JornalCana 248 (Setembro/2014)

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Ribeirão Preto/SP

Setembro/2014

Série 2

Nº 248

R$ 20,00

Cogeração garante receita adicional Cerradinho Bioenergia terá mais 90MW com turbina TGM em Chapadão do Céu, Goiás CIRCULAÇÃO ESPECIAL


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ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Setembro 2014

Í N D I C E ACIONAMENTOS

CARROCERIAS E REBOQUES 19 37724500

65

RODOTREM

18 36231146

132

RENK ZANINI

16 35189001

27, 29, 73 E 99

SERGOMEL

16 35132600

69

SEW - EURODRIVE

11 24899078

CATRACAS SISPONTO

ACOPLAMENTOS COPABO

16 21386727

127

CENTRÍFUGAS

VEDACERT

16 39474732

143

BMA BRASIL

AÇOS FRANPAR JATINOX

16 21334385 11 21720405

52 110

TRIMBLE

19 31137000

35

ALCOLINA

16 39515080

49

GASIL

81 34718543

44

PRODUQUÍMICA

11 30169619

103

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE

82 21212000

89

16 39452825

154

CLARIFICANTES

16 39515080

45 74514545

16 39413367

CASE IH

41 21077400

34

JOHN DEERE

19 33188330

77

49

ARGUS

19 38266670

19 35616100

126

CPFL BRASIL

19 37953900

105, 125

CPFL SERVIÇOS

19 37562755

105, 125

EVEREST ELETRICIDADE

19 37724500

65

SANARDI

17 32282555

92

16 33294281

56

129

GERHAI

19 34562298

137

PROCANA BRASIL

16 35124300

81

ÁREAS DE VIVÊNCIA 3

ARTIGOS DE BORRACHA 22

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO 15

59

DÍNAMO

19 34119559

78

ENDRESS + HAUSER

11 50334333

109

11 30979328 19 33018101

63

CPFL SERVIÇOS

19 37953900

105, 125

IPRO DO BRASIL

19 34021100

117

REUNION ENGENHARIA

11 41566688

98

SIENG

16 30410222

28

15 34719090

19 21279400

19 37724500

65

COPABO

FERTRON

16 39465899

152

CORRENTES AGRÍCOLAS

80

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS 16 39452825

154

16 38182305

138

BRINDES TIP BRINDES

SUDAMERICA

16 991993023

154

BOMBAS HIDRÁULICAS

16 39479222

154

41 21077400

34

COMASO ELETRODOS

16 35135230

62

MAGISTER

16 35137200

19

MATERIAIS RODANTES ITR SOUTH AMERICA

11 33407555

115

TERMOMECÂNICA

11 43669930

36

RENK ZANINI

16 35189001

16 21386727

IRBI MÁQUINAS

19 34391101

98

AVANZI

11 21014069

ENGETUBO

19 34343433

107

RAM AUTOM E CONTROLE

14 36415099

ENGEVAP

16 35138800

88

AGM TECH SOLINFTEC

18 36212182

53

IPRO DO BRASIL

19 34021100

117

TELECOMUNICAÇÃO / RADIOCOMUNICAÇÃO 11 21014069

67

19 34431400

96

KIP CULLERS

16 32357633

57

PRODUQUÍMICA

11 30169619

103

METAIS

27, 29, 73 E 99

NUTRIENTES AGRÍCOLAS IHARA

15 32357914

84

19 37071200

111

KIMBERLIT

17 32791500

102

YARA BRASIL

16 997419549

66

PRODUQUÍMICA

11 30169619

103

UBYFOL

34 33199500

7

41 36261531

48

YARA BRASIL

16 997419549

66

11 45280090

38

11 50538383 16 38182305

42 138

ANHEMBI

81 34718543

44

22

155

80

11 55484226

149

ENGEVAP

19 34391101 16 35138800

88

GENERAL CHAINS

GENERAL CHAINS

19 34172800

74

MARTIN

19 38779400

46

19 34234000

74 17

CITROTEC

16 33039796

101

GASIL

81 34718543

44

GERHAI

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

19 34562298

137

11 33563100

64

PRODUTOS QUÍMICOS

ITM LATIN AMERICA

11 44177700

71

BETABIO/WALLERSTEIN

11 38482900

30

COREMAL

11 4615 8100

PRODUQUÍMICA

11 30169619

103

METALQUIP

17 35319600

18

APS COMP ELÉTRICOS

ISOVER

11 22024814

40

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO

16 36265540

145

146

BAYER

11 56947251

156

CANAVIALIS

19 35124143

97

COHYBRA

16 30416470

146

IHARA

15 32357914

84

HELIBOMBAS

16 33335252

32

LNF

STOLLER

19 37071200

111

METALQUIP

17 35319600

18

LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DE BAGS

16 39462700

79

ENGETUBO

19 34343433

107

MC DESINFECÇÃO INDL

ENGEVAP

16 35138800

88

DESTILARIAS

HPB ENERGIA

16 35111300

85

CONGER

CARRETAS

ESPECIALIDADES QUÍMICAS

DESINFECÇÃO INDUSTRIAL 16 35124310

19 34391101

123

98

16 39515080

49

FOSBRASIL

11 21870788

119

PRODUQUÍMICA

11 30169619

103

PROZYN

11 37320022

153

EDITORA 3

PROCANA BRASIL

16 35124300

75, 141

EVAPORADORES

LEVEDURAS E ENZIMAS

DESTAK IDEIAS

ALCOLINA

54 25213134

17 33611575

104

140

11 43371806

20

NORD

11 24028855

128

RENK ZANINI

16 35189001

SEW - EURODRIVE

11 24899078

61

TGM

16 21052600

9, 37

WEG CESTARI

16 32441000

93

27, 29, 73 E 99

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO

16 35149966

11, 33

16 32219000

MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

24

TECNIPLAS

11 45280090

38

DMB

16 39461800

31

TESTON

44 33513500

2

ADI SYSTEMS

19 35616100

126

ENGENHO NOVO

21 22230899

131

TECNIPLAS

11 45280090

38

CASE IH

41 21077400

34

JOHN DEERE

19 33188330

77

REUNION ENGENHARIA

11 41566688

98

AGAPITO

16 39479222

154

TORFER

11 50586118

122

19 34343433

107

TUBOS DE CONCRETO ENGETUBO IND.

TUBOS E CONEXÕES FRANPAR

16 21334385

52

PETROFISA

41 36261531

48

TECNIPLAS

11 45280090

38

SIEMENS JUNDIAI

11 45854676

121

TEXAS TURBINAS

82 21212000

89

TGM

16 21052600

9, 37

TURBINAS

VÁLVULAS INDUSTRIAIS FRANPAR

16 21334385

52

TECNOVAL

16 39449900

50

16 36265540

145

16 21386727

127

VEDAÇÕES E ADESIVOS

SCHAEFFLER / INA

15 33352432

144

ANHEMBI

11 26013311

22

ROLIMAC

16 39797009

68

FLUKE

19 32733999

139

VEDACERT

16 39474732

143

ROLAMENTOS

MANQUAIS E CASQUEIROS BUSSOLA

BONFIGLIOLI DO BRASIL

REFRATÁRIOS

LONAS PLÁSTICAS OKUBO

103

REDUTORES INDUSTRIAIS

16 30416470

CALDEMA

63

METROVAL

COHYBRA

CALDEIRAS

19 33018101

96

11 30169619

TORRES DE RESFRIAMENTO

TROCADORES DE CALOR

113

PRODUQUÍMICA

150

TREINAMENTO E COACHING 31

16 21011200

13

36

16 39461800

11 26435000

11 30432125

EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS

76

BERACA SABARA

ISOLAMENTOS TÉRMICOS

118

55 32227710

BASEQUÍMICA

80

19 35261100

154

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

BASF

BRONZE E COBRE - ARTEFATOS

BOSCH ENGENHARIA

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS 11 56450800

16 39426852

PLANTAS INDUSTRIAIS

31

19 21279400

PERFORTEX

154

PLANTADORAS DE CANA

16 39461800

INTERCAMBIÁVEIS

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

16 39452825

PLAINAS

DMB

INSUMOS AGRÍCOLAS

ENTIDADES

COZEDORES

6

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS 98

ENGRENAGENS

19 34172800

33989500

TINTAS E REVESTIMENTOS

TRATORES

DMB

TGL

AVANZI

67

70

PINTURAS INDUSTRIAIS

AGRIMEC 16 21014151

62

5

PENEIRAS ROTATIVAS

COLORBRAS 11 26013311

19 21050800

16 35135230

TRATAMENTO DE ÁGUA/EFLUENTES VIBROMAQ

91 SÃO FRANCISCO GRÁFICA

UNIMIL

19 30350921

COMASO ELETRODOS

TRANSBORDOS

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS FCN TECNOLOGIA

SUPRIMENTOS DE SOLDA

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

STOLLER

GASIL

CONGER

87

CONGER

GASES INDUSTRIAIS

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL

18 36315000

96

GAXETAS

127

SUPERFÍCIES - TRATAMENTO E PINTURA

19 34431400

136

17 35311075

AGAPITO

CASE IH

LEMAGI

16 36260716

ALFATEK

76

MONTAGENS INDUSTRIAIS

AUTO PECAS MAURILIO

11 43669930

55 32227710

24

SOLUÇÕES

ANSELL

TERMOMECÂNICA

SOLDAS INDUSTRIAIS

AGRIMEC

16 32219000

CONSTRUFIOS

CORRENTES INDUSTRIAIS

PROLINK

BIG BAG'S SOLUÇÕES

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS

BUSSOLA

FERRAMENTAS

FIOS E CABOS

CORREIAS TRANSPORTADORAS

14

8

GRÁFICA METROVAL

19 21060888

106

TECNIPLAS

CONTROLE DE FLUÍDOS

GATEC

16 39111384

PETROFISA

CONTROLE BIOLÓGICO

EVEREST ELETRICIDADE

VIBROMAQ

130

16 21328936

GUINDASTES

19 21279400

11 26183611

SUCROESTE

FIBRA DE VIDRO

59

BOSCH ENGENHARIA

KOPPERT DO BRASIL

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

METROVAL

BUSCARIOLI

SINATUB

LEMAGI

83

BMA BRASIL

11 30979328

ADI SYSTEMS

SERVIÇOS

103

BMA BRASIL

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA E SERVIÇOS

101

FERTILIZANTES

11 30169619

11 26826633

FENASUCRO

105, 125

COLHEDORAS DE CANA

PRODUQUÍMICA

DWYLER

CPFL BRASIL

6, 26

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL

11 26013311

10º CONGRESSO GATUA

19 37953900

16 33039796

FEIRAS E EVENTOS

ENERGIA ELÉTRICA - COMERCIALIZAÇÃO

COLETORES DE DADOS

30

ANHEMBI

134

FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS

11 38482900

17 35311075

CITROTEC 19 34669300

90

BETABIO/WALLERSTEIN

ALFATEK

DISPAN

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS E

INFECÇÕES BACTERIANAS ALCOLINA

59

VIBROMAQ

MARKANTI

ANTI-INCRUSTANTES

11 30979328

138

TEXAS TURBINAS

NELTEC

AGRICULTURA DE PRECISÃO

35 38510400

A N U N C I A N T E S

ELETROCALHAS

EVEREST ELETRICIDADE

61

D E

COPABO

SOFTWARES

VÁLVULAS PNEUMÁTICAS AUTO PECAS MAURILIO

16 36260716

136


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CARTA AO LEITOR

Setembro 2014

índice Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 Agenda

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

7

carta ao leitor Josias Messias

josiasmessias@procana.com

Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 a 31 Estocagem Fim

de açúcar pode proteger mercado contra El Niño da política de cotas pode aumentar produção de açúcar da UE

Logística & Transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 a 45 Falta

de infraestrutura compromete metas do agronegócio

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46 a 64 Bosch

Engenharia se consolida no setor sucroenergético otimizadas elevam eficiência na produção de etanol Fermentec orienta usinas a alcançar teores alcoólicos mais elevados Setor adere à otimização de caldeiras Tecnologias

Mercado Fornecedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66 a 68 Gatua

realizará seu 10º congresso anual em novembro

Impacto Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70 e 71 Educação

Eventos

transforma vidas no interior de Alagoas

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72 a 74

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .76 a 98 Setor

da alta paulista consegue manter-se em alta

Usina do Bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .100 Cana Rápidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .102 a 106 Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .107 a 114 DMB

comemora 50 anos adotam diversas alternativas para driblar a compactação

Usinas

Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .116 a 124 Venda

direta de etanol ao distribuidor aumenta rentabilidade

Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . .126 e 127 Protocolo

Agroambiental levou a aumento no número de colhedoras

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . .128 a 140 Conselhos

de administração e fiscais fortalecem as corporações excelentes inspiraram carreira

Profissionais

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .142 Portaria

que obriga uso de luva certificada foi adiada

Destaques do Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .143 Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . .145 a 154

SINAIS DOS TEMPOS “E, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis discernir a face do céu, e não conheceis os sinais dos tempos?” (Jesus Cristo, o Senhor, no verso 3 do capítulo 16 do evangelho de Mateus)

RETIFICAÇÃO O texto correto do quarto parágrafo da matéria "Questões ambientais e colheita mecânica exigem addequações", veiculado na página 61 do JornalCana 246 é este: “Uma das modificações está relacionada ao aumento do diâmetro da tubulação para que ocorra o aumento da vazão e a diminuição da velocidade”.

Um novo cenário Einstein já dizia que só a imaginação é mais importante que o conhecimento. Estava absolutamente certo porque com a imaginação podemos não apenas aprender com o passado mas projetar o futuro, antecipando ações que mudarão nossa realidade. No ambiente empresarial, e especialmente num setor altamente demandante de capital como a atividade sucroenergética, a imaginação reveste-se de importância estratégica. Traduzindo imaginação empresarial pela capacidade em projetar cenários de médio e longo prazos, nossa experiência de mais de 25 anos no setor nos permite separar o empresariado sucroenergético em basicamente três grupos: os conservadores, os visionários e os oportunistas. Os dois primeiros grupos vangloriam-se de suas estratégias e o terceiro costuma ter um tempo curto de bravata, não mais do que um “ciclo da cana”. O perfil conservador orgulha-se de resistir aos ciclos de crises adotando estratégias defensivas, como aproveitar as safras boas para guardar ‘gordura’ para as más, e uma gestão tipo “olho do dono”. Têm o foco na sobrevivência, em ser a última usina a quebrar, aproveitando assim o saneamento do próprio mercado. Já os visionários apostam no crescimento da escala, da verticalização e na gestão corporativa. Diante do atual ciclo de crise pelo qual passa o setor, é inevitável a pergunta: qual destes perfis tem apresentado melhores resultados? Os balanços demonstram que são aqueles que, no passado, conseguiram projetar cenários mais próximos da realidade atual, estabeleceram estratégias com margens limites razoáveis e tornaram-se disciplinados em alcançar as metas definidas. Ou seja, são empresas que agem de acordo com um lema que adotei: “ousadia no avançar mas prudência no caminhar”. Isto quer dizer que as estratégias defensivas tornaram-se insuficientes para vencer a diversidade de fatores negativos que vem pressionando a cadeia sucroenergética. E este cenário ainda pode piorar já que, exceto pelos fatores climáticos, os cenários político, macroeconômico e de preços não trazem visibilidade positiva para as usinas. Em recente palestra no I Fórum Brasileiro de Economia e Finanças no Agronegócio, realizado em Ribeirão Preto, o jornalista especializado em economia Luís Nassif, apresentou alguns cenários políticos e macroeconômico para o Brasil, apontando que em qualquer deles o governo terá que priorizar alguns setores para incentivar o desenvolvimento da economia e a competitividade. Nassif afirmou que, neste sentido, o setor reúne condições únicas e deve apresentar uma visão de futuro, um plano de ação setorial que envolva todos os elos da cadeia, parcerias públicas e privadas, alianças com as autoridades, além de engajar a opinião pública através das redes sociais. “Quando você tem uma visão clara e bem elaborada, fica mais fácil encontrar a aceitação e a aprovação dos envolvidos. O setor tem que voltar a sonhar com o etanol, afinal ninguém resiste ao poder de uma ideia quando chega o seu tempo!”, conclamou. A proposta do Nassif faz todo sentido, falta apenas ao empresariado usar a imaginação para conceber um cenário setorial comum e engajar cada um dos produtores nesta agenda ativa... Pensando bem, imagino que a criação de um PESA 2 seja uma proposta mais factível...

NOSSOS PRODUTOS

O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 — Ribeirão Preto — SP procana@procana.com.br

NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroenergético de informações relevantes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e organizar eventos empresariais visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor (humano, socioeconômico, ambiental e tecnológico); Democratizar o conhecimento, promovendo o

intercâmbio e a união entre os integrantes; Manter uma relação custo/benefício que propicie

parcerias rentáveis aos clientes e demais envolvidos.

DIRETORIA Josias Messias josiasmessias@procana.com.br Controladoria Mateus Messias presidente@procana.com.br

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MARKETING Gerência Fábio Soares Rodrigues fabio@procana.com.br Assistente Lucas Messias lucas.messias@procana.com.br

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AGENDA

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A C O N T E C E U CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS Nos dias 7 e 8 de agosto, em Piracicaba (SP), foi realizado o curso teórico-prático sobre classificação de solos. O evento realizado pelo Infobibos foi coordenado por Hélio do Prado, pesquisador do IAC, e teve como objetivo mostrar a importância da classificação de solos; treinar o aluno para este trabalho; diagnosticar e avaliar problemas específicos de comportamento dos solos de uma determinada classe dando subsídios para o estabelecimento de planejamento ou manejo mais adequados; estimar a capacidade de uso sustentável do solo; visualizar o comportamento dos solos através dos seus atributos e horizontes de diagnóstico.

A C O N T E C E GRADUAÇÃO EM BIOCOMBUSTÍVEIS A Fatec — Nilo De Stéfani em Jaboticabal (SP). oferece curso gratuito de graduação em biocombustíveis. Contempla a produção de biocombustíveis sólidos, como madeira e biomassa; líquidos, como etanol e biodiesel e gasosos, como biogás, além de outras atividades relacionadas ao setor, como a produção de açúcar, bioeletricidade, gestão de subprodutos, dentre outras. O curso é oferecido pela manhã, das 8h20 às 11h50 e à noite, das 19h às 22h30, com 40 vagas cada. O curso é semestral. www.fatecjab.edu.br

FÓRUM PROCANA

MASTERCANA NORTE-NORDESTE Em 2014, a edição Nordeste do MasterCana será realizado no dia 13 de novembro, em Recife (PE). Por último, em 25 de novembro, será realizado o MasterCana Brasil, em São Paulo, capital. www.mastercana.com.br

O Fórum ProCana 2014 – Usinas de Alta Performance acontece no mesmo dia do Prêmio BestBIO, 18 de setembro, em Ribeirão Preto (SP). Colocará em discussão casos que apresentam resultados comprovados, de curto prazo, no incremento da rentabilidade e da competitividade das usinas; além de modelos de negócios sustentáveis, compatíveis com a diversidade de desafios e da alta volatilidade do mercado sucroenergético. www.bestbio.com.br

BESTBIO O Prêmio BestBIO acontece em 18 de setembro, em Ribeirão Preto (SP). É uma iniciativa independente que tem por objetivo incentivar a sustentabilidade através da divulgação e reconhecimento dos melhores cases da bioeconomia brasileira, com ênfase no desenvolvimento e geração de energias limpas e renováveis. www.bestbio.com.br

WORLD BIO MARKETS BRASIL

10º CONGRESSO ANUAL GATUA

De 24 a 26 de setembro, em São Paulo, capital, acontece o World Bio Markets Brasil, que deve contar com a presença de líderes do setor como Elizabeth Farina, presidente da Unica – União da Indústria de Cana-deAçúcar, Bernardo Gradin, CEO da GranBio, Rui Chamas, diretor executivo da Biosev, entre outros. www.greenpowerconferences.com

Acontece de 25 a 27 de novembro, em Ribeirão Preto (SP) o 10º Congresso Anual Gatua — Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia. A edição 2014 pretende atrair seu maior público, oferecendo um conjunto de novidades tecnológicas ligadas ao setor sucroenergético. Hardwares, softwares, serviços e soluções, além de palestras e temas também voltados às áreas industrial, agrícola, financeira e controladoria, RH, entre outras. www.congresso.gatua.com.br


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Um encontro com a excelência operacional Cientes de que a solução para a atual crise não virá do governo ou do mercado, as usinas têm como único caminho a otimização de seu modelo de negócios e processos internos. Obter máxima produtividade com custos reduzidos é a única solução. Este desafio levou a ProCana Brasil a criar o Pró-Usinas, portfólio de soluções que apresentam resultados comprovados no incremento da eficiência e da rentabilidade das usinas. No último dia 30 de julho, uma nova empresa passou a integrar o Pró-Usinas. Trata-se da ABS Consultoria, empresa com expertise reconhecida na implementação de excelência operacional em processos. “Buscamos no mercado uma empresa que tenha implementado projetos de excelência operacional em usinas e que tenha apresentado resultados mensuráveis e contínuos. Através de indicações de algumas usinas, fechamos a parceria com a ABS Consultoria, cuja metodologia integra as melhores práticas mundiais em gestão de processos”, diz Josias Messias, presidente da ProCana Brasil. De acordo com Josias Messias, ao contrário da maioria das consultorias que atuam na área e que tornam os resultados dependentes de sua permanência nas usinas, a ABS faz o diagnóstico do problema e implanta a metodologia adequada, preparando os colaboradores com as ferramentas utilizadas. Ao término do projeto, deixa uma equipe de multiplicadores aptos à obtenção de melhorias contínuas. “Esse foi um dos principais fatores que nos levaram a fechar esta parceria. A ABS apresenta resultados comprovados em mais de 10 unidades em todo o país”, complementa Messias. Vital Balboni, CEO da ABS, explica que o mercado tem exigido uma nova postura dos prestadores de serviço, tornando as soluções um caso específico para cada empresa. “Na era do conhecimento, estar à frente significa atuar com os clientes, no entanto a maioria das consultorias se limita a recomendar boas práticas”. Balboni lembra que a parceria com o Pró-Usinas vai de encontro a este cenário. “Estamos atentos à atual demanda e entendendo que prestar consultoria em gestão requer conhecimentos específicos de cada mercado para realmente implementar soluções eficientes à quatro mãos com os clientes. Por isso, buscamos desenvolver estratégias diferenciadas. Quem deseja ter presença, precisa estar alinhado com o setor”. Eduardo Abel Zylberlicht, diretor de negócios da unidade Bens de Consumo da ABS, fala sobre os objetivos da parceria. “Identificamos na ProCana Brasil um parceiro potencial para desenvolver negócios no setor sucroenergético e, em função de suas credenciais no mercado, nossa expectativa é a de obter excelentes resultados e que seja uma parceria duradoura”. Há 35 anos no mercado e em pleno crescimento, a ABS é pioneira em exportação de metodologia com sucesso

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Finbio Finanças e investimentos em bioenergia Capitalização

Josias Messias, Vital Balboni, Eduardo Abel Zylberlicht e Ivani Falcão

comprovado em diferentes países e culturas, 19 no total. Além do escritóriomatriz em São Paulo, Alphaville, possui escritórios na Argentina, México e Portugal e um histórico de sucesso que se define pela satisfação de aproximadamente 2.600 clientes líderes de mercado e mais de 3.000 projetos já realizados. A ABS possui equipe 100% própria, formada por profissionais especializados, disposta, experiente e, sobretudo, focada na praticidade da implantação. Seu compromisso é ser a melhor parceira para as empresas, implementando soluções permanentes por intermédio de um trabalho engajado na busca por resultados que ampliem a rentabilidade dos clientes. É líder em excelência operacional em vários setores da economia, dentre eles o agroindustrial. No setor sucroenergético conta com projetos desenvolvidos em mais de 10 usinas e grupos produtores em todas as regiões do País.

SOLUÇÃO DENTRO DAS EMPRESAS O setor de açúcar, etanol e bioenergia apresenta um cenário de desafios econômicos, gerando uma demanda por soluções que permitam às usinas alcançarem a máxima performance operacional e financeira. Se por um lado o

cenário impele os empresários e gestores a abrir mão de alternativas tradicionais, cujos resultados na maioria das vezes são conhecidos e insuficientes, por outro lado há diversas novidades que conceitualmente podem ser interessantes mas ao final não entregam os resultados esperados. Com o objetivo de facilitar o acesso dos tomadores de decisão a soluções que apresentem, de fato e em curto prazo, resultados no incremento da eficiência e da rentabilidade de usinas e grupos produtores, a ProCana Brasil criou um portfólio de produtos e serviços chamado Pró-Usinas. “São soluções que apresentam cases de resultados comprovados em empresas do setor, mas que ainda são desconhecidas ou cujos meios próprios são insuficientes para convencer os tomadores de decisão a respeito das vantagens e benefícios proporcionados”, informa Josias Messias, presidente da ProCana Brasil. “O papel do Pró-Usinas é exatamente ser uma ponte entre provedores de soluções eficazes e empresários e executivos do setor, disponibilizando ferramentas para que as usinas permaneçam competitivas e sustentáveis diante dos constantes desafios do mercado sucroenergético, tornando-se inclusive, benchmarking para os demais produtores”, complementa.

de Empresas Fusões e Aquisições Reestruturação Societária Planejamento Estratégico Governança Corporativa Gestão Assistida Gestão de Custos Gestão de Riscos Estratégicos, Financeiros, de Investimentos e Operacionais Corporate Finance Project Finance Projetos para BNDES, BASA, BID, IFC/Banco Mundial e Fundos

MC Desinfecção Industrial Metodologia Consultoria Capacitação Kit MC de Diagnóstico Rápido de Contaminação Bacteriana® Controle Microbiológico Efetivo do Processo de Fermentação Controle Microbiológico da Fabricação de Açúcar Programa MC de Gerenciamento do Processo Fermentativo

Sinatub Tecnologia Cursos Treinamentos Capacitação

Capacitação e integração de equipes para melhoria do desempenho e da qualidade da produção agroindustrial


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Crise provoca queda nas contratações em São Paulo No primeiro semestre de 2014, o setor paulista registrou queda de 32,6% no número de admissões de trabalhadores formais quando comparado ao mesmo período do ano anterior, segundo o IEA - Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. “O mercado de trabalho no setor foi afetado nos últimos anos por dois problemas, um de caráter conjuntural, que é a crise econômica do setor, e outro estrutural, referente às mudanças na etapa da colheita, substituindo o emprego manual dos cortadores de cana-de-açúcar pela mecanizada, o que afetou o número de contratações”, afirma o pesquisador Carlos Eduardo Fredo, especialista no tema. De acordo com o pesquisador, estudos mais aprofundados são necessários para entender como foi o processo de requalificação e realocação desses trabalhadores dentro ou fora do setor sucroalcooleiro, bem como o número de trabalhadores que não foram reabsorvidos no mercado de trabalho. Segundo informações do Caged Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do MTE - Ministério do Trabalho e Emprego, no primeiro semestre de 2013 foram contabilizadas 111.141 admissões formais, contra as 83.833 do mesmo período de 2014. “Em abril de 2013 atingiu-se a marca de

Queda no número de admissões foi de 32,6%

34.196 contratações, enquanto no mesmo período de 2014, o número registrado foi de 24.703. Note-se também que, em quaisquer meses do período em 2014, o número de contratações ficou abaixo do ano anterior, esclarece. De acordo com a pesquisa, a distribuição do total de admissões em

2014 entre as regiões administrativas do Estado de São Paulo também ficou abaixo do registrado no ano anterior. Apesar da intensificação da mecanização da colheita, muitas regiões ainda demandam um grande número de trabalhadores, como é o caso de Ribeirão Preto, uma das principais regiões

produtoras do estado, ou Araçatuba e São José do Rio Preto, regiões de expansão da cana, e Campinas, que apresenta problemas de declividade; assim o processo de mecanização é menos avançado do que em outras regiões e por isso a colheita manual ainda se faz presente.


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Fábrica de açúcar da Usina Caarapó (Raízen)

Cosan reverte prejuízo no 2º trimestre A Cosan divulgou no dia 13 de agosto, em São Paulo, capital, os números referentes ao desempenho da empresa neste segundo trimestre de 2014, que apontam boa recuperação em relação a 2013. O lucro líquido no final deste período foi de R$ 104,1 milhões, revertendo o desempenho negativo do último ano, quando a empresa registrou prejuízo de R$ 201,5 milhões. Neste montante está a participação de 50% dos resultados da Raízen Combustíveis e Raízen Energia. Houve crescimento de 9,5% da receita

da holding, que registrou valor de R$ 9,59 bilhões, composta pelas empresas Comgás, Rumo Logística, Radar, e outros investimentos. Houve crescimento de 9% no volume de combustíveis vendidos pela Raízen, aumento de 10% no número de clientes da Comgás e incremento de 13% no volume da Rumo, que totalizou 2,2 milhões de toneladas. O Ebitda do grupo, resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização, teve alta anual de 6,5%, fechando em R$ 881,4 milhões.

Volume lidera a fonte de energia de biomassa: fatia de 6,97% da energia produzida no Brasil

Bioeletricidade ocupa terceira posição no ranking nacional A bioeletricidade proveniente do bagaço da cana ocupa o terceiro lugar no ranking de energia gerada no país, com 9.667.771 kWh, em 383 usinas. Esse volume lidera a fonte de energia de biomassa e representa no Brasil, uma fatia de 6,97% de toda energia produzida. A energia hidrelétrica representa 87.393.410 kW ou 63,02% da matriz energética, com 1130 usinas, segundo levantamento da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica. Elizabeth Farina, presidente da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, afirma que as fontes de energia são complementares e o país não pode se dar ao luxo de subutilizar o potencial da

bioeletricidade. “Precisamos de política de longo prazo para a bioeletricidade, mais do que o que está previsto no Plano Decenal. Para alavancar a bioeletricidade no país, além dos leilões por fontes e por regiões, precisamos ter preços remuneradores”. Ela alerta para a necessidade da alteração do limite de injeção de 30 Megawatts para 50, com direito a desconto na tarifa de uso na rede. “Assim, seria possível gerar uma oferta adicional de 100 Megawatts médio, ou um aumento de 6% na oferta de energia na safra 2014/15. Precisamos de ações para viabilizar os retrofits e o aproveitamento da palha. Tudo isso atrairia novas usinas exportadoras, pois apenas 40% delas vendem energia”, lembra.

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ENTREVISTA - Felipe Miranda

“Só uma mudança na política econômica pode salvar o setor” Para superar crise analista afirma que preços do açúcar e diálogo com governo precisam melhorar ALESSANDRO REIS, DA REDAÇÃO

Um dos assuntos mais comentados nas últimas semanas no mercado financeiro foi o cerceamento do Governo à consultoria Empiricus Research. A empresa que oferece análises de mercado gratuitas pela internet atraiu a atenção da mídia quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu a veiculação de dois vídeos promocionais criados pela consultoria, contendo orientações de investimento, com os títulos “Como se proteger da Dilma” e “Quais ações devem subir se o Aécio ganhar a eleição? Descubra aqui, já”. Felipe Miranda, analista financeiro, sócio da consultoria e autor dos vídeos polêmicos, criou um terceiro vídeo — que circula livremente na internet — intitulado “O fim do Brasil”. No vídeo, dentre previsões quase que apocalípticas sobre a economia brasileira, Miranda faz uma breve menção ao setor. “O setor de etanol foi simplesmente destruído pelo controle deliberado do preço da gasolina”. Em entrevista ao JornalCana, o analista faz outras previsões sobre o setor e o futuro da economia brasileira. JornalCana — O Fechamento de 65 usinas a partir de 2008 é sinal do colapso econômico que foi previsto no vídeo “O fim do Brasil”? Felipe Miranda — É sinal tanto da questão macroeconômica atual, que prejudica todos os setores, quanto da crise setorial. Desde que coloquei o vídeo no ar, novas evidências desse desarranjo do setor de etanol têm se manifestado. Por que com Lula o setor ia bem e com Dilma vai mal? Olha, não sei bem as diferenças entre Lula e Dilma, mas suspeito que primeiro a inflação voltou com mais força no governo Dilma, como consequência de uma má política econômica que começa a ser sentida agora. O excesso de gasto público nos últimos anos vem puxando a demanda agregada em ritmo superior a oferta agregada, isto obviamente ia culminar em inflação. Demorou um pouquinho, começou no governo Lula, degringolou no governo Dilma. O senhor pode elencar as diferenças da política econômica do Plano Real até 2002 e a partir deste até 2014? Não há diferença de 1999 até 2009, o

Felipe Miranda, analista de economia

ex-presidente Lula até o final de seu mandato fez exatamente o mesmo que o Governo FHC, manteve o tripé macroeconômico, com câmbio flutuante, metas de inflação bem definidas e percebidas e políticas fiscais austeras. A partir 2009, com o estouro da crise americana, o governo tentando reduzir os impactos no Brasil muda o tripé para a chamada nova matriz econômica, com três pontos fundamentais: busca por juros baixos, busca de câmbio competitivo e aumento da participação do Estado na economia. Assim as três pernas do tripé são desrespeitadas a partir desta nova matriz, pois gerou aumento da inflação, interferência do câmbio e abandono das regras fiscais, com um governo que gera elevados gastos. A inflação levará o Brasil à recessão? Acredito que teremos uma recessão no segundo trimestre, com queda no PIB de 0,2 pontos. Porém, não é apenas a inflação a causadora da recessão, mas política econômica desastrosa do governo, que estabeleceu uma falta de confiança do empresário, que reduz seus investimentos. Atrelado a isto, temos em um cenário onde o consumo, já exaurido, subiu rapidamente sem acompanhar o resto da economia, contribuindo ainda mais para a retração da criação de empregos. Em que cenário o país não corre o risco de uma recessão? Não há mais o que ser feito. A economia é como um transatlântico, e, não como um jet-ski, que você consegue alterar

a direção a qualquer momento.

mudança na política econômica.

As eleições podem determinar o futuro da economia? Pode melhorar caso Dilma não se reeleja, pois possibilitaria restabelecer um pouco da confiança e também resgatar o diálogo com o setor privado. Independente de que quem ganhar as eleições, um ajuste será necessário no começo de 2015. Precisamos conter os gastos públicos e subir a taxa de juros para restabelecer a confiança na moeda, aumentando o crescimento de longo prazo.

Existe alguma salvaguarda para o setor não ser tão afetado por este colapso econômico? O setor já está afetado e não por incompetência própria, pelo contrário, o segmento sempre foi muito eficiente, com empresas e empresários de destaque. A salvaguarda é o governo abandonar essa matriz econômica que adotou, passar a parar de subsidiar a gasolina, Só uma mudança na política econômica pode salvar o setor. A presidente Dilma precisava ouvir mais os produtores. Ela vem sinalizando que haverá esta comunicação, mas não cumpre.

Recentemente o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou a possibilidade de um tarifaço. Ainda há chances dele acontecer? Seria um grande tiro no pé haver tarifaço, depois de tanta propaganda negando, destruiria o pouco de credibilidade que lhe restou. Mas não adianta postergar, é preciso mexer nos preços. Neste caso, o Governo tem que aumentar os preços para bem da população, pois há um desequilíbrio entre os setores. O ajuste deve ocorrer, a forma como será aplicado, é uma decisão do Governo, pois este represamento de preços criado não pode continuar. Se a Dilma vencer, quais medidas econômicas podem ser tomadas? Como o setor pode se preparar? O setor não tem o que fazer. A medida que vejo é o diálogo, mas para que ocorra é preciso que o outro lado faça algo. Caso a presidente não esteja aberta, o setor terá que esperar o aumento do açúcar no mercado internacional e aguardar uma

São Martinho, Cosan e Tereos estão entre os destaques positivos na BM&F Bovespa, o que você pode dizer sobre elas? São Martinho é excelente no que faz, é um player só de commmodities, com mecanização e automatização elevada, além de negociar descontada em bolsa. A Cosan mudou o perfil dos fluxos de caixa, deixou de ser uma empresa somente de commodities e passou a ser uma empresa onde 70% do Ebitda — resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização — vem de setores com previsibilidade dos fluxos de caixa. Ela merece maior valorização do mercado devido a esta previsibilidade dos resultados. A Tereos passa por um momento difícil no exterior, ela possui boa operação de açúcar, mas pouco representativa. Numa escala de preferência, considerando apenas a operação sucroalcooleira, listo São Martinho, Cosan e Tereos.


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Estocagem de açúcar pode proteger mercado contra El Niño PATRICIA BARCI,

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Não se sabe ao certo quando vai chegar nem qual será sua intensidade. A verdade é que os países que costumam ser afetados, como Brasil, Tailândia, Austrália e Índia, todos eles grandes produtores de cana-de-açúcar e consequentemente de açúcar, continuam apreensivos em relação à chegada do El Niño. O fenômeno pode perturbar os mercados agrícolas em todo o mundo, com perdas na produção pela seca ou excesso de chuva. “Em relação ao fluxo de comércio e produção, na ocorrência do El Niño, os impactos sobre a cana-de-açúcar são bem grandes, porque a faixa de países afetados pelo fenômeno são a Tailândia, Índia, Austrália e Brasil, todos grandes produtores de cana-de-açúcar. Portanto se vier, por menor que seja não é algo a ser ignorado”, disse Pedro Verges, analista de mercado da INTL FCStone. O fenômeno meteorológico, provavelmente deve mostrar seus sinais mais intensos em agosto, e pode trazer seca para a Ásia e Oceania, assim como fortes chuvas fora de época para a América Latina, de acordo com especialistas. Há alguns meses, alguns centros de meteorologia questionavam, se de fato,

2014 seria o ano do El Niño, entretanto alguns alertas foram dados, tanto pelo Bureau de Meteorologia da Austrália, quanto estações meteorológicas dos Estados Unidos. Em dado momento, a Austrália indicava uma chance de 70% do fenômeno se desenvolver com grande intensidade ainda este ano, porém nas últimas semanas mudou um pouco sua posição, já que houve uma desaceleração no aquecimento do Oceano Pacífico e sinais de mudança atmosféricas fortes o suficiente não haviam ocorrido, para apoiar qualquer declaração relativa a este assunto. Entretanto, mesmo com sinais escassos, tudo indica que este será o ano dele. E os preços de mercado só não atingirão picos porque para Verges, vivemos em um período em que os estoques mundiais de açúcar estão abarrotados. “Se as produções da Índia ou da Tailândia forem reduzidas, ou seja, no caso da Índia, a redução do excedente nos estoques de açúcar para consumo nacional e no caso da Tailândia, o excedente de exportação, isso pode causar uma alteração no mercado sim. Não penso que acabe elevando os preços acima do normal. Acredito que tenhamos uma faixa estreita de negociação afinal. Mesmo com um El Niño forte, não acho que faça o açúcar subir muito”, afirma.

