Ribeirão Preto/SP
Fevereiro/2015
Série 2
Nº 253
R$ 20,00
2G Grupo mostra nova planta, em Piracicaba, SP
Raízen abre de vez a era do etanol celulósico no setor
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ÍNDICE DE ANUNCIANTES
Fevereiro 2015
Í N D I C E ACOPLAMENTOS VEDACERT
16 39474732
58
ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE INFECÇÕES BACTERIANAS BETABIO/WALLERSTEIN 11 38482900
17 35311075
3
RBC ENGENHARIA
19 34135440
12
DMB
SUCRAL
11 30443332
54
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE
INVESTIMENTOS
11 26826633
27
33
19 21279400
19 34234000
AUTHOMATHIKA
16 35134000
8
FERTRON
16 39465899
51
BASF
METROVAL
19 21279400
18
DESINFECÇÃO INDUSTRIAL
16 39461800
A N U N C I A N T E S PENEIRAS ROTATIVAS 11
16 39452825
51
PINTURAS EM GERAL COLORBRAS
FERTRON
16 39465899
51
METROVAL
19 21279400
18
16 39426852
58
PLANTADORAS DE CANA DMB
18
IRRIGA EQUIPAMENTOS 62 30883881
4
16 39461800
11
13
ISOVER
11 22024701
PRODUTOS QUÍMICOS BETABIO/WALLERSTEIN 11 38482900
ISOLAMENTOS TÉRMICOS 15
42
REFRATÁRIOS REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS 11 30432125
VIBROMAQ
IRRIGAÇÃO
CORRENTES INDUSTRIAIS PROLINK
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
16 35124310
CONTROLE DE FLUIDOS METROVAL
AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER
IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS
FINBIO
ÁREAS DE VIVÊNCIA ALFATEK
CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL
CONSULTORIA FINANCEIRA E 42
D E
57
SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS 29 SÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070
59
SECADORES MC DESINFECÇÃO
BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS VIBROMAQ
16 39452825
16 35124310
37 EMG DO BRASIL
51
41 36417200
45
ELETROCALHAS SOLDAS INDUSTRIAIS DISPAN
CALDEIRAS ENGEVAP
16 35138800
44
ALFATEK
17 35311075
3
RODOTREM
18 36231146
50
RONTAN
11 30937088
23
SERGOMEL
16 35132600
19
CENTRÍFUGAS 16 39452825
51
COLETORES DE DADOS MARKANTI
16 39413367
4
COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS ARGUS
9
35
16 39462130
58
COMASO
16 35135230
22
MAGÍSTER
16 35137200
7
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS SUPRIMENTOS DE SOLDA
APS COMPONENTES
11 56450800
45
AUTHOMATHIKA
16 35134000
8
COMASO
DMB
FEALQ
19 34176600
25
TRANSPORTADORES
FENASUCRO
11 35987800
55
EMG DO BRASIL
SINATUB
16 39111384
6, 41
FERRAMENTAS LEMAGI
LEMAGI
SÃO FRANCISCO
REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540
57
44
19 34431400
44
DESTAK IDÉIAS
17 33611575
52
43
16 39461800
11
41 36417200
45
16 39462130
FOXWALL
ENGEVAP
VEDAÇÕES E ADESIVOS
16 35138800
44
UBYFOL
34 33199500
5
58
VÁLVULAS INDUSTRIAIS
MONTAGENS INDUSTRIAIS
NUTRIENTES AGRÍCOLAS 16 21014151
22
TROCADORES DE CALOR AGAPITO
LIMPEZA E ESTERILIZAÇÃO DE BAGS 19 34431400
16 35135230
TRANSBORDOS
FEIRAS E EVENTOS
GRÁFICA 16 35124310
AGAPITO 44
FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS 19 38266670
CONSULTORIA ABS CONSULTORIA
16 35138800
ELÉTRICOS
CARROCERIAS E REBOQUES
VIBROMAQ
28
ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL ENGEVAP
CARRETAS
19 34669300
11 46128202
14
FLUKE
19 32733999
49
VEDACERT
16 39474732
58
CARTA AO LEITOR
Fevereiro 2015
5
carta ao leitor
índice
Josias Messias
josiasmessias@procana.com
Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 Usina do Bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 a 11 Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 a 18 Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20 a 23
Biocombustíveis movimentam US$ 277,3 bilhões
Barril de petróleo alivia gasolina e pressiona seu vizinho de bomba
Logística & Transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
Governo amplia plano contra filas em portos
Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .25 a 31
Prefeito coloca em prática administração que aprendeu na usina Demissões atingem a cadeia produtiva Foco em custo torna-se prioridade para executivo da Clealco Atraso de processo é coisa do passado na paraibana São João
Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 a 39
Automação e layouts modernos favorecem a alta performance Surgimento do etanol 2G reflete firmeza e persistência do setor Gatua faz reflexões e planos para 2015 Manutenção adequada evita “surpresas” com peças de reposição
Politica Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 a 43
Setor sucroenergético: entre o drama e a esperança Kátia Abreu defende política para setor Arnaldo Jardim assume nova frente em defesa do setor
Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . .44 a 47
A TURMA DO CAVAQUINHO! Senado aprova criação do Programa Nacional do Bioquerosene
Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .48 a 52
Manejo da palha virou equação complexa Monitoramento de canavial reduz impactos climáticos
Setor em Destaque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .53
Giro do Setor
Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54
Área de saúde e segurança terá grandes desafios em 2015
Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .57 e 58
FIRME FUNDAMENTO “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.” (Escritor da carta aos Hebreus, capítulo 11, verso 1.)
Aposte seus valores Começo de ano é a época das apostas do setor. “Vai chover tanto”, “vai moer tanto”, “vai produzir tanto”, “o preço vai ficar em tanto”. Como produtores de commodities agrícolas e, portanto, altamente dependente de fatores-chave como clima e mercado, os empresários do setor estão acostumados a fazer apostas. Muitos confiam na experiência e no velho feeling para fazer suas apostas, enquanto outros mais técnicos fazem uso de estatísticas e ferramentas avançadas de simulação visando garantir maior assertividade e mitigar riscos. Mas ninguém no setor está imune a apostas! Já que temos que apostar, no início deste novo ciclo, nós da ProCana Brasil decidimos não apostar apenas no feeling e nas técnicas, mas em valores. A razão é que feeling e técnicas são de aplicação momentânea e uma empresa que quer se perpetuar deve entender quais são os valores que norteiam suas atividades e assumir um compromisso integral com estes valores. Em nosso caso, nossos quatro valores começam com a letra “P”: Pessoas, Propósitos, Produtos e Processos. Estes valores têm nos levado à uma visão corporativa melhor ajustada e nos ajudado a planejar e a tomar decisões, em sua maioria difíceis. Considerando que a atitude é o principal valor de uma pessoa bem-sucedida, temos procurado por pessoas determinadas a desenvolver e aplicar seus dons e talentos, sempre visando alcançar a autorrealização e o servir à comunidade e ao mercado. Felizmente, temos encontrado pessoas assim. Como propósito, entendemos que todas as nossas atividades devem ter objetivos muito bem definidos, sustentadas por planos estruturados; contar com recursos de fontes já originadas e ter como foco metas desafiadoras. O terceiro valor deriva dos dois primeiros. Se uma empresa possui um quadro de pessoas com atitudes firmes, habilidosas, profissionais e com objetivos claros, o resultado do trabalho será produtos que satisfazem os consumidores, remuneram os envolvidos e agregam valor à comunidade. O quarto valor é o processo contínuo, a busca incansável por melhorias em todos os processos de produção e de controle, com apoio de inovadoras técnicas e tecnologias de comunicação e gestão. Portanto, não é por acaso que nosso lema na ProCana Brasil é "Ousadia no avançar e prudência no caminhar". Nunca deixamos de apostar no setor e em sua plena potencialidade. Agora nossas apostas se fundamentam em valores inegociáveis, firmes fundamentos que nos conduzem a um ciclo virtuoso, independente das circunstâncias. Boa leitura!
NOSSOS PRODUTOS
O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 — Ribeirão Preto — SP procana@procana.com.br
NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroenergético de informações relevantes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e organizar eventos empresariais visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor (humano, socioeconômico, ambiental e tecnológico); Democratizar o conhecimento, promovendo o
intercâmbio e a união entre os integrantes; Manter uma relação custo/benefício que propicie
parcerias rentáveis aos clientes e demais envolvidos.
DIRETORIA Josias Messias josiasmessias@procana.com.br Controladoria Mateus Messias presidente@procana.com.br Regina Célia Ushicawa regina@procana.com.br
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EVENTOS
JornalCana - O MAIS LIDO! Anuário da Cana Brazilian Sugar and Ethanol Guide A Bíblia do Setor! JornalCana Online www.jornalcana.com.br BIO & Sugar International Magazine Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool
Prêmio MasterCana Tradição de Credibilidade e Sucesso Prêmio BestBIO Brasil Um Prêmio à Sustentabilidade Fórum ProCana USINAS DE ALTA PERFORMANCE SINATUB Tecnologia Liderança em Aprimoramento Técnico e Atualização Tecnológica
REDAÇÃO Editor Luiz Montanini - editor@procana.com.br Coordenação e Fotos Alessandro Reis - editoria@procana.com.br Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur Reportagem Wellington Bernardes - wbernardes@procana.com.br Arte Gustavo Santoro Revisão Regina Célia Ushicawa
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AGENDA
Fevereiro 2015
A C O N T E C E SUCRONOR Olinda, PE, receberá a 7ª Mostra Sucroenergértica do Nordeste, que acontecerá dos dias 5 a 8 de maio. Em sua última edição a feira recebeu participantes de 15 Estados e reuniu profissionais das áreas industrial e agrícola do setor.
7TH SUGAR ASIA Durante os dias 22 a 23 de maio, Mumbai, na Índia, sediará o 7º encontro da indústria indiana de açúcar. Nesta edição o enfoque será a necessidade de regulação dos preços, incrementos em produtividade e investimentos em tecnologias. Maiores informações em: http://nexgenexhibitions.com/sugarasia/
USINAS DE ALTA PERFORMANCE O Fórum Usinas de Alta Performance acontece no dia 15 de outubro em Ribeirão Preto, SP. O fórum tem o objetivo apresentar casos de sucesso na implantação de ações para incrementar a rentabilidade e competitividade das usinas no curto prazo. Na última edição o evento contou com a participação de 20 usinas e grupo.
PRÊMIO BESTBIO FERSUCRO Acontece dos dias 8 a 10 de julho a 12ª Fersucro em Maceió, AL. São três dias de evento que reúne expositores, técnicos, grupos e usinas para discutir o cenário canavieiro da região Norte e Nordeste do país. Em paralelo ocorre o XXXII Simpósio da Agroindústria da Cana-de-açúcar de Alagoas, com debate sobre a safra nas regiões e evoluções em relação ao último encontro.
Flagrante da edição anterior da Fersucro
Em paralelo ao Fórum Usinas de Alta Performance, no dia 15 de outubro, será realizado o Prêmio BestBIO. A premiação é uma iniciativa independente que tem o objetivo de incentivar a sustentabilidade através da divulgação e reconhecimento aos melhores cases da bioeconomia brasileira, com ênfase no desenvolvimento e geração de energias limpas e renováveis.
USINA DO BEM
Fevereiro 2015
Atendimento odontológico da Barralcool é referência em qualidade A qualidade dos serviços odontológicos prestados pelo Grupo Barralcool tem agradado os colaboradores do grupo, é o que aponta pesquisa realizada pelo setor de Recursos Humanos da empresa. Durante o período de setembro de 2013 a dezembro de 2014 o grupo em parceria com o Programa de Saúde Bucal do Sesi – MT ofereceu atendimento odontológico através de uma Unidade Móvel Odontológica instalada nas dependências da usina. Para o diretor do grupo, João Nicolau Petroni, a parceria com o Sesi fortaleceu a qualidade dos serviços prestados, refletindo na satisfação dos colaboradores. “São eles que ajudam nossa empresa e precisam ser tratados com dignidade. Tenho certeza que continuaremos esse projeto no próximo ano”. Petroni ressaltou que o grupo presta outros serviços na área da saúde para seus colaboradores. “Temos nosso mini-hospital na indústria com uma estrutura adequada, que conta com enfermeiros 24 horas por dia, além de um médico que atua 8 horas por dia. Também possuímos uma fonoaudióloga e uma fisioterapeuta”, explica Petroni. A Unidade Móvel Odontológica realizou 795 atendimentos, totalizando 13.490 procedimentos. No questionário de avaliação o serviço alcançou 91,74% de satisfação com o horário, 93,75% com o local, 92,97% com o atendimento da assistente odontológica e 87,51% com o atendimento do cirurgião dentista. A unidade também prestou serviços de emergência, totalizando 109 atendimentos deste tipo. Para Silvio Rangel, assessor da diretoria do Grupo Barralcool, a quantidade de serviços prestados mostra a importância destas ações. “Ficamos felizes por atender os colaboradores através da parceria com o Sesi, que trouxe para dentro da empresa uma Unidade Móvel Odontológica”, afirma.
Atendimento à colaboradora da Barralcool
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USINA DO BEM
Fevereiro 2015
Grupo reúne 1.300 fornecedores de cana para premiá-los No dia 15 de dezembro, o Grupo Clealco realizou um encontro com seus fornecedores de cana da safra passada. O evento, promovido no Clube de Campo Lago Azul, em Penápolis, SP, reuniu mais de 1.300 pessoas e contou com a presença de autoridades da região. A ação faz parte de um tradicional programa de marketing da Clealco chamado “Toneladas de Prêmios”. A festa contou com DJ e show de dupla sertaneja. Foram sorteados vários prêmios, tendo como destaque uma moto e um carro zero quilômetro. Ao longo da noite, parceiros da empresa receberam
homenagens nas categorias destaque em produtividade e fidelidade. O prefeito de Penápolis, Célio de Oliveira, foi surpreendido com uma homenagem e recebeu uma placa como Destaque do Ano em 2014, reforçando a parceria entre o grupo e o município. José Antônio Bassetto Júnior, diretor superintendente do Grupo Clealco, ressaltou a importância do evento: “Sem dúvida alguma, esse momento torna a relação entre a empresa e seus parceiros ainda mais próxima. A Clealco valoriza e reconhece os parceiros fornecedores de cana como fundamentais para o seu crescimento”, disse.
José Antônio Bassetto Júnior: valorizamos nossos fornecedores de cana
Odebrecht oferece formação profissional para jovens em Goiás A Odebrecht Agroindustrial implantou o Programa Acreditar Jr. na cidade de Mineiros, GO. Desenvolvido através da parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o programa tem o objetivo de formar jovens com idade de 17 a 22 anos, em especial os filhos e parentes de Integrantes das empresas da Organização Odebrecht. As aulas tiveram início no dia 19 de janeiro e serão divididas em dois cursos técnicos: o de manutenção automotiva, com 37 jovens inscritos, e o de operação de máquinas agrícolas, que contemplará outros 20 jovens. Com duração de 1.620 horas, o curso oferece aulas teóricas no Senai, e ensino prático dentro da Odebrecht Agroindustrial, com acompanhamento constante de instrutores da instituição e de líderes da empresa.
Participantes da primeira edição do Programa Acreditar Junior em MS
Esta é a segunda turma do Acreditar Jr. realizada pela Odebrecht Agroindustrial. Em agosto do ano passado, a empresa
implementou o Programa em Nova Alvorada do Sul, MS, com o curso de mecânico de manutenção de motores a diesel.
Caldema doa brinquedos em parceria com seus colaboradores A Caldema tem orgulho de todos os projetos sociais realizados durante seus 42 anos. Projetos como “Natal Criança”, que há vários anos auxilia as crianças carentes e que tem como objetivo conscientizar seus colaboradores a contribuir para um final de ano melhor a todos. Os brinquedos arrecadados entre seus colaboradores foram doados à Casa Graccias, entidade sem fins lucrativos que tem por finalidade o atendimento à pessoas portadoras de câncer, fornecendo apoio psicossocial a fim de proporcionar um tratamento digno e adequado. Também foram doados brinquedos à Paróquia São João Batista que fará a distribuição. Graças aos colaboradores da Caldema, o Natal destas famílias será muito mais alegre e reconfortante, diz a diretoria.
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USINA DO BEM
Fevereiro 2015
Premiações na Jalles Machado trouxeram momentos de descontração aos colaboradores
Crise não foi empecilho para usinas festejarem 2014 Usinas e entidades motivam seus colaboradores a agradecer por mais uma safra
ANDRÉIA MORENO
A crise que afeta o setor não foi empecilho para que algumas unidades comemorassem o ano de 2014 com festa para seus funcionários. Há 31 anos o Grupo
Jalles Machado realiza sua tradicional confraternização de final de ano e chama a atenção dos seus 64 mil habitantes. A festa promovida na Associação Esportiva Jalles Machado, o famoso clube da empresa, localizado na cidade de Goianésia, no Centro Goiano, reuniu em 2014, cerca de 8 mil pessoas, entre colaboradores e familiares. O diretor-presidente da Jalles Machado, Otávio Lage Filho, é um dos entusiastas e o grande incentivador do evento, que aconteceu no dia 20 de dezembro. Segundo
ele, a confraternização contou com show de músicas, distribuição de brinquedos e parque infantil e bingo com sorteios de prêmios importantes, como uma moto zero km. “Investimos R$ 110 mil nesse evento que reúne a família anualmente para momentos de descontração e agradecimentos. Esse é exatamente o melhor momento para agradecermos e recompensarmos os colaboradores por sua dedicação em prol do sucesso da empresa”, revela. O empresário explica que o bingo
sorteou, além da moto, geladeira, máquina de lavar, televisor, bicicletas, entre outros presentes. “Todo colaborador ganha uma cartela para participar do bingo e pode comer e beber gratuitamente na festa, que é 100% subsidiada pelo Grupo Jalles. Apesar de toda essa crise no setor, não podemos deixar de honrar o pessoal pelos bons resultados na safra”, confirma. E para facilitar a locomoção dos funcionários, a empresa colocou à disposição dos colaboradores, transportes em pontos estratégicos da cidade.
