JornalCana 326 (Maio 2021)

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ALESSANDRO MASCHIO

Maio 2021

Série 2

Número 326

TECNOLOGIA DEDINI PODE AJUDAR BRASIL A CUMPRIR PACTO PELO CLIMA

Empresa é líder em tecnologias voltadas ao desempenho sustentável do setor sucroenergético Veja mais nas páginas 22 e 23




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CARTA AO LEITOR 4 CARTA AO LEITOR

Outubro 2020 Maio 2021

índice NDICE

CARTA AO LEITOR

ENTOS ....................................................................................................... 6

EVENTOS

Devido à pandemia, Agrishow e Fenasucro são novamente postergadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 RCADO ses árabes são principais destinos do açúcar brasileiro .............. 8 MERCADO portações do agro cresceram haver umapuxadas busca desenfreada mercado.............................................. spot de cana e o preço será exorbitante % em“Deve setembro pelo no açúcar 9 . . . . . . . . .8 Canaplan prevê moagem entre 540 e 553 milhões de toneladas na safra 20/21 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 nol éMato uma dasdo alternativas para a mobilidade sustentável ............ Grosso Sul processou 4,8 milhões de toneladas de cana na safra 20/21 . . . .10 . . . . . . . . . . . . . .9 nol atinge 47%ado consumoede combustíveis em 2020 ............. Como garantir competitividade a sustentabilidade das usinas no NO/N . . . . . . . . 11 . . . . . . . . .10 e 11 Por queVitória o etanol é combustível teráDow longa .............................................. vida no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 . . . . . . . . .12 a 14 na Santa vendidaainda pela Combustível do Futuro prioriza uso de fontes alternativas de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 HVWLPHQWR HP HWDQRO GH PLOKR VHJXH ȴ UPH ................................. 13 CCJ aprova medida que permite venda direta de etanol para postos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 sonaro inaugura biogás .............. obrigatóriaprimeira de etanol naplanta gasolina de passa a ser de da 10%Raízen na Colômbia . . . . . . . .14 . . . . . . . . . . . . .16 Mistura assegura caipira”, ascensão dodiz etanol de milho de . . . . .Minas . . . . . . . .e . . .Energia . . . . . . . . . . ..... . . . . .15 . . . . . . . . . . . . .17 Subproduto ogás é nosso pré-sal ministro

Tereos emite mais de R$ 1 bilhão em financiamento verdes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17 Atvos encerra safra com emissão de 2,4 milhões de CBios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 DUSTRIAL ANP aprova especificações do diesel verde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 permitiu R$ 700 mil na cadeia de biocombustíveis em 2020 e . . .19 . . . . . . . . . . . . .19 uçãoRenovaCalc Turn Key paraadicionar Industrias .................................................18 Com certificação internacional, usina paraibana poderá exportar etanol para os EUA . . . . . . . . . . . . .20 na 4.0: Tendências e inovações Em expansão, mercado islâmico mira açúcar brasileiro certificado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21

e garantem bons resultados .................................................... 20 e 21 vasa bate recordes de produtividade INDUSTRIAL alidaTecnologia resultados de tecnologia RTO ................................................. 22 Dedini pode ajudar Brasil a cumprir pacto pelo clima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22 e 23 nsformação digital vem ajudando USINAS usinas a serem mais rentáveis .......................................................... 23 o Martinho parceria parade benefício ambiental e energético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 anuncia mais investimentos Agrovale fecha 2G da GranBio certificado na Europa . . . ............................................ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 . . . . . . . . . . . . .26 Etanol bilizar cobertura 5Géem sua operação e Orquestra do Sesi realizam live em homenagem ao Dia do Trabalhador Inpasa Brasil que garante uma entressafra de sucesso? ..................................... 24. . . . . . . . . . .26 Delta Sucroenergia contribui com melhoria da infraestrutura viária em Minas . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 na Bioenergia resultados SJC Bioenergiaacumula espera ter mais uma safra de recordes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 sitivos até primeira quinzena de setembro ................................... 25 LOGÍSTICA upo Cocal investe na secagem levedura visando novos ................................................. Movimentação de açúcar emmercados terminal de ferrovia cresce 29,9% em 2020 . . . . . . . . . . .25 . . . . . . . . . . . . .30 22 mil toneladas de pellets de FD©¥R HP VHJXUDQ©D DOLPHQWDU cana são exportadas pelo Porto de Antonina ......... . . . . . . .26 . . . . . . . . . . . . .30 QD 6¥R -R¥R UHQRYD FHUWLȴ Bioenergia comemora nove anos .................................................. 26 ENERGIA es Machado assina empréstimo de US$ 27,5 milhões ............... 28 54% da bioeletricidade de cana para o SIN é gerada pelo estado de São Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 Programa Energia Verde certifica terceiro consumidor de bioeletricidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32

RÍCOLA stores explicam como reduzir AGRÍCOLA tos do plantio e replantio da cana ......................................... 30 e 31 Fungo-verde ajuda no controle da cigarrinha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 iosi reduziu de formação Cana 2021: custos Como proteger sua produção na seca e melhorar resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 canavial 2019/2020 sãosafra o melhor investimento .............................................................. na cana soca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 . . . . . . . . . . . . .35 Óxidosna 21 variedades de cana-de-açúcar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36 Ridesa lança odutividade agrícola chega a TCH. O que falta para alcançar 3 dígitos? ....................................... 34 ESPECIAL COVID-19 mo o manejo biológico contribui Usinas contribuem para amenizar impactos da Covid-19 à sociedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 e 39 a altas produtividades dos canaviais? ........................................... 35

Coplacana doará R$ 2,5 mil para 12 hospitais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .40 Usina Lins realiza doação de dois transformadores para Santa Casa de Lins . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41 para implantação de laboratório que realiza testes de Covid-19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41 FS contribui GÓCIOS & OPORTUNIDADES

FL¬QFLD GR LQVXPR ELROµJLFR « UHVXOWDGR GESTÂO qualidade da matéria-prima e do processo produtivo .............. 38 Acordos salariais devem repor a inflação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42 RIMEC desenvolve plantadoras lusivas para cana-de-açúcar ............................................................. 39 yfol destaca tecnologias de nutrição foliar para o canavial ...... 40 “Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, LTEC: uma história de iniciativa, em cujo coração se............................................................ encontram os caminhos aplanados, olução e empreendedorismo 42 o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; or sucroenergético apresenta saldo sitivo na geração dede empregos MS ........................................... bênçãosem o cobre a primeira chuva.” 43 Salmos 84:5,6 ERRATfui A: Naeu última edição publicado deSeja forma forte equivocada, que Ariel Junior de Souza é da " Não que lhefoiordenei? e corajoso! Não Axiagro, mas o seu cargo de gerente de TI da USD Usina São Domingos. se apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar”.

Andréia Vital - redacao@procana.com.br

carta ao leitor

Andréia Vital - redacao@procana.com.br

Ciclo auspicioso

Qual o futuro do etanol operações, visando otimizar a produCada veztransição mais as notícias relacionana energética? das à safra 2020/2021 tem um viés po- ção e implementar a Indústria 4.0. A

O sucesso da transição energética global da utilização todas as tecnologiasTXH e $(, $VVLVWHFK p de XPD FRPSDQKLD sitivo, com o açúcar contribuindo para dependerá fontes viáveis, a fim de fazer frente à necessidade de reduzir, de forma abrangente, as emissões oferece gama de serviços e solua economia nacional as ex- e os de CO2. Neste sentido,e osfazendo motores elétricos híbridosuma já estão no mercado e tendem a conquistar mais e maisaumentarem, consumidores, mas o etanolpara de cana−de−açúcar çõessignifica neste que sentido, segmentos inportações brasileiras pu-isso não e de principalmente, milho ficará de lado.pelo bom mo- GXVWULDLV GLYHUVLÀ FDGRV GHVGH RV PDLV xadas, Diante deste cenário, o Jor nalCana inicia, nesta edição, uma série que destaca como o os mais complexos. mento do alimento. Isto pode biocombustível tem espaço dianteser dosvisto motores simples elétricos eaté híbridos a hidrogênio. Uma entrevista com Jaime Finguerut, engenheiro químico com pós graduação em bioprocessos Há matérias também ressaltando nas matérias de mercado, que mostram indica como serão os próximos anos do etanol diante a eletrificação, células a hidrogênio e a evolução da exportação e também os como a transformações digital vem outras tecnologias em formatação. contribuindo o caixa das principais destinos dotambém produto brasileiA edição destaca os desafios que produtores e usinaspara estãoreforçar enfrentando diante do o veranico no início deste ano, que têm ro. déficit hídrico e incêndios ocorridos em 2020 eFRPSDQKLDV H R TXH HVWDV HVWmR ID]HQ impactado o desenvolvimento dos canaviais. Com isso, a previsão é de queda na oferta de do para assegurar o orçamento para Ainda falandoprincipalmente de mercado, a edi-em Minas matéria−prima, no Paraná, Gerais e em São Paulo, sendo o impacto expansões, exemplo, ção intenso de outubro traz de umaçúcar. leque de boas na produção Também traz as novas estratégias usadas pelascomo lideranças do Nortecom e Nordeste para garantir a competitividade e a sustentabilidade das usinas das regiões. novas sobre o biogás e o interesse do À QDQFLDPHQWRV FRP JUDQGHV EDQFRV Outro tema em destaque são as certificações internacionais para açúcar e etanol SUHVHUYDU OLTXLGH] À Governo neste subproduto da EXVFDQGR conquistadas pornovo usinas brasileiras representando novas oportunidades paraD asVXD companhias. Além disso, o leitor encontracaipira” informações o RenovaBio e sobre o andamento da cana, intitulado o “pré-sal pelosobrenanceira. aprovação venda direta de etanol Bento pelas usinas aos1D iUHD DJUtFROD D HGLomR GHWDOKD R postos de combustíveis. ministro dedaMinas e Energia, Na área agrícola, o destaque vai para a Ridesa que lança neste ano, 21 variedades de usinas produtores fazendo Albuquerque. EmTrata−se outubro, a Raízen cana−de−açúcar. da terceira liberação que nacional feita epela instituição eestão que coincide com o período comemoração 50 anos de variedades e 30 anos Ridesa,e replanpara reduzirRBcustos do da plantio inaugurou uma dedas maiores dos fábricas completamos em 2020, mas devido à pandemia, foi postergada para este ano. de biogás do mundo e a primeira em tio da cana. Assim como mostra que a Já a Dedini é tema da matéria de capa nesta edição de maio. Com 100 anos completados adoção de é crescente escala comercial a utilizar a conversão em 2020, a companhia já forneceu 108 usinas completas no biológicos Brasil, 29 dessas plantas paraeovem exterior, e 115 plantas de cogeração, os maiores fornecimentos mundiais do setor. GD WRUWD GH À OWUR H GD YLQKDoD YROWD VHQGR HÀ FLHQWH QR FRQWUROH GH SUDJDV De acordo com o consultor sênior da Dedini S/A Indústrias de Base, o engenheiro José e doenças, além de contribuir para gada para geraçãoa tecnologia de energia elétrica. pela A empresa Luiz Olivério, desenvolvida pode ajudar Brasil a cumprir pacto rantirsintonizada altas produtividades dos planta instalada 21 anos, pelotem clima.capacidade “A Dedini está nessa rotade há vários com as necessidades dos canaEm 2009, desenvolveu e apresentou usina completa viais.uma Atende tambémquea engloba demanda por MWclientes. e coloca o Brasil no pódio como a USD, tecnologias já existentes com novas tecnologias e que produz um etanol que maximiza a pioneiro da de comercialização do produmitigação gases de efeito estufa”, explica. soluções que resultem em menor imO leitor encontra as negociações trabalhistas que já principal pacto em termos de resíduos, to sustentável, geradotambém a partirinformações dos sub- sobre movimentam sindicatos e usinas do setor sucroenergético. E um especial sobre as iniciativas e SURGXWRV GD FDQD WmR HP PRGD KRMH característica dos agentes biológicos. contribuições das usinas para amenizar impactos da Covid−19 à sociedade. em dia. muito conteúdo É muito conteúdo interessante! Já a Ématéria de capainteressante! destaca que as Boa leitura! empresas seguem em busca de novas Boa leitura! tecnologias para implementar em suas

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TECNOLOGIA



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MERCADO

Maio 2021

Devido à pandemia, Agrishow e Fenasucro são novamente postergadas Organizadoras procuram outras soluções A Agrishow foi mais uma vez adiada e desta vez a feira deverá ocor− rer no período de 25 a 29 de abril de 2022 e não mais entre os dias 21 e 25 de junho deste ano conforme progra− mado anteriormente. A organizadora do evento, a Informa Markets Brasil, relatou que pesquisa feita com os ex− positores indicou que a maioria des− cartou a possibilidade da realização da feira em 2021 em razão das barreiras sanitárias e de todo o cenário de in− certezas e sem precedentes em decor− rência da pandemia de Covid−19. “De fato a situação da saúde pú− blica no Brasil ainda é considerada grave e não nos permite uma visibili− dade de qual será o seu patamar em junho e as consequentes restrições impostas pelos órgãos governamen− tais”, disse em comunicado a Informa. A organizadora ressaltou ainda que muitos dos expositores indicaram também haver interesse em outras so− luções que propiciem oportunidades de networking, experiências e negó− cios em 2021, que não poderiam pas− sar em branco. “Assim sendo, enquan− to a feira presencial não acontece, te− remos a “Jornada Agrishow”, uma se− quência de ações que oferecerá diver−

sas soluções de audiência e conteúdo digital especializado no decorrer des− te ano”, conclui. A edição da Fenasucro & Agroca−

na 2021 também foi adiada para 09 a 12 de novembro de 2021 informou a Reed Exhibitions e o CEISE−Br, parceiros na realização da feira. A de−

cisão também considerou análise feita junto a visitantes e expositores do evento e foi tomada adiante de em um cenário altamente imprevisível, tendo como principais objetivos resguardar a saúde e a integridade de todos os par− ticipantes, assim como responder de forma adequada aos impactos causa− dos pela pandemia, que continua afe− tando diversos setores da economia. Paulo Montabone, diretor da Fe− nasucro & Agrocana, reforça que, no último ano, a feria se reinventou e enxergou oportunidade em meio a um cenário atípico, no qual conse− guiu manter seu principal propósito através do ambiente digital: impul− sionar negócios e desenvolvimento à uma das maiores comunidades de bioenergia do mundo. O foco foi manter a comunidade engajada para aproveitar as novidades e oportuni− dades do evento presencial em no− vembro de 2021. “Estamos otimistas com a realiza− ção do evento em novembro. A feira já está preparada para oferecer toda a se− gurança com os novos protocolos sa− nitários de eventos e as melhores oportunidades de negócios e conteú− do”, conclui Montabone.



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MERCADO

Maio 2021

“Deve haver uma busca desenfreada no mercado spot de cana e o preço será exorbitante” Afirmação é de Antonio Padua Rodrigues, diretor técnico da ÚNICA

O clima seco em 2020 e o verani− co no início deste ano têm impactado o desenvolvimento dos canaviais e a previsão é de queda na oferta de ma− téria−prima, principalmente no Para− ná, em Minas Gerais e em São Paulo, sendo o impacto intenso na produção de açúcar. O estado paulista, que repre− senta 68,4% da produção nacional do alimento, é, inclusive, o mais afetado pelas condições climáticas, de acordo com Antonio Padua Rodrigues, dire− tor técnico da UNICA, que participou do webinar “Safra Cana 21/22 – Pro− jeções de Produção e Preços”, realiza− do pelo JornalCana no dia 5 de maio. Em São Paulo, a redução de pro− dutividade poderá ser da ordem de 7%, índice conservador, conforme pontuou Pádua, e a área de colheita reduzida

Antonio Padua Rodrigues

será superior a 3%, o que significa que o estado paulista irá perder mais de 10% da cana que foi processada na sa− fra passada, ou seja, haverá a redução de cerca de 35 milhões de toneladas das 357 milhões de toneladas de cana moídas na temporada 20/21. Pádua ainda ressaltou que, se não fossem as novas tecnologias emprega− das pelas usinas do Centro−Sul, com o

Quebra da safra prevista deverá se concentrar no etanol Outra avaliação preocupante sobre a safra em andamento foi feita por Jú− lio Maria M. Borges, sócio−diretor na JOB Economia e Planejamento. “Pela primeira vez, desde 2017, a área de ca− na aumentou tanto no Centro−Sul quanto no Norte−Nordeste, o que é um bom resultado para o setor, mas 90% das regiões produtoras, como disse Pa− dua, não receberam chuva o suficiente. A questão a ser discutida, portanto, é o tamanho desse problema”, afirmou. Para Borges, devido ao impacto cli− mático desfavorável, a quebra na pro− dução deverá ser de 8%, ou seja, o Cen− tro−Sul deve produzir 576,4 milhões de toneladas de cana. “Quase 30 milhões de toneladas a menos que na safra pas− sada. Já a produção no Norte e no Nordeste praticamente será a mesma da

Júlio Maria M. Borges

safra passada, com ligeiro aumento da cana a ser moída. O clima nessas regiões tem chance de ser normal, com a La Niña em andamento”, explicou. Quanto ao açúcar, o consultor res− salta que as usinas do Brasil vão resistir ao máximo a reduzir a produção em relação à safra passada. Assim, a quebra de safra prevista para o Centro−Sul de− verá se concentrar no etanol, ficando a produção de 37,2 milhões de açúcar no CS e, no NNE, o mesmo volume da safra passada, 2020/21, de 3,2 milhões de toneladas. “O Brasil deve exportar cerca de 4 milhões de toneladas de açúcar a me− nos que no ano passado: 29,9 milhões de tonelada versus 34,0 em 2020/21. Isso devido à produção menor e a es− toques iniciais relativamente baixos, ao contrário da safra anterior, 2020/21”, disse Borges. Já a produção de etanol de cana no Centro−Sul será menor que na safra passada, pois a redução prevista de moagem deve se concentrar na produ− ção de etanol. O volume previsto é de 24,5 bilhões de litros. A crescente pro− dução de etanol de milho, por outro la− do, deve manter seu ritmo. É previsto um volume de produção de 3,6 bilhões de litros contra 2,6 bilhões de litros na safra passada, 2020/21.

veranico que houve tanto ano passa− do quanto no início deste ano, a safra teria impactos mais drásticos e com menor quantidade de cana. “Vai ser uma safra cara. A partir do momento que se tem menor produtividade, as máquinas rodam mais, gasta−se mais óleo diesel. Além disso, o fertilizante subiu. O gasto será maior por hectare. Então, mesmo que os preços sejam melhores ou iguais aos da safra 20/21, isso não significa que nós teremos melhores resultados do que na tem− porada passada”, ponderou. O executivo lembrou ainda que, com um grande volume de açúcar já fixado e a falta de oferta da matéria− prima, pode haver uma busca desen− freada a um preço exorbitante no mercado spot de cana para atender aos compromissos assumidos. Além disso, o diretor ressaltou que é pro− vável a queda nas exportações e nas

importações de etanol. “A oferta de etanol combustível deverá apresentar redução próxima de 2 bilhões de li− tros”, afirmou. Ele salientou também que foi confirmado um incremento da ordem de 600 milhões de litros na produção de etanol de milho, sendo que grande parte dessa matéria−prima já foi com− prada, a contratos de médio e longo prazo, e muitos desses produtores de etanol de milho estão verificando a oportunidade de abastecer o Norte e o Nordeste, dada a redução das impor− tações do biocombustível. “Muitos deles já fixaram a venda desse etanol anidro, de acordo com a resolução 67 da ANP”, disse. Pádua ainda comentou que, pelo segundo ano consecutivo, o preço do açúcar no Consecana−SP será maior do que o valor recebido pelas unida− des produtoras.

