JornalCana — Edição 269 / Junho 2016

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O MAIS LIDO! w w w . j o r n a l c a n a . c o m . b r Ribeirão Preto/SP

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Série 2

Nº 269

R$ 20,00

ALGO A TEMER? MARCELO CAMARGO/AG BRASIL

Os Os desafios desafios do do Presidente Presidente em em exercício exercício para para levar levar oo País País aa recuperar recuperar oo fôlego fôlego ee voltar voltar ao ao crescimento crescimento

IMPRESSO - Envelopamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT.


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ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Junho 2016

Í N D I C E ACIONAMENTOS ELÉTRICOS DANFOSS DO BRASIL

ELETROCALHAS

11 21355400

37

AR-CONDICIONADO MAIS AR

64 36452576

48

ÁREAS DE VIVÊNCIA ALFATEK

17 35311075

11 26826633

PLANTADORAS DE CANA 62 30883881

ENGEVAP

REF RIBEIRÃO PRETO

16 35138800

9

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS

34

16 39698080

16 36265540

4

49

DURAFACE

16 39461800

31

TMA

16 34565400

50, 51

PRODUTOS QUÍMICOS PROSUGAR

MANCAIS E CASQUEIROS 44

DMB

19 35080300

11

16 35134000

10

11 21355400

37

METROVAL

19 21279400

14

AUTOMÓVEIS 27, 29

CALDEIRAS 16 35138800

34

17 35311075

3

8

16 36265540

49

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS

AUTHOMATHIKA

16 35134000

10

SÃO FRANCISCO SAÚDE 0800 777 9070

DANFOSS DO BRASIL

11 21355400

37

SOLDAS INDUSTRIAIS

FORTLIGHT

11 20876000

40

AGAPITO

16 39462130

48

EQUIPAMENTOS PARA INCÊNDIO

MAGÍSTER

16 35137200

13

SECUR

SPAA

16 35124312

19

11 29714444

48

QUÍMICA REAL

31 30572000

25

SOLENIS

19 34753055

12

FENASUCRO

11 30605000

47

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

ESPECIALIDADES QUÍMICAS

SOLINFTEC

18 36222270

7

TELECOMUNICAÇÃO / RADIOCOMUNICAÇÃO

FEIRAS E EVENTOS

CARRETAS

81 32674760

REFRATÁRIOS REF RIBEIRÃO PRETO

DANFOSS DO BRASIL

ALFATEK

IRRIGA ENGENHARIA

ISOLAMENTOS TÉRMICOS

DISTRINOX

AUTHOMATHIKA

ENGEVAP

39

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL

3

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

FORD MOTOR

A N U N C I A N T E S

IRRIGAÇÃO 11 42313778

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER

OXIMAG

D E

RADIOCOM

17 32791200

33

DMB

16 39461800

31

TESTON

44 33513500

2

TMA

16 34565400

50, 51

16 34565400

50

41

TRANSBORDOS FERMENTAÇÃO

CARROCERIAS E REBOQUES SERGOMEL

16 35132600

24

16 39413367

4, 52

COLHEDORAS DE CANA TMA

16 34565400

50, 51

CONTROLE DE FLUIDOS METROVAL

19 21279400

16 35124312

21

FERRAMENTAS

COLETORES DE DADOS MARKANTI

MSBIO

14

DURAFACE

TRATORES SDLG

BINOVA

16 36158011

6

TMA

KOPPERT DO BRASIL

15 34719090

35

16 21014151

19 34172800

32

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

PROLINK

19 34234000

20

DMB

16 39461800

SYNGENTA

0800 7044304

15

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

KOPPERT DO BRASIL

15 34719090

35

METROVAL

19 21279400

45

34

0800 704 4304

15

16 35124312

21

DURAFACE

48

STRINGAL

11 43479088

34

19 35080300

SIEMENS JUNDIAÍ

16 39137700

43

VÁLVULAS INDUSTRIAIS

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS 14

16 39462130

TURBINAS

LEVEDURAS MSBIO

AGAPITO

TUBULAÇÕES PARA VINHAÇA

MUDAS DE CANA SYNGENTA

31

16 35138800

17

TROCADORES DE CALOR

MONTAGENS INDUSTRIAIS ENGEVAP

GRÁFICA

GENERAL CHAINS

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

11

FERTILIZANTES

SÃO FRANCISCO

CORRENTES INDUSTRIAIS

19 35080300

11

FOXWALL

11 46128202

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CARTA AO LEITOR

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carta ao leitor

índice

Josias Messias

josiasmessias@procana.com.br

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 a 10 CAPA — Setor entende que não há mais o que temer

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . .12 a 14 Programa de capacitação eficiente gera melhorias contínuas

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 a 26 ENTREVISTA - Yasuzo Ozeki (Helicóptero é ninja!) Inseticida biológico utiliza técnica inédita na agricultura QUE ABACAXI! Muda pré-brotada garante aumento da produtividade

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 a 34 Novas recomendações minimizam risco de incêndio na estocagem Espaço Gegis

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35 Espaço GSO

Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36 Homenagem a Cícero Junqueira Franco, um dos pais do setor

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . .38 e 39 ESTÃO CHEGANDO OS BRUTOS ETÍLICOS

Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 20 MIL GWh em 2015!

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42 a 44 Estimativas para a nova safra variam e criam expectativas ENTREVISTA - Antonio de Padua Rodrigues (O setor não sabe lidar com o Diário Oficial)

Setor em Destaque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46 Os destaques da Agrishow

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .48 e 49

COMO SÁBIOS “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios”. (Apóstolo Paulo, no verso quinze do capítulo cinco de sua carta aos efésios)

Há o que temer? Com status de bom administrador de crises, Michel Temer assumiu interinamente a Presidência do Brasil apostando em Blairo Maggi na Agricultura e Fernando Coelho nas Minas e Energia, os dois ministérios mais importantes para o setor sucroenergético. O ministério das Minas e Energia é hoje até mais importante para o setor em si do que o da Agricultura. Pelo fato de que dois de seus principais produtos — etanol e bioeletricidade — são relacionados à energia e, por ser prioritários e de segurança nacional, acabam à mercê de definições governamentais nem sempre justas. (veja matéria sobre o que esperar do novo governo nas páginas 10 a 12). Acredito que o novo ministro Fernando Coelho (PSB-PE) será bem sucedido nesta nova função por sua facilidade de interlocução com o setor, habilidade inexistente no governo anterior. Afinal, o PSB é um partido que tem livre trânsito tanto no governo atual como na ala à esquerda. Isto, somado ao fato de que o novo ministro é oriundo de um estado tradicional canavieiro e conhecedor de seus dilemas, certamente resultará em uma melhor interlocução com o setor. Tanto Michel Temer quanto Blairo Maggi e Fernando Coelho são desenvolvimentistas. E, assim que a economia melhorar, haverá necessidade de geração de energia elétrica adicional para fazer o país funcionar sem apagões. Assim como o empresário Ricardo Junqueira, da Usina Diana, estou certo de que o setor precisa e espera do governo algumas sinalizações fundamentais para a sustentabilidade da atividade sucroenergética, como o marco regulatório para o etanol e a bioeletricidade na matriz energética brasileira. Contudo, após tantas injustiças e crises, o setor aprendeu a se virar sozinho. Como diz Junqueira na matéria, a grande melhora veio e vem pelos caminhos trilhados pelo próprio setor, como diminuição de custos, capacitação dos colaboradores e aumento de produtividade e eficiência. Que o governo faça a sua parte porque o setor sucroenergético tem feito a sua em todo este tempo. Assim, não há o que temer! NOSSOS PRODUTOS

DIRETORIA

O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 — Ribeirão Preto — SP procana@procana.com.br

NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroenergético de informações relevantes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, e organizar eventos empresariais visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável do setor (humano, socioeconômico, ambiental e tecnológico); Democratizar o conhecimento, promovendo o

intercâmbio e a união entre os integrantes; Manter uma relação custo/benefício que

propicie parcerias rentáveis aos clientes e demais envolvidos.

Josias Messias josiasmessias@procana.com.br Controladoria Mateus Messias presidente@procana.com.br Eventos Rose Messias rose@procana.com.br Comercial & Marketing Lucas Messias lucas.messias@procana.com.br

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Editor Luiz Montanini - editor@procana.com.br Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur Arte Gustavo Santoro - arte@procana.com.br Revisão Regina Célia Ushicawa Jornalismo Digital Alessandro Reis - editoria@procana.com.br

Gerente Administrativo Luis Paulo G. de Almeida luispaulo@procana.com.br Financeiro contasareceber@procana.com.br contasapagar@procana.com.br

PÓS-VENDAS Thaís Rodrigues thais@procana.com.br

Comercial Leila Luchesi 16 99144-0810 leila@procana.com.br Matheus Giaculi 16 99935-4830 matheus@procana.com.br

ASSINATURAS E EXEMPLARES (16) 3512-4300 www.loja.jornalcana.com.br atendimento@procana.com.br

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JornalCana - O MAIS LIDO! Anuário da Cana Brazilian Sugar and Ethanol Guide A Bíblia do Setor! JornalCana Online www.jornalcana.com.br BIO & Sugar International Magazine Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool

Prêmio MasterCana Tradição de Credibilidade e Sucesso Prêmio BestBIO Brasil Um Prêmio à Sustentabilidade Fórum ProCana USINAS DE ALTA PERFORMANCE SINATUB Tecnologia Liderança em Aprimoramento Técnico e Atualização Tecnológica

Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios & Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais e comerciais reservados. É proibida a reprodução, total ou parcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamente com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).


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AGENDA

Junho 2016

A C O N T E C E U

A C O N T E C E LIA MONTANINI

FENASUCRO & AGROCANA 2016 Visita foi encerrada no Museu do Café

ESTUDANTES CONHECEM TERMINAL DA COPERSUCAR A Associação Brasileira do Agronegócio — Abag/RP levou estudantes das universidades Mackenzie e USP de São Paulo, SP, ao TAC— Terminal Açucareiro Copersucar, em Santos, SP, no último dia 18 de maio. O terminal, inaugurado há cerca de uma década, foi reformado há dois anos, após sofrer incêndio. Além de conhecer a história do terminal, os universitários conheceram o processo de exportação de açúcar e etanol. Visitaram, depois, o Museu do Café.

CURSO DE FERMENTAÇÃO Em 18 e 19 de maio aconteceu no Oásis Tower Hotel, em Ribeirão Preto, SP, o curso de Treinamento Técnico em Fermentação Etanólica, organizado pelo Pró-Usinas. O encontro abordou a influência da qualidade da matéria-prima no processo de maturação, floração, cana bisada, tipo de corte, impurezas vegetais e minerais entre outros, e a microbiologia do processo, preparo da cana e moagem, tratamento do caldo, melaço e mosto. Abordou com destaque os aspectos da fermentação, pré-tratamento do fermento, centrifugação e fermentação.

Diretores do Ceise Br, e o secretário de Desenvolvimento Econômico de Sertãozinho, Carlos Roberto Liboni, aproveitaram visita ao estande da entidade na 31ª Feira Internacional da Mecânica no Anhembi, em São Paulo, SP para lançar, oficialmente, a 24ª edição da Fenasucro & Agrocana 2016. A Fenasucro & Agrocana acontece nos dias 23 a 26 de agosto, em Sertãozinho, SP e reúne os líderes do mercado e seus principais compradores vindos de todo o Brasil e de mais de 40 outros países. Neste ano, a expectativa é receber mais de 30 mil visitantes/compradores e chegar a uma geração de negócios de cerca de R$ 2,8 bilhões, concluídos até seis meses após o evento.

PRÊMIOS MASTERCANA 2016 ALTA PERFORMANCE INDUSTRIAL O Fórum Usinas de Alta Performance Industrial acontecerá no dia 22 de setembro, em Ribeirão Preto. Reunirá os maiores especialistas do país no tema. Agende esta data ou receba maiores informações através do email: rose@procana.com.br

Está chegando a primeira das três edições do Prêmio MasterCana: o MasterCana Centro/Sul será realizado em 22 de agosto, em Sertãozinho, SP, no dia anterior ao da abertura da Fenasucro & Agrocana; o MasterCana Brasil acontecerá em 25 de outubro, em São Paulo, SP e os troféus do MasterCana Norte/Nordeste serão entregues em 24 de novembro, no Recife, PE. Agende estas datas.


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POLÍTICA SETORIAL

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Setor entende que não há mais o que temer Com status de vencedor de crises, Michel Temer aposta em Blairo Maggi e Fernando Coelho LUIZ MONTANINI, DE VALINHOS, SP

Fosse reduzido na comparação a um transatlântico, o país chamado Brasil estaria hoje como que acabado de passar pelo aquilão mas, em vez de retomar a navegação por águas calmas, correndo ainda risco de adernar. Já não mais por causas externas, como os estilhaços que ainda chegam da crise econômica mundial de 2008, mas por causa do motim. O vice-comandante que sucedeu à capitã e sua nova tripulação sabem que têm pouco tempo para colocar o navio arrebentado em ordem sob pena de naufrágio. Michel Temer, já com o time montado, chega com status de gerenciar crises com sucesso. Para o agronegócio como um todo trouxe o magnata da soja e senador Blairo Maggi (PP-MT). Para as Minas e Energia — que envolve a agroindústria canavieira, hoje integrante importante da matriz energética brasileira por fornecer etanol e bioeletricidade — trouxe o deputado federal Fernando Coelho, do PSB, de Pernambuco.

