pois, dentro da indústria haverá uma outra bomba e uma outra tubulação da Edra que levará vinhaça e água residuária até o canavial para fazer a fertirrigação. E

dentro do canavial também teremos grandes reservatórios que vão guardar esse conteúdo, que depois será transportado até uma última bomba responsável pela fertirrigação do canavial”, comenta. Ciro Zanatta, diretor da Edra e sócio da Metro, lembra que esse tipo de projeto tem sido um dos grandes diferenciais da

empresa. “Hoje, a Edra não vende só o produto, mas sim a obra completa e a solução para o cliente. Isso tem sido nosso diferencial”, comenta Zanatta. Edra Saneamento 19 3576.9300 www.edra.com.br


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Rodotrem Domex é aliado no processo de substituição das frotas nas usinas Equipamento da Sergomel em parceria com o CTC se adequa e passa pela pesagem da balança sem transtornos Em tempo de crise, as unidades buscam produtos que primam pela qualidade e durabilidade. O conceito se aproxima do que pensa Osvaldo Gomes, fundador da Sergomel Mecânica Industrial. Localizada no município de Sertãozinho (SP), considerado polo do segmento, a empresa se especializou na fabricação de equipamentos rodoviários para o transporte de cana-de-açúcar. Além dos requisitos citados acima, as montadoras deste tipo de produto precisam se adequar às várias exigências feitas pelo governo, que por sua vez, não apoia para que sejam realizadas mais pesquisas na área. Em 2012, com apoio do CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, a Sergomel desenvolveu o Rodotrem Domex, equipamento feito com aço de alta resistência e, que entre outras vantagens, se adequa a legislação de balança vigente. “Hoje, com os equipamentos existentes, o mercado trabalha com veículos acima do peso de balança. O que fizemos foi desenvolver um produto feito

Fundador da Sergomel recebe prêmio durante o MasterCana Centro-Sul 2012

com aço de alta resistência, que reduz em 35% a tara do equipamento. Todo esse trabalho perdurou durante cinco anos, mas conseguimos algo que se adeque ao que pede a legislação”, diz Vagner Gomes, gerente comercial da empresa. Para ele, o maior entrave no desenvolvimento do produto foi manter a qualidade do equipamento. “Conseguimos chegar em um outro conceito, tendo um equipamento único e diferenciado. Com os elementos utilizados em sua fabricação, depois de muitas

pesquisas, conseguimos alcançar a redução de peso e a resistência mecânica”, explica. Desde o seu lançamento, o Rodotrem Domex deu início ao processo de substituição das frotas das usinas, que pode ser concluída em alguns anos. “Não sabemos quanto tempo este trabalho pode levar. Depende muito das condições de mercado. Mas é algo que não tem volta. As usinas precisam se adequar à legislação. Bem por isso, continuamos trabalhando para aprimorar ainda mais nossos

serviços”, concluiu. A Sergomel atende todo o território nacional e oferece ampla estrutura de máquinas e equipamentos utilizados na manutenção dos produtos oferecidos aos clientes, além de produzir reboque canavieiro, semirreboque canavieiro, carroceria, prancha, entre outros produtos do setor. Sergomel Mecânica Industrial www.sergomel.com.br 16 3513-2600


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Redutores da família Max 2.0 são testados e aprovados em campo A nova linha de redutores da Família Max 2.0 é composta pelos redutores paralelos Torqmax® 2.0 e os planetários Pentamax 2.0 para acionamento central e Fleximax 2.0 para acionamento rolo a rolo. Com inovação e performance testadas e aprovadas em campo, já são mais de 25 redutores da Família Max 2.0 em operação há duas safras, além de outros 10 redutores já em fabricação. A Usina Caeté – Unidade Pauliceia está com o Fleximax 2.0 em teste na planta, acionando o terno de moenda 90”. De acordo com José Márcio de Oliveira, Gerente Industrial da unidade, o redutor está aprovado. “Os resultados estão sendo satisfatórios, principalmente porque os valores de vibração e ruídos estão correspondendo às nossas expectativas. Os testes foram feitos e aprovados. “Escolhemos a Renk Zanini pela parceria de longa data, pela credibilidade e confiança que a empresa nos oferece.”, confirma. A Usina Seresta possui 5 Pentamax 2.0, que acionam os ternos de moenda 60”. De acordo com Ricardo José Feitosa de Melo, Gerente Industrial da usina, os redutores apresentam alta performance. “A Usina Seresta optou pelo Pentamax 2.0 visto que a Renk Zanini está ligada à confiança e credibilidade. Estamos muito satisfeitos”, declarou. Quanto aos paralelos, a Usina São José do Pinheiro foi uma das primeiras usinas a adquirir o Torqmax® 2.0. “Confiamos na Renk Zanini e no Torqmax® 2.0, pois é um equipamento robusto, sua tecnologia já está consolidada no mercado e tem baixo custo de manutenção”, informa Sr. Eduardo Saldanha, Supervisor de Manutenção Elétrica e Instrumentação da usina. Todos os Torqmax® 2.0 apresentaram ótima performance, sem nenhum problema constatado em campo. “A versatilidade do Torqmax®2.0 possibilita a sua utilização

