JornalCana 249 (Outubro/2014)

Page 1

Ribeirão Preto/SP

Outubro/2014

Série 2

Nº 249

R$ 20,00 RODRIGO PETTERSON

Reúso de água na Usinas Itamarati

MASTERCANA NORDESTE Recife - 13 de novembro MASTERCANA BRASIL São Paulo - 24 de novembro

O SETOR PEDE ÁGUA Como as usinas brasileiras estão se preparando para enfrentar uma possível crise hídrica






6

ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Outubro 2014

Í N D I C E ACIONAMENTOS

CONTROLE DE UMIDADE

ZANINI RENK

16 35189001

15

SEW - EURODRIVE

11 24899078

27

11 21720405

64

11 30169619

26

PRODUQUÍMICA - SP

63

11 55484226

101

19 34234000

13

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

11 56450800

67

AUTHOMATHIKA

16 35134000

6

16 33335252

74

19 33018101

66

CSJ METALÚRGICA

19 34374242

1

QUÍMICA REAL

31 30572000

20

PRODUTOS QUÍMICOS BASEQUÍMICA

16 21011200

86

BETABIO / WALLERSTEIN

11 38482900

68

PRODUQUÍMICA - SP

11 30169619

26

11 56947251

108

BETABIO / WALLERSTEIN

11 38482900

68

11 51889000

77

BMA BRASIL

11 30979328

33

PRODUQUÍMICA - SP

11 30169619

26

DUPONT

11 41668683

23

CSJ METALÚRGICA

19 34374242

1

IHARABRAS

15 32357914

25

STOLLER

19 37071200

65

DWYLER

11 26826633

EVAPORADORES

REDUTORES INDUSTRIAIS

FEIRAS E EVENTOS REED ALCANTARA

11 30604942

78 E 85

FERRAMENTAS LEMAGI - SP

71

19 34431400

82

LEMAGI - SP

ZANINI RENK

16 35189001

15

SEW - EURODRIVE

11 24899078

27

16 36265540

105

REFRATÁRIOS REFRATÁRIOS RIBEIRÃO

FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

19 34431400

82

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS

AUTHOMATHIKA

16 35134000

6

BMA BRASIL

11 30979328

33

ENDRESS + HAUSER

11 50334333

45

PRODUQUÍMICA - SP

11 30169619

26

SECADORES

METROVAL

19 21279400

30

STOLLER

19 37071200

65

BMA BRASIL

VIBROMAQ

106

16 38182305

100

SOLUÇÕES

BOMBAS HIDRAULÍCAS HELIBOMBAS

100

16 21014151

89

74

DMB

19 34343433

16

ENGEVAP

16 35138800

86

PROBOILER ENGENHARIA

19 34343433

16

METROVAL

16 39461800

21

19 21279400

30

PRODUQUÍMICA - SP

11 30169619

26

3

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO

CARROCERIAS E REBOQUES

16 36265540

105

18 36231146

84

SERGOMEL

16 35132600

39

DESTAK IDEIAS

17 33611575

76

LONAS PLÁSTICAS CATRACAS SISPONTO

OKUBO 35 38510400

100

BMA BRASIL

11 30979328

33

VIBROMAQ

16 39452825

106

COLETORES DE DADOS MARKANTI

BUSCARIOLI 19 34391101

82

ELETROCALHAS DISPAN

38

6

CPFL BRASIL

19 37953900

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA E SERVIÇOS 41 21077400

5

19 37953900

69

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS E

CPFL SERVIÇOS

19 37562755

24

SERVIÇOS

PROBOILER ENGENHARIA

19 34343433

16

ARGUS

19 38266670

9

OKUBO

CONSÓRCIOS AGRABEN

ENFARDAMENTO

19 34758101

37

BMA BRASIL

11 30979328

33

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL BOSCH ENGENHARIA LTDA

19 33018101

66

CPFL BRASIL

19 37953900

69

11

19 34391101

82

ENGEVAP

16 35138800

86

PROBOILER ENGENHARIA

19 34343433

16

11 26183611

83

41 21077400

5

11 33407555

11 30979328

33

16 39479222

106

COMASO ELETRODOS

16 35135230

18

MAGISTER

16 35137200

17

IRBI MÁQUINAS

18 36315000

93

COMASO ELETRODOS

16 35135230

18

AVANZI

11 21014069

75

GRUTI BRASIL

16 33294281

87

SOLINFTEC

18 36212182

19

TELECOMUNICAÇÃO / RADIOCOMUNICAÇÃO 11 21014069

75

DMB

16 39461800

21

TESTON

44 33513500

1

MOENDAS E DIFUSORES 16 35189001

15

ENGENHO NOVO

21 22230899

29

41 21077400

5

16 39479222

106

19 34343433

16

11 45854676

73

TRATORES

MONTAGENS INDUSTRIAIS CONGER

TRANSBORDOS

TRATAMENTO DE ÁGUA/EFLUENTES

19 34391101

82

CASE IH

ENGETUBO

19 34343433

16

TROCADORES DE CALOR

ENGEVAP

16 35138800

86

AGAPITO

TUBOS DE CONCRETO

IHARABRAS

15 32357914

25

ENGETUBO IND.

KIMBERLIT

17 32791500

79

TURBINAS

PRODUQUÍMICA - SP

11 30169619

26

SIEMENS JUNDIAI

UBYFOL

34 33199500

7

ENGENHARIA INDUSTRIAL BMA BRASIL

AGAPITO

11

NUTRIENTES AGRÍCOLAS

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL CONGER

CONSULTORIA INDUSTRIAL

16 35149966

16 35149966

MATERIAIS RODANTES

ZANINI RENK

CPFL BRASIL

70

AVANZI

ITR SOUTH AMERICA 69

19 21060888

GATEC

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS CASE IH

19 34669300

ENERGIA ELÉTRICA - COMERCIALIZAÇÃO 16 39413367

COLHEDORAS DE CANA CASE IH

DESTILARIAS CONGER

CENTRÍFUGAS

63

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DE BAGS

RODOTREM

41 33175050

MUNTERS

SUPRIMENTOS DE SOLDA

ISOLAMENTOS TÉRMICOS 17 35311075

33

SUPERFÍCIES - TRATAMENTO E PINTURA

INSUMOS AGRÍCOLAS

CARRETAS

11 30979328

SOLDAS INDUSTRIAIS

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

ENGETUBO

107

SOFTWARES

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS 16 33335252

CALDEIRAS

ALFATEK

16 38182305

GRÁFICA SÃO FRANCISCO GRÁFICA

08007779070

SEPARADORES

FIOS E CABOS

16 39452825

BIG BAG'S SOLUÇÕES

SÃO FRANCISCO SAÚDE

FERTILIZANTES

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS

21

PLANTAS INDUSTRIAIS BOSCH ENGENHARIA LTDA

DOW AGROSCIENCES

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO

16 39461800

PLANTADORAS DE CANA

26

BAYER

3

106

11 30169619

BACTERIANAS

17 35311075

16 39426852

PRODUQUÍMICA - SP

ESPECIALIDADES QUÍMICAS

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE INFECÇÕES

ALFATEK

2

COLORBRAS

DMB

EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS

BASF

ÁREAS DE VIVÊNCIA

11 30432125

PINTURAS EM GERAL

APS COMP ELÉTRICOS LTDA

HELIBOMBAS

CORRENTES INDUSTRIAIS PROLINK

ANTI - INCRUSTANTES

A N U N C I A N T E S

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS 41 33175050

CORRENTES AGRÍCOLAS SUDAMERICA

AÇOS JATINOX

MUNTERS

D E

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS UNIMIL SOLUCOES EM COLHEDORAS

19 21050800

41

VÁLVULAS INDUSTRIAIS FOXWALL

11 46128202

72

TECNOVAL

16 39449900

14

19 32733999

97

ENGRENAGENS CONTROLE DE FLUÍDOS METROVAL

MARTIN SPROCKET & GEAR BRASIL 19 38779400 19 21279400

30

28

VEDAÇÕES E ADESIVOS

PENEIRAS ROTATIVAS VIBROMAQ

16 39452825

106

FLUKE


CARTA AO LEITOR

Outubro 2014

índice

carta ao leitor

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

Josias Messias

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .12 e 13

Em busca da rentabilidade

Controladoria subsidia decisões e procedimentos

Usinas de Alta Performance . . . . . . . . . . . . . . . .14 a 29

Palha para cogeração de energia é nova fronteira a ser cruzada

Usina flex surge como opção na entressafra

Controle microbiológico aumenta eficiência nas usinas

Eventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 a 36

Prêmio BestBio destaca ações socioambientais do setor

Volume de negócios realizados na Fenasucro devem superar R$2,2 bilhões

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 e 38

Maior precipitação de chuvas no Nordeste aumentam a produtividade

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 a 45

Colheita de mudas é a grande vilã do plantio mecanizado

É preciso infraestrutura para combater a seca

Pesquisa & Desenvolvimento

Especialista explica os danos da ferrugem alaranjada no canavial

46

Setor em Destaque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47 a 62

MasterCana Centro-Sul destaca eficiência e honra lideranças

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63 a 79

Utilização correta de separadores de arraste aumenta produtividade

Escassez de água preocupa por não ter substituta (Matéria de Capa)

Tecnologias propõem soluções para a redução de cor

Mestres da indústria estão antenados nas inovações

Valorização de equipe é fundamental nos processos industriais

Logística & Transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .80 a 83

Etanolduto segue no ritmo da crise

Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .84 a 87

Seis perguntas para Pedro Mizutani, da Raízen

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .88

7

Mitigar riscos de acidentes aumenta produtividade na indústria

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .90 a 106

QUEM PROCURA ACHA “Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á.”. (Fala de Jesus, descrita no verso 8 do capítulo bíblico 7 de Mateus)

josiasmessias@procana.com

Qual ação é sua prioridade em busca da rentabilidade na safra 2014/15? Fiz esta pergunta a seis reconhecidos executivos de usinas no Fórum ProCana Usinas de Alta Performance, que realizamos neste mês, em Ribeirão Preto (veja cobertura completa do evento nesta edição). Três das respostas, ou seja, 50% dos participantes disseram que o foco é o aprimoramento na gestão, com capacitação de pessoas e integração de equipes. Os outros três disseram, respectivamente, que a prioridade é ganhar escala de produção e ampliar a receita a partir da cogeração de energia, melhoria na manutenção dos equipamentos e aproveitamento da biomassa, fazendo a unidade produzir 360 dias no ano. Estas respostas são sintomáticas. Revelam que, sem investimento em gestão, dificilmente as usinas superam a crise atual. Peraí, não estou dizendo que a maioria das usinas não investe em gestão, mas que foi quebrado o paradigma de gestão até então adotado! O aumento na complexidade e nos custos de produção, a competição pela mão de obra, o difícil acesso a capital, além do crescimento constante das exigências legais impostas às empresas, são questões que vêm desconstruindo o modelo de gestão do setor e impondo grandes desafios aos executivos e gestores das usinas e grupos produtores. Por outro lado, ficou provado que a aplicação impositiva de modelos corporativos extrassetor, normalmente por empresas de capital estrangeiro, podem se transformar em verdadeiros desastres econômicos. Aliás, o "novo" paradigma de gestão que demonstra consistência de rentabilidade e sustentabilidade é um antigo conhecido do setor. Ele alia estratégias que são fundamentadas no ambiente de produção e reconhecimento pela população local; gestores comprometidos com resultados e com as pessoas; e a incorporação de metodologias e tecnologias inovadoras, mas já consagradas em empresas similares ou em outros segmentos. Uma destas metodologias, dentre os diversos casos de sucesso apresentados no Fórum, deixou demonstrado que o setor pode aumentar a produtividade em até 47%, com redução de até 30% na folha de pagamento. No evento, Vital Balboni, CEO da ABS Consultoria, relatou os resultados alcançados com a implantação da Excelência Operacional em mais de dez usinas. “Depois de mais de 160 mil horas de trabalho, concluímos que, por meio de ferramentas de gestão é possível mudar a realidade de muitas empresas do setor.” Exatamente por acreditar na capacidade das pessoas e das empresas em transformar crises em oportunidades através da gestão é que nós da ProCana Brasil ousamos organizar o Fórum Usinas de Alta Performance e criar o Pró-Usinas, portfólio que vem facilitar o acesso dos tomadores de decisão a soluções que permitam as usinas superarem os constantes desafios do mercado sucroenergético e permanecerem competitivas e sustentáveis. Afinal, com estratégia e boas práticas de gestão, sempre é possível ser mais, especialmente, mais rentável!

NOSSOS PRODUTOS

O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 — Ribeirão Preto — SP procana@procana.com.br

NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroenergético de informações relevantes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e organizar eventos empresariais visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor (humano, socioeconômico, ambiental e tecnológico); Democratizar o conhecimento, promovendo o

intercâmbio e a união entre os integrantes; Manter uma relação custo/benefício que propicie

parcerias rentáveis aos clientes e demais envolvidos.

DIRETORIA Josias Messias josiasmessias@procana.com.br Controladoria Mateus Messias presidente@procana.com.br

w w w. jo r n a lc a n a . c o m . b r

REDAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO

MARKETING

Editor Luiz Montanini - editor@procana.com.br Coordenação e Fotos Alessandro Reis - editoria@procana.com.br Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur Reportagem Andréia Moreno - redacao@procana.com.br André Ricci - reportagem@procana.com.br Patricia Barci - patricia@procana.com.br Wellington Bernardes - wbernardes@procana.com.br Arte Gustavo Santoro Revisão Regina Célia Ushicawa

Gerente Administrativo Luis Paulo G. de Almeida luispaulo@procana.com.br Financeiro contasareceber@procana.com.br contasapagar@procana.com.br

Gerência Fábio Soares Rodrigues fabio@procana.com.br

PUBLICIDADE

Asael Cosentino asael@procana.com.br

Comercial Gilmar Messias 16 8149.2928 gilmar@procana.com.br Leila Milán 16 9144.0810 leila@procana.com.br

EVENTOS E PÓS-VENDAS

ASSINATURAS E EXEMPLARES

Thaís Rodrigues thais@procana.com.br

11 3512.9456 www.jornalcana.com.br/assinaturas

TIC E PLANEJAMENTO

PUBLICAÇÕES

EVENTOS

JornalCana - O MAIS LIDO! Anuário da Cana Brazilian Sugar and Ethanol Guide A Bíblia do Setor! JornalCana Online www.jornalcana.com.br BIO & Sugar International Magazine Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool

Prêmio MasterCana Tradição de Credibilidade e Sucesso Prêmio BestBIO Brasil Um Prêmio à Sustentabilidade Fórum ProCana USINAS DE ALTA PERFORMANCE SINATUB Tecnologia Liderança em Aprimoramento Técnico e Atualização Tecnológica

Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios & Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais e comerciais reservados. É proibida a reprodução, total ou parcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamente com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).


8

AGENDA

Outubro 2014

A C O N T E C E U GERHAI DISCUTE PAPEL DO LÍDER MODERNO

HOMENAGEM

A última reunião do Gerhai (Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria) no dia 26 de agosto, em Sertãozinho (SP), discutiu o papel do líder moderno nas organizações. Além desse tema, as palestras abordaram: A nova legislação de emplacamento de máquinas agrícolas; Terceirização, os princípios das atividades fins e meios; Case Raízen: qualificação profissional sobre rodas e a Visão acadêmica do setor sucroenergético perspectivas e a atuação de recursos humanos.

Henrique Vianna de Amorim, presidente da Fermentec, foi homenageado durante a conferência que marcou os 75 anos do Sugar Process Research Institute, o SPRI. O evento, que aconteceu de 29 de agosto a 3 de setembro, é realizado a cada dois anos e para esta edição a sede foi a cidade de Ribeirão Preto (SP). A cada edição um cientista é homenageado em reconhecimento ao

seu trabalho realizado para o benefício técnico-científico do setor. Amorim recebeu o prêmio das mãos do diretor do SPRI, Doug Emek, por seu pioneirismo e contribuição à otimização dos processos de fermentação alcoólica e controle das etapas de produção do açúcar, além de seu papel no networking mundial para a evolução tecnológica do setor sucroenergético.

A C O N T E C E 10º CONGRESSO GATUA

2ª REUNIÃO CANAPLAN

Acontece de 25 a 27 de novembro, em Ribeirão Preto (SP) o 10º Congresso Anual Gatua — Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia. A edição 2014 pretende atrair seu maior público, oferecendo um conjunto de novidades tecnológicas ligadas ao setor sucroenergético. Hardwares, softwares, serviços e soluções, além de palestras e temas também voltados às área industrial, agrícola, financeira e controladoria, RH, entre outras. www.congresso.gatua.com.br

Em 22 de outubro, a Canaplan reúne produtores de cana no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto (SP), para divulgar sua reavaliação da safra 2014/15 e a visão inicial da 2015/16 na região Centro/Sul. www.canaplan.com.br

SUCROESTE

MASTERCANA NORTE-NORDESTE E BRASIL A edição Nordeste do MasterCana será realizado no dia 13 de novembro, em Recife (PE). Em 24 de novembro, será realizado o MasterCana Brasil, em São Paulo, capital. www.mastercana.com.br

De 28 a 31 de outubro, no Centro de Convenções de Goiânia (GO), acontece a 4ª edição da Sucroeste — Mostra Sucroenergética da região Centro-Oeste, que tem como objetivo promover o desenvolvimento da região que hoje é considerada a maior e atual fronteira agrícola do setor. O evento é voltado para engenheiros de alimentos, engenheiros de produção, engenheiros químicos, profissionais de tecnologia, de usinas e destilarias, técnicos e compradores. www.reedalcantara.com.br/Calendario-deFeiras/Feiras-Nacionais/Sucroeste/





12

ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO

Outubro 2014

Controladoria subsidia decisões e procedimentos Informações geradas pela atividade são utilizadas para análises de investimento e demonstrações financeiras RENATO ANSELMI,

DE

CAMPINAS, SP

A controladoria é de importância fundamental para a implantação – e também preservação – de um sistema eficiente de gestão empresarial, pois procura suprir os tomadores de decisões com informações adequadas por meio do desenvolvimento de processos íntegros, conforme explicações de Antonio Celso Roxo, gerente de controladoria da Usina Batatais, de Batatais, SP. Segundo ele, nos períodos de crise, costuma-se olhar com mais atenção para a controladoria. “É importante ressaltar, no entanto, que o melhor momento para estruturar as atividades da área não é durante a crise, pois não haverá tempo nem capital financeiro para investir nos recursos necessários (pessoas e sistemas)”, afirma. O ideal é que haja uma estruturação da controladoria nos melhores momentos para que seja investido tempo suficiente no conhecimento do cenário da empresa – enfatiza. As empresas que não contam com

Usina Batatais: controladoria começa ainda no pátio

uma controladoria estruturada acabam enfrentando inclusive maiores dificuldades para gerenciar as dificuldades decorrentes da crise que afeta o setor. Antonio Celso observa que as informações geradas pela controladoria são utilizadas para orientar diversas decisões e procedimentos, como análises de investimento, fluxos de caixa, demonstrações financeiras, entre outros. “E quanto mais apurada for a informação, mais condições terá a

controladoria de identificar possíveis erros e trabalhar na correção dos mesmos, estejam eles em processos externos que impactem a informação, ou mesmo em processos internos”, comenta. O papel desempenhado pela controladoria é considerado fundamental para a administração de custo, orçamento, fluxo de caixa e endividamento da empresa. “No setor, que têm o preço de seus produtos dado pelo mercado internacional ou mesmo impactado por

políticas governamentais, a gestão de custos é mandatória”, afirma. De acordo com o gerente de controladoria da Usina Batatais, processos bem implementados de planejamento financeiro (orçamentos, projeções de fluxo de caixa e endividamento), além de possibilitar um bom acompanhamento do custo realizado a cada período, são diferenciais importantes para a manutenção da saúde financeira da empresa.

Infraestrutura adequada favorece atuação eficiente

Atividade é relevante para gestão e redução de custo

A implantação e o funcionamento eficiente da área de controladoria dependem da criação de uma infraestrutura específica e adequada. Para que a atividade tenha uma performance positiva é preciso contar com pessoas bem preparadas, realizar a interface com a TI – Tecnologia da Informação e desenvolver um processo de mudança de cultura na empresa. Ferramentas de TI são consideradas inclusive essenciais para dar suporte ao trabalho desenvolvido pela controladoria. Mas, para que esses recursos funcionem de maneira satisfatória, existe a necessidade de integração da controladoria com a Tecnologia da Informação, o que inclui a realização de diversos ajustes. Sem um sistema ERP – Enterprise Resource Planning seria inviável a estruturação e execução dos trabalhos dessa área, pois o volume de processos, informações e registros é muito grande – destaca Antonio Celso, da Usina Batatais. “Além disso, a integridade das informações é muito importante para a confiabilidade junto à direção”, afirma.

O trabalho de sistematização de dados, realizado pela controladoria é sempre relevante para a gestão e a redução de custo. O papel de supridora de informações desempenhado por essa atividade ganha ainda maior importância em períodos de crise. É a controladoria que pode revelar, de uma maneira ou de outra, determinados custos que não são identificados, em um primeiro momento, pelos gestores de usinas, como gastos com veículos de coordenadores de determinados setores que percorrem as áreas de cana para o acompanhamento das atividades. Esse trabalho pode ser ainda ampliado – dizem especialistas – se forem quantificadas algumas perdas e desperdícios que ocorrem no processo de produção agroindustrial. Além de identificar esses valores ocultos que oneram as operações, a controladoria deve disponibilizar, principalmente os indicadores específicos de cada área, como rendimento industrial, gastos com adubo, rendimento da colheita, qualidade da cana, entre diversas

É preciso também que as unidades e grupos sucroenergéticos utilizem técnicas e ferramentas específicas – observam profissionais da área – para a construção de suas informações econômicas. Esse processo deve incluir indicadores de gestão, comparativos com benchmarking de mercado, histórico da própria organização e orçamento. A controladoria de qualidade deve estar preparada para disponibilizar informações adequadas, de maneira eficiente, facilitando o acesso e a utilização desses dados por parte dos tomadores de decisões. A importância dessa atividade tornouse ainda maior com o processo de profissionalização do setor sucroenergético que substituiu a gestão empírica de diversas empresas. Até pouco mais de dez anos atrás, o foco das usinas e destilarias estava voltado a operações e produção. Com a elevação da competitividade e a necessidade de profissionalização da gestão das empresas, as áreas de controle e planejamento estratégico passaram a ter um novo “status” nas empresas do setor. (RA)

Sistematização de dados é importante

informações, subsidiando os gestores para que possam adotar medidas assertivas em relação à redução e controle de custos. (RA)


Outubro 2014

Controller precisa ter conhecimento em gestão organizacional Controller precisa ter conhecimento em gestão organizacional A eficiência nos processos de controle, organização e planejamento não requer apenas ferramentas e recursos tecnológicos avançados. Precisa contar também com mão de obra qualificada. Os profissionais que atuam na área de controladoria devem ter uma visão estratégica da atividade. Segundo Antonio Celso Roxo, da Usina Batatais, o controller deve ter sólidos conhecimentos nas áreas de contabilidade, tributária, custos, planejamento/orçamento, finanças, ter bons conhecimentos em gestão organizacional, gestão de pessoas e ser crítico o suficiente para buscar sempre a melhoria dos processos. O bom relacionamento interpessoal Bom relacionamento interpessoal é característica importante em todos os níveis da organização é outra característica importante – observa. Existe também a necessidade das empresas contarem “A formação acadêmica deve ser preferencialmente com gestores bem preparados, maduros e com elevado grau em ciências contábeis, mas a formação em áreas afins, de discernimento – destacam especialistas da área – para como economia e administração também é bastante que o trabalho da controladoria, que não tem a atribuição comum. Cursos de especialização são importantes para de tomar decisões, seja aproveitado da melhor maneira atualização”, diz. possível. (RA)

ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO

13

Fornecimento de informações ajuda a corrigir falhas A ausência de uma controladoria, organizada e estruturada, pode se tornar um “mau negócio” para usinas e destilarias – e também para empresas de outros segmentos –, chegando a prejudicar e até mesmo a comprometer o processo de gestão empresarial. Sem um trabalho sério e eficiente nessa área, as informações ficarão dispersas, dificultando o planejamento e a tomada de decisões. A controladoria apoia e orienta todo o sistema de gestão empresarial. É responsável por apresentar e analisar indicadores de desempenho, assegurar a integridade das informações econômicas e financeiras da empresa, viabilizar a integração de processos, possibilitar a gestão dos riscos financeiros e operacionais, criar condições para a utilização das melhores práticas contábeis, entre outros procedimentos. O diagnóstico de eventuais falhas e desvios nos processos de gestão e o fornecimento de subsídios para corrigi-los estão entre as principais funções da controladoria que pode, dessa forma, contribuir para que as metas da empresa sejam alcançadas. (RA)


14

USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Outubro 2014

Especialista ensina como administrar riscos no setor Ruette implantou há três safras a gestão de riscos financeiros ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Toda atividade de agronegócio está sujeita a uma série de riscos que precisam ser previstos e administrados. Esse foi o tom da palestra de Luiz Fernando Abussamra, diretor comercial da Usina Ruette, durante o Fórum ProCana Usinas de Alta Performance, que aconteceu no dia 18, em Ribeirão Preto (SP) e reuniu cerca de 60 profissionais de usinas durante todo o dia, no Hotel JP. Segundo o gestor, as empresas do agronegócio têm uma exposição ao risco por produzirem commodities e serem tomadoras de preços. “Por isso, é preciso fazer a gestão desse fator de risco: de preços, taxas. Existe um processo para se fazer essa gestão através da identificação de riscos, da quantificação desses fatores de riscos, e depois, escolher os fatores que causam mais impacto para se trabalhar primeiro”, reforça. De acordo com ele, cada empresa tem seus próprios fatores de riscos, e cada fundo de investimento tem em sua carteira diversos ativos e a composição desses ativos resultarão no perfil de risco. “Temos aprovado a política de gestão de riscos no Conselho de Administração e todo ano a revisamos. Esse processo inclui reuniões semanais e sem dúvida, os resultados trouxeram à Ruette maior transparência, acesso ao capital, redução do custo de captação, tranquilidade para o acionista. Com isso, erramos menos e o impacto será cada vez menor na empresa”.

Com essa política, explica o executivo, a empresa se beneficiou da profissionalização e da implementação da governança corporativa. “Isso ajuda a Ruette a ter mais uma forma de tomar decisões com métodos quantitativos, com uso da matemática para tomadas de decisões. O próximo passo para a usina é implementar na safra 2015/16, uma forma mais adequada de acompanhar os limites e as alçadas de cada gestor e os fatores de riscos nas quais são responsáveis, melhorando a quantificação dos valores”. O gerente participou do evento que reuniu representantes de mais de 20 usinas e grupos por meio de palestras e no final, um Painel com Grupos Produtores. Participaram do Fórum: Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola da Usina Guaíra / Fazenda Rosário; Fernando Braga Nunes Filho, sócio da Valormax e associado FINBIO - Finanças e Investimentos para a Bioenergia; Jacyr Costa Filho, diretor da Divisão Brasil da Tereos (Guarani); Vital Balboni, CEO da ABS Consultoria; Antonio Alberto Stuchi, diretor executivo de Produção da Raízen; Vital Nogueira, gerente industrial da Usimat - Campos de Júlio (MT); professor biomédico Mário César Souza e Silva, diretor da MC Desinfecção Industrial; Antonio Viesser, gerente industrial da Tonon Bioenergia - Unidades Santa Cândida e Paraíso; Gilmar Galon, gerente industrial da PITAA - Pitangueiras Açúcar e Álcool; Paulo Donadoni, gerente de Marketing Estratégico Culturas Especiais e Cana de Açúcar da Bayer Cropscience; Dario Gaeta, presidente da Zanini; René de Assis Sordi, assessor de tecnologia do Grupo São Martinho, entre outros. No final aconteceu o Coquetel do Prêmio BestBIO Brasil 2014. O Fórum Usinas de Alta Performance tem como objetivo apresentar casos de resultados comprovados no incremento da rentabilidade e da competitividade das usinas, no curto prazo.

Luiz Fernando Abussamra, diretor comercial da Usina Ruette

Público seleto teve acesso a análises aprofundadas sobre o setor



16

USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Outubro 2014

Tecnologia e manejo resultam em alta produtividade agrícola PATRICIA BARCI,

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola da Usina Guaíra/Fazenda Rosário, foi um dos palestrantes do Fórum ProCana Usinas de Alta Performance, com o tema “Planejamento estratégico com foco em inovação tecnológica e alta produtividade agrícola”. Gomes falou entre outros assuntos sobre como atingir altos índices de produtividade ao longo dos ciclos do canavial e dessa forma tornar o setor mais eficiente, através do manejo integrado de pragas (cigarrinha e broca) e adubação utilizando silício. Além disso, a colheita mecanizada da cana-de-açúcar em 100% da área, o uso de corretivos de solo como parte da estratégia para aumentar a produtividade agrícola. Gomes pontuou a importância da rotação de cultura usando a soja, já que esta prática influi positivamente na recuperação, manutenção e melhoria dos recursos naturais com mínima alteração ambiental, além de preservar as características físicas e químicas do solo auxiliando no controle de plantas daninhas, doenças e pragas. “Até hoje não tem nenhuma área que entramos com o plantio de soja, logo após plantando cana-de-açúcar, em que ela tenha sido menos produtiva. Hoje, se nós tivéssemos condição de colocar a rotação de soja em 100% da nossa área, nós o faríamos. É sem dúvida um dos nossos maiores sucessos”, afirma. O executivo também ressaltou a utilização de tecnologias de ponta e inovações tecnológicas com a utilização de softwares. “A administração da Usina Guaíra usa softwares para ser cada vez mais assertiva, como o Iplan — Planejamento de plantio e produção, Ipop —

Gustavo Villa Gomes: uso de softwares gera maior assertividade

Planejamento das operações e custeio, o de carregamento e transporte, e de visualização temática” explicou. Diante de um panorama tão positivo de aumento de produtividade, mesmo em meio à crise do setor, para Gomes não existe uma receita para aumentar a eficiência, muito menos um único fator preponderante. “A alta produtividade da Usina Guaíra é resultado de um conjunto

de fatores. São manejos pontualizados, o conjunto de técnicas de manejo das operações para a obtenção dessa alta produtividade. Ano passado nós fechamos com produtividade média de 103,5 toneladas por hectare e a média para a região de Ribeirão Preto está em 94 toneladas por hectare, nosso ATR ficou em 136 enquanto as outras na região ficaram em 92”, explicou.


USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Outubro 2014

17

Executivo ensina caminho da reestruturação e geração de valor “É preciso inovar de dentro para fora, e não esperar que o governo encontre soluções”, diz especialista ANDRÉIA MORENO, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Com o atual momento em que o setor sucroenergético atravessa e as mudanças de mercado, o índice de exigência dos Bancos também aumentou. Assim, existem regras básicas e pontos chaves para um processo de reestruturação e geração de valor no momento atual. É isso que Fernando Braga Nunes Filho, sócio da Valormax e associado Finbio (Finanças e Investimentos para a Bioenergia), abordou em sua palestra no Fórum ProCana Usinas de Alta Performance , no dia 18 de setembro, em Ribeirão Preto (SP). “Para se reestruturar é preciso ter uma gestão profissionalizada, governança corporativa, planejamento que integre todas as áreas, introdução à cultura gestão organizacional, mensuração de dívidas e das contingências, utilizar ferramentas de acompanhamento controle,

Fernando Braga Nunes Filho: mercado financeiro se sofisticou

adequação de fluxo de caixa a curto, médio e longo prazos, geração de excedentes financeiros e otimizar custos e despesas. O recursos humanos precisa trabalhar em

prol do comprometimento dos profissionais, investir em treinamentos. A diretoria tem que assegurar o equacionamento dos passivos e buscar

sempre opções que tragam lucros, entre outras”, ressalta. Segundo ele, nos últimos 20 anos, o mercado financeiro se sofisticou e cada vez mais, aumenta o nível de exigência por parte dos financiadores. “Se a empresa não acompanhar essa mudança, certamente o acesso ao mercado financeiro será menor. Os Fundos de Investimento têm intenção de financiar projetos de consolidação e não uma empresa familiar ou individual que repita as mesmas formas sempre”, diz. O gestor explica que o mais importante é gerar valor através de alta performance para sobreviver no longo prazo e valorizar seu ativo para ser um player interessante nesse novo ambiente de consolidação. Os Bancos estão exigindo que os tomadores de recursos se sofistiquem e apresentem resultados condizentes e para isso, ele aponta alguns fatores como: ter transparência, fazer gestão com um time qualificado e experiente, ter uma gestão profissionalizada, coesa, que siga regras e as áreas não podem agir de maneira autônoma. “É preciso ter um planejamento transparente e exequível. A corporação precisa construir um planejamento que é capaz de seguir, e obviamente, gerar caixa positivo. A crise é extrema, por isso há maior exigência de garantia. O processo de geração de valor demora duas safras, mas se começar logo, logo o resultado virá”, finaliza.


