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Outubro 2021
Série 2
Número 331
PLANETÁRIO REVOLUTION INTELIGENTE NO DESIGN, ROBUSTO NA TECNOLOGIA
O redutor mais compacto e com a maior densidade de torque do Mercado
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CARTA AO LEITOR
Setembro 2021
índice EVENTOS enasucro&Agrocana é adiada mais uma vez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 As usinas com melhor performance serão destacadas no MasterCana Centro-Sul . . . . . .6
carta ao leitor Andréia Vital - redacao@procana.com.br
MERCADO Queda na safra reduz produção de etanol hidratado em Minas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 A eletrificação veio para ficar, mas com a ajuda do etanol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 e 9 Bioeletrificação: protagonista ou coadjuvante? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 e 11 Açúcar pode aumentar autonomia de bateria para motor de carro elétrico . . . . . . . . . . .12 VW e Unicamp assinam termo para apoio a pesquisas ligadas ao etanol . . . . . . . . . . . . .12 Crise energética global eleva importância do setor bioenergético . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 Aumento do preço dos insumos impacta produção de etanol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 Biomassa lidera volume comercializado em leilão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 Raízen vai investir R$ 150 milhões em nova planta para gerar bioeletricidade . . . . . . . .14 Jalles Machado avança com projeto de biogás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 Raízen faz 1ª comercialização de biometano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 AGU reverte decisão que obrigava União a ressarcir R$ 17 milhões à usina . . . . . . . . . . .17
INDUSTRIAL Planetário Revolution – Inteligente no design, robusto na tecnologia . . . . . . . . . . .18 e 19 Confiabilidade industrial mobiliza usinas do setor bioenergético . . . . . . . . . . . . . . .20 e 21 Especialistas mostram como otimizar os processos para aumentar a produção de açúcar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22 e 23 Usina incrementa R$ 1,2 milhão por safra com novo sistema para limpeza de esteirão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 Thermic realiza manutenção de usinas e atendimento personalizado . . . . . . . . . . . . . . .24
AGRÍCOLA Investimento em ações de prevenção e combate a incêndios crescem . . . . . . . . . . .26 e 27 Bioinsumos: o novo seguro agrícola para a sustentabilidade financeira dos canaviais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 IAC apresenta três novas variedades de cana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 Produtores debatem estratégias de manejo e combate às pragas . . . . . . . . . . . . . . . . . . .32 Adubação biológica produzida com tecnologia Microgeo altera temperatura foliar da planta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 A irrigação por gotejamento pode aumentar sua pontuação no RenovaBio . . . . . . . . . .35 Tolerância para pesagem de caminhos é ampliada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36
GENTE Giro do Road Show da Usina 4.0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41 Morre Gumercindo Colombo, acionista da Colombo Agroindústria SA . . . . . . . . . . . . . . . .42 Paulo Sentelhas, especialista em Agrometeorologia falece . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42
“mas como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.”
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NOSSA MISSÃO
A indústria automobilística aposta e investe cada vez mais no desenvolvimento de carros híbridos, elétricos em detrimento dos motores a combustão. Nessa mudança, o etanol tem papel estratégico para gerar energia elétrica nos motores hídricos e sua importância nesta transição é cada vez mais destacada por especialistas e executivos do setor. “Temos potencial para triplicar o volume de etanol. Nós estamos no momento de escolher se vamos ser protagonistas ou coadjuvantes. E acho que iremos ser protagonistas”, ressaltou o presidente da Volkswagen da América Latina, Pablo Di Si, em um dos webinares promovidos pelo JornalCana. Di Si é um dos atuais incentivadores do uso do combustível verde no processo de descarbonização da matriz de transportes. As fontes renováveis também são apontadas como essencial e cresce a defesa para uma diversificação energética em um cenário de redução da capacidade hídrica do país, com risco evidente de racionamento de energia. Nesta edição, mostramos que a participação do setor sucroenergético na produção de biogás pode chegar a 66% segundo estudos do Programa de Energia para o Brasil (BEP, em inglês). O potencial do aproveitamento para a geração de energia elétrica é de 15 TWh. Neste caminho, as usinas investem também para aumentar a sua eficiência energética, como é o caso da Jalles Machado que anunciou novo projeto de biogás e da Raízen que avança cada vez mais nesta direção de diversificação. A companhia fez a sua primeira comercialização de biometano, em setembro, e já anunciou uma nova planta de biogás para atender um contrato de cinco anos com um volume de 20 mil m3/dia. Nesta edição, a matéria de capa mostra que a Zanini Renk reuniu os engenheiros mais renomados do mercado, tecnologia de ponta, a melhor matéria−prima e processos consagrados para a fabricação de uma nova linha de redutores planetários Revolution. Incluindo a implementação de conceitos atualizados no dimensionamento e detalhamento de elementos de máquinas, o seu desenvolvimento exigiu a realização das análises com foco específico à aplicação sucroenergética, visto as particularidades que esta possui com relação às solicitações no acionamento. A edição de outubro destaca também que, para atender às demandas de um mercado cada vez exigente, as unidades investem na otimização e aprimoramento de seus processos industriais, a fim de entregar um produto com menor custo e melhor qualidade. Além disso, continuam de olho no campo, com projetos de prevenção a incêndios, no combate às pragas e doenças e no menu de novas variedades, sempre visando aumentar a produtividade dos canaviais. O leitor ainda encontra a cobertura do MasterCana Social 2021. É muito conteúdo interessante. Boa leitura!
1 Coríntios 2:9
ISSN 1807-0264
Etanol e o futuro da mobilidade
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EVENTOS
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Fenasucro & Agrocana é As usinas com melhor adiada mais uma vez performance serão Decisão foi tomada destacadas no devido ao cenário MasterCana Centro-Sul imprevisível A Fenasucro & Agrocana 2021 foi adiada mais uma vez devido à pande− mia da covid−19. A diretoria da feira, que aconteceria entre os dias 9 a 12 de novembro, resolveu reagendar o even− to para o período de 16 a 19 de agos− to de 2022. De acordo com Paulo Montabo−
ne, diretor da feira, a medida também esta alinhada com as expectativas e recomendações de entidades e apoiadores institucionais, empresas do setor e da prefeitura de Sertãozi− nho− SP. “Com o compromisso de preser− var o nosso maior patrimônio que é o visitante e sua vida, transferimos o evento para em 2022, termos um evento inesquecível, marcando a re− tomada e, juntos continuarmos a le− var o nome do nosso setor e suas tec− nologias a todo mundo”, afirmou.
Evento acontece no dia 11 de novembro A 32ª edição do Prêmio Master− Cana Centro−Sul acontecerá no dia 11 de novembro, a partir das 19h, no auditório da empresa Dimastec, em Ribeirão Preto – SP. Devido à pande− mia, o evento deste ano, será realiza− do no sistema híbrido, ou seja, presen− cial e online. O Prêmio MasterCana Centro− Sul homenageia usinas e personalidades do setor que se destacaram nos investi− mentos em tecnologia e inovação e que apresentam alta performance nas diver− sas áreas de produção e administração. Desta vez, a Categoria “Usina do Ano” terá três vertentes Performance; Tecnologia & Inovação e Gestão, sen− do essas as áreas contempladas: Estra− tégia empresarial responsabilidade;
Preservação Ambiental;Administração & Finanças; Comercial & Logística; Recursos Humanos; Saúde e Segu− rança no Trabalho; Programas de Qualidade e Produtividade; TIC − Tecnologia da Informação e Comu− nicações; Produção de Álcool; Produ− ção de Açúcar; Automação Industrial; Automação Agrícola; Área Industrial; Área Agrícola; Automotiva e Logísti− ca Agrícola; Manejo e Tratos Culturais; Parcerias Agrícolas. Mais informações: www.master− cana.com.br
MERCADO
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Queda na safra reduz produção de etanol hidratado em Minas ral, o que também impacta na ativi− dade. Por isso, a safra será menor. Em 2020 foram mais de 70 milhões de toneladas de cana e este ano devemos chegar a 65 milhões de toneladas.Até 16 de setembro, havíamos produzido 53,1 milhões de toneladas, ante 54,7 milhões de toneladas registradas em igual período de 2020, uma queda de 3%. Acredito que a gente tenha mais três quinzenas de safra, o que possi− bilitará o volume de 65 milhões de toneladas”, explicou o executivo ao JornalCana.
Condições climáticas adversas e o grande número de queimadas contribuíram para esta redução Em Minas Gerais, a produção de cana−de−açúcar deverá sofrer uma redução de 7% em relação ao ano an− terior, podendo chegar a 65 milhões de toneladas de cana esmagada. A re− dução é atribuída ao período de seca e também ao número de queimadas que afetam a região produtora. Com a queda, a produção de eta− nol hidratado está menor e, no acu− mulado da safra até 16 de setembro, já caiu 17% frente ao ano passado. Com a menor oferta e os preços da gasoli− na em alta, o que também afeta a co− tação do biocombustível, os preços estão cerca de 80% maiores para os produtores. Para o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Cam−
Perda de competividade
pos, as condições climáticas adversas e o grande número de queimadas con− tribuíram para esta redução. “Depois de 2020 ter registrado recorde de safra, nós tivemos uma se− ca muito severa, alguns episódios de geadas e agora incêndios na zona ru−
“Nós, como produtores, temos a obrigação de ofertar etanol anidro, que é misturado na gasolina. Então, esta− mos priorizando esta produção, que no acumulado da safra está aumentan− do 38% se comparamos com o mes− mo período do ano passado. Enquan− to isso, o hidratado está caindo 17% em função também do mercado. Há uma migração do hidratado para a ga− solina, que está com preços mais competitivos. A diferença dos preços do etanol hidratado e da gasolina está
ficando menor e o consumidor faz as contas e vê que o etanol perdeu a competitividade”, explicou. Os dados do Siamig apontam pa− ra uma queda de 17% na produção do biocombustível no acumulado da sa− fra até 16 de setembro. No mesmo período, a fabricação de anidro subiu 38%, enquanto a de açúcar caiu 2% e está em 3,5 milhões de toneladas. A fabricação de etanol total está em 2,22 bilhões de litros, alta de 2%. Com a oferta menor, os preços do etanol hidratado estão mais altos para os produtores. O litro, sem impostos, nas usinas, está em torno de R$ 3,30, o que representa um avanço de 80% frente à cotação registrada em igual período anterior. “Os preços do etanol estão sendo remuneradores para os produtores.Ti− vemos queda na produção e aumento de custo relacionado à inflação do Brasil e a preços dos insumos.Acredi− tamos que o produtor terá um resul− tado positivo, mas será muito desigual dependendo do efeito da seca nas di− versas unidades produtoras do Estado”, disse Campos.
