JornalCana 280 (Maio/2017)

Page 1

JC 280

4/24/2017

5:21 PM

Page 1

w w w . j o r n a l c a n a . c o m . b r Maio/2017

Série 2

Nº 280

Soluções biopotentes do Laboratório Farroupilha Lallemand entram em campo com a BUG Brasil

Considerada como a nova onda de biológicos, produtos aumentam produtividade por TCH em até 32% 24 a 27

IMPRESSO - Envelopamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT.


JC 280

4/24/2017

5:21 PM

Page 2


JC 280

4/24/2017

5:21 PM

Page 3


JC 280

4/24/2017

4

5:21 PM

Page 4

ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Maio 2017

Í N D I C E ÁREAS DE VIVÊNCIA ALFATEK

SÃO FRANCISCO

3

11 26826633

LIEBHERR

21

16 35134000

DMB

10

11 21355400

11

METROVAL

19 21279400

15

METROVAL 16 39452825

42

0800 729 0001

17

16 30198110

24

16 35138800

32

17 35311075

3

IRRIGA ENGENHARIA

KLUBER

ENGEVAP

23

16 39452825

42

32

32

MELAÇOS BRASILEIROS 19 34392529

40

E-MACHINE

DMB

34 33199500

5

16 35119000

39

16 39413367

19 21279400

11 55216923

4.44

15

34

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS 15 34719090

ESPECIALIDADES QUÍMICAS

25

16 36901100

33

PROSUGAR

81 32674760

13

16 36265540

41

ARATROP

16 36901100

33

QUÍMICA REAL

31 30572000

16

REFRATÁRIOS

SOLENIS

19 34753055

19

REFRATÁRIOS RP

SOLDAS INDUSTRIAIS

FEIRAS E EVENTOS DATAGRO

11 41333944

ETHANOL SUMMIT 14

ARATROP

37

MAGÍSTER

35

SOFTWARE INDUSTRIAIS

FENASUCRO

11 30605000

31

S-PAA

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL

FUNDACE

0800 7730070

29

TRANSBORDOS

ENGEVAP

SINATUB

16 35124300

6

16 35138800

16 39461800

PRODUTOS QUÍMICOS

CORRENTES

KOPPERT DO BRASIL

14

PLANTADORAS DE CANA

CONTROLE DE FLUIDOS

KMC

4

PEÇAS AGRICOLA E INDUSTRIAL

16 35132600

COLETORES DE DADOS

METROVAL

62 30883881

16 35138800

UBYFOL

CENTRÍFUGAS

MARKANTI

15

NUTRIENTES AGRÍCOLAS

CARROCERIAS E REBOQUES

VIBROMAQ

19 21279400

MELAÇO

CARRETAS

SERGOMEL

25

MONTAGENS INDUSTRIAIS

CALDEIRAS

ALFATEK

16 39461800

LUBRIFICANTE

CALCÁRIO

ENGEVAP

7

IRRIGAÇÃO

BANCO

CALCÁRIOS ITAÚ

12 21314200

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS

BANCO DO BRASIL

43

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

DANFOSS DO BRASIL

VIBROMAQ

16 21014151

GUINDASTE

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL AUTHOMATHIKA

A N U N C I A N T E S

GRÁFICA

17 35311075

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER

D E

32

FERTILIZANTES

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS

KOPPERT DO BRASIL

TESTON

16 35137200

9

16 35124312

27

44 33513500

2

TINTAS E VERNIZES 15 34719090

AUTHOMATHIKA

16 35134000

10

GESTAO INDUSTRIAL

DANFOSS DO BRASIL

11 21355400

11

PROUSINAS NA ESTRADA16 35124300

14

ARATROP

16 36901100

33

TUBULAÇÕES PARA VINHAÇA 26

DHC TUBOS

18 36437923

20


JC 280

4/24/2017

5:21 PM

Page 5

CARTA AO LEITOR

Maio 2017

5

carta ao leitor

índice

Josias Messias

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 a 15 Importação de etanol dos EUA avança e preocupa

josiasmessias@procana.com.br

Por que o RenovaBio precisa ser aprovado

Setor sinaliza temporada de caça a usinas Crédito: demora na liberação marca início da safra Substituir juro prefixado pelo pós gera insegurança

Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 a 21 Economizar vapor segue um desafio para as unidades Tecnologias de desidratação de etanol: qual a melhor? Concentração de vinhaça entra nos planos Laboratórios em unidades fazem a gestão do pagamento de cana

Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22 a 34 Lei da lona é um entrave a mais na safra 17/18 Grupo Farroupilha entra no setor com agrobiológicos Pioneira em certificação, Assobari revela porque cresce a cada dia Doutores da Cana

Gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36 a 38 Professor dá dicas para profissionalizar empresas familiares Inovações na gestão comercial

Usina do Bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .41 e 42

DEUS É FIEL! “Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu”. (Escritor da carta aos Hebreus, capitulo 10, verso 23)

O RenovaBio precisa ser colocado em prática o quanto antes. Lançado em dezembro passado pelo Ministério de Minas e Energia, o plano pretende criar os alicerces para o setor de biocombustíveis. Oficialmente, seu objetivo é expandir a produção de biocombustíveis baseada na previsibilidade, na sustentabilidade ambiental, econômica e social, e compatível com o crescimento do mercado. Após período de audiência pública, o programa entra na fase de formatação, com a participação de instituições ligadas ao setor sucroenergético e também de outros setores da indústria nacional. Mas em um Brasil politicamente conturbado, fica difícil saber quando e se o programa entrará em vigor. O RenovaBio é estratégico para inserir o etanol no mercado de forma sustentável. Poderá regulamentar, por exemplo, o acesso de concorrentes do biocombustível. É o caso do anidro dos EUA, que favorecido pelo preço menor diante o etanol brasileiro, ganhou escala nas importações. Apenas nos dois primeiros meses deste ano, importamos 50% de todo o etanol comprado lá fora ao longo de 2016. O setor precisa do RenovaBio porque 2017 caminha por conta do déficit mundial de açúcar. Mas a escassez do adoçante pode deixar de existir em 2018, por conta do avanço da produção da Índia e mesmo do açúcar de beterraba de países europeus e da Ucrânia. Por isso é preciso formatar o mercado de etanol para os próximos anos. Só com regras estabelecidas, o setor sucroenergético terá condições de retomar investimentos sólidos em tecnologias e ganho de produtividade dos canaviais. Responsabilidade o setor sucroenergético possui de sobra. Basta conferir quem integra a cadeia produtiva que é centenária no açúcar e chega aos 44 anos em excelência da produção de etanol, desde a criação do Proálcool, em 1973. Os nomes do setor sucroenergético, aliás, são os personagens principais da publicação Quem é Quem no Setor. Lançada pela Procana, empresa responsável pelo JornalCana, a publicação chegará ao mercado em 2018, quando o JornalCana completará 30 anos. Publicação no formato tradicional Who’s Who, que identifica os principais nomes de determinado segmento ou área, o Quem é Quem no Setor trará um raio X dos homens e mulheres responsáveis pelo agronegócio sucroenergético, que gera mais de R$ 100 bilhões de faturamento anual. Além de uma justa homenagem aos personagens do setor sucroenergético, o Quem é Quem apresenta em detalhes os profissionais que ajudaram e ajudam a cadeia produtiva de açúcar, etanol e bioeletricidade a participar do desenvolvimento do Brasil e de outros países nos quais a tecnologia brasileira sucroenergética é motivo de excelência.

NOSSOS PRODUTOS Presidente Josias Messias josiasmessias@procana.com.br

ISSN 1807-0264 Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 — Ribeirão Preto — SP procana@procana.com.br

NOSSA MISSÃO “Desenvolver o agronegócio sucroenergético, disseminando conhecimentos, estreitando relacionamentos e gerando negócios sustentáveis”

Comitê de Gestão - Administração Luis Paulo G. de Almeida luispaulo@procana.com.br

Comitê de Gestão - Comercial & Eventos Rose Messias rose@procana.com.br

Comitê de Gestão - Relacionamento Com Clientes Lucas Messias lucas.messias@procana.com.br

www.jor nalcana.com.br COLABORADORES Relacionamento Com Clientes Robertson Fetsch 16 9 9720 5751 publicidade@procana.com.br

Assistente Thaís Rodrigues thais@procana.com.br

Comitê de Gestão - Controladoria & TI Mateus Messias presidente@procana.com.br

Comitê de Gestão - Jornalismo Alessandro Reis - editoria@procana.com.br

Comitê de Gestão - Marketing Luciano Lima luciano@procana.com.br

Assinaturas & Exemplares Paulo Henrique Messias (16) 3512-4300 atendimento@procana.com.br www.loja.jornalcana.com.br

Arte Gustavo Santoro - arte@procana.com.br

Editor Delcy Mac Cruz - editor@procana.com.br Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur Dados e Mercado Wellington Bernardes wbernardes@procana.com.br

FINANCEIRO contasareceber@procana.com.br contasapagar@procana.com.br

PUBLICAÇÕES

EVENTOS

JornalCana - O MAIS LIDO! Anuário da Cana Brazilian Sugar and Ethanol Guide A Bíblia do Setor! Quem é Quem no setor sucroenergético JornalCana Online www.jornalcana.com.br BIO & Sugar International Magazine Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool

Prêmio MasterCana Tradição de Credibilidade e Sucesso Fórum ProCana USINAS DE ALTA PERFORMANCE SINATUB Tecnologia Liderança em Aprimoramento Técnico e Atualização Tecnológica

Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios & Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais e comerciais reservados. É proibida a reprodução, total ou parcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamente com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).


JC 280

4/24/2017

6

5:21 PM

Page 6

ACONTECE

Maio 2017

MasterCana Centro-Sul junto com a Fenasucro

4 hacks para reduzir custos de manutenções industriais

A cerimônia do Prêmio MasterCana Centro-Sul, a maior premiação do setor sucroenergético brasileiro, será realizada junto com a Fenasucro & Agrocana. O evento está programado para 22 de agosto no Centro de Eventos Copercana, em Sertãozinho (SP), ao lado do centro de exposições da feira. “O Prêmio MasterCana será realizado junto com a Fenasucro para comemorar em uma só festa os 25 anos da feira comemorados neste 2017”, diz Rose Messias, gestora de eventos da Procana, empresa realizadora do MasterCana.

Um dos principais desafios das usinas é extrair o máximo aproveitamento de seus processos para conseguir aumento na produtividade industrial. De acordo com Eder Paz, técnico de qualidade industrial da Tonon Bioenergia, localizada em Paraíso (SP), reduzir perdas e otimizar processos tem altos valores agregados. Para ele, embora não seja possível generalizar os ganhos de um trabalho de redução de custos na área industrial — pois cada planta industrial tem suas peculiaridades — existem 4 hacks, que uma vez aplicados, trarão resultados surpreendentes aos profissionais da área industrial.

“Faremos um grande evento, unindo o Prêmio MasterCana Desempenho e Social junto com o Gerhai e os 25 anos da Fenasucro”, explica Rose.

Ethanol Summit foca o futuro do biocombustível Com o mote “Um Salto para 2030”, o Ethanol Summit, maior congresso nacional sobre energias renováveis produzidas a partir da cana, será realizado nos dias 26 e 27 de junho no WTC, em São Paulo. A realização do evento é da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), sendo o JornalCana mídia apoiadora. As principais plenárias do congresso terão como ponto convergente o futuro do biocombustível na matriz energética frente aos

compromissos do Brasil no Acordo de Paris. A exemplo das edições passadas, o evento deverá atrair mais de 2.500 pessoas, entre lideranças empresariais, autoridades de diversos níveis governamentais, formadores de opinião, representantes de organizações nãogovernamentais, pesquisadores, investidores e acadêmicos do Brasil e do exterior para debaterem diversos aspectos relacionados ao setor sucroenergético, como econômico, financeiro, de infraestrutura, de produção, entre outros.