Michel Temer chega com fama de gerenciar crises com sucesso

Afinal, o setor tem algo a temer com Temer? O JornalCana ouviu alguns representantes no Centro-Sul e Nordeste.

Todos parecem agora despreocupados, mas sabem que o momento é delicado. O pernambucano Alexandre Andrade

Lima é proeminente figura política no setor nordestino. Presidente da Feplana, a Federação Nacional dos Plantadores de Cana com sede em Brasília, entre outras instituições, entende que com um novo governo, sempre há renovações de mudanças e de esperanças. “Tínhamos grandes expectativas positivas quando a presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) Kátia Abreu assumiu o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), e foi uma grande decepção para o setor produtivo”, lembra. “Agora, teremos outra vez o ministro Blairo Maggi que é um grande produtor de soja e conhece as dificuldades e gargalos do setor agrícola. A esperança se renova e precisamos que o governo aplique medidas que deem segurança para a volta dos investimentos, e consequentemente dos empregos, que faça políticas de longo prazo para sinalizar a retomada deste desenvolvimento”, reivindica. Ricardo Junqueira, principal executivo da Diana Açúcar e Álcool, de Avanhandava, SP, acredita em um novo e melhor tempo. “As nossas expectativas em nível de país, de instituição, são as melhores possíveis”, diz, mas ressalva: “Sabemos que os estragos feitos são muitos, os rombos são enormes e o tempo que esse novo governo tem é curto, mas de qualquer maneira, esperamos menos intervencionismo e regras mais claras, principalmente para as energias renováveis do etanol e da biomassa”.


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POLÍTICA SETORIAL

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Josias Messias: Fernando Coelho tem trânsito à direita e à esquerda

Falha de interlocução com o setor agora deve ser corrigida Nos 28 anos em que atua no setor, Josias Messias, presidente da ProCana Brasil — que edita o JornalCana, o Anuário da Cana e portfólios de sucesso como o PróUsinas — vivenciou e venceu grandes crises econômicas. Ele garante não se lembrar de crise tão grave quanto esta. Hoje, considera a atuação do ministro das Minas e Energia tão ou mais importante para o setor do que a do próprio ministro da Agricultura, pelo fato do setor sucroenergético ter se transformado em potência energética. Messias acredita que o novo ministro Fernando Coelho (PSB-PE) terá facilidade em corrigir um problema que havia em relação ao governo de Dilma Rousseff, que era uma falta de interlocução com o setor. “Fernando Coelho vem do PSB, um partido que tem livre trânsito no governo atual e também tinha na ala à esquerda, quando o PMDB compunha a base do governo Dilma”, observa. E acrescenta que o fato de o novo ministro ser oriundo de um estado tradicional produtor de cana-de-açúcar o credencia ao posto e beneficia o setor sucroenergético porque ele já demonstrou que conhece as dificuldades e desafios e tem atuação política forte em seu favor. — O setor não tinha uma interlocução com o governo. O governo na verdade ouvia,

mas sempre determinou o que queria. Era uma via de uma mão só. Quando o setor falava o governo apenas fazia que ouvia. Quando o governo de Dilma queria agir, o fazia sem consultar os produtores —, critica. Agora tudo deve mudar, pelo perfil do Fernando Coelho e pelo próprio perfil do Michel Temer porque ele chegou implementando uma gestão focada mais em investimento, acredita Josias Messias. “Ambos sabem que assim que a economia melhorar haverá necessidade de geração de energia elétrica adicional. Por isso é que vejo que o setor tem possibilidades de ser melhor aproveitado na matriz energética com este atual governo”. O que o novo governo poderia fazer neste curto prazo para ajudar a reduzir as dificuldades das empresas brasileiras, especialmente as do setor? Quem conhece o setor a fundo não hesita em responder rapidamente a esta questão. “O governo poderia rapidamente reconhecer as externalidades positivas das energias renováveis do etanol e da biomassa e criar um marco regulatório”, sugere Ricardo Junqueira. “Assim evitaríamos as volatilidades, que dependem da boa ou má vontade dos governos e teremos confiança para voltar a investir e criar mais empregos”.

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POLÍTICA SETORIAL

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“Agora é a hora da reconstrução”

“Melhora vem mesmo por caminhos trilhados pelo próprio setor”

“Em meio a uma profunda crise econômica que reverberou em uma crise política, desaguamos no impeachment. Agora é a hora da reconstrução”. Este é o discurso do deputado federal Arnaldo Jardim (PPSSP). Ele entende que a reconstrução exigirá medidas duras como ajustes e redefinição do papel do Estado, já sinalizados por Michel Temer e reformas estruturais, especialmente nas áreas tributária e trabalhista. “É o momento de reorganizar, mudar o que não dá certo e apostar em ideias inovadoras”, prega. A Unica – União da Indústria de Canade-Açúcar recebeu com otimismo a nova etapa vivida pelo Brasil. Em nota informou que o setor sucroenergético está confiante na retomada do crescimento econômico e em uma atuação firme que enfrente os desafios do abastecimento de combustíveis e da redução de emissões do setor de transportes nos próximos 15 anos – metas ambientais

Que parcela caberia ao governo na ajuda ao setor neste momento de crise? Ricardo Junqueira, executivo da Diana Açúcar e Álcool, acredita que pouca responsabilidade lhe caberia porque o governo anterior corrigiu alguns erros, como a reativação de parte da parcela da Cide, o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina que o próprio governo havia erradamente diminuído, a desoneração do PIS/Cofins do etanol e o Programa Reintegra que permitiu, em 2014, às empresas serem ressarcidas em 0,3% sobre as receitas decorrentes da exportação de etanol e açúcar e em 3% a partir de 2015. “Isto tudo ajudou, mas a grande melhora veio e vem mesmo por caminhos trilhados pelo próprio setor, como a diminuição de custos, capacitação dos colaboradores e aumento de produtividade e eficiência”, lembra o empresário. A possibilidade de Dilma Rousseff ser absolvida e voltar ao poder nos próximos meses, ainda que remota, preocupa o setor. O consultor político Christopher Garman acredita que Dilma não termina o mandato, mas aponta os problemas que acompanharão Dilma Rousseff caso ela retorne à Presidência: vamos ter dias ruins no mercado, desvalorização do real e da Bolsa e uma grande incerteza sobre por quanto tempo a crise política pode durar. Um novo pedido de impeachment não virá rápido, e os olhos se voltarão ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A Lava Jato ganhou massa crítica, e as evidências podem levar o TSE a chamar novas eleições. Caso isso não seja bem-sucedido, outro pedido de impeachment pode vir, acredita. O conselheiro fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e diretor do Núcleo de Agronegócio da ESPM, José Luiz Tejon Megido, observa que os produtores brasileiros têm progredido e vieram a ser nesta metade da segunda década do novo século, exemplos vivos de superação concreta, como protagonistas. “A agroindústria processadora no país, em meio a custos

assumidas pelo Brasil na COP 21 (18% de biocombustíveis na matriz energética até 2030). Na nota, a entidade informa ainda que a economia de baixo carbono, na qual a indústria sucroenergética tem papel estratégico, pode constituir um elemento fundamental de um projeto de desenvolvimento para o País, ao permitir a retomada do crescimento econômico, dos níveis de emprego e renda de maneira sustentável. E anuncia que estará empenhada em manter o constante diálogo para que o setor retome um ciclo virtuoso de investimentos em capacidade produtiva, de forma a garantir oferta e segurança energética. A esperança parece ter voltado ao setor sucroenergético. “Depois de longo e tenebroso período, a esperança e o otimismo renasceram”, finaliza Ricardo Junqueira. (LM)

Arnaldo Jardim: momento de apostar em ideias inovadoras

Ricardo Junqueira: governo anterior corrigiu alguns erros

logísticos impressionantes, a tributação e a desgovernança pública e política, demonstra liderança global. Compete em igualdade de condições com grupos multinacionais e sistemas de proteção gigantescos”, lembra. Josias Messias, da ProCana Brasil, reconhece e valoriza o progresso por esforço próprio do setor, mas ressalta que as empresas sucroenergéticas brasileiras também precisam e esperam do governo algumas sinalizações fundamentais para a sustentabilidade da atividade, como o marco regulatório para o etanol e a bioeletricidade na matriz energética brasileira.


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ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO

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Programa de capacitação eficiente gera melhorias contínuas Usinas buscam reduzir lacunas de conhecimento definidas a partir do levantamento de necessidades R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

Um programa bem elaborado de capacitação não só proporciona melhoria no desenvolvimento do trabalho, mas também gera segurança na realização das atividades, evitando acidentes. A afirmação é de Alexandre Dias, gerente de Gestão de Pessoas e Relações Trabalhistas da Santa Vitória Açúcar e Álcool (SVAA), do grupo Dow, localizada em Santa Vitória, MG. Segundo ele, o objetivo do programa da empresa nessa área é aprimorar o conhecimento do time, buscando melhorias contínuas nos processos agrícolas, industriais e administrativos. A Santa Vitória é comprometida com o desenvolvimento de suas equipes, estimulando a criatividade e a inovação por meio da troca de valores e de experiências individuais, respeitando a diversidade e a inclusão – ressalta. “A empresa cria ambientes de trabalho em que as pessoas sentem paixão pelo que fazem, além de comprometimento com o

Treinamento de segurança: Santa Vitória estimula criatividade e inovação

seu crescimento profissional e com os objetivos da organização”, afirma. De acordo com Alexandre Dias, o programa de capacitação contribui para a obtenção de diversos benefícios na área de gestão de pessoas. “Quando a gente mede absenteísmo e rotatividade, estamos alcançando metas objetivas da empresa e também subjetivas, como satisfação da equipe. Isto mostra que estamos acertando no trato com as pessoas”, diz.

Os resultados positivos são decorrentes de uma política de gestão de pessoas, na qual está inserido o programa de treinamento e capacitação – observa. A empresa adota também uma política de promoção de pessoas da própria equipe para cargos de liderança. O principal foco do programa de capacitação de pessoas da Santa Vitória está voltado às áreas de segurança, saúde e meio ambiente. “A segurança é um valor que está

na veia da Dow e, por consequência, da Santa Vitória”, enfatiza. A usina tem grande preocupação também com as áreas técnica e de desenvolvimento. Os treinamentos na Santa Vitória buscam reduzir lacunas de conhecimento e são definidos a partir do levantamento de necessidades da usina, o que cria condições para que sejam alcançados os resultados traçados, afirma o gerente de Gestão de Pessoas e Relações Trabalhistas.


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ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO

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Usina faz reciclagem e revisão de procedimentos operacionais Atividades de capacitação na entressafra contam com 3.500 participações individuais em mais de quinze mil horas de treinamento A Santa Vitória – que iniciou a moagem em junho do ano passado – já “nasceu” com a preocupação de desenvolver diversas ações voltadas à capacitação de pessoas. Na primeira entressafra dessa usina, a equipe de Desenvolvimento Organizacional elaborou um planejamento estratégico para envolver o maior número possível dos 1.310 empregados ativos no período – informa Alexandre Dias. Houve a realização de um total de 15.582 horas de treinamento, com cerca de 3.500 participações individuais, o que significa que alguns colaboradores fizeram mais de um curso dentre os que foram oferecidos, detalha. A safra 2016/17 foi iniciada, na Santa Vitória, em 10 de março. Com uma área de cana de 34.000 hectares, a usina prevê uma moagem de 2,63 milhões de toneladas de cana e uma produção de 237 milhões de litros de etanol hidratado (a Santa Vitória não produz anidro nem açúcar).

Alexandre Dias: em vez de demissão após a safra, recontratações

A empresa adotou a estratégia de manter a equipe do ciclo anterior (2015/16). “Não tivemos a demissão após a safra e a recontratação de colaboradores, o que criou condições para o treinamento dos empregados ao longo de janeiro e fevereiro”, diz. Houve nesse período reciclagem e revisão de procedimentos operacionais. Segundo ele, os treinamentos englobaram capacitações técnicas, normas regulamentadoras e desenvolvimento comportamental de liderança. “Distribuídas entre as diversas áreas, 76,4% das horas de treinamento foram feitas pela equipe agrícola. Colaboradores da indústria e área administrativa realizaram mais de 23%”, observa. A didática utilizada com fácil entendimento e com exemplos diversificados de cases, que possibilitam ser aplicados na prática, geram um resultado satisfatório, pois consegue envolver os participantes de forma mais efetiva – explica o gerente da Santa Vitória. “O nível de aproveitamento dos colaboradores nos treinamentos tem sido excelente, com bastante interação. As técnicas e as dicas explanadas abrem espaço para novas ideias e há troca de experiências valiosas”, enfatiza. Durante a entressafra – entre o final de fevereiro e início de março – foi realizado um treinamento voltado exclusivamente à liderança, que abordou temas ligados às áreas técnica, comportamental e de segurança. (RA)


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Líder deve manter equipe focada nas metas da empresa “O trato no relacionamento humano tem sido uma fortaleza na Santa Vitória. A resiliência e a empatia são competências reforçadas nestes treinamentos”, afirma Alexandre Dias. Nas suas ações na área de capacitação de pessoas, a empresa inclui treinamentos específicos voltados à líderes focados no desenvolvimento das competências de gestão para que eles se tornem mais eficientes e preparados para trabalhar com alto desempenho e para engajar seus times – ressalta.

