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Ribeirão Preto/SP
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Série 2
Nº 265
R$ 20,00
OS DEZ MANDAMENTOS DO SETOR I
Não subsidiar cana nem dos sócios nem dos fornecedores Conheça os outros 9 nas páginas 14 a 18
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ÍNDICE DE ANUNCIANTES
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Í N D I C E ÁREAS DE VIVÊNCIA ALFA TEK
CORRENTES INDUSTRIAIS
17 35311075
3
11 26826633
11
OXIMAG
19 34234000
ENGEVAP
11 42313778
16 35138800
16 35134000
8
METROVAL
19 21279400
16
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
ZANARDO
18 31171195
18
ELÉTRICOS
CALDEIRAS 16 35138800
40
17 35311075
3
4
14
REFRATÁRIOS RP
16 36265540
MANCAIS E CASQUEIROS 40
DURAFACE
19 35080300
16 35132600
DMB
32
16 39461800
15
SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS 32
SÃO FRANCISCO SAÚDE 08007779070
SOTEICA 11 56450800
34
AUTHOMATHIKA
16 35134000
8
19 34753055
19 35080300
51
SOFTWARES
APS COMPONENTES
SOLENIS
DURAFACE
PLANTADORAS DE CANA 49
16 35124310
27
SOLDAS INDUSTRIAIS AGAPITO
16 39462130
50
MAGÍSTER
16 35137200
7
28
SUPRIMENTOS DE SOLDA FEIRAS E EVENTOS
CARROCERIAS E REBOQUES SERGOMEL
62 30883881
ESPECIALIDADES QUÍMICAS
CARRETAS ALFA TEK
IRRIGA ENGENHARIA
PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS
ISOLAMENTOS TÉRMICOS
AUTHOMATHIKA
ENGEVAP
19
ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
A N U N C I A N T E S
IRRIGAÇÃO
ELETROCALHAS
AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER
PROLINK
D E
VOESTALPINE BOHLER 11 56948377
AGRISHOW
11 35987800
17, 25
REED ALCANTARA
11 30605000
39
9
6
TRANSBORDOS
COLETORES DE DADOS
DMB
16 39461800
15
TESTON
44 33513500
2
19 33188330
13
FERRAMENTAS MARKANTI
16 39413367
4, 52 DURAFACE
COLHEDORAS DE CANA JOHN DEERE
13
11 26316861
40
CONSULTORIA CONTÁBIL E
29
43
BINOVA
16 36158011
30
SÃO FRANCISCO
DMB 16 32369200
34
CONTROLE DE FLUIDOS 19 21279400
TUBULAÇÕES PARA VINHAÇA STRINGAL
11 26316861
21
16 39461800
ENGEVAP
16 35138800
40
LEVEDURAS 15
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E
METROVAL
AGAPITO
MONTAGENS INDUSTRIAIS 16 21014151
16
36
16 39462130
50
VÁLVULAS INDUSTRIAIS FOXWALL
11 46128202
12
MSBIO
16 35124310
33
TECNOVAL
16 39449900
37
FAR
16 35124300
37
ZANARDO
18 31171195
18
VARIEDADES DE CANA
NUTRIENTES AGRÍCOLAS 19 21279400
11 43479088
TROCADORES DE CALOR
40
CONTROLE 16
JOHN DEERE
FLANGES
IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS
INDUSTRIAL
METROVAL
41 30719100
GRÁFICA 16 35124310
CONSULTORIA/ENGENHARIA
EVOLUTION
TRATORES
ALTA
CONEFLANGES
TRIBUTÁRIA DIRETRIZ
32
FERTILIZANTES
19 33188330
CONEXÕES CONEFLANGES
19 35080300
UBYFOL
34 33199500
5
CTC
19 34298199
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CARTA AO LEITOR
Fevereiro 2016
carta ao leitor
índice
Josias Messias
Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 Giro do Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 e 10
josiasmessias@procana.com
É tempo de vencer paradoxos
Agricultura foi o único setor da economia que abriu vagas em 2015
Cana Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .12 a 20
“Os Dez Mandamentos” também faz sucesso no setor
Grupo quer saber quem faz a diferença em suas unidades
LONGE DO CALOTE!
Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . .22 a 26
Raízen forma futuros líderes em suas unidades
São Martinho expande mercado de trabalho para deficientes
RECUPERAÇÃO A GALOPE!
AMIGAS DA CEGONHA!
CerradinhoBio é a primeira empresa de Goiás a separar adequadamente o
lixo
Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 a 32
Doutores da Cana!
Planejamento da produção agrícola é tarefa bastante complexa
Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 a 44
Modernização de plantas volta a fazer parte do radar de usinas
Equipamentos e sistemas transformam usinas em plantas ambientais
CTBE diminui custo de coquetel enzimático para etanol 2G
Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45 a 47
5
Falta de cana faz Cruangi parar de moer antes do tempo
Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .48 a 50
ÁGUA VIVA “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (Jesus, no livro de João, capítulo 7:38)
A agricultura foi o único setor da economia brasileira que abriu vagas em 2015. Paradoxalmente, alguns setores da agricultura foram os que mais sofreram. O sucroenergético, por exemplo, que desde 2008 enfrenta dificuldades financeiras, teve em 2015 o maior número de usinas entrando em recuperação judicial em um único ano. Foram ao todo 13, ante uma média anual de 11 nos últimos seis anos, a maioria de médio e grande portes e duas multinacionais, o Grupo Renuka e a Abengoa Bioenergia. O passivo destas unidades também é significativo. Juntas, as 13 que pediram recuperação têm dívidas bancárias perto de R$ 8 bilhões. No total chegou a 79 o número de unidades que entraram em recuperação judicial no país desde 2008. Isto representa perto de 23% do total das 350 unidades existentes no Brasil. O paradoxo continua quando se verifica que na lista das 50 cidades que mais sofreram com demissões, ou mais se alegraram com admissões, aparecem municípios que abrigam usinas sucroenergéticas. Nas que mais fecharam postos aparece Ipojuca, PE, com 17.618 postos fechados, de acordo com o Ministério do Trabalho. Aqui, leva-se em conta, é claro, que o município pernambucano abriga não apenas usinas, como a desativada Salgado e a ativa Ipojuca, mas também o Complexo Industrial Portuário de Suape e a Refinaria Abreu e Lima. Pelo menos 5 das 50 cidades que mais abriram postos de trabalho possuem usinas: Matão, Morro Agudo, Luís Antonio, Flórida Paulista, estas 4 de São Paulo e Araporã, de Minas Gerais. Exemplos da grande capacidade de geração de empregos das usinas, mesmo em meio à crise! Os dados e informações acima descritos revelam o momento ao mesmo tempo tenso e interessante pelo qual o setor atravessa. Abertura de vagas acontecem ao mesmo tempo em que unidades, ontem sadias financeiramente, entram em recuperação judicial. A usina Cruangi, de Pernambuco, por exemplo, retoma as atividades, levantada por fornecedores de cana, após ficar parada por 3 anos consecutivos e precisa terminar a safra antes do tempo, por falta de cana. Continua na ativa, mas sente o drama de esmagar apenas metade de sua capacidade, porque o clima não ajudou e a entrega de cana não aconteceu como esperavam. Ainda assim, mantém a boa expectativa. (veja matéria nas páginas 45 a 47) Há quem prenuncie luz no fim do túnel para o setor com a melhora dos preços do etanol e do açúcar, mas até esta perspectiva representa um paradoxo, já que há argumentos favoráveis e desfavoráveis, como eventuais impactos no setor pela queda contundente dos preços do petróleo. Para qualquer cenário, contudo, o momento requer decisões importantes. E nossa sugestão é enfrentar estes paradoxos simplesmente fazendo o que tem de ser feito! Manter o foco nas atividades realmente suscetíveis ao nosso controle, como eficiência operacional e redução de custos, é a melhor forma de vencer qualquer paradoxo!
NOSSOS PRODUTOS DIRETORIA
O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 — Ribeirão Preto — SP procana@procana.com.br
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intercâmbio e a união entre os integrantes; Manter uma relação custo/benefício que propicie
parcerias rentáveis aos clientes e demais envolvidos.
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AGENDA
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A C O N T E C E PRÊMIOS MASTERCANA 2016
AGRISHOW
Neste 2016 acontecem as três edições do Prêmio MasterCana: O MasterCana Centro/Sul será realizado em 22 de agosto, em Sertãozinho, SP, no dia anterior ao da abertura da Fenasucro & Agrocana; O MasterCana Brasil acontece em 25 de outubro, em São Paulo, SP e os troféus do MasterCana Norte/Nordeste serão entregues em 24 de novembro, no Recife, PE. Agende-se.
A 23ª edição da Agrishow — Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação será realizada entre os dias 25 a 29 de abril de 2016, no Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do CentroLeste, em Ribeirão Preto, SP. Para obter mais informações sobre a Agrishow 2016, entrar em contato com a organização do evento através do e-mail: visitante.agrishow@informa.com.
FENASUCRO & AGROCANA A próxima Fenasucro & Agrocana acontecerá nos dias 23 a 26 de agosto de 2016, em Sertãozinho, SP, no Centro de Eventos Zanini. A feira é o maior evento mundial em tecnologia e intercâmbio comercial para usinas e profissionais do setor sucroenergético. É o principal encontro entre produtores, profissionais e os principais fabricantes de equipamentos, produtos e serviços para a agroindústria da cana-de-açúcar, um evento completo que oferece aos visitantes a oportunidade de explorar toda a cadeia de produção: preparo do solo, plantio, tratos culturais, colheita, industrialização, mecanização, aproveitamento dos derivados transporte e logística do produto e subprodutos da cana-de-açúcar.
ALTA PERFORMANCE AGRÍCOLA O Fórum Usinas de Alta Performance Agrícola acontecerá no dia 28 de abril, em Ribeirão Preto, durante e dentro da programação da Agrishow 2016. Reunirá os maiores especialistas do país no tema. Maiores informações com Rose pelo email: rose@procana.com.br
Debate no último fórum
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GIRO DO SETOR
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7
Argélia investirá no Mato Grosso O estado do Mato Grosso amplia sua potência como polo produtor de etanol de milho do País. O estado, que já possui três unidades produtoras do biocombustível a partir do cereal, prepara-se para ganhar mais uma unidade. A quarta fábrica de etanol processado a partir do milho deverá ser implantada no Mato Grosso pelo grupo Cevital, que possui sede na Argélia. O governo do estado ofereceu todo apoio necessário ao grupo,
Taquara irá exportar açúcar para os EUA A usina de cana-de-açúcar Taquara S/A, localizada no município de Colônia Leopoldina, AL, foi autorizada pelo governo federal a exportar para os Estados Unidos. Por meio da Instrução Normativa número 4 e com base no volume da cota tarifária de importação de açúcar atribuída pelo Governo dos Estados Unidos, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), André Nassar, baixou portaria que autoriza embarques pela unidade até o final deste 2016, com possibilidade de renovação.
destacando que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico estará em contato direto com os empreendedores buscando agilidade e viabilidade nos processos de licenciamento, energia, incentivos fiscais e financiamento de forma a trazer este investimento para o estado o mais rápido possível. A Cevital é uma empresa familiar privada, criada em 1971 na Argélia e dirigida pelo pai e cinco filhos. Até 1998, a empresa tinha
como ponto central os setores siderúrgicos e metalúrgicos. Há 16 anos, se tornou uma das principais empresas do ramo agropecuário do mundo, sendo que hoje 60% do faturamento do grupo, em um total de US$ 5 bilhões de dólares por ano, vem da agroindústria. Além da refinaria de açúcar na Argélia, com estrutura de um porto próprio e a produção de 2,7 milhões de toneladas por ano, a empresa atua em outros setores como óleo refinado e margarina.
Seca afeta a produção de cana em Honduras A safra de cana no sul de Honduras começou com o anúncio de que haverá uma queda na produção. O mesmo se dará por conta dos efeitos das alterações climáticas, devido à presença do fenômeno do “El Niño”, que reduziu as chuvas em 60%¨. A estimativa é que a produção de cana na região sul atinja 2,2 milhões de quintais, uma queda de 0,3 milhões de quintais em relação ao ano passado. De acordo com a Associação dos Produtores de Açúcar de Honduras (HAPA), a estimativa inicial para 2015-2016 no país era produzir 12 milhões de quintais (um quintal equivale a cerca de 58,3kg), mas a cifra deverá ser de apenas 10,9 milhões de quintais. A safra em Honduras começou em novembro e deve terminar em abril deste 2016.
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POLÍTICA SETORIAL
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Agricultura foi o único setor da economia que abriu vagas em 2015 Setor se mantém forte, apesar dos revezes causados pela precária infraestrutura e pela desastrosa mão do governo DA R EDAÇÃO
A agricultura foi o único setor da economia brasileira que abriu vagas em 2015. Enquanto todos os outros demitiram sem recontratar, a agricultura abriu quase 10 mil postos. Um desempenho similar é esperado para este 2016. Ainda em crescimento, o setor é responsável por grande parte do PIB nacional e continua a mostrar força muito maior do que a indústria e do setor de serviços, já paralisados ou recessivos. Embora um paradoxo, o setor se mantém forte, apesar dos revezes causados pela precária infraestrutura brasileira e pela desastrosa mão do atual governo federal. Nenhum outro segmento da economia consegue prosperar diante de tão alta carga tributária, de insumos, combustíveis e energia elétrica, apenas para citar poucos exemplos. A desvalorização do real frente ao dólar deu mais competitividade aos produtos brasileiros no mercado externo. Com isso, as exportações do agronegócio tiveram aumento de até 17%, com destaque para o açúcar e cadeias envolvendo produtos florestais, soja e milho. Em consequência, a participação do agronegócio nas exportações passou de 43% para 48%. Segundo a CNA, em 2016, o Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária deverá ser de R$ 529,9 bilhões, resultado que equivalerá a um aumento de 2,7% em comparação com as estimativas para 2015. Outro ponto destacado pela CNA é que, enquanto os outros setores da economia fecharam 900 mil vagas de emprego, a
Kátia Abreu diz que para uns viverem outros têm que morrer
agropecuária assegurou um saldo positivo de 75 mil vagas de janeiro a outubro. “Isso mostra a importância do setor tanto no aspecto econômico como social do País”, disse o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi. O governo tenta recuperar a credibilidade perdida com os produtores,
utilizando-se da imagem da Ministra da Agricultura Kátia Abreu. Ela defende que as exportações sejam a saída para a crise econômica brasileira e diz que, para isso, o país precisa ser mais "ambicioso e agressivo" e acabar com a proteção contra concorrência externa para alguns setores. — Dizem que para uns viverem outros
têm que morrer. Quando você abre um mercado, é claro que uns adoecem e outros falecem, mas é o jogo — , disse, sem rodeios, a ministra. Ela anuncia que o governo tem como meta elevar a participação do agronegócio brasileiro no comércio mundial de 7% para 10% até 2018.