18

USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Outubro 2014

Sustentabilidade é o fundamento para superar desafios do mercado PATRÍCIA BARCI,

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

Jacyr Costa Filho, diretor da Divisão Brasil da Tereos (Guarani) falou no último dia 18 de setembro, no Fórum ProCana de Usinas de Alta Performance, sobre a sustentabilidade como estratégia para superar os desafios do mercado sucroenergético. Jacyr Costa Filho é diretor da Divisão Brasil da Tereos, grupo agroindustrial cooperativo francês, especializado na produção e transformação de beterraba, cana-de-açúcar e cereais, que tem registrado, nestes últimos 20 anos, um crescimento na produção de açúcar, amido e etanol. A empresa é a terceira maior produtora de açúcar do Brasil e terceira maior produtora de amido e derivados da Europa. Jacyr informou que continuam investindo para expandir ainda mais a capacidade de processamento das unidades em território nacional em 3,5 milhões de toneladas, além de aumentar a produção de etanol para consolidar uma posição mais relevante no mercado mundial. — A geração de energia a partir do bagaço de cana-de-açúcar no Brasil é uma grande oportunidades de mercado. Nós estimamos que a energia gerada a partir da cogeração de biomassa atualmente atende a 3% da demanda de eletricidade do Brasil em curto prazo e tem potencial para atender até 15% da demanda de eletricidade no médio prazo — explicou Jacyr. “Estamos investindo para aumentar a capacidade de nossas vendas de energia anual para 1.200 GWh até 2015/2016”. O empresário citou o desenvolvimento de um mercado industrial para produção

de açúcares com a finalidade de agregar mais valor. Lembrou também a parceria da Tereos Internacional com a Petrobras e seu acordo de investimento com a usina Guarani, investimento voltado para ganhos de produtividade. O profissional mostrou-se particularmente preocupado com os problemas de logística dentro do mercado açucareiro brasileiro. "Só iremos crescer quando o mercado precisar de mais açúcar, o que não acontece neste momento, já que a produção mundial vai superar a demanda pelo quarto ano consecutivo, pressionando os produtores com a queda dos preços no mercado mundial. De qualquer maneira, se a situação fosse diferente, num caso de necessidade de oferta, nós teríamos uma capacidade de estocagem no Brasil de 30% da nossa produção, diferente de outros países produtores de açúcar no mundo. Isso cria um desequilíbrio prejudicial para os produtores brasileiros", observou. Costa Filho lembrou ainda que o etanol pode resolver o problema da poluição, que chega a índices altíssimos em países como a China. Grande importadora, com 280 mil toneladas de açúcar em julho, o que foi praticamente o triplo do que foi importado em junho, a China tem capacidade de estocagem para demanda interna por um ano e meio, lembrou Jacyr e mostrou o paradoxo: “Nós, que somos o maior produtor, não temos capacidade de armazenamento de nossa própria produção. Temos problemas sérios de logística neste país”. Neste momento de crise, o empresário ressaltou a ineficiência da legislação brasileira e a falta de uma estrutura que se coadune com a importância do setor para a economia do país. "Precisamos mostrar para o governo a importância do nosso setor, para nossa economia e o nosso etanol como solução de problemas de poluição no mundo”, finalizou.

Jacyr Costa Filho: problemas de logística no mercado açucareiro precisam ser resolvidos



20

USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Outubro 2014

Setor pode aumentar produtividade da mão de obra em até 47% ANDRÉIA MORENO, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

Do ponto de vista da mão de obra, do trabalho efetivo, existe espaço para crescer em 45% a 47% em produtividade no setor sucroenergético e com efetivo de menos de 30%. A frase é de Vital Balboni, CEO da ABS Consultoria, que participou do Fórum ProCana Usinas de Alta Performance, no dia 18 de setembro, em Ribeirão Preto (SP). “Nos ativos podemos ter um incremento de mais de 30% e isso acaba na redução entre custo de ativo e de sua manutenção, em torno de 27%”, revela. No evento, relatou os resultados que conquistou com a excelência operacional. “Depois de mais de 160 mil horas de trabalho, cheguei à conclusão que a produtividade é um problema do setor sucroenergético. O segmento acomoda-se com a rotina mas existe espaço para aumentar a produtividade”, conclui. No geral, o estudo de Balboni revelou uma produtividade muito baixa no setor sucroenergético, o que significa, segundo ele, oportunidade para eliminar atividades que não agregam valor, sem investimento de capital. De acordo com Vital balboni, a

grande discussão é descobrir qual melhor modelo a seguir, que gaste menos tempo na hora da atividade. “Encontramos uma falha em conseguir fazer com que o médio gestor leve em consideração o melhor uso desse recurso tempo, pois 65% de seu tempo é perdido em uma atividade. É preocupante como em quase metade dessas horas o operador está parado e sem atividade aparente, em processo de execução”, admite. De forma geral o gestor conclui que tanto na área agrícola como na industrial, há baixa produtividade nas atividades, e um dos pontos mais citados na palestras foi a falta de vontade em seguir as normas pré-estabelecidas, de manter sequências de atividades e da excessiva perda de tempo. “A dependência dos mais antigos ancorados nos procedimentos que o levaram ao sucesso e a falta de uniformidade desse fluxo de trabalho são problemas no segmento sucroenergético. Um procedimento na sala de treinamento não é sempre o que ocorre na realidade e leva à baixa produtividade. Sugiro que os gestores fiquem atentos para equilibrar esses pontos. É preciso ter um sistema de informação, com registros do passado e elaborar procedimentos. Também é preciso saber como sua empresa está estruturada na rotina de organização, como distribui seu tempo para cuidar daquilo que dá resultado, ter foco, atitude e trabalhar as habilidades “, afirma.

Vital Balboni: o segmento acomoda-se com a rotina


USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Outubro 2014

21

Palha para cogeração de energia é nova fronteira a ser cruzada PATRÍCIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

O aproveitamento integral da matéria-prima e das plantas industriais foi tema abordado por Antonio Alberto Stuchi, diretor executivo de produção da Raízen no Fórum ProCana Usinas de Alta Performance, no último dia 18 de setembro, em Ribeirão Preto (SP). Para Stuchi, o uso do potencial da biomassa e da vinhaça como alternativa para aumentar a rentabilidade do setor, além da cogeração de energia elétrica e etanol celulósico são fatores importantíssimos a serem considerados. “Precisamos usar a palha para cogeração de energia e para a produção de etanol celulósico. É uma nova fronteira que está aparecendo em nosso negócio e devemos aproveitar, dedicar mais atenção para a produção de etanol celulósico, porque futuramente pode vir a ser nossa salvação. Se convertermos metade da palha das nossas usinas, poderíamos aumentar 25% do nosso rendimento de etanol por hectare. Portanto acredito que devemos estudar o assunto a fundo. Variedade de cana-de-açúcar é uma coisa para médio e longo prazos. Mas não vamos conseguir uma curva de aumento de produtividade com a cana da maneira que conseguimos com a soja e o milho”, alertou. Diante da crise que afeta o setor há anos e falta de políticas públicas coerentes com o papel do setor na economia brasileira, as empresas têm trabalhado com uma margem muito apertada de lucratividade, além de muita pressão em relação aos custos de produção na tentativa de aumentar a produtividade agrícola ao máximo, ponderou Stuchi. “A única maneira de sair da crise é aumentando a

Antonio Stuchi: biomassa e vinhaça são alternativas para aumentar rentabilidade

eficiência agrícola e industrial. É preciso encontrar alternativas inovadoras para superarmos nossas dificuldades e aumentar a eficiência a qualquer custo. Temos muita dificuldade para aumentar a produtividade.

Se calcularmos o que conseguíamos antigamente e o que conseguimos hoje, o valor é imensamente maior. Mas devemos lembrar que estamos em meio a uma crise terrível. Deveríamos ter uma política de preço razoável.


22

USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Outubro 2014

Usina flex surge como opção na entressafra Usimat fatura cerca de 60 milhões com fabricação de etanol de milho ANDRÉ RICCI,

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

"Temos que esquecer o governo e encontrar novas soluções. É assim que sairemos da crise". A frase é de Vital Nogueira, gerente industrial da Usimat, durante palestra no Fórum ProCana de Usinas de Alta Performance, realizado em 18 de setembro, em Ribeirão Preto (SP). Há três anos, a Usimat, localizada em Campo de Júlio, no Mato Grosso, tem incrementado seu orçamento com a produção de etanol de cereais como milho e sorgo granífero de novembro a abril. A chamada 'usina flex’ foi construída anexa à convencional, utilizando parte de sua estrutura, diminuindo os investimento e otimizando a produção. “A ideia é tirar a ociosidade e agregar valor aumentando a receita da empresa. Até os colaboradores são flex, pois os coloco na fábrica de etanol de grãos na entressafra, proporcionando trabalho o ano todo”, diz o representante. De início, ainda em teste, foram produzidos 15 mil toneladas de cereais, que geraram 5.400 m³ de etanol. Nesse período, a moagem de cana estava em 439 mil toneladas e 37 milhões de litros de etanol de cana. Para 2014/15, a moagem de cereais está estimada em 110 mil toneladas e 42.000 m³ de etanol, e a de cana, prevista em 900 mil toneladas e 74 milhões de litros de etanol. “A fábrica fatura cerca de R$ 60 milhões na entressafra. O negócio mudou diretamente o caixa da usina e depois de

Vital Nogueira: "Temos de esquecer o governo e encontrar soluções”

três anos posso dizer que deu certo. Hoje pensamos em aumentar a área de milho, não de cana”, afirma. Vital elenca como principais vantagens do cereal o fácil manuseio, pouca oscilação da qualidade da matéria-prima e praticamente isento de impurezas, alto rendimento — enquanto uma tonelada de cana produz de 70 a 85 litros de etanol, a tonelada do milho varia de 370 a 410 litros —, além do fato de poder ser armazenado por longos períodos (2 a 3 anos). Já como desvantagem, lembra que o milho não gera biomassa para produzir energia.

SUBPRODUTO TAMBÉM É COMERCIALIZADO Um importante alimento animal, extraído do processamento de milho durante a produção de etanol, também é comercializado pela Usimat. Trata-se do farelo seco (DDGS – Dried Distillers Grains with Solubles), um subproduto do processo utilizado como fonte de proteínas para alimentação animal suína e pecuária. “Durante o processo de fabricação se extraí 20% de farelo por tonelada de milho moída, com venda em média a R$ 500,00 por tonelada até R$ 700,00 e com 33% a 36% de proteínas. O

investimento se paga rapidamente com projeção de quatro anos”, avalia Vital Nogueira. Para se tornar rentável, ele diz ser preciso analisar a região em que se está localizado, tanto para comercializar o subproduto, quanto para comprar o milho. “Se estiver perto de uma área pecuária é possível vender o farelo de novembro a abril. Em média, estamos há 300 quilômetros da região consumidora, mas nosso produto se vende ainda na safra devido à grande procura”, finaliza.



24

USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Outubro 2014

Controle microbiológico aumenta eficiência nas usinas Estruturar trabalho e capacitar profissionais torna-se fundamental neste processo ANDRÉ RICCI,

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

Economizar no processo e aumentar a produção são os grandes desafios enfrentados pelas usinas. Durante o Fórum Usinas de Alta Performance, realizado em 18 de setembro, em Ribeirão Preto (SP), diretores e gerentes de grupos produtores debateram formas de se alcançar estes objetivos. Um dos palestrantes foi Mário César Souza e Silva, biomédico-microbiologista especializado em desinfecção industrial. Ele falou sobre a importância do trabalho de controle da contaminação bacteriana nos caldos do processo fermentativo, como mosto, fermento (cuba tratada e não tratada) e dorna de fermentação. “Em outros setores, como o alimentício e farmacêutico, a preocupação é tão grande que impuseram o controle microbiológico para não ter prejuízos em seus produtos finais”. Silva é responsável pela elaboração do

Mário César Souza e Silva: ênfase na importância do controle microbiológico

Kit MC, que permite quantificar em até 60 minutos a contaminação bacteriana nos caldos do processo fermentativo. Trata-se de uma metodologia criteriosa, em uma área sensível para a produção de etanol e que ainda apresenta grande potencial de melhoria, no caso, a fermentação. A MC Desinfecção Industrial, empresa que coordena, oferece um pacote com o Kit MC e o treinamento para o seu devido uso. Este, realizado in loco, busca capacitar os profissionais do segmento, oferecendo em uma única vez, a oportunidade de vários funcionários se especializarem. “Sou eu mesmo que treino os profissionais. Temos que qualificar e capacitar o colaborador. Estamos falando de um investimento mínimo para um retorno enorme. Treinamento leva eficiência ao controle microbiológico”, afirma. Durante sua implantação todas as dúvidas dos colaboradores são sanadas até que estejam seguros para realizar o diagnóstico, escolhendo o tubo correto para comparar com o ‘Gabarito de Cores’, componente desenvolvido especialmente para o Kit. A metodologia foi validada por plaqueamentos com caldo para a série de diluições, corrigidos de acordo com as exigências ambientais e nutricionais das bactérias fermentadoras encontradas no processo industrial, originando o gabarito de cores. “Os principais grupos produtores já realizaram testes validando a eficiência do Kit MC”, finaliza Mário César.


USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Outubro 2014

25

Redução de custo operacional é possível com otimização da mão de obra WELLINGTON BERNARDES,

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

A atual situação do setor implica em planejamentos e estratégias que viabilizem economicamente o funcionamento da agroindústria canavieira sem comprometimentos da produção e qualidade. Um dos gargalos vivenciados por Antônio Carlos Viesser, gerente industrial da Tonon Bioenergia, na Usina Santa Cândida foi o elevado custo com mão de obra. Durante sua palestra no Fórum Procana 2014 - Usinas de Alta Performance, no dia 18 de setembro, o gerente apresentou aos participantes os resultados do programa de otimização das funções de funcionários da área industrial, com redução no Head Count. Para Viesser, o custo de produção nas unidades industriais está cada vez maior, atrelado a este fenômeno, estão os gastos com mão de obra. As usinas produzem 24 horas por dia, o pagamento de horas extras é realidade, porém em épocas de baixo faturamento, gestores devem melhorar suas estratégias operacionais sem perdas produtivas, a maneira encontrada pela equipe da Tonon foi aumentar a efetividade de seus funcionários, reduzindo o tempo gasto na produção. “Sabemos que nossos produtos não empatam com os crescentes custo de mão de obra e operacionais, que subiram aproximadamente 20%. Como nossa produção não aumentou, nosso controle tem que mais criterioso, como a otimização da mão de obra”, explicou. Antônio, também chamado de Alemão pelos colegas do setor, ilustrou o sucesso desta iniciativa no Grupo Tonon, com a organização e padronização de cargos dentro do grupo, houve redução de 70% no número de funções

Antônio Carlos Viesser, gerente industrial da Tonon Bioenergia

realizadas, passando de 76 para 26 funções. Ação que resulta em entendimento para o funcionário de suas atribuições e melhor articulação e desenvolvimento das operações industriais. O gerente comentou sobre o processo de mudança nesta dinâmica, para Viesser não existe uma metodologia

formada, é preciso aplicar e observar os efeitos. “Não houve mudança em nossa produção, sentimos que este manejo é passível de testes, fizemos arranjos nas equipes e percebemos que a seção nem sentiu as alterações, são nestes momentos que identificação funções desnecessárias”, concluiu.


26

USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Outubro 2014

Manejo correto de matéria-prima resulta sempre em melhores produtos WELLINGTON BERNARDES, DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

A biomassa produzida pela colheita mecanizada da cana-de-açúcar já possui importante papel estratégico para rentabilidade financeira da agroindústria canavieira. Matéria-prima para a cogeração em usinas, a antes desvalorizada palha, pode agora incrementar a produção de etanol. Consciente desta nova dinâmica, Gilmar Galon, gerente industrial da PITAA Pitangueiras Açúcar e Álcool, relatou no Fórum Procana 2014 - Usinas de Alta Performance, no dia 18 de setembro, a experiência de seu grupo com o manejo adequado deste produto. A Usina Pitangueiras, conforme afirmou Gilmar, obtém a maior parcela de sua cana através de fornecedores. Mais por isso, o gerente industrial enfatizou a importância de levar conhecimento e técnicas para fidelizar e aumentar sua eficiência. “De toda nossa cana-de-açúcar moída, cerca de 80% é oriunda de fornecedores, são 600 pessoas, que contribuem com nossa moagem diariamente. Temos que passar para estes a importância da manutenção da qualidade da cana que chega para a indústria, pois é o produto final que paga todos os custos da cadeia”, afirma. Galon ressaltou a importância de levar para a indústria uma matéria-prima de melhor qualidade, sendo esta a principal ferramenta para obtenção de produtos superiores ao final da etapa industrial, qualidade do etanol e do açúcar produzidos, passa pela qualidade da cana colhida e processada. Para o gerente industrial, o segmento deve ficar atento à eficiência produtiva, para isto é necessário que desde o início da produção haja a maior qualidade possível, pois será esta

Gilmar Galon: indústria precisa de matéria-prima de melhor qualidade

que determinará os melhores números de produção. “Nosso objetivo é deixar a palha na parte agrícola, para que haja cogeração e num futuro próximo, a produção de etanol

celulósico. Produzimos 13 toneladas de palha, com meta de reduzir em 60% sua presença na cana”, informou Galon. A cogeração, de acordo com ele, chega como um estímulo para o manuseio mais

eficiente do material. “Já conseguimos aumentar a receita através da queima da biomassa. Hoje lucramos R$ 433/MwH e nossa expectativa é conseguir em novembro R$ 700/MwH”, finaliza.



28

USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Outubro 2014

Para afastar a crise, só mesmo com alta performance Profissionais se reúnem em busca de soluções dentro das próprias usinas ANDRÉ RICCI,

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

‘dever de casa’ foi o foco do debate. “Todas as usinas deveriam participar destes encontros. Não por acaso os profissionais que aqui estão trabalham em empresas de alta performance. Problemas, todas têm, mas eficiência só as que se preparam”, disse Gaeta. Sobre os caminhos a percorrer, Gilmar Galon lembra da crise hídrica e energética vivida em grande parte do Centro-Sul. “Terá que chover muito para encher os reservatórios. Em pouco tempo podemos viver um caos energético. Estar preparado para atender esta demanda é importante”. Em comum, os profissionais citaram como prioridade os investimentos em mão de obra, tecnologia e gestão. Luiz Fernando Abussamra disse que cada usina precisa identificar sua principal necessidade. “É nítido que neste fórum cada participante notou quais os riscos que sua usina corre. Na Ruette, embora ainda tenhamos outras áreas importantes, o foco é capacitar pessoas e aprimorar a gestão. Estamos no limiar de um novo tempo e somente as empresas estruturadas chegarão saudáveis a ele”.

Lamentar a falta de políticas públicas não foi o foco do Fórum Usinas de Alta Performance, realizado em Ribeirão Preto (SP), em 18 de setembro. Ao contrário: gestores de mais de 20 grupos produtores se reuniram em busca de soluções advindas da troca de conhecimento teórico e da prática nas unidades. Depois de um dia todo de palestras soore os mais variados temas, seis gestores formaram a mesa para um debate: Antonio Carlos Viesser, gerente industrial da Tonon Bioenergia; Gustavo Villa Gomes, diretor

agrícola da Usina Açucareira Guaíra; Luiz Fernando Abussamra, diretor comercial da Usina Ruette; Gilmar Galon, gerente industrial da Usina Pitangueiras; René de Assis Sordi, assessor de tecnologia do

Dario Gaeta, presidente da Zanini: só os

Gustavo Villa Gomes: Açucareira Guaíra vai

René de Assis Sordi, do Grupo São

Luiz Fernando Abussamra, da Ruette:

preparados são eficientes

focar em gestão de pessoas

Martinho: à mercê da condições climáticas

questões de mercado são as mais perigosas

Gestores à mesa: busca de soluções que surgem na troca de conhecimento

Grupo São Martinho; e Vital Nogueira, gerente industrial da Usimat. A moderação coube a Dario Gaeta, presidente da Zanini. Os representantes evitaram falar dos problemas com o governo. O chamado


USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Outubro 2014

29

Fórum elenca ações de curto prazo para incrementar a rentabilidade Clima. Mão de obra. Matéria-prima. Investimentos. Preços. Gestão. Junte o melhor do que estas palavras significam, aplique-as ao setor sucroenergético e sua retomada estará praticamente assegurada. Durante o Fórum Usinas de Alta Performance estas palavras dominaram o painel, que tinha como objetivo elencar ações de curto prazo para incrementar a rentabilidade das empresas. A mesa de debate foi composta por representantes de usinas de diversas regiões do país. Cada um pôde relatar quais os maiores gargalos em cada uma delas. Na Usina Pitangueiras, no interior de São Paulo, o problema é matéria-prima. “Estamos em uma área onde existem outras unidades nos arredores. O trabalho com fornecedor precisa ser muito bem feito, se não ficamos sem cana suficiente”, disse Gilmar Galon, gerente industrial da unidade. Em Mato Grosso, a Usimat tem produzido etanol de milho durante a entressafra, trabalho que mantém os colaboradores empregados durante o ano todo. Contudo, por estar a 70 quilômetros da cidade, a usina tem dificuldade em mantê-los. “Não há mão de obra comprometida. Estamos trabalhando para qualificar os profissionais e fixá-los

Vital Nogueira, da Usimat: qualificar e fixar os profissionais

conosco. Não adianta investir em capacitação e depois de um tempo perder o funcionário. É um risco que se corre, mas que trabalhamos para não acontecer”, afirma Vital Nogueira, gerente industrial da Usimat. O Grupo São Martinho conta com unidades tanto no Estado de São Paulo quanto em Goiás. A empresa é reconhecida

como uma das mais estruturadas atualmente. Ainda assim, René de Assis Sordi, assessor de tecnologia do Grupo, diz que existem riscos. “Mesmo investindo muito em tecnologias para aumento de produtividade, ficamos à mercê das condições climáticas. Esse ano está mais do que claro isto. Não podemos continuar nesta situação”.

Detentor de duas usinas de cana-deaçúcar, ambas no interior de São Paulo, o Grupo Ruette é um dos poucos bons exemplos de recuperação econômica no segmento. A empresa trabalha desde 2009 neste sentido, um depois de inaugurar sua segunda unidade. “Identificar e quantificar os riscos que a empresa corre é fundamental. Com este estudo, é possível combater, eliminar, transferir ou até assumir o risco. Questões de mercado são as mais perigosas. As variações de preços, índices e taxas podem complicar uma empresa”, afirma Luiz Fernando Abussamra, diretor comercial da Ruette. Referência quando o assunto é produtividade agrícola, a Usina Açucareira Guaíra, no interior de São Paulo, esforça-se para melhorar a gestão de pessoas. “Não é só produzir a cana. Precisamos de profissionais capacitados para isso. Não deixaremos outras áreas de lado, mas percebemos que precisamos evoluir neste quesito”, disse Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola da Usina Açucareira Guaíra. Por fim, Antonio Carlos Viesser, gerente industrial da Tonon Bioenergia, reitera a necessidade em se profissionalizar o segmento. “Infelizmente vivemos um apagão de mão de obra. Isso faz com que os gestores repensem o modo de trabalho. Nosso setor é carente de profissionalização e não há espaço para colaboradores despreparados”. (AR)


30

USINAS DE ALTA PERFORMANCE

Outubro 2014

Cana certificada proporciona maior credibilidade a toda a cadeia WELLINGTON BERNARDES, DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

Paulo Donadoni, gerente de marketing estratégico para culturas especiais e cana de-açúcar da Bayer, apresentou a Certificação Valore para os participantes do Fórum Procana 2014 – Usinas de Alta Performance. É uma ferramenta que agrega redução de custos, com segurança social e ambiental, para incrementos produtivos de maneira responsável e padronizada. A certificação do setor gera maior credibilidade para todos os envolvidos, agregando valor e informação em todo o fluxograma. Com isto há maior segurança da qualidade e origem. Neste processo há visão holística, ou seja, uma preocupação com todas as etapas produtivas e pessoas envolvidas, medidas que garantem um produto oriundo de uma cadeia mais eficiente, que segue e respeita normas sociais e ambientais. Donadoni explicou que a Certificação Valore entrou no setor com a proposta de fortalecer toda a cadeia, com a produção sustentável de cana-de-açúcar. “Precisamos de uma abordagem holística, incluindo todas as partes envolvidas para avançarmos na segurança alimentar

Paulo Donadoni, da Bayer: abordagem holística

mundial”, explica. A adequação às normas estabelecidas por esta fornece ganhos produtivos baseados em boas práticas ambientais e sociais, para isto, há capacitação de todos os atuantes, para entendimento dos benefícios às normatizações estabelecidas pela Valore. A certificação, que pode ser realizada para grupo de fornecedores ou usinas, possui protocolos específicos para a cultura da cana-de-açúcar, esta adoção de padrões criteriosos para homogeneizar a produção, resulta em visibilidade seus adeptos. Desta maneira a Bayer disponibiliza ao mercado canavieiro uma sólida ferramenta para o fortalecimento do açúcar e etanol, mais que cumprimento a padrões ambientais e sociais, o setor conta com uma nova estratégia de marketing, que credita a capacitação do elevado nível técnico da produção agrícola e industrial. Segundo a Bayer, o programa Valore visa a produção sustentável da cultura e proporciona benefícios a diferenciação dos produtos originados, aplicação de boas práticas agrícolas, como manejo da fertilidade e uso responsável dos recursos naturais. Donadoni afirmou que para os parceiros do programa Valore, há assistência técnica e expertise de profissionais da empresa em todas as etapas de implantação da certificação.



32

EVENTOS

Outubro 2014

Prêmio BestBIO destaca ações socioambientais do setor ANDRÉ RICCI,

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

O Prêmio BestBIO 2014 revelou em 18 de setembro os melhores cases e personalidades de destaque nas áreas de biocombustíveis, bioenergia, bioeletricidade, biotecnologia e responsabilidade ambiental e empresarial. O evento, realizado em Ribeirão Preto (SP), contou com a participação de executivos de diversas usinas do país. Na categoria ‘Biotecnologia’, o vencedor foi o CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, que apresentou o case sobre sua planta de etanol celulósico, em fase de construção na Usina São Manoel, no interior de São

Paulo. A planta de demonstração é a única que se destina a testar soluções de engenharia na escala real que permitirão o lançamento da tecnologia realmente adaptada às condições brasileiras. Já na categoria ‘Biocombustíveis’, a Usimat, do Mato Grosso, foi a ganhadora. Conhecida como usina flex, a empresa tem apostado na produção de etanol de milho durante a entressafra da cana. Além de se manter ativa durante todo o ano, gerando fluxo de caixa para superar os desafios econômicos, a usina preserva o emprego de seus colaboradores. Na área de ‘Bioenergia’, o melhor case foi o da Vignis, empresa pioneira e líder em melhoramento genético de cana energia com o objetivo de produzir e

Biotecnologia — CTC, representado por Jaime Finguerut, bioquímico

Biocombustíveis — Usimat, representada Vital Nogueira, gerente industrial

Ação Ambiental do Ano — Biotechnos Projetos Autossustentáveis, representada por Francisco Bonizzoni

PATROCINADORES

fornecer a biomassa dessa cana energia. Ela já tem contratos de fornecimento de 600 mil toneladas de bagaço anuais a partir do início do próximo ano e contratos em negociação de pelo menos quatro vezes aquele valor nos próximos anos. Na categoria ‘Ação Ambiental’, a vencedora foi a Bioplanet, pela iniciativa de constituição de APL's - Arranjos Produtivos Locais para a produção e uso de biodiesel exclusivamente a partir de óleos e gorduras residuais. O processo ocorre através da inclusão produtiva de catadores de materiais recicláveis e a educação ambiental de crianças e adolescentes. Com o case “Preservando hoje para garantir amanhã”, a Usina Açucareira

Guaíra foi eleita a empresa do ano em Sustentabilidade. No final do ano de 2013, a usina iniciou o processo de certificação ambiental com o “Programa Valore” da Bayer, sendo certificada com o selo bronze em junho de 2014. A empresa foi a primeira a atingir 100% de conformidade em todos os 140 requisitos do programa, sendo alguns destes integrantes do PGAI Programa de Gerenciamento Ambiental Integrado. A entrega dos prêmios foi feita por Dario Gaeta, presidente da Zanini, e Paulo Donadoni, gerente de marketing da Bayer Cropscience, que patrocinaram o evento, que contou ainda com apoio da Sindustrial. Confira os laureados:

Biocombustíveis — Vignis, representada por Luís Rubio, diretor

Empresa do Ano em Sustentabilidade — Usina Açucareira Guaíra, representada por Anderson Faria Malerba, engenheiro ambiental e Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola


EVENTOS

Outubro 2014

33

Fenasucro traz tecnologias para ganho de eficiência DA REDAÇÃO

Visitantes de vários estados brasileiros e de mais de 40 países conheceram na 22ª edição da Fenasucro, soluções tecnológicas encontradas nos 550 expositores que trouxeram mais de mil marcas para o evento. Neste ano o público aumentou 5% e a expectativa é que o volume de negócios iniciados na Feira supere R$ 2,2 bilhões

nos próximos meses. A organização da feira investiu para qualificar o público visitante. Para isso criou o Espaço de Conferências Fenasucro, onde aproximadamente 500 pessoas, por dia, conferiram mais de 40 palestras e debates no local. A 22ª edição da Fenasucro apresentou produtos e softwares para o aperfeiçoamento de sistemas em todas as etapas do processo de produção. Confira os principais:

DESTAQUES DA FENASUCRO

Público da feira foi 5% maior do que no ano passado

DESTAQUES DA FENASUCRO

ENGCLARIAN APRESENTA ECOOLAIR – ARLA 32 A Engclarian apresentou em seu estande o EcoolAir – Arla 32, um agente redutor líquido de NOx automotivo, uma solução de ureia de alta qualidade, utilizado com o sistema de Redução Catalítica Seletiva para reduzir emissões de óxidos de nitrogênio presentes nos gases de escape dos veículos a diesel. Também expôs o EngControl, um inibidor de poeira para estradas não pavimentadas de alto tráfego, pátios, pilhas de estocagem, minas e portos.

DESTAQUES DA FENASUCRO

JW FECHOU VENDA SIGNIFICATIVA DURANTE FEIRA Com capacidade de produzir 1,3 milhão de litros por dia de etanol hidratado, uma destilaria da empresa JW Indústria e Comércio de Equipamentos em Aço Inoxidável integrará a parte industrial da Usina Porto das Águas, do Grupo CerradinhoBio, sendo que a sua venda foi concretizada durante o mês da Fenasucro 2012. Para o gerente comercial da JW, Fabiano Ruiz, a participação na feira é muito importante para alavancar vendas deste porte. “A feira concentra todo o setor e viabiliza novos contatos”, diz o executivo.


34

EVENTOS

DESTAQUES DA FENASUCRO

Outubro 2014

DESTAQUES DA FENASUCRO

DESTAQUES DA FENASUCRO

OKUBO MERCANTIL REÚNE CLIENTES E APRESENTA SEU PORTFÓLIO A Okubo Mercantil teve como destaque durante a Fenasucro a Oktela, tela para proteção de caminhão de cana picada, e o Fio PP Okuboagri, material especial para enfardamento de palha para posterior cogeração de energia. A Okubo atua no fornecimento de soluções seguras em coberturas, movimentação de cargas e amarração para os setores agrícola, sucroenergético, industrial, de mineração, celulose e construção civil do país.

