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Ribeirão Preto/SP
Dezembro/2014
Série 2
Nº 251
R$ 20,00
PARCERIA TRAZ INOVAÇÃO AO TRATAMENTO QUÍMICO DE ÁGUA INDUSTRIAL Aratrop e Kurita modernizam condicionamento de água de caldeiras e torres de resfriamento
Intacta rolamentos concede crédito às usinas Páginas 4 e 5
Antônio Carlos Degan e José de Aguiar
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ÍNDICE DE ANUNCIANTES
Dezembro 2014
Í N D I C E ACOPLAMENTOS VEDACERT
16 39474732
56
ANTI-INCRUSTANTES ALCOLINA
16 39515080
47
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS
IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS
APS COMP ELÉTRICOS
11 56450800
49
DMB
ARGUS
AUTHOMATHIKA
16 35134000
12
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE
SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS
CPFL SERVIÇOS
19 37562755
48
METROVAL
SÃO FRANCISCO SAÚDE
19 38266670
43
CONSÓRCIOS 19 34758101
23
ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE ALCOLINA BETABIO/WALLERSTEIN
16 39515080
CONSULTORIA
11 38482900
47 42
ÁREAS DE VIVÊNCIA
ABS
17 35311075
16 35124310
34
16 35124310
37
CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL DWYLER
11 26826633
BOSCH ENGENHARIA LTDA
19 33018101
16 33335252
16 39515080
METROVAL
AUTHOMATHIKA
16 35134000
12
METROVAL
19 21279400
20
BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS
16 33335252
47
FEIRAS E EVENTOS FEALQ
19 34176600
30
SINATUB
16 39111384
8 E 45
52
19 37562755
14
48
CALDEIRAS CALDEMA ENGEVAP
16 39462700 16 35138800
13 30
17 35311075
MUNTERS
PROLINK
BASF
19 21279400
20
41 33175050
53
19 34234000
3
RODOTREM
18 36231146
54
SERGOMEL
16 35132600
28
11 30432125 11 56947251
60
11 41668683
17
IHARA
15 32357914
27
SYNGENTA
9
16 08007779070
59
41 33175050
53
12 39468907
38
SOFTWARES IMAGEM GEOSISTEMAS
SOLDAS INDUSTRIAIS AGAPITO
16 39462130
58
CASE IH
COMASO ELETRODOS
16 35135230
16
MAGISTER
16 35137200
11
41 21077400
19
11 56432049
33 E 51
16 35124310
CENTRÍFUGAS 58
COLETORES DE DADOS
COLHEDORAS DE CANA
SUPERFÍCIES - TRATAMENTO E PINTURA
ENGEVAP
16 35138800
30
IRBI MÁQUINAS
10, 39
19 34391101
19 37562755
UBYFOL
34 33199500
7
16 34431160
56
9
16 39426852
58
LEMAGI - SP
22
19 34431400
22
41 21077400
19
CONGER
19 34391101
22
GRÁFICA
JOHN DEERE
19 33188330
21
ENGEVAP
16 35138800
30
SÃO FRANCISCO GRÁFICA
12 39468907
BOSCH ENGENHARIA LTDA
19 33018101
38
BETABIO/WALLERSTEIN
55
TGM
29
JOHN DEERE
19 33188330
21
DMB
16 39461800
6
TESTON
44 33513500
2
TRATAMENTO DE ÁGUA/EFLUENTES
42
16 21052600
41
21 22230899
31
41 21077400
19
TRATORES
TROCADORES DE CALOR 16 39462130
58
16 21052600
41
TURBINAS TGM
52
REDUTORES INDUSTRIAIS 16 21014151
16
18 36212182
VÁLVULAS INDUSTRIAIS FOXWALL
11 38482900
16 35135230
TRANSBORDOS
AGAPITO 6
PRODUTOS QUÍMICOS
GEORREFERENCIAMENTO
CASE IH
16 39461800
PLANTAS INDUSTRIAIS
FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS
SOLINFTEC
CASE IH
DMB
19 34431400
COMASO ELETRODOS
ENGENHO NOVO 58
PLANTADORAS DE CANA
IMAGEM GEOSISTEMAS
ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL
50
16 39452825
FERRAMENTAS
LEMAGI - SP 16 35149966
19 21050800
PINTURAS EM GERAL
24
32
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 27
PENEIRAS ROTATIVAS
22
48
33 E 51
15 32357914
COLORBRAS 19 34669300
11 56432049
IHARA
VIBROMAQ
18 36315000
SUPRIMENTOS DE SOLDA
PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS
ELETROCALHAS
OKUBO
22
UNIMIL
ENFARDAMENTO 6
19 34391101
EXPRESSO RISO
DESTILARIAS
CPFL SERVIÇOS
CONGER
ONG
DESINFECÇÃO INDUSTRIAL
ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA E SERVIÇOS
16 39413367
16 35149966
NUTRIENTES AGRÍCOLAS
25
DUPONT
DISPAN
MARKANTI
4
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS
SYNGENTA
CARROCERIAS E REBOQUES
16 39452825
44
MUDAS DE CANA
15
BAYER
CONGER
VIBROMAQ
17 33611575
MONTAGENS INDUSTRIAIS
CONTROLE DE UMIDADE
MC DESINFECÇÃO INDL
CARRETAS ALFATEK
11 30858003
SEPARADORES
LONAS PLÁSTICAS OKUBO
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
CABINAS CPFL SERVIÇOS
20
MUNTERS DESTAK IDEIAS
CORRENTES INDUSTRIAIS 58
BOMBAS HIDRÁULICAS HELIBOMBAS
19 21279400
INTACTA
18
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
16 39452825
6
LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DE BAGS
CONTROLE DE FLUIDOS
VIBROMAQ
ROLAMENTOS
16 39461800
14
ESPECIALIDADES QUÍMICAS ALCOLINA
3
AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO
EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS HELIBOMBAS
CONSULTORIA FINANCEIRA E INVESTIMENTOS FINBIO
ALFATEK
A N U N C I A N T E S
COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
AGRABEN
INFECÇÕES BACTERIANAS
D E
11 46128202
46
VEDAÇÕES E ADESIVOS FLUKE
19 32733999
57
VEDACERT
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CARTA AO LEITOR
Dezembro 2014
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carta ao leitor
índice
Josias Messias
josiasmessias@procana.com
Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 a 16
Acerto na gestão pode salvar o setor
Cinco perguntas para Zilmar de Souza, gerente em bioeletricidade da Unica
Mesmo com cenário conturbado setor figura entre melhores empresas
Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 a 20
O setor ainda tem esperança no retorno da Cide
Farina diz que setor terá novas unidades até 2023
Seis perguntas para André Rocha, presidente do Fórum Nacional
Sucroenergético
Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .22 a 27
Usinas perseguem benefícios gerados pela telecomunicação
SENTA QUE LÁ VEM A HISTÓRIA
ACADEMIA DE NEGOCIADORES
Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28
Setor comemora revisão da NR 15
Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 a 36
Manejo contínuo garante estabilidade e produtividade ao canavial
Práticas conservacionistas geram ganhos ambientais e financeiros
Usinas utilizam kits contra incêndio nas colhedoras
Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 a 54
Lenha ecológica é alternativa para aquecer faturamento de usinas
Planejamento e especialização elevam eficiência da manutenção
Aço inoxidável reduz custo de manutenção
Aratrop estabelece aliança com empresa japonesa
Balanço energético otimiza custos e gera excedentes para venda
Influências na decantação do caldo
Gegis faz balanço da safra
Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .56 a 58
FIDELIDADE “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor” (Paulo, apóstolo, na primeira carta aos Coríntios, capítulo um, verso nove)
Um golpe na energia da biomassa! Com algumas exceções, o setor sucroenergético brasileiro termina o ano afetado por entraves políticos e com uma das menores margens de lucro dos últimos anos. (veja matéria e quadros demonstrativos nas páginas 14 a 16). Este é um dos piores momentos pelo qual passa toda a cadeia produtiva sucroenergética, do menor ao maior integrante, do grande produtor de açúcar e etanol ao fornecedor do menor insumo. As demandas do setor continuam em pauta, especialmente em ações governamentais. Há uma unanimidade dos produtores em relação à volta da Cide. O setor ainda tem esperanças em seu retorno, porque a contribuição, se realmente direcionada ao seu objetivo inicial, ajudaria a resolver os graves problemas de mobilidade e poluição urbanas e permitiria capitalização das usinas, tão necessária para a retomada de investimentos na produção e produtividade. A luta pela volta da Cide é antiga e inglória. Mas há um pleito, de curto prazo, que o setor precisa defender, que é a não aceitação da redução do teto do PLD — Preço de Liquidação das Diferenças, de R$ 822,83/MWh para R$ 388,04/MWh. A redução drástica está sendo imposta pela Aneel — Agência Nacional de Energia Elétrica, sob a alegação de que existe uma grande diferença entre os valores mínimo e máximo do PLD e que essa volatilidade traz riscos financeiros. Esse foi o mesmo argumento do governo quando acabou com a Cide. E é inaceitável. O que está acontecendo, de fato é um golpe do governo nos produtores alternativos de energia elétrica, por estar com medo de ter que repetir o pagamento pelo teto na próxima entressafra, feito em fevereiro e março deste ano. Como estes meses se aproximam no calendário, correu-se para reduzir o valor do teto para bem abaixo da metade. Esta ação, impositiva mais uma vez, vai desestimular a geração de energia da biomassa e novos investimentos, alerta, preocupado, o especialista em bioeletricidade Zilmar de Souza, na página 12. Com isto, os produtores podem perder a renda extra da entressafra e justamente em momento de intensa crise financeira. Zilmar levantou a questão e deixou todo o setor em estado de choque. Agora, consciente, exige que a Aneel reveja este posicionamento e mantenha o teto nos padrões iniciais.
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O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 — Ribeirão Preto — SP procana@procana.com.br
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parcerias rentáveis aos clientes e demais envolvidos.
Josias Messias josiasmessias@procana.com.br Controladoria Mateus Messias presidente@procana.com.br Regina Célia Ushicawa regina@procana.com.br
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AGENDA
Dezembro 2014
A C O N T E C E U
A C O N T E C E
SBA debate produtividade e eficiência ANDRÉ RICCI,
DA
REDAÇÃO
Em vez de lamentar o atual momento político e mercadológico, as usinas estão buscando soluções dentro do próprio negócio. Informatizar os processos e manter os ativos em plenas condições são formas de mitigar os prejuízos. Luiz Cunali Defilippi, diretor do Grupo Ipiranga, não acredita em uma reação rápida do mercado. Para ele, contar apenas com a recuperação dos preços do açúcar e etanol não é a melhor forma de trabalhar. “É preciso apostar em produtividade e eficiência, além de reduzir os custos”. O Grupo Ipiranga conta com três unidades no Estado de São Paulo, localizadas em Descalvado, Iacanga e Mococa. Juntas, devem moer 5,5 milhões de toneladas nesta safra. Na próxima, mesmo com os problemas climáticos, a expectativa é que o número chegue a 6,1 milhões de toneladas. Defilippi participou do 15° SBA – Seminário Brasileiro Agroindustrial, promovido pela Stab nos dias 29 e 30 de outubro, em Ribeirão Preto (SP). Em sua palestra, falou sobre um dos investimentos feitos pelo Grupo, citando a importância do ERP na gestão industrial. “Com o desenvolvimento das empresas surgiu a necessidade em ter um único sistema online
SINATUB Nos dias 26 e 27 de fevereiro de 2015, a Sinatub Tecnologia, em parceria com a ProCana Brasil, promove o curso de Gerenciamento de Projetos, em Ribeirão Preto, São Paulo. Antecipe-se e faça sua inscrição com desconto. www.sinatub.com.br
Luiz Cunali Defilippi, diretor do Grupo Ipiranga
que contemple todas as informações dos processos. Pesquisamos e investimos, já que este trabalho precisa ser feito de maneira confiável e seguro, podendo, assim, nos ajudar nas tomadas de decisões estratégicas e assertivas”. Quem também esteve presente foi Victor Leonel de Carvalho Filho, gestor de manutenção industrial da Usina São Martinho. O representante falou sobre a importância da manutenção dos ativos, ação fundamental durante a moagem. “O trabalho da manutenção é atender o processo produtivo, que precisa dos equipamentos em condições para suprir a demanda com custo acessível e de maneira segura”. Questionado sobre a realização das
manutenções em um momento financeiro conturbado, ele cita dois fatores que fazem a diferença. “Primeiro que existem investimentos de baixo custo. São cuidados que demandam mais trabalho do que dinheiro. Já os investimentos de maior peso também não podem ficar de lado, precisam ser planejados, pois se não fizer, pode custar mais no futuro”. Como exemplo ele cita a substituição de aço carbono por inox realizada em equipamentos da São Martinho. “Se não tivéssemos investido nisto há alguns anos, hoje nosso custo seria muito maior. Investimentos gradativos não podem deixar de ser feitos, pois a conta pode aparecer em uma situação pior”, lembra ele.
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AÇÃO SOCIAL E MEIO AMBIENTE
Dezembro 2014 MICHEL LACOMBE
Barralcool realiza mais de 6 mil atendimentos em ação social DA REDAÇÃO
Um evento realizado pelo segundo ano consecutivo, marcou a vida de inúmeras pessoas da cidade de Barra do Bugres (MT). Trata-se da Ação Barralcool, realizada anualmente pelo Grupo Barralcool, na Emeb “Herculano Borges”, e que superou as expectativas nesta edição com 6.765 atendimentos, ou seja, 69% acima da anterior. No ano passado foram realizados mais de 4 mil atendimentos. Na iniciativa, que aconteceu no dia 1º de novembro, foram oferecidos mais de 15 serviços, além de diversão para as crianças. Participaram da ação: cabeleireiros, manicures, médicos e dentistas, houve medição de pressão arterial e teste de glicemia, optometria, emissão da primeira e segunda via da certidão de nascimento ou casamento, orientações sobre como regularizar seu terreno ou sua casa, consulta e orientação para SCPC, bem como orientação jurídica. E as crianças desfrutaram de escorregador, pula-pulas e algodão doce. “É uma ação muito importante, pois há uma necessidade não apenas no estado, mas no país. Se as empresas não tiverem essa consciência, os problemas não serão
resolvidos”, diz Rosa Maria Gonçalves de Brito, gerente operacional do Sesi-MT, parceira do evento. Silvio Rangel, assessor da diretoria do Grupo Barralcool, explica que mais de 90% dos voluntários que atuaram nesta edição são colaboradores da empresa. “Esse é o reconhecimento de que as pessoas gostam de ajudar. A ação, que ofereceu de forma gratuita, saúde, lazer e cidadania à população do Jardim Alvorecer e região, foi muito bem-recebida. A participação de todos foi essencial para que fizéssemos a diferença para a comunidade.” A Ação é uma parceria do Grupo Barralcool com a Federação das Indústrias no Estado do Mato Grosso (Fiemt), Serviço Social da Indústria (Sesi-MT), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-MT) e Instituto Euvaldo Lodi (IELMT). Na cidade, conta com o apoio e parceria da Prefeitura Municipal, através das Secretarias de Saúde e Secretaria de Assistência Social, Associação Comercial e Industrial de Barra do Bugres (ACIBB), Ótica & Relojoaria Brilhante, Droga Farma, Caixa Econômica Federal, Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), Cartório do 1º Ofício, Cartório do 2º Ofício, Dr. Antonio Carlos Rufino de Souza e Dr. Hamilton Rufo Junior.