Pentamax 2.0 instalado na Usina Seresta

em duas fases do nosso projeto. Isso traz a vantagem de se iniciar um projeto de acionamento de moenda por turbina a vapor, na primeira fase de implantação da usina, e depois alterar para motor elétrico, na eletrificação da moenda, sem grandes alterações nas instalações do Torqmax®2.0, que é o

acionamento principal da moenda”, afirma Saldanha. Renk Zanini 16 3518.9001 www.renkzanini.com

Dimensional ASI Service oferece soluções em rede Profibus A Dimensional ASI, empresa reconhecida e autorizada pela PI como instaladora e certificadora de rede Profibus DP e PA, oferece a seus clientes um serviço especial de análise, revisão e certificação Profibus. Possuímos uma equipe altamente especializada no assunto. Apesar da equipe já possuir a expertise no assunto, somente um profissional desta equipe era reconhecido pela PI — Profibus International Association. Investimos em treinamentos específicos e passamos a contar com mais 3 profissionais reconhecidos pela PI que também podem executar e assinar os relatórios de certificação Profibus, formados pelo curso de Instalador e Certificador Profibus DP/PA ministrado pelo Centro de Competência Profibus localizado na USP de São Carlos, SP. A certificação da rede Profibus se inicia verificando se a mesma está instalada corretamente conforme as normas regulamentadores IEC 61158 e IEC 61784 adotadas como padrões Profibus. Esta fase se resume basicamente em verificar o ambiente da instalação. Finalizada esta primeira fase de verificações físicas e estáticas, executamos as verificações dinâmicas. A Dimensional ASI utiliza para a análise dinâmica um equipamento específico para diagnose Profibus, desenvolvido pela empresa

Odebrecht é um dos grupos atendidos pela Dimensional

Procentec, popularmente conhecido por Profitrace. Com o auxílio deste equipamento, verificamos e registramos todo o frame de comunicação e outras informações que estejam gerando algum tipo de diagnose, erros de configuração, etc. A partir destes registros temos condições de validar o correto funcionamento da rede ou, se houver problemas, identificá-los e solucioná-los. Muitas vezes uma instalação ou componentes deficientes funcionam

aparentemente sem problemas por longo tempo; porém, esporadicamente ocorrem perturbações na comunicação e consequentemente perdas de produção. Elas podem ocorrer durante milissegundos e imediatamente voltarem à normalidade, mas, qualquer falha, por menor que seja, é o suficiente para interferir no funcionamento do processo, o que pode ser evitado com a Certificação de Rede Profibus, onde os problemas de instalação, topologia, fadiga de

componentes, defeitos de fabricação, erros de configuração e outros são facilmente identificados e prevenidos. Nosso histórico de sucessos é extenso, e não temos histórico negativo neste tipo de serviço, temos 100% de aprovação e satisfação do cliente nas mais diversas situações. Dimensional 19 3446.7400 www.dimensional.com.br


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Sherwin-Williams reforça participação no mercado com revestimentos anticorrosivos

Revestimentos anticorrosivos da Sherwin-Williams

Referência nacional na fabricação de tintas industriais, a Sherwin-Williams, unidade Sumaré, reforça sua participação no mercado sucroenergético como empresa líder em revestimentos anticorrosivos. Há quase quarenta anos, a companhia trabalha com diferenciais como proteção, resistência, qualidade de acabamento e, principalmente, respeito às diretrizes e processos ambientalmente seguros. Entre os destaques para o segmento, a Sherwin-Williams possui em seu portfólio produtos como Firetex, linha de revestimentos intumescentes voltada para proteção passiva contra fogo que funcionam com o calor: em contato com o fogo, começam a se expandir para que o aço seja protegido e não entre em colapso, dando mais tempo às pessoas para evacuarem o local, em caso de incêndio; e Cor-Cote HT, um epóxi novolac que pode ser aplicado com alta espessura e seca em uma única demão, desenvolvido especialmente para resistir a condições severas de corrosão e alta umidade. Mais que oferecer produtos de qualidade superior, a Sherwin-Williams tem a preocupação de oferecer todo o suporte necessário e acompanhamento aos clientes. Seus profissionais, vendedores e

assistentes, são habilitados para dar suporte técnico, esclarecer dúvidas ou resolver problemas com aplicação de produtos. A equipe de atendimento é constantemente treinada em CTS - Centro de Treinamento Técnico, para atender com perfeição e exclusividade cada situação e caso. A companhia também elabora especificações após cada visita e realiza levantamentos de áreas para a elaboração e montagem de EPM – Especificação de Pintura de Manutenção. Os técnicos elaboram procedimentos de preparo de superfícies e de aplicação de produtos e executam testes em pinturas. Os profissionais são, ainda, mentores em cursos e palestras para pintores, supervisores, inspetores, entre outros. A companhia possui outro grande diferencial na execução de seus serviços: seus 60 Centros Regionais de Distribuição Sumaré (CRDSs), que proporcionam e garantem aos seus clientes rapidez, assistência técnica de qualidade e sistema tintométrico (sistema de cores). Sherwin-Williams Sumaré 19 2122.8826 www.tintassumare.com.br

