JornalCana 321 (novembro 2020)

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Novembro 2020

Série 2

Número 321

A NOVA FASE DA CLEALCO Companhia amplia moagem em 35% na safra 20/21 e prevê moer 7 milhões de toneladas até 2023, investindo em canaviais, excelência nas operações e ações com fornecedores




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CARTA AO LEITOR

Novembro 2020

índice EVENTOS Playlist traz 6 webinares estratégicos para planejar a próxima safra . . . . . . . . . . . . . . .6

carta ao leitor

MERCADO Nordeste terá conglomerado sucroenergético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 CEOs de usinas indicam os drives estratégicos para garantir a competitividade e rentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 ISO prevê um déficit de 3,504 milhões de toneladas na safra 20 /21 . . . . . . . . . . . . . . . .9 DATAGRO prevê moagem de 630 milhões de toneladas para safra 21/22 . . . . . . . . . . .10 Uso intenso de tecnologia explica resiliência do setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 “O etanol é o combustível do futuro” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 “Crescimento da gasolina ameaça retomada do etanol em 2021” . . . . . . . . . . . . . . . . .12 Hidrogênio verde pode acelerar descarbonização do setor de transportes . . . . . . . .13 SINDAÇÚCAR PE completa 79 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 Usinas investem em transporte por ferrovia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 Distribuidoras conseguem liminar para reduzir metas do RenovaBio . . . . . . . . . . . . . .15 Quais são as estratégias de diversificação para as usinas lucrarem mais? . . . . . . . . .16 Revati é arrematada em leilão e volta a moer na próxima safra . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 Plano de Recuperação Judicial do Grupo Moreno é aprovado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19 Biosev registra lucro de R$ 155,5 milhões no 6M21. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20 Goiás Bioenergia SA investe R$ 265 milhões para reativar usina em Goiá . . . . . . . . . .20

INDUSTRIAL WEG fornece pacote elétrico para usina de etanol de milho da Alcooad . . . . . . . . . . .21 A nova fase da Clealco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22 a 24 Zanini: há sete décadas contribuindo com o desenvolvimento da indústria . . . . . . . .26 Como as usinas vem revolucionando a extração na moenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 Conheça 5 iniciativas para garantir a máxima extração de caldo . . . . . . . . . . . . . . . . . .29 Sistema revoluciona a gestão de documentação de terceiros na Usina Ferrari . . . . .30

USINAS São José da Estiva encerra safra com moagem recorde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31 Usina Guaíra encerra safra 20/21 com 2,9 mm de ton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 BP Bunge Bioenergia emprega Drones para auxiliar no controle biológico da lavoura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 Sistema de irrigação da CEV usou tubulação de PVC reforçado com fibra de vidro . .33 Usina Caeté inicia safra 20/21 com um Centro de Inteligência Agrícola . . . . . . . . . . . .34

AGRÍCOLA Produtos específicos são importantes para o bom crescimento do canavial . . . . . . .35 Produtores de Paraíso inauguram biofábrica para produção de Adubo Biológico . .36 Área colhida é a maior das últimas cinco safras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 IAC desenvolve indicador para investimentos em combate de incêndios . . . . . . . . . .38

MASTERCANA SOCIAL MasterCana Social 2020 premia as melhores do ano em recursos humanos . . . .9 a 41

GESTÃO Prazo para entrada em vigor do PGR e de outras normas de segurança e saúde no trabalho é alterado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES Conheça o sistema de desmineralização de água por troca iônica . . . . . . . . . . . . . . . .43

"Se o Senhor se agradar de nós, ele nos fará entrar nessa terra, onde manam leite e mel, e a dará a nós." Números 14:8

Andréia Vital - redacao@procana.com.br

Novo olhar sobre a sustentabilidade A pandemia do coronavírus lançou uma nova ótica sobre os renováveis e a sustentabi− lidade passou a ser tendência cada vez mais exigida pela sociedade e mercados. Neste con− texto, a economia circular ganhou espaço e surge como uma importante oportunidade pa− ra o Brasil. Isso é comprovado pelas discussões mais intensas sobre a descarbonização mun− do afora e que ganhou mais musculatura no país a partir da implantação do RenovaBio. Nesta edição, trazemos conteúdo sobre a produção de hidrogênio verde utilizando bio− combustível, iniciativa que pode contribuir e acelerar a descarbonização do setor de trans− porte, que está entre as áreas que mais emitem gases de efeito estufa no mundo. As usinas também focaram na logística e passaram a investir mais no modal ferroviário. Conforme explicou Jacyr Costa Filho, membro do Comitê Executivo Global da Tereos.“além de au− mentar a competitividade de nossa logística, este investimento permite uma redução de 220 mil toneladas em emissões de CO2 anuais”. Ainda falando de mercado, a edição traz informações sobre as novas estratégias de di− versificação para garantir a rentabilidade das companhias. Neste sentido, os subprodutos ge− rados a partir da produção do açúcar e etanol, como também o uso de outras matérias−pri− mas, vêm ganhando cada vez mais relevância nos planos de expansão das empresas, como o etanol de milho, etanol 2G e biogás. Na área industrial, a edição destaca que a tecnologia revoluciona as usinas com softwa− re de primeira linha, como o S−PAA que vem trazendo ganhos significativos para as mais de 50 usinas que já fazem seu uso.A editoria também ressalta as iniciativas bem−sucedidas de especialistas em palestras relevantes realizadas durante os webinares do JornalCana, com informações sobre moendas e caldeiras, por exemplo. Já a matéria de capa mostra que a Clealco vive uma nova fase e tem colhido os bons frutos de uma etapa de desenvolvimento. Prestes a completar 40 anos, a companhia teve o seu plano de recuperação judicial aprovado e vem realizando investimentos na renovação e expansão de canaviais e em novas tecnologias no campo.A geração de caixa operacional do grupo também apresentou incremento significativo, considerando o volume de moagem das três últimas safras. E também matéria sobre a Zanini, que comemora seus 70 anos de contribuição para o desenvolvimento da indústria no Brasil. Na área agrícola, a edição detalha iniciativas de produtores e de usinas na busca por ca− naviais mais produtivos. Além disso, a edição de novembro, revela os vencedores do Mas− terCana Social 2020. É muito conteúdo interessante! Boa leitura!



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EVENTOS

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Playlist traz 6 webinares estratégicos para planejar a próxima safra Profissionais consagrados compareceram aos painéis virtuais para compartilhar conhecimento, perspectivas e cases bem-sucedidos

Com o final de 2020 e a chega− da da entressafra surge uma oportu− nidade importante para os profissio− nais do setor, que é a de se aprofun− dar em temas relevantes e que cola− borem com o planejamento da pró− xima safra. E mais, agregar conheci− mentos e valores que qualificam ainda mais a carreira profissional. Nesses momentos algo que au− xilia significativamente é ouvir espe−

cialistas da área e do mercado para absorver conhecimento daquilo que está posto como tendências para o próximo ciclo. Além de conhecer os drivers estratégicos é preciso saber quais as inovações tecnológicas que podem manter a competitividade e a rentabilidade. Para isso, nada melhor do um bom benchmarking. Pensando nesses detalhes a equi− pe de mídia do JornalCana elaborou uma playlist com 6 webinares ne− cessários para planejar a próxima sa− fra. Nesses episódios é possível ou−

vir profissionais consagrados, que graças a proximidade da ProCana Brasil com as usinas, compareceram aos painéis virtuais para comparti− lhar conhecimento, perspectivas e cases bem−sucedidos. São acionistas, executivos, diretores e especialistas dos principais grupos e usinas su− croenergéticas. Como são episódios gravados, e gratuitos, o expectador pode assistir em uma velocidade mais alta. Mas tenha calma e atenção! São infor− mações muito relevantes. Reco−

mendamos também aos espectadores que se munam de papel, caneta, e seu gadget mais funcional e boa xícara de café, se possível, com açúcar. Acesse a playlist já, através do QRCode.


MERCADO

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Nordeste terá conglomerado sucroenergético Empreendimento responderá por 6% de toda a cana processada no NE Um projeto pioneiro no Brasil foi divulgado no final de outubro e visa criar a primeira central de unidades sucroenergéticas cooperativadas do país, a entrar em operação na região Nordeste. O empreendimento reúne as usinas Coaf (Timbaúba/PE), CooafSul (Ribeirão/PE), Pindorama (Cururipe/AL) e a Coopervales, que respondem por 6% das 50 milhões de toneladas de cana previstas para safra atual do NE. A implantação do negócio pio− neiro está programada para a próxima safra e tem o apoio da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). “Será um dos principais conglomerados do setor sucroenergético do NE”, disse Alexandre Andrade Lima, presidente da usina Coaf e do Conselho do setor Agropecuário da OCB−PE. A central de usinas cooperativadas tem como objetivo potencializar o plano de negócios das quatro unida−

Principais dirigentes das usinas Coaf, Pindorama, CooafSul e Coopervales decidem pela criação do conglomerado em Atalaia/AL des, que continuarão com sua auto− nomia na gestão interna, mas passarão a atuar em bloco no mercado, otimi− zando sua filosofia cooperativista nes− te setor.

Ao invés da usina negociar só, a central ampliará, por exemplo, a mar− gem de todas em relação aos preços na compra de insumos para as fábricas, como também para os canaviais dos cooperativados. O mesmo ocorrerá referente à venda do etanol, açúcar, cachaça, energia e etc. produzidos pe− las unidades. “Vamos comprar insumos numa quantidade quatro vezes maior e ven− der nossos produtores na mesma pro− porção, qualificando o nosso plano de negócios tanto para compra como para venda”, diz Lima. Toda essa margem qualificada será redimensionada para a própria cadeia produtiva, pois o cooperativismo não

visa o lucro, mas o desenvolvimento socioeconômico de todos que partici− pam dele: os fornecedores de cana, que são responsáveis pela maior parte da contratação da mão de obra do setor canavieiro do Nordeste. Assim a cen− tral contribuirá para todo setor. As quatro usinas são registradas na OCB e estão adimplentes e ativas no sistema do cooperativismo profissional brasileiro. As unidades têm pressa em iniciar a central. Pelo cronograma defi− nido durante a reunião de hoje, que contou com suporte do gerente de Desenvolvimento de Cooperativas da OCB−PE, a assembleia para a oficiali− zação do empreendimento será realiza− da com os cooperados das quatro usi− nas até maio do ano que vem.Além de Alexandre e Tarcísio Calábria, da Coaf, os principais dirigentes da Pindorama, Klécio Santos; da CooafSul, Cacá e Luís Henrique, e da Coopervales,Túlio Te− nório também aprovaram o plano de ação e vão levar para discussão nos res− pectivos conselhos de administração de cada unidade industrial. Legenda da foto: Principais diri− gentes das usinas Coaf, Pindorama, CooafSul e Coopervales decidem pela criação do conglomerado durante reunião ontem em Atalaia/AL.


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MERCADO

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CEOs de usinas indicam os drives estratégicos para garantir a competitividade e rentabilidade Mesmo com as diversidades da temporada atual, unidades vem conquistando diversos recordes

Vários executivos do setor concor− dam que cada nova safra sucroenergé− tica é atípica. Mas a 2020/21 teve um componente a mais: a pandemia da Covid−19.Além disso, uma turbulên− cia sem precedentes nos preços do pe− tróleo impactou negativamente o con− sumo de etanol. É diante de situações críticas como essa que a liderança de um executivo é testada com mais rigor. Considerando esse fato há dois erros que um CEO de usina de cana não pode cometer, de acordo com Paulo Motta, CEO da Cerradinho Bio. “Há dois aspectos críticos para ren− tabilidade e competividade de uma usi− na que os CEOs devem evitar. Primei− ramente, um CEO não pode deixar de fazer uma diferenciação sustentável de custo, destacando a busca de melhoria constante de performance e eficiên− cia/produtividades. Em segundo lugar, o executivo também não pode errar ao deixar de fazer uma governança robusta que sustenta uma cultura de longevida− de competitiva”, explica Motta. O executivo fala com a proprie− dade de quem tem feito uma gestão exemplar no grupo. Sob seu coman− do a Cerradinho Bio encerrou o pri− meiro trimestre da safra 2020/21 com desempenho histórico.A receita líqui− da acumulada foi 50,3% superior à sa− fra anterior, totalizando R$ 321,1 mi− lhões, enquanto o lucro líquido regis− trado foi de R$2,1 milhões, contra R$ 8,2 milhões negativos no mesmo pe− ríodo da última safra. O executivo compartilhou suas sugestões de como ter uma gestão que faça a usina ser mais competitiva e rentável no 3º CEO MEETING – Drivers Estratégicos para Garantir a Competitividade e Rentabilidade das Usinas realizado pelo JornalCana, no dia 28 de outubro. No evento online, que contou com moderação de Josias Messias, di− retor da Procana, e patrocínio da GDT by Pró−Usinas; Pró−Usinas; HB Saú− de e S−PAA Soteica, o presidente do Grupo São Luiz, Luiz Carlos Queiro− ga, mostrou que as dificuldades dessa safra não impediram a companhia de investir e ter sucesso em região sem tradição canavieira. Sob o seu coman− do, as Usinas Santa Cruz, em Santa Cruz Cabrália (BA), e Santa Maria, em

Medeiros Neto (BA), investem recen− temente cerca de R$ 193 milhões em ampliações. Essa é uma demonstração clara de que é possível investir em tempos de crise. Mesmo assim o planejamento es− tratégico realizado no grupo mos− trou−se eficiente. O resultado é que o montante injetado nas unidades, tan− to na agrícola, quanto na indústria, para aumentar a produção de etanol anidro e hidratado surtirão efeito po− sitivo. O grupo terá um incremento na capacidade de produtiva de etanol, da ordem de 86,5 mil m³/ano. En−

sem nenhuma tecnologia, ninguém sa− bia o que era cana, nós que introduzi− mos a cultura”, conta. De acordo com o empresário, na usina Santa Maria serão investidos R$ 67 milhões na unidade industrial e R$ 64 milhões no campo. Com a amplia− ção, a previsão é que a produção de etanol hidratado e anidro passe de 96 mil m³/ano para 160 mil m3/ano, on− de serão mantidos os 225 empregos di− retos e criados mais 60. No campo, a produção de cana− de−açúcar vai saltar de 1,2 milhão de toneladas para 2 milhões de toneladas ao

Fabiano Zillo

Gabriel Sustaita

Paulo Motta

Luiz Carlos Queiroga

quanto isso, no campo, a produção a mais de cana−de−açúcar será de 1,1 milhão de toneladas por ano. Queiroga afirma que os investi− mentos nas usinas têm sido constantes. “A cultura da cana não existia nesta re− gião, fomos pioneiros, hoje já está en− raizado na Bahia. Esperamos continuar expandindo e atingir a capacidade total das usinas. No caso de Medeiros Neto, onde fica a Santa Maria, o município não tinha nenhuma indústria quando chegamos, o povo vivia de pecuária,

ano. Os 1,8 mil empregos diretos serão mantidos e mais 700 serão gerados no período de safra. Na usina Santa Cruz, a produção de etanol vai dobrar, passan− do de 22,5 mil m³/ano para 45 mil m³/ano. Serão investidos R$ 15,6 mi− lhões na unidade industrial, criados 45 empregos diretos e mantidos 131. Já Fabiano Zillo, CEO da Zilor, mostrou que o grupo bateu recordes históricos de produção e se prepara para repetir os feitos no ciclo 21/22.“Estamos trilhando um caminho de superação e

conquistas nesta safra”. O executivo sa− be apontar qual é o caminho para ren− tabilidade da usina de cana e justifica em números.A companhia conquistou um recorde histórico no mês de setembro desse ano, quando consolidou o maior volume produzido de açúcar branco (2CF). O atual recorde é superior em 13.860 toneladas a mais do que o ante− rior de 164.767 toneladas registrado na Safra 2013/14, resultando no aumento de 8% da produção. “Vamos continuar operando, ga− rantindo a saúde e segurança dos cola− boradores, o aumento de produtivida− de e a total eficiência para atingir as metas que pactuamos”, informa o pre− sidente. Ele também ressalta a impor− tância das certificações que o grupo possui.“Somos outorgados pela Bon− sucro e a norma FSSC 22000. Devido essa alta qualidade, nosso açúcar está presente em várias marcas como a Co− ca−Cola, entre outros produtos e in− dústrias de alimentos”, destaca. Gabriel Sustaita, CEO da Bevap Bioenergia há mais de três anos, pon− tuou quatro drivers estratégicos para garantir a competitividade e rentabi− lidade de uma usina, assim como dar um ótimo retorno aos stakeholders. Segundo Sustaita, é preciso ter um planejamento estratégico, identificar as vantagens comparativas e os processos para torná−las competitivas. Além disso, é preciso inovar e ir além dos li− mites nos principais drivers, procu− rando sempre os melhores resultados. Que nem sempre – segundo ele – são os mais baratos. O executivo acredita ainda que é preciso investir em sustentabilidade in− tegral. “Em primeiro lugar ela é efi− ciente, em segundo lugar ela possui uma escala, em terceiro ela oferece uma di− ferenciação para o cliente. Por fim, ela possui uma consciência social e am− biental inegociável”, afirma. Sustaita encerra a lista informando que o CEO deve buscar modelos de gestão e governança modernos e inclu− sivos que capacite e desenvolva as ha− bilidades de seu time.


