JornalCana 278 (Março/2017)

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Série 2

Nº 278

Iluminação artificial traz segurança e maior produtividade ao campo Empresa Alfa Tek apresenta solução sustentável para trabalho noturno

IMPRESSO - Envelopamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT.


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ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Março 2017

Í N D I C E AR-CONDICIONADO MAIS AR

64 36452576

17 35311075

METROVAL

11 26826633

19 21279400

11

62 30883881

4

IRRIGAÇÃO

3

IRRIGA ENGENHARIA

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER

A N U N C I A N T E S

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

42

ÁREAS DE VIVÊNCIA ALFA TEK

D E

MONTAGENS INDUSTRIAIS

33

ENGEVAP

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

16 35138800

24

AUTHOMATHIKA

16 35134000

8

NUTRIENTES AGRÍCOLAS

DANFOSS DO BRASIL

11 21355400

9

UBYFOL

METROVAL

19 21279400

11

PEÇAS - AGRÍCOLAS E INDUSTRIAIS E-MACHINE

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS

34 33199500

16 35119000

EQUILÍBRIO

16 39462433

40

PENEIRAS ROTATIVAS

VIBROMAQ

16 39452825

42

EQUILÍBRIO

CALDEIRAS ENGEVAP

16 35138800

24

DMB

17 35311075

3

SIPCAM NICHINO

16 35132600

26

ARYSTA 16 39452825

42

COLETORES DE DADOS MARKANTI

16 39413367

4

11 45041411

16

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL GENERAL CHAINS

19 34172800

19 21279400

14

11

DOW AGROSCIENCES

11 51889000

21

KOPPERT DO BRASIL

15 34719090

31

AUTHOMATHIKA DANFOSS DO BRASIL

16 35134000 11 21355400

ETHANOL SUMMIT REED ALCANTARA SINATUB

KOPPERT DO BRASIL

31

11 30941000

15

16 36265540

41

AGAPITO

16 39462130

42

MAGÍSTER

16 35137200

7

SOFTWARES INDUSTRIAIS 16 35124312

17, 23

SUPRIMENTOS DE SOLDA VOESTALPINE BOHLER 11 56948377

10

TESTON

44 33513500

2

TROCADORES DE CALOR

16 35124300

25

16 21014151

44

AGAPITO

16 39462130

42

TUBULAÇÕES PARA VINHAÇA

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

ENGEVAP

DMB

24

13

TRANSBORDOS 15 34719090

GESTÃO INDUSTRIAL

SÃO FRANCISCO

REFRATÁRIOS RP

S-PAA

ethanolsummit.com.br 27 11 30605000 35 16 35124300 6

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL 16 35138800

8 9

GRÁFICA 30

34 33195550

SOLDAS INDUSTRIAIS

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS

PRÓ-USINAS

ENERGIA ELÉTRICA COMERCIALIZAÇÃO 17 32282555

20

FERTILIZANTES

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

SANARDI

16 32038653

FEIRAS E EVENTOS

CONTROLE DE FLUIDOS METROVAL

19

REFRATÁRIOS

ENGENHARIA INDUSTRIAL PRG ENGENHARIA

CONSULTORIA AGRÍCOLA AGRIANUAL

16 39461800

PRODUTOS - HERBICIDAS E FERTILIZANTES

CENTRÍFUGAS VIBROMAQ

40

PRODUTOS AGRÍCOLAS

CARROCERIAS E REBOQUES SERGOMEL

39

PLANTADORAS DE CANA

CARRETAS ALFA TEK

16 39462433

5

16 39461800

DHC TUBOS

18 36437923

37

VENTILAÇÃO INDUSTRIAL 19

EQUILÍBRIO

16 39462433

40


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CARTA AO LEITOR

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carta ao leitor

índice

Josias Messias

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 Cana Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 e 8 Museu preserva história da cana no Brasil

Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 Setor deposita esperança no Programa Renovabio 2030

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Fornecedores e usinas continuam “discutindo a relação”

Tecnologia Industrial

5

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 a 17

Escolha de redutores deve considerar vida útil e manutenção Peças de reposição requerem monitoramento criterioso

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 Técnica brasileira pode transformar bagaço de cana em carvão ativo

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 a 29 Doutores da Cana Integração da cana com outras culturas eleva rentabilidade Planejamento deve compatibilizar custo e performance do canavial

Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 Governo garante querer reforçar diálogo com o setor

Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . .32 a 34 Nova geração aposta em sustentabilidade e vence NOVO HORIZONTE E SEM DESPERDÍCIO!

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . .36 a 41 Relação entre liderança e liderados precisa ser a melhor possível Gestão de pessoas é fundamental para a obtenção de bons resultados

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42

A CRUZ É PARA TODOS “E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me”. (Jesus, o Senhor, em Marcos 8:34)

josiasmessias@procana.com.br

A esperança do setor em um novo programa A redução de 18% na produção de etanol hidratado combustível em 2016 no Brasil quando comparada a 2015 (veja matéria na página 10) revela a urgência da agilização e implementação do programa Renovabio 2030. Em 2016 a produção não passou de 14,6 bilhões de litros, com redução de 3,2 bilhões de litros ante os 17,8 bilhões produzidos em 2015. É verdade que a redução da oferta de etanol hidratado foi resultado do maior direcionamento da oferta de cana para a produção e exportação de açúcar, que remunerava melhor. O setor sabe que já há demanda no País e condições de produção para um mercado de hidratado de até 25 bilhões de litros por ano, mas está brecado pela falta de condições adequadas. Hoje, 85% do mercado brasileiro de etanol está concentrado em cinco estados consumidores que valorizam o uso do etanol hidratado com uma tributação de ICMS diferenciada em comparação com a gasolina: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Mato Grosso. Esses estados foram responsáveis por atender a um mercado de 12 bilhões de litros em 2016. Mesmo com essa vantagem, apenas 50% da frota flex usa o etanol hidratado. Isto significa, em números modestos que no país como um todo, esse volume poderia ultrapassar 30 bilhões de litros se toda a frota flex utilizasse o etanol. Em razão da distância geográfica e da percepção equivocada de alguns governos estaduais, o que se vê hoje é uma disparidade imensa de preços por regiões. No final deste fevereiro era possível encontrar etanol a R$ 2,25 o litro, em São Paulo e o mesmo produto a R$ 4,42, no Rio Grande do Sul. Pelo menos três ações são prioritárias em favor do etanol: reduzir e equalizar as alíquotas de ICMS para o combustível nos estados; reduzir custos de logística de distribuição, especialmente os conhecidos “passeios do álcool; elevar sua competitividade frente à gasolina aumentando sua paridade técnica, hoje próxima a 70%, para um número superior a 75%; incentivar novas tecnologias e novos produtos, como o biogás e biometano e o aumento da produção de etanol de primeira geração (caldo) e da segunda geração (celulósico). Nas palavras de Antonio de Pádua Rodrigues, a esperança do setor é o Programa Renovabio 2030, ora em estudos. Que ele crie um conjunto de políticas públicas que definam qual a participação do etanol na matriz de combustíveis, garantindo a segurança e previsibilidade de consumo e produção, criando um cenário favorável à retomada nos investimentos tanto na expansão da oferta de cana como na capacidade de moagem e fabricação do etanol. Enfim, novamente, a esperança do setor encontra-se em um Programa de Governo. Que assim seja!

NOSSOS PRODUTOS

COMITÊ DE GESTÃO Presidência Josias Messias josiasmessias@procana.com.br

ISSN 1807-0264 Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 — Ribeirão Preto — SP procana@procana.com.br

Administração Luis Paulo G. de Almeida luispaulo@procana.com.br

Comercial & Eventos Rose Messias rose@procana.com.br

www.jor nalcana.com.br RELACIONAMENTO COM CLIENTES Áreas ADM & Agrícola Lucas Messias 16 99128.6551 lucas.messias@procana.com.br

NOSSA MISSÃO

Comercial & Marketing Lucas Messias lucas.messias@procana.com.br

sucroenergético, disseminando conhecimentos, estreitando relacionamentos e gerando negócios sustentáveis”

Controladoria & TI Mateus Messias presidente@procana.com.br

Assistente Thaís Rodrigues thais@procana.com.br

Jornalismo Alessandro Reis editoria@procana.com.br

Editor Luiz Montanini editor@procana.com.br

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Área Industrial Robertson Fetsch 16 9 9720 5751 publicidade@procana.com.br

“Desenvolver o agronegócio

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Assinaturas & Exemplares Paulo Henrique Messias (16) 3512-4300 atendimento@procana.com.br www.loja.jornalcana.com.br

Arte Gustavo Santoro arte@procana.com.br

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Marketing Luciano Lima luciano@procana.com.br

FINANCEIRO contasareceber@procana.com.br contasapagar@procana.com.br

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JornalCana - O MAIS LIDO! Anuário da Cana Brazilian Sugar and Ethanol Guide A Bíblia do Setor! JornalCana Online www.jornalcana.com.br BIO & Sugar International Magazine Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool

Prêmio MasterCana Tradição de Credibilidade e Sucesso Prêmio BestBIO Brasil Um Prêmio à Sustentabilidade Fórum ProCana USINAS DE ALTA PERFORMANCE SINATUB Tecnologia Liderança em Aprimoramento Técnico e Atualização Tecnológica

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AGENDA - CANA LIVRE

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A C O N T E C E U

A C O N T E C E

CURSO SOBRE PRAGAS

SEMINÁRIO FITOTÉCNICO

O 45º Curso de Pragas para Habilitação de Engenheiros Agrônomos para Emissão de CFO/CFOC — Certificado Fitossanitário de Origem/Certificado de Origem Consolidado, promovido pela Fundepag — Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio, foi realizado entre os dias 13 e 16 de fevereiro de 2017. As aulas aconteceram no IB — Centro Experimental do Instituto Biológico, em Campinas, SP. Os públicos-alvo foram engenheiros agrônomos e florestais, o evento contou com uma lista de palestrantes que incluíram membros do Mapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, CDA — Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado São Paulo, Crea — Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo e IB/APTA — Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios.

O 19º Seminário de mecanização e produção de cana-de-açúcar do grupo Fitotécnico acontecerá nos dias 29 e 30 de março de 2017. O encontro será realizado no Centro de Eventos Taiwan em Ribeirão Preto, SP. A lista de palestrantes e participantes ainda não foi divulgada, mas o evento abordará temas, como: como agilizar o tempo de reposição de peças e manutenção, a manutenção mecânica integrada às operações agrícolas, a polêmica sobre o sistema de preparo profundo do solo, a aplicação da lei da balança sobre as grandes composições no transporte de cana, as novidades no preparo de solo e plantio mecanizado, entre outros assuntos dentro da mesma temática.

CURSOS SINATUB EM 2017 A ProCana Sinatub, líder na realização de cursos e treinamentos técnicos para a área industrial das usinas, divulga sua agenda de cursos deste 2017. Todos os eventos acontecerão em Ribeirão Preto, SP. 17 e 18 de maio Custos, Perdas e Gestão Industrial Diversificação e Máximo Aproveitamento Agroindustrial 21 e 22 de junho Caldeiras, Vapor e Energia 20 e 21 de setembro Processos e Fermentação Destilação, Desidratação e Aproveitamento de Vinhaça 29 de novembro Recepção, Preparo e Extração (Moenda e Difusor)

PRÊMIOS MASTERCANA A maior premiação do setor sucroenergético brasileiro já está com os meses e dias marcados neste 2017. Em 21 de agosto em Ribeirão Preto acontece o Prêmio MasterCana Centro-Sul; em 6 de novembro será realizado o prêmio MasterCana Brasil, em São Paulo, capital e em 23 de novembro a festa do MasterCana Nordeste será em Recife, PE. Agende-se. www.mastercana.com.br

30 de novembro Fabricação, Secagem e Embalagem de Açúcar ProCana Sinatub 16 3512 4300 www.sinatub.com.br


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CANA LIVRE

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Museu preserva história da cana no Brasil

Barralcool distribui kits escolares Considerando as compras escolares como um dos vilões do orçamento no começo do ano, a Barralcool de Barra do Bugres, MT, distribui um kit completo de material escolar para todos os colaboradores e dependentes cadastrados da empresa. Essa distribuição é realizada há quase 20 anos e foi programada para facilitar e incentivar os estudos. Os kits variam de acordo com a escolaridade, desde a préescola até o ensino superior e em 2017 serão entregues aproximadamente 700 kits. “Esse benefício que nos é oferecido pelo Grupo Barralcool contribui de uma maneira social e econômica, pois além de nos ajudar a economizar na compra dos materiais, serve como incentivo ao estudo e aprendizado”, ressalta Edmilson de Souza, analista de compras da empresa. “Há oito anos me inscrevo para receber os kits, tenho três filhos em idade escolar e

esse benefício me ajuda bastante no começo do ano”, relata Lourival de Souza Santos, caldeireiro industrial do Grupo Barralcool.

