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Ribeirão Preto/SP
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Série 2
Nº 261
R$ 20,00
Inclui cobertura do Prêmio MasterCana Centro-Sul 2015 Rui Chammas, da Biosev Bioenergia, CEO do Ano
VEM AÍ O PLANTIO DE PRECISÃO! Sistematização, Sistematização, adubação adubação ee espaçamento espaçamento adequados adequados são são esforços esforços para para atender atender demandas demandas geradas geradas pela pela mecanização mecanização
Henrique Coutinho Nogueira Franco, do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol
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ÍNDICE DE ANUNCIANTES
Outubro 2015
Í N D I C E ACIONAMENTOS ZANINI RENK
COLETORES DE DADOS 16 35189001
11
ACOPLAMENTOS ANTARES VEDACERT
16 39413367
54 32186800 16 39474732
56 74
19 31137000
41
JOHN DEERE
19 33188330
DIRETRIZ
16 35124310
CONSULTORIA FINANCEIRA E INVESTIMENTOS
BETABIO/WALLERSTEIN 11 38482900 ONIBRAS 16 39694957
FINBIO
22 65
17 35311075
3
ARTIGOS DE BORRACHA ANHEMBI
11 26013311 16 31022866 11 26826633
66
CORRENTES INDUSTRIAIS
17
ELLO CORRENTES PROLINK
16 35134000 11 30979328 16 35124310
14 61 51
AUTOMÓVEIS 6E7
BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS 16 39452825
16 33039796
31 30572000
44
VALMET 43 61
41 33414444
23
SYNGENTA
11 26013311
72
11 30979328 16 33039796
61 16
SECADORES
WEBTRAC
BMA BRASIL
SÃO FRANCISCO DMB
11 29731010
62
16 21014151
69
16 39461800
57
SENIOR FLEXONICS
11 29731010
62
62 30883881
4
11 41364514
11 56432049
MC DESINFECÇÃO
16 35124310
ZANINI RENK
19 37562755
8
CPFL BRASIL
19 34343433 16 35138800 19 34343433
50 62 50
17 35311075
3
19 37953900
19 37953900 19 37562755 19 34343433
48
64
16 35189001
11
ENGETUBO
19 34343433
50
ENGEVAP
16 35138800
62
16 35124310
47
LEVEDURAS
50
MUDAS DE CANA
18
SYNGENTA
16 35132600
15
63
UBYFOL
61 74
11 30979328 16 39698080
34 33199500
5, 37
UNIMIL
19 21050800
PENEIRAS ROTATIVAS VIBROMAQ
16 39452825
DMB
FEIRAS E EVENTOS FENASUCRO & AGROCANA 11 30605000
59
FERMENTAÇÃO 61
FERMENTA
54
74
PETROFISA
41 36261531
36
53
16 35124310
51
16 39462130 16 35135230 16 35137200
PRODUTOS QUÍMICOS
16 35135230 18 36212182 81 32674760
10
16 39461800 44 33513500
57 2
19 33188330
35
TRANSBORDOS DMB TESTON
TRATORES JOHN DEERE
TROCADORES DE CALOR AGAPITO TORFER
16 39462130 11 50586118
74 34
TUBOS E CONEXÕES 41 36261531
36
19 34297272 11 45854676
31 13
TURBINAS NG METALÚRGICA SIEMENS JUNDIAÍ FOXWALL
11 46128202
20
VARIEDADES DE CANA 22
CTC
10
VEDAÇÕES E ADESIVOS
16 35189001
19
TINTAS E REVESTIMENTOS
PROSUGAR ZANINI RENK
12
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
BETABIO/WALLERSTEIN 11 38482900 81 32674760
74 12 25
VÁLVULAS INDUSTRIAIS 57
REDUTORES INDUSTRIAIS
FIBRA DE VIDRO 70
16 39461800
16 35124310
SUPRIMENTOS DE SOLDA
PETROFISA 46
PLANTADORAS DE CANA 62 50
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO DISTRINOX
48
PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS
63 8 50
ENGENHARIA INDUSTRIAL BMA BRASIL
11 30979328 16 39452825
16 35138800 19 34343433
11 56432049
NUTRIENTES AGRÍCOLAS
ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL ENGEVAP PROBOILER
AGAPITO COMASO ELETRODOS MAGÍSTER
PROSUGAR
ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA E SERVIÇOS CPFL BRASIL CPFL SERVIÇOS PROBOILER
SOTEICA
COMASO ELETRODOS
MONTAGENS INDUSTRIAIS
MSBIO 11 42313778
SOCIUS
SOLINFTEC
16
61
SOLDAS INDUSTRIAIS
JUNTAS DE EXPANSÃO 68 9
11 30979328
75
SOFTWARES
IRRIGAÇÃO IRRIGA ENGENHARIA
73
SEGURANÇA EMPRESARIAL
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE WEBTRAC
63 64
SÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070
GESTÃO DE OPERAÇÕES AGRÍCOLAS
IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS
EVAPORADORES BMA BRASIL CITROTEC
ANHEMBI
REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 36265540
SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS
GAXETAS
GRÁFICA
ETANOL 2G
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
ENERGIA ELÉTRICA COMERCIALIZAÇÃO
CENTRÍFUGAS BMA BRASIL VIBROMAQ
CITROTEC
39
CARROCERIAS E REBOQUES SERGOMEL
45
QUÍMICA REAL
42
MOENDAS E DIFUSORES
61 33107474
CARRETAS ALFA TEK
16 21056400 19 34234000
OXIMAG
CALDEIRAS ENGETUBO ENGEVAP PROBOILER
19 37953900 16 32369200
74
CABINAS CPFL SERVIÇOS
60 14 8
ELETROCALHAS
BANCOS E INST. FINANCEIRAS BANCO DO BRASIL
11 56450800 16 35134000 19 37562755
REFRATÁRIOS
METALÚRGICA VIANNA 22 27221122
DESINFECÇÃO INDUSTRIAL
FORD VIBROMAQ
APS AUTHOMATHIKA CPFL SERVIÇOS
FUNDIÇÃO
COZEDORES
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL AUTHOMATHIKA BMA BRASIL SOTEICA
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS
CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL CPFL BRASIL EVOLUTION
AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER
11 30979328
72
ASSESSORIA INDUSTRIAL FURCO ASSESSORIA
16 35124310
A N U N C I A N T E S
ESPECIALIDADES QUÍMICAS
CONSULTORIA INDUSTRIAL BMA BRASIL
ÁREAS DE VIVÊNCIA
35
CONSULTORIA CONTÁBIL E TRIBUTÁRIA
ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE INFECÇÕES BACTERIANAS
ALFA TEK
4, 76
COLHEDORAS DE CANA
AGRICULTURA DE PRECISÃO TRIMBLE
MARKANTI
D E
11
ANHEMBI VEDACERT
19 34298199 11 26013311 16 39474732
24, 52 72 74
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CARTA AO LEITOR
Outubro 2015
carta ao leitor
índice
Josias Messias
Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 a 12
Setor na América Latina e África está aquecido
Logística & Transportes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14
À PLENA CARGA!
Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16
Conferência Internacional acontece no auge da crise do dólar
Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17 e 18
Guaíra economiza R$ 1 milhão em combustível, reparos e manutenções
Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
Balanced Scorecard: um aliado poderoso da gestão estratégica
Giro do Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22 Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 Setor em Destaque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25 a 34
Cobertura do Prêmio MasterCana Centro-Sul 2015
Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36 Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 a 50
Fitotécnico discute opções para o aumento da produtividade
Régua facilita monitoramento da produtividade
Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52 a 62
O uso inadequado de antibióticos em vários setores e a saúde pública
Centrífugas eficientes otimizam espessura da massa cozida
Gegis apresenta novo formato de indicadores industriais
Especial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .64 a 68
5
Especial – O Setor no Paraná
Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .70 Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .71 a 74
“BORA” SOBERBA! “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.” (Pv 16:18)
josiasmessias@procana.com
Quem está liderando as inovações no setor? No editorial da edição passada, expus minha visão de que num setor altamente complexo e mundialmente competitivo como o sucroenergético, o que importa é ter, e fazer dinheiro. Agora, considerando que os dois principais fatores para a geração de caixa na produção de commodities são custo e inovação e que todas as usinas já estão de alguma forma focadas em reduzir custos, então podemos supor que a inovação deve representar a principal diferenciação no desempenho econômico. No setor, percebemos basicamente 2 tipos de inovação: a introdução de novos paradigmas produtivos e ou mercadológicos e a inovação pela otimização do paradigma vigente. Na primeira, o salto no desenvolvimento tecnológico é tal que cria um novo paradigma produtivo, como o etanol de 2ª geração; ou um novo paradigma mercadológico, como o desenvolvimento de um novo padrão de açúcar, o VHP (very high polarization), que se transformou no principal tipo de açúcar de exportação, otimizando o custo das refinarias independentes em todo o mundo. Neste quesito, os grandes grupos estão em vantagem, pois tais inovações exigem recursos em larga escala e o tempo de maturação é longo. Os demais produtores apenas pegam carona. Já o 2º tipo de inovação está mais próximo da realidade de todos, pois se trata de novas formas de perceber e extrair o máximo de resultados dentro do paradigma de produção já existente. Num contexto de crise econômica severa para as usinas, podemos enquadrar neste tipo de inovação aquelas que conseguem impactar positivamente os resultados da empresa dentro do próprio exercício fiscal. E este é um desafio interessante, pois inovação requer um ambiente propício para sua viabilização, composto por gente capacitada, motivada e com uma certa disponibilidade; gestão madura e integrada; e agilidade na tomada de decisão. Por incrível que isto possa parecer, com estes três fatores presentes, inovações interessantes não requerem significativa disponibilidade de dinheiro. Considerando estes fatores, quem está liderando as inovações de otimização no setor? A) Grandes grupos: atentos à inovação, mas costumam ser lentos ou inseguros na tomada de decisão, talvez por conta do status quo e da própria rigidez na governança. B) Pequenas usinas: muito preocupadas com custos e incêndios, sem tempo para inovações significativas. C) Grupos médios: possuem escala produtiva e financeira suficiente e uma estrutura ágil que permite dar visibilidade aos projetos de inovação. Ah, sem contar o estímulo que é a grande necessidade de fazer dinheiro! Exceto por um grande grupo produtor, cujo CEO entende que sua principal função na empresa é gerar in loco a cultura de inovação e empowerment nos gestores e líderes, e algumas poucas exceções, evidentemente, quem está liderando as inovações de otimização dentro do setor são os grupos médios. Em tempos de crise como os atuais, faz todo sentido a célebre frase de Platão: “A necessidade é a mãe da inovação”. “Bora” inovar!?!
NOSSOS PRODUTOS DIRETORIA
O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 — Ribeirão Preto — SP procana@procana.com.br
NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroenergético de informações relevantes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e organizar eventos empresariais visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor (humano, socioeconômico, ambiental e tecnológico); Democratizar o conhecimento, promovendo o
intercâmbio e a união entre os integrantes; Manter uma relação custo/benefício que propicie
parcerias rentáveis aos clientes e demais envolvidos.
Josias Messias josiasmessias@procana.com.br Controladoria Mateus Messias presidente@procana.com.br Eventos Rose Messias rose@procana.com.br Marketing Digital Lucas Messias lucas.messias@procana.com.br
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Editor Luiz Montanini - editor@procana.com.br Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur Arte Gustavo Santoro - arte@procana.com.br Revisão Regina Célia Ushicawa Jornalismo Digital Alessandro Reis - editoria@procana.com.br
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AGENDA
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MASTERCANA BRASIL A edição do Prêmio MasterCana Brasil aconteceu no dia 24 de setembro em São Paulo, capital.
MASTERCANA NORTE-NORDESTE A próxima edição do Prêmio MasterCana Norte-Nordeste será realizada no dia 19 de novembro, no Spettus Boa Viagem, em Recife, PE. www.mastercana.com.br
Os números corretos de produção do Grupo Colorado constantes do Anuário da Cana 2015 são estes: Usina Colorado Moagem total: 6.401.370 t Açúcar: 502.501 t Etanol: 252.389 m³ Cogeração de energia elétrica total: 53 MW Energia exportada: 159.632 MWh; Central Energética Morrinhos Moagem total: 2.081.617 t Açúcar: 167.371 t Etanol: 77.405 m³ Cogeração de energia elétrica total: 12 MW Energia exportada: 36.629 MWh
16ª SBA – A USINA DA RECUPERAÇÃO No 16ª SBA – A Usina da Recuperação, os temas serão voltados para soluções na busca de resultados, retrofit de caldeira e concentração de vinhaça. Também serão apresentados produtos, equipamentos e experiências que possam ser aplicados nessa busca. Usinas consagradas demonstrarão exemplos dessas soluções. O evento acontece dias 28 e 19 de outubro no Centro de Eventos Taiwan, em Ribeirão Preto, SP, Rodovia Ribeirão Preto - Bonfim Paulista, km 310. www.sbaeventos.com.br
RETIFICAÇÃO
Grupo Moagem total: 8.482.987 t Açúcar: 669.872 t Etanol: 329.794 m³ Cogeração de energia elétrica total: 65MW Energia exportada: 196.261 MWh
CURSO DE VASOS DE PRESSÃO Nos dias 10 a 13 de novembro a Sinatub promoverá em Ribeirão Preto-SP, o Curso de Vasos de Pressão, ministrado pelo engenheiro naval Antônio Carlos Basso da Cunha Leal. Separado em cinco módulos, o Curso abordará projeto na área de acordo com o ASME Code, Section VIII, Division 1 e Legislação e Inspeção de acordo com a NR13. Maiores informações em: sinatub@procana.com.br ou (16) 3911-1384.
O endereço correto da Usina Colorado é este: Fazenda São José da Glória, Rodovia SP 425, KM 47, Caixa Postal 51, Guaíra, SP, CEP: 14.790-000.
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Setor na América Latina e África está aquecido Países latino-americanos e africanos estão investindo para ampliar produção de açúcar, etanol e energia FABIANA MARQUES, DE R IBEIRÃO PRETO, SP
Na América Latina, nações como Colômbia, México, Nicarágua e Peru têm projetos em andamento para aumentar sua produção de etanol, açúcar e energia. A expansão da produção nesses países é um sinal importante para o fortalecimento da indústria sucroenergética no continente. A solução adotada pelo Brasil para reduzir a dependência por combustíveis fósseis está fazendo escola. Cada vez mais países estão adotando misturas obrigatórias de biocombustíveis à gasolina e ao diesel, ampliando as perspectivas para a consolidação de um mercado global para combustíveis renováveis. Na Colômbia, segundo maior produtor de etanol da América do Sul, uma nova destilaria, com capacidade para 110 milhões de litros por ano, acaba de ser inaugurada. No Peru, desde a introdução do marco regulatório em 2010 vários investimentos foram feitos no setor. O Grupo Gloria, maior produtor de açúcar do Peru, está construindo uma nova usina, prevista para inaugurar ao
Riopaila Castilla abriga a maior destilaria de etanol da Colômbia: 110 milhões de litros por ano
final de 2016, e estima-se que terá capacidade instalada para produzir 80 milhões de litros de etanol. Já o México, tradicional produtor de açúcar (sétimo mundial) está construindo sua primeira biorrefinaria, que deve começar a produzir etanol, de primeira e segunda geração, em 2017. Na Nicarágua ainda não foi criado um programa de etanol, mas os outros produtos derivados da cana, açúcar e energia, são focos de investimentos. A Usina Montelimar planeja dobrar sua produção de açúcar e
aumentar sua capacidade de cogeração em cinco anos, para isso está terminando de construir uma nova usina. No continente africano, o movimento é mais recente, especialmente no tocante a produção do bioetanol e cogeração de energia. No Zimbábue o grupo Tongaat investiu num programa de incentivo aos produtores privados de cana-de-açúcar que vai gerar um crescimento de mais de 75% na produção de cana. A participação desses países no Projeto Brazil Sugarcane Bioenergy Solution,
parceria entre o Arranjo Produtivo Local do Álcool (Apla) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) na Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética (Fenasucro), é mais uma indicação de que a expansão da indústria no exterior não está estagnada como no Brasil. As rodadas de negócios durante o evento contaram com a participação de 61 empresas brasileiras e 30 convidados internacionais. Foram registrados mais de US$ 288 milhões em expectativas de negócios.