Produtividade estagnada Maurício Ferreira Lopes, geren− te de Levantamento e Avaliação de Safras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), fez sua ex− posição inicialmente apresentando dados sobre a cadeia de produção de cana no Brasil. Dentre os insights, ele mencionou a falta de avanço de pro− dutividade das últimas safras, compa− rando−a com saltos de produtivida− de de outras culturas. Conforme análise da Conab, as condições de mercado devem ga− rantir a rentabilidade dos produto− res de cana−de−açúcar para a safra 2021/22. A perspectiva é que as exporta− ções continuem aquecidas, o que deve dar suporte aos preços internos. Segundo o órgão, a conjuntura da taxa de câmbio elevada, aliada a pre− ços internacionais atrativos, contri− buiu para uma exportação de cerca de 32,2 milhões de toneladas de açúcar na safra 2020/21, o que re− presenta um aumento de 69,8% na comparação com o mesmo período de cultivo em 2019/20. No caso do etanol, o país tam− bém registrou aumento nas vendas externas. A exportações foram de cerca de 2,9 bilhões de litros na sa− fra 2020/21, um aumento de 55,1% em relação à temporada anterior. Já

Maurício Ferreira Lopes

as importações tiveram queda de 65,2% e estão estimadas em 581,6 milhões de litros. A perspectiva é que o fator cam− bial continue favorecendo as expor− tações e limitando as importações do biocombustível nesta safra. Já a de− manda interna de etanol deve apre− sentar melhora à medida que a vaci− nação contra a Covid−19 avança.

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MERCADO

Maio 2021

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Canaplan prevê moagem entre 540 e 553 milhões de toneladas na safra 2021/22 Queda estimada é de 60 milhões de toneladas A Canaplan estima uma queda de 60 milhões de toneladas para a safra 2021/22 como reflexo da estiagem prolongada em 2020, que se mantém neste ano, com precipitações bem abaixo da média da última década. As− sim, a moagem deve ficar entre 540 e 553 milhões de toneladas na região Centro−Sul, o que representa um re− cuo de 11,7% a 13,1% em relação ao ciclo anterior. “Temos uma herança difícil de 2020. Além dos impactos da pandemia da Covid−19, a questão climática, com seca e incêndios nas regiões produti− vas, não permitiu plantios desejados, então o canavial envelheceu e cana mais velha sente mais os efeitos climá− ticos”, disse Luiz Carlos Carvalho, di− retor da Canaplan, no webinar. Ele afirmou, ainda, que o desen− volvimento vegetativo da cana está atrasado, com falhas na brotação e ca−

Luiz Carlos Carvalho

na mais fina, o que tem determinado o ritmo da colheita e da produtivida− de. “A desidratação excessiva e o re− torno das chuvas mais cedo pode pro− mover redução de qualidade no terço final da safra, o que também é um de− sastre”, alertou. Diante desses fatos, a consultoria estima que a produtividade média no Centro−Sul deverá ficar entre 70,5 e 71,6 toneladas por hectare e o ATR

(Açúcar Total Recuperável) sofrerá uma queda de 3,7%, ficando em 139 quilos. “É um número bom em rela− ção às outras safras, mas é pior pelas condições que estamos vivendo”, dis− se o consultor. O TCH também terá redução de 8% a 9,4% e a quantidade global de produtos disponíveis, que somou 87,62 milhões de toneladas de ATR no ciclo passado, não deverá ser maior

do que 77,1 milhões de toneladas. Carvalho apontou, ainda, que 46% da matéria−prima será destinada à produção de açúcar e 54% para o eta− nol. Assim, o volume do alimento produzido deverá ficar entre 33,1 e 33,8 milhões de toneladas e o de eta− nol, em cerca de 24 bilhões de litros, portanto, em torno de 3 bilhões de li− tros a menos do que no último ciclo. Durante sua explanação, o dire− tor−presidente da Canaplan falou so− bre as conjunturas econômicas que impactam o setor, dando ênfase ao ci− clo político complexo e ao ambiente volátil no âmbito jurídico, e também deu um panorama sobre a safra cana− vieira nas principais regiões produto− ras do mundo e a importância do Brasil nesse mercado. Afirmou, ainda, que os valores do açúcar e etanol de− vem continuar em alta. “As condições de preços da safra 20/21 foram ex− cepcionais e nós jogamos o patamar de preços para o início dessa safra e co− meçamos a temporada com preços bem melhores”, disse.

Mato Grosso do Sul processou 48,8 milhões de toneladas de cana na safra 2020/21 Estado registrou melhora na qualidade da cana A safra da cana−de−açúcar 2020/2021 totalizou 48,8 milhões de toneladas processadas em Mato Grosso do Sul. O volume é 2,7% maior comparado à safra anterior e mantém o Estado na quarta posição do ranking de produção da maté− ria−prima no país. Também houve melhora na qualidade da cana, com 139,26 kg de Açúcares Totais Re− cuperáveis (ATR) por tonelada de cana (+3,1%). Na temporada 2020/2021, foram cerca de 655 mil hectares de área colhida, conforme a Biosul. “A pandemia e a ocorrência de chuva acima da média para o mês de abril provocaram um início mais len− to da safra no Estado em 2020, entre− tanto, as unidades recuperaram o rit− mo da colheita ao longo do ano, que foi mais seco, e fecharam o ciclo com quase 49 milhões de toneladas de ca− na processada”, afirmou Roberto

Hollanda Filho, presidente da Biosul. Apesar da seca que se estendeu até o último verão no Estado ter contri− buído para o avanço da colheita, Hol− landa informou que é um ponto de atenção para a cana que será colhida na safra em curso. “Ainda não vamos fazer previsão meteorológica para o

ciclo 21/22, mas o balanço hídrico do último ciclo exige nossa atenção em relação à qualidade da matéria−pri− ma”, explica. A produção de etanol hidratado somou 2,2 bilhões de litros do bio− combustível, volume 17% menor em relação à safra passada. O etanol ani−

dro também registrou queda na pro− dução, que foi de 655 milhões de li− tros (−2,5%). No total, a produção de etanol no Estado atingiu 2,8 bilhões de litros, recuo de 14% em relação ao ciclo anterior. Em contrapartida, a produção de açúcar teve recuperação e somou 1,8 milhão de toneladas no ciclo 2020/2021, quantidade 152% maior em relação ao ciclo anterior e também a maior registrada pelo Estado. Cerca de 28% da matéria−prima foi destinada para a produção do ali− mento, enquanto 72% foi destinada para etanol, retomando o perfil de produção característico de Mato Grosso do Sul. Quanto à cogeração, de abril de 2020 a fevereiro de 2021, fo− ram exportados 2.447 GWh para o Sistema Interligado Nacional (SIN), um aumento de 0,91% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a geração de CBios chegou a 3,1 milhões, o que representa 16% da oferta nacional. De acordo com Hol− landa das 18 unidades sucroenergéti− cas em operação no Estado, 16 já são certificadas no RenovaBio.


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Como garantir a competitividade e a sustentabilidade das usinas do NO/NE? Lideranças indicam os caminhos

Quando a tradição e inovação caminham lado a lado, as perspecti− vas podem ser promissoras. E a soma desta equação é o que vem garanti− do às usinas da região Norte/Nor− deste, um resultado que assegura competitividade e sustentabilidade. O tema foi pauta do 4º CEO MEE− TING, que reuniu cinco expoentes do setor sucroenergético da região: Eduardo de Queiroz Monteiro, pre− sidente do Grupo EQM; o diretor do Grupo Japungu, Jose Bolivar de Me− lo Neto; Klécio Santos, presidente da Cooperativa Pindorama; o presiden− te da Pagrisa, Marcos Zancaner e Sérgio Paranhos Filho, CEO do Grupo Paranhos. Sob a mediação do jornalista e diretor do ProCana, Josias Messias, os executivos traçaram ao longo do evento online, um raio x das ações e estratégias que faz a diferença para que o segmento possa ser sustentável e ao mesmo tempo competitivo, au−

mentando a produção, gerando em− prego, renda e crescimento econô− mico. O webnário contou com o patrocínio da AxiAgro; GDT by Pró−Usinas; HRC; Project Builder e S−PAA Soteica. Durante sua explanação, o presi− dente do Grupo EQM, Eduardo de Queiroz Monteiro, destaca o impor− tante trabalho das lideranças que re− presentam o segmento junto aos or− ganismos do Governo e no Congres− so. “Eles têm feito a diferença. Nós éramos muitos, somos alguns e sería− mos poucos se não tivéssemos a qua− lidade dessa representação. E quero estender também a referência, às nos− sas lideranças junto ao setor primário. O que nos permite dizer que temos um exército de infantaria cuidando da porteira pra dentro e seguros da por− teira pra fora”, disse. Segundo Monteiro, na questão ambiental, o setor é um dos que mais fomenta ações relacionadas a preser− vação. “Não há segmento que pro− mova mais o meio ambiente que o nosso. No que diz respeito à educa−

ção ambiental, reflorestamento, matas ciliares, mudas e viveiros, enfim, temos um grande acervo de trabalho que se incorporou a nossa rotina. E não fa− zemos isso apenas para ficar no dis− curso politicamente correto. Fazemos porque estamos convencidos da im− portância de qualificar a nossa produ−

Klécio Santos Eduardo de Queiroz Monteiro

Marcos Zancaner

José Bolivar de Melo Neto

Sérgio Paranhos

ção e para certificar nossa situação no mercado mais exigente do mundo”, finalizou. Para José Boulevard de Melo Ne− to, diretor do grupo Japungu, o custo do arrendamento de terra, a proximi− dade dos portos, gastos menores nos combates às pragas, diferencial logís− tico no saco de açúcar, e grande po− tencial de cogeração, são alguns dos ingredientes vantajosos para as usinas do nordeste. Fatores que podem gerar boas oportunidades, mesmo diante de grandes desafios como solo, clima e topografia. Destacando ainda, a im− portância de ter foco no momento de investir os recursos. “A gente tem muita demanda, então se não tiver foco para saber on− de e quando investir, o dinheiro some e você acaba não fazendo nada. En− tão, investir naquilo que realmente agrega valor, é uma coisa muito im− portante. A disciplina financeira é fundamental. Outra coisa relevante é uma equipe dedicada e comprometi− da. No meu caso eu tenho privilégio de contar com isso. Quero parabeni− zar a todos pelo final da safra aqui em Japungu e desejar boa sorte para o pessoal das usinas do sul, que estão começando a safra agora, concluiu. Klécio José dos Santos, diretor da Cooperativa Pindorama, falou sobre a


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importância da diversificação, como alternativa na gestão de1.050 coope− rados, na busca de competividade e sustentabilidade. “Passamos um pouco aí da pro− dução de um milhão de tonelada de cana. Nós conseguimos, já dentro dessa busca por agregação de valor, transformar 10% do nosso açúcar em produtos com valor agregado. A gen− te enxerga dentro da indústria do se− tor, muitas oportunidades para que você saia dessa base do açúcar e do etanol, explorando outros caminhos ante a necessidade de gerar mais re− sultados para o cooperado.Temos ho− je mais de 80 produtos, além da área de suco, álcool 70 com álcool em gel, álcool com aroma, entre outros. A cooperativa também inova com a criação de uma moeda própria, o Bertholet, que circula entre os coo− perados e estimula o consumo e a circulação de mercadorias, em mais de 600 pontos comerciais dentro do am− biente da cooperativa. Para Marcos Zancaner, presidente da Pagrisa, única usina produtora de etanol no Estado do Pará, o segredo da competividade está baseado no tripé da inovação, diversificação e formação de mão de obra qualificada. Segundo Marcos a usina tem desafios muito parecidos com as localizadas no Nor− deste. A começar pela pluviosidade. “A

solução: continuar testando as tecno− logias de irrigação para assegurar a produtividade sustentável.” Para combater a sazonalidade, e manter a usina produzindo durante o ano todo, está em fase de acabamento a implantação de uma fábrica de eta− nol de milho, aproveitando parte da estrutura já existente, passando a fun− cionar nos moldes de uma usina flex, com previsão de ser inaugurada em dezembro de 2022. A modernização dos processos de gestão também tem sido um diferen− cial da Usina. “Implantamos o proces− so de ISO 9001. Passamos por um amadurecimento muito grande na or− ganização de cada etapa da produção, contando inclusive, com monitoração online dos dados.” Ousadia e pioneirismo. Foram os termos empregados pelo CEO Sérgio Paranhos Filho, ao se referir ao único projeto greenfield em andamento na região Norte/Nordeste. A Fazenda Serpasa, do Grupo Paranhos, já tem 12 pivôs de 110 hectares(ha) em ope− ração, uma área de 1,3 mil ha de ca− na de açúcar plantada e as obras da usina estão avançadas. Localizada no município de Muquém do São Fran− cisco, será a primeira usina do polo agroindustrial e bioenergético do oeste baiano. A previsão é que a pri− meira moagem tenha 400 mil tone−

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ladas de cana e ocorra no segundo se− mestre de 2021. Sergio Paranhos destacou que o investimento é resultado da visão em− preendedora do patriarca da família, mas também de muito estudo e pla− nejamento para se tornar uma reali− dade. Tivemos o cuidado de ouvir es− pecialistas e experientes empresários do setor, para sabermos as dificuldades que iríamos encontrar pela frente. Paranhos ressaltou o desenvolvi− mento social que está sendo propor− cionado pelo projeto. “A cidade de Muquém tem um baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), e es− tudos apontam que com a Usina será dobrado o valor da renda per capita do município.” Do ponto de vista ambiental e sustentabilidade, nós também estamos com um programa de mudas de espé− cies nativas como Aroeira, Paraúna Peroba, Jatobá, trazendo 900 mil mu− das. Vamos fazer um trabalho de re− vitalização da margem do rio São Francisco que é o maior ativo am− biental. Vamos trazer desenvolvimen− to e devemos cuidar do rio.

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ETANOL VERSUS HÍBRIDOS

Por que o etanol combustível ainda terá longa vida no Brasil Série que começa nesta edição do JornalCana destaca como o biocombustível tem espaço diante de motores elétricos e híbridos a hidrogênio

Motores elétricos silenciosos e que não emitem gases causadores de efeito estufa e, assim como eles, mo− tores híbridos de eletricidade e hi− drogênio verde. Quase que diaria− mente somos bombardeados com di− vulgações em favor desses produtos tecnológicos. Eles são considerados por muitos como a solução ambien− tal e eficaz para a chamada transição energética. É bom se preparar, porque esse ti− po de divulgação só irá crescer até novembro, quando será realizada em Glasgow, na Escócia, a 26ª Conferên− cia das Nações Unidas sobre Mudan− ça Climática, conhecida por COP 26. Se dependesse de tanta divulgação favorável aos motores elétricos, o eta− nol estaria com os dias contados e não sobreviveria até a próxima COP. Mas não é bem assim. Desde 1979 o eta− nol, então álcool combustível, supre veículos brasileiros e continuará su− prindo por muitas e muitas décadas. Os motores elétricos e os híbri− dos já estão no mercado e tendem a conquistar mais e mais consumido− res, mas isso não significa que o eta− nol de cana−de−açúcar e de milho ficará de lado. É este o mote desta série inicia− da nesta edição pelo JornalCana. Se− rão conteúdos com o objetivo de destacar os próximos anos do etanol diante a eletrificação, células a hi− drogênio e outras tecnologias em formatação. Para estrear a série, fo− mos entrevistar Jaime Finguerut, en− genheiro químico com pós gradua− ção em bioprocessos. Finguerut integra a seleta lista de especialistas em fermentação alcoóli− ca. Trabalhou por 40 anos no desen− volvimento do processamento indus− trial de cana com ênfase na otimiza− ção do processo de fermentação. Du− rante 41 anos integrou a equipe do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). Desde 2017 é membro da di− retoria do Instituto de Tecnologia Canavieira (ITC), ao lado de expe− rientes especialistas no setor sucroe− nergético.

Jor n alC ana : O eta nol a nidro e hidratado tem mercado garant ido no Brasil nas próximas décadas, marca− d a s d e s d e j á p e l a d e s c a r b o n i za ç ã o e pela substituição do ciclo Otto pelos e l é t r i c o s? Muito embora as montadoras de veículos globais já tenham adotado a eletrificação “radical” nos seus pla− nos, ou seja, em 10−15 anos não irão mais vender veículos novos com motores a combustão nos mercados principais, o que se estenderá em 20−25 anos em todos os mercados, há uma enorme base instalada de veículos rodando, cuja retirada e substituição pelos veículos novos eletrificados irão demorar muito tempo. Mesmo porque estes veículos ainda são caros.

biodiesel (ou diesel verde). Considerando, ainda, que a des− carbonização da economia foi na− cional e internacionalmente reco− nhecida como uma forma de recu− peração econômica, o que deverá valorizar o preço do carbono abati− do (CBIOs), incentivando mais ain− da a substituição da gasolina por eta− nol (devido à redução do preço), sem dúvida teremos um mercado garan− tido para o etanol hidratado e anidro por mais de 30 anos. Mesmo destino positivo deve ter a cana−de−açúcar? Jaime Finguerut: Em paralelo, é possível prever que num futuro pró− ximo a cultura de cana será também reconhecida como uma forma de re− tirar carbono da atmosfera, através da adoção de boas práticas agrícolas que aumentam o teor de carbono no solo e este abatimento de carbono terá va− lor, através por exemplo de sistemas voluntários de abatimento (mercados voluntários de carbono), que já exis− tem por exemplo para as florestas plantadas. O aumento do teor de carbono no solo (por exemplo através da meiosi e rotação com soja, amendoim, plantios intercalares com Crotalaria, manejo da palha, torta de filtro e da vinhaça com biodigestão, biochar, etc.) em conjunto com melhores va− riedades de cana de maior produtivi− dade (e talvez a adoção gradativa de variedades de cana−energia que têm rizomas), irão aumentar a produtivi− dade e também reduzir o custo de produção, viabilizando aumentos de produção de etanol sem aumento de área plantada.