Confraternização motiva colaboradores na Santa Vitória Outra empresa que homenageou o colaborador com uma confraternização é a Usina Santa Vitória, de Minas Gerais, através de um café da manhã especial. Os cerca de 1,1 mil funcionários se reuniram no dia 16 de dezembro no Ginásio Poli Esportivo Flávio Morais. Na ocasião aconteceu a tradicional distribuição de brindes, panetones e brinquedos para as crianças, além de sorteios de prêmios. André Carvalho, supervisor de serviços gerais, diz que a comemoração de final de ano é um momento de união e integração entre as diversas áreas da empresa e seus colaboradores, onde podem se conhecer melhor e trocar experiências vividas durante o ano. “O objetivo é reunir todos os funcionários e celebrar o que conquistamos durante o ano, bem como ter contato com os
desafios que virão na próxima safra”, lembra. Para Carlla Fernandes, analista contábil, a festividade representa o fechamento de um ciclo, um momento de descontração depois de um ano de muito trabalho e dedicação. “Enxergo também como uma maneira de valorização do funcionário. Uma ocasião onde podemos estreitar os nossos laços na empresa, um verdadeiro network interno, em que temos a oportunidade de integração com todos os níveis, desde a base à diretoria.” Segundo Gisele Ferreira, operadora de máquinas agrícolas, é interessante porque há um maior contato com os colegas de trabalho em um ambiente descontraído. “Com isso podemos conhecer melhor as pessoas com quem dividimos a maior parte do nosso tempo”, resume. (AM)
Café da manhã especial na confraternização da usina mineira Santa Vitória
USINA DO BEM
Fevereiro 2015
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Teatro na Usina Japungu agrada a comunidade Teatro na Japungu: realizado pela Companhia Paraíba de Dramas e Comédias Autoridades ligadas ao setor canavieiro, juízes do trabalho e produtores de cana-deaçúcar, participaram no último dia 27 de novembro, no auditório da Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), de uma peça teatral que mostrou a realidade do relacionamento entre unidade industrial e cortadores de cana na Paraíba. Trata-se do espetáculo “Orgulho de ser Cortador”, capitaneado pelo gerente de plantio e tratos culturais da Japungu, Dante Hugo Guimarães, um dos idealizadores da ação. O evento foi promovido pelo Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool e do Açúcar da Paraíba – Sindalcool com apoio da Asplan em suas comemorações de final de ano. Mas essa atividade já é prática contínua da Japungu, que a promove em todo início e final de safra. A empresa lançou essa ideia como forma de descontrair e aproximar o colaborador em sua atividade de integração. São 40 apresentações por ano que relatam o dia a dia do colaborador, no espetáculo realizado desde 2003 como forma de mostrar a política de incentivo da usina. “Aproximadamente 3.500 pessoas são diretamente beneficiadas pelas apresentações, e mais de 20 mil dependem
diretamente e indiretamente dessa rotina. Inclusive o resultado tem sido tão agradável que o índice de frequência nesse ramo de atividade na empresa está em torno de 96%. Atribuo esse resultado à mensagem do teatro que trata de temas que envolvem a família e a convivência do colaborador com a sociedade e empresa. Até mesmo o próprio trabalhador pode atuar nas peças”, diz Guimarães. O teatro é realizado pela Companhia Paraíba de Dramas e Comédias. Na Asplan, os atores mostraram a realidade dos cortadores de cana na Japungu de forma bem humorada. A narrativa apresentou Francisco como esforçado e trabalhador. Já Pedrinho, consumido pelo álcool e pela falta de incentivo, nunca tinha conseguido passar muito tempo em um emprego até que foi admitido na usina. Com a política de tratamento e o programa de melhoria do salário que envolve metas para incrementar remuneração, o cortador se tornou um trabalhador comprometido e esforçado, conseguindo vencer o vício do álcool e se tornar um exemplo para sua família. “Acredito que só a educação modifica o homem. Assim, todos os anos promovemos esse teatro durante a integração de nossos cortadores. Eles vêm acompanhados de suas famílias e assistem à apresentação de um tema. Esse tema sobre a vida do cortador de cana valoriza o trabalho e resgata a autoestima deles”, comenta Dante Hugo Guimarães. (AM)
Bem humorados, atores mostraram a realidade dos cortadores de cana na Japungu
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USINAS
Fevereiro 2015
Tabu se destaca no setor com inovação, criatividade e ousadia Unidade de Destilaria paraibana quebra tabu da falta de rentabilidade do campo nordestino LUIZ MONTANINI, DE CAAPORÃ, PB
As características de inovação e criatividade na produção porteira adentro e a ousadia nos negócios porteira afora demonstradas nos últimos três anos tem levado a Agro Industrial Tabu ao destaque no setor sucroenergético. Seu sucesso deixou de ser circunscrito a Caaporã, na Paraíba, onde a destilaria está instalada, chegou a todo o Nordeste e no Centro-Sul já há quem esteja procurando a unidade para marcar visitas a
fim de conhecer alguns de seus cases para, quem sabe, adaptá-los em suas plantas. — Não há qualquer segredo de sucesso, mas se houvesse, este seria o trabalho com dedicação e profissionalismo — explica o diretor geral Roberto Leão. “O que decidimos por fazer foi investir na rentabilidade do campo, no aproveitamento de tudo o que poderia ser aproveitado e na logística de corte e abastecimento de baixo custo”. Assim, conseguiram realizar uma safra 44% maior com 200 pessoas a menos no quadro de colaboradores. Redução de custos é ação sempre lembrada e aplicada em momentos difíceis. O que, entretanto, determina o sucesso desta ação é a forma como ela é feita. Inovação nos processos com alguma dose de criatividade faz toda a diferença na Tabu. Uma destas inovações rendeu prêmio
importante à destilaria, por ter iniciado, na safra passada, testes com uma cortadora de cana especial. Por enquanto a colheita mecanizada é realizada com cana queimada, mas já existem testes para a colheita de cana crua. “46% da área de cana da usina pode ser trabalhada com corte mecanizado”, informa o gerente agrícola Alexandre Bandeira de Melo, que recebeu pela usina o troféu MasterCana Norte/Nordeste em mecanização agrícola, em novembro de 2014, no Recife. Até a chegada do implemento o corte era todo feito manualmente. A nova máquina de implemento adaptado a um trator faz corte em linha dupla, com toco baixo, sem afetar a socaria. É capaz de cortar até 500 toneladas de cana por dia. A economia foi grande: a unidade saiu do custo manual de corte de R$ 18,70 para R$ 4,10 por tonelada, informa Alexandre.
Roberto Leão: decisão por investir na rentabilidade do campo
Cuidado por manter intocável a beleza do lugar
Paulo Araújo: foco na produção com qualidade e sustentabilidade
Profissional do Ano do Prêmio MasterCana Norte/Nordeste na área ambiental, o gerente administrativo Paulo Araújo de Melo, há mais de oito anos na empresa, não esquece, jamais, uma das principais atribuições da unidade, quase um mandamento, o de manter intocável o verdadeiro santuário ecológico no entorno da planta. “Nosso foco é produzir com qualidade e sustentabilidade. Somos certificados e, além disso, valorizamos o contexto social oferecendo 180 moradias que contemplam mais de 600 pessoas. É uma pequena cidade. Aqui convidamos especialistas em várias áreas para dar palestras, temos coleta seletiva e queima controlada, entre outras ações de respeito socioambiental”. A vila se beneficia de toda a infraestrutura de uma escola e por benefícios como este, a cidade está incluída no índice Ideb de desenvolvimento. A unidade possui lavadores de gases, faz monitoramento com medição de caldeira, selos ISO 9000 e 14000, zela pelos cumprimentos do programa 5S e estampa em suas embalagens e papéis oficiais o Selo Abrinq de Empresa Amiga da Criança.
Do canavial se vê o mar e uma das praias mais belas da Paraíba
USINAS
Fevereiro 2015
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Pátio coalhado de julietas pela manhã mostra eficiência logística da Tabu A logística de entrega de cana da Usina Tabu enche os olhos da maioria dos profissionais de CCT - Corte, Carregamento e Transporte que visita a unidade. O horário de chegada e saída de caminhões beira o britânico e o estoque regulador garante a alimentação das mesas. “Nesta safra a usina não parou uma hora sequer por falta de cana”, comemora o gerente agrícola Alexandre Bandeira de Melo. Diretor geral da unidade desde junho de 2012, o economista Roberto Leão diz que todos os dias, ao chegar bem de manhã à usina, vê o pátio coalhado de julietas,
esperando apenas o momento de serem rebocadas para descarregar. Isto porque por toda a noite as julietas são trazidas para o pátio, em um regime de tráfego com apenas dois motoristas por caminhão, quando antes utilizavam quatro. “Estamos aplicando a gestão empresarial no manejo de CCT”, observa Roberto Leão. Assim, de 8 de agosto, quando iniciou a safra até este final de fevereiro, o pátio da unidade tem sido caracterizado por um constante bate-e-volta de romeus que buscam suas julietas carregadas nos talhões da própria unidade e
nas propriedades dos 120 fornecedores da usina. “Nessa evolução de tempo economizamos os custos de 150 colaboradores”, comemora. Especializado em recuperação de empresas, Roberto Leão tem utilizado na Tabu o conhecimento adquirido ao recuperar seis empresas em estado crítico para criar um completo business plan na Tabu, oferecendo liberdade de ação e respeito por cada área. Montou um conselho operacional que se reúne todas as segundas-feiras, das 14h às 16h. “É sagrado. Neste horário a diretoria e gerentes de área param tudo e, na
Alexandre Bandeira de Melo: usina não parou uma hora sequer por falta de cana
sala, falam com liberdade, opinam, criticam e sugerem aperfeiçoamentos em cada área, inclusive e especialmente a que não é sua. Quando chegou à Tabu, em 2012, Roberto Leão pegou a usina desmontada. Moía apenas 430 mil toneladas de cana por safra e todos diziam que não ia moer mais. Para surpresa geral, em 31 de agosto começou a moer. Mas o total da moagem era inviável para uma empresa daquele porte. Naquela mesma safra conseguiram trazer outras 70 mil toneladas e chegaram ao final da safra com 501 mil toneladas de cana processadas. (LCM)
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USINAS
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Silas Alvez: foco no melhoramento do canavial
Manejo agrícola é ensinado em encontros concorridos na Tabu Boa parte do sucesso da Tabu deriva do programa de capacitação de profissionais que a diretoria implementou. Um dos mais conhecidos e aprovados é o Encontros Tabu de tecnologia agrícola para fornecedores de cana. Nele, acontecem
palestras sobre manejos de pragas, manejos de moléculas de herbicidas, sistemas de irrigação, variedades de cana e calcário líquido. Os encontros são sempre pagos pela destilaria “Trazemos especialistas de
empresas fornecedoras ou consultores para falar de temas que ajudarão nosso pessoal a melhorar a produtividade, especialmente agrícola ou mesmo administrativa. “Falamos sobre irrigação, adubação e tudo o que pode ser importante para o melhoramento do
canavial”, observa Silas Alvez. No primeiro encontro apareceram 80 pessoas. Já fizeram a quarta reunião, sempre na quadra da esportes da destilaria e, nesta, 200 pessoas estavam presentes. (LCM)
Em dois anos unidade quer chegar Bolsa sustenta e ajuda na qualificação ao teto da capacidade instalada de pessoal adicional da safra A Tabu vai fechar a safra com cerca de 700 mil toneladas de cana processadas. A projeção inicial era de 660 mil toneladas, mas no final de novembro, Roberto Leão já tinha dados que ultrapassavam a previsão. O número de toneladas de cana por hectare também subiu nestas safras: saiu de 52 para 69 e este ano está em 72 TCH. Silas informa que a variedade mais plantada é a RB 92579, em topografia boa, de várzea e com
fertirrigação. Roberto Leão está satisfeito e certo de que em mais duas safras a usina chegará ao total de sua capacidade instalada e deverá moer 850 mil toneladas. Depois disso partirão para novas conquistas. Uma das opções é implantar uma moderna fábrica de açúcar, com caldeira de grande porte, que gere excedente de energia, produto vital nestes tempos de escassez hídrica e de apagões. (LCM)
Sempre ao final de cada moagem, em vez de dispensar o mesmo total de pessoal adicional contratado no início, mais de 400 profissionais permanecem vinculados indiretamente à organização, por meio do curso Bolsa Qualificação. Na prática, os colaboradores de qualquer área ou função podem aderir ao programa, com duração de dois a cinco meses, e recebem a média bruta do que ganharam no três últimos meses trabalhados no período de produção.
Durante o processo de adesão, os beneficiários têm os seus contratos suspensos e são recapacitados para atividade principais na empresa. Ao final, vários deles podem ser recontratados em novas funções, com salários melhores ou voltam ao trabalho adicional da nova safra, que se reinicia. A destilaria dispõe de serviço médico e odontológico e recursos próprios para esses atendimentos aos funcionários e dependentes. (LCM)
USINAS
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Tabu coleciona bons resultados no geral porque se esmera nos detalhes Philippe Meeus, o presidente da Agro Industrial Tabu, de Caaporã, supervisiona a gestão da unidade paraibana à distância, muitas vezes a partir do Rio de Janeiro ou em algum outro lugar do planeta, uma vez que viaja muito. Mas engana-se quem pensa que ele esteja alheio aos acontecimentos da unidade. É ativo e tem obtido um sucesso rápido: em 2013, apenas dois anos após adquirir 100% dos ativos e passivos da unidade foi eleito o Empresário do Ano do Norte/Nordeste no Prêmio MasterCana. Philippe Meeus foi presidente da trading Alcotra e por vários anos participou do gerenciamento do mercado mundial de álcool, atuando bastante na região Nordeste do Brasil. Com isso, acabou conhecendo bem o setor e os empresários da área. Em 2007 entrou no setor produtivo ao adquirir 49% da Tabu e em 2011 consolidou o negócio, adquirindo 100% das ações na unidade. Philippe Meeus possui uma visão moderna do mercado sucroenergético. “Antigamente acreditava que era preciso ser grande para poder se manter no mercado. Hoje, vejo que cada tonelada de cana, cada metro cúbico de etanol produzido, pode gerar lucro, dependendo da forma com que for administrado”, observa. Sua equipe entendeu esta forma de pensar e hoje a Tabu coleciona bons resultados no geral porque se esmera em obter a excelência nos detalhes de cada operação. Mesmo ainda deficitário, Philippe Meeus acredita muito no setor nordestino.
Philippe Meeus: supervisão à distância, mas sempre ligado
Por isso ele e sua equipe continuam a lutar por uma produção melhor remunerada, uma vez que na região o índice de ATR - Açúcar Total Recuperável é menor do que no CentroSul, assim como a produtividade, em função
de problemas hídricos, que geram um custo maior com irrigação. Mesmo com toda essa dificuldade, Meeus conta que foi atraído a entrar no negócio. Especialmente porque ele gosta de
enfrentar e vencer desafios. Ele viu na boa administração a forma de melhorar o mercado, por isso investiu em um time de profissionais competentes e ousados, a começar do executivo Roberto Leão. (LCM)
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USINAS
Fevereiro 2015
São João de Araras estreia na exportação de energia elétrica JOSIAS M ESSIAS,
DE
ARARAS, SP
A safra 2015/16 da Usina São João (USJ) de Araras, SP, marcará a estreia da unidade na venda de excedente de energia elétrica cogerada. “A comercialização será possível a partir dos investimentos feitos pelo grupo USJ na aquisição de caldeira nova”, diz o diretor executivo da companhia, Narciso Bertholdi. Para a próxima safra, a unidade do interior paulista deverá moer 3,3 milhões de toneladas. “Poderemos superar essa oferta com ganhos de produtividade agrícola se houver boas condições climáticas”, comenta, lembrando que a meta da unidade é obter 3,5 milhões de toneladas. O mix da próxima safra da unidade será direcionado para o açúcar. “Isso, apesar de entendermos que o cenário de 2015 ainda é um pouco confuso com relação à rentabilidade do produto.” Bertholdi explica que há hoje uma espécie de zona de conforto com a possibilidade de “hedgear” açúcar em Nova York. “Diante da pressão sobre os preços, a paridade cambial nos dá certa tranquilidade de hedge no médio e longo prazo”. Conforme o executivo, o etanol também conta com fundamentos importantes para 2015. “Há o aumento da mistura de anidro à gasolina, o ajuste da Cide sobre a gasolina e, principalmente, a redução do ICMS como já ocorre em Minas Gerais”, comenta. “Isso certamente irá gerar demanda, que é o fator importante para o equilíbrio em uma estrutura entre custo e rentabilidade”. Em sua opinião, a safra que vem terá remuneração para os fornecedores de cana igual ou um pouco melhor que 2014. “O cenário deverá incentivar produtores a crescerem neste mercado, em detrimento de outras commodities agrícolas que também estão sofrendo muito”.
“Eu acredito ainda que, apesar do momento que passamos no país e no mundo, com alguns desconfortos em relação ao crescimento econômico e com a questão do preço do petróleo, o setor tem boas perspectivas.” “Não será um ano simples, um ano fácil. Mantemos nosso foco em adequações e redução de custos, dentro do que é possível, e ganhos de eficiência e produtividade, em especial na área agrícola”, comenta. “A área agrícola certamente faz a
diferença no sucesso do negócio sucroenergético”. A área agrícola, aliás, estreará na safra 2015-16 outro resultado de investimentos do grupo: o monitoramento online da frota do Corte, Transbordo e Transporte (CTT). “Isso é resultado de investimentos feitos durante três anos até 2014, que fecha o programa, ligado a georreferenciamento, agricultura de precisão e monitoramento eletrônico de frota”, diz o executivo.
USINAS
Fevereiro 2015
Biosev espera reação do canavial na safra 2015/16 A Biosev, segunda maior processadora de cana-de-açúcar do país, acredita que chuvas dentro da normalidade até o momento poderão provocar uma reação dos seus canaviais nesta próxima safra, após forte impacto causado por um verão seco no início de 2014. “Esperamos uma reação do canavial a essa normalidade climática, diferente da estiagem intensa no verão passado. Mas ainda não conseguimos quantificar isso”, afirmou o presidente da companhia, Rui Chammas, em entrevista à Reuters. De acordo com o executivo, o verão em São Paulo está registrando chuvas até o momento dentro de certa normalidade. “Apesar de irregulares, as chuvas neste início de ano têm ocorrido de forma mais frequente que em 2014, quando a estiagem foi generalizada, reduzindo expressivamente a colheita das usinas paulistas na temporada 2014-15, cuja moagem está sendo encerrada”. Chammas comenta que o verão também está sendo normal, do ponto de vista climático, em Mato Grosso do Sul (onde há três usinas da Biosev) e no Nordeste (com duas usinas). Meteorologistas, no entanto, prenunciam chuvas abaixo da média histórica em São Paulo e toda a região Sudeste. “Vou precisar de mais algumas semanas ao longo deste primeiro trimestre para saber o que esperar da próxima safra”, analisa Chammas.
Rui Chammas: apesar de irregulares, chuvas ocorrem de forma mais frequente
Ele reafirmou a projeção de que a companhia vai encerrar a safra 2014/15 com moagem entre 29 milhões e 31,5 milhões de toneladas de cana, contra 30 milhões em
2013/14. Apesar de a colheita 2014/15 no centro-sul do Brasil já estar virtualmente encerrada, a Biosev continua operando no Nordeste.
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Ganhos em ATR Com 70 anos completados em 2014, a Unidade São João (USJ) de Araras encerrou a safra 2014/15 com perdas de produtividade, mas com compensação em termos de ATR. Segundo Narciso F. Bertholdi, diretor-executivo da companhia, o forte déficit hídrico resultou em significativa perda de produtividade na cana própria e de fornecedores. “Isso apesar dos investimentos feitos ano após ano em renovação de canaviais, estruturação de tratos culturais e variedades com maior potencial produtivo.” Apesar da queda de produtividade, Bertholdi diz que não foi uma safra ruim porque houve uma compensação em ganhos de ATR. “Entre o planejado e o executado, tivemos na usina uma quebra de açúcar da ordem de 8%”, diz. “Foi uma safra na qual conseguimos implantar modificações desenvolvidas nos últimos dois anos. E trabalhamos com um mix quase 70% açucareiro, fazendo o branco de qualidade”, comenta, lembrando que a USJ Araras tem foco no mercado doméstico. “Ela coloca entre 80 a 85% do açúcar produzido no mercado doméstico, até pela condição de logística e pelo background que a unidade possui em qualidade e certificações”.