Pedro Verges: por menor que seja, fenômeno não é algo a ser ignorado


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Oscilações no mercado serão inevitáveis De fato, a seca no Brasil foi motivo de oscilação no mercado de commodities no mundo todo. Os indicadores de preços do açúcar-bruto mostram que os preços da commodity subiram 7,9% em março, a maior alteração desde julho de 2012, consequência da seca no Brasil e redução de produção de cana-de-açúcar na Tailândia. Especialistas acreditam que o açúcar, que teve um aumento de preço de 8,3% este ano em média, até o momento, será uma das culturas mais prejudicadas, assim como o óleo de palma, o cacau e o trigo. “Não sabemos se o El Niño terá um impacto tão dramático na produção de açúcar mundial. De qualquer maneira devemos ser vigilantes, porque é um fenômeno de grande abrangência. Entretanto, ainda seria muito precipitado fazer qualquer previsão mundial sobre o assunto antes que de fato aconteça”, disse Christoph Berg, diretor administrativo da F.O. Licht. De qualquer maneira, seja pela seca ou pela possibilidade de ocorrência de El Niño, oscilações no mercado podem ser observadas a todo o instante. Há seis dias, os futuros do açúcar bruto fecharam no menor nível em quase seis meses na Bolsa de Nova York, apenas pelo fato de uma diminuição na probabilidade de ocorrência do El Niño. O contrato com vencimento em outubro recuou 1,7% e fechou em 16,05 centavos de dólar por libra-peso.

ÍNDIA Os possíveis impactos do El Niño sobre as monções já deixaram o mercado de açúcar na Índia instáveis, na primeira metade do ano. O país já passou por perdas severas diante do impacto do evento climático. Especialistas acreditam que apesar de ser pouco provável, uma estiagem tão grave quanto a que ocorreu em 2009, dificilmente vai se repetir. Na época, a Índia enfrentou a pior seca em quatro décadas, devastando fazendas e

Christoph Berg pede vigilância porque El Niño é fenômeno de grande abrangência

forçando o país a importar grandes quantidades de açúcar, além de elevar os preços globais de açúcar a um nível recorde. Se o El Niño de fato acontecer, a produção de

alimentos essenciais, como arroz, trigo e açúcar, serão bastante prejudicadas, em várias partes do mundo, mas principalmente na Índia, de acordo especialistas. (PB)


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El Niño pode beneficiar produção A Goldman Sachs Group Inc., prevê que grandes impactos serão sentidos nos mercados, de cacau, café, óleo de palma e inclusive na de açúcar. As culturas de inverno, como o milho no Brasil podem enfrentar perdas devido à chuva. Já Verges discorda em relação a algum tipo de prejuízo maior no Brasil, já que o país foi severamente afetado pela seca em certas regiões produtoras, e o El Niño, neste caso, teria um impacto relativamente menor. “A seca já ocasionou uma quebra de safra e o El Niño pode até ser positivo no sentido que ele aumentará a umidade no país para a próxima safra” explica.

Seca no Centro-Sul A moagem de cana-de-açúcar no centro-sul do Brasil em 2013/14 foi estimada em 596 milhões de toneladas pela Unica-União da Indústria de Cana-de-açúcar e em 2014/15 em 585,85 milhões de toneladas, pela FCStone, o que mostra que a seca já terá um impacto no total processado em relação à safra passada. “O fator de maior impacto mesmo foi a seca e não o El Niño. No ano passado, esperávamos uma moagem até maior, mas a seca reduziu nossa estimativa”, disse Verges. A FCStone previu que a produção de açúcar do CentroSul em 2014/15 estaria em 33,1 milhões de toneladas, também ligeiramente menor que na safra anterior de 34,1 milhões de toneladas. Já a produção de etanol foi estimada em 25,56 bilhões de litros. A produtividade está avaliada em 74,04 toneladas de cana-de-açúcar por hectare, contra 77,84 toneladas registradas na safra passada, por causa da seca. (PB)

ENTENDA O EL NIÑO O fenômeno é causado por um aquecimento além do normal das águas do Pacífico e pela redução dos ventos na região do Equador. É caracterizado pela capacidade de afetar o clima mundial através da mudança nas correntes atmosféricas. O evento era conhecido entre os pescadores por causar diminuição de peixes durante o período em que se estabelecia e ganhou fama mundial após o período de 1997 a 1998 quando atingiu índices alarmantes. Os ventos que sopram de leste para oeste, provocam mudanças nas correntes atmosféricas que acabam causando chuva fora de época no Brasil, e secas anormais em diversas partes do globo, como: na Austrália, Índia e Tailândia. Os ventos também resfriam a superfície do mar próxima ao litoral do Peru e mandam as águas mais quentes na direção contrária, deixando uma diferença de temperatura entre as duas regiões. Então, na região de águas mais quentes chove mais e na outra falta chuva. Superaquece as águas do Pacífico e ocorre periodicamente a cada 6 ou 7 anos, de acordo com informação de especialistas.


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Fim da política de cotas pode aumentar produção de açúcar da UE PATRICIA BARCI,

DE

RIBEIRÃO PRETO (SP)

Atualmente, limitada pela política de cotas, a produção de açúcar na União Europeia chegará a no máximo 13,3 milhões de toneladas. Todavia, em primeiro de outubro de 2017, a situação poderá ser diferente. Com o fim das cotas de importação, a produção pode chegar a 20 milhões de toneladas, de acordo com dados do Rabobank Internacional. A União Europeia consome atualmente cerca de 17 milhões de toneladas de açúcar por ano, consequentemente, pelo sistema em vigência, 3,3 milhões de toneladas devem ser importados, de acordo com dados do Departamento de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia. Com a chance de monopólio de mercado, os produtores da UE, podem aumentar a produção sem restrição alguma, com a possibilidade de exportação de excesso de oferta para os mercados internacionais. A crise no setor de açúcar e uma necessidade de mudança na política, podem ser sentidas por diversos produtores europeus. Na Alemanha, por exemplo, um dos maiores produtores de açúcar da Europa, o alemão Südzucker, teve uma queda nos lucros de 32% na safra 2013/14, o que significa 2% a

Unidade produtora de açúcar de beterraba

menos se comparado aos do ano passado e prevê uma queda significativa no lucro operacional e receitas para a próxima safra. Para Dominik Risser, porta-voz e membro do Departamento Corporativo de Relações Públicas da Südzucker AG, o

mercado de açúcar da UE deveria ter passado por alguma mudança desde a última reforma política em 2006. “Infelizmente, até o fim das cotas em 2017, não vejo muitas mudanças, a crise só aumentará. No entanto, todas as partes interessadas no mercado de

açúcar, agricultores e produtores de beterraba, estão atualmente se preparando para este período após 2017. Isto é feito de várias maneiras, através de programas de eficiência, iniciativas de redução de custos e muitas outras medidas”, disse.


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Mudanças envolverão mercados de açúcar e etanol Para Rob Vierhout, secretário geral da e-Pure, a grande mudança de mercado acorrerá um pouco mais adiante, mais precisamente em 2020, e envolverá tanto o mercado de açúcar quanto o de etanol. “ O que sabemos é que após 2020 a atual legislação terá um fim. Para 2017, na minha opinião, é que qualquer previsão ainda é um tanto incerta. Pelo que posso ver, entre os europeus ainda existe muita discordância, no que se refere à esse tipo de legislação. Se eu tivesse a oportunidade de apostar dinheiro com alguém, em relação ao que vai acontecer eu não apostaria, porque provavelmente perderia dinheiro. O que acontece dentro dessas reuniões com a Comissão Europeia é sempre muito imprevisível”, explica. Já no Reino Unido, pode-se observar um esforço do governo para reforçar o mercado de açúcar nacional, com a previsão de um investimento de 167 milhões de dólares em fábricas de açúcar da British Sugar, situadas no leste da Inglaterra ao longo dos próximos três anos, conforme anunciado na Conferência de Agricultura de Norfolk. O investimento já é visto como uma prévia de mudanças para o setor açucareiro inglês, com o fim das quotas de açúcar. Especialistas preveem que é provável que haja uma queda significativa nos preços da commodity pelo mundo. Ian Bacon, presidente da Tate & Lyle Sugars, um dos maiores fabricantes de

Rob Vierhout, secretário geral da e-Pure

açúcar do Reino Unido e da Europa, acredita que o fim do sistema de quotas para o mercado de açúcar na Europa é

inevitável e se fazia necessária para valorizar o açúcar europeu “Se analisarmos bem, já existe uma

certa falta de de competitividade para o açúcar importado nesses últimos anos, e atingirá seu ápice em 2017", disse. (PB)


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FIM DE COTA PREOCUPA IMPORTADORES Os produtores de açúcar franceses no entanto se mostram preocupados com a fragilidade do setor de açúcar no país e em regiões de domínio francês no exterior, diante do mesmo panorama. Territórios como: Guiana Francesa, Martinica e Guadalupe, estão por enquanto protegidos pela legislação europeia, mas a situação mudará drasticamente em 2017. Para especialistas, a produção de açúcar francês, nos seus departamentos fora da França, está mal equipada para lidar com a liberalização do mercado de açúcar na Europa e produtores temem que sem o apoio da indústria açucareira europeia, a produção estará correndo sérios riscos. Fora da Europa, alguns países já demonstraram certa preocupação com a mudança na legislação. A Associação dos Produtores de Açúcar da Jamaica, por exemplo, quer transformar urgentemente sua indústria açucareira sob o risco do setor ser prejudicado com o fim das quotas de açúcar. No momento, os produtores do país ainda conseguem vender o açúcar a 894 dólares por tonelada, graças a um contrato de três anos com a empresa britânica Tate & Lyle, e além disso tem a quarta maior quota de açúcar, dentro da União Europeia, equivalente a 118.696 toneladas de açúcar branco, apenas ultrapassado por Maurício, Fiji e Guiana. Mas tudo mudará em alguns anos, com o fim das quotas, e a Associação quer tomar providências no setor imediatamente. (PB)

Preços do açúcar da UE devem ir a nível mais baixo a partir de setembro A partir de setembro de 2014, os preços do açúcar da UE atingirão seu nível mais baixo, e provavelmente custarão 500 euros a tonelada na safra

2017/18. Em abril deste ano, o açúcar branco ou refinado na União Europeia, custava em média 574 euros (781 dólares) a

tonelada, já o menor nível desde setembro de 2011 e 21% inferior ao mesmo período no ano anterior, de acordo com dados da Comissão Europeia. (PB)


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EPA! Estados Unidos reduzem volume de etanol misturado à gasolina e exportações brasileiras caem

Leticia Phillips, da Unica: Em julho, valor exportado foi 90,7 milhões de litros de etanol, redução de 74,1%

ANDRÉ RICCI,

DA

“Não faz sentido a proposta da EPA”

REDAÇÃO

Cerca de 70% das exportações brasileiras de etanol têm como destino os Estados Unidos. São eles os maiores compradores do biocombustível nacional, condição que torna preocupante os números revelados pelo MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: em julho deste ano foram exportados 90,7 milhões de litros de etanol, valor 74,1% menor em comparação aos 350,5 milhões de litros embarcados em julho de 2013. A queda é contínua: em junho deste ano foram comercializados 167,3 milhões de litros, volume 45,8% menor a junho de 2013. Com isso, a receita cambial chegou a US$ 57,3 milhões em julho, recuo de 74,4% ante os US$ 223,5 milhões registrados em julho de 2013.

Em relação aos US$ 111,6 milhões de junho deste ano, houve queda de 48,7%. Além da colheita de milho quase recorde dos americanos, a principal razão para o declínio da exportação é o corte no volume de etanol misturado à gasolina no país. Tudo começou com a proposta da Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency - EPA) de redução de 40% no volume de biocombustíveis avançados consumidos anualmente naquele país. A ação é vista como um dos maiores retrocessos para o etanol, até então tido como um caminho promissor para os EUA reduzirem a dependência de petróleo importado. No início do ano, a Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar questionou a proposta. Em carta enviada à agência americana, pontuou as preocupações dos

produtores brasileiros, considerando a medida como “desnecessária e injustificada”. “Em 2010, a EPA atestou que o etanol de cana brasileiro reduz as emissões de dióxido de carbono em mais de 60% e o designou um combustível renovável avançado, algo que não foi concedido a nenhum outro tipo de etanol produzido comercialmente. Portanto, não faz sentido a proposta da EPA, que reduziria drasticamente os volumes de combustíveis avançados utilizados no mercado americano”, disse Letícia Phillips, representante da entidade para a América do Norte. A proposta ainda não foi referendada pelo governo americano. Ela funciona como uma Medida Provisória no Brasil, à espera do parecer final. Contudo, até que isso aconteça, dita as

regras do mercado. “Todos estão obedecendo a essa proposta. Desde o início do ano tínhamos a expectativa de que o governo interferiria no caso, mas até o momento não aconteceu. No segundo semestre, ainda que haja mudanças, não altera mais os números deste ano, já que o período de maior exportação é maio e junho”, afirma Martinho Seiiti Ono, diretor presidente da SCA Trading. De acordo com a Unica, em 2013 foram consumidos no mercado americano cerca de 3 bilhões de galões (11,3 bilhões de litros) de combustíveis renováveis avançados, principalmente etanol de cana-de-açúcar e biodiesel. Agora, sob pressão principalmente da indústria do petróleo, a EPA quer restringir este volume a 2,2 bilhões de galões (8,3 bilhões de litros) em 2014.


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EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE ETANOL POR DESTINO De abril a julho de 2013 PAÍS ....................................................................1.000 M3 ESTADOS UNIDOS....................................636,343 COREIA DO SUL ..........................................69,042 NIGÉRIA ............................................................36,737 JAPÃO ...............................................................24,990 PAÍSES BAIXOS (HOLANDA).....................17,681 ARÁBIA SAUDITA ..........................................16,255 JAMAICA ...........................................................16,171 TAIWAN (FORMOSA) ...................................15,007 FILIPINAS .........................................................13,701 SUÍÇA ................................................................12,177 COREIA DO NORTE .......................................5,002 FRANÇA..............................................................4,802 COLÔMBIA........................................................4,161 GANA...................................................................3,008 OMA .....................................................................1,322 URUGUAI............................................................1,273 CHILE ......................................................................674 ARGENTINA.............................................................91 PARAGUAI................................................................60 AUSTRÁLIA ..............................................................49 REINO UNIDO ........................................................25 ANGOLA .....................................................................0 MOÇAMBIQUE .........................................................0 GUINÉ EQUATORIAL ..............................................0 Total Geral.......................................................878,572 De abril a julho de 2013 PAÍS ....................................................................1.000 M3 ESTADOS UNIDOS....................................352,034 COREIA DO SUL ...........................................96,783 NIGÉRIA ............................................................37,244 JAPÃO ...............................................................35,357 TURQUIA ............................................................6,446 MÉXICO ..............................................................4,862 SUÍÇA ..................................................................3,140 CHILE......................................................................895 URUGUAI ...............................................................641 COLÔMBIA ...........................................................182 ANGOLA ................................................................106 AUSTRÁLIA ..............................................................50 PARAGUAI ................................................................37 REINO UNIDO ........................................................25 HONDURAS...............................................................9 GUINÉ EQUATORIAL ..............................................0 MOÇAMBIQUE .........................................................0 Total Geral.......................................................537,810 Fonte: Secex

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SECA ABSORVE ESTOQUE DE ETANOL Com a redução nas exportações de etanol aos Estados Unidos, o produtor brasileiro se questiona de que maneira dar vazão ao produto fabricado. Martinho Seiiti Ono, diretor presidente da SCA Trading, diz que o volume sobressalente tem sido facilmente absorvido pelo mercado interno, especialmente diante da quebra da safra de cana no Brasil. Estimativas de moagem indicam que a safra 2014/15 na região Centro-Sul, que responde por 90% da produção de cana no Brasil, será de 570 milhões de toneladas, ante os quase 600 milhões de toneladas da última temporada. A seca na região entre os meses de janeiro e fevereiro atrapalhou o desenvolvimento dos canaviais. “Até o momento não temos qualquer negócio fechado para exportação e nem temos interesse diante do atual cenário. O foco da empresa hoje é apenas o mercado interno”, diz José Roberto Della Coletta, presidente da Della Coletta Bioenergia, que deixou de exportar em 2014. Outra garantia aos produtores são os contratos firmados com as distribuidoras. Martinho Seiiti Ono fala sobre a oportunidade. “A obrigatoriedade imposta pela Resolução 67 da ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, das Distribuidoras contratarem 90% da necessidade de etanol anidro, garante aos produtores a venda segura de sua produção”. De acordo com Seiiti Ono, a queda

Ono: usinas não podem abrir oportunidades

José Roberto Della Coletta: foco da

de vendas spots de etanol importado

empresa hoje é apenas o mercado interno

nas exportações em relação a meta inicial foi de 41,3%. Questionado sobre outros potenciais compradores, o especialista explica. “Os mercados europeu e asiático limitam-se a usar pequenos volumes com finalidade industrial, lembrando que a demanda para fins automotivos é que gera escala de volume”. Já Della Coletta diz que as usinas precisam encontrar alternativas diante deste novo cenário, já que soluções não virão de suas produções. “Não está ao nosso alcance qualquer ação para reversão

deste cenário, pois trata-se de mercado e não temos como agir. Mesmo que houvesse oportunidade para a exportação, o custo do etanol brasileiro não compete com o preço interno do etanol americano”. Por fim, Ono deixa um recado aos produtores. “É importante que as usinas brasileiras continuem produzindo etanol suficiente para atender aos compromissos contratuais com as distribuidoras, como temos percebido até agora, para não abrir oportunidades de vendas spots de etanol importado”. (AR)


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Aumento da mistura é aprovado, mas precisa de aval técnico

Apesar do aumento da moagem, faturamento com açúcar diminuiu

Tereos tem prejuízo no 1º trimestre da safra 2014/15 Em 11 de agosto a Tereos Internacional informou seus resultados no trimestre encerrado em 30 de junho, equivalente ao primeiro período da safra 2014/15. Os números indicam prejuízo líquido de R$ 32 milhões se comparado com o resultado líquido positivo de R$ 8 milhões obtido no mesmo trimestre do ciclo 2013/14. O prejuízo líquido atribuível aos acionistas da controladora foi de R$ 31,7 milhões, contra um lucro líquido de R$ 8,6 milhões em igual trimestre do ano passado. A empresa, que atua nos mercados de açúcar, etanol e amidos no Brasil, Europa, África e Ásia, informou que o segmento de amidos e adoçantes apresentou pequena melhora, mas o negócio de álcool na Europa foi afetado pelos baixos preços de etanol e

também ao fato que o trigo processado pela unidade foi comprado a preço de mercado. “As operações do Oceano Índico registraram estabilidade, enquanto a rentabilidade na África sofreu com o início tardio da safra e deterioração das condições de mercado”, informou em nota. Com relação aos negócios voltados a Guarani, a companhia registrou no primeiro trimestre da safra um Ebitda ajustado ao valor justo dos ativos biológicos de R$ 95 milhões, valor 24% abaixo do registrado em igual trimestre do ciclo anterior. De acordo com o comunicado, houve aumento da moagem, assim como receita com cogeração de energia, mas também retração no faturamento com açúcar.

Em 6 de agosto foi aprovada a Medida Provisória 647, que aumenta participação de biocombustíveis na mistura em combustíveis fósseis; as alterações já valem para o início do mês de novembro. Para o etanol, o percentual do tipo anidro na mistura com a gasolina passou para 27,5%, porém ainda é necessária a confirmação de viabilidade técnica desta decisão, o piso mínimo da relação, de 18%,

não foi alterado. A mistura do biodiesel ao óleo diesel passará para 7%, em julho o aumento de 6% já havia sido aprovado. Este produto, segundo a MP, deverá, prioritariamente, ser originado da agricultura familiar, com faixa de trabalho permitida de 6 a 7%. A autoria da MP 647 é do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) e teve 47 emendas apresentadas.

Estudo de viabilidade técnica determinará aprovação


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Linhões de energia serão leiloados sem garantia de uso Governo inverte processo e blocos de transmissão são iniciados antes de saber se haverá usina para utilizá-los ANDRÉ RICCI,

DA

REDAÇÃO

Em 2010, quando Dilma Rousseff (PT) assumiu a presidência da República, a maior parte dos executivos do setor elétrico brasileiro acreditou que, finalmente, os linhões transformariam suas energias em crescimento econômico para toda a cadeia produtiva. Afinal, a petista carregava em seu currículo experiência de pelo menos onze anos à frente desta área, como Secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul, de 1999 a 2002, e depois como Ministra de Minas e Energia, em 2003. Às vésperas de mais uma eleição, que pode definir ou não seu segundo mandato presidencial, é justamente o setor elétrico que está, literalmente, em estado de choque. Não bastasse a dependência hídrica de nossa matriz energética, assim como a possibilidade de um “tarifaço” no ‘póseleição’, o país convive com o constante atraso nas obras de linhas de transmissão de energia. Como solução, o governo decidiu inverter a ordem do processo. Agora, em vez de licitar linhas de transmissão após ter a confirmação de que uma usina foi leiloada e que estará pronta para se conectar àquela rede, blocos de linhas de transmissão são leiloados e iniciados antes mesmo da confirmação se haverá ou não como utilizá-los. Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, Mauricio Tolmasquim, presidente da EPE - Empresa de Pesquisa Energética falou sobre a decisão. "Estamos invertendo as fases e sabemos que estamos até correndo um certo risco de ter redes ociosas, mas é melhor ter esse risco do que

Mauricio Tolmasquim: risco de redes ociosas

ter usinas prontas, mas que não podem despachar energia porque a rede não chegou". De sua empresa, sete blocos de transmissão foram selecionados. Os empreendimentos se estendem pela região nordestina, passando por oito Estados, além do Rio Grande do Sul. No total, esses empreendimentos alcançam 4.043 quilômetros de extensão. O investimento total previsto, incluindo subestações de energia, ultrapassa R$ 4,1 bilhões.

Também em entrevista ao Estadão, César de Barros, diretor executivo da Abrate - Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica, comentou a medida. "Há um risco nessa estratégia de antecipação, mas já é algo positivo. O que não pode é ficar como está", finaliza.

EMPRÉSTIMOS AUMENTAM O resultado da dependência hídrica é o novo empréstimo de 6,6 bilhões de reais

para as distribuidoras de energia anunciado pelo governo em 7 de agosto. Desse total, R$ 3,6 bilhões virão de sete bancos, e os R$ 3 bilhões restantes virão do BNDES. O empréstimo terá taxa de CDI Certificado de Depósito Interbancário mais 2,35% ao ano. Trata-se do segundo socorro ao setor elétrico somente em 2014. O primeiro foi em abril, quando 10 bancos disponibilizaram 11,2 bilhões de reais a uma taxa de CDI mais 1,90% ao ano.


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Durante a Copa, obras fluíram "Chegamos a estabelecer um plano de distribuição diferenciado, para que em relação à Copa tudo fosse diferente". Essas foram as palavras do Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, logo após a Copa do Mundo, em evento ao lado da presidente Dilma Rousseff (PT) para apresentação dos resultados da realização. Lobão se refere à oferta de energia elétrica no país. A escassez de chuvas tornou o maior evento futebolístico no mundo uma incógnita neste sentido, já que dependemos da água para gerar energia. O medo de que o país decepcionasse os turistas, e consequentemente, afetasse as intenções de voto, fizeram o governo tomar providências. Foram realizadas 23 obras em linhas transmissão do sistema elétrico especificamente para a Copa do Mundo e outras 123 obras na rede de distribuição para o Mundial.

"Ao longo do tempo, fomos descobrindo algumas obras que atrasavam por alguma razão ou outra e chamávamos as distribuidoras. Em alguns momentos liguei diretamente para os governadores", explicou o ministro, ressaltando a agilidade dos governantes em resolver os problemas. O trabalho envolveu uma força tarefa entre o ministério, EPE - Empresa de Pesquisa Energética, ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico e a Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica. "Foram 256 itens de acompanhamento permanente por parte dessa força tarefa. Olhamos o fornecimento da rede de energia para cada arena, para os pontos críticos das cidades. Não cuidamos apenas das arenas, mas também da Fanfest, dos hotéis, dos hospitais e estações de trem e metrô", explicou Lobão. (AR)

Edison lobão: "Chegamos a estabelecer um plano de distribuição diferenciado” BRUNO PARK

Foram realizadas 23 obras em linhas de transmissão e outras 123 obras na rede de distribuição para o Mundial


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E os linhões para energia cogerada, como estão? Considerando que a bioeletricidade passe a integrar a matriz energética brasileira de maneira efetiva, como ficaria a questão logística deste trabalho? Cid Caldas, coordenador geral de açúcar e etanol do Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, diz ser necessários poucos ajustes para o funcionamento deste sistema. “Em São Paulo, por exemplo, onde a maioria das usinas estão concentradas, existem diversas linhas perto das unidades produtoras. Pode ser que seja necessário um ajuste ou outro, mas o investimento é pequeno”. Ele afirma também que o governo sabe da importância da biomassa para a matriz energética brasileira, mesmo que as ações não confirmem este pensamento. “Temos que contar com todas as fontes energéticas disponíveis. Existe um potencial imenso para a cogeração e estamos em tratativas com o ministério de Minas e Energia para saber o que é preciso para atrair essa produção e os investimentos. Diversificar é necessário”. O assunto veio à tona depois que o governo autorizou que blocos de linhas de transmissão sejam leiloados e iniciados antes mesmo de saber se haverá usina para utilizá-los. Humberto Vaz Russi, da Aliança Engenheiros Associados, lembra que tais ações têm restringido ainda mais os investimentos em biomassa, fazendo com

Potencial técnico da bioeletricidade Cid Caldas diz que a maioria das usinas contam com linhões em seus arredores

que os empresários tenham interesse em eólica, por exemplo. “É outra fonte dependente de fator atmosféricos, no caso, o vento. Temos milhões de quilowatts para serem exportados pela biomassa. Basta que a fonte seja estimulada. Tais políticas desastradas contribuem para a crise vivida

pelo setor sucroenergético”. Questionado sobre as condições dos linhões para energia cogerada, ele diz. “Isso depende muito do ponto onde está localizado o empreendimento. Atualmente, não existem grandes espaços para serem ocupados”.

da cana é de 8,4 GW médios até 2022

Segundo a EPE - Empresa de Pesquisa Energética, o potencial técnico da bioeletricidade da cana é de 8,4 GW médios até 2022, somente com o aproveitamento do bagaço. Se adicionarmos o potencial da palha, esse potencial chega a 22,1 GW médios. (AR)


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Falta de infraestrutura compromete metas do agronegócio WILSON LIMA,

DE

CAMPINAS, SP

O Brasil deverá finalizar esta safra de cana com números próximos de 660 milhões de toneladas moídas e de grãos superior aos 190 milhões de toneladas, de acordo com estimativas da ProCana Brasil, que edita o Anuário da Cana e da Conab — Companhia Nacional de Abastecimento. No caso dos grãos, os números significam quase três por cento a mais em relação à safra anterior. São conquistas que devem ser muito comemoradas por todo brasileiro. Porém, este pequeno acréscimo se torna um gigantesco motivo de preocupação, uma vez que algo em torno de 30% do volume da safra de grãos irá se perder pela precária infraestrutura logística nacional. Investimentos não faltam, pois o Governo tem despejado bilhões de dólares em projetos nos mais variados modais, porém, segundo especialistas, feito de forma ineficiente, burocratizada e atabalhoada, com poucos resultados práticos. A falta de uma estrutura eficiente para a logística nacional, resulta em custos maiores para o agronegócio, onde se inclui o setor sucroalcooleiro, comprometendo a competitividade e em última instância impactando no próprio crescimento do País. O País de dimensões continentais continua a viver seu velho paradoxo, onde de um lado há um esforço geral do

agronegócio, impulsionado por centros tecnológicos de excelência, em modernizar seus processos produtivos e do outro uma infraestrutura logística problemática que dificulta o escoamento dos produtos com menores custos e maior eficiência. Segundo estudos divulgados pela Fundação Getúlio Vargas, o Brasil precisará investir R$ 2 trilhões em infraestrutura nos próximos 20 anos para conseguir impulsionar a atividade econômica como projeta o governo e

alcançar o nível de competitividade de países emergentes que despontaram no setor nos últimos anos. Mas, os investimentos têm que ser criteriosos, com gestão e fiscalização, num planejamento perene. O ranking de logística do Banco Mundial (Bird) deste ano, por exemplo, que mostra a eficiência dos sistemas de transportes em 160 países, mostra que o Brasil caiu 20 posições, passando a ocupar o 65º lugar no ranking, a

pior colocação desde que o ranking foi lançado, em 2007. O dado demonstra que o modelo logístico brasileiro carece de reformulação. Em recente evento realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp, reunindo especialistas de todo o País, o consenso entre os debatedores é de que o País precisa de uma nova ordem logística, que utilize um modelo multimodal, onde os modais se complementem e não concorram entre si.


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Cosan Logística aposta no modal ferroviário Gigante prevê altos investimentos para transformar modal rodoviário em ferroviário no principal porto exportador Transformar o modal hoje majoritariamente rodoviário para um modal ferroviário, no porto de Santos, é uma das principais metas da Cosan Logística para um futuro próximo. A empresa, que é dona da Rumo Logística, está em fase de incorporação da América Latina Logística – ALL, e prestes a se tornar uma das maiores operadoras logísticas da América Latina, depois que obter a aprovação pela CADE – Comissão Administrativa de Defesa Econômica, do negócio de cerca de US$ 3 bilhões. Enquanto não recebe o sinal verde, a empresa segue fazendo investimentos para “prover maior capacidade e eficiência no trabalho de transporte ferroviário” nas palavras de seu presidente, Júlio Fontana Neto. O argumento da melhoria e eficiência é também a resposta da empresa que tem o desafio de acalmar um mercado que teme o monopólio da malha ferroviária. A Cosan Logística nasceu há três anos, quando aconteceu a joint-venture da Cosan com a Shell, formando a Raízen. A nova empresa ficou com as usinas, indústrias e toda a estrutura de energia, enquanto a Cosan mudava o seu direcionamento estratégico. Ela deixou de ser uma empresa do setor sucroalcooleiro e passou a ser uma empresa voltada à infraestrutura logística. “Conforme os negócios foram se desenvolvendo até culminar com esta proposta de incorporação da ALL, um dos objetivos nossos, que era de separar os negócios de uma empresa de energia para infraestrutura, está se concretizando neste

momento”, explica Júlio Fontana. Dona da Rumo Logística (que transporta mensalmente 1,2 milhão de toneladas de açúcar a granel do interior paulista ao porto de Santos), quando acontecer efetivamente a incorporação da ALL, a Cosan Logística irá se transformar no maior operador do modal ferroviário no País, incluindo em seu portfólio os líquidos, inclusive o etanol que é transportado pelos 13 mil km de vias da ALL (veja box). Hoje a Rumo presta um serviço de

exportação de açúcar porta a porta, com a logística integrada, onde a empresa pega o açúcar na usina do cliente e coloca dentro do navio, utilizando o transporte rodoviário entre a usina e o transbordo. “E uma parte de nosso transporte continua sendo feito de caminhão até Santos, até mesmo porque hoje a ferrovia ainda não tem condições de transportar tudo que a gente precisa”, complementa José Di Bella Filho, Diretor de Relações Institucionais e Novos Negócios. (WL)


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Rumo Logística afirma ter investido cerca de 1,6 bilhão de reais em infraestrutura Em quatro anos de operação da Rumo Logística, os executivos afirmam ter investido cerca de 1,6 bilhão de reais em infraestrutura, construindo uma rede de terminais de transbordo no interior paulista que recebe açúcar de caminhão das usinas e fazem a armazenagem em trens que vão para o terminal de Santos. Além dos terminais, houve investimentos na aquisição de 929 vagões, 50 locomotivas e a duplicação de um trecho de Campinas a Santos, operada pela ALL. No próprio porto houve uma série de obras para melhorar a eficiência de recepção. “Nosso terminal que era basicamente uma matriz rodoviária está se transformando numa matriz voltada ao ferroviário. Até o final do ano estaremos muito próximo de estar com toda a infraestrutura concluída, sendo a mais moderna e eficiente que o Brasil precisa para exportação de açúcar”, afirma José Di Bella Filho, diretor de Relações Institucionais e Novos Negócios. O projeto de transportar pela ferrovia o etanol destinado à exportação é algo que ainda não está nos planos da empresa. Numa análise rápida, segundo os executivos, o caminho do etanol dentre outros líquidos transportados pela ALL, hoje é no sentido contrário da exportação. Ou seja, a empresa pega o produto em pontos de distribuição centrais e leva para outros pontos no centro-sul do País. Fazer o biocombustível chegar a Santos é algo a ser analisado, mesmo porque o volume é muito baixo. (WL)

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União de operadoras deve resultar em monopólio A junção das operadoras ferroviárias Rumo e ALL na prática deixará o transporte da produção sucroalcooleira, praticamente, nas mãos de um único operador, o que leva a uma sensação de insegurança aos usuários. Neste sentido Júlio Fontana Neto tem se esforçado em acalmar o mercado. “Chego a ficar abismado com alguns tipos de preocupação”, afirma. “Hoje a ALL tem problemas de atendimento no mercado e a nossa proposta é a de investir substancialmente na malha para prover maior capacidade e eficiência no trabalho de transporte ferroviário dentro da malha da ALL. O maior exemplo de que nós não queremos ser donos de nada - na verdade queremos prestar um bom serviço de logística para o agronegócio e outros tipos de carga - é a própria Rumo que é uma empresa de bandeira branca que presta serviço a mais de 100 usinas. A Raízen, por exemplo, tem uma participação no nosso negócio menor que 30% e isto prova que não queremos tomar conta de nada, ao contrário, queremos melhorar a infraestrutura logística ferroviária do País, prover capacidade e reintegrar a ferrovia na logística brasileira com eficiência”, completa. Outra questão é com relação aos custos, item em que a empresa afirma ser uma preocupação constante. “A gente fala em eficiência e performance. Quando a gente tiver um transporte eficiente,

Júlio Fontana Neto tem se esforçado em acalmar o mercado.

consequentemente vai haver redução de preço até porque com todos os planos de melhoria de infraestrutura que o governo tem, nós vamos precisar ser bem mais eficientes para concorrer com todos os tipos de operadores que vão aparecer para o nosso negócio. Se a gente não se estruturar para ser muito eficiente, vamos perder espaço e não é o que a gente quer. Exatamente o contrário e, para isso, vamos precisar ter custos muito menores para competir com este outro concorrente”, explica José Di Bella. Apesar do setor sucroalcooleiro passar por uma das piores crises da história, a direção afirma que, de uma forma geral, ela não está sentindo os efeitos nos seus negócios. O único senão é que o crescimento previsto para o plano de negócios para o setor sucroalcooleiro não vem ocorrendo. “No nosso caso específico, como somos um serviço logístico e o Brasil precisa exportar sua produção de açúcar, ocorre que muitas vezes, em função de fatores como preços, da Bolsa de Nova York, essa coisa toda, temos um problema de sazonalidade na exportação. Mas o negócio em si continua existindo de forma sadia”, explica Fontana. “A gente ainda tem muito que caminhar, para conquistar novos negócios. Temos esta transferência do modal rodoviário para o ferroviário. Ou seja, ainda tem muito para acontecer. Como operador logístico estamos sentindo menos o impacto do que efetivamente os produtores e as usinas”, conclui. (WL)


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ALL investe na duplicação de ramal ferroviário Responsável pelo transporte de 2,1 milhões de metros cúbicos de etanol por ano, a América Latina Logística é a principal transportadora do biocombustível, no modal ferroviário. Em processo de incorporação pela Cosan Logística, que já é detentora da Rumo Logística, quando for concluído o processo, a empresa passará a compor um dos maiores complexos de logística ferroviária do continente. Com uma malha ferroviária de 13 mil km e 11 entrepostos, a empresa atua em todo o centro-sul do País e atualmente seu principal projeto é a duplicação do trecho que liga Campinas, no interior de São Paulo, ao porto de Santos. Com essa obra, a empresa aumentaria sua capacidade de transporte entre Rondonópolis (MT) e o porto de Santos, de 18 milhões para cerca de 30 milhões de toneladas ou mais ao ano. Com investimentos de cerca de R$ 600 milhões, as obras de duplicação do trecho de 264 km entre Campinas e o Porto de Santos eliminará gargalos de acesso àquele porto e a extinção dos pátios de manobra, resultando em economia de tempo e combustível. As análises e estudos necessários para a realização desta que é considerada a mais complexa obra ferroviária do País, foram iniciados em 2009. As características da topografia, exigiram a construção de mais de 30 obras estruturais, entre pontes, viadutos e

túneis, entre outras, para que a instalação dos trilhos fosse viabilizada. O Superintendente de Projetos de Infraestrutura da ALL, Sildomar Tavares de Arruda, aponta que nenhuma outra ferrovia brasileira conta com tantas obras de arte especiais. “Todo o escopo deste projeto é algo inédito na história ferroviária brasileira”, reforça Arruda. O projeto percorre 16 cidades e conta com 35 “obras de artes especiais” - como são chamadas pontes, túneis, viadutos e demais intervenções estruturais, compreendendo 2,2 km de extensas obras com pesada estrutura de sustentação. Até o momento, 133 km de vias já foram completamente duplicados. Restam apenas a conclusão de 40 km de linhas, dos trechos de Embu-Guaçu Evangelista e Paratinga - Perequê, que estavam pendentes de autorizações da Funai e IBAMA e para os quais a ALL recebeu as licenças. Todo o know-how utilizado neste projeto foi aplicado pela ALL também nas obras de expansão da sua malha ferroviária até o município de Rondonópolis (MT) e do Complexo Intermodal Rondonópolis, inaugurado em setembro de 2013. A empresa já investiu mais de R$ 12 bilhões destinados à melhoria, segurança e aumento de produtividade, obtendo um crescimento médio do volume transportado de cerca de 10% ao ano. (WL)

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Nos portos há nova lei para velhos problemas Principal porta de saída às exportações brasileiras, o complexo portuário do País tem sido alvo de promessas de investimentos, principalmente o porto de Santos, no litoral paulista, por onde passam 25% da balança comercial brasileira, incluindo aí boa parte da produção sucroalcooleira que vai para o exterior. Em se tratando de etanol, por exemplo, o País exportou, via porto de Santos, 2,7 bilhões de litros (safra 2013/2014), quase 90% do total, sendo que o restante foi praticamente todo embarcado pelo porto de Paranaguá, no Paraná. Um terminal marítimo deste porte, também presenta problemas na mesma proporção, O baixo calado que dificulta a portagem de navios; o engarrafamento de caminhões num moroso processo de descarregamento; até mesma a complexa questão trabalhista envolvendo a cabotagem são alguns dos elementos que comprometem o principal ponto de exportação do País. A nova Lei Geral dos Portos, jogou alguma luz na escuridão. Porém os gargalos ainda são muitos. Algumas ações em nível governamental têm sido feitas para minimizar os problemas portuários, mas que se perdem pela falta de planejamento. Exemplo disto é o primeiro Plano Nacional de Dragagem (PND-1), já concluído, que custou aos cofres públicos R$ 1,6 bilhão, segundo dados da Secretaria de Portos

resultou numa queda de 10% nos custos do transporte. O crescimento da utilização do modal ferroviário também pode levar à maior fluidez no escoamento de cargas, abrindo espaço para um melhor aproveitamento do modal rodoviário, hoje praticamente em xeque na região, já que o cronograma das obras públicas na infraestrutura não acompanha o ritmo do comércio exterior.