Rontan apresentará na Fenasucro implementos adaptados A Rontan iniciou suas atividades em 1970 através do pioneirismo e visão empresarial de Orlando Bolzan e João Alberto Bolzan, que vislumbraram naquela época excelentes perspectivas de negócio na produção de equipamentos de sinalização acústico visual, constituindo-se hoje na maior empresa sulamericana de equipamentos de sinalização e veículos especiais, assim como, coletes balísticos e veículos pesados. Possui atualmente uma área industrial em Tatuí (interior de SP) de 250.000m², sendo 40.000m² de área construída e com mais de 2.000 funcionários. Para comercialização de seus produtos e atendimento a seus clientes, a Rontan possui uma ampla rede de Escritórios Regionais, Representantes Comerciais, Assistentes Técnicos e Revendas, não só no Brasil como em vários países das Américas. Há mais de 2 anos, a Rontan investiu fortemente no mercado de implementação de carrocerias para caminhões, construindo uma fábrica em seu parque fabril em Tatuí/SP a fim de atender os mais diversos setores: sucroalcooleiro; mineração; construção; agricultura; florestal; papel e celulose; entre outros. Com isso, a Rontan apresentará na Fenasucro 2013 implementos adaptados voltados para o agronegócio a fim de atender diversas demandas sempre com qualidade e tecnologia. Os dois produtos expostos são Oficina Móvel e o Bombeiro Rural. A Rontan hoje é a única empresa do setor que conquista o selo de conformidade Anfir — Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, e ainda é certificada pelas

normas ISO/TS 16.949. Além de suas atividades econômicas, o Grupo desenvolve um importante trabalho social, através do

Instituto Vovô Orlando Bolzan, no amparo de inúmeras famílias, crianças e idosos de toda a região.

Rontan 11 3093.7088 www.rontan.com.br


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Projelpi desenvolve aplicativos de supervisão, controle e gerenciamento por meio de software A Projelpi Soluções em Energia é uma empresa de instalações elétricas industriais, que atua desde 2000 no mercado, tendo sua sede localizada em Piracicaba-SP e uma filial em São José do Rio Preto -SP, porém, com abrangência nacional. Tem como principal produto a fabricação de painéis CCM — Centro de Controle de Motores, com especialização em montagem, gerenciamento, projetos, automação, subestações, start up e comissionamento. A empresa preocupa-se em atender

os clientes de forma a aplicar as soluções completas na área da automação, com qualidade e obrigatoriedade nos prazos de entrega com padrão ISO 9001. Ao longo dos anos, a Projelpi Soluções em Energia, mantém um processo de aprimoramento, com mão de obra especializada para garantir qualidade e satisfação, fatores indispensáveis no mercado competitivo e no crescimento da empresa. Além disso, desenvolve diferentes mercados para atuação, como sucroenergético, eólico, subestação, entre outros.

ESPECIALIDADE A linha fabril da Projelpi conta com painéis certificados de média tensão, e de baixa tensão PTTA e TTA, gaveta fixa ou extraível, além de desenvolvimento de sistemas supervisórios e PLC's. O desenvolvimento dos painéis levam em consideração o objetivo funcional dos equipamentos dos clientes, que são avaliados tecnicamente por engenheiros. Para a realização de um trabalho eficiente, além da visita ao local das

instalações dos painéis, desenvolvimento do projeto e execução da obra, a Projelpi possui um sistema com aplicativos de supervisão, que realizam o controle e gerenciamento de processos industriais. Por meio de softwares específicos, é possível avaliar o funcionamento dos painéis, podendo assim, reduzir custos com manutenção e obter um melhoramento contínuo. Projelpi 19 3434.8083 www.projelpi.com.br