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USINAS
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USINA VERTENTE TEM RECORDE DE MOAGEM ALESSANDRO R EIS, DA R EDAÇÃO
A Usina Vertente, localizada em Guaraci, interior de São Paulo, registrou moagem recorde na safra 2014/15 com a marca de 2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. A usina é parceria entre Guarani, empresa controlada pela cooperativa agrícola Tereos, e o Grupo Humos, representada por Hugo Cagno. De acordo com Hugo Cagno, a Vertente está em sua 11ª safra e que a média de moagem por ciclo sempre foi de aproximadamente 1,6 milhão de toneladas. “No ano passado, iniciamos um plano de expansão na usina e, em 2014, atingimos o nosso recorde. Esses 2 milhões de toneladas contemplam 65% de cana de fornecedores e 35% de cana própria”. Para ele a falta de chuva afetou significativamente a produtividade, mas houve uma boa recuperação que contribuiu para a retomada de estabilidade. A produção da unidade na safra foi de 100 mil toneladas de açúcar, cerca de 12 milhões de litros de álcool e 129 mil megawatts de energia cogerada. Para a safra 2015/16 a expectativa da usina é atingir a marca de 2,2 milhões de toneladas de cana moída.
CERTIFICAÇÃO BONSUCRO Em outubro, a Usina Vertente recebeu a Certificação
Credores tentam atrair investidores para o GVO Um grupo de credores do Grupo Virgolino de Oliveira (GVO), encabeçado por J.P. Morgan, Alliance Bernstein e York Capital Management, discute um aporte de recursos e a conversão de seus créditos em ações da companhia, segundo fonte a par do assunto. Os três investidores são alguns dos maiores detentores de bônus do grupo sucroalcooleiro e estão em negociação com fundos que possam injetar dinheiro no GVO. Em paralelo, a butique financeira Moelis & Company, contratada pelo GVO para comandar seu processo de reestruturação financeira, também conversa com outros potenciais investidores financeiros e estratégicos. Segundo essa fonte, ainda não há previsão de quando as conversas poderão ser concluídas. Também não está definida a relação de conversão de dívidas para ações, o que torna impossível saber por enquanto como ficarão as participações dos novos investidores no capital.
Usina Vertente, de Guaraci, SP
Bonsucro, que reconhece a adequação das práticas de produção do açúcar e etanol aos pré-requisitos estabelecidos para as esferas legais; de meio ambiente: biodiversidade e impacto ao ecossistema; direitos humanos; qualidade e melhoria contínua, entre outros. A usina já é certificada com a ISO 9000; 14000 e 22000 FSSC. A conquista dessa certificação foi precedida por um
processo de auditoria cuidadoso, conduzido por uma auditoria independente. A avaliação certifica a sustentabilidade da operação da empresa e a gestão e modelo de negócios. As empresas certificadas ainda têm seus produtos enquadrados em diferentes requisitos de qualidade e são reconhecidas por países da União Europeia, que seguem a Política de Combustíveis Renováveis.
Faturamento da Pumaty ultrapassa R$ 22 milhões Com pouco mais de dois meses em atividade, a Usina Pumaty, localizada em Joaquim Nabuco, PE, faturou R$ 22 milhões. A receita veio através da produção de 14 mil metros cúbicos de etanol, gerados pela moagem de 240 mil toneladas de cana. A atividade da usina beneficiou cerca de 1,2 mil fornecedores de cana-de-açúcar e gerou aproximadamente R$ 2 milhões de ICMS estadual. A reativação da usina aconteceu graças à iniciativa de produtores de cana, associados à Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) e ao Sindicato dos Cultivadores de Cana da região.
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MERCADO
Biocombustíveis movimentam US$ 277,3 bilhões A produção de biocombustíveis contribuiu com US$ 277,3 bilhões em todo o mundo, e gerou perto de 1,4 milhão de empregos no setor e em empresas a ele ligadas. Para 2020, a estimativa é de que o número de empregos gerados pelo universo sucroenergético mundial supere 2,2 milhões. As informações foram divulgadas pela Global Renewable Fuels Alliance (GRFA), durante a 8th Annual World Future Energy Summit (WFES), em Abu Dhabi. O evento foi realizado nos dias 18 a 21 de janeiro.
Pesquisa: 29,6% esperam melhora nas exportações Pesquisa com representantes de indústrias paulistas, divulgada nesta quartafeira (21) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), revela que 29,6% dos entrevistados esperam melhora ou crescimento acentuado nas vendas para o exterior. Conforme a pesquisa, 30,2% dos participantes acreditam que haverá queda ou queda acentuada nas vendas nos próximos meses. Para 40,2%, a previsão é de estabilidade no mercado internacional. O levantamento indica também que 84,4% das empresas não têm planos de fazer contratações na primeira metade do ano.
Fevereiro 2015
Tatiana assume secretaria do Ministério da Agricultura Foi nomeada no dia 21 de janeiro, a nova secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SRI/Mapa). Nascida na Rússia e naturalizada brasileira, Tatiana Palermo é formada em Direito, com dois mestrados e uma pós-graduação, todos na área de relações econômicas e de comércio internacional. Começou sua carreira, ainda na Rússia, lidando com privatizações e com atração de investimentos estrangeiros. Em seguida, trabalhou como consultora da Corte Permanente de Arbitragem em Haia, na Holanda. Em 2000, já residindo no Brasil, ocupou cargo de vice-presidente executiva em São Paulo da Câmara Brasil-Rússia de Comércio, Indústria & Turismo. Em Brasília, a secretária trabalhou como analista sênior de comércio exterior da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e depois assumiu o cargo de coordenadora de articulação e cooperação internacional na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
MERCADO
Fevereiro 2015
São Paulo lidera oferta de bioeletricidade no próximo leilão Com a oferta de 1.152 megawatts (MW), as térmicas movidas a bagaço de cana-deaçúcar de cogeradoras do estado de São Paulo lideram os projetos de termelétricas a biomassa inscritos no Leilão de Fontes Alternativas 2015, que o Ministério de Minas e Energia programa para o dia 27 de abril próximo. Segundo a Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), do Ministério de Minas e Energia, o leilão possui 570 projetos inscritos, com a oferta de 14.962 MW.
Combustível Certificado Desde 2012 diversos voos testes foram realizados, mas somente em junho de 2014, o biocombustível de aviação, conhecido pela sigla bQAV, produzido a partir da biomassa da cana-de- açúcar, foi liberado pela certificadora internacional de padrões industriais ASTM, para ser adicionado na proporção de até 10% ao querosene de aviação de origem fóssil. No Brasil, o reconhecimento da certificação da ASTM foi legitimado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no dia 5 de dezembro de 2014.
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Setor aéreo aposta no potencial dos biocombustíveis A indústria aérea brasileira está cada vez mais perto de um futuro mais sustentável. Com a inauguração, no dia 14 de janeiro, do Centro Conjunto de Pesquisa em Biocombustíveis Sustentáveis para a Aviação, em São José dos Campos (SP), uma parceria da Boeing e da Embraer, o setor demonstra a importância que tem dado ao desenvolvimento de alternativas energéticas renováveis, com baixo carbono, como o bioquerosene de cana. O Centro de Pesquisa, uma resposta da indústria de aviação à Associação de Transporte Aéreo Internacional, que determina a redução pela metade das emissões de CO2 até 2050, focará na coordenação de projetos com potencial para criar opções aos combustíveis fósseis utilizados pelo transporte aéreo. Entre as alternativas energéticas destaque para o uso da biomassa, principalmente a da cana-deaçúcar. “Nosso objetivo é apoiar trabalhos de desenvolvimento e amadurecimento do conhecimento e das tecnologias necessárias para estabelecer no Brasil uma indústria de biocombustíveis sustentáveis para a aviação, de alcance global”, afirmou o vicepresidente executivo de Engenharia e Tecnologia da Embraer, Mauro Kern. Para ele, o Brasil tem potencial e é referência na indústria de energia limpa, tendo criado as indústrias de etanol e de biodiesel. A presidente da Boeing Brasil e América Latina, Donna Hrinak, endossou o discurso,
Alfred Szwarc: ação é importante para desenvolvimento de pesquisas energéticas
afirmando que o País será um dos protagonistas também nos biocombustíveis aéreos. Para o consultor em Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Canade-Açúcar (Unica), Alfred Szwarc, a parceria Boeing-Embraer é um esforço importante e correto para o desenvolvimento de pesquisas energéticas sustentáveis. Segundo ele, embora o setor aeronáutico contribua com uma parcela relativamente pequena das emissões globais de CO2, da ordem de 3% a 4%, o tráfego vem crescendo continuamente, resultando em aumento na
emissão de gases de efeito estufa. “ O uso de biocombustível de aviação é a alternativa mais viável para reduzir os impactos na atmosfera. A Gol Linhas Aéreas, por exemplo, encontrou no bioquerosene de cana, o melhor resultado. Em vários de seus voos, os aviões da empresa são abastecidos com 10% de bioquerosene de aviação (bQAV), mistura que deve diminuir em cerca de 10% a emissão de gás carbônico, gerando grandes benfeitorias para a indústria aeronáutica e agregando novos benefícios para a atividade canavieira,” destacou Szwarc.
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MERCADO
Fevereiro 2015
Barril de petróleo alivia gasolina e pressiona seu vizinho de bomba WELLINGTON B ERNARDES, DA R EDAÇÃO
A contínua queda do barril de petróleo no mercado internacional tem alterado a dinâmica de diversos setores da economia. No Brasil, a gasolina, com preço ainda controlado pelo governo, não sofre com o declínio da commodity, porém, seu vizinho de bomba, o etanol, pode em breve perceber o efeito negativo desta desvalorização. Com quedas que acumulam 60% desde julho de 2014, o aumento da produção do combustível fóssil, que ocorreu principalmente em áreas de xisto nos Estados Unidos, e a menor demanda europeia e asiática pressionam os preços do barril. Este comportamento deve segurar preço do etanol no país caso não haja políticas que estimulem o consumo deste. Segundo a agência Fitch, o aumento do valor do etanol será fundamental para compensar outra commodity em declínio, o açúcar. Como os preços da gasolina não devem aumentar este ano, o etanol seguirá com os mesmos preços, dificultando o fechamento de caixa de empresas sucroenergéticas. “Os produtores de açúcar e etanol do Brasil precisam de preços elevados de etanol para fazer frente aos baixos preços do açúcar nos mercados internacionais, mas
aumentos significativos do biocombustível são possíveis apenas se houver gasolina mais cara nas bombas", afirmou a agência.
Cide pode garantir maior competitividade A Cide - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico entrou em vigor neste dia 1º de fevereiro, por decreto do Governo Federal. Houve também elevação do Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre a gasolina e o óleo diesel. O aumento conjunto corresponderá a R$ 0,22 por litro da gasolina e R$ 0,15 por litro do diesel. Por causa da regra da noventena, que
estabelece que a elevação de tributos das contribuições só pode entrar em vigor 90 dias depois do anúncio, o governo temporariamente elevará apenas o PIS e a Cofins em R$ 0,22 por litro da gasolina e R$ 0,15 por litro do diesel. Depois desse prazo, o reajuste do PIS/Cofins cai para R$ 0,12 para a gasolina e para R$ 0,10 para o diesel. A Cide subirá R$ 0,10 por litro da gasolina e R$ 0,05 por litro do diesel.
Assim, grupos e usinas enfrentarão preços reduzidos e custos crescentes para produção do biocombustível, enquanto a
Petrobras terá menor pressão para aumentar o preço da gasolina. “A Fitch não projeta um etanol mais caro em 2015, devido ao gap dos preços da gasolina sobre os do etanol hidratado. Isto pressionará o fluxo de caixa das empresas do setor, que precisam enfrentar preços em queda do açúcar e a expectativa de aumentos de custos neste ano”. Medidas políticas podem melhorar a competitividade do etanol no mercado. A possível implantação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) possibilita um distanciamento de preço, tornando o biocombustível atrativo ao consumidor. “A reintrodução da Cide poderia compensar o impacto dos preços mais baixos da gasolina na refinaria e aumentar a competitividade do etanol na bomba”, enfatiza a Fitch. O aumento da mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina de 25 para 27% pode diluir os custos. “Os incentivos governamentais são necessários para ajudar o setor”, conclui. Mesmo com este panorama negativo, setor pode ter aquecimento do consumo de etanol, porém, é necessário que medidas públicas sejam aplicadas para assegurar a produção e competitividade do biocombustível.
MERCADO
Fevereiro 2015
Forte Ferramenta para manter o setor ativo A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis fósseis é uma forte ferramenta para a manutenção do setor nas bombas nacionais. A contínua desvalorização do barril de petróleo somada ao controle de preços da gasolina, ofuscaram o etanol e todas suas externalidades. Segundo afirmou Elizabeth Farina, presidente da União da Indústria de Cana-deAçúcar (Unica), a elevação da Cide, em vigor desde 1º de fevereiro, aumentará o retorno dos produtores de etanol. “Vai ajudar muito e mudará o cenário atual. Se for uma medida estruturante, ou seja, se passar a ser a realidade da formação de preços dos combustíveis, está se enxergando uma vantagem competitiva que havia sido perdida e que será recuperada”, explicou. Em concordância com o setor, o ministrochefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante afirmou ser favorável aos estímulos, e articula encontros para trazer ao biocombustível novo fôlego no mercado doméstico. Estabelecida em 2001, a Cide para os combustíveis foi criada para fortalecer o etanol, porém em 2011, a medida perdeu força, sendo reduzida até sua extinção em 2012, como forma de controlar a inflação e compensar a estagnação dos valores dos combustíveis.
Elizabeth Farina: elevação da Cide aumentará o retorno dos produtores
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LOGÍSTICA & TRANSPORTES
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Governo amplia plano contra filas em portos Mesmo com o recuo nas cotações das commodities, o governo espera elevar em 6,2% as exportações nacionais de grãos neste ano. Isso porque a desvalorização de 18% no preço da soja é parcialmente compensada pela alta de 15% na cotação do dólar, explicou ontem a ministra da Agricultura, Kátia Abreu. “Não tenho preocupação em relação ao comércio exterior”, garantiu. Kátia Abreu e os ministros dos Portos, Edinho Araújo, e dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, anunciaram no dia 13 de janeiro, medidas para evitar que o escoamento da nova safra seja marcado por filas de caminhões nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Mesmo não sendo a opção mais econômica, as duas instalações ainda são as mais utilizadas para a exportação de grãos no País. Para esses dois terminais, o governo promete aperfeiçoar o sistema de agendamento que, no ano passado, ajudou a reduzir o custo do frete em 7%, segundo cálculos oficiais. De manual, o sistema passará a ser eletrônico. O governo também promete credenciar mais um pátio para que os caminhões aguardem autorização até ingressar nos terminais. “Essa iniciativa lançada no ano passado deu resultados positivos”, disse Edinho Araújo. A ministra Kátia Abreu estimou uma economia da ordem de 70% na taxa paga às embarcações pela demora no carregamento.
2014/15 produzidas no País. A estimativa é que apenas o complexo soja seja responsável pelo embarque de 64,2 milhões de toneladas de grão e farelo neste ano. Entre as ações anunciadas pelos ministros está a utilização de 426 embarcações nas hidrovias Madeira e Tapajós. As barcaças compõem o sistema de transporte do chamado Arco Norte, corredor logístico que o governo tenta fomentar na região para reduzir a pressão sobre os portos de Santos e Paranaguá, principais portas de saída para o agronegócio.
MENOS AÇÚCAR
Kátia Abreu, ministra da Agricultura e Edinho Araújo, ministro dos Portos
Nos portos do Norte do País, o problema não é fila, mas acesso aos terminais. Uma das principais vias, a BR-163, ainda não está totalmente asfaltada até o porto fluvial de Miritituba (PA). O asfaltamento dessa rodovia se arrasta há 40 anos, como reconheceu o secretárioexecutivo do Ministério dos Transportes, Anivaldo Vale. As obras de pavimentação estão contratadas, mas estima-se que só estejam concluídas no fim de 2016. Por ora, o governo lançará mão de soluções paliativas, como o cascalhamento da via e a oferta de
tratores para desencalhar caminhões. O governo deverá também ampliar as áreas disponíveis no porto de Vila do Conde (PA), próximo de Belém, para construção de novos terminais privados. Está na Casa Civil uma minuta de decreto presidencial modificando a demarcação de área (chamada “poligonal”), de forma que poderão ser implantados mais três ou quatro terminais privados na área. O plano do governo prevê ações integradas das três pastas para enfrentar o desafio de exportar parte das 202 milhões de toneladas de grãos previstas para a safra
Os Portos de Paranaguá e Antonina, no Paraná, fecharam o ano de 2014 com um total de 4,399 milhões de toneladas de açúcar exportadas. Em 2013 foram embarcadas pelos portos, 5,3 milhões de toneladas; alta de 16,9% em relação ao ano passado. Os dados são da Diretoria de Desenvolvimento Empresarial da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística do Governo estadual do Paraná. Ao todo, no ano passado, 45,5 milhões de toneladas de cargas foram movimentadas. Ao longo do ano, os portos paranaenses exportaram 27,9 milhões de toneladas e importaram outras 17,1 milhões de toneladas. O resultado foi 1,3% abaixo do que o registrado em 2013, quando foram movimentadas 46,1 milhões de toneladas em cargas.
ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO
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Prefeito coloca em prática administração que aprendeu na usina DELCY MAC CRUZ, DE JARDINÓPOLIS, SP
O gabinete do prefeito de Jardinópolis (SP), José Jacomini, ostenta um painel com fotografia que ocupa metade da parede. Feita há um ano e meio, a foto aérea mostra o desenvolvimento urbano da cidade do interior paulista. Mostra também um verdadeiro mar verde vizinho, todo ele formado por extensos canaviais. Revela também o grau de desenvolvimento de Jardinópolis e como o setor é importante para a cidade. “60% da arrecadação de impostos recolhidos estão ligados direta e indiretamente ao setor”, afirma Jacomini. Aos 63 anos, ele está no sexto ano do segundo mandato à frente do Executivo local, tem o semblante de quem ficou muito tempo ao sol; reflexo das décadas que investiu e investe no cultivo de cana-de-açúcar. Jacomini e familiares são considerados grandes fornecedores, com pouco mais de 5 mil hectares de canaviais plantados em Jardinópolis e região. Até meados da década passada, ele integrava a equipe de executivos da Companhia Energética Vale do Sapucaí, a Cevasa, em Patrocínio Paulista (SP), a pouco mais de 50km de Jardinópolis. O produtor deixou a Cevasa para assumir a prefeitura, mas manteve-se sócio da Canagril, empresa com atuais 15 produtores associados que fornece perto de 60% de toda a cana processada pela unidade de Patrocínio. A Canagril tem 37% do controle da Cevasa – os demais 73% são da americana Cargill. E, como
José Jacomini: “60% de nossa arrecadação está ligada ao setor”
sócio da empresa, Jacomini mantém-se ativo no mercado fornecedor de cana. Mais do que um fornecedor, Jacomini levou o aprendizado dos canaviais e da Cevasa para a administração de Jardinópolis. Passou a tratar a prefeitura como empresa e, apesar dos percalços econômicos e sociais, ele, com seu jeito direto – típico de administradores -, diz que o caixa da prefeitura está no azul. Mas como Jacomini consegue ficar no azul em uma cidade dependente do setor sucroenergético, que
amarga crise desde 2008? “Com economia e pés no chão”, frisa. Segundo ele, apesar de a saúde abocanhar mais de 30% do orçamento (estimado neste ano em R$ 108 milhões), as verbas municipais são liberadas, mas com o objetivo de economizar 15%. É com estratégias como esta que Jacomini administra uma cidade que neste janeiro completa um ano desde a desativação da Jardest, usina do grupo francês Biosev (LDC). Pelas
contas dele, foram 300 demissões, das quais somente 100 profissionais conseguiram recolocação. Para dar conta do crescente custo social, bancado por verbas públicas, Jacomini lançou mão de duas iniciativas que buscou na vida profissional. A primeira foi criar ações para atrair empresas para os três distritos empresariais. “Concedemos três anos de isenção de IPTU e de ISS depois da empresa se instalar”, diz.
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DEMISSÕES ATINGEM A CADEIA PRODUTIVA Crise provocou fechamento de diversas empresas e aumentou quadro de demissões ANDRÉIA MORENO
Não é novidade que a crise financeira do setor sucroenergético provocou o fechamento de mais de 50 usinas desde 2008, e tem desestabilizado diversas empresas da indústria de base. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) estima que, das 66 unidades que pediram proteção da Justiça contra credores nos últimos seis anos, apenas 20 estão de fato conseguindo operar. De janeiro a novembro, o total de dispensas nas indústrias de Sertãozinho, SP, superou 1,7 mil, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Sertãozinho concentra o maior polo de indústrias que fornecem peças e equipamentos para as usinas, onde as cerca de 700 fábricas empregam mais de 10 mil trabalhadores. E hoje, não é difícil ouvir que as empresas da cidade estão passando por dificuldades. As usinas também estão dispensando por não encontrar outra alternativa viável. Questionado, um dos funcionários demitidos de uma empresa do setor sucroenergético no final de novembro de 2014, alegou que toda a cadeia produtiva tem sentido a crise financeira que afetou primeiro as usinas. “Há algum tempo vemos que as empresas estão cortando gastos e buscando novas formas de se trabalhar. Tornou-se motivo de sobrevivência tais transformações, mas claro, nunca imaginamos que possa acontecer conosco.
Ainda que a situação seja difícil, ser demitido não estava nos planos”, relata. O diretor executivo do Gerhai, José Darciso Rui, consultor da Cerha, já previa há dois anos esse quadro de demissões. “O setor está encolhendo com o fechamento de unidades. A defasagem de preços faz com que as unidades em operação reduzam seus investimentos, novos maquinários, equipamentos e manutenção. Há 70 empresas em recuperação judicial e até hoje, todas que aderiram a este instrumento jurídico de gestão continua em dificuldades extremas, ou ainda, estão prestes a encerrar suas atividades, pois o mercado de usinas na atual conjuntura não é apetitoso a outros empresários”, confirma. Ele confirma que as demissões afetaram todos os cargos e níveis, como operacional,
média gerência (supervisão, líderes) e alta gerência (diretores e gerentes). “As demissões em usinas de Ribeirão Preto foram elevadas para o segmento. Muitas unidades fizeram adequação de quadro e reduziram atividades, ou ainda, fecharam suas portas. Creio, pelos números que temos, num volume de mais de 10 mil demissões nos últimos quatro anos. No setor de bens de serviços e de equipamentos o número ultrapassa cinco mil empregos, precisamente em Sertãozinho. No Brasil, o setor desempregou mais de 60 mil trabalhadores diretos nestes últimos anos, em razão da crise instalada desde 2008 no país”, lembra. Segundo ele, apesar da situação ser crítica, há boas perspectivas de retomada de crescimento. “O mercado tende a reagir. Esperamos uma melhoria nos preços dos
produtos através do equilíbrio do preço da gasolina e um ano com uma condição climática melhor que 2014. Algumas unidades estão com bom rendimento, com a cogeração de energia. O preço do açúcar pode melhorar no mercado externo em razão da baixa do estoque mundial. No entanto, se as empresas não melhorarem seus processos de gestão empresarial buscando a eficiência e a eficácia em produtividade, qualidade e custos, de nada adiantará qualquer melhoria acima exposta”, avisa. Para ele, o crescimento dependerá de alguns fatores voltados para ações empresariais (gestão sustentável), ações governamentais (crédito e equilíbrio de preços de combustíveis) e ações climáticas (chuvas), além da retomada do crescimento da economia do Brasil.
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Atraso de processo é coisa do passado na paraibana São João Moderno sistema de ERP calcula rendimento e eficiência e faz análises diárias, do mês e de safras LUIZ MONTANINI, DE SANTA R ITA, PB
Atrasos nos processos são enrascadas do passado na companhia Usina São João, de Santa Rita, PB. Um moderno sistema de ERP calcula rendimento e eficiência e faz análises diárias, do mês e de safras. O sucesso no aplicativo e o resultado das operações chegaram a render à usina o Prêmio MasterCana Norte/Nordeste em Tecnologia da Informação e Comunicações. Foi recebido pelo diretor presidente Eduardo Ribeiro Coutinho, em novembro de 2014, no Recife. O sistema automatiza e integra em tempo real os processos de todas as áreas da empresa. E oferece controle e possibilidade de análises das informações necessárias para as tomadas de decisões de forma rápida e segura. Faz toda a somatória e cálculo do rendimento, eficiência, permite análises diárias, semanais e levantamentos de dados, do dia passado à safra vigente e anteriores. Jordão Dias Florindo, que trabalha há mais de dez anos na São João e atualmente é gerente de TI explica que o sistema foi adotado para melhorar a qualidade da gestão em todos os setores. “É inevitável que qualquer área de tecnologia da informação que possua uma ferramenta como esta obtenha resultados benéficos”. Jordão explica que antes da integração em tempo real a unidade estava limitada apenas a vários “programinhas” que atendiam um todo. “Isto não funcionava e havia muito retrabalho porque os sistemas eram independentes, sem qualquer interação entre eles. Através da implantação do ERP eliminamos o retrabalho e ganhamos eficiência tanto na informação quanto na gestão”.
Jordão Dias Florindo: sistema melhorou qualidade da gestão em todos os setores
Responsável por uma destas áreas, o laboratório, a química Kiara de Fátima, confirma os benefícios. “O sistema é meu espelho. Todas as análises diárias são levadas a ele, que as devolve com informações em tempo real e emissões de boletins detalhando todos os processos laboratoriais. A partir destas informações tomamos decisões sobre ações necessárias nas áreas fundamentais da indústria, como na fermentação, por exemplo, cujo processo é bastante delicado e exige dose na medida de qualquer adição de produto. O que aconteceu hoje é jogado no sistema e amanhã ele me devolve sistematizado. Assim, acompanhamos o comportamento de toda a unidade, setor a setor. Informação, aliás, é crucial para a gestão. Informação é tudo, diz Jordão.
Kiara de Fátima: o sistema é meu espelho
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Andréa Carla da Silva: boletins diários e a todas as áreas
Antes do sistema integrado havia muita gente para fazer pouca coisa A colaboradora Andréa Carla da Silva observa que o sistema de ERP implantado na Companhia Usina São João, de Santa Rita, PB, gera boletins diários automaticamente e os envia a todas as áreas. Ela trabalha com o sistema de ERP desde que entrou na unidade, há oito anos e alguns meses, isto é, desde a implementação do programa em rede na unidade. Andréa relembra que no início o sistema caía algumas vezes, porque muitos
deixavam janelas abertas ao mesmo tempo ou a rede não suportava. Mas agora estão conseguindo maior regularidade. Antes, havia também muita gente fazendo pouca coisa, devido à falta de uma ferramenta apropriada. “Quando trabalhamos de forma apropriada e organizada, trabalhamos pouco e bem”. O gerente de TI, Jordão Dias Florindo, relembra as dificuldades que encontrava quando precisavam de informações cruzadas das diversas áreas da unidade. “Tínhamos
dificuldade para levantar ou gerar dados cruzados como balancetes para bancos, por exemplo, porque alguma informação que necessitávamos estava parada em algum lugar. Hoje, basta um clique e o inventário sai naquele instante, com detalhes da informação em tempo real. Hoje, todos os setores juntos geram uma só informação. Toda a unidade e suas áreas (agrícola, industrial e administrativa) está integrada a um só servidor. Mesmo com tanta eficiência, incluindo
em back office, Jordão não se mostra satisfeito e anuncia que há muito ainda a fazer. “Sempre temos o que melhorar. Ampliamos a capacidade do nosso banco de dados, melhoramos a qualidade e a rapidez do sistema, mas temos consciência de que precisamos avançar na melhoria dos processos. “Afinal”, conclui, “não adianta tem o melhor sistema de ERP do mundo sem um bom processo à disposição porque, por mais que nos esforcemos, ele não vai funcionar”. (LCM)
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QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR
Foco em custo torna-se prioridade para executivo da Clealco Empresa adota a filosofia de fazer mais com menos, realizando aquilo que é estritamente necessário R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP
A crise do setor sucroenergético tem sido assunto frequente em reuniões, palestras, seminários, entrevistas, artigos. A busca incessante por alternativas para minimizar efeitos negativos, driblar e, principalmente, superar o momento de dificuldades move, de maneira intensa, os debates nessa área. No dia a dia da atividade sucroenergética, executivos de usinas e destilarias se transformam em verdadeiros gestores da crise. Conhecem como ninguém as causas, os problemas e as soluções de curto, médio e longo prazos para a complicada situação que abala o setor. E tentam, de uma maneira ou de outra, obter resultados positivos mesmo diante das incertezas. “O que a gente pode trabalhar nesse momento é a questão de controle de custo. Temos todo um sistema, um monitoramento para medir cada atividade. O foco em custo está dentro do nosso horizonte”, afirma José Antônio Bassetto Júnior, diretor-superintendente (CEO) do Grupo Clealco, que possui três unidades localizadas nos municípios de Clementina, Queiroz e Penápolis, no estado de São Paulo. Segundo ele, a empresa adota a filosofia de fazer mais com menos, realizando aquilo que é estritamente necessário. “O grupo tem uma gestão simples e objetiva. Não fica querendo reinventar a roda e trabalha fortemente essa questão de orçamento e custo”, enfatiza. Para todas as atividades, a empresa possui indicadores, além de contar com remuneração variável para todos os funcionários. “Isto tudo contribui para que a Clealco tente ser diferente em relação à maioria do setor”, diz Bassetto Júnior, que possui pós-graduação em Administração e em Gestão Estratégica de Pessoas pela FGV – Fundação Getúlio Vargas, onde cursou também a sua
José Bassetto Júnior: monitoramento de cada atividade
graduação em Administração de Empresas. O grupo conta com um sistema de produção, principalmente cana-de-açúcar, que apresenta resultados positivos – revela. “Utilizamos técnicas de preparo de solo, de plantio, buscando o aumento dessa produtividade”, afirma. O rendimento agrícola do grupo é de 79 toneladas por hectare (TCH). No ambiente de produção das unidades da Clealco na região de Araçatuba, SP, o resultado é considerado bastante satisfatório. “Temos condições de chegar no máximo em 84 a 85 toneladas. A nossa busca incessante é ter um canavial com essa produtividade. A ideia é estar com esse número dentro de um plano quinquenal”, planeja. Controle de perdas em todo o processo de produção agroindustrial é outra preocupação da empresa – destaca. A aquisição de uma nova unidade em 2013 – a antiga Usina Campestre –, situada em Penápolis, SP, criou condições para que o grupo alcançasse o recorde histórico de moagem,
Sem cuidado com as pessoas, não se chega a lugar algum A compra da unidade de Penápolis em 2013, em um período em que as empresas do setor não estavam – e ainda não estão – fazendo aquisições, demonstra que o Grupo Clealco e seus acionistas acreditam na atividade sucroenergética, afirma José Bassetto Júnior. “A gente não consegue enxergar esse setor na realidade em que está hoje. Essa situação vai passar. Isto é questão de tempo, de momento”, opina o diretor-superintendente que iniciou a sua trajetória profissional, com 18 anos de idade, na área de TI – Tecnologia da Informação da Clealco, como digitador. Bassetto Júnior foi também programador, analista, tornando-se coordenador de TI, agregando também a área de qualidade da empresa. Em seguida, ocupou o cargo de gerente responsável pelas áreas de Recursos Humanos, Tecnologia da Informação e Qualidade. Antes de assumir o cargo de diretor-superintendente do Grupo Clealco em março de 2014, ele foi diretor de Recursos Humanos e, em seguida, diretor executivo, responsável pelas áreas agrícola e industrial. Uma das aptidões de Bassetto Júnior, no desenvolvimento de seu trabalho, tem sido a sua capacidade em formar equipe. “Sozinho a gente não consegue fazer nada.
Palestras são constantes na Clealco
Se não tivermos essa habilidade no trato, na gestão e cuidado com as pessoas, que formam uma equipe, acabamos não chegando a lugar algum”, comenta ele, que está há vinte anos na empresa. (RA)
na safra 2014/15, que atingiu 8.4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no final de novembro. O melhor resultado obtido anteriormente pelo grupo ocorreu na safra 2013/14 quando foram processadas 8, 2 milhões de toneladas de cana. Até o término do ciclo, programado para março – a safra na Clealco é retomada no início deste mês –, a safra 2014/15 deverá chegar a 9,5 milhões de toneladas de cana, o que equivale a ampliação do recorde. O volume total de açúcar deverá alcançar 690 mil toneladas. Além disso, a produção de etanol hidratado ficará em torno de 216 mil m³ e de anidro, em 75 mil m³. Para a safra 2015/16, a estimativa é a moagem de 10,5 milhões de toneladas de cana, e a produção de 767 mil toneladas de açúcar; 184 mil m³ de hidratado e 127,5 mil m³ de anidro. A grande mudança deverá ser a fabricação de anidro em função da expectativa de aumento da mistura, comenta Bassetto Júnior.
Crise de preços e falta de política pública geraram problemas Os problemas enfrentados atualmente pelo setor são decorrentes de uma crise de preços, opina Bassetto Júnior. “No caso do açúcar não temos preços por causa da super oferta do produto”, observa. Em relação ao etanol, a falta de uma política pública – avalia – tem gerado dificuldades. Segundo ele, medidas nessa área deveriam reconhecer a importância do setor, que criou inclusive o melhor programa de energia renovável do país. Na opinião do diretor-superintendente da Clealco, a confirmação da volta da Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico e o aumento da mistura do anidro na gasolina, de 25% para 27,5% deve gerar benefícios a curto prazo. Além disso, para médio e longo prazos, Bassetto Júnior defende uma política para a cogeração de energia de biomassa, com a realização de leilão específico, e a definição da participação de etanol na matriz energética brasileira. De acordo com ele, faltam linhas de crédito para o setor, com maior prazo, para equipamentos industriais e agrícolas. “Para fazer um investimento em um canavial, que deveria ser amortizado em cinco ou seis anos, dificilmente se consegue uma linha com duração de mais de um ano”, observa. (RA)
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QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR
Melhoria da produtividade é uma das estratégias para a sobrevivência Executivo da Usina Estiva diz que empresa tem adotado medidas para manter competitividade ao longo do tempo e de forma ininterrupta A redução de custos e a melhoria da produtividade continuam sendo as únicas maneiras de sobreviver em uma crise como essa, ressalta Sandro Cabrera, diretor e conselheiro da Usina São José da Estiva, de Novo Horizonte, SP. “As medidas necessárias para manter a competitividade da Usina Estiva não vêm de agora, mas sim, estão sendo implantadas ao longo do tempo, e de maneira ininterrupta. O que nos afeta hoje é continuar investindo em crescimento e melhorias em um momento tão delicado e com a situação financeira das usinas cada vez pior”, avalia. De acordo com ele, outra maneira seria investir na diversificação de produtos, como etanol 2G, biorrefinaria, otimização da produção de energia elétrica, entre outras iniciativas. “Porém, caímos na questão da
Sandro Cabrera, diretor e conselheiro da Usina São José da Estiva
situação financeira”, diz. Além do aumento da mistura e da volta da Cide, Sandro Cabrera defende medidas
como elevação do preço da gasolina, definição de linhas de crédito acessíveis aos que se encontram em dificuldades,
definição clara da participação do setor na matriz energética. O executivo da São José da Estiva cita ainda outras medidas que podem criar novas perspectivas para o setor: preço diferenciado para energia elétrica de biomassa; contratos de longo prazo ou leilões da energia elétrica existente; acesso a crédito barato para investimento em energia e novos produtos. “Finalmente, mas não menos importante, as medidas a longo prazo devem incluir o cumprimento, a manutenção e o aperfeiçoamento do que foi conquistado em curto e médio prazos. Ou seja, é preciso deixar o setor trabalhar”, enfatiza. Existem inclusive motivos de sobra para que sejam adotadas medidas para afastar os momentos de grandes dificuldades e incertezas da atividade sucroenergética. Sandro Cabrera destaca que uma das virtudes do setor é proporcionar crescimento sustentável das cidades do interior dos estados, trazendo de volta a mão de obra que obrigatoriamente estava sendo alocada nas capitais. De acordo com ele, a bioeletricidade gerada pela biomassa de cana também pode proporcionar benefícios para o país, pois tem uma capacidade enorme de solucionar ou amenizar um problema sério que afeta o Brasil: a falta de energia, que inclusive corre risco de racionamento.
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Automação e layouts modernos favorecem a alta performance Novas unidades sucroenergéticas apresentam também maior flexibilidade para mudança de mix e diversificação da produção R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP
Layouts otimizados, que proporcionam maior facilidade para operação, manutenção e futuras ampliações, é uma das “virtudes” das modernas plantas industriais de diversas unidades sucroenergéticas que surgiram, a partir de 2003, na esteira da expansão do setor sucroenergético brasileiro. Flexíveis, essas plantas criam também condições favoráveis para as mudanças de mix e a diversificação da produção, o que as tornam preparadas para um mercado cada vez mais competitivo. Além disso, essas unidades foram projetadas e desenvolvidas para abrigarem equipamentos com tecnologia de ponta visando a obtenção de elevada eficiência no processo produtivo, o que inclui a geração de energia. Bons resultados na recuperação dos açúcares, segurança das operações e controle rigoroso de custos são algumas consequências positivas proporcionadas pelas modernas plantas industriais das unidades São Francisco, localizada em Quirinópolis, e Rio Dourado, em Cachoeira Dourada, ambas no estado de Goiás, pertencentes ao Grupo SJC Bioenergia, segundo o gerente industrial corporativo,
Artur de Abreu Melo, gerente industrial corporativo das usinas goianas São Francisco e Rio Dourado
Artur de Abreu Melo. Mas, não são apenas os layouts modernos e os equipamentos avançados que asseguram a alta performance dessas usinas. A capacidade de empreender e trabalhar em equipe tem papel importante na superação de desafios que são propostos – destaca o gerente industrial. Segundo ele, a automação é peça chave da eficiência operacional das duas unidades. “Ambas operam sob tecnologia de ponta fazendo uso de protocolos de rede e sistemas integrados, possibilitando assim a existência de controles online”, afirma. As plantas industriais das duas unidades do grupo apresentam semelhanças.