1 FAÇA ANÁLISE DE VIBRAÇÃO,

ULTRASSOM, TERMOGRAFIA E INSPEÇÃO VISUAL

2

MONITORE ONLINE ATRAVÉS DE SOFTWARES, REDUTORES, TURBINAS E VÁLVULAS

3 ESTABELEÇA UM CHECK

LIST DOS EQUIPAMENTOS E ROTAS DE LUBRIFICAÇÃO

4

QUALIFIQUE A MÃO DE OBRA — EQUIPE DE OPERADORES MANTENEDORES O técnico da Usina Tonon, dará detalhes sobre cada um dos pontos acima durante palestra que será apresentada no próximo dia 17 de maio, em Ribeirão Preto (SP), durante o Curso de Custos, Perda e Manutenção Industrial. A palestra tem como objetivo abordar de forma sucinta o modelo de gerenciamento de indicadores industriais e traz uma visão sistêmica e moderna de expressar as unidades de medida, atualmente definida por R$/Tc para um modelo agroindustrial R$/kg ATR industrializado.


JC 280

4/24/2017

5:21 PM

Page 7


JC 280

4/24/2017

8

5:21 PM

Page 8

MERCADO

Maio 2017

Importação de etanol dos EUA avança. Mas até quando? WELLINGTON B ERNARDES, DE

MOTIVOS PARA ENTRADA DO ETANOL AMERICANO NO BRASIL

R IBEIRÃO PRETO (SP)

Somente nos dois primeiros meses deste ano, o Brasil importou mais de 50% de todo o etanol que entrou no país em 2016. A necessidade da utilização do etanol estrangeiro para suprir a demanda interna aumenta consecutivamente desde 2013. Este cenário está atrelado à maior competitividade do etanol americano no mercado brasileiro, que possui menor custo de produção em comparação com o etanol nacional, além de haver isenção de taxas de importação. Outro fator que impacta na entrada de biocombustível é a indefinição da posição do etanol na matriz energética brasileira, problema que é articulado entre o setor e o governo através do programa RenovaBio, que visa estimular a produção de biocombustíveis no Brasil atrelando previsibilidade e estímulos à produção. Entidades ligadas ao setor realizam movimentos para dificultar a entrada do biocombustível no país e tornar o mercado mais competitivo para as usinas brasileiras. O principal argumento da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) é que o fator ambiental do etanol brasileiro deve ser bonificado no mercado. Seu principal concorrente, o etanol de milho fabricado nos Estados Unidos, possui maior emissão de gases de efeito estufa (GEE) e, assim, não atinge as expectativas de seu consumidor final, de ser um combustível limpo

• • •

Fabricação de etanol de milho é mais barata Não existem taxas para a importação de etanol Produção recorde de etanol de milho em 2016 nos EUA: 60,6 milhões de m³ Custo da energia caiu nos últimos anos para a indústria americana

Fonte: International Energy Agency (IEA)

Armazenamento de etanol de milho nos Estados Unidos: país tem no Brasil um dos principais importadores do biocombustível

com baixos impactos para a saúde e para o meio ambiente. Para frear o crescimento na entrada de etanol dos Estados Unidos, a Unica encaminhou à Câmara de Comércio Exterior (Camex) um pedido para revisão da tarifa de importação do etanol dos atuais 0% para 16%. Segundo a Unica, a taxa seria uma forma de corrigir a diferença entre os etanóis nos aspectos mercadológicos e ambientais. “É importante esclarecer que os 16% se justificam por um cálculo, que tem como base o valor necessário para corrigir as externalidades ambientais associadas à emissão de GEE entre etanol importado e o nacional e o preço médio do etanol importado nos últimos 12 meses pelo Brasil”, explica a instituição.


JC 280

4/24/2017

5:21 PM

Page 9

MERCADO

Maio 2017

9

ENTREVISTA - Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência

Ingerências no mercado e estagnação de usinas previam este cenário menores para produção de milho. No Brasil ainda pagamos elevados juros na área agrícola, além da disputa por terras para a produção de cana. O setor americano de milho não possui este tipo de entrave.

WELLINGTON B ERNARDES, DA R EDAÇÃO

Para o diretor da Bioagência, Tarcilo Rodrigues, o aumento das importações de etanol no Brasil já era esperado. Segundo ele, a política de controle dos preços da gasolina, que dificultou o posicionamento das usinas no mercado de combustíveis, somada à limitação de expansão dos canaviais, anunciava uma barreira para atender a demanda crescente do mercado de combustíveis no país. Em entrevista ao JornalCana, Rodrigues explica sobre os entraves que dificultaram a expansão da produção de etanol pelas usinas e as possíveis alternativas para o biocombustível nacional ganhar mercado nos próximos anos. JornalCana – Nos dois primeiros meses de 2017 a importação de etanol foi superior em 500% ao mesmo período de 2016. Quais fatores levaram a isso? Tarcilo Rodrigues - Este é um comportamento que observamos há algum tempo. O que acontece agora é fruto de ingerências de mercado que nós, do setor de comercialização, estamos alertando há alguns anos. O aumento nas importações só não aconteceu antes porque nosso país passou por uma estagnação financeira nos últimos meses que freou o consumo da população, inclusive no setor de combustíveis.

Tarcilo Rodrigues, da Bioagência: “há vasta capacidade industrial ociosa em diversas unidades industriais que poderia ser utilizada para expansão da fabricação”

Quais fatores limitam a expansão da produção de etanol pelas usinas? O principal fator limitante é a expansão dos canaviais e o consequente aumento da produção de cana-de-açúcar. Este quadro obriga as usinas a trabalharem com o produto que garante a melhor rentabilidade financeira. Se houvesse maior disponibilidade de cana no mercado, as usinas poderiam aumentar a produção de seus produtos [açúcar e etanol] sem alterar a proporção do mix produtivo destes. É possível superar estas barreiras? Temos uma janela aberta para o crescimento da produção sucroenergética.

Existe uma vasta capacidade industrial ociosa em diversas unidades industriais que poderia ser utilizada para expansão da fabricação de etanol e açúcar. Porém, esbarramos em outro limitador, os investimentos necessários para a utilização de caldeiras e para a produção industrial em geral são elevados. Quais motivos tornam o etanol de milho americano competitivo? A produção de etanol de milho é mais barata em comparação com o feito de cana-deaçúcar. Alguns fatores contribuíram para esta otimização, como a queda do valor da energia para a indústria e os custos relativamente

É justa a cobrança de taxas para a entrada do etanol americano no Brasil? Durante muito tempo o etanol brasileiro entrou no mercado americano pagando taxas de importação. Isto aconteceu até a indústria americana consolidar sua produção e seu mercado. A aplicação de taxas não é algo que agrade o exportador, mas é preciso pensar na cadeia produtiva do etanol brasileiro e garantir que ele recupere força para atender toda a demanda nacional com competitividade. Quais fatores podem contribuir para a recuperação do etanol brasileiro no mercado doméstico? É uma equação complexa. Para que o etanol brasileiro se posicione no mercado é preciso conferir competitividade ao biocombustível frente à gasolina. A redução dos custos de produção é uma medida importante. Outro fator é posicionar as externalidades do etanol de cana frente ao etanol de milho, que entra sem taxas de importação em nosso país e ainda não possui as mesmas qualidades ambientais que o etanol brasileiro.


JC 280

4/24/2017

10

5:21 PM

Page 10

MERCADO

Maio 2017

ABERTA TEMPORADA DE CAÇA A USINAS ALESSANDRO REIS

Boa fase do mercado de açúcar e insegurança na política do etanol influenciam gigantes a mirarem em usinas com perfil estratégico ALESSANDRO R EIS, DE R IBEIRÃO PRETO (SP)

O mercado sucroenergético dá sinais de que o momento é favorável para aquisições. Os gigantes do setor, que não comentavam sobre essa possibilidade na safra 2016/17, parecem ter despertado para o que pode ser a abertura de uma nova temporada de caça a usinas. Prova disto é que durante o Cosan RI, encontro com os líderes da companhia, realizado em março deste ano na capital paulista, o presidente da Raízen Energia, Luis Henrique Guimarães, disse que o grupo está sensível ao cenário, mas ponderou que qualquer aquisição precisa ser estratégica. As multinacionais são as mais indicadas às aquisições. Afinal, o capital estrangeiro responde atualmente por 30% da produção de cana brasileira. Além disso, os estrangeiros estão presentes direta ou indiretamente em metade dos dez maiores grupos em operação no País, de acordo com dados do InfoCana. São também os maiores grupos os únicos em condições de comprar novas unidades. Basicamente por três razões: possuem amplo capital de investimento e dominam a complexa curva de aprendizado sucroenergética. Não obstante, comercializam seus subprodutos através de grandes tradings, como, por exemplo, a Copersucar. Especialistas ouvidos pelo JornalCana asseguram que há no mínimo três critérios

Luiz Guimarães, presidente da Raízen: empresa está sensível ao cenário, mas qualquer aquisição precisa ser estratégica

que tornam um ativo estratégico para ser adquirido por um grande grupo. São eles: ampla capacidade instalada, localização próxima às chamadas unidades-polo e condições de operarem sem um excessivo Capex — investimento operacional. Embora o setor tenha a responsabilidade de suprir a demanda de

etanol do País, unidades que só produzam o biocombustível — como é o caso das destilarias autônomas — devem ficar de fora do interesse dos conglormerados. A razão é a insegurança da política praticada pelo governo em relação ao etanol, mesmo com o barulho feito até agora pelo RenovaBio — iniciativa em

desenvolvimento no Ministério de Minas e Energia (MME) cujo objetivo é garantir a expansão da produção de biocombustíveis no país. Desta forma é certo dizer que unidades fabricantes de açúcar com capacidade média de processar de 2 a 3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar são os principais alvos dos interessados.


JC 280

4/24/2017

5:21 PM

Page 11


JC 280

4/24/2017

12

5:22 PM

Page 12

MERCADO

Maio 2017

Potenciais ativos aguardam definição sobre recuperação judicial Qual usina disponível é considerada estratégica para os grandes grupos? Destacamos a seguir duas unidades que, de acordo com informações publicadas no site do JornalCana, se enquadram no perfil estratégico. Fontes ouvidas pela equipe de

produção de conteúdo garantem que já existem negociações adiantadas e até disputadas por pesos pesados do setor. Confira:

RENUKA DO BRASIL Duas usinas da Renuka do Brasil são alvos estratégicos para aquisição. A Usina Madhu, de Promissão (SP) e a Revati, de Brejo Alegre (SP), possuem significativa capacidade instalada. Juntas podem processar mais de 10,5 milhões de toneladas de cana por safra. Além disso, a unidade Madhu está localizada às margens da Rodovia Marechal Rondon, o que facilita o transporte de cana para regiões próximas de

unidades-polo de outros conglomerados sucroenergéticos além do facilitado escoamento do açúcar para o Porto de Santos. O empecilho para a venda está também no fator jurídico. Uma assembleia de credores foi recentemente suspensa. O evento avaliaria um novo plano de recuperação judicial para a companhia. Até a edição desta matéria não havia data prevista para uma nova assembleia.