Objetivo é fazer com que haja menos interferência possível do que acontece fora dos limites da usina, como as situações de instabilidade e incerteza no setor e no país Inovação, colaboração, inspiração e ter senso de dono estão entre as características consideradas fundamentais que devem fazer parte do perfil do líder, detalha o gerente de Gestão de Pessoas e Relações Trabalhistas. “O líder deve ter capacidade de motivar

Treinamento de liderança envolve resiliência e empatia

e engajar equipes, ser exemplo de ética e responsabilidade para o time, ser bom comunicador, inovador e buscar diferenciarse em suas ações e ideias”, destaca. Na opinião dele, a qualificação do líder abre um leque de oportunidades que vão certamente ajudá-lo a criar soluções inovadoras e na medida certa para solucionar

os problemas do dia a dia. O papel desempenhado pela liderança se torna ainda mais importante neste momento de instabilidades e de incertezas no setor e no país “Cabe a ele manter o time engajado”, diz. O líder cria condições para que a equipe fique focada nas metas e nas atividades diárias para que não haja muito

tempo para divagações em cima de conjecturas – diz. Segundo ele, o objetivo é fazer com que ocorra menos interferência possível de situações que acontecem fora dos limites da usina. “Estamos na usina para cumprir o nosso papel, atingir as nossas metas e fazer a nossa parte. O mais importante é tornar menos impactante o que ocorre lá fora e demonstrar para os acionistas que somos capazes de entregar o que a gente promete”, enfatiza. Há sempre uma tentativa em associar a motivação à informação. “À medida em que a equipe é mantida informada, ela fica engajada nos desafios da empresa. É preciso mostrar o tempo todo como estamos em relação à meta, o que falta fazer, onde não está ocorrendo o resultado esperado. Informada e engajada, a motivação é natural”, diz. Existe sempre a necessidade de envolver a equipe. “O pessoal tem que saber o que cada máquina precisa produzir por dia, mesmo que isto não seja possível quando há necessidade de manutenção. Outra máquina vai superar um pouquinho a sua produção para compensar essa parada programada”, observa. De acordo com ele, a qualificação do líder abre um leque de oportunidades que vão certamente ajudá-lo a criar soluções inovadoras e na medida certa para resolver os problemas do dia a dia. (RA)

Parceria viabiliza formação de duzentos brigadistas

Brigadistas têm preparação similar à dos bombeiros civis

Para colocar em prática as suas atividades na área de treinamento, a Santa Vitória conta com algumas parcerias, entre as quais, com o Pronatec e o Corpo de Bombeiros. “Formamos mais de duzentos brigadistas – com preparação similar a dos bombeiros civis – que podem inclusive ser utilizados, se houver alguma necessidade, em ações na região”, revela.

Em parceria com o Pronatec, houve a formação de mais de duzentas pessoas para diversas funções. “Temos também mulheres atuando em posições que eram antigamente comuns aos homens, como borracheiras; mecânicas de motor diesel, de trator; operadoras de máquina. Com isto, estamos quebrando alguns paradigmas, obtendo inclusive bons resultados”, afirma. (RA)


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ENTREVISTA - Yasuzo Ozeki

HELICÓPTERO É NINJA! Ágil e seguro, ainda que mais caro, cresce procura por helicópteros na pulverização LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Diferentemente da pulverização convencional feita pelos aviões, o uso dos helicópteros traz benefícios aos produtores. Mesmo exigindo um investimento maior no equipamento, essa técnica permite operações com velocidade variável e em espaços menores, além de oferecer tempo de manobra menor. Veja a entrevista do engenheiro agrônomo Yasuzo Ozeki, que já atuou como coordenador em aviação agrícola, gerente operacional de aviação agrícola e de divisão agrícola com helicópteros, é especialista em área de tecnologia de pulverização aérea e terrestre:

Custo operacional e do aparelho é maior do que o do avião convencional

JornalCana — Quais as principais diferenças entre o helicóptero e o avião convencional? Yasuzo Ozeki — O helicóptero tem a capacidade de operar com velocidade variável e não necessita de um aeródromo para pousar e decolar, podendo operar em um espaço menor e até de uma plataforma sobre um caminhão. E o tempo de manobra é bem menor, em torno de dez segundos, enquanto que um avião precisa de mais de trinta segundos e depende sempre da existência de um aeródromo (pista) no mínimo de seiscentos metros de comprimento e trinta metros de largura.

helicópteros e cinco empresas operando no Brasil que foram totalmente desativados dez anos após. Recentemente, neste 2016, foi inaugurada uma empresa em Monte Mor, homologada para operação agrícola. Possui dez helicópteros da marca Robson R22; R44 e R66 e entrou em operação, recentemente, nas usinas do estado de São Paulo. Quantos aviões pulverizadores existem hoje? A crise afetou de alguma forma? Atualmente existem em torno de 1.500 aviões agrícolas — a maioria modelo Ipanema — operando no Brasil. No setor agropecuário não houve muita interferência da crise econômica. Porém, como a reposição de peças de manutenção depende quase que 100% de importação, a alta do dólar tem afetado muito os operadores.

Pelo fato de voar em velocidade menor não há perigo de contaminação do aplicador? Não, desde que a operação não seja realizada com um vento transversal de no mínimo de 3,0 km/h até no máximo 15 km/h. Existe também um “downwash”, efeito do rotor principal que sopra as partículas para baixo. Quanto menor a velocidade de voo maior será este efeito, diminuindo, portanto, o risco. A capacidade de carga do helicóptero de pulverização é maior ou menor do que a do avião? A capacidade de carga depende da potência do helicóptero. Se compararmos com avião Ipanema com motor de 300 HP que tem uma capacidade de 700 kg, num helicóptero com a mesma potência a carga seria em trono de 400 kg. Portanto, a relação carga/potência é menor nos helicópteros. Os custos de aparelhos e operacionais têm grandes diferenças entre um e outro? O custo de um equipamento depende da marca e modelo. Porém, é sempre superior ao de um avião e o custo operacional também é

Engenheiro agrônomo Yasuzo Ozeki: agilidade nas manobras e maior segurança

maior tendo em vista a existência de muitos componentes que sofrem desgaste pelo atrito produzido pela rotação, além do motor que são similares a ambos. No mercado é mais fácil encontrar pilotos de helicóptero ou de avião? Até recentemente não existia uma escola de formação de piloto agrícola de helicópteros, existindo apenas dois ou três pilotos credenciados ainda em atividade. Uma empresa paulista homologou, neste ano de 2016, um curso para formação de piloto agrícola de helicóptero que deverá iniciar a

formação desses pilotos. Qual a média do salário dos pilotos? Tradicionalmente o salário de um piloto agrícola é calculado em função da sua produtividade, pois recebem uma porcentagem do faturamento, sendo, portanto, muito variável. Porém, podemos estimar em torno de R$ 150.000,00 a R$ 250.000,00 por ano. Quantos helicópteros já estão operando no Brasil e em quais lugares? Na década de 80 havia em torno de dez

Por se tratar de uma pulverização foliar quais são os produtos mais indicados? Depende muito de cada cultura e o produto deve ter obrigatoriamente o registro no Mapa — Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para uso em pulverização aérea. No caso da cana-deaçúcar existem os maturadores, alguns inseticidas para controle da cigarrinha e da broca, fungicidas para controle da ferrugem e herbicidas para o controle de ervas daninhas. Quais os riscos de acidentes durante a operação? Os riscos são semelhantes aos do avião convencional, pois a altura de voo nestas operações, em ambos os casos, fica em torno de dois a quatro metros acima do topo das plantas. Com uma vantagem para o helicóptero que, em qualquer eventualidade, poderá pousar em qualquer espaço livre (carreadores, áreas de transbordo, estradas e em áreas colhidas).


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DOUTORES DA CANA! Os cases de quem partiu na frente na corrida pelas altas produtividades

redução de custo. Diversas são as áreas de atuação para verticalizar a produção agrícola. Dentre estes manejos está inserida a adubação complementar em cana soca, a qual será colhida no início e meio de safra, de abril a julho, aplicada via aérea, objetivando fornecer nitrogênio, molibdênio, boro, zinco, manganês, enxofre e cobre. A adoção desta prática resulta em aumentos significativos de produtividade agrícola, média de 6 t/ha das áreas colhidas até o momento na safra 2016, além de proporcionar rápido retorno econômico do investimento, reduzindo assim o custo por tonelada de cana produzida. O sucesso na obtenção do aumento de produtividade agrícola bem como na redução de gastos resultando em diminuição do custo agrícola de produção de cana-de-açúcar é resultado do trabalho de equipe no planejamento e gerenciamento das operações agrícolas.

ARTIGO DE JORGE BARACAT N ETO*

A ausência da utilização do fogo no manejo da cultura da cana-de-açúcar impactou significativamente em seu processo produtivo. Alterou-se a população de plantas daninhas e pragas infestantes nas áreas de produção bem como acelerou os processos de mecanização das atividades de plantio e colheita da cultura. Estes fatores combinados refletiram, sob várias formas, na produtividade agrícola e consequentemente no custo de produção. A viabilização do cultivo de cana-deaçúcar necessita que haja verticalização da produção, isto é, aumento de produtividade agrícola. Para isso é essencial que as operações agrícolas sejam executadas com qualidade e no momento correto. Além disso, técnicas agrícolas de manejo em cana planta e cana soca devem ser adotadas para que o desenvolvimento da cana-deaçúcar não seja restringido, permitindo que a planta expresse todo seu potencial produtivo. A manutenção de canaviais com elevadas produtividades também requer

Jorge Baracat Neto, gerente agrícola da Usina São Domingos

qualidade de colheita, ou seja, executar a operação no momento adequado e com controle de tráfego de máquinas e implementos agrícolas, minimizando os efeitos do pisoteio e arranquio de touceiras. O controle de custos de produção agrícola está cada vez mais presente no cotidiano dos produtores de cana-deaçúcar. Dois fatores impactam diretamente

neste custo: produtividade agrícola e gastos. Neste sentido a obtenção de canavial produtivo e longevo depende de boa implantação e manutenção. O conhecimento e domínio dos processos agrícolas permitem que as técnicas agronômicas sejam adotadas em sua totalidade resultando em aumento de produtividade agrícola e consequente

*Jorge Baracat Neto é gerente agrícola da Usina São Domingos. Casado, uma filha, exerce a função na companhia desde 2013. Foi formado pela Unesp em engenharia agrônoma em 2007. Possui mestrado na área de fitotecnia pela Esalq – USP. Ubyfol 34 3319 9500 www.ubyfol.com


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ARTIGO

A relevância do TCH! exploração de um novo patamar de produtividade só é possível através do uso mais eficiente e de uma melhor oferta de macro e micro nutrientes, os quais, manejados de maneira complementar, estimulam o potencial genético existente nas cultivares. Nos últimos dez anos a Ubyfol empenhou sua experiência em formulação de nutrientes para desenvolver e aplicar programas de nutrição complementar na canavicultura, os quais vêm contribuindo com incrementos em TCH superiores a 12%, além de incrementos em ATR. Estes resultados são observados em canaviais de importantes players do setor, que já utilizam a ferramenta há alguns anos e são referência em produtividade. Estamos vivendo um momento onde os principais players já se programam para atender a demanda de matéria prima para a safra 2017. E para isso estão incluindo em seu pacote tecnológico as ferramentas nutricionais com destaque para a nutrição foliar, visando os benefícios do incremento em TCH, baixo custo do tratamento e minimização da dependência da compra de cana spot. É algo relevante!

I SRAEL LYRA N ETO*

Após um longo período amargando más remunerações de seus produtos, ressurgem boas expectativas para o setor sucroenergético. As boas chuvas ocorridas em 2015, no Centro Sul, influenciaram positivamente o desenvolvimento vegetativo dos canaviais que, apesar de envelhecidos, tendem a apresentar um bom desempenho na safra em curso. Neste cenário as unidades e produtores que conseguiram manter as boas práticas agrícolas desfrutarão de um bom momento, pois podem contar com um fenômeno muito raro no universo do agronegócio: bons preços e boa oferta de matéria prima. Em momentos como esse, onde se reaquecem as demandas internacionais de açúcar e os problemas vivenciados pela Petrobras influenciam a demanda interna por etanol, fica mais evidente a importância da produtividade agrícola no processo produtivo. Com um ATR mais valorizado todos começam a olhar com mais atenção para os canaviais, a calcular o quanto do potencial de produtividade ainda é possível explorar e o quanto esse incremento pode ser diferencial na rentabilidade do negócio. Atingir patamares de produtividade que tragam rentabilidade e sustentabilidade à operação, sem dúvida é a saída para a retomada da lucratividade, pois explorar melhor o potencial produtivo da cana-de-açúcar é a maneira mais eficiente de se reduzir custos. O exemplo observado em outras culturas e a experiência de quem já vem alcançando excelência em produtividade na cana-de-açúcar nos mostra que a

*Israel Lyra Neto é gerente regional da Ubyfol, responsável há três anos pelas operações nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás; à frente do programa “Alta Produtividade Gera Lucro” desenvolve e aplica ferramentas de manejo nutricional em canaviais, com o objetivo de alavancar produtividades e melhorar o desempenho da canavicultura.