A São Francisco, inaugurada em 2007, já foi concebida e projetada seguindo um modelo de eficiência e modernidade. A Rio Dourado, que começou a operar mais recentemente, em 2013, tem uma planta industrial ainda mais moderna e avançada. Contando com investimentos de R$ 500 milhões, essa unidade é considerada o “estado da arte” em termos de tecnologia. A conclusão da Usina Rio Dourado foi inclusive uma das ações que fizeram parte do acordo de criação da SJC Bioenergia, uma joint venture formada em setembro de 2011 pela multinacional de alimentos Cargill e o grupo USJ, que tem setenta anos de experiência no setor sucroenergético.
Equipamentos e sistemas avançados alteram plantas mais antigas Apesar de não terem a mesma concepção de unidades sucroenergéticas que surgiram nos últimos anos, diversas usinas e destilarias mais antigas – até com décadas de existência – ganham ares de modernidade, mesmo em pontos específicos, com a incorporação em suas plantas industriais de avançados equipamentos e sistemas de produção. Uma das novidades que pode ser constatada na “porta de entrada” dessas unidades industriais, onde ocorre a recepção da matéria-prima, é o processo de limpeza de cana a seco, cuja implantação está sendo impulsionada pelo corte mecanizado. A cana picada, proveniente desse tipo de colheita, inviabilizou a adoção de sistemas que utilizam água na lavagem da matéria-prima que provocam perda significativa de sacarose. Outras tecnologias e equipamentos têm contribuído também para alterar a configuração de diversas usinas e destilarias, como sistemas de concentração de vinhaça, de evaporação do caldo, destilação a vácuo, cozedores contínuos, caldeiras de alta pressão. Com a automatização das plantas industriais, algumas unidades passaram a contar com o Centro de Operações Integradas (COI). Existem ainda as modificações que se tornaram praticamente comuns no setor, como a substituição das antigas turbinas a vapor por sistemas de motores elétricos. Além disso, na geração de bioeletricidade, o uso de máquinas de alta eficiência, de múltiplos estágios, e de turbinas de condensação também interferiu na performance de usinas mais antigas. (RA)
Usinas da SJC Bioenergia utilizam tecnologia de ponta As duas unidades do Grupo SJC Bioenergia possuem equipamentos com tecnologias de ponta em suas plantas industriais. Além de um sistema alemão de automação industrial, a São Francisco e a Rio Dourado contam com tecnologia de produção de etanol anidro por meio de sistema de desidratação via peneira molecular, informa Artur de Abreu Melo. Os avançados recursos tecnológicos de produção industrial não param aí. O gerente industrial destaca outras tecnologias que fazem parte das duas plantas industriais: processo de produção de açúcar por meio de cozimento contínuo de massas A e B; tecnologia de extração de caldo via difusores, além de tecnologia de cogeração de energia elétrica com máquinas de alta pressão/rendimento. A eficiência energética de equipamentos e processos é outra característica importante dessas unidades industriais. “Atualmente conseguimos extrair o máximo de desempenho dos nossos equipamentos. Além de cumprirmos nossos contratos de venda de energia elétrica (450
Planta da São Francisco possui características que facilitam a atividade de manutenção
mil MW/h), temos conseguido ainda faturar com a venda do excedente de bagaço”, revela. As plantas industriais da Rio Dourado e da São Francisco possuem características que
facilitam a atividade de manutenção. “Por serem compactos, nossos layouts possibilitam uma logística interna muito dinâmica. Em decorrência disso, conseguimos acessar nossa área de manutenção sem perda de
tempo”, observa Artur Melo. Segundo ele, este fator cria condições para que a manutenção de motores, bombas e válvulas seja feita, na maioria dos casos, nos próprios platôs industriais. Tudo isso colabora para que ocorra uma diminuição – afirma – do tráfego interno, o que minimiza a ocorrência de incidentes e acidentes. Ainda sob o ponto de vista logístico, é preciso considerar que as moendas das duas unidades – comenta – são facilmente desmontadas e montadas por estarem posicionadas de uma maneira que facilita a manobra de caminhões. Aspectos ambientais, de saúde e segurança do trabalho também foram considerados na concepção, desenvolvimento e implantação dessas unidades sucroenergéticas. Para a obtenção de resultados satisfatórios na operação das duas plantas industriais, a empresa tem se preocupado também – de acordo com o gerente industrial – com metodologias e procedimentos, treinamento e desenvolvimento humano e utilização consciente dos recursos naturais. (RA)
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Unidade de etanol de milho começa a operar em 2016 Uma das principais características dos layouts da Rio Dourado e da São Francisco é a otimização do espaço, afirma Artur de Abreu Melo. “Além de serem compactos, ambos foram concebidos de tal maneira que possibilitam futuras ampliações”, observa. Exemplo disso é a nova fábrica, voltada à produção de etanol de milho, que está sendo construída na unidade de Quirinopólis do grupo, sem comprometer ou alterar nenhuma das instalações atualmente existentes, afirma. A nova fábrica deverá iniciar a operação no primeiro semestre de 2016 – informa. “As plantas são muito flexíveis, o que possibilita a diversificação da nossa produção baseada nas melhores oportunidades do mercado”, enfatiza. Projetos futuros são constantemente analisados – diz. Segundo ele, existem atualmente – além das iniciativas voltadas à unidade de produção de etanol de milho – apenas estudos e análises de novas oportunidades de negócios. “Na São Francisco, conseguimos operar estrategicamente o mix açúcar/etanol e temos ainda a possibilidade de alavancar a produção de etanol anidro/hidratado, conforme o mercado atual. Na Rio Dourado, mesmo não produzindo açúcar, temos a opção de virar a produção totalmente para anidro ou hidratado”, detalha. Uma das preocupações que faz parte de todas as etapas do processo de produção industrial da SJC Bioenergia é a
Rio Dourado: construção de nova fábrica não compromete instalações já existentes
sustentabilidade ambiental da atividade. Em decorrência disso são adotadas medidas para o aproveitamento de subprodutos gerados
pela indústria, como são os casos, por exemplo, do bagaço de cana que é utilizado na produção de bioeletricidade e da vinhaça,
proveniente da fabricação de etanol, que é aplicada no canavial recém-cortado ou plantado. (RA)
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TECNOLOGIA INDUSTRIAL
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Manutenção adequada evita “surpresas” com peças de reposição R ENATO ANSELMI,
DE
CAMPINAS, SP
A gestão da operação e manutenção das plantas industriais de usinas e destilarias demanda muito trabalho e atenção. Entre as centenas de itens que compõem as unidades produtoras de açúcar, etanol e bioeletricidade, desde parafusos e abraçadeiras até equipamentos de grande porte (moendas, caldeiras, etc), as chamadas peças de reposição, como mancais, casquilhos, semicasquilhos, rolamentos, acoplamentos requerem cuidados especiais. Apesar da importância desses itens para o funcionamento das usinas, a falta de manutenção preditiva e preventiva adequada cria, em alguns casos, situações “embaraçosas”, que chegam até mesmo a provocar paradas – mesmo que parcial – no processo de produção. Diversos procedimentos podem evitar, no entanto, problemas inesperados. No caso de rolamentos, por exemplo, a manutenção preditiva tem condições de identificar, por meio da utilização de vários recursos, o surgimento de falhas que podem comprometer o funcionamento desses componentes e, em decorrência disso, provocar uma parada indesejada de um equipamento ou de uma determinada etapa do processo. As análises de vibração estão entre as alternativas tecnológicas utilizadas para detectar, por exemplo, eventuais falhas de rolamentos aplicados em diversos acionamentos, como os de motores, esteiras e bombas centrífugas. A inspeção periódica, durante a safra, possibilita a verificação da necessidade de substituição dos rolamentos e de relubrificação. Este procedimento é realizado por meio da avaliação das propriedades do lubrificante e de fatores,
Mancais e casquilhos também exigem cuidados Os mancais e casquilhos, da mesma maneira que os rolamentos, são exigentes em cuidados e inspeções, principalmente em relação à folgas e alinhamento, o que pode evitar inclusive desgaste prematuro e até mesmo uma substituição dessas peças. A lubrificação é também um item relevante para os mancais, que requerem óleos e graxas adequadas a cada aplicação. Para mancais refrigerados, como os aplicados em moendas, é importante que o sistema seja alimentado por uma água de boa qualidade, isenta de impurezas. Desta forma, evita-se a formação de matéria orgânica e a criação de depósitos que possam prejudicar a refrigeração e causar danos aos mancais, que são sempre submetidos a grandes esforços. No período de entressafra é necessário verificar a área de contato do casquilho em relação ao eixo que será utilizado. Outra recomendação é a realização da limpeza no interior das serpentinas. De maneira geral, os cuidados adotados nas operações de manutenção na entressafra são considerados fundamentais para evitar que problemas, de última hora, com as peças de reposição causem grandes transtornos durante a safra. (RA)
Manutenção das plantas demanda muito trabalho e atenção
como temperatura de operação, vibração e ruído. A escolha e a aplicação correta de lubrificante são consideradas fundamentais para a vida útil e o funcionamento de rolamentos. Aliás, a maior parte das
falhas desse componente de plantas industriais está associada a problemas na lubrificação. Entre outras recomendações, inclui-se o uso da quantidade adequada do produto, a partir da realização de cálculos específicos.
Aquisição de produtos deve ser feita de fontes confiáveis Uma boa maneira de evitar problemas causados por peças de reposição é adotar procedimentos corretos de aquisição, montagem, transporte, manuseio, armazenagem, que podem parecer óbvios, mas nem sempre são seguidos à risca. A aquisição de produtos de fontes seguras, que tenham boa referência no mercado, é um aspecto importante para garantir a confiabilidade e a durabilidade dos equipamentos. Para a compra de rolamentos de qualidade é preciso considerar alguns fatores, como processo de fabricação, tratamento térmico do material empregado, pureza do aço, precisão dimensional. É necessário também selecionar o melhor tipo construtivo de rolamento para cada aplicação do produto, que pode ser utilizado em moendas, esteiras transportadoras, difusores, motores, redutores, entre outros equipamentos. No caso dos diversos tipos de acoplamentos utilizados em acionamentos devem ser descartadas as soluções “caseiras” ou inapropriadas que se tornam, na verdade, grandes problemas. A recomendação é a aquisição de produtos de fornecedores e distribuidores idôneos, que atendem inclusive especificações corretas. Nas aplicações de acoplamentos devem ser observadas as suas características permitidas de desalinhamento, para que não ocorra ruptura ou quebra prematura por estarem operando fora das especificações dos fabricantes. Todas as peças de reposição são exigentes de cuidados. Procedimentos inadequados podem causar graves danos aos produtos. Exemplo disto é o que o impacto de um choque pesado pode provocar para um rolamento durante o seu manuseio: escoriações e esmagamentos são algumas consequências de incidentes que podem resultar em falhas. Até mesmo o suor das mãos cria condições para a
Procedimentos inadequados podem ocasionar falhas e transtornos
ocorrência de falhas nos rolamentos por causa da corrosão, provocada por ácido úrico, o que pode ser evitado com o uso de luvas. Durante a montagem, nada de improviso. Devem ser utilizadas ferramentas corretas – recomendam especialistas. Neste procedimento, devem ser observadas a limpeza do ambiente e das peças conjugadas que precisam apresentar dimensões adequadas. A armazenagem também deve ser feita de maneira criteriosa para que sejam evitadas falhas. Empilhamentos inadequados, ambientes muito úmidos, grande oscilação de temperaturas podem ser prejudiciais para a conservação desses produtos. (RA)
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Surgimento do etanol 2G reflete firmeza e persistência do setor R ENATO ANSELMI,
DE
CAMPINAS, SP
O setor sucroenergético brasileiro tem resistido e se moldado às intempéries. Da mesma forma que o carvalho, cujas raízes se arraigam ao solo e o seu tronco se revigora após cada tempestade, o setor não se quebra nos períodos de turbulência – apesar das perdas expressivas – e sai, de uma forma ou de outra, por um motivo ou outro, fortalecido. Prova disso são o processo de profissionalização e o ciclo de expansão que sucederam, por exemplo, o período de estagnação da atividade na década de 90 por causa da desregulamentação. Agora, apesar da crise e de seus efeitos ainda não estarem sepultados, a cadeia produtiva sucroenergética já começa a reagir e dar pelo menos uma boa e sólida resposta, que atende pelo nome de etanol de segunda geração, conhecido também como etanol 2G ou etanol celulósico. Com essa inovação, o setor deixa claro que o seu objetivo, da mesma maneira que o carvalho, é aprofundar suas raízes, permanecer em pé, firme e forte. Etanol 2G significa que a energia do futuro já chegou. E não veio por acaso e nem nasceu de uma hora para outra. Exigiu muito trabalho, persistência, dedicação e investimentos, mesmo em momentos de dificuldades e incertezas. No início do ciclo de expansão mais recente do setor sucroenergético, a partir de 2003, muita
Planta de etanol 2G construída anexa a Usina Costa Pinto
coisa já se falava sobre o assunto e também estudos e pesquisas começavam a ser realizados sobre esse tipo de álcool combustível que pode ser feito de bagaço e palha de cana. Desafios foram superados e, em 2014, o etanol de segunda geração virou realidade. A Raízen concluiu, no ano passado, a construção da sua primeira unidade de etanol celulósico no país, instalada anexa à Usina Costa Pinto, em
Piracicaba, SP, uma das 24 unidades da maior companhia sucroenergética do país, que é uma joint-venture entre o Grupo Cosan e a Shell. Para celebrar a fabricação dos primeiros quinhentos mil litros, iniciada em novembro, a empresa disponibilizou o produto com exclusividade durante um mês no posto piracicabano GT Shopping. A produção de etanol 2G nessa unidade, num primeiro momento, foi em pequena escala.
A unidade deverá ser inaugurada oficialmente em março, e produzirá no seu primeiro ano de funcionamento, dois terços da sua capacidade total de quarenta milhões, ou seja, aproximadamente 26,7 milhões de litros. Com parte dos recursos provenientes do BNDES, essa planta industrial teve um investimento total de R$ 237 milhões. Segundo a empresa, o projeto tem potencial para aumentar em até 50% a produção de etanol da Raízen.
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Novo produto deverá impulsionar atividade sucroenergética Aproveitamento da palha e bagaço possibilita um aumento da fabricação de etanol em até 50%, sem que ocorra a ampliação da área de cultivo de cana A produção de etanol de segunda geração é considerada estratégica para dar um novo impulso para a atividade sucroenergética. De acordo com Pedro Mizutani, vice-presidente da Raízen Energia, a Raízen tem planos ousados nessa área: planeja construir mais sete plantas de etanol celulósico até 2024, realizando investimentos entre R$ 2 bilhões a R$ 2,5 bilhões. A expectativa da empresa é produzir um bilhão de litros de etanol 2G por ano quando todas as unidades estiverem instaladas e operando com capacidade máxima. As plantas industriais da Raízen voltadas à fabricação desse biocombustível serão próximas a unidades de produção de primeira geração já existentes. A difusão do processo de fabricação do etanol de segunda geração poderá representar muito mais do que uma nova e passageira onda tecnológica. Tem condições de se tornar a redenção do setor em decorrência dos benefícios que podem ser proporcionados por esse revolucionário
Pedro Mizutani: vamos produzir apenas anidro a partir da celulose da cana
processo produtivo, principalmente quando se pensa em elevar a competitividade da atividade sucroenergética, de acordo com
especialistas da área. A própria Raízen dá algumas pistas de como isto pode ocorrer. A proximidade e a
Iniciativas apostam no potencial dessa tecnologia inovadora O negócio do etanol 2G veio para ficar e criar mais uma base sólida de sustentação para a atividade sucroenergética. A própria Raízen já planeja a construção da sua segunda unidade em 2016, com capacidade de produzir 120 milhões de litros anuais. E não descarta a fabricação do etanol celulósico fora do país. Outras iniciativas também apostam no potencial dessa tecnologia inovadora como importante fonte de recursos para unidades e grupos. O CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, por exemplo, inaugurou em julho, a sua planta de demonstração voltada à fabricação desse biocombustível, que está instalada na Usina São Manoel, no município do mesmo nome no interior de São Paulo. O objetivo do CTC é mostrar a investidores, acionistas e clientes o potencial da tecnologia desenvolvida, que deverá estar disponível comercialmente na safra 2016/17. A Granbio colocou em funcionamento em São Miguel dos Campos, AL, no mês de setembro, a Bioflex 1, primeira fábrica de etanol 2G em escala comercial do Hemisfério Sul. A unidade, que tem capacidade para produzir 82 milhões de litros de biocombustível por ano, recebeu investimentos de US$ 190 milhões na área
industrial, além de US$ 75 milhões em cogeração de vapor e energia, em parceria com a Usina Caeté (Grupo Carlos Lyra), o
que totalizou US$ 265 milhões. O projeto contou com financiamento de R$ 300 milhões do BNDES. (RA)
sinergia entre as unidades de etanol de primeira e segunda geração, conforme estabelece o projeto da companhia, conferem ganhos logísticos e de custo, proporcionando eficiência e competitividade a todo o processo produtivo, o que inclui a utilização de insumos. Além disso, o aproveitamento dos subprodutos da cana (palha e bagaço) possibilita um aumento da fabricação de etanol em até 50%, sem que ocorra a ampliação da área de cultivo. Outro ganho, proporcionado por essa tecnologia, é a possibilidade de produzir etanol mesmo no período de entressafra. Há ainda os benefícios ambientais que precisam ser considerados na avaliação do etanol 2G, que reduz a emissão de carbono durante a produção, gerando um combustível ainda mais limpo do que o convencional. Segundo a Raízen, em comparação com o produto de primeira geração – que já apresenta baixos índices de emissão –, o celulósico emite quinze vezes menos carbono na atmosfera. O grande desafio na fabricação desse biocombustível é reduzir o seu custo de produção, que é inflado principalmente pelo preço das enzimas que são utilizadas no processo. A expectativa das empresas que desenvolvem projetos voltados à fabricação de etanol 2G é diminuir o custo global, com o aumento de escala de produção, a maior experiência na condução do processo e a utilização de enzimas mais produtivas. (RA)
Projeto inclui parceria com empresa canadense Entre as diversas ações da Raízen voltadas ao estudo e aprimoramento do projeto de etanol 2G, destaca-se a parceria que a companhia brasileira mantém, desde 2012, com a canadense Iogen Corporation, que atua na área de biotecnologia. As duas empresas desenvolveram uma planta teste de etanol celulósico na cidade de Ottawa, no Canadá, com o objetivo de adquirir a expertise necessária para a implementação da primeira unidade comercial da Raízen no Brasil. Esse trabalho conjunto incluiu o envio de mais de mil toneladas de bagaço de canade-açúcar para o Canadá visando o aprimoramento das técnicas de produção de etanol celulósico. Raízen e Iogen Corporation criaram a Iogen Energia, um joint venture com participação acionária equivalente – 50% cada empresa –, que é detentora dessa tecnologia para produção do etanol de segunda geração. No processo de hidrólise enzimática – usado na transformação da biomassa em açúcares solúveis –, a Raízen utiliza tecnologia de enzimas específica para a fabricação do etanol de segunda geração, desenvolvida pela empresa dinamarquesa Novozymes. (RA)
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Mudanças sutis maximizam o balanço de vapor e a produção de energia Um sistema que gerencia e otimiza em tempo real toda a planta de açúcar e etanol, incluindo o balanço de vapor e energia, tem atraído a atenção de grandes grupos do setor, como: Usaçúcar, Biosev, Noble, Caeté e USJ. A suíte, denominada S-PAA, possui características que suprem as demandas das unidades por otimização de energia e chega no momento em que o setor experimenta aumento da venda de excedentes de bioletricidade. O módulo do S-PAA que embute estas soluções, chamado S-Energy, permite ganhos econômicos significativos apenas com mudanças sutis na pressão e na temperatura das caldeiras, gerenciamento da carga dos
turbogeradores, melhor uso da extração e melhor aproveitamento do vapor de processo. O S-Energy funciona eficientemente e maximiza a produção de energia por meio da otimização de carga dos turbogeradores ao avaliar sua condição operacional e gerenciamento on-line de carga em tempo real. Com isso, há operação mais eficiente dos equipamentos. O sistema aperfeiçoa o uso da contrapressão e extração dos turbogeradores. Com isso, atende a demanda de vapor de processo e melhora o funcionamento das válvulas redutoras entre todos os níveis de vapor. A otimização de vapor é notória, pelo
potencial dos equipamentos geradores instalados. O resultado é um aumento da eficiência das turbinas de acionamento das moendas a vapor. O acompanhamento em tempo real mostra como as turbinas funcionam em cada condição de carga e demonstra claramente quais equipamentos estão operando fora do padrão ou que necessitam de ajuste frente ao conjunto em cada situação. O sistema possibilita, ainda, o gerenciamento do uso de turbobombas e motobombas de alimentação de água das caldeiras em função da condição do processo. Com isto, é sempre possível avaliar qual a melhor opção: se é necessário
alimentar as caldeiras com turbobombas ou motobombas e é também possível operar cada equipamento de acordo com a demanda de vapor e oportunidade de geração de energia. Com cases comprovados em sete unidades produtoras, o sistema, comercializado há quatro anos pela Soteica do Brasil se mostra eficaz, fornecendo recomendações que, comprovadamente, geraram ganhos totais de mais de R$ 2,5 milhões apenas no primeiro ano. “O tempo médio de retorno do investimento observado nas usinas instaladas é de 90 dias após a implementação”, informa Nelson Nakamura, diretor da empresa.