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Colômbia dá exemplo em políticas públicas para estímulo da bioeletricidade Usina Riopaila Castilla inaugurou no final de agosto em Zarzal a maior destilaria de etanol do país A usina colombiana Riopaila Castilla inaugurou no final de agosto, na cidade de Zarzal, a maior destilaria de etanol do país, com capacidade de produção anual de 110 milhões de litros por ano. Além da produção de etanol, a usina também contará com uma planta de cogeração de 35 MW, desse montante, 11 MW serão para venda na rede elétrica do país. A Riopaila Castilla atualmente controla 22,7% da produção de açúcar na Colômbia. A construção da usina é parte da estratégia da companhia de diversificar suas atividades, deixando de ser produtor exclusivo de açúcar e passando a ser uma empresa de bioenergia. “Essa planta terá uma grande contribuição na mistura de etanol e gasolina. Além disso, a geração de energia elétrica não pode continuar sendo gerada por combustíveis fósseis, por questões ambientais. Precisamos pensar em outras alternativas e é isso que estamos fazendo”, explicou o presidente da empresa, Djalma Teixeira de Lima. O projeto teve o investimento de US$ 133 milhões, sendo US$ 74 milhões na construção e desenvolvimento da destilaria de etanol e US$ 59 milhões a mais na central de cogeração. Segundo fontes do setor, parte dos equipamentos estão sendo negociados com uma empresa brasileira. A produção etanol na Colômbia começou em outubro de 2005 e de lá para cá o país se tornou o segundo maior produtor do biocombustível da América do Sul, atrás apenas do Brasil. São produzidos anualmente cerca 400
Djalma Teixeira de Lima, presidente da Riopaila Castilla
O SETOR DA COLÔMBIA EM NÚMEROS Moagem: 24 milhões de toneladas de cana Açúcar: 2,4 milhões de toneladas Etanol: 406 milhões de litros Energia: 215 MW
milhões de litros de etanol, número que vai subir com a implantação da nova usina. A capacidade instalada de cogeração de energia elétrica a partir da biomassa na Colômbia cresceu quase 90% em apenas cinco anos. Passou de 114 MW para 215 MW e deverá chegar a 360 MW até 2018. Os dados são da Asocaña (Associação de Cultivadores de Cana-deAçúcar da Colômbia). Segundo estudo da associação, a ampliação dessa capacidade tem ocorrido devido a dois fatores importantes: investimentos em equipamentos (novas caldeiras ou potencialização das existentes e melhor aproveitamento do vapor) e as políticas públicas que estimulam a produção de bioeletricidade. Em 2014, entrou em vigor no país uma lei por meio da qual foi regulada a integração das energias renováveis no Sistema Energético Nacional. Com essa lei foi instalado o Programa de Uso Racional e Eficiente de Energia e Fontes Não Convencionais, o Proure, que prevê incentivos tributários em renda e em redução de impostos para projetos de eficiência energética no setor industrial. Quem atender às exigências do programa tem isenção de impostos ao importar equipamentos sem similares na Colômbia. E quem produzir eletricidade a partir de fontes renováveis, como o bagaço, tem direito a programa de depreciação acelerada, pelo qual há investimento em projetos de prevenção. Atualmente no país são processadas cerca de 24 milhões de toneladas de cana por ano, que resultam na produção de mais de 2 milhões de toneladas de açúcar e mais de 400 milhões de litros de etanol. O cultivo da canade-açúcar ocupa 205 mil hectares que abastecem treze usinas com capacidade instalada de moagem de 24 milhões de toneladas de cana por ano. Como na Colômbia o clima permite que a safra seja o ano todo, essas usinas processam cana durante cerca de 330 dias ao ano, em média. (FM)
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PRODUÇÃO
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Mesmo sem incentivo, usinas da Mercado de etanol no Peru está em crescimento Nicarágua e da África investem Há algum tempo o Peru iniciou o processo de retomada do setor sucroenergético, após estatização da indústria da cana-de-açúcar ocorrida no país no final dos anos 1960. Investimentos em usinas de grande porte têm sido feitos nos últimos anos. A indústria ainda é predominantemente açucareira, mas a introdução do marco regulatório em 2010, que determina a adição de 7,8% de etanol em toda a gasolina consumida no país, despertou o interesse pelo biocombustível em grupos econômicos do Peru. O Grupo Gloria investiu mais de 150 milhões de dólares em sua nova unidade produtora de etanol. A usina será instalada na cidade de Olmos, com previsão de início das operações de açúcar em meados de 2016 e somente em 2017 começará a produzir etanol, com previsão de capacidade instalada para produzir 80 milhões de litros. O grupo entrou no mercado sucroenergético peruano em 2006, quando criou a Coazucar (Corporação Açucareira do Peru), responsável atualmente por 40% do mercado nacional e 60% das exportações do produto. Atualmente, além do Peru, também tem usinas no Equador e Argentina. Sua produção é de 3,7 mil toneladas de açúcar por dia e 700 mil litros de etanol por dia. A gerente de controle de qualidade do grupo peruano, Gloria Slava, esteve participando das rodadas de negócios do Apla (Arranjo Produtivo do Álcool) na Fenasucro, com o objetivo de conhecer as novas tecnologias existentes no Brasil. “Para essa nova unidade, como já conhecemos a tecnologia brasileira, pensamos em continuar adquirindo equipamentos e produtos do Brasil”, disse. O aproveitamento da biomassa da cana para geração de energia elétrica nas usinas do grupo ainda é baixo. Segundo Slava, a legislação do Peru e o sistema elétrico estatal do país tornam o trâmite burocrático muito demorado, o que pode ser um pouco desestimulante para o setor. Entretanto, no novo projeto de Olmos está sendo construída uma
planta de cogeração que deverá gerar entre 7 e 15 MW diários. A usina Agropucalá, que atualmente tem capacidade para 60 mil litros diários de etanol, também tem um plano de expansão que pretende ampliar a produção para 150 mil litros/dia. O gerente de campo da Usina Agropucalá, Erikson Niño Farro, contou que o principal objetivo de sua visita ao Brasil foi conhecer os equipamentos brasileiros usados na mecanização da colheita de cana. Ele também esteve na Fenasucro participando das rodadas de negócios a convite do Apla. “No Peru temos um prazo para deixar de queimar a cana, que vai até 2017. Então estamos aqui para aprender com os brasileiros, que já passaram por isso, possuem todo o equipamento adequado e já sabem da logística, pois já testaram o que funciona e o que não funciona. Assim poderemos minimizar nossas perdas”, explicou. Uma grande vantagem competitiva do Peru em relação a outros países produtores de cana-de-açúcar é a favorável condição climática da região, que permite plantar e colher o ano todo, ininterruptamente. Ao longo do ano os níveis de precipitação são baixos, o que possibilita uma cultura permanente. “Isso é um grande diferencial. Somos nós que decidimos quando colher, quando plantar, já que podemos fazer isso durante todo o ano. Além disso, possuímos um rendimento da cana que é um dos melhores do mundo, cerca de 130 toneladas por hectare”, finalizou. (FM)
O SETOR DO PERU EM NÚMEROS Moagem: 11 milhões toneladas de cana-de-açúcar Produção de açúcar: 1 milhão de toneladas Produção de etanol: 1 milhão de litros por dia
A Usina Montelimar, da Nicarágua, investiu 38 milhões de dólares na construção de uma nova planta de cogeração de energia elétrica a partir da biomassa da cana e tem intenção de dobrar sua produção de açúcar nos próximos cinco anos. Segundo o representante da usina, Álvaro Avilées, a planta terá capacidade para cogerar 38 MW por dia. A data prevista para início das operações é dezembro de 2015 e a ampliação dos negócios tem o objetivo claro de converter a usina em um player mundial. “Esse foi o maior investimento já feito pela empresa até agora”, disse.
Unidades trabalham por conta para aumentar a produção de açúcar e bioletricidade A Nicarágua é o segundo maior exportador de açúcar da América Central e um dos que mais aproveitam a biomassa para cogeração de energia elétrica. Não há legislação ou políticas públicas para a produção de etanol no país, e dos demais produtos extraídos da cana o destaque vai para o melaço: 258,2 mil toneladas, além do álcool para fins alimentícios. Das quatro usinas produtoras de açúcar do país (San Antonio, Monte Rosa, B. Zeledón e Montelimar ), três já geram energia elétrica a partir da cana-de-açúcar, e a quarta ( Montelimar) está terminando a construção de sua planta de cogeração que vai começar a funcionar em dezembro deste ano. O representante da Montelimar esteve no Brasil pela primeira vez para participar da Fenasucro por uma iniciativa do Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool) e afirmou estar de olho nos maquinários e implementos agrícolas.
Tudo isso para dobrar a produção de açúcar da usina nos próximos cinco anos. Atualmente a usina produz aproximadamente 1 milhão de quintais de açúcar por safra, e sua capacidade de moagem é de 5 mil toneladas de cana por dia (na última safra houve uma moagem recorde de 700 mil toneladas de cana). Por enquanto não há planos de produzir etanol, já que a legislação não prevê o uso de álcool como biocombustível no país. Na África são poucos os países que possuem programas de governo que estimulam a produção do etanol e bioeletricidade. Tongaat Hullet, maior grupo açucareiro do continente, detentor de 8 usinas em três países (África do Sul, Moçambique e Zimbábue) não possui nenhuma unidade produtora de etanol e a cogeração das usinas é apenas para consumo próprio. Segundo Craig Jensen, diretor das operações de moagem do grupo, em todos os países em que atuam há conversas do setor com o governo para reverter essa situação, mas não há previsão de uma mudança de cenário em curto prazo. “Gostaríamos muito de diversificar e gerar mais energia, mas como não há incentivo do governo, não vale a pena, por enquanto, investir em equipamentos, como boilers de alta pressão que custam caro”, explicou. O grupo foca então em aumentar o fornecimento de cana-de-açúcar em suas operações nos três países em que atua. O objetivo estratégico da Tongaat é produzir mais de 2 milhões de açúcar bruto por ano. No Zimbábue a estratégia da Tongaat para aumentar a produção de cana-de-açúcar e açúcar foi investir em um programa de incentivo aos produtores privados de cana, com o objetivo de dobrar a sua produção, chegando a 1,8 milhão de toneladas no ano que vem. Até agora já alcançaram um crescimento de 75%. A expectativa é que assim aumente também, proporcionalmente, a produção de açúcar, chegando a 628 mil toneladas nos próximos dois anos. (FM)
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LOGÍSTICA & TRANSPORTES
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À PLENA CARGA! COPERSUCAR
Como está o Terminal Multimodal da Copersucar, inaugurado em março de 2012, em Ribeirão Preto? I SAC ALTENHOFEN,
DE
VALINHOS, SP
Inaugurado em março de 2012, em Ribeirão Preto, SP, o Terminal Multimodal da Copersucar está em pleno funcionamento. Expectativas foram supridas, trazendo consigo resultados positivos para o setor sucroenergético. R$ 30 milhões foram investidos pela empresa na época. O Terminal Multimodal vem operando à plena carga, trazendo grande contribuição para a otimização da cadeia logística do açúcar. Atualmente a estrutura do complexo é composta por um armazém com capacidade de 70 mil toneladas. Possui um sistema de recepção rodoviária (moega, além de contar com esteiras transportadoras e um sistema de carregamento de vagões (tulha). Mudanças de expansão foram implementadas desde 2012. Foi aumentada a capacidade de armazenagem e construída uma “Pera Ferroviária”, de 2,8 km, que elevou a capacidade de movimentação para 1,5 milhão de toneladas de açúcar por ano. “Graças à pera, não é necessário realizar manobras, nem há desengate dos vagões para o carregamento, pois a composição férrea percorre os trilhos do entorno, que passa sob a tulha. Com essa solução, o terminal obteve ganhos de produtividade superior a dez vezes à estrutura anterior”, aponta Paulo Roberto de Souza, presidente da Copersucar. A estrutura tem capacidade de receber a produção das usinas da região, associadas ou não, durante toda a safra, e pode operar
Paulo Roberto de Souza, presidente da Copersucar: ganho na competitividade
24 horas por dia. “A grande vantagem do terminal para a região é o ganho de competitividade da produção de açúcar, além dos benefícios ambientais representados pelo aumento de participação do modal ferroviário na matriz de transportes da Copersucar”, afirma Paulo Roberto. O terminal tem permitido à Copersucar intensificar o uso da ferrovia. Cerca de 42 mil viagens de caminhão por ano, no trecho Ribeirão Preto-Santos foram reduzidas, como previsto. Este fato trouxe um resultado positivo para o meio ambiente, pois reduziuse o consumo de combustível e a emissão de gases de efeito estufa e resultou em melhor segurança e mobilidade no trânsito rodoviário e urbano. De acordo com Souza, o terminal de Ribeirão Preto está dimensionado para atender às atuais necessidades da Copersucar na região. “Seus benefícios certamente serão ampliados quando houver solução dos gargalos logísticos que impedem maior utilização e produtividade do transporte ferroviário”. Um dos gargalos é o atraso no início das obras de construção do Ferroanel, que contornará a capital paulista com redução do tempo das viagens e, principalmente, a ampliação da capacidade de acesso ferroviário ao Porto de Santos. Quando estas mudanças acontecerem será possível ampliar a capacidade de recepção do Terminal Intermodal e, por conseguinte, sua capacidade de movimentação. Este terminal, em conjunto com o de São José do Rio Preto, oferece capacidade de movimentação de 2 milhões de toneladas por ano. “Ambos foram implementados com o objetivo de favorecer a integração entre modais de transporte e de gerar ganho de escala no transporte de açúcar de polos de produção para os terminais portuários”, conclui o presidente da Copersucar.
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MERCADO
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Conferência Internacional acontece no auge da crise do dólar Enquanto evento acontecia em São Paulo moeda americana registrou aumento histórico I SAC ALTENHOFEN, DE SÃO PAULO, SP
Com o tema “Desafios e oportunidades: planejando para o futuro”, a Datagro realizou a sua 15ª Conferência Internacional sobre Açúcar e Álcool nos últimos 21 e 22 de setembro, em São Paulo. O objetivo do evento foi reunir autoridades do setor sucroenergético a fim de debater perspectivas de mercado, planejamento estratégico, comércio internacional, produção e outras questões atuais dos segmentos de açúcar e etanol. Compareceram ao evento cerca de 700 participantes ligados ao setor. Plínio Nastari, presidente da Datagro, e 45 importantes nomes nacionais e internacionais do setor revelaram a realidade da cultura canavieira brasileira: crise. Enquanto o evento ocorria no seu segundo dia, o dólar registrou aumento para R$ 4,05 e no meio-dia do dia seguinte, data do fechamento desta edição, estava a R$ 4,12. O que não foi surpresa para ninguém; apenas um reflexo do momento delicado da economia brasileira e internacional. A crise vem afetando as usinas há mais
Plínio Nastari: etanol precisa receber tratamento especial do Governo
de 4 anos. Foi repetido unanimemente pelos presentes no evento que ela ainda vai persistir se o Governo Federal não incentivar preços remuneradores para o etanol e a bioeletricidade. “Infelizmente o governo já provou que não tem condições de investir para melhorar a situação do setor. Por quê? Não sei. Ninguém sabe, permanece um mistério”, desabafou Cícero Junqueira
Franco, ex-presidente da Usina Vale do Rosário. Houve uma sutil melhora no cenário com o aumento da mistura de anidro na gasolina e o retorno da Cide; mas nada que reanime o setor. “O etanol precisa receber tratamento especial do Governo Federal porque é um combustível estratégico e tem sido penalizado pela política de preços para a
gasolina no Brasil.” explicou Plínio Nastari e concluiu: “Sem garantias confiáveis e estáveis não haverá retomada de investimentos por parte das usinas para ampliação da produção de etanol. A bioeletricidade também necessita de leilões específicos que garantam preços remuneradores.” Arnaldo Jardim, Secretário da Agricultura do estado de São Paulo enfatizou que o governo deve recompor a Cide da gasolina para patamares que sustentem uma paridade positiva e duradoura para o biocombustível. Alexandre Figliolino, diretor do banco Itaú-BBA apresentou quatro fatores que podem aumentar eficiência no setor sucroenergético: restituição da Cide; criação de mecanismos transparentes de reajustes de preços para os combustíveis; estas duas medidas, somadas à recuperação dos preços do açúcar criarão um ambiente positivo para investimentos e movimentos de fusões e aquisições; ação coordenada dos agentes financeiros na reestruturação de débitos de empresas que se mostrem competitivas do ponto de vista operacional e cujo problema básico hoje é o endividamento pesado no curto prazo. “Se pelo menos uma parte do que foi apresentado for posto em prática, já está de bom tamanho”, declarou Paulo Zancaner Castilho, diretor da Datagro. Apenas o tempo e a colaboração do governo dirão qual será o futuro do setor.
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SAÚDE & SEGURANÇA
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Adriano Martins ressalta a importância das informações para orientá-los sobre algo de anormal
Guaíra economiza R$ 1 milhão em combustível, reparos e manutenções Sistema diminuiu quebras, ampliou controle de veículos em terra e asfalto e melhorou disponibilidade dos veículos DA REDAÇÃO
Em busca de melhorias na frota veicular e com foco na segurança dos colaboradores, a Usina Guaíra estabeleceu parceria no início de 2014 com a empresa SEG – Controle Veicular. De acordo com informações da usina, o resultado da implantação do sistema foi imediato, com a redução de consumo de combustível. Outras economias e otimizações foram somadas à primeira, como: a diminuição de quebras, controle operacional de velocidades em estrada de terra e asfalto e, consequentemente, melhoria na disponibilidade dos veículos. O gerente de controle automotivo da Usina Guaíra, Adriano Martins Peres, observa a facilidade que os departamentos da usina terão com a implementação dos produtos da SEG, como redução no consumo de combustível, redução nos custos de manutenção e, também, na diminuição do nível de acidentes e indenizações. “O acesso via internet pode ser feito de
qualquer lugar pelo computador, celulares ou tablets. Com o sistema, temos informações das últimas atualizações de toda frota, podemos também fazer a busca mais detalhada por relatórios, onde por meses temos todas as informações, como: horários de utilização, endereços e o tempo de paradas, inclusive o tempo parado com o veículo ligado (motor ocioso), tempo em movimento, velocidades atingidas, o mapa e trajetos por onde o veículo passou, quilometragem e distância percorrida”, disse Peres. Adriano Martins ressalta a importância das informações para alertá-los e orientá-los sobre algo de anormal que esteja fora dos padrões determinados pela usina. Destaca, também, a economia que a UAG teve até o presente momento. “Temos a opção de receber por e-mail as informações de tudo o que está acontecendo fora dos padrões determinados pela empresa”, observa Adriano. “Temos dados de veículo que esteja ultrapassando a velocidade determinada, que sai da rota determinada, se há ociosidade do veículo, se a chave da ignição está ligada com o veículo parado, etc. Com todos estes benefícios citados acima, já tivemos uma economia de aproximadamente R$ 1 milhão, somente com consumo de combustível e custo de reparo e manutenção – (CRM) em nossa frota de veículos, utilitários e ônibus”, finaliza.