HPB HOLDING EXPANDE SEUS NEGÓCIOS HPB Holding, empresa controladora da HPB Engenharia e Equipamentos e da HPB Simisa Sistemas de Energia, constituiu uma nova companhia chamada HPB Fans, que passa a atuar no mercado Brasileiro e Latino-Americano, fornecendo ventiladores “Heavy Duty” para diversas aplicações industriais e unidades autônomas de geração elétrica. O corpo técnico é formado pelos engenheiros e técnicos especializados da TPI Ventiladores, que a partir de então, passam a atuar no mercado através da HPB Fans.

FLUKE ESTREIA NA FENASUCRO A Fluke, empresa que atua na área de vedações, possui capital 100% nacional e quase duas décadas de existência. Em 2014, estreou na Fenasucro e apresentou ao mercado o ‘selo cartucho sem luva com face cônica’, que tem como diferencial grandes deslocamentos radiais que permitem que o trabalho seja executado sem água. Além da equipe comercial, a empresa conta com uma estrutura de engenharia e qualidade que garante a eficácia de todos os processos de desenvolvimento.

SANARDI REFORÇA TRABALHO FEITO NA ÁREA DE COGERAÇÃO A Sanardi, empresa especialista em integração de sistemas de energia com foco na geração e cogeração de energia elétrica, aproveitou a oportunidade para promover um networking com seus clientes, reiterando o trabalho feito na parte de planejamento, projeto, gerenciamento e execução da montagem completa em regime turn-key, utilizando-se dos conceitos mais avançados para produção de energia com alta eficiência.

APERAM MARCA PRESENÇA NA FENASUCRO A Aperam, produtora integrada de aços planos inoxidáveis e elétricos, marcou presença na Fenasucro. As três grandes linhas de produção da empresa são ‘Aços Planos Inoxidáveis’, ‘Aços Planos Elétricos’ e ‘Aços Planos Carbonos especiais’. A empresa conta com 2,4 mil empregados e tem capacidade instalada da ordem de 900 mil toneladas de aço líquido.

DWYLER LANÇA SISTEMA AUTOMÁTICO DE CARREGAMENTO DE ETANOL A Dwyler lançou na Fenasucro 2014 o Sistema Automático de Medição de Produção e ou Carregamento de etanol para usinas (online). Trata-se de um pré-determinador eletrônico com leitor ótico que minimiza a interferência humana no carregamento de etanol e evita falhas e desvios. “Garante mais de 80% de redução de custo de instalação, além da praticidade e segurança nas informações”, diz Nelson Nako, diretor.


EVENTOS

Outubro 2014

DESTAQUES DA FENASUCRO

DESTAQUES DA FENASUCRO

35

DESTAQUES DA FENASUCRO

PROSUGAR EXPÕE PROETHANOL E PROMAGMA Além de expor o ProLab, o 1º laboratório móvel do setor e o Pit Stop, a ProSugar apresentou na feira a tecnologia ProMagma para clarificação do magma e ainda apresentou em seu estande o ProEthanol, um sistema inovador para o processo de fermentação, sem uso de antibióticos ou ácido sulfúrico, com um resultado comprovado de 5% de aumento de produção diária do etanol, segundo seu departamento de marketing.

EQUIPE ESPECIALIZADA NA ALCOLINA Além das novidades em soluções para tratamento de água (ultrafiltração e osmose reversa), a Alcolina, empresa de especialidades químicas, fez questão de destacar sua equipe técnica no evento. “Temos a maior e mais capacitada equipe do segmento composta por 54 pessoas, entre gerentes, técnicos, microbiologistas e consultores, com assistência técnica especializada por cliente”, diz Rogério Barros, diretor comercial da Alcolina.

GENERAL CHAINS APRESENTOU CORRENTES EM AÇO INOX A General Chains levou para a Fenasucro as correntes em aço inoxidável para transportador de açúcar tipo Redler, utilizada para fins alimentícios; além de esteira e caneca também em aço inoxidável. Esta corrente trabalha com pinos e buchas em aço inox temperado que aumenta a resistência ao desgaste e o aço inox evita a presença de contaminantes no produto.

GRUPO BUSCARIOLI DESTACA MANUTENÇÃO PREDITIVA O Grupo Buscarioli levou para a Fenasucro a sua expertise em manutenção preditiva e seus cases de sucesso, como da Usina Santa Adélia de Pereira Barreto, Usina São João de Quirinópolis, BP Biocombustíveis de Itumbiara (GO) e Ituiutaba (GO) e da Bom Sucesso Agroindustrial de Goiatuba (GO). A empresa oferece serviços de campo e medições básicas e avançadas, além de reparo em mancais deslizantes.

DMB APRESENTA OPÇÕES PARA PLANTIO MECANIZADO A DMB levou para a feira todas as suas opções para o plantio mecanizado da cana-de-açúcar: a plantadora de cana PCP 6000 Automatizada, a plantadora de cana PCP 6000 (com operador), a plantadora de cana PCI 4000 (para pequenos produtores), a distribuidora de cana DCP 5000 e a plantadora de mudas de cana para formação de viveiros. Além das diferentes opções de plantio, a DMB também mostrou no seu estande os adubadores de discos com aplicação do adubo em profundidade, os aplicadores de inseticidas em soqueiras para controle de sphenophorus e migdolus e as carretas aplicadoras de torta de filtro entre outros.

TRANSPLANTADORA E RODOTREM LINHA LEVE SÃO DESTAQUES DA SERGOMEL A Sergomel apresentou aos visitantes a Transplantadora Canavieira e o Rodotrem Linha Leve. A primeira é utilizada no plantio mecanizado e conta com quatro caixas de carga, acionadas de forma hidráulica por dois cilindros (por caixa), tornando o sistema ágil e de fácil operação. Já o Rodotrem Linha Leve foi construído pensando diretamente na melhor relação entre o peso bruto total e tara do produto. Com ele, a empresa conseguiu elevar o volume de carga transportada, atendendo as expectativas de seus clientes.


36

EVENTOS

DESTAQUES DA FENASUCRO

Outubro 2014

DESTAQUES DA FENASUCRO

DESTAQUES DA FENASUCRO

ARGUS DESTACA EQUIPAMENTOS PARA COMBATE A INCÊNDIOS A participação da Argus na Fenasucro 2014 teve por objetivo demonstrar para o segmento soluções em sistemas e equipamentos para prevenção e combate a incêndio. Como destaque, foram exibidos o LGE – Líquido Gerador de Espuma para Incêndios de Classe A e o Kit de Detecção e Supressão de Incêndio para Colhedoras de Cana.

TECNIPLAS LANÇA SISTEMA DE OBLATAÇÃO DE TANQUES A Tecniplas, tradicional fabricante de equipamentos em PRFV, destacou seu inédito sistema de oblatação de tanques, as torres de resfriamento de vinhaça, as colunas recuperadoras de álcool e os abatedores de açúcar. A oblatação permite o transporte rodoviário de tanques com capacidades de até 4,5 mil m³ a um custo que chega a 10% do convencional.

KOPPERT PROMOVEU INSETICIDA BIOLÓGICO A Koppert Brasil, conhecida pela inovação, confiabilidade e qualidade de seus produtos, participou pela primeira vez como expositora na feira com o intuito de promover o controle biológico para uma cultura tão importante como a cana-de-açúcar. O lançamento da Koppert para a Fenasucro foi o Metarril, inseticida biológico com registro para aplicação aérea. O evento foi importante para estreitar relações e ampliar o portfólio de clientes.

SERRAS CIRCULARES PARA CORTE DE COLHEDORAS KRUGER A Kruger levou à Fenasucro suas serras circulares para corte de base nas colhedoras de cana, um projeto desenvolvido há quatro anos pela empresa e que pode ser adaptado em qualquer modelo. O idealizador, Ralf Kruger, diz que os facões convencionais batem na base da cana e afetam a soqueira, estilhaçando-as, provocando perdas na longevidade do canavial. “Serramos lentamente, de forma contínua e uniforme. Temos um índice de brotação em torno de 30% maior, um rebrote melhor, sem falhas na lavoura”, revela.

CIVEMASA APRESENTA PLANTADORA AUTOMÁTICA DE CANA PICADA A Civemasa apresentou na feira a Plantadora Automática de Cana Picada PACC 2L, desenvolvida visando principalmente a redução de custo de plantio e também a possibilidade do plantio durante os doze meses do ano, em função do uso de um número reduzido de mão de obra. Também a Distribuidora de Mudas Civemasa (DMC) desenvolvida para ser tracionada por tratores a partir de 140 cv. Seu comprimento total é de 7.700 mm e a bitola de trabalho é de 1.500 mm.

BUSSOLA RECEBE CLIENTES E EXPÕE NOVIDADES A Bussola Ferramentas tem como objetivo satisfazer as expectativas e necessidades de seus clientes, através do atendimento aos seus requisitos com a flexibilidade exigida pelo mercado, por isto sua participação na feira foi fundamental, já que a empresa recebeu seus clientes, amigos e colaboradores e pôde expor suas novidades para o mercado.


PRODUÇÃO

Outubro/2013

37

Olha a chuva... no Nordeste ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Apesar da expectativa de aumento de moagem de cana ainda ser tímida, com um acréscimo esperado de apenas 1 milhão de toneladas a mais (dos 55 para 56 milhões de toneladas), o nordestino tem motivos para estar mais confiante com a nova temporada. A melhor distribuição das chuvas de verão e deste inverno ajudaram o desenvolvimento da planta. A chuva não foi suficiente para aumentar o volume de cana, mas há usina que já pensa em um aumento de 5% na produtividade agrícola, como a Santa Clotilde de Alagoas. “Talvez a safra nordestina não seja maior em volume porque há usinas que não conseguiram plantar o suficiente por falta de capital. Os Bancos se fecharam para o setor, mas a boa distribuição de chuva nos traz esperança”, analisa Leonardo Costa, gerente agrícola da unidade. Há duas safras quando a seca arrasou os canaviais da região, com perdas de 10% no ATR e de até 30% na produção, não se imaginava que o clima agora seria de recuperação. O cenário também é motivador na Paraíba, pois a Usina Miriri até deixou de usar maturador depois dos bons volumes das chuvas de inverno. Segundo dados do Sindaçúcar de Pernambuco, o Nordeste deverá produzir 3,450 milhões de toneladas de açúcar,

Maior precipitação de chuvas no Nordeste aumenta a produtividade

contra as 3,246 milhões de toneladas de 2013. A quantidade de etanol será menor: 1,898 milhões de m³, ante o volume de 1,964 milhões de m³ da temporada passada. A moagem em Pernambuco, um dos principais estados produtores do Nordeste, deverá ser de 14,5 milhões de toneladas, ante as 14,4 milhões de toneladas de cana

da temporada passada, de acordo com o Sindaçúcar-PE. A produção de açúcar deverá empatar com a safra anterior com 1 milhão de toneladas e a de etanol deverá registrar um ligeiro aumento, passando dos 316 mil m³ para 320 mil m³. “Deveremos ter uma produtividade um pouco melhor, visto que o canavial não

sofreu estresse hídrico nesta safra, tanto quanto nas anteriores. Na safra atual poderemos recuperar um pouco do que foi perdido. O inverno foi mais estável, mais regular. Se as chuvas de verão vierem, a safra será em torno de 14,5 milhões de toneladas”, lembra o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha.


38

PRODUÇÃO

Outubro 2014

Usina Pumaty voltará a moer em outubro No próximo dia 10 de outubro, o Estado de Pernambuco deverá ganhar um impulso novo na safra já que a Pumaty, uma antiga unidade reabrirá suas portas. Para isso, desde o último dia 8 de agosto, 40 profissionais trabalham no interior da usina, fechada desde 2012. Os recursos para a ação estão sendo viabilizados pela Cooperativa dos Produtores (Agrocan) e contam com o apoio institucional da AFCP e do Sindicape. "Com a reativação da usina, estima-se uma capacidade produtiva de 550 mil toneladas para esta safra", diz Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP. A volta às atividades só será possível devido à iniciativa dos próprios canavieiros, por meio da Associação dos Fornecedores de Cana (AFCP) e do Sindicato dos Cultivadores de Cana (Sindicape), e dos antigos donos da unidade industrial, por gestão compartilhada. A ação visa evitar o prejuízo do excedente de 700 mil toneladas de cana dos produtores independentes da Mata Sul, que não terão usinas para moer com o fechamento de outras unidades na localidade este ano. "Estamos fazendo de tudo para evitar o prejuízo maior para aqueles produtores que não têm para onde escorrer a matéria-prima", fala Gerson Carneiro Leão, presidente do Sindicape. Todavia, existe um projeto para a reabertura da Usina Pumaty e Cruangi no Governo do Estado, desde o início do ano, aprovado pelo exgovernador Eduardo Campos, mas não foi seguido pelo seu sucessor João Lyra Neto”, avalia. Esse modelo propõe o arrendamento da usina por meio de cooperativa de produtores de cana. O Estado investiria o recurso em favor dos canavieiros, para arrendarem e administrarem a unidade industrial, retomando a produção no local, e, em consequência, todos os benefícios socioeconômicos na área. A AFCP e o Sindicape estimam que o valor necessário para a ação gira em torno de R$ 15 milhões. O antigo gestor também apoiou o mesmo projeto para reativar a usina Cruangi, na cidade de Timbaúba, na Zona da Mata Norte do Estado, desativada em 2013. Este projeto, que também está estimado no valor de R$ 15 milhões, ainda continua em avaliação por parte da nova equipe do governador.

Destilaria da Usina Pumaty

Miriri deixa de produzir açúcar Uma das maiores queixas dos produtores do Nordeste é a falta de preços remuneradores no mercado, principalmente o do açúcar. Por isso, Usina Miriri, que em 2010 instalava uma fábrica de mais de 1 milhão de sacas de 50 kg de açúcar cristal e VHP por safra, interrompeu sua produção há duas safras. “Atualmente deixamos de produzir por falta de preços atrativos e compensadores, mas nada impede que essa realidade possa mudar”, diz Emanuel Pinheiro de Melo, gerente industrial da unidade. Na época a unidade investiu R$ 20 milhões na fabricação, armazenagem, geração de vapor, captação e tratamento de águas, moagem e geração de energia. Inclusive, para entrar de vez no mercado açucareiro, a empresa até mudou

de nome passando para Miriri Alimentos e Bioenergia naquela ocasião. Segundo ele, isso levou a empresa a direcionar 100% de sua cana para a produção de etanol nesta safra. “Vamos produzir nesta safra 75 mil metros cúbicos de etanol, contra os 58 mil metros cúbicos de 2013, avalia. Segundo Pinheiro, os bons volumes de chuvas de verão e de inverno impulsionaram a produtividade da lavoura e a chuva que caiu na segunda semana de setembro aumentaram os volumes de reservatórios. “Choveu durante os meses de junho, julho e agosto e isto incentivou o período vegetativo e a maturação natural, inclusive não precisamos nem utilizar maturador como é de costume”, revela Emanuel Pinheiro de Melo.

O gerente afirma que choveu mais de 240 mm em apenas dois dias no litoral da Paraíba, mas todo o Nordeste está sendo beneficiado com os volumes atípicos para a época. “A qualidade da cana em relação a 2013 está muito boa. A produção de ATR da planta chegou a 120 kg em 2014, contra os 101 kg de 2013, afirma Melo. Nesta temporada a empresa esmagará 850 mil toneladas de cana, contra as 734 mil toneladas de 2013/14. Pensando no futuro, a Miriri pretende gerar renda extra com a venda de bioeletricidade. “Estamos também nos organizando para comercializar energia, talvez daqui há duas safras. Temos um gerador com capacidade de 3,5 MW para ser instalado na empresa. Apenas aguardamos as aprovações necessárias por parte da Aneel”, lembra. (AM)



40

TECNOLOGIA AGRÍCOLA

Outubro 2014

Unimil completa 15 anos com investimentos e expansões Empresa acompanhou o desenvolvimento da mecanização canavieira DA REDAÇÃO

Presente no mercado de peças de reposição para colhedoras de cana-deaçúcar desde 1999, a Unimil tem diversos motivos para comemorar. Com sede na cidade de Piracicaba (SP), a empresa entra na reta final das obras de ampliação de seu parque fabril, que conta com nova área de logística, expedição, recebimento, pintura e máquinas de corte a laser e outros equipamentos. No total são 10 mil m² de expansão. Idealizada e administrada pela família Zotelli, a Unimil acompanhou o desenvolvimento da mecanização canavieira. Quem conta melhor a evolução deste trabalho é Eduardo Zotelli, presidente da empresa. “Crescemos de forma sustentável e acompanhando o mercado. Passamos de uma empresa que apenas comercializava peças de reposição

Eduardo Zotelli, presidente da empresa

de máquinas agrícolas para um grande parque fabril com capacidade de estoque compatível com as necessidades do mercado.” Em 2014, a Unimil inaugura duas novas lojas, situadas em Lençóis Paulista

Empresa investiu em infraestrutura para atender exigência do mercado

(SP) e Maringá (PR). Elas se juntam às outras cinco unidades (quatro filiais) localizadas em regiões estratégicas como as cidades de Ribeirão Preto (SP), Araçatuba (SP), Dourados (MS) e Rio Verde (GO) e ao Parque Fabril em Piracicaba (SP). “Apesar

da crise, temos investido fortemente no negócio. Foram mais de R$ 18 milhões investidos nos últimos dois anos. Nosso foco é buscar produtos inovadores que agreguem melhor custo-benefício ao cliente. Este é nosso grande diferencial”, diz Zotelli, fazendo um paralelo entre a situação econômica do país e os investimentos da Unimil. Ele lembra que neste momento é necessário adaptar-se as novas regras do mercado. “Sabemos quais as necessidades dos produtores e queremos oferecer produtos dentro destes parâmetros”. A empresa conta com maquinários de alta tecnologia como robôs de solda, corte a laser cnc, puncionadeira cnc, célula de pintura a pó, tornos cnc, além de equipamentos na área de controle de qualidade que garantem melhor qualidade dos produtos. A Unimil possui certificação ISO 9001:2008 em todo o processo, e está em fase de implantação da ISO 14001 visando o Meio Ambiente, e a OHSAS 18001 focado na Segurança e Saúde de seus colaboradores, rumo ao Sistema de Gestão Integrado. A empresa possui mais de 430 colaboradores.

Instalação do disco de corte desenvolvido pela Unimil, parafusado por cima

Quatro perguntas para Eduardo Zotelli, presidente da Unimil

1

Quais novidades foram apresentadas pela empresa durante a Fenasucro 2014? Eduardo Zotelli: Foram duas grandes inovações, uma no sistema de corte e outra no plantio. Para o corte, levando em consideração a necessidade dos nossos clientes em obter maior eficiência, produzimos e patenteamos uma linha de facas de corte de base sem as tradicionais furações e um disco com sistema de fixação por castanhas onde o aperto das facas é feito pela parte superior do disco corte base, tornando o sistema mais seguro durante a troca das facas, além de aumentar a vida útil do conjunto. Já para o plantio, trata-se de um assoalho móvel. As colhedoras tradicionais contam com um elevador que arrasta a cana sobre o assoalho prejudicando a gema da planta. Nosso produto, que já está em teste em campo e tem previsão de lançamento no fim deste ano em maior escala de produção, permite que o transporte seja feito sem atrito até o transbordo, melhorando a qualidade da cana a ser plantada.

2 3 4

A Unimil tem investido em melhorias ainda que o momento do setor não seja favorável. Como o senhor avalia este cenário? Sabemos que o mercado tem passado por um período de retração. Todos estão sentindo os efeitos da crise. Mas vejo que é justamente neste momento que precisamos nos preparar para atender os clientes da melhor maneira possível. Oferecer produtos e mão de obra que agreguem eficiência e custo-benefício é fundamental para superarmos as dificuldades. Quais as perspectivas para 2015? Uma coisa é certa. Se nada mudar o etanol será apenas um complemento da gasolina para balancear seu preço. Infelizmente as empresas têm receio de investir no segmento já que ninguém sabe os planos do governo. Diante disto não acredito em grandes melhorias a médio prazo. Ao que parece, criar uma política onde o etanol venha a ser principal matriz energética do Brasil não é interesse do governo. Qual sua sugestão para que o cenário melhore? Vejo que este período de eleições é o momento de saber dos candidatos quais suas propostas para poder cobrá-los no futuro. O que precisamos é de definição. Cabe a nós, pertencentes a cadeia produtiva, entender as promessas dos candidatos e fiscalizar o que será feito no decorrer dos anos.



42

TECNOLOGIA AGRÍCOLA

Outubro 2014

Colheita de mudas é a grande vilã do plantio mecanizado RENATO ANSELMI,

DE

CAMPINAS, SP

Preparo de solo bem feito, adubação adequada, qualidade de mudas são alguns fatores que interferem na obtenção de resultados positivos no plantio mecanizado de cana-de-açúcar, observa o engenheiro agrônomo Auro Pardinho, gerente de marketing da DMB – Máquinas e Implementos Agrícolas, de Sertãozinho, SP. Existem alguns problemas, no entanto, que estão afetando a performance dessa operação nos canaviais de maneira significativa. “A grande vilã do plantio mecanizado é a colheita de mudas”, afirma Auro Pardinho. Essa atividade não conta ainda com recursos tecnológicos mais avançados que são disponibilizados para outras práticas agrícolas. Segundo ele, o aprimoramento da colheita de mudas deveria ser considerado prioritário pelo mercado fornecedor de equipamentos, que tem realizado investimentos em máquinas para o corte mecanizado de cana comercial. O gerente de marketing não descarta a participação da própria DMB, a partir de uma parceria, no desenvolvimento de uma solução desse problema, apesar da empresa não ter tecnologia de colheita. “Não temos ainda nada de concreto nessa área. É apenas uma necessidade para quem trabalha com o plantio mecanizado. Quando começamos a pensar

Auro Pardinho: a utopia da plantadora automatizada tornou-se realidade

em plantadora automatizada (lançada recentemente pela DMB), essa ideia parecia uma utopia. Disseram que isto não seria possível com a cultura da cana. Fizemos e está dando certo. De repente a gente descobre um caminho para chegar numa colhedora mais eficaz”, afirma. Uma máquina pequena, que limpe bem a cana e não danifique as gemas, pode resolver os transtornos causados pela baixa eficiência na colheita de mudas – observa. A utilização de kits de proteção nas colhedoras de cana comercial, que são utilizadas para mudas, não tem sido totalmente satisfatória, avalia. Existem casos também de uso de kits incompletos ou desgastados – comenta –, o que compromete ainda mais a qualidade de mudas. “Um importante fornecedor de cana abandonou o plantio mecanizado em função dos problemas causados pela colheita de mudas, voltando a fazer o plantio manual por esparrama, mesmo com todas as dificuldades dessa operação”, constata. De acordo com ele, as usinas não têm, no entanto, como desistir do sistema mecanizado devido ao tamanho das áreas de cana. De uma maneira ou de outra, devem continuar a fazê-lo. Na opinião de Auro Pardinho, se o mercado tivesse atualmente uma máquina para realizar a colheita de mudas com eficiência, o plantio mecanizado seria olhado de outra maneira.

Máquina automatizada não requer o trabalho de operador Um avanço importante, no processo de mecanização do plantio, é a versão automatizada da PCP 6000 - Plantadora de Cana Picada, lançada pela DMB, que está despertando grande interesse no setor. Essa máquina deverá inclusive ganhar espaço nos canaviais, de maneira significativa, tão logo sejam amenizados os efeitos causados pela crise e, principalmente pela forte seca – que inclusive afetou o plantio este ano –, responsáveis pela retração de investimentos por parte das usinas, avalia Auro Pardinho. Um dos grandes trunfos da plantadora automatizada é possibilitar a distribuição mais uniforme de mudas, utilizando uma quantidade bem menor em relação a máquinas convencionais. “Não há aquele exagero que ocorre em outras plantadoras”, comenta o gerente de marketing da DMB. De acordo com ele, hoje se fala muito no gasto de dezoito a vinte toneladas de mudas por hectare e, em diversos casos, uma quantidade ainda mais expressiva, acima desse volume. Para a nova máquina, está sendo considerado um número a partir de sete toneladas por hectare – revela. “A gente acredita que o setor não vai aceitar uma redução tão drástica de imediato. Mas, se o mercado ficar numa faixa de 12 a 14 toneladas de mudas por hectare está de ótimo tamanho. Para quem usava vinte, a diminuição para catorze

PCP 6000 utiliza quantidade bem menor de mudas

toneladas possibilitará uma economia altamente significativa”, exemplifica Auro Pardinho. A PCP 6000 automatizada não requer o trabalho de um profissional para operála. “Todas as funções são programadas eletronicamente. Trabalha sozinha praticamente. Não é preciso ficar refém de um operador”, enfatiza.

Com um CLP - Controlador Lógico Programável, a plantadora tem suas operações acionadas por meio de uma IHM – Interface Homem-Máquina – instalada na cabine do trator. Um simples toque dado pelo tratorista na tela touch screen possibilita que a plantadora realize a sulcação, adubação, banho de fungicidas nos rebolos, aplicação

de inseticidas contra pragas de solo e cobrição do plantio da cana em duas linhas. “O tratorista apenas monitora o resultado do trabalho a partir de imagens captadas por câmeras distribuídas na máquina. Mas, ele não decide nada. Não adota nenhuma medida corretiva”, esclarece. (RA)


TECNOLOGIA AGRÍCOLA

Outubro 2014

Resultados positivos dependem de procedimentos adequados Para que o plantio mecanizado seja bemsucedido, existe a necessidade da adoção de diversos procedimentos e cuidados. “Estamos deixando bem claro para o usuário que o excesso de palha dentro da plantadora automatizada vai atrapalhar muito o sistema operacional da máquina que é todo eletrônico, com sensores”, alerta Auro Pardinho, da DMB. Segundo ele, está havendo atualmente uma maior conscientização sobre a importância do uso de uma cana de melhor qualidade nas operações de plantio. Algumas empresas e instituições têm desenvolvido programas de produção de mudas sadias, Preparo de solo com melhor qualidade requer procedimentos e cuidados em viveiros básicos formados a partir da utilização de variedades com características que Na avaliação do gerente de marketing da DMB, a proporcionam ganhos importantes, como alta produtividade, partir do momento em que as unidades sucroenergéticas resistência a doenças e pragas, adaptação à mecanização, começarem a considerar a possibilidade de terem tolerância ao estresse hídrico. quantidade suficiente de máquinas para a realização do Mas, há muita coisa a ser aprimorada. O preparo do plantio em épocas mais adequadas, elas farão um solo é um exemplo de que nenhuma etapa pode ser preparo do solo – e o próprio plantio – com melhor negligenciada no processo de produção agrícola. De acordo qualidade. com Auro Pardinho, existem recursos e informações para A adubação adequada é outro aspecto importante que essa operação seja realizada de maneira adequada. para que o plantio de cana obtenha resultados satisfatórios. Em diversas situações, isto não ocorre devido à falta de “Hoje dá para trabalhar com os recursos da agricultura de tempo e de planejamento para a execução do plantio de precisão e com boas máquinas que enterram o adubo ao uma área bastante extensa. lado da linha da cana”, afirma. (RA)

Agricultura de precisão aprimora performance da adubação Um recurso tecnológico da agricultura de precisão que tem sido bastante utilizado nos canaviais é a aplicação de corretivos e fertilizantes em taxa variada, como calcário, fósforo, potássio. O uso dessa tecnologia possibilita a obtenção de melhor performance em relação às práticas convencionais de nutrição da cultura, proporcionando ganhos em ATR e toneladas por hectare. Em diversos casos, o consumo de fertilizante é semelhante à quantidade aplicada em taxa fixa. A distribuição do produto, que leva em consideração as necessidades especificas de cada ambiente, tem criado condições, no entanto, para um melhor aproveitamento do potencial produtivo de cada área. A próxima etapa do uso da agricultura de precisão na adubação deverá ser a aplicação de nitrogênio em cana com taxa variável. O Laboratório de Agricultura de Precisão da Esalq/USP – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo –, de Piracicaba, SP, tem desenvolvido estudos nesta área. Em relação à adubação das áreas de cana,

Ricardo Pessoa lança “Manual Prático da Cana-de-Açúcar” JOSIAS MESSIAS,

DE

RECIFE, PE

No dia 21 de agosto, a editora da Fundação Gilberto Freyre, o Sindicato do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar) e a Associação dos Produtores de Bioenergia do Mato Grosso do Sul (Biosul) lançaram, no Museu do Estado, o “Manual Prático da Cana-de-açúcar”, de Ricardo Luiz Pessoa de Queiroz. Esse livro tem como tema principal o tratamento do solo, essencial para o desenvolvimento agrônomo da cultura canavieira. De uma maneira didática, com uma linguagem trivial e de fácil entendimento e leitura para os agrônomos e pequenos produtores, o estudioso do açúcar discorre sobre todas as etapas do cultivo. Pessoa é um estudioso que dedicou mais de 60 anos de sua vida ao plantio, desenvolvimento de técnicas e estudo da monocultura. “Após 60 anos cultivando e estudando sobre cana-de-açúcar, dedico este livro aos que começam na atividade, bem como àqueles que, já experientes, puderem achar nele informações que permitam aperfeiçoar seus conhecimentos. Embora seja um livro de caráter eminentemente prático, destinado aos agricultores, não podemos deixar de incluir nele algumas informações sobre os solos e os processos que ocorrem nele, para que possamos entender o porquê dos procedimentos indicados na prática da cultura da cana. E procuramos fazê-lo da forma mais simples possível”, diz o autor. Segundo ele, o livro surgiu para desmistificar a questão da fertilidade do solo no cultivo da cana-deaçúcar, propondo o desenvolvimento sustentável dele para os produtores. O historiador Frederico Pernambucano de Mello, um dos autores do prefácio da obra, diz que Pessoa pode teorizar com segurança sobre conhecimentos que adquiriu em uma vida inteira de trabalho. A pesquisa que resultou no livro “Manual Prático da Cana-de-açúcar” enaltece o valor das raízes históricas que cercam o produto secularmente. O livro guarda a preocupação de ensinar várias questões práticas, a exemplo da importância do húmus para o bem da produtividade da cana-deaçúcar, e de aprimorar uma cultura que vem dos primórdios de nossa colonização – da primeira metade do século XVI – e que carregou o Brasil nas costas até o advento da lavoura do café, em meados do século XIX.

Aplicação de calcário

especialistas alertam que a reposição de nutrientes – com a utilização, ou não, de recursos da agricultura de precisão – não deve ficar restrita ao uso de nitrogênio e potássio, o que tem ocorrido em diversos casos. A obtenção de resultados positivos com essa prática agrícola requer atenção especial com a reposição de cálcio e magnésio via calagem, e de nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre e micronutrientes, como zinco, boro, cobre e molibdênio, entre outros, por meio da utilização de fertilizantes. (RA)

43

Ricardo Luiz Pessoa de Queiroz


44

TECNOLOGIA AGRÍCOLA

Outubro 2014

É preciso infraestrutura para combater a seca ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Os participantes da reunião do Grupo Fitotécnico, realizada em 26 de agosto, no IAC, em Ribeirão Preto (SP), conheceram a gravidade da seca sofrida em grande parte do Centro-Sul do país. Orivaldo Brunini, agroclimatologista, expôs aos profissionais que há anos os níveis de precipitações vêm caindo. “Não é de hoje que isso acontece. Basta alguns dias de chuva e o pessoal esquece o problema, mantendo a infraestrutura precária”. Especialistas consideram tais anomalias climáticas normais. Em São Paulo, que na maioria de sua extensão territorial apresenta características de clima tropical, outras ocorrências como esta ocorreram nos anos de 1961, 1963 e 1978. Brunini ressalta que um aspecto

importante é a diferença entre seca e estiagem. A primeira é um processo constante de redução da precipitação que aos poucos se instala em determinada região, trazendo consequências agrícolas, econômicas e sociais de grande importância. Em casos de seca, como o que estamos passando, até mesmo com sistema de irrigação os canaviais sofrem, pois não existe reserva hídrica suficiente para que a técnica seja empregada. Já a estiagem caracteriza-se como pequenos períodos onde a precipitação observada é abaixo do normal, em espaços de tempo curtos (10 a 15 dias). Questionado sobre os efeitos desta intempérie diretamente nos canaviais, Brunini explica. “A cana em crescimento foi muito afetada. Em janeiro e fevereiro, época de desenvolvimento da planta, as temperaturas subiram, aumentando

também a evapotranspiração. Os problemas estão sendo evidenciados aos poucos”. Nos bastidores da reunião, o que se ouve dos produtores é que nunca se viu tamanha seca. Na região de Ribeirão Preto, o problema já é o maior desde 1937. “Não sabemos ao certo o comportamento da planta. Não temos nada como referência para estimar exatamente o que pode acontecer”, afirma Marcos Landell, pesquisador do IAC. Contudo, ele, que também coordena o Grupo, diz que existem formas de amenizar os impactos. “Canaviais bem cuidados, com mudas sadias e boa condição fitotécnica, estão apresentando melhor condição se comparado com outros já debilitados. Os produtores estão retomando os princípios elementares para a boa prática fitotécnica”, finaliza Landell.

