JornalCana 263 (Dezembro/2015)

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Ribeirão Preto/SP

Inclui cobertura do Prêmio MasterCana Norte/Nordeste 2015

Dezembro/2015

Série 2

Nº 263

R$ 20,00

SETOR ESTÁ VOLTANDO A VALORIZAR TECNOLOGIAS DE PONTA

Bruno Sardinha, gerente técnico–comercial; Fabrício Simões, diretor executivo e Israel Lyra, gerente regional SP: Ubyfol chega aos 30 anos como referência em nutrição vegetal


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ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Dezembro 2015

Í N D I C E AGRICULTURA DE PRECISÃO TRIMBLE

19 31137000

29

BIOSEV

CONSULTORIA/ENGENHARIA

MONTAGENS INDUSTRIAIS

INDUSTRIAL

ENGEVAP

EVOLUTION

ÁLCOOL/AÇÚCAR - TRADINGS 08009409199

19

16 32369200

8

CORRENTES INDUSTRIAIS ELLO CORRENTES

16 21056400

46

PROLINK

19 34234000

13

ÁREAS DE VIVÊNCIA ALFA TEK

17 35311075

3

ELETROCALHAS AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER

11 26826633

OXIMAG

11 42313778

23

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL ENGEVAP

AUTHOMATHIKA

16 35134000

18

SOTEICA

16 35124310

2

16 39452825

58

16 35138800

12

17 35311075

3

16 35132600

10

FAR

16 35124300

41

NUTRIENTES AGRÍCOLAS 34 33199500

19 35080300

14

12

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO DISTRINOX

16 39698080

APS COMPONENTES

11 56450800

8

AUTHOMATHIKA

16 35134000

18

IRBI MÁQUINAS

DURAFACE

CONEFLANGES

CONEXÕES

SÃO FRANCISCO 12

DMB

TRIBUTÁRIA

IRRIGAÇÃO 16 35124310

35

CONSULTORIA EM FERMENTAÇÃO FAR

16 35124300

AGAPITO

16 39462130

58

COMASO ELETRODOS

16 35135230

24

MAGÍSTER

16 35137200

9

18 36315000

IRRIGA ENGENHARIA

SOLINFTEC

42

DURAFACE

42

16 35135230

24

18 36212182

25

16 39461800

7

TRANSBORDOS 19 35080300

DMB

14

TROCADORES DE CALOR 41 36261531

15

11 26316861

AGAPITO

16 39462130

58

TORFER

11 50586118

32

TUBOS E CONEXÕES

12

PETROFISA 16 21014151

16 39461800

SIEMENS JUNDIAÍ 7

4

19 35080300

VIBROMAQ

16 39452825

58

11 45854676

11

DMB

16 39461800

FOXWALL

11 46128202

31

TECNOVAL

16 39449900

57

VARIEDADES DE CANA

PLANTADORAS DE CANA 14

15

VÁLVULAS INDUSTRIAIS PENEIRAS ROTATIVAS

62 30883881

41 36261531

TURBINAS

55

MANCAIS E CASQUEIROS 41

18 36315000

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

CONSULTORIA CONTÁBIL E

DIRETRIZ

36

SOLDAS INDUSTRIAIS

COMASO ELETRODOS

4 E 60

11 26316861

16 35124310

SUPRIMENTOS DE SOLDA

GRÁFICA CONEFLANGES

59

SEGURANÇA EMPRESARIAL

IRBI MÁQUINAS

58

COLETORES DE DADOS 16 39413367

08007779070

SUPERFÍCIES - TRATAMENTO E

FLANGES MARKANTI

17

54

ELÉTRICOS

PETROFISA 16 39452825

81 32674760

SÃO FRANCISCO SAÚDE

SOCIUS 5

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS DURAFACE

PROSUGAR

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS

FIBRA DE VIDRO

CENTRÍFUGAS VIBROMAQ

39

FERRAMENTAS

CARROCERIAS E REBOQUES SERGOMEL

16 35124310

ESTEIRAS TRANSPORTADORAS

CARRETAS ALFA TEK

MSBIO

LEVEDURAS

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS

CALDEIRAS ENGEVAP

PRODUTOS QUÍMICOS 12

PINTURA

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS VIBROMAQ

16 35138800

A N U N C I A N T E S

16 35138800

UBYFOL

21

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

D E

7

CTC

19 34298199

44


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CARTA AO LEITOR

Dezembro 2015

carta ao leitor

índice

Josias Messias

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 Cana Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 e 8 Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . . .9 a 13

Sistema de telecomunicação deve fornecer informações com rapidez

ALTO LÁ!

Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14

Medidas devem favorecer o etanol em tempos de crise

Giro do Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 a 27

Impurezas minerais continuam sendo gargalo para a produção de etanol 2G

Setor volta a valorizar tecnologias de ponta

Performance de operadores na colheita gera remuneração variável

Palha aumenta complexidade no manejo de daninhas

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 a 39

SE VIRA NOS 30 POR CENTO!

Manutenção inadequada aumenta possibilidade de perdas

Automação é aliada para combater os efeitos da crise

Falhas na tubulação afetam operação e vida útil de equipamentos

Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . .40 a 45

COMO EVITAR QUE O SETOR VENHA A PEDIR ÁGUA

O que o setor espera da COP21?

Setor em Destaque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46 a 53

Cobertura do Prêmio MasterCana Norte/Nordeste 2015

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54

Em 10 anos etanol 2G terá custo de produção igual ao do convencional

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .56 e 57

5

UM PEQUENO POÇO DE COMBUSTÍVEL NO QUINTAL

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58

O MAIOR DOS AMBIENTALISTAS “E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra”. . (Promessa de Deus em Apocalipse 11:18 de destruir os que destroem a Terra)

josiasmessias@procana.com

Que tudo não volte ao anormal Se o governo francês não se intimidar com a ameaça terrorista, enquanto você lê estas linhas estará acontecendo a COP21, em Paris, evento global similar aos acontecidos em intervalos médios de 12 anos em Kyoto, Estocolmo, Rio de Janeiro... Ali, nações ricas e desenvolvidas e países emergentes e em desenvolvimento apresentam seus cases ambientais de sucesso e tentam se precaver contra desastres ambientais futuros, porque a terra geme. (veja matéria sobre o assunto das páginas 43 à 45). Ainda que muitos critiquem esses encontros, atribuindo-lhes pouco resultado prático, apenas o fato de líderes globais decidirem se assentar para levantar, avaliar e discutir a questão e assinar protocolos de intenções e cartas de metas ambientais de redução das emissões poluentes e letais à natureza e ao homem na atmosfera já são motivo de alento. Não existissem estes esforços e tudo seria ainda pior, tenha certeza. Nestas conferências e há mais de trinta anos, sempre em sua vez de falar, um representante do governo brasileiro sobe às tribunas para defender praticamente apenas um case de sucesso: o do etanol derivado da cana-de-açúcar. Enquanto é invejado pela maioria dos outros países que não podem tê-lo, seja por falta de terras ou condições climáticas, o representante brasileiro mostra vídeos e tece loas ao produto energético mais ambiental e economicamente eficaz ante os fósseis e enumera as infindáveis qualidades e aplicações da cana-de-açúcar industrializada, etc, etc, etc. Lamentavelmente, ao terminar a conferência, tudo volta ao anormal. A sensação que se tem é que nem mesmo o próprio país que o criou acredita efetivamente na mercadoria que vende ao mundo. Voltam ao país e, não se sabe se pela fortuna que o petróleo rende em refinarias fantasmas em Pasadena ou nos 15% ou até mais desviados de contratos bilionários superfaturados do pré-sal ou nos desvios para manter campanhas inteiras de partidos ou mesmo para locupletar diretores e políticos canalhas, retomam os investimentos no perigoso fóssil e simplesmente ignoram qualquer apoio ao etanol, deixando a bronca nas mãos dos empresários do setor. Não aprendem com as lições do passado distante e recente. Afinal, tudo o que é retirado do subsolo pode encantar pelas "facilidades imediatas", mas em algum momento vai cobrar seu verdadeiro preço. O desastre de Mariana e a morte, ainda que temporária, do rio Doce estão aí para nos lembrar disto a todo instante, apenas para citar um triste exemplo. Nossa esperança é que os governantes voltem da COP21 dispostos a mudar a forma de pensar e de investir no etanol e na bioenergia brasileira. De uma vez por todas! O etanol no Brasil é um case de sucesso e deve ser mostrado ao mundo. Antes porém, deve receber o devido valor e políticas de sustentabilidade por parte dos governantes em seu país de origem. E não o tratamento anormal que tem recebido nos últimos anos!

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O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 — Ribeirão Preto — SP procana@procana.com.br

NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroenergético de informações relevantes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e organizar eventos empresariais visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor (humano, socioeconômico, ambiental e tecnológico); Democratizar o conhecimento, promovendo o

intercâmbio e a união entre os integrantes; Manter uma relação custo/benefício que propicie

parcerias rentáveis aos clientes e demais envolvidos.

Josias Messias josiasmessias@procana.com.br Controladoria Mateus Messias presidente@procana.com.br Eventos Rose Messias rose@procana.com.br Marketing Digital Lucas Messias lucas.messias@procana.com.br

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REDAÇÃO

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Editor Luiz Montanini - editor@procana.com.br Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur Arte Gustavo Santoro - arte@procana.com.br Revisão Regina Célia Ushicawa Jornalismo Digital Alessandro Reis - editoria@procana.com.br

Gerente Administrativo Luis Paulo G. de Almeida luispaulo@procana.com.br Financeiro contasareceber@procana.com.br contasapagar@procana.com.br

PÓS-VENDAS Thaís Rodrigues thais@procana.com.br

Comercial Leila Luchesi 16 99144-0810 leila@procana.com.br Matheus Giaculi 16 99935-4830 matheus@procana.com.br

ASSINATURAS E EXEMPLARES (16) 3512-4300 www.loja.jornalcana.com.br atendimento@procana.com.br

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JornalCana - O MAIS LIDO! Anuário da Cana Brazilian Sugar and Ethanol Guide A Bíblia do Setor! JornalCana Online www.jornalcana.com.br BIO & Sugar International Magazine Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool

Prêmio MasterCana Tradição de Credibilidade e Sucesso Prêmio BestBIO Brasil Um Prêmio à Sustentabilidade Fórum ProCana USINAS DE ALTA PERFORMANCE SINATUB Tecnologia Liderança em Aprimoramento Técnico e Atualização Tecnológica

Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios & Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais e comerciais reservados. É proibida a reprodução, total ou parcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamente com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).


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AGENDA

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A C O N T E C E U

A C O N T E C E

MASTERCANA NORTE/NORDESTE Os principais destaques do setor sucroenergético em 2015 no Norte/Nordeste foram homenageados no Prêmio MasterCana no dia 19 de novembro, no Spettus Boa Viagem, no Recife, PE. Maior evento do setor sucroenergético brasileiro, o MasterCana reconhece o mérito daqueles que trabalham por uma agroindústria canavieira sustentável, pujante e dinâmica, premiando pessoas e organizações que se destacaram durante o ano, na busca pelo aprimoramento tecnológico, humano e socioeconômico do setor, assim como no fornecimento de bens e serviços para esta importante atividade econômica. Veja cobertura completa do evento da página 46 a 53.

USINAS DE ALTA PERFORMANCE NORDESTE O auditório do Sindaçúcar do Recife sediou no último dia 19 de novembro o Fórum Usinas de Alta Performance Nordeste. Ali foram apresentados casos de ganhos comprovados em usinas e destilarias. Daniela Petribu Oriá, presidente da Usina Petribu, apresentou o case do sistema de gestão da empresa. Josias Messias, presidente da ProCana Brasil, apresentou os cases das usinas Bevap e Itapecuru Bioenergia, que conquistaram ganhos superiores a 2% no rendimento fermentativo na safra atual com a utilização das super cepas de leveduras MSB.

FENASUCRO & AGROCANA Já está marcada a próxima Fenasucro & Agrocana de 2016. Será nos dias 23 a 26 de agosto de 2016 em Sertãozinho, SP, no Centro de Eventos Zanini. A feira é o maior evento mundial em tecnologia e intercâmbio comercial para usinas e profissionais do setor sucroenergético. É o principal encontro entre produtores, profissionais e os principais fabricantes de equipamentos, produtos e serviços para a agroindústria da cana-de-açúcar, um evento completo que oferece aos visitantes a oportunidade de explorar toda a cadeia de produção: preparo do solo, plantio, tratos culturais, colheita, industrialização, mecanização, aproveitamento dos derivados de transporte e logística do produto e subprodutos da cana-de-açúcar.

AGRISHOW Em 2016, a Agrishow, Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação apresenta sua 23ª edição. O evento será realizado entre os dias 25 a 29 de abril de 2016, no Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste, em Ribeirão Preto, SP. Para obter mais informações sobre a Agrishow 2016, entrar em contato com a organização do evento através do e-mail: visitante.agrishow@informa.com.

MASTERCANA CENTRO-SUL 2016 Executivos de 13 usinas e grupos sucroenergéticos receberão durante jantar de gala programado para o dia 22 de agosto de 2016 em Ribeirão Preto, SP, o Troféu MasterCana no Prêmio MasterCana Centro-Sul. No evento além dos executivos, também serão premiadas as empresas do setor sucroenergético com melhor administração e as que mais se destacaram ao longo da última safra. Também serão conhecidos os ganhadores do MasterCana Social. Promovido pela ProCana Brasil, a solenidade marca a abertura oficial da Fenasucro & Agrocana em Sertãozinho, SP.

USINAS DE ALTA PERFORMANCE AGRÍCOLA O Fórum Usinas de Alta Performance Agrícola acontece no dia 28 de abril, em Ribeirão Preto, durante e dentro da programação da Agrishow 2016. Reunirá os maiores especialistas do país no tema. Maiores informações com Rose pelo email rose@procana.com.br


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Sorrisos marcam ação voluntária da Usina Coruripe Mais do que doar brinquedos, a Usina Coruripe distribuiu sorrisos nos dias 8 e 9 de outubro. Com a campanha Doe Imaginações, os colaboradores da empresa foram convidados a doar presentes para a realização de um dia das crianças diferente nos projetos sociais apoiados pela Coruripe. Ao todo, foram 1.141 brinquedos arrecadados e incontáveis expressões felizes de todos que participaram. Em Minas Gerais, a ação foi realizada na Creche Deus Menino e na Escola Municipal Lourival Batista Câmara, em Iturama, no Centro de Educação Infantil Ana Galicioli do Nascimento. Em Limeira do Oeste, no Centro Municipal de Educação Infantil Elizabete Rodrigues da Silva, em Carneirinho e no Projeto Florescer, em Campo Florido. Douglas Sousa da Costa é instrutor de esporte do Florescer a dez anos e ressaltou a importância de trabalhos como esse. “A maioria dos pais dessas crianças não possui condições de comprar brinquedos. Vê-las recebendo presentes e se divertindo aqui é muito gratificante”, disse Douglas. Em Alagoas, os lugares atendidos foram a Creche Vitor Montenegro Wanderley, em Feliz Deserto e o Basquete Cidadão em Maceió. A ex-atleta Rafaela Ambrósio começou no projeto com 12 anos e contou para os novos participantes que, graças ao esporte, estudou com bolsa de estudos do colégio à pósgraduação e hoje, como advogada, deve parte do seu sucesso profissional à disciplina que o basquete te trouxe. Além da

Crianças e adolescentes de diversos projetos sociais ganharam presentes e um dia mais feliz

Crianças na filial Iturama

Criança da Creche Vitor Montenegro Wanderley

basquete por Alagoas na categoria sub-17

Monalisa Pereira: campeã brasileira de

alegria de ganhar presentes, as crianças e adolescentes puderam compartilhar também a felicidade da conquista de Monalisa Pereira, atleta do Basquete Cidadão que, no mês de setembro, foi campeã brasileira pela

seleção alagoana na categoria sub-17, em Poços de Caldas-MG. “Comecei no projeto com oito anos de idade. Sempre quis praticar esportes e tive a oportunidade que precisava aqui. Com treze

anos fui para a seleção e o Basquete Cidadão sempre me ajudou em tudo, assim como ajuda e transforma outras crianças. Quero continuar jogando e competindo ainda por muito tempo”, finalizou Monalisa.


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Encontro de parceiros e fornecedores na Da Mata A Da Mata S/A Açúcar e Álcool, empresa do setor sucroenergético, localizada em Valparaíso, SP, realizou no dia 16 de Novembro de 2015 o segundo encontro de Parceiros Agrícolas e Fornecedores de Cana. O encontro aconteceu no salão de eventos “Flamboyant” na cidade de Araçatuba/SP, com abertura do diretor da Da Mata Ian David Hill. O evento destacou a implantação da fábrica de açúcar, a instalação de uma nova caldeira e na parte de energia frisou a instalação do novo turbo gerador, aumentando sua capacidade de cogeração de energia. Após a apresentação foi realizada uma palestra, ministrada pelo economista e exMinistro da Fazenda, Mailson Ferreira da Nóbrega. Ele abordou o tema “Avaliação da Conjuntura Político Econômica Nacional.

Mailson da Nóbrega avaliou a conjuntura político econômica nacional no evento

Durante a palestra, Mailson explanou o panorama da economia brasileira, a situação que o país enfrenta, o que levou o

Brasil a atual crise, as dificuldades que todos os setores produtivos estão passando e fez seu diagnóstico sobre o cenário

político e econômico para os próximos anos. Para o economista, o agronegócio tem papel fundamental na recuperação da economia brasileira. “Este é o único setor que tem ganhado produtividade no Brasil. Sem o agronegócio, o país enfrentaria uma crise ainda maior, e teria um déficit insustentável na balança comercial brasileira”. “O agronegócio é um dos pilares sustentáveis da economia brasileira” afirmou o ex-ministro. Estiveram presentes no evento os acionistas da Da Mata, senhores Alexandre Grendene Bartelle e Jonas Barcellos Correa Filho, assim como o Diretor Santos de Araujo Fagundes. Após a palestra o superintendente da Da Mata, Newton Antônio Chucri, realizou o encerramento do evento e agradeceu a todos pela presença.

CerradinhoBio consolida governança

Primeira Feira do Colono

Paulo Oliveira Motta Júnior assumiu, no último dia 3 de novembro, a vice-presidência da Cerradinho Bioenergia. A chegada do profissional consolida o processo de governança corporativa que teve início em 2010 com a formação do Conselho Administrativo, hoje composto por três membros da família Sanches Fernandes e três conselheiros independentes. À frente da companhia está o empresário Luciano Sanches Fernandes, atual presidente. O vice-presidente é engenheiro metalúrgico formado pela Universidade Federal de Ouro Preto. Pós-graduado em administração de empresas pela Universidade Federal da Bahia. É formado como Conselheiro de Empresas pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Ao longo de sua trajetória profissional, ocupou posições executivas sêniores em empresas como Alcan Alumínio, onde trabalhou por quase duas décadas, no Brasil e Canadá. Nos últimos onze anos, foi diretor de negócio da Votorantim Metais e diretor executivo e diretor vice-presidente da Votorantim Cimentos.

Com o objetivo de fortalecer ainda mais a agricultura familiar alagoana, a Cooperativa Pindorama em parceria com o Sebrae-AL realizou a primeira Feira de Colono no dia 14 de novembro, por meio do Centro de Treinamento Rural de Pindorama (Cetrup) e do Núcleo Incubador de Empresas da Pindorama (Niep). No primeiro dia do evento, mais de 50 bancas foram ocupadas por agricultores que puderam expor seus produtos da horticultura na cooperativa. De acordo Klécio Santos, presidente da Pindorama, a iniciativa pretende agregar valor à renda familiar. "A feira é oportunidade de o agricultor ter essa relação direta com consumidor, ela permite que o dinheiro circule e gire dentro da cooperativa. Um ganho para a agricultura familiar", afirma o presidente. A Feira aconteceu todas as sextas-feiras do mês de novembro, na Usina Pindorama. Além de produtos da horticultura, também foram oferecidas comidas típicas, sobremesas e produtos artesanais produzidos pelos agricultores.