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SAÚDE & SEGURANÇA
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Usinas estão preparadas para controlar incêndios? Entenda como as unidades podem mitigar os prejuízos DA R EDAÇÃO
A recorrência do combate a incêndios em usinas sucroenergéticas implicou na criação de departamentos internos e campanhas entre usinas para mitigar os prejuízos causados pelo fogo. Recentemente a Usina Tropical, da British Petrol, localizada em Edéia, GO, foi assolada por um incêndio com enormes proporções. O fogo se espalhou pelo canavial, danificando máquinas e equipamentos. O sinistro levou o setor a procurar mais informações sobre o assunto. O fato é que as unidades agroindustriais do setor de cana-deaçúcar não foram planejadas com a inclusão de prevenção a este tipo de acidente. “As plantas industriais do setor, na maioria, são antigas e foram crescendo ou adaptadas conforme a quantidade de cana processada também aumentava ao longo dos anos. Equipamentos novos ou redimensionados muitas vezes foram instalados não necessariamente onde seria os melhores locais para otimização dos processos e principalmente da segurança da planta”, explica Celso Bonfante, diretor da Socius Facilities. O problema estrutural, entretanto, não impede a criação de ações para mitigar as
ocorrências e danos de incêndios, observa Bonfante. As usinas devem implementar medidas que preparem a empresa e seus colaboradores para eventuais ocorrências. Bonfante destaca cinco ações: Brigada de combate a incêndio bem estruturada, treinada e valorizada; Sistema de combate a incêndio com rede pressurizada; Treinamento periódico de evacuação de área, envolvendo todos os colaboradores da planta, não somente a indústria; Planejamento de áreas verdes, evitando a proximidade das áreas de riscos (de destilaria por exemplo); 888888Planejamento do plantio da cana no perímetro da planta industrial, visando a colheita antes do período de seca, entre outras. “Essas medidas servem para mitigar os eventos e seus impactos, porém, por mais recursos, equipamentos e sistemas disponíveis, riscos sempre existirão”, aponta o diretor. De acordo com Celso Bonfante não existe um procedimento padrão para todas as usinas, os riscos de cada empresa devem ser analisados individualmente. Trabalhos de prevenção devem ser direcionados, respeitando a cultura de gestão e financeira. “Investimentos feitos na prevenção de acidentes como este não podem ser tratados como despesas. Os verdadeiros custos são refletidos em perdas materiais e acidentes quando não houve anteriormente planos preventivos”, conclui Bonfante.
Incêndio na Usina Tropical
Colaboradores da Generalco auxiliam em incêncio No último dia 12 de setembro, por volta das 21 horas, moradores de General Salgado, SP, solicitaram a ajuda de um dos caminhões pipas que a Generalco possui, para combaterem um incêndio ocorrido em uma residência daquela cidade. Na ocasião, colaboradores da área agrícola que estavam fora do exercício da profissão, devido às chuvas, partiram
rapidamente para a cidade a fim de ajudar a família a tentar minimizar a perda do imóvel. Os colaboradores Recildo Luiz dos Santos, motorista e Robinson de Souza, auxiliar de caminhão pipa, atenderam prontamente ao chamado e conseguiram extinguir o fogo. Na cidade de General Salgado o gesto foi visto como heroísmo por parte dos habitantes.
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ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO
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ARTIGO
Balanced Scorecard: um aliado poderoso da gestão estratégica *DÁRCIO BASÍLIO PAYÁ
A competitividade das empresas e até sua sobrevivência na crise passam diretamente pelos seus métodos de gestão de desempenho. O Balanced Scorecard é uma ferramenta criada no início dos anos 90 pelos professores da Harvard Business School, Robert S. Kaplan e David P. Norton. Trata-se de uma metodologia de gestão através de indicadores de desempenho, organizados de forma a permitir que a administração acompanhe o cumprimento das metas estratégicas de curto e longo prazo. O BSC transforma a estratégia da empresa em uma matriz lógica, que permite a análise de causas e efeitos, dos vetores de desempenho e sua relação com os aspectos financeiros do negócio. É estruturado através de objetivos, indicadores, metas e iniciativas distribuídas em quatro perspectivas: financeira, de clientes, de processos internos e de aprendizado e crescimento. Sob a perspectiva financeira, a elaboração do BSC deve funcionar como estímulo para que todas as áreas da companhia estabeleçam metas com objetivo de performance econômica, alinhadas com a estratégia global da empresa, e que permitam medir se as ações realizadas estão contribuindo para a criação de riqueza para os acionistas, a curto, médio e longo prazo. A perspectiva de clientes está relacionada à missão e a estratégia do negócio e permite a clara identificação e avaliação das propostas de valor dirigidas aos segmentos do mercado que a organização pretende atingir. Nesta perspectiva, devem ser utilizados indicadores relativos ao mercado, clientes e potenciais clientes, estabelecendo entre eles uma cadeia de relações: participação
de mercado, retenção, aquisição, satisfação e rentabilidade de clientes. A perspectiva de processos internos do BSC é a análise dos recursos e capacidades internas para elevar a qualidade dos produtos e serviços, e está intimamente ligada às perspectivas de clientes e financeira. A companhia deve identificar e focar nas atividades e processos internos de maior impacto na satisfação dos clientes e na realização dos objetivos financeiros do negócio. A perspectiva de aprendizado e crescimento apresenta objetivos voltados à capacidade dos colaboradores, dos sistemas de informação, à motivação, empowerment e alinhamento à estratégia da empresa. Deve-se identificar qual é a infraestrutura que a organização precisa implementar para poder crescer e desenvolver-se no longo prazo, trabalhando num processo contínuo de aprendizagem e aperfeiçoamento do negócio. De acordo com os criadores do BSC, existem três fontes de aprendizado e crescimento da organização: pessoas, sistemas e procedimentos organizacionais. Dessa forma, é necessário investir na requalificação e reciclagem dos colaboradores, na melhoria dos sistemas de informação e no alinhamento de procedimentos e rotinas da empresa. Normalmente, as empresas dispõem e utilizam algumas dessas técnicas na gestão de seus negócios, mas o BSC proporciona a sistematização e utilização plena de ferramentas direcionadas à excelência do empreendimento. Sua implantação depende do envolvimento da empresa como um todo, demanda foco e dedicação dos gestores e pode ser a diferença que irá garantir o sucesso do empreendimento em tempos de crise e recessão. *Dárcio Basílio Payá é profissional especializado na empresa Diretriz Consultores, fone: 16 3635 3355
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GIRO DO SETOR
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Usina da Nicarágua constrói nova planta A Usina Montelimar, da Nicarágua, investiu 38 milhões de dólares na construção de uma nova planta de cogeração de energia elétrica a partir da biomassa da cana e tem intenção de dobrar sua produção de açúcar nos próximos cinco anos. Segundo o representante da usina, Álvaro Avilées, a planta terá capacidade para cogerar 38 MW por dia. A data prevista para início das operações é dezembro de 2015 e a ampliação dos negócios tem o objetivo claro de converter a usina em um player mundial. “Esse foi o maior investimento já feito pela empresa até agora”, disse. A Nicarágua é o segundo maior exportador de açúcar da América Central e um dos que mais aproveitam a biomassa para cogeração de energia elétrica. Não há legislação ou políticas públicas para a produção de etanol no país, e dos demais produtos extraídos da cana o destaque vai para o melaço: 258,2 mil toneladas, além do álcool para fins alimentícios. Das quatro usinas produtoras de açúcar do país, três (San Antonio, Monte Rosa, B. Zeledon e Montelimar) já geram energia elétrica a partir da cana-de-açúcar, e a quarta (Montelimar) está terminando a construção de sua planta de cogeração que vai começar a funcionar em dezembro deste ano.
Álvaro Avilées, representante da Usina Montelimar
Pequenos produtores receberão terras em Moçambique Craig Jensen, diretor das operações de moagem do grupo Tongaat- Hulett
África se esforça para crescer no setor Na África são poucos os países que possuem programas de governos que estimulam a produção do etanol e bioeletricidade. Tongaat- Hulett, maior grupo açucareiro do continente, detentor de 8 usinas em três países (África do Sul, Moçambique e Zimbábue) não possui nenhuma unidade produtora de etanol e a cogeração das usinas é apenas para consumo próprio. Segundo Craig Jensen, diretor das operações de moagem do grupo, em todos os países em que atuam há conversas do setor com o governo para reverter essa situação, mas não há previsão de uma mudança de cenário em curto prazo. “Gostaríamos muito de diversificar e gerar mais energia, mas como não há incentivo do governo, não vale a pena por enquanto investir em equipamentos, como boilers de alta pressão que custam caro”, explicou. O grupo foca então em aumentar o fornecimento de canade-açúcar em suas operações nos três países em que atuam. O objetivo estratégico da Tongaat é produzir mais de 2 milhões de açúcar bruto por ano. No Zimbábue a estratégia da Tongaat para aumentar a produção de cana-de-açúcar e açúcar foi investir em um programa de incentivo aos produtores privados de cana, com o objetivo de dobrar a sua produção, chegando a 1,8 milhões de toneladas no ano que vem. Até agora já alcançaram um crescimento de 75%. A expectativa é que assim aumente também, proporcionalmente, a produção de açúcar, chegando a 628 mil toneladas nos próximos dois anos.
Em Moçambique, na África, a unidade produtora de açúcar chamada de Xinavane, controlada pela sul-africana Tongaat Hulett Sugar, pretende distribuir 350 hectares de terra para a produção de cana-de-açúcar, a pequenos produtores, no distrito de Magude província de Maputo, de acordo com a imprensa local. A inciativa faz parte de um programa cofinanciado pela União Europeia, e inclui três fases: a primeira será a limpeza dos terrenos e a abertura de estradas para a área, a segunda etapa envolverá a preparação da terra e a terceira etapa incluirá a instalação do sistema de irrigação. A Tongaat Hulett, em 1998, comprou uma participação de 49% na Açucareira de Xinavane, e assumiu o seu controle administrativo. Em 2008, aumentou sua participação na empresa para 88%. Uma expansão da unidade de Xinavane foi concluída em 2009/10, e teve sua capacidade de produção de açúcar aumentada em mais de 208.000 toneladas.
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AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE
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Biomassa figura entre os quatro grandes segmentos das próximas décadas DA R EDAÇÃO
Segundo analistas, o agronegócio mundial deverá se estruturar em quatro grandes segmentos nas próximas décadas: alimentação e fibras, plantas ornamentais, nichos especializados e biomassa. Além de se tornar a base da energia renovável, a biomassa servirá também como insumo para a indústria química, o que fará com que esse segmento movimente o maior volume de recursos das transações agrícolas internacionais, a partir de 2050.
No entanto, ao contrário do que muitos dizem, o crescimento da agricultura voltada para a geração de energia não significará redução na oferta de alimentos. Na verdade, os cenários traçados por diversos especialistas preveem aumento na produção de alimentos no campo e citam como exemplo a expansão do cultivo de girassol para fins energéticos, que propiciará um incremento significativo na oferta de torta ou farelo desse vegetal, matéria-prima importante para a indústria de rações e de alimentos. A biomassa, no médio prazo,
deverá tornar-se a principal fonte de energia renovável, seguida da energia solar e da eólica. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética, o etanol e outros derivados da cana respondem por cerca de 22% da matriz energética brasileira. Já a solar e a eólica estão em torno de 4% do total. A energia hidrelétrica responde por 14%. Pouco mais de 53% das fontes energéticas brasileiras não são renováveis, com destaque para o petróleo, com participação de 41% do total. Portabilidade, capacidade de estocagem e densidade energética são fatores
fundamentais para a consolidação de uma determinada fonte na matriz energética de um país. Esses atributos o etanol possui, ao contrário da energia gerada por hidrelétricas, que tem limitações de transmissão, por exemplo. Mesmo o bagaço da cana pode ser estocado e transportado, se necessário. Já os biocombustíveis derivados de óleo vegetal possuem características semelhantes ao etanol, porém apresentam maior densidade energética, o que reduz os custos relativos de transporte e estocagem, quando medido pela energia potencial por unidade de peso ou volume.
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MasterCana Centro-Sul destaca eficiência e honra lideranças Cerca de 350 personalidades reuniram-se em Sertãozinho para participar das homenagens aos destaques do setor Lideranças e personalidades do setor sucroenergético estiveram presentes na noite de 24 de agosto, em Ribeirão Preto, SP, para mais uma edição dos prêmios MasterCana Centro-Sul e Social. Cerca de 350 pessoas, grande parte de usinas e grupos produtores, acompanharam as homenagens aos destaques do segmento neste ano. Foram premiados executivos de 13 usinas e grupos sucroenergéticos. Também receberam troféus as empresas do setor com melhor administração e as que mais se destacaram ao longo da última safra. O troféu de Personalidade do Ano coube a Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do Ceise Br; Mário Campos, Presidente do Siamig, foi o Líder do Ano; Riccardo Nardini, diretor da Nardini Agroindustrial, foi o Empresário do Ano e Rui Chammas, da Biosev, foi o CEO do ano; Os Profissionais do Ano 2015 foram Reginaldo Lopes de Carvalho Junior, superintendente do Polo Ribeirão Preto da Biosev, na categoria Administração; Helder Luiz Gosling, diretor comercial e de logística
Representantes de diversas usinas e grupos produtores estiveram presentes
do Grupo São Martinho, na categoria Comercial; Celso Cardoso de Oliveira, diretor industrial Grupo CMAA – Vale do Tijuco, na área Industrial; Fernando Eduardo Tersi, diretor de operações da CerradinhoBIO, na área de Bioenergia e Rogério Bremm Soares, gerente corporativo agrícola da Bunge, na área agrícola.
A Socicana — Associação dos Produtores de Cana de Guariba, SP, recebeu o prêmio como Destaque Institucional. As unidades e grupos premiados com o MasterCana Centro-Sul Desempenho foram: São Martinho, Odebrecht Eldorado, Açucareira Guaíra, Grupo Guarani, Usina Diana, Usina Coruripe, Usinas Itamarati e
São José da Estiva. O Prêmio MasterCana Centro-Sul teve o patrocínio master da TGM, patrocínio standard das empresas: Authomathika, CPFL Brasil, Intertek, Pró-Usinas, Sanardi Engenharia, São Francisco Gráfica, Seg Controle Veicular, Ubyfol, e apoio da Markanti e da Engclarian.