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POLÍTICA SETORIAL
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Bancos privados estão oferecendo dinheiro às empresas do agronegócio
Roberto Simões, da FAEMG
“Se o governo investir no agronegócio não precisará aumentar impostos” O presidente da FAEMG - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, Roberto Simões, está otimista. “Se o governo investir no agronegócio terá resposta mais rápida e não precisará aumentar impostos”. Simões ressalta, porém, que ainda há dificuldades no setor para se conseguir financiamentos,
embora os bancos estejam anunciando que irão investir nas empresas de agronegócio (veja matéria nesta página). O agronegócio é um dos poucos setores a manter o ritmo de crescimento, mesmo com o agravamento da crise política e econômica brasileira e com os problemas ocasionados pelo longo período de seca.
Mas as dificuldades enfrentadas pelos produtores para conseguir financiamentos para a próxima safra e os custos dos insumos, devido à alta do dólar, podem inviabilizar o setor. O governo diz que tem dinheiro, só que os bancos oficiais aumentaram as exigências para liberá-los, reclama Simões.
De acordo com os números do governo federal, quase todos os setores da economia demitiram no ano passado, com exceção da agricultura, que contratou 9,8 mil pessoas. Um dos poucos setores em crescimento, o agronegócio tem despertado o interesse de bancos privados, advogados, securitizadoras (empresas que emitem títulos) e de investidores do mercado de capitais. Assim, a agropecuária, que já teve fama de caloteira, hoje tem um índice de inadimplência menor do que a média. — Os bancos têm a oportunidade de competir com as tradings por um espaço maior no financiamento do setor —, disse Frederico Azevedo, gerente da Aprosoja-MT (que reúne produtores do estado). Segundo Azevedo, Bradesco, Itaú e Santander têm procurado estreitar o relacionamento com os produtores. O Santander elegeu o campo como uma das prioridades no crédito. O banco está contratando agrônomos para ir até a fazenda entender as necessidades do produtor. Eles querem bancar o capital de giro, cuidar da folha de pagamento, emitir cartões para os trabalhadores rurais e financiar a exportação. As instituições visam também outros elos da cadeia do agronegócio, como: indústria, comércio, transporte e distribuição.
ARTIGO ALESSANDRO R EIS*
quarta revolução industrial foi anunciada e com ela até 2020, 35% das habilidades mais demandadas para a maioria das profissões deverão mudar, isto de acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial publicado no dia 18 de janeiro. Os setores de mídia e entretenimento, consumo, saúde e energia, já são notoriamente afetados pelas novas exigências de suas atividades. Já as áreas de finanças, infraestrutura e mobilidade deverão ter transformações mais profundas. Na era da robótica avançada, automação no transporte, inteligência artificial e aprendizagem automática, algumas profissões poderão até mesmo desaparecer. Sobreviveram as ações ainda impossíveis de serem tomadas por máquinas. As inovações já chegaram ao setor. Há alguns anos os trabalhadores do corte da cana que não tiveram resiliência para transporem suas habilidades às operações de maquinários avançados, foram suplantados de forma cruel e inexorável pela tecnologia. Mas a preocupação que sobrevoava somente a classe operária pode agora alcançar a estratosfera dos executivos. Ouso afirmar isto porque, com tecnologia avançada, mais do que expertise na gestão financeira, pessoal e processual, um mínimo
A
EU, ROBÔ
conhecimento sobre análise de sistemas e até mesmo linguagem de programação deve se tornar pré-requisito básico para qualquer sucesso operacional. O mercado muito em breve não terá lugar para analfabetos digitais. Basta observar que as grandes mentes do mundo corporativo reveladas nas últimas décadas brotaram do Vale do Silício, na Califórnia
(EUA) e estabeleceram este novo padrão. Em um dos momentos em que percebi a chegada desta realidade no setor foi no final de 2015 enquanto conversava com o CEO de uma empresa fornecedora de equipamentos para área agrícola, durante o Prêmio MasterCana Brasil em São Paulo, capital. Ele me contou com entusiasmo como a 'internet das coisas' (que o JornalCana vai
abordar em suas próximas edições, mostrando sua aplicação no setor, voltada como acaba de me informar o editor da publicação impressa) está integrando os processos de colheita mecanizada da cana-de-açúcar através de seus equipamentos em testes em algumas unidades produtoras. Isso me fez compreender que executivos de usinas do futuro precisam mais do que ter ao seu lado os mais gabaritados em conhecimento tecnológico avançado, e, sim, dotarem-se integralmente deste conhecimento. O profissional Eu, Robô, deverá ser capaz de analisar sistemas e ser criativo para simplificá-los e integrá-los às suas unidades, mesmo não sendo um expert em tecnologia. Esse foi o trunfo do humanoide coadjuvante do filme referido no título deste artigo, que embora sendo robótico não estava conectado ao servidor que comandava as máquinas. Isto fazia dele o robô mais especial criado, pois conhecia tanto o processo tecnológico, quanto o humano — podendo assim auxiliar o detetive Del Spooner, personagem interpretado por Will Smith, a derrotar a rebelião imposta contra a humanidade. O alerta pode parecer um tanto apocalíptico, mas na velocidade em que a tecnologia avança e é agregada ao mercado, posso assegurar que o futuro é logo ali. *Alessandro Reis é editor de jornalismo digital do portal JornalCana (www.jornalcana.com.br)
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CANA LIVRE
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JornalCana continua líder absoluto no setor O JornalCana continua a ser visto e apontado por 89% dos diretores e gerentes de usinas e destilarias como a publicação especializada mais lido do setor sucroenergético. Hoje alcança mais de 180 mil leitores nas versões impressa e internet. Um dos milhares de assíduos leitores do JornalCana é o doutor Francisco de Assis Gonçalves, há muitos anos executivo no grupo alagoano Carlos Lyra. Como acontece com o doutor Assis, este hábito de leitura envolve empresários, executivos e profissionais das usinas, desde o nível técnico até a presidência, além de autoridades, lideranças, pesquisadores e empresas fornecedoras do setor. Hoje com 27 anos, o JornalCana é a maior e mais influente mídia do setor e a única que cobre as áreas agrícola, industrial, administrativa, logística e de mercado em todas as edições. Caso você seja um leitor assíduo do JornalCana como o Doutor Assis, fazemos-lhe
Francisco de Assis Gonçalves, do Grupo Carlos Lyra
o convite para que peça a alguém na usina ou empresa do setor para que o fotografe com uma edição do jornal em mãos e em seguida que envie a foto em alta resolução para o email editor@procana.com.br , para que a publiquemos em uma de nossas edições.
Tempo de permanência no portal JornalCana supera os 5 minutos O Portal JornalCana, de acordo com pesquisa recente e mapas de visitas e permanência gerados pelo provedor de acesso, oferece o melhor conteúdo sobre o setor sucroenergético, uma vez que o tempo de permanência no portal supera os 5 minutos. Os produtores de conteúdo tem acesso aos principais executivos e agentes do
mercado canavieiro, além de dados de produção e capacidade instaladas das usinas apresentados no Anuário Online e relatórios de mercado compilados por seu departamento de inteligência de mercado e do ProCana Estatísticas, que em breve terá um broadcasting online. O endereço do portal é www.jornalcana.com.br
Morre Miguel Nasser Faleceu na cidade de São Paulo em 29 de novembro de 2015 aos 52 anos o Sr. Miguel Nasser. Exdiretor fundador da Citrotec Indústria e Comércio, sediada em Araraquara, teve papel relevante no desenvolvimento da empresa. Ele era paulista de Araraquara, formado pela Universidade de São Carlos em Engenharia de Materiais. Trabalhou na Gumaco por 15 anos e em 2000 fundou em sociedade a Citrotec. Era casado e deixou dois filhos para a posteridade.
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ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO
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Cresce visão de que colaboradores são também donos da usina DA R EDAÇÃO
Os tempos mudaram. Chegou, e parece que em definitivo, nas empresas, a visão de que é preciso construir uma ponte sobre o rio que separava os donos ou acionistas da empresa dos seus funcionários. Estes já nem são chamados como funcionários e algumas já passaram da fase de referir-se a eles como colaboradores, mas os tratam como integrantes da unidade. Em empresas conhecidas, como as que fazem parte do Grupo Odebrecht Agroindustrial, por exemplo, cada líder é um gestor, e trabalha como dono do negócio, explica Pedro Augusto Costa, gerente de pessoas e administração da Unidade Eldorado, de Rio Brilhante, MS. “Entre nós, esta cultura de valorizar o integrante é maior do que a da busca do lucro, embora este também seja importante”, diz ele. “Nosso negócio é investir em pessoas e nisto as pessoas acabam convencidas de que é também bom negócio investir na empresa. Com isto, automaticamente o resultado será maior lucro para ambos”. — Nosso dever é tomar todos os cuidados para garantir o sucesso de todas as áreas, afinal, a empresa também é nossa, somos também donos do negócio, confirma Dorivan Rios Figueiredo, supervisor de desenvolvimento agronômico na unidade. Outras empresas do setor sucroenergético também fazem acreditar que os colaboradores são donos da companhia e com isso obtêm melhores resultados. O Grupo paulista Clealco, por exemplo, criou um programa que muda os conceitos comuns de gestão e diretoria. A companhia, que possui atualmente mais de 3,5 mil colaboradores diretos, enxergou uma
Integrantes do Grupo Clealco estão motivados a ter atitudes de dono
oportunidade de despertar em cada contratado um novo sentimento com relação ao trabalho. Um senso de pertencimento e de propriedade, para que a cada tarefa, o trabalhador se veja como parte integrante do grupo, mudando sua postura, e trabalhando como se fosse o dono do negócio. O objetivo é levar as unidades da empresa a moer 10,5 milhões de toneladas. Os valores da campanha “Atitude de Dono” — vencedor do MasterCana Social
2015 na categoria Comunidade e Relacionamento — foram inspirados na metodologia de administração conhecida como PDCA (em inglês Plan-Do-CheckAdjust, um método iterativo de gestão de quatro passos, utilizado para o controle e melhoria contínua de processos e produtos. Foi contextualizado pela unidade nas expressões Pense, Faça, Cuide e Desenvolva, abaixo melhor explicados: q Pense: em suas ações antes de fazer; nas pessoas e em como seus colegas se sentem; no negócio como se fosse seu; pense positivo e contagie as pessoas ao seu redor. q Faça: os desafios serem superados; comemoração das conquistas; dar certo aquilo que parece impossível; um futuro diferente a cada dia, com paixão e ética. q Cuide: de cada detalhe; com amor e
determinação; do seu tempo; do seu ambiente, das pessoas, e de si mesmo. q Desenvolva: fazendo de cada erro uma nova oportunidade; ensinando através do exemplo, as pessoas; compartilhando seu conhecimento, ideias e projetos inovadores. No início da safra 2015/16, a Clealco mobilizou todos os seus colaboradores apresentando treinamentos e integração com os valores da campanha. Foi realizada uma convenção, com a participação de 350 lideranças do grupo, com o objetivo de apresentar os conceitos. Após isso, cada setor da companhia participou de atividades de conscientização e engajamento, estabelecendo seus compromissos com a realização das metas propostas em manuais setoriais, distribuídos individualmente para cada colaborador.
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“Os Dez Mandamentos” também faz sucesso no setor Decálogo com preceitos e regras para administrar unidades produtoras de açúcar e etanol é adotado pela Usina Diana R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP
“Os Dez Mandamentos” começou a fazer sucesso no setor sucroenergético já há algum tempo. Um episódio ocorrido seis anos atrás revela, por exemplo, algumas pistas da trajetória do decálogo no segmento de açúcar, etanol e bioeletricidade. Naquela época, o diretor da Usina Diana, de Avanhandava, SP, o empresário Ricardo Junqueira, recebeu esse conjunto de preceitos e orientações das mãos de um renomado consultor. E logo o material se espalhou. A “popularidade” dos “Dez Mandamentos”, no setor, ainda está bem distante de alcançar a projeção obtida com o índice de audiência e público da novela e filme homônimos, ambos produzidos pela Record. Mas, tem cumprido o seu papel para aprimorar a gestão de atividades sucroenergéticas, pelo menos na Diana. Os preceitos já são seguidos inclusive
Ricardo Junqueira, da Usina Diana, é um dos adeptos dos dez mandamentos do setor
por gestores e diretores da usina. E isto se deve ao próprio Ricardo Junqueira. “Eu mando imprimir e plastificar ‘Os Dez Mandamentos’ para que seja entregue para cada gestor contratado. Acabei adotando isto como procedimento”, afirma. Cem por cento das recomendações que fazem parte dos “Dez Mandamentos de como administrar uma usina de açúcar e etanol” são utilizadas por essa unidade de Avanhandava – informa. O decálogo tem ajudado a empresa a atravessar as turbulências que afetam as atividades sucroenergéticas. “Tudo que está ali é verdade. Mas, não é fácil colocar todos os
itens em prática”, reconhece. Ricardo Junqueira chegou inclusive a divulgar esse material para outras unidades. Teve até quem confessou que não teria condição de renunciar a alguns “pecados” – conforme estabelece o decálogo – entre os quais: não privilegiar cana de acionista, não pagar mais pela matéria-prima de diretores nem contratar funcionários só para acomodar determinadas situações. Há também quem conteste “Os Dez Mandamentos” por considerar que alguns parâmetros e indicadores, detalhados em alguns itens, podem ser válidos para
situações bem específicas e não devem ser considerados para todas as usinas. De qualquer maneira, o decálogo do setor sucroenergético já começa a resistir ao tempo e se tornar um importante guia, no caso da Usina Diana, para a gestão de recursos, redução de custos e aumento de produtividade, observa Ricardo Junqueira que não sabe quem é o autor deste trabalho. O JornalCana busca inclusive novas informações sobre a origem dos dez mandamentos voltados à gestão de usinas. Essa história não deverá virar novela nem filme. Mas, poderá ter alguns episódios relatados em uma de suas edições.
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Regras alertam sobre medidas que geram desequilíbrios Usina não deve subsidiar cana de sócio nem contratar funcionários para atender pedidos de terceiros O primeiro “mandamento” deste decálogo, voltado à gestão de usinas e destilarias, prevê justamente que a usina não deve subsidiar cana nem dos sócios nem dos fornecedores e que o pagamento tem que ser compatível com a qualidade e quantidade de açúcar (ATR e ART). “Se comprar cana do sócio por peso, sem fazer análise do que tem de açúcar, já está errado. Tem que pagar pelo Consecana. Caso contrário, começa a ter um desequilíbrio”, avalia Ricardo Junqueira. O item dois estabelece que não se deve contratar funcionário sem necessidade. “Se isto ocorrer, o funcionário que está na empresa se dedicando, com o maior gás, se empenhando, comprometido, começa a ficar desmotivado. Tem que ser inflexível. Não dá para contratar porque tem prefeito ou amigo pedindo”, afirma. Além disso, esse tipo de contratação não faz bem para a saúde financeira da empresa. Aliás, a Usina Diana deu uma “enxugada” no quadro de funcionários. Quando a moagem estava em 800 mil toneladas de cana por safra, a empresa contava com 1.250 funcionários. “Este ano
Usina Diana procura seguir os dez mandamentos do setor
vamos moer 1,650 milhão com 975 funcionários”, compara. A terceira norma diz para “não transportar cana a mais de quarenta quilômetros no asfalto ou vinte e cinco quilômetros em estrada de terra”. Essa recomendação é para uma usina menor, igual
a Diana, ou para uma unidade que mói de 1,5 a 2 milhões – reconhece Ricardo Junqueira. “Não pegamos cana a mais de trinta e cinco quilômetros de jeito nenhum. O custo começa a ficar muito alto e passa a não compensar”, diz.