Ação Barralcool: preocupação social da usina com Barra do Bugres
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MERCADO
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Acerto na gestão pode salvar o setor WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO
Nesta próxima safra, usinas devem superar dificuldades políticas e mercadológicas para levar um produto competitivo e valorizado ao consumidor. A partir deste panorama Alexandre Figliolino, diretor do Itaú BBA, traça possíveis previsões para o mercado de etanol e açúcar em 2015. O menor crescimento do Brasil, previsto em 1,3% para 2015 e a queda acentuada do setor primário, atreladas à má gestão pública e a desvalorização do real reforçam o possível enfraquecimento do setor. “Vivemos uma situação de enorme perda, tanto na área dos combustíveis líquidos quanto no setor elétrico. Ambos são regulados e extremamente dependentes de políticas públicas, o que tem trazido prejuízos ao setor sucroenergético, à Petrobras e ao Brasil”, explica. De acordo com Figliolino, faltam políticas públicas para inserir o etanol de fato na economia nacional. O retorno da Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico e aumento da participação do anidro na gasolina podem catalisar esta recolocação. A reivindicação da volta da Cide não pode, entretanto, paralisar o setor, ressalva Figliolino. Para ele, é fundamental manter e ampliar os investimentos em tecnologias.
“Sem dúvida, será através da tecnologia, sobretudo as adotadas nas atividades agrícolas, que o etanol irá recuperar a sua competitividade em relação à gasolina. Temos muito a avançar”. O cenário externo ao setor não é o único responsável por esta crise observa o diretor, para quem a má gestão de algumas unidades contribuiu nas suas dificuldades financeiras. Entre os fatores do insucesso está a ausência de planejamentos a longo e
médio prazos. A alta alavancagem financeira, controles falhos e baixo nível de governança fizeram parte desta administração errônea. “Por mais que tenha sido fundamental para a deterioração do setor a total ausência de definição de políticas públicas; sem dúvida, as questões climáticas e a mecanização acelerada das atividades de colheita e plantio, aliadas à má gestão e planejamento em uma parte significativa do setor também tem seu papel
de responsabilidade no tamanho da crise que vivemos”, adverte. Em contrapartida, o diretor do Itaú BBA enfatiza os bons processos aplicados por usinas com excelência no setor produtivo e econômico. São empresas e grupos com foco em crescimento planejado e com mix de produção rico e flexível à cogeração, que estão sempre atentas à otimização de processos através de inserção tecnológica. Ele afirma que mesmo com 2015 com cenário complicado, a situação ficará próxima do normal para quem é atento à gestão. Pesquisa realizada pelo Itaú BBA desenhou o comportamento econômicofinanceiro do setor. Os 65 grupos avaliados moeram 428 milhões de toneladas, aproximadamente 72% da produção no Centro-Sul. Variação positiva de 13% em relação a 2012/13, quando 378 milhões de toneladas foram processadas. A relação dívida líquida por Ebitda identificou os grupos com melhor retorno financeiro e classificou-os de acordo com melhor desempenho (gráfico abaixo). No quadrante dos melhores (A) há 14 grupos, que juntos moeram 144 milhões de toneladas e obtiveram menor média entre indicadores de 2,1. O quadrante D é composto por dezenove grupos, dos quais seis representam pior desempenho, com moagem acumulada de 37 milhões de toneladas, a relação média de 6,6 é a pior, indicando menor crescimento econômico.
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MERCADO
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ENTREVISTA — Zilmar de Souza, gerente em bioeletricidade da Unica — União da Indústria de Cana-de-Açúcar
Cinco perguntas para Zilmar de Souza ANDRÉ RICCI, DA
1 2 3 4 5
REDAÇÃO
Quais as consequências de uma redução dos limites máximo e mínimo do PLD — Preço de Liquidação das Diferenças? O PLD é utilizado para valorar a energia transacionada no mercado de curto prazo, entre os agentes da CCEE — Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Em janeiro deste ano o PLD esteve na ordem de quase R$ 400/MWh. Em fevereiro e março atingiu o teto, de R$ 822,83/MWh. Nestas circunstâncias, houve uma geração adicional da compra de energia de biomassa, vinda das mais variadas fontes, como bagaço e palha de cana, cavaco de madeira, casca de amendoim e até resto de podas de árvores em cidades que seriam desperdiçadas do ponto de vista energético. Mas tudo isso aconteceu pelo estímulo do preço, que se reduzido — teto pode ser de R$ 388,04/MWh —, pode desestimular a geração adicional. Quando se trabalha com estabilidade na regra, o trabalho é alavancado. Quais os benefícios desta energia adicional? Vimos, neste ano, que o trabalho com biomassa foi aprimorado. Só no primeiro trimestre foram gerados 70% a mais de energia do que em igual período anterior. Isso possibilitou uma oferta maior no sistema elétrico e diminuiu o estresse hídrico, visto que grande parte do Centro-Sul passa por uma severa seca. Com preço remunerador, você estimula oferta de biomassa. A que se deve esta alteração sugerida pela Aneel — Agência Nacional de Energia Elétrica? Eles alegam que existe uma diferença muito grande entre os valores mínimo e máximo. Essa volatilidade traz riscos financeiros ao setor. Daí a importância em reduzir o teto em mais de 50%, segundo eles. Os preços dos leilões de energia, como o A-5, também podem mudar? Não. A proposta vale apenas para a geração de energia adicional, vendida no mercado spot. Os leilões acontecem sob contratos longos. Pode-se considerar um desestímulo a energia renovável? Sim. No caso das usinas que planejavam operar na entressafra e fizeram investimentos para isso, podem ter que repensar a decisão do aproveitamento da palha. Sem contar que é uma renda extra para um setor que passa por intensa crise financeira. Se seguíssemos a metodologia atual, o PLD máximo para 2015 seria da ordem de R$ 860/MWh, contudo propõe-se uma redução de mais de 50% do preço máximo para 2015.
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Mesmo com cenário conturbado setor figura entre melhores empresas WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO
Embora marcado por entraves políticos e econômicos, grupos e empresas do setor conseguem manter boas posições entre as maiores companhias presentes no Brasil e encerram a safra 2014/15 com uma das menores margens de lucro dos últimos anos. As dificuldades aparecem
nos elevados custos produtivos do setor, que podem subir até 10% no final desta safra, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A partir de levantamento compilado pela ProCana Estatísticas publicamos agora as maiores receitas líquidas, Ebitda, receita líquida, lucro líquido, produção e desempenho das melhores e maiores empresas do setor.
Melhores do setor Coopersucar .........................Receita (R$)..........................................23,153,300,000 Coopersucar .........................Lucro (R$) .............................................157,700,000 Raízen Energia ......................Ebtida(R$) .............................................2,505,800,000 Raízen Energia ......................Moagem (t)............................................61400000 Tereos Internacional.............Receita/moagem (R$/t)......................423.2994924
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RECEITAS LÍQUIDAS A Copersucar está entre as 22 maiores receitas líquidas (23,15 bilhões de reais) do país em 2013, e detém os melhores resultados econômicos do segmento sucroenergético, com lucro líquido (R$ 157,7 milhões) superior ao de empresas ligadas aos setores mais aquecidos da economia.
EBITDA O melhor Ebitda do setor pertence à Raízen (R$ 2505,8 milhões) que lidera o ranking do Anuário da Cana 2014 em moagem, foram processadas nas unidades do grupo 61,4 milhões de toneladas na safra 2013/14. A empresa detém a 48ª maior receita do país.
COMPARATIVO Quando a receita líquida é comparada com a quantidade de matéria-prima processada, o grupo Tereos tem a melhor eficiência em relação às demais empresas do setor, com ganho de R$ 423,30 por tonelada processada. Com segundo melhor Ebtida do setor (973 milhões de reais) e terceira melhor receita líquida (8.339 milhões de reais), o grupo se destaca como um dos mais eficientes.
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Usinas estão entre as principais receitas líquidas Dentre as 1.000 empresas com maior receita líquida listadas pelo jornal Valor Econômico, 66 ligadas ao setor figuram na relação. Juntas estas acumularam em 2013 aproximadamente 68 bilhões de reais, com variação média positiva de 11% em relação a 2012. Neste período a safra 2012/13 encerrava com 588,9 milhões de toneladas, que resultaram em 23,6 milhões de metros cúbicos de etanol e 38,3 milhões de toneladas de açúcar. A presença do setor no mercado nacional é forte, porém o retorno destas empresas ainda é baixo. Apenas quatro grupos lucraram acima de 100 milhões no ano anterior (Copersucar, Usina Santa Terezinha, Raízen e São Martinho), outras 13 relataram prejuízo neste período, enquanto cinco não abriram estes dados. De acordo com o Anuário da Cana de 2014, 11 grupos moeram, acima de 10 milhões de toneladas em 2013/14, destas, nove integram as 66 usinas com melhor receita líquida em 2013.
MOAGEM Quando o desempenho por moagem é analisado, a posição no ranking é alterada. Elevados níveis de cana processada não possuem relação direta com a receita líquida da empresa. Para obter boa relação entre estes dois indicadores, um financeiro e outro produtivo, é preciso que o crescimento em capitais acompanhe a produção. O Grupo Tereos foi a empresa com melhor eficiência nestes setores, obtendo a melhor relação entre receita líquida e moagem, com proporção de R$ 423,3 por tonelada, seguida pela Raízen com R$ 153,99 por tonelada e a Usina Batatais com R$ 146,49 por tonelada.
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O setor ainda tem esperança no retorno da Cide ANDRÉ RICCI
E
ALESSANDRO REIS, DA
REDAÇÃO
Passado o período eleitoral é hora de planejar os próximos quatro anos. Para o setor, a certeza é de que dias melhores são necessários para sua sobrevivência. Fora dos canaviais, medidas são aguardadas para que os investimentos, assim como a rentabilidade, voltem. O atual presidente do conselho da Unica — União da Agroindústria da Canade-Açúcar, Roberto Rodrigues, está otimista com a reeleição da presidente Dilma Rousseff e acredita que o governo irá dialogar com setor e tomará medidas favoráveis à agroindústria sucroenergética. O ex-ministro da agricultura mantêm constante contato com os atuais ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Guido Mantega (Fazenda) — para quem ligou recentemente cobrando a liberação do Prorenova —Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais, e teve como resposta que as linhas de crédito estarão disponíveis até 31 de dezembro. “O governo manifesta o desejo de pagar os pecados do passado. Acredito que uma das formas é retomar a Cide como tributo para a gasolina, o que
permitirá parte da retomada de rentabilidade do setor. Isto sinalizaria também que o governo realmente abriu espaço para dialogar conosco”, comentou Rodrigues durante evento na capital paulista. Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag — Associação Brasileira do Agronegócio, corrobora com o pedido, tendo em vista, também, a baixa nos preços do petróleo no mercado internacional. “Estamos conversando já faz um tempo com o governo sobre a Cide. Vejo que o baixo preço da gasolina, assim como a necessidade do governo em arrecadar, podem fazer com que a Cide volte. É fundamental para o setor”, afirmou. Outra ação necessária é o reajuste do preço da gasolina, que logo depois das eleições, foi autorizado pelo também presidente do conselho de administração da Petrobras, Guido Mantega. O reajuste foi de 3% para gasolina e 5% para o diesel nas refinarias. Para Roberto Rodrigues, com a sinalização de uma abertura de diálogo com o governo, o setor precisa se organizar e chegar a um consenso. “Nem entre nós, cadeia produtiva, há um consenso sobre o que queremos. Temos que criar um projeto vigoroso de longo prazo”, afirma.
Roberto Rodrigues: governo manifesta desejo de pagar pecados do passado
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Farina diz que setor terá novas unidades até 2023 Debater ações práticas e efetivas, independente da área de atuação, tem sido uma das soluções encontradas pelos profissionais para driblar a crise do setor. De 16 a 19 de outubro, no Guarujá, litoral do São Paulo, aconteceu 19º Clube da Cana FMC, evento que contou com a participação de mais de 450 pessoas. Foram realizados diversos painéis que debateram os gargalos do segmento. Um deles, sobre “Brasil: Perspectivas políticas e Econômicas - 2014/2018”, contou com a participação do ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega; da presidente da Unica — União da Indústria de Cana-deAçúcar, Elizabeth Farina; e do ex-Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. De acordo com Farina, a estimativa oficial do governo remete a expansão da demanda e da oferta brasileira de etanol, indicando a construção de novas unidades até 2023. Para as unidades existentes há uma projeção de redução da capacidade ociosa e expansão da capacidade instalada. Contudo, para que isso ocorra, alguns fatores precisam mudar, lembra ela. “Além da retomada de ganhos de produtividade, é imprescindível o reconhecimento das externalidades positivas associadas ao etanol”, afirma. Uma agenda com a principais ações emergenciais foi entregue à presidente Dilma Rousseff (PT), solicitando, por exemplo, a definição de diretrizes claras e de longo prazo para participação do etanol
Elizabeth Farina, Maílson da Nóbrega e Roberto Rodrigues
na matriz de combustíveis. Outro tema debatido foi “Eficiência & Gestão – Gargalos de Recursos Humanos e Performance Operacional”. Este, contou com a participação de José Rezende, sócio líder mundial de Agribusiness e consultoria PWC, que falou sobre os panoramas e índices operacionais do setor, além da
importância da gestão de processos no negócio. “Conhecer e promover melhorias no nível de eficiência de seus processos é vital para uma empresa buscar crescimento estruturado e de longo prazo”, afirmou. Antonio Carlos Zem, presidente da FMC Corporation América Latina, acredita que reunir profissionais capacitados em
busca de soluções é fundamental. “Temos que reconhecer que a cana tem sofrido, mas essa fase vai passar. Levar conhecimento e reunir os principais especialistas para abordar os rumos desse setor tão importante para economia brasileira é essencial para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro”. (AR)
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ENTREVISTA — André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético
Seis perguntas para André Rocha
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Com Dilma Rousseff reeleita, o que pretende o Fórum Nacional Sucroenergético? Em função das eleições, o diálogo com o governo foi interrompido nos últimos meses. Há algumas semanas fiz contatos com a Casa Civil e encaminharemos a situação de algumas medidas que precisam ser discutidas. Estamos prontos para retomar o diálogo. Quais ações em pauta? O essencial é que seja criada uma taxa que valorize as externalidades positivas do etanol. Isso poderia ser feito com o retorno da Cide. Queremos também definir o real papel do setor na matriz energética do país para ter previsibilidade no que diz respeito aos investimentos. Outro ponto é a desoneração da folha de pagamento. O auxílio já foi concedido a vários outros setores que passaram por crises como a nossa. É preciso também um plano de valorização da bioeletricidade, seja pela regionalização de leilões de energia ou outro mecanismo que reconheça as externalidades positivas da biomassa. O aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, saindo dos atuais 25% para 27,5%, queremos que ocorra a partir de janeiro de 2015 e não em meados de maio. Outra medida muito importante é melhorar a eficiência do motor flex e isso pode ser feito dentro do programa Inovar-Auto. É preciso que haja estímulo para que os motores flex possam melhorar tecnologicamente e que sejam mais eficientes. Isso traria muita competitividade ao setor. Existe alguma ação prioritária? O mais importante mesmo é definir uma política clara com relação ao preço da gasolina, e com isso, estabelecer que há um caminho de sustentabilidade para o setor do ponto de vista econômico. Dilma Rousseff tem falado em linhas de financiamento para o segmento. É a solução? Não adianta pegar um setor sem lucro, com várias empresas em dificuldade, custos elevados, e criar linhas de financiamento para renovar os canaviais. A empresa está quebrada e não vai expandir canavial e nem renová-lo. Financiamento de estocagem também é inviável, já que o produto precisa ser vendido para ter fluxo de caixa. São medidas importantes, que precisamos contar, mas que precisam de uma sustentabilidade. Hoje, elas funcionam com as poucas empresas que se encontram saudáveis financeiramente, mas não atende a maior parte do setor. São necessárias medidas que atendam a maioria.