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MERCADO
ETANOL VERSUS HÍBRIDOS
A eletrificação veio para ficar, mas com a ajuda do etanol Biocombustível é estratégico para gerar energia elétrica nos motores híbridos, afirma Luiz Augusto Horta Nogueira, consultor de agências das Nações Unidas em temas energéticos
Para Luiz Augusto Horta Noguei− ra, consultor em temas energéticos de agências da Nações Unidas como FAO, CEPAL e PNUD, a eletrificação che− gou para ficar também no Brasil. Mas sua viabilidade terá ajuda do etanol, a ser adotado em tecnologias nas quais o biocombustível é transfor− mado em hidrogênio no próprio car− ro, alimenta a célula de combustível que gera eletricidade e movimenta o veículo. Há também outra tecnologia em desenvolvimento na qual as célu− las geram eletricidade diretamente do etanol, sem passar pelo hidrogênio. Nesta entrevista ao JornalCana, o especialista analisa como a eletrifica− ção com uso de biocombustível ocor− rerá em gigantes como Índia e China. E comenta, também, sobre o futuro dos motores a combustão. Jor nalCana − Quase que diar ia− mente, são anunciados modelos de car ros, motocicletas, bicicletas e mes− mo patinetes movidos a energ ia elé− tr ica. A eletr ificação é um caminho sem volta no Brasil? Luiz Augusto Hor ta Nogueira − Acho que há um certo exagero, mas a eletrificação dos veículos é um cami− nho sem volta. Decorre da preocupa− ção com o meio ambiente, e do de− senvolvimento da eletrônica embar− cada, que viabilizou o acionamento elétrico das rodas, eficiente e sem pre− cisar de caixas de câmbio. A meu ver, há bons motivos em favor da eletrificação. Mas existe aí uma certa confusão: um veículo elé− trico não precisa ter sempre grandes e caras baterias, carregadas demorada− mente na rede elétrica, existem mo− delos em que a eletricidade é produ− zida no próprio veículo, com vanta− gens, como acontece nos veículos hí− bridos, com um motor a combustão otimizado acionando um gerador, que fornece energia aos motores elétricos para movimentar o veículo. Como as locomotivas diesel−elé− tricas, são elétricas e usam diesel. Essa
concepção foi proposta por Ferdinand Porsche em 1.899 e finalmente os modelos híbridos vêm tendo um me− recido sucesso, e mais ainda quando usam etanol e são os campeões mun− diais do ponto de vista ambiental. Principalmente em países como o Brasil, que dominam a tecnologia de produção de etanol, encontrado em todo o país, as montadoras mais esper− tas como Nissan, Toyota e Volks estão apostando nos modelos híbridos. E será daqui para o mundo. Então o senhor acredita que a tecnologia de veículos elétr icos híbr i− dos usando etanol poderá ser adotada
em outros países? A receita da eletrificação no trans− porte não é a única. Países pequenos, como Bélgica e Finlândia, por exem− plo, não produzem biocombustíveis e geram energia elétrica em centrais so− lares e eólicas, mas quando há sol e vento e não tem demanda, precisam encontrar formas de consumir esses excedentes. Para esses países, veículos a bateria pode ser uma solução. Mas veja o caso de gigantes como China, EUA e Índia, onde as distân− cias percorridas impõem investimen− tos elevados na rede elétrica, para não mencionar o Brasil, onde temos um quadro complicado no setor elétrico
nesse e no próximo ano. Por isso, os modelos híbridos fa− zem todo o sentido, são de longe mais racionais, energeticamente falando. As marcas mais nobres, como a Ferrari, Porsche, Lamborghini, estão partindo para modelos híbridos. Se os países estão preocupados em reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs), os híbridos, como disse, são os mais eficazes. Na Europa, China e muitos outros países, quando se com− para direitinho, o veículo elétrico hí− brido a biocombustível apresenta emissões bem menores que os veícu− los elétricos com baterias. Isso é um fato. E temos exemplos como o da Índia, que optou recente− mente por produzir etanol para mis− turar à gasolina. Isso foi decidido com certo atraso, mas acaba com o con− trassenso que era usar a cana apenas para produzir açúcar. Na verdade, não há uma só solução para a transição energética, mas existem argumentos robustos para defender a eletrificação dos veículos associada ao uso de biocombustível, como se con− segue com os modelos híbridos. Não é preciso pendurar o carro por horas na tomada. Aliás, se o preço da eletricidade estiver alto, como atual− mente, será possível gerar energia elé− trica no carro e usá−la dentro de casa.
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cho de hidrogênio”. Pense bem, o carro elétrico passa no posto, se abas− tece de etanol, que durante a viagem vai se transformando em hidrogênio no próprio carro e alimentando a cé− lula de combustível, que gera a eletri− cidade, que movimenta o carro... E também existem as células que geram eletricidade diretamente do etanol, sem passar pelo hidrogênio, mas essas ainda estão em desenvolvimento. Na medida em que ficarem mais ba− ratas, vão ser a melhor opção nos veí− culos híbridos.
E o desempenho de vendas dos veículos elétr icos? A venda de veículos elétricos a bateria é baixa em relação ao merca− do real, o que impressiona o cidadão são as taxas de crescimento das vendas, porque a base é muito pequena. O preço dos veículos elétricos a bateria é bem elevado e a troca perió− dica das baterias vai dar susto em muita gente desinformada. São caros mesmo com os subsídios concedidos pelo governo, que de for− ma equivocada, isentou de impostos os veículos elétricos importados pelo Bra− sil. Um absurdo, não há justificativa. Mas a propaganda é forte, eu sei, é um canto da sereia e ainda tem a sedução enganosa por alguns prédios e shoppings que oferecem eletricida− de gratuita para carregar as baterias dos mais ricos, para parecerem mo− derninhos. Ledo engano, alguém vai pagar por isso. Foi assim em Portugal, onde logo descobriram que a festa da energia de graça não era nada inteligente. De to− do modo, penso que o tempo vai mostrar quem tem razão. Os motores a combustão podem melhorar? Terão sobrevida até quando no Brasil? Não há uma resposta pronta,
mas tenho uma convicção clara, baseada em fatos reais, os motores de combustão interna, com pistão, árvore de manivelas, válvulas, etc. ainda têm muito a render em ter− mos de desempenho. Atualmente, em nossos carros, o motor precisa trabalhar em várias faixas de operação, variando rotação e torque, apresentando desempenho inferior à quando operam apenas no ponto de melhor performance, co− mo é possível nos veículos elétricos híbridos. Além disso, por conta da maior octanagem e outros aspectos, o etanol permite um desempenho melhor que a gasolina, especialmente nos motores dedicados apenas a etanol. Por isso que os motores flex, que usam tanto etanol como gasolina, não utilizam todo o potencial desse bio− combustível, para usar os dois com− bustíveis se penaliza o etanol. Eu sei que a flexibilidade deu cer− to, a maioria dos carros hoje são flex, mas acredito que existe uma deman− da reprimida de motores a etanol. Faz poucos anos a Stellantis, que produz o Jeep Compass, lançou um motor avançado a etanol, com tur− bocompressor elétrico, muito efi− ciente, afirmando que em 2021 esta− ria nas ruas, mas deu um passo atrás,
não sei porque. Uma pena, acho que faltou ousadia e visão, eu penso que seria um sucesso. Como eu disse, existem diversas novas tecnologias que estão elevando o desempenho dos motores de com− bustão e nós vamos usar esses motores ainda por muitas décadas, suas vanta− gens são relevantes, não só no Brasil. E como o senhor vê as possibili− dades das células de combustível no Brasil? Bom, aí temos uma novidade realmente importante. As células de combustível são geniais, conhecidas há muitos anos, agora amadurece− ram e vem ganhando visibilidade e mercado. Essas células produzem eletricida− de diretamente, com alta eficiência, sem queimar o combustível, sem pe− ças móveis, como se fosse um filtro. As células de combustível a hi− drogênio já equipam alguns modelos à venda no Japão, Coreia e EUA. O hidrogênio pode ser produzido a partir de eletricidade e precisa ser transportado sob pressões muito altas, mas também pode ser produzido no próprio veículo, simplificando muito a logística. Como o professor Gonçalo Perei− ra gosta de dizer: “o etanol é um ca−
Em quanto tempo teremos com− pletada a transição energética nos veí− culos no Brasil? Na verdade, o Brasil vem sendo inovador há muito tempo. Começa− mos cedo. A partir de 1931, a gasolina brasileira passou a ser aditivada com etanol. Hoje, com todos os postos oferecendo etanol puro ou em 27% na gasolina, somos um exemplo para ou− tros países. Os veículos elétricos híbri− dos potencializam suas vantagens com os biocombustíveis. Por isso, vejo de forma otimista essa transição energética, da eletrifica− ção do transporte, mas com menos baterias e mais biocombustível. E não tenho dúvidas de que ela irá acontecer de modo progressivo, em 2030 as modernas tecnologias híbri− das já vão estar bem presentes em nossas ruas e estradas, e até 2050 esta− rão dominando.
Quem é Luiz Horta Nogueira Possui graduação em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Enge− nharia de Guaratinguetá da Universi− dade Estadual Paulista Júlio de Mes− quita Filho (1978), mestrado em En− genharia Mecânica pela Universidade Estadual de Campinas (1981), espe− cialização em Economia da Energia pela Fundación Bariloche (1985) e doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (1987). Foi Cientista Visitante na FAO (Roma, 1997/1998) e Diretor Técni− co da Agência Nacional do Petróleo (1998/2004). Atualmente é professor titular do Instituto de Recursos Naturais da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e consultor de agências das Nações Unidas (FAO, CEPAL, PNUD) em temas energéticos. Atua em estudos técnicos, econô− micos e ambientais de sistemas ener− géticos, principalmente relacionados à cogeração, bioenergia (etanol, biodie− sel e bioeletricidade) e eficiência energética nos usos finais. É pesquisador do Núcleo Inter− disciplinar de Planejamento Energé− tico (NIPE), da Unicamp.
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Bioeletrificação: protagonista ou coadjuvante? Qual será o papel do setor sucroenergético na transição energética? Aquecimento global, mudanças climáticas e poluição atmosférica. No jogo da economia sustentável as cartas já estão sendo colocadas na mesa. A descarbonização da matriz energética do transporte vem surgindo como prioridade. A indústria automobilística se movimenta e direciona cada vez mais investimentos no desenvolvimento de carros híbridos, elétricos em detri− mento dos motores a combustão. Como essa tendência pode im− pactar as usinas de cana−de−açúcar, responsáveis pela produção do etanol, biocombustível que por suas caracte− rísticas pode se converter na principal alternativa desse período de transição? Para o presidente de um dos gigantes da indústria automobilística, caberá ao setor sucroenergético, definir se assu− me a posição de protagonista ou coadjuvante nesse processo. Essa foi uma das indagações apresentadas durante o Webinar do JornalCana, do dia 22 de setembro, com o tema: “O Papel do Etanol no futuro da mobilidade – Carros elé− tricos X Célula de combustível”. O evento reuniu Alfred Szwarc, espe− cialista em biocombustiveis e diretor da ADS Tecnologia e Desenvolvi− mento Sustentável; Gonçalo Pereira, professor da Unicamp; Luiz Augusto Horta Nogueira, professor da UNI− FEI, pesquisador NIPE/UNICAMP e Pablo Di Si, presidente da Volkswa− gen América Latina. Sob a condução do jornalista e diretor do ProCana, Josias Messias, o webinar contou com o patrocínio das empresas AxiAgro, BioCon, S−PAA Soteica e TT do Brasil. O consultor Alfred Szwarc desta− cou alguns pontos que devem interes− sar ao Brasil nos próximos 20 anos. A descarbonização da matriz energética de transportes, que no seu entender já vem acontecendo, ainda tem muito a percorrer. “Cerca de 51 bilhões de li− tros de óleo diesel fóssil foram consu− midos no ano passado. Somando−se o biodiesel, chega−se a 57 bilhões, mais 26 bilhões de gasolina tipo A mistu− rada ao etanol, ou seja, temos um vo− lume bastante grande de combustíveis fósseis que ainda precisam ser consi− derados”, elucidou. Outro ponto destacado por Szwarc é a redução da emissão de po− luentes e o aumento da eficiência
energética. Para isso já está em desen− volvimento o programa Rota 2030, que tem como meta uma redução média de 12% no consumo de com− bustível. “Talvez devêssemos ser um pouco mais ambiciosos nessas metas, na medida em que qualquer aumento de eficiência energética, impacta po− sitivamente a redução de emissão de gás carbônico”, disse. Szwarc recomenda cautela com relação ao fim dos motores de com− bustão e eletrificação acelerada, que vem ocorrendo em países do hemis− fério norte, principalmente na União europeia e também nos Estados Uni− dos, Canadá, Japão e China. “É uma questão complexa. Ela tem seus méritos, mas precisamos ser muito críticos em como fazer, e como participar. Não devemos copiar o que está sendo propalado em outros paí− ses”, disse o consultor que também chama a atenção para o fato do Brasil não estar exercendo uma liderança re− gional quanto ao tema, deixando de
envolver outros países no processo de descarbonização na matriz de trans− portes. O uso do etanol possibilita uma transição menos disruptiva. Para avançar é preciso que haja uma alian− ça entre governo, produtores de eta− nol e de veículos. Ele estima que veí− culos com células de combustível de− vem chegar ao mercado em 2030. Alfred também chama a atenção para os motociclos. ”Sempre que se fala de transporte, focamos em veícu− los de quatro rodas, mas os de 2 tam− bém fazem parte do sistema de mo− bilidade. Segundo o IBGE, no Brasil 45% dos municípios têm frota supe− rior a veículos de 4 rodas. Portanto, não podemos esquecer esse tipo de veículo”, disse.