Localizado no interior de São Paulo, o Instituto Cultural Engenho Central Museu da Cana, de Pontal, SP, revela o passado da primeira usina de açúcar do estado. A história da cana-de-açúcar e seus derivados passam por um engenho construído no início do século passado, onde são guardadas as máquinas da primeira usina paulista. Construída em 1906, o objetivo principal era produzir e exportar o açúcar para os europeus. No velho galpão, um conjunto de peças e moendas desgastadas pelo tempo e uma linha de produção com mais de cem anos de existência ainda intacta mostra como era feito o processamento da

cana. As caldeiras e os motores movidos a vapor já estão desativados, mas ganham vida no imaginário dos visitantes. No prédio ao lado está a oficina do engenho, um local importante para o processo produtivo, já que naquela época a manutenção dos equipamentos era feita na própria usina. O Brasil não tinha metalurgia, então era preciso fazer a manutenção ou importar, o que demandava muito tempo. O local parou no tempo. Existe até mesmo uma peça que estava sendo produzida, que pode ser um balaústre ou o pé de uma mesa. Não há como saber com exatidão, pois ficou do jeito que estava.


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CANA LIVRE

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Grupo Usaçúcar investe nos benefícios da solidariedade LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

A solidariedade beneficia quem a recebe e quem a pratica. Na época mais solidária do ano, a Usaçúcar, com dez unidades produtivas no estado do Paraná e uma greenfield no Mato Grosso do Sul, realiza o projeto Natal Solidário, trazendo esperança e alegria para crianças carentes dos arredores de suas unidades. O Natal Solidário é um projeto social, promovido anualmente dentro do grupo Santa Terezinha com o objetivo de fomentar a solidariedade dentro da organização, através da arrecadação de brinquedos novos para serem doados a crianças carentes de instituições socioassistenciais e da comunidade local, no período natalino. A ação envolve colaboradores e seus familiares na doação de brinquedos novos e, desde 2014, como forma de engajar os participantes, aumentar a arrecadação e disseminar o espírito de solidariedade na organização, a empresa se compromete em dobrar a quantidade de brinquedos arrecadados pelos voluntários, dando a amplitude que hoje é o projeto Mais Brinquedos Por Mais Sorrisos. Anualmente, o Natal Solidário envolve um grupo de milhares de voluntários e beneficia mais de 11.000 crianças, de 92 instituições de dois estados: Paraná e Mato Grosso do Sul, em 32 municípios. O projeto ganhou força desencadeando uma rede do bem dentro da organização, a favor do público externo: a comunidade dos municípios de atuação da empresa. A cada ano, o projeto ganha mais adeptos, pessoas comprometidas sempre propondo algo diferente. Além das doações de brinquedos pelos próprios colaboradores, os mesmos se vestem de Papai Noel, enquanto outros se organizam e promovem festas para as crianças nas instituições ou carreatas nas ruas de bairros mais carentes, entregam doces, sorvetes na companhia de seus filhos, sobrinhos ou pais, que prestigiam, disseminando a solidariedade nas

comunidades locais e alegrando a vida de milhares de crianças. “A solidariedade é um ato de bondade, generosidade e gera gentileza entre as pessoas”, comenta a equipe realizadora. Estudos apontam que pessoas que praticam a solidariedade se conectam a outras pessoas, são mais felizes e sentem-se bem ao doar e se doarem. Várias são as vantagens em ser solidário, como: desenvolver a empatia, valor necessário para qualquer profissional hoje em dia. Acredita-se que toda atitude altruísta torna seu olhar mais sensível aos desafios alheios, tornando-o uma pessoa mais compreensiva e amigável. Hoje em dia, há diversas formas de ser útil a uma iniciativa da sociedade civil, seja realizando doações financeiras ou mesmo um tempo seu em atividades voluntárias. Não importa o que ou como, o importante é se doar, é sair da zona de conforto e olhar para quem precisa; um simples ato, um simples gesto pode mudar o dia de uma pessoa, de uma criança; uma ação pontual pode

transformar-se em um hábito bondoso, solidário. Trazendo essa realidade para dentro da organização é possível perceber a necessidade que as pessoas têm em se doar e a alegria em fazer algo pelo próximo. Há alguns anos, colaboradores têm procurado o departamento de Recursos Humanos da empresa com a finalidade de ajudar alguma instituição ou fazer algo para alegrar o natal de crianças carentes. As ações eram pontuais, com a doação de um ou outro brinquedo ou apadrinhamento de alguma criança de abrigo ou uma carta de papai Noel. Os voluntários procuravam algo a mais, ansiavam por uma relação mais próxima com as crianças beneficiadas. Além dessa demanda advinda do capital humano, também, tinha-se muitas solicitações de doação de instituições socioassistenciais à empresa, e nem sempre era possível atender a todas e nem mensurar os resultados das doações espontâneas para essas instituições, ou seja, um trabalho sem retorno e de pouco

impacto. A Responsabilidade Social Empresarial é considerada gestão estratégica para a empresa. Ao ter como foco o investimento na área social estas ações são reconhecidas como socialmente responsáveis, tendem a conseguir diferenciais de competitividade e uma vez tendo a imagem valorizada, podem aumentar a motivação dos colaboradores no ambiente de trabalho e atrair um número maior de parceiros dispostos a colaborar com a causa social. Consequentemente, a empresa consegue melhorar sua produtividade e excelência. O investimento social privado é uma das várias facetas da responsabilidade social. Empresas, cada vez mais têm investido recursos em projetos sociais e há uma maior demanda por resultados concretos. Os Programas e Projetos Sociais são ferramentas de grande valia para a Responsabilidade Social Empresarial, e as consequências de um projeto social bemsucedido trás reconhecimento institucional, comunitário e social. Sendo assim, as demandas apresentadas pelos colaboradores e instituições foram potencializadas pela empresa, via setor responsável em desenvolver programas, projetos e campanhas de Responsabilidade Social, criando a corrente do bem chamada Mais Brinquedos Por Mais Sorrisos, intensificando sua relação com a comunidade e dando voz ativa a seus colaboradores, como também, colaborando com a disseminação da solidariedade e responsabilidade social. Dentro desse contexto, justifica-se o projeto Natal Solidário. Crianças carentes de 1 dia a 12 anos de idade, de instituições socioassistenciais e de comunidades locais foram os principais beneficiados pelo projeto, em Organizações não governamentais — ONGs, Centro de Educação Infantil — CMEI, Casas da Usina, igrejas e bairros carentes. O trabalho foi reconhecido: a empresa concorreu ao título de Empresa do Ano em Responsabilidade Ambiental, por ter inscrito mais de cinco projetos no MasterCana Social 2016.


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MERCADO

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Setor deposita esperança no Programa Renovabio 2030 Mercado de hidratado poderia chegar a 30 bilhões de litros por ano, mas está brecado pela falta de incentivos LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Em 2016 o mercado de etanol hidratado combustível no Brasil teve uma queda de 18% na produção e consumo, chegando a 14,59 bilhões, na comparação com 2015 quando a movimentação foi de 17,86 bilhões de litros. Apenas estes números são suficientes para demonstrar que os preços estão variando em todos os estados, uma vez que a demanda está maior do que a oferta. A redução da oferta de etanol hidratado é resultado do maior direcionamento da oferta de cana para a produção e exportação de açúcar. Com o real valorizado, às usinas não interessava produzir muito mais etanol para o mercado interno e sim açúcar para o externo, lembra Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica — União da Indústria de Cana-de-açúcar. O fato é que hoje, 85% do mercado brasileiro de etanol está concentrado em cinco estados consumidores que valorizam o uso do etanol hidratado com uma tributação de ICMS diferenciada em comparação com a

Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica

gasolina. São eles: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Mato Grosso. Estes estados foram responsáveis por um mercado de 12 bilhões de litros em 2016. Mesmo com esta vantagem, apenas 50% da frota flex usa o

etanol hidratado. O potencial de consumo de etanol hidratado nestes estados poderia chegar a 25 bilhões de litros ao ano. No país como um todo, esse volume poderia ultrapassar 30 bilhões de litros se toda a

frota flex utilizasse o etanol. “O potencial do aumento da competividade do etanol contra a gasolina pode ser atingido pela melhoria da eficiência do uso do etanol nos motores flex, aumentando a paridade técnica que hoje é próxima a 70%, para um número superior a 75%, além de incentivar novas tecnologias e novos produtos, como o biogás e biometano e o aumento da produção de etanol de primeira geração (caldo) e da segunda geração (celulósico)”, explica Antonio de Pádua Rodrigues. Em razão da distância geográfica e da falta de incentivos dos governos estaduais, o que se vê é uma disparidade imensa de preços por regiões. Veja alguns exemplos: de acordo com a ANP — Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, no Brasil, o preço mínimo registrado para o etanol no início de fevereiro foi de R$ 2,25 o litro, em São Paulo e o máximo foi de R$ 4,429 o litro, no Rio Grande do Sul. Na média, o menor preço foi de R$ 2,724 o litro, em Mato Grosso, e o maior preço médio foi verificado no Amapá, de R$ 3,89 o litro. “Nossa expectativa é que o Programa Renovabio 2030 crie um conjunto de políticas públicas que definam qual a participação do etanol na matriz de combustíveis, garantindo a segurança e previsibilidade para que haja uma retomada nos investimentos tanto na expansão da oferta de cana como na capacidade de moagem e fabricação do etanol”, finaliza Pádua.


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PRODUÇÃO

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Fornecedores e usinas continuam “discutindo a relação” LUIZA BARSSI,

Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP

DE

VALINHOS, SP

Em geral as associações ligadas às unidades produtoras evitam falar a respeito, mas não é segredo que vez por outra apareçam tensões entre os fornecedores e as usinas. Essa tensão pode prejudicar ambas as partes e precisa de medidas claras para estabilizar a relação. O ponto que mais causa divergência entre os fornecedores e as usinas é a remuneração da matéria-prima. O fornecedor é remunerado pelo quilo do ATR na cana-de-açúcar, que é paga pelas usinas e ali surgem divergências com relação aos parâmetros da formação do preço da tonelada de cana. “Na realidade existem interesses em comum e divergentes. O problema é que até mesmo nos interesses comuns, não trabalhamos juntos, isso às vezes atrapalha no sucesso dos pleitos”, observa Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP — Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco. A remuneração é tratada no Consecana — Conselho dos Produtores de Cana-deaçúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo, um conselho com paridade de votos entre as usinas e os fornecedores, onde todas as mudanças nos parâmetros das fórmulas têm que ser aprovadas por unanimidade, o que dificulta as soluções dos impasses.

As dívidas de usinas com fornecedores em Alagoas, por exemplo, chegaram a R$ 250 milhões em 2016. Segundo reclamações dos produtores das 18 usinas em atividade, apenas quatro delas costumavam pagar em dia. Em casos mais extremos, fornecedores afirmam que já precisaram vender bens próprios para manter a produção em bom nível. “Defendemos um preço justo, mas como se trata de custo direto na compra da matéria-prima pelas unidades industriais sempre há dificuldade no entendimento”, explica Alexandre. Sem a intermediação do governo, os produtores podem ir para o confronto direto com as usinas, recorrendo a medidas judiciais e até a manifestações nas empresas para tentar receber os valores atrasados. A medida correta para amenizar as divergências seria a interferência de um mediador, uma instituição idônea que venha a dizer quem está certo, modificando os parâmetros que estão errados, ficando justo para ambas as partes. “Aqui em Pernambuco depois que os fornecedores se organizaram em cooperativa e abriram duas unidades industriais, a Coaf (Cruangi) e Agrocan (Pumaty), aumentou a concorrência pela matéria-prima. Os fornecedores estão recebendo a cana mais cara do país, além de ter melhorado muito o tratamento das unidades com os produtores”, comemora Lima.


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TECNOLOGIA INDUSTRIAL

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Escolha de redutores deve considerar vida útil e manutenção Novos equipamentos possibilitam redução de perdas e proporcionam ganhos significativos para usinas que comercializam bioeletricidade R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

O mercado fornecedor de redutores e motorredutores ampliou, nos últimos anos, as soluções disponibilizadas para usinas e destilarias visando atender as demandas geradas pelas novas plantas industriais – que utilizam tecnologia de ponta – ou decorrentes da necessidade de ampliação e modernização das unidades já existentes. Com diversas opções, as usinas precisam levar em conta alguns fatores técnicos – no momento em que estiverem retomando investimentos – para que ocorram a escolha e a aquisição dos equipamentos mais adequados à sua realidade. Entre os critérios que devem ser considerados, o diretor adjunto industrial da Tonon Bioenergia, Antonio Carlos Viesser, destaca o regime de trabalho, fator de potência, custo com manutenção, vida útil, atendimento pós-venda e a tecnologia utilizada. Os novos equipamentos, disponibilizados nessa área, tiveram uma evolução significativa. A eletrificação das plantas possibilitou inclusive o

desenvolvimento de modernos redutores de velocidade, como os planetários que são dotados de avançada tecnologia. Esses modelos de redutores já passaram inclusive por aprimoramentos para atender as demandas de usinas e destilarias, visando a redução da necessidade de manutenção. Os novos sistemas de acionamentos elétricos também têm criado condições para a redução de perdas diretas e indiretas, pois possibilitam uma maior flexibilidade da planta, o que favorece a automação – observa Antonio Viesser.

Antonio Carlos Viesser destaca regime de trabalho, fator de potência, custo com manutenção, vida útil, atendimento pósvenda e a tecnologia utilizada

Outro aspecto a ser considerado é que a eletrificação colabora para o menor consumo energético da planta – destaca. A eletrificação dos acionamentos tem ainda proporcionado ganhos expressivos para as unidades sucroenergéticas que comercializam bioeletricidade. “O rendimento dos motores elétricos é bem superior ao de máquinas térmicas”, afirma o diretor adjunto industrial da Tonon Bioenergia, que possui as unidades Santa Cândida, de Bocaina, SP; Paraíso, de Brotas, SP, e a Vista Alegre, localizada, em Maracaju, MS.

