Março 2021
Série 2
Número 324
MANEJO BIOLÓGICO É APOSTA DA BIOSEV PARA ALTAS PRODUTIVIDADES
Adoção de biotecnologia em 8 unidades é reflexo do perfil inovador do grupo
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CARTA AO LEITOR
Março 2021
índice MERCADO ISO prevê um déficit de 4,782 milhões de toneladas de açúcar na safra 20/21 . . . . . . .6 Açúcar puxa movimentação de cargas em Santos Raízen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 Falta de matéria-prima reduzirá produção de açúcar na safra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 Demanda por cana-de-açúcar deverá aumentar nos próximos anos . . . . . . . . . . . . . . .9 Intervenção na Petrobras preocupa setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 RenovaBio evidencia ainda mais a relevância do Brasil no mercado bioenergético mundial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Selo Energia Verde tem 60 usinas certificadas em 20/21 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 Canavieiros de Pernambuco começam a receber CBIOs pela primeira vez . . . . . . . . .12 ANP retoma RenovaBio Itinerante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 Entidades do setor sucroenergético defendem a venda direta de etanol . . . . . . . . . .14 Perspectivas econômicas trazem boas oportunidades para o etanol . . . . . . . . . . . . . .16 Usina Batatais estima moer 4,1 milhões de toneladas de cana na safra 20/21 . . . . . .18 Usina Coruripe encerra safra 20/21 com resultados recordes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 Rubens Ometto: protagonista de uma história de sucesso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19 Cosan inicia participação na B3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20 Raízen recebe aprovação final do Cade para aquisição da Biosev . . . . . . . . . . . . . . . . .20 Etanol é solução de curto prazo para reduzir emissões em Fernando de Noronha . .21
AGRÍCOLA Adubação biológica é aposta da Biosev para altas produtividades . . . . . . . . . . .22 e 23 Área irrigada totaliza 8,2 mil de hectares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 MPB pode aumentar produtividade em torno de 45% . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 Cana sem n-mineral: solução econômica produtiva e altamente sustentável . . . . . .25 Mudanças e extremos climáticos impactam a produção de cana-de-açúcar . . . . . . .28 BP Bunge Bioenergia quer reduzir por completo dependência de adubação mineral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28
SUSTENTABILIDADE Copersucar reutiliza água do ar-condicionado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29
GENTE Mário Campos é eleito presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 Morre Paulo Fernando Cavalcanri de Morais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30
USINAS Usinas fazem doações para ajudar Santas Casas das regiões onde atuam . . . . . . . . .32 Vertente tece a melhor safra de sua história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 Usinas avançam no processo de transformação de Usina 4.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34
ESPECIAL MULHERES Empresas do setor sucroenergético de MG querem maior equidade . . . . . . . . . . . . . .36 Mulheres conquistam papel de liderança no campo e na indústria . . . . . . . . . . .38 e 39 Cevasa tem programa especial para as colaboradoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 Atvos cria programa de equidade de gênero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31 Mulheres contam como construíram carreiras na Biosev . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42
“Se vocês seguirem os meus decretos e obedecerem aos meus mandamentos, e os colocarem em prática, eu lhes mandarei chuva na estação certa, e a terra dará a sua colheita e as árvores do campo darão o seu fruto.” Levítico 26:3,4
ISSN 1807-0264
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carta ao leitor Andréia Vital - redacao@procana.com.br
Safra 21/22 tem início e setor tem boas expectativas com RenovaBio O RenovaBio deu início à quarta onda de expansão de cana no Brasil e o sucesso do pri− meiro ano de negociações dos Créditos de Carbono (CBIOs), com a comercialização de mais de R$ 700 milhões, é motivo de esperança do setor para uma safra mais rentável.“É uma ren− da nova para a indústria e está promovendo a retomada de investimentos.Além disso, existe um potencial muito grande de curva de preço”, afirmou Guilherme Nastari, diretor da Datagro. Esta edição destaca o que lideranças esperam do programa, traz uma análise sobre o mer− cado de créditos de descarbonização e mostra ainda que fornecedores de cana de Pernambuco começam a receber CBios pela 1ª vez. Também evidencia a avaliação de especialistas sobre a influência do governo de Jair Bolso− naro na estratégia de negócios da Petrobras, o que pode ser um fator negativo para o fluxo de caixa das companhias de açúcar e etanol do país, embora seja um movimento neutro para seus ratings. No cenário de combustíveis, a edição ressalta que a venda direta do etanol aos postos de combustível voltou a ser discutida e que é defendida por entidades como a Novabio e Fepla− na. Traz matéria salientando que a adoção de biocombustíveis ajudará a reduzir as emissões de gases efeito estufa em Fernando de Noronha.A ilha começa a dar os primeiros passos para im− plementar o projeto “Noronha Carbono Zero“, que tem por meta limpar a sua matriz ener− gética. Além disso, destacamos com exclusividade os planos do Grupo Cosan, o qual, entre outras iniciativas, quer construir mais três usinas de etanol de segunda geração, com produção de 300 milhões de litros adicionais de etanol de segunda geração.As informações foram dadas pelo fun− dador e presidente do conselho de administração do Grupo Cosan, Rubens Ometto Silveira Mello. Esta edição divulga também que a Organização Internacional do Açúcar (ISO) revisou a sua estimativa para a safra de cana−de−açúcar 2020/21 mundial e prevê um déficit de 4,782 milhões de toneladas, ante 3,504 milhões de toneladas e 0,724 milhões de toneladas estimados pela entidade, respectivamente, em novembro e agosto de 2020. Já a matéria de capa mostra que o manejo biológico e sustentável é o caminho a ser per− corrido para que os canaviais cheguem aos três dígitos de rendimento médio. A Biosev aposta na adubação biológica para altas produtividades.A companhia adotou a biotecnologia para uso em suas 8 unidades localizadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Já que março é o mês dedicado às mulheres, publicamos um especial que mostra que a par− ticipação feminina nos negócios tem crescido cada vez mais e o seu trabalho vem se destacan− do em diferentes etapas do agronegócio bioenergético. É muito conteúdo interessante! Boa leitura!
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MERCADO
Março 2021
ISO prevê um déficit de 4,782 milhões de toneladas de açúcar na safra 20/21 Um balanço apertado de etanol é esperado para o Brasil no próximo ciclo
A Organização Internacional do Açúcar (ISO) revisou a sua estimativa para a safra de cana−de−açúcar 2020/21 mundial e prevê um déficit de 4,782 milhões de toneladas, ante 3,504 milhões de toneladas e 0,724 milhões de toneladas estimados pela entidade, respectivamente, em no− vembro e agosto de 2020. “Nossa visão fundamental da si− tuação global de oferta/demanda mu− dou, tanto em termos de produção quanto de consumo. A atualização projeta um cenário mais neutro para a balança comercial, que anteriormente apresentava importações superiores às exportações”, explica a ISO. Assim a previsão revisada coloca a produção mundial em 2020/21 em 169,040 milhões de toneladas, queda de 2,093 milhões de toneladas desde novembro passado, principalmente devido à perda na produção de açúcar de beterraba na Europa, que terá bai− xa de 1,286 milhão de toneladas e es− timativas mais baixas para Irã, Paquis− tão e Tailândia. Já o consumo mundial em 2020/21 foi revisado em relação à pandemia de
COVID−19 em andamento e foi es− timado em 173,822 milhões de tone− ladas em 2020/21, queda de 0,815 mi− lhões de toneladas em relação a no− vembro/20 e 3,548 milhões de tone− ladas acima do total de 2019/20. O ajuste atual é baseado na proi− bição de viagens em curso, quanto em antecipação às oportunidades de férias perdidas durante os próximos meses. Neste sentido, principais destinos co− mo Tailândia e México terão um im− pacto no consumo de açúcar devido à falta de visitantes. Outras mudanças incluem maior consumo da Europa Ocidental, devido ao Brexit, e consu− mo reduzido na China. A ISO afirma que a balança co− mercial global está neutra após a revi− são para cima nas exportações, impul− sionada pela maior produção do Bra− sil em outubro e grandes estoques de transporte. Enquanto isso, a estimativa de exportação indiana foi revisada pa− ra cima, em 1,753 milhão de tonela− das, com o apoio do governo aos ex− portadores. O déficit global em 2020/21 re− duzirá a relação estoque/consumo fi− nal para 53,33%, de 57,32% no final de 2019/20. Esta é uma baixa de três anos, mas dentro da faixa observada
nos últimos 8 anos, durante os quais os preços estiveram entre US $ 10 e US $ 22 c / lb. Os preços do mercado futuro au− mentaram 12% desde o último rela− tório, em parte devido ao dólar mais fraco e à força das commodities. Nos− sa perspectiva fundamental (nos níveis atuais) é neutra, dado o comércio equilibrado e os estoques confortáveis. A produção mundial de etanol em 2020 também foi revisada para 100,7 bilhões de litros, queda de 12,5 bilhões de litros em relação a 2019 e o menor nível desde 2016. Isso devido aos maiores produtores do biocombustí− vel, EUA e Brasil, terem reduzido sua produção, com uma perda combinada de 9,7 bilhões de litros. A ISO acredita que será difícil ver a oferta e a demanda globais voltando aos níveis anteriores à pandemia, este ano. “Nossas projeções revisadas para 2021 apontam para 106,0 bilhões de litros, uma recuperação de 5,3 bilhões de litros em relação ao nível de 2020, mas bem abaixo dos 113,2 bilhões de litros produzidos em 2019”, afirmou. A organização estima que a balan− ça do etanol se mostrará muito aper− tada. Isso devido à uma safra mais bai− xa de cana para a safra 2021/22, o que
significará uma produção reduzida de etanol de cana, apesar de uma aloca− ção de etanol projetada marginalmen− te maior. “Com um aumento projetado na demanda e continuadas baixas impor− tações dos EUA, o aumento da produ− ção de etanol de milho no Brasil e uma redução nos estoques podem ser ne− cessários para fechar o balanço. O con− sumo global de etanol em 2020 é esti− mado em 95,9 bilhões de litros, queda de 13,5 bilhões de litros em relação a 2019 e o menor desde 2014”, ressalta. O consumo global do biocom− bustível em 2021 foi estimado em 103,5 bilhões de litros (+7,6 bilhões em 2020, mas −6 bilhões em 2019), com a produção projetada para chegar a 106 bilhões de litros. Segundo a organização, a produ− ção dos EUA deve se recuperar para 56,8 bilhões de litros, ainda abaixo da alta de 2018 de 60,8 bilhões de litros, enquanto o Brasil deve produzir 31,5 bilhões de litros, abaixo da alta de 2019 de 35,2 bilhões de litros, mesmo com uma alocação de etanol margi− nalmente maior no Centro Sul do Brasil.“Um balanço apertado de eta− nol doméstico é esperado para o Bra− sil no próximo ciclo”, conclui a ISO.
MERCADO
Março 2021
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Açúcar puxa movimentação de cargas em Santos Total do alimento exportado pelo porto foi de 1,33 milhão O Porto de Santos iniciou o ano de 2021 mostrando sua capacidade de resiliência frente a desafios como a Covid−19, registrando volumes re− cordes de movimentação. A estatística é da Santos Port Authority (SPA). O volume total de cargas foi de 9,18 milhões de toneladas, resultado 10,5% superior ao de 2020 (8,31 milhões) e 1,4% maior que o recorde do mês, re− gistrado em 2018 (9,05 milhões). A carga conteinerizada registrou 374,1 mil TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), ficando 10,5% acima do mesmo período de 2020 (338,5 mil TEU), quando tam− bém tinha sido registrado o recorde anterior. Em toneladas, foram 3,9 mi− lhões, maior marca já registrada nessa
modalidade nos meses de janeiro, su− perando em 7,8% o recorde anterior obtido em 2018 (3,6 milhões) e em 10,1% a marca de 2020 (3,5 milhões). Os números da movimentação de contêineres mantêm a tendência de resultados positivos observada nos úl− timos meses e agora têm potencial para serem impulsionados com maior intensidade pela homologação da chegada de navios−tipo de 366 me− tros ao Porto de Santos. “A Marinha autorizou a vinda a Santos de navios de contêineres maiores e isso, junto com a implanta− ção da BR do Mar, permite a expec− tativa de maior crescimento deste mercado em Santos”, afirma Fernan− do Biral, presidente da SPA, referin− do−se a projeto do Ministério da In− fraestrutura de incentivo à cabotagem. No total, os embarques atingiram 5,71 milhões de toneladas, suplantan− do em 8,9% os números de janeiro de 2020. Já os desembarques somaram
3,47 milhões, ficando num patamar 13,1% acima do mesmo período do ano passado. Os produtos mais movi− mentados no Porto de Santos foram o açúcar (1,33 milhão); adubo (698,3 mil); milho (604,1 mil) e farelo de soja (414,2 mil). Os granéis sólidos atingiram 3,3 milhões de toneladas, alta de 11,0% sobre o resultado de janeiro de 2020. Nessa modalidade, os embarques de açúcar a granel, farelo de soja e milho seguem com bom desempenho, apre− sentando, respectivamente, cresci− mento de 47,5%, 56,9% e 13,6% so− bre os números de janeiro de 2020. Cabe destacar, ainda, as descargas de
adubo, com crescimento de 77,7%. Os granéis líquidos também mos− traram boa performance, totalizando 1,5 milhão de toneladas, resultado 9,0% acima do mesmo período do ano passado. Essa foi a melhor marca para o mês de janeiro, superando em 3,2% o volume registrado em 2018. Nessa modalidade destacam−se os embar− ques de óleo diesel e gasóleo (+ 67,7%), sucos cítricos (+56,8%) e óleo combustível (+17,8%). Atracaram no Porto de Santos em janeiro 342 navios, quantidade 9,5% abaixo de janeiro/2020, caracterizan− do o aumento do volume de cargas por embarcação.
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MERCADO
Março 2021
Falta de matéria-prima reduzirá produção de açúcar na safra 2021/22 Estimativa é da Datagro
A Datagro estima menor quanti− dade de matéria−prima para a safra 2021/22, que se iniciará oficialmente em abril. Assim, a previsão é que a moagem no Brasil atinja 641 milhões de toneladas – versus os 660 milhões da safra 20202021− sendo 586 mi− lhões de toneladas de cana processadas pelo Centro−Sul e 55 milhões de to− neladas de cana pelo Nordeste. Com menor quantidade de maté− ria−prima, a produção de açúcar cai− rá para 39,80 milhões de toneladas (36,70 – CS e 3,10 – NE) ante 41,59 milhões de toneladas na temporada anterior (38,52 – CS e 3,08 – NE). Já a produção de etanol foi esti− mada em 31,80 bilhões de litros (29,4 bilhões – CS e 2,40 bilhões – NE) versus 32,86 bilhões de litros no ciclo atual (30,65 – CS e 2,21 – NE). De acordo com a consultoria, a queda na produção do biocombustível só não será maior devido à produção de eta− nol de milho aumentar para 3,4 bi− lhões de litros. Na safra 2020/21 fe− chou em 2,75 bilhões. Os dados foram apresentados durante a 5ª edição do Santander DATAGRO Abertura de Safra Ca−
na, Açúcar e Etanol, realizada nos dias 10 e 11 de março, na platafor− ma online, pelo economista sênior e sócio da DATAGRO, Bruno Wan− derley de Freitas. Freitas trouxe o tema “Perspectivas para as safras 2021/22”, com a moderação do presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar−PE), Re− nato Pontes Cunha. O economista contextualizou fa− tores que estão impactando o merca− do sucroenergético, trazendo infor− mações sobre o ambiente macro e o panorama climático e agronômico das regiões Centro−Sul e Norte/Nordes− te do país. Freitas mostrou que a que− da da demanda devido às medidas res− tritivas para mitigar o avanço da Co− vid−19 vem sendo levemente com− pensada pelo aumento do consumo em supermercados. “Mesmo assim, não é suficiente para que o consumo de açúcar volte ao normal. Há expectativa de aumen− to da demanda no segundo semestre deste ano, a depender do avanço das vacinas contra o novo coronavírus e da recuperação econômica”, disse. Ao dar um panorama climático para a safra, o consultor afirmou que o desenvolvimento da cana está atrasa− do devido ao déficit hídrico enfren− tado no último ano, pelos inúmeros
incêndios no período e também pelas chuvas abaixo do normal neste come− ço de 2021. “À medida que as usinas começaram as safras nas regiões Nor− te e Nordeste, as safras ficaram bem abaixo do esperado, comprometendo especialmente os canaviais a serem colhidos no final dessa safra 20/21 na região”, explicou. Na região Centro−Sul não foi di− ferente: “No Centro−Sul o clima também desperta algumas preocupa− ções, com chuvas irregulares em ja− neiro e fevereiro e, ao que tudo indi− ca, também em março, especialmente no estado de são Paulo, com chuvas e torno de 20% abaixo do esperado. O profissional afirmou também que 80% da produção de açúcar já es− tá travada e que por isso, o mix deve− rá continuar açucareiro, sendo que 46,5% da cana deverá ser destinada à produção do alimento. O economista sênior da Datagro fez uma análise também sobre o mer− cado de CBios. “Estamos iniciando o ano de 2021 com estoque inicial de 4 milhões de CBios, temos uma oferta total de geração de CBios equivalen− te a 37% da meta para este ano. Os preços que já chegaram a bater um pouco mais de R$ 60,00 a tonelada de carbono, hoje estão sendo negociados em torno de R$ 30 a R$ 32 a tone− lada", ressaltou.
