JornalCana 322 (Dezembro 2020/Janeiro 2021)

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Dezembro 2020/Janeiro 2021

SĂŠrie 2

NĂşmero 322




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CARTA AO LEITOR

Dez 2020/Jan 2021

índice EVENTOS Começa a temporada 2021 de webinares JornalCana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6

carta ao leitor

MERCADO

Andréia Vital - redacao@procana.com.br

Copersucar tornou-se a maior emissora de CBios do país . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Primeira safra do RenovaBio tem 85% do etanol certificado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 Feplana luta para incluir produtores rurais no RenovaBio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 Minas Gerais assina acordo para desenvolvimento verde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 Reino Unido anuncia cota de açúcar isenta de tarifa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 Cocal consegue autorização da Arsesp para Projeto Biogás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Safra 20/21 de cana deve encerrar com 605 milhões de toneladas no CS . . . . . . . . . .12 Produção de etanol de milho deve crescer 80,3% . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 Leilões de energia representam oportunidades para o setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 FS conclui expansão da planta de etanol de milho de Sorriso/MT, em março . . . . . .14 Aroeira emite primeiro “green bond” no setor sucroenergético . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 Grupo francês coloca em funcionamento sua 4ª usina no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 Bevap Bioenergia tem nova logomarca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 Com tratoraço, agricultores repudiam alta do ICMS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 “Não se trata só de um movimento contra o ICMS. É contra a má-fé” . . . . . . . . . . . . . .19

GESTÃO Cerradão viabiliza sua contratação de terceiros através de sistema revolucionário .20

INDUSTRIAL Texas Industrial aumenta 40% seu volume de vendas em 2020 . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21

TECNOLOGIA Com tecnologia ele reinventou a marcação de ponto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22 Reconhecimento Facial chega às usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23

USINAS Diana Bioenergia prepara nova safra de excelência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 MCD Transmissão é a solução em cubos redutores finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25 ACP Bioenergia supera 2,5 milhões de toneladas na safra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 São Domingos aposta em ferramenta de inteligência artificial para bater recorde agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28

AGRÍCOLA Drones ajudam Raízen a reduzir custos na aplicação de insumos . . . . . . . . . . . . . . . . .29 Alta produtividade depende de gestão, segurança e qualidade das operações . . . .30 Gerenciamento de rotina como ferramenta de melhoria contínua . . . . . . . . . . . . . . . .31 Conheça as vantagens do Oxiflux no sulco de plantio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32

MASTERCANA BRASIL 2020 Prêmio MasterCana Brasil 2020 homenageia os melhores do ano . . . . . . . . . . . .34 a 42

RH Nota Técnica esclarece sobre caracterização da Covid-19 como doença ocupacional . .43

“Depois que tiverem comido até ficarem satisfeitos, louvem ao Senhor, o seu Deus, pela boa terra que lhe deu.” Deuteronômio 8:10

A safra da Resiliência A pandemia e seus impactos foram motivo de muita preocupação para o setor bio− energético em 2020, mas não há dúvidas de que a safra 2020/2021 será considerada por muitas companhias como a melhor de suas histórias. A temporada marcou o início da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), tendo 65% das empresas produto− ras de etanol no país certificadas e aptas a emitirem créditos de descarbonização (CBios). Esta edição traz conteúdo relevante sobre o programa, apontado como a maior ini− ciativa de descarbonização da matriz de transportes do planeta, e também sobre as es− tratégias das empresas para manterem os bons números operacionais na temporada que se inicia.Também informa que o setor agrícola se uniu contra a majoração do Impos− to sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) determinado pelo Governo do Estado de São Paulo, que representa o aumento da carga tributária de diversos produ− tos. Mais de 150 cidades paulistas participaram da manifestação com outdoors, carros de som e máquinas agrícolas, que desfilaram nos centros das cidades, com o propósito de conscientizar a população sobre as consequências do aumento no imposto. Na área de gestão, a edição mostra como as usinas vêm reduzindo custos e riscos no processo de contratação de terceiros com o GDT.Trata−se de um sistema eficiente no controle de integração e na gestão de entrada dos terceirizados na usina. Informa ain− da que a pandemia trouxe além dos desafios, muitas oportunidades, provocando uma onda de investimentos no setor, fato que ajuda a reforçar os caixas das empresas forne− cedoras. A edição 322 destaca também que a inteligência artificial está possibilitando um ga− nho significativo de produtividade e de gestão na área de RH, com um revolucionário aplicativo que leva mobilidade à marcação do ponto onde quer que o colaborador es− teja. As funcionalidades do DT Faceum, com reconhecimento facial e IA, são detalha− das por Dimas Fausto, presidente e fundador da Dimastec, na matéria de capa. Na área agrícola, representantes de usinas de cana com cases de alta produtividade agrícola, informam as iniciativas para se conseguir canaviais com alta performance e su− gestões sobre soluções para tratamento de qualidade dos toletes de cana. Por fim, e não menos importante, para efeito de benchmarking e também de reconhecimento a quem lidera o desenvolvimento do setor, os leitores poderão conferir o especial sobre as Usi− nas do Ano e os Mais Influentes do Setor do MasterCana Brasil 2020. É muito conteúdo interessante! Boa leitura!



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EVENTOS

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COMEÇA A TEMPORADA 2021 DE WEBINARES Canal no YouTube já disponibiliza mais de 16 mil horas de conteúdo O ano de 2020 terminou com uma lição importante: toda crise é uma oportunidade para se reinventar, se conectar e superar. Foi enfrentando esse desafio que nos inserimos no universo dos webinares, além das pre− miações híbridas, presenciais e online.

Nosso canal no YouTube, por exemplo, conquistou mais de 2 mil seguidores qualificados e produzimos mais de 16 mil horas de conteúdo de altíssima qualidade que até o momen− to somam mais de 60 mil visualizações qualificadas. Tudo “De Usina para

Usina”, que adotamos como nosso slogan! Esse sucesso seria impossível sem a confiança e o relacionamento profun− do que cultivamos com o público bioenergético, composto por acionis− tas, executivos, gestores e toda as áreas

profissionais das usinas e daqueles que vivem o dia−a−dia do setor no Brasil e em outros países. Agora, começa a temporada de webinares em 2021. Confira a progra− mação dos webinares através do link www.jornalcana.com.br/webinar.


MERCADO

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Copersucar tornouse a maior emissora de CBios do país Foram emitidos aproximadamente quatro milhões de títulos verdes Atuante desde a idealização do RenovaBio em 2017, a Copersucar se tornou a maior emissora de títulos verdes do país, com aproximadamen− te quatro milhões de CBios só em 2020, cerca de 25% do total. Como um CBio equivale a uma tonelada de emissões de CO2 evitada ou sete árvores em termos de captura de carbono, é possível concluir que só no primeiro ano a produção certifica− da de etanol nas 34 usinas sócias da Copersucar tirou quatro milhões de toneladas de carbono da atmosfera ou o equivalente a 28 milhões de árvores em termos de captura de carbono. "Atingimos esse índice expressivo

porque nos organizamos e agimos ra− pidamente para participar do programa, que está alinhado com nossa estratégia de sustentabilidade e é relevante para toda a cadeia produtiva, a economia do país e para a qualidade de vida global", afirma o gerente de Comunicação Corporativa e Relações Institucionais da Copersucar, Bruno Alves Pereira. No processo de certificação, a área de Sustentabilidade da companhia pro− moveu reuniões e treinamentos com as associadas para detalhar as regras do programa e o funcionamento da Reno− vaCalc, a ferramenta que calcula o im− pacto ambiental em todo o ciclo de vi− da da produção de etanol e gera uma Nota de Eficiência Energética−Am− biental, que permite a emissão dos CBios. Além disso, a Copersucar con− tribuiu para que os sistemas de contro− le, certificação e escrituração dos CBios fossem eficientes e contemplassem tam− bém o seu modelo de negócio singular.

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MERCADO

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Primeira safra do RenovaBio tem 85% do etanol certificado Já foram registrados mais de 17 milhões de CBios 2020/2021, que vai até 31 de março, esse número pode atingir 23 milhões. “Mesmo com os desafios deste ano conseguimos tornar o RenovaBio uma realidade.Assim, entregamos pa− ra a sociedade brasileira um novo pa− tamar de transparência e mensurabili− dade da pegada de carbono, sem pa− ralelo no mundo”, analisa Evandro Gussi, presidente da UNICA. “Precisamos destacar o trabalho sério realizado pelo Ministério de Minas e Energia, pela Agência Nacio− nal de Petróleo, Gás Natural e Bio− combustíveis, pelo Congresso Nacio− nal e pelo Conselho Nacional de Po− lítica Energética na implementação da política”, complementa. Atualmente, 215 unidades produ− toras de etanol, 22 unidades produto− ras de biodiesel e 1 produtora de bio− metano estão certificadas.

A safra 2020/2021 da cana−de− açúcar no Centro−Sul do Brasil se encaminha para o encerramento ten− do como principal avanço a bem−su− cedida implantação da Política Nacio− nal de Biocombustíveis (RenovaBio). Atualmente, 65% das empresas produtoras de etanol no país partici− pam do programa e estão certificadas e aptas a emitirem créditos de descar− bonização (CBios) – essas empresas representam cerca de 85% da produ− ção nacional de etanol. Até dia 11 de dezembro de 2020 foram registrados mais de 17 milhões de CBios e mais de 80% dos títulos ha− viam sido adquiridos para o cumpri− mento das metas pelas distribuidoras.A União da Indústria de Cana−de− Açúcar (UNICA) estima que até 31 de dezembro a soma de CBios gerados deve chegar a 18 milhões. Na safra

Feplana luta para incluir produtores rurais no RenovaBio Especialistas apoiam a correção da distorção A inclusão do fornecedor de cana na Política Nacional de Biocombus− tíveis (RenovaBio) para recebimento de Créditos de Descarbonização (Cbios), hoje direito exclusivo para usinas, foi defendida pelo pesquisador da Embrapa, Miguel Ivan Lacerda, em webinar promovido, em dezembro, pela Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana). O especialista é considerado o “pai do RenovaBio” por ter sido o seu maior formulador e conseguiu tirá− lo do papel no governo Temer, na gestão do ministro Fernando Bezerra Filho, de Minas e Energia, e que con− tinuou participando do seu desenvol− vimento no governo Bolsonaro. Para Lacerda, o setor produtivo rural tem o direito aos Cbios porque é quem participa de sua viabilização através do campo, local que mais con− tribui na absorção de CO² da atmos− fera. Ele lembrou, inclusive, que o de−

sempenho ambiental do biocombus− tível, no qual precisa ser comprovado através da RenovaCalc, leva em conta não só as questões industriais, mas também aspectos agrícolas, sendo jus− to a então inclusão do produtor. A Feplana aproveitou para refor− çar tal pleito ao deputado federal, Efraim Filho, líder dos Democratas na Câmara e autor de um Projeto de Le (PL 3149/20) para reformular a Lei 13.576/20 e incluir também o produ− tor rural no recebimento de Cbios. No webinar, Efraim reforçou seu em− penho para, junto ao setor produtivo do campo, corrigir a distorção. No evento online, a representante pelo setor de Baixa Emissão de Carbo− no do Ministério de Agricultura (Ma− pa), Priscilla Maciel, também defendeu

esta adequação. Todavia, ela lembrou que o primeiro passo do segmento ru− ral deve ser com a certificação ambien− tal desta biomassa, que potencializará seu ingresso no mercado de Cbios e em uma agenda de sustentabilidade. Para isso, apresentou o modelo e plataforma de certificação chamado de Selo ProAR2030, que já está sendo implantado nos canaviais da Paraíba, de forma pioneira no país. Ele consis− te na rastreabilidade de toda produção. Priscila concluiu dizendo que a ga− rantia do Cbios para os agricultores não “entra em rota de colisão com o usineiro, mas, em rota de coalizão”. “Infelizmente, boa parte dos in− dustriais não querem repassar os Cbios ao fornecedor de cana por conta des− sa distorção no RenovaBio, mesmo

nós sendo parceiros com o envio da biomassa para fabricar o biocombus− tível. Fazemos parte dessa cadeia pro− dutiva, sendo inclusive responsável pela maior captura de carbono, em larga escala. Portanto, é justo e urgen− te tal mudança na lei com o PL, e, ainda mais rápido, a revisão do Reno− vaCalc”, disse o mediador da webinar e presidente da Feplana, Alexandre Andrade Lima. O presidente da União Nordesti− na dos Produtores de Cana (Unida), José Inácio, criticou tal distorção, fa− zendo que o setor não receba os Cbios nesta primeira safra canavieira que os créditos estão sendo pagos. No webinar, Inácio ainda adiantou que poderá até judicializar a questão se nada acontecer.



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Minas Gerais assina acordo para desenvolvimento verde Iniciativa visa estabelecer ações para a transição energética Minas Gerais é o primeiro Estado do Brasil a assinar acordo com o Rei− no Unido em torno de uma agenda de desenvolvimento verde rumo à 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), mar− cada para 2021 em Glasgow. O com− promisso foi selado no começo de de− zembro, em Belo Horizonte (MG), com a assinatura do Memorando de Entendimento entre o governo mi− neiro e o Reino Unido. Na presença do governador Ro− meu Zema e da embaixadora interina do Reino Unido no Brasil, Liz Da− vidson, foi formalizada a intenção de promover o desenvolvimento econô− mico sustentável e o compromisso para engajamento com a campanha global “Race to Zero”, que objetiva a neutralização de emissões e a descar− bonização devido às mudanças climá− ticas mundiais. Na avaliação da embaixadora Liz Davidson, Minas tem muito a ganhar com esse debate, inclusive com a ge− ração de mais receitas e empregos. “Governos estaduais têm papel cha− ve nisso e estão sendo convidados a participar da ‘corrida ao zero’ assu− mindo também esse compromisso. O Reino Unido quer reduzir em 68% a emissão até 2030. O Brasil tem enor− mes vantagens comparativas para se posicionar como uma economia ver− de. As medidas de baixo carbono re−

sultariam em um aumento acumula− do de R$ 2,8 trilhões em 2030, e 2 milhões de empregos a mais em 2030, principalmente no setor de indústria e serviços”, destacou. O memorando formaliza a in− tenção de cooperação em mais áreas para promoção do desenvol− vimento sustentável, uma vez que envolve também as secretarias de Estado de Desenvolvimento Eco− nômico (Sede), de Meio Ambiente (Semad) e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), além da Fundação Estadual do Meio Am− biente (Feam) e do Instituto Esta− dual de Florestas (IEF). Com o desdobramento do acor−

do, serão estabelecidas ações voltadas ao enfrentamento dos efeitos das mu− danças climáticas, bem como à transi− ção energética e, a partir disso, elevar Minas Gerais a um Estado referência na temática no Brasil e apresentá−lo como tal na COP26. Já está em anda− mento, por exemplo, o planejamento de workshops referentes à temática “Transição Energética”. O impulsionamento da eco− nomia verde e a possibilidade de novos investimentos pautados na sustentabilidade para Minas Gerais também poderão ser resultados do memorando assinado, na avaliação do presidente da Fundação Esta− dual do Meio Ambiente (Feam),

Renato Brandão. “O desenvolvimento verde passa pela discussão das mudanças climáti− cas, que serão escopo da COP26, em Glesgow. Há um foco do Reino Uni− do em trazer resultados para poder auxiliar os Estados a trabalharem as mudanças climáticas com foco nas transições energéticas e em transições ecológicas e sociais para toda a popu− lação mineira”, analisa. Também é objetivo do memoran− do promover oportunidades e fomen− tos de investimentos voltados à eco− nomia verde e visando a energia lim− pa, tecnologias de baixo carbono, agricultura sustentável e restauração ecológica. Assim, cria−se um espaço para atuação conjunta entre a Sede, a Agência de Promoção de Investimen− tos e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi) e o governo britânico para atração de novos investimentos para o estado. Vale destacar a atuação de em− presas como BP Bunge Bioenergia, que participou do evento, tendo co− mo representante Daniel Lobo, supe− rintendente industrial do cluster Centro. Na oportunidade, Lobo re− forçou as contribuições do setor su− croenergético e a atuação da compa− nhia para a agenda ambiental do país e de Minas Gerais, ressaltando o Re− novaBio e tecnologias e práticas sus− tentáveis do negócio.

Reino Unido anuncia cota de açúcar isenta O governo do Reino Unido anunciou a criação de uma cota de 260 mil toneladas de açúcar de cana− de−açúcar bruto com tarifa zero, que entra em vigor em a partir de 1º de janeiro, com a duração de 12 meses.A medida, que amplia o acesso ao mer− cado que era suprido majoritaria− mente por produto da União Euro− peia, foi precedida de uma consulta pública da qual o setor produtivo na− cional participou, com o apoio do governo brasileiro. Em sua contribuição à consulta pública, a União da Indústria de Ca− na−de−Açúcar (UNICA) reforçou a importância da criação da quota au− tônoma para aumentar a concorrên− cia no mercado, beneficiando os con− sumidores e dando competitividade à indústria britânica.