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O que espera da presidente? Mais diálogo com a sociedade de uma maneira geral. Que ela possa ter uma melhor percepção do problema e que juntos encontremos a solução desta crise, que não é só do nosso setor. Com isso, teremos um novo tempo sucroenergético, possibilitando, inclusive, que até mesmo o governo volte a fazer propaganda deste trabalho. Queremos que ele esteja inserido em uma política de estado e não de governo. Esta é nossa expectativa. Quais suas considerações finais? É preciso que o governo entenda que não estamos simplesmente tentando resolver problemas do setor. Temos um PIB do tamanho do Uruguai, gerando mais de 1 milhão de empregos. São 70 mil fornecedores de cana. Toda essa estrutura movimenta e mantém a economia de diversas cidades, que espalhadas pelo país, só têm como fonte de renda o setor sucroenergético. A indústria de base tem demitido funcionários, que deixam de gastar em supermercados, lojas, postos, enfim, é um ciclo vicioso. Perde o setor, as empresas, as pessoas, os munícipios, perdem todos. O problema vai muito além do setor sucroenergético, que por si só, tem uma musculatura grande e importante na economia nacional.
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Usinas perseguem benefícios gerados pela telecomunicação RENATO ANSELMI,
DE
CAMPINAS, SP
Apesar das dificuldades impostas pela crise histórica que atinge o setor, diversas unidades e grupos não deixam de “perseguir” um alvo considerado estratégico para a atividade: o investimento em tecnologia visando a elevação da competitividade. E nessa verdadeira “caçada” ao que possa alimentar a sobrevivência saudável de usinas e destilarias, não ficam de fora os recursos tecnológicos da área de telecomunicações. A emissão, transmissão e recepção de informações, realizadas de maneira eficiente, podem se tornar aliadas importantes da gestão de usinas, o que significa, nesse caso, aumento do rendimento operacional e redução de custos. Os resultados se tornam ainda mais promissores com a integração da área de telecomunicações com a TI – Tecnologia da Informação. E é justamente pensando em superar barreiras e criar novas perspectivas, que diversas usinas tentam alcançar novas metas por meio de projetos e investimentos em telecomunicações. Exemplo disso é a Usina Ibéria (Grupo Toledo), de Borá, SP, que tem colocado em prática diversas iniciativas – incluindo alguns testes – nessa área.
Entre os recursos utilizados pela Ibéria inclui-se a telefonia móvel celular – que começou a ser implantada em 2008 ¬– para a transmissão de dados e voz via sinal GPRS. Desde 2013, essa unidade de Borá iniciou avaliações com computadores de bordo para transmissão de dados, também via GPRS, nas colhedoras. A partir dessa iniciativa estão sendo verificados possíveis problemas de zona de sombreamento e velocidade no fluxo das informações, segundo Agripino Thadeu Silva de Andrade, que é coordenador de TI da usina. “O micro de bordo via software embarcado recebe as informações e as transmite usando o pacote de dados, contratado junto à operadora específica para esta função”, observa. A usina conta também com sistema de radiofrequência para a comunicação entre colaboradores do campo, oficina e área industrial – diz. “Hoje basicamente utilizamos o rádio apenas para nos comunicarmos dentro da nossa malha de produção, sem nenhum tipo de armazenamento de informações” – comenta. Segundo ele, a Ibéria investiu em uma nova estação repetidora digital que proporcionou melhorias significativas na transmissão e recepção das informações transmitidas pelo sistema de radiocomunicação. (RA)
Agripino de Andrade: tecnologias verificam problemas nas informações
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Projeto deve ser desenvolvido conforme a estratégia da empresa Para o aproveitamento de todo o potencial da área de telecomunicações – considerada um ramo da engenharia elétrica que envolve projeto, implantação e manutenção dos sistemas de comunicações –, existem diversas alternativas tecnológicas no mercado que criam condições para que as informações sejam disponibilizadas com rapidez e eficiência. O projeto nessa área deve ser desenvolvido, no entanto, de acordo com a demanda e a estratégia de cada empresa. As iniciativas em telecomunicações precisam estar voltadas ao atendimento das expectativas e necessidades de gestores e profissionais que atuam nas áreas industrial, agrícola, de motomecanização, administrativa, entre outras. Em qualquer situação, o objetivo é possibilitar a melhoria da qualidade de comunicação interna, o aumento da produtividade e a redução de custos. Existe a necessidade também de compatibilizar os recursos financeiros disponíveis e a capacidade de investimento da empresa à demanda de soluções – incluindo serviços e equipamentos – exigida pelo projeto. O desenvolvimento de qualquer solução requer ainda um diagnóstico preciso do local onde vai ser instalado – ou mesmo ampliado – um determinado sistema. Além disso, devem ser realizados diversos testes e avaliações detalhadas. Estudos podem demonstrar, por exemplo, qual é a porcentagem de uma área que pode ser utilizada, com melhor performance, para satélite, radiocomunicação e telefonia celular, que são modalidades usadas em projetos de telecomunicações. Em meio ao caixa “apertado”, unidades e grupos optam pela implantação gradativa da infraestrutura necessária para o funcionamento de diversos itens que compõem o sistema de telecomunicações.
Ibéria adotou aplicativos móveis para apontamento de mão de obra
No caso da Usina Ibéria, vários recursos tecnológicos já foram adquiridos nos últimos anos, como repetidora digital/analógica que transmite informações num raio de aproximadamente quarenta quilômetros; repetidora analógica para transmissão das informações na frequência
da oficina e indústria; telefonia celular que possibilita a instalação dos aplicativos móveis; palms designados ao apontamento de mão de obra. Além disso, a empresa utiliza dois links de internet para transmissão de dados. (RA)
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Ibéria faz planos e estudos para agilizar transmissão de dados A ideia da Ibéria não é parar nos recursos já existentes. “Estamos trabalhando na idealização de projetos para que possamos automatizar as informações de operações estratégicas para a empresa”, afirma o coordenador da área de Tecnologia da Informação, Thadeu Andrade. Um projeto em estudo prevê a implantação gradativa de computador de bordo em todo o CCT – Corte, Carregamento e Transporte e, num segundo momento, nas outras operações, como preparo de solo e cultivo, revela. “Está em andamento um projeto piloto para que possamos automatizar 100% dos abastecimentos realizados no campo. O apontamento de produção agrícola
funciona com o coletor de dados e palm. Mas, pretendemos mudar o equipamento e transmitir de forma automática”, diz. De acordo com ele, a usina espera com essas automatizações uma redução significativa no tempo utilizado para a comunicação interna, assim como uma diminuição dos custos nas operações. “Queremos ser mais competitivos em nosso segmento”, ressalta. O grande salto de qualidade no sistema de telecomunicações da Ibéria está sendo dado também a partir da integração dessa área com a Tecnologia da Informação. “A TI da usina tem sinergia muito boa com empresas distribuidoras de softwares e hardwares”, afirma. Em reuniões prévias são colocados os
requisitos exigidos para que as informações – geradas pelo sistema de telecomunicações – sejam trabalhadas de forma automática. “Para isto, são feitas integrações usando servidor web que recebe, por sua vez, essas informações e as direciona para um destino em nossa base de dados”, detalha. Existem muitas vantagens proporcionadas pela integração entre telecomunicações e TI para o processo de gestão da usina – enfatiza Thadeu Andrade –, como confiança e rapidez na transmissão e processamento de informações que ajudam na tomada de decisões. Dessa forma, é possível manter ou alterar os rumos dos processos, visando ganhar produtividade e reduzir custos – destaca. (RA)
Integração de telecomunicações com a TI aperfeiçoa gestão da usina
Avanço tecnológico aproxima o campo do escritório O avanço tecnológico tem quebrado paradigmas no processo de coleta e transmissão de informações. Computador de bordo, smartphone, tablet, radiocomunicador digital, entre outros recursos, estão criando uma nova realidade na comunicação interna de usinas e destilarias, deixando o campo – por mais distante que esteja a área de cana – muito mais “próximo” do escritório das unidades. Os dados coletados no campo demoravam até um ou dois dias, em diversos casos, para chegarem à área administrativa da usina há dez anos. Atualmente a transmissão das informações é feita em tempo real, em poucos minutos ou, no máximo, no mesmo dia no final do expediente, dependendo da tecnologia utilizada. Em alguns casos, a conexão só não é imediata, porque depende de um sinal de qualidade na lavoura, o que pode exigir um melhor posicionamento para a transmissão. De qualquer maneira, essa agilidade na comunicação está criando novos parâmetros no processo de gestão. Permite, por exemplo, que os resultados de uma operação sejam avaliados o mais rapidamente possível, o que possibilita também a imediata adoção de medidas caso as metas não estejam sendo atingidas. A utilização de tecnologias mais avançadas, incluindo softwares de qualidade, está gerando informações mais precisas e detalhadas que compõem uma base histórica consistente para o planejamento de médio e longo prazo. (RA)
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SENTA QUE LÁ VEM A HISTÓRIA Para apagar estigmas, setor precisa contar seu passado recente ALESSANDRO REIS,
DE
SÃO PAULO
Os jornalistas Heródoto Barbeiro, da Rede Record, Luiz Fernando Sá, da Revista Isto É, e Mariana Godoy, ex-apresentadora da Globo News, juntamente com o pesquisador da ESPM, José Luiz Tejon, deliberaram sobre como o setor deve agir para reposicionar sua imagem pública, durante evento que reuniu produtores e lideranças do setor, realizado em São Paulo, no dia 20 de outubro. Heródoto Barbeiro enfatizou que o setor precisa investir sistematicamente em comunicação. “Mesmo em crise, os senhores têm que ter verba de comunicação. Há uma incompetência na forma como se divulga o agronegócio no Brasil”. O jornalista contou que anos atrás, quando lecionava história, questões como trabalho escravo, latifúndio e mercado externo faziam parte (e ainda fazem) da
Heródoto Barbeiro: é preciso comunicar o setor com competência
grade curricular da história da colonização do Brasil, estigmatizando o agronegócio canavieiro. “Está nos livros didáticos. Como mudaremos a percepção da sociedade se isto é ensinado sistematicamente?” Para Barbeiro, o setor precisa contar
sua história recente. “É a partir do ensino fundamental que os rótulos que o setor ganhou no passado precisam ser arrancados. Apresentando a evolução do setor ao longo dos séculos e principalmente nos últimos anos”.
Etanol precisa de única marca
Pesquisa mostra que etanol adquiriu empatia
“Se o etanol tiver única marca, ele será melhor percebido pela sociedade, ensinou Barbeiro”. Para atestar sua conclusão, relembrou que a Trading Copersucar patrocinou na década de 1970 o ex-piloto de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi — primeiro brasileiro a se tornar campeão na modalidade. “Lembro-me que a Copersucar patrocinava o carro dele. É impossível desassociar aquela marca daquele carro, e daqueles títulos. Acredito que assim como a Anfavea Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, representa os fabricantes de carro, o setor também deve ter uma marca que o represente e comunique ao mundo a importância do etanol”.
De acordo com o pesquisador José Luiz Tejon, é preciso desconstruir o estigma criado na década de 1980, de que o etanol tem somente 70% do potencial energético comparado com a gasolina, e que o momento é oportuno para esta mudança, pois pesquisas apontam que o etanol conta com mais empatia da sociedade nos últimos anos. “Constatamos que 89,9% das pessoas consideram que é preciso usar mais a energia renovável que vem da agricultura, como o etanol, e que seu uso contribui para diminuir a poluição nas cidades”, afirma. (AR)
Carro do piloto Emerson Fittipaldi, patrocinado pela Copersucar
Mariana Godoy
Predileção da imprensa é por más notícias Foi consensual para os palestrantes que o setor é vítima da tendência que a grande imprensa possui de veicular notícias com viés negativo, pautando eventuais explorações e acidentes de trabalho em detrimento às ações de desenvolvimento e impacto social realizadas pela agroindústria canavieira. Luiz Fernando Sá admite que há uma predileção jornalística às más notícias. Não obstante, acredita que há espaço na grande mídia para divulgar a importância do setor para a sociedade, e que a liderança sucroenergética deve fazer bom uso disto. Também, acautela que a campanha coordenada pela União da Indústria de Cana-de-açúcar para divulgar o etanol é incompleta. “O setor canavieiro carrega o peso de uma história negativa, mas há uma série de conquistas recentes que precisa ser contada. A campanha do combustível Completão é boa, mas acredito que será melhor se vender a ideia de que não só o etanol é completão, mas toda cadeia é produtiva”, sugeriu.