Freitas afirmou ainda que o consumo de combustíveis do ciclo Otto voltou ao normal em dezem− bro e os índices de consumo em ja− neiro não foram tão ruins. “Já no etanol, o final da entressafra na re− gião Centro−Sul ficou marcado pela elevação dos preços", concluiu. No evento, especialistas também afirmaram que os preços do açúcar deverão continuar em margens confortáveis, com a expectativa de ligeiro déficit no mercado mundial na safra 2021/22. De acordo com Ulysses Carva− lho, da Sucden, os preços do açúcar têm registrado máximas históricas, o que endereça uma safra, no ciclo 2021/22, novamente mais açuca− reira. "De fato, o açúcar, assim co− mo o etanol estão com boa remu− neração", ressaltou Maurício Sacra− mento, executivo de açúcar da Cofco. Para Ivan Mello Filho, o avanço no controle da pandemia da covid− 19, em nível global, sinaliza que o mercado de açúcar possa registrar uma alta no consumo de aproxima− damente 1,5%. No que diz respeito às exportações brasileiras do ado− çante, o sócio da Datagro Financial mencionou que a China deve per− manecer com um dos grandes im− portadores nesta nova temporada.
MERCADO
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Demanda por cana-de-açúcar deverá aumentar nos próximos anos Isso ocorrerá devido à maior procura pelo açúcar e pela renovação do interesse pelo etanol
“Nosso setor sucroenergético nunca esteve tão inserido e bem po− sicionado na agenda ESG (Gover− nança Ambiental, Social e Corpora− tiva) que está sendo discutida mun− dialmente”, afirmou Guilherme Nastari, diretor da Datagro, durante sua participação no Webmeeting Fermentec 2021/22 realizado no fi− nal de fevereiro. O consultor ressaltou que o Re− novaBio deu início à quarta onda de expansão de cana no Brasil e apon− tou o sucesso do primeiro ano de negociações dos Créditos de Carbo− no (CBIOs), com a comercialização de mais de R$ 700 milhões. “É uma renda nova para a indústria e está promovendo a retomada de investi− mentos. Além disso, existe um po− tencial muito grande de curva de preço”, disse. Nastari ressaltou que as comer− cializações dos CBIOs, hoje, estão na faixa de R$ 30,00, mas, em momen− tos de pico, chegaram a R$ 70,00, sendo que na California – EUA, a to− nelada de carbono é transacionada a 200 dólares. Portanto, é um mercado promissor e importante para o Brasil, pois reforça o caixa das empresas, rea− firma os acordos internacionais assu− midos pelo país, como também, a preocupação em se tornar uma nação verde no futuro. A geração de CBios atingiu 2,353 milhões em janeiro. Considerando o estoque inicial de 4,17% milhões de créditos, a oferta total de CBIos atin− giu 6,529 milhões de toneladas até 1º de fevereiro, correspondendo a 26,3% da meta do RenovaBio para 2021.“Os preços de CBios permaneceram essen− cialmente estáveis desde o início do ano, pois os produtores ainda não pa− recem dispostos a ceder às negocia− ções”, disse. O consultor também falou sobre a recuperação sem precedentes no mercado de açúcar e etanol, com re− cordes históricos de preços do ali− mento e oportunidades para o bio− combustível, com o valor do petróleo subindo, o que faz com que o Brasil tenha uma demanda marginal poten− cial para o etanol importante. O diretor afirmou que o merca−
GuilhermeNastari
do de açúcar ampliou os ganhos com março de 2021, subindo para US$ 18,78 cts/lb. Além do preço mais al− to do petróleo bruto, o mercado de açúcar bruto de NY encontra supor− te na perspectiva das usinas do Cen− tro−Sul do Brasil atrasarem o início da safra, além da perspectiva de que a produção de açúcar na Índia e da Tai− lândia, em 20/21, possa ficar abaixo do esperado. Nastari afirmou que há espaço para que os preços do etanol conti− nuem subindo pelo menos até o iní− cio da safra 2021/22 na região Cen− tro−Sul, já que os valores da gasoli− na nas refinarias continuam bem abaixo do nível praticado no merca− do internacional. Ele mostrou que o preço do etanol anidro em SP está 7,7% maior do que há um ano. No entanto, o preço do etanol hidratado está bastante em linha com o valor comercializado no ano anterior, com a desaceleração do consumo no mercado interno. Mesmo diante das dificuldades geradas com a pandemia, o consultor reforçou que o futuro é promissor para o setor e que o aumento da de− manda de açúcar e a renovação do interesse pelo etanol impulsionarão a demanda futura por cana. “Embora a produção de açúcar precise crescer a um ritmo constante, o mercado bra− sileiro de etanol entrará em uma no− va fase de crescimento impulsionada pelo RenovaBio”, disse. Diante deste cenário, a Datagro projeta a participação no Brasil no mer− cado mundial de açúcar e estima que a produção de cana atinja 823 milhões de toneladas em 2030.
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MERCADO
Março 2021
Intervenção na Petrobras preocupa setor Fluxo de caixa das usinas pode ser afetado. Especialistas também apontam outras ameaças
O anúncio de que Jair Bolsonaro indicaria um novo presidente para a Petrobras causou impacto negativo no mercado e também tem preocupado o setor sucroenergético. Os temores são baseados nas incertezas sobre a recuperação do setor de etanol, que possui ligação direta com a política de preços da Estatal, de acordo com a agência de classificação de riscos Fitch. Para a agência, a influência do governo de Bol− sonaro na estratégia de negócios da Petrobras pode ser um fator negativo para o fluxo de caixa das com− panhias de açúcar e etanol do país, embora seja um movimento neutro para seus ratings. Além dessa situação pontual, outras ameaças sur− gem no horizonte bioenergético. Em busca de avaliações, o JornalCana promoveu no início de março, um webinar com a participação de Alexandre Figliolino, sócio diretor da MB Agro e conselheiro de diversas empresas;André Rocha, pre− sidente do Fórum Nacional Sucroenergético e do Sifaeg; Arnaldo Correa, diretor da Archer Consul− ting; Jacyr Costa Filho, membro do comitê execu− tivo do Grupo Tereos e Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência. Durante o evento, que contou com moderação do jornalista Alessandro Reis e patrocínio da AxiA− gro – Inteligência e Conectividade; GDT by Pró− Usinas; Pró−Usinas; HRC; Project Builder e S−PAA Soteica, as vozes representativas do setor sucroener− gético consideram a necessidade de se adotar medi− das para fortalecer o etanol e deixá−lo menos vin− culado ao mercado de combustíveis fósseis. Alexandre Figliolino, afirmou que o anúncio da demissão de Roberto Castello Branco resultou em uma desvalorização generalizada dos ativos brasilei− ros, o que traz prejuízo e piora o ambiente de ne− gócio. “E era para o Brasil estar surfando uma onda fantástica de crescimento, pois estamos vivendo um super ciclo na commodity. Mas infelizmente, parece que vamos perder o bonde da história mais uma vez”, afirmou. André Rocha reforçou que o setor manteve con− versas com o Governo ao longo de 2020 para tentar estabelecer políticas que pudessem dar competitivi− dade ao etanol, mas o setor conseguiu sobreviver mesmo foi devido ao seu esforço e graças à boa re− cuperação de preços do açúcar, etanol e energia.Além disso, contou com uma renda extra, que foi a comer− cialização dos créditos de descarbonização (CBIOs). “Este Governo que reclamou de intervenções, iniciou o ano bem, conseguiu eleger aliados, mas começou a ter atrito com os governadores, envol− vendo as vacinas contra a Covid−19 e recursos e is− so contamina o ambiente político. O recorde de mortes espelha um país desorganizado que não sa− be o que fazer com a pandemia e afugenta os inves− tidores”, disse. Arnaldo Correa, concordou que 2020 foi bom para o setor, que conseguiu ganhar dinheiro, fez fixa− ções extremamente remuneradoras, como nunca ocorreu.“O setor aprendeu uma lição muito impor−
Alexandre Figliolino
André Rocha
Arnaldo Correa
Jacyr Costa
Tarcilo Ricardo Rodrigues
tante e aproveitou as oportunidades. Seu amadureci− mento é admirável. Em uma safra que nem começou ainda, já tem 85,5% do seu açúcar destinado à expor− tação e fixado em preços remuneradores”, disse. “A intervenção do Governo na Petrobras afu− genta o investidor estrangeiro.Apenas no Governo da Dilma, o setor perdeu de 68 a 80 bilhões de reais em função do controle de preço e também teve perda de marke share, com queda de 40% no consumo dos carros abastecidos por hidratado”, argumentou. Jacyr Costa Filho alegou que uma forma mais duradora de diminuir a influência do Governo é a privatização das refinarias. “No momento que isso
ocorrer, a Petrobras vai ter menor poder de decisão no mercado. Isso vai trazer mais transparência e uma maior concorrência”, disse, comentando que se a pri− vatização for bem construída, pode se ter um novo patamar de atuação no setor. O executivo falou ainda sobre a possiblidade do surgimento de uma indústria pujante com o Reno− vaBio e também afirmou que é preciso estar atentos e prontos para responder às transformações que po− dem ocorrer nos próximos anos em relação à matriz energética, como também, falou da importância e oportunidades da sinergia entre as montadoras e o se− tor sucroenergético. Na opinião deTarcilo Rodrigues, o Governo po− de indicar quem quiser para a presidência da Estatal, o que não pode é mexer na política de preços, pois o prejuízo para o setor sucroenergético é gigantesco. “Temos oportunidades para o crescimento do merca− do de açúcar e do etanol,como o RenovaBio,mas tem que ter investimentos.E sem uma política clara do nos− so principal concorrente (a gasolina), estamos fadados a continuar nos arrastando.Não é o que queremos,pois sabemos que o futuro do setor é promissor”,disse,res− saltando que o segmento tem que ser firme e exigir a política de preços de mercado.
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RenovaBio evidencia ainda mais a relevância do Brasil no mercado bioenergético mundial Programa é riqueza compartilhada, apontam especialistas O RenovaBio poderá impulsionar toda cadeia produtiva do segmento de bioenergia por meio do compartilhamento da receita entre usinas, indústria de base, produtores e os demais elos da cadeia pro− dutiva. "O programa trabalha com um processo de elo, a descarbonização criou esse mercado e essa no− va riqueza, que é compartilhada. O processo do mercado é simples: gera mais receita, que gera mais investimentos, que nutre a indústria de base, forta− lece o produtor e que impacta os demais setores en− volvidos no fornecimento de serviços e produtos", disse Evandro Gussi, presidente da UNICA (União da Indústria de Cana−de−Açúcar), durante webinar promovido pela FENASUCRO & AGROCANA TRENDS, no dia 25 de março. "Ao receber os recursos da descarbonização, a usina investirá em novos projetos para aumentar as reduções de carbono e isso irá movimentar a indús− tria de base, que vive uma grande ociosidade no momento. Os investimentos já começaram e com a consolidação do RenovaBio tudo vai melhorar. A sustentabilidade é a palavra para os novos negócios",
afirmou o presidente do CEISE Br, Luís Carlos Jú− nior Jorge. "Teremos uma reação em cadeia em diversos se− tores. Em 2021, até março, já foram alcançados 24% da meta do ano e percebemos que isso está com um movimento muito forte no exterior, o que tem ge− rado muitos negócios", conta Luís Carlos Bróglio, diretor técnico comercial da General Chains. De acordo com Jacyr Costa Filho, do Comitê Executivo do Grupo Tereos e presidente do Cosag (Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp), o RenovaBio estimula a geração de novos produtos e inovação em relação à eficiência para conquistar no− vos mercados. "A indústria está se diversificando, já passou pe− lo açúcar, pelo etanol, pela cogeração, agora temos o biogás e o CBIO. O biogás será um novo produto
que trará ganhos importantes no aumento da coge− ração, que será um foco de atenção muito grande. Além disso, o crédito de carbono é cotado a 40 eu− ros na Europa. Em relação ao ano passado, quase que dobrou a cotação e ainda tem uma tendência de al− ta. Isso é uma oportunidade fora do Brasil, já que a Europa estuda a possibilidade de contratação fora do território", comentou. Mauro Arnaud de Queiros Mattoso, chefe do departamento do Complexo Agroalimentar e de Biocombustíveis do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), explicou que a instituição possui diversas linhas para auxiliar nos futuros projetos. "O BNDES possui linhas de fi− nanciamento para os produtores, para renovação de frota e para aquisição de equipamentos que podem ajudar todos os elos da cadeia. O programa focado no RenovaBio irá financiar as empresas com base no potencial no fator de emissão, que se tiver um au− mento receberá descontos na taxa aplicada", disse. Paulo Montabone, diretor da FENASUCRO & AGROCANA, ressaltou que o Brasil é referência em tecnologia para biocombustíveis e bioenergia e vem ganhando mais relevância com o RenovaBio. "Estamos atraindo o interesse de muitos outros que vêm para cá em busca de alternativas, exemplos e soluções. Temos um potencial gigantesco neste sentido”, concluiu.
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Selo Energia Verde tem 60 usinas certificadas em 2021 Potencial de produção é de 12 mil GWh ao longo do ano O programa Selo Energia Verde, um reconhecimento por práticas sus− tentáveis, mantido pela União da In− dústria da Cana−de−Açúcar (ÚNI− CA), em parceria com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e apoio da Associação Brasi− leira dos Comercializadores de Ener− gia (ABRACEEL), certificou, até o início de março, 60 usinas em 2021, que juntas irão produzir mais de 12 mil GWh ao longo do ano. Deste to− tal, 59% serão exportados para a rede e 41% serão para o autoconsumo. O potencial oferecido à rede pelas usinas certificadas é capaz de atender 6 milhões de unidades consumidoras re− sidenciais, além de ser equivalente a toda a energia elétrica produzida no Brasil, em 2020, com carvão mineral. A energia gerada nessas usinas também é importante para a qualidade do ar,
pois vai evitar a emissão de mais 3 mi− lhões de toneladas de CO2 na atmos− fera, marca que somente seria atingida com o cultivo de 23 milhões de árvo− res nativas ao longo de 20 anos. O Selo Energia Verde, criado em 2015,é emitido pela UNICA e tem re− novação anual e adesão voluntária. Em 2021, as diretrizes do programa foram atualizadas quanto à concessão para co− mercializadoras e consumidores livres.A nova configuração do programa foi lançada durante o webinar “Sustenta− bilidade Ambiental, Bioeletricidade e o Selo Energia Verde – Edição 2021”, realizado no dia 4 de março.