Centro de Pesquisa O presidente da Volkswagen da América Latina, Pablo Di Si, lembrou que eliminar o CO2, é um compro− misso de todos. O grupo deverá in− vestir 73 bilhões de Euros em carros
elétricos e híbridos e planeja lançar 130 modelos até 2030. Pablo informou que a Volkswagen irá liderar um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para mercados emergentes usando etanol e outros combustíveis de energia limpa para combustão e soluções híbridas com alterações mínimas nas plataformas mundiais atuais. “A nossa estratégia é levar a jaboticaba para o mundo. Pre− cisamos tirar o melhor do Brasil e ex− portar”, disse. Ele explicou que o Grupo está engajado em um programa transver− sal, estimulando uma série de reuniões e parcerias entre o time VW, Sindica− tos da Indústria da Cana−de− Açúcar, universidades e poder públi− co. “Temos potencial para triplicar o volume de etanol. Nós estamos no momento de escolher se nós quere− mos ser protagonistas ou coadjuvan− tes. E acho que iremos ser protago− nistas”, concluiu o presidente da Volkswagen da América Latina.
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Ciclo de vida O professor da Unicamp, Gon− çalo Pereira destaca as vantagens da utilização do etanol em relação às outras alternativas. “A grande revo− lução do petróleo está no fato dele ser líquido. Uma vantagem gigan− tesca e essa vantagem a gente tem. O etanol nada mais é do que uma ba− teria de alta densidade energética em estado líquido, com o detalhe que é renovável”, disse. Gonçalo destaca a importância de se analisar o ciclo de vida quan− do for comparar combustível a ou− tro. “Se não se controlar isso pode− mos estar sendo enganados. Estudo
realizado em 2019 pela Universida− de de Colônia, na Alemanha, mos− trou que ao ser analisado do berço a o túmulo, um Tesla emite mais CO2 que um carro a diesel de potência semelhante na Alemanha. Ou seja, você está trocando 6 por meia dúzia e não tem absolutamente nenhum papel na descarbonização”, afirmou. O professor também aponta a questão da empregabilidade. O pro− blema não é só o combustível. Quan− do se olha um motor a combustão, cada peça representa um emprego. O motor elétrico tem poucas peças, lo− go tem pouco emprego. Ele defende
uma política que estimule o consumo de carro movido a etanol. Para o pesquisador Luiz Augus− to Horta Nogueira, os motores a combustão ainda têm muito a evo− luir. Diversas tecnologias podem e têm sido implementadas em moto− res a combustão, especialmente a etanol, com notável ganho de efi− ciência. Considerando as aplicações em veículos híbridos, a operação em regimes próximos a condição no− minal assegura ainda maiores ganhos. Segundo ele, os veículos elétri− cos a bateria, não justificam o apoio e a isenção de tributos que eles ti−
veram. “Essa política para mim foi um tiro no pé. Precisamos rever isso e dispor de políticas públicas que tenham consistência e racionalidade, reconhecendo as nossas potenciali− dades”, reforçou. Nogueira defende uma articula− ção para o desenvolvimento harmô− nico com os países da região. “Exis− te um mercado demandante de veí− culos brasileiros. Colômbia, Equador e Guatemala têm interesse em im− portar carros brasileiros flex, mas encontram dificuldade. Existe uma barreira cultural que precisamos su− perar’, disse.
Alfred Szwarc
Gonçalo Pereira
Luiz Horta
Pablo Di Si
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MERCADO
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Açúcar pode aumentar autonomia de bateria para motor de carro elétrico
DIVULGAÇÃO
Uma única carga deve ser capaz de movimentar um veículo elétrico por quase mil quilômetros, sem necessidade de parada Definitivamente açúcar é energia. Agora, também, capaz de aumentar a autonomia do motor de um carro elé− trico. A constatação vem de um estu− do publicado na revista científica Na− ture Communications. Os pesquisadores descobriram que adicionar açúcar diminui a degradação das baterias feitas de lítio e enxofre e que as mesmas poderiam ser usadas na composição de motores para carros elétricos. Uma pitada do adoçante cria uma espécie de teia ao redor do ele− trodo de enxofre, que permite que as baterias possam ser recarregadas pelo menos mil vezes. De modo que com o açúcar, o ele−
Equipe do Monash Energy Institute: Mahdokht Shaibani, o professor Mainak Majumder, Matthew Hill e Yingyi Huang
trodo de enxofre positivo não enfra− quece rapidamente nem fica inacessível ao lítio, como ocorria antes com esse tipo de bateria.Ao passo que, uma úni− ca carga, deve ser capaz de movimentar
um veículo elétrico por quase mil qui− lômetros, sem necessidade de parada. De acordo com o cientista Mainak Majumder, diretor do Monash Energy Institute, acredita que em menos de
uma década a tecnologia que está sen− do desenvolvida por eles poderá mo− vimentar ônibus elétricos e caminhões por quase dois mil quilômetros sem precisar recarregar.
VW e Unicamp assinam termo para apoio a pesquisas ligadas ao etanol Os estudos englobam o reformador de etanol e a célula de combustível a etanol A Volkswagen do Brasil assinou no dia 24 de setembro a carta de inten− ção com a Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, na qual prevê o apoio a duas pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de processos, siste− mas e/ou dispositivos para a habilita− ção do uso do etanol em sistemas de propulsão veicular elétrica e/ou hí− brida. Os estudos englobam o reforma− dor de etanol e a célula de combustí− vel a etanol. Pablo Di Si, presidente e CEO da Volkswagen América Latina, e Hudson Zanin, professor docente da Unicamp, assinaram o documento. Esta é mais uma iniciativa da Volkswagen no país que está alinhada à meta global da marca de tornar o seu negócio neutro em carbono em todo
o mundo até 2050. “A proximidade com a Unicamp fortalece e nos traz o conhecimento necessário para a nossa estratégia de descarbonização, uma vez que irá de− senvolver tecnologias com base no etanol, um combustível com baixa emissão de CO2, para utilização no mercado interno e exportação. Além disso, ela é fundamental para as ativi− dades relacionadas ao nosso Centro de Pesquisa & Desenvolvimento de Bio− combustíveis recém−anunciado no Brasil”, afirma Pablo Di Si, presidente e CEO da VW América Latina. “Contamos com laboratório de biotecnologia e engenharia genética, bem como pesquisadores de elevada qualificação, capazes de desenvolver este potencial em torno do etanol. Podemos abastecer o mercado nacio− nal com esta tecnologia e exportar o conhecimento correspondente. Ter a Volkswagen conosco nesta coopera− ção é de suma importância para via− bilizar estes objetivos”, finaliza o pro− fessor Antonio José de Almeida Mei− relles, reitor da Unicamp.
DIVULGAÇÃO VW | PEDRO DANTHAS
MERCADO
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Crise energética global eleva importância do setor bioenergético Fontes renováveis ganham destaque O Brasil enfrenta uma crise energé− tica. Mais não é o único. Para o estrate− gista Chefe da XP Investimentos, Fer− nando Ferreira, trata−se de um fenô− meno de proporções globais, que entre outras consequências, amplia a relevân− cia das fontes renováveis de energia, co− mo é o caso do setor sucroenergético. “São fontes complementares aos combustíveis fósseis e também onde o mundo deve ir do ponto de vista am− biental e de segurança energética.Vá− rias fontes vão ter que ser utilizadas pelos governos ao pensarem nas ma− trizes energéticas”, destacou o estra− tegista durante participação em um painel do Megacana Tech Show, no dia 30 de setembro. Para Fernando Ferreira, a impor− tância dos combustíveis renováveis, nunca foi maior do que agora. Para ele, todas as fontes de energia vão ter que ser utilizadas daqui para frente pelos
governos, quando pensarem em segu− rança energética. Lembrando que as fontes renováveis têm um papel ainda mais relevante. Segundo Ferreira, tem sido obser− vado que o desequilíbrio entre oferta e demanda tem impactado o preço de energia no mundo tudo. “O que pu− xa o preço para cima do petróleo, gás natural, eletricidade, ou seja, uma sé−
rie de fontes de energia. Há falta de energia na Europa, por exemplo, de forma pontual e preços muito altos”, exemplificou. Ao encontro da fala do estrategista da XP, inúmeras notícias foram veiculas nestes últimos dias, falando da crise energética também da China, inclusive já sinalizando para a elevação dos defen− sivos, o que impactará o agronegócio.
O estrategista chefe da XP, falou também sobre o preço do petróleo e do gás. Segundo Ferreira, pelo menos por enquanto parece difícil uma que− da nos preços, visto que o mercado global está em situação bem apertada, principalmente para o petróleo. Ele explicou que houve uma queda na produção do petróleo nos últimos dois meses, ao passo que a demanda tem voltado a subir e recuperar com a rea− bertura das economias globais. “O estoque global de petróleo está a níveis pré−pandemia, níveis até abaixo de onde estavam. E as respos− tas de oferta que temos visto da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), enfim, de países produ− tores como os EUA, com o óleo de xisto, ainda não estão sendo suficien− tes para fazer com que este balanço de oferta e demanda volte a ficar mais frouxo e os preços voltem a cair”, afirmou, acrescentando ainda que, no curto prazo, a tendência é dos preços continuarem altos e o mercado con− tinuar bastante apertado do ponto de vista de oferta e demanda global.
Aumento do preço dos insumos impacta produção de etanol Empresas estão reaproveitando resíduos orgânicos para fabricar fertilizantes A indústria brasileira, como um todo, sofre com o aumento dos preços de insumos desde o ano passado. Os elementos essenciais para o cultivo da cana−de−açúcar também tiveram rea− justes. Por isso, o aumento do preço de adubos e fertilizantes vêm sofrendo impactos que poderão atingir as pró− ximas safras, diz o Sindicato da Indus− tria de Fabricacao do Alcool no Esta− do da Parai ba(Sindalcool−PB). A pre− visão acontece devido à dinâmica ins− tável do preço destes produtos e tam− bém das constantes altas do petróleo. “Os custos no campo e na indús− tria vêm mantendo elevação em todos os insumos, a tendência de alta se acentuou a partir de março. Agora, com a desvalorização do real em 106%
frente ao dólar e com a crise energé− tica na China, a redução de oferta de fertilizantes nitrogenados, e ainda fos− fatos e potássio, colocam a produção agrícola em alerta máximo”, diz o presidente do Sindalcool−PB, Ed− mundo Barbosa. Para enfrentar a situação, as usinas estão reaproveitando resíduos orgâni− cos e produzindo fertilizantes. “Algu−
mas empresas de adubos se fundiram, limitando ainda mais a oferta e com− petição. Nessas condições, hoje, as usi− nas buscam produzir seus fertilizantes através de palha, resíduos orgânicos, rochas moídas, como a vermiculita, e outros minerais como o gesso agríco− la, que podem ser encontrados na re− gião. Muitos resíduos ricos em carbo− no e micronutrientes, que iriam para aterros sanitários, podem ser aprovei− tados desse modo após o processo de compostagem”, afirma Edmundo. O executivo ainda explica como a indústria de açúcar e etanol da Paraí− ba está lidando com as condições ad− versas. “O etanol é um produto bio− lógico e depende de solo, clima e dos insumos agrícolas. Temos muito Sol e poucas chuvas, isto é bem conhecido, agora a elevação de custos maior que 156% dos preços do aço, ureia e diesel tornam os preços do etanol mais ele− vados. E podem tornar as cidades mais poluídas. O Brasil tem hoje ganhos na saúde coletiva com a atual mistura de 27% de etanol na gasolina bruta para evitar gases poluentes”, destaca.