“A partir de janeiro, a indústria e os consumidores terão acesso a um açúcar produzido com o mais alto respeito ao meio ambiente e à pro− teção social. Em um momento em que todos os países buscam parceiros para garantir cadeiras produtivas que tenham sustentabilidade, o Brasil é

um fornecedor privilegiado”, avalia Eduardo Leão de Sousa, diretor exe− cutivo da UNICA. A tarifa aplicada ao açúcar im− portado até o momento é a mesma da União Europeia, de 339 euros por tonelada. Com isso, em 2019, o Bra− sil exportou 79 mil toneladas para o

Reino Unido, e em 2020, de janeiro a outubro, 186 mil toneladas. “Em 2020, nossos embarques para o Reino Unido foram am− pliados devido a um conjunto de fatores favoráveis, como câmbio e safras menores em outros países produtores. No entanto, podemos observar que os volumes são me− nores do que a cota anunciada” analisa Sousa. “Vale ressaltar que o volume de 260 mil toneladas isen− to de tarifa será preenchido tri− mestralmente por qualquer país, respeitando a ordem de chegada”, complementa. Com a saída do Reino Unido da União Europeia, o país possui inde− pendência para aplicar as suas próprias tarifas e passará a cobrar 280 libras por tonelada de açúcar extracota.


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Cocal consegue autorização para Projeto Biogás A unidade terá capacidade de produzir 33,5 milhões Nm3 de biogás A Cocal adquiriu autorização da Arsesp (Agência Reguladora de Ser− viços Públicos do Estado de São Pau− lo) para o contrato de compra de ven− da de biometano com a GasBrasiliano. Com isso, a distribuidora poderá dar andamento ao Projeto Cidades Sus− tentáveis, que visa abastecer muníci− pios do oeste paulista com o biometa− no produzido pela Cocal. Em seu Projeto Biogás, a usina se− gue com a implantação da sua nova planta industrial, com previsão de par− tida para abril de 2021.A unidade te− rá capacidade de produzir 33,5 mi− lhões Nm3 de biogás, a partir dos re− síduos da cana−de−açúcar (torta de filtro, vinhaça e palha). Sendo assim, estima a produção de 8,9 milhões Nm3/ano de biometano, aproxima− damente 24 mil Nm3/dia. O investimento total no projeto é de R$ 160 milhões,sendo R$ 130 milhões por parte da Cocal, para a produção do combustível, e R$ 30 milhões da Gas− Brasiliano, destinados à construção de 65 quilômetros de rede de distribuição. Os municípios de Narandiba, Pi− rapozinho e Presidente Prudente, to−

dos no interior de São Paulo, serão os primeiros abastecidos com biometano na região, atendendo indústrias, co− mércios, residências e veículos leves e pesados (GNV – gás natural veicular). A Cocal pretende também tornar

autossustentável o consumo de 30 mi− lhões de litros de diesel da sua safra. Se− rá possível ainda a venda de energia elétrica via geração distribuída. “Essa produção também será be− néfica para o meio ambiente, pois

oferece uma nova fonte de energia limpa e renovável para consumo, contribui para o desenvolvimento regional e garante uma destinação nobre para os resíduos industriais”, informa a companhia.


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Safra 20/21 de cana deve encerrar com 605 milhões de toneladas no CS Estimativa é da UNICA

A safra 2020/21 de cana−de− açúcar no Centro−Sul do Brasil deve encerrar com 605 milhões de tonela− das, com índice de qualidade de 144,70 kg de ATR por tonelada de cana, o maior das últimas dez safras. O volume representará crescimento de 2,5% em relação ao ano−safra 2019/2020, quando foram processadas 590,36 milhões de toneladas. Já a pro− jeção para o final do ciclo é de 87,54 milhões de toneladas de ATR.A esti− mativa é da União da Indústria de Cana−de−Açúcar (UNICA), que considera a temporada com os me− lhores números dos últimos anos. Do total de cana, 46,04% devem ser destinados à produção de 38,4 milhões de toneladas de açúcar,ante 26,7 milhões no ciclo anterior.A produção de etanol é estimada em 30,44 bilhões de litros, 8,45% menor do que os 33,26 bilhões de

litros produzidos na safra passada. Do volume total, 9,76 bilhões de litros de− vem ser de etanol anidro (−3,2%) e 20,69 bilhões de hidratado (−10,7%). Já a produção de etanol a partir do milho deve atingir 2,65 bilhões de li− tros, representando um incremento em torno de 63% em relação ao vo− lume produzido no último ano agrí− cola, que foi de 1,62 bilhão de litros. De acordo com o diretor técnico

da UNICA, Antônio de Pádua Ro− drigues, a produtividade no início da próxima safra poderá ser prejudicada pelo clima seco observado nesse ano. “O impacto na produtividade no meio e final de safra dependerá das condições climáticas observadas nos próximos meses”, disse. As queimas acidentais ou crimino− sas observadas neste ano também devem promover redução na oferta de cana−

de−açúcar. Fato intensificado também pela redução da taxa de renovação dos canaviais, que deverá ficar entre 12% a 13%,e pelo avanço no plantio e migra− ção para outras culturas que podem re− duzir área disponível para colheita. “A oferta de açúcar deverá ser re− duzida pela menor disponibilidade de cana−de−açúcar e pela provável re− dução na qualidade da matéria−pri− ma”, ressalta o diretor.

Produção de etanol de milho deve crescer 80,3% Projeção é da Conab

No acumulado até 01 de janeiro de 2021, a moagem somou 597,36 milhões de toneladas,o que representa um cresci− mento de 3,16% no comparativo com o mesmo período do último ciclo agrícola. A produção acumulada de açúcar no mesmo período atingiu 38,20 mi− lhões de toneladas, com crescimento de 44,22% no comparativo com o mesmo período da safra passada. A produção de etanol até 01 de janeiro de 2021, por sua vez, atingiu 9,59 bi− lhão de litros de etanol anidro (− 2,70%) e 19,71 bilhão de litros de eta− nol hidratado (−11,60%). Especificamente na segunda quinzena de dezembro, a produção de etanol hidratado foi 25,94% superior a quantidade observada no mesmo período no ciclo 2019/2020. Esse au− mento se deve, majoritariamente, ao biocombustível produzido a partir do milho, que totalizou 88,67 milhões de litros na segunda metade do mês. No acumulado desde o início da

safra 2020/2021 até 01 de janeiro de 2021, foram produzidos 1,35 bilhão de litros de etanol de milho, com au− mento de 82,72% em relação ao ciclo agrícola 2019/2020. Na segunda quinzena de dezem−

bro, 7 empresas encerraram a moa− gem. No acumulado desde o início da safra até 1 de janeiro de 2021, já são 258 unidades com safra 2020/2021 encerrada, ante 257 verificadas na mesma data de 2020. Em janeiro de

2021, 10 unidades devem seguir pro− duzindo, sendo 5 exclusivas de etanol de milho, 3 processando cana−de− açúcar e 2 unidades flexíveis que uti− lizam milho e cana−de−açúcar como matéria−prima.


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Leilões de energia representam oportunidades Anúncio de novos certames foram divulgados pelo MME O anúncio da realização de qua− tro leilões em 2021 para a contratação de novos projetos de geração de ener− gia elétrica, no dia 8 de dezembro, pe− lo Ministério de Minas e Energia (MME), representa uma oportunida− de para o setor sucroenergético. O cronograma possibilita o início do planejamento dos projetos de investi− mento em geração a serem inscritos nos certames. O último leilão em que a biomas− sa da cana participou foi o A−6, reali− zado em outubro de 2019, juntamente com empreendimentos hidrelétricos, eólicos, fotovoltaicos e termelétricas a gás natural e biomassa em geral. Na oportunidade, o gás natural foi a fonte que mais comercializou ener− gia no A−6, de 2019, levando sozinho 40% da demanda total com três proje− tos. Os projetos de bioeletricidade da cana representaram apenas 4% da de− manda contratada, com seis projetos. “O resultado dos leilões poderia ser diferente caso fosse levado em conta o caráter sustentável da biomas− sa, de evitar a emissão de gases de efeito estufa. Contudo, o modelo de contratação nos leilões ainda é míope quanto a vários atributos das fontes e, espera−se, que seja aprimorado nos próximos anos”, comenta Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da União da Indústria de Cana−de− Açúcar (UNICA). Os leilões de energia nova têm como finalidade atender ao aumento de carga das distribuidoras de energia elétrica e possibilitam a venda e a contratação de energia de usinas que ainda serão construídas e/ou amplia− das, no caso da biomassa. Esses leilões

podem ser de vários tipos: A−6 (usi− nas que entram em operação comer− cial em até seis anos), A−5 (em até 5 anos),A−4 (em até 4 anos) e A−3 (em até três anos). De acordo com a portaria divul− gada ontem, em 2021, está prevista a promoção dos Leilões de Energia Nova A−3 e A−4, a serem realizados em junho de 2021, e dos Leilões de Energia Nova A−5 e A−6, a serem realizados em setembro de 2021. Para 2022 e 2023 estão previstos apenas os Leilões A−4 e A−6, em abril e setem− bro de cada ano. O MME também determinou ofi− cialmente o cancelamento dos leilões de energia nova em 2020, cuja postergação havia sido estabelecida em março por conta da pandemia de Covid−19. Também foi divulgada a Portaria MME nº 436 propondo a realização de Leilões de Energia Existente de 2021 a 2023. Em 2021, serão promo− vidos os Leilões de Energia Existente A−4 e A−5, a serem realizados em ju− nho, e A−1 e A−2, a serem realizados em dezembro. “Seria importante a bioeletricida− de e o biogás poderem participar des− ses leilões A−4 e A−5, porém, a prin− cípio, apenas projetos termelétricos a gás natural e a carvão mineral nacio− nal poderão entrar no páreo. Esses lei− lões serão relevantes porque permiti− rão a participação de empreendimen− tos novos e retrofits das usinas exis− tentes, que é o caso de diversos pro− jetos no setor sucroenergético”, avalia Souza.“Precisamos garantir que fon− tes sustentáveis também entrem nesses certames, ampliando a sustentabilida− de da nossa matriz”, complementa.

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FS conclui expansão da planta de etanol de milho de Sorriso/MT, em março A FS deve inaugurar a segunda fase de sua planta de etanol de milho, em Sorriso (MT), em março deste ano. A unidade já está em funciona− mento desde fevereiro de 2020, quando foi con− cluída a primeira fase. A capacidade total atual de 530 milhões de litros de etanol/ano será elevada para 850 milhões de litros de etanol/ano com a fi− nalização das obras.Além disso, poderá produzir até 23 mil toneladas de óleo de milho, gerar cerca de 170 mil megawatts de energia elétrica e produzir até 720 mil toneladas de DDGs (Dried Distillers Grains) usados na nutrição animal. A usina aumentará também a capacidade de ar− mazenagem com a conclusão de uma terceira uni− dade armazenadora, passando a ter capacidade total de estocar até 600 mil toneladas de milho. Primeira usina de etanol do Brasil a utilizar milho em 100% da produção, a FS já tem uma unidade, em Lucas do RioVerde (MT). Inaugurada em 2017, a planta tem capacidade de produzir cerca de 530 milhões de li− tros de etanol/ano. A companhia segue com o cronograma para a construção de mais quatro unidades. Quando con− cluídas, as cinco usinas somarão capacidade produ− tiva de 2,6 bilhões de litros de etanol ao ano, alçan− do a FS Bioenergia a uma das três maiores empre− sas de etanol do país. “O plano de expansão da FS, com as cidades anunciadas anteriormente − Prima− vera do Leste, Campo Novo do Parecis, Querência

e Nova Mutum − segue em andamento. Todos os terrenos já foram adquiridos e os projetos foram li− cenciados junto à agência ambiental estadual”, afir− mou a empresa ao JornalCana. Para dar seguimento aos projetos, a empresa tem buscado recursos no mercado. Em 15 de de− zembro de 2020, fez a captura de U$ 550 milhões em emissões de TítulosVerdes, aderindo aos Prin− cípios de Green Bonds, segundo a avaliação da SI− TAWI. Foi a primeira emissão da empresa no mercado internacional e atraiu US$ 1 bilhão e in− vestimentos estrangeiros. Em janeiro, a FS realizou a captação comple− mentar com a emissão de mais US$ 50 milhões.As novas notas foram oferecidas como uma emissão adicional aos títulos verdes captados em dezembro, que serão consolidadas, e formarão uma única sé− rie com o valor principal agregado, elevando o to− tal para US$ 600 milhões. A oferta, coordenada

pelo Morgan Stanley, teve demanda de quase seis vezes o valor pretendido, superando as expectati− vas mais uma vez. “A nossa primeira emissão internacional foi muito bem sucedida e, por isso, decidimos realizar essa reabertura, que foi novamente bem aceita pelos investidores, reforçando a confiança do mercado nos resultados das nossas operações”, afirma o CEO da FS, Rafael Abud. Os títulos foram precificados acima do par e tem vencimento em 5 anos da data da emissão original. “Isso é reflexo da melhor percepção de crédito da FS no mercado, além da melhora do cenário ma− croeconômico global. Precificamos a reabertura do bond em U$ 106,50, que implicou em um yield de cerca de 8%, versus os 10% da primeira emissão”, completa Abud. A empresa captou ainda R$ 530 milhões em emissões verdes no Brasil junto ao Santander e Cre− dit Suisse, com a emissão de Certificados de Rece− bíveis do Agronegócio (CRA), no valor de R$ 210 milhões, pelo Credit Suisse, em fevereiro de 2020. Depois, em junho, a FS realizou a emissão de R$ 140 milhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), também com o Credit Suisse, e, por último, um empréstimo bilateral com o Santander no valor de R$ 180 milhões. Essas duas últimas, possuem ju− ros atrelados a metas sustentáveis, modelo pioneiro no Brasil, que estão sendo trabalhadas pela empresa.


MERCADO

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Aroeira emite primeiro “green bond” no setor Operação envolveu R$ 150 milhões

A Bioenergética Aroeira, localiza− da em Tupaciguara (MG), realizou a emissão de certificados de recebíveis do agronegócio (CRA) “verde” com carimbo da Sitawi, a maior certifica− dora de financiamentos sustentáveis da América Latina. A operação, coorde− nada pelo Banco Alfa, envolveu R$ 150 milhões e teve demanda elevada de investidores. O prazo de operação do CRA será de cinco anos, com ca− rência de 18 meses para o pagamento. É o primeiro “green bond” no setor sucroenergético no Brasil. Pon− tos favoráveis para a avaliação foram a produção de etanol, que substitui o consumo de combustível fóssil, a co− geração de energia a partir da quei− ma do bagaço da cana e o fato da empresa já possuir a certificação in− ternacional Bonsucro. A usina, que também já tem a certificação do Re− novaBio, obteve uma análise de de− sempenho ambiental, social e de go− vernança (ESG) na “banda superior”

da escala de análise da Sitawi. Gabriel Feres Junqueira, presi− dente da companhia, ressaltou que a emissão de CRA “verde” será uma tendência no setor sucroenergético. “E, no futuro, praticamente uma ob− rigação, devido às exigências de vá− rios investidores. Isso não deve ser um problema para o setor, mas sim uma oportunidade, já que o seg− mento está alinhado às pautas de sustentabilidade”, disse

A emissão do CRA Verde da Bio Aroeira foi realizada pela ISEC Secu− ritizadora S.A., securitizadora habilita− da pela CVM, lastreado em debêntures emitidas pela Bio Aroeira. Os recursos obtidos serão utilizados pela companhia em investimentos e custos operacionais para produção e refino de etanol da usina, além de cogeração de energia. De acordo com Junqueira, a com− panhia encerrou a safra atual proces− sando 2.65 milhões de toneladas de

cana, com um mix 55% açucareiro. “Produzimos 200 mil toneladas de açúcarVHP, e 106 milhões de litros de etanol anidro e hidratado. Tivemos uma leve quebra de produtividade agrícola, compensada pelo teor de ATR que atingiu 143 kg/ton”, disse Segundo o executivo, a capacida− de de moagem atual da usina é de 2.8 milhões de toneladas, e com os inves− timentos a meta é atingir 3.2 milhões de toneladas, em 2022.