Israel Lyra Neto, gerente regional da Ubyfol

Ubyfol 34 3319 9500 www.ubyfol.com


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Inseticida biológico utiliza técnica inédita na agricultura Encapsulamento de fungos no controle da broca e do bicudo reduz 50% do custo comparado a outras alternativas R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

As lavouras de cana-de-açúcar poderão contar daqui a alguns anos – provavelmente em 2018 – com um importante aliado para o controle da broca da cana (Diatraea saccharalis) e o bicudo (Sphenophorus levis). Trata-se de um inseticida biológico que utiliza uma técnica inédita na agricultura: o encapsulamento de fungos – usados no controle das pragas – que aumenta em pelo menos quatro vezes a durabilidade do produto, sem a necessidade de refrigeração. Os testes já realizados demonstram que o novo bioinseticida deverá ter um custo cinquenta por cento menor em relação a outros inseticidas biológicos e agroquímicos utilizados para a mesma finalidade, segundo a engenheira agrônoma Inajá Marchizeli Wenzel Rodrigues – que atua na área de Proteção de Plantas –, responsável pelo projeto. Além de reduzir custos de produção, o controle biológico dessas pragas da cana gera benefícios ambientais e sociais: diminui o uso de produtos químicos e proporciona maior segurança ao trabalhador rural. Os fungos – utilizados neste produto – parasitam insetos e podem matá-los ou incapacitá-los, aderindo ao corpo do inseto por meio do tegumento, que sob condições adequadas de temperatura e umidade, germinam, penetram, desenvolvem hifas e colonizam o interior do organismo. Contando com financiamento da Fapesp – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, esse trabalho começou a ser realizado em 2012 como um projeto de pósdoutorado (já concluído) de Inajá Rodrigues,

Bicudo da cana morto pelo fungo Beauveria bassiana encapsulado

que foi realizado na UFSCar – Universidade Federal de São Carlos e no IB – Instituto Biológico, vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A pesquisa já teve estudos de diversos parâmetros do bioinseticida e testes em laboratório para o controle da broca e do bicudo da cana-de-açúcar. Para este ano, deverá ser iniciada uma nova fase, com duração de vinte e quatro meses, o que depende ainda de aprovação da Fapesp. “Vamos começar a trabalhar também com pragas para outras culturas, como mosca branca em soja e planta ornamental”, exemplifica.


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Proteção contra radiação ultravioleta gera ganhos na operação A nova fase da pesquisa inclui a realização de testes no campo, informa Inajá Rodrigues. Os resultados iniciais em laboratório foram positivos. “A formulação funcionou. Para a broca, teve uma eficiência muito boa. O bioinseticida matou as duas pragas, inclusive o Sphenophorus que é um besouro e tem uma carapaça bem dura”, comenta.

Aplicação poderá ser feita o dia todo, como ocorre com o inseticida químico, sem a necessidade do trabalho de funcionários no período noturno O produto possui duas formulações: uma em pellet que já foi inclusive patenteada e outra em pó que será mais trabalhada nesta segunda fase – revela. O bioinseticida poderá estar disponível para o mercado em 2018, que é o ano previsto inicialmente para a finalização do projeto. Um dos fungos, utilizados nesta pesquisa, é o metarhizium anisopliae, que é bastante conhecido pelas usinas. “Várias unidades produzem esse fungo para o combate da cigarrinha das raízes”, diz.

Engenheira agrônoma Inajá Marchizeli Wenzel Rodrigues

Segundo ela, é possível inclusive fazer uma parceria com as usinas para que o bioinseticida seja disponibilizado para o controle da broca e do bicudo. O ineditismo da pesquisa está justamente no encapsulamento de conídios de fungos, que é uma técnica bastante utilizada na indústria farmacêutica, mas que

não tinha sido utilizada, até agora, na área agrícola. Esse recurso assegura uma ação prolongada sobre diversos insetos-pragas, devido a sua estabilidade, que permite que os conídios permaneçam ativos por mais tempo. O encapsulamento dá uma maior proteção para esse fungo, principalmente

contra a variação ultravioleta, que é um dos fatores prejudiciais para o controle da praga – ressalta Inajá Rodrigues. “Com a ação dessa radiação, o fungo pode perder a eficiência dele em poucas horas”, observa. No caso das cigarrinhas, as usinas costumam aplicar o fungo – constata – no final da tarde e início da noite quando o sol está se pondo e a radiação está bem baixa. “Queremos colocar essa proteção no fungo para que a aplicação possa ser feita o dia todo, como ocorre com inseticida químico, para que haja um ganho na operação, sem a necessidade do trabalho de funcionários no período noturno”, afirma. Um dos desafios, da próxima etapa da pesquisa é obter maior estabilidade para o bioinseticida, com formulação em pó, para prateleira. “A maioria dos produtos precisa ficar em geladeira ou freezer. Estamos tentando fazer um produto que não necessite de refrigeração. Com o pellet, conseguimos dezoito meses fora da geladeira. O fungo in natura, fora da geladeira, dura três ou quatro meses no máximo. Doze meses já estaria muito bom”, diz O projeto de desenvolvimento do bioinseticida conta com a colaboração do diretor geral do Instituto Biológico, Antonio Batista Filho e do professor da UFSCar, Moacir Rossi Forim, que foram respectivamente orientador e coordenador do pós-doutorado de Inajá Rodrigues. (RA)


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O FUNGICIDA BIOLÓGICO DA CANA A crescente necessidade de tecnificação e busca por maior produtividade na cana-de-açúcar deixou para trás o conceito de que ela é uma das culturas com menor nível de infestações de pragas e doenças. Frequentemente encontramos novos problemas que drenam sua produção, embora não fossem considerados no passado. As preocupações de outrora de somente obter-se mudas de variedades promissoras, adubar corretamente o solo, controlar plantas daninhas e as mesmas pragas com os mesmos métodos - lembrando que a prática da queima ajudava - passou a considerar também, por exemplo, doenças de solo. Para o controle das principais doenças do solo, lançou-se mão dos fungicidas, que têm a missão de proporcionar ambiente favorável para o desenvolvimento do plantio. Entre eles, o primeiro fungicida biológico com resultados comerciais é o Trichodermil SC, produzido e comercializado pela multinacional holandesa Koppert Biological Systems. O produto é formulado em solução concentrada, à base de esporos do fungo Trichoderma harzianum. A Koppert, pioneira na utilização dessa tecnologia em cana, utiliza em sua fabricação a cepa 1306 da Esalq, considerado o melhor isolado do fungo Trichoderma harzianum do mercado. Trata-se de um fungo antagonista (hiperparasita), com alta capacidade de controle de fito-patógenos de solo, sem

efeitos tóxicos ao meio ambiente ou à saúde do trabalhador do campo. Habita naturalmente a maioria dos tipos de solo do mundo, embora em quantidade muito inferior à necessária para expressar seu efeito de proteção de plantas. A aplicação de Trichodermil aumenta gradativamente no solo a sua população, que atuará na redução dos principais agentes causadores de doenças. Seu ingrediente ativo não é uma molécula, mas sim um microrganismo denominado Agente Biológico de Controle (ABC), que em todo o processo de produção e formulação encontra-se vivo e por isso requer cuidados especiais. Dentre seus diversos modos de ação, há o mico-parasitismo e a antibiose. O primeiro é a predação direta à outros fungos patogênicos no solo, enquanto a antibiose traduz-se no bloqueio químico de doenças através da produção de enzimas e antibióticos pelo Trichoderma na rizosfera. Esses mesmos exsudados deste fungo do bem servirão ainda de proteção ao ataque de nematoides às raízes, um importante efeito secundário do uso do Trichodermil. De fácil aplicação no campo, Trichodermil é uma ferramenta inovadora no controle de pragas e doenças de solo em cana, a um custo coerente com os benefícios acima elencados. Koppert Biological Systems www.koppert.com.br 19 3124.3677

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QUE ABACAXI! Produtores podem ser prejudicados em clima intenso de inverno pela podridão-abacaxi O crescimento constante do setor sucroenergético exige que os proprietários planejem novas áreas de plantio. Geralmente 20% das áreas cultivadas com cana-deaçúcar são renovadas todos os anos, mas o plantio nem sempre é feito na época mais propícia devido ao aumento dessa área. Assim, é comum o plantio em períodos menos favoráveis, como por exemplo, no inverno. Durante esta estação fria alguns patógenos fúngicos podem ser favorecidos, devido à diminuição da emergência dos brotos, a irrigação e a umidade do solo e a temperatura baixa associada aos dias curtos. Isso pode causar uma demora de até 40 dias após o plantio para que os primeiros brotos sejam emersos do solo. Um dos patógenos favorecidos nessa situação é o Ceratocystis paradoxa, que coloniza os toletes utilizados no plantio, que permanecem por um tempo maior no solo antes de brotar, resultando no apodrecimento dos tecidos, o que causa um cheiro característico de essência de abacaxi, dando origem ao nome popular da doença,

Álvaro Sanguino sugere preparo do solo e colocação do tolete em profundidade adequada

podridão-abacaxi. É de suma importância que os produtores de cana-de-açúcar fiquem atentos quanto aos riscos do plantio da cultura em períodos de inverno ou em regiões de clima

de temperatura baixa, fazendo um bom preparo do solo e colocação do tolete à profundidade adequada. Outras maneiras eficazes na prevenção contra a contaminação é tratar as mudas com fungicida e cortar os

toletes em tamanhos maiores, com seis gemas ou mais. Nas mudas já infectadas, o encharcamento é um dos sintomas iniciais, com o progresso da infecção, o tolete contaminado apresenta uma coloração amarelo-pardacenta, cinza escuro e ao final, passa à negra. Na maioria dos casos todo o tecido parenquimatoso é destruído, porém os tecidos fibrovasculares permanecem indestrutíveis. Os toletes atacados não germinam, o que provoca falhas na lavoura, e pode ocasionar prejuízo total. De acordo com o engenheiro agrônomo Álvaro Sanguino, o fungo utiliza para sua alimentação a sacarose armazenada nos toletes e durante este processo produz toxinas que inibem a brotação das gemas. Se o período de baixa temperatura for prolongado o fungo consome toda a reserva do tolete, apodrece e provoca as falhas de brotação ou destruição total de um plantio de cana, havendo a necessidade de se efetuar um novo plantio. Este novo plantio não pode ser efetuado imediatamente na área afetada, pois o aumento da quantidade do fungo nesta área, potencial de inóculo, provocará uma nova e rápida ocorrência da doença. “O causador da doença está presente em todos os solos e é um fungo polífago, podendo atacar outros tipos de cultura, tais como: o abacaxi, a bananeira, o coqueiro e outros”, finaliza o professor.


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Michelin apresenta novas tecnologias para o setor na Agrishow 2016 Nesta Agrishow 2016, que aconteceu de 25 a 29 de abril, em Ribeirão Preto, SP, a Michelin apresentou tecnologias que integram o aumento da produtividade, redução de custos operacionais e proteção dos solos, com proposito de alanvacar o desenvolvimento do setor. No evento, a empresa provou que está cada vez mais conectada ao mundo da agricultura: foram lançadas iniciativas inovadoras, capazes de oferecer ao cliente, por meio de apenas alguns cliques, acesso a um mundo de interatividade e funcionalidades. “A digitalização está cada vez mais presente no universo agrícola. Por meio de novas ofertas de tecnologias e de serviços conectados, a Michelin reforça a sua liderança neste mercado. Estamos nos ‘comunicando’ cada vez mais com o pneu, atendendo às necessidades de todos que buscam impulsionar o desenvolvimento do agronegócio no país”, explicou Christian Mendonça, diretor de comércio e marketing de pneus agrícolas da Michelin América do Sul. Na feira em 2014 foi lançado o maior pneu de tratores do mundo, o Michelin AxioBib. Na edição desse ano ele veio com uma novidade, o QR Code aplicado em seu flanco. Graças a esta tecnologia os proprietários de tratores de alta potência se beneficiam de serviços personalizados, que lhe permitem tirar o melhor proveito do pneu. Assim como qualquer equipamento agrícola, os tratores precisam de versatilidade ao longo de todo o ciclo da cultura, já que devem suportar utilizações de cargas diferentes com as mudanças de estações. Da mesma forma, a pressão ideal dos pneus varia de acordo com o seu uso e configuração. “A pressão do pneu está diretamente relacionada à performance da máquina. Adotá-la corretamente maximiza a produtividade e minimiza o custo operacional do agricultor, já que proporciona menos esforço do motor, mais economia de combustível e maior proteção do solo, devido à sua menor compactação”, afirma Antônio Koller, responsável marketing produto de