Assim, considerando que todos estes veículos rodando com combus− tíveis fósseis emitem carbono e que a política do RenovaBio colocou me− tas explícitas de descarbonização da mobilidade, através da substituição de gasolina por etanol e de diesel por

E a qualidade dos motores a com− bustão, tem como melhorar? Embora de difícil adoção por aqui, já existem motores a combustão de última geração, dedicados a etanol (que é um combustível melhor do que a gasolina), que poderiam ter quase o mesmo consumo por quilômetro do que à gasolina e, portanto, além de re− duzirem as emissões, teriam um custo de combustível por quilômetro roda− do menor, já que (hoje) o etanol cus− ta cerca de 30% menos.

É por isso que o ciclo Otto t erá sobrevida? É bom lembrar que o Brasil tem a sexta maior frota de veículos (e o quarto maior consumo de combus− tíveis) do mundo, com mais de 40 milhões de automóveis em circula− ção, todos eles com motor a com− bustão e a imensa maioria flex. O último levantamento do IBGE de 2018 indicava mais de 100 mi− lhões de veículos, incluindo motoci− cletas, caminhões, caminhonetes, tratores e outros, todos com motores a combustão, mas nem todos em cir− culação.

Embora de difícil adoção por aqui, já existem motores a combustão de última geração, dedicados a etanol

Os motores híbr idos e bioeletr i− ficação, qual sua opinião? Trata−se de um outro conceito também em implantação por aqui são os motores híbridos, ou seja, que per− mitem rodar com eletricidade (na ci− dade) e com combustão a etanol (que recarrega as baterias), tornando tam− bém o transporte mais eficiente. Fi− nalmente muito se discute sobre uma possível bioeletrificação da mobilida− de, onde se retira eletricidade (elé− trons) do combustível (etanol) numa célula a combustível (algo parecido com uma pilha) e essa eletricidade movimenta o motor elétrico. Este sistema ainda em desenvolvi− mento inicial também é mais eficien− te do que o motor flex e talvez mais eficiente do os motores de última ge− ração a etanol e usam poucas baterias, mas estes ainda têm um cano de esca− pe, por onde sai o CO2 e a água cor− respondentes à composição do etanol. O veículo elétrico não tem cano de escape, portanto não emite carbo− no nas grandes cidades. No entanto ele tem as suas emissões correspondentes à fonte de eletricidade usada para a recarga e as emissões correspondentes à fabricação do veículo e das baterias.


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ma só gera vapor d'água, sendo, por− tanto, uma alternativa à mobilidade elétrica, pois esta também não emite localmente carbono. Além de ser um vetor de descar− bonização, por seu elevadíssimo con− teúdo energético (por quilo), ele po− de servir também para descarbonizar modais de transporte onde dificil− mente baterias poderão ser usadas (como na aviação e no transporte su− per−pesado, onde a bateria teria de ter proporções gigantescas). Por este mesmo motivo (alta den− sidade de energia) e a possibilidade de poder ser armazenado na forma com− primida, ele também é um excelente “carregador” (vetor) de energia elé− trica renovável pois é relativamente fácil produzi−lo através da eletrólise (quebra pela eletricidade) da água. Esta produção é quase “grátis” quando há excesso de geração (solar ou eólica) e a rede não apresenta deman− da suficiente. E essa energia que seria “desperdiçada” pode ser armazenada num vetor totalmente não carbônico.

Se g randes países como Índia am− pliarem o consumo de etanol anidro para mistura à gasolina, como o setor sucroenergético brasileiro pode atuar nessa expansão de consumo? Na Índia, a cultura da cana−de− açúcar tem enorme impacto econô− mico, representando o sustento de milhões de pessoas, tendo em vista o pequeno tamanho das fazendas de produção de cana. Para que seja pos− sível pagar esta cana de centenas de milhares de produtores, será necessá− rio agregar mais valor, além de, como no Brasil no início do Proálcool, o país ainda importa boa parte do petróleo que necessita. A Índia tem também as cidades mais congestionadas e poluídas do mundo e a produção do etanol que substitui a gasolina, equaciona todos es− tes problemas. Eles têm tecnologia para a produção de etanol, muito embora as destilarias sejam de menor porte do que as daqui e a grande experiência deles é no uso de melaço esgotado. Também, como eles têm ainda uma economia muito dependente do Estado, com subsídios e incentivos, a questão da eficiência e do custo não os fatores mais importantes, assim é real−

mente muito provável que eles irão produzir etanol de cana (melaço e caldo) e também etanol de segunda geração a partir de resíduos agronô− micos que hoje são queimados após a colheita, causando muita poluição. É intenção deles também intro− duzir os motores flex e permitir a venda do hidratado, além de aumen− tar a mistura do anidro, seguindo os passos do nosso país. Como o Brasil poderá cooperar com essa nova opor tunidade, aber ta também pela China? A cooperação com o Brasil (com Índia e China) se dará nos aspectos regulatórios do uso de etanol, nos motores flex, nos sistemas de produ− ção centralizada, distribuição e co− mercialização. E, provavelmente, com exportações e importações de etanol nos momentos em que for necessário devido à redução de produção e da existência de exce− dentes, como hoje ocorre no mercado americano, colaborando para estabele− cer o etanol como commodity. Hidrogênio a partir do etanol: co− mo é possível? Temos tecnolog ia para

isso? Como viabilizar? Sim, o Hidrogênio é o composto de maior valor energético por quilo (e também o mais leve e o mais comum no Universo, cerca de 70% da massa conhecida) que conhecemos e uma boa parte do valor energético do eta− nol (que liberamos na combustão, por exemplo) se deve ao seu bom conteú− do deste composto (o etanol tem três Hidrogênios para cada Carbono).

A Índia tem as cidades mais congestionadas e poluídas e a produção do etanol que substitui a gasolina

Já há décadas que se pensa no Hi− drogênio como um vetor energético atrativo, que potencialmente poderia (no futuro) substituir o petróleo (fei− to de Hidrocarbonetos− Hidrogênio + Carbono, também rico em Hidro− gênio) tendo em vista que a sua quei−

É aí que entra a célula a combustível? O Hidrogênio pode ser usado de forma mais eficiente do que num motor a combustão num sistema que já descrevemos acima, a Célula a Combustível que podemos agora en− tender como o contrário da eletrólise, pois nesta a água é decomposta em seus constituintes Hidrogênio e Oxi− gênio por ação da corrente elétrica enquanto que a célula a combustível faz o Hidrogênio reagir com o Oxi− gênio (do ar) com a exportação de energia elétrica, tudo isso de forma muito eficiente. Por sua vez, esta corrente elétrica pode servir por exemplo para mover um veículo (automóvel, caminhão, bar− co) sem a necessidade de tantas baterias. Como, no entanto, o Hidrogênio normalmente gasoso, é muito leve, gasta−se muita energia para compri− mi−lo e assim, produtos como o eta− nol que é líquido e tem um bom teor de Hidrogênio pode ser uma forma conveniente de levar o Hidrogênio a longas distâncias. Como se produz Hidrogênio a par tir do etanol? O Hidrogênio pode ser produzi− do a partir do etanol (e outros com− postos como o metano do biogás, por exemplo) através de um processo ter− moquímico chamado de reforma. Normalmente para a produção de Hidrogênio a partir dos hidrocarbone− tos (como o metano, que tem 4 Hidro− gênios para cada carbono) se faz a assim chamada Reforma a Vapor, onde se re− tira também Hidrogênio da água, o que aumenta o rendimento da reação.


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A Reforma a Vapor também pode ser usada para o etanol, no entanto a reação de vapor d’água com etanol em temperaturas relativamente elevadas e na presença de catalisadores, exige a adição de quantidades apreciáveis de energia, assim normalmente se acopla duas reações, a reforma a vapor com a oxidação parcial do etanol, sendo esta uma reação exotérmica que fornece a energia para a reforma, com pequena redução do rendimento energético. Após as reações, o Hidrogênio é purificado e está pronto para ser usa− do, injetado na rede de gás natural ou usado em processos químicos (produ− ção de amônia, de vidro, de gasolina e diesel etc.), substituindo o Hidrogênio Cinza (feito do gás natural, que é o Hidrogênio mais barato e mais usado hoje) e complementando e estabili− zando o Hidrogênio Verde (feito pela eletrólise da água usando energia re− novável e muito variável). Este modelo híbrido, de eletrólise da água e de reforma de etanol tem uma excelente intensidade de carbo− no, podendo ser muito valorizado quando do estabelecimento de mer− cados de carbono. O senhor tem apresentado em webinar s a proposta de bior refinar ia híbr ida. De que trata? A proposta de uma biorefinaria híbrida é aquela onde vários modais de captura de energia solar são usados juntos e de forma sinérgica. Por exemplo, podemos pensar em associar a captação solar fotovoltaica com a agricultura (que capta energia solar pelas folhas na fotossíntese), assim, uma parte das plantas cresceria parcialmen− te sombreada, o que pode, para alguns tipos de culturas ser benéfico para a produtividade, além de reduzir a tem− peratura das placas fotovoltaicas, o que aumenta o seu tempo de vida útil, além de reduzir a temperatura no solo e eli− minando o excesso de transpiração. Esta energia solar poderia ser usa−

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da na Usina, por exemplo, para a pro− dução de hidrogênio e este composto usado numa reação catalítica com o CO2 que é produzido abundante− mente quase puro na fermentação, com a formação de maior quantidade de biocombustíveis por hectare e as− sim, aumentando a descarbonização. Outra biorefinaria híbrida já descrevi acima juntando captação solar, eletró− lise da água, produção de cana (em outro local) para produção de etanol que será usado no seu destino final para síntese de hidrogênio, que com− plementa o hidrogênio da eletrólise, feito com a energia solar.

Finalmente a usina poderá fazer além de substitutos da gasolina e diesel também biocombustíveis de aviação

Existem ainda outros modelos de biorrefinaria que conseguem arma− zenar melhor a energia capturada na

fotossíntese usando outros vetores e que podem potencialmente com− plementar a produção de etanol vantajosamente. Isso ainda está em desenvolvimento. Finalmente a Usi− na atual poderá fazer além de subs− titutos da gasolina (etanol e biome− tano) e diesel (biometano, em mo− tores adaptados) também biocom− bustíveis de aviação, bionafta e bio− GLP usando o etanol ou o metano como matérias−primas para outros processos catalíticos. O sr. prepara livro a respeito? Fa− le sobre ele. Sim, se trata de um capítulo, ainda no prelo intitulado “Biorrefinarias hí− bridas e produtividade da cana−de− açúcar: incrementos à política do Re− novabio” no livro “CAMINHOS JURÍDICOS E REGULATÓRIOS PARA A DESCARBONIZAÇÃO NO BRASIL” com diversos autores. Para finalizar, sua opinião sobre o etanol celulósico: por que ele não deslancha no Brasil? O etanol celulósico traz a possibi− lidade de aumentar a produção por hectare, usando como matéria−prima a fração fibrosa excedente da cana

(bagaço ou palha) ou qualquer resíduo de plantas. Também, como no sistema de contabilização de emissões de carbo− no, os resíduos celulósicos são consi− derados como não tendo nenhuma emissão (ao contrário da cana, que tem as suas emissões devidas aos adubos, ao diesel das máquinas, etc.). Assim, o etanol celulósico resulta com uma “intensidade de carbono” muito baixa, o que no RenovaBio e principalmente para a exportação pa− ra locais incentivados como a Califór− nia (nos EUA) e para a Europa resul− ta em prêmios significativos, incentiva a sua produção. Ocorre que estes mercados a prê− mio, sejam eles mercados regulados (como os da Califórnia e da Europa onde são os governos, os impostos, que financiam a introdução da tecnologia) sejam os mercados voluntários (em− presas que querem comprar e utilizar o etanol celulósico como um insumo mais sustentável), são relativamente pequenos em comparação com o eta− nol combustível de primeira geração e, como o etanol celulósico ainda é mais caro do que o da primeira geração, não se consegue “ligar” a curva de apren− dizado (aprender fazendo) que levaria à uma redução de custo e o conse− quente aumento da produção, num ciclo que seria virtuoso. No início do RenovaBio houve− ram discussões sobre como dar mais valor à grande redução de emissões do etanol celulósico, porém apesar de ge− rar digamos no mínimo 20% a mais de CBIOs, isso não é suficiente para es− tabelecer uma indústria madura e competitiva ou complementar ao de primeira geração. Assim, o etanol celulósico apesar do seu apelo sustentável e a possibili− dade de poder ser fabricado quase que em qualquer lugar (inclusive usando frações de lixo urbano) segue sendo uma especialidade, que pode ser lu− crativa para poucos produtores.


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Combustível do Futuro prioriza uso de fontes alternativas de energia Programa tem como um dos objetivos incrementar uso de combustíveis sustentáveis A criação do programa Combus− tível do Futuro, que prioriza o uso de fontes alternativas de energia e o for− talecimento do desenvolvimento tec− nológico nacional, foi formalizada re− centemente por meio de uma resolu− ção do Conselho Nacional de Política Energética. O programa é voltado pa− ra o planejamento de médio e longo prazo do setor de biocombustíveis. Se− gundo o Ministério de Minas e Ener− gia, com o Combustível do Futuro, o Brasil dá mais um passo na liderança da transição energética mundial. “O Combustível do Futuro pro− porcionará o aumento na utilização de combustíveis sustentáveis e de baixa intensidade de carbono, incentivando o desenvolvimento de tecnologia vei− cular nacional com biocombustíveis, tornando a nossa matriz de transpor− te mais limpa e sustentável”, explicou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. “O Governo Federal segue firme contribuindo de forma significativa para a redução de emissões, reforçando a sua liderança na transição energética mundial”, acrescentou o ministro. Por meio do Programa Combus− tível do Futuro, será possível estudar as medidas para o desenvolvimento de todo o arcabouço legal e regulatório

Bento Albuquerque

para tecnologia de captura e armaze− nagem de gás carbônico e a introdu− ção do bioquerosene de aviação na matriz de transporte do Brasil. Outros temas que serão discutidos a partir do novo programa incluem a inserção de

combustíveis sustentáveis no segmen− to marítimo e incentivos para investi− mentos no setor. Também foi criado o Comitê Técnico do Combustível do Futuro composto por quinze órgãos e coor−

denado pelo Ministério de Minas e Energia. Segundo o ministério, o co− mitê será responsável por propor me− todologia de avaliação do ciclo de vi− da completo dos combustíveis; reco− mendar medidas para aproximação dos combustíveis de referência aos com− bustíveis efetivamente utilizados pelo consumidor, assim como sugerir ações para fornecer ao cidadão informações adequadas para a escolha consciente do veículo em relação aos aspectos de eficiência energética e ambiental. De acordo com José Mauro Coe− lho secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, o Programa preten− de ainda abordar temas como o Ciclo Otto, com os motores a explosão, e o Ciclo Diesel, com os motores a com− pressão. Assim, o Brasil seguirá contri− buindo para a redução de emissões. “Nós precisamos olhar o futuro dos combustíveis no Brasil. Então, o programa Combustível do Futuro tem muito essa ideia. O que nós queremos construir para o futuro dos combus− tíveis do Brasil aproveitando os po− tenciais, os diferenciais competitivos que o Brasil tem em relação a outras nações, as tecnologias nacionais que nós podemos desenvolver na mobili− dade. Então, esse é o grande objetivo do Combustível do Futuro”, ressaltou.

Eletrificação com biocombustíveis O secretário ressaltou que, no contexto da transição energética mundial, o setor de transportes é um dos mais afetados e que vários países têm indicado uma tendência para a mobilidade por veículos elétricos. O entendimento do governo brasileiro, no entanto, é que cada país deve fazer sua opção conforme o seu potencial. “O Brasil é o quarto maior mer− cado de combustíveis do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia. O Brasil é um grande mercado de combustíveis”, lembrou, porém, alertou que existe um risco real do país perder essa vantagem competiti− va na transição energética, caso não seja adotada uma tecnologia automo− tiva que aproveite a vocação do Brasil para a produção sustentável de bio− combustíveis e bioenergia. “Entendemos que a eletrificação na mobilidade é um fato irreversível, porém, no Brasil, temos que buscar

José Mauro Coelho

uma eletrificação com biocombustí− veis, com bioenergia”, argumentou o secretário. “O grande desafio do Combustível do Futuro é que não podemos ser arrastados por uma tec− nologia global nem deixar de aprovei−

tar o que o Brasil tem de grande ex− pertise, de grande tecnologia, que são os biocombustíveis e a bioenergia”, enfatizou. No contexto dos veículos elétri− cos, o diretor do Departamento de Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes. alerta sobre a relevância de uma sinalização correta para a indús− tria automotiva. “Sabemos que veícu− los puramente elétricos são zero emissão de carbono, porém, só a par− tir do escapamento. Se considerarmos a fonte de energia, há emissões sim. E, se a informação não é correta, pode− se acabar concluindo que a única so− lução para veículos leves é a eletrifi− cação veicular”, observou. José Mauro Coelho esclareceu ainda que o objetivo é integrar o Combustível do Futuro a outras po− líticas públicas relacionadas ao setor automotivo e de combustíveis e a ava− liação da eficiência energética am−

biental. “A ideia é ter a integração en− tre esses vários programas do Gover− no que tratam do setor de combustí− veis e do setor automotivo que não se falavam entre si”, disse. Neste sentido, o programa será in− tegrado à Política Nacional de Bio− combustível, o RenovaBio; ao Pro− grama Nacional e Uso do Biodiesel; ao Programa de Controle de Emissões Veiculares; ao Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular; ao Programa Rota 2030; e ao Programa Nacional da Racionalização de Uso de Deriva− dos do Petróleo. “Não podemos nos esquecer que, recentemente, o Brasil assumiu a lide− rança no tema Transição Energética no Diálogo de Alto Nível das Nações Unidas”, enfatizou José Mauro. Ele destacou os acordos climáticos inter− nacionais, os quais o Brasil também é signatário, como outra motivação pa− ra a criação do programa ministerial.