Para Talita Porto, vice−presidente do conselho de administração da CCEE, o número de empresas certi− ficadas deve crescer cada vez mais. O presidente−executivo da ABRA− CEEL, Reginaldo Medeiros, concor− dou, afirmando que pesquisa da ABRACEEL mostra que o consumi− dor final tem, cada vez mais, vontade de ter acesso a uma energia renovável e certificada e o selo traduz, em ter− mos de mercado, esse desejo de sus− tentabilidade, não só das empresas, mas também dos consumidores. O Plano Decenal de Expansão de Energia 2030 (PDE) da Empresa de
Pesquisa Energética (EPE), apresenta− do no evento por Glauce Botelho, su− perintendente−adjunta de meio am− biente da EPE, apontou a importância dos produtos da cana−de−açúcar, co− mo uma das principais fontes de ener− gia renovável do país.“Estima−se que até 2030 haverá expansão termelétrica da biomassa de 1.095 MW, dos quais 80% serão provenientes de bagaço da cana, e o restante de resíduo florestal. O Brasil já é um país diferenciado em relação à sustentabilidade nesse quesi− to, a matriz brasileira é um pouco mais de três vezes mais renovável do que a média mundial”, afirmou. Zilmar Souza, da UNICA, desta− cou a relevância da energia prove− niente da cana na matriz energética brasileira.“Desde o ano de 2007, o se− tor da cana participa com a segunda posição entre as fontes de energia, su− perando a fonte hídrica. Em 2019, fe− chamos com recorde, representando 18% da oferta interna de energia. En− tão, o Brasil tem uma fotografia mui− to interessante do ponto de vista da sustentabilidade”.
Canavieiros de Pernambuco começam a receber CBios pela primeira vez Cerca de 450 produtores serão beneficiados A usina da Cooperativa do Agronegócio de For− necedores de Cana (Coaf), localizada emTimbaúba− PE, decidiu repartir proporcionalmente com seus agricultores os CBios que faturou através da produ− ção e venda do etanol da safra recém−encerrada. Dos 4.335 CBios emitidos diante dos 6,2 milhões de litros fabricados na unidade,60% dos créditos já ne− gociados geraram R$ 733 mil líquidos. E estão sendo devidamente compartilhados com os seus 450 produ− tores da matéria−prima do referido biocombustível. A partilha do montante já arrecadado será feita pela Coaf em abril. Começam a receber com base na qualidade da cana ofertada, recebendo mais aqueles com a matéria−prima auditada ambientalmente, chamada de primária, e menos a cana menos quali− ficada classificada como padrão. Além disso, por ser uma cooperativa, a usina também pagará CBios até para os cooperados que não enviaram para unidade os dados sobre sua pro− dução quando a Coaf foi certificada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) dentro do RenovaBio. Porém, estes últimos receberão depois dos que já tem a cana classifica.
A unidade entende que não está fazendo nada mais que a sua obrigação, já que os CBios só pude− ram ser emitidos por conta da matéria−prima for− necida pelo agricultor, este que é o responsável pela absorção de CO² da atmosfera através do processo de fotossíntese dos canaviais. Cada CBios é emitido por cada litro de etanol fabricado. Das 13 usinas em PE, só uma não produ− ziu etanol na última safra. E só 10 puderem emitir CBios depois da certificação liberada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). “Infelizmente, aqui no estado, em contradição às bases socioambientais e econômicas do RenovaBio, prejudicando os produtores da biomassa do biocom− bustível, apenas nós da Coaf e outra usina anunciou que partilhará os CBios com seus fornecedores de
cana”, fala Alexandre Andrade Lima, presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de PE (AFCP). Isso precisa mudar, senão, diz o dirigente, prejudica− rá milhares de agricultores.Todas as usinas e o sindi− cato do setor (Sindaçúcar) já foram notificados pela AFCP e pelo Sindicato dos Cultivadores de Cana do Estado (Sindicape). O assunto não se restringe à PE, mas envolve to− dos estados produtores, fazendo com que as entida− des canavieiras notificassem todas as usinas.A polê− mica foi até destacada na abertura do tradicional evento da Datagro/Santander onde marca o início da nova safra de cana no Brasil. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles si− nalizou inclusive ao setor industrial sucroenergético para a necessidade de entendimento e resolver a questão, reconhecendo tal direito dos CBios ao pro− dutor da biomassa. Antes de Salles, o questionamento já havia sido previamente colocado em outros eventos pelos mi− nistros Beto Albuquerque, de Minas e Energia, e Te− reza Cristina, da Agricultura. Esta última assumiu que apoiaria um Projeto de Lei do deputado federal Efraim Filho (DEM−PB), parado devido à pande− mia, que versa sobre a regulamentação da obrigato− riedade da partilha dos CBios. O PL obriga a divi− são proporcional com o produtor da biomassa (ca− na, milho, soja etc.).
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ANP retoma RenovaBio Itinerante Primeira reunião no modo virtual aconteceu com produtores de AL A 20ª edição do RenovaBio Iti− nerante, a primeira em modo virtual, foi realizada no dia 23 de fevereiro, com produtores associados do Sinda− çúcar Alagoas. O estado alagoano pos− sui 17 produtores de etanol autoriza− dos pela Agência Nacional do Petró− leo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e o 1º RenovaBio Itinerante Virtual contou com a participação de 15 desses produtores. O evento teve apresentações da ANP e do Ministério de Minas e Energia.A agência abordou temas re− lacionados ao processo de certificação de produtores de etanol, à utilização da Plataforma CBIO para emissão de CBIOs (Créditos de Descarboniza−
ção), resultados em 2020 e próximos passos do RenovaBio. O Ministério de Minas Energia apresentou a Metodologia para a ava− liação da oferta de CBIOs e a Rela− ção entre a oferta de CBIOs e as me− tas fixadas pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). O RenovaBio Itinerante, inicia− do em setembro de 2018, tem como objetivos levar o programa ao co− nhecimento dos produtores e impor− tadores de biocombustíveis e dirimir dúvidas, estimulando a adesão ao processo de certificação eficiente de biocombustíveis. Houve 19 edições ao longo de 2018 e 2019 com diversas entidades representativas de produtores de bio− combustíveis. Em 2020 não houve edição do RenovaBio Itinerante em razão do foco dado à implantação do programa e das restrições decorrentes da pandemia de Covid−19.
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Entidades do setor sucroenergético defendem a venda direta de etanol Medida pode beneficiar consumidores e produtores
A NovaBio, entidade que repre− senta usinas das regiões Nordeste, Centro−Oeste e Sudeste do país, de− fende a venda direta do etanol aos postos de combustível, pois beneficia consumidores e produtores, já que re− sulta em preços justos, não afetando maiores interesses da cadeia de distri− buição já consolidada no Brasil. “É preciso trabalhar com mais efi− ciência, por exemplo, no caso da lo− gística, tendo mais celeridade e redu− ção de custos, por exemplo, com a eli− minação do frete morto, que ocorre na venda do etanol hidratado que sai da usina, vai para as bases e volta para um posto perto da usina”, explicou Re− nato Cunha, presidente da NovaBio. De acordo com o executivo, a medida, defendida pela entidade des− de sua criação, em 2019, beneficiará diretamente as usinas da Região Nor− deste. “Além do consumidor sair ga− nhando, não representará risco ao sis− tema, já que os tributos serão recolhi− dos”, ponderou. O fim da exclusividade da venda de etanol pelas distribuidoras também voltou a ser defendido pelo presiden− te Jair Bolsonaro, recentemente. Afir−
Renato Cunha, presidente da NovaBio
Alexandre Andrade Lima, presidente da Feplana
mando que a medida proporcionará maior concorrência no setor e pode baratear o preço dos combustíveis nas bombas, Bolsonaro solicitou ao presi− dente da Câmara dos Deputados,Art− hur Lira (PP/AL), para agilizar o pro− cesso de aprovação do projeto para a venda sem intermediários, que trami− ta na Câmara. O projeto está na Co− missão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e já passou pela Co− missão de Minas e Energia no fim de 2019. Em junho de 2020, também foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a resolu− ção que define diretrizes para a co− mercialização, por produtor, de etanol hidratado diretamente com revende− dor varejista de combustíveis automo− tivos e transportador−revendedor− retalhista (TRR). Embora a medida permita que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustí− veis implemente ações para que a venda direta ocorra, ainda prevalece a
norma que estabelece que todo com− bustível deve passar por empresa dis− tribuidora antes de chegar às bombas dos postos. Para o presidente da NovaBio, é necessário que se acabe com essa proibição da venda direta, dando fle− xibilidade, mantendo a segurança e mais agilidade à comercialização de biocombustíveis.“Estamos trabalhan− do para que a revogação da proibição da ANP com relação à venda direta do etanol, para fazer um exercício novo, onde o posto pode comprar tanto do sistema atual como da usina”, disse Cunha, afirmando que reuniões com órgãos competentes vêm sendo reali− zadas neste sentido nos últimos dias para encontrar uma solução positiva para o setor. A Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), presidida por Alexandre Andrade Lima, também defende este pleito desde antes da greve dos caminhoneiros no governo Temer. De acordo com a Feplana, vá−
rias audiências públicas sobre o assun− to foram realizadas em distintas co− missões permanentes da Câmara Fe− deral. “Agradecemos e acreditávamos na promessa que Bolsonaro havia feito ao nosso setor em defender a venda di− reta quando se tornasse presidente do Brasil, uma vez que a medida benefi− cia o nosso segmento, mas sobretudo a sociedade em geral que pena com a alta da gasolina e diesel.Agora busca− remos sensibilizar o presidente Arthur Lira para pautar a venda direta, bem como continuar pedindo o apoio aos demais deputados para a aprovação da matéria”, completa. Andrade Lima explica que a ANP aguarda o Ministério da Fazenda re− gulamentar a questão do PIS/Cofins, já que hoje é cobrado uma parte das usinas e outra das distribuidoras. “E assim deveria continuar quando a venda do etanol aos postos de com− bustíveis for feita pelas distribuidoras, mudando apenas quando a comercia− lização for pela usina, esta, somente assim, devendo pagar todo o tributo”, defende a Feplana. A questão está sob análise do ministério desde o ano pas− sado. Em Pernambuco, por exemplo, o Governo do Estado, em atendimento ao pleito de uma associação estadual filiada (AFCP) à Feplana e do Sinda− çúcar−PE, já adequou a lei com rela− ção a cobrança do ICMS da venda di− reta do etanol pelas usinas. O Estado aguarda só a mudança na legislação federal em relação ao PIS/Cofins pa− ra que tudo seja posto em vigor.
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Perspectivas econômicas trazem boas oportunidades para o etanol Brasil vem se consolidando como fornecedor mundial As perspectivas para o agronegó− cio brasileiro, dentro do cenário mun− dial, são boas, principalmente para o biocombustível, segundo levantamen− to feito pelo professor da Faculdade de Economia,Administração e Contabi− lidade de Ribeirão Preto (Fea− RP/USP) e da Escola de Administra− ção de Empresas de São Paulo da Fundação GetúlioVargas (FGV Eaesp), Marcos Fava Neves. “A estratégia que o Brasil tem de tomar para beneficiar não só empre− sas, mas pessoas, é incentivar as cadeias produtivas, como já tem feito neste período, vide o crescimento forte nos últimos anos”, disse durante reunião do Conselho Superior do Agronegó− cio (Cosag) realizada no início de março, na Fiesp. O expositor destacou as oportuni− dades do agro brasileiro como forne− cedor do mundo, citando o milho brasileiro, que alcança 22% das expor− tações, do ano passado até o momen− to. O fato representa uma vantagem na importação, como também, coloca em foco a retomada da força do etanol de milho com perspectiva de produção de 8 bilhões de litros até 2030, gerando uma expectativa de investimentos. Neves ressaltou também o bom momento para o mercado de açúcar, sendo que o alimento brasileiro teve o
Marcos Fava Neves
maior crescimento de market share, no ano passado, chegando perto dos 50% do mercado global. Para o especialista, os próximos 20 anos representarão oportunidades, ba− seado em dados da Food Price Index FAO, que levanta um ponto de aten− ção sobre o aumento do consumo numa escala contínua, enquanto a produção segue como escada, devido a problemas climáticos e de preço.
A FAO mostra que a América La− tina e o Caribe devem reforçar sua posição de principal fornecedor mundial de commodities agrícolas, com crescimento médio nas exporta− ções líquidas de 1,7% ao ano, enquan− to a América do Norte deve expandir em ritmo mais lento, 1,3% ao ano. Neves disse que a bioenergia está voltando com força total, na retoma− da da economia e alta do petróleo. O
professor ainda citou a Índia, que com seu problema gravíssimo de poluição, avança no biocombustível, substituin− do parte da gasolina por etanol. Já na Europa e no Canadá, 15% do com− bustível são renováveis, e o novo go− verno norte−americano deverá ser mais favorável ao biocombustível, de− vido à volta dos EUA nas reuniões de mudança climática, as COPs, acredita. Para o acadêmico, o Brasil precisa, cada vez mais, agir e assumir o cargo de fornecedor sustentável no mundo para ter chances de crescer. “Esse é o posicionamento proposto como for− necedor sustentável de alimentos, bio− combustíveis e outros agro−produtos, que passa por custos, pela busca inces− sante de diferenciação e pelo coope− rativismo”, disse Neves. O professor ressalta que a agenda sustentável é definitiva no mundo e o Brasil, dentro desse modelo de forne− cedor mundial sustentável, tem o for− te indicador de energia renovável em sua matriz energética, sendo o segun− do maior produtor do mundo, atrás apenas da Suécia. De acordo com economista−che− fe do Itaú Unibanco, Mario Mesqui− ta, na visão econômica e de longo prazo, apesar de um ano de recessão, o agronegócio deve crescer cerca de 2% este ano. Mesquita disse que o impac− to econômico da segunda onda da Covid−19 foi menor do que a pri− meira onda até o momento, contudo a renovação do auxílio emergencial deverá usar créditos extraordinários (não sujeitos ao teto de gastos). O go− verno só pode criá−lo em razão ur− gente e imprevista. Na pandemia é urgente, mas não é prevista, na avalia− ção do especialista. Ao se focar no dólar, o crescimen− to global e as commodities ajudam a conter a moeda. Para Mesquita, a in− flação sofre pressão temporária neste cenário. Por outro lado, o preço da alimentação subiu, devido à canaliza− ção de consumo de bens e alimentos. Segundo Mario, a inflação vai seguir pressionada o ano todo. “O Banco Central vai começar a subir a taxa de juros (Selic) em março, já que a taxa Selic em 2% levaria a in− flação acima da meta (3,5%) em 2022. É um ajuste importante para segurar as expectativas, ainda mais que devemos ter outra rodada de auxílio emergen− cial”, explica o economista.
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A previsão é produzir 6,5 milhões de sacos de açúcar
RICARDO SÁ
Usina Batatais estima moer 4,1 milhões de toneladas de cana na safra 2021/22 A Usina Batatais fechou a safra 2020/21 com 4,419 milhões de tone− ladas de cana processadas, um recorde para a companhia, que completou 36 anos de existência, no dia 1º de mar− ço. Para a safra 2021/22, a empresa projete moagem de 4,1 milhões de toneladas de cana−de−açúcar. O número representa uma redu− ção em relação à última safra. Isso de− vido à seca do ano passado, que deve afetar negativamente a produtividade da cana. O que pode ser minimizado com uma regularidade nas chuvas nos próximos meses.“A perspectiva inicial é que sejam produzidos 6,5 milhões de sacos de açúcar de 50 kg e 140 milhões de litros de etanol”, afirma a usina. Com 2.150 colaboradores entre próprios e prestadores diretos, a Usina Batatais mantendo−se como a maior empregadora do município localizado
no interior paulista. Na região, apoia vários projetos, tanto de esporte quanto de cultura, reforçando a sua reponsabilidade social. Entre os projetos que apoia, estão o Bola Bacana, que auxilia o desen−
volvimento esportivo de crianças e adolescentes atrelado ao envolvimen− to nas atividades escolares, assim como o Usina da Dança, que além de mo− tivar a expressão artística e cultural, também estimula requisitos de coo−
peração, respeito e solidariedade. Através desses projetos, durante o pe− ríodo de setembro de 2019 a dezem− bro de 2020, foi possível atender 400 alunos(as) no contraturno escolar da cidade de Batatais −SP. A Batatais também atua a favor da proteção ao meio ambiente. A com− panhia investe vastos recursos no Pro− grama + Floresta. Até 2020, mais de 1,85 milhões de mudas de árvores na− tivas já foram plantadas e destinadas à restauração de 1057,58 hectares de matas ciliares, em áreas de preservação permanente (APPs). Recentemente, a Usina Batatais obteve mais uma vez o Certificado de EnergiaVerde na produção de bioele− tricidade para o autoconsumo. “Isso demonstra seu papel de relevância na produção de energia com responsabi− lidade assim como na fabricação de açúcar, pois a empresa também apre− sentou um excelente resultado na no− va versão das normas ISO e FSSC 22000, que garantem a qualidade dos alimentos que são comercializados”, conclui a usina.