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Magíster investe em opções de qualidade em produtos e serviços Böhler Welding Group realiza 3ª edição do Sugar Academy A Böhler Welding Group informa que realizou a 3ª edição do Sugar Academy contando com participação dos principais players do mercado mundial como Peru, África do Sul, Paraguai, Argentina, Índia entre outros. O principal foco do Sugar Academy foi equalizar o conhecimento básico de soldagem na indústria de Açúcar e Etanol com também estabelecer um ponto de referência no mundo em tecnologia, manutenção e reparo feitos com consumíveis de soldagem. Altamente especializados os palestrantes Alexandre Serra, Aurelio Toito e André Polidoro garantiram a alta qualidade nas informações. Com base no processo industrial de uma planta produtora de Açúcar e Etanol transmitiram informações muito ricas em detalhes técnicos para os procedimentos de reparos por soldagem, revestimentos protetores e aplicação de chapisco nos

componentes de preparo de cana, nos componentes de moenda e aplicação de chapisco. Com uma apresentação do panorama mundial do mercado de Açúcar e Etanol, mostrando as tendências deste mercado em todo o planeta, foram debatidos os diferentes métodos de reparos por soldagem em outros países. A tecnologia empregada na soldagem de reparo e revestimentos protetores utilizada no Brasil é considerada de ponta pelos especialistas de outros países, pois puderam perceber os detalhes na elaboração dos procedimentos de soldagem automatizada de camisas de moenda com aplicação de base, lateral, picote e chapisco, o que deixou os colegas estrangeiros impressionados. Böhler Técnica de Soldagem 11 5694.8377 www.bohlerweldinggroup.com.br

Visando oferecer opções de qualidade em produtos e serviços para o setor sucroenergético, a Magíster de Sertãozinho, SP, está aumentando seu portfólio de atividades com a introdução de um departamento exclusivo para assistência técnica em componentes para Picadores e Desfibradores. “A empresa já fabrica e reforma todos os demais componentes dos equipamentos de preparo, como placas desfibradoras, martelos, facas, laterais, eixos oscilantes e outros componentes, faltava-nos incluir os rotores", explica Marcos Mafra diretor da Magíster. Segundo ele, os rotores representam a parte mais importante dos conjuntos e daí a demanda maior de tempo para a empresa disponibilizar esta nova atividade a seus clientes, pois para isto, foi necessário antes, definir um novo lay-out em suas instalações fabris e formar uma equipe de excelência em usinagem e montagem mecânica, já que os rotores são componentes de alta complexidade técnica. Mafra comenta ainda, que houve investimentos consideráveis em equipamentos para usinagem, outro passo importante que a empresa deu com a aquisição recente de máquinas operatrizes. “Consideramos especialmente que os períodos de entressafra estão cada vez menores, e há sobrecarga de trabalho na

Marcos Mafra, ao lado de uma placa suporte do desfibrador

maioria das empresas deste segmento", conclui Mafra. Magister 16 3513.7200 www.magister.ind.br


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Rodobin Implementos lança semirreboque prancha

Empresa aponta forma de incrementar os ganhos na produção de etanol O produtor pode se proteger dos fatores externos que afetam as margens do etanol aumentando a produtividade e reduzindo custos. Uma das estratégias para se conseguir isso é controlar as bactérias contaminantes – o principal problema da fermentação etanólica. Esses microrganismos consomem parte do açúcar do mosto que deveria ser convertido em etanol, derrubando o rendimento. Além disso, excretam ácidos orgânicos que afetam a viabilidade da levedura, podendo levar à perda total do fermento e a interrupção da produção. Os prejuízos devidos tanto à ação direta dessas bactérias quanto para reposição da biomassa de levedura morta podem

A Rodobin Implementos, tem 30 anos de experiência no mercado, sendo que destes, 15 voltados para o setor sucroenergético, fabricando diversos implementos para o setor, como transbordo reboque, transbordo plantio, transbordo sobre chassi, e outros, bem como projetos personalizados para o cliente. Agora está lançando um equipamento que vem auxiliar bastante no transporte do setor, como o semirreboque prancha carrega tudo retrátil, de dois eixos, com capacidade para 34 t. brutas, tendo a

eficiência de levar apenas 20 (vinte) minutos para carregar uma colhedora de cana. Com o comprimento de 16.700 mm de comprimento e dois eixos facilita muito as manobras operacionais. Sempre investindo em tecnologia, a Rodobin investe no desenvolvimento de seus produtos. Fale a Rodobin pelo e-mail: comercial@rodobin.com.br. Rodobin 18 3608.3400 www.rodobin.com.br.

ultrapassar R$ 3 milhões ao longo da safra em uma destilaria de médio porte. A Química Real fornece produtos e suporte necessários para mitigar essas perdas e aumentar o rendimento em etanol. O uso regular de Kamoran, ao menos 2 vezes por semana, controla efetivamente as bactérias, impedindo o desvio de açúcar e a produção de ácido lático, com reflexos positivos na saúde da levedura. Isso ainda ajuda a reduzir a quantidade de ácido sulfúrico, diminuindo o custo total de tratamento da fermentação em mais de 30%. Química Real 31 3057.2000 www.quimicareal.com.br

