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Ribeirão Preto/SP
Abril/2014
Série 2
No fim das energias Governo paga alta conta por erros estratégicos, como o de não fazer leilões regionais de energia e por fontes
O SETOR VAI ÀS RUAS Agravamento da crise energética e das usinas obriga o setor a ir às ruas, com protestos agendados para 24 de abril, nas regiões produtoras, e 13 de maio em Brasília
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ÍNDICE DE ANUNCIANTES
Abril 2014
Í N D I C E ACIONAMENTOS RENK ZANINI
16 35189001
2
ACOPLAMENTOS VEDACERT
16 39474732
78
AÇOS-INOXIDÁVEIS APERAM
11 38181821
30
PRODUQUÍMICA - SP
11 30169619
62
ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE INFECÇÕES BACTERIANAS BETABIO / WALLERSTEIN PRODUQUÍMICA - SP
11 38482900 11 30169619
38 62
17 35311075
3
18 36212182
63
11 30169619
62
SOLUÇÕES
ARGUS
QUÍMICA REAL
31 30572000
57
GEORREFERENCIAMENTO
19 38266670
33
COMPONENTES ELÉTRICOS 11 56450800
65
FEIRAS E EVENTOS AGRISHOW
19 33018101
64
REUNION ENGENHARIA
11 41566688
68
SUGARSOFT
19 34023399
82
CONTROLE DE FLUIDOS 19 21279400
11 26826633
23
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
PROLINK
19 34234000
METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 19 38129119
11 50923305
29
19 21279400
16
CANAVIALIS
19 35124143
51
DUPONT
11 41668683
21
IHARABRAS
15 32357914
49
NUFARM
11 21338866
53
BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS 16 39452825
82
BIG BAG'S 16 38182305
80
CABOS DE AÇO 13
55
14
CALDEIRAS 16 35138800
80
CARRETAS 17 35311075
3
CARROCERIAS E REBOQUES RODOTREM
18 36231146
70
RONTAN
11 30937088
52
SERGOMEL
16 35132600
46
19 34391101
ENGEVAP
19 37562755
16 35138800
35 38510400
76
CENTRÍFUGAS 16 39452825
82
COLETORES DE DADOS 16 39413367
4
COLHEDORAS DE CANA 41 21077400
8E9
19 34967711
68
19 21279400
16
11 30169619
62
22
AZ BRASIL EPI
35 37318578
48
19 36827070
50
16 36265540
81
19 34967711
LEMAGI - SP
14
VEDARIB
82
16 34429952
AGRIMEC
55 32227710
54
CASE IH (COM)
41 21077400
8E9
64
16 35189001
16 35137200
7
SUPRIMENTOS DE SOLDA 16 35135230
58
TINTAS E REVESTIMENTOS SHERWIN-WILLIAMS SUMARÉ 19 21228826
69
TORRES DE DESTILAÇÃO METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100
14
TRANSBORDOS 16 39461800
15
TRATAMENTO DE ÁGUA / EFLUENTES
16 35138800
80
TRATORES CASE IH (COM)
41 21077400
8E9
IHARABRAS
15 32357914
49
MASSEY FERGUSON
51 34628000
84
PRODUQUÍMICA - SP
11 30169619
62
TREINAMENTO E COACHING
UBYFOL
34 33199500
5
19 21050800
16 39452825
26
82
11 30169619
62
55 32227710
16 39461800
54
15
19 33018101
11 41566688
68
16 39479222
82
VÁLVULAS INDUSTRIAIS 11 46128202
32
VEDAÇÕES E ADESIVOS PARKER HANNIFIN
12 40093591
17
VEDACERT
16 39474732
78
VENTILAÇÃO INDUSTRIAL
PLANTAS INDUSTRIAIS BOSCH ENGENHARIA LTDA
AGAPITO
FOXWALL
DMB
AGRIMEC
REUNION ENGENHARIA
TROCADORES DE CALOR
PLAINAS
17
PRODUQUÍMICA - SP
MAGISTER
ENGEVAP
12 40093591
FERTILIZANTES
58
44
PARKER HANNIFIN 17
82
16 35135230
41
PLANTADORAS DE CANA
34
16 39479222
COMASO ELETRODOS
11 25951300
64
19 35729999
AGAPITO
19 38129119
19 34431400
12 40093591
52
VLC
LEMAGI - SP
PARKER HANNIFIN
11 30937088
83
SOLDAS INDUSTRIAIS
DMB 2
16 08007779070
FILTRANDO
FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS
HIDRO AMBIENTAL
81
68
AUTHOMATHIKA
EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS
16 36265540
SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS
19 34391101
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS 28
2
CONGER
VIBROMAQ 19 34431400
16 35189001
REFRATÁRIOS
COMASO ELETRODOS 27
METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100
IBP - UNIMIL
FERRAMENTAS
RENK ZANINI
RONTAN
PENEIRAS ROTATIVAS
11 33563100
57
METROVAL
PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS
80
31 30572000
SINALIZADORES INDUSTRIAIS
NUTRIENTES AGRÍCOLAS
ANSELL
16 35134000
27
MONTAGENS INDUSTRIAIS
56
62
QUÍMICA REAL
REFRATÁRIOS RIBEIRÃO
MOENDAS E DIFUSORES
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
CATRACAS
15
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS
24
38
11 30169619
SÃO FRANCISCO SAÚDE
ELETROSERVICE
37, 61 E 73
19 34669300
19 34391101
16 39461800
MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
68
11 38482900
PRODUQUÍMICA - SP
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE
REFRATÁRIOS RIBEIRÃO
ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL CONGER
ELETROSERVICE
GERMEK
ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA E SERVIÇOS CPFL SERVIÇOS
71
INSPEÇÃO TÉCNICA
RENK ZANINI 16 35124300
16 21014151
IRRIGAÇÃO
ELETROCALHAS DISPAN
DMB
BETABIO / WALLERSTEIN
REDUTORES INDUSTRIAIS
INSUMOS AGRÍCOLAS
EDITORA PROCANA BRASIL
METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100
CASE IH (COM)
82 33279632
DESTILARIAS CONGER
16 35149966
CALDEIRARIA
MARKANTI
STAB
66
ISOLAMENTOS TÉRMICOS
SYNGENTA
METROVAL
VIBROMAQ
59 E 67
41
42 E 43
SISPONTO
37, 61 E 73
16 21328936
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS 11 30432125
ALFATEK
16 35124300
REED ALCANTARA
14
BASF
ENGEVAP
PROCANA BRASIL
14 34136856
80
IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS
PRODUQUÍMICA - SP
28
OKUBO
47
PRODUTOS QUÍMICOS 16 38182305
GRÁFICA SÃO FRANCISCO GRÁFICA
11 35987800
11
16 35134000
SOLUÇÕES
14
16
AUTHOMATHIKA
VIBROMAQ
JRM GEO
METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100
BOSCH ENGENHARIA LTDA
METROVAL
FIOS E CABOS
EVAPORADORES
CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL
VLC
AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER
PRODUQUÍMICA - SP
DECANTADORES
AUTOMAÇÃO AGRÍCOLA AGM TECH SOLINFTEC
ESPECIALIDADES QUÍMICAS
CORRENTES INDUSTRIAIS
ÁREAS DE VIVÊNCIA ALFATEK
A N U N C I A N T E S
COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
APS COMP ELÉTRICOS
ANTI - INCRUSTANTES
D E
64
VLC
19 38129119
41
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CARTA AO LEITOR
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carta ao leitor
índice
Josias Messias
josiasmessias@procana.com
Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 e 7 Usina do bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 e 11 Homenagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12
Fulvio Pinheiro Machado * 17/8/51 +10/3/2014
Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 a 25
Nordeste declara guerra à importação de etanol Estiagem expõe fragilidade do sistema elétrico brasileiro Inabilidade na política energética deve gerar déficit de US$ 11,5 bi União Europeia quer autossustentabilidade energética ENTREVISTA: Artur Yabe Milanez, ger. de biocombustiveis do BNDES
Logística & Transportes . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 a 32
ESPECIAL — O patinho feio tornou-se mosca branca RUMO AO NORTE! Cana deve seguir rumo da soja
Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 a 40
Rurícolas têm novo perfil e nova composição Aumento da incidência de pragas ronda os canaviais Produtividade do C/S poderá ter quebra de até 50%
Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41 a 46
GIRO DO SETOR — América latina Busca por preços melhores antecipam safra Centro/Sul
Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .48 a 53
O exemplo da Alta Mogiana em Segurança no Trabalho Norma exige adoção de medidas contra riscos ambientais
Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .54 a 57
Competências técnicas X competências comportamentais
Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58 a 69
Desfibrador diferenciado é usado no preparo de cana da Adecoagro Sinatub na produção do Etanol 2G ESPECIAL — Ar torna-se solução para movimentação de bagaço A usina na mão! – Especial acionamentos elétricos ESPAÇO GEGIS - Indicadores industriais da safra 2013/14
Setor em Destaque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70
Prêmio BestBIO 2014 recebe inscrições de cases
Destaques do Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72
Por Fábio Exfatman Rodrigues
Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .74 a 82
VIDA QUE NASCE DA MORTE “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?”. (Apóstolo Paulo, no verso 55 do capítulo 15de sua primeira carta bíblica aos Coríntios, referindo-se à vitória de Jesus Cristo conquistada ao morrer na cruz levando os pecados da humanidade e ressuscitando ao terceiro dia)
Às ruas! “O governo federal não pode mais continuar ignorando as dificuldades enfrentadas pelos produtores de etanol. Precisa mudar de fato sua postura porque o fechamento de usinas acaba com empregos, reduz a arrecadação de impostos e mantém a necessidade constante de importação de gasolina. Não se constrói o País desprezando a história e destruindo as conquistas dos brasileiros que realizaram a mais formidável alternativa mundial sustentável aos combustíveis fósseis e poluentes, o nosso Etanol!” Assim o deputado Arnaldo Jardim encerra seu artigo publicado no último dia 13 de março no site do JornalCana, o qual define bem o agravamento da situação do setor, com o fechamento de mais de 40 usinas, desde o Ethanol Summit 2013, onde lançamos a ideia das manifestações públicas como única maneira de fazer o setor ser ouvido e respeitado pela Presidente Dilma. Nossa sugestão encontrou eco na maioria das lideranças do setor e permitiu a criação, em Brasília, da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Sucroenergético, presidida por Arnaldo Jardim, a qual desempenhou papel fundamental na articulação com entidades, produtores e autoridades, culminando agora com as manifestações públicas agendadas para o dia 24 de abril, nas regiões produtoras, e 13 de maio em Brasília. “Achamos que chegou a hora de mudarmos o tom, de endurecermos a luta para preservar o patrimônio construído com a produção do combustível verde e amarelo que é o etanol”, afirmou Jardim. Segundo ele, as manifestações serão organizadas com a participação de todo o setor: plantadores e fornecedores de cana, usinas e indústria de máquinas e equipamentos. O setor têm consciência das poucas, ou quase nulas, possibilidades do governo tomar alguma medida que cause grande impacto positivo na atual safra, tal como aumentar o preço da gasolina, permitindo um consequente aumento nos preços do etanol, ou a retomada da CIDE, e que as soluções para reduzir os prejuízos devem ser resultado de ações das próprias usinas. Mas existe uma bandeira viável que pode ajudar a aumentar os preços médios do etanol ao mesmo tempo em que reduz os déficits da Petrobras e do Brasil com a importação de gasolina. Trata-se do aumento da mistura de anidro de 25% para 27,5% na gasolina. É bom para o país e para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar! Vamos cobrar o descaso e os prejuízos ocasionados aos produtores de etanol nos últimos anos. O momento é agora, porque o projeto do PT em perpetuar-se no poder com a reeleição da Dilma (ou do próprio Lula, como substituto de última hora…) está em risco. Sem dúvida, qualquer medida de impacto imediato em favor da atividade sucroenergética por parte da Presidente Dilma Rousseff virá pela via que o PT pensava ser o único a dominar e que ultimamente tem se mostrado uma arma eficaz contra eles próprios: manifestações públicas. Às ruas!
NOSSOS PRODUTOS
O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 - Ribeirão Preto - SP procana@procana.com.br
NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroenergético de informações relevantes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e organizar eventos empresariais visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor (humano, socioeconômico, ambiental e tecnológico); Democratizar o conhecimento, promovendo o intercâmbio e a união entre os integrantes; Ser o porta-voz e centro de informações do setor; Manter uma relação custo/benefício que propicie parcerias rentáveis aos clientes e demais envolvidos.
DIRETORIA Josias Messias josiasmessias@procana.com.br Assessoria Mateus Messias presidente@procana.com.br
w w w. jo r n a lc a n a . c o m . b r
ADMINISTRAÇÃO REDAÇÃO Editor Luiz Montanini - editor@procana.com.br Coordenação e Fotos Alessandro Reis editoria@procana.com.br Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur Reportagem Andréia Moreno - redacao@procana.com.br André Ricci - reportagem@procana.com.br Arte Gustavo Santoro Revisão Regina Célia Ushicawa
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AGENDA
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A C O N T E C E U
A C O N T E C E
GMEC DISCUTE ENLONAMENTO DE CARGAS
AGRISHOW
FERSUCRO
A Usina Clealco, de Clementina (SP), sediou a segunda reunião do ano do Gmec – Grupo de Motomecanização do Setor, no último dia 18 de março. O evento que reuniu cerca de 80 representantes de usinas, discutiu as “Soluções para o Enlonamento de Cargas de Equipamentos Canavieiros”. Na ocasião, diversos fornecedores e a Usina Malosso, apresentaram os sistemas disponíveis no mercado. Na semana anterior, o Gmec lançara uma pesquisa sobre enlonamento com o objetivo de descobrir quais sistemas as usinas sucroenergéticas utilizam na atualidade. Durante a reunião foram divulgados os resultados. Segundo um dos organizadores do evento, Bruno Mattos, 89% das unidades pesquisadas utilizam o Lança corda manual para puxar a lona (enlonar e desenlonar a carga), e que atende as especificações da lei. O restante das usinas utilizam os outros sistemas.
A 21ª Agrishow - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação acontece de 28 de abril a 2 de maio de 2014, em Ribeirão Preto, SP. Os organizadores esperam reunir um número maior de expositores este ano, sendo que no último, o total foi de 790 marcas. Já com relação aos visitantes, que no ano passado totalizou 150 mil pessoas, de mais de 70 país, o objetivo também é aumentar. Para isso, a organização afirma ter melhorado a sistemática de regionalização. A Feira conta com os seguintes segmentos regionalizados: aviação; irrigação; ferramentas; automotivo; ônibus; caminhões e implementos para transbordo; máquinas para construção, pecuária, pneus, agricultura de precisão; armazenagem e plots. Outra detalhe é a unificação dos pavilhões cobertos, área que foi ampliada e contará com uma moderna cobertura, totalizando 9.000 m2 de área. Mais informações acesse www.agrishow.com.br.
A Stab Leste realiza no período de, 8 a 11 de julho de 2014, no Centro de Convenções de Maceió, AL, a 11ª edição da Fersucro – Feira Regional Sucroalcooleira. Mais informações através do site www.fersucro.com.br.
SUCRONOR A 5ª Mostra Sucroenergética para a Região Nordeste, acontece de 22 a 25 de abril de 2014, no Centro de Convenções de Pernambuco – Olinda, PE. Mais informações através do site www.sucronor.com.br.
FENASUCRO A Fenasucro&Agrocana acontece de 26 a 29 de agosto de 2014, em Sertaozinho, SP, oferecendo aos visitantes a oportunidade de explorar toda a cadeia de produção: preparo do solo, plantio, tratos culturais, colheita,
industrialização, mecanização e aproveitamento dos derivados da cana-de-açúcar. Mais informações www.fenasucro.com.br.
AGENDE-SE PARA O MASTERCANA As três edições do Prêmio MasterCana já têm datas marcadas. No Centro-Sul, a festa acontece no dia 25 de agosto, em Sertãozinho, SP. Já o MasterCana Nordeste, neste ano, acontece em 13 de novembro, em Recife, PE. Por último, em 25 de novembro, será realizado o MasterCana Brasil, em São Paulo, capital.
BESTBIO E FÓRUM PROCANA O Prêmio BestBIO, que acontece em 18 de setembro, em Ribeirão Preto, SP, é uma iniciativa independente que tem por objetivo central incentivar a sustentabilidade através da divulgação e reconhecimento aos melhores cases da bioeconomia brasileira, com ênfase no desenvolvimento e geração de energias limpas e renováveis. Mais informações, acesse: www.bestbio.com.br.
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Prêmio MasterCana Social acontece em 25 de agosto Evento incentiva iniciativas sustentáveis de toda a cadeia sucroenergética DA REDAÇÃO
Acontece no dia 25 de agosto, na cidade de Sertãozinho, SP, a 7ª edição do Prêmio MasterCana Social, evento promovido pelo Gerhai - Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria em parceria com a ProCana Brasil. O encontro será realizado dentro da programação do Prêmio MasterCana Centro-Sul, que abre a semana da Fenasucro, maior evento do calendário sucroenergético.
O MasterCana Social tem por objetivo incentivar, reconhecer e premiar as práticas de gestão de pessoas e responsabilidade socioambiental das usinas sucroenergéticas, como também das entidades representativas e das empresas fornecedoras de produtos e serviços ao setor, que contribuem para a promoção do bem-estar social e do desenvolvimento sustentável. Quem explica melhor é José Darciso Rui, diretor do Gerhai. “Sabemos que o setor é representado e movido pelas usinas que transformam a cana-de-açúcar em energia, etanol, açúcar e tantos outros produtos. Mas, além da cana, essas usinas também transformam a sociedade, a economia e a comunidade onde estão instaladas, gerando emprego, renda, benefícios sociais e impostos”, destaca.
Todos os projetos serão analisados por uma comissão que fará uma triagem e definirá os três finalistas de cada categoria. Os classificados passam pela “Comissão de Notáveis”, responsável pelo processo eletivo, sendo os vencedores revelados no dia do evento. “Sabemos que parceiros e investidores, especialmente os internacionais, buscam informações sobre a participação das empresas em projetos ambientais e sociais. Premiar e ressaltar este trabalho torna-se importante para o segmento”, diz Rui. Em 2013, com nove cases inscritos, a Viralcool Açúcar e Álcool foi eleita a “Empresa do ano em Responsabilidade Socioempresarial”. Em um dos seus trabalhos, denominado “Festival de Teatro TPC”, a empresa levou o prêmio na categoria “Educação e Cultura”.
CATEGORIAS LAUREADAS
Educação e Cultura Sustentabilidade/Meio Ambiente Valorização da Diversidade Saúde Ocupacional Desenvolvimento Humano Qualidade de Vida Comunidade Comunicação e Relacionamento Empresa do ano em Responsabilidade SocioEmpresarial Destaque Empresa Fornecedora Destaque Entidade
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USINA DO BEM
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Política ambiental chama atenção A Usinas Itamarati, do Mato Grosso, recebeu no dia 10 de março, um grupo de produtores e associados da Cooperativa Castrolanda Agroindustrial, do município de Castro (PR). Os visitantes foram acompanhados do consultor Nadiel Pacheco Kowalski e recepcionados pelos profissionais do Departamento de Comunicação e Marketing da Usinas Itamarati, Daisy Gontijo e Evandro Eugênio dos Santos. Os profissionais se interessaram pela política ambiental da
unidade e das técnicas aplicadas na empresa. A equipe de Comunicação fez uma apresentação institucional da empresa e em seguida, os professores e gerentes técnicos e do Sistema de Gestão Ambiental da UISA, Rogério Pontes Xavier e Caetano Henrique Grossi, ministraram palestra sobre a tecnologia agroindustrial e utilização dos resíduos resultantes do processamento da matéria-prima e a política ambiental da Usinas Itamarati.
Barralcool comemora Dia das Mulheres No último dia 15 de março, o Grupo Barralcool promoveu pelo 8º ano consecutivo um evento em comemoração ao Dia Internacional da Mulher na sede do seu Projeto Social Doce Vida, em Barra do Bugres (MT). O encontrou reúne há dois anos exclusivamente as colaboradoras da usina. Neste ano, a temática do evento foi “Mulheres Mato-grossenses” e as participantes assistiram apresentações da
dança típica siriri, música pantaneira e palestras. A unidade promoveu o sorteio de brindes, entre eles cinco celulares e uma bicicleta de 18 marchas. As participantes também assistiram a palestras sobre Moda com a blogueira Daiana Grummt, sobre Autoestima com Fátima Lopes, do Sesi e cuidados com a pele para uma boa maquiagem com Cassia de Gois, além de receberem Quick Massage com a fisioterapeuta Dione, da Unimed.
Site do JornalCana tem novo blogueiro A partir deste abril, André Valio, integrará a equipe de blogueiros do novo portal do JornalCana. O engenheiro agrônomo especialista em gestão e tecnologia pela Esalq/Usp, com MBA em gestão empresarial pela FGV, possui vasta experiência no setor. André Valio atua há 16 anos em gestão
de empresas de bioenergia e há dois anos em consultoria agronômica. Atuou como diretor de operações na Umoe Bioenergy e como diretor agrícola e de org. agroindustrial na Abengoa Bioenergy conseguindo importantes ganhos de performance operacional, redução de custos e enormes avanços na segurança e padronização dos
processos. Gerenciou orçamentos com montantes de até 200MUSD e comandou em sua vertical até 4K empregados entre operações agrícolas e industriais com forte liderança e foco nos resultados. Liderou startups de projetos greenfield e também colaborou e liderou projetos de ampliação de plantas já operativas com êxito.
André Valio
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USINA DO BEM
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DIA MUNDIAL DA ÁGUA
GUAÍRA CLEALCO
Em comemoração ao Dia Mundial da Água, 22 de março, a Usina Açucareira Guaíra, preparou no dia 21 de março, atividades ambientais para 40 alunos do 6° do Colégio Zezinho Portugal. Segundo o engenheiro ambiental, Anderson Malerba, as crianças assistiram ao vídeo educacional sobre as atividades sustentáveis realizadas pela Usina Açucareira Guaíra, palestra sobre a importância de preservar água, distribuição de folders educacional sobre o uso racional da água e mudas de árvores de espécies nativas. Em seguida foram encaminhadas para conhecer a Estação de Tratamento de Efluentes da empresa, onde todos os efluentes provindo das oficinas e lavadores são tratados e, através de circuito fechado, a água é reutilizada na lavagem de toda a frota da empresa, reduzindo ainda mais a captação de água utilizada nesses processos, favorecendo a garantia de recursos hídricos em quantidade e qualidade.
Em comemoração ao Dia Mundial da Água, que aconteceu no dia 22 de março, o Grupo Clealco realizou um evento destinado a 120 crianças do quinto ano da Escola Estadual Maria Conceição de Souza, da cidade de Clementina (SP), e também do quarto ano da Escola Municipal Casa da Amizade, de Penápolis (SP). Durante a programação, as crianças fizeram uma apresentação de dança, além de uma peça teatral sobre a necessidade de utilizar a água com consciência. No decorrer do evento, as pedagogas do Daep – Departamento de água e Esgoto de Penápolis, Fernanda Marin Campache Bosso e Dalila Maria da Cruz Oliva, ministraram uma palestra sobre a importância da água para os seres vivos e o trabalho realizado pelo Daep. No final do encontro, cada criança recebeu uma muda de árvore nativa, com o objetivo de estimular a arborização das cidades da região.
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Ação mundial de segurança A Louis Dreyfus Commodities promoveu no dia 19 de março, o 5° Dia Mundial da Segurança, com o tema “Sustentabilidade começa com Segurança”. No Brasil, maior operação do grupo no mundo, seus mais de 12 mil colaboradores em 12 estados participaram do evento. Realizado nos 90 países onde a companhia está presente, o evento busca reforçar o compromisso de seus colaboradores com os quatro pilares de sua política de sustentabilidade – pessoas, meio ambiente, comunidade e parceiros – e com ações que promovam a segurança no local de trabalho. Segundo sua assessoria, a LDC programou uma série de atividades para engajar seus colaboradores, como palestras educativas, oficinas, entre outras, onde segurança e meio ambiente têm um papel central.
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HOMENAGEM
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FULVIO PARTE. O SEU LEGADO, PERMANECE Especialista em tecnologia industrial e consultor, faleceu aos 62 anos, em 10 de março
escrevendo, especialmente sobre fatos, pessoas e tecnologias que marcaram a história do setor”, diz. Antoine Sarrau, diretor financeiro da Solios Thermal, do Fives Group sentirá saudades. “Os poucos contatos que tive com ele foram sempre de uma grande riqueza, não só jornalística, mas histórica e humana. Era um jornalista técnico fora do comum, pois tinha um dom, sabia tornar o cotidiano menos trivial, dar uma perspectiva mais profunda às coisas. Ficaremos com saudades”, ressalta.
ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
O colaborador freelancer da ProCana Brasil, o engenheiro agrônomo, Fulvio de Barros Pinheiro Machado, faleceu aos 62 anos de aneurisma da veia aorta, no dia 10 de março, em São Carlos (SP). Por onde passou Fulvio deixou seu recado. Especialista da indústria sucroenergética, trabalhou por mais de 30 anos no setor, e era muito conhecido por sua simpatia e companheirismo. O jornalista atuou na ProCana Brasil como consultor contratado até o último dia 20 de fevereiro, data em que passou a prestar serviços. Desde 2011, escrevia especialmente sobre tecnologia industrial para o JornalCana. Sua marca registrada era a máquina fotográfica e a necessidade de relatar a história por onde passava, ou de pesquisar os primórdios do segmento. Muito interessado em história, Fulvio possuía um grande acervo fotográfico sobre o setor sucroenergético e importantes textos como “Brasil, a doce terra”, inclusive. Colaborou com artigos técnicos durante anos também para a revista Stab. A fotografia também era seu hobby. O professor Fulvio casou-se em 1978 com Cleide Carboni Pinheiro Machado, ano em que iniciou na empresa Zanini até
HOMENAGEM DOS AMIGOS
Fulvio, sempre gentil e sorridente
1986, como gerente de seção de vendas. Atuou na Smar como promotor de vendas e gerente de operações de vendas de 1986 até 2005. De 2006 a 2009 trabalhou na CSJ (Cooperativa São José) como vendedor e em março de 2011 foi convidado para ser consultor na ProCana Brasil. Fulvio deixa a esposa Cleide e os filhos, Luís Gustavo e Flávio Augusto. “A casa era sua alegria, pois sempre foi muito família. Não tinha quem não gostasse do Fulvio. Era conselheiro, amigo, orientava,
ajudava. Era um pai e marido exemplar, e faz muita falta para nossa família”, lamenta Cleide. Para o presidente da ProCana Brasil, Josias Messias, o Fulvio era um gentleman e muito eclético. “Era possível passar várias horas agradáveis conversando com ele sobre diversos assuntos. Ele tinha uma busca incansável por conhecimento. Formou-se engenheiro agrônomo na Esalq, exerceu sua carreira na área de tecnologia industrial, mas se realizava mesmo
Josias Messias e Fulvio Pinheiro Machado: um gentleman
Por onde passava, Fulvio conquistava amigos e fazia questão de comentar sobre as tecnologias do setor ou contar um pouco da história. Adalberto Marchiori, da comunicação e marketing do Grupo TGM, conhecia o jornalista há 25 anos e se lembra com carinho da convivência no mesmo ambiente de trabalho. “Eu gostava muito dele, pois era muito criterioso, inteligente, detalhista, ousado e um profundo conhecedor do setor. Era um dos antigos remanescentes do segmento. Participou da criação e desenvolvimento de diversos projetos, pois tinha conhecimento técnico profundo. Fará muita falta”, diz. Outro antigo colega de trabalho, o executivo do setor, Ivan Correa, o Xaxá, se lembra dos registros fotográficos do Fulvio e do gosto pela história. “Por onde passava registrava o momento com sua máquina. Preservava muito o passado e ajudou a Stab com diversas reportagens. Era uma pessoa muito fácil de se relacionar e muito boa gente. Sempre que alguém precisava de ajuda, ele se oferecia para auxiliar e indicava o caminho”. Fabiano Ruiz, da área comercial da Simisa, também ex-colega de trabalho de Fulvio, trabalhou com o especialista por cerca de seis anos. “Foi uma enorme perda pois era uma pessoa especial, participativa e prestativa. Seu forte sempre foi o marketing. Era conhecedor da trajetória do segmento e conseguia falar técnica e comercialmente. Era um jornalista técnico muito competente”, recorda. O ex-colega de trabalho, Gabriel Godoy, diretor da Reed Exhibitions, o conheceu em meados de 1995. “Falávamos muito sobre material jornalístico e modernas tecnologias. Tínhamos um relacionamento muito amistoso e fiquei chocado com a notícia. O Fulvio participou do desenvolvimento de várias tecnologias de instrumentação industrial. Como jornalista passou informações importantes ao mercado. É uma grande perda para o setor”, lembra. Bernardo Câmara Neto, diretor da Citrotec, gostava muito do Fulvio e o considerava um amigo. “Conheci-o em 2006 na Fenasucro e era excelente conviver com ele, pois era pessoa agradável e com astral elevado. Passou grande conhecimento. Era muito transparente, competente e falava com espontaneidade. Só podemos falar bem dele. Vocês perdem um grande colaborador e nós, um amigo”.
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Nordeste declara guerra à importação de etanol Ao apontar consequências da importação no país, produtores declaram guerra à concorrência estrangeira ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
A notícia de que pelo menos um navio com etanol americano deverá chegar à região Nordeste a cada 45 dias em 2014 causou um grande alvoroço no segmento. A expectativa é de que entre janeiro e abril entrem no país de 80 milhões a 100 milhões de litros de etanol americano, e com incentivos fiscais. Gerson Carneiro Leão, presidente do Sindicape – Sindicato dos Cultivadores de Cana-deAçúcar do Estado de Pernambuco tem demonstrado grande insatisfação diante do caso. Chegou até a escrever à presidente Dilma, pedindo uma solução. Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar-PE, explica que o Brasil não precisa de etanol importado pois a oferta, por parte dos produtores, de 27 bilhões de litros prevista para esta safra, atenderia e atende a demanda nacional. "Chegamos a exportar nesta safra atual, mais de 2,28 bilhões de litros e a produção de etanol do país cresceu
Renato Cunha: Brasil não precisa importar etanol porque produção atende demanda nacional
19,2% versus safra passada, que produziu apenas cerca de 23 bilhões de litros", revela. Segundo ele, a região Nordeste deverá produzir, fruto das duas últimas secas, cerca de 1,9 bilhão. A demanda é em torno de 2,4 bilhões e com a região Norte chega a 3 bilhões. "As duas regiões, anualmente, têm o complemento de abastecimento por meio da safra, dos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Eles são
transferidores de etanol para outros mercados, pois não consomem tudo que produzem", diz. Até mesmo o ministro da Agricultura, Antônio Andrade se reuniu com representantes do setor no Nordeste para discutir o tema e demonstrou indignação. "Acho isso um absurdo", disse, durante reunião com representantes da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida),
em 22 de janeiro. Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida, afirma que enquanto o Brasil permite a importação de etanol dos EUA sem impor nenhuma barreira, o país estrangeiro apenas recebe açúcar brasileiro através de cotas específicas, limitando o quantitativo, para proteger seus produtores locais. “Mas isso não tem sido priorizado aqui”, reclama.
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Importação de etanol pode afetar preço da cana Por acreditar ser nociva a importação de etanol aos produtores nordestinos, e até mesmo afetar os preços da matéria-prima, a União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) solicitou sua suspensão à Superintendência de Abastecimento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida, argumenta que se o pleito dos canavieiros não for atendido, a importação do etanol vai promover uma concorrência desleal e problemas na cadeia produtiva
local. “O primeiro problema é a redução do valor da cana, o que vai afetar diretamente os agricultores e também os industriais”. Lima explica que isso acontece porque a composição do preço dela depende do valor de mercado de seus produtos industrializados, como é o etanol. “Com a concorrência do etanol forasteiro, ocorrerá uma depreciação dos valores do etanol local e, consequentemente, dos valores da cana”, diz. O dirigente, revela que é um contrassenso o governo federal investir, por
um lado, R$ 148 mi em subvenção para socorrer o setor canavieiro do NE, em função dos prejuízos provocados com a última seca, e, por outro lado, importar etanol para competir com o mesmo setor produtivo regional que começa a sair dos cenários da estiagem e tenta lutar para se manter viável economicamente. “O etanol de milho não é fiscalizado pela ANP, portanto, falta certificação sobre a qualidade do combustível importado”, ressalta. Para ele, o pedido de suspensão tem
consonância com posições da presidente Dilma Rousseff. Isso porque, segundo o executivo, quando Dilma visitou os canavieiros nordestinos em 20 de maio de 2013, na Associação dos Fornecedores de Cana de PE, ela garantiu que seu governo sempre faria uma política permanente com o segmento para enfrentar as dificuldades de clima, relevo e do mercado. Na época, a presidente bradou que qualquer país do mundo tem que ter a consideração pela diferenciação regional. “É isso que o setor cobra”, finaliza. (AM)
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Cobranças até por carta
Gerson Leão, do Sindicape: carta aberta à sociedade contra a importação de etanol
Pelo menos duas cartas foram enviadas por diferentes entidades de classe ao governo federal, pedindo uma solução para a importação de etanol dos Estados Unidos para o Nordeste. Uma delas é do Sindaçúcar de Pernambuco e a outra do Sindicape - Sindicato dos Cultivadores de Cana-de-Açúcar do Estado de Pernambuco, em conjunto com a Unida – União Nordestina dos Produtores de Cana e a Associação dos Fornecedores de Cana de PE. A mais recente, lançada no início de fevereiro e liderada pelo Sindicape, é uma carta aberta à sociedade contra a importação de etanol realizada pela Louis Dreyfus Internacional por meio da Biosev, proprietária da Usina Giasa e Estivas no Nordeste. Segundo os dirigentes, a importação de etanol anidro de milho, durante a safra do Nordeste, prejudica o setor por concorrer com o produto nacional e a sociedade por não ter a mesma qualidade que o etanol de cana. O documento afirma que o produto dos Estados Unidos é subsidiado pelo governo americano, além de ser comprado com longos prazos para pagamento, sendo assim, "uma prática comercial irresponsável e predadora, pois tais incentivos e prazos tornam inviável a comercialização do etanol produzido no Brasil", revela a carta. A assessoria da Biosev explicou que a empresa importou etanol dos Estados Unidos para abastecer suas unidades do Nordeste e que não afetará o segmento da região por se tratar de pequenos volumes. "A importação do etanol americano garantirá que a Biosev atenda exigências da legislação brasileira, que estabelece limites mínimos de estoque de etanol para as usinas operando no país ao fim dos meses de janeiro e março. A Biosev encontrou no produto americano, que segue rigorosamente as especificações estipuladas pelos órgãos reguladores brasileiros, uma alternativa para abastecer o mercado Nordestino e atender
as exigências legais", enfatiza a empresa. Procurada, a ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, explicou que não pode restringir uma atividade prevista em lei. "Não existe na legislação brasileira vedação para importação de etanol combustível", garante. Gerson Leão, presidente do Sindicape, procurou a presidência da República para registrar a indignação dos produtores. O Ministério das Minas e Energia, por meio de Ricardo Dornelles, diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis, reiterou ao Sindicato, que não há legislação vigente que permita o bloqueio, suspensão ou mesmo, não autorização das operações de importação de etanol. Ele alegou também que tudo estava de acordo com as exigências regulamentadas no país. Muito decepcionado com a atitude do governo, Leão declarou que não irá desistir das reivindicações e que irá até as últimas consequências. No final do ano passado, o presidente do Sindaçúcar – PE, Renato Cunha também enviou carta à ANP pedindo providências. “O Governo Federal precisa aumentar de fato seu engajamento na agroenergia do Nordeste. Não dá para esquecer a indústria de cana dessa região que mesmo com as secas, gera mais de 250.000 empregos formais e fatura mais de R$ 5 bilhões por safra. Não conseguimos compreender como as licenças são autorizadas e que artimanhas foram usadas. O país não precisa de uma gota sequer de etanol, ainda mais de qualidade duvidosa”, revela o líder na carta. Segundo Cunha, o Sindicato avaliará tomar medidas legais contra a ação, mas primeiramente, quer exaurir o debate e buscar consensos com o Ministério de Minas e Energia e com a ANP. "Esse é um golpe da ganância sem limites de episódicos importadores”, conclui Renato Cunha. (AM)
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Estiagem expõe fragilidade do sistema elétrico brasileiro AGÊNCIA ESTADO
Setor luta por chance em um mercado promissor; previsibilidade política traria investimentos de volta ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO
"Estamos com mais de 40% - de armazenamento de água - nos principais reservatórios e não enxergamos nenhum risco de desabastecimento de energia. Risco zero". A frase do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, dita em 3 de fevereiro deste ano, ainda que positiva, já expunha a fragilidade do sistema elétrico brasileiro, dependente de fatores climáticos para se manter. Prova disto é o início de 2014. O período de estiagem não cessou e fez com os níveis dos reservatórios baixassem ainda mais, chegando, por exemplo, a 15% no sistema Cantareira. Em São Paulo, nunca havia sido preciso captar água do fundo dos reservatórios, pois eles jamais estiveram em níveis tão baixos. Já em meados de março, o tom otimista do governo mudou. O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, foi o primeiro a assumir a situação preocupante. "Estamos no sinal amarelo. Estou analisando e acompanhando a estação chuvosa, pois todo mundo sabe que tivemos um mês de janeiro e fevereiro com baixíssimas afluências para os nossos reservatórios. Essa é a realidade que ocorre no Brasil". Antes, o Governo Federal já havia acionado as usinas termoelétricas, fato que, de acordo com informações da CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, levou o preço da energia no mercado de curto prazo ao valor de R$ 822,83 por megawatt-hora (MWh), o mais alto da história. O recorde anterior, de R$ 684 por MWh, perdurou entre 30 de junho e 6 de julho de 2001, época em que foi decretado racionamento de energia pelo governo. “Nossa matriz tem uma participação hídrica muito grande, que depende diretamente das condições de chuvas
Sinal amarelo! Reservatório da Cantareira nunca esteve em nível tão baixo
durante o ano. A escassez de chuvas versus consumo elétrico definirá os preços de mercado neste período”, diz Humberto Vaz Russi, da Aliança Engenheiros Associados. Paralelo ao problema, o setor sucroenergético aguarda por uma oportunidade no mercado de energia. Segundo a EPE - Empresa de Pesquisa Energética, o potencial técnico da bioeletricidade da cana é de 8,4 GW médios até 2022, somente com o aproveitamento do bagaço. Se adicionarmos o potencial da palha, esse potencial chega a 22,1 GW médios. Contudo, a falta de políticas públicas impede que todo esse potencial seja aproveitado. “A diferença de investimentos entre as diversas fontes de energia esbarra nos interesses políticos, econômicos e financeiros de nosso governo. São necessárias linhas de crédito mais acessíveis e preços de comercialização condizentes com a realidade”, explica o especialista. Mais barata e sustentável, a geração de energia elétrica a partir da cana traria um alento financeiro aos produtores, principalmente em um momento econômico conturbado como o de hoje.
Zilmar José de Souza, gerente de Bioeletricidade da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, explica que previsibilidade é a chave do negócio. “O ideal é adotarmos uma política de longo prazo para a bioeletricidade, capaz de estimular de forma estrutural a expansão dessa fonte na matriz energética brasileira. Uma política de “stop and go” é a pior sinalização para uma cadeia produtiva. Precisamos de sinais claros não somente para bioeletricidade mas para todo o portfólio de produtos do setor sucroenergético”, afirma. Por fim, ele lembra que este trabalho poderia ajudar o país e toda uma classe trabalhadora. “Bioeletricidade não é problema, mas sim, parte da solução para dar competitividade ao setor e garantir o suprimento de energia elétrica ao Brasil”, finaliza o representante da Unica. Vale ressaltar que todo esse cenário acontece sob o comando da presidente Dilma Rousseff, que foi secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul, de 1999 a 2002, e depois assumiu o Ministério de Minas e Energia em 2003. Há 11 anos é ela que assina as decisões nesta área no país.
ENTREVISTA — Adriano Pires, diretor do CBIE – Centro Brasileiro de Infraestrutura
“Governo foi míope e terá que pagar a conta” Em todo imbróglio energético criado pelo governo brasileiro, a única certeza é de que a sociedade pagará a conta. Modicidade tarifária, de acordo com o diretor do CBIE - Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, foi o maior erro do governo, preocupado apenas em manter seu eleitorado, já que 2014, é um ano decisivo. Em entrevista exclusiva ao JornalCana, Pires explica que o Brasil precisa de diversidade em sua matriz energética, fator que só virá com políticas públicas eficientes. “Segurança e oferta são sinônimos de diversidade. Quanto mais diversificada for a matriz, menor a probabilidade de uma crise”. JornalCana: Como o setor sucroenergético pode tirar proveito da crise energetica? Adriano Pires: Não vejo como, na atual conjuntura. Tiraria se o governo fosse inteligente e colocasse preços atrativos nos leilões, ao invés de simplesmente ficar preocupado com a modicidade tarifária. Era preciso pensar na diversificação da matriz energética, já que segurança e oferta são sinônimos de diversidade. Quanto mais diversificada for a matriz, menor a probabilidade de uma crise. Por que isto não aconteceu? O governo criou uma maneira burra de trabalhar (sic). Na verdade, trata-se de uma política populista, que busca agradar os eleitores. Dessa maneira, eles conseguiram impedir
que a biomassa entrasse de uma maneira efetiva no sistema elétrico do país. A realidade é que se quisessem ser eficientes, teriam promovido, já há algum tempo, um leilão regional e por fonte. O governo foi míope e vai ter que pagar a conta. Como avalia as ações que estão sendo tomadas para conter o problema? Todas as medidas anunciadas nesse período crítico servem apenas para manter as tarifas baixas até as eleições. Quando analisamos os leilões mais antigos, vemos que o setor sucroenergético falava em R$ 180 por megawatt-hora e o governo dizia que era exagero. Hoje, veja só, estão pagando R$ 822 por megawatt-hora.
O que deveria ser feito para amenizar a crise? Penso que o governo deveria aumentar a tarifa para tentar reduzir o consumo, além de criar uma companha que incentive o uso mais eficiente de energia elétrica. São várias possibilidades, só que nada prudente é feito. Do que a biomassa precisar para entrar no mercado em curto prazo? Não vejo como o setor pode ser beneficiado de maneira rápida. Você não consegue aumentar a oferta de energia de um dia para o outro. Talvez, o que pudesse ajudar, seria o anúncio de leilões regionalizados e por fontes. Isso traria previsibilidade e um horizonte mais azul ao segmento, o que certamente influenciaria nos investimentos. Penso que o governo poderia aproveitar o momento e rever algumas ações. Qual a importância da cana-de-açúcar para o sistema elétrico? A Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar indica que usinas de canavieiras possuem potencial instalado para produzir o equivalente a uma Itaipu - Usina Hidrelétrica. Só que para poder transformar todo esse potencial em energia é preciso inteligência e não focar em modicidade tarifária. Vejo o setor com um enorme potencial, lidando com um governo que não soube e não sabe explorar seus benefícios. Existe a possibilidade de um leilão emergencial, por exemplo? Acho que não. O governo só quer manter a tarifa barata até as eleições, depois, seja o que Deus quiser. (AR)
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Modelo de leilões de energia precisa ser revisto Acontece no próximo dia 6 de junho o primeiro leilão de compra de energia elétrica em 2014 proveniente de novos empreendimentos de geração denominado A-3. A decisão do MME Ministério de Minas e Energia feita a Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica, está em portaria assinada pelo ministro Edison Lobão, publicada no DOU - Diário Oficial da União. A data de início do suprimento de energia elétrica a partir deste leilão ocorrerá em 1º de janeiro de 2017. De acordo com a Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, o certame vai repetir uma estrutura que não produz bons resultados, particularmente para a bioeletricidade gerada a partir da cana. O novo leilão permitirá a participação, ao mesmo tempo, de empreendimentos de geração a partir de energia hídrica, eólica, biomassa e gás natural. “O formato de contratação no Leilão A-3, misturando fontes de geração não comparáveis, deveria ser revisto. Bioeletricidade é diferente da fonte eólica e de gás natural. No mínimo, deveríamos ter um produto térmico como tivemos no ano passado, nos Leilões A-5, no qual concorreu a bioeletricidade com carvão mineral e gás natural”, explica Zilmar José de Souza, gerente de Bioeletricidade da Unica. Ele se refere ao último Leilão A-3, realizado em novembro do ano passado,
Zilmar José de Souza, gerente de bioeletricidade da Unica
quando, tanto a bioeletricidade quanto a fonte gás natural, não conseguiram comercializar energia. Somente a fonte eólica foi bem-sucedida, com a comercialização de 380 MW médios de 39 parques eólicos. A bioeletricidade havia cadastrado 15 projetos e a fonte gás natural outros dois, mas a competição direta com as eólicas, sem levar em consideração as particularidades de cada fonte, levou ao resultado de contratação de apenas uma
fonte, no caso a própria eólica. “Ideal sempre será uma política dedicada para a bioeletricidade, com leilões por fonte ou regionais e preços remuneradores específicos”, explicou. Ele ressalta ainda que, o mundo clama por energias renováveis e limpas, que amenizem a emissão de gases estufa. Ressaltar essas diferenças seria uma forma de incentivar tal produção. “Em 2012 o setor sucroenergético exportou algo como
1,4 GW médios para a rede. Isto significou evitar a emissão de aproximadamente 4 milhões de toneladas de CO2. Sem essa geração, a matriz de emissões do setor elétrico teria um acréscimo de 13% naquele ano”, destaca. Prova de que se estimulado, o setor canavieiro responde, são os números que surgiram a partir dos leilões A-5. “Com a criação do produto térmico, a bioeletricidade voltou a comercializar energia nos certames. Considerando-se os resultados dos 1º e 2º Leilão A-5, realizados em agosto e dezembro de 2013, a bioeletricidade da cana comercializou 203 MW médios, significando investimentos totais de R$ 1,4 bilhão em 11 projetos até 2018 e um acréscimo de uma receita anual de R$ 243 milhões pelos 25 anos do contrato ao setor sucroenergético”, ressalta Zilmar. Elizabeth Farina, presidente da Unica, afirma que as usinas fazem o possível para manter os projetos de cogeração, mas faltam incentivos para que a biomassa deslanche. “Essa opção é limpa, renovável e abundante, além de localizada perto dos principais centros de consumo do País. Com tudo isso jogando a favor, a bioeletricidade só evoluiu marginalmente por falta de ações governamentais que reconheçam os benefícios dessa forma de gerar energia e viabilizem o crescimento da oferta”, finalizou. (AR)
São Martinho investiu mais de R$ 180 milhões em UTE Um dos grupos sucroenergéticos que aguardam sinal verde por parte do governo no que diz respeito ao mercado de energia é o São Martinho. Em julho de 2013, na unidade de mesmo nome, localizada em Pradópolis, SP, foi inaugurada a UTE - Unidade Termoelétrica, que consumiu investimentos na ordem de R$ 180 milhões. A unidade possui capacidade para gerar um excedente a ser comercializado na ordem de 244 mil MWh, quantidade suficiente para transformar a companhia num grande produtor autônomo de energia elétrica e atender a demanda de uma cidade com cerca de 200 mil habitantes. “O Grupo, que conta com três unidades e participação numa quarta, tem potencial médio de cogeração de energia excedente da ordem de 86 MW, sendo 42 MW na Unidade São Martinho e 44 MW na Unidade Boa Vista em Quirinópolis, Goiás”, diz Elke Meirelles, gerente industrial da Usina São Martinho. A UTE caracteriza-se pelo uso de duas modernas tecnologias para transformar o bagaço da cana em energia elétrica: a de queima em leito fluidizado borbulhante, mais eficiente e flexível que as utilizadas atualmente, gerando mais energia com a mesma quantidade de combustível; e a condensação evaporativa, com reduzido consumo de água em relação às tecnologias de condensação tradicionais. “A importância da biomassa para o setor está
Unidade possui capacidade para gerar excedente de 244 mil MWh
associada à possibilidade da sua transformação, tanto em energia elétrica quanto em outros produtos, alguns dos quais ainda em estágio de desenvolvimento de tecnologias como, por exemplo, o etanol de segunda geração. A transformação da biomassa em novos produtos é possível através da execução de investimentos em
instalações e tecnologias”. Por fim, o representante diz que o Grupo, apesar de ter capacidade para produzir mais, não tem comercializado energia nos leilões promovidos pelo governo. “A energia excedente gerada na UTE na Unidade São Martinho é conectada ao GRID de distribuição e a sua
comercialização é efetuada no âmbito do mercado livre. O Grupo habilitou empreendimentos nos últimos leilões, porém não efetuou venda. A Unidade Boa Vista participou e vendeu energia nos leilões A-5 de 2006 e no 1° leilão de energia de reserva de 2008”, finalizou Meirelles. (AR)
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Inabilidade na política energética deve gerar déficit de US$ 11,5 bi As importações de gasolina devem atingir cerca de 60 mil barris/dia, ante 32 mil barris/dia em 2013 ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO
A importação de combustíveis no Brasil deve gerar déficit de US$ 11,5 bilhões em 2014. Essa é a previsão da diretora-geral da ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Magda Chambriard, que disse em 17 de março, esperar um aumento de 4% na demanda de derivados do petróleo. Nas projeções da ANP, o déficit da balança da gasolina será de US$ 2,5 bilhões no fim deste ano, valor superior aos cerca de US$ 2 bilhões em 2013. Para a balança comercial do diesel, a estimativa é de aumento do déficit para US$ 9 bilhões, sendo que no último ano, o valor foi de U$S 7,5 bilhões. De acordo com a agência de notícias Reuters, as importações deverão dobrar muito, em função da demanda crescente em detrimento à produção estagnada dos derivados do petróleo. As compras devem atingir cerca de 60 mil barris/dia, ante 32 mil barris/dia em 2013. O contrassenso se torna ainda mais evidente quando se avalia os dados de produção da safra de cana-de-açúcar. A Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, também em 17 último, divulgou que as usinas do Centro-Sul destinaram 54% de sua moagem para a produção de etanol. Isso significa um aumento de 19,57% em relação ao
Produção estagnada dos derivados do petróleo dobrará importações
mesmo período da safra anterior, totalizando 25,5 bilhões de litros. A falta de uma política clara e bem definida no mercado de combustíveis explica todo este cenário. Adriano Pires, diretor do CBIE – Centro Brasileiro de Infraestrutura, corrobora com a opinião de que o mercado precisa de previsibilidade, que só virá quando definidas regras mercadológicas. “Infelizmente, o governo foi muito incompetente na política de energia do Brasil”. Vale ressaltar que o aumento na produção de etanol se deu em um momento financeiro caótico para o setor sucroenergético, que, se incentivado, poderia evitar tamanho déficit na balança comercial, gerar milhares de empregos, além de contribuir com o meio ambiente.