Destilaria da unidade Santa Cândida, da Tonon, em Bocaina (SP): estrategicamente localizada próxima de polos produtores da Raízen

TONON BIOENERGIA Fontes de mercado dão como adiantadas as negociações para aquisição de usinas da Tonon Bioenergia pelo grupo Raízen. Mas o Grupo São Martinho entrou recentemente na briga, de acordo com fornecedor de cana ligado a unidade Santa Cândida, localizada no município de Bocaina (SP). As unidades Santa Cândida, com capacidade de moagem de 2,8 milhões de toneladas de cana, e a Paraíso, situada em Brotas (SP), com capacidade de 2,5 milhões de toneladas, estão estrategicamente

localizadas perto de polos produtores da Raízen — especialmente o de Jaú (SP). Fora isso, possuem boa disponibilidade de matéria-prima e também ficam a uma distância interessante do Porto de Santos. As negociações esbarram em diversos gargalos, especialmente jurídicos, já que a Tonon Bioenergia está em regime de Recuperação Judicial. Procurados pelo JornalCana, portavozes dos Grupos Raízen e São Martinho, informaram por e-mail que a direção das companhias não comentará o assunto.

Madhu, localizada às margens da Rodovia Marechal Rodon: ganho logístico com escoamento facilitado de açúcar para o Porto de Santos


JC 280

4/24/2017

5:22 PM

Page 13


JC 280

4/24/2017

14

5:22 PM

Page 14

MERCADO

Maio 2017

Crédito incerto e pontos de atenção para a safra 17/18 CEO da Usina São José da Estiva lista possíveis ocorrências que podem interferir no setor sucroenergético

3 FLORESCIMENTO O canavial da São José da Estiva tem cerca de quatro anos de cortes. A gerência agrícola da usina faz uso com instância de maturadores no canavial. Mas de acordo com o CEO da unidade, há uma aplicação fundamental para não soferem com outro problema comum nas lavouras da região de Novo Horizonte, que é a isoporização.

ALESSANDRO R EIS, DE R IBEIRÃO PRETO (SP)

A safra 2017/18 começou em abril na região Centro-Sul e uma das preocupações dos gestores é a morosidade no repasse de linhas de créditos para financiamento de máquinas e equipamentos. “Ao montarmos nosso orçamento, definimos o Capex para compra de máquinas, mas estamos inseguros, por exemplo, se conseguiremos contar com linhas como o Moderfrota”, afirmou Roberto Holland Filho, CEO da Usina São José da Estiva, em recente entrevista ao JornalCana. “Conversamos nos bancos e nenhum deles sabe dizer quando sai, uns dizem que talvez seja em junho, outros em julho, mas o problema é que a compra das máquinas precisa ser feita no início da safra”, disse o executivo da Estiva, com unidade produtora no município de Novo Horizonte (SP). A São José da Estiva deverá moer 3,3 milhões de toneladas de cana na safra 17/18. Tem capacidade para 3,5 milhões de toneladas. Para atingir seus objetivos tanto produtivos, quanto corporativos, Holland Filho elencou pontos de atenção que devem nortear sua gestão e de sua equipe na safra vigente.

1 RENDIMENTO INDUSTRIAL O rendimento industrial da Usina São José da Estiva na safra 2016/17 esteve acima do esperado. Um incremento médio de 5%. Isso por conta da implementação de novos

4 ALTO CUSTO DA TERRA Aumentar a produtividade na safra 2017/18 é impreterível, de acordo com Roberto Holland filho. Para isso ele e sua equipe de gestão decidiram fazer uma reforma intensiva dos canaviais e reduzir custos com arrendamento de terras.

5 GRANIZO Holland Filho, CEO da São José da Estiva: financiamento para compra de máquinas agrícolas precisa sair no início da safra

Durante os meses de maio até junho de 2016 canaviais da região de Novo Horizonte sofreram também com um problema climático atípico para a região, que foram as chuvas de granizo. Como esta é uma intempérie que não se pode controlar, Rolland Filho tomou medidas para mitigar o máximo possível caso o problema se repita neste ano.

6 GANHOS DE MARGEM ZERO NO ETANOL

sistemas gestão industrial, como o S-PAA. Nesta safra a gerência industrial implantará pontos de medições em todas as áreas da indústria.

O CEO da São José da Estiva espera que os preços do etanol sejam mais favoráveis na safra 2017/18.

2 PODRIDÃO VERMELHA

7 LINHAS DE CRÉDITO

Na área agrícola a usina obteve ATR abaixo do normal na safra passada. Parte do percalço foi culpa da cana bisada que atingiu 14% da área plantada. Mas um vilão mais perigoso, segundo Holland Filho, surgiu: o Colletotrichum ou podridão vermelha. A praga, conhecida como câncer da cana é a surgiu nos canaviais da São José da Estiva por conta de condições climáticas desfavoráveis.

Outra preocupação do executivo é a indisponibilidade das linhas de crédito do BNDES.

8 TERCEIRIZAÇÃO Sancionada há pouco tempo pelo presidente Michel Temer, a terceirização das consideradas “atividades fim” é uma novidade que carece muito estudo e discussão.


JC 280

4/24/2017

5:22 PM

Page 15

MERCADO

Maio 2017

15

Financiamento com juro pós-fixado prejudica empresas do setor Aplicação da Selic em linhas de crédito tem apoio dentro do Governo, mas setor de máquinas pede manutenção de juros prefixados D ELCY MAC CRUZ, DA R EDAÇÃO

Os empresários do setor sucroenergético também serão afetados diretamente caso o Governo federal modifique a incidência de juros sobre as linhas de crédito para compra de bens e serviços. As linhas hoje têm juros prefixados, mas trabalha-se dentro de instituições federais para que os juros sejam atrelados à Selic (taxa básica de juros). Se isso ocorrer, a taxa passa a ser pós-fixada. “Temos feito gestões junto ao Governo para que não haja taxa pós-fixada nos financiamentos agrícolas”, disse o empresário João Carlos Marchesan, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A pós-fixação, por meio do emprego da Selic nas linhas de crédito, seria um risco a mais para os empresários. Isso porque a Selic vale atuais 11,25% ao ano, mas será que a taxa continuará em queda no longo prazo? “A conquista dos juros prefixados é tradição do agronegócio e não pode mudar”,

Hoje as linhas de crédito para compra de máquinas têm juros prefixados, mas agentes do Governo querem empregar juros variáveis

afirmou Francisco Maturro, vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).

MAIS REPASSE Segundo Marchesan, o Governo deverá anunciar em maio repasse de mais R$ 1,5 bilhão para o Programa de Modernização da

Frota (Moderfrota), que atualmente conta com R$ 6 bilhões. A expectativa era de que esse anúncio fosse feito durante a 24a. Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), realizada em maio em Ribeirão Preto (SP). A maioria dos recursos do Moderfrota

já foi comprometida, segundo Maturro, principalmente pelos produtores rurais com faturamento anual de até R$ 90 milhões, cuja taxa anual no Programa é de 8%. Para quem fatura acima de R$ 90 milhões, como é o caso de companhia sucroenergéticas, a taxa anual do Moderfrota está hoje em 10% ao ano.


JC 280

4/24/2017

16

5:22 PM

Page 16

INDUSTRIAL

Maio 2017

Economizar vapor é um desafio dos sistemas de destilação Processo a vácuo é o que apresenta melhor eficiência energética, porém custo elevado tem adiado a sua implantação em unidades produtoras

Performance também está relacionada ao tipo de coluna

R ENATO ANSELMI, DE CAMPINAS (SP)

Um dos grandes desafios no processo de destilação de etanol é aliar elevada eficiência, economia de vapor e redução de custos. Mesmo que a tecnologia utilizada não seja a mais avançada, diversos recursos e procedimentos possibilitam a otimização do sistema de destilação, segundo especialistas da área. Além das alternativas para produção de etanol hidratado padrão combustível, o mercado oferece soluções voltadas à fabricação de hidratado neutro e extra neutro em pressão atmosférica ou em duplo efeito. A implantação de projetos, que permitem a ampliação do mix, cria inclusive condições para que usinas e destilarias agreguem valor a seus produtos e elevem a competitividade. Entre as soluções tecnológicas disponíveis para destilação, o sistema a vácuo é o “sonho de consumo” de diversas unidades produtoras de etanol. E isto não ocorre sem

O aprimoramento dos equipamentos e processos já existentes pode, em muitos casos, proporcionar resultados surpreendentes

motivação técnica e econômica. Além de apresentar maior estabilidade em relação aos processos convencionais, esse sistema abaixa o ponto de ebulição do etanol, reduzindo o consumo de quilo de vapor por litro de álcool. Com diversas configurações, o processo a vácuo pode diminuir o consumo de vapor para menos de 50% em comparação ao sistema sob pressão, caso seja empregada a destilação em duplo efeito juntamente com a termocompressão.

APRIMORAMENTO O valor do investimento inicial – que supera o custo das tecnologias convencionais – tem, no entanto, adiado a implantação da

destilação a vácuo em diversas unidades sucroenergéticas. O aprimoramento dos equipamentos e processos já existentes pode, em muitos casos, proporcionar resultados surpreendentes. Projetos bem elaborados procuram considerar diversos fatores que possibilitam a redução do consumo de vapor e água, a elevação da eficiência e a diminuição dos custos operacionais. Em relação aos aparelhos de destilação, algumas intervenções têm contribuído inclusive para a melhoria do desempenho, como a adoção de procedimentos que asseguram a planicidade das bandejas e a otimização da quantidade de pratos da coluna de destilação.

Os tipos de colunas utilizados, na destilação convencional, também podem interferir na performance do sistema, pois têm eficiência variável. A coluna calotada, por exemplo, é a que apresenta maior estabilidade. O custo deste equipamento, no entanto, é o mais elevado, porque possui maior quantidade de material e conta com um processo de fabricação mais trabalhoso. A coluna perfurada é geralmente caracterizada por uma eficiência mais baixa. É bastante agitada. Neste caso, qualquer variação de teor ou de pressão de vapor interfere no processo. Há ainda a valvulada, que é considerada intermediária em relação ao custo e à eficiência de outros modelos.


JC 280

4/24/2017

5:22 PM

Page 17


JC 280

4/24/2017

5:22 PM

Page 18


JC 280

4/24/2017

5:22 PM

Page 19


JC 280

4/24/2017

20

5:22 PM

Page 20

INDUSTRIAL

Maio 2017

Tecnologias de desidratação de etanol geram disputa saudável Qual é o sistema que apresenta melhor desempenho: o que utiliza destilação extrativa com emprego do Mono Etileno Glicol (MEG) ou o processo com peneira molecular? RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS (SP)

A acirrada disputa entre o etanol hidratado e a gasolina é uma das principais “competições” que envolve hoje a cadeia sucroenergética brasileira. A busca por um melhor posicionamento no mercado também movimenta a bioeletricidade, proveniente da biomassa da cana – que tem a concorrência de outros tipos de energia –, além de diferentes marcas de açúcar que disputam um lugar de destaque no varejo, entre outros exemplos. Mas é em um “campeonato” paralelo, o tecnológico – um importante elo da “liga”, ou melhor, da cadeia sucroenergética –, que ocorrem “clássicos” apaixonados, como o da moenda versus difusor, redutores paralelos x planetários. Apesar do momento de retração de investimentos, uma nova disputa tem gerado uma saudável rivalidade quando o assunto é desidratação de etanol. Quem apresenta a

Antonio Meirelles: “decisão depende da estratégia adotada pelas unidades”

melhor performance: o processo que utiliza destilação extrativa com emprego do Mono Etileno Glicol (MEG) ou o sistema com peneira molecular? Um dos “craques” nessa área, o engenheiro de alimentos Antonio José de Almeida Meirelles, que é professor e diretor da FEA/Unicamp – Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas, mesmo tendo envolvimento com o MEG, considera que os dois sistemas são boas opções disponibilizadas pelo mercado. A decisão por um ou outro processo depende da estratégia adotada pelas unidades

Equipamento de peneira molecular em unidade do Grupo Pedra Agroindustrial

produtoras de etanol – resume.