Equipamentos precisam atender realidade de cada usina A evolução dos acionamentos está diretamente ligada à eficiência dos motores elétricos que criou condições para o surgimento de novas concepções de equipamentos, que passaram a atender inclusive as demandas geradas pela maior capacidade de processamento de cana das unidades sucroenergéticas. De maneira geral, o avanço dos sistemas de preparo de cana, alimentação e de extração exigiu acionamentos mais eficientes e com maior potência, favorecendo o aprimoramento de redutores e o lançamento de novos equipamentos nessa área. O desenvolvimento dos inversores de frequência, utilizados na variação da rotação dos motores elétricos, foi determinante no processo de substituição de turbinas, possibilitando inclusive a obtenção de ganhos expressivos na extração. Entre as mudanças que ocorreram nos sistemas de acionamentos nos últimos anos, inclui-se a disseminação de redutores de eixos paralelos mais compactos em relação a equipamentos antigos. Um dos grandes saltos nessa área foi o lançamento de modelos de redutores planetários, que possibilitam o acionamento rolo a rolo de um terno de

Redutores devem apresentar características compatíveis às plantas industriais onde serão instalados e às condições em que vão operar

moenda. Outra opção é o planetário central. Mas, qual é o tipo de redutor que apresenta atualmente melhor desempenho e uma relação custo-benefício mais vantajosa? Antes de mais nada, para que possam ter uma boa performance, esses equipamentos precisam apresentar características compatíveis às plantas industriais onde serão instalados e às condições em que vão operar – observam profissionais da área. Na Tonon Bioenergia, por exemplo, duas unidades utilizam planetários e outra usina do grupo opera com redutores de eixos paralelos – informa Antonio Viesser, diretor adjunto industrial. “Devido às particularidades de cada planta, ambos têm nos atendido de forma satisfatória”, avalia. Sem considerar a realidade de cada unidade sucroenergética, ele considera, de maneira geral, que o planetário é mais vantajoso para o atendimento das atuais demandas do setor, considerando o desempenho e a relação custo-benefício. “Redutores paralelos são mais robustos e resistentes, porém exigem mais espaço para instalação e têm maiores custos com base civil, acoplamentos, entre outros itens, quando comparados aos planetários” – afirma.


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Peças de reposição requerem monitoramento criterioso A análise de vibração e a de óleo são recursos importantes para a avaliação das condições dos rolamentos de equipamentos industriais R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A especificação correta, o armazenamento, o manuseio, a montagem são essenciais para que peças de reposição, como: rolamentos, selos mecânicos, casquilhos, funcionem adequadamente e não proporcionem interrupções nas operações de equipamentos industriais nos períodos de safra em unidades sucroenergéticas. Para que tudo transcorra sem sobressaltos, é necessário que haja um monitoramento frequente desses componentes de sistemas de produção da unidade industrial. A manutenção preditiva realizada durante a safra desempenha papel fundamental, por exemplo, para identificar eventuais falhas que possam afetar o funcionamento dos rolamentos. A análise de vibração é o recurso mais importante utilizado para a avaliação das condições dos rolamentos de equipamentos industriais, afirma Devanir Laudo de Moraes, encarregado de manutenção mecânica da Usina São José da Estiva, de Novo Horizonte, SP. Na preditiva, outro recurso empregado para diagnosticar os rolamentos é a análise de óleo. É usado para verificar se não há nenhuma fagulha – observa. Há ainda o checklist realizado pela equipe de manutenção mecânica, no período

de moagem, para a verificação visual dos rolamentos e de outros componentes dos equipamentos. Na entressafra, os rolamentos são abertos para que seja avaliada, por exemplo, se há alguma graxa contaminada – detalha. Um dos maiores problemas que costuma acontecer com rolamento – dependendo de sua aplicação ¬– é a contaminação, destaca Devanir Moraes. No rolamento instalado em um redutor, a contaminação já é difícil de ocorrer. Neste caso, outros inconvenientes, como a sobrecarga, podem afetar o funcionamento e a vida útil do rolamento – diz. Além da sobrecarga, outros transtornos são decorrentes de procedimentos inadequados durante a montagem e a lubrificação realizada de maneira incorreta, segundo o especialista em manutenção mecânica. O rolamento também precisa estar bem dimensionado – afirma. Para que não ocorram problemas ocasionados pela lubrificação mal feita, é necessário observar a periodicidade deste procedimento, entre outros cuidados. De quinze em quinze dias, o lubrificador verifica o nível em equipamentos fechados, como redutor – informa. De acordo com ele, alguns equipamentos com maior criticidade têm inspeção semanal e até diária, como: em mancais de moendas, redutores planetários de acionamentos de equipamentos de moagem. Nem sempre há necessidade de intervenção nos casos de verificação diária de nível – esclarece. ”Mas, é preciso dar uma olhada todo o dia, pois os equipamentos trabalham em condições bem severas” – comenta.

Devanir Laudo de Moraes, encarregado de manutenção mecânica da Usina São José da Estiva, SP

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Manutenção de selos mecânicos é altamente especializada O selo mecânico é outra peça de reposição que exige atenção especial. “A manutenção do selo é mais ‘fina’ do que a do rolamento. Requer um cuidado ainda maior”, compara o encarregado de manutenção mecânica da Usina Estiva, Devanir Moraes. Possui duas faces: uma estacionária e outra rotativa, que fica rodando a 1.700 rpm. São duas pastilhas duras, geralmente de tungstênio – detalha.

Procedimentos adequados evitam imprevistos com casquilhos Os casquilhos também estão entre as peças de reposição de plantas industriais de unidades sucroenergéticas que requerem cuidados especiais na aquisição e manutenção criteriosa para que sejam evitados transtornos durante o período de moagem. A troca de um casquilho da moenda, principalmente os inferiores, é muito demorada, podendo provocar paradas indesejadas em operações na unidade industrial. Alguns procedimentos devem ser adotados para minimizar os riscos de problemas de funcionamento desses acessórios industriais. Durante a manutenção de entressafra, é preciso verificar as condições da área de contato do casquilho em relação ao eixo e também fazer a limpeza no interior das serpentinas, entre outros procedimentos. De maneira geral, os cuidados adotados nas atividades de manutenção são fundamentais para evitar que avarias, que poderiam ser reparadas, causem “surpresas” desagradáveis durante a safra. Como todas as peças de reposição, os casquilhos devem ser adquiridos de fontes seguras e confiáveis. No processo de fabricação de casquilhos é fundamental, por exemplo, a adoção de cuidados na etapa de fundição para que não ocorra alteração na liga desejada. (RA)

Serviço de reforma deve dar conta dos vários processos que garantem a estanqueidade dos líquidos movimentados por bombas “A montagem tem que ser milimétrica, muito bem-feita, para não vazar o líquido e não quebrar o selo. O cuidado tem que ser redobrado”, afirma. Os maiores problemas apresentados pelos selos mecânicos são decorrentes de fatores externos. “A cavitação de uma bomba ocasiona a trinca do selo. A quebra de um rolamento também pode atingir esse componente. Costuma dar bastante manutenção”, diz. No caso de avaria durante a safra, a equipe de manutenção mecânica faz a substituição do selo para que o equipamento volte a operar. “A usina tem um selo reserva para cada bomba”, observa. A reforma do selo danificado é realizada por empresa terceirizada. “O serviço de reforma é muito especializado, pois há vários processos no selo que garantem a estanqueidade do líquido”, explica. A utilização do selo ocorre em bombas que movimentam líquidos considerados mais preciosos. “Para o bombeamento de água é usada gaxeta. Para caldo, xarope, etanol, tem que ser utilizado selo mecânico para não ocorrer perdas de matéria-prima ou do produto final devido a vazamento”, esclarece.

Quebra de um rolamento pode atingir o selo mecânico: cuidado em dobro


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Rolamentos exigem cuidados durante manuseio e montagem Os rolamentos estão instalados na maioria dos equipamentos girantes – como: redutores, motores, bombas do parque industrial –, do preparo de cana até a destilaria. “Quando o equipamento tem baixa rotação, há a utilização de bucha. Com a rotação um pouco mais alta, há necessidade de rolamento”, observa Devanir Moraes. A especificação e a aplicação correta são fundamentais. “É preciso saber a carga, o equipamento onde o rolamento vai ser utilizado, se vai ter folga ou não”, exemplifica.

Treinamento adequado da equipe de manutenção mecânica também é fundamental para o bom funcionamento O armazenamento e o manuseio de rolamentos também exigem cuidados. Um rolamento manuseado, sem a utilização de luvas, pode ter problema de oxidação por causa do suor. Neste caso, há possibilidade de surgimento de um ponto de fadiga para este rolamento – observa. “A vida útil dele fica comprometida por este fato, mesmo que trabalhe por um tempo”, diz. Na montagem é preciso elevar a temperatura do rolamento, o que é feito por

meio de aquecedor indutivo. “Com essa indução, o rolamento é dilatado e colocado no eixo com a mão para que não seja preciso bater, para não ter impacto. Há um aquecimento do anel interno do rolamento”, explica. Após a dilatação, montagem e esfriamento, o rolamento fica com a medida correta. “O aquecimento e a dilatação na

montagem são primordiais para que o rolamento não entre no eixo de maneira bruta”, destaca. Com dimensionamento, aplicação, lubrificação e montagem, conforme as recomendações técnicas, a Usina Estiva consegue assegurar o bom funcionamento do rolamento durante a sua vida útil. Os cuidados dessa unidade sucroenergética com as peças

de reposição, na área mecânica, incluem treinamento de toda a equipe – informa Devanir Moraes. Há uma reciclagem dos profissionais dessa área a cada dois anos – diz. Segundo ele, a formação técnica adequada desempenha papel importante para a redução de quebras. “Temos conseguido bons resultados”, afirma. (RA)


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ARTIGO

Medidores Virtuais a partir de Simulação On-Line em Processos Sucroenergéticos DOUGLAS CASTILHO*

Nos dias atuais vivemos na chamada “Era da Informação”, onde a vantagem competitiva de nossos negócios, e até a sua sobrevivência, está baseada na informação e no conhecimento. Para atingir tal conhecimento são necessários dados de base, ferramentas e equipes, que tenham capacidade de transformar tais dados em informação, para desta informação partir a estratégia de operação mais rentável. Esta necessidade tem demandado investimento das usinas em automação de seus processos e na implantação de sistemas de gestão para tratar tais dados. No entanto, automatizar por completo uma planta industrial requer um grande investimento material (medidores, atuadores, cabeamento, etc) e humano, difíceis de serem viabilizados em um mercado onde a capacidade de investimento não é tão elevada. Neste cenário é necessário ter bastante critério para a tomada decisão de onde investir. Uma forma de reduzir o gasto com medidores é o uso dos chamados “Medidores Virtuais”. Estes nada mais são do que a

obtenção de um dado básico a partir de alguma outra informação existente. Um bom exemplo da utilização dos Medidores Virtuais em plantas de açúcar e álcool pode ser visto em moendas operadas a vapor. Geralmente as plantas não possuem medidores de consumo de vapor individual e/ou do conjunto de preparo e moenda. A forma tradicional de se obter a informação de consumo individual de vapor em cada turbina demanda a aquisição e a instalação de 7 a 8 medidores de vazão, dependendo da configuração do conjunto.

Alternativamente, utilizando conceitos de engenharia e termodinâmica podemos calcular esta mesma informação a partir dos medidores de temperatura de vapor na saída de cada uma das turbinas. Com isto tem-se a informação da vazão de cada turbina a vapor a partir de um elemento de medição bem mais barato, simples de implementar e de manter do que um medidor de vazão de vapor. Normalmente, o custo da implantação de medidores de temperatura em todo o conjunto (preparo e moenda) equivale a implementar apenas um medidor de vazão em uma das turbinas. Apesar de factível, esta alternativa demanda esforço contínuo de engenharia. Ou seja, a informação não estará disponível para uso contínuo. Esforço semelhante seria demandado para calcular a eficiência para disponibilizá-la nos sistemas de gestão. O S-PAA viabiliza esta alternativa, pois durante a execução de simulação e otimização, estes valores referenciados como Medidores Virtuais já são calculados em tempo real. Além disto, estas informações (vazões, eficiências, etc…) podem voltar também aos supervisórios e estar disponíveis em tempo real aos operadores, disseminando a transformação de dados em informação a toda a planta industrial e em tempo real.