LEI DOS PORTOS

(SEP), mas não rendeu os resultados esperados, já que muitos portos, sem os serviços de manutenção adequados, perderam os ganhos que haviam obtido com o trabalho de aprofundamento. Algumas medidas organizacionais, como a

adoção de um agendamento obrigatório, fizeram com que o escoamento da safra agrícola pelo porto de Santos, este ano, tornasse um problema de menor proporção. Segundo levantamento do Ministério dos Transportes, a agilização

Um ano após sua aprovação, a nova Lei dos Portos, trouxe muitas promessas, porém poucos resultados práticos. A lei objetiva permitir que a iniciativa privada invista, desenvolva e explore novas e velhas instalações portuárias, além de determinar os procedimentos a serem seguidos pela União para a exploração de portos e instalações, bem como estipula as atividades desempenhadas pelos operadores portuários. Estão previstos investimentos de R$ 54,2 bilhões, em três anos, por parte da iniciativa privada, que recentemente criou uma associação para defender seus interesses. A Associação dos Terminais Portuários Privados (ATP) busca garantir a segurança jurídica do setor portuário e defender a liberdade de contratação de mão de obra. Segundo a ATP, a entrada em vigência de novas leis, cuja aplicação nos contratos vigentes é imediata, deveria ser negociada com as empresas. (WL)


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O CAMINHO DA LOGÍSTICA PERFEITA Especialistas apontam soluções e levantam as principais polêmicas da logística brasileira ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O setor sucroenergético movimenta o país, além de gerar riqueza e renda por onde passa. Somente na safra 2013/14, o PIB do setor sucroenergético chegou a U$ 43,4 bilhões (ou cerca de R$ 94,6 bilhões), um aumento de 44% em relação à safra de 2008/9. Só com o etanol, as exportações somaram US$ 1,67 bilhão, ou R$ 3,6 bilhões. O etanol gerou no período, cerca de 1 milhão de empregos diretos, ou 3,6 milhões se somados os indiretos e informais, segundo o estudo “Setor Sucroenergético, desafios e oportunidades da safra 2013/2014”. Porém, apesar de contribuir tanto com o país, a logística, fundamental para o escoamento da safra, ainda está muito aquém do que poderia ser. Para José Vicente Caixeta Filho, professor do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP) as carências da logística de transporte são obstáculos para o crescimento do Brasil, já que representa 30% dos custos da produção. Apesar disso, o setor sucroenergético conseguiu alternativas para escoar a sua produção, como os serviços logísticos de transbordo e transporte ferroviário de açúcar. “Temos que ter uma visão estratégica e planejar de modo integrado, a infraestrutura de transporte,

José Vicente Caixeta Filho: setor tem conseguido driblar dificuldades com criatividade

armazenamento e escoamento, solucionando o gargalo logístico do país, impulsionando assim investimento e o crescimento econômico”, explica. O pesquisador Thiago Péra relata que a gestão dos projetos públicos de infraestrutura é um dos grandes

desafios para o setor. “Se esse problema fosse resolvido, aumentaria a competitividade para o transporte de açúcar e os custos seriam reduzidos. É preciso criar mais infraestrutura para transporte de açúcar com parcerias público privado”, diz.


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Integração e fretes de retorno podem aumentar competitividade Hoje o transporte de açúcar e etanol ainda estão muito condicionados ao modal rodoviário e o destino final ainda não está totalmente preparado para recepcionar os produtos. No Porto de Santos, SP, por exemplo, existem poucas opções de terminais de açúcar e o projeto do etanolduto ainda não está totalmente finalizado. Assim, um dos principais desafios apontados por especialistas, pende para o transporte rodoviário, que representa cerca de 50% do deslocamento do açúcar e quase 100% do deslocamento do etanol brasileiro, segundo a Esalq-Log (Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial). Para o pesquisador Thiago Péra, da Esalq-Log, como a logística tem grande impacto no preço de comercialização é preciso fazer uma boa integração entre transportes e o uso de fretes de retorno para reduzir custos. “Em vez de pagar o deslocamento da volta, a transportadora poderia oferecer um serviço de retorno a alguma empresa de fertilizante, por exemplo, por um preço menor. A integração é um gargalo em função da concorrência dos produtos na ferrovia. A forma de reduzir essa concorrência seria aumentar a capacidade ferroviária”, admite Thiago Péra, pesquisador da EsalqLog. Segundo Péra, outra alternativa seria utilizar um sistema de armazenagem e fugir dos picos de safra para diminuir os

Projeto do etanolduto ainda não está totalmente finalizado

custos. “Nesse período quem tem estoque consegue reduzir custo da logística e ganhar maior margem em função do preço de comercialização. Seria uma meta de planejamento entre a área comercial e logística das usinas”, diz. Ele admite ainda que o

posicionamento de novas bases de distribuições em pontos estratégicos para redução de custo logístico total para o etanol e o etanolduto são alternativas importantes. “O cenário do etanol é indefinido em função da falta de políticas governamentais. Mas o etanolduto deverá

solucionar boa parte do problema de custos, com a vantagem de fluxo contínuo. A conexão rododutohidro será eficiente para o transporte de etanol. Dependendo da competitividade de preço da rodovia e hidrovia, os preços poderão diminuir em até 40%”, conclui. (AM)


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Legislação polêmica onera o setor Não bastasse a logística ser um gargalo para o país, muitas vezes, a legislação pode onerar ainda mais o deslocamento e as operações dentro e fora do campo. Isso porque o Conselho Nacional de Trânsito passará a exigir o emplacamento de tratores e máquinas agrícolas em todo o Brasil a partir de janeiro de 2015. O primeiro capítulo dessa história começou em 2012 quando o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), apresentou a Proposta de Lei 3312, que desobrigava tratores e veículos para o trabalho agrícola, como colhedoras de cana, do registro e licenciamento anual. E o final polêmico, culminou em maio deste ano quando o projeto foi vetado pela presidente Dilma Rousseff. A partir daí, os automotores agrícolas fabricados de 1º de agosto de 2014 em diante, que transitem em vias públicas, devem ser registrados, licenciados e também emplacados. Kazuyochi Ota Junior, engenheiro de manutenção automotiva na NovAmerica Agrícola, avalia que o emplacamento seria mais uma maneira de arrecadar dinheiro aos cofres públicos. “Medidas com maior orientação, sinalização das vias, condições de tráfegos, verificação das condições das frotas, informação sobre melhores logísticas de deslocamento de áreas são mais primordiais, pois um acidente não será evitado apenas por utilização de placas nos tratores. É importante evidenciar que medidas como essas só aumentam o custo de produção, prejudicando ainda mais o setor agrícola/canavieiro”. O deputado federal Alceu Moreira se diz indignado “pois em um país rural, emplacar trator e máquinas e considerar uma colhedora como um carro de passeio, isso é uma sandice. É uma manobra arrecadatória por parte do governo, que quer colocar a mão no bolso do produtor. Não podemos pagar essa conta”, lembra. De acordo com especialistas, o emplacamento de cada veículo agrícola deverá custar entre R$ 600 e R$ 1 mil. A presidente Dilma disse que o conceito do Projeto, que trata de veículos automotores destinados a executar trabalhos agrícolas é muito amplo e impossibilita que se determine com clareza quais os veículos que seriam objetos da dispensa proposta. (AM)

Alceu Moreira: emplacar trator considerar colhedora como carro de passeio é sandice

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Que falta já faz a KOMBI... Setor testa modelos para substituir utilitário preferido para o transporte de passageiros no campo ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A falta das Kombis para as usinas sucroenergéticas é uma questão muito discutida no setor desde que a Volkswagen interrompeu sua fabricação no final de 2013. Durante uma pesquisa realizada pelo Gmec – Grupo de Motomecanização do Setor ficou nítido a falta que o utilitário faz ao segmento. A polêmica em torno do assunto chegou a Brasília no final do ano passado, pois a possibilidade de ser aberta uma exceção à regra para a Kombi foi levantada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Depois disso, o Conselho Nacional de Trânsito decidiu que a Kombi não seria uma exceção e que todos os veículos fabricados a partir de 2014 deveriam ter airbags e freios ABS. Com isso, a fabricação do veículo foi encerrada, pois segundo a montadora, seria inviável a Kombi receber os itens. Questionada sobre um possível substituto para a Kombi, a Volkswagen preferiu não se manifestar. Entre as respostas das usinas há casos de estoques de Kombis e outras que utilizam micro-ônibus e vans. Até mesmo o modelo Doblô, da Fiat, esteve entre os utilitários testados. Uma usina do interior paulista resolveu testar a Sprinter. Em relação à suspensão do veículo, responsável por absorver as irregularidades do terreno e manter as rodas no chão, o responsável pela avaliação — que não quis se identificar, sabe-se lá os motivos

— explicou que ainda é cedo para responder, pois o teste havia começado apenas um mês atrás. “Nesse período nada quebrou, mas isso não quer dizer que o veículo seja o melhor”, diz o responsável. Segundo ele, ao comparar a Kombi com ônibus com mais de 10 anos de uso, as vantagens estão no custo-benefício, pois mesmo quebrando mais, o custo de reparo e manutenção da Kombi ainda é baixo. “Eu não sei se o custo da Kombi é melhor que as vans atuais. Precisaríamos comprar duas de cada modelo e colocar para rodar nos mesmos locais e acompanhar os custos por pelo menos três anos. Por isso fazemos pesquisa com outras usinas para ver se está indo bem, se quebra muito ou não. Testamos a Sprinter e percebemos que seu custo é um pouco acima da Kombi, mas é menor do que dos ônibus, com a vantagem

de ter ar-condicionado. É preciso levar em consideração que ela só tinha 20.000 km rodados (no teste de um mês) e a Kombi tinha 240.000 km rodados”, reforça. Carlos Garcia, gerente sênior de Vendas e Marketing da Sprinter no Brasil, explica que a nova Sprinter cumpre com excelência dois dos maiores desafios do transporte: redução no consumo de combustível e no índice de emissões, além disso, em relação à suspensão, atenderia as necessidades do segmento, pois as barras estabilizadoras dianteiras e traseiras do veículo se mantêm estáveis e suave o necessário para absorver impactos devido ao alto nível de irregularidade do solo, propiciando maior conforto. “Outro fator positivo para a Sprinter acessar locais com pista irregular é a altura em relação ao solo”, lembra.


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Usina compra e guarda duas últimas unidades da Kombi Depois que a Volkswagen Kombi, uma das líderes em vendas de utilitários no setor sucroenergético, saiu de linha, o segmento se sentiu desamparado. Uma das razões é que as usinas ainda não conseguiram encontrar um veículo substituto do mesmo porte, com custobenefício atrativo e robusto como ele. A Usina Cerradão foi uma das empresas que correu para estocar duas unidades. “Estamos perdidos em relação aos substitutos das Kombis. Optamos em comprar e estocar duas últimas unidades da região, pois não conseguimos encontrar outro veículo que nos proporcione um bom custo-beneficio, principalmente com peças de reposição baratas iguais as das Kombis. A ideia é aguardar o que as montadoras vão oferecer”, diz Everaldo Honorato, coordenador de Manutenção. Em tom de desabafo, o profissional reclama do desamparo das montadoras em relação ao segmento sucroenergético. “A questão é que as montadoras de veículos leves e pesados não fabricam equipamentos para o setor canavieiro, nós que precisamos modificar os veículos. O setor busca novos modelos que substituam esses automóveis fora de linha, mas o custo é bem superior”, confirma.

Everaldo Honorato, da Cerradão: “Ainda não encontramos veículo de custo-benefício similar”

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Montadora evita comparar Sprinter com a Kombi Diversas montadoras foram procuradas pela equipe de reportagem, mas somente a Sprinter do Brasil se manifestou, deixando claro que o modelo da montadora não deve ser comparado com a Kombi. Ao ser questionado sobre a possibilidade de atender as necessidades das usinas através de algum tipo de adaptação para o transporte de pessoas no campo, Carlos Garcia, gerente sênior de Vendas e Marketing da Sprinter no Brasil, afirma que tem interesse de ouvir as usinas. “Cada linha possui especificidades técnicas que podem atender esse segmento de maneira pontual. A família Sprinter oferece excelente capacidade de transporte, tanto no que se refere ao número de passageiros, no caso das vans, quanto ao volume de carga dos furgões e chassis. Isso se deve ao PBT – peso bruto total (3,50 / 3,88 / 5 toneladas) e das distâncias entre eixos. Devido às suas características técnicas, a Sprinter nos permite racionalizar o dimensionamento de frotas obtendo, com um menor número de veículos, a redução do custo operacional. A linha de Van Sprinter oferece as opções de assentos que são 15+1, 17+1 e 20+1 assentos, ou seja, 19 assentos para os passageiros e mais o assento do motorista. Essas configurações já saem montadas de fábrica, o que assegura maior qualidade, conforto, robustez e segurança. Como opcional, a Sprinter ainda oferece um eficiente sistema de ar-condicionado”, explica. (AM)


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Bosch Engenharia se consolida no setor sucroenergético A Bosch Engenharia, empresa pertencente a Bosch Projects, da África do Sul, instalada em Piracicaba (SP), região tradicional no cultivo de cana-de-açúcar, oferece ao mercado soluções com excelente custo-benefício. Prova disto, é que de 2008 a 2010, a empresa comercializou 10 difusores modulares, sem corrente, para unidades produtoras instaladas na América Latina, sendo nove plantas no Brasil. Os números atestam a eficiência da tecnologia desenvolvida pela empresa. O mais recente equipamento comercializado foi o Cozedor Contínuo a Vácuo de 2800 hl para a Usina São Martinho, localizada em Pradópolis, interior de São Paulo. O equipamento, que pesa 200 toneladas, levou nove meses para ser construído e instalado, e trabalha atualmente com 100% de sua capacidade, sendo fundamental para os novos recordes de produção alcançados pela usina. Ivan Voigt, diretor da empresa, explica com detalhes o funcionamento do produto. “O CVP de massa B utiliza sementes - produzidas em laboratório - e mel proveniente dos cozedores de massa A. Durante este processo, o açúcar contido no mel A é cristalizado nas sementes, fazendo-as crescer e tornarem-se cristais de açúcar B. No projeto desenvolvido pela Bosch, estes cristais ficam em um período idêntico dentro do CVP, fazendo com que eles saiam com tamanhos praticamente iguais. A excelente qualidade dos cristais de massa B auxiliam na produção de cristais de massa A”. Todos os demais equipamentos oferecidos pela Bosch estão disponíveis no Brasil, incluindo desfibradores, peneiras rotativas para caldo, evaporadores de tubo longo, cozedores de vácuo contínuo, cristalizadores verticais, separadores de arraste, secadores de açúcar, entre outros.

Cozedor contínuo a vácuo, produzido pela Bosch Engenharia

Grupos como Raízen, British Petroleum – BP e Cargill, além de empresas do Peru e Paraguai, já se utilizaram dos serviços de consultoria oferecidos pela Bosch. Os executados mais recentes são os gerenciamentos das operações das fábricas na Destilaria

Lasa, em Goiás, e uma usina no Espírito Santo. Bosch Engenharia 19 3301 8101 www.boschengenharia.com.br


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Tecnologias otimizadas elevam eficiência na produção de etanol Para a obtenção de resultados positivos, diversos fatores precisam ser considerados no desenvolvimento de projetos para sistemas de destilação e desidratação RENATO ANSELMI,

DE

CAMPINAS, SP

Processos otimizados da peneira molecular voltados à desidratação etanólica, sistemas de concentração de vinhaça que possibilitam a diminuição desse efluente em até dez vezes e soluções eficientes para a produção do etanol hidratado, incluindo o neutro e o extra neutro, fazem parte de um conjunto de alternativas desenvolvidas pelo mercado fornecedor com o objetivo de atender a expectativa do setor sucroenergético por elevação de sua produtividade. Existem diversos fatores que devem ser considerados no desenvolvimento dos projetos voltados para destilação, desidratação do etanol e concentração de vinhaça, para atender da melhor maneira possível as necessidades dos clientes em relação ao processo de produção de etanol, afirma a engenheira química Maria de

Maria de Fatima Marchini: sistemas devem respeitar o meio ambiente

Fatima Marchini, da VS Engenharia, empresa parceira da JW Equipamentos, de Sertãozinho, SP De acordo com ela, para a obtenção de

resultados positivos, os projetos precisam levar em conta aspectos como: menor consumo de vapor; redução de perdas dos efluentes; baixo consumo de água de

resfriamento; qualidade do produto final; redução dos custos operacionais e viabilidade do investimento. “Todos os sistemas devem atender as normas de projetos mecânicos, de segurança e também as necessidades de reduzir os efluentes e descartes dos processos, respeitando o meio ambiente”, comenta. Segundo Fatima Marchini, os processos de destilação praticados pela JW para o hidratado incluem a obtenção do etanol padrão combustível em pressão atmosférica ou sob vácuo, com padrões intermediários de acordo com a necessidade do cliente. Os sistemas disponibilizados pela empresa possibilitam a produção de etanol hidratado neutro e extra neutro também em pressão atmosférica ou em duplo efeito, ou seja, com redução no consumo de vapor e água – informa. Com o objetivo de oferecer alternativas tecnológicas para a concentração de vinhaça, a JW oferece duas opções de processo, sendo uma em duplo efeito com a coluna retificadora, reduzindo o consumo de vapor, e outra opção utilizando vapor com pressão de 0,7 kgf/cm²g ou 1,5 kgf/cm²g”, detalha. “Atualmente estamos participando de estudos para novos desenvolvimentos utilizando a biomassa para o etanol 2G, e também o mix com uso nas plantas de cana e milho”, revela Fatima Marchini, que é diretora de Engenharia da VS.


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Peneira molecular reduz consumo de vapor e água Características positivas do monoetileno glicol garantem boa aceitação dessa tecnologia nas unidades sucroenergéticas Para a obtenção do etanol anidro, o mercado oferece diversas soluções. “Entre as tecnologias de desidratação do etanol existentes atualmente, as peneiras moleculares tiveram, nos últimos anos, um bom desempenho em relação à redução de consumo energético, água de resfriamento e por ser um processo diferenciado, automatizado e de fácil operação”, destaca Maria de Fatima Marchini. Os diversos modelos que utilizam a peneira molecular atendem o padrão ANP nacional e os padrões de exportação exigidos pelos Estados Unidos e Europa. “Com a evolução das vias de obtenção do etanol anidro otimizamos também a redução no consumo de vapor e água”, afirma. Esse aperfeiçoamento da tecnologia criou condições para que a JW Equipamentos lançasse – observa – três modelos de peneiras moleculares que atendem as necessidades específicas de

Peneira molecular possibilita a operação da unidade de desidratação o ano todo

cada cliente: “CR” – com reciclo; “SR” – sem reciclo (com coluna retificadora em pressão atmosférica); e “DE” – sem reciclo (com coluna retificadora a vácuo). Os modelos “SR” e “DE” possibilitam a operação da unidade de desidratação o ano todo, ou seja, no período de entressafra, a planta que estiver cogerando terá energia disponível, e poderá produzir o etanol anidro, pois o processo de desidratação fica independente, nesses casos, do processo do hidratado – explica. Outras opções para a obtenção do anidro, disponibilizadas pela JW, são os sistemas que empregam como agentes desidratantes o monoetileno glicol (MEG) e o ciclo hexano. O processo, que utiliza o MEG, começou a ser implantado em 2002 e tem boa aceitação até os dias de hoje, afirma Fatima Marchini. Esse sistema de desidratação etanólica da JW, modelo BSM (tecnologia patenteada), é baseado nos princípios da destilação extrativa. Segundo a engenheira química, algumas características tornam esse processo diferenciado: o desidratante utilizado não é volátil e não é inflamável; apresenta consumos de vapor e água reduzidos em relação a outros processos (exceto peneiras moleculares) e aceita maior flexibilidade no grau alcoólico do etanol hidratado na alimentação do processo. (RA)


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Sistemas de concentração diminuem volume de vinhaça Soluções tecnológicas reduzem custos de transporte e de aplicação desse efluente na adubação das lavouras de cana A redução do volume de vinhaça proporcionada por tecnologias desenvolvidas para essa finalidade é de aproximadamente dez vezes, podendo variar, para mais ou para menos, de acordo com o tipo de projeto, afirma Guilherme José Balthazar Fernandes, engenheiro de aplicação da Citrotec, empresa de Araraquara, SP, que oferece diversas soluções nessa área. “Com a concentração, o volume de um milhão de litros de vinhaça pode ser reduzido para cem mil litros” – exemplifica. A diminuição de custos de transporte e de aplicação desse produto na adubação das lavouras de cana, a elevação do teor de potássio, o reaproveitamento da água retirada da vinhaça nos processos industriais estão entre as vantagens proporcionadas pelos sistemas de concentração, avalia. “O investimento se paga em aproximadamente duas safras”, calcula. O menor custo para a distribuição da vinhaça concentrada possibilita também uma escolha mais criteriosa da área que vai receber esse produto, o que pode favorecer o aumento de produtividade em determinados locais. A Citrotec tem disponibilizado para o setor algumas soluções para a concentração de vinhaça. Uma delas, o sistema Ecowaste, está em fase final de desenvolvimento, segundo Guilherme Fernandes. O processo pioneiro é o Ecovin, um evaporador de concentração de vinhaça, que consome vapor V1.

José Balthazar Fernandes: investimento se paga em aproximadamente duas safras

O segundo equipamento nessa área, desenvolvido pela Citrotec, é o Ecovin JL que produz etanol com a vinhaça já concentrada, sem requerer consumo adicional de vapor. Faz a concentração utilizando vapores alcoólicos gerados na destilaria. A Citrotec oferece o Reboiler de Névoa Turbulenta, que é um aquecedor indireto das colunas de destilação – explica o engenheiro de aplicação. A empresa conta ainda com o Ecowaste que está em desenvolvimento no mercado. “É um evaporador de vinhaça que não usa vapor. Utiliza como fonte de energia os gases das caldeiras”, diz. O Ecowaste é o projeto mais recente de concentração de vinhaça desenvolvido pela Citrotec. “Somente o Ecovin consome vapor. O

Reboiler não é um concentrador. É um equipamento que vai estar acoplado à destilaria. Todos os evaporadores da Citrotec funcionam com princípio de evaporação por névoa turbulenta descendente”, esclarece. A Citrotec fabrica e disponibiliza para o mercado um conjunto de colunas de destilação com tecnologia da empresa francesa Maguin-Interis, que é integrado ao concentrador de vinhaça Ecovin JL. “Todos os evaporadores de vinhaça da Citrotec são equipados com o condensador evaporativo, exceto o Reboiler. Isto faz com que o evaporador não precise de uma fonte externa de água. O condensador evaporativo tem uma potência instalada muito baixa”, informa. A escolha pelo tipo de sistema de

concentração depende da estratégia de cada empresa. Algumas unidades têm vapor disponível e por isso optam pelo Ecovin. Outras têm maior disponibilidade de capital e preferem o Ecovin JL, que é mais caro, mas não consome vapor, compara. A utilização desse processo exige áreas maiores e, consequentemente, gastos mais elevados com tubulações de inox – observa. “A aceitação dos sistemas de concentração de vinhaça é muito boa. Quem não tem, quer ter. A crise afeta a comercialização. Mas, a procura sempre existe. Os estudos das unidades, nessa área, podem ficar engavetados. Mas, estão em stand by esperando a melhor oportunidade para virar realidade”, comenta. (RA)


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Treinamento leva eficiência ao controle microbiológico MC Desinfecção traz soluções voltadas à melhoria do rendimento da fermentação etanólica DA REDAÇÃO

Com objetivo de melhorar e acompanhar o rendimento industrial — alvo perseguido em todas as usinas do país —, a MC Desinfecção Industrial passou a oferecer um pacote com dez unidades do Kit MC, produto que permite quantificar em até 60 minutos a contaminação bacteriana nos caldos do processo fermentativo, incluindo o treinamento para sua utilização. Realizado in loco, o treinamento busca capacitar os profissionais da usina, oferecendo em uma única vez, a oportunidade de vários funcionários se especializarem. Durante sua implantação, todas as dúvidas dos colaboradores são sanadas até que estejam seguros para realizar o diagnóstico, escolhendo o tubo correto para comparar com o ‘Gabarito de Cores’, componente desenvolvido especialmente para o Kit. Todo rastreamento é discutido até que se tenha um número confiável quanto à

contaminação bacteriana no processo de fermentação. Com o trabalho, é possível otimizar tempo para que as devidas ações

corretivas e preventivas sejam tomadas sem depender dos métodos convencionais, que demoram mais de 48 horas para

apresentarem os resultados. A metodologia foi validada por plaqueamentos prévios, realizados em diversas universidades e usinas, os quais deram origem ao ‘Gabarito de Cores’, cujo resultado poderá ser obtido em até 60 minutos. A alta performance nesta etapa de produção de etanol tem chamado a atenção das empresas, que buscam mudanças, inovações tecnológicas, capacitação profissional e educação continuada. Mário César Souza e Silva, biomédicomicrobiologista especializado em Desinfecção Industrial, diz que a quantificação ajuda a calcular o volume de antimicrobianos e antibióticos a serem aplicados corretamente. “O caldo do processo fermentativo possui sacarose a ser convertida pelas leveduras em açúcar ou etanol, mas essa sacarose também pode servir de alimento para outros competidores (bactérias contaminantes da fermentação). Com a perda dessa sacarose a usina toma prejuízo. Então quanto mais rápido quantificar o nível de contaminação e corrigi-la, menor será a perda”, explica. A solução cromogênica do Kit MC é composta por pigmentos exógenos precursores de cor azulada (Indicador Cromogênico) e a caixa contém 36 tubos de 5 mL de solução cromogênica cada, seis pipetas de Pasteur descartáveis e um Gabarito de Cores.


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Curso de Vasos de Pressão atualiza NR-13 WELLINGTON BERNARDES, DE

RIBEIRÃO PRETO

Durante a segunda semana de agosto, do dia 5 a 8, aconteceu o Curso de Vasos de Pressão, em Ribeirão Preto (SP). Realizado pela Sinatub em parceria com a ProCana Brasil, o evento levou conhecimento teórico e estudos de casos sobre projetos e inspeção de caldeiras, vasos de pressão e tubulações, com base em procedimentos como a NR-13, ASME Code, dentre outros. A terceira edição do curso teve enfoque nas recentes mudanças na NR 13, que ocorreram no início de maio, atualização com grande demanda nas usinas sucroenergéticas. Com duração de quatro dias, o curso foi dividido em dois módulos. No primeiro os alunos entenderam as etapas de um projeto de vaso de pressão, com cálculos das pressões interna e externa, e dimensionamento de aberturas, bocais e

flanges. Ao final desta primeira etapa, o segundo módulo discorreu sobre a legislação e inspeção de caldeiras, vasos de pressão e tubulações. Foram 25 participantes, a maioria oriunda do setor sucroenergético, que buscava atualização sobre a NR-13. Para Luiz Cláudio Pereira Silva, organizador do curso e diretor da Sinatub, o curso teve enorme aceitação pelas empresas sucroenergéticas, que enviaram seus gestores para atualização e capacitação, para transmitir aos colaboradores e prestadores de serviços as mudanças ocorridas na Norma Regulamentadora e cálculos de vaso de pressão, segundo a Norma ASME. “Há uma grande preocupação por parte das usinas pela formação de seus profissionais. Os presentes neste curso possuem elevada experiência no assunto, o debate que ocorre dentro e fora de sala é elevado e engrandecedor, refletindo em melhorias na indústria de açúcar, etanol e energia”, afirmou.

O engenheiro naval, formado pela Escola Politécnica da USP, Antônio Carlos Basso da Cunha Leal, tem grande experiência em processos industriais voltados aos ajustes de fluidos é o instrutor desta terceira edição. Ele acredita que há carência de investimentos nesta área. “Observo no setor uma desatualização. Há vasos muito antigos nas usinas, fabricados em uma época em que não havia regulamentação”, explica. Para o engenheiro, a qualificação não pode parar na equipe da empresa, a reciclagem deve acontecer em sintonia com as novas tecnologias disponíveis no mercado. “Há um entrave nesta área, os fabricantes e fornecedores possuíam vasos de pressão de qualidade inferior, nossa expectativa é estimular, como já vem ocorrendo, a melhoria nos processos produtivos desta indústria, com a implementação de equipamentos mais atualizados e profissionais mais preparados”, conclui.

Antônio Carlos Leal falou sobre qualidade dos vasos de pressão

MAIS PREPARADOS — Daniel Cardoso, supervisor de manutenção da Biosev, ressaltou a importância do curso para qualificar toda a equipe e a indústria. “Voltaremos mais preparados para a empresa, com mais conhecimento sobre o tema e aptos a exigir dos nossos prestadores de serviços adequação às novas regulamentações”. (Daniel Cardoso, supervisor de manutenção da Biosev)

DEMANDA POR ATUALIZAÇÃO — Paulo Santos, projetista da Goiasa, já participou de outros eventos promovidos pela parceria Sinatub e ProCana Brasil. Afirma que há demanda interna pela atualização da equipe. “Sabemos como o tema é importante, já não é o primeiro curso que realizo, a empresa percebe o retorno deste investimento em nós, que voltamos mais preparados em termos técnicos pelo conteúdo e contato com profissionais de outras usinas”. (Paulo Santos, projetista da Goiasa)


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TURBINAS TGM AGREGAM VALOR AO SETOR Cerradinho Bioenergia terá mais 90 MW com Turbina TGM em Chapadão do Céu, GO DA REDAÇÃO

O cenário industrial no Brasil dá passos largos e significativos quando o assunto é turbinas a vapor para geração de energia elétrica. O processamento de matérias-primas como cana-de-açúcar, palha, milho, sorgo sacarino, entre outras, para produção de etanol 1G, 2G, açúcar, energia, leveduras e outros produtos em uma mesma planta garante a geração de energia e, ainda, potencializa um excedente para exportação. O diretor de engenharia da TGM, José Paulo Figueiredo, afirma que a diversificação no processamento de matérias-primas é uma alternativa que está ganhando espaço nos projetos. “Tecnicamente, a escolha do produto a processar é uma decisão de cada unidade e apresenta uma gama de alternativas com relação à turbina a vapor que será aplicada, como exemplos: Turbinas de contrapressão, condensação, extração controlada, dupla extração controlada e sistemas modernos de automação e controle”, explica. Segundo ele, todos os itens compõem

Turbina TGM para acionamento direto de gerador dois polos: alta tecnologia fortalece receita do cliente

a versatilidade das turbinas TGM. “Prova disso são as inúmeras inovações desenvolvidas para cada cliente que tornou a empresa referência mundial, justamente por ser o berço das tecnologias no setor sucroenergético e por trazer soluções

versáteis, seguras e eficientes em diversos segmentos”. Uma das soluções é o ciclo Regenerativo que aumenta a eficiência da planta, gerando mais vapor com o mesmo combustível, utilizando parte do mesmo

para aquecer o condensado que retroalimenta a caldeira. José Paulo Figueiredo enfatiza que é necessário, na fase de projeto, estudar todas as possibilidades para que a turbina esteja preparada para os processos futuros.

Projeto atende os mais variados processos produtivos

Turbinas TGM instaladas na São Martinho produzindo 100 MWh de energia elétrica

Um exemplo prático é a consolidação do fornecimento de mais 90MW para a Cerradinho Bioenergia, localizada em Chapadão do Céu, GO. O equipamento é preparado para atender processos de produção de açúcar, etanol 1G, 2G, etanol de milho e energia elétrica com ciclo regenerativo, complementando os 80 MW já instalados. Segundo Marcelo Severi, gerente do departamento comercial da Unidade de Negócios de Turbinas TGM, o desenvolvimento do projeto permitiu atender os diversos processos industriais, maximizando a geração de energia elétrica e proporcionando um incremento da energia disponível para exportação. “Não há uma fórmula padrão. Estudos determinam a melhor solução para cada negócio e a TGM conta com uma estrutura completa para auxiliar nos estudos e no fornecimento de equipamentos para geração de energia e cogeração, com tecnologia 100% nacional”, completa Severi. “A TGM é uma multinacional brasileira que fabrica turbinas a vapor compactas, de fácil operação para geração de energia até 150 MW de potência nominal, sendo elas de maior eficiência termodinâmica do mercado. A TGM também fabrica redutores paralelos e planetários que contribuem com a eficiência na cogeração”, lembra Severi.


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Revisão, modernização e repotenciamento em turbinas ganham destaque Uma planta industrial precisa estar apoiada em três pilares, sendo: disponibilidade operacional, segurança e eficiência, para garantir seu funcionamento pleno. E a cultura da manutenção ganha espaço e fortalece estes pilares com os serviços de revisão, recuperação, repotenciamento e modernização. Todos estão em ascensão nas indústrias, tornandose também uma solução na redução de custos. Segundo Mauro Moratelli, gerente do departamento comercial da Unidade de Negócios de Serviços TGM, em uma usina do interior paulista, por exemplo, foi realizado um serviço em turbina de condensação de 30MW de outro fabricante. “Com quatro anos de operação, o equipamento apresentou desgaste prematuro em 30% das palhetas. A solução foi aplicar a engenharia reversa para troca dos componentes desgastados, alterar o canal termodinâmico e incrementar a eficiência da turbina. O equipamento de outra marca opera em plena carga com a tecnologia TGM”. Para Mauro, “o objetivo é inserir a tecnologia TGM nos equipamentos existentes no mercado. Temos estrutura para revisar, modernizar, repotencializar, fazer engenharia reversa e fornecer peças de reposição em qualquer marca ou modelo de equipamento, não só em turbinas, mas também em redutores. Isso faz parte das soluções diferenciadas TGM para uma maior eficiência e segurança da planta do cliente”, garante Mauro.

Turbina após realização de serviços TGM

Redutor planetário recebe tecnologia TGM

SERVIÇOS NA FÁBRICA E EM CAMPO É disponibilizado aos clientes uma série de serviços TGM em fábrica ou em campo, como por exemplo: NA FÁBRICA TGM Atendimento 24h Balanceamento em baixa e alta rotação Revisão Repotenciamento Engenharia reversa e produto Transformação de simples estágio para multiestágios Modernização em sistema de selagem Modernização em sistema de controles hidráulicos Fabricação de peças

EM CAMPO Alinhamento de carcaça Boroscopia Inspeções Instalação Start-up Revisão Modernização Automação e Controle Manutenção corretiva/preditiva Operação assistida

G3 Full, a mais nova geração de Redutores Planetários TGM A extração do caldo está cada vez mais eficiente com a aplicação dos redutores planetários. As usinas e destilarias tendem a optar por esta tecnologia pelo seu rendimento em operação e pela expressiva contribuição no menor consumo de energia, consequentemente, disponibilizando mais energia elétrica para comercialização. “Com ações e soluções visando a maximização dos resultados energéticos, a eficiência industrial está em primeiro plano nas unidades que comercializam energia ou que necessitam reduzir o consumo interno”, disse Vicente de Paula Silva Jr, coordenador do departamento comercial da Unidade de Negócios de Transmissões TGM . “Em um estudo comparativo de eficiências é possível analisar o quanto o G3 Full é mais vantajoso. Considerando a eficácia do conjunto relacionado às perdas mecânicas, o redutor planetário TGM possui superioridade energética em relação aos redutores de eixos paralelos, tanto na aplicação central quanto individual dos rolos”. Ao caminhar em direção às novas tecnologias, os planetários G3 Full trouxeram ganhos significativos no quesito disponibilidade operacional da moagem, economia em manutenção das moendas e difusores, bem como maior flexibilidade operacional com outras tecnologias. “Ou

SOBRE A TGM

Planetários TGM acionando moenda na Unidade Tanabi Guarani S.A.

seja, é a verdadeira evolução do universo de acionamentos em usinas e destilarias”, diz. Em relação à configuração de instalação, o G3 Full pode ser aplicado individualmente no rolo através de flanges e discos de contração, ou até mesmo de conversores de torque oscilantes na aplicação central. “Esta flexibilidade permite a instalação dos redutores em etapas, como em unidades que possuem acionamentos turbinados e que planejam o aumento da moagem e eletrificação do

conjunto de extração”, revela Vicente Jr. De acordo com Vicente Jr, o planetário G3 Full é o mais vendido do setor, pois é superior aos demais do mercado, é mais resistente e tem preços competitivos. Está também instalado em acionamentos de difusores nas Unidades Rio Dourado da SJC Bioenergia e na Tropical da BP. “Para o cliente, a redução de custo em manutenção ao longo da vida do equipamento é um grande atrativo”, comenta.

Com 23 anos de experiência no mercado, a TGM está sediada em Sertãozinho, SP, possui outras três unidades, sendo: Maceió, no nordeste brasileiro, São José dos Campos, próxima à capital de São Paulo e em Nürnberg, na Alemanha, bem como está presente em mais de 40 países e mais de 550 clientes atendidos anualmente. Considerada a maior empresa da América Latina no segmento, a TGM é uma multinacional genuinamente brasileira, que adquiriu o respeito e a confiança de seus clientes na fabricação de mais de 1.000 turbinas a vapor, que totalizam 10.2 GW de energia, 1.330 redutores planetários, 460 redutores paralelos, 28 redutores especiais e 550 turbinas repotenciadas. Realiza também serviços de repotenciamento, revisão, modernização em turbina e redutor de qualquer marca. Além da tecnologia 100% brasileira, outro diferencial é o Atendimento 24 h da Assistência Técnica, realizando o atendimento de forma ágil, eficaz e precisa.