DISPUTA O “empate” técnico entre os dois processos pode ser desfeito, em diferentes momentos dessa disputa, a partir da avaliação de alguns fatores. No quesito consumo de vapor, o “placar” favorece a peneira molecular que consome 0,6 a 0,7 quilos de vapor por litro de etanol, sendo 0,1 de vapor de alta pressão, enquanto o mono etileno glicol consome de 0,7 a 0,8 kg/l, dos quais 0,3 a 0,35 de vapor de pressão mais alta – detalha o engenheiro de

alimentos, que fez doutorado, na Alemanha, na década de 80, pesquisando desidratação alcoólica, especificamente ciclo-hexano e etileno glicol. No Brasil, Antonio Meirelles trabalhou diretamente na industrialização do processo que utiliza o MEG, com a empresa de engenharia BS, a Usina Santa Elisa e a JW Equipamentos. Ele é inclusive um dos detentores da patente do sistema com mono etileno glicol que tem a JW como fabricante licenciado do processo denominado de BSM. A tecnologia foi lançada na Fenasucro de 2000.


JC 280

4/24/2017

5:22 PM

Page 21

INDUSTRIAL

Maio 2017

MEG e peneira molecular elevam eficiência em unidades industriais O “confronto” MEG x Peneira Molecular apresenta mesmo diversas alternativas. Apesar da necessidade de substituição da zeólita – o sólido que faz a adsorção – de tempos em tempos, a peneira apresenta um custo operacional menor em comparação ao mono etileno glicol. Em relação ao investimento inicial, quem costuma levar vantagem é o MEG. “A peneira tende a ter um custo maior, pois conta com diversos itens importados”, diz Antonio Meirelles. Além disso, a automação desse processo é mais exigente. No caso de uma usina que tem o sistema de ciclo-hexano em funcionamento, para desidratação do etanol, a migração para etileno glicol vai exigir menor investimento do que uma mudança para peneira molecular, pois haveria, nessa alternativa, a necessidade de aquisição de uma nova planta – avalia. A mudança para o MEG mantém parte dos equipamentos do ciclo-hexano. “Com isto, consegue-se também duplicar a produção. O processo com etileno glicol é muito flexível”, afirma.

MÉRITO O grande mérito do mono etileno glicol e da peneira molecular é demonstrar a

importância das inovações para a elevação da competitividade. O próprio ciclo-hexano, que é ainda o processo de desidratação etanólica predominante nas plantas industriais do setor, teve sua “fase áurea”, quando substituiu o benzeno – também conhecido por benzol – a partir de meados da década de 80. Integrante da classe de compostos químicos dos hidrocarbonetos aromáticos, o benzeno teve o seu uso industrial proibido por ser considerado carcinogênico e poderia inclusive causar danos à saúde dos trabalhadores que manipulavam esse produto volátil – explica o professor da FEA. O MEG e a peneira molecular apresentam melhor performance do que o ciclo-hexano – observa Antonio Meirelles – em diversos itens, como consumo de vapor (o do ciclo-hexano é de 1,5 a 1,6 kg/l) e água, contaminação alcoólica, custo operacional. Em decorrência disto, na modernização de plantas industriais voltada à elevação da eficiência ou em novos investimentos, as usinas têm optado por esses dois sistemas – constata. O auge do MEG foi de 2000 a 2005 quando houve a retomada de investimentos no setor – observa. Até 2009, antes dos reflexos da crise no setor, esse processo ainda estava em alta – diz.

Concentração de vinhaça faz parte dos planos de usinas A utilização da tecnologia de concentração de vinhaça faz parte dos planos de diversas unidades sucroenergéticas. O que impede, no entanto, a implantação deste sistema em plantas industriais de destilarias é o investimento inicial considerado elevado. Para a Usina Ferrari, a instalação de um concentrador de vinhaça custaria em torno de R$ 20 milhões – revela Hênio José Respondovesk Júnior, gerente industrial geral dessa unidade produtora de açúcar, etanol e energia de Pirassununga (SP). Segundo ele, a usina tem bastante interesse nessa tecnologia. “Mas, com a crise do setor, há outras prioridades”, diz. Se o momento apresentasse maior estabilidade, a Ferrari estaria pensando em instalar o sistema de imediato – observa. Essa avaliação é compartilhada por gestores de outras unidades sucroenergéticas. Apesar de considerar o sistema caro e complexo, Hênio Respondovesk destaca que a tecnologia reduz o volume de vinhaça em dez vezes. “O custo da área agrícola, para a distribuição da vinhaça, é muito alto. Em decorrência disso, o investimento no sistema acaba sendo pago em três anos”, constata. O interesse pela concentração de vinhaça motivou essa usina a “eleger” o modelo ideal para a sua planta industrial após visitas a unidades que utilizam a tecnologia. Aliás, poucas destilarias no país possuem concentrador de vinhaça. O modelo que “seduziu” a Ferrari é

acoplado às colunas de destilação. Utiliza vapores alcoólicos gerados na própria destilaria, não exigindo consumo adicional de vapor – detalha o gerente industrial. “Outros processos geralmente contam com evaporadores e têm consumo de vapor”, observa. De acordo com ele, para a Ferrari, que tem geração elevada em relação à moagem, qualquer quilo de vapor desviado para concentrar vinhaça, torna inviável a implantação da tecnologia devido aos compromissos e aos ganhos da usina com a venda de energia, realizada em parceria com a Engie. A previsão para 2017/18, incluindo safra e entressafra, é produzir 290 mil MWh. A moagem deverá ser de 3,1 milhões de toneladas de cana – informa. Hênio Respondovesk diz que outra opção, para diminuir o volume da vinhaça é elevar o teor alcoólico na fermentação – que geralmente fica entre 8% e 9% –, o que está também nos planos da Usina Ferrari. “O fermento que existe hoje aguenta até 11% ou 12% se a dorna for mantida bem fria. É um desafio”, comenta. Com essa medida, é possível reduzir o volume de vinhaça em 20%, ou seja, em torno de dois litros. Elevar o teor alcoólico possibilita diminuir o tamanho e o custo do concentrador de vinhaça para a usina que implantar o sistema – avalia. É uma “dobradinha” que pode gerar bons resultados. (RA)

21


JC 280

4/24/2017

22

5:22 PM

Page 22

AGRÍCOLA

Maio 2017

Transporte de cana enfrenta desafios na safra 2017/18 WELLINGTON BERNARDES

Companhias sucroenergéticas têm dois entraves para resolver: a regulamentação sobre uso de lonas para o transporte de colmos em rodovias e a lei da balanças

para fornecedores de cana, quando colmo e palha estão na mesma carga, e a baixa eficiência de separação da palha na indústria ainda são entraves para o avanço da técnica”, relata a especialista.

ONZE EIXOS

WELLINGTON B ERNARDES, DE PIRACICABA (SP)

A atividade de transporte de cana, integrante da operação de carga, transbordo e transporte (CTT), tem novas regulamentações na safra 2017/18. Elas desafiam os responsáveis pela logística das unidades sucroenergéticas a buscar novas soluções para que o tempo e o custo da viagem da cana até a usina não prejudiquem o desempenho industrial e financeiro das empresas. A regulamentação sobre uso de lonas para o transporte de colmos em rodovias entrará em vigor no início de junho deste ano e gera dúvidas entre gestores de usinas e de fornecedores de cana. Uma das dúvidas diz respeito sobre como dever ser aplicada e otimizada a operação de cobertura de cargas sem elevar os custos ou o seu tempo da operação. “Existe uma série de mecanismos para realizar essa operação e cada empresa deve buscar a adequação mais próxima à sua realidade”, afirmou o gerente de economia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), Luciano Rodrigues, durante o 14ª

Luciano Rodrigues, da Unica, em evento da Esalq-Log: “cada empresa deve buscar a adequação mais próxima à sua realidade”

Seminário Internacional de Logística Agroindustrial, realizado pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-Log) em Piracicaba (SP), no dia 10 de abril. A exigência de instalação de lonas nas carretas transportadoras de cana em rodovias estaduais e federais consta de determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O objetivo da medida é impedir o derramamento de carga nas estradas, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a quem o Contran é subordinado. Conforme o Denatran, a exigência foi adiada por duas vezes desde 2013, a pedido do próprio setor sucroenergético. A partir de 01/06, quem não cumprir estará sujeito a multas.

LEI DA BALANÇA Outra incerteza que ronda a safra 17/18 é como otimizar a logística da cana com a Lei da Balança, que limita o peso total dos caminhões carregados com colmos em até 74 toneladas. Segundo pesquisa conduzida pelo Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), a limitação pode aumentar em 34% o valor da tonelada transportada. Para Terezinha de Fátima Cardoso, Analista de Desenvolvimento Tecnológico do CTBE, a colheita integral - carregamento simultâneo de colmos e palha – pode ser uma solução porque a palha é transportada entre os espaços dos colmos, porém a técnica ainda esbarra em alguns entraves. “A ausência de formas de pagamento

Outra alternativa, articulada por montadoras, é o desenvolvimento de veículos com onze eixos, que atenderia a demanda pelo transporte de maior volume de cana por veículo. “Este novo cenário reforça a importância de parcerias entre o setor sucroenergético, fabricantes de equipamentos - agrícolas e industriais - e instituições de pesquisa”, explica Terezinha. Criada na década de 1970, a Lei da Balança gera problemas ao setor devido às resoluções do Contran. Elas estabelecem limites de peso para tráfego de veículos e, no caso das empresas sucroenergéticas, que usam combinações de veículos para transporte da cana colhida, há a Resolução Contran número 211, de 13/11/2006. Essa Resolução cria os requisitos necessários à circulação de Combinações de Veículos de Carga (CVC), a quem estão atribuídos os artigos 97, 99 e 314 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A Resolução do Contran afeta as usinas porque limita o Peso Bruto Total Combinado (PBTC) das atuais composições canavieiras, usadas no chamado “bate-e-volta”, ou seja, os rodotrens, formados por um cavalo-trator 6x4, um semi-reboque de dois eixos e um reboque de quatro eixos, com caixas de carga de 11,8m ou 12,5m por 2,60m por 4,40m.