Para quem mói de quatro a cinco milhões de toneladas, essa distância é impossível de ser adotada – comenta. “Uma usina desse porte tem que fazer uma correlação de custo. Tem que chegar no número dela, para não ficar impraticável”, observa. (RA)
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Gestão eficaz deve ser priorizada em todo o tempo A gestão eficaz deve ser “perseguida” não apenas em períodos de crise. “Precisa ser mantida em todos os momentos”, afirma Ricardo Junqueira, diretor da Usina Diana. A atenção em relação à diminuição dos custos deve ser permanente – enfatiza. “No preço de venda, a gente não manda. É necessário então reduzir os custos e aumentar a produtividade ao máximo”, observa. Na avaliação dele, 2016 vai ser ainda um ano um pouco difícil devido às dificuldades enfrentadas pelas usinas nos
últimos anos. Ricardo Junqueira projeta melhores momentos para o setor sucroenergético, principalmente a partir de 2017. Isto vai acontecer em decorrência das perspectivas positivas para a comercialização do açúcar devido ao déficit da produção em relação ao consumo. E também por causa do preço favorável do etanol que deverá continuar nessa situação a médio prazo –comenta – em função da crise da Petrobras, apesar da queda do preço do petróleo. (RA)
Decálogo inclui importância da manutenção preventiva Se atividade não for valorizada, custos poderão aumentar com interrupções no processo de produção Manutenção preventiva é o assunto principal do nono item do decálogo voltado à boa gestão de usinas. “Tem que ser feita também na área agrícola”, acrescenta Ricardo Junqueira, pois esse “mandamento” prevê o procedimento somente para a área industrial. Em ambos os casos, o princípio é o mesmo. “A economia é muito grande”, enfatiza. De acordo com ele, não dá para cortar custos na manutenção preventiva. Se isto ocorrer, vai ficar muito mais caro. “Vai quebrar mais equipamentos na indústria. O CCT não funcionará a plena carga, o que acaba provocando interrupção da moagem por falta de matéria-prima. Cada hora parada da usina é uma fortuna”, observa. A solução é diminuir o custo da manutenção corretiva – esclarece. O decálogo termina com diretrizes para a realização de investimentos que devem levar em conta a necessidade, a taxa interna de retorno e a evolução no valor agregado da empresa. “A Diana adota cem por cento. Este ano haveria necessidade de fazer mais coisas do que vamos fazer de investimento. Como o caixa está mais apertado, a taxa de retorno é utilizada para avaliar o que se paga em menos tempo”, comenta. (RA)
OS DEZ MANDAMENTOS 1) Não subsidiar cana nem dos sócios nem dos fornecedores. O pagamento tem que ser compatível com a qualidade e quantidade de açúcar: ATR e ART. 2) Não contratar funcionários sem precisar e/ou para acomodar situações políticas. O plano de carreira, a meritocracia e a competência devem ser soberanos. 3) Não transportar cana a mais de 40 Km no asfalto e/ou 25 Km em estrada de terra. Transportar sempre com um volume de cana compatível com o ganho energético do que será fabricado e produzido de açúcar e etanol. 4) Não colher cana com teor de açúcar incompatível = administrar manejo do canavial, receitas X custos! 5) Não prestar serviços aos sócios. No caso de algum sócio trabalhar na empresa, seu salário deve ser compatível com os serviços prestados ou, no máximo, distribuir dividendos de acordo com os resultados. Esses dividendos a serem distribuídos nunca devem ultrapassar 25% do resultado líquido e, o saldo deve sempre ser RE-investido, para que seja mantida a saúde da companhia. 6) Não se deve pagar juros altos e, atenção aos indicadores “financeiros, de produção, de produtividade e de qualidade”. Todos devem ser compatibilizados na melhor relação-custo, volume e lucro, bem como no curto, médio e longo prazo. 7) Não se acomode diante de atitudes de falta de comprometimento e antiéticas, tais como: roubo, fraudes, desperdícios, abusos. Utilize-se de controles consistentes, que sejam auditados, integrados e estratégicos. 8) Nunca deixar a perda no processo (desde a colheita até o final da fabricação) ser > 10%. Utilize-se, inclusive, de mostradores contínuos e, se necessário lacre-os. 9) Não deixe de fazer manutenção preventiva e planejada, tais como: “ferrografia, vibração, amperagem, temperatura, combustível, lubrificantes”, de maneira criteriosa, disciplinada e educativa, como forma de economizar com montagem e desmontagem de equipamentos e máquinas em geral, visando, sempre, um ganho no custo de manutenção. 10) Nunca fazer investimentos sem critérios de ranking de necessidade X TIR - Taxa Interna de Retorno e/ou a EVA - Evolução no Valor Agregado da empresa. Devem ser sempre compatíveis com a depreciação anual e o volume seguro de recursos disponibilizados para investimentos.
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“Quebrar o galho” na colheita pode prejudicar saúde financeira Características das variedades devem predominar para que a indústria não trabalhe com matéria-prima que tenha baixo teor de sacarose O manejo do canavial é o foco do “quarto mandamento” das boas práticas de gestão de usina, para que não ocorra a colheita de cana com baixo teor de açúcar. “Variedade precoce é no começo da safra, média é no meio e tardia no final da safra. O manejo varietal deve ser bem feito”, enfatiza Ricardo Junqueira, diretor da Usina Diana. De acordo com ele, há fornecedor que pede, às vezes, para colher a cana dele, porque está precisando de dinheiro. Mas, a usina não pode fazer concessão a esse tipo de “pecado” por causa de suas finanças. “Tem que ser intransigente. Não se deve aceitar esse negócio, porque daí a indústria acaba trabalhando com uma cana que tem baixo teor de sacarose. Se for possível, é preferível dar um vale para o fornecedor”, diz. Em termos agronômicos, o setor domina bem o manejo varietal. É só não quebrar o galho para terceiros – ressalta. O quinto item aborda questões ligadas
ao salário e à prestação de serviços aos sócios. Havia diretor ou acionista que pedia adubo, herbicida e trator para tratar a cana dele – revela. Nestes casos, não dá também para “quebrar o galho”. Desviar um equipamento para fazer serviço na fazenda de outro, gera desorganização e adia uma operação que já estava programada – constata. “Cortei isto. O que eu aceito é incluir algum fornecedor ou parceiro que queira entrar junto numa compra de adubo, herbicida, para aproveitar
o volume e os descontos”, esclarece. O sexto mandamento está relacionado ao endividamento e ao pagamento de juros, que têm afetado seriamente o setor. “O endividamento máximo, para a empresa ficar ainda numa situação saudável –‘dona do seu nariz’ – requer que a usina não possa dever mais do que uma tonelada de cana no campo (R$ 50,00) mais o CCT (R$ 25,00), o que daria R$ 75,00 por tonelada no caso da Usina Diana, ou alguma coisa parecida com isto”, diz.
Segundo ele, para outras usinas, o valor pode ser diferente. “No caso da Diana, com uma moagem de 1,650 milhão, o número deve ser este. A médio prazo, a meta é ficar só com o valor referente a uma tonelada de cana no campo. É uma situação mais confortável”, afirma. A adoção de medidas contra roubos, fraudes, desperdícios, abusos é a recomendação do sétimo item. “É outra batalha constante. A usina consegue melhorar essa situação quando faz capacitação dos colaboradores. Eles se sentem valorizados e começam a ter um comprometimento maior”, destaca. No caso de roubo, a atitude adotada pela empresa tem que servir de exemplo – ressalta. “Faço boletim de ocorrência e mando embora quem estiver envolvido”, observa. O oitavo mandamento deixa claro que as perdas no processo, desde a colheita até a fabricação do produto, não deve ser maior do que dez por cento, recomendando inclusive a utilização de mostradores contínuos. “A Diana tem uma medição bem feita para saber onde precisa melhorar. Em 2015, a perda foi de 12%. A gente sabe onde está o erro. Estamos corrigindo nesta entressafra. Queremos chegar na safra 2016/17 em 8%”, afirma. A instalação de um vácuo no cristalizador, a implantação de camisa perfurada no último terno de moenda e a melhoria da embebição foram algumas medidas adotadas pela usina. (RA)
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Grupo quer saber quem faz a diferença em suas unidades Ideia é engajar os integrantes no aumento da produtividade por meio de pequenas atitudes no dia a dia DA REDAÇÃO
Todos os anos, no início de cada safra, a Odebrecht Agroindustrial define um tema que define o momento da empresa que serve para direcionar as ações de suas lideranças e equipes. Com o objetivo de engajar os mais de 13 mil Integrantes da Odebrecht Agroindustrial, o grupo elabora uma campanha chamada “Eu Faço a Diferença”. A ideia é tornar todos os colaboradores responsáveis pelo aumento da produtividade por meio de pequenas atitudes no dia a dia da empresa.
Além de histórias semanais, a campanha explora momentos importantes que acontecem no ano como gancho para animar os integrantes a fazer a diferença em suas respectivas áreas A empresa criou esse projeto por julgar importante o equilíbrio de todas as áreas de atuação: agrícola, industrial, manutenção e administrativa. O objetivo é aproximar todos os integrantes, inclusive entre as nove unidades do grupo. Em 2015, a campanha atingiu diretamente cerca de 13 mil colaboradores, localizados nas nove unidades da empresa e nos dois escritórios corporativos, situados em São Paulo e Campinas. Na prática, são realizadas entrevistas com pelo menos uma semana de antecedência da campanha. Um profissional da equipe de comunicação empresarial é responsável por receber as indicações de integrantes e fazer todas as entrevistas para apuração do conteúdo, das reivindicações e dos apontamentos. Além de histórias semanais, a campanha explora momentos importantes que acontecem no ano como gancho para animar os integrantes a fazer a diferença em suas respectivas áreas. Usou-se, por exemplo, eventos esportivos como a Copa do Mundo. Usará o tema das Olimpíadas para levar seus integrantes a entender que é possível fazer a diferença tanto nos esportes individuais quanto coletivos e usa momentos clássicos da cultura brasileira para reafirmar valores. A proximidade com o Natal e período de festas permite, por exemplo, tornar possível o conhecimento das famílias de integrantes que trabalham na empresa, por meio de encontros previamente marcados e visitas às unidades, entre outras ações.
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Colaboradores se divertem enquanto aprendem a administrar bem seus ganhos
LONGE DO CALOTE! Noble Agri evita demissões desnecessárias ao conscientizar integrantes a não se endividarem Para aproveitar bem o tempo da entressafra, as usinas do grupo Noble Agri desenvolveram uma estratégia diferenciada em sua gestão administrativa. O Programa Rende Mais, realizado durante esse período, oferece aos mais de 2,3 mil colaboradores, atividades ligadas ao equilíbrio financeiro da empresa. Eles recebem palestras, dinâmicas, exercícios que apresentam o
controle das contas da empresa. Aprendem, inclusive, a economizar seu próprio ganho a fim de concretizar sonhos e objetivos futuros. Embora pareça uma tarefa relativamente simples, manter as despesas equilibradas com suas receitas requer disciplina e uma dose de conhecimento técnico. O programa surgiu justamente com a intenção de colaborar com a educação financeira e diminuir a quantidade de desligamentos. A empresa detectou que muitos colaboradores faziam a opção de se demitir quando se viam endividadas, acreditando que resolveriam seus problemas ao receber a indenização. Com isso, resolviam um problema imediato, mas em
poucos meses estavam endividados novamente, especialmente porque nem sempre conseguiam novos trabalhos e nem sempre melhor que o anterior. Com o projeto, o grupo tem conseguido ajudar os integrantes, com ensino de equilíbrio financeiro básico. Hoje, além de evitar inadimplências, muitos conseguiram desenvolver uma mentalidade adequada e saudável em relação ao dinheiro e a maneira de utilizá-lo. O programa é desenvolvido em 4 horas. Após uma dinâmica de descontração iniciase o curso tendo como referência uma cartilha que é distribuída aos colaboradores. Esta traz informações sobre como alcançar o equilíbrio financeiro e é demonstrado a eles
que, seguindo as orientações ali presentes, ficará mais fácil perceber que problemas financeiros podem ser evitados através do planejamento prévio e uso consciente do dinheiro. A partir daí os projetos que até então pareciam impossíveis de se concretizarem, passam a ser viáveis no médio e longo prazos. Durante o treinamento, outros recursos didáticos são utilizados, como: cenas de filmes, vídeos motivacionais, depoimentos dos funcionários, dinâmicas e exercícios. Os resultados podem ser demonstrados pela pesquisa que a empresa aplicou durante o treinamento de 2015. Somente 17% de sua equipe funcional estão desorganizados contra 40% do ano anterior.
Qualificar para contratar é o foco nas Usinas Itamarati Com o objetivo de investir nos colaboradores, prestadores de serviço e na comunidade circunvizinha a Usinas Itamarati criou o Programa Construir – Qualificando para o Futuro. O projeto visa a qualificação e aperfeiçoamento profissional dos cidadãos da comunidade de Nova Olímpia e Denise, MT. Iniciado em 2014, a empresa teve até o ano passado a participação de 676 pessoas; sendo 556 empregados e 120 participantes da comunidade. Outras 1.194 vagas estão sendo distribuídas aos empregados e às pessoas das comunidades. A contratação é realizada por meio de um pacote de treinamentos em parceria com as instituições de ensino do Senar e Senai.
Qualificar antes da contratação é a estratégia da empresa. O programa envolve ainda um pacote voltado à inclusão, ao atender e qualificar pessoas com deficiências que, limitadas em alguma função, possuem outras atribuições e possibilidades em alguma outra área. Profissionais as capacitam a desenvolver estas aptidões. As aulas são ministradas em Nova Olímpia, nas salas de aulas do Centro de Desenvolvimento da Usinas Itamarati nos horários matutino, vespertino e noturno. A empresa oferece transporte e alimentação aos participantes das comunidades. Segundo dados da companhia, já foram investidos cerca de R$ 200.000,00 no projeto.