José Luiz Tejon: sociedade acha importante o uso da energia renovável
Orgulho da cana-de-açúcar O consultor e anfitrião do evento, Plínio Nastari, propôs como solução, educar a sociedade. “Falta educação. Temos que ensinar a importância do valor ambiental, da geração de emprego e do desenvolvimento fora das megalópoles. O setor deveria criar apostilas com informações básicas para educar as pessoas”. A jornalista, Mariana Godoy, discorda. “Eu vou a Piracicaba e vejo a fuligem que suja roupas no varal. Vou a um hotel que gosto, em Alagoas, mas no caminho, quando passo por uma usina, sinto aquele cheiro ruim de vinhaça e isso me desagrada. Essas situações transmitem uma imagem negativa. Será preciso criar “a apostila” para tentar explicar o que visão e olfato compreenderam. O setor carece de uma campanha que dê ao brasileiro orgulho da cana-deaçúcar”. Godoy comenta que nos postos, os próprios frentistas incentivam abastecer com gasolina ao invés de etanol. “Eu não gosto do cheiro da gasolina, por isso abasteço com etanol. Mas há sempre um frentista franzindo a sobrancelha quando peço para completar com álcool combustível”. A ex-apresentadora da Globo News ressalta que ideias antigas sobre o etanol ainda refletem na sociedade. “Me parece que as pessoas ainda possuem aquela ideia da década de 1980, quando se abastecia com etanol e ao ligar o carro no frio, o automóvel demorava a funcionar”. Também admoestou a liderança setorial relembrando uma propaganda que fez sucesso no passado. “Lembram do comercial do Açúcar União, que transmitia a ideia de que açúcar era sinônimo de energia? Por que vocês deixaram que o açúcar se tonasse sinônimo de veneno?” Como solução, Godoy sugere o uso maciço das redes sociais e de ações de marketing que tornaram marcas, como a das sandálias Havaianas, uma grife internacional. "Usemos o Instagram, Twitter e Facebook para apresentar as mudanças que aconteceram no setor e assim suprimir o conceito ruim do seu passado. A Havaianas fez isto com um chinelo. Antes usado para lavar quintal e que agora virou grife internacional”. (AR)
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ACADEMIA DE NEGOCIADORES Ideia é reunir pensadores dispostos a trabalhar como agentes de transformação ANDRÉIA MORENO, DE SERTÃOZINHO, SP
Somente em 2011, a despesa total da Justiça do Trabalho totalizou R$ 11 bilhões. Com essa afirmação, Alberto Camacho, gerente de RH, Grupo Tereos (Guarani), revelou suas preocupações em torno do tema e apresentou no último dia 17 de outubro, em Sertãozinho (SP), durante o III Simpósio Trabalhista Sindical do Ceise Br e Gerhai, a Academia de Negociadores. A ideia surgiu a partir de negociações coletivas e posteriormente a criação de um Fórum de Negociadores, que tinha por objetivo contribuir com todo o processo negocial e para soluções de conflitos. “No dia 16 de julho, nossa reunião tomou rumos distintos. Durante a explanação dos objetivos notamos que estávamos diante de uma oportunidade ímpar de disseminar inteligentemente o papel do negociador frente a uma sociedade aculturada em solução de problemas por meio de zonas de conflitos permanentes”,
Alberto Camacho: ação é oportunidade de disseminar papel do negociador
lembra um dos idealizadores, Alberto Camacho, gerente de RH, Grupo Tereos (Guarani).
Naquela oportunidade, o gestor percebeu que seria possível unir pensadores dispostos a trabalhar como
agentes de transformação. “Queremos reunir pessoas pensadoras especialistas em negociações. Durante uma discussão com Sebastião Macedo, do Ceise Br, a ideia foi surgindo e sentimos que existiam pessoas interessadas. Queremos colocar em cena as posições, situações, responsabilidades como por exemplo, de alguns sindicatos. Não só as empresas, como os sindicatos, não possuem um alinhamento claro, objetivo. Por isso, pensamos em trazer a tona o conceito de negociação e de provocar a paz. Não adianta o negociador focar apenas no pontual, mas envolver toda cadeia, ou seja, áreas distintas. A ideia é ter uma academia que haja uma integração”. Camacho afirma que estão entre os objetivos da Academia, inspirar sistemas de relacionamentos e suas negociações com todos os seus stakeholders, contemplando as facetas humanas na arte de negociar; espalhar conhecimentos por todos os processos de negociações e buscar modelos de negociação sustentáveis para a sociedade. O simpósio ainda discutiu temas como: “Safra do Setor Sucroenergético 2014/15: Resultados parciais e seus impactos na cadeia produtiva”; “Dimensionamento do Setor e Cadeia Produtiva Sucroenergética” e “As negociações Coletivas de 2014: Implicações e Alternativas”.
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SAÚDE E SEGURANÇA
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Setor comemora revisão da NR 15 ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
Com o advento da mecanização da colheita de cana, o segmento ganhou uma nova dinâmica. São supermáquinas com cabines fechadas, ar-condicionado e sistemas automatizados. Mas a evolução também trouxe preocupação para as empresas, uma vez que aumentavam as reclamações trabalhistas ligadas à insalubridade oriunda de vibrações na operação das colhedoras, dentre outras máquinas. Depois de intensa movimentação e discussão em torno do tema, o segmento pode comemorar a revisão do texto da NR 15, em seu Anexo VIII, que estabelece limites para exposição à vibração. A nova redação da Norma foi publicada no último dia 13 de agosto. “O novo texto estabelece os limites de tolerância e níveis de ação de maneira clara e a metodologia de medição estabelecida na NHO-09 (corpo inteiro) e NHO-10 (mão e braço) Norma de Higiene Ocupacional, da Fundacentro”, confirma o coordenador do grupo de Segurança do Trabalho da Biocana, Carlos Eduardo Carvalho, engenheiro de segurança do trabalho da Usina Alta Mogiana. De acordo com ele, esta alteração significou o estabelecimento de parâmetros claros para medição, adotando a metodologia da Fundacentro, NHO, que se aproxima da Diretiva Europeia, fixando como níveis de ação 0,5 m/s² e limite de tolerância 1,1 m/s² para vibração de corpo inteiro, limites compatíveis com a realidade dos equipamentos. “Ou seja, equipamentos novos ou em bom estado de conservação, com seus equipamentos originais de fábrica e em operações usuais, dificilmente ultrapassam o limite de tolerância. Isto porque os caminhões, tratores e colhedoras
modernas, têm banco com amortecimento pneumático e são projetados e fabricados para absorver todas as vibrações do equipamento”, conclui. Leila Alencar Monteiro de Souza, presidente da Biocana, afirma que o Brasil não tinha bem definidos os parâmetros para avaliação dos limites de tolerância para esta exposição durante a jornada de trabalho, por isso a interpretação dos níveis de vibração feita por peritos judiciais, sempre causava debates e dúvidas. “As normas ISO 2631 e ISO 5349 não possuíam tradução oficial, e não estabeleciam limites de tolerância. Foi um ganho excepcional”, revela. Vera Lúcia Martins Guedes, gerente
do departamento Jurídico da Usina Alta Mogiana, explica que por conta destas interpretações, dissociadas de amparo legal, muitas usinas sofreram enxurradas de ações trabalhistas vindicando o pagamento do adicional de insalubridade. A regulamentação do limite de 1,1 m/s2, contido no Anexo VIII da NR 15, foi decisiva para coibir condenações abusivas ao pagamento de adicional de insalubridade por exposição à vibração, segundo a advogada Carolina Bosso, do departamento jurídico da Nardini Agroindustrial. Leila afirma que a discussão em torno do assunto iniciou em 2010, através do grupo de Segurança do Trabalho, da
Biocana, formado por gestores das usinas associadas.
NOVOS DESAFIOS PARA 2015 A aplicação do e.Social, a NR10 e a NR12 deverão render grandes debates nas reuniões do GSO (Grupo de Saúde Ocupacional da Agroindústria Sucroenergética) em 2015. “Depois de um período sem atividades, o Grupo voltou com força total neste final de ano e promete organizar importantes encontros em 2015. Apesar de não ter uma agenda finalizada, algumas reuniões já foram sugeridas em São José do Rio Preto (SP); Ribeirão Preto (SP) e Guaíra (SP)”, revela o presidente Mário Márcio dos Santos.
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Manejo contínuo garante estabilidade e produtividade ao canavial WELLINGTON BERNARDES,
DA
REDAÇÃO
Bons ganhos em produção nos canaviais estão ligados à adequação de processos agrícolas. Para isso, conforme afirmam profissionais do setor, é preciso manejo contínuo deste ambiente. Independente da região, medidas para facilitar o desenvolvimento da cultura devem ser integradas e planejadas continuamente. No Nordeste a utilização da irrigação é fundamental para suprir a demanda hídrica da cultura naquela região. O fornecimento correto de água no campo determina a melhor absorção de nutrientes pela planta e maior vigor, fornecendo assim maior resistência aos ataques de patógenos e pragas. O Centro-Sul atualmente busca melhorias na implantação da cultura através do correto manejo da fertilidade do solo. O preparo profundo do solo tem sido amplamente utilizado nos canaviais, metodologia que reduz a compactação, fornece nutrientes antes locados em camadas mais profundas do solo e resulta em melhor enraizamento. A experimentação de variedades em talhões é comum em todo o país, e possibilita maior flexibilidade da produção, locando determinadas plantas para regiões onde estas possuem melhor desenvolvimento. A rotação de culturas com leguminosas
Edgar Alves da Silva: alta produtividade é resultado de manejo diversificado
também é adotada em canaviais. Além da viabilidade econômica do estabelecimento destas, há benefícios para o solo, como a devolução de nutrientes e melhora da estrutura física de seus agregados. Estas técnicas facilitam o crescimento
da planta, porém não são utilizadas individualmente em canaviais de alta performance. O ambiente agrícola possui diversas variáveis e o monitoramento destas com ações pontuais reflete em maiores ganhos.
Diretores e gerentes agrícolas atribuem o sucesso de seus canaviais à implantação de técnicas aliadas a boas ferramentas. O manejo só bem realizado é aquele que fornece contínuos cuidados às demandas agrícolas.
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Integração de manejos é fundamental Para Edgar Alves da Silva, gerente agrícola da Usina Otávio Lage, do grupo Jalles Machado (GO), a obtenção de elevadas produtividades é resultado da integração de vários manejos com a cultura e o ambiente agrícola. "Considero que o sucesso produtivo é resultado de um conjunto de práticas; adotamos um pacote de manejos há 6 anos e hoje temos bons resultados deste planejamento”. Edgar explica que sua unidade atingiu produtividade acima de 102 toneladas por hectare graças aos planejamentos de tratos culturais. “Se falta algum manejo, por mais simples que seja, já não conseguimos ter a produtividade máxima”. Alves atenta para os cuidados no plantio da cultura. Nesta etapa todo manejo assertivo impulsionará o melhor desenvolvimento da planta. Gerente agrícola da Usina Caeté (AL), Antônio Carlos da Fonseca Pimentel faz coro à afirmação de Edgar Pimentel a longevidade e produtividade dos canaviais estão ligados ao manejo. “Noto que a palavra manejo é esquecida em alguns canaviais, esta deve ter presença diária nos planejamentos da equipe agrícola”, enfatiza. As condições climáticas do Nordeste requerem outras técnicas para o sucesso produtivo da cultura. Conforme afirma Pimentel, a irrigação é fundamental para o estabelecimento da atividade na região. “Para conseguirmos boa produtividade no Nordeste, o fator primordial é manejo de irrigação, ele gera estabilidade em nossa produção”, explica. A usina, pertencente ao grupo Carlos Lyra, possui mais três unidades na região. Edgar afirma que sem investimentos em irrigação complementar, com aplicação de lâminas mais fortes para suprir o déficit hídrico local, a produtividade seria afetada. Na Usina Guaíra (SP), o engenheiro agrônomo júnior Mateus Sebastião Gonçalves da Silva, explica que a otimização destes canaviais passa primeiro pelo controle de todos os processos dos canaviais, que devem ser revistos
Antônio Pimentel: longevidade do canavial está ligada ao manejo
diariamente, pois as variáveis são constantes e mutáveis. “Antes da execução de qualquer operação deve haver o planejamento das atividades básicas”, explica. Mateus afirma que o entendimento do comportamento do campo facilita a inserção de processos agrícolas. A Usina Guaíra possui excelente histórico em produtividade graças a esse monitoramento e aprimoramento de seus manejos. O engenheiro agrônomo cita a aplicação de calcário em profundidade por meio da aração, que favorece o crescimento radicular em profundidade, a destruição da soqueira, aplicação de torta de filtro ou fosfato reativo para
suprir a demanda de fósforo pela planta, o plantio direto da soja sobre a palha e consequente rotação de cultura para reciclagem de nutrientes do solo. Mateus enfatiza o uso da colhedora com triturados de pontas como aliado para o manejo da cigarrinha, uma vez que a eficiência da retirada da palhada é elevada. Em sintonia com esta tecnologia, a integração com sistema de informação geográfica para controle. “Nosso sucesso em produtividade é resultado da integração de todas as áreas e a integração com as excelentes ferramentas para a execução de todas as atividades agrícolas”, conclui. (WB)
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Uso de boas ferramentas otimiza o manejo A adoção de ferramentas de sucesso catalisa os resultados esperados; para isto algumas empresas fornecem produtos sob medida para saltos produtivos nos canaviais. O controle biológico tem ganhado cada vez mais expressão no setor pela efetividade e qualidade. Para Jaqueline Antônio, coordenadora de marketing da Koppert Biological Systems, o uso de produtos biológicos na cultura da canade-açúcar cresceu exponencialmente nos últimos anos, fenômeno ocasionado pela maior demanda de usinas e fornecedores por tecnologias que harmonizem com o campo sem causar impactos ao ambiente e sociedade. “Usinas e fornecedores já utilizam essa tecnologia há algum tempo e o principal relato é como a utilização destes resultam em maior sucesso no manejo e controle das principais pragas e doenças do canavial”, explica. Jaqueline afirma que a eficiência destes produtos é comparada aos químicos. “Isso acontece porque a utilização consecutiva de produtos biológicos para proteção das plantas eleva o ponto de equilíbrio entre pragas, doenças e inimigos naturais dentro do ambiente de produção”, conclui. Jaqueline cita como ferramentas o Trichodermil® SC 1306, fungicida biológico composto de Trichoderma Harzianum, que promove gradativa recuperação da microbiota do solo, além de reduzir patógenos de solo, como Fusarium solani e Rhizoctonia solani, possibilitando melhor desenvolvimento da planta. O combate de pragas entomológicas é um entrave para o setor, porém com uso de inseticidas microbiológicos como o Metarril® WP E9, o processo é simplificado. Composto de linhagem selecionada do fungo Metarhizium anisopliae, que infecta pragas agrícolas, sua atuação é por contato, na qual o fungo germina na superfície do inseto e penetra em seu tegumento, ramificando
para outros órgãos, liberando toxinas que desregulam o metabolismo do inseto, levando-o à morte. Para combater a broca da cana-deaçúcar, Diatraea saccharalis, Jaqueline ressalta a eficácia do agente biológico Trichogramma galloi, que parasita os ovos da broca-da-cana-de-açúcar. A empresa detém o Tricho Strip G, com elevada população deste para combate da praga. Manejos agrícolas eficientes trabalham reduzindo a perda de insumos e a eficiência da fixação da cultura, é o que afirma Auro Pereira Pardinho, gerente de marketing da DMB. Pardinho explica que investimento em implementos agrícolas são tão necessários quanto a escolha de bons insumos. Pardinho, que também é engenheiro agrônomo, explica que produtos como o Adubador de Discos da DMB trabalham para evitar perdas de fertilizantes para o meio ambiente. “Este implemento detém a melhor tecnologia para aplicar adubos no solo, pois minimiza perdas e aumenta as chances de incorporação deste ao solo”, explica. A aplicação do produto próximo ao solo possibilita o uso racional de produto. Um exemplo é a possibilidade do uso da ureia, produto mais barato e acessível, porém muito volátil para ser aplicado em superfície. Pardinho destaca também o Cultivador Novo São Francisco que possibilita adubação e cultivo nas socarias de cana crua e queimada sem a troca de equipamentos para estas atividades. Quando o uso de inseticidas é necessário, o gerente recomenta o Aplicador de Inseticidas de Soqueira, implemento com capacidade para aplicação em três linhas simultâneas no centro da soqueira após a colheita. E ainda o Eliminador Mecânico de Soqueira, maneira eficiente de controlar pragas de solo em épocas de reforma do canavial. (WB)
Auro Pardinho: adubador de discos evita perdas de fertilizantes
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Práticas conservacionistas geram ganhos ambientais e financeiros Procedimentos adequados diminuem perdas de nutrientes por erosão e possibilitam maior aproveitamento da água das chuvas RENATO ANSELMI,
DE
CAMPINAS, SP
As práticas de conservação do solo e da água em áreas de cana-de-açúcar proporcionam benefícios ambientais e financeiros importantes, pois minimizam o risco de erosão e de compactação, diminuem o escoamento superficial de água, evitam a perda de nutrientes e criam condições para a obtenção de uma produtividade (em toneladas por hectare) mais elevada. Há ganhos significativos que não são, no entanto, mensurados com exatidão. Um deles é o controle da perda dos maiores reservatórios de água potável do mundo: os solos. Este é inclusive o benefício ambiental mais relevante em decorrência da adoção de práticas conservacionistas, segundo Marcílio Vieira Martins Filho, professor da Unesp – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Jaboticabal, SP.