Estande da Michelin na Agrishow 2016

pneus agrícolas da Michelin. Para orientar o agricultor a ganhar mais produtividade, a Michelin desenvolveu uma nova ferramenta, a calculadora de pressão Michelin, que estará disponível em aplicativos móveis e no site da empresa. O programa permitirá saber a pressão adequada dos pneus Michelin de seu trator, de forma simples e prática, basta preencher as informações referentes ao eixo dianteiro do equipamento e traseiro e tirar uma foto da máquina agrícola com o próprio celular (ou informar a distância entre os pneus dianteiros e traseiros). A partir daí será indicada a pressão correta dos pneus que melhor se adapta ao trator em questão. Na Agrishow, a Michelin mostrou parte de sua oferta de pneus de alta tecnologia para os mais diversos equipamentos. Além de ser um produto de alta durabilidade, os pneus

radiais reduzem a compactação do solo, ao mesmo tempo, que economizam combustível, conferindo mais produtividade e rendimento. Entre as gamas expostas foras apresentados, Michelin MachxBib — destinado a tratores de alta potência, proporcionando economia de combustível e tração; Michelin CargoxBib — destinado aos veículos de transporte de cana-de-açúcar e carretas agrícolas; Michelin AgriBib — destinado a tratores de 60 a 170hp, podendo equipar tratores de até 500 hp quando montado em geminado; Michelin Bibload Hard Surface — lançado para acompanhar as evoluções do mercado radial de construção, que necessita de produtos com maior capacidade de carga e velocidade; Michelin AxioBib — desenvolvido para máquinas agrícolas de forte potência, de mais de 250 cv, oferece uma melhor tração e uma menor

resistência à rodagem; Michelin SprayBib — tem como objetivo vencer um dos principais desafios do setor agrícola: gerenciar os impactos agronômicos no período dos tratos culturais, sem agredir o solo. Além dos pneus agrícolas radiais, a Michelin oferece ao mercado a tecnologia Ultraflex, uma inovação em pneus agrícolas que, por trabalhar com baixa pressão, compactam menos o solo e obtém melhor rendimento agrícola. A tecnologia Michelin Radial Ultraflex responde a um desafio duplo: acompanhar o ritmo do desenvolvimento das máquinas agrícolas melhorando a produtividade e protegendo os solos. Michelin 21 3621 4415 www.michelin.com.br


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Muda pré-brotada garante aumento da produtividade Apta e Cati mostram benefícios em dia de campo a produtores e extensionistas DA R EDAÇÃO

Cerca de 200 pequenos produtores, extensionistas, estudantes e representantes de sindicatos e associações rurais atualizaram seus conhecimentos sobre as tecnologias para aumentar a produtividade no cultivo da cana-de-açúcar durante o Dia de Campo, realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, no dia 19 de abril, no Polo Regional Centro-Sul da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios — Apta, em Piracicaba. O evento foi realizado em parceria com a Cati - Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. “Com a realização do Dia de Campo, o pequeno produtor tem acesso às inovações desenvolvidas pelos institutos de pesquisa da Secretaria e pode ter melhores condições de ampliar sua produtividade e renda. Estamos seguindo a determinação do governador Geraldo Alckmin de aproximar a pesquisa do campo”, disse o secretário-adjunto, Rubens Rizek. Um dos temas mais comentados no evento foi o sistema de Mudas pré-

Marcos Landell e participantes do Dia de Campo, em Piracicaba

brotadas, MPB, desenvolvido pelo Instituto Agronômico — IAC, de Campinas, que garante inúmeros benefícios na produção, como a redução de 18 toneladas para 1,5 a 2 toneladas de material necessário para o plantio de cada hectare de cana. De acordo com o pesquisador científico Mauro Alexandre Xavier do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológico do Agronegócio de Cana, do IAC, além de apresentar um consumo de energia menor, o sistema pode ser

implantado em qualquer escala de produção, desde o pequeno produtor até as grandes empresas do setor. “A nossa preocupação é de promover capacitação para que os produtores façam o melhor uso desta inovação, que é de aplicação bastante simples, mas que exige protocolos e métodos para que o conceito de utilização das MPBs possa ser corretamente introduzido. É uma mudança de conceito aos produtores, por isso a necessidade de valorizar a sua propagação”, observou o pesquisador.

Outra vantagem de utilizar as mudas é a garantia de um cultivo livre de pragas, conforme ressaltou o diretor do Polo Centro-Sul da Apta, Fábio Dias. “A transferência de tecnologias é uma demanda do próprio produtor que estamos atendendo com este evento. A Muda prébrotada, por exemplo, é isenta de doenças e promove uma perfeita sanidade quando são respeitadas as condições ideais de plantio, podendo aumentar muito a produtividade”, disse.


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Novas variedades precisam chegar rapidamente ao produtor “Do ponto de vista de quem trabalha com melhoramento, é importante que as novas variedades cheguem mais rápido ao agricultor, assim os ganhos de um sistema de multiplicação rápida como a MPB chegam de forma mais ágil àqueles que produzem”, afirmou. Durante o evento, os produtores também puderam conhecer as novas cultivares IAC 91-1099, IACSP 95-5000, IACSP 95-5094 e

IACSP 96-3060, desenvolvidas pelo Instituto Agronômico, de Campinas. “Todas essas variedades são facilitadoras de plantio mecânico pelos produtores, pois para que se possa construir um alto patrimônio biológico é muito importante iniciar o trabalho desde o plantio da cana”, explicou o diretor do Centro de Cana do IAC, Marcos Landell. Para o coordenador da Apta, Orlando Melo de Castro, o evento busca orientar

também os representantes das entidades, com o objetivo de propagar ainda mais as informações. “Neste Dia de Campo também falamos com as associações, pois são elas que efetivamente transmitem os conhecimentos aos pequenos produtores, que são os que mais precisam. Nosso foco é fomentar a produtividade da cana de três dígitos, ou seja, alcançar uma produção de cem toneladas de cana por hectare e até 10

cortes”, afirma. De acordo com Castro, o evento buscou também trazer outros temas relevantes ao setor canavieiro, como as técnicas de plantio com máquina e a utilização de matrizes de produção, no qual, por meio de análises sobre o solo e clima, é possível orientar os produtores a identificarem as variedades mais adequadas para garantir o ganho de produtividade.


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Programa de Aplicação Responsável

Dias de Campo condensam e transferem conhecimento em pouco tempo Os produtores rurais acompanharam com entusiasmo as tecnologias apresentadas durante o evento. O produtor de cana-deaçúcar Rodrigo Francisco Bosqueiro, de Piracicaba, se interessou pelas técnicas de corte, dizendo “Não tem como sair de um evento como este sem levar algum aprendizado. Pretendo testar as técnicas aprendidas na minha propriedade”. Para o presidente do Sindicato Rural de Tietê, Antonio Aurélio Persona, a

realização do Dia de Campo é um momento importante porque reúne todas as inovações do setor produtivo em um único espaço. “Tudo o que pudermos adquirir de conhecimento que possa ser útil ao produtor rural é importante. Como representante do sindicato, tenho sempre que dar atenção e satisfação aos cerca de 1.200 produtores da cidade, que se dedicam a atividades variadas, como o plantio da cana, milho, arroz, feijão, soja e

criação de gado, para que possam sempre ter novas formas de aumentar a produtividade”, disse. “O produtor não pode parar no tempo, tem sempre que crescer, por isso esses eventos nos ajudam a produzir cada vez mais e melhor, na mesma área”, disse o produtor de soja e cana e conselheiro da Faesp — Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, Affonso Bettini.

A Dow AgroSciences iniciou a fase 2016 do Programa de Aplicação Responsável. O programa, que existe desde 2010, passará por mais de 200 cidades do Brasil, com objetivo de treinar agricultores de grandes culturas e canade-açúcar e ressaltar a importância das boas práticas na aplicação de defensivos agrícolas. Desde o final de março, a Dow AgroSciences está realizando treinamentos do Programa de Aplicação Responsável, um dos projetos de Boas Práticas Agrícolas da Dow AgroSciences, desenvolvido com o intuito de promover a responsabilidade durante a aplicação de defensivos agrícolas e garantir a sustentabilidade do agronegócio. Em parceria com a Universidade Estadual Paulista — Unesp, de Botucatu, o Programa será realizado até o final de novembro deste ano, em todas as regiões do Brasil. A meta planejada para 2016 prevê 250 treinamentos com capacitação de cerca de 5 mil agricultores, técnicos e operadores de pulverizadores. “O objetivo principal do Programa de Aplicação Responsável é realizar ações de extensão para apresentar aos produtores rurais os conceitos de boas práticas na aplicação de defensivos agrícolas, além de conscientizar e incentivar a adoção destas iniciativas a fim de otimizar recursos, reduzir o impacto no meio ambiente e prover maior sustentabilidade para o agronegócio”, comenta a coordenadora de Boas Práticas Agrícolas da Dow AgroSciences, Ana Cristina Pinheiro. “A ideia é melhorar a eficiência da tecnologia de aplicação, por meio da correta manutenção e calibração dos pulverizadores a campo, da escolha criteriosa do tamanho de gotas e do volume de aplicação e da verificação das condições climáticas no momento das aplicações. Com isso, o produtor otimiza suas operações, reduz perdas e melhora sua produtividade”, complementa.


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Novas recomendações minimizam risco de incêndio na estocagem Alterações nas características do açúcar interferem no processo de produção e podem requerer investimentos na fábrica R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A adoção de medidas para evitar o risco de incêndios em armazéns e terminais portuários tem sido uma grande preocupação do setor sucroenergético em relação à produção de açúcar. A elevação da umidade e o aumento do cristal são novos parâmetros indicados para a fabricação do produto com o objetivo de minimizar o risco de explosão por causa da quantidade de pó que pode ser gerado pelo açúcar. Essas alterações nas características do produto interferem, de uma maneira ou de outra, no processo de fabricação. Em alguns casos, pode haver necessidade inclusive de investimentos para adequações ou ampliação da fábrica. Está havendo atualmente uma solicitação para que o tamanho do cristal seja maior e para que ocorra um aumento do índice de umidade – afirma Hênio José Respondovesk Júnior, gerente industrial geral da Usina Ferrari, de Pirassununga, SP,

Hênio José Respondovesk Júnior, gerente industrial geral da Usina Ferrari

que produz açúcar tipo VVHP na maior parte da safra e VHP no início e também, na maioria das vezes, no final do período de moagem. “Não houve mudança na especificação

em relação à granulometria. Existe uma recomendação da Copersucar (da qual a Usina Ferrari é sócia) para que o tamanho do cristal fique em 0,8 milímetros. Ocorreu alteração do índice de umidade, que ficava

entre 0,05% e 0,07% e, agora, está em 0,10% para o VVHP. Para o VHP, o índice é 0,15%” – informa. Segundo ele, no caso da unidade sucroenergética de Pirassununga, houve maior dificuldade para conseguir o tamanho do cristal recomendado. “Mas, esta medida não é uma obrigatoriedade para o VVHP. É uma solicitação de mudança, que tem sido orientada e acompanhada pela Copersucar”, ressalta. Quem tem uma fábrica com uma capacidade maior de produção pode contar com mais tempo de cozimento no processo, o que aumenta o tamanho do cristal – observa Hênio Respondovesk. “A adoção dessa medida pode gerar, em alguns casos, uma limitação na moagem, pois não são todas as fábricas que apresentam condições para ampliar o tempo de cozimento”, constata. Dependendo da situação específica de cada unidade, pode haver necessidade de aumentar o cozimento em trinta minutos – exemplifica. “Na Ferrari, chegamos ao limite em determinados períodos da safra em relação ao tempo de cozimento. Mas, estamos atendendo a granulometria recomendada”, diz. De acordo com ele, usinas, com maior número de cozedores, conseguem com mais facilidade aumentar o tamanho do cristal. Em outros casos, pode haver necessidade de ampliação do número de cozedores. “Antes disso, é preciso fazer a lição de casa”, sugere.


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Medidas operacionais aumentam o tamanho do cristal Diversos fatores interferem na granulometria e na qualidade do açúcar. “Os cuidados começam na formação do cristal, dosagem, produção e desenvolvimento da semente. Este trabalho é importante para o açúcar com duas ou três massas, que tenha cozimento contínuo ou descontínuo”, diz Hênio Respondovesk.

Controle do ar, da temperatura e do vapor do secador eleva índice de umidade do açúcar na Usina Ferrari Segundo o gerente industrial geral da Usina Ferrari, é preciso adotar diversos procedimentos na produção de VVHP para a obtenção da granulometria desejada. “Com o açúcar branco (mais exigente em relação à qualidade) é até mais fácil trabalhar esse aspecto de segurança, porque o produto não é estocado a granel”, compara. A Usina Ferrari conseguiu aumentar o tamanho do cristal a partir da adoção de medidas operacionais e um pequeno aumento no tempo de

cozimento. “Mas, se amanhã, for exigido um tamanho ainda maior, com outra especificação, talvez haja necessidade de investimento”, observa. Em relação à umidade, o controle do ar, da temperatura e do vapor do secador foi suficiente para a obtenção do novo índice na Ferrari. “Existem casos de usinas em que o secador está tão limitado que houve necessidade de instalar um sistema de mini spray de

água”, revela. Não é recomendável elevar muito a umidade, pois pode ocorrer empedramento do açúcar. Se diminuir demais, há risco de incêndio – alerta. “Algumas unidades sucroenergéticas armazenam açúcar a granel, o que se torna um problema que exige maior atenção. A Ferrari, que estoca em bag, não tem esse tipo de risco”, afirma. (RA)

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Maior quantidade de terra provoca desgastes em equipamentos A qualidade da cana-de-açúcar é sempre um item importante para o processo de fabricação de açúcar. “Estamos enfrentando uma situação nova, com maior quantidade de impurezas provenientes do campo devido à colheita mecanizada de cana crua. A cana está vindo com muita ponta”, diz Hênio Respondovesk. A Ferrari conta com um sistema de recolhimento e enfardamento da palha, que é transportada, de maneira separada. A usina não conta ainda com um sistema de limpeza a seco. “A maior quantidade de terra na matériaprima provoca um aumento do desgaste de caldeiras, moendas. Com o prolongamento da safra, há ainda o problema de chuvas no início e final da colheita, o que piora também a qualidade da cana. Existe a necessidade de se adaptar a essa nova realidade”, constata. Durante a colheita há sempre um esforço para reduzir a quantidade de impurezas na matéria-prima. “O maior problema é a deterioração do equipamento. Para a qualidade do açúcar, a presença do amido e a cana muito verde, por exemplo, acabam interferindo. Se a safra começar muito cedo ou mesmo se for prolongada até dezembro, a área agrícola precisa se preparar, usando maturador e adotando alguns cuidados na colheita por causa das chuvas”, observa. (RA)


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VVHP é produzido na maior parte da safra na Usina Ferrari

Pré-evaporador: cor Icumsa ideal está associada a tratamento adequado do caldo

Caldo de qualidade ajuda a obter bons resultados no cozimento A fabricação de açúcar branco, que exige até 150 de cor Icumsa, requer procedimentos diferenciados durante o processo de produção. O VVHP – que deve ter até 450 de cor Icumsa – precisa de cuidados básicos, como procedimentos adequados no tratamento do caldo, controle da temperatura nos aquecedores, sulfitação na maior parte do ano dependendo da qualidade da cana – detalha Hênio Respondovesk.