Os principais insumos no cultivo da cana, de forma geral, são fertilizan− tes, defensivos, diesel, frete, serviços, peças e custos de manutenção. Os aumentos dos preços dos fer− tilizantes foram motivados, principal− mente, por reações do mercado a in− formações de que a China, país que detém algumas matérias−primas ex− clusivas, sinaliza redução ou paralisa− ção das exportações de fertilizantes, o que acarretaram em aumentos do preço desses produtos, que já se re− fletem desde meados de março em algumas partes do mundo, inclusive no Brasil. Segundo o Sindalcool−PB, o impacto no preço do gás natural − que reflete diretamente sobre os ni− trogenados − tem como consequên− cia o aumento do preço da amônia e da ureia, que entram na composição dos adubos nitrogenados. Fósforo e Potássio são importados do Marro− cos e da Rússia. Na questão dos adubos, o Brasil produz apenas 13% do consumo. Cerca de 87% é o vo− lume de importações.
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MERCADO
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Biomassa lidera volume comercializado em leilão Projetos vencedores terão início de suprimento a partir de janeiro de 2026 O Leilão de Energia Nova A−5 realizado no dia 30 de setembro, foi en− cerrado com a contratação de 151 MWmédios. As biomassas representa− ram 35,2% deste volume, com 53,1 MWmédios contratados em sete usinas. Ao todo, a fonte biomassa co− mercializou 531 lotes com 6 em− preendimentos envolvendo especifi− camente a biomassa sucroenergética (489 lotes) e um projeto com cavaco de madeira (42 lotes). Os projetos vencedores terão início de supri− mento a partir de janeiro de 2026, em atendimento à demanda das distri− buidoras de energia elétrica. Para Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da União da Indústria de Cana−de−Açúcar (UNICA), em− bora o volume contratado total da biomassa tenha sido pequeno, apenas 53 MW médios, a liderança da bio− massa no certame mostra que haven− do um processo de melhorias na for− ma de contratação da biomassa, com o reconhecimento efetivo dos atributos dessa fonte no futuro, a biomassa po− derá responder rapidamente e positi− vamente nos próximos leilões de energia elétrica, entregando uma energia não intermitente e renovável ao sistema. Na avaliação do presidente execu− tivo da Associação da Indústria de Co− geração de Energia (Cogen), Newton
Duarte, a participação da biomassa no certame foi muito interessante. De acordo com Duarte, a compe− titividade das biomassas, ofertando va− lores inferiores às médias observadas dos leilões anteriores, é outro indica− dor do interesse desta indústria na co− geração e exportação de energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN). "O desenvolvimento das usinas de cogeração a biomassa e das Usinas Hidrelétricas faz enorme sentido para o Setor Elétrico Brasileiro (SEB) já que a complementariedade destas fontes nas regiões Sudeste/Centro− Oeste (SE/CO) é de absoluta impor− tância para a manutenção dos reserva− tórios do subsistema", diz Duarte. Os contratos negociados neste leilão pela fonte biomassa terão dura− ção de 20 anos, prevendo−se a entre−
ga de 9.309.492 MWh, equivalente a evitar a emissão estimada de quase 3 milhões de toneladas de CO2 no pe− ríodo, marca que somente seria atin− gida com o cultivo de 18 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos. As atenções, agora, ficam voltadas para o leilão de potência no final do ano, destinado ao atendimento a par− tir de 2026. "Esperamos poder contar com a participação também dos empreendi− mentos existentes, os quais deverão ter seus contratos com vencimentos até 2025, e poderão, assim, continuar a dar suas contribuições — especialmente durante o período de reservatórios deplecionados, quando o atendimen− to à potência se torna mais crítico, es− pecialmente durante os dias mais quentes”, comenta o presidente exe−
cutivo da Cogen. Segundo Zilmar, da UNICA, o re− sultado dos últimos leilões pode ser vis− to como positivo, mostrando que o se− tor da bioenergia pode responder de forma rápida e positiva nos leilões re− gulados, “mas é necessário criar condi− ções mais perenes para atrair um inves− timento contínuo e representativo em bioeletricidade nos certames promovi− dos pelo Governo Federal”, afirma. O especialista cita, dentre elas, de− dicar uma demanda a contratar maior para o produto em que a fonte bio− massa e o biogás concorrem para se estimular a contratação de mais pro− jetos, preferencialmente estabelecen− do−se produtos específicos para essas fontes, idealmente delineados sob a ótica de uma política setorial dedica− da à bioeletricidade.
Raízen vai investir R$ 150 milhões em nova planta para gerar bioeletricidade A Raizen foi a vencedora do Lei− lão de Energia Elétrica nº35 ("Leilão de Energia Nova − LEN A−5/2021"), realizado no dia 30 de setembro, para produção e comercialização de ener− gia elétrica a partir da biomassa da ca− na−de−açúcar, pelo período de 20 anos. “Como consequência, a Raízen Energia firmará determinados contra− tos de comercialização de energia em ambiente regulado pelo preço míni− mo de R$ 273/MWh (duzentos e se− tenta e três Reais por Megawatt ho− ra)”, informou a empresa em nota. Além disso, a fim de cumprir os requisitos estipulados pelo Leilão A−5,
a Raízen Energia irá investir aproxi− madamente R$ 150 milhões para construção de uma nova planta na Unidade Bionergia Paraguaçú, locali− zada em Paraguaçu Paulista − SP, pa− ra geração de Bioeletricidade, aumen− tando a sua capacidade de produção em 105.000 MWh/ano. De acordo com a companhia,“es− sa operação reforça o compromisso da Raízen em disponibilizar aos seus clientes, produtos e soluções que per− mitam a redução das emissões de ga− ses do efeito estufa, através do aumen− to da eficiência e da circularidade de seus processos, apoiando a descarbo− nização da matriz energética global”.
MERCADO
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Jalles Machado avança com projeto de biogás Companhia investe para aumentar eficiência energética A Jalles Machado celebrou acordo, no dia 18 de setembro, com a Albio− ma Codora Energia, companhia na qual a usina possui participação de 35% do capital social, para aumento da eficiência energética da unidade de geração de energia por biomassa ad− jacente à Usina Otávio Lage e para desenvolvimento de projeto de pro− dução de biogás a partir da vinhaça. O projeto tem como objetivo hon− rar com as obrigações assumidas pela Al− bioma no contrato de compra de ener− gia (PPA), com prazo de 20 anos a par− tir de 2025, para o volume de 64 GWh e preço garantido de R$ 202,35/MWh, conforme ajustado pela inflação, fruto do Leilão ANEEL 007/2021 (A4) realizado em 8 de julho de 2021. De acordo com a Jalles Machado, o projeto contempla, ainda, dentre outras obrigações, a realização de in− vestimentos pela companhia na ordem de aproximadamente R$ 94 milhões, assim como a contribuição por esta de biomassa, vinhaça e de outros ativos
sujeitos a opção de compra em 2033 ou ao final da relação entre as partes. “As partes preveem a conclusão da
implementação do projeto para 31 de dezembro de 2024. O valor já está contemplado nos investimentos
anunciados no fato relevante divulga− do pela companhia em 21 de julho de 2021”, informa a Jalles.
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MERCADO
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Raizen faz 1ª comercialização de biometano Para atender contrato, companhia vai construir mais uma unidade de biogás A Raízen firmou, em setembro, sua primeira venda de longo prazo para a comercialização de biometano com a Yara Brasil Fertilizantes, um dos maiores consumidores de gás na− tural no Brasil. Segundo a companhia, este primeiro contrato possui um prazo de cinco anos com um volume de 20 mil m³/dia. “Esta transação, pioneira no mer− cado livre de gás, reforça o compro− misso da Raízen em disponibilizar para seus clientes produtos e soluções que permitam a redução das emissões de gases de efeito estufa através do aumento da eficiência e da circulari− dade de seus processos, sem necessi− dade de aumento de área plantada, apoiando a descarbonização da matriz energética global’, afirma a Raízen em comunicado. O fornecimento do biometano será efetuado por meio do portfólio da Raízen, utilizando os resíduos do pro− cesso de produção de etanol, vinhaça
e torta de filtro, nos parques de bio− energia do grupo e o produto será utilizado pela Yara em seu complexo localizado em Cubatão – SP, para a produção de hidrogênio e amônia verde em seus parques industriais. Trata−se do primeiro movimento para a produção de amônia verde no Brasil, o que permitirá o desenvolvi− mento de soluções sustentáveis no curto prazo, seja em nitratos para apli− cação industrial ou em fertilizantes nitrogenados. Globalmente, a Yara já desenvolve outros projetos de amônia verde − por exemplo, baseados em energia eólica, energia solar e energia elétrica hídrica −, porém, esta é a primeira iniciativa utilizando o biometano, considerado a base para uma economia circular. “A incorporação dessa matéria− prima no processo produtivo é uma manifestação concreta dos esforços da Yara no Brasil em promover a descar− bonização das suas plantas”, afirma Daniel Hubner, vice−presidente de Soluções Industriais da Empresa. Se− gundo o executivo, uma das principais vantagens do biometano é o potencial que o Brasil apresenta. O país está en− tre as maiores potências agropecuárias do mundo, o que resulta na produção de uma enorme quantidade de resí−
duos orgânicos com potencial de ge− ração de valor. De acordo com Hubner, a aqui− sição deste volume de biometano da− rá à empresa a possibilidade de iniciar a produção de amônia verde no Bra− sil e substituir gradativamente o uso de gás natural, reduzindo assim cerca de 80% das emissões. “A Yara tem de− dicado seus esforços e investimentos em descarbonizar a cadeia global de produção de alimentos e de setores industriais, e a amônia verde é funda− mental para esse objetivo. O biome− tano é uma alternativa promissora e um dos caminhos que podem nos le− var a uma nova realidade em muitas indústrias”, disse. Os 20 mil m3 diários de biome− tano adquiridos pela Yara representam 3% do volume consumido por sua unidade fabril de amônia, em Cuba− tão (SP) − maior produtor de amônia do Sudeste. A previsão é que o pri− meiro lote de biometano seja entre− gue à Yara em 2023, tempo necessário para que a Raízen construa uma no− va planta para purificar o biogás e co− nectar sua distribuição ao grid. Segundo Hubner, o complexo de Cubatão já está pronto para trabalhar com o biometano em substituição ao gás natural como matéria−prima pa−
ra a produção de amônia verde. “A unidade está muito bem posicionada para atender os dois mercados, tanto o de fertilizantes quanto o de solu− ções industriais, apoiando a descar− bonização da agricultura e da indús− tria química. A planta apresenta in− clusive capacidade de exportação, com diferenciais que impulsionam seu potencial, como fácil acesso à re− de de distribuição, diferentes modais logísticos, mão de obra, entre outros fatores”, completa. A partir da amônia verde, a ofer− ta do fertilizante verde passa a ser uma realidade, com um impacto positivo para toda a cadeia do agronegócio – agricultor, indústria de alimento e consumidor final. É nesse sentido que a Yara vem atuando globalmente, e de forma integrada, para cultivar um fu− turo alimentar positivo para o clima, combinando o fertilizante verde ao seu conhecimento agronômico, a fer− ramentas digitais inovadoras e eficien− tes em termos de recursos, a investi− mentos crescentes em inovação aber− ta e venture capital, e sempre apoian− do os agricultores na adoção de novas práticas e criação de fluxos de receita verde, rentabilizando assim a produção sustentável para que ela se torne viá− vel para todos.