Casos como o da moenda a vapor se repetem por toda a planta, como: moagem online, consumo de vapor trocadores de calor, eficiência evaporadores, consumo de bagaço caldeiras, etc… O S-PAA tem a capacidade de gerar Medidores Virtuais para todos os setores da planta industrial e disponibilizar as informações destes instrumentos virtuais até mais facilmente do que se dissemina com os medidores físicos, uma vez que o S-PAA já está originalmente integrado a todos os sistemas das plantas. O esquema abaixo ilustra como o S-PAA implementa os Medidores Virtuais através de mecanismos de leitura dos dados dos medidores físicos existentes, simulação e disponibilização dos dados calculados (Medidores Virtuais) para os sistemas de informação industrial e de qualidade em tempo real. Informação em tempo real permite atuar em tempo real. Esta atuação e adequação operacional promove resultados a todo o momento, e tais resultados pontuais são os que vão realmente fazer a diferença no somatório do resultado da planta como um todo. *Douglas Castilho é consultor de negócios da Soteica


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Técnica brasileira pode transformar bagaço de cana em carvão ativo LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Método desenvolvido por brasileiros transforma bagaço da moagem da cana-deaçúcar em carvão ativo, além de produzir uma cobertura especial de partículas de prata no carvão ativo, com capacidade antimicrobiana, eliminando, por exemplo, bactérias nocivas da água. Criado a partir de uma demanda que o CNPEM — Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, recebeu de uma grande usina, o projeto tinha como objetivo inicial criar alternativas de utilização de resíduos de usinas de cana, mais especificamente de bagaço e o resíduo de queima dos sistemas de cogeração, transformando-os em materiais e produtos de maior valor agregado. “No início, uma das possibilidades que foi levantada pelo nosso grupo de pesquisa foi justamente a produção de carvão ativo tanto a partir do bagaço como das cinzas, uma vez que a demanda por carvão ativo no Brasil é maior do que a oferta e por isto somos importadores deste insumo”, afirma Mathias Strauss, pesquisador do LNNano — Laboratório Nacional de Nanotecnologia do CNPEM.

Mathias Strauss, pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais

O primeiro passo para obter o carvão ativo é a queima incompleta da matériaprima, seguida de um tratamento químico que produz no material queimado uma grande quantidade de pequenas porosidades que funcionam, de modo geral, como um sorvedouro, permitindo que partículas poluentes, em especial as moléculas orgânicas, sejam adsorvidas e fixadas na superfície do material. De acordo com os pesquisadores, não houve grandes dificuldades no desenvolvimento do projeto, levando em consideração que a matéria-prima para sua produção, o bagaço, é abundante e seu emprego na produção de carvão ativo não competirá com a produção de energia elétrica nos sistemas de cogeração. “Os processos industriais de fabricação de carvão ativo são bem estabelecidos e já são aplicados para diversas outras matériasprimas como cascas de coco, madeira, ossos, etc. Além disso, os processos intermediários de carbonização do bagaço (por pirólise), para a obtenção de um carvão do bagaço que será posteriormente ativado, também já estão estabelecidos em escala piloto ou de demonstração no Brasil e industrialmente no mundo”, comenta Mathias.

Transformação reduz dependência brasileira da importação Resíduos sucroenergéticos são totalmente renováveis Projetos voltados para o aproveitamento de recursos renováveis e abundantes, como os resíduos do setor sucroenergético, são um dos enfoques de grupo de pesquisa no Laboratório Nacional de Nanotecnologia no CNPEM. São totalmente renováveis. “Estamos desenvolvendo materiais e produtos para áreas de materiais de engenharia, saúde, meio ambiente, cosméticos, alimentos, agricultura, entre outras. Destaco que temos realizado pesquisas em dois principais campos:

materiais de celulose e materiais de carbono e estão sendo estudados pelo grupo fibras de reforço de nanocelulose para aditivos de reforço de plásticos e borrachas, negros de fumo aditivos de reforço de plásticos e borrachas. Incluindo negros de fumo condutores para materiais para sensores e baterias, nanocelulose para aditivos de viscosidade em alimentos, cosméticos e fármacos e condicionadores de solo para a retenção controlada de água e nutrientes”, finaliza o pesquisador. (LB)

Um dos benefícios da transformação é a redução de dependência brasileira da importação do carvão ativo, uma vez que a demanda interna é maior do que a oferta e isto torna o país mais frágil a variações cambiais e de acordos comerciais internacionais, além de ser uma nova alternativa econômica para usinas de cana que desejam diversificar seu portfólio de produtos, indo na direção de indústrias produtoras de materiais avançados de alto valor agregado. “O desempenho dos carvões ativos de bagaço de cana, na descontaminação de água e ar, tem se mostrado comparável aos produtos já disponíveis no mercado. Já viabilizamos também a produção de carvões ativos de bagaço de alta performance com desempenho até 2,5 vezes maior e também

carvões ativos modificados com nanopartículas de prata com ação bactericida capaz de não só descontaminar a água e o ar de poluentes, mas também de bactérias”, explica Strauss. O projeto teve a duração de aproximadamente dois anos, em seguida o grupo teve dois projetos aprovados junto ao Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia em cooperação com dois centros de pesquisa referência em Beijing e Shanghai na China. Estes dois projetos estarão vigentes até início de 2019 e têm como objetivo continuar os estudos sobre o carvão ativo de bagaço de cana em duas frentes, testes de aplicação do material em descontaminação de ar e testes de toxicidade do material. (LB)


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ENTREVISTA — Fernando Palma

DOUTORES DA CANA! Os cases de quem partiu na frente na corrida pelas altas produtividades

Estamos trabalhando na manutenção de “base” do canavial, ou seja, resgatando práticas agrícolas como formação de viveiro de mudas e adubação orgânica e complementar. Intensificamos o monitoramento e combate a pragas e doenças da cana de açúcar, reforçando nosso trabalho com o controle biológico. A adubação complementar foliar, com o fornecimento de nutrientes além dos que já chegam à planta pelo solo, é adotada quando todas as outras práticas para melhoria da produtividade já foram efetivadas.

LUIZA BARSSI, DA R EDAÇÃO

O Grupo USJ produz etanol, açúcares de diversas especificações e energia elétrica, com alta tecnologia e automação em seus processos agrícolas e industriais. Com três usinas em operação (Usina São João em Araras/SP, e usinas São Francisco e Rio Dourado, em Goiás), o Grupo USJ está hoje entre os principais grupos sucroenergéticos do Brasil. Fernando Palma, gerente de operações agrícolas da Usina São João há 16 anos, enfatiza a importância da produtividade agrícola e relata algumas das atuais dificuldades para se garantir bons índices, além de comentar sobre as estratégias para o aumento da produção. Veja a seguir sua entrevista: JornalCana — Qual a sua visão sobre a importância da produtividade agrícola dentro do processo produtivo sucroenergético? Fernanco Palma — Atualmente, com o grande número de usinas em operação no

agrícola dessas áreas. Em outras palavras, é um crescimento vertical de produtividade, o que significa que extraímos com a máxima eficiência o potencial da cana que já existe, sem ampliar a área plantada.

Dentro do pacote tecnológico disponível para a cultura da cana-de-açúcar, a nutrição complementar via folha configura-se como uma ferramenta de relevância? Sem dúvida. Esses produtos trazem um aumento significativo da produtividade e, claro, resultados mais rentáveis do ponto de vista do negócio. Considero uma estratégia fundamental para ganho de eficiência e otimização dos ativos agroindustriais, aumentando a competitividade das usinas dentro do setor sucroenergético.

Quais decisões vêm sendo tomadas que refletem na manutenção das altas produtividades dos canaviais?

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Fernando Palma, gerente de operações agrícolas da Usina São João de Araras, SP

país, há muita concorrência para se estabelecer áreas de cultivo de cana de açúcar. Então tem sido mais difícil expandir áreas plantadas, sejam próprias ou de parceiros e fornecedores. Nesse caso, a melhor estratégia para reduzir os custos operacionais e garantir que a planta industrial aproveite sua capacidade máxima de operação é incrementar a produtividade


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Cana melhorada alagoana cobre 70% da área canavieira do Brasil LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Ocupando 70% da área canavieira do Brasil, o clone de cana-de-açúcar produzido em Alagoas beneficia os pequenos produtores de 54 municípios de Estado com a cana melhorada. O melhoramento genético com referência mundial já possui propostas de contratos estrangeiros. Com tempo médio de 15 anos para realizar o trabalho que é referência nacional e internacional e envolve dezenas de pesquisadores da Ufal — Universidade Federal de Alagoas, a pesquisa embala persistência, dedicação e paciência para que a cana-deaçúcar geneticamente melhorada chegue ao setor produtivo, elevando os rendimentos agroindustriais no âmbito canavieiro, além de beneficiar milhares de pequenos produtores dentro da zona da mata, litoral e parte do agreste do Estado, além do resto do mundo afora. Levantamentos indicam que a cana melhorada produzida em Alagoas ocupa cerca de 70% da área canavieira do Brasil. O teor de sacarose e a resistência às pragas estão entre os principais atrativos das variedades RB — República do Brasil, produzidas a partir do PMGCA — Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar, desenvolvido pela Ufal, no Ceca — Centro de Ciências Agrárias, em Rio Largo, Maceió, e na Estação Experimental da Serra do Ouro, em Murici, na Zona da Mata do Estado. Os produtores afirmam que o encaminhamento é espetacular. A contemplação dessas mudas para o pequeno produtor é o foco da Ufal. Além de beneficiar estes fornecedores que não são poucos, principalmente do Nordeste com baixa quantidade de área. Atualmente em Alagoas são mais de sete mil produtores e 86% deles têm uma ocupação de 20 hectares. Hoje cerca de 30 mil toneladas da planta são produzidas no Estado, sendo que 33% pertencem aos produtores de cana independentes e 67% as usinas, uma evolução que gera empregos e garante o crescimento da economia do Estado.

Programa público de melhoramento tem parceria com empresas do setor Há 27 anos a Ufal desenvolve o Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar, em parceria com as empresas do setor sucroenergético regional e de lá, saem centenas de profissionais de nível superior com ênfase na cultura canavieira. Em 1990 existiam apenas 5% de variedades RB liberadas no Brasil, hoje a área de ocupação canavieira saltou e passa da casa dos 70%. Segundo os coordenadores do projeto, as visitas são constantes pela

procura do material genético e não faltam propostas de contratos com empresas dos Estados Unidos, Austrália, África do Sul, Argentina, Colômbia, querendo o material da pesquisa estudado na Ufal. A última variação da cana-de-açúcar RB liberada foi em junho do ano passado e a penúltima há seis anos. A próxima liberação está prevista para 2020, podendo acontecer uma ou outra em 2018. O mais interessante é o teor de sacarose da cana dentro do peso da planta e não o caldo com pouco açúcar e água

como era feito antigamente. A cana é composta de fibra, água e açúcar. Em 1970, a cana tinha menos açúcar do que agora, antes eram 90 quilos de açúcar por toneladas, mas nas últimas safras foram 140 quilos por toneladas, um ganho expressivo em 40 anos. O mesmo acontece ao peso da cana, que anteriormente era 50 quilos, mas passou para 80 nos dias atuais. Com isso se produzia 4,5 mil quilos por hectare, porém atualmente a média é de 10 mil quilos, mais que o dobro. (LB)


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Integração da cana com outras culturas eleva rentabilidade A utilização dos sistemas de Meiosi e de rotação pode proporcionar ganhos agronômicos e financeiros significativos para o produtor e unidades sucroenergéticas

de cana variam bastante. Depende da cultura intercalar utilizada, dos equipamentos do produtor, da largura de trabalho destes equipamentos, explica Igor Pizzo. Segundo ele, o mais comum tem sido o plantio, entre as linhas de mudas de cana, de 10 a 14 linhas, na média, da cultura intercalar. É considerado o espaçamento padrão de 1,50 metro entre uma linha e outra. A Cooperativa Agroindustrial é referência em amendoim, que é a principal cultura intercalar utilizada pelos cooperados. Em segundo lugar, está a soja. A Coplana tem aproximadamente 1.200 cooperados. A maioria produz cana-de-açúcar, além dos produtos usados nos sistemas de Meiosi e rotação.