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MERCADO

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CCJ aprova medida que permite venda direta de etanol para postos Projeto de Lei segue para aprovação no plenário da Câmara Federal

A decisão parlamentar favorável ao fim da proibição das usinas venderem seu etanol aos postos, deixando de ter de passar obrigatoriamente pelas dis− tribuidoras, deve baratear o preço do combustível para o consumidor em até R$ 0,20 por litro afirmam lide− ranças do setor. A medida foi aprova− da no dia 5 de maio, sob a relatoria do deputado Sílvio Costa Filho. A maté− ria segue para a aprovação no plená− rio da Câmara Federal Depois de mais de um ano parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCT), a grande maioria dos deputados federais desse colegiado, sob a liderança de Sílvio Costa Filho (Republica− nos/PE), que é o relator da venda direta

Sílvio Costa Filho

através do Projeto de Lei (PDC 978/2018), admitiu a constitucionalida− de da medida. O próximo passo, antes de ser encaminhada para a votação no ple− nário da Casa, será a discussão mais de− talhada da regulamentação tributária, segundo revela a Federação dos Planta− dores de Cana do Brasil (Feplana) A Feplana, entidade que represen− ta 60 mil canavieiros e reivindicou es− ta venda direta através do deputado JHC (PSB/AL) que apresentou o PDC em 2018, parabeniza os deputa−

dos da CCJ, em especial a Sílvio Cos− ta Filho pelo relatório aprovado pelo conjunto de parlamentares dos parti− dos da situação à oposição, com única exceção do PT e Psol. "Sílvio demonstrou muito bem para os seus pares os pontos positivos do PDC, sobretudo no tocante aos benefícios para o consumidor de eta− nol e para toda a cadeia produtiva, es− ta que voltará a ter o direito de esco− lher se quer vender para a distribui− dora ou direto para os postos, sendo

positivo para a geração de emprego e renda", diz Alexandre Andrade Lima, presidente da Feplana. Lima avalia que Sílvio também se destacou ao explicar que a venda dire− ta não interfere na qualidade do etanol hidratado vendido de forma direta, já que é o mesmo que passa pelas distri− buidoras até chegar aos postos, estando a ANP e mais órgãos responsáveis pela fiscalização habitual de sempre. Quanto à questão tributária, seja pelo modelo de cobrança bifásica ou monofásica, o relator lembrou que o PDC é uma oportunidade inclusive para se debater a melhor regulamen− tação e combate à sonegação fiscal so− bre o etanol, que hoje anda muito presente nos estados, apesar da venda ser exclusiva pelas distribuidoras. Este ponto gerou muitos debates antes da admissibilidade do PDC. Assim, Sílvio garantiu que o mérito a respeito será alvo de mais discussões. Comprome− teu−se que não levaria a matéria para o plenário antes disso ser resolvido junto ao governo federal e com todos os partidos da Casa, ora conduzidos pelo presidente Arthur Lyra (PP/PB).

Mistura obrigatória de etanol na gasolina passa a ser de 10% na Colômbia Um dos motivadores da medida é a melhoria da qualidade do ar nas cidades O governo da Colômbia estabe− leceu a obrigatoriedade de mistura de 10% de etanol na gasolina comum (E10) e extra (EX10) comercializada em todo o país, a partir de setembro de 2021, com exceção de algumas localidades que terão até 2022 para fazê−lo. A medida foi determinada na Resolução Nº 40111, de 09 de abril de 2021, dos Ministérios do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Agricultura e Desen− volvimento Rural, de Minas e Ener− gia locais. A publicação do governo colom− biano menciona como motivadores da medida a melhoria da qualidade do ar nas cidades, a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e a segu−

Evandro Gussi

rança energética do país. O comércio de E10 estava liberado na Colômbia desde 2018, mas a resolução atual tor− na a mistura obrigatória. “O etanol está cada vez mais se consolidando como um importante agente de descarbonização. Hoje,

mais de 60 países têm programas de mistura de biocombustível para dei− xar a gasolina mais verde e reduzir o impacto ambiental do setor de trans− portes. Parabenizamos o governo colombiano pela importante medida de combate ao aquecimento global”,

comenta Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana−de− Açúcar (UNICA). No Brasil, temos 27% de etanol na gasolina (E27), que reduz em 15% a pegada de carbono por quilómetro rodado dos veículos com motor a combustão interna e em 50% se o combustível E27 por usado em veícu− los híbridos A mistura de etanol anidro na gasolina tem muitas vantagens eco− nômicas, sociais e ambientais, in− cluindo a geração de emprego e ren− da nas áreas rurais; a redução da de− pendência de fontes de energia não− renováveis e importadas; o combate ao aquecimento global, pois o bio− combustível reduz em até 90% a emissão de CO2eq em comparação com a gasolina, e a redução da emis− são de poluentes nocivos à saúde, co− mo material particulado fino MP 2,5 (−96%), CO (−81%), hidrocarbone− tos policíclicos aromáticos – PAHs (− 67% a −96%), e potencial genotóxi− co (−72% a −83%).


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Subproduto assegura ascensão do etanol de milho Demanda para os seus subprodutos e localização, são as chaves que podem abrir as portas da expansão regional da produção de etanol de milho Haroldo Torres

No ano de 2012, com a tímida marca de 10 milhões de litros, o esta− do do Mato Grosso, dava os primeiros passos na produção de etanol de mi− lho no Brasil. Em 2020/21 a produ− ção está na casa dos 2,5 bilhões de li− tros. Num cenário que prevê a eleva− ção para 8 bilhões/l já em 2028, o que representará 19% da produção total de etanol no Brasil. Para tratar desta questão o Centro de Conhecimentos de Bioenergia da Universidade Federal de Viçosa, pro− moveu, recentemente, a palestra onli− ne "Cenário Econômico do Etanol de Milho no Brasil", com o economista e

gestor de projetos do Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas – PECEGE− USP, Haroldo Torres. Para o economista o que pode as− segurar essa viabilidade da produção do etanol de milho no Brasil é a deman− da para os subprodutos oriundos dessa produção (DDG e DDGS (proteína para nutrição animal) e óleo de milho). Torres também listou três pilares fundamentais para a expansão dessas usinas: Primeiro – Localização que deve ser onde exista matéria prima abundante (no caso o milho) e prefe− rencialmente barata. O segundo item: a localização onde também tenha grande quantidade de biomassa (eu−

caliptos, cavaco de madeira, caroço de algodão, entre outros) no caso das usi− nas full, para geração de vapor/ener− gia. E por fim, o terceiro fator tam− bém diz respeito a localização: que deve ser em regiões onde existam de− manda ou mercado consumidor para os subprodutos que são gerados na produção do etanol de milho. Durante a palestra o economista apresentou um painel da implantação do número de plantas industriais no Brasil. Atualmente o país conta com 10 usinas flex, e 2 stand alone (que convertem o grão em bicombustível). Tendo ainda 5 em fase de construção e pelo menos 7 em fase de design. Se− gundo Torres, esta onda está sendo impulsionada pela abundância de mi− lho, queda de juros e boas perspecti− vas para o consumo de etanol. O Brasil figura como o terceiro maior produtor mundial de milho, respondendo por 9% da produção mundial e o segundo exportador (22% das exportações). A região centro− oeste responde por 40% da produção brasileira. Torres lembrou que as usinas flex, são aquelas que produzem o etanol de milho na entressafra da cana (dezem− bro a março) e na produção do etanol

a partir da cana, o bagaço serve como biomassa (vapor e energia). Segundo o economista, até 2017 100% das usinas de etanol/milho seguiam esse modelo. Já em 2017, a FS iniciou o modelo full (no qual não existe nenhuma relação com a cana, portanto há a necessidade de uma biomassa (eucalipto, cavaco de madeira, caroço de algodão). De acordo com economista, numa análise comparativa entre etanol da ca− na x etanol de milho, a cana leva van− tagem na produtividade agroindustrial (com 1 tonelada de cana se produz cerca de 6,5 mil litros por hectare, já com o milho se produz cerca de 2,5 mil litros por hectare).“Porém, ao lon− go dos últimos anos a cana vem per− dendo a sua produtividade, enquanto o milho vem aumentando. Sendo assim começa a fazer sentido essa expansão das usinas de milho, que contam com seus subprodutos para suavizar essa di− ferença”, explicou. Torres acredita que este crescimen− to deverá ocorrer de forma regionali− zada, em virtude das características ne− cessárias para a implantação dessas usi− nas. Ele aponta os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e região sul de Goiás, como áreas com grande po− tencial para que elas possam se instalar.

Tereos emite mais de R$ 1 bilhão em financiamentos verdes Operação foi atrelada a quatro metas de desenvolvimento sustentável pelo prazo de 5 anos do contrato A Tereos Açúcar & Energ ia Bra− sil, subsidiá r ia do Gr u po Tereos, e m i ti u ma i s d e R $ 1 b i l h ã o e m fi − na nci ame nto s verd es na saf ra 2 02 0 / 2 1. A c o mp a n h i a f o i a q u e m a i s re a l i z o u e s te t i p o d e tr a n s a ç ã o no período dentro do setor sucroe− nergético, através das pr incipais mo− dalidades de financiamentos verdes. O e m p r é s t i mo s i n d i c a l i z a d o n o m o n t a n t e de U S $ 1 0 5 m i l hõ e s , re a l i z a d o e m j u n h o d e 2 0 2 0 , f o i o pr i me iro f ina nci am e nt o su st en t ável do se to r sucroen er g ét i co br a sil ei ro. O f i n a n c i a m e n t o c o n t o u c o m os ba n c o s I N G e N at i x i s c o m o c o o r − d e n a d o r e s d a t r a n s a ç ã o e c o o rd e − n a d o re s d e s u st e nt a b il i d a d e, b e m

co m o B N P Pa r i ba s, C I C, C it i ba nk, C o m m e r z b a nk e R a b o ba nk c om o p ar t i c i pa n t es . A o p e ra ç ã o fo i a t re l a d a a q u a tro m e t a s d e d es envol vi m en t o s ust e n− t á ve l pe lo pr a zo de 5 a no s d o con− t r at o : red u ç ã o d e 1 5 % n as em i s s õ e s d e C O2 p or t on el ad a de ca na p ro− c e s s ad a ; red u ç ão d e 1 0 % n o c o n s u − m o d e á g u a p o r t o n e l a d a d e c a na p ro c e s s a d a ; a u m e n t o d e 2 5 p o n t o s p e rc e n t u a i s n a c a n a c e r t i f i c a d a ; e m e lho r ia de 1 0 pon to s na ava li açã o d e c r i t é r i o s a m bi e n t a i s , s o c i ai s e d e g ove r n an ça cor por a t iva (E S G) p ela E covad is. D ent ro da s m e t as es ti pu− l a d a s n o p r i m e i ro a n o, a Te re o s a t i n g i u e u l t r a p a s s o u to d a s . Ou tro fi nanciam ent o verde ob− t ido pe la Tere os foi com a Proparco − b ra ç o d a a g ê n c i a fr a n c e s a d e d e − s e nvo lv i m en t o, n o m o n t an t e d e U S$ 30 m ilhões. O valor será inves− t i d o n a c o ns t r uç ã o d e un id a d es d e p rodução de biog ás, que per mit irã o à Te re os re duzir as sua s em issões d e C O 2 , c o n t i nu a n d o n a j o r n a d a d e s e

t o r n ar u m a e m p res a c o m u m a p e − ga d a d e c a r b o n o a i n d a m a i s n e ga t i − va , b em co m o n a s in st a l a çõ es p a r a tr ata me nto de ág ua re sidual. O em − pr é s t im o, d es e m bo l sa d o e m m a r ço d e 2 02 1 , t e m d o i s a n o s d e c a r ê n c i a e p r a z o d e a m o r t i za ç ã o d e 1 2 a n o s . N e s t e a n o, a Te r e os t a m b é m e m i t i u R $ 3 4 8 m i l h õ e s e m C e r ti − f ic ad o s d e Re ce bí vei s do A g ron e − g ó c i o ( C R A ) . A op e r a ç ã o f o i c a − r a ct e r i za d a c o m o u m C R A Ve rd e p e la S I TAW I − o r g a n iz a çã o p i o − ne ir a n o de se nvol vim e nt o d e s olu − ç õ es f i n an c e i ras p ar a i m p ac t o s o c i a l . Os r e c u r s o s se r ã o de s t i n a d o s à aq u i s i ç ão d e c an a− d e− aç ú c ar p ara a p ro d u ç ã o d e e t a n o l , e s t i mu l a n d o o u so d e b i o co m bu s t í ve i s n a m a t r iz e n e r g é t i c a e a c o n s e q u e n te m i t i g a − ç ã o d e e m is s ã o d e g a s e s d o e f e i t o e s tu f a . C o m p r a z o d e c in c o a n o s , a e m i s sã o c o n t o u c om o s b a n c o s UB S BB, BT G Pact ua l e XP Inve s− t i m e n t o s c o m o c o o rd e n a d o re s e a F G / A c o mo a s s e s s o r i a f i n a n c e i r a . A

e mi ssã o f o i rea li zad a pel a VERT. S e g u n d o P i e r re S a n t o u l , d i re − t o r − p re s id e n t e d a Te re o s B r a s i l, a e mp resa s eg ue co m o com pro m isso d e m a nt e r n o s p r ó x i m o s a n o s u m l eva nt a m e nt o d e re cu r s os a t rel a dos à s u st en t a bi l i d a d e : "Te m os a s us − t e n t a b i l i d a d e n o D N A d o n o s so n e g ó c i o e a o v i n c u l a r o s fi n a n c i a − m en t os à evo luç ão d e pr át i cas su s− t e n t á ve i s , re a f i r m a m o s o n o s so comp romisso e responsabil idade em m i n i m i za r im p a c t o s a m b i e n t a i s ", c om e nt a . " E s t a m o s mu i t o o r g u l h o s o s d e t e r a t i n g i d o e s t a i m p o r ta n t e m a rc a d e R $ 1 b i l h ã o e m f i n a n c i a me n t o s verde s no nos so pr im ei ro an o a t re− l an do a s u s t en t ab i l i d a de ao s n o s s o s e m p r é s t i m o s . Pa r a i s s o, co n t a m os c om só l i d os p a rc e iro s f i n a nc e i ro s , qu e t êm se e ng a j ad o cad a ve z m ais n e st a f re nt e E S G, a o s q u a i s g os t a − r í a m o s de a g r ad ec e r pe lo s u po r t e e p a rc e r i a n e s t a c o n q u i s t a . " , d e s t a c a Fel ip e M end es , di ret or de Te sou ra − r ia e Novo s N e g ócio s.


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Atvos encerra safra com emissão de 2,4 milhões de CBios Companhia comercializou aproximadamente 12% do total da meta estabelecida para 2020 Segunda maior produtora de eta− nol do Brasil, a Atvos encerrou a safra 2020/2021 como a principal emissora de créditos de descarbonização (CBios), disponibilizando para comer− cialização, na temporada, um total de 2,4 milhões de Cbios, No ano, a empresa comercializou 1,8 milhão de títulos, sendo responsá− vel por aproximadamente 12% do to− tal de 14,5 milhões de CBios que fo− ram estabelecidos como metas de des− carbonização para o ano passado. “Temos potencial para contribuir com cerca de 10% do volume total dos

créditos de descarbonização estabele− cidos como meta do Renovabio para este ano”, destaca Marcelo Mancini, vice−presidente comercial da Atvos. Essa participação considera a meta atribuída pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) que defi− niu 24,86 milhões de títulos a serem adquiridos pelas distribuidoras de combustíveis fósseis em 2021. Com oito unidades agroindustriais operacionais certificadas junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Atvos tem potencial para escriturar 2,5 milhões de títulos por safra. Esse mon− tante pode representar uma possível receita de mais de R$ 100 milhões, considerando o valor médio de co− mercialização na B3 durante o ano de 2020, de R$ 43,66. “Seguimos em busca contínua de melhorias nos indicadores de carbo− no em nossas operações. Concluímos

a automatização dos dados, o que traz ainda mais confiabilidade para as in− formações, e estamos nos preparan− do para recertificar todas as unida− des”, adianta Amaury Pekelman, vi− ce−presidente de sustentabilidade da Atvos. “Este é um importante ganho ambiental proporcionado pelo Re− novabio que incentiva a redução de

emissões em toda a cadeia produti− va”, conclui. Cada CBio representa 1 tonelada de gás carbônico que deixou de ser lançado na atmosfera a partir do uso de combustível limpo. Com isso, no total, a Atvos contribuiu para que 2,4 mi− lhões de toneladas de gás carbônico deixassem de ser emitidos.

ANP aprova especificações do diesel verde Combustível renovável será a partir de matérias-primas renováveis, entre elas a cana-de-açúcar A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou no dia 13 de maio, a resolução que trata da especificação do diesel verde, um novo biocom− bustível a ser comercializado em ter− ritório nacional. Trata−se de combustível renová− vel para motores a combustão de ci− clo diesel, produzido a partir de ma− térias−primas renováveis, como gor− duras de origem vegetal e animal, cana−de−açúcar, etanol e outras biomassas. A publicação da resolução é resul− tado da realização, pela ANP, de aná− lise do impacto regulatório trazido pela inserção desse novo biocombus− tível no mercado brasileiro, bem co− mo de estudos das especificações in− ternacionais. Durante a fase de Con− sulta Pública, a ANP recebeu 242 su−

gestões e comentários referentes à mi− nuta original. A Audiência Pública ocorreu de forma virtual no dia 17 de setembro de 2020 e teve caráter histórico, com aproximadamente oito horas de dura− ção e considerável participação social, o que mostra a significativa comple− xidade e relevância do tema. O regulamento aprovado está em linha com o RenovaBio, que visa à expansão do uso de biocombustíveis na matriz energética brasileira, com

vistas à segurança energética, previsi− bilidade para a participação competi− tiva dos diversos biocombustíveis no mercado nacional e mitigação das emissões dos gases geradores do efei− to estufa. De acordo com a agência, embora ainda não haja produção nacional, a publicação permite que o Brasil possa fazer parte do rol de produtores inter− nacionais de combustíveis avançados, tais como EUA, Itália, Finlândia, Singa− pura, Suécia, Espanha, China e França.

“No Brasil, a regulamentação do diesel verde poderá viabilizar também a produção e comercialização do bioquerosene de aviação, já regula− mentado pela Resolução ANP nº 778, de 2019, uma vez que a produ− ção de biocombustíveis no contexto de biorrefinaria gera diferentes bio− produtos em um mesmo processo”, afirma a ANP, ressaltando que a pu− blicação da especificação se constitui no primeiro passo na introdução do diesel verde no Brasil.