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MERCADO

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Grupo francês coloca em funcionamento sua 4ª usina no Brasil Unidade demandou investimento de 121 milhões de reais

A Albioma concluiu o comissio− namento industrial de sua planta de cogeração em dezembro. Localizada em Suzanápolis (SP), a unidade foi construída anexa à Usina Vale do Pa− raná, e usará como matéria−prima, o bagaço da usina, que tem capacidade anual de moagem de 2 milhões de to− neladas de cana. A nova planta é a quarta usina do grupo francês a ser implantada no Brasil e tem capacidade instalada de 48 MW, sendo capaz de exportar até 30MW de energia renovável para o Sistema Interligado Nacional. A uni− dade já tem contrato de venda a lon− go prazo de 120 GWh, garantido até 2046 e indexado à inflação. Este é o primeiro projeto brasilei−

ro no qual a Albioma está envolvida na construção, conexão à rede e opera− ção, e a nova planta, que demandou investimento de 121 milhões de reais, é propriedade conjunta com a Usina Vale do Paraná, cujo acordo de coo− peração foi assinado em 2016. “Estamos muito satisfeitos em anunciar o comissionamento da usina Vale do Paraná Albioma no Brasil,

dentro do prazo e de acordo com nosso orçamento, o que reflete o nos− so know−how no exterior. O seg− mento muito importante de produti− vidade e eficiência energética neste país com grande potencial levou a Al− bioma a se interessar por este merca− do, que continua sendo, naturalmen− te, uma das prioridades para o grupo em nível internacional para os próxi−

mos anos”, afirmou Frédéric Moyne, presidente e CEO da Albioma. Produtor de energia renovável e independente, o grupo opera nos de− partamentos ultramarinos franceses, na França continental, na Ilha Maurício e no Brasil. Desenvolveu há 25 anos uma parceria com o mundo sucroe− nergético para produzir energia reno− vável a partir do bagaço da cana.

Bevap Bioenergia tem nova logomarca Companhia afirma que novo símbolo significa evolução

A Bevap Bioenergia encerra o ano com uma nova identificação. A com− panhia, localizada em João Pinheiro (MG), anunciou em dezembro, que passará a ter uma nova logomarca, que caracteriza a sua evolução de maneira disruptiva, com metas e objetivos ar− rojados, crescendo de forma agressiva no mercado de bioenergia, ao longo de seus 12 anos de existência. A nova marca vem celebrar os obstáculos ultrapassados e as con− quistas, principalmente neste ano atípico, com diversos impactos de

uma pandemia sem precedentes, co− mo a Covid−19. “Evoluímos e mo− dernizamos a nossa marca em 2020 para deixarmos marcado na história, na nossa linha de tempo e na linha de tempo de todos os nossos colabora− dores, a nossa capacidade de superar− mos as adversidades, sem perder a nossa essência”, afirmou o CEO da usina, Gabriel Sustaita. O executivo afirma ainda que não está deixando para trás a sua história, mas adicionando um novo episódio na sua trajetória.“O mundo está mudan− do e nós também. Nosso DNA é a inovação e nossa energia, são as pes− soas”, conclui.



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MERCADO

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Com tratoraço, agricultores repudiam alta do ICMS Manifestações ocorreram em várias cidades paulistas

Produtores rurais organizados em sindicatos e cooperativas realizaram no dia 7 de janeiro, um tratoraço para rei− vindicar a revogação da Lei nº 17.293 e dos Decretos (do 65.252 ao 65.255), que alteraram o Regulamento de Im− posto sobre Circulação de Mercado− rias e Serviços (ICMS) aumentando a carga tributária de diversos setores. Mais de 150 cidades paulistas partici− param da manifestação com outdoors, carros de som e máquinas agrícolas, que desfilaram nos centros das cidades, com o propósito de conscientizar a população sobre as consequências da majoração do imposto. A alteração das alíquotas do ICMS faz parte do Ajuste Fiscal feito pela gestão Doria e foi imposta para cobrir o déficit de arrecadação que o Estado teve devido à pandemia de Covid− 19, em 2020, segundo o Governo paulista. Com as novas regras, propos− tas em agosto e definidas em outubro de 2020, alguns produtos antes isentos de ICMS passaram a ser tributados e para outros produtos que tinham alí− quotas mais baixas, o valor do impos− to foi elevado. Entre eles, combustíveis, energia do campo e insumos agrícolas. No entanto, no dia 15 de janeiro, foi publicado no Diário Oficial, a re− vogação do aumento do imposto sobre alimentos, medicamentos, insumos agrícolas e energia elétrica. Porém, die− sel e etanol não foram contemplados e a expectativa é que o imposto, que pas− sou a ser de 13,3,%, volte aos 12%. Engajado na luta contra os au− mentos do imposto e apoiador da manifestação dos produtores rurais, o deputado estadual Frederico d’Avila (PSL) ressalta que, além das dificulda− des previstas para a cadeia produtiva do

Gustavo Chavaglia

Bruno Rangel Geraldo Martins

agronegócio, a elevação do ICMS de− ve afastar possíveis investimentos no Estado. Como também, terá influên− cia nacional, visto que São Paulo con− centra diversas industrias e a produção paulista abastece o Brasil inteiro. Neste sentido, D’Avila, que é vi− ce−presidente da Associação Brasi− leira dos Produtores de Soja (Apro− soja Brasil), apresentou quatro Pro− jetos de Decretos Legislativo (PDLs) para tentar derrubar as novas alíquo−

Azael Pizzolato Neto

tas de ICMS do governo paulista. De acordo com o deputado, os aumen− tos são ilegais, pois são inconstitu− cionais. “São imorais sob o ponto de vista de que não há perda de arrecada− ção. O governador João Dória é o maior traidor do povo paulista e princi− palmente do agricultor”, argumentou. ”É preciso continuar

vigilantes e buscar a revogação da Lei nº 17.293 para tirar este poder do go− vernador, seja ele qual for, de mexer nas alíquotas a qualquer momento. E sermos surpreendidos de novo. Isso significa dar um cheque em branco ao governador”, ressaltou. O deputado afirmou ainda, que após o recesso da Assembleia Legisla− tiva (AL) irá apresentar novo Projeto de Lei para suprimir o artigo 22 da Lei 17.293, impedindo dessa forma, que a alíquota do imposto seja alterada, sem antes ter uma discussão com a socie− dade e AL. “A Lei que está em vigor permite que o governador possa ree− ditar os decretos a qualquer momento, por isso, temos que suprimi−la”, disse. Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), os de− cretos que revogaram a elevação das alíquotas são “um tímido recuo diante da ruinosa tragédia fiscal que o gover− no Doria quer colocar em prática” e que, foi anulado de imediato o au− mento de impostos de forma integral apenas para quatro operações, dentre as duzentas atingidas pela medida do go− verno paulista. “As operações de venda de insu− mos agrícolas, por exemplo, tiveram suspenso o aumento de alíquotas, mas apenas para vendas dentro do estado de São Paulo. Nas vendas das empre− sas paulistas para todas as outras 26 unidades da federação, a alta de im− postos segue valendo — o que gera problemas óbvios de competitivida− de”, afirma. A federação alega que produzir em São Paulo ficará mais caro. “Gerar empregos em São Paulo ficará mais caro. É dramático que o governo tente impor um plano desses em plena pande− mia”, conclui.

Frederico d’Avila


MERCADO

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“Não se trata só de um movimento contra o ICMS. É contra a má-fé” Foi criada uma rede para defender o agro O aumento do ICMS contradiz uma política de tributação diferencia− da que vinha sendo adotada há anos pelo Estado paulista e afetará diversos setores. Para discutir os principais im− pactos dessa mudança tributária, o JornalCana promoveu no dia 6 de ja− neiro, o webinar “Aumento do ICMS: Quais os impactos negativos na pro− dução e preço dos alimentos?”. Com moderação de Josias Messias, diretor da Procana, o evento contou com patrocínio da AxiAgro, GDT by Pró−Usinas e S−PAA Soteica. O de− bate teve a participação de Azael Piz− zolato Neto, diretor da Sociedade Rural Brasileira (SRB) e da Ipê Agrí− cola; Bruno Rangel Geraldo Martins, presidente da Coplana; Frederico D’ávila, deputado estadual de São Paulo e Gustavo Chavaglia, presiden− te da Associação Brasileira dos Produ− tores de Soja (Aprosoja SP). Para Azael, os impactos serão de− sastrosos, refletindo em toda a socie−

dade. “A agricultura sofreu com a se− ca, a chuva que deveria vir no final de setembro veio só em dezembro, fora isso, terá aumento de custo direto, pois produtos que não tinham o ICMS passam a ter 4,14%. Os casos que ti− nham uma alíquota pequena passam a ter majoração e isso desencadeia uma série de outros problemas, como a an− tecipação da compra do defensivo e da entrega dos produtos já comprados. Desestimula o produtor a produzir bem; cria um problema de segurança

rural e de oferta”, disse. Bruno ressaltou que é importân− cia enxergar a cadeia do produtor, desde antes da porteira até o alimen− to chegar na mesa do consumidor. “Nessa cadeia de custódia, todos os produtos vão sentir um aumento. Isso é desastroso, ainda mais com a pande− mia. Muitas indústrias já fecharam e outras que conseguiram sobreviver, podem fechar também”, alegou. Frederico frisou que “seria menos nocivo tributar os itens da cesta bási−

ca, do que da maneira que fizeram porque tributaram todos os insumos daqueles itens utilizados para a produ− ção, como o fertilizante, a semente, as embalagens, o diesel, a energia”. Gustavo disse que o setor já en− frenta dificuldades com as intempéries climáticas e pandemia. “Agora, que o auxílio benefício deixa de existir, vem essa majoração da tributação que atin− ge diretamente, tanto o produto, como a agroindústria e pior, o consumidor”. “O movimento não para com o tratoraço. É importante dizer que es− tamos comprometidos em fazer um trabalho a longo prazo, para as eleições de 2022.A classe agrícola paulista es− tá unida para colocar pessoas compro− metidas com o agro”, afirmou Bruno. “Não se trata só de um movimen− to contra o ICMS. É contra a má−fé; é contra as irregularidades. É para co− nhecerem o peso do agro e o alinha− mento da sociedade. Não está na nos− sa mão o problema e sim na mão do governador. Nosso movimento foi for− talecido pela unidade entre as entida− des. Se eu fosse o governador eu pen− saria muito nisso”, concluiu Gustavo.


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GESTÃO

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Cerradão viabiliza sua contratação de terceiros através de sistema revolucionário Ferramenta possibilitou redução significativa dos custos

Empurrada pelo crescimento da produção de cana−de−açúcar, a Usi− na Cerradão, de Frutal (MG) encon− trou nessa safra maneiras de moer aci− ma da capacidade e com excelentes índices de eficiência. Além disso, a unidade cultiva processos de gestão administrativa excelentes. A Cerradão viabiliza sua contratação de terceiros através de um sistema revolucionário que economiza tempo e dinheiro. Glauber Daniel Ribeiro, encarre− gado de Recursos Humanos da usina conta em detalhes.“Reduzimos signi− ficativamente nossos custos no proces− so de contratação de terceiros utilizan− do o GDT. Nele conseguimos fazer toda a gestão de compliance dos ter− ceiros, verificando se estão com a do− cumentação correta, pagando as guias em dia, recolhendo os encargos traba− lhistas e se estão em dia com as NRs”. Ribeiro informa que o sistema é eficiente no controle de integração e na gestão de entrada dos terceirizados na usina. “Conjugamos o GDT a outro sistema que controla nossas catracas. Assim, quando o terceirizado está com a documentação conferida e integrada, é possível conferirem na portaria se ele está com tudo em dia e se ele pode adentrar na empresa”, explica. Seguindo com os detalhes, o en− carregado de RH da Cerradão des− creve que há duas etapas no sistema: “Primeiro, o terceirizado se cadastra no sistema. Depois, o habilitamos pa− ra enviar suas documentações. Nisso, é possível parametrizar quais são os grupos de usuários da usina que po− dem aprova−lo. Por exemplo, se é os departamentos de Recursos Humanos ou Segurança do Trabalho ou ainda o da Medicina. Uma vez identificado, o responsável aprova”. Ribeiro conclui informando que feito o upload da documentação e com tudo conferido é possível agen− dar as integrações e adicioná−las ao calendário da usina. Então os tercei− rizados são recebidos ao longo da se− mana para prestarem seus serviços. O GDT é disponibilizado ao mercado pela Pró−Usinas. É total− mente Saas, portanto funciona co− mo um serviço via web, que auto− matiza o fluxo de cadastro, audito− ria e validações, cabendo aos tercei−

CONFIRA AS PRINCIPAIS FUNCIONALIDADeS DO SISTeMA

 Cadastro de documentos e grupos de responsáveis (aprovadores);

 Cadastro de empresas, usuários, empregados;

 Download ou visualização de documentos anexado para análise, aprovação ou rejeição;

 Notifica o terceiro por e-mail em caso de rejeição de documentos, de documentos vencendos e vencidos;

 Guarda o histórico dos documentos anexados e aprovados;

 Mantem um cadastro de contratos e aditivos e controla os vencimentos;  Relatórios de empresas e empregados com documentos vencidos;

 Ferramenta nativa que possibilita que os usuários configurem relatórios com

diversas visualizações;

 Logs (históricos) de aprovações e rejeições de documentos;  Possibilita a exportação de relatórios para planilha excel.

 Pré-cadastro – processo para aprovação do cadastro do empregado do terceiro.  Auditoria nos veículos de terceiros.

ros a tarefa de alimentar as informa− ções e documentos no sistema. É altamente intuitivo tanto para a usi− na quanto para os prestadores de serviços. O valor é bem acessível diante do desafio que é gerir a do− cumentação de terceiros. Nesse sentido, a equipe de espe− cialistas da Pró−Usinas explica que uma das razões do baixo custo do

GDT é que ele é um software web, desenvolvido com as mais modernas técnicas de programação e seguran− ça. Este recurso permite que o cliente acesse o software de qual− quer local onde exista conexão com a internet. Ao passo que, por ser web, não é necessário realizar ne− nhum investimento em infraestru− tura para instalação nos computa−

dores que utilizarão a ferramenta, basta acessar o link do sistema no browser de preferência. A equipe de especialistas conta os detalhes que tornam o processo sim− plificado. “Com o contrato assinado da empresa prestadora em mãos, a usina cadastra e armazena no sistema o contrato digitalizado. Ao passo que ao cadastrar a empresa contratada, ela re− cebe um e−mail com usuário e senha para ela cadastrar seus funcionários e anexar todos os documentos digitali− zado no GDT, bem como as notas fis− cais de faturamento em pdf e ou xml”. Além disso, no painel de controle do sistema, os gestores de forma resu− mida e colorida identificam o que tem para aprovar ou o que foi rejeitado, os documentos prestes a vencer com 15 dias ou menos e os já vencidos que necessitam aprovação. Para conhecer por completo as vantagens e funcionalidades do siste− ma os interessados podem contatar a equipe de especialistas da Pró−Usinas através do WhatsApp 55 16 98102− 5222 ou pelo e−mail prousinas@pro− cana.com.br.


INDUSTRIAL

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Texas Industrial aumenta 40% seu volume de vendas em 2020 Empresa fabrica turbinas a vapor, condensadores e centrífugas de açúcar O ano de 2020 foi atípico em todos os sentidos. Se de um lado a pandemia provocada pelo novo coronavírus tirou parte da liberdade com o distanciamento social, no lado profissional e in− dustrial é possível observar novas maneiras de trabalhar. O cenário pandêmico trouxe novos desafios, mas também oportunidades e neste sentido, é visível o aporte de investimentos para desenvol− vimento das unidades produto− ras de açúcar e etanol, principal− mente no Nordeste, o que pro− vocou o aquecimento nas ven− das de sistemas para o segmento sucroenergético. A onda de investimentos possibilitou à Texas In− dustrial aumentar em cerca de 40% seu volume de vendas neste ano. Como também estabelecer suas

metas para 2021, prevendo dobrar esse número, com um crescimento vertiginoso nestes próximos anos, com investimentos também previstos na melhoria contínua da produção.

“Os equipamentos produzi− dos pela Texas agregam tecnolo− gia e eficiência, com uma produ− ção diferenciada desenvolvida por um corpo técnico altamente qualificado”, afirma a empresa. Um dos motivos desse cres− cimento é que a empresa tem quase 50 anos de atividades e é consolidada como uma das prin− cipais fabricantes de turbinas a vapor, condensadores, centrífugas de açúcar nos mercados interno e externo. Conta ainda com credi− bilidade conquistada junto aos seus clientes pela qualidade dos seus produtos e serviços. A empresa tem dois moder− nos parques industriais, sendo um no Nordeste e outro na re− gião Sudeste, que além de pro− duzir equipamentos novos, rea− liza manutenções de entressafra em tempo recorde e com uma localização estratégica numa das principais rodovias do estado de São Paulo. “A Texas continua se aperfeiçoando e mantendo os padrões de qualidade, mostrando assim que busca sempre a me− lhoria contínua”, conclui a companhia.