MERCADO
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AGU reverte decisão que obrigava União a ressarcir R$ 17 milhões à usina Prejuízo que empresa alega ter sofrido com política de preços não foi comprovado A Advocacia−Geral da União (AGU) reverteu no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) os efeitos de sentença que havia condenado a União ao pagamento de R$ 16,9 mi− lhões à Usina Mandu. A autora da ação, a companhia, pleiteava receber indenização por pre− juízos que teria sofrido durante vigên− cia de suposta política de fixação de preços dos produtos derivados da cana na década de 1990. A empresa obteve sentença contra a União após alegar da− nos econômicos sofridos em razão dos custos de produção apurados pela Fun− dação Getúlio Vargas (FGV), o que teria feito com que produtos como açúcar e álcool anidro fossem vendidos com re− ceita inferior à de mercado. Mas em apelação a AGU demons− trou que a autora não apresentou prova
comprobatória das perdas sofridas, uma vez que ações indenizatórias precisam demonstrar o “necessário e indispensá− vel nexo causal” entre a conduta lesiva e o dano efetivamente sofrido. Dessa for− ma, sustentou a AGU, não ficou com− provado haver responsabilidade objetiva do Estado nos supostos prejuízos. “A Autora/Apelada não provou a ocorrência de dano, muito menos que ele decorreu direta e imediatamente da ação ou omissão dos agentes res− ponsáveis (…) Não existem motivos financeiros−contábeis para se afirmar que ocorreram danos patrimoniais,
tendo em vista que os mesmos não foram demonstrados em quaisquer balanços ou balancetes oficiais”, assi− nalou trecho de memorial encami− nhado ao TRF3. De acordo com a AGU, as planilhas de custos informadas pela FGV consti− tuíam apenas um dos instrumentos operacionais a serem considerados para a fixação dos preços. A Advocacia−Ge− ral afirmou que houve equívoco na in− terpretação da legislação que trata da produção açucareira e do extinto Insti− tuto do Açúcar e do Álcool (IAA) – Lei 4.870/65, levando a crer que a indica−
ção dos custos de produção significasse o efetivo estabelecimento do preço final da cana−de−açúcar. Segundo a AGU, nem sequer o governo era obrigado a adotar unicamente os valores estipula− dos pela instituição. O tema é de especial relevância de− vido às centenas de casos tramitando em todas as regiões da Justiça Federal discu− tindo o assunto. Mas em 2020 o Supre− mo Tribunal Federal concluiu julga− mento de recurso extraordinário no qual fixou tese favorável à União (de que a comprovação de efetivo prejuízo eco− nômico é imprescindível para se reco− nhecer a responsabilidade civil do Esta− do). De acordo com o levantamento feito pela Advocacia−Geral à época, so− mente nas ações em trâmite no Tribu− nal Regional Federal da 1ª Região ti− nham potencial impacto de R$ 72 bi− lhões aos cofres públicos. Diante dos argumentos da AGU, o TRF3 reformou a sentença e conside− rou improcedentes os pedidos da usina. Os votos do relator do caso foram acompanhados por unanimidade pela 6ª Turma do tribunal, em acórdão publi− cado no dia 2 de setembro.
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INDUSTRIAL
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PLANETÁRIO REVOLUTION INTELIGENTE NO DESIGN, ROBUSTO NA TECNOLOGIA O redutor mais compacto e com a maior densidade de torque do Mercado A Zanini Renk reuniu os enge− nheiros mais renomados do mercado, tecnologia de ponta, a melhor maté− ria−prima e processos consagrados para a fabricação do melhor redutor planetário do mundo. A nova linha de redutores planetá− rios Revolution da Zanini Renk foi desenvolvida com melhorias das ver− sões anteriores e com implementação de conceitos atualizados no dimensio− namento e detalhamento de elementos de máquinas. Um pilar importante no desenvolvimento foi a realização das análises com foco específico à aplica− ção sucroalcooleira, visto as particula− ridades que esta possui com relação às solicitações no acionamento. Uma primeira análise foi realizada para identificar os principais modos de falhas de componentes de redutores planetários. Desenvolveu-se com o auxílio de simulações computacionais, as soluções necessárias para contenção da recorrência dos modos de falhas observados em planetários. O foco tornou−se em identificar a influência das deformações do equipamento em operação nos contatos de engrena− mento e rolamento. O conhecimento das deformações do equipamento du− rante operação é essencial para asse− gurar a performance dos componen− tes internos do redutor, garantindo− se distribuição adequada das tensões. Aplicadas as devidas melhorias e conhecendo−se o comportamento das tensões no redutor, contou−se com um software de otimização paramé− trico para seleção dos rolamentos, geometrias e dados de engrenamento. O algoritmo do otimizador trabalhou com a interação dos principais cálcu− los de elementos de máquina do re− dutor, buscando o melhor equilíbrio na seleção dos componentes. O primeiro protótipo do redutor planetário Revolution entrou em operação em 2018. A operação foi acompanhada de perto pela Zanini Renk por 2 safras com visitas e mo− nitoramento online das variáveis de vibração, temperaturas, torque, rota− ção e do sistema de óleo. O equipa− mento foi peritado na Zanini Renk
Planetário Revolution em Bua Sugar - África (4 unidades)
com completa desmontagem em duas entressafras para análise das distribui− ções de cargas em engrenamentos e rolamentos. Após os 2 primeiros anos de ope− ração do protótipo, reuniu−se um ti− me na Zanini Renk para análise dos dados coletados.
Três frentes
Análise dos dados de monitoramento; Inspeção das peças para análise das distribuições de cargas; Validação das evidências através de novas simulações computacionais.
Os dados coletados foram analisa− dos em parceria com especialistas de vibração do Brasil. O histórico das variáveis do sistema de monitoramen− to online foi utilizado como dados de entrada em novas simulações compu− tacionais para análise dos fatores de serviço reais e correções de engrena− mento ao longo da operação. As novas simulações computacio− nais se iniciaram com uma busca no mercado, objetivando identificar qual software e empresa atenderia os requi− sitos desejados. Fabricantes de rola− mentos e especialistas de engrenamen− tos da Europa participaram por fim da análise. O software utilizado conta com uma plataforma híbrida na modelagem do redutor, isto é, um único modelo
computacional é capaz de interagir cálculo de rolamentos, engrenamento com influência das deformações de carcaças e porta planetas, por exemplo. Por fim, os resultados das três frentes de trabalho foram analisados em conjunto para validação e conclu− são final. O estudo de acompanha− mento do protótipo com sequência na
análise dos dados coletados serviu pa− ra validar o projeto e trazer para a Za− nini Renk novas ferramentas de mo− delagem que surgem com rapidez no mercado. As soluções aplicadas e vali− dadas tornam−se disponíveis a outros modelos de caixas de transmissão da empresa com fundamento assegurado pelo estudo realizado.
Sr. José Raimundo Assessor e consultor Industr ial na Usina Bar ralcool A Usina Barralcool, se destaca pelo pioneirismo de seus processos de produção, a usina tem investido na ampliação de sua capacidade de moagem, modernizando equipamentos e adotando tecnologias de ponta. Na safra 2020, adquirimos um redutor planetário Revolution 528 F3, da Zanini Renk, o equipamento performou tão bem que adquirimos mais um planetário Re− volution 540 F3 que deverá acionar a moenda 45” x 78”, instalada no pri− meiro terno da usina. O Revolution será acionado por turbina a vapor e tor− que de 4.000kN.m. Há algumas décadas, trabalhamos em parceria com a Zanini Renk e esta− mos muito satisfeitos com a con− fiabilidade, qualidade e transpa− rência dos produtos e serviços fornecidos pela empresa. Nos− so tandem é acionado por re− dutores planetários Zanini Renk. O plano de investimento da Barralcool é projetado para o futuro e, atualmente estamos ampliando nosso portfolio de produtos, analisando produtos co− mo o biometano e derivados.
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Pensar à frente é fazer da inovação um desafio
Investimento em máquina para assegurar qualidade e precisão extremas na fabricação dos porta planetas
Sr. Edmundo Jordão Diretor Industr ial na Usina Santa Mar ia De acordo com Sr. Edmundo Jordão, di− retor industrial da Usina Santa Maria, a usina tem investido na modernização da indústria, visando o aumento de capacidade de moagem, foram realizadas modificações nas quatro moen− das para aumentar a triangulação. A usina também investiu na aquisição de decantadores, filtro prensa, Cai− xa de evaporação, caleadeira, colunas de destilação e na caldeira. Além das modificações nas moendas investimos em um redutor plane− tário REVOLUTON, marca Zanini Renk, por entendermos que a empre− sa é reconhecida e consolidade no mercado, além da alta qualidade e con− fiabilidade de seus produtos. Pretendemos adquirir mais um terno de moen− da 66”, para ampliarmos nossa produção e eletrificar todos os ternos da moenda. Outro investimento importante que a Usina Santa Maria esta realizan− do é na Cogeração, investimos em uma nova termoelétrica com mais uma caldeira de 210 ton/hora de vapor, somada a caldeira atual de 120 ton/ho− ra de vapor. No futuro vamos adquirir geradores para injetar energia elétrica na con− cessionária, sendo um de 25 MWh de contra−pressão com uma turbina e turborredutor Zanini Renk já negociados, um gerador de 35 MWh de con− densação com extração e na instalação de mais um gerador já existente de 12 MWh, totalizando 72 MWh.
A Zanini Renk é dotada dos melhores e mais modernos equi− pamentos, com instalações espe− cialmente projetadas para propor− cionar a máxima eficiência em to− dos os setores da produção. Esta− mos em constante busca do aper− feiçoamento tecnológico para produzir equipamentos com mais alto controle de qualidade e pre− cisão. Por isso, somos pioneiros na Indústria 4.0 e a única empresa do Brasil a utilizar o software de ges− tão de produção da Siemens, MES em conjunto com o APS. Este novo ambiente de produ− ção promete redimensionar a ca− pacidade produtiva da empresa, traduzindo a gestão de recursos em maior assertividade e agilidade nas entregas para o cliente. Além de garantir um melhor acompanhamento da manufatura, com base em inovações tecnoló− gicas, redução de custos e inte− gração digital das cadeias de valor – desde o início da produção até a entrega para o cliente, além de maior acuracidade em seus pro− cessos, a Zanini Renk investiu pesado em tecnologias voltadas a Indústria 4.0. Este é apenas um primeiro passo rumo a excelência da Indús− tria 4.0, muitos outros ainda tem de ser dados e a Zanini Renk sempre trabalhará arduamente em busca desta excelência.
Sistemas inteligentes para monitoramento online O Checkmax da Zanini Renk, foi especialmente desenvolvido por enge− nheiros com profundo conhecimento das variáveis necessárias de monitora− mento em redutores de velocidade. O Serviço de Monitoramento Online é desenvolvido para apoiar no aumento da disponibilidade operacio− nal do ativo, por meio de coleta e análise de variáveis online – tempera− tura, vibração de rolamento/mancal, deslocamento axial de eixo, torque, rotação, pressão, vazão, sujidade, tem− peratura e condição do óleo –, permi− tindo identificar o início de falhas em rolamentos, mancais, engrenamentos, além de monitorar e condição de óleo, variável imprescindível para o au− mento da vida útil do equipamento. O monitoramento online oferece ao cliente dados para atuar na melhor gestão da manutenção e decisão de uma parada programada. Nosso sistema de monitoramento é composto por inteligência artificial as−
sistida onde um especialista ZANINI analisa e correlaciona as variáveis atra− vés de ferramentas de machine−lear− ning desenvolvidas pela inovação ZA− NINI e ferramentas gráficas de modo a validar o pré−diagnóstico de falha. O especialista ZANINI enviará boletins técnicos para área de manu− tenção do cliente caso exista alguma previsão de falha e avisará o FIELD SERVICE ZANINI. Var iáveis monitoradas • Deslocamento • Nível Óleo • Pressão diferencial • Pressão Lubrificante • Pressão Lubrificante • Rotação • Sujidade do óleo • Temperatura lubrificante • Temperatura rolamentos • Torque • Umidade do óleo • Vazão do lubrificante • Vibração.