Se não ocorrer um tratamento adequado, poderá haver problemas nas outras etapas do processo de fabricação Se não for feito um bom tratamento de caldo, haverá, no entanto, problemas nas outras etapas do processo de fabricação, alerta. A produção de açúcar na Usina Ferrari conta com um índice elevado de automação. “Há um bom controle dos aquecedores, da

evaporação, da retirada de lodo dos decantadores”, afirma. Existe a necessidade de garantir um caldo de qualidade para o cozimento – enfatiza. “Embora o VVHP não seja tão exigente, a nossa fábrica possui algumas condições requeridas para a produção do açúcar branco, como o isolamento da área de centrifugação. Estamos fazendo o que é necessário. Para não agregar custo, não exageramos, por exemplo, em produtos químicos para chegar a 200 de cor Icumsa. Mas, também não ficamos em cima do limite”, comenta. Como o açúcar perde um pouco de qualidade na armazenagem e o estoque de açúcar tem sido muito alto, a estratégia da Usina Ferrari tem sido trabalhar com menos de 400 de cor Icumsa para o VVHP – informa. O cozimento é em batelada, com duas massas. “A elaboração do pé do cozimento da massa tem boa automação. Há uma influência bem menor do operador, principalmente na produção da massa B, que é o início da cristalização, a formação da semente. Esse cozimento é automatizado. Os outros são manuais. A fábrica produz 25 mil sacas por dia. Roda sem problema”, diz. (RA)

A Usina Ferrari faz o VHP somente no início e no final de safra. Devido às condições da cana, nesses períodos, existe a necessidade de um consumo muito alto de insumos para conseguir até 450 de cor Icumsa, que é a exigida para o VVHP, o que torna inviável a produção deste tipo de açúcar – observa Hênio Respondovesk. No início e no final da colheita é mais fácil obter o índice apropriado para o VHP – que pode ter até 1.200 de cor Icumsa. “No meio da safra não fazemos VHP. O nosso mercado é o VVHP”, destaca. Após o período de quinze a vinte dias, o processo se estabiliza, a cana começa a melhorar e, em decorrência disto, há o início da fabricação do VVHP, que prossegue o ano inteiro, tanto para o mercado interno como para exportação

– afirma. A maior parte da produção é exportada. Somente no final da safra, quando há uma queda na qualidade da cana, a Usina Ferrari volta a produzir VHP. Com uma moagem prevista para a safra 2016/17 de 3,4 milhões de toneladas de cana, a Usina Ferrari tem a estimativa de produção de 220 mil toneladas de açúcar, sendo aproximadamente 20 mil de VHP e 200 mil de VVHP. O mix da usina deverá ficar em 55% de açúcar e 45% de etanol. Na safra 2015/16, a usina moeu 3,1 milhões de toneladas. Mas, no atual ciclo, essa unidade sucroenergética pretende fazer uma safra mais longa para aproveitar a maior oferta de cana na região de Pirassununga onde está localizada – informa. (RA)

Usina Ferrari, de Pirassununga, SP


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Gegis faz parceria com Senai LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

O Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro — Gegis, anunciou na sua reunião de 29 de abril último em Sertãozinho, SP, parceria com o Senai e apresentou seus novos coordenadores. O encontro iniciou-se com o tema sobre os indicadores industriais, os crescimentos e as quedas previstas para esse novo momento do setor. Além disso, foram discutidos também assuntos como o recolhimento da palha de cana-de-açúcar, a qualidade da matéria-prima e a limpeza a seco. O tema sobre mercado futuro contou com o projeto de energia apresentado pela empresa TGM, que fornece soluções

e equipamentos para acionamentos de geradores de energia elétrica com foco em energia renovável em termelétrica e eólica e foi finalizado com a palestra do patrocinador. O coordenador de recursos humanos da Araporã Bioenergia, discutiu o tema “Sucesso da gestão compartilhada”, que foi um dos principais do evento. Os assuntos discutidos abordaram também a qualidade de cana, sistema de gerencial de rotina e segurança de alimentos, fechamento final dos indicadores industriais, case de recolhimento e processamento de palha e melhorias implementadas na moenda trazendo ganhos na eficiência de extração da Usina Pitangueiras. Segundo dados do grupo, o coordenador das reuniões que serão realizadas em Sertãozinho no ano de 2016 continuará a

ser Gilmar Galon, gerente da Usina Pitangueiras. E as reuniões que acontecerão em Dourados, MS serão coordenadas por Celismar Francisco da Silva, gerente industrial do grupo Raízen. A assessoria do Gegis informou também que a companhia firmou, neste ano, uma parceria com o Senai, onde estão fazendo todas as eventuais reuniões mensais, com apoio dos professores, colaboradores e da direção do Senai de Sertãozinho. Para finalizar o evento, os representantes, palestrantes e colaboradores presentes no evento conheceram, no Senai 2, as carretas onde fica a colhedora de cana desmontada, em partes, para facilitar o treinamento dos operadores da colhedora e mecânicos.


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Perigo sempre real e imediato merece prioridade na prevenção Primeira Entec do ano é realizada em São Paulo por especialistas na área de segurança do trabalho LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

O GSO — Grupo de Saúde Ocupacional da Agroindústria Sucroenergética abriu em maio, sua primeira Entec do ano, com palestrantes que apresentaram a pauta com foco na segurança do trabalho. Finalizou o evento com um número de mágica, que serviu para mostrar aos presentes que, embora no momento o setor precise de verdadeiros mestres na arte de tirar coelhos de cartolas para sobreviver, a questão da segurança no trabalho não é número de mágica. É essencial e o perigo, real e imediato. Por isso o cuidado deve ser sempre prioritário e preventivo. Em 19 de maio, em Bebedouro, SP, aconteceu o primeiro encontro técnico, Entec GSO de SST de 2016. O mestre de cerimônias Sergio Seren fez a abertura do evento, que estava previsto para uma duração de quase cinco horas. O primeiro

Mágico Jhunguors: peças específicas sobre o tema segurança

tema abordado foi “Como fazer na prática para atender a NR12 — norma que garante inerentemente máquinas e equipamentos seguros, com informações completas sobre transporte, utilização, manutenção e eliminação”. O palestrante foi Carlos Gustavo Jacoia. É graduado em engenharia de produção mecânica, e sócio-proprietário e coordenador de segurança do trabalho na Ambiental Qualidade de Vida no Trabalho

Elimara Sallum abordou a realidade das infrações de trabalho no setor

Ltda. A Drª. Elimara Aparecida Assad Sallum, advogada e assessora sindical da Unica, Siaesp e Sifaesp participou da reunião abordando o tema referente às ações do MET — Ministério do Trabalho e Emprego, no agronegócio brasileiro e a realidade dos autos de infração. A segunda parte do evento foi iniciada pelo professor Ângelo Otávio Bloes e pelo Mágico Jhunguors do City Vida Eventos, com

a palestra “Segurança se faz sem truques”, palestra interativa para Sipat. O evento foi finalizado pela apresentação do diretor presidente do GSO e gerente de departamento de SST — Saúde e Segurança no Trabalho da Usina Guaíra, Mário Márcio dos Santos, com o tema “Processo trabalhista: práticas e técnicas em perícia trabalhista, insalubridade e periculosidade”.


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Morre Cícero Junqueira Franco, um dos pais do setor Na sexta-feira, 13 de maio, morreu o empresário Cícero Junqueira Franco. Mais do que um dos pais do ProÁlcool, era considerado um dos pais do setor, a quem muitos admiravam e com quem muitos se aconselhavam. Ele estava internado desde o último dia 23 de outubro, no Hospital Sírio Libanês, depois de ter sofrido um acidente doméstico na sede de sua fazenda em Morro Agudo, onde fraturou a coluna cervical. Cícero Junqueira tinha 84 anos e deixou quatro filhos, dentre eles o presidente da Udop, Celso Torquato Junqueira Franco. Empresário reconhecido como um dos precursores da produção de etanol, Cícero Junqueira recebeu, no ano passado, uma medalha da consultoria Datagro em homenagem aos 40 anos do ProÁlcool. Junto com o outro empresário Lamartine Navarro Júnior, Cícero participou da elaboração do estudo chamado “Fotossíntese como fonte de energia”, que foi entregue ao Conselho Nacional de Petróleo no início de 1974, e que possibilitou a implantação do Proálcool, a substituição em larga escala dos derivados de petróleo por biocombustível produzido à base de cana-de-açúcar. O sepultamento aconteceu no dia 14 de maio, no Cemitério de Morro Agudo.

Cícero Junqueira Franco, em uma de suas premiações pelo JornalCana

‘Je suis Usina Estiva’

Gustavo Leite Segantini, gerente de produtos da Guarani Tereos

Guarani tem novo gerente de varejo e nova marca de açúcar A Guarani, empresa do grupo Tereos, acaba de anunciar a chegada de seu novo gerente de produtos de varejo, Gustavo Leite Segantini, que tem como desafio alavancar a venda de açúcar da marca em todo o território brasileiro. Antes de assumir o cargo de gerente, o executivo formado em ciências econômicas pela USP e com especialização em gestão estratégica de marketing pela Harvard Business School, estava há catorze anos na AmBev, onde vinha atuando como head de marketing de plataformas Brahma. Quase ao mesmo tempo a Guarani Tereos Açúcar & Energia Brasil lançou nova marca de açúcar: o “+ Mais que açúcar”. A empresa investiu meio milhão de reais no novo projeto de modernização de sua logomarca de açúcar.

Quatro representantes da Cedus, agência francesa de informações e pesquisa sobre produção de açúcar, visitaram a Usina Estiva para conhecer a produção de etanol e açúcar a partir da cana. O grupo foi recepcionado pelo diretor da usina, Sandro Cabrera, no dia 30 de abril, que os levou para conhecer todo o complexo industrial da unidade. A visita contou com a colaboração do superintendente Roberto Holland, do gerente de áreas agrícolas Marcelo Bento, do gerente de produção Fulvio Fiorin, do gerente de controle de processos, Luiz Carlos Chiari e do gerente de manutenção e utilidades, Edgar Tsunoda. A Usina Estiva foi escolhida pelo grupo devido a seus índices de produtividade e qualidade na produção de açúcar usando a cana como matéria-prima. “Estamos honrados com a visita e sempre à disposição para compartilhar informações que possam contribuir com o setor”, afirmou Sandro. O Brasil está entre os três maiores produtores de açúcar do mundo e assume o primeiro lugar como exportador de açúcar produzido a partir da cana-de-açúcar. A França, por sua vez, é o primeiro produtor mundial de açúcar de beterraba e o primeiro produtor de açúcar da União Europeia, quando consideramos a produção do açúcar a partir da cana-de-açúcar oriunda de outros países.


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ESTÃO CHEGANDO OS BRUTOS ETÍLICOS LIA MONTANINI

Caminhão a etanol é solução para empresas comprometidas em diminuir os impactos ambientais LUIZA BARSSI, DE SUZANO, SP

Será, finalmente, desta vez que os pesos pesados das estradas começarão a rodar movidos a etanol? A depender da montadora Scania e da empresa de alta tecnologia (incluindo etanol de segunda geração) Clariant, a resposta é um sonoro ronco rouco de motor traduzido na linguagem dos brutos por sim. A Scania, uma das principais montadoras de caminhões pesados, ônibus e motores industriais e marítimos do mundo apresentou no último dia 12 de maio os três caminhões P 270 4x2 movidos a etanol que vendeu à subsidiária brasileira fabricante de produtos químicos Clariant em 2015. Chamados de Ecotrucks, os veículos utilizam motor diesel de 8,9 litros adaptado para rodar com 95% de etanol e 5% de Master Batch 95, um aditivo com propriedades antidetonantes e antioxidantes fabricado pela própria empresa no Brasil. Os caminhões rodam dentro da Clariant carregando isotanques com capacidade individual para 25 mil litros de produtos químicos. O principal diferencial dos brutos é que emitem 91% a menos de gás carbônico (CO2) que os veículos equivalentes movidos a diesel. De acordo com Celso Mendonça, gerente de desenvolvimento de negócios da Scania no Brasil, o exemplo da Clariant abriu as portas para outras empresas se interessarem e consultarem a montadora por essa nova solução. “Acreditamos em uma matriz energética mista, com o uso de diversas fontes que possibilitem economia de combustível e redução de CO2. O caminhão a etanol é solução para empresas

comprometidas em diminuir os impactos ambientais de suas operações de transporte”, observou Celso Mendonça. A Clariant não informou os gastos com o etanol e aditivo quando comparados ao uso de diesel, mas são bem superiores aos do diesel. Ainda assim, a notícia é importante, por dois motivos: mostra a viabilidade comercial do etanol de segunda geração e, sobretudo, oferece alternativa ambiental correta ao poluente (e bota poluente nisso) diesel, de origem fóssil e considerado “sujo”. — Nosso objetivo nesse momento não foi a economia de combustível, mas comprovar a tecnologia —, explicou o gerente de sustentabilidade da Clariant para a América Latina, Paulo Itapura, durante o evento voltado a jornalistas especializados na fábrica da Clariant, em Suzano, grande São

Paulo: “Os caminhões atendem baixos parâmetros de emissões e estamos felizes com os resultados”. Além de utilizar o aditivo da própria Clariant, os caminhões já consumiram etanol feito numa unidade pré-comercial em Straubing, na Alemanha, a partir de bagaço de cana brasileiro. “O exemplo está atraindo interesse de outras empresas, que consultam a Scania sobre a solução”, anuncia o gerente de desenvolvimento de negócios da Scania no Brasil, Celso Mendonça. Bruce Atkinson, gerente de produto da divisão de caminhões Green Solutions da Scania, na Suécia, confirma que a mesma tecnologia dos ônibus a etanol está sendo usada em caminhões que estão sendo oferecidos comercialmente pela empresa.

“Não há diferença entre a tecnologia usada nos ônibus e nos caminhões exceto por uma adaptação do chassis. Hoje são mais de uma dúzia de caminhões rodando em três países,” explica. Investir em sustentabilidade é a aposta dos desenvolvedores de etanol de segunda geração e dos fabricantes de veículos pesados. Clariant e Scania anteveem que os consumidores em breve optarão por pagar mais para poluir menos. A batalha é difícil, mas gloriosa se e quando for vencida. Infelizmente, hoje, a busca por economizar na bomba ainda fala mais alto — em muitos casos, grita — tanto no bolso da pessoa física quanto no balanço mensal da jurídica. Para o setor sucroenergético a chegada destes brutamontes movidos a etanol resultará, certamente, em crescimento também brutal. (LB)

Tecnologia de uso de etanol em motores a diesel é elogiada A expansão da frota de ônibus movidos a etanol na Europa, principalmente na Suécia, serviu como estímulo para que o mesmo conceito de uso de etanol também fosse adotado no segmento de caminhões, analisa Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da Unica — União da Indústria de Cana-de-Açúcar. E esses caminhões, a exemplo dos ônibus também produzidos pela Scania, já circulam em pelo menos três países: Suécia, Noruega e Finlândia. De acordo com Szwarc, o trabalho da Scania para aprimorar a tecnologia de uso de etanol em motores a diesel é digno de nota, pois dá um passo adiante num mercado que

tradicionalmente tem sido dependente do óleo diesel. “O uso de caminhões e máquinas agrícolas a etanol pela indústria da cana-deaçúcar é desejável por permitir fechar um ciclo importante, no qual praticamente todo o processo produtivo passa a ser sustentável, com uso de um combustível de baixo carbono, que reduz em até 70% as emissões de gases de efeito estufa em relação ao diesel e reduz significativamente a emissão de vários poluentes”. A redução na emissão de poluentes pode ultrapassar os 90% nos motores a etanol, quando comparados a caminhões diesel do mesmo porte, dependendo das condições de uso, assegura a Scania. (LB)


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Montadoras lançaram vários Brutos a etanol na década de 80 O lançamento do caminhão a etanol da Scania chega com o diferencial de que valoriza 100% a sustentabilidade e a pesquisa e desenvolvimento, uma vez que é movido a etanol de segunda geração e possui tecnologia 45 anos à frente dos primeiros veículos desenvolvidos. Nos anos 80 a Mercedes-Benz do Brasil desenvolveu caminhões movidos a álcool, em parceria com o setor sucroenergético. Eram modelos equipados com o motor Mercedes-Benz M-352-O a álcool de seis cilindros que gerava 150 (cv) de potência fabricados entre os anos de 1984 a 1986 para equipar os caminhões médios-pesados L2215 6x4. Posteriormente em 1987 o L-2215 foi substituído pelo L2216 6x4, entretanto o novo modelo continuou sendo equipado com o propulsor M-352-O. A alternativa do álcool em veículos comerciais exigiu o desenvolvimento de uma tecnologia própria que solucionasse possíveis problemas inerentes à utilização do novo combustível e, ao mesmo

tempo, permitisse explorar ao máximo as suas potencialidades. A Volkswagen Caminhões também teve sua experiência com caminhões a diesel, em parceria com o setor sucroenergético. O Dodge E-13 foi produzido em novembro de 1980 e deslanchou a partir de 1981, já com o famoso logotipo da Volkswagen, que acabara de assumir o controle das operações da Chrysler no Brasil. Montado na antiga Fábrica 4, às margens da Via Anchieta, o Dodge E-13 foi, junto ao 6×4 E-21, um dos caminhões a etanol de maior êxito. Permaneceu em produção até 1985. A proposta do E-13 era de servir nas tarefas de apoio na indústria sucroenergética, em complemento ao E-21, usado na colheita da safra. Atualmente é raro encontrar um caminhão desses em operação. Mas ficaram na história. Tratores agrícolas a etanol também foram produzidos na época, lançados pelas fábricas mais expressivas do País. (LB)

Emílio Fontanello: diferença de preço deve diminuir

Demanda maior pode baratear valor do caminhão a etanol De acordo com Emílio Fontanello, engenheiro de Pré-Vendas da Scania no Brasil, a tendência é que, quanto mais empresas aderirem à novidade, mais o preço de venda do produto e as despesas com manutenção barateiem. “O aumento da demanda vai fazer a diferença diminuir”, espera. A tecnologia Sunliquid, por sua vez, representa um processo biotecnológico inovador para a fabricação de etanol celulósico a partir de resíduos agrícolas,

como a palha da cana, garante a Clariant. A empresa desenvolveu enzimas específicas à matéria prima, que partem a celulose e a hemicelulose em açúcares fermentáveis sob condições estáveis de processamento com alta produtividade. “Concluímos diversos testes e obtivemos a validação técnica e econômica da tecnologia Sunliquid, que já está disponível para a comercialização no Brasil”, informa Martin Mitchell, gerente de desenvolvimento de negócios da Clariant. (LB)


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20 MIL GWh em 2015! A oferta do setor ao Sistema Interligado Nacional gerou economia de 14% de água dos reservatórios DA R EDAÇÃO

Em 2015, o setor sucroenergético brasileiro ofertou mais de 20 mil GWh para o Sistema Interligado Nacional (SIN). De acordo com a Unica — União da Indústria de Cana-de-Açúcar e a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), esse volume de energia fornecido à rede pela biomassa da cana foi equivalente a economizar 14% da água dos reservatórios hidrelétricos do principal submercado do setor elétrico, Sudeste e Centro-Oeste, que no ano passado respondeu por 59% do consumo de eletricidade no País. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética — EPE, os recursos hídricos, materializados nos rios, apresentam grande variabilidade e incerteza em sua disponibilidade, seja por aspectos sazonais ou por períodos pontuais de baixas afluências, como observado em 2014 e 2015. Embora atualmente a energia armazenada nos reservatórios das hidrelétricas no Sudeste e Centro-Oeste esteja em 58% da capacidade máxima, em novembro de 2014 chegou a apenas 16%. O gerente em bioeletricidade da Unica, Zilmar de Souza, ressalta que “em termos de preservação de água nos reservatórios, a contribuição da cana é ainda maior, pois a indústria sucroenergética é autossuficiente em energia elétrica durante a safra, fazendo com que a autoprodução evite também a aquisição intensiva de eletricidade neste período”. Para o diretor da Cogen, Leonardo Caio Filho, o recente estresse hídrico e a

recuperação dos níveis dos reservatórios reforçam a função estratégica da bioeletricidade da cana para o Sistema Interligado. “Pela geração da biomassa estar concentrada no período seco da região Sudeste e Centro-Oeste, a contribuição de cada MWh gerado pela cana é muito significativa, resultando em um indicador tão relevante como este de poupar o equivalente a 14%”, comenta. Para Zilmar de Souza, tudo isso reforça o papel de seguro energético que a bioeletricidade sucroenergética apresenta. “Estimular a contratação dessa fonte nos leilões é incentivar uma energia renovável e sustentável, mas também funciona como adquirir um hedge para mitigar eventos críticos como foi o ciclo hídrico 20142015”, avalia. O próximo leilão em que a biomassa poderá participar já está agendado para 29 de abril de 2016. Será o Leilão A-5/2016, que contratará energia de novos projetos para entrega a partir de 2021. Além do Leilão A-5/2016, neste ano também estão agendados dois outros certames de

Energia de Reserva para as fontes eólicas, solar e para as pequenas hidrelétricas. Contudo, a fonte biomassa não foi inserida. Ressaltando-se, ainda, que a biomassa não é convidada a participar dos Leilões de Energia de Reserva desde o ano de 2011.

INOVAÇÕES SUSTENTÁVEIS Ao que tudo indica, a expertise no setor sucroenergético brasileiro terá o seu futuro garantido. Em diversas partes do país, jovens estudantes do ensino médio à universidade vêm desenvolvendo projetos acadêmicos usando a biomassa da cana como base para a criação de produtos biodegradáveis. O consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar — Unica, Alfred Szwarc, cita duas destas soluções inovadoras premiadas no exterior: um detergente de origem renovável com potencial para ajudar no combate ao Aedes aegypti sem causar grandes impactos ao meio ambiente, além de uma bandeja de bagaço e palha de cana que pode substituir algumas embalagens de isopor usadas por padarias e supermercados.

“É estimulante notar como a cana continua contribuindo para o futuro da ciência brasileira, motivando estes jovens pesquisadores a criarem produtos cada vez mais alinhados com a questão ambiental”, avalia o executivo da Unica. O biodetergente reconhecido na premiação “Idea to Products”, organizado pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, um projeto criado pelos alunos Paulo Franco e Guilherme Fernando Dias Perez, do campus de Lorena da USP, Universidade de São Paulo, concebeu um detergente “verde”. Com características de aplicação semelhantes a outros produtos fabricados a partir de derivados do petróleo, o biodetergente apresentou o diferencial de ser menos agressivo ao meio ambiente graças a presença do bagaço de cana em sua composição. Segundo o professor orientador do trabalho, Silvio Silvério da Silva, a utilização deste resíduo de origem renovável, abundante no País e de menor custo operacional em relação às fontes fósseis, faz com que o produto tenha um grande potencial de preço reduzido em relação aos seus concorrentes não biodegradáveis. O projeto Bandeja, visa reduzir a quantidade de isopor descartado no meio ambiente, onde o processo de decomposição do material pode durar até 300 anos, especialmente aquelas embalagens de carne, embutidos, frutas e verduras encontradas nas prateleiras de padarias e supermercados. Motivada por este objetivo, a aluna do ensino médio Sayuri Miyamoto Magna criou uma solução sustentável inovadora: bandejas a partir do bagaço da cana-de-açúcar. “Se mantida em estoque, com boas condições de preservação, a embalagem se mantém boa para o uso por até dois anos. Quando vai para os lixões e aterros sanitários, em menos de 6 meses já está decomposta. E se ficar em contato constante com a água, em 4 horas já está dissolvida”, informa a jovem de 16 anos.


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Estimativas para a nova safra variam e criam expectativas Previsões vão de pessimistas 580 milhões de toneladas até 665,6 milhões de toneladas DA R EDAÇÃO

A safra 2015/16 que se iniciou no começo de abril e termina em meados de novembro deste ano, está causando grandes expectativas nos produtores. Em algumas unidades, a moagem não foi interrompida no fim de 2015 e a produção acabou emendada à safra 15/16. No estado de Minas Gerais, nove unidades já moíam no mês de março quando, tradicionalmente, a moagem começa um mês depois. A realidade do setor sucroenergético de Minas, com 36 usinas prontas para moer a 2016/17, é a mesma em outros estados canavieiros e ajuda a ampliar o total de cana-de-açúcar moída na temporada 2015/16. As estimativas vão de pessimistas 580 milhões de toneladas de cana até 665,6 milhões de toneladas. Conforme previsões de analistas, a estiagem atualmente verificada tende a se manter ao longo do ano. Isso resultará em uma safra seca, diferentemente da anterior, na qual a intensa incidência de chuvas fez estados canavieiros como o Paraná totalizar moagem de 40 milhões de toneladas, 3 milhões abaixo do previsto.

Wellington Bernardes, engenheiro agrônomo da ProCana Estatísticas

O engenheiro agrônomo Wellington Bernardes, da ProCana Estatísticas, observa que o setor entrou em uma safra cujo início acontece após breve intervalo em relação à anterior. E após conversar com nove consultorias e somar aos seus cálculos, chegou ao valor médio de 625 milhões de toneladas que devem ser moídas no Centro-Sul no ciclo 2016/17. Ele ressalva, porém, que este número pode ser revisto, motivado por um período com possíveis adversidades climáticas e provável incidência de florescimento nos canaviais. Neste cenário, diz, somado aos

canaviais envelhecidos e baixos investimentos na área agrícola, a assertividade sobre o comportamento da safra é dificultada. “Neste novo ciclo, no qual a demanda pelo açúcar volta a superar a oferta, o possível interesse do setor pela commodity será maior, uma vez que o déficit global do produto sustentará remunerações favoráveis no mercado doméstico e externo. Para o etanol, o setor deve recorrer ao biocombustível como forma de aumentar a liquidez de seus caixas”, explica Wellington Bernardes.