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Participantes do curso aprenderam boas práticas de fermentação
Processo industrial responsável pela otimização dos produtos sucroenergéticos, a fermentação, é a etapa crucial no fluxograma industrial. Conduzida corretamente, pode aperfeiçoar a produção de etanol, com redução de custos e máximo aproveitamento da matériaprima.
“O controle microbiológico monitorado traz um acompanhamento de todo processo, que conhecido, podemos corrigi-lo em tempo. Como consequência manteremos a fermentação em alta performance” Com a preocupação de difundir boas metodologias e ferramentas para o melhor desenvolvimento desta etapa, a MC Desinfecção Industrial, em parceria com a ProCana Brasil, realizaram em Ribeirão Preto, SP, o curso de Controle Microbiológico da Fermentação Etanólica e Bioprocesso. Com duração de dois dias, 11 e 12 de dezembro, o evento levou aos 31 participantes boas práticas para a obtenção de uma fermentação de alto desempenho.
Segundo o coordenador do curso, professor Mário César Souza e Silva, esta etapa deve ser conduzida com total acompanhamento, que permite correções e ajustes para obtenção de melhores resultados. “O controle microbiológico monitorado traz um acompanhamento de todo processo, que conhecido, podemos corrigi-lo em tempo. Como consequência manteremos a fermentação em alta performance”, explica. Durante o curso foi apresentado o Kit MC de diagnóstico rápido da contaminação bacterina e sua quantificação precisa, além da interpretação destes resultados e suas possíveis implicações no processo de fermentação. Os participantes compreenderam como ler e interpretar os resultados através do gabarito de cores. Para a bióloga Lina Schmidt Vitti, palestrante do curso, o evento evidencia a importância do controle da fermentação para redução de perdas. “É importante desenvolvermos o pessoal ligado à fermentação. Este assunto precisa ser mais discutido. As perdas ligadas à produção do etanol estão relacionadas à microbiologia”, afirma. Segundo Maria Angélica Elias Garcia, microbiologista da Usina Santa Adélia, a possibilidade de discutir a fermentação através de números, fortalece os conhecimentos sobre o processo. “A oportunidade de conhecer cálculos fundamentais para otimização da produção de etanol é importante para o maior controle durante a operação”, explica.
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D EPO I M ENTOS
REDUÇÃO DE PERDAS
PROCESSO FERMENTATIVO
“O curso forneceu bases para a compreensão da fermentação, necessário para melhorar nossa percepção sobre as interferências na produção de etanol e assim reduzir as perdas ao longo do processo”. Maria Angélica Elias Garcia, microbiologista da Usina Santa Adélia
“Com a apresentação do processo fermentativo e de ferramentas que possibilitem o melhor acompanhamento deste, podemos trabalhar de maneira mais eficiente, o que permite reduzir nossos custos e otimizar nossos resultados”. Ricardo Luis de Souza, encarregado de garantia de qualidade da Usina Santa Adélia
DISCUSSÃO DE CASES
COMPREENDENDO A FERMENTAÇÃO
“Foi muito proveitoso, pois pude além de aperfeiçoar o conhecimento técnico, tirar minhas dúvidas. A discussão de cases, trazidos pelos participantes e também pelos palestrantes foi fundamental para concretizar o aprendizado”. George Hebert Novais Santos, analista de produção da Agroindústrias do Vale do São Francisco
“Para entender a fermentação, temos que compreender como a levedura se comporta durante todo o processo microbiológico. O entendimento deste procedimento, atrelado ao uso de ferramentas para o monitoramento, nos auxilia a garantir processos industriais com melhor qualidade”. Sidmara Cristina Carvalho, analista de processo industrial da Cerradinho Bio
APERFEIÇOAMENTO “Com as ferramentas apresentadas, podemos sair do empirismo e quantificar com dados sólidos as reais perdas durante o processo fermentativo, otimizando os resultados da indústria”. Célio de Jesus Freguglia, consultor em processos industriais
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Otimização da fermentação industrial alavanca produção
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ARTIGO
Gatua faz reflexões e planos para 2015 CARLOS BARROS (B ILL)*
As usinas de açúcar tiveram um ano muito difícil em 2014. As dificuldades já vieram dos anos anteriores, porém este ano, um novo e grave ingrediente se somou às anteriores, que foi a questão climática. Poucas vezes se viu um ano tão ruim para o campo, sem chuvas em regiões de grande produção, como a região Sudeste, o que colaborou para uma safra horrível e que gera consequências para o próximo ano. O governo diz que muito da crise do setor sucroenergético se deve a má gestão nas usinas, o que não deixa de ter fundamento. Porém não pode se eximir de suas responsabilidades no enfraquecimento do agronegócio como um todo, principalmente neste setor. Toda a cadeia ficou comprometida. Várias empresas foram duramente afetadas e o nível de emprego caiu fortemente – empregos diretos (nas próprias usinas) e indiretos (em várias empresas que atendem ao setor). E mesmo com deficiências reais na gestão empresarial, onde a cultura ainda arcaica e a desunião do setor colaboram para o agravamento da crise, não podemos deixar de reconhecer a elevada excelência que a tecnologia alcançou no auxílio das operações de uma usina. Vemos hoje a informática colaborando fortemente para automatizar
desde os processos do campo até os controles internos administrativos, proporcionando um elevado grau de governança corporativa. Tivemos, a propósito, no último Congresso Anual do Gatua – Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia, realizado em novembro último em Ribeirão Preto, SP, um bom exemplo do quanto a tecnologia é capaz de melhorar todos os processos de uma usina, de forma acessível e com muita criatividade, componente do qual o Brasil é muito rico. Lá tínhamos soluções voltadas para as atividades no campo, para as diversas áreas
internas das usinas, sejam áreas industriais, de motomecanização ou administrativas. Na área de infraestrutura de TI também foram apresentadas muitas novidades e tendências para o futuro, de forma a garantir um alto grau de automação com total segurança e qualidade de informações para a gestão das empresas. O trabalho do Gatua tem sido bastante intenso para fortalecer o espaço criado pelo Grupo para a aproximação dos profissionais de TI das usinas, tão isolados geograficamente e expostos ao grande risco que esse isolamento proporciona, que é a “sensação” de que tudo está bem, enquanto a tecnologia evolui a uma velocidade incrível, e muitas usinas deixam de ter acesso a grandes recursos por puro desconhecimento. Outra forte preocupação do Grupo é a mediação entre as demandas constantemente geradas pelo setor sucroenergético e as muitas ofertas que o mercado de TI diariamente oferece. Para a usina, até então, existia somente o acesso a essas novidades via visita de vendedores das empresas fornecedoras, e para essas empresas fornecedoras, a prospecção de usinas sempre foi um trabalho caro e com baixa produtividade. O Gatua, através do Programa “SGQ – Selo Gatua de Qualidade”, busca melhorar essa relação, dando aos tomadores de decisão
das usinas o mínimo de conforto quanto ao que está sendo prospectado para compra ou contratação, e melhorando a assertividade das áreas comerciais dos fornecedores de produtos ou serviços de TI, orientando-os e ajudando-os nas prospecções a fazer. E o componente mais importante do Programa SGQ é a criação de um cenário de melhoria contínua nos produtos e serviços de TI, baseado no feedback de quem já é cliente. Com metodologia e através de critérios totalmente objetivos, conseguimos identificar os desconfortos que os clientes sentem, mas nunca expressam claramente, e atuamos junto aos fornecedores para revertêlos, de maneira a que o grau de satisfação dos clientes possa sempre aumentar. O mesmo conceito usado no Programa “SGQ – Selo Gatua de Qualidade” foi adotado pelo próprio Gatua para melhorar a próxima edição de seu Congresso Anual, que se realizará em outubro de 2015. Ouvimos usinas e empresas de TI, buscando sugestões e ideias que permitirão a todos os participantes do Congresso do Gatua em 2015, o melhor e maior atendimento às suas expectativas. Isso é melhoria contínua, e é o que temos que buscar sempre, nos fornecedores e também em nós mesmos. *Carlos Barros (Bill) é coordenador do Gatua - Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia
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POLÍTICA SETORIAL
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Arnaldo Jardim assume nova frente em defesa do setor R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP
O deputado federal licenciado Arnaldo Jardim (PPS-SP) está atuando agora em mais uma “frente” em defesa do setor sucroenergético. No dia 8 de janeiro, ele tomou posse como secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, após ser nomeado pelo governador Geraldo Alckmin, em substituição a engenheira agrônoma Mônika Bergamaschi. “Vamos reforçar a luta da Secretaria que terá um papel de interlocutora do setor junto ao governo federal”, ressalta. Segundo ele, a pasta tem um histórico de participação importante no segmento sucroenergético. “A Secretaria de Agricultura vai estar ainda mais presente, mais ativa nessa luta”, afirma Jardim que se declara “animado” com o novo desafio. Engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da USP, ele foi secretário de Estado da Habitação (1992-93) e tem destacada atuação parlamentar nos setores de agricultura, energia, meio ambiente e desenvolvimento. Presidia inclusive a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético. Arnaldo Jardim é deputado federal pelo PPS desde 2007. De acordo com ele, para manter a agricultura paulista na vanguarda, não se pode jogar fora o patrimônio constituído pelo
Arnaldo Jardim discursa durante posse como secretário da agricultura
setor sucroenergético, que está vivendo a maior crise da sua história. O grande responsável por essa situação – afirma – é o governo federal. “Sessenta usinas fecharam e 66 outras estão em recuperação judicial. Mais de sessenta mil trabalhadores das áreas agrícola, industrial e administrativa foram demitidos. O impacto da crise sobre nós é imenso, porque São Paulo é o maior produtor de açúcar e etanol”, avalia.
No comando da Secretaria de Agricultura, ele planeja – entre outras ações voltadas para a atividade sucroenergética – “reforçar” as linhas de pesquisa realizadas por órgãos da pasta, como a de desenvolvimento de novas variedades do Centro de Cana do IAC – Instituto Agronômico de Campinas, que tem sede em Ribeirão Preto, SP. Além disso, a gestão de Jardim pretende
dar maior incentivo às pesquisas ligadas ao etanol celulósico que já são inclusive realizadas com o apoio da Fapesp – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Como integrante do primeiro escalão do governo Alckmin, Arnaldo Jardim vai fazer coro ao trabalho de São Paulo junto ao Confaz – Conselho Nacional de Política Fazendária pela unificação da alíquota de ICMS do etanol. São Paulo tem o menor índice, que é de 12%. “A medida aumentaria a competitividade do etanol”, enfatiza. Apesar de não poder mais presidir nem integrar formalmente a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético. Arnaldo Jardim afirma que continuará acompanhando as questões legislativas e ações políticas relacionadas ao trabalho desse colegiado de deputados. “Posso e vou participar das reuniões da Frente. Terei uma presença sistemática em Brasília. Vou acompanhar muito de perto a ação dos parlamentares no que diz respeito ao setor de agricultura como um todo e especificamente em relação ao segmento sucroenergético”, comenta. Lançada em novembro de 2013, a Frente do Etanol – como também é conhecida – tem desempenhado um papel importante, contribuindo, por meio de emendas, propostas e mobilizações, para minimizar os efeitos da crise.
Secretaria enfrentou crises e manteve linhas de pesquisa A Secretaria fez tudo o que foi possível, utilizou as ferramentas disponíveis e contou com empenho e determinação de muitas pessoas para enfrentar as crises hídricas, da citricultura e do setor sucroenergético. Essa avaliação foi feita pela exsecretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, durante o seu discurso de despedida na transmissão do cargo ao deputado federal Arnaldo Jardim. Segundo ela, não foi possível evitar os danos causados em decorrência dessas crises “por questões que são alheias à secretaria e ao próprio governo do Estado”. Em relação à crise do setor sucroenergético, ela chegou a comentar – entre outras declarações e análises –, durante a Agrishow 2014, que “ao invés de moermos cana, estamos moendo as usinas, os empregos e as indústrias de base”. Com essa afirmação, ela já enfatizava que seria difícil o setor superar a crise sem políticas que estimulem a produtividade de toda a cadeia. Ainda no discurso de despedida, Mônika Bergamaschi – que comandou a pasta por três anos e sete meses – agradeceu a sua equipe, afirmando que a Secretaria “conseguiu manter 1.420 linhas de pesquisa, lançamento de cultivares, processos e inovações”. O setor sucroenergético, por exemplo, tem sido beneficiado por diversas tecnologias produzidas pelo Centro de Cana
Mônika Bergamaschi: mantivemos 1.420 linhas de pesquisas agrícolas
de IAC, que já disponibilizou mais de vinte variedades, além de ter desenvolvido a biofábrica de muda de cana e a tecnologia de MPB ¬– Mudas Pré-Brotadas. Entre outras iniciativas, a gestão da exsecretária foi marcada pelos resultados positivos obtidos por meio do Programa
Integra São Paulo, da recomposição de grandes erosões, do melhoramento genético, da recuperação de pastagens, do Poupatempo do Produtor Rural, da renegociação de dívidas. O lançamento do Relatório de Sustentabilidade foi outro ponto alto do
trabalho comandado por Mônika Bergamaschi. De acordo com ela, foi a primeira vez que uma Secretaria do Governo do Estado de São Paulo elaborou um relatório dessa natureza, baseado nas recomendações e diretrizes da GRI – Global Reporting Initiative.
POLÍTICA SETORIAL
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ARTIGO
Setor sucroenergético: entre o drama e a esperança JOSÉ OSVALDO BOZZO*
Para seguir em pé, o combalido setor sucroenergético se agarra à esperança de que boas notícias virão da nova composição do governo federal. São tantas as dificuldades vividas nos últimos anos, especialmente no período mais recente, que a expectativa de que a nomeação da ministra Kátia Abreu para gerir a agricultura nacional é um dos poucos alentos que surgem no horizonte daqueles que investiram e investem na produção de açúcar e etanol. O drama vivido pelas usinas que ainda se mantêm em pé, muitas das quais em situação financeira delicada, se reflete por toda a cadeia de fornecedores do setor, provocando a quebra de empresas anteriormente muito sólidas, causando desemprego e prejudicando seriamente a economia de muitas localidades. A situação é tão séria que municípios inteiros têm vivido uma crise econômica nunca antes enfrentada, em razão da grande presença de usinas e outras empresas ligadas ao segmento sucroenergético que, ou já quebraram, ou encontram-se em estágio falimentar. Por mais notória que seja a posição favorável ao setor externada pela ministra Kátia Abreu, é preciso muita coesão e proatividade de gestores e líderes do mercado para estimular soluções urgentes aos problemas do setor. Quando uma indústria tão essencial ao desenvolvimento sustentado de um país passa por situação como a atualmente vivida pelo segmento sucroenergético, a busca por soluções deixa de ser uma atividade de gestão e passa a ser uma iniciativa política e social, que depende da exibição e publicidade nacional de todas as dificuldades enfrentadas. Será necessário, portanto, muita mobilização para sensibilizar os brasileiros das condições dramáticas que vêm
sendo enfrentadas pelos empreendedores desse setor, na busca por despertar a necessária atenção das autoridades brasileiras para que adotem medidas eficientes e urgentíssimas destinadas a reverter o quadro negativo há tempos estabelecido. Sem certeza de que as boas notícias passarão a fazer
parte do cotidiano, o setor inteiro torce pelas novas iniciativas, ou por medidas já há muito esperadas, como a abertura de novos mercados externos que sejam potencialmente consumidores do etanol, como é caso dos Estados Unidos. Como tudo isso depende de fatores que extrapolam o campo de atuação empresarial, e enquanto não se concretizam os tímidos acenos da parte das autoridades governamentais para viabilizar um cenário melhor, resta aos gestores e empreendedores do setor sucroenergético e de seus fornecedores melhorar ainda mais a gestão empresarial, tributária e de recursos humanos e financeiros, tornando a administração o mais eficiente possível. Como parece óbvio, é necessário adotar medidas ainda mais severas que permitam reduzir custos, calibrar o faturamento e equalizar as dificuldades financeiras. Neste momento, é interessante às empresas poder contar com assessores que apontem caminhos mais certeiros em direção à saída desse cenário de crise. Aos olhos de uma pessoa que observa de fora, pode parecer que estamos deliberadamente jogando fora um patrimônio construído ao longo de 40 anos – desde a criação do Proálcool (Programa Nacional do Álcool) –, que demandou vultosos investimentos e o emprego de muito conhecimento para que fosse consolidada uma alternativa econômica e ambientalmente viável de substituição da dependência dos combustíveis derivados do petróleo. Quem sabe a lamentável crise na Petrobras, que possivelmente exigirá revisões de investimentos na exploração do pré-sal, faça o governo e demais autoridades voltarem sua atenção às necessidades do setor sucroenergético? Isso, é claro, antes que seja tarde demais. *José Osvaldo Bozzo é consultor tributarista
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POLÍTICA SETORIAL
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Kátia Abreu defende política para setor DA R EDAÇÃO
Depois de o governo federal anunciar aumento de PIS/Cofins e a Cide voltar a incidir sobre os combustíveis, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, se comprometeu a adequar editais de energia elétrica para incluir o setor entre os fornecedores e a colaborar com políticas públicas para a área. A ministra se reuniu com empresários no dia 21 de janeiro, e ouviu planos do segmento, que pretende entrar para o mercado de energia elétrica produzindo energia a partir do bagaço da cana-deaçúcar. “Formaremos um modelo de edital que pode ser compatível com o setor para nós apresentarmos para os outros colegas ministros, principalmente Minas e Energia, Casa Civil, para que possamos evoluir”, disse a ministra. Para ela, há um potencial enorme de produção de energia, não só a partir do bagaço da cana como também de celulose e de outros resíduos. “É o caminho da energia limpa”, defendeu. A ministra afirmou que não há prazo para a formatação dessa proposta de modelo. De acordo com a ministra da Agricultura, para que os investimentos em cogeração saiam do papel o setor necessita de previsibilidade. “O que eles pedem é regularidade e consistência, não mudança nas regras do jogo. O plano da matriz energética elaborado pelo governo, com toda competência, tem de estar concatenado com o programa da Petrobras”, argumentou, reforçando que o programa da estatal não pode estar em choque com o da matriz energética.