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Sistema de telecomunicação deve fornecer informações com rapidez Projeto cuidadoso pode prever integração da área de TI e aprimorar o processo de gestão R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A transmissão de dados cada vez mais ágil entre diversas áreas, por meio da utilização de recursos das telecomunicações, está contribuindo para o aprimoramento do processo de gestão de usinas e destilarias, o que na prática significa melhorar o rendimento operacional, corrigir falhas, evitar desperdícios e reduzir custos. Existem alguns passos para a elaboração de um projeto eficiente nessa área, que deve ter sempre como meta a criação de condições adequadas para que sejam disponibilizadas informações com rapidez e eficiência. Quanto mais ágil e preciso for o processo de transmissão e recepção de dados, maiores serão os benefícios gerados pelas telecomunicações para a gestão da usina. A primeira medida que deve ser adotada nessa área é a identificação das necessidades do cliente, para que o projeto em telecomunicações esteja totalmente em sintonia com a realidade de unidades e grupos sucroenergéticos. Nesse momento, o

grande desafio, inclusive, é viabilizar técnica e financeiramente as demandas dos usuários que enfrentam, em diversos casos, uma situação de escassez de recursos por causa da crise que afeta o setor. Existem alguns caminhos para isto. De maneira geral, os projetos precisam compatibilizar possibilidade de investimentos do cliente, condições técnicas existentes em uma determinada região, expectativas de gestores e profissionais das áreas: industrial, agrícola, de motomecanização, segurança no trabalho,

administrativa, que utilizam e acessam o sistema. Entre as soluções disponíveis no mercado incluem-se a implantação de sistemas de radiocomunicação; transmissão de voz e dados via celular a partir da identificação da tecnologia (GPRS, 3G, 4G) mais apropriada para uma determinada região, ou mesmo a instalação de RTK Real Time Kinematic que envia sinais por meio de ondas de rádio para máquinas dotadas de piloto automático, usando dados do mapeamento de áreas por

geoprocessamento. Além disso, há outras opções que envolvem a utilização de smartphones, tablets, computadores de bordo. As alternativas não param aí. O projeto pode abranger a implantação da Tecnologia da Informação e Comunicação, conhecida como TIC, que desempenha inclusive um papel importante no gerenciamento das unidades e grupos sucroenergéticos, pois possibilita, por exemplo, a integração dos dados das atividades agrícolas ao sistema de gestão empresarial (ERP).


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Estudos avaliam o potencial de diferentes modalidades O desenvolvimento de um projeto em telecomunicações não é tarefa das mais simples. Exige um estudo e diagnóstico preciso do local onde vai ser instalado, ou mesmo ampliado, um determinado sistema. Para isto, existe a necessidade da realização de testes detalhados e específicos. Avaliações podem demonstrar quais são as modalidades usadas em projetos de telecomunicações – satélite, radiocomunicação e telefonia celular, por exemplo – que apresentam melhores resultados para uma determinada área, sempre levando em conta a análise de custobenefício. No caso de telefonia celular, a realização de trabalhos voltados ao mapeamento da cobertura de voz e dados pode avaliar qual operadora apresenta

Para a implantação de sistema de radiocomunicação, é preciso definir os pontos de instalação de torres para a ampliação da cobertura do sinal melhor performance em determinados locais. Para a implantação de sistema de radiocomunicação, é preciso – entre outras iniciativas – definir os pontos de instalação

de torres para a ampliação da cobertura do sinal. A obtenção de resultados positivos na radiocomunicação – alertam técnicos da área – não depende apenas da qualidade do sinal, dos equipamentos utilizados e da área de cobertura. Existe a necessidade também de treinamento de todos os usuários para que ocorra um bom aproveitamento dos recursos disponibilizados por essa tecnologia. Segundo especialistas em telecomunicações, uma alternativa das unidades sucroenergéticas para driblar as dificuldades financeiras momentâneas é a aquisição e instalação gradativa da infraestrutura necessária – estações repetidoras, equipamentos, etc – para a implantação, modernização e ampliação de sistemas nessa área. (RA)

Tecnologia aprimora gestão das atividades no campo A gestão da área agrícola é um dos setores mais beneficiados por projetos em telecomunicações. Recursos tecnológicos para a emissão, transmissão, recepção e processamento de dados, podem facilitar o dia a dia das unidades sucroenergéticas, gerando informações do corte mecanizado via computadores de bordo, por exemplo. Na área de fitossanidade, dados e imagens sobre o nível de infestação de uma determinada praga podem subsidiar a tomada de decisões de técnicos e agrônomos. É possível também automatizar as informações referentes ao abastecimento de toda a frota. Há um “universo” a ser explorado que deixa o campo cada vez mais “próximo” da área administrativa. Computadores de bordo, radiocomunicadores digitais, smartphones, tablets estão possibilitando a transmissão das informações em tempo real, em poucos minutos ou, no máximo, no mesmo dia no final do expediente, dependendo da tecnologia utilizada. A agilidade no processo de comunicação está permitindo que a performance das operações agrícolas seja avaliada com rapidez, criando condições – conforme a necessidade de cada situação – para a adoção de medidas imediatas. (RA)


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ALTO LÁ!

Grupo São Martinho cria canal ético para o colaborador que passar dos limites

ISAC ALTENHOFEN, DE VALINHOS, SP

Conviver em harmonia é um grande desafio para o ser humano em todas as áreas da sociedade. Leis foram criadas para estabelecer justiça e ordem a fim de não haver um colapso social. Ainda assim, muitas vezes o colaborador de uma empresa passa dos limites do respeito e da moral no seu ambiente de trabalho. Medidas devem ser tomadas e são em todas as empresas. Quando se trata de grandes usinas sucroenergéticas os desafios são maiores. O fato de ser grande o número de pessoal e a extensa área de atuação na indústria, e, sobretudo no campo, torna a fiscalização do comportamento dos colaboradores mais complexa. Com o objetivo de ser um facilitador do cumprimento das diretrizes estabelecidas no Código de Ética e Conduta Profissional da empresa, as usinas do Grupo São Martinho

vêm, desde 2010 coibindo excessos e desvios de condutas dentro da empresa, na indústria e no campo. A fim de contribuir diariamente com a gestão de pessoas e mapear conflitos que beneficiem o desenvolvimento de planos de ações foi criado o Canal Ético. Afinal, o assédio moral está relacionado a situações de coerção, humilhações, insultos, desrespeito e rigor excessivo. — Por respeitar as pessoas, a empresa rejeita quaisquer atitudes caracterizadas como assédio moral e sexual, bem como orienta que sejam denunciadas ao gestor imediato e ao Canal Ético da empresa, que garante o sigilo do denunciante — explica Márcia Cubas, coordenadora do projeto e diretora do Grupo São Martinho. Além de assédio moral o canal tem um suporte para denúncias de casos de suspeita de corrupção, seja via telefone, e-mail ou correspondência escrita. A operadora do canal é uma empresa independente, terceirizada, o que garante isenção completa no processo e que atende desde 2014 as normas de política anticorrupção. Desde a contratação, todos os gestores e demais colaboradores passam por treinamento específico para compreensão do conteúdo e do papel de cada um para que a ética seja uma atitude não apenas dentro, mas também fora da

empresa. Márcia Cubas aponta que em qualquer questão de desconforto interno os colaboradores têm como primeira instância o gestor imediato como referência. Caso a situação não seja resolvida, ou o próprio gestor esteja envolvido, o colaborador está orientado a acionar o Canal Ético, com total garantia de preservação da identidade do comunicante. Todos os chamados passam por averiguação conduzida por um grupo de trabalho constituído especificamente para gerir as questões éticas em cada unidade. Após a averiguação, conclusão e evidências do chamado, o assunto é formalmente reportado a um Comitê Executivo de Ética que confere a veracidade das informações. “Todos os chamados registrados no Canal são averiguados e a empresa não toma nenhuma medida sem indícios claros ou comprovações. Os envolvidos nos chamados podem receber desde um elogio por ações realizadas, orientações quanto à conduta equivocada ou até mesmo o encerramento do contrato de trabalho. Essas medidas valem para todo colaborador”. Márcia Cubas, que foi premiada neste ano no MasterCana Brasil na categoria Comunicação e Relacionamento, ainda revela que não há uma área da empresa em que exista maiores ocorrências. A companhia já possui

sistema de vigilância de monitoramento patrimonial. Eles podem ser úteis para o Canal Ético no auxílio às evidências relacionadas aos assédios, mas dentro de limites legais. A diretora do grupo São Martinho reconhece que independentemente do nível hierárquico que o colaborador exerça na empresa ou seu desenvolvimento pessoal e profissional, todos estão sujeitos a essas atitudes. Com frequência a empresa reúne o pessoal de todas as áreas e apresenta palestras motivacionais para gerar um ambiente mais harmonioso. Os colaboradores são instruídos a partir de conceitos de boa educação, cortesia e transparência. “A implantação do Código de Ética e Conduta Profissional do Grupo São Martinho só formalizou uma conduta já tradicional na cultura da empresa: o respeito pelas pessoas, meio ambiente, pela segurança, integridade e ética. Desta forma, além do comportamento ético ser a tônica dos seus negócios, o canal veio trazer ao colaborador a liberdade de comunicar qualquer fato, ainda que seja apenas uma suspeita, com a preservação de sua identidade. Por fim, auditores, executivos e o mercado enxergam o canal como uma excelente prática e ferramenta de empresas de boa governança” conclui Márcia Cubas.


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ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO

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Gestão de relacionamento aproxima gestor e colaborador Aliado ao Canal Ético, o Grupo São Martinho implantou desde 2014 uma nova célula multidisciplinar chamada gestão de relacionamento, que envolve áreas, como recursos humanos e jurídico. O objetivo desse departamento é aproximar e aprimorar o relacionamento entre a empresa e seus colaboradores para que os processos de contratação e demissionais sejam feitos num ambiente que respeita os direitos de ambos. “A gestão de relacionamento é a “menina dos meus olhos” dentro dos projetos que Márcia Cubas: todos estão sujeitos a essas atitudes temos aqui na empresa.” aponta Márcia Cubas, diretora do Grupo. positivos tanto para a empresa como O alvo principal da gestão de para o colaborador. Há mais clareza nos relacionamento é fazer com que os relacionamentos entre os gestores e o valores da companhia e o respeito às pessoal de todas as áreas da empresa, pessoas estejam sempre em harmonia no por exemplo. Esta forma de gestão dia a dia de todos e também oferecer permite à companhia obter um histórico aos gestores ferramentas necessárias completo desde que o trabalhador para o desenvolvimento de suas chegou à empresa até sua saída. Desde equipes. então, a São Martinho tem visto uma A partir destas medidas, o Grupo diminuição relativa de desligamentos na São Martinho tem visto resultados empresa. (IA)

COMUNICAÇÃO E TREINAMENTO Na área de comunicação e treinamento, as seguintes ações foram implantadas no Grupo São Martinho: Comunicação ampla para gestores e todos os colaboradores; Sensibilização dos gestores sobre a decisão de instituir esta célula e suas motivações; Treinamento de líderes e gestores com orientações sobre questões da relação no trabalho com o colaborador; Treinamento dos líderes e gestores sobre mudanças nos processos que foram implementados; Quando o colaborador deseja sair da empresa, algumas ações são revistas para não prejudicar a empresa e nem o profissional: Mudança no processo da requisição de desligamento; Revisão no processo de entrevista de desligamento; Alterações na documentação e registro, tais como: formulários de proposta de trabalho, entrevista de desligamento, etc.; Acompanhamento desligados de acordo com critérios definidos; Definição de indicadores que serão monitorados.


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POLÍTICA SETORIAL

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Medidas devem favorecer o etanol em tempos de crise Para Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar, PE, quem acarreta ônus ambiental tem que pagar tributo ambiental I SAC ALTENHOFEN, DE VALINHOS, SP

O setor sucroenergético tem pedido políticas claras ao governo, principalmente em momento delicados. E este é um deles. Passou da hora de ser atendido. A reivindicação e lamento é de Renato Cunha, presidente do SindaçúcarPE. Para ele, um combustível renovável e invejado como o etanol precisa ser valorizado pelo governo. Qualquer governo no mundo que possuísse uma fonte energética como a que o Brasil possui envidaria todos os esforços para desenvolvê-lo ainda mais e divulga-lo. No caso brasileiro, o etanol vive por inércia e pelo esforço dos abnegados, entende Cunha. O presidente do Sindaçúcar de Pernambuco está convicto de que a crise não é apenas setorial, mas fiscal. “E ela vem afetando todas as áreas da iniciativa privada”. De acordo com Renato Cunha, variações de preços são sentidas pelo mercado em todo o tempo, mas no caso dos produtos derivados da cana-de-açúcar, que vive de safra e entressafra, seu caráter sazonal o torna ainda mais vulnerável. Cunha elogia a ação de alguns

estados, que assumem ônus pesados ao reduzir suas alíquotas de ICMS em favor da ampliação do consumo de etanol dentro de suas fronteiras. “Alguns estados vêm replicando as medidas de diminuição das alíquotas do ICMS já adotadas com sucesso por São Paulo e, recentemente, por Minas Gerais”, observa. No caso de Pernambuco, o governo mudou recentemente a legislação do ICMS, aumentando a tributação da gasolina e reduzindo a do etanol, a partir de um pleito do setor sucroenergético. O ICMS do etanol foi reduzido de 25% para 23% e o da gasolina passou de 27% para 29%. “É a taxação do carbono que o mundo sustentável tanto persegue”, aponta Cunha. Trata-se de um apoio à competitividade do etanol em relação à gasolina, que ficaria completo com uma melhor calibração da Cide. “Esse esforço é uma cooperação dos estados da Federação, que se colocam em linha com a tributação modelo carbon tax. Ou seja, quem acarreta ônus ambiental tem que pagar tributo ambiental, no mínimo. E não pode perpetuar o modelo ultrapassado de incentivar o uso de energia poluente. Essa é a corrente ambiental do terceiro milênio”, apregoa Renato Cunha. No momento, o grande desafio para o etanol é elevar sua produtividade por hectare, relembra Renato Cunha. Para ele, a melhoria genética da cana é uma alternativa. “Regras estáveis de competitividade para o etanol em relação à gasolina são compatíveis com a filosofia ambiental contemporânea”.

Renato Cunha: política e crise fiscal andam juntas


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GIRO DO SETOR

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Austrália terá nova usina de etanol

Novo terminal de açúcar da United Sugar está orçado em US$ 40 mi

Empresa francesa produz etanol 2G com maior desempenho

Na Austrália, o início da construção de uma fábrica de bioetanol no nordeste do país está próximo. O projeto da usina em Pentland, no Estado de Queensland, está em desenvolvimento desde 2004, mas sua construção deverá começar em junho do ano que vem. A usina, pertencente ao grupo Pentland Bio-Energy, terá capacidade para produzir 250 milhões de litros de etanol a partir da cana e do sorgo, durante seu primeiro ano, chegando a uma capacidade de até 344 milhões de litros em 2020. A meta é que a planta chegue à capacidade anual de 1 bilhão de litros de etanol por ano. Os proponentes alegam que o custo de produção será o mais baixo do mundo. De acordo com a Renewable Developments Australia (RDA), mais de 20 investidores estão a bordo do projeto, incluindo uma grande empresa norte-americana, cujo nome não foi divulgado, que já se comprometeu a comprar todo bioetanol produzido na instalação durante pelo menos 15 anos.

Um dos maiores players de açúcar dos Estados Unidos anunciou a construção de um novo terminal de açúcar para armazenamento e distribuição de seus produtos. A unidade está orçada em US$ 40 milhões e terá Crystal Sugar será a capacidade para armazenar financiadora do projeto 60 mil toneladas da commodity. O projeto será financiado pela American Crystal Sugar Company, porém a operação será da United Sugar Inc, cooperativa formada por três grandes produtores de açúcar em solo americano, incluindo a Crystal Sugar. O terminal será construído na cidade de Montgomery, cerca de 73 quilômetros de Chicago, no Estado de Illinois e está previsto para operar em novembro de 2016. Com a construção deste novo terminal para armazenamento e distribuição de açúcar, as empresas ligadas à United Sugar terão maior flexibilidade nos processos logísticos. A nova localização permitirá que a logística ferroviária dos produtos seja feita pelas linhas da americana BNSF Railway, uma das maiores em malha ferroviária nos Estados Unidos. Este é o primeiro terminal de açúcar que não possui comunicação direta com o local de produção, ou seja, está afastado da indústria. Com esta operação inédita no mercado de açúcar americano, o terminal terá a função de irrigar os canais de vendas da companhia em menor tempo e com maior flexibilidade para reajustes logísticos. A United Sugar é formada por três grandes produtores de açúcar em solo americano, a American Crystal Sugar Company, a Minn-Dak Farmers Cooperative e a United States Sugar Corporation.

Na França, a empresa de biotecnologia Deinove anunciou que produziu etanol de segunda geração com um nível excepcional de desempenho em um fermentador de 300 litros. A empresa está desenvolvendo processos inovadores para a produção de biocombustíveis e produtos químicos de base biológica a partir de biomassa não alimentar com bactérias Deinococcus. Os testes foram realizados no VTT (Centro de Pesquisa Técnica da Finlândia), parceiro de longa data de Deinove, que possui os recursos e infraestrutura necessários para implementar e avaliar esse tipo de operaçãopiloto. A matéria-prima utilizada é uma mistura de glucose, um açúcar com seis átomos de carbono, (C6) e xilose (C5), os principais componentes obtidos pela hidrólise da biomassa não alimentares usados na produção de biocombustíveis 2G. “Este é um grande passo para a industrialização do processo e este resultado confirma que a plataforma Deinococcus é adequado para a comercialização. Na véspera da COP21, a biotecnologia francesa mostra que o etanol 2G pode verdadeiramente combater de forma eficaz as alterações climáticas” disse Emmanuel Petiot, CEO da Deinove.

Unidade terá capacidade de produzir 250 milhões de litros de etanol

A matéria-prima utilizada é uma mistura de glucose


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TECNOLOGIA AGRÍCOLA

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Imagem aérea do parque industrial da Ubyfol

Setor volta a valorizar tecnologias de ponta Ubyfol celebra 30 anos como uma das maiores referências em nutrição vegetal do agronegócio

gerente comercial da empresa no estado de São Paulo e coordena o Projeto Ubyfol Cana – Alta Produtividade gera Lucro. Ele observa que de acordo com os últimos trabalhos conduzidos nas usinas atendidas pelo projeto, o ganho real com a tecnologia Ubyfol para o fornecedor de cana vem levando uma margem de contribuição agrícola de R$ 4,00 para cada R$ 1,00 investido na tecnologia. “Como a indústria agrega valor, produzindo etanol, açúcar e derivados, a margem de contribuição agroindustrial chega a R$ 15,00 para cada R$ 1,00 investido na tecnologia”, enfatiza Israel.