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RenovaCalc permitiu adicionar R$ 700 mi na cadeia de biocombustíveis em 2020 Tecnologia foi desenvolvida pela Embrapa e parceiros Uma das 152 soluções tecnológi− cas que tiveram seus impactos econô− micos, sociais, ambientais e institucio− nais avaliados no Balanço Social 2020 da Embrapa, a RenovaCalc foi adota− da pelas usinas certificadas no Reno− vaBio e apresentou resultados expres− sivos que reforçam os impactos das entregas da pesquisa junto à sociedade. No ano passado, primeiro ano de vigência do RenovaBio, o montante de negócios ultrapassou os 14 milhões de CBios comercializados, gerando uma receita adicional de quase R$ 700 milhões na cadeia de biocombustíveis no Brasil. O chefe−geral da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna − SP), Marce− lo Morandi, ressalta que é uma tecno− logia que foi construída com baixo aporte de recursos financeiros diretos, mas utilizando muito conhecimento acumulado pelas equipes técnicas em anos de pesquisa. “Quando consideramos o investi− mento direto (recurso financeiro apli− cados no desenvolvimento da tecno− logia) e o indireto (custos de salário e encargos dos técnicos) vemos que a RenovaCalc teve uma taxa interna de

retorno de mais de 400% em 2020. A relação benefício/custo foi de 49,28, considerando os custos de pessoal, pesquisa, administração e transferência da tecnologia. Morandi acrescenta que “além do retorno financeiro, é impor− tante frisar o retorno ambiental, com quase 15 milhões de toneladas de Ga− ses de Efeito Estufa (GEE) evitados no ano de 2020.” E conclui: “isso mostra o quanto vale a pena investir em ciên− cia e tecnologia”. Como recorda a pesquisadora da Embrapa Marília Folegatti, que lide− rou o processo de gestão técnica na construção da ferramenta na empresa, foi criado o Grupo de Trabalho de Avaliação do Ciclo de Vida do Reno− vabio (GT−ACV). O GT foi incialmente composto por 12 pesquisadores especialistas nas diversas áreas de conhecimento, co− mo sistemas de produção agro−

energéticos, modelagem de processos de produção de biocombustíveis, geoprocessamento, modelagem para mudança de uso da terra e avaliação de ciclo de vida (ACV). Um time de cientistas de entidades parceiras oriundos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), Agroicone, além da Embrapa. De forma prática, a RenovaCalc mapeia o desempenho ambiental das usinas quanto à emissão de GEE e mede, por meio da Avaliação de Ciclo de Vida (ACV), a Intensidade de Car− bono (IC), popularmente conhecida como Pegada de Carbono. A partir desta pegada, a calculadora determina a Nota de Eficiência Energético− Ambiental que esse biocombustível faz jus, comparado ao combustível fóssil que este substitui, dando acesso à ge−

ração dos Créditos de Descarboniza− ção (CBios), que equivalem a 1 tone− lada de gás carbônico equivalente evi− tada. O mapeamento da intensidade de carbono passa por todas as etapas, des− de a produção de insumos, seguindo pela fase agrícola de produção de bio− massa e pela fase industrial de produ− ção dos biocombustíveis, chegando até o transporte e consumo destes. Em cada etapa, são levantados e contabi− lizados os principais efeitos ambientais de cada atividade, como por exemplo o uso de fertilizantes na fase agrícola, o consumo de combustíveis e energia no campo e na indústria etc. Para se certificar, cada usina insere esses dados na RenovaCalc de modo a aferirem a emissão total dos seus sistemas, pas− sando por um processo de auditoria que garante a credibilidade dos dados. Como destacou Marília, com a RenovaCalc as usinas conseguem via− bilizar e consolidar todos os indicado− res ambientais. “Nesse novo mercado de carbono, informação de qualidade disponível é vital e estratégica para os negócios. Pode significar também re− ceita extra”, conclui.


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Com certificação internacional, usina paraibana poderá exportar etanol para os EUA Companhia é a primeira a receber o reconhecimento LCFS-CARB A Usina GIASA em Pedras de Fogo−PB, recebeu no dia 7 de maio, a certificação LCFS−CARB (Low Carbon Fuel Standard do California Air Resources Board), que significa Padrão de Combustível de Baixo Carbono, e com isso se tornou a pri− meira empresa brasileira a obter esse reconhecimento da sustentabilidade da produção de etanol, e serve de passa− porte para exportação ao Estado da Califórnia. Por meio da certificação LCFS, o programa visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa e poluentes no− civos à saúde humana. Segundo o presidente do Sindica− to da Indústria de Fabricação de Ál− cool na Paraíba (Sindalcool), Edmun− do Barbosa, a Califórnia tem uma le− gislação mais rigorosa e dá preferên− cia ao etanol de cana que recebe um prêmio e é uma exigência para a re− dução das emissões. “A GIASA en− frentou um longo processo de apre− sentação de evidências. Agora, os pro− cedimentos operacionais utilizados pela empresa serão referência para as outras empresas no Brasil”, adiantou. De acordo ainda com Barbosa, a Califórnia é um dos estados america− nos com a maior quantidade de veí− culos por habitante. “Lá, o etanol de

Edmundo Barbosa

cana é obrigatório para reduzir as emissões”, lembrou. A missão do CARB, um conselho de governança, tem como objetivo promover e proteger a saúde pública, o bem−estar e os recursos ecológicos por meio da redução efetiva e eficien− te dos poluentes do ar, reconhecendo e considerando os efeitos na econo− mia do estado. O controle da poluição do ar com investimentos na redução do particu− lado, continua sendo um grande de− safio para as grandes cidades. A pro− fessora do Departamento de Tecnolo− gia Sucroalcooleira da UFPB, Márcia

Pontieri, lembrou que em 1989, o Conselho Nacional de Meio Am− biente (CONAMA), criou o Progra− ma Nacional de Controle de Quali− dade do Ar (Pronar), por meio da Re− solução CONAMA 05/1989, e em 1990, foram estabelecidos os valores para os padrões de qualidade do ar através da Resolução CONAMA 03/1990, que deveriam ser seguidos por todos os Estados da Federação. Márcia disse também que no ano de 2018, para atender as diretrizes da OMS foi instituída uma nova resolução, a Resolução CONAMA 491/2018, al− terando alguns limites dos padrões de

qualidade do ar e adicionando o mate− rial particulado MP2,5 como padrão de controle obrigatório. “Pela nova reso− lução, é dever dos estados e municípios, o monitoramento e planos de gestão para a qualidade do ar, além da elabo− ração anual dos resultados do monito− ramento para a população”, lembrou. Márcia Pontieri aplaudiu a certi− ficação da GIASA na Califórnia e es− tados americanos que seguem os mes− mos padrões. Ela informou que o monitoramento da qualidade do ar no Brasil ainda é escasso, onde poucos Estados realizam esse monitoramento. “As regiões Norte, Centro−Oeste e Nordeste são as que apresentam me− nor quantidade de registros. No Esta− do da Paraíba, não existem registros de monitoramento da qualidade do ar”, disse a professora. A GIASA faz parte do Grupo Olho D'Água que possui mais duas empresas sucroalcooleiras: a Usina Central Olho D'Água e a COMVAP. Adquirida em 2019 pelo grupo, a GIASA moeu na última safra, mais de 1.172.000 toneladas de cana. Atualmente o Grupo Olho D’Água tem uma moagem consolida− da de mais de 4.100.000 toneladas de cana−de−açúcar e emprega na safra e entressafra, 11.700 funcionários.


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Em expansão, mercado islâmico mira açúcar brasileiro certificado Importação do alimento no primeiro trimestre de 2021 totalizou cerca de US$ 510 milhões

No primeiro trimestre de 2021, o Brasil exportou quase 6 milhões de to− neladas de açúcar, sendo que os merca− dos árabe e asiático foram os que mais importaram o produto brasileiro. A compra feita por Bangladesh (10%), In− donésia (9,5%) e Argélia (8,3%) totalizou cerca de US$ 510 milhões em açúcar. O mercado islâmico, que vêm crescendo a todo vapor e conta com quase 2 bilhões de consumidores no mundo, exige um rígido controle sa− nitário para a aquisição de produtos. É preciso ter a certificação Halal, emiti−

da após criteriosos processos de audi− toria que envolvem cada etapa da in− dústria, desde a matéria−prima e atesta que o produto está apto ao consumo pelos muçulmanos e é sinô− nimo de qualidade. A Usina Jacarezinho, localizada no interior do Paraná, é uma das poucas que possui a certificação Halal no Brasil. "Essa certificação, além do pro− duto que é beneficiado por ela, trou− xe muitos ajustes na nossa estrutura. Tudo isso, colaborou para a melhoria dos processos de uma forma geral na organização. O produto Halal precisa ser um bem que não afete a saúde hu− mana e que introduza as boas práticas de fabricação em seus processos fa− bris", afirmou Eduardo Lambiasi, di− retor corporativo do Grupo Maringá, que controla a usina Jacarezinho. Segundo Lambiasi, para manter es− ses padrões, não apenas na produção do açúcar, mas também do etanol, a usina mantém a conservação do solo, com ro− tação de cultura, planejamento conser−

Usina Jacarezinho é uma das poucas que possuem a certificação Halal no Brasil

vacionista para cada ambiente de pro− dução, cobertura vegetal e plantio.Além disso, a usina também desenvolve estu− do e futuro projetos para a plena utili− zação da palha de cana−de−açúcar e implementação de biogás, a partir da torta de filtro e vinhaça como gerador de energia para os caminhões, colheita− deiras e parte da eletrificação da usina. "A sustentabilidade tem que vir de toda a cadeia. E é importante para nós também, independentemente de exigên− cias pontuais, que esses processos sejam cada vez mais fomentados em nossa ati− vidade", explica Lambiasi, em entrevista ao Copercast, canal de comunicação da Copersucar, da qual a usina é associada. Além da certificação Halal, a usi− na Jacarezinho também exporta, eta− nol para o mercado norte americano e para o japonês, atingindo mercados com práticas sustentáveis e que exi− gem certificação com rastreabilidade da origem da cana−de−açúcar, que não venha de áreas de desmatamento e de pastagem.

Mercado em expansão Conforme dados divulgados no início de maio pela Câmara de Co− mércio Árabe−Brasileira, a perspec− tiva para o mercado halal global é de atingir US$ 2,35 trilhões até 2024. O setor com maior movimento de receita é o de alimentos e bebidas responsável por 58% do faturamen− to global e com certificação Halal e nos próximos três anos, pretende fa− turar US$ 1,38 trilhões. “Todo o mundo busca por ali− mentos de qualidade e agora, mais do nunca, por produtos que pro− porcionam segurança alimentar e rastreabilidade. E a certificação Ha− lal tem sido exigida cada vez mais não só por países árabes muçulma− nos, mas também por outros países que buscam alimentos seguros”, conclui Omar Chahine, gerente de Relações Institucionais da Cdial Halal, uma das maiores certificado− ras halal do Brasil.


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INDUSTRIAL

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Tecnologia Dedini pode ajudar Brasil a cumprir pacto pelo clima Empresa é líder em tecnologias voltadas ao desempenho sustentável do setor sucroenergético BANCO DE IMAGENS/DEDINI

A luta contra o aquecimento global, a transformação da matriz energética, o uso de energias renová− veis e novas tecnologias, que favore− çam a criação de comunidades mais saudáveis e economias fortes, foram amplamente defendidos durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima, convocada pelo presidente norte− americano Joe Biden e realizada nos dias 22 e 23 de abril. O setor sucroe− nergético brasileiro tem opções con− solidadas e já disponíveis para viabi− lizar esses objetivos. E a Dedini dis− põe de tecnologia para garantir essa contribuição. A avaliação é do consultor sênior da Dedini S/A Indústrias de Base, o engenheiro José Luiz Olivério, uma das maiores autoridades do país no segmento. “Na produção e utilização dos biocombustíveis, como etanol, bio− diesel e biometano, mitigamos as emissões de CO2. Temos todos os atores operando no Brasil, com os mecanismos estruturais já implanta− dos e sustentáveis”, ressalta. Segundo Olivério, as cadeias de produção (agricultura, indústria, au− tomobilística, energia elétrica) e o consumo de biocombustíveis já estão instalados, com tecnologia e desen− volvimento próprios. Da mesma for− ma, já está em operação o Renova− Bio, forma de monetizar a contri− buição que os biocombustíveis dão para a redução das emissões.

Sistema SLC (Separação e Limpeza a Seco da cana e da palha) permite que a palha seja utilizada para a produção de energia, com a mínima perda de sacarose, graças à limpeza a seco

“O RenovaBio define um crité− rio para transformar a redução de emissões em um ativo financeiro, uma nova receita recebida pela usi− na, de acordo com a eficiência do etanol, ali produzido, na redução de emissões ao substituir os combustí− veis fósseis”, explica. O RenovaBio introduziu o CBio (Crédito de Descarbonização por Biocombustiveis), que corresponde monetariamente ao valor de uma to− nelada de redução de gás carbônico. TODA MÍDIA COMUNICAÇÃO

Em 2020, foram negociados 14,8 milhões de CBios, equivalen− tes à redução de 14,8 milhões de toneladas de gás carbônico na at− mosfera. Cada CBio teve preço médio de mercado de R$ 44 em 2020, assim, a redução de cada to− nelada correspondeu a esse valor, um estimulo financeiro para que usinas aumentem sua eficiência. Dessa forma, segundo Olivério, cresce a importância de tecnologias que melhorem o desempenho susten−

tável do setor sucroenergético, que começa a ser chamado de ‘sucrosus− tentável’. E nesse cenário, a Dedini está inserida. “A Dedini está nessa rota há vários anos, sintonizada com as necessidades dos clientes. Em 2009, desenvolveu e apresentou a USD, uma usina com− pleta que engloba tecnologias já exis− tentes com novas tecnologias e que produz um etanol que maximiza a mitigação de gases de efeito estufa”, explica Olivério.

Compromisso brasileiro A C ú p u l a d e L í d e re s f o i u m en cont ro prep ar a t ór io p ar a a C on − f e r ê n c i a d a s Na ç õ e s U n i d a s s o b re o C l i m a ( C O P −2 6 ) , a se r r e a l iz a d a em nove m bro d es te an o, no Rei no U nid o. Na s C O Ps d e 2 0 1 5 e 2 0 1 6 , o B r a s i l a s s u m i u o c o m p ro m i s s o i n t e r n ac i o n a l d e red u z i r e m 4 3 % as e m i s sõ e s d e g a s e s de e f e it o e st uf a a t é 2 0 3 0, c o m b a s e n a s e mi s s õ e s d e 2 0 05 . Seg undo José Luiz Olivér io, pa− ra atender esse com promisso, o Bra− s il p r e c i s a t o m a r u m a s é r i e d e a ç õ e s , i n c l u i n d o a u m e n ta r a p ro d u ç ã o e c o n s u m o a t u a l d e e t a n ol e m 2 0 b i − lhõe s de litros por ano, até 20 30 . Par a esse f im, a produção e pro−

ce ssa m ent o de ca na deve a um en ta r e m 2 5 0 m i lh õ e s de t o n el ad as p o r sa f ra , cres cim en t o q ue eq uiva le à inst alação de 10 0 novas usinas com − pl et a s de e t an o l , c o m c a pa c i da de u n i t á r ia d e 2 m i l h õ e s e 4 0 0 m i l t o − n e l a d a s d e c a n a / s a fr a . “ Es s a ex p an s ã o p rec i s a at e n d er aos at uais e f uturos conceit os e re − quisit os de sustent abilidade e redu− ç ã o d e e m i s s õ es , o qu e f az d el a o c e n á r i o i d e a l p a r a a p l i c a çã o d e t e c − nolog ias sust entáveis na lavoura e na i n d ú s t r i a de c a n a . I d e a l p a r a a u t i l i − zação de soluções sustentáveis na la− voura, ent re elas a USD Dedini, que j á e s t á p rep ar ad a p ar a a t en d e r e s s e desafio”, ressalt a o especialista .


INDUSTRIAL

Maio 2021

Usina sustentável Dedini A USD tem seis bioprodutos: bio− açúcar, bioetanol, bioeletricidade, bio− diesel e/ou outros bioprodutos integra− dos, biofertilizantes e bioágua, e se baseia em duas ideias: otimização e conceito zero. O resultado é que a USD utiliza a mínima quantidade de matérias−primas e insumos para obter o máximo de pro− dutos mitigadores de emissões. Ao mesmo tempo, não gera resí− duos e efluentes, não compromete e não polui o ambiente e não consome água de mananciais, mas produz um excedente: a bioágua. Olivério destaca que a criação da USD é resultado da grande experiên− cia que a Dedini acumulou com os projetos e o fornecimento de usinas ‘chave na mão’. “Ao longo de sua história, dos 100 anos de fundação completados em 2020, a Dedini Já forneceu 108 usinas completas no Brasil, 29 dessas plantas para o exterior, e 115 plantas de coge− ração, os maiores fornecimentos mun− diais do setor. E foi com esse conheci− mento que a empresa desenvolveu a USD”, informa. Fernando Cesar Boscariol, Supe− rintendente de Engenharia e Desen− volvimento da Dedini, enfatiza que a

IGOR SERRA/DEDINI

O engenheiro Fernando Cesar Boscariol, Superintendente de Engenharia e Desenvolvimento da Dedini

sustentabilidade dessa usina é resultado da integração de 32 tecnologias, algu− mas tradicionais, como a limpeza de ca− na a seco e a utilização de moendas de alto desempenho com acionamento elétrico, e outras de inovação, com fo− co na sustentabilidade. No resultado final, o etanol produ− zido por essa usina Dedini evita a emis−

são de três quilos de gás carbônico por litro de etanol equivalente, contra os dois quilos mitigados pelas usinas tradi− cionais, o que resulta em maior quan− tidade de CBIOs. Boscariol cita, como exemplo do interesse por uma dessas tecnologias, uma usina da Flórida (EUA) que, ao atender as novas prerrogativas de colheita de ca− BANCO DE IMAGENS/DEDINI

BANCO DE IMAGENS/DEDINI

Planta DCV (Dedini Concentração de Vinhaça), com integração energética, que minimiza o consumo de vapor/energia

Conjunto de moendas com maior capacidade instalada, com acionamento eletro-hidráulico – 1.250 t cana/hora, e seis ternos de 56” x 100”, produzido para cliente da Flórida (EUA)

O superintendente de Negócios de RGD, Açúcar e Etanol, Norivaldo Zimmermann, informa que a Dedini já forneceu 1.050 camisas D.CAD para o Brasil e cerca de 400 para exportação. Outro destaque, segundo Zim− mermann, é a liderança mundial no fornecimento de ternos de moendas, com um recorde de 2.668 unidades, atingido no ano em que empresa completou seu centenário. Ademir Fuzatto, Superintendente de Negócios de Caldeiraria, lembra que o etanol de cana brasileiro é o biocombustível com maior mitigação

de CO2, e até recebeu nos Estados Unidos a categorização de ‘biocom− bustível avançado’. O fornecimento de plantas para a produção de etanol hidratado e anidro (as destilarias) constitui uma das áreas de excelência da Dedini, que tem o maior registro de vendas para o setor, com 881 plantas, marca alcançada por ocasião da comemoração dos 100 anos da empresa, em 2020. “Outro destaque obtido no cen− tenário foi chegarmos ao forneci− mento de 1.284 caldeiras a bagaço, outro recorde mundial”, diz Fuzatto.