Marcílio Filho: práticas conservacionistas preservam água potável
A preservação desses reservatórios, além de garantir o suprimento de água para as comunidades, plantas cultivadas ou não, animais e prevenir a erosão do
solo, evita inundações e assoreamento dos rios, bem como abastece os lençóis freáticos que alimentam os cursos de água – destaca.
Segundo ele, um dos princípios fundamentais do planejamento de uso das terras é um maior aproveitamento das águas das chuvas pela adoção das melhores práticas de manejo para um ambiente, a partir de suas especificidades (qualidades e limitações). “Com isto evita-se as perdas excessivas por escoamento superficial, pois as práticas podem criar condições para que a água pluvial se infiltre no solo”, enfatiza. Marcílio Martins Filho utiliza dois exemplos para evidenciar que as práticas conservacionistas são também economicamente sustentáveis. De acordo com ele, uma pesquisa conduzida na própria Unesp demonstrou que as perdas de nutrientes por erosão em todos os cortes (do primeiro ao quinto) em áreas de cana que utilizam práticas de conservação do solo e da água – também conhecida pela sigla CSA – são menores em relação a outras plantações que não adotam esses procedimentos. O controle de tráfego nos canaviais para se evitar a compactação – afirma – é outra técnica que comprova as vantagens financeiras das práticas conservacionistas. “Pesquisas realizadas na Austrália detectaram aumento de 16% na produtividade e aumento de 30% nos lucros pelo uso do sistema de tráfego controlado quando comparado com o sistema convencional na produção de grãos de sorgo, trigo e milho”, diz.
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Controle de tráfego minimiza compactação em áreas mecanizadas A necessidade de maior controle de tráfego na área de cana, com o objetivo de evitar a compactação do solo, é uma das práticas conservacionistas recomendadas em consequência do crescimento da mecanização do plantio e da colheita, segundo Marcílio Martins Filho, que é vinculado ao Departamento de Solos e Adubos da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp. Se não forem adotadas medidas adequadas, a compactação provoca reduções superiores a 50% no volume de macroporos, os quais determinam a taxa de movimentação de água no solo – alerta. Em decorrência dessa situação pode ocorrer um comprometimento da sustentabilidade e da produtividade agrícola das áreas de produção de cana-de-açúcar – ressalta. “A compactação excessiva pode reduzir a brotação da cultura ou dificultar a penetração das raízes no solo. Afeta ainda a disponibilidade de nutrientes e pode induzir a presença de sintomas de deficiências nutricionais na cultura de cana-de-açúcar”, exemplifica. O controle do tráfego é também uma alternativa técnica de manejo da mecanização para evitar o aumento do escoamento superficial da água – observa. “Deve ocorrer a separação de zonas de tráfego daquelas em que haverá o desenvolvimento da cultura, concentrando a passagem dos rodados em linhas específicas ou delimitadas. Essa técnica pode diminuir substancialmente a
Martins Filho, que é também integrante do grupo de pesquisa CSME – Caracterização do Solo para Fins de Manejo Específico, da Unesp. Esse grupo desenvolve – informa – diversos trabalhos na área de conservação do solo e da água em áreas de cana-deaçúcar, como: perdas de nutrientes por erosão em entressulcos e em sulcos; comprimento máximo ou crítico de canais ou sulcos em desnível; espaçamento ideal entre terraços “passantes” ou “travesseiros”;
escoamento difuso no controle da erosão do solo em áreas sistematizadas. Outro estudo está relacionado à quantidade de palha que deve ser deixada na superfície do solo no período pós-colheita da cana-de-açúcar. Há ainda uma pesquisa, em parceria com a Esalq/USP e a Embrapa, sobre a aquisição de informações detalhadas e sistemáticas sobre os atributos do solo para o seu preparo ou manejo para cultivo de cana-de-açúcar no Planalto Ocidental Paulista.
Sistematização da área exige a adoção de novas estratégias
Agroquímicos devem ser aplicados de maneira correta
O aumento das operações mecanizadas também exige novas estratégias na sistematização da área quando se pensa em práticas conservacionistas. Devem ser consideradas nessas estratégias – explica o professor da Unesp – a redução da mobilização e da desestruturação do solo, o aumento da capacidade operacional das máquinas agrícolas e a melhoria da conservação do solo e da água nos canaviais. Na sistematização da área, existe uma tendência em áreas de expansão e renovação de canaviais da eliminação parcial ou total de terraços e ainda da adoção da sulcação de maior comprimento para facilitar e aumentar a capacidade operacional das máquinas, comenta. Marcílio Martins Filho lembra que há atualmente um grande interesse pela canteirização do canavial, ou seja, a realização de um preparo conservacionista localizado para o qual é indispensável o uso de piloto automático, “Os rodados sempre deverão trafegar, nesse caso, numa mesma posição evitando-se o pisoteio da cultura de cana-de-açúcar”, afirma. Preparo do solo e plantio em contorno, cultivo mínimo, plantio direto, distribuição adequada dos caminhos (estradas e carreadores), terraceamento, subsolagem, bacias de retenção, bigodes estão entre as práticas mecânicas que
compactação do solo e o impacto desta sobre a produtividade da cultura de canade-açúcar”, diz. De acordo com ele, o controle do escoamento superficial também pode ser feito pelo aumento da cobertura da superfície do solo por resíduos de cana-deaçúcar. “Com 50% ou mais de área de solo coberta por resíduos de cana-de-açúcar em superfície, pode-se reduzir o escoamento superficial em até 63 % em comparação ao solo sem cobertura”, afirma Marcílio
fazem parte de um planejamento conservacionista – detalha. De maneira geral, as práticas de conservação do solo e da água deverão ser feitas em função dos aspectos ambientais e socioeconômicos de cada propriedade e região, diz o professor da Unesp.
Florestamento e reflorestamento, rotação de culturas, cobertura morta, manutenção da palha na superfície do solo, faixa de bordadura, cultura em faixa, adubação verde, química e orgânica, manejo do mato estão entre os procedimentos que devem ser considerados – exemplifica.
Os cuidados com a conservação do solo e da água incluem práticas adequadas na aplicação de agroquímicos. O uso da dose recomendada pela bula do produto, o respeito à área de preservação permanente, ao período de aplicação, à carência, à cultura vizinha e a observação da distância mínima de represa, lago, rio, nascente garantem segurança ao meio ambiente, afirma o engenheiro agrônomo Marco Antonio Brito, representante técnico de vendas da Nufarm, que fabrica e fornece inseticida e herbicidas para cana-de-açúcar. Segundo ele, as usinas são bastante disciplinadas nessa área. Para a obtenção de certificação, existem inclusive orientação e auditorias em relação a adoção de práticas adequadas na aplicação de agroquímicos. “Os produtos são também muito específicos e cada vez mais seguros para o meio ambiente e o aplicador”, enfatiza. Deve ser utilizada no máximo a dose de bula – observa. Podem ocorrer variações de acordo com a época de aplicação e a presença de palha no canavial. A Nufarm – destaca – realiza diversos treinamentos voltados à aplicação correta de agroquímicos. (RA)
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Colhedora incendiada
Usinas utilizam kits contra incêndio nas colhedoras ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
Com o advento da mecanização da colheita, os incêndios em colhedoras se tornaram muito comuns. E as consequências dessa queima são os danos de risco de acidentes fatais, perdas totais ou parciais dos equipamentos, interrupção da produção e os danos ambientais. Preparadas contra as intempéries do dia a dia, muitas usinas do setor estão aderindo aos kits de combate a incêndio para colhedoras de cana, que custam em torno de R$ 8 mil, e até mesmo já pensando em instalar em pás-carregadeiras, que custam em torno de R$ 6 mil. Além desse item fundamental na
rotina da empresa, ainda aderem ao seguro da máquina, já que cada uma delas pode custar em torno de R$ 900 mil no mercado. Em uma pesquisa realizada pelo Grupo de Motomecanização do Setor (Gmec), a pedido de um dos participantes do grupo, mais de 80% delas revelaram que utilizam algum tipo de sistema disponível de proteção. Em um grande grupo do setor, todas as 61 colhedoras utilizam kits contra incêndio, inclusive por uma exigência do setor de segurança. “Tivemos quatro princípios de incêndio na safra anterior e graças aos kits não perdemos as colhedoras, nem aconteceram incidentes com colaboradores”, lembra. Segundo este especialista, nos modelos
mais conhecidos do mercado é o operador quem abre a garrafa do propelente, para aspergir o pó ABC nos pontos quentes do motor. “Os incêndios podem acontecer porque muitas vezes o que ocorre depende da questão da percepção do operador, que precisa agir rapidamente em princípios de incêndios. Caso contrário, depois que arrebentou ou mangueira de combustível ou do óleo hidráulico, fica muito difícil apagar o fogo nesses derivados de petróleo. Ele é um dispositivo automático projetado para desencadear a descarga do agente extintor nas áreas críticas, pré-determinadas em projeto”, explica. O assunto despertou o interesse de uma usina do Centro-Sul, que pretende comprar
30 kits. Segundo uma fonte da empresa, recentemente, a unidade perdeu uma colhedora de cana devido a um incêndio provocado por um curto circuito no motor. “O operador da colhedora não percebeu o fogo, mas um colega de trabalho, que operava o trator do transbordo. Só deu tempo de avisar via rádio o operador, que rapidamente desceu da máquina. O fogo já estava alto e o bombeiro da empresa não chegou a tempo de evitar o dano completo da máquina. Felizmente nada aconteceu com o operador”, lembra. De acordo com esse colaborador, é muito importante que as usinas se preparem para adquirir esse kit, se ainda não possuírem. “Ele evita acidentes fatais, além dos danos materiais”, revela.
Kit contra incêndio não dispensa equipe de bombeiros Muitas vezes, somente os kits contra incêndios nas máquinas agrícolas não são suficientes para combater todos os riscos de focos de incêndios. É o que garante o engenheiro de manutenção, Expedito Alves, da Usina Japungu, da Paraíba. “Dessa forma temos os kits contra incêndios, extintores convencionais e ainda mantemos a equipe de bombeiros preparadas contra incidentes”, afirma. Há quatro anos o Grupo adquiriu os kits de combate a incêndio para as colhedoras e se diz satisfeito com a aquisição. “Mecanizamos há quatro safras, parte da colheita e já instalamos desde o início, os kits. Temos oito kits nas unidades da Paraíba e a expectativa é ter
16 maquinas, pois atingiria o limite da área direcionada à colheita mecanizada. Eles estão funcionando perfeitamente”, lembra. Segundo ele, cada kit possui uma espécie de tambor de pó químico seco e tem uma garrafa de gás propelente, com oito Sprinklers (chuveiro automático para extinção de incêndio). “Por esse acionamento não ser automático e depender da percepção do operador, os riscos não deixam de ser grandes, pois os focos geralmente são silenciosos. Aqui na Japungu, a incidência é pequena, porém esses kits só combatem incêndios em motores, não no conjunto motriz”, revela. Ele relata que em certa ocasião, em
que o fogo não partiu do motor, o incêndio foi controlado rapidamente pela equipe de bombeiros da usina. “Não posso liberar nunca o bombeiro, pois muitas vezes o fogo é oriundo de uma ação criminosa e com isso, as máquinas queimam porque no palhiço o fogo se propaga rápido. Temos à disposição, dois caminhões bombeiros a cada oito máquinas. Esse caminhão também serve para lavar as máquinas, duas vezes ao dia, pois a granulometria da terra dessa região é muito agressiva e danifica o equipamento”, admite. O engenheiro explica que mantém mais dois extintores de incêndio manuais de 10 kg, ao lado da cabine, para atuar onde os Sprinklers não atingem. (AM)
Sprinklers: chuveiros automáticos para extinção de incêndio
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Lenha ecológica é alternativa para aquecer faturamento de usinas DANIELLA COLLARES
RENATO ANSELMI,
DE
CAMPINAS, SP
A ampliação do mix de produtos nas usinas é uma alternativa para driblar – ou pelo menos amenizar – os efeitos da persistente crise que tem abalado o setor. O processamento industrial dos chamados coprodutos ou subprodutos, provenientes da fabricação de açúcar e etanol e do cultivo de cana, pode ser uma estratégia para o aumento da rentabilidade no curto e médio prazos. Para isto, é necessário que a viabilidade técnica e econômica da nova atividade seja avaliada criteriosamente para que o negócio não se torne “um tiro no pé”. Pensando em diversificação, a utilização do bagaço e da palha de cana para a produção de briquetes e de pellets – conhecidos também como “lenha ecológica” – é um caminho que pode ser trilhado por usinas e destilarias, observa José Dilcio Rocha, pesquisador da Embrapa Agroenergia. “Dá para ganhar dinheiro compactando resíduo e abrindo mercado para isto”, afirma. Segundo ele, os maiores clientes de briquete são as pizzarias que utilizam o produto em fornos. “É necessário ter uma rede de distribuição para o atendimento desse mercado que é muito pulverizado. Remunera-se muito bem, mas tem baixa tonelagem individual. Cada pizzaria vai consumir dez toneladas do produto por mês”, exemplifica.
José Dilcio Rocha: resíduos compactados abrem novos mercados
Outro cenário é o mercado industrial formado por empresas que têm caldeiras para gerarem vapor de processo – constata.
“Estes clientes consomem tonelagens mais altas. Mas, remuneram menos”, compara. Há ainda o mercado formado por olarias
que é grande, mas desorganizado. “Queima com baixa eficiência e compra diferentes tipos de materiais”, avalia. Estas diferenças devem ser consideradas no desenvolvimento do negócio nessa área por parte das unidades – pondera. O briquete de qualidade, produzido de forma homogênea e com baixa quantidade de cinza – que é uma característica dos produtos feitos de serragem e biomassa de cana, por exemplo – tem mercado constante. De menor dimensão que o briquete, o pellet tem um mercado externo muito grande e crescente na Europa. “Canadá e Estados Unidos já exportam grande quantidade desse produto para países europeus”, afirma. De maneira geral, as empresas que atuam nessa área no Brasil ainda têm uma produção muito pequena. Mas, o país já exporta toda a produção de pellet de bagaço de laranja – diz. Nas vendas para o exterior, há demanda de pellet industrial utilizado para a geração de energia elétrica, onde se encaixam produtos de bagaço e palha de cana, entre outras matérias-primas – destaca. E existe ainda o mercado de pellets de uso doméstico que requer produtos de uma matéria-prima bem específica que é o pinus. “O mercado externo é muito bom para a atividade. O setor deveria buscar essa oportunidade”, sugere.