R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A integração da cana-de-açúcar com outras culturas proporciona benefícios agronômicos e financeiros significativos para usinas e produtores que adotam o sistema de Meiosi – Método Inter-rotacional Ocorrendo Simultaneamente – ou mesmo de rotação com amendoim, soja, entre outras leguminosas. Nesses casos, é possível obter elevação da rentabilidade com a comercialização de um produto agrícola adicional e o aumento da produtividade da cana que pode chegar em áreas com rotação de culturas em até quinze toneladas por hectare. Uma aliada para o aproveitamento de

SOLUÇÃO DE GARGALOS

Igor Vanzela Pizzo, gerente de tecnologia agrícola e inovação da Coplana

recursos nas áreas de cana tem sido a técnica de Meiosi. A Coplana - Cooperativa Agroindustrial, com matriz em Guariba, SP, cumpre um papel importante, por exemplo, na divulgação deste sistema. Essa técnica tem sido difundida, de maneira mais intensa, nos últimos dois anos,

informa o engenheiro agrônomo Igor Vanzela Pizzo, gerente de tecnologia agrícola e inovação da Coplana. Os associados desta cooperativa utilizam a Meiosi para o plantio de algumas culturas entre as linhas de mudas de cana-de-açúcar. O espaçamento entre as linhas de muda

A Meiosi passou a ser adotada na cultura de cana-de-açúcar na década de 80, quando houve o desenvolvimento, inclusive, de uma tese sobre o assunto na Unesp – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, informa o gerente de tecnologia agrícola e inovação da Coplana. A área entre as linhas de cana destinada para a cultura intercalar era, inicialmente, de quatro linhas. Após a solução de alguns gargalos, no processo de adoção da técnica, houve a ampliação deste intervalo. (RA)

Sistemas poderiam ser adotados em outras regiões

Meiosi possibilita desenvolvimento de mudas na área de plantio

Nas regiões de atuação da Coplana, a rotação de culturas também tem sido uma prática bastante utilizada. Da mesma forma que ocorre na Meiosi, a cultura predominante na rotação é o amendoim e, em segundo lugar, a soja. Os ganhos para o solo também são interessantes. Há a quebra da sequência da mesma cultura em uma determinada área, o que diminui a probabilidade de incidência de doenças e pragas – explica Igor Pizzo. Neste caso, ocorre também a diminuição da demanda de nitrogênio. Além de aumento de rentabilidade por causa do cultivo de outro produto agrícola, a rotação de culturas proporciona elevação da produtividade da cana-de-açúcar que pode ser

O sistema de Meiosi aumenta a rentabilidade do fornecedor de cana devido à possibilidade de comercialização de um produto adicional, além de proporcionar ganhos financeiros por causa de uma maior taxa de multiplicação de mudas nessas áreas.

de 10 a 15 toneladas por hectare pelo menos no primeiro corte. Os sistemas de Meiosi e de rotação de culturas poderiam ser mais adotados pelas usinas e produtores de outras regiões que deixam a terra parada, em pousio – comenta o gerente de tecnologia agrícola e inovação da Coplana. “A maioria das usinas ainda não faz rotação nem Meiosi. É um desperdício”, ressalta. O produtor sente mais no bolso a perda de rentabilidade e por isso adota essas práticas com maior facilidade. “Na nossa região, diversas usinas fazem rotação. Mas, esse sistema poderia ser utilizado por unidades de outras regiões”, opina. (RA)

Sistema reduz gastos com logística e gera benefícios para o solo, diminuindo, por exemplo, a aplicação de nitrogênio para a cultura da cana Os benefícios não param aí. Os restos da cultura intercalar deixam o solo mais rico. “Há uma diminuição na aplicação do nitrogênio. Existe uma recomendação para usar metade da dose de nitrogênio por causa do aporte proveniente da leguminosa cultivada na área”, observa Igor Pizzo, da Coplana. No método de Meiosi, o desenvolvimento das mudas ocorre na própria área onde será implantada a lavoura comercial de cana, o que reduz os gastos com logística. Não há necessidade de grandes equipamentos para transbordagem – exemplifica Igor Pizzo.

Após a colheita da cana-de-açúcar, é feito o preparo do solo na área onde haverá o plantio de mudas no sistema de meiosi. “O plantio das linhas de muda ocorre por volta de setembro. No intervalo dessas linhas há o plantio do amendoim ou da soja, geralmente em outubro”, detalha o gerente de tecnologia agrícola e inovação da Coplana. Em fevereiro e março é feita a colheita das mudas de cana – observa. A colheita da cultura intercalar ocorre na sequência. Para o plantio da cana nessas áreas, o espaçamento utilizado tem sido o sulco simples, de 1,40 ou de 1,50 m, que é o mais comum na região que abrange os municípios de Guariba, Jaboticabal, Ribeirão Preto. Em alguns casos, ocorre a utilização do espaçamento de 1,40 m. O sistema de plantio de cana, adotado nessas áreas, é o manual. “No mecanizado há uma perda muito grande, sendo usado de 18 a 20 toneladas por hectare. No manual há a utilização de oito a dez toneladas – no máximo – por hectare”, compara. (RA)


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MPB triplica taxa de multiplicação e melhora sanidade Com 14 polos produtores, projeto de Mudas PréBrotadas ganha prêmio SomosCoop na categoria Inovação e Tecnologia O sistema de Meiosi é utilizado em diversos projetos da Coplana, inclusive nos de multiplicação e plantio de MPBs - Mudas Pré-Brotadas que têm proporcionado um maior rendimento. A MPB possibilita triplicar a taxa de multiplicação – informa Igor Pizzo. A Cooperativa Agroindustrial tem 14 polos produtores de MPB, a partir de um projeto desenvolvido em parceria com o IAC – Instituto Agronômico, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. “O produtor faz a multiplicação de mudas de cana para ele e, em diversos casos, também para vizinhos. É usada a Meiosi nessas áreas”, observa. Esse projeto de MPB, que conta ainda com a participação da Socicana – Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba, recebeu, em 2016, o prêmio SomosCoop da OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras, na categoria Inovação e Tecnologia. Com a denominação de +Cana – Mais Produtividade no Canavial, o projeto tem transformado o sistema de produção a partir do plantio de

Dia de campo na Destilaria Malosso, em Itápolis, SP

Mudas Pré-Brotadas, proporcionando autonomia ao produtor, sanidade e longevidade ao canavial. A Basf e a Syngenta também são parceiras da Coplana que comercializa as mudas pré-brotadas de cana dessas empresas de acordo com alguns fatores, como: disponibilidade de variedades, interesse do produtor – diz. A muda de cana do IAC – que não é comercial – tem sido disponibilizada para multiplicação. Para divulgar e demonstrar as vantagens

do sistema de Meiosi, a Coplana – entre outras iniciativas nessa área – foi parceira da Syngenta no Dia de Campo promovido pela empresa na Destilaria Malosso, em Itápolis, SP. O evento – realizado em 25 de janeiro – contou com a participação de 120 pessoas, incluindo produtores e consultores. Segundo Henrique Mourão, gerente de Marketing Cereais da Syngenta, além de viabilizar o plantio de viveiros e a multiplicação de mudas de cana dentro da área, o que gera uma significativa redução de

custos com maquinário e logística, o método de Meiosi, ao explorar o plantio intercalar de culturas leguminosas, melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo. A Meiosi está mais difundida junto a produtores de cana do estado de São Paulo. “Mas, diante de tantos benefícios, o sistema tem potencial para ser explorado em qualquer região favorável ao cultivo de cana-deaçúcar”, afirma Guilherme Moura, gerente de Marketing Plene da Syngenta. (RA)


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Inovação e tecnologia da torre solar Alfa Tek preserva vidas e gera lucro Empresa oferece solução sustentável em iluminação artificial para o trabalho no campo Para atender as necessidades dos trabalhadores rurais e dos empresários do setor, o empreendedor Luiz Carlos Massoni desenvolveu a Torre Dupla de Iluminação Solar NR 17 – uma solução competente para a falta de equipamento eficaz para o trabalho noturno, além de garantir maior segurança e gerar economia.

Desde 2003, Massoni pesquisa formas de oferecer, para as operações itinerantes no campo, mais conforto e otimização dos trabalhos. As áreas de vivência NR 31, fabricadas por ele, em 2007, foram o elemento motivador para a criação das Torres Solares NR 17. Diante da experiência de mercado, o empresário percebeu que os trabalhadores rurais, que atuavam no turno da noite, enfrentavam riscos, já que a iluminação era precária, tornando o trabalho

mais difícil e perigoso, pois eram utilizadas, muitas vezes, apenas lanternas portáteis. A torre solar, segundo Massoni, levou em conta não só a economia gerada com a utilização do equipamento nas frentes de trabalho como também o baixo custo de aquisição, comparado ao valor de torres à combustão. Com valor de R$ 0,48/hora de trabalho, baixo índice de manutenção, robustez, facilidade de operação e transporte, com 20

refletores direcionáveis, divididos em duas torres, a Torre Solar Alfa Tek NR 17 chegou a vários nichos de mercado nunca atendidos por iluminação ecológica competente, tais como áreas de CCT noturnos, salões de armazenamento de açúcar, pátios (bate/volta), iluminação de trevos em rodovias, colheita de grãos (milho / soja), portos, construção civil, rodovias, mineradoras, tanques de armazenagem combustível.


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Segurança nas operações e ampla visualização do ambiente A Torre Solar Alfa Tek traz para as empresas, segurança nas operações, ampla visualização do ambiente, preservação de vidas (evitando atropelamentos e animais peçonhentos), agilidade e eficiência, facilidade nas operações de transbordo e engate, sinalização veicular, entre outras. Segundo normas do Ministério do Trabalho, a ausência de iluminação artificial, nos ambientes de trabalho, (NR 17 – MTE /

GOV) resulta em ações trabalhistas / TACs (Termos de Ajustamento de Conduta). Veja no link a seguir, por exemplo, a empresa que foi obrigada a ressarcir o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), por benefício pago por morte de trabalhador por falta de torre solar. http://www.conjur.com.br/2015ago-07/empresa-ressarcir-inss-gasto-pensaomorte Segundo Massoni, já foram produzidas mais de 938 Torres Solares que estão

atendendo grandes grupos como Coruripe, Bunge, Odebrecht, Biosev, Raízen, Monsanto, além de construtoras e setores públicos. “Investir na Torre Solar Alfa Tek é satisfação garantida, pois seu carregamento rápido e a durabilidade de suas baterias mantêm o equipamento em funcionamento, mesmo em dias de chuva, por até 96 horas” afirma o empreendedor e idealizador do equipamento Luiz Carlos Massoni.

VÁRIAS VERSÕES A Torre Solar Dupla Alfa Tek NR 17 possui várias versões:

Rebocável, com duas Torres Solares: Uma Holográfica Móvel com 10 refletores em LED cristal e outra fixa com 10 refletores em LED cristal.

Acoplada, em qualquer equipamento compatível, com duas Torres Solares: Uma Holográfica Móvel com 10 refletores em LED cristal e outra fixa com 10 refletores em LED cristal.

Fixa, em pátios bate / volta e de mais setores necessários: com duas Torres Solares: Uma Holográfica Móvel com 10 refletores em LED cristal e outra fixa com 10 refletores em LED cristal.

Portátil Spider: utilizada em trevos de rodovias vicinais, atendendo normas do Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) com uma Torre Holográfica Móvel com 10 refletores em LED cristal.

Mais informações: http://www.redparts.com.br/inovacao/torresde iluminacao/ Alfa Tek – Torres Solares Catanduva – SP Email: vendas1.alfatek@terra.com.br Contato: Christiano Massoni (17) 99775-0560


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Planejamento deve compatibilizar custo e performance do canavial Recomendação é que não ocorra redução da adubação nem da aplicação de inseticida e herbicida, no caso de infestação de pragas ou plantas daninhas

pensada”, observa. Todos os esforços precisam estar direcionados para melhorar a performance das lavouras de cana. “Produtividade alta é considerada atualmente a que registra resultados acima de três dígitos, ou seja, canaviais com produtividade acima de 100 toneladas por hectare. Hoje está bem abaixo disto. Ribeirão Preto tem obtido produtividade de 83% a 85%”, constata. Há muito o que fazer – enfatiza. “O planejamento é etapa importantíssima. É necessário planejar adequadamente as operações, o que vai ser controlado, a quantidade de insumo que vai ser utilizada, a variedade que será plantada, qual máquina vai entrar no talhão, entre outros procedimentos. Tudo deve ser sustentado por um acompanhamento detalhado, indo até a lavoura para ver o que é preciso fazer”, diz.

R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

O planejamento do processo de produção agrícola é uma tarefa cada vez mais desafiadora para gestores dessa área em unidades sucroenergéticas e também para fornecedores de cana. Atividade fundamental para assegurar rentabilidade, o planejamento exige a compatibilização de metas, como: elevação da produtividade, aumento do teor de sacarose, longevidade do canavial, eficiência operacional com a otimização de recursos e atendimento das demandas por matéria-prima da área industrial. Em períodos de crise e de instabilidades climáticas, essa equação – que já tem muitas variáveis – torna-se ainda mais complexa. O canavial precisa apresentar resultados positivos, mas com um custo, que seja economicamente viável para o fornecedor ou para a usina, ressalta a engenheira agrônoma Alessandra Durigan, responsável pelo departamento técnico da Canaoeste – Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo, com sede em Sertãozinho, SP. “O acompanhamento dos custos é de extrema importância”, observa. Mas, não se deve deixar de lado os procedimentos adequados, como aplicação de um insumo e a realização de uma operação, que podem ser fundamentais para o bom desenvolvimento do canavial – alerta. A usina e o fornecedor de cana não devem – exemplifica – reduzir a adubação

ASSISTÊNCIA E ENVOLVIMENTO

Alessandra Durigan, engenheira agrônoma responsável pelo departamento técnico da Canaoeste

nem diminuir o uso de inseticida e herbicida, no caso de infestação de pragas ou plantas daninhas. Esse tipo de medida –

geralmente adotada em anos de crise – vai interferir na produtividade no curto e longo prazo. “Deve ser a última coisa a ser

O plantador de cana também está envolvido com o planejamento da produção agrícola. “A nossa equipe ajuda o fornecedor a planejar, desde o plantio até o trato de cana-soca. A colheita, na maioria dos casos, é feita pela própria usina”, afirma a gestora técnica da Canaoeste, Alessandra Durigan. Com aproximadamente 2.500 associados, a Canaoeste oferece um amplo trabalho de assistência técnica, fornecendo orientações sobre a utilização do insumo adequado, as operações e os procedimentos apropriados, entre outras recomendações. Essa associação de plantadores de cana, a partir de uma parceria com uma empresa especializada, fez a classificação de ambientes de produção de fornecedores, mapeando quase 50 mil hectares. Do custo deste trabalho, a Canaoeste paga 80% e os outros 20% ficam por conta dos associados que têm um total de 130 mil hectares de cana. A Canaoeste consegue viabilizar o mapeamento de quatro a cinco mil hectares por ano – informa Alessandra Durigan. (RA)


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Resultados positivos também dependem do uso de mudas sadias A falta de vivência no processo de produção de cana-de-açúcar pode comprometer, em diversos casos, o planejamento e o gerenciamento de operações, procedimentos e resultados na área agrícola. Unidades e grupos sucroenergéticos estão contratando gestores que conhecem bem as áreas financeira e econômica, mas não apresentam o mesmo domínio da área técnica, constata Marcos Antonio Sanches Vieira, professor do Centro de Ciências Agrárias da UFSCar Universidade Federal de São Carlos, campus de Araras, SP. No caso da seleção de mudas para o plantio, esses gestores indicam que se escolha a “melhor cana da usina” para essa finalidade, repetindo o erro cometido por diversas usinas durante a expansão do setor ocorrida na década passada – exemplifica. Decisões equivocadas deste tipo podem inclusive prejudicar o planejamento agrícola da unidade visando a obtenção de determinada produtividade e longevidade do canavial – alerta. “É preciso de muda que tenha origem, para que possa ser feito rastreamento, com o objetivo de identificar se este material já teve alguma doença, se passou por uma termoterapia, por uma biofábrica”, explica. De acordo com ele, deve haver a utilização de muda de viveiro. “Muita gente acha que cana-planta é viveiro. O

desenvolvimento de mudas sadias não é custo. É um investimento para que seja obtida uma boa produção”, afirma Marcos Vieira, que é também coordenador do programa de mudas de cana-de-açúcar da UFSCar.