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SETOR EM DESTAQUE
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Confira os premiados no MasterCana Centro-Sul
Personalidade do Ano — Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do Ceise Br
Líder do Ano — Mário Ferreira Campos Filho, presidente do Siamig
Empresário do Ano — Riccardo Nardini, diretor da Nardini
CEO do Ano — Rui Chammas, diretor Presidente da Biosev
Profissional do Ano – Administração — Reginaldo Lopes de
Agroindustrial
Bioenergia
Carvalho Junior, superintendente do Polo Ribeirão Preto da Biosev Bioenergia
Profissional do Ano – Comercial — Helder Luiz Gosling,
Profissional do Ano – Área Industrial — Celso Cardoso de
Profissional do Ano – Bioenergia — Fernando Eduardo Tersi,
diretor Comercial e de Logística do Grupo São Martinho
Oliveira, diretor industrial Grupo CMAA, Vale do Tijuco
Diretor de Operações Agroindustriais da CerradinhoBIO
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Confira os premiados no MasterCana Centro-Sul
Profissional do Ano – Área Agrícola — Rogério Augusto
Destaque Institucional — Socicana - Associação dos
MasterCana Desempenho — Estratégia & Gestão: São
Bremm Soares, diretor agrícola da divisão de açúcar e
Produtores de Cana de Guariba SP, representado por Bruno
Martinho, representado por Helder Luiz Gosling – Diretor
bioenergia da Bunge Brasil
Rangel Geraldo Martins, Diretor- presidente José Antônio de
Comercial e de Logística do Grupo São Martinho
Souza Rossato Junior, Diretor Socicana e Presidente Coplana
MasterCana Desempenho — Gestão Agroindustrial: Diana
MasterCana Desempenho — Gestão Comercial: Usina
MasterCana Desempenho — Segurança Empresarial: Biosev
Destilaria de Álcool Nova Avanhandava, representado
Coruripe Açúcar e Álcool, representado por Francisco Vital
Bionergia, representado por Roger Robinson Salvador –
por Sebastião Muniz de Queiroz – Conselho
Alves de Souza – Diretor Comercial
Supervisor Corporativo de Segurança Empresarial
MasterCana Desempenho — Tecnologia da Informação e
MasterCana Desempenho — Bioeletricidade: Guarani,
MasterCana Desempenho — Tecnologia Industrial:
Comunicações: Usinas Itamarati, representado por Rodolfo
Empresa do Grupo Tereos, representado por Alexandre
Odebrecht Agroindustrial, representado por Rogério Carlos
Dias Rodrigues – Analista de Operações; Rinaldo de Oliveira
Jardim – Diretor Industrial da Guarani
Perdoná – Diretor Corporativo de Tecnologia, Geração de
Administrativo
– Supervisor da Segurança da Informação
Energia, Elétrica e Automação
MasterCana Desempenho — Eficiência na Extração: Usina
MasterCana Desempenho — Tecnologia Agrícola: Usina
MasterCana Desempenho — Manutenção Automotiva: Usina
São José da Estiva Açúcar e Álcool, representado por Edgar
Açucareira Guaíra, representado por Eduardo Junqueira da
Açucareira Guaíra, representado por Adriano Martins Peres -
Sakamoto Tsunoda – Gerente de Manutenção e Utilidades
Motta Luiz – Sócio Diretor
Gerente de Controle Automotivo
da Usina São José da Estiva
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FORNECEDORES MAIS INDICADOS
ELÉTRICA & AUTOMAÇÃO
ADMINISTRATIVA — SERVIÇOS
Sanardi, representado por Felipe Prata, Diretor de desenvolvimento de negócios
São Francisco Gráfica, representada por Valdenize Uzuelle Cardoso, Diretora
COMERCIALIZAÇÃO & FINANÇAS
ADMINISTRATIVA — SERVIÇOS, AGRÍCOLA/CCT —
ELÉTRICA & AUTOMAÇÃO
CPFL Brasil, representada por Daniel Marrocos, Diretor
PRODUTOS E INSUMOS E AGRÍCOLA/CCT — SERVIÇOS
Authomathika, representada por Antônio José de Gusmão,
Markanti, representada por Adriano Cantadeiro, Diretor
Diretor
AGRÍCOLA/CCT — PRODUTOS E INSUMOS
AGRÍCOLA/CCT — SERVIÇOS
LOGÍSTICA & TRANSPORTES
Ubyfol, representado por Israel de Andrade Lyra Neto,
Seg Controle Veicular, representado por Marcio Geraldo
Intertek, representada por Hélio Simões, Country Business
Gerente Comercial
Schiaveto, Sócio-Diretor comercial
Leader Cargo & Analytical Assessment
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FORNECEDORES MAIS INDICADOS
INDUSTRIAL — PRODUTOS E INSUMOS
AGRÍCOLA/CCT — MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
INDUSTRIAL — SERVIÇOS
Engclarian, representada por Paulo Henrique de Souza,
Sergomel, representada por Osvaldo Ilceu Gomes,
Evolution Process Consulting, representada por Vandeir
Gerente comercial
Presidente
Aparecido Teixeira, Diretor Comercial e João Luís Ancheschi, Diretor Executivo
INDUSTRIAL — MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
INDUSTRIAL — MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
ADMINISTRATIVA — SERVIÇOS
IRBI Máquinas, representada por Paulo Sérgio Biagi,
Citrotec, representada por Bernardo José da Câmara Neto,
Agrho, representada por Renato Fazzolari, Diretor
Diretor
Diretor
ADMINISTRATIVA — SERVIÇOS
ADMINISTRATIVA — SERVIÇOS
INDUSTRIAL — PRODUTOS E INSUMOS/SERVIÇOS
Diretriz, representada por Paulo Alves Pinto e José Henrique
Sócius, representada por Celso Bonfante, Diretor de
MC Desinfecção, representado por Mário Cesar de Souza e
de Souza Sant'Anna, Diretores
operações
Silva, Diretor Técnico
INDUSTRIAL — PRODUTOS E INSUMOS/SERVIÇOS
INDUSTRIAL — SERVIÇOS
INDUSTRIAL — SERVIÇOS
MSBIO, Teresa Cristina Vieira Viana Possas, Diretora
Soteica do Brasil, representada por Nelson Nakamura,
Sinatub, representada por Luiz Cláudio Pereira, Diretor de
Técnica
Diretor
Operações
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São José da Estiva é a grande vencedora do MasterCana Social A Usina São José da Estiva de Novo Horizonte, SP, é a grande vencedora do MasterCana Social 2015. Recebeu os prêmios nas categorias: Educação e Cultura, Valorização da Diversidade, Saúde Ocupacional, Qualidade de Vida, Comunidade e a mais importante premiação,
Empresa do Ano em Responsabilidade Socioambiental. Promovido pelo Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria e em parceria com a ProCana Brasil, o Prêmio MasterCana Social laureou empresas destaques do ano na área socioambiental, no último dia 25 de agosto, no Espaço Golf, em Ribeirão Preto (SP). A homenagem aconteceu
durante a cerimônia do MasterCana CentroSul, que reuniu cerca de 350 representantes de usinas e empresas fornecedoras do setor. Em sua 8ª edição, o Prêmio MasterCana Social recebeu 110 cases de usinas, duas de entidades e oito de empresas fornecedoras. Os vencedores de cada categoria foram indicados por uma “Comissão de Notáveis”, que se reuniu no auditório da MBF
Agribusiness, empresa que fez a auditoria em todo o processo de votação. O MasterCana Social tem por objetivo incentivar, reconhecer e premiar práticas de gestão de pessoas e responsabilidade socioambiental das empresas sucroenergéticas do Brasil, como também das entidades representativas e das empresas fornecedoras de produtos e serviços ao setor.
Cases vencedores do MasterCana Social 2015 Categoria Educação e Cultura: Usina São José da Estiva Case vencedor: Era Uma Vez… Europa/Brasil Patrocinado pela Usina Estiva, o projeto “Era Uma Vez... Europa/Brasil”, foca a história da colonização brasileira, baseado na chegada da Família Real ao Brasil, narrada no livro 1808, de Laurentino Gomes. É dividido em Pesquisa, Oficinas e Intercâmbio. Na primeira etapa os professores são preparados para desenvolver o conteúdo, propor atividades de pesquisa, leitura e culturais para os alunos, tendo como resultado final os trabalhos em História em Quadrinho (HQ) e vídeos de 1 minuto. A segunda etapa corresponde à realização de um campus com a participação dos 100 alunos melhor avaliados na primeira etapa. Tendo duração de seis dias em período integral, os jovens praticaram as atividades com a realização de oficinas culturais de teatro, audiovisual, capoeira e História em Quadrinhos (HQ). As cem HQs resultantes da oficina integrarão o livro “Era uma vez...Brasil”. Tiveram uma tiragem de mil unidades por
cidade. O livro servirá como incentivo para os alunos e será distribuído em escolas e bibliotecas no Brasil e em Portugal. Em seguida foram selecionados os 20 jovens que apresentaram o melhor rendimento e que seguirão para a terceira etapa do projeto, a viagem a Lisboa. Além dos alunos, um professor e um diretor de escola viajaram. Em 2011, foram 1.100 alunos da região na primeira etapa, 100 na segunda e 20 fizeram a viagem. Em 2014, 900 alunos da região participaram da primeira etapa, 35 passaram para a segunda e oito estiveram na terceira. Em 2015 são mil alunos. A avaliação final dos educadores envolvidos e dos familiares dos alunos foi a de que este projeto se tornou um divisor de águas na vida dos adolescentes. Além de proporcionar para vinte deles a oportunidade de intercâmbio, propiciou o desenvolvimento de habilidades físicas e emocionais, bem como a integração social e o convívio com as diferenças.
1º colocado: São José da Estiva — Projeto: Era uma vez... Europa/Brasil 2º colocado: Raízen Energia — Projeto: Histórias que ganham o mundo 3º colocado: São José da Estiva — Projeto: Cinecoteca
Sandro Henrique Sarriá Cabrera
Categoria Sustentabilidade e Meio Ambiente: Usinas Itamarati Case vencedor: Projeto Doce Peixe Desde 2011 o Programa Doce Peixe envolve a proteção dos ecossistemas aquáticos aliados à conscientização ambiental de crianças e jovens pertencentes às escolas da região do entorno da empresa. Esse programa pode ser entendido como uma ação educativa que contribui para a formação de cidadãos conscientes na preservação do meio ambiente e aptos a tomar decisões coletivas sobre questões ambientais necessárias para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável utilizando como ferramenta, a recomposição da biota aquática dos rios e represas ao entorno da Usinas Itamarati localizada na Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai. O projeto tem por objetivo a
recomposição da ictiofauna da sub-bacia do Rio Branco como forma de garantir o equilíbrio ambiental dos corpos hídricos pertencentes a Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai, a qual é de grande importância para o meio ambiente, pois compõe a região formadora do Pantanal. A aceitação e o comprometimento das organizações participantes no Programa Doce Peixe são frutos de um trabalho sério dentro dos princípios socioambiental. O programa atingiu ao longo dos anos cerca de 4.000 participantes entre eles crianças, jovens e adultos dos municípios de Nova Olímpia, Denise, Tangará da Serra e Distrito de Assari. Em média para cada evento são contabilizados 700 participantes.
1º colocado: Usinas Itamarati— Projeto: Doce Peixe 2º colocado: Noble Brasil — Projeto: Futuro Mais Verde 3º colocado: Cerradinho Bioenergia — Projeto: Resíduo Sustentável
Caetano Henrique Grossi, gerente de meio ambiente da Usinas Itamarati
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Categoria Valorização da Diversidade: Usina São José da Estiva Case vencedor: Projeto Diferentes e Iguais A Usina Estiva vem garantindo o trabalho de profissionais de Educação Física e Fisioterapia nas atividades físicas dos alunos da Apae de Novo Horizonte. A primeira etapa foi a cobertura da quadra e construção da piscina, concluídas em 06 de dezembro de 2013. A segunda etapa consistiu na implantação das aulas de educação física, que inclui treinamentos (futsal e atletismo) e atendimentos individuais distribuídos na carga horária de 20 horas dos alunos. Na fisioterapia, são feitos atendimentos individuais semanais de 30 minutos cada. Os alunos da oficina têm ginástica laboral duas vezes por semana. Este serviço especializado considera cada tipo de patologia, de forma específica e adaptada de acordo com as capacidades funcionais e limitações de cada atendido. Cada aluno
passa por avaliação médica para definir qual o tipo de atendimento que terá. Os alunos são estimulados a participar dos jogos regionais, campeonatos e olimpíadas da Apae. São atendidos 65 alunos de idades variadas: 27 alunos nos treinamentos, 21 nos atendimentos semanais de fisioterapia e ginástica laboral para 17 alunos da oficina. Os profissionais fazem avaliações constantes e emitem relatórios sobre a evolução dos alunos nas atividades e os benefícios para a saúde e bem-estar de cada um deles. Desde o início do projeto, medalhas de ouro, prata e bronze foram conquistadas pelos atletas em modalidades como salto em distância; corrida de Down (exclusiva para portadores de síndrome de Down); corridas de 100 e 50 metros, futsal, dama e dominó.
Luiz Haroldo Dóro
1º colocado: Usina São José da Estiva — Projeto: Diferentes e Iguais 2º colocado: Grupo São Martinho — Projeto: Inclusão Social e Economicamente Ativa da Pessoa 3º colocado: Santa Isabel — Projeto: Equoterapia
Categoria Saúde Ocupacional: Usina São José da Estiva Case vencedor: Saúde do Homem e da Mulher
Kesya Costa Peres
1º colocado: Usina São José da Estiva — Projeto: Saúde do Homem e da Mulher 2º colocado: Grupo São José da Estiva — Projeto: Noites Iluminadas 3º colocado: Grupo São Martinho — Projeto: Sistema de Gestão SSO
A Usina São José da Estiva Açúcar e Álcool tem como prioritário o atendimento à Qualidade de Vida de seus colaboradores. Além de manter um ambulatório contendo vários médicos clínicos de pronto-atendimento e médico do trabalho para a verificação dos exames ocupacionais relacionados às atividades diárias, se preocupa também com a saúde de maneira integral. Para melhorar ainda mais a sua qualidade de vida elaborou o projeto “Saúde do Homem e Saúde da Mulher”. Nas últimas décadas têm ocorrido em todo o mundo, significativo aumento de incidência do câncer de mama, colo de útero e de próstata em pessoas geralmente em torno dos 40 anos de idade. Seguindo as campanhas existentes
na mídia, a Usina Estiva também entrou com seu projeto para detecção precoce de câncer de mama, colo de útero e próstata. Todos os anos os colaboradores de ambos os sexos acima de 40 anos fazem os exames preventivos PSA e as colaboradoras anualmente participam da campanha realizando exames de mamografia e Papanicolau. Com esse levantamento dos resultados esse projeto espera detectar precocemente a doença, podendo evitar tratamentos invasivos, cirurgias e até mesmo a morte. E também a empresa procura conscientizar e orientar os colaboradores, pois todos são vulneráveis a doença e a prevenção é sempre o melhor método para uma melhor qualidade de vida.
Categoria Desenvolvimento Humano: Clealco Açúcar e Álcool Case vencedor: Universidade Corporativa – Desenvolvendo Pessoas A Universidade Corporativa do Grupo Clealco visa implantar um sistema integrado de educação corporativa alinhado às diretrizes e aos objetivos estratégicos da empresa, bem como às necessidades de desenvolvimento pessoal e profissional de seus colaboradores e moradores da região. A Educação Corporativa tem como objetivo a realização de um projeto de formação desenvolvido pelas empresas, que tem como meta “institucionalizar uma cultura de aprendizagem contínua, proporcionando a aquisição de novas competências vinculadas às estratégias empresariais”. Segundo Jeanne Meister, a Educação Corporativa é um “guarda-chuva estratégico para desenvolver e educar funcionários, clientes, fornecedores e comunidade, a fim de cumprir as
estratégias da organização”. Este fenômeno em crescente expansão tem como sustentação a chamada ‘sociedade do conhecimento’, “cujo paradigma é a capacidade de transformação do indivíduo social por meio do conhecimento”. Um ‘novo trabalhador’ é exigido nesse contexto, que enfatiza as ‘competências’ segundo um “comportamento independente na solução de problemas, a capacidade de trabalhar em grupo, de pensar e agir em sistemas interligados, e de assumir a responsabilidade no grupo de trabalho”. Sendo assim, o desafio deste projeto visou à criação de um modelo de Universidade Corporativa a fim de desenvolver as competências de cada nível hierárquico, desde o colaborador mais operacional ao mais estratégico.
Carlos Eduardo Furlaneti
1º colocado: Clealco Açúcar e Álcool — Projeto: Universidade Corporativa – Desenvolvendo Pessoas 2º colocado: Raízen Energia — Projeto: Geração Raízen 3º colocado: Usinas Itamarati — Projeto: Programa Construir – Qualificando para o Futuro
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FLASHES DA FENASUCRO FLASHES DA FENASUCRO
Alcolina
Aratrop
Trio da Authomathika
Barriquand
Bergmann
Caldema
DMB
Engevap
EP
Equipe da Fluke
Gasil
Germek
JW
LNF
Okubo
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FLASHES DA FENASUCRO FLASHES DA FENASUCRO
Sanardi
Sertemaq
SEW
Siemens
Siva
Stringal
Suzana (Antares Acoplamentos)
Equipe da Tatu Marchesan
Tecniplas
TGM
Ubyfol
VLC
Voestalpine
Vulcatec
Equipe da Zanini Renk
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PRÓ-USINAS NA FENASUCRO PRÓ-USINAS NA FENASUCRO
Alfredo e José Guinelli (TGM), Josias Messias e Getúlio Andrade (GTCA)
Ângelo, Mário César e Josias Messias (Pró-Usinas), Lair Raimundo e Newton Santos (Sada)
Arnaldo Jardim (Deputado Federal), Josias Messias (Pró-Usinas)
Flávio Augusto, Claudinei Pelegrini,
e Adelino da Silva Carneiro, prefeito de Dumont, SP
Alexandre Jardim e Josias Messias
Josias Messias (ProCana Brasil), Pedro Esrael Bighetti e Antonio Eduardo Tonielo (Copercana),
Paulo Barci (Citrotec), Josias Messias, Presidente
Márcio França (Vice-governador de São Paulo) e Antonio Tonielo Filho, Presidente do Ceise BR
da ProCana Brasil e Carlos Caserta (Usina Iacanga)
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POLÍTICA SETORIAL
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Setor e governo discutem aumento da Cide sobre a gasolina Representantes do setor sucroenergético de todo o país se reuniram dia 16 de setembro com o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em Brasília. O objetivo foi avançar na negociação para o aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina. Participaram do encontro o presidente e o vice do Fórum Nacional Sucroenergético (FNS), André Rocha e Renato Cunha. Joaquim Levy sinalizou que está procurando encontrar as condições para a elevação da Cide apenas da gasolina. Mas, ressaltou que, antes da decisão final do Governo Federal, é necessário avaliar os níveis de inflação projetados para o ano de 2015 e uma articulação com a Petrobras, que tem a maior fatia no mercado da distribuição de combustíveis no Brasil. Participaram da reunião os presidentes da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Copersucar, Alcopar (PR), Siamig (MG) e da Frente Parlamentar Sucroenergética, deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR). “Não há expectativa de aumento da contribuição incidente sobre o diesel. Nem possibilidade da cobrança sobre o etanol”, observou o vice-presidente do FNS e presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha. A Cide atualmente é de R$ 0,10 por litro de gasolina. O tributo foi zerado em
Ministro da Fazenda, Joaquim Levy
2012. Em janeiro passado, o Governo Federal anunciou a volta da cobrança, em vigor desde maio. Renato Cunha acrescenta que o ministro
não descarta o aumento da Cide sobre a gasolina em pequenas elevações fatiadas. “O ministro vê com simpatia as vantagens do etanol para o mercado veicular,
principalmente nas questões ambientais”, ressalta. Uma nova reunião do ministro com o setor está prevista para acontecer em trinta dias. O vice-presidente do FNS afirma que, nos últimos cinco anos, a política de preços para o mercado de energia automotiva garantiu mais competitividade para a gasolina, estratégia que desequilibrou o mercado e provocou uma crise na cadeia produtiva do combustível ambientalmente limpo. Cerca de oitenta usinas fecharam em todo o país. “É hora de preservar indústrias e postos de trabalho. Muitas regiões e cidades ainda sofrem os impactos da política anterior. Há falta de renda e os níveis de desemprego são elevados”, argumenta. Renato Cunha defende que as margens de rentabilidade do etanol ainda estão bastante defasadas, após o ciclo de preços artificialmente baixos da gasolina. E alerta: “a recuperação do setor será inviável se tivermos outro ciclo econômico e financeiro em que sejamos obrigados a vender abaixo do custo de produção”. Em 2005, o endividamento do setor era de cerca de R$ 15 por tonelada de cana com uma Cide de R$ 0,28 por litro de gasolina. Atualmente, com a Cide em R$ 0,10 por litro, o endividamento, de forma geral, subiu em média a até R$ 100 ou R$ 110 por tonelada de cana. “O que a indústria da cana precisa é de renda para sua competitividade”, frisa Renato Cunha.