SOLUÇÃO ENERGÉTICA De acordo com a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, a geração de energia pode ser a principal saída para retomar a competitividade do setor, que, nos últimos anos, vive uma forte crise de endividamento.
Ministra da agricultura acredita que energia limpa é melhor via para matriz energética
“O mais importante para o setor é ter a perspectiva de retorno. Nós temos que ter como pagar as dívidas e a ministra concordou com isso. É preciso detalhar agora como o etanol hidratado é visto dentro da matriz energética brasileira; como a bioeletricidade, que vem do bagaço da cana, da palha da cana, tem seu espaço na matriz de energia
elétrica; como isso vai se traduzir num desenho mais favorável dos leilões públicos – destacou. O endividamento do setor não esteve na pauta da reunião, mas, no encontro, a ministra falou sobre o aumento da mistura do etanol anidro na gasolina, uma reivindicação antiga para conter a crise da indústria.
O presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha, falou sobre a necessidade de priorizar a produção de etanol no ano passado. Carregamos um estoque elevado, tanto de hidratado como de anidro, porque tínhamos a expectativa de que essa mudança já fosse ocorrer desde primeiro de janeiro”, explicou.
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AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE
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A TURMA DO CAVAQUINHO! Na Pitangueiras, cavaco dá energia para a entressafra ANDRÉ R ICCI
Em setembro de 2014, quando foi realizado o Fórum ProCana– Usinas de Alta Performance, Gilmar Galon, gerente industrial da Usina Pitangueiras, observou que apostar em cogeração como forma de incremento de rentabilidade nas empresas é o caminho. “Terá que chover muito para encher os reservatórios. Em pouco tempo podemos viver um caos energético. Estar preparado para atender esta demanda é importante”, dizia. De fato, a usina, localizada no interior de São Paulo, realiza um trabalho diferenciado no recolhimento e desfardamento da palha, e com isso, busca melhorar seu rendimento agrícola com início da rebrota mais rápido, além de gerar um faturamento extra com a cogeração de energia na entressafra. Para o período da entressafra, investiu na compra de cavaco de madeira para manter a geração adicional de energia. “Utilizaremos aproximadamente 50 mil toneladas de cavaco para gerar 26.000 MW, faturando, nos meses de dezembro e janeiro, em torno de R$ 16, 7 milhões”, afirma João Henrique de Andrade, diretor da Pitangueiras. Questionado sobre a importância da cogeração em tempos difíceis nos mercados de açúcar e etanol, ele explica. “Durante toda a safra a cogeração é o que está mantendo a usina com um pouco de fôlego. Para 2015, adquirimos mais uma máquina de enfardar e pretendemos recolher entre 35 a 40 mil toneladas de palha, que nos daria aproximadamente 35 dias a mais de cogeração na entressafra sem a aquisição de cavaco ou mesmo biomassa”.
Cavaco de madeira, fardo de palha e biomassa para geração de bioeletricidade na Usina Pitangueiras
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AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE
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Redução nos valores do PLD desestimula, mas nem tanto O diretor da Pitangueiras, João Henrique de Andrade, acredita que a recente alteração nos valores máximo e mínimo do PLD — Preço de Liquidação das Diferenças (veja o site: www.jornalcana.com.br ou a última edição do JornalCana - 252) desestimula os empresários, mas lembra que o trabalho ainda pode ser vantajoso. “O valor anterior traria ganhos mais rápidos para os investimentos novos. Mas, o preço ainda está bom, com a diferença que o retorno será mais a longo prazo”. Andrade diz ainda que a Usina Pitangueiras nunca participou de um leilão de energia. “Falta estímulo nos preços, diferenciação para energia sustentável, além de taxas de financiamento mais atrativas, com maior carência”, conclui.
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AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE
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Senado aprova criação do Programa Nacional do Bioquerosene WELLINGTON BERNARDES, DA REDAÇÃO
Com a aprovação do Projeto de Lei (PL) nº 506, que institui o Programa Nacional do Bioquerosene, o mercado de biocombustíveis celulósicos ganha nova força no país. O PL, aprovado pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), no dia 2 de dezembro do ano passado, favorece o fortalecimento de combustíveis à base de biomassa para desenvolvimento de um setor com potencialidade para ofertar tecnologias limpas e com elevada qualidade. A proposta do programa, aprovada em dezembro de 2014, é incentivar e fomentar a produção de energia à base de biomassa para a aviação brasileira. A autoria do projeto é do senador Eduardo Braga (PMDB/AM), que defende a expansão da produção deste tipo de biocombustível pelo seu viés sustentável e por não competir com a produção de alimentos. Braga afirma que este segmento está em expansão em todo o planeta, a crescente conscientização da necessidade de redução da emissão dos gases do efeito estufa favorece o mercado. “Considerando que o consumo atual de querosene de aviação no mundo é de aproximadamente 210 bilhões de litros por ano, tem-se uma ideia da oportunidade que se apresenta para a produção de bioquerosene de aviação”, explicou o senador. Segundo a Associação Internacional de Transportes Aéreos
(Iata), 15% dos combustíveis destinados à aviação civil serão de fontes renováveis a partir de 2020. Para o relator do projeto, senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB/SC), a implantação do programa será benéfica para a política de sustentabilidade do país e fortalecerá a produção de bioquerosenes do tipo drop in, utilizados na aviação. “Devemos enfatizar que o efeito estufa possivelmente é uma das maiores ameaças à existência da civilização no século XXI. O aumento da temperatura média do globo, que de acordo com a maioria dos cientistas é causado pelo acúmulo de gases do efeito estufa na atmosfera, já está afetando o clima e provavelmente está causando secas, inundações e outros eventos climáticos extremos em diferentes partes do planeta”, afirma. Conforme relatório da Iata, a sustentabilidade do transporte aéreo depende da redução de gases causadores do efeito estufa, ainda que sua participação seja de apenas 2% do total dos causadores. Segundo dados do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, esta proporção deve chegar a 3% em 2050. A movimentação pela mitigação destes danos ao meio ambiente é favorável à agroindústria canavieira, que mais uma vez pode apresentar a flexibilidade de seus produtos a um mercado com elevada demanda pelo binômio energia e sustentabilidade.
Senador Eduardo Braga, autor do projeto
Etanol celulósico leva aviões a decolar até no exterior A implantação do Programa Nacional do Bioquerosene pode alavancar a utilização do etanol na aviação. O desenvolvimento de tecnologias para biocombustíveis celulósicos do tipo drop in trará maior visibilidade para um novo produto do setor, que já acompanha a ascensão do etanol no modal aéreo. Para Eduardo Braga (PMDB/AM), autor do PL que resultou na criação do programa, o Brasil tem condições para liderar este novo segmento. “O engajamento do Brasil em projetos de desenvolvimento de combustíveis alternativos capacitará técnicos e indústria, de forma a criar uma base tecnológica madura”, justifica. O senador enfatiza que a sustentabilidade dos combustíveis deve ser mensurada não apenas pela emissão de gases durante o processo de combustão, é preciso que a origem destes esteja em concordância com produção agrícola. “A utilização dos biocombustíveis de segunda geração, que utilizam biomassa que não concorram com a oferta de alimentos, nem contribuam para o desmatamento, entre outros possíveis prejuízos ao meio ambiente, será fundamental para manter o crescimento da aviação, num quadro de conservação e preservação dos recursos naturais”, conclui. Este é o caminho para diversificação do bagaço de cana-de-açúcar e fortalecimento de tecnologias que agreguem valor ao combustível celulósico. A real efetivação destas ações, conforme estabelece o próprio projeto, depende de algumas providências de cunho político, como a ampliação das
Senador Eduardo Braga, autor do projeto
dotações de recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide); a destinação de recursos de agências e bancos de fomento federais, em condições especiais, para projetos nessa área; e o estabelecimento, pelo governo federal, de
incentivos fiscais à pesquisa, fomento, produção, comercialização e uso destes bioquerosenes. A adoção destas medidas facilitará o apoio do governo federal aos setores da aviação e de biocombustíveis. Esta parceria
promete fortalecer a segurança energética do país e promover a difusão destes combustíveis. É a oportunidade para a diversificação produtiva no setor canavieiro, que em breve, deve ofertar mais um produto sustentável ao mercado. (WB)
AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE
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Donna Hrinak, Presidente da Boeing no Brasil e América Latina
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Inauguração do centro de biocombustíveis da Embraer
Aviação nacional faz testes com produtos à base de cana Em 2014, ano em que o avião agrícola movido a etanol completou 10 anos de certificação – foi a primeira de série e continua sendo a única no mundo a sair de fábrica com certificado para voar com etanol - a cana-de-açúcar estreitou sua relação com a aviação nacional, sendo encontrada em alguns voos internacionais, na forma de bioquerosene drop in, específico para aviões. Em julho do mesmo ano, dia 30, a Gol realizou o primeiro voo internacional com biocombustível. O trecho aconteceu de Orlando, nos Estados Unidos, a Santo Domingo, na República Dominicana, com parada final em São Paulo, SP. A composição do combustível conteve um blend com 10% de bioquerosene produzido a partir da canade-açúcar e os 90% restantes de querosene já utilizado na aviação. Dois anos atrás, em 18 de julho de 2012, a companhia aérea Azul realizou um
voo experimental com bioquerosene à base de cana-de-açúcar. O trecho escolhido foi do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, SP, ao Aeroporto de Galeão, Rio de Janeiro, RJ. Para o voo foram feitos 4,5 mil litros de bioquerosene, que foram adicionados ao querosene de aviação, na proporção 50% para cada. A empresa Amyris, responsável pelo desenvolvimento dos bioquerosenes destes voos, afirma que o país tem potencialidade para diminuir suas emissões na aviação civil. “Estamos muito satisfeitos em trazer ao mercado o primeiro bioquerosene feito a partir da cana-de-açúcar brasileira e em mostrar ao mundo que é possível cumprir metas de emissões estabelecidas pela indústria da aviação, com desempenho igual, ou melhor, e ao mesmo tempo contribuir com o desenvolvimento econômico do país”, explicou Adilson Liebsch, diretor comercial da Amyris no Brasil.
A União da Indústria de Cana-deAçúcar (Unica) parabenizou as empresas pela iniciativa e enfatizou a importância da continuidade de tais testes para o sucesso da aviação na redução de suas emissões. “Os biocombustíveis são o único caminho para a aviação civil interromper o crescimento da emissão de carbono até 2020, conforme as diretrizes estabelecidas pela Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata). O uso de querosene de cana tem um peso estratégico para o Brasil e para o segmento sucroenergético nacional,” explicou Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da Unica. Para Elizabeth Farina, presidente da Unica, a agroindústria canavieira tem capacidade de prover produtos compatíveis com a atual necessidade de controle de emissões no planeta. “O setor sucroenergético acredita que o bioquerosene de cana pode fazer para a aviação o mesmo
Avião agrícola movido a etanol completou 10 anos em 2014
que o etanol de cana fez pelos veículos leves, ao reduzir a dependência dos combustíveis fósseis com um produto inovador que combate o aquecimento global e gera divisas," destacou Farina. O novo desafio para os bioquerosenes, incluindo os de cana, é reduzir seu custo de produção para tornar viável a utilização em maior escala. Produtores de biocombustíveis e companhias aéreas estão em busca de tecnologias que otimizem a sua produção. Em paralelo a esta necessidade, foi criado o Centro Conjunto de Pesquisa em Biocombustíveis Sustentáveis para a Aviação, em São José dos Campos, SP. Iniciativa concretizada a partir da parceria entre a Boeing e a Embraer. No Centro, serão fomentadas pesquisas de instituições brasileiras e universidades, com o objetivo de acelerar a criação de uma indústria de biocombustíveis sustentáveis. (WB)
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TECNOLOGIA AGRÍCOLA
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Manejo da palha virou equação complexa Condições edafoclimáticas e incidência de pragas são alguns fatores que precisam ser considerados R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP
A destinação de 50% da palha para a área industrial e a manutenção da outra metade no campo para a preservação do solo tornaram-se práticas e recomendações genéricas, para o manejo desse material durante os primeiros anos do processo de colheita mecanizada da cana crua. Com o passar do tempo, estudos mais aprofundados sobre o assunto começaram a ser desenvolvidos, demonstrando que essa questão não é tão simples assim. Pelo contrário. A definição do percentual de palha que deve ser mantido no campo é uma equação que envolve algumas variáveis. A quantidade é específica para cada ambiente, afirma Heitor Cantarella, diretor do Centro de Solos do Instituto Agronômico (IAC) de Campinas, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. “O índice de 50% é um bom chute. Mas, não deixa de ser um palpite”, observa. No caso de uma cana de primeiro corte, de altíssima produtividade, que gera vinte toneladas de palha por hectare, deixar
Heitor Cantarella, diretor do Centro de Solos do Instituto Agronômico de Campinas
metade desse volume no campo pode até mesmo ultrapassar a necessidade do solo – exemplifica. Em uma área de cana pobre, de final de ciclo, que tenha uma produção de sete
toneladas de palha, o índice de 50% – o que equivale a 3,5 toneladas – pode ser insuficiente, diz. Existem diversos fatores que precisam ser considerados para que ocorra uma
decisão correta em relação à quantidade de palha que deve permanecer no campo. A variedade da cana é um deles. Algumas produzem maior volume de palha do que outras – compara. As condições edafoclimáticas são outras variáveis a serem avaliadas. Em regiões quentes, onde a palha se decompõe mais rapidamente, haverá necessidade de se deixar maior quantidade, principalmente se houver necessidade das folhas e ponteiros para a retenção da umidade e controle da erosão – diz. Áreas com solo argiloso, terreno plano e clima mais ameno – onde a decomposição é mais lenta e a proteção contra a erosão, um aspecto secundário – demandam um menor percentual de palha, explica. “Algumas variedades mais antigas não brotam bem sobre palha. Nessa situação, existe a necessidade da remoção de uma maior quantidade”, comenta. Segundo o pesquisador do IAC, esse problema será resolvido daqui a alguns anos, pois todos os programas de melhoramento genético de cana no Brasil estão fazendo a seleção de materiais para que as variedades apresentem boa brotação sobre a palha. A incidência de pragas é outra variável que faz parte dessa equação. “Existem pragas de solo que são favorecidas pela presença de palha. Em uma região com incidência elevada de pragas pode se tornar recomendável a retirada de maior quantidade”, constata.