Usina Coruripe encerra safra 2020/21 com resultados recordes Faturamento deve chegar a R$ 3 bilhões A Usina Coruripe deverá alcançar resultado re− corde na safra 2020/21. Isso é o que apontam as de− monstrações contábeis da companhia auditadas pela PwC Brasil. O faturamento previsto é de aproxima− damente R$ 3 bilhões (22,4% superior aos R$ 2,45 bilhões na safra anterior) e o Ebitda ajustado deve chegar a R$ 1,11 bilhão, um crescimento de 15% em relação à safra 2019/20 (R$ 967 milhões).A estima− tiva de aumento do lucro líquido é de 220,4%: de R$ 92,35 milhões para R$ 295,9 milhões. No balanço auditado relativo aos três trimes− tres da safra 2020/21 (abril a dezembro de 2020), a Usina Coruripe registrou receita operacional lí− quida de R$ 2,15 bilhões, 46,3% a mais que o re− sultado no mesmo período da safra anterior (R$ 1,47 bilhão). O lucro líquido chegou a R$ 370,9 milhões, enquanto, no mesmo período em 2019, a empresa havia registrado prejuízo de R$ 40,8 mi− lhões. Somente de outubro a dezembro de 2020 (terceiro trimestre da safra 20/21), o lucro líquido foi R$ 343 milhões, um crescimento de 13,43% sobre o registrado no trimestre anterior, auditado em setembro de 2020. O presidente da Usina Coruripe, Mario Lo−
Mario Lorencatto
rencatto, afirma que “a companhia tem registrado resultados expressivos e a previsão é continuar nessa trajetória”. Ele destaca que a meta é produ− zir, até o final da safra atual (março de 2021), 22,8 mil sacas de 50kg de açúcar, o que representa au− mento de 12,6% em relação à safra encerrada em março do ano passado. Em relação ao etanol, haverá uma redução de 5,5% no volume: de 505,8 milhões de litros, em 2019/20, para 477,8 milhões de litros na safra atual.
A produção de energia elétrica deve chegar a 755MWh, um aumento de 5,7% sobre os 714MWh gerados na safra anterior. “Os bons resultados consecutivos são motivados por nossa estratégia de investimentos na renovação e expansão de canaviais, modernização tecnológica e um trabalho de excelência por nossas equipes pro− fissionais”, avalia Lorencatto. Ele destaca também que a Coruripe está entre as empresas do setor mais bem posicionadas frente ao cenário adverso resul− tante da Covid−19 e as quedas no consumo e pre− ço do etanol. No acumulado até janeiro deste ano, a receita bruta da empresa foi de R$ 2,48 bilhões, 24% aci− ma do previsto (R$ 2 bilhões). O lucro operacional realizado chegou a R$ 519,8 milhões, enquanto a previsão era de R$ 306 milhões. De acordo com o diretor financeiro da Coruripe, Thierry Soret, o Ebitda em janeiro foi de R$ 919,9 milhões, en− quanto o orçado para o período era de R$ 756,6 milhões, 21,6% acima da meta.“A melhoria robus− ta do Ebitda e dos demais resultados, acima das pre− visões, confirma que estamos caminhando para um fechamento de safra bastante expressivo; a compa− nhia vem atuando ativamente em várias frentes pa− ra melhorar a eficiência e a governança corporativa, trazendo ainda mais segurança e transparência ao mercado”, analisa Soret.
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RUBENS OMETTO protagonista de uma história de sucesso Empresário destaca os projetos de expansão do grupo Cosan
O fundador e presidente do con− selho de administração do Grupo Co− san, Rubens Ometto Silveira Mello, afirmou, recentemente, que a compa− nhia tem muitos projetos e quer cres− cer mais. O empresário falou sobre a importância da reestruturação societá− ria para a empresa e citou o ânimo dos investidores, como também reforçou que o foco da Raízen é a energia re− novável e, após adquirir a Biosev, que é a segunda maior produtora de açúcar e etanol do país, pretende construir mais três usinas de etanol de segunda gera− ção, do mesmo tamanho da unidade que a companhia tem em Piracicaba− SP, ao lado da Usina Costa Pinto. “Queremos construir três usinas desse tamanho, com produção de 300 milhões de litros adicionais de álcool de segunda geração”, disse. Segundo o empresário, o etanol celulósico tem grande demanda no mundo.“Empre− sas como Shell, Exxon−Mobil e Total têm o maior interesse em adquirir es− se etanol, dado o sequestro de carbo− no que ele tem”, ressaltou. Os investimentos não param aí e visam a reforçar o portfólio de ener− gias renováveis da empresa. Como é o caso da produção de biogás, com a planta inaugurada no ano passado, em Guariba−SP, e planos para a constru− ção de novas fábricas nas unidades da Biosev. A companhia também está atenta à evolução da energia solar, tendo uma planta próxima à usina Costa Pinto com capacidade instalada de energia de 1.3 MWp, que já abas− tece alguns estabelecimentos comer− ciais no município. O grupo tem ne− gociado, ainda, a aquisição da Refina− ria do Paraná (Repar) e da Gaspetro, ativos da Petrobras. Ainda no cenário de renováveis, Ometto comentou que o motor elé− trico é muito mais eficiente do que o motor a combustão, mas, quando se calcula a poluição causada pelo carro elétrico, esta é muito maior que o do carro a etanol e os híbridos.Apesar da crescente tendência pela tecnologia dos veículos elétricos, o empresário acredita que a consciência da popula− ção vai mudar, pois as pessoas estão mais atentas ao aquecimento global e valorizando mais o meio ambiente. De acordo com o executivo, o
Ometto disse que a Raízen quer construir mais três usinas de etanol de segunda geração, com produção de 300 milhões de litros adicionais de etanol de segunda geração, como a planta de Piracicaba – SP
Brasil tem uma joia na mão, no que se refere à parte ambiental, com a matriz energética mais limpa do mundo e um código florestal muito rígido. “É preciso valorizar e vender isso muito bem. Não podemos cair nas armadilhas que outros países criam por não poder competir com o nosso agronegócio”, disse. Ometto afirmou também que a pandemia não atrapalhou muito os negócios do grupo. Segundo ele, a produção de açúcar, devido à deman− da mundial, não foi afetada e, apesar de o etanol ter sofrido com a redução do consumo no país, a Raízen exportou quase a totalidade de sua produção. Citou ainda o bom momento da Ru− mo, o braço logístico do Grupo, que “continua a todo vapor”, com o agro− negócio em crescimento constante. “Foi um ano importante para a Ru− mo. Consolidamos a renovação da Malha Paulista, ganhamos o leilão de
compra da Norte−Sul e agora estamos discutindo com o Governo Federal a extensão da malha ferroviária no Ma− to Grosso, no trecho de Rondonópo− lis até Lucas do Rio Verde, passando por Cuiabá”, contou. Recentemente, o empresário lan− çou sua autobiografia.Apaixonado por novelas, chamou o novelista Aguinal− do Silva para escrevê−la com ele. "O Inconformista" traz a sua trajetória e mostra como conseguiu fazer da Co− san um dos maiores sucessos corpora− tivos do Brasil. No livro,‘Binho’, como é conhe− cido por muitos empresários, faz rela− tos de sua infância, na Usina Costa Pinto, e comenta que as crises de bronquite asmática sofridas na época são o seu rosebud, em referência ao filme Cidadão Kane. “Afligiram mi− nha infância e me marcaram para sempre, mas não de um modo nega− tivo. A ansiedade que (as crises de bronquite) provocavam no menino contribuiu para gerar a energia que hoje move o homem, tanto nos negó− cios quanto na vida”, afirma no livro. O empresário ressalta que, como qualquer pessoa, já fracassou algumas vezes e aprendeu muito com isso, afir− mando que a vida é feita de decisões, e algumas das mais importantes que tomou foram relacionadas aos negó− cios. “Não paro de pensar neles; me irrita quem demonstra falta de inte− resse pelo trabalho”, elucida, reforçan− do que gosta de trabalhar com pessoas
que sintam orgulho do que fazem, se− jam audaciosas e dedicadas.“Eu acon− selho: seja ansioso e vaidoso; nunca seja pessimista. Seja ansioso para saber as novidades da empresa e vaidoso com os seus méritos”, afirma. “Acho que a humildade está inti− mamente ligada ao sucesso. É preciso ter humildade e reconhecer quando alguém apresenta uma ideia melhor que a sua. As pessoas creditam muitas invenções a mim, mas algumas delas não foram mais do que a concretização de ideias lançadas por outros. Um exemplo disso foi quando criei o açú− carVHP (Very High Polarization).An− tigamente, a exportação do açúcar de− merara exigia o recolhimento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), porque ele não era considerado um produto aca− bado. Isso se devia à sua polarização, que define a porcentagem de sacarose no produto. Durante uma reunião da associação de produtores, alguém su− geriu que a polarização do demerara fosse diferente. Isso me levou a criar o VHP, que é o açúcar bruto. Em termos de polarização, ele equivalia ao deme− rara para o comprador estrangeiro, mas era considerado branco para o produ− tor do estado de São Paulo, cuja ex− portação não exigia pagamento de ICMS. Assim, consegui exportar o produto bruto com um custo menor. Esse açúcar ficou famoso e, hoje em dia, o Brasil quase só exporta essa modali− dade”, explica no livro.
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MERCADO
Março 2021
Cosan inicia participação na B3 Cerimônia foi comemorada com toque de campainha na bolsa de valores
Após consolidar sua reestruturação societária, que unificou as empresas Cosan, Cosan Logística e Cosan Limi− ted, a nova Cosan iniciou no dia 10 de março, sua participação na B3. A nova fase foi celebrada em cerimônia de to− que de campainha, que simbolizou a abertura do pregão da bolsa de valores. 'A Cosan, listada na B3 desde 2005, ocupa posição de destaque em todos os setores onde atua e tem um papel fundamental na economia bra− sileira. A emblemática reestruturação, além de fortalecer os negócios da companhia, destravar valor aos seus acionistas e aumentar a liquidez no negócio, tem um impacto muito po− sitivo para o mercado de capitais co− mo um todo, dada a relevância que a Cosan possui', afirmou Rogério San− tana, diretor de Relacionamento com Clientes da B3. O CEO da Cosan, Luis Henrique Guimarães, ressaltou que a companhia inicia um novo ciclo, focada na cria−
ção de valor a partir da alocação sus− tentável de capital, trazendo eficiência e qualidade aos mercados de energia e logística, trabalhando junto com os parceiros para reduzir a pegada de carbono de suas operações. “A nova Cosan nasce valendo mais de R$ 43 bilhões em valor de merca− do e um Ebitda sob gestão de quase R$ 14 bilhões. Foi uma operação lon− ga, complexa, que iniciamos no meio do ano passado. Essa conquista é de todos os mais de 40 mil colaboradores
do Grupo Cosan”, comemorou. Marcelo Martins, CFO da Cosan, disse que a empresa é muito jovem e que foi a primeira companhia de energia renovável a ser listada na bol− sa de valores, isso em 2005.“Passamos por um processo de crescimento e a empresa criou um portfólio grande. Com o tempo, caminhamos para essa reestruturação societária tão esperada pelo mercado, não apenas simplifican− do nossa estrutura, mas aumentando a liquidez. Este momento é um marco
na história da Cosan e agradeço ao apoio dos investidores e acionistas, fundamental para o sucesso dessa ope− ração', disse. Já dia 11 de março, o conglome− rado Cosan lançou nova ADS (American Depositary Shares), em Nova Iorque. De acordo com Mar− tins, o programa de ADSs a ser im− plantado na NYSE, faz parte da in− corporação, sendo que cada ADS irá representar 1 (uma) ação ordinária de emissão da Cosan.
Raízen recebe aprovação final do Cade para aquisição da Biosev Conclusão da transação permanece sujeita ao cumprimento de outras condições
A Raízen recebeu a aprovação fi− nal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a aqui− sição da Biosev. A negociação já havia sido aprovada sem restrições, no início de março. “A transação da companhia com a Biosev tornou−se final e definitiva após o decurso do prazo de 15 dias contado da publicação da referida decisão no Diário Oficial da União, em 02 de março de 2021, nos termos da legisla− ção aplicável”, informou a Raízen em comunicado assinado por Guilherme José de Vasconcelos Cerqueira, vice− presidente de Finanças e diretor de Relações com Investidores.
A Raízen ressalta ainda, que a con− sumação da transação permanece su− jeita ao cumprimento de outras con− dições precedentes, incluindo, dentre outras, a conclusão da reorganização societária da Biosev e a sua reestrutu− ração do endividamento financeiro. Anunciada no dia 8 de fevereiro, a aquisição ocorrerá por meio de uma
combinação de negócios envolvendo, de forma eficiente, uma troca de ações, com emissão de 3,5% de ações prefe− renciais da Raízen e o pagamento de R$ 3,6 bilhões para refinanciamento de dívida. Com a integração, a Raízen passa− rá a contar com um total de 35 unida− des produtoras, totalizando uma capa−
cidade instalada de 105 milhões de to− neladas de cana, volume que represen− tará aproximadamente 15% da moagem e biomassa do Centro−Sul e, cerca de 1,3 milhão de hectares de área cultiva− da. A produção de açúcar será de 4,954 milhões de toneladas, a de etanol, 3,844 milhões de litros e a de eletricidade, 3,000 mil mwh.
MERCADO
Março 2021
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Etanol é solução de curto prazo para reduzir emissões em Fernando de Noronha WWF-Brasil afirma que o biocombustível pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 77% Conhecida como “a esmeralda do Atlântico brasileiro”, Fernando de Noronha começa a dar os primeiros passos para implementar o projeto “Noronha Carbono Zero“, que tem por meta limpar a matriz energética da ilha. Entre as três ações imediatas pre− vistas, a adoção de veículos elétricos será efetivamente a primeira a passar a prática, pois já está regulamentada por lei. Só que, isolada, esta ação não re− duzirá a emissão de gases de efeito es− tufa: um novo estudo do WWF−Bra− sil indica que isso só acontecerá quan− do toda a matriz energética da ilha for mais limpa. A alternativa mais barata e viável no curto prazo e a adoção de bio− combustíveis: as analises mostraram que substituir a gasolina por etanol reduz as emissões de gases de efeito estufa em 77%, enquanto a adocao de veículos elétricos reduziria as emissões em 52% atualmente. Há, ainda a van− tagem de dispensar investimentos pú− blicos e privados em veículos elétricos e sistemas de recarga. “Na corrida pela descarbonização da economia, cidades de todo o mun− do têm adotado metas para se torna− rem carbono zero, incluindo medidas de restrições a combustíveis fósseis e estímulo a carros elétricos. Mas, o que pouca gente sabe é que Fernando de Noronha começou a discutir um pro− jeto carbono zero já em 2013 e, em 2020, aprovou uma Lei de Veículos Elétricos”, destaca Ricardo Fujii, ana− lista de Conservação do WWF−Bra− sil. “No entanto, seu abastecimento de energia ainda vem de termoelétricas, fonte altamente emissora. O estudo conclui que a adoção de veículos elétricos em Fernando de Noronha reduziria os custos para reabastecimento desses modelos, mas dependeria de investimentos em ge− ração elétrica renovável e sistemas de recarga para efetivamente diminuir as emissões de carbono. A alternativa mais barata e viável no curto prazo seria a adoção de biocombustíveis. No médio e longo prazo, é preciso concluir a mudança da matriz ener− gética da ilha como um todo: não apenas o consumo de combustíveis, mas também a geração de eletricida− de”, detalha. A matriz energética da ilha e composta atualmente por termoele−
tricidade e energia solar. Em 2019, a primeira representava 90% da energia elétrica gerada; a energia solar, apro− ximadamente 10%. Isso significa um consumo mensal médio de diesel de 554 mil litros, gerando um custo mensal de R$ 3 milhões e emissão de 1.170.000 kg CO2 por mês (dados de 2018). O estudo do WWF−Brasil traz propostas para reduzir essa dependên− cia dos combustíveis fósseis – e, por consequência, cortar as emissões. As recomendações incluem a am− pliação do uso da energia solar foto− voltaica, a troca dos geradores eólicos danificados por outros mais potentes e eficientes e a adoção do biodiesel e da biodigestão dos resíduos sólidos orgâ− nicos e esgoto. Essas alternativas, quando utilizadas em conjunto, per− mitiriam a reducao das emissões na ilha em quase 90% e teriam efeito po− sitivo sobre as emissões geradas pelo transporte do óleo diesel entre o con− tinente e o arquipélago, realizado a cada 10 dias aproximadamente e com a poluição do solo e da água, além de proporcionar novos empregos. “Em lugares isolados, pequenos em escala e com grande biodiversida− de, os efeitos das mudanças climáticas
e das emissões de gases de efeito estu− fa são devastadores”, lembra Fujii. “Eles atingem os bancos de corais, os animais marinhos, o nível e a tempe− ratura do oceano, além das alterações no clima que podem gerar outras consequências econômicas, ambientais e sociais desastrosas”, completa. Com o propósito de analisar o re− flexo da adocao de 130 veículos elé− tricos na ilha, referentes às primeiras autorizações ecológicas concedidas, o estudo incluiu a comparação das emissões de CO2 de diversos com− bustíveis e energia elétrica.Atualmen− te, a ilha não utiliza etanol como combustível, por isso adotou−se o preço do etanol como sendo 70% do preço da gasolina, valor que oferece paridade de economia. Para os cálculos de eficiencia (quilômetros rodados por litro), fo− ram utilizados os carros mais vendi− dos no Brasil em 2019: Onix 1.0 co− mo categoria geral e Corolla 1.8 co− mo categoria Sedan. Para veículo elétrico, foi considerado o Zoe nos dois cenários: da atual geração, ma− joritariamente termelétrica, e no ce− nário de migração para energias lim− pas proposto pelo estudo.