MERCADO

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ISO prevê um déficit de 3,504 milhões de toneladas de açúcar na safra 20/21 A Organização Internacional do Açúcar (ISO) revisou a sua estimati− va para a safra de cana−de−açúcar 2020/21 mundial e prevê um déficit de 3,504 milhões de toneladas, ante 724 mil de toneladas estimadas pela entidade, em agosto.As baixas proje− ções para a produção de cana no Hemisfério Norte e a antecipação do encerramento da safra no Centro− Sul do Brasil foram os motivos apontados pela ISO para a mudança na estimativa. “A previsão revisada coloca a pro− dução mundial em 2020/21 em 171,133 milhões de toneladas, repre− sentando uma queda de 2,329 milhões de toneladas em relação à estimativa de agosto e 471 mil de toneladas a menos que em 2019/20”, disse a ISO. Enquanto isso, o saldo da safra inter− nacional 2019/20 atingiu um superá− vit de 1,855 milhão de toneladas, se− guindo o aumento da produção de açúcar no Brasil antes de setembro. Com relação ao consumo mundial

em 2019/20, não foi revisado em re− lação à pandemia de Covid−19 em andamento. As exportações do ali− mento tiveram aumento de 10% na temporada 2019/20, passando de 57,208 milhões de toneladas na safra anterior, para 65,553 milhões de to− neladas e o salto é atribuído ao au− mento dos embarques brasileiros. No ciclo 2020/21, a perspectiva da ISO é de queda na disponibilidade de exportação para 58,516 milhões de to− neladas. ”O balanço do Brasil começa− rá com 2 milhões de toneladas adicio− nais de produção na reserva, no entan− to, a dinâmica do mercado de etanol, bem como, as perspectivas de safra, de− vem reduzir a disponibilidade ano a ano. No açúcar, não há dois anos, nem mes− mo os consecutivos, iguais”, explica Jo− sé Orive, diretor−executivo da ISO. A demanda de importação foi re− visada para 65,772 milhões de tone− ladas para 2019/20 e para 2020/21, de 61,854 milhões de toneladas, cerca de 3,338 milhões de toneladas a mais do que a disponibilidade de exportação, mas ainda bem abaixo do número visto na temporada anterior.

Estimativa para produção de etanol A produção mundial de etanol em 2020 foi revisada para 100,9 bilhões de litros, resultado da estagnação da pro− dução nos EUA e o mix de produção no Brasil voltado à produção do açú− car. Comparado ao ano passado, repre− senta uma redução de 13,5 bilhões de litros e foi impulsionada pela produção mais baixa da maioria dos produtores. O consumo global de etanol em 2020 deve chegar a 98,3 bilhões litros, quase 13 bilhões de litros abaixo de 2019 e o nível mais baixo desde 2014. De acordo com a entidade, mes−

mo com a recuperação do consumo no meio do ano, após o relaxamento do isolamento social, há temor sobre uma “segunda onda” e uma incerteza permanece sobre o impacto contínuo da pandemia na demanda de combus− tível, bem como, o impacto das inter− venções governamentais. “Para 2021, projeções apontam recuperação do consumo para 105,4 bilhões de litros, impulsionado por vendas mais altas nos EUA e perspec− tivas de maior inclusão na Índia”, conclui a organização.

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MERCADO

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DATAGRO prevê moagem de 630 milhões de toneladas para safra 21/22 Temporada deverá iniciar com atraso

A safra 2021/22 de cana−de− açúcar do Brasil deve chegar a 630 milhões de toneladas, segundo a 1ª es− timativa da DATAGRO, divulgada pelo CEO da consultoria, Plínio Nas− tari, durante a 20ª Conferência Inter− nacional sobre Açúcar e Etanol. A produção de açúcar deverá ser de 39,65 milhões de toneladas; a de eta− nol, 27,56 bilhões de litros. “Os preços do etanol devem se manter firmes até o final da entres− safra, mas o mix, provavelmente será equivalente ao observado na safra 2020/21, com 47% da matéria−pri− ma sendo direcionada para a produ− ção do açúcar”, disse o presidente da consultoria. Nastari divulgou as projeções a partir do clima seco e com chuvas abaixo da média deste março, em vá−

rios pontos do país. Segundo ele, o déficit hídrico, intensificado por in− cêndios criminosos e espontâneos, acabou acelerando a moagem. Tam− bém prejudicou o desenvolvimento do canavial, o que deve atrasar o iní− cio da próxima temporada, já que a entressafra deverá ser mais longa do que o habitual. “Esse atraso vai fazer com que o

produtor seja obrigado a colher cana com uma idade menor, portanto, com rendimento menor”, avisou, comen− tando que a ocorrência e continui− dade nos próximos meses do fenô− meno climático La Niña poderá im− pactar ainda mais este resultado. Em relação ao Centro−Sul, a moagem da safra 2021/22 deverá ser de 575 milhões de toneladas. A pro− dução de açúcar deve ficar em 36 milhões de toneladas, enquanto que a produção de etanol é estimada em 25,50 bilhões de litros. O rendimen− to industrial pode atingir 141,20 kg ATR/tc na nova temporada no Centro−Sul. Em painel que contou com a mediação de Mário Campos Filho, presidente da Associação das Indús− trias Sucroenergéticas de Minas Ge− rais (SIAMIG), o consultor mostrou ainda a os números da safra 2020/21, com moagem estimada pela DATA− GRO em 596,39 milhões de tone− ladas no Centro−Sul do Brasil. Com produção de açúcar de 38 milhões de toneladas e de etanol, de 27,06 bilhões de litros. O rendimento in−

dustrial é estimado em 144,04 kg ATR/tc. Já a produção nacional deve atin− gir 651,39 milhões de toneladas, produção de açúcar de 41,65 milhões de toneladas e a de etanol, 29,12 bi− lhões de litros. Nastari pontuou ainda outros fa− tores que ocorreram durante a tem− porada, como a pandemia do coro− navírus, que provocou a queda na demanda e oscilações de preços. “Nesta safra, o produtor de cana−de− açúcar foi do céu ao inferno, passan− do de uma situação favorável, para um momento complicado com a pandemia.Teve a queda no consumo interno, queda do preço do petróleo, gasolina e etanol, mas esse caminho mudou a partir de junho com a re− tomada dos preços”, mencionou. O presidente da DATAGRO ci− tou ainda o preço do açúcar na Bol− sa de NovaYork (ICE), que chegou a ficar abaixo de US$ 12 c/lb, agora está cotado na faixa de US$ 14 c/lb. E dos preços do etanol, que já estão sendo negociados acima dos valores do ano passado.

Uso intenso de tecnologia explica resiliência do setor Quem afirma é o diretor da Canaplan, Luiz Carlos Corrêa Carvalho

A safra 2020/2021 começa a ser encerrada pelas usinas do Centro−Sul registrando o maior ATR de toda sé− rie histórica do setor, apesar das baixas expectativas no início da temporada, devido aos impactos da pandemia da Covid−19. Luiz Carlos Corrêa Carvalho, di− retor da Canaplan, ressalta que houve uma mudança de cenário desde o iní− cio da safra.“Saímos de um período de depressão para um período de recu− peração. Essa lógica conceitual tem um peso relevante no fato que tive− mos a maior seca dos últimos 10 anos, entre abril e outubro. Entretanto, a produtividade se manteve resiliente no período e melhor do que nos anos anteriores”, avalia

De acordo com o consultor e também de diversos produtores, o in− vestimento nos canaviais, principal− mente em soqueiras das últimas safras e o intensivo uso de tecnologias ame− nizaram os efeitos do clima, além da moagem acelerada, impulsionaram os resultados até o momento. Embora, a estiagem prolongada e diversos incên− dios ocorridos no período, poderão impactar a produtividade da área que será colhida na próxima safra. “Por conta da seca, houve redução do plantio de cana de 12 meses e, pro− vavelmente, no próximo ano, terá menor teor de açúcar, que foi um es− petáculo este ano, e também menor

produtividade. Os incêndios também impactarão os canaviais a serem colhi− dos no próximo ano”, alerta Carvalho. Outro fator que deverá afetar o volu− me de matéria−prima disponível ain− da é a redução da área plantada nesta temporada. Isso devido à devolução econômica de terras e também pela competição com áreas para plantação de soja e milho. Diante desses fatos, a Canaplan apresentou suas expectativas para fe− chamento do ciclo atual e do próxi− mo. A safra 20/21 deverá terminar com 595 milhões de toneladas de ca− na processadas, produção de 37,5 mi− lhões de toneladas de açúcar e 27,1

bilhões de litros de etanol, com mix de 46,1% para açúcar. As premissas para a próxima tem− porada serão de redução de área, au− mento da idade média do canavial, os efeitos climáticos devem afetar a pro− dutividade e qualidade da matéria− prima e o mix deve ser afetado pela menor qualidade e pela recuperação do etanol, mas o açúcar deve manter força.A consultoria acredita que a sa− fra 21/22 terá início mais lento e terá atraso vegetativo. Neste contexto, a Canaplan divul− gou três possíveis cenários diante de duas possibilidades: no caso da área perdida for de 150 mil hectares, a moa− gem fica entre 575,3 milhões de tone− ladas e 590,6 milhões de toneladas; a produção de açúcar fica entre 33,4 mi− lhões de toneladas e 34,3 milhões de toneladas, e a de etanol entre 25,8 bi− lhões de litros e 26,5 bilhões de litros. Já com perda de 250 mil hectares, a moagem deve ficar entre 567,8 mi− lhões e 582,9 milhões de toneladas. A produção de açúcar, entre 33 milhões e 33,8 milhões de toneladas. Para o etanol, as projeções vão de 25,4 bi− lhões de litros a 26,1 bilhões de litros.


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“O ETANOL É O COMBUSTÍVEL DO FUTURO” Vice-presidente Hamilton Mourão disse ainda que o setor da cana é estratégico para o Brasil e para o mundo

As externalidades do setor sucroe− nergético foram ressaltadas pelo vice− presidente da República, Hamilton Mourão, durante sua participação na 20a.Conferência Internacional DATA− GRO sobre Açúcar e Etanol, realizada pela plataforma online, entre os dias 26 a 30 de outubro. O vice−presidente afirmou que a “cana−de−açúcar é re− curso alimentar e energético estratégi− co para o Brasil e o mundo” e destacou os progressos do segmento e os contí− nuos ganhos de rendimento associados ao cuidado ambiental. O vice−presidente disse ainda que nos últimos 20 anos, o setor di− versificou sua produção e aumentou enormemente sua sustentabilidade, citando a mecanização da colheita.

Além disso, frisou que o segmento tem sido grande gerador de empre− gos e renda. O vice−presidente fez questão de ressaltar que as exporta− ções de açúcar e etanol devem ren− der mais de US$ 23 bilhões de divi− sas anuais para o Brasil.“Somos des− taque mundial em ambos os produ− tos e também na geração de bioele− tricidade a partir da cana”, disse. Mourão lembrou a relevância que a temática ambiental adquiriu nesse século 21 e destacou todo o avanço tecnológico do agronegócio brasilei− ro, que cresce em produtividade, equilibrando aumento de produção e proteção ambiental. “O Brasil detém

uma agricultura de elevado valor agregado tecnológico e o setor pro− move desenvolvimento e qualidade de vida, com sustentabilidade”, afirmou. O vice−presidente encerrou sua participação afirmando que o etanol é o combustível do futuro, devido aos seus atributos ambientais e alta densi− dade energética. “Somos o país que mais substitui gasolina por etanol e continuaremos no esforço de promo− ver a expansão dos biocombustíveis na matriz energética”. Ele ainda assegu− rou o total apoio do governo Bolso− naro à segurança energética e ao avanço do RenovaBio. O empresário e uma das principais

referências do setor sucroenergético brasileiro, Maurílio Biagi Filho, tam− bém participou do evento e afirmou que o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro incomoda muita gente.“Não podemos ser vistos como vítimas de nossa eficiência.Te− mos inúmeros exemplos a dar. Somos recordistas na produção de alimentos, garantindo o abastecimento interno e gerando excedentes exportáveis, bem como um player mundial importante em energia limpa”, disse. O executivo lembrou ainda que o Brasil tem uma das legislações am− bientais mais rigorosas, completa e complexa do mundo – o Código Florestal – e que “as ações que o se− nhor (Mourão) está liderando, vão colocar o Brasil no lugar que ele me− rece, pois a sua política de meio am− biente é abrangente, equilibrada e de resultados”, disse. O ex−ministro da Defesa e ex− deputado federal, Aldo Rebelo, tam− bém reconheceu o valor do setor su− croenergético e afirmou que a produ− ção de cana−de−açúcar é um dos segmentos agrícolas mais inovadores do país e assegurou que nenhum país tem os trunfos que o Brasil tem em relação à produção sustentável.


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“Crescimento da gasolina ameaça retomada do etanol em 2021” A afirmação é do diretor da Bioagência, Tarcilo Rodrigues

Devido aos bons preços do açú− car, o mix deverá continuar açucarei− ro na próxima safra, estima o diretor da Bioagência, Tarcilo Rodrigues. Embora seja um bom negócio para as usinas, até porque muitas já fixaram a produção do próximo ciclo, a de− manda de etanol não deverá ser aten− dida pela falta do produto e a parti− cipação do biocombustível no ciclo Otto deverá cair. De acordo com as projeções da agência, a temporada atual deverá encerrar com 597 milhões de tone− ladas; ATR de 142,3; 37,56 milhões de açúcar; 26,78 bilhões de litros de etanol e 2,5 bilhões de etanol de mi− lho, totalizando 29,267 bilhões de etanol. “Vamos tirar do mercado 4 milhões de litros de etanol em com− paração à safra anterior, quando pro− duzimos 33,2 bilhões de litros”, dis−

se o diretor, que participou da 2ª Reunião da Canaplan 2020, realiza− da no final de outubro. Rodrigues ressaltou que a estima− tiva é que a demanda volte ao patamar

de 2019, com a normalização das ati− vidades. Além disso, podem até ser im− pulsionadas pela nova ótica sobre os renováveis, que ganharam força a par− tir da Covid−19.Assim, é fato que ha− verá a necessidade da volta da produ− ção desses 4 milhões de litros de etanol. “Se a quantidade de cana do ano que vem for mais o menos a mesma desta safra, vai ter uma competição entre a produção do açúcar e etanol e, por enquanto, quem está levando vantagem é o açúcar”, explicou, mes− mo com os preços do etanol em pa− tamares considerados até altos em comparação a anos anteriores. O diretor da Bioagência lembrou ainda que a queda no consumo de etanol registrada no início da pande− mia, em abril, de 29,9%, passou para 1,9%, em setembro, o que representa uma recuperação significativa. No ca− so do hidratado, a queda foi mais acentuada e chegou a 33%, e agora, é de 9,2% em relação ao ano passado. Mas, devido à oferta de etanol ser li− mitada, não será possível recuperar es− sa demanda até o final da safra. Neste contexto, o mercado de etanol em 2021 será bastante “extres− sado” e a demanda crescente de com− bustível deverá ser absorvida pela ga− solina, esta por sua vez, precisará de mais anidro. “O que já pode ser visto agora, pois a demanda de gasolina caiu 28,5% em abril, e em setembro já é 1,2% aci− ma da demanda de setembro de 2019, ou seja, se vamos ter que continuar deixando o etanol 10% abaixo e a de−

manda de ciclo Otto cresce, nós vamos ver a gasolina este ano ultrapassar a de− manda de gasolina de 2019”, explicou. A perspectiva de maior consumo pode ser medida pelo movimento das rodovias que já está praticamente com o mesmo fluxo que antes da pande− mia, sendo o crescimento de setem− bro sobre agosto, de 6,1% para veícu− los leves e 2,7% para veículos pesados. “É uma recuperação significativa”, disse o diretor. Uma alternativa apontada pelo diretor da Bioagência para atender à demanda seria o etanol de milho, que vem crescendo no país. Mas também há ponderações, pois tem limitação de tancagem e os preços da matéria−prima estão muito acima dos níveis históricos. Quanto a im− portação de etanol, outra alternativa a ser considerada, está reduzida, com a volta da tarifa de 20% sobre toda a carga importada. “Fecharam a arbi− tragem”, concluiu.


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Hidrogênio verde pode acelerar descarbonização do setor de transportes Novas tecnologias nesta área ampliam oportunidades para o Brasil A produção de hidrogênio verde utili− zando biocombustíveis pode contribuir e acelerar a descarbonização do setor de trans− porte, que está entre as áreas que mais emi− tem gases de efeito estufa no mundo.Além de surgir como uma nova oportunidade de economia circular para o Brasil. Para cumprir as metas estabelecidas no Acordo de Paris,Erwin Franieck,mentor de pesquisa e desenvolvimento e inovação SAE Brasil, afirmou que as soluções e tecnologias limpas precisarão entrar de forma mais ativa e rápida no mercado. Ele participou do Workshop:O Potencial dos Biocombustíveis para a Produção de Hidrogênio, durante a BW Expo,Summit e Digital 2020,realizado em novembro. Franieck é pai do sistema Flex e recor− dou que a entrada da tecnologia foi bem aceita no mercado e se manteve firme.“Mas, como será o futuro da mobilidade, uma vez que teremos que amarrar uma nova estrutu− ra, ampliando a ideia do flex”, ponderou.