TECNOLOGIA AGRÍCOLA
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Separação de componentes gera benefícios adicionais Com maior quantidade de nutrientes, ponteiro faz bem para a cultura, porém aumenta quantidade de resíduos na caldeira Ciclagem de nutrientes é outro fator importante que deve ser considerado no manejo da palha que concentra uma boa quantidade dessas substâncias. “Se a palha permanecer no solo, os nutrientes serão reciclados. Se for removida, haverá necessidade de reposição”, diz Heitor Cantarella, do IAC. De acordo com ele, é preciso levar em conta os custos dos nutrientes que estão sendo retirados da área e do transporte da palha. Alguns solos arenosos se beneficiam mais da palha, não somente pela reciclagem de nutrientes, mas também pelo aporte de carbono e de matéria orgânica – enfatiza. Além disso, a composição das frações da palha – ponteiros e folhas secas – está ampliando os estudos e os desafios relacionados ao manejo desse material. Os ponteiros têm muito mais nutrientes do que as folhas secas conforme demonstram trabalhos realizados no estado de São Paulo, voltados à análise das frações da palha, informa Heitor Cantarella. O destaque, neste caso, é justamente a maior presença de nitrogênio e potássio, os mais utilizados no processo de adubação. O próprio Instituto Agronômico desenvolve uma pesquisa nessa área que está sendo realizada pela estudante de pósgraduação do IAC, Lauren Maine Santos Menandro. Esse trabalho conta com a orientação de Heitor Cantarella, que é professor de pós-graduação do Instituto Agronômico, já teve a sua primeira parte concluída e foi premiado no 2nd Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference (BBEST 2014), na categoria Mestrado. O evento foi realizado em
outubro, em Campos do Jordão, SP. “A pesquisa abordou inicialmente como a composição da palha afeta a produção de etanol de segunda geração. Agora está sendo trabalhada essa parte de reciclagem de nutrientes”, revela. Segundo Heitor Cantarella, sob o ponto de vista ambiental e de ciclagem de nutrientes, seria mais interessante deixar o ponteiro no campo. Separar o ponteiro da folha seca no campo é ainda um desafio – observa. “Haverá necessidade de mudanças no sistema de recolhimento da palha”, afirma. No caso do enfardamento, que tem sido atualmente o processo mais utilizado, a separação se torna inviável, pois todo o material já estará, neste caso, depositado no solo. Mas, é possível fazer a separação quando o ponteiro é
cortado pelo despontador da colhedora – explica –, o que exigirá, no entanto, mudanças no sistema de recolhimento da palha. É preciso avaliar a viabilidade econômica dessas modificações – comenta. A separação das frações, além de ser positiva para a cultura, pode proporcionar também benefícios para a indústria. Com maior quantidade de sais, potássio e nitrogênio, o ponteiro acaba gerando mais resíduos que ficam impregnados no interior da caldeira, exigindo mais cuidados durante a manutenção – afirma. “Haveria, neste caso, até um benefício adicional”, ressalta. Para o etanol de segunda geração, não há nenhuma desvantagem em usar só a folha seca e deixar o ponteiro para trás – diz. (RA)
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TECNOLOGIA AGRÍCOLA
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Monitoramento de canavial reduz impactos climáticos WELLINGTON B ERNARDES, DA R EDAÇÃO
Os entraves agrícolas que a produção canavieira encontrou no decorrer destas últimas safras foram acentuados por variáveis externas, de origem política e climática. Para reduzir esta pressão na produtividade, gestores e diretores agrícolas desenvolvem continuamente metodologias que facilitem a coleta de dados e a otimização das tarefas de campo, fundamentais para manter a produção ascendente. Somente o constante monitoramento dos canaviais pode fornecer números confiáveis para a tomada de decisão. Rafael de Andrade, diretor agrícola da Usina Pitangueiras, em Pitangueiras, SP, afirma que o acompanhamento semanal reduz os impactos destas incertezas, naturais no ambiente agrícola. “Acompanho todos os relatórios, inclusive de safras anteriores, para buscar comportamentos parecidos; além de me reunir semanalmente com a equipe para definir o planejamento que adotaremos”, explica. Na região Nordeste, o clima dita as ações a serem seguidas. O manejo da fertilidade do solo deve ser feito com cautela, pois um possível déficit hídrico pode reduzir o aproveitamento do insumo, refletindo em perdas produtivas e econômicas. Por esta razão, usinas da região monitoram semanalmente o volume “Nosso planejamento começa após a colheita. Temos que estruturar nossas ações, visto que nossa
Rafael de Andrade, diretor agrícola, da Usina Pintangueiras
região é carente em água. Qualquer manejo precipitado pode comprometer tanto a safra atual como a seguinte”, explica Remilson Souza, encarregado agrícola da Usina Sinimbu. A falta de chuvas somada às temperaturas recordes nestes últimos meses, tem mobilizado as usinas do Centro-Sul a planejar com maior cautela suas ações no campo. “O maior problema é que não conseguimos prever as condições climáticas. Com isso, temos que alterar constantemente nossa
programação. Processos de colheita, ou mesmo início de safras são prejudicados por tais incertezas”, afirma Andrade. Por causa desta flexibilização do planejamento são necessárias ferramentas que facilitem a coleta de dados para que gestores e equipes compreendam as demandas atuais e futuras, facilitando a disponibilização de informações apuradas e confiáveis para a condução da safra, mesmo com variáveis oscilantes.
TECNOLOGIA AGRÍCOLA
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Integração tecnológica assegura gerenciamento do campo Plataformas integradas simplificam a coleta e análise das informações O processo de coleta e análise das informações do campo está mais simples. O uso de plataformas integradas, que coletam e compartilham dados precisos aumentou o poder da equipe agrícola em mitigar impactos ambientais e econômicos. A inserção da tecnologia permite que técnicos e supervisores sejam mais precisos e dinâmicos nas operações e manejos do campo, necessário em um cenário com inúmeras variáveis. Existem vários recursos disponíveis no mercado que facilitam esta análise, como a integração da posição geográfica às estações climatológicas. Para Abimael Cereda Junior, gerente de educação na Imagem, esta tendência acompanha o salto tecnológico dos últimos anos e fornece à agricultura dados para assegurar a produtividade ideal. “Hoje observamos a integração de smartphones e notebooks, o que facilita a entrega e compartilhamento de arquivos. Na agricultura, fazemos uso desta sincronia para manejar e administrar os dados, simplificando a gestão do campo”, explica. A inteligência geográfica facilitou o planejamento e execução das tarefas, inserindo em mapas, análises complexas, resultando em ações efetivas e com maior grau de especificação, uma vez que é possível, com informações detalhadas, tratar áreas menores. Distribuidora oficial da Esri no Brasil, a Imagem possui larga experiência nesta informatização: a plataforma ArcGIS permite visualizar a real situação do campo com a representação dos dados em mapas. “É possível integrarmos sensores remotos, como imagens de satélites ou de drones,
Abimael Cereda e Rogério Nicola: vários recursos disponíveis
aos dados de operações agrícolas, e aos levantamentos pedológicos e topográficos para formação de uma análise espacial completa”, explica a empresa. Com o conceito de gestão inteligente, a Solinftec fornece ferramentas para informatização completa dos processos agrícolas. A empresa possui sistemas de monitoramento online de equipamentos agrícolas, o que permite controlar erros e buscar máxima produtividade. Para o diretor da Solinftec, Rogério Nicola, a informatização na agricultura otimiza a
gestão da produção. “Percebemos que a informatização das atividades agrícolas contribui significantemente para o retorno de nossos clientes. Ações como estas, facilitam o controle da operação e ainda geram dados que são utilizadas nas próximas tomadas de decisões”. Fundamental para alavancar a produtividade, a gestão correta passa pela implantação de sistemas que levem aos gestores e técnicos o real panorama das condições ambientais e das atividades agrícolas. (WB)
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TECNOLOGIA AGRÍCOLA
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Vital Balboni: problemas em produtividade são endógenos
Gestão fornece ferramentas para incrementos produtivos Sistematizar as operações do campo facilita a compreensão de toda atividade, garantindo olhar holístico para que tomadores de decisões forneçam o correto direcionamento à equipe, aproveitando melhor o tempo útil das máquinas, com uso eficiente dos insumos agrícolas. Ganhador do Prêmio MasterCana Brasil na área de Administração & Finanças, o CEO da ABS Consultoria, Vital Balboni, afirma que os problemas em produtividade são endógenos no setor. “Depois de mais de 160 mil horas de trabalho, concluímos que a produtividade é um entrave no setor”. Para o empresário, a implantação de corretas técnicas operacionais,
no campo e indústria, proverá melhor desenvolvimento do fluxograma operacional, reduzindo custos com incrementos produtivos. Balboni explica que é possível investir em produção otimizando as operações, mas para isso é preciso trazer inovações tecnológicas, cujo os investimentos retornam em eficiência produtiva, resultado de sistematização da gestão. “Algumas usinas preferem operar com sistemas que deram sucesso no passado, tais metodologias pecam na uniformidade de fluxo de trabalho, um problema na produção. É preciso ter um sistema de informação, com registros de todas as atividades e a elaboração de procedimentos
de execução. Devemos entender como a empresa está estruturada na rotina de organização e como distribui seu tempo para cuidar daquilo que dá resultado”, analisa. Com diversos entraves econômicos, a condução das operações e a destinação da cana são influenciadas pelas tendências de mercado. “O produto final é quem dita nossa tomada de decisão. É assim que planejamos nossa programação”, enfatiza Rafael de Andrade. Balboni concorda com a preocupação com o produto final para gerenciamento das usinas. “Devemos calcular a massa de custo e fazer uma conta sobre as oportunidades para o setor. Assim é
possível mensurar as oportunidades para os produtos”. Em momentos de baixo retorno financeiro, a reestruturação necessita de replanejamento; a verificação das atividades vitais para o andamento deve ocorrer. Neste processo, alguns manejos em diversos segmentos da usina podem ser cortados pela ineficácia. “A baixa produtividade gera oportunidades de eliminar atividades que não agreguem valor às empresas, e com a vantagem de não precisar investir. Por meio de ferramentas de gestão é possível mudar a realidade de muitas empresas do setor e aumentar a produtividade”, conclui. (WB)
SETOR EM DESTAQUE
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GIRO DO SETOR
Austrália tem recorde produtivo
Brasil e Tailândia entregam 1 mi/t de açúcar na Ásia
A Austrália encerrou 2014 com bons resultados no campo e na indústria, as dificuldades vivenciadas globalmente pelo setor canavieiro não pressionaram os números do país. Conforme estimativa do Rabobank, o país atingiu sua maior moagem desde 2008, com 32 milhões de toneladas processadas, que possibilitaram a produção de 4,6 milhões de toneladas de açúcar.
Mais de um milhão de toneladas de açúcar foram entregues para China em dezembro último. Deste montante, cerca de 600 mil toneladas foram importadas pela China, que comprou 416 mil toneladas do Brasil e 180 da Tailândia. Segundo traders asiáticos, a demanda local pela commodity cresceu e pode continuar em ascensão nos próximos meses.
Mumias Sugar Company adia retorno às atividades
França aumenta participação de biodiesel no diesel
A Mumias Sugar Company, localizada no Quênia, divulgou no final de 2014, que atrasaria o retorno às atividades e estenderia seu período de entressafra para manutenção industrial. As operações na usina encerraram no dia 19 de outubro e tinham previsão de retorno em 45 dias. Conforme anunciou a diretora de marketing da companhia, Margaret Makhungu, a usina realizará testes em suas caldeiras antes de voltar a moer cana-de-açúcar. Após a conclusão destes testes as atividades deverão retornar em até uma semana.
A ministra de energia da França, Segolene Royal, autorizou em 14 de janeiro, o aumento da participação do biodiesel no diesel. O biocombustível poderá constituir até 8% da mistura com o combustível fóssil. Anteriormente a proporção era de 7%, percentual recomendado pela Diretiva Europeia para Qualidade de Combustíveis. Por esta razão, a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis pede a continuidade do limite anterior.
Índia articula maior incentivo às exportações
Cuba estima maior produção de açúcar
O governo indiano prepara a continuidade dos incentivos às exportações de açúcar para 2015. A informação foi confirmada por duas fontes do governo local à Reuters. O retorno dos incentivos acompanha o aumento do custo produtivo da matéria-prima e a desvalorização da commodity, por esta razão estão maiores em relação ao ano anterior. Para cada tonelada de açúcar exportada, as usinas receberão auxílio de 64 dólares (4.000 Rupias Indianas). Em 2014, ano da implantação do subsídio, o governo pagou aproximadamente 52,21 dólares (3.300 Rupias Indianas) por tonelada.
A indústria de açúcar cubana já computa os bons resultados que o clima no país forneceu para o desenvolvimento da cana-de-açúcar. Segundo dados locais, a produção de açúcar deve apresentar crescimento na faixa de 15 a 20%. Nestes dois primeiros meses de safra em Cuba, o país já soma 290 mil toneladas, com acréscimo de 24 mil toneladas em relação à safra passada. A área cultivada também cresceu, são aproximadamente 147 mil hectares, 25 mil a mais em relação à média dos últimos três anos. Para especialista, o bom momento do país está ligado às boas práticas em campo e às condições climáticas favoráveis para a cultura.
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SAÚDE & SEGURANÇA
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CUIDADO! Área de saúde e segurança terá grandes desafios em 2015 ANDRÉIA MORENO
Com as novas portarias divulgadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o principal desafio para o setor sucroenergético na área de saúde ocupacional em 2015 será entender e aplicar estas regras nas empresas. Alguns temas que estiveram em destaque em 2014 e deverão render grandes debates na próxima safra são a aplicação do E-Social, a NR10 e a NR12. A opinião é de Mário Márcio dos Santos, presidente do GSO (Grupo de Saúde Ocupacional da Agroindústria Sucroenergética), que abrirá no próximo ano um espaço para sugestões a fim de criar métodos e maneiras de resumir e elucidar as novas regras do segmento. Ele confirma as principais demandas de 2014, como a aplicação do E-Social, já que acredita que sua implantação ocorrerá em 2015. “Trata-se de um projeto do governo federal que irá coletar as informações e unificar sua captação no conceito do ESocial”, informa. Outro tema em pauta para 2015 serão as áreas classificadas da NR 10 referentes à segurança em instalações e serviços em eletricidade. Outra será a NR12 no que se refere à segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. “Além destas questões será preciso que a área se atente as alterações e inclusões das portarias nº 590; nº 1.134; nº 593; nº 594; n.º 1.078; nº 1.079; nº 1.297; nº 1.565 e sobre a consulta pública da portaria n.º 428”, enfatiza. Segundo o presidente do GSO, quando se trata de segurança do trabalho é preciso ter a consciência de que a crise não eliminou os riscos e o dever da área é evitar os
acidentes, evitar as doenças ocupacionais e proteger a empresa. “Em tempos de crise, quando ocorrem mais demissões de trabalhadores, aumentando assim as tarefas daqueles que ficam, nosso trabalho se torna ainda mais difícil. Quando os trabalhadores não estão satisfeitos com a empresa, uma das formas de demonstrar a sua insatisfação é recusar a segurança do trabalho, portanto as questões de desobediências às regras se tornam mais comuns. Devemos criar maneiras de motivá-los e de entender que segurança vem sempre em primeiro lugar e que o acidente do trabalho traz várias consequências negativas”, afirma. Mário Márcio explica que as empresas precisam ter consciência de que os riscos não diminuíram e que as ações de contenção de custos não poderão acontecer em detrimento às medidas de controle dos riscos. “Preservar a saúde e a integridade física do trabalhador é uma forma de economizar dinheiro para superar a crise. Mas é preciso que elas continuem a fornecer EPIs de forma correta e oferecer treinamento, pois evita: acidentes do trabalho, perdas em ações trabalhistas, ações indenizatórias, perdas de tempo (por acidentes e substituição de pessoas). Acredito que nós devemos, neste momento delicado do setor, unir esforços com as equipes, com cipeiros e colaboradores para mobilizar ações corpo a corpo e principalmente na entressafra quando as manutenções oferecem muitos riscos”, lembra. Outro ponto importante enfatizado por Mário Márcio é para novas regras. “Para que as usinas possam se adequar aos novos procedimentos, as unidades precisam criar comitês de estudo para cada assunto relevante, como: a classificação de área de risco, estudos da aplicabilidade das Portarias, e os prevencionistas, participar em eventos do GSO, programas de gestão de segurança e saúde do trabalho, entre outros”, finaliza.
NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES
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Transbordo Gigante 22.000 Penta: mais uma inovação da Teston A Teston, fabricante do Gigante 22.000, transbordo com a maior capacidade de carga do mercado, busca sempre satisfazer as necessidades de seus clientes, oferecendo produtos inovadores que proporcionem alto rendimento, com baixo custo operacional. Neste ano lança no mercado o Gigante 22.000 Penta. Desenvolvido para diminuir ainda mais a compactação do solo, provocado principalmente pelo efeito do peso estrutural das máquinas e pela carga efetiva, o novo equipamento, considerado uma revolução pela fabricante, mantém a agilidade que a linha Gigante já oferece; o dolly dianteiro que proporciona em 180°; além do terceiro eixo traseiro com esterçamento - o que possibilita ser a única máquina do mercado a acompanhar as linhas de cana em trechos curvos sem compactação. Além disso, a equipe de engenheiros da Teston melhorou a estabilidade de sua nova máquina. A partir de agora é possível entrar em áreas ainda mais declivosas, sendo arrastado com mais facilidade pelo trator. Testes em campo comprovaram que tratores de uma mesma potência engatados ao Gigante Penta sobem mais rápido do fundo de áreas inclinadas e apresentam menor índice de patinagem. Em trechos de terra onde possam favorecer atolamento, a máquina mostra uma melhora significativa, se comportando de maneira muito estável e segura. Resultado: menor consumo por tonelada transbordada.
Gigante 22.000: transbordo com a maior capacidade de carga
NOVIDADES PARA 2015 A partir deste ano, a marca troca as cores impressas em seus equipamentos, que de verde e vermelho passam a ser chumbo metálico e vermelho. A Teston aproveita o momento de crise do setor e investe forte em tecnologia. Sua fábrica está mais moderna,
consequência dos mais de R$ 4 milhões investidos. Em junho serão finalizados os projetos de solda, quando passará a ter todos os seus equipamentos integralmente soldados por robôs. O próximo passo da empresa será na linha de pintura, que deverá seguir o mesmo
caminho. Tudo isso para oferecer um produto de maior qualidade e segurança aos seus clientes. Teston (44) 3513.5000 www.teston.com.br
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NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES
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Manutenção preventiva é um custo que gera ganhos A manutenção preventiva para nós da Cohybra é uma decisão inteligente que a maioria das usinas, destilarias e proprietários de máquinas agrícolas optam por fazer na entressafra. Apesar de muitos julgarem como um custo desnecessário, preferindo remediar a manutenção somente quando a máquina apresenta algum problema durante a safra, pesquisas com vários proprietários de colhedoras indicam que o custo de manutenção na safra é reduzido de 25% a 30%, isso dado ao fato de que uma manutenção preventiva que costuma ser algo mais básico, como a troca de vedações no caso da hidráulica do equipamento, pode evitar danos maiores pelo agravamento do desgaste. Entre os cuidados especiais mais importantes da entressafra temos: troca de vedações de bombas, motores e cilindros
hidráulicos, verificação de chicotes elétricos, correias e correntes, motor diesel, filtros de óleo e ar, sistema de arrefecimento, bateria, lubrificação, entre outros. Esta economia é maior ainda se comparada ao enorme custo de oportunidade que uma colhedora parada aguardando manutenção no meio da safra possui. A Cohybra está de portas abertas para orientar sua empresa na manutenção hidráulica preventiva com equipamentos de última geração para aferir as reais necessidades de manutenção, assim o proprietário de colhedora terá certeza que só ira gastar com revisões se realmente for necessário. Cohybra (16) 3041.6470 www.cohybra.com.br
Fachada da Cohybra
Certificação dos Painéis Artu e Unisec ABB garantem segurança Painéis certificados Artu baixa tensão e Unisec média tensão
Os painéis Artu e Unisec ABB possuem excelência garantida pelas normas NBR IEC60439-1 e NBR IEC62-271-200. Tais normas trouxeram uma grande evolução ao mercado de painéis, aumentando a segurança para o usuário e garantindo a longevidade do investimento. Os painéis TTA (Type-Tested Assembly) passam por rigorosos testes que aumentam a qualidade do produto e a segurança de seus operadores. Plantas industriais, processos ou máquinas, em que as falhas no painel ou em seus componentes podem gerar altos custos, por parada de processo ou até mesmo por possíveis indenizações, são locais em que painéis TTA são extremamente indicados. Com a diminuição do tempo de parada na produção e quanto maior for a disponibilidade
do equipamento, ou seja, quanto maior for a disponibilidade do equipamento, maior será o lucro. As normas em que os painéis se enquadram trouxeram uma grande evolução ao mercado, aumentando a segurança para o usuário e garantindo a longevidade do investimento. “Aqui na APS sempre orientamos nossos clientes com relação às leis e normas na instalação de painéis. Os Painéis certificados (TTA) ABB garantem a segurança, evitam gastos e problemas eventuais nas instalações”, afirma Caio Vinícius, engenheiro de aplicação. APS Componentes Elétricos (11) 5645.0800 www.apscomponentes.com.br