D EPO I M ENTOS

UNIÃO PARA SUPERAR DESAFIOS “Viemos até aqui em busca de conhecimento dado o déficit hídrico que tivemos em 2014. O objetivo é ouvir os especialistas e conversar com colegas de outras usinas para que possamos passar por esta seca com o melhor índice de produtividade possível. A maioria das usinas com problemas devido à seca, precisam união para superar os desafios”. Saturnino Expedito Alves Junior, encarregado de irrigação e fertirrigação da Usina Cerradão

ATUALIZAÇÃO “Estas reuniões são como uma atualização profissional para os participantes. Ficamos sabendo das perspectivas de especialistas, principalmente neste momento onde passamos por uma seca muito grande. Planejamento e assertividade são fundamentais nestas situações, por isso, a troca de experiência com profissionais de outras regiões se torna fundamental”. João Gabriel Moreno Ancheschi, suporte técnico agronômico de tratos culturais da Usina São Martinho

Orivaldo Brunini: infraestrutura precária precisa ser restaurada

Profissionais agrícolas estiveram presentes no Grupo Fitotécnico

Reunião do Gemea discutiu o futuro do setor DA REDAÇÃO

No último dia 12 de setembro, em Goiânia (GO), o Gemea (Grupo de Estudo para a Maximização das Eficiências Agroindustriais no Setor Sucroalcooleiro) discutiu inovações, melhorias e otimizações. O presidente da ProCana Brasil, Josias Messias, falou ali sobre o futuro do setor. Fez um relato do presente e do passado do setor, apontou dificuldades e soluções. Josias entende que cada cidadão brasileiro poderá contribuir através do uso do combustível ecológico. Observou ainda que o setor precisa se movimentar de forma organizada e bem representada para que possa transformar a situação atual. Josias Messias deixou claro que o setor pode e precisa urgentemente cobrar ações

de seus representantes políticos para que consiga sair dessa crise que causou desemprego, que fechou diversas usinas e que prejudicou a indústria de base. Para ele, com apoio, essas empresas voltarão a ter competitividade e gerar emprego, renda, incentivar o comércio local e reduzir custos. Ele também mencionou a necessidade de garantir a competitividade do etanol frente à gasolina. O evento ainda discutiu temas técnicos importantes, como sistema de pintura para área de cogeração; sistema para alta temperatura/sistema de alta resistência; otimização energética; aumento da eficiência fermentativa e redução de custo. No evento, Hélio Belai, gerente de operações industriais e diretor de marketing do Gemea, incentivou maior mobilização de toda a cadeia produtiva em prol do setor.

Josias Messias: setor pode e precisa cobrar ações de seus representantes políticos



46

PESQUISA & DESENVOLVIMENTO

Outubro 2014

ENTREVISTA: José Otávio Machado Menten, engenheiro agrônomo e professor associado da Esalq/USP

Especialista explica os danos da ferrugem alaranjada no canavial Quais os danos? Por ser uma doença folear, que reduz sua área, interfere na fotossíntese. A cana se desenvolve menos e também produz menos seus subprodutos. Os danos se refletem diretamente no produto final.

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Basicamente, a ferrugem alaranjada (Puccinia kuehnii) interfere na fotossíntese e compromete o desenvolvimento e produtividade da planta. Em alguns países, há relatos de altos níveis de danos causados pela doença. Um deles é a Austrália, que no ano 2000, perdeu 24% de sua produção e teve prejuízos da ordem de 210 milhões de dólares australianos. No Brasil, por conta da grande diversidade de variedades de cana, a doença demorou a aparecer. Contudo, desde 2009, vem preocupando produtores e pesquisadores. José Otávio Machado Menten, engenheiro agrônomo e professor associado da Esalq/USP, é mestre em fitopatologia e tem experiência internacional em diversos países. É ele quem traz detalhes da doença, abordando, entre outros pontos, como o produtor deve tratar caso seu canavial seja afetado.

Como tratar? Quando falamos de doenças em plantas é preciso lembrar do manejo integrado. É muito vulnerável focar os esforços num único método. Temos a possibilidade de combater geneticamente, com a utilização de variedades que não permitam o desenvolvimento da doença, e também do método químico, com a utilização de fungicidas. É importante frisar que para maior segurança, o ideal é contar com mais de um método de trabalho, chegando ao manejo integrado.

Ferrugem alaranjada interfere na fotossíntese e compromete o desenvolvimento da planta

JornalCana: Qual a origem da doença? José Otávio Machado Menten: Temos há algum tempo a ferrugem marrom, que já foi controlada e hoje convivemos bem. A alaranjada surgiu em 2009 e nos trouxe grande preocupação. Em algumas regiões do mundo os danos verificados são muito elevados, mas aqui é uma doença nova, que estamos aprendendo a lidar.

Como obter tais métodos? Acredito que seja importante difundir a preocupação com a doença. Discutir com grupos de melhoramentos e empresas que possam aprimorar o manejo químico é fundamental para que tenhamos o cultivo desses materiais com segurança.

Quais os motivos para o seu surgimento no Brasil? É importante lembrar que a cana não é de origem brasileira. Ela foi introduzida no país e durante este processo várias pragas não migraram. Com o passar do tempo, novos patógenos (agente causador da doença) vão sendo introduzidos.

A crise econômica, e consequentemente, a diminuição de investimentos em tratos culturais, fez a doença evoluir no país? Como todas as lavouras, quando o preço está bom, os produtores são receptivos a utilização de novas tecnologias. Independente disso, para a sobrevivência do setor, é muito importante que sejamos proativos e mesmo em momentos críticos, as ferramentas sejam divulgadas e utilizadas. Mas, no caso específico da ferrugem, depender única e exclusivamente da resistência, das características genéticas do material, pode não ser a melhor estratégia.

Que região tem afetado? Hoje o patógeno está distribuído em todo o Brasil. Existem áreas mais suscetíveis para o seu desenvolvimento, como praticamente todo o Estado de São Paulo, além do noroeste do Paraná. Nas regiões de Ribeirão Preto, Piracicaba e Araraquara já constatamos a existência de ferrugens em níveis relativamente altos. O que é preciso para que a doença se desenvolva? Considerando que temos um triângulo em mãos, em um vértice há o patógeno, no outro o hospedeiro - que no caso são as variedades de cana -, e no terceiro o ambiente. Neste último, consideramos basicamente temperatura, umidade relativa do ar e água. Com estes três pontos, vemos que existem áreas mais ou menos suscetíveis ao desenvolvimento desta doença.

Como o senhor avalia a utilização de produtos químicos? A maior parte das culturas já trabalham com fungicidas, por exemplo, e apresentam índices de produtividade superiores ao da cana. O desenvolvimento de uma nova variedade de cana requer grande esforço, além do alto investimento do produtor. Mesmo as variedades suscetíveis podem ser cultivadas, basta que outras ferramentas de controle sejam implementadas.

José Otávio Machado Menten, professor do departamento de fitopatologia e nematologia da Esalq

É possível estimar os danos causados pela doença? Os problemas na Austrália são uma demonstração de que se a doença encontrar uma variedade suscetível os danos podem ser grandes. No Brasil, que possui clima semelhante ao australiano, a perda pode chegar 25% em áreas afetadas.


SETOR EM DESTAQUE

Outubro 2014

47

MasterCana Centro-Sul destaca eficiência e honra lideranças Mais de 350 pessoas se reuniram para acompanhar homenagens aos destaques do setor ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Lideranças e personalidades do setor estiveram presentes na noite de 25 de agosto, em Ribeirão Preto (SP), para mais uma edição dos Prêmios MasterCana Centro-Sul e Social. Cerca de 350 pessoas, grande parte de usinas e grupos produtores, acompanharam as homenagens aos destaques do segmento neste ano. Josias Messias, presidente da ProCana Brasil, abriu o evento exaltando a superação dos produtores agroindustriais em um momento político e econômico conturbado. “É nesta hora que o setor se reinventa. Levando-se em consideração a quantidade de bons profissionais desempenhando trabalhos revolucionários, decidimos aumentar a premiação”, referindo-se ao número de cinco representantes destacados na categoria “Executivos do Ano”, já que

Representantes de diversas usinas e grupos produtores estiveram presentes

anteriormente, apenas um era lembrado. Foram premiados José Rubens Bevilacqua, diretor da Bioenergética Aroeira; José Antônio Bassetto Júnior, diretor superintendente da Clealco; João Henrique de Andrade, diretor industrial e administrativo da Usina Pitangueiras; Jucelino Sousa, diretor presidente da Usina Coruripe e Hélio Tavares Santos Junior, diretor superintendente da Usina Ruette. “Somente com muito trabalho e dedicação podemos atravessar essa fase difícil. Precisamos diversificar nossos

produtos, para sempre estarmos preparados para as mudanças do mercado”, disse Andrade, da Pitangueiras. Estiveram presentes representantes dos grupos, Raízen, CerradinhoBio, São Martinho, e das usinas Itamarati, Açucareira Guaíra, Clealco, Dcoil, Usina Rio Pardo, Alcoeste, Usina Ruette, entre outras. “Temos que concentrar nossos esforços em ações que tragam sustentabilidade e resultados para o nosso setor”, disse Alexandre Azzine – gerente da Unidade de Negócios de Transmissões da TGM.

Já Renato Malieno Nogueira, presidente da HPB Energia, falou sobre a importância do Prêmio. “É um evento que une credibilidade e qualidade. As principais personalidades do setor passam por ele e apoiar esta iniciativa, com tais características, está em sintonia com os princípios de nossa empresa”. O Prêmio conta com o patrocínio das empresas HPB Energia, TGM, Sanardi, São Francisco Gráfica, Authomathika, JW Equipamentos, CPFL Brasil, Engclarian e Citrotec.


48

SETOR EM DESTAQUE

Outubro 2014

Confira os laureados do MasterCana Centro-Sul

Personalidade do Ano — Deputado Federal Duarte Nogueira Júnior

Líder do Ano — André Luiz Baptista Lins Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético

Empresário do Ano — Sandro Cabrera, conselheiro e diretor da Usina Estiva

Executivo do Ano — Helio Tavares Santos Júnior, diretor superintendente da Usina Ruette

Executivo do Ano — João Henrique de Andrade, diretor industrial e administrativo da Usina Pitangueiras

Executivo do Ano — José Antônio Bassetto Júnior, diretor superintendente (CEO) da Clealco

Executivo do Ano — José Rubens Bevilacqua, diretor da Bioenergética Aroeira

Executivo do Ano — Jucelino Sousa, diretor presidente da Usina Coruripe

Executivo do Ano — Bioeletricidade: Paulo César Costa, diretor do Grupo Energisa

Executivo do Ano — Gestão Ambiental: Edilberto Bannwart, diretor da Guarani

Profissional do Ano — Área Industrial: Gilmar Galon, gerente industrial da Usina Pitangueiras e coordenador do Gegis

Destaque Institucional — Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia (Gatua), representado por Carlos Alberto Rodrigues de Barros, coordenador

Destaque Institucional — Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br), representado por Aparecido Luiz, diretor financeiro

MasterCana Desempenho — Estratégia & Gestão: Grupo São Martinho, representado por Luís Gustavo Teixeira, gerente de produção agrícola

MasterCana Desempenho — Gestão Comercial: Usinas Itamarati S/A, representada por José Márcio Machado Lima, especialista de TI


E

PATRICIA BARCI, DA REDAÇÃO

Ainda que a noite fosse de comemorações, representantes canavieiros aproveitaram a realização do Prêmio MasterCana Centro-Sul para expor as dificuldades vividas no dia a dia das usinas. A sinergia dos discursos ultrapassa regiões. Sandro Cabrera, diretor comercial da Usina São José da Estiva, localizada no interior de São Paulo, cita o clima como uma adversidade natural, mas lembra que outras interferências não fazem parte deste cenário. “Falta um plano governamental que não nos atrapalhe e que permita a retomada dos investimentos”. Jucelino Sousa preside a Usina Coruripe, grupo que conta com unidades tanto em Alagoas quanto em Minas Gerais, ressalta a cobrança por inovações dentro do próprio setor, mas lembra que sem a devida valorização mercadológica, o trabalho não flui. “Temos que valorizar nosso próprio produto junto ao consumidor. Ele tem tantas qualidades e vantagens que com um pouco mais de criatividade podemos sair dessa situação”, afirmou, acrescentando: “É óbvio que sem uma cooperação do governo — ou que pelo

menos ele não atrapalhe, tudo ficaria mais fácil. Mas devemos pensar no que é possível fazer sozinhos, já que esperar não tem adiantado”. André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, afirma que a ineficiência do atual governo não se restringe apenas ao setor, mas praticamente a todos os outros. “Ao invés de buscar políticas públicas que impulsionem nosso segmento e também a economia brasileira, o governo só nos atrapalha. Ainda dizem que a crise é por ineficiência do setor”. O deputado federal Duarte Nogueira, que também é produtor, acompanha de perto a situação atual. Ele diz que o governo virou as costas para o setor. “Assistimos ao sofrimento de um setor importantíssimo para a economia nacional, para a nossa matriz energética, para a geração de empregos e para o desenvolvimento do País”, afirma. Hélio Tavares Santos Junior, diretor superintendente da Usina Ruette, deixou uma mensagem de otimismo à toda cadeia produtiva, ainda que enxergue na política de preços dos combustíveis, o principal gargalo do setor. “A inflação é controlada de uma maneira muito óbvia, que é através de uma política econômica via preços da gasolina. Isso é uma verdadeira catástrofe para o setor, mas acredito que devemos estar perto de uma solução”.

D EPO I M ENTOS “Apesar de tudo, acredito que devemos estar perto de uma solução” Hélio Tavares, da Usina Ruette

“Governo Federal virou as costas para o setor” Duarte Nogueira, deputado federal

“O governo só nos atrapalha” André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético

O setor pede socorro ANDRÉ RICCI

49

SETOR EM DESTAQUE

Outubro 2014


50

SETOR EM DESTAQUE

Outubro 2014

Confira os laureados do MasterCana Centro-Sul

MasterCana Desempenho — Tecnologia da Informação: Usina Açucareira Guaíra, representada por Renato de Moraes Martins, gerente de informática

MasterCana Desempenho — Bioenergia: CerradinhoBIO, representada por Fernando Eduardo Tersi, diretor operações agroindustrial e Walter Di Mastrogirolamo, gerente industrial

MasterCana Desempenho — Eficiência Industrial: Usina Rio Pardo, representada por Carlos Alberto Caserta, gerente industrial

MasterCana Desempenho — Gestão Industrial: Tonon Bioenergia S/A, representada por Antonio Viesser, gerente industrial das unidades Santa Cândida e Paraíso

MasterCana Desempenho — Automação e Controle Industrial: Usinas Itamarati S/A, representada por Douglas Brustolin de Lima, analista de automação

MasterCana Desempenho — Tecnologia Industrial: IACO Agrícola, representada por Carlos Cezar Pizzamiglio, assessor industrial

MasterCana Desempenho — Tecnologia na Produção de Álcool e Programas de Qualidade Total: DCOIL — Destilaria CentroOeste Iguatemi Ltda, representada por Flávio Galdino Ferreira, gerente geral

MasterCana Desempenho — Tecnologia Agrícola: Usina Açucareira Guaíra, representada por Eduardo Junqueira da Motta Luiz, sócio diretor e Paula Junqueira da Motta Luiz, assessora de diretoria

MasterCana Desempenho — Aproveitamento da palha: Pitangueiras Açúcar e Álcool, representada por Rafael de Andrade Neto, diretor agrícola

MasterCana Desempenho — Manutenção Automotiva: Usina Açucareira Guaira, representada por Adriano Martins Peres, gerente controle automotivo

MasterCana Desempenho — Diversificação de Produtos: Alcoeste Destilaria Fernandópolis S/A, representada por Donato Henrique Derico, gerente de novos negócios

Elétrica & Automação: Sanardi Integração de Sistemas de Energia, representada por Berilo Bezerra, Diretor Comercial

Administrativa — Serviços: São Francisco Gráfica, representada por Merhy Seba, gerente de marketing

Elétrica & Automação: Authomathika, representada por Antônio José de Gusmão, diretor

Industrial - Máquinas e Equipamentos: JW Equipamentos, representada por José Luiz Maria, diretor de suprimentos



52

SETOR EM DESTAQUE

Outubro 2014

Confira os laureados do MasterCana Centro-Sul

Comercialização & Finanças: CPFL Brasil, representada por Luis Ricardo Vargas, gestor de comercialização

Área Industrial — Produtos e Insumos: Engclarian, representada por Erlon Michel Zanarotti, gerente comercial

Industrial — Máquinas e Equipamentos: Citrotec, representada por Bernardo José da Câmara Neto, diretor administrativo

Agrícola/CCT — Máquinas e Equipamentos: Sergomel, representada por Osvaldo Ilceu Gomes, presidente

Industrial — Serviços — Reunion Engenharia, representada por Tercio Marques Dalla Vecchia, CEO

Industrial — Máquinas e Equipamentos: IRBI Máquinas, representada por Paulo Sérgio Biagi, diretor presidente

Administrativa — Serviços — Agrho: representada por Renato Fazzolari, diretor

Agrícola/CCT — Serviços — Solinftec: representada por Britando Hernandez Fernandez, diretor geral

Administrativa — Serviços: MBF Agribusiness, representada por Jair César Pires, diretor executivo

Industrial — Produtos e Insumos: Vulcatec, Luiz Ariovaldo Minto, diretor

Inovação Tecnológica do Ano: MC Desinfecção Industrial, representada por Mário César Souza e Silva, diretor

Administrativa — Serviços: ABS Consultoria, representada por Eduardo Abel Zylberlicht, diretor comercial da divisão bens de consumo, e Ivani Falcão, gerente de novos negócios

PATROCÍNIO MASTER

Renato Malieno, presidente da HPB Energia

PATROCINADORES STANDARD

Alexandre Azzine, gerente da Unidade de Negócios de Transmissões da TGM



54

SETOR EM DESTAQUE

Outubro 2014

F L AS H E S F L AS H E S F L AS H E S F L AS H E S F L AS H E S



56

SETOR EM DESTAQUE

Outubro 2014

F L AS H E S F L AS H E S F L AS H E S F L AS H E S F L AS H E S



58

SETOR EM DESTAQUE

Outubro 2014

F L AS H E S F L AS H E S F L AS H E S F L AS H E S F L AS H E S


Outubro 2014

SETOR EM DESTAQUE

59

F L AS H E S F L AS H E S F L AS H E S F L AS H E S F L AS H E S


60

SETOR EM DESTAQUE

Outubro 2014

MasterCana Social premia ações benéficas ao setor Prêmio incentiva e reconhece práticas de gestão de pessoas e responsabilidade socioambiental ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Iniciativa bemsucedida pela parceria entre o Gerhai e a ProCana Brasil, o Prêmio MasterCana Social premiou as empresas destaques do ano na área socioambiental, no último dia 25 de agosto, no Espaço Golf, em Ribeirão Preto (SP). A homenagem

aconteceu durante a cerimônia do MasterCana Centro-Sul, que reuniu mais de 300 representantes de usinas e empresas fornecedoras do setor. O MasterCana Social tem por objetivo incentivar, reconhecer e premiar práticas de gestão de pessoas e responsabilidade socioambiental das empresas sucroenergéticas do Brasil, como também das entidades

representativas e das empresas fornecedoras de produtos e serviços ao setor. “À todos os participantes do Prêmio MasterCana Social, expressamos nossos sinceros agradecimentos pela confiança, além de parabenizar pela iniciativa de transformar e melhorar a gestão sustentável do setor”, diz José Darciso Rui, diretor executivo do Gerhai.

Cases vencedores do MasterCana Social 2014 Categoria Educação e Cultura: Usina São José da Estiva

Categoria Sustentabilidade e Meio Ambiente: Usina Açucareira Guaíra

Categoria Valorização da Diversidade: Usina Jacarezinho

CASE VENCEDOR: PROJETO MÃOS DADAS

CASE VENCEDOR: GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

CASE VENCEDOR: INCLUSÃO DE PESSOAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS NO MERCADO DE TRABALHO

A escola é a grande responsável pelo desenvolvimento para a formação do ser humano, mas sempre as crianças assimilam igualmente tudo que lhe é passado no período escolar. Pensando nisso, a Usina Estiva mantém um Centro Educacional com profissionais em psicopedagogia e psicologia com o intuito de auxiliar as crianças com alguma dificuldade no aprendizado. O objetivo da entrega do kit escolar e acompanhamento psicopedagógico é incentivar o funcionário financeiramente e manter o filho matriculado no período escolar. No último ano a empresa entregou 1.132 kits aos filhos dependentes de funcionários, com idade entre cinco a 18 anos, de escolas estaduais ou particulares, crianças da comunidade matriculadas em escola pública e funcionários que estão terminando o fundamental, médio e curso superior.

O Departamento de Meio Ambiente da Usina Açucareira Guaíra, através do sistema de Gestão dos Recursos Hídricos, implantou a política ambiental na empresa, realizando investimentos com o intuito de estabelecer e manter procedimentos que permitam monitorar, avaliar, e melhorar os aspectos ambientais, especialmente no que diz respeito ao cumprimento das legislações ambientais vigentes e o uso racional deste recurso natural. Assim, a usina implantou a Comissão Interna de Prevenção a Poluição Ambiental da Empresa (Cipae), realizando o monitoramento interno em seus diversos setores, através de colaboradores treinados e assessoria externa na área ambiental há mais de 18 anos. No quesito gestão de recursos hídricos, a empresa realiza limpeza da cana por ventilação desde 2002; faz reúso da água nos processos de produção; o monitoramento interno da qualidade das águas; mantém estação de tratamento de efluentes na Fazenda Rosário; mantém uma estação de tratamento de efluentes no ponto de abastecimento; faz a conservação das áreas de preservação permanente (APP); reflorestamento e programas de educação ambiental interno e externo.

1º colocado: São José da Estiva — Projeto: Mãos dadas 2º colocado: Raízen — Projeto: Raízen Energia 3º colocado: São José da Estiva — Projeto: Era uma vez na Europa

1º colocado: Guaíra — Projeto: Gestão de Recursos Hídricos 2º colocado: Cerradinho — Projeto: Resíduo Sustentável 3º colocado: Santa Isabel — Projeto: Trilha Ecológica

Ana Cláudia Melhado Gonçalves, pedagoga

Anderson Faria Malerba, engenheiro ambiental

Em defesa dos direitos das pessoas portadoras de necessidades especiais, a Jacarezinho vem desde 2011 promovendo ações construtivas com o propósito maior de disponibilizar um trabalho a essas pessoas, proporcionando o direito ao exercício da cidadania. A implantação de parcerias junto as APAE (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais) da região, não somente vem contribuir com o atingimento da cota, mas que principalmente pudessem oferecer às pessoas com necessidades especiais a garantia do pleno exercício de direitos básicos como educação, saúde, trabalho, lazer, e outros. Além de propiciar seu bem-estar pessoal, social e econômico, tendo em vista o surgimento de uma área de trabalho/emprego destinada às pessoas portadoras de necessidades especiais que não teriam acesso aos empregos comuns. Assim, a empresa sentiu-se motivada a implementar o projeto e atualmente conta com 93 pessoas portadoras de necessidades especiais na empresa, sendo que 36 delas fazem parte desse projeto firmado junto às APAEs da região. 1º colocado: Jacarezinho — Projeto: Inclusão de portadores de deficiência 2º colocado: Nardini — Projeto: Diferentes e iguais 3º colocado: São José da Estiva — Projeto: Inclusão social

Rogério Braga, gerente corporativo de recursos humanos


SETOR EM DESTAQUE

Outubro 2014

61

Cases vencedores do MasterCana Social 2014 Categoria Saúde Ocupacional: Usinas Itamarati

Categoria Desenvolvimento Humano: Raízen

CASE VENCEDOR: SAÚDE E SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR

CASE VENCEDOR: FORMAÇÃO DE OPERADOR DE COLHEDORA POR MEIO DE SIMULADOR

Preocupada com a condição em que se encontrava a empresa, no tocante aos acidentes de trabalho, a Itamarati priorizou desde 2004, a definição de políticas de segurança e a criação de um programa composto de diversas ferramentas para a prevenção dos acidentes. Estabeleceu como Política de Segurança e Saúde Gerente de Recursos Humanos da Usinas Itamarati, Ocupacional a execução de todas Cinthia Xavier Martins de Lima e o Engenheiro de as atividades de maneira segura Segurança da Empresa, Clair Batista da Silva e responsável, respeitando e preservando a saúde e a integridade física EPI’s, PAE – plano de ações das pessoas, prevenindo acidentes emergenciais, controle estatístico, envolvendo máquinas e equipamentos. avaliação de agentes ambientais para fins Foram desenvolvidas ainda ações de elaboração do PPRA, entre outras. pontuais como: controle de anomalias; formação da brigada de emergência, 1º colocado: desenvolvimento de campanhas de saúde Itamarati — Projeto: Saúde e segurança em e segurança do trabalhador, realização de primeiro lugar treinamentos diversos, instituição de 2º colocado: Sipat, elaboração e implantação do São José da Estiva — Projeto: Renovando projeto de sinalização, correção das práticas seguras condições inseguras diversas, elaboração 3º colocado: de procedimentos operacionais, São José da Estiva — Projeto: Saúde do intensificação da aquisição e utilização de homem e da mulher

A Raízen busca formar mão de obra qualificada, possibilitando o crescimento profissional do funcionário na empresa. Com esse intuito, em agosto de 2012 foi lançado um projeto voltado para a aceleração do aprendizado, garantindo segurança e retorno financeiro para a empresa: o simulador de colhedora de cana. Com a sua estrutura Lúcia Teles, gerente de responsabilidade social sobre uma plataforma móvel, o simulador possui uma TV e os comandos proporcionar maior segurança ao da colhedora. A estrutura simula a cabine trabalhador; otimizar o uso da máquina; do equipamento, levando para os reduzir o dano no canavial e evitar retirar operadores uma real sensação de estar do campo uma máquina em atividade. em atividade. Uma gama de objetivos Em 2013 foram formados 122 compõe a excelência de utilização do operadores de colhedora. equipamento. Os principais são formar e capacitar operadores de colhedora com 1º colocado: eficiência, reduzindo os erros Raízen — Projeto: Formação de operador operacionais e otimizando o tempo de de colhedora por meio de simulador aprendizagem. Além disso, o simulador 2º colocado: apresenta as seguintes características: Clealco — Projeto: Universidade gerar mais eficiência e mais rendimento; Corporativa facilitar a interpretação da máquina; 3º colocado: reduzir o consumo de combustível; Ibéria — Projeto: Formação de cultura em reduzir o custo de produção; liderança assertiva

Categoria Qualidade de Vida: Usina São Domingos

Categoria Comunidade: Noble Brasil

CASE VENCEDOR: PROJETO ALIMENTE-SE BEM, VIVA MELHOR!

CASE VENCEDOR: ATITUDE SOCIAL

Superar o desafio de servir uma refeição fora de casa, com a mesma qualidade da caseira. Foi por isso que surgiu o programa de alimentação interna da São Domingos, baseada em cardápios variados, com duas opções de salada, duas de carne e uma guarnição, arroz, feijão, suco e sobremesa, procurando servir refeições simples com opções saudáveis, dando liberdade ao colaborador e ao mesmo tempo orientando-o quanto às quantidades por meio de email, murais e panfletos. Um diferencial dos cardápios são Marcos Bernardo, supervisor de recursos humanos os legumes e principalmente as hortaliças produzidas em horta orgânica resultados são obtidos por meio de própria. Os cardápios são elaborados com acompanhamentos ambulatoriais e o objetivo de servir uma refeição saborosa e satisfação do colaborador. balanceada nutricionalmente, com campanhas e orientações de hábitos de 1º colocado: vida saudáveis, bem como eliminar riscos São Domingos — Projeto: Alimente-se bem, para surgimento de doenças. Além disso, viva melhor! também pretende proporcionar uma maior 2º colocado: eficácia para redução da obesidade e de Nardini — Projeto: Corrida MatiLat doenças associadas aos colaboradores. 3º colocado: Segundo os idealizadores do programa, os São José da Estiva — Projeto: Vida Nova

O conceito de boa cidadania corporativa significa questão estratégica e de sobrevivência em longo prazo no mundo dos negócios. Nesse novo ambiente, os interesses e a demanda da comunidade requerem um olhar especial. Isso motivou a Noble a desenvolver o “Programa Atitude Social”. Entre os objetivos e estratégias do programa estão: fortalecer a noção de direitos e deveres, os vínculos sociocomunitários, o desenvolvimento de Eliete Palhares da Silva Benetti, habilidades para a inserção no coordenadora de responsabilidade social mercado de trabalho, geração de renda e a ampliação da autonomia; comunidades através do “Programa Portas trabalhar com estratégias socioeducativas Abertas”, dando oportunidade para a (prevenção quanto ao uso de drogas) e população aprender sobre o processo ações inovadoras, estabelecendo bom industrial, as ações e projetos relacionamento com a comunidade; socioambientais. realizar atividades que visem à melhoria dos padrões de vida da comunidade, 1º colocado: considerando e respeitando os costumes e Noble Brasil — Projeto: Atitude Social culturas locais; contribuir para a promoção 2º colocado: da sustentabilidade socioambiental, São José da Estiva — Projeto: Centro trabalhando a disseminação de conceitos Cultural Gino de Biasi Filho relacionados à preservação do meio 3º colocado: ambiente e valores humanos e receber as Virálcool — Projeto: Joga Tênis


62

SETOR EM DESTAQUE

Outubro 2014

Cases vencedores do MasterCana Social 2014 Categoria Comunicação e Relacionamento: Raízen

Categoria Destaque Empresa Fornecedora: São Francisco Saúde

CASE VENCEDOR: PROGRAMA TRANSFORMANDO IMPOSTOS EM SORRISO

CASE VENCEDOR: APRENDIZAGEM DE DEFICIENTES VISUAIS

A Raízen, joint venture entre a Cosan e a Shell, conta com mais de 40 mil funcionários e cria mecanismos para envolvê-los em ações sociais. Um dos programas realizados é o Amigo Leal, no qual os funcionários podem doar parte do Imposto de Renda para uma ação solidária. A iniciativa teve início na Central Administrativa, em Piracicaba, e em 2013 foi ampliada para os escritórios do Rio de Janeiro e São Paulo, e algumas unidades Lucia Teles, gerente de responsabilidade social produtoras. Para 2014, a ideia é expandir para mais localidades onde a empresa está presente. projetos sociais cadastrados no Fundo Em seu 2º ano, os números do programa Municipal da Criança e Adolescência só crescem. De R$ 31.000,00 doados em (Fumcad). 2012, pulamos para R$ 100.000,00 em 2013. Um aumento de 200% nas doações. 1º colocado: Em 2014, o programa será realizado em Raízen — Projeto: Transformando impostos mais localidades onde a empresa está em sorrisos presente. Por meio dessa iniciativa, o 2º colocado: contribuinte que faz a declaração completa Clealco — Projeto: Colaborador conectado do Imposto de Renda, pode reverter até 3º colocado: 3% do Imposto de Renda Devido para São José da Estiva — Projeto: 50 anos

Em parceria com a Associação de Deficientes Visuais de Ribeirão Preto (Adevirp), a operadora iniciou no final de 2013, um projeto de inclusão de jovens com deficiência visual no mercado de trabalho. Nesta parceria, os jovens são contratados pela empresa e participam do curso de assistente administrativo totalmente gratuito, com duração de dois anos. O projeto, registrado no Ministério do Trabalho (MTE), proporciona aos alunos aulas teóricas e práticas de operador de telemarketing, assistente de informática, atendimento ao cliente, auxiliar administrativo, entre outras. Estão a todo momento dominando a tecnologia, utilizam computadores adaptados e contam com uma equipe especializada de professores que ajudam os jovens a descobrirem um novo mundo de possibilidades.