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Embrapa Agroenergia difunde tecnologias e testa matérias-primas A Embrapa Agroenergia realiza um trabalho de difusão das tecnologias de briquetagem e peletização que são realmente agregadoras de valor – enfatiza. “Temos testado matérias-primas, como: bagaço, palha, casca de amendoim e até casca de pinhão-manso que não é tão conhecida. O Brasil tem grande diversidade de materiais. Os mais tradicionais na briquetagem são serragem e casca de arroz”, diz. Outra atividade desenvolvida pela Embrapa Agroenergia nessa área é a realização de parcerias para a introdução de novas tecnologias, principalmente no segmento de briquetes. Dependendo da matéria-prima utilizada existe a necessidade de adaptações nos equipamentos. “Alguns materiais exigem apenas novas condições operacionais. Em outros casos é preciso
realizar mudanças”, afirma. Segundo ele, ainda não é possível contar com uma planta “flex” que possibilite o uso de matérias-primas diferentes, como bagaço de cana, casca de arroz, de pinhão manso. “Isto é um sonho. Mas, pode se tornar realidade”, acredita. Existe a necessidade de realização de testes de viabilidade técnica para a avaliação – observa – do funcionamento de um processo multicombustível, que permita inclusive a utilização de uma mistura de dois materiais, que tenham uma proporção de 10% a 90% cada um. Outra questão que precisa ser considerada, neste caso, é se o produto final vai atender as exigências de mercado em relação ao poder calorífico e também à quantidade de cinzas. (RA)
Novo negócio exige avaliação da viabilidade técnica e econômica
Planta para briquetagem pode ser montada em seis meses
Embrapa testa bagaço para briquetagem e peletização
A atividade de briquetagem ou peletização pode ser uma opção inclusive para unidades que optam em não fazer a exportação de energia devido à necessidade de investimento elevado para a aquisição de equipamentos de alta pressão – avalia José Dilcio Rocha. Além disso, é preciso fazer a conexão com a rede. “As usinas acabam ficando, nesses casos, com excedente de bagaço”, observa. Uma planta para briquetagem ou peletização pode ser montada em seis meses, calcula o pesquisador. “É necessário um trabalho bem embasado para se ter um mercado firme e abrir os canais de comercialização para que as unidades sucroenergéticas consigam lucratividade nessa atividade”, afirma. A Embrapa Agroenergia desenvolve inclusive um trabalho de consultoria para
unidades sucroenergéticas – e empresas de outros segmentos – que estejam interessadas na implantação de projetos nessa área. “Fazemos tudo o que precisar para oferecer ao cliente uma solução completa”, enfatiza. A consultoria inclui elaboração de projeto, assessoria na compra de equipamentos, desenvolvimento de mercado. Os interessados podem contatar a Embrapa Agroenergia pelo e-mail jose.rocha@embrapa.br. “A produção de briquetes e pellets é uma estratégia. Se vai ser interessante – ou não – precisa ser analisada. Dá para fazer esse tipo de avaliação da viabilidade técnica e econômica”, comenta. De acordo com ele, riscos existem em todas atividades que estão sendo iniciadas. A busca de diversificação da produção pode ser, no entanto, um caminho seguro para sair da crise – opina. (RA)
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Investimento inicial pode significar grande esforço para setor em crise GORETI BRAGA
“Para implantar um projeto de briquetagem ou peletização é necessário um investimento inicial, o que para um setor em crise pode significar um grande esforço”, afirma José Dilcio Rocha, que coordena pesquisas na área de briquetagem e peletização na Embrapa Agroenergia. De acordo com ele, o investimento depende do tipo de instalação. O mais comum na produção de briquetes é o uso de sistemas muito pouco profissionalizados, elaborados sem muitos critérios, visando o barateamento do processo de fabricação – revela. “Esse sistema apresenta uma eficiência igual a uma planta bem montada. No setor de cana tem usina organizada e unidade desorganizada. As duas produzem bastante. Na desorganizada, talvez esteja se perdendo eficiência e nem se saiba”, compara. Para a produção de briquetes, os investimentos estão na ordem de um milhão de reais. No caso de plantas alternativas, o valor cai pela metade – informa. “É muito mais difícil ter um sistema caseiro para pellets. Mas, tem empresas que vão montando com equipamentos diferentes, por tentativa e erro. Levam o dobro de tempo e gastam o dobro de dinheiro e nem chegam a um ponto ótimo
Briquetes
de operação. Acaba saindo mais caro”, diz. O pesquisador da Embrapa ressalta que os pellets podem se tornar opção na atividade sucroenergética. “No setor de laranja, todo bagaço cítrico é peletizado. No passado, era um resíduo – um bagaço todo moído com água – de difícil tratamento. Atualmente todas as unidades desse segmento têm uma planta de peletização. É muito mais fácil peletizar bagaço de laranja do que o de cana que é muito fibroso. Mas, dá para fazer”, diz. Segundo ele, é possível pensar na produção destes dois tipos de “lenha
ecológica”. As máquinas – a briquetadeira e a peletizadora – são, no entanto, completamente diferentes. “Mas, o sistema de secagem e de moagem da biomassa pode ser utilizado para as duas linhas de produção”, observa. Todos os materiais, com exceção da casca de arroz que já vem seca, precisam passar por esse pré-tratamento. Em relação à biomassa de cana, ele afirma que é mais fácil fazer a briquetagem da palha – que é menos fibrosa – do que a do bagaço. “Os dois materiais podem ser utilizados na mesma máquina”, diz. (RA)
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Levedura seca é opção para a diversificação O processo de secagem do excesso de levedura, retirado do processo sem prejudicar a produção de etanol, tem sido uma alternativa para a elevação da rentabilidade de unidades sucroenergéticas. Mais difundida e conhecida do que os briquetes e pellets, a levedura seca – que é rica em vitaminas do complexo B –, tem sua produção destinada principalmente para a fabricação de ração animal. Para utilizar a diversificação como estratégia, algumas usinas estão apostando em produtos menos comuns no mercado – alguns deles exigem investimentos mais elevados –, como plástico biodegradável, cera de bagacilho. Além disso, a venda de bioeletricidade, que tornou-se o terceiro produto do setor, tem contribuído para a “sobrevivência” de muitas unidades e grupos sucroenergéticos. “Em situação de crise é preciso se mexer. Não dá para ficar reclamando. É necessário buscar caminhos para aumentar a rentabilidade”, ressalta José Dilcio Rocha, da Embrapa Agroenergia. (RA)
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Planejamento e especialização elevam eficiência da manutenção RENATO ANSELMI,
DE
CAMPINAS, SP
A diminuição da desmontagem de equipamentos e a especialização cada vez maior dos serviços executados estão criando condições para a elevação da eficiência da manutenção industrial em usinas e destilarias durante o período de entressafra. Essa nova realidade possibilita que as usinas tenham, em diversos casos, uma safra subsequente com maior tranquilidade em decorrência da redução substancial de paradas não programadas por quebra ou deficiência operacional dos equipamentos. Uma boa performance da planta industrial na safra depende da manutenção de qualidade na entressafra – enfatizam especialistas. A obtenção de resultados positivos dos serviços executados nesse período está vinculada ao planejamento das atividades a partir da utilização de informações geradas pelo histórico de manutenção e monitoramento dos equipamentos durante a safra, A chamada manutenção preditiva possibilita a constatação de diversos defeitos ocorridos no período de moagem. E isto está sendo possível por meio da utilização de recursos tecnológicos, como análise de vibração, termografia, ferrografia (análise de óleos). O planejamento da manutenção industrial na entressafra favorece a otimização de recursos visando a realização de serviços com qualidade, prazo e
Diminuição da desmontagem tranquiliza técnicos em safra subsequente
racionalização de custos. Possibilita também a redução de estoques e materiais no almoxarifado da usina. A gestão eficiente da manutenção requer, em diversos casos, a terceirização de serviços que exigem equipamentos e conhecimentos específicos, como reforma
de selos mecânicos, recuperação de placas de trocadores de calor, manutenção de ventiladores e exaustores centrífugos, entre outros. Equipamentos que não exigem intervenção durante a entressafra devem passar por um período de hibernação –
lembram profissionais da área –, ser protegidos contra intempéries e receber cuidados específicos, como lubrificação. Além disso, alguns deles precisam ser colocados eventualmente em funcionamento durante o período de interrupção de funcionamento das plantas industriais das usinas.
Reforma aumenta vida útil de selos mecânicos Entre os componentes das plantas industriais que requerem serviços especializados de manutenção incluem-se os selos mecânicos que precisam apresentar boas condições para que sejam evitados transtornos em algumas operações nas usinas. Fabricados em aço inox especial, eles têm a função de prevenir ou eliminar fugas de fluidos bombeados para a atmosfera, explica José Dezza, diretor da Vedacert. Esses produtos são utilizados no processo industrial de diversos segmentos, como: química, petroquímica, papel e celulose, alimentícia, além de açúcar e etanol. “As aplicações de selos dependem de avaliações técnicas para uma boa performance, começando pela análise e tipo do produto a ser bombeado, assim como temperatura da caixa de selagem em relação ao produto, pressão do líquido e viscosidade”, diz. Segundo ele, as condições de trabalho do equipamento a ser selado devem ser revisadas para que o eixo não apresente batimentos superiores a um milímetro. Os rolamentos devem estar em perfeitas condições, alinhados e balanceados. “Além disso, devemos estudar o tipo de selagem a ser aplicada, ou seja, selo
José Dezza: sistema de fluxo fechado previne danos
simples, selo duplo, selo cartucho, entre outros”, observa. Falta de lubrificação, cavitação da bomba causada por anomalias do processo
industrial, equipamento (bomba) sem manutenção adequada e falta de treinamento da equipe de campo estão entre os principais problemas que
envolvem o funcionamento dos selos mecânicos, de acordo com José Dezza. Em uma reforma do selo mecânico, a Vedacert faz o aproveitamento, na maioria das vezes, de toda a parte metálica construída em aço inox nobre, informa o diretor da empresa. “Jateamos, lixamos e polimos e, às vezes, até usinamos para tirarmos sinais de martelos”, detalha. Na vedação primária, ocorre a troca das pastilhas necessárias. “Na parte secundária trocamos todos os materiais, o que possibilita que o selo mecânico reformado dure tanto quanto um selo novo”, afirma. A demanda por recuperação e reforma de selos mecânicos chega a aumentar até 80% na entressafra – revela. “A Vedacert lançou recentemente o sistema de fluxo fechado, totalmente automatizado, podendo ou não ser instalado no local ou pelo COI por meio do sistema de automação”, informa. O objetivo desse sistema é prevenir danos nos selos mecânicos por meio da intervenção humana ou automática – enfatiza. Além de realizar a reforma de selos mecânicos, a Vedacert faz a recuperação de rotor de bombas helicoidais e trabalha com fabricação e venda de acoplamentos. (RA)
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Peças de reposição devem estar de acordo com as especificações
Limpeza e desincrustração da superfície estão entre os serviços executados
Empresa faz a recuperação de placas de trocadores de calor Os trocadores de calor também exigem cuidados durante a entressafra nas usinas. A manutenção adequada, nesse caso, evita vazamentos e assegura uma boa troca térmica do equipamento, afirma Eugênio Carlos Agapito Fernandes, diretor da Agapito Equipamentos Industriais. Para assegurar o desempenho satisfatório dos trocadores de calor é necessário realizar a manutenção periódica por meio dos serviços de empresa especializada – recomenda. Os maiores problemas apresentados por esses equipamentos são os vazamentos e a
incrustação das placas que é responsável pela diminuição da eficiência de troca térmica – observa. No caso de desgastes dos trocadores de calor, existem diversos serviços que podem ser executados para a recuperação das placas desses equipamentos. Com trinta anos de experiência nessa área, a Agapito faz limpeza e desincrustração da superfície das placas sem danificar o inox, gabaritagem das canaletas para melhor acomodação das gaxetas, além de testes e soldagem especial de furos e trincas com o próprio material
da placa (Aisi 316) sem deixar ponto morto. “Refazemos os encaixes para melhor alinhamento do conjunto de placas, avaliação das gaxetas, troca e colagem das mesmas com adesivo e processo especial”, detalha Eugênio Agapito. A empresa desenvolve e fornece as gaxetas de vedação (juntas de fluxo) para qualquer marca, tipo e modelo de trocador de calor a placas – informa. Além disso, importa placas para reposição e fabrica novos trocadores de calor a placas conforme a necessidade de cada cliente. (RA)
Uma das preocupações durante o processo de manutenção deve estar voltada à escolha de peças, componentes e produtos de reposição de qualidade, que atendam rigorosamente as especificações técnicas para cada caso. Um exemplo disso são os acoplamentos utilizados em acionamentos que devem ser escolhidos de acordo com a sua aplicação. No processo de aquisição de acoplamentos adequados, para cada situação, precisam ser observadas as suas características de desalinhamentos permitidas, para que não ocorra ruptura ou quebra por estarem operando fora das especificações dos fabricantes. É preciso estar atento, pois o “barato pode sair muito caro”. Acoplamentos “caseiros”, inadequados e de qualidade duvidosa podem provocar danos ou reduzir a vida útil de equipamentos, o que aumentará custos devido à necessidade de reparos e por causa de paradas não programadas. Rolamentos, mancais, casquilhos, semicasquilhos, entre outros itens, também exigem atenção especial durante o processo de aquisição no caso de necessidade de reposição. A compra de fontes seguras é um aspecto importante para garantir confiabilidade e durabilidade dos equipamentos. Além disso, precisam ser bem cuidados, manuseados e instalados. No caso dos mancais, por exemplo, a lubrificação adequada e a inspeção em relação a folgas e alinhamentos podem evitar desgastes prematuros. O rolamento também é exigente de cuidados para que não haja a redução de sua vida útil. A manutenção preditiva possibilita o monitoramento constante do aparecimento de falhas, bem como sua evolução, para que ocorra a adoção de eventuais medidas corretivas. A lubrificação correta do rolamento reduz, de maneira significativa, a possibilidade de ocorrência de problemas. (RA)
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Aço inoxidável reduz custo de manutenção Com elevada resistência à corrosão e abrasão, material torna-se alternativa interessante em diversos pontos da planta industrial RENATO ANSELMI,
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O uso do aço inoxidável em tubos, conexões, chapas e estruturas em plantas industriais e equipamentos de unidades tem aumentado nos últimos anos de maneira significativa, principalmente em setores onde o aço carbono apresenta pouca durabilidade por causa da ação da corrosão e abrasão. Em alguns locais esses problemas são maiores, como nas esteiras de transporte dos setores de recepção e extração de cana e nos dutos de gases das caldeiras, entre outros. De maneira geral, diferentes tipos de aço inoxidável podem se tornar uma alternativa interessante em diversos pontos da planta industrial, porque proporcionam uma maior durabilidade de equipamentos e reduzem custos de manutenção.