na crua para evitar as emissões decorren− tes da queima da cana, comprou da De− dini o sistema SLC (Separação e Limpe− za da Cana e da Palha) para processar 14 mil toneladas de cana/dia, ou seja, 100% da capacidade de processamento da usi− na. A palha é utilizada como um dos componentes da compostagem, aplicada como fertilizante em substituição ao de origem fóssil, reduzindo também emis− sões. No Brasil, uma excelente utilização dessa palha é na produção da bioeletri− cidade, mitigando emissões. Outro produto de impacto am− biental importante, de acordo com Boscariol, é o DCV (Dedini Concen− tração deVinhaça), uma planta que oti− miza energeticamente a produção de vinhaça concentrada, que retorna à la− voura como fertilizante, reduzindo o uso do combustível fóssil no transporte pelos caminhões e substituindo fertili− zante químico, reduzindo as emissões em ambos os casos. “A água recuperada no DCV retor− na ao processo, evitando o uso de água de mananciais, indo no caminho da au− tossuficiência da usina em água, um im− portante passo que mais a frente possi− bilitará a produção de bioágua exceden− te, que vai ser disponibilizada para outras utilizações.A tecnologia já está disponí− vel e a Dedini forneceu duas plantas DCV ao setor”, informa Boscariol. Angelo Faber, Gerente de Enge− nharia para Recepção, Preparo e Extra− ção, destaca que na linha da sustentabi− lidade e de redução de emissões, a De− dini introduziu nas usinas o SADE (Sis− tema de Alta Drenagem e Extração), com o uso da D.CAD (Camisa de Alta Drenagem, perfurada, para moendas), que aumenta a capacidade de moagem e extração do caldo, produzindo assim mais etanol, reduzindo emissões. A D.CAD também reduz a umidade do bagaço, possibilitando maior produção de bioeletricidade para a rede, reduzin− do também emissões. BANCO DE IMAGENS/DEDINI

Liderança mundial

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Planta de desidratação por peneira molecular para o setor sucroenergético


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USINAS

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Agrovale anuncia mais investimentos de benefício ambiental e energético Iniciativa irá melhorar o aproveitamento da biomassa da cana, ampliando a geração de energia O processo de mecanização da colheita da cana−de−açúcar na Agrovale, em Juazeiro – BA, acaba de receber um reforço significativo. A empresa sucroalcooleira, que é con− siderada o maior produtor de açúcar, etanol e bioeletricidade da Bahia, adquiriu duas máquinas colhedoras e implementos de tecnologia america− na, que serão utilizadas juntamente com as cinco máquinas já em opera− ção na safra 2021.O investimento foi da ordem de R$ 5 milhões. De acordo com o diretor vice− presidente da Agrovale, Denisson Flores, a iniciativa objetiva a dimi− nuição da queima controlada da pa− lha da cana e a redução da incidên− cia de fuligem, que vem ocorrendo em menor proporção em compara− ção a anos anteriores. Lembrando que a mecanização da colheita da cana também au− menta o rendimento operacional, a produtividade e diminui os custos em até 20%, Denisson Flores acres− centou ainda que a empresa já opera com a colheita mecanizada numa área de 4,5 mil hectares e pretende ampliar gradativamente a cada ano. “Cada máquina colhe em média 400 toneladas de cana por dia e dei− xa no campo a palhada, que além de conservar o solo, o excedente vem sendo doado para alimento animal às associações de pequenos criadores de

caprinos, ovinos e bovinos de vários municípios da região”, ressaltou. Mas o diretor também lembrou o

grande impacto social gerado pela mecanização que contribui com o aumento do desemprego rural no

município. “Em nossa empresa pro− curamos minimizar essa situação ca− pacitando os funcionários e am− pliando novas frentes de trabalho”, concluiu. A companhia anunciou também em maio, mais uma aquisição que vai diminuir a queima controlada da pa− lha da cana−de−açúcar reduzindo a incidência de fuligem. A empresa adquiriu um triturador de fardos de palha de cana HG6000E geração II, de tecnologia norte−americana, com capacidade de processamento de 52 mil toneladas de palha por ano. De acordo com o gerente geral industrial da Agrovale, Adevan Feli− ciano, o triturador, um investimento de R$ 2,5 milhões, além do benefí− cio ambiental, também representa um ganho substancial na geração própria de energia elétrica da empresa. “A partir desta solução tecnoló− gica, iremos melhorar o aproveita− mento da biomassa da cana, amplian− do a geração de energia com mais 20.000 mwh, o que representa o consumo de 1 mês de uma cidade com 200 mil habitantes, com energia limpa de fonte renovável”, ressaltou. A aquisição do triturador e de duas máquinas colhedoras e imple− mentos, faz parte do programa da empresa, com custos anuais de R$ 40 milhões, que vem adequando agronomicamente os terrenos vi− sando tornar os campos compatíveis com a colheita mecanizada. A em− presa hoje já conta com sete máqui− nas colhedoras. “São investimentos que visam a diminuição da queima controlada da palha da cana e a redução da inci− dência de fuligem, que vem ocorren− do em menor proporção em compa− ração a anos anteriores”, conclui.

www.youtube.com/canalProcanaBrasil



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USINAS

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Etanol 2G da GranBio é certificado na Europa Com certificação, companhia está pronta para exportar sua produção A GranBio foi reconhecida com a certificação internacional Roundtable on Sustainable Biomaterials (RSB), agência certificadora para as diretrizes do RED II – conjunto de critérios de sustentabilidade da União Europeia e requisitos de rastreabilidade para bio− combustíveis. O certificado comprova que o etanol 2G produzido pela com− panhia está entre os biocombustíveis com menor pegada de carbono do mundo, alcançando uma nota de emis− são de apenas 8,2g CO2eq/MJ, o que representa uma emissão 91% menor do que o seu equivalente fóssil, a gasolina. Com isso, a empresa está pronta para exportar sua produção de etanol celulósico para os países europeus. “A Granbio avança na sua missão de con− tribuir com a transição energética mundial para uma economia de baixo carbono”, explica Bernardo Gradin, CEO da GranBio. Atualmente, a companhia conta com uma planta

dedicada ao etanol de segunda gera− ção, instalada em São Miguel dos Campos, em Alagoas, com capacidade de produção de 30 milhões de litros do biocombustível por ano. “Alcançar a certificação RSB é uma grande conquista para a GranBio − indo além do 'básico' de conformi− dade regulatória para demonstrar os mais altos níveis de a sustentabilidade ambiental com a RSB, prova que eles são verdadeiros líderes na condução da transição energética global. Como pioneira no Brasil e na América Lati−

na, esperamos que a liderança da GranBio incentive ainda mais a ob− tenção da certificação RSB − promo− vendo melhores práticas sociais e am− bientais, promovendo o uso de resí− duos e evitando o desmatamento, a insegurança alimentar e outros im− pactos negativos”, destaca Rolf Hogan, Diretor Executivo da RSB.

Sobre a certificação RSB RSB é uma organização interna− cional, com múltiplas partes interes− sadas e independente que apoia o de−

senvolvimento da bioeconomia global por meio de soluções de sustentabili− dade, certificação, inovação e parcerias colaborativas. Com soluções confiáveis, expe− riência global, parceiros em diversos âmbitos − do governo a indústria e ONGs, e uma abordagem extrema− mente robusta para a sustentabilida− de, a RSB contribui com a bioeco− nomia, pois busca combater as mu− danças climáticas e, ao mesmo tem− po, garantir o desenvolvimento social e a proteção ambiental.

Inpasa Brasil e Orquestra do Sesi realizam live em homenagem ao Dia do Trabalhador Concerto aconteceu no pátio da usina, em Sinop - MT Com o slogan “Trabalho: energia para a vida. Cultura: combustível para a alma”, a Inpasa Brasil em parceria com a Orquestra Sesi MT, realizaram uma Live Concerto, para comemorar o Dia do Trabalho, 1º de Maio. O concerto, que aconteceu no pátio da empresa, lo− calizada em Sinop – MT, foi transmiti− do de forma gratuita e ao vivo peloYou Tube da Inpasa Brasil. “É com muita satisfação que esta− mos nessa parceria para comemorarmos o Dia do Trabalhador com muita mú− sica, relembrando nossas raízes culturais. Além, é claro, de render homenagem a todos os trabalhadores que, com força, garra e energia, movem o nosso Mato Grosso e o nosso Brasil”, afirmou a su− perintendente do Sesi MT, Lélia Brun. Para o diretor Administrativo da Inpasa, Fernando Alfini, o fomento à

cultura e a aproximação das famílias com a indústria são pilares fundamen− tais para a empresa, ainda mais em uma das datas mais importante do ano que é o Dia do Trabalhador. “Estamos muito felizes em propor− cionar aos nossos profissionais a opor− tunidade de ver o ambiente de trabalho com outros olhos, ao lado de seus fami− liares e com a segurança necessária para esse momento de pandemia”, disse. A formação completa da orquestra esteve presente nessa Live, com as solis− tas Akane Iizuka, cantora japonesa ra− dicada em Cuiabá, e Sâmara Polyne. No repertório, músicas populares brasileiras como “Romaria”, de Renato Teixeira, “Trem do Pantanal”, de Almir Sater, “Anunciação”, de Alceu Valença e “Si− nônimos”, de Zé Ramalho. “Pensamos numa apresentação bem diversificada e que pudesse homenagear os profissionais que atuam nesta indús− tria e que vieram de várias partes do país, de forma a contemplar distintas realidades e cultura”, concluiu o maes− tro Fernando Pereira.



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USINAS

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Delta Sucroenergia contribui com melhoria da infraestrutura viária em Minas Em parceria com Governo do Estado, usina está concluindo as obras na MG-427

A Delta Sucroenergia, em parce− ria com o Governo do Estado de Mi− nas Gerais, está concluindo as obras de implementação de passagem inferior na MG−427, em Conceição das Ala− goas, no Triângulo Mineiro – MG. A obra foi visitada pelo governa− dor Romeu Zema: a secretaria da Agricultura de Minas Gerais, Ana Maria Valentini; Mauro Alexandre Gomes, representante do DER; Má− rio Campos, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas (SIAMIG); Ivaina Reis, prefei− ta de Conceição das Alagoas, entre outros, no dia 13 de maio e foram re− cepcionados e acompanhados pelo presidente da Delta Sucroenergia, Robert Lyra e a vice presidente Vir− ginia Lyra. Estão sendo investidos R$ 2,1

Zema: “parceria é importante para o desenvolvimento do estado”

milhões pela empresa, que se baseou em protocolo estadual que trata da melhoria da infraestrutura viária em Minas a partir de investimentos feitos por empresas do setor sucroenergéti− co filiadas à SIAMIG. O protocolo prevê a possibilidade de reverter 0,4% que deveria ser recolhido a título de ICMS em obras de interesse público, aprovadas pelo comitê executivo for− mado para tal finalidade. Durante a vistoria, o governador destacou que a obra tem um significa− do expressivo, uma vez que o modelo proposto mostra a capacidade do Es− tado de fazer mais com menos. “Essa intervenção rodoviária é fruto de um mecanismo em que empresas que es−

tão crescendo e que, posteriormente, aumentarão sua arrecadação possam utilizar parte desse aumento para cus− tear a obra e, no futuro, abater aquilo que pagarão ao Estado”, explicou. De acordo com Zema, essa parce− ria tem viabilizado a atração de em− preendimentos para Minas Gerais, uma vez que muitos negócios deixam de ser atraídos porque não existe in− fraestrutura disponível em determina− das regiões. “Essa parceria é impor− tante para o desenvolvimento do es− tado. Temos nos esforçado para repli− car este modelo para outras regiões de Minas”, afirmou. Governador e autoridades visita− ram a obra e foram recepcionados pe−

SJC Bioenergia espera ter mais uma safra de recordes Na última temporada, companhia processou 9,3 milhões de toneladas de cana

A SJC Bioenergia alcançou ex− celentes resultados no ciclo de pro− dução 2020/2021, a Safra da Trans− formação. A empresa processou 9,3 milhões de toneladas de cana equi− valente e produziu 570 mil m3 de etanol total, 685 mil MWh de ener− gia, 350 mil toneladas de açúcar VHP e 185 mil toneladas de produtos pa− ra nutrição animal. Somente na safra de cana, a em− presa conquistou 47 recordes de pro− dução e 11 de segurança, como o re−

corde histórico da Usina São Francis− co (USF), que alcançou 96,64% de disponibilidade industrial e da Usina Rio Dourado (URD), que também teve recorde histórico de 98,9% de disponibilidade industrial durante a temporada. “Com uma equipe dedicada, a melhor tecnologia, gestão precisa de custos e investimentos corretos, sou− bemos superar os desafios que se apresentaram nessa safra e os transfor− mamos em excelentes resultados”, co− memora Abel Uchoa, diretor presi− dente da companhia. “Para a safra 2021/2022, acredito em uma forte demanda de açúcar, pe− tróleo recuperando consumo, câmbio elevado, preços e mix ao desejo do produtor. Todavia, para o clima, as previsões são de um período prolon− gado de seca, o que pode não favore− cer uma recuperação da produção de cana no curto prazo”, conclui Uchoa.

lo presidente da usina A previsão de conclusão da obra é junho. A implementação da passa− gem inferior estava suspensa desde 2012 e, graças à parceria entre o Es− tado e a Delta, foi possível a obten− ção dos recursos para a retomada do investimento. Entre os benefícios esperados está a maior segurança viária aos usuários e uma melhor conexão entre os mu− nicípios da região e Conceição das Alagoas, agilizando o escoamento de toda a produção sucroenergética, soja, sorgo, milho e leite. Outras duas obras foram entregues na região também devido à parceria entre o governo estadual e a empresa, totalizando R$ 17,9 milhões em in− vestimentos. Em fevereiro foi concluído con− vênio para melhoramento e pavimen− tação de trecho de 12,5 quilômetros da LMG−799, no entroncamento de Conceição das Alagoas e o Distrito da Capelinha do Barreiro, com investi− mentos de R$ 12,9 milhões. Já as obras de melhoramento e pavimenta− ção na LMG−509, que receberam R$ 2,9 milhões em investimentos, estão praticamente concluídas. Falta apenas a instalação da sinalização.



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LOGÍSTICA

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Movimentação de açúcar em terminal de ferrovia cresceu 29,9% em 2020 VLI é responsável pelo transporte de 25% da commodity exportada por Santos A VLI, empresa que administra o Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), na Bai− xada Santista, movimentou, em 2020, 12,6 milhões de toneladas entre açú− car, fertilizantes e grãos. Esse volume é 16,3% maior do que as 10,9 milhões de toneladas movimentadas no termi− nal em 2019 e 31,4% maior do que os 9,6 milhões movimentados em 2018. O acumulado de produtos do agronegócio exportados pelo termi− nal, como açúcar, milho e soja, supe− ra 8 milhões de toneladas, ou seja, re−

presenta mais de 63,5% do total das 12,6 milhões de toneladas de 2020. O aumento no volume transpor− tado pela empresa no Tiplam em 2020 é puxado pela alta de 26,7% na mo− vimentação de soja (2,5 milhões de toneladas, ante 2,0 milhões em 2019); e açúcar, produto que teve alta no vo−

lume transportado de 29,9% no pe− ríodo (3,9 milhões de toneladas ante 3,0 milhões em 2019). No Tiplam, a integração com o modal ferroviário e a chegada de 100% da carga exportada pelos trilhos tornam o processo de escoamento de produtos mais ágil e permite, por dia,

o recebimento médio de três compo− sições – cada uma com 80 vagões. Os números do ano passado re− forçam a importância dos ativos para o escoamento de açúcar e grãos produ− zidos no país. No setor de açúcar, a VLI já é responsável por movimentar 25% da commodity exportada por Santos – posição de liderança no seg− mento ferroviário. No ano passado, a companhia e a Tereos inauguraram dois armazéns de açúcar construídos no Tiplam e no terminal Guará, interior de São Pau− lo, frutos da parceria estabelecida pe− las empresas, que supera R$ 200 mi− lhões investidos em conjunto. Com capacidade para 240 mil toneladas, os dois armazéns foram essenciais para apoiar o aumento nas exportações de açúcar bruto da Tereos, estimado em 60% para esta safra.

22 mil toneladas de pellets de cana são exportadas pelo Porto de Antonina A biomassa foi produzida pela unidade Diamante, da Raízen, localizada em Jaú (SP), e será utilizada para a geração de energia sustentável O Porto de Antonina – PR em− barcou 22 mil toneladas de pellets de cana a granel no mês de abril. A ope− ração inédita foi realizada pela empre− sa arrendatária e operadora do porto, a Terminais Portuários da Ponta do Félix (TPPF) e o destino da carga foi o Porto de Imminghan, no Reino Unido. A biomassa, produzida pela unidade Diamante, da Raízen, locali− zada em Jaú − SP, será utilizada para a geração de energia sustentável. “Este ano, em janeiro, embarca− mos cerca de 19 mil toneladas do mesmo produto, aqui no berço 204 em Paranaguá. É uma satisfação muito grande ver que os portos do Paraná estão sendo cada vez mais atrativos para os novos produtos e novos mercados”, afirma o diretor− presidente da empresa Portos do Pa− raná, Luiz Fernando Garcia.

O procedimento de embarque é o mesmo utilizado para embarcar o farelo de soja pelo terminal. “Para a operação, o TPPF utiliza contêine− res especiais com aberturas laterais, acionadas quando o contêiner che− ga ao fundo do porão do navio. Es− sa operação mantém a hermeticida− de do produto durante o transporte do armazém até o cais, promovendo o maior cuidado com o meio am− biente”, explica o presidente Gil− berto Birkhan. De acordo com a empresa, a carga abre mercado para novas ex−

portações de pelo terminal que está adaptado para receber e operar car− gas especiais. A operadora afirma que a tendência do mercado de expor− tação de subprodutos da cana é de crescimento, já que a estimativa de produção da safra de cana 2021/2022 deverá ser maior do que a anterior. Outra novidade anunciada é que o Porto de Antonina está apto para receber navios com maior capacida− de de carga. O calado operacional do canal de acesso ao terminal passa de 8 para 8,5 metros, profundidade em

que as embarcações podem ficar submersas na água ao navegar para entrar ou sair do terminal. Com a mudança, o porto passou a ter capacidade para receber navios que transportem 2,5 mil toneladas a mais de produtos, alavancando as perspectivas de cargas novas. O ca− lado operacional do canal está sen− do restaurado por etapas. No ano passado passou de 7,5 para 8 metros. A expectativa é chegar até os 9,5 metros. Birkhan diz que a empresa rece− be com otimismo a notícia do au− mento de calado. “Isso faz crescer as nossas perspectivas de novas cargas, novos negócios. Trabalhando junto com a Portos do Paraná, creio que podemos ir além e alcançar profun− didades ainda maiores, o que au− mentaria os nossos diferenciais”, afirma. Segundo ele, o impacto desse aumento de calado será direto na primeira operação de embarque de farelo de soja em maio. “É muito importante contarmos com isso, porque seremos muito atrativos para cargas que merecem uma dedicação especial no manuseio”, completa o presidente da TPPF, se referindo ao farelo de soja não transgênico que é movimentado pelo terminal.