Categoria Destaque Entidade: Biocana

Empresa do Ano em Responsabilidade Socioambiental: Usina São José da Estiva

CASE VENCEDOR: MTA O troféu na categoria Destaque Entidade foi para a Biocana com os cases MTA – Master of Technology Administration: “Educação, Formação, Inovação e Tecnologia a Serviço do Setor Sucroenergético; Programa PCDs: Valorizando a Diversidade; Programa Jovem Agricultor do Futuro: “Formando Cidadãos e Profissionais” e Biocana em Foco: “Ampliando as Fronteiras da Comunicação Sucroenergética”. O curso MTA objetiva capacitar administradores de empresas, engenheiros, tecnólogos e demais profissionais com formação em nível superior que exercem ou pretendem exercer atividades relacionadas ao setor sucroenergético. O PCDs tem o objetivo de capacitar pessoas que convivem/trabalham com deficientes nos mais diversos locais do mercado: trabalho, escola, sociedade, entre outros, para que conhecendo, as características deste público, possam ser praticadas o melhor conceito da chamada "Inclusão". A Biocana também incentiva projetos que

A Estiva conquistou a premiação, ao apresentar parte dos projetos sociais que promove, de forma pontual ou perene, para seus públicos interno e externo. A empresa conquistou sete certificados e três prêmios (na categoria Educação e Cultura – pelo projeto Mãos Dadas, e o de Empresário do Ano, ao diretor Sandro Cabrera), devido ao reflexo da união de esforços de todos. “Avalio esta noite como o resultado de um trabalho de equipe, de várias pessoas, por vários anos

Carlos Prebelli, gerente comercial

com melhoria contínua em diversos setores. Estamos aqui vendo o trabalho social, não só para os colaboradores e para a comunidade, projetos que vingaram, são mantidos e hoje se tornam exemplo para todo o setor sucroenergético”, afirmou o gerente de recursos humanos, Luiz Doro. O prêmio de Empresa do Ano rendeu, além do troféu, uma bolsa de estudos para pósgraduação com direito à imersão para aprendizado no exterior.

Leila Alencar, presidente

formam jovens profissionais para atuar na agroindústria através do Programa Jovem Agricultor do Futuro, cuja iniciativa já formou mais de 400 jovens com idades entre 14 e 18 anos (incompletos). Já o Biocana em foco tem como objetivo informar toda a sociedade das atividades produtivas da agroindústria canavieira. Os empresários do setor perceberam que a comunicação com a sociedade precisa ser proativa e não apenas reativa, isso permitiu a realização do trabalho.

Sandro Henrique Sarria Cabrera, diretor e Valéria Maria de Biasi Cabrera


TECNOLOGIA INDUSTRIAL

Outubro 2014

63

Utilização correta de separadores de arraste aumenta produtividade As usinas buscam incessantemente a tão desejada redução nos custos industriais, e não há outra maneira senão focar nos aspectos voltados para maior eficiência e produtividade na fabricação de açúcar e álcool. Um dos primeiros passos dentro deste processo é analisar o uso correto de separadores de arraste e os tipos mais adequados para cada fase da evaporação e cozimento. Com isto, consegue-se uma recuperação quase total da sacarose arrastada, além da obtenção de um vapor vegetal e condensados da mais alta qualidade, o que permite sua reutilização na alimentação da caldeira, com mínimos custos de tratamento. Adicionalmente, a eliminação do arraste garante benefícios secundários na redução da oxidação nas calandras dos evaporadores, nas tubulações de vapor e nas válvulas em geral. A Munters produz em sua fábrica no Paraná uma linha completa de separadores de arraste, com os perfis e materiais mais apropriados para cada fase de evaporação, da pré-evaporação até o último efeito, além do cozimento das massas A, B e C. A geometria dos perfis dos separadores Munters, associados à alta velocidade de passagem, propiciam um elevado grau de retenção da sacarose, podendo-se alcançar teores da ordem de 30 ppm (ou ART=0,003%) no vapor vegetal V1 de pré-evaporadores e teores de 15 ppm (ou ART=0,0015%) no condensado dos cozedores e último efeito. Para se ter melhor ideia, os separadores centrífugos ou de labirinto operando nas mesmas condições, apresentam teores de sacarose da ordem de 500 a 1000 ppm. Nossos separadores são construídos em aço inox AISI 304L ou 316L, o que lhes confere uma longa durabilidade associada a um baixíssimo índice de manutenção. O retorno do investimento comumente se dá dentro de um ano-safra, devido sua eficiência operacional e simplicidade de construção, sendo passível de aquisição via Finame.

Separadores de arraste instalados externamente em linha de cozedores

A Munters oferece para as usinas, agendamento com seus engenheiros para analisar a melhor aplicação dos separadores de arraste.

Munters 41 3317.5050 www.munters.com


64

TECNOLOGIA INDUSTRIAL

Outubro 2014

Escassez de água preocupa por não ter substituta Setor demonstra preocupação com ações e tecnologias para uso racional da água ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A humanidade não se preocupará com a questão do petróleo no mundo, mas com a água. Essa é a reflexão do especialista Peter Gleick, presidente da Ong Pacific Institute, na Califórnia, EUA. De acordo com ele, há substitutos para o petróleo, mas não há substitutos para a água. A alternativa para o petróleo está no etanol, mas para falta de água, a única palavra que vem à mente é o seu uso racional. E é exatamente esse pensamento que mobiliza muitas usinas do setor de açúcar e álcool a implantarem tecnologias e práticas que permitam o uso e o reúso desse bem precioso. A Usina Guaíra, uma das pioneiras no uso de limpeza de cana a seco no setor, desde 2002, está à frente de diversas ações e tecnologias que reduzem o uso da água e possibilitam o seu reaproveitamento. “Gerenciar a água de maneira eficaz pode garantir nossa permanência neste planeta”, avalia Anderson Malerba, engenheiro ambiental da Guaíra. Hoje a empresa trabalha com uma captação de água de 150 m³/h do Ribeirão do Rosário. “O objetivo para esta safra é utilizar em torno de 0,38 m³/tonelada de cana processada, reduzindo a quantidade captada. Antes de 2007, período que antecedeu a instalação do circuito fechado VLC (Sistema de Recuperação de água dos lavadores de Gases caldeiras e Moendas), a captação de água era de aproximadamente 400 m³/h. Hoje temos outorgados 450 m³/h de captação superficial, sendo 170m³ do Ribeirão do Rosário e 280 m³ do Ribeirão do Jardim. Atualmente captamos somente do Ribeirão do Rosário devido às

Peter Gleick, presidente da Ong Pacific Institute, nos EUA

condições climáticas e também porque o Ribeirão do Jardim abastece o município de Guaíra. Assim, estamos há mais de três meses sem captar neste local”, revela. Outra medida que Malerba destaca é o

trabalho de coleta seletiva realizada diariamente há mais de 10 anos para evitar contaminação do solo e dos cursos d´água. Anualmente, a empresa recolhe 12,45 toneladas de material reciclável com descarte ambientalmente correto, já que há uma equipe que segrega e outra que classifica os resíduos. “É preciso buscar por tecnologias que aproveitem o máximo possível o recurso hídrico nas indústrias, que reduziram o consumo e captação”, lembra. A empresa também criou a Comissão Interna de Prevenção a Poluição Ambiental da Empresa (Cipae) em 2009; reutiliza a água nos processos de produção e também realiza o monitoramento interno da qualidade das águas há mais de 15 anos, onde investe mais de R$ 30 mil/ano na preservação dos recursos hídricos. Em 2012, implantou sua segunda Estação de tratamento de efluentes na Fazenda Rosário, com um investimento de mais de R$ 270 mil na sua implantação e R$ 15,99

mil anual em produtos para o tratamento e reutiliza a água na lavagem de toda a frota da empresa e de pátios. O próximo projeto para este ano é disponibilizar a água tratada para os demais pontos de lavagem da empresa. “Todos os produtos utilizados nos lavadores são biodegradáveis, e pensando na eficiência e economia destes produtos, a empresa investiu R$ 6 mil na aquisição dos Multsprays, reservatórios que permitem a mistura dos produtos biodegradáveis com água para uso racional na lavagem. Em 2009, implantou uma Estação de tratamento de efluentes no ponto de abastecimento. A empresa conserva as áreas de preservação permanente (APP) e de reflorestamento e já possui 100% de suas áreas recuperadas desde 2011, com o plantio de mais de 400 mil mudas e investimentos que já ultrapassaram os R$ 2,8 milhões. Também investe em programas de educação ambiental com o público interno e a comunidade”, observa.

Usina Guaíra faz monitoramento da qualidade da água



66

TECNOLOGIA INDUSTRIAL

Outubro 2014

Até 2019, usina plantará 2 milhões de mudas de árvores Floresta tem tudo a ver com a preservação da água, já que as matas ciliares possuem a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a estabilidade geológica e a biodiversidade. “As APPs reflorestadas são localizadas próximas a rios e nascentes da região, o que beneficia a diminuição da evaporação da água, protege de assoreamentos e processos erosivos dos rios, além de servir como alimentos e proteção da fauna local”, explica o especialista ambiental da Santa Vitória Açúcar e Álcool (SVAA), Marat Guedes. E pensando nisso que a unidade pretende até 2019, plantar 2 milhões de mudas de árvores nativas na região. Para conseguir atingir esse número, a empresa possui um viveiro de produção de mudas com capacidade licenciada para produção de 500 mil mudas/ano. Através do Programa de Reflorestamento já foram plantadas cerca de 660 mil árvores, nas cidades de Santa Vitória e Gurinhatã, em uma área de aproximadamente 600 hectares. Outra iniciativa importante é o Dia de Limpeza dos Rios, promovido pela Prefeitura de Santa Vitória. Há 4 anos, a SVAA participa com voluntários que vão até os rios da cidade fazer coleta de resíduos. De acordo com dados da Prefeitura de Santa Vitória, na última edição foram recolhidos cerca de 1,5 mil toneladas de

Plantio de árvores por crianças na Açucareira Guaíra

Educação ambiental na Santa Vitória Açúcar e Álcool

lixo em córregos que são afluentes do rios Paranaíba e Tijuco. Outra ação que visa envolver a comunidade é a criação do Painel Consultivo Comunitário, desenvolvido em fevereiro de 2014. Para canalizar as atividades do Painel, os integrantes escolheram a água como um tema de trabalho do grupo. “Os participantes estão consolidando um projeto para ser desenvolvido na cidade de Santa Vitória, que será trabalhado nos próximos 12 meses, de setembro de 2014 a setembro de 2015, e prevê diversas ações, entre elas, análise da água do município, contato com a prefeitura Municipal para acompanhar o Projeto da Estação de Tratamento de Esgoto e do Aterro Sanitário da cidade, reflorestamento e recuperação das áreas próximas das nascentes e margens dos rios, de estímulos à coleta seletiva e para promover atividades de educação ambiental”, diz. A tecnologia também pode beneficiar a preservação dos recursos hídricos. Prova disso, é que o parque industrial da SVAA que está em fase final de montagem, possui uma estrutura de captação de água em que toda água destinada ao abastecimento da indústria é tratada e redirecionada para o reúso na irrigação, em um processo cíclico de reposição de água ao meio ambiente. (AM)


Outubro 2014

TECNOLOGIA INDUSTRIAL

67

Em quatro safras, usina reduz 42% do consumo de água

Análise da qualidade da água na Itamarati e Caetano Grossi: medidas de economia

Em 2006, a Usinas Itamarati implantou o Sistema de Gestão Ambiental e de lá para cá diversas melhorias foram implementadas. Uma delas foi o trabalho de monitoramento da qualidade da água realizado de hora em hora com o objetivo de estabelecer metas de redução de consumo. O trabalho deu tanto resultado que em apenas quatro safras, a empresa conseguiu reduzir 42% do consumo de água. “O consumo da água para moagem de cana idealizado pelo setor é de 1m³/tonelada de cana. Em agosto de 2013, a empresa consumia 1,19 m³/tonelada. A meta de 1 para 1 demanda investimentos em melhorias de processo, mas acredito que em três safras conseguiremos esse número”, afirma Caetano Grossi, gerente do sistema de gestão ambiental da Usinas Itamarati. Em 2007, a usina implantou a ISO 14000 nos setores de empacotamento, agrícola, CCT e apenas faltou a indústria, que já está em fase de implantação. Mas algumas medidas são necessárias para a economia dos recursos hídricos. “Para economizar água, a empresa deve eliminar as perdas, substituir a água nobre por uma utilizada, trocar águas de lavagem das dornas e CO2 por águas fervidas (reutilizada) e não gastar água sem necessidade. Além disso, toda a água

utilizada no processo industrial opera em circuito fechado já há mais de 10 anos. Desta forma, ocorre uma redução da quantidade captada, gerando um volume menor de resíduos líquidos. A economia também se faz a partir do aprimoramento dos processos industriais, o que gera maior eficiência e redução da captação. Dentro do processo industrial é preciso reutilizar a água, reciclando-a, usando uma água menos nobre em tarefas. E tudo isso passa pela educação dentro da indústria, como evitar lavar pisos, por exemplo”, diz. Ele explica que o processo de colheita crua ajudou a empresa a economizar água. “No processo de colheita de cana crua não se lava mais a matéria-prima pois ela já vai direto para a fábrica. Por isso, a redução de impurezas no momento da colheita, se faz necessária”. Além disso, a empresa também realiza palestras, treinamentos, Diálogo Diário de Segurança (DDS) onde são levantados assuntos sobre o meio ambiente. Há ainda treinamentos com líderes ambientais, pessoas responsáveis pela gestão ambiental de cada gerência. Os auditores internos também auxiliam no processo de redução de água. Em julho, a empresa formou mais 11 pessoas, totalizando 39 auditores”, enfatiza. (AM)


68

TECNOLOGIA INDUSTRIAL

Outubro 2014

Barralcool inova no filtro e na tubulação A equipe de José Raimundo Costa, gerente industrial na Usina Barralcool, encontrou uma maneira inovadora de reutilizar a água do processo ao desenvolver um projeto de um filtro de pedra com vazão máxima de 200 m³/h. “Antes eu jogava essa água para a vinhaça ou voltava para o processo, porém agora ela retorna limpa, não potável, mas posso reaproveitá-la na limpeza de cinzas na caldeira, grelhas, basculantes, via úmida da caldeira”, revela o gerente. Segundo ele, toda usina sempre pensou na sustentabilidade e em utilizar menor quantidade de água para produzir açúcar, etanol, energia e proteína. “A filosofia da Barralcool é utilizar a água da própria cana, para reutilização no processo, em circuito fechado com uso e reúso. Somente lavamos 10% de toda a cana que utilizamos e usamos 0,7 m³ de água por tonelada de cana”, explica. Mas no campo, os processos também ajudam na redução do consumo de água e da sua manutenção na natureza. Na Barralcool há uma preocupação com a conservação de solo. “A colheita de cana crua favorece a manutenção da camada orgânica do solo”, diz Sidney Marques Júnior, engenheiro ambiental do Grupo. Ele explica que a empresa deixou de plantar cana em algumas áreas e está realizando a recomposição das matas ciliares gradativamente. “Acho que a questão da falta de água não tem muito a ver com o consumo, precisamos estimular a produção e manutenção da água, pois se você somente consumir, um dia poderá acabar. A empresa tem uma política de produção de água, que é feita através das matas ciliares e do preparo de solo com técnicas conservacionistas”, comenta. Em 2012, a Barralcool iniciou uma importante obra em prol do melhor aproveitamento e otimização do uso da água. A empresa substituiu o sistema antigo de canais de vinhaça por tubulações pressurizadas. Marques Júnior diz que foram investidos aproximadamente R$ 20 milhões

João Petroni (de chapéu), feliz com o projeto Viva o peixe, da Barralcool: soltura de alevinos nos rios

em 46 km de tubulação que beneficiou em torno de 10 mil hectares de cana. “Esta nova tecnologia de ‘fertirrigação de canaviais’ está baseada no princípio ambiental inteligente da reciclagem dos nutrientes contidos na vinhaça, os quais foram extraídos do solo pela própria cultura da cana-de-açúcar “, lembra. Ele admite que o objetivo do projeto de fertirrigação é racionalizar o uso agrícola da totalidade dos resíduos líquidos industriais em relação aos aspectos técnicos, econômicos e ambientais, com o objetivo de garantir alguns benefícios como: a substituição total ou parcial da adubação mineral convencional, aproveitando o

grande potencial fertilizante da vinhaça para realizar a “reciclagem de nutrientes”, especialmente do potássio que se apresenta em maior concentração; atenuação das deficiências hídricas da cultura canavieira e melhor aproveitamento dos nutrientes aplicados, proporcionados pelas águas residuárias industriais reutilizadas; aumento médio de 2 a 5 t/ha da produtividade agrícola das socarias, em função da irrigação realizada e pela incorporação ao solo de matéria orgânica e nutrientes contidos na vinhaça; aumento da longevidade das soqueiras fertirrigadas em até cinco cortes, proporcionados pela irrigação realizada e pela incorporação ao

solo de matéria orgânica e nutrientes contidos na vinhaça, e na eliminação dos riscos de contaminação de solos e poluição de águas superficiais e subterrâneas, através da aplicação de doses agronômicas racionais conforme as necessidades hídricas e nutricionais da cultura canavieira. A empresa ainda desenvolve projetos importantes para preservação da fauna aquática como o Viva o peixe, com soltura de alevinos nos rios, além do Óleo do Bem, que em parceria com as escolas de Barra do Bugres, objetiva coletar de óleo de fritura residual pelos alunos para reaproveitamento na fabricação de biodiesel e assim, evitar que seja dispensado na natureza. (AM)



70

TECNOLOGIA INDUSTRIAL

Outubro 2014

Tecnologias propõem soluções para a redução de cor Seleção de variedades com baixa atividade de enzimas, que integram o sistema de defesa da planta, é opção de combate RENATO ANSELMI,

DE

CAMPINAS, SP

A busca por soluções voltadas à produção de um açúcar de qualidade diferenciada tem sido uma alternativa para unidades sucroenergéticas que estão adotando como estratégia, para ampliação de seus ganhos, a possibilidade de comercialização de um produto com maior valor agregado. As novidades tecnológicas para a fabricação de açúcar giram, atualmente, em torno da diminuição do índice de cor do caldo, constata Marcos Omir Marques, professor da Unesp – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Jaboticabal, SP. “A grande dificuldade no processo de produção de açúcar é conseguir, de uma forma eficiente e viável do ponto de vista econômico, diminuir o índice de cor do caldo”, ressalta. Se forem criadas condições para que

Marcos Omir Marques: diminuir índice de cor do caldo é desafio

a cor se forme, a remoção fica, posteriormente, muito mais difícil – observa. O que está sendo proposto é o caminho – enfatiza – para reduzir a cor. Inúmeros fatores contribuem para a formação de cor. “Um deles é a atividade enzimática na própria cana-de-açúcar”, explica. Existem duas enzimas nesse processo, a polifenoloxidase e a

peroxidase, que fazem parte do sistema de defesa da planta – diz Marcos Omir, que é vinculado ao Departamento de Tecnologia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp. “Quando um agente infeccioso, como um fungo ou uma bactéria, tenta entrar nos tecidos da planta, essas enzimas agem e produzem compostos fenólicos que são

tóxicos para os microorganismos. As impurezas vegetais, como a palha e a própria folha verde da cana aumentam a atividade dessas enzimas”, esclarece. Segundo ele, as soluções tecnológicas, nessa área, têm a finalidade de “consertar” aquilo que já está instalado. São processos físicos e químicos que reduzem a cor já estabelecida. “Essas inovações são interessantes. Mas, combatem os efeitos”, avalia. Para Marcos Omir, faltam, no entanto, medidas que combatam a causa desse tipo de problema. “Os programas de melhoramento genético de cana deveriam selecionar cultivares em que a atividade dessas enzimas é mais baixa. Essas variedades poderiam ser recomendadas para a produção de açúcar”, propõe. A medida aliviaria o processo industrial. “Com menor custo, seria possível atingir um índice de cor baixo para a produção de um açúcar de qualidade”, diz. Mas, isto ainda não acontece. “Os programas não contemplam essa questão da atividade enzimática, que é um dos principais fatores responsáveis pela formação de cor”, observa. De acordo com ele, as cultivares de cana já existentes apresentam níveis diferenciados de ação dessas enzimas. “É possível selecionar as que apresentam atividades mais baixas”, ressalta.


TECNOLOGIA INDUSTRIAL

Outubro 2014

“Açúcar brasileiro se viabilizou pela quantidade e não por qualidade” O açúcar brasileiro se viabilizou pela quantidade, e não pela qualidade. “O país se esmera na produção em larga escala. É por isso que o Brasil é produtor de VHP”, afirma Marcos Omir Marques. Para agregar valor ao produto – destaca – é necessário pensar na qualidade. Não é só a escala de produção que viabiliza o açúcar – enfatiza – num mercado globalizado como o existente atualmente. “As coisas têm que ser benfeitas desde o começo”, ressalta. A preocupação com a qualidade deve incluir desde os cuidados com a matéria-prima até a infraestrutura dos portos que são muitos ultrapassados, segundo o professor da Unesp. “O açúcar fica, às vezes, em cima do caminhão no porto, a céu aberto, tomando sol, com a temperatura ultrapassando 40ºC”, comenta. O que existe de mais adequado em alguns poucos portos – constata – são as estruturas construídas pela iniciativa privada. Nas unidades sucroenergéticas, há a necessidade de adotar medidas voltadas à produção de açúcar – destinado ao consumidor final ou VHP – em todas as etapas do processo, começando com a produção da matéria-prima. “Se ela for boa, o processo vai transcorrer dentro da normalidade. Haverá menos problemas e aumentarão as possibilidades de produção de um açúcar de qualidade”, diz. Ele destaca a necessidade de diminuição de impurezas minerais e vegetais que são transportadas para a indústria junto com a cana-deaçúcar. As impurezas dificultam o processo de

produção, pois favorecem a contaminação com microorganismos e o aumento do índice de cor. Outro fator de grande importância é o aspecto sanitário. “É preciso evitar que as pessoas manuseiem o açúcar. Quanto mais automatizado for o processo, a chance de ter um produto melhor no final é muito maior”, afirma Marcos Omir. Entre as etapas que exigem atenção especial durante a fabricação incluem-se o cozimento, cristalização, centrifugação, secagem e armazenagem. Os resultados positivos de cada uma dessas fases estão diretamente ligados também aos cuidados adotados em todo o processo. Um dos aspectos importantes na fabricação de açúcar é a cristalização que depende da qualidade da matéria-prima, do tratamento e preparo do caldo, da temperatura, da velocidade do cozimento – exemplificam profissionais da área. O cozimento tem inclusive a finalidade de criar condições para a obtenção de cristais uniformes que favorecem, por sua vez, uma melhor performance da centrifugação, que requer qualidade, pressão e temperatura adequadas da água utilizada, entre outros procedimentos. Açúcar com cristais mais uniformes também contribui para a obtenção de resultados positivos na secagem e apresenta uma menor tendência de empedramento durante a armazenagem. Está tudo interligado. A qualidade do produto final – que começa com os cuidados no campo – não é consequência de alguma fórmula “mágica” ou de algum procedimento extraordinário. Os créditos, nesse caso, vão para todos os profissionais e tecnologias que buscam a excelência. (RA)

Açúcar VHP: processo de produção deve percorrer o caminho da qualidade

71


72

TECNOLOGIA INDUSTRIAL

Outubro 2014

“No futuro haverá variedade de cana para açúcar e etanol como já existe para a bioeletricidade” Ações devem levar também em consideração as causas, e não apenas os efeitos, para que inovações apresentem resultados mais efetivos “Estou convencido que vai haver, futuramente, variedade recomendada para produção de açúcar e de etanol, como já existe a cana-energia para bioeletricidade”, prevê Marcos Omir Marques. Na avaliação dele, este è um caminho que precisará ser trilhado. “A especificidade está atrelada à qualidade em todas as áreas”, enfatiza. Segundo ele, o setor atingiu o seu limite em relação ao rendimento global, com o atual processo de produção industrial, alcançando um índice acima de 90%. “Quando esse patamar é atingido, fica muito difícil conseguir o acréscimo de 1% no rendimento. Para obter esse aumento é preciso, em diversos casos, gastar mais do que será ganho com esse benefício”, compara. Em decorrência dessa situação, o professor da Unesp considera importante investir em pesquisa para identificar as causas e resolver os problemas na origem. “Essas tecnologias que estão sendo propostas, que geram melhorias ao processo, podem ser mais efetivas se existissem, simultaneamente, ações que levassem também em consideração as causas e não apenas os efeitos”, comenta. (RA)

Fabricação do refinado é alternativa interessante A tecnologia disponível no mercado para a produção de açúcar, incluindo as utilizadas em centrífugas, cozedores, cristalizadores, secadores, entre outros equipamentos é suficiente para atender as demandas para a fabricação dos atuais tipos do produto que fazem parte do mix da maioria das unidades sucroenergéticas que atuam nesse mercado, segundo Marcos Omir Marques. “O Brasil é exportador de uma commodity, o VHP, que tem baixo valor agregado”, constata. Na opinião dele, a produção do açúcar refinado, destinado ao consumidor final, é uma alternativa interessante. De acordo com ele, o padrão de qualidade utilizado para a fabricação deste tipo de produto deve estar voltado ao atendimento das exigências de mercados

onde o setor sucroenergético não costuma atuar. “Exportar produto alimentício é extremamente complicado. A Alemanha tem um determinado grau de exigência. A França, que é vizinha, tem outro nível de exigência”, observa. O Brasil vende açúcar para países da América do Sul, da África e da Ásia que são poucos exigentes – compara – em relação à qualidade. Mas, não consegue atender – diz – o mercado europeu. Existe uma variável chamada de teor de metal pesado no açúcar, que não é considerada no mercado interno – exemplifica. “Na Alemanha já se tem essa preocupação há mais de vinte anos”, afirma. (RA)



74

TECNOLOGIA INDUSTRIAL

Outubro 2014

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Mestres da indústria estão antenados nas inovações Executivos avaliam as novidades e acompanham processo de aquisição, montagem, ajustamento e otimização RENATO ANSELMI,

DE

CAMPINAS, SP

As inovações tecnológicas na área industrial têm sido importantes para aumentar a produção, elevar a eficiência, reduzir perdas e tornar as unidades sucroenergéticas mais competitivas. Boas novidades são lançadas periodicamente. Mas, não funcionam sozinhas. Precisam ser avaliadas tecnicamente, e, depois de aprovadas – e adquiridas – passam por um processo de “customização”, montagem, ajustamento e otimização. Todo esse trabalho é conduzido por dedicadas equipes de profissionais, lideradas por “executivos” da área industrial geralmente com muita vivência no cotidiano de usinas e destilarias. Esses “mestres da indústria” de açúcar, etanol e

Carlos Alberto Caserta atua no setor sucroenergético desde 1982

bioeletricidade estão sempre antenados nas inovações tecnológicas. Um desses executivos de destaque é o gerente industrial da Usina Rio Pardo, de Cerqueira César, SP, Carlos Alberto

Caserta, que atua no setor sucroenergético desde 1982 quando começou a sua trajetória no Grupo Zillo Lorenzetti (atual Zilor). Antes disso, ele já “respirava” o dia a dia de usina, pois morou por dezesseis

anos em área da Barra Grande – unidade do grupo Zilor –, em Lençóis Paulista, SP, onde o pai dele trabalhou como supervisor de moendas. Carlos Caserta teve também dezoito anos de sua carreira dedicados à Barra Grande, onde ingressou como estagiário e teve a oportunidade de exercer cargos, como técnico, encarregado e supervisor de destilaria. Além disso, trabalhou em outras duas unidades da Zillo Lorenzetti: na São José, de Macatuba, SP, onde foi supervisor de produção de álcool e leveduras, de 2001 a 2003 e na Quatá, de Quatá, SP, atuando como coordenador de produção de açúcar e álcool, de 2003 a 2007, quando deixou o grupo. Ele trabalhou como gerente industrial na Usina Rio Vermelho, de Junqueirópolis, SP, em 2007 e 2008. A trajetória de Carlos Caserta na Rio Pardo começou em janeiro de 2009, ingressando na empresa como gerente industrial. Para obter bons resultados nessa atividade, é preciso estar sempre conectado ao mercado, às novas tecnologias, ter bom relacionamento com as pessoas e trabalhar em equipe – resume ele, que é formado em Química pela Universidade Sagrado Coração (USC), de Bauru, SP, além de possuir pós-graduação em Gestão Empresarial pela FGV e em Gestão e Tecnologia Industrial no Setor Sucroalcooleiro pela Udop/Esalq.


TECNOLOGIA INDUSTRIAL

Outubro 2014

75

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Gerentes participam da montagem de usina com elevada eficiência Apesar do pouco de tempo de existência, a Rio Pardo já é considerada referência no setor sucroenergético devido à sua elevada eficiência industrial. Essa unidade, que começou a operar em agosto de 2009, teve inicialmente sua atividade voltada à produção de etanol. Carlos Caserta participou inclusive da fase de projeto e montagem da Rio Pardo Automatizada e com tecnologia diferenciada, foi a segunda usina no país a utilizar sistema de concentração de vinhaça – revela. De olho nas oportunidades do mercado, a Rio Pardo decidiu, em seguida, produzir açúcar utilizando para evaporação do caldo essa mesma tecnologia – da empresa Citrotec – usada na vinhaça, detalha o gerente industrial. Na montagem da fábrica de açúcar, a usina optou pela implantação de condensador evaporativo em substituição a torres de resfriamento. “Esse equipamento, além de ser compacto, economiza água e energia”, observa. A Rio Pardo, pioneira no setor na implantação do condensador evaporativo, instalou esse equipamento para a concentração de vinhaça, evaporação de caldo, cozimento de açúcar

Rio Pardo tem sistema de concentração de vinhaça, condensador evaporativo e reúso de água

e também para a turbina de condensação. “Montamos toda a operação da unidade de açúcar num piso só, incluindo

secador, cozedor, centrifuga. A concepção da fábrica é diferente. É bem compacta, de fácil operação, apresenta custo de

manutenção mais baixo e possibilita inclusive a redução do número de pessoas”, diz. Segundo ele, esse layout cria condições mais favoráveis para a automatização. Com um índice de automação de 90% em toda a planta industrial, essa tecnologia tem sido uma das aliadas da Rio Pardo visando a redução de perdas industriais. “Evita derramamento de tanques, cria condições para se trabalhar com malhas mais sintonizadas e maior precisão”, observa. A automação possibilita que apenas 42 pessoas operem a usina por turno. A Rio Pardo mói doze mil toneladas de cana-de-açúcar, produz dezoito mil sacos de açúcar e 550 mil litros de etanol por dia. O processamento de matéria-prima na safra é de 2,1 milhões de toneladas. A camisa perfurada, de alta drenagem, que foi instalada neste ano no rolo superior do último terno de moenda, também tem contribuído para a obtenção de resultados positivos. “Com isto, ganhamos 2% na eficiência industrial, 2% na extração da moenda e houve a redução de 5% da umidade do bagaço”, afirma. Outro diferencial da Rio Pardo é o sistema de reúso da água, que reduziu a captação da usina que é de 0,48 metro cúbico por tonelada de cana – informa. (RA)


76

TECNOLOGIA INDUSTRIAL

Outubro 2014

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Ricardo Steckelberg iniciou trajetória de sucesso há 30 anos O engenheiro mecânico Ricardo Steckelberg tem participado também diretamente das grandes transformações na área industrial do setor sucroenergético. Isto tem acontecido de duas formas: por meio de sua bem-sucedida trajetória de trinta anos – que estão sendo completados em 2014 – no Grupo Jalles Machado, com sede em Goianésia, GO e, mais recentemente, como presidente do Gemea – Grupo de Estudo de Maximização da Eficiência Agroindustrial, fundado em 2010. Na Jalles Machado, ele esteve envolvido, por exemplo, no processo de ampliação e modernização tecnológica que tinha a finalidade de preparar a unidade para a venda de excedentes de energia, em decorrência de um contrato de comercialização desse produto. A usina foi pioneira nessa atividade, iniciada em 2001, no estado de Goiás. “Substituímos as caldeiras de 21 bar, 300ºC para 42 bar, 440ºC e as turbinas de simples estágio para múltiplo estágio” – exemplifica. Com financiamento do BNDES, foram feitas muitas mudanças no processo visando a eficiência energética, conta Ricardo Steckelberg, que já era gerente industrial da usina nessa época. Ele ocupou o cargo de 1992 a 2008, quando foi promovido a gerente industrial corporativo das unidades Jalles Machado e Otávio Lage. O início da carreira na empresa ocorreu em 1984 como engenheiro de manutenção. Antes disso, ele tinha trabalhado na área de mineração. Outro momento de destaque na trajetória de Ricardo Steckelberg foi a oportunidade de participar da implantação da unidade Otávio Lage onde pode aplicar o conhecimento de vários anos de

Ricardo Steckelberg: gerente industrial da Jalles Machado e presidente do Gemea

experiência. “Copiamos o que tínhamos de bom na Jalles Machado e acrescentamos as melhores tecnologias disponíveis em várias áreas para ganho de rendimento e eficiência”, afirma.