Semirreboque prancha fabricado pela Rodobin

General Chains está na Fenasucro com Um fantasma chamado equipe comercial e técnica capacitada eletricidade ronda o Brasil De 27 a 30 de Agosto das 13 às 20 horas, acontece a maior Feira Nacional do Setor Sucroalcooleiro no Centro de Eventos Zanini em Sertãozinho/SP. Considerado o principal evento do setor sucroenergético e mais uma vez a General Chains não poderia ficar de fora. Com toda sua equipe comercial e técnica capacitada, a General Chains estará recepcionando a todos os empresários do setor, com o objetivo de gerar novas oportunidades, fidelizar e conquistar novos clientes, com uma excelente estratégia de impulsionar as vendas, realizando grandes negócios e trabalhando sempre na qualidade de seus produtos, como por exemplo, a conquista da ISO 9001:2008, através do sistema de certificação da ABNT – Associação Brasileiras de Normas Técnicas e assim, obtendo e mantendo a melhoria contínua de seus processos. A General Chains considera a feira de suma importância para divulgação e exposição de seus novos produtos e segmentos, além de fortalecer a imagem da sua marca no mercado nacional e internacional. Com sua equipe de alto nivel técnico, faz o networking com seus clientes, novos clientes e visitantes contribuindo assim para o crescimento comercial e econômico do país.

AGNALDO BIZZO*

Marcos Broglio, Douglas Fazanaro e Luis Carlos Broglio

A General Chains tem o prazer de convidar a todos para prestigiarem a feira e visitar o seu stand que estará localizado no Pavilhão II e desde já agradece pela atenção. General Chains 19 3417.2800 www.generalchains.com.br

Há um fantasma chamado eletricidade rondando o Brasil. Veja o que diz Agnaldo Bizzo, um dos autores da NR10, norma que regulamenta trabalhos com eletricidade: "Tivemos mudanças significativas quanto às ações voltadas para a proteção dos trabalhadores, entretanto, muito ainda deve ser feito, pois, infelizmente, o cenário relativo a mortes no setor elétrico brasileiro ainda é assustador, principalmente para empresas terceirizadas." Bizzo faz menção dos principais fatores predominantes dos acidentes fatais, figurando entre eles: falta de qualificação profissional e a não utilização de EPI. É pensando nisso, que a Guardian DX que é referência em EPI NR10 antichamas, tem oferecido a seus clientes inúmeras ferramentas de suporte dentre elas, cursos, especializações e simulações para que forneçam condições aos colaboradores que utilizam das vestimentas Fire DX NR10

desfrutar 100% de conforto para realização das tarefas com maior desempenho e produtividade. A Guardian DX fez nos últimos anos grande investimento no parque fabril, se posicionando hoje como uma das maiores fábricas de NR10 do Brasil, onde sua maior preocupação além da eficácia dos seus EPI´s, é atender seus parceiros dentro de suas necessidades, tanto no desenvolvimento de produtos, quanto prazos e logística. Guardian DX 16 3441.0171 www.guardiandx.com.br


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Ribeirão Preto sedia V Fórum Abisolo e 1ª Fertishow® Setor de fertilizantes especiais teve dois importantes eventos em agosto em Ribeirão Preto

Roberto Levrero, presidente da Abisolo

Dois grandes eventos mobilizaram todo o setor nacional de fertilizantes no mês de agosto. Entre os dias 21 e 23, aconteceram simultaneamente o V Fórum Abisolo, que teve como eixo temático a questão da “Modernidade, Gestão e Tecnologia em Nutrição Vegetal”, e a 1ª FertiShow® (Exposição Nacional e Internacional da Indústria de Fertilizantes Especiais), no centro de Convenções Pereira Alvim, em Ribeirão Preto, SP. As análises e projeções no Brasil do setor de fertilizantes especiais, que incluem os orgânicos, organominerais, foliares, condicionadores de solo e substratos para plantas – menos NPK, segundo a BBAgro Global, para este ano, é de faturamento de R$ 3 bilhões. A estimativa para esse mercado, que nos últimos três anos cresceu, em média, 15% ao ano, é dobrar até 2022, considerando um aumento de 15% por aumento de área de plantio, 35% por aumento de dose de fertilizantes especiais, e 50% por grau de adoção desse tipo de produto, ou seja, que passarão a ser aplicados nos cultivos agrícolas. No ano passado, a produção foi

estimada em 180 milhões de quilos, mas a perspectiva é que o segmento praticamente dobre a quantidade comercializada em uma década, chegando a mais de 350 milhões de quilos. Segundo o Presidente da Abisolo, Roberto Levrero, esses números mostram a importância dos dois eventos. A expectativa de participação nas conferências, de 500 inscritos para os painéis de debates, 50% acima da edição anterior, e 1.500 visitantes durante a FertiShow®, foi alcançada. O evento contou com a participação de mais de 50 empresas, que apresentaram inovações tecnológicas do setor nutrição vegetal. Foi organizado pela Abisolo - Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal, com o apoio da Abag - Associação Brasileira do Agronegócio, da Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, e diversas outras entidades do agronegócio. Estiveram presentes empresários, distribuidores de insumos, fabricantes de matérias-primas, embalagens e equipamentos industriais, gestores públicos, cooperativas, consultores, companhias agrícolas, professores, pesquisadores, estudantes de ciências agrárias, e outros profissionais interessados em conhecer o setor. Abisolo 11 3259.6688 www.forumabisolo.com.br