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TECNOLOGIA

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Com tecnologia ele reinventou a marcação de ponto Dimas Fausto, presidente da Dimastec, criou solução que facilita a gestão de pessoas

Incorporada a diversos setores da indústria, a inteligência artificial (AI) vem também revolucionando a área de gestão de recursos humanos, contri− buindo para a otimização de proces− sos, entre eles, o de registro de entra− da e saída dos colaboradores no traba− lho. O reconhecimento facial, antes usado em histórias de ficção científi− ca, passou a fazer parte dessa rotina e representa um avanço arrojado diante da marcação tradicional, possibilitan− do às empresas ganhos significativos. O DT FACEUM desenvolvido pela Dimastec, uma empresa dedicada à gestão de pontos e controle de aces− so, sediada em Ribeirão Preto (SP), é exemplo de inovação neste sentido. Trata−se de um revolucionário apli− cativo que leva mobilidade à marca− ção do ponto onde quer que o cola− borador esteja. O aplicativo pode ser instalado em qualquer gadget, como smartphone ou tablet, para fazer a gestão da jornada de trabalho. Fun− ciona como um relógio de ponto na plataforma digital, que utiliza inteli− gência artificial e integra−se com qualquer sistema ERP do mercado ou que a empresa já esteja utilizando. A ferramenta oferece precisão, transparência e praticidade à marcação de ponto, pois salva as informações de geolocalização no momento exato do registro.Também possibilita, através de uma demarcação, que o administrador limite áreas onde o ponto pode ser batido, evitando assim que o colabo− rador esteja em outro local durante o expediente. Assim como possibilita dar as entradas e saídas de ponto do cola− borador, por dispositivo e times e re− latórios AFD (Arquivo Fonte de Da− dos) no mesmo dia, para auditoria fis− cal do trabalho. “É um processo muito preciso e rápido. Com o DT FACEUM, o re− conhecimento facial é feito em dois segundos, o que implica em menos tempo perdido. A tecnologia possibi− lita ter uma série de informações so− bre a jornada de cada colaborador em tempo real, com a marcação de ponto feita de qualquer lugar, como no campo, mesmo no turno noturno ou até se o funcionário estiver em home office. É um ganho muito grande de produtividade e de gestão”, afirmou Dimas Fausto, presidente da Dimastec. Para fazer o reconhecimento fa− cial, algoritmos de inteligência artifi−

Dimas acompanhou a evolução da tecnologia

cial são usados para detectar diferen− tes pontos faciais como olhos, sobran− celhas, contornos dos lábios, ponta do nariz, entre outros. Com a plataforma de inteligência artificial desenvolvida pela Dimastec, o aplicado reconhece os pontos mapeados e registra. Tam− bém acompanha as mudanças do dia a dia do colaborador, como corte de cabelo, uso de óculos ou até mesmo envelhecimento. De acordo com Dimas, não há necessidade da empresa investir em infraestrutura para a implantação da solução. O aplicativo pode funcionar no modo corporativo, implantado em um dispositivo que fica na mão de um líder para fazer os registros ou no mo− do individual, sendo acessado pelo próprio funcionário. Além disso, é le− ve e o banco de dados é armazenado na nuvem, com toda a segurança da Lei Geral de Proteção de Dados Pes− soais (LGPD). Evita também outro problema encontrado no campo, co− mo a falta de conectividade, já que a marcação é feita no módulo offline. “As informações são armazenadas no cachê de memória do celular e quan− do tiver sinal, a informação é enviada para o banco de dados”, explicou. O sistema representa ainda redu− ção de custo, pois eliminou investi− mentos na aquisição e manutenção dos relógios de ponto. “Cada relógio tem um custo de R$ 6 mil, imagina uma usina que tem mil colaboradores,

tem que ter no mínimo 50 relógios para fazer a marcação no campo. Es− tamos falando de R$ 300 mil no mí− nimo de investimento, fora a manu− tenção, que é altíssima. Com a intera− ção digital, os tíquetes não precisam ser impressos, pois são eletrônicos e vão direto para o e−mail do colabo− rador”, informou. A tecnologia começou a ser de− senvolvida há dois anos, mas a expe− riência de Dimas com marcadores de ponto é de longa dada. Com espírito empreendedor, o executivo começou cedo a trabalhar na área, ao lado do pai, que foi o primeiro representante, no interior paulista, de uma grande fabricante de relógios de ponto na− cional. “Aprendi a montar, desmontar e a programar. Passei pela transforma− ção impulsionada pela terceira revo− lução industrial, a evolução da tecno− logia, a globalização e a chegada da internet, que conectou o mundo. E também, promoveu alterações na marcação de ponto”, relembrou. Apaixonado pelas possibilidades vislumbradas com o uso de tecnolo− gia, Dimas conta que a criação da Di− mastec, há 30 anos, abriu um leque de oportunidades para desenvolver e in− tegrar soluções no ramo de ponto e acesso para o mercado. Com um la− boratório próprio de desenvolvimen− to tecnológico, que oferece ferramen− tas digitais, softwares e hardwares de última geração, a empresa consegue

atender às principais demandas do mercado atual e dos clientes, que já passam de mil. Assim ocorreu com o desenvolvi− mento do DT FACEUM. “O aplica− tivo começou com a funcionalidade de marcação de ponto, agora, já pode ser usado para a comprovação de pre− sença em treinamentos obrigatórios previstos nas Normas Regulamenta− doras (NR), a de entrega de Equipa− mentos de Segurança (EPIs), de cesta básica, uma viagem, o diário de bor− do”, ressaltou. Dimas lembra que essas são situa− ções questionadas pelos advogados trabalhistas, atualmente. “Se tem um acidente ofídico e o funcionário diz que não estava usando o EPI porque não o recebeu, às vezes, não tem co− mo comprovar. Com o DT FA− CEUM é possível evitar isso. A fer− ramenta pode ser usada para outras “dores” da empresa, além da marca− ção de ponto”, afirmou. Sempre em busca de novos desa− fios, o presidente da Dimastec não para e quer mais. Após revolucionar a marcação de pontos, ele mira agora na autenticação dos acessos a eventos. “Estamos investindo na melhoria do sistema para poder abranger toda par− te pertinente à marcação de ponto em qualquer evento que seja necessário comprovar presença”, disse. Pelo visto, um novo capítulo se inicia para Dimas e para sua Dimastec.


TECNOLOGIA

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Reconhecimento facial chega às usinas Ferramenta traz ganhos expressivos no tempo de processamentos de dados As empresas avançam cada vez mais na sua transformação digital para al− cançarem patamares da indústria 4.0. Esse movimento também vem sendo intensificado no setor sucroenergético, com o uso de ferramentas tecnológi− cas como forma de aumentar a efi− ciência e segurança de seus processos. Neste contexto, o DT FACEUM passou a ser uma solução para as usi− nas de cana no Brasil, como é o caso da Usina São Domingos. A compa− nhia, localizada em Catanduva (SP), resolveu implantar o modelo de reco− nhecimento facial na marcação de ponto e iniciou parceria com a Di− mastec no final de 2019. “Desde en− tão, estamos dando maturidade ao produto, gerando melhorias e incor− porando às novas necessidades”, disse Sérgio de Mira Machado, coordena− dor de Recursos Humanos da usina. De acordo com ele, a ferramenta vem representando muitas vantagens à companhia, com ganhos expressivos no tempo de processamento das mar− cações de ponto, identificação de quantas pessoas estão trabalhando e o local de trabalho, fatos que contribuí− ram para diminuir o tempo de fecha− mento de ponto para integração com a folha. “Hoje, processamos nossos re− gistros de ponto de 01 a 30 de cada mês e pagamos no 5º dia útil. Com o sistema diminuímos erros de identifi− cação de colaboradores e inconsistên− cia por não conseguir registrar seu ponto. Além disso, a ferramenta trou− xe segurança jurídica na relação de trabalho, onde nosso judiciário reco− nhece como válida todo registro de ponto feito pelo reconhecimento fa− cial”, comentou. O DT FACEUM também repre− sentou uma grande redução de custo

Com o DT FACEUM, o reconhecimento facial pode ser feito em 2 segundos

Sérgio de Mira Machado

Ariel Souza

para a São Domingos. Antes da im− plantação da ferramenta, a usina pos− suía 33 Registradores Eletrônico de Ponto (Rep’s) físicos e precisaria fazer grandes investimentos para a troca desses equipamentos visando atender à Portaria 1510, do Ministério do Tra− balho e Emprego, que estabelece di− versas diretrizes para que o controle de ponto seja realizado nas organizações, entre eles, a medida envolve a obriga− toriedade de aquisição de tecnologia. A redução de custo também pode ser exemplificada a partir da implanta−

ção do DT FACEUM. Para a migra− ção do sistema, concluída com sucesso em dezembro de 2020, foi demandado 23 celulares que possuem uma diver− sidade de utilização, como ferramenta para apontamento das atividades exe− cutadas no campo. O ganho de tempo no processamento das informações, que passaram a ser em tempo real, também faz parte dessa conta. “A usina São Domingos está em busca de soluções que nos dê condi− ções de maximização e otimização de nossos recursos, sempre aportado nas

tecnologias da Informação. E foi nesse sentido, que ter sido a usina pioneira a ingressar no reconhecimento facial para registro de ponto, nos abriu gran− des horizontes, nos direcionando a novas soluções tecnológicas adequadas ao nosso negócio”, ressaltou Machado. Segundo Ariel Souza, gerente de TI da usina, a solução da Dimastec propor− cionou um incremento da exatidão de reconhecimento, proporcionando 100% de exatidão da identificação dos colabo− radores de forma rápida e online.“A tec− nologia nos permitiu trabalhar com ponto eletrônico de forma online, mas não só isso. Como é uma tecnologia evolutiva, passou a ser uma solução de reconhecimento facial para todos os tra− balhos e processos da usina que envol− vam identificação de pessoas", afirmou. O gerente informou que o apli− cativo será usado no processo de en− trega de equipamentos de proteção e segurança (EPI), como também, em atividades no campo. “Vamos fazer a integração do nosso computador de bordo da Axiagro visando proporcio− nar saltos de qualidade, produtividade e sustentabilidade na área agrícola da usina.”, concluiu.

Nardini Agroindustrial também aposta na solução A Nardini Agroindustrial também está em vias de ter o sistema funcio− nando. “Estamos na fase final de testes, e os cronogramas estão sendo cumpri− dos à risca. A nossa meta é realizar o go live neste mês”, explicou Carlos Hen− rique Benicio, gerente de Gente & Gestão. Inicialmente, a ferramenta se− rá utilizada nas áreas agrícola e auto− motiva, que abrangem aproximada− mente 1.700 colaboradores que atuam fora das dependências da empresa. “Escolhemos o DTFACEUM pela alta tecnologia aplicada no sistema, que irá nos proporcionar ganhos de perfor−

Carlos Henrique Benicio

mance, como agilidade no reconheci− mento de ponto; informações online sobre os registros e business intelligence contendo as informações coletadas; qualidade das marcações e principal− mente custo, pois estávamos diante da necessidade de aquisição de novos equi− pamentos para registro de ponto, o que teríamos um custo enorme, de aproxi− madamente R$ 190 mil”, explicou. Junto a isso, a área agrícola da usina necessitava substituir os tablets utilizados para apontamento das atividades agrí− colas, assim, a empresa enxergou a oportunidade de usar os equipamentos

também para realizar o registro do pon− to, gerando uma economia gigantesca. De acordo com Benício, as fun− cionalidades disponibilizadas pelo DTFACEUM, que nenhum outro software da concorrência oferece, co− mo a entrega de EPI´s, registro de presença de treinamento e demais funcionalidade que utilizam o reco− nhecimento facial, traz vantagens pa− ra usina. “É algo realmente inovador, que nos trará uma diminuição na bu− rocracia, já que iremos diminuir a uti− lização de papel e ganho na seguran− ça das informações”, esclarece.


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DIANA BIOENERGIA PREPARA NOVA SAFRA DE EXCELÊNCIA Entre outros resultados positivos no ciclo 20/21, usina registrou produção de açúcar 87,48% maior ante a safra 19/20 A Diana Bioenergia celebra resultados recordes na safra 2020/21. As performan− ces de excelência começam na moagem: a unidade localizada em Avanhandava, no interior paulista, processou 1,375 milhão de toneladas de cana. O volume supera em 20% a moagem média das duas últimas sa− fras (2019/20 e 2018/19). Outro recorde está no açúcar: a pro− dução da safra encerrada em 05 de de− zembro chegou a 115.562 mil toneladas, maior volume já produzido pela Diana em sua história. Tem mais. Durante a recém−encerra− da safra, a Diana fechou com ATR acumu− lado de 146,28 kg, um aumento de 16,28 kg em relação a média das 2 últimas safras e 1,15 kg maior que a média das usinas do Centro−Sul, que, segundo o último relató− rio da Unica, ficou em 145,13 kg até 01/12. Outros resultados de excelência obti− dos pela Diana: eficiência industrial acumu− lada de 89,08%, impureza mineral de 5,34%, impureza vegetal de 5,78% e perdas na co− lheita de 2,45%. Para a 2021/22, a Diana Bioenergia também projeta resultados robustos, segun− do avaliação de Leonardo Perossi, diretor ad− ministrativo/financeiro da empresa. Em entrevista ao JornalCana, ele traça projeções para a próxima temporada e co− menta sobre o desempenho da usina no RenovaBio. Jor nalCana − Como a Diana Bio− energia obteve o saldo de resultados ex− celentes na 20/21? L e on a rdo Pero s si − Isso só foi possível graças ao empenho de todos os colaboradores. E ao trabalho reali− zado nos últimos dois anos e nesse ano de renovação de 70% do canavial, alinhado ao trabalho de redução de custos e de melhoria das eficiências operacionais. Graças a isso tudo, a empresa resol− veu antecipar aos colaboradores parte do Programa de Participação nos Resulta− dos (PPR) para esse mês de dezembro, quatro meses antes do tradicional. É

uma forma de agradecimento. “Ayrton Senna uma vez disse: ‘No que diz respeito ao empenho, ao com− promisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz.” E a safra 20/21 demonstra bem essa frase, pois fi− zemos uma safra de excelência. Qual a previsão de moagem de ca− na para a safra 21/22? Por enquanto mantemos nossa pro− jeção inicial de 1,650 milhão a 1,700 milhão de toneladas. O clima entre ou− tubro a março será muito importante para confirmar tal número. Isso porque temos 83% do crescimento vegetativo do canavial nesse período e, assim, de− veremos ter uma projeção mais refina− da no fim de fevereiro. O mix já está definido? Sim, iremos fazer novamente uma safra açucareira, pois já fixamos 70% de uma produção prevista de mais de 134 mil toneladas de açúcar VHP a um ní− vel de R$ 1.434,40 por tonelada, equi− valente a um preço de etanol de R$ 2,50/litro. Qual o impacto do clima par a a próxima safra da Diana? Este ano o clima foi mais atípico. Falando de forma geral no Centro−

Sul, tivemos lugares onde choveu mui− to e lugares em que não choveu abso− lutamente nada. No caso da Diana, tivemos chuvas muito boas na entressafra passada e al− gumas chuvas pontuais em abril, maio e junho, que ajudaram muito nos nú− meros da safra, fechamos com um TCH de 78,11, um ganho de 21,6% em relação à safra passada onde tive− mos 64,20. Nos meses de julho, agosto e setem− bro, praticamente não tivemos chuvas, o que ajudou elevar o ATR da safra, fecha− mos com um ATR médio de 146,28, aci− ma da média de 145,13 do Centro−Sul divulgada no último relatório da Unica. A Diana trabalha com possível atra− so no início da moagem e qual estima− tiva de ATR para a próxima safra? Está no nosso radar um possível atraso do início da safra, mas só toma− remos a decisão definitiva no final de fevereiro, quando teremos uma visão clara de como foram as chuvas e o cres− cimento do canavial. Tirando a renovação do canavial que permite introduzir variedades mais ricas e produtivas e dos tratos culturais que permitem manter o canavial livre de pragas e gramas, o que mais impacta o ATR é clima, se temos um ano seco, teremos um ATR mais elevado e se ti−

vermos um ano mais úmido, teremos um menor ATR. Este ano foi mais se− co, o que propiciou um ATR maior. Acredito que todos do setor, assim como nós, esperam que tenhamos um clima normal no próximo ano, com ba− se nisso, estimamos um ATR de 137,50. RenovaBio: qual o desempenho da Diana na produção de CBIOs? Nossa certificação saiu no dia 20/04, então, desde esse dia até hoje [14/12], geramos e comercializamos 55 mil CBios, o que nos proporcionou uma receita de R$ 1,650 milhão. Com base em nossa nota, para cada 860 litros de etanol hidratado geramos 1 CBIO. A nota do CBIO é calculada no ano anterior para o ano seguinte, então a geração deste ano foi em cima da nota de 2019. A geração de 2021 será sobre a nota de 2020, como no ano de 2020 tivemos uma melhora significativa em nossos números, teremos uma melhora na nossa nota, mas, além disso, estamos investindo R$ 7 mi− lhões em renovação da frota agríco− la, o que nos proporcionará além de uma redução de custo, através do menor consumo, o que ajuda na no− ta energética e a gerar mais CBios, também teremos uma melhor quali− dade de colheita.