Entre outras tecnologias adotadas na Otávio Lage, ele destaca a moenda eletrificada, turbinas apenas nos geradores, preparo com desfibrador vertical pesado, uso de esteiras para recepção da cana

picada – com eliminação da mesa alimentadora –, decantador rápido, caldeira de 65 bar e 490ºC. De maneira geral, a inovação tecnológica tem contribuído para que os processos sejam mais automáticos, controlados e com menor variação em relação aos parâmetros determinados para cada fase do processo, observa Ricardo Steckelberg, que é formado em Engenharia Mecânica pela UNB - Universidade de Brasilia, possui MBA em Gestão de Processo pela FGV e atualmente está concluindo MBA em Agroenergia pela Esalq/USP Os avanços de maior expressão na área industrial do setor sucroenergético ¬– opina – são as caldeiras de alta pressão, eletrificação da moenda e controle de rotação por inversores de frequência, painéis elétricos com componentes inteligentes e a automação com equipamentos de muita precisão, rápida comunicação e robustos. ”Os inversores de frequência têm sido, com certeza, muito importantes, pois permitem uma precisão de controle em todas as etapas do processo, redução do consumo de energia, ganhos em fator de potência, entre outros”, destaca. Ricardo Steckelberg desenvolve também um relevante trabalho, como presidente e palestrante, no Gemea que realiza cursos, encontros e simpósios voltados ao aprimoramento de profissionais e lideres interessados na atualização de seus conhecimentos e troca de experiências. Segundo ele, o grupo nasceu a partir de uma necessidade de conhecimento técnico do setor sucroenergético, no estado de Goiás, devido à alta demanda do mercado no período de expansão. “Hoje temos participantes de outros estados e estamos sempre abertos para receber pessoas da área agrícola, industrial e de outros setores”, afirma. (RA)



78

TECNOLOGIA INDUSTRIAL

Outubro 2014

Gegis debate custos industriais DE

SERTÃOZINHO, SP

Cerca de 50 profissionais se reuniram em 28 de agosto para mais uma reunião do Gegis - Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroenergético, realizada em Sertãozinho (SP). O evento, que teve como tema central os custos agroindustriais, fez parte da programação da Fenasucro 2014. Aumentar a eficiência e reduzir os custos tornaram-se fundamentais para a manutenção do trabalho. De acordo com uma fonte do setor, as usinas estão trabalhando no limite, além de estarem sujeitas a intempéries climáticas. “Todo início de safra é feita uma estimativa de receitas e gastos. Mas, em 2014, por exemplo, com a seca na região Centro-Sul, muitas usinas retardaram o início da

moagem e agora falam em parar antes por falta de matéria-prima. É preciso enxugar ao máximo os processos para conseguir se manter”, explica. De fato, a Unica - União da Indústria de Cana-de-Açúcar estima que as usinas da principal região produtora do país encerrarão a moagem trinta dias mais cedo por causa da safra reduzida pela estiagem. Somente na região de Ribeirão Preto (SP), seis usinas já pararam a produção até os primeiros dias de setembro. A reunião discutiu ainda os indicadores industriais das usinas associadas ao Grupo e problemas técnicos do cotidiano das unidades. De acordo com Eliana Aparecida Canevarolo, presidente do Grupo, o encontro foi produtivo, com muita troca de informações, mostrando a importância dos debates para o setor sucroenergético.

Público presente durante reunião do Gegis

D EPO I M ENTOS

CUSTO “Falar sobre custos, principalmente em um momento de crise como este que vivemos é mais que fundamental. Procuro saber o que acontece no mercado para, se necessário, rever ações do cotidiano. É preciso atuar com o máximo de rendimento e o mínimo de gasto. Para alcançar este patamar, conhecimento e relacionamento com outros companheiros são primordiais”. Luiz Antonio Magazoni, diretor industrial da Usina São Domingos

EFICIÊNCIA “Estamos difundindo este trabalho por todo país. Temos uma filial do Gegis em Dourados (MS) que busca facilitar o acesso das usinas da região às reuniões. Estar antenado aos indicadores e absorver a experiência de companheiros de trabalho são fundamentais para sobreviver no atual mercado. Hoje o foco está voltado para os custos, tanto industriais quanto agrícolas. Sobrevive quem alcança melhor eficiência com o menor custo”. Luiz Fernando Alves, gerente industrial corporativo do Grupo Adecoagro

ANDRÉ RICCI,


TECNOLOGIA INDUSTRIAL

Outubro 2014

Valorização de equipe é fundamental nos processos industriais

79

D EPO I M ENTOS

WELLINGTON BERNARDES,

Na segunda semana de setembro, dia 11, em Ribeirão Preto, SP, aconteceu o Curso de Processos, Tratamento de Caldo e Fermentação, promovido pela Sinatub em parceria com a ProCana Brasil. O evento Participantes do curso de processos da Sinatub contou com a presença de 80 participantes, que puderam acompanhar palestras, debates e exposições O professor biomédico Mário César sobre a otimização de processos Souza e Silva, diretor da MC Desinfecção fermentativos para produção de açúcar e Industrial, segundo palestrante, falou sobre o etanol. controle biológico do processo fermentativo. O curso foi dividido em duas partes. Para o biomédico, falta maior especialização Durante a manhã aconteceu a primeira, com na área microbiológica no setor abertura do professor Henrique Vianna de sucroenergético. “Há carência de Amorim, da Fermentec. O professor normatizações nos processos microbiológicos, detalhou algumas experiências com a indústria demanda técnicas que processos fermentativos e alertou sobre a quantifiquem os níveis bacterianos em tempo importância do preparo da equipe para hábil, e minha palestra focou nesta vitória da obtenção de melhores resultados. “Devemos microbiologia contra o tempo”, explicou. O fornecer constante preparo e informação professor ficou surpreso com o retorno dos para a equipe que está no controle da participantes do evento após sua explanação. fermentação, isto possibilita uma “Conversei com alguns representantes do homogeneização da produção, importante setor sucroenergético, há enorme carência em fator para otimizar testes e exames laboratoriais na área resultados”, explica. microbiológica das usinas”, afirmou.

APRENDIZADO “Foi muito bom vir aqui, esse contato com grandes nomes do setor é muito importante para o aprendizado. Vejo grandes possibilidades de aplicar as técnicas apresentadas no curso em nossa unidade”. Rafael Melfa Caputo, supervisor de produção da Usina Barralcool

NOVOS HORIZONTES “Vejo a importância desse encontro nosso, que considero um treinamento, debatendo informações e planejando traçar sempre um horizonte além dos esperados”. Odair José Pacco, gerente de produção industrial da Usina Coopcana

DE RIBEIRÃO PRETO, SP


80

LOGÍSTICA & TRANSPORTES

Outubro 2014

Etanolduto segue no ritmo da crise WILSON LIMA,

DE

CAMPINAS, SP

Desde que foi concebido há cerca de cinco anos, o etanolduto tem sido uma grande promessa de um meio inovador de transporte do etanol entre seus mais importantes centros produtivos até as principais áreas de distribuição. Com projeto de conclusão total até 2016, por enquanto está em operação apenas o primeiro trecho que liga a região produtora de Ribeirão Preto até o terminal de distribuição de Paulínia, ambas no interior de São Paulo. O cronograma das obras prevê também a entrega da segunda etapa do complexo que liga Ribeirão Preto à mineira Uberaba em agosto deste ano, num total de 116 km de dutos e capacidade de armazenamento de 28 milhões de m³ de álcool. Com uma infraestrutura integrada a hidrovia, além de facilitar a logística dos produtores, o etanolduto também acena com custos mais competitivos. Seria o melhor dos mundos, no entanto, uma série de imprevistos relacionados a questões fiscais, operacionais e a própria crise no setor, têm colocado entraves à utilização do sistema que, desde o início de sua operação tem trabalhado com menos de dez por cento, em média, de sua capacidade. O trecho Ribeirão-Paulínia tem capacidade de bombear 358 milhões de litros mensais, porém, no período entre final de 2013 e o primeiro trimestre deste ano, a utilização média foi de 30 milhões de litros. Com a superação dos entraves burocráticos e operacionais, a expectativa da empresa responsável pelo etanolduto, a Logum Logística, é tornar o sistema mais atraente e fechar o ano de 2014 com um bilhão de litros transportados. A região de Ribeirão Preto, englobando 13 municípios, produziu na safra 2013/2014, cerca de dois bilhões de litros de etanol e tem sido praticamente a única a utilizar o etanolduto. Mas a

empresa espera ver o crescimento exponencial do fluxo, com o crescimento da malha, a curto prazo com o ramal de Uberaba e no futuro captando a produção ao longo do trecho que vai até Jataí, em Goiás. Com a conclusão do trecho da cidade mineira, os planos agora são de investir na construção de terminais para barcaças que deverão transportar via fluvial o etanol produzido na região de Araçatuba, até a cidade de Anhembi. Ali, o biocombustível segue pelos dutos até o terminal de Paulínia. Há de se atentar para a distinção dos cenários do setor sucroalcooleiro, na época em que foi concebido o projeto e a

realidade atual. O panorama à época em que foi planejado, apontava para um forte crescimento do setor, com a construção de novas usinas para atender a um promissor mercado que atenderia à crescente demanda interna com sobras para exportação. A crise que vem se abatendo no segmento e que se aprofundou de uma forma sem precedentes nos últimos meses, levou a empresa a vincular seu plano de investimentos em infraestrutura de acordo com a demanda realista. Sendo assim, as próximas oito etapas (de um total de dez), para a conclusão do projeto, devem ter seu cronograma reavaliado. Financiado com recursos do Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o projeto integra o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, do Governo Federal e prevê consumir aproximadamente R$ 7 bilhões em investimentos. Quando estiver totalmente pronto, vai interligar centros produtivos e de distribuição do biocombustível existentes nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, equivalente a 85% da produção nacional, com capacidade de transporte de 20 milhões de m³ de etanol/ano por 1.300 km de dutos e outros 700 km de hidrovias e capacidade de armazenamento de 1,2 milhão de m³.


LOGÍSTICA & TRANSPORTES

Outubro 2014

81

ENTREVISTA — Adriano Pires, Diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE)

“Faltam planejamento, gestão e regulação” O mesmo remédio para a crise do etanol

A infraestrutura logística do País vai mal, apresentando problemas em todos os setores, porque não há planejamento, gestão e regulação por parte do Governo. Esta é a síntese de pensamento de Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), e uma das vozes mais respeitadas no País quando o assunto é infraestrutura e energia. Nesta entrevista ao JornalCana ele tece ácidas críticas ao modus operandi do Governo que deve agir menos de forma política e mais técnica, atuando mais como regulador e fiscalizador para que os investimentos surtam efeito e melhorem a infraestrutura do País.

JornalCana - Quais são os principais problemas atualmente na infraestrutura logística do País? Adriano Pires - Nós temos problemas em tudo: nas ferrovias, nos portos, rodovias que avançam e recuam, já que o governo não consegue mostrar ao mercado qual o modelo de concessão que ele realmente vai usar e isto acaba assustando o investidor. Na questão das rodovias e aeroportos ainda vai um pouquinho melhor, mas longe de ser o ideal. A energia elétrica vai mal, estamos numa crise sem precedentes. Saneamento e água também muito ruins... Enfim acho que o problema da nossa logística que está, evidentemente, ligada à infraestrutura, está longe de ser resolvido e com isso está afetando muito o custo Brasil.

Em que o Governo está errando? O Governo não tem baseado sua política no tripé planejamento, gestão e regulação. Para que você coloque o programa de infraestrutura pra andar de maneira correta, pra você atrair os bons investidores e não os investidores abutres, você precisa mostrar que existe planejamento com previsibilidade onde o governo deveria atuar mais como regulador e fiscalizador e menos como empreendedor, como investidor. Tem que ter uma gestão muito cuidadosa pra que não haja atraso de obras como está acontecendo hoje no Brasil. Tem que ter a regulação que dê segurança e estabilidade regulatória e jurídica. Para isso é preciso ter o resgate das agências reguladoras que no governo atual foram capturadas pelo Executivo através de uma partidarização, onde você coloca pessoas na direção, não pelo mérito, mas pelas ligações políticas. Há também uma interferência excessiva do Executivo, tirando a independência das agências.

Mas, o Governo tem feito muito investimento através do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento)... Colocaram muito dinheiro, mas de uma forma atabalhoada, sem planejamento, sem fiscalização e sem gestão. Aí a coisa não funciona, aí você desperdiça dinheiro, perde tempo e não resolve o problema. Isto acontece com os portos, com as rodovias...

Sim. O eixo principal do governo, quando ele olha a infraestrutura é a modicidade tarifária. A agência reguladora e o próprio governo tem a importante função de evitar os ganhos extraordinários, ganhos de monopólio de concessionário. Mas o governo tem que ter uma política onde faça um mix entre modicidade tarifária e oferta de infraestrutura adequada de qualidade. Porque se você fica muito centrado exclusivamente na modicidade tarifária, acaba atraindo o investidor abutre que ganha a licitação, não faz a obra ou atrasa muito ou até entrega uma obra de baixa qualidade. Este é o pecado mortal do governo. Ele tem que entender que infraestrutura é uma concessão do serviço público para o privado. É a concessão de um bem que pertence à sociedade brasileira. Apenas estamos alugando para o investidor privado porque ele que tem a competência, o dinheiro e a experiência para fornecer para os cidadãos os serviços públicos de qualidade, com tarifas e preços competitivos. E as PPP (Parcerias PúblicoPrivadas), têm funcionado? Têm funcionado mal. A ideia da PPP é ótima, porque o privado traz para o parceiro publico, dinheiro, conhecimento, às vezes até tecnológico, e traz gestão. Então é bom, só não funciona melhor porque, de novo, falta planejamento, gestão e regulação. (WL)

A mesma receita baseada em planejamento, gestão e regulação, que o especialista Adriano Pires cita para minimizar os problemas da infraestrutura logística do País, também serve para diminuir os males crônicos que afligem o setor sucroalcooleiro. Segundo ele é necessário que haja previsibilidade no planejamento do Governo para o setor, a médio e longo prazos. E no curto prazo, Adriano defende a volta da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) incidente sobre a importação e a comercialização de gasolina e seus derivados, como forma de tornar o etanol mais competitivo. Na visão do especialista, o setor sucroalcooleiro está vivendo o que ele chama de inferno astral, a maior crise que o setor já viveu na história. A raiz da crise remonta os idos de 2007, quando o governo resolveu fazer uma política na área de combustíveis onde ele privilegia o combustível em detrimento do nacional. “É uma política que está levando ao fechamento de mais de 40 usinas. Há uma crise que a gente não sabe até onde vai, o que é um erro estratégico do governo. Abandonar o combustível onde a gente tem o conhecimento tecnológico, uma vantagem comparativa onde a gente tem terra, tem água, sol e é um combustível limpo é um grande erro. Nos tempos de hoje onde há o crescimento do consumo de energia sustentável, de fontes mais limpas, o Brasil faz o contrário, inclusive na questão do preço da gasolina, da desoneração”, avalia Pires. Outro sério erro dos governantes, foi ter acabado com a CIDE “para dar dinheiro do caixa da Petrobras, ao invés de aumentar o preço da gasolina. Quem pagou o pato foi o etanol, já que a CIDE era um jeito de dar competitividade ao biocombustível”, complementa. Pires defende que o Brasil tem que voltar a planejar, fazer gestão e regulação e no caso do etanol, a medida de curtíssimo prazo que o governo deveria tomar é a volta da CIDE. “Agora a médio e longo prazos é preciso ter um planejamento com previsibilidade. É importante que o governo mostre ao setor sucroalcooleiro, o que ele pretende com o etanol na matriz de combustível. O governo tem que ter um planejamento indicativo que demonstre que para o País é bom ter tanto por cento de etanol na matriz combustível. Para isso o governo tem que fazer uma política que dê previsibilidade aos investidores no setor”, conclui. (WL)


82

LOGÍSTICA & TRANSPORTES

Outubro 2014

Rodovias continuam em marcha lenta A malha rodoviária brasileira tem hoje um total de 1.691.804 quilômetros de extensão, sendo deste total, pouco mais de 200 mil pavimentados. Ou seja, mais de 1.350 mil quilômetros são de estradas de terra. Somente estes números já dão a dimensão do enorme problema que o Brasil, país de dimensões continentais, enfrenta, desde sempre para sua logística mais básica, uma vez que o transporte rodoviário ainda é o grande vetor para movimentar a produção nacional. Todos os anos, muito do que se produz no campo (estima-se em 30%) principalmente nas regiões mais distantes, se perde seja em função de atoleiros na estação chuvosa, ou do atraso pela morosa manutenção da frota de veículos de transporte que sofrem nas estradas empoeiradas e esburacadas. Problema que se estende mesmo na malha asfaltada, já que boa parte desta se encontra em péssimas condições de manutenção. Tudo isto se traduz em perdas e custos elevados à cadeia produtiva. O Governo Federal enfrenta a questão através da concessão de rodovias à iniciativa privada, um remédio que tem se mostrado eficaz, mas demora para fazer efeito. A questão da malha rodoviária foi um dos itens contemplados pelo governo nos Planos de Aceleração do Crescimento – PAC 1 e 2, mesmo porque o custo da infraestrutura impacta diretamente no PIB – Produto Interno Bruto do País. Recentemente, a presidente Dilma Rousseff

anunciou um novo pacote de concessões de rodovias cujos leilões deverão acontecer ainda este ano. Serão cinco novos trechos

que receberão investimentos e serão explorados pela iniciativa privada, sendo que a maior parte concentra-se na região

Centro-Oeste, principal polo produtor de grãos e cuja importância logística é apontada em recente levantamento realizado pela CNI – Confederação Nacional da Indústria. Serão mais de 1.700 quilômetros de estradas a serem pavimentadas e duplicadas, inclusive ligando a região ao porto de Miritituba, PA, criando um corredor ferroviário rumo à Região Norte, o que ajuda a desafogar os sempre travados portos do Sudeste. “O que nós elaboramos é uma concepção de fazer os grandes eixos estruturantes nacionais para escoamento de nossa safra”, disse o então ministro dos Transportes, César Borges. A ideia é promover os leilões ainda neste segundo semestre, porém os efeitos diretamente na infraestrutura logística ainda vão demorar a aparecer. Em rodovias, os contratos preveem prazo de seis meses a um ano para o início das obras e mais um para a conclusão. Paulo Fleury, especialista da UFRJ, projeta que apenas em 2015 a economia começará a sentir os efeitos das concessões de 2012 e 2013 de rodovias e aeroportos. “O prazo é de dois a três anos (desde a concessão) para que o investimento apareça”, diz. Hoje, as concessionárias dos leilões de 2013 estão na fase de contratação da engenharia básica. E apenas em um ano começarão a construir. A previsão é de que em cinco anos esta nova malha esteja totalmente operacional. (WL)


LOGÍSTICA & TRANSPORTES

Outubro 2014

Plano prevê maior utilização das hidrovias Apesar de o Brasil contar com um sistema de rios e lagos com mais de 40 mil quilômetros navegáveis, o modal hidroviário é um dos menores na logística nacional, utilizando-se a metade do potencial. No final do ano passado, o Ministério dos Transportes divulgou o Plano Hidroviário Estratégico, prevendo a ampliação do transporte por hidrovias em mais de três mil quilômetros. A meta é até 2024, investir cerca de R$ 17 bilhões para tornar o modal mais utilizável, uma vez que os custos menores e seu apelo ecológico são o diferencial, pois reduz a utilização do modal rodoviário. Os recursos que serão aplicados nas hidrovias acomodam fluxos de carga igual ou superior a 50 mil toneladas anuais: Amazonas/Solimões e Negro, Madeira, Tapajós e Teles Pires, Tocantins, Araguaia, São Francisco, Parnaíba, Tietê e Paraná, Paraguai e as hidrovias do Sul (Taquari, Jacuí e Lagoa dos Patos). No que diz respeito ao setor sucroalcooleiro, a principal hidrovia é a Tietê-Paraná, que interliga os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, através de 1.250 km navegáveis divididos em 450 km no rio Tietê e 800 km no rio Paraná. Trata-se de um importante complexo para o escoamento da

produção de açúcar e álcool, que atua de forma integrada principalmente aos modais ferroviário e dutoviário. Recentemente os governos Federal e do Estado de São Paulo firmaram acordo para o repasse de R$ 134 milhões para projetos de melhorias nesta hidrovia. O valor é parte de um montante de R$ 1,5 bilhão previsto num protocolo de intenções assinado há três anos e deverá eliminar alguns gargalos hoje existentes. O projeto prevê construção de terminais, desassoreamento de trechos e construção de barragens, entre outros pontos. O objetivo é capacitar a hidrovia para dobrar sua capacidade de carga que hoje é de seis milhões de toneladas. Apesar das vantagens que a hidrovia oferece, no entanto, ela esbarra nas condições climáticas, como as poucas chuvas que caíram no ano, comprometendo a navegabilidade dos rios. Desta forma, as barcaças têm que navegar com menor capacidade, o que resulta na necessidade de mais transporte rodoviário para atender à demanda, com consequente aumento de custos. No primeiro trimestre, a baixa redução da navegabilidade na TietêParaná transferiu por mês 126 mil toneladas para as rodovias, ou 3,6 mil caminhões do tipo bitrem. (WL)

83


84

MERCADO

Outubro 2014

Sete perguntas para Pedro Mizutani

1 2 3 4 5

Qual sua avaliação até o momento sobre a safra? Temos dois cenários. Nas regiões de Goiás e Paraná, não tivemos problemas e a produção deve se manter ou até aumentar. Mas os canaviais paulistas foram muito afetados pela seca de dezembro, janeiro e fevereiro. Não chover nesta época em que estamos é normal, o problema foi lá atrás. Os reflexos também serão sentidos na próxima safra. A planta de etanol celulósico da Raízen, ficará pronta ainda em 2014? Mantemos a previsão inicial que era operar no segundo semestre deste ano. É tudo muito novo e são muitos obstáculos que precisamos remover. Mas estamos confiantes neste projeto. Quais as expectativas em relação as eleições? Independente do governo que vencer, é preciso que olhem para o setor. Estamos falando de um trabalho que gera receita aos municípios, diversos empregos diretos e indiretos, produz um combustível totalmente renovável, enfim, é um segmento que não pode ser deixado de lado. É importante reconhecer a diferença entre o fóssil e o renovável. Esta é uma forma de estimular e dar segurança aos empresários. Caso Dilma Rousseff seja reeleita, como mudar o atual cenário? Precisamos de interlocutores junto ao governo que possam entender melhor o setor e que nos favoreça. Essa aproximação é fundamental. O governo priorizou o controle da inflação com o preço da gasolina mas este modelo de negócio não é sustentável a longo prazo e tem dado sinais claros disto. É preciso entender a importância em contar, por exemplo, com um combustível renovável de forma efetiva em nossa matriz energética. Vamos continuar trabalhando para que os governantes entendam isso. Nunca desistimos. Em termos de tecnologia, o que falta para o setor deslanchar? Vejo ainda que a área agrícola precisa evoluir. O manejo da cana mudou muito com a mecanização e extinção da queimada. Hoje a matériaprima chega com mais impureza mineral, fibrosa e com mais palha. Estamos aprendendo a lidar com as novidades. São necessárias variedades de cana resistentes à seca, adaptáveis a regiões específicas. Se compararmos a cana com outras culturas, veremos que elas estão mais desenvolvidas. Sabemos que o cromossomo da cana é mais complexo e que aos poucos vamos evoluindo.

Pedro Mizutani, da Raízen

6 7

O que é preciso melhorar? Investir em tecnologia, pessoas e marketing é fundamental. Esperar que a solução saia apenas com decisões políticas não adianta. Nós não sabemos divulgar nossas qualidades, e, diga-se, são muitas. Falar sobre as externalidades do etanol e de todos os subprodutos da cana é primordial. E a bioeletricidade, em que situação se encontra? Também precisa de atenção política. Queremos que suas externalidades sejam reconhecidas e diferenciar as fontes de geração nos leilões seria uma forma. Produzimos energia em um momento de extrema seca, perto do centro consumidor – principalmente em São Paulo, de forma rápida e sustentável. Investir em caldeiras e outros componentes necessários para este trabalho é muito caro. São necessárias sinalizações positivas do governo para que os empresários direcionem seus investimentos nesta área.



86

MERCADO

Outubro 2014

Giro do setor GANA PATRICIA BARCI,

FILIPINAS DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

Um projeto para a construção de uma nova unidade produtora de açúcar e etanol no valor de 250 milhões de dólares deve ser criado em Gana, na África. A produção serviria inicialmente, para exportação aos mercados da África Ocidental, de acordo com o Daily Graphic de Gana. O projeto, com data para começar no próximo ano, produzirá 200 toneladas de açúcar e 50 milhões de litros de etanol por ano. Liderado pelo Nungua Warehouse Ghana Limited (NWGL), uma empresa de Gana

que importa e distribui etanol, vai ainda receber assistência de Gapuma UK Limited e Superior Spirits Pvt da Índia. O diretorpresidente da NWGL, Collins Otoo Okley, disse ao Daily Graphic no fim de semana, que a empresa iria consequentemente plantar cana-de-açúcar para evitar qualquer importação de matéria-prima. “O plantio inicialmente será em um terreno de 2.500 hectares, com instalações modernas de irrigação e também iria gerar mais de 5.000 empregos diretos que ajudariam a aliviar a pobreza na comunidade“, explicou.

Cortadores de cana nas Filipinas

Colheita em canavial de Gana

Nas Filipinas, trabalhadores das dez maiores províncias produtoras de açúcar, estão correndo risco de perderem seus empregos, se a indústria local não conseguir se manter competitiva com o sudeste da Ásia, de acordo com informações do Departamento do Trabalho e Emprego Filipino. “As províncias em risco são Negros Occidental, Bukidnon, Batangas, Negros Oriental, Iloilo, Tarlac, Capiz, Cotabato do Norte,

Davao del Sur, e Cebu”, afirma a secretária do Trabalho Rosalinda Baldoz. “Temos que capacitar nossos trabalhadores do setor de cultivo de canade-açúcar, para aumentar a nossa produtividade e capacitá-los para que possam enfrentar os desafios futuros e maximizar as oportunidades na implementação da AFTA -Associação das Nações do Sudeste Asiático para a Área de Livre Comércio em 2015, disse Baldoz.


MERCADO

Outubro 2014

87

Giro do setor AUSTRÁLIA Governo de Queensland, Austrália, apoiou novas leis para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e definir uma meta mínima para mistura de etanol no combustível, durante uma audiência do comitê parlamentar do Estado, de acordo com a APN. O governo diz que a mudança na legislação vai estimular o mercado, gerar mais empregos em indústrias regionais e rurais e vai ajudar a reduzir a dependência da Austrália do petróleo importado. A Austrália importa atualmente mais de 80% do petróleo utilizado no país. E donos de usinas de açúcar

acreditam que a medida vai oferecer aos fabricantes de açúcar uma renda mais diversificada, colocando as empresas em uma posição mais competitiva internacionalmente. “Nossos concorrentes no Brasil e Tailândia têm a vantagem de produzir açúcar e etanol e todos os outros produtos derivados da sua cana-de-açúcar“, disse Quinton Hildebrandele, diretor executivo da Mackay Sugar, que produz mais de 20% do açúcar bruto da Austrália. O plano também iria criar um mercado alternativo para os estoques de açúcar e iria estimular o desenvolvimento regional e rural.

ÍNDIA Uttar Pradesh, o Estado mais populoso da Índia e um dos maiores produtores de açúcar do país, está passando por um período de seca severa, de acordo com informação do governo para a Live Mint. Apesar do período de semeadura já ter sido concluído em 95% da área agricultável, a sobrevivência das culturas continua a ser motivo de preocupação. No oeste Uttar Pradesh, os agricultores estão usando a irrigação através de tubewells e canais, mas não se sabe ao certo como serão os rendimentos à médio prazo, de

Corte mecanizado em canavial de Queensland

FRANÇA acordo com Debasish Panda, secretário da agricultura do governo do Estado. O Estado de Haryana declarou estado de seca em 2 de setembro e está enfrentando um déficit de chuva de 54%. Haryana, juntamente com Punjab e Uttar Pradesh ocidental, são Estados conhecidos por serem altamente agrícolas. Entre primeiro de junho e 03 de setembro, 28 dos 75 distritos de Uttar Pradesh enfrentaram chuvas escassas com déficit de mais de 60% do que é considerado normal, de acordo com o Departamento de Meteorologia do país.

O grupo francês Sofiprotéol irá juntarse ao fabricante de açúcar Tereos para lançar um fundo com o objetivo de incentivar a produção de alimento e projetos voltados para à sustentabilidade, relata a Reuters. A joint-venture “CapAgro Inovação” foi lançado oficialmente nesta terça-feira, dia 9 de setembro e veio a tornar-se a maior economia agrícola da União Europeia, com um capital de 37 milhões de euros (48 milhões de dólares). Seus criadores esperam chegar a 60 milhões de euros até ao final do período de

subscrição em 15 de abril de 2015, de acordo com o presidente-executivo da Sofiprotéol, Jean-Philippe Puig. O fundo de investimento estatal BPIFrance, a Credit Agricole e a seguradora AG2R La Mondiale também fazem parte do CapAgro e as negociações têm aberto espaço para a entrada de novos investidores. A “CapAgro Inovação” terá uma vida útil de dez anos. Os investimentos variam entre 1 e 4 milhões de euros em empresas na França ou em outros países europeus e o fundo tem uma taxa interna de retorno de 12 a 13% ao ano.