A comparação mostra que os veí− culos elétricos emitirão mais CO2 que modelos a combustão movidos a eta− nol. Os benefícios dos elétricos só se efetivarão com a transição da ilha pa− ra uma matriz energética limpa. O alto valor comercial dos veícu− los elétricos também foi questionado pela população, além da dificuldade de manutenção na ilha, já que ainda não ha mão de obra especializada. De acordo com pesquisa realiza− da pela Secretaria de Meio Ambien− te do Estado de Pernambuco, cerca de 60% das emissões de gases de efeito estufa em Fernando de No− ronha provêm dos aviões, 30% da geração de energia elétrica e apro− ximadamente 9% dos veículos que circulam nos seus 17 km2 de exten− são. Esses são os três focos de ações imediatas do Projeto Noronha Car− bono Zero: atuar com as empresas aéreas para reduzir emissões de car− bono dos voos por compensação, com plantio de árvores no conti− nente; implementação mais rápida de veículos elétricos, criando facili− dades para o morador; passar a usar energia eólica, solar, biocombustíveis e energia das ondas.
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AGRÍCOLA
Março 2021
Adubação Biológica é aposta da Biosev para altas produtividades Adoção de biotecnologia em 8 unidades é reflexo do perfil inovador do grupo
“ Nesse sentido, ano após ano, a gente vem trabalhando na evolução de novas tecnologias na busca de um manejo cada vez mais sustentável
“
O manejo biológico e sustentável é o caminho a ser percorrido para que os canaviais cheguem aos três dígitos de rendimento médio. Essa é a aposta da Biosev, que tem obtido alta produ− tividade agrícola em seus canaviais. Com oito unidades agroindustriais, localizadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, a companhia conquistou vários recor− des agrícolas na safra 20/21. Processando aproximadamente 25,8 milhões de toneladas no 9M21, em linha com o mesmo período do ciclo anterior, o grupo registrou teor de ATR Produto de 142,4 kg ATR/ton, o que representou um crescimento de 9,1% em relação ao ciclo passado. Olhando a produção total, o ATR Produto foi de 3.680 mil toneladas. Os bons números refletem os be− nefícios da continuidade das melhores
práticas agronômicas na lavoura, que vêm sendo adotadas pela Biosev nos últimos anos. De acordo com Carlos Daniel Berro Filho, diretor agrícola da com− panhia, são desenvolvidas diferentes ações para garantir a produtividade agrícola, qualidade e longevidade do canavial, tendo destaque a adoção do manejo biológico.
“Começamos a fazer um traba− lho ‘arroz com feijão’ bem−feito: formar um time motivado a atingir esses resultados de alta produtivida− de e organizar as operações agríco− las. Nesse sentido, ano após ano, a gente vem trabalhando na evolução de novas tecnologias na busca de um manejo cada vez mais sustentável”, disse o diretor.
Assim, a companhia investiu em ferramentas que favorecem a produ− tividade agrícola do canavial e criam condições de melhor tolerância para o ataque de pragas, doenças e plantas daninhas. Estratégias nesta linha vão desde a aplicação da vinhaça no ma− nejo, da torta de filtro no plantio, apli− cação de adubo biológico na soquei− ra até a adoção de rotação de cultura. Segundo o diretor, o incremento de matéria orgânica contribui para maximizar a variabilidade do micro− bioma do solo, oferecendo, assim, condições propícias para o canavial evoluir, produzir e se tornar mais sus− tentável. Ele ressalta que o canavial mais equilibrado tem mais produtivi− dade e longevidade, tendo o ciclo produtivo, por exemplo, em média, de sete a oito cortes na Biosev. Com boas condições no canavial, a Biosev foi em busca de uma solu− ção para aumentar – e manter – a produtividade agrícola, além de con− cretizar o objetivo de ter um mane− jo mais sustentável. Assim, passou a utilizar a biotecnologia da Micro− geo®, que possibilita restabelecer o microbioma do solo, trazendo bene− fícios na bioestruturação física, efi− ciência nutricional e saúde ecológi− ca da planta. “Conheci o trabalho da Micro− geo® há cerca de seis anos, quando a empresa começava a trazer o concei− to para a cultura da cana, através de um trabalho apresentado pelo Fer− nando Dini Andreote (professor de Microbiologia do Solo na Escola de Engenharia Superior Luiz de Queiroz – ESALQ/USP). A partir daí, acom− panhei as áreas de alguns fornecedo− res nossos que usavam a tecnologia e resolvi, também, montar uma área ex− perimental e ver os resultados obti− dos”, explicou. O diretor comenta que a aduba− ção biológica, antes vista com descon− fiança, vem ganhando cada vez mais força a partir de estudos feitos por instituições como a ESALQ e a Em− brapa, confirmando ser o ingrediente essencial da receita para a obtenção do canavial com alta produtividade e longa vida. “O tripé da fertilidade do solo é formado pela parte química, fí− sica e biológica. Nós sempre trabalha− mos a parte física e a química e o tra− balho na parte biológica vem em uma crescente”, contou.
A tecnologia será usada nas outras unidades do grupo, como na Santa Elisa
UNIDADE CONTINENTAL FOI A PRIMEIRA A UTILIZAR A TECNOLOGIA Perspectiva é ter ganhos de produtividade com o uso do Microgeo® Após validada a adoção da solução depois da fase experimental com a tecnologia, a empresa montou uma área comercial para conhecer o de− sempenho do Microgeo® nas áreas extensas. O produto é um componen− te utilizado na produção do adubo biológico por meio de um processo de Compostagem Líquida Contínua (CLC ®), obtido a partir da instalação de uma Biofábrica CLC ®, e oferece importantes benefícios, como bioes− truturação do solo, maior infiltração e retenção de água, melhora na eficiên− cia nutricional e melhor sanidade de solo e planta com solo supressivo. A Unidade Continental, localiza− da em Colômbia−SP, foi a escolhida para receber o projeto−piloto. Ali foi instalada uma estrutura física para atender três mil hectares e o adubo produzido na biofábrica foi aplicado ao longo da última safra.“Vamos co− lher os resultados desse trabalho nesta safra que se inicia e nossa expectativa é ter ganhos de 4 a 8 toneladas por
hectare, conforme o ambiente de produção e a variedade”, disse Berro Filho. O engenheiro agrônomo entende que a aplicação do produto em várias fases da cultura é outro ponto de pes− quisa e desenvolvimento; por isso, nesse piloto, buscaram representar di− ferentes situações para entender o ga− nho. Assim, 80% do produto produ− zido na biofábrica foi aplicado na so− queira e os outros 20% foram direcio− nados para o plantio, usando−se, para isso, o sistema de aplicação via fertir− rigação com vinhaça direcionada. A adubação biológica vai favore− cer o vigor do canavial e o desenvol− vimento do sistema radicular e, com isso, vai melhorar a absorção da água e dos nutrientes, auxiliando o cresci− mento da cana. “O canavial, por exemplo, tolera melhor situações crí− ticas, seja por pragas, doenças ou es− tresse hídrico, como o que atravessa− mos em 2020 e neste início de ano também”, apontou.
Aliás, as chuvas abaixo da média histórica vão criar um desafio adicio− nal para a produção de cana este ano e quem estiver mais bem organizado na parte de manejo tende a passar melhor pelo ciclo agrícola. Resultados preliminares de siste− ma radicular já mostraram um au− mento de 27% sobre o padrão e ba− seados neste número, em conjunto com a biometria, a Biosev resolveu estender os trabalhos para as 8 unida− des em áreas comerciais.“Sabemos que a parte biológica tem toda uma ques− tão de usar os microrganismos regio− nalizados, então resolvemos estender as áreas comerciais para conhecer os resultados e entender melhor como faremos a aplicação nos próximos anos”, disse, comentando que o pró− ximo passo será ampliar a área tratada para cinco mil hectares. Segundo o diretor, os canaviais de alguns fornecedores de cana que já fa− zem uso da tecnologia têm servido de vitrines e contribuído bastante para o
desenvolvimento dos estudos sobre o uso da adubação biológica. Após a consolidação do trabalho com a solu− ção, a ideia da Biosev é também for− necer a outros produtores de cana parceiros dados e confiança nos resul− tados, assim como faz com outras ini− ciativas positivas adotadas pela empre− sa, que são compartilhadas pelo Mais Cana Biosev.Trata−se de um progra− ma que tem o objetivo de aumentar a produtividade e o relacionamento en− tre a companhia, os fornecedores e parceiros agrícolas. A importância da disseminação de boas práticas é evidenciada pelo dire− tor, tendo em vista que, em algumas regiões, a cana de fornecedores repre− senta 70% da matéria−prima proces− sada na usina. “Tudo é muito novo em relação à adubação biológica. Existe uma curva de resultados grande a partir do uso da tecnologia, mas acredito que a aduba− ção biológica terá um papel muito im− portante nos próximos anos”, conclui.
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AGRÍCOLA
Março 2021
Área irrigada totaliza 8,2 mi de hectares
dica que até 22% da área agropecuária atual do Brasil poderia ser irrigada, o que corresponde a cerca de 55 milhões de hectares. Ou seja, embora tenhamos grande potencial, por conta de limita− ções na oferta de água, incluindo a presença de outros usos já instalados, não é possível irrigar mais áreas com segurança hídrica e produtiva.
De acordo com o documento, setor privado ocupa 96,2% da área irrigada, enquanto projetos públicos abrangem os 3,8% restantes. O Atlas Irrigação mostra também o detalha− mento dos 28 Polos Nacionais de Agricultura Irrigada, que concen− tram 50% da área irrigada e 60% da demanda hídrica atual para o setor. Entre 2012 e 2019, houve inten− sificação da atividade com um maior aporte de crédito e investimentos privados. Com isso, o crescimento foi da ordem de 4% ao ano no Brasil nesse período, quando foram incor− porados cerca de 216 mil hectares irrigados ao ano. Além disso, em 2019 o valor da produção irrigada superou a marca de R$ 55 bilhões. A produção irrigada tem uma produtividade de 2 a 3 vezes maior do que áreas de sequeiro (não irri− gadas). Outras vantagens são: me− lhoria da qualidade dos produtos, redução de custos unitários, atenua− ção dos impactos da variabilidade climática, otimização de insumos e equipamentos, aumento na oferta e na regularidade de alimentos, assim como a modernização dos sistemas de produção.
das/hectare. A média pernambucana hoje é de 55 toneladas/hectare. “O diferencial do método adota− do pelo produtor e proprietário do Engenho Jucá, José Henrique Albu− querque, mais conhecido por Cazuza, é que não precisa de muitas tecnolo− gias. Quando se fala em MPB, pensa− se logo no alto custo e complexidade, mas, aqui, destaca a praticidade e rus− ticidade dos viveiros e sua viabilida− de”, diz o agrônomo da AFCP, Ri− cardo Moura. Em torno de 45 dias, as mudas estão prontas, já adaptadas ao sol. Um hectare delas produzidas no viveiro já é capaz de produzir oito hectares no campo. A AFCP aposta em toda iniciativa do setor que visa a redução de custo e
o aumento de produtividade do cana− vieiro. Desse modo, em parceria com a Cooperativa dos Fornecedores de Cana (Coaf) e com o Engenho Jucá, a entidade promoveu, em fevereiro, um dia de campo na propriedade para Cazuza apresentar aos demais produ− tores de cana interessados o viveiro e cada etapa de sua produção. “O MBP é muito comum no Centro−Sul do Brasil. Em Pernam− buco, e no NE em geral, talvez por crer que seja algo bem caro e compli− cado, ainda é incomum para o forne− cedor de cana, mesmo oportunizando uma maior produtividade.Talvez isso possa começar a mudar”, prevê Ale− xandre Andrade Lima, presidente da AFCP e da Coaf.
Potencial é de crescimento de 79% na extensão irrigada, segundo a ANA Referência sobre a agricultura ir− rigada brasileira na sua interface com as águas do País, o Brasil totaliza 8,2 milhões de hectares equipados para ir− rigação, sendo 64,5% (5,3 milhões de hectares) com água de mananciais e 35,5% (2,9 milhões de ha) fertirriga− dos com água de reúso segundo o Atlas Irrigação. Essa área é equivalente a 8,2 milhões de campos de futebol. A estratégia de mapeamento, coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e desenvolvida com vários parceiros ins− titucionais, foi organizada por tipolo− gias de cultura e métodos de irrigação (arroz; cana−de−açúcar; café; culturas anuais em pivôs centrais e demais cul− turas e sistemas). Essa base técnica úni− ca também conta com estimativa de uso da água pela agricultura irrigada, que foi superior a 941 mil litros por segundo em 2019, o que corresponde a 29,7 trilhões de litros ao ano.
O Atlas Irrigação aponta, ainda, que o Brasil deverá expandir sua área irrigada em mais 4,2 milhões de hec− tares até 2040, o que representa um aumento de 79% em comparação à área atualmente irrigada com água de mananciais. Sobre o potencial de expansão da irrigação no Brasil, o Atlas também in−
MPB pode aumentar produtividade em torno de 45% Uso do método vem crescendo no Nordeste Ao invés do agricultor investir em complexas tecnologias e altos custos no aumento da produtividade da cana em Pernambuco, o Engenho Jucá, em Aliança, passou a apostar em um méto− do mais simples para replicar,com rapi− dez, as mudas com padrão de fitossani− dade, vigor e uniformidade de plantio. A iniciativa pode demonstrar para o setor canavieiro local que o peque− no produtor não só pode como tam− bém deve apostar em Mudas Pré− Brotadas (MPB), através da confecção
do seu próprio viveiro de cana de melhor qualidade. Além de viável nos aspectos técnicos e financeiros, a ini− ciativa amplia a rentabilidade da plan− tação com maior produtividade, que pode elevar aproximadamente 45% no final do processo, em comparação ao cultivo padrão. Com o método da MPB, o De− partamento Técnico da Associação dos Fornecedores de Cana do Estado (AFCP) estima que a produtividade pode chegar a cerca de 80 tonela−
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Cana sem n-mineral: solução econômica, produtiva e altamente sustentável BVBOOSTER é uma ferramenta aliada do RenovaBio Todo produtor de cana−de− açúcar sabe que o nitrogênio mineral é indispensável no manejo nutricional das plantas. Será? Estudos recentes apontam que as adubações nitrogena− das minerais podem ser substituídas por tecnologias mais eficazes que re− duzem custos, simplificam processos e aumentam expressivamente a produ− tividade do canavial. BVBOOSTER é uma inovação desenvolvida pela EUROFORTE que estimula a fixação biológica de nitro− gênio (FBN), substitui as adubações nitrogenadas e garante aumento na produtividade “Desde que saibamos estimular a microbiota do solo, que é efetivamente quem transforma o ni− trogênio do ar em amônia e depois a transforma em nitrato, podemos favo− recer o suprimento natural de nitro− gênio à planta e na hora que ela pre− cisa, fato que quase sempre não acon−
tece com o manejo do nitrogênio mi− neral”, conceitua o Engenheiro Agrônomo Flávio Pompei, diretor in− dustrial e responsável técnico da EU− ROFORTE.