DESEMPENHO DA DIANA BIOENERGIA SAFRA Moagem Produção Açúcar VHP Produção etanol Hidratado ATR acumulado TCH acumulado eficiência Industrial UNICOP

toneladas toneladas m³ kg/ton ton/ha % sc/t

2020/21

2019/20

COMPARATIVO

1.375.408,00 115.562,00 50.959,04 146,28 78,11 89,08% 2,79

1.109.890,00 61.638,00 55.116,63 129,86 64,20 86,62% 2,43

23,92% 87,48% -7,54% 12,64% 21,67% 2,84% 14,81%


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MCD Transmissão é a solução em cubos redutores finais Especializada em manutenção de máquinas agrícolas, empresa atua em todo o Brasil Especializada em manutenção e restauração de cubo redutor final de colhedora de cana, escavadeira hi− dráulica e máquina florestal, a MCD Transmissão foi fundada em 2007, pe− lo empresário Márcio Fortunato Viei− ra, CEO da companhia. Com sede em Dracena, interior do estado de São Paulo, região de Presi− dente Prudente, a empresa está estabe− lecida em um galpão de 1.000m² e conta com uma equipe de 20 colabo− radores e frota de cinco veículos para atender a sua grande demanda. Segundo o CEO, a MCD Transmis− são presta serviços para diversos clientes em todo território nacional, desde as

usinas de grande, médio e pequeno por− te, até produtores rurais.“Nossa equipe é formada por colaboradores capacitados para atender às necessidades dos clien− tes”, afirma Fortunato. Entre os serviços prestados, a em− presa realiza o processo de restauração das máquinas, que consiste no conser− to da redução final, proporcionando, portanto, que a mesma volte à sua função normal, com 100% de eficiên− cia. Já o processo de manutenção pre− ventiva condiz com a correção de fa− lhas antes mesmo que elas ocorram, isto é, entre safras, evitando risco de paralização na produção. Atualmente, a MCD só realiza a negociação para a redução final de Colhedora de Cana John Deere (modelos Bonfiglioli e Espanhol) e Case, Escavadeira Hi− dráulica e Máquinas Florestais. Há quatro anos, o CEO Márcio Fortunato criou uma grande inova− ção no setor sucroenergético brasi− leiro de altíssima qualidade, e acessí− vel. Trata−se do Sistema de Rola−

mento Cônico “Capa Cone” na En− grenagem Planetária. O pedido de patente da inovação foi publicado no dia 28/06/2020, na Revista de Pro− priedade Industrial (RPI) sob o nº BR 2020190092616. Nesse projeto, os rolamentos ci− líndricos do sistema planetário foram substituídos pelos rolamentos cônicos NSK30206, em razão das reiteradas quebras. Dessa forma, os rolamentos cônicos foram dimensionados, a fim de que, trabalhando em condições se− veras de rodagem e operação, em bai− xa ou alta velocidade, suportam os gi− ros e forças maiores, dando assim

maior vida útil à redução. “É 100% eficiente”, disse o CEO da empresa. Os rolamentos cônicos têm pistas de anel interno e externo cônicas e ro− los cônicos. Eles são adequados para suportar cargas combinadas, ou seja, cargas axiais e radiais atuando simulta− neamente. As linhas de projeção das pistas se encontram em um ponto co− mum no eixo do rolamento. O sistema de rolamento da MCD (foto) é insta− lado em todas reduções finais, o que proporciona aos clientes um produto bom, acessível e duradouro. “São mais de 15 mil reduções finais rodando em todo o Brasil”, conclui Fortunato.


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ACP Bioenergia supera 2,5 milhões de toneladas na safra Companhia tem polos em SP, MS e GO A ACP Bioenergia atingiu o re− corde de 2,5 milhões de toneladas na colheita de cana−de−açúcar produzi− das na safra de 2020/2021, em mais de 30 mil hectares, distribuídos em três polos canavieiros, nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Segundo André Candido, sócio− diretor da ACP Bioenergia, o destaque em 2020 fica para o polo de Rio Bri− lhante (MS) que, ano após ano, vem aumentando sua produção e mesmo em um ano difícil e desafios climáti− cos enfrentados em todo o País, pro− duziu mais de um milhão de tonela− das, fornecidos e entregues à Usina Santa Luzia. Candido cita dois pilares impor− tantes da companhia, que tem mais de 29 anos de atuação no mercado agro e de bioenergia. O primeiro deles é a diversificação implementada no de− correr dos últimos anos, por meio da

atuação em regiões distintas em clima, ambiente produtivo e contraparte, além da diversificação de cultura, es− trutura esta que mitiga riscos em to− dos os sentidos, permitindo uma maior aderência ao planejado e uma maior previsibilidade no fluxo de caixa. O segundo pilar citado são as pessoas. Com mais de 650 funcioná− rios atualmente, a empresa reconhe− ce e valoriza seu time, com ações di− ferenciadas em motivações, campa− nhas e treinamentos. Os planos para os próximos cin− co anos são o crescimento e a con− solidação da diversificação, por meio da contratação e instalação do novo polo de cana, com a meta de alcan− çar 20 mil hectares de grãos, entre os polos do Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. Além de participar da construção da Usina Conquista do Pontal, em

Mirante do Paranapanema (SP), da qual foi acionista até o final de 2013, a empresa sempre focou no forneci− mento de cana, utilizando estrutura própria de máquinas e pessoas, e foi moldada para ser a solução mais efi− ciente às usinas das quais é fornece− dora, primarizando e verticalizando toda a operação agrícola, até a estei− rada usina. Dessa forma, criou par− cerias duradouras e rentáveis. Em 2015, a ACP Bioenergia rom− peu a barreira de um milhão de tone− lada em cana−de−açúcar fornecida, a soma da produção de Rio Brilhante (MS) e Teodoro Sampaio (SP). Em 2018, chegou à Edéia (GO), forne− cendo 500 mil toneladas de cana−de− açúcar à Usina Tropical, do grupo BP Bunge, chegando à marca de 2,1 mi− lhões de toneladas de cana−de− açúcar nos três polos. De acordo com Candido, um

passo bastante importante foi dado em 2019, com a abertura de um novo polo, em Marianópolis, no estado do Tocantins, focado, única e exclusivamente, na produção de soja e milho, que já está com mais de 10 mil hectares contratados e em produção. Na retaguarda, a empresa vem fortalecendo fortemente seus movi− mentos de ESG e já está com o balan− ço dos últimos três anos auditados, pela PWC. No final do ano passado, instalou um conselho consultivo, con− tando com dois conselheiros inde− pendentes e sistema de gestão inte− grado e conectado com o campo. Recentemente, contratou as certifica− ções Great Place to Work e a Vive (contemplando as certificações: Vive, ProTerra, Smartcanee SAI Platform), além de atingir a marca de 146 mil mudas de árvores plantadas.



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São Domingos aposta em ferramenta de inteligência artificial para bater recorde A unidade produtora é uma das pioneiras no uso de tecnologias

A transformação digital vem con− tribuindo para que a Usina São Do− mingos bata diversos recordes de pro− dução e agora a unidade aposta em uma ferramenta de inteligência artificial pa− ra bater recorde agrícola. Na safra 19/20, considerada até então a maior de sua história, foram moídas cerca de 2,4 milhões de toneladas de cana. Na 20/21, novo recorde histórico foi alcançado. Foram esmagadas 2,7 milhões de tone− ladas, equivalente a um aumento de 17% em relação ao ciclo anterior. Além disso, a usina produziu 4,6 milhões de sacas de açúcar (50kg), 79 milhões de litros de etanol e exportando 23 mil MWH de energia cogerada — com 91% de eficiência industrial. Neste contexto, a inteligência arti− ficial e os sistemas inteligentes estão maximizando a performance das ope− rações agroindustriais da Usina São Domingos. Com mais de 68 anos de história, a unidade produtora é uma das pioneiras no uso de tecnologias deci− diu nos últimos dois anos incorporar o conceito de maximização através de sistemas inteligentes como parte da sua

missão. E, neste momento, a usina tam− bém torna se referência no uso de tec− nologia em suas operações agrícolas. A usina implantou um completo sistema de otimização de sua frota de tratores, colhedoras e transbordos, instalados com computadores de bordo inteli− gentes e celulares conectados com a central de inteligência agrícola e inter− face de B.I., através dos quais cada ní− vel da empresa consegue tomar ações em tempo real para melhorias das ope− rações. Os operadores são apoiados no trabalho pelas indicações fornecidas pela “voz” do aplicativo, mesmo estan− do em área sem cobertura de comuni− cação; os líderes monitoram e tomam ações em tempo real, a partir das infor− mações que chegam do campo, graças

ao sistema de cobertura — 95% em 4g e 5% usando um sistema que comple− menta o sinal −; e gestores e executi− vos tomam decisões estratégicas a par− tir das diversas visões fornecidas por um poderoso B.I., nas nuvens. O objetivo das informações é con− duzir a São Domingos a alcançar novos recordes. Para isso continua investindo pesado na transformação digital. Primei− ramente na área agrícola, através de com− putadores de bordo e em transponders. “Pensando em desafiar nossas mé− tricas de business intelligence decidimos buscar tecnologias eficientes para nos auxiliar nesse desafio. Principalmente em relação a integração de sistemas. Nessa busca surgiu a AxiAgro. Uma so− lução de tecnologia e inteligência que

extrai a máxima performance das ope− rações agrícolas — equipamentos e equipes.”, informa Ariel Souza, gerente de T.I da companhia. Ele explica que a ferramenta de in− teligência artificial e telemetria está in− terligada nos computadores de bordo das máquinas agrícolas, dando informação de registro e alertas em tempo real. A ferramenta tem diferenciais sig− nificativos. Ela possui uma tecnologia evolutiva e personalizada, com hardwa− re, software e inteligência artificial ade− rentes às crescentes demandas das usi− nas. Além disso, possui alta conectivi− dade, fazendo uma integração completa entre sensores, redes CAN, devices, es− tações meteorológicas e sistemas. Ou− tro fator preponderante é que é uma tecnologia competitiva, ou seja, tem baixo custo e consumo de recursos e comunicação. Nota−se também a relevância da ferramenta dada sua capacidade de oti− mizar o controle e as decisões que pre− cisam ser tomadas no campo, o fato dela consolidar informações em tempo real, reduzir as fraudes e aumentar a produ− tividade das máquinas e equipes. É pos− sível saber mais sobre a Axiagro através do site: www.axiagro.com.br.


AGRÍCOLA

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Drones ajudam Raízen a reduzir custos na aplicação de insumos Tecnologia melhora produtividade com aplicação localizada A Raízen, por intermédio do seu hub de inovação, o Pulse, fechou uma parceria com a startup ARPAC, espe− cializada em serviços agrícolas, com a utilização de drones na pulverização de herbicidas capazes de combater plantas daninhas em canaviais, de for− ma estritamente localizada. Após a realização de testes para validação da tecnologia, constatou−se que com a sua utilização houve uma economia operacional de 47% e de insumo de 82%. O método inovador contribui pa− ra a redução no uso de defensivos, o que resulta também em um menor impacto ambiental, com a melhor aplicação de insumos de forma mais eficaz e precisa. O projeto tende a crescer dentro da própria Raízen e, aumentando a escala de aplicação, ocorrerá uma variação nos resultados, mesmo as− sim, seguirão muito positivos em relação aos ganhos obtidos. A previ− são com a utilização em uma área maior é que a economia operacio− nal fique em torno dos 30% e de in− sumos por volta de 60%. A expectativa da companhia é replicar a solução não apenas em áreas comerciais próprias, mas tam− bém estender o uso aos seus forne− cedores de cana. Presente no ecossistema de inova− ção atuando com defensivos biológi− cos em conjunto com outras AgTechs residentes do Pulse, a ARPAC faz uso de inteligência artificial para identifi− car plantas daninhas e posteriormen− te, operar drones dedicados aos servi− ços aéreos de aplicação localizada de insumos agrícolas. A startup é especializada na ope− ração das culturas brasileiras e foi con− vidada a participar do hub após reco− nhecimento da capacidade de escalo− nar suas operações tecnológicas den− tro da Raízen. O hub, que colabora com o de− senvolvimento de um grupo de mais de 38 startups associadas, é responsá− vel por dar o suporte e mentoria às startups, além de integrar projetos com potencial para serem aplicados em es− cala comercial, ou seja, capazes de atender às necessidades de uma gran− de empresa. Dentro desse ecossistema, o Pul− se é o elo entre a startup e o time agrícola da Raízen. Com o apoio e

direcionamento do hub, responsável por viabilizar a validação de projetos como da Arpac dentro do modelo de atuação da companhia, sempre em li− nha com os protocolos requeridos pela empresa, neste caso, de pulveri− zação de canaviais. “Saber que o Pulse foi responsável em promover essa conexão e pôde apoiar essa jornada da AgTech dentro da companhia nos motiva ainda mais em continuar a promover o fomento às novas tecnologias e a adoção de uma inovação aberta dentro da cultu− ra da empresa”, garante Ricardo Campo, coordenador do Pulse. No plantio das mais diversas cul− turas é normal o surgimento de ervas daninhas e, em um canavial, o cená− rio não seria diferente. É comum o surgimento de pragas que se asseme− lham a um mato e que comprome− tem a produtividade do campo, assim como interferem diretamente no processo de colheita. Tendo em vista essa questão en− frentada pela equipe agrícola, o Pulse identificou no projeto de pulverização por drones da ARPAC, potencial pa− ra aplicação nos canaviais da Raízen e construiu, entre as duas pontas desse sistema, o elo para que fosse possível testar a tecnologia em campo. Iniciado no segundo semestre de 2019, o projeto piloto foi dividido em três etapas: na primeira, foi reali−

zada a validação técnica da aplicação em uma área de 16,1 hectares da Raízen na região de Jaú (SP); na se− gunda, os testes passaram a ser traba− lhados em uma área maior, em 200 hectares da companhia, com o obje− tivo de entender a aplicabilidade da tecnologia em uma escala comercial a fim de medir seu rendimento; já no primeiro semestre deste ano, o pilo− to chegou a última etapa, sendo uti− lizado em 2,3 mil hectares de cana− vial, o que foi possível afirmar sua validação quanto a eficiência, asser− tividade e redução de insumos. Para os próximos passos, a expec− tativa é testar a tecnologia em mais 32 mil hectares até o final da safra 20/21. Com o objetivo de tornar os pro− cessos do plantio à colheita mais efi− cazes, os testes realizados pela Raízen em conjunto com a ARPAC mostram que por meio do mapeamento reali− zado com drones, as plantas daninhas foram rapidamente localizadas e a área de pulverização reduzida de 21,2 hec− tares para 9,79 hectares em lavoura produtiva de cana−de−açúcar. “Uma área de aproximadamente 46% de infestação teve economia de 26,5% de produto aplicado, em comparação ao método tradicional realizada por aviões agrícolas”, ex− plica Eduardo Goerl, CEO e funda− dor da ARPAC. “Comprovamos que a tecnologia

que desenvolvemos gera economia de insumo, considerando que a apli− cação é localizada, o que contribui também para a redução de custos e aumento da produtividade nos cana− viais“, destaca Goerl. Com o sucesso dos testes alcan− çados no campo, a Raízen acaba de contratar a ARPAC como presta− dora de serviço para a pulverização por drone. “Após a validação da efetividade da tecnologia para o controle das plantas daninhas de maneira ágil e lo− calizada, criou−se uma grande expec− tativa nas equipes operacionais das unidades produtoras devido à facili− dade logística quando comparada a operação convencional mecanizada. A incorporação de um processo inovador vem apresentando benefícios quanto ao timing de controle de al− gumas plantas daninhas, agregado a redução de custos”, pontua Murilo Bassan, especialista de Operações Agrícolas Corporativo da Raízen. Dessa parceria, além dos drones de pulverização, a ARPAC também já está desenvolvendo um piloto de ma− turador em cana. Com o uso de no− vas ferramentas e equipamentos, a Raízen aposta em uma aplicação de insumos ainda mais assertiva, movi− mento que contribui diretamente com o aperfeiçoamento da gestão de custos e da produção.


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AGRÍCOLA

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Alta produtividade depende de gestão, segurança e qualidade das operações Cevasa, Guaíra, São Domingos e Tereos mostram os motivos Para uma alta performance dos canaviais as usinas desejam ter como resultado a cana de 3 dígitos. Ao pas− so que para isso é preciso aumentar a produtividade por hectare acima de 100 toneladas sem crescer em área. O que é um grande desafio. Aqueles que têm se destacado, geralmente, são os que investem em tecnologias e fer− ramentas. De modo que munidos desses subsídios conseguem suprir as necessidades fisiológicas do canavial no momento certo e com a quanti− dade necessária. Mas só isso não basta. Além da alta produtividade é preciso considerar que a gestão, a segurança e a qualidade das operações agrícolas são parte da equa− ção cujo resultado final é a lucrativida− de da usina e satisfação dos colabora− dores e clientes finais. Com a safra pra− ticamente encerrada e os gestores da área agrícola voltando à prancheta pa− ra planejar o próximo ciclo, bons benchmarkings fazem toda a diferença.