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INDUSTRIAL
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Confiabilidade industrial mobiliza usinas do setor bioenergético Soluções apontadas pelo segmento incluem capacitação de recursos humanos e adoção de inovações tecnológicas
Alcançar a plena compreensão da importância dos conceitos de confia− bilidade e disponibilidade. As usinas do setor sucroenergético estão se subme− tendo a esse desafio. Planejamento de ações, investimento em recursos hu− manos e inovações tecnológicas, fazem parte do pacote de estratégias adota− das para otimizar a utilização de seus equipamentos com mais eficiência e maior produtividade.
A questão foi tema da Quarta Estratégica do JornalCana, realizada no dia 15 de setembro, com a parti− cipação de Deberson Luis, gerente corporativo de PCM industrial da BP Bunge Bioenergia, Maicon Caetano, gestor de PCMI da Usina Pitanguei− ras e Waldyr Pascoal Neto, gerente de manutenção Industrial da Adecoagro. O webinar patrocinado pelas em− presas AxiAgro, BioCon e S−PAA Soteica, foi conduzido pelo jornalista e diretor do ProCana, Josias Messias. Na BP Bunge Bioenergia, dispo− nibilidade e confiabilidade estão in− tegradas a filosofia de trabalho, infor− ma seu gerente corporativo de PCM industrial, Deberson Luís. “É a forma de trabalhar, o ato de ser proativo, e através de dados, tomar as melhores decisões incluindo: capacitação, re− crutamento e retenção de profissio− nais, estruturação e padronização de processos e estratégias de manuten− ção”, explica Deberson.
O Plano Diretor de Manutenção e Confiabilidade da usina se baseia em três pontos: Visão Interna: pro− cessos de gestão, boas práticas das usinas, padronização entre as unida− des, simplificação e otimização; Benchmarking: referências de dis− ponibilidade, custo, boas práticas, inovação e tecnologia; e Diagnósti− co, práticas do ISO 55.001 aplicáveis a BP Bunge: gestão de ativos, custo do ciclo de vida (LCC), performan− ce e gestão de riscos e práticas da ISO adotadas pelo mercado e apli− cáveis ao PDMC. Deberson explica que interna− mente é feito um diagnóstico da si− tuação de cada planta das 11 unida− des que integram o grupo. Ele lem− bra que os recursos humanos são a base de todo o processo, com bons profissionais que dão todo suporte e sustentação necessária. A nossa engenharia de confiabi− lidade está dividida em seis grupos
com vários itens e perguntas. Temos 22 grandes ações, algumas já em an− damento. Já fizemos testes para esta− belecer uma central de monitora− mento de ativos preditivos. Em breve teremos boa parte das nossas plantas online, com tudo o que se fala hoje de indústria 4.0 e alguns estudos de FMEA para obtermos os melhores planos de manutenção. Entre os avanços já registrados após a implementação do nosso PDMC está a padronização dos processos em todas as unidades, que possibilitou por exemplo, a redução de 27% do número de motores queimados. Hoje temos indicadores padronizados que guiam as plantas e o corporativo, afirma Deberson, que destacou ainda as ações de gover− nança com reuniões quinzenais pa− ra acompanhamento do plano de ação, mensais para alinhamento dos avanços e anuais para apresentação de resultados.
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Profissionais da base Segundo Maicon Caetano, ges− tor de PCMI da Usina Pitangueiras, o trabalho de confiabilidade lá co− meçou com o envolvimento dos profissionais da base. “Envolver e engajar os trabalhadores para que se sintam parte deste desafio foi um grande feito da Usina, para identifi− car as oportunidades para melhorar o processo”, disse. Nessa primeira etapa foram apontados os seguintes desafios: ma− pear os gargalos do processo produ− tivo, modernização da planta indus− trial, intensificar o plano de manu− tenção preditiva e preventiva, rees− truturação do PCM, promover pro− gramas para mudança de cultura, tra− zendo conceitos Kaizen e café com a diretoria, promover treinamentos técnicos e operacionais e investi− mentos em novas tecnologias, a cha− mada indústria 4.0. Um dos conceitos que aplicamos em nossa manutenção foi o de ma− peamento da linha crítica que en− globa a gestão das paradas de pro− cesso, análise das falhas, implemen− tação de checklist preventivo para operação TPM (Manutenção pro− dutiva total), Matriz decisória para investimento e Plano de lição
Deberson Oliveira
Maicon Caetano
Waldyr Pascoal Neto
aprendida, que é muito importante. Você reúne todo histórico de um período, criando ações para que aqueles eventos não aconteçam. Maicon destacou que os resul− tados alcançados têm sido bastante satisfatórios. No setor de etração, por exemplo, reduzimos o número de paradas de 351 em 2017 para 51 na safra 2021. No setor de Utilida− des saímos de 73 horas para 6h51, reduzindo a quantidade paradas de 42 para 8. Waldyr Pascoal Neto, gerente de manutenção Industrial da Adecoagro, com duas unidades no Estado do Mato Grosso de Sul, explicou que a
estruturação do setor de confiabili− dade na usina se deu através da cria− ção de uma supervisão para o assun− to dentro da estrutura da empresa. Abaixo deste supervisor estariam os planejadores de mecânica, elétrica e caldeiraria, um programador e um analista de confiabilidade. Para ocupar este posto de pla− nejador, nós escolhemos os melho− res executores de cada planta, o que representou a nossa primeira que− bra de paradigma, pois acreditamos que quando existe um bom plane− jamento as quebras são menores, disse Waldyr. Promovemos também uma rees−
truturação da Preventiva e Preditiva com implantação de um novo pro− grama de análise de vibração, incre− mento de técnicas de termografia elétrica, termografia mecânica, aná− lise de óleo, medição de espessura e formação de novas rotas de Preven− tivas nas unidades. Waldyr também citou alguns desafios relativos à indústria 4.0, no qual a usina já vem avançando como por exemplo análise de vibração on−line; mobilidade com comuni− cação wi fi; uso de inteligência arti− ficial no processamento de dados, análise de problemas de forma re− mota, entre outros.
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INDUSTRIAL
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Especialistas mostram como otimizar os processos para aumentar a produção de açúcar Alterações nos processos industriais podem resultar em salto qualitativo
Para atender às demandas de um mercado cada vez mais exigente, as usinas investem na otimização e apri− moramento de seus processos indus− triais, a fim de entregar um produto com menor custo e melhor qualidade. A fabricação de açúcar foi o tema abordado na edição do 9º Sinatub promovido pelo JornalCana, na quar− ta−feira, dia 29 de setembro, que con− tou com a participação de Edson Ro− cha, vice−presidente e diretor opera− cional para a América do Sul, da Spraying Systems Co, Gilmar Galon, gestor executivo industrial da Bevap e Vander Gimenes, supervisor de pro− dução de açúcar, etanol e levedura da Usina São Manoel. Patrocinado pelas empresas Autojet from Spraying Systems; AxiAgro; Bio− Con e S−PAA Soteica, o primeiro pai− nel do webinar, para tratar deste tema, contou com a mediação do jornalista Alessandro Reis, do JornalCana. A otimização do sistema de pro− dução de vácuo e arrefecimento de água foi um dos destaques apresenta− dos por Edson Rocha, da Spraying Systems Co, que também falou sobre a diluição excessiva na centrifugação do açúcar. Segundo Edson se uma usina com moagem de 3.900.00 TC/safra produzir 1,27 sacos de açú− car por tonelada de cana ao invés de 2, vai deixar de faturar cerca de R$ 82 milhões pelo preço atual. “Como se trata de um sistema, é importante observar que não basta
melhorar um equipamento ou com− ponente, sendo necessário melhorar o conjunto de equipamentos que for− mam o sistema, no caso os tanques de pulverização e os condensadores. A otimização permite a disponibilização de equipamentos para operar em seu ponto máximo, flexibilizando a ope− ração para qualquer que seja o mix açúcar/etanol, aumentando o lucro e a geração de caixa”, explica. O diretor complementa, afirmando que o pro− cesso também permite a redução da degradação e inversão de açúcar na evaporação, produção de xarope com alta concentração e redução no tem− po de cozimento.
Rocha ressalta que o sistema requer a utilização de condensadores baromé− tricos tipo multijatos, com bicos isen− tos de turbulência, que reduzem a temperatura de aproximação e o con− sumo de água. Ele explica que é neces− sário realizar com frequência o diag− nóstico dos condensadores. “Se possí− vel uma vez por semana e nunca me− nos do que uma vez por mês”, disse. Com relação à transmissão de ca− lor, Edson explica que para agilizar o cozimento deve−se usar o vapor dis− ponível de menor temperatura. O melhor é reduzir a temperatura do menor (T fria) ao invés de aumentar a temperatura maior (T quente). De
Edson Rocha
Gilmar Galon
Vander Gimenes
acordo com o diretor, os Spray Ponds utilizam bicos projetados para produ− zir gotas de tamanho ideal e para atin− gir a máxima altura com menor per− da de carga, reduzindo o consumo de energia e também a deriva. Ele considera que um projeto adequado de um spray pond, deve le− var em consideração a direção e o sentido do vento predominante e o número máximo de gotas que o ar se− co e frio poderiam resfriar, antes que esteja saturado e aquecido, lembrando que esse processo também pode ser automatizado. A combinação de um condensa− dor barométrico otimizado e um sis− tema de resfriamento de água em dois estágios, tem possibilitado muitas plantas alcançarem seus objetivos, in− dependente do mix de produção e de exportação de energia elétrica. Edson também chama a atenção para a diluição excessiva de açúcar na centrífuga. A função das centrífugas é de apenas separar o licor mãe dos cristais produzidos no cozimento. Problemas com o distribuidor ou com o raspador, demandam água em ex− cesso provocando alto consumo de vapor e perda de capacidade da fábri− ca de açúcar.
ENERGIA
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Controle operacional Gilmar Galon, da Bevap Bioenergia, falou sobre o tra− balho que vem sendo desen− volvido pela usina na produção de açúcar sem a utilização de enzimas, a partir da cana inte− gral e difusor, após apresentar alguns fluxogramas do sistema de extração, do tratamento de caldo, da evaporação e da fábri− ca de açúcar. Galon destaca como dife− rencial da usina o Controle Operacional Integrado, que conta com ferramentas de mo− nitoramento do processo on− line, como o S−PAA. “Que nos permite acesso a todas as pre− missas de eficiência da nossa planta, alcançando assim uma maior estabilidade no proces− so”, explica. O gestor também enfatizou o trabalho de treinamento de todas as equipes operacionais envolvidas, com instruções de trabalho que incluem desde questões de segurança até as di− retrizes de todas normas de cer− tificações. Vander Gimenes, supervisor da Usina São Manoel, destacou
os resultados obtidos pela usina com a utilização do S−PAA no controle do pH no caldo calea− do, apresentando quadros com− parativos, demonstrando o nível de estabilidade alcançado. Entre as mudanças adotadas e que trouxeram resultados, ele citou a instalação de dois tanques de 80 m² cada, que aumentou o tempo de retenção de 4 para 14 minutos em média. Assim como a alteração dos pontos de medi− ção, com instalação de sonda de medição de pH por inserção na tubulação de transbordo entre os tanques. E os resultados foram: redução no delta na correção e medição do pH, estabilidade ao controle e processo de forma geral, não houve troca de ele− trodo de medição durante a sa− fra, redução de ocorrências na medição e melhora na turbidez. Vander também destacou a importância da capacitação do pessoal. “Ensinar aos colabora− dores fundamentos e conceitos, e sobre a importância deles. Eles devem saber o porquê de fazer, não apenas fazer bem feito”, concluiu.