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Fermentec orienta usinas a alcançar teores alcoólicos mais elevados TADEU FESSEL

POR MARCEL SALMERON LORENZI

Em busca de contínua sustentabilidade e redução do custo de produção do etanol, a Fermentec propõe operar o processo de fermentação com teores alcoólicos mais elevados, promovendo redução dos custos logísticos do transporte e distribuição da vinhaça, economia de energia (vapor) no processo de destilação e também com a água de tratamento do fermento. Além disso, a tecnologia transcende o seu propósito ao permitir a sinergia com novas tecnologias do setor, além dos ganhos já inerentes e imediatos à sua implantação. De acordo com a empresa, a Fermentec é a única com conhecimento e tecnologia para orientar usinas e destilarias a trabalharem com teores alcoólicos mais elevados, de maneira consistente e estável, superando os 8,5% v/v atuais para até 12% v/v de teor alcoólico, através do uso de leveduras e ajustes de processo. Tudo isso dentro de um cenário de viabilidade técnica e financeira, com retorno garantido. Os ganhos podem ultrapassar R$ 3,5 milhões/safra* somente com a economia com a distribuição da vinhaça no campo.

ESTUDO DE CASO Em uma usina que processa 4 milhões de toneladas de cana, elevando o teor alcoólico para 12% v/v, a Fermentec desenvolveu, em parceria com a Fapesp,

NÚMEROS DA FERMENTAÇÃO Teor Alcoólico .L Vinhaça/ L Etanol (% V/V) . . .(Aquecimento Indireto) 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10,5 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9,11 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7,09 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6,33

através do programa Pipe, uma nova levedura, a Levedura Fermel®. O intuito é proporcionar ao setor uma nova levedura, mais adaptada às condições de colheita mecanizada, mais tolerante a mosto de melaço e água, e que suporte teores alcoólicos elevados, além de rápida velocidade de fermentação e recuperação após paradas, ou seja, uma levedura com características de dominância, robustez e resistência frente às oscilações do processo industrial. Os efeitos positivos dos avanços tecnológicos e

gerenciais, agrícola e industrial, são evidenciados na contínua queda de custos, mas ainda existem ganhos significativos a realizar nos próximos anos. E as tecnologias desenvolvidas pela Fermentec compactuam com essa filosofia, pois os processos visam à redução do custo do etanol em busca da sustentabilidade do setor. Fermentec 19 2105.6100 www.fermentec.com.br


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Curso de caldeiras, vapor e energia discute integração entre indústria e o mercado WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

Aconteceu nos dias 24 e 25, em Ribeirão Preto, SP, o Curso de Caldeiras, Vapor e Energia. O evento apresentou para os 120 participantes, 17 palestras que abordaram a otimização industrial e agrícola para geração de energia e biocombustíveis. Para Luiz Cláudio Pereira Silva, organizador do evento e diretor da Sinatub, o curso, que teve 70% dos presentes oriundos do setor, possibilitou uma oxigenação do segmento pelo rico debate que promoveu. “O curso trouxe gestores de grandes empresas para informar os participantes sobre suas atuais tecnologias. E ainda um diálogo entre palestrantes e participantes, que expuseram suas dúvidas e realidades”, explicou. Um dos destaques do evento foi a palestra de abertura do diretor técnico da MCE Engenharia, José Campanari Neto, que trouxe para os presentes algumas alternativas para melhorar a eficiência energética de usinas. Campanari falou também sobre os atuais entraves que

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VITRINE — O evento é uma vitrine para nossa equipe, que tenta continuamente divulgar novas tecnologias, além de estreitar as relações com o público, que conhece de maneira antecipada as novidades para o setor. Francisco Lineiro, do CTC Piracicaba TROCA DE INFORMAÇÕES — Podemos trocar informações entre fornecedores e prestadores de serviços, não apenas demonstrando, mas também aprendendo com as experiências em campo relatadas para nós. Helcio Lamônica, do CTC Piracicaba

José Campanari Neto, diretor técnico da MCE Engenharia

seguram o crescimento da geração de energia a partir da biomassa no país. “Cada sistema de geração deve competir entre si, atualmente os leilões de energia não separam por matéria-prima as fornecedoras de energia, nas quais há custos diferentes decorrente de cada tipo de processo”, explica. Para o engenheiro, a

INFORMAÇÃO DE QUALIDADE — “Estou positivamente surpreso com a qualidade das informações transmitidas durante o evento. Sou do setor privado, não tenho conhecimentos específicos de engenharia, mas adianto que através das palestras já pude planejar novas formas de gerir meu negócio”. Isaac Teitelbaum, da CRS Trade

INFORMAÇÕES RELEVANTES — “É a segunda vez que participo do evento, tenho consciência da relevância deste encontro para o setor, principalmente para o segmento de geração de energia, que possui excelente inovação e boas expectativas de crescimento”. Viviane Facchini, da Energisa EXPERIÊNCIA BRASILEIRA — “É muito importante saber o que o Brasil está discutindo neste setor, podemos aproveitar e aprender com todo o conhecimento e experiência que os brasileiros possuem nesta área de aproveitamento energético”. Jorge Stanley, da Alcoholera Paraguaya TEORIA E PRÁTICA — O evento reúne teoria e prática, desde a parte de projetos até a etapa de tratamento de água. É o terceiro ano que venho, prova que reconheço a relevância do curso no calendário de eventos do setor. Thiago Zampar, da Usina da Pedra

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Antonio Viesser (Tonon-Santa Cândida), Alexandre Pedroso (Raízen), Luiz Magazoni (Usina São Domingos) e Rogério Perdoná (Odebrecht)

geração através da biomassa pode fortalecer a segurança energética do país. “O setor tem capacidade de fornecer eletricidade em épocas de seca, uma grande vantagem e solução para os atuais problemas energéticos nacionais”, concluiu. Como ferramenta para fortalecer a comunicação entre participantes e palestrantes, através das trocas de experiências e casos, a organização promoveu um painel no final das palestras do primeiro dia. Com moderação de Pedro Cardoso, da Pedrosa Consultoria,

integraram a mesa quatro destaques do segmento industrial sucroenergético: Rogério Perdoná do Grupo Odebrecht; Alexandre Pedroso da Raízen; Antônio Carlos Viesser da Usina Santa Cândida e Luiz Antônio Magazoni da Usina São Domingos. No debate, as discussões não foram limitadas aos elementos técnicos dos processos industriais. A mesa e os participantes fizeram uso de seus conhecimentos sobre o tema para analisar a atual situação do setor e medidas para alavancar a produtividade.

Magazoni, diretor industrial da Usina São Domingos enfatizou que o momento pode não ser o mais favorável para a agroindústria da cana-de-açúcar, mas é em situações como esta que o investimento é a melhor opção. “Temos que buscar a máxima eficiência energética, estamos estudando como aproveitar a caldeira durante todo o ano, com fornecimento contínuo de energia, acreditamos neste produto como uma fonte real de retorno”, explicou. Pedroso, gerente de projetos da Raízen, elogiou o sistema de caldeiras em leito

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fluidizado, por demandarem menores manutenções e afirmou aos presentes que novos investimentos são importantes. “O momento é de reavaliação, nos próximos anos haverá mudanças, as oportunidades podem aumentar, inclusive os preços dos produtos da cana-de-açúcar”, explicou. Para os integrantes da mesa e os participantes, as oportunidades virão também pelo rápido crescimento da tecnologia de caldeiras, Viesser afirma que este segmento teve uma rápida evolução e o setor não conseguiu acompanhar. A matéria-prima também está diferente devido ao processo de colheita, que carrega impurezas como o enxofre. “Até hoje ninguém conseguiu mensurar qual o melhor processo para manutenção da qualidade da biomassa. Há diferentes maneiras de transportar, armazenar e também de queimar”, explicou o gerente da unidade Santa Cândida. Perdoná, do grupo Odebrecht, ressaltou a deficiência em quantificar esta qualidade.Para o engenheiro, pesquisas que resultem em técnicas para assegurar a longevidade do bagaço contribuirão para a cogeração contínua nas usinas. Paralelamente ao evento, aconteceu a feira de utilidades, com doze expositores que apresentaram as últimas novidades tecnológicas para o desenvolvimento industrial e agrícola. “A feira é um complemento dos ciclos de palestras, na qual as empresas possuem maior tempo para apresentar o conteúdo técnico de seus produtos e inovações”, afirmou Luiz Cláudio.


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FEIRA DE UTILIDADES

Cyro Corteze e Eduardo Munhoz, da GWE do Brasil

APOIO

Gilson Ordones e Hilรกrio Moreira, da HPB Energia

PATROCINADORES

Guilherme Fernandes, da Citrotec

Gustavo Bronhara e Luiz Clรกudio, da Dinatecnica

Hermano Xavier, da Spirax Sarco

Leonardo Buranello e Vicente de Paula, da TGM

Lucas Monteiro, Angelo Kaiser e Adalberto Silva, da Siemens

Mauricio Alves, Luiz Messias e Wellington Santos, da DLC Diesel

Ricardo, da Sermatec

Roberto Aneas, da Isover Saint-Gobain


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Setor adere à otimização de caldeiras Demanda por maior produção de vapor, temperatura e pressão levam unidades a encomendar serviço Cada vez mais, as usinas do setor sucroenergético procuram a Dedini Indústria de Base, com o objetivo de otimizar suas caldeiras, principalmente para o aumento da cogeração de energia. De 2003 até junho passado foram otimizadas 188 caldeiras, sendo 171 no mercado brasileiro e 17 na América Central e do Sul. “Os principais motivos que levaram essas usinas a otimizar as caldeiras foram o aumento da produção de vapor, temperatura e pressão para cogeração de enérgica elétrica, melhoria do projeto para aumento do rendimento do equipamento diminuindo o consumo de combusteis”, explica Adilson Pences, gerente técnico comercial da Dedini Indústrias de Base – RGD Utilidades Industriais. Para isso, a Dedini dispõe de uma área específica de Utilidades Industriais, incorporada ao Sistema RGD Gerador de Soluções, que atua principalmente, focada em serviços, peças de reposição e otimizações em caldeiras, além de desenvolvimento e/ou adequação de projetos de terceiros para fabricação de partes de pressão em nossas unidades fabris localizadas em Sertãozinho (SP) e Maceió (AL). Segundo o gerente, a opção com aproveitamentos parciais de equipamentos existentes e periféricos, alterando as características das caldeiras instaladas, tem tido grande aceitação pelo mercado, nas seguintes alternativas: mantendo-se a pressão de operação e temperatura do vapor superaquecido e aumentando-se a capacidade de geração da unidade; mantendose a pressão de operação e a capacidade de geração e aumentando-se a temperatura do vapor superaquecido da unidade; mantendo-se a pressão de operação e aumentando a capacidade de geração e a temperatura do vapor superaquecido da unidade e aumentando-se a pressão de operação, a capacidade de geração e a temperatura do vapor superaquecido da unidade. “Tais intervenções podem ser executadas em fases programadas, o que viabiliza custo-benefício ao cliente”, informa. O RGD - Utilidades Industriais está discutindo com clientes, várias propostas de otimizações em caldeiras, para realização já na próxima entressafra. “Temos a melhor solução para as necessidades do setor sucroenergético, com a garantia Dedini”, finaliza. Dedini 19 3403.5474 www.dedini.com.br

Adilson Pences, gerente técnico comercial da Dedini


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Camisa de alta drenagem aumenta extração de usina paulista Tecnologia proporciona diminuição da umidade do bagaço

Gegis discute manejo da palha ANDRÉ RICCI,

As moendas vêm passando por uma série de adequações e otimizações que as colocam, dentre os sistemas de extração de caldo utilizados, como o de com maior eficiência. Porem a retirada do caldo sob forte pressão entre seus rolos ainda é um problema de difícil solução. A partir da evolução dos rolos perfurados, lançados na década 80, surgiu no mercado, as camisas de alta drenagem “D.CAD”, da Dedini que vêm de encontro a essa antiga necessidade. A Usina Rio Pardo instalou na safra atual, no 5º terno do rolo superior da moenda de 42x78”, uma Camisa de Alta Drenagem da Dedini, com o objetivo de reduzir a umidade do bagaço e aumentar a extração. De acordo com Carlos Caserta, gerente industrial da unidade, a umidade final do bagaço antes e depois da instalação da D.CAD mudou, já que na safra 2013 o acumulado era de 53,41 %, e nesta temporada passou para 47,54%, em média. “Na safra passada, o pol do bagaço era de 2,26 % e após a instalação da Camisa passou para 1,58 %, na média da safra. A extração de pól antes e depois da instalação da camisa D.CAD passou de 94,37% na temporada 2013, para 96,75% na safra atual, na média da safra”, revela. Caserta afirma que a partir da instalação desta camisa foi possível aumentar a taxa de embebição, já que a média de temporada de 2013 era de 22,84% e saltou para uma média de

Carlos Caserta, gerente industrial da Usina Rio Pardo

29,35%. “Não existe nenhuma restrição ou dificuldade para a aplicação de chapisco, o único cuidado na aplicação é para não atingir o fundo do friso. Também não existe dificuldades em relação ao ajuste dos pentes. Estamos deixando uma folga de 2 mm entre o pente e o fundo do friso”, lembra. Ele admite que até o momento, não ocorreu entupimento dos furos de drenagem. “Para a limpeza dos furos de drenagem a Usina está utilizando somente água quente na faixa de 55°C. A Rio Pardo estuda a instalação de outra camisa D.CAD no rolo superior do primeiro terno, com objetivo de aumentar a extração do caldo primário para produção de açúcar, contribuindo diretamente no aumento da extração. Recomendamos essa nova tecnologia para outras usinas, pois os números mostram que os resultados foram muito significativos em relação as safras anteriores”, afirma. Além da instalação da camisa perfurada no quinto terno foi reduzido o friso da camisa de 2” para 1,1/2”.

DE

PITANGUEIRAS (SP)

O Gegis – Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroenergético se reuniu no dia 25 de julho para mais uma reunião em 2014. Desta vez, o encontro aconteceu na Usina Pitangueiras, unidade localizada em cidade de mesmo nome no interior de São Paulo, e contou com a participação de cerca de 50 pessoas. João Henrique de Andrade, diretor, Eduardo Prezinhas, gerente agrícola, e Gilmar Galon, gerente industrial, todos da Pitangueiras, foram os responsáveis por falar sobre o trabalho de manejo da palha implementado efetivamente nesta safra

pela unidade. Eles explicaram passo a passo como a empresa tem conseguido melhorar seu rendimento agrícola e industrial, trazendo retorno financeiro considerável em médio prazo. “Na área agrícola, vimos a diminuição de incêndios em palha, processo de rebrota do canavial mais rápido e diminuição da cigarrinha. Mas, o grande benefício está na cogeração, já que economizamos no consumo de bagaço e o utilizaremos para geração de energia na entressafra”, diz Andrade. Márcio Roberto Móri, da Tonon Bioenergia, também contribuiu com sua habitual explanação sobre os indicadores industriais referentes a safra 2014/15.

D EPO I M ENTOS

BENEFÍCIOS DA PALHA — “Estamos aprendendo muito com as novidades do setor. Não tínhamos o conhecimento de que a palha poderia trazer tantos benefícios para as usinas. Ela pode ajudar as empresas a atravessar esta fase crítica que vivemos. Como se trata de algo recente, estes debates podem nos ajudar a evoluir”. Benedito Luiz Ferrante, da Usina Pitangueiras

TROCA DE INFORMAÇÕES — “Trocar informações com pessoas envolvidas com o setor é muito importante. Conhecemos o trabalho de especialistas que atuam em regiões distintas da nossa, o que contribui para o aprendizado de todos. Especialmente em um momento onde temos tantos desafios, estas reuniões se tornam fundamentais”. Carlos Manoel dos Santos, o “Xuxa”, da Usina Pitangueiras

DA REDAÇÃO


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MERCADO FORNECEDOR

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Congressistas terão acesso a novidades tecnológicas

Gatua realizará seu 10º congresso anual em novembro Programado para os dias 25, 26 e 27 de novembro, em Ribeirão Preto (SP), o 10º Congresso Anual Gatua 2014 quer atrair o maior público de suas edições, pois, pela primeira vez, permitirá a participação de empresas de outros setores da economia, como forma de mostrar o trabalho feito pelo Gatua e os enormes benefícios para os seus associados e para o mercado brasileiro de TI. O Gatua — Grupo das Áreas de

Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia, que conta com 322 usinas associadas, de 4 países, procura reunir a maioria dos seus associados para um conjunto de palestras, rodadas de negócios, meeting tables e uma feira de tecnologia com 32 stands, onde os fornecedores de TI poderão apresentar as novidades e o que existe de mais atual para auxiliar na automação dos processos de uma usina de açúcar. Os congressistas terão acesso a muitas

novidades tecnológicas – hardwares, softwares, serviços e soluções, além de palestras e temas também voltados às várias áreas organizacionais – agrícola, indústria, financeiro e controladoria, RH, fiscal, entre outras. “Com a adesão de várias empresas expositoras e palestrantes, e com várias inscrições já feitas, por parte das usinas e também outras empresas, resolvemos aumentar a capacidade do Auditório Máster, de 250 para 300 lugares, além dos balcões que

permitirão que quase 100 pessoas possam acompanhar as palestras em pé – atendendo a alguns pedidos” informa Carlos Barros, ou Bill, como é conhecido o Coordenador Nacional do Gatua. As inscrições podem ser feitas no site oficial do evento www.congresso.gatua.com.br. Gatua (16) 3329.4281 www.gatua.com.br


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MERCADO FORNECEDOR

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OS AMIGOS DA FERSUCRO Durante a 11ª Fersucro, que aconteceu nos dias 9 a 11 de julho, no Centro de Convenções, em Maceió, AL, diversos expositores mostraram as últimas novidades tecnológicas para o setor sucroenergético. Confira a seguir, alguns destaques: FCN: EQUIPAMENTO PARA MELHOR CORTE DA CANA

AMANCO: SOLUÇÕES EM TUBOS PARA CANAVIAIS

A FCN apresentou durante o XXXI Simpósio da Agroindústria da Cana-deaçúcar, evento parelelo à feira, suas tecnologias para o mercado agrícola da cana-de-açúcar. Dentre seu portfólio, a empresa apresentou para o público o Centracana, equipamento para corte basal, desponte e enfileiramento de duas fileiras simultâneas, para cana crua ou queimada. A operação de corte é rente e superficial, sem causar danos na soqueira.

A empresa trouxe uma inovação para o setor agrícola e sucroenergético, os tubos de pvc de 180 mca. Este aguenta maior carga com menor espessura de parede, que permite o dimensionamento de adutores com maiores espaços para transportar líquidos. Com possibilidade de curvatura de até 11 graus, este tubo já possui utilização em outros segmentos.

MIBASA: CORREÇÃO DE ACIDEZ NO SOLO TGM: NOVIDADES DA INDÚSTRIA DE BASE Fornecedora de soluções e equipamentos para acionamentos de geradores de energia elétrica, principalmente renovável, a empresa localizada em Sertãozinho, SP, levou seu portfólio para as usinas sucroenergéticas nordestinas.

Sediada em Arapiraca, AL, a Mineração Barreto disponibilizou em seu estande amostras de seus produtos voltados para o setor agrícola, como o Calcário Mix, que corrige a acidez e ainda fornece cálcio, fósforo e magnésio, e o MB-4 Sicamag, composto de silicato de cálcio e magnésio, que contribui para o aumento da resistência a pragas.


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Educação transforma vidas no interior de Alagoas

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ESTÁ ESCRITO!

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aponta que o Brasil aparece em 8° lugar entre os países com maior número de analfabetos adultos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012 e divulgada em setembro de 2013, aponta que a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais foi estimada em 8,7%, o que corresponde a 13,2 milhões de analfabetos no país. Bianca Santana, mestre em Educação pela Universidade de São Paulo, educadora do (Movimento de Alfabetização de Adultos (MOVA), explica em sua página da internet que o maior desafio do país, não é ensinar o beabá para reduzir taxas, mas incluir todas as pessoas em ambientes letrados para que possam se beneficiar da leitura e da escrita em suas vidas, expandindo sua habilidade de aprender cada vez mais. “Nosso compromisso, portanto, não pode ser com uma educação de

Alunos na Usina Santo Antônio: parceria com EJA do Sesi MARCOS SANTOS

jovens e adultos restrita à decodificação das letras e dos números, mas com a concepção de aprendizagem ao longo da vida”, diz. A Usina Santo Antônio, de Alagoas, sabe que a educação é um dos princípios primordiais da vida e há três anos a empresa firmou uma parceria com o Sesi, através do EJA (Educação de Jovens e Adultos), que proporcionou uma grande mudança nos colaboradores. A Usina montou a classe em suas dependências e ofereceu todo suporte inclusive para realização de eventos, passeios e fornece transporte e lanches nessas oportunidades. Roxana Vieira de Almeida, coordenadora de Recursos Humanos, explica que a empresa abrirá novas turmas, com uma aula inaugural no dia 15 de agosto. “Um dos maiores orgulhos deles é tirar a carteira de habilitação e até participar de um concurso de poesias. Temos três turmas, pela manhã, tarde e noite para os trabalhadores dos turnos durante a safra”, lembra. Ela explica que o programa melhora muito a autoestima do colaborador, sua relação familiar, com os amigos e quebra a timidez. “O fato de saber ler e escrever abre portas na empresa, facilita a avaliação profissional, transforma a vida e dá motivação para seguir em frente”, revela.


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“Meu sonho era ler e escrever para ter habilitação” Dirigir é o grande sonho de milhares de brasileiros no país que muitas vezes manejam na ilegalidade por não saber ler e escrever. Mas o programa de alfabetização de adultos do Sesi mudou a realidade de vários colaboradores da Usina Santo Antônio, de Alagoas. Entre eles o operador de máquinas, José Davi de Almeida, de 34 anos e o operador de carregadeira, Sandro da Silva, de 38 anos. Com jeito tímido, aos poucos, Davi foi contando sua história de luta e superação. Por trabalhar na infância para ajudar a família, não teve oportunidade de seguir nos estudos, mas guardou na memória o sonho de dirigir. “Hoje conquistei minha tão sonhada carteira de habilitação, mas se não fosse a oportunidade da usina, isso talvez não seria possível. Muitas vezes achei que eu não seria capaz de aprender na vida adulta, mas consegui e estou muito feliz”, lembra. O operador diz que a leitura mudou sua visão de mundo e sua rotina diária. “Hoje sou outra pessoa e sei que poderei conquistar até um cargo melhor com essa mudança e chegar até a faculdade”, enfatiza. Sandro da Silva também está realizado com a carteira de habilitação. Também de família humilde do interior de Alagoas, se lembra da dificuldade de estudar na roça. No início da sua vida adulta foi cortador de cana, trabalhou na carpina e fez de tudo um pouco na lavoura, mas guardou no pensamento seu objetivo. “Eu não sabia ler nem escrever e me lembro que tentei tirar pela primeira vez minha carteira de habilitação há cinco anos, mas a falta de estudos me atrapalhou. Me sinto outra pessoa, muito motivado, feliz e não quero parar mais de estudar, agora vou até a faculdade”, revela. Sandro diz que incentiva os amigos a estudar porque considera fundamental para a vida pessoal e para a profissional. “Estou bem animado com a oportunidade que a Usina nos deu, me sinto renovado. Hoje passo na rua e

O novo motorista Sandro da Silva está realizado

José Davi de Almeida: história de luta e superação

consigo ler as placas. A leitura abre nossa mente, por isso essa foi a melhor coisa que aconteceu até hoje na minha vida”, vibra. A professora Beatriz Araujo fala com carinho dos alunos que tanto se esforçaram por seus objetivos. “Foi uma grande vitória. Estudam em média por cinco anos para se

formar no fundamental, nas horas vagas. Temos até aulas que ensinam manipular caixa eletrônico, pois era uma grande dificuldade deles. A educação transformou a vida desses colaboradores, abriu horizontes. Nós percebemos no dia a dia, as mudanças na forma de se comunicar, de agir. Não temos apenas alunos, mas amigos”, afirma.


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Prêmio BestBIO 2014 reunirá os arautos da sustentabilidade Evento em Ribeirão Preto encerrará Fórum ProCana Usinas de Alta Performance

SOBRE O FÓRUM O Fórum ProCana Usinas de Alta Performance 2014 é um evento desenvolvido com o foco de apresentar aos empresários e executivos do setor, casos de resultados comprovados no incremento da rentabilidade e da competitividade das usinas. O programa do Fórum, que será realizado no mesmo dia e local do Prêmio BestBIO Brasil 2014, inclui temas como Modelos de negócios sustentáveis, compatíveis com a diversidade de desafios e a alta volatilidade do mercado sucroenergético; Alternativas inovadoras na reestruturação & capitalização das empresas; Metodologias consagradas na redução de custos e melhorias de eficiência nos processos; e Tecnologias em estágio comercial que permitem alcançar pleno potencial agroindustrial da cana-de-açúcar. O evento conta com o patrocínio da Ami Brasil e apoio da Sindustrial Engenharia.

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O Prêmio BestBIO 2014 vai revelar no dia 18 de setembro, em Ribeirão Preto, SP, os melhores cases e personalidades de destaque no país nas áreas de biocombustíveis, bioenergia, bioeletricidade, biotecnologia e responsabilidade ambiental e empresarial. O evento, promovido pela ProCana Brasil, será o evento social de encerramento do Fórum ProCana Usinas de Alta Performance 2014. Na edição passada, entre os homenageados estiveram: Francisco Nigro, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Honra ao Mérito – Biocombustíveis) e João Alberto de Abreu, diretor de Tecnologia e Bioenergia da Raizen Energia (Man Of The Year – Bioenergia). Participaram com cases vencedores: a Açucareira Guaíra (Empresa do Ano – Sustentabilidade e a Renuka do Brasil: Usinas Equipav e Revati (Melhor Case – Bioeletricidade), entre outras. O BestBIO conta com o apoio das

principais entidades da área, como a Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool), Anace (Associação Nacional dos Consumidores de Energia), Cogen (Associação da Indústria de Cogeração de Energia), CBCN (Centro Brasileiro para

Conservação da Natureza e Desenvolvimento Sustentável), Renabio (Rede Nacional de Biomassa para Energia), Sindustrial Engenharia e SBAG (Sociedade Brasileira de Agrosilvicultura). Inscreva seu case através do link: www.bestbio.com.br/cases

SERVIÇO Prêmio BestBIO Brasil 2014 e Fórum ProCana Usinas de Alta Performance 2014 Data: 18/9/2014 Local: Ribeirão Preto (SP) www.bestbio.com.br/cases Mais informações: fone 16 3512.4300 eventos@procana.com.br


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Inscrições ao Prêmio MasterCana Nordeste estão abertas Premiação é concedida a destaques em aprimoramento tecnológico, humano e sócio-econômico ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Já estão abertas as inscrições para os cases participantes do Prêmio MasterCana Norte-Nordeste 2014. As usinas serão premiadas nas categorias: Estratégia & Gestão, Gestão Comercial/Financeira, Tecnologia da Informação, Cogeração de Energia, Diversificação de Produtos, Automação/Controle de Processos, Eficiência Industrial, Tecnologia na Produção de Açúcar, Tecnologia na Produção de Álcool, Tecnologia Agrícola, CCT e Mecanização. O evento reunirá a elite do setor sucroenergético da região, no Spettus Recife Boa Viagem, em Recife, PE, no dia 13 de novembro. Promovido pela ProCana Brasil, o Prêmio tem como objetivo reconhecer o mérito daqueles que trabalham por uma agroindústria canavieira sustentável, pujante e dinâmica, premiando pessoas e organizações que se destacaram, durante o ano, na busca pelo aprimoramento tecnológico, humano e socioeconômico do setor, assim como no fornecimento de bens e serviços para esta importante atividade econômica. O MasterCana é a mais tradicional premiação, que destaca quem é quem no setor sucroenergético. Realizado desde 1988, tornou-se tradição em credibilidade. Patrocinam o MasterCana NorteNordeste a HPB Energia; TGM Turbinas Industria e Comercio Ltda; a CPFL Brasil e a Engclarian. Para inscrever seu case acesse: http://www.jornalcana.com.br/inscricaoindustrias-desempenho/

Cerimonia do MasterCana Brasil, em São Paulo (SP)

MASTERCANA BRASIL O Prêmio MasterCana Brasil, que destaca os ‘Mais Influentes do Setor’, unidades e grupos produtores do ano, será realizado no dia 24 de novembro, no Amcham, em São Paulo, capital. Mais de 200 representantes do setor sucroenergético estiveram reunidos na edição 2013 da premiação. Paulo Leal, presidente da Feplana Federação dos Plantadores de Cana do Brasil, um dos laureados de 2013, lembrou da força da ProCana Brasil, empresa que realiza o Prêmio MasterCana. “É preciso ressaltar a importância do JornalCana e também do MasterCana. São anos de luta por este

segmento de energia limpa e renovável. Todos os colaboradores da ProCana Brasil, que são dedicados a este setor, estão de parabéns”, disse. O MasterCana Brasil é patrocinado pelas empresas HPB Energia; TGM Turbinas Industria e Comercio Ltda e a CPFL Brasil. A premiação é concedida a pessoas e organizações que se destacam na busca pelo aprimoramento tecnológico, humano e sócio-econômico do setor, assim como no fornecimento de bens e serviços para esta importante atividade econômica. “O MasterCana tornou-se tradição em credibilidade e sucesso e seus eventos

reúnem representantes de mais de 2/3 da produção brasileira, em momentos de celebração e network diferenciados”, finaliza Josias Messias, presidente da ProCana Brasil. SERVIÇO Prêmio MasterCana Norte-Nordeste Data: 13 de novembro Local: Spettus Recife Boa Viagem, em Recife, PE Prêmio MasterCana Brasil Data: 24 de novembro Local: Amcham, São Paulo Mais informações: 13 3512-4300 ou www.mastercana.com.br


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GIRO DO SETOR EUROPA PATRICIA BARCI,

MOÇAMBIQUE DE

INDONÉSIA Na Indonésia, o governo não irá emitir licenças adicionais, para importação de açúcar branco, até 2015, já que a oferta doméstica foi considerada suficiente para atender à demanda local, de acordo com o jornal “Jakarta Post” da Indonésia. Além do açúcar branco, não serão emitidas licenças para importar açúcar bruto, que seria processado pelas refinarias da Indonésia. A cota de importação de açúcar bruto foi fixado em 2,9 milhões de toneladas, uma redução de 5% se comparado ao ano passado. A redução foi resultado de irregularidades no setor, que permitiu que o açúcar bruto fosse comercializado no mercado doméstico, quando, de acordo com a lei do país só pode ser utilizado para fins industriais. Especialistas, haviam alertado que a importação não seria de fato necessária este ano. Com estoques finais em cerca de 1,2 milhão de toneladas, contados a partir de dezembro do ano passado, o montante pelo que se sabe, foi o maior em mais de uma década, e a produção anual provavelmente chegará em 2,6 milhões de toneladas, já o consumo está estimado em 2,4 milhões de toneladas.

RIBEIRÃO PRETO

O grupo Goldman Sachs anunciou em julho que os preços do açúcar atingiram a maior baixa desde 2011, o que já demonstra maior proximidade com o fim das cotas de produção na Europa em 2017, de acordo com a Bloomberg. O grupo prevê também, que a partir de setembro os preços do açúcar da UE irão cair ainda mais, e provavelmente custarão 500 euros a tonelada na safra 2017/18. Em abril deste ano, o açúcar branco ou refinado na União Europeia, custava em média 574 euros (781 dólares) a tonelada, já o menor nível desde setembro de 2011 e 21% inferior ao mesmo período no ano anterior, de acordo com dados da Comissão Europeia. Dados de produção mostram ainda, que a UE vai produzir 18 milhões de toneladas de açúcar em 2014/15, o que significa 7% a mais do que as 16.830.000 toneladas na safra de 2013/14 de acordo com a FranceAgriMer. No Reino Unido, a nova safra de beterraba para 2014/15 está progredindo bem, de acordo com a Associated British Foods plc., que detém a British Sugar, o único processador de beterraba do país.

Corte de cana em Moçambique

Em Moçambique, na África, a unidade produtora de açúcar chamada de Xinavane, controlada pela SulAfricana Tongaat Hulett Sugar, pretende distribuir 350 hectares de terra para a produção de cana-de-açúcar, a pequenos produtores, no distrito de Magude província de Maputo, de acordo com a imprensa local. A inciativa faz parte de um programa co-financiado pela União Europeia, e inclui três fases: a primeira será a limpeza dos terrenos e a abertura de estradas para a área, a segunda etapa envolverá a preparação da terra e a terceira etapa incluirá a instalação do sistema de irrigação. A Tongaat Hulett em 1998, comprou uma participação de 49% na Açucareira de Xinavane, e assumiu o seu controle administrativo. Em 2008, aumentou sua participação na empresa para 88%. Uma expansão da unidade de Xinavane foi concluída em 2009/10, e teve sua capacidade de produção de açúcar aumentada em mais de 208.000 toneladas.

Estocagem de açúcar na Indonésia


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GIRO DO SETOR TAILÂNDIA

ÍNDIA

A produção de açúcar da Tailândia vai aumentar para um recorde até novembro de 2014 e o país pode produzir 12 milhões de toneladas de açúcar bruto e esmagar 105 milhões de toneladas de canade-açúcar. Tudo isso, graças a um programa de subsídio, que impulsionou seu setor de açúcar. De acordo com dados do setor na Tailândia, agricultores estão deixando de plantar arroz para produzir cana-de-açúcar tamanha a rentabilidade da cultura. “Retornos atraentes pelo cultivo da cana-de-açúcar estão incentivando os produtores de arroz a mudarem”, disse Somsak Suwattiga, secretário-geral do Gabinete do Conselho de Cana e Açúcar

para a Bloomberg. Além disso, Somsak, acredita que aumentar a oferta de açúcar tailandês não deve afetar os preços globais, já que a demanda na Ásia pode absorver todo o adoçante do país. Com a quota para o consumo interno em 2,5 milhões de toneladas em 2014/15, a Tailândia deve ser capaz de exportar cerca de 9,5 milhões de toneladas na próxima safra e 8,8 milhões de toneladas ainda em 2014. Entretanto a falta de chuva no país pode prejudicar o rendimento para o ano que vem, com estimativa de produção de cana-de-açúcar em 100 milhões de toneladas e produção de 10,2 milhões de toneladas de açúcar bruto.

Cortadores de cana em lavoura indiana

Corte de cana na Tailândia

A produção de açúcar da Índia caiu 3,2% na safra 2013/14, principalmente em Estados importantes para setor do país, como Uttar Pradesh, devido a um atraso de um mês na moagem, de acordo com o jornal Financial Express, da Índia. As exportações, no entanto, aumentaram cerca de 2 milhões de toneladas, em comparação com os 340 mil toneladas em 2012/13, de acordo com a ISMA- Indian Sugar Mills Association.

A produção de açúcar no país atingiu 23,90 milhões de toneladas entre outubro de 2013 e maio de 2014, em comparação com 24,70 milhões de toneladas um ano antes. Já o consumo subiu 3,6%, e ficou em 22,80 milhões de toneladas. Dados ainda apontam que são ao todo 526 usinas que esmagaram cerca de 250 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra passada, uma queda de cerca de 2,5% em relação ao ano anterior.


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Usina Coprodia moeu 2,56 milhões de toneladas

Empresa gerou mais de 4,4 mil empregos

Grupo Pedra moeu 9,6 milhões de toneladas Composto por quatro usinas localizadas no Estado de São Paulo, o Grupo Pedra Agroindustrial atingiu moagem de 9,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2013. Os valores são resultantes do somatório de áreas, do próprio grupo, de acionistas e fornecedores, que totalizam mais de 120 mil hectares. A produção açucareira do grupo gerou 314 mil toneladas do produto, sendo grande parte do tipo VVHP - Very Very High Polarization, com 292 mil toneladas produzidas ou 92,9%. O restante, 7,1% foi destinado ao tipo VHP- Very High

Polarization. A Usina da Pedra, em Serrana (SP) foi destaque na produção de açúcar. Da unidade foram originadas as 22,3 mil toneladas do açúcar VHP e aproximadamente 216 mil toneladas do tipo VVHP, que também foi produzido na Usina Ibirá, em Santa Rosa do Viterbo (SP). Nesta a produção deste açúcar gerou 76 mil toneladas aproximadamente. No total, foram produzidos aproximadamente 593 mil metros cúbicos de etanol; os 336 mil m³ do tipo hidratado responderam por 56,77% deste, a produção do tipo anidro atingiu os 256 mil m³,

completando os 43,23% restantes da produção do biocombustível nas unidades. A Usina Buriti, em Buritizal, SP, foi a que mais produziu o tipo anidro, aproximadamente 140 mil metros cúbicos, enquanto o tipo hidratado foi destaque na Usina Ipê, em Figueiredo, SP, com produção de 178,6 mil m³. Para o Grupo Pedra Agroindustrial atingir estes números foram feitas 4439 contratações nas áreas agrícola, industrial e administrativa. A expectativa para a safra 2014/15 é de aumentar o volume de matéria-prima na moagem em 9%.

A Usina Coprodia, localizada no município de Campo Novo dos Parecis, MT, que utiliza o cooperativismo em sua estrutura organizacional, foi a segunda usina que mais moeu no Estado do Mato Grosso. Com moagem de 2,56 mil toneladas de cana-de-açúcar, a unidade destinou maior parte de sua matéria-prima para produção de etanol. Seu mix produtivo foi de 76,63% para o biocombustível e 24,37% para o açúcar. A 1,94 milhão de toneladas destinadas ao biocombustível produziram 157 mil metros cúbicos de etanol, o segundo melhor resultado no Estado. A maior parte da produção foi do tipo hidratado, que pode ser adicionado aos motores flex, com 94,5 mil m³ ou 59,96% do total. Os 40,04% restantes totalizaram 63 mil m³ do tipo anidro, participante da mistura com a gasolina. A moagem das 624,9 mil toneladas para a produção de açúcar resultou em um montante de 71 mil toneladas da commodity, também o segundo melhor resultado para este produto dentre as usina matogrossenses.