Fórum aborda modernidade, gestão e tecnologia em nutrição vegetal O V Fórum Abisolo, que trouxe como eixo temático a questão da “Modernidade, Gestão e Tecnologia em Nutrição Vegetal, aconteceu de 21 de agosto a 23 de agosto, no Centro de Eventos Pereira Alvim, em Ribeirão Preto, SP. Após abertura, que contou com a presença da secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, do Deputado Federal Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Homero Pereira, e da Prefeita Municipal de Ribeirão Preto, Dárcy Vera, o evento teve seu painel introdutório com a palestra Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Tecnologia de Nutrição Vegetal, ministrada pelo Presidente da Embrapa, Maurício Lopes. No período da tarde tratou-se o tema: Tendências do Mercado e Distribuição para as Especialidades, com o engenheiro agrônomo Marcelo Prado, diretor da M. Prado Associados. Percepção da População Urbana sobre o Agronegócio Brasileiro, foi o tema discutido pela jornalista Gislaine Balbinot, Assessora de Comunicação da Associação Brasileira do Agronegócio – Abag. Encerrando as atividades do dia, a palestra: Perspectivas da Tecnologia na Agricultura Global, proferida pelo engenheiro agrônomo, Allyson Paolinelli, presidente da Abramilho e ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No dia 22, o Fórum foi iniciado logo pela manhã com o tema: Ultrapassando as Barreiras da Produtividade da

Centro de eventos Pereira Alvim em Ribeirão Preto

Soja e da Cana com o uso da Nutrição Vegetal, palestra ministrada pelo engenheiro agrônomo, Orlando Carlos Martins, consultor e presidente do Cesb. O efeito dos Fertilizantes Via Sementes, Toletes e Sulco de Plantio no desenvolvimento das plantas foi o tema debatido por Fabio Vale, da Abudai Consultoria Agronômica, seguido pela palestra: Nanotecnologia em Fertilizantes: conceitos, aplicações e prioridades de pesquisa, com o doutor Cauê Ribeiro de Oliveira, da Embrapa Instrumentação. A palestra: Fertilizantes Organominerais: Aspectos Tecnológicos e Mercadológicos, de José Carlos Polidoro,

pesquisador de fertilidade do solo e tecnologias de fertilizantes da Embrapa Solos, encerrou as atividades no período da manhã. Após o almoço o Fórum teve retorno com a palestra: Linhas de Crédito para Inovação Tecnológica, com Luís Felipe Maciel, chefe do departamento de agronegócio e alimentos – Finep. Nutrição Foliar: Fatos e Realidades foi o tema discutido pelo professor doutor, Tadeu Inoue, da Universidade Estadual de Maringá. As palestras: Eficiência agronômica de adubos organominerais, do professor Gaspar H. Korndörfer, da Universidade Federal de Uberlândia, e Tecnologia de Aplicação de Fertilizantes – Solo e Folha, com Marcelo da Costa Ferreira, da Unesp/Jaboticabal, encerraram as atividades do segundo dia. Dois painéis concluíram o Fórum no último dia com as palestras: A Era da Tecnologia e Gestão na Agricultura, ministrada pelo engenheiro agrônomo, Roberto Rodrigues, diretor da FGV-Agro e ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Desafios e Oportunidades da Governança Corporativa, com Fernando Mattar, diretor da KPMG, Biofertilizantes: Conceitos, Aplicações e Legislação, proferida pelo professor Átila Mógor, da Universidade Federal do Paraná; Compostagem - Legislação e Normas, com a doutora Kátia Beltrame, diretora de orgânicos da Abisolo e Logística Reversa em Fertilizantes: Exigências do PNRS, com João Rando, diretor do Inpev.


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Reverflux lança filtro de 3ª Empresa fabrica telas para centrífugas contínuas usadas na produção de açúcar geração nesta Fenasucro A Marc-Fil tem a imensa satisfação de apresentar ao setor sucroalcooleiro a nova versão do filtro Reverflux de terceira geração, sobretudo, para filtração de xarope flotado, caldo clarificado e produtos com concentrações maiores de sólidos granulados e fibrosos, tais como: areia, bagacilho e carepas em geral. Dentre as principais. Principais inovações: possibilita a limpeza por contara-fluxo de condensado, água ou soluções decapantes. Os novos elementos filtrantes “dynaflux” são dotados de uma hélice estática que conduz o fluxo no interior de cada elemento a alta velocidade, provocando escoamento turbulento com vórtices no interior do

cartucho resultando em filtração tangencial prolongando a colmatação dos sólidos. Os elementos filtrantes estão confinados em invólucros tubulares com vedações de “vitton” o que possibilita a injeção de condensado ou soluções ácidas para desencrustar e decalcificar durante o processo de retro-lavagem diferenciado do Reverflux, cuja limpeza utilizava o próprio produto filtrado no contra-fluxo. “Visite-nos na Fenasucro 2013 – Pavilhão I – ba12”, convida a empresa. Marc-Fil 18 3905.6156 www.marcfil.com.br