Parte do grupo que integra o Programa Construir – Qualificando para o Futuro
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Raízen forma futuros líderes em suas unidades A Raízen também obteve reconhecimento na premiação do MasterCana 2015, na categoria Desenvolvimento Humano, pelo projeto Geração Raízen. Criado em 2013, a ação visa inovar o conceito de educação corporativa, atrelando a gestão de conhecimento, pessoas e negócios. A principal estratégia do programa é fortalecer a formação de profissionais, na garantia de lideranças sólidas para o longo prazo. Neste sentido, a empresa e o funcionário estão alinhados aos objetivos para que ambos possam crescer juntos. Os objetivos do projeto são: q Desenvolver profissionais com potencial de crescimento, contribuindo para sustentabilidade do negócio, sempre em linha com as Atitudes Raízen, que é o
Simone Aparecida Esteves Vieira
Clealco investe em Universidade Corporativa A Universidade Corporativa do Grupo Clealco visa implantar um sistema integrado de educação corporativa alinhado às diretrizes e aos objetivos estratégicos da empresa. Procura atender às necessidades de desenvolvimento pessoal e profissional de seus colaboradores e moradores da região. A ideia de educação corporativa tem como objetivo a realização de um projeto de formação desenvolvido pelas empresas. A meta é institucionalizar uma cultura de aprendizagem contínua, proporcionando a aquisição de novas competências vinculadas às estratégias empresariais. Este fenômeno, em crescente expansão tem como sustentação a chamada “sociedade do conhecimento”, cujo paradigma é a capacidade de transformação do indivíduo social. Para atingir os resultados, o Grupo Clealco desenvolveu 5 pilares que fomentam esta necessidade: líder, gestor, escola de formação, cultura e responsabilidade social. Na escola de líderes o objetivo é
reforçar o seu papel na organização. Compreenderá líderes de campo, industrial, administrativo e também colaboradores indicados com potencial para liderança. Na escola de gestão a ideia é capacitar o quadro de colaboradores que exercem funções de gestão tática e estratégica de equipes, de modo a aprimorar suas competências. Nas escolas de formação o objetivo é a formação profissional por meio de cursos de qualificação e aperfeiçoamento visando facilitar a inclusão no mercado de trabalho. Oferecer aos colaboradores e à população, alternativas de acesso à arte e cultura, fazem parte do programa. Esta academia tem como objetivo estimular o interesse e a consciência dos participantes para literatura, música, teatro e exposições. Por último, a empresa oferece escolas de responsabilidade social, que leva aos cidadãos alternativas de desenvolvimento de conceitos sobre ética, cidadania, sustentabilidade, preservação ambiental e capacitação profissional.
conselho de ética da companhia. q Processar o aprendizado integrado, estimulando a visão global e a análise de viabilidade de projetos, acelerando a prontidão do profissional para os desafios da empresa. q Aprendizado, por meio de metodologias inovadoras, que transferem o conhecimento teórico em prático, favorecendo a construção de uma organização de alta performance. A empresa atende funcionários com formação na área técnica ou de engenharia. São mapeados como potenciais para acelerar o desenvolvimento, garantindo uma prontidão de talentos para assumir futuros desafios. O programa tem duração de 14 meses. Os módulos técnicos são apresentados por meio de aulas presenciais e vídeo-aula que
oferece ao aluno a base teórica para o tema. Contam com a visita técnica em campo de trabalho, propiciando aos participantes aliarem a teoria à prática. Os módulos agrícolas e de manutenção industrial são ministrados por multiplicadores internos, eleitos como especialistas na sua área de atuação. Na conclusão, é necessário que o aluno apresente uma ideia com análise de viabilidade e estudos de possível implementação na empresa. Em 2014, foram formados 93 alunos e 66 ideias apresentadas. Seis deles foram destaques em aumento de eficiência, otimização de recursos e qualidade operacional, nas áreas agroindustriais. Está em andamento a segunda versão do programa, que contará com 49 alunos, que já estão na fase final do curso.
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São Martinho expande mercado de trabalho para deficientes DA REDAÇÃO
O PCD, Inclusão Social e Economicamente Ativa da Pessoa Com Deficiência, projeto do Grupo São Martinho tem recebido reconhecimento por valorizar a diversidade. Vencedor do prêmio MasterCana Social em 2015, a iniciativa promove cursos de capacitação profissional para pessoas com deficiência com o objetivo de prepará-las para o ingresso no mercado de trabalho. Desenvolvido em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e prefeituras municipais de cidades do interior de São Paulo, o programa já se qualificou nos cursos de aprendizagem em almoxarife e em assistência administrativa. Os cursos são realizados nas cidades onde estão instaladas as unidades do Grupo São Martinho e Nova Fronteira Bioenergia. As atividades possuem duração de 800 horas distribuídas durante um ano letivo. No período de participação as pessoas com deficiência são contratadas pela companhia no cargo de aprendizes. O desafio do projeto é qualificar as pessoas com deficiência por meio de cursos profissionalizantes e promover os treinamentos necessários para que elas possam ingressar no mercado de trabalho preparadas para desempenhar suas funções e integradas da melhor forma possível ao
Uma das turmas do programa de inclusão social da São Martinho e diretores
ambiente corporativo. Os benefícios para os participantes, são notáveis: o aumento da autoestima e oportunidade real de ingresso no mercado de trabalho. Atualmente, 16 profissionais com deficiência, qualificados profissionalmente
pelo programa de aprendizagem foram integrados ao dia a dia de trabalho da São Martinho. “O mais bonito desse projeto é saber que estamos contribuindo para a formação profissional e preparação das pessoas com
deficiência para o mercado de trabalho. A iniciativa tem grande importância para empresa e a sociedade, que cumpre seu papel de inclusão tanto perante a legislação como também com a comunidade”, diz Márcia Cubas, diretora da São Martinho.
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RECUPERAÇÃO A GALOPE! Usina Santa Isabel faz uso da equoterapia para auxiliar desenvolvimento de deficientes DA R EDAÇÃO
Não foi ao acaso que em 2015 a Usina Santa Isabel recebeu o reconhecimento do MasterCana Social pelo projeto “Equoterapia”. Em parceria com o Centro de Equoterapia Equitapae que é filiado à Associação Nacional de Equoterapia (Ande), o programa desenvolve atividades de atendimento equoterápico a deficientes físicos e mentais que frequentam à Apae da cidade de Novo Horizonte, SP. O objetivo do projeto é a reabilitação, o desenvolvimento físico, psíquico, cognitivo e social, fundamentado nas áreas de equitação, educação e saúde. Envolve profissionais das áreas de fisioterapia, psicologia, pedagogia, fonoaudiologia, educação física, assistência social, entre outros. A equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo como instrumento cinesioterapêutico, ou seja, é uma atividade que exige a participação do indivíduo como um todo, informa Francine
Francine do Carmo Feliciano Bueno
do Carmo Feliciano Bueno, do departamento de serviço social da Usina Santa Isabel. Contribui para o seu desenvolvimento motor e melhora a conscientização do próprio corpo e isto colabora na aprendizagem, recuperação e uso motor e harmoniza comportamentos e sentimentos. As atividades aplicadas durante os atendimentos de equoterapia proporcionam melhora na qualidade de vida dos praticantes e visam os seguintes itens:
Participantes do festival de atletismo
Atividade ajuda a recuperar movimentos e a harmonizar sentimentos
Saúde – para pessoas com deficiência e/ou limitação; Educação – para pessoas com necessidades educacionais especiais; Social – para pessoas com distúrbios evolutivos ou comportamentais, como autismo por exemplo. “O projeto de equoterapia atualmente realiza 150 atendimentos por mês. Foi muito gratificante ver este projeto sendo certificado no MasterCana Social, tendo em vista a
importância que esta atividade tem na vida destas crianças e adultos”, comenta Francine do Carmo Feliciano Bueno. Desde 2004 e mensalmente a companhia contribui financeiramente para a manutenção dos recursos humanos envolvidos nesse trabalho. Patrocina o material pedagógico utilizado, além da manutenção do local, para que o ambiente seja o mais adequado possível e satisfatório aos praticantes.
Equipe masculina de futsal
São José da Estiva ajuda jovens a driblar deficiências DA R EDAÇÃO
Desde sua abertura em 1986, a Apae de Novo Horizente, SP, não possuía estrutura e profissionais qualificados para atividades físicas. Se é fundamental o exercício físico, imagine então como ele é importante para este público. Mas em 2012, a Usina São José da Estiva decidiu resolver a questão e passou a patrocinar a cobertura de quadra esportiva e construção de piscina e a adquirir material de apoio para a entidade.
Desde então, o projeto Diferentes e Iguais vem beneficiando tanto os alunos da Apae quanto os profissionais envolvidos. Em 2013 foram implantadas aulas de educação física que inclui treinamentos (futsal e atletismo) e atendimentos individuais distribuídos na carga horária de 20 horas semanais. Fisioterapeutas receberam apoio também. Dessa forma, são feitos atendimentos individuais de 30 minutos durante a semana. Os alunos hoje ainda contam com uma oficina de ginástica laboral duas vezes por semana. Este serviço especializado
considera o tipo de patologia de forma específica e faz adaptações de acordo com as capacidades funcionais e limitações dos beneficiados. Cada estudante passa por avaliação médica para definir qual o tipo de atendimento terá. Os alunos são estimulados a participar dos jogos regionais, campeonatos e olimpíadas da Apae. São atendidos 65 deficientes de idades variadas. Os profissionais fazem avaliações constantes e emitem relatórios sobre a evolução dos alunos nas atividades e os benefícios para a saúde e bem-estar de cada um. Desde o início do projeto,
medalhas de ouro, prata e bronze foram conquistadas pelos atletas em modalidades como salto em distância; corrida de Down (exclusiva para portadores da síndrome); corridas de 100 e 50 metros, futsal, dama e dominó. Segundo informações da companhia as competições esportivas de educação aos deficientes conduzem a uma melhor forma de inserir o aluno na sociedade, pois a escola especial não pode ‘esconder’ o aluno. Antes, deve acolhê-lo e torná-lo um cidadão. Assim a empresa tem contribuído para facilitar a efetivação dessa inclusão.
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AMIGAS DA CEGONHA! Gestantes recebem cuidado especial na Usina São José da Estiva DA REDAÇÃO
A Usina São José da Estiva vem desenvolvendo um projeto de apoio que beneficia diretamente as colaboradoras da empresa. O projeto “Vida Nova” foi idealizado
e desenvolvido com intuito de auxiliar na qualidade de vida e saúde das mulheres na fase gestacional. A ideia é proporcionar bemestar à gestante e ao bebê após o parto evitando assim ocorrências de situações de risco social e fortalecendo a convivência familiar. Além de orientar o futuro pai com o proceder e ajudar nesse período e após o nascimento do bebê. O projeto desenvolve cursos e palestras com o objetivo levar informações e orientações para a formação humana e psicológica da gestante, para a situação de pós-parto, atenção
e cuidados com o recém-nascido. As orientações e informações são passadas através de cursos e palestras que são realizados duas vezes por ano, com duração de 5 dias e carga horária de 14 horas. As apresentações visam conscientizar os pais da importância do pré-natal para o bem-estar da mãe e do feto. Auxiliam também na assistência psicológica e emocional da mulher. Não tem limite de faixa etária mínima estipulada para participação no projeto. Os companheiros das gestantes podem participar, estimulando assim a participação da família
na gestação e cuidados com o recém-nascido. O curso é ministrado por profissionais especializados em obstetrícia, pediatria, enfermagem, nutrição, psicologia, odontologia, fisioterapia e assistência social. No ano passado, 47 gestantes participaram dos cursos de abril e outubro. Em 2015, o primeiro curso foi realizado em abril, com participação de 25 gestantes. Dando sequência ao projeto, após os seis meses de vida, cada criança recebe um litro de leite diariamente e são acompanhadas pelo pediatra até os 12 anos de idade.
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AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE
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CerradinhoBio é a primeira empresa de Goiás a separar adequadamente o lixo DA R EDAÇÃO
Fernando Eduardo Tersi
Desde o início de suas atividades, a Usina Cerradinho Bioenergia, instalada em Chapadão do Céu, GO, vem trabalhando com iniciativas que zela a sustentabilidade de sua área. Neste contexto, a empresa observou a necessidade de implantação de um modelo de gestão que separasse adequadamente os resíduos sólidos industriais. Dificuldades como: distância da usina a unidades de processamento, disseminar a cultura ambiental nos seus colaboradores e desenvolver projetos sustentáveis em suas operações, motivaram a companhia a desenvolver o Programa Resíduos Sólidos. Após estruturar toda a operação, a companhia elaborou o PGRSI — Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais, sendo a primeira empresa do
estado de Goiás a efetivamente implantá-lo. Na prática, os colaboradores foram capacitados e reeducados para as adequações no sistema de coleta, transporte e a instalação de uma central de armazenamento temporário de resíduos sólidos (lixos) industriais. Lá todo material gerado pelas mais diversas atividades da usina, são recebidos, triados, armazenados e destinados. Todo resíduo gerado pela companhia é monitorado por meio de um controle de peso e classificação. Desde sua implantação, a empresa investiu cerca de R$ 485.000,00 na estruturação do programa. Viabilizou o descarte ambientalmente correto de mais de 4 mil toneladas de 2012 a maio de 2015, alguns gerando receita para cobrir outros custos. Do resultado financeiro positivo, foram revertidos cerca de R$ 329.000,00 em projetos socioambientais beneficiando a comunidade do em torno.
Grupo Noble Agri monitora área florestal de sua região Devido à grande extensão da área produtiva agrícola e sua complexidade, o grupo Noble Agri vem mantendo estratégias, planos e monitoramentos ambientais em seu entorno. Atualmente, cerca de quarenta municípios fazem parte da área de influência direta das usinas do grupo. Devido à heterogeneidade destas comunidades, a companhia tem encontrado dificuldade para atuar de modo uniforme, pois nem todos se envolvem e participam com educação sustentável. O programa Futuro Mais Verde da empresa visa promover, por meio de planos, ações e projetos ambientais, uma produção sustentável, garantindo a preservação do meio ambiente e o bemestar social. A estratégia adotada é definir, de forma planejada, essas atividades. O público-alvo de cada programa é definido de acordo com o objetivo a ser alcançado e o perfil das atividades a serem desenvolvidas. No geral participam: funcionários, prestadores de serviço, parceiros agrícolas, filhos de colaboradores, crianças e comunidades. Em 2014, quase 7 mil pessoas da comunidade foram beneficiadas diretamente e mais de 5 mil profissionais da empresa estiveram envolvidos. Ao todo são 5 as ações do programa, informa José Sérgio Fernandes, do Grupo Noble: Monitoramento de água – Visa garantir a qualidade da água dos rios, córregos e lagoas inseridos na área de influência direta das unidades industriais. É feito por meio de coletas periódicas em pontos pré-estabelecidos. A água é analisada e é gerado um banco de dados que avalia alterações.
Monitoramento atmosférico – Anualmente é realizada a amostragem dos gases das caldeiras de cada unidade. Isso torna possível quantificar a interferência da emissão de gases gerados e garantir a não interferência na qualidade do ar atmosférico no entorno das unidades industriais e comunidades vizinhas. Caso surja algum problema durante o programa, são realizadas ações para adequação ambiental. Monitoramento da vegetação – É realizado por uma equipe multidisciplinar de biólogos e engenheiros. Eles selecionam fragmentos florestais e em seguida, os técnicos responsáveis realizam visitas periódicas nos locais para avaliar a evolução das espécies nativas presentes. Cada unidade realiza o monitoramento de aproximadamente oito fragmentos florestais. Monitoramento da fauna – É realizado por uma equipe terceirizada e um biólogo que conduz o trabalho. Os profissionais são encaminhados a zonas florestais, brejos e cursos d’águas. Nessas áreas são encontradas diversas espécies, principalmente as ameaçadas de extinção. Após cada trabalho em campo é gerado um relatório com medidas e ações que garantam a preservação da fauna local. Monitoramento arqueológico - Antes da implantação da cultura da cana ou construção de uma obra, a área de interesse é avaliada por uma equipe de arqueólogos. Eles verificam se no local há ou não ocorrência de materiais arqueológicos. Caso seja identificado um sítio, todo o material é resgatado e encaminhado para um museu ou laboratório de uma instituição de ensino da região.
José Sérgio Fernandes
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ENTREVISTA - Luiz Carlos Rodrigues
DOUTORES DA CANA! Os cases de quem partiu na frente na corrida pelas altas produtividades
Dentro do pacote tecnológico disponível para a cultura da cana-de-açúcar, a nutrição complementar via foliar e via tratamento de mudas do fundo do sulco de plantio configuram-se como uma ferramenta de relevância para a obtenção das altas produtividades? Sem dúvida, a nutrição via foliar e fundo de sulco é uma ferramenta que temos de utilizar. Com certeza sua adoção reverte em produtividade. Temos de olhar para esta tecnologia como investimento e não como despesa.
Presidente da associação dos Produtores e Empresários Canavieiros do Vale do Rio Grande – Canavale e do Núcleo dos Empresários Canavieiros do Estado de Minas Gerais, Luiz Carlos Rodrigues também é diretor financeiro da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando – ABCG e encontra tempo para serviço voluntário como diretor do Conselho Deliberativo do Instituto Boa Fé de combate ao câncer do Hospital Hélio Angotti, de Uberaba, MG. Nesta entrevista Rodrigues aborda questões técnicas primordiais para se obter altas produtividades no campo e sente-se à vontade para opiniões políticas. Para ele, o governo precisa de uma vez por todas perceber que o país possui também o Pré-Doce e não apenas o Pré-Sal. Confira: JornalCana — Qual a sua visão sobre a importância da produtividade agrícola dentro do processo produtivo sucroenergético? Luiz Carlos Rodrigues — O setor sucroenergético hoje tem uma importância fundamental na riqueza do país, com geração de empregos. É o que mais distribui rendas, criando divisas e riquezas. Além de produzir a energia mais limpa do planeta é o setor que mais contribui com o meio ambiente. Gera tantas riquezas que posso dizer que no presente e no futuro será o setor que mais irá contribuir para o país e o mundo em termos de energia renovável, sem dúvida. Quais decisões vêm sendo tomadas para a obtenção e manutenção das altas produtividades dos canaviais da Nova Terra?
Luiz Carlos Rodrigues: “Temos também o Pré-Doce”
Primeiro lugar, uma boa amostragem de solo. Segundo, correção com agricultura de precisão eficaz. Terceiro, não deixar de corrigir o solo onde está nossa maior riqueza porque solo corrigido traz certeza de altas produtividades. As tecnologias que temos no Brasil hoje para correção e nutrição da cana-de-açúcar ajudam muito na produtividade. Sabemos que na atual conjuntura econômica nem sempre é possível fazer tudo o que se precisa para obter altas produtividades, mas temos de buscar fazer o necessário para o bom desenvolvimento da cultura. Um ponto muito importante é não deixar os canaviais envelhecer.
Como o senhor vê o setor sucroenergético brasileiro em termos políticos? O Brasil enfrenta diversos problemas e um desajuste tanto estrutural e conjuntural. Não temos uma política definida no médio e longo prazos para o setor. Isto deixa tanto os usineiros e fornecedores de cana independentes em uma situação de desconfiança, principalmente no que tange a investimentos, já que o governo não têm recursos para empréstimos e nem para acelerar novamente o crescimento. O setor vem lutando contra uma crise que já resultou no fechamento de 96 usinas no país. Politicamente falando, o governo massacra o etanol que é uma energia limpa e renovável que contribui para o meio ambiente enquanto subsidia a gasolina que polui nosso país. Vejo que temos de nos organizar por meio das cooperativas e associações para que tenhamos um setor cada vez mais organizado para sobreviver às intempéries. Infelizmente, não podemos contar muito com os governos federal e estaduais pois querem fortalecer cada vez mais os combustíveis fósseis, esquecendo das usinas que tanto geram empregos e distribuem renda, Nossos governantes têm de ficar apercebidos de que temos no país o PréDoce e não só o Pré-Sal.
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ARTIGO
A importância dos bioestimulantes e micronutrientes no plantio DANILO FERREIRA DE LIMA*
A utilização de produtos especiais para o plantio da cana-de-açúcar se tornou indispensável nos últimos anos, devido ao baixo custo de investimento e alto retorno financeiro. A tecnologia consiste em aplicar um ou mais produtos no sulco de plantio, após os toletes semeados, juntamente com os inseticidas/fungicidas. A busca pela escolha do fertilizante mais adequado, bem como de uma correção e adubação balanceada, visando a máxima produtividade, são pontos cada vez mais abordados no desenvolvimento do canavial. É neste contexto que se enquadra a utilização de micronutrientes na cultura da cana-de-açúcar. O estoque de micronutrientes no solo é de grande importância, pois esta fração está em equilíbrio com a solução do solo. O estoque é regulado pelo balanço entre as entradas (calagem, torta de filtro, vinhaça, fertilizante e outras fontes de micronutrientes) e saídas (exportação, escoamento superficial, lixiviação ou erosão) do solo, além da formação de complexos (reações químicas) que tornam os nutrientes indisponíveis às plantas. Por isso, em solos onde as saídas são maiores que as entradas de micronutrientes o cultivo proporcionará a redução do estoque e por consequência, em um determinado momento irá faltar na solução do solo, proporcionado reduções na produtividade das culturas. Com ênfase no limitante mais importante desse processo, o molibdênio tem participação importante em duas enzimas: a nitrogenase e a nitrato redutase. Ambas ajudam a fixação e metabolismo do nitrogênio na canade-açúcar.
BIOESTIMULANTES Os bioestimulantes atuam nas funções fisiológicas, favorecendo o crescimento e desenvolvimento vegetal: Estimulam os processos metabólicos; Ajudam a superar situações de estresses; Melhoram a absorção de nutrientes; Melhoram o transporte de nutrientes na planta;
AMINOÁCIDOS Os aminoácidos estabelecem uma ação sinérgica com os nutrientes, melhorando a translocação dos nutrientes pela planta, aumentando a disponibilidade de Fe, contribuindo para a síntese de clorofila e maiores teores de nitrogênio. A tecnologia de aplicação de produtos na forma líquida em cima dos toletes semeados permitem um melhor enraizamento da cultura em um ambiente químico e biológico mais estável, possibilitando uma melhor brotação do canavial, com ganhos produtivos agrícolas e industriais, garantindo melhor performance em socaria e uma maior longevidade do canavial; É essencial que esses produtos sejam aplicados em doses baixas, para que a salinidade ou a presença de inertes não interfira nos defensivos nem na qualidade de brotação das gemas. Danilo Ferreira de Lima é engenheiro agrônomo e gerente técnico-comercial da Ubyfol Nordeste Ubyfol 34 3319.9500 www.ubyfol.com
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Planejamento da produção agrícola é tarefa bastante complexa Devem ser considerados três grandes processos: formação de lavoura, tratos culturais de soqueira e colheita R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP
O planejamento da produção agrícola envolve diversas questões específicas. É uma tarefa bastante complexa, que se torna ainda mais árdua em períodos de crise e de elevada competitividade. Existe a necessidade de detalhamento de todos os processos visando a produção de toneladas de cana a um determinado valor bruto – constata Júlio Vieira de Araújo, gerente agrícola da Usina São José da Estiva, de Novo Horizonte, SP. Este minucioso trabalho deve avaliar onde serão aplicados os melhores recursos desde que se tenha condição de fechar o orçamento – observa. Nos cálculos devem ser previstos a inflação, a variação do dólar, o reajuste de mão de obra, dos insumos – exemplifica. “O mais importante é uma política de entrega de matéria-prima para a indústria. É necessário produzir a quantidade de cana requerida pela unidade industrial ao menor custo possível” – enfatiza.
Para isto, é preciso avaliar o índice de reforma de canavial que será adotado, quanto vai ser gasto por processo. “Todos os tratos culturais devem ser detalhados, considerando o que vai ser feito e o custo por hectare, incluindo correção, nutrição, controle de pragas, entre outros itens”, afirma. É necessário também planejar a colheita que apresenta o custo mais elevado. “O CTT – Corte, Transbordagem e Transporte é o maior vilão. O segundo grande vilão é a mão de obra. Outro fator é o custo do arrendamento. Cada usina tem a sua particularidade. O custo, neste caso, é regional”, constata. Se a usina conseguir produzir mais, consegue diluir o valor do arrendamento. Caso contrário, com baixa produção, a situação se torna mais complicada – alerta. De maneira geral, devem ser considerados três grandes processos: formação de lavoura, tratos culturais de soqueira e colheita. O planejamento precisa levar em conta a entrega de matéria-prima de qualidade ao longo da safra, contemplando o manejo varietal de acordo com o ambiente de solo – destaca Júlio Araújo. Segundo ele, a preocupação com a produtividade deve ser priorizada em todas as etapas do processo de produção. “O custo vai ser amortizado em cinco ou seis safras. Cada ano amortiza uma parte do custo de formação da lavoura”, diz.
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Gerenciamento exige reavaliação constante do orçamento O gerenciamento da produção agrícola, a partir da reavaliação constante do planejamento, é um trabalho meticuloso que exige envolvimento e atenção de toda a equipe. “A todo o momento, no dia a dia e nos corredores da empresa, estamos digerindo o assunto”, revela Júlio Araújo. Cada setor tem que verificar as suas contas, incluindo itens básicos, como a área para reformar, a área para tratar, o que vai ser feito nesse tratamento, que produto vai ser usado nas áreas de plantio, o que vai ser feito de aplicação aérea – afirma. “É tudo bem discriminado por meio de ferramentas que alimentam fluxos de caixa, a parte contábil e financeira”, ressalta. O planejamento prevê a distribuição de variedades, a introdução de novos materiais, a formação de viveiros, a aquisição de mudas pré-brotadas para a obtenção de alta excelência e rapidez na multiplicação – exemplifica. “Mas, é preciso estar discutindo tudo isto com a equipe e revendo ao longo da safra”, diz. Existe a necessidade de considerar também a época da colheita, a entrega de área de cana, a entrega mensal de matériaprima, a quantidade de ATR, o encerramento da safra – detalha. Os custos de todas as operações e atividades, considerando as variáveis de cada área e período, devem se adequar a um orçamento previamente definido pela empresa. “Lógico que tem revisões, de três a quatro por ano. Há um reajuste a ser
Planejamento prevê a distribuição de variedades
Quando há necessidade de reduzir gastos, diretoria e área agrícola definem atividade ou operação que terá corte
aplicado. Mas, temos uma meta a ser cumprida”, afirma. O reajuste é aplicado até certo ponto. Quando há necessidade de reduzir gastos, a decisão é tomada junto com a diretoria, definindo-se em qual atividade haverá o corte – observa. “Com a crise, não dá para saber quanto custará o insumo, com preço em dólar, daqui a dois, três ou seis meses. Ninguém
compra tudo antecipado. É preciso se desdobrar para atender o orçamento, recorrendo-se a prazos mais extensos possíveis, fixando dólar, entre outras medidas” – comenta. De acordo com ele, é difícil trabalhar sem saber o que vai acontecer. “Tem que ‘brigar’ com o ano agrícola. Existe ainda a variável da questão climática, que é fundamental”, diz. (RA)
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Projeção da Estiva é manter produtividade elevada O orçamento da Usina Estiva, elaborado a partir do planejamento agrícola anual, começa a vigorar em 1º de abril e tem validade até 31 de março de 2017. “É o ano-safra da usina. Há um mapeamento com todas as contas possíveis”, informa Júlio Araújo. A área total de cana da Estiva – incluindo reforma – é de 43 mil hectares, sendo oito mil de fornecedores. A produção de cana na safra 2015/16 – encerrada no final de dezembro – ficou em torno de 3,2 milhões de toneladas de cana. O ciclo 2015/16 está fechando com
menos açúcar por área colhida. Mas, houve mais cana por área colhida em decorrência das chuvas – avalia. “Vamos ter mais ou menos a mesma quantidade de açúcar por área em relação à safra 2014/15. Uma coisa compensou a outra”, observa. A projeção da Usina Estiva para a safra 2016/17 é manter a mesma produtividade agrícola, considerada elevada, que tem sido em torno de 90 a 92 toneladas por hectare (TCH). “Vamos torcer para que 2016 seja melhor em concentração de açúcar do que 2015, para que os canaviais não floresçam e
também para que não ocorra muita ventania, o que provoca um acamamento do canavial muito agressivo”, diz. O aumento de algumas pragas de solo, como broca-da-cana, cigarrinhadas-raízes e Sphenophorus e também de doenças – como ferrugem marrom, ferrugem alaranjada, estrias – devido às mudanças nas lavouras de cana, tem gerado preocupação para a área agrícola da Usina Estiva. A meta é ter um maior nível de controle dessas pragas e doenças – afirma. (RA)
Investimento depende do “caixa”, mercado e linhas de crédito A crise tem afetado também os investimentos de usinas tanto na área agrícola como na industrial. “Há planejamento plurianual, de dez anos, prevendo investimentos em renovação de frotas, novas tecnologias e em oportunidades para agregar valor ao negócio. Ano a ano, vai se discutindo a realização de investimentos, dependendo do mercado, do caixa da empresa, das linhas de crédito”, afirma o gerente agrícola da Usina São José da Estiva, Júlio Araújo.
Situação de incertezas cria impasse na tomada de decisão para implantação de novos projetos, ferramentas e tecnologias
Amostragem de cana na São José da Estiva
Segundo ele, a situação de incertezas, na economia e no setor sucroenergético, cria um impasse de tomada de decisão para a implantação de projetos, ferramentas e tecnologias que estão surgindo e que já demonstraram viabilidade. “O empresário sabe que vai dar lucro, retorno. Mas, não tem confiança no atual momento. Ele quer fazer mais o básico, aumentar a sua produção, diminuir as perdas, gastar menos”, comenta. Alguns investimentos, no entanto, precisam ser realizados. “Caso não sejam feitos, a usina entra em colapso”, afirma. Na lista de investimentos obrigatórios, ele inclui manutenções de equipamentos e renovação de frota para que a unidade tenha veículos e máquinas mais produtivos e com menor custo. “Para outras tecnologias mais caras, não há um respaldo de política governamental nesse momento”, constata. (RA)
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A ESTRELA DA PRODUÇÃO DE ETANOL Alto impacto econômico do etanol e mudanças na matéria-prima fazem usinas voltarem o foco para a fermentação JOSIAS M ESSIAS, DO R ECIFE, PE
Marcos Henrique Clemente, diretor industrial da Cachol – Destilaria Liberdade
A melhoria no preço do etanol, safras mais chuvosas e mudanças significativas no ambiente de produção, especialmente na qualidade da matéria-prima, têm feito com que usinas e grupos produtores voltem o foco para o processo de fermentação. A percepção é de que vale a pena investir no aumento do rendimento fermentativo pois este representa ganhos econômicos diretos para a usina. O entendimento de que a fermentação é o coração da produção de etanol já é antiga, a diferença agora é a consciência de que esta área experimenta um momento de profunda mudança, tanto na readoção de práticas básicas e eficazes que acabaram
sendo abandonadas, quanto na adoção de novas técnicas e metodologias desenvolvidas exatamente para fazer frente as diversas mudanças no ambiente de produção. Para Marcos Henrique Clemente, diretor industrial da Cachol – Destilaria Liberdade, de Escada (PE), a fermentação precisa de uma atenção geral, pois sofre influência de muitos fatores externos como matéria-prima e contaminantes diversos. Determinar estes pontos e os procedimentos para sua gestão fazem uma grande diferença nos resultados da empresa. “O monitoramento e controle de pontos críticos de controle é vital para um bom desempenho na fermentação. Medir, controlar e agir nestes pontos darão com certeza uma maior lucratividade para a empresa e mais tranquilidade aos envolvidos”, afirma. Devido às oportunidades de ganhos encontradas ao longo de todo o processo na fermentação, é crescente o número de usinas que estão reconsiderando seus parâmetros e procedimentos de fermentação, incluindo algumas consideradas benchmarking na área.
Matéria-prima é a grande responsável Para Severino Egidio de Moura, supervisor de laboratório da Destilaria Miriri, de Santa Rita (PB), acompanhar os tradicionais indicadores que impactam o processo fermentativo é fundamental, mas na atualidade o fator que assumiu maior importância na fermentação é impreterivelmente a matéria-prima. Ele sugere que o ideal é monitorar os fatores presentes já na lavoura que vão impactar a fermentação, especialmente as áreas irrigadas com vinhaça por causa do potássio, que em altos níveis inibe a fermentação. “A fermentação depende muito da parceria entre o campo e a indústria. Não se pode ter o pessoal da área agrícola pensando só na
produtividade agrícola. Para alcançar alto rendimento industrial, campo e indústria tem que ser um só”, afirma. Os gestores já sabem que é necessário criar um link constante entre a área agrícola e a industrial, o desafio é transformar este relacionamento com uma comunicação mais objetiva, baseada nos Principais Pontos de Atenção e Controle (PPACs) e parâmetros objetivos que impactam a fermentação. “É importante contar com uma equipe preparada para lidar com os diversos fatores desta nova matéria-prima e gerar ações conjuntas com o objetivo de obter uma fermentação de alto rendimento”, expõe Nadir Caetano Jr., especialista em matéria-prima do Pró-Usinas.
Ao centro, Severino Egidio de Moura, supervisor de laboratório da Destilaria Miriri, da Paraíba
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Paradigmas e parâmetros são questionados A necessidade de caixa e de resultados tem feito gestores repensarem os conceitos estabelecidos quanto à fermentação e leveduras, com o entendimento de que certo é o que dá resultado, maior rendimento e mais receita para a empresa. “De que adianta ter todos os argumentos técnicos e belíssimos relatórios se os resultados são medíocres e a empresa está deixando de ganhar dinheiro?”, provoca Josias Messias, presidente do Pró-Usinas. Um exemplo é a questão das leveduras, que é o principal fator para a conversão de ART em etanol mas que até recentemente não recebia quase nada do investimento por parte das usinas. Números do mercado dão conta que mais da metade das usinas brasileiras ainda utilizam fermento de panificação ou o fermento originado de outras unidades, um quarto apenas começa a safra com leveduras comerciais e nem 10% fazem uso de leveduras selecionadas do próprio processo, as quais costumam ser mais produtivas e predominantes. “Apenas a gestão correta das leveduras representa um ganho médio de 2 pontos percentuais no rendimento fermentativo da usina ao longo de toda a safra, enquanto representa um custo inferior a 5% do ganho proporcionado. Nos últimos cases da MSBIO o payback tem sido de apenas 3 dias”, informa Teresa Cristina Vieira Viana, diretora técnica da MSBIO, empresa do Pró-Usinas especializada em seleção e introdução super cepas de leveduras.
Teresa Cristina Vieira Viana, diretora técnica da MSBIO, e equipe de fermentação da Bevap
Outro item que está sendo colocado em cheque refere-se aos parâmetros de processo, afinal todo indicador é relativo, só
faz sentido dentro da correlação e do contexto próprios. Temos o exemplo de uma expressão
utilizada pelo professor José Otamar Falcão de Morais, uma das maiores autoridades em pesquisa de fermentação e microbiologia no mundo, que afirmava categoricamente que “rendimento fermentativo superior a 90% não era possível, portanto se fosse obtido seria uma mentira”. Faz sentido, dentro do contexto da época. Hoje, ao contrário, é contraproducente aceitar um rendimento fermentativo menor do que 90% na média de toda a safra, mesmo com as atuais dificuldades. “A usina que não alcança 90% precisa repensar sua fermentação pois possivelmente esteja perdendo dinheiro”, concorda Lina Silber Schmidt Vitti, especialista do Pró-Usinas em parâmetros que influem no processo de fermentação etanólica. Lina inclusive sugere a revisão dos números envolvidos no processo de fermentação. Para ela o primeiro passo é checar se os números são consistentes, ou seja, que estes representem a real conversão em etanol nos tanques. Segundo, checar se os números são realmente bons diante do potencial representado pela realidade da usina e não apenas pelo benchmarking. Afinal cada usina representa um ambiente particular. Terceiro, checar quais são os indicadores de outros setores da produção que de fato impactam o processo de fermentação. “Mais importante que a quantidade de indicadores é a qualidade destes e a capacidade da equipe em interpretá-los e atuar a partir deles”.
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PROGRAMA FERMENTAÇÃO DE ALTO DESEMPENHO
Nadir Caetano Jr., Josias Messias e Lina Silber Schmidt Vitti: foco em proporcionar ganhos crescentes às usinas
Diagnóstico pode abrir caminho para os ganhos Uma das alternativas para verificar oportunidades de melhorias e ganhos na fermentação é contar com a análise independente de empresas especializadas, a partir da percepção de especialistas que estão fora dos paradigmas já estabelecidos na usina. “Um dos benefícios, e uma das situações possíveis, é apenas a certificação da excelência na gestão e operação do processo fermentativo, o que proporciona satisfação e tranquilidade a todos envolvidos, incluindo a alta direção da empresa”, sugere Messias. Um diagnóstico independente e especializado traz diferenciais importantes quando comparado com as análises da gestão
da própria usina. Uma delas é a avaliação global, que contempla todos os setores e pontos com impactos na fermentação, contra avaliações locais, apenas da área de fermentação ou de um ponto específico. Outro benefício é a avaliação integral, que analisa o comportamento histórico ao longo da safra ou das safras, contra avaliações de problemas pontuais, que requerem recursos e energia mas não geram mudanças nos procedimentos. O diagnóstico bem feito permite localizar, identificar e quantificar os principais pontos de melhoria no processo, envolvendo matéria-prima, instalações, leveduras e procedimentos.
Visando o aumento da taxa de conversão de açúcares na fermentação pela correção de pontos estratégicos do processo, manutenção de leveduras produtivas, detecção e controle da contaminação e racionalização no uso de insumos químicos, o Pró-Usinas criou o Programa Fermentação de Alto Rendimento. O Programa reúne os especialistas Nadir Caetano Jr., especializado em diagnóstico dos problemas na matériaprima; Lina Silber Schmidt Vitti, especializada em parâmetros que influem no processo de fermentação etanólica; e Teresa Cristina Vieira Viana, diretora técnica da MSBIO especializada em seleção e desenvolvimento de leveduras. Considerando que o foco do PróUsinas é proporcionar ganhos e resultados crescentes, ainda que mensuráveis em curto prazo, o diferencial desta equipe é a facilidade para transpor as estratégias em ações operacionais, pois cada um deles possui 30 anos de experiência no chão de fábrica de usinas. Dentre os serviços prestados está o Diagnóstico Fermentação de Alto Rendimento, que compreende:
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Ganhos por redução dos subprodutos I Levedura (perfil produtivo, condições e identificação) I Teste de sensibilidade a antimicrobianos e insumos I Tipos de Bactérias na fermentação: gram, esporuladas, etc. I Perfil de contaminação / Rastreamento em todo o processo I Parâmetros de processo fornecidos pela usina I Controle Estatístico Após a aprovação do relatório técnico do Diagnóstico, a equipe do PróUsinas pode contribuir para a implementação das oportunidades de melhoria e parâmetros apontados, através de treinamento ou assessoria. Ação diferenciada do Programa Fermentação de Alto Rendimento, os treinamentos in company suprem a necessidade de capacitar, integrar e incentivar a participação dos colaboradores na análise de dados e situações da própria usina, com ações proativas e sugestão de soluções envolvendo matéria-prima, microbiologia de processo e dos Principais Pontos de Atenção e Controle.
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Modernização de plantas volta a fazer parte do radar de usinas Unidades e grupos investem para obter ganhos por meio da elevação da eficiência e aumento da produção R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP
À medida que a atividade sucroenergética sinaliza, ainda que timidamente, para uma recuperação diante dos efeitos negativos gerados pela crise setorial, as inovações tecnológicas passam a fazer parte novamente do “radar” de unidades e grupos produtores, principalmente dos que apresentam uma situação econômica mais equilibrada. Algumas empresas começam a realizar inclusive pequenos ajustes em suas plantas industriais visando o aumento de sua capacidade de processamento industrial. O objetivo, neste caso, é dar conta da maior oferta de matéria-prima proveniente do clima favorável e da cana bisada. Diversas usinas obtiveram inclusive financiamento para formação de novos canaviais e renovação de lavouras nos últimos anos, o que também cria condições mais positivas para o aumento da produção. Além disso, o interesse em ampliação da moagem está relacionado ao aproveitamento dos preços mais favoráveis de açúcar e etanol.
Outras unidades e grupos já vislumbram a possibilidade da realização de investimentos na modernização de plantas industriais, com a finalidade de obter ganhos por meio da elevação de eficiência, aumento da produção e redução de custos. O assunto volta pelo menos a ser discutido, em alguns casos, no planejamento de empresas. O que poderá ser benéfico para a
otimização de diferentes unidades e o momento mais adequado para a realização de investimentos dependem, evidentemente, de uma criteriosa avaliação técnica e financeira. O mercado continua disponibilizando soluções inovadoras e interessantes que podem agregar valor ao negócio. Algumas delas não requerem necessariamente grandes equipamentos que exigem investimentos
vultosos. Exemplo disto é o software S-PAA, da Soteica, que é uma ferramenta voltada à otimização da unidade industrial em tempo real. De maneira geral, as chamadas tecnologias de ponta – ou avançadas – podem “turbinar” os ganhos, caso sejam implantadas na hora certa, de maneira adequada e ajustada à realidade de cada usina e destilaria.
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Modificações começam na “porta de entrada” do parque industrial Sistema de limpeza a seco, desfibrador extrapesado, difusor, roupagem nova de moendas mudam processo de preparo e extração Modernizar significa, nos dias difíceis de hoje, aproveitar da melhor maneira possível o potencial da planta industrial que deve ser adaptada às novas demandas
geradas pelas mudanças no processo de produção agroindustrial. Modificações têm sido cada vez mais frequentes, por exemplo, na “porta de entrada” de unidades – onde ocorre a recepção da matéria-prima – devido à colheita mecanizada de cana crua. Sistemas de limpeza de cana a seco estão ganhando espaço em usinas que procuram, em diversos casos, desenvolver projetos em parceria com empresas de equipamentos industriais visando a obtenção de maior eficiência na redução de impurezas e na separação da palha, utilizada na cogeração de energia.
No processo de preparo de matériaprima para extração, a tendência – que poderá ser confirmada com a elevação da capacidade de investimentos das usinas – é a utilização do desfibrador extrapesado, que dispensa o uso do picador em usinas que fazem exclusivamente a colheita mecânica de cana que já é picada durante a operação no campo. Esse sistema tem possibilitado a obtenção de um índice de preparo entre 90% e 92%. No processo convencional, a eficiência na abertura das células fica entre 88% e 89%. Além disso, a utilização do
desfibrador extrapesado proporciona redução de gastos com energia e manutenção no processo de preparo de cana. Para a extração do caldo, o difusor continua sendo uma alternativa defendida por alguns e rejeitada por outros. Mas, a “velha” moenda mantém o predomínio. Esse equipamento tem usado, em alguns parques industriais, uma roupagem nova. Exemplo disso é a camisa perfurada – como é também conhecida a camisa de alta drenagem – que possibilita a redução da umidade do bagaço e a obtenção de ganhos na eficiência da extração do caldo. (RA)
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Equipamentos avançados e automatização aumentam eficiência Diversos sistemas e equipamentos avançados podem, a qualquer momento, alterar a configuração de usinas e destilarias, para torná-las mais eficientes e produtivas. Algumas dessas soluções estão começando a ser incorporadas a plantas industriais, outras já estão mais difundidas.
Otimização energética é também uma das prioridades das plantas mais novas ou mesmo na modernização das unidades mais antigas Entre essas tecnologias inovadoras incluem-se sistemas de concentração de vinhaça, processos de evaporação do caldo, caldeiras de alta pressão, cozedor contínuo, destilação a vácuo, condensador evaporativo, peneira molecular. Há ainda mudanças que já foram adotadas em larga escala no setor, como a substituição das antigas turbinas a vapor por
sistemas de motores elétricos. A eletrificação melhorou o ciclo térmico nas usinas, proporcionando a diminuição de consumo de
Nova concepção facilita manutenção e ampliação Além de contar com equipamentos e sistemas eficientes em sua configuração, a unidade industrial moderna é caracterizada por plantas mais compactas e layouts otimizados que proporcionam facilidades para operação, manutenção e futuras ampliações. Apresenta também maior flexibilidade para mudança de mix e diversificação da produção. A nova concepção de planta industrial, que passou a ser adotada a partir de 2003 com a expansão do setor sucroenergético, prevê o desenvolvimento de projeto de usina com característica modular, que pode
possibilitar, por exemplo, a ampliação de uma unidade com capacidade inicial de moagem de um milhão de toneladas de cana para até seis milhões. A questão ambiental é outro aspecto importante nas novas plantas industriais. Os projetos greenfield têm sido implantados distantes de rios. Entre as medidas que estão garantindo a sustentabilidade ambiental da atividade sucroenergética estão a utilização de lavadores de gases nas caldeiras, o reúso da água, a destinação correta da vinhaça, cinzas, torta de filtro que são utilizadas na adubação. (RA)
vapor no processo. Na geração de bioeletricidade, o uso de máquinas de alta eficiência, de múltiplos
estágios e de turbinas de condensação também têm interferido, de maneira positiva, na performance de usinas mais antigas. A otimização energética é uma das prioridades das plantas mais novas ou mesmo na modernização das unidades construídas há algumas décadas. A automatização das plantas industriais tem sido também fundamental para a melhoria da eficiência operacional de unidades sucroenergéticas que passaram a contar inclusive com o COI - Centro de Operações Integradas. Outra evolução significativa é o conceito de indústria alimentícia, que foi incorporado ao processo de produção de açúcar por meio da adoção das boas práticas de fabricação e da utilização em equipamentos de materiais especiais, como revestimentos de epóxi e aço inox que reduzem problemas de corrosão e abrasão. Com o uso de tecnologia de ponta, as novas unidades industriais foram desenvolvidas para terem maior recuperação de sacarose, redução de perdas, menos problemas de manutenção e, consequentemente, diminuição do número de paradas. (RA)
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Equipamentos e sistemas transformam usinas em plantas ambientais Soluções devem estar ajustadas e sintonizadas às demandas de unidades industriais para que operem de maneira otimizada e eficiente R ENATO, ANSELMI, DE CAMPINAS, SP
Sistema de limpeza a seco, condensador evaporativo, concentrador de vinhaça, filtros, ventiladores, exaustores, lavadores de gases, estações de tratamento estão entre os recursos tecnológicos que ajudam a transformar parques industriais de usinas e destilarias em plantas ambientalmente corretas. Algumas dessas soluções são mais acessíveis economicamente, outras nem tanto. Mas, todas elas têm que estar ajustadas e sintonizadas aos projetos das unidades industriais, que devem criar condições para que essas alternativas tecnológicas operem de maneira otimizada e eficiente visando a redução da poluição, a economia e a reutilização da água, a destinação correta de efluentes e resíduos industriais. Um dos grandes aliados da redução do consumo de água em usinas e destilarias é o sistema de limpeza de cana a seco, que tem passado por alguns aprimoramentos e modificações para se adaptar às demandas de cada unidade. Além de separarem impurezas minerais e vegetais, sistemas nessa área são desenvolvidos para atender, por exemplo, as necessidades relacionadas ao processamento da palha, utilizada na cogeração de energia, o que inclui limpeza, desfibramento, trituração e transporte dessa biomassa.
Na Bevap, tubulação leva o vinho para as torres de destilação
Preocupadas com a destinação e o aproveitamento correto de seus efluentes, diversas usinas – que valorizam a sustentabilidade ambiental da atividade – têm procurado alternativas eficientes e viáveis economicamente para o manejo da vinhaça. O volume desse efluente tem inclusive aumentado com a capacidade de produção cada vez maior das destilarias. Dependendo da localização das lavouras e da topografia do terreno, muitas unidades sucroenergéticas fazem a distribuição de vinhaça no campo por meio de valas ou tubulações. Em outras situações, existe a necessidade da utilização de caminhões para o transporte desse efluente, o que proporciona uma elevação considerável do custo da operação. Outra opção de manejo é a diminuição do volume da vinhaça. Uma maneira de fazer isto é obter fermentações com teor mais elevado de etanol no vinho por meio de leveduras mais eficientes, aponta Teresa Cristina, da MSBio. A redução do volume de vinhaça pode ocorrer também a partir da utilização de tecnologias voltadas à concentração desse efluente, que possibilitam a diminuição do volume de vinhaça – de treze litros, em média, por litro de etanol – para apenas 1,3 litro. Os benefícios proporcionados por essa tecnologia não param aí. Há a diminuição do consumo de água na unidade industrial. Esse sistema cria condições para que a água retirada da vinhaça seja aproveitada na destilação do etanol. Entre as vantagens dos concentradores de vinhaça estão a diminuição significativa de custos com o transporte e a distribuição desse produto utilizado na adubação de canaviais e também a redução de despesas para a aquisição de fertilizantes.
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Condensador evaporativo proporciona economia de água Usinas e destilarias podem contar ainda com estações de tratamento de efluentes e soluções para reúso da água Há diversas soluções, disponibilizadas pelo mercado, que podem ser “parceiras” importantes das plantas ambientais. Uma delas é o condensador evaporativo que apresenta economia significativa de água, dispensando a utilização de torres de resfriamento e de sprays aspersores. Além disso, esse equipamento é caracterizado por baixo consumo energético. Apesar de ser ainda pouco usado no setor sucroenergético, o condensador evaporativo tem grande potencial para se tornar um dos alvos preferidos de quem busca tecnologia avançada. Entre os seus diferenciais inclui-se a eliminação da captação e do bombeamento que fazem parte dos sistemas convencionais. Esse recurso tecnológico pode ser utilizado em equipamentos que exigem uma condensação final de vapor, como cozedores e turbinas de condensação. Sistemas de evaporação de caldo, que usam o condensador evaporativo, também contribuem para a redução do consumo de
água nas plantas industriais de unidades sucroenergéticas. Equipamentos de controle ambiental, como filtros e lavadores de gases, desempenham papel importante para a redução das emissões de poluentes provenientes da queima da biomassa da cana nas caldeiras. Existe hoje tecnologia que possibilita inclusive a recuperação da água usada no sistema de lavagem de gases, que pode ser reaproveitada na indústria ou utilizada para fertirrigação no campo. Com a finalidade de assegurar a eficiência do sistema de geração de vapor, é necessário escolher ventiladores e exaustores que apresentem capacidade proporcional ao tamanho das caldeiras, o que evita a ocorrência de problemas nessas operações. Os ventiladores de grande capacidade, por exemplo, precisam ter características aerodinâmicas que permitam maior eficiência e economia de energia no acionamento. As plantas ambientais podem ainda contar, entre outras opções tecnológicas, com estações de tratamento de efluentes e soluções para reúso de água. A implantação desses sistemas dependem, em diversos casos, de estudos de viabilidade econômica e da capacidade de investimento de unidades e grupos sucroenergéticos. (RA)
Condensador evaporativo na Usina Santa Isabel
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CTBE diminui custo de coquetel enzimático para etanol 2G Melhoria dos microorganismos e do processo de produção viabiliza redução do valor para menos de US$ 0,10 por litro de etanol R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP
O custo das enzimas sempre foi considerado um dos maiores vilões para a produção de etanol de segunda geração. Instituições de pesquisa e empresas têm se movimentado para reverter essa situação. O CTBE - Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol, localizado em Campinas, SP, tem obtido resultados bastante interessantes nessa área. Com a melhoria dos microorganismos, dos coquetéis e do processo de produção, o CTBE conseguiu diminuir o custo de produção da enzima para menos de US$ 0,10 por litro de etanol, beirando US$ 0,05 por litro, informa o engenheiro químico José Geraldo da Cruz Pradella, que coordena um grupo de produção de enzimas com fungos filamentosos no CTBE. “A nossa meta é ficar numa faixa entre
José Geraldo da Cruz Pradella, coordenador de um grupo de produção de enzimas com fungos filamentosos no CTBE
US$ 0,05 e US$ 0,07 por litro de etanol, que é um resultado muito bom em termos de redução de custo e de realidade econômica”, ressalta. De acordo com a maioria dos trabalhos nessa área, o custo estava em torno de US$ 0,20 por litro que é um valor muito alto – observa. Equivale a metade do preço do etanol de primeira geração no Brasil, onde se fala que o custo de produção gira em torno de US$ 0,40 por litro – comenta José Pradella. “Optamos por um esquema chamado produção on site (dentro do sítio). Neste processo, é usada toda a infraestrutura da usina, incluindo utilidades (eletricidade, vapor) além de matérias-primas, como bagaço, caldo, melaço de cana como meio de cultura para a produção dessas enzimas”, detalha. As enzimas produzidas a partir de fungos da espécie Trichoderma harzianum e Penicillium echinulatum foram desenvolvidos em laboratório e testados em escala semiindustrial, na Planta Piloto para Desenvolvimento de Processos (PPDP) do CTBE. O Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol está agora buscando uma parceria para que o coquetel enzimático seja avaliado em um ambiente industrial – diz. “O objetivo é ter uma tecnologia nacional para “forçar” a redução de preço desse insumo”, enfatiza.
Processo eficiente e modelo da planta asseguram barateamento Na planta do CTBE, a unidade de produção da enzima e de etanol de segunda geração funciona junto à fábrica de álcool de primeira geração – informa o engenheiro químico José Pradella. Como a enzima é produzida dentro do parque industrial da usina, não há necessidade de downstrem para separação, purificação e transporte, o que possibilita uma redução significativa de custo, esclarece. Esse modelo segue a trilha de uma biorrefinaria que utiliza a biomassa da cana-de-açúcar como matéria-prima. “Em nosso arranjo, é levado em consideração o recolhimento de 50% de palha no campo. O bagaço da cana vai para dentro da unidade
para a produção de etanol e eventualmente de açúcar. Parte do bagaço e da palha é usada para a produção de eletricidade e do vapor, consumidos na unidade de primeira geração. A outra parte de palha e bagaço vai para a unidade de segunda geração” – detalha. Nesse sistema, há aumento da quantidade de etanol e diminuição do custo relativo da produção de enzima e também do etanol de segunda geração. Para que ocorra o barateamento da enzima, é necessário ter também um processo de produção eficiente. Há a utilização, por exemplo, de tanques especiais. “O grande custo do coquetel
Pré-tratamento, conjunto de enzimas bem balanceadas e reator de hidrólise de alto desempenho são fundamentais enzimático, em torno de 60% a 70%, é o investimento de capital. Por isso, o rendimento tem que ser alto. É preciso produzir muita enzima em pouco tempo devido ao capital investido”, enfatiza José
Pradella, que possui doutorado em Engenharia de Bioprocessos. Existem três pontos fundamentais para melhorar a eficiência: pré-tratamento, conjunto de enzimas bem balanceadas e reator de hidrólise de alto desempenho – destaca. A redução do custo está relacionada também ao aprimoramento de microorganismos, para aumentar a produção de enzimas, por meio de ferramentas de biologia molecular e de genética clássica. Com isto, é possível obter uma maior produção, em menor tempo, usando nutrientes mais baratos – comenta. (RA)
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Melhoramento de microorganismos possibilita aumento de produção Ferramentas de biologia molecular criam condições para potencializar a expressão de genes do fungo Trichoderma harzianum O trabalho voltado ao melhoramento genético dos microorganismos que produzem as enzimas tem sido um trunfo importante para aprimorar a performance dos coquetéis. Exemplo disso é o melhoramento do fungo Trichoderma harzianum, isolado da Floresta Amazônica, a partir de pesquisa desenvolvida pelo CTBE, em parceria com a Universidade Tecnológica de Viena, da Áustria. Esse microorganismo tem sido inclusive bastante utilizado para a produção de enzimas no Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol. Os resultados obtidos com o melhoramento deste fungo são bastante satisfatórios, afirma a bióloga Priscila Delabona, especialista em bioprocesso, coordenadora do grupo do CTBE que realiza trabalhos voltados ao melhoramento molecular desta linhagem. “Como já foi melhorada quase toda a parte de bioprocesso que inclui fonte de carbono ideal, composição do meio de nutrientes, além do processo de fermentação, chegou-se a um limite com esse microorganismo”, observa. Para o aprimoramento da performance, procura-se melhorar geneticamente o fungo,
Priscila Delabona, especialista em bioprocesso
atuando em genes que faz aumentar a produção dessas enzimas de interesse. “Além de aumentar a expressão desses genes usando diversas ferramentas de biologia molecular, a gente deleta genes que reprimem a produção de enzimas”, explica.
Não é somente o trabalho feito com a Universidade de Viena – onde Priscila Delabona fez parte de seu doutorado em biotecnologia – que integra as pesquisas na área de biologia molecular do CTBE. Há linhas desenvolvidas, por exemplo, em
parceria com a Universidade Federal do Pará. Essas pesquisas estão na parte mais básica, com o objetivo de identificar algum microorganismo que apresente melhor desempenho dos que são usados atualmente. (RA)
Pesquisas para desenvolvimento de enzimas são contínuas As pesquisas do CTBE, voltadas ao desenvolvimento de coquetéis enzimáticos mais eficientes, são contínuas. Existe ainda uma grande demanda nessa área, constata José Pradella. O processo de produção de etanol de segunda geração está apenas começando no Brasil e no mundo – comenta. “As plantas industriais são pequenas, para a produção de vinte milhões de litros/ano. Há um vasto campo a ser trabalhado”, diz.
Segundo ele, existem muitas dificuldades não só em relação ao preço das enzimas, mas também na questão do prétratamento que é um grande gargalo. O resultado obtido no pré-tratamento varia muito conforme a biomassa utilizada, observa. Técnicas de pré-tratamento, coquetéis enzimáticos e, com um pouco menos de ênfase, a parte de fermentação de pentoses, têm sido trabalhados pelo CTBE desde o
seu surgimento em 2008, que identificou esses fatores como gargalos na tecnologia para a produção de etanol de segunda geração. Até fevereiro de 2010, os esforços estiveram mais concentrados na aquisição de equipamentos e montagem dos laboratórios e da planta piloto, informa José Pradella. A partir da realização de pesquisas e experimentos, o CTBE conseguiu cinco patentes de processos de
obtenção e de uso de enzimas – revela. De acordo com ele, o laboratório de bioetanol tem feito, desde o início de suas atividades, convênios com instituições de ensino e pesquisa, como: a Universidade de Caxias do Sul; Embrapa Instrumentação, de São Carlos, SP; Oklahoma State University e, mais recentemente foi iniciada parceria com a Unesp – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de São José do Rio Preto, SP. (RA)
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Falta de cana faz Cruangi parar de moer antes do tempo Mas unidade reativada após parar por 3 safras consecutivas mantém esperanças de retomada LUIZ MONTANINI, DE TIMBAÚBA, PE
Ao lado da Pedroza, a Usina Cruangi, de Timbaúba, PE, foi rativada no final de 2015 e tornou-se uma das responsáveis pela recuperação do emprego em Pernambuco em 2015. Neste início de 2016, a usina parou no meio da safra, por falta de cana. Não bastasse os canaviais serem afetados pela seca, muitos fornecedores deixaram de entregar o produto à unidade, que só esmagou cerca de 50% da cana prevista. A usina só moeu 291 mil toneladas das 500 mil planejadas e trabalhadores da agroindústria em torno da usina foram desligados, mas ainda assim seus diretores continuam a manter esperanças de retomada. O contrato de arrendamento da Cruangi com a Cooperativa da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (Coaf) foi assinado em 2015 e desde então, com Alexandre Andrade Lima, a unidade tem corrido contra o tempo e contra alguns inimigos naturais, como a falta de chuva e o fogo amigo de alguns próprios fornecedores que não apoiam a iniciativa e acabam vendendo sua cana a outras unidades até mais distantes.
COAF/Cruangi: reativação fez alegria da população retornar por algum tempo
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Unidade apela aos fornecedores para trazer cana às moendas A Cruangi ficou parada por três safras consecutivas. Para reativá-la, a Coaf está investindo em torno de R$ 3 milhões. A moagem começou em outubro passado, com estimativa de processar 400 mil toneladas de cana em 2015/16, mas a falta de cana obrigou-a a encerrar a safra antes do tempo, moendo apenas 291 mil toneladas. Apoiado por Rodrigo Borba, que o ajuda na administração, Alexandre Andrade Lima não se cansa de fazer apelos aos fornecedores das proximidades para deixar as brigas sem motivo real de lado e investir na cooperativa. — Fizemos reuniões praticamente quinzenais com os fornecedores, pedindo mais cana, mas não adiantou. Passamos momentos difíceis neste janeiro e não tivemos alternativa. Alexandre Andrade Lima lamenta o fato de alguns fornecedores de peso não aderirem à reativação da unidade. Para estes, seria uma grande oportunidade do fornecedor se transformar em dono de usina, mas alguns não entendem. Ainda com todos os dissabores, Alexandre Andrade Lima continua adepto incondicional do sistema cooperativista voltado à industrialização da cana-deaçúcar. “Criamos a Agrocan para uma região de Pernambuco e a Coaf para a outra e estamos envolvendo cerca de 1.200 cooperados nesta empreitada. Estamos reativando unidades, recuperando empregos e reativando economias locais adjacentes às
usinas. Isso é muita coisa, e muita coisa boa”. — Esse processo de cooperativismo
Alexandre Andrade Lima
veio para ficar. A cooperativa que a gente fez aqui foi praticamente copiada no sistema da Coagro no Rio de Janeiro, que se formou
para abrir usinas fechadas naquela região. Fizemos esse processo em Pumaty no ano passado e foi muito propício, deu tudo certo.