88

SAÚDE & SEGURANÇA

Outubro 2014

Mitigar riscos de acidentes aumenta produtividade na indústria ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A indústria apresenta diversas peculiaridades que a distingue de outras atividades econômicas, como: a forma e o tempo que os produtos são executados, a produção centralizada em série e as características da mão de obra utilizada, cujas deficiências de treinamentos afetam seu desempenho tanto na produtividade como na qualidade de seus produtos. A grande questão é saber como aumentar a produtividade das empresas, sem mudar o quadro funcional e alterar a qualidade dos produtos. Por meio de ações organizadas e planejadas da área de Saúde e Segurança isso é possível, segundo Mário Márcio dos Santos, diretor presidente do GSO (Grupo de Saúde Ocupacional da Agroindústria Sucroenergética). Ele explica que a área de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) visa equilibrar da melhor maneira possível a produtividade e a qualidade em um ambiente de trabalho, pois estão intimamente ligadas. “Podemos citar o exemplo de organização e padronização que podem gerar muita qualidade e segurança aos envolvidos tanto nas manutenções como na produção”, comenta. Uma das maneiras, segundo o gestor, seria ter o hábito e regra de abrir ordens de serviços (O.S.) para as atividades de manutenção industrial, com o envolvimento do departamento de segurança do trabalho para análise, e forma em que será executada a tarefa. “Também é preciso analisar se os procedimentos já existentes são suficientes para neutralizar os riscos. Quando for necessário deverão ser tomadas ações para mitigar os riscos. Estas ações já estarão contribuindo com o aumento da produtividade e qualidade nas usinas, pois com a padronização, normas e

Ordens de serviços na manutenção industrial diminuem acidentes

regulamentos, os trabalhos serão realizados com menor tempo, evitando acidentes, refazer trabalhos e a substituição de pessoal da operação por outro com menor experiência profissional. Isso manterá um bom rendimento da produção”, afirma. Segundo o presidente do GSO, uma boa gestão de segurança do trabalho contribuirá com o aumento da produção na indústria, cuja gestão deve ser feita com a ajuda da liderança. “Quem produz o risco é que deve prevenir os acidentes, ou seja, uma atividade pode ser realizada de várias formas, e quem determina a forma, a velocidade para a realização e a prioridade da tarefa, normalmente é o

líder imediato. É dever do departamento de Segurança do Trabalho, entender as tarefas, analisar os riscos e elaborar os procedimentos de segurança baseado em uma maneira habitual de desenvolver a tarefa e com isso a liderança que já é treinada terá plenas condições de aplicar os procedimentos operacionais e o cumprimento das normas”, lembra. O departamento de segurança do trabalho deve auditar o cumprimento da aplicação dos procedimentos já elaborados, segundo o gestor. “Sempre que por motivos técnicos ou motivos adversos os procedimentos padrões não puderem ser aplicados ou as atividades forem realizadas de formas diferentes das

já padronizadas, o departamento de segurança deverá ser comunicado para analisar se os procedimentos são suficientes para neutralizar os riscos. É importante também que empresários e colaboradores estejam cientes do papel de cada um dentro da organização, já que o intuito da segurança e saúde do trabalho não é punir pessoas, mas trabalhar para que suas atividades sejam exercidas com segurança e responsabilidade, visando diminuir os riscos de acidente. “Assim, garantirá a integridade física dos colaboradores e de terceiros, e a consequência de uma boa produtividade, qualidade e um ambiente saudável”, finaliza.

“É preciso manter o trabalhador saudável” Prevenir riscos e manter o trabalhador saudável é a melhor forma de produtividade da empresa. A opinião é de Alexandre Ruy, engenheiro de segurança do trabalho do setor. “Vários acidentes poderiam ter sido evitados se não fosse a pressa e a não observação às normas de segurança”, resume. Por isso, na opinião do engenheiro de segurança, é preciso implantar uma política de segurança efetiva e eficiente, garantindo que todos os funcionários tenham o conhecimento sobre ela. “Ao praticar a segurança do trabalho, a empresa motiva a permanência dos funcionários, resulta no aumento da produtividade, estabelece confiança dos investidores e clientes, reduz de custos por afastamentos e indenizações por doença ou acidentes de trabalho e gera impactos positivos na imagem da empresa. Toda perda pode e deve ser evitada. O trabalhador deve ser visto como o principal

Alexandre Ruy, engenheiro de segurança

patrimônio e deve estar acima dos demais interesses da empresa”, comenta. Segundo ele, o impacto de um acidente é devastador para empresa, pois, irá prejudicar sua imagem e reputação, poderá ocorrer penalidades de contrato, indenizações, ações regressivas pelo INSS, gerar ações trabalhistas, civis e criminais, autuações e interdição pelo M.T.E, despertar um sentimento de revolta, absenteísmos, entre outros”, adverte. Mas para isso é preciso realizar os treinamentos obrigatórios previstos na legislação com todos os trabalhadores, inclusive os líderes e demais superiores. “O funcionário deve conhecer a dinâmica dos serviços e estar preparado para os possíveis desvios ou anormalidades que possam ocorrer. Os treinamentos ajudam a aumentar a produtividade e satisfação dos trabalhadores criando uma mão de obra mais qualificada, competente, mais

saudável e motivadora”, diz. Para Ruy, a Segurança do Trabalho deve participar e acompanhar todas as fases do serviço, desde o projeto, mudança de layout, processo, propondo melhorias, analisando todos os riscos, possibilidades de anomalias, enquadramento às normas de segurança e outros impactos, juntamente com os demais departamentos. “A liderança deve conhecer as normas e procedimentos, ter a consciência da responsabilidade pela segurança e saúde dos trabalhadores e impedir que as normas e procedimentos sejam ignorados mediante situação de urgência ou imprevisto. É necessário também eliminar o comportamento de risco e estar atento e preocupado com as atitudes, suas consequências e zelar pelos trabalhadores das empresas prestadoras de serviço. Um alto índice de abstinência significa baixa produtividade”, adverte. (AM)



90

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Outubro 2014

Authomathika apresenta quatro lançamentos na Fenasucro

Estande da ITM na Fenasucro 2014

Esteiras rotativas ITM asseguram maior produtividade na colheita Estabelecida em sete países, a global ITM, apresentou na Fenasucro 2014 suas esteiras com buchas rotativas para colhedoras de cana-de-açúcar. Indicada para uso em solos arenosos, as buchas com diâmetro de 63 mm possibilitam aumento de 60% no número de horas trabalhadas em relação às esteiras convencionais. A qualidade é comprovada pelo eficiente desempenho destas esteiras, capazes de reduzir o custo de manutenção em até 30% e prolongar a vida útil das rodas e aros motrizes. A empresa, sediada em Atibaia, SP, conta com uma sólida rede de distribuidores

autorizados em seis Estados; são 17 parceiros que facilitam a comunicação da empresa com o consumidor final. A rede de distribuição da ITM Latin America está fortemente articulada para atender prontamente as necessidades de seus clientes, com prestações de serviços em campo, manutenção de equipamentos em oficinas especializadas e suporte técnico de fábrica, assegurando a qualidade dos serviços e resultados. ITM 11 4417.7772 www.itm-latinamerica.com

Formado em eletrônica e automação, Antonio Gusmão é proprietário e diretor operacional da Authomathika, empresa localizada na cidade de Sertãozinho (SP). Especialista no ramo de etanol, açúcar e energia, recebeu com entusiasmo os que visitaram seu estande durante a Fenasucro 2014, quando quatro lançamentos foram apresentados. Carro chefe da apresentação, as soluções para uma medição confiável do nível do Chute Donelly chamaram a atenção do público. Os equipamentos, que já estão Antonio Gusmão, proprietário e diretor operacional sendo comercializados, superam as expectativas iniciais. “Há processos. muito tempo se procura formas de Completam o portfólio de novidades o aprimorar este trabalho. As variações do DPG-1A, um transmissor de posição e bagaço tornam o procedimento complexo, deslocamento de rolo da moenda, e um já que ele pode vir seco, molhado, fibroso, equipamento para medição precisa do em pó, enfim. Desenvolvemos o DCLT-1C mosto, com tecnologia de micro-ondas. e DCLT-1L, que realizam medição contínua. Com eles o trabalho pode ser Authomatika muito mais preciso”, explica, lembrando a 16 3511.1400 necessidade das usinas em otimizar os www.authomathika.com.br

Arysta lança inseticida para combate à broca da cana-de-açúcar Os canaviais nacionais possuem uma nova ferramenta para o combate da broca da cana-de-açúcar, cientificamente conhecida como Diatraea saccharalis. A Arysta LifeScience, apresentou no dia 3 de setembro, o Atabron, inseticida fisiológico de ação seletiva, que age contra o crescimento da broca, durante sua mudança de estágio. Para José Renato Gambassi, gerente de marketing de cana da Arysta LifeScience, o inseticida Atabron promoverá incrementos produtivos para os agricultores de cana-de-açucar do país. “É uma nova ferramenta à disposição do agricultor, que traz de forma efetiva uma contribuição para os ganhos dos indicadores financeiros do setor. O Atabron está disponível em todos os estados produtores”, explica. O controle biológico, com a vespa Cotesia flavipes, para redução da população de lagartas nos canaviais tem se mostrado eficiente em baixa incidência, porém para elevadas infestações a utilização de inseticidas eficientes, como o Atabron 50 EC é recomendada. Gambassi afirmou que este é um importante momento para a produção de cana-de-açúcar, pois há retorno dos períodos chuvosos em setembro e outubro e início do ciclo da praga. “Temos o

inseticida já disponível para proteger a cultura da broca e o período do ano é ideal, já que sempre recomendamos o controle nos primeiros meses de infestação ou ciclo dessa praga”, concluiu.

SOBRE A EMPRESA Sediada em Tóquio, no Japão, a Arysta LifeScience é uma das maiores empresas privadas do mundo no mercado de proteção de plantas e ciências da vida, com faturamento global de US$ 1,6 bilhão em 2013. Presente em mais de 125 países em todo o mundo, a empresa é especializada no marketing e distribuição de renomadas marcas de defensivos agrícolas e produtos de nutrição para atender às necessidades de parceiros mundialmente. No Brasil, a empresa atua há mais de 45 anos com uma história de sucesso e importantes contribuições para o desenvolvimento da agricultura nacional. A Arysta conta com cerca de uma centena de representantes técnicos nas principais regiões agrícolas do País e atua fortemente nos mercados de soja, milho, algodão, cana-de-açúcar, hortaliças, frutas e pastagem. Arysta 11 3054.5000 www.arystalifescience.com.br

José Renato Gambassi, gerente de marketing cana da Arysta


NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Outubro 2014

91

Mitos e verdades sobre o RTK em 900 mhz POR DARY BONOMI AVANZI, PRESIDENTE DO

DIRETOR

INSTITUTO AVANZI

DE

TELECOMUNICAÇÕES

A agricultura de precisão chegou para revolucionar o ambiente do agronegócio, com tecnologias que permitem o aprimoramento das rotinas de plantio, colheita, controle e gestão da produção. Tais otimizações podem ser resumidas em uma única palavra: lucratividade. Dentre elas, merece destaque especial o piloto automático ou simplesmente RTK (Real Time Kinematic), como geralmente é chamado. O funcionamento do sistema todos do agronegócio também conhecem, a área de plantio é georeferenciada, e as plantadoras e colheitadeiras são guiadas por um enlace de radiocomunicação. Esse enlace de radiocomunicação, dependendo do fabricante do produto pode ser na faixa de 450 mhz ou na faixa de 900 mhz. Para quem compra o sistema, muitas vezes, essas questões técnicas passam despercebidas, e podem fazer toda a diferença na performance do equipamento e retorno do investimento.

Importante destacar nesse contexto a diferença entre homologação e licenciamento no âmbito da Anatel. Homologação é autorização para comercialização do produto, responsabilidade do fabricante ou distribuidor. Licenciamento é autorização para uso, responsabilidade do cliente final. Tais termos jurídicos podem causar confusão nos gestores, induzindo a formação de juízo impreciso sobre as obrigações que se está contraindo e contratando. Outro fator que deve ser levado em conta é que para o serviço de RTK funcionar com qualidade e eficiência é necessário o estudo do plano de frequências, que mitigará riscos de interferências e mau funcionamento. Em verdade, quando se adquire qualquer sistema de telecomunicações, muito mais que o produto está se comprando disponibilidade de serviço, e para tanto, um projeto é essencial, para integrar as várias camadas do sistema. A faixa de 450 mhz é licenciada em caráter primário, ou seja, quem tem a outorga pode usar com

proteção da Anatel em relação a interferências prejudiciais de outros sistemas operando em caráter secundário.

Quando se adquire qualquer sistema de telecomunicações, muito mais que o produto está se comprando disponibilidade de serviço Os equipamentos que utilizam a faixa de 900 mhz, além de restrições técnicas no que tange a cobertura, não possuem garantia de operação em caráter primário, pois não podem ser licenciados. Por incrível que pareça muitos consideram tal fato uma vantagem quando na verdade é um fator extremamente crítico do sistema, haja vista não haver amparo legal em caso de interferências prejudiciais (essa regra vale para todos os serviços), e, mormente,

porque a legislação proíbe a integração de antenas de ganho e amplificadores de potência. Em sendo os equipamentos RTK na faixa de 900 mhz, suportados pela resolução 506 da Anatel, (que dispensa de licenciamento uma enorme gama de equipamentos, todos projetados para operar em ambiente indoor, tais como: controle remoto de portão, controle remoto de brinquedos, equipamentos biomédicos, dentre outros) eles não podem ser licenciados. Tais detalhes da norma, desconhecidos de muitos, têm sido a razão de inúmeros insucessos e baixa performance de muitos sistemas. Em suma, o sistema RTK operando em 900 mhz pode ser utilizado em aderência À norma da Anatel com a antena interna original do equipamento. Somente dessa forma, sem acoplamento de acessórios (antenas, amplificadores, entre outros) o sistema estará operando com regularidade. Avanzi 11 2101.4069 www.grupoavanzi.com

Conger e Propark promovem curso sobre destilação A Conger e a Propark Educacional promoveram em julho e agosto em Piracicaba (SP), o curso técnico de destilação, nas dependências da Propark, apresentado por especialistas com grande experiência profissional, como José Henrique de Paula Eduardo, Fernando Bronze, Eduardo Zaine, Cristiano Azeredo, Ivo Soares e José Luiz de Paula Eduardo. O objetivo foi fornecer conhecimentos básicos do aparelho destilador e de seus principais equipamentos e acessórios. Visou também apresentar um panorama do processo de fabricação de etanol hidratado, anidro e neutro, oferecendo os principais conceitos técnicos sobre o assunto, de forma a proporcionar a melhor compreensão do funcionamento e contribuir para a prevenção e a solução de problemas nessa área de grande importância para a indústria alcooleira. Durante esse período, os alunos tiveram oportunidade de ouvir palestras de cinco especialistas bastante experientes que atuam no setor sucroalcooleiro em projetos, desenvolvimento, fabricação, implantação e funcionamento de destilarias, e, ao final do encontro, participar de mesa redonda para dirimir dúvidas e estabelecer o importante intercâmbio de ideias que favorecem o aperfeiçoamento profissional. Pelo sucesso alcançado e pela total aprovação dos presentes, outros cursos deverão acontecer. Conger 19 3439.1101 www.conger.com.br

Público presente no curso de destilação


92

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Outubro 2014

Reunion Engenharia apresenta Bosch Engenharia lança ferramentas de gestão e otimização evaporador de tubos longos A Reunion Engenharia levou à Fenasucro melhorias efetivas das condições operacionais para conquistar rentabilidade no negócio. Muitos clientes visitaram o estande da empresa interessados em fazer diagnósticos das situações atuais das plantas com a finalidade de projetar otimizações, crescimentos orgânicos com otimização de processos, de equipamentos, de mão de obra, treinamento, qualificação e outros aspectos que incrementam o valor dos produtos sem, necessariamente, haver um aumento de área plantada ou aumento da capacidade em termos de equipamentos. “O nosso setor só pode conquistar sucesso porque nós temos produtos, soluções, ferramentas de gestão e, principalmente, demanda”, analisa Tercio Dalla Vecchia, CEO da Reunion Engenharia. Uma das ferramentas profissionais da empresa é a EP, cuja função é ser o “olho do dono” para observar, reportar e atuar no empreendimento desde a execução do projeto até o start up dele. Outra ferramenta importante é o DI que define em que nível a planta está para formatar a referência. Além disso, a Reunion também apresentou no evento a gestão de escopo, uma das nove gestões da matriz de

Estande da Reunion na Fenasucro 2014

responsabilidade que contribui para sair da atual crise, identificando as áreas nebulosas da planta, bem como o gerenciamento de risco capaz de levantar uma série de elementos sobre quais riscos são inerentes ao projeto e como mitigá-los. Reunion Engenharia 11 4156.6688 www.reunion.eng.br

IRBI apresenta soluções para precisão e agilidade de análises Localizada em Araçatuba, SP, a IRBI apresentou na 22ª Fenasucro seu diversificado portfólio de produtos para o setor. Desde 2005 a empresa investe em desenvolvimento de equipamentos para análises, visando precisão e agilidade em resultados laboratoriais. Estes equipamentos, já conquistaram espaço neste segmento, sendo considerados referência no Brasil e no Mundo. Para a feira, a empresa destacou o Agitador AG-4000, o Digestor CD-7000, o Desintegrador DM-540, o Homogeneizador HM-250, a Sonda Oblíqua FB-06, e as esteiras THI e TI.

SOBRE A EMPRESA A IRBI Máquinas e Equipamentos é sucessora da indústria Irmãos Biagi, que atua há mais de 65 anos no mercado. Inicialmente o negócio era focado em consertos de armas de fogo e equipamentos em geral, com crescimento gradual, a IRBI é atualmente forte presença no setor e na construção civil. Para este, a empresa conta com vasta gama de produtos, como betoneiras e guinchos. IRBI 18 3631.5000 www.irbi.com.br

Durante a Fenasucro 2014, a Bosch Engenharia apresentou seu mais novo lançamento: o Evaporador de Tubos Longos. Segundo a empresa, o primeiro equipamento instalado no Brasil será em uma usina de Goiás, na próxima safra (maio de 2015). O equipamento possui vantagens quando comparado a alternativas convencionais, tais como: evaporadores Roberts, Kestner e Falling Film; são elas: melhor coeficiente de transferência de calor – quando comparado ao Roberts; menor custo de Estande da Bosch Engenharia na Fenasucro 2014 capital quando comparado aos tipos Roberts, Kestner e Falling Film; não é necessário estrutura de separador, com baixo custo operacional, aço para suporte, apenas uma pequena eficiência energética, facilidade na limpeza, fundação; fundações simples e de baixo perdas de sacarose reduzidas, além de ser custo; dimensões pequenas; não é ideal para expansão de estação de necessário bombeamento de recirculação; evaporação. baixo tempo de retenção do caldo e a limpeza mecânica é mais fácil do que no Bosch Engenharia Roberts. 19 3301-8101 A Bosch oferece projeto exclusivo de www.boschengenharia.com.br

Petrofisa possui linha de produtos certificados pela Almaco A Associação Latino-Americana de Materiais Compósitos (Almaco) criou um programa para avaliar a qualidade dos tubos de poliéster reforçado com fibras de vidro (PRFV) usados por concessionárias de saneamento básico. A cada três meses, amostras das tubulações fabricadas pelos integrantes do Estande da Petrofisa na Fenasucro 2014 Programa Almaco de Qualidade (PAQ) são recolhidas e testadas para averiguar se Agroindustrial, BP, Cargill, Rio Dourado, estão de acordo com a norma NBR 15536. Santa Vitória e Raízen utilizam os produtos No setor, a Petrofisa é a única empresa da Petrofisa. “Somos a maior empresa fornecedora de soluções em PRFV fabricante de tubos e conexões em PRFV certificada pela Almaco, segundo João para vinhaça”, enfatiza. “Pertencente ao Trivelato, diretor comercial da Petrofisa Grupo Petroplast, com fábricas no Brasil, que esteve presente na Fenasucro 2014. Argentina e Equador, a empresa é capaz “Outro diferencial da empresa é a de atender toda a América Latina com suas seriedade no cumprimento de contratos e soluções em tubos e conexões em PRFV”, dos prazos estabelecidos. Conseguimos afirma. atender o cliente de acordo com suas necessidades, atendendo todas as normas Petrofisa vigentes”, diz Trivelato. 41 3626.1531 Empresas como a Bunge, Odebrecht www.petrofisa.com.br


NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Outubro 2014

93

Equipamentos da TGM se destacam na Fenasucro As principais atrações no estande da TGM durante a Fenasucro foram os equipamentos expostos. A engrenagem anel com eixo pinhão de um G3 Full foi um dos mais fotografados pelos visitantes. O conjunto completo do terceiro estágio do redutor planetário é um modelo RPS 3 480 com tratamento superficial em Black Oxide. A imponente peça contribui com a redução do atrito entre os componentes. Outro equipamento destacado foi a turbina TGM de geração de energia através do lixo. Esta turbina utilizará vapor proveniente da queima de Resíduos Sólidos Urbanos (RSUs). O equipamento modelo TMC 15000, que será instalada na Espanha até o final deste ano, irá contribuir para dar destinação correta aos RSUs existentes, gerar energia elétrica limpa e, ainda, gerar renda e empregos para a comunidade daquele município. Já a turbina a gás para aeronaves não tripuladas (Vant – Veículo Aéreo Não Tripulado) despertou a curiosidade em muitos visitantes. A turbina é uma versão de motor aeronáutico que também prevê a sua adaptação para geração de energia de pequeno porte. Também estava exposto, fazendo sucesso, o Redutor Planetário G3 Full para aplicação em moenda; uma mostra do sistema eletrônico de monitoramento e proteção de redutores (Monitork) e um Painel de Controle para cogeração. Segundo Adalberto Marchiori, coordenador do departamento de marketing da TGM, a ideia do Painel de Controle para cogeração surgiu para mostrar a realidade de uma usina de forma bem próxima do cotidiano. “Foi possível realizar diversas e excelentes simulações de operação com um equipamento moderno de automação e controle como este da TGM”, explicou.

Engrenagem anel foi o equipamento mais fotografado pelos visitantes

TURBINA VERSÁTIL As tecnologias das turbinas no estande da TGM possibilitaram mostrar a versatilidade do equipamento para geração de energia elétrica. São modelos que permitem utilizar matérias-primas como cana-de-açúcar, palha, milho, sorgo sacarino, entre outras, para produção de etanol 1G, 2G, açúcar, energia, leveduras e outros produtos em uma mesma planta. Assim, a turbina TGM garante o vapor de processo, a geração de energia elétrica e, ainda, potencializa o excedente desta

energia para exportação. “A diversificação no processamento de matérias-primas é uma alternativa que está ganhando espaço nos projetos. Tecnicamente, a escolha do produto a processar é uma decisão de cada unidade e apresenta uma gama de alternativas”, afirmou o diretor de engenharia da TGM, José Paulo Figueiredo. TGM 16 2105.2600 www.tgmtransmissoes.com.br


94

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Outubro 2014

Prolink se destaca no mercado de correntes

APS apresenta o PSTX da ABB

Fundada há 20 anos, a Prolink atua na fabricação e prestação de serviços em correntes e equipamentos transportadores para todo Brasil e América Latina. Instalada em um parque fabril com 40.000 m², localizado em Piracicaba, interior de São Paulo, tornou-se referência no mercado pelos serviços prestados. Com maquinário de última geração, a Prolink realiza análises completas da qualidade das correntes, tanto em componentes novos quanto em usados. Os equipamentos são conduzidos por uma equipe treinada que assegura um índice de qualidade e confiabilidade de seus produtos. “Esse é nosso grande diferencial. Nem as empresas de inspeção contam com tais equipamentos. É sinônimo de segurança e de uma safra tranquila para as usinas”, diz Davi Costa, diretor financeiro da Prolink. Questionado sobre as perspectivas de mercado para os próximos meses, Costa aposta em uma recuperação do segmento. “Continuamos acreditando que a situação do setor vai melhorar. Todos esperam que depois das eleições tenhamos uma melhora do país como um todo”. A empresa esteve presente na edição 2014 da Fenasucro, realizada na última semana de agosto, quando aproveitou para estreitar relacionamento com clientes e

A APS disponibiliza para o mercado, o último lançamento da ABB: a Softstarter PSTX. Líder no segmento de partida suave para motores, a ABB conta com o seu mais novo modelo no controle e proteção de motores. “A PSTX chega com novas funcionalidades e maior confiabilidade, além de rápida instalação e comissionamento. Entre as novidades do produto, o novo equipamento conta com um IHM extraível padrão, que torna a comunicação mais Softstarter PSTX reúne rapidez na instalação e no comissionamento simples e possui uma interface intuitiva e simples para o usuário. O IHM extraível grandes motores, além de ser indicada nas possibilita que o usuário controle a aplicações mais críticas que necessitam de Softstarter sem abrir a porta do painel”, completa proteção. revela a ABB. O equipamento mais completo para APS Componentes Elétricos qualquer aplicação de partida do motor, 11 5645.0800 disponível até 370 A, atende pequenos e www.apscomponentes.com.br

Equipe Prolink durante a Fenasucro 2014

amigos. “Essa feira movimento o setor, independentemente da situação em se encontra”, finaliza. Prolink 19 3423.4000 www.correntesprolink.com.br

Condensador evaporativo da Citrotec oferece economia energética A Citrotec, sediada em Araraquara, SP, consolidou sua tradição no ramo industrial ao trazer como destaque para a 22ª Fenasucro o Condensador Evaporativo para Turbinas de Condensação, equipamento com elevada eficiência e fácil operação, tornando o processo industrial mais dinâmico. Através de princípios termodinâmicos, o equipamento realiza a condensação do vapor de escape da turbina. O Condensador Evaporativo possui baixos custos operacionais e de manutenção, com instalação compacta. O equipamento dispensa o uso de torre de resfriamento e pode ser produzido em módulos. Seu desempenho garante menores custos para a usina, pois há baixo consumo de energia e baixa reposição de água. Comparado aos sistemas convencionais de condensação, o condensador da Citrotec apresenta 75% a menos de potência instalada, agregando lucro para a unidade, que poderá se beneficiar mais com a cogeração. A reposição de água deste equipamento também é destaque quando comparada ao sistema convencional, pois há reposição de no máximo um metro cúbico de água para cada tonelada de vapor condensado. A empresa conta com mais seis produtos para o setor, como o Ecovin,

Evaporador de Concentração de Vinhaça, potente ferramenta que reduz em dez vezes o volume da vinhaça; o Reboiler, que trabalha sob o efeito de névoa turbulenta descendente, auxiliando na diminuição do volume de vinhaça, com o mínimo de incrustação e máxima eficiência; e ENET - Evaporador de Névoa Turbulenta, equipamento de múltiplos efeitos utilizado na concentração de caldo com mínimo nível de incrustação, possibilitando o trabalho durante dias, permitindo limpeza tipo Clean In Place (CIP) .

SOBRE A EMPRESA A Citrotec investe em processos inovadores e na capacitação de seus profissionais, a fim de oferecer excelência em produtos e serviços de engenharia, fabricação, montagem e assistência a equipamentos industriais, voltados para as áreas cítrica, sucroenergética, de mineração, agroindustrial e de caldeiraria em geral. O comprometimento com a qualidade de seus produtos e serviços, comprovado pela certificação ISO 9001:2008, atesta a conquista de credibilidade nesses mais de 10 anos. Citrotec 16 3303.9796 www.citrotec.com.br

Condensador evaporativo da Citrotec


95

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Outubro 2014

Cintas de poliéster em sistema de acoplamento flexível trazem ganhos de produtividade Fácil de instalar, equipamento reduz gastos e aumenta eficiência nos ternos de moenda A Okubo Mercantil, empresa com tradição de mais de 40 anos no mercado e com ampla atuação no setor sucroenergético no Brasil, está empenhada na preservação do sucesso das Cintas de Poliéster aplicadas nos acoplamentos flexíveis. Durante a Fenasucro 2014, as eslingas aplicadas nos acoplamentos dos ternos de moenda foram destaque no estande da empresa, além da disponibilidade de informações acerca dos critérios necessários à inspeção e, principalmente, substituição destes produtos. As vantagens observadas não se restringem ao ganho de produtividade. O produto reduz em até 13% a potência utilizada em moendas alimentadas por energia elétrica e em até 25% nas que utilizam vapor. Em razão de sua flexibilidade, as cintas de poliéster absorvem os impactos e permitem um maior deslocamento dos eixos, resistindo facilmente à elevada tração transmitida pelas máquinas e reduzindo o custo na manutenção dos equipamentos, que é um dos grandes motivos da adesão destes sistemas com eslingas. O novo sistema tem feito com o que

Cintas de Poliéster

tradicional, de “luvas palito”, fique em desuso, já que problemas durante seu funcionamento provocam paradas não programadas para manutenção, interferindo no planejamento da produção. “Foi certamente uma solução sob medida. Além das brasileiras, unidades industriais da América Latina já aderiram ao sistema, o que revela tendência positiva”, diz Samuel Arantes, supervisor técnico da divisão de movimentação de cargas da Okubo Mercantil. No interior de São Paulo, a Nardini Agroindustrial apostou no sistema e tem se mostrado satisfeita com os resultados

Equipamento instalado na Nardini Agroindustrial, no interior de São Paulo

obtidos. “As cintas de poliéster apresentam bom desempenho e durabilidade, no entanto, não eliminam a necessidade de inspeções programadas, uma vez que o maior desgaste é interno e não externo. Mesmo que dispensem lubrificação e manutenção mecânica, precisam ser avaliadas”, diz Arantes. A montagem do dispositivo é simples e utiliza três tipos de cintas: operação, segurança e retorno. Para tanto, devem ser fabricadas respeitando critérios que garantem a sua eficiência e durabilidade. No Brasil, que desponta como o maior

produtor de etanol do mundo, os ganhos de produtividade gerados por este sistema devem assegurar uma posição competitiva no mercado nacional e internacional. A Okubo Mercantil conta com corpo técnico preparado e disponível para auxiliar nas ações de dimensionamento e verificação das condições das eslingas. Desta forma, o produto pode ter sua eficiência explorada integralmente, sem comprometer o funcionamento do sistema. Okubo 16 3514.9966 www.okubomercantil.com.br

Cintas absorvem os impactos e permitem um maior deslocamento dos eixos


96

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Prozyn apresenta inovações De 26 a 29 de agosto, durante a Fenasucro 2014, considerado o maior evento do setor sucroenergético do mundo, a Prozyn recebeu amigos e clientes e apresentou suas soluções voltadas ao segmento canavieiro. A empresa, que atua no mercado de enzimas e Estande da Prozyn recebeu amigos e clientes na Fenasucro biotecnologia, considerou positiva a participação no evento. menor tempo de lavagem na centrífuga, “Pudemos estreitar nossa relação com melhor qualidade do cristal de açúcar, diversos clientes e gerar novas melhor filtrabilidade e cor e redução do oportunidades. Recebemos muitos elogios consumo de produtos químicos. dos visitantes, que gostaram muito do ambiente acolhedor do nosso estande e Rendimax Sugar agradeceram a recepção de nossa equipe Uma sinergia de enzimas que técnica altamente qualificada”, disse a hidrolisam os polissacarídeos presentes no empresa em comunicado. caldo. O uso de Rendimax Sugar promove um maior rendimento diminuindo as PRODUTOS FORAM DESTAQUE perdas no processo de fabricação de açúcar, além de melhorar a eficiência do Starmax Zero processo e qualidade do produto final, Sinergia de enzimas que possui uma reduz a viscosidade do caldo e a utilização termoestabilidade ajustada, dosado antes de lubrificantes de massa. do aquecedor, que quebra o amido sem deixar residual de alfa-amilases no açúcar. Prozyn Outros benefícios são a diminuição do 11 3732.0000 tempo de processo e gastos energéticos, www.prozyn.com.br

Outubro 2014

Vedacert lança sistema de monitoramento de selo mecânico A Vedacert, empresa especializada em vedação de gases e de líquidos através de selos mecânicos de alto desempenho, está há mais de 20 anos no mercado. Em seu portfólio oferece serviços de reforma de bombas centrífugas multimarcas, válvulas em geral, redutores de velocidade e equipamentos dos mais diversos segmentos industriais, entre outros. José Dezza, diretor superintendente da Vedacert, fala sobre o lançamento da empresa em 2014. “A novidade é a linha de circuito fechado. Trata-se de um sistema de monitoramento de selo mecânico. Em seu modelo mais completo, ele se interliga ao painel supervisório e emite um sinal caso falte fluido lubrificando o selo

mecânico. Com isso, é possível agir de maneira instantânea”. O diretor lembra ainda que a empresa conta com uma linha de acoplamento, tipo pneuzinho, que reduz as vibrações das bombas. “Nossos preços são competitivos e garantimos máxima qualidade”, encerra. Localizada em Sertãozinho (SP), a Vedacert atende diversos segmentos, dentre eles o sucroenergético, petroquímico, farmacêutico, químico, bebidas, cosméticos, tintas, siderúrgicos, alimentícios e saneamento. Vedacert 16 3947.4732 www.vedacert.com.br

Estande da Vedacert na Fenasucro 2014

FCN tecnologia propõe alternativas inovadoras para grande e pequeno produtor Tendo em vista as condições atuais do mercado e a quebra de safra de 2014 se estendendo para 2015, a FCN Tecnologia oferece ao mercado sucroenergético três alternativas inovadoras para o corte de cana: a Policana 2L, a Corticana e a Centracana. “O maquinário convencional do mercado não atende a necessidade do Brasil, pois não consegue trabalhar em topografia acidentada. Por isso, lançamos soluções inovadoras e com ótimo custo-benefício”, revela Cássio de Castro, diretor comercial e administrativo da FCN Tecnologia. Há quatro anos, a empresa lançou a Policana 2L, um dispositivo acessório de colhedoras combinadas de cana-deaçúcar, ou seja, um densificador de linhas de colheita, acoplável à colhedora de cana. O acessório promove a duplicação da densidade das ruas de colheita. “À medida que a colhedora se desloca colhendo a cana à sua frente, a Policana 2L corta a rua ao lado, encostando-a na seguinte, criando desta forma a “rua gorda”. Isso promove o aumento da produção da colhedora em torno de 30%. A produção vai aumentar sem ter que aumentar a produtividade, com menor custo de operação, com menor compactação do talhão e menor consumo de combustível”, diz. Outra tecnologia é a Corticana que

pode revitalizar o uso da carregadora de cana. “Trata-se de um dispositivo acessório de carregadoras de cana-deaçúcar, densificador de linhas de colheita, o qual atua simultaneamente nas duas linhas de cana frontais e simétricas em relação ao centro de trânsito do trator “R”. A máquina promove a duplificação/triplicação das linhas de colheita. Com a Corticana aumentou-se em 50% a produtividade em relação aos tradicionais”. Em 2013 foi lançado a Centracana, equipamento para corte basal, desponte e aleiramento de duas fileiras simultâneas de cana crua ou queimada. “Trata-se de equipamento apto ao corte de canaviais situados em terrenos com topografia inadequada ao trânsito operacional seguro da colhedora combinada, porém próprios ao trânsito sem risco de tratores modelo PCR, preferencialmente 4x4 na faixa de 100 HP de potência, com ou sem carregadora de cana nele instalada. Ela corta, desponta e acumula aleira longitudinal de um par de fileiras de cana em terrenos com declive que permitam o trânsito seguro de um trator como se estivesse equipado com carregadora de cana”, afirma. FCN Tecnologia 19 3035.0921 www.fcntecnologia.com.br

Cássio de Castro, diretor


NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Outubro 2014

97

Sermatec e Renk Zanini ganham novas marcas Sermatec passou a se chamar Zanini e a Renk Zanini tornou-se Zanini Renk Durante a Fenasucro 2014, os CEOs, Dario Gaeta e Mauro Cardoso, da Sermatec e Renk Zanini, respectivamente, informaram o novo posicionamento das marcas. A Sermatec passou a se chamar Zanini e a Renk Zanini tornou-se Zanini Renk. As razões sociais das empresas também serão alteradas. “O novo posicionamento traduz a realidade das empresas de bens de capital do grupo, buscando soluções e tecnologias de ponta para seus clientes e mercados. Essa busca tem norteado inclusive, o planejamento estratégico de ambas as empresas”, explicou Gaeta. Nos últimos anos, apesar da retração do mercado e das dificuldades enfrentadas pelas indústrias brasileiras de bens de capital, as empresas cumpriram seus compromissos entregando todos os seus contratos, diversificaram seus mercados e, principalmente, investiram em inovação e tecnologia. “A Zanini, mantém o tradicionalismo da marca, que contribui para novas parcerias, que redundam em inovações tecnológicas para o setor”, afirma Gaeta.