Filtro para filtração de xarope flotado

A Stork Veco é uma das maiores fabricantes mundiais de telas de alta qualidade em níquel eletroformado, para uso em centrífugas contínuas. Com uma equipe especializada, a empresa produz os seguintes tipos de telas: VecoStandard, VecoLife e VecoFlux. Pela alta tecnologia aplicada em sua fabricação, possuem superfície regular, brilhante como a de um espelho, sem rebarbas ou rugosidade. O formato cônico dos furos reduz obstruções e entupimentos. Destacam-se as seguintes telas: Tela VecoFlux e VecoLife que foram desenvolvidas para melhorar consideravelmente a eficiência do processo. Possuem maior área aberta e maior espessura o que proporciona melhor purga, resultando em ótimo processamento, com retenção de cristais de menor tamanho, assim como aumento de durabilidade. Com a tela VecoFlux pode-se reduzir os furos, para maior retenção de cristais, mantendo-se o mesmo nível de processamento de massa, proporcionando um excelente retorno financeiro. A tela VecoLife foi desenvolvida para o aumento da vida útil em relação as telas Standard. SPG Prints/Stork Veco 19 3437.1315 www.spgprints.com.br


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Ferrusi atua dentro de padrões e Zanardo chega a normas exigidos pelo mercado atual Fenasucro com novidades Desde 1989, a Ferrusi Fundição atua com destaque nacional no ramo de fundidos, ferro fundido cinzento e nodular, bronze, aço carbono, aço inox, alumínio e ligas especiais, peças de 1 kg a 5 toneladas. Com capacidade de produção de mais de 200 toneladas ao mês, a empresa conta com fornos, estrutura física, equipamentos e funcionários capacitados para desenvolver os mais complexos e diversificados serviços; dentre eles: projetos, análises laboratoriais completas, serviços de caldeiraria e usinagem, modelação, departamento de inspeção e jateamento. Todos dentro de padrões e normas exigidos pelo mercado atual. A Ferrusi tem como principal objetivo atender bem seus clientes e o constante aperfeiçoamento da qualidade máxima em seus produtos e serviços. Investimos pesado em tecnologia de ponta e apresentamos padrões administrativos e comerciais modernos e ousados, assim como a logística de seus produtos finais. São diversos os segmentos da indústria que podemos atender, tais como: Açúcar e Álcool, Agrícola, Bioenergético, Cerâmico, Cítrico, Metalurgia, Mineração, Papel e Celulose, Pavimentação e Siderurgia, que englobam desde pequenas indústrias até as principais indústrias de base, fundindo e fabricando produtos sob encomenda,

compatíveis com cada necessidade, além da produção de peças acabadas de todos os tipos e formas. Traçamos como diretriz desenvolver soluções inovadoras, através de tecnologia avançada, fortalecer a parceria clientefornecedor-funcionário, que contribui para a nossa manutenção do padrão de qualidade e reconhecimento de mercado, foco em soluções viáveis aos nossos clientes, e respeito ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Ferrusi 16 3946.4766 www.ferrusifundicao.com.br

Em 2013 a melhor padrão de Zanardo está mais qualidade em uma vez presente fabricação de na Fenasucro. A válvulas de empresa traz como controle. maior novidade a O presidente atualização da João Cláudio Válvula de Zanardo destaca a Controle Globo importância das Série 900/910. inovações para o Fabricada há mais sucesso da de 15 anos, a empresa: “Nós válvula foi temos como redesenhada para maiores atributos a a série 905/915, qualidade e a que traz inovações tecnologia de em seu projeto e nossos produtos. também no critério Por isso, sempre de especificação, estamos nos que tiveram como Válvula de controle S905-915, reinventando para foco atender a fabricada pela Zanardo atender às evolução das necessidades dos caldeiras de alta pressão, sendo destinada clientes.”. No evento, a empresa conta a unidades de cogeração de energia ainda com a exposição de outros produtos elétrica e ao controle preciso de fluídos em importantes de sua ampla linha de sistemas automatizados de última geração. válvulas de controle, buscando manter-se Para fabricação deste novo modelo, a em rota contínua de crescimento. Zanardo investiu em recursos de engenharia de desenvolvimento e Zanardo equipamentos de última geração para 18 3117.1195 usinagem computadorizada, atingindo o www.zanardo.com.br


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Polo industrial, Sertãozinho cresce com cana e negócios gerados na Fenasucro Expositores movimentaram economia local com cerca de R$ 4 milhões durante a Fenasucro 2012 Além da oportunidade de atualização profissional e concretização de negócios para toda a cadeia sucroenergética, a Fenasucro – 21ª Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética traz consigo o fortalecimento da região na qual se realiza anualmente, a cidade de Sertãozinho (SP). Em 2013, a Reed Multiplus, promotora do evento, deve investir pelo menos R$ 6 milhões na cidade. Mas o impacto positivo da feira na cidade e sua região é ainda maior, movimentando cerca de R$ 21 milhões, com 14 mil empregos diretos e indiretos gerados. Para a edição deste ano, espera-se 35 mil visitantes que entrarão em contato com 550 expositores entre nacionais e internacionais. De acordo com a prefeitura municipal, a cidade-sede da Fenasucro tem hoje sete usinas de álcool e açúcar, e é a 7ª melhor cidade do país de acordo com o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal. A prosperidade econômica que acompanha o setor sucroenergético é objeto de estudo em diversas cidades nas quais as usinas são

Apenas a organizadora da feira desembolsou R$ 10 milhões no comércio e serviços locais

instaladas. Exemplos apontados em pesquisa do professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, Marcos Fava Neves comprovam a prosperidade de cidades que passaram a receber usinas de cana, ou greenfields. A cidade de Quirinópolis, no estado de Goiás,

teve estatísticas positivas com números crescentes entre 2005 e 2011. Os empregos saltaram de 5 mil para 11 mil. Veículos, de 10 mil para 23 mil, e o ICMS arrecadado triplicou, de R$ 8 milhões para R$ 24 milhões. Fatores como estes confirmam a importância da Fenasucro para o

desenvolvimento da indústria sucroenergética no Brasil, fonte de energia limpa e segura. Multiplus 16 2132.8936 www.reedmultiplus.com.br


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Sage Oil Vac Brasil inova o conceito da troca de óleo campo Fachada da Anhembi Borrachas

Troca de conjunto das vedações é imprescindível na manutenção preventiva Visando atender com maior abrangência o setor sucroenergético, desde 2011, a Anhembi implantou um departamento exclusivo para execução de serviços, oferecendo a este importante setor mais uma opção com praticidade e agilidade, uma vez que as manutenções ocorrem no período de entressafra. Os principais benefícios da manutenção periódica dos trocadores de calor a placas e a substituição das gaxetas de borracha, são refletidos em maior vida útil do equipamento, funcionando de forma eficiente, permitindo melhor troca térmica, evitando-se vazamentos e contaminação do produto. É recomendado pelos fabricantes de trocadores de calor a placas que ao se realizar a manutenção é obrigatório trocar o conjunto completo das vedações e também realizar a limpeza completa das placas para detectar possíveis trincas e perfurações. Ao não realizar estes procedimentos na manutenção preventiva, as usinas estão arriscadas a paradas de produção não programadas. O prejuízo gerado por um equipamento parado fora de hora é imensurável,

provocando atrasos na produção, horas paradas irrecuperáveis, podendo até como consequência ocorrer o descumprimento de prazos de entregas, aumento de custos e comprometendo toda a programação anual da usina. Há 42 anos no mercado brasileiro, os produtos Anhembi são fabricados de acordo com padrões mundiais de qualidade e para acompanhar a expansão das atividades nas últimas décadas, a empresa passa necessariamente por investimentos permanentes em desenvolvimento de tecnologia, inovação e processos produtivos mais eficientes capazes de enfrentar os desafios de um crescimento sustentável. Na próxima década, a produção de açúcar e etanol brasileiro deve aumentar quase 10 milhões de toneladas. Valorize sua usina e proporcione qualidade e pontualidade em sua produção através de nossos produtos e serviços, solicita a empresa. Anhembi Borrachas 11 2603.3040 www.anhembiborrachas.com.br

A Sage Oil Vac Brasil, presente em todo mundo e líder no setor de lubrificação móvel traz a tecnologia “Oil Vac” para a troca de óleo no campo com mais segurança e rapidez que os comboios convencionais. Quantas toneladas de cana deixam de ser colhidas para a troca de óleo do cárter e filtro no campo? A Sage Oil Vac Brasil demonstra a troca de óleo do cárter na Fenasucro para o setor sucroenergético, e prova que é possível reduzir em média 66% o tempo da máquina parada durante o plantio e colheita. O maior tempo gasto é o processo de drenagem por gravidade, desde esperar o motor esfriar, proteger o local contra vazamento, até o armazenamento do

óleo no tanque do comboio. No sistema Oil Vac, inicia-se o processo assim que o comboio chega próximo a máquina agrícola sem a necessidade de proteger o solo, nem esperar o motor esfriar. Basta conectar a mangueira diretamente na parte inferior do cárter e o óleo ainda quente é transferido por vácuo ao tanque selado, com velocidade, arrastando as impurezas do fundo, sem contato com o operador e o meio ambiente. O diferencial do equipamento Oil Vac é poder adaptá-lo em qualquer veículo. Sage Oil Vac Brasil 11 2631.6343 www.sageoilvac.com.br

Equipamento OIL VAC para caminhão


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