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CANA BENEFICIA SOLO DE PASTAGENS ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Entre 2000 e 2009 cerca de 3 milhões de hectares de cana-de-açúcar foram incorporados ao atual sistema de produção e estima-se que até 2020, mais 11 milhões sejam necessários para atingir as demandas brasileiras de consumo e exportação de etanol. Mas a grande questão até o momento era saber até que ponto o cultivo de canade-açúcar em áreas que eram utilizadas para a pastagem, poderiam contribuir para o meio ambiente. A pesquisa “Estoques de carbono do solo na mudança do uso da terra para cultivo da cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil” publicada em junho deste ano na revista científica Nature Climate Change, provou os efeitos benéficos do cultivo canavieiro no país. Segundo o estudo, a canavicultura pode equilibrar ou até mesmo aumentar o processo de captura de carbono pelo solo, nessas áreas. Então, não somente a utilização do etanol de cana-de-açúcar demonstra reduções de até 80% quando comparada ao uso de combustíveis fósseis, mas a pesquisa revela que dependendo das práticas de manejo adotadas, a substituição da pastagem pelo cultivo da cana-de-açúcar enriquece a estrutura física do solo. “Isso por promover a sua melhor agregação, resultando em maior porosidade, uma maior infiltração e armazenamento de água”, revela a pesquisa. O estudo foi realizado por pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena/Usp) em

Cana pode aumentar ou equilibrar processo de captura de carbono do solo

conjunto com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/Usp). O trabalho contou ainda com pesquisadores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), do Institut de Recherche pour le Développement, na França, e da Harvard University, da Colorado State University e do Shell Technology Centre Houston, nos

Estados Unidos. Carlos Cerri, coordenador do projeto e pesquisador do Cena, afirma que o balanço de carbono do solo de áreas de pastagem convertidas para o cultivo da cana-deaçúcar não é tão negativo quanto se estimava. “Com o passar dos anos, o solo de uma área de pastagem tem um estoque de carbono cujo volume não varia muito. Mas o preparo desse tipo de solo para

cultivo de cana, faz com que parte do carbono estocado seja emitida para a atmosfera na forma de dióxido de carbono (CO2).Entretanto, dependendo do tipo de manejo, a introdução da cana em áreas de pastagem pode compensar ou até mesmo aumentar o estoque de carbono inicial do solo quando a matéria orgânica e os resíduos da planta penetram na terra”, lembra.

ETANOL COMPENSA EMISSÕES DE CO2 O etanol da cana acaba compensando, com o passar dos anos, as emissões de CO2 ocorridas na conversão de áreas de pastagem em plantações canavieiras. “Isso porque o biocombustível contribui para a redução da queima de combustível fóssil”, avalia Carlos Cerri, coordenador do projeto e pesquisador do Cena. A diminuição do estoque de carbono do solo causada pela conversão de áreas de pastagem em plantações de cana-de-açúcar, muito comum no Brasil, pode ser compensada no prazo de dois a três anos de cultivo, segundo o estudo. Ele diz que os cálculos realizados podem contribuir para assegurar que o Brasil está produzindo e comercializando no mercado nacional e internacional um combustível com baixa emissão de carbono. “Havia poucas medições diretas em campo para quantificar os efeitos no equilíbrio de carbono de solos de áreas de pastagem convertidas para o plantio de cana-de-açúcar, que representa a transição de uso da terra mais comum no Brasil hoje”, diz Cerri. Os pesquisadores coletaram 6 mil amostras de solo de 135 locais em 13 áreas

Conversão de áreas de pastagem em plantações canavieiras acumulam CO2

da região Centro-Sul do Brasil, responsável por mais de 90% da produção de cana no país. Os resultados do estudo poderão contribuir para orientar as políticas de expansão do cultivo de cana-de-açúcar voltada para a produção de etanol, a fim de assegurar a sustentabilidade do

biocombustível, aponta Cerri. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a demanda por etanol no Brasil deverá saltar do atual patamar de 25 bilhões de litros produzidos por ano para 61,6 bilhões de litros em 2021. Por isso Cerri conclui que para atingir esse número será preciso expandir a

área de cultivo da cana-de-açúcar no país dos atuais 9,7 milhões de hectares para 17 milhões de hectares. Assim, enfatiza que entre as opções para se chegar ao volume reportado, será interessante priorizar a expansão das áreas de cultivo de cana nas áreas degradadas ou utilizadas como pastagens, em entrevista à Fapesp. (AM)


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Produtividade não acompanha expansão de canaviais WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

Devido ao ciclo negativo pelo qual o setor passa, medidas de retenção de custos na área agrícola são observadas. Um tomada de decisão perigosa para contenção de gastos é minimizar as áreas de renovação dos canaviais. Segundo a Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, de 2006 a 2012 tivemos crescimento de 34,4% nas áreas destinadas a cultura, porém a produtividade não acompanhou esta expansão, e apresentou desaceleração, com redução no mesmo período de 13,8%.

GRÁFICO 1 A produção apresentou bons números, acompanhando o crescimento das áreas plantadas. O saldo é de 15% positivo neste mesmo período. Percentual que representa um aumento de 45 milhões de toneladas produzidas no estado.

GRÁFICO 2 O envelhecimento dos canaviais pode ter sido o responsável por estes resultados negativos, uma vez que a produtividade, expressa em toneladas por hectare, tende a decrescer com os sucessivos cortes em canaviais antigos.

Minimizar áreas de renovação dos canaviais é medida perigosa


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Baixa porcentagem de renovação de canaviais afeta produtividade GRÁFICO 3 Segundo dados do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, as áreas de renovação representam baixa porcentagem em relação a área total cultivada. Em 2013, dos 5,7 milhões de hectares cultivados em solos paulistas, apenas 722 mil hectares foram renovados.

GRÁFICO 4 Com estas informações é possível apontar o envelhecimento dos canaviais como uma das causas para a produtividade não ter acompanhado os incrementos de área e produção. Porém no

mundo agrícola existem várias intempéries que podem influenciar negativamente no desempenho da cultura, a renovação dos canaviais pode ser a solução para estes problemas, mas outras variáveis contribuíram para estes números. O clima e a mecanização da colheita podem ter participado desta redução. As colhedoras, se não devidamente reguladas, não cortam os colmos mais rentes ao solo, estes que possuem elevado teor de sacarose na planta, além das injúrias às gemas do colmo. O clima atua negativamente se não acompanhar as necessidades hídricas da fenologia da planta, oodendo causar grandes perdas no campo e na indústria.


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FIGHT! Usinas unem criatividade das novas medidas à garantia das tomadas em anos anteriores para vencer a crise ANDRÉ RICCI,

DA

Usina São Manoel

REDAÇÃO

Diante da pior crise de sua história, os produtores decidiram arregaçar as mangas e buscar alternativas para contornar o revés em vez de aguardar mudanças políticas favoráveis ao setor. Dentre estas ações três se destacam: a construção de plantas para fabricação de etanol 2G, maior produtividade agrícola através de acompanhamento incisivo da produção e o reaproveitamento dos subprodutos do processo industrial, para produzir energia cogerada. Três unidades de etanol celulósico, que prometem aumento de até 40% na fabricação do produto, com a mesma quantidade de área de cana plantada, estão em vias de iniciar suas produções. A Raízen iniciou a construção de sua unidade em Piracicaba, SP, ao lado da Usina Costa Pinto. Com investimentos de

Estágio da obra no primeiro semestre em São Miguel dos Campos (AL)

Raízen investiu cerca de R$ 230 milhões em sua planta

R$ 230 milhões, a nova planta está prevista para entrar em operação ainda em 2014. “É o início de uma nova ruptura tecnológica, onde é possível produzir por hectare”, Pedro Mizutani, VP da Raízen. A GranBio aposta suas fichas na unidade construída em São Miguel dos Campos (AL). De acordo com Alan Hitner, VP da empresa, o objetivo de fazer com que o combustível seja mais competitivo do que o de 1ª geração está próximo. "Posso garantir que já estamos conseguindo isso". A Usina São Manoel, no interior de SP, foi o local escolhido pelo CTC – Centro de Tecnologia Canavieira para investir na Planta de Demonstração de etanol celulósico. A empresa aposta em usufruir a infraestrutura de uma usina convencional, acoplando, apenas, a tecnologia necessária para a produção do etanol 2G. “Dessa forma, quem já faz etanol de primeira geração poderá escolher entre aumentar sua produção de etanol, fazer mais açúcar ou ainda produzir energia elétrica, dependendo da demanda do setor”, explica Robson Freitas, diretor do CTC. (AR)


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Recursos da venda de energia Usina Guaíra tem cogerada ajudam no reforço do caixa produtividade como aliada Fora dos canaviais, o setor sucroenergético aguarda por uma oportunidade no mercado de energia. Segundo a EPE - Empresa de Pesquisa Energética, o potencial técnico da bioeletricidade da cana é de 8,4 GW médios até 2022, somente com o aproveitamento do bagaço. Se adicionarmos o potencial da palha, esse potencial chega a 22,1 GW médios. Os números foram divulgados em 2014, ano onde a forte estiagem amedronta a população, principalmente, a paulistana. Em 28 de julho, o nível do Sistema Cantareira estava com 15,7%, mas isso graças à primeira cota de 182,5 bilhões de litros do volume morto, algo que nunca havia sido utilizado. O problema se estende ao sistema elétrico nacional, já que o mesmo é dependente da participação hídrica, tornando o país vulnerável as condições de chuvas durante o ano. Mais barata e sustentável, a geração de energia elétrica a partir da cana está disponível, precisando, apenas, de diretrizes para sua comercialização. Elizabeth Farina, presidente da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, acredita que as usinas fazem o possível para manter os projetos de cogeração, mas faltam incentivos para que a biomassa

deslanche. “Essa opção é limpa, renovável e abundante, além de localizada perto dos principais centros de consumo do País. Com tudo isso jogando a favor, a bioeletricidade só evoluiu marginalmente por falta de ações governamentais que reconheçam os benefícios dessa forma de gerar energia e viabilizem o crescimento da oferta”. Adriano Pires, diretor do CBIE - Centro Brasileiro de Infraestrutura, espera que os problemas vividos neste ano façam o governo mudar a forma de gerir a matriz energética nacional. “Penso que o governo poderia aproveitar o momento e rever algumas ações. O que pode ajudar a biomassa, por exemplo, é o anuncio de leilões regionalizados e por fontes. Isso traria previsibilidade e um horizonte mais azul ao segmento, o que certamente influenciaria nos investimentos”, explica. (AR)

A UAG – Usina Açucareira Guaíra, localizada no município de mesmo nome, no interior paulista, participa do ‘Controle Mútuo Agronômico Anual’, feito pelo CTC – Centro de Tecnologia Canavieira. O trabalho, antes, era conhecido como Pampa - Programa de Acompanhamento Mensal de Performance Agrícola. De acordo com números do relatório no primeiro semestre, a unidade tem se destacado em termos de produtividade, estando 10 toneladas acima da média de Ribeirão Preto (SP), além de 5 kg a frente quando o assunto é ATR – Açúcares Totais Recuperáveis. Marcelo Stábile Ulian, gerente de

Planejamento Agrícola da UAG, traz mais detalhes sobre o programa, citando o TAH – tonelada de açúcar por hectare. “Os dados mostram, também, que registramos TAH de 13,52, quando na região, a média é de 11,90. A nível nacional, estamos 3º lugar, mas nosso estágio médio de corte é superior aos que estão a nossa frente, o que nos confere uma melhor performance agrícola”, relata. A empresa possui 100% de sua colheita mecanizada crua desde 2009. Atualmente, possui capacidade de produção diária de 480 mil litros de álcool hidratado ou 420 mil litros de álcool anidro e mais de 1.000 toneladas de açúcar (25.000 sacas de 50 kg). (AR)

Guaíra colhe 10 toneladas acima da média da região de Ribeirão Preto (SP)


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ENTREVISTA: João Henrique de Andrade, diretor da Usina Pitangueiras

Pitangueiras investe em manejo para faturar com palha ANDRÉ RICCI,

DE

PITANGUEIRAS (SP)

Localizada em cidade de mesmo nome, no interior de São Paulo, a Usina Pitangueiras tem feito a lição de casa para enfrentar os problemas vividos pelo setor. Exemplo disso são os investimentos realizados, que têm trazido inovações nas áreas agrícola e industrial. Com um trabalho diferenciado no recolhimento e desfardamento da palha, a empresa busca melhorar seu rendimento agrícola com início da rebrota mais rápido, além de gerar um faturamento extra com a cogeração de energia na entressafra. Quem explica melhor todo esse processo é João Henrique de Andrade, diretor da Usina Pitangueiras. JornalCana - Como é feito o trabalho de recolhimento e desenfardamento da palha? João Henrique de Andrade - Tudo começa na colheita da cana, onde trabalhamos para deixar o máximo de impureza vegetal (palha e pontas) no campo, levando para indústria uma cana mais limpa e com maior representatividade de ATR. Posteriormente, são esperados alguns dias, de 4 a 7, para que a palha esteja na umidade correta - 7 a 12 % - para o enfardamento. Então, é feito o enleiramento para depois entrarmos com a enfardadeira. Qual o tamanho dos fardos? Escolhemos um equipamento que utiliza o pré-picador antes do enfardamento. Com isso, conseguimos um fardo com peso médio de 570 kg. Enfardadeiras sem este sistema, o peso é, em média, de 360 kg. Ganhamos tanto no transporte até a usina como também com o gasto nas cordinhas, utilizadas para o amarril dos fardos, tido como um dos maiores custos no processo.

Joao Henrique Andrade, diretor da Usina Pitangueiras

Depois da formação do fardos, qual o procedimento? Com eles prontos, utilizamos uma carreta pinça, tracionada por um trator, que faz o recolhimento dos fardos com grande eficiência e rapidez, já os deixando em blocos de oito cada. Depois, utilizamos uma carregadora de cana adaptada, transportamos com uma carreta projetada especificamente e utilizamos, também, a prancha agrícola. Qual o tempo da operação? Todo o processo no campo é dividido em dois turnos, já que ao entardecer, a umidade do solo aumenta e impossibilita a colheita da palha. E na indústria, como funciona? As carretas chegam à usina e passam pela balança para registrar o rendimento diário. Os fardos são retirados das carretas por carregadoras de cana adaptadas e armazenados ao lado da desenfadadora/picador. Como na área agrícola são trabalhados apenas dois turnos, no período da noite, praticamente todos os fardos são consumidos. A palha picada é transportada por uma esteira de arraste de taliscas de ferro até cair na esteira de retorno, que a leva até a esteira

de alimentação das caldeiras. Utilizamos entre 3 e 4 % de palha na queima da caldeira. Desde quando estão trabalhando com este sistema? Começamos no ano passado com o teste de algumas enfardadoras, buscando a melhor opção para aquisição. Efetivamente, trabalhamos desde maio desta safra, quando registramos um volume considerável de fardos a serem picados e utilizados na queima na caldeira. Quais os principais benefícios? Na área agrícola, vimos a diminuição de incêndios em palha, processo de rebrota do canavial mais rápido e diminuição da cigarrinha. Mas, o grande benefício está na cogeração, já que economizamos no consumo de bagaço e o utilizaremos para geração de energia na entressafra. Quanto foi investido? Neste primeiro estágio, pois o projeto será ampliado no ano que vem, gastamos em torno de R$ 2 milhões. Isso sem colocar o custo do desenfardador industrial, um equipamento que está sendo testado e melhorado a cada dia, juntamente com seus criadores. Em termos de custo benefício, o que

se pode dizer? Estamos muito contentes com os resultados. Temos um custo em torno de R$ 78,00/ton da palha já picada e colocada na esteira da caldeira. Como a palha tem um poder calorífico 1,5 e 1,7 vezes em relação ao bagaço, é como se estivéssemos comprando bagaço entre R$ 52,00 e R$ 45,80, respectivamente. Em média, são gastos 3 toneladas de bagaço para gerar 1MW. Então, temos um custo médio de R$ 146,00/ Mwh produzido na usina utilizando a palha de cana. Comercializamos a um valor médio de R$ 416,00, gerando uma boa margem. Quais cuidados são necessários no campo? O principal é a umidade da palha a ser enfardada. Caso esteja alta, pode ocorrer embuchamento da enfardadeira. Outro ponto é se os fardos forem armazenados desta maneira, pode ocorrer combustão espontânea, já que a palha contém açúcares que podem fermentar e pegar fogo. O que precisa ser ajustado? Nestes primeiros meses foram verificados melhorias na enfardadeira para diminuir o embuchamento. Na indústria ainda estamos pesquisando algum material para as faquinhas utilizadas no picador para que possam durar mais tempo. Vamos analisar também a estrutura da caldeira internamente na entressafra, para ver se houve desgastes nas tubulações e dutos. Qual a expectativa de moagem da Usina Pitangueiras para esta safra? Já contando com a quebra por falta de chuvas, esperamos moer 2,35 milhões de toneladas. Quanto deve ser produzido de etanol, açúcar e energia? De etanol, 65 mil metros cúbicos de etanol, sendo 47 mil de anidro e 18 mil de hidratado. Em relação ao açúcar devemos produzir 205 mil toneladas. Já de energia, a produção deve ser de 135.000 MW, sendo exportados 85.000 MW. (AR)


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SETOR DA ALTA PAULISTA CONSEGUE MANTER-SE EM ALTA MÁRIO MARTINS RIOS,

DE

ADAMANTINA, SP

Que o setor sucroenergético vem atravessando talvez a pior crise de sua história, não é novidade. Segundo dados do Anuário da Cana, publicado por esta editora, nada menos que 65 unidades produtivas interromperam a produção desde 2008, início da crise financeira internacional. O que surpreende, no entanto, é a inação do governo federal em relação ao setor, uma vez que teve no ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva um dos seus defensores mais entusiastas, pelo menos na retórica. Até a descoberta de petróleo na camada do pré-sal pela Petrobras, em 2007, o ex-Presidente correu o mundo a alardear o etanol como o combustível do futuro e chegou mesmo a nomear o país como a “Arábia Saudita do biocombustível”. Porém, quando a crise chegou, pegou boa parte das usinas endividadas, por conta de investimentos em ampliação da capacidade produtiva de unidades já existentes e também na instalação de novas. Foi precisamente aí que as autoridades de plantão começaram a mudar o tom do discurso e a abandonar o setor à própria sorte. “Hoje, o que falta é dar rumo, dar norte para o setor. O mercado existe, tanto para o açúcar como para o etanol, mas o governo precisa fazer a sua parte estabelecendo uma política clara para toda a cadeia produtiva”, afirma Paul Bruning, diretor industrial da Produtos Naturais Planeta Verde, fabricante de açúcar mascavo orgânico, localizada em Lucélia, município do oeste paulista. Com cerca de 99% de sua produção voltada para o mercado externo, Bruning, holandês radicado no Brasil há quase quatro décadas, conhece muito bem a falta crônica de planejamento dos sucessivos governos. Para um europeu acostumado a pensar estrategicamente anos a frente, a planejar o futuro, chega a dar calafrios à cultura brasileira do improviso, principalmente partindo de setores onde não é permitido improvisar, caso das autoridades econômicas do governo federal. “Nós não estamos sentindo a crise, pois atuamos num nicho de mercado, o de alimentos orgânicos, que está crescendo a uma taxa de 20% ao ano no mundo.

Paul Bruning, de Lucélia, SP, fabricante

O produtor Nilton Rios aconselha a

de açúcar mascavo orgânico

diversificação: ovos em várias cestas

Mas os setores mais tradicionais de etanol e açúcar estão sofrendo o baque”, explica Bruning. Estima-se que cerca de 70 mil proprietários rurais dependam da cadeia produtiva do açúcar e do etanol. Muitos pequenos municípios têm nas usinas suas principais fontes geradoras de empregos e impostos. “Quando uma usina como a Floralco deixa de moer, como foi o caso desta safra, é uma pena. Eu torço muito para que ela não feche as portas. Seria um desastre para a região toda”, lamenta Nilton Rios, produtor rural que tem uma de suas propriedades bem em frente à usina, no município de Flórida Paulista. Ele mesmo teve diversas vezes seus

pagamentos de arrendamento interrompidos em virtude das dificuldades financeiras que os antigos proprietários – a família Bertolo – e também os atuais vem atravessando. Nesta safra, a Floralco vendeu toda sua cana para a Usina Rio Vermelho, de propriedade do grupo multinacional Glencore, localizada em Junqueirópolis, município vizinho. No caso do seu Nilton Rios, como ele nunca costuma colocar todos os ovos numa mesma cesta, o problema foi menor: “Eu me mantenho fiel à produção de gado de corte, porque é dinheiro vivo, ainda mais agora com as boas perspectivas de exportação de carne para a Rússia. A minha ordem sempre foi diversificar”, aconselha.

Pela primeira vez desde que foi instalada a Floralco não está moendo Pela primeira vez desde que foi instalada, nos idos tempos do Proálcool, a Floralco não está moendo. Vendeu toda sua cana para a usina Rio Vermelho, em Junqueirópolis, município da Alta Paulista, de propriedade do grupo multinacional Glencore. Uma safra depois de ser vendida pelo Grupo Bertolo, com sérios problemas financeiros, a empresa que a comprou, a Gam Empreendimentos e Participações S/A, também vem enfrentando dificuldades. Para a cidade de Flórida Paulista, onde está localizada a usina, o problema só não foi maior porque outras usinas da região absorveram a maior parte dos trabalhadores. “Percebi que muita gente de Flórida passou a trabalhar aqui na Usalpa, e isso deve ter acontecido em outras unidades também”, relata Renato Andrei, engenheiro agrônomo recém-formado que trabalha na usina desde março deste ano. A Usina Alta Paulista (Usalpa) também fica em Junqueirópolis, distante cerca de 30 quilômetros de Flórida Paulista. Embora lamente a paralisação da

Nesta safra, a Floralco vendeu toda sua cana para a Usina Rio Vermelho

produção da Floralco, o produtor rural Nilton Rios, que fornece cana para a usina, diz que acaba ocorrendo um

remanejamento natural da mão de obra. “Uma das maiores dificuldades para quem trabalha com a pecuária de corte é a

qualificação da mão de obra. Hoje em dia não é fácil encontrar quem saiba e queira trabalhar e morar na zona rural. E as usinas são as grandes contratadoras deste pessoal. Quando uma delas para de produzir, a oferta de mão de obra aumenta”, explica. Na verdade, essa recolocação da mão de obra já vem ocorrendo há algum tempo, provocada pela ampliação da mecanização do colheita. Com o fim do corte manual, um grande contingente de trabalhadores que vinha de outros estados para o interior de São Paulo, já não tem vindo mais. Em Adamantina era comum encontrar repúblicas de trabalhadores que moravam na cidade durante a safra. Hoje isto já não ocorre mais. As usinas estão procurando trabalhadores mais qualificados. Na Usalpa, por exemplo, quando a safra acaba, os que serão dispensados passam a frequentar os cursos de qualificação bancados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT. Na próxima safra, para eles, com certeza será mais fácil encontrar emprego. (MMR)


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Mesmo em crise, volume de açúcar produzido deve crescer 5,23% No ano 2000, os Estados Unidos produziam cerca de 47% do volume de etanol do Brasil. No ano passado, a produção americana foi mais que o dobro da brasileira. O país deve moer algo próximo de 658 milhões de toneladas de cana na safra 2014/2015, quase 3% menos que na anterior. Ainda assim, o volume de açúcar produzido deve crescer 5,23% (para 32,5 milhões de toneladas) e o de etanol mais 1,2% (para 25,7 bilhões de litros). Mas é quase nada se forem levados em conta os números até 2008, quando o setor sucroenergético crescia a taxas de 10% ao ano. Na época, os investimentos eram vultosos e o etanol atraiu diversos grupos internacionais, muitos deles sem nenhuma vinculação com o segmento. Hoje, mesmo gerando um PIB de cerca de R$ 94 bilhões (maior que os de mais de 100 países), o setor sucumbe ante uma dívida estimada em R$ 60 bilhões. Desde 2008, 66 unidades interromperam a produção e outras 30 estão em processo de recuperação judicial. Enquanto isso, o

consumo interno de etanol está estacionado na casa dos 20 bilhões de litros ao ano, mesmo com o aumento da frota de veículos flex. Com o congelamento informal do preço da gasolina, o álcool tornou-se pouco

competitivo. Segundo o estudo “Setor Sucroenergético: desafios e oportunidades da safra 2013/2014”, de autoria do professor Marcos Fava Neves, do

Departamento de Administração da USP de Ribeirão Preto, a descoberta de petróleo na camada pré-sal e a manutenção do preço da gasolina em patamares estáveis por cerca de sete anos, acentuaram a crise, agravada em 2012, quando o governo federal retirou da gasolina o recolhimento da Contribuição de Intervenção no Domínio Público (Cide), reduzindo a diferenciação tributária em relação ao etanol. Se o etanol deixou de ser competitivo e seu consumo estacionou, com alguns períodos de queda, de 2009 a 2013 as vendas de gasolina cresceram 74% no país. No mesmo período, especialistas calculam que cerca de 50 mil postos de trabalho no setor foram fechados. E a maioria deles concorda que o governo federal precisa resolver duas questões fundamentais no curto prazo: definir o percentual de etanol dentro da matriz energética brasileira e criar um programa nos moldes do Proer, idealizado para salvar o sistema financeiro, voltado exclusivamente ao setor. (MMR)

Empresa de Mangerino não sente os efeitos da crise A empresa de Manoel José Jorge, conhecido como Mangerino, a Junamar, não está sentindo os efeitos da crise do setor. Detentora da patente de um elevador para colhedoras e plantadeiras de cana 40% mais leve, muito mais durável e com menor manutenção que os elevadores convencionais do mercado, com esteira de borracha deslizável, o equipamento é a verdadeira galinha dos ovos de ouro do inventor. Fruto de um árduo trabalho de pesquisa de campo que durou cerca de quatro anos, Mangerino desenvolveu um implemento muito mais resistente e que não danifica a gema da cana na hora do plantio. “Por meio da observação, pude perceber diversas falhas no elevador convencional, com esteira de metal, que arrasta a cana, causando mais desgaste no equipamento”, explica. Com estas constatações, ele deu início ao processo de desenvolvimento de uma máquina que fizesse o mesmo trabalho com menor esforço e, por consequência, menor desgaste das peças e das plantas. O resultado logo apareceu: um elevador de correia taliscada com 1.200 quilos, cerca de 800 quilos mais leve que o tradicional, mais silencioso por utilizar esteira de borracha deslizável por roldanas e rolemãs, e de manutenção menor manutenção. “A manutenção é muito pequena, basta aplicar graxa nos rolamentos uma vez por semana. E se algum rolamento precisar ser trocado, pode ser substituído na hora, pois o processo é muito simples”, garante o técnico. Normalmente, um dos equipamentos que mais quebram no campo são justamente os elevadores. “Em uma das usinas na qual testamos nossas máquinas, os convencionais chegaram a ficar 50% do

Manoel José Jorge e seu elevador para colhedoras e plantadeiras de cana 40% mais leve

tempo parados por causa da terra roxa do terreno do canavial, que grudava neles. Com nossos elevadores, isto não aconteceu”, garante Mangerino. Segundo ele, suas máquinas eliminam duas reformas por ano pelas quais passam os elevadores convencionais, o que gera uma economia de pelo menos R$ 70 mil a cada safra por equipamento. Em todos os testes aos quais submeteu seus elevadores, o técnico diz que não houve necessidade de parada para manutenção durante toda a safra, ao passo que os convencionais tiveram que parar a cada quatro meses. “Eu dou garantia de

um ano no meu produto, sem paradas”, assegura. Pelo menos quatro usinas – Virálcool, Diana, Batatais e Branco Peres – já estão utilizando o elevador de correia taliscada. Outros dois equipamentos deverão ser entregues nos próximos meses para as usinas São Martinho e Ferrari. A máquina custa R$ 55 mil, cerca de 6% do valor de uma colhedeira. A Junamar tem capacidade para produzir quatro unidades por mês. “Ainda é pouco, mas estou me estruturando para atender a uma demanda maior”, diz Mangerino. Segundo testes realizados pela Usina

Branco Peres, que já utiliza dois elevadores da Junamar, cada colhedeira gera uma economia de cerca de R$ 40 mil ao final da safra, por aumentar a densidade da carga por viagem e reduzir o índice de impurezas na cana colhida. A empresa está localizada em novas instalações no distrito industrial de Adamantina e emprega 12 funcionários durante o ano todo. No período de pico, que vai de dezembro a abril, quando faz manutenção de elevadores convencionais, contrata pelo menos mais dez pessoas. Informações adicionais podem ser obtidas no site www.junamar.com.br. (MMR)


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Pioneira em açúcar mascavo orgânico descobre filão na Europa A Planeta Verde é um bom exemplo de que é possível sobreviver bem e crescendo mesmo em meio às piores crises econômicas. A empresa começou a operar em 1987, como um engenho de rapadura, para processar a cana-de-açúcar orgânica produzida na Fazenda Jacutinga, de propriedade de Emile Lutz, um de seus fundadores. De origem europeia, Lutz percebeu o interesse do velho continente por produtos de origem orgânica já naquela época e converteu todo o cultivo convencional de cana de sua propriedade de 311 hectares em manejo orgânico. A empresa é reconhecida

mundialmente como pioneira na fabricação de açúcar mascavo orgânico e destina 99% de sua produção para o mercado externo, para países, como: Alemanha, Suíça, Estados Unidos e Japão. No Brasil, tem clientes como Pepsico e Pão de Açúcar. “Nós temos grandes clientes, mas queremos crescer a passos pequenos. Nossa maior referência é a qualidade do nosso produto”, assegura Paul Bruning, diretor industrial da usina, que emprega 78 funcionários e vai produzir 1,25 milhão de toneladas de açúcar mascavo neste ano. “Na verdade, esperávamos produzir cerca de 1,5 milhão de toneladas, mas a

seca prejudicou a qualidade da matériaprima”, explica Bruning. Todo o processo de produção da Planeta Verde é certificado, desde o manejo do solo para o plantio até os processos industriais, além da adoção de boas práticas sociais e de sustentabilidade. A empresa está habilitada para vender para a Europa, Japão, Estados Unidos e também para a comunidade judaica. Também deve começar a exportar para a Austrália e Nova Zelândia ainda este ano. O mercado mundial de alimentos orgânicos cresce a uma taxa de 20% ao ano. “A tendência é continuar crescendo,

Planeta Verde, em Lucélia, SP

principalmente por causa das preocupações dos consumidores com a saúde e obesidade. Por outro lado, o consumo de alimentos industrializados convencionais está caindo, principalmente nos países desenvolvidos”, avalia Bruning. Para se ter uma ideia, a média de consumo de açúcar refinado no Japão é de 16 quilos per capita ao ano, enquanto a média mundial é de 22 quilos. Já no Brasil, este volume chega a 52 quilos, segundo dados de 2012. Segundo analistas, estes números seguem uma tendência decrescente nos países mais ricos. Bom para a Planeta Verde. (MMR)


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Usinas são polos geradores de empregos para universitários da Alta Paulista Quando terminou o curso de Agronomia no final de 2013, Renato Andrei talvez não imaginasse conseguir trabalho em sua área com tamanha rapidez. Aos 28 anos, foi convidado para trabalhar como líder de colheita mecanizada por um colega de faculdade na Usina Alta Paulista (Usalpa), em Junqueirópolis, interior de São Paulo. Como nunca tinha trabalhado no setor sucroenergético, Andrei tratou de se empenhar nos treinamentos e reuniões iniciais para se adequar à nova função. “Foi um desafio. De cara, passei a liderar uma equipe de colheita mecanizada com mais de 20 pessoas. Mas também tive meu salário multiplicado por três. Enquanto estudava, para me manter, trabalhei como frentista num posto de combustíveis e consegui bolsa de estudos parcial durante um período do curso”, conta o agora engenheiro agrônomo. Órfão de pai, Renato mora com a mãe Leonor e contou com sua ajuda durante os quatro anos de faculdade, que cursou em Adamantina, também no oeste paulista. As usinas, aliás, têm sido um importante polo gerador de empregos para os jovens universitários da região oeste do estado, especialmente na Alta Paulista. Carente de grandes indústrias, o agronegócio é o carro chefe da geração de riqueza regional, em especial o setor sucroenergético. Outra grande fonte geradora de empregos são os presídios: na

Renato Andrei: contratado como agrônomo, teve salário multiplicado por três

região concentra-se uma população carcerária equivalente a dois carandirus. Costuma-se dizer que por aqui, ou o camarada trabalha com a cana ou está em cana. “Para jovens como eu, oportunidades deste tipo são muito importantes. Eu não

queria ir embora da região e o emprego na usina me permitiu ficar”, diz Renato Andrei, que hoje coordena uma frente de trabalho com cerca de 20 trabalhadores, quatro colhedoras, dez caminhões, além de outros veículos de apoio. O aprendizado nestes poucos meses – foi contratado em

março deste ano – já lhe deram mais segurança para desempenhar suas funções e ele acredita estar pronto para muitos outros desafios que virão pela frente. “Quero aprender mais, e espero que o setor cresça, para que muitos outros empregos possam vir a ser gerados”, afirma. (MMR)


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USINA DO BEM

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BIOCANA COMPLETA 20 ANOS A Biocana – Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia, de Catanduva, SP, acaba de completar duas décadas de serviços prestados ao setor sucroenergético. Nos últimos anos a entidade passou por um realinhamento estratégico, segundo a sua diretoria. Entre as principais diretrizes estão a profissionalização do setor e a capacitação de pessoas. A diretoria da entidade afirma que são desenvolvidas propostas para resolver entraves de logística, ações efetivas para cumprir a extensa agenda de responsabilidade socioambiental, comunicação com a comunidade e fortalecimento de toda a cadeia produtiva. A associação realiza cursos e treinamentos de capacitação para os colaboradores das usinas e coordena um trabalho voltado para a inclusão social, o Programa “Valorizando a Diversidade” em parceria com o Senai de Itu. O trabalho, que tem o reconhecimento das autoridades, promove qualificação para as pessoas com deficiência facilitando o processo de preenchimento de cotas. Em parceria com outras entidades e prefeituras do noroeste paulista, a Biocana também incentiva projetos que formam jovens profissionais para atuar na

Leila Alencar, presidente da Biocana

agroindústria. É o caso do Programa Jovem Agricultor do Futuro, que em seu sétimo ano de realização, já formou mais de 400 jovens com idades entre 14 e 18 anos (incompletos), filhos de colaboradores de usinas associadas e também da comunidade. Outra iniciativa pioneira é a realização do MTA (Master of Technology Administration) em Gestão da Produção Industrial Sucroenergética, especialização ministrada em Catanduva através da parceria com a Universidade Federal de São Carlos. No noroeste paulista, três turmas já concluíram o MTA e a quarta, está em andamento. Para a dirigente da Biocana, Leila Alencar Monteiro de Souza, a reabertura do diálogo com os governantes do país é a chave para resolver os entraves que interferem no crescimento e competitividade do setor. “Certamente, a classe política voltará o olhar para este setor que é fundamentalmente essencial para o Brasil e para o mundo. E isso precisa ser urgente. A demanda mundial por fontes de energia renovável não para de crescer. De maneira sustentável o setor sucroenergético pode dar sua expressiva contribuição”, conclui a presidente.

Programa de usina leva RH para tirar dúvidas no campo Usina oferece Todos os meses a Tonon Bioenergia, através do Programa RH no Campo, leva funcionários do setor administrativo da empresa à área agrícola e industrial com o objetivo de esclarecer as principais dúvidas relacionadas a pagamentos e aos benefícios. “É bom saber que a empresa se preocupa com a gente. Eu aproveito essa oportunidade para tirar todas as dúvidas que eu tenho”. São com essas palavras que Luís Henrique dos Santos, líder da fábrica de açúcar da Unidade Paraíso (UPA), descreve o programa. Para complementar, um técnico dá dicas de como trabalhar com segurança, enquanto uma nutricionista anota sugestões de novas refeições para o restaurante.

curso gratuito para 90 alunos

Colaboradores de recursos humanos e da indústria, da Tonon

De acordo com Carmen Norberto, supervisora de recursos humanos da Tonon Bioenergia, em virtude da distância entre o local de trabalho, ou por falta de

tempo, alguns colaboradores, não conseguem ir ao RH para tirar suas dúvidas, o que ressalta a importância do programa.

Certificação aprimora qualidade de produtos A Usina Cruz Alta, localizada em Olímpia (SP), acaba de receber a recomendação internacional para a FSSC 22000 (Food Safety System Certification), que atesta o nível de excelência dos sistemas de gestão da segurança dos alimentos da unidade. A recomendação feita pela auditoria independente, acompanhou todas as etapas de processo de produção de açúcar refinado granulado, desde a recepção da matéria-prima (açúcar cristal) até a sua comercialização. A norma considera ainda no escopo de avaliação, o transporte e a estocagem na planta

Usina Cruz Alta

industrial. Segundo a Guarani, para atender a todos os requisitos exigidos, os armazéns da Cruz Alta passaram por adequações físicas. “Já os controles de segurança de

alimento foram revisados e outros, implementados. Além disso, cerca de 100 colaboradores da linha de produção participaram do processo de certificação e passaram por treinamentos para garantir o cumprimento das exigências da FSSC 22000, diz a empresa em nota. Edilberto Bannwart, gerente de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade, explica que a certificação demonstra a habilidade da unidade industrial em controlar os riscos nas etapas de produção dos alimentos e garantir produtos finais seguros.

Para quem sonha em trabalhar em laboratórios e centros de pesquisa, o curso técnico de Análises Químicas é uma boa opção. Com o objetivo de formar profissionais de nível técnico na área, com uma base de conhecimentos instrumentais, científicos e tecnológicos, o Grupo Barralcool em parceria com o Senai e apoio da UAB (Universidade Aberta do Brasil) - Polo de Barra do Bugres, iniciou no dia 21 de julho, duas turmas de 90 alunos da comunidade e colaboradores da própria usina. Com duração de dois anos e meio, o curso será a porta de entrada para indústrias de diversos setores e as aulas serão teóricas e práticas, sendo as práticas no próprio Laboratório de Química da UAB. Estiveram presentes para abertura do curso representantes do Senai: Nilson Luiz da Silva, gerente do Senai; Mauro José Pereira, supervisor do curso Técnico de Logística; Elisangela Schefer, assessora pedagógica e representando o Grupo Barralcool: Roberto Romas Gomes dos Santos, gerente de RH; Silvio Rangel, assessor de Diretoria; Rosimeire Missão, supervisora de Controle de Qualidade; Fabilene Ribeiro, coordenadora de Laboratório Industrial; Girlene Costa, coordenadora de Desenvolvimento Humano e Clovis Augusto Vezu, coordenador Administrativo de Pessoal, e ainda a representante da UAB,Vera Lucia Oenning, coordenadora do Polo de Barra do Bugres.