Área agrícola da Cruangi: busca por cana de fornecedores
Otimismo com a usina e esperança Na reinauguração, agradecimento na recuperação do setor maior foi aos guerreiros da Cruangi O presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco e da Coaf, Alexandre Andrade Lima, está otimista com a possível recuperação do setor. “O país passou 5 anos aí na prosperidade e o setor evoluiu junto. O país agora está em recessão, o setor foi afetado nos últimos anos, mas está começando a
vislumbrar um horizonte. O dólar alto está ajudando um pouco e a partir deste janeiro de 2016 o Nordeste inteiro terá aumentado 2% no ICMS da gasolina e diminuído 2% no ICMS do etanol. Isso vai nos estimular. Pouco, mas vai ajudar. Minas já fez isso, e dobrou a produção de etanol. Temos a mesma expectativa”. (LCM)
Encontrei Alexandre Andrade Lima em novembro de 2015 em meio à correria característica de uma usina recém-ativada. Às funções já atarefadas de presidente da AFCP – Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, da Unida – União Nordestina dos Produtores de Cana, de suas obrigações particulares como empresário, Alexandre acabara de somar a de diretor executivo da Usina Cruangi.
As corridas para fazer pagamentos, conseguir peças de reposição para alguns equipamentos que se desgastaram e quebraram e tantos outros afazeres não tiraram seu ânimo. E tampouco o dos integrantes da unidade. Ao vê-lo atarefado, chegando de madrugada e saindo à noite, quando conseguia sair, os colaboradores se animavam mais, a fim de fazer a usina moer melhor e seus equipamentos funcionarem de forma mais arredondada. (LCM)
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Cibelle continua a ter esperança no sucesso da usina A técnica em segurança do trabalho, Cibelle Alves Chaves, não escondia o contentamento. Enquanto mostrava a usina, calçada com bota de segurança adequada, porém sem perder o toque feminino no calçado, ela elogiava o trabalho não apenas de Alexandre, mas de outros dois profissionais abnegados, Rudimar e Vanderci Joventino, supervisor de manutenção mecânica. — Estes são três guerreiros, derretia-se. “Durante o apontamento da usina, viraram 36 horas sem dormir, e antes disso já estavam muito cansados porque, afinal, a usina estava parada há 3 anos e foi muito difícil colocá-la em funcionamento em tão pouco tempo, com exatos 1 mês e vinte dias... Cibelle lembra que todos os outros integrantes da unidade ombrearam a tarefa junto com os 3 guerreiros e muitos também viraram a noite. No fim tudo deu certo e foi marcado o dia da reinauguração da Cruangi. Alexandre nem teve tempo de trocar de roupa, ou não quis trocá-la, mas o fato é que ele apareceu diante de todas as autoridades, que incluíam governador do estado de Pernambuco, prefeitos, deputados e empresários de renome vestido com o macacão da usina. Na hora do discurso, ele quebrou o protocolo. Em vez de começar a agradecer pelas mais altas autoridades e, em ordem decrescente, chegar às menores, transformou os operários nas maiores autoridades. Disse,
Cibelle Alves Chaves, técnica em segurança do trabalho
primeiro algo, como: — Quero agradecer aqui a estes verdadeiros guerreiros, homens e mulheres
de fibra que se doaram por dias e noites a fio para que conseguíssemos colocar esta unidade para moer.
Desde então, Alexandre e seus diretores só acumulam o apoio do pessoal da usina. (LCM)
João Quesado voltou correndo da sua peregrinação
A bela Joana se realiza entre os eletrodos
Rudimar doou 39 anos de experiência a serviço de Pernambuco
O químico João Quesado está muito animado com a reativação da unidade. Havia trabalhado na antiga Cruangi por 12 anos. Após a parada, este outro guerreiro, de acordo com o testemunho de Cibelle Alves Chaves, peregrinou por 3 anos por usinas dos estados do Maranhão e Sergipe. Voltou correndo ao ser convidado pela nova diretoria. Não quer outra vida. (LCM)
A soldadora Joana Conceição, 24 anos, é outra integrante feliz da vida. Seu pai é caldeireiro e com ele ela passou a gostar da profissão de soldadora. De Macaparana, Pernambuco, trabalha feliz e de forma competente entre os homens da usina. É uma das mais competentes do setor. Ela se realiza quando está na máquina de solda, vendo os eletrodos ligarem os metais. (LCM)
O gerente geral Rudimar Gonçalves, tem 39 anos de experiência, a maioria com o antigo proprietário, o conhecido José Guilherme de Azevedo Queiroz. Quando a usina fechou partiu para trabalhar na Paraíba, na Usina São João, e ali ficou durante os três anos. Nascido e criado na Usina Maravilha, Rudimar é reconhecido em toda a região como um dos maiores especialistas da área. (LCM)
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ARTIGO
Tratando de custos e eficiência operacional com tecnologia em equipamentos E MERSON MARCELO CREPALDI*
Nas últimas 3 décadas o setor tem visto todo tipo de equipamento para CCT, tratos, preparo e plantio evoluindo ano após ano, sempre em busca de maior índice de conforto, segurança, redução em consumo de combustível e menor custo de reparo de manutenção. A dificuldade em gerir estes equipamentos e poder extrair o máximo que os fabricantes oferecem, acabam por tornar a operação em si de alto custo, pois o dinamismo em campo, a falta de acompanhamento em tempo real e formação de operadores impacta diretamente na eficiência dos mesmos. Nestes últimos anos, devido a crises e dificuldades, o setor sente a necessidade de mudar sua antiga visão de “controle” e focar ainda mais na confiabilidade e velocidade de chegada das informações, para que possam ser analisadas em tempo real para tomada de decisão imediata com um simples objetivo: migrar do antigo controle para inteligência de alto desempenho em agricultura. Para isto é necessário investir em tecnologia que garanta uma comunicação estável e confiável de custo acessível, minimizando o impacto do uso de GPRS/3G, que está sobre gestão exclusiva das operadoras, e que em campo mostra inúmeros gargalos na comunicação. Ou ainda, o uso do
Instalação de torre fixa para rede SolinfNet
satélite com alto custo para transmissão de dados, praticamente inviabilizando seu uso. Uma das principais soluções hoje está embasada sobre uma rede de comunicação via rádio de alta performance, batizada de SolinfNet, capaz de garantir o monitoramento on-line pelas Centrais de Operação Agrícola (COA’s), centradas em buscar reduzir custos com a maximização de performance dos equipamentos. Além disso, essa solução possui um alto valor agregado, pois sua infraestrutura pode ser reaproveitada para
soluções como rádio digital e piloto automático com RTK. A produção do canavial deve ser feita para garantir uma maior produção por hectare, ficando a cargo da operação uma maior eficiência. Para isso temos soluções que mudam os antigos conceitos de transbordos fixos como o Fila Única de Transbordos, que hoje já apresenta ganhos de até 25% em horas produtivas, e ainda a estruturação de COA’s com perfil muito além de controle, estratégicos para tratar anomalias
Tripé móvel concentrador de rede SolinfNet
em campo em tempo real, unir áreas como operação, manutenção e logística, transformar dados em informação e buscar o objetivo principal de reduzir custos, com maximização de produtividade. *Emerson Marcelo Crepaldi é gerente de projetos da Solinftec. S.A. Solinftec (18) 3622 2270 www.solinftec.com
Empresas apostam no serviço de Zanardo possui válvulas de troca rápida de drives danificados controle ideais para cogeração Você conhece o Drive Exchange? Seguindo uma forte tendência de mercado algumas empresas apostam no serviço de troca rápida de drives danificados, que conta com inúmeras opções de instalação e entrega rápida. Foi implementado no Brasil pela ABB e seu crescimento só fez ampliar a demanda, pois se trata de uma solução ágil, econômica e confiável. Entre seus adeptos estão indústrias do ramo têxtil, alimentício, sucroenergético e metalúrgicas. “O serviço de Drive Exchange vem sendo utilizado de forma crescente e contínua pelos nossos clientes que enxergam os benefícios desta prática. As vantagens que o cliente tem com o serviço, a agilidade em reposição do drive avariado são interessantes porque o custo
fica 40% menor em comparação a um novo e com garantia de fábrica de 1 ano”, observa Maurício dos Santos, supervisor de service na APS Componentes Elétricos. A empresa informa que com o serviço não há mais motivo para condenar o drive danificado porque ele pode ser transformado em “novo de novo”. O equipamento reformado pelo fabricante, com partes e peças novas, originais garantem confiabilidade no produto a um custo baixo de investimento. A empresa salienta que o drive antigo e seus componentes associados são reciclados em conformidade com as leis ambientais. APS Componentes Elétricos (11) 5645-0800 www.apscomponentes.com.br
Com mais de 30 anos de experiência no mercado, produção 100% nacional e capital próprio, a Zanardo Válvulas Industriais está sempre em busca de inovações e de produtos que se adequem às necessidades de seus clientes. Nos últimos 10 anos, a empresa se consolidou como uma das melhores fornecedoras de válvulas de controle para Válvula de controle Zanardo modelo globo caldeiras e turbinas, com angular utilizada para a ventilação do superaquecedor pressões de até 2.500 libras e materiais nobres. Para caldeiras, destaca-se com uma vapor com água de arrefecimento grande linha de produtos para atender as (dessuperaquecedor tipo Venturi). mais severas condições de trabalho, desde o “Ao todo, entre caldeiras e turbinas, são controle de nível de água (geralmente são mais de 150 equipamentos em aplicadas válvulas globo com internos funcionamento com válvulas de controle anticavitantes) até a ventilação do Zanardo no Brasil e em vários países da superaquecedor (onde, dependendo da vazão América Latina” comenta com orgulho o Sr. e pressão, são aplicadas válvulas globo João Cláudio Zanardo, presidente e fundador angulares). da empresa. Para turbinas, especializou-se na produção de válvulas para controle de vapor Zanardo de selagem, controle de condensado, (18) 3117-1195 controle de vapor vivo e resfriamento do www.zanardo.com.br
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Automação deve estar presente na otimização e estabilidade dos processos Os indicadores mostram recuperação do mercado do açúcar. Os especialistas indicam que o ciclo de alta durará um bom tempo. Parece que o etanol também está ensaiando uma maior regularidade de ganhos. É comprovado que a automação deve sempre estar presente na otimização e estabilidade dos processos. Mas nesta hora de um ciclo de alta do produto final, ficamos mais sensíveis e predispostos a investir, pois sabemos que o retorno é maior e perder a chance de ganhar mais dinheiro não é interessante. Na fabricação do açúcar e do etanol, a medição de densidade e o controle associado são muito importantes. Trazem muito retorno, muito mais aproveitamento e mais dinheiro em caixa.
Sensores de medição de densidade com a tecnologia de micro-ondas resolvem, com robustez e precisão, a maioria das medições e garantem um bom controle para a grande maioria dos processos na fabricação do açúcar e do etanol. Nos tempos atuais todas as indústrias trabalham para que seus equipamentos tenham melhor desempenho; para que isso ocorra temos que medir bem e controlar com equipamentos que tenham precisão e robustez. Os empresários de visão devem ficar atentos e não deixar passar estas oportunidades de aumentar seus ganhos e até aumentar sua capacidade de produção, apenas medindo bem e automatizando. Como exemplos ligados diretamente à
fabricação do açúcar, vários empresários que mediram corretamente a densidade de seus cozedores, automatizaram seu processo de cozimento e investiram em tecnologia, melhoraram a qualidade, eficiência e aumentaram suas produções, sem investir dinheiro em infraestruturas ou novos cozedores. Fizeram isto apenas com os resultados das medições e controle buscando a uniformidade de processos nas 24 horas de operação contínua, repetibilidade dos resultados da medição correta da densidade e de um bom controle. Existem experiências que chegam a ampliar sua capacidade fabril. Existem números que nos indicam 20% de aumento da capacidade produtiva apenas trabalhando com perfeito controle, medições
precisas e repetitivas, tudo isto com um baixo custo de manutenção. Agora é o momento! A Authomathika informa que possui expertise no campo de automação para ajudar o cliente a elaborar a melhor forma de fazer a implementação, medição e controle da planta. Possui capacidade e equipamentos. Ela é a extensão da Pro-M-Tec alemã, no Brasil. A Pro-M-Tec é a melhor fabricante de sondas por micro-ondas da Europa, com mais de 8.000 pontos instalados. Authomathika (16) 3513-4000 www.authomathika.com.br
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NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES
Fevereiro 2016
Novo fertilizante pode revolucionar a produtividade da cana Testes indicam aumento médio de produtividade em torno de 20% Produzido pela indústria paranaense Caltec Química Industrial, tradicional fornecedora do setor sucroalcooleiro na área de tratamento de caldo, um novo produto vem sendo testado por uma série de entidades de pesquisa, e no setor sucroalcooleiro em parceria com a consultoria Adubai. Fertimacro é um fertilizante de formulação customizada que disponibiliza os macronutrientes essenciais: cálcio e magnésio, além do enxofre. Também dispensa o uso de corretivos, zerando o alumínio no solo, ao mesmo tempo em que aumenta diretamente a absorção do NPK pela planta. A Caltec iniciou as pesquisas com o produto em 2013. Mais de 150 testes estão em andamento, com efeitos significativos em diversas culturas além da cana, como soja e trigo. Os resultados mostram uma média de aumento de
produtividade mantida acima de 20%. “Este ano, iniciaremos um grande trabalho no setor sucroalcooleiro com vistas à comprovação destes resultados também na cultura da cana, onde dada a tecnificação da produção, certamente teremos números ainda melhores”, afirma Carlos Eduardo Furquim Bezerra, diretor da empresa. Durante os testes já realizados na cana, tanto em área com vinhaça no 2º corte
quanto em área sem vinhaça no 3º corte, houve resultados de aumento de produtividade. Com aplicação de uma dosagem de 40% de Fertimacro versus o tratamento convencional, na área com vinhaça, no 2º corte, a diferença foi de 13,1 toneladas por hectare (13%). No 3º corte, na área sem vinhaça, houve aumento de 14,6 toneladas por hectare (18%). A produção estimada de açúcar aumentou 19% na área
com vinhaça e 18% na área sem vinhaça. A eficiência do Fertimacro pôde ser comprovada com o aumento da concentração de magnésio nas folhas, aumento do peso médio dos colmos, da produtividade estimada de colmos e de açúcar. O engenheiro agrônomo e gerente técnico do Fertimacro, Fabiano Lenzi, explica que o aumento dos índices de produtividade das culturas brasileiras está diretamente ligado a uma maior absorção de cálcio e magnésio pela planta, pois estes elementos estão intimamente ligados à vida vegetativa. "Com alta reatividade e solubilidade, o Fertimacro garante a disponibilidade destes macronutrientes essenciais para a planta, o que explica os expressivos ganhos em produtividade", conclui Lenzi. Caltec 041 3016.8000 www.caltec.com.br
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