Esse material contribui também para o aumento da disponibilidade dos equipamentos e, consequentemente, para a diminuição do período de entressafra, afirma Iwao Ishizaki Neto, engenheiro de aplicação da Aperam. A lista de aplicações de aço inoxidável em usinas e destilarias é extensa, incluindo laterais das mesas alimentadoras, laterais do esteirão de cana, coletores de caldo das moendas, chute donelly, difusores, esteiras de bagaço, lavador de gás de caldeira, aquecedores de caldo, evaporadores do pré ao último efeito, cozedores, fermentadores e caldeiras – detalha. Os tubos de aço inoxidável também são usados em aquecedores, evaporadores, cozedores, caldeiras. De maneira geral, as empresas especializadas no fornecimento de matérias-primas em aço inoxidável oferecem assistência técnica para aplicações em unidades, indicando inclusive o tipo de aço mais adequado para determinada finalidade visando a diminuição dos custos de reposição ou de reforma dos equipamentos. Os aços inoxidáveis têm elevada resistência contra a corrosão devido a formação de uma película protetora em decorrência da adição de no mínimo 10,5% em massa de cromo (Cr) na liga. Além do cromo, o níquel é importante para a fabricação dos chamados aços inoxidáveis austeníticos que apresentam excelente resistência à corrosão, boas condições para soldagem e conformação.
Iwao Ishizaki Neto: uso do aço inox diminui período de entressafra
Tanque produzido em aço inoxidável
Melhor custo-benefício O aço inoxidável apresenta, de maneira geral, uma relação custo-benefício bastante positiva devido às características apresentadas por este tipo de material. O setor sucroenergético necessita cada vez mais de eficiência, baixa manutenção e confiabilidade de equipamentos que são vantagens proporcionadas pelo inox, enfatiza Iwao Ishizaki Neto. O 410D tem um dos menores custos quando se fala em aços especiais – destaca. A vida útil do aço inox costuma ser o dobro em relação à durabilidade do aço carbono, compara o engenheiro de aplicação. De acordo com ele, é difícil definir uma vida útil média desse tipo de material, pois a durabilidade está ligada à aplicação do aço inox. “Cada etapa do processo tem a sua característica”, observa. Iwao Ishizaki diz que alguns equipamentos de aço inoxidável estão em funcionamento há dez anos. “Em algumas aplicações o inox resiste por dois ou três anos. Há casos ainda que o inox está há muitos anos em operação e não sabemos quando ele vai falhar”, observa. O que interfere na durabilidade – explica – pode ser uma soldagem incorreta, o uso de um aço não muito adequado para aquela aplicação, o próprio processo da usina, pois cada unidade tem suas condições de operação, com maior ou menor nível de impurezas. (RA)
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Escolha de produto adequado deve considerar critérios Para a utilização de tubos, conexões, chapas e estruturas de aço inoxidável em usinas e destilarias é necessário considerar alguns critérios na hora de escolher o produto mais adequado. Deve ser analisado, inicialmente, se o material adotado possui vida útil baixa e se exige muitas intervenções para a realização de manutenção, observa Iwao Ishizaki Neto, da Aperam. Além disso, é necessário verificar as perdas do processo por conta dessa situação – afirma. “Dependendo do resultado das análises, toma-se a decisão de troca do material”, comenta. Para a escolha do aço inox que melhor se aplica em diferentes etapas do processo de produção devem ser consideradas as características do ambiente, onde este material será utilizado, como temperatura, pressão, ph, umidade, tipo de fluido que passará por este aço, entre outros fatores – orienta. Os aços mais utilizados pelo setor são os da linha ferrítica e também da linha austenítica – informa. Segundo ele, os da linha ferrítica, disponibilizados pela Aperam, são o 410D, 444, 439. “O 410 tem característica de resistência a abrasão, boa soldabilidade e resistência a corrosão em ambientes úmidos”, destaca. Os demais possuem boa resistência a corrosão, boa soldabilidade e são utilizados em forma de tubos. Os aços da linha austenítica (304 e 316) possuem propriedades mecânicas elevadas e alta resistência a corrosão – detalha. (RA)
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Novas aplicações ampliam espaço do inox em plantas industriais Uma coisa é certa: o interesse do setor pelo aço inox tem aumentado em decorrência dos fatores positivos proporcionados pelo uso desse material nas plantas industriais de usinas e destilarias. O surgimento de diferentes tipos de aço inoxidável, com elevada resistência à abrasão e à corrosão, e as suas novas aplicações aumentaram a viabilidade de uso desse material em substituição ao aço carbono em diversas etapas do processo produtivo de usinas e destilarias. É que as condições severas durante a fabricação de açúcar e etanol degradam mais rapidamente o aço carbono. Entre as novas aplicações do inox incluem-se condutores de bagaço e de cana, feixe tubular, espelhos e corpo em evaporadores, cozedores, condensadores e multijatos, colunas de sulfitação, além de dutos posteriores e lavadores de gases nas caldeiras. Existe atualmente uma linha completa para destilaria. Para tubulação, como a utilizada na fase de tratamento de caldo, os aços inoxidáveis ferríticos são bem recomendados, pois apresentam propriedades mecânicas e resistência à corrosão elevada. Com a menor espessura dos tubos, proporcionada por esse tipo de material, ocorre um aumento da troca térmica e, consequentemente, a elevação da produtividade.
Destilaria fabricada em aço carbono
Outra vantagem na utilização desse tipo de aço é a obtenção de um tubo de baixa rugosidade, o que facilita a limpeza e reduz a formação de incrustações que são também prejudiciais à troca térmica. Para as plantas de geração e
distribuição de vapor, o mercado tem também disponibilizado material adequado que atende os padrões exigidos pela elevação de pressão e temperatura. Neste caso, todos os componentes do sistema de tubulação, como: acessórios,
Tubulação deve absorver dilatações térmicas A especificação correta e o material de qualidade não são os únicos fatores que asseguram eficiência nos sistemas de distribuição de vapor em usinas. No desenvolvimento de projetos nessa área, um dos aspectos que deve ser levado em conta é a flexibilidade da tubulação que tem o objetivo de absorver dilatações térmicas por meio da definição do traçado e do uso de juntas de expansão e elementos de suportação, Existe a necessidade da adoção de
procedimentos adequados na montagem e no travamento dos suportes de mola que têm a função de suportar peso de tubulações e/ou equipamentos sujeitos a movimentos, provenientes principalmente da dilatação térmica. Esse tipo de suporte deve ser colocado também em pontos previamente estabelecidos. Falhas na implantação do suporte de mola podem provocar, por exemplo, a perda do alinhamento entre a tubulação e o flange da turbina, o que ocasiona
desgastes no equipamento em decorrência de esforços elevados. Para assegurar a boa performance do sistema de distribuição de vapor, é necessário – afirmam especialistas – dar a devida atenção aos acessórios, como às braçadeiras que são bastante vulneráveis aos efeitos da temperatura. A implantação de projetos e a realização de manutenções devem seguir também as especificações definidas para cada componente do sistema. (RA)
flanges, parafusos, juntas de vedação, válvulas, medidores de vazão, sistemas de purga, devem ser fabricados com materiais de qualidade compatíveis com os que são utilizados na linha de distribuição de vapor. (RA)
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Aratrop estabelece aliança com empresa japonesa Setor ganhará portfólio para condicionamento de água de caldeiras e torres de resfriamento ANDRÉIA MORENO, DE JARDINÓPOLIS, SP
No último dia 1º de outubro, a empresa brasileira Aratrop, de Jardinópolis (SP), fornecedora de produtos químicos para processos de açúcar e etanol, estabeleceu uma parceria com a empresa japonesa Kurita, especializada em tratamento químico de água industrial. “É motivo de extremo orgulho para a Kurita estabelecer essa aliança, devido a altíssima reputação da Aratrop no mercado sucroenergético. Esta aliança é o sinal de que acreditam na empresa, por isso queremos justificar essa confiança com a soma de esforços. A união de duas empresas que se tornaram especializadas em suas áreas, não trará só benefícios às duas, mas ao mercado de açúcar e etanol”, relata o superintendente de operações da Kurita, José de Aguiar. Segundo Aguiar, a empresa sabe da grande penetração da Aratrop no mercado sucroenergético, com isso poderá divulgar a expertise e os produtos químicos da empresa japonesa, especialmente em preparar e manter a água utilizada na
Equipe da Aratrop com representantes da Kurita
geração de vapor em caldeiras de cogeração e na recirculação dos sistemas de resfriamento das usinas. “A parceria é uma forma de dar uma solução química e operacional completa para o setor de açúcar e etanol, no processo e nas utilidades”, lembra. José Vagner Degan, fundador do Grupo Aratrop, explica a importância da aliança para o mercado. “A Kurita é uma empresa mundialmente conceituada e já
conhecida no mercado sucroenergético. Hoje estamos selando esta parceria, que irá somar muito ao trabalho da Aratrop. Através de sua tecnologia e seu conhecimento poderemos conquistar novos clientes e abrir nosso portfólio”, ressalta. Antônio Carlos Degan, diretor comercial do Grupo Aratrop, lembra que há certo tempo os clientes solicitavam o atendimento à linha de tratamento de águas industriais. “Como a Aratrop já é
líder no mercado na área de processos, nosso grande objetivo era encontrar um aliado que nos fornecesse tecnologia e condições para que mantivéssemos nossa qualidade de produtos e atendimento”, afirma. Com a aliança, a Aratrop passará a representar comercialmente a Kurita e terá o direito de comercializar com exclusividade, os produtos para esse mercado.
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Kurita capacita técnicos de campo da Aratrop
José de Aguiar: proporcionamos efetiva alternativa para tratamento de água
Com o objetivo de apresentar a parceria e capacitar os atendentes de campo, a Aratrop, através da empresa Kurita, ofereceu um treinamento, nos dias 12, 13 e 14 de novembro na sede da empresa, em Jardinópolis (SP). “Esse curso capacitou os nossos engenheiros químicos, químicos e técnicos para melhor atender o mercado”, explica Antônio Carlos Degan, diretor comercial do Grupo Aratrop. José de Aguiar, superintendente de operações da Kurita, diz que a empresa deseja apoiar a Aratrop nesse tipo de capacitação para que juntos possam crescer. “Não mediremos esforços para atender o cliente. Para proporcionar ao mercado uma efetiva alternativa para tratamento de água, nada melhor do que aliar-se a um especialista, e possibilitar que a introdução de nossa tecnologia traga benefícios aos clientes”, diz Aguiar. Aguiar ressalta que o treinamento sobre tratamento de água, demonstrou as principais fontes de aplicação em uma usina, seja, tratamento de água para geração de vapor, para a água de alimentação das caldeiras que utilizam unidades de osmose reversa e para os sistemas de resfriamento. “Queremos transmitir conceitos básicos para essas aplicações. Nesse mercado o usuário
conhece muito e tem suas particularidades, por isso é fundamental ter uma massa crítica inicial de conhecimento. A Aratrop externou sua preocupação nesse aspecto desde o início das conversas”, diz. Sobre a Kurita – A Kurita do Brasil lançou em 2011, sua nova fábrica e um Laboratório Central integrados, em Artur Nogueira (SP). A empresa possui seis postos avançados e 15 laboratórios de campo no país, além de certificados ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001, e do “Programa Atuação Responsável” da Abiquim. Tem por missão, agregar valor, prover crescimento sustentável e inspiração aos seus clientes e toda sociedade, através de tecnologias e serviços inovadores nos gerenciamentos da água e do meio ambiente, de acordo com Aguiar. “A excelência empresarial resulta da coexistência saudável do desenvolvimento e tecnologia com a igualdade, a honestidade, a transparência, a responsabilidade e o irrestrito compromisso com a saúde e o meio ambiente. Conquistamos grandes resultados no Brasil e nos tornamos líderes das principais contas de tratamento de água na indústria petroquímica e siderúrgica, inclusive em caldeiras de altíssima pressão, até maiores do que as caldeiras para cogeração”, conclui.
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Empresa está ao lado do setor sucroenergético há 32 anos No auge do Proálcool, em 1982, quando o etanol combustível já se destacava como opção energética, dois empresários colocaram em prática o projeto de oferecer produtos e serviços no segmento químico para usinas e destilarias e lançaram a Aratrop Industrial. O grande salto da empresa aconteceu em 1997, com a inauguração da moderna fábrica de Jardinópolis, na região de Ribeirão Preto (SP), no coração do mercado sucroenergético. “Hoje, mais de 30 anos depois de sua fundação, o projeto que teve como capital inicial a seriedade e o compromisso de seus fundadores, se transformou em um importante fornecedor de especialidades químicas também para empresas dos setores de mineração, papel e celulose, tintas e vernizes, tratamento de efluentes e afluentes industriais”, confirma Antônio Carlos Degan, diretor comercial do Grupo Aratrop. Segundo o executivo, a empresa investe constantemente no desenvolvimento de novos produtos, processos e sistemas, o que tem contribuído para o aumento de produtividade e redução de custos nos mais variados setores. “A Aratrop possui
a mais completa linha de produtos formulados, tais como: antiespumantes, dispersantes, microbiocidas, inibidores de corrosão e incrustação, polieletrólitos, desengraxantes e também diversas matérias-primas. Nossos objetivos são desenvolver, produzir e comercializar produtos e serviços competitivos que excedam as expectativas dos nossos clientes, que atendam aos requisitos e às legislações nacionais e internacionais aplicáveis a especialidades químicas, aos processos industriais e às relações comerciais, mantendo constantemente um local de trabalho seguro e ambientalmente responsável”, diz. Ele explica que a Aratrop cresceu junto com o setor sucroenergético desenvolvendo a tecnologia específica de produtos e serviços para os processos de fabricação de açúcar e álcool. “A cada safra que se inicia desenvolvemos novas pesquisas para aprimorarmos nossos produtos e capacitando os profissionais para um melhor atendimento aos nossos clientes/parceiros”, lembra. Degan ainda ressalta que a empresa possui uma equipe técnica especializada formada por engenheiros químicos e químicos, que estarão disponíveis nesse trabalho de parceria com a Kurita.