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Biosev reduz prejuízo no primeiro trimestre

Grupo promove concurso de redação com prêmio de R$ 20 mil

Encerrado no dia 30 de julho, o primeiro semestre da safra 2014/15 da segunda maior processadora de cana-deaçúcar do mundo, a Biosev, apresentou prejuízo líquido menor em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em relatório administrativo divulgado em 14 de agosto, a companhia relatou prejuízo de R$ 148,3 milhões. Em 2013, o resultado negativo da empresa foi de R$ 325,8 milhões. De acordo com o presidente da companhia, Rui Chammas, a estratégia de carregar mais os estoques de açúcar e etanol, segurando as vendas, afetou negativamente os resultados deste período. Houve aumento de 77% no volume de açúcar estocado, para o etanol o incremento foi de 70%, comparados ao mesmo período do ciclo anterior. A moagem da Biosev, que possui 11 unidades industriais e quatro polos agroindustriais, cresceu 5,6%, decorrente do processamento de 9,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, resultando em crescimento de 4,4% na produção total, com 1,14 mil toneladas de ATR produto. Conforme relatório divulgado pela empresa, o incremento produtivo é

Em memória de Otávio Lage, professor e um entusiasta da educação, a Fundação Jalles Machado, a subsecretaria regional de Educação de Goianésia, o Grupo Otávio Lage e a Jalles Machado realizaram, em 14 de agosto, o lançamento da oitava edição do Concurso de O vencedor receberá uma bolsa de Redação Dr. Otávio, estudos no valor de R$ 20 mil reais Construtor de Sonhos. O concurso, voltado aos alunos do 9º ano do professor orientador ganhará um tablet. O Ensino Fundamental, tem como objetivo segundo colocado será premiado com um incentivar a leitura e a escrita. “Além disso, é notebook e o terceiro com um tablet. A uma forma de incentivarmos o crescimento escola do aluno vencedor receberá um troféu intelectual dos alunos e dar oportunidade para e os colegas de classe ganharão camisetas do que possam continuar a sua formação”, concurso. “Agradecemos à Família Lage que ressalta o diretor-presidente da Jalles Machado, proporciona esse incentivo aos alunos de Otávio Lage de Siqueira Filho. Goianésia. O Concurso também valoriza os O evento também contou com a profissionais da Educação”, ressaltou a presença de diretores e professores de Língua subsecretária regional de Educação, Maria Portuguesa de 17 escolas do Município. Para das Graças Bueno. esta edição, é esperada a participação de As escolas poderão inscrever seus aproximadamente 2 mil estudantes das redes alunos até o dia 28 de agosto. A prova de Pública e Privada de Ensino. Desses, 15% redação será realizada no dia 9 de setembro, serão selecionados pelas unidades escolares e na UEG-Goianésia. Os ganhadores serão farão a prova de redação. divulgados na solenidade de premiação, no O vencedor receberá uma bolsa de dia 18 de setembro, na Câmara Municipal estudos no valor de R$ 20 mil reais e o seu de Goianésia.

Usina Santa Elisa: grupo apresentou prejuízo líquido de R$ 148,3 milhões

decorrente do aumento da moagem nos polos agroindustriais de Ribeirão Preto (SP) e Leme-Lagoa da Prata (SP), que apresentaram resultados superiores de 11,1% e 17,1%, respectivamente. A produtividade total caiu 7,8%, registrando TCH – tonelada de cana por hectare de 74,1, no mesmo período do ano passado a companhia obteve incremento de 5,5%, com TCH de 80,4. O ATR – açúcar total recuperável, subiu 0,2%, fechando em 118,4 kg/ton. O mix produtivo total foi balanceado, com 51,3% da produção destinada ao açúcar e 48,7% para o etanol. Segundo Chammas, a previsão de moagem de cana em 29 a 31,5 milhões de toneladas em 2014/15 se mantém.


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Produção de etanol do Norte e Nordeste aumenta 6%

Chuva desacelera safra no Mato Grosso do Sul

Seguindo movimento contrário à do açúcar, a produção de etanol total do Norte/Nordeste do país aumentou 6% na safra 2013/14, que se encerrou em abril. Na ocasião foram produzidos 1,96 bilhão de litros, contra a marca de 1,85 bilhão da temporada passada. A produção de anidro ficou 9% maior passando para 1,21 bi de litros e a de hidratado, subiu 1,6%, chegando a 751,91 milhões de litros. Somente a região Nordeste avançou 3,9% na produção de etanol anidro e hidratado, totalizando 1,71 bilhão de litros ante os 1,64 bilhão de litros de 2012/13. As informações são do Anuário da Cana, que está sendo lançado nesta Fenasucro, em Sertãozinho, SP.

As usinas de Mato Grosso do Sul moeram 16,17 milhões de toneladas até 31 de julho. A avaliação, que indica queda de 13,79% em relação a última safra, foi divulgada nesta terça-feira, 12 de agosto, pela Biosul – Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul. Na segunda quinzena de julho foram processadas 1,83 milhão de toneladas de cana, volume 43% menor do que o registrado no ciclo passado. O teor de ATR – Açúcares Totais Recuperáveis atingiu 129,92 kg, percentual pouco maior que o registrado no mesmo período em 2013. De acordo com Roberto Hollanda Filho, presidente da entidade, as condições climáticas têm interferido no trabalho. “Em julho, choveu duas vezes e meia a mais do que a média histórica, isso fez com que as usinas diminuíssem o ritmo da produção por conta da interrupção de vários dias na colheita. Agora em agosto esperamos voltar ao ritmo normal de produção no Estado”. Até agora foram produzidas 436 mil toneladas de açúcar, quantidade 29,58% menor que a produção registrada anteriormente. Dados referentes à produção de etanol registram que o acumulado até essa quinzena foi de 218 milhões de litros de etanol anidro e 673 milhões de etanol hidratado, chegando 892 milhões de litros de biocombustível produzido, volume 10,26% menor que na safra passada.

Nordeste produziu 1,96 bilhão de litros durante a safra 2013/14

Produção foi de 986 mil toneladas de açúcar, 639,7 metros cúbicos de etanol e 442 MWh de energia

Grupo São Martinho moeu 15,6 milhões de toneladas De acordo com a edição 2014 do Anuário da Cana, que está sendo lançado nesta Fenasucro, a safra 2013/14 gerou bons números para o Grupo São Martinho, composto por quatro unidades produtivas, e totalizou moagem de 15,6 milhões de cana-de-açúcar aproximadamente. O destaque produtivo é a Usina São Martinho, localizada no município de Pradópolis (SP), responsável pela moagem de 57,75% do total, com 9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processada. Do total produzido pelo grupo, a unidade de Pradópolis foi responsável por 67% do açúcar, 45% do etanol e 48,7% da energia

gerada. As quatro usinas geraram 986 mil toneladas de açúcar, 639,7 metros cúbicos de etanol e 442 MWh de energia. Os números são superiores em relação à safra 2012/13, com crescimento de 21% no volume de moagem, que resultou no crescimento de 151,65% na geração de energia. Fato ocorrido graças ao crescimento desta geração na usina São Martinho, com 215,32 MWh produzidos na usina. O biocombustível também apresentou elevado crescimento, com 41,93% a mais que na safra anterior. A produção açucareira apresentou discreto crescimento em relação aos demais produtos, 1,75%.


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Jalles Machado moeu 3,76 milhões A Usina Jalles Machado, com duas unidades localizadas em Goianésia, GO, totalizou mais de 3,76 milhões de cana-de-açúcar moídas na safra 2013/14. A matéria-prima resultou em 187 mil metros cúbicos de etanol e 179,4 mil toneladas de açúcar. O tipo hidratado foi o biocombustível mais produzido, os 124,6 mil m³ deste representaram 66,5% de toda a produção de etanol. A Jalles Machado possui sólida presença no mercado de açúcar. De toda a produção açucareira, 65,6% foi destinada à fabricação do tipo cristal, com 117,6 mil toneladas. O açúcar VHP ficou com 9,4% da produção e açúcares de outros tipos representaram um quarto do total produtivo, 44,9 mil toneladas. O grupo gerou aproximadamente 2.121 empregos, a maior parte no setor agrícola, que absorveu 1.002 funcionários, 47% de toda a contratação do grupo na safra 2013/14.

Usina Jalles Machado

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Conab estima produção de 659 mi de toneladas de cana

Usinas Revati e Madhu se destacaram em produtividade

A produção de cana-deaçúcar da safra 2014/15 deverá atingir 659 milhões de toneladas, ou o mesmo volume da safra passada. A informação é da Conab – Companhia Área de corte aumentou Nacional de de 8,8 para 9,1 milhões de hectares Abastecimento, em seu segundo levantamento da safra de cana-de-açúcar. “As condições climáticas desfavoráveis contribuíram, de maneira negativa, na produtividade dos canaviais, sobretudo da região Centro-Sul”, explica a entidade. Os números são próximos dos anunciados pelo Anuário da Cana 2014, de 600 milhões de toneladas. A pesquisa diz que aumentou a área de corte, de 8,8 para 9,1 milhões de hectares. A produção de etanol representará 54,2% da cana equivalente. “A produção do etanol hidratado, utilizado nos veículos ´flex-fuel´, apresenta queda de 6,54% e sai da marca de 16,1 bilhões para 15 bilhões. Enquanto isso, o anidro, destinado à mistura com a gasolina, aumentará 6,11%, passando de 11,8 bilhões para 12,5 bilhões de litros em 2014”, revela. Já a produção de etanol deverá passar de 27,9 para 27,6 bilhões de litros e a de açúcar está estimada em 38,2 milhões de toneladas, com crescimento de 1% em relação aos 37,9 milhões de toneladas produzidas na safra passada.

De acordo com dados do Anuário da Cana 2014, a Renuka Brasil moeu aproximadamente 11,4 milhões de toneladas durante a safra 2013/14. As usinas Revati e Madhu, localizadas no Estado de São Paulo, foram as mais produtivas do grupo. Estas processaram 8,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, que originaram 458 mil toneladas de açúcar e 401 mil metros cúbicos de etanol. As outras duas unidades do grupo, localizadas no Estado do Paraná, moeram 2,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, que resultaram em 130 mil toneladas de açúcar e 94,7 m³ de etanol. O total produtivo do grupo indiano no Brasil para a safra 2013/14 foi de 589 mil toneladas de açúcar e 495,9 metro cúbicos de etanol.

Grupo moeu 11,4 milhões de toneladas na safra 2013/14


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Grupo discute combate a plantas daninhas em mudas pré-brotadas WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

No dia 22 de julho aconteceu a 4ª reunião do Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar, instalado na unidade de Ribeirão Preto do IAC – Instituto Agronômico de Campinas. Nesta edição os participantes discutiram o manejo químico de plantas daninhas em sistema de mudas pré-brotadas de canade-açúcar. A presença de outras plantas durante o desenvolvimento de qualquer espécie vegetal pode diminuir o vigor da cultura de interesse, resultando em prejuízos no final do ciclo. Plantas daninhas competem por água e nutrientes do solo antes disponíveis apenas para cultura. A exsudação radicular de compostos tóxicos por estas daninhas e a diminuição da área fotossintética ativa também são fatores de redução de produtividade da espécie comercial. O problema ocorre em todas as culturas e em todas as etapas de crescimento. Durante o encontro foram discutidas as melhores técnicas de manejo destas plantas para viabilizar o desenvolvimento da MPB, tecnologia cada vez mais difundida nos canaviais do Brasil. O setor, conforme apresentado no IAC, já apresenta tecnologias e estudos de casos sobre a aplicação de produtos químicos nesta forma de plantio. O professor e pesquisador da Universidade Estadual de Maringá, Rubem Silvério de Oliveira Júnior, palestrou sobre a seletividade de herbicidas,

tratando sobre os fatores que determinam esta propriedade, como as características relacionadas aos herbicidas e ao método de aplicação destes produtos, e às características da planta. Para Silvério, a maior segurança de aplicação está em tratamentos seletivos. “Quanto maior a diferença de tolerância entre a cultura e a planta daninha, maior a segurança de aplicação. No tratamento seletivo controlamos as plantas indesejáveis, que sofrem injúrias com as aplicações. As espécies tolerantes não são susceptíveis ao produto”, explicou. Assim o crescimento do manejo das daninhas deve procurar variedades para uso em sistema de MPB resistentes às aplicações químicas. O coordenador corporativo de desenvolvimento técnico da Bunge, Carlos Daniel Berro Filho, apresentou a experiência do grupo no assunto. Para Daniel, o ponto chave do manejo é definir o local de plantio do viveiro, evitando locais com histórico de infestação de plantas daninhas. Para o coordenador, o manejo da irrigação é fundamento para a inibição do crescimento destas plantas indesejadas, pois possibilita uma fixação mais rápida da muda no solo, dificultando o desenvolvimento de plantas competidoras. Carlos Daniel também afirmou que é preciso cuidado com a aplicação de agrotóxicos na fase de viveiro. “A fitotoxidade em viveiro não somente quebra a produtividade do canavial, como impacta diretamente a viabilidade e vigor do nascimento de gemas, acarretando em prejuízos no canavial”, concluiu.

Muda pré-brotada garante maior vigor ao canavial

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Tecnologia com gemas encapsuladas oferece maior segurança aos canaviais Presente em mais de 90 países, a empresa suíça Syngenta apresentou no final do primeiro semestre deste ano, a reformulação do Plene, plataforma já conhecida nos canaviais nacionais. Agora há inclusão de uma nova ferramenta que trará maior garantia genética e rastreabilidade aos campos, o Novo Plene. Esta nova tecnologia disponibilizará ao setor canavieiro gemas de cana-deaçúcar encapsuladas, que possibilitarão maior velocidade de plantio e menores falhas de germinação. O material é composto por resinas e outros produtos que garantem a manutenção da qualidade destas. Para Alexandre Gobbi, diretor da área de negócios de cana-de-açúcar, a tecnologia inserida ao produto permite maior estabilidade nos canaviais, por implantar materiais com as características originais das variedades e por respeitar as boas práticas agrícolas. “Quando há um processo controlado, como a utilização de biofábricas, toda a genética desenvolvida no material acompanhará o produto. O resultado é maior pureza genética, mais vigor e menos falhas em campo”, explica. A tecnologia inserida não está limitada à sua aplicação em campo. Na tecnologia de produção do Novo Plene haverá rastreabilidade, informando ao

comprador desde o matrizeiro até o caminho percorrido para chegar ao local de plantio. “Nosso cliente terá informações sobre toda a história do produto, quais etapas percorreu e qual o material de origem”, complementa Gobbi. Para Leandro Irigon Amaral, diretor de marketing do setor de cana-de-açúcar, o desenvolvimento da tecnologia só é possível em parceria com os principais agentes do setor. “Estamos em fase de implantação da tecnologia no Brasil, sempre em associação com nossos parceiros, que acreditam em nossas inovações e contribuições para a cultura canavieira”, conclui. A Syngenta pretende inserir em 2017 a nova tecnologia no mercado brasileiro. Para o diretor de operações da empresa, John Atkin, o Novo Plene trará maior segurança aos canaviais. "Nós adicionamos outra tecnologia inovadora para a nossa plataforma Plene. Isso tornará o processo de plantio mais eficiente para os produtores, trazendo um material genético de alta qualidade, em grande escala. Por ser multiplicado em um ambiente controlado, podemos eliminar as incertezas de produção de campo e os riscos econômicos relacionados”, afirmou. O Novo Plene, integrará os sistemas já conhecidos, Plene Evolve e Plene PB.

John Atkins, diretor de operações da Syngenta


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DMB COMEMORA 50 ANOS Evento reuniu membros da diretoria, colaboradores e familiares em um dia de homenagens e celebrações A DMB, empresa de máquinas e implementos agrícolas, reuniu membros da diretoria, colaboradores e familiares para comemorar seus 50 anos de existência. Localizada na cidade de Sertãozinho, interior de São Paulo, a empresa tem participação importante no desenvolvimento do setor sucroenergético. “Desde o início, ainda em instalações modestas, a DMB teve como propósito fabricar implementos para a cultura da cana-de-açúcar. O objetivo sempre foi oferecer máxima qualidade nos produtos, visando a satisfação de seus clientes. Aliado a estes fatores, a empresa sempre contou com uma administração eficiente em busca do crescimento”, diz o engenheiro

Momento em que Dona Dilma Rosa Borges recebia as homenagens em nome do seu esposo, o Sr. Luiz Borges. Na foto: José Luiz Faria da Silva, Débora Borges Mastrângelo, Roberta Faria da Silva Mazer, Neusa Borges Faria da Silva, dona Dilma, Luiz Carlos Borges e Renata Borges

agrônomo Auro Pereira Pardinho, gerente de marketing da empresa. Durante o evento, diversas homenagens foram prestadas, como ao Sr. Luiz Borges, um dos fundadores do negócio. “Ele, Alberto Borges e José Maieru deram início ao trabalho, ainda com o nome de Mecânica Borges. Dois anos

depois, Décio Rosa passou a fazer parte do time e o nome DMB foi estabelecido”, disse Pardinho. Em seu discurso, ele ressaltou a participação efetiva de todos os colaboradores para o crescimento da empresa, que atualmente conta com infraestrutura moderna instalada em uma

área de aproximadamente 50 mil m². “Nada disso teria sido alcançado sem o empenho, criatividade e dedicação de todos”. No local são fabricados uma extensa linha de implementos, como subsoladores, sulcadores, cobridores, cultivadores "quebra-lombo", cultivadores para cana crua e queimada, carretas para distribuição de torta de filtro, adubadeiras de superfície, adubadores para cana crua com aplicação em profundidade, aplicadores de inseticidas em soqueiras e desenleiradores para cana crua. Todo este trabalho se tornou referência no mercado, permitindo que os negócios fossem expandidos para outros países produtores de cana. América do Sul, América Central, Caribe e África trabalham com a tecnologia. “O crescimento do setor exigiu que expandíssemos nosso portfólio de produtos, tornando a empresa a mais diversificada nesta área de atuação”, finalizou Pardinho. DMB 16 3946.1800 www.dmb.com.br

O colaborador José Carlos de Souza, há 39 anos na DMB, também foi homenageado,

Outra homenagem foi feita ao funcionário que está há mais tempo na empresa, o Sr. Alexandre

tendo ao seu lado direito Aberto Borges Júnior e a esquerda Roberto Tadeu Faria da Silva

Borges Júnior, tendo à sua direita Marcelo Borges e a esquerda o Sr. Alberto Borges


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Usinas adotam diversas alternativas para driblar a compactação Controle do tráfego, pneu de alta flutuação e canteirização estão entre as medidas RENATO ANSELMI,

DE

CAMPINAS, SP

A redução de custo tem sido uma “obsessão” perseguida pelas unidades sucroenergéticas visando a sobrevivência ou a preservação da margem de lucro em um cenário marcado pela crise e seus efeitos. Para isto, há um esforço de todas as áreas para afastar toda e qualquer situação que abale a produtividade e a eficiência operacional. No campo, um dos problemas que impacta o rendimento agrícola é a compactação do solo que tem a sua capacidade reduzida de retenção e absorção da água. Em consequência dessa situação, principalmente nos períodos de estiagem, ocorre um “déficit hídrico” para a planta e o desenvolvimento das raízes fica comprometido, constata o agrônomo Victor Aleixo, engenheiro de campo da Trelleborg.

Victor Aleixo: pesquisa constante busca amenizar efeitos da compactação no campo

“A água que não infiltra no solo provoca o carregamento de partículas e sedimentos, causando erosão na camada superficial onde se concentra a maior parte dos nutrientes disponíveis para a planta”, ressalta. Para eliminar – ou pelo menos diminuir – os

transtornos gerados pela compactação, produtores e unidades sucroenergéticas recorrem a diversas alternativas, como controle do tráfego, uso do pneu de alta flutuação e até mesmo a canteirização. Com 50% de sua área de cana em solo

argiloso, a Usina Jacarezinho, localizada no município paranaense do mesmo nome, por exemplo, tem enfrentado problemas de compactação, afirma o engenheiro agrônomo José Ricardo Zanata, supervisor de plantio e tratos culturais. Apesar de o argiloso estar mais suscetível à compactação, o arenoso tem também causado preocupação para essa unidade. Os outros 50% dos canaviais da Jacarezinho são plantados em solo misto e arenoso – informa. “O nosso solo arenoso contém bastante argissolo, que possui bastante argila no horizonte ‘B’. Nos primeiros vinte centímetros é mais arenoso, embaixo tem uma porção mais argilosa”, explica. No solo argiloso estão ocorrendo os maiores problemas de compactação devido ao avanço da colheita mecanizada – admite. O índice de mecanização do corte e do plantio da Jacarezinho é de 70%. “Quem faz a maior compactação é a colheita. As máquinas são pesadas. Colhem de 80 a 90 toneladas por hectare (TCH). Para tirar isto do talhão, há um pisoteio maior”, constata. O que agrava a compactação é trafegar com máquinas pesadas – observa – em épocas úmidas.

Mercado disponibiliza diversas alternativas

Plantio de cana é feito em área sem tráfego na Jacarezinho

Para reduzir os problemas de compactação do solo, o mercado fornecedor disponibiliza diversas soluções para as áreas de cana-de-açúcar. A Trelleborg oferece, por exemplo, as linhasTwin Implement e Twin Tractor, que contam com uma estrutura de carcaça reforçada e cintas internas abaixo da banda de rodagem que proporcionam maior vida útil do pneu e aumento da quantidade de horas trabalhadas, além de aumento da área de contato com solo, realização de operações com baixa pressão de inflação, distribuição uniforme e homogênea do peso das máquinas e implementos pela superfície do solo e redução do consumo de combustível, segundo Victor Aleixo. A linha Twin Radial para implementos e caminhões traz o benefício da linha Twin, com sua construção na forma radial proporcionado mais benefícios como maior índice de velocidade e capacidade de carga, e sempre com baixa pressão de trabalho, respeitando o solo – afirma. A Alphapneus também conta com um portfólio preparado para atender todas as operações mecanizadas que envolvem a produção de cana-de-açúcar, desde o preparo até a colheita – afirma Danilo Rossini. “São inúmeros casos de sucesso. Da checa Mitas, temos os pneus de alta flutuação para transbordo (medida 600/50-22.5) e com opção radial (600/50R22.5) pela fabricante finlandesa

Para driblar a compactação, a Jacarezinho está adotando a canteirização e implantando o tráfego controlado por meio da utilização do piloto automático com o sistema RTK. “Isso faz com que o maquinário comece a trafegar todo ano no mesmo lugar. Estamos criando áreas compactadas e áreas sem tráfego, onde não há compactação”, detalha José Ricardo Zanata. A Jacarezinho planta no sistema duplo alternado (0.90 m x 1,50 m). “Estamos há quatro anos plantando nesse sistema. O tráfego é direcionado somente para a linha de 1,50 m. No 0,90 metro, forma-se um canteiro, onde não há tráfego de máquinas. Isto tem ajudado bastante”, diz. Todas as operações de cultivo, adubação ou de alguma necessidade de escarificação são feitas dentro do 0,90 m – detalha. “O 1,50 m vira uma zona como se fosse asfaltada”, brinca. Segundo ele, nessa área, não é preciso fazer a descompactação, pois a entrelinha é voltada ao tráfego. É uma canteirização. Não compacta na linha de cana – enfatiza. O plantio já é feito totalmente com a utilização de RTK. Algumas colhedoras estão com piloto automático. Em trator transbordo, haverá ainda a implantação desse sistema – revela. “No preparo de solo, fazemos a descompactação com subsolagem de 45 a 50 centímetros de profundidade”, afirma. Algumas usinas usam o equipamento Penta – observa. “Este sistema está sendo avaliado. Há unidades que têm obtido

Leandro Pavarin: investimentos em superflot radial

‘Nokian’, muito utilizada em caminhões transbordo em conjunto com o pneu Mitas 365/80R20 MPT-20 na dianteira”, exemplifica. Um dos destaques da linha da Titan é o importado superflot radial da Goodyear, o pneu 600/50R22,5 que começará a ser fabricado no Brasil a partir do próximo ano – informa Leandro Pavarin. “Reúne as vantagens que minimizam a compactação: alta flutuação e construção radial, Na linha agrícola, a Titan tem uma gama que atende praticamente todas as aplicações. Faltam pouquíssimas medidas para atender 100% das necessidades do mercado”, ressalta. (RA)

resultados positivos. Outras dizem que é a mesma coisa na questão de produtividade. Ainda não investimos nessa linha. Nada impede que possamos estudar esse equipamento mais adiante”, diz. Na opinião dele, a indústria poderia ajudar, de alguma forma, com mudanças em equipamentos para que ocorra a minimização da compactação do solo. “Atualmente a cultura se adapta às máquinas existentes. Tem muita coisa para melhorar, incluindo mudanças visando a melhoria da qualidade da colheita, do plantio, do preparo do solo e, consequentemente, a redução da compactação. Para isto, poderiam ser alterados tamanho de bitola, sistema de rodado, peso das máquinas. É preciso repensar”, comenta. De acordo com ele, o pneu de alta flutuação, utilizado em todos os tratores e transbordos da Jacarezinho, ajuda a reduzir a compactação, porque tem uma área de maior de contato com o solo e, por isso, distribui melhor o peso. “Compacta menos. Mas, o transbordo, com dez toneladas, andando no canavial, não tem o que fazer. Não há como eliminar totalmente esse problema”, diz. Segundo o supervisor de plantio e tratos culturais, o tráfego controlado, sem pisar na linha da cana, tem ajudado a Jacarezinho a obter bons resultados. As colhedoras da usina são de esteira, o que também contribui bastante para amenizar a compactação – observa. (RA)


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Pneus largos e radiais diminuem problemas para o solo Maior área de contato, que exerce menos pressão é critério importante na hora de fazer a seleção do produto A escolha correta do pneu agrícola – responsável pela ligação entre a máquina e o solo – é considerada um fator importante para reduzir a compactação. Quanto mais largo o pneu, maior área de contato ele vai ter, portanto menos pressão sobre o solo será feita, explica o engenheiro agrícola Leandro Pavarin, gerente de vendas da Titan Pneus – detentora da marca Goodyear Farm Tires. “Se a opção for por um pneu radial, a situação melhora ainda mais. No radial, há uma área líquida de contato com o solo maior do que no pneu de construção diagonal”, compara. Os pneus diagonais, por trabalharem com uma maior pressão de inflação e apresentarem uma menor área de contato com o solo, contribuem de forma significativa para o aumento do nível de compactação do solo – diz Victor Aleixo, da Trelleborg. “Além de aumentar o consumo de combustível, há maior índice de patinagem e menor rendimento das operações de campo”, afirma. Na Europa, utiliza-se pneus mais largos, conhecidos também como pneus de alta flutuação, com largura de 800 ou 900 milímetros para trator de baixa potência – informa Leandro Pavarin, da Titan. “No

Brasil, ocorre o uso de pneus com essa largura para tratores de alta potência. A Europa está um passo à frente em relação a isto”, enfatiza. De acordo com ele, os pneus de alta flutuação têm, no mercado brasileiro, 710

milímetros de largura no máximo. O mais comum é o 600/50-22,5 – informa. O espaçamento entre as linhas de cana nas plantações do país é que limita o aumento da largura do pneu e, consequentemente, a ampliação da área de contato e a diminuição da pressão sobre o

solo – esclarece o gerente de vendas da Titan. “Se aumentar mais o espaçamento, a máquina não consegue colher duas linhas. E aí começam algumas complicações”, observa. Existe hoje uma tendência de algumas usinas adotarem o modelo australiano, que restringe a circulação do pneu a uma área pequena – constata. Neste sistema, ocorre um aumento do espaçamento entre as linhas de cana. “O discurso torna-se completamente diferente. Neste caso, a demanda não é por um pneu mais largo, mas por um pneu cada vez mais estreito que leve alta carga, pois a área que está sendo compactada, não vai ter plantio de cana. Não tem problema. Pode compactar. Ocorre a canteirização”, comenta. Segundo ele, pode ser usado, neste modelo de plantio, um pneu de 320 milímetros de largura. ”Este é o pior dos mundos para quem produz pneus. Quando a largura é bastante reduzida, diminui demais o volume de ar interno do pneu que tem relação com a capacidade de carga que ele consegue levar. Aí surgem problemas de sobrecarga dos pneus. É um desafio que vai demorar um tempo. para a gente se adaptar. Se o mercado for nessa direção, teremos que aprender”, diz. Uma série de questões precisa ser respondida em relação a isto – observa. Na opinião dele, as soluções terão que ser desenvolvidas junto com o setor. “Temos um pneu de largura 380 aro 46, atualmente importado, que pode ser uma alternativa para atender essa demanda. Vamos começar a produzi-lo no Brasil no final do ano”, afirma. (RA)

Pressão interna e tecnologia IF Altura das garras deve ser também devem ser consideradas otimizada conforme a necessidade Há outro fator que deve ser levado em consideração no uso de pneus: a pressão interna. “É comum encontrar no campo pneus calibrados acima da pressão mínima necessária, o que acaba deixando-o mais estufado em detrimento de menor área de contato, interferindo na compactação do solo”, afirma o engenheiro agrônomo Danilo Rossini, da área de Pesquisa & Desenvolvimento da Alphapneus. Segundo ele, quando a pressão está abaixo da necessária, a carcaça do pneu se deforma, “A pressão supostamente aliviada acaba incidindo no solo pela região dos ombros dos pneus que fica sobrecarregada, além de poder acarretar consequências estruturais e reduzir a vida do pneu”, explica. Leandro Pavarin, da Titan, destaca que uma nova tecnologia, a Increased Flexion (IF) – que em português significa “Flexão Aumentada” ou “Maior Flexão” –, permite ao operador carregar a

Danilo Rossini: cuidado na calibração

mesma carga aplicando pressões menores ou cargas maiores com a aplicação da mesma pressão. (RA)

A aquisição de pneus amigáveis do solo deve levar em conta também o perfil baixo que geralmente indica um produto preparado para reduzir a compactação do solo. “De maneira geral, pneus agrícolas de perfil baixo são utilizados em condições que o diâmetro não pode ser aumentado”, afirma Danilo Rossini, da Alphapneus. O perfil reduzido é adotado para possibilitar o aumento da largura da banda, o que resulta em rodados com maior área de contato que os pneus padrões de raio equivalente – esclarece. Diversos detalhes precisam ser observados e avaliados, durante o processo de escolha dos pneus, visando a redução da compactação. Até mesmo a altura das garras deve ser otimizada de acordo com as necessidades, recomenda Danilo Rossini. “Garras muito altas são agressivas ao solo, prejudicando principalmente a camada superficial. Em operações que não

demandam muita tração em solo solto, garras mais baixas podem ser mais adequadas para a preservação do solo, principalmente os padrões com menor proporção de vazios, o que significa mais borracha em contato superficial com o solo, melhorando a flutuação do pneu”, diz. Segundo ele, a relação da tração também pode ter consequências na compactação. “Um efeito direto já comprovado pelos pesquisadores é que se o rodado, por algum motivo, apresentar baixa eficiência trativa e acabar patinando excessivamente, esse atrito é responsável por compactar o solo da camada superior. Por isso é preciso chegar a um limiar ideal de altura das garras”, observa. Outro detalhe que está ligado a tração é que o pneu demanda maior quantidade de lastro para evitar a patinagem quanto menor for a eficiência trativa. “Quanto mais lastro, maior o peso sobre os pneus e a pressão sobre o solo”, afirma. (RA)


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Venda direta de etanol ao distribuidor aumenta rentabilidade POR RENATO CUNHA, PRESIDENTE DO

SINDAÇÚCAR (PE)

É evidente que o Governo Federal tenta debelar a terrível volta de uma indesejada inflação ao país, sobretudo, através do controle artificial que permeia o comportamento dos preços da gasolina, e, por tabela, dos seus substitutos: etanol, diesel, biodiesel e da matriz veicular como um todo. A estratégia já impingiu danos e prejuízos irreversíveis, tanto à Petrobras como ao setor e a todo o seu genuíno agriconglomerado (cluster) nacional, que só em fornecedores de cana, envolve mais de sessenta mil agentes geradores de empregos e renda no campo. Contudo, será que não há uma saída, ainda que não definitiva? Claro que não seria uma panaceia, mas um caminho de autogestão, onde o produtor de etanol pudesse vender diretamente ao posto, o seu suado produto; diretamente ao canal final de distribuição, recebendo por uma espécie de Conseálcool dos preços ao consumidor, a exemplo dos nossos plantadores e empreendedores da cana, como o já consolidado Consecana, melhorando assim sua rentabilidade e ainda diminuindo os preços de compra atuais, além de impostos aos consumidores, que compulsoriamente, são partícipes de compras nos postos. A quem não interessa a venda direta do hidratado, com maior atratividade ao consumidor? São volumes equivalentes a cerca de mais de 56% da produção de etanol do país? Produto que segura o suprimento dos motores alternativos à gasolina. Por que não flexibilizar e permitir um modelo mais híbrido? O produtor agroindustrial nos dias atuais é forçado a trabalhar para perder dinheiro. Cumpre o abastecimento do anidro na gasolina, questão estratégica que é, para o país, e, ainda perde capital, margens, sendo direcionado ao

endividamento, a essa altura, para tentar salvar o restante de seus ativos, tudo em benefício de um desequilíbrio de concorrência de mercado, presente fortemente em meia dúzia de grandes distribuidoras. E isso ocorrerá até quando? Até onde mais irá nossa longevidade? Há mercado comprador ascendente no Brasil, só para quem quer e já está nesse atroz jogo de perder muito, transferindo para as vendas, as parcas esperanças que não vêm remunerando a produção. Um suicídio empresarial induzido e consentido. Há trinta anos quando se falava em

venda de açúcar em pacotes no varejo era uma grande resistência. Ainda, quando não se permitia ao produtor exportar açúcar por si só, outra barreira inimaginável de ser ultrapassada, tendo todos os modelos evoluídos, com a usina chegando mais e mais ao seu comprador, a quem cabe fidelizá-lo, numa relação madura mais pessoal, pormenorizada e mais rentável. Não dá mais para calar, nem vamos nos entregar, asfixiados, por uma operação de venda defasado, onde as próprias distribuidoras, até para terem a fidelização

de seus postos vivem do auxílio normativo do governo, só conseguindo por normativos. Enquanto isto o produtor se endivida, troca seis por menos de meia dúzia, isto é, quando tem a sorte de ter fluxo de comercialização, ainda que oneroso, se enterrando cada vez mais, numa espiral descendente e sem fim. Portanto, nossa cruzada explícita é pelas vendas diretas dos combustíveis limpos, um dos caminhos que pode cooperar num novo redirecionamento para o segmento.


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MP sobre comercialização de energia continua sem aprovação WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

Publicada no dia 24 de março de 2014 e aprovada no dia 3 de julho, a Medida Provisória 641, que alterava a Lei de Comercialização de Energia, perdeu sua eficácia no dia 21 de julho. A MP propunha a entrega de energia elétrica de usinas termoelétricas para o SIN – Sistema Interligado Nacional para o mesmo ano da licitação de compra. A Lei 10.848 permite o início do fornecimento apenas no ano subsequente ao da licitação e com prazo de suprimento mínimo de 3 anos. A proposta da medida era de modificar este prazo, nas futuras licitações a entrega aconteceria no mesmo ano e com prazo de suprimento mínimo de um ano. Uma justificativa para a criação da MP foi a necessidade de leilões de energia para entrega no mesmo ano da licitação, para que as concessionárias não ficassem expostas ao preço líquido de diferenças do mercado de curto prazo. Os leilões deste tipo são conhecidos como A-0 e pretendiam minimizar problemas financeiros de distribuidoras que não haviam contratado toda a eletricidade que se propunham a ofertar. A medida, que teve atraso para a formação de uma comissão mista para votação, recebeu 54 propostas de emendas, dentre elas, três pediam a inclusão de subvenção a produtores de cana-de-açúcar

pelas secas sofridas na safra, e foram elaboradas pelos deputados Anthony Garotinho (PR/RJ) e Pedro Eugênio (PT/PE).

Algumas Emendas pediam a inclusão de favorecimento às usinas geradoras de energia por biomassa, como a do Deputado Arnaldo Jardim (PPS/SP), que explica que

a ação visa corrigir uma omissão na regulação do Setor Elétrico Nacional. “Os geradores de biomassa de cana-de-açúcar necessitam de um regramento claro para expandir sua geração de energia elétrica, refletida na devida revisão da Garantia Física que possibilita a comercialização da energia gerada, por meio de aumento de disponibilidade de biomassa”, justificou. Com este panorama, o setor elétrico vive uma crise. Dependente de uma malha elétrica que cruza o país de uma extremidade à outra, a eletricidade que corre nestes cabos provém, em sua maioria, da geração através de hidroelétricas, que atualmente apresentam baixos níveis em seus reservatórios devido à escassez de chuvas nesta época do ano. Paralelamente a este problema, em 2012 a MP 579 entrou em vigor. Esta teve o objetivo de reduzir o custo final da energia elétrica. No ano seguinte a medida foi transformada na Lei 12.783, na qual a redução tarifária aconteceu por antecipação das concessões de geração e transmissão daquele ano, estimulando o consumo de energia no país. Mesmo com estes entraves, o setor pode aproveitar este atual cenário para traçar metas de desenvolvimento de um produto em crescente demanda no país, fornecendo energia de maneira contínua e em épocas de estiagem, agregando segurança energética a um país que não estruturou um plano energético a longo prazo.