“Além do etanol,temos o potencial do mer− cado de biomassa. Mas, para isso, é preciso definir um plano estratégico para o futuro mercado de energia e da mobilidade, a fim de,por exemplo,planejar a produção de bio− massa de forma adequada”. “As tecnologias “Bio to Hydrogen” abrem novas perspectivas para o Brasil e principalmente para as usinas sucroalcoolei− ras que possuem uma indústria e infraestru− tura consolidada e já produzem etanol, bio− gás, bio−resíduos e biodiesel em larga esca− la”, curadora do Núcleo Transformação Energética – Hidrogênio da BW Expo,Mo− nica Saraiva Panik. Monica enfatizou que o hidrogênio verde se tornará mais valioso do que os combustíveis fósseis e não compete com os biocombustíveis, mas é um de seus subpro− dutos, ampliando a gama de negócios, ex− pandindo o mercado e promovendo a ino− vação tecnológica. “O hidrogênio pode ser produzido a

partir dos resíduos de biomassa através dos processos de reforma e gaseificação, abrindo novas portas e novos negócios para esse se− tor, que sofre com a instabilidade do merca− do interno e externo”, disse. Antonio Stuchi, consultor para Novas Tecnologias e Processos Industriais da Raí− zen, apresentou alguns dados sobre o poten− cial de produção de biomassa da companhia. “Atualmente,o potencial da biomassa dispo− nível é de 34,4 toneladas por hectare ou 0,43 toneladas por tonelada de cana, sendo que 0,28t vem do bagaço e 0,15t da palha”, disse. Sobre o etanol,Daniel Lopes,sócio e di− retor da Hytron,mostrou que a produção de hidrogênio verde a partir desse combustível é bastante vantajosa,uma vez que um equipa− mento da empresa consome 7,61 litros de etanol para a produção de 1kg de hidrogê− nio, consumindo 18 litros de água e dez ve− zes menos energia do que o processo de ele− trólise da água. Para aplicação automotiva, Lopes afir−

mou que a mobilidade em todas as suas for− mas – veículos leves, pesados, marítimo, fer− roviário, entre outros – tende a ser elétrica porque há mais eficiência e menos poluição. Com isso,serão necessárias tecnologias com− plementares para prover seu funcionamento, como é o caso do hidrogênio. Em uma situação hipotética, Lopes rea− lizou cálculos reais para demonstrar a viabili− dade da produção de hidrogênio verde a par− tir do etanol.Um modelo SUV necessitaria de 7,5 kg de hidrogênio verde para alcançar uma autonomia de 1.125 km.Ou seja,o consumo de etanol seria da ordem de 57 litros de eta− nol para abastecer os 7,5 kg e o consumo mé− dio chegaria a 20 km/l.Já o abastecimento le− varia aproximadamente 3 minutos. “Em meus cálculos o custo do kg do hidrogênio produzido a partir do etanol va− ria entre US$ 2,5 e US$ 5, um valor extre− mamente competitivo em nível mundial, porque hoje essa produção varia entre US$ 7 e US$ 9”, reforçou.


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MERCADO

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SINDAÇÚCAR PE COMPLETA 79 ANOS O Sindicato da Indústria do Açú− car e do Álcool no Estado (SINDA− ÇÚCAR−PE) completou 79 anos na última sexta−feira (20).Ao longo des− sas quase 8 décadas, vem contribuin− do com o crescimento da cadeia su− croenergética, que impulsiona a eco− nomia do Estado, gera emprego e renda, inclusão social e desenvolvi− mento dos locais onde atua. “O SINDAÇÚCAR PE é prota− gonista de uma representação corpo− rativa que sempre traçou um caminho sócio econômico gerador de maior qualidade, em valores para a base de ativos de nossas empresas”, disse o pre− sidente do sindicato, Renato Cunha. O líder comenta que o sindicato é integrante ativo do Fórum Nacional Sucroenergético e da Câmara setorial do Ministério da Agricultura e ofere− ce uma gama de serviços às suas atuais 13 associadas, além de representa−las, como pesquisas e estudos, defesas ju− rídicas, participação em convenções trabalhistas, assim como, integram o sistema Cni−Fiepe.“Focamos no de− senvolvimento da inovação, objeti−

Renato Cunha

vando incrementos dos processos de produtividade”, afirma. Cunha ressalta que a indústria da cana de Pernambuco hidrata com ren− da cerca de um terço dos municípios do Estado, ou seja, 58 municípios, se de− senvolvem a cada ano com as atividades das unidades produtoras. Por exemplo, no acumulado de janeiro a setembro, o segmento gerou 21.801 novos postos de trabalho em Pernambuco, se destacan− do como o maior empregador entre as usinas nacionais. Já os níveis de empre− gabilidade nesta safra, iniciada em se− tembro no NE, são consideráveis e de− vem chegar a 70 mil empregos formais até março do ano que vem. “Os ativos da cana geram valor em

mercadoria no setor de commodities, mas além disso, geram milhares de empregos distribuídos na indústria, logística e outros setores”, comenta. O executivo reforça a importância do setor para o Estado, lembrando que Pernambuco conta com dois termi− nais de exportação de açúcar, termi− nais marítimos de etanol, uma estação experimental de melhoramento ge− nético da cana, que opera em parceria das usinas e UFRPE. “As nossas unidades produzem açú− car, etanol, bioeletricidade, álcool 70, briquetes de biomassa e melaço para ra− ção animal.Algumas usinas são gerado− ras de energia oriunda de pequenas cen− trais hidrelétricas (PCHS),além de con−

tarem com ativos ambientais com pre− servação de mata Atlântica e matas cilia− res nos principais cursos d’água”, afirma. Neste contexto, o SINDAÇÚ− CAR PE atua como um porto seguro para as atividades da agroindústria ca− navieira. Como ocorreu este ano, em meio aos impactos da Covid−19, o sindicato articulou medidas para mi− nimizar efeitos da pandemia no setor, que amargou queda acumulada que chegou a 40% na demanda por etanol no Estado, sugerindo desde propostas de redução de tributos federais à in− clusão do segmento em programas de concessão de crédito junto ao BNDES e outras instituições financeiras Com mais segurança, as usinas pernambucanas iniciaram a safra 20 /21 com uma perspectiva otimista e espera−se que sejam colhidas 12,5 milhões de toneladas de cana no ciclo. Este será o maior volume processado pelo Estado em quatro anos. “Ainda não estamos nos melhores momentos, mas o setor está tentando consolidar sua recuperação, procurando os me− canismos de mercado interno e ex− portação. E o SINDAÇÚCAR PE está aqui para contribuir neste senti− do”, concluiu Cunha.

Usinas investem em transporte por ferrovia As usinas passaram a investir mais no escoamento de seus produtos pelo modal ferroviário. Uma prova disso foi o investimento de aproximadamente R$ 70 milhões feito pela Usina Co− ruripe no lançamento da pedra fun− damental do futuro terminal rodofer− roviário Comendador Rubem Mon− tenegro Wanderley, na cidade de Itu− rama (MG). O projeto prevê a instalação de uma unidade moderna de transbordo rodoferroviário interligada à Rumo e a previsão é que sejam movimentados pelos trilhos dois milhões de tonela− das de açúcarVHP por ano com des− tino ao Porto de Santos (SP), já no primeiro semestre de 2022, quando a obra deverá ficar pronta. “Pretendemos contribuir com o desenvolvimento da produção re− gional de açúcar e trazer mais facili− dades a clientes e consumidores, além de gerar novos postos de trabalho. Esse investimento demonstra a con− fiança da empresa no cenário so− cioeconômico da região”, afirma o

presidente da Usina Coruripe, Ma− rio Lorencatto O terminal atenderá outras usinas em um raio aproximado de 400 a 500 quilômetros, uma área de influência que abrange todo o Triângulo Minei− ro e as usinas do sul de Goiás. A Tereos também aposta no trans− porte ferroviário, por isso, em parceria com a VLI, inaugurou oficialmente, em novembro, dois armazéns de açú− car construídos nos terminais do Por− to de Santos e na cidade de Guará (SP). As construções fazem parte do

acordo de longo prazo assinado pelas duas empresas em junho de 2018, com investimentos de R$ 145 milhões por parte da Tereos e R$ 60 milhões pela VLI, e que prevê uma capacidade de transporte de 1 milhão de toneladas de açúcar bruto por ano. Os estabelecimentos têm capaci− dade para 240 mil toneladas e foram essenciais para apoiar o aumento esti− mado em 60% nas exportações da Te− reos nesta safra, alcançando um volu− me de 1,15 milhão de toneladas de açúcar bruto.

“Em um momento desafiador em virtude da pandemia, a conclusão dos novos armazéns de açúcar, em parce− ria com aVLI, foi essencial para apoiar o aumento de nossas exportações de açúcar.Além de aumentar a competi− tividade de nossa logística, este inves− timento permite uma redução de 220 mil toneladas em emissões de CO2 anuais”, comentou Jacyr Costa Filho, membro do Comitê Executivo Glo− bal da Tereos. “A parceria garante uma maior competitividade e confiabilidade à Te− reos por meio de um serviço de logís− tica multimodal que integra a cadeia do açúcar da usina até o navio. A VLI já movimenta cerca de 1/3 do açúcar exportado pelo Porto de Santos. Queremos continuar crescendo e au− xiliando o setor com uma logística ca− da vez mais eficiente”, ressaltou o pre− sidente da VLI, Ernesto Pousada. A VLI movimentou 19% mais açúcar no primeiro semestre de 2020 na comparação com igual período de 2019 e a expectativa no médio e lon− go prazo é ampliar o volume em ra− zão do aumento de capacidade oriun− do dos novos armazéns.


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Distribuidoras conseguem liminar para reduzir metas do RenovaBio Mas decisão foi suspensa após solicitação da ANP

A Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom), representante de 46 associadas, distribui− doras de combustíveis presentes em todo o país, con− seguiu liminar para a redução em 25% das metas indi− viduais estabelecidas para o RenovaBio. A decisão do juiz federal, Frederico Botelho de Barros Viana, da 4ª Vara Federal Cível do Distrito Federal é de 8 de no− vembro. Uma semana depois, a decisão foi suspensa pelo desembargador Federal Jirair Aram Meguerian, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, após solici− tação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A BrasilCom alegava que as distribuidoras seriam prejudicadas, mesmo com as metas compulsórias para 2020 e anos subsequentes do RenovaBio terem sido revisadas pelo Conselho Nacional de Política Energé− tica (CNPE), diante dos impactos da pandemia da Co− vid−19, com a redução de 50% para o primeiro ano do programa, passando de 28,7 milhões de créditos de descarbonização (CBIOs) para 14,53 milhões. “Não houve a determinação das obrigações para

que os produtores de biocombustíveis, responsáveis pela emissão dos CBIOs e beneficiados com a sua compra obrigatória, ofereçam os CBIOs, já emitidos, à venda… no dia 03/11/2020 apenas 50% da obrigação das distribuidoras pode ser cumprida, restando menos de dois meses para atingir a meta total – cerca de 7 mi− lhões de CBIOs – que deveria ser atingida em seis meses, com o valor de negociação tendo chegado à média de R$ 67/ unidade, mais de três vezes o valor de negociação do início das operações na B3”. Para o presidente do Sindaçucar−PE e presiden− te Executivo da NovaBio, Renato Cunha, a suspen− são da liminar garante o bom funcionamento do RenovaBio. “A decisão restaura a normalidade do

programa RenovaBio e distingue as revisões de me− tas individuais das Distribuidoras, dos compromissos maiores nacionais de redução de emissões já defini− das pelo conselho nacional de pesquisa energética. O RenovaBio fica devidamente fortalecido e o meio− ambiente agradece”, afirma. Com a suspensão, as metas de descarbonização es− tabelecidas pelo CNPE deverão ser cumpridas pelos agentes obrigados até o dia 31 de dezembro de 2020. “A decisão é coerente e justa. Não há mais espaço, em pleno século XXI, para ações contrárias à sustentabi− lidade, especialmente no Brasil, que é o líder global da mobilidade de baixo carbono, algo desejado por mui− tos países. Esperamos que o comportamento desse grupo de distribuidora seja avaliado pelos órgãos de proteção ambiental e pelo Ministério Público, já que há um compromisso legal a ser cumprido para o bem da sociedade”, avalia Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana−de−Açúcar (UNICA). Com a cassação da liminar, o mercado de CBIOs voltou a funcionar dentro da normalidade. De acor− do com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natu− ral e Biocombustíveis (ANP), no dia 19 de novem− bro, a Plataforma CBIOs atingiu a marca de 15 mi− lhões de Créditos de Descarbonização (CBIOs) va− lidados. O número supera a marca de 14,9 milhões da para os anos de 2019 e 2020 pelas Resoluções nº 15, de 2019, e nº 8, de 2020, do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).


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Quais são as estratégias de diversificação para as usinas lucrarem mais? Especialistas comentam os produtos que têm mais potencial para o setor

Mesmo com as perspectivas de bons patamares dos valores de açúcar e de etanol para o próximo ano, as usinas precisam de novas estratégias de diversificação para garantir a sua rentabilidade. Neste sentido, os sub− produtos gerados a partir da produ− ção do alimento e do biocombustí− vel, como também o uso de outras matérias−primas, vêm ganhando ca− da vez mais relevância nos planos de expansão das empresas. Aliado a isso, a demanda por in− vestimentos ligados à sustentabilidade e às preocupações com as mudanças climáticas e com a economia circular– fatos intensificados com a pandemia da Covid−19 – deve ser considerada pe− las companhias. Assim, o etanol de milho é um desses subproduto apon− tado como estratégia de diversificação promissora para a 21/22. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombus− tíveis (ANP), existem 14 usinas pro− dutoras de etanol de milho, localiza− das em São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso. Sete utilizam apenas o grão do milho para gerar etanol e outras sete são híbridas: utilizam ca− na−de−açúcar e milho em seu pro− cesso produtivo. Em 2019, elas pro− duziram 2,12 bilhões de litros de eta− nol e a estimativa é que produzam 2,7 bilhões nesta safra. “O aproveitamento melhor do milho foi o que deu viabilidade a esses investimentos. As plantas já nascem com tecnologia 4.0 embar− cada e fazem o melhor uso da auto− mação”, disse Silvio Rangel, presi− dente do Sindálcool−MT. Ele res− saltou ainda que com a expansão do etanol de milho, o DDG, grão de milho seco por destilação, um dos produtos de uma indústria de etanol de milho, usado como nutrição do gado de corte, começa a ser outra fonte de renda. O líder participou do webinar “Etanol de Milho, E2G, Biogás e Ou− tras Estratégias de Diversificação no Mercado Bioenergético” realizado pelo JornalCana, no dia 11 de no− vembro. O evento contou com patro− cínio da DT Faceum; GDT by Pró− Usinas; HB Saúde; Resolv; S−PAA Soteica e TECO 2020.

Alessandro Gardemann

Francisco Vassellucci

Raul Guaragna

Sílvio Rangel

Outro subproduto indicado para a diversificação é o E2G, que já é até usado na indústria de cosméticos. Pioneira na fabricação do etanol ce− lulósico no Hemisfério Sul, a GranBio investiu USD220 milhões em uma planta em São Miguel dos Campos, em Alagoas. Atualmente, a empresa tem capacidade para produzir cerca de 30 milhões de litros de etanol 2G por ano e 100% desse biocombustível é exportado aos mercados americano e europeu.A companhia também inves− te na cana Vertix, variedade exclusiva de cana−energia, mais robusta, com maior teor de fibra e potencial produ− tivo, usada como matéria−prima para a produção do 2G. Este ano, a empresa anunciou a parceria com NextChem para de− senvolver o mercado de etanol ce− lulósico e viabilizar a comercializa− ção da tecnologia que desenvolveu para a produção do 2G, globalmen− te. “Há uma demanda enorme de

2G no mundo, principalmente na Europa que decidiu que até 2030 vai substituir uma certa quantidade de combustível comum por avançado, entre eles o 2G. Isso vai gerar um mercado de 3.3 bilhões de litros a mais de combustível avançado e pa− ra atender essa demanda seria preci− so mais 60 biorefinarias. Hoje só há duas empresas que produzem o pro− duto, nós e a Raízen”, comentou no webinar, Francisco Vassellucci, CCO da GranBio e CEO interino da GranBio USA. Fonte energética renovável, sus− tentável e com “pegada negativa de carbono”, o biogás é visto como uma alternativa para a produção de energia e para substituição do GNV e do die− sel e sua produção vem crescendo substancialmente no país, sendo outra estratégia de diversificação para o se− tor sucroenergético. “Brasil tem de longe o maior po− tencial de biogás do mundo. O po−

tencial agroindustrial de produção de biogás no país é de 120 milhões de m3 /dia”, estima um presidente da Asso− ciação Brasileira de Biogás (ABiogás), Alessandro Gardemann, explicando que o produto pode ser gerado a par− tir de resíduos sólidos urbanos e de subprodutos da cana e da produção de etanol e açúcar, como bagaço, torta de filtro, palha e vinhaça. No webinar, Gardemann ressaltou que a parte regulatória do biogás foi importante para impulsionar o seu desenvolvimento, com a participação inclusive em leitões de energia. Po− rém, afirma que ainda há muito des− perdício no país. “O que o Brasil consome de gás natural por dia hoje, a gente desperdiça quase uma vez e meia com os resíduos que foram pro− duzidos e não aproveitados de forma energética”, disse. A Tereos também acredita no po− tencial do biogás e investe em um projeto piloto a partir dos resíduos da cana−de−açúcar, que está sendo construído na Usina Cruz Alta, em Olimpia/SP, e deve entrar em funcio− namento no próximo ano. De acordo com Raul Guaragna, diretor de ope− rações da companhia, diversificar o portfólio ajuda a fazer frente ao mer− cado e a pensar em estabilidade. “É preciso achar um produto que tenha haver com sua competência essencial, que saiba fazer, que seja escalável, de tamanho suficiente para a empresa crescer e ajudar a criar resiliência às variações da commodity”, disse no evento online. Neste sentido, o diretor lembra que não basta querer diversificar, tem que se pensar na sustentabilidade e ter a capacidade do investimento e matu− ridade de tecnologia, caso contrário, ao invés de lucro com novos produ− tos, a companhia terá é prejuízos. “O biogás é uma realidade de di− versificação e pretendemos ter outras 3 ou 4 plantas no futuro, além do pro− jeto piloto, que iniciará as atividades em 2021. Ali tem um potencial de 60 m3 de biometano por ano”, contou.



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Revati é arrematada em leilão e volta a moer na próxima safra Brejo Alegre Bioenergia será o novo nome da usina

Mais uma unidade colocada à venda no processo de recuperação ju− dicial foi arrematada, seguindo com o processo de consolidação do setor. Dessa vez, foi a Revati, de Brejo Ale− gre (SP), usina do Grupo Renuka do Brasil, que está em recuperação judi− cial desde 2015. A UPI (Unidade Produtiva Isolada) foi adquirida pela Íntegra Associados em leilão realizado no dia 11 de novembro pelo valor mínimo de R$ 263,5 milhões, mais R$ 1,00. O leilão, que teve oferta única, atendeu as regras do novo pla− no de RJ apresentado pela Renuka, em maio deste ano. “Eles fizeram algumas poucas so− licitações que foram aceitas por nós e contaram com o apoio dos bancos o que foi necessário para concretizar es− sa operação. Agora, estamos diante de uma nova fase: a de constituição des− sa OPI e de sua entrega até 19 de de− zembro”, explicou o presidente da Renuka do Brasil, Manoel Bertone. Sem moer desde 2017, a Revati tem capacidade instalada de moagem de

até 4,5 milhões de toneladas de cana− de−açúcar e cogeração de até 157 MW. A produção de açúcar basicamente do tipoVHP, pode chegar até a 1.350 to− neladas por dia e a fabricação de etanol hidratado até 900 m³ diariamente. A unidade conta ainda com uma fábrica de levedura seca, onde podem ser pro− duzidas até 10.000 toneladas por safra com teor proteico de até 43%. “O objetivo é iniciar a obra da re− tomada da usina tão logo seja resolvi− da a parte legal referente à constitui− ção da UPI. O investimento para isso é relativamente baixo. O maior inves− timento será feito na revisão das ope− rações de fomento com produtores de cana da região para conseguir diversi− ficar o fornecimento da matéria−pri− ma”, informa a Íntegra, que já traba− lha para colocar a unidade em opera− ção no final de maio de 2021, com previsão de moer dois milhões de to− neladas na safra 21/22. Neste ínterim, a consultoria con− cluirá a negociação também com ban− cos que possuem garantias em equipa− mentos da unidade, entre eles, Banco do Brasil e Bradesco. Recentemente, a empresa adquiriu R$ 1 bilhão em cré−

ditos da companhia sucroenergética e deverá converter parte desse valor, R$ 248,5 milhões, em participação, sendo que o restante, R$ 15 milhões, deverá ser pago em dinheiro. De acordo com informações apu− radas no mercado, uma parte do re− curso virá do empresário Sérgio Fir− meza Machado. Filho de Sérgio Ma− chado, presidente da Transpetro entre 2003 e 2015, o profissional é sócio da gestora de fundos ARC Capital, que será um dos investidores que disponi− bilizarão o dinheiro para o pagamen− to da compra da usina. Com relação às canas, a nova do− na da usina explica que levantamento feito em parceria com a Renuka, identificou que há quantidade sufi− ciente de matéria−prima para as uni− dades – a Revati e a Madhu – roda− rem a próxima temporada. A UPI passara a se chamar Brejo Alegre Bioenergia e contará com um time já experiente no setor sucroener− gético, inclusive será liderada por um executivo que já assumiu cargo de CEO em outra companhia do seg− mento. Nome como Aluízio Machado, futuro diretor agrícola, que já trabalhou

na Tonon, Bel Bahia Etanol e Enersu− gar, unidades que tiveram as atividades retomadas ao estilo da Revati e outros profissionais da própria unidade, inte− grarão a nova diretoria da UPI. De acordo com a Íntegra, inicial− mente serão contratadas 300 pessoas para a planta industrial.Ao todo, a no− va usina deverá gerar cerca de mil no− vos empregos na região. Para o até então presidente da uni− dade, os novos donos terão sucesso na operação da UPI e se colocam como parceiros para que isso aconteça.“Te− mos muito trabalho pela frente, mas disposição eu sei que não faltará”, res− saltou Bertone, comentando que a ou− tra unidade do grupo, a Madhu, locali− zada em Promissão (SP), já encerrou a safra atual, processando 3.820 milhões de toneladas de cana, quase 1 milhão a mais do volume do ciclo passado.


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Plano de Recuperação Judicial do Grupo Moreno é aprovado O Grupo Moreno teve o plano de recuperação judicial aprovado no dia 13 de novembro, em Assembleia Geral de Cre− dores, que durou mais de oito horas. O plano, que deverá ser homologado pela Justiça, foi aprovado por 97,66% dos cre− dores trabalhistas; 100% dos credores com garantia real; mais de 95% dos credores quirografários; e mais de 83% dos credo− res micro e pequenas empresas. Estavam presentes na assembleia cerca de cem re− presentantes dos mais de sete mil credores. “A proposta aprovada pelos credores prevê o pagamento de R$ 900 milhões em até 24 meses, acrescido de mais R$100 milhões, nos doze meses seguin− tes, compondo assim um pagamento to− tal de R$1 bilhão aos credores concursais e extraconcursais em até 3 anos”, explica a advogada Fabiana Solano, sócia das áreas de Contencioso e Arbitragem, Recupe− ração Judicial, Insolvência e Reestrutu− ração, do Felsberg Advogados. De acordo com a advogada, para fa− zer frente ao pagamento desses valores, o

Grupo Moreno poderá se valer de novas captações de recursos, alienar participação societária e outros ativos, ou deverá ainda vender até duas das suas usinas no prazo de até 24 meses para quitação das dívidas. A maior parte dos débitos é com− posta por credores bancários que juntos concentram aproximadamente R$ 1,8 bilhão. O restante está dividido em cre− dores trabalhistas (aproximadamente R$ 21 milhões), quirografários – credores que não desfrutam de nenhuma prefe− rência ou possuem garantias de paga− mento da dívida (cerca de R$ 200 mi− lhões), e ME/EPP – Micro Empresas e Empresas de Pequeno Porte (cerca de R$ 15 milhões).

Formado pelas empresas Central Energética Moreno Açúcar e Álcool Ltda. (CEM), Central Energética More− no de Monte Aprazível Açúcar e Álcool Ltda. (CEMMA), Coplasa – Açúcar e Álcool Ltda. (Coplasa),Agrícola Moreno de Luiz Antônio (AMLA),Agrícola Mo− reno de Nipoã Ltda. (AMN) e Planalto Bioenergia Spe Ltda., o Grupo Moreno teve o pedido de RJ aprovado em se− tembro de 2019. O plano de recuperação judicial foi apresentado nos autos em novembro do mesmo ano e vem sendo negociado com os credores desde então.As dívidas da em− presa giram em torno de R$ 2,3 bilhão.O grupo tem capacidade de moagem de 13

milhões de toneladas de cana e é um dos maiores do Estado de São Paulo.Somen− te as três unidades (CEM, CEMMA e COPLASA) geram aproximadamente 10 mil postos de trabalhos diretos e indiretos na safra e são localizadas nas regiões de São José do Rio Preto e Ribeirão Preto no interior de São Paulo. Segundo Fabiana, além das empresas, o pedido de RJ inclui incluiu membros da família controladora enquanto pessoa física. Com a RJ em andamento, o grupo segue firme com a perspectiva de um fu− turo promissor.A safra 20/21 foi encer− rada no final de novembro,com 9 milhões de toneladas de cana−de−açúcar, moa− gem pouco acima da última temporada. A produção de açúcar chegou a 13,8 mi− lhões de sacas do alimento e a de etanol em 365 mil m³. “Estamos moendo mais do que esti− mamos inicialmente, devido a um au− mento da cana de fornecedores, fruto da confiança no Grupo Moreno”, afirma a empresa. O volume de açúcar mais que dobrou comparado à safra passada, quan− do a companhia produziu somente 5,4 milhões de sacos.


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MERCADO

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Biosev registra lucro de R$ 155,5 milhões no 6M21 Resultado do semestre é impulsionado por melhor desempenho operacional

Após um período amargando prejuízos, a Biosev registrou lucro lí− quido de R$ 155,5 milhões no pri− meiro semestre da safra 20/21 e tam− bém conquistou recordes históricos, como na moagem, que totalizou 23,3 milhões de toneladas de cana, no ATR Produto, que atingiu 141,1 kg ATR/ton e, na eficiência industrial, que atingiu 1,033. Esses resultados fo− ram 2,4%, 9,3% e 2,1% superiores ao primeiro semestre da safra passada, respectivamente. Como consequência, no desem− penho financeiro, o EBITDA ajustado ex−revenda/HACC cresceu 20,8% e atingiu R$ 1,3 bilhão, o EBITDA Unitário cresceu 18% e atingiu R$ 54,0 por tonelada e o indicador EBITDA menos CAPEX cresceu 29,9% e atingiu R$ 813,4 milhões.As variações são resultado, principalmen− te, da melhora operacional, do au− mento da receita líquida em razão da

comercialização de maiores volumes no mercado externo e de melhores preços médios. “Seguimos em um ambiente de preços desafiadores, portanto, nosso objetivo será manter o foco na redu− ção de custos, vislumbrando as me− lhores possibilidades para readequar a estrutura da companhia diante deste cenário”, afirma Juan José Blanchard, presidente da empresa. No campo, a empresa também re− gistrou bons números.A produtivida− de medida pelo TCH (+2,6%) foi de 88,1 toneladas de cana por hectare, consequência das melhores práticas agronômicas na renovação do plantio aplicada nos canaviais, além das con− dições climáticas. Segundo a companhia, a evolu−

ção da qualidade fitossanitária do canavial, junto à eficiência de co− lheita e ao uso intensivo de matu− radores, adubação orgânica e varie− dades, ajudaram a alcançar o ATR Produto de 141,1 kg ATR/ton. A produção total em toneladas de ATR produto também superou os seis primeiros meses da safra ante− rior, contabilizando 3.264 mil to− neladas, resultado decorrente da evolução do canavial e da eficiência industrial. A empresa manteve 53,9% de sua produção voltada para o açúcar no 6M21, 17,4 p.p. superior ao mesmo período na safra passada, a qual foi di− recionada mais para etanol. Com isso a receita líquida do açúcar ex−HACC cresceu 114,2%, alcançando R$ 2 bi−

lhões. Já o mix de anidro (sobre o to− tal de etanol produzido) foi de 33,1% no 6M21, resultado da estratégia co− mercial de focar em produtos de maior valor agregado, dentro dos sub− produtos de etanol. Além dos bons números, a Biosev pode passar por um momento mais tranquilo e mirar em um futuro pro− missor. Isso porque sua controladora, a francesa Louis Dreyfus Company (LDC) divulgou em novembro, que fechou acordo para vender uma par− ticipação de 45% para a ADQ, um fundo soberano de Abu Dhabi. O novo investimento, o primeiro externo no grupo que tem quase 170 anos, amenizará as dívidas da compa− nhia. Embora o preço do acordo não tenha sido revelado, informações do mercado apontam que cerca de US$ 800 milhões de dólares serão destinados para o pagamento de um empréstimo de US$ 1 bilhão de dólares feito pela controladora para o resgate da Biosev. Com isso, pode ser que a empre− sa sucroenergética receba nova aten− ção de sua controladora e não neces− site mais colocar suas unidades à venda. Recentemente, informações movimentaram o mercado com boa− tos de que a Raízen estava em nego− ciações para comprar a companhia. Pelo visto, um novo capítulo se inicia para a Biosev.

Goiás Bioenergia SA investe R$ 265 milhões para reativar usina em Goiás Meta é produzir etanol de cana e milho

A Goiás Bioenergia SA, que tem sede em Jundiaí (SP), firmou contra− to com o Governo de Goiás para a exploração de uma planta industrial desativada em Porteirão, por 25 anos. O investimento de R$ 265 milhões vai gerar 370 empregos diretos e ou− tros 1 mil indiretos. A meta é produ− zir cerca de 7,5 mil toneladas de bio− massa de cana−de−açúcar por dia, sendo que a capacidade da unidade será de 1,5 milhão de toneladas para produção de etanol por safra. A empresa tem a expectativa de fazer duas ampliações no Parque In− dustrial. A primeira em 2022 para

moagem de milho para biocombus− tível e a segunda, em 2023, para ex− pansão da moagem de cana−de− açúcar. Cada expansão tem previsão de aumentar em 20% os empregos diretos e indiretos.

O titular da Secretaria de Indús− tria Comércio e Serviços (SIC), Adonídio Neto, disse que essa é mais uma empresa que a secretaria atrai para realizar investimentos no Estado com a geração de empregos e renda.

A Goiás Bioenergias SA assinará na próxima semana protocolo de inten− ções com o Governo goiano para confirmar todo o seu planejamento de investimentos. “Trabalhamos muito na busca de novas empresas para se instalarem em território goiano e os resultados são promissores com o interesse cada vez maior dos empresários para vir para Goiás”, disse Adonídio. De acordo com o presidente da Goiás Bioenergias SA, Marcio Bar− bero, os incentivos para empreender no Estado foram fundamentais para escolher Goiás para realizar o inves− timento. “O governo oferece diver− sos incentivos que estamos usu− fruindo, como o Programa Produ− zir, além de recursos a partir do FCO (Fundo Constitucional do Centro−Oeste). É válido e indico o Estado para investidores parceiros”, afirma o presidente.


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WEG fornece pacote elétrico para usina de etanol de milho da Alcooad Localizada no Estado do Mato Grosso, a planta terá capacidade para produzir 225 milhões de litros do combustível por safra Redução na emissão de gases do efeito estufa, aproveitamento dos sub− produtos como insumos em outras cadeias produtivas e estímulo à pro− dução de florestas são apenas alguns dos benefícios da produção de etanol a partir do milho, atividade que vem ganhando cada vez mais força no Bra− sil. Líder na produção do cereal no país, a região do centro−oeste se des− taca na atração de investimentos para esse segmento. Localizada em Deciolândia (MT), a nova usina da Alcooad é um desses casos. Com capacidade de processa− mento de 525 mil toneladas de milho, a usina poderá produzir até 225,7 mi− lhões de litros de etanol e 155,7 mil toneladas de farelo (DDGS) por safra,

além de gerar até 42 mil MWh de energia por ano. Para colocar tudo isso em ativida− de, a WEG foi a empresa selecionada para fornecer o pacote elétrico com− pleto da usina, que engloba painéis elétricos de baixa e média tensão (fo− to), sistemas de automação, supervisão e controle, retificadores, banco de ba− terias, motores elétricos, transforma−

dores e turbogerador. As soluções atuarão no sistema de automação, dis− tribuição, controle e proteção da usi− na de etanol, além do sistema de con− trole e proteção da planta de geração de energia. Em relação ao turbogerador, a Turbina TGM é de ação, de contra pressão, modelo TM5000, e Redutor de velocidade TGM sendo de eixos

paralelos, e bi−helicoidal, modelo RTS 360, em conjunto com o gera− dor WEG modelo ST41, 6.375 kVA, 13.800 V, 1.800 rpm. Um dos diferenciais da solução completa foi a utilização da expertise WEG em automação de processos para desenvolver um sistema de su− pervisão e controle com elevado nível de padronização dos CLPs (Contro− ladores Lógicos Programáveis) e mo− dularização do software aplicativo, re− sultando em uma solução com manu− tenção simplificada e flexibilidade pa− ra futuras expansões. Além disso, o fornecimento do pacote elétrico completo representa mais segurança para o cliente, uma vez que a integração e a interface entre os equipamentos são feitas de maneira simplificada. A automação desenvolvida para a planta atende ainda a aspectos da norma ISA101.2019 (Interface Ho− mem Máquina de Alta Performance), que traz como principal resultado maior eficiência operacional, quando comparada a sistemas de supervisão convencionais.


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A NOVA FASE DA CLEALCO Companhia aumenta moagem, avança na geração de caixa e investe em canaviais e tecnologias

Prestes a completar 40 anos, a Clealco tem colhido os bons frutos de uma nova fase de desenvolvimento. Com o plano de recuperação judicial aprovado e realizando investimentos na renovação e expansão de canaviais e em novas tecnologias no campo, a empresa ampliou sua moagem em 1,6 milhão de toneladas na safra 20/21 e já prevê 1,5 milhão toneladas adicionais até 2023. “Um importante marco para que esses avanços fossem obtidos foi o lan− çamento do Projeto Confiar, em ju− lho de 2018, com a implementação de ações estratégicas que elevaram o pa− tamar dos resultados operacionais e fi− nanceiros da companhia nas últimas safras”, explica o CEO da companhia, Alberto Pedrosa. De acordo com o executivo, a ge− ração de caixa operacional do grupo, por exemplo, apresentou incremento significativo considerando o volume de moagem das três últimas safras. Na temporada 19/20, o saldo de caixa ao término do exercício foi 67% acima do anterior, e o fluxo de caixa líquido gerado nas atividades operacionais foi da ordem de R$ 218,3 milhões, com moagem de 4,1 milhões de toneladas. Como comparação, no ciclo 17/18, quando a moagem foi de 7,7 milhões, o fluxo de caixa gerado nas atividades operacionais foi de R$ 182

Alberto Pedrosa, CEO da Clealco

milhões, enquanto que em 18/19, com moagem de 5,8 milhões de to− neladas, o fluxo de caixa gerado nas atividades operacionais foi de R$ 224 milhões. Pedrosa informa que o incremen− to no fluxo de caixa líquido gerado nas atividades operacionais em 19/20, mesmo em um cenário de moagem inferior aos ciclos anteriores, é resul− tado direto do cumprimento e supe− ração das metas de produção, de uma assertiva revisão de custos e despesas, da reestruturação organizacional rea− lizada, além de bons resultados obti− dos em estratégias comerciais. Outro destaque foi a retomada nos investimentos para a renovação de ca− naviais realizados entre 2019 e 2020,

com mais de 24 mil ha de cana plan− tados. Somada a ações de fomento junto a fornecedores, a expansão ele− vou a moagem da companhia em mais de 1,6 milhão de toneladas na safra atual, possibilitando o reinício das ati− vidades na usina de Clementina. Se− gundo a empresa, o retorno da unida− de agregou 600 novos postos de tra− balho na região de atuação da empre− sa, no noroeste paulista. Outro fato importante que deu novas perspectivas à companhia foi a aprovação, no início de junho de 2020, de um aditamento ao seu plano de re− cuperação judicial que alongou em cinco anos o prazo para pagamento de cerca de 80% da dívida do grupo. “O expressivo índice de aceitação pelos credores, 90%, reafirmou a confiança do mercado na nova fase da compa− nhia”, assegurou o CEO do grupo. Com a maior disponibilidade de cana e o incremento em seus resulta− dos, a Clealco traçou uma nova meta de ampliação no seu volume de moa− gem, desta vez para alcançar 7 milhões de toneladas em três safras. Para chegar a este objetivo, a em− presa tem apostado ainda mais em ações de relacionamento com forne− cedores de cana, e tem investido sig− nificativamente em tecnologia no campo, buscando trazer ganhos prin−

cipalmente em produtividade e efi− ciência nas operações agrícolas. “A Clealco se aproxima do ani− versário de 40 anos olhando para o futuro com confiança. Depois de en− frentarmos muitos desafios, temos apresentado resultados que nos enco− rajam a seguir na busca pelo cumpri− mento dos objetivos do nosso novo plano estratégico, que prevê um cres− cimento contínuo e sustentável, ge− rando valor para os nossos funcioná− rios, fornecedores de cana, acionistas e toda uma região”, declara Pedrosa. O executivo comenta ainda que, com metas ambiciosas para os próxi− mos anos, a Clealco tem investido cada vez mais na implementação de novas tecnologias, na valorização das pessoas, no reforço do compromisso regional com o desenvolvimento e, principalmente, em segurança do trabalho nas operações, visando con− duzir a empresa a um patamar ex− pressivo de geração de caixa, fatura− mento e moagem já nas próximas sa− fras. “Com a competência e com− promisso das nossas equipes, a parce− ria dos fornecedores de cana e a confiança do mercado, tenho plena convicção de que estes 40 anos que completamos agora serão o marco inicial de uma trajetória ainda mais próspera”, complementa o CEO.


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Safra 20/21 tem resultados de destaque Na safra em andamento, a Clealco tem mantido uma performance acima das expectativas, apresentando indica− dores de qualidade agrícola melhores do que a média de mercado, entre eles pisoteio, perdas na colheita e impure− zas. Além disso, a empresa superou re− cordes históricos de produção ao lon− go do ano, e prevê reportar um EBITDA (lucro antes de impostos, ju− ros e amortizações) 30% maior do que o esperado ao final do exercício. O grupo encerrou a temporada 20/21 em meados de novembro com uma moagem de 5,6 milhões de to− neladas de cana nas unidades de Cle− mentina e Queiroz.

Para manter os bons resultados nas próximas safras, a empresa valoriza ca− da vez mais seus fornecedores de ca− na, realizando uma série de ações re− lacionadas à fidelização de parceiros, qualidade das operações agrícolas e tecnologia no campo. Nesse sentido, a companhia tem diversas ações em andamento, como o Projeto Confiar Parceiro Ouro, um programa de relacionamento e fideli− zação que tem o objetivo de propor− cionar benefícios e vantagens aos par− ceiros que tiverem contrato de longo prazo com o grupo. Palestras e eventos técnicos, como dias de campo com fornecedores es−

Gustavo Rodrigues, diretor de Operações

tratégicos, terão edições no ano que vem. A iniciativa visa fomentar me−

Mapa detalhado de produtividade por linha de colheita

Mapa de equipamentos agrícolas – acompanhamento em tempo real

lhores práticas agrícolas e contribuir para o desenvolvimento do negócio de seus parceiros. Além disso, a Clealco também tem programas internos voltados para a qualificação profissional, o desenvolvi− mento das lideranças e equipes e a ca− pacitação para um atendimento sempre de qualidade, buscando a diferenciação por caminhar lado a lado com seus parceiros. “O objetivo principal é que as operações tenham foco na excelência desde o atendimento pré−colheita até o período pós−finalização, com a lide− rança atuando em conjunto com os fornecedores, na busca sempre pelas melhores soluções para os desafios do dia a dia.Assim como, os procedimen− tos da empresa, alinhados às boas prá− ticas de mercado, passam por revisões e aperfeiçoamento constantes”, explica Gustavo Rodrigues, diretor de Opera− ções/COO da empresa. No campo ainda, a empresa tem investido amplamente em novas tec− nologias e sistemas que aumentem a produtividade e permitam um melhor acompanhamento dos parceiros sobre as operações em suas áreas. Entre os diversos investimentos feitos nos últi− mos tempos, destaca−se o sistema de monitoramento das linhas de cana com o uso de drones, para posterior restituição das linhas com o uso de pi− loto automático. Segundo a companhia, com a visão panorâmica do drone, é possível obser− var erosões, plantas daninhas, acessos e falhas do canavial, bem como mapear as necessidades de restituição das linhas de colheita. “Com a colheita em piloto automático, o pisoteio é menor, o trá− fego é mais controlado, com redução de manobras, além de uma menor com− pactação do solo e ganhos na longevi− dade dos canaviais. Além da colheita, a tecnologia também é aplicada nas áreas de preparo de solo, sistematização e tratos culturais”, comenta Rodrigues. Já a utilização de computadores de bordo traz maior eficiência operacio− nal, proporcionando a total rastreabili− dade dos equipamentos agrícolas. Com os dados 100% digitalizados, são dispo− nibilizados relatórios de rendimento dos equipamentos e máquinas, dados sobre economia de combustível, me− lhor gestão dos processos agrícolas e rastro dos equipamentos. Outro destaque é o Mapa de De− sempenho, que oferece ao fornecedor informações precisas sobre a produti− vidade agrícola em cada uma de suas linhas de cana, o que permite a trans− parência sobre o desempenho na sua área de cana.


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Projeto otimiza tráfego dos equipamentos nas áreas de colheita e reduz o pisoteio Outro projeto que merece desta− que entre as iniciativas da empresa foi a implementação do FUT (Fila Única de Transbordo). Com o projeto, o trá− fego dentro das áreas agrícolas é reali− zado de maneira otimizada, havendo a redução do pisoteio, além de ganhos no consumo de combustível e no tempo das operações.“Ao todo, hou− ve a redução de mais de 50 equipa− mentos agrícolas após o início do sis− tema”, explica o diretor de Opera− ções/COO da Clealco. Rodrigues ressalta que a Clealco não tem medido esforços para que os

fornecedores de cana tenham sempre à disposição o melhor atendimento, as melhores práticas e um patamar de ex− celência operacional e produtividade que se diferenciem do mercado na re− gião.“Com todas as tecnologias que te− mos implementado, além dos investi− mentos em qualificação das nossas equi− pes e o aprimoramento constante dos procedimentos operacionais, tenho confiança de que nossos resultados ope− racionais serão cada vez mais positivos, proporcionando uma relação na qual a Clealco e seus fornecedores ganhem sempre”, declara.

Fila Única de Transbordo – Tecnologia no Campo

Desenvolvimento e cuidado com pessoas O grupo investe também de forma relevante na valorização das pessoas. Em meio a pandemia do Covid−19, a empresa atuou de ma− neira rápida na implementação de ações preventivas junto aos funcio− nários e reforçou seu compromisso regional tendo contribuído na

doação de álcool 70% a prefeituras e órgãos públicos do Estado. Nas áreas de Saúde e Segurança do Trabalho, a companhia imple− mentou o programa Viva Bem Saú− de Ocupacional, que mapeia as condições de saúde dos profissionais e estabelece ações de acompanha−

mento contínuo, e também promo− veu o lançamento do Confiar com Segurança do Trabalho, um progra− ma de gestão em segurança alinha− do às melhores práticas e que refor− ça as premissas fundamentais para garantir uma cultura organizacional voltada à prevenção de acidentes.

Clealco investe na valorização das pessoas

Além disso, o grupo investe na qualificação profissional constante de seus colaboradores, por meio do programa Clealco Qualifica En− tressafra, que em 10 anos já capa− citou mais de 4,5 mil pessoas em cursos de formação e desenvolvi− mento.



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Zanini: há sete décadas contribuindo com o desenvolvimento da indústria Voltada para a produção de bens de capital, a empresa é fornecedora de máquinas e equipamentos

A aposta em tecnologia de ponta norteou a caminhada da Zanini desde a sua criação, em agosto de 1950. A em− presa, que nasceu como uma oficina lo− calizada em Sertãozinho (SP), atenden− do à demanda de usinas da região, aos poucos conquistou estrutura para mon− tar uma unidade completa, e sua traje− tória acabou se confundindo com a própria história do setor sucroenergé− tico no país. Para Luiz Biagi, membro do Con− selho de Administração da empresa, a longevidade da companhia é baseada na inovação, presente desde a sua fundação, até mesmo na criação de novas empre− sas. “Este setor de bens de capital é um setor muito difícil por ser muito inter− mitente, por ter altos e baixos. É preci− so superar as crises e abrir novas frentes, desenvolvendo tecnologia, novos pro− dutos e também o mercado externo, que muitas vezes nos manteve”, ressaltou. Isso ajudou a Zanini a sobreviver às mudanças econômicas, crescer e desen− volver até mesmo outros setores, além do sucroenergético, que acabou aten− dendo ao longo dos anos. Para que isso fosse possível, o investimento em edu− cação foi essencial.“A escolinha da Za− nini formou muitos profissionais. Hoje, se transformou na academia da Zanini, que ainda capacita os colaboradores. Também temos convênio com a Fun− dação Dom Cabral para o desenvolvi− mento de novos gestores. Além disso, incorporamos novos processos, buscan− do estabelecer posicionamento na in− dústria 4.0”, disse Biagi. Para o empresário, que tem no DNA, o empreendedorismo de uma família que muito contribuiu para o desenvolvi− mento da indústria no Brasil, apesar da pandemia da Covid−19, que exigiu a mudança de procedimentos e implanta− ção de protocolos de segurança, o ano que a empresa comemora 70 anos, pode ser considerado muito positivo. “Com preços adequados, vem sen− do uma safra muito boa para as usinas de açúcar e etanol e isso tem influenciado nos nossos negócios também”, disse, lembrando que o setor sempre impac− tou a companhia, citando fatos que marcaram sua história, como o início do uso do álcool como combustível, a criação do Proálcool e a geração de energia a partir do bagaço.

Biagi ressalta ainda que as perspecti− vas são excelentes para o futuro. “Estou feliz com o legado que construímos. Es− tamos em um momento positivo do se− tor sucroenergético. O RenovaBio é um caminho muito bom, tem surgido novas oportunidades que vão ser mais um fato que alavancará a nossa empresa”, afirmou. Sobre essa nova realidade, o atual CEO da companhia,Walter Biagi Bec− ker, tem um novo olhar e projeta novas conquistas em um futuro próximo. Se− gundo ele, a Zanini evoluiu ao longo dos anos. Não é a mesma da década de 70, que se chamava Zanini Equipamen− tos Pesados, depois teve a Zanini e a Sermatec, que construíram e fornece− ram equipamentos para várias usinas que existem hoje no Brasil. “Há dois anos, estou tentando im− primir um ritmo de gestão buscando resultados, crescimento e faturamento, perseguindo margem EBITDA que vem crescendo bastante”, comentou ele, que faz parte da quinta geração dos Biagi a assumir o comando da empresa e tem experiência de mais de 15 anos em usi− nas sucroenergéticas, além de ter feito parte do Conselho da Zanini nos últi− mos anos.

Becker reforça que estão muito oti− mistas com o mercado e que a compa− nhia vem construindo uma base sólida para atender a indústria de capital de modo geral.“Não só de açúcar e álcool, pois acho que uma das razões da sobre− vivência da empresa foi não escolher um setor só.Temos uma diversificação mui− to grande. Hoje o setor sucroenergéti− co representa menos de 50% do nosso faturamento e tem setores que estão demandando bastante, como o siderúr− gico, mineração e de serviços”, afirmou. Hoje, com três unidades, a Zanini Renk, localizada em Cravinhos (SP), e a Zanini Serviços e Zanini Turbinas, em Sertãozinho (SP), a companhia tem 520 funcionários e busca diversificar seus produtos para ampliar sua carteira de clientes. Neste sentido, a Zanini Servi− ços, que tem dois anos de vida, oferece um portfólio diversificado e vem cres− cendo bastante, com a fabricação de pontes de 240 toneladas, engrenagens especiais para moinhos de minérios e partes de caldeiras, sendo que a segun− da caldeira completa está sendo finali− zada e terá como destino o México. Já a Zanini Turbinas, que completou um ano em outubro deste ano, tem fu−

Luiz Biagi

Walter Biagi Becker

turo promissor também. “Viemos para dar ao mercado uma opção ao setor em manutenção de turbina, pois o setor es− tava muito carente com a manutenção de turbinas. A nossa expectativa é fazer umas 50 turbinas este ano, é um cresci− mento enorme e nossa intenção é pas− sar a construir a turbina completa”, ex− plica o empresário. Neste contexto, a companhia vem investindo em novos projetos, como o de monitoramento dos equipamentos, que vem gerando bons resultados e re− dução de custo. Com uma ferramenta desenvolvida internamente, é possível fazer a gestão do conjunto rotativo com o objetivo de reduzir a manutenção.As− sim, é possível monitorar os redutores ao longo de sua vida, sua liberação, temperatura e torque, gerando melhor previsibilidade para os clientes. “Este sistema já é consagrado em papel e celulose, e mineração, mas não no setor sucroenergético, acredito que seja uma tendência. É um conceito ba− cana, de economia circular, consegue utilizar menos recursos naturais para fazer o seu produto e reciclar, repoten− cializar o seu produto e aumentar sua vida útil”, afirmou, completando “consequentemente, consegue−se um efeito econômico para os clientes que têm máquinas complexas ou que ro− dam uma moenda de cana, ou moinho de cimento. Aquela máquina não vai parar”, elucidou. Nessa pegada de economia circular, a companhia também embarca na onda do biogás, com um projeto em parceria com um grupo italiano. “O nosso ob− jetivo é entregar a solução para o clien− te final de biogás, dos motores e tudo mais”, conclui o CEO da Zanini Renk. Com certeza, é uma nova etapa a cami− nho do centenário.



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Como as usinas vêm revolucionando a área de extração Especialistas apresentam cases de sucesso de usinas 4.0

O Grupo Tereos detém usinas de cana extremamente eficientes na área industrial. Parte desse sucesso passa pela competência de seus profissio− nais. Dentre eles, é preciso destacar seu projetista sênior, Roberto Galvão. Uma vez mais o profissional tem os holofotes da máxima eficiência in− dustrial voltados para ele. A razão é que Galvão desenhou e implantou um projeto que apresenta três modi− ficações que podem revolucionar a extração na moenda. O projetista já é bem conheci− do no setor pelas façanhas traçadas por seu compasso. No ano passado, chamou a atenção dos profissionais da área industrial ao apresentar orientações para fazer um ajuste eficaz nas Calhas Donelly. Essas ca− lhas alimentam o 1º terno de moenda. Galvão comenta o proje− to. “A Calha Donelly de alimenta− ção por gravidade (Chute Donelly), é um condutor forcado para cana preparada, fixado na parte superior da correia transportadora e na par− te inferior ao castelo da moenda. Encaixa−se perfeitamente aí, atra− vés da bica de entrada”. O resultado – de acordo com ele – é que as mudanças nesta valha for− mada por chapas que faceiam o flan− ge do rolo superior, a lateral do rolo de pressão e diâmetro médio do rolo

de entrada, promoveu uma vedação perfeita para o bagaço. O projetista apresentou as dimen− sões das mudanças, assim como os de− senhos dos projetos durante a 1ª Ma− ratona SINATUB – Recepção, Pre− paro e Extração (Moenda & Difusor) realizada no 3 e 4 de novembro pelo JornalCana. Com moderação do di− retor da Procana, o jornalista Josias Messias, o evento online contou com patrocínio da DEDINI, GDT by Pró− Usinas, Pró−Usinas, GDT, MEFSA, S−PAA Soteica. Na regulagem de moenda, Galvão comenta que inicia seu novo projeto buscando uma melhor regulagem da moenda. Para isso, ele fez alterações na área de regulagem do castelo e no tra− çado da bagaceira. Em segundo lugar, o projetista recalculou o desenho dos cabeçotes objetivando equilibrar me− lhor a pressão hidráulica e trabalhou nas dimensões dos mancais, melho− rando a pressão e a resistência mecâ− nica. Finalmente, Galvão se empe− nhou em aperfeiçoar a taxa de embe− bição. Os resultados foram significa− tivos, obtendo uma boa embebição com moagem de 800 TCH, com a fi− bra da cana em 13%. Douglas Mariani, consultor da Soteica, falou sobre otimização da ex− tração e de processos por meio da oti− mização em tempo real e mostrou re− sultados a partir da implantação do S− PAA. O sistema funciona através de 4 componentes principais, sendo eles, a

aquisição dos dados e suas análises matemáticas (big data); modelo repre− sentativo da planta real (realidade au− mentada); simulação e otimização e atuação na planta real ou sugestão de atuação, com integração de sistemas. O S−PAA já foi implantado em 50 plantas industriais, gerenciando mais de 19.200.000 litros de etanol por dia, 580.000 sacas de açúcar por dia, 6,4 GW por ano e retorno médio de R$ 2,8 milhões por projeto Igor Botrel, gerente industrial da Usina Pitangueiras, confirmou os bons resultados obtidos a partir da implan− tação do S−PAA na unidade. O siste− ma funciona ali desde a safra 2015/16, sendo a primeira usina de São Paulo a implantar a plataforma de Gestão In− dustrial Avançada S−PAA. A unidade possui o software atuando em laço fe− chado na cogeração, na moenda, no controle de fluxo de caldo, na fer− mentação e na destilaria. De acordo com Botrel, a unidade se destaca também no desenvolvi− mento e execução do PDCA Online, através do C.R.A. 4.0.“É um projeto que visa a tratativa da operação da Usina Pitangueiras em tempo real das não conformidades de processo, ge− rando uma operação mais autônoma e responsável pelo seu setor. Isso faz com que os gestores dos setores trabalhem com maior disponibilidade de tempo em melhorias”, explicou. O profissional apresentou ainda dados do laço fechado do S−PAA na

moenda, utilizando análises com o sis− tema NIR Online.“A principal fun− cionalidade do equipamento é medir em tempo real a qualidade da maté− ria−prima recebida, onde extrai os valores de brix, pol, umidade e fibra da cana−de−açúcar”, comentou. Marcus Lages, gerente corporati− vo industrial da SJC Bioenergia, apre− sentou a palestra “Evolução da extra− ção na Usina Rio Dourado” e mos− trou os pontos importantes para boa extração no difusor. Entre eles, o pro− fissional indicou que a altura do col− chão de cana desfibrada deve ter entre 1,40 e 1,60 m, sendo a nominal igual a 1,50 m. Já a temperatura interna, controlada ao longo do difusor, deve− rá estar entre 80 e 85oC e o tempo de retenção deve atingir 98% de extração, em 87 minutos ou 97% em 67 minu− tos e 96% de extração em 54 minutos. Acabaram de colocar o S−PAA – laço fechado no difusor, que tem in− fluência na moagem, estratégia e ní− veis captadores. “O uso do S−PAA proporcionou a gente ter uma extra− ção acima de 96, moendo acima da capacidade do difusor. É um resultado bastante satisfatório”, concluiu.


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CONHEÇA 5 INICIATIVAS PARA GARANTIR A MÁXIMA EXTRAÇÃO DE CALDO Três usinas e dois especialistas explicam os detalhes

Os principais fatores que afetam a extração da moenda e quais processos a tornam mais eficiente foram temas de− batidos durante 1ª Maratona SINA− TUB – Recepção, Preparo e Extração (Moenda & Difusor) realizada no co− meço de novembro. Moderado pelo jornalista e diretor da Procana, Josias Messias, o webinar contou com a par− ticipação de Alberto Antônio da Silva, gerente de Divisão Industrial da Ceva− sa; Marcelo Moraes, engenheiro me− cânico da Mecânica e Fundição Santo Antônio Ltda (MEFSA); Nelson Ro− cha, gerente industrial da Enersugar Bioenergia; Paulo deTarso Delfini, di− retor da Delfini Consultoria e Projetos Industriais e Rafael Bassetto, gerente industrial da Usina São Manoel. Alberto Antônio da Silva, gerente de Divisão Industrial da Cevasa, mos− trou as iniciativas tomadas pela compa− nhia para melhorar o processo indus− trial. “Em 2017, iniciamos um trabalho para identificar os principais pontos que afetavam a extração e que deveriam melhorar”, contou. Entre eles, foi in− dicada a alimentação deficiente dos di− fusores, que precisaria ser uniforme em toda a extensão do difusor.Também era preciso manter um tempo maior de retenção da cana no difusor para obter mais extração e melhorar a taxa de embebição, entre outros. A partir dos fatos levantados, se iniciou o processo de melhoria, com o nivelamento do colchão com o ajuste da esteira alimentadora da linha. O se− gundo passo foi o ajuste no tempo de retenção dentro do difusor – entre 5 a 70 minutos – e a instalação dos rolos de alta drenagem e ajuste da rotação das moendas secadoras, nas linhas 1 e 2, em relação ao Chute Donelly, re−

Alberto Antonio da Silva

Marcelo Moraes

duzindo a umidade do bagaço e aju− dando na extração. O gerente também mostrou os resultados obtidos a partir da operação do software S−PAA na área de ener− gia e embebição, que garantiu maior estabilidade no vapor e redução no consumo de processos, permitindo melhorar os índices de eficiência in− dustrial e de exportação de energia, além da economia de bagaço por UNICOP. “No lastro fechado, a embebição foi de 304,39 fibra. Mesmo mantendo uma moagem maior este ano, a capa− cidade aumentou 17% e a eficiência de extração passou de 96,08% da safra de 2017 para 97,33%, nesta temporada. Um aumento de 1,25%”, explicou. Marcelo Moraes, da MEFSA, falou sobre o conceito de utilização de ca− misas de alta drenagem, indicada para melhorar o processo de extração de caldo da cana ou secagem de bagaço. De acordo com ele, a aplicação é feita de acordo com o objetivo da usina, ou seja, se é o aumento de moagem sem o aumento da capacidade da moenda, deve−se instalar a camisa no 1º terno. Caso o objetivo seja a redução da umidade do bagaço, a instalação deve ser feita no último terno. “Sempre deve−se começar no rolo

superior, migrando os polos para o in− terior da moenda e aplicando novos rolos superiores até que todos fiquem com alta drenagem”, explicou. Deu como exemplo também outra aplica− ção, que seria no rolo de entrada onde se consegue um ganho de moagem da ordem de 3% a 5%, justamente porque está se criando caminhos alternativos para o caldo que está saindo, liberando então, espaço para mais matéria−prima. Moraes explicou ainda as vanta− gens em relação às camisas XMP em relação as camisas XM convencionais, que têm excelente comportamento durante e após o término da safra. “Elas restringem ou limitam a passa− gem de sólidos em tamanho e quan− tidade. Possibilitam menores impactos nos pentes e bagaceiras, além de me− lhorar a extração da moenda e redu− ção da umidade do bagaço”, afirmou. Nelson Rocha, da Enersugar Bio− energia, mostrou os cuidados básicos da manutenção da moenda para ga− rantir uma excelente safra, o que deve começar a ser feito durante a tempo− rada, com cuidados com a lubrifica− ção e refrigeração dos mancais; na aplicação do chapisco; ajustes de pen− tes e limpeza e assepsia para evitar contaminação e oxidação, que pode− riam danificar os equipamentos.

Nelson Rocha

Paulo Delfini

Rafael Bassetto

“É preciso fazer as inspeções pe− riódicas durante a safra para saber co− mo atuar durante a entressafra e fazer um excelente planejamento de ma− nutenção”, lembrou. Paulo de Tarso Delfini, da Delfini, detalhou as consequências da perda da umidade da cana para a extração, fato que vem acontecendo atualmente, de− vido ao déficit hídrico.“A cana fica mais rica com a umidade caindo, o caldo fi− ca mais concentrado e o teor de fibra aumenta. Essas variações terão reflexo na capacidade de processamento da moenda e podem diminuir a produção de açúcar e etanol, impactando direta− mente os custos das usinas”, explica. Já Rafael Bassetto, da Usina São Manoel, mostrou os erros e acertos na moagem de cana da companhia. Entre os acertos, destacou a garantia do con− trole de nível do Chute Donelly. Bas− setto afirmou que é preciso não deixar que os pentes danifiquem a camisa e comprometam a moagem no final da safra e o reaproveitamento dos rolos na próxima.Também deu dicas para au− mentar a eficiência industrial, otimizar processo e diminuir perdas, como fa− zer a instalação nivelada dos bicos; o controle de vazão nas bombas para evitar golfadas e cuidados com dire− cionamento para evitar jogar o caldo sobre a esteira ou atrás das taliscas. O evento contou com patrocínio da DEDINI – 100 anos!; GDT by Pró−Usinas – Reduza os custos e o riscos na gestão de terceiros da sua usi− na!; A Pró−Usinas traz com exclusivi− dade o software GDT de Gestão de Documentação deTerceiros, totalmen− te Saas, que automatiza o fluxo de au− ditoria e validações, cabendo aos ter− ceiros a tarefa de alimentar as informa− ções e documentos no sistema; MEF− SA — Equipamentos novos e reforma para os setores de recepção, preparo e extração de cana; e S−PAA Soteica – Software de RTO que maximiza a co− geração e a eficiência industrial, geran− do ganhos superiores a R$ 1/tc em mais de 40 usinas instaladas. Saiba mais no site www.usinas40.com.br.


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Sistema revoluciona a gestão de documentação de terceiros na Usina Ferrari Gestão de documentação foi revolucionada na companhia a partir de implantação de novo sistema

A terceirização veio mesmo para ficar ainda mais após as atuais reformas trabalhistas que flexibilizaram o mo− delo de contratação.As usinas de cana precisam contratar centenas de profis− sionais terceirizados a cada nova safra. Isso porque ao contratar profissionais terceirizados, que são especializados em suas áreas, as unidades produtoras aumentam sua produtividade e redu− zem seus custos. Porém, é preciso res− saltar que o ganho de qualidade e cus− to que a usina obtém com terceiriza− ção pode ser comprometido se a ges− tão de documentação de terceiros não for feita adequadamente. Os riscos, assim como os prejuízos, são grandes. Se as empresas e profis− sionais terceirizados não se enquadra− rem nos requisitos necessários a usina pode sofrer autuações que incorrem em multas e processos trabalhistas que afetam significativamente o caixa da usina — ainda mais em tempos de crise econômica e sanitária. Seja co− mo for, a área de Recursos Humanos precisa estar pronta para evitar esse ti− po de problema. Um exemplo bem−sucedido na execução da gestão de documentação de terceiros encontra−se na Usina Ferrari, de Pirassununga (SP). O de− partamento de Recursos Humanos tem obtido excelentes resultados na tramitação das documentações das contratações terceirizadas. O respon− sável pela área, Henrique Ablla Caram, conta como a implantação de um sis− tema específico revolucionou a gestão de documentação. “Nossa demanda por terceiros é grande. Por exemplo, nosso transpor− te de cana é todo terceirizado à algu− mas empresas. Além disso, na entres− safra também contratamos vários ter− ceiros. E sempre foi uma preocupação saber detalhes importantes. Se as em− presas contratadas têm respaldo legal, se tem toda documentação necessária. Algo que se tornou um grande desa− fio para nós”, explica. Caram comenta que para encon− trar uma solução eficiente diante do desafio relacionado à gestão de docu− mentação de terceiros ele foi buscar no mercado de ferramenta tecnológicas um sistema que atendesse ao desafio do alto volume de contratações ter−

ceirizadas feitas pela usina. “Precisávamos de um sistema pa− ra a gestão de documentação de ter− ceiros que fosse simples e funcional. Isso se enquadraria na cultura da Usi− na Ferrari que busca simplicidade nas soluções.Após avaliar vários softwares encontramos o GDT, desenvolvido pela Vertech e disponibilizado ao mercado pela Pro−Usinas. Foi o que melhor nos atendeu”, explica. O GDT é totalmente Saas, por− tanto, automatiza o fluxo de auditoria e validações, cabendo aos terceiros a tarefa de alimentar as informações e documentos no sistema. Henrique Caram, lista outras razões pelas quais a Ferrari escolher o GDT.“Ele é intui−

tivo tanto para nós, quanto para os prestadores de serviço que anexam os documentos exigidos, o que é funda− mental. Depois que o terceirizado anexa as documentações no formato adequado, nossa equipe consegue va− lidar a documentação com facilidade. Isso torna o processo muito fluido e eficiente”, garante. Ainda sobre as vantagens do GDT como ferramenta para a gestão de do− cumentação de terceiros, Caram res− salta outras qualidades importantes.“O atendimento é ótimo. Outro detalhe que chama a atenção é a customiza− ção que se encaixou perfeitamente à nossa necessidade. Outro ponto im− portante, talvez o principal deles é o custo. O valor é bem acessível diante do desafio que é gerir a documenta− ção de terceiros”, avalia. Nesse sentido equipe de especia− listas da Pro−Usinas explica que uma das razões do baixo custo do GDT é que ele é um software web, desenvol− vido com as mais modernas técnicas de programação e segurança. Este re− curso permite que o cliente acesse o software de qualquer local onde exis−

ta conexão com a internet. Ao passo que, por ser web, não é necessário rea− lizar nenhum investimento em infra− estrutura para instalação nos compu− tadores que utilizarão a ferramenta, basta acessar o link do sistema no browser de preferência. “Com o contrato assinado da empresa prestadora em mãos, a usi− na cadastra e armazena no sistema o contrato digitalizado. Ao passo que ao cadastrar a empresa contratada, ela recebe um e−mail com usuário e senha para ela cadastrar seus funcio− nários e anexar, todos os documen− tos digitalizado no GDT, bem como as notas fiscais de faturamento em pdf e ou xml”. Além disso, no painel de controle do sistema, os gestores de forma resu− mida e colorida identificam o que tem para aprovar ou o que foi rejeitado, os documentos prestes a vencer com 15 dias ou menos e os já vencidos que aguardam aprovação. Outras informações sobre o siste− ma podem ser obtidas pelo WhatsApp 55 16 9 8102−5222 ou pelo e−mail prousinas@procana.com.br.


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São José da Estiva encerra safra com moagem recorde Venda de bagaço para terceiros aumentou quase 60% A Usina São José da Estiva encer− rou a safra atual no dia 9 de novem− bro com moagem de 3.767 milhões de toneladas de cana−de−açúcar, vo− lume 7,6% maior do que os 3.5 mi− lhões estimados pela empresa no iní− cio da temporada. É também o melhor resultado da companhia em 56 safras, representando 15,6% maior do que o recorde anterior, registrado na safra 2016 2017. De acordo com o gerente de Di− visão Industrial, Marco Antonio Car− doso de Toledo, a safra 2020/21 é considerada “muito boa” e são vários os fatores que contribuíram para o re− sultado. “Tivemos uma cana de me− lhor qualidade e o desempenho da in− dústria foi importante”, avalia. Toledo explica que a frustração fi− cou apenas pelo índice de aproveita− mento industrial. A falta de chuvas, que ajudou no ritmo da safra, também impediu que a indústria aproveitasse os tempos de parada em dias chuvosos para a manutenção preventiva.

“As paradas ficaram sob a res− ponsabilidade da indústria”, apon− tou. Com isso, o índice chegou a 95,15%, abaixo dos 96,5% estimados no início do ano.“Há outros núme− ros que nos levam a considerar está uma das nossas melhores safras, ain− da que tenha sido um ano atípico, por termos a pandemia da Covid− 19”, lembra. A produção de açúcar, quase 255 mil toneladas, estabeleceu um novo recorde batendo em 27% o melhor resultado até então, registrado em 2010.A energia exportada foi maior,

108.248 MWh, e a venda de bagaço para terceiros aumentou quase 60% quando comparada com a safra an− terior. Além disso, o Unicop, índice usado pela Copersucar para medir a produção, também estabeleceu novo recorde chegando aos 10.605.674 pontos ante os 8.332.334 da safra anterior. “Contamos com a união de todas as equipes e setores da Estiva, o que colaborou para a superação que vemos agora. O engajamento e o compro− metimento fizeram a diferença”, co− memorou o gerente.

Toledo comentou ainda que pla− nejamento, cronograma e antecipação marcam o início da entressafra. O ge− rente conta que todas as etapas foram planejadas em detalhes. Setores e equipes têm cronogramas bem defi− nidos com o que deve ser realizado para que a safra 21/22 comece. A empresa também antecipou a compra de suprimentos e a contrata− ção de fornecedores e prestadores de serviços para a manutenção.“A deci− são se mostrou acertada diante da fal− ta de alguns suprimentos, entre eles, os derivados do aço”, explicou.


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BP Bunge Bioenergia emprega Drones para auxiliar no controle biológico da lavoura Equipamentos são utilizados também para levantamento planialtimétrico dos campos para preparação do plantio da cana A BP Bunge Bioenergia utiliza inúmeras aplicações de novas tecnolo− gias para otimizar seus resultados no campo, entre elas, se destaca os drones telecomandados para distribuir larvas da vespa Cotesia Flavipes nos canaviais das suas 11 unidades, destinadas a realizar o controle biológico da broca−da−cana, espécie de larva de mariposa que pro− voca grandes perdas de produtividade na cultura da cana−de−açúcar. As Cotesias, que combatem a pra− ga se alimentando da broca−da−cana, são depositadas em recipientes e lan− çados pelos Drones, a partir de um planejamento georreferenciado para a melhor eficiência de localização, ga− rantindo resultados adequados ao ma− nejo biológico e substituindo o traba− lho que anteriormente era realizado manualmente. Isso reduz o tempo de distribuição do agente de controle biológico,geran− do economia que pode variar de 15% a 20% em relação ao sistema manual e gera mais segurança ao evitar, por exemplo, a exposição das pessoas ao ris− co de ataques de animais peçonhentos nos canaviais. "O uso dos Drones tem contribuído para a qualificação dos tra−

balhadores, tanto para a operação dos equipamentos, quanto no preparo e gestão das atividades", explica Rogério Augusto Bremm Soares, diretor Agrí− cola da BP Bunge Bioenergia. Além disso, a companhia usa Dro− nes e os chamados Vants, veículos aé−

reos não tripulados, para realizar o le− vantamento planialtimétrico dos campos com mapeamento dos terre− nos, que antigamente era realizado manualmente, por topógrafos. "Esses equipamentos também são utilizados para: apurar falhas de plantio no cana−

vial; para identificar e pulverizar lo− calmente áreas atacadas por ervas da− ninhas; para mapear linhas de cana e programar as colhedoras com piloto automático durante a colheita e para o monitoramento geral da lavoura", conclui Rogério.

Usina Guaíra encerra safra 20/21 com 2,9 mm de ton Companhia registrou excelentes índices de produção no ciclo A Usina Açucareira Guaíra (UAG), com unidade produtora em Guaíra, no interior paulista, encerrou a safra 2020/21, no dia 16 de novem− bro, com ótimos índices de produção. A empresa processou 2.952.018,59 milhões de toneladas de cana−de− açúcar nesta temporada. A produção de açúcar foi de 5,2 milhões de saca e a de etanol, 105 milhões de litros. Mesmo com um ano de seca muito intensa, com mais de seis me−

ses sem chuva, e com pluviometria acumulada de 657 mm até o mo− mento, a UAG obteve bons resulta− dos dos canaviais, cujo estágio médio de corte é de 4,3 anos. Os índices de produção são con− siderados excelentes: a produtividade média da safra ficou em 92,76 tone− ladas por ha e o teor de ATR ficou em 149,00 kg/tonelada. “A Usina Açucareira Guaíra está há mais de doze anos com a colheita me− canizada de cana crua e os resultados alcançados são possíveis em função da utilização de tecnologias inovadoras aplicada na área agrícola aliado ao ma− nejo eficiente utilizando práticas sus− tentáveis”, afirmou a companhia.


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Sistema de irrigação da CEV usou tubulação de PVC reforçado com fibra de vidro Projeto foi implantado entre o ano passado e este Com o objetivo de atender o crescimento da moagem e a expansão das áreas de aplicação de vinhaça na lavoura de cana−de−açúcar, a CEV – Central Energética Vicentina, locali− zada emVicentina, no Mato Grosso do Sul, implantou um novo trecho de adutora de RPVC, o que proporcio− nou um significativo aumento de produtividade da área irrigada com vinhaça, resultando assim em um ex− pressivo retorno do investimento. A implantação da nova etapa do sistema de irrigação ocorreu entre o ano passado e este e envolveu o for− necimento de uma tubulação de RPVC (PVC Reforçado com Fibra de Vidro) com Diâmetro Nominal de 250 mm e Classes de Pressão, que va− riam entre 10 kgf/cm2e 10 kgf/cm2. Com a etapa 2019/2020, a CEV al− cançou a marca de aproximadamente 14.000 metros de adutora instalada para recalque de vinhaça. O PRFV é um material composto da aglomeração de finíssimos filamen−

tos de vidro que conferem ao produto alto alongamento aliada à elevada re− sistência mecânica e foi fornecido pela K’Oregon Pipes, uma empresa brasi− leira, especializada na produção, co− mercialização de tubos, conexões, pos− tes e ecodutos, produzidos em materiais compostos de fibra de vidro. Com mais de 30 anos de criação, a empresa, que conta com uma equipe de engenheiros e técnicos especializa− dos, deu todo o suporte técnico ne− cessário, do início ao final do projeto implantação da nova fase de irrigação da usina.A K’Oregon Pipes foi a res− ponsável pelo estudo hidráulico, pelo detalhamento do projeto executivo, pelo treinamento e pela orientação e acompanhamento da instalação. “É com grande satisfação que a K’Oregon Pipes participou deste pro− jeto com acompanhamento especiali− zado e fornecimento de uma tubulação para transporte e aplicação de vinhaça na lavoura de cana−de−açúcar”, con− clui a empresa.


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Usina Caeté inicia safra 20/21 com um Centro de Inteligência Agrícola Sistema opera 24 horas, durante os sete dias da semana A implantação de um Centro de Inteligência Agrícola (CIA) é uma das grandes inovações desta safra para a Usina Caeté, Matriz, localizada em São Miguel dos Campos (AL) e para a Unidade Marituba, situada em Igreja Nova (AL). O projeto já está em operação na unidade da Usina Caeté em Paulicéia (SP), a primeira a adotar o sistema de monitoramento para o campo. De acordo com o gerente agrícola corporativo do Nordeste da Usina Caeté, Mário Sérgio Matias da Silva, o CIA opera 24 horas, durante os sete dias da semana ininterruptamente.“A ideia surgiu devido a necessidade eminente na busca da alta performan− ce dos indicadores das operações agrí− colas, por meio de ferramentas inte− ligentes disponíveis no mercado, que pudessem gerar informações em tem− po real com monitoramento remoto”, ressaltou o gerente. A partir dessa ideia, surgiu o contato com uma empresa líder no

mercado e foi implantado um proje− to piloto em fase experimental. “O objetivo inicial era analisar tempos improdutivos em uma frente de co− lheita mecanizada. Os resultados al− cançados foram bastante satisfatórios

e assim, a Usina Caeté implantou o projeto CIA”. No dia 15 de setembro as contra− tações foram efetivadas, e no final do mês (30) o Centro de Inteligência Agrícola entrou em operação.A equi− pe do CIA é composta por uma su− pervisão, uma coordenação, onze ana− listas e seis eletricistas, todos respon− sáveis pelo monitorando das duas uni− dades industriais. “O Centro de Inteligência Agrí− cola tem como premissas a tomada de decisão imediata, mediante operações em campo, com foco em monitora− mento online dos equipamentos em atividades, garantir maior eficiência na utilização da frota, visando aumento da produção e redução no consumo de combustíveis, dimensionamento as− sertivo na logística operacional, viabi− lidade econômica, garantindo efetivi− dade nas operações e indicadores de

resultados confiáveis para acompa− nhamento de um planejamento estra− tégico de operações agrícolas”, acen− tuou Mário Sérgio Matias dos Silva. O gerente agrícola corporativo destacou ainda que as operações agrí− colas monitoradas remotamente con− templam o monitoramento do CCT (corte, carregamento e transporte), rastreabilidade e gestão da frota de veículos leves, monitoramento das operações de preparo e plantio, da ir− rigação e vinhaça localizada. Com a implantação do CIA, a Usina Caeté conquistou inúmeros benefícios. Mário Sergio ressalta “a absorção de dados operacionais e apropriação de hora/km, sumarização de horas operacionais, visando anali− sar melhor o aproveitamento de tem− po dos recursos, garantindo assim, efi− ciência nas atividades, inibição de possíveis manipulação de dados ou intervenção humana, fazendo uso de interfaces de comunicação entre as ferramentas de gestão, além de possi− bilitar uma ação imediata, quanto ao descumprimento dos procedimentos elencados, mediante gestão online das atividades operacionais”. De acordo com o gerente, desde o início das operações, o CIA tem mostrado resultados que comprova− damente são indispensáveis para a melhoria contínua do processo. “O aprimoramento dos recursos opera− cionais, visando avanço produtivo nas atividades agrícolas, performance, re− dução de custos, são alguns dos dife− renciais desse sistema de monitora− mento, que busca sempre o melhor aprovisionamento orçamentário”, fi− nalizou Mário Sérgio.


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Produtos específicos são importantes para o bom crescimento do canavial Destaque para o MS Cana e o N32 que melhoraram o desenvolvimento das plantas e garantem mais produção no final da safra As plantas no geral necessitam de inúmeros nutrientes para realizar suas funções vitais com máxima eficiência. Dentre eles estão os macros e micros nutrientes. Por esse motivo, e para al− cançar a máxima produtividade é tão importante planejar e realizar o mane− jo nutricional do canavial. Para apoiar nesse processo, a Ubyfol, multinacio− nal brasileira, disponibiliza aos produ− tores soluções específicas que auxiliam o desenvolvimento da cana−de− açúcar, entre eles o MS Cana e o N32. Estes produtos, são fertilizantes foliares completos que atendem as necessidades nutricionais da cultura. O uso deles promove o equilíbrio meta−

bólico e o desenvolvimento fisiológi− co da planta, resultando em maiores taxas de crescimento e de armazena− mento de açúcar no colmo.A eficiên− cia de ambos é comprovada tanto pela estabilidade dos resultados, quanto

pelo aumento da produtividade de quem usa. A aplicação ocorre normalmente junto com inseticidas ou fungicidas, pois os dois fertilizantes da Ubyfol não possuem incompatibilidade e há testes

com a maioria dos produtos para a cana−de−açúcar. O programa da empresa para a cultura visa oferecer de maneira equi− librada os elementos, Nitrogênio (N) Enxofre (S), Manganês (Mn), Zinco (Zn), Boro (B), Cobre (Cu) e Molib− dênio (Mo), balanceados de forma a respeitar a marcha de absorção da planta. Para Michel Piemonte, coordena− dor de desenvolvimento técnico de mercado cana−de−açúcar, no con− junto é preciso a atenção do produtor para os sinais que o canavial dá ao longo do ciclo todo. “Suplementar é só um dos passos para boas produções. Planejamento, cuidado e avaliação, são importantes para produzir, especial− mente cana−de−açúcar”, explica. A companhia, com sede em Ube− raba/MG, desde 1985, desenvolve produtos especiais, com macro e mi− cronutrientes, para todas as culturas agrícolas. Com profissionais especia− lizados, possui assistência técnica de qualidade, com processos de vendas consultivos e bem estruturados, além de um relacionamento diferenciado.


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AGRÍCOLA

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Produtores de Paraíso inauguram biofábrica para produção de Adubo Biológico A questão do microbioma vem se tornando destaque na atividade agrícola

O microbioma vem ganhando destaque na atividade agrícola quan− do o assunto é trazer vida ao solo. Adotar novas práticas de manejo e inovações em busca da produtivida− de tem se tornado alternativas de muitos produtores para enfrentar os desafios diários do campo. É o caso dos irmãos Renato e Ricardo De− larco, produtores de cana com pro− priedade em Paraíso (SP), a Fazenda São Luiz, onde utilizam diferentes tecnologias para conseguir canaviais de excelência. “Começamos a usar o Micro− geo® só no cortador de soqueira. Agora passaremos a usar o produto em profundidade de 30 a 60 centí− metros, para enriquecer a subsuper− fície também com a matéria orgâni− ca, além do calcário e fósforo. Com isso, o solo fica corrigido, tanto na parte biológica como na química, dando suporte para as raízes cresce− rem e irem ao encontro de água, sentindo menos a seca”, explicou Ricardo.

“Na região de São José do Rio Preto já tem fornecedores que usam o Microgeo há oito safras com resultados muito bons” Ele comenta que com o proce− dimento, espera ter redução de cus− to e produtividade, mas, principal− mente, longevidade do canavial. Atualmente, os produtores plantam 2500 hectares, com idade média de 3.8 cortes e produtividade acima de 105 toneladas por hectares em ca− naviais que variam do 1º ao 10º corte. “Quando falamos em produ− tividade, queremos estabilizar a produção. É chegar a um patamar de produção e manter esse patamar. Is− so é o que estamos buscando”, des− tacou Renato. No ano passado, os produtores, que fornecem cana para a Usina Nardini, começaram a trabalhar com

Antonio Marcos da Silva

Renato e Ricardo Delarco

microbiologia. Inicialmente, a parte mecânica foi feita com equipamen− tos fabricados sob medida para aju− darem nos manejos. Depois foi in− crementado a parte química e ago− ra, intensificam o biológico para conquistar canaviais com altas pro− dutividades. “A seca afetou muito a lavoura este ano. Estamos pensando em an− tecipar a renovação do canavial em algumas áreas, pois a cana não de− senvolveu ainda o suficiente”, con− tou Ricardo, ressaltando que a adu− bação biológica beneficia a agrega− ção do solo, diminuindo a compac− tação, a erosão e aumenta a infiltra− ção e retenção de água, fato ideal em época de déficit hídrico, como ocor− reu este ano. Em outubro, os agricultores inauguraram uma BIM − Biofábri− ca Inteligente Microgeo®. Na oca− sião, os Delarco sediaram uma mi− cro−feira, com fornecedores de inovações e tecnologias, usadas em sua fazenda. Os convidados também conheceram o funcionamento da biofábrica, uma estrutura de 150 mil litros para produzir adubo biológico a partir de conteúdo ruminal, Mi− crogeo® e água não clorada. A par− tir do 15º dia, essa compostagem lí− quida contínua fica pronta para ser aplicada nos canaviais. De acordo com Antonio Marcos da Silva, da Microgeo®, o produtor pode tirar 15 mil litros de composto por dia para o uso no campo. Após a retirada, repõe a água e o Microgeo® e no dia seguinte o adubo biológico já está pronto novamente para uso. “Você pode aplicar 300 litros por hectare em cana uma única vez ou pode parcelar em duas vezes na apli− cação no solo. Também pode fazer a aplicação foliar, neste caso, conside− rando de 3 − 5% do volume total da calda com Microgeo®", explica. Silva reforça que cada vez mais cresce o interesse dos produtores ru− rais pela adubação biológica.“"A re− gião de São José do Rio Preto já conta com fornecedores que usam o Microgeo® há oito safras com resul− tados muito bons", contou. O pro− fissional enfatiza que o adubo bioló− gico produzido com Microgeo®, ao restabelecer o microbioma do solo, contribui para um processo produ− tivo mais eficiente e sustentável.


AGRÍCOLA

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Área colhida é a maior das últimas cinco safras Quantidade de cana processada cresceu 3,7% em relação ao ciclo 19/20 A quantidade de cana−de−açúcar processada pelas unidades do Centro− Sul cresceu 3,7% em relação ao ciclo 2019/2020, totalizando 565,92 mi− lhões de toneladas até o final de outu− bro, segundo o relatório Cana Zoom, produzido pela União da Indústria da Cana−de−açúcar (UNICA), em par− ceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), o Sistema TEM− POCAMPO e o Laboratório Integra− do de Análise de Dados em Agrone− gócio e Bioenergia (LINEAR). A matéria−prima apresentou 144,9 kg de ATR por tonelada, fren− te a 138,9 kg por tonelada observados do último ciclo, um crescimento de 4,3%. A concentração de açúcares foi favorecida pela estiagem, que perma− nece acima da média histórica para o mês. No acumulado até outubro, ve− rifica−se uma queda de 43,1% no ín− dice de precipitação pluviométrica médio do Centro−Sul.

Já a estimativa de área colhida até outubro apresenta elevação de 1,2% no comparativo com o último ciclo agrícola, alcançando 7,099 milhões de hectares no Centro−Sul. Trata−se maior avanço na área colhida das últimas cinco safras, favo− recido pelo aproveitamento do tempo acima da média – no acumulado da safra 2020/2021, o indicador perma− nece em 87,2%, maior valor da série

histórica desde o ciclo 2008/2009. O relatório também aponta que o rendimento médio da lavoura em ou− tubro de 2020 apresentou retração de 5,3% na comparação com 2019, atin− gindo 63,4 toneladas por hectare. É a primeira retração na produtividade desde maio deste ano.A despeito des− se fato, no acumulado da safra 2020/2021, a produtividade agrícola na região Centro−Sul atingiu 79,6

toneladas por hectare, aumento de 2,4% em relação ao ciclo anterior. “Ao considerar que cerca de 90% da área disponível já foi colhida neste ano, dificilmente a queda de rendi− mento por hectare esperada para os próximos meses de safra por conta da seca irá reverter o aumento de produ− tividade no ciclo 2020/2021”, analisa Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da UNICA.