ESTIMATIVAS Segundo dados da consultoria da Canaplan, a moagem prevista para o CentroSul é de 580 milhões de toneladas, a mais baixa das estimativas em relação aos valores publicados pelas outras consultorias. “Faz os números parecerem maiores do que são”, disse o presidente da consultoria Canaplan, Luiz Carlos Corrêa Carvalho. Já a Datagro espera resultados mais otimistas, com uma estimativa de 625 milhões de toneladas, ficando com a quarta expectativa mais alta entre as nove projeções de moagem publicadas até meados de maio.


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Conab prevê resultados positivos em diversos estados brasileiros A Companhia Nacional de Abastecimento — Conab, lançou, em abril deste ano, as previsões de moagem para a safra e dados de produção 2016/17. De acordo com o gerente de levantamento e avaliação de safra da empresa, Marisson, a produção de cana-deaçúcar estimada para a safra é de 690,98 milhões de toneladas. O crescimento está estimado em 3,8% em relação à safra anterior. A área cultivada será de 9 milhões de hectares, aumento de 5,4%, quando comparada com a safra 2015/16. A produção de açúcar deverá atingir 37,5 milhões de toneladas, 12% superior à safra anterior. A produção de etanol deve se manter acima de 30 bilhões de litros, porém há estimativa de redução de 0,4%. A produção de etanol anidro deverá ter aumento de 4,7%, alcançando 11,7 bilhões de litros e a produção de etanol hidratado poderá atingir 18,6 bilhões de litros, redução de 3,4% ou 649 milhões de litros. A previsão da safra para o setor sucroenergético é positiva. Após alguns anos de dificuldade em função de questões mercadológicas e climáticas, a tendência é uma maior estabilidade na safra que se inicia. A valorização cambial e o aumento da demanda por combustíveis renováveis e de açúcar, no cenário internacional, favorecem esta perspectiva. Diante deste cenário, algumas unidades de produção não interromperam as atividades em janeiro,

Marisson Marinho, gerente de levantamento e avaliação de safras da Conab

fevereiro e março. O crescimento do setor sucroenergético é constante em alguns novos estados, como: Pará, Maranhão, Sul da Bahia, parte do Piauí, Tocantins. No Maranhão, algumas empresas estão se reestruturando, buscando recursos para se modernizarem e atingirem patamares de tecnologia e produção superiores. Investimentos em segurança e

aumento de capacidade constam nas perspectivas de curto prazo de algumas empresas. Há casos de injeção de capital internacional e de grupos econômicos nacionais que veem as unidades de produção como potencial de investimento. Há casos de áreas cultivadas com cana-de-açúcar totalmente irrigada, que significa grande possibilidade de sucesso. Além disso, o

avanço da colheita mecanizada qualifica o setor sucroalcooleiro do Maranhão. Um problema que aparece é o envelhecimento do canavial, mas a renovação poderá ser efetuada durante a atual safra, tendo em vista a injeção de novos recursos. Em geral, na Bahia, os números da safra de cana-de-açúcar estão estáveis, com leve aumento na área, produtividade, ATR total e ATR médio. Já a produção de açúcar terá acréscimo significativo. Da mesma forma há uma tendência no aumento da produção de etanol anidro. No Tocantins a safra de cana-de-açúcar irá até outubro deste ano. Isso se deve ao volume de cana-de-açúcar a ser processada nesta safra. A produção deverá ser menor em relação à safra 2015/16, devido à produtividade que está abaixo do potencial e às condições climáticas adversas. Tanto no Pará como no Piauí há pouca representatividade junto ao setor sucroalcooleiro. No Pará existe apenas uma unidade de produção, mas as informações indicam um pequeno acréscimo de área e produtividade, impactando na produção total do estado. Isso indica aporte de tecnologia no canavial. A situação no Piauí terá pequeno aumento. O que difere, porém, é que no Piauí há uma redução da produtividade média. “Espera-se um incremento de 3,8% na produção em relação à safra passada, chegando a 690,98 milhões de toneladas”, finaliza Marinho.


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ENTREVISTA - Antonio de Padua Rodrigues

“O setor não sabe lidar com o Diário Oficial” Para o diretor técnico da Unica, setor precisa de regras e de direções exatas de como prosseguir LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Para o diretor técnico da Unica — União da Indústria de Cana-de-açúcar, Antonio de Padua Rodrigues, nesta safra 2016/17, as usinas precisarão contar com trabalho da equipe e preparação para as alterações climáticas, para garantir o sucesso da empreitada. Ele deu a seguinte entrevista ao JornalCana: JornalCana — Quais os desafios do setor para a safra que está começando? Antonio de Padua Rodrigues — Embora o clima esteja altamente favorável ao desenvolvimento da planta, os maiores desafios de muitas empresas é a falta de água, o que pode fazer com que não plantem no começo da safra. Também devese levar em conta o florescimento preocupante em algumas regiões, que pode afetar na qualidade da matéria-prima. Sem contar o efeito El Niña que também deve afetar o desenvolvimento e a colheita nesta safra.

Investir em usina ainda é bom negócio? Pode-se dizer que o mercado é promissor para o futuro, mas precisa retomar. O Brasil, mesmo em estado de crise, tem boas condições de suprir a falta de produto. Por enquanto precisa-se olhar para dentro das usinas que já estão em funcionamento antes de cogitar iniciar novas.

É possível antever números exatos de produtividade? Não. As empresas estão aproveitando o momento atual da colheita com a produtividade que está melhor do que o ano passado, mas com a perspectiva de que não pode ter os números planejados. Elas vão enfrentar um canavial cada vez mais envelhecido, e precisam tomar a frente em novos investimentos, como: reforma do canavial, boa manutenção e busca por novas tecnologias.

O que o setor sucroenergético brasileiro espera de apoio efetivo do governo? O setor certamente espera regras claras e definições mensais da participação do etanol e da energia. Não há como ficar 55 anos na mesma quando de 1960 a 2015 houveram tantas mudanças, como as variações pontuais, a mudança no sistema de transporte e no preço do petróleo, o fim das ferrovias, o país dependente de importações, o aumento da crise com o carro etanol hidratado e a queda do preço

Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica

petróleo. Fora outros fatores que causam desincentivo aos produtores. Portanto precisa-se de novas respostas para os anos futuros, precisa-se de direções que mostrem condições para os empresários voltarem a investir no setor. Qual estado do país está em melhores condições de produção, e qual está em piores? Por quê? Não há estados melhores nem piores. Todos têm condições de competividade com as políticas locais. Por exemplo, em São Paulo existe o incentivo ao consumo de etanol. Todas variam de acordo com seu ambiente de produção. Faz anos que o setor não explora novas áreas que são desconhecidas para produzir cana, o ambiente em que já há plantio está totalmente dominado. O que prejudica é a falta de dinheiro para fazer o certo e o

melhor, todos os estados têm a mesma dificuldade. O setor é um só e cada um segue suas regras. Como o senhor vê a atuação política dos empresários do setor? Todos sabem conviver com as condições climáticas, e adaptar a safra conforme for necessário, mas não sabem lidar com a caneta, com o Diário Oficial, com o governo que tira a competividade do etanol. E isso vale para todos os estados brasileiros, pois afeta todos os produtores. Se o senhor fosse presidente de uma usina, que visão estratégica adotaria para os próximos dois anos? Faria o principal, investiria em gestão. Em formar uma equipe que é capaz de trabalhar intensamente para uma excelente produção, além de focar na redução de custo.


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SETOR EM DESTAQUE

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O SETOR APROVEITA A AGRISHOW PARA REENCONTRAR AMIGOS

Auro Pardinho, Alberto Borges, José Luiz, Alex Antoniosi, da Antoniosi

André Lima, da John Deere

Roberto Tadeu e Ricardo Borges, da DMB

Bombas Andrade

Dirnei e Luiz, da Danfoss

Elaine e Osvaldo, da Sergomel

Fabio Perna, da Hexagon

João Zangrandi, da Duraface

Luís César Pio, presidente da Herbicat

Marli Bussola e Maria Cecília Marchesan

Massey Ferguson

Motorola

Parker

Scania

Vitor e Carlos, banco CNH John Deere

Yara


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Motorola Solutions e Agrishow 2016 Obrigado pela sua presença em nosso estande! Queremos brindar o sucesso deste evento para a Motorola e seus parceiros! Sucesso no comparecimento de um público qualificado na procura por tecnologia e inovação! Sucesso na prospecção de negócios! Sucesso na divulgação e disseminação de cultura de radiocomunicação digital! Sucesso na coparticipação junto à área motora do país – Agricultura! Um marco importante na consolidação de parceria e negócios em sinergia entre as necessidades do campo e produtos de excelência desenvolvidos e implementados para a melhoria de gestão, produtividade, otimização de recursos e integração de sistemas de radiocomunicação. Tecnologia aliada ao aumento de produtividade! Na busca da excelência de atendimento com produtos dimensionados à real necessidade do mercado aliado à qualidade, experiência e competência da Motorola e de sua rede de parceiros credenciados, estamos disponíveis para atendê-los em nossos escritórios regionais para detalharmos as soluções de produtos e serviços Motorola adequados ao crescimento da sua empresa. Bird Soluções - www.birdsolucoes.com.br Grupo Ferrante – www.grupoferrante.com.br Kero Telecom – www.kerotelecom.com.br Mendonça Radiocomunicação – www.eletronicamendonca.com.br Prime RF – www.primerf.com.br Radioplan – www.radioplan.com.br

Grupo Ferrante 17 3279 1200 www.grupoferrante.com.br

Estande da Motorola na Agrishow 2016

Secur oferece equipamentos para extinção a pequenos focos de incêndios classe A e B Com a necessidade de suprir pequenos focos de incêndios onde o acesso a máquinas é restrito, a Secur trouxe para o mercado nacional o PRO/pak, equipamento portátil para suprir princípios de incêndios em materiais sólidos e combustíveis de classes A e B. Trata-se de um equipamento leve e fácil de operar que produz espuma de baixa e média expansão com reservatório em polietileno e capacidade para 10 litros de concentrado, LGE. Tem conexão de engate rápido tipo “storz” de 1 ½, com vazão de 45LPM @ 100psi (7kgf/cm2).

Seu peso vazio é de 5,2kg e cheio de 13,6kg. Possui válvula de controle de fluxo para reduzir ou fechar totalmente. Pode ser facilmente conectado à saída do caminhão pipa, bem como em hidrantes com conexão storz com mangueiras de 1 1/2. Equipamento eficiente para o brigadista combater princípios de incêndios, fazer aceiros para proteção, incêndios em matas à beira de rodovias, etc. Secur 11 2971 4444 www.secur.com.br


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PRODUÇÃO, DADOS & NOTÍCIAS

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Projeto Linha Leve da Sergomel pode trazer benefícios para os produtores e para o meio ambiente O Brasil possui uma grande cobertura florestal, a segunda maior cobertura florestal do mundo, ficando atrás apenas da Rússia. O Ministério do Meio Ambiente estima que 69% dessa cobertura tenha potencial produtivo. Em decorrência disso, as empresas se preocupam cada vez mais com logística de sua frota. O transporte de madeira no Brasil é feito principalmente através do modo rodoviário, sendo responsável, na maior parte das vezes, pela maior parcela dos custos da madeira. Trata-se de um setor que atualmente sofre pressão de aumento de custo em virtude da fiscalização mais rigorosa com relação a “lei da balança”. Reunindo 41 anos de tradição em transporte, a Sergomel inova e entra com excelência na linha florestal, mostrando um equipamento altamente resistente e leve. Fabricado para atender as especificações de cada cliente, o Tritem florestal linha leve foi desenvolvido a partir de toda experiência que a empresa possui no setor canavieiro. Os equipamentos produzidos com este material leve são utilizados desde 2005, quando a indústria

canavieira sentiu a necessidade de adequação à legislação vigente. No Decreto 4.771 de 29/05/2003, o Contran fez publicar a Resolução nº 258 com a seguinte disposição:

Art. 3º. Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá transitar com peso bruto total, PBT ou com peso bruto total combinado, PBTC com peso por eixo superior ao fixado pelo fabricante nem ultrapassar a capacidade máxima

de tração, CMT da unidade tratora. Estes limites estabelecidos pelo Contran — Conselho Nacional de Trânsito, causam uma constante preocupação devido a adequação. Desta forma, as empresas estão procurando novas tecnologias, ou seja, equipamentos que sejam mais leves, otimizando a relação entre tara e carga. Testado e aprovado, o projeto Linha Leve, além de ser altamente resistente, possui leveza que proporciona economia de combustível, menor desgaste nos pneus, motor com mais vida útil. Entre outros benefícios secundários está a redução de peso do equipamento. A Sergomel informa que vai até o cliente para entender suas necessidades e elaborar da melhor forma, o projeto. Informa ainda que possui parque industrial moderno, o que possibilita a prestação de serviços de qualidade, vendas de peças para reposição, além de um pós-venda ágil e eficiente. Sergomel 16 3513 2600 www.sergomel.com.br


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