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Arnaldo Jardim e Josias Messias: setor precisa se mobilizar ainda mais

ENTREVISTA — Arnaldo Jardim

“Aumento da mistura é passo importante para a retomada” ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O coordenador da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, o deputado federal, Arnaldo Jardim (PPS), defende uma série de mudanças políticas que beneficiem o setor sucroenergético. Entre elas, o aumento da concentração do etanol anidro na gasolina de 25% para 27,5%; incentivo à produção de energia elétrica por biomassa; inclusão do motor movido a etanol no programa InovarAuto; a desoneração do PIS/Cofins para os produtores de cana e o retorno da taxa Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) para a gasolina, além de uma mobilização da cadeia produtiva sucroenergética em prol da retomada. Lançada em novembro passado, a Frente Parlamentar, iniciativa suprapartidária, objetiva promover, acompanhar e defender ações e políticas públicas que fortaleçam o setor. Em visita ao presidente do JornalCana, Josias Messias, Arnaldo Jardim falou sobre os desafios para 2015. Confira entrevista completa: JornalCana – Em relação ao aumento da mistura de etanol na gasolina, dos 25% para 27,5%, já é possível comemorar? Arnaldo Jardim - Há um esforço concentrado marcado para a primeira semana de setembro, no Senado e

queremos que seja aprovada lá também. Há um compromisso de sanção da Presidente, e isso será um passo importante rumo a retomada, mas não o suficiente para resolver o problema delicado do setor sucroenergético. Vamos somar a essa medida a retirada do PIS/Cofins sobre a cana e somar a emenda que conseguimos aprovar do Inovar-Auto, que inclui o motor flex e na projeção do carro híbrido, pesquisas de inovação tecnológica para o carro elétrico a etanol. Vou orientar a Frente Parlamentar para verificar junto a Aneel, a possibilidade de realizar leilões específicos para contratação de energia da fonte de biomassa. Isso irá completar um conjunto de questões relacionadas a preço e o aumento da participação de etanol na matriz de combustível. O setor será capaz de suprir a demanda com o aumento da mistura? Não imediatamente, até porque a medida não deverá ser estabelecida para este ano, mas para 2015. Acredito que a partir de 2015 terá plenas condições de suprir a demanda adicional de 1,2 bilhão de litros. O importante é que repercute desde já, se há um cenário previsível, permite planejamento, precificação e o efeito imediato no ponto de vista da cadeia produtiva. O que poderá acontecer se a Presidente Dilma for reeleita? Tenho minhas opiniões, mas serei cauteloso. Gostaria de ver mudança no governo atual, pois acho que um governo

de oposição poderia ouvir muito mais o setor. A presidente Dilma paralisou o segmento ao extremo, e comprometeu um setor que faz o Brasil se desenvolver e penalizou a economia como um todo. Se ela continuar, certamente terá que mudar a sua postura atual e não postergar mais medidas. Quais as perspectivas para 2015? Primeiro temos que aguardar as perspectivas do clima, mas espero que 2015 seja um ano melhor. Qualquer governo que se eleja terá que reajustar os preços dos combustíveis fósseis. A Petrobras vive uma situação delicada fruto da manipulação artificial por parte do atual governo, comprometendo a empresa e matando o segmento sucroenergético. Um reajuste de preços da gasolina deve vir de forma mais clara e profunda para que o setor possa reagir. Nossa vigilância é a garantia que isso se realize. Falta mobilização por parte do setor? Acho que o setor está mais maduro, mobilizado e unido. Mas ainda precisa se mobilizar mais, devido a sua importância econômica, social, e seu efeito multiplicador na economia. Ainda não tem firmeza do que necessita para defender suas reivindicações, já que em anos anteriores houve certa hesitação. O segmento muitas vezes entendeu que a boa relação com o governo resolveria por si só a situação. Hoje os fatos deixam claro que governo reage às pressões. Não proponho

nada radical, mas de firmeza nas defesas das reinvindicações. Acho que faltou unidade na construção de uma pauta conjunta. A ação desigual de lideranças também enfraqueceu esse momento. Temos que aprender com o que vivemos, fortalecer as frentes nacionais, entidades de classe e temos que ter mobilização, pois o governo reagirá dependendo da reivindicação. Quais as ações da Frente em favor da bioeletricidade a partir da biomassa da cana? Nos últimos três anos foram realizados leilões e os contratos visavam o menor custo, um critério que muitas vezes não leva em consideração a localização da fonte. Embora nesse instante ofertemos a energia de biomassa a um custo médio de R$ 180,00, defendemos que deve haver leilão específico por fonte ou vocacionados para destacar a bioeletricidade. O governo tem energia de reserva a partir das termelétricas, a carvão e a óleo, a custo maior de R$ 300,00, e se tornou permanente e usual. Vamos defender a contratação específica de energia de biomassa. Discutimos com Ministérios, com a Aneel, e estamos esperando respostas e há sinais de que o governo se convenceu e que as respostas venham logo. Acho que a divulgação das virtudes da bioeletricidade, do ponto de vista de custos, da localização próxima aos grandes centros de consumo e a produção complementar ao período chuvoso, justifica as prioridades que defendemos.


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Pressionada, Dilma busca se reaproximar do setor ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Durante seus oito anos como presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva criou tamanha empatia com o setor que em 2010, já com a crise instalada, sua sucessora Dilma Rousseff não teve dificuldades em contar com apoio do eleitorado canavieiro. Passados quatro anos, o cenário mudou e a petista é rejeitada pelo segmento. O motivo principal é o suposto controle da inflação através do preço da gasolina, defasado em cerca de 20%. Em 2012, o Governo Federal zerou a Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico sobre o combustível fóssil como forma de compensar o reajuste dos preços, tirando a competitividade do etanol. “Acho que aumentar a Cide para qualquer setor impacta no que se chama arrecadação de tributos. Há que se justificar a Cide para qualquer coisa; acredito que a política em relação ao etanol tem de ser uma política bastante clara”, afirmou Dilma. Para se eximir da culpa, a petista declarou no início de agosto que o problema não é a atual política de combustíveis, mas sim, o avanço dos americanos neste mercado. “Nosso etanol de cana é um produto que tem competidor internacional, que é o etanol de milho americano. O etanol de cana terá de ser competitivo com o etanol de milho e a política do governo é ajudar nessa competitividade. Através do quê? Da contínua e sistemática adoção de tecnologias”, afirmou. Elizabeth Farina, presidente da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, discorda da afirmação e diz que Dilma está ‘desinformada’ quando o assunto é o biocombustível. “Mais de 90% do hidratado produzido no Brasil é destinado ao mercado interno. É a desoneração da gasolina, e não o etanol de milho, que afeta a competitividade do hidratado”.

Política de preços gerida pelo governo Dilma contraria o setor

Recentemente, seu governo tem buscado retomar contatos com os empresários. Dilma recebeu para uma reunião, por exemplo, Marcelo Odebrecht, diretor-presidente da Odebrecht, que conta com seis usinas de cana-de-açúcar. “Se a situação permanecer incerta e sem perspectivas claras de melhora, será inevitável uma avaliação da continuidade dos investimentos e da operação de algumas unidades”, disse em nota a empresa ao jornal Valor Econômico. Como solução para a momento conturbado, Dilma afirmou ser necessário uma estrutura de financiamento mais favorável, que tenha como objetivo garantir

a lucratividade do setor. Indicou que após ter feito a desoneração de PIS e Cofins, o governo pode anunciar outras medidas, como a possibilidade de se ampliar de 25% para 27,5% a mistura do etanol na gasolina. “Agora é fundamental perceber que o setor passou por uma crise, e que esse processo está sendo absorvido sistematicamente. E obviamente acredito também que estruturas de financiamento mais favoráveis ao etanol vão garantir ampliação da lucratividade”. A extensão da crise está registrada em documento do “Projeto Agora – Agroindústria e Meio Ambiente”, encaminhado aos candidatos. São mais de

60 usina fechadas, desde 2008, e de 300 mil postos de trabalho fechados no país, segundo estudo apoiado pela Unica, Orplana e Ceise-BR. André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, diz que de 2005 a 2008, o país registrou aumento de 25% no número de unidades sucroenergéticas instaladas. “Mas de 2008 para 2014, 30% das quase 390 usinas existentes no Brasil mudaram de mãos, fecharam, suspenderam as atividades ou estão fazendo a moagem fora de seu município”, confirma. Até o fechamento desta edição, a presidente Dilma ocupava o primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.


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Aécio quer diálogo direto com o setor sucroenergético “Podem me cobrar no futuro. Em relação ao setor sucroenergético, o interlocutor direto será o Presidente da República caso eu seja eleito”, disse Aécio Neves (PSDB), segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto. O tucano tem batido na tecla de que vai trabalhar para que o mercado de etanol tenha previsibilidade, discutindo, por exemplo, uma política de preços mínimos que garanta a competitividade do biocombustível. “Nenhum setor tem sido tão vitimizado pela incapacidade do atual governo quanto o sucroenergético. O etanol sofre uma concorrência desleal da própria Petrobras. Previsibilidade é a regra número um do nosso governo. Vamos discutir políticas de preços mínimos para que o etanol possa resgatar sua capacidade também competitiva”, afirmou. Em sua opinião, o país precisa de regras mais estáveis do ponto de vista fiscal e tributário, diretrizes mais claras de aumento na participação do etanol na matriz de combustíveis, incentivo à inovação, além de uma política mais ousada de comércio exterior, com flexibilização do Mercosul, permitindo a relação do Brasil com países de fora do bloco. Durante a Agrishow, feira realizada em Ribeirão Preto, SP, no primeiro semestre, lembrou que o segmento se mantém apenas em função do árduo trabalho dos produtores. “Não podemos falar em fracasso em função do esforço e do talento das pessoas que têm se dedicado a este trabalho. Precisamos de linhas de crédito que funcionem, política de preços clara e transparente em relação aos combustíveis, além de garantias de estímulos para quem venha empreender. Não podemos trabalhar com insegurança e sazonalidade”, declarou. O presidenciável defende também que o país conte com diversidade energética em sua matriz, e para isso, acredita ser importante criar medidas que tragam investimentos em biomassa. É com ela, aliás, que o setor tem se dedicado para atravessar a crise. Em 2013, a oferta de bioeletricidade representou uma economia de 7% da água dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Também no ano passado a energia vendida à rede respondeu por 12% do consumo residencial total do país. Nas usinas, já representa entre 3% e 4% do faturamento bruto. Outro ponto fundamental para o tucano é garantir o equilíbrio na formação de preços de etanol no Brasil, desvinculado do preço da gasolina e compatível com sua demanda real. “No momento em que nós deveríamos estar discutindo no Brasil a competitividade, a produtividade, falando em ampliação de investimentos em inovação, estamos voltando a discutir uma agenda de dez anos atrás,

Aécio Neves: candidato à presidência pelo PSDB

a agenda da inflação e da credibilidade do país”, disse. Na próxima edição publicaremos as propostas do PSB, partido ao qual Eduardo Campos era candidato à presidência da República. Ele estava em terceiro lugar nas

pesquisas e faleceu no dia 13 de agosto vítima de um acidente aéreo em Santos (SP). Até o fechamento desta edição, não fora divulgado o nome de seu sucessor. O nome mais cotado era o de Marina Silva. (AR)


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AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE

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Agosto marca ações de reflorestamento de usina de Alagoas

Clealco promove projeto Escola no Campo

A Usina Santa Maria, em parceria com a prefeitura de Porto Calvo (AL), local onde está sediada, programou para o mês de agosto a segunda etapa do plantio de mudas nativas da Mata Atlântica na fazenda Canaã. A ação conta com a ajuda de estudantes universitários. O primeiro encontro aconteceu no dia 22 de julho em uma fazenda pertencente a empresa, com a finalidade de conscientizar a sociedade sobre a importância de preservar a natureza, com a ação de “Plantar é preciso”.

O Grupo Clealco realizou a reunião de abertura do projeto ‘Escola no Campo’, uma parceria com a Fundação Abrinq e a Syngenta, que tem como objetivo disseminar o conhecimento sobre questões relacionadas ao meio-ambiente, contribuindo para a formação de crianças e adolescentes, segundo os promotores. O projeto é desenvolvido anualmente com 400 alunos do 7º ano das escolas estaduais dos municípios de Clementina, Santópolis do Aguapeí, Luiziânia, Queiroz e Braúna, interior de São Paulo.

Usina conscientiza sociedade sobre a importância de preservar a natureza

Mais de 6 milhões de toneladas foram transportadas por hidrovia em 2013

Seca paralisa transporte pela hidrovia Tietê-Paraná A queda no nível do Rio Tietê em função da falta de chuvas paralisou o transporte de cargas pela Hidrovia TietêParaná, no Estado de São Paulo. Com 2,4 mil quilômetros de extensão, a hidrovia interliga os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Em alguns trechos, o rio está cinco metros mais baixo. Por ali são escoados cana, açúcar, milho, soja, celulose e madeira com um custo 30% menor do que o transporte rodoviário. Somente em 2013, mais de 6 milhões de toneladas foram transportadas pela hidrovia. De acordo com o governo do Estado, a situação mais grave é no canal Pereira Barreto, onde as margens estão cedendo e

assoreando o leito do rio. A situação pode exigir que no futuro seja necessário intervenções para retirar a terra excedente. Com 9.600 metros de extensão, ele interliga o lago da barragem da Usina Hidrelétrica de Três Irmãos, no rio Tietê, ao rio São José dos Dourados, afluente da margem esquerda do rio Paraná. Para se ter ideia do prejuízo, especialistas indicam que a quantidade transportada por um comboio pelo rio equivale a 200 viagens de caminhão. Estima-se que os perdas superem R$ 200 milhões. Oficialmente, 19 municípios decretaram racionamento de água, sendo que desses, 12 ficam na região de Campinas.

Usina abordou questões relacionadas ao meio ambiente


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Protocolo Agroambiental levou a aumento no número de colhedoras WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO

Assinado em 2007, o Protocolo Agroambiental antecipa nos canaviais paulistas a extinção da queimada de 2021 para 2014 nas áreas onde é possível a mecanização da colheita no Estado de São Paulo. O acordo foi firmado de forma voluntária e teve adesão de mais de 170 unidades agroindustriais e 29 associações de fornecedores de cana-de-açúcar, segundo a União da Indústria de Cana-deAçúcar (Unica). No início do protocolo, na safra 2006/07, dos 3,24 milhões de hectares de cana-de-açúcar colhidos, 65,8% eram provenientes de queimadas, prática que foi perdendo gradualmente aceitação pelos participantes da cadeia de açúcar e etanol. Na safra 2013/14 foram colhidos 4,81 milhões de hectares, deste total 4,03 milhões foram através da mecanização, representando o expressivo percentual de 83,7% em todo o Estado. Os ganhos ambientais oriundos desta prática, já são mensuráveis e expressivos para assegurar a sustentabilidade produtiva do biocombustível que carrega a bandeira de combustível verde. Desde a safra 2006/07 até esta, 7,16 milhões de hectares deixaram de ser queimados. O setor deixou de emitir mais de 4,4 milhões de toneladas de gases do efeito estufa, e ainda mais de 26,7 milhões de toneladas

de outros poluentes. Segundo números fornecidos pelo protocolo agroambiental houve redução

no consumo de água pelas usinas, provocado também pela colheita da cana crua e limpeza desta a seco. Nos anos 90 o

gasto era de 5 metros cúbicos por tonelada cana processada, a previsão para este ano é de menos de 1 m³ por tonelada. Antes destinado às cinzas, o bagaço gera um dos produtos mais valorizados da indústria canavieira, a energia elétrica. Desde firmado o protocolo, as usinas signatárias abasteceram 22% do consumo residencial anual de todo Estado. O protocolo permitiu o crescimento do número de colhedoras em solos paulistas, na safra 2006/07 haviam 753 máquinas. Nesta safra foram contabilizadas 3.056, crescimento de mais 305%. Cada colhedora substitui cerca de 80 cortadores, a implantação deste sistema no maior Estado produtor desta cultura não seria possível sem medidas paralelas para o direcionamento desta mão de obra para atividades mais qualificadas, como a operação destas novas máquinas que entraram nos canaviais. A mudança na forma de colher a cana trouxe também alguns entraves para a dinâmica dos canaviais, nos quais houve alterações microclimáticas que beneficiaram alguns insetos que não eram considerados pragas, como o bicudo da cana-de-açúcar, Sphenophorus levis, que se desenvolve em pedaços de cana fermentados no solo. E a cigarrinha-daraiz, Mahanarva fimbriolata, que consegue se desenvolver devido a elevada umidade do solo após a colheita.


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ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO

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Conselhos de administração e fiscais fortalecem as corporações conselhos não dá garantias de que será agregada qualidade à gestão empresarial. Sua composição deve ser estrategicamente pensada para agregar profissionais e gestores experientes e ativos, que de fato acrescentem valor à administração. Quanto mais instrumentos de governança corporativa adotados, melhor será a percepção externa, ou de “mercado”, em relação a uma companhia. Quanto melhor essa percepção, mais positivas e facilitadas serão as oportunidades de capitalização da empresa. Organizações que investem em governança têm acesso facilitado a capitais, a investimentos e a crédito mais barato e em melhores condições de pagamento do que aquelas que não adotam tais práticas. Tratando do setor, sabemos que poucas administrações investem em instrumentos de governança. Hoje, existem algumas companhias de capital aberto, que são obrigadas a possuir conselhos. Outros raros grupos empresarias de capital fechado investem em gestões que contam com esse tipo de instância. O que percebemos é que predominam nessa área empresas sob administração familiar, que, na maioria das vezes, pouco valorizam diferenciais de governança. Assim, o acesso a recursos mais baratos e em melhores condições no mercado financeiro e de capitais é restrito a poucas corporações do segmento. Para a maioria das empresas resta recorrer a agentes financeiros que exigem alto retorno sobre o capital emprestado, extensas garantias e impõem restrições à concessão de benefícios em relação a prazos e formas de pagamento. Transformar essa realidade é um grande desafio para que o segmento possa garantir sua continuada eficiência e perenidade.

JOSÉ OSVALDO BOZZO*

A extrema complexidade do mundo dos negócios impõe às empresas estarem preparadas a garantir uma gestão adequada e alinhada às exigências estabelecidas por essa instituição abstrata que chamamos de “mercado”. Tratar da boa gestão das companhias é falar em governança corporativa, que, simplificadamente, envolve a capacidade e os instrumentos que as empresas dispõem para aplicar as melhores e as mais corretas práticas administrativas, garantindo respeito às pessoas, à sociedade, às leis, às normas, e aos princípios éticos e mercadológicos em vigência. Entre os instrumentos de gestão característicos da boa governança corporativa, destaque para a instituição dos conselhos de administração e fiscais. São instâncias que contribuem para garantir que cada organização seja conduzida da maneira mais alinhada aos preceitos da boa administração. O Conselho de Administração tem determinante papel auxiliar na gestão das companhias. Cabe a seus membros analisar e avaliar dados e estratégias, agregar proposições e aprovar as políticas e soluções adotadas, ou a serem implementadas, pelos gestores principais de uma empresa, que, em geral, são representados pela diretoria executiva. Esse conselho é responsável, também, por eleger os diretores e indicar os integrantes de eventuais comitês assessórios à gestão empresarial. Os conselheiros de administração são os principais responsáveis por apontar os caminhos que a gestão da empresa deve trilhar, indicando os preceitos, normas de conduta e estratégias mais adequadas ao negócio e ao ambiente. Também devem fiscalizar números, a aplicação dos princípios traçados e avaliar se o trabalho dos executivos é correto e alinhado ao planejamento empresarial.

Já o Conselho Fiscal, como o próprio nome diz, tem a tarefa de fiscalizar a correta gestão da empresa, analisando dados, indicadores e estruturas para

garantir que os preceitos legais, fiscais, normativos, contábeis e éticos vêm sendo seguidos à risca. É evidente que a simples criação de

*José Osvaldo Bozzo é tributarista e sócio da MJC Consultores. Formado em Direito, iniciou carreira na PwC. Foi sócio da KPMG e professor na USP-MBA de Ribeirão Preto.


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Atuação de executivos transforma TI em área estratégica A partir do trabalho de diversos profissionais, informática ganha novo status e torna-se ferramenta importante em gestão RENATO ANSELMI,

DE

CAMPINAS, SP

Já não se utiliza a informática como antigamente. Considerada um importante recurso para agilizar a elaboração da folha de pagamento, do orçamento e de outras tarefas administrativas, essa atividade ganhou um novo status, tornando-se ferramenta importante para o controle das operações do processo de produção agroindustrial, o monitoramento da qualidade, a integração de dados e a otimização de custos. Esse “casamento” entre tecnologia e gestão virou realidade em unidades e grupos sucroenergéticos devido ao trabalho de diversos profissionais e executivos. Eles

participaram ativamente da transformação do antigo CPD – Centro de Processamentos de Dados e do departamento de informática em uma nova área, a de Tecnologia da Informação (TI), que passou a desempenhar um papel estratégico na gestão de usinas e destilarias. Mais do que isto, esses executivos da TI tiveram – e ainda têm – atuação relevante no crescimento dessa atividade no setor, entre os quais, o idealizador e fundador do Gatua – Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e

Energia –, Carlos Alberto Rodrigues de Barros, conhecido como Bill, que é o atual coordenador nacional do grupo. Em 2003, quando era gerente de TI da Açúcar Guarani, ele começou a perceber a necessidade de criação de um grupo nessa área. Em decorrência da necessidade de atualização, Bill chegava a perder um dia todo, em uma desgastante e custosa viagem, para assistir a uma palestra de duas horas, conforme ele mesmo conta. “Por que não levar o palestrante até

onde ficávamos? Parecia mais lógico” – questionava. Segundo ele, diversas pessoas enfrentavam uma situação semelhante. “Eu ficava olhando os crachás, antes ou depois da palestra, e via que alguns participantes eram meus ‘vizinhos’ de usinas que ficavam perto da Guarani”, recorda. Não era somente o esforço para participar desse rápido evento de reciclagem que o inquietava. Carlos Barros ficava incomodado com a falta de integração das áreas de Tecnologia da Informação das unidades sucroenergéticas que enfrentavam situações e problemas semelhantes. “Comecei a ligar para usinas vizinhas e apresentava a ideia de criarmos um grupo com a intenção de trocarmos experiências, informações e conhecimentos. Enfim, nos ajudarmos mutuamente. Pedi permissão para o meu diretor na época, que acolheu prontamente a ideia, porém me alertou que seria muito difícil reunir profissionais de usinas diferentes, pois a cultura do setor era bastante isolacionista. Muitos empresários não viam com bons olhos os seus funcionários conversando com seus pares de outras empresas. Ainda hoje é assim, por incrível que pareça”, relata Bill, que é formado em Administração de Empresas e Economia, com especialização em Recursos Humanos.


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Bill comanda fundação e profissionalização do Gatua Entusiasmado pelo trabalho do grupo, ele anuncia o 10º Congresso: “É a reunião das brasas para aumentar o calor da lareira” Com o decorrer dos anos, diversas barreiras existentes na área da Tecnologia da Informação foram rompidas. Fundado em 2003 com a participação de seis unidades sucroenergéticas, o Gatua possui hoje 322 usinas associadas, e está presente em quatro países, predominantemente no Brasil, onde atua em vinte estados, comemora Carlos Barros, o Bill. “Só o acesso ao fórum de discussões do grupo na Internet já justifica a participação no Gatua”, afirma. Segundo ele, em poucos minutos, o profissional da área que precisa de uma orientação técnica sobre algum assunto, recebe várias dicas, sugestões e informações, obtendo a solução do problema em diversos casos.

Carlos Barros, o Bill: dicas no fórum de discussões do Gatua

“Essa ajuda não vem de nenhum vendedor querendo vender algo. Mas, de pessoas que tiveram o mesmo problema e possuem

uma forma de resolvê-lo”, comenta. Da mesma forma que comandou todo o processo de fundação do grupo em

2003 – do qual foi o seu primeiro coordenador –, Bill está a frente, desde 2013, do processo de profissionalização do Gatua que tornou-se uma vertical, para o setor sucroenergético, do Gruti Brasil – Grupo de Usuários da Tecnologia da Informação, que abrigará também grupos das áreas de tecnologia de outros segmentos. “Assim como na criação e na formação do Gatua, eu assumi a criação do Gruti Brasil. Respondi por todas as etapas da burocracia relacionadas à formação de qualquer empresa, inclusive financeiramente”, esclarece ele, que é diretor do Gruti Brasil. A formalização do Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia já possibilitou, entre outras iniciativas, a criação do Programa SGQ – Selo Gatua de Qualidade. “É uma proposta revolucionária para criar uma cultura de melhoria contínua dos produtos e serviços do mercado brasileiro de TI”, ressalta. As atividades nessa área não param. De 25 a 27 de novembro, em Ribeirão Preto, SP, será realizado o 10º Congresso Anual Gatua 2014, com feira de tecnologia, palestras e rodadas de negócios – destaca. “É a reunião das brasas para aumentar o calor da lareira”, enfatiza. (RA)


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Trabalho de Eder Fantini é marcado pelo planejamento Gerente da Jalles Machado coordena elaboração de plano diretor, define funções e cria novas áreas A Tecnologia da Informação é uma área estratégica para a gestão, provendo sistemas e recursos para que a empresa tenha processos bem controlados, que dão celeridade aos negócios, possibilitando um maior ganho de tempo, de recursos financeiros e de eficiência. Essa opinião é de Eder Fantini Junqueira, gerente de TI do Grupo Jalles Machado, de Goianésia, GO, que ressalta a necessidade da Tecnologia da Informação estar inserida nesse contexto de gestão, dando suporte às atividades da empresa que têm como foco a melhoria dos seus processos. “TI é a área da tecnologia voltada para a gestão da informação, para a gestão daquilo que é fundamental para a empresa utilizar e tomar decisões”, afirma. Desde o início das suas atividades na gerência de TI da Jalles Machado, em abril de 2010, Eder Fantini sentiu a necessidade da realização de um planejamento e da reestruturação da área que passou inclusive, naquele ano, a estar diretamente vinculada à presidência da empresa. Uma das primeiras medidas adotadas por Eder Fantini foi a definição de funções. “Antes havia somente dois tipos: a de analista de suporte e analista de sistemas. Todo mundo fazia tudo. Foi feito um trabalho de segregação de funções

Profissionais excelentes inspiraram carreira

Eder Fantini Junqueira, gerente de TI do Grupo Jalles Machado: foco na melhoria dos processos

dentro da equipe. Descrevi novos cargos”, detalha. Houve também a criação de novas áreas no setor de TI, como a de redes e de infraestrutura, de desenvolvimento e sistemas de informação, de suporte técnico, de serviços e atendimento. Em relação ao planejamento, ocorreu a elaboração de um PDTI - Plano Diretor de TI, com ações para serem implementadas num prazo de cinco anos,

de 2010 a 2015. “Nesse PDTI, identificamos uma série de questões relacionadas à segurança da informação. Implantamos políticas internas para o uso dos recursos tecnológicos e de segurança da informação, que define que o equipamento da empresa tem que ser utilizado de determinada forma, que não pode ser usado para fins particulares”, observa. (RA)

Entre os momentos marcantes de sua trajetória profissional e institucional, Carlos Barros observa que atuou em poucas empresas, mas trabalhando com excelentes profissionais nos quais se espelhou e com os quais aprendeu muito. “Tenho ótimas lembranças da Citrosuco Paulista (indústria de suco de laranja), da Açúcar Guarani (usina de açúcar) e da Frialto (grupo frigorífico)”, detalha. Bill conta que na Guarani, onde era gerente de TI, teve a oportunidade de participar da transformação da área de Tecnologia da Informação, que era bastante incipiente e não tinha uma equipe mínima consolidada nem uma infraestrutura adequada. “Montamos uma equipe bastante competente, aproveitando pessoas de outras áreas da empresa para assumirem postos na TI”, diz. De acordo com ele, quando os processos já estavam estabilizados, rodando de forma integrada, e a cultura do melhor uso da tecnologia implementada, houve a implantação do sistema SAP. “Nesta fase, ocorreu a consolidação de um padrão de governança que permitiu à Guarani avançar com seu objetivo de abertura de capital, além de colocá-la nos mesmos moldes de sua então controladora mundial, o Grupo Tereos”, afirma. (RA)


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“Arrumação da casa” favorece salto de qualidade Para saltar de uma situação básica para um nível de maturidade maior, houve a necessidade de colocar em prática uma serie de ações para “arrumar a casa” – relata Eder Fantini. “O trabalho não para, vai caminhando, galgando degraus, passando por novas fases com a implementação de várias medidas”, comenta. A implantação do sistema integrado de gestão empresarial SAP foi um dos exemplos do avanço da área de TI na Jalles Machado. Com início de implantação em abril de 2010, esse sistema de gestão voltado a toda cadeia de negócios (vendas, faturamento financeiro, contabilidade, controladoria, planejamento da produção) começou a operar em janeiro de 2012. “Houve a necessidade de mudanças, como cultura das pessoas e processos da empresa” – diz. Outra preocupação da área de TI da Jalles Machado tem sido a gestão

agroindustrial, com a melhoria dos recursos de uma ferramenta já utilizada pela empresa. “Implantamos novos módulos, novas funcionalidade para dar celeridade ao processo agroindustrial”, informa. Entre outras iniciativas, a área de TI

foi a responsável pela realização de um projeto de apontamento da operação agrícola em celular. “Desenvolvemos o aplicativo e fizemos a implantação. Temos cerca de 600 aparelhos na operação, transmitindo informações pela rede GPRS”, diz.

Formado em Processamento de Dados pela Fundação Educacional de Fernandópolis, Eder Fantini iniciou a sua trajetória na Jalles Machado em 2009 como analista de sistemas sênior. De 2005 a 2008 trabalhou como diretor de tecnologia da Prefeitura Municipal de Goianésia. Além disso, atuou como docente na Universidade Estadual de Goiás – Unidade Goianésia no curso de Sistemas de Informação, e na Faculdade Evangélica de Goianésia nos curso de Administração e Agronomia. Ele possui pós-graduação em sistemas de informações geográficas pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e MBA Executivo em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atualmente, está cursando Governança, Riscos e Compliance pela KPMG, em São Paulo. Eder Fantini também foi secretário do Gatua Sul, de 2011 a 2013. “Nesse período, a minha participação foi mais intensa, mas eu nunca me desvinculei do grupo. Incentivo a minha equipe a participar do Gatua, porque acho que o compartilhamento de informações é essencial”, afirma. (RA)

Josias Correia participa de diversas etapas e desempenha papel importante De coordenador de CPD a gerente de TI, ele acompanhou mudanças na área que gera vários benefícios para o processo de gestão A trajetória profissional de Josias Correia, gerente de TI do Grupo Toledo, exemplifica como o processamento de dados foi transformado em uma área estratégica de Tecnologia da Informação, fato que ocorreu em empresas de diversos segmentos nas últimas décadas, inclusive do setor sucroenergético. Josias Correia teve – e continua desempenhando – um papel importante nesse processo. Nada aconteceu da noite para o dia. Ele iniciou a sua atividade no grupo em 1986, na área administrativa da Usina Paisa, de Penedo, AL. Em 1990, tornou-se coordenador do CPD – Centro de Processamento de Dados – dessa unidade. “Quando comecei na Paisa todo o trabalho era feito manualmente. O início da informática no grupo foi na Usina Sumaúma. A gente se deslocava até essa unidade para processar a folha de pagamento”, conta. Após iniciar a sua atividade na coordenação do CPD da usina de Penedo, essa “operação” começou a ser feita na própria unidade. “Implantamos posteriormente módulos da área financeira, controle de estoque, folha de pagamento agrícola, entre outros”, recorda.

Josias Correia, do Grupo Toledo; processamento de dados foi transformado em área estratégica

Novos desafios surgiram na sua atividade profissional quando ele assumiu funções coorporativas no Grupo Toledo. Em 1994, Josias Correia tornou-se coordenador de informática e em 2000 passou a exercer a função de gerente de Tecnologia da Informação e Comunicação da empresa. O fato marcante, nesta nova fase de

sua trajetória, foi a integração de todos os departamentos das usinas do grupo com a Tecnologia da Informação, a partir de uma plataforma de software desenvolvida para essa finalidade – revela. “Isto possibilitou a automação e o armazenamento de todas as informações do negócio em um fluxo de dados único, contínuo e consistente”, detalha.

Houve a adoção de diversas medidas, desde o início da sua atuação na gerência da TI, como: coordenação e implantação de sistemas ERP nas três unidades alagoanas do Grupo Toledo (Usina Capricho, Usina Sumaúma e Usina Paisa); implantação de metodologias de segurança e gerenciamento das informações; definição e implementação da infraestrutura de servidores, banco de dados e aplicações, internet, proxy, e e-mails. Além disso, ocorreu a customização e implantação de sistemas de planejamento e controle agrícola, manutenção e gerenciamento industrial, manutenção e operação de frota de veículos, entre outras ações. Segundo ele, diversos benefícios são proporcionados pelas medidas adotadas pela área de TI, como maior eficiência na utilização dos recursos das unidades do grupo para que se mantenham competitivas. “Os recursos de TI possibilitam maior controle e acompanhamento da gestão da usina, tornando-a mais ágil ao responder às exigências do mercado”, comenta. Membro do Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia desde a sua segunda reunião, realizada em Piracicaba, SP, em maio de 2004, Josias Correia atuou no Gatua Norte como 1º Secretário de 2004 a 2005 e coordenador de 2006 a 2008. Formado em Ciências, ele possui cursos de especialização em Rede de Computadores pela Faculdade de Alagoas (FAL), de Governança de TI pela Estácio de Sá e MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV. (RA)


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Usinas discutem ferramentas apropriadas à gestão de pessoas Programa de Rádio é destaque no Workshop Temático Gerhai

inovadores garantem o resultado do treinamento”; “Bunge – Solução SAP Success Factors: Como a Solução Líder de Gestão de Recursos Humanos pode Transformar sua Empresa”; Algar: Gestão On line “O Uso de Tecnologia para uma Gestão Assertiva de Talentos Humanos”; Grupo Tonon: Ganhos de produtividade através Gestão de Pessoas e modernização de processo de trabalho”; “Raízen: PcD e NTEP: por que a CIF? (Classificação Internacional de Funcionalidade) e as consequências na Gestão de Pessoas”, por Rubens Miranda, gerente de saúde ocupacional de Raízen. O case da JBS, apresentado por Joana Maciel, gerente de Inovação e Metodologia e Rodrigo Paiva, CEO da Ampla Educação Integral, parceira do Grupo JJ Assessoria em Desenvolvimento de Projetos para o segmento, mostrou como uma empresa pode se aproximar de seus colaboradores e fazê-lo sentir parte da companhia, com ferramentas de conscientização da importância de sua função para o negócio.

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

D EPO I M ENTOS

APRENDIZAGEM — “Conheço o Gerhai desde década de 90, e sou feliz por fazer parte desse Grupo. O Gerhai é uma grande oportunidade para atualização dos profissionais, trocas de experiências, novos conhecimentos, acontecimentos, tendências, mercado. É uma verdadeira aprendizagem. Essa troca contribui para o desenvolvimentos dos profissionais do setor”. Deolinda Barbosa, supervisora de RH – recrutamento e seleção, da Cocal

ADMIRADOR — “As ferramentas de gestão de pessoas são importantes para o dia a dia na usina. Há módulos de RH no mercado que permitem gestão estratégica que beneficia a gestão de desempenho, treinamento, talentos e saúde organizacional. Estou há pouco tempo no setor, desde março passado, mas já admiro iniciativa do Gerhai. É incrível o volume de empresas e de pessoas que o evento reúne. Sempre convido o pessoal da empresa para participar, para conhecer os cases de sucesso apresentados”. Rogério Braga, gerente de RH do Grupo Maringá

O Gerhai promoveu no dia 17 de julho, em Sertãozinho, SP, o Workshop Temático Gerhai – Ferramentas Estratégicas e Tecnológicas em Gestão de Pessoas. A apresentação de abertura ficou por conta de Cleânia Ferreira de Barros, auxiliar de comunicação e marketing da Noble Bioenergia com o case “Rádio Noble Bioenergia e a Comunicação de Massa em Ambiente Externo”. A história de sucesso dos dois anos da Rádio chamou atenção do público, que no final fez vários questionamentos sobre a ferramenta de comunicação (veja matéria especial nas páginas 136 a 140). Segundo a locutora, Cleânia, atualmente cerca de 1.000 colaboradores são beneficiados pelo programa. “Gravamos o programa a cada 15 dias nos estúdios da Unilago, de São José do Rio Preto, nos mesmos moldes jornalísticos. São seis etapas de 30 minutos cada, com direito a homenagens no momento musical”, explica. “Vale a pena, pois agrada muito os trabalhadores por estarem bem informados. Nesse programa aproveitamos o espaço para divulgarmos campanhas e ações que a empresa realiza no dia a dia”, lembra. Em seguida aconteceram as palestras sobre: “Gestão por Processos Aplicável aos Sistemas de Recursos Humanos”; “JBS Logística: Como a utilização de plataformas e recursos específicos e


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Comunicação na gestão, mais do que rima, é solução Empresas desenvolvem ferramentas diferenciadas de gestão de pessoas ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Sem dúvida a afinação da equipe é um dos principais requisitos para o sucesso de uma empresa. Para isso, o setor sucroenergético tem buscado em pequenos detalhes os grandes resultados, desde a criação de um programa de rádio até o

aprimoramento na hora da contratação e capacitação das pessoas. O Grupo Cocal é um dos que mais contratam na atualidade por viver uma expansão de sua produção. A média de contratação é de 30 a 40 pessoas por semana, mas muitas vezes a equipe do RH esbarra na falta de gente qualificada para o cargo desejado. E na falta desse profissional a estratégia é contratar por meio da vontade de crescer na empresa. “Ainda existe necessidade da especificidade do setor devido suas características muito peculiares e muitas vezes não temos pessoas qualificadas

suficientes para preencher nosso quadro. Por isso a atividade de treinamento e desenvolvimento nas usinas tem se intensificado tanto, já que muitas vezes contratamos pessoas com atitudes e com vontade mas sem a qualificação específica”, relata Patrícia Félix, supervisora de RH, na área de treinamento e desenvolvimento da Cocal. Patrícia explica que a partir do momento em que a pessoa ingressa na posição de colaborador, existem programas de integração estruturados e que identificam o potencial. “Temos um plano de desenvolvimento individual para

promover o crescimento profissional. Temos buscado ferramentas que fortalecem o mapeamento de competências, que é o conhecimento associado à habilidade e atitude. Temos que mapear quem são nossas pessoas e quais suas aptidões e vontades para que gerem um bom resultado. Pela aptidão é mais fácil capacitá-la e obter uma carreira dentro da empresa”, justifica. Para o mapeamento de competências, a Cocal possui algumas ferramentas mas “precisa potencializar as atividades com testes psicológicos ou com plano de desenvolvimento pessoal”.


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“Pessoas e máquinas e não o contrário” As pessoas são, sem dúvida, o "principal ativo" de uma organização, o seu mais importante recurso. Como afirma Stewart no prefácio de seu livro "Capital Intelectual", esta "é a nova vantagem competitiva das empresas". Por isso, Vera Lúcia Guedes, gerente de pessoas da Usina Alta Mogiana, acredita na importância do trabalho da área de desenvolvimento das pessoas. “Precisamos de pessoas e máquinas e não de máquinas e pessoas. O nosso diferencial são as pessoas e estamos trazendo a empresa para esse conceito”, afirma. Dessa forma, Vera explica que a Usina busca tratar bem as pessoas, além de desenvolvê-las dentro de seu potencial. “Temos buscado os talentos internos. Com a necessidade de aumento de mão de obra e com redirecionamento dos negócios, conseguimos olhar para dentro da organização e aproveitá-las em outras áreas. O mercado esteve em expansão há algum tempo atrás e a mão de obra se tornou escassa porque as pessoas não se prepararam para isso. Temos um centro de capacitação e a formação de pessoas que tem contribuído para

nosso sucesso com inserção das pessoas certas nos lugares certos. As possibilidades foram nascendo com o negócio e fomos sinalizando o caminho para as pessoas crescerem na organização”, admite. Vera explica que o case da JBS, que conseguiu trazer os motoristas para dentro da organização com valorização de seu trabalho, mostrando a importância de sua função e se aproximando de sua vida, é um ótimo exemplo a ser seguido. “Acho que poderíamos tentar fazer uma reeducação corporativa mais diversificada, trazendo as pessoas mais próximas da organização, pois o comprometimento das pessoas pela própria corporação é importante. É preciso valorizar o colaborador como pessoa e isso vai de encontro com o que buscamos. A Rádio também é uma ótima opção que demonstra a importância da comunicação, pois as pessoas precisam saber o que está acontecendo na empresa e se sentir valorizadas. Não é só remuneração que faz com que a pessoa se fidelize dentro da organização, tem que se sentir parte do todo, cuidada”, relata.

Vera Lúcia Guedes, gerente de pessoas da Alta Mogiana: novo conceito


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Quem não se comunica se complica Já dizia o velho guerreiro, o apresentador de TV Chacrinha, que quem não se comunica se estrumbica. E é a mais pura verdade, principalmente no mundo corporativo. Essa é uma das razões pelo qual a Noble Bioenergia lançou há dois anos seu programa de rádio, exatamente após várias reclamações dos trabalhadores do campo que não tinham acessos aos murais. “Acabaram as reclamações de que a informação não está chegando”, afirma a locutora, Cleânia Ferreira, auxiliar de comunicação e marketing da Noble Bioenergia. Quinzenalmente a equipe grava o programa na Unilago, de São José do Rio Preto e paga por isso cerca de R$ 1 mil/mês. “Locamos o estúdio e ajudamos com uma bolsa de estudos para um aluno da faculdade. No início investimos R$15,00/pen drive, totalizando R$ 1.500,00”. Para começar funcionar, a Noble fez parceria com empresas terceiras que transportam os rurícolas para instalação de equipamentos de sons com entrada para pen drive. “Ficamos responsáveis pela compra dos pen drives. Este ano atingimos 1.000 ouvintes. A Rádio fez tanto sucesso que o diretor industrial quer expandir o programa para a indústria”, comenta. É um programa nos moldes de jornalismo, dividido em seis etapas, com duração de 30 minutos e com direito ao momento musical com participações do público. “Sempre entrevistamos pessoas que dão orientação, médicos, advogados, diretores e que levam informações relevantes, inclusive sobre a safra. Hoje o ouvinte que ligar já conquista o brinde automaticamente e retira na empresa. Antes ouviam dentro dos ônibus em movimento, mas como havia muito ruído, decidimos colocar o

Cleânia Ferreira, locutora de programa de rádio mantido pela Noble Bioenergia

programa no horário do almoço”, reforça. “O pessoal da minha turma gosta muito do programa, nós sempre pedimos para ouvir. Os brindes e as músicas

são os momentos que mais gosto. Com a rádio ficamos sabendo de tudo o que acontece na empresa”, revela Elias Lopes da Silva, da unidade de Sebastianópolis.


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Clealco foi pioneira em programa de rádio no setor A pioneira na implantação da Rádio no setor foi a Clealco, em abril de 2011. A empresa se agradou tanto com a iniciativa que não há quem não goste do programa de Rádio, que atinge hoje 2,8 mil pessoas em média. O público agrícola, industrial e de manutenção tem acesso por meio do transporte, aos programas quinzenais, gravados em parceira com a Prefeitura de Penápolis, que fornece o espaço, equipamentos e o operador. “Não temos custos. O programa de 25 minutos tem um mix de quatro blocos, com notícias, músicas, classificados e muitas participações”, diz Carlos Furlaneti, coordenador de RH do Grupo Clealco. Um dos fãs da Rádio é Paulo César da Silva, o Pelé, soldador e mecânico de autos, que no ano passado vendeu uma moto através desse meio de comunicação. “A Rádio é muito bacana e traz informações muito úteis para a gente, e ficamos por dentro do dia a dia da empresa. Vendi rápido minha moto para um primo que trabalha em outra unidade, através do anúncio na Radio. Os anúncios facilitam os contatos e rapidamente recebemos ligações. A Rádio faz parte da família da Usina, é um bom entretenimento. Aproveito esse espaço para oferecer a música “Canção da América”, do Milton Nascimento, para o Paulinho, João e Elder e aos ouvintes”, afirma. Débora Luís, desenhista, também está satisfeita com o programa. “Em 2012 anunciei um netbook e em uma semana um colaborador me ligou. Eu recomendo esse serviço para outras unidades e principalmente para o pessoal do campo, que roda turno e que não têm muito acesso às redes sociais”, lembra. A locutora Michelle Soares, analista administrativa da Comunicação, diz que por meio de linguagem simples a Rádio consegue chegar mais próximo do colaborador para dar um ar de coleguismo, parceria. Os aparelhos de rádios e pen drives foram adquiridos inicialmente pela Clealco, e os custos parcelados entre os terceiros do transporte. “Cumprimos nosso objetivo de estreitar a relação entre público e a empresa. Hoje existem quadros com dúvidas e respostas e o mais famoso, o classificado. Viramos quase um Bom Clealco.com”, revela Carlos Furlaneti.

Carlos Furlaneti, do Grupo Clealco: parceria

Débora Luís vendeu rapidamente seu

com a Prefeitura de Penápolis

netbook, após anunciá-lo no programa

Michelle Soares utiliza linguagem simples

Paulo César da Silva, o Pelé, vendeu

para maior acesso ao ouvinte

moto através do programa rádio


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SAÚDE E SEGURANÇA

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Portaria que obriga uso de luva certificada foi adiada ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Uma nova portaria de nº 440 publicada no Diário Oficial da União no dia 24 de julho prorrogou para julho de 2015, a medida que estabelece aos cortadores de cana o uso de luvas com certificado de aprovação emitido de acordo com regulamento técnico anexado à Portaria da Secretaria de Inspeção do Trabalho nº 392. De acordo com a advogada trabalhista, Clarice Saito, atualmente estão sendo utilizadas para a certificação desses produtos, as normas europeias EN 420 (requisitos gerais para luvas de proteção) e EN 388 (luvas de proteção contra riscos mecânicos), as quais estabelecem níveis de desempenho para alguns requisitos mecânicos, tais como: abrasão, rasgamento, corte e perfuração. Mas ela adverte que os níveis das luvas com normas EN 420 e EN 388 não garantem a segurança exigida. “A partir do próximo ano, o equipamento deve conter características que protejam a mão do usuário contra riscos existentes durante a atividade executada, prevenindo acidentes e minimizando a ação nociva de agentes externos durante o uso. O uso da luva não deve forçar o trabalhador a fazer esforços adicionais para segurar o objeto que ele manipula, a fim de evitar dor, desconforto ou problemas musculares”. Um representante do setor admite o fato da lei se contradizer. “Não entendo como essas normas estão em vigor até hoje

Medida aumenta preços das luvas em 20% De acordo com Alfredo Costa, coordenador da segurança do trabalho da Usina Seresta, a portaria de nº 440 publicada aumentará os preços das luvas em até 20%. Em um cálculo rápido, Costa explica que o preço por luva gira em torno de R$ 4,00, sendo que os 900 cortadores de cana utilizam 14 unidades cada, nesse período. Assim, a empresa desembolsa em torno de R$ 50,4 mil com as 12,6 mil luvas utilizadas, e com as novas regras deverá ter um gasto adicional de cerca de R$ 7,56 mil por safra. Para Alfredo Costa, a mudança visa proteger a saúde do trabalhador, mas infelizmente as usinas terão dificuldades de absorver tantas exigências devido ao momento de crise. “Acho que até os fornecedores terão dificuldades de se adequar. O adiamento foi muito oportuno, pois dessa forma teremos mais opções de buscar nos fornecedores de luvas, o melhor custo-benefício”, diz. se não são adequadas. Isso somente prova que até mesmas as leis se contradizem no país e as mudanças parecem servir apenas

para arrecadar dinheiro aos cofres públicos através das multas aplicadas”, lembra.

Treinamento resulta em mudança de hábitos A indústria possui riscos que precisam ser diligenciados 24 horas. No campo a situação não é diferente. Com o advento da colheita mecanizada e a substituição gradativa do trabalho manual pelo mecânico, uma frente de colheita de cana passou a envolver o operador da colhedora, uma equipe de até 25 colaboradores em média e velocidade. Apesar do operador estar “protegido” do calor e dos riscos externos no momento das manobras, muitas vezes acidentes são inevitáveis, pois envolve decisões e escolhas. Desde que a Usina São Francisco, de Goiás, resolveu colher sua cana 100% mecanizada decidiu investir pesado no treinamento de pessoas no campo para mudanças de hábitos e comportamentos. Olhar o próprio trabalho e do companheiro de trabalho é uma orientação constante da empresa. José Nonato Freire Neto, gerente de suprimentos de cana, admite não foi fácil atingir o patamar atual, mas valeu a pena. “Temos que tentar colocar na cabeça do operador ou do colaborador da frente de colheita que é fundamental cuidar da segurança do companheiro de trabalho e fazer o DDS – Diálogo Diário de Segurança em todo início de atividades e intervalos ou

A indústria possui riscos que precisam ser diligenciados 24 horas

paradas”, comenta. Segundo ele, o DDS deve abordar questões importantes como cuidados sobre redes de energia, animais peçonhentos, usos de EPIs. A empresa possui uma cartilha com vários temas relacionados. “Nosso colaborador precisa parar a operação em hábitos inseguros, pois preferimos parar a produção do que ter acidentes. Com segurança não se brinca.

Cada frente de colheita envolve noteiros, líderes, operadores. Sabemos que os principais acidentes podem ocorrer na troca de faquinhas das colhedoras e descuidos na hora de subir na máquina e na área de vivência. Infelizmente é difícil lidar com os descuidos e falta de atenção, por isso precisamos treinar a maneira de subir na máquina, mas o colaborador também deve fazer sua parte”, finaliza. (AM)

ENTENDA AS PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS DA PORTARIA A luva não deve ter costuras externas ou material sobressalente na palma da mão, de forma a não dificultar o manuseio do facão, da cana ou outros objetos. O tamanho da luva deve ser proporcional ao tamanho da mão, mas tendo em vista que não existem dimensões pré-determinadas, o fabricante deve disponibilizar pelo menos aqueles definidos na Portaria nº 392, do tamanho 6 ao 11, que levam em consideração a circunferência e o comprimento da mão em milímetros. Os materiais utilizados para a confecção da luva devem permitir ainda a transpiração. As informações são da advogada da IOB, Clarice Saito.


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Por Fábio Rodrigues – fabio@procana.com.br

Do campo à caldeira

Novo marco na trajetória Certificada no sistema de gestão da qualidade desde 1994, pela DNV GL uma das mais renomadas certificadoras do mundo, a Renk Zanini recentemente foi qualificada no sistema de gestão ambiental ISO 14001:2004. Esta importante conquista ratifica a posição da empresa como fornecedora de equipamentos de alta qualidade, seguindo normas e padrões internacionais em conformidade com as exigências ambientais. Na norma ISO 14001:2004, a gestão, o controle e a melhoria dos processos são voltados a produzir de maneira a não

poluir, a minimizar a geração de resíduos e o consumo de recursos não renováveis, ou seja, de maneira a proteger o meio ambiente e garantir uma produção sustentável. De acordo com o diretor-presidente Mauro Cardoso, conceitos ambientais já faziam parte dos valores da empresa e foram determinantes nesta conquista. Outro importante fator foi o comprometimento e conscientização de todos os colaboradores que se empenharam em todas as ações e requisitos exigidos pela norma.

Para apresentar as soluções que a Vermeer Brasil oferece ao mercado de biomassa, a empresa realizou o Workshop ‘Solução do Campo à Caldeira’ nos dias 23 e 24 de julho. O evento aconteceu em Ituverava (SP) e reuniu mais de 20 gerentes e diretores de usinas, além dos especialistas da fabricante para o segmento. “A crise hídrica que estamos vivenciando em 2014 reforçou a necessidade de ampliar o uso de fontes de energias alternativas como a palha da cana-de-açúcar. Temos soluções para atender a todas etapas deste processo”, enfatizou o gerente geral da Vermeer Brasil, Flávio Leite, ao explicar a motivação do evento.

Destaque-se Sugestões de divulgação de lançamento de produtos, informativos, anúncios de contratações e promoções de executivos e demais notas corporativas ou empresariais devem ser enviadas a Fábio Rodrigues, email: fabio@procana.com.br


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Marcos Mafra, ao lado de uma placa de desfibradora

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Rotor de desfibrador

MAGÍSTER CONSOLIDA-SE NA MANUTENÇÃO DE DESFIBRADORES Em reportagem publicada no JornalCana de agosto de 2013, Marcos Mafra, diretor da Magíster, de Sertãozinho (SP), anunciou que a empresa estava preparada para realizar manutenções em rotores de picadores e desfibradores de usinas de açúcar e etanol. A empresa investiu fortemente na aquisição de máquinas operatrizes e na formação de uma equipe própria de técnicos especializados, para realização

destas atividades. Um ano após a publicação, Marcos Mafra informa que a empresa possui, em seu portfólio de clientes, um grupo expressivo e seleto de usinas que utilizaram este serviço, na última entressafra, com absoluto sucesso; desde a entrega, partida e operação dos equipamentos, do período em que foram adquiridos até a presente data. Agora, a empresa mais uma vez

acredita na consolidação deste empreendimento e retoma os investimentos na atividade, adquirindo outros equipamentos e contratando novos técnicos para fortalecimento da equipe, de forma a atender sua carteira atual de clientes e ampliar o atendimento a outras usinas que demandam alta qualidade na manutenção de equipamentos de preparo. “Muitas unidades produtoras manifestaram interesse na negociação de

reformas de seus equipamentos com nossa empresa”, afirma Mafra. Com estes seguidos investimentos, seja em sua estrutura fabril ou em colaboradores, a Magíster demonstra sua total credibilidade e confiança na retomada do setor. Magíster 16 3513.7200 www.magister.ind.br


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ReleVed oferece soluções em Cohybra afirma que manutenção componentes para vedação hidráulica preventiva é uma decisão inteligente A ReleVed tem sua sede na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Com mais de 20 anos de experiência e alta credibilidade conquistada através de trabalho e determinação, vem a cada dia fazendo importantes parcerias com indústrias e distribuidores do ramo, a fim de levar até seus clientes, o melhor preço e qualidade em vedação. Sua linha de produtos conta com aproximadamente 5.000 itens em estoque, constantemente atualizados. A empresa distribui kits e componentes avulsos para vedação hidráulica de motores, bombas e cilindros hidráulicos. Distribuidor de grandes marcas do setor apresenta como nicho, produtos das linhas: industrial, automotivo, colhedoras de cana-de-açúcar, tratores e implementos agrícolas diversos, máquinas de construção civil, colhedoras e carregadeiras florestais, colhedoras de grãos, filtros automotivos e industriais, reparos de caixa de direção hidráulica e retentores para motos.

A empresa é a pioneira da região no segmento de vedação e está prontamente disposta, com uma grade de funcionários altamente treinados para atender seus clientes. Qualquer que seja o problema existente, solicite a orientação do departamento técnico e especializado da empresa, que apresentará sempre a melhor solução. Qualidades e garantias são os diferenciais da empresa, trabalhando sempre e prol do cliente. ReleVed 16 3234.5460 www.releved.com.br

Para a Cohybra, a manutenção preventiva é uma decisão inteligente que a maioria das usinas, destilarias e proprietários de máquinas agrícolas optam por fazer na entressafra. Apesar de muitos julgarem como um custo desnecessário, preferindo remediar a manutenção, somente quando a máquina apresenta algum problema durante a safra, pesquisas com vários proprietários de colhedoras indicam que isto é um erro. O custo de manutenção na safra é reduzido de 25% a 30%, dado ao fato de que uma manutenção preventiva, que costuma ser algo mais básico, como a troca de vedações, no caso da hidráulica do equipamento, pode evitar danos maiores pelo agravamento do desgaste. Entre os cuidados especiais mais importantes da entressafra temos: troca de vedações de bombas, motores e cilindros hidráulicos, verificação de chicotes elétricos, correias e correntes, motor diesel, filtros de óleo e ar, sistema de arrefecimento, bateria, lubrificação, entre outros.

Fachada da Cohybra

Esta economia é maior ainda se comparado ao enorme custo de oportunidade que uma colhedora parada aguardando manutenção no meio da safra possui. A Cohybra está de portas abertas para orientar sua empresa na manutenção hidráulica preventiva com equipamentos de última geração para aferir as reais necessidades de manutenção, assim o proprietário de colhedora terá certeza que só irá gastar com revisões se realmente for necessário. Cohybra 16 3041.6470 www.cohybra.com.br


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Helibombas apresenta equipamento ao setor sucroenergético Fundada há 17 anos, a Helibombas atua na fabricação de bombas helicoidais. Em sua linha de produção conta com aeradores, misturadores, misturadores oxigenadores para tratamento de efluentes, bombas submersas para irrigação, além de ser representante da empresa Weatherford, fabricante de produtos Geremia. Com sede em Araraquara (SP), a empresa possui instalações modernas, projetadas para o aperfeiçoamento de seus produtos e processos, além da preservação do meio ambiente e melhoria de qualidade de vida de seus colaboradores e clientes.

Prova disso é o lançamento da Motobomba Positiva HB Liner, equipamento desenvolvido para produtos de alta viscosidade e fibras alongadas, sólidos em suspensão. Ele apresenta vazão máxima de 150 m³/h, desenho compacto e de robustez. Outro lançamento é a Motobomba Anfíbia, que conta com vazão máxima de até 1.500 m³/h. Desenvolvido para atender o mercado de abastecimento e saneamento, assim como os de irrigação e mineração. É um equipamento versátil e com grande eficiência hidroenergética que possibilita

Motobomba tem vazão máxima de até 150 m³/h

sua instalação tanto submerso quanto fora d´água, minimizando os impactos ambientais e reduzindo os custos de instalação. Nos últimos anos, a Helibombas tem investido na ampliação de sua fábrica de equipamentos e também em uma nova bancada de testes. Com mais 1.000 m² de construção, a expansão incluirá um barracão para as novas atividades produtivas e um novo refeitório para os colaboradores. “Com o mercado em expansão e com as perspectivas de negócios futuros projetamos um crescimento na casa

dos 40% para os próximos 24 meses, tanto nas vendas quanto no quadro de colaboradores”, diz Luiz Carlos Penha Fiel, diretor da empresa. Além da consultoria especializada na área de tratamento de efluentes, possui como diferencial a logística no atendimento aos clientes em todo território nacional, aliada ao compromisso, seriedade e transparência. Helibombas 16 3333.5252 www.helibombas.com.br

Sede da Helibombas em Araraquara (SP)

Alcolina reúne profissionais para treinamento microbiológico Gerentes e supervisores de usinas se reuniram em 24 de julho, na cidade de Sertãozinho (SP), para o treinamento de Controle Microbiológico promovido pela Alcolina em parceria com o Gegis – Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroenergético. O encontro, que contou com cerca de 50 participantes, teve como objetivo ressaltar a importância do trabalho no segmento. O microbiologista Alexandre Colioni foi o palestrante. Durante sua explanação

buscou compartilhar resultados e experiências registrados pela empresa, contando com a interação dos participantes. “Considero esse treinamento uma oportunidade para troca de ideias, novidades e também dificuldades, com os clientes. É uma espécie de reciclagem, tanto para nós quanto para eles”, afirmou. Valdecir Pinheiro, gerente de campo da empresa, lembra que o setor busca aumento de produtividade e redução de custos. Neste contexto, frisa a importância

Gerentes e supervisores de usinas durante o treinamento, em Sertãozinho

do controle microbiológico. “Queremos auxiliar as unidades a entender melhor esta área, e claro, aprender também. Otimizar cada processo dentro das usinas é fundamental. A fermentação etanólica faz parte deste contexto”. Gustavo Guedes, gerente nacional de operações da Phibro, empresa parceira da Alcolina há mais de dois anos, esteve presente no evento. Ele falou sobre a oportunidade de reunir profissionais e especialistas do segmento. “Quanto maior o

contato dos fornecedores com as usinas, mais resultados em prol do setor surgirão”, finalizou. A Alcolina possui produtos para todos os processos das etapas de fabricação do açúcar e etanol. Com laboratórios equipados, consegue atender à necessidade específica de cada cliente. Alcolina 16 3951.5080 www.alcolina.com.br

Alexandre Colioni, Valdecir Pinheiro e Gustavo Guedes


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Cabo de aço 6X36WS é solução técnica eficaz para elevação e movimentação de cargas

Okubo Mercantil apresenta cabos de aço e suas aplicações para o setor Mesmo considerando resistência à tração e flexibilidade como as duas características mais evidentes na hora de escolher um cabo, outros pontos requerem atenção. Um bom exemplo é a lubrificação. Segundo o supervisor técnico da divisão de movimentação de cargas da empresa Okubo Mercantil, Samuel Arantes, em uma aplicação onde o cabo de aço sofre fadiga por flexão, como exemplo, o guincho hilo, não faz sentido ter um cabo de aço com inúmeros fios e com resistência “alta” se a lubrificação não é eficaz. “Além da lubrificação que é feita periodicamente pela equipe da manutenção, a lubrificação original do cabo é de extrema importância. Somente no momento da fabricação do cabo de aço

que é possível aplicar o lubrificante em todos os arames, inclusive nos arames da alma”, explica Arantes. Outra característica importante indicada é a própria qualidade do arame – principal elemento do cabo de aço. Antes e depois da fabricação do cabo, os arames são submetidos a testes onde é medida a tração, a dobra, a torção e a flexão. Todos esses testes garantem a performance do cabo de aço em trabalho. Quando o cabo de aço está em movimento e sofre flexão, o modelo indicado é o 6X41WS (Warrington Seale) em razão de ter 41 fios em cada uma das 6 pernas. De acordo com Samuel Arantes, podese encontrar aplicações, como em guindastes portuários, que diariamente

carregam e descarregam milhares e milhares de containers, onde o cabo de aço foi especificado, considerando, além da resistência à tração e flexibilidade, a qualidade da lubrificação do arame. Também é possível observar aplicações de cabos de aço no setor, nas pontes rolantes e outros equipamentos de movimentação de carga. Esses equipamentos exigem do cabo de aço seu máximo em desempenho e muitos desses cabos não são da construção 6X41WS, e sim 6X36WS – que tem um número menor de fios por perna. “As construções 6X36WS e 6X41WS são irmãs. Elas pertencem à mesma classe normativa – a 6X36. Nos guindastes portuários a construção 6X36WS se saiu melhor do que a 6X41WS. Uma das razões

disso ter acontecido foi a qualidade do arame. Outra característica que ajudou foi como o lubrificante original foi empregado no cabo”, comenta o supervisor técnico da divisão de movimentação de cargas da empresa Okubo. “Todas as normas e literaturas técnicas de cabos de aço colocam essas duas construções nos mesmos limites de uso. Isso quer dizer que onde é aplicado o cabo 6X41WS você pode aplicar o 6X36WS”, afirma Guillermo Silva, supervisor técnico da divisão de movimentação de cargas da empresa Okubo Mercantil. Okubo 16 3514.9966 www.okubomercantil.com.br


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Ihara lança produto para controle das principais espécies de nematoides O Pottente é nova solução da Ihara para o manejo de nematoides que atacam a cana-de-açúcar. O estudo dessa tecnologia teve início em 2007 e nos últimos seis anos, a empresa destinou diversos investimentos em pesquisa e desenvolvimento para a criação do Pottente. Essa busca resultou em um produto altamente eficaz, flexível e que trará benefícios como maior longevidade, menor dose por hectare, redução do descarte de embalagens, baixo risco de lixiviação e maior estabilidade de controle em qualquer época do plantio, além de minimizar as perdas de produtividade. A cada ano, os nematoides tornam-se um problema grave em diversas culturas e com a cana-de-açúcar isto é diferente. O ataque nas plantações causa diversos danos e sintomas como a perda de qualidade das raízes e redução de radicelas, fatores que incapacitam a planta de absorver água e nutrientes em quantidades adequadas, tornando-as raquíticas, cloróticas e incapazes de atingir níveis produtivos adequados. Além disso, todas as variedades de cana plantadas atualmente, com finalidade comercial, são suscetíveis ou hipersensíveis a nematoides. “O setor confere ao Brasil uma posição de destaque no cenário internacional e um modelo bioenergético único. Por isso, a Ihara tem dedicado grandes esforços na solução de problemas fitossanitários deste setor. Para atender este cenário, o Pottente é uma ferramenta

Leonardo Araújo, gerente de marketing regional da Ihara

fundamental que visa aumentar a eficiência dos canaviais”, comenta o gerente de marketing regional da Ihara, Leonardo Araújo. Ele ressalta que o maior custo do

canavial é a sua implantação e não se espera repetir essa operação antes de cinco anos, sendo o desejável mais de sete anos para, só então, fazer o replantio. Essa é outra grande contribuição quando se

maneja o canavial com o produto. Ihara 15 3235.7914 www.ihara.com.br


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Telemetria SolinfNet independe da cobertura de telefonia celular A estratégia da Solinftec para o desenvolvimento de novas tecnologias de logística de processos que envolvem comunicação total no campo, tais como: automação online de ordens de serviço e de manutenção, logística de comboios, controle online de metas produtivas, alocação dinâmica de caminhões canavieiros, descentralização e distribuição de informações para tomada de decisão pelos líderes e gestores e outras, que correspondem com o plano diretor de desenvolvimento da agricultura inteligente, determina a necessidade de comunicação total entre todos os elementos que compõem as soluções da empresa. A maior dificuldade do uso da telefonia celular GPRS está na insuficiente cobertura atual em zonas rurais, situação que se agrava com a velocidade de crescimento de novos usuários na rede, superior ao aumento das capacidades instaladas, o que traz como resultado que mesmo em zonas de cobertura nem sempre é possível lograr conexão. Além disso, nem GPRS, nem alternativas como modem satélite, ainda muito caros, nem rádio digital com largura de banda limitada, que restringe a capacidade de transmissão de dados são adequadas para suportar soluções de comunicação M2M. Pensando nisto, a Solinftec desenvolveu a rede de transmissão de dados SolinfNet, suportada na capacidade

de toda a família de hardwares Solinftec de se comunicar entre si em uma rede mesh a 900MHz no campo. A solução aproveita a comunicação máquinamáquina (M2M) entre computadores de bordo, base das soluções Certificado Digital de Cana (CDC) e Fila Única de

Transbordos (FUT) hoje comercializadas pela empresa. Mediante a adição inteligente de módulos e antenas adicionais instalados em pontos de alta vista como torres de rádio e outras, canaliza as informações de monitoramento e apontamentos gerados

no campo até a usina, e desta para todos os dispositivos em campo que formam parte da rede. AGM Tech Solinftec 18 3621.2182 www.solinftec.com

KIMBERLIT COMEMORA 25 ANOS DE SUCESSO Com uma história de origem simples mas com ímpeto e vontade de crescer, atendendo seus clientes sempre da melhor maneira e com os melhores produtos, a Kimberlit se fortaleceu no mercado de nutrição vegetal, enfrentando e superando inúmeros desafios. Foi com trabalho árduo no presente e olhos focados no futuro que a empresa adquiriu experiência em seu negócio, investindo em seu parque fabril, pesquisa e desenvolvimento, modelos de gestão, qualidade de seus produtos e capacitação de seus colaboradores, o que tornou a equipe Kimberlit, um grupo de pessoas

altamente eficiente e eficaz, com a missão de oferecer satisfação aos seus clientes, por meio da entrega de resultados no campo. São 25 anos de grandes desafios, aprendizados, conquistas, crescimento e muito sucesso, alicerçado por valores e crenças compartilhadas por uma equipe que luta diariamente para fazer da Kimberlit uma empresa que entrega resultados. Esse é o nosso compromisso. Kimberlit 17 3279 1500 www.kimberlit.com


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Sieng implanta sistema de concentração de vinhaça em usina boliviana A Sieng Sistemas e Engenharia LTDA, empresa especializada em soluções ambientais, colocou em funcionamento o seu primeiro sistema de concentração de vinhaça na Companhia Industrial Azucarera San Aurelio, localizada na cidade de Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. A planta desenhada para concentrar a vinhaça em cinco efeitos tipo Falling Film em até 54% do seu volume, chegou a atingir 60% de concentração no volume final de vinhaça. “O sistema atingiu todas as expectativas e superou muito a performance para a qual foi projetada”, explica o engenheiro químico, Cristian Poveda, gerente da engenharia da empresa. Segundo ele, a vinhaça que concentra este sistema tem origem na fabricação de etanol neutro do melaço de terceira massa, uma das piores matérias-primas para se produzir álcool devido ao seu grande conteúdo de impurezas e agentes incrustantes. “O sistema de limpeza (CIP – Clean in place) é feito automaticamente e com a planta de evaporação funcionando, sem a necessidade de paradas programadas ou excesso de mais evaporadores que estejam em stand by. A redução do volume de vinhaça ajudará a economizar o transporte para o campo e condensado ácido é utilizado para diluir o melaço que vem da fabricação de açúcar. O sistema chega a consumir 1kg de vapor por litro de etanol, ou 110 kg de vapor por m³ de vinhaça In Natura, o que representa baixo consumo de vapor, dependendo porém, do número de efeitos”, lembra. Poveda explica que a Sieng, além de soluções ambientais, possui tecnologias para a produção e desidratação de etanol por processo azeotrópico, peneiras moleculares. No Brasil, ela representa a empresa Buss SMS Canzler (www.sms-vt.com) em tecnologias de desidratação de etanol por membranas, concentração de vinhaça para queima em caldeiras e fabricação de fertilizante com uso de evaporadores e secadores de capa

Sistema de concentração de vinhaça da Sieng

fina (wiped film). A Sieng realiza projetos de usina flex para a adequação de fabricação de etanol de milho; balanços de massa e energia; cálculo, projeto construtivo e dimensionamento de equipamentos como vasos de pressão, estruturas metálicas e tubulações e sistemas de

despoeiramento por meio de filtros mangas e peneiras vibratórias. Sieng 16 3041-0222 www.sieng.com.br

Iprosucar explica funcionalidade do condensador evaporativo Os vapores formados no último efeito da evaporação e nos cozedores a vácuo deverão ser continuamente condensados em sistemas de condensação adequados. Os condensadores evaporativos são equipamentos nos quais o condensado formado no interior de feixes tubulares horizontais, inseridos em torres de resfriamento convencionais, não se mistura com a água fria em recirculação. Em contraste com os condensadores de contato direto, a água fria não estará sujeita à contaminação pelos vapores. A evacuação dos gases incondensáveis é realizada por meio de sistema de vácuo convencional, amplamente utilizado em nossas usinas, como bomba de vácuo, ejetores a vapor ou hidroejetores. A água dos condensadores de contato direto, via de regra, será resfriada, quando em circuito fechado, em sistemas de resfriamento, como em torres de resfriamento ou aspersores.

BALANÇO DE ENERGIA Redução do consumo de potência: até 50% em relação aos sistemas de condensação convencionais – superávit de energia elétrica de ~ 6,5 kw/t vapor = aprox. 30 Mwh por safra; Variação automática da rotação do ventilador do condensador evaporativo: em função da taxa de evaporação e variação das condições climáticas (temperatura de bulbo seco e úmido).

BALANÇO DE ÁGUA Quantidade de água recirculada: é menor nos condensadores evaporativos que nos condensadores e multijatos convencionais;

Perdas por arraste: em torres de resfriamento são praticamente nulas, enquanto que nos aspersores são da ordem de no mínimo 2%.

MEIO AMBIENTE Contaminação do meio ambiente é maior nos condensadores de contato direto onde a água recirculada é maior.

INVESTIMENTO INICIAL E CUSTO OPERACIONAL Investimento inicial: deve ser comparado com o investimento global da instalação de

multijatos/condensadores barométricos, sistema de vácuo e aspersores ou torres de resfriamento; Custo operacional: são menores em razão de sua pequena captação de água e devolução de água servida ao meio ambiente, bem como redução do consumo de energia elétrica. É de fundamental importância a significativa redução do consumo de energia elétrica que diminui a carga do turbo gerador e aumenta a oferta de energia elétrica para exportação. Iprosucar 19 3402.1100 www.iprosucar.com.br


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Sulfurprime da Produquímica Franpar atenderá em nova sede de 10 mil m2 proporciona alto rendimento O ano de 2014 está sendo marcado por grandes mudanças para a Franpar. A empresa, que atua há mais de uma década no comércio de válvulas, flanges e conexões, está aproveitando seu bom momento para implementar um novo modelo visando a ampliação do seu negócio. A primeira grande novidade veio com a mudança física da empresa. Para poder atender ao aumento da demanda dos clientes, a Franpar agora está numa nova sede, com mais de 10 mil metros quadrados. Com isso, ampliou o seu estoque garantindo entrega imediata em qualquer pedido. A localização, na rodovia Francisco de Assis Parisi Junior, presidente da Franpar Anhaguera e próxima ao aeroporto de Ribeirão Preto (SP), foi estrategicamente importante é a participação da Franpar na escolhida pensando na otimização da Fenasucro, onde estará recebendo seus logística, o que permite alcançar todo o clientes, parceiros e fornecedores”, afirma território nacional com rapidez e eficiência. Francisco de Assis Parisi Junior, presidente “Mas a mudanças não param por aí. da Franpar. Para simbolizar esta nova fase, a Franpar também modernizou a sua marca que Franpar agora apresenta novo logotipo. 16 2133.4385 E por último uma novidade muito www.franpar.com.br

A Produquímica, referência em nutrição vegetal para a alta performance, tem diversos produtos customizados para o setor. Entre eles, destaca-se o Sulfurprime, enxofre lentilhado com pureza mínima de 99,5%, granulometria uniforme, ausência de impurezas e umidade máxima de 0,5%. “Por ter estas características, o Sulfurprime proporciona um maior rendimento e contribui diretamente para que não haja interrupção durante a sulfitação do caldo”, destaca Carlos Aurélio, Gerente de Vendas Commodities da Produquímica. “Garantimos o fornecimento deste produto com alta qualidade durante toda a

safra. Desta forma, o cliente tem um ótimo custo-benefício e uma produtividade sempre elevada. Além destes benefícios, os produtores contam com o suporte técnico de nossa equipe altamente qualificada e comprometida com resultados”, acrescenta. A Produquímica fornece também diversas commodities para o setor, como soda cáustica líquida 50%, soda cáustica escamas 98%, ácido sulfúrico 98% coml, sulfato de amônio técnico e ureia fertilizante, entre outras. Produquímica 11 3016.9619 www.produquimica.com.br

Produto possui pureza mínima de 99,5%


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BUSCARIOLI COMEMORA 50 ANOS A Buscarioli foi fundada em 1964, na cidade de São Paulo, por Hélio Buscarioli, ex-funcionário de uma empresa fabricante de materiais elétricos. Enquanto seus concorrentes consertavam motores em 48h, a Buscarioli anunciava nas páginas amarelas que entregava seus consertos em menos de 24h. Assim, no ano de 1976, a empresa foi nomeada Assistente Técnico Autorizado pela WEG, sendo um dos primeiros a alcançar o título de Assistente Técnico 5 Estrelas, a única agraciada em três empresas do grupo WEG (Motores, Transformadores e Energia), e primeira a receber o título de Revenda Integrada WEG. Em 1998 foi nomeada Distribuidor Autorizado KSB, e em 2 anos

recebeu o troféu Megaouro, por se distinguir na sua rede de distribuidores. O pequeno empreendimento transformou-se no que é hoje a maior Assistência Técnica e Revenda de Motores Elétricos e Bombas da América Latina, com uma área de 13.000 m2, estoque de 16.000

motores, 4.000 bombas, 4.000 drives e mais uma variedade de componentes de controle e proteção. Em 2007, nasce o Grupo Buscarioli, que abrange as empresas Buscarioli Comércio e Oficina de Motores Elétricos, visando a área de assistência técnica e serviços de motores elétricos de

baixa e média tensão, geradores, bombas hidráulicas, inversores de frequência e painéis de comando. A Buscarioli recebeu ainda a certificação ISO 9001 com a nova versão 2008 concedida pela certificadora norueguesa DNVDet Norske Veritas. Com vendas e serviços de recuperação de máquinas elétricas girantes, atende os principais segmentos de mercado, entre eles, açúcar & álcool, siderurgia, mineração, papel & celulose, energia, construção civil, OEM e toda a indústria em geral. Buscarioli 11 2618.3611 www.buscarioli.com.br


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Koppert oferece inovações em defensivos biológicos

Hidráulica Mauv cresce e aumenta portfólio de atendimento

A utilização do fungo entomopatogênico metarhizium anisopliae para o controle de cigarrinhas-das-raízes em cana-de-açúcar iniciou-se no Brasil nos anos 70. Desde então, o cultivo da cana evoluiu sobremaneira, em todos os aspectos. Genética, produtividade, Gustavo Ranzani Herrmann, diretor comercial métodos de colheita e tratamentos fitossanitários são alguns é desenvolver produtos de alta tecnologia, exemplos de ferramentas que melhoraram respeitando os mais rígidos controles de o desempenho da cultura. Em qualidade, e entregar ao produtor soluções contrapartida, os defensivos biológicos adequadas ao manejo integrado das mais pouco avançaram tecnologicamente e diversas pragas e doenças. continuam sendo utilizados de maneira Benefícios como performance de similar ao longo desses anos. diluição dos produtos em água, calda de “A Koppert Biological Systems, pulverização homogênea, menor volume de empresa holandesa com 47 anos de produto transportado e armazenado, atuação em proteção biológica de plantas, flexibilidade na armazenagem, maior desembarca no Brasil trazendo na eficiência, dentre outros, traduzem-se em bagagem know-how e tecnologia de grande vantagem competitiva deste pesquisa, produção e comercialização de portfólio Koppert para a cultura da cana. A defensivos biológicos”, afirma Gustavo Koppert inaugura assim uma nova parceria Ranzani Herrmann, diretor comercial. com o setor, renovando seu compromisso Desde 2011, início de suas atividades com a sustentabilidade dos sistemas no país, a Koppert utiliza em suas unidades agrícolas brasileiros. de produção de Itapetininga (SP) e Piracicaba (SP) os mesmos padrões de Koppert desenvolvimento e inovação que adota em 15 3471.9090 todos os países que está presente. O objetivo www.koppert.com.br

A Hidráulica Mauv vem crescendo gradativamente, impulsionada pelo empreendedorismo de seu fundador, acompanhado de investimento constante para a melhoria e desenvolvimento de produtos, que venham suprir as mais variadas aplicações no mercado de equipamentos hidráulicos. Com um atendimento diferenciado e um alto grau de satisfação de seus clientes, possuindo uma equipe preparada e comprometida, a empresa oferece soluções técnicas e comerciais aos setores de transporte canavieiro, construção e rodoviário, nas linhas de basculantes, pranchas, rampas, transbordos, guinchos e polis.

Além disso, disponibiliza, atendimento, vendas de peças, reparos, componentes e mangueiras prensadas, além de Assistência Técnica interna e de campo, em tomadas de forças das principais marcas de mercado, bombas hidráulicas, comandos hidráulicos, cilindros de baixa pressão, cardans agrícolas e automação pneumática. Neste segmento, não há lugar para aventureiros. Somente uma empresa com experiência e tradição há mais de 40 anos possibilita a confiança desejada. Auto Peças Maurilio 16 3626.0716 www.autopecasmaurilio.com.br

Fachada da empresa Auto Peças Maurilio


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