Dario Gaeta, presidente da Zanini e Mauro Cardoso, CEO da Zanini Renk

Acordos importantes foram estabelecidos com empresas renomadas como a Foster Wheeler, para produção de caldeiras de leito fluidizado, Heurtey Petrochem para fornecimento de fornos de aquecimento e fornos de processos para petroquímicas, MTR para desidratação de etanol por membranas e Maraldi para esferas de armazenamento. Com estes

acordos, as empresas contam com a engenharia mais robusta do setor. “Todo este empenho e trabalho já resultam positivamente. Estamos com uma carteira expressiva para construção de empreendimentos de grande magnitude, como a caldeira de leito fluidizado mais moderna do Brasil, que será instalada na Delta Sucroenergia, a maior planta térmica

individual de biomassa do mundo com capacidade para produzir aproximadamente 376.000 MWh/ano, quantidade suficiente para abastecer anualmente uma cidade como São Bernardo do Campo (SP)", finaliza Gaeta. Zanini Renk 16 3514.9888 www.renkzanini.com


98

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Outubro 2014

ADI Systems se consolida no Linhas de fertilizantes aumentam mercado de sistemas de eficiência da adubação tratamento de efluentes industriais A indústria de destilaria enfrenta um grande desafio: a redução dos custos de energia assim como o lançamento de um efluente problemático, a vinhaça. As características da vinhaça dependem do tipo e qualidade da matéria-prima (melaço, cereais, canade-açúcar, mandioca). Sistema de tratamento de efluentes da ADI Systems Métodos de disposição e lançamento convencionais, A ADI Systems fornece sistemas de têm desvantagens, como: custos elevados, tratamento de efluentes industriais há alta demanda de água ou requisitos de décadas. Já foram instalados mais de 40 energia excessivos. A vinhaça de destilaria sistemas no mundo, tratando vinhaça da tem uma alta carga orgânica e é um destilaria, incluindo produtores de álcool e excelente candidato para tratamento etanol de milho, batata, melaço e anaeróbio. mandioca. As tecnologias da ADI Este é um processo energeticamente provaram ser extremamente confiáveis, de eficiente, usado para tratar águas residuais baixa manutenção e fortes para resistir ao industriais de alta carga. O biogás rico em teste do tempo. metano que é produzido no tratamento anaeróbio de efluentes pode substituir ADI Acqua Engenharia e Consultoria combustíveis convencionais e oferecer às 19 3561.6100 destilarias economias em custos de energia. www.acquaeng.com.br

Em sua maioria, os fertilizantes utilizados para adubação da cana-deaçúcar apresentam baixa eficiência na nutrição desta cultura, pois contém nutrientes passíveis de perdas. Com a necessidade de aumento de produtividade do setor, a Yara desenvolveu o Programa Nutricional Longevita, que visa melhorar a eficiência da adubação na cana. O Programa contempla duas linhas de fertilizantes. A primeira é a YaraMila, que garante maior uniformidade do canavial por ser um fertilizante com NPK no mesmo grânulo, ótima distribuição no solo e absorção garantida dos nutrientes. A segunda é a YaraVita, que melhora o vigor da lavoura e a nutrição equilibrada da cana, proporcionando uma ótima relação custo-benefício ao produtor. Com as soluções integradas, aliado ao clima favorável e manejo correto de defensivos agrícolas, o Programa

Nutricional Longevita possibilita recuperar soqueiras de cana pouco produtivas, aumentando o rendimento da cultura e adiando a renovação do canavial (que representa o maior investimento na cultura), diluindo os custos desta etapa em um período mais longo de tempo e, por consequência, aumentando a lucratividade do canavial. Yara Brasil 51 3230.1300 www.yarabrasil.com.br

Gasil exporta sistema de geração de ozônio para a China A utilização do ozônio no processo de tratamento do caldo de cana-de-açúcar (clarificação e esterilização) e no tratamento do mosto de alimentação da fermentação, aos poucos tem se consolidado no mercado sucroenergético nacional e internacional. Prova disso é que a Gasil embarcou, no último dia 5 de setembro, sua primeira exportação do Sistema de Geração de Ozônio para o tratamento de caldo de cana. A tecnologia foi vendida para a empresa chinesa chamada Camce. “A tecnologia permite a eliminação do uso do enxofre e de outros produtos químicos, como clarificantes, bactericidas e antibióticos. Nossos equipamentos extraem o oxigênio do ar atmosférico e o transformam em Ozônio na própria usina”, garante Raimundo Silton, diretor da Gasil. De acordo com ele, além de garantir um produto mais saudável e reduzir a emissão de poluentes, existe grande redução de custos na indústria com a utilização da nova tecnologia. “A substituição destes produtos químicos agrega valor ao produto final. O processo de clareamento com ozônio tem relação com o potencial de oxidação do gás, quase três vezes maior que o do cloro e duas vezes mais alto que o do enxofre. O resultado é um açúcar mais claro e sem resíduos, pois em contato com a água, o

ozônio (O3) volta a ser oxigênio (O2) e água”, explica. Além da empresa chinesa, usinas nos estados da Paraíba, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Mato Grosso do Sul já utilizam a tecnologia para produção de açúcar sem enxofre e álcool sem antibióticos. Considerando-se todos os benefícios promovidos nas diversas etapas do processo, a produção do álcool através do caldo tratado com Ozônio tem um grande destaque. Entretanto, há diversas outras vantagens, segundo Silton, como: ausência de passivo trabalhista; compatibilidade ambiental; produção de oxigênio e água como subprodutos do processo; necessidade de utilizar apenas ar atmosférico e a energia elétrica como insumos; redução das perdas em vazamentos ocasionais (ausência da ação corrosiva do enxofre); redução do tempo morto nos processos industriais; redução na presença de mecaptanas (responsáveis pelo odor no álcool); aumento no rendimento do álcool, em até 14 litros de álcool/t de mel; melhora na qualidade do álcool (em termos de condutividade e pH); melhor qualidade do condensado vegetal (pH naturalmente acima de 8); entre outras. Gasil 81 3471.8543 www.silton.com.br



100

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Outubro 2014

Torfer oferece juntas de vedação, Fermentec explica importância placas avulsas e chaves de aperto da seleção de leveduras A Torfer oferece ao mercado nacional juntas de vedação para todos os modelos de equipamentos. As gaxetas podem ser fabricadas em diversos materiais (EPDM, NBR ou Viton) de acordo com as condições de cada projeto. Conhecendo a necessidade de seus clientes em aumentar a área de troca térmica dos seus equipamentos, a empresa dispõem de estoque diversificado de placas avulsas de várias marcas para ampliação e otimização. Chaves de aperto de Juntas de vedação para todos os modelos de equipamentos alta qualidade para equipamentos de todos os tamanhos também fazem parte do capacitada para prestar os serviços portfólio. executados, a empresa é sinônimo de Além da gama de equipamentos qualidade e tradição em manutenção e revisados a pronta entrega, a Torfer oferece peças de trocadores de calor há mais de 20 qualidade e garantia dos equipamentos e anos oferecendo as melhores opções para a dos serviços prestados e inúmeros serviços sua empresa e seus negócios. em trocadores como limpeza das canaletas, gabaritagem, detecção de furos/trincas e Torfer Trocadores de Calor microtrincas, soldagem, entre outros. 11 5058.6118 Com uma equipe treinada e www.trocadorestorfer.com.br

As tecnologias desenvolvidas pela Fermentec visam a melhoria de performance dos processos produtivos do setor e visam a redução do custo em busca da sustentabilidade. Dentro deste cenário, a escolha da levedura mais apropriada para a fermentação industrial é fundamental para o aumento de eficiência e de estabilidade de processo frente às variações inerentes à indústria. Nas últimas três décadas, quatro das cinco leveduras industriais selecionadas pela Fermentec, (VR-1, PE-2, CAT-1, FT858L e agora Fermel®), são linhagens utilizadas por cerca de 90% das destilarias

brasileiras, com excelentes habilidades fermentativas. A levedura FT858L, lançada em 2010, vem demonstrando excelente desempenho. E agora, a Fermel®, nova levedura desenvolvida pela Fermentec em parceria com a Fapesp através do programa Pipe, apresenta excelente desempenho para fermentações com elevadas concentrações de melaço, demonstrando grande potencial de conquista de mercado para as próximas safras. Fermentec 19 2105.6100 www.fermentec.com.br

Levedura apropriada é fundamental para o aumento de eficiência


Outubro 2014

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

101

ITR apresenta portfólio diversificado para desenvolvimento canavieiro A ITR, um dos maiores fabricantes mundiais de material rodante, apresentou nesta edição da Fenasucro para visitantes e clientes seus diversos produtos voltados para o setor. A ITR, possui fabricação própria e fornece para as grandes montadoras em todo o mundo. No Brasil, a empresa possui amplo estoque de produtos para cana. No catálogo de produtos estão esteiras secas e lubrificadas, roletes, rodas guias, roda motriz, aros, sapatas e molas tensoras. A ITR possui unidade especialista em cana-de-açúcar, localizada em São José do Rio Preto, SP, que fornece pós-vendas e serviços reconhecidos pela qualidade e prontidão.

SOBRE A EMPRESA A ITR South América atua desde 1997 na reposição de peças aplicáveis em equipamentos pesados para construção, mineração e agrícola. Em 2011, a empresa junto com o grupo italiano Usco S.p.A, fabricante da marca ITR, formou uma joint venture, tornando-se um dos vários centros de distribuição, operando em todo o mundo. A empresa realiza importação, exportação e distribuição de: material rodante para todas as marcas de equipamentos, peças de reposição em geral para Caterpillar® e Komatsu®, material de desgaste (FPS) para todas as aplicações, esteiras de borracha para miniescavadeiras, rompedores hidráulicos. As vendas são direcionadas para os principais revendedores em todo o território nacional, ou para o mercado internacional. ITR South América 11 3340.7555 www.itrsa.com.br

Equipe da ITR na Fenasucro 2014


102

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Outubro 2014

Metroval inova para aumentar eficiência na produção de etanol

Empresa conta com 15 mil metros quadrados de área fabril

Dispan investe para atender demanda Há 28 anos no mercado, a Dispan é especializada no desenvolvimento e distribuição de estruturas metálicas para passagem de cabos nos segmentos de eletrocalhas, perfilados, leitos e aramados. Sabendo da necessidade e exigência do mercado, a empresa investe constantemente em sua estrutura. Adquiriu equipamentos, como a linha de corte transversal e longitudinal, prensas punsionadeiras, perfiladeiras, frota de caminhões e também no DPCAD, um plug-in com uma biblioteca em 3D, que auxilia engenheiros e projetistas a criar detalhes de instalações. Ao longo dos anos, a Dispan atendeu

diversas obras, dentre as principais usinas, plataformas e refinarias de petróleo, aeroporto de Viracopos, siderúrgicas, mineradoras, indústrias alimentícias e alguns dos estádios que sediaram a Copa do Mundo. Hoje a empresa conta com 15.000m² de área fabril e 200 profissionais, constantemente treinados para manter a qualidade de seus produtos e respeito aos prazos de entregas. Dispan 19 3466.9300 www.dispan.com.br

Para se obter o máximo de eficiência na produção de etanol é fundamental uma ferramenta para medição e controle do brix do mosto. Isso porque a estabilização do grau brix na formação do mosto proporciona a uniformização e repetitividade no processo de fermentação, tendo, por consequência, uma alimentação estável na destilaria otimizando a capacidade produtiva. Diversas metodologias e sistemas são aplicados neste controle, desde análise em laboratório até sistemas de medição online, porém todas apresentam dificuldades em conciliar confiabilidade com desempenho operacional da medição. Com base nas dificuldades relatadas, a Metroval desenvolveu um produto que une resfriador, sistema automático de

limpeza e sensor de densidade de alta confiabilidade. Entre os benefícios estão: interface amigável; adequação de temperatura da amostra a ser mensurada; boa repetitividade, gerando menores incertezas da medição: possibilidade de calibrar o elemento primário em laboratório acreditado RBC; medição constante com baixa necessidade de manutenção e calibração. Metroval 19 2127.9400 www.metroval.com.br

Siemens apresenta tecnologias de última geração na Fenasucro A Siemens apresentou soluções completas que garantem maior eficiência energética e redução de custos operacionais para toda a cadeia de produção das usinas, durante a Feira Fenasucro 2014. Para esta edição, a companhia destacou os diferenciais da turbina a vapor SST — 600, considerada a maior turbina do segmento de açúcar e etanol do Brasil. A empresa comemorou, em junho deste ano, a assinatura do contrato para fornecimento da primeira turbina com acionamento direto para o gerador de 73,4 MW, que dispensa o uso do redutor, para a Usina Delta Sucroenergia. Fabricada no complexo industrial da Siemens em Jundiaí (SP), a turbina a vapor reforça o compromisso da empresa em investir na produção local para atender os clientes de forma rápida e eficiente. Vista como uma das principais contribuições da Siemens para o setor, por sua tecnologia de ponta no ciclo global de termodinâmica, a turbina se consagra como importante aliada das usinas na cogeração de energia a partir do bagaço da cana. Essa vantagem permite otimizar o serviço, por meio da implementação do ciclo regenerativo, ao proporcionar maior quantidade de energia gerada com a mesma quantidade de combustível e, consequentemente, uma receita adicional para o cliente. A tecnologia representa ainda uma inovação na forma de instalação

Turbina SST-600 fabricada pela Siemens

outdoor (ao tempo), reduzindo significativamente os gastos com obras civis. Durante a 22ª edição da feira, a companhia também anunciou a expansão do seu complexo industrial voltado à produção de equipamentos para energia e passa a fabricar no Brasil a tecnologia Sinamics G150. Localizada em Jundiaí (SP), a unidade fabril é a quarta da

Siemens em todo o mundo a produzir o equipamento G150, desenvolvido pela companhia apenas na Alemanha, Estados Unidos e China. O modelo mais compacto, silencioso e eficiente da solução conta com recursos para aumentar a economia de energia e possibilidades de customização. A Siemens agrega este forte conceito de painéis para conversores à sua

produção nacional, com o objetivo de suprir as crescentes necessidades do mercado brasileiro e a perspectiva de atender ainda o mercado da América Latina. Siemens 11 4585.4676 www.siemens.com.br


NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Outubro 2014

103

Teston lançará colhedora de cana em 2015 Em 2015, a empresa Teston vai lançar uma colhedora com alta capacidade para cortar mais de 100 toneladas de cana/hora. A informação é de Pedro Teston, diretor comercial da empresa, que participou da Fenasucro 2014, em Sertãozinho (SP). “No final do ano lançaremos um protótipo e com certeza, essa será nossa grande aposta para 2015, com 100% da tecnologia desenvolvida pela Teston”, afirma. Durante a Fenasucro 2014, a empresa ainda apresentou suas duas novidades: o Gigante 22.000 BR e o Gigante BP, bipartido. O Gigante 22.000 é um transbordo com alto rendimento na colheita, e que reduz em 40% o tempo de descarga por ser fabricado com apenas uma caixa. “O equipamento se desloca junto com o trator, além disso é capaz de levar 20% a mais de cana em relação ao convencional. O operador do trator da colhedora tem contato visual com o equipamento, o que evita batidas no elevador. Esse transbordo chegou para ficar”, revela. A empresa possui mais de 120 transbordos Gigantes instalados no grupo Alto Alegre, além de outros clientes como a Usina Alta Mogiana, Cocal, São Ferrnando, Infinity, Melhoramentos, Santa Terezinha, Grupo Maringá, Itamarati, Usina Coprodia, Odebrecht Agroindustrial, entre outras. “A Alto Alegre precisava de um equipamento com alto rendimento e elaboramos o transbordo conforme orientação do cliente. Eles pediram para fabricar uma torre de elevação mais inclinada, na verdade nos ajudaram a melhorar ainda mais o transbordo. É eficiente no transbordamento e evita acidentes. pois possui um pino que trava a caixa”, comenta. O diretor explica que o Bipartido possui o mesmo chassi, com rala, cambão, e tem a mesma agilidade, mas é necessário transbordar duas vezes. “Temos 20 equipamentos Bipartidos instalados na Agroserra, na Bahia. Como há um clima definido na região, a empresa desloca todos os transbordos para o plantio, ou seja, rodam o ano todo. Além dela, as usinas Melhoramentos e Nova Produtiva realizam o mesmo trabalho durante o ano todo”. A Renuka do Paraná também é uma grande cliente da Teston, inclusive “prestamos o serviço de corte, carregamento e transporte da cana e fornecemos cana para suas unidades”, lembra. Teston 44 3351.3500 www.teston.com.br

Gigante BP, bipartido, apresentado durante a Fenasucro

USINAS LUCRAM COM GIGANTES 22.000BR E 22.000BP 22 vantagens para adquirir o Gigante 22.000 BR

Maior capacidade de carga do mercado Menor consumo de diesel por tonelada colhida Melhora os rendimentos da colhedora Tempo de descarga reduzido até 40% Diminui o tempo de máquina parada por falta de transbordo Baixo índice de compactação do solo Permite transbordagem em locais declivosos Facilita o carregamento para o operador da colhedora Maior estabilidade em terrenos declivosos Maior conforto para o operador, pois não dá solavancos no trator Redução da cana caída em transbordagem Menor desgaste dos pneus Menor possibilidade de deslocamento de pneus Maior agilidade no engate e desengate do equipamento ao trator Facilidade no alinhamento e estacionamento com carretas canavieiras Maior agilidade nas manobras no canavial Intercambialidade de posição do cambão (central e lateral) Reduz acidentes com elevador Facilita operações em marcha ré Maior segurança em operação noturna Baixo custo de manutenção Bitola regulável de 2500 a 2800 e 2800 a 3000mm

22 vantagens para adquirir o Gigante 22.000 BP

Menor consumo de diesel por tonelada colhida Melhora os rendimentos da colhedora e dos caminhões de transporte Diminui o tempo de máquina parada por falta de transbordo Baixo índice de compactação do solo Permite transbordagem em locais declivosos Facilita o carregamento para o operador da colhedora Maior estabilidade em terrenos declivosos Maior conforto para o operador, pois não dá solavancos no trator Redução da cana caída em transbordagem Menor desgaste dos pneus (devido ao sistema de giro dos eixos dianteiros) Menor possibilidade de deslocamento de pneus Maior agilidade no engate e desengate do equipamento ao trator Permite ao operador estacionar a uma distância segura do caminhão, evitando acidentes Maior agilidade nas manobras no canavial Intercambialidade de posição do cambão (troca de bitola central para lateral em apenas 30 minutos) Ajuste do chassi em até 30 minutos Atende a todos modelos de carrocerias e julietas existentes no mercado Reduz acidentes com elevador Facilita operações em marcha ré Maior segurança em operação noturna (tratorista e colhedor estão sempre em contato visual) Baixo custo de manutenção Bitola regulável de 2500 a 2800 e 2800 a 3000 mm


104

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Outubro 2014

Usicap se destaca junto às indústrias sucroenergéticas A Usicap – Usina das Capas, empresa da Guido Empreendimentos, desenvolve capas de proteção para a indústria sucroenergética e indústria de celulose. Com o slogan “proteção que traz lucro”, a empresa reinventou a forma de proteção dos transmissores de nível, pressão, posicionadores, painéis de turbina e painéis elétricos que antes ficavam expostos na indústria. “Nossos produtos são desenvolvidos com matéria-prima de primeira linha e temos patente requerida junto ao INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial”, diz a empresa em comunicado. Após a aquisição e o uso das capas de proteção, muitas usinas, como: a Zilor, Biorigin, Cocal e Clealco, constataram uma diminuição de até 80% nos problemas ocasionados por resíduos industriais, umidade e vapor, aumentando a durabilidade dos transmissores. A Usicap oferece todo o suporte técnico aos clientes, desde a visita técnica e o desenvolvimento de um plano de ação até apresentações técnicas com especialistas no setor esclarecendo as vantagens da aquisição as capas de proteção. Usicap 18 3361.7224 www.guidoempreendimentos.com.br

Isover fornece manta a base de lã mineral para Usina Eber Bioenergia

Mário Guido, diretor

O projeto da usina de cana-de-açúcar brasileira, Eber Bioenergia e Agricultura, do Grupo Sada Bio-energia, se configura como um case para a Isover, um dos líderes mundiais em materiais de isolamento térmico. A obra, que deve ser concluída até o final deste ano, conta com 1500m², o equivalente a 7,2 toneladas, do Ultimate em sua versão industrial. O Ultimate U-tech, manta a base de lã mineral, será aplicado na região da caldeira para garantir isolação térmica e o bom desempenho do equipamento. Para Fernando Davison, analista de mercado industrial da Isover, a especificação do produto trará benefícios expressivos à estrutura. “Podemos falar em redução de

densidade na ordem de 20%, vista a leveza do produto em relação à lã de rocha convencional, e ganho de desempenho de 5%”, atesta. Outro ganho está relacionado à sustentabilidade garantida pelo material, que não gera impactos ao meio ambiente em sua cadeia produtiva. A Isover Saint-Gobain, fundada em 1937 na Europa, está presente no Brasil desde 1951 e desenvolve soluções em isolamento para os segmentos da construção civil, industrial e automobilístico. Isover Saint-Gobain Tel. 0800 055 3035 www.isover.com.br

Redutores SEW melhoram distribuição de torque e acionamento individual de rolos

Dow cria solução sustentável para redução de poeira em estradas não pavimentadas

A SEW-Eurodrive, presente em 48 países e com 15 fábricas pelo mundo, uma delas localizadas em Indaiatuba, SP, trouxe para a 22ª Fenasucro a linha de redutores planetários da série XP, para o acionamento elétrico de ternos de moendas. O acionamento individual dos rolos do terno, possível com este tipo de redutor, permite experiências com parâmetros de extração que não podem ser realizadas com os acionamentos convencionais, além de facilitar a entrada do setor em projetos de cogeração. O equipamento possui como principais características: alto torque de saída de até 3.000 kNm, montagem com pés ou braço de torque, eixo de baixa rotação oco ou sólido, flange para motor ou eixo Cardan e sistema de lubrificação forçada. O maior diferencial da série XP é a utilização de quatro engrenagens satélites no último trem planetário, permitindo melhor distribuição do torque ao eixo de baixa rotação e melhor absorção de eventuais choques provenientes dos rolos da moenda, sem o comprometimento dos

A Dow, provedora de soluções que impactam na qualidade de vida das pessoas, com atuação em diversos segmentos, entre eles, transporte e infraestrutura, traz para o mercado brasileiro a tecnologia mais sustentável de controle de poeira em Estrada após aplicação do Engcontrol estradas de terra, o Engcontrol. A solução, com tecnologia Dow, foi “Com foco somente na economia de água e apresentada durante a 22ª edição da combustível já teremos um ganho em Fenasucro. O produto, quando aplicado, termos de sustentabilidade. O produto permite redução de poeira por horas agrega ainda vantagens logísticas, de subsequentes nas estradas nãosegurança e saúde devido a melhora na pavimentadas de alto tráfego, pátios, pilhas qualidade do ar, através da redução das de estocagem, minas e portos. partículas em suspensão provenientes do Em um comparativo com o tratamento movimento dos veículos em estradas não usual com a aplicação somente de água, as pavimentadas, além da diminuição de vantagens da tecnologia são a melhoria na custos de manutenção de estradas e performance e durabilidade para veículos, aumentando assim vida útil dos supressão de partículas finas, redução de equipamentos”, afirma Daisy de Sanctis, riscos de acidentes devido à baixa líder técnica para a Dow América Latina. visibilidade, menor impacto nas comunidades vizinhas, proteção da DOW qualidade do ar e a redução do consumo 0800 0474714 de água, combustível e emissão de CO2. www.dowbrasil.com

demais componentes do redutor, além de proporcionar redutores de menor massa e dimensão física. Eixos, engrenagens e carcaças são produzidos em ligas de aço especiais. SEW 19 3835.8000 www.sew-eurodrive.com.br


NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Outubro 2014

Caldema agrega suas caldeiras à tecnologia Foster Wheeler As modernas centrais termoelétricas à biomassa têm requerido um incremento constante de sua eficiência e uma grande flexibilidade de combustíveis. Mesmo as biomassas mais convencionais e conhecidas têm mudado suas características. É observado o aumento de impurezas vegetais, impurezas minerais e de umidade. A tecnologia mais adequada para a queima de biomassas com estas novas características é o leito fluidizado borbulhante. A Caldema agregou sua comprovada tradição de mais de 40 anos na fabricação e fornecimento de caldeiras para queima de biomassa à tecnologia Foster Wheeler, empresa norte-americana de maior reconhecimento mundial em tecnologia de caldeiras leito fluidizado (BFB), para a produção das caldeiras Caldema CFW.

CALDEIRAS CFW DE LEITO FLUIDIZADO BORBULHANTE De acordo com Alexandre Martinelli, coordenador comercial e marketing, as características da caldeira CFW de leito fluidizado borbulhante são: dois níveis de ar secundário para redução de emissões de Nox e particulados; alta eficiência para queima de biomassa (99,7%); queima estável de biomassas com alta umidade —

até 60%; alta eficiência > 90% ao PCI; ventilador de ar primário independente, com menor consumo de energia; retirada de cinzas a seco, reduzindo o consumo de água; leito ''Step Grid'', refrigerado a água, com menor volume de areia e tempo de partida e o ''Step Grid'' é integrado à circulação natural da caldeira, evitando a utilização de juntas de expansão.

SOBRE A EMPRESA A Caldema tem como objetivo o atendimento diferenciado ao cliente em qualquer etapa do relacionamento. Preparada para a prestação de diversos serviços tanto no pré-venda como no pósvenda, possui equipes especializadas em todas as áreas. Disponibiliza pessoal com experiência nos mercados nacional e internacional para um ótimo relacionamento com o cliente, esclarecendo possíveis dúvidas em relação à empresa, seus produtos e serviços. Também realiza visitas nas instalações do cliente, visando uma melhor comodidade, satisfação e um contato mais próximo. Caldema 16 3946.2700 www.caldema.com.br

Alexandre Martinelli, coordenador comercial e marketing

105


106

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Outubro 2014

Sugazym amplia o rendimento e qualidade na produção de açúcar A empresa criadora de enzimas SternEnzym GmbH & Co KG apresenta novos compostos multi-enzimáticos desenvolvidos especialmente para a produção de açúcar fino e bruto de beterraba e cana-de-açúcar. Com dextranase e amilase, o Sugazym simplifica o processamento das matériasprimas que contêm amido e dextranos, além de aumentar o rendimento de açúcar e otimizar a qualidade do açúcar cristal. Os dextranos são um problema frequente na produção de açúcar, reduzindo o rendimento do açúcar cristal e diminuindo a qualidade do açúcar. O novo Sugazym DX L remove os dextranos do fluxo de produção no

engenho e na refinaria com a ajuda de dextranases inibindo assim prejuízos financeiros. Além de aumentar o rendimento, a aplicação aumenta também a eficácia do fluxo de processamento o que reduz o consumo de energia. Outro enorme desafio na produção de açúcar cristal é o amido. O novo Sugazym HiTaA L hidrolisa o amido e degrada-o de modo econômico nos engenhos e nas refinarias. O resultado é um açúcar de melhor e constante qualidade e custos de processamento mais baixos. Stern Ingredients do Brasil 15 3023.0444 www.sterningredients.com.br

Rendimento agrícola pode aumentar com uso de equipamento inovador Um equipamento inovador, desenvolvido em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, promete revolucionar o setor sucroalcooleiro nos próximos anos. O adaptador transforma o caminhão convencional em um equipamento agrícola, permitindo ao eixo do veículo expandir e retrair, o que torna o corte mecanizado da cana-de-açúcar mais produtivo. O diferencial é a facilidade de adaptar o veículo rapidamente para as vias rurais ou públicas, dependendo da necessidade. O aumento da produtividade agrícola se tornou um dos assuntos mais discutidos atualmente por especialistas do setor, que têm apontado o pisoteio da rebrota da cana, conhecida como soqueira, como o principal vilão para diminuir a longevidade dos canaviais.

E a função do CG P300 é basicamente preservar o plantio, fazendo com que as rodas dos caminhões passem pelo arruamento das lavouras sem afetar os brotos que resultam em novas safras. “Com o prolongador de bitolas CG P300, é possível aumentar significativamente a produtividade no mesmo hectare explorado. Se fizermos uma conta simples da faixa de cana que deixa de ser pisoteada pela área total do canteiro, isso é extremamente expressivo. O aumento da produção pode chegar a milhões de toneladas”, afirma Valter Pereira, diretor da empresa Carcaças Guimarães. Carcaças Guimarães 16 3969.9393 www.carcacasguimaraes.com.br




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.