Decisões equivocadas nessa área podem prejudicar a produtividade e comprometer a longevidade do canavial O planejamento da produção agrícola deve ser iniciado com o desenvolvimento de mudas para que o canavial apresente boa performance. Se a muda não tiver boa qualidade, parte do investimento realizado em diferentes etapas do processo de produção poderá ser desperdiçada. “A usina vai estar jogando dinheiro fora”, ressalta. Se não ocorrer a produção de matériaprima no campo com a qualidade esperada, não há como compensar posteriormente – observa. ”Além de comprometer a safra, há um comprometimento da longevidade. Se o canavial iria ter cinco, seis, sete cortes, vai precisar reformar, nestes casos, com três cortes”, diz. (RA)


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Manejo deve ponderar as características das variedades disponíveis Outro aspecto fundamental a ser considerado no planejamento e gerenciamento da produção de cana-de-açúcar é o manejo varietal, que deve levar em conta, entre outros fatores, a utilização de variedades apropriadas para o início, meio e final de safra - observa Marcos Vieira, professor da UFSCar. “É um quebra-cabeça” – diz. Em uma área que tem alta incidência de determinada planta daninha, doença ou praga, devem ser alocadas variedades resistentes – constata.

Existem questões importantes que precisam ser consideradas no planejamento, como a reforma do canavial, mecanização da colheita e do plantio. Outros aspectos precisam ser considerados. Existe um equilíbrio: a medida que ocorre o desenvolvimento de variedades com maiores teores de açúcar, há uma perda em rusticidade e resistência. Quando se trabalha a variedade para ter rusticidade, há uma perda de açúcar – compara. “É uma correlação negativa. Não se consegue positivar tudo”, esclarece. No caso de perda de resistência, existe a necessidade de maior controle de doenças, plantas invasoras – afirma. “É preciso dar melhores condições para que a planta expresse geneticamente o potencial para qual ela foi desenvolvida”, ressalta. O desafio é ponderar as características dos materiais

disponíveis. “Deve-se trabalhar com variedades mais ricas até certo ponto. Se for uma área muito grande, a usina vai ganhar no transporte, porque estará levando mais açúcar do campo para a indústria. O que interessa é ter maior eficiência na produção de açúcar por área”, diz Marcos Vieira, que participa do PMGCA – Programa de Melhoramento Genético de Canade-Açúcar da UFSCar. O planejamento e o gerenciamento da produção de canade-açúcar têm muitas variáveis. Existem questões importantes que precisam ser consideradas, como a reforma do canavial, mecanização da colheita e do plantio. No caso do corte mecanizado, deve haver a preocupação com o espaçamento e a

colheitabilidade das variedades escolhidas, considerando o porte da cana, a idade dos colmos – exemplifica. O índice de reforma do canavial é outro fator importante a ser avaliado no planejamento. “O indicado, na maioria das situações, seria reformar 20% da área de cana. Mas, as usinas diminuíram o percentual de reforma, o que também contribuiu para a queda de produtividade. Com a crise, houve a redução. O setor já foi mais eficiente, obtendo produtividade mais elevada, mais próxima dos três dígitos”, comenta. Entre os motivos para a queda da produtividade estão a redução da reforma, diminuição do uso de insumos e de fertilizantes – destaca. (RA)


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Governo garante querer reforçar diálogo com o setor MME realiza primeira reunião da Mesa de Abastecimento de Biodiesel LUIZA BARSSI,

DE

VALINHOS, SP

Para reforçar o diálogo com o setor e seus diversos agentes, o MME — Ministério de Minas e Energia, promoveu no dia 18 de janeiro a primeira reunião da Mesa de Abastecimento de Biodiesel. O encontro seguiu o modelo de relacionamento já existente com o segmento do etanol e vai buscar regularmente reduzir assimetrias de informação entre governo, setor produtivo e setor de distribuição, além de avaliar periodicamente o abastecimento de biodiesel e as variações envolvendo safra e entressafra. Durante a abertura do encontro, o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Márcio Félix, destacou que o segmento tem tido papel de destaque no MME e lembrou dos avanços que serão conquistados com o RenovaBio,

iniciativa que busca a expansão dos biocombustíveis. "O setor de biocombustíveis do País já é reconhecido internacionalmente, mas a gente tem uma oportunidade nova de dar um salto a mais, de maneira que a gente entre em um novo patamar", disse o secretário. "A Mesa é um mecanismo fundamental para antevermos desafios e minimizar o efeito da sazonalidade e do risco agrícola no mercado energético do biodiesel, do qual depende a integralidade do transporte coletivo de pessoas e cargas em veículos tipo diesel. O aprofundamento das questões e redução das assimetrias de informação entre produção e distribuição é também fundamental para a iniciativa privada melhor se programar", disse o coordenador-geral de Biodiesel e outros biocombustíveis, Ricardo Gomide. Segundo o ministro do MME, Fernando Coelho Filho, o Brasil tem grande potencial em energias renováveis e a meta é elevar para ao menos 23% a fatia dessas energias, além da hídrica na matriz elétrica até 2030, conforme compromisso assumido pelo Brasil na COP 21. “O setor de biocombustíveis tem e terá papel importante nisso”, comenta Fernando.

Ministro do MME, Fernando Coelho Filho

RenovaBio é nome bonito para desafio antigo O RenovaBio, lançado pelo Ministério de Minas e Energia em dezembro de 2016, tem o objetivo de expandir a produção de biocombustíveis no Brasil, baseado na previsibilidade, na sustentabilidade ambiental, econômica e social e compatível com o crescimento do mercado. O RenovaBio é um nome bonito para desafio antigo. Mas o governo se mostra confiante. “Há oportunidades para crescimento do

etanol, do biodiesel, do bioquerosene e de outros biocombustíveis em todo o território nacional, o que trará benefícios econômicos para todo o Brasil, além de benefícios ao meio ambiente”, finaliza o ministro Márcio Félix. A expectativa do MME é que sejam realizadas seis reuniões da Mesa de Abastecimento de Biodiesel, com espaço de dois meses entre os encontros, sempre na sede do MME, em Brasília. (LB)

Márcio Félix, Secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis


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Projeto Semear realizado em 2015

Nova geração aposta em sustentabilidade e vence Projeto Semear da Usina Diana foi criado para levar crianças a desenvolver as melhores práticas ambientais LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Localizada em Avanhandava, SP, a Usina Diana sempre se mostrou interessada em investir em novos projetos para a empresa e para seus colaboradores. Mas nos últimos anos a organização ampliou seus horizontes e trouxe projetos que beneficiam o meio ambiente e a população.

Projeto tem como premissa a conscientização dos que serão os precursores desta missão: as crianças Entre a lista de ideias mais recentes da usina, está o CCI — Centro de Capacitação e Integração, que foi criado visando a capacitação, aperfeiçoamento da mão de obra e Integração Social. O centro realiza cursos profissionalizantes, integrações, palestras, seminários, confraternizações tanto para seus colaboradores quanto para a população de Avanhandava. Na indústria foi ampliada a capacidade de geração de vapor, moagem, produção de açúcar, além de investimento em equipamentos de segurança. Na área agrícola, mais de 50% de todo canavial foi reformado, além de adquirir propriedades rurais e

Projeto Semear realizado em 2014

investir em frotas e apoio técnico. Em relação a sustentabilidade, foi criado um setor que trabalha a fim de desenvolver as melhores práticas de meio ambiente, foi instalado uma estação de tratamento de esgoto, tratamento de lavagem de fuligem das caldeiras, central de gerenciamento de resíduos, impermeabilização dos canais de vinhaça, ampliação dos viveiros de mudas nativas e recuperação das matas ciliares. Com o crescente número de desmatamentos, alteração das leis ambientais e consequentemente aumento das fiscalizações houve necessidade de não só atender a legislação, mas também ir além e apostar na sustentabilidade, utilizando como premissa a conscientização dos que serão os precursores desta missão, as crianças. Partindo da filosofia de sustentabilidade, que por si só nos traz ideia de futuro, a Diana adotou a estratégia de iniciar um trabalho com os filhos de seus colaboradores de forma

interativa e descontraída para atrair atenção e fixar as práticas de preservação do meio ambiente e conceitos de sustentabilidade repassadas pelos monitores do setor de Recursos Humanos e gestores do setor de meio ambiente da empresa. O Projeto Semear é destinado principalmente aos filhos dos colaboradores que são os principais divulgadores das boas práticas ambientais e também é estendido à comunidade que se beneficia através da conscientização de jovens e adultos que realizam visitas e estudos nos viveiros de mudas de espécies nativas da usina. Para a realização do projeto, as crianças são inscritas por seus pais no período divulgado em meios de comunicação como jornal interno, cartazes e panfletos distribuídos pela Diana. Após ser definida a quantidade de crianças, são finalizados os preparativos para a realização do evento, como: confecção de camisetas, bonés,

preparação da área onde serão realizados o plantio e a separação das mudas cultivadas em viveiro próprio. O Projeto é realizado todos os anos, próximo ao dia da árvore e em quatro anos de Projeto foram plantadas mais de 900 mudas de árvores e repassado a importância dessas ações para mais de 240 crianças. Sem contar o número de visitantes, escolas e entidades que se deslocam para conhecer o viveiro de mudas da usina para reforçar a conscientização de crianças e jovens. Os realizadores do projeto acreditam que consciência ambiental deve ser plantada no cotidiano das crianças, afinal elas serão responsáveis pelo futuro do nosso planeta e os principais beneficiados por essas ações. Com a realização deste projeto além do número de mudas plantadas e de crianças atendidas pelo mesmo, o que mais importa é a divulgação das boas práticas envolvidas em todo o processo envolvido no projeto.


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NOVO HORIZONTE E SEM DESPERDÍCIO! Viveiro de mudas nativas da Santa Isabel é revitalizado por água de reúso tratada LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

O departamento ambiental da Usina Santa Isabel, de Novo Horizonte, SP, mantém um viveiro de mudas que exige um alto consumo de água para irrigação. Sabendo que é um recurso natural finito, a usina elaborou um projeto para evitar o desperdício e minimizar impactos ao meio ambiente. O Viveiro de Mudas Nativas da Usina Santa Isabel foi projetado e construído no ano de 2012 pelo departamento ambiental da empresa. Ele está localizado na Fazenda Três Pontes, Bairro Três Pontes, pertencente ao município de Novo Horizonte, SP. O viveiro tem capacidade para produzir 30.000 mudas florestais nativas por ano e possui sistema de irrigação 100% automatizado. Na produção de mudas florestais nativas o grande problema é o desperdício de água, volume que varia entre 40% a 70% de perda tanto por escoamento no solo como por evaporação. Assim surgiu a necessidade de implantar um processo para reduzir esta perda através do reaproveitamento da água. Este projeto foi desenvolvido por técnicos ambientais da empresa que realizaram estudos preliminares e concluíram

que haveria uma grande demanda de água para irrigação das mudas produzidas. Desta maneira, foram realizadas pesquisas sobre o consumo e a perda de água em viveiros de mudas, chegando à solução que o reaproveitamento da água seria a melhor técnica para evitar o desperdício. O sistema de produção de mudas nativas beneficia toda a sociedade e o meio ambiente, visto que todas as mudas produzidas são utilizadas em reflorestamentos realizados pela própria empresa para recuperação de matas ciliares de nascentes, córregos e rios. A produção de mudas neste viveiro visa desenvolver projetos sustentáveis e minimizar todos os impactos causados ao meio ambiente. A água é o recurso natural mais importante para o ser humano e, com o desenvolvimento deste projeto, o departamento ambiental reaproveitou 45% da água que seria escoada para o solo. O viveiro está instalado em uma área de 1.900 m², com capacidade para produção de 30.000 mudas nativas por ano, utilizando 7,32 m³ de água por dia no bombeamento da irrigação. Com a implantação do sistema de reúso de água, foi possível reutilizar em média 3,29 m³ (45%), resultando em um consumo médio de 4,03m³ diário. Considerando uma média anual de 264 dias da utilização da irrigação, subtraindo uma média de dias com chuva nos últimos quatro anos, aproximadamente 860.640 litros de água por ano são economizados.