Antônio Carlos Degan: empresa investe constantemente em novos produtos
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Balanço energético otimiza custos e gera excedentes para venda D EPO I M ENTOS DE
RIBEIRÃO PRETO, SP
Durante os dias 15, 16 e 17 de outubro aconteceu em Ribeirão Preto (SP), o Curso de Balanço Energético. Realizado pela Sinatub Tecnologia em parceria com a ProCana Brasil, o evento contou com 60 participantes. Conduzido pelos consultores Carlos Alberto Pedrosa, Ailton da Silva Siqueira e Carlos Eduardo de Abreu, o curso foi dividido em quatro módulos que abordaram as diretrizes técnicas que envolvem balanços de massa, térmicos, de vapores de escape e vegetais, além da prática de cálculo de um sistema de evaporação completo pelo método de tentativas e erros. Para os ministrantes, o setor deve se atentar para este segmento, pois é possível otimizar a produção através de balanços energéticos bem estruturados. As informações técnicas e metodologias discutidas no curso apresentaram para os alunos ferramentas para reduzir custos, através da geração de vapor com menor consumo de bagaço, resultando em máxima eficiência do processo. “Um balanço benfeito e implementado nas usinas disponibiliza bons excedentes para a comercialização”, explica Ailton Siqueira. Para Pedrosa, a aplicação de exercícios e demonstração de uma sistemática de cálculos prática e objetiva, facilita a compreensão de todo o processo. “Sem fugir dos conceitos acadêmicos que a teoria exige, buscamos a praticidade e a desmitificação de se fazer um balanço de massa e energia que atenda os anseios do setor industrial de se ter as melhores eficiências e rentabilidades possíveis.”, explica. Para o diretor da Sinatub, Luiz Claudio Pereira Silva, a abordagem de temas complexos de maneira ilustrativa facilita absorção do conteúdo. “Gestores e usuários presentes conseguiram compreender as informações sobre
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IDEALIZAÇÃO DE PROJETOS
“Este curso promove articulação com vários setores de uma unidade sucroenergética, o tema é vital para idealização de projetos eficientes que buscam máxima eficiência industrial”. Liliane Fedocci Fachin, engenheira industrial da Raízen – Unidade Benálcool
Sistemática de cálculos prática e objetiva facilita balanço energético
REFORÇAR o planejamento adequado e como coordenar um balanço, além do entendimento sobre cálculos de sistema de evaporação completo, a discussão de casos reais fortaleceu o aprendizado”, explica Luiz Cláudio. Para o diretor a interação com os participantes foi fundamental para aproximar a teoria de sua real aplicação. “O relato de alunos sobre casos existentes em suas usinas fortaleceu o canal de comunicação entre palestrante e ouvintes, levando de maneira mais eficiente a informação que estes buscavam no curso”, concluiu.
CONCEITOS “Temos que estar atualizados com as últimas tendências do setor, a aplicação de exercícios reais é capaz de reforçar conceitos e trazer as novas ferramentas”. José Ieda Neto, consultor
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WELLINGTON BERNARDES,
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ARTIGO
Influências na decantação do caldo Bactérias desencadeiam alterações que afetam a qualidade do açúcar POR EDUARDO P. BORGES
Para identificar os fatores que influenciam a decantação do caldo de cana em uma usina foram coletadas amostras de caldo primário, caldo dosado e caldo clarificado e diversos parâmetros foram analisados, como concentração de açúcares, minerais e ácidos orgânicos. Os parâmetros que mais influenciaram no processo de decantação e na qualidade do açúcar VHP são todos consequências de contaminação bacteriana: concentração de Açúcares Redutores, o ácido láctico, o ácido acético e a dextrana, que tiveram correlação com a turbidez, impureza sólida e cor do caldo clarificado, cor do xarope e do açúcar VP. Estas substâncias causam efeitos indesejados, como: Aumento da acidez do caldo primário, hidrólise da sacarose e sequestro de cálcio pelos ácidos orgânicos; Formação de compostos coloridos e melassigênicos devido à destruição dos açúcares redutores nos aquecedores e evaporadores; Interferência na decantação das impurezas devido à grande atividade superficial das partículas de dextrana. Esta característica de protetor de colóide, inerente da dextrana, dificulta a decantação de outros polissacarídeos provenientes da cana que podem estar associados a pigmentos da cana (polifenóis) podendo contribuir para o aumento da cor do caldo e do açúcar. A dextrana também
interfere na decantação de outras substâncias que aumentam a turbidez, como proteínas, silicatos na forma coloidal e sais de cálcio. Já a concentração de fósforo ficou abaixo do ideal para a obtenção de uma boa clarificação em todas as amostras de caldo primário, porém foi confirmado que este mineral tem correlação com a qualidade do caldo clarificado e do açúcar. O Alumínio também pode interferir na precipitação dos sais de fosfato de cálcio e assim prejudicar o processo de decantação.
O estudo não revelou relação do ácido aconítico com a qualidade do caldo clarificado ou com a qualidade do açúcar VHP. Porém, foi observado um maior consumo de CaO (óxido de cálcio) no começo da safra, provavelmente devido à imaturidade da cana, e uma quantidade maior de ácido aconítico e outros ácidos orgânicos. Fermentec 19 2105.6100 www.fermentec.com.br
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Gegis faz balanço da safra ANDRÉIA MORENO, DE SERTÃOZINHO, SP
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CONHECIMENTO TÉCNICO “É o primeiro ano que participo do Gegis e estou muito satisfeito por me oferecer grande conhecimento técnico. Isso influenciará diretamente na aplicação do meu trabalho no dia a dia da usina. É importante participar pois ficamos atualizados já que há uma troca de conhecimentos muito interessante.” Vagner Fonseca, da Usina Canabrava.
APRIMORAMENTO
Marcio Mori: eficiência industrial das unidades variou entre 73% a 93%
perdendo meio porcento da cana processada só na extração”, diz. Segundo a pesquisa, a eficiência na fermentação varia entre 82,5% até 94,1% e a eficiência geral da destilaria apresenta média de 90%. “O aproveitamento de tempo varia entre 97,6% até 60,8%, até porque é um mês que começam as chuvas, com média de 77%”. O ART da cana (PCTS) varia entre 16,33% a 16, 56%, quando a cana em
setembro já está no ponto de maturação. “A cana está muito isoporizada, pois percebemos em laboratório que o bolo úmido formado e que geralmente compacta, não está compactando, esfarela. Temos que trabalhar na moenda com alta embebição e mesmo assim, a relação de caldo produzido ainda está pequena. A extração está ruim e não se consegue ter umidade em função da cana isoporizada”, revela.
“Trabalho há cinco anos na empresa, mas é a primeira vez que participo do Gegis. Sempre ouvi elogios sobre as reuniões. Busco mais informações e novidades para o aprimoramento de minha função na empresa. Sempre é bom participar desse tipo de encontro.” Valeria Bassinelli, operadora de destilaria da Malosso
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O Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro (Gegis) apresentou no último dia 31 de outubro, um balanço realizado no mês de setembro, com 23 usinas. Marcio Mori, da Tonon Bioenergia, coordenador de Indicadores (benchmarking) do Grupo, diz que a pesquisa considerou uma moagem de 3,7 milhões de toneladas em setembro, onde 78% da cana é mecanizada, com uma produção de 5,7 milhões sacas, 110 mil m3 de hidratado e 41 mil m3 de anidro. Um dos pontos de destaque da reunião foi a conclusão do alto índice de impurezas e a isoporização da cana, que prejudicam os equipamentos na indústria. Segundo ele, a eficiência industrial das unidades variou entre 73% a 93% e o volume de impurezas minerais apresentou uma variação entre 1,2 kg de terra por tonelada e 19,2 kg por tonelada, principalmente quando houve registro de paradas por chuvas. “Já a impureza vegetal é um grande veículo de transporte da impureza mineral para dentro da unidade. A média registrada pelas participantes foi de 66,26 kg por tonelada até 94,25 kg por tonelada de cana. A pesquisa revelou uma variação de impureza vegetal entre 26,5 kg/tonelada a 134,3 kg/tonelada”, ressalta. Segundo ele, o setor está trabalhando com fibras muito elevadas, inclusive já chegou a ver fibra na casa de 25% em cana de colheita manual. “Os baixos investimentos na lavoura provocaram a falta de renovação dos canaviais, inclusive recebemos cana de até 8º corte”, lembra. O estudo ainda registra uma extração reduzida abaixo de 95%, contribuindo para a baixa eficiência da indústria, quando o normal seria 97,5%. “Estamos
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Comaso possui linha completa de General Chains reafirma consumíveis para aplicação em usinas compromisso e qualidade Com o final de safra se aproximando, surge também o momento de recuperar os componentes e equipamentos industriais. Para tanto, a escolha do revestimento duro que será utilizado nas peças que sofrem desgaste é de suma importância, pois influenciará diretamente na vida útil do equipamento durante a safra. Nesta escolha, deve ser avaliada a composição do substrato aonde será aplicado e as condições de desgaste e operacionais em que o componente será submetido (tipo de desgaste, tração, temperatura, pressão, entre outros). Um profissional qualificado deve ser o responsável por esta análise. A dureza do revestimento assim como a presença de microestruturas e elementos de liga, como: carbetos de tungstênio, cromo, molibdênio, nióbio, entre outros... tem uma grande influência na resistência do revestimento. Uma das formas mais difundidas para revestimento é através da soldagem por eletrodo revestido ou arames tubulares. A Comaso Eletrodos possui uma linha completa destes consumíveis para aplicação em usinas, em rolos de moendas, facas picadoras, martelos, bagaceiras, rodetes, flanges, entre outros. Possuímos uma equipe qualificada
A General Chains do Brasil, um dos maiores fabricantes de correntes industriais da América Latina, se destaca por sua qualidade e constante desenvolvimento. O compromisso pela qualidade está em todos os setores. Quando se trata da aquisição da matéria prima, logo no recebimento, a mesma é analisada para certificar que esteja dentro dos padrões internos e da norma ISO 9001, evitando assim, futuros comprometimentos. Outro diferencial se refere ao processo de tratamento térmico, que é realizado nas instalações da própria empresa. A empresa conta com um laboratório metalográfico, que se encarrega de garantir as durezas especificadas, além de um laboratório dimensional, onde todos os
Revestimento duro utilizado nas peças desgastadas é de suma importância
para indicar o consumível a ser utilizado e oferecer suporte técnico na aplicação. Comaso Eletrodos 16 3513.5230 www.comaso.com.br
produtos passam por análise. Para evitar oxidação, a corrente recebe, um banho de óleo protetivo que evita ferrugem e retarda desgastes. Com seu foco voltado à evolução contínua, a empresa busca a satisfação de seus clientes, procurando se adequar e estar sempre à frente para atender as exigências do mercado. A empresa completou-se 10 anos de empresa com muita dedicação com seus clientes, parceiros e colaboradores, assim como, com a busca contínua pelo aprimoramento dos processos produtivos. General Chains 19 3417.2800 www.generalchains.com.br
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Decantador Lamelar reduzirá tempo de clarificação do caldo
Agro New inaugura oficina de tratores e realiza dia de bons negócios
Desde sua Neste formação em 2007, momento, também a Bosch há exclusivo Engenharia oferece Decantador a mais moderna Lamelar Bosch, tecnologia para o testado em uma mercado de açúcar unidade em Goiás. e etanol. A Esta tecnologia irá empresa iniciou no reduzir o tempo de mercado brasileiro clarificação do com a oferta do caldo para apenas difusor modular 10 minutos, ou sem correntes, uma seja, apenas uma tecnologia fração da patenteada que tecnologia permitiu à Dedini convencional. S/A a venda de dez Estes difusores em equipamentos são apenas três anos. Decantador Lamelar fruto do Mais recentemente, o investimento da Bosch CVP (Cozedor Contínuo a Vácuo) também em P&D, que objetiva lançar no mercado com patente da Bosch, foi instalado na equipamentos modernos e inovadores com Usina São Martinho para processar 100% menor custo de investimento para o cliente e da massa B, fornecendo qualidade melhor eficiência energética do que excepcional e benefícios energéticos. equipamentos tradicionais. A Bosch Atualmente, a empresa instalará o pretende continuar a trazer tecnologias primeiro evaporador de tubos longos em inovadoras para o mercado, beneficiando uma unidade em Goiás, ocasionando a todo o setor. redução da destruição de açúcares fermentáveis com um custo de investimento Bosch Engenharia mais baixo do que quando comparado aos 19 3301.8101 evaporadores tradicionais. www.boschengenharia.com.br
Foi inaugurada em 5 de novembro, a Oficina de Tratores da Agro New, concessionária CASE IH para Catanduva (SP) e região. A oficina possui diferencias importantes para os clientes que utilizam os serviços da CASE IH. Além do amplo espaço com 750 m2 de construção, estará Trator Farmall Série A, fabricado pela CASE IH equipada com modernas tecnologias, resultando rapidez, necessidades dos produtores que buscam eficácia e qualidade no atendimento dos rendimento operacional aliado ao conforto agricultores que utilizam os serviços. e viabilidade operacional. Durante a inauguração foi lançada O lançamento foi acompanhado do também a nova linha de tratores Farmall Dia de Bons Negócios, evento que traz Série A. grandes vantagens para os agricultores na Os tratores foram projetados para os aquisição de máquinas e peças genuínas mais diversos trabalhos tanto na CASE IH. Os clientes obtiveram descontos agricultura como pecuária. Os modelos de até 50% na seção de peças e serviços e 110, 120 e 130 chegam trazendo mais condições imperdíveis para aquisição dos força e tecnologia para as operações tratores. agrícolas e já são referência em equipamentos de média potência, sendo Agro New – CASE IH especialmente pensados para atender às 17 3531.1300
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Hidráulica Mauv possui portfólio completo para manutenção A Hidráulica Mauv vem crescendo gradativamente, impulsionada pelo empreendedorismo de seu fundador, e acompanhada de investimento constante para a melhoria e desenvolvimento de produto que suprem as mais variadas aplicações no mercado de equipamentos hidráulicos. Com um atendimento diferenciado e um alto grau de satisfação de seus clientes, possui uma equipe preparada e comprometida, oferecendo soluções técnicas e comerciais aos setores de transporte canavieiro, produção e rodoviário nas linhas de basculantes, pranchas, rampas, transbordos, polis, guinchos e plataformas hidráulicas em geral.
Com produtos 100% nacionais, oferece toda a linha de conexões, peças de reposição, reparos, componentes e mangueiras prensadas, além de Assistência Técnica interna e de campo, em Tomadas de força das principais marcas de mercado, Bombas hidráulicas, Comandos hidráulicos, Cilindros de baixa pressão, Cardans agrícolas e Automação pneumática. Neste segmento, não há lugar para aventureiros; somente uma empresa com experiência e tradição há mais de 45 anos possibilita a confiança desejada. Fachada da Hidro Tork
Hidráulica Mauv 16 3626.7126 www.autopecasmaurilio.com.br
Hidro Tork recondiciona equipamentos hidráulicos para colhedoras A Hidro Tork é uma empresa especializada em recondicionamento de equipamentos hidráulicos para colhedoras de cana. Equipe treinada e capacitada e infraestrutura completa para atendimento em nosso centro técnico localizado na Rodovia Anhanguera, km 307,5, garantem uma melhor acessibilidade de nossa equipe para a agilidade no atendimento. Fator indispensável a você, cliente, que não pode deixar seu equipamento parado. Trabalhamos com equipamentos reserva à base de troca. Assistência 24 horas no campo. Recondicionamos bombas e motores nacionais e importados, móbil e industrial, e recondicionamos e
produzimos cilindros hidráulicos. Possui bancada de testes hidráulicos com simulação de operação de trabalho do equipamento no campo, como forma de assegurar e comprovar que a manutenção feita nos produtos do cliente está de acordo com as recomendações do fabricante. Contamos com uma frota de veículos equipados a todas as necessidades, para execução de serviços completos no campo, de forma rápida e segura. Hidro Tork 16 3965.1889 www.hidrotork.com.br
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