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AGRÍCOLA

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IAC desenvolve indicador para investimentos em combate de incêndios Em 2020, foram investidos R$ 228 milhões para evitar e combater o fogo O Programa Cana IAC desenvol− veu o Indicador de Investimentos em Ações de Prevenção e Combate de Incêndios em Canaviais. O objetivo foi mensurar o investimento estimado na prevenção e controle de incêndios e o número de funcionários envolvi− dos em áreas de cana−de−açúcar, usando para isso uma amostra de 2020. A pesquisa do Instituto Agronô− mico, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, levantou informações junto a 93 unidades pro− dutoras de açúcar, etanol e energia na região Centro−Sul do Brasil. No to− tal, foram amostrados 3,3 milhões de hectares de área cultivada, isto é, um terço da área total de cana no país. Pa− ra a área pesquisada, foram investidos R$ 228 milhões na prevenção e com− bate a incêndios. O setor foi ouvido no período entre 28 de setembro de 2020 a 05 de outubro passado. “Extrapolando para todo o Brasil teríamos um investimento de R$ 690 milhões e o uso de 16.000 funcioná− rios nessa atividade; as informações levantadas demonstram o enorme es− forço realizado pelas unidades produ− toras na prevenção e controle de in− cêndios nos seus canaviais”, avalia o consultor do Programa Cana IAC, Rubens Braga Junior. Esses números variam de acordo com a região canavicultora. Na região Centro−Sul, o investimento médio foi de R$ 69,42, por hectare, e o uso de mão de obra foi de 1,55 funcionário, por mil hectares. Para a pesquisa, o Centro−Sul foi subdividido nas re− giões Norte e Sul. O estudo mostrou uma nítida di− ferença de investimento entre esses dois polos. Na região Norte o inves− timento médio foi de R$ 86,42, por hectare, e o uso de mão de obra de 1,57 funcionário, por mil hectares. Na Região Sul, onde há maior incidência de chuvas, são feitos os menores in− vestimentos, totalizando o valor mé− dio de R$ 44,38, por hectare, e o uso de 1,53 funcionário por mil hectares. A região Norte inclui os estados do Espírito Santo, Goiás, Minas Ge− rais, Mato Grosso,Tocantins e no es− tado de São Paulo, Araçatuba, Ribei− rão Preto e São José do Rio Preto, onde o clima pode ser considerado mais árido, com um regime de chuvas menos intenso.A região Sul envolve os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul

e no estado de São Paulo, as regiões de Assis, Piracicaba e Jaú. “É interessante observar como o investimento está totalmente associa− do com o clima da região estudada. Na região Sul, onde o clima é mais ameno, o investimento médio é de R$ 44,38, por hectare, enquanto na região Norte, muito mais seco, o investimen− to praticamente dobra para R$ 86,42, por hectare”, comenta Braga Junior. No estado de São Paulo, os in− cêndios chamados florestais, que ocorrem em qualquer forma de ve− getação, são mais frequentes no pe− ríodo de junho a outubro. Agosto e setembro reúnem o maior número de ocorrências. Na região de Ribeirão

Preto houve vários incêndios nesse período de seca em 2020. Lá, em um único dia de agosto foram registrados três grandes incêndios. Dentre as conclusões dessa pes− quisa, ficou evidente que o incêndio no canavial prejudica o setor sucroe− nergético, segundo Marcos Guimarães de Andrade Landell, líder do Progra− ma Cana IAC. Por isso são feitos in− vestimentos justamente para eliminar o risco de queimadas, desde que essa prática foi restringida há mais de uma década. Desde então, quando ocorrem incêndios em áreas de cana, grandes prejuízos são amargados pelos canavi− cultores. “Dentre as perdas estão a redução

da brotação do futuro canavial e a perda de longevidade dos mesmos, além da mudança de todo o crono− grama da colheita e as perdas de ope− rações de cultivo já realizadas, como adubação e controle de ervas dani− nhas”, completa Landell. Além disso, os incêndios prejudicam o solo, a fau− na e a flora. Assim, a criação do índi− ce, se deveu a número expressivo de incêndios, especialmente em um ano tão seco como tem sido 2020. A ideia de elaborar esse indica− dor foi desenvolvida junto ao setor sucroenergético. Para realizar a pes− quisa, Landell estabeleceu contatos com diversas unidades agroindus− triais, com associações de plantado− res de cana e com a Associação Bra− sileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto (ABAG−RP), que tem adotado ações educativas sobre incêndios, especialmente, os consi− derados criminosos. “Esses contatos tinham como ob− jetivo entender e dimensionar o ta− manho desse esforço envidado pelo setor sucroenergético para a preven− ção e o combate aos incêndios; desta forma, tentando quantificar este esfor− ço, sugerimos uma pesquisa junto ao setor e alcançamos a expressiva amos− tra de 3,3 milhões de hectares”, expli− ca Landell. O indicador pode ser utilizado pelo próprio setor para apresentar à sociedade o esforço feito para produ− zir com sustentabilidade ambiental.


MASTERCANA SOCIAL

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MasterCana Social premia os melhores do ano em gestão de pessoas e em responsabilidade socioambiental 92 cases foram escritos este ano O Prêmio MasterCana Social 2020 revelou, em 29 de outubro, em ceri− mônia realizada no auditório da em− presa DimasTec, em Ribeirão Preto (SP), as melhores usinas de cana em recursos humanos de 2020. Além do desejado principal prêmio da noite: o de Usina do Ano em Responsabilida− de Socio−empresarial que foi entregue à Usina Santa Adélia. O evento deste ano, devido a pandemia da Covid− 19, foi híbrido: presencial e online. Com moderação de Josias Messias, diretor da Procana, a 13ª Edição do MasterCana Social foi realizada pela ProCana Brasil em parceria com o Grupo de Estudos em Recursos Hu− manos na Agroindústria (GERHAI). Dessa vez, tiveram 92 cases inscritos pelas empresas, sendo que o Master− Cana contou com uma novidade este ano: a premiação das TOP 3, sendo laureadas as três empresas com os me− lhores cases inscritos nas categorias. A entrega dos prêmios foi feita por José Darciso Rui, diretor executivo e fundador do GERHAI; por Dimas Fausto, presidente da Dimastec e por Marcos Françoia, da Comissão Julga− dora do MasterCana Social. (colocar a

Dimas Fausto, presidente da Dimastec, José Darciso Rui, diretor executivo e fundador do GERHAI, Marcos Françoia, da Comissão Julgadora do MasterCana Social e Josias Messias, diretor da Procana

foto 000 perto dessa frase) “A tradicional premiação é uma iniciativa que visa incentivar, reco− nhecer e premiar as melhores práticas em gestão de pessoas e responsabili− dade socioambiental das empresas da cadeia produtiva bioenergética in− cluindo entidades representativas e empresas fornecedoras de produtos e serviços, que contribuem para o de− senvolvimento sustentável e promo− ção do bem−estar social de todos os envolvidos”, disse Josias Messias. Para José Darciso Rui, a cada edi− ção é evidente o aumento na quanti−

dade e qualidade dos cases inscritos,de− monstrados através de uma crescente preocupação com a forma de apresen− tação e melhoria nos projetos para que sejam competitivos.“Não há limite de cases, ou seja, a empresa poderá inscre− ver−se em todas as categorias”, explica. “Essa premiação é o reconheci− mento de um esforço que a gente vem fazendo há cinco anos para tornar a empresa um bom lugar para se traba− lhar, o que garante nossas operações e a estratégia”, ressalta Norberto Bello− di, diretor superintendente da Com− panhia Sucroenergética Santa Adélia.

Com 83 anos, a usina tem duas unidades, a de Jaboticabal e de Pe− reira Barreto, no interior paulista, que encerraram a temporada com moagem de 5,8 milhões de tonela− das, em uma safra considerada boa pelo diretor. “Devido ao déficit hí− drico, principalmente na região no− roeste, tivemos uma queda na pro− dução, que foi compensada, em par− te, pelo teor de açúcar na cana e terminamos com uma produção bem próxima do que tínhamos pla− nejado, apesar da matéria−prima ter sido bem menor”, contou.


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MASTERCANA SOCIAL

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VENCEDORES DA 13ª EDIÇÃO DO MASTERCANA SOCIAL

Categoria Educação e Cultura

Categoria Meio Ambiente

NORBERTO BELLODI, diretor superintendente da Companhia Sucroenergética Santa Adélia recebe o Empresa do ano em Responsabilidade Social”. prêmio “E

BEVAP - + Educa – Erradicação do Analfabetismo (Marcos Tadeu Moraes, diretor financeiro) CLEALCO - Qualidade Lay Off (Gustavo Henrique Rodrigues, diretor de Operações (COO) VIRALCOOL - Case Atleta do Futuro (Elida Moura Cardoso, coordenadora de RH)

BIOSEV – Semente do Futuro (Ellen Mara Alves de Souza) COFCO INTERNATIONAL – Projeto Polirizar (Matheus José Tripodi, supervisor de desenvolvimento agronômico da Cofco) GLEANCANE – Monirotamento da Fauna Terrestre nas áreas agrícolas

Categoria Valorização da Diversidade

Categoria Saúde Ocupacional

Categoria Desenvolvimento Humano

ATVOS – Acreditando na Diversidade CEVASA – Energia Feminina (Aline Oliveira Supervisora de Pessoas & Administração) DIANA – É normal ser diferente (Adriel Thiago Pereira Lima, especialista em folha de pagamento)

CORURIPE – Zero Acidente – Sempre (Allan H. P. da Silva, supervisor de Gestão Ambiental) GUAÍRA – Gestão Informatizada do SST (Mário Márcio dos Santos, gerente SST) SANTA ADÉLIA – Amigos Ajudam Amigos (Ana Dulce de Souza Nunes, gerente de Recursos Humanos)

CEVASA – Capacitação Corporativa (Luiz Paulo Sant'Anna, diretor geral) SÃO DOMINGOS – Reconhecimento Facial (Guilherme Augusto F. Nunes, analista de RH) SANTA ADÉLIA – Trilhas de Carreira (Ana Dulce de Souza Nunes, gerente de Recursos Humanos)

Categoria Qualidade de Vida

Categoria Comunidade

CLEALCO – Viva Bem (Gustavo H. Rodrigues, diretor de Operações (COO) GRUPO MORENO – Capoeira Como Terapia (José Elias Redigolo Jr, Gerente Corporativo de RH) NARDINI – Projeto Covid 19 (Carlos Henrique Benício, Gerente de Gente & Gestão)

JACAREZINHO – Ações Sociais durante a pandemia (Renatta Giraldi, analista de Comunicação) RAIZEN – Projeto Voar - (Daline de Godoy Florencio, coordenadora da Fundação Raízen e Ieda Monize Santana da Silva, analista Projetos Sociais) VALE DO PARANÁ – Desenvolvendo Talentos na Comunidade

Categoria Comunicação e Relacionamento

Categoria Usina do Ano em Responsabilidade Socio-empresarial

Destaque da empresa fornecedora GRUPO SÃO FRANCISCO SAÚDE – Projeto Tele Consulta (Eduardo Ribeiro, diretor da Regional Ribeirão Preto)

Destaque da entidade ASSOCIAÇÃO DAS INDÚSTRIAS SUCROENERGÉTICAS DE MINAS GERAIS (SIAMIG) – Prevenção e combate à Incêndios em 2020 (Monica Santos, dir. Comunicação Social)

CEVASA – Conectando Pessoas (Luiz Paulo Sant'Anna, diretor geral) SANTA ADÉLIA – Valorização interna (Ana Dulce de S. Nunes, ger. de Recursos Humanos) UISA – Comunicação ao alcance de todos (Marcelo Marinheiro Speltz, de Recursos Humanos)

Profissionais de Recursos Humanos TOP 3 2020 Marcelo Marinheiro Speltz, gerente de Recursos Humanos da UISA; Ana Dulce Souza Nunes, gerente de Recursos Humanos do Grupo Santa Adélia; Sérgio de Mira Machado, coordenador de Recursos Humanos da Usina São Domingos - na foto com José Darciso Rui, diretor executivo e fundador do Gerhai (Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria)


MASTERCANA SOCIAL

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VENCEDORES DA 13ª EDIÇÃO DO MASTERCANA SOCIAL

Dimas Fausto, da Dimastec e José Darciso Rui, do Gehai

Biosev, Top 3 na Categoria Meio Ambiente, com o projeto Semente do Futuro: Galliger Moreira, coordenador de SSMA, Ellen Mara Alves de Souza, analista de Meio ambiente e José Lucas Marinho, engenheiro de Segurança do Trabalho

Usina Nardini, Top 3 na Categoria Qualidade de Vida, com o projeto Covid 19: Eliandro Romani, diretor Agroindustrial da Usina Nardini e Carlos Henrique Benício, gerente de Gente & Gestão

Grupo Moreno, Top 3 na Categoria Qualidade de Vida, com o projeto Capoeira Como Terapia: Vânia Spoti, coordenadora Assistência Social, Marilda Moreno e José Elias Redigolo Junior, gerente Corporativo de RH.

Usina São Domingos, Top 3 na Categoria Desenvolvimento Humano, com o projeto Reconhecimento Facial e na Categoria Profissionais de Recursos Humanos TOP 3 2020: Ariel Souza, gerente de TI, Juliano Ficher, diretor Financeiro, Sergio Machado, coordenador de RH e Guilherme Franson, analista de RH

Usina Guaíra, Top 3 na Categoria Saúde Ocupacional, com projeto Gestão Informatizada do SST: Josias Messias, diretor da Procana e Mário Márcio dos Santos, gerente SST da Usina Guaíra

Usina Santa Adélia, Top 3 na Categoria Usina do Ano em Responsabilidade Socio-empresarial; na Categoria Saúde Ocupacional com o projeto Amigos Ajudam Amigos; na Categoria Desenvolvimento Humano com o projeto Trilhas de Carreira; na Categoria Comunicação e Relacionamento, com o projeto Valorização interna; na Categoria Profissionais de Recursos Humanos TOP 3 2020: Norberto Bellodi, diretor superintendente da Companhia Sucroenergética Santa Adélia e Ana Dulce de Souza Nunes, gerente de Recursos Humanos.

José Darciso Rui, diretor executivo e fundador do Gerhai (Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria), Juliano Ficher, diretor Financeiro da Usina São Domingos; Josias Messias, diretor da Procana; Norberto Bellodi, diretor superintendente da Companhia Sucroenergética Santa Adélia; Luiz Paulo Sant'Anna, diretor geral da Cevasa e Eliandro Romani, diretor Agroindustrial da Usina Nardini

Josias Messias, diretor da Procana, Matheus José Tripodi, supervisor de desenvolvimento agronômico da Cofco Internacional, Top 3 na Categoria Meio Ambiente com o projeto Polirizar e José Darciso Rui, diretor executivo e fundador do Gerhai

Cevasa, Top 3 na Categoria Valorização da Diversidade com projeto Energia Feminina; na Categoria Desenvolvimento Humano, com o projeto Capacitação Corporativa e na Categoria Comunicação e Relacionamento, com projeto Conectando Pessoas: Luiz Paulo Sant'Anna, diretor geral da Cevasa e Aline Oliveira Supervisora de Pessoas & Administração

Marcos Tadeu Moraes, diretor financeiro da BEVAP, Top 3 na categoria Educação e Cultura; Monica Santos, diretora de Comunicação Social da SIAMIG, destaque entidade com o projeto Prevenção e combate à Incêndios em 2020 e Allan Henrique Pedrosa da Silva, supervisor de Gestão Ambiental da Usina Coruripe, Top 3 na Categoria Saúde Ocupacional.

Dimas Fausto e Fabiana Vieira, da Dimastec uma das patrocinadoras do evento


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GESTÃO

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Prazo para entrada em vigor do PGR e de outras normas de segurança e saúde no trabalho é alterado A alteração da data foi necessária para adequar os prazos de vigência

A entrada em vigor do PGR (Programa de Gerenciamento de Ris− co) previsto na nova NR 1 (Disposi− ções Gerais e Gerenciamento de Ris− cos Ocupacionais) foi prorrogada pa− ra o dia 1º. de agosto de 2021. O no− vo prazo foi aprovado durante a 8ª Reunião Ordinária da Comissão Tri− partite Paritária Permanente (CTPP), do Ministério da Economia, realizada nos dias 5 e 6 de novembro. Na mesma data, também entram em vigor os novos textos da NR 7 (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO), NR 9 (Avaliação e Controle das Ocupa− ções Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos), NR 17 (Er− gonomia) e NR 18 (Industria da

Luiz Alves

Mauro Garcia

Construção), resultados do trabalho de modernização das normas regula− mentadoras de segurança no trabalho iniciado em 2019. Inicialmente, as normas estavam previstas para começarem a serem apli− cadas no mês de março de 2021.A alte− ração da data foi necessária para adequar os prazos de vigência do PGR e das Normas Regulamentadoras aprovados. Para a Luiz Alves, engenheiro de segurança do trabalho, o adiamento para implantação das normas dá mais tempo para as adequações que não se− rão simples. “Ao possibilitar uma boa gestão dos riscos ocupacionais, poderá

contribuir para redução de acidentes com ganhos para todos, empresas, tra− balhadores e estado com a redução de benefícios previdenciários e de custos de tratamentos de saúde”, afirmou. As normas regulamentadoras de se− gurança do trabalho começaram a ser reformuladas pelo Governo em feve− reiro de 2019. Este ano, a NR 1 foi atualizada para inclusão do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que pretende prevenir doenças ocupacionais e acidentes. O PGR passa a substituir o Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA) e com ele, todos os segmentos da economia farão seus pla−

nos conforme as diretrizes da NR 1. “Levando em consideração que o Brasil é um dos países com o maior número de acidentes de trabalho do mundo e principalmente na constru− ção civil, tenho certeza que a mudan− ça do PPRA para o PGR contribuirá para o país a perder essa liderança”, disse o gerente de Recursos Humanos da Usina Ibéria, Mauro Garcia. Garcia explica que, tecnicamente, a NR traz todos os critérios para ava− liação e identificação dos riscos e os seus controles. Para as empresas certi− ficadas na ISO 45001 a avaliação de risco deve constituir um processo contínuo e as não certificadas, certa− mente, terão uma ferramenta para identificar, avaliar, classificar e adotar medidas de controle dos seus riscos. “Não deixando de mencionar que as empresas de pequeno porte e com grau de risco 1 e 2 que não identifi− carem exposições a riscos ocupacio− nais ficam dispensadas da elaboração do PGR. Portanto, na minha opinião, será uma nova ferramenta de gestão muito importante para as empresas que levam a vida do trabalhador a sé− rio”, ressaltou.


Novembro 2020

Conheça o sistema de desmineralização de água por troca iônica Sistema foi projetado em função das características da água bruta O sistema da Filtrando Filtros é projetado em função das características da água bruta, com ins− trumentos de processo e de medição dos parâme− tros de contaminação da água, via controladores e tomadas de amostra na entrada e saída do sistema. O tratamento primário, para a proteção das resi− nas de troca iônica, permite clarificar, absorver o clo− ro livre e material orgânico residual da água bruta. A água desmineralizada pelas resinas das colunas catiônica e aniônica, é de excelente qualidade, sen− do muito utilizada em água de processos industriais e especialmente em caldeiras de alta pressão, com um leito misto, obtendo condutividade < 1 µS/cm. “A regeneração das resinas se realiza após um ciclo de produção de água desmineralizada em ho− ras ou m³, com ácido clorídrico ou sulfúrico é so− da cáustica, posteriormente se enxáguam para re− tirar o excesso de ácido e soda, ajustar pH e quali− dade solicitada da água desmineralizada”, informa a empresa Filtrando, que desenvolveu o sistema.

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

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