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ENERGIA
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Usina incrementa R$ 1,2 milhão por safra com novo sistema para limpeza de esteirão Solução que elimina o uso do vapor e aumenta a qualidade da limpeza Realizar uma limpeza eficiente no esteirão é um desafio para muitas usi− nas. O uso de tubos furados com apli− cação de vapor é a solução mais utili− zada, mas existem algumas empresas que também usam sistema de ventila− ção. Porém, ambos os sistemas não são eficientes. O ventilador não consegue retirar a cana desfibrada incrustrada nas taliscas e o vapor, que faz falta para muitas unidades, custa caro e pode gerar receita na cogeração de energia. Uma usina, do centro−oeste, uti− lizava vapor vivo para realizar a lim− peza e assepsia das esteiras metálicas. A operação não obtinha um resulta− do satisfatório. Após a limpeza ainda era possível observar sólidos insolú− veis, como terra e areia, causando abrasão e desgaste do equipamento. Além disso, a empresa também per−
dia muita sacarose para bactérias im− pregnadas no esteirão. O especialista da Spraying Systems apresentou à empresa uma solução que elimina o uso do vapor e aumen− ta a qualidade da limpeza: o Sistema de Limpeza de Esteirão da AutoJet Tech− nologies. A solução é composta por unida−
de de bombeamento e chuveiros de pulverização de alto impacto que promovem a limpeza. Ao ser instalada do lado da talisca, o impacto preciso dos jatos encaminha o material auto− maticamente para a esteira de borra− cha. E do lado da corrente, com re− cuperação por bomba, o material é encaminhado para a embebição do
penúltimo terno. Após instalação do sistema, a usi− na contou com os seguintes resulta− dos: • Ganho no faturamento de R$ 1,2 milhão/safra: o vapor, não mais utilizado, pode ser direcionado total− mente para produção de energia elé− trica limpa e renovável • Aumento da eficiência indus− trial: estima−se um aumento de 0,2 a 0,5% devido à maior recuperação de sacarose • Aumento da vida útil do es− teirão: todos os materiais abrasivos fo− ram retirados • Com todos esses resultados positivos, o payback do Sistema de Limpeza de Esteirão foi alcançado em apenas 2 meses. A AutoJet Technologies é uma empresa de Engenharia para Resulta− dos que tem como propósito aumen− tar a eficiência industrial por meio da pulverização precisa. O foco é o de− senvolvimento de soluções capazes de eliminar gargalos para aumentar a Efi− ciência Técnica e a Eficiência Econô− mica da indústria.
Thermic realiza manutenção de usinas e atendimento personalizado Empresa oferece equipamentos que aliam a produtividade e a modernização. Há 28 anos no mercado, a Ther− mic é uma empresa do ramo de me− talurgia com foco em soluções para usinas de cana−de−açúcar. Localizada em Pederneiras – SP, bem no coração do estado de São Paulo, está estrategi− camente posicionada no polo gerador mundial de cana, onde está 55% de toda área plantada no país. Em sua jornada, a Thermic acom− panha a crescente demanda pelo eta− nol e açúcar, que atinge patamares re− cordes de exportação. Na esteira de um mercado promissor, a Thermic se− gue a evolução e as necessidades des− ta cadeia produtiva. Fabrica peças e faz a manutenção de camisas de moenda. A companhia oferece equipa− mentos que aliam a produtividade e a
modernização. Desde o início da sua história, os fundadores da Thermic definiram que seu DNA seria o capital humano. É uma empresa feita de pessoas, para pessoas.
Para que o discurso não fique só na teoria, a Thermic tem o time de colaboradores comprometido com seu público. Isso inclui a pronta res− posta a qualquer hora do dia, seja no esclarecimento de dúvidas, até dar
início ao atendimento em situações emergenciais. O profissional da usi− na é treinado para operar os equipa− mentos instalados. E o suporte é prestado 24 horas para qualquer ne− cessidade.
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USINAS
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Investimento em ações de prevenção e combate a incêndios crescem Raízen tem um arsenal de medidas contra as chamas
Com investimentos na ordem de 27 milhões de reais, a Raízen inten− sifica as operações de combate a in− cêndios em 2021. Segundo o gerente agrícola da empresa, Rodrigo Mora− les, até agosto deste ano, as ações se estenderam a uma área equivalente a 55 mil hectares. “Tivemos 25% me− nos de cana queimada, em relação ao mesmo período do ano passado”, in− forma Morales. O programa da empresa de com− bate a incêndio tem como foco evi−
tar que ele aconteça, mas quando acontece agir de forma rápida e efi− ciente. A tecnologia tem sido uma grande aliada nesse aspecto. “Investimos em ferramentas de prevenção e detecção, como monito− ramento de chuvas e também do que chamamos de triângulo do fogo: umidade do ar, temperatura e veloci− dade dos ventos. Essas medições per− mitem avaliar as chances de onde as queimadas podem acontecer de ma− neira mais intensa e com maior gra− vidade. Contando ainda com o apoio de imagens de satélite, que apontam locais com possibilidade de focos de incêndio. Com base nesses dados, as equipes de combate são direcionadas para essas áreas”, explica o gerente agrícola. Segundo ele, quando o fogo apa− rece são acionados os chamados Veí−
culos de Intervenção Rápida (VIR) que são caminhonetes com equipa− mentos de combate, com tração nas quatro rodas e com maior velocida− de de deslocamento. “Sabemos que o fator tempo é muito importante, quando se trata de combate a incên− dio”, ressalta. Morales informa que a Raízen conta com um protocolo constituído de 39 procedimentos de combate a incêndio. Ao todo, são cerca de 1.700 brigadistas com roupas e equipamen− tos adequados, com apoio de cami−
nhões pipa automatizados. “50% dos incêndios ocorrem entre 12h00 e 18h00, horário que requer mais aten− ção de todas as equipes”, afirma. A quantidade de água no solo, também é um dos itens que recebem atenção no programa de combate às queimadas. Através dessa medição é possível entender se estamos entran− do num período mais seco, o que acontece normalmente a partir do mês de agosto. Esse ano, porém, é bom salientar que essa estiagem che− gou no mês de julho. Isso inclui a ação
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de diversificação da variedade de ca− na, para plantar sempre a mais ade− quada para cada período. Paralelo a todas essas medidas, a Raízen também promove um amplo trabalho de conscientização junto às comunidades de entorno, buscando também o envolvimento do poder público, através das prefeituras, para o desenvolvimento dessas ações. A empresa disponibiliza um tele− fone 0800 para que a população tam− bém possa ligar e alertar sobre possí− veis focos de incêndio.
Queimadas Apontadas, hoje, como um dos maiores inimigos da área agrícola, as queimadas, durante muito tempo foram vistas como aliada dos pro− dutores, principalmente, antes do processo de mecanização da colhei− ta. “A palha hoje é um importante produto para gente. Não chamamos mais nossas plantas de usina, mas sim de parque bioenergético. Então quando ocorre queima, deixamos de trazer matéria prima. E o setor ho− je precisa da palha”, explica Mora−
les, durante participação no webi− nar “Prevenção e combate a incên− dios em canaviais − 2ª edição”, promovido no dia 14 de setembro, pela Raízen. O diretor da União da Indústria de Cana−de−Açúcar (UNICA), Antônio de Pádua Rodrigues, infor− ma que atualmente, 99,8% é colhida através do sistema de colheita meca− nizada, sem a utilização de queima− das. Segundo ele, uma das grandes ações do setor sucroenergético nessa transição, foi a requalificação de mais
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de 400 mil trabalhadores. Para Marcos Landell, diretor do Instituto Agronômico (IAC), uma das principais mudanças é que to− do pacote tecnológico desenvolvi− do contempla o ambiente atual (sem a queima de cana). Ele desta− ca ainda que as queimadas provo− cam perdas na colheita, adubação, no controle de pragas, perda no vi− gor dos canaviais já brotados, redu− zindo a população de colmos, cau− sando menor produtividade agrí− cola no ciclo seguinte.
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AGRÍCOLA
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Bioinsumos: o novo seguro agrícola para a sustentabilidade financeira dos canaviais Manejo biológico já possui participação superior a 50% no controle de pragas e doenças na cana-de-açúcar A crescente demanda por açúcar e etanol gera grande entusiasmo no setor sucroenergético. Além do cres− cimento demográfico que impulsio− na o consumo, tanto de açúcar quan− to de etanol, novos países também se tornam potenciais consumidores. Ademais, a substituição dos combus− tíveis fósseis pela bioenergia também cresce ao passo que se ajusta com os veículos híbridos movidos a eletrici− dade e bioenergia, ambas fontes energéticas produzidas nas usinas de cana−de−açúcar. Ainda para elevar o otimismo, os CBIos (créditos de carbono) permite sensíveis acréscimos na rentabilidade,
incentivos também já estruturados pela certificação Bonsucro disponível no mercado. No entanto, embora otimistas, ainda existem importantes desafios as− sociados à produção da matéria−pri− ma, a cana−de−açúcar, que, totalmen− te dependente do fator clima, fica sus− ceptível a sevaras quedas de produtivi− dade, como ocorre na atual safra.
As restrições climáticas de 2021, seja por seca, geada, ou a soma destes dois eventos, deixam suas rudes mar− cas, pois já ocorrem registros de que− bras de até 20% na produtividade de alguns canaviais. Além disso, os cana− viais que sobrevivem ao estresse se tornam debilitados fisiologicamente, o que os torna mais susceptíveis ao ata− que e propagação das pragas e doen−
ças, o que gera dificuldades de con− trole também nos subsequentes ciclos. Assim, com vistas ao controle mais eficiente, tanto em agilidade e eficácia quanto em tempo residual de ação dos manejos, os insumos biológicos ga− nharam avanços em suas formas de utilização, doses, tecnologias e formu− lações para auxiliar os manejos quími− cos, gerando reduções de custos e re− sultados superiores. Como resultado disso, a Blink Strategies registrou cres− cimento na taxa de adoção dos insu− mos biológicos na cana−de−açúcar da ordem de 30% no último ano. Em algumas unidades de produ− ção de cana, o manejo biológico já possui participação superior a 50% no controle de pragas e doenças. Tais manejos, entregam melhoria contí− nua na saúde do solo e no ambiente de produção. Nestas unidades, a queda na produtividade, devido à se− ca e geada da atual safra, foi de ape− nas 5% a 8% ao passo que nas unida− des vizinhas, a redução na produti− vidade foi de 20% a 22% e já ante− ciparam o final de safra.