Natália Zanon

Mateus Silva

Para debater o assunto, o Jor− nalcana realizou no dia 2 de de− zembro, o webinar USINAS DE ALTA PERFORMANCE AGRÍ− COLA – Gestão, Segurança & Qualidade nas Operações Agrícolas. Com mediação de Josias Messias, diretor da Procana, o evento con− tou com o patrocínio das empresas AxiAgro; Dimastec; GDT by Pró− Usinas S−PAA Soteica. Fred Polizello, diretor agrícola da Usina São Domingos, afirmou que a

companhia teve um aproveitamento agrícola exemplar nessa safra. A usina obteve moagem recorde de cerca de 2,6 milhões de toneladas de cana, com 86,90 Toneladas de Cana por Hectare (TCH) e 142,16 de Açúcar Total Recuperado (ATR). Os núme− ros refletem as considerações da uni− dade produtora para obter produtivi− dade de 3 dígitos e ser uma usina de alta performance agrícola. De acordo com Polizello os re− sultados devem−se em boa parte ao

Mapeamento de processos contribui para uma gestão mais eficiente A Usina Açucareira Guaíra (UAG), com unidade de processamento de cana− de−açúcar localizada em Guaíra (SP), tem histórico de sempre alcançar as maiores médias do Brasil em toneladas de açúcar por hectare (TAH) e sendo sempre des− taque entre as demais usinas sucroenergé− ticas participantes do benchmarking CTC. Parte desse sucesso passa pelo profissional Mateus Silva, engenheiro agrônomo da usina, que participou do webinar. Silva salientou a importância de se in− cluir o PDCA quando se fala em gestão. O PDCA oferece condições para gerir as ope− rações com foco na qualidade, em um cons− tante ciclo de aperfeiçoamento.Após plane− jar, executar, checar e agir, é possível agregar os conhecimentos recém adquiridos para planejar novamente, eliminando falhas, des− perdícios e aumentar sua competitividade. Com o mapeamento das ações neces− sárias em mãos, a empresa iniciou alguns processos visando aumentar a produtivida− de, entre eles, está a técnica de meiosi usa− da para otimizar produção e qualidade do canavial e mobilidade para apontamentos. O plantio de Mudas Pré−Brotadas (MPB)

foi o escolhido, garantindo assim que o ca− navial seja iniciado com total sanidade fi− tossanitária e com pureza varietal, aprovei− tando ao máximo o desempenho quanti− tativo (maior TCH) e qualitativo (maior ATR), já que não se terá riscos de interfe− rência na maturação dos campos. “Quando utilizado o plantio meca− nizado, para cada hectare colhido desti− nado a muda plantava−se 6,2 hectares. Com esta inovação no processo, para uma área de 2.967,74 ha de reforma deixa− se de colher uma área de 478,66 ha que são destinados a produção industrial au− mentando a receita”, ressaltou o enge− nheiro agrônomo. Silva destacou ainda como ferramen− ta de gestão o projeto Totvs, iniciado há dois anos e que fornece detalhamento da produtividade operacional e do controle automotivo. “Realizamos a efetivação da mobilidade no campo promovendo au− tomação dos apontamentos em 100% das operações agrícola com validações online melhorando o controle de qualidade das operações e apuração dos custos ao final de cada mês”, comentou.

tripé da gestão agrícola estabelecido na unidade. As vias desse modelo de gestão estão divididas em um mode− lo de gestão de pessoas, baseado em gestão de processos bem definidos; na definição do foco de atuação, que é baseado em canavial sem falhas, re− plantio de soqueiras, controle de er− vas daninhas e no rol de variedades, versus ambiente de produção, versus macro região de colheita e final− mente, em ferramentas que propor− cionam maior eficiência na gestão, que desempenham bem a perfor− mance dos equipamentos e ferra− mentas de eficiência na colheita. Além desse tripé de gestão, Poli− zello destaca um projeto que está contribuindo para a usina alcançar bons resultados. “Após dois anos de desenvolvimento interno, a usina es− tá concluindo o seu projeto de Agri− cultura 4.0, testando e conhecendo diferentes tecnologias de comunica− ção. O sistema permitirá que 100% das operações sejam monitoradas em tempo real”, comentou.

Recorde de qualidade da matéria-prima Nessa safra a Cevasa bateu o recorde da qualidade da matéria− prima com o volume de açúcar total recuperado (ATR) superior a 142 kg por tonelada. Segundo a direção da empresa, a qualidade da matéria−prima é fundamental para o bom êxito das operações da indústria, não sendo diferente no mês dos recordes. A entrega de cana com maior concentração em kg de açúcar total recuperado (ATR) favorece também seus recordes de pro− dução. Esse êxito é resultado do trabalho competente da equipe liderada por Natália Zanon, que conseguiu aliar segurança e qua− lidade nas operações. No webinar, Natália contou que foi iniciado um trabalho em 2016 visando a verticalização da produtividade. Com base na aná− lise de safras anteriores foram levantados todos os gargalos de pro− dutividade, dentre eles: baixa qualidade na operação de colheita, perdas e impurezas elevadas, alta infestação de pragas, além do censo varietal desajustado. A partir dessa análise, foram adotadas diversas ações na agrí− cola como introdução de novas variedades; implantação de pla− taforma inteligente de previsão e automatização das tomadas de decisão, por meio de “big data mining” e inteligência artificial para otimizar a performance e gestão do MIP (manejo integra− do de pragas), como também, a melhoria da qualidade das ope− rações de colheita, entre outros. “Como resultado das ações, a Cevasa vem apresentando re− dução dos índices de pragas, melhoria na qualidade de colhei− ta e consequentemente valores superiores de ATR e TAH safra após safra. Conquistando 73 recordes na agrícola nesta safra, com zero acidentes CAF (com afastamento) e SAF (sem afas− tamento)”, concluiu.


AGRÍCOLA

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Gerenciamento da rotina como ferramenta de melhoria contínua A gestão de rotina é considerada fundamental para empresas que pre− tendem otimizar desempenho e me− lhorar seus resultados operacionais. “As ferramentas de gestão de rotina possibilitam a padronização das ativi− dades, a compreensão clara da relação entre indicadores de desempenho, do processo operacional e aponta quais são as suas atividades críticas, além de possibilitar a identificação de como cada nível organizacional participa para alcançar as estratégias da empre− sa”, explicou Luiz Donizete Ribeiro, gerente executivo de produção agrí− cola do Grupo Tereos. O gerenciamento da rotina foi iniciado há quatro anos na companhia e possibilitou melhorias continuas nas últimas safras. Durante este período foram implantadas ferramentas cujo foco é justamente pensar em ser sem− pre melhor a cada dia, entre elas, tem destaque o método Kaizen. De acordo com Ribeiro, o méto− do possibilitou bons resultados. “Comparando o desempenho das últimas três safras, é possível eviden− ciar que os resultados de tempo pro−

Fred Polizello

Luiz Donizeti Ribeiro

dutivo estão cada vez melhores”, dis− se. Como exemplo, ele mostrou da− dos de produtividade das colhedoras, que passaram de 61,5 em 2018, para 68,2, este ano e nos tratos culturais, o tempo produtivo passou de 26,3 em 2019 para 43,8 este ano. O profissional disse ainda que uma equipe específica monitora a qualidade nas operações agrícolas, de preparo de solo, plantio, colheita e tratos culturais, identificando os des− vios e propondo ações corretivas, vi− sando evitar a perda de produtivida− de agrícola. “No conjunto dos parâ− metros de qualidade tivemos um avanço bastante representativo, com relação às safras anteriores, passando de 70.4% na safra 19/20 para 90,2% na safra atual.


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AGRÍCOLA

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Conheça as vantagens do Oxiflux no sulco de plantio Formação da sala VIP e tratamento de qualidade para o tolete da cana Normalmente o preparo do solo não tem o tempo adequado para que a calagem surta efeito, já que a aplicação se baseia no uso de carbonatos, o que requer pelo me− nos 6 meses para que aconteça a reação. E o plantio, muitas vezes, acontece no prazo de uma semana ou quinze dias. Neste momento, a porção do solo onde o tolete será depositado, encontra−se total− mente inóspita, ou seja, sem con− dições de receber a planta adequa− damente, pois o terreno está com baixa saturação de bases, pH baixo e, certamente, haverá alta adsorção do fósforo. A aplicação de Oxiflux no sulco de plantio, traz soluções rá− pidas e ideais, o produto. reage ra− pidamente abaixo do tolete e promove correção imediata, além do que possibilita a formação do que chamamos de Sala Vip. A porção do solo, localizada abaixo da linha da soqueira, que por ter recebido o Oxiflux, apresenta condições adequadas para a plan−

ta, com pH corrigido, maior dis− ponibilidade de nutrientes (Ca e Mg), além do Fósforo (P) que fi− ca protegido e disponível. O uso do Oxiflux faz com que a cana planta, que normalmente poderia passar por stress, tenha es− se efeito mitigado por conta do ambiente propiciado no solo. Isso garante que a cana tenha um ar− ranque inicial potencializado, de− vido disponibilidade imediata de Ca e Mg e a disponibilização mais rápida do fósforo, envolto pelo Oxiflux na Sala Vip. Oxiflux é o único ferticorre− tivo de alto escoamento, com ga− rantia de segurança de aplicação. É concentrado, o que permite bons resultados com pequenas doses. Esses fatores resultam no incre− mento extremamente significati− vo de produtividade, gerando ex− celente custo−benefício no cana− vial. Para obter os efeitos ideais e a formação da sala VIP, recomen− da−se a aplicação de 150 a 300 kg/ha do Oxiflux.



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Prêmio MasterCana Brasil 2020 homenageia os melhores do ano Premiação reuniu representantes das usinas e grupos produtores, fornecedores e entidades do setor sucroenergético A noite mais aguardada pelo setor sucroenergético foi realizada em 9 de dezembro. O Prêmio MasterCana Brasil é a principal e a mais tradicional premiação do setor sucroenergético e há 32 anos reconhece representantes de usinas e grupos produtores, fornecedo− res e entidades do segmento. A edição de 2020 foi adaptada frente aos desafios provocados pela Covid−19, ao passo que a cerimônia teve modelo híbrido: online e presencial, neste caso, garan− tindo todos os cuidados sanitários re− lacionados ao novo coronavírus. A cerimônia começou reconhe− cendo os profissionais Top 10, que concorreram em 10 categorias dife− rentes levando em consideração os casos bem−sucedidos que mostram empreendedorismo e eficiência na gestão aliada à sustentabilidade. Logo na sequência foi a vez de conhecer as 19 melhores usinas e grupos do setor. As unidades produtoras tiveram seus cases avaliados pelo Comitê Julgador do Prêmio MasterCana Brasil e foram eleitas nas 32 categorias da premiação. As usinas laureadas durante o prê− mio possuem casos bem−sucedidos que mostram máxima eficiência e sus− tentável como resultado de gestão efi− caz, estratégias e tecnologias inovado− ras e altos padrões de segurança am− biental e dos colaboradores, tão neces− sários, em decorrência da pandemia. Fechando a cerimônia as mais rele− vantes empresas fornecedoras de 2020 e suas tecnologias inovadoras e efi− cientes também foram reconhecidas. O deputado federal e presidente

da Frente Parlamentar do Setor Su− croenergético, Arnaldo Jardim, ressal− tou a importância da premiação. “Re− ceber este prêmio honra a cada um e eu, que já pude ter essa satisfação, sei que isso cria e induz comportamento. Todos prestam atenção naqueles que são os premiados. Parabéns a todos”, disse em vídeo exibido no momento da premiação. O parlamentar comen− tou ainda sobre os desafios enfrenta−

PATROCINADORES

dos pelo setor em 2020 devido à pan− demia. “Nós tivemos um ano muito desafiador. O setor se superou e evo− lui tecnologicamente, possibilitando abrir novos mercados para o nosso etanol, que se constitui cada vez mais como referência do ponto de vista ambiental. Foi duro este ano, mas 2021 será muito melhor”, afirmou. Raul Guaragna, diretor de opera− ções da Tereos, homenageado como o

Executivo do Ano, foi o escolhido pa− ra falar em nome dos premiados. O di− retor agradeceu os quase 8 mil funcio− nários da Tereos e o empenho de todos em buscar sempre fazer o melhor. Também agradeceu e elogiou a pre− miação, que se tornou referência para o segmento e destacou a resiliência do setor diante dos desafios da Covid−19. O Prêmio MasterCana Brasil 2020 contou com o patrocínio das empre− sas Axhiom Sistemas Inteligentes; Di− mastec; GDT by Pró−Usinas e S− PAA Soteica. Além do apoio da Agri− tech Geotecnologia; Aliança SCA Aliança SCA; CTC (Centro de Tec− nologia Canavieira); Dimastec; Re− conlog e Telog.


PRÊMIO MASTERCANA

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VENCEDORES MASTERCANA BRASIL 2020 Top 10 do setor em 2020

Empresário do Ano Sergino Ribeiro de Mendonla Neto, presidente do Grupo Vale do Verdão O empresário Sergino Ribeiro de Mendonça Neto é o presidente do Grupo Vale do Verdão, que possui uma estrutura bastante verticalizada, com capital próprio e pouco manejo de cana de fornecedores. Sob sua direção, nas últimas safras, o grupo investiu na modernização de suas unidades, avançando especialmente no projeto de cogeração de energia elétrica. Nesta safra 2020/21, o empresário fez uma ação estratégica bem-sucedida e agora conta também com uma nova usina adquirida, a São Luiz, que pertencia a Abengoa. A usina, localizada em Pirassununga (SP), foi recebida como unidade produtiva isolada (UPI), sem dívidas. As habilidades empresariais de Mendonça Neto demonstradas pelas ações estratégicas, bem como os resultados obtidos por suas unidades de produtoras e equipe de gestores, foram consideradas pelo Comitê Julgador do Prêmio MasterCana as mais relevantes deste recente ciclo. Por isso, o empresário recebeu o Troféu de empresário do Ano no prêmio MasterCana 2020.

Executivo do Ano Raul Guaragna, diretor de operações da Tereos Raul Guaragna, diretor de operações agroindustriais da Tereos, é um dos principais responsáveis pela eficiência na gestão do grupo. Neste ano, a Tereos se destacou em muitas frentes, inclusive no combate e prevenção do novo coronavírus. Além disso, a companhia avançou para superar os desafios agroindustriais da safra 2020/21. O grupo investiu em inovações que sustentaram a programação estipulada, mantendo a competitividade das unidades produtoras e superou resultados. Tanto que várias de suas usinas fecharam a safra batendo recordes. A atuação competente e os feitos realizados através da gestão agroindustrial de Raul Guaragna foram consideradas pelo Comitê Julgador da premiação as mais relevantes deste recente ciclo. Por isso, o diretor de operações agroindustriais recebeu o Troféu de executivo do Ano no Prêmio MasterCana 2020.

JornalCana Next Luca Giobbi, diretor administrativo financeiro da Usina Sonora “Uma empresa não consegue sucesso sozinha e o trabalho em equipe é um dos pontos fundamentais para alcançar o êxito. Para o bem estar do ambiente corporativo é preciso, além de remuneração e benefícios, investir no relacionamento interpessoal. Na pirâmide do meio profissional, líder e liderado desenvolvem um papel estratégico para a conquista de objetivos e crescimento tanto na empresa quanto na área pessoal”. essas são as premissas citadas pelo diretor administrativo da Usina Sonora, de Mato Grosso do Sul, Luca Giobbi, para definir sua atuação frente aos desafios pertinentes ao setor. O profissional é considerado exemplo bem-sucedido de sucessão familiar. Giobbi está em constante busca para aperfeiçoar sua liderança e gestão. Dentre as ações proativas do profissional, destaca-se o Programa “Café com a Liderança”. A iniciativa tem como objetivo, estreitar cada vez mais a comunicação no ambiente de trabalho, fortalecendo o clima organizacional. Sua atuação e liderança, o credenciaram a ser um dos primeiros a receber o troféu JornalCana Next. A categoria foi criada nesta edição da premiação.

JornalCana Next Rafael Ometto do Amaral, engenheiro de produção da Usina Santa Lúcia em 1940, Jerônimo Ometto comprou parte da Fazenda São Joaquim, em Araras (SP), e assim nasceu a Usina Santa Lúcia. Atualmente, a terceira geração da família está no comando e a quarta geração inicia a jornada profissional para a futura sucessão. “As sucessões fazem parte de empresas familiares e têm uma importância enorme no negócio: manter a essência e promover mudanças para a sobrevivência da empresa nos novos tempos”, afirma Rafael Ometto Do Amaral, engenheiro de produção da companhia. ele revela que a estratégia que a Usina Santa Lúcia sempre seguiu, e que faz parte de sua cultura, é o crescimento constante e seguro. “em um ano de crise não podemos deixar de crescer e em um ano de bons ventos precisamos ter sabedoria e caminhar com parcimônia, para que em momentos inesperados, tenha-se maior tranquilidade em atravessá-los e seguir evoluindo”. Amaral, é mais um exemplo bem-sucedido e, premiado, de sucessão familiar.