DA R EDAÇÃO

A Ubyfol é uma empresa nacional de fertilizantes especiais, sediada na cidade de Uberaba em Minas Gerais. Seus recémcompletados 30 anos de vida em agosto de 2015 a projeta como uma das maiores referências em nutrição vegetal do agronegócio, com atuação em todo o território nacional e atualmente com operações no Mercosul, América Central, Europa e África. A empresa prepara a construção de sua nova unidade industrial, também localizada em Uberaba, MG, em uma área de 30 mil metros quadrados. As obras estão em fase final de conclusão e com inauguração prevista para abril de 2016. De acordo com Fabrício Simões, diretor executivo da Ubyfol, essa nova unidade marca a celebração de toda essa história construída, e consolida as perspectivas de crescimento do mercado e de uma nova fase da empresa. “Estamos investindo R$ 50 milhões de reais nesta nova unidade industrial que, com certeza, será a maior e a mais moderna fábrica de fertilizantes especiais do Brasil. Buscamos uma concepção diferenciada do que já existia no mercado, com soluções arquitetônicas, ambientais e tecnológicas inovadoras, procurando gerar o máximo valor da marca Ubyfol para o agronegócio e para nossos clientes, trazendo ao mercado as melhores práticas e processos industriais, sempre com o compromisso de levar ao agricultor uma

MERCADO CRESCENTE

Diretoria da Ubyfol: Guilherme Cunha (gerente administrativo financeiro); Bruno Sardinha (gerente técnico-comercial); Fabrício Simões (diretor executivo) e Israel Lyra (gerente regional SP)

tecnologia que lhe possa assegurar maior produtividade de sua lavoura, através de produtos de alta qualidade e uma equipe técnica qualificada para auxiliá-los na busca de seus resultados”. Segundo Bruno Rossetti Sardinha, gerente técnico-comercial da empresa, a adubação do canavial deixou de ser feita como deveria nos anos menos favoráveis de preço ou de crise e foi subestimada por algumas usinas e fornecedores, o que ocasionou um efeito negativo na produtividade e no faturamento final das unidades. Mas o setor está mudando de mentalidade, passando a valorizar tecnologias de pontas. E, com a mudança, os fornecedores de insumos que possuem know-how e expertise comprovada estão sendo acionados para atender a esta nova

demanda por tecnologia. Dentre as novas tecnologias de sucesso no setor sucroenergético brasileiro atual, o Programa de Nutrição Vegetal da Ubyfol na cana-de-açúcar é a ferramenta mais consolidada. “Por esse motivo, é primordial para nós não pararmos de investir, ao contrário, vamos manter essa contribuição ao setor e não cessar a relação de confiança criada e depositada por grandes players do mercado ao incremento de produtividade proporcionado pela Ubyfol”, observa Bruno Rossetti Sardinha. Ainda de acordo com o gerente Rossetti, a ferramenta se torna indispensável nesta nova fase onde a verticalização dos canaviais será o fator de maior relevância na lucratividade das operações. O engenheiro agrônomo Israel Lyra é

Michel Fernandes, gerente de produção agrícola da Usina Cerradão, ressalta que assim como o manejo correto de pragas, a nutrição complementar é indispensável para a manutenção das altas produtividades: “Em conversa com a diretoria, avaliando os nossos resultados e o de outras áreas, passamos a usar essa tecnologia em 80% do nosso canavial. É uma ferramenta importantíssima, principalmente em um ano de crise”. Para Antônio Barros Lima, coordenador agrícola da Usina São José, a adoção da complementação nutricional através de adubação foliar se configura como uma importante ferramenta no pacote tecnológico adotado na São José Agroindustrial. Carlos Sérgio Tiritan, consultor e professor da Unoeste, ressalta que a tecnologia de nutrição complementar “é uma excelente ferramenta para aplicar os micronutrientes, principalmente o Mo, Cu, Mn, Zn e B; mas também pode ser utilizada para fornecer doses complementares dos macronutrientes”. Ubyfol 34 3319 9500 www.ubyfol.com


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Performance de operadores na colheita gera remuneração variável NovAmérica prioriza produtividade, mas também valoriza economia no consumo de óleo diesel, qualidade e cuidados com o equipamento R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A premiação de operadores que trabalham nas frentes de colheita mecanizada de cana crua pode contribuir para a obtenção de resultados positivos nesta atividade? Apesar de gerentes agrícolas de usinas e profissionais que atuam em associações de produtores serem favoráveis a algum tipo de remuneração adicional, o assunto gera polêmica em relação à maneira como deve ser reconhecida a performance dos operadores. A NovAmérica, por exemplo, utiliza o conceito de “remuneração variável” que embute produtividade, qualidade, consumo de óleo diesel e cuidados com a manutenção do equipamento, como forma de valorizar o trabalho e a performance dos operadores na colheita mecanizada de cana crua, explica Humberto Rampazzo, gerente de desenvolvimento agrícola da NovAmérica, que tem atuação voltada à produção e ao

Humberto Rampazzo, da NovAmérica: premiação precisa ser incentivada

fornecimento de cana. A empresa não costuma denominar de premiação esse reconhecimento da performance dos operadores. “É uma remuneração variável mesmo”, esclarece. A produtividade é o principal fator da remuneração variável da NovAmérica. “Precisa ser incentivada devido aos custos

que envolvem a colheita mecanizada”, ressalta. O valor adicional nos ganhos do operador, em decorrência do rendimento no corte mecanizado, é definido conforme as metas estabelecidas para cada área de cana. Apesar da importância da produtividade, é necessário ter um equilíbrio com a qualidade, pondera. Segundo ele,

alguns aspectos, nesse quesito, dependem de parâmetros definidos para a máquina que podem aprimorar a operação. O pisoteio – um dos grandes problemas gerados pela mecanização – está mais relacionado com a definição do espaçamento a partir do equipamento utilizado, avalia Humberto Rampazzo. Outros fatores estão vinculados ao trabalho dos profissionais que atuam nas frentes de colheita. “É preciso cobrar do operador os resultados referentes à perda na colheita, arranquio de soqueira, impureza mineral e vegetal”, comenta. De acordo com ele, esses itens também fazem parte do mix que compõe a remuneração variável. Mas, as questões principais hoje são a produtividade do equipamento e o consumo de diesel – enfatiza. “O operador tem muito artifício para reduzir o consumo e pode contribuir com isto”, afirma. Para o gerente da NovAmérica, a remuneração variável tem gerado resultados positivos. “Há um empenho para não se perder tempo com a logística. O operador tem demonstrado preocupação com a conservação e a manutenção da máquina”, diz. Com produção de 6,3 milhões de toneladas de cana (TCH) – quatro milhões na unidade de Tarumã, SP, e 2,3 milhões em Caarapó, MS – por safra, a NovAmérica tem conseguido uma produtividade agrícola acima de 100 TCH. Há todo um manejo para a obtenção desse resultado – observa.


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Critérios funcionam como freio na premiação por produtividade O operador de colhedora da Usina Jacarezinho (Grupo Maringá), de Jacarezinho, PR, recebe uma bonificação por tonelada de cana pela produtividade no corte mecanizado a partir de um determinado volume e o de transbordo ganha proporcionalmente ao resultado obtido pela colhedora, informa Valter Sticanella, gerente agrícola dessa unidade paranaense. “O absenteísmo também é avaliado. A ideia é incluir aspectos relacionados à qualidade da colheita na premiação. Agora estamos atuando mais fortemente nessa questão”, esclarece. Em 2012 – quando ele começou a trabalhar na Jacarezinho –, a usina estava com 30% de mecanização, hoje tem um índice de 80% e, para a próxima safra, deverá atingir 90%.

Parâmetros de qualidade possibilitam que aumento de rendimento na colheita ocorra dentro de um determinado padrão Para o pagamento do prestador de serviço de colheita mecanizada, pode ocorrer um desconto dependendo da quantidade de impurezas, do consumo de diesel e do índice de perdas nessa operação – detalha. O terceirizado deve cumprir alguns parâmetros de qualidade previamente

estabelecidos para o recebimento do valor integral – observa. “Defendo a premiação como forma de obter uma resposta rápida no processo de colheita”, opina. De acordo com ele, os critérios de qualidade funcionam como um freio para que o aumento da produtividade ocorra dentro de um determinado padrão. “Tem gente que pisoteia desnecessariamente. O operador precisa saber que o canavial tem um custo de sete mil reais por hectare”, comenta. A Usina Eldorado, no Mato Grosso do Sul, pertencente ao Grupo Odebrecht Agroindustrial, tem obtido sucesso também com o modelo de premiação por boa produtividade na colheita (veja matéria a respeito em Usina do Mês na edição passada do JornalCana, a 262). (RA) LIA MONTANINI

Colheita na Usina Eldorado: premiação por produtividade anima integrantes

Colheita equilibrada preserva o canavial “Se o operador fizer uma colheita com baixo índice de perdas, com baixo impacto na lavoura, a premiação por produtividade é interessante”, afirma José Rodolfo Penatti, gerente do Departamento Técnico da Afocapi – Associação dos Fornecedores de Cana de Piracicaba. Segundo ele, é preciso avaliar, no entanto, em quais condições o operador deixou a lavoura. A meta deve ser a realização de uma colheita equilibrada – enfatiza – para que o canavial seja preservado. “Nessas condições, eu sou favorável. Não se deve dar prêmio para o operador estragar a lavoura”, diz. Alguns produtores estão começando a pensar na premiação, que ainda não é comum na região – informa José Penatti. “É uma tendência”, acredita. A área de abrangência da Afocapi conta com 3.800 fornecedores de cana que produzem aproximadamente 8,5 milhões de toneladas de cana por safra – calcula –, sendo que 90% são pequenos plantadores (com produção de até dez mil toneladas cada um). O gerente do Departamento Técnico da Afocapi também considera fundamental a capacitação profissional visando o aprimoramento da colheita mecanizada. Uma equipe da associação realiza inclusive treinamentos, durante a entressafra, para operadores de máquinas, abordando quais são os erros mais comuns na colheita mecanizada e como essas falhas podem ser minimizadas e corrigidas. (RA)


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Testes comprovam benefícios do Gigante 22.000 da Teston O grupo Teston, reconhecido por sua inovação constante e gestão eficiente, realizou no dia 18 de setembro diversos testes de campo com o Gigante 22.000 em uma usina na região de Assis. De acordo com os relatos dos colaboradores da usina, os equipamentos forneceram uma ajuda valiosa na viabilização das operações agrícolas, como redução no tempo de descarga e aumento de rendimento de carga, pois esse tipo de transbordo é múltiplo da Julieta e, na operação com trator, consegue bascular de

uma só vez e completar a Julieta. O grande diferencial do equipamento é a redução do número de transbordagem por tonelada de cana gerando, assim, uma série de economias para os clientes. Os testes foram feitos observando cinco conjuntos de transbordos Teston em pleno trabalho. Acompanhe abaixo o relato da observação feita pelos colaboradores da unidade: — Acompanhamos o carregamento de um dos transbordos ao lado de uma colhedora, do início até o final e

posteriormente o transbordo em uma Julieta que foi acompanhada até a balança para que pudéssemos medir com exatidão o peso carregado pelo Gigante 22.000 Teston, e o resultado que tivemos foi surpreendente. Em campo, acompanhamos o trabalho dos operadores e comprovamos de perto o fácil manuseio e o rendimento do trabalho, assim, observamos que mesmo em terrenos irregulares, é possível acrescentar grande quantidade de cana. No momento do transbordo, além dos relatos dos

Equipamento viabiliza transporte de palha a granel Veja agora o relato final da observação feita pelos colaboradores da unidade, em Assis, SP: — Durante a visita, constatamos um novo benefício na utilização do transbordo Teston: o transporte de palha a granel. Pudemos ver que o Grupo procurava alternativas para reduzir o valor do transporte da biomassa para a indústria, e esse foi um dos benefícios econômicos. Segundo esses técnicos, a maior dificuldade que apareceu foi a densidade de carga e a solução que encontraram foi aumentar a capacidade volumétrica. Buscando sempre a satisfação de seus clientes, a Teston está desenvolvendo um transbordo para suprir as necessidades das usinas em geral. Com esse projeto, a Teston inova no transporte de palha a granel.

operadores, é visível a facilidade e a agilidade que o Gigante Teston proporciona, comparando com os demais produtos existentes no mercado. Para os operadores, o transbordo Gigante 22.000 da Teston facilita, e muito, nas manobras operacionais, e além disso, pudemos observar que o transbordo Teston permite estacionar com uma distância segura para transbordamento de até 1 metro em relação a Julieta, evitando acidentes que é um dos fatores de risco que muitas usinas têm como problema.

Principais vantagens do Gigante 22.000 Entre as principais vantagens do Gigante 22.000 estão: menor consumo de diesel por tonelada colhida, maior capacidade de carga, melhoria no rendimento da colhedora e atrito de descarga reduzido. Há redução da cana caída na operação de transbordo e maior facilidade no engate e desengate. Facilita no alinhamento e estacionamento com carretas canavieiras. Permite maior agilidade nas manobras no canavial. Reduz acidentes com o elevador, facilita operações de marcha ré, proporciona maior segurança em operação noturna. Tem baixo custo de manutenção e possui bitola regulável de 2400 a 3000 mm, o que vem sendo muito favorável para as usinas. Teston 44 3351-3500 www.teston.com.br


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Palha aumenta complexidade no manejo de daninhas Presença de cobertura morta altera a dinâmica de herbicidas e cria barreira para a ação de produtos R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Tratos culturais e controle de pragas já não são feitos da mesma forma nas áreas de cana-de-açúcar. Muita coisa mudou com o corte mecanizado, a presença da palha e até mesmo com a ampliação das fronteiras de cana. A colheita mecanizada de cana crua criou cenários completamente diferentes em relação ao manejo de plantas daninhas nas áreas com queima de palha, afirma Caio Antonio Carbonari, professor da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Botucatu, SP. A palha muda tanto a ocorrência de plantas daninhas, como altera a dinâmica de herbicidas, pois ela passa a ser uma barreira para a ação de alguns produtos em pré-emergência – observa. A presença de cobertura morta, gerada pelo corte mecanizado, aumentou a complexidade do manejo – enfatiza. “Continuamos a ter cana queimada, ainda que em uma área pequena, colhida mecanicamente. Mas, sem cobertura morta”, diz. Apesar da grande maioria das áreas contar com a presença da palha, existem hoje – detalha – diferentes formas de manejo. A palha pode estar estendida no

campo ou mesmo ser recolhida para cogerar energia na indústria. “No caso de recolhimento, há uma pequena quantidade de cobertura no campo, distribuída de forma irregular em diversas situações, o que acaba causando também uma ocorrência irregular de plantas daninhas. E isto afeta mais ainda a ação dos herbicidas”, avalia Caio Carbonari. Há também a palha enleirada em outras situações – constata –, criando-se um cenário, em uma mesma área com faixas que apresentam uma quantidade muito grande de palha e com locais praticamente sem cobertura. Neste quadro, também ocorrem variações na dinâmica de herbicidas e na presença de plantas daninhas – diz. “Área com menor quantidade de palha forma provavelmente o pior cenário, porque há pouca cobertura morta para auxiliar no controle das plantas daninhas que são sensíveis a ela. Mas, essa quantidade é suficiente para atrapalhar a ação de alguns herbicidas”, comenta Além disso, cria condições para o surgimento de plantas daninhas que eram comuns antes do corte mecanizado e para a ocorrência de algumas espécies que se tornaram mais comuns com a presença da cobertura morta e o sistema de colheita de cana crua. O corte mecanizado diversificou ainda mais os cenários das áreas de cana que sempre apresentaram muitas variáveis – destaca – no controle de plantas daninhas, como a presença de cana no campo o ano todo, condições climáticas variadas, ocorrência de chuvas, manejo na cana soca e na cana planta, entre outros fatores.

Caio Antonio Carbonari, da Unesp: novos cenários

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Diversificação de cenários aumenta desafios para o controle O maior número de cenários aumenta os desafios para o controle de plantas invasoras. “O caminho é tecnificar ainda mais o manejo de plantas daninhas, otimizar o uso de herbicidas, exercitar o controle integrado. É preciso investir em práticas preventivas, no controle cultural, para diminuir a dependência do controle químico”, afirma Caio Carbonari, da Unesp Botucatu. Segundo ele, existe a necessidade de entender os diferentes cenários e o que eles exigem em termos de recomendação de manejo. “Não há uma receita única. Devem ser utilizadas da melhor maneira possível todas as moléculas dos herbicidas disponíveis – que passam a atuar em situações bastante específicas – para cada um desses cenários”, diz.

Tecnificação do manejo, qualificação da equipe, otimização do uso de herbicidas são algumas medidas que devem ser adotadas As unidades sucroenergéticas precisam contar com equipes cada vez mais qualificadas, pois as exigências técnicas são maiores – enfatiza.

Solução está em tecnificar ainda mais o manejo de plantas daninhas

Outro fator a ser considerado é que o controle mecânico perdeu espaço na cana planta com a colheita mecanizada, porque as lavouras passaram a ter cobertura morta e menor revolvimento do solo. Esse tipo de manejo continua a ser válido na reforma do canavial – esclarece. “De certa forma, há uma perda de

oportunidade com a diminuição do uso do controle mecânico. Mas, ganha-se um elemento de controle que é a própria cobertura morta. Apesar de criar diferentes cenários em relação à recomendação de manejos, ela tem um efeito na supressão de algumas espécies de planta daninha”, avalia o professor da Unesp.

Algumas gramíneas, que eram importantes antes da cana crua, já não causam a mesma preocupação. Outras plantas daninhas passaram a ter maior relevância, como corda de viola, mamona, mucuna e algumas espécies que são extremamente tolerantes a cobertura morta - diz


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Principais pragas dos canaviais geram prejuízos significativos Cordas-de-viola tiveram aumento expressivo de área

Diversos fatores contribuíram, nos últimos anos, para a maior presença de algumas pragas nos canaviais. O corte mecanizado de cana crua, a expansão das lavouras, a falta de controle adequado por causa das crises que afetaram o setor e até mesmo o alto teor de sacarose de novas variedades têm interferido na ocorrência de pragas.

Além da queda da produtividade, infestação impacta diretamente no rendimento industrial, bem como na qualidade e rentabilidade dos produtos finais A broca-da-cana, a cigarrinha-dasraízes e o Sphenophorus são as três principais pragas da cana-de-açúcar atualmente que provocam inclusive prejuízos agroindustriais significativos, segundo José Antonio Rossato Júnior, professor do curso de Agronomia da Fafram

Corda de viola: bonitinha, mas ordinária

– Faculdade Doutor Francisco Maeda, de Ituverava, SP. “As três juntas podem gerar perdas de até cinquenta por cento em um canavial na falta de um controle adequado para essas pragas”, calcula. No caso do Sphenophorus para cada um por cento de rizoma atacado, há uma perda de um por cento na produtividade – detalha. A broca-da-cana também diminui em um por cento o rendimento em toneladas de cana por hectare (TCH) para cada um por cento de intensidade de infestação. “Um canavial colhido em final de safra

sob uma infestação constante de cigarrinha-das-raízes de uma ninfa/m por um longo período de convivência insetoplanta, pode acarretar em perdas de até 15% no TCH”, diz. Além da queda na produtividade de colmos, pode ocorrer redução no teor de sacarose, aumento do percentual de fibra e no teor de compostos fenólicos, sendo que este último impacta diretamente no rendimento industrial, bem como na qualidade e rentabilidade dos produtos finais – ressalta. (RA)

As cordas-de-viola estão hoje entre as piores plantas daninhas no sistema de cana crua – afirma Caio Carbonari –, pois tiveram um aumento expressivo da área de ocorrência depois da colheita mecanizada. “São extremamente tolerantes à cobertura morta. Têm o hábito de crescimento de trepadeira, sendo bastante competitivas por luz. Ocorre no final do ciclo da cana. Além da redução de produtividade por competição, causa um efeito indesejado na colheita, que é diminuir o rendimento e aumentar o custo dessa operação”, observa. O próprio sistema de colheita favorece a dispersão das sementes das cordas-de-viola, o que acaba aumentando a disseminação dessa espécie. De acordo com ele, esse tipo de planta daninha é uma das maiores preocupações nos canaviais. “Mas, não dá para generalizar, pois a ocorrência dessa espécie depende de uma série de fatores, como o clima da região”, diz. (RA)


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Ação rápida pode ser decisiva para a eficiência no controle Existem desafios a serem superados, em diversos casos, para a obtenção de um controle eficiente de pragas. Para o Sphenophorus, a maior dificuldade é controlar uma praga que está no solo e que tem a sua fase larval dentro do rizoma da cana, ou seja, dentro do caule subterrâneo – explica o professor da Fafram, José Rossato Junior Segundo ele, não há atualmente uma modalidade de aplicação que tenha um controle satisfatório dessa praga. Devido à bioecologia do Sphenophorus, existem dificuldades para atingir o alvo mesmo no controle químico. “A eficácia não é tão grande”, enfatiza. No caso de um talhão com alta infestação, a população ainda vai continuar elevada após a aplicação em decorrência da baixa eficácia. Para o controle de Sphenophorus, a recomendação é fazer a aplicação mesmo se a população do inseto ainda estiver baixa – afirma. Se isto não for feito, haverá índices elevados na safra seguinte. Com o objetivo de aprimorar o “combate” dessa praga está sendo testado o controle

biológico com a utilização do fungo beauveria bassiana, principalmente para a redução da população adulta do Sphenophorus, que é formada por besouros – revela. “É algo que ainda está embrionário. Tenho participado de alguns experimentos que estão apresentados dados interessantes”, observa José Rossato. No controle da cigarrinha-das-raízes, é preciso estar atento para não perder o

“timing”. Esse inseto começa a surgir na lavoura a partir de ovos que estão no fenômeno de diapausa, ou seja, numa situação em que o metabolismo é baixo, esperando novas chuvas e temperaturas mais elevadas – que ocorrem a partir dos meses de setembro e outubro – para a eclosão das primeiras ninfas, explica o professor da Fafram. “A partir daí, a evolução da praga é muito rápida e alta. Se houver a perda do

momento da aplicação de um inseticida, nesta primeira geração da praga, poderá ser tarde para o controle da cigarrinha no canavial. E, em consequência disso, haverá algumas perdas”, afirma. Pode ser usado tanto o controle químico quanto o biológico que tem menor impacto ambiental. “Para utilização do fungo, é preciso ter umidade relativa do ar apropriada que tem que estar acima de 70%, a temperatura deve ser inferior a 25ºC e o dia não pode estar ensolarado”, detalha. Uma alternativa é a aplicação no período noturno ou em dias que tenham condições climáticas adequadas. No caso da broca-da-cana, podem ser utilizados os controle químico e biológico. O desafio é também o momento da aplicação. “Existe a necessidade de fazer uma amostragem que é extremamente laboriosa. É necessário abrir colmos para contar as lagartas para saber se a população existente no campo atingiu o nível de controle”, diz. Após a constatação da infestação, a realização do controle deve ser rápida para que não ocorra a perda da “janela de aplicação”, ou seja, a ação deve acontecer ainda na fase de larva da broca – orienta. (RA)

Corte mecanizado e expansão interferem na infestação

Antonio Rossato Júnior: Sphenophorus tem preocupado as usinas

O fim da queima da cana e a presença da palha no campo favoreceram, por exemplo, a “invasão” da cigarrinha-das-raízes. Com o início do processo de mudança de colheita, a partir de 1997, começaram a surgir os primeiros surtos desse inseto, que passou de praga secundária para uma das mais importantes na cana-de-açúcar, afirma José Antonio Rossato Júnior, professor do curso de Agronomia da Fafram – Faculdade Doutor Francisco Maeda, de Ituverava, SP. O Sphenophorus (popularmente conhecido como bicudo da cana) é outra praga que tem preocupado as usinas e os produtores de cana nos últimos anos. “Não dá para falar que foi a mudança do sistema de colheita que provocou a ‘explosão’ dessa praga. Com o ‘boom’ da cana entre 2005 e 2007, foi negligenciada a questão

da qualidade de muda”, diz. O sistema de cana crua, que tem uma menor movimentação do solo e a presença de palha, torna o ambiente mais propicio para que essa praga se reproduza. Mas, o principal fator para a sua disseminação tem sido a sanidade de mudas – enfatiza. A condição, gerada pelo corte de cana crua em áreas infestadas pelo Sphenophorus, contribuiu para o desenvolvimento e reprodução dessa praga – esclarece. A elevada incidência da broca-da-cana está atrelada às novas variedades que apresentam um maior teor de sacarose, avalia José Rossato. Além disso, as crises que o setor têm vivenciado proporcionaram o fechamento de laboratórios que produzem o inimigo natural dessa praga que é a cotesia flavipes. (RA)


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Impurezas minerais continuam sendo gargalo para a produção de etanol 2G Setor precisa melhorar a qualidade da biomassa antes de pensar na quantidade do etanol I SAC ALTENHOFEN, DE CAMPINAS, SP

A impureza mineral continua sendo um grande gargalo para a produção em escala comercial de etanol 2G, afirma João Luís Carvalho, pesquisador do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol – CTBE, em Campinas-SP (veja matéria sobre o evento com tema em pesquisa & desenvolvimento na página 54). — São significativos os impactos

negativos que a palha suja traz para a usina — observa Carvalho. Seja na produção do açúcar, do etanol de primeira geração ou de segunda, a sujeira que chega com a palha na usina traz problema sério. “É muita terra”, lamenta. João Luís sugere que o setor deve atentar em melhorar a qualidade da biomassa antes de pensar na quantidade de etanol a ser produzida. Outra dificuldade na produção de Etanol 2G é a estocabilidade. A palha estocada se torna muito volátil e apresenta grande risco para as usinas, lembra Jaime Finguerut, consultor técnico do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). “É possível fazer prétratamento desta palha, mas em lugar nenhum do mundo este método está funcionando bem”, explica Finguerut. “É difícil armazenar a palha porque é um material seco sujeito a pegar fogo à menor faísca”.

João Luís Carvalho: precisamos melhorar a quantidade e a qualidade da biomassa

Jaime Finguerut explica que a usina contemporânea evoluiu para o sistema “Fifo”, First In, First Out — o que entra primeiro, sai primeiro. Por isso não se tem tempo para armazenar a biomassa. Ele lamenta o fato de que a palha é recolhida, mas muitos no setor não estão usando-a de modo adequado. O pesquisador também lembra as duas alternativas para a produção de etanol de segunda geração: a primeira é recolher a palha com o bagaço e pôr na caldeira; a segunda, como é feito hoje, é queimar o bagaço e usar a palha para a segunda geração. “Entretanto, as impurezas minerais (sempre elas), como: terra, argila, areia, cíclica, etc., são um problemão para a segunda geração”, explica Jaime. “É sempre mais difícil ter um maquinário adequado para o manuseio da

palha. No final a maior parte fica mesmo no solo”, explica Finguerut. Ele observa que a limpeza a seco por sopragem ainda é o melhor método para reduzir as impurezas, mas no caso da palha, em razão de sua leveza e volatilidade, isto é praticamente impossível de ser feito. “O método usual e mais objetivo adotado na redução da impureza mineral da cana é o sopro, feito pela colhedora já no corte, em dois estágios de sopragem e de forma sincronizada. Na limpeza a seco acontece o mesmo tipo de sopragem só que de forma mais eficiente, e além disso se economiza em óleo diesel. Mas infelizmente para a palha no campo não dá para fazer esse tipo de sopragem e na hora de recolhê-la muito mais impurezas são tiradas junto. Enfim, ainda estamos aprendendo no processo de trabalhar bem com a palha. Há muito a ser desenvolvido nesta área”, conclui.

Jaime Finguerut: impurezas minerais são um problemão

Inimigo número 1 da cana transgênica é a broca da cana Em um estágio mais avançado, o CTC Centro de Tecnologia Canavieira informou que vai lançar em 2017 sua primeira variedade de cana-de-açúcar transgênica, com promessa de maior velocidade em maturação e produtividade. Será também a primeira cana geneticamente modificada a chegar ao mercado sucroenergético brasileiro. Virgilio Vicino, gerente de negócios e biotecnologia do CTC, informou ao repórter Delcy Mac Cruz, do portal JornalCana, que no Brasil, o órgão responsável por avaliar e aprovar a liberação comercial de materiais transgênicos é a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Considerando um prazo médio de avaliação baseado em outros materiais analisados, e resultando essa avaliação como positiva à liberação conforme se espera, o lançamento deve ocorrer em 2017. Vicino elenca os caminhos para uma variedade entrar no circuito comercial. Explica que após avaliação e liberação pela CTNBio, e cumprindo outras exigências legais de prazo mais curto, qualquer produtor poderá utilizar a variedade transgênica liberada e transformada em mudas. A primeira variedade transgênica desenvolvida pelo CTC será resistente à principal praga da cana-de-açúcar, que é a

broca da cana (Diatraea saccharalis), anuncia Virgilio Vicino. “Qualquer descuido nos cuidados de controle dessa praga pode levar a uma infestação potencial elevada, com níveis acima de 10% de infestação facilmente alcançados”.

— O importante é evitar a praga. Com isto haverá aumento de produtividade por hectare cultivado e na indústria — adianta Vicino. “Essa tecnologia simplificará também todo o manejo da broca hoje utilizado, oferecendo ao produtor uma conveniência

importante no complexo logístico e operacional presentes hoje na produção canavieira, pois a cana transgênica oferece eficiência no controle da broca da emergência à colheita da cana, independente de clima e eficiência operacional humana”.


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Duraface lança linha própria de implementos agrícolas A Duraface, empresa líder do mercado na fabricação de peças para colhedoras de cana-de-açúcar, lança agora sua própria linha de implementos agrícolas. São 22 anos de credibilidade e contribuição para agricultura brasileira e, também, de outros países. A empresa transformou-se em referência no mercado sucroalcooleiro mundial nas áreas de colheita mecanizada e processamento industrial da cana-de-açúcar. A ampliação da sua linha de atuação foi um passo natural para uma

companhia reconhecida por sua ousadia e capacidade de inovação em um mercado cada vez mais concorrido. A sua linha inaugural de implementos agrícolas se destaca pela versatilidade dos produtos e incrível custo-benefício, apresentando um valor 50% abaixo quando comparados a outras marcas. A primeira é a Máquina de Preparo Mínimo de Solo 90 (PMS 90), que atua no preparo da terra com capacidade de realização de 4 operações (gradagem intermediária,

subsolagem, gradagem pesada e gradagem leve) em 2 linhas de 0,90m por 1,50m. A segunda, chamada Máquina de Preparo Mínimo de Solo 140 (PMS 140), conta com a mesma capacidade de 4 operações, dessa vez em 2 linhas de 1,40m por 1,50m. O terceiro lançamento é a Plantadora Duraface, a mais leve do mercado, capaz de ser puxada por um trator de 180cv apenas. Possui um sistema exclusivo de basculamento de 45° para abastecer a esteira, que evita a

danificação da gema da cana. Essas três novidades trazem ao consumidor opções ainda melhores para o dia a dia no campo. O trabalho é facilitado com custos significativamente menores. Tudo isso com a qualidade Duraface, desde 1993 escrevendo seu nome na história da agricultura. Duraface 19 3509 0300 www.duraface.com.br

Ufal libera duas novas variedades RB de cana-de-açúcar D ELCY MAC CRUZ

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal), por meio do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar (PMGCA), liberou duas novas variedades RB (República do Brasil) de cana-de-açúcar no Encontro Nacional da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa). O evento foi realizado em 25 de novembro na cidade de Ribeirão Preto, SP, marcou a celebração de 45 anos de surgimento das variedades RB e os 25 anos da criação da Ridesa. Ao todo, foram liberadas 16 novas variedades RB, resultado do trabalho de sete universidades que integram a rede. Além da liberação dessas novas variedades, na ocasião, serão lançados um livro e uma revista contando a história do programa de melhoramento genético. Com a liberação das novas variedades RB, pequenos e médios produtores alagoanos e de todo o Brasil vão contar com material genético de ponta, testados em diferentes ambientes de produção de regiões canavieiras. Das 16 que foram liberadas, duas são de

propriedade da Ufal: RB961552 e RB991536. De acordo com pesquisadores, elas são altamente produtivas, com maturação tardia e resistentes às ferrugens marrom e alaranjada. A primeira destaca-se por ser responsiva a fertirrigação; a segunda, por ter porte ereto, sendo recomendada para colheita mecanizada. Também foram liberadas duas variedades de propriedade da Federal de

Viçosa (UFV), outras duas da Rural de Pernambuco (UFRPE), quatro da Federal de São Carlos (UFSCar), três da Federal do Paraná (UFPR), duas da Rural do Rio de Janeiro (UFRJ) e uma da Federal de Goiás (UFG).

CONTRIBUIÇÃO DAS VARIEDADES Com a extinção do Programa Nacional de Melhoramento Genético da Cana-de-

açúcar (Planalsucar), em 1990, houve a transferência das suas estruturas físicas, tecnológicas e de recursos humanos para as universidades federais; a Ufal foi uma delas. Foi nesse contexto que teve início a Ridesa. Atualmente, a Rede utiliza, para o desenvolvimento de seus estudos, um total de 72 estações experimentais, localizadas nos estados onde a cultura da cana-de-açúcar apresenta maior expressão.


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Usaçúcar Cidade Gaúcha implanta controle automático da embebição NELSON NAKAMURA*

O S-PAA é um software para modelagem, simulação e otimização on-line dos processos sucroenergéticos. Com o software é possível realizar uma modelagem global processo e de suas utilidades. Seu robusto algoritmo de otimização é capaz de ser executado on-line, definindo para os operadores em tempo real quais parâmetros operacionais levam a uma melhoria do desempenho do processo e consequentemente a uma maior rentabilidade. A Suite denominada SPAA possui três módulos principais: o de gerenciamento e otimização de energia; o de gerenciamento e otimização de processo produtivo; e o de operação e otimização em Laço Fechado. O módulo de operação e otimização em Laço Fechado, denominado S-PAA Closed Loop, permite que alguns set-points sejam definidos automaticamente pelo sistema, agilizando as implementações propostas e estabilizando o processo em um novo patamar de rentabilidade. Como o software foi concebido de maneira modular, a usina pode definir quais os set-points que a aplicação irá controlar em Laço Fechado e definir estratégias de atuações individualizadas para cada um deles. Estas estratégias podem ser customizadas e atender a objetivos de cada área do processo. Um exemplo de atuação do S-PAA Closed Loop é o controle automático da embebição da moenda. Esta atuação tem por objetivo a manutenção da constância da embebição % fibra da usina e por consequencia o aumento da extração da moenda, uma vez que o S-PAA analisará a variação da fibra da cana processada, POL e umidade do bagaço, e seus impactos no controle da vazão de embebição. O ajuste da quantidade ideal de água garante a melhor extração da moenda, sem excesso de água, que afeta umidade do bagaço que está sendo queimado na caldeira. A quantidade correta de embebição evita que seja gerado excesso de caldo, que na sequencia consumirá vapor no seu tratamento e que também pode desequilibrar a operação do processo. A Usina de Cidade Gaúcha, do Grupo Usaçúcar, situada no estado do Paraná, utilizava uma estratégia tradicional de controle de vazão embebição, que se baseava na rotação do 1º terno da moenda, onde para cada patamar de rotação a operação era utilizada uma vazão típica de embebição. A Usina utiliza a Suite S-PAA desde 2011 e as equipes da Usina e da Soteica analisaram em conjunto o comportamento do controle da embebição e identificaram a oportunidade de otimização com a implantação no S-PAA Closed Loop no laço de controle de embebição da moenda. A estratégia de controle implementada usa uma regressão linear para calcular a moagem efetiva on-line e com esta informação é calculada a fibra horária processada e a equipe de supervisão define qual o objetivo de embebição % fibra a atingir. No entanto este objetivo é corrigido com base na umidade e na POL do bagaço, com o objetivo de aumentar a extração. Foi analisado o comportamento da embebição % fibra em cada nível de rotação conforme demonstrado nos gráficos na sequência, antes e depois do uso do S-PAA Closed Loop.

Analisando os resultados demonstrados nos gráficos anteriores, é possível notar que a diferença na embebição % fibra frente ao objetivo da usina é mais pronunciada em patamares mais baixos de rotação, e por consequência a influência deste excesso de água no processo é ainda mais relevante. Isto ocorria, pois com o método tradicional de controle a operação não conseguia analisar em tempo real as variáveis de qualidade (fibra, POL, umidade e extração), deixando o controle dependente apenas da rotação. O gráfico na sequência mostra as diferenças de embebição % fibra em cada patamar de rotação, antes e após a utilização do S-PAA Closed Loop. Analisando o período próximo a implantação do S-PAA Closed Loop em quaisquer faixas de rotação, tem-se que a redução obtida na vazão de embebição é da ordem de 20 m3/h e em 30% na embebição % fibra, conforme demonstrado no gráfico na sequência. No caso da Usina Cidade Gaúcha esta redução de vazão de embebição se reflete em redução de consumo de vapor nas válvulas redutoras e sobra direta de bagaço para cogeração em períodos que a planta não está operando, como paradas programadas, paradas por

chuva e entressafra. Com o combustível economizado com a atuação do S-PAA Closed Loop na moenda, é possível gerar 12.500 MW adicionais em uma safra. Este montante gera um faturamento adicional de cerca de R$ 2.000.000,00 para a unidade, levando em conta o preço praticado no contrato PROINFRA, e mais de R$ 2.750.000,00 se for considerado o preço do mercado SPOT. Além do ganho em economia de combustível, a extração média da usina aumentou após a implementação do S-PAA Closed Loop, conforme demonstra o gráfico abaixo. O aumento de 0,25 % na extração da moenda da Usina Cidade Gaúcha equivale a cerca de um aumento de produção de 7.000 sacas de açúcar em uma safra. Este montante gera um faturamento adicional de cerca de R$ 434.000,00 para a unidade. Em resumo, o gerenciamento on-line de apenas um laço de controle pelo S-PAA Closed Loop gera um faturamento adicional de cerca de R$ 2.500.000,00 para esta Usina. *Nelson Nakamura é diretor da Soteica do Brasil, empresa integrante do portfólio Pró-Usinas


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Equipe do laboratório industrial, turno da manhã da Bevap (com Teresa Cristina Vieira Viana, da MSBIO ao centro, de azul)

Uma troca de sucesso! JOSIAS M ESSIAS, DE JOÃO PINHEIRO, MG

Em busca da máxima eficiência de fermentação, menor consumo de insumos e aumento da produção de etanol, a Bevap Bioenergia, de João Pinheiro, noroeste de Minas Gerais, decidiu trocar o fermento faltando menos de um mês para terminar esta safra. A empresa havia iniciado a safra 2015/16 com três leveduras selecionadas (FT 858, PE2, BG1), mas ao longo da moagem leveduras nativas que entram no processo de fermentação através do mosto passaram a predominar sobre as leveduras selecionadas. A consequência é que as leveduras predominantes apresentam menor eficiência, maior consumo de insumos e menor capacidade de produção, provocando perdas na produção de álcool. Para virar o jogo ainda na safra 2015, a Bevap viabilizou uma parceria

Bevap viabilizou uma parceria Success Fee com a MSBIO

Success Fee com a MSBIO com a meta o aumentar a eficiência de fermentação, calculada por subprodutos (SubPr), em no mínimo 1% (1 ponto percentual) em relação a eficiência acumulada até a data da troca do fermento por uma super cepa de levedura MSB.

aproximadamente 720m³ com concentração de 2% de fermento, que foi enviado para a primeira dorna no dia 8/10 às 21h30. Gradualmente, os fermentos das demais dornas foram sendo trocados de forma que a partir do dia 15/10 passou a trabalhar apenas com as leveduras MSB. Donizete Aparecido Apolinário, líder de fermentação e de destilaria da Bevap, achou interessante a troca de fermento ocorrer com a usina produzindo normalmente, sem a necessidade de parar a produção de etanol, e a rapidez com que o fermento foi multiplicado de 20 litros para mais de 700.000 litros em apenas 2 dias. “Foi extraordinário! Nos meus 40 anos de carreira em usinas, nunca vi algo parecido”, exclamou.

O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO A multiplicação da levedura MSB foi iniciada às 15h do dia 6 de outubro, a partir de apenas um galão de 20 litros contendo o fermento. Utilizando-se de tambores, containers e uma das cubas, a equipe da Bevap chegou a um volume de

Ganhos 3,65 pontos percentuais foi o aumento na eficiência de fermentação (SubPr) O que representou um incremento aproximado de 650.000 litros de etanol

Aumento de 3,65 pontos na eficiência de fermentação (SubPr) A partir do dia 20/10, com a parada da fábrica de açúcar e aumento da vazão de 100% do caldo para a destilaria, somada a altas temperaturas ambiente, as dornas passaram a trabalhar na faixa de 35°C, chegando até a 37°C, o que ocasionou uma queda acentuada na viabilidade da levedura. Contudo, a eficiência fermentativa continuou elevada. “A troca do fermento foi um grande desafio por ser inusitado. Mas, pela necessidade de geração de caixa tivemos que superar este receio e toda equipe se empenhou dando seu máximo. Graças a Deus deu tudo certo e o resultado foi muito acima do esperado. O que chama a atenção foi o

rendimento da levedura MSB mesmo num período crítico, de altas temperaturas e mix 100% para etanol. O desafio foi superado”, declara Anderson Ricardo Salata, coordenador de laboratório. Na quinzena em que foi utilizada a levedura MSB, a eficiência de fermentação (SubPr) foi 1,27% (1,27 pontos percentuais) maior do que a melhor eficiência de fermentação quinzenal obtida pelo fermento que estava sendo utilizado anteriormente. E quando comparada com a eficiência acumulada nesta safra até o dia 6 de outubro, quando se iniciou a troca, os ganhos se tornaram mais expressivos: aumento de 3,65% (3,65 pontos percentuais) na

eficiência de fermentação (SubPr). Para Fernando Marcos Bernini, supervisor de produção de açúcar e álcool, o resultado foi excelente apesar de a troca ter sido feita no final da safra, período que normalmente apresenta uma eficiência mais baixa. “Mas aconteceu o contrário, pois com a levedura MSB a Bevap teve um rendimento superior ao melhor período do fermento anterior, obtido no período mais propício da safra”. Bernini afirma que tão importante quanto a troca do fermento e os ganhos obtidos nesta safra, foi o trabalho da MSBIO de selecionar as melhores leveduras da Bevap, geradas a partir da introdução das

super cepas MSB. “O objetivo é ir melhorando o perfil e as características da levedura ao longo da safra, pois a partir da troca do fermento teve início a seleção da levedura mais produtiva presente no processo da Bevap que será multiplicada para iniciar a produção na safra 2016/17”, completa. “Com base nos números apresentados, o objetivo da substituição da levedura existente no processo pela MSB, que era o aumento de 1% na eficiência de fermentação, foi plenamente atingido, com um resultado até bem superior ao esperado”, destaca Fernando Cesar Calsoni, gerente da divisão industrial da Bevap.


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Equipes da Bevap comemoram os resultados Pró-Usinas celebra com equipes da Bevap os expressivos ganhos proporcionados pela levedura MSB e o êxito do kick off de implantação do S-PAA Na noite de 24 de novembro, a equipe industrial da Bevap organizou um churrasco para celebrar os expressivos ganhos na produção de etanol, proporcionados pela levedura MSB, e o êxito do kick off de implantação do software S-PAA. Além das equipes da Bevap envolvidas nas duas ações, o evento contou com a presença da diretora da MSBIO, Teresa Cristina Vieira Viana, do consultor de

negócios do Pró-Usinas, Ângelo Barboza e de Josias Messias, presidente da ProCana Brasil e do Pró-Usinas. No evento, Messias fez questão de agradecer a confiança da diretoria e da gerência, que apostaram na viabilidade tanto da levedura quanto do S-PAA, e parabenizou toda a equipe industrial da Bevap que efetivamente fez os resultados acontecerem. Calsoni e Teresa Cristina também

agradeceram a efetiva participação e parabenizaram a todos. Com o foco em melhorias na operação e gestão industrial, a Bevap contratou a implantação do software de simulação e otimização em tempo real da cogeração e da planta industrial da Soteica – S-PAA, considerado o “estado da arte” em gerenciamento industrial já aplicado a usinas.

Com a colaboração efetiva das áreas de TI, Processos e Energia da Bevap, a etapa de kick off do projeto foi um sucesso, sendo o software já instalado nos servidores da empresa. O período da entressafra será utilizado para a modelagem da “planta virtual” da Bevap, para que a usina comece a safra já utilizando todas as funcionalidades do sistema, que envolve os módulos de Energia, Processos e de Laço Fechado. (JM


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SE VIRA NOS 30 POR CENTO! Crise no setor leva unidades a cortar até 70% dos gastos com manutenção e trabalhar com apenas 30% da verba I SAC ALTENHOFEN, DE VALINHOS, SP

No programa do Faustão – no ar da TV Globo até 27 de setembro deste 2015 - eram 30 os segundos em que o convidado tinha para impressionar a plateia no auditório com algo incomum. Em tempos de crise, usinas canavieiras estão contando com apenas 30% dos seus orçamentos para realizar a manutenção de suas unidades; o que é muito mais desafiador. O momento delicado da economia brasileira tem obrigado as companhias sucroenergéticas a achar soluções paliativas para manter em funcionamento os equipamentos industriais e agrícolas para a próxima safra. Os altos investimentos, sobretudo na contratação terceirizada, obrigam a mudanças drásticas. Júlio César Piveta, gerente de manutenção automotiva da Ruette, afirma que a usina costumava fazer grandes reformas durante o período da entressafra, mas agora as coisas mudaram. “Desde o ano passado intensificamos medidas preventivas e vamos parar por aí”. Esta medida, segundo ele, reduziu significativamente os serviços com terceiros. Júlio lembra que na época de entressafra não há mais receita para tanto gasto, mas apenas despesas e elas precisam ser muito bem conduzidas. Existem equipamentos nos quais é impossível não realizar a manutenção de fim de safra. Um caso clássico é o das moendas. O especialista Luiz Nitsch observa que as pinturas em implementos rodoviários eram feitas a cada duas safras na maioria das unidades. “Atualmente só fazemos retoques em lugares que sofreram soldagem para

Luiz Nitsch, crise obriga o setor a achar soluções paliativas

evitar oxidação e corrosão futura; as lavagens continuam acontecendo, porém foi ampliada a periodicidade”, explica. Materiais soldados anteriormente são propensos a sofrer maiores desgastes, ensina Nitsch e a sua não correção pode comprometer a segurança da operação ou a qualidade da atividade do ano seguinte. Luiz Nitsch lembra que desmontagens completas não são mais feitas nas usinas. Acabaram-se os áureos tempos em que as empresas técnicas em manutenção colocavam a usina no chão e a remontavam a cada safra. “Por meio de extensivas

entrevistas com os operadores, procura-se focar os itens apontados por eles, reparando ou substituindo os componentes avariados ou em fim de vida útil. Componentes hidráulicos são testados e se forem aprovados nos ensaios, dentro dos parâmetros mínimos preconizados pelo fabricante, não são mexidos. Já há mais de quatro anos que estamos recomendando esta prática, com bons resultados.” Uma opção para conter gastos tem sido a manutenção preditiva, ou seja, toda ação sistemática de controle e monitoramento, com o objetivo de reduzir ou impedir falhas

no desempenho de equipamentos. Esta faz acompanhamento periódico dos equipamentos e máquinas, através de dados coletados em monitoramentos e/ou inspeções. Qualquer anomalia que fuja dos parâmetros preconizados (principalmente existência de água, sílica ou metais nos fluidos) é imediatamente investigada e se necessário, uma ação imediata é tomada no objetivo de evitar-se um mal maior. “O grande carro-chefe em todo o trabalho de manter uma unidade funcionando a pleno vapor ainda é a manutenção preventiva”, conclui Luiz Nitsch.


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Mudanças são necessárias para amenizar os efeitos da crise A crise fiscal brasileira e no setor sucroenergético tem criado os motivos para as usinas tentarem conter gastos, por meio da adaptação a novas estruturas. “Eliminar a reforma de entressafra das colhedoras de cana e tirá-las dessa rotina, foi o maior desafio”, declara Júlio César Piveta, gerente de manutenção automotiva da Ruette. A estratégia criada por Júlio César Piveta foi montar um plano preventivo que visava eliminar a reforma da entressafra. “Vínhamos há tempos incomodados com as reformas das colhedoras. A adversidade era grande. O volume de mão de obra não atendia a demanda e tínhamos que contratar terceiros. Faltavam peças para reposição. Éramos obrigados a antecipar as compras. Gastávamos muito num período complicado”, conta o gerente da Ruette e afirma “No ano passado resolvemos sair de uma vez por todas desta condição”. “A pintura deixou de ser uma prioridade lá na crise em 2008/2009”, lembra Júlio Piveta. A pintura ficou somente para equipamentos que sofrem com corrosão como os equipamentos de adubação, de aplicação de vinhaça e outros semelhantes. Nestes casos ela é indispensável, pois evita gastos futuros. A Ruette deixou uma equipe de três técnicos para a manutenção preventiva das colhedoras. Assim, as máquinas ficam organizadas e em condições de iniciar a safra corrente. No decorrer do ano são preparados alguns componentes sobressalentes como elevador, exaustor, mesa do giro, rolos, para fazer trocas

Júlio César Piveta: eliminar reforma de entressafra das colhedoras foi o maior desafio

rápidas e evitar que a máquina fique parada. “A colhedora vem para a manutenção preventiva na oficina

acompanhada do seu operador e do seu mecânico da frente de colheita e recebem o diagnóstico atualizado. O mecânico da

frente de colheita fica responsável por reparos que não estão contemplados no plano preventivo”, explica Júlio César. (IA)

Quem despreza a pintura anticorrosiva sofre sérias consequências Com 40 anos de atuação e prestando serviços para usinas e indústrias em geral, o especialista em pinturas anticorrosivas e tintas Carlos Anibal Papasian Palma sugere atenção e cuidado na manutenção de peças, sobretudo as que envolvem reposição dos equipamentos. “A contaminação interna em áreas com alta umidade e alta agressividade, em contato com caldo de cana e melaço, faz da corrosão um grande problema nos equipamentos das usinas”, explica. Palma conhece e ensina a arte da pintura anticorrosiva: “Na parte interna, coloca-se revestimentos epóxis com certificados de não toxidez. Isto faz inclusive melhorar a qualidade do caldo da cana”. Desde 1984 ele fornece esse acabamento e informa que houve uma redução de infecção e contaminação no açúcar sobretudo por meio do uso de equipamentos com alta agressividade e abrasividade – lavador de gases e chaminés e da parte externa com a preservação dos equipamentos: dornas, chaminés, estruturas, tubulações, tanques. Inclusive reduziu as taxas de evaporação nos reservatórios de álcool com a pintura na cor branca que foi por ele introduzido nas usinas desde 1985. Um segredo neste tipo de pintura é a da cura final, ensina Carlos Palma. Quando a

pintura é feita nos equipamentos novos, onde é possível cumprir todos os processos de preparo das superfícies, aplica-se as tintas e a cura final antes de entrar em operação. Esse processo torna possível ter um grau de eficiência superior a 85%, que resulta em maior economia, observa. “A repintura possui um tempo superior a 20 anos, para revestimentos externos, por exemplo.” esclarece. “Quem diz que não tem necessidade de pintura anticorrosiva é porque não sabe e não conhece os custos envolvidos”, garante Carlos Palma. As paradas constantes, perdas e prejuízo, segurança de pessoas e reposição dos equipamentos por problemas causados pela corrosão, atrapalham o processo. Vários acidentes graves no Brasil já aconteceram por falhas de corrosão, em tanques, equipamentos e pontes, lembra. Ele conclui, afirmando que ao deixar de repintar seus equipamentos, as unidades terão prejuízos em futuro não distante. “Esse negócio de dar uma garibada nos equipamentos ou usar tintas de terceira categoria pode dar um tom de beleza por alguns dias, mas não resolverá questões principais, como as que garantem vida longeva ao equipamento e a qualidade alimentar ou técnica dos produtos”, finaliza. (IA)

Carlos Palma: pelo fim das garibadas porque pintura anticorrosiva é fundamental


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Manutenção inadequada aumenta possibilidade de perdas Atividade deve estar sintonizada à necessidade de elevação da eficiência operacional e à ampliação de ganhos financeiros R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

È praticamente consensual no setor sucroenergético que a manutenção benfeita na entressafra evita diversos transtornos durante o período de processamento (moagem ou difusão) da cana-de-açúcar, principalmente se essa operação for planejada de forma criteriosa. Apesar da posição quase uníssona em prol da manutenção eficiente, unidades sucroenergéticas estão deixando de lado alguns procedimentos em decorrência da crise, o que têm comprometido o resultado desta atividade. Existem casos em que supervisores da área admitem a impossibilidade de colocar em prática, neste momento, determinados conceitos da boa manutenção industrial, que são inclusive avalizados por eles. Em nome da redução de custos, existe o risco de unidades sucroenergéticas

estarem diminuindo o potencial de obtenção de ganhos financeiros – afirmam especialistas –, pois a manutenção inadequada afeta a disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos e da planta industrial, ampliando as paradas não programadas. Além disso, interfere na vida útil dos equipamentos. Há ainda outros prejuízos: a manutenção corretiva emergencial – que poderia ser evitada, em diversas situações, com a adoção de medidas adequadas na entressafra – apresenta geralmente um custo mais elevado em relação a reparos programados. O planejamento cria condições também para a redução de estoques e materiais no almoxarifado da usina. Mais do que nunca – defendem profissionais da área – atualmente a manutenção precisa atualmente estar sintonizada à necessidade de elevação da eficiência operacional e à ampliação dos ganhos, o que implica na otimização dos recursos tecnológicos existentes. Para isto, é preciso cuidar bem do básico e jamais negligenciá-lo – alertam – e recorrer também a recursos tecnológicos avançados, como análise de vibração, termografia, ferrografia (análise de óleos), e conceitos mais aprofundados, como os que integram a Manutenção Classe Mundial.

ARTIGO

Diversas medidas podem prolongar vida útil de componentes

Resultados dependem também do planejamento Os resultados da manutenção na entressafra dependem também do planejamento realizado nos meses que antecedem o período de interrupção da produção industrial. Existe a necessidade de uma previsão de recursos humanos e financeiros que deverão ser necessários para a execução dos serviços. A partir do histórico de anos anteriores e das informações geradas pela manutenção preditiva e das ocorrências durante a safra, é possível programar a realização de diversos serviços. Durante o período de safra, podem ser identificados diversos problemas, como falhas em rolamentos, defeitos de folga, equipamentos que apresentam situação crítica, entre outros. A manutenção preditiva possibilita a constatação de diversos defeitos ocorridos no período de processamento da cana por meio da utilização de recursos tecnológicos, como análise de vibração, termografia, ferrografia (análise de óleos). Com planejamento, gestores das unidades criam condições para que ocorra um processo de aquisição de produtos e de contratação de serviços que leve em consideração fatores de custo e qualidade. (RA)

As plantas industriais das unidades sucroenergéticas contam com uma infinidade de itens que exigem avaliação constante, na safra e no período de interrupção da produção, para que desgastes e falta de manutenção adequada não interfiram na eficiência operacional. Os cuidados já devem começar na “porta de entrada” da indústria: no preparo da cana, existe a necessidade, por exemplo, de verificação e substituição frequente de facas do picador e de martelos do desfibrador por causa do desgaste proporcionado pelas características da fibra da cana e das condições operacionais nesta etapa da produção industrial. No processo de manutenção, é possível adotar medidas para prolongar a vida útil de componentes de equipamentos. No caso do picador e desfibrador, uma alternativa para manter a eficiência e ampliar a periodicidade de substituição de facas e martelos é o uso de produtos, disponibilizados pelo mercado, para revestimento e recuperação da superfície de diversos componentes. Este procedimento, que proporciona redução de custos, pode ser adotado para outros itens submetidos a desgastes, como bagaceiras, rodetes, engrenagem de acionamento. Outro procedimento é a limpeza constante de equipamentos de uso intenso, como moendas. Realizá-la resulta em automático prolongamento de vida útil dos equipamentos. Com a finalidade de aprimorar o desempenho de equipamentos nas etapas de preparo de cana e extração do caldo, chapisco, picote, sistema para medição de torque, aço inoxidável, acoplamentos flexíveis são alguns exemplos de soluções e produtos que podem ser empregados. Esse mesmo tipo de abordagem também pode ser utilizado para a otimização de outros recursos tecnológicos que integram a planta industrial. (RA)

Limpeza constante é um dos itens de prolongamento de vida útil dos equipamentos

Soluções e produtos podem ser utilizados para a otimização de recursos tecnológicos que integram a planta industrial


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Conceito avançado aumenta confiabilidade da planta industrial A manutenção de qualidade é considerada fundamental para assegurar a produção ininterrupta – ou com a menor quantidade e tempo possível de paradas – durante a safra. Para isto, é preciso usar técnicas e práticas avançadas. A atividade tem, na verdade, exigido cada vez mais capacitação técnica e conhecimento científico. De acordo com especialistas, o melhor caminho para usinas e destilarias é seguir a trilha da Manutenção Classe Mundial, que não é totalmente percorrida de uma hora para outra. Leva tempo para ser implantada. Mas, não se deve desviar dela – ressaltam – mesmo em tempos de crise. Esse conceito de manutenção tem como foco a alta performance do parque industrial visando a sobrevivência da empresa na economia globalizada que apresenta elevada competitividade A finalidade da Manutenção Classe Mundial é aumentar a confiabilidade da planta industrial e reduzir os custos de produção por meio da adoção das melhores práticas nessa área. Um recurso que faz parte obrigatoriamente desse conceito é a utilização da manutenção preditiva que estabelece por meio de diversas ferramentas, como a análise da vibração, o melhor momento para a realização da preventiva.

Terceirização e hibernação fazem parte das soluções

Outra prática que deve ser adotada é a Manutenção Centrada em Confiabilidade que tem o objetivo de reduzir as possibilidades de ocorrência de falhas, avaliando inclusive quais são os fatores de risco para equipamentos e sistemas de produção. É necessário usar também a Manutenção Produtiva Total que visa a obtenção da máxima eficiência e conservação

das máquinas com o envolvimento e participação de operadores, mecânicos e engenheiros. O processo de implantação da Manutenção Classe Mundial inclui a utilização de sistemas informatizados de gerenciamento, a melhoria contínua, a terceirização de serviços e o aprimoramento de profissionais da área. (RA)

A gestão eficiente da manutenção pode exigir, em diversos casos, a terceirização de serviços que necessitam de equipamentos e conhecimentos específicos, como recuperação de placas de trocadores de calor, reforma de selos mecânicos, manutenção de peneiras rotativas, centrífugas, ventiladores, exaustores centrífugos, entre outros. De uma maneira ou de outra, os cuidados abrangem toda a planta industrial. Até mesmo os equipamentos que não requerem manutenção exigem atenção. Devem passar por um período de hibernação, o que inclui lubrificação adequada e proteção contra intempéries. Dependendo do caso, existe a necessidade de determinados equipamentos serem colocados em funcionamento durante o período de safra. (RA)


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Automação é aliada para combater os efeitos da crise LIA MONTANINI

Projeto deve levar em conta as características e demandas de cada planta industrial R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

As unidades sucroenergéticas não têm como controlar variáveis das crises setorial e conjuntural que afetam seriamente os seus ganhos e a própria sobrevivência. Mas, podem minimizar os efeitos negativos gerados pelos momentos de dificuldades por meio do uso de soluções tecnológicas avançadas. Uma dessas alternativas é a utilização de recursos da tecnologia da automação que podem ter papel decisivo para equacionar gargalos e otimizar processos na produção de açúcar e etanol. Com isto, criam condições para a elevação da eficiência operacional, melhor aproveitamento da matériaprima, padronização, melhoria da qualidade do produto final, ganhos de escala, e, consequentemente, para a redução de custos. Os investimentos para a implantação, modernização e atualização de sistemas de automação não são tão elevados, principalmente se forem considerados os benefícios proporcionados por essa tecnologia tanto em relação aos ganhos financeiros, como também à segurança operacional da planta industrial. Mas, para isto, os projetos nessa área têm que ser desenvolvidos de maneira adequada, levando-se em conta a realidade de cada unidade. A escolha da tecnologia deve considerar as características da planta industrial, as variáveis

do processo e o volume de informações que serão geradas para o atendimento das necessidades da usina. É necessário também utilizar equipamentos de última geração. Para que sejam evitados transtornos, retrabalhos e prejuízos, as unidades e grupos sucroenergéticos precisam ficar atentos – recomendam especialistas – para que não seja feita a aquisição de sistemas de automação de empresas sem estrutura, expertise insuficiente e que desenvolvam soluções com tecnologia inadequada. Um projeto de automação industrial bem estruturado deve apresentar condições – detalham profissionais da área – para fazer a interface entre as áreas mecânica, de instrumentação e de TI – Tecnologia da Informação. Além disso, precisa minimizar as dificuldades de

integração de equipamentos de diferentes fornecedores. É que devido à grande quantidade de variáveis no processo produtivo de usinas e destilarias, torna-se impraticável que um mesmo desenvolvedor ou fornecedor de equipamentos atenda todas as demandas da planta industrial. A gestão do sistema de automação deve contemplar também a possibilidade de conciliar a tecnologia em operação com as inovações disponibilizadas, ao longo dos anos, em diferentes áreas, como: protocolo, arquitetura de rede, estações de operações, servidores. Outra característica fundamental de um sistema de automação é a sua capacidade de coleta e análise de dados em tempo real, com o objetivo de subsidiar os gestores, com maior rapidez e precisão possível, para a tomada de decisões.


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Tecnologia torna-se alternativa importante na redução de custos Avanço no fornecimento de soluções na área de automação contribui para que usinas e destilarias sejam cada vez mais eficientes e produtivas A utilização de automação em usinas e destilarias era pouco significativa há mais de duas décadas. Mas, muita coisa mudou nesse período. Essa tecnologia passou a ser usada como uma solução importante para redução de custos, elevação de eficiência, fim do desperdício, diminuição do consumo de energia, entre outros benefícios.

Houve também avanço no fornecimento de soluções nessa área. Um exemplo é a disponibilização cada vez maior de sensores modernos e eficientes que permitem o controle do processo produtivo. O surgimento das redes e dos protocolos de comunicação ampliou as possibilidades de troca de dados em todos os níveis das plantas industriais, o que permitiu a integração com os sistemas corporativos de gestão. Com essas mudanças, entraram em cena os softwares supervisórios que possibilitam o monitoramento e a atuação em diferentes etapas do processo de produção industrial em um mesmo local, ou seja, no COI – Centro de Operações Integradas, que abriga estações de diversos setores, como: recepção, preparo e extração,

geração de vapor, evaporação, fermentação, destilação. Apesar do uso bastante difundido dos CLPs – Controles Lógicos Programáveis, diversas usinas e destilarias têm adotado, nos últimos anos, o SDCD – Sistema Digital de Controle Distribuído que facilita a implementação de ferramentas mais avançadas que permitem um controle mais apurado do processo, melhorando rendimento e diminuindo perdas. Considerada uma solução eficiente para a produção de etanol, açúcar e energia, essa alternativa tecnológica é utilizada no mundo há mais de quatro décadas nas áreas de alimentos, química, petroquímica, açúcar, siderurgia, entre outros setores. Em constante evolução, as soluções tecnológicas para sistemas de automação

continuam contribuindo, de maneira significativa, para que as unidades sucroenergéticas se tornem cada vez mais eficientes e produtivas. Diversas ferramentas têm sido, inclusive, disponibilizadas para o gerenciamento de sistemas de geração e cogeração de energia, voltadas, por exemplo, para controle de importação e exportação de energia, supervisão e controle dos turbogeradores da casa de força e operação e monitoramento da subestação. Entre os benefícios proporcionados pela automação nessa área estão a estabilização do processo por meio de controles integrados, diminuição do tempo para a identificação de um defeito e para a adoção de medidas visando a solução desse problema. (RA)


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Falhas na tubulação afetam operação e vida útil de equipamentos LIA MONTANINI

Para o sucesso de projetos nessa área é preciso, por exemplo, adequar os materiais aos respectivos fluidos RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

O sistema de tubulação industrial de unidades sucroenergéticas é submetido a condições operacionais severas. Por isso, a elaboração de um projeto nessa área exige a observação de determinados parâmetros técnicos e alguns cuidados especiais. Um projeto inadequado de tubulação, que não segue determinadas regras, afeta a operação e a vida útil de equipamentos que compõem plantas industriais de usinas e destilarias. Em consequência disso, podem ocorrer – dependendo do tipo de máquina – aumento de temperatura em mancais, vibrações elevadas, ou mesmo rompimento de palhetas dos rotores de turbinas, entre outros transtornos. A elaboração de projetos voltados à distribuição de vapor exige atenção – exemplificam especialistas – com a flexibilidade da tubulação que tem a finalidade de absorver dilatações térmicas por meio da definição do traçado e da utilização de juntas de expansão e elementos de suportação.

Vazamento em tubo é frequente nas usinas por causa das condições operacionais severas

Adequar os materiais aos respectivos fluidos é essencial para o sucesso do projeto de tubulações, afirma Antonio Carlos Viesser, gerente industrial das unidades Santa Cândida e Paraíso (Tonon Bioenergia), localizadas em Bocaina e Brotas, no estado de São Paulo. Além do fluido, é preciso considerar em que condições a tubulação irá operar, observando-se temperatura, pressão, entre outros itens – diz. Segundo ele, os cuidados devem ser adotados para todos os fluidos e suas

respectivas condições operacionais, independentemente se for transportado vapor ou não. Podem ser utilizadas tubulações para ácido sulfúrico e produtos corrosivos – exemplifica. Outras variáveis que devem ser consideradas estão relacionadas a esforços e vibrações que serão submetidos as tubulações, os apoios e as extremidades – afirma. Há diversos fatores – observa Antonio Viesser – que precisam ser contemplados no projeto, entre os quais: acessibilidade,

construção, manutenção, segurança, economia, acabamento. Aspectos relacionados à corrosão (química ou abrasiva) também são relevantes – destaca – e afetam diretamente a segurança de quem irá operar a planta. E com certeza, se não forem observados no projeto, diminuem a vida útil das instalações – alerta. “Outra questão de suma importância é adequar corretamente a classe de pressão (curva de temperatura e pressão) para os acessórios, tais como válvulas e conexões”, diz.

Escolha do material depende da avaliação de diversos fatores O projeto deve definir também o material a ser utilizado na tubulação. Mas, para isto, é necessário verificar qual é a norma utilizada tanto na fabricação dos tubos como na planta industrial – a que foi aplicada, por exemplo, em uma central térmica ou uma planta de processo industrial –, conforme explicações de Antonio Viesser.

Devem ser considerados cálculos das espessuras, condições operacionais, definição da classe de pressão para as conexões, entre outros itens De acordo com ele, há uma série de fatores que interferem na escolha do material de fabricação das tubulações, que pode ser inclusive a definição pelo uso do aço inoxidável. Precisam ser considerados neste processo de decisão – avalia – diversos itens: condições operacionais do fluido; definição da norma aplicada; definição da classe de pressão para as conexões; cálculo das espessuras necessárias;

seleção e avaliação dos prováveis materiais; análise econômica e prazo de entrega. A vida útil de uma tubulação de aço inoxidável, se bem selecionada e aplicada, é bem mais longa que a de uma tubulação em aço carbono. A maior durabilidade do inox ocorre devido a camada de óxido de cromo (Al2O3) formada na superfície externa das tubulações de aço inoxidável que protege esse material contra a corrosão como se fosse uma película – explica Antonio Viesser. O problema é o custo mais elevado – observa o gerente industrial. “O ideal é fazer uma análise econômica para definir em quais locais é mais vantajoso aplicar tubulações de aço inoxidável”, comenta. Na opinião dele, o aço inoxidável apresenta uma relação custo-benefício satisfatória. A maior dificuldade é o desembolso inicial para a implantação de uma tubulação com esse material – pondera. As usinas Santa Cândida e Paraíso geralmente fazem o orçamento das duas alternativas – aço carbono e aço inoxidável –, informa. Mas, nem sempre é possível optar pelo inox devido a questões de viabilidade econômica. Não são todas as linhas e fluidos, no entanto, que requerem o uso desse tipo de material – diz. (RA)

Antonio Carlos Viesser: vida útil de tubulação de aço inoxidável é mais longa que a de aço carbono


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Manutenção Avaliação criteriosa define viabilidade do uso de aço inoxidável requer controle O uso de diversos tipos de aço inoxidável, disponíveis no mercado, pode se tornar uma alternativa interessante em diversos pontos da planta industrial de usinas e destilarias, porque proporcionam maior disponibilidade e durabilidade de equipamentos, além de reduzirem custos de manutenção. Para isto, precisam ser selecionados e aplicados corretamente. O aço inoxidável pode ser utilizado em tubos, conexões, chapas e estruturas, diferenciando-se de outros materiais devido a alta resistência à corrosão e abrasão. As aplicações de inox em equipamentos e em diversas etapas do processo de produção de unidades sucroenergéticas incluem laterais das mesas alimentadoras, esteiras de transporte dos setores de recepção e extração, coletores de caldo das moendas, chute donelly, difusores, aquecedores de caldo, evaporadores do pré ao último efeito, cozedores, fermentadores, caldeiras, entre outros itens. Critérios técnicos e financeiros devem avaliar as vantagens que podem ser obtidas com a utilização do aço inoxidável em substituição a outros tipos de material – observam especialistas da área. Nesta análise, devem ser consideradas a vida útil do material já utilizado – o aço carbono, por exemplo – em diversas etapas do processo industrial, as frequências das

do processo de soldagem

intervenções para a realização da manutenção e as perdas decorrentes do uso de uma solução de baixa eficiência. A escolha do tipo de aço inoxidável que apresenta a melhor relação custo-benefício precisa considerar variáveis das condições operacionais, como: temperatura, pressão, ph, umidade, tipo de fluido, entre outros aspectos. A partir disso, é necessário verificar qual tipo de aço inoxidável possui características mais apropriadas a diferentes

aplicações. Devem ser levados em conta, por exemplo, soldabilidade, resistência à abrasão e à corrosão. No caso de tubulações, dependendo da etapa do processo, é preciso avaliar a performance do aço inoxidável na troca térmica. Há soluções no mercado que possibilitam a obtenção de um tubo de baixa rugosidade. Essa característica facilita a limpeza e diminui a formação de incrustações que são também prejudiciais à troca térmica. (RA)

Para as manutenções que envolvem tubos, chapas e estruturas metálicas, o gerente industrial das usinas Santa Cândida e Paraíso, Antonio Viesser, destaca a necessidade da realização de um melhor controle sobre a qualidade do processo de soldagem. Segundo ele, as operações nessa área devem observar as diretrizes previstas na QPS - Qualificação do Procedimento de Soldagem, EPS - Especificação do Procedimento de Soldagem e QS Qualificação do Soldador. Durante a manutenção na entressafra – destacam profissionais da área – deve ser realizada inspeção no sistema de tubulação para verificar se ocorreu deformação, vazamento e qualquer outro tipo de falha. Além disso, problemas que foram corrigidos de maneira emergencial, durante o período de moagem, poderão ser solucionados de forma mais adequada na entressafra. Nesse período, pode haver também a necessidade de substituição de componentes do sistema de tubulação devido a desgastes causados pelo processo de corrosão. (RA)


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Crise hídrica foi o assunto do ano

COMO EVITAR QUE O SETOR VENHA A PEDIR ÁGUA ISAC ALTENHOFEN, DE VALINHOS, SP

A crise hídrica brasileira, sentida sobretudo na região Centro-Sul, foi mais que um sobressalto, amedrontou e tornou-se tema discutido ao longo dos meses de 2015. Entre imagens de solos bela e tristemente que brados

como num mosaico ou peças de quebracabeças e réguas de medidas de níveis de água abaixo do nível permitido, a expressão volume morto passou a fazer parte do glossário de verbetes populares e serviu para piadas de todos os tipos e gêneros. O país termina o ano debaixo de pancadas em geral, econômicas, escândalos políticos horríveis e, neste caso,

felizmente, também de chuvas. Mas a apreensão do ano e a iminência da falta total de água trouxeram ao setor preocupações significativas e levou as unidades a convocarem reuniões de diretoria para criarem um plano emergencial de captação e uso ainda mais racional da água. Afinal, não existe unidade sucroenergética que consiga funcionar

dez minutos sequer sem usar água, muita água. Em razão desta urgência, o JornalCana embarcou em busca de informações sobre o que e como as usinas brasileiras estão se precavendo contra futuros e possíveis meses de escassez em plena safra. Veja nesta página e na seguinte que todos à uma parecem em ordem de batalha contra a temível Hidra.

Grupo se reuniu para buscar saídas contra a crise hídrica para o setor Em janeiro, quando o deputado Arnaldo Jardim iniciou o secretariado da Agricultura do Estado de São Paulo, revelou que daria forte apoio ao setor que vinha sofrendo com a escassez de água desde o ano seguinte. Naquele período fora registrado uma redução de 50% dos volumes de água em dezembro de 2014 nos reservatórios apenas do Estado de São Paulo. As temperaturas altas – cerca de 35¬ºC – e a estiagem fora de época na maior parte do estado paulistano, no início de 2015, agravaram a escassez do mais precioso dos líquidos. No Alto Tietê, a captação de água da chuva no período foi praticamente nula, de 0,1 milímetro. O nível dos reservatórios baixou de 10,8% para 10,6%. A pior situação foi a do principal manancial da Grande São Paulo, o Sistema Cantareira, que registrou recuo na quantidade de água disponível para apenas 6%, obrigando o governo do estado a tirar, literalmente, água da lama, do volume morto. Nos demais sistemas ocorreram as seguintes quedas nos volumes armazenados: Alto Cotia (de 29,6% para 29,4%); Rio Grande (de 69,9%

de para 69,7%) e Rio Claro (de 25,1% para 24,5%). A falta de chuva fez com que a geração de energia no país dependesse mais das usinas termelétricas, cujos custos de produção são maiores do que os das usinas sucroenergéticas. Os valores foram repassados aos consumidores, que vêm arcando com tarifas elevadas durante todo o ano. Em fevereiro deste ano, o Grupo de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-

Açúcar (GIFC) se reuniu em Ribeirão Preto, SP, para buscar saídas contra a crise hídrica para o setor. Na ocasião foi concluído que o uso da irrigação é fundamental para fugir da vulnerabilidade imposta aos canaviais pela falta de chuvas. Não conseguiram oferecer muitas saídas para o suprimento nas áreas industriais senão a de maior reúso e o de cavar poços artesianos. Na metade do ano o cientista político

José Goldemberg encontrou um lado positivo para a crise hídrica. Segundo ele, o momento delicado alertou as autoridades para o fato de que mudanças no clima estão acontecendo e eventos climáticos extremos, como secas e inundações, estão se tornando mais frequentes. Com isto, crê, soluções surgirão no médio prazo. A escassez de água no estado de São Paulo em 2014 pegou de surpresa todos no setor pelo fato de ser uma situação atípica. Só a partir do segundo semestre de 2015 apareceu uma luz de otimismo. Campanhas foram criadas nas usinas para conscientização do uso moderado e racional da água. As empresas do setor desenvolveram novas tecnologias para não ficar para trás. A Biosev, por exemplo, aumentou a reutilização da água e instalou novas torres de resfriamento. Nos últimos três meses a situação começou a melhorar. Os reservatórios voltaram aos níveis normais. As chuvas aliviaram a situação crítica nos canaviais. O setor voltou a respirar com mais calma e as frequentes chuvas trouxeram um novo ânimo para o início da safra 2016/17. (IA)


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Todos contra a Hidra!

Torre de resfriamento na Unidade Eldorado, MS

Água mantém o status de principal insumo do setor A água é o principal insumo para o setor de açúcar e álcool. É utilizada em diversas etapas do processo produtivo. Na média, são necessários 1,3 mil litros para processar uma tonelada de cana-de-açúcar. Ricardo Junqueira, diretor da Usina Diana, relata que sua unidade fez novas obras para atenuar os efeitos de uma possível nova crise hídrica. A empresa construiu circuitos fechados de água que reaproveita toda a água captada e é armazenada em tanques e açudes. A usina vem reeducando os hábitos do uso de água entre os colaboradores. “Antigamente existiam torneiras e mangueiras abertas e à disposição por todo o parque industrial. Agora, elas foram retiradas e/ou fechadas até com cadeado, por exemplo”, explica Ricardo. A Biosev, no Polo Ribeirão Preto, por exemplo, cortou duas cabeças da Hidra e cauterizou a ferida. Fechou o circuito hídrico de resfriamento da água utilizada na fabricação de açúcar e na limpeza dos gases presentes nas caldeiras. Esta ação fez reduzir significativamente o consumo. Desde a última safra a companhia tem promovido a redução de consumo de água. Dissemina práticas e orienta os colaboradores aos bons

costumes de redução e consumo. “Durante a safra foram implementadas melhorias no reaproveitamento de água condensada do processo, otimização de caldeiras, adequações nas moendas, instalação de torres de resfriamento e lavagem industrial com água de reúso”, informa Eduardo Neves, diretor de Operações da Biosev. E conclui: “Com estas medidas, o consumo de água nas unidades da empresa apresentou redução de 14% na safra 2014/2015 em relação à safra anterior, totalizando 34.580.925 metros cúbicos”. Ricardo Junqueira, da Diana, informa que houve melhora na captação de água da unidade. No passado captávamos 0,85 m³ de água para cada tonelada de cana moída. Hoje captamos 0,80m³/t. Temos como meta no curto prazo diminuirmos ainda mais para 0,75 m³/t e no médio prazo chegarmos a 0,70 m³/t”, prevê o diretor da Diana e conclui: “A sustentabilidade e o meio ambiente, assim como a segurança do trabalho, devem fazer parte da premissas e preocupações de qualquer companhia no seu dia a dia”. Pelo visto, algumas unidades estão a caminho de enterrar a última cabeça da Hidra. (IA)

Quando se fala em condições meteorológicas fica claro, como um céu sem nuvens, que não está ao alcance de homem algum, a solução dos problemas climáticos. Não há dança da chuva que resolva. Diante de um quadro de incapacidade total para fazer cair a chuva ou produzi-la artificialmente resta às companhias do setor criar mecanismos de contenção, racionalidade no uso e criatividade a fim de evitar prejuízos causados por possíveis crises hídricas futuras. Reza a lenda que a famosa Hidra de Lerna foi derrotada por Hércules, um dos muitos e humanos deuses gregos. De acordo com a tal, inicialmente ele tentou esmagar as muitas cabeças do monstrengo, mas a cada uma que cortava apareciam duas no lugar. Era mais ou menos como hoje acontece em Brasília, a cada cabeça corrupta cortada surgem duas ou três ávidas para tomar o lugar. Hércules decidiu mudar de tática. Para que as cabeças não

se regenerassem, pediu ao sobrinho Jolau que as queimasse com uma lança flamejante logo após o corte, cicatrizando, desta forma, a ferida. Sobrou então apenas a cabeça do meio. Hércules cortou e enterrou a última cabeça sob uma enorme pedra. Assim, o monstro foi aniquilado. De igual forma o setor sucroenergético tem buscado alternativas para que a cabeça da Hidra não cresça novamente. Eduardo Neves, diretor de operações da Biosev – que possui 11 unidades no país – está se precavendo. Sua companhia utiliza ferramentas de inteligência que ajudam na previsão e monitoramento das variações climáticas e auxilia no replanejamento dinâmico das operações. “A agricultura como um todo depende muito da incidência de chuvas para o desenvolvimento e produtividade das culturas”, reconhece o empresário, por isso trabalham, literalmente, de olho nas nuvens. (IA)


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O que o setor espera da COP21? ISAC ALTENHOFEN, DE VALINHOS, SP

A 21ª Conferência das Partes (COP21) que está sendo realizada em Paris de 30 de novembro a este 11 de dezembro, tem a missão de renovar os compromissos voluntários de redução das emissões dos gases estufa. A questão é: será que desta vez sairá algo do papel além de medidas tímidas? O governo brasileiro, assim como os outros países do mundo, anunciou as metas para redução das emissões de gases de efeito estufa de 37% até 2025 e 43% até 2030. São metas genéricas. Neste ano o Brasil documentará na conferência o aumento da participação da bioenergia na matriz energética, como etanol e biodiesel com previsão de ampliação do consumo do biocombustível de 30 bilhões de litros para 50 bilhões. De acordo com Mário Campos, presidente do Siamig, esses dados foram, inclusive,

Geraldo Alckmin e Patrícia Faga Iglecias Lemos, Secretária Estadual do Meio Ambiente, representarão São Paulo na Conferência

confirmados pela Presidente da República Dilma Rousseff. “Estes números geraram boas expectativas em relação ao evento, já que o etanol e as bioenergias renováveis da cana estarão na pauta do governo brasileiro dentro do contexto da COP21”, afirmou.

Elizabeth Farina, da Única: fim da queima em São Paulo será case apresentado

“Espero que o nosso etanol tenha sua importância reconhecida como um dos mais importantes vetores para redução de emissões que o planeta dispõe. Não só pelo efeito prático, dado que o setor de transporte é um grande emissor de CO², mas também porque o Brasil se coloca como um exemplo para o mundo”, ressalta Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul. Menos otimista, Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), acredita que o Brasil tem tudo para ser um país que exerça liderança nesse tipo de conferência, mas que falha em sua política. “Somos um país continental, que tem grande diversidade energética. E principalmente uma larga vantagem à frente quando se fala em energias renováveis e limpas. Creio que o Brasil tinha que estar liderando as discussões da COP21, o que não está acontecendo”, lamenta. Segundo Adriano, o governo é fraco e não tem uma política bem definida. “As lideranças do país deveriam usar melhor as

vantagens presenteadas pela natureza ao Brasil”. Lideranças do estado de São Paulo, como o governador Geraldo Alckmin e a Secretária Estadual do Meio Ambiente Patrícia Faga Iglecias Lemos, estão presentes nesta COP21, assim como representantes do setor sucroenergético. Ali estão tendo espaço para mostrar o setor produtor de etanol como referência sustentável na área ambiental. “Vamos apresentar os resultados do protocolo agroambiental que o setor e a indústria assinaram com o governo do Estado de São Paulo para finalização e encerramento da queima. Isso será apresentado como um caso de sucesso lá”, antecipou a presidente da Unica Elizabeth Farina no final de agosto ao JornalCana. Até o fechamento desta edição, em 25 de novembro, a realização da COP21 estava mantida pelo governo francês e organizadores, apesar das ameaças do terror islâmico contra a Europa Ocidental e a França, em particular.


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Conferências mundiais favorecem o setor Nos últimos anos o setor sucroenergético tem sido beneficiado com as decisões mundiais dos eventos climáticos. Em 1972 foi realizada na Suécia, a Conferência de Estocolmo. O evento chamou atenção das nações na época pelo fato de que as ações humanas estavam causando séria degradação da natureza e criando riscos para o bem-estar e sobrevivência da humanidade. Influenciado por essa conferência mundial, em 1975 foi criado no Brasil o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), cujo objetivo era estimular a produção do álcool (etanol anidro e hidratado). O programa visava atender as necessidades do mercado interno e externo de biocombustíveis automotivos. Em 1985 o mundo descobriu a existência do buraco na camada de ozônio encontrado na Antártida. Dobraram-se as atenções às questões climáticas quando se soube que essa abertura foi causada pela emissão de gases que causam efeito estufa, sobretudo o CO². Este clima de apreensão culminou em outro encontro. Em 1992, governantes de 154 países e a antiga Comunidade Comum Europeia (CEE) firmaram um acordo na Rio92 atrelando ao desenvolvimento sustentável a amenização na liberação de poluentes responsáveis pelo aumento do aquecimento global e agravamento do efeito estufa. Antes, o Protocolo de Kyoto havia criado condições para que as decisões da Rio92 fossem cumpridas. O documento assinado no Japão em 15 de março de 1998 estabelecera

Mário Campos, do Siamig: eventos trouxeram evolução na discussão ambiental

como meta a redução de 5,2% de emissão de gases de efeito estufa pelos países industrializados. A Rio92 estabeleceu a redução em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990, porém com um período maior para cumprimento, compreendido entre 2008 e 2012. Esse evento trouxe benefícios econômicos para o Brasil e para o setor, mas essa porcentagem não foi alcançada, beirou os 3%. Pelo fato da cana-de-açúcar produzir energia renovável e não poluidora, a

comercialização de créditos de carbono entre os países que não cumpriam suas metas ambientais trouxe oportunidade de crescimento para o setor sucroenergético brasileiro, mas ela pouco foi explorada, seja por causa da burocracia, seja pelo desinteresse e alto custo de implantação nos programas, por meio de consultores. Investidores, como Alemanha, Japão e até os EUA, que não ratificaram o Protocolo de Kyoto, passaram a aderir os créditos. A tonelada de carbono foi negociada e

representou uma emissão na casa dos 36 milhões de toneladas deste gás na atmosfera. Mas no Brasil o projeto não vingou. Mesmo com poucos avanços, Mário Campos, presidente do Siamig, acredita que esses eventos trouxeram uma evolução na discussão ambiental. “Não estaríamos hoje com os países indicando metas de redução de gases do efeito estufa, como consequência da mudança climática, sem que tivéssemos passado por essa discussão desde Estocolmo em 1970, pela Rio92, antes disso, o Protocolo de Kyoto, entre outras. Hoje, o mundo está mais preocupado com as questões ambientais, exigindo mais firmemente que os países reduzam o subsídio aos combustíveis fósseis e, dessa forma, dar condições de ampliação do uso dos combustíveis renováveis. Por isso, todos esses eventos foram importantes para se chegar na discussão atual”. A COP21, em Paris, tem tudo para ser mais um evento que pode contribuir para o setor sucroenergético nacional e mundial. Em nota, no Blog do Planalto, a Presidente Dilma Rousseff declarou: “Vamos deixar claro em Paris que as nossas metas não são só factíveis, mas que o Brasil, mais uma vez, mostrará que, nesta questão da energia renovável, a energia verde e amarela é, sem sombra de dúvida, aquilo que o mundo pode esperar de nós como contribuição nesta área”. A energia verde a que ela se referia é claro, é a advinda do etanol. A amarela, a eólica. (IA)


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Adriano Pires: País não consegue criar política pública de diversidade bioenergética

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Ricardo Junqueira, da Usina Diana, quer ampliação da causa

Brasil deveria valorizar mais o setor na COP21 Pelo fato da cana-de-açúcar ser uma fonte de energia renovável e limpa, eventos ambientais como a COP21 representam uma oportunidade que o setor tem para ficar mais visível e reconhecido entre os ambientalistas de todo o planeta. Mas nem sempre as políticas governamentais do Brasil colaboram. Profissionais do setor esperam que haja mais transparência nas decisões do Estado. Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), lamenta o fato do Brasil exercer políticas fracas em favor do setor. “Essa questão da energia renovável poderia ser a catapulta para levar o Brasil a uma grande liderança, mas infelizmente o Brasil não a exerce e nem a defende. Em função de omitir a liderança e ter um papel secundário, influencia pouco nas decisões”.

De acordo com Adriano Pires, em relação à biomassa o Brasil não tem uma política bem definida para gerar energia elétrica. “A bola da vez em termos de energia renovável é o vento”. Nada contra, claro, mas o Brasil não consegue criar uma política pública que fique centrada na diversidade bioenergética. Sobre o etanol, Adriano Pires sustenta a importância do governo valorizar mais a sustentabilidade do biocombustível. Assim, segundo ele, é melhor ter a Cide como tributo ambiental do que não ter nada; mas o valor de R$ 0,10 ainda é muito baixo. “Na COP21, em relação aos combustíveis o Brasil deveria propor a criação do imposto ambiental que vai incidir sobre os combustíveis fósseis, em particular gasolina e óleo, que é um derivado de petróleo muito sujo. Devíamos estar vendendo a ideia

desse tributo. Assim, o Brasil exerceria liderança no processo e incentivaria outros países para que o fizessem também de maneira efetiva”. Adriano Pires também lamenta o fato de que as conferências anteriores favoreceram o setor, mas o que não colabora são as decisões federais. “O grande inimigo para o setor tem sido o governo brasileiro nestes últimos anos. Quem deixou o etanol quebrado, o setor endividado, usinas fechando e algumas em recuperação judicial foi a ausência de uma política de incentivo ao etanol”. Por fim, Adriano sugere a criação de políticas que tragam soluções no longo prazo. Aumentar o preço do combustível fóssil, reduzir as alíquotas do ICMS, são casos de sucesso, mas que não apresentam estabilidade, segundo o presidente do

CBIE. “O Governo Federal fica no regime stop and go, ele avança e para. Gostaríamos que ele só avançasse. O setor deveria cobrar também a indústria automobilística, para que ela fosse dedicada mais a aumentar a eficiência de motor flex. Acho que isso deve ser reivindicado ao governo. A COP21 será um evento que essas roupas sujas poderão ser lavadas fora de casa”. Ricardo Junqueira, diretor da Usina Diana, espera que o país documente para a COP21 os benefícios que o setor sucroenergético tem para o meio ambiente. “O Brasil possui um combustível alternativo e altamente eficaz e uma geração de energia de biomassa complementar à hídrica renovável e não poluente. Espero que isso se torne realmente uma prioridade na vida das pessoas e do planeta, não só uma causa defendida por alguns poucos setores”. (IA)


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Líder do Ano do MasterCana Norte/Nordeste é fornecedor que reabriu usina L UIZ M ONTANINI ,

DO

R ECIFE , PE

A premiação do MasterCana Norte/Nordeste no dia 19 de novembro no Spettus Boa Viagem, em Recife (PE), foi marcada pela esperança de retomada. As cerca de 180 personalidades presentes foram renovadas na expectativa de que daqui para a frente tudo vai ser diferente — e para melhor. — O que tenho ouvido dos empresários do Nordeste é que, se ainda não é possível ver luz no fim do túnel pelo menos agora já é possível ver o túnel, porque a escuridão já não é total, disse Josias Messias, presidente da ProCana Brasil, organizadora da premiação. A capacidade de resiliência do setor nordestino diante das adversidades foi observada por Messias e confirmada pelos presentes. O setor nordestino tem apresentado uma característica diferenciada dos demais estados do País, a de fornecedores de cana arregaçarem as mangas e, no peito e na raça, reabrir usinas que haviam sido desativadas. Em 2014 a Pumaty foi reaberta com o nome de Agrocan e neste 2015 a Cruangi e Pedroza seguiram o mesmo caminho. Alexandre Andrade Lima e Gerson Carneiro Leão foram os principais responsáveis por esses empreendimentos. Esta foi a principal razão para a escolha de Gerson Carneiro Leão como Líder do Ano neste MasterCana 2015. Na premiação, três momentos foram marcantes. No primeiro, Jorge Petribu, presidente do Conselho da Grupo Petribu, leu um discurso que retrata, com ironia, as dificuldades do setor, mas revela sua resiliência e perseverança (leia o discurso a seguir). Ricardo Pessoa de Queiroz, empresário apaixonado pela cana-deaçúcar e autor do livro Manual Prático da

Gerson Carneiro Leão, Líder do Ano no setor sucroenergético do Nordeste

Cana-de-açúcar, foi premiado com o troféu Honra ao Mérito e representado por sua filha Patrícia Pessoa de Queiroz

e, no terceiro momento de impacto, Jaime Lacerda, pesquisador e um dos pais do Proálcool, foi homenageado com

Honra ao Mérito in memorian, cujo troféu foi recebido por sua esposa, a consultora Gilvanize Lacerda.


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“Esses malucos usineiros pernambucanos” * JORGE PETRIBU

Em nosso dicionário da língua portuguesa a palavra empresário significa chefe de empresa, mas no Brasil poderia significar um maluco sonhador, e para ilustrar a minha afirmação gostaria de contar uma pequena história: Era uma vez um empresário muito bem-sucedido, quando aos seus sessenta anos foi surpreendido com o diagnóstico de uma doença terminal. Como tinha dois filhos sucessores com cabeças totalmente opostas, resolveu a fim de preservar a empresa, vender todo patrimônio e dividir os recursos financeiros entre eles, vindo a falecer imediatamente após. Os filhos resolveram dar diferentes destinos para aquela imensa herança. O primeiro aplicou todo dinheiro em imóveis, ações e no mercado financeiro, pois não queria ser um empresário obstinado e louco feito seu pai, tinha horror a funcionários, pois achava que cada empregado era um problema, gostava de ter tempo para a família e para os amigos, e assim viveu feliz em administrar os polpudos extratos financeiros, pois a única obrigação legal era fazer anualmente sua declaração do imposto de renda e pagar 15 % sobre os ganhos de capital daquele ano. O segundo filho aplicou todo o dinheiro na compra de uma usina de açúcar em Pernambuco, feliz da vida em estar gerando renda e trabalho para quase 4.000 pais de famílias e pensava como seu pai lá no céu estaria feliz com sua nobre atitude em contribuir para o desenvolvimento de uma região. Mas, já no primeiro ano de trabalho, contaminado por aquele fogo da juventude e a louca obstinação do sangue empresarial, foi surpreendido com visitas de vários fiscais de diversas entidades, como: Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Prefeitura Municipal, Ibama, Secretaria Estadual de Agricultura, Ministério de Minas e Energia, ANP, Receita Federal, Receita Estadual, Receita Municipal, Aneel, Anatel, Inmetro, Iphan, Incra, Arpe, Ana, Bombeiros, Polícia Federal... Eram vinte e cinco ao todo, isto sem falar no assédio de diversos advogados com ações injustificáveis e descabidas, além de entidades religiosas e ONGs de várias origens a solicitarem doações. Somando a tudo isso ainda haviam os problemas climáticos, pragas naturais, os problemas técnicos de diversas

naturezas e os de funcionários. Mas o entusiasmo ainda persistia, pois havia uma esperança na satisfação pessoal de uma obra feita e do bom resultado financeiro que poderia vir a ter. Porém, ele ainda teria confiscado do pseudolucro 25% de IR, 9% de CSLL, totalizando 34%. Existia uma grande diferença entre os dois: um, o empresário capitalista e o outro, um empresário construtor de sonhos. Isso poderia ser a história de qualquer um de nós e mesmo

assim continuamos firmes no propósito de geração de trabalho e renda, talvez até na contramão do exemplo governamental, mas temos filhos e netos que precisam de uma pátria sadia. Obrigado a todos que fazem a organização deste evento em especial aos diretores e profissionais do JornalCana e um abraço fraterno a todos esses malucos usineiros pernambucanos. * Jorge Petribu é presidente do Conselho do Grupo Petribu

OS MAIS INFLUENTES DO SETOR PERSONALIDADE DO ANO Guilherme Aristóteles Uchoa Cavalcanti Pessoa de Melo – Presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, representado pelo deputado estadual Henrique Queiroz Em seu quarto mandato consecutivo, obteve 53.123 votos. Elegeu-se presidente da Assembleia Legislativa para o biênio 2007/2008, 2009/2010. Desenvolveu as atividades parlamentares com a reativação da Assembleia Itinerante, dinamizou a assessoria de Comunicação Social, realizou diversos eventos culturais e artísticos, com ênfase à cultura popular do Nordeste.


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OS MAIS INFLUENTES DO SETOR OS MAIS INFLUENTES DO SETOR

LIDERANÇA INSTITUCIONAL

LIDERANÇA INSTITUCIONAL

Nilton Mota – Secretário de Agricultura e Reforma Agrária, representado por Áurea Lopes

Renato Augusto Pontes Cunha, presidente do Sindaçúcar-PE

LÍDER DO ANO

EMPRESÁRIO DO ANO

Gerson Carneiro Leão - Presidente do Sindicato dos Cultivadores de Cana-de-Açúcar, no

Jorge Cavalcanti Petribu - Diretor Superintendente

Estado de Pernambuco (Sindicape)

EXECUTIVO DO ANO

PROFISSIONAL DO ANO

Manoel Carnaúba Cortez - Diretor da GranBio

Área Comercial — Saulo Barros Pereira – gerente de divisão comercial da Usina Trapiche


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OS MAIS INFLUENTES DO SETOR OS MAIS INFLUENTES DO SETOR

PROFISSIONAL DO ANO

PROFISSIONAL DO ANO

Área Financeira — Antonio Gomes Maranhão - Gerente Financeiro Destilaria Tabu - PE

Logística — Marcelo Cavalcanti Guerra - Superintendente do Sindaçúcar-PE

PROFISSIONAL DO ANO

PROFISSIONAL DO ANO

Área Agrícola — Luiz Alberto Gomes de Sales - Diretor Agrícola na Usina Petribu

Área Industrial — José Reginaldo Morais - Diretor Industrial na Usina Pumaty

PROFISSIONAL DO ANO

DESTAQUE INSTITUCIONAL

Pesquisa e Desenvolvimento — Francisco de Assis Dutra Melo

Unida, representada por Alexandre Andrade Lima, presidente da entidade e da AFCP


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USINAS PREMIADAS NO MASTERCANA DESEMPENHO 2015

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MASTERCANA DESEMPENHO — ESTRATÉGIA & GESTÃO Grupo Olho D'Água, representado por Artur Tavares de Melo Neto, vice-presidente

MASTERCANA DESEMPENHO — GESTÃO ADMINISTRATIVA

MASTERCANA DESEMPENHO — EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Cia Usina São João, representada por José Claudio Junior, controller

Usina Petribu S/A, representada por Daniela Cavalcanti de Petribu Oriá

MASTERCANA DESEMPENHO — EFICIÊNCIA INDUSTRIAL

MASTERCANA DESEMPENHO — FERMENTAÇÃO

Usina Miriri Alimentos e Bioenergia - PB, representada por Emanuel Pinheiro de Melo

Itapecuru Bioenergia, representada por Odevaldo Martins dos Santos Junior

MASTERCANA DESEMPENHO — MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

MASTERCANA DESEMPENHO — INOVAÇÃO TECNOLÓGICA - ÁREA AGRÍCOLA

Grupo Olho D'Água, representado por Gentil Ferreira de Souza Filho, gerente geral

Usina Trapiche S/A, representada pelo engenheiro José Aluízio de Oliveira Tavares Cordeiro


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PRÊMIO MASTERCANA NORDESTE — HONRA AO MÉRITO IN MEMORIAN Dr. Jaime Lacerda, representado pela esposa Sra. Gilvanize Maria de Luna Lacerda

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USINAS PREMIADAS NO MASTERCANA DESEMPENHO 2015

MASTERCANA DESEMPENHO — BIOENERGIA

PRÊMIO MASTERCANA NORDESTE — HONRA AO MÉRITO

Usina JB, representada por Carlos Alberto Lacerda Beltrão, sócio-diretor

Sr. Ricardo Luiz Pessoa de Queiroz, representado pela filha Patrícia de Queiroz

MASTERCANA DESEMPENHO PRESERVAÇÃO AMBIENTAL Usina Coruripe Açúcar e Álcool, representada por André Muricy, comunicação e cultura organizacional

MASTERCANA DESEMPENHO GESTÃO DE PESSOAS Usina Coruripe Açúcar e Álcool, representada por André Muricy, da área de comunicação e cultura organizacional

PATROCINADORES

TGM Turbinas e Transmissões

APOIO

CPFL Brasil

Engclarian

Pró-Usinas


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FORNECEDORES MAIS INDICADOS FORNECEDOR MAIS INDICADO — COMERCIALIZAÇÃO & FINANÇAS – SERVIÇOS CPFL Brasil, representada por Luis Ricardo Vargas, gestor de comercialização

FORNECEDOR MAIS INDICADO — PRODUTOS E INSUMOS

FORNECEDOR MAIS INDICADO — ÁREA INDUSTRIAL – PRODUTOS E INSUMOS

Engclarian, representada por Silvio Roberto Alves Bezerra, gerente comercial

Prosugar, representada por Roberto Dantas Maia, diretor

FORNECEDOR MAIS INDICADO — ÁREA AGRÍCOLA - PRODUTOS E INSUMOS

FORNECEDOR MAIS INDICADO — ÁREA AGRÍCOLA - PRODUTOS E INSUMOS

Fertine, representada pelo Dr. Edmundo Moura Leite Filho, sócio-diretor

Fertial, representado por Arnold Lima, gerente geral


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FORNECEDOR MAIS INDICADO — ÁREA AGRÍCOLA - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

FORNECEDOR MAIS INDICADO — ÁREA INDUSTRIAL – MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Base Máquinas, representada por Flávio Albuquerque, diretor comercial e Vinícius Leite,

Citrotec, representada por Gilvanize Maria de Luna Lacerda, consultora e Eduardo Corrêa da

diretor administrativo

Silva, consultor comercial

FORNECEDOR MAIS INDICADO — SERVIÇOS PARA A ÁREA ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO

FORNECEDOR MAIS INDICADO — TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - SERVIÇOS

Emprotec, Alice Guimarães Costa, sócia-diretora

Compu-Software, representada por José Antonio de Mello, diretor

FORNECEDOR MAIS INDICADO — DISTRIBUIDORA DO ANO - SERVIÇOS

FORNECEDOR MAIS INDICADO — INVESTIMENTO DO ANO

Grupo Total, representado por Marcos José Bezerra Menezes, diretor comercial

Shineray, representada por Luciano Menezes, diretor de marketing


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PESQUISA & DESENVOLVIMENTO

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Em 10 anos etanol 2G terá custo de produção igual ao do convencional I SAC ALTENHOFEN, DE CAMPINAS, SP

Até por volta de 2025 o custo de produção do etanol de segunda geração será igual ao convencional e em 2030 pode chegar a ter custo aproximadamente 30% menor do que o de primeira geração. A previsão é de George Jackson de Moraes Rocha, pesquisador sênior da divisão de Processamento de Biomassa do CTBE. Eles e outros especialistas do tema se encontraram nos dias 17 e 18 de novembro, em Campinas, SP, no 1º Workshop Sobre o Estado da Arte da Tecnologia de Produção de Etanol: de olho na Segunda Geração. Promovido pelo Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), as apresentações visaram a implementação e o aprimoramento de plantas industriais do etanol de segunda geração, novas ou existentes. Houve debates entre empresas, especialistas do setor e pesquisadores que discutiram os pontos de melhoria da eficiência e redução de custos na produção do etanol 2G. O evento teve como principal objetivo abordar os principais desafios científicos e tecnológicos da produção do biocombustível de primeira e segunda geração. “A partir dos debates resultantes, envolvendo a indústria e a comunidade científica, pode-se traçar novos rumos de pesquisas. Visamos a obtenção de um produto competitivo a médio prazo e uma realidade consolidada e sustentável no longo prazo”, explicou George Jackson. Segundo o pesquisador, o estágio de produção do etanol de segunda geração no Brasil está avançado devido aos projetos fomentados pelo BNDES-Finep que apoia a inovação tecnológica. Os avanços no setor foram principalmente relacionados às áreas de suporte ao processo, como a engenharia para a elaboração de novos equipamentos. Na área biotecnológica, com o constante aprimoramento dos sistemas enzimáticos há maior busca por microrganismos capazes de metabolizar açúcares provenientes da biomassa vegetal com baixa taxa de inibição.

George Jackson: matéria-prima precisa ser variada, barata e disponível em grandes quantidades

Duas empresas no Brasil possuem as principais instalações de etanol 2G: Granbio, com capacidade instalada de 82 milhões de litros/ano, localizada em Alagoas e Raízen, São Paulo, com capacidade de 40 milhões de litros/ano. Existe uma planta em testes no CTC que em breve entrará em operação. No mundo as principais unidades de etanol de segunda geração são as seguintes: Poet-DSM – Emmestsburg, Yowa (EUA) – com 75 milhões de

litros/ano; Dupont Biofuels – Nevada, Yowa (EUA) – com 114 milhões de litros/ano; Abengia – Hugoton, Kansas (EUA) – com 95 milhões de litros/ano; Kior – Columbus, Mississippi (EUA) – com 50 milhões de litros/ano; Beta Renewables – Crescentino, Piemonte (Itália) - com 40 milhões de litros/ano.

De acordo com o pesquisador George Jackson, apesar das iniciativas de políticas públicas para alavancar a produção de etanol 2G no Brasil, há inúmeros desafios a serem superados. A logística, produção de enzimas e operação do processo, são os principais exemplos. “O ideal é que um processo utilize inúmeros tipos de matéria-prima e que esta esteja disponível em grandes quantidades e a baixo custo”.


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PRODUÇÃO

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UM PEQUENO POÇO DE COMBUSTÍVEL NO QUINTAL Pela Lei, produtor pode gerar o próprio combustível em microdestilaria, sem impostos ISAC ALTENHOFEN, DE VALINHOS, SP

Microdestilarias são pequenas na estatura, mas gigantes nas vantagens e benefícios, sobretudo ao pequeno produtor rural: agregam cerca de quinze famílias, cada uma produzindo dois hectares de cana-de-açúcar, a colheita não é feita por meio de queimadas, a mão de obra é familiar e o processo é escalonado. Ademais, os resíduos sólidos são transformados em ração animal, que pode ser usada pelo próprio produtor ou revendida a produtores interessados. Quando sobra, a vinhaça é utilizada para fertirrigação ou administrada diretamente ao gado. De acordo com o professor e engenheiro agrônomo Juarez de Sousa e Silva, uma estrutura de pequena destilaria produz de 300 litros a 5.000 litros de álcool por dia. Ou seja, isto sim é que é verdadeira agricultura familiar. Microdestilarias, afinal, só causam impactos socioambientais positivos. José Luiz Limana, empresário de Jaguari, RS, oferece apoio e suporte às microdestilarias. Ele relata que não é tão complexo instalar uma fabriqueta. “Mais simples ainda é produzir etanol. Com apenas 24 horas de processos destilatórios já é possível obter o combustível no tanque de destilação, sem misturas ou adições químicas. Como diz um cliente nosso: tenho um pequeno poço de petróleo no quintal”, relata. “A diversidade de coprodutos gerados a partir da cana-de-açúcar – bagaço, vinhaça, etc. – tem proporcionado o mantimento do fluxo de trabalho e consequentemente o faturamento. Hoje, podemos dizer que a crise não nos afeta.” salienta. Empresas desse porte não são concorrentes

José Luiz Limana: A crise não nos afeta!

Microdestilaria: possibilidade de redução nos próprios custos de logística

de grandes usinas. Companhias canavieiras produzem grandes volumes, enquanto as microdestilarias produzem menor quantidade. De forma cooperativada ou associada, o etanol geralmente não é comercializado, mas distribuído por cotas entre os participantes dos grupos. A legislação brasileira do setor estabelece isso. Segundo Limana, o produtor tem condições de gerar seu próprio combustível, sem necessidade de tributação, reduzindo seus próprios custos de logística. Existem dois processos na produção de etanol das pequenas destilarias. O primeiro é o contínuo. Funciona basicamente com uma redução da capacidade de produção baseada nas grandes usinas brasileiras. O processo de funcionamento é o mesmo, porém é redimensionado para produzir 20, 50, 100 ou 200 litros por hora apenas, enquadrando-se para pequenos produtores, cooperativas ou associações. O segundo método é o sistema por batelada. É um tipo de alambique, porém com uma coluna dimensionada para proporcionar a graduação alcoólica do etanol. Limana afirma que esse segundo método pode ser acoplado nos alambiques já existentes, que apenas produzem cachaça, com custo baixo e fácil operação. “Este é o modelo mais comercializado, pois é apropriado para pequenos produtores que querem produzir seu próprio combustível por um baixo custo”, conclui Limana.

Governo deve aprovar projeto de lei que favorece microdestilarias O Proálcool trouxe um positivo conceito de microdestilarias que visava auxiliar as diversas formas de obtenção de renda do pequeno produtor rural. Mas infelizmente, com o andamento do programa, chegou-se à errônea conclusão de que não era viável para a economia brasileira produzir etanol em pequena escala. Por esse motivo o incentivo do Governo Federal foi redirecionado às usinas médias e grandes. Por outro lado, o preço do petróleo tem aumentado ano a ano; o que faz crescer a competitividade do etanol, tornando-o cada vez mais competitivo e não apenas um combustível alternativo. A microdestilaria hoje pode ser uma alternativa comercial importante e uma solução para muitas famílias de canavicultores. Esta é a opinião de José Luiz Limana, diretor de uma empresa que oferece suporte e apoio à microdestilarias e apoiada pelo senador Acir Gurgacz. “O maior e único desafio é a necessidade urgente de mudança da legislação brasileira para o setor, um sonho

que buscamos há anos”, informa Limana. Ele ainda revela que é difícil manifestar quaisquer ideias de políticas públicas sobre esse tema. No sistema privado já foram realizadas várias reuniões e pedidos para políticos e autoridades, inclusive com reuniões na ANP – Agência Nacional do Petróleo, mas os resultados são incipientes. “Há projetos tramitando na Câmara dos Deputados, desde 2005, a fim de autorizar a comercialização do etanol diretamente aos postos de combustíveis ou mesmo ao consumidor em favor de microdestilarias que produzissem até 5.000 l/d. Mas os interesses de grandes empresários do etanol barram essa possibilidade. Se pulverizássemos o Brasil com pequenas usinas, poderia afetar o mercado, mas estamos falando de algumas poucas microdestilarias, que não afetariam em nada o setor”, observa Limana e lamenta: “Infelizmente, o assunto não prosperou”. Em 2013 a Comissão de Serviços e Infraestrutura (CI) deu parecer favorável ao PLS 252/2011. Aprovou o Programa de

Microdestilarias de Álcool e Biocombustíveis, o Promicro. Proposto pelo senador Acir Gurgacz (PDT-RO), a emenda visa promover a permanência no campo dos micro e pequenos produtores de cana, que hoje estão sendo obrigados a vender suas terras. Com isto eles teriam acesso a linhas de créditos, juros favoráveis e prazos mais longos para pagamento; além da isenção de alguns tributos. O PLS 252/2011 estabelece que o Promicro deve atender prioritariamente os agricultores familiares; define microdestilaria como a unidade com capacidade de produção de até cinco mil litros de álcool ou biocombustíveis por dia; dispõe que o Promicro incluirá o aproveitamento agrícola e industrial de outros produtos derivados, além do aproveitamento da palha e do bagaço para projetos de autoprodução e cogeração de energia elétrica; estabelece que os contratos de financiamento de microdestilarias de álcool e biocombustíveis serão realizados

com prazo de oito anos e dois anos de carência; dispõe que as microdestilarias poderão comercializar seus produtos diretamente com cooperativas ou associações de produtores rurais; estabelece que os recursos para o Promicro terão como fonte as dotações do orçamento da União, explica o Senador Acir Gurgacz, autor da emenda. Desde o último 28 de agosto a emenda está pronta para a pauta na CRA – Comissão de Agricultura e Reforma Agrária. “O impacto desses instrumentos sobre as contas públicas poderá ser ajustado às leis orçamentárias, pois o PLS não determina que eles sejam utilizados de imediato, mas cria o arcabouço legal para que, na medida das possibilidades fiscais, eles sejam implantados. De qualquer forma, não temos dúvida de que os benefícios do Promicro mais que compensarão seus custos”, observa a senadora Ana Amélia em nome da CRA em decisão terminativa, sobre o Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 252, de 2011, do Senador Acir Gurgacz. (IA)


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PRODUÇÃO

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ENTREVISTA - Juarez de Sousa e Silva, agrônomo e professor da Universidade Federal de Viçosa, MG

“Brasil precisa legalizar venda do etanol produzido nas microdestilarias” Juarez de Sousa e Silva, professor da Universidade Federal de Viçosa (MG) e engenheiro agrônomo, relata que tem lutado em favor de uma legislação saudável para microdestilarias desde 1983. Em nome dos pequenos produtores de etanol, acredita que o que Brasil precisa de leis que favoreçam a venda legal do biocombustível produzido por meio de microdestilarias. JornalCana: Como está a situação dos pequenos produtores e suas microdestilarias na sua região e no Brasil? Juarez de Sousa e Silva: Temos, em Minas Gerais, pequenas destilarias mais ligadas à indústria da cachaça. Quando é produzida a aguardente, há um resíduo que não é próprio para o consumo humano que representa 20% de material perdido. O produtor de cachaça geralmente não tem interesse de investir muito apenas na coluna de destilação. O que temos feito? Primeiramente trabalhamos com o produtor de aguardente para que ele possa utilizar desses resíduos e nas horas de folga produzir mais álcool combustível. O senhor acredita que a proposta do Senador Acir Gurgacz, o Promicro, tem chance de ser encampado (veja sobre o projeto na página ao lado). Penso que o que deveria existir é um programa mais simples, menos burocrático

Senador Acir Gurgacz

e sobretudo mais eficiente. Mas temos esperança. O que deve acontecer é a formação de cooperativas que distribuirão corretamente o etanol das microdestilarias. Se continuar a Petrobras e a ANP no meio dessa situação, vai ficar complicado. Eles não entendem o que é uma microdestilaria. Nos vales mais pobres do Brasil, do Mucuri e do Jequitinhonha, região Norte de Minas Gerais, se produz as melhores cachaças. Ali eles já sabem produzir etanol, mas não têm nenhum incentivo para

fazer isso. Quando se entra nos postos de gasolina desses locais, não se encontra etanol, pois a distância é muito grande; ninguém quer levar o biocombustível para lá porque o custo do frete o tornaria inviável quando comparado à gasolina. Microdestilarias poderiam produzir e enviar legalmente o etanol para essas regiões. Ninguém precisaria ficar receoso em viajar para lá ou qualquer lugar isolado do Brasil; pois onde se pode plantar cana é lógico que se pode produzir etanol.

Quanto custa em média instalar uma microdestilaria? Uma grande usina custa milhões de dólares. Uma microdestilaria para quem está iniciando, se ele tiver que financiar tudo, custará em média R$ 200 mil. São as usinas que impedem a chegada das microdestilarias ou o governo? É o governo! Na época em que o Lula era Presidente eu lhe dei um recado em forma de vídeo. Disse que se ele quisesse apoiar o desenvolvimento de microdestilarias, criaria um eficaz programa de produção de biocombustível para os pequenos produtores. Para que eu e muitos amigos desse nicho não precisássemos vender o biocombustível clandestinamente. Nada aconteceu. Como seria essa regulamentação? Nós queremos que seja semelhante à da produção de leite: o pequeno agricultor produz o leite e entrega-o para o laticínio e a responsabilidade do produtor ficaria por conta do laticínio. No caso do etanol, queremos que a cooperativa o receba, faça as análises técnicas já especificadas, homogenize-o e faça a distribuição para os postos de combustíveis. O pequeno produtor já sabe que é possível produzir leite e etanol paralelamente e ele sabe fazer isso. Os proprietários de microdestilarias também usam o biocombustível para consumo próprio, isso a lei permite. Mas, infelizmente continuam vendendo clandestinamente. (IA)


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NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

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General Chains investe em fabricação de equipamentos

Oximag escala time profissional no segmento magnético

A General Chains do Brasil, uma das maiores referência na fabricação de correntes industriais do país, com expressivas atuações no setor sucroenergético, intensificou a atuação no ramo de equipamentos industriais, expandindo suas atividades na fabricação de hilo mecânico, mesa alimentadora, esteira metálica tipo cush-cush, esteira metálica transportadora de cana, esteira metálica entre moendas, esteira metálica para distribuição de bagaço e esteira metálica tipo redler. Desta forma, pode oferecer desde layout da usina até seus equipamentos, correntes e parte mecânica movida. Para melhor atender aos clientes, a General Chains do Brasil posicionou-se estrategicamente com foco na fabricação de correntes industriais, oferecendo produtos com qualidade, o que pode ser comprovado pela vasta lista de certificados/títulos de qualidade adquiridos ao longo do tempo. Como seguiu atuando no segmento de projetos e desenvolvimento durante anos, acumulou um vasto conhecimento e

Fundada em 2003, a Oximag Indústria e Comércio de Produtos Magnéticos, reuniu profissionais experientes no segmento magnético, com o objetivo de criar uma empresa ágil, ética, voltada para um atendimento com excelência e produtos de qualidade. Conta com uma equipe de alto nível, pronta para dar suporte aos nossos clientes, de forma a atingir esses objetivos. Nestes 12 anos, desenvolveu soluções magnéticas para vários segmentos da indústria, com destaque para o setor de usinas. Com um portfólio de produtos de alta qualidade e eficiência, a empresa destaca a linha de grades magnéticas, manuais, semiautomáticas e automáticas excelentes na separação de material ferroso do produto final, destinado para o açúcar refinado e cristal. Também oferece filtros magnéticos onde a sua principal utilidade é na filtragem do xarope da cana garantido assim uma melhor fluidez do material e a linha de separadores eletromagnéticos, ideais para a separação da

experiência na área de equipamentos industriais. A General Chains empenha-se o máximo e com dedicação para oferecer a seus clientes equipamentos diferenciados, estabelecendo ainda mais o vínculo de confiança já existente com o mercado sucroalcooleiro interno e externo. General Chains 19 34172800 www.generalchains.com.br

moenda durante o processo de produção. Confira a linha completa de equipamentos magnéticos e ferramentas da Oximag no contato abaixo. Oximag www.oximag.com 011 4231-3778


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