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ENTREVISTA - Michel da Silva Fernandes, gerente de produção agrícola da Usina Cerradão
DOUTORES DA CANA! Os cases de quem partiu na frente na corrida pelas altas produtividades
tivemos bons resultados e os utilizamos em canas de maior potencial, cobrindo cerca de 25% da área. Fui trabalhar na Dreyfus, e quando retornei estava se aplicando em 40% da área. Em conversa com a diretoria, e avaliando os resultados nossos e de outras áreas, passamos a aplicar em 80% de nosso canavial.
JornalCana – Qual a visão da Usina Cerradão sobre a importância de produtividade agrícola dentro do processo produtivo da sucroenergia? Michel da Silva Fernandes - Temos a total certeza de que a produtividade agrícola é o fator mais importante para a redução de custo. É o que o setor está buscando. Diferentemente de grande parte das usinas, na Cerradão estamos investindo em aumento de produtividade, pois o nosso custo global se dá em R$/tonelada. Portanto não podemos economizar em fatores que aumentam nosso índice de tonelada de cana por hectare, o TCH. Quais decisões que vêm sendo tomadas que refletem na manutenção das altas produtividades dos canaviais da Cerradão? Sem sombra de dúvidas para nós foram dois fatores indispensáveis: o controle correto de pragas e o aumento na utilização de micronutrientes e Nitrogênio no período das águas, quando o canavial está apto a recebê-los. Dentro do pacote tecnológico adotado
Michel da Silva Fernandes, da Usina Cerradão
pelo departamento técnico da Cerradão, a nutrição complementar configura-se como uma ferramenta de relevância? Com certeza, a nutrição complementar é
de extrema relevância para nós. Na minha primeira passagem pela Usina Cerradão, começamos fortemente a fazer estudos da utilização dos micronutrientes na folha, onde
Que benefícios extras o senhor observa a partir do uso da tecnologia da nutrição complementar? Há mais ou menos 8 anos figuras importantes no cenário nacional de adubação eram totalmente contrários à utilização de micronutrientes via foliar em cana, principalmente alguns dos consultores que me guiaram por tempos. Mas, sentindo na pele que a região de cerrado era bem diferente das demais, começamos a fazer testes com micronutrientes no sulco de plantio e vimos respostas positivas. Depois passamos a avaliar os resultados na soqueira, com micronutrientes e Nitrogênio líquido, tudo isso com muito respaldo da equipe técnica da Ubyfol. Hoje tenho convicção em afirmar que os micronutrientes aplicados no plantio e principalmente na soqueira dão respostas positivas. Esta tecnologia se configura como ferramenta importantíssima para se obter maior produtividade, especialmente em um ano de crise.
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Fitotécnico discute opções para o aumento da produtividade Aconteceu no último 25 de agosto, a 5ª Reunião do Grupo Fitotécnico ligado ao IAC – Instituto Agronômico de Campinas. Marcos Landell, diretor do Centro de Cana apresentou dados positivos de 58 usinas do Centro-Sul do País, referentes à TCH (Toneladas de Cana por Hectare) e ATR (Açúcar Total Recuperável). As usinas pesquisadas dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Paraná e Tocantins, correspondem a um total de 2.013.840,86 hectares de área cultivada. Landell também destacou a importância de alcançar maiores produtividades e longevidades nos canaviais. “Na prática devese reduzir possíveis efeitos negativos da mecanização sobre a população de colmos; oferecer boa nutrição mineral e orgânica; e por fim gerar bons cuidados de proteção, tais como: controle de pragas, redução do estresse hídrico”, explicou. De acordo com Marcos Landell os produtores e o Grupo Fitotécnico trabalham para cumprir as metas estabelecidas. Entre as quais se destacam: “Ampliar produtividade agrícola via aumento de população de colmos; TCH maior que 100t/ha; obtenção de maior longevidade dos canaviais; reforma média maior ou igual a oito cortes; redução da competição de plantas invasoras e melhoria da
USO DE MATURADORES
eficiência da operação de colheita mecânica.” Maximiliano Salles Scarpari, do Centro de Cana, apresentou o Projeto Prevclimacana, um banco de dados e de modelagem matemática associada às imagens de satélite que faz estimativas de safra. O método foi descrito da seguinte forma: escolhe-se as variedades mais representativas na usina e em ambientes de produção de maior proporção na unidade nos diversos ciclos de crescimento (cana planta de ano e meio, cana planta de ano e socas de início, meio e final de safra). Em seguida é marcado a parcela de contagem de perfilhos com estacas e mantém-se até o final. Sugere-se demarcar a parcela central para contagem dos perfilhos. A contagem de perfilhos deve ser feita mensalmente nessa mesma parcela de vinte metros lineares.
“Cada ponto de amostra refere-se ao mês de amostragem e consta de três linhas onde serão retirados trinta perfilhos (dez por linha) na sequência do sulco, independente do comprimento que isso representar. As três repetições devem ser representativas do talhão, sendo que teremos diversos delineamentos iguais ao croqui adiante representando os ciclos de produção. Se necessário (por exemplo, talhão muito desigual), deve-se instalar mais módulos na área”, explicou Scarpari. Raffaella Rossetto, pesquisadora científica da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), apresentou o relato pessoal de uma visita a Ásia, avaliando o perfil de produção canavieira e dados importantes para o setor nos principais países do continente.
Fisiologia da maturação e uso de reguladores de crescimento foi o que o pesquisador do IAC, Carlos Azanha, apresentou. Alguns efeitos dos maturadores são sentidos: Paralisação do crescimento da planta e não florescimento. As plantas param de crescer e não emitem folhas novas, diminui a quantidade de fitocromos e a planta não consegue receber o estímulo fotoperiódico necessário à indução da gema de crescimento para floral. Antecipação no acúmulo de sacarose. As plantas tratadas com maturador tendem a acumular sacarose mais rápido, permitindo a colheita antecipada da cana-de-açúcar. Menor prejuízo à gema apical. É conveniente que as gemas apicais tratadas com maturador não morram, evitando “porta de entrada de microrganismos”. Pode ocorrer brotação lateral, que é melhor que a morte da gema porque as brotações laterais fotossintetizam e produzem sacarose. Reduzir isoporização e manter a produtividade. A paralisação do crescimento da planta evita o florescimento devido a redução no número de fitocromos (menor folhas novas), consequentemente, não ocorre a isoporização e a produtividade é mantida.
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Plantio de precisão é alternativa para superação de gargalos Sistematização, adubação e espaçamento adequados fazem parte de esforços para equacionar demandas geradas pela mecanização R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP
A mecanização das lavouras de canade-açúcar interferiu nas práticas agrícolas que estavam tradicionalmente incorporadas ao processo de produção de cana-de-açúcar. Existem hoje muitos gargalos a serem superados, principalmente em relação ao plantio mecanizado que tem exigido grande quantidade de mudas, muito superior ao que é utilizado no plantio manual. Mas, não é só isto. O esforço de pesquisadores, técnicos e gerentes agrícolas, fabricantes de máquinas é viabilizar a sistematização adequada da área, com espaçamento do plantio que possibilite a obtenção de elevada produtividade e evite o pisoteio da soqueira na hora da colheita. Há ainda outro componente que está interferindo no manejo da cultura da canade-açúcar no Brasil em decorrência da mecanização: a presença da palha. Além de gerar dúvidas e amplo debate sobre a quantidade dessa biomassa que deve ficar no campo, essa nova situação também mexe com a adubação, não apenas em relação à quantidade de nutrientes, mas também com a forma de aplicação de adubo, principalmente a ureia que é fonte de nitrogênio. Entre os diversos experimentos e pesquisas que estão sendo desenvolvidos para equacionar as novas variáveis no cultivo da cana, o CTBE – Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol, com sede em Campinas, SP, tem se debruçado sobre alguns desafios e obtido resultados surpreendentes. Um deles é o aumento de produtividade de até vinte toneladas de cana por hectare
(TCH) – média de duas safras –, obtido em experimentos, com diversos espaçamentos, realizados em cinco regiões do Centro-Sul, a partir de 2012, revela o engenheiro agrônomo Henrique Coutinho Junqueira Franco, líder do Grupo de Pesquisa em Manejo da Produção de Biomassa do CTBE. Segundo ele, o melhor resultado foi obtido no espaçamento de 75 centímetros entre as linhas de cana e 75 centímetros de distância entre as plantas na própria linha de cana. No espaçamento 50 cm por 50 cm, a
elevação de rendimento tem sido semelhante ao de 75 cm. Mas, a longevidade do canavial deverá ser menor – avalia – conforme tem demonstrado os experimentos que ainda estão sendo realizados. Com esses espaçamentos, a ideia é diminuir a competição na linha, aumentar a eficiência da planta em absorver luz visando o aumento da produção de biomassa – explica Henrique Franco, que é o coordenador dessa pesquisa denominada “Plantio de precisão”.
A finalidade do trabalho é verificar qual é o espaçamento que a planta precisa para expressar a sua máxima produção em biomassa – enfatiza. O estudo mostrou que é possível diminuir o espaçamento entre as linhas e aumentar a distância entre touceiras. Foi maximizada a distribuição das plantas na área. Nos experimentos houve a utilização do plantio manual. Mas, a ideia é linkar esses estudos com os equipamentos que estão sendo desenvolvidos pelo próprio CTBE.
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Nova máquina reduzirá consumo de mudas pela metade Estrutura de Tráfego Controlado, com bitola de nove metros, facilitará colheita de cana plantada em espaçamento testado por experimentos Atualmente não existem disponíveis no mercado máquinas que realizem o plantio e a colheita com os espaçamentos que estão sendo propostos pelos experimentos do CTBE. Haverá necessidade de uma máquina que faça o plantio mais adensado e uma distribuição de tolete, com maior precisão, a cada 50 ou 75 centímetros – observa Henrique Franco. A equipe de mecanização do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol tem trabalhado em um projeto de plantadora. “A primeira versão não fará operação com o espaçamento de 75 centímetros, porque é uma mudança muito drástica. Estão trabalhando para melhorar a distribuição das mudas durante o plantio mecanizado, tentando simular um plantio manual utilizando uma máquina”, comenta. Um dos objetivos dessa pesquisa é que a própria máquina faça a distribuição de todos os toletes na mesma direção – diz. “Hoje caem uns para frente, outros deitados,
Henrique Franco, da pesquisa “Plantio de precisão”
alguns em pé. Não há uniformização na distribuição: tem hora que cai muito tolete, tem hora que cai pouco”, observa Henrique Franco que participa do projeto na área agronômica.
No sistema de distribuição dessa máquina, que simula a operação manual, haverá uma diminuição pela metade do consumo de mudas – calcula. “Atualmente está em dezesseis a dezoito toneladas. Vai
reduzir para sete a dez toneladas”, prevê. O desenvolvimento da plantadora está em fase de laboratório. Apenas o sulcador com preparo localizado já foi testado em campo e apresentou resultado satisfatório. “A previsão é que o protótipo de toda a máquina seja testado no próximo ano”, diz. De acordo com ele, poderá ser acoplada nesta plantadora a tecnologia de precisão visando a distribuição uniforme de mudas e a aplicação da taxa variável de insumos. “Teoricamente dará para trabalhar esse espaçamento de 75 centímetros. Se essa máquina der certo, vai revolucionar o mercado”, ressalta. Haverá necessidade também de uma colhedora com bitola adequada para o espaçamento de 75 centímetros, que foi o mais produtivo nos experimentos do CTBE. “Com uma máquina de bitola de três metros, podem ser plantadas três linhas de 75 cm, o que dá 1,5 metro, deixando 1,5 metro para passar o rodado”, exemplifica. O CTBE está desenvolvendo também a máquina denominada ETC – Estrutura de Tráfego Controlado, que tem uma bitola de nove metros, destinada à realização de diversas operações mecanizadas, como a colheita de cana. “Quando a gente começou a testar espaçamento e distância entre plantas, foi pensando em utilizar essa máquina no futuro”, revela. Com essa bitola, não haverá restrição para a adoção do espaçamento mais adequado para a planta – afirma. (RA)
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Desafio na adubação é incorporação da ureia no solo Camada espessa de palha nos canaviais dificulta aplicação de produto, que é bastante volátil A colheita mecanizada de cana crua e a presença da palha no campo provocaram mudanças na adubação. Em decorrência da quantidade de biomassa disponibilizada nos canaviais, há inclusive a necessidade – em diversos casos – de aumento inicial da adubação nitrogenada, constata Henrique Franco. Após alguns anos, ocorre um equilíbrio, podendo ser utilizada praticamente a mesma dose que era usada quando havia queima da palha – diz. “Houve redução de potássio, porque há uma ciclagem desse nutriente. Tudo que ficar de potássio na palha pode ser deduzido da adubação”, observa o pesquisador do CTBE. Um dos grandes gargalos da adubação, em consequência da mecanização, é a aplicação da ureia como fonte de nitrogênio, que é bastante volátil. “Como o canavial tem uma camada espessa de palha, há dificuldade em incorporar ureia no solo e evitar as perdas por volatização”, explica. Segundo Henrique Franco, este é um gargalo no setor sucroenergético e pouca gente está dando importância para isto.
“Não há nenhuma máquina eficiente para incorporação da ureia no solo para a cultura da cana-de-açúcar”, constata. Existe alternativa de equipamento que possibilita que o adubo atravesse a camada da palha. Mas, não ocorre, neste caso, a incorporação da ureia. Existem máquinas utilizadas em outras culturas que fazem a incorporação, mas apresentam baixo rendimento para cana-deaçúcar – informa. Henrique Franco coordena inclusive uma linha de pesquisa que trabalha com adubação nitrogenada e formas de aplicação. “Estamos levantando bastante informação com a finalidade de mostrar para o setor o que está acontecendo com a aplicação da ureia”, afirma. Com uma chuva pesada, o adubo que fica sobre o solo ou a palha vai ser deslocada para a touceira do lado, o que acaba gerando uma falta de uniformidade das plantas naquela área – constata. “Ninguém mede isto. Uma planta fica com falta e a outra com excesso de nitrogênio. Há perda de eficiência com certeza. É preciso aplicar o adubo perto das touceiras, pois 80% das raízes estão ao redor da planta”, diz. De acordo com ele, não deverá haver grande dificuldade para o desenvolvimento ou adaptação de uma máquina, com essa finalidade, para a cultura de cana-deaçúcar, caso haja interesse do setor e de fabricantes. (RA)
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Usina São João investe em gestão de CCT em parceria com a Solinftec Apesar das agruras atuais que limitam seus investimentos e obrigam todo o setor sucroenergético a fazer drásticas reduções de custos, a Usina São João (USJ), de Araras, SP, entende que investimentos são, antes de mais nada, uma ação de ganho de produtividades e de eficiência. No setor Industrial, a usina, que processa média de 3,5 milhões de toneladas de cana por safra foi um dos poucos grupos que, em 2014/2015, investiu R$ 80 milhões em nova
caldeira para regularizar o balanço energético voltado à cogeração de energia para uso próprio e ainda exportar um pequeno excedente de energia. No setor agrícola, conhecendo a necessidade de renovação de frota de CCT, mas ciente também dos gaps de performance desta frota, especialmente relacionados à sua gestão logística, optou por manter equipamentos antigos. Porém investiu R$ 1,5 milhão na modernização de seu sistema de
gestão dos ativos envolvidos na Colheita, Transbordo e Transporte de cana (CTT, ou CCT). A USJ foi uma das precursoras na adoção de sistema de gestão em tempo real, e para tal desenvolveu e implementou sistemas nas colhedoras de cana adaptando hardware e criando softwares para este fim. No passar do tempo este modelo ficou obsoleto e novas tecnologias sugiram. Igualmente ficou “obsoleto” e dispendioso desenvolver
tecnologias próprias, internamente. A usina resolveu, então, estudar e montar um plano de ação em Automação Agrícola, chamado de PDAA (Plano Diretor de Automação Agrícola), com várias linhas de projetos. Um deles era o de automação da gestão da colheita de cana e foi este o escolhido para a primeira fase do investimento. Avaliou, ainda, diversas tecnologia e sistemas disponíveis ou com sinergia aos propósitos elencados no PDAA.
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Técnicos da própria usina e empresa trabalharam em parceria Segundo a USJ, o pessoal técnico da própria usina acompanhava, há muito tempo, a tecnologia desenvolvida pela Solinftec e mapeava a aderência que este sistema tinha com o implementado internamente e, mais ainda, com as possibilidades de expansão e exploração de outros potenciais até então impossíveis pelo sistema legado. Assim, de acordo com a empresa, a Usina São João optou pelos serviços e produtos da Solinftec por entender serem os mais adequado às demandas da unidade. E, principalmente, pela disposição de continuar a desenvolver, por meio dele, novas propostas de automação, como por exemplo, o despacho de frota automático e o link com a demanda industrial on line. Hoje, o sistema implantado monitora em tempo real toda a frota de 26 colhedoras, 52 tratores de transbordo e 39 caminhões de transporte distribuídos em 30 mil hectares e 9 frentes de colheita, conectados a uma central de tráfego que “enxerga” a demanda da indústria e a capacidade de cada frente e distribui o transporte de acordo com cada necessidade e peculiaridade. A decisão por este investimento e não na renovação da frota mostrou-se acertada e os gaps de gestão logística mostraram-se mais responsivos do que a renovação. É nítido o ganho de performance: foram dispensados três colhedoras e seus receptivos tratores de transbordo e caminhões. O FUT (Filha Única de Transbordo) já aponta para excedente ou
subutilização de transbordos, e as informações de campo, antes em notas de pesagem carregadas de etiquetas, hoje fluem automaticamente sem nenhum papel ou interferência humana.