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VENCEDORES MASTERCANA BRASIL 2020 Top 10 do setor em 2020 JornalCana Next Gastão de Souza Mesquita Filho, assessor da diretoria na Cia Melhoramentos Norte do Paraná exemplo bem-sucedido de sucessão familiar, Gastão de Souza Mesquita Filho, foi homenageado com o troféu Jornalcana Next. O advogado é herdeiro da Companhia Melhoramentos, e atua como assessor da diretoria na empresa que tem mais de 90 anos de história. Mesquita Filho faz parte da família fundadora e demonstra na prática os benefícios da descendência. “Uma empresa tem inúmeras vantagens quando membros da família acionista participam de sua gestão, mas se os princípios da governança corporativa não estiverem presentes no dia-a-dia da companhia, praticados por acionistas e gestores, essa vantagem competitiva pode se tornar um enorme problema. Quantas histórias não conhecemos de empresas que foram destruídas por conflitos, velados ou abertos, entre acionistas, desvios de finalidade, confusão patrimonial, etc.”, elucida.

Profissional do Ano - Administração Juliano Ficher, diretor administrativo financeiro da Usina São Domingos Crescimento de 460% no Lucro Líquido; margem eBTDA de 44% e aumento na moagem de 18,2% são alguns resultados do Plano estratégico da Usina São Domingos, que contempla reestruturação e alongamento da dívida, profissionalização e otimização das operações visando a redução de custos, aumento da produção, produtividade e margem líquida, além da blindagem do orçamento com política de gestão de riscos. Os excelentes resultados são frutos do trabalho competente da equipe liderada por Juliano Ficher, diretor administrativo financeiro da Usina São Domingos, laureado como o Profissional do Ano, na área administrativa.

Profissional do Ano - Gestão Agroindustrial Marcelo Lopes Faria, gerente geral de operações agroindustriais da Clealco Com novos investimentos na renovação e expansão de canaviais e em novas tecnologias no campo, a Clealco ampliou sua moagem em 1,6 milhão de toneladas na safra 20/21 e já prevê 1,5 milhão toneladas adicionais até 2023. O empenho de Marcelo Lopes Faria foi essencial para a empresa conquistar uma safra com muitos recordes, por isso, ele foi o escolhido a receber o prêmio Profissional do Ano – Gestão Agroindustrial.

Profissional do Ano - Gestão Agrícola Lucas André Lopes, diretor agrícola do Grupo Colombo A Colombo Agroindustrial encerrou a safra 20/21 com recordes históricos, processando 9,9 milhões de toneladas de cana. Os resultados positivos no campo contribuíram para o excelente desempenho da companhia e Lucas André Lopes, diretor agrícola do Grupo, e sua equipe estão entre os responsáveis por isso. Seu comprometimento, estratégia, superação, foco e trabalho em equipe foram essenciais neste processo, por isso, foi indicado a receber a premiação.

Profissional do Ano - Gestão Industrial Leandro Kaster, gerente corporativo de operações industriais da Biosev Os bons resultados na área industrial foram essenciais para o Grupo Biosev se destacar na safra atual. esmero profissional e questões estratégicas, como a atuação matricial na gestão da manutenção industrial, que também se integra com a gestão de processos industriais e uso massivo de ferramentas da Industria 4.0, contribuíram para uma evolução relevante dos indicadores industriais. esse trabalho, que passa pela gestão de Leandro Kaster, gerente corporativo de operações industriais da companhia, contribuíram para aumentar a eficiência industrial do grupo e seu desempenho. Por isso, Kaster foi escolhido para receber o prêmio Profissional do Ano – Gestão Industrial.

Fornecedor de cana do ano Daine Frangiosi, presidente da CanaCampo de Campo Florido (MG) O produtor rural e diretor presidente da Canacampo, Daine Frangiosi vem se destacando graças ao seu trabalho de manejo da cana-de-açúcar pensado para obter alta produtividade e para alcançar os tão sonhados 3 dígitos. O trabalho alinhado a um programa de melhoramento genético para a escolha das variedades certas e um planejamento de plantio diferenciado, resultam nas altas produtividades de suas lavouras. Sua engenhosidade e competência foram consideradas pelo Comitê Julgador do Prêmio MasterCana as mais relevantes deste recente ciclo. Por isso, Frangiosi foi o escolhido para receber o Troféu de Fornecedor de Cana do Ano no prêmio MasterCana Brasil 2020.


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VENCEDORES MASTERCANA BRASIL 2020 Usinas laureadas em 2020

Usina do Ano - Estratégia Empresarial Performance Biosev

Usina do Ano - Estratégia Empresarial – Gestão - BP Bunge Bioenergia

Usina do Ano - Estratégia Empresarial Tecnologia & Inovação - Cevasa

Juan Blanchard, CEO da Biosev

Marcelo Nunes, diretor de Integração e Estratégia da BP Bunge Bioenergia

Luiz Paulo Sant´Anna, diretor geral

Impulsionado por melhor desempenho operacional, decorrente da evolução do canavial e da eficiência industrial, o Grupo Biosev conseguiu recordes históricos na moagem e também bons números financeiros, registrando lucro líquido de R$ 155,5 milhões no primeiro semestre da safra 20/21. O resultado positivo é fruto de esforços que a companhia tem feito ao longo das últimas safras para elevar a eficiência operacional e aperfeiçoar os processos visando serem mais competitivos. Pela sua ótima performance, foi a usina escolhida nesta categoria para receber a premiação este ano.

em seu primeiro ano de atuação, a BP Bunge Bioenergia, foi eleita Usina do Ano na categoria “estratégia empresarial – Gestão”, com o case de criação da companhia. Neste ano de estreia, já conseguiu resultados positivos, que já aparecem na captura de sinergias: em torno de R$ 500 milhões, de R$ 1 bilhão previsto ao longo de 3 anos. Os investimentos, cerca de R$ 1,1 bilhão em 2019/2020 e o planejamento da gestão de ativos biológicos permitiram elevar a produtividade dos canaviais e também a eficiência industrial.

Usina do Ano - Área Agrícola - Gestão – Cevasa

Usina do Ano - Responsabilidade Empresarial - Performance - São Manoel

Natália Zanon, gerente de divisão agrícola

Moacir Fernandes Filho, diretor

Nesta safra, a Cevasa bateu o recorde da qualidade da cana-de-açúcar com o volume de açúcar total recuperado (ATR) superior a 142 kg por tonelada. A empresa conseguiu também evolução da produtividade do canavial (TAH) e produtividade/rendimento das máquinas as quais foram conquistadas por meio da melhoria do manejo, da implantação de tecnologias agrícolas e da elaboração e implantação de modelo contrato de fornecimento sustentável, onde valoriza-se a cana com base na colheitabilidade do canavial, distância, dificuldade de acesso além de ter bonificações/penalizações relacionadas a planejamento, qualidade e/ou entrega de cana. Com essas iniciativas, a Cevasa conquistou a premiação “Usina do Ano - Área Agrícola – Gestão”.

Através da edição 2020 de seu Relatório de Sustentabilidade, elaborado a partir da metodologia de relato da Global Reporting Initiative (GRI) em "Versão Abrangente", a Usina São Manoel ampliou a visibilidade de suas práticas sustentáveis de produção e de governança, apresentando o desempenho econômico, social e ambiental da organização. A aplicação de boas práticas de produção e o investimento em inovações tecnológicas estão em sintonia com o foco em sustentabilidade mantido pela empresa e se concretiza com o comprometimento da equipe com o crescimento da São Manoel. Pelas suas ações, foi escolhida como a Usina do Ano - Responsabilidade empresarial - Performance desta edição do prêmio.

A Cevasa vem passando por um processo de transformação desde 2016, quando foi revisado o “Quadro de Gestão estratégica” da empresa, possibilitando uma reestruturação financeira e melhoria na gestão de caixa e capital de giro, resultando em ciclos financeiro e operacional melhores. Houve significativa redução de todas as linhas de custeio da empresa bem como um aumento na margem ebtida de 200% comparando o ano de 2020 a 2015, além da redução significativa do seu endividamento ao longo dos anos. Diante dos bons índices que vem conquistando com as iniciativas implantadas, a Cevasa foi escolhida como a Usina do Ano - estratégia empresarial - Tecnologia & Inovação de 2020.

Usina do Ano - Responsabilidade Empresarial – Gestão; Usina do Ano - Área Agrícola - Tecnologia & Inovação e Usina do Ano - Automotiva e Logística Agrícola Tecnologia & Inovação - Guaíra Matheus Silva, engenheiro agrônomo A Usina Açucareira Guaíra foi premiada como Usina do Ano em três categorias, sendo elas: Área Agrícola – Tecnologia & Inovação, pelo 17º ano consecutivo; Automotiva e Logística Agrícola – Gestão, pelo 2º ano consecutivo; e Responsabilidade empresarial – Gestão. As premiações foram baseadas na performance e investimento da usina nas devidas áreas. Na área agrícola, a companhia tem adotado a técnica de Meiosi na reforma do canavial como objetivo de alicerçar a produtividade agrícola de forma sustentável. Na área automotiva e logística agrícola, a empresa implantou softwares e inovação da ferramenta de gestão. Já na área ambiental, a empresa mantém altos investimentos em Programas de Gestão Ambiental e aperfeiçoamento em tecnologia e práticas agrícolas sustentáveis.


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VENCEDORES MASTERCANA BRASIL 2020 Usinas laureadas em 2020

Usina do Ano - Responsabilidade Empresarial - Tecnologia & Inovação Zilor

Usina do Ano - Administração & Finanças Performance - Usina São Domingos

Usina do Ano - Administração & Finanças Gestão - Colombo Agroindustrial

Juliano Ficher, diretor administrativo Financeiro

Anderson Travagini, CCO CFO

Nabor Nogueira, gerente de Pessoas, Comunicação, Responsabilidade Social e Integridade

Com a retomada dos investimentos em todos os setores, estratégia possível a partir de seu plano de reestruturação, a São Domingos vem apresentando resultados expressivos como a quebra de recordes de moagem, fabricação diária de açúcar, etanol e energia elétrica, além de um avanço tecnológico nunca visto antes na empresa. A blindagem do orçamento com política de gestão de riscos prevê fixações antecipadas de preços de exportação de açúcar. A usina, que fixou quase 100% de seu açúcar a R$ 1.420 a tonelada na safra atual, já tem 60% da produção do alimento por R$ 1.450 a tonelada para a temporada 2021/22. O fato representa um conforto para honrar o compromisso de 8 anos para pagamento de sua dívida com os bancos. Com essas estratégias, a São Domingos foi a escolhida como Usina do Ano - Administração & Finanças – Performance.

A Colombo Agroindústria encerrou a safra 20/21 com recorde na moagem. Os 9,9 milhões processados representam 15% a mais do que o grupo moeu no ciclo passado. A produção de etanol também foi expressiva, chegando a 470.688.886 litros, a de açúcar contabilizou 13.065.269 sacas e a energia, 243.617 MWH. Os bons números refletem o empenho da companhia na busca de maior competitividade e rentabilidade. O grupo passou por uma reorganização societária e de gestão e agora avança com seu plano estratégico, com investimentos em tecnologia e modernização de seus processos. Segue para concluir a profissionalização da gestão e a transformação em agroindústria, além da implantação de novo modelo de governança corporativa. Com um mix açucareiro, a companhia aproveitou a alta do dólar e os níveis altíssimos dos preços do açúcar para fazer hedge da sua produção. Além de ter usada a medida na temporada atual, a Colombo usou a estratégia também para o ciclo 21/22 e já fixou preço de 50% de sua produção para a safra 22/23. A companhia terminou o ano de bons negócios, como a Usina do Ano - Administração & Finanças – Gestão 2020.

Usina do Ano - Saúde e Segurança no Trabalho - Gestão e Usina do Ano – Preservação Ambiental - Coruripe

Usina do Ano - Preservação ambiental – Tecnologia & Gestão - Tereos

Fábio Moniz, diretor administrativo e RH

As ações ambientais realizadas pela Tereos atribuíram ao grupo o título de Usina do Ano, Preservação Ambiental – Tecnologia & Gestão. Destacou-se o projeto para reduzir a geração de resíduo classe II, consequentemente ocorreu a diminuição da geração de gases de efeito estufa. Além da redução do custo de transporte desses resíduos para o aterro sanitário, anteriormente feita a um custo de R$0,68 por tonelada. Com o projeto, houve uma redução de transporte de 34% do total de resíduos Classe II, ou seja, 128 toneladas de março até outubro deste ano, que não se transformaram em resíduos, representando um saving de R$125.000 no ano.

A companhia apresentou três cases e foi vencedora com o projeto de inclusão digital “Aprender Sempre – eu Amo Chiquinho”, desenvolvido em parceria com a Softtek, empresa de TI de origem latino-americana. A iniciativa beneficiou professores que lecionam para cerca de 900 alunos dos ensinos fundamental, médio e eJA (educação de Jovens e Adultos) da escola estadual Francisco Balduíno, em Quatá (SP), durante a pandemia.

Usina do Ano - Preservação Ambiental Perfomance - Agrovale Thaíse Tavares, coordenadora de meio ambiente A sustentabilidade sempre foi tratada com seriedade e responsabilidade pela Agrovale. Ao longo de sua história, a empresa desenvolveu processos, assumiu comportamentos e adotou políticas internas que valorizam e respeitam o meio ambiente. Nas áreas não cultivadas por cana-de-açúcar, pela usina, que corresponde a 65%, são ocupadas por vegetação nativa em condição preservada. Sendo a demanda interna de recuperação de áreas degradadas quase inexistente. Apesar desse aspecto, desenvolve um projeto denominado de “Viveiro” onde realiza a produção de mudas objetivando o repovoamento das espécies de flora nativa da caatinga em áreas de preservação florestal, cujo foco é a doação à sociedade. Por seu empenho em projetos como este, foi a escolhida como Usina do Ano - Preservação Ambiental – Perfomance.

A Coruripe foi eleita “Usina do Ano” nas categorias “Saúde e Segurança do Trabalho” e “Preservação Ambiental”. No primeiro caso, devido ao programa “Zero Acidente Sempre”, que completou seis anos de atividades e reduziu o número de acidentes com afastamento em 97%. Na categoria “Preservação Ambiental”, a companhia se destacou pelas ações de conservação da fauna e flora em mais de 17 mil hectares de floresta protegidos em Alagoas e Minas Gerais, bem como a manutenção de suas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).

André Tebaldi, gerente de sustentabilidade


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VENCEDORES MASTERCANA BRASIL 2020 Usinas laureadas em 2020

Usina do Ano - Programas de Qualidade e Produtividade - Performance - Tereos

Usina do Ano - Programas de Qualidade e Produtividade - Gestão - Barralcool

Usina do Ano - Recursos Humanos Tecnologia & Inovação - Bevap

Raul Guaragna, diretor de operações

Leandro Patrocínio, supervisor de qualidade

Giovana Pinheiro, supervisora de RH

A Tereos foi considerada a Usina do Ano - Programas de Qualidade e Produtividade - Performance devido ao Programa Kaizen, implementado no grupo, na safra 17/18, com 168 melhorias registradas. Desde então, sua expansão foi expressiva. Na safra atual (20/21), já foram implementadas 1990 melhorias, com retorno estimado de R$ 6 milhões. Contribuem para estes resultados todos os setores produtivos das 7 unidades do grupo, e os administrativos, incluindo o BSC.

Buscando aperfeiçoar as medidas de gestão interna para assegurar a qualidade de seus produtos e superar as expectativas de clientes e colaboradores, o Grupo Barralcool desenvolve diversas ações voltadas para a Política de Qualidade. Neste sentido, o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) vem desenvolvendo um excelente trabalho. Desde 2003, a empresa vem inovando em práticas e procedimentos, implantando certificações relevantes, como a FSSC 22000, a Bonsucro e RenovaBio, em fase de revisão técnica, contribuindo com a eficiência e segurança de seus produtos. A atuação da empresa garantiu o título de Usina do Ano – Programas de Qualidade e Produtividade – Gestão.

Um programa voltado para o desenvolvimento interno de todos os colaboradores, com aquisição de uma plataforma de acesso a um sistema de gestão de treinamentos on-line foi o responsável pela Bevap ser a escolhida como a Usina do Ano - Recursos Humanos - Tecnologia & Inovação em 2020. O objetivo do programa é melhorar o nível de desenvolvimento nos processos em pelo menos 90% de assertividade com colaboradores treinados. Assim, foram disponibilizados mais de 400 treinamentos on-line na plataforma e mais de 100 cursos livres, dos quais os colaboradores tem acesso livre e podem escolher conforme seu interesse. Ainda foi definido um plano de desenvolvimento para cada setor onde especificam treinamentos que são obrigatórios por área e que foram indicados pelo gestor como treinamentos obrigatórios.