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Nardini celebra, neste 2017, os 10 anos de sucesso do Sempre Verde Objetivo do projeto é promover a conscientização ambiental através do binômio usina-escola LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Preocupada com a preservação ambiental, a Nardini Agroindustrial de Vista Alegre do Alto, SP, criava diversos projetos voltados para a preservação. Mas percebendo a necessidade de conseguir, em único projeto, copilar todas suas ações e ainda as organizar em um calendário anual, criou o Nardini Sempre Verde, que em 2016 completou seus nove anos. Neste 2017 a unidade chega ao décimo ano de sucesso com o projeto.

Crianças visitam a unidade e fazem trabalhos audiovisuais sobre as ações ambientais observadas, com possibilidade de sugerir intervenções A Nardini Agroindustrial é uma empresa comprometida com a promoção de práticas sustentáveis e compatíveis com a preservação do meio ambiente. Não por acaso, foi uma das pioneiras do setor a aderir, em 2007, ao Protocolo Ambiental, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Além disso, a Nardini mantém quatro represas em Vista Alegre do Alto com o objetivo de garantir a proteção da fauna e flora. A usina também conta com um viveiro, onde são cultivadas milhares de mudas de árvores nativas, sem contar que possui uma moderna estação para tratamento de efluentes. A preservação ambiental é uma preocupação constante da Nardini. Desde sua criação, em 1973, diversas ações vêm sendo adotadas para amenizar os impactos causados ao meio ambiente e despertar a consciência ecológica de seus colaboradores e da comunidade em seu entorno. No

Projeto comemora dez anos neste 2017: este foi o primeiro plantio da unidade

entanto, essas ações não estavam copiladas em um só projeto nem estruturadas dentro de um calendário específico e tampouco chegaram a ser reunidas sob a tutela de uma identidade visual. Em 2007, a diretoria da empresa viu a necessidade de reunir algumas dessas ações, principalmente as voltadas para a educação ambiental, em um só projeto, surgindo assim o Nardini Sempre Verde. O objetivo é promover, através do binômio usina-escola, a conscientização ambiental. Neste projeto, composto por duas etapas, as crianças dos quintos anos da rede municipal de ensino são convidadas a passar um período na empresa. Na primeira etapa, realizada pela primeira vez em junho de 2007, os estudantes recebem informações sobre o meio ambiente por meio de palestras interativas e repleta de recursos audiovisuais, além de terem acesso a cartilhas e dicionários ambientais. Durante a visita ainda conhecem a área industrial, áreas de preservação e viveiro da empresa. Ao fim do passeio é lançado um desafio a todas as escolas: os alunos devem produzir um trabalho artístico e um vídeo de até dois minutos, sobre as informações passadas na palestra, a ser entregue para a empresa na segunda etapa.

Desde 1973 diversas ações vêm sendo adotadas para amenizar os impactos causados ao meio ambiente e despertar a consciência ambiental dos colaboradores Já na segunda etapa, as crianças retornam para a apresentação do projeto e vídeo e também participam da plantação de mudas de árvores nativas nas APPs — Áreas de Preservação Permanente. Todas as escolas recebem uma premiação simbólica. Com isso, mais de 10 mil cartilhas de reciclagem e 5 mil dicionários ambientais são distribuídos no projeto, que já contabiliza um passivo de aproximadamente 500 mil mudas de árvores cultivadas, cerca de 244 hectares reflorestados e centenas de estudantes conscientizados. Pelo menos dez colaboradores do Grupo Aurélio Nardini participam da organização do projeto Nardini Sempre Verde. Atualmente, o projeto está orçado

em mais de R$ 81.000,00 anuais. O projeto tem como base o tripé: teoria, prática e apoio. A teoria contempla as informações que serão difundidas durante as palestras. A prática diz respeito à vivência que os alunos terão sobre os temas teóricos e o apoio está ligado ao material didático que será disponibilizado pela empresa aos alunos, que poderá ser usado em sala de aula e das atividades que serão desenvolver de acordo com a abordagem teórica. Além disso, a Nardini se coloca à disposição para auxiliar os professores e ir até as escolas para falar com os estudantes. “Mais do que conscientizá-los sobre a importância da preservação do meio ambiente, o projeto se propõe a auxiliar também os professores para as disciplinas que tratam da educação ambiental, com a disponibilização de material didático”, complementam os colaboradores participantes. A Nardini tem consciência de que trabalhar a educação ambiental é um grande desafio para qualquer escola. Por isso, escolhe cuidadosamente materiais que vão auxiliar o desenvolvimento dos temas ambientais em sala de aula e despertar o interesse dos alunos.


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ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO

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Gerhai quer ampliar equipes de alta performance nas empresas Primeira reunião do Gerhai reuniu mais de 40 organizações em Sertãozinho LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Ainda em clima de comemoração pelos 30 anos completados em 2016, o Gerhai — Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria, promoveu no último dia 17 de fevereiro a 193ª Reunião do Gerhai, primeira de 2017, em Sertãozinho, SP. O grupo congrega profissionais e executivos de várias unidades produtoras de açúcar, etanol e energia do país e tem em sua bagagem uma história de contribuições importantes ao setor sucroenergético. Atualmente são cerca de 170 unidades associadas. A organização possui ainda os grupos técnicos, que são formados por profissionais de áreas específicas ligadas aos recursos humanos, trocam experiências e informações entre si através de reuniões exclusivas, além de interagirem diretamente com o Gerhai. Neste ano os grupos técnicos são: o Geresc — Grupo de Estudos em

Responsabilidade Social Corporativa, Gepas — Grupo de Estudo de Profissionais da Área Social, Gruper — Grupo de Permuta e Remuneração, GSO — Grupo de Saúde Ocupacional e Gedespe — Grupo de Estudos em Desenvolvimento e Seleção de Pessoas. Na reunião foram apresentados para todos os grupos os temas centrais para reuniões, seminários e workshops deste ano, sendo o primeiro “Organizações

Sustentáveis”, juntamente com “A Missão do Desenvolvimento Humano e Organizacional na Formação de Equipes de Alta Performance” e “Diferencial Competitivo”. “Nossa primeira reunião do ano foi um sucesso, assim como esse, os próximos eventos irão contribuir muito para o nosso crescimento”, comenta José Darciso Rui, diretor executivo do Gerhai. Representantes de mais de 40

organizações, como: Grupo JJ Brasil, São Martinho, Nardini, São Francisco Saúde, Guarani, Santa Adélia, Batatais, Odebrecht e Senai estavam presentes no evento. Carlos Prebelli e Carlos Braga, do Grupo São Francisco Saúde apresentaram as vantagens e os benefícios de um plano de saúde considerando indicadores de absenteísmo e turn over relacionando-os a satisfação dos empregados e ganhos de produtividade. O painel com os resultados da pesquisa de remuneração e benefícios de 2016 foi dirigido por José Antônio Prudente, da Wiabiliza, que fez uma apresentação sobre a pesquisa de remuneração com detalhes e explicações aos presentes. A palestra “Como ampliar os resultados da empresa, através da comunicação, uma ferramenta de fácil aplicação” foi apresentada por Marcia Cavicchia e Aline Soares, consultoras em desenvolvimento do Grupo JJ Brasil. As consultoras apresentaram um modelo de gestão da comunicação fazendo ao final um exemplo do perfil e tipo de comunicador de cada um dos participantes. Todas as reuniões do ano estão previamente planejadas para acontecer em Sertãozinho, SP, com o último encontro sendo em primeiro de dezembro.

Falta ou falha de comunicação pode levar a fracassos e falências LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Se a organização empresarial fosse comparada ao corpo humano, a comunicação seria o sangue, vital. Sua importância é essencial para levar as informações ao sistema todo e caso isso não seja feito, ou houver algum bloqueio, pode causar a morte ou sequelas graves. Ou seja, do mesmo modo que a saúde humana precisa realizar exames para saber se o sangue possui todas as informações necessárias e está correndo por todo o corpo sem problemas, esse mesmo cuidado precisa ser estabelecido dentro das organizações.

Um dos maiores problemas que as organizações enfrentam é a falta de uma boa comunicação. De acordo com Márcia Vitória Cavicchia, consultora de treinamento e desenvolvimento da JJ Assessoria em Recursos Humanos, um dos pontos principais para ampliar os resultados da empresa através da comunicação é ter a consciência de que todos transmitem uma mensagem através de três formas, sendo 55% da mensagem pela postura, 38% pelo

Aline de Abreu Soares, especialista em treinamento & desenvolvimento

tom e timbre de voz e apenas 7% pelas palavras. “Sabendo disso, cada pessoa da empresa precisa fazer uma autoanálise sobre como está utilizando esses recursos para falar com o outro. Vale reforçar que as empresas utilizam muito do e-mail e para isso deve-se ter um cuidado extra”, explica Márcia. Outro ponto é saber que cada colaborador tem uma forma diferente de

absorver a mensagem. Todos aprendem através de três canais: o visual, o auditivo e pelas sensações. Porém, em cada momento da vida um canal se encontra mais forte que os outros, e com o autoconhecimento e observando a outra pessoa é possível analisar qual canal de aprendizado utilizar para conseguir transmitir a mensagem de forma assertiva. “É importante saber quando precisamos ter uma comunicação agressiva,

passiva e passiva-agresssiva, conforme a situação, para assim conseguirmos ser objetivos, claros e sem ferir nossos direitos e o dos outros”, observa Aline de Abreu Soares, também consultora de treinamento & desenvolvimento. Seguindo os pontos principais de uma boa comunicação, a empresa consegue uma melhora significativa no relacionamento intra e interpessoal, além de diminuir o número de conflitos, aumentando a produtividade. A organização pode ainda alcançar uma melhora na qualidade da entrega dos serviços, redução de custos, melhora no controle emocional e aumento da confiança entre as pessoas. “A comunicação não é simplesmente o que você pretende e sim a resposta que você tem. Quando esta responsabilidade fica voltada a quem emite a mensagem, leva as pessoas a pensarem antes de trocar ou partilhar alguma ideia”, lembra a consultora Márcia. Estes assuntos foram incluídos no tema “Como Ampliar os Resultados da Empresa Através da Comunicação” apresentado por Aline e Márcia na 193ª Reunião do Gerhai — Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria, que aconteceu no dia 17 de fevereiro em Sertãozinho, SP. “A falha na comunicação nos impede de perceber o ambiente onde estamos e as pessoas que nos cercam, criando assim uma barreira entre elas e consequentemente gerando muito retrabalho e conflito nos relacionamentos”, finaliza Aline.


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Relação entre liderança e liderados precisa ser a melhor possível LUIZA BARSSI, DE VALINHOS, SP

Desenvolvido para melhorar a relação entre liderança e liderados, a Odebrecht Agroindustrial de Salvador, BA, está em seu sétimo ano consecutivo de realização do PLO — Programa Liderança Operacional e os resultados sempre alcançam as expectativas da empresa. O PLO visa fortalecer o espírito de “Dono do Negócio”, com foco em Liderança de Pessoas e Segurança do Trabalho, formando e capacitando Líderes Operacionais dentro dos conceitos da Tecnologia Empresarial Odebrecht, e desenvolvendo a capacidade de empresariar seus negócios, gerando resultados e evoluindo como profissionais e como pessoas. O programa foi implantado em 2010 devido a necessidade de capacitação dos líderes operacionais da empresa. O PLO é realizado em todas as unidades da Odebrecht e tem como público-alvo os líderes operacionais e supervisores da empresa. O programa mostrou-se eficaz ao atingir os objetivos de mudança de comportamento dos participantes, levando consequentemente a uma melhoria dos indicadores de pessoas e de produção da empresa. Diante dos desafios apresentados foi necessário criar uma estratégia para capacitar e desenvolver toda a liderança operacional das nove unidades da organização. “Em virtude da falta de mão de obra capacitada

disponível nas regiões onde atuamos e da cultura da Odebrecht que preza pelo desenvolvimento dos integrantes através da educação para e pelo trabalho, era necessário pensar em um programa voltado para o desenvolvimento das lideranças que tivesse como objetivo inserir o integrante na cultura da organização, além de capacitá-los para atuarem de acordo com os pré-requisitos essenciais para um líder dentro da organização Odebrecht”, explicam os desenvolvedores do projeto. Para a Organização Odebrecht, um líder não é somente responsável pelos processos produtivos, ele é, prioritariamente, responsável por pessoas. Sendo assim, além da necessidade de capacitar os líderes no domínio técnico das operações, era vital desenvolver nos líderes as características e competências de liderança segundo a TEO — Tecnologia Empresarial Odebrecht, além de conhecimentos em Saúde e Segurança do Trabalho, Leis Trabalhistas e procedimentos e processos administrativos internos e carreira, para que dessa forma o líder se sinta como um empresário e consiga enxergar a sua área como uma pequena empresa, que precisa gerar resultados ao mesmo tempo em que