Consolida-se desta forma a máxima que, num sistema produtivo (colheita de cana) onde se aproveita efetivamente menos do que 50% da sua capacidade nominal, o problema de fato não está nos equipamentos ou pessoas mas na
maneira e/ou forma como eles são geridos. Solinftec Fone: 18 3622-2270 www.solinftec.com
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VIDA DE INSETO! Controle biológico expande atividades, protege lavouras e melhora a qualidade da cana-de-açúcar
aprimoramos a aplicação de fungos entomopatogênicos no controle da cigarrinhas-das-raízes, Mahanarva spp. Foi desenvolvido esses mesmos agentes para o tão temido gorgulho-da-cana, Sphenophorus levis.” explica o pesquisador. Usinas canavieiras como as do grupo São Manoel, Guaíra, São Martinho, Zillor e Adecoagro vêm aderindo à prática do ISAC ALTENHOFEN, DE VALINHOS, SP uso da Trichogramma Galloi. Essa vespa está presente no controle biológico em cerca de quatro milhões de hectares de canaviais; o que corresponde a cerca Nos últimos 10 anos foram de 50% de área cultivada na região publicados mais de 300 artigos centro-sul. científicos, e realizadas cerca de 70 Pragas como a mariposa da palestras por ano sobre o controle de espécie Diatraea Saccharalis reduzia pragas, com ênfase no controle drasticamente a produção de canas. biológico. Em 2006 foi criado por Sua atuação mais comum era nos Alexandre de Sene Pinto, dDoutor em canaviais da região centro-sul do país, entomologia e consultor em manejo de área de grande parte da produção pragas agrícolas, o G.bio, grupo de canavieira do Brasil. Alexandre de pesquisa e extensão em controle Sene afirma que a maioria dos biológico. inseticidas não consegue combater a Segundo Alexandre, as pesquisas praga, sem contar que eles geram realizadas criaram uma outra realidade desequilíbrios ambientais em grande para o controle biológico no mundo, escala. que não sabia fazer o uso dessa “Os insetos hospedeiros do gênero tecnologia em grandes áreas. Nesse Trichogramma estão associados a 28 Alexandre de Sene Pinto: contexto foi desenvolvido a técnica de espécies de plantas hospedeiras, das Trichogramma galloi no controle liberação aérea dos parasitoides quais quase 80% são de importância de ovos da broca-da-cana Cotesia flavipesi e Trichogramma econômica. Nos levantamentos do Galloi. “Mudamos a forma de liberá-los e modificamos o Trichogramma em grandes culturas agrícolas, a sua presença manejo da criação. Automatizamos diversas etapas em uma tem sido mais comum na cana-de-açúcar, milho, soja e em indústria de multiplicação de agentes de controle biológico; algodoeiro”, explica Heraldo Negri, diretor de produção da melhoramos procedimentos e dietas. Passamos a desenvolver Bug Agentes Biológicos. Além da mariposa Diatraea, a vespa pesquisas para compreender melhor os danos causados por combate a cigarrinha-das-raízes e a cigarrinha-das-folhas, diversas pragas em diversas culturas. E finalmente ambas também presentes nos canaviais.
Cotesia flavipes adulto parasitando broca-da-cana
Trichogramma galloi
Mariposa Diatraea saccharalis
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Liberação de parasitoides depende do grau de infestação Lagarta da broca-da-cana sobre colmo danificado
Ovos parasitados
Gorgulho-da-cana
Trichogramma galloi parasitando ovo da broca-da-cana (Diatraea saccharalis).
“A liberação dos parasitoides deve ser feita semanalmente, durante três semanas seguidas, numa média de 50 mil vespas por hectare. Como o inseto só voa 10 metros durante sua curta vida, de uma semana, as cartelas precisam ser posicionadas num raio de 20 metros uma das outras”, explica o especialista Heraldo Negri. Quando a fêmea adulta do Trichogramma encontra os ovos da broca-da-cana – a Diatraea Saccharalis – ela parasita-os, inoculando dentro delas seus próprios ovos, impedindo a proliferação das lagartas. Alexandre de Sene Pinto confirma que ocorreram mudanças na forma de criar os parasitoides. Foram automatizadas diversas etapas em uma indústria de multiplicação de agentes de controle biológico. Procedimentos e dietas foram melhorados, houveram maiores pesquisas para compreender melhor os danos causados por diversas pragas em diversas culturas e foi aprimorada a aplicação de fungos entomopatogênicos no controle da cigarrinhas-das-raízes, a Mahanarva spp. Por último — e não menos importante — foram desenvolvidos para esses mesmos agentes o combate ao temido gorgulho-da-cana, o Sphenophorus levis.
“O uso de Trichogramma galloi para o controle de ovos da broca-da-cana em canavial foi um avanço, pois esse parasitoide consegue reduzir índices de intensidade de infestação de 10% para entre 2% e 3% em apenas um ano, o que era difícil para o parasitoide Cotesia flavipes”, aponta o entomologista Alexandre de Sene Pinto. E conclui: “Hoje, passamos a recomendar a liberação de Cotesia em infestações de até 5%, de Trichogramma em infestações de 6% a 10% e os dois em associação, em infestações superiores a 10%”. Devido a associação com inúmeras espécies de pragas da ordem Lepidoptera, o gênero Trichogramma tornou-se o grupo de insetos entomófagos (que se alimenta de insetos) mais comumente usados em diversos países para o controle biológico. “Sem dúvida é hoje o parasitóide de ovos mais estudado no mundo e, atualmente, aproximadamente 18 espécies de Trichogramma estão sendo criadas em cerca de 16 países para liberações inundativas em 18 milhões de hectares no mundo todo”, observa Negri. O mercado interno brasileiro tem consumido todo o produto biológico produzido e por isso não tem sido realizadas exportações. (IA)
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Régua facilita monitoramento da produtividade DA R EDAÇÃO
Mesmo com intempéries econômicas e climáticas o setor trabalha no desenvolvimento de ferramentas que auxiliem na manutenção da produtividade acima de cem toneladas por hectare (t/ha). Com o propósito de fornecer indicadores que assegurem o entendimento da produção vegetal, pesquisadores do Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto (SP) desenvolveram uma régua que permite compreender o andamento da produtividade nos canaviais. A régua permite organizar os dados de produtividade de maneira simplificada e assim fornecer base para gestores tomarem a decisão de ampliar os manejos utilizados no campo. “É importante conhecer a nota do ambiente de produção, pois ela permite a compreensão da nota média da produtividade. Facilitando assim o entendimento do custo-benefício da implantação de um novo manejo na área”, afirma Hélio do Prado, coordenador do projeto Ambicana, do IAC. Com graduação de 1 a 10, a ferramenta indica a produtividade média de cinco cortes no canavial (TCH5). “Se a nota do ambiente de produção for igual a 10 a TCH5 é maior ou igual a 100 t/ha. A nota um aponta produtividade menor ou
Hélio do Prado
igual a 48 t/há.” Novidade no setor, a régua permite a elaboração de uma média ponderada de diferentes produtividades de um canavial, auxiliando decisão por manejos adequados. Com a régua a equipe agrícola terá dados concretos para escolher em quais locais inserir variedades exigentes, que produzem melhor em solos com maior fertilidade, e onde plantar as variedades rústicas, com melhor produção em solos com menor fertilidade. Testada em algumas usinas, a ferramenta facilitou o planejamento deste plantio. “A qualidade nutricional dos solos de uma usina é variável. Com a ajuda da régua podemos otimizar a
produção alocando corretamente as variedades nestas áreas”, explica o pesquisador. Recomendada para decisão em relação a outros manejos, como irrigação e adubação, a régua pode ajudar a compreender a produtividade em diferentes épocas do ano. “As produtividades variam conforme a época de colheita. Conhecer estes dados é essencial para um manejo agrícola otimizado”, conclui Prado. Elaborada através de dados produtivos de mais 40 usinas, a régua é específica para a cana-de-açúcar e pode ser utilizada no Brasil e em países de clima tropical.
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Aquisição de rolamentos de qualidade evita transtornos É preciso também adotar diversos cuidados durante o manuseio, transporte e armazenamento desses produtos R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP
A aquisição de produtos de qualidade é fator fundamental para aumentar a confiabilidade operacional das plantas industriais de usinas e destilarias. Por isso, na hora de escolher rolamentos, entre outros acessórios e itens de reposição, é necessário recorrer a fontes seguras e adotar critérios técnicos bem definidos. A utilização de rolamentos de primeira linha evita diversos transtornos, como problemas no funcionamento de equipamentos e paradas não programadas em decorrência da necessidade de manutenção. Esses produtos são usados em motores, difusores, redutores de moenda, peneiras rotativas, centrífugas,
picadores, desfibradores, esteiras transportadoras, entre outros equipamentos que fazem parte das plantas industriais. Na hora de adquirir rolamentos é preciso levar em conta o processo de fabricação, a precisão dimensional, o
tratamento térmico do material empregado, a pureza do aço, que interferem na performance e durabilidade desses produtos. No caso de rolamentos blindados e vedados, a qualidade do lubrificante também deve ser considerada.
Para não comprometer o desempenho dos rolamentos, existe a necessidade de adotar diversos cuidados durante o manuseio, transporte, armazenamento, lubrificação e manutenção. Choques pesados durante o manuseio podem provocar, por exemplo, escoriações e esmagamentos, que afetam o funcionamento dos rolamentos. Para o manuseio e transporte de rolamentos, as mãos precisam estar sempre limpas. A transpiração pode ocasionar inclusive a oxidação O uso de ferramentas apropriadas, sem improvisações, é fundamental para a instalação correta dos rolamentos. As dimensões e acabamento de peças conjugadas também devem seguir recomendações técnicas. Aliás, nenhum detalhe deve ser negligenciado por mais básico que possa parecer – alertam especialistas –, pois qualquer descuido afeta a vida útil e o funcionamento do rolamento.
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Manutenção e lubrificação interferem na performance e longevidade A manutenção eficiente é determinante para assegurar a boa performance e a “longevidade” do rolamento. A inspeção periódica e a troca de componentes – sempre quando houver necessidade – são recomendações que devem ser criteriosamente seguidas.
Reforma é alternativa para redução de custos
Falhas apresentadas por rolamentos acabam sendo absorvidas, em diversos casos, por equipamentos da planta industrial Para a maximização da vida útil deste produto, a lubrificação correta – enfatizam técnicos da área – é considerada essencial. A obtenção de resultados positivos neste procedimento vai depender, no entanto, da utilização do produto adequado. A escolha precisa levar em conta fatores como viscosidade, aditivos, ponto de gota, entre outros. O lubrificante deve ser aplicado de acordo com a quantidade recomendada, definida conforme cálculos específicos. Excesso ou falta desse produto pode ocasionar falha prematura. A análise das propriedades do lubrificante e a avaliação de fatores como temperatura de operação,
vibração e ruído vão determinar os intervalos de relubrificação. De maneira geral, falhas na lubrificação, montagem, alinhamento e balanceamento contribuem para o aumento de desgastes dos rolamentos. Imprecisões na usinagem de uma peça também geram problemas.
Deficiências apresentadas por rolamentos acabam sendo absorvidas, em diversos casos, por equipamentos da planta industrial e, portanto, devem ser evitadas e corrigidas para que não ocorram prejuízos em decorrência de maiores gastos com manutenção ou mesmo devido a falhas operacionais. (RA)
Além de adotar medidas voltadas à otimização do uso de rolamentos, diversas usinas têm recorrido a reforma desses produtos – que é um serviço executado por empresas especializadas –, como alternativa de redução de custos. A reforma pode proporcionar uma economia de até 80%, nos casos mais significativos, em comparação à compra de um rolamento novo. O processo de recuperação possibilita a correção de problemas relacionados a desgastes, alta rugosidade, fadiga, superaquecimento, oxidação, folga no anel superior, entre outros. Durante a restauração, o rolamento é totalmente desmontado para que ocorram tratamentos corretivos e preventivos de seus componentes. Dependendo da condição de cada rolamento, a reforma pode ser realizada mais de uma vez. (RA)
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ARTIGO
O uso inadequado de antibióticos em vários setores e a saúde pública *MÁRIO CÉSAR SOUZA E S ILVA
Considerado um problema de relevância mundial, a resistência dos microrganismos aos antibióticos constitui uma ameaça a pacientes e ao controle das doenças em todo o mundo. Preocupada com essa situação, a Organização Mundial de Saúde – OMS contemplou esta problemática como tema relevante no Dia Mundial da Saúde, para dar visibilidade a este desafio que assola os serviços de saúde, mostrando que não é novo e que se torna cada vez mais importante (OMS, 2011). Para Tavares (2008), esse fenômeno da resistência microbiana é complexo e referese a cepas de microrganismos que são capazes de multiplicar-se em presença de concentrações de antimicrobianos mais altas do que as que provêm das doses, situação que ocorre quando os princípios ativos são dosados sem ao menos se ter a ideia do nível exato da contaminação. A resistência é um fenômeno biológico natural de defesa das bactérias, a qual seguiu-se à introdução de agentes antimicrobianos e as suas taxas variam na dependência do consumo local de antimicrobianos. Para evitar a resistência microbiana, o controle microbiológico a partir de sua quantificação se faz necessário, sendo o primeiro passo para podermos adequar as dosagens dos antimicrobianos e realizarmos com todo critério o estudo do MIC, sigla em inglês, ou CIM (Concentração Inibitória Mínima). No setor sucroenergético utilizamos antibióticos sem os rigorosos critérios exigidos de acordo com a OMS e lembramos que bactérias realizam seus processos reprodutivos sexuais por conjugação, na qual observa-se a troca de regiões plasmidiais, DNA circular, local onde estão inseridos os genes da resistência. O fato é que este processo reprodutivo, conjugação, acontece naturalmente no nosso meio ambiente entre bactérias que não obrigatoriamente pertencem ao mesmo gênero e espécie, aí é que está a grande fonte disseminadora de bactérias multirresistentes e que está assombrando a Saúde Pública Mundial! O nosso setor sucroenergético não pode contribuir para esta disseminação e deve rever os conceitos básicos de controle microbiológico, tomando as devidas
Mário César Souza e Silva, especialista em desinfecção industrial
medidas como há anos acontece no setor industrial da Europa, EUA, Canadá, Japão e etc., que aboliram de vez o uso de antibióticos para tratamento de processos industriais fermentativos, substituindo estes por princípios ativos que originam radicais livres e que não desencadeiam a resistência e não agridem o meio ambiente. Achados na literatura (Tavares, 2001; Trabulsi, 2005) apontam que uma bactéria é resistente quando cresce in vitro, nas concentrações que os antimicrobianos atingem no sangue quando administrados nas recomendações de uso clínico, e que antimicrobiano não induz à resistência e, sim, é um selecionador das cepas mais resistentes existentes no meio de uma população. É possível perceber e afirmar que o controle das infecções hospitalares nos serviços de saúde é desafiador, e o da
resistência um grande problema. Julga-se necessário implementar dois processos fundamentais para conter essa situação. O primeiro é o desenvolvimento de políticas eficazes para o uso racional de antimicrobianos em todos os segmentos onde se faça necessário o seu uso, como implementação de guidelines, protocolos atualizados com base em evidências científicas, além de estudos de prescrição que servirão de base para que as medidas preventivas sejam tomadas. Em segundo, a implantação de medidas de controle microbiológico para limitar a disseminação de microrganismos resistentes, a fim de se evitar um futuro de poucas opções terapêuticas no tratamento das infecções, como já se vê em alguns cenários mundiais. Desta forma fica aqui justificado as razões pelas quais países desenvolvidos não fazem mais tratamento
com antibióticos em suas plantas industriais. Estudos mostram que os antibióticos que foram desenvolvidos para controlar as bactérias acabaram por torná-las mais fortes, induzindo o surgimento de bactérias resistentes para as quais os próprios antibióticos atualmente são ineficazes. Tais publicações refletem sobre a necessidade de medidas de atenção quanto ao mau uso desses fármacos e aquisição de resistência a eles por parte das bactérias. Precisamos rever na microbiologia industrial os protocolos e todas as condições descritas neste texto para que realmente estejamos fazendo nossa contribuição positiva, preservando a Saúde Pública e a vida das futuras gerações. *Mário César Souza e Silva é biomédico e diretor técnico da MC Desinfecção Industrial
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Levedura rugosa
Levedura lisa
Usinas têm prejuízos com leveduras rugosas na fermentação *MARIA TERESA CRISTINA POSSAS
A ORIGEM
Além de tornar lenta a fermentação, leveduras rugosas reduzem o teor alcoólico em torno de 4% e aumentam em 30% o consumo de dispersantes e em 50% o de antiespumantes. As leveduras rugosas representam um grande desafio para as fermentações de usinas em todo o Brasil e o motivo disto é a falta de infraestrutura e foco na refrigeração das fermentações.
Iniciam-se as fermentações com leveduras 100 % lisas e, a partir do segundo mês de safra, elas começam a se transformar em rugosas, em até 100% caso as temperaturas nas fermentações ultrapassem 34 graus Celsius, pois esta é a primeira causa. A cariotipagem confirma que se trata da mesma levedura, o mesmo DNA, apenas estressada, tornando-se volumosa, pois seus brotos não se desprendem das mães e a consequência é a
Experimento mostra a grande vantagem em se trabalhar com leveduras células soltas
PRINCIPAIS IMPACTOS NA FERMENTAÇÃO Lentidão em consumir ART Aumento de tempo de fermentação Aumento do ARRT do vinho Diminui a produtividade de etanol.
diminuição de área útil para que a sacarose seja transformada em etanol. O segundo motivo é que as leveduras lisas se transformam em rugosas dentro do decantador e a causa é que em alguns momentos o caldo passa pelos aquecedores sem sofrer aquecimento no início de safra e nas paradas, haja visto que pelo caldo primário entram aproximadamente 10.000 leveduras no processo. A semente viva já foi lançada e dentro dos decantadores se tornam rugosas.
Rugosa = espuma
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PREJUÍZO Quando na fermentação se identifica 100% de leveduras rugosas, o consumo de dispersante aumenta 30%, o de antiespumante 50%, o teor alcoólico despenca em torno de 4% e a fermentação fica lenta. Elaboramos uma competição entre lisas e rugosas, com o mesmo DNA, e foi interessante o resultado, o que se copia para a prática: Experimento feito em nosso laboratório que mostra a grande vantagem em se trabalhar com leveduras células soltas. Injetamos na fermentação comparativa de hora em hora no HPLC (LPT significa Leveduras do Processo Transformadas = lisas = células soltas)
RETRATO DO PROBLEMA É justamente numa crise econômica como a que estamos passando que podemos dizer que “os detalhes é que fazem a diferença”, tendo em vista que 1% no Rendimento Fermentativo representa 1% na produção de etanol. E se é possível conseguir 92% de Rendimento, porque se contentar com 91%? Colocando em números, numa usina que produz um milhão de litros por dia, a presença das leveduras rugosas pode ocasionar uma perda entre 10 mil e 40 mil litros por dia.
A SOLUÇÃO DESENVOLVIDA Focada na solução para o desafio representado pelas leveduras rugosas, a MSBIO descobriu que o mais eficiente procedimento é selecionar as mais produtivas e predominantes cepas de leveduras lisas presentes na própria fermentação, e reintroduzi-las no próprio processo. Neste sentido, a MSBIO desenvolveu uma metodologia exclusiva que faz o processo inverso, transformando as leveduras Rugosas em Lisas para reinserção no processo. Por fim, focar pelo menos uma vez por semana no controle de qual é a porcentagem de leveduras rugosas na fermentação e tomar as medidas de correção, é um passo importante para entendermos e compreendermos o quanto algo aparentemente pequeno pode ter um grande impacto econômico para a usina! *Maria Teresa Cristina Possas é diretora da MSBio
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Centrífugas eficientes otimizam espessura da massa cozida Resultados positivos dependem também da adoção de procedimentos técnicos adequados
R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP
A fabricação de um açúcar de qualidade exige cuidados especiais e procedimentos técnicos adequados em todas as etapas de produção. Eficiência técnica e rigor na segurança alimentar devem fazer parte de todo o processo, incluindo centrifugação, movimentação e secagem do açúcar. Além de ter uma planta industrial ajustada, é importante que a usina tenha uma equipe qualificada, que saiba dar conta das demandas das diferentes fases do processo. Aliás, os resultados positivos de uma operação, durante a fabricação de açúcar, estão diretamente ligados aos procedimentos adotados anteriormente. Práticas adequadas no cozimento são importantes para a obtenção de cristais uniformes que proporcionam, por exemplo, uma melhor performance na centrifugação e na secagem. Uma das etapas finais do processo de fabricação de açúcar, a centrifugação, tem basicamente a função de separar o mel que envolve os cristais de açúcar em uma massa cozida. A execução dessa operação de maneira correta é fundamental para a obtenção de um produto de qualidade. O sucesso da centrifugação depende também da utilização de equipamentos eficientes que possibilitem a otimização da espessura da massa cozida e da purgação dos méis. De maneira geral, as máquinas centrífugas têm apresentado inclusive grande evolução em relação à sua capacidade, características operacionais e eficiência. O uso de sistemas de lógica e controle, baseados em microprocessador, proporcionou maior simplicidade operacional em comparação aos antigos painéis com temporizadores e contatores. As novidades não pararam aí. A utilização de inversores de frequência no acionamento de motores criou condições para um melhor controle e eficiência na aceleração e desaceleração, diminuindo o tempo necessário para cada ciclo.
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Regulagem e mudanças na configuração aprimoram performance Ajustes na centrífuga estão diretamente relacionados às características da planta industrial de cada unidade sucroenergética Para a obtenção de resultados positivos na centrifugação existe ainda a necessidade da realização da manutenção adequada, de eventuais ajustes e mudanças na configuração do equipamento. Se a centrífuga não estiver operando de maneira otimizada, pode ocorrer queda de eficiência em até 20% nos casos mais extremos, segundo especialistas da área. O acompanhamento operacional do processo de centrifugação de açúcar deve ocorrer durante toda a safra. Devem ser consideradas variáveis como viscosidade da massa, brix, pol, entre outras. A regulagem da centrífuga está diretamente relacionada às características da planta industrial de cada unidade sucroenergética. Com o objetivo de monitorar a performance das centrífugas, empresas especializadas em manutenção e regulagem desenvolvem metodologias específicas para a medição da eficiência desses equipamentos. As alterações operacionais ocorrem a partir da análise dos resultados das medições, o que possibilita a elevação da eficiência da centrifugação.
Os equipamentos são fabricados, em diversos casos, com características que atendem as necessidades médias das unidades sucroenergéticas. As regulagens técnicas criam condições para a adequação da performance das centrífugas à realidade de cada usina.
ÚLTIMA GERAÇÃO As centrífugas têm apresentado, de maneira geral, evolução significativa. Dotados de inversores de frequência, CLP e IHM, os equipamentos de última geração apresentam estabilidade operacional para a fabricação de diferentes tipos de açúcar,
além de características e recursos específicos – que variam de acordo com o modelo –, como sensores de pendulação, vibração e temperatura, sistema descarregador flutuante, lubrificação contínua a óleo em circuito fechado, estrutura do motor independente da máquina. (RA)
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Falhas na secagem podem comprometer a qualidade do açúcar Teor inadequado de umidade causa empedramento e amarelecimento do produto A garantia da qualidade do açúcar fabricado na usina está ligada também aos cuidados adotados na secagem, última etapa do processo de produção. O sistema de secagem tem a finalidade de retirar a umidade do açúcar oriunda do processo e resfriá-lo. Este procedimento garante o não empedramento do produto após a armazenagem. O açúcar pode também tornar-se amarelecido caso tenha um teor inadequado de umidade. Secadores mal projetados ou que estejam trabalhando fora de seus parâmetros podem tornar os cristais opacos, o que acaba interferindo na qualidade do produto final. As consequências negativas geradas por falhas na secagem comprometem, mesmo que parcialmente, os resultados obtidos em fases anteriores. Um aspecto importante que deve ser considerado no processo de secagem é a velocidade do ar de aquecimento. A melhor velocidade deve ser definida, no entanto, por levantamentos realizados sobre eventuais arrastes de cristais finos de açúcar. Caso este arraste esteja ocorrendo de maneira significativa, técnicos recomendam a redução da velocidade utilizada. (RA)
Esteira transportadora deve utilizar materiais resistentes e duráveis O sistema interno de transporte de açúcar na unidade sucroenergética é fundamental para garantir boas condições de segurança e qualidade do produto, atendendo normas voltadas à fabricação de alimentos, que determinam – entre outras exigências – a necessidade de preservar padrões rigorosos de higiene. A utilização de uma esteira transportadora eficiente que evite, por exemplo, contaminações físicas, químicas ou biológicas é um dos requisitos para a obtenção de certificações, como a concedida pela norma FSSC - Food Safety System Certification 22000. Um projeto de esteira deve prever a utilização de materiais resistentes e duráveis que reduzam os riscos de corrosão e outros danos que causem inatividade à máquina. Além disso, precisa facilitar o acesso à higienização e limpeza. (RA)
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Gegis apresenta novo formato de indicadores industriais Participantes da reunião discutem como diminuir as perdas industriais I SAC ALTENHOFEN, DE VALINHOS, SP
O Gegis — Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro se reuniu no dia 27 e 28 de agosto nas instalações do Centro Empresarial Zanini, em Sertãozinho, SP. No segundo dia do encontro, houve a tradicional reunião mensal do Grupo e visita dos participantes à Fenasucro, que acontecia no mesmo período. Na ocasião, foi apresentado aos participantes a ampliação do benchmarking do Gegis, que agrega agora indicadores de custo. A novidade foi comemorada por todos os participantes. Na ocasião, Marcio Roberto Mori, supervisor de laboratório da Tonon Bioenergia, apresentou o novo modelo de exibição dos indicadores, que agora ficaram mais dinâmicos, permitindo ao usuário que ele mesmo compare os dados da sua unidade com outros indicadores da
própria unidade e com os da média do grupo. Assim o usuário pode buscar correlações e um maior entendimento dos eventos que acontecem nas indústrias. Após estas apresentações foi composta uma mesa com debatedores, onde todos os presentes fizeram perguntas e comentários sobre assuntos variados, desde a matéria-prima até especificação de produtos finais. Muitos desafios foram apresentados. O principal deles é o de manter elevado o ânimo dos profissionais do setor em tempos de crise. Com visão otimista Marcio avalia: “Justamente nestes períodos é que mais precisamos ter a consciência do trabalho em equipe para superar os desafios”. Outro desafio apresentado para os gestores foi o de manter ou aumentar a qualidade da mão de obra. Esta tem crescido tecnicamente nos últimos anos, porém, o nível de comprometimento destes e dos demais profissionais tem caído. “Os profissionais mais jovens têm grande ansiedade e buscam uma realização profissional que na maioria das vezes não acontece na mesma velocidade que eles desejam. Nisso é que temos o aumento do turn over, dificultando a formação de uma boa equipe”, conclui Marcio Roberto Mori.
Marcio Roberto Mori, da Tonon: desafio de manter elevado o ânimo dos profissionais em tempos de crise
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Alcopar sugere ao governo medidas para incentivar o setor JARY MÉRCIO, DE MARINGÁ, PR
“O setor sucroenergético nacional atravessa a mais grave crise de sua história”. O quadro negro é traçado por Miguel Rubens Tranin, presidente da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar, com sede em Maringá), principal representante do setor no estado que é o segundo maior produtor de açúcar e álcool do País – fica atrás apenas de São Paulo. Lembrando que “todas as entidades que representam os produtores a nível nacional têm buscado alternativas junto aos governos estaduais e federal”, Tranin alinha algumas das alternativas já buscadas por essas entidades juntos aos governos, como forma de estímulo ao setor sucroenergético:
Para Miguel Tranin, da Alcopar, usinas podem impulsionar crescimento do País Estímulos tributários e fiscais: reinstituição da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) ao nível de R$ 0,60 por litro de etanol, hoje equivalente a uma alíquota de 30%, justificado pela eficiência energética quando comparado à gasolina e principalmente ao ganho ambiental e à saúde; regulação, por parte da Secretaria da Receita Federal, dos insumos da fase agrícola das agroindústrias, considerando-os geradores de créditos para o PIS e a Cofins não-cumulativos; reconhecimento de que o contrato de arrendamento rural deverá ser tributado como
Miguel Tranin: o setor sucroenergético nacional atravessa a mais grave crise de sua história
renda rural, mediante revogação de Parecer Normativo da Receita Federal em sentido contrário. Estímulos financeiros: perpetuação do Prorenova, linha de crédito do BNDES para plantio e renovação de cana, para que
possa haver um melhor planejamento e celeridade no processo do recurso; perpetuação da linha de crédito para warranty do etanol nos mesmos moldes atuais; incluir o açúcar nas operações de warranty nos armazéns próprios das usinas; suspender os vencimentos dos juros e principal, das dívidas vincendas em 2015 e 2016 e 2017, relativas a Finames e Finem, reescalonando-os para 2018, 2019 e 2020. Estímulos à produção: criar um leilão em separado para a biomassa, com preços de partida diferenciados; criar um programa de financiamento, com prazos adequados para ampliação e substituição das caldeiras de alta pressão, visando aumentar a eficiência e a cogeração de eletricidade (“a matriz energética nacional demonstrou sua fragilidade diante das grandes alteraçoes climáticas que enfrentamos”, observa documento da Alcopar); viabilizar o acesso às linhas de transmissão de energia até as unidades cogeradoras; aprovar linhas de financiamento para enfardadeiras de palha da cana e demais investimentos, conforme projetos específicos, para aproveitamento da palha da cana, bem como investimento tecnológico para esse fim. Miguel Tranin ressalta que, entre as medidas de estímulo cobradas junto ao governo federal, “o foco, hoje, é a Cide, porém, se em paralelo não tratarmos do endividamento e alongamento das dívidas, acabaremos por necessidade de caixa e compromissos derrubando os preços.” O presidente da Alcopar lembra que “o longo período de dificuldade nos tomou todas garantias, dificultando o nosso giro. O retorno da Cide certamente ajuda, mas de uma maneira mais lenta.” Tranin ressalta a necessidade de se “buscar o diálogo com governos incessantemente, para que possamos superar esse grave momento, pois o horizonte de mercado ainda é longo perante a necessidade.” “O nosso remédio tem que ser de efeito rápido”, resume o líder do setor sucroalcooleiro paranaense.
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Exportações ainda são grande saída para os produtores “A redução de custos e o contingenciamento de investimentos são ações fundamentais para passar pela crise”, destaca Paulo Meneguetti, diretor da Usina Santa Terezinha, de Maringá (PR). Observando que “a crise afeta a todos os setores e com o setor sucroalcooleiro não é diferente”, o empresário destaca que as exportações ainda são, literalmente, uma grande saída para os produtores. Meneguetti lembra que “o setor sucroalcooleiro do Paraná tem uma vocação associativista muito forte, semelhante ao cooperativista, e como o setor fez investimentos conjuntos, em empresas de logística, naturalmente acabou desenvolvendo uma vocação exportadora, principalmente do açúcar.” O empresário enfatiza que a Usina Santa Terezinha, “ao longo de sua história, sempre cresceu nas crises, e, na atual, estamos atuando fortemente na reavaliação de todos os processos, seja na área administrativa/logística, sejam nas áreas industriais e agrícolas.” Meneguetti conta que está sendo feita uma revisão dos processos de trabalho e de produção, de treinamento dos colaboradores, readequação do quadro de colaboradores à nova realidade de redução de investimentos. Em paralelo, informa o diretor da Usina Santa Terezinha, a empresa faz gestões para “manter inabalado seu crédito perante os parceiros, fornecedores, setor financeiro, mantendo um bom perfil do endividamento, de maneira a aguardar o momento de colher bons frutos na melhora dos mercados.” No início de julho, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), anunciou um pacote para cumprir a parte do estado no sentido de alavancar o setor (leia mais nesta edição). Perguntado pelo JornalCana se a efetivação das medidas é viável, dada a falta de recursos dos estados, Meneguetti diz que o setor sucroalcooleiro do Paraná “sempre teve muito apoio e boa parceria” com o governo estadual. “Com o governo Beto Richa não é diferente, e estamos procurando, conjuntamente, construir as condições adequadas para aproveitar as oportunidades, principalmente na área de energia.” (JM)
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Usinas podem esquentar a economia
Governador do Paraná, Beto Richa: ainda apenas um projeto
Apoio do governo do Paraná depende de recursos para sair do papel As medidas anunciadas no início de julho pelo governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), para recuperação e fortalecimento do setor sucroenergético do Paraná, ainda aguardam recursos e ações para sua implementação. As medidas, contidas num decreto governamental, foram anunciadas no dia 7 de julho, durante a 5.ª edição do Ethanol Summit 2015, um dos principais eventos do mundo voltados para as energias renováveis. O decreto instituiu o Programa de Reativação da Expansão do Setor Sucroalcooleiro, que visa estimular o aumento do plantio e da produtividade dos canaviais com incentivos fiscais e melhoria da infraestrutura e logística das estradas paranaenses. Com o apoio da Copel, o setor, de acordo com o decreto, deverá aumentar a participação da energia elétrica a partir da biomassa do bagaço da cana-de-açúcar na matriz energética
do Estado. Para melhorar a infraestrutura e logística, o governo estadual pretende ampliar os programas de recuperação das estradas rurais e ampliar a participação dos produtores de açúcar e álcool na estrutura portuária. A previsão é de investimentos privados de R$ 4,5 bilhões, em três anos, com a criação de 12,8 mil empregos diretos e 30 mil indiretos. Além disso, o governo do Paraná pedirá ao Ministério da Fazenda o retorno da alíquota de 3% do programa Reintegra, incentivos às exportações, compensação de débitos junto à Receita Federal com créditos tributários de qualquer natureza, uso de prejuízos fiscais em períodos anteriores, para compensar com lucros apurados posteriormente com empresas coligadas e equiparação do tratamento tributário da receita vinda do arrendamento rural à receita da parceria agrícola. (JM)
“Mesmo com o setor sucroalcooleiro vivendo a maior crise de seus 30 anos de história, sua importância para o desenvolvimento e sustentação da economia do País é indiscutível”, afirma o presidente da Alcopar, Miguel Rubens Tranin. De fato, basta lembrar que na safra 2013/14 o PIB sucroenergético foi de US$ 43,4 bilhões, com valor agregado superior a 40%, sendo, provavelmente o maior agregador de valor entre as agroindústrias brasileiras. O dólar comercial médio de venda da safra 2013/14 foi de R$ 2,25. No conjunto das exportações do agronegócio e das exportações brasileiras, o setor sucroenergético tem participação significativa. Em 2014, o Brasil exportou US$ 225,101 bilhões. Desse montante, o agronegócio contribuiu com US$ 96.748 bilhões, 43% do total das exportações. Já as vendas externas de açúcar cristal e VHP, de etanol anidro e hidratado totalizaram US$ 10.357 bilhões, o equivalente a 11% das exportações do agronegócio, contribuindo com 4,7% da balança comercial. Isso sem considerar o que se deixou de gastar em divisas com a importação de gasolina, através do uso do etanol misturado ou em substituição ao combustível fóssil. De acordo com comparação feita com o ranking do Fundo Monetário Internacional de 2013, o PIB da cadeia sucroenergética brasileira é maior do que o de mais de 100 países. Só com a massa de salários foram US$ 4,1 bilhões e o pagamento de parcerias agrícolas US$ 3,6 bilhões, 37,3% do PIB do setor, sem contar os demais agregados. As vendas de açúcar somaram 37,8 milhões de toneladas e as de etanol, 30,2 bilhões de litros e de bioeletricidade 1.720,0 MW, com a moagem de 658,8 milhões de toneladas. Na safra 2013/14, a cadeia produtiva do setor movimentou US$ 107,7 bilhões, renda e riquezas geradas principalmente no interior do Brasil, mostrando a alta capilaridade da cadeia produtiva, além de proporcionar a arrecadação de US$ 8,5 bilhões em impostos agregados. Números semelhantes foram obtidos na safra 2014/15, quando foram produzidas 634,8 milhões de toneladas de cana, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento - Conab. (JM)
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Setor paranaense gerou na safra 2014/15 cerca de R$ 4,5 bilhões Maior indutor de desenvolvimento regional nos médios e pequenos municípios em que as usinas estão inseridas, o setor sucroenergético paranaense gerou na safra 2014/15 cerca de R$ 4,5 bilhões, movimentando a economia como um todo e trazendo benefícios sociais e econômicos para localidades que, em muitos casos, não contam com alternativas de desenvolvimento econômico. A cana-de-açúcar é cultivada em 154 dos 399 municípios do Paraná. Os 640 mil hectares com canaviais estão localizados no Noroeste, Norte Central e Pioneiro, sendo a terceira maior área cultivada no Estado, 8,8% da área total plantada. As maiores são soja e milho com 5 milhões e 2,6 milhões de hectares respectivamente. Em 2013, o setor representou 4% do Valor Bruto da Produção Agropecuária do Paraná, o sexto maior segundo a Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Estado - Seab. Do faturamento total do setor, a geração de renda é da ordem de 37%, que é destinado ao pagamento de salários, participação nos lucros das empresas, parcerias agrícolas, impostos e lucros das empresas. Um dos maiores geradores de empregos no agronegócio e na agroindústria paranaenses, mesmo com a crescente mecanização da lavoura, em 2014 foi responsável por 65 mil empregos diretos e mais de 160 mil indiretos, recolhendo ainda aos cofres públicos federal e estadual mais de R$ 1,335 bilhão. O crescimento do setor sucroalcooleiro do Paraná foi de 65% nos últimos 10 anos, de 2004/05 a 2014/15, quando produziu 43,099 milhões de toneladas de cana. Esse número, contudo, poderia ser bem maior se o ritmo de crescimento tivesse continuado o mesmo. As usinas do Paraná chegaram a colher 46 milhões de toneladas em 2009/10, caiu 15%, chegando a 39 milhões em 2012/13. Os números atuais da safra ainda registram um volume 6,5% menor que o pico atingido há seis anos. A principal causa é a redução na produtividade das lavouras devido a menor renovação dos canaviais, frente a uma das
Terminal da Usaçúcar: crescimento do setor do Paraná foi de 65% nos últimos dez anos
maiores crises que o setor já enfrentou, a perdas climáticas com secas e geadas em 2011, 2012 e 2013 e problemas causados pela mecanização com equipamentos não totalmente adequados à cultura. A queda foi de 11% na produtividade, comparados os níveis atuais (71 toneladas de cana por hectare) com os da safra 2009/10 (79,5 t/c/ha). Estudo desenvolvido pela Trading Czarnikow, contratado pelo setor em 2014, mostrou que as usinas paranaenses têm muito espaço para crescer. Para 2023/24 as
exportações de açúcar VHP (matéria-prima para o açúcar refinado) podem saltar para 7,7 milhões de toneladas, crescimento de 15% ao ano. Devido à sua maior vantagem competitiva, já que o setor no estado tem o menor custo CIF (custo, seguro e frete) no Brasil, o Paraná passaria a ser responsável por 17% das exportações brasileiras, que saltariam para 44,1 milhões. No caso do etanol, a produção quase dobraria: de 1,6 para 3 bilhões de litros, crescimento de 8,2% ao ano. “Não há como negar a importância e a representatividade
do setor na economia paranaense e seu potencial de desenvolvimento e de estimular os demais setores da economia, principalmente num momento em que isso é extremante fundamental”, diz o presidente da Alcopar. Miguel Tranin diz que para enfrentar a crise que hoje atinge o setor, dentro de uma crise econômica maior do País, é fundamental o apoio do governo federal e estadual. “Sem isso, vamos levar anos para nos recuperar. Um esforço conjunto é o caminho para reativar o setor.” (JM)
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Nova Aralco participa de festival de basquete em Jaú A cidade de Jaú, SP, foi palco do Festival LBC de Basquete Masculino e Feminino, no dia 19 de setembro. Neste ano, foi realizada a terceira edição do encontro, promovida pela Liga Regional de Basquete CentroOeste Paulista. Os jogos aconteceram no Ginásio de Esportes do Sesi, no Jardim Pedro Ometto. O time mirim de Araçatuba, Nova Aralco, sob a coordenação de Vera Lúcia Goetz, teve duas vitórias em três jogos disputados. O time, formado por 12 jovens atletas de Araçatuba e dois monitores, Giovanni dos Santos e João Pedro Avanço Fortin, atuou contra o time de Avaré e mais dois times da cidade de Bauru.
Gerson Carneiro Leão, do Sindicape, discursa no evento
Cruangi celebra missa de reabertura Segundo Vera, a experiência foi muito boa. “Os meninos da Nova Aralco deram um show” comenta. Eles foram aplaudidos pela torcida presente. “Voltaram muito animados. Estou orgulhosa e feliz. Iremos repetir a experiência, porque essa foi fantástica. Inclusive, vamos repetir nossas participações nestes festivais. Quero trazer o evento para Araçatuba", projeta a coordenadora.
Parada desde 2011, a Usina Cruangi volta a processar cana-de-açúcar a partir da movimentação de fornecedores. O restabelecimento da unidade aconteceu através da movimentação da Cooperativa da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (Coaf). Orçada em três milhões de reais, a volta da usina já movimenta o comércio da região de Timbaúba (PE) e os canaviais dos mais de 300 fornecedores. A Coaf realizou nesta terça-feira, dia 15,
Pame se reúne para discutir questões de segurança No dia 20 de agosto foi realizada na USC a 8ª reunião do Plano de Auxílio Mútuo Emergencial — Pame-AR em 2015. Contou com a presença dos representantes das empresas Tonon Bioenergia, unidades Santa Cândida e Paraíso, Usina Santa Fé, Usina Santa Cruz, unidades Araraquara e Serra da Raízen, Corpo de Bombeiros (Araraquara), Defesa Civil (Araraquara) e Rhodia Solvay. Dentre os assuntos discutidos destacam-se: A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros contam com uma aeronave de combate a Incêndio que também poderá estar à disposição das empresas do grupo. Esta Aeronave tem condições de auxiliar no
combate a incêndios em locais de difícil acesso e áreas de preservação permanente (APP). Outro equipamento à disposição é o Caminhão Tanque do Corpo de Bombeiros de Araraquara equipado com reservatório de LGE – Líquido Gerador de Espuma para atender em situações de Emergência. O Pame, coordenado pelo técnico de segurança da USC Luiz Fernando Monegatto e secretariado por Rone Marco de Andrade da UPA, busca sempre agrupar recursos para atendimento a situações que possam ocorrer, não só nas empresas participantes, mas em toda a comunidade, somando todos esses recursos aos das empresas participantes.
uma missa para celebrar o início da moagem da usina para a safra 2015/16. Raimundo Nonato, vice-presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), esteve no evento que contou com a presença do governador de Pernambuco, Paulo Câmara. A missa aconteceu no pátio do parque industrial da Cruangi, na zona rural de Timbaúba (PE). Gerson Carneiro Leão, do Sindicape, um dos responsáveis pela reativação da unidade, fez discurso no evento.
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Ello Correntes completa 25 anos com foco em inovação A Ello Correntes comemorou no dia 16 de agosto, o 25º aniversário da abertura de sua empresa na cidade de Sertãozinho, SP. Fabricante de correntes industriais para o setor sucroenergético, a empresa conta com uma estrutura completa de 12.000m² para fabricação própria de todos seus componentes. Em 16 de agosto de 1990, a Ello Correntes fabricou seu primeiro produto em Sertãozinho-SP, realizando serviços de reforma e montagem de componentes que adquiria de terceiros, tendo como principal desafio fornecer produtos de alta qualidade. Para isso, contou com a experiência de seus fundadores, Luiz Carlos Zambon e Ademir de Souza, que trabalhavam na extinta fabricante de correntes Fazanaro. No dia a dia da empresa a Ello Correntes destaca seus valores como a ética e transparência, inovação e orientação a resultados, através de uma equipe de engenheiros e técnicos. A Ello Correntes busca com visitas
Equipe da Ello Correntes
Correntes laterais com tratamento superficial Oxidus
periódicas de sua equipe comercial, oferecer soluções através de inovações em seus produtos, como o case do processo Oxidus, aplicado em uma grande usina em Piracicaba, SP e também em Olímpia, SP. O processo
consiste em uma engenharia de superfície, tais como: cementação, revestimentos galvânicos, que incrementa simultaneamente as resistências ao engripamento, ao desgaste, à fadiga, e à corrosão com alta repetibilidade.
Ello Correntes 16 2105 6400/16 2105 6404 www.ellocorrentes.com.br
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São Francisco cria plano para Nova fonte de energia alternativa é a novidade da Sanardi melhor atender as pessoas Com investimentos em prevenção e cuidados específicos que integram e caracterizam o Programa Viver Bem, a São Francisco Saúde identifica os casos já existentes e acompanha de forma mais próxima aqueles que possivelmente venham a desenvolver a doença. Monitorados, esses casos são trabalhados para que a doença se desenvolva o mais tardiamente possível e com menos repercussões, contribuindo para o aumento da qualidade de Dr. Carlos Gustavo Braga, criador do programa Viver Bem vida das pessoas e da produtividade nas empresas. o paciente, com consultas multiprofissionais, Neste sentido, o gerente médico do grupos educativos, monitoramento telefônico Núcleo de Promoção e Gestão em Saúde do e agora via Mobile e web, esclarecendo Grupo São Francisco, o Dr. Carlos Gustavo dúvidas, orientando o paciente no cuidado à Braga, criou o programa Viver Bem, que tem saúde, enfim, prestando todo auxílio que for como objetivo promover ações de educação, necessário para lhe assegurar uma melhor prevenção, promoção e acompanhamento em qualidade de vida”, esclarece o Dr. Braga. saúde. “Sem qualquer tipo de custo adicional a Grupo São Francisco seus associados, esse programa é integrado 16 97369-6680 / 11 99654-0046 por uma equipe multidisciplinar de alto 11 3159-1760 desempenho que acompanha periodicamente raphic@raphic.com.br
A empresa Sanardi Engenharia Ltda desenvolveu uma nova fonte de energia alternativa, a energia Fotovoltaica que, inclusive, está sendo inserida na Matriz Elétrica do Brasil. Assim como acontece com os projetos com biomassa, um dos grandes custos dos projetos fotovoltaicos é com a conexão ao sistema elétrico das concessionárias de energia. Esta energia Berilo Bezerra, diretor comercial da Sanardi complementar contribuirá para atender parte da energia consumida sustentabilidade aos seus projetos. pela usina, disponibilizando assim mais A empresa acredita nesta oportunidade energia do seu projeto de biomassa para para o setor sucroenergético. A Sanardi, comercialização, como o de atender parte ou como integradora de sistemas de energia, totalidade do seu consumo de entressafra. coloca-se à disposição para fazer um estudo A Sanardi desenvolve soluções para o de viabilidade de implantação de uma usina seu empreendimento. Comprometida com a fotovoltaica em sua usina. necessidade de seus clientes, utiliza conceitos inovadores e eficazes em soluções Sanardi customizadas, que proporcionam segurança, 17 3228 2555 flexibilidade e respeito ao meio ambiente, www.sanardi.com.br aliada a viabilidade técnica, econômica e de
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Grupo Alemão Stern e Quimatec selam aliança no Brasil
Anhembi ressalta o valor da manutenção dos trocadores de calor
A SternEnzym é uma das empresas pioneiras no desenvolvimento e fabricação de compostos enzimáticos personalizados para a indústria de alimentação. Nos últimos 25 anos, segundo pesquisa da empresa, as enzimas conseguiram criar resultados que asseguram qualidade elevada e constante dos produtos, simplificação de processos e aumento de rentabilidade dos mesmos. Empresa do setor sucroalcooleiro brasileiro, a Quimatec fornece ingredientes e soluções para o processo de fabricação de açúcar e álcool. Com 34 anos no mercado, a organização conta com uma unidade em Araraquara/SP e o centro de distribuição
A Anhembi Borrachas, há 44 anos no mercado nacional, adota padrões internacionais de qualidade (ISO 9001:2008). Para isso, passa necessariamente por investimentos permanentes em desenvolvimento de tecnologia, inovação e processos produtivos capazes de enfrentar os desafios de um crescimento sustentável. Os principais benefícios da manutenção periódica dos trocadores de calor a placas e a substituição das gaxetas de borracha são refletidos em maior vida útil do equipamento para que ele funcione sempre de forma eficiente, permitindo uma melhor troca térmica, evitando-se vazamentos e contaminação do produto. Segundo a empresa, é recomendado trocar o conjunto completo das vedações e também realizar a limpeza das placas para detectar possíveis trincas e perfurações. O prejuízo gerado por um equipamento parado fora de hora pode ser imensurável, provocando atrasos na produção, horas paradas irrecuperáveis, podendo até, como consequência, ocorrer o descumprimento de
em Maceió/AL. Com a finalidade de levar às usinas brasileiras acesso tecnológico à enzima de última geração e serviço de aplicação local de excelência, ambos os grupos selam aliança para a distribuição e comercialização da linha completa de moléculas de alta performance, Sugazym. Segundo as empresas, o produto desagrega o amido e os dextranos, no qual permitem o rápido processamento do caldo e do xarope de açúcar. Stern Ingredients do Brasil Ltda. 15 3023-0444 www.sterningredients.com.br
Equipe revela unidade
prazos de entregas, aumento de custos e comprometendo toda a programação anual. Anhembi Borrachas 11 2601-3311/2603-3040 www.anhembiborrachas.com.br
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Valmet fornece nova tecnologia para produção de etanol 2G
Motores hidráulicos Hägglunds: soluções a longo prazo Após 6 anos de operações contínuas, inspeção revela que os motores hidráulicos da Usina Ferrari continuam perfeitos. A Usina Ferrari, situada em Pirassununga, SP, instalou em 2008 uma nova moenda, optando pelo uso de motores hidráulicos como acionamentos. A moenda é da empresa Dedini com capacidade de 640 t/h. Contém 4 ternos de moenda, sendo o primeiro de 84” e os demais de 78”. Em janeiro de 2015, após 6 safras de operação, um destes motores foi removido para a primeira inspeção em oficina. O resultado foi surpreendente. “As superfícies de contato dos elementos de transmissão, como cames, roletes, pistões, placas guia, rolamentos estavam como novos”, informou Edmundo Neto, técnico especialista da Bosch Rexroth e responsável pela inspeção do motor.
Paulo Fantinatti e Hênio Respondovesk, gerentes da Usina Ferrari, acompanharam a inspeção do motor. “Além do excelente desempenho operacional, que nos proporciona muita flexibilidade e qualidade de moagem, ficamos satisfeitos em ver que a durabilidade dos motores está atendendo nossas expectativas”, declarou Fantinatti. Estes motores são fabricados pela Bosch Rexroth em sua unidade fabril na Suécia e todo o suporte técnico de instalação e demais serviços são oferecidos pela unidade do Brasil. J.A Hidráulica 11 2704-3565 www.jahidraulica.com.br
A tecnologia da Valmet, que foi desenvolvida com base em anos de experiência na produção de celulose, hoje se consolida no mercado de bioenergia pela experiência que possui em processar diferentes tipos de biomassa sem interferir na produção de alimentos. O pré-tratamento é a primeira etapa dentro de uma biorrefinaria, que pode ter como produto final desde o etanol 2G até químicos e biomateriais como o bioplástico. O layout do sistema varia de acordo com a área de aplicação, mas normalmente consiste de um ou dois reatores horizontais, embora mais possam ser utilizados. Para grandes capacidades, reatores verticais se
tornam mais atrativos economicamente. Caso seja necessário extrair a fração pré-hidrolizada (e.g. o C5) da biomassa pré-tratada, um sistema de separação sólido-líquido poderá ser fornecido. Além disso, o sistema BioTrac é projetado para uma operação segura, na qual a biomassa é pré-comprimida para assegurar uma alimentação estável no reator. Para saber mais sobre o sistema BioTrac da Valmet, entre em contato pelos e-mails: marcelo.hamaguchi@valmet.com ou tiago.silveira@valmet.com. Valmet 41 3358-4811 www.valmet.com
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