Usina do Ano - TIC - Tecnologia da Informação e Comunicações - Tecnologia & Inovação - Usina São Domingos

Usina do Ano - Área Industrial Performance - Usina São Domingos

Usina do Ano - Área Industrial – Gestão Nardini

Tiago Baracat Sanchez, acionista

Ariel Junior Souza, gerente tecnologia da informação

A São Domingos foi premiada como a Usina do Ano - Área Industrial – Performance nesta edição do MasterCana. O seu case está baseado nos rendimentos industriais, hoje a companhia faz parte de um grupo seleto de usinas que estão no 1º Quadrante de eficiência industrial do Benchmarking do CTC, tendo melhorado o rendimento somente através de organização de processos e capacitação de pessoas. Com a otimização dos recursos e transformação digital consegui passar a moagem de 2 milhões de toneladas para 2,6 milhões de toneladas e conquistar recorde histórico de produção de açúcar, ao esmagar com eficiência 13.840 toneladas de cana por dia. A empresa segue firme no propósito de crescer em escala de produção e moagem, com novos recordes.

Luiz Fernando, responsável industrial manutenções

A transformação digital contribuiu para a Usina São Domingos otimizar processos e melhorar a eficiência nas operações, com isso, garantir diversos recordes de produção no ciclo 20/21. As ferramentas tecnológicas devem trazer outras mudanças profundas para a companhia nos próximos 10 anos, aumentando a escalabilidade para o crescimento e expansão. Neste contexto, a São Domingos mantém os investimentos na transformação digital na área agrícola, através de computadores de bordo e em transponders. Já na indústria, a usina implantou o sistema de Otimização em Tempo Real (RTO) software S-PAA, na área de cogeração e embebição da moenda, com o propósito de reduzir o consumo de vapor, ampliar a cogeração, além de aumentar sua eficiência industrial, esmagando mais cana-de-açúcar e produzindo mais açúcar e etanol sem grandes investimentos na configuração da planta industrial. Por isso, a São Domingos foi escolhida como a Usina do Ano - TIC - Tecnologia da Informação e Comunicações - Tecnologia & Inovação.

A Nardini implementou um novo modelo de gestão, onde o diálogo e participação são as principais ferramentas, além de colocar metas simples e bem definidas para que todos pudessem cumprí-las com a união das equipes. Assim, a empresa conseguiu melhorar sua performance, investindo pouco. Com a gestão de ativos, a companhia tem obtido resultados expressivos diretamente no tempo de aproveitamento industrial e no gerenciamento de insumos. A estratégia garantiu a premiação à Nardini, nesta edição do MasterCana Brasil.


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PRÊMIO MASTERCANA

Dez 2020/Jan 2021

VENCEDORES MASTERCANA BRASIL 2020 Usinas laureadas em 2020

Usina do Ano - Área Industrial Tecnologia e Inovação - Cevasa Alberto Antonio da Silva, gerente de divisão industrial A Cevasa vem batendo recordes de moagem e conquistando excelentes números operacionais, com recordes na qualidade da matéria-prima, na produção de açúcar, de eficiência global industrial (eGI), no rendimento total corrigido (RTC) e na produção de energia. Na indústria, principalmente, o domínio das operações, identificação e correção de gargalos mecânicos e operacionais, melhoria no controle, melhoria na qualidade e redução das perdas garantiram a evolução dos principais indicadores de performance. este ano, a usina iniciou a operação do software S-PAA na área de energia e embebição, o que garantiu maior estabilidade no vapor e redução no consumo de processos, permitindo melhorar os índices de eficiência industrial e de exportação de energia, além da economia de bagaço por UNICOP. Assim, a companhia foi considerada a Usina do Ano - Área Industrial Tecnologia e Inovação, em 2020.

Usina do Ano - Automação Industrial Gestão - Usina Pitangueiras Ruan Mantovani, especialista de utilidade A Usina Pitangueiras vem em um processo crescente de implantação da inteligência artificial nos últimos cinco anos. A companhia foi a primeira usina a implementar o laço fechado do S-PAA na destilaria, depois o PDCA Online em workflow automático, e recentemente, na moenda com NIR Online, o que vem proporcionando ganhos significativos. Por isso, foi escolhida como a Usina do Ano - Automação Industrial – Gestão. Neste contexto, a usina investiu na implantação da tecnologia NIR na extração, com automação, na cana entrada e no bagaço de saída da moenda. Os investimentos também foram feitos no repotenciamento dos aparelhos de destilação, e automação da lavagem de gases (CO2) da fermentação; na manutenção industrial focada na análise de itens críticos, com a utilização de ferramentas de gestão, entre outros.

Usina do Ano - Bioeletricidade Performance - Glencane - Usina Rio Vermelho

Usina do Ano - Bioeletricidade - Atvos Unidade Água Emendada

Edes Marcolino da Silva Filho, coordenador de manutenção elétrica/instrumentação/automação/ geração de energia

A Unidade Água emendada (GO), da Atvos, ganhou destaque com o case eficiência energética Industrial e levou o troféu Usina do Ano – Bioeletricidade. A ação resume-se no aumento da geração horária de energia produzida a partir da combustão de biomassa, usando o mesmo montante de bagaço da cana, que teve a umidade reduzida, aumento de eficiência de combustão e estratégia direcional de alimentação dos turbogeradores, tornando possível elevar a geração de energia elétrica de 370 kWh/tbiomassa para 395 kWh/tbiomassa. Sem demandar investimentos, a iniciativa tem ganho estimado de R$ 4 milhões para a safra.

A cogeração tem representado um lucro certo para as usinas, portanto, inovar em gestão e tecnologia nesta área tem sido a prática de algumas unidades visando cogerar e exportar mais energia elétrica. É o caso da Glencane, que obteve nessa safra eficiência energética significativa. Foram 117 Kw/tc de energia gerada e 86,5 kw/ tc de energia exportada. Isso somente com a cana moída, sem compra de nenhuma biomassa. A Rio Vermelho exportou 330.000 Mw, recorde histórico da unidade. As iniciativas nesta área resultaram na sua premiação.

Osvaldo Davila Junior, coordenador de produção

Usina do Ano - Automação Industrial Tecnologia & Inovação - SJC Biooenergia - USF/UPG

Usina do Ano - Produção de Etanol - SJC Bioenergia – URD

Geovane Donizete de Souza, coordenador de instrumentação e elétrica

em uma onda de crescimento constante, a Usina Rio Dourado (URD), da SJC Bioenergia, vem consolidando, mês a mês, performances que vem contribuindo para alcançar, por exemplo, mesmo em meio a um ano atípico e com um cenário mundial cheio de incertezas, a melhor temporada de todas as temporadas. O bom desempenho possibilitou a usina encerrar o ciclo 20/21, no dia 9 de novembro, com vários recordes, entre eles, o de 98,9% de disponibilidade industrial, o que contribuiu para outro recorde histórico, o da produção de etanol total, com 252.923.796 litros. A eficiência nos processos industriais foi essencial neste sentido, por isso, a unidade foi escolhida como Usina do Ano - Produção de etanol

Os investimentos feitos em processos de automação industrial contribuíram para a SJC Bioenergia conquistar ótimos índices nesta temporada, intitulada como a Safra da Transformação. Na produção, foram 47 recordes e 11 na área de segurança, além do recorde histórico da Usina São Francisco (USF), que alcançou 96,64% de disponibilidade industrial. A Unidade Processadora de Grãos (UPG) também vem superando a cada ciclo a sua marca de produção, evidenciando a evolução crescente e maturidade dos processos. Por isso, as duas unidades foram reconhecidas com o prêmio Usina do Ano - Automação Industrial - Tecnologia & Inovação.

Aryel Guimarães, gerente de processos industriais


PRÊMIO MASTERCANA

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VENCEDORES MASTERCANA BRASIL 2020 Usinas laureadas em 2020 Usina do Ano - Automação Agrícola - Gestão - Usina Jacarezinho José Ricardo Zanata, gerente de operações agrícolas Prestes a completar 75 anos, a Usina Jacarezinho conquistou o prêmio Usina do Ano - Automação Agrícola – Gestão devido a um projeto criado para otimizar a produtividade das colhedoras de cana, adotando metodologias e ferramentas para melhoria contínua na área agrícola. A empresa percebeu que havia uma grande variabilidade na produtividade das 25 colhedoras em operação. De 2015 a 2017 a média geral das colhedoras 2 Linhas foi de 496 t/máq/dia (média de 523 nas próprias, 469 nas terceirizadas, variando de aproximadamente 50 à 1050 t/máq/dia). Com o projeto, foi possível melhorar em 14% a produtividade das colhedoras nas últimas safras, com uma colheita mais automatizada e confiável, contando também com a atuação mais assertiva das equipes de colheita e redução de custos com terceiros e do custo CTT (Corte, Transbordo e Transporte).

Usina do Ano - Automação Agrícola - Tecnologia & Inovação - BP Bunge Bioenergia Alexandre Martins, gerente de logística/Smartlog A BP Bunge foi a vencedora do prêmio Usina do Ano, na categoria “Automação Agrícola – Tecnologia & Inovação”, com o SamartLog, torre de controle que utiliza as tecnologias 4.0, na gestão logística e monitoramento online, em tempo real e de forma unificada de toda cadeia CTT (corte, transbordamento e transporte). O hub de informações monitora cerca de 1.200 equipamentos agrícolas, intervindo e gerando dados para a tomada de decisão nos processos logísticos de plantio e colheita de suas 11 unidades agroindustriais. A iniciativa permitiu aumentar o uso das colhedoras, de 9 a 10 horas diárias, para cerca de 16 horas de corte/dia. A média de colheita chegou ao recorde de 1.080 toneladas/dia na unidade Tropical (GO), e a 800 toneladas/dia nas 11 usinas. A gestão online permitiu a redução em 20% no número de colhedoras no campo e ganho de produtividade de 10%. Além disso, a redução do consumo de diesel na cadeia CTT está acima dos 8%, somente em razão do aumento da produtividade e otimização da operação de máquinas e caminhões.

Usina do Ano - Automação Agrícola - Gestão - Atvos Rodrigo Vinchi, diretor agrícola A Atvos conquistou o prêmio Usina do Ano – Automação Agrícola a partir do Projeto Cubo da área agrícola. A iniciativa fez com que a companhia obtivesse ganhos significativos de produtividade com a otimização da digitalização da logística agrícola, centralizando o monitoramento e controle de colhedoras, tratores e caminhões. Com a implementação dessas ações, o tempo de utilização do maquinário teve aumento de 20%, além de reduzir a frota de veículos das duas unidades. Quando o Projeto Cubo estiver totalmente implantado no próximo ano, haverá potencial para retirada de até 87 equipamentos, além de alcançar uma economia de R$ 34 milhões, conforme as expectativas e planejamento.

Usina do Ano - Manejo e Tratos Culturais - Tecnologia & Inovação - Tereos José Olavo Vendramini, gerente executivo de tecnologia agrícola A Tereos conquistou registros históricos nesta safra, com moagem de 20,9 milhões de toneladas de cana e rendimento de 12,2 toneladas de açúcar por hectare (ATR/ha), recordes conquistados apesar do ambiente climático adverso, com seca prolongada. A empresa conseguiu aumentar a produtividade dos seus canaviais graças aos investimentos em tecnologias de produção agrícola, melhoria do censo varietal, manejos diferenciados e evolução da transformação digital na companhia, o que possibilitou melhorar as operações no campo. Fato que a identificou como a Usina do Ano - Manejo e Tratos Culturais Tecnologia & Inovação.

Usina do Ano - Irrigação - Tecnologia & Inovação - Bevap Wagner de Oliveira, gestor de TI Um projeto desenvolvido para fazer a gestão e automação de sistema de irrigação deu à Bioenergética Vale do Paracatu S/A (Bevap) o título de Usina do Ano - Irrigação - Tecnologia & Inovação. O Irriger Connect é um sistema desenvolvido entre a usina e as startups de automação, IrrigaPrime e Irriger e visa promover o uso racional da água e da energia elétrica nas atividades agrícolas de irrigação da cultura da cana desenvolvidas pela Bevap nos municípios de Unaí, Paracatu e João Pinheiro, em Minas Gerais. O projeto, inovador e com foco na sustentabilidade, tem como objetivo a obtenção de uma base de dados consistentes e convertidos em sistema de gestão dos recursos hídricos. A automatização dos pivôs, interliga as informações obtidas na operação com o gerenciador principal, fazendo com que a tomada de decisão no manejo seja mais rápida e eficaz e, consequentemente, evita o uso desnecessário e o desperdício de água e energia elétrica. A iniciativa deverá proporcionar a redução aproximada de 20% do volume de água atualmente utilizado na irrigação da cana.


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PRÊMIO MASTERCANA

Dez 2020/Jan 2021

VENCEDORES MASTERCANA BRASIL 2020 Inovação & Melhores Empresas

Inovação do Ano - Gestão de Pessoas

Inovação do Ano - Área Agrícola

Inovação do Ano - Agricultura de Precisão

DT FACEUM by Dimastec - Dimas Fausto, diretor

AXIAGRO - Rodrigo Valdomiro de Souza, diretor executivo

AGRITECH GEOTECNOLOGIA - Wilson Dias Junior, diretor

Inovação do Ano - Área Agronômica

Inovação do Ano - Armazenamento

CTC - Centro de Tecnologia Canavieira - Ricardo Bendzius, diretor de marketing

RECONLOG - Maurício Mendes, diretor de marketing

Inovação do Ano - Fornecedor Mais Indicado - Tecnologia Industrial

Inovação do Ano - Fornecedor Mais Indicado - Área Agrícola

Inovação do Ano - Fornecedor Mais Indicado - Logística

CALTEC - Ana Lúcia Marques, gerente comercial B2B

TELOG - Rosana Zumstein, diretora executiva

MULT Engrenagens - Tiago Rodrigues Gomes, diretor

Melhor Empresa de Compras ALIANÇA SCA - Alexandre Menezio, diretor operacional


RH

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Nota Técnica esclarece sobre caracterização da Covid-19 como doença ocupacional cia Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999, com suas alterações.

Obrigatoriedade de emissão de CAT pelas empresas permanece inalterada A Secretaria Especial de Previdên− cia e Trabalho publicou Nota Técnica esclarecendo as regras aplicáveis, no âmbito do Regime Geral de Previdên− cia Social, à análise do nexo entre o tra− balho e a Covid−19 para fins de con− cessão de benefícios. Obrigatoriedade de emissão de CAT pelas empresas, quando cabível, permanece inalterada. No dia 11 de dezembro de 2020 foi formalizada a Nota Técnica SEI nº 56376/2020/ME, que tem por finali− dade esclarecer as regras aplicáveis à análise do nexo entre a Covid−19 e o trabalho para fins de concessão de be− nefício previdenciário. A Nota Técnica foi elaborada à luz da legislação previdenciária, para escla− recer a interpretação que deverá ser aplicada quando da concessão de bene− fícios, ou seja, quando o segurado for submetido a uma avaliação da Perícia

Médica Federal, responsável pela carac− terização técnica do nexo entre o tra− balho e o agravo:

rus SARS−CoV−2, no exercício de sua atividade, nos termos do inciso III do artigo 21 da Lei nº 8.213, de 1991.

A COVID−19 pode ser conside− rada doença ocupacional? A depender do contexto fático, a Covid−19 pode ser reconhecida como doença ocupacional, aplicando−se na espécie o disposto no § 2º do artigo 20 da Lei nº 8.213, de 1991, quando a doença resulta das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente. Ela pode ainda constituir acidente de trabalho por doença equiparada, na hipótese em que a doença seja proveniente de contami− nação acidental do empregado pelo ví−

Há na legislação presunção de que a Covid−19 seja doença ocupacional? Não. Para fins de concessão de be− nefício no âmbito do Regime Geral de Previdência Social, em qualquer das hi− póteses mencionadas na primeira ques− tão, será a Perícia Médica Federal que deverá caracterizar tecnicamente a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo, não militando em favor do empregado, a princípio, presunção legal de que a contaminação se constitua em doença ocupacional, conforme dispõe o art. 337 do Regulamento da Previdên−

Quando o empregador deve emitir Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e em que prazo, nos casos da Covid−19? Embora não tenham sido objeto da Nota Técnica SEI nº 56376/2020/ME questões relacionadas à emissão da Comunicação de Acidente de Traba− lho (CAT), é importante destacar que, independentemente do motivo ense− jador do acidente de trabalho ou doença ocupacional, a obrigação de comunicar os acidentes de trabalho para a Previdência Social possui pre− visão no art. 22 da Lei nº. 8.213, de 1991, devendo a CAT ser emitida até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, sob pena de multa. Portanto, a CAT deve sempre ser emitida quan− do ocorrer um acidente de trabalho, a partir de avaliação feita pelo emprega− dor do contexto fático à luz dos nor− mativos citados, não estando condicio− nada a qualquer atuação prévia do INSS ou da Perícia Médica Federal.



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