Pesquisas que se iniciaram em parceria com a UFSCAR na safra 2005 e atualmente, Usinas e Forne− cedores do Centro – Sul, compro− vam que, com aplicação do
BVBOOSTER, as adubações habi− tuais com N−mineral podem ser totalmente dispensadas. Os resulta− dos apontam aumentos de até 6 TCH, além da redução na emissão de CO² para atmosfera proveniente do processamento do N−mineral pela microbiota do solo, maior vigor no desenvolvimento da rebrota, au− mento na longevidade do canavial e simplificação com mais rendimento das operações de campo. Por tudo isso, o BVBOOSTER representa uma economia direta de até 40% do que está habitualmente previsto nos orçamentos para adubação nitroge− nada da cana. Além da excelência dos resulta− dos, BVBOOSTER é uma ferra− menta aliada do Renovabio e confir− mada pela pesquisa como totalmente segura para plantas, sem quaisquer riscos para pessoas e animais. Na comparação com média com 100 kg de N−mineral por hectare, cada 11 litros de BVBOOSTER evitam a emissão de 1.100 de toneladas CO2 para atmosfera, contribuindo para a geração de mais créditos de CBios.
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AGRÍCOLA
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Mudanças e extremos climáticos impactam a produção de cana-de-açúcar Conclusão é resultado de estudo feito por cientistas do Reino Unido, China e Brasil O futuro da cana−de−açúcar per− manece incerto devido às diferenças nas projeções climáticas e porque as respostas da sua ecofisiologia aos fato− res climáticos como a temperatura e umidade do ar, precipitação e a con− centração de CO2 ainda não foram totalmente compreendidos. Cientistas do Reino Unido, Chi− na e Brasil analisaram quão sensível às mudanças climáticas é a produtivida− de da cana−de−açúcar, incluindo ex− tremos climáticos, e quais são os fato− res climáticos principais atuantes. O trabalho utilizou um modelo biofísico do Solo−Planta−Atmosfera e medições detalhadas de séries tem− porais de parcelas experimentais em Guangxi, China, e no estado de São Paulo. Foi simulado o crescimento da
cana−de−açúcar sob o clima históri− co (1980−2018), e seis projeções cli− máticas futuras (2015–2100). Os autores concluíram que os im− pactos das mudanças climáticas futu− ras e extremos climáticos na produção de cana variam substancialmente nas duas principais regiões produtoras. No
sul da China, foram apresentadas evi− dências de que o rendimento médio e a variabilidade associada com os ex− tremos climáticos não mudarão nas décadas futuras. Mas no estado de São Paulo, hou− ve evidências de que o rendimento médio provavelmente diminuirá e
efeitos climáticos extremos irão redu− zir os rendimentos mínimos ainda mais fortemente. Assim, no Brasil, a produção de cana apresenta um risco climático muito maior. Os pesquisadores sugerem que são necessárias estratégias de mitigação que visam os fatores climáticos locais para proteger a produção global de cana− de−açúcar desses riscos climáticos. Além disso, trabalhos futuros devem se concentrar na resposta climática da fe− nologia da cana, em particular, as liga− ções entre clima, taxa de desenvolvi− mento e senescência das folhas. O trabalho completo de Sophie Flack−Prain, da University of Edin− burgh, Edinburgh, UK; Liangsheng Shi, da Wuhan University, Wuhan, China; Penghui Zhu, da University of Edinburgh e Wuhan University; Humberto R. da Rocha, da Univer− sidade de São Paulo; Osvaldo Cabral, da Embrapa Meio Ambiente; Shun Hu, da Wuhan University e Mathew Williams, da University of Edinburgh, Edinburgh, foi publicado em GCB Bioenergy.
BP Bunge Bioenergia quer reduzir por completo dependência de adubação mineral Companhia ampliou em 185% áreas com fertirrigação localizada com vinhaça A BP Bunge Bioenergia ampliou de 27,5 mil hectares para 78,4 mil hectares a área beneficiada pela fer− tirrigação localizada com vinhaça, um avanço de 185% entre 2019 e 2020. A iniciativa visa aproveitar ao máximo e da melhor maneira todos os subprodutos gerados no processa− mento da cana−de−açúcar, e visan− do uma operação cada vez mais lim− pa e sustentável. Além de servir para a adubação orgânica das plantas, o que reduz ou até elimina a necessidade do uso de adubos químicos na lavoura, o uso da vinhaça permite o reaproveitamento da água que está em sua composição na irrigação das plantações, especial− mente no período inicial de seu crescimento.
“Para obter esse resultado tão ex− pressivo, de aumento de quase 200% de área atendida pela fertirrigação lo− calizada com vinhaça, algo de desta− que em todo o setor sucroenergético, a BP Bunge realizou investimentos significativos na sua estrutura de transporte da vinhaça entre as usinas e as lavouras.Também foi necessário in− vestir em equipamentos e na gestão planejada da aplicação localizada”, ex− plica Rogério Bremm, diretor Agrí− cola da BP Bunge Bioenergia.
A companhia tem o objetivo de reduzir por completo a dependência da adubação mineral de suas lavouras de cana−de−açúcar, adotando a adu− bação orgânica por vinhaça. Atual− mente, três das 11 unidades da em− presa estão próximas de atingir 100% de suas áreas próprias adubadas com o uso da vinhaça localizada. Mas a téc− nica é empregada em outras seis uni− dades da empresa. Apenas duas unidades da compa− nhia não utilizam vinhaça localizada, pois se dedicam à produção de etanol e, por isso, a vinhaça produzida tem uma concentração menor de potássio inviabilizando seu transporte para aplicação in natura. Nessas unidades, 100% da vinhaça é destinada para o sistema de fertirrigação convencional via aspersão, diluída em água. Entre as vantagens geradas pela fertirrigação com vinhaça estão o ga− nho ambiental, pelo aproveitamento total de um subproduto do processa− mento da cana e pela substituição do uso de outros fertilizantes, o que acar− reta ganhos econômicos, uma vez que
dispensa ou reduz gastos com adubos químicos. Traz também ganhos em produtividade já que a adubação or− gânica líquida e localizada possui maior eficiência em relação aos pro− dutos químicos, incrementando assim o TCH (tonelada de cana por hecta− re) nas áreas beneficiadas e impulsio− nando o crescimento mais rápido do canavial. Outro ganho está relacionado ao RenovaBio, com um aumento na ge− ração de CBios devido ao uso da vi− nhaça, pois os cálculos levam em con− ta os menores impactos ambientais. Além da fertirrigação localizada, a vinhaça é também aproveitada em unidades da BP Bunge Bioenergia diluída em água, em aplicações por aspersão. No total, 71 mil hectares de lavoura de cana−de−açúcar da companhia são beneficiados por es− se processo. Ao final, entre fertirri− gação localizada e aplicações de vi− nhaça por aspersão, cerca de 150 mil hectares são tratados e beneficiados com o subproduto nas lavouras pró− prias da empresa.
SUSTENTABILIDADE
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Copersucar reutiliza água do ar-condicionado Iniciativa gera economia de mais de 100 mil litros por ano A Copersucar, com terminais lo− calizados em Ribeirão Preto, Santos e São José do Rio Preto, interior paulista, vem desenvolvendo ações focadas na reutilização da água atra− vés da adoção de boas práticas e so− luções de fácil implantação, que po− dem ser utilizadas por outras empre− sas, pelo comércio, condomínios e até em residências. No terminal de Ribeirão Preto, por exemplo, uma simples ideia de um funcionário ajudou a empresa a de− senvolver uma técnica de reutilização de água que gerou uma economia de mais de 100 mil litros por ano, equi− valente a 6800 máquinas de lavar cheias, com 15 litros de capacidade, para uma família grande. Baseada na inspiração do auxiliar de operações, Willia Júlio Carvalho dos Santos, a empresa instalou um dispositivo que captura a água que pinga dos aparelhos de ar−condicio− nado, diretamente nas máquinas condensadoras, reservando−a em tu−
Terminal Copersucar de Ribeirão Preto captura 100 mil litros de água por ano que pinga dos aparelhos de ar condicionado
bos de 11 litros. Posteriormente, ela é reutilizada para limpeza das áreas externas e da área de carregamento de vagão, para lavar as botas, entre outras utilidades. E o projeto é simples de montar. Basta um cano de PVC (ou outro material similar que consiga arma− zenar a água) e um cano de plástico que conecte o local onde cai a água a este reservatório, além de braça− deiras, fixadores, duas tampas e uma
Terminal Açucareiro Copersucar em Santos economiza cerca de 800 mil litros de água por ano
torneira de filtro. Com aproximada− mente R$ 70,00 é possível montar esta solução. A redução do consumo de água e seu reaproveitamento é uma das ações que a Copersucar está atenta e reavalia anualmente. Além do rea− proveitamento da água do ar−con− dicionado, a empresa incentiva ou− tras ações e atitudes de seus funcio− nários. Entre 2018 e 2020, o consu− mo de água no terminal caiu 348 mil
litros, sendo que a expectativa para 2021 é aumentar a economia para mais de 612 mil litros. Outro exemplo vem do terminal localizado no Porto de Santos. Em um dos telhados dos armazéns, com aproximadamente 2,5 mil metros quadrados de área, a Copersucar ins− talou um sistema onde a água da chuva é direcionada para uma cana− leta que encaminha o líquido para dois tanques com capacidade para 20 mil litros. Esta água é enviada, diaria− mente, para veículos varredeira, que fazem a limpeza das avenidas e pátios do terminal, economizando cerca de 800 mil litros de água. Isso corres− ponde a encher mais de 50 caminhões pipas com capacidade pra transportar 15 mil litros de água. Para Fabiano Messias, gerente de operações da Copersucar, esta é uma solução que, em proporções menores, pode ser implantada em muitas casas e edifícios. “Se todos os consumidores empresariais, comerciais e residenciais desenvolverem alternativas como es− tas, viáveis de aplicação, mais água fi− cará disponível para a população, mi− nimizando os impactos e os raciona− mentos comuns em períodos de estia− gem”, completa.
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GENTE
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Mário Campos é eleito presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool Executivo tem boas perspectivas para a próxima safra
O presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG), Mário Campos, de forma unânime, foi eleito no dia 24 de fevereiro, presidente da Câmara Seto− rial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool, ligada ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimen− to (Mapa). Para Campos trata−se de uma grande responsabilidade que assume, principalmente ao substituir a profí− cua administração realizada na Câma− ra pelo presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Fepla− na), Alexandre Lima Andrade.Além da grande satisfação de presidir o órgão na gestão da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e do seu secretário− executivo, Marcos Montes. “Tenho uma grande disposição para fazer uma gestão com a mesma qualidade das anteriores, que tanto ajudaram a construir uma câmara se− torial sólida, apoiada pelos vários seg−
mentos envolvendo o setor”, afirmou. O executivo ressaltou a resiliência do segmento, que mesmo diante dos impactos da pandemia da Covid−19, não parou e conseguiu fazer uma boa temporada. Isso também vale para Minas Gerais, que conseguiu colher a maior safra de sua história. “Moemos mais de 70 milhões de toneladas de cana. Um recorde tam− bém na produção de açúcar, que so− mou 4,7 milhões de toneladas, volu− me 47,8% superior às 3,19 milhões de toneladas produzidas na safra passada”, disse, comentando que a produção de etanol fechou em 3 bilhões de litros e a de bioeletricidade foi suficiente pa−
ra atender a população com seguran− ça e regularidade. Campos destacou ainda que 2020 foi o ano que atingiu o maior nível de sacarose por tonelada de cana na série história que contempla a era da meca− nização. “A qualidade da cana também foi boa em função da estiagem que ti− vemos ao longo do ano, porém, o dé− ficit hídrico irá impactar o próximo ci− clo, então, a nossa expectativa é que a moagem seja menor”, explicou. Para a safra 2021/22, Campos es− tima também que o setor terá grandes oportunidades ainda no mercado de açúcar, com preços remuneradores. O mix deverá continuar açucareiro, em
função das fixações feitas pelas usinas, que aproveitaram os bons preços em reais por tonelada do alimento, ao longo do ano. Ao mesmo tempo, há também uma expectativa de manu− tenção de preços remuneradores de etanol, mesmo que a produção seja mais baixa. “Também há perspectiva boa para energia elétrica, até em função da es− tiagem, que deixou o nível dos reser− vatórios mais baixos. Com isso, o preço da energia subiu, ao contrário do que ocorreu no primeiro semestre de 2020, quando o preço estava bem baixo em função da queda da demanda devido ao isolamento imposto pela pandemia. Is− so pode dar um impulso à produção de bioeletricidade este ano”, disse. Campos indica ainda outro fato que leva à essa janela de oportunida− des, é que ocorreu uma condição mais de estabilidade, praticamente sem crescimento na oferta. Com o RenovaBio entrando no segundo ano de funcionamento e to− dos os olhares voltados à sustentabili− dade, o que abre um leque de bons negócios para o setor bioenergético, a safra que começará em abril deverá ser boa. “A ressalva é a possiblidade de queda da safra em função da estiagem que castigou os canaviais em 2020 , concluiu Campos.
Morre Paulo Fernando Cavalcanti de Morais Empresário foi um dos pioneiros do setor sucroenergético brasileiro Paulo Fernando Cavalcanti de Mo− rais, de 76 anos, morreu no dia 9 de março, em João Pessoa, na Paraíba, víti− ma de parada cardíaca. Ele era um dos mais importantes nomes do setor de produção de etanol e açúcar no Brasil. O empresário era diretor das usinas goianas CRV Industrial, Cooper−Ru− bi, Uruaçu Açúcar e Álcool e também da CRV Industrial – Unidade de Capi− nópolis, Minas, localizada em Minas Gerais e das Unidades Agroval e Japun− gu, localizadas na Paraíba. A história de vida do empresário foi construída com muito trabalho e em− preendedorismo. Uma trajetória inicia− da em 1980,quando foi fundado o Gru−
po Japungu. Na época, Paulo Fernando Cavalcanti de Morais, Luismar Melo e José Ivanildo Cavalcanti de Morais ad− quiriram a usina Japungu, na Paraíba. Em 1996, fundaram a Agroval e, em 2001, começaram a atuar na região Centro−Sul, com a aquisição da CRV Industrial. A paixão pela cana−de− açúcar atravessa gerações da família de
Paulo Fernando Cavalcanti de Morais, integrante da tradicional família Caval− canti de Morais, que produz cana desde a época dos engenhos. Desde 1958, através do produtor José Ivanildo Ca− valcanti de Morais,a família já adminis− trava usinas canavieiras. O Sindicato da Indústria da Fabri− cação do Álcool do Estado da Paraíba
(Sindaçúcar) lamentou a morte do usi− neiro.“A todos da família os nossos pê− sames, que Deus na sua Infinita Bonda− de possa consolar a todos. E os seus exemplos de imenso amor ao trabalho e aos princípios mais elevados e sublimes sejam a melhor lembrança de gratidão”, afirmou em comunicado. Para Edmundo Barbosa, presidente do sindicato, Morais ampliou os hori− zontes da agroindústria no Estado e tornou−se modelo na dedicação diu− turna aos empreendimentos.“Consti− tuiu modelo inspirador de gerações e na sua firmeza construiu amizades sólidas, sempre aglutinador, além de multiplicar sempre a capacidade produtiva do gru− po”, concluiu. Devido à sua atuação empreende− dora no setor bioenergético,Paulo Fer− nando Cavalcanti de Morais foi reco− nhecido como“Empresário do Ano”no Prêmio MasterCana Centro/Sul 2018, realizado em Ribeirão Preto (SP), du− rante a Fenasucro & Agrocana.
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USINAS
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Usinas fazem doações para ajudar Santas Casas das regiões onde atuam Ações visam dar suporte aos hospitais durante a pandemia
A Usina Colorado e a Usina Guaíra disponibilizaram 18 cilindros de oxigênio para a Santa Casa de Guaíra – SP.As companhias informa− ram que a ação visa minimizar a situa− ção dramática que o interior do Esta− do de São Paulo tem passado em fun− ção da piora da pandemia do novo coronavírus. Desde a semana passada, as unida− des de saúde públicas e privadas en− frentam dificuldades para receber o oxigênio hospitalar, principalmente devido à falta do número necessário de cilindros para transporte desse gás, insumo fundamental para o atendi− mento a pacientes da Covid−19. “Este é o momento de as empre− sas darem seu apoio contribuindo pa− ra que o setor de saúde enfrente esta pandemia.”, afirmou Josimara Ribeiro de Mendonça, diretora de Responsa− bilidade Social do Grupo Colorado. Além de disponibilizar os 10 ci− lindros, a usina também fez a doação de respiradores, equipamentos e ma− teriais, fortalecendo a capacidade dos hospitais da região no atendimento a pacientes da Covid−19, explicou Ma− ria Inês M. G. M. de Carvalho, super− visora de Comunicação e Responsa− bilidade Social da companhia.
Desde o início da pandemia, a Usina Colorado é responsável pela produção de álcool 70%, para doação do produto para entidades beneficen− tes, organismos ligados à saúde e hos− pitais públicos de Guaíra e região. A companhia adotou também uma série de medidas para proporcio− nar proteção aos seus colaboradores contra a propagação da Covid−19. O Grupo Colorado produziu também manuais para os diversos públicos orientando sobre procedimentos em termos de pandemia, sobretudo para os líderes, que têm trabalhadores sob sua responsabilidade. “Temos trabalhado fortemente a comunicação entre nossos colabora− dores, para orientá−los sobre formas de contágio e os novos hábitos de se− gurança durante a pandemia. Isso ex− trapola do ambiente de trabalho. O colaborador e sua família precisam es− tar atentos e adotarem medidas de proteção também no dia−a−dia, na vida doméstica e lazer.Alertá−los so− bre isso é um dos papeis do setor pro− dutivo”, afirma o coordenador de Recursos Humanos da Usina Colo− rado, José Antonio Pimenta. A Usina Açucareira Guaíra tam− bém participa dessa rede de solidarie− dade e vem contribuindo para o sis− tema de saúde da região onde atua. De acordo com Anderson Faria Malerba,
engenheiro Ambiental da empresa, foram cedidos os 8 cilindros disponí− veis que ficarão à disposição da Santa Casa pelo período necessário.“O mo− mento é complicado e temos que contribuir como podemos. A Santa Casa é o único hospital da cidade e queremos que possa atender seus pa− cientes com qualidade”, afirmou. Malerba ressaltou ainda que a usi− na também fez a doação de álcool 70%, álcool em gel e máscaras acríli− cas a hospitais da região durante este período de pandemia. “Desde o início da pandemia, a usina implantou várias medidas de prevenção, seguindo rigorosamente as recomendações determinadas pela Organização Mundial de Saúde, para proteger e conscientizar seus colabo− radores e consequentemente seus fa− miliares, sobre o novo coronavírus. E essas medidas ainda estão sendo segui− das e mais intensificadas nesta segun− da onda, assim como as doações à área de saúde”, conclui. A Diana Bioenergia também vem contribuindo com a rede pública de saúde. A companhia fez a doação de um leito completo para U.T.I da San− ta Casa de Misericórdia de Penápolis −SP. O valor total do equipamento é de R$ 90.000,00. Com a contribui− ção da Diana, a Santa Casa ampliará em 10% o seu atendimento. Além da
doação do leito, a Usina, desde março do ano passado, vem ajudando com a doação de álcool 70% para auxiliar na higienização do local. De acordo com a usina, o leito deverá ser entregue ao hospital em 30 dias. “Por se tratar de um leito com− pleto, existe uma certa demora, mas estamos fazendo o possível para que a entrega seja feita o mais rápido possí− vel, pois sabemos da necessidade, nes− te momento tão complicado que en− frentamos”, afirmou a companhia. “Agradeço aos diretores da Diana, Renata Junqueira e Ricardo Junquei− ra, em nome do prefeito Caique e do secretário de Saúde, dr Luiz Washing− ton e de toda população penapolen− se”, disse a vice prefeita de Penápolis, a médica dra. Mirela Fink. Mirela lembrou a situação difícil que o cenário pandêmico vem im− pondo e a importância de atitudes como a da Usina. “Acreditamos que precisamos de líderes mais humanos, mais corajosos e ousados para enfren− tar o desconhecido. Podemos construir soluções de forma conjunta, só assim as dificuldades que estamos vivendo agora irão gerar o aprendizado neces− sário, não apenas para resolver da me− lhor forma os problemas que estão em curso, mas para que estejamos prepa− rados para evitar ou gerenciar novos tempos difíceis”, concluiu.
USINAS
Março 2021
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Vertente teve a melhor safra de sua história Usina já fixou 70% da produção de açúcar da temporada atual
A Usina Vertente, localizada em Guaraci −SP, conquistou recorde de moagem na safra 20/21, com 2.350 milhões de toneladas processadas.A produção de açúcar atingiu 185 mil toneladas e a de etanol, 110 mil m3. No campo, a produti− vidade da cana registrou 142 quilos de ATR por tonelada de cana−de−açúcar, acima da mé− dia histórica da companhia. “Foi um ótimo ano para nós. Tanto o Grupo Tereos moeu acima do esperado como a Vertente, que teve a melhor safra dos seus 18 anos de exis− tência”, afirmou Hugo Cagno, diretor executivo da usina. Diante do cenário propício, aVer− tente já tem fixado 70% do açúcar que será produzido na safra 2021/22. E a perspectiva continua boa para a nova temporada, com projeção de valor alto do ATR, o que irá ajudar usinas e pro−
Hugo Cagno: “resultado vem do engajamento de todos os colaboradores”
dutores de cana.A empresa, uma das primeiras certificadas no programa do Renova− Bio, também comercializou 88.450 créditos de descarbonização (Cbios). Apesar das expectativas positivas para o ciclo 2021/22, a usina enfrenta os desafios dos impactos de um ano se− co, que atrapalhou o desenvolvimento dos canaviais. O déficit hídrico em 2020 resultará em uma quebra de cer− ca de 5% da matéria−prima. “A cana está atrasada cerca de um mês, portan−
to, a nossa previsão é começar a safra no dia 16 de abril”, afirmou o executivo. O diretor executivo comentou ainda que a companhia pretende in− vestir mais no canavial este ano para melhorar a qualidade da cana e ter uma renda melhor.AVertente é responsável por 85% da cana processada, sendo os outros 15% da matéria−prima forne− cida por terceiros. Cagno ressalta também que a usi− na foi a unidade que apresentou maior número de melhorias dentro do Gru− po Tereos na safra 20/21, sendo a pri−
meira colocada no ranking do Progra− ma Kaizen 20/21. Foram 720 oportu− nidades sendo no grupo um total de 2.845. O método KAIZEN, que tem como objetivo identificar dentro de seus processos melhorias que visam aumentar as condições de segurança, maximizar eficiências, reduzir gastos, entre outros, foi implantado no Grupo Tereos, em 2017. “Esse resultado vem do engaja− mento de todos os colaboradores em estar evoluindo constantemente na ges− tão da rotina da unidade e do Grupo. Já que melhorias identificadas em uma das unidades são replicadas para as demais”, afirmou Marcos Risseti,gerente execu− tivo industrial da companhia. De acordo com Risseti,das melho− rias apresentadas pelaVertente, duas fo− ram selecionadas como mais relevantes. São elas, a redução na dose de adubo MAP no plantio, classificação “Redu− ção de gastos” e melhoria na tampa da caixa de ligação do motor da centrífu− ga de açúcar classificação “Segurança”. “Nosso objetivo é continuar in− centivando nossos colaboradores a apresentar cada vez mais oportunidades e com isso manter o princípio de me− lhorar sempre nossos processos e indi− cadores”, concluiu.
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INDUSTRIAL
Março 2021
Usinas avançam no processo de transformação de Usina 4.0 Road Show da Transformação Digital passa por unidades paulistas O grupo Colombo Agroindus− trial, o primeiro a receber o Road Show da Transformação Digital em 2021, que discute e promove o con− ceito de transformação digital nas usinas, avança no processo de trans− formação de Usina 4.0 em duas uni− dades: Palestina e Santa Albertina. O kick−off de implantação do S−PAA, que é o único RTO (Otimização em Tempo Real) do setor bioenergético no mundo, iniciará em breve. O sis− tema vem mostrando eficiência e apresenta ganhos significativos com baixo tempo de payback em mais de 50 usinas do setor. A Colombo Agroindústria en− cerrou a safra 20/21 com recorde na moagem. Os 9,9 milhões processa− dos representam 15% a mais do que o grupo processou no ciclo passado. A produção de etanol também foi expressiva, chegando a 470.688.886 litros; a de açúcar contabilizou 13.065.269 sacas e a energia, 243.617 MWH. Os bons números refletem o empenho da companhia na busca por maior competitividade e rentabilidade. O grupo passou por uma reorga− nização societária e de gestão e ago− ra avança com seu plano estratégico, com investimentos em tecnologia e modernização de seus processos. Se− gue ainda para concluir a profissio− nalização da gestão e a transformação em agroindústria, além da implanta− ção de novo modelo de governança corporativa. O Road Show da Transformação Digital também esteve na Tietê Agroindustrial. O grupo possui duas unidades cuja capacidade instalada conjunta é capaz de processar mais de 7 milhões de toneladas de cana−de− açúcar por safra. A Tietê obteve uma safra de resul− tados consistentes no ciclo 2019/20 e agora se preparar para maximizar seus resultados considerando a importân− cia das tecnologias 4.0 para isso. Outra usina a receber o Road Show este ano foi a Usina Santa Adé− lia, de Jaboticabal (SP). O diretor de Operações da companhia, José Au− gusto Prado Veiga, foi um dos anfi− triões para a visita e pode conhecer o portfólio AxiAgro, ferramenta com− pleta que conecta e integra de forma inteligente as operações agrícolas.
Josias Messias, da ProCana Brasil, Douglas Mariani da Soteica e diretores da Colombo Agroindustrial
Josias Messias, diretor da Pró-Usinas e ProCana; Dario Costa Gaeta, CEO; Carlos Maria Gambaro, Diretor Jurídico e RH e Mateus Belentani, Diretor Financeiro da Tietê Agroindustrial
Rodrigo de Souza, da AxiAgro, Josias Messias, diretor da ProCana Brasil, representantes da área agrícola da Santa Adélia e Ariel Souza, da Axiagro
O diretor o agrícola Aluizio Machado e para o gerente de originação, Silvio Janegitz Junior, recepcionaram os representantes do Road Show
Murilo Raposo, engenheiro agrônomo da Usina Lins; Rodrigo Correa, diretor agrícola da Usina Lins; Ariel Souza, da AxiAgro; Rodrigo Souza, da AxiAgro, Josias Messias, diretor da Pró-Usinas e Vitor Dinardo, gerente fitotécnica e planejamento da Usina Lins
Assim como discutir a implan− tação do S−PAA, que é o único RTO (Otimização em Tempo Real) do setor bioenergético no mundo, apresentando ganhos significativos com baixo tempo de payback em mais de 50 usinas. Para o diretor de Operações da Santa Adélia a visita foi “extrema− mente produtiva e esclarecedora”. O executivo, não tem dúvidas de que a unidade está numa fase, ma− dura o suficiente, para avançar com esses projetos. Inclusive, recente− mente a usina ganhou o Prêmio Kaizen Brasil, concorrendo com empresas muito reconhecidas fora do setor. Além disso, os níveis de eficiên− cia e disponibilidade da São Adélia são grandes e o diretor de operações da companhia tem no S−PAA a ex− pectativa de fazer um ajuste fino ao seu atual padrão de eficiência. Uma vez que a ferramenta vem de en− contro à essa filosofia: dar mais flui− dez e sistematizar a cultura Lean, implantada na usina, facilitando o desdobramento da inteligência e das tomadas de decisão para a rotina de operação. A Usina Brejo Alegre Bioener− gia, ex Revati, que foi adquirida pela Integra, também fez parte da programação do Road Show neste início de 2021. Na oportunidade, os representantes do Road Show apre− sentaram o portfólio AxiAgro para diretor o agrícola Aluizio Machado e para o gerente de originação, Sil− vio Janegitz Junior. Também con− versaram a respeito do avanço do S− PAA para unidade da Brejo Alegre com o Maurício Baldi, gerente in− dustrial. A Usina Lins também recebeu o Road Show. Com foco na melhoria contínua e visão ampla do negócio, a companhia recebeu um impor− tante investimento para o aumento da capacidade de moagem, que fez com que a unidade esmagasse mais de 4 milhões de toneladas de cana− de−açúcar na safra 2020/21. Durante a visita, graças ao inte− resse dos gestores da usina em am− pliar a otimização das operações agrícolas em busca de uma safra ain− da mais consistente, foi apresentado aos anfitriões o portfólio Axiagro.
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ESPECIAL MULHERES
Março 2021
Empresas do setor sucroenergético de MG querem maior equidade de gênero Campanhas e ações estão sendo feitas neste sentido O setor sucroenergético de Minas Gerais quer aumentar o número de mulheres no quadro de funcionários, com uma busca maior da equidade de gênero. Campanhas e ações estão sen− do direcionadas às mulheres, a fim de que se candidatem às vagas disponibi− lizadas, principalmente nesta época do ano. Na Agropéu (Agroindustrial Pompéu), região Central de Minas, as campanhas para contratação de mão− de−obra têm o mote “Traga sua ener− gia feminina para a Agropéu”. De acordo com a supervisora de Recur− sos Humanos, Laudeane Castro, a em− presa decidiu abraçar a diversidade, quebrar tabus consolidados e mostrar que todas as atividades operacionais da empresa são aplicáveis às mulheres. “A safra de cana−de−açúcar tem um volume grande de contratação de mão−de− obra e queremos mostrar à comunidade que não existe limitação para as mulheres na empresa. Quere− mos quebrar paradigmas e abrir a empresa à equidade de gênero”, afirma Laudeane. Segundo ela, a campanha na rede social da em− presa e internamente, está surtin− do efeito, com a contratação já realizada de 40 mulheres. “Já temos mulheres na área operacional, mas não no parque in− dustrial e agora estamos contratando para a destilaria, tratamento do caldo, fábrica de açúcar. O laboratório vai ser 100% feminino”, comemora Laudea− ne. A empresa está na fase final de se− leção das safristas e espera que, no próximo ano, o número de contrata− ção de mulheres na empresa seja ain− da maior. Na Usina Coruripe, uma das maiores empresas produtoras de açú− car e etanol de Minas Gerais, a equi− dade de gênero e respeito às mulheres são pontos importantes entre os valo− res do grupo. A empresa tem se des− tacado nas ações de valorização femi− nina, com a meta de aumentar para 20% o número de colaboradoras até o final da safra de 2022, estabelecida no início do ano passado. Segundo a coordenadora agrícola da Usina Coruripe e líder do “comi− tê da mulher” na empresa, Sandra Maria da Silva, foi idealizado um
Sandra Maria da Silva, coordenadora de irrigação da Usina Coruripe
Laudeane Castro, supervisora de Recursos Humanos da Agropéu
banco de talentos totalmente direcio− nado às mulheres, com o objetivo de cumprir a meta. “O foco foi apurar qual o perfil da mulher que trabalha ou quer trabalhar na Coruripe e en− tender como podemos ajudá−la, também, a potencializar suas habili− dades”, explica Sandra. Sandra explica que além de cam− panhas para ampliar o número de
mulheres na empresa, foi identificada a necessidade de capacitar mais as mulheres que já trabalham na empre− sa, com a destinação de parte das va− gas do programa de bolsa de estudos exclusivamente para “elas”. “Este ano, 50% das vagas do pro− grama de bolsa de estudos passaram a ser destinadas exclusivamente às mu− lheres. O programa inclui bolsas de
100% em cursos técnicos; de 50% a 80% em cursos de graduação e pós− graduação; e de 75% em idiomas”, destaca. Os debates promovidos pelo “Comitê da Mulher”, que tem seis anos de atividades, já permitiram a in− corporação de diversas práticas para a equidade de gênero, como a amplia− ção da licença maternidade para seis meses, campanhas pela saúde da mu− lher e ações específicas de qualificação e inserção de aprendizes do sexo fe− minino nos programas de aprendi− zagem, entre outras. A iniciativa ajuda a desenvol− ver uma cultura organizacional focada em inclusão, além de res− paldar a importância do tema pa− ra as lideranças e colaboradores da empresa. “Aquela mentalidade de usina que se tinha na década de 1980, como um local de trabalho bruto e que não era lugar de mulher, está dan− do espaço para um ambiente diverso e incluso”, afirma. Assim como a Agropéu, a Usina Coruripe integra o movimento glo− bal Princípios do Empoderamento das Mulheres, promovido pela ONU Mulheres e pelo Pacto Global das Nações Unidas. A parceria permite a troca de experiências a respeito das melhores práticas para a igualdade entre os gêneros no ambiente dos negócios.
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ESPECIAL MULHERES
Março 2021
Mulheres conquistam papel de liderança no campo e na indústria Muitas começaram carreira no setor sucroenergético
A participação das mulheres nos negócios tem crescido cada vez mais e o trabalho feminino vem se desta− cando em diferentes etapas do pro− cesso produtivo. Conforme identifi− cou o Censo Agropecuário de 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase um milhão de mulheres são respon− sáveis pela gestão de proprieda− des rurais no país, de um univer− so de 5,07 milhões. Pesquisa publicada em março de 2020 mostra que as mulheres no Brasil ocupam cerca de 34% dos cargos de liderança sênior (di− retoria executiva) nas empresas — e, todo o mundo, de acordo com a pesquisa mais recente do Internatio− nal Business Report da Grant Thornton, realizada com 4.812 em− presas, em 32 países. Nas unidades produtoras de açú− car e etanol a presença das mulheres também é significativa. Para demons− trar em detalhes como a participação e a eficiência das mulheres no setor bioenergético, o JornalCana reali− zou um webinar na semana da mulher, que contou com contou com um painel especial. Com patrocínio das empresas AxiAgro; GDT by Pró−Usinas; Pró−Usinas; HRC; Project Builder e S−PAA Soteica, o webinar foi mo− derado pelo jornalista Alessandro Reis e participaram Ana Balan Cristina Oli− veira Roque, gerente de engenharia corporativa de processos da BP Bunge; Chris Morais, produtora rural da região de Barretos e uma das organizadoras do Tratoraço: dizer não ao ICMS / SP; Daniela Petribu, presidente da Usina Petribu; Inês Janegitz, gerente agrícola da Usina Atenas e Thais Fornicola, di− retora agroindustrial da Raízen. Ana Balan Cristina Oliveira Ro− que, formada em Engenharia Quími− ca pela Universidade Federal de Uberlândia – MG, com pós−gradua− ção em Gestão Ambiental pela UFS− CAR e MBA em Tecnologia e Ges− tão Industrial do setor sucroenergéti− co pela ESALQ−USP, construiu sua carreira no setor bioenergético.
A profissional contou como foi sua evolução profissional desde que ini− ciou no segmento como engenheira Trainee, passando por diversas áreas, e até mesmo a gerenciar o projeto im− plantação de uma nova usina no inte− rior de Goiás. Ela comentou como conciliou a rotina diária extensa de trabalho com a vida pessoal, inclusive após o nascimento dos filhos gêmeos,
ra muito íntegra e com muito respei− to”, ressaltou. A produtora Chris Morais, que também é engenheira Civil, é consi− derada uma das principais represen− tantes femininas do agronegócio e se tornou uma das vozes mais ativas na luta pelos direitos dos produtores ru− rais contra os decretos que alteraram o Regulamento de Imposto sobre Cir−
Ana Balan Cristina Oliveira Roque
Chris Morais
Inês Janegitz
Thais Fornicola
afirmando que é normal a mulher ter e demonstrar a sua vulnerabilidade. Também disse que nunca sofreu dis− criminação no trabalho por ser mu− lher. “Eu construí minha carreira no setor, que me acolheu de uma manei−
culação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e aumentaram a carga tribu− tária de insumos e da produção rural paulista. No evento online, Chris fa− lou como foi desenvolver uma lide− rança em um universo tão masculino.
“Tudo na vida tem que ter limites e respeito entre todos. Com diálogos as coisas funcionam”, afirmou. Formada em Engenharia Agronô− mica na ESAPP, com pós−graduação em Agribusiness pela Enbrape, em Qualidade Total e Marketing pela UNIESP e MBA em Gestão Empre− sarial pela FGV, Inês Janegitz contou como ser uma profissional eficiente e motivada. Com diversos trabalhos de pesquisas publicados e requisitada para palestras e eventos, a engenheira iniciou a sua carreira profissional no Grupo Cocal, passando por todas as áreas do departamento da área agrícola, che− gando à gerência. Durante um período como gerente regional do Polo de Araçatuba, da Raízen e voltou para as− sumir a diretoria da área agrícola do Grupo Cocal. Após uma experiência em uma empresa particular, agora é gerente agrícola da Usina Atena. Para Inez é preciso enxergar o re− sultado e a competência das pessoas, independente do sexo, pois as oportunidades são para todos. E independente de ser homem ou mulher, para ser uma profissional eficiente “é preciso ter dedicação, estudar e se entregar”, disse. No webinar, Thais Fornicola ressaltou o papel da mulher em re− lação à sustentabilidade afirmando que a atuação feminina está puxando essa agenda cada vez mais e contri− buindo muito para a evolução mais ágil da transição energética. Engenheira eletricista formada pela Mauá em SP e com MBA em gestão de Negócios na EADA Barce− lona, Thaís atua hoje como diretora agroindustrial no negócio de Etanol, Açúcar e Bioenergia da Raízen, mas sua carreira no Grupo Cosan, teve iniciou há 11 anos, ao integrar o ti− me de RH da companhia. Em sua atual função, Thaís é responsável pela gestão do negócio (P&L) de 5 unidades produtoras de açúcar, etanol e bioenergia incluindo a planta de etanol de 2ª geração e li− dera um time de mais de 2.700 pes− soas em busca de produzir cana e produtos de alta qualidade com mui− ta eficiência, energia e segurança. A engenheira, que é casada e mãe dois meninos, afirmou que tem mui− tas mulheres liderando a área de reno− váveis da empresa e que o futuro é enorme para as mulheres, mas ressal− tou que é preciso ter muita dedicação, investir em tempo, ter resiliência e co− ragem para assumir os desafios.
ESPECIAL MULHERES
Março 2021
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Mulheres se destacam na liderança de grandes companhias Ao longo de sua trajetória profissional Daniela Petribu Oriá trabalhou em ambientes tradicional− mente masculinos, mas isso nunca foi obstáculo pa− ra ela seguir em frente. Sua família planta cana há 300 anos e a usina da família, a Petribu, localizada em Lagoa do Itaenga – PE, é a mais antiga do Brasil, tendo sido criada em 1729. Formada em administração de empresas, Daniela começou sua carreira profissional no sistema bancá− rio, depois foi para o varejo e em 2000, de fato, pas− sou a fazer parte do quadro de funcionários da usi− na. Ela foi a primeira mulher a assumir a presidência de uma usina no Nordeste e atualmente, está à fren− te de um time de cerca de cinco mil funcionários. O apoio da família foi essencial para que ela con− seguisse conciliar os compromissos profissionais com a vida pessoal. Sua excelência em gestão é referência no setor e a fez ser reconhecida com o Prêmio Master− Cana Nordeste como “Executiva do Ano”, em 2014. Durante o webinar do JornalCana, a executiva falou sobre a carreira e deu um panorama sobre a sua companhia. “A usina é muito antiga, mas tem um DNA muito moderno. Gostamos muito de tecno− logia, todo ano a nossa meta é lançar dois tipos de produto e neste ano, lançamos o açúcar mascavo e o álcool gel”, contou a executiva que faz parte da oi− tava geração no comando da empresa. Daniela comentou ainda sobre os desafios do dia a dia como, por exemplo, o déficit hídrico tradicio−
nal na região de atuação da usina.“Temos um regi− me de chuva de 120 milímetros por ano, mas no ano passado só foram registrados 730 milímetros. Para fazer cana com este volume de chuvas tem que ter muita criatividade, um manejo muito bem feito e é isso que a gente busca todo dia. Novas técnicas pa− ra ter um manejo melhor, parcerias com institutos, variedades mais resistentes”, explicou. Uma das so− luções para este problema foi investir alto em irri− gação por gotejamento, iniciativa que tem dado re− sultados fantásticos.“Com a irrigação, estamos con− seguindo produzir até três vezes o que a gente pro− duz em áreas de sequeiro”, contou. A executiva disse ainda que a usina investiu tam− bém em um centro de controle operacional para monitorar, em tempo real, toda a logística da usina, com o objetivo de melhorar a eficiência das ativi− dades e em um programa para controle de incên− dios. “O projeto está no segundo ano e com ele conseguimos diminuir em até 60% o número de in− cêndios criminosos na área. Esse era um grande pro− blema e que acaba atrapalhando todo o planejamen− to da usina”, afirmou.
Daniela Petribu Oriá
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ESPECIAL MULHERES
Março 2021
Cevasa tem programa especial para as colaboradoras Iniciativa completou um ano em março O programa Energia Feminina Cevasa começou a ser germinado em 2019 e nasceu durante a safra 20/21 com o objetivo de aumentar o quadro feminino na empresa, e mais do que isso, com o intuito de valorizar e con− tribuir com o crescimento da mulher dentro da organização. “Identificamos a baixa represen− tatividade das mulheres em nossa empresa, principalmente nas áreas operacionais e de liderança. Então, criamos o programa para mudar este quadro”, afirmou Aline Oliveira, su− pervisora de Pessoas & Administração da Cevasa. O foco da iniciativa é preencher no mínimo 10% das vagas abertas a cada mês, com a contratação de mu− lheres. Assim, a usina já conseguiu in− serir mulheres no setor operacional agrícola, como operadoras e motoris− tas. Também foi possível promover durante a temporada 20/21 três mu− lheres para cargos de liderança. Além disso, as mulheres têm benefícios ad− quiridos como convênios com mater−
nidades, cartão exclusivo para mulhe− res, licença maternidade de cinco meses, privilégio materno e sala de descanso feminino. As mulheres também tem even− to anual exclusivo para elas, como o realizado no dia das mulheres, com atividades para conhecerem umas às outra e para desenvolver habilidades de comunicação, trabalho em equipe e união. Atualmente, a Cevasa conta com 78 mulheres contratadas e as contra− tações acontecem ao longo de todo o ano, conforme a necessidade da empresa. “É muito gratificante ver o su− cesso das nossas integrantes contra− tadas, o que nos mostra que estamos no caminho certo com esse progra− ma. A nossa busca é constante no aumento e crescimento de mulheres no setor sucroalcooleiro, afim de ex− trair o melhor da energia feminina”, conclui Aline. As interessadas em participar do programa podem enviar um e−mail para a companhia e deverão inserir no assunto da mensagem “ENERGIA FEMININA” e enviar o currículo para recruta@cevasa.com.br.
ESPECIAL MULHERES
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Atvos cria programa de equidade de gênero Companhia realiza “capacitações exclusivas” para mulheres A Atvos estruturou um programa específico para ampliar a participação das mulheres em todas as áreas e ní− veis. Na primeira fase, a empresa con− cluiu um amplo mapeamento de mu− lheres com potencial para assumir po− sições de liderança em suas nove uni− dades agroindustriais. Com nove mil funcionários, as mulheres representam 15% do efetivo da Atvos, percentual acima dos 9,2% do setor, segundo Confederação da Agricultura e Pe− cuária do Brasil (CNA). “Embora tenhamos uma porcen− tagem acima da média do setor, está abaixo do ideal. Por isso, desenvolve− mos um plano com ações no curto, médio e longo prazo para criar um ambiente onde as mulheres encontrem oportunidade e possibilidade de per− manência e crescimento, para que a meritocracia possa prevalecer”, refor− ça Silvana Sacramento, diretora de Pessoas da Atvos. Na etapa de diagnóstico foram identificadas 60 mulheres com poten−
cial para assumirem cargos de lideran− ça. Essas profissionais integram um programa de aceleração que abrange− rá cursos em conhecimentos técnicos específicos, workshops para desenvol− vimento de habilidades comporta− mentais e mentoria. Também foram identificadas quase duzentas mulheres com poten− cial para se tornarem especialistas e serem promovidas em suas áreas. No início do ano, um treinamento ex− clusivo para mulheres formou 13 operadoras de trator. “Quando novas vagas surgirem, serão ocupadas internamente dando
possibilidade de ascensão profissio− nal para essas integrantes. O progra− ma de Onboarding Operacional Agrícola já existia e havia formado 48 profissionais para operação de caminhões, tratores e colhedoras, porém, com pouca adesão das mu− lheres”, explica Silvana. A empresa aprovou sua Política de Diversidade e Inclusão, reforçando o compromisso em respeitar e valorizar as diferenças em todas as suas dimen− sões – raça, etnia, gênero, condição fí− sica, entre outros.A alta liderança pas− sará a ter metas para acompanhamen− to e avaliação.
A atuação nas novas fronteiras agrícolas dos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul traz um desafio adicional para a empresa que é formar profissionais em atividades sem tradição local. Para Silvana, o esforço é duplo nessas regiões. A empresa formou 25 moradoras da comunidade para atividades na agroindústria em um programa de ca− pacitação exclusivo para mulheres. Em 2019, a empresa reuniu mais de 1,5 mil pessoas em oito cidades para dis− cutir a inserção das mulheres no mer− cado de trabalho, provocando a parti− cipação dos homens nesta agenda.
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ESPECIAL MULHERES
Março 2021
Mulheres contam como construíram carreiras na Biosev A presença feminina é cada vez mais expressiva no setor sucroener− gético e também vem crescendo na Biosev. A companhia confirmou a adesão ao Women Empowerment Principles (WEPS) − ou Princípios de Empoderamento das Mulheres da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Pacto Global, em 2019. O compromisso traz sete princípios que ajudam as empresas a incorporar valores e práticas, vi− sando a equidade de gênero em seus negócios. Entre esses princípios, pode se dar como exemplo o tratamento de mulheres e homens de forma justa, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não−discriminação e o estabelecimento de uma liderança corporativa sensível ao tema. “Nos− sas campanhas são todas pensadas em questões de diversidade e estimula−
mos as tratativas internas sem discri− minação. Nós temos um subcomitê de diversidade hoje em dia”, afirma a Biosev. Atualmente na companhia, a par− ticipação feminina representa 9%, ou seja, 862 mulheres. Desse total, 37% trabalham na área agrícola, 26% na área industrial e 28% na área adminis− trativa. Já dos 1014 colaboradores lí− deres, 63 são mulheres, o que repre− senta 6% do quadro de liderança. Elisangela Regina Soares Inoue, supervisora Planejamento Controle, RBR, faz parte desse universo. A sua história na Biosev iniciou em 2007 como analista de Controle Agrícola. Logo depois, foi promovida a coorde− nação no Controle Agrícola, na Uni− dade Rio Brilhante. “Senti um pouco de dificuldade por ser jovem e mulher, afinal quando cheguei era a segunda mulher no se− tor. Quando fui promovida, tive que amadurecer e, com o passar dos anos, equilibrei os gêneros na área”, contou.
Elisangela Regina Soares Inoue (acima) e Lívia Lemos Colla
Em 2010, Elisangela assumiu como supervisora de Controle Agrícola do Polo MS e, atualmente, atua como su− pervisora de Controle e Custo Agroindustrial, olhando todos os in− dicadores do Polo. Formada em Ciências Contábeis e com pós−graduação em Gestão do Agronegócio, Elisangela tem três filhos e não enxerga a maternidade como um empecilho para carreira da mulher, muito pelo contrário.“A maternidade me fez aprender e evoluir muito e a esperar que tudo tem seu tempo. Ho− je sou uma líder melhor com todos esses aprendizados”, diz. Agrônoma de formação, Lívia Le− mos Colla, que sempre morou em Campinas, no interior de São Paulo, iniciou sua carreira na Biosev na Uni− dade de Lagoa da Prata − MG, em 2010, como Trainee e se desenvolveu
até assumir posições de liderança. De volta ao interior de São Paulo, em 2011, assumiu a vaga de supervisão de Planejamento Agrícola da Unidade MB, em Morro Agudo, na qual ficou por 8 anos. “Como a área agrícola tem mui− tos representantes homens, estar na supervisão e ser mulher foi bem de− safiador. Aos poucos fui quebrando barreiras, me adaptando aos processos e ganhando a confiança de todos. Identificamos um problema de absen− teísmo na equipe de base e juntos mudamos o perfil do time ao longo dos anos, mesclando entre os gêneros e inserindo mulheres mais maduras. O resultado foi excelente e ter mulheres no time é engrandecedor”, afirma a profissional, que atua hoje como Es− pecialista no Corporativo na área de plantio e tratos.