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AGRÍCOLA
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IAC apresenta três novas variedades de cana Lançamento oficial das novas variedades acontecerá no dia 23 de novembro O Instituto Agronômico (IAC) apresentou três novas variedades de cana−de−açúcar no dia 1° de outubro de 2021, em Ribeirão Preto, no Cen− tro de Cana do IAC, durante evento com o vice−governador de São Pau− lo Rodrigo Garcia e o secretário de Agricultura Itamar Borges. São três ótimas opções de cultivo com carac− terísticas de alta produtividade, mo− dernidade e adaptação ao plantio e colheita mecanizados. Na cerimônia foi feita uma entrega simbólica das novas variedades que estão chegando para os canavicultores. "As três novas variedades vêm compor o arsenal biológico que con− tribuirá para a verticalização da pro− dutividade dos canaviais paulistas e brasileiros", diz o líder do Programa Cana IAC e diretor−geral do Institu− to Agronômico, Marcos Guimarães de Andrade Landell. O pacote tecnológico que carac− teriza as três novas variedades envolve elevada produtividade e resistência às principais doenças da cultura, porte ereto, com indicação para diversos ambientes e ótimos desempenhos em diferentes regiões brasileiras. As três trazem a possibilidade de plantios nas regiões de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Bahia e Tocan− tins. Cada uma carrega características que as adaptam às diversas condições de ambiência, apresentando resultados que dependem de sua instalação de acordo com os nichos previstos no desenvolvimento feito pelo do Pro− grama Cana IAC. A IACSP04−6007 é uma ótima alternativa para o setor sucroenergé− tico, tanto para usinas como para ca− navicultores. É muito versátil por apresentar excelente adaptação à re− gião Sul e Centro Paulista até o Nor− te do Paraná e o Mato Grosso do Sul. Tem produtividade 13% superior à variedade mais plantada no Brasil atualmente. Esse acréscimo representa 10 toneladas a mais de cana por hec− tare. "Esses ganhos são ainda maiores nos nichos regionais para onde ela é indicada", afirma Landell. O pesquisador ressalta que essas novas variedades comerciais foram desenvolvidas dentro da estratégia de alto potencial para nichos regionais. A composição do canavial deve ser
Variedades foram apresentadas durante evento no Centro de Cana
diversificada, isto é, devem ser usa− das cerca de dez diferentes varieda− des para seguir a recomendação de cada material representar, no máxi− mo, 15% da área total. "A comple− xidade é o que leva à produtividade de 120 toneladas, por hectare, na média dos cinco cortes, otimizando os nichos regionais e usando as va− riedades mais adaptadas a cada loca− lidade", complementa. O Programa Cana IAC adota a estratégia de identificar todas as varie− dades desenvolvidas com seus perfis regionais para que o produtor não er− re ao escolher determinada variedade para a sua região. O objetivo é dispo− nibilizar as orientações como se fosse uma "bula", que traz todas as caracte− rísticas dos materiais biológicos e seus respectivos desempenhos de acordo com o ambiente onde são plantados. A IACSP04−6007, assim como a IACCTC05−9561 e a IACCTC05− 2562, reúne excelentes características agroindustriais. Com porte ereto, as três novas variedades contribuem pa− ra o melhor desempenho das máqui− nas no plantio e colheita mecanizados. A IACSP04−6007 e a IACCTC05−9561 têm alta veloci− dade de crescimento inicial, caracte−
rística que faz suas folhas fecharem mais rapidamente, causando sombras que evitam o surgimento de plantas daninhas. "Essa característica de fe− char bem resulta numa espécie de guarda−chuva foliar, que protege a planta ao combater as ervas dani− nhas", explica. O benefício alcança− do é a redução do uso de herbicidas. O crescimento veloz também per− mite seu plantio mais tardio. A IACSP04−6007 foi original− mente selecionada na região Su− doeste do Estado de São Paulo, on− de há menor déficit hídrico. Já apre− senta áreas expressivas de cultivo nos Estados do Mato Grosso do Sul e Paraná, além de estar também na própria região de origem, no muni− cípio de Assis, interior paulista. Atualmente, tem despertado muito interesse e vem ganhando espaço nas regiões Norte e Oeste do Estado, além do Triângulo Mineiro. "Apesar de oriunda de região de clima mais ameno, quando em região mais quente, também tem se destaca− do inclusive em Goiás e Oeste pau− lista, desde que em solos com melhor capacidade de armazenamento de água", explica Landell. A IACSP04− 6007 tem ótima maturação desde o
Por que é importante o porte ereto da cana? As máquinas de plantio e co− lheita de cana funcionam melhor com canas de porte ereto. Na co− lheita mecanizada, as folhas são descartadas e deixadas no solo, conservando−o de processos ero− sivos e livrando−o de perdas hídri− cas. Além disso a cana ereta ajuda a reduzir a impureza mineral, que resulta do contato da cana com o solo, no momento da colheita. "Quando a cana tomba e encosta no chão, as impurezas vão para dentro da indústria, reduzindo a
qualidade da cana", explica Landell. Outro fator que contribui pa− ra o funcionamento das máquinas é a uniformidade biométrica da cana, isto é, a planta ter a mesma altura e o diâmetro de colmos "Os equipamentos de plantio e colhei− ta funcionam melhores quanto maior a uniformidade do material biológico", atesta. O lançamento oficial das novas variedades acontecerá no dia 23 de novembro na última reunião do Grupo Fitotécnico.
Marcos Landell
início de safra, em abril, até o final, em setembro.
IACCTC05-9561 Desenvolvida no Oeste baiano, região muito peculiar e com aspectos produtivos limitantes, a IACCTC05− 9561 tem se destacado em condições muito desafiadoras: o Cerrado brasi− leiro. É muita adaptada ao Norte de Goiás, onde está sendo plantada na usina Jalles Machado. Indicada para ambientes médios a favoráveis, sua adoção também vem crescendo em São Paulo e Paraná. "Dentre as inúmeras característi− cas positivas da IACCTC05−9561, destaca−se a ótima adaptação à meca− nização e uma excelente opção nos manejos avançados de canavicultura; além disso, a uniformidade biométri− ca e o rápido crescimento proporcio− nam a ela excelentes produtividades ao longo dos cortes", comenta Landell.
IACCTC05-2562 A IACCTC05−2562 tem cresci− mento inicial mais lento, portanto, tem menor volume de folhas. Isso é positivo porque, no período da seca, quanto mais folhas tiver a planta, maior será a perda hídrica pela mas− sa foliar. "A cana com fitomassa não muito grande fica mais protegida do déficit hídrico, por não perder tanta água pela evapotranspiração", escla− rece o cientista do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agrone− gócios (APTA). Desenvolvida na região de Ribei− rão Preto, a IACCTC05−2562 é ori− ginária da variedade CTC4, uma das mais plantadas, com o diferencial de ter boa resistência à ferrugem, além do bom desempenho do Paraná até To− cantins. Em bons ambientes e ela tem alto desempenho. "É uma variedade que nasce muito bem, fecha muito bem as entrelinhas e colhe muito bem", resume Landell.
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Produtores debatem estratégias de manejo e combate às pragas Uso de tecnologias disponíveis no tempo certo contribui para o sucesso da ação Manejo de cana no combate às pragas para evitar a redução da produ− tividade, as dificuldades enfrentadas com a seca e posterior geada no cana− vial este ano, além das expectativas pa− ra a safra 22/23, foram a pauta de de− bate com participação dos produtores Fernando Martins Mendes, diretor− geral do Grupo Chapadão; Sílvio de Castro Junior, sócio−presidente da empresa Agroexport Trading e Agro− negócios S/A e Paulo Rodrigues, di− retor−executivo do Condomínio Agrícola Santa Izabel/CASI durante um webinar promovido pelo Megaca− na Tech Show, no dia 30 de setembro. O diretor−executivo do Condo− mínio Agrícola Santa Izabel/CASI, Paulo Rodrigues, ressaltou que os produtores têm que trabalhar sempre com o manejo preventivo, para evitar problemas. Ele é o primeiro a cons− truir o potencial da cana, com o pre− paro do solo, utilização de muda de qualidade e livre de pragas, com falha zero entre as fileiras, usar a variedade adequada e cuidar da manutenção. Is− so reduz compactação e possibilita uma boa colheita, além do uso do ter− ceiro eixo para minimizar o déficit hídrico, manejo de plantas daninhas e integrado de pragas e doenças, nutri− ção adequada, foliar e parcelamento. “Não tem uma receita única, a ideia é aprender com a natureza. Diante das dificuldades de seca e gea− da deste ano, o que tem acontecido é o encurtamento da janela de manejo, até para enfrentar o risco dos incên− dios, que têm trazido sérios prejuízos, e a fim de que o uso dos insumos seja
O presidente da Fazenda São Se− bastião, Sílvio de Castro Junior, disse que sempre priorizou novas variedades, buscadas nos variados institutos de pes−
quisas nacionalmente.“As variedades de cana duram muito, têm algumas com mais de 20 anos que mantêm a produ− tividade, mas este tempo tem que re− duzir, a soja, por exemplo, está duran− do em média 4 anos, então é preciso ser competitivo, para que não ocorra mi− gração de produtores para outras cul− turas”, afirma Sílvio. Ele também está usando biológicos, que estão surpreen− dendo, com eficácia e redução de cus− to, uma tecnologia que todos estão aprendendo a lidar. Mas, ressalta, que não é radical, tem hora que tem que entrar com o manejo químico. A reforma do canavial este ano, tem sido um desafio para os produto− res em função da severa seca e da gea− da. De acordo com Paulo Rodrigues, o CASI costuma trabalhar com meiosi ou cantosi, multiplicados em setembro e outubro, na implantação dos cana− viais. Mas, este ano, o clima adverso causou sérios prejuízos aos viveiros de cana. “Em Frutal a empresa perdeu 100% dos viveiros, em Jaboticabal perdeu 70% e chegou a ter problema até na MPB, com atraso de brotação e desenvolvimento aquém do desejado em função do frio”, lamentou. Já Fernando Mendes ressaltou
Fernando Mendes
Paulo Rodrigues
Silvio de Castro Junior
mais eficaz”, diz Paulo Rodrigues. Para Fernando Martins Mendes, do Grupo Chapadão, “um dos grandes segredos do manejo é fazer na hora certa com as tecnologias disponíveis”. Ele falou sobre algumas estratégias pa− ra enfrentar o sphenophorus levis (co− nhecido como bicudo da cana). O grupo iniciou a eliminação das soqueiras e Mendes disse que o sol e outros predadores ajudam na redução do sphenophorus. “Toda vez que co− lhemos a cana começamos também com o corte da soqueira, manejo quí− mico, com resultados excelentes” afir− mou. Outras medidas são a utilização de mudas pré−brotadas (MPB) de al− ta qualidade e da cantosi para novas áreas. Outra ação implementada pelo grupo é a lavagem das colheitadeiras, já que o sphenophorus pode se espa− lhar nesse processo. Além da utilização do controle biológico através da me− tarhizium/boveria, que chega na pa− lha e contamina o inseto.
Variedades de cana
que na parte de reforma usa medidas alternativas como a descompactação do solo em 50 centímetros, pelo me− nos, e notou que, desde então, as fa− zendas têm tido recorde de produção. A empresa elimina a soqueira, espera alguns dias, aplica o calcário com maquinário para ficar melhor espa− lhado, faz a subsolação e o nivela− mento do terreno com grade. “Vejo que muitos produtores não adotam essas tecnologias, são mais imediatis− tas, mas ganhamos na longevidade do canavial, em até sete cortes, contra cinco mais comuns. Estamos traba− lhando para que todas as fazendas te− nham sete cortes”, afirmou.
Próxima safra As perdas apresentadas na safra atual devem se refletir na próxima 22/23. Sílvio Junior destacou que este ano te− ve o “pacote” completo: seca, três gea− das e incêndios. Segundo ele, a expec− tativa era de uma colheita nesta safra de mais de 600 milhões de toneladas, mas acredita que se terá uma perda em tor− no de 100 milhões. “Só iremos saber o tamanho do problema depois que chover e a cana brotar. Mas, sem dúvi− da, teremos uma redução da oferta de produtos para as próximas safras. Mas as bases estão bem concretizadas e se terá preços razoáveis, também, porque a Ín− dia começou um programa de produ− ção de etanol e não irá pressionar o mercado de açúcar”, disse. Para Paulo Rodrigues, tudo indi− ca que a próxima safra terá um atraso no desenvolvimento do canavial e no início da colheita. “Mesