JornalCana — Edição 267 / Abril 2016

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O MAIS LIDO! w w w . j o r n a l c a n a . c o m . b r Ribeirão Preto/SP

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Série 2

Nº 267

R$ 20,00

UM PULMÃO A TODO VAPOR! Setor está modernizado e com energia de sobra para auxiliar reativação da economia

Unidade Morro Vermelho, em Goiás, uma das líderes de moagem no estado

IMPRESSO - Envelopamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT.


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ÍNDICE DE ANUNCIANTES

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Í N D I C E ÁREAS DE VIVÊNCIA ALFA TEK

CORRENTES INDUSTRIAIS

17 35311075

3

19 34234000

64 36452576

50

BASF

11 30432125

ENGEVAP

16 35138800

UBYFOL 19 21279400

22

DURAFACE - DURAPARTS19 35080300

IRRIGAÇÃO IRRIGA ENGENHARIA

62 30883881

BETABIO/WALLERSTEIN 11 38482900

REFRATÁRIOS RP

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 16 39698080

11 26826633

9

16 36265540

DMB

AUTHOMATHIKA

16 35134000

16

METROVAL

19 21279400

6

CALCÁRIO CALCÁRIO ITAÚ

16 35134000

BETABIO/WALLERSTEIN 11 38482900

11 29714444

SÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070

16

51

SOLDAS INDUSTRIAIS 48

AGAPITO

16 39462130

50

MAGÍSTER

16 35137200

15

ESPECIALIDADES QUÍMICAS 16 30198110

32

SOLENIS

19 34753055

SUPRIMENTOS DE SOLDA

10

VOESTALPINE BOHLER 11 56948377

CALDEIRAS ENGEVAP

18

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS

EQUIPAMENTOS PARA INCÊNDIO SECUR

39

PRODUTOS QUÍMICOS

44

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS AUTHOMATHIKA

16 39461800

49

ELÉTRICOS AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

7

4

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER

31

PLANTADORAS DE CANA

DE INFECÇÕES BACTERIANAS DISTRINOX

34 33199500

6

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS 33

ISOLAMENTOS TÉRMICOS

18

NUTRIENTES AGRÍCOLAS

CONTROLE METROVAL

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES

A N U N C I A N T E S

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E 12

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

AR-CONDICIONADO MAIS AR

PROLINK

D E

43

FEIRAS E EVENTOS 16 35138800

22

AGRISHOW

11 35987800

37

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

REED ALCANTARA

11 30605000

45

TECSOIL (SOLINFTEC) 18 36212182

FAR - DIAGNÓSTICO

16 35124312

25

FAR - TREINAMENTO

16 35124312

24

MSBIO

16 35124312

23

17

CARRETAS ALFA TEK

17 35311075

3

CARROCERIAS E REBOQUES SERGOMEL

16 35132600

36

FERMENTAÇÃO

TECNOLOGIA INDUSTRIAL SPAA

16 35124312

19

TELECOMUNICAÇÃO/RÁDIO COMUNICAÇÃO

FERRAMENTAS

COLETORES DE DADOS MARKANTI

16 39413367

4, 52

41 21077400

27

ALTA BINOVA

CONEXÕES CONEFLANGES

11 26316861

22

CONTROLE BIOLÓGICO KOPPERT DO BRASIL

19 31243677

CONTROLE DE FLUIDOS METROVAL

19 21279400

41 30719100

35

16 36158011

11

11 26316861

22

SÃO FRANCISCO

16 21014151

41

DMB

DURAFACE - DURAPARTS19 35080300

7

ENGEVAP

DMB

16 39461800

39

TESTON

44 33513500

2

TUBULAÇÕES PARA VINHAÇA

16 35138800

22

16 35124310

23

16 39461800

MSBIO

16 35124332

42, 50

PORTAL JORNALCANA

11 43479088

34

AGAPITO

16 39462130

50

VÁLVULAS INDUSTRIAIS

MÍDIA DIGITAL 39

STRINGAL

TROCADORES DE CALOR

LEVEDURAS

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS 6

MANCAIS E CASQUEIROS

MONTAGENS INDUSTRIAIS

GRÁFICA 14

29

TRANSBORDOS

FLANGES CONEFLANGES

17 32791200

7

FERTILIZANTES

COLHEDORAS DE CANA CASE IH

FERRANTE

DURAFACE - DURAPARTS19 35080300

FOXWALL

11 46128202

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CARTA AO LEITOR

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carta ao leitor índice

Josias Messias

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 Canas Rápidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 e 12 Percentual da mistura no diesel cresce para 8%

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 a 23 Eletrificação moderniza e eleva eficiência de plantas industriais Mecanização exige novas soluções para o manejo da matéria-prima

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 a 28 Usinas fazem cruzada contra os vários tons da febre amarela

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31 a 38 Doutores da Cana

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . .39 e 40 Garantia das boas condições de trabalho melhora desempenho

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . .42 a 44 Esalq discute importância das energias renováveis no desenvolvimento

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46 Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . .47 Governo autoriza a caça ao javaporco

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .48 a 52

BASTA A CADA DIA... “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”. (Jesus Cristo, o Senhor, ensinando no verso onze de Mateus seis que nenhuma ansiedade ou preocupação futura é produtiva)

josiasmessias@procana.com

Um impeachment no orgulho Uma das coisas mais impressionantes dos últimos tempos no Brasil e no mundo tem sido a capacidade de Dilma, Lula e o 'politburo' federal de mentir descaradamente sobre os mais diversos assuntos que lhes dizem respeito. “Nunca antes na história deste país” se viu uma ação tão bem orquestrada para transformar mentira em verdade e tentar ocultar e obstruir o acesso a fatos e acontecimentos nítidos, visíveis a qualquer pessoa, exceto àqueles que realmente não “querem ver”. Mas, além da luta desesperada pela sobrevivência política, como explicar tal capacidade de dissimulação e mentira? Simples, o apego ao poder cega as pessoas! Faz com que se sintam deuses e donos da verdade! Assim como afirmara Abraham Lincoln, “quase todos os homens são capazes de superar a adversidade, mas, se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”. A verdade é que mesmo se a Presidente Dilma conseguir escapar do impeachment e das investigações da Operação Lava Jato, continuará atolada nos problemas criados por ela mesmo e pelo PT numa longa história de incompetência, de demagogia e de irresponsabilidade! Grandes empregadoras e geradoras de renda, e com forte influência nas comunidades e regiões em que estão inseridas, infelizmente as usinas são ambientes propícios para a disseminação da “cegueira do poder”. Até pela própria história e cultura do setor. Neste ambiente não são apenas empresários e altos executivos que sofrem com a tentação de ser “o dono da verdade”. Encarregados e líderes de setores podem sofrer desta cegueira, afinal cada área da usina acaba também representando um ponto de influência, um território a ser conquistado e mantido. A influência ou os resultados iniciais acabam gerando um certo orgulho nos mais bem-sucedidos. Orgulho este que no início é positivo, estimulante, mas se não for bem compreendido pode vir a se tornar negativo, gerando em líderes a síndrome de “pequenos chefes”. E onde um se assenta no poder vários se acomodam na situação. Às vezes, o sucesso nos impede de reconhecer que a verdade é uma realidade vista por todos os lados e, portanto, ter acesso a mais pontos de vista nos deixa mais próximos do melhor resultado! Após 28 anos atuando no setor, eu me considerava profundo conhecedor da realidade das usinas. Mas, recentemente, ao conhecer “por dentro” dezenas de unidades servindo pelo Pró-Usinas, descobri que não sei quase nada e que as questões envolvendo o setor são bem mais complexas do que sequer eu imaginava. Voltei à escola! Por exemplo, percebo uma dificuldade em gerar ações conjuntas entre a área agrícola e a industrial visando reduzir os impactos no processamento da matéria-prima e, por conseguinte, na geração de caixa da usina. Claro que os desafios envolvem parâmetros técnicos e recursos, mas a falta de abertura e comprometimento dos gestores na obtenção de resultados numa área que não é “sua” pode ser determinante. Ou seja, é uma situação que fica mais fácil de ser resolvida trabalhando efetivamente em equipe e tirando o orgulho de lado! Afinal, o orgulho gera apego ao poder e este cega os olhos e endurece o coração daqueles que não entendem que na essência todo trabalho é uma missão de vida! Os resultados do trabalho baseado na humildade são consistentes e, ainda que demorem para tornarem-se visíveis, são graduais e sustentáveis. Já as consequências do orgulho também podem demorar para aparecer, mas quando aparecem, acabam por revelar o real caráter e competência de seus titulares! Isto me leva a crer que, assim como o impeachment de Dilma Rousseff é fundamental para viabilizar as soluções para a crise do Brasil, os enormes e prementes desafios enfrentados pelas usinas não nos permitem continuar aceitando os prejuízos da “cegueira do poder”. O melhor que posso fazer para as usinas é dar um impeachment no meu orgulho, já!

NOSSOS PRODUTOS DIRETORIA

O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 — Ribeirão Preto — SP procana@procana.com.br

NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroenergético de informações relevantes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e organizar eventos empresariais visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor (humano, socioeconômico, ambiental e tecnológico); Democratizar o conhecimento, promovendo o

intercâmbio e a união entre os integrantes; Manter uma relação custo/benefício que

propicie parcerias rentáveis aos clientes e demais envolvidos.

Josias Messias josiasmessias@procana.com.br Controladoria Mateus Messias presidente@procana.com.br Eventos Rose Messias rose@procana.com.br Comercial & Marketing Lucas Messias lucas.messias@procana.com.br

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JornalCana - O MAIS LIDO! Anuário da Cana Brazilian Sugar and Ethanol Guide A Bíblia do Setor! JornalCana Online www.jornalcana.com.br BIO & Sugar International Magazine Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool

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Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios & Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais e comerciais reservados. É proibida a reprodução, total ou parcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamente com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).


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AGENDA

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A C O N T E C E

PRÊMIOS MASTERCANA 2016

AGRISHOW

Marque as datas das três edições do Prêmio MasterCana: o MasterCana Centro/Sul será realizado em 22 de agosto, em Sertãozinho, SP, no dia anterior ao da abertura da Fenasucro & Agrocana; o MasterCana Brasil acontece em 25 de outubro, em São Paulo, SP e os troféus do MasterCana Norte/Nordeste serão entregues em 24 de novembro, no Recife, PE.

A 23ª edição da Agrishow — Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação será realizada entre os dias 25 a 29 de abril de 2016, no Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro-Leste, em Ribeirão Preto, SP. Para obter mais informações sobre a Agrishow 2016, entrar em contato com a organização do evento através do e-mail: visitante.agrishow@informa.com.

FENASUCRO & AGROCANA

ALTA PERFORMANCE AGRÍCOLA

A Fenasucro & Agrocana acontece nos dias 23 a 26 de agosto de 2016 em Sertãozinho, SP. É o principal encontro entre produtores, profissionais e os principais fabricantes de equipamentos, produtos e serviços para a agroindústria da cana-de-açúcar, um evento completo que oferece aos visitantes a oportunidade de explorar toda a cadeia de produção: preparo do solo, plantio, tratos culturais, colheita, industrialização, mecanização, aproveitamento dos derivados transporte e logística do produto e subprodutos da cana-de-açúcar.

O Fórum Usinas de Alta Performance Agrícola acontecerá no dia 28 de abril, em Ribeirão Preto, durante e dentro da programação da Agrishow 2016. Reunirá os maiores especialistas do país no tema. Maiores informações com Rose pelo email: rose@procana.com.br

ALTA PERFORMANCE INDUSTRIAL O Fórum Usinas de Alta Performance Industrial acontecerá no dia 22 de Setembro, em Ribeirão Preto. Agende esta data.


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CANA RÁPIDA

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Guarani desenvolve projeto para recuperação de nascentes A Guarani, empresa do Grupo Tereos, mantém um Programa de Recuperação de Nascentes, iniciado no ano de 2015, com o objetivo de, ao longo do tempo, aumentar a quantidade e a qualidade hídrica da região onde suas unidades industriais estão instaladas, desenvolvendo a recuperação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) das nascentes. Edson Luiz Carvalho, gerente de meio ambiente da Guarani, explica que, por meio deste projeto, é avaliado o estado de preservação das nascentes perenes no alto das bacias hidrográficas das áreas de influência da companhia, visando embasar programas de recuperação ambiental. “A partir da avaliação, elaboramos um projeto de recuperação florestal das APPs das nascentes, com espécies de árvores nativas, visando proteger os recursos hídricos superficiais dos córregos, assim como aumentar a biodiversidade regional”, acrescenta Edson. As mudas utilizadas na recuperação das nascentes serão produzidas no viveiro próprio da Guarani, localizado na unidade Cruz Alta, em Olímpia. O escopo de trabalho do projeto ainda contempla ações como preparação do solo, plantio, irrigação, manutenção, combate de pragas e conscientização dos proprietários das áreas. A Guarani é uma das empresas líderes do setor de cana-de-açúcar do Brasil e destaca-se como o 2° maior grupo produtor de açúcar na região Centro-Sul do Brasil. Possui oito unidades industriais, sendo sete no Brasil, na

Área ambiental da Guarani: mudas são produzidas no viveiro da unidade Cruz Alta

região noroeste do Estado de São Paulo, e uma unidade em Moçambique. Na safra 2014/15, a Companhia processou 20,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produziu 1,5 milhão de toneladas de açúcar, 790 milhões de litros de etanol e 1.000 GWh de energia para comercialização.

A Guarani é parte do Grupo Tereos, terceiro maior produtor de açúcar do mundo, que é especializado na transformação de beterraba, cana-de-açúcar e cereais. Como grupo cooperativo, a Tereos reúne 12 mil produtores cooperados e atua com uma visão de longo prazo: a adição de valor às matérias-

primas agrícolas, contribui para o fornecimento de alimentos de qualidade. Em abril de 2010, a Tereos Internacional e a Petrobras Biocombustível estabeleceram uma parceria estratégica e de longo prazo para consolidar a Guarani como um dos principais atores do setor sucroenergético.

Rio Claro, Morro Vermelho e Polo de cana, região de Ribeirão Preto arrecada 4,1% Água Emendada lideram ranking menos impostos federais de moagem em Goiás A arrecadação de impostos federais na região de Ribeirão Preto, polo sucroenergético do interior paulista, caiu 4,1% no mês de janeiro último. Segundo dados do Boletim Termômetro Tributário do Ceper/Fundace, a arrecadação no período foi de R$ 449,776 milhões. Na região, todas as avaliações do Boletim sofreram variações negativas, sendo possível notar queda significativa na arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de 10,9%. No município de Ribeirão Preto, a arrecadação atingiu a marca de R$ 226,885 milhões, valor 7,3% inferior ao de janeiro de 2015. Com exceção do IPI, que apresentou crescimento de 7,7%, todas as rubricas analisadas apontaram quedas. A queda na arrecadação de impostos federais é sentida em todo o País. Em nível nacional, a arrecadação total em janeiro de 2016 foi de R$ 94,083 bilhões, montante 4,8% inferior ao registrado no mesmo mês de 2015. No estado de São Paulo, o total de impostos federais arrecadados no período atingiu a cifra de R$ 39,836 bilhões, valor 6,8% inferior ao

de janeiro de 2015. Segundo os economistas, a queda é reflexo do quadro de enfraquecimento generalizado da economia brasileira. Eles afirmam no boletim que alguns setores estão sendo especialmente prejudicados pelo atual cenário, o que impacta diretamente na arrecadação de impostos federais. Dentre eles está o setor varejista que, de acordo com o IBGE, registrou em janeiro de 2016 queda de 10,3% no volume de vendas frente ao mesmo mês de 2015. Outro indicador que mostra o enfraquecimento da economia brasileira é o da produção industrial, que em janeiro de 2016 foi 13,8% inferior à produção do mesmo mês de 2015. Em doze meses, o setor acumula queda de 9%. De acordo com o Boletim Termômetro Tributário, os indicadores sugerem que os empresários brasileiros estão diminuindo a produção de produtos industriais mais elaborados e que isso ocorre provavelmente decorrente da queda da renda dos trabalhadores e do aumento das taxas de juros para financiamentos, que inibem o consumo.

As unidades Rio Claro, Morro Vermelho e Água Emendada, da Odebrecht Agroindustrial, formam o grupo que lidera o ranking de moagem do Estado de Goiás, segundo dados do Sifaeg — Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás. Juntas, moeram 9.607.810 milhões de toneladas de cana desde o início da safra 2015/2016, um aumento de 31,55% em comparação ao período anterior. No total, foram produzidos 559 milhões de litros de

etanol hidratado, 358 milhões de litros de etanol anidro e 682 mil MWh de energia elétrica. Segundo Celso Ferreira, vice-presidente da Odebrecht Agroindustrial, o resultado supera a meta pactuada para a região. “Batemos nosso recorde no Estado”, diz. “Chegamos a esses números graças ao comprometimento dos integrantes e aos investimentos da empresa em prol do aumento da produtividade.”

Capacidade instalada de térmicas movidas a biomassa cresce 6% A capacidade das usinas termelétricas (UTEs) movidas a biomassa cresceu 6% em 2015, na comparação com a capacidade de 2014. No ano passado, essas térmicas, nos quais estão incluídas as UTEs de usinas de cana-de-açúcar, alcançaram 11 mil megawatts (MW) de capacidade instalada. Conforme a CCEE, em dezembro do ano passado, a geração de biomassa alcançou 1.892 MW médios, sendo o

bagaço de cana-de-açúcar a principal fonte utilizada. Esta matéria-prima gerou 1.584 MW médios, ou seja, 83,7% do total. O pico de geração foi registrado no mês de agosto com 4.061 MW médios, por conta da safra agrícola. Desse total, o bagaço de cana representou um número ainda mais expressivo com 93% de todo o combustível utilizado na produção de energia.


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USINAS

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Três usinas da Bunge são autorizadas a importar diesel e biodiesel Três usinas de cana-de-açúcar controladas pela gigante do agronegócio Bunge foram autorizadas a operar importações de diesel e biodiesel. Aurélio Cesar Nogueira Amaral, superintendente de Abastecimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), assina as autorizações 166, 167 e 168, datadas em

22/03/2016, que autorizam as unidades sucroenergéticas da Bunge a exercer a atividade de importação de diesel e biodiesel. As unidades autorizadas pela ANP são as usinas Itapagipe, localizada no município de Itapagipe (MG), Frutal, em Frutal (MG) e Guariroba, localizada em Postes Gestal (SP).

Tonon entrega plano de pagamento de credores A Tonon Bioenergia, companhia em recuperação judicial desde dezembro passado, entregou à Justiça sua proposta de pagamento de credores. Com três usinas de cana-deaçúcar no Centro-Sul do país, a empresa informava em 30 de setembro, último balanço disponível, débitos de R$ 2,8 bilhões, a maior parte com bondholders que detêm juntos US$ 519 milhões em títulos emitidos pela companhia.

Grupo fez duas propostas: desconto de 80% no valor da dívida, com pagamento em oito anos, com dois dos quais de carência ou conversão de dívida em ações até o limite de 72,5% do capital social A sucroenergética propôs pagar os credores com garantia real — categoria na qual se enquadram os detentores de US$ 230 milhões em bonds com garantia — com um desconto de 5,25% e juros semestrais de 10,5% ao ano a partir de novembro deste ano. Os 94,75% restantes do valor do título serão pagos em maio de 2024. A empresa tem ainda a opção de não

pagar os cupons semestralmente e incorporar o montante devido ao valor principal da dívida. Para os credores quirografários, na qual se enquadram os bondholders dos títulos de US$ 289 milhões sem garantia, a Tonon fez duas propostas. A primeira é de um desconto de 80% no valor da dívida, com pagamento em oito anos, sendo dois de carência. A proposta prevê ainda um pagamento de juros mensais, CDI para créditos em reais e Libor mais 2% para os em dólar, após uma carência de 12 meses. A segunda opção para esse grupo de credores sem garantia é a conversão de dívida em ações até o limite de 72,5% do capital social da Tonon Bioenergia. A diferença, de 27,5%, ficaria com os atuais acionistas. “Os que optarem por essa alternativa estarão renovando a estrutura de capital da Tonon de forma a readequar a dívida ao tamanho da empresa”, explicou o advogado Paulo Fernando Campana Filho. Para os credores considerados “estratégicos”, tais como fornecedores de cana, a proposta da Tonon é de amortização em três anos, em parcelas mensais, sendo que 20% seriam pagos durante o primeiro ano, 40% durante o segundo e 40% no terceiro. Essa condições se aplicam no caso dos credores que continuarem o fornecimento para a companhia nas mesmas condições vigentes na data do pedido de recuperação. Aos credores trabalhistas, a Tonon Bioenergia propôs pagar o valor integral em até um ano.

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POLÍTICA SETORIAL

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Dilma Rousseff, ao lado do senador Donizeti Nogueira, à sua direita e demais representantes do setor ligado ao biodiesel

Percentual da mistura no diesel cresce para 8% A presidente Dilma Rousseff sancionou em 23 de março a lei 3.834/2015, que estabelece um cronograma para o aumento da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel fóssil. Anteriormente o índice do biodiesel no diesel estava em 7%. Após o sancionamento da lei esse percentual sobe para 8%, e o governo garante que a tendência é aumentar. Embora nenhuma garantia do governo seja encarada com seriedade no Brasil, fica a promessa para ser pelo menos cobrada depois pelo setor interessado. Presente em todo o território nacional, o biodiesel era utilizado em adição ao diesel

fóssil consumido no país na proporção de 7% (B7). O B7 é obrigatório no Brasil desde 2014; produzido a partir de diversos óleos vegetais, gorduras animais (20%), além de óleos residuais. O biodiesel estimula o processamento interno da soja, agrega valor aos produtos agrícolas, incentiva a produção de alimentos, reduz a necessidade de importação de diesel fóssil e ainda contribui com os objetivos globais de substituição dos combustíveis fósseis por energia renovável. O avanço da mistura obrigatória de biodiesel no Brasil é uma agenda positiva para o país com efeitos econômicos, sociais e ambientais, como por exemplo, a redução

da ociosidade da indústria, não gerando impactos inflacionários, gerando empregos, redução das emissões de CO2, entre outros fatores. Com a continuidade desse projeto a mistura poderá chegar até 15%, desde que sejam feitos testes em motores e o CNPE — Conselho Nacional de Política Energética, aprove. Após a assinatura da lei, a Presidente afirmou que o aumento do porcentual vai favorecer o meio ambiente e a população, e que espera que nessa flexibilidade de combinação o preço dos combustíveis diminua.

Dilma lembrou que participou ativamente dos processos de pesquisa, e que após diversos testes ficou comprovado que a soja era a melhor matéria-prima para produção, representando 77%. E acha difícil o país sair da rota da soja. A Presidente destaca ainda que o aumento do percentual de biodiesel vai permitir que produtores agrícolas se planejem melhor, o que resultará na garantia do fornecimento. “Acho importantíssimo que essa capacidade esteja em escada”, diz. Estimula-se que após 2017 o porcentual da mistura suba para 9% e em 2019, chegue a 10%.


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POLÍTICA SETORIAL

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Nova direção da Feplana toma posse e homenageia Arnaldo Jardim Os novos membros da diretoria e do conselho fiscal da Feplana - Federação dos Plantadores de Cana do Brasil tomaram posse durante solenidade festiva, em 23 de março, em Brasília. O atual presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) e da Associação dos Fornecedores de Cana de PE (AFCP), Alexandre Lima assume o cargo de presidente da Feplana, tendo como vice, o atual dirigente da entidade, Paulo Leal. O mandato corresponde ao triênio 2016-2019. Durante a solenidade o secretário de Agricultura de São Paulo e deputado federal, Arnaldo Jardim foi homenageado. O presidente da Asplan — Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba, Murilo Paraíso, participou da solenidade junto com o vice-presidente da entidade, Raimundo Nonato. Ele lembrou a importância da Feplana e da contribuição do antigo presidente, Paulo Leal para que a entidade defendesse os interesses do setor produtivo canavieiro. “Nos últimos anos, a Feplana se fortaleceu politicamente, e hoje, é frequentemente consultada pelos poderes do Estado quando o

Alexandre Lima assume a presidência da Feplana

tema envolvido é o setor sucroenergético. E a atuação de Paulo Leal à frente da entidade tem sido salutar, de forma que sua permanência na diretoria, defendida pelas associações e entidades de classe, foi uma unanimidade”, argumentou Murilo, que vai ocupar o cargo de primeiro tesoureiro na nova diretoria. Murilo Paraíso lembra ainda que Alexandre não havia se colocado para assumir o cargo de presidente e só aceitou essa nova missão em função dos apelos e consenso dos dirigentes de órgãos de classe canavieiros. “Além de presidir a AFCP — Associação dos Fornecedores de Cana do Estado de Pernambuco, a Unida — União Nordestina dos Produtores de Cana e uma das cooperativas que reativaram usinas em PE, Alexandre concordou em dirigir a Feplana com a condição de poder contar com a colaboração e atuação de Paulo Leal, dividindo com ele as responsabilidades e atribuições que o cargo requer”, observou Murilo. A homenagem ao secretário Arnaldo Jardim, segundo a Feplana, foi um reconhecimento diante do histórico político

do parlamentar em defesa do setor canavieiro nacional. “Jardim foi o mentor e articulador no Congresso Nacional do acréscimo de 22% para 27% de anidro na composição da gasolina, que depois foi aprovado pela União”, justificou Alexandre Andrade Lima.

MEMBROS DA NOVA DIRETORIA A nova diretoria executiva da Feplana é formada por Alexandre Lima, Paulo Leal e mais Edison José Ustulin (AFIDB/SP) como 2° vice-presidente, Luis Henrique Scabello de Oliveira (Canasol/SP) – 1° secretário, Luiz Eduardo Crespo (Asflucan/RJ) – 2° secretário, Murilo Correia Paraíso (Asplan/PB) – 1° tesoureiro e Luis Carlos Orsi (AFCRC/SP) – 2° tesoureiro. O Conselho Fiscal é composto por seus membros efetivos: Aparecido Ailton Passoni (Novocana/SP), Edgar Lehay Antunes (Asplana/AL) e Renato Lima Ribeiro (Asplan/RN); e suplência: Jorge Ferreira Monteiro (AFCESB/BA), Marcos Vrossin (Alfocig/SP) e José Santos Silva Amado (Asplan/SE).

Presidente da Asplan, Murilo Paraíso, é o 2° secretário


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Eletrificação moderniza e eleva eficiência de plantas industriais Além de diminuir a manutenção no sistema de moagem, cria condições para a instalação de redutores com tecnologia avançada R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

O aumento da energia disponível para venda não é o único benefício do uso de motor elétrico em plantas industriais de unidades sucroenergéticas. A eletrificação tornou a moenda mais flexível, criando condições para a elevação da produtividade na extração. Além disso, viabilizou a instalação de redutores de velocidade mais modernos e compactos, que exigem menos espaço. Possibilitou também a modernização do processo de preparo de cana com apenas um desfibrador (vertical ou horizontal) mais eficiente, em substituição ao sistema convencional que utiliza picador e desfibrador. Outro ganho importante proporcionado pela eletrificação é a redução da manutenção, principalmente no sistema de moagem de cana. Projetos mais antigos de processamento de matéria-prima incluíam grandes engrenagens, com volandeiras, pinhão, palito. Em unidades construídas durante e após o período de expansão da atividade sucroenergética, o sistema passou a contar basicamente com motor, redutor e moendas. E foi justamente com uma visão mais moderna de planta industrial que a Usina Caeté – Unidade Paulicéia, localizada

Usina Caeté, do Grupo Carlos Lyra: safra celebra maioridade e modernidade da unidade em Paulicéia, SP

no município de Paulicéia, SP, já nasceu eletrificada. Essa usina, pertencente ao Grupo Carlos Lyra, começou a ser montada em 2007 e entrou em operação em 2010. A eletrificação na Unidade Paulicéia está presente praticamente em todas as etapas do processo de produção. “A usina só tem turbina na própria casa de força, a turbina principal, e outra na turbobomba que alimenta a caldeira. O restante é tudo eletrificado”, afirma José Márcio Pereira de Oliveira, gerente Industrial da usina. O preparo de cana, que tem um esteirão de cem polegadas, conta com um motor de 4.000 cv para o picador e outro de 8.000 cv para o desfibrador.

A eletrificação da moagem da Paulicéia criou condições também para a instalação dos redutores planetários, que possibilitam o acionamento rolo a rolo de um terno de moenda, além da utilização de recursos para o gerenciamento mais detalhado do sistema de moagem. A Usina Caeté S/A, unidade Paulicéia, região do Oeste paulista, iniciou sua quinta moagem no último dia 22 de março, com expectativas que sinalizam números otimistas. Esta safra celebra a maioridade da unidade Paulicéia, com seus ativos biológicos atingindo o auge de produtividade. A previsão é de esmagar cerca de 2,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, resultando numa produção de 250 milhões de litros de etanol.


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Utilização de inversores otimiza consumo de energia Troca térmica eficiente e motores com carcaça de alumínio também proporcionam ganhos importantes O uso de equipamentos com elevada eficiência energética e a eletrificação possibilitam que a planta industrial de usinas e destilarias tenha um baixo consumo de vapor, o que cria condições para a ampliação dos ganhos por meio da comercialização do excedente de bioeletricidade. “Até o ano passado, a energia valia dinheiro. Neste ano, a situação está atípica. Mas, é preciso ter este ‘pulmão’. Para o Brasil crescer, vai precisar de energia. A venda de energia tende a voltar ser interessante”, opina José Márcio Pereira de Oliveira, gerente Industrial da Usina Caeté – Unidade Paulicéia. De acordo com ele, com a tecnologia existente hoje, como caldeiras de alta pressão e equipamentos que tornam o sistema eficiente, a tendência é que as usinas tenham disponibilidade de energia cada vez maior para a venda. Uma troca térmica eficiente também contribui para a economia de energia – destaca. No caso da Usina Caeté – Paulicéia, que produz somente etanol, o consumo de vapor

no processo é em torno de 380 kg por tonelada de cana – informa. A usina tem atualmente um gerador de 33 megawatts, vende 15 MW e produz 18 MW para consumo. Um fator importante para a otimização energética dessa usina é contar com motores que trabalham com inversores de frequência

– observa –, o que proporciona economia. “O equipamento só consome a energia que realmente precisa. Não fica trabalhando no máximo sem necessidade”, diz o gerente industrial. Outra medida dessa unidade para a redução do consumo de energia foi a aquisição de dois motores com carcaça de

alumínio, de 200 cv, para resfriamento das dornas de fermentação. “A carcaça de alumínio consegue dissipar mais, o motor trabalha mais frio”, explica. Esse tipo de motor tem um consumo menor de energia em relação a outros modelos para uma mesma operação – enfatiza. (RA)


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Problemas de quebra são superados com novos modelos

Planetários possibilitam melhor gerenciamento da moagem Recursos demonstram quando rolo fica sobrecarregado, possibilitando a adoção de alguma medida que evite maiores transtornos A planta industrial da Paulicéia foi concebida para esmagar, no projeto final, 1.100 toneladas de cana por hora. Atualmente está moendo a metade disto, chegando a 560 toneladas por hora, processando 2,5 milhões

de toneladas de cana por safra, informa José Márcio Pereira. A capacidade de moagem está projetada, com a consolidação da planta industrial, para 4,8 milhões de toneladas. A extração da unidade conta com quatro ternos eletrificados, independentes, com redutores planetários – detalha. Apesar de ter enfrentado alguns problemas de manutenção e quebra de planetários – que está exigindo a troca gradativa por modelos mais modernos –, o gerente industrial da Unidade Paulicéia afirma que este tipo de equipamento é uma solução interessante, porque disponibiliza informações que possibilitam um melhor

gerenciamento da moagem. “Se um pente que não estiver limpando direito começa a sobrecarregar um determinado rolo, já dá para perceber e fazer alguma intervenção. Se a cana que entrou na moagem sobrecarregar um determinado rolo, a gente retarda esse rolo, divide as cargas para o outro vizinho. Conseguimos gerenciar isto melhor”, exemplifica. “Os acionamentos convencionais não têm nada disto. Podem ser passíveis de uma sobrecarga em rodetes, que começam a ter trinca. Quando isto acontece, a gente sabe que é sobrecarga do equipamento durante a safra”, diz. (RA)

Os planetários apresentaram inicialmente problemas de manutenção e quebra, revela José Márcio Pereira de Oliveira. “Os primeiros projetos realmente deixaram muito a desejar, dando um certo trabalho. Os novos modelos têm apresentado um bom desempenho”, observa. A Caeté – Paulicéia está substituindo gradativamente os modelos mais antigos. “Quando acontecem eventos de quebra de um ou outro redutor planetário não fazemos mais a manutenção. Substituímos por uma versão mais recente. Não compensa fazer a manutenção”, diz. Os novos acionamentos são mais robustos, mais confiáveis – comenta. Os que foram adquiridos pela Unidade Paulicéia têm uma concepção com primeiro estágio no sistema paralelo. “Foi tirado o planeta e colocado o eixo paralelo. Esse é um dos pontos que proporcionou a melhoria, o que mais quebrava nos modelos antigos era o primeiro estágio”, afirma. Outra mudança está relacionada à carcaça do equipamento, que não é mais pinada entre os estágios. Agora, a carcaça é única, fundida – detalha. Um equipamento novo já operou em três safras e o outro em duas safras, sem apresentar problemas – diz. “Temos dois modelos novos. Adquirimos mais dois para a safra 2016/17. Estamos trabalhando para substituir todos”, informa. (RA)


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Mecanização exige novas soluções para o manejo da matéria-prima Cana picada está requerendo, por exemplo, bastante dedicação para o desenvolvimento de sistemas eficientes de limpeza de cana a seco R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

O setor sucroenergético brasileiro tem aprendido novas lições com o processo de aprimoramento da mecanização da colheita de cana-de-açúcar. Da mesma forma que interfere no manejo da produção agrícola, o corte mecanizado tem exigido mudanças e quebras de paradigmas na unidade industrial. A necessidade de se adaptar aos novos tempos e de mudar o jeito de fazer algumas coisas, na fábrica de açúcar e etanol, começa na recepção de cana – agora picada, em grande parte –, principalmente quando se trata de reduzir a quantidade de impurezas minerais e vegetais trazidas do campo junto com a matéria-prima. Além de deixar para trás o sistema convencional de lavagem da matéria-prima, a cana picada está exigindo bastante dedicação de profissionais de usinas e de fabricantes de equipamentos para o

desenvolvimento de sistemas eficientes de limpeza de cana a seco. E os resultados já começam a ser positivos. Há casos em que a eficiência na retirada de impurezas ultrapassa 70%. A alta performance não é o único quesito que se persegue nos projetos de processos de limpeza a seco. Baixo investimento inicial, facilidade e custo reduzido de manutenção, baixo consumo de energia são outros fatores que diferenciam

as soluções tecnológicas desenvolvidas e disponibilizadas para esta etapa da recepção de cana. Os sistemas de limpeza a seco, que apresentam bom desempenho, geram diversos benefícios que não se restringem a economia de água utilizada no processo convencional. Com a diminuição da quantidade de impurezas a serem processadas pela moenda ou difusor, ocorre a melhoria da extração e o

aumento da capacidade de aproveitamento da cana. As impurezas vegetais – folhas, pontas e palhas – sobrecarregam o sistema de preparo e extração. O uso dessa tecnologia possibilita ainda a redução do desgaste – provocado pelas impurezas ¬– de diversos equipamentos e, consequentemente, o aumento de sua vida útil, além da diminuição do consumo de potência dos equipamentos.


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Projeto e layout devem se adequar à realidade de cada usina A performance do sistema de limpeza de cana a seco depende do desenvolvimento de um projeto compatível à realidade de cada unidade sucroenergética, o que inclui a definição do melhor layout de instalação em projetos novos e adequações em plantas existentes. Com a separação das impurezas da cana por meio do insuflamento de ar proveniente da instalação de ventiladores, esses processos funcionam por meio de contracorrente, ou seja, o fluxo da cana é de cima para baixo e o fluxo de ar é de baixo para cima. Há soluções que possibilitam a implantação do sistema tanto em mesas alimentadoras quanto em linha com transportadores de cana. Os sistemas, que funcionam de maneira eficiente, criam condições para a retirada de grande quantidade de impurezas minerais da matéria-prima, que podem inclusive ser devolvidas para as lavouras de cana-deaçúcar. Além de separar as impurezas minerais das vegetais, alternativas disponibilizadas pelo mercado – ou mesmo desenvolvidas ou modificadas em usinas – permitem o desfibramento e a trituração da palha, com o objetivo de obter um tamanho adequado das fibras, para que ocorra a sua utilização na geração de energia na indústria. Em alguns casos, a palha é picada em um terno de moenda instalado exclusivamente para essa finalidade. Outra medida para o aprimoramento da

Sistemas de limpeza possibilitam o desfibramento e trituração da palha utilizada na geração de energia

tecnologia tem sido a redução da sujeira causada pelo sistema, o que contamina áreas anexas. Para isto, há necessidade da implantação de chicanas, anteparos e dutos.

Existe hoje também uma preocupação, nos sistemas de recepção de cana, com a simplificação dos processos de descarga e alimentação. Em decorrência do aumento da

cana de picada, os sistemas de preparo têm passado também por algumas modificações, que estão resultando na eliminação de picadores e esteiras metálicas.


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Desfibrador vertical tem maior eficiência na abertura de células A grande novidade no sistema de preparo de cana é o desfibrador vertical, que já está sendo utilizado por algumas unidades sucroenergéticas. Com instalação simplificada, este equipamento substitui o tradicional esteirão de cana que usa picador e desfibrador convencionais. O diferencial do novo sistema é a maior eficiência em relação ao preparo tradicional na abertura de células, apresentando uma performance superior – que varia de 2% a 3%, na média – ao resultado obtido pelo processo que utiliza picador e desfibrador.

Revestimento prolonga vida útil de martelos e facas

Processo de preparo, que dispensa o uso de picador, reduz a manutenção e não apresenta perda de caldo Existem diversos fatores que podem interferir, no entanto, no desempenho desses dois sistemas, como: quantidade de impurezas minerais, desgastes, manutenção dos equipamentos. De maneira geral, o desfibrador vertical tem uma eficiência na abertura de células de 89% a 91,5%, enquanto no sistema convencional o índice costuma variar de 87% a 89%. As vantagens não param aí. No processo convencional de picagem e

desfibragem, que utiliza o esteirão metálico para cana, ocorre uma perda de caldo de 0,5% a 2%, de acordo com estudos realizados em algumas usinas. No sistema com desfibrador vertical, não há problemas com este tipo de perda. Uma esteira de borracha faz a alimentação do equipamento que descarrega em seguida, a matéria-prima na esteira de cana desfibrada.

Esse processo de preparo possibilita também a redução do consumo de energia. A utilização de desfibrador vertical no preparo de cana para extração diminui, de maneira significativa, a manutenção nesta etapa do processo, pois o sistema dispensa o uso do picador em usinas que fazem exclusivamente o corte mecanizado de cana que já é picada durante a operação de colheita nas lavouras.