cuida e desenvolve os integrantes. Para atingir esse objetivo, o treinamento deve propiciar diversas reflexões sobre temas fundamentais para o exercício da liderança, conhecendo e fazendo uso dos conceitos e ferramentas básicas para a gestão de pessoas como o entendimento do papel esperado para o líder na Odebrecht Agroindustrial, reconhecimento da importância do seu comportamento para a formação e desempenho das suas equipes, reflexão sobre suas forças e fraquezas e ação para otimizálas, aprimoramento das habilidades de comunicação, dominando ferramentas para estabelecer diálogos construtivos e influência ética e positiva, além de entendimento da importância de estabelecer sólidas relações de confiança, estando melhor preparado para uma delegação planejada e responsável. Ao final do treinamento espera-se que os participantes consigam atuar como empresários, donos dos seus negócios, que tenham domínio sobre as políticas e diretrizes, conhecimento sobre as leis trabalhistas e os procedimentos internos da empresa para que suas ações estejam alinhadas com a busca pelo que é certo e que influenciem para desenvolvimento das características e competências do parceiro Odebrecht nos integrantes da sua equipe. Desde o início do PLO, mais de 1.560 integrantes das diversas áreas da Odebrecht Agroindustrial foram treinados para se sentirem e atuarem como verdadeiros donos de seu negócio, liderando suas frentes como

se fossem pequenas empresas, desenvolvendo pessoas e gerando grandes resultados. O programa é realizado ao longo de 12 meses, com os módulos ocorrendo preferencialmente no intervalo de 1 mês cada. As turmas de cada unidade devem conter até 30 participantes, que deverão cursar juntos todos os módulos do programa, do início ao fim, conforme cronograma anual definido. As turmas são mistas, ou seja, compostas por integrantes de todas as áreas. Constatou-se que os objetivos propostos foram atingidos principalmente na mudança de atitude na relação líder e liderado, na visão da busca da melhoria dos resultados e na mudança de atitude na responsabilidade sobre segurança do trabalho e na gestão responsável das suas equipes. A partir da análise dos relatos os líderes demonstraram uma maior familiaridade e vibração com os conceitos aprendidos, principalmente em relação aos indicadores de produtividade e Segurança do Trabalho. Em todas as unidades ocorreram um impacto em relação aos aspectos humanos e no foco em pessoas. Os participantes relataram uma mudança na forma de se relacionar com os liderados, criando uma consciência sobre a necessidade de ouvir a equipe, trabalhar em parceria e influenciar para a melhoria de resultados. Desde o início do programa em 2010 já foram investidos, aproximadamente, um milhão e 200 mil em custos com o programa de capacitações.


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Gestão de pessoas é fundamental para a obtenção de bons resultados Inovação e mudança são imprescindíveis para a saúde do negócio

Modelo deve estar sintonizado à realidade e cultura da empresa, levandose em conta valores e expectativas de resultado R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

A gestão de pessoas é fundamental para a empresa ganhar maior eficácia, elevar a produtividade, racionalizar as atividades e os recursos. Existe a necessidade – dizem especialistas – de ser construído nesse processo um modelo próprio de gestão de pessoas, o que deve ser feito no decorrer do tempo. Este modelo precisa estar sintonizado à realidade e à cultura da empresa, levando-se em consideração valores, expectativas de resultado ou mesmo a necessidade da realização de correções internas. Para a obtenção de bons resultados no processo de gestão de pessoas, as unidades e grupos sucroenergéticos devem adotar medidas e elaborar programas voltados à retenção e desenvolvimento de seus profissionais, incluindo iniciativas na área de treinamentos, além de políticas de remuneração, valorização e promoção do funcionário. O envolvimento das lideranças de todos os setores na gestão de pessoas também é considerado essencial. Um dos desafios das usinas – afirmam consultores da área – é capacitar os gestores para que tenham habilidade para lidar com pessoas e condições de preparar adequadamente a equipe visando inclusive a superação de dificuldades provenientes dos momentos de crise. Na Pedra Agroindustrial, por exemplo, a gestão de pessoas é responsabilidade de todo o corpo de lideranças, em todos os níveis, inserida no seu dia a dia como parte efetiva e fundamental de suas atribuições,

Claudinei José Nogueira, gerente do Depto. de Recursos Humanos do grupo Pedra Agroindustrial

não é um projeto de um departamento ou área, afirma Claudinei José Nogueira, gerente do Departamento de Recursos Humanos desse grupo sucroenergético. Segundo ele, a liderança tem a plena consciência de que a equipe é o principal pilar para a melhoria constante dos resultados. Atualmente a aplicação efetiva dos conceitos já é facilmente percebida nas ações das lideranças – observa –,

contribuindo para manter o ambiente interno saudável, plenamente alinhado com o negócio e missão estratégica, sempre respeitando os princípios da empresa. Com as suas atividades iniciadas em 1931, o grupo Pedra Agroindustrial possui três unidades sucroenergéticas, localizadas no estado de São Paulo: Usina da Pedra, em Serrana; Usina Buriti, em Buritizal e Usina Ipê, em Nova Independência.

Com uma cultura própria para a realização dos trabalhos, que reflete diretamente na gestão de pessoas, a Pedra Agroindustrial considera que a inovação e mudança são imprescindíveis para a saúde do negócio na atualidade – observa Claudinei Nogueira. “O equilíbrio entre inovação e experiência é a chave para ações duradouras e sustentáveis”, ressalta. De acordo com o gerente do Departamento de Recursos Humanos, as atitudes na empresa são balizadas pelos princípios organizacionais: integridade, unidade (espírito de equipe), produtividade e solidez. Na avaliação dele, a gestão de pessoas é dinâmica e complexa e se tornará cada vez mais desafiadora em virtude da própria evolução da sociedade. Entre os desafios nessa área, ele destaca a necessidade de manter o engajamento da equipe de trabalho em alto nível. “Os atuais profissionais têm uma maior entrega nas atividades que lhes fazem sentido quando eles identificam a sua contribuição para a obtenção dos resultados, uma direção para qual caminho seguir. Manter o engajamento no plano individual já é difícil, porém quando esta entrega individual deve contribuir para a obtenção dos objetivos organizacionais, a complexidade aumenta bastante” – comenta. Na Pedra Agroindustrial, este rumo é norteado pelo planejamento estratégico, que define os objetivos estratégicos que são atualizados anualmente, mensalmente e até diariamente, conforme a característica do indicador – revela. Outro grande desafio – afirma – é o de formar e manter as equipes preparadas para superação das dificuldades organizacionais e acompanhamento das inovações e demandas mercadológicas, para que as empresas se mantenham competitivas. (RA)


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Liderança é responsável pelo desenvolvimento da equipe Na Pedra Agroindustrial, gestores cuidam da disseminação dos objetivos a serem alcançados pela sua área de atuação O papel das lideranças é assegurar que as metas estabelecidas sejam atingidas. Para que isto ocorra, é preciso considerar sempre que a equipe de trabalho é o fator fundamental – enfatiza Claudinei Nogueira. No contexto da gestão de pessoas, a liderança tem diversas atribuições. “É responsável pela formação e desenvolvimento da equipe e também pela disseminação dos objetivos a serem alcançados pela sua área de atuação”, exemplifica. Além disso, deve ser um efetivo canal de comunicação da empresa com as pessoas, acompanhar a performance da equipe e sua participação nos objetivos estratégicos da empresa – observa. Os processos precisam ser reavaliados constantemente. A liderança deve analisar junto com a equipe, maneiras de execução das atividades de forma mais produtiva e

com menor custo – comenta o gerente do Departamento de Recursos Humanos. De acordo com ele, a equipe de gestão participa de um plano de desenvolvimento de liderança com o foco em dois pilares fundamentais: pessoas e resultados. “Cada indivíduo identifica o seu estilo de liderança e avalia os pontos que necessitam de aprimoramento para os comportamentos que assegurem o alcance dos objetivos”, detalha. Para a formação dos gestores na capacitação das equipes, a Pedra Agroindustrial conta com um programa que prepara os líderes com técnicas de apresentação, postura, elaboração de material e recursos necessários para a ministração dos treinamentos. “Isto tem proporcionado resultados positivos”, afirma. Além dos treinamentos técnicos e operacionais, para este ano está previsto o início do programa para desenvolvimento das lideranças sobre suas responsabilidades civis, criminais e trabalhistas perante a equipe de trabalho – informa. “Manter este programa atualizado é fundamental. Estão planejadas turmas anuais para os funcionários admitidos ou promovidos, de forma que todo o corpo de liderança esteja com o mesmo nível de conhecimento”, diz. (RA)

Na Pedra Agroindustrial processos são reavaliados constantemente


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Ações para atrair e reter talentos também fazem parte das iniciativas Outras preocupações da área de Recursos Humanos são a prática de remuneração competitiva e o aprimoramento do processo de avaliação “A Pedra Agroindustrial é formadora de pessoas por essência. Mesmo nas maiores dificuldades, o investimento na formação de uma equipe técnica e de gestão devidamente preparada nunca deixou de ser prioridade”, destaca Claudinei José Nogueira. Segundo ele, a empresa possui uma estrutura salarial adequada aos processos, com prática de remuneração competitiva, acompanhada anualmente junto ao mercado. “O processo de avaliação está sendo aperfeiçoado. Buscamos um modelo que permita à gestão identificar os pontos a serem trabalhados para cada membro da equipe, que combinem as providências necessárias para saná-las e com acompanhamentos periódicos”, revela. A equipe técnica de gestão de pessoas tem forte atuação junto às áreas da operação, apoiando o acompanhamento dos indicadores técnicos, estabelecimento de metas – detalha. Além disso, apoia mudanças propostas, identificando carências e estimulando resultados positivos. “A equipe

Por meio do Programa Crescer a empresa contrata anualmente menores aprendizes, estagiários, trainees e escolas de formação

de RH literalmente sai a campo, sua atuação não fica restrita à sala”, ressalta. Outra preocupação da Pedra Agroindustrial é realizar ações para atrair e reter talentos. Entre as iniciativas para o desenvolvimento de talentos, a empresa oferece programas, como: jovens aprendizes (Programa Crescer), estágios, trainees e escolas de formação.

A capacitação dos funcionários é constante e o grupo oferece reais oportunidades de crescimento profissional – afirma Claudinei Nogueira. A maioria dos coordenadores, gerentes e diretores desenvolveu suas carreiras dentro da organização – afirma. No processo de gestão de pessoas na Pedra Agroindustrial também não são

esquecidos fatores básicos, como: o cumprimento da legislação e as obrigações trabalhistas. Entre as iniciativas da empresa incluem-se a manutenção de um plano de benefícios com assistência de qualidade aos funcionários e familiares e a possibilidade de complemento da aposentadoria por meio de um plano de previdência privada. (RA)


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É POSSÍVEL PLANTAR MELHOR Plantadora de cana picada PCP 6000 automatizada, da DMB, contribui para plantio com maior qualidade e menor custo A renovação do canavial é um dos principais fatores que levam ao aumento de produtividade. No entanto, trata-se da operação mais cara na lavoura canavieira. Segundo a Consultoria Canaplan, os valores médios do Centro-Sul estão entre seis e sete mil reais por hectare. A mecanização do plantio, em decorrência da quantidade de mudas utilizadas e das falhas de brotação é considerada responsável por grande parte desses custos. Mas há exemplos no setor que mostram que esse quadro pode ser diferente. Nas oito fazendas do produtor de cana Anselmo Dimas Ferrari, situadas num raio de 100 km de São José do Rio Preto, SP, todas as distribuidoras de cana foram encostadas. “Passamos a utilizar totalmente no nosso plantio a Plantadora de Cana Picada PCP 6000 Automatizada, da DMB Máquinas e Implementos Agrícolas”, relata Anselmo, diretor da Agro FCM. Entre os benefícios possibilitados pela plantadora automatizada DMB, Anselmo destaca o alinhamento do plantio com piloto automático; a qualidade da sulcação e da cobertura; a maneira como distribui os toletes, em posição e

quantidade satisfatórias; a obediência ao trator e a redução do consumo médio de mudas. Com a distribuidora eram 19 toneladas por hectare, com a plantadora automatizada da DMB são 14 toneladas por hectare. Outro fator positivo é a qualidade da germinação. “O canavial mostra que o plantio é bem-feito, o nascimento é rápido, perfilha muito bem, tem poucas falhas e quando tem falha nem sempre é culpa da plantadora, mas de um agente externo. A máquina executa um ótimo serviço, que permite a formação de um bom estande, o que gera a expectativa de maior longevidade do canavial”, analisa Anselmo. Mais um diferencial da Plantadora de Cana Picada PCP 6000 Automatizada, apresentado por Anselmo, é a economia de operações. “Comparando com a distribuidora, essa plantadora elimina um terço dos tratores e do pessoal que trabalha. Também dispensa a sulcação anterior. Portanto, resume todas as operações numa só”. No balanço final do produtor, a plantadora automatizada DMB realiza um plantio que atende as exigências de qualidade requisitadas pela Agro FCM. “Se não tivesse dentro deste padrão, não iríamos usar”, comenta Anselmo. A Agro FCM já conta com 12 plantadoras. Em 2017, o plano é adquirir mais duas. DMB 16 3946 1800 www.dmb.com.br

Plantadora de cana picada PCP 6000 automatizada da DMB, durante plantio na Agro FCM

PCP 6000 oferece qualidade na germinação


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