Monitorar etapas e engajar equipes formam a base do CTT Devidamente cronometradas, essas fases colaboram com a redução de custos e a incrementar a produtividade canavieira O processo de CTT está atrelado a dois fatores fundamentais: o tempo e a qualidade de realização das três etapas (corte, transbordo e transporte). As fases são rigorosamente cronometradas e a qualidade da matéria-prima constantemente avaliada. Com este viés e atentos às equipes que executam as atividades, grandes players de açúcar e etanol conseguem reduzir seus custos no campo e incrementar a produtividade. Como grande parte das operações acontece no campo, há possíveis variáveis que a equipe não consegue controlar, como as chuvas. Segundo Murilo de Freitas Mancuso especialista de logística da Raízen, a preocupação com variáveis externas acaba tirando o foco de fatores nos quais mínimas alterações podem traduzir em altos ganhos. “A atenção deve ser direcionada para os

As operações de CTT exigem planejamento preciso e monitoramento constante em busca de ganho de produtividade e na consequente redução de custos (Foto: Divulgação)

pontos que aumentam a performance e a produtividade da operação, como a velocidade de colheita e as horas produtivas do maquinário”, explicou ele durante evento do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-Log) realizado em 10/04 em Piracicaba (SP). As atuais 42 frentes de colheita da

companhia Odebrecht Agroindustrial conseguiram reduzir o número de máquinas na atividade com simultâneo aumento do volume de cana-de-açúcar colhida. “A cada ano conseguimos colher maiores volumes de cana com menos máquinas, isto está atrelado ao nosso processo de busca por eficiência”, explicou Douglas Edson da

Rocha, gerente agrícola do grupo no evento da Esalq-Log. Segundo Rocha, o aperfeiçoamento do CTT envolve o mapeamento e o controle de tempo de todas as atividades. A preocupação com as pessoas que estão em campo executando diferentes tarefas foi ressaltada por todos os gestores agrícolas em suas apresentações seminário em Piracicaba. Desta forma, para estimular o engajamento das equipes, usinas investem na remuneração variável como forma de integrar seus colaboradores à empresa. “Cada caminhão que sai da frente de colheita é um possível ganho, assim os operadores vão trabalhar visando o máximo desempenho das operações”, explicou Murilo Mancuso, da Raízen. Outro ponto unânime foi sobre o impacto negativo da terceirização nesta filosofia de envolvimento e participação dos colaboradores. “Não vemos a terceirização em paralelo com nossa filosofia, queremos trabalhar a parte comportamental e aproximar as equipes dos valores de nossa companhia. Acreditamos que isto auxilia em conseguirmos atingir altos resultados”, afirmou no evento Diego Furlan, do Grupo São Martinho. (WB)


JC 280

4/24/2017

5:22 PM

Page 23


JC 280

4/24/2017

24

5:22 PM

Page 24

AGRÍCOLA

Maio 2017

Investir em biopotentes aumenta a produtividade e reduz custo Laboratório oferece soluções para controle biológico de pragas e doenças que podem elevar em até 32% a produtividade da cana Fontes de mercado afirmam que a utilização de soluções biológicas crescem cerca de 20% ao ano. Atento a esta fatia de mercado o Laboratório Farroupilha — unidade de negócio da divisão Plant Care, do grupo canadense Lallemand, fechou uma parceria com a BUG Agentes Biológicos para oferecer aos produtores de cana-de-açúcar um portfólio de soluções que garantem elevar a produtividade da planta através do manejo de pragas e doenças de forma sustentável. O gerente de pesquisa e desenvolvimento do Laboratório Farroupilha — Lallemand, doutor Alan Pomella, explica que para aumentar a produtividade é preciso estruturar o tripé de desenvolvimento da cana investindo em três pilares: saúde do solo, resistência a pragas e doenças, e performance da própria planta.

Ensaios feitos pela empresa, em parceria com pesquisadores de universidades e gestores agrícolas de usinas, confirmaram um aumento de perfilhamento de até 25% e na produtividade de até 32% por tonelada de cana através do uso de produtos definidos pela empresa como biopotentes. “A aplicação de nossos biopotentes reestabelece o equilíbrio microbiológico do solo, evitando o surgimento de pragas e doenças. Depois tem ação preventiva e aumenta a resistência da planta 
resultando em aumento da produtividade”, esclarece Pomella. Especializado em proteção de plantas pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e em manejo de pragas pela Universidade Federal de Lavras (Ufla), Robson Luz Costa garante que além do ganho produtivo no campo, a aplicação dos biopotentes, também aumenta a qualidade do Açúcar Total Recuperável (ATR). “Há dez anos fazemos trabalhos direcionados em usinas obtendo resultados que nos dão a segurança de oferecer soluções biopotentes que melhoram a qualidade da cana aumentando o índice de sacarose”, afirma Costa.

Da esquerda para a direita: Robson Luz Costa, Fernando Lucas Urban, Diogo Rodrigues Carvalho, Alan Pomella e Stanis Bombonato: corpo diretivo anuncia parceria macro e micro biológicas


JC 280

4/24/2017

5:22 PM

Page 25

AGRÍCOLA

Maio 2017

A multiação dos Biopotentes na cultura da cana Combater os nematoides é uma necessidade urgente nos canaviais. Para controla-los o Laboratório Farroupilha Lallemand utiliza uma bactéria específica no seu manejo. Somos a primeira empresa no mercado a registar no Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA) o primeiro nematicida a base de bactéria, o Onix, Bacillus methylotrophicus, informa Alan Pomella, gerente de P&D da empresa. Outro ganho para a cultura da cana é a introdução em conjunto, do biopotente Quality, baseado em uma cepa de Trichoderma asperellum com ação sobre fungos de solo que atacam o sistema radicular da cana, induzindo também a resistência a outras doenças. Nesse modelo de trabalho com multiações deve-se incluir também o Azos. Ele promove incremento no desenvolvimento da planta e atua na obtenção das folhas mais verdes, resultado da ação do bloqueio do etileno nas folhas, retardando o envelhecimento e aumentando a tolerância ao estresse hídrico, complementa o pesquisador Pomella. Stanis Bombonato gerente comercial do Laboratório Farroupilha Lallemand, acrescenta que no portfólio de soluções para cana de açúcar, além de contar com a parceria da Bug Brasil, no manejo macro biológico das pragas, oferece mais duas novas soluções de inseticidas biológicos; Opala (Metarhizium anisopliae) e Granada (Beauveria bassiana). “As vantagens destes manejos são a qualidade dos produtos, a formulação e a praticidade de utilização”.

O especialista em manejo de pragas Robson Luz Costa, e o gerente de pesquisa e desenvolvimento, Alan Pomella: avaliando a degradação da palhada gerada pelo produto da empresa

25


JC 280

4/24/2017

26

5:22 PM

Page 26

AGRÍCOLA

Podridão vermelha preocupa produtores Colletotrichum falcatum ou podridão vermelha, doença fúngica, surgiu como grave problema após a proibição da queima da cana. A doença se espalhou por conta do excesso de palhada residual no solo após a colheita da cana e aumento das pragas. Disponibilizamos o microorganismo, Trichoderma asperellum, do biopotente Quality que aplicado em condições favoráveis sobre a palhada propicia sua degradação onde o fungo da podridão vermelha se encontra e consequentemente ocorre a redução da fonte do inoculo da doença. Com a significativa degradação da palhada e o manejo em conjunto com produtos químicos específicos, melhoramos a eficiência do controle desta doença com redução dos custos. Outro aspecto dessa prática é que com a decomposição, nutrientes são reciclados ao solo, melhorando a sua fertilidade”, comenta o pesquisador Alan Pomella.

Maio 2017

ENTREVISTA — Fernando Urban

Biopotentes garantem qualidade e sustentabilidade econômica, afirma CEO Fernando Urban acredita que o crescente mercado de biológicos reduz custos consideráveis aumentando eficiência ou até substituindo produtos químicos Atuando como CEO do Laboratório Farroupilha, Fernando Lucas Urban é formado em engenharia agronômica pela Universidade Federal de Lavras (UFL) e possui MBA em Gestão Estratégica pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). É oriundo de uma família empreendedora no agronegócio, cujo patriarca é o gaúcho Inácio Urban, fundador do Grupo Farroupilha.

Atualmente o CEO investe estrategicamente na gestão do Laboratório Farroupilha, que projeta em cinco anos ser o maior fornecedor de biológicos do mercado. Em entrevista ao JornalCana, Urban destaca o potencial dos biopotentes e a capacidade de não só acrescentar aos agroquímicos, mas até mesmo substituí-los nos próximos anos. JornalCana — Como surgiu a parceria entre Laboratório Farroupilha e a Lallemand? Fernando Urban — Buscávamos uma multinacional para atuar conosco. A Lallemand se mostrou o parceiro ideal porque, assim como nós, vem de estrutura familiar e nossos valores estão alinhados. Fora isto, o core business é o de microorganismos e não de produtos químicos. Premissa importante para nós. Assim nos tornamos uma organização especializada em pesquisa e desenvolvimento de bioprodutos,


JC 280

4/24/2017

5:22 PM

Page 27

AGRÍCOLA

Maio 2017

Fernando Urban, CEO do Laboratório
 Farroupilha: “existe demanda crescente por alimentos cultivados com biológicos” seja para agricultura, saúde animal ou humana, oferecendo, com a atual parceria com a BUG Brasil, 12 tipos de produtos agrobiológicos. Quais fatores tornam os produtos fornecidos pela empresa importantes para o mercado? Há uma demanda crescente por alimentos cultivados com biológicos. Por conta disto, os produtores precisam de bioprodutos para atenderem esse nicho. Nossas soluções garantem resultados ao produtor, inclusive o de lavouras orgânicas. Posso dizer isso porque somos atestados por certificações, como a suíça IMO — Control. São raros os fornecedores de agrobiológicos que conseguem esse tipo de certificação. Existe um uso desenfreado de produtos químicos na agricultura? Sim. O Brasil é o maior consumidor de agroquímicos do mundo. Sabemos que é impossível produzir em larga escala sem o uso de agroquímicos. Mas é possível fazer uma produção responsável. Há dez anos os biológicos eram considerados pelos agricultores como

produtos de baixa qualidade. Mas hoje possuem tecnologia de ponta e eficácia confirmada. Entramos no mercado sucroenergético para quebrar esse paradigma. Os produtos biológicos podem substituir totalmente os químicos? São produtos que podem ser associados com químicos no manejo de pragas e doenças. O controle biológico vem diminuir a necessidade do agroquímico. Inclusive, já está confirmado que no combate a determinados tipos de pragas a relação de custo-benefício do produto biológico é melhor. A empresa tem condições de suprir a demanda do setor por produtos biológicos? Sim. Nossa meta é não só suprir a demanda brasileira mas mundial. Nossa planta, aqui em Patos de Minas (MG), já passa por uma significativa ampliação do processo produtivo, com diversas otimizações que visam melhorar ainda mais a qualidade de nossos biopotentes, além da ampliação de nossas câmaras frias.

27

Biotecnologia combate a broca antes que ela perfure a cana Vencedora do Prêmio Nanocell de Empresa de Biotecnologia Empreendedora do Ano, em outubro de 2016, por seu trabalho em controle biológico, a BUG Brasil atua no setor sucroenergético desde 2008. Sua expertise somada ao Laboratório Farroupilha criou um portfólio completo de biopotentes certificados com atuação micro e macro biológica no manejo de pragas e doenças. “Oferecemos ao mercado o Galloibug, que é parasitoide que controla ovos da broca da cana, antes da lagarta perfurar a planta”, explica Diogo Rodrigues Carvalho, CEO da BUG Brasil.


JC 280

4/24/2017

28

5:22 PM

Page 28

AGRÍCOLA

Maio 2017

CERTIFICAÇÃO NÃO É OBJETO DE DECORAÇÃO Presidente da Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri (Assobari) alerta que sem certificação de sustentabilidade os produtores de cana ficarão de fora do mercado ALESSANDRO R EIS, DE BARIRI (SP)

Dos 215 fornecedores de canade-açúcar vinculados à Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri (Assobari), 62 deles tornaram-se em 2015 os primeiros de sua categoria reconhecidos com o selo de sustentabilidade da Better Sugarcane Initiative (Bonsucro), certificação global criada em julho de 2011 que atesta a sustentabilidade de produtos fabricados a partir da cana. Um protocolo contendo 300 itens criados pela Assobari em conjunto com a Della Colletta Bioenergia e com a Organização Internacional Agropecuária (OIA), implantado através de uma complexa consultoria realizada por agentes terceirizados pela associação, tornou possível a certificação da Bonsucro nas lavouras da região de Bariri. O protocolo, que leva cerca de dois anos para ser implantado, já está em processo de inserção nos canaviais dos demais associados da instituição. Embasado na experiência da certificação, o diretor-presidente da Assobari, Acássio Masson Filho, de 74 anos, faz um alerta: "certificação não é mais objeto de decoração. É

Masson Filho, presidente da Assobari, com sede em Bariri: “certificação é necessidade para se participar do mercado internacional”

Certificado da Bonsucro: mais associados Processo de certificação obtido pela Assobari junto

da Assobari se preparam para obter o

a instituição dos Estados Unidos: aval internacional para a Associação

atestado de produção reconhecida

Fornecedor entrega cana com mais açúcar e menos impureza Para Acássio Masson Filho, investir com qualidade no associado é indispensável para que o fornecedor seja certificado. "Temos diferenciais como um projeto social que inclui assistência médica, odontológica e de laboratórios farmacêuticos. Pagamos isso para nosso associado e seus filhos até completarem 21 anos. Os mesmos direitos que tenho como presidente da associação, o associado também possui". Além desses benefícios, a Assobari promove palestras apresentadas por fabricantes de insumos para o trato da cana. Investimentos, que segundo Masson Filho, profissionalizam o agricultor. "Com essas palestras ele aprende a gerir melhor, usar a quantidade certa de defensivos e de adubos,

uma necessidade para se participar do mercado internacional, que não está necessariamente na Europa ou nos Estados Unidos. Está no Brasil, através de empresas como: CocaCola, Nestlé, Bacardi, Kibon, e outras que só compram, ou se preparam para comprar açúcar ou etanol se forem sustentáveis". Há outras certificadoras de sustentabilidade atuando no mercado canavieiro como a suíça RSB — que reconhece empresas que sequestram carbono em áreas de cana-de-açúcar. Essa instituição também certificou a Assobari em abril de 2016 tornando-a pioneira de seu segmento a receber o selo. O Sebrae, a Fundação Solidaridad e a organização nãogovernamental WWF Brasil participaram do processo de auditoria da certificação.

gerando mais renda para si e entregando a cana à usina com cerca de 6% a mais de açúcar e com menos impurezas." A Assobari entregou às usinas de sua região na safra 2016/17 mais de 575 mil toneladas de cana com valor médio de ATR em 129 quilos por tonelada. Mas o diretor presidente ressalta que a certificação traz objetivos mais relevantes que a quantidade de ATR apresentada e cita, como exemplo, a preservação dos mananciais próximos às lavouras de cana. "Recuperamos uma porção de mananciais. Áreas que foram reflorestadas, outras que estavam quase secas e agora possuem volume de água 30% maior — servindo como bebedouros naturais para os animais da região".

Incentivada pela Assobari, Orplana quer certificar 500 fornecedores por ano Junto com outras 32 associações de fornecedores de cana, a Assobari é uma das filiadas da Organização de Plantadores de Cana da Região CentroSul do Brasil (Orplana), que tem entre seus objetivos profissionalizar suas associadas, para também certificá-las com selos de sustentabilidade socioambiental. De acordo com o presidente da Assobari, uma carta de intenções com a Bonsucro foi assinada em novembro de 2016 em Londres, no Reino Unido, onde

fica a sede da certificadora, com o objetivo de certificar 5 mil fornecedores de cana-de-açúcar dos cerca de 17 mil associados. "A Orplana quer certificar 500 fornecedores de cana por ano", informa Acácio Masson Filho. "Ainda existem associações que por ceticismo ou falta de profissionalismo não veem a certificação como uma urgência. Nosso papel através da Orplana é contagiá-las e ajudá-las em sua profissionalização", afirma.


JC 280

4/24/2017

5:23 PM

Page 29


JC 280

4/24/2017

30

5:23 PM

Page 30

AGRÍCOLA

Maio 2017

ENTREVISTA — Acássio Masson Filho

O FIM DO FORNECEDOR DE CANA ESTÁ PRÓXIMO! ALESSANDRO REIS

Para diretor-presidente da Assobari, por falta de gestão e legado fornecedores de cana estão com os dias contados ALESSANDRO R EIS, DE BARIRI (SP)

Baririense de nascimento, Acássio Masson Filho, mudou-se para São Paulo, capital, aos 21 anos e formou-se em Administração em busca de conhecimento profissional. Mas foi trabalhando na Mercedes-Benz e depois atuando como dono de concessionárias da mesma marca, que em 45 anos, aprendeu suas principais lições de gestão corporativa. Enquanto concedia entrevista ao JornalCana em sua sala na sede da Assobari, perguntei a Masson Filho qual foi a principal característica profissional absorvida na experiência com a Mercedes-Benz. Ele fez uma pausa. Olhou para o lado. Mudou o semblante como quem traz à memória bons momentos e respondeu: — O profissional alemão é do tipo que só conhece duas palavras: sim ou não. Mais ou menos, ele não conhece; quebrar o galho é coisa que pra ele não existe. Ele segue à risca a cartilha da competência, da honestidade e do alto padrão. Ao contar como surgiu a associação, Masson Filho disse que voltou ao interior paulista em 2005. Tendo garantido com seus empreendimentos sustento para si e sua posteridade, seu senso de "missão cumprida" foi interrompido por um convite inesperado. Um grupo de 36 cultivadores, liderados por alguns amigos lhe desafiaram a criar com eles uma associação de fornecedores de cana. Ao que lhes respondeu: "Só se for pra fazer direito". Ele ainda não sabia, mas começava ali seu maior desafio como executivo, e o que lhe daria maior contentamento profissional. Masson Filho menciona que ao fundar a associação deparou-se com forte oposição por parte de outra associação existente cerca de 40 km de Bariri, que perdeu vários associados para a Assobari. "Vieram de graça pra cá quando viram nossa forma de gerir", conta. Outro entrave foi vencer os dogmas do jeito ‘capiau’ de gerir o cultivo da cana encalacrado na mente de muitos fornecedores. Mas após 12 anos de árdua semeadura, a Assobari colhe o bom resultado do que plantou, comprovado através das certificações de sustentabilidade, da melhoria da renda, do aproveitamento ideal dos insumos e da eficaz gestão financeira feita por seus associados. Vigilante sobre a perpetuidade dos cultivadores de cana, antenado às tendências do mercado de açúcar e dos meandros sucroenergéticos, Masson Filho alerta sobre a possibilidade dos fornecedores deixarem de existir em poucos anos e o que é preciso para salvá-los. Saiba na entrevista a seguir:

Masson Filho, presidente da Assobari: “enquanto o preço do açúcar for mantido entre 17,5 e 19 centavos de dólar por libra-peso os europeus não vão querer plantar sequer um pé de beterraba para fazer açúcar, porque o preço dele vai custar o dobro do nosso”

JornalCana — Por vir de outro setor, quais foram as maiores dificuldades que o senhor encontrou no sucroenergético? Acássio Masson Filho — Eu praticamente não sabia nada de agricultura. Quando dei de cara com a cana precisei começar aprender como cultivá-la. Na sequência houve aquela tragédia no setor por causa da Dilma [Rousseff], que acabou com o projeto de etanol no Brasil. Teve também uma variedade que usamos — CTC 15 — que foi um desastre por mais de cinco anos. Até hoje não fechamos a conta. E como é hoje sua relação com o canavial? Como produtor tenho uns 150 hectares. Já tive mais de 300. Minha relação com a cana é de tapas e beijos — brinca. Apanhei pra aprender. Mas isso não me fez desistir. Como presidente da Assobari, recebo um salário que sai do meu próprio bolso. Mas faço por paixão! Qual a variedade mais rentável no momento para os fornecedores da região? São praticamente duas: IAC—5516 e PO—7515. Qual o futuro dos insumos agrícolas? Serem mais produtivos e menos agressivos. E para isso acontecer devemos pressionar os fabricantes através de certificações de sustentabilidade. Como as pragas afetam as lavouras dos associados? Parece que todo dia surge uma praga

nova. Culpa da forma precipitada com que lidaram com a proibição da queima da cana, que é necessária, mas pegou os agricultores de surpresa. Desempregou muita gente também. Deveria ter sido feita em 10 anos com uma programação rígida para melhor readequar fornecedores e trabalhadores do campo. E quanto ao clima, quais suas perspectivas para essa safra? É assustadora. O índice pluviométrico de fevereiro e março foi muito ruim. Choveram 30 mm em fevereiro e 70 mm em março. Ano passado, já considerado ruim, choveu 140 mm só em fevereiro. Consultorias e produtores dizem que o mercado de açúcar é promissor neste e no próximo ano. Qual sua opinião? A previsão é que falte no mercado 10 milhões de toneladas de açúcar nesta safra. Na próxima faltará uns 4 milhões. Porém, o valor do açúcar influencia muito esse cenário. Enquanto ele for mantido entre 17,5 e 19 centavos de dólar por libra-peso os europeus não vão querer plantar sequer um pé de beterraba para fazer açúcar, porque o preço dele vai custar o dobro do nosso. Agora, se o nosso preço for a 20, 22 cents por libra-peso, eles vão plantar beterraba até em vaso de flor. Qual o futuro do fornecedor de cana no Brasil? Pode não haver futuro. Explico: nenhum produtor de cana sobreviverá produzindo 80 toneladas por hectare. Porque o preço de

venda já está definido, mas o preço de custo não. Com isso, para ter rentabilidade — independente do preço do açúcar — o fornecedor tem que produzir 120 toneladas por hectare. Nenhum de nós está preparado para produzir nessa margem. Se não mudarmos nosso perfil as usinas vão comprar nossas terras e o fornecedor vai ter que vender sorvete na porta do cinema. O senhor arrisca um prazo para que isso aconteça? Arrisco. Sendo otimista... daqui três ou quatro anos. Veja, para renovar um alqueire de cana se gasta uns 16 mil reais. Como investir esse valor em um alqueire que não vai te dar retorno nem do plantio? Não se ganha 18 mil reais livre em cinco anos de forma alguma. Isso sem contar o custo com trato e juros de empréstimo. O que deve ser feito para salvar o futuro do fornecedor de cana? Três coisas. Investimento maciço em Mudas Pré-Brotadas e nas máquinas para o plantio dessas mudas — o que exigirá contratar terceiros para este fim. Outra ação é criar núcleos de pequenos fornecedores, porque com mais terra disponível há mais chances das usinas investirem na colheita. Mas acho difícil este tipo de ação acontecer, pois os fornecedores não estão deixando suas profissões como um legado aos descendentes. Isso gera falta de unidade. Os filhos dos fornecedores não se interessam em dar continuidade no negócio, como acontecia no passado. O fim da sucessão é o fim do fornecedor.


JC 280

4/24/2017

5:23 PM

Page 31


JC 280

4/24/2017

32

5:23 PM

Page 32

AGRÍCOLA

Maio 2017

Usina Diana gera R$ 4,5 milhões de economia na área de CRM Através do trabalho de consultoria da Lema Brasil, a unidade produtora reduziu em 50% seu custo total de manutenção por TCH A Usina Diana, localizada em Avanhadava (SP), obteve uma economia de R$ 4,5 milhões na área de Custo Reparo e Manutenção (CRM) no ano passado. A redução de custo foi alcançada através de consultoria da Lema Empresarial, que é conduzida pelo engenheiro Manoel Gomes. De acordo com o CEO da Diana, Ricardo Junqueira, em 2015 o custo de CRM — que é parte da área de Carregamento, Transbordo e Transporte (CTT) — estava em cerca de R$ 6, caindo para cerca de R$ 3 por tonelada de cana por hectare (TCH) em 2016. A diminuição equivale a uma economia de 3% no custo total da usina. O valor reduzido é significativo para uma unidade que esmaga 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar. “Posso atestar que a Lema fez um bom serviço aqui na usina. Percebemos que os custos com nosso CRM — que é a parte de manutenção de equipamentos e veículos da área agrícola da usina — estavam muito altos. E havia também uma dúvida quanto ao custo de aquisição de novos equipamentos. Nisto, fui apresentado ao Manoel Gomes, e percebi que ele tinha expertise na área”, conta Junqueira.

Lema Empresarial fazendo mais do novo A consultoria de gerenciamento Lema Empresarial reduz o custo de manutenção aumentando a confiabilidade dos ativos. O lema da empresa é “fazendo mais do novo.” Com sede em Penápolis (SP), a Lema Empresarial é especializada no diagnóstico na manutenção, implantação de PCM, do Plano Diretor de Manutenção e de Plano Diretor de Lubrificação. Fundada em 2014, a Lema é nova enquanto empresa, mas sua gestão tem o comando de profissionais experientes no setor sucroenergético.

Ricardo Junqueira, CEO da Diana: “Foi com o trabalho da Lema que alcançamos o menor custo na área de CRM na história da usina”


JC 280

4/24/2017

5:23 PM

Page 33

AGRÍCOLA

Maio 2017

33

Acompanhamento pontual forma “líderes de turma” O diretor-presidente da Usina Diana explica que o processo de trabalho começou com a apresentação dos índices da área, analisando disponibilidade dos equipamentos e custo de manutenção para máquina como: colhedeiras, transbordo, tratores e outros equipamentos. “A forma como o Gomes trabalha me impressionou. Porque ele não veio até a usina dar uma palestra e ir embora. Ele reuniu-se com os profissionais que trabalham na área semanalmente, depois quinzenalmente e, por fim, mensalmente. Conscientizando-os e identificando os pontos fracos da área e o que precisava ser corrigido pelo caminho”, detalha Junqueira. O executivo ressalta que o trabalho do engenheiro Manoel Gomes foi além do esperado. O consultor continuou assistindo à evolução na economia dos indicadores de CRM da usina pontualmente, reunindo-se ora com o diretor agrícola da usina, ora com o próprio Ricardo Junqueira. Satisfeito com o resultado, o CEO da Diana informa que o trabalho da empresa Lema se estendeu por um ano — começando na metade safra 2015/16 e terminando no meio da 16/17 — e acrescenta que a consultoria independente complementou com sucesso o trabalho do encarregado da área de CRM, Márcio Nono.. “Foi com o trabalho da Lema que alcançamos o menor custo na área de CRM na história da usina”, comemora Junqueira.

Usina Diana, em Avanhandava (SP): redução de custos de R$ 4,5 milhões na área de Custo Reparo e Manutenção (CRM) com o trabalho da Lema Empresarial

A implementação do trabalho agregou também maior capacitação na equipe de CRM, que teve neste período os “líderes de turma” formados pelo consultor durante implementação do trabalho na unidade

produtora. A Diana esmagou 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2016/17. Mais aparelhada na área de CRM a usina pretende nesta safra que teve início

em abril deste ano processar 1,6 milhão de toneladas de cana-de-açúcar, gerando 110 mil toneladas de açúcar e 54 milhões de litros de etanol. A usina possui tanto colheita, quanto plantio, 100% mecanizados.


JC 280

4/24/2017

34

5:23 PM

Page 34

AGRÍCOLA

Maio 2017

ENTREVISTA - Luiz Carlos Almeida de França

DOUTORES DA CANA! Complemento à adubação convencional, a bionutrição é fator crucial para alta produtividade Como sócio-diretor da Terra Soluções Agrícolas, Luiz Carlos Almeida de França tornou-se defensor ávido da nutrição complementar, via folha ou solo, como uma das ferramentas mais inovadoras e atuais para adubação no setor. “Sinto-me bem à vontade para tratar deste assunto, pois a Terra Soluções Agrícolas e a Ubyfol vêm trabalhando nesta área desde 2005”, diz. O resultado do trabalho conjunto formou um banco de dados com mais de 5.000 análises de tecido vegetal e inúmeros campos demonstrativos, além de trabalhos científicos individuais em convênio com universidades locais, como Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e Universidade Federal de Pernambuco (UFRPE). Entrevistado, França fala sobre a importância da produtividade agrícola e destaca o uso da nutrição foliar como complemento. Qual sua visão sobre a importância da produtividade agrícola? Luiz Carlos Almeida de França Fundamental. A busca do aumento da produtividade deve ser uma meta incansável e perseguida durante 24 hora por dia e 360 dias por ano. É comum as pessoas se apegarem a modelos que vêm dando certo há anos e isso causa instintivamente uma acomodação. Quais ações causam as altas produtividades dos canaviais?

A busca por variedades de alta produtividade, com resistência ao clima e ao ataque de doenças e pragas. Há também o controle sistemático de pragas, doenças e ervas daninhas, com a utilização de soluções cada vez mais específicas e inovadoras. O manejo da nutrição convencional também melhorou e agora temos o uso da nutrição foliar, que com a utilização de microelementos dá à planta o que ficou faltando na adubação convencional. A colheita e plantio mecanizados — ferramenta importantíssima para suprir o déficit de mão de obra. Além disso, o uso intenso da irrigação, elemento fundamental nos canaviais do Nordeste, que tem o déficit hídrico como uma regra — pois a exceção são chuvas regulares. A implantação de novos métodos de controle na gestão de maneira geral e principalmente no que se refere ao trato de pessoas — é visível a evolução do setor nesta área. Há também as ações em prol do meio ambiente — nesta área o setor dá exemplo de como produzir cana-de-açúcar, respeitando o meio ambiente e com a visão constante da sustentabilidade, respeitando e buscando sempre o equilíbrio dos valores econômicos, sociais e ambientais. Quão relevante é a nutrição foliar? Essa tecnologia irá contribuir para a melhoria dos nossos canaviais e consequentemente o aumento da margem de contribuição agroindustrial, entregando em média um ganho de 7 TCH.

Ubyfol 34 3319 9500 www.ubyfol.com

Luiz Carlos Almeida de França, sócio-diretor da Terra Soluções Agrícolas: “a busca do aumento da produtividade deve ser uma meta incansável e perseguida durante 24 hora por dia e 360 dias por ano”


JC 280

4/24/2017

5:23 PM

Page 35


JC 280

4/24/2017

36

5:23 PM

Page 36

GESTÃO

Maio 2017

ENTREVISTA - Pedro Podboi Adachi

“É possível profissionalizar a empresa familiar” Professor avalia que governança corporativa e planejamento sucessório representam uma questão de sobrevivência para as empresas familiares O professor Pedro Podboi Adachi tornou-se mestre em Administração e Negócios pela Ohio University, nos EUA e especialista em governança corporativa e sucessão familiar pela “Leading the Family Business” no IMD, em Lausanne, Suíça. Por entender que empresas familiares representam a maior parte das organizações presentes no cenário corporativo da atualidade, contribuir para preservá-las tornou-se uma missão em sua vocação. Adachi faz parte do time de professores que ministrarão um curso com duração de 9 meses voltado para proprietários de empresas familiares, novas gerações ou futuros herdeiros — independente de estarem ou não atuando nas empresas. O curso que terá inicio em 19 de maio é promovido pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Fundação Fundace. Em entrevista o JornalCana, o professor deu mais detalhes sobre a importância da governança corporativa e os desafios da sucessão. JornalCana — É possível profissionalizar uma empresa familiar? Pedro Podboi Adachi — Perfeitamente. Existem várias empresas familiares no Brasil de diversos setores e que são altamente profissionalizadas. Profissionalizar uma empresa não significa excluir a família do negócio e, sim colocar as pessoas certas nos lugares certos. Quais são as etapas de profissionalização da empresa familiar? A primeira etapa é colocar o profissional certo no lugar certo, lembrando que este profissional pode ser alguém da família. Depois, preparar a família para que ela se torne sócia ou acionista, independente de estar atuando na gestão. Este preparo faz parte da profissionalização da família para seus integrantes serem sócios profissionais. A terceira etapa é avaliar e permitir que os membros da família sigam a carreiras a que têm vocação.

Qual é o momento em que o empresário deve pensar em sua sucessão? Na verdade ele sempre deve avaliar isto, mas a sucessão é um grande desafio. Muitas vezes um gestor pensa em sucessão em outros cargos. Por exemplo, o presidente de uma empresa sabe que se o gerente financeiro não estiver lá, outros tocarão as funções deste gerente. O erro está em não preparar alguém para sucedê-lo como presidente, ou então, deixa isso pra depois,

até que chega o momento inevitável. O que torna muito mais difícil conduzir o processo, porque não houve planejamento sucessório. Quais são os passos de um planejamento sucessório? Bom, primeiro é preciso escolher e preparar bem o sucessor, avaliando se ele possui o perfil. Pode-se ter mais de um candidato. Em seguida, preparar a empresa para essa sucessão. E o sucedido também deve

planejar o que fará após sua sucessão. Se ele vai se desligar, precisa transicionar de forma prática e não retórica. É como em uma corrida de bastão: quando o atleta passa o bastão àquele que o sucede deve deixar a pista. Como os interessados em participar do curso podem saber mais detalhes? Entrando site da Fundace, que é o www.fundace.org.br, ou pelo telefone 0800 77 300 70.

Dicas para o gestor que trabalha em uma empresa familiar De acordo com o professor Pedro Podboi Adachi, também diretor da Societàs Consultoria, acredita-se que atualmente ao menos 65% das empresas no Brasil e no mundo sejam familiares. No setor sucroenergético, grandes, médios e pequenos grupos, começaram ou estão nas mãos de famílias tradicionais. Em muitos a falta de uma governança corporativa é um gargalo na receita destas empresas. Especialista em governança e planejamento sucessório em empresas familiares, Adachi, oferece a seguir duas dicas sobre como um gestor deve atuar trabalhando em um empresa familiar. Veja:

1 ATUAR COM MESMOS VALORES

2 AUXILIAR NA POSTURA PROFISSIONAL

“É importante que o gestor verifique se os princípios que ele possui estão alinhados com os princípios da família que dirige o negócio. Se isto não estiver alinhado certamente este gestor não estará no lugar certo.”

“É importante auxiliar a família à ter uma postura distinta da que tem no convívio familiar. No ambiente de trabalho gestores e família são profissionais. Não se deve misturar assuntos de família com temas profissionais. Quão mais foco profissional o gestor tiver, melhor será o auxílio dele na aplicação da governança corporativa”.


JC 280

4/24/2017

5:23 PM

Page 37


JC 280

4/24/2017

38

5:23 PM

Page 38

GESTÃO

Maio 2017

Cartilha dá dicas sobre sustentabilidade jurisdicional Gestores das companhias sucroenergéticas precisam estar atentos à sustentabilidade jurisdicional, que abrange qualquer setor produtivo agrícola e ganha mais e mais importância mundial DA R EDAÇÃO

Alcançada quando toda uma área político-geográfica completa a transição para o desenvolvimento sustentável, a sustentabilidade jurisdicional exige um caminho difícil e demorado. O Instituto Earth Innovation lançou cartilha para informar o usuário sobre a sustentabilidade jurisdicional. O documento foi realizado com a Bonsucro. Desenvolvida a partir de dois diálogos de mesa redondas com diversos atores (janeiro de 2015 e junho de 2016), a cartilha traz avaliações recém-publicadas sobre abordagens de paisagens integradas e jurisdicionais. Confira a seguir dicas sobre sustentabilidade jurisdicional a partir da recém-lançada cartilha.

1 O QUE É SUSTENTABILIDADE JURISDICIONAL?

3 QUANDO SE TORNA PERMANENTE OU AUTOSSUSTENTÁVEL?

É definida como a transição exitosa para o desenvolvimento sustentável—englobando dimensões sociais, ambientais e econômicas —em toda uma área geográfica política, tal como um estado, província, condado, distrito ou nação. O sucesso é medido de “pontaa-ponta” em toda a jurisdição e, portanto, inclui uma gama de atividades, sistemas de produção, ecossistemas e atores.

A sustentabilidade jurisdicional se torna permanente quando as condições necessárias para a sua manutenção são estabelecidas em políticas públicas, modelos de negócios e designações formais do direito de uso da terra. Ela se torna autossustentável quando oferece benefícios amplamente reconhecidos, tais como o aumento de acesso a mercados e financiamento, a criação de empregos, a segurança alimentar, a redução da pobreza, recursos naturais em maior abundância, e um meio-ambiente mais saudável e resiliente.

2 COMO ALCANÇAR A SUSTENTABILIDADE? A sustentabilidade jurisdicional pode ser alcançada quando setores chaves compartilham a definição de sucesso, quando o poder político e econômico daqueles que anseiam por sustentabilidade jurisdicional já é suficiente para propulsionar mudança, e quando há uma estratégia e um plano para apoiar tal transição.

4

ELA SUBSTITUI ABORDAGENS NO NÍVEL DE FAZENDA E DE UNIDADES DE PROCESSAMENTO? Não. A abordagem jurisdicional deve ser vista como um importante complemento para as intervenções no nível de fazendas e de unidades de processamento.


JC 280

4/24/2017

5:23 PM

Page 39


JC 280

4/24/2017

40

5:23 PM

Page 40

USINA DO BEM

Maio 2017

Nardini premia colaborador em programa de redução de energia e água Programa Nardini Sustentável começou em agosto de 2016 e colaboradores da empresa precisam comprovar a diminuição do consumo de luz e de água em suas residências DA R EDAÇÃO

O analista administrativo da automotiva da Nardini, Neudair da Veiga, venceu o desafio do programa Nardini Sustentável. A proposta era que o colaborador que mais reduzisse o consumo de água e energia elétrica em sua residência ganharia um prêmio da empresa. A redução foi comprovada e Neudair viajou com a namorada para Brotas às custas da empresa. Segundo o Engenheiro Ambiental Rodrigo Robes, idealizador do programa, a avaliação da área de Meio Ambiente foi prioritária para determinar o ganhador. “Conforme divulgado nos murais, foram avaliadas as reduções do consumo de água e energia registradas nas contas no período de agosto a outubro de 2016. A redução foi cumulativa, ou seja, a soma do percentual de redução de consumo das faturas”, disse. Na avaliação, Neudair reduziu o consumo de água em 53,85%

e 10,5% de energia elétrica. O colaborador afirmou que sempre tentou praticar o uso consciente desses recursos. “Já tive a iniciativa um pouco antes do programa, substituindo todas as lâmpadas da casa por LED que são mais eficientes e mais econômicas, e o programa me incentivou mais ainda. Em casa procuramos ter certos cuidados, como regular o termostato da geladeira para uma posição conveniente com a quantidade de alimento, ligar lâmpadas somente quando necessário, evitamos também a utilização simultânea de aparelhos eletrodomésticos. Uso consciente do ar condicionado e do chuveiro elétrico, bem como o consumo de água, evitando desperdícios”, informou. Como afirmado durante a divulgação do programa, o colaborador ganhou uma viagem com acompanhante, paga pela Nardini. O destino escolhido foi Brotas-SP, rconhecida nacionalmente como uma das principais rotas quando o assunto é passeio ecológico e esportes radicais. Acompanhado da namorada, Neudair aproveitou para praticar rafting (descida de 10km no rio Jacaré Pepira em um bote inflável) e tirolesa de 150 metros de altura com extensão de 1.900 metros, além de apreciar belas paisagens.

SOBRE O PROGRAMA O Nardini Sustentável teve foi iniciado como uma maneira de comemorar a 10ª edição do Projeto Nardini Sempre Verde e também, para celebrar a conquista da Certificação Bonsucro, que atesta as práticas ambientais corretas, praticadas pela empresa.

BOA AÇÃO WD NA "HORA DO PLANETA" A WD Industrial, com unidade produtora no município de João Pinheiro (MG), investe em parceria de ações em prol do combate ao aquecimento global. Uma dessas ações é o evento "Hora do Planeta", realizado no fim de março na quadra poliesportiva da cidade de Varjão de Minas. Conhecida mundialmente como Earth Hour, trata-se de ato simbólico no qual os participantes são convidados a mostrar sua preocupação com o aquecimento global. Participaram alunos e professores de escolas da cidade em palestras, peças teatrais e musicais.

CLEALCO PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADO A Clealco investe em parcerias público-privado voltadas para o desenvolvimento econômico e social das regiões dos municípios de Clementina, Queiroz e Penápolis, no interior paulista, onde possui unidades produtoras. O investimento ocorre por meio do Café com Prefeitos, no qual executivos da Clealco mantêm encontros com representantes de municípios próximos das unidades. Em 11/04, o encontro foi em Clementina; no dia 18 em Queiroz e, no dia 26, o evento estava programado para Penápolis.

SONORA: PROTEÇÃO DE ANIMAIS Em parceria com os Clubes dos Desbravadores de Sonora (MS), Anjos do Lago e Arautos do Pantanal, a Usina Sonora, a Aquárius Energética e a Rio Corrente agrícola lançaram ação com o objetivo de orientar os motoristas sobre a incidência de animais silvestres na região próxima ao município de Sonora. Neudair praticou rafting em Brotas: viagem foi um prêmio da Nardini por ele ter vencido desafio de maior economia de energia e de água


JC 280

4/24/2017

5:23 PM

Page 41

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Maio 2017

41

Marca Proeng evolui para PRG Engenharia e inaugura nova sede Depois de quatro anos de restrições e crise, o setor sucroenergético avança ante boas perspectivas com uma leve retomada nos investimentos. Atenta a essa realidade de mercado, a PRG Engenharia inaugurou sua nova sede, um espaço corporativo voltado para a elaboração de projetos inovadores. A marca PRG é uma evolução da Proeng, que há quase 25 anos atua na área de projetos de engenharia e construção e ampliação de plantas industriais, notadamente para usinas sucroenergéticas, em todo o país.

O novo portfólio da PRG Engenharia dá ênfase à gestão de projetos e obras de engenharia multidisciplinares O novo nome traduz o momento da marca e a consolidação de sua expertise em serviços integrados. “Os ajustes foram planejados para que pudéssemos modernizar a marca, sem, no entanto, perder a identidade original que construiu nossa história vencedora. O novo branding atende o cenário e a estratégia da nossa empresa, gerando valor e fortalecendo a relação com o mercado”, destaca o diretor João França.

A nova sede da PRG Engenharia permite acesso fácil aos clientes que visitam o escritório, em Jaboticabal

A PRG simboliza o novo patamar de produtividade alcançado, aliando a expertise em tecnologia com a engenharia, resultando, com isso, em ganho na gestão de projetos e obras. “Trabalhamos em parceria com nossos clientes, contribuindo com a modernização e o avanço da competitividade do setor sucroenergético”, afirma o diretor. O portfólio da PRG Engenharia está mais abrangente, voltado para Gestão de Manutenção de Plantas Industriais, Condicionamento, Comissionamento e Assistência à Partida e Pré-operações,

Gerenciamento de Implantação de Projetos, Gestão de Portfólio de Projetos, Estudo de Viabilidade e Macro Planejamento de Novos Empreendimentos, Engenharia de Projetos Multidisciplinares Conceitual, Básico e Detalhado, Gestão de Segurança, Saúde Ocupacional e Meio Ambiente. O destaque é a Gestão Integrada e Gerenciamento de Engenharia em Empreendimentos nas Modalidades EPC e EPCM. Com a operação, a empresas otimiza a estratégia de ampliar a atuação nos setores da construção civil e infraestrutura para o

setor sucroenergético. “Essa transição complementa de forma bastante harmoniosa tanto o portfólio de serviços e a amplitude geográfica da PRG, quanto o perfil da equipe. Nossa empresa ocupa uma posição estrategicamente vantajosa para capturar as novas oportunidades de mercado, com projetos multidisciplinares”, finaliza João França. PRG Engenharia 16 3203 8653 www.prgengenharia.com.br


JC 280

4/24/2017

42

5:23 PM

Page 42

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Maio 2017

Ponto certificado diminui número de equipamentos e reduz custos A gestão de pessoas nas usinas será facilitada com o lançamento do ponto eletrônico certificado. A solução foi desenvolvida pela Markanti Tecnologia para o mercado sucroenergético através de uma parceria com a Stefanini. Com a solução, gestores do setor de recursos humanos podem reduzir o número de equipamentos para acompanhamento diário das atividades. “É possível fazer desde o apontamento de produção até o ponto eletrônico do funcionário, evitando assim a utilização de dois equipamentos para cada atividade”, explica Adriano Cantadeiro, diretor da Markanti Tecnologia. A solução atende a normativa da portaria 373 de 2011 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que regulamenta os sistemas alternativos de controle de jornada de trabalho, além de utilizar a certificação oficial da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP Brasil), cadeia hierárquica e de confiança com irrefutabilidade com a tecnologia da ACT BRy, Autoridade Carimbo do Tempo. Assim, cada marcação possui

validade jurídica reconhecida reduzindo passivos e oferecendo segurança jurídica. Com o produto é possível realizar o ciclo completo de marcação de ponto, ou seja, registrar, carimbar e armazenar as marcações do colaborador em centrais de dados independentes. Registrar a localização do registro e garantir pessoalidade “A solução é flexível e atende às necessidades do setor sucroenergético, para o qual a existência de um relógio de ponto físico é não é prático”, afirma Alexandre Winetzki, diretor da Stefanini. A solução é totalmente móvel, conta com estrutura na nuvem e em alta velocidade de implementação, porém opera normalmente mesmo off-line, além de se integrar com os softwares de gestão do mercado, gerando eficiência no controle das horas trabalhadas, gestão de equipes, além da redução de custos de RH e back-office. Markanti Tecnologia (16) 3941-2476 www.markanti.com.br


JC 280

4/24/2017

5:23 PM

Page 43


JC 280

4/24/2017

5:23 PM

Page 44


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.