Mesmo para sistemas convencionais de preparo, o avanço tecnológico tem proporcionado condições para que esta operação seja realizada com maior eficiência e rendimento. Exemplo disso é produção de martelos que suportam o desfibramento de maior quantidade de cana, atendendo, dessa forma, uma demanda das unidades sucroenergéticas que apresentam uma capacidade de processamento de matéria-prima cada vez maior. As soluções, utilizadas para prolongar a vida útil desses componentes do sistema de preparo, recorrem à utilização de revestimentos de alta performance que podem ser aplicados tanto em facas (utilizadas nos picadores) e martelos novos como na recuperação de peças usadas. Esse recurso diminui o custo de manutenção com equipamentos de preparo que estão sujeitos a desgastes, que variam de acordo com índice de fibra da cana processada, tipo do solo – o arenoso é mais agressivo –, quantidade de impurezas minerais e vegetais trazidas para a indústria, entre outros fatores.


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“Os impactos da matéria-prima na indústria” Cana bisada, de áreas de vinhaça e com infestações de broca representam desafio adicional à área industrial NADIR CAETANO E LINA VITTI*

Esta safra 2016/17 será importante e desafiadora para toda a cadeia produtiva do setor sucroenergético e para o país. Indústria pronta para moer, caldeira aquecida, equipe treinada e preparada, colhedoras prontas para colher, agrícola e indústria alinhadas. Entretanto, como o título diz, temos que olhar com cuidado, bons olhos, sensatez e muito carinho para a nossa matéria-prima, a cana-de-açúcar.

"Açúcar e álcool se faz na lavoura; a indústria só os transformam" Muitas indústrias começarão a safra deste ano com a cana que sobrou da safra passada (a conhecida cana bisada) e

enfrentando outras situações adversas, como incerteza do clima, mas estas já são comuns no dia a dia de safra. Mas, para a indústria, o que a cana bisada traz de bom e também de problemas? Esta matéria-prima tem algumas características próprias. Apresenta alto teor de fibra (com menor densidade), mais amido, menos açúcar, cana deitada, enraizamento aéreo, colmos quebrados por ventos e chuvas, presença de brotação lateral, maior quantidade de compostos fenólicos, AR e aminoácidos. As colhedoras foram projetadas para cortar cana em pé, por esta razão a colheita de cana bisada, normalmente deitada, requer cuidados especiais a fim de evitar que impurezas minerais venham junto com a cana para a indústria, causando alguns impactos que serão listados abaixo.

O fato inquestionável é que os gestores industriais precisam prevenir, antecipar e avaliar quais serão os impactos do processamento desta matéria-prima longe das condições ideais de processamento. Os principais são: No setor de extração haverá menor eficiênciadevido à menor densidade da matéria-prima com menor volume de caldo, porém com maior volume de bagaço que é importante para o início de safra na geração de energia. No tratamento do caldo, haverá maior volume de bagacilho e dificuldade na decantação de impurezas do caldo de cana. A maior quantidade de ácidos e compostos fenólicos leva a um maior consumo de cal para correção de pH do caldo no tratamento.

Na fabricação de açúcar surgirão dificuldades no processamento industrial, motivadas pela presença de maior teor de amido, aumentando o consumo da enzima amilase, devido à viscosidade do caldo, dificultando assim a clarificação e a recuperação de sacarose na forma cristalizada. Na fermentação o impacto desta matéria-prima pode ser menor por estar começando com uma levedura jovem e vigorosa. Apesar disto, poderá haver ligeira queda da viabilidade e aumento do tempo de fermentação devido a presença dos compostos fenólicos. Posteriormente é importante colher uma cana proveniente de uma área de vinhaça, pois será preciso abrir espaço para irrigação em locais próximosà área industrial.


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Infestação de broca resulta no conhecido complexo broca-podridão vermelha

Cana afetada pela broca interfere na qualidade do açúcar Qual é o impacto desta matéria-prima que não apresenta conformidade ideal na indústria? Ela apresenta características de uma cana verde com menor pureza, maior teor de AR, além de um alto teor de ácido aconítico, o qual tem forte correlação com o potássio do solo em áreas de fertirrigação com vinhaça. Suas consequências no processo de tratamento do caldo serão oaumento no consumo de cal no processo de clarificação para atingir o pH desejado devido ao alto teor de ácido aconítico no caldo.

Este excesso de cal vai fazer com que ocorra um aumento do teor de cinzas no produto final açúcar e um aumento das incrustações nos evaporadores. Todos esses produtos estarão concentrados no mel final que irá compor o mosto. Portanto, na fermentação pode-se ter inibição da levedura pelo excesso de potássio e pela maior quantidade de ácidos orgânicos. O excesso de cal usado no tratamento do caldo pode aumentar a probabilidade de ocorrência de floculação da levedura.

É fundamental que os gestores industriais se preparem, pois a próxima cana que irão cortar é a cana em que se aplicou maturadores, que tem período certo para ser colhida. Assim, não devem passar deste tempo porque senão comprometerão a qualidade da matéria-prima. Se a cana não for retirada no período programado, ela poderá apresentar a morte da gema apical e consequentemente um aumento da entrada de contaminantes no processo industrial. Também não se pode esquecer das áreas

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de cana com infestações de broca, pois ali acontece o famoso complexo broca-podridão vermelha que irá formar os compostos fenólicos. Na indústria, a cana afetada pela broca interfere na qualidade do açúcar, formando compostos escuros que são responsáveis por parte da formação da cor do açúcar, e na eficiência do processo fermentativo pelo seu efeito inibitório sobre a ação da invertase. Dependendo da sua quantidade podem provocar a sobra de sacarose nos vinhos fermentados (ARRT) Portanto, estar atentos a estes detalhes e estimular o constante contato entre os diversos setores da indústria e da área agrícola são ações importantes para transformar com máxima eficiência esta matéria-prima, superando todos os desafios. Boa safra.

*Nadir Caetano Junior e Lina Silber Schmidt Vitti são consultores do Programa Fermentação de Alto Rendimento do Pró-Usinas


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Trabalho de conscientização reduz riscos de acidentes Usina Da Mata transmite informações sobre práticas seguras de forma direta em Valparaíso, SP R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A questão comportamental é considerada fundamental para afastar as práticas inseguras das atividades desenvolvidas no campo e na indústria. A conscientização em SST – Segurança e Saúde no Trabalho deve ser abordada de maneira constante, em todos os níveis, incluindo diretores, gerentes e supervisores, de acordo com a opinião de profissionais da área. Toda a equipe precisa estar sintonizada com as práticas de controle de riscos. Há quem defenda inclusive que o desempenho em relação à prevenção deve fazer parte das avaliações de funcionários. De qualquer maneira, as unidades sucroenergéticas – ressaltam especialistas – precisam adotar iniciativas voltadas à identificação dos riscos, avaliação e controle adequado. A Usina Da Mata, por exemplo, procura transmitir as informações sobre trabalho seguro de uma forma direta, com exemplos reais, buscando sempre despertar nos colaboradores a importância da adoção de

Juliano de Souza Gatti, engenheiro de segurança da Usina Da Mata: exemplos reais

práticas adequadas, afirma Juliano de Souza Gatti, engenheiro de segurança dessa unidade sucroenergética de Valparaíso, SP. A Da Mata tem feito, como ação principal, trabalhos de conscientização sobre educação em segurança, realizando o DDS - Diálogo Diário de Segurança nos diversos setores da usina, abordando temas específicos relacionados ao do dia a dia de

trabalho dos funcionários – informa. Para difundir a importância das atividades voltadas à segurança do trabalho, a Da Mata recorre à inovação, utilizando recursos tecnológicos. “Buscamos meios de alcançar nosso público por meio da informação digital, divulgando os resultados do trabalho seguro”, exemplifica. Entre os desafios enfrentados pela área

de segurança do trabalho, Juliano Gatti inclui a capacitação do quadro de funcionários, principalmente dos novos colaboradores. “O atendimento às normas regulamentadoras tem se tornado um desafio, porém, de forma positiva. As condições de trabalho impostas pelas NRs favorecem a saúde e segurança do trabalhador”, comenta.


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Normas e treinamentos são fundamentais para controle e prevenção O principal motivo das ações na área de segurança e saúde é a proteção da integridade física dos trabalhadores. Além disto, a redução de acidentes e enfermidades diminui o absenteísmo, evita custo com tratamento, não exige substituição do empregado temporária ou definitivamente e ainda reduz riscos de danos ao patrimônio da empresa.

Ações eficientes para combater incêndios também são importantes

Medidas devem incluir desde o uso correto de EPIs até o cumprimento de exigências mais complexas, como as previstas na NR-33 Existem diversos procedimentos que desempenham um papel decisivo para a redução de acidentes em usinas e destilarias. As medidas incluem desde a observação de questões básicas, como o uso correto de EPIs – Equipamentos de Proteção Individual até o cumprimento de exigências mais complexas, como as previstas na NR-33 (espaços confinados), por exemplo. Se as usinas adotarem o controle permanente das atividades nesses espaços previamente identificados – afirmam especialistas –, haverá uma redução

Outro fator importante para a redução de acidentes e riscos nas atividades desenvolvidas nas unidades sucroenergéticas é o desenvolvimento e execução de projeto para a prevenção e combate a incêndios. Um trabalho eficiente nessa área deve incluir a formação de brigada, com integrantes bem treinados e preparados, equipamentos de qualidade, além de um bom sistema de distribuição de água com canalizações, mangueiras e acessórios. É necessária, entre outras medidas, a elaboração de um layout que defina os pontos estratégicos para a instalação de hidrantes. (RA) Usina Da Mata faz rotineiros trabalhos de conscientização sobre educação em segurança

significativa dos riscos de acidentes. Apesar de exigentes e rigorosas, as normas regulamentadoras podem inclusive se tornar aliadas importantes das áreas de segurança do trabalho das unidades sucroenergéticas. Além

de requererem a adoção de diversas medidas para o desenvolvimento das atividades, as NRs definem procedimentos que diminuem ocorrências que causam danos aos recursos humanos e materiais da empresa.

O treinamento frequente de profissionais de segurança do trabalho e de outras áreas, que é inclusive uma das exigências das normas regulamentadoras, tem sido fundamental para o controle de riscos e a prevenção de acidentes. (RA)


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Sipat reforça necessidade de afastar práticas inseguras Evento em usina de Valparaíso aborda temas, como conscientização sobre DST/AIDS, uso de EPIs, acidentes com as mãos, cuidado com produtos químicos Uma das alternativas das empresas para conscientizar seus funcionários sobre a necessidade de afastar as práticas inseguras em suas atividades profissionais é a realização da Sipat - Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho. As unidades e grupos sucroenergéticos costumam agendar esses eventos, em diversos casos, antes do início da safra. “É uma oportunidade de concentrarmos nas ações de segurança, reforçando o conceito prevencionista, trabalhando na divulgação de informações e práticas seguras de trabalho”, afirma Juliano Gatti, da Usina Da Mata, que realizou a sua 7ª Sipat, de 15 a 19 de fevereiro, com o tema “Acidente Zero”. O evento teve shows e palestras, com a abordagem de temas, como: conscientização sobre DST/AIDS, uso de EPIs – Equipamentos de Proteção Individual, acidente com as mãos, cuidado com produtos químicos e motivação. Um dos destaques da programação foi a participação do ator Richard Calomino, que falou sobre o "acidente zero" e a importância da prevenção. Para o superintendente da usina, Newton Antônio Chucri, a Sipat mantém os

aspectos de segurança em dia no que diz respeito à conscientização dos funcionários, para que eles interiorizem os aspectos de segurança e não sofram acidente no trabalho. Segundo ele, é importante que o funcionário desenvolva suas atividades com segurança na empresa para que “ele retorne à sua residência com a mesma integridade que saiu”. A Sipat reforça a visão da usina sobre segurança, contribuindo para que a Da Mata continue com seus baixos índices de acidentes de trabalho, ressalta o presidente da Cipa – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, Luiz Eduardo Bonsi Faggin.

APRESENTAÇÕES DE FUNCIONÁRIOS

7ª Sipat da Usina Da Mata perseguiu o alvo de “acidente zero” com descontração

As unidades mineiras da Coruripe (Grupo Tércio Wanderley) também realizaram, entre o final de janeiro e o início de fevereiro, a Sipat que teve como tema central “A meta zero acidente é possível”. O evento foi realizado em Iturama, Carneirinho, Limeira do Oeste, Campo Florido, em Minas Gerais, onde estão instaladas as usinas da empresa no Centro-Sul, e também em Fernandópolis, SP, onde fica o terminal rodoferroviário da Coruripe. O evento contou com palestras que abordaram temas voltados à segurança, saúde e meio ambiente. A equipe de medicina da Coruripe desenvolveu atividades, como aferição de pressão e distribuição de preservativos. A Polícia Rodoviária forneceu, em um stand, orientações sobre segurança. Funcionários da Coruripe participaram da campanha “Talentos da Segurança”, que fez parte da programação, com a realização de apresentações artísticas sobre o tema do evento. (RA)

Segurança se faz em equipe. E sem truques! LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Segurança se faz em equipe, e sem truques. Esta abordagem, sempre interativa, do professor Ângelo Otávio Bloes, tem ganhado adeptos nas usinas e o apoio do diretor presidente do GSO – Grupo de Saúde Ocupacional, Mário Márcio dos Santos. Ângelo tem sido convidado a falar em reuniões da Sipat – Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho em eventos e unidades. Mário Márcio adianta que neste 2016 o Grupo trará novos eventos da atualidade relacionados ao setor, sempre de forma criativa e interativa. Sem perder, é claro, o profissionalismo e rigor com que tratam temas fundamentais para informação e atualização dos associados, sejam eles econômicos ou voltados a perícias trabalhistas. Através de Mário Márcio, o GSO participou do 8º Congresso Nacional da Bioenergia, no final de 2015, em Araçatuba, SP. O tema ministrado foi os impactos do

Ângelo Otávio Bloes apresentou palestra

Mário Márcio dos Santos, diretor presidente

interativa para a Sipat

do GSO

e.Social em segurança e saúde ocupacional. Mário Márcio conta que sente falta da união entre as várias áreas que compõem a administrativa nas unidades. “Sempre senti esta dificuldade”, lamenta. “No meu ponto de vista acredito que se os setores de RH e,

acima de tudo, as diretorias olhassem de forma carinhosa e com atenção a área de segurança e saúde do trabalho poderíamos ser mais fortes do que somos”. Para ele, o setor precisa unir as forças por um único propósito: ser mais produtivo, com qualidade

ímpar e sem acidentes e doenças do trabalho. O próximo encontro do grupo está agendado para o dia 19 de maio, na Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro, SP, na Rod. Brigadeiro Faria Lima, Km 384, com o 1º ENTEC – Encontro Técnico GSO de SST/2016. O engenheiro Carlos Gustavo Jacoia apresentará o tema “Como fazer na prática para atender a NR-12”. Mostrará como seguir de forma correta as medidas preventivas de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pela empresa em relação a instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando a prevenção de acidentes do trabalho. Palestrarão ainda no evento Elimara Aparecida Assad Sallum, Ângelo Otávio Bloes e o Mágico Jhungors. Para finalizar, Mário Márcio falará sobre o Processo Trabalhista: Práticas em Perícia Trabalhista (Insalubridade e Periculosidade). A programação está prevista para começar às 8h e terminará com almoço, com expectativa para receber em torno de 200 participantes.


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SAÚDE & SEGURANÇA

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Usinas fazem cruzada contra os vários tons da febre amarela LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

A preocupação com o mosquito Aedes Aegypti — antes conhecido apenas como o causador da febre amarela e que hoje, sabese, causa diferentes e mortíferos tipos de doenças —, começa a ganhar ares de cruzada nacional. Os cuidados ultrapassaram os muros das escolas e residências e chegam às empresas. O setor sucroenergético rapidamente se engajou nesta guerra e várias usinas e grupos se mobilizam, como Biosev e Odebrecht Agroindustrial. De acordo com Reginaldo Sabanai, diretor de SSMA — Saúde, Segurança e Meio Ambiente e Competitividade da Biosev, a empresa possui um calendário anual de saúde que trata de diversos temas, incluindo

a conscientização e prevenção da dengue. Com o aumento dos casos da doença, a SSMA da Biosev criou comissões internas de prevenção e combate à dengue em todas as unidades. Elas fazem o mapeamento semanal de pontos críticos, eliminação de possíveis criadouros do mosquito, realização de palestras, diálogos diários de saúde, os DDS, e parceria com as prefeituras em passeatas e visitas em domicílio intensificando o assunto. A iniciativa atende todas as onze usinas da Biosev e a sede administrativa em São Paulo. Essas campanhas acontecem anualmente, mas desde dezembro de 2015 foi intensificada e está sendo realizada de forma permanente, impactando os 15 mil colaboradores da rede.

Reginaldo Sabanai, responsável pela saúde da Biosev: mapeamento semanal de pontos críticos

População mostra engajamento nas campanhas e consciência do risco Outra companhia que realiza um programa significativo contra o Aedes Aegypti é a Odebrecht Agroindustrial. Até este mês de março, o grupo havia reunido 2.000 pessoas entre integrantes da empresa e moradores de onze municípios localizados em torno de suas unidades nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo para a realização da campanha “Juntos pela Comunidade”, que tem como objetivo a conscientização e encorajamento da população ao combate do mosquito. “Nossos Integrantes e toda a população dos municípios estão de parabéns. Mostraram engajamento e consciência a respeito de um tema tão relevante para a sociedade”, disse Genésio Lemos Couto, vice-presidente de Pessoas, Sustentabilidade e Comunicação da Empresa. Ele acrescenta: “Decidimos fazer uma mobilização para promover a conscientização de como cada um pode fazer a sua parte no combate a esse mosquito e mostrar que a Organização Odebrecht se compromete e se preocupa com os temas que afligem as comunidades onde está inserida”. Com o apoio das equipes de Pessoas

Campanha em Teodoro Sampaio: engajamento da comunidade

(P&O) das Unidades Agroindustriais, todos que participaram do evento reuniram-se em pontos estratégicos das cidades e seguidos de um carro de som, visitaram casas para oferecer ajuda aos moradores. Como parte da ação, foram distribuídos panfletos que continham informações educativas de como cada um pode evitar a proliferação do mosquito. Esta ação foi divulgada em estabelecimentos comerciais e

residenciais, e também foram abordados motoristas e pedestres. “Não vamos parar por aqui. O assunto continuará sendo tratado e tendo ações voluntárias dos integrantes diariamente nas nossas operações e junto à sua comunidade”, ressalta Lemos Couto.

FEBRE AMARELA O Aedes Aegypti teve sua primeira

aparição na África, e foi se estendendo para América e Ásia. No Brasil os primeiros casos foram relatados no final do século XIX como sendo apenas febre amarela. Somente com o avanço da medicina se pôde descobrir todos os seus efeitos, como dengue, chikungunya e zika vírus. Hoje o mosquito e a doença se proliferaram em todas as áreas do país.


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AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE

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Seringal na Jalles Machado: cadastro é pré-requisito para acesso à cotas de reserva ambiental

Área de preservação ambiental na Destilaria Tabu, PB

Cadastro ambiental dentro do prazo evita transtornos Registro é importante para planejamento ambiental e econômico dos imóveis rurais e garante segurança jurídica das propriedades R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

O CAR – Cadastro Ambiental Rural, que é obrigatório para todas as propriedades, poderá ser realizado até 5 de maio (caso não haja nova prorrogação). Quem fizer esse registro eletrônico no prazo previsto para o encerramento das inscrições evitará diversos transtornos. Esse cadastro é um pré-requisito para acesso à emissão das Cotas de Reserva Ambiental e aos benefícios dos PRA -

Programas de Regularização Ambiental e de Apoio e Incentivo à Preservação e Recuperação do Meio Ambiente. O proprietário que não realizar o cadastro no prazo terá dificuldades para conseguir linhas de financiamento importantes para o desenvolvimento agropecuário com taxas de juros subvencionadas pelo Tesouro Nacional e com limites e prazos maiores que os praticados no mercado. Outro problema será nos processos de transmissão junto aos cartórios no caso de transações de imóveis rurais. De maneira geral, o CAR é considerado uma ferramenta importante para garantir a segurança jurídica das propriedades em relação à regularização das áreas com passivo ambiental e acesso ao crédito rural. O cadastro pode ser feito diretamente no site www.car.gov.br. Do total da área que pode ser cadastrada no país – equivalente a 397,86 milhões de hectares –, 67,58%, ou seja, 268,86 milhões de hectares, tinham feito a inscrição até 29 de fevereiro, segundo dados do Serviço Florestal

Brasileiro, responsável pelo CAR no MMA – Ministério do Meio Ambiente. Até meados de março, algumas entidades, como a CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, e deputados da FPA - Frente Parlamentar da Agropecuária negociavam nova prorrogação para a entrega do cadastro – o primeiro prazo tinha sido 6 de maio de 2015. Um dos argumentos para essa solicitação é que a maior parte dos imóveis a serem ainda inscritos no CAR é de pequenas propriedades. Esses produtores têm apresentado dificuldades de acesso à internet e de inserção de mapas da propriedade com referências geodésicas no sistema. Criado pelo Código Florestal (Lei 12.651/2012), o CAR é considerado estratégico para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil, bem como para o planejamento ambiental e econômico dos imóveis rurais.


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ENTREVISTA — Azael Pizzolato Junior

DOUTORES DA CANA! Os cases de quem partiu na frente na corrida pelas altas produtividades DA REDAÇÃO

Azael Pizzolato Junior é produtor de cana na região de Jaboticabal, SP. À frente da Agrícola AgroRCM, investe fortemente em boas práticas nos canaviais, com resultados expressivos. Seu trabalho transformou-se em referência em produtividade e longevidade. Confira sua entrevista:

Azael Pizzolato Junior é produtor de cana na região de Jaboticabal

JornalCana — Qual a sua visão sobre a importância da produtividade agrícola dentro do processo produtivo sucroenergético? Azael Pizzolato Junior — Sabemos que o aumento de produção na área agrícola contribui muito na redução dos custos fixos e variáveis, já que a cana é uma cultura muito responsiva aos tratos culturais. Contudo, é preciso levar em conta que a produtividade para o setor em questão é muito mais relevante. O segredo é investir em produtividade, então? Sim. É uma questão de sobrevivência, já que há anos estamos passando por momentos horríveis de preços, onde a produção na faixa

média do setor não remunera a atividade. Temos que pensar que essa produtividade tem que vir acompanhada de qualidade da matéria-prima, já que temos pouco valor agregado por volume transportado. Ou seja, quanto mais pobre é essa qualidade mais caro fica nosso custo de transporte, cuja operação contribui com a maior fatia do custo. Quais decisões vêm sendo tomadas que refletem na manutenção das altas produtividades dos canaviais? Temos que olhar a cultura de maneira diferente do passado (e, destaque que é um passado recente). Com a colheita mecanizada

tudo mudou. Em decorrência, procuramos enxergar essa mudança por seu lado bom e sustentável. O que temos que fazer é adaptar a cultura às novas exigências. Há uma receita para o sucesso produtivo? Não há uma receita pronta, mas podemos elencar algumas decisões-chave para este sucesso: sistematização das áreas de produção, uso de tecnologia para determinação do melhor traçado de plantio, visando o tamanho do tiro, diminuição de bicos e manobras, utilização sistemática da análise de solo para correção do solo e adequada a adubação da cultura, métodos de plantio que visam a diminuição dos custos, como plantio mecanizado e meiose, utilização de mudas sadias, com formação de novos viveiros através de MPB (mudas prébrotadas), manejo varietal otimizado para solo e colheita, manejo e controle das pragas, utilização de adubação foliar, controle rígido em todas as operações de manejo da cultura e plantio de falhas acima de um metro. Dentro do pacote tecnológico disponível para a cultura da cana-de-açúcar, a nutrição complementar via folha configura-se como ferramenta de relevância? Sim, a adubação foliar tem seu lugar dentro do manejo nutricional da cultura. Temos obtido bons resultados com a utilização de adubos foliares, na maioria das vezes temos

somente o custo do produto, já que aproveitamos outras aplicações para inserir o adubo foliar na cultura, o que ajuda a melhorar o retorno sobre esse investimento. Podemos tê-lo também como uma ferramentachave para aproveitarmos melhoras de preços que surgem após termos concluído nossos tratos culturais, gerando incremento de produção e maior volume de dinheiro na colheita. Planta, em suma, precisa ser bem nutrida? A nutrição para qualquer ser vivo é de suma importância. Uma planta bem nutrida é capaz de tolerar as adversidades de clima e doenças com maior facilidade, atenuando seus efeitos na produção. Precisamos nos encorajar e mudar a maneira de fazer. Só assim saberemos como alcançar novos patamares de produção e custos. O setor é grande e isso nos traz a diversidade de opiniões e cases a serem notados e aplicados em cada situação. O que caracteriza um produtor de sucesso hoje? Não é aquele da porteira para dentro e nem da porteira para fora, mas sim aquele que não tem porteira e faz a sua atividade interagir com o meio. Ubyfol 34 3319 9500 www.ubyfol.com


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Crise não pode justificar falta de investimento em cana As novas áreas ocupadas com cana-deaçúcar normalmente se localizam em regiões com maior estresse hídrico, e solos mais degradados. Desta forma, doenças como o carvão da cana, raquitismo da soqueira e escaldadura passaram a ser mais frequentes nesse período, onde observa-se também uma grande expansão do “bicudo da cana”, o Sphenophorus levis, que hoje já se constitui na principal praga da cultura. No entanto, nos últimos seis anos, novas tecnologias privadas e o MPB desenvolvido pelo IAC passaram a promover o conceito de rápida incorporação de novas variedades através de mudas de excelência. Isso já tem promovido um impacto sobre a produtividade agrícola, deslocando os patamares de produtividade para níveis acima dos 20% em relação àquele que os produtores vinham obtendo nos últimos anos. “Vamos insistir em crer que realmente toda crise nos faz repensar estratégias e ações e gera oportunidades de sermos mais eficazes”, finaliza Landell.

LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

A crise do setor sucroenergético, iniciada em 2008 e, por alguns especialistas, já considerada como uma das piores da história, trouxe consigo seus inúmeros percalços, mas jamais eles podem ser usados como justificativa para a falta de investimento no setor agrícola. “Causou endividamento, perda de competitividade diante da gasolina e até problemas climáticos. Só no começo da crise quase 60 usinas fecharam as portas na região CentroSul, e em 2014, mais de 10 encerram suas atividades, resultando na perda de 60 mil empregos”, observa o coordenador do grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar, de Ribeirão Preto, Marcos Landell. De acordo com ele, esta última crise do setor seguiu intensa até meados de 2015, aumentando o endividamento das empresas e causando a desestruturação da indústria de base, atrapalhando novos investimentos por falta de perspectiva em função de um cenário desanimador e sem acenos de política pública. Mas, o setor agrícola, o coração do setor, não pode prescindir de investimentos. Tanto dos próprios empresários quanto de apoios governamentais. — A área de melhoramento da cana é muito dependente do investimento privado e mesmo os grupos e empresas como o IAC e a Ridesa, de natureza pública, dependem desta captação para levarem adiante seus programas de pesquisa —, afirma Marcos Landell. Com base nisso, conclui-se que todos os órgãos e empresas de pesquisas sofreram redução de recursos, fazendo que houvesse uma diminuição de áreas abrangidas pelos estudos, como por exemplo o encerramento de programas importantes como o da Canavialis, que era mantido pela empresa Monsanto. Uma alternativa foi investir em crescimento vertical, já que a maior parte dos custos se concentra na área agrícola, observa Marcos Landell. “A baixa produtividade é inversamente proporcional

FLORESCIMENTO E MATURAÇÃO

Marcos Landell, coordenador do grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar

ao custo. Por esse motivo, no final de 2013, o grupo Fitotécnico lançou a campanha “Rumo a cana de três dígitos”, enfatizando a necessidade do setor atingir produtividade superior a 100 t/ha na média de cinco cortes”. Landell salienta que hoje pode-se observar uma ação mais transversal de diversas empresas buscando incorporar novas variedades, novas estratégias de manejo e outras tecnologias que

proporcionassem esses ganhos. A nutrição da cana, o manejo do solo, incluindo a qualificação dos ambientes e as práticas de correção e manejo nutricional, o controle de plantas daninhas, o uso de novas tecnologias com o propósito de incorporar com ganhos significativos dos programas de melhoramento da cana brasileiros na lavoura, e muda de qualidade, são práticas culturais que mesmo em crise jamais podem ser desprezadas, alerta o pesquisador.

Em 8 de março último, o Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar teve em Ribeirão Preto, SP sua primeira reunião do ano. O encontro reuniu aproximadamente 270 colaboradores, sendo eles técnicos, produtores e pesquisadores para abordar três principais temas: florescimento e maturação da cana-de-açúcar e seus aspectos fisiológicos, efeitos das condições climáticas na atual safra, discorrendo sobre possíveis cenários de produtividade e maturação e monitoramento climático e os possíveis efeitos indutivos na floração da cana-deaçúcar. Foi representado pelo professor doutor Paulo Alexandre Figueiredo, da Unesp, pelo pesquisador do Centro de Cana do IAC, doutor Maximiliano Scarpari e Osvaldo Alonso da Canaoeste, respectivamente. A próxima reunião acontecerá em 12 de abril no mesmo local da anterior, sem tema principal ainda definido. (LB)


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Garantia das boas condições de trabalho melhora desempenho Além de cumprirem a NR-31, usinas estão incorporando também um diferencial estratégico em seu processo de gestão de pessoas R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

O conturbado momento político, a crise econômica conjuntural, as dificuldades enfrentadas pelo mercado sucroenergético nos últimos anos compõem um cenário de incertezas e indefinições para usinas e destilarias. Todos esses fatores estão exigindo um empenho redobrado de profissionais de diferentes áreas, desde os que são responsáveis por definir as principais estratégias de gestão da empresa até os que executam as diversas operações que fazem parte do processo de produção. O momento exige também que as conquistas em relação às condições de trabalho – obtidas pelos funcionários de diferentes áreas – sejam mantidas, apesar das dificuldades impostas pela crise. No caso específico das melhores práticas voltadas ao atendimento das necessidades dos trabalhadores rurais, as usinas e destilarias não devem adotar medidas que signifiquem

corte ou redução de benefícios – afirmam consultores e gestores de Recursos Humanos. A garantia das boas condições de trabalho dos colaboradores – ressaltam – é uma forma de diminuir as pressões da rotina e estimular a produtividade e a proatividade no trabalho. Com essa postura, as unidades sucroenergéticas não estão apenas cumprindo internamente o seu papel em relação à

responsabilidade social empresarial. Vão além disto. Estão incorporando também um diferencial estratégico em seu processo de gestão de pessoas. O básico hoje é colocar em prática as exigências da NR-31 - Norma Regulamentadora 31, que é específica para segurança e saúde do trabalho na área rural. Mas, é preciso avançar mais – recomendam

especialistas. Além de oferecer áreas de vivência, transporte, alojamento, entre outros itens, com qualidade até mesmo superior ao que é previsto pela NR-31, as unidades sucroenergéticas devem manter benefícios já concedidos – mesmo os que não fazem parte da norma regulamentadora –, como planos de saúde, odontológico, convênios com farmácia.


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Mecanização altera composição da equipe da área agrícola O processo de mecanização das lavouras de cana-de-açúcar mudou o perfil dos trabalhadores da área agrícola das unidades sucroenergéticas, principalmente das que são localizadas na região Centro-Sul. Com a redução significativa do corte manual – extinto em várias áreas de cana –, houve uma diminuição da mão de obra no campo. Diversas usinas que empregavam mais de três mil rurícolas – cortadores de cana safristas, em grande parte – tiveram esse número reduzido para algo em torno de uma centena de trabalhadores.

Nova visão do processo de gestão por parte da alta direção de unidades e grupos sucroenergéticos deixa para trás postura obsoleta nas relações de trabalho Além da diminuição da quantidade de funcionários – temporários ou não –, ocorreu alteração no perfil da composição da equipe, que é formada agora por operadores de

Perfil da composição da equipe é formado agora por operadores de colhedoras e plantadoras

Programas de treinamento elevam eficiência das operações Além de manter a equipe motivada – mesmo com as dificuldades e restrições provenientes da crise –, a área de Recursos Humanos tem o desafio de desenvolver programas de treinamento voltados à capacitação técnica e comportamental dos trabalhadores e líderes. O objetivo dessas ações é criar condições para a elevação da eficiência das operações e a obtenção de ganhos de produtividade. O profissional bem treinado, além de melhorar o

processo de produção, ajuda a empresa a reduzir custos. Ou seja, torna-se um aliado importante da usina para minimizar efeitos da crise, seja ela setorial ou conjuntural. Com os ganhos obtidos a partir do trabalho de pessoal qualificado, o que possibilita racionalizar a quantidade de profissionais em algumas áreas, torna-se mais viável oferecer boas condições de trabalho aos empregados – opinam consultores da área. (RA)

colhedoras e plantadoras e maior número de tratoristas, motoristas, comboistas, mecânicos, entre outros profissionais. Há funcionários que ainda executam operações manuais, como corte de cana-deaçúcar na cabeceira e em áreas com declive. Essa nova situação no quadro de trabalhadores rurais tem possibilitado a melhoria das condições de trabalho oferecidas pelas unidades e grupos sucroenergéticos. A redução do número de rurícolas no Centro-Sul contribui, de maneira significativa, para isto. Mesmo na região Nordeste, onde há ainda elevado índice de contratação de trabalhadores rurais para o corte manual de cana-de-açúcar, as usinas oferecem também – na maioria dos casos – boas condições em relação à acomodação, transporte, áreas de vivência, entre outros itens, atendendo as exigências da NR-31. De maneira geral, a nova visão do processo de gestão por parte da alta direção de unidades e grupos sucroenergéticos e a atuação das áreas de Recursos Humanos deixaram para trás a postura obsoleta das relações de trabalho no setor. Mais do que isto, as atuais condições de trabalho na atividade sucroenergética têm sido superiores em comparação a outros segmentos da área agrícola. (RA)


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Benefícios geram bons frutos e ajudam a reter talentos O custo do turnover – ou seja, da rotatividade de pessoal – é bastante elevado. Além dos gastos gerados pelas obrigações trabalhistas, há a perda do que foi investido em capacitação técnica. É recomendável sempre que for possível – dependendo obviamente de cada caso – colocar em prática uma política de retenção de talentos, tanto para líderes como para operadores.

Menor contingente de trabalhadores, principalmente nas unidades do Centro-Sul, possibilita a implantação de melhorias nas áreas de vivência, transporte, alojamento O profissional bem preparado, com remuneração competitiva em relação ao mercado, apresenta melhores condições para gerar bons frutos para a empresa. No caso dos trabalhadores rurais, a produtividade é obtida, por exemplo, a partir do conhecimento e capacidade dos funcionários em relação às operações mecanizadas. Neste contexto, é importante também –

É importante, neste momento de crise, que as usinas garantam os benefícios concedidos

afirmam especialistas em gestão de pessoas – que as usinas garantam os benefícios concedidos aos trabalhadores. Cortá-los ou reduzi-los pode inclusive gerar desmotivação na equipe. Uma estratégia que tem sido utilizada por empresas do setor, para a retenção de profissionais, é a concessão de alguns benefícios não previstos nas exigências de normas regulamentadoras e da legislação. Usinas têm concedido, em diversas situações, planos de saúde, odontológico, convênios com farmácia, seguro de vida, entre outros.

O menor contingente de trabalhadores, principalmente nas unidades do Centro-Sul, está possibilitando a implantação de melhorias nas áreas de vivência, transporte, alojamento. Antes era mais difícil, por exemplo, manter uma área de vivência com qualidade para frentes de trabalho que contavam com mais de quinhentos cortadores de cana. Outra preocupação tem sido em relação à qualidade do transporte. Ônibus utilizados para o transporte de trabalhadores rurais são dotados atualmente de bancos confortáveis, banheiros internos,

reservatório com água refrigerada, caixas para os funcionários guardarem suas ferramentas e equipamentos de trabalho. Além de respeitarem a legislação vigente – que exige, entre outros itens, um limite de idade para esses veículos –, as usinas não têm interesse em utilizar ônibus ou vans em más condições, o que poderia atrasar, no caso de uma avaria mecânica, a execução de serviços no campo. O uso de veículos velhos comprometeria também a postura e a preocupação das empresas em relação à questão da responsabilidade social. (RA)


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Alinhamento de RH às metas da empresa gera bons resultados Proximidade com a alta liderança permite identificação das necessidades de maneira mais assertiva R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A sobrevivência das empresas e a elevação da rentabilidade dependem, entre outros fatores, do sucesso do “casamento” entre a atuação de Recursos Humanos e a estratégia da organização. RH desempenha inclusive um papel relevante no processo de gestão quando consegue se alinhar às diretrizes e prioridades da empresa, demonstrando que suas iniciativas geram valor. O alinhamento das decisões da área de Recursos Humanos às metas e estratégias da empresa é fundamental para os bons resultados da companhia, enfatiza Rui Carvalho, gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Guarani (Grupo Tereos). De acordo com ele, a proximidade do RH com a alta liderança tem criado condições para a identificação das necessidades da empresa de maneira mais

Sintonia de Recursos Humanos às metas possibilita manter ativa a transformação cultural

assertiva. Esse alinhamento torna-se ainda mais importante – observa – no atual momento pelo qual passa o setor. A atuação de RH da Guarani – destaca – tem sido bastante satisfatória, contribuindo para que a companhia tenha resultados positivos, considerando critérios de avaliação como aumento de produtividade, desempenho da empresa, satisfação dos colaboradores.

A sintonia de Recursos Humanos às metas da Guarani possibilita manter ativa a transformação cultural que está sendo vivenciada pela empresa, além do gerenciamento do clima organizacional, segundo Rui Carvalho. A companhia possui sete unidades industriais no Brasil, localizadas na região noroeste do estado de São Paulo, além de uma unidade em Moçambique.

“Estamos em um processo constante de mudança da cultura organizacional. A empresa tem se reinventado a cada dia para se adaptar às situações atuais. Um grande exemplo disso é o forte investimento no desenvolvimento da liderança e no fortalecimento da estrutura organizacional que tem nos possibilitado aumentar os níveis de gestão e colocar em prática a meritocracia”, ressalta.


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Guarani adota diversas mudanças na área de Recursos Humanos Com o objetivo de criar condições mais favoráveis para o alinhamento entre o corporativo e as usinas do grupo, diversas mudanças foram adotadas, em

Alinhamento com a alta liderança define ações de RH no desenvolvimento de programas de treinamento e na elaboração de planos de remuneração 2015, na estrutura organizacional da área de Recursos Humanos da Guarani – informa Rui Carvalho. “Hoje, temos presente em nossas unidades a figura do gestor de RH, que atua próximo ao gerente da unidade, bem como do corporativo, com fortes competências de iniciativa, gestão de pessoas, negociação e visão sistêmica. Contamos também com uma equipe sólida no corporativo que fornece as diretrizes do RH e o suporte às unidades”, detalha. O alinhamento com a alta liderança tem definido as ações de Recursos Humanos, incluindo seleção e recrutamento de pessoas de acordo com os valores da companhia, desenvolvimento e

aplicação de programas de treinamento e elaboração de planos de remuneração baseados nas estratégias organizacionais. Da mesma maneira que outras empresas do setor, a Guarani também tem superado dificuldades para colocar em prática o alinhamento de Recursos Humanos às metas e estratégias da empresa. “Tratam-se de sete unidades, cada uma com sua cultura original, que vem sendo trabalhada ano a ano para que as diretrizes sejam absorvidas por todos”, observa Rui Carvalho. Segundo o gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Guarani, o principal desafio tem sido desenvolver competências que ajudem a construir uma relação de confiança e integração entre o corporativo e as unidades industriais, com interações e papéis bem definidos, acelerando o processo de mudança e fortalecimento da companhia. Neste processo de alinhamento da área de RH às metas da empresa visando o resultado do negócio é preciso compreender – comenta –, em muitas situações, conceitos de outras áreas, como: operações industriais e agrícolas, finanças e logística, para que seja possível entender a linguagem dos demais setores da empresa. Isto facilita a identificação das necessidades de outras áreas e a busca pela otimização de resultados por meio de pessoas – ressalta. (LM)

Rui Carvalho, gerente de desenvolvimento humano e organizacional da Guarani

Gerhai discute implicações do direito tributário na esfera trabalhista LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

O direito tributário e suas implicações na esfera trabalhista, os impactos da nova norma ISO 9001 versão 2015 nas organizações e a realidade das usinas que adotaram o sistema de trabalho em dois turnos na área agrícola foram os principais temas abordados na última reunião do Gerhai — Grupos de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria. O encontro, número 189 do grupo, aconteceu em 26 de fevereiro, em Sertãozinho, SP. O professor Oceano Zacharias abordou os impactos da nova norma ISO 9001, versão 2015, nas organizações. O programa ISO tem como objetivo melhorar a gestão de uma empresa e pode ser aplicado em conjunto com outras normas de funcionamento, como normas de saúde ocupacional, de meio ambiente e de segurança. O advogado empresarial João Carlos Manaia falou sobre o direito tributário e suas implicações na esfera trabalhista e demais setores da empresa relacionados a impostos, contribuições e encargos sociais. Ele apontou alternativas para a redução desses tributos. O consultor Ricardo Pinto abordou a forma de determinar o “headcount” nas organizações. Mostrou conceitos e aspectos técnicos e operacionais próprios de cada organização. José Darciso Rui, Luiz Dóro e Sebastião Macedo

Oceano Zacharias abordou os impactos

Joao Carlos Manaia: direito tributário

da nova norma ISO 9001

e implicações na esfera trabalhista

representaram o Gerhai e o Ceise Br respectivamente. Parte do tempo da reunião foi separada para apresentação do planejamento de 2016.

O próximo encontro do Gerhai está marcado para 8 de abril. Os associados e convidados devem discutir os impactos dos últimos sete anos de crise do setor (2008/2015).


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Esalq discute importância das energias renováveis no desenvolvimento Bioenergia une pesquisadores, governo e empresários na Esalq; especialistas discutem integração entre universidade e empresa A tarde do último dia 17 de março foi marcada como um momento de plena integração entre as três universidades públicas paulistas, USP, Unesp e Unicamp, setores do governo estadual e a classe empresarial ligada ao tema bioenergia. No Salão Nobre da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/Esalq), foi realizado o “Fórum sobre Bioenergia no Brasil: Integração Universidade - Empresa”. Com a presença de autoridades acadêmicas, políticos e representantes do setor produtivo, docentes, pesquisadores, funcionários e estudantes das três universidades assistiram o presidente da Fapesp, professor José Goldemberg, proferir a Aula Magna “A importância dos setores de Energias Renováveis para o desenvolvimento do Brasil”, que marcou o início do semestre letivo da Esalq em 2016, da Graduação e da Pós-Graduação. Também foi celebrado o Programa de Pós-Integrado de Doutorado em Bioenergia, gerenciado por ambas as universidades e coordenado atualmente pelo professor do Departamento de Genética da Esalq, Carlos Alberto Labate. Na abertura do evento, o diretor da Esalq, professor Luiz Gustavo Nussio, saudou os presentes e lembrou que a iniciativa do programa de Bioenergia é um caso de êxito. “A partir dessa iniciativa podemos perceber demandas da sociedade e, em conjunto com as empresas, poderemos reverter nosso conhecimento em bens para o nosso povo”. Nussio compôs a mesa central do evento, que teve ainda as presenças do reitor da USP, Marco Antonio Zago; do Reitor da

Raul Machado Neto, presidente da Agência USP de Cooperação Nacional e Internacional

Unesp, professor Julio Cezar Durigan; do vice-reitor Executivo de Relações Internacionais da Unicamp, professor Luís Augusto Barbosa Cortez; do Presidente da Agência USP de Cooperação Nacional e Internacional, professor Raul Machado Neto; do Subsecretário de Energias Renováveis Antonio Celso de Abreu Junior, representando o Secretário Estadual de Energia, João Carlos de Souza Meirelles; da Secretária Estadual de Meio Ambiente, Patricia Iglecias; do Secretário Estadual de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim; do Professor José Goldemberg e do

coordenador do Programa Integrado de Doutorado em Bioenergia, Carlos Alberto Labate. A cerimônia contou com apresentação do professor Raul Machado Neto, que falou sobre Bioenergia e Sustentabilidade nas Relações Internacionais da USP e na sequência, o reitor da USP mencionou a importância do tema discutido no evento e apontou a união entre universidades e empresas como alternativa para outras áreas. “A qualidade das pessoas que estão aqui presentes mostra que o assunto é essencial para a economia de São Paulo e do Brasil.

Além disso, esse tipo de cooperação estimula outras áreas a identificarem competências complementares que possam ser traduzidas em benefícios para a sociedade”, disse Zago. Na mesma linha, o reitor da Unesp ilustrou os desafios a serem transpostos pela academia e o setor privado. “As universidades públicas sempre foram vistas com certo distanciamento pela população, mas essa iniciativa evidencia que somos capazes de retornar nosso conhecimento na forma de soluções para as demandas sociais”.


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PESQUISA & DESENVOLVIMENTO

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Palestra de Goldemberg é emblemática para a energia e o ambiente A palestra do professor Goldemberg foi apontada pelo professor Cortez, da Unicamp, como emblemática para o tema em questão. “Os esforços que as universidades paulistas estão aqui demonstrando, aliada à presença do professor Goldemberg, mostra que o binômio energia-meio ambiente deve estar sempre entre as nossas prioridades”. José Goldemberg é reconhecido como a maior autoridade em energias renováveis do Brasil. A Secretária estadual de Meio Ambiente, Patricia Iglecias, destacou a união entre as esferas agrícola e ambiental e lembrou ser fundamental o papel das universidades no atendimento das demandas de governo. “A nossa Secretaria tem relação direta com a de Agricultura e é uma satisfação que essa aproximação esteja em discussão em um lugar como a Esalq, uma escola que se destaca por seus processos inovadores”. Diante de pesquisadores e demais membros da comunidade científica, Arnaldo Jardim frisou que a conjugação de esforços em prol das necessidades da agricultura favorecerá diretamente o produtor rural paulista. “Quem ganha com essa união entre governo, academia e empresas é o povo paulista. Na agricultura, particularmente, temos demandas urgentes. Em áreas como conservação de solos, mecanização e utilização de resíduos da agricultura ainda temos muito que avançar. Assim é fundamental que empresas e universidades olhem para essas demandas do campo”. Em sua aula magna, José Goldemberg traçou o panorama do uso de fontes renováveis no Brasil e no mundo, a partir de um resgate histórico desde a revolução industrial e abordou também o consumo mundial de energia. Lembrou ainda de um equívoco conceitual que boa parte dos estudiosos cometem nessa área. “As pessoas de maneira geral, e os governos em particular se acostumaram com a ideia de que o Produto Interno Bruto está diretamente ligado com o consumo de energia, ou seja, dizem que os mais pobres consumem menos energia, mas essa ideia não se aplica em

José Goldemberg, a maior autoridade em energias renováveis do Brasil

todos os casos”. O presidente da Fapesp alertou ainda sobre os riscos de limitação da matriz energética. Após a aula de Goldemberg, o professor Labate explicou em detalhes o funcionamento do programa de Bioenergia, frisando a necessidade da aproximação com empresas que possam inclusive financiar bolsas de estudos. “Essa sinergia é

fundamental para que o Brasil lidere o processo produtivo da bioenergia”. O evento foi encerrado com uma mesa redonda entre representantes do setor produtivo ligado ao tema bioenergia. Com moderação do Presidente da Abag — Associação Brasileira do Agronegócio, Luiz Carlos Corrêa Carvalho. Participaram das discussões, Arnaldo Jardim, Secretário

Estadual de Agricultura e Abastecimento, Antonio Celso de Abreu Junior, subsecretário de energias renováveis, José Goldemberg, Presidente da Fapesp, Fernando Figueiredo, Presidente da Abiquim, Alan Bojanic, representante da FAO no Brasil, Jaime Finguerut, assessor de tecnologia do CTC e Antonio Alberto Stuchi, diretor de inovação da Raízen.


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PRODUÇÃO

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ARTIGO

É HORA DE COLHER ARNALDO JARDIM*

O Estado de São Paulo, que é o maior produtor nacional de cana-de-açúcar, começa sua nova safra neste mês. As moendas voltam a girar, os caminhões de forma incessante vão e voltam, as cidades se agitam e as pessoas entram em ritmo acelerado. Serão 70 unidades processando 625 milhões de toneladas de cana, com produção de 33,80 milhões de toneladas de açúcar e 28,10 bilhões de litros de etanol. É o principal produto agrícola paulista, responsável por quase 50% do valor total da produção agropecuária do Estado. Gera milhares de empregos, sustenta famílias na maioria dos municípios paulistas, vai do setor de logística ao de recursos humanos, da área agrícola à industrial e comercialização. Sua cadeia produtiva compreende aspectos econômicos e sociais. Mas vai além disso. É amigo do meio ambiente, como o etanol, emitindo 70% menos gás carbônico do que a gasolina. É perfeito quando pensamos em problemas como o efeito estufa. A safra se inicia com o desafio da busca por produtividade agrícola. O setor precisa vencer o desafio da “Cana de Três Dígitos”. Isso significa atingir uma produtividade média superior a 100 toneladas de cana-deaçúcar por hectare. Hoje, essa produtividade varia de 45 a 115 toneladas. Para alcançar os três dígitos como média, estamos incentivando o uso de novos cultivares por meio do Centro de Cana do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), localizado em Ribeirão Preto. Fomentamos também a utilização de instrumentos biológicos e outras boas práticas agrícolas como a Matologia, uma estratégia para racionalizar o controle de plantas daninhas. Existem algumas ferramentas já disponíveis que otimizam os resultados. Uma delas é o Ambicana, um programa de classificação de ambientes de produção, que adequa e potencializa a produtividade em função da cultivares e dos ambientes. Também há o PreviclimaCana, que fornece previsões precisas e atualizadas da produção da safra. Além do Biofábrica, que disponibiliza materiais de origens certificadas e com alta qualidade genética e vigor e diagnóstico de doenças. Mais uma vez, a tecnologia é a arma principal para vencer o desafio da produtividade. Mas a inovação tecnológica deve avançar também na pesquisa com o etanol de 2ª geração. De acordo com relatório deste ano da Organização das Nações Unidas, o Brasil é o quarto país em capacidade instalada de produção de etanol de segunda geração. Nós ficamos atrás apenas de Estados Unidos, China e Canadá. Hoje, a capacidade instalada brasileira é de 177,34 milhões de

litros, o que representa 12% do total instalado no mundo. Único país sul-americano a investir neste tipo de tecnologia, o Brasil tem capacidade para produzir 10 bilhões de litros de etanol 2G até 2025. Mas, para isso, é preciso que haja investimentos na adaptação e construção de novas unidades industriais. E ainda, um ambiente regulatório ajustado às circunstâncias e necessidades deste segmento. É preciso também destacar o potencial que o setor tem em gerar bioeletricidade. Em 2015, a oferta de energia obtida da biomassa teve crescimento estimado de 7%,

com um total de geração de mais de 22 TWh, o que equivale ao abastecimento de 11 milhões de residências durante um ano inteiro. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aponta que, em termos de capacidade instalada, a bioeletricidade ocupa quase 10% da matriz energética, atrás apenas das fontes hídrica e fóssil. Hoje, cerca de 80% da capacidade instalada de geração pela fonte biomassa vêm do setor sucroenergético. Ele emprega o bagaço e a palha da cana para a autossuficiência energética das usinas. Tem

ainda promovido um crescimento significativo na oferta de excedentes de eletricidade. No Estado de São Paulo, o setor sabe que pode contar com as iniciativas do governador Geraldo Alckmin. Cobramos o menor Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do Brasil sobre o etanol hidratado: 12%, que desonerou a cadeia da bioeletricidade, temos linhas de credito do FEAP para MPB e por aí vai. Na Secretaria de Agricultura e Abastecimento, desenvolvemos iniciativas como as Mudas Pré-Brotadas (MPB), que aumentam em até 20 vezes a produtividade. Mantemos o Centro de Cana em Ribeirão Preto para sempre buscar inovações em favor do setor. Nossos pesquisadores e técnicos sabem exatamente o tamanho da importância da cana-de-açúcar. Ainda no campo da sustentabilidade, o setor é comprometido com o meio ambiente em iniciativas como o Protocolo Agroambiental, assinado em 2007. Ele prevê a extinção da queima da cana ao mecanizar a colheita, põe fim às nuvens de fumaça nas cidades próximas aos canaviais. O que significa menos gás carbônico na atmosfera, menos efeito estufa e que o setor é a maior oportunidade (Etanol e Bioeletricidade) para que o Brasil seja a vanguarda mundial da nova economia, a Economia Verde! Boa safra! *Arnaldo Jardim é deputado federal licenciado (PPS-SP) e secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo


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GOVERNO AUTORIZA A CAÇA AO JAVAPORCO Ibama tenta reduzir superpopulação e ataques; produtores ainda sofrem prejuízos LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Algumas áreas rurais brasileiras — especialmente nos estados de São Paulo e Santa Catarina — continuam a sofrer com os ataques dos javaporcos. Resultado do cruzamento do javali selvagem e do porco doméstico, esses híbridos possuem hábitos noturnos e costumam alimentar-se de vegetais, como: raízes, frutos, bolotas, castanhas e sementes. Não raro, invadem canaviais e causam grandes estragos. Os animais se multiplicaram. Estima-se que existam hoje pelo menos 40 mil destes animais apenas em Santa Catarina. Em São Paulo não existe levantamento oficial da quantidade destes

Javalis abatidos por caçadores autorizados pelo Ibama

animais que estão soltos. Os javaporcos atacam as lavouras durante a noite, e em alguns casos chegam a

causar até 20% de prejuízo ao produtor, além de trazer apreensão e perigo aos moradores da zona rural que não sabem

lidar com esse tipo de situação. O agravamento do problema levou o Ibama — Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, a aprovar, em 2013, o manejo desses invasores. Trocando em miúdos, o órgão abriu uma exceção da lei ambiental e permitiu a caça controlada destes animais. Esta multiplicação indiscriminada de javaporcos preocupa o governo, a ponto de já considerá-la praga. Por ser muito agressivo, estes animais têm provocado acidentes fatais a pessoas que se arriscam a enfrentá-los sem qualquer preparo. Além disso, provocam prejuízos à agricultura e causam problemas de saúde pública, uma vez que são portadores de doenças, explica Vitor Hugo Cantarelli, coordenador de Gestão do Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas do Ibama. Ele informa que a questão exige ação conjunta do Ibama com outros ministérios (Saúde, Agricultura, Ministério das Relações Exteriores) e de órgãos governamentais de meio ambiente estaduais e municipais para se debelar da praga.

O animal exótico se transformou em problema regional Na década de 90, javalis foram importados da Europa para criação em cativeiro no Uruguai, com o principal objetivo de produzir uma carne exótica. Porém, vários animais fugiram, entrando nas matas e cruzando com porcos domésticos de sítios e fazendas da região. Os ataques começaram no Rio Grande do Sul e avançaram para outros estados. Hoje, Santa Catarina e São Paulo são os mais afetados. Os agricultores do interior paulista têm recorrido a cercas elétricas para evitar ataques de javaporcos. Estes animais atuam sempre em bando. Preferem plantação de milho e soja, mas não raro atacam os canaviais. Nas regiões de Araçatuba, São José do Rio Preto e Bauru, pelo menos 70 plantações foram atacadas nos últimos doze meses. (LB)

O CAÇADOR DE JAVAPORCOS! A liberação para a caça controlada de javalis e javaporcos pode ajudar qualquer um que ainda queira realizar sonhos de grandes caçadas, desde que sejam apenas destes animais. O Ibama informa que não há e nem haverá liberação para abate de qualquer outro animal, uma vez que, só foi permitido matar javalis e javaporcos por serem animais invasores. Ou seja, nativos de outros países e causadores de prejuízos no território brasileiro. A liberação do Ibama despertou vários interessados na caça esportiva. O advogado Aparecido Edivaldo Pizzinato, de Jaú, SP, que já possuía autorização para porte de armas, não teve grandes dificuldades para obter liberação de caça do instituto. O processo foi feito online e demorou em média 40 minutos. Quem não possui o porte de armas precisa enfrentar o processo burocrático no Exército Brasileiro, que pode demorar até nove meses para liberação total. O acesso aos locais de caçada é dado pelo responsável do local onde acontecerá o manejo (eufemismo que o Ibama

usa para se referir aos abates). Edvaldo está autorizado a caçar animais em 23 propriedades. Ele também é chamado pelos donos dos sítios ou usinas quando aparecem sinais de ataques dos animais às plantações. Edivaldo faz parte do grupo CAEI — Controle de Animais Exóticos Invasores, que possui 11 integrantes e cães de caça. Ele conta um pouco de sua experiência nas perseguições. Como sempre teve espírito aventureiro, já estava acostumado a entrar em florestas e lugares perigosos. A perseguição é sempre feita durante o dia, e na maioria das vezes, em lugares sujos e perigosos. Esses primos dos porcos mantêm o hábito de gostar da sujeira. Edivaldo conta ainda que a equipe banca todos os custos e não recebe nenhuma ajuda financeira. Na realidade, este é o esporte e o lazer mais apreciado pelos onze caçadores. Ele garante: “É emocionante, tem sempre muita adrenalina no momento da perseguição”. Até hoje ninguém se machucou. (LB)


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Necessidade de evolução do chapisco (Parte 1) AURELIO TOITO E RODRIGO MACHADO CALABRESI*

Ano após ano aumentam-se as capacidades de moagem (nas mesmas moendas) e as impurezas minerais e vegetais presentes na cana. Isso se deve a mecanização da colheita, redução de perdas com estilhaços e redução de custos. Estas impurezas adicionais desgastam prematuramente os equipamentos. Tudo isso faz com que as usinas sejam cada vez mais exigentes na aplicação de chapisco, solicitando maior durabilidade, proteção, velocidade de aplicação, rendimento e grãos maiores, além, é claro, de preços acessíveis. Neste caminho de busca de produtividade, as rotações das moendas de muitas usinas estão chegando a 10 RPM, o que vem prejudicar a qualidade do chapisco aplicado. Com estas velocidades periféricas a tendência é de que o chapisco fique com aparência de chapisco “fino”, fora a perda de material de solda que cai. Algumas soluções estão sendo buscadas, como: fontes de solda com controle eletrônico de arco elétrico, diâmetros de arames tubulares e eletrodos maiores que os usuais. Neste trabalho, temos como objetivo inicial comparar a utilização de arame tubular de chapisco com diâmetros acima

ESCOPO DE TESTE Arame tubular utilizado UTP AF VANADIUM SG Diâmetros e parâmetros elétricos 2,8 mm Corrente: 210 A Tensão: 22 V 3,2 mm Corrente: 320 A Tensão: 27 V Rotação da camisa 3,5 RPM Condição de teste Aplicação fora da moenda Tipo de aplicação Automatizada

de 2,8 mm de diâmetro. Na utilização de arames tubulares com diâmetros acima de 2,8 mm, muitas usinas estão preocupadas em ter um chapisco eficiente em altas rotações, porém desconsideram as perdas de material que caem durante a aplicação (rendimento metálico), o maior consumo de energia elétrica, maior desgaste dos equipamentos, como: tochas e principalmente fontes de

solda, e de insumos como bicos de contato e conduítes. Nesta primeira parte do trabalho, analisaremos somente o aspecto visual da aplicação de chapisco utilizando arames tubulares com diâmetros diferentes. Apesar do arame UTP AF VANADIUM SG Ø 2,8 mm ter apresentado um excelente aspecto visual, o arame UTP AF VANADIUM SG Ø 3,2 MM apresentou melhor aspecto

visual, ou seja, um chapisco ainda mais “grosso” e “agressivo”, se encaixando dentro do que se acha ideal para dar a “pega” e resistência ao desgaste necessário. Próximos passos: no próximo artigo, apresentaremos os resultados do teste comparativo em rotações acima de 8 RPM e também o comparativo do “rendimento metálico” entre os diâmetros, ou seja, as perdas de material. *Aurelio Toito e Rodrigo Machado Calabresi (Engenharia de Aplicação Maintenance & Cladding) Voestalpine 11 5694 8377 www.voestalpine.com/welding


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Linha leve da Sergomel é alternativa aos limites de peso do Contran Alguns indicadores econômicos mostram que o setor sucroenergético vem se recuperando de forma lenta e gradual. Porém, para que os investimentos possam ser efetivados com rentabilidade é imperativo que toda a cadeia seja analisada, incluindo novas tecnologias e os custos agregados a cada melhoria nas diversas etapas, das quais uma das mais afetadas atualmente é o sistema CCT (corte, carregamento/trasbordamento e transporte). A fiscalização tem intensificado suas ações, assim como liminares do Ministério do Trabalho, para coibir as irregularidades com relação à lei da balança, principalmente nos estados de Minas Gerais e Goiás, e mais recentemente no estado de São Paulo. Na verdade, o problema não é a lei propriamente dita, mas sim as Resoluções do Contran — Conselho Nacional de Trânsito, que estabelecem limites de peso para tráfego de veículos, como segue: No Decreto 4.771 de 29/05/2003, o Contran fez publicar a Resolução nº 258 com a seguinte disposição expressa: Art. 3º. Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá transitar

com peso bruto total (PBT) ou com peso bruto total combinado (PBTC) com peso por eixo superior ao fixado pelo fabricante nem ultrapassar a capacidade máxima de tração (CMT) da unidade tratora. Assim, a “Lei da Balança” afeta as usinas em quase todo o ciclo produtivo, pois estas empregam veículos para transporte, seja da cana a ser industrializada, seja do produto comercializado, bem como insumos, maquinaria, peças, equipamentos, entre outros.

Há uma preocupação imediata e constante, pois, a adequação à Lei implicará diretamente no aumento do número de viagens e da frota, agregando custos. Portanto, procurar e identificar tecnologias disponíveis para atender a esta nova realidade é primordial para a minimização destes custos adicionais. Desenvolvidos para atender o PBT de 74TON, a Sergomel disponibiliza os equipamentos da Linha Leve, construídos com aços de altíssima resistência, tornando-os mais leves através da redução

das espessuras das chapas estruturais e de fechamento, otimizando diretamente a relação Tara x Carga, reduzindo o consumo de combustível e os desgastes de pneus e componentes, minimizando os custos. Estas composições já foram adotadas com sucesso nas regiões afetadas pela legislação. Sergomel 16 3513 2600 www.sergomel.com.br


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Válvulas de controle Foxwall estão presentes nas principais empresas As válvulas de controle Foxwall estão presentes nas principais empresas do Brasil e do mundo. Os equipamentos de alta tecnologia, a equipe de engenharia e a experiência de 30 anos de mercado são o conjunto de diferenciais que geram projetos especiais para indústrias de diversos segmentos, resultando em maior produtividade, estabilidade e melhor desempenho na fabricação, processos mais eficientes, operação e controle geral tecnológico com alta segurança. Como exemplo de aplicação, podemos citar as indústrias de álcool e açúcar do Brasil, com válvulas e equipamentos instalados na produção que garantem o controle preciso de pressão, vazão, nível e temperatura de fluidos, resultando em um

controle tecnológico, seguro e automatizado. Neste processo, aplicam-se válvulas dessuperaquecedoras para controle de temperatura do vapor, e também válvulas tipo borboleta para controle de fluidos, de temperatura e pressão, com posicionadores, como acessórios complementares para maior precisão e tecnologia. Experiência e qualidade confirmadas pelos clientes, às industrias mais importantes, garantem e afirmam o título de uma das principais fabricantes de válvulas de controle do Brasil. Foxwall 11 4612 8202 www.foxwall.com.br

Metroval oferece sistemas para medição do volume de etanol em tanques A Metroval dispõe para o mercado sucroenergético, sistemas para medição volumétrica na etapa de produção de etanol instalado após tanque, que atende vazões até 192 m³/h. O sistema é composto por filtro, válvula de alívio, densímetro digital, medidores de vazão de deslocamento positivo, PT 100 RTD que em conjunto realiza medições do volume corrigido a 20°C, monitoramento da densidade INPM e temperatura com opção para medição de pH e condutividade. Todas as informações são

visualizadas em campo e disponibilizadas para transmissão remota. Os sistemas chegam ao cliente como conjunto montado (spool), calibrado e testado em fábrica. Possuem certificado de aprovação de modelo pela portaria 64/2003 do INMETRO, sendo assim, apropriados para transferência de custódia. Metroval 19 2127 9400 www.metroval.com.br


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