André Rocha: PIS/Cofins sobre o
Roberto Hollanda Filho: país perde
Roberto Rodrigues: descaso
etanol ajudou somente distribuidoras
muito com a crise do setor
com o setor é burrice
Fórum define pontos necessários para a retomada do segmento Os representantes do Fórum Nacional Sucroenergético aliados à Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, presidida pelo deputado federal Arnaldo Jardim, definiram pontos necessários para a retomada do segmento, que enfrenta o fechamento de usinas e a redução da produtividade. As propostas para tirar o setor da crise contam com a volta da Cide — Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico sobre a gasolina; o aumento da mistura de etanol na gasolina de 25% para 27,5%; apoio público à melhoria da eficiência dos motores flex no Inovar-Auto, além da intensificação do uso da bioeletricidade gerada a partir da cana-de-açúcar. Outro detalhe importante trata-se de liberação de R$ 1,5 bilhão em créditos presumidos retidos na venda de etanol pelo governo federal. Em 2013, a presidente Dilma Rousseff transformou a alíquota do PIS/Cofins sobre o etanol, de R$ 120 por metro cúbico, em créditos
presumidos. Contudo, o valor não foi liberado. “Até agora a medida só ajudou as distribuidoras, que sofriam com a sonegação. Sugerimos que os créditos possam ser aproveitados no pagamento de tributos previdenciários e também de empréstimos bancários. Assim, teríamos um pouco mais de liquidez para as empresas”, diz André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético. É justamente essa demora que incomoda o segmento. Mesmo com o número de usinas fechadas aumentando, as definições demoram a sair. “Há tempos a indústria da cana solicita atenção governamental, e a cada ação incerta, mais desacreditada de uma possível retomada no crescimento, a indústria canavieira fica.” Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul – Associação dos Produtores de Bionergia de Mato Grosso do Sul, é mais um a falar sobre o momento. “Nossa crise é evidente e estamos levando os problemas aos
parlamentares. O país perde muito com a crise do setor. É uma insensibilidade do governo permitir chegar a este ponto. Precisamos de uma definição urgente”. Roberto Rodrigues, que participou da reunião, considerou como “burrice e falta de patriotismo” o descaso do governo com a produção etanol no país. Para ele, o segmento só voltará a crescer se houver um acordo “dentro do próprio governo”, além de um entendimento entre o Executivo e produtores. Murilo Paraíso, presidente da Asplan - Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba, acredita ser preciso incorporar as externalidades do etanol, ambientalmente correto, gerador de empregos e de renda, a política de preço dos combustíveis. “O fechamento de 40 usinas nos últimos três anos significa menos empregos, menor arrecadação de impostos e a necessidade constante de importação de gasolina. É preciso mudar de postura”.(AR)
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Mudanças devem ficar para depois das eleições 2014 será um ano de definições para o Brasil. Afinal, é nele que se elegerá os representantes do povo no Governo, que podem trazer maior competitividade, por exemplo, ao segmento canavieiro. Para Adriano Pires, diretor do CBIE – Centro Brasileiro de Infraestrutura, o momento é de avaliação e cobrança. “Em ano eleitoral, apostar em grandes mudanças é difícil. Precisamos saber dos candidatos, quais os planos para as áreas de eletricidade e combustíveis. Essa é a hora de pleitear possíveis medidas”, avalia. O representante cita a questão da popularidade como principal artimanha do governo. Mascarar a inflação, por exemplo, é uma delas. “Sempre digo que previsibilidade é a chave do negócio. A volta da Cide - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico sobre a gasolina traria maior estabilidade ao mercado. Mas, como pensar nesta possibilidade se ela indica aumento da gasolina, que pode trazer inflação e, consequentemente, queda na popularidade?” A presidente da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Elizabeth Farina, também não crê em grandes avanços neste momento, mas espera que os candidatos eleitos possam rever o
papel do setor na matriz energética brasileira. “Considerando a importância da atividade sucroenergética para a economia do País, esperamos que as necessidades da indústria sejam consideradas pelo próximo governo”. Ela cita a questão da bioeletricidade, que tem participado de leilões mistos, que desconsideram os benefícios sociais e ambientais do uso da energia limpa, como uma das mudanças necessárias. “Enquanto ela tem um balanço neutro, parte das outras fontes que competem com a bioeletricidade joga mais de uma tonelada de CO2 na atmosfera por MWh produzido. Mas o modelo de precificação não faz nenhuma distinção. A energia canavieira poderia contribuir muito mais se os leilões não fossem tão genéricos, viabilizando o uso no setor regulado”, destacou. Por fim, Adriano Pires lembra da eficiência dos motores flex como um dos pleitos a ser incorporado, mas que dificilmente ocorrerá até as eleições. “É preciso cobrar da indústria automobilista, que tanto incentivo recebe do governo, motores mais eficientes e que tragam maior rendimento ao etanol. Acabar com a relação dos 70% entre etanol e gasolina é fundamental”, finaliza. (AR)
Elizabeth Farina, presidente da Unica
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Biocombustíveis na UE: concorrência derruba preços de matérias-primas
União Europeia quer autossustentabilidade energética PATRICIA BARCI,
DE
RIBEIRÃO PRETO
A indústria europeia de biocombustíveis tem feito um grande esforço nos últimos anos para se tornar autosustentável no âmbito energético e tem tido sucesso significativo. De acordo com relatórios da Comissão Europeia para Energia, a cana-de-açúcar, a soja e o óleo de palma não são concorrentes reais das matérias-primas utilizadas para produção de biocombustíveis na Europa, como o etanol de trigo e beterraba e a produção de biodiesel derivado de óleo de cozinha descartado e girassol. Para piorar a situação, a Argentina e a Indonésia, dois grandes países exportadores de biodiesel para a Europa, foram acusados de praticarem dumping e, essas acusações não ocorreram por acaso, ao mesmo tempo que dois grandes lobbies de biocombustíveis europeus, a ePure e a European Biodiesel Board, conseguiram ter certa influência dentro da Comissão Europeia. A partir daí, as importações vindas dos EUA, Canadá, Argentina, Indonésia e Malásia foram dificultadas ou completamente barradas pela política antidumping, o que limitou ainda mais a entrada de biocombustíveis estrangeiros no
mercado europeu. Sabine Berger, porta-voz da Comissão para Energia da União Europeia diz que de fato existe uma forte concorrência entre os vários exportadores de matéria-prima para produção de biocombustíveis e para energia renovável. “Essa grande concorrência sem dúvida faz os preços caírem. A política da Comissão Europeia não pretende escolher vencedores ou perdedores no mercado, nem durante a transição de metas”, diz. Para Berger, no âmbito da utilização de biocombustíveis nos transportes ou de energias renováveis, a União Europeia tinha estabelecido a meta de atingir uma quota de 5,75% no setor dos transportes até 2010 e para atingir um mínimo de 10% em todos os Estados-Membros até 2020, com o objetivo de assegurar apenas o uso de biocombustíveis sustentáveis que geram baixa emissão de carbono na atmosfera. “Independente do que for decidido com a política de importação, a UE estabeleceu uma visão clara para descarbonizar a sua economia a médio e longo prazos. Junto com a melhoria da eficiência energética, o processo será inevitavelmente através da produção e utilização de fontes de energia renováveis, e é isso que importa para a Comissão Europeia”, afirma.
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Europa adota meta para alcançar redução de 20% nas emissões até 2020 De acordo com Sabine Berger, porta-voz da Comissão para Energia da União Europeia, para o período até 2020, a Europa adotou uma meta para alcançar a redução de 20% nas emissões de gases de efeito estufa na Europa, em comparação aos níveis atingidos em 1990. Além disso, uma quota de 20% do consumo de energia proveniente de fontes renováveis, incluindo uma de 10% de energias renováveis nos transportes , além de uma esperada melhoria de 20% na eficiência energética. “Existem previsões e políticas para o quadro energético até 2050. Os líderes da União Europeia têm o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa na Europa de 80% a 95%, em relação aos níveis alcançados em 1990 , como parte dos esforços dos países desenvolvidos, para reduzir suas emissões prejudiciais ao meio ambiente”, explica. (PB)
No Parlamento europeu, matéria-prima para biocombustíveis tem concorrência acirrada
EUA pode usar gás de xisto para provocar mercado russo
Tom Kadala, fundador e diretor executivo da ATC
Existem diferenças essênciais entre a política energética europeia e a dos Estados Unidos. Um dos fatores mais pontuais nessa diferença está no fato dos EUA terem carvão e reservas de gás natural abundantes. Em seu recente artigo, Tom Kadala, fundador e diretor executivo da ATC- Alternative Technology Corporation, Inc. “Será que o Gás Natural vai se transformar numa ferramenta Geopolítica ou uma arma moderna?”, contextualiza a questão da abundância energética, dentro de um cenário predominantemente político. Kadala acredita que o congresso americano, lida também com a possibilidade de usar as exportações de gás de xisto como arma para conter Vladimir Putin e
sua intenção de recuperar territórios ao longo do perímetro russo, já que a oferta dos EUA para exportar gás natural para a Ucrânia, em resposta à invasão da Criméia de Putin, já provocou uma forte reação entre os dois lados. Além disso, capacitaria as instituições governamentais americanas a estabelecerem democracias sustentáveis em todo o mundo. “Estas expectativas, no entanto devem ser apaziguadas para não retornarmos à “Era de arrogância Bush”, que causou muitos danos entre os aliados dos Estados Unidos. Temos que usar o gás natural como uma ferramenta ao invés de uma arma para dirigir o mundo em direção a uma estratégia americana de transformação de energia sustentável”, explica. (PB)
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ENTREVISTA — Artur Yabe Milanez
Endividamento dificulta acesso à linhas de crédito do BNDES ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO
LINHAS DE CRÉDITO DO BNDES PARA O SETOR
Em 2014, o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social lançou o PAISS Agrícola – Plano de Apoio à Inovação Tecnológica no Setor Sucroenergético, ação conjunta com a Finep - Financiadora de Estudos e Projetos, que tem o intuito de impulsionar investimentos em inovação e com isso incentivar o aumento de produtividade no setor agrícola. O orçamento previsto é de 1,48 bilhão. Antes, em março de 2011, foi lançado o PAISS Industrial, destinado a apoiar a inovação tecnológica industrial dos setores sucroenergético e sucroquímico. Das 57 empresas participantes, 35 tiveram a aprovação de planos de negócios, somando R$ 2,5 bilhões contratados ou em andamento para a contratação. Há, também, o ProRenova Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais, que em 2013, fechou o ano com uma carteira de empréstimos de R$ 2,65 bilhões. O valor é quase que o dobro do registrado em 2012, de R$ 1,35 bilhão. Contudo, assim como em outras linhas de crédito oferecidas ao setor, fica a pergunta. As usinas que passam por problemas financeiros terão acesso ao financiamento? Artur Yabe Milanez, gerente do departamento de Biocombustíveis do BNDES, foi entrevistado pelo JornalCana e falou sobre o mote.
BNDES PASS - Programa de Apoio ao Setor Sucroalcooleiro Objetivo: Financiar a estocagem de etanol combustível Dotação de R$ 1 bilhão em 2013 Deve ser renovado em 2014 BNDES ProRenova - Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais Objetivo: Aumentar a produção de cana-de-açúcar no país, por meio do financiamento à renovação e implantação de novos canaviais. Dotação de R$ 4 bilhões em 2013 Deve ser renovado em 2014
BNDES e Finep PAISS Industrial — Lançado em 2011, o programa foi procurado por 57 empresas, sendo que 35 conseguiram a aprovação de planos de negócios, somando R$ 2,5 bilhões contratados ou em andamento para a contratação.
JornalCana: Como o BNDES analisa a crise financeira que assombra o setor sucroenergético? Artur Yabe Milanez: Temos feito todo esforço possível para viabilizar apoio financeiro a toda cadeia produtiva, criando programas da maneira mais abrangente possível. No último ano, desembolsamos quase R$ 7 bilhões, um desempenho 40% acima do que em 2012. O processo é burocrático demais? Não se pode confundir burocracia com requisitos legais que precisam ser observados. O banco tem uma série de filtros que não podem ser ignorados. Trabalhamos para atender todo o setor, mas em alguns casos, o nível de endividamento é muito alto. Não há o que fazer. Mas, vale dizer que, se melhorados, todas as empresas têm condição de acessar os financiamentos. Diante desta constatação, é possível pensar em uma flexibilização dos processos? Os critérios têm como base atender todos os elos da cadeia. O ProRenova, por exemplo, se estende até os produtores rurais cadastrados como pessoas físicas. O programa de estocagem apoia
PAISS Agrícola — O orçamento do PAISS Agrícola prevê R$ 1,4 bilhão em financiamentos reembolsáveis, que incluem todas as linhas de crédito do BNDES e Finep, além de instrumentos de renda variável de ambas as instituições. O programa ainda disponibilizará R$ 80 milhões de recursos não reembolsáveis, sendo R$ 40 milhões por meio do Fundo Tecnológico (BNDES Funtec) e R$ 40 milhões de subvenção econômica pela Finep. Artur Yabe Milanez, gerente de biocombustíveis do BNDES
produtores de álcool, empresas de comercialização e cooperativas. Temos, também, várias linhas para apoiar o setor de máquinas e equipamentos. Vejo que grande parte do setor pode ser atendida. O último lançamento foi o PAISS Agrícola. Como avaliam as necessidades
para lançar as linhas de crédito? Temos um diagnóstico que aponta que a produtividade agrícola da cana, que na década de 70 crescia 3% ao ano, nos últimos dez anos, se encontra abaixo de 1%. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento para cana-de-açúcar é um pouco lento. Ao mesmo tempo, a cana
é um organismo complexo do ponto de vista genético. Enquanto os grãos possuem em geral duas cópias de cromossomos, a cana tem 12 cópias. A engenharia genética da cana é mais complexa. A ideia do programa é fazer com que isso mude e que tenhamos mais produtividade.
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O PATINHO FEIO TORNOU-SE MOSCA BRANCA RENATO ANSELMI,
DE
CAMPINAS, SP
As unidades sucroenergéticas contam com profissionais e executivos cada vez mais especializados em logística interna e externa. Da “porteira” para dentro, eles planejam, gerenciam e executam atividades vinculadas ao Corte, Carregamento e Transporte (CCT) e às oficinas de manutenção automotiva, que viabilizam as operações voltadas ao fornecimento de matéria-prima para as unidades industriais. Da “porteira” para fora, sobressai o trabalho de gestores da logística externa, que são responsáveis pelo escoamento da produção de açúcar e de etanol. O caminho, em muitos casos, é de pedra – mesmo que isto não seja literal, apesar de muitas delas estarem espalhadas por estradas mal cuidadas –, principalmente por causa da infraestrutura logística inadequada em diferentes regiões do país. Para driblar as dificuldades, existe a necessidade da adoção de medidas criativas. Paulo César Leite, gerente geral de vendas da Usinas Itamarati (UISA), de Nova Olímpia, MT, responsável pelas áreas
Paulo César Leite, da Usinas Itamarati: superação das desvantagens de localização
de comercialização e logística, tem coordenado diversas ações voltadas à superação das desvantagens decorrentes da localização dessa unidade, que fica distante de grandes centros consumidores situados na região Sudeste. “Com o passar do tempo e o advento do flex, a usina desenvolveu um mercado próprio dentro da economia interna, tanto para o etanol como também para o açúcar, que não é atendido pelo Sudeste”,
comenta. Toda a produção da Itamarati é comercializada na região chamada de “vocacional” – define –, que abrange Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá e parte do Pará, localizados no Centro-Oeste e Norte do país. “Faz alguns anos que não temos mais a necessidade de comercializar nossos produtos em regiões que não nos favorecem economicamente. O que era um
patinho feio hoje se tornou uma mosca branca”, ressalta. No caso da distribuição do etanol, a localização da UISA deixou de ser um problema. “A comercialização de 100% do produto é feita no mercado vocacional e na condição FOB, ou seja, os clientes fazem a retirada do etanol na usina”, conta. A Itamarati não necessita de uma estrutura logística para o transporte desse produto que é comercializado, em grande parte para Mato Grosso e Rondônia e em menor quantidade para o Acre e o Amazonas, informa Paulo Leite que começou a atuar na empresa há mais de 18 anos como estagiário na área administrativa. Formado em Ciências Econômicas – com cursos de MBA em Gestão Empresarial e Marketing –, ele atuou como supervisor de materiais, gerente de suprimentos, gerente de planejamento e há 10 anos assumiu a gerência geral de vendas. “O grande desafio, em função da localização da usina, foi desenvolver um mercado para a nossa produção”, enfatiza. Entre as diversas conquistas, ele destaca a retirada de 100% da produção de etanol na Itamarati por parte dos clientes – que assumem o custo do frete – e a viabilização do transporte de açúcar para regiões com características diferenciadas em relação à questão logística.
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Distribuição de açúcar utiliza modais rodoviário e fluvial Escoamento do produto para o Macapá chega a durar de 15 a 20 dias, exemplifica gerente geral de vendas Para a distribuição do açúcar – está prevista a produção de 4,1 milhões de sacos de 50 kg para a safra 2014/15 –, a estratégia segue rota contrária em relação a que é adotada para o etanol. Neste caso, o escoamento é feito pela própria usina que tem cinco centros de distribuição localizados em Várzea Grande, MT – onde algumas comercializações saem da própria matriz; em Porto Velho, que atende Rondônia e Acre; em Manaus, que faz a distribuição no Amazonas e Roraima, além dos situados em Santarém e Belém, que atendem Pará e Amapá, A estrutura logística para a distribuição de açúcar da Itamarati utiliza dois modais, conta Paulo César Leite: o rodoviário e o fluvial. Para o atendimento das unidades de Manaus, Belém, Santarém e Macapá, a usina utiliza o multimodal. “O produto segue para
Porto Velho via modal rodoviário, depois é transportado para esses centros de distribuição via sistema fluvial”, detalha. Os outros locais são atendidos pelo modal rodoviário. De acordo com ele, a distribuição de 60% da produção é feita pelo sistema multimodal. “Só foi possível viabilizar esse mercado vocacional por meio do transporte fluvial. Não é uma hidrovia regulamentada, pois tem muito a ser desenvolvida. Não é reconhecida como uma malha. Ela é prática. A balsa sobe o rio Madeira, depois pega o Amazonas e vai embora. É um dos grandes canais de escoamento dessa região”, descreve. Segundo o gestor de logística, a Itamarati é a usina que mais recorre a esse modal para o transporte
de açúcar. “A utilização do sistema multimodal é o nosso grande diferencial”, afirma. Diversas operações são realizadas para o transporte da carga: do caminhão vai para o armazém, depois é colocada na balsa, volta a ser colocada no chão e em seguida no caminhão novamente – exemplifica. “Esse sistema exige embalagem resistente, um trabalho todo padronizado. Temos um know-how nessa área. É uma realidade que muitos desconhecem”, diz. O tempo necessário para a conclusão dessas operações chega a ser de 15 a 20 dias para o Macapá, incluindo 8 a 9 dias de navegação, ou de 15 dias para o transporte de açúcar até Belém, sendo 7 a 8 dias por meio
de balsas. O custo logístico, para o transporte de açúcar, representa 15% do valor do produto, observa. “Estradas e portos com melhores condições poderiam reduzir os custos nessa área. Tudo que for agilizado na questão do transporte, possibilitando maior rapidez, vai proporcionar melhores resultados”, opina. O uso da hidrovia, de maneira mais frequente, poderia gerar ganhos importantes para o setor em diversas regiões, afirma ele, que tem vasta experiência nessa área. A regulamentação das hidrovias e investimentos governamentais em infraestrutura são algumas medidas – ressalta – que criariam condições mais favoráveis para o uso desse modal. (RA)
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Especialista acompanha mudanças geradas pela mecanização O surgimento de veículos de maior porte é uma das consequências dessa nova fase do CCT – que virou CTT –, constata Luiz Nitsch Ao mesmo tempo em que profissionais e executivos, responsáveis pela logística externa, precisam equacionar diversos problemas existentes nessa área, os que cuidam da logística interna visando abastecer a indústria com matéria-prima para moagem também planejam, gerenciam e executam diversas atividades que possibilitam a elevação da eficiência e a redução de custos dessas operações. Aliás, o dia a dia do Corte, Carregamento e Transporte (CCT) tornou-se inclusive mais complexo com a mecanização das lavouras. As mudanças nessa área já começam com a alteração da sigla CCT, que
Luiz Nitsch, um dos profissionais com atuação destacada na área
está sendo denominada CTT, ou seja, Corte, Transbordagem e Transporte em diversas unidades, constata o engenheiro automobilístico operacional, Luiz Nitsch, que é um dos profissionais com atuação destacada nessa área. Segundo ele, a mecanização trouxe muitas mudanças significativas e importantes, que vão além da alteração da sigla. Entre elas, Luiz Nitsch inclui o aparecimento de veículos de transporte maiores, como os rodotrens e rodotrês, ao lado dos tradicionais treminhões. “Esses veículos foram sendo ‘espichados’, surgindo os tetraminhões, pentaminhões, hexaminhões e até os decaminhões, utilizados exclusivamente por uma usina baiana, que possui a tonelada de cana mais barata do planeta, no aspecto custo do transporte”, comenta. Em sua trajetória de sucesso, ele foi inclusive responsável pelo desenvolvimento do primeiro rodotrem que transportou cana no Brasil, quando trabalhava no Grupo Zillo Lorenzetti (hoje Zilor), onde esteve por 16 anos. “Foi lá que obtive toda a minha formação canavieira”, conta. Antes disso, ele
trabalhou na Mercedes-Benz, MasseyFerguson e Volkswagen do Brasil, tendo a oportunidade inclusive de realizar diversos cursos técnicos no exterior. Atualmente ele trabalha como consultor nas áreas de motomecanização e manutenção automotiva, tendo prestado serviços para mais de 30 usinas. Em relação às mudanças proporcionadas pela mecanização, ele destaca o surgimento das colhedoras de duas linhas associadas ao sistema combinado de plantio, de pneus e bitolas especiais para os transbordos que utilizam caminhões e das plantadoras mecânicas, georreferenciadas, que seguem mapas eletrônicos, desenhados pelo departamento agrícola, que orientam as colhedoras no talhão, de dia ou de noite. De acordo com ele, diversas práticas devem ser adotadas visando a redução de custos do CTT que ficam entre 24% e 35% do custo da tonelada de cana – calcula – posta na mesa de recepção da usina. “É praticar o óbvio”, afirma. Ele cita, entre outros procedimentos, a necessidade de sistematização total da área, a excelência na operação das máquinas, a manutenção
primária impecável, incluindo troca de óleos, filtros, lubrificação a graxa e lavagem periódica de elevadores, despontadores e corte de base, além do acompanhamento dos desgastes de esteiras e pneus. “A manutenção de campo e na oficina precisa adotar procedimentos especiais, como por exemplo, a manutenção linear. Todavia, a atual situação financeira do setor tem inibido muito estas imperiosas necessidades da colheita mecanizada e também do plantio. As colhedoras são máquinas sofisticadas. Exigem operação cuidadosa e manutenção criteriosa, além de um preparo de solo diferenciado”, enfatiza. Luiz Nitsch afirma ainda que a qualificação da mão de obra é um dos principais desafios do setor. Além de proporcionar formação contínua de pessoas via treinamento intensivo, ele defende a necessidade da empresa motivar os funcionários e colaboradores, tratando-os com urbanidade e respeito, oferecendo também remuneração justa e satisfatória. “É o caminho mais curto para o sucesso. Esta filosofia está demorando um pouquinho para ser implementada por algumas usinas”, diz. (RA)
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Manutenção automotiva tornou-se mais valorizada Exigências nessa área também aumentaram, afirma Luís Bellini, que tem atuação profissional de destaque no setor Com a mecanização, nunca se valorizou tanto a área de manutenção que dá suporte para as operações de colheita e plantio, afirma o engenheiro mecânico Luís Antonio Ferreira Bellini, presidente do Gmec Grupo de Motomecanização do Setor Sucroenergético e diretor da Belmec Consultoria. As carregadeiras e caminhões, que eram a maioria dos equipamentos integrantes da frota de usinas, demandam pouca manutenção. Agora, com a utilização de colhedoras e plantadoras, as exigências são maiores nessa área, compara ele que tem uma atuação profissional de destaque nas áreas de CTT e manutenção automotiva. Em consequência da mecanização, os profissionais de manutenção – ressalta – passaram a ser mais exigidos em relação a conhecimento, competência técnica e planejamento. “Atualmente, não dá para despender um recurso financeiro enorme para a manutenção sem que haja planejamento para isto. É preciso ter um cronograma de trabalho muito bem definido”, afirma. A área de Recursos Humanos também sofreu uma pressão muito grande por conta da mecanização devido à necessidade de formação de mão de obra e de capacitação de pessoal, destaca.
Luís Antonio Ferreira Bellini, presidente do Gmec
A necessidade de maior controle operacional é outra consequência da mecanização, afirma Luís Bellini. É preciso ter informações e dados precisos para que ocorra o acompanhamento das operações no campo e o controle do fluxo dos serviços na oficina. “As operações mecanizadas são extremamente caras”, diz. Segundo ele, existe a necessidade
de um controle apurado dos custos do CTT e da oficina com ferramentas adequadas e a utilização de recursos da Tecnologia da Informação (TI). Outro aspecto a ser considerado é a qualidade inferior das operações mecanizadas, incluindo o plantio, quando comparadas à performance das operações manuais, opina Luís Bellini. “Com o advento do corte mecanizado, houve uma perda de qualidade. Anteriormente não havia pisoteio da soqueira, ocorria a preservação da entrelinha, a cana era cortada no melhor ponto dela”, observa. De acordo com ele, a melhoria da qualidade é fundamental para a sobrevivência de usinas. “Ocorreram ganhos com a redução do custo de mão de obra”, avalia. Essa questão da qualidade e outros temas que afetam o dia a dia da atividade são discutidas pelo Gmec que é presidido por Luís Bellini desde 2006. Ele atua neste grupo (fundado em 1986) desde 1987. Luís Bellini começou a trabalhar no setor, em 1986, na área de manutenção automotiva na extinta Destilaria Macuco, em Cândido Mota, SP. De 1987 até 2007, trabalhou na Usina Nova América, passando pelos cargos de chefe de departamento de manutenção, gerente de manutenção, gerente de manutenção e transporte. Depois disso, iniciou a atividade como consultor na área automotiva, fundando a Belmec. “Acabei me identificando muito com o setor que me fez um engenheiro mecânico com o pé na lavoura, com o pé no barro literalmente. Gostei muito dessa coisa do meu ‘chão de fábrica’ ser, na verdade, uma área enorme no meio da lavoura, no meio do mato. Percebi que o meu trabalho não teria dado certo se ficasse numa fábrica, fechado em quatro paredes. Como consultor, melhor ainda. Estou sempre em um Estado, em uma região diferente”, afirma. (RA)
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RUMO AO NORTE! Cana deve seguir o caminho da soja; portos do Norte poderão escoar açúcar e etanol ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
Em cinco anos, o Norte do Brasil poderá servir de alternativa para o escoamento de cargas de grãos e até mesmo de açúcar e etanol, aliviando o gargalo logístico de congestionamento do Porto de Santos (SP). A opinião é do especialista Antonio Petzold, consultor de negócios estratégicos da Archer Consulting,
ao admitir essa alternativa para o transporte de açúcar e etanol do CentroOeste. “Na safra passada pagava-se R$ 300,00 por tonelada de soja transportada de Mato Grosso para Santos. Com esse valor você leva esse produto para Belém do Pará e São Luiz no Maranhão, por exemplo. Em função da qualidade do serviço e das opções de São Paulo teremos que caminhar para isso. Essa região poderá atender principalmente o Noroeste de Minas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Estão sendo construídos naquela região diversos terminais para grãos. Depois da soja e do milho vem a cana-deaçúcar. Acho que o setor seguirá o caminho da soja. Até mesmo o etanol poderá ser exportado para os Estados Unidos via Belém e São Luiz. O transporte
de Belém a Miami é próximo e ganharemos competitividade nos preços, pois o problema dos Estados Unidos se resume aos altos valores dos fretes até a Flórida, já que o etanol é produzido no Cinturão do milho, em longa distância. O frete mínimo daquele país é de 20 centavos de dólar por galão”, lembra. Para ele, outra possibilidade é a adoção da mistura de etanol na Europa. “O Norte também é mais próximo de lá. Infelizmente os custos de logística são todos repassados para a usina, por isso se gastar menos com frete, receberá mais pelo produto, por isso o setor já analisa a opção”, diz. Segundo o especialista, a questão não é só frete, pois os custos portuários nesses portos são mais atrativos do que em
Santos. “Muitos operadores de grãos como Cargill, Bunge, ADM e Louis Dreyfus já participam desse processo, e três deles estão no açúcar. Na entressafra de grãos dá para encaixar açúcar. Outros grandes grupos devem acabar fazendo esse caminho para não perder competitividade e as grandes tradings de açúcar também”, afirma. Para Thiago Péra, pesquisador da Esalq-Log (Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial), os portos do Norte são viáveis para o transporte de grãos da faixa acima de Lucas do Rio Verde, em Goiás. “A maior utilização do arco Norte para grãos poderia desafogar Santos e aumentaria a disponibilidade de veículos e da ferrovia para o transporte de açúcar da região Centro-Sul”, conclui.
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É possível reduzir custos no transporte sucroenergético Há anos um dos grandes entraves do agronegócio no país é a questão dos custos logísticos. No Porto de Santos, o mais movimentado do país, existem poucas opções de terminais de açúcar e o projeto do etanolduto ainda não está totalmente finalizado. Entre os principais desafios apontados por especialistas, o maior deles pende para o modal rodoviário, que representa cerca de 50% do deslocamento do açúcar e quase 100% do deslocamento do etanol brasileiro, segundo a Esalq-Log. O pesquisador, Thiago Péra, relata que a gestão dos projetos públicos de infraestrutura é um dos grandes desafios para o setor. “Se esse problema fosse resolvido, aumentaria a competitividade para o transporte de açúcar e os custos seriam reduzidos. É preciso criar mais infraestrutura para transporte de açúcar com parcerias público privadas”, diz. O modelo de agendamento prévio de cargas implementado em Santos (SP) este ano, com multas que podem variar de R$ 1 mil a R$ 20 mil, causou polêmica entre os especialistas que questionam o possível caos logístico. “As autoridades portuárias querem implementar multas absurdas, mas essa fila existirá em algum lugar. Essa medida vai forçar as transportadoras a ter uma boa gestão em médio prazo, mas em curto prazo causará grande transtorno”, enfatiza. Como a logística tem grande impacto no preço de comercialização é preciso fazer uma boa integração entre transportes e o uso de fretes de retorno para reduzir custos, na opinião dele. “Em vez de pagar o deslocamento da volta, a transportadora poderia oferecer um serviço de retorno a alguma empresa de fertilizante, por exemplo, por um preço menor. A integração é um gargalo em função da concorrência dos produtos na ferrovia. A forma de reduzir essa concorrência seria aumentar a capacidade ferroviária”, admite. Para Péra, outra forma de reduzir custos é utilizar um sistema de
Antonio Petzold: recepção no Porto de Santos aos multiarticulados precisa melhorar
armazenagem e fugir dos picos de safra. “Nesse período quem tem estoque consegue reduzir custo da logística e ganhar maior margem em função do preço de comercialização. Seria uma meta de planejamento entre a área comercial e logística das usinas”, diz. O posicionamento de novas bases de distribuições em pontos estratégicos para redução de custo logístico total para o etanol e o etanolduto, segundo o
especialista, são alternativas importantes. “O cenário do etanol é indefinido em função da falta de políticas governamentais. Mas o etanolduto deverá solucionar boa parte do problema de custos, com a vantagem de fluxo contínuo. A conexão rodo-duto-hidro será eficiente para o transporte de etanol. Dependendo da competitividade de preço da rodovia e hidrovia, os preços poderão diminuir em até 40%”.
De acordo com Antonio Petzold, consultor de negócios estratégicos da Archer Consulting, a recepção no Porto de Santos, aos veículos multiarticulados, precisa melhorar. “Os caminhões já têm capacidade de transporte de aproximadamente 60 toneladas por viagem, mas existem terminais que não aceitam esses veículos porque não têm balanças, nem plataformas de descarga e encarece o frete”. Petzold lembra que antigamente o pedágio era cobrado por eixo apoiado no chão. “Hoje é cobrado pela quantidade de eixos existentes e quem paga isso é sempre a usina”, reforça. Segundo ele, a estadia de caminhão custa caro e com o novo sistema de agendamento de cargas, muitos caminhões ficarão encostados em rodovias e as transportadoras poderão aumentar o valor dos fretes. “Se esse transporte fosse mais planejado, programado e controlado teríamos uma redução de 20% nos custos. Minha sugestão é não deixar a autoridade portuária organizar isso, mas os próprios terminais de exportação”. (AM)
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RURÍCOLAS TÊM NOVO PERFIL E NOVA COMPOSIÇÃO Hoje há menor número de cortadores e maior quantidade de operadores de máquinas, tratoristas, motoristas e mecânicos RENATO ANSELMI,
DE
CAMPINAS, SP
As unidades e grupos sucroenergéticos procuram adotar novas práticas no campo que têm a finalidade de aumentar a produtividade agrícola, elevar o rendimento operacional e reduzir custos nas áreas de cana. Investem em mecanização das lavouras, agricultura de precisão, espaçamento duplo alternado, manejo varietal adequado, sistemas de irrigação, entre outras tecnologias e processos de produção. Esses recursos tornam-se ferramentas importantes para unidades e grupos sucroenergéticos atingirem suas metas. Mas, não conseguem, de maneira independente e autossuficiente, garantir resultados positivos. A performance da área agrícola sempre dependeu – e vai continuar dependendo – do empenho, esforço e suor dos chamados rurícolas, ou seja, da equipe
Alojamento na Coruripe, AL: boas condições de trabalho elevam rendimento no campo
de trabalhadores rurais que tem atualmente um novo perfil e uma nova composição no Centro-Sul: menor número de cortadores de cana e maior quantidade de operadores de máquinas, tratoristas, motoristas, mecânicos, entre outros. Além de socialmente correto, é estratégico para usinas e destilarias garantirem boas condições de trabalho aos seus funcionários, cumprindo as exigências da Norma Regulamentadora 31 (NR 31) – que é específica para segurança e saúde do trabalho na área rural. Devem conceder também outros benefícios por meio de acordos coletivos. Oferecer algo a mais sempre gera resultados positivos.
“Trabalhador motivado é dinheiro no bolso do empresário”, afirma, sem rodeios, José Darciso Rui, diretor executivo do Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria (Gerhai). Segundo ele, as usinas têm avançado bastante em relação à adoção das melhores práticas voltadas ao atendimento das necessidades dos trabalhadores rurais. Dos anos 80 até os dias de hoje, houve uma transformação significativa, enfatiza. “As usinas têm necessidade em manter equipes qualificadas e produtivas. A produtividade é obtida a partir do conhecimento e capacidade do trabalhador. E todo aumento de
capacidade traz alguma exigência”, observa Erotides Gil Bosshard, que é diretor de relações institucionais do Gerhai. Em consequência dessa situação, o funcionário passa a exigir mais conforto e segurança no transporte, mais equipamentos para desenvolver suas atividades, exemplifica. “Uma coisa está relacionada à outra. Para manter os bons profissionais, não basta remunerar conforme o mercado. O ‘plus’ que vai dar maior produtividade é o ambiente de trabalho e o atendimento das exigências naturais do trabalhador”, ressalta. Mesmo com a crise no setor, as usinas têm conseguido manter a qualidade nas condições de trabalho. A maioria dos investimentos nessa área já foi realizada, afirma Darciso Rui. “Quando as usinas pensam em cortar custos, dificilmente resolvem cortar um benefício, pois isto gera desmotivação, problema trabalhista, descumprimento de acordo”, diz. Um benefício concedido faz parte do contrato de trabalho, legalmente não pode ser retirado sem negociação, informa. “As usinas têm procurado, às vezes, reduzir gastos com a não contratação de pessoas e a não implantação de programas de melhoria na área salarial”, comenta. Preferem também adiar o pagamento de outras despesas do que deixar de cumprir obrigações nas áreas social e ambiental.
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Mecanização muda perfil de emprego na área agrícola Redução do corte manual de cana diminui o total de trabalhadores rurais e de funcionários temporários O perfil dos trabalhadores da área agrícola das unidades sucroenergéticas localizadas na região Centro-Sul teve mudança significativa com a mecanização da colheita e do plantio. Houve uma drástica redução do corte manual e, em consequência disso, a diminuição do total dos trabalhadores rurais. “Tem empresa que empregava 6.000 trabalhadores para o corte manual de cana, hoje não emprega 100 devido à mecanização total da colheita. E esses funcionários ainda trabalham em coisas excepcionais, como abertura de eito para entrada ou corte na cabeceira da área”, exemplifica Erotides Gil. De maneira geral, houve uma redução de 80% do número de trabalhadores rurais – avalia. A maioria das usinas não tem hoje muitos temporários entre os rurícolas, constata José Darciso Rui. A contratação, nesse sistema, ocorre principalmente para a colheita manual. O quadro de funcionários da área
rural de usinas e destilarias foi bastante alterado com a inclusão de profissionais que trabalham nas operações mecanizadas da colheita da cana e na manutenção automotiva, destaca o diretor executivo do Gerhai. Maior número de tratorista, motorista, operador de máquinas, comboista, mecânico, entre outros, mudou a composição da equipe que atua no campo. Mas, de maneira geral, ocorreu uma redução significativa da quantidade de trabalhadores rurais nas lavouras mecanizadas, o que criou condições mais favoráveis, na maioria dos casos, para a melhoria da qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas aos seus empregados. “Era complicado fazer área de vivência para frente de trabalho que tinha 500 cortadores de cana”, exemplifica José Darciso Rui, que é também diretor da Caerha, de Iracemápolis, SP, que presta consultoria na área de benefícios e de adequação de empresas às exigências da NR 31, entre outros serviços. Uma frente de colheita mecanizada com quatro máquinas conta com aproximadamente 50 pessoas – calcula. De acordo com ele, é possível abrigá-las em um ônibus adaptado para área de vivência, no horário de almoço, formando-se três grupos de funcionários. (RA)
Banheiro na Coruripe, AL: para a equipe atuar motivada é preciso oferecer algo a mais
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Benefícios extrapolam exigências da legislação Além de atenderem itens da NR 31, usinas oferecem planos de saúde, odontológico, convênios com farmácia e até seguro de vida As atuais condições de trabalho no setor sucroenergético são superiores em relação às que são oferecidas pelos demais segmentos agrícolas do país – com exceção da soja, que tem uma situação diferenciada –, compara Erotides Gil Bosshard. Os avanços nas condições de trabalho incluem melhorias nas áreas de vivência, transporte, alojamento, observa José Darciso Rui. Há ainda a preocupação com boas condições de higiene no trabalho, também previstas na NR 31. Entre outras obrigações por parte do empregador, inclui-se a disponibilidade de equipamentos, uniformes e roupas adequadas para o desenvolvimento das atividades no campo. Para o trabalhador do corte manual de cana, existe a necessidade de intervalo, com duração de 15 minutos, para cada período de três horas de trabalho, afirma Darciso Rui. No caso da temperatura atingir 35ºC, o que não é comum no período de colheita entre março e novembro, o corte deve ser interrompido por 30 minutos a cada uma hora de trabalho, observa Erotides Gil, que é também consultor de empresas do setor bioenergético nas áreas de relações trabalhistas, sindicais e institucionais. Quando a temperatura ultrapassar a marca dos 35ºC, o corte manual tem que ser interrompido até que ocorra a diminuição do calor. “Para a colheita mecanizada, geralmente esse fator não tem influência, porque os equipamentos possuem ar-condicionado na cabine”, afirma.
Erotides Gil Bosshard: itens da NR 31 atendidos e mais
A ginástica laboral, que é uma recomendação da NR 31, é colocada em prática por diversas usinas e destilarias. Alguns benefícios extrapolam as exigências de normas regulamentadoras e da legislação. Empresas do setor concedem planos de saúde, odontológico, convênios com farmácia, seguro de vida – exemplifica Darciso Rui –, incluindo familiares dos trabalhadores em diversos casos. Diversos itens são incorporados a
acordos coletivos que têm complementado a Norma Regulamentadora 31 com melhorias nas condições de trabalho, “A NR 31 não obriga a dar plano de saúde nem plano odontológico. Alguns benefícios são provenientes de negociação coletiva”, diz Os benefícios se estendem também aos trabalhadores temporários, que hoje são em número reduzido devido à mecanização. (RA)
Nordeste ainda contrata número significativo de cortadores de cana A situação no Nordeste, no entanto, é diferente em relação ao Centro-Sul. As usinas da região ainda têm elevado índice de contratação de trabalhadores rurais para o corte manual de cana-deaçúcar. O processo de mecanização da colheita é lento no setor sucroenergético nordestino. “As áreas de cana do Nordeste não favorecem a mecanização por causa da declividade do terreno”, lembra Darciso
Rui. Além disso, as usinas da região cumprem um papel importante na geração de renda e de emprego para os trabalhadores rurais – afirma. Segundo o diretor da Caerha Consultoria, unidades do setor sucroenergético nordestino oferecem também boas condições de trabalho aos rurícolas em relação a transporte, áreas de vivência, entre outros itens, atendendo as exigências da NR 31. (RA)
Áreas de vivência evoluem e oferecem maior comodidade As áreas de vivência instaladas no campo, uma das exigências da NR 31, também evoluíram, oferecendo maior comodidade e conforto, segundo José Darciso Rui. Devem contar obrigatoriamente com locais adequados para refeições, com mesas e cadeiras, e sanitários. Além disso, os empregadores devem disponibilizar, nesses espaços, água potável gelada. “Antigamente as usinas usavam um trailler adaptado. Hoje mudou muito. É bem diferente”, ressalta. Julietas antigas com apenas um eixo traseiro – as atuais têm dois eixos –, que eram usadas no transporte de cana, foram transformadas em áreas de vivência por empresas especializadas. O mesmo aconteceu com ônibus, sem condições de uso para o transporte, que passaram a ter função de abrigar trabalhadores da área rural durante o período de refeições e descanso. Nesses casos, ocorre a retirada dos bancos para a montagem das áreas de vivência. Para o pessoal do corte de cana, ainda é utilizado toldo, instalado junto ao ônibus, para a cobertura do local onde ficam mesas e banquinhos, que são desmontáveis, informa o diretor executivo do Gerhai. (RA)
Refeitório na Coruripe, AL, para 260 pessoas
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Escala 5 x 1 aumenta número de folgas por safra Campo rurícola em Alagoas
Usinas asseguram qualidade no transporte e moradia Não há mais espaço no setor para o uso de veículos velhos e em más condições de conservação A qualidade do transporte dos trabalhadores rurais tem sido outra preocupação das usinas e destilarias. “Ônibus agrícolas possuem atualmente bancos confortáveis, banheiros internos, reservatório com água refrigerada, caixas para os funcionários guardarem suas ferramentas e equipamentos de trabalho”, detalha José Darciso Rui. Além disso, esses veículos devem ter um limite de idade, conforme estabelece legislação específica existente nessa área. “Para transitar, o ônibus rural precisa ter licença especial dos órgãos que cuidam de estradas de rodagem. É como se fosse um ônibus de transporte urbano. Se não tiver condições de uso, não consegue autorização para trafegar na rodovia”, diz. A mecanização das lavouras gerou mudanças no transporte de funcionários. “Diversas empresas já utilizam vans para
essa finalidade, pois uma frente de colheita mecanizada pode contar com apenas 15 pessoas. Não há necessidade de um ônibus para transportá-los”, observa. Esses veículos também precisam atender a legislação e ter autorização dos órgãos responsáveis por essa área. Segundo ele, não há mais espaço para o uso de veículos velhos, em más condições, para o transporte de trabalhadores. “Nem as usinas querem isto”, afirma. Além de estarem comprometidas com a questão de responsabilidade social, as unidades sucroenergéticas não têm interesse em correr riscos de atraso nas atividades de uma frente de colheita por causa de problemas no transporte em decorrência de avarias mecânicas – comenta. “É preciso ter veículos em boas condições de tráfego. Caso contrário, o prejuízo pode ser enorme”, ressalta. À medida que ocorreu uma diminuição do número de cortadores de cana, contratados em regime temporário, houve também uma diminuição da demanda por moradias e alojamentos mantidos por usinas. Os chamados safristas são
provenientes, na grande maioria dos casos, de cidades localizadas em estados e regiões distantes das usinas que fazem a contratação. Com a mecanização, as unidades sucroenergéticas do Centro-Sul têm contratado poucos trabalhadores do Norte e Nordeste e de outros estados, constata Darciso Rui. Para a contratação de migrantes, as empresas têm obrigação de pagar o transporte – da cidade de origem do trabalhador até ao município onde está instalada a usina –, conceder habitação, alimentação e providenciar o transporte de retorno após o final da safra, detalha Erotides Gil. “As condições das habitações, cedidas a esses migrantes, devem respeitar os padrões de moradia estabelecidos inicialmente pela Norma Regulamentadora 24 (NR 24), que foram incorporados posteriormente pela NR 31. Essa norma surgiu depois da NR 24”, esclarece. Medidas e dimensões da moradia, quantidade de pessoas por habitação, número de banheiros por casa em função do total de moradores são alguns itens definidos por essas normas. (RA)
Outra questão que as unidades sucroenergéticas devem ficar atentas, para assegurar boas condições de trabalho, está relacionada ao cumprimento da jornada que não deve ultrapassar 8 horas diárias ou 44 semanais, observa José Darciso Rui. A grande maioria das usinas obedece a legislação em relação a essa exigência, enfatiza. “Regra geral, as empresas trabalham com três turnos, de 8 horas cada, com uma folga após cinco dias de trabalho (escala 5 x 1). No total, são cinco folgas por mês”, calcula. Na escala 6 x 1, o funcionário tem quatro folgas mensais. Nesse sistema 5 x 1, o trabalhador tem sete a oito folgas a mais na safra – dependendo da duração do período de colheita de cada unidade – em relação ao funcionário que atua na escala 6 x 1, compara o diretor da Caerha. A Caerha presta consultoria nesta área. “Faz diagnóstico do que a empresa precisa. Em quais itens, não está cumprindo a lei. Demonstra também como é possível ter melhorias, mesmo nas questões em que cumprem a legislação, que possam trazer resultado de satisfação, motivação e resultado financeiro para a empresa”, diz o diretor executivo do Gerhai e diretor da Caerha. (RA)
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Aumento da incidência de pragas ronda os canaviais Redução do plantio, maior presença da palha e má qualidade de mudas favorecem infestação RENATO ANSELMI,
DE
CAMPINAS, SP
A seca inesperada no Centro-Sul em janeiro e fevereiro, a redução da reforma dos canaviais, a má qualidade de mudas, a maior presença da palha nas lavouras em decorrência da colheita mecanizada de cana crua estão interferindo, entre outros fatores, na incidência e no manejo de pragas. Especialistas alertam que é preciso estar atento ao que poderá acontecer nos canaviais nos próximos meses. Monitoramento e uso de tecnologias eficazes de controle, em caso de necessidade, são algumas “palavras de ordem” que devem direcionar as ações nessa área. ”Com a diminuição da reforma e da expansão normalmente ocorre o aumento da infestação de pragas de solo nos canaviais”, afirma Paulo Donadoni, gerente de Cultura Cana da Bayer CropScience. Segundo ele, a redução do plantio para esta safra é fato e, com isso, deverá haver uma elevação da incidência de pragas em relação à safra anterior. “O produtor deve investir nos tratos culturais da soca”, recomenda. As condições climáticas e o histórico recente de infestações podem sinalizar quais são as pragas que têm mais chances de incomodar os produtores de cana no
ciclo 2014/15. De acordo com ele, pragas como Sphenophorus levis (bicudo da cana) – que teve um aumento expressivo nas regiões produtoras de São Paulo – e a broca peluda estão entre as que cresceram de forma significativa nos canaviais e estão incomodando o produtor. Existe uma grande expectativa em relação ao “futuro” da cigarrinha da raiz na safra que está apenas começando. Devido à seca de janeiro e fevereiro as infestações dessa praga no primeiro trimestre de 2014 foi menor em comparação aos anos anteriores, avalia. “Porém, os ovos que foram depositados pelas cigarrinhas adultas estão em diapausa, aguardando as condições necessárias de clima para poderem eclodir e, como ninfas, prejudicar o desenvolvimento da cana, acarretando grandes danos ao produtor”, de acordo com avaliação realizada por Paulo Donadoni em março. “O manejo preventivo é uma opção eficiente para diminuir esta quantidade de
ninfas oriundas destes ovos que ficaram em diapausa”, explica. Áreas de cana de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e sul de Goiás são as que menos sofreram com a seca e, portanto, são as regiões que registraram maior índice de presença da cigarrinha nos primeiros meses de 2014 – informa. “A diminuição do plantio, o aumento da fertiirrigação (vinhaça) e a presença de variedades mais sensíveis são elementos chaves para o aumento da broca-da-cana”, observa. Entre as medidas preventivas que podem ser adotadas para evitar o aumento da ocorrência de pragas, o gerente de Cultura Cana da Bayer CropScience inclui o monitoramento constante da lavoura e o levantamento do histórico de infestações das áreas. “Desta forma, o produtor pode direcionar as melhores tecnologias de controle de pragas para as áreas de maior necessidade”, afirma. O objetivo é buscar sempre melhores resultados de produção – enfatiza.
A redução de gastos com defensivos, por causa da crise que afeta o setor, não é uma medida recomendada, porque pode contribuir para o aumento descontrolado de infestações, conforme a opinião de especialistas da área. A “economia” com a aplicação de inseticidas pode elevar inclusive os prejuízos das usinas por causa da diminuição da produtividade e a necessidade de antecipação, em diversos casos, da reforma dos canaviais. “As tecnologias disponíveis para proteção contra pragas e doenças não devem ser dispensadas pelo produtor, e sim, intensificadas, para garantir maior produtividade e menor custo por hectare cultivado”, ressalta Paulo Donadoni. A Bayer CropScience disponibiliza inclusive soluções que podem atender o produtor em todo o segmento da lavoura canavieira. desde o plantio até a colheita, afirma. “Os destaques são os benefícios proporcionados pelas tecnologias Ethrel, Provence e Curbix”, informa.
Ataque tardio de cigarrinhas causa preocupação O jeito é não tirar os olhos dos canaviais. A atenção atualmente tem que ser redobrada no monitoramento e acompanhamento da incidência de pragas devido às mudanças que ocorreram nos canaviais e aos fatores climáticos, enfatiza o engenheiro agrônomo Gustavo Nogueira, gerente do Departamento Técnico da Canaoeste – Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo –, que tem sede em Sertãozinho, SP. No caso da cigarrinha da raiz, ele alerta que pode vir uma geração um pouco mais tardia em decorrência de chuvas que iniciaram em março e que pode ocorrer em abril, o que aumentaria as chances de infestação. Esse ataque, se acontecer, deve ser complicado e gerar transtornos, porque “quando começa a safra todo mundo tira os olhos do monitoramento”, diz. O foco de monitoramento começa em novembro e continua até fevereiro, constata. O produtor deixa de visitar e monitorar a área durante a safra, em diversos casos, e acaba tendo sérios problemas com o ataque tardio. Mas, não é só isto que causa preocupação. Os danos podem ser grandes no caso de infestação durante o ciclo 2014/15. “As canas que vão ser cortadas do meio da safra em diante, de julho a novembro, serão as mais prejudicadas, porque estão mais debilitadas devido à seca no início do ano”, avalia.
Se houver infestação, é preciso controlar com inseticida, “A orientação é que os produtores continuem atentos. Tudo depende mesmo do clima”, observa. De acordo com ele, essa praga tem registrado incidência elevada nos últimos anos, principalmente por causa do crescimento da colheita mecanizada. Além da cigarrinha e da broca-da-cana, Gustavo Nogueira afirma que o Sphenophorus tem causado grande preocupação. Ele considera que é a praga mais importante atualmente em São Paulo. “A incidência está muito alta. Estava concentrada há alguns anos na região de Piracicaba. Hoje está espalhada praticamente por todo o estado”, diz Segundo ele, o combate ao bicudo da cana – como também é conhecida essa praga – é difícil, pois nenhum inseticida disponível no mercado promove um controle efetivo. Além disso, essa praga causa grande prejuízo. “Há queda de produtividade e de longevidade”, afirma. Existem casos de canaviais com infestação elevada que precisam ser reformados no terceiro corte – exemplifica. A incidência do Sphenophorus está relacionada principalmente à má qualidade de mudas, observa o gerente do Departamento Técnico da Canaoeste. A melhor forma de prevenir a ocorrência dessa praga é a utilização de mudas sadias, que foram cultivadas de maneira correta e que tenham procedência comprovada. (RA)
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— P B P Público presente na reunião do Grupo Fitotécnico
Produtividade do C/S poderá ter quebra de até 50%
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Cenários extremos de falta de chuvas na região Centro-Sul poderão provocar quebra de safra ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
Os cenários extremos de falta de chuvas na região Centro-Sul poderão provocar até 50% de quebra de produtividade. Com essa afirmação, Maximiliano Scarpari, pesquisador do Centro de Cana do IAC de Ribeirão Preto (SP), deixa claro que o quadro de déficit hídrico atual irá impactar negativamente na cultura canavieira, principalmente nas canas colhidas no final de safra ou de primavera. Ele participou no dia 11 de março, da primeira reunião do Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar de 2014, que contou com a presença de mais de 300 pessoas. Segundo Scarpari, os meses de janeiro e fevereiro apresentaram cenários extremos de déficit hídrico com até 90 mm de déficit hídrico, como é o caso da região de São José do Rio Preto (SP). “Com exceção de regiões como Lençóis Paulista e Barra Bonita, o restante do estado sofreu com a estiagem. Em Ribeirão Preto houve falta de chuva de 70 mm no período. A quebra de produtividade será inevitável pois no verão é o período em que a cana cresce entre 40 e 50%, e com a seca extrema, o crescimento celular e a fotossíntese foram comprometidas. Sem esses fatores não há produtividade e dificilmente será possível recuperá-la no decorrer da safra”, revela. Ele alerta para que esse levantamento seja realizado de forma bem localizada nos
Maximiliano Scarpari: quadro de déficit
Leonardo Menegatti abordou novas
hídrico afetará a cultura
tecnologias da agricultura de precisão
canaviais, que sofreram com a seca e as chuvas esparsas entre janeiro e fevereiro. “A Caminho da canavicultura de três dígitos” ou a busca pela produtividade acima de 100 toneladas por ha, será tema do 1º encontro do Grupo Fitotécnico do IAC de 2014, no próximo dia 11 de março, em Ribeirão Preto/SP. O encontro discutiu ainda novas tecnologias da agricultura de precisão na produção de cana, com Leonardo Menegatti, da Apagri e a Syngenta também divulgou suas novidades para o segmento. Leonardo Menegatti falou das ferramentas de agricultura de precisão; agricultura de precisão na reforma e correção do solo; no plantio e colheita (piloto automático e manejo de adubação); nutrição da cana soca com agricultura de precisão; na aplicação de herbicida em taxa variada, entre outros.
Grupo Fitotécnico abordou a busca por maior produtividade
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MÉXICO
ANP autoriza unidades a operar
Alto custo de produção inibe investimentos em etanol
PATRICIA BARCI, DE
RIBEIRÃO PRETO
As unidades produtoras de etanol autorizadas para operação de acordo com ANP — Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis e a SRP — Superintendência de Refino, Processamento de Gás Natural e Produção de Biocombustíveis no primeiro “Boletim do Etanol” de 2014, são: Adecoagro (Ivinhema), em Ivinhema, MS; Cambuí em Santa Helena de Goiás, GO; Cerradinho em Chapadão do Céu, GO; Colombo – Palestina, em Palestina, SP; Serra do Caiapó em Montividiu, GO e SJC – Unidade Boa Vista, em Cachoeira Dourada. E a única unidade produtora de etanol autorizada para construção é: Bioflex em São Miguel dos Campos, AL.
Manuel Enriquez Poy, diretor da Atam
De acordo com Manuel Enriquez Poy, diretor da Atam — Associação de Técnicos Açucareiros do México, o etanol é fabricado somente em duas unidades produtoras do país situado na América Central, que são “La Gloria " e "São Nicolau", com tecnologia de desidratação que usa a peneira molecular e ciclohexano. Uma destilaria externa a essas unidades, usando um sistema de extração por difusão, produz em média, 100.000 litros por dia. Existem várias destilarias de processamento do melaço, localizadas fora das usinas. Outra destilaria localizada no estado de Sinaloa foi instalada para produzir etanol a partir de milho, mas não está ativa. “No novo Pronac — Programa Nacional para o Agronegócio da Cana-de-açúcar existe a possibilidade de utilizar o nosso excedente de açúcar, produzido através da cana- de-açúcar, para produção de álcool , mas isso eventualmente. Nosso, futuro é incerto devido à falta de infraestrutura. Em resumo, os problemas atuais para a produção de etanol em nosso país estão ligados ao custo elevado da produção de cana-de-açúcar, e esperamos que o governo dê maiores incentivos à produção , como ocorre em quase todos os países, pelo menos para iniciar novos projetos para o setor sucroenergético mexicano”, explica.
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GIRO DO SETOR — América Latina GUATEMALA
NICARÁGUA
12 fábricas de açúcar e 5 de etanol
Grande crescimento açucareiro
Atualmente o país possui doze unidades produtoras de açúcar e apenas cinco plantas produzem etanol. Estimativas da Asazgua — Asociación de Azucareros de Guatemala, indicam que 70% da produção de açúcar da Guatemala é para a exportação, e os 30 % restantes são distribuídos para o consumo local. Já em relação à produção de etanol, no ano passado, foram produzidos cerca de 200 milhões de litros, com rendimento de 150 milhões de dólares para a economia do país. A maior parte do etanol e do açúcar são utilizados para abastecer o mercado interno, uma pequena parte é exportada todos os anos. Nenhuma nova unidade produtora de açúcar ou etanol foi anunciada nos últimos anos no país, no entanto, para Flávio Castelar, diretor executivo do Apla — Arranjo Produtivo Local do Álcool, acredita que a Guatemala, assim como alguns países situados na América Latina, estão aproveitando o bom momento no setor sucroenergético, para comprar unidades fora de seus territórios. “Alguns grupos açucareiros da Guatemala estão internacionalizando suas operações e comprando usinas no México, Equador, Argentina, Nicarágua e até no Brasil. Um exemplo disso, é o Grupo Gloria que possui três usinas no Peru, uma no Equador e uma na Argentina e a Pantaleon que além de operar na Guatemala e alguns países na América Central, também comprou uma usina no México, na região de Vera Cruz, e esta não é uma estratégia comum entre os grupos brasileiros”, explica.
De acordo com dados oficiais da CNPA-Comissão Nacional de Produtores de Açúcar da Nicarágua, o país desfrutou de um grande crescimento na idústria açúcareira nos últimos anos e este cresimento tem atraído o interesse de investidores interessados em construir duas novas usinas, construídas entre Malacatoya e Tisma e outra em San Francisco Libre. Nos últimos três anos, o cultivo da cana-de- açúcar na Nicarágua tornou-se uma das áreas de maior crescimento no setor agrícola do país.
EQUADOR
Novas unidades de açúcar
Flávio Castelar, diretor executivo do Apla
No Equador, as novas unidades produtoras de açúcar de cana-de-açúcar, inauguradas em 2013, Miguel Ángel e San Juan, se uniram às já existentes San Carlos, Valdez, Ecudos S.A., Ingenio Azucarero del Norte, Monterrey e Isabel María no processamento da cana-deaçúcar no país, de acordo com dados da Fenazucar — Federación Nacional de Azucareros del Ecuador. (Patricia Barci)
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GIRO DO SETOR — América Latina COLÔMBIA
Produção de etanol colombiano aumentou cerca de 25% De acordo com dados apresentados pela Fedebiocombustibles — Federação Nacional de Biocombustíveis da Colômbia, 2014 está previsto para ser o ano dos biocombustíveis na Colômbia, com produção de 387 milhões de litros de etanol para a safra 2013/14. Um aumento significativo se comparado à produção de etanol na safra 2012/13 de 355 milhões de litros. Esse aumento pode ser resultado do clima favorável nestes últimos três anos, que favoreceu a safra de cana-de-açúcar e que resultou também em um aumento na oferta de etanol. De acordo com dados do USDADepartamento de Agricultura dos Estados Unidos, a produção de etanol da Colômbia aumentou cerca de 25% ao ano. Consequentemente, o setor espera aumentar o volume de mistura obrigatório de etanol na gasolina na Colômbia, de 10% para 15% até 2016, principalmente quando a Ecopetrol colocar sua nova usina de etanol nos Llanos Orientales em funcionamento. As previsões dos especialistas do setor no país acreditam que haverá um aumento de 7,7 milhões de litros, o que representa um aumento de 2,02% no volume total. De acordo com dados da Unica — União da Indústria de Cana-de-açúcar, a Colômbia adota mistura de 10% de etanol à gasolina desde novembro de 2005 em 83% de seu território e a mistura alcançará o resto do país, à medida que sua produção de etanol aumentar.
Alternativas às matérias-primas Apesar de haver vários estudos na Colômbia à procura de financiamento para a produção de etanol e biodiesel derivados de matérias-primas alternativas além do óleo de palma e cana-de-açúcar, o excedente na produção desses produtos tem sustentado a produção de biocombustíveis nos últimos anos.
Apla terá missão comercial na Colômbia
Ingenio Manuelita
Biodiesel
Unidades produtoras
Em relação à fabricação de biodiesel, na Colômbia, hoje existem Unidades produtoras em Cesar, Magdalena, Atlântico, Meta e Santander. A produção está estimada em 480 mil toneladas de biodiesel por ano. Hoje no país, o volume obrigatório da mistura no biodiesel é de 10 %, mas a política não vale para todo o território nacional, sendo que em Bogotá e região, a mistura obrigatória é de apenas 8%. Na média, a mistura de biodiesel com óleo diesel é de 9,2 %. De acordo com dados veiculados pela imprensa local, La Opinión, estima-se que haverá um crescimento de cerca de 5% na produção de biodiesel este ano e o excedente será acima das 500 mil toneladas de biodiesel. Dados do governo colombiano indicam que a produção de óleo de palma para misturar com o diesel e a produção de etanol para misturar na gasolina até 2019 devam gerar cerca de 1,2 milhões de empregos diretos e indiretos.
O setor sucroenergético colombiano possui 13 usinas, sendo que 38% delas produzem apenas açúcar e 72% produzem açúcar e etanol. São 47 municípios produtores de cana no país, totalizando 228 mil hectares. Quatro das maiores usinas que produzem açúcar e etanol estão operando nos territórios de Valle, Risaralda, Caldas e Cauca. Para atender às necessidades do mercado de etanol, o país aumentou o território de cultivo de cana-de-açúcar em 2.000 hectares. “Estão produzindo etanol na região de Meta, muito parecida geograficamente com o cerrado brasileiro. Eles ainda estão no início, mas para um país que sempre teve um discurso que dizia que a cana-de-açúcar só cresceria no Valle del Cauca já é um grande avanço”, disse Flávio Castelar, diretor executivo do Apla- Arranjo Produtivo Local do Álcool.
O Apla — Arranjo Produtivo Local do Álcool, realizará uma missão comercial em Cali na Colômbia, nos dias 2 e 3 de abril de 2014 e espera repetir o mesmo sucesso da última rodada de negócios, que teve a participação de todas as 13 usinas da Colômbia e convidados de outros países, resultando em mais de 500 mil dólares de negócios fechados, além abrir caminho para novas oportunidades de projetos que resultaram em vendas nos últimos dois anos. “Da última vez contamos com o apoio da Tecnicana e Cenicana, duas importantes entidades do setor sucroenergético colombiano e com o apoio deles, gostaríamos de trocar experiências e aproximar nossos países, além de continuar a construir uma relação de parceria e resultados positivos para todos”, disse Flávio Castelar, diretor executivo do Apla.
VENEZUELA
Falta de regulação de preços
Produção de cana avança para regiões além do Valle del Cauca
De acordo com dados do “El Nuevo País”, desde que o Brasil fez uma aliança com o governo de George W. Bush, o então presidente Hugo Chávez acabou com seus planos de construir Unidades produtoras de etanol na Venezuela. O plano energético venezuelano depende tão somente de decisões do governo atual. Nenhuma fonte oficial se pronunciou sobre a continuação ou a suspensão do uso do etanol no país e sobre a continuidade dos programas de produção de etanol. Já a indústria do açúcar está numa das maiores crises dos últimos anos no país, por falta de regulação de preços desde 2005, apesar do aumento dos custos para a produção da commodity, de acordo com dados da Fundação para o Desenvolvimento de Açúcar, Produtividade e Pesquisa da Venezuela. (Patricia Barci)
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Busca por preços melhores antecipam safra Centro/Sul ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO
Os problemas climáticos e financeiros estão tornando a safra 2014/15 incomum no Centro-Sul. Em regiões onde a seca foi severa, parte das usinas, ainda que pressionadas, estão mantendo o “start” para meados de abril. O motivo é atraso no crescimento da cana, e com isso, a perda em produtividade por hectare. Já em outras unidades, mesmo com a forte estiagem, as dificuldades financeiras fizeram com que os trabalhos fossem antecipados. É o caso da Usina Batatais, localizada no município de mesmo nome, no interior de São Paulo. A unidade foi a primeira na região de Ribeirão Preto a mandar suas máquinas a campo, no dia 6 de março. A usina espera moer 3,9 milhões de toneladas, número 8% maior em relação à última safra, em que foram moídas 3,6 milhões de toneladas. “Começando antes, consigo um preço inicial melhor para, no final, fazer uma média melhor", disse Bernardo Biagi, presidente do Grupo Batatais. A empresa diz que o aumento previsto é fruto de um excedente de área plantada ao longo dos anos, já que naquela região, choveu 55% menos que a média histórica para os meses de janeiro e fevereiro. Se incluída a moagem da usina Lins, filial da Batatais, a quantidade estimada de moagem pelo grupo sucroenergético sobe para 6,1 milhões de toneladas, o que representa alta de 4%. Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica - União da Indústria de Cana-de-Açúcar, disse em entrevista à agência de notícias Reuters que "muitas" usinas já iniciaram a moagem, que começa oficialmente em 1º de abril no Centro-Sul. "A situação financeira está levando a maior parte das empresas à antecipação de safra. Primeiro pela necessidade de fazer caixa e,
Usina Jardest “hiberna”, sem previsão para acordar Na sexta-feira, 21 de março, a Biosev, segunda maior processadora de cana-deaçúcar do país, informou que passará por um processo de reestruturação em seu negócio. Em nota, a empresa, controlada pela multinacional francesa Louis Dreyfus Commodities, diz que, entre outras ações, promoverá a hibernação da usina de Jardest, localizada em Jardinópolis, SP. “O Conselho de Administração e o acionista controlador têm plena confiança no time de gestão da Biosev. Acreditamos que o plano de negócios revisto e aprovado por unanimidade ajudará a Biosev a se tornar mais eficiente em suas operações agrícola e industrial e a maximizar a utilização de sua capacidade instalada”, disse Claude Ehlinger, presidente do Conselho da empresa. Já nesta safra, a cana que seria processada pela unidade será destinada a outras usinas do grupo, localizadas na região de Ribeirão Preto, SP. A unidade hibernada tem capacidade industrial para processar 1,5 milhão de toneladas por safra. (AR)
Quebra de safra de cana poderá chegar a 20% Usina Batatais voltou a moer no início de março
segundo, porque os preços do etanol estão atrativos neste momento em que a oferta está muito aquém da demanda". As chuvas durante os meses de novembro e dezembro contribuíram na produtividade dos canaviais e geraram um excedente de 20 milhões de toneladas. Contudo, a recente estiagem mudou os planos. “Por conta do excesso de cana bisada, algumas unidades previam moer já a partir de março. Contudo, o clima não permitiu, mantendo a previsão tradicional para meados de abril”, explicou Sérgio
Prado, representante regional da Unica em Ribeirão Preto. A entidade ainda não divulgou suas estimativas para a safra, mas adiantou que a região deve, no máximo, repetir o desempenho do ciclo anterior. No resultado acumulado de 2013, as usinas do Centro-Sul moeram 594,10 milhões de toneladas de cana, valor 11,82% maior que safra anterior. A moagem gerou a produção de 25,37 bilhões de litros de etanol e de 34,27 milhões de toneladas de açúcar.
Não é novidade para o setor que a estiagem comprometeu a produção de cana do Centro-Sul, já que as tão esperadas chuvas de verão, responsáveis pelo crescimento vegetativo nessa época do ano não chegaram. Quem sente na pele a dificuldade de quebra está preocupado com a situação anunciada para a safra 2014/15. É o caso do gerente industrial da Usina Pitangueiras, Gilmar Galon, ao ressaltar que a quebra de produtividade poderá chegar a 20%, em algumas regiões como de Araçatuba, SP. “Na Pitangueiras a quebra deverá ser de 8%, mas em muitas regiões poderá atingir 15% e nas mais extremas, 20%”, disse o especialista.
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Segurança do trabalho é prioridade no setor Certificada pela OHSAS 18001, Alta Mogiana desenvolve ações na área desde a fundação RENATO ANSELMI,
DE
CAMPINAS, SP
As melhores práticas de segurança do trabalho e saúde ocupacional continuam presentes, de maneira prioritária, na agenda do setor, apesar das dificuldades decorrentes da crise que atinge a atividade sucroenergética. Grupos de trabalhos e entidades têm aprofundado a discussão sobre esses temas por meio de reuniões, treinamentos e seminários. Unidades e grupos sucroenergéticos também estão se empenhando para adotar medidas cada vez mais eficazes que garantam a segurança e a saúde do trabalhador e atendam as inúmeras exigências das Normas Regulamentadoras (NRs). Diversas empresas no setor já têm inclusive tradição nessa área, procurando sempre colocar em prática iniciativas voltadas à manutenção de um ambiente de trabalho seguro. A Usina Alta Mogiana, de São Joaquim da Barra, SP, por exemplo, desenvolve diversas ações nessa área desde a sua fundação, há trinta anos, quando pouco se falava sobre o assunto. Na ocasião, foi criada inclusive a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). O crescimento da empresa, que se intensificou no início dos anos 90, foi acompanhado pela formação de um departamento voltado exclusivamente à segurança, integrado por técnicos, enfermeiros, médicos do trabalho e engenheiro de segurança. As ações nessa área nunca pararam.
Usina Alta Mogiana: prêmio por longevidade sem acidentes
Uma das consequências do trabalho contínuo e da preocupação constante com a segurança foi a conquista da certificação OHSAS 18001 em 2003, que a Alta Mogiana mantém até hoje. Composta por um conjunto de normas voltadas à formação de um sistema de gestão e da certificação da saúde e segurança do trabalho, a OHSAS orienta as empresas sobre os procedimentos que devem ser adotados nessa área. Mas, de nada adiantaria essa certificação sem o envolvimento dos funcionários. ”O sistema de gestão de segurança OHSAS 18001 exige que todas as atividades sejam documentadas e registradas e que os colaboradores sejam treinados em suas funções. Desta forma, todos
participam da sua manutenção”, afirma Jose Altino Donizeti Marques, gerente do departamento de Planejamento e Custos da Alta Mogiana, ao qual a área de segurança do trabalho é vinculada. Segundo ele, com a obtenção da certificação, foram criados o manual e os procedimentos de segurança, que estabeleceram regras para a análise dos riscos para cada atividade desenvolvida, além da obrigatoriedade do treinamento dos colaboradores em todas as rotinas, aliadas ao fornecimento de EPIs apropriados para o exercício das tarefas. OHSAS é uma sigla em inglês para Occupational Health and Safety Assessment Services, cuja tradução é Série de Avaliação da Segurança e Saúde no Trabalho.
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Informática é aliada em programas de prevenção e controle Ferramentas demonstram a importância da manutenção de um ambiente de trabalho seguro Para incorporar a segurança do trabalho ao dia a dia da usina, a Alta Mogiana coloca em prática diversas ações e utiliza vários recursos. A informática é inclusive uma das aliadas nesse processo. “O desenvolvimento de um software que nos permite gerenciar os programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) representou um avanço considerável nas atividades realizadas”, conta José Altino. De acordo com ele, a partir de controles integrados, ocorre a definição dos EPIs utilizados em cada atividade. “Fazemos o controle de entrega, com registro biométrico e ainda monitoramos a durabilidade e validade dos equipamentos, o mesmo ocorrendo no acompanhamento médico ambulatorial”, detalha. Entre as ferramentas utilizadas pela Alta Mogiana, um dos destaques é o
“Cartão Pare” orienta funcionários Cursos de capacitação na Usina Alta Mogiana: exemplos
Diálogo de Segurança, realizado três vezes por semana em cada área, que tem a participação do gestor e a sua equipe. Essa atividade tornou-se um momento de reflexão e conscientização sobre a manutenção de um ambiente de trabalho seguro. Com essa mesma preocupação são ainda realizadas inspeções pelos profissionais da segurança do trabalho e uma reunião mensal por setor, em cada um dos turnos de trabalho da empresa,
informa o gerente do departamento de Planejamento e Custos da Alta Mogiana Outra iniciativa é o “Programa Anos Sem Acidente com Afastamento”, que possibilita aos colaboradores o gozo de um dia de folga a cada ano sem acidente com afastamento, no setor em que estiverem trabalhando. No ano passado, por exemplo, a equipe de “Controle de Qualidade” completou 18 anos sem acidentes com afastamento e a de “Tratos culturais – formiga”, 13 anos. (RA)
O programa “Cartão Pare”, criado em 2012, a partir do modelo desenvolvido pela empresa Rhodia, orienta os colaboradores para que não executem qualquer tarefa em caso de dúvida. O cartão coloca diversas questões para o funcionário e, no caso de resposta negativa, instrui que ele “pare” – ou seja, não execute o trabalho – e esclareça a dúvida com o líder ou solicitante do serviço. “Conheço os perigos e riscos dessa área? Estou habilitado para realizar esse trabalho? Estou utilizando os EPIs previstos?” Estas são algumas questões inseridas no “Cartão Pare” que tem a finalidade de incentivar a adoção de um comportamento seguro. (RA)
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Treinamentos afastam práticas inseguras das atividades diárias Acompanhamento das ocorrências permite buscar evidências que possam ser traduzidas em aprendizado e reciclagens de procedimentos A questão comportamental tem sido fundamental para afastar práticas inseguras das atividades desenvolvidas no campo e na indústria. A preocupação da Alta Mogiana com esse aspecto, que interfere nos resultados obtidos na área de segurança do trabalho, começa na seleção do candidato, quando são feitas triagens em busca do perfil profissional adequado para cada cargo, observa José Altino Donizeti Marques. “Com o contrato de trabalho ativo, inicia-se o processo de qualificação e ambientação do profissional à cultura da organização, por meio de treinamentos básicos e até de maiores complexidades, como espaço confinado e trabalhos em altura”, esclarece. Segundo ele, a empresa investe recursos na capacitação de monitores,
Capacitação de tratoristas da Alta Mogiana
instrutores e técnicos de segurança, para formar pessoas de acordo com as recomendações das Normas Regulamentadoras (NRs). Investimento em treinamentos de segurança tem sido uma prática constante na Alta Mogiana – enfatiza. A educação é considerada pela empresa – afirma – um instrumento que influi na tomada de decisão do trabalho seguro. “O acompanhamento das ocorrências permite buscar evidências que possam ser traduzidas em aprendizado, treinamento e reciclagens de procedimentos ou instruções de trabalho, com o intuito de evitar novas ocorrências”, comenta.
De acordo com ele, os novos projetos, antes de serem executados passam por análise crítica da segurança do trabalho. “Temos a preocupação em controlar os riscos na fonte. Os tratores são adquiridos equipados com cabines e ar-condicionado, oferecendo maior proteção e conforto aos trabalhadores”, observa. Além disso, os tratoristas recebem treinamento específico – como ocorre com profissionais de outras áreas – para a operação das máquinas, que inclui instruções voltadas à segurança do trabalho. O treinamento da equipe de brigadistas faz parte do conjunto de medidas adotadas pela Alta Mogiana
visando a prevenção e combate a incêndios. Essa unidade sucroenergética de São Joaquim da Barra integra também o Plano de Auxílio Mútuo em Emergência (PAME) que conta com a participação de usinas vizinhas. Outras iniciativas nessa área são: a distribuição de caminhões pipas, equipados com kit espuma, em pontos estratégicos visando o combate rápido ao fogo; instalação de sistema centralizado de combate a incêndio por pó químico seco nas colhedoras de cana e instalação de hidrantes em toda a planta industrial, com tanque exclusivo de água – com capacidade de 5.000 m³ – e bombas automatizadas. (RA)
Exigências de normas geram custo adicional A Alta Mogiana tem se empenhado também para atender a grande quantidade de exigências de diversas normas regulamentadoras (NRs). A implantação ou adequação de diversos itens e a realização dos treinamentos para qualificação dos colaboradores, estabelecidos pelas normas, geram um custo adicional, afirma José Altino. Entre as várias medidas, adotadas a partir das exigências das normas, incluem-se implantação de ponto de descarga de diesel no posto (NR 35), de local para treinamento (NR 33), de áreas de vivência (NR 31), do Centro de Controle de Motores (NR 10). Um dos desafios da área de segurança do trabalho é
manter atualizados todos os colaboradores em relação aos treinamentos e reciclagens, além da necessidade de envolvê-los na comunicação, de acordo com as novas recomendações das NRs, constata José Altino. “Não podemos nos esquecer que estamos inseridos em um ambiente globalizado, cujo produto final é uma commodity, como tal seus preços são regidos pelo mercado internacional. Diante desta realidade, para manter-se atualizado e competitivo, conforme recomendado, os custos gerados para atender os quesitos de segurança, que não são poucos, exigem análises amplas do que será investido, em busca de alternativas que viabilizem o negócio/projeto. Este é o nosso maior desafio”, comenta. (RA)
Brigada em treinamento
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Norma exige adoção de medidas contra riscos ambientais Empresas devem elaborar programa de preservação da saúde e da integridade dos funcionários RENATO ANSELMI,
DE
CAMPINAS, SP
As normas regulamentadoras (NRs) cumprem papel importante para a melhoria das condições de segurança do trabalho e de saúde ocupacional em unidades sucroenergéticas – e também em outros segmentos –, exigindo, por exemplo, a elaboração de programas e a adoção de medidas que criem condições para a eliminação e controle de situações de riscos. Uma dessas normas é a NR 9 que estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) visando à preservação da saúde e da integridade dos funcionários, levando em consideração também a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. ”A boa gestão do PPRA é fruto do compromisso que a empresa assume em prevenir acidentes e a saúde dos trabalhadores”, afirma João Augusto Ribeiro de Souza, diretor executivo do GSO – Grupo de Saúde Ocupacional da
Agroindústria Sucroenergética. Segundo ele, a integração da segurança e saúde no trabalho, em unidades sucroenergéticas, tem sido relevante para a superação das dificuldades no cumprimento dessa norma. “Partindo do principio de que as empresas do setor já implementaram o PPRA conforme as regras da NR 9, é importante o acompanhamento rigoroso das atividades assinaladas no cronograma anual que prevê as melhorias no ambiente de trabalho”, comenta
“A fiscalização tem observado a existência do PPRA bem como sua implementação, ou seja, o cumprimento do cronograma de atividades”, constata. Na avaliação de João Augusto, a NR 9 atende as necessidades de segurança e proteção do trabalhador em relação aos riscos ambientais. “É uma norma dinâmica que contribui para a melhoria constante do ambiente de trabalho”, ressalta. De acordo com ele, a NR 9 elimina ou minimiza os riscos ambientais que ultrapassam os limites de tolerância
exigidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego e entidades internacionais. A norma determina também que o empregador deverá garantir que as atividades sejam interrompidas de imediato, no caso de ocorrência de riscos ambientais nos locais de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco, um ou mais trabalhadores. Nessas situações, funcionários da empresa deverão inclusive comunicar o fato ao superior hierárquico direto para as devidas providências.
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NR 9 requer identificação de agentes que causam danos à saúde Atividades desenvolvidas em unidades sucroenergéticas apresentam riscos físicos, químicos e biológicos A Identificação, avaliação e adoção de medidas de controle dos agentes físicos, químicos, biológicos, que são capazes de causar danos à saúde do trabalhador devido à sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, estão entre as principais exigências da Norma Regulamentadora 9, informa João Augusto Ribeiro de Souza, do GSO. Em toda cadeia produtiva do setor sucroenergético, existem riscos ambientais que podem afetar a saúde dos trabalhadores. “Entre os riscos físicos, podem ser identificados ruído, calor, vibração”, exemplifica. Há também os riscos químicos – conforme detalha a NR 9 –, como substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo por meio da pele ou por ingestão. As possibilidades de transtornos para a saúde do trabalhador não param aí. Alguns problemas podem ser ocasionados pelos riscos biológicos, como: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, vírus. “Todos estes riscos representam uma parcela de situações encontradas na atividade sucroenergética”, observa o diretor executivo do GSO. Há ainda as consequências provocadas por acidentes, como incêndios, explosões, quedas e ocorrências provocadas por trabalhos com eletricidade e tráfego de veículos. A lista pode incluir também riscos ergonômicos, entre os quais, má
postura, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, organização do trabalho, turnos de trabalho, ritmo acelerado. “Riscos ergonômicos e de acidentes não são considerados na NR 9. A NR 17 – Ergonomia determina a elaboração de levantamento ergonômico”, esclarece. Outras normas regulamentadoras conduzem a formatação de controles dos riscos mecânicos, elétricos, entre outros, por meio de análises de riscos de atividades e outras ferramentas para prevenção e proteção, observa.
O desenvolvimento de um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deve levar em conta algumas etapas, de acordo com a NR 9. João Augusto destaca a necessidade de antecipação e reconhecimento dos riscos, estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle. Além disso, entre os procedimentos que devem ser adotados incluem-se – afirma – a análise dos riscos e da exposição dos trabalhadores, a implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia, o monitoramento da exposição aos riscos, registro e divulgação dos dados. (RA)
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EXPERIÊNCIA, POSTURA E ENGAJAMENTO “Pessoas chegam pela competência técnica e são desligadas pelas competências comportamentais” ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
A cada ano, o mercado exige novas posturas para o profissional do setor sucroenergético. Experiência é importante, mas não é tudo pois será preciso ter um conjunto que faça a diferença. São os principais requisitos para o profissional do futuro na opinião da consultora operacional e de carreiras, Beatriz Rossi de Oliveira, da Coerhência. “Não basta ter boa formação e boas passagens por organizações importantes, se o profissional não trouxer consigo nessa bagagem um amadurecimento pessoal, profissional e um repertório de boa postura, boas atitudes, competências de relacionamento, de convívio, de trabalho em equipe, de negociação e parceria, entre outros. Isto hoje é fundamental, pois por muitos anos as empresas analisaram suas estatísticas e indicadores com outros olhos e viram, finalmente, que as pessoas chegam pela competência técnica e são desligadas pelas competências comportamentais”, admite. Além de maturidade, Beatriz explica que o profissional deve ter senso de adequação; ética; imagem bem trabalhada e autoconhecimento estabelecido; educação e elegância no trato; responsável pela sua carreira e por fazer dar certo; disponível e acessível; integrativo e interativo; colaborativo e agregador; bom comunicador; bem humorado; automotivado e entusiasmado; comprometido; prático; proativo; interessado; que adote a postura de dono da empresa; que tenha
mobilidade e que seja flexível e adaptável a mudanças. “E principalmente que tenha paixão pelo que faz. Pesquisas recentes mostram que em torno de 70 a 73% das pessoas não fazem o que gostam. Isso é um problema para as empresas, que precisam de comprometimento e engajamento. É difícil reunir todas essas qualidades, mas não podemos nos acomodar”, enfatiza.
Outro ponto que a profissional defende é a melhoria na contratação de pessoas. “A contratação precisa estar num patamar mais evoluído. Mudamos ferramentas e práticas, mas não mudamos mentalidade. A pressa e o prazo curto para contratação em massa imperam e enquanto as empresas não se planejarem dentro da estratégia de Planejamento de
RH ou de Pessoal, cairemos no problema da má contratação. Os RH’s ainda procuram profissionais com conhecimento e experiência e abrem mão de pesquisar a inteligência emocional. Precisamos aprender a olhar o todo quando vamos escolher um candidato, para não perder tempo, gastar dinheiro e se frustrar”, conclui.
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Desafio entre o facão de R$ 7 e colhedora de R$ 800 mil Em curto período de tempo, o setor sucroenergético substituiu o facão de R$ 7,00 pela colhedora de R$ 800 mil. Esse foi e continua sendo um dos grandes desafios do segmento na área de gestão de pessoas, principalmente no quesito liderança. A opinião é de Genésio Lemos Couto, vice-presidente de Pessoas, Sustentabilidade e Comunicação da Odebrecht Agroindustrial. “Por isso, os profissionais precisam aprofundar seus conhecimentos, sejam eles agrícolas, industriais, de manutenção ou de Segurança, Saúde e Meio Ambiente (SSMA) e, principalmente, Liderança. Com relação às empresas, o desafio está na mudança na forma de pensar e no comportamento, oriundos da criação deste setor, muito autoritário, familiar e centralizador. Acredito que a Odebrecht Agroindustrial tem à sua disposição uma cultura empresarial forte, baseada na valorização das pessoas, na descentralização e na delegação planejada”, explica. Ele lembra que o setor sucroenergético passou por profundas mudanças na última década com a mecanização das atividades de plantio, corte e colheita de cana-de-açúcar e as alterações na legislação vigente, que exigiram uma mudança de postura nas relações trabalhistas e fizeram o profissional do setor evoluir muito. “A Odebrecht Agroindustrial já nasceu com essa concepção e tem 100% das suas atividades mecanizadas. A tendência é que isso se consolide, à medida que todas as unidades agroindustriais tenham que operar de forma 100% mecanizada a partir de 2017. O setor, portanto, precisará de profissionais capacitados e formados em áreas técnicas específicas para a operação de equipamentos agrícolas sofisticados e atividades técnicas avançadas, também dentro da indústria. Nesse cenário, os profissionais serão mais exigidos em relação a capacidade de liderança, que deve ser muito mais desenvolvida”.
Genésio Lemos Couto: profissionais devem
Plantio na Usina Conquista:
aprofundar conhecimento e liderança
valorização de pessoas
Uma das áreas que oferecem maior desafio é a qualificação de mão de obra no segmento de manutenção de máquinas agrícolas, segundo ele. Por isso, a empresa destinou na safra 2012/2013 mais de R$ 6 milhões em programas de capacitação e aperfeiçoamento profissional de seus integrantes, valor 100% superior ao da safra
anterior. Aliado a essa determinação de formar pessoas, utilizamos a metodologia do Programa Acreditar, da Odebrecht, junto às comunidades, integrada ao nosso Programa Energia Social, que é voltado exclusivamente para melhorar a qualidade de vida das pessoas no entorno dos municípios onde atuamos”, revela. (AM)
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Mais de 700 mil horas de capacitação “Acreditamos que as pessoas não são simples recursos. Elas são a base de tudo, nosso maior ativo”. Essa frase de Genésio Lemos Couto, vice-presidente de Pessoas, Sustentabilidade e Comunicação da Odebrecht Agroindustrial, justifica a importância dos colaboradores, ou seja, dos chamados integrantes. Tanto é que na última safra 2012/2013 a Odebrecht Agroindustrial promoveu mais de 700 mil horas de capacitação, com média de 10,7 horas por colaborador e um total de 65.502 participações. Em 2013/14 os números poderão se repetir. “O sucesso dos negócios está diretamente relacionado à competência e ao engajamento de seus integrantes. A empresa acredita que, antes de investir em máquinas é necessário investir em seres humanos, o mais importante fator de produtividade. Neste sentido, adota iniciativas e práticas que tragam benefícios reais às pessoas da Organização, além de promover seu desenvolvimento pessoal e profissional. As políticas e as práticas de gestão de pessoas da empresa seguem os princípios da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), que têm como base a valorização das pessoas e sua vontade de evoluir. Oferecemos oportunidades de carreiras bem definidas que podem ser planejadas a partir dos eixos de carreiras na área industrial e agrícola”, lembra. Entre as turmas de qualificação realizadas, o gestor destaca a parceria
Treinamento de colaboradores na Odebrecht Agroindustrial: gente na base de tudo
estabelecida com o Instituto Paula Souza, em São Paulo, e com o Senai, nos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, para capacitar seus integrantes nas áreas agrícolas e industrial. “É importante destacar também o acordo de cliente de base nacional do Sistema Indústria, firmado em dezembro de 2013. Com essa parceria, passamos a utilizar o catálogo nacional de capacitação. A Odebrecht Agroindustrial foi, em 2013, a empresa
brasileira que firmou com o Senai o maior acordo de demandas pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). No total, são mil vagas pactuadas, divididas em 59 turmas. Apenas em Mato Grosso do Sul, a quantidade de vagas para os integrantes da Odebrecht Agroindustrial representa 47% de toda a oferta para o Estado. Segundo ele, há 70 anos as obras da Construtora Norberto Odebrecht priorizam
a comunidade local. “Da mesma forma, a Odebrecht Agroindustrial prioriza em suas contratações moradores das localidades em que as unidades estão situadas, o que, além de promover o desenvolvimento regional, facilita a adaptação pessoal e familiar à nova rotina de trabalho”. Na Odebrecht não existe mais o setor de Recursos Humanos, mas de Pessoas e Organização (P&O). Ele aponta os desafios primordiais da área: identificar as pessoas para esse novo cenário e novas fronteiras; promover o ambiente propício para o desenvolvimento de pessoas, por meio dos programas de qualificação e pela sua vontade de fazer carreira no setor sucroenergético e criar as condições necessárias para que os profissionais coloquem na prioridade do seu desenvolvimento a atuação com produtividade para tornar o setor mais competitivo e assim estabelecer uma projeção de carreira mais estável, promissora. Um dos entraves da gestão atual é a ausência de uma política pública que valorize o biocombustível, segundo o executivo. “Precisamos que o governo estabeleça uma política clara em relação ao etanol para mantermos a legião de empregos e garantir a geração de mais oportunidade de empregabilidade para novos integrantes, oriundos de novos setores da economia ou antigos profissionais do setor”, conclui. (AM)
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Desfibrador diferenciado é usado no preparo de cana da Adecoagro ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
Em busca de maior qualidade e menores custos, as usinas do setor sucroenergético lançam mão da criatividade para sobrepujar as intempéries da atualidade, com inovações no sistema de recepção e preparo de cana. É o caso da Usina Ivinhema, do Grupo Adecoagro, do Mato Grosso do Sul, que ganhou um desfibrador vertical, que substitui o picador e desfibrador convencionais, com economia. Adecoagro informa que no sistema de preparo convencional a eficiência na abertura de células fica em torno de 89%, já no vertical, em torno de 90 a 91% e com um custo menor do que o tradicional. Entre as vantagens, ele aponta o consumo de potência próximo de equipamentos tradicionais e a eliminação da necessidade de esteira metálica, por esteira de borracha. “Segundo dados de nossa consultoria, podemos evitar perdas de 0,5% a 2% do total da cana. Tem uma instalação simplificada, elimina esteira metálica e a operação é simples. O custo de instalação é da ordem de 2/3 de uma instalação convencional”, reforça. Outra novidade é que o pátio de estoque de cana foi instalado fora da balança. “Isso reduziu nossa frota e ganhamos em tempo. Agora a balança funciona com tratores, dessa forma reduzimos investimentos. Na nossa instalação com caminhões, isso representou a redução de investimentos de cerca de R$ 1,6 milhão”, lembra. Mas a Adecoagro Ivinhema não é a
única que inovou. A unidade Angélica, também localizada na região, ganhou um sistema completo de limpeza de cana a seco e preparação de palha para a queima. De 2008 até 2011, a empresa realizou um estudo para limpeza de cana, junto com a equipe do CTC, que posteriormente foi extinta. “Evoluímos nos estudos e em 2010 foram instalados as esteiras e o sistemas de descarga de cana. A medida que tivesse mais segurança instalaríamos o sistema de palha e terra. Isso aconteceu no início de 2013, através de uma série de aprimoramentos no projeto original. Hoje existe a opção do desfibrador de palha em função do período de campanha e pelo menor consumo de potência, 1/3 do convencional. Os picadores convencionais trocam facas duas vezes por dia e no nosso troca-se martelo uma vez por mês. A qualidade da palha não é igual do picador, mas atende nossa necessidade”. Segundo o executivo, durante o período de funcionamento, aconteceram algumas dificuldades, por isso será preciso fazer algumas alterações para aumentar a eficiência do sistema e melhorar a qualidade da região. “Limpávamos a cana e sujava a usina. Esse novo sistema manterá a usina limpa. O projeto é fruto de equipamentos desenvolvidos pela Adecoagro. Quando estiver consolidado será montado na Ivinhema”, finaliza. Em termos de eficiência, Alves explica que em condições normais foram obtidos resultados na média de 70%. Sobre o custo, em torno de R$ 14 milhões, afirma que é possível recuperálo em dois anos devido às suas vantagens.
Luiz Fernando Alves: eficiência de abertura de célula do equipamento chega a 91%
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QUASE TUDO DOMINADO! Curso atrai mais de 70 profissionais interessados em dominar a técnica de produção do Etanol 2G
1º CURSO TÉCNICO DE PRODUÇÃO DE ETANOL 2G
ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO
Prestes a entrar no mercado brasileiro, o etanol 2G ainda é uma incógnita para boa parte dos profissionais no que diz respeito ao seu processo de produção. Dispostos a dominar a técnica da produção de etanol 2G, mais de 70 profissionais participaram em 21 março em Ribeirão Preto, SP, do 1º Curso Técnico de Produção de Etanol 2G, realizado pela Sinatub Tecnologia, com apoio da ProCana Brasil. O intuito do evento foi mostrar o que já vem sendo trabalhado na Itália, na planta de Crescentino, e também o que será colocado em prática no Brasil ainda este ano, com as usinas da GranBio, em São Miguel dos Campos (AL), Raízen, em Piracicaba (SP), e CTCCentro de Tecnologia Canavieira, em São Manuel (SP). . “Nossa ideia foi expor toda a linha de produção, passando desde a questão da biomassa até a integração industrial. Neste processo, falamos da palha, do bagaço, das possíveis rotas, enzimas, fermento específico para a tecnologia, cases. Acredito que tenha sido um programa bastante
“ Embora já seja falado e estudado há algum tempo na Europa, o etanol 2G ainda é recente no Brasil. Um curso como este é uma oportunidade para as usinas buscarem uma forma de agregar valor dentro da área industrial. Fala-se, inclusive, que hoje seus custos de produção são competitivos e até menores do que o etanol convencional. A tecnologia vai ajudar as empresas a terem maior rentabilidade. Luis Carlos Dalben, da Agrícola Rio Claro
abrangente, com uma visão geral sobre o assunto”, disse Fernando Cullen, coordenador do curso. Participaram do evento nomes como Jaime Finguerut, gerente de Desenvolvimento Estratégico do CTC Centro de Tecnologia Canavieira, Eduardo Alberto Borges da Silva, cientista de Pesquisa e Desenvolvimento da Novozymes, entre outros. Para o presidente da ProCana Brasil, Josias Messias, o etanol de 2ª geração pode resolver boa parte dos problemas agrícolas e industriais que surgiram durante o processo de mecanização. “Não se trata mais de uma tecnologia futura. Até 2015, teremos pelo menos quatro fábricas de etanol 2G no país. É algo real, uma
revolução que ajudará muito a performance das usinas. Estar preparado para participar desta revolução torna-se relevante para a carreira dos profissionais”, afirma. Estudos indicam que o etanol celulósico pode aumentar a produção de álcool em até 40%, isso levando-se em consideração a mesma quantidade de matéria-prima. Outro detalhe, com base no que vem sendo feito na Itália, é que o custo de produção pode ser até 20% menor que o convencional. “Temos que evoluir muito ainda. Para chegar onde estamos hoje com o etanol convencional foram-se anos de estudo. Mas nossa expectativa é que o 2G chegue ao mercado custando menos que o de primeira geração”, complementa Cullen.
Vemos que hoje o setor tem passado por diversos tipos de dificuldades. A ideia de utilizar a palha e o bagaço é fazer com que a produtividade, que hoje está em torno de 8 mil litros de etanol por hectare, passe para 24 mil. Isto significa também três vezes mais que a atual capacidade de remuneração para o etanol. As tecnologias estão em desenvolvimento e quanto mais técnicos se juntarem, debatendo sobre os caminhos a serem percorridos, melhor. Walter Di Mastrogirolamo, gerente industrial da Usina Cerradinho
TEMAS PRINCIPAIS Como agregar a biomassa: palha enfardada e palha vinda com a cana e separada na usina? Qual o conceito e rotas tecnológicas para a produção do etanol celulósico? Qual o papel das Enzimas e Leveduras no processo 2G? Como funciona a tecnologia Proesa para a produção do etanol 2G e futuramente bioquímicos? Quais aspectos devem ser observados na integração 1G>2G? Como funcionam as primeiras plantas comerciais de etanol 2G da América Latina? Quais são as opções de financiamentos e investimentos na produção de etanol 2G? PATROCÍNIO
É fundamental falar sobre novas tecnologias. Na situação em que o setor se encontra, agregar valor, seja ele qual for, é muito importante. Não há incentivo nenhum do governo, então precisamos de novas tecnologias. Quando as coisas começarem a melhorar, quem estiver preparado, vai ter vantagem. Cursos como este fazem parte deste processo. Luiz Antonio Magazoni, diretor industrial da Usina São Domingos
Esse curso é importante para adquirirmos conhecimento e disseminar as informações entre as usinas. Ainda não temos conhecimento suficiente para colocar em prática, já que estamos falando de uma novidade. Boa parte dos profissionais não conhece os processos. Mas sabemos que a tecnologia agrega valor e pode trazer sustentabilidade ao setor. O caminho é esse, debater e fomentar conhecimento. Já aprendi vários detalhes importantes hoje. Valdir Trentin, gerente industrial da Usina Ipiranga
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Fectoberind reúne gestores em momento descontraído PATRÍCIA BARCI,
DE
RIBEIRÃO PRETO, SP
Aconteceu no dia 22 de fevereiro, a Fectoberind, encontro anual promovido pela Sinatub Tecnologia, com o apoio da ProCana Brasil, em Ribeirão Preto, SP. O evento contou com a presença de mais 150 gestores dos principais grupos produtores brasileiros e desenvolvedores de tecnologia industrial para o setor sucroenergético. De acordo com seu organizador, Luiz Cláudio Pereira Silva, diretor técnico da Sinatub Tecnologia, esse evento tem proporcionado uma experiência totalmente diferenciada, com uma troca de informações bem descontraída, e experiências baseadas na amizade, no bom senso, reafirmando a confiança entre seus parceiros. "Este ano, motivados por essa parceria maravilhosa com o Josias Messias, da ProCana Brasil, já conseguimos, com que todos os parceiros confirmassem suas presenças para a edição do ano que vem", disse.
Julio José Hilse diretor da empresa Hilse
Há 24 anos na Dinatécnica, Silva diz que apesar da ideia ter surgido de uma situação emergencial, movidos pela necessidade de interligação entre grupos do setor sucroenergético, a Sinatub criou de fato, um relacionamento entre seus clientes. "Os eventos deram certo e nós podemos dizer que criamos a gestão do relacionamento entre usuários do setor industrial, com eventos em Goiânia, Três Lagoas e mais de vinte eventos em Ribeirão Preto e região", disse Luiz Cláudio Pereira Silva. Para Odair Gutierrez, diretor comercial da empresa Tecnit-Tecnologia em isolamento térmico, um dos patrocinadores da Fectoberind, o evento tem como principal objetivo unir os fornecedores e os parceiros. “Não é só um encontro descontraído entre colegas do setor, mas ótima oportunidade de conhecer tecnologias e inovações”. Leia o que disse Waldir Rodrigues, líder de processos industriais na Usina São Martinho: “A Fectoberind é um evento que integra todos os anos nossos parceiros e as pessoas que nos
ajudam diariamente. O pessoal da Dinatécnica, aqui de Ribeirão Preto, sempre nos apoia nas tomadas de decisões e também nos momentos de dificuldade. A Fectoberind acaba sendo um aprendizado para todos os envolvidos, pois é uma confraternização que agrega conhecimento e novos valores, tanto na prática quanto na teoria, e tudo isso num evento descontraído”. Para Júlio José Hilse sócio diretor da empresa Hilse - Indústria de Máquinas e Equipamentos, em Guariba SP, a Fectoberind, gera vários negócios porque proporciona oportunidade de fazermos novos contatos e novas amizades”. João Caldeira, coordenador de engenharia da Interunion, observa: “A Fectoberind, promovida pelo Luiz Cláudio é um evento excelente. Mais uma vez os organizadores conseguiram uma interação que vai além da relação profissional entre os colegas do setor. No início, tivemos uma apresentação das empresas envolvidas, dos patrocinadores do projeto, e agora temos essa ótima oportunidade de conversar nesse ambiente descontraído”.
Luiz Cláudio Pereira Silva e João Caldeira
Patrocinadores do evento
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Ar torna-se solução para movimentação de bagaço Sistema disponibilizado por empresa de Guariba, SP, elimina 98% dos roletes utilizados em transportadores convencionais RENATO ANSELMI,
DE
CAMPINAS, SP
Diversos fabricantes de equipamentos já oferecem eficientes soluções para o transporte e movimentação de bagaço em usinas e destilarias. Uma novidade nessa área, disponibilizada pela GBA, de Guariba, SP, a partir de acordo fechado em novembro com a empresa americana The Hendrik Group, promete agitar ainda mais esse mercado. O novo sistema, denominado como transportador de correia suportado por ar, apresenta inúmeras vantagens, como redução significativa da manutenção e elevada eficiência operacional, revela José Augusto Marconato, presidente da GBA. A tecnologia não é usada somente para a movimentação de bagaço. Pode ser utilizada para o transporte de açúcar, cal, enxofre, entre outros itens. Baseado na insuflação de ar, o sistema minimiza o risco de acidentes na movimentação de açúcar –
Movimentação de bagaço em La Union Sugar, Guatemala
ressalta –, que é um dos grandes problemas enfrentados pelo setor sucroenergético. O atrito do rolete, em um ambiente carregado de pó, pode causar incêndio. O grande segredo da tecnologia está justamente na insuflação do ar que possibilita a eliminação de 98% dos roletes, informa o engenheiro mecânico Luiz Roberto da Silva, diretor técnico industrial da empresa. “Um transportador de 300 metros vai ter roletes nos primeiros dois metros, onde
cai o produto, e nos últimos dois metros. No restante do transportador, não haverá necessidade de guarda-corpo e de piso. A economia é muito grande, porque os roletes têm rolamentos e precisam de lubrificação”, esclarece. A correia transportadora não fica sustentada sobre roletes, ressalta. “Há uma chapa perfurada, onde é injetado ar, que sustenta a lona transportadora. No retorno, a correia volta sobre outra chapa plana onde
há um túnel de ar, decorrente do insuflamento”, detalha. Segundo ele, os dois ventiladores, utilizados no sistema, são sistematicamente dimensionados: uma para carga e outro para retorno, ou seja, são independentes. “Esse transportador é 100% hermético. Não há vazamento de produto, o que evita a contaminação de ambiente”, afirma. Elimina pó e sujeira na atmosfera, além de reduzir ruído – ressalta.
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Redução do custo de manutenção pode chegar a 90% Com a eliminação de quase a totalidade dos roletes, a redução do custo de manutenção no sistema que utiliza a insuflação de ar é de 85% a 90%, calcula Luiz Roberto da Silva. Os grandes vilões nos transportadores são os roletes, que apresentam problemas com maior frequência. “A lona chega a ter uma vida útil de 10 anos e o tambor costuma apresentar problema se for malfeito”, comenta. De acordo com o diretor da GBA, toda vez que for construído um sistema convencional com rolete, é preciso fazer também uma proteção, porque esse rolete
pode soltar e cair na cabeça de uma pessoa. “No caso do sistema de insuflamento, ocorre a eliminação desse problema de segurança, pois não há risco de queda”, compara. Outra vantagem dos transportadores suportados por ar é o aumento da vida útil da correia que não tem contato direto com nenhum componente mecânico. “Por ser mais leve, pode ser auto suportado a cada 30 metros, ou seja, a estrutura que sustenta o transportador contém um pé a cada 30 metros. Nos convencionais. a colocação ocorre a cada 10 metros ou 14 metros”, observa. (RA)
Transportadores em Port Sulphur, Louisiana, EUA
Transportador evita risco de paradas durante a safra O transportador suportado por ar é uma solução interessante para a movimentação de bagaço, pois evita o risco de paradas durante a safra devido à sua baixa manutenção, enfatiza Luiz Roberto. “No sistema convencional, quando alguns roletes travam ou começam a fazer um ruído muito alto, durante a safra, é preciso esperar uma parada para substituílo. Pode haver necessidade de parar a usina para fazer a troca”, diz. Se essa manutenção não for realizada, o risco é que sejam causados danos à correia. “Nos transportadores suportados por ar jamais vai ocorrer esse tipo de problema durante a safra”, afirma. As vantagens proporcionadas por esse
sistema no transporte de bagaço serão demonstradas em um transportador que está sendo instalado em uma usina. Vai servir de modelo. “A expectativa em relação á comercialização do produto é ótima”, enfatiza. A GBA é representante exclusiva dessa tecnologia para o Brasil, América do Sul e América Central – exceto México. O sistema foi desenvolvido pelo proprietário da empresa de engenharia The Hendrik Group, Henk Hartsuiker, que é inclusive um dos escritores da norma americana Cema – Conveyor Equipment Manufacturers Association, considerada referência para fabricantes de equipamentos transportadores. (RA)
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Empresa de Sertãozinho otimiza componentes
Sistema segue padrões estabelecidos por normas Mesmo disponibilizando uma nova tecnologia para a movimentação de bagaço – o transportador de correia suportado por ar –, a GBA continua desenvolvendo e fabricando o sistema convencional que obedece inclusive parâmetros de cálculos de capacidade e de uso de materiais conforme os requisitos estabelecidos por normas, afirma José Augusto Marconato, presidente da empresa. “Cada caso requer um tipo adequado de correia, de acordo com o esforço exigido, a capacidade e o tamanho do sistema. Pode ter mais – ou menos – resistência, revestimento anti-abrasivo, entre outras
características”, detalha. Segundo ele, o sistema é customizado e atende as necessidades do cliente, levandose em consideração layout e tamanho da usina. “Elaboramos o projeto, construímos e montamos”, resume. Diversas soluções são oferecidas pela GBA nessa área, como um sistema completo para distribuir bagaço desde a moenda até o estoque, passando pelas caldeiras, retornando para o estoque, voltando para o processo, detalha. Em outros casos, há o desenvolvimento de projetos parciais para atender necessidades específicas, como a movimentação de
bagaço, da saída da moenda até a caldeira, ou do estoque para a caldeira – exemplifica. “O transportador de bagaço é um dos equipamentos essenciais para a usina, porque se apresentar problemas, para a usina toda”, alerta. Falhas de dimensionamento que podem deixar o acionamento sem capacidade para rodar, entre outros transtornos, e quebras de correia podem interromper a movimentação da carga. Outros problemas, como entupimento e vazamento – que gera muita sujeira na usina – também são ocasionados por um sistema de má qualidade, observa.
A eficiência do transportador de bagaço proporciona ganhos importantes para a unidade industrial. É o início do processo de geração de energia. O circuito bem dimensionado e o uso de materiais adequados, além de outros cuidados, garantem o funcionamento eficiente do sistema. A Brumazi, de Sertãozinho, SP, também oferece boas alternativas nessa área. Transportadores de correia e metálicos, com seus respectivos acessórios, são soluções disponibilizadas por essa empresa para a movimentação de bagaço de unidades sucroenergéticas. A atuação da Brumazi inclui desenvolvimento de layout/circuitos, projeto, fabricação e montagem de transportadores. O sistema de vedação dos transportadores apresenta forma construtiva diferenciada das tremonhas, aplicação de placas UHMW/borracha, defletores contra empoeiramento e sistema triplo de limpeza, informa a área de marketing da empresa. Design moderno, fácil manutenção, menor custo de montagem, elevada resistência estrutural e baixo acúmulo de biomassa, o que evita a corrosão, são – segundo a empresa - as principais características e diferenciais do sistema de transporte de bagaço da Brumazi. Essa empresa de Sertãozinho dispõe de engenharia especializada para apresentar soluções em layouts alternativos, otimização dos componentes do sistema, incluindo bicos, vedações, cobertura, entre outros itens, visando o melhor custo-benefício e o atendimento das necessidades específicas de cada cliente. (RA)
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A USINA NA MÃO! Eficiência dos acionamentos elétricos depende da excelência nas etapas de execução do projeto ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO
Aumentar eficiência, assim como diminuir os custos têm sido a tarefa de casa do setor sucroenergético em tempo em que o slogan da moda é “fazer mais com menos”. Seja no campo ou na indústria, hoje são fundamentais equipamentos e profissionais preparados. “As empresas hoje buscam a diminuição dos custos e a eliminação de desperdícios de energia elétrica, sem a perda da qualidade de seus produtos. Os acionamentos elétricos oferecem melhor controle do processo, menor consumo de energia e redução de perdas diretas e indiretas”, explica Kelly Fernanda da Silva, analista comercial da Authomathika. Detentor de três usinas de cana-deaçúcar, o Grupo Adecoagro investiu em acionamentos elétricos a partir de sua segunda unidade. Na primeira, a Monte
Gustavo Duarte Zanin, da Coruripe:
Hebert Machado, da Sanardi:
bem trabalhado, processo contribui
dimensionamento incorreto de cabos
Kelly Fernanda da Silva: pelo fim dos desperdícios de energia
nos resultados finais
resulta em perdas elétricas
elétrica sem perda da qualidade
Alegre, o sistema ainda é acionado a vapor. “No projeto novo, que envolve a Usina Angélica, nossa opção foi instalar todos os acionamentos elétricos, pois com isso conseguimos um ganho de eficiência energética expressivo, além de um melhor controle dos processos”, explica Luiz Fernando Alves, gerente industrial do Grupo, acrescentando que na terceira unidade, de Ivinhema, o sistema também é elétrico. Hebert Moraes Machado, gerente de engenharia da Sanardi, diz que no processo industrial, detalhes podem fazer a diferença. “Todo projeto, quando não é bem
executado, pode acarretar perdas. No caso dos acionamentos, podemos falar em perdas elétricas com dimensionamento incorreto de cabos ou mesmo interferências nas demais instalações (harmônicas)”, relata. De fato, se bem trabalhado, o processo contribui para os resultados finais. Gustavo Duarte Zanin, engenheiro da divisão elétrica e automação da Usina Coruripe, diz que contar com equipamentos de última geração pode trazer ganhos importantes à empresa, principalmente neste momento de retomada do setor. “Os painéis com redes industriais conseguem fornecer todo o status do acionamento, com informações sobre a
corrente do motor, torque, o número de partidas, enfim, uma variedade de dados que auxiliam na tomada de decisão. Digo que é ter a usina na mão”. Por fim, Luiz Fernando Alves detalha como os acionamentos são importantes. “Existem alguns ajustes finos que podem ser feitos em rotação de moenda e também em outras aplicações. Mas o principal é trabalhar com algo mais otimizado e ganhar em eficiência. Um gerador de alta potência, por exemplo, tem muito mais eficiência do que turbinas pequenas, e os motores elétricos, nestes acionamentos, dão um ganho de energia expressivo”, finaliza.
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Gegis traz indicadores industriais da safra 2013/14 ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
A primeira reunião do ano do Gegis, realizada no dia 21 de março, no Centro Empresarial Zanini, em Sertãozinho, SP, contou com a apresentação de indicadores industriais da safra 2013/14 e como tema principal, a Operação do sistema de água para caldeiras. Cerca de 40 participantes de unidades industriais de todo o país compareceram ao evento, inclusive do Rio de Janeiro e Nordeste. Para o coordenador do Grupo industrial, Gilmar Galon, é fundamental focar no tratamento de água da caldeira para melhor competir. “Apesar de ser um sistema já tradicional, esse cuidado visa garantir a qualidade para que a caldeira dure de 20 a 30 anos”, relata.
RAIO-X DA ÁREA “O setor passa por uma crise e quando se junta o corpo técnico se tem ideia de como está a situação no momento. A indústria tinha uma carência de se reunir e a partir desse grupo, que participo pela primeira vez, consigo ter noção de como será essa safra”. Carlos Santos, gerente industrial da Usina Ibéria do Grupo Toledo NOVOS CONHECIMENTOS “Análise de caldeiras é minha área, por isso a reunião trouxe novos conhecimentos ao meu trabalho. Já participo há quatro anos e acho muito importante, pois senti um progresso dentro da empresa. O Gegis me ajudou no desenvolvimento dentro do processo”. Lúcia Helena Caviccioli, analista de laboratório da Malosso Bioenergia
AGREGAR CONHECIMENTO “A reunião é importante para agregar mais conhecimento à área técnica para ajudar na redução do consumo de insumos, pois a meta hoje é produzir mais com menos custos. Precisamos reduzir insumos para melhorar nossa eficiência já que o setor é muito competitivo. É um setor que está passando por uma fase financeira complicada por isso precisamos reduzir insumos. O custo por tonelada de cana produzida é de aproximadamente R$ 15,00 e para se tornar mais competitivo é preciso reduzir para R$ 13,00 a 14,00. O custo dos insumos por tonelada de cana está em torno de R$ 2,60 e o ideal seria R$ 1,50 por tonelada”. Antonio Marcos Turaça, supervisor de produção da Usina Pitangueiras
INCENTIVO PARA RETOMADA “A primeira reunião do ano é um incentivo, pois todo início de temporada cria-se uma expectativa da nova safra e o Gegis ajuda a trocar informação e descobrir o que ocorre no mercado, ter expectativas de preços, principalmente nesse ano que se prevê uma quebra, uma redução de moagem. É importante a primeira reunião para trocar essas informações e prever o que poderá acontecer. Cláudio Câmara, gerente de processos da Usina Santa Fé
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Prêmio BestBIO 2014 recebe inscrições de cases Premiação encerrará Fórum ProCana 2014, que discutirá Usina de Alta Performance
Fórum ProCana discute modelos de negócios sustentáveis
ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
O Prêmio BestBIO, evento que reconhece as melhores empresas e profissionais da bioeconomia brasileira, está recebendo as inscrições dos cases participantes da sua 3ª edição. Promovido pela ProCana Brasil, a edição 2014 do BestBIO está repleta de novidades. Será o evento social de encerramento do Fórum ProCana 2014 – Usina de Alta Performance, e acontecerá em Ribeirão Preto (SP). Os dois eventos serão realizados no dia 18 de setembro. O BestBIO 2014 irá destacar os cases e profissionais do país nas áreas de biocombustíveis, bioenergia, bioeletricidade, biotecnologia e responsabilidade ambiental e empresarial. Para Josias Messias, presidente da ProCana Brasil, as usinas e empresas relacionadas ao segmento devem participar para mostrar essa força, ressaltar os investimentos e a tecnologia empregada. “Mostrar que existe uma ação maior, não apenas do ponto de vista socioeconômico, mas também ambiental e estratégico para o país”, diz. Dois dos que são considerados “pais do carro flex” foram homenageados na edição 2013 do Prêmio BestBIO. São eles: Pedro Camargo Neto, atual presidente da Abipecs — Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína – e Francisco Nigro, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Durante o desenvolvimento da tecnologia flex, Pedro Camargo Neto, então secretário de produção e comercialização do Ministério da
Francisco Nigro, um dos homenageados na edição 2013
Agricultura atuou de forma relevante nos trâmites governamentais. O professor Francisco Nigro, que a princípio trabalhava no desenvolvimento tecnológico do motor flex, investiu na divulgação e organizou através do IPT — Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, um seminário com
representantes do governo federal, estadual, montadoras. Os esforços destes pioneiros resultaram na chegada do carro flex ao Brasil. O BestBIO está sendo apoiado pela UNICA (União da Indústria de Cana-deaçúcar), APLA (Arranjo Produtivo Local do Álcool), ANACE (Associação Nacional
O Fórum ProCana 2014 – Usina de Alta Performance acontecerá no mesmo dia do Prêmio BestBIO, 18 de setembro, em Ribeirão Preto (SP). O evento discutirá: Casos que apresentam resultados comprovados, de curto prazo, no incremento da rentabilidade e da competitividade das usinas; Modelos de negócios sustentáveis, compatíveis com a diversidade de desafios e a alta volatilidade do mercado sucroenergético; Alternativas inovadoras na reestruturação & capitalização das empresas; Metodologias consagradas na redução de custos e melhorias de eficiência nos processos e Tecnologias em estágio comercial que permitem alcançar pleno potencial agroindustrial da cana-de-açúcar. Mais informações através do email: rose@procana.com.br.
dos Consumidores de Energia), Cogen (Associação da Indústria de Cogeração de Energia), CBCN (Centro Brasileiro para Conservação da Natureza e Desenvolvimento Sustentável), RENABIO (Rede Nacional de Biomassa para Energia) e SBAG (Sociedade Brasileira de Agrosilvicultura).
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DESTAQUES DO SETOR
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Por Fábio Rodrigues – fabio@procana.com.br
Sermatec Zanini faz treinamento na Finlândia Para os entendedores de sistema de combustão em leito fluidizado não é novidade que na Finlândia estão as empresas de engenharia mundialmente reconhecidas e consagradas em tecnologia de leito fluidizado borbulhante e circulante. As equipes de engenharia de caldeiras, engenharia de elétrica e automação e comissionamento da Sermatec Zanini enfrentaram temperatura de -28ºC na Finlândia. No total são oito pessoas há mais de 65 dias em treinamento na Foster Wheeler com o objetivo de absorver tecnologia em todas as disciplinas que compõe o projeto da caldeira de leito fluidizado.
Parte da equipe: projeto da caldeira de leito fluidizado
De acordo com Guilherme Antoneli, gerente de engenharia da Sermatec Zanini, “o treinamento é de alto nível de
detalhamento, abordados por especialistas que detém o estado da arte nesta tecnologia. A Foster Wheeler há 20 anos projeta seus equipamentos utilizando ferramentas de alta tecnologia como, por exemplo, modelagem em 3D, CFD, sendo que todas as partes mecânicas e estruturais da caldeira são analisadas e dimensionadas através de elementos finitos. Certamente é um diferencial para os profissionais que tiveram a oportunidade de participar deste treinamento e para a Sermatec Zanini que deu upgrade de alto nível tecnológico em suas caldeiras, afirma Antoneli”.
Impressão moderna A Usinas Itamrati, localizada na cidade de Nova Olímpia, Mato Grosso, instalou 4 novas Codificadoras MarkemImaje modelo 8018, de transferência térmica, em sua linha de produção. Com estas novas máquinas, o parque produtor da Usinas Itamarati conta agora com 24 Codificadoras que imprimem nas embalagens de polietileno transparente e branco de açúcar cristal e açúcar refinado, da marca “Açúcar Itamarati”, dados variáveis do lote, data e hora de empacotamento e de validade, com total nitidez e aderência. As Codificadoras 8018 substituíram o sistema de hot stamp utilizado pela usina que gerava paradas da linha de produção, num demorado processo na mudança de informação do lote e turno e eliminou o retrabalho ocasionado pela baixa qualidade de impressão.
Kits de materiais escolares A empresa Caldema, que é conhecida por valorizar e estimular a educação, realizou no mês de fevereiro pelo décimo ano, o tradicional evento Material Amigo. Dentre as ações ambientais promovidas pela empresa, está a distribuição de kits de materiais escolares, que visa promover a
conscientização dos colaboradores e de seus dependentes estudantes da préescola à pós- graduação. O evento deste ano teve como tema o “Patriotismo: Nossa Terra, Nossa Vida”, contou com a presença de uma equipe teatral ilustrando o assunto do projeto de forma lúdica, distribuição de 500 kits escolares e sorteio de brindes.
Cogeração a partir de eucalipto No dia 26 de março de 2014, a ERB – Energia Renováveis do Brasil, sediada em São Paulo, capital, em parceria com o Grupo TGM, inaugurou a primeira planta de cogeração de energia a partir de biomassa de eucalipto em um complexo petroquímico, na unidade da Dow em Aratu, no município de Candeias, BA. O equipamento, fornecido pela TGM, é uma turbina de reação de 17 MW de potência, modelo BTE 32 com extração controlada que fornecerá dois tipos de vapor ao processo da Dow, sendo 17 e 6 bar (a) de pressão e, ainda, energia elétrica. A Dow Química, que hoje usa gás natural em sua planta de Aratu, vai passar a utilizar biomassa, por meio de um investimento de R$ 265 milhões na planta de Candeias (BA). A planta terá capacidade para produção de 1,08 milhão de toneladas de vapor industrial e 108 mil megawatts por hora de energia elétrica. A madeira para o projeto virá de 10 mil hectares de florestas plantadas em áreas próximas, todo o vapor será produzido a partir de eucalipto de reflorestamento próprio e 100% dedicado. Para o gerente de desenvolvimento de negócios da TGM, Carlos Paletta, esse Projeto demonstra uma projeção otimista o setor energético. “O modelo desenvolvido pela ERB utiliza práticas sustentáveis de geração de energia a partir de biomassa e com tecnologia 100% nacional”, explicou.
Destaque-se Sugestões de divulgação de lançamento de produtos, informativos, anúncios de contratações e promoções de executivos e demais notas corporativas ou empresariais devem ser enviadas a Fábio Rodrigues, email: fabio@procana.com.br
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John Deere Construção inaugura duas fábricas no Brasil Com investimento de US$ 180 milhões, evento marca nova fase da companhia e do mercado de máquinas de construção do País O Brasil é um mercado com grande potencial de crescimento e exige cada vez mais linhas de produtos de alta qualidade. Diante deste cenário, a John Deere dá mais um importante passo no setor brasileiro de construção e inaugura duas fábricas em Indaiatuba-SP, uma delas em parceria com a Hitachi Construction Machinery. Além de ser um marco para a expansão da John Deere no Brasil, a produção nacional vem para consolidar a marca no setor de construção e reafirmar o compromisso da empresa com o País. Juntas, as duas fábricas devem criar 600 empregos diretos e 1.800 indiretos e vão impulsionar a transferência de tecnologia e a qualificação de mão de obra na região. O investimento total para a construção das duas fábricas foi de aproximadamente US$ 180 milhões, dos quais US$ 124 milhões foram investidos pela John Deere e o restante pela Hitachi. Parceiras desde 1988, John Deere e Hitachi têm a relação
John Deere e Hitachi: parceiros no mercado de escavadeiras hidráulicas
mais longa de empreendimento conjunto da indústria de equipamentos de construção. No Brasil, a joint-venture vai reforçar ainda mais a oferta de produtos ao mercado.
“O potencial de investimentos em infraestrutura é muito alto no País, o que nos deixa confiantes no sucesso desse empreendimento”, diz Michael Mack, presidente mundial da divisão de
Construção e Florestal da John Deere. “A John Deere vem crescendo muito na América Latina nos últimos anos e a inauguração das fábricas é mais uma grande conquista para nós.” De acordo com Yuichi Tsujimoto, CEO da Hitachi Construction Machinery, o sucesso do negócio está na alta tecnologia dos produtos e no alinhamento das equipes. "A inauguração representa um grande avanço para nossas operações no Brasil. John Deere e Hitachi possuem uma sólida parceria, o que nos coloca em vantagem no mercado de escavadeiras hidráulicas." Com um know-how de mais de 60 anos no segmento, a John Deere anunciou a entrada no setor de construção no País em 2011. Desde então, estabeleceu uma forte rede de distribuidores que hoje cobre aproximadamente 90% do mercado brasileiro. Os estados do Pará, Tocantins, Amazonas, Roraima, Acre e Amapá são atendidos pela Deltamaq, já o estado de São Paulo e a região Nordeste contam com a Mega Máquinas. A Tauron Equipamentos é responsável pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e a Inova Máquinas atende Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. John Deere 51 3333.0177 www.deere.com.br
22ª Conferência e Exibição Europeia da Biomassa acontece em junho Há mais de 30 anos que a EU BC&E combina com sucesso uma conferência científica de renome com uma exibição industrial. O evento oferece um programa científico de alto nível e eventos paralelos, atraíndo participantes de um variado leque de origens: Investigadores, engenheiros, técnicos, organizações, instituições financeiras e tomadores de decisões ou normativas. Esta plataforma global de intercâmbio de conhecimentos atrai expositores industriais, fazendo da conferência uma ferramenta significativa para a transferência de tecnologia e inovação. De grande tradição científica, a conferência estende-se agora de biomassa por si só a processos de conversão para biocombustíveis, bioenergia e biorrefinarias, assim como a aplicações industriais e impacto no ambiente. O Programa da Conferência contém: 12 sessões sobre recursos da biomassa, 33 sessões sobre tecnologias de conversão da biomassa para energia, químicos e materiais, 13 sessões sobre normativas, mercado e sustentabilidade da biomassa, 250 plenários científicos e apresentações orais e mais de 400 apresentações visuais 13 apresentações de plenário, 8 Sessões orientadas à indústria, o programa técninco é coordinado pela Comissão Europeia, Joint Research Centre. A EU BC&E é o local para discutir os desafios fundamentais da indústria da bioenergia e para ilustrar as melhores
Evento é a plataforma internacional líder no diálogo sobre pesquisa, indústria, princípios e negócios relacionados com à biomassa
soluções tecnológicas de inovação disponíveis, de forma a serem ultrapassadas. Aproveite a oportunidade para ter um papel
activo neste importante evento e dar visualidade à sua empresa, marca e produtos.
Eta Florence biomass.conference@etaflorence.it www.eubce.com
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Syngenta expande soluções de plantio para a cana-de-açúcar A Syngenta anunciou em dezembro de 2013 dois produtos voltados para a cana-deaçúcar com a marca exclusiva da empresa, Plene®. O Plene Evolve® e Plene PB irão auxiliar os produtores a aumentarem a produtividade e a qualidade dos plantios ao proporcionar mudas sadias, garantia de pureza genética, vigor, rastreabilidade, controle de qualidade e o tratamento exclusivo da Syngenta. Para manter os níveis de produtividade, os produtores de cana-de-açúcar precisam replantar a cana a cada cinco anos. Atualmente, a maioria dos agricultores utilizam grandes volumes de cana para plantio de baixa qualidade. Agora, a Syngenta oferece um produto mais flexível e mais eficiente com qualidade superior relevante para ajudar os clientes a construírem viveiros de alto desempenho para suprir áreas comerciais. Plene Evolve®, uma muda que pode ser mecanicamente transplantada, acelera a renovação da variedade por meio de genética de alta qualidade. Ela pode ser diretamente multiplicada pelo cliente com o aumento de pureza genética e produtividade. A marca Plene® proporciona também uma alternativa importante ao produtor de cana-de-açúcar, Plene PB, que é uma muda de cana pré-germinada, produzida em viveiros pré-primários da Syngenta, decorrente do próprio Plene Evolve. A tecnologia foi desenvolvida para ser uma mudança decisiva na produtividade e
rendimento dos clientes, com ou sem viveiros estabelecidos. O processo de plantio com Plene PB é simples e pode cobrir áreas maiores com a produção de mudas para serem plantadas em áreas comerciais. Plene PB oferece uma taxa de multiplicação superior, com aumento de produtividade, vigor e qualidade. Ele também representa uma solução para falhas de plantio, que representa um problema em crescimento nos canaviais: falhas de 20% em um canavial significam 6% de perda em produtividade. “O lançamento da plataforma Plene® criou uma sensibilização maior entre os produtores de cana, em relação à necessidade de melhorar sua produtividade por meio do investimento. Seguindo nossos protocolos integrados, os produtores podem alcançar um aumento de 10% a 20% nos rendimentos”, conta Daniel Bachner, Diretor Global de Cana-de-Açúcar da Syngenta. “Esses dois novos lançamentos representam mais um marco para os produtores, e impulsionarão um avanço em direção ao nosso comprometimento sob o The Good Growth Plan, para aumentar a produtividade da cana-de-açúcar em 20% até 2020, sem a utilização de mais terras, água ou insumos.” acrescentou. Syngenta 11 5643.2049 www.syngenta.com.br
Plene® oferece aumento de rendimento dos viveiros ao plantio comercial
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Roupa de uso por baixo do EPI gera conforto térmico, higiene e lei A maior queixa dos aplicadores de agrotóxicos é o desconforto térmico. Segunda Pele Equivocadamente, o vilão é o EPI que, pela oferece sua hidrorrepelência, diminui a troca proteção térmica. Porém, o erro começa na seleção da aos usuários vestimenta utilizada por baixo. A de EPI Fundacentro recomenda o uso de roupas confortáveis por baixo dos EPI, de preferência de algodão e, a NR31 veda o uso de roupas comuns na aplicação dos defensivos. Hoje, é comum que a fiscalização do MTE exija que as empresas forneçam aos funcionários as roupas de baixo, que fiscalizem o uso e que estas sejam lavadas pelo empregador. Pensando nisso, a AZ Brasil EPI lançou a Segunda Pele – Proteção Profissional. Uma vestimenta leve (apenas 400g – calça e blusa compridas), confeccionada em malha exclusiva de algodão que se ajusta ao corpo proporcionando conforto térmico, higiene pessoal e ocupacional, além de atender à exigência legal da NR31, item 31.8.9 letras A e H. A segunda pele é um grande sucesso de vendas e pode ser encontrada nas principais revendas e cooperativas ou diretamente com a AZ Brasil EPI. Para contato comercial, ligue: 35 8417.5141. AZ Brasil EPI 35 3731.8578 www.azbrasilepi.com.br
Já é possível avaliar a atividade enzimática de forma personalizada Há mais de 20 anos a Prozyn cria soluções inovadoras que, de acordo com a empresa, melhoram os processos e reduzem os custos. A Prozyn possui um laboratório com alta tecnologia, capaz de avaliar a atividade enzimática de forma personalizada. Além de possuir um time de experts com experiência prática e notoriedade técnica que está focado em prestar uma consultoria dedicada a cada segmento, atendendo as demandas, captando necessidades e sugerindo novas soluções ou processos para maximizar os resultados. No segmento sucroenergético, as soluções da Prozyn aumentam a qualidade do açúcar e o rendimento alcoólico. Como principais produtos, destacam-
se: BioK: biocida para fabricação de etanol. Natural, ele difere dos demais por diminuir efetivamente a contaminação no caldo. DextraMax: potente molécula termo resistente de dosagem flexível e exclusiva, viabiliza o controle de dextrana e melhora significativamente o processo produtivo e agrega valor ao açúcar, garante a empresa. Starmax Sugar: solução enzimática destinada à redução de amido, promovendo uma melhoria na eficiência do processo, maior produtividade, menor tempo de lavagem e melhoria da cor, aumentando a qualidade do açúcar. Prozyn 11 3732.0000 www.prozyn.com
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Mudas sadias e formação de viveiros com alta qualidade
Basf foca também em serviços para o setor sucroenergético Para incrementar a produtividade dos canaviais do País, a Basf lançou recentemente um sistema de produção de mudas sadias e formação de viveiros com alta qualidade. Trata-se de AgMusa™. O serviço garantirá ao produtor mudas com qualidade elevada que incrementam o potencial produtivo dos canaviais. “A tecnologia reforça nosso compromisso com o desenvolvimento do setor sucroenergético”, afirma Graciela Mognol, Gerente de Marketing Cultivos Especialidades da Unidade de Proteção de Cultivos da Basf para o Brasil. Além de disponibilizar mudas de alta sanidade, o sistema permite a introdução de um novo cultivar de forma acelerada. Essa nova realidade está em linha com a visão do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), referência no setor para tecnologias que permitem o gradativo aumento de produtividade através da introdução de novas variedades. No método convencional de multiplicação e formação de viveiros, o produtor multiplica uma nova variedade durante cerca de seis anos antes do uso comercial. Com o sistema, o processo pode ser acelerado para três anos. A aceleração do acesso a novas variedades e o plantio simplificado permitem ao produtor explorar o potencial produtivo e usufruir por mais tempo da inovação, maximizando sua rentabilidade. Os estudos para introdução do sistema ocorrem desde 2009 em diversas regiões produtoras, em parceria com clientes e pesquisadores e na
Graciela Mognol: tecnologia reforça compromisso com o desenvolvimento do setor
Estação Experimental Agrícola da Basf, em Santo Antônio de Posse, SP. A Basf desenvolveu um processo de alta tecnologia para a produção de mudas e tratamento de cana a partir de viveiros básicos formados com variedades obtidas diretamente do melhorista genético. As mudas da Basf passam por um tratamento exclusivo que confere alto vigor e garantia de sanidade, além de uma identidade genética homogênea para a formação de viveiros. Atualmente, o processo é conduzido na biofábrica da empresa na Estação Experimental Agrícola. As variedades para a implementação do AgMusa™serão fornecidas e desenvolvidas por empresas ou instituições
de pesquisa especializadas em melhoramento genético. A responsabilidade da Basf será fornecer mudas sadias, além de difundir técnicas para a implementação de viveiros e formação de canavial com alto potencial produtivo em conjunto com seus parceiros. Outro recente serviço apresentado pela empresa é o Harpia, sistema de monitoramento que captura imagens via satélite convertendo-as em um mapa georreferenciado que permite um monitoramento mais eficiente dos canaviais. “O serviço permite quantificar as áreas com falhas, sem a presença de plantas, auxiliando nas estratégias para manejos
futuros, na melhoria do gerenciamento do uso de fertilizantes, defensivos agrícolas, de mão de obra e dos insumos em geral”, argumenta Graciela. Harpia opera por meio de uma análise espectral de imagens, que são convertidas em um mapa de georreferenciamento. Uma de suas principais vantagens está no fato de oferecer informações de toda a área analisada, de forma ampla e completa. Até mesmo o nome do serviço faz alusão a este objetivo, já que Harpia é o nome de uma ave mitológica em forma de coruja que enxerga de longe e por cima. Seguindo o conceito de agricultura de precisão, a tecnologia caracteriza-se por ser um serviço específico para atender demandas recorrentes acerca de mensuração do desenvolvimento da biomassa ou de identificação de possíveis ocorrências de pragas, plantas daninhas e outros danos nas lavouras de cana-deaçúcar. Harpia integra-se à estratégia da Basf de fornecer não só produtos fitossanitários eficientes, mas uma gama completa de serviços que tenham como objetivo o aumento de produtividade, rentabilidade e, consequentemente, da sustentabilidade das lavouras. “A partir de demandas recorrentes por este tipo de avaliação identificamos a oportunidade de oferecer uma alternativa viável à essa necessidade das usinas”, finaliza Graciela. Basf 11 3043.2125 www.agro.basf.com.br
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Renk Zanini fabrica planetário de alto torque A Renk Zanini projeta redutores planetários para o setor sucroenergético desde 1985, quando entregou o redutor planetário para o acionamento do difusor da Usina Cruz Alta, desde então, mantém sua liderança em redutores planetários para difusores. Um exemplo é a entrega em meados de março de um dos maiores redutores planetários do mundo, com torque efetivo de trabalho de 3.890 kNm, pesando aproximadamente 50 toneladas. Este redutor será instalado em difusor de usina do maior grupo sucroenergético do mundo, com capacidade de processar 15.000 toneladas de cana dia. Com este
novo redutor a usina pretende aumentar sua capacidade de moagem. De acordo com Antonio Barros, gerente de Bioenergia da Renk Zanini, “este é o segundo redutor planetário fabricado para essa usina. Porém, o grupo a qual ela pertence é parceira da Renk Zanini há 20 anos”, afirma. Os grandes diferenciais dos redutores da Renk Zanini é a confiabilidade e a disponibilidade operacional, pois há 38 anos disponibiliza ao mercado soluções confiáveis que possibilitam a seus clientes uma operação mais segura evitando paralizações em seus processos de moagem
e geração de energia. Fundada em 1976, a Renk Zanini se tornou a principal empresa brasileira fornecedora de redutores especiais de velocidade; sua qualidade, precisão e confiabilidade são consagradas em todo território nacional, atendendo às mais diversas e exigentes aplicações de transmissão. Seu parque industrial é comparado às empresas europeias compostos de máquinas de última geração. Todo o know-how tecnológico da Renk Zanini tem sido absorvido da empresa alemã Renk AG, líder mundial em redutores especiais de velocidade,
engrenagens especiais e caixas redutoras navais, que desde 1983 possui contrato de transferência de tecnologia com a Renk Zanini. Nos últimos anos, a Renk Zanini decidiu investir mais fortemente em pesquisa e desenvolvimento, fortalecendo sua equipe com profissionais dedicados a desenvolver conceitos inovadores para projetos de redutores de velocidade de diversas aplicações. Renk Zanini 16 3518.9001 www.renkzanini.com
Redutores possuem, como diferencial, confiabilidade e disponibilidade operacional, informa a empresa
Hidro-Ambiental comemora 10 anos de atuação no mercado sucroenergético A Hidro-Ambiental, empresa genuinamente brasileira, sediada no interior do Estado de SP, comemorou 10 anos de atuação no mercado sucroenergético. Criada para oferecer soluções, equipamentos e assistência para proteção do meio ambiente, a empresa possui forte atuação no setor sucroenergético, mas também nos setores industrial e de saneamento. Em 2013, a HidroAmbiental comemorou sua primeira década, que colaborou para seu aprimoramento e melhoria. Os anos de experiência contribuíram para que a empresa alcançasse a excelência na qualidade dos serviços prestados, tornando-se referência no setor de proteção e controle hidráulico com o fornecimento de válvulas e ventosas. A Hidro-Ambiental atua de forma eficaz e completa fornecendo soluções desde engenharia de projetos, passando por fornecimento de produtos de qualidade e finalizando com apoio técnico e pós-venda. “Foram 10 anos intensivos de construção de uma marca sólida, que
pudesse representar qualidade no mercado sucroenergético”, afirma Miguel Guazzelli, diretor operacional da Hidro-Ambiental. A empresa sempre teve como lema os termos "renovar, inovar", como forma de trabalhar com respeito ao meio ambiente e à viabilidade econômica das operações das usinas, sem nenhum prejuízo para as partes. A Hidro-Ambiental trabalha para que estes 10 anos sejam os primeiros de mais outras dezenas, pautados em qualidade, seriedade e profissionalismo. Hidro-Ambiental 19 3572.9999 www.hidroambiental.com.br
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Empresa se especializa na fabricação de implementos de carrocerias A Rontan possui mais de 43 anos de mercado na área de fabricação de sinalizadores automotivos e industriais, adaptação de veículos, como: ambulâncias, carros de polícia e caminhões de bombeiros, coletes à prova de bala, e é distribuidor de rádios Motorola e sistemas de monitoramento com câmeras térmicas e de visão noturna. Há mais de 4 anos, a Rontan construiu uma fábrica em Tatuí, SP para fabricação de implementos para caminhões como: oficina móvel, bombeiro rural, comboio lub, transporte de pneus, tanques de água, entre outros. A Rontan preza a qualidade, tecnologia e diferencial de mercado em seus produtos, por isso conta com uma equipe de engenheiros especializados em melhorar a cada dia seus produtos. Conta também com gerentes regionais, que contam com o apoio de seus representantes comerciais e assistentes técnicos espalhados por todo Brasil. Essa área de implementos de carrocerias é o grande foco da Rontan, buscando desenvolver produtos para as mais diversas necessidades do mercado e facilitar o trabalho das usinas, fazendas, construtoras, entre outros que usam máquinas e precisam estar com elas sempre em funcionamento. Para saber mais dos produtos da Rontan, entre no site ou solicite a visita de um representante comercial através do e-mail: comercial@rontan.com.br. Rontan 11 3093.7088 www.rontan.com.br
Comboio Lub, fabricado pela Rontan
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Avaliação da composição do material Novo produto da Isover encara é fundamental na soldagem desafios do mercado naval No processo de soldagem há vários fatores que devem obrigatoriamente ser levados em conta a fim de se obter os resultados desejáveis. O principal deles é a avaliação da composição do material a ser depositado. Neste caso, um profissional qualificado deve avaliar as características do metal base e as condições que a peça será submetida (desgaste, tração, temperatura, pressão, etc) e indicar qual material deverá ser utilizado. Vários elementos podem ser adicionados na liga, para se alterar as propriedades do material, como por exemplo, aumento da resistência ao desgaste. Outro fator muito importante é a seleção do processo de soldagem que será utilizado, devendo ser levado em conta aspectos como: características físicas da peça e metalúrgicas do metal de base, propriedades do material revestido e custo. A habilidade do soldador, assim como a utilização dos parâmetros de soldagem corretos (amperagem, voltagem, velocidade, posição) também são essenciais para se atingir os requisitos de qualidade necessários. A Comaso Eletrodos possui uma linha completa de eletrodos revestidos e arames tubulares e possui uma equipe qualificada
para indicar qual produto deverá ser aplicado e oferecer um suporte técnico na aplicação. Comaso 16 3513.5230 www.comaso.com.br
Para atender as necessidades cada vez mais desafiadoras da construção naval, a Isover oferece ao mercado, seu novo isolante específico para construções de aço, alumínio e compostas, que atende totalmente aos requisitos de proteção contra incêndio classe A60. É o Ultimate, produto que oferece, entre seus inúmeros benefícios, o cumprimento às necessidades do setor de construção naval, como Ultimate: 38% mais leve do que a lã de rocha convencional excelente desempenho com redução significativa de peso, fácil instalação e alta flexibilidade. O produto número de recortes. Isover é 38% mais leve do que a lã de rocha Além disso, devido à sua alta convencional, requisito essencial para a alta compressibilidade, cada pacote de material eficiência das embarcações. pode conter até 40% mais material que as lãs O Ultimate também proporciona convencionais. Assim, o novo produto resulta isolamento acústico de alto desempenho para em economia de custos, armazenagem e criar ambientes confortáveis. No caso de um menor trânsito na obra evitando possíveis navio, onde os trabalhos são contínuos por acidentes. até 24 horas, os ruídos conduzidos pelo metal são reduzidos com a utilização do Ultimate. Isover Saint-Gobain O produto se adapta a qualquer estrutura 0800 055.3035 graças à sua alta flexibilidade, o que reduz o www.isover.com.br
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O SETOR VAI SE ENCONTRAR NA FERSUCRO A 31ª edição do maior evento técnicocientífico do Nordeste sobre a agroindústria da cana-de-açúcar e a 11ª edição da Fersucro, considerada a mais importante feira do setor sucroenergético do Norte-Nordeste, irão acontecer no período de 8 a 11 de julho de 2014 no Centro de Convenções de Maceió, Estado de Alagoas. Serão quatro dias de palestras, mesas redondas e debates sobre os temas mais atuais do setor, além de possibilitar grande número de negócios entre visitantes e empresas expositoras da feira. Nem mesmo a constante seca que vem castigando o Nordeste nos últimos anos deve diminuir o número de participantes e visitantes dos dois eventos, já que a região tem grandes oportunidades de investimentos pela frente. De acordo com informações da Unida — União Nordestina dos Produtores de Cana, a região conta com 77 usinas e 25 mil produtores de cana. O setor gera cerca de 330 mil empregos diretos e registrou uma produção de 63 milhões de toneladas de cana, 4,6 milhões de toneladas de açúcar, e 1,9 milhão de m³ de etanol na safra 2010/11. Ainda segundo a Unida, a crise no setor afeta de alguma forma sete milhões de habitantes, o que representa 13% da população nordestina. Com 31 anos de existência o Simpósio da Agroindústria da Cana-de-Açúcar de Alagoas é reconhecido nacionalmente como um dos mais importantes eventos
técnicos científicos do Brasil por reunir grandes nomes do setor. Palestrantes nacionais e palestras técnicas serão o destaque do evento, que é organizado em parceria pela Stab Leste — Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil - Regional Leste, e a Ufal — Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas, um dos mais renomados do país e um dos centros de pesquisa da Ridesa — Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético. O encontro que deve reunir cerca de 800 pessoas tem o objetivo de discutir pontos importantes no crescimento das empresas, difundir e compartilhar experiências e abordar temas estratégicos na gestão do setor sucroenergético brasileiro, preparando-se para a safra 2014-2015. Durante os 4 dias serão realizadas no Simpósio mais de 60 palestras nas áreas comum, agrícola, industrial e administrativa com expositores de vários Estados do país, como: São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Pernambuco, Santa Catarina e Goiás. O Simpósio será aberto no dia 8 de julho, às 9h. De 9 a 11, o evento irá acontecer das 8h às 15h. Mais informações: www.fersucro.com.br. Stab Leste 82 3327.9632 www.stableste.org.br
Simpósio da Cana
Centro de Convenções de Maceió receberá a Fersucro
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Help Vibro faz reforma de carretas Novos cabos ampliam a em geral e manutenção preventiva capacidade de corrente A Help Vibro trabalha reforma de carretas em geral e soluções para manutenção industrial utilizando técnicas de manutenção preditiva e monitoramento de máquinas, análise de vibração, termografia, ultrassom industrial e manutenção corretiva. A manutenção preditiva tem sido uma ferramenta fundamental para o gestor tomar decisões mais precisas, pois com a atuação no foco do problema é possível diminuir as paradas não programadas e aumentar a disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos, além de melhorar a qualidade, diminuir os desperdícios e, principalmente, reduzir custos e aumentar a produtividade. A Help Vibro pode contribuir com sua empresa, pois possui tecnologia, pessoal treinado e oferece um serviço diferenciado, além de possuir experiência em processos de indústrias: alimentícia, sucroalcooleira, papel e celulose, petroquímica, saneamento básico, filme flexível, autopeça, farmacêutica, química, termoelétrica, processamento de soja, fertilizante, têxtil, metalúrgica, automobilística, naval etc.
VISÃO A visão da Help Vibro é a de ser uma empresa reconhecida pela sua competência técnica, capacidade de inovação tecnológica e excelência de qualidade no fornecimento dos serviços de monitoramento preditivo em máquinas e equipamentos industriais e comerciais.
Um dos principais produtos fabricados pela Construfios são os cabos Nambeinax Flex HEPR 90ºC 0,6/1kV que são recomendados para instalações fixas de luz e força em edificações industriais, comerciais, residenciais, circuitos terminais e também para linhas subterrâneas de energia de baixa tensão. Condutor flexível produzido com 99,9% de pureza cobre eletrolítico com isolação em composto termofixo (HEPR) – 90ºC que permite operar com maior capacidade de corrente e com cobertura em PVC antichama (ST2). Sua flexibilidade facilita o manuseio, reduzindo tempo e custo da instalação. Disponível nas cores preto, azul ou verde, porém sob consulta poderão ser
produzidos com cobertura em outras cores. Este produto é fornecido em bobinas ou rolos. A Construfios investe constantemente em tecnologia de ponta, equipamentos e profissionais qualificados, proporcionando segurança, confiança, qualidade e tranquilidade nos projetos de seus clientes, buscando assim, sempre atender a necessidade do mercado cada vez mais exigente. Conheça toda nossa linha de produtos através do site: Construfios 11 5053-8383 www.contrufios.com.br.
Help Vibro: empresa oferece soluções na manutenção industrial
Somos especializados na prestação de serviços de manutenção preditiva e monitoramento de máquinas e estamos empenhados em contribuir com os resultados de nossos clientes. Help Vibro 18 3608.8792 www.helpvibro.com
Cabo Nambeinax Flex HEPR
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