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ENERGIA

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54% da bioeletricidade de cana para o SIN é gerado pelo estado de São Paulo Minas Gerais ocupou a segunda posição no ranking O estado de São Paulo produziu 11.957 GWh para o Sistema Interli− gado Nacional (SIN), na safra 2020/2021, a partir apenas das usinas termelétricas no setor sucroenergéti− co. O volume é 2,1% superior ao re− gistrado na safra anterior, permitindo que o estado amplie sua liderança no ranking de geração de bioeletricidade para o SIN, chegando à participação de 54,4% da geração total. “A bioeletricidade do setor su− croenergético é produzida a partir de subprodutos e resíduos da fabricação de açúcar e etanol, tratando−se de uma fonte de energia carbono neutro. Atualmente, aproveitamos apensas 15% do potencial que a agroindústria possui, o que significa que temos dis− ponível no Brasil uma fonte de ener− gia renovável e sustentável capaz de apoiar o desenvolvimento socioeco−

nômico do país”, analisa Zilmar Sou− za, gerente em bioeletricidade da União da Indústria de Cana−de− Açúcar (UNICA). Minas Gerais ocupou a segunda posição no ranking, com 3.205 GWh de bioeletricidade sucroenergética, representando 14,6% do total produ− zido na safra 2020/2021, sem variação em relação à safra anterior. A terceira

posição ficou com Goiás, gerando 2.826 GWh de bioeletricidade su− croenergética na safra 2020/2021 (12,9% do total da safra), com uma queda de 8,4% em relação à 2019/2020; seguido por Mato Grosso do Sul, com 2.227 GWh (10,1% do total de 2020/2021), com uma varia− ção negativa de 9% em relação ao ano−safra anterior.

Paraná e do Mato Grosso fecham o ranking dos seis estados mais re− presentativos na geração de bioele− tricidade para a rede, produzindo 759 GWh e 249 GWh, respectivamente, correspondendo a 3,5% e a 1,1% da bioeletricidade para o SIN na safra 2020/2021 (redução no volume de 14,7% e 1,6%, respectivamente, em relação à 2019/2020). A produção total de bioeletrici− dade desses seis estados foi de 21.223 GWh, representando 96,5% de toda a bioeletricidade ofertada para o SIN na safra 2020/2021, com a maior parte concentrada justa− mente no período seco do setor elétrico brasileiro. “A geração de 21,2 mil GWh na safra 2020/21 foi equivalente a pou− par 15% da energia capaz de ser ar− mazenada, sob a forma de água, nos reservatórios das hidrelétricas no submercado Sudeste/Centro−Oeste, por conta da maior previsibilidade e disponibilidade da bioeletricidade no período seco e crítico para o setor elétrico”, conclui Souza.

Programa Energia Verde certifica terceiro consumidor de bioeletricidade Certificação já foram entregues a 60 usinas A Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Copercana), de Sertãozinho (SP), é o terceiro consumidor de bio− eletricidade a obter o Selo Energia Verde referente à edição 2021. O Selo foi emitido, no dia 12 de maio, pela União da Indústria de Ca− na−de−Açúcar (UNICA) e faz parte do Programa de Certificação da Bio− eletricidade, iniciativa da Associação em parceria com a Câmara de Co− mercialização de Energia Elétrica (CCEE) e apoio da Associação Brasi− leira dos Comercializadores de Ener− gia (Abraceel). Desde 2015, o Programa vem cer− tificando usinas produtoras, comercia− lizadoras e consumidores de energia renovável advinda da bioeletricidade produzida a partir da palha e do baga− ço de cana. Neste caso específico, a Copercana adquire energia da fonte de

biomassa de usina associada à UNICA, a Viralcool Açúcar e Álcool, conforme as diretrizes estabelecidas pelo Progra− ma e contrato registrado CCEE. Trata−se da primeira inciativa no mundo focada estritamente no setor sucroenergético. Com renovação anual e sem custos para os agentes, o programa visa reconhecer e incenti− var a ampliação da produção de ener− gia através da biomassa da cana. A ini− ciativa contribui para qualificar e va− lorizar cada vez mais a geração de energia sustentável a partir da bio−

massa que tem papel fundamental no suporte ao setor de energia. Atualmente, 60 unidades sucroe− nergéticas detêm o Certificado Ener− gia Verde. Isso permite que comercia− lizadoras e consumidores do mercado livre que adquirirem bioeletricidade dessas empresas possam receber o Se− lo Energia Verde da Unica. “A possibilidade de concessão do Selo Energia Verde passou a ser possí− vel a partir da Edição de 2018 e foi justamente a Copercana, naquele ano, o primeiro consumidor a receber o

Selo Energia Verde”, comenta Zilmar Souza, gerente em Bioeletricidade da UNICA. Para Souza, verifica−se uma de− manda muito grande pelo mercado livre de energia elétrica em apoiar iniciativas que estimulem práticas sus− tentáveis e o Selo Energia Verde con− tribui para consumidores e comercia− lizadoras demostrarem suas preocupa− ções com o desenvolvimento susten− tável ao mesmo tempo em que esti− mula a expansão da bioeletricidade na matriz elétrica brasileira.



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AGRÍCOLA

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Fungo-verde ajuda no controle da cigarrinha Praga é inimiga da produtividade e causa muitos prejuízos no canavial A partir deste mês, a Associação dos Fornecedores de Cana do Esta− do (AFCP), através do Departamen− to Técnico, inicia a distribuição gra− tuita do “fungo−verde” Metarhizium anizopliae para todos os produtores sócios que estiverem enfrentando problemas com a cigarrinha nos ca− naviais. O fungo é produzido diaria− mente pelo laboratório específico do órgão para o controle biológico da praga, tendo inclusive um estoque suficiente para começar sua distri− buição, e já pode ser solicitado em sua sede no Recife – PE. A quantidade do fungo entregue ao associado é proporcional à área informada de infestação da cigarri− nha. O vice−presidente e diretor do Dep. Técnico da AFCP, Paulo Gio− vanni Tapety explica que existem técnicos à disposição para levanta− mento populacional e recomenda−

ções para sua aplicação. O pedido do sócio entra na programação de dis− tribuição e o produtor levará o fun− go no dia programado. É preciso le− var um recipiente para manutenção térmica (ex. isopor com gelo) com capacidade de armazenar e acondi− cionar o produto até a propriedade. Segundo o agrônomo da Coo− perativa dos Fornecedores de Cana (Coaf), Geraldo Barros, baseado em informações da Agência Embrapa, deve ser garantida a dose mínima de 200 gramas por hectare de esporos

do fungo. Conforme aponta, a apli− cação atinge as ninfas e adultos da cigarrinha da folha, que deve ser fei− ta com o uso de 250 litros de água por hectare. O laboratório da AFCP faz a inoculação de 100 kg diários e após 15 dias de germinação já está pronto para atender a necessidade dos associados. Desse modo, segundo alerta Ta− pety, é importante fazer a observação nos canaviais, principalmente nas áreas mais úmidas. Nestas áreas de várzeas é onde ocorre as maiores in−

cidências da cigarrinha. “Não deixe de usar adesivo na calda neste perío− do chuvoso, para uma melhor fixa− ção dos esporos. Lembrar também que após a lavagem do arroz para re− tirada do fungo é importante fazer a distribuição deste meio de cultura, jogado a lanço dentro do canavial”, explica o vice−presidente. Outras condições indispensáveis para o sucesso no aproveitamento da aplicação do fungo, conforme acrescenta Barros com base nos da− dos da Agência Embrapa de Infor− mação Tecnológica (Ageitec), é a umidade elevada seguida de verani− co e a temperatura de 25°C a 27°C. Além disso, que a aplicação ocorra à tarde ou à noite. “Após um longo período de se− ca, as chuvas voltaram e observo o surgimento da cigarrinha na área canavieira de Pernambuco. Portan− to, o associado deve começar o combate biológico o mais breve, o mesmo não terá custo para adquirir o produto que é recomendado para controle da praga sem agredir o meio ambiente”, diz Ricardo Mou− ra, agrônomo do Departamento Técnico da AFCP.

CANA 2021: Como proteger sua produção na seca e melhorar resultados Tecnologia de nutrição foliar da EUROFORTE que diminui os efeitos perversos do estresse hídrico e de temperatura na planta, resultando em ganhos de até 9 TCH As chuvas que ocorreram no primeiro trimestre de 2021 foram muito abaixo do esperado, acenden− do um alerta para os produtores de cana−de− açúcar no centro−sul do Brasil. Projeções da Data− gro estimam que a produção de cana em 2021 vai encolher 21 milhões de toneladas, 3,45% a menos do que era esperado caso as condições hídricas e de temperatura estivessem adequadas para o cultivo. Para mitigar os efeitos negativos da seca e au− mentar a produtividade da cana−de−açúcar, a EU− ROFORTE, indústria de tecnologia agrícola, lan− çou o EURODRY, uma tecnologia de nutrição fo− liar que protege o canavial do estresse hídrico e de temperatura, preserva a produtividade e garante a maior rentabilidade. A tecnologia deve ser aplicada no início da es− tação da seca, nos meses de maio e junho, a fim de

estimular a atividade fotossintética e preservar a massa verde, tornando a cana mais tolerante aos es− tresses climáticos. Diversas pesquisas de campo têm comprovado os bons resultados dessa inovação.

Pesquisas na safra 2019/2020, região de Pereira Barreto − SP, indicaram aumento de 6,95 toneladas de cana por hectare (TCH) nas áreas tratadas com EURODRY em comparação às áreas de controle. Na região da Alta Mogiana, o aumento foi maior, de 8,20 TCH, e em Nova Independência – SP, o EU− RODRY possibilitou ganhos de 9,4 TCH. EURODRY é uma solução em calda−pronta, superconcentrada em micronutrientes, aditivada com nutribióticos elicitores de alta performance e que estimulam a fotossíntese e o metabolismo de defesa natural da planta, deixando seu canavial mais tole− rante aos estresses, ampliando sua longevidade e au− mentando os níveis de ATR e TCH na colheita. EURODRY é enriquecido com CICLOHEP− TOSE, um conjunto de nutribióticos sinérgicos que garante o melhor desempenho da nutrição foliar na planta, estimula a absorção de nutrientes e poten− cializa o desempenho da lavoura. Componente in− dispensável nas tecnologias da EUROFORTE, a CICLOHEPTOSE é continuamente aprimorada em harmonia com os resultados de pesquisas de longa duração em lavouras parceiras. Esse é o momento certo para driblar as intem− péries climáticas e de fazer sua parte para lhe ga− rantir uma boa produtividade agrícola em 2021. Fa− le com o time de vendas da EUROFORTE para mais informações.


AGRÍCOLA

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Óxidos são o melhor investimento na cana soca Retorno de até 10 vezes do valor investido impressiona especialistas O uso de óxidos de Ca e Mg na cana−de−açúcar tem mostrado resultados surpreendentes, em especial na cana soca. As vantagens vão desde o incremento de TCH e ATR até o retorno − praticamente imediato e em ordem exponencial − do valor investido. O qual, por sua vez, ocorre em apenas uma safra. O Oxiflux, da Caltec é um pro− duto de alto desempenho que garan− te bons resultados e, em épocas de crise, retorna mais ainda. Uma vez que, sua rápida reação no solo de− pende de pouca umidade. Em perío− dos de déficits hídricos, como tem sido o ano de 2021, o Oxiflux é a melhor opção para alcançar resulta− dos sem estourar o orçamento. Isso porque, mesmo com pouca chuva entrega resultado e garante um retor− no de até 10 vezes o valor aplicado. Em áreas testes, acompanhadas por especialistas, é visível a diferença en− tre a cana com Oxiflux e com trata− mento padrão (ver imagem). Além disso, as tecnologias embar− cadas Mg+, Flux e OxyPro, permitem que o produto se encaixe em qual−

quer manejo realizado pela usina, ou seja, pode ser aplicado facilmente com qualquer equipamento, dispensando investimento em maquinários ou adaptações. Se destaca também, pelo fato de ser o único produto que transpõe o colchão de palha, chega rapidamente até o solo e reage de

forma imediata. Esse conjunto de tecnologias o tornam um produto di− ferenciado, uma vez que seu posicio− namento técnico e a possibilidade de baixa dosagem, entregam seguramen− te o melhor custo−benefício do mer− cado sucro. É importante observar que: em

um ano de safra com alta instabilida− de climática e boas perspectivas de precificação de açúcar e etanol, um canavial produtivo é fundamental para o desenvolvimento econômico. As usinas que fizeram uso de Oxiflux hoje comemoram, pois estão com resultados satisfatórios.


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AGRÍCOLA

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RB005014

RB006970

RB036152

RB041443

RB064292

RB108519

RB961003

RB975033

RB987917

Ridesa lança 21 variedades de cana-de-açúcar É a terceira liberação nacional da Rede que coincide com o período de comemoração dos 50 anos de variedades RB e 30 anos da Ridesa

A Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento Sucroenergético (Ridesa) lança neste ano, 21 variedades de cana−de−açúcar.Trata−se da tercei− ra liberação nacional feita pela institui− ção e que coincide com o período de comemoração dos 50 anos de varieda− des RB e 30 anos da Ridesa, completa− mos em 2020, mas devido à pandemia, foi postergada para este ano. As novas cultivares são indicadas pa− ra diferentes ambientes de produção, sendo quatro delas desenvolvidas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR); cinco pela Federal de São Carlos (UFSCar); seis pela Federal de Alagoas (UFAL), uma pela Federal de Goiás (UFG); uma pela Federal de Vi− çosa (UFV); uma pela Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e três pela Fe−

deral Rural de Pernambuco (UFRPE). Criada entre 1990 e 1991, a Ridesa substituiu o Programa Nacional de Me− lhoramento da Cana−de−açúcar (Pla− nalsucar), implantado pelo Governo Federal na década de 70, com o objeti− vo de promover a melhoria dos rendi− mentos da cultura, tanto no campo quanto na indústria. A partir de 90, com a sua extinção, a Ridesa, formada por dez universidades, assume o papel de instituição pública para o desenvolvi− mento do programa de pesquisa com melhoramento genético e desenvolvi− mento de novas cultivares de cana. Atualmente, a Ridesa é conveniada com 298 usinas no Brasil, o que representa, aproximadamente, 80% das empresas brasileiras produtoras de cana, açúcar, etanol e bioeletricidade. “Ao todo, considerando os 50 anos de pesquisa de melhoramento genético, desde a criação do Planalsucar, já foram lançadas 114 variedades de cana, sendo 60 a partir da criação da Ridesa. Muitas dessas variedades tiveram e tem muita representação em áreas cultivadas, como a RB867515, que é a mais cultivada no país. Desenvolvida na Universidade Fe− deral de Viçosa, em 1998, faz parte de uma série cujo desenvolvimento iniciou no Planalsucar. Como também as varie− dades RB966928 e RB92579. A RB966928 desenvolvida pela UFPR foi

liberada em 2010 e está presente em 13% da área nacional cultivada com ca− na−de−açúcar” e a RB92579 desen− volvida pela UFAL foi liberada em 2003 e está presente em mais de 9% da área nacional, explicou o coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Cana−de−Açúcar na UFPR, profes− sor Ricardo Augusto de Oliveira. Oliveira explica que o processo de melhoramento genético desde o início das pesquisas até a descoberta de uma nova variedade de cana−de−açúcar le− va 15 anos, em média. Ao falar sobre as novas variedades, o professor ressalta que algumas estão em áreas de validação co− mercial e outras já começaram a entrar em áreas comerciais nas usinas. Há cul− tivares com alto teor de sacarose, outras precoces para início de safra, para meio e final de safra e também há variedades mais rústicas, recomendadas para am− bientes de mais restrição ambiental, ou seja, com menor fertilidade do solo e menor disponibilidade hídrica, com boa tolerância a seca. “A RB006970 tem alto teor de sa− carose e apresenta um período de co− lheita maior, podendo ser colhida do início ao meio de safra. Ela é recomen− da para cultivo em ambientes de alta a média fertilidade, com melhores resul− tados quando cultivada em solos com boa retenção de umidade. Já a varieda−

de RB036152 tem resultados melhores em solos de média à baixa fertilidade.Ao longo dos cortes, ela apresenta elevados rendimentos agrícolas e possui teor de sacarose de médio a alto”, afirma Ricar− do. Essas variedades foram desenvolvi− das pela UFPR. Outros destaques são para a RB108519, desenvolvida pela UFRRJ, uma variedade rústica, que tem alto potencial produtivo e tolera períodos de veranico. A RB961003, desenvolvi− da pela UFAL, que tem uma alta res− posta à irrigação, e a RB041443, que está com grande expansão para áreas comerciais em Pernambuco, desenvol− vida pela UFRPE. A cultivar RB005014 com exce− lentes resultados de produtividade e sa− nidade, tem apresentado excelente co− lheitabilidade e a RB975033 com ele− vado teor de sacarose e recomendada para ambientes restritivos, desenvolvidas pela UFSCar. Tem também a cultivar RB064292 com elevada produtividade agrícola e excelente perfilhamento, indicada para o meio de safra, obtida pela UFG e a cul− tivar RB987917 recomendada para ambientes favoráveis e com período de colheita no meio ao final da safra, de− senvolvida pela UFV, entre outras que poderão contribuir com o setor sucroe− nergético do Brasil.



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ESPECIAL COVID

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Brenda Lopes

Usinas contribuem para amenizar impactos da Covid19 à sociedade

Caique Rossi

Autoridades e representantes de ONGs ligadas ao setor explicam

Grupos e usinas do setor sucroe− nergético estão unidos para dar supor− te à sociedade civil na luta contra à Co− vid−19. A pandemia também adequou as usinas de cana aos padrões exigidos por lei para saúde e segurança do tra− balho. Além disso, a ação estratégica de SSMA garantiu o planejamento inicial de safra e ainda permitiu que as opera− ções se tornassem mais eficientes. Agora, na segunda onda, os desafios continuam, porém, mais uma vez, o se− tor mostra ser um exemplo competen− te contra o coronavírus, por meio de ações de prevenção e segurança nas operações. Mas o grande destaque nes− se momento é como as usinas apoiam a sociedade através de doações de ali− mentos, EPIs voltadas para atendimen− to médico, álcool 70% entre outras ne− cessidades importantes. Para dar mais visibilidade e fomen− tar essas ações, o JornalCana promoveu no dia 28 de abril, a Live USINA DO BEM: A contribuição das usinas à so− ciedade na luta contra a Covid−19 pa− ra mostrar depoimentos de autoridades e representantes de entidades beneficia− das com doações de usinas. “Nos juntamos à ONG Banco de Alimentos na campanha “O Brasil que come, alimenta o que tem fome”. Essa é uma ampla campanha para captar R$ 1 milhão em doações para os mais atin− gidos pela crise da pandemia, capita− neada pela ONG Banco de Alimentos, que possui 23 anos na batalha diária contra a fome e o desperdício de ali− mentos no Brasil. Para contribuir basta acessar o site bancodealimentos.org.br”, explicou Josias Messias, diretor da Pro− cana e moderador do evento online. A live teve patrocínio da AxiAgro; da GDT by Pró−Usinas; da HRC; da Project Builder; S−PAA Soteica e da Telog e contou com as presenças Cai− que Rossi, prefeito de Penápolis (SP);

Ciro Veneroni, prefeito de Avanhanda− va (SP) Dr. Rodrigo, prefeito de Bar− bosa (SP); Jorge Uatanabi do Prado, se− cretário de saúde de Guaíra (SP); Lu− ciano Rodrigues, assessor Econômico da UNICA e Rubikinho, coordenador do Projeto “Agro Contra o Câncer”, do Hospital do Amor de Barretos. Luciano Rodrigues apresentou um panorama geral das ações feitas pelas usinas durante a pandemia. Ele ressaltou que, mesmo tendo sofrido os impactos da pandemia, as usinas im− plantaram medidas para garantir a proteção dos seus colaboradores, in− clusive, foi criado um Protocolo da Covid−19 pela UNICA que colabo− rou neste sentido, garantindo a conti− nuidade das atividades. Na sequência, organizaram doa− ções significativas de álcool 70% com a entrega de 1,4 milhão de litros para o estado de São Paulo e a distribuição de mais 600 para outros estados. Além dos 332 mil litros doados em outubro passado para garantir a realização das eleições. “Individualmente, as usinas também fizeram as doações de álcool gel e 70%, equipamentos, máscaras e cilindros de oxigênio às entidades e hospitais, deram apoio psicológico aos funcionários. O setor tem se coloca− do de forma bastante importante em todas as demandas, cada uma fez na sua região”, afirmou. José Rubens de Carvalho, o 'Rubi− kinho, detalhou as dificuldades enfren− tadas pelo Hospital de Amor, de Barre− tos – SP, a maior instituição de trata− mento oncológico da América Latina, que atende 225 mil pacientes de 2345 cidades de todos os estados por ano, além de milhares de exames de mamo− grafias e exames de papanicolau reali− zados pelas unidades móveis que circu− lam até uma distancia de 250 km das unidades físicas da instituição. “O déficit mensal do hospital é de R$ 30 milhões a R$ 32 milhões. Por isso, precisamos da ajuda de todos e o

Cesar Miranda Ciro Veneroni

agro tem conseguido contribuir para nos ajudar”, disse. Uma das ajudas é feita através do Projeto Energia do Bem, iniciativa idealizada pela Comerc Energia, com o intuito de reduzir o custo de energia do hospital, realizan− do a migração da energia através do mercado livre de energia, proporcio− nando uma redução média de 30% na conta da instituição. “Temos uma conta entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2 bilhões por mês e as usinas estão doando em torno de 30% em energia. Fazem parte deste proje− to a Tereos, a Viralcool, a Cofco, a Co− cal, a Colorado, a São José da Estiva; a Ipiranga, a São Martinho e a Santa Isabel. Se cada uma das outras usinas também fizessem doações, em pouco tempo, estaríamos pagando zero de energia”, afirmou. Outro projeto do qual o segmen− to participa é o Agro contra o Cân− cer, pelo qual são doados R$ 0,03; R$ 0,05, R$ 0,07 ou R$ 0,10 por cada tonelada de cana que o fornece− dor entrega na usina. “Já temos diver− sos fornecedores doando e as usinas que já aderiram ao programa é a Pe− dra, São Martinho e Jalles Machado, de Goiás”, contou. Além disso, Rubikinho ressaltou que, desde o início da pandemia, o hos− pital não precisou comprar nenhum li−

tro de álcool 70% e álcool gel.“Ganha− mos também máscaras, equipamentos de proteção individual.As usinas na re− gião de Barretos nos atenderam de uma maneira impressionante. Somos gratos ao trabalho das usinas, pelo que elas têm feito há muito tempo. Realmente as usinas fazem uma diferença muito grande na vida das pessoas”, finalizou. O prefeito de Barbosa −SP, Dr. Rodrigo, destacou o apoio da Usina Diana com doação de álcool 70%, teste de Covid−19 e todo benefício ao município, através da geração de em− pregos e renda, oferecendo mais segu− rança às pessoas neste momento tão difícil. “A principal fonte de geração de emprego e renda são as usinas aqui na nossa região. Além da Diana, a Ipa− nema começou a funcionar o ano passado e trouxe também um grande benefício para o município e este ano, deve entrar em funcionamento a Aliança”, disse. Caique Rossi, prefeito de Penápo− lis −SP, afirmou que as usinas Diana e Clealco são parceiras e já contribuíam bastante antes mesmo da pandemia. “Fizemos um movimento para arreca− dar insumos e equipamentos para Santa Casa do município, que tem mais de 100 anos e atende mais de 100 mil ha− bitantes das sete cidades da nossa região, e as usinas nos ajudaram. A Usina Dia−


ESPECIAL COVID

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Jorge Uatanabi do Prado

Luciano Rodrigues

José Rubens de Carvalho

Rodrigo Barbosa

na fez doações significativas, entre elas, um leito completo para o hospital, pas− sando de R$ 100 mil em doações. E a Clealco, doou 1500 litros de álcool 70% e tende complementar com uma doa− ção de R$ 30 mil”. Jorge Uatanabi do Prado, secretário de saúde de Guaíra −SP, explanou so− bre o relacionamento com as usinas si− tuadas na região do município guairen− se, como a Tereos, a Guairá e Colorado, que doaram além de álcool 70%, cestas básicas, insumos hospitalares, respirado− res e cilindros de oxigênio, entre outros. “Antes da pandemia, recebemos uma doação de R$ 150 mil da Tereos que nos ajudou a adequar o hospital lo− cal, trazendo o pronto−socorro para o local. A usina também doou álcool de 70%. A Guaíra cestas básicas e álcool 70%. Além disso, acompanhei o proto− colo de segurança e prevenção à Co− vid−19 que também muito contribuiu para o controle da pandemia”, esclare− ceu. Prado ainda citou a doação de 710 cestas básicas e álcool gel feita em par− ceria com a Coopercitrus. César Miranda, secretário de Esta− do de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, disse que o setor sucroe− nergético é fantástico e comentou so− bre as doações feitas pelas usinas, como os mais de 300 mil litros de álcool no início da pandemia, o empréstimo de cilindros de oxigênio e outras doações.

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“Em um final de semana arrecadamos R$ 1 milhão para comprar 230 cilin− dros e 750 cargas. Foi uma iniciativa coordenada pelas usinas, que também nos ajudaram com a doação para a fa− bricação de 100 mil litros de álcool gel produzidos com a Universidade Fede− ral de Mato Grosso”. Brenda Lopes, diretora de Proje− tos do Instituto Manguezal, detalhou a ajuda da Usina Pagrisa, localizada em Ulianópolis − PA, para a criação do projeto Manguezal, que gerou em− prego e renda, além de contribuir com o meio−ambiente com a coleta sele− tiva de lixo. “O investimento inicial para a implantação do projeto foi de R$ 200 mil”, contou. Ciro Veneroni, prefeito de Ava− nhandava −SP, ressaltou a sensibilidade dos proprietários da Usina Diana, Ri− cardo e Renata, que sempre contri− buem com o município. “Em uma vi− sita às escolas do município, a Renata viu os computadores velhos e fez a doação de 60 tablet. A Usina dá ainda apoio para projetos de esporte e sociais. Doaram álcool 70% também. São nos− sos parceiros”, concluiu.

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ESPECIAL COVID

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Coplacana doará R$ 2,5 mi para 12 hospitais Em assembleia, cooperados decidiram fazer a doação para ajudar no controle da pandemia Os cooperados da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) aprovaram a doa− ção de R$ 2,5 milhões para ajudar no combate à pandemia durante reunião de assembleia da entidade, realizada no dia 30 de março. Doze hospitais dos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul serão beneficiados com a iniciativa, que irá fornecer equipamentos, insumos e/ou quantia em espécie. “Essa ação vai beneficiar não só a comunidade ao nosso redor, queremos cumprir o nosso papel como coope− rativa auxiliando a sociedade. Nós percebemos a dificuldade dos hospi− tais durante este período, que por muitas vezes sofrem com a falta de in− sumos; equipes médicas para atender os pacientes e até mesmo recursos. Então, essa doação será um grande auxílio para essas entidades”, afirmou

Cooperados aprovaram a doação que beneficiará doze hospitais dos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul

Arnaldo Bortoletto, presidente da Coplacana, informando que a inicia− tiva partiu dos cooperados e foi en− dossada pela diretoria da cooperativa No Estado de São Paulo, o Hos− pital dos Fornecedores de Cana, loca− lizado em Piracicaba será um dos be− neficiados. Nas cidades paulistas de Assis, Avaré, Barra Bonita, Catanduva,

Itapetininga, Macatuba, Penápolis, São José do Rio Preto,Taquarituba,Valpa− raíso e Costa Rica, a doação será des− tinada às Santas Casas dos municípios. Já no estado de Goiás, a instituição beneficiada será o Hospital do Câncer, em Rio Verde. A cooperativa vem auxiliando no combate à Covid−19 desde o ano

passado através de diversas atividades em prol da comunidade como doa− ções de cestas básicas, móveis, másca− ras, roupas de cama e álcool em gel para fortalecer o trabalho de entidades que auxiliam a população em vulne− rabilidade social. “Os projetos socioambientais em 2020 foram voltados ao combate à pandemia. Numa força conjunta de colaboradores voluntários, cooperados, gestores de nossas filiais e diretoria da Coplacana, pudemos todos cooperar com ações voltadas a diversas esferas da sociedade, prefeituras, entidades e or− ganizações. Nosso foco de doações se baseou nessa necessidade em atender o mínimo, das necessidades básicas que a população tanto precisa nesse mo− mento”, comenta Andrea Diehl, ges− tora de projetos socioambientais da Coplacana. “Certamente nós vamos transfor− mar vidas com essas doações aos hos− pitais neste momento de dificuldade. Essa ação tem total conexão com o nosso propósito e com um dos prin− cípios do cooperativismo que nos diz que é o nosso dever apoiar e cuidar das comunidades onde estamos inseridos”, complementa Marcos Marcos Farhat, diretor administrativo da Coplacana.


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FS contribui para implantação de laboratório que realiza testes de Covid-19

Usina Lins realiza doação de dois transformadores para Santa Casa de Lins A Usina Lins vem contribuindo para amenizar o impacto da Covid− 19 na região de sua atuação. Recen− temente, a usina doou dois transfor− madores (150 KVA e 225 KVA) para a Associação Hospitalar Santa Casa de Lins− SP, totalizando R$ 24.000,00. A companhia também fez a doação de materiais e equipamentos hospitalares para a Irmandade Santa Casa de Mi− sericórdia de Cafelândia, no valor de R$ 18.870,00. Para a diretoria da usina é preciso ter união e consciência coletiva para atravessar este período pandêmico.

Neste contexto, desde o ano passado, a empresa vem fazendo a doação de ál− cool 70%, tendo doado até o mo− mento, 28.320 litros para 31 institui− ções das cidades de Lins, Cafelândia, Pongaí, Sabino, Uru, Getulina, Guai− çara, Guaimbê, Guarantã, Promissão, Balbinos e Reginópolis. “Juntos vamos contribuir para o desenvolvimento sustentável do nosso setor e de toda sociedade, pois so− mente com a soma dos nossos esfor− ços é que vamos seguir produzindo energia que se transforma em com− bustível para a vida”, afirma a usina.

A FS, primeira e maior produtora de etanol do Brasil que utiliza 100% do milho na fabricação dos seus produtos, vem trabalhando constantemente para auxiliar no combate ao novo corona− vírus no Brasil. Desde o início da pan− demia, adotou um rigoroso protocolo interno para cuidar da saúde dos seus colaboradores e familiares, já que a empresa é listada como atividade es− sencial e opera 24h por dia, todos os dias da semana. Preocupada também no combate à pandemia no Estado de Mato Grosso e outras regiões do país, vem realizando doações de álcool liquido 70%, em parceria com o Sindalcool/MT (Sin− dicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso), que são utilizados para higienização de escolas, hospitais, ambulâncias e viaturas. Até agora, foram doados 200 mil litros pa− ra diversas cidades do Estado, incluin− do a capital Cuiabá. Além de Mato Grosso, o Estado do Pará também re− cebeu doações. Em Lucas do Rio Verde, cidade se− de da companhia, foi a única empresa do setor privado a auxiliar na compra

de equipamentos para implantação do primeiro laboratório de Biologia e Diagnóstico Molecular do Campus IFMT, que realiza testes de RT−PCR com mais agilidade, e também realizou doações para compra de equipamentos para o Hospital Municipal São Lucas. Além disso, foram doados cilindros de oxigênio para o programa Oxigênio Solidário, liderado pela UNEM (União Nacional do Etanol de Milho) e SE− DEC – MT (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Ma− to Grosso) para reposição de oxigênio para a saúde pública do Estado.


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GESTÃO

Maio 2021

Acordos salariais devem repor a inflação Medidas provisórias que tratam da flexibilização da legislação trabalhista deverão ter pouca influência no rumo dessas negociações

As negociações trabalhistas já mo− vimentam sindicatos e usinas do setor sucroenergético. A reposição da infla− ção vem predominando nos acordos recentemente fechados e devem em− basar as demais negociações. O im− pacto das medidas provisórias 1045 e 1046/21 que tratam da flexibilização da legislação trabalhista deverão ter pouca influência no rumo dessas ne− gociações. Editadas pelo governo com ob− jetivo de promover a preservação do emprego, a sustentabilidade e a eco− nomia na era Covid−19, as medidas flexibilizam regras sobre teletraba− lho, antecipação de férias indivi− duais, concessão de férias coletivas, aproveitamento e a antecipação de feriados, banco de horas, suspensão de exigências administrativas em se− gurança e saúde no trabalho e adia− mento do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Para José Darciso Rui, diretor executivo e fundador do Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria Canavieira (Gerhai), a lei chegou um pouco atrasada e terá pouco eficácia para o setor. “A lei chegou tarde, pois já estamos em ple− na safra e muitos já foram contratados. Deveria ter sido publicada após o tér−

José Darciso Rui

mino da última MP da crise, que se encerrou em dezembro de 2020. As usinas estão em atividade em turno de 24 horas. Não tem como reduzir, jor− nada”, disse. Com relação aos acordos de nego− ciação coletiva, o diretor do Gerhai, in− formou que os reajustes salariais deve− rão ficar dentro da reposição de infla− ção. “No ano passado tivemos reajuste zero, e esse ano o INPC superou a ca− sa dos 7%, então dificilmente não tere− mos um reajuste salarial, dentro desses parâmetros da inflação”, finalizou. O advogado João dos Reis, es− pecialista em negociações coletivas, também acredita que as medidas terão pouca repercussão nos acor− dos. “Não vai ter impacto para o setor na região sul, pois estamos no período da safra. Este é o momen− to de pico de atividade do setor”. Com relação aos percentuais de reajuste ele disse que nem o Banco Central conseguiu prever a inflação acima dos 7%. Logo nenhuma em− presa havia previsto em seus orça− mentos mais do que 5%. Ele informou que alguns sindica− tos já fecharam acordos, e provavel− mente esses valores deverão balizar as próximas negociações. Mas assegura que “reajustes acima da inflação serão quase impossíveis.” Ele disse que está surpreso com a maturidade dos sindi− catos. Antes pediam 10% acima da in− flação, mas hoje, eles estão com uma postura mais madura e consciente do momento pelo que estamos passando.

“Pois se a inflação é ruim para o em− pregado, também é ruim para o em− pregador. Estamos dependendo de um sistema de vacinação eficiente para que a economia possa voltar a todo vapor.

Acordos já realizados Os sindicatos de trabalhadores e algumas usinas já avançaram nas ne− gociações da campanha salarial. Ape− sar de não assegurarem aumento real, os acordos fechados até aqui têm ga− rantido a reposição da inflação. Edson Dias Bicalho, secretário geral da FE− QUIMFAR (Federação dos Trabalha− dores nas Indústrias Químicas e Far− macêuticas do Estado de SP) e presi− dente do Sindicato dos Químicos de Bauru e Região), avalia de forma po− sitiva os acordos que já foram fecha− dos, com índices próximos da infla− ção. “Estamos conquistando impor− tantes acordos beneficiando a catego− ria.” A FEQUIMFAR e seus Sindica− tos filiados representam 23 mil traba− lhadores no setor.

Região de S. J. Rio Preto O Sindicato dos Químicos de São José do Rio Preto, já fechou acordo coletivo de trabalho com 5 empresas do setor. Os trabalhadores do Grupo Co− lombo (com 3 unidades) conquistaram reajuste de 7% em todos os salários, reajuste de 12,7% no vale−alimentação, verba indenizatória de 96% do valor praticado. Já os trabalhadores do Gru− po Tietê (com 2 unidades) conquista− ram reajuste de 7% em todos os salários

e reajuste de 13,02% no vale−alimen− tação. Nos dois grupos empresariais, as demais clausulas dos Acordos Coletivos de Trabalho foram mantidas.

Região de Prudente O Sindicato dos Químicos de Presidente Prudente já fechou acordo com a usina Cocal (Unidade de Na− randiba), que garante a aplicação do índice do INPC do ano passado (2,46%) nos salários a partir de 1°de março de 2021; e, a partir de 1º de maio, os salários serão novamente rea− justados com INPC integral. Também foi concedido um reajuste de 9,40% no vale−alimentação, além de manu− tenção de todas as demais cláusulas do Acordo Coletivo.

Região de Ipaussu Cerca de 150 trabalhadores da usina Santa Maria serão beneficiados com o acordo firmado pelo Sindica− to dos Químicos de Ipaussu. Os tra− balhadores conquistaram reajuste sa− larial de 7,68% a partir da data−base 1º de maio, além da manutenção de todas as cláusulas do Acordo Coleti− vo de Trabalho.

Região de Marília O Sindicato dos Químicos de Marília, fechou acordo com a Cocal, de Paraguaçu Paulista, com reposição de 2,46% nos salários de março; e rea− juste de 100% do INPC a partir da data−base 1° de maio. Cerca de 400 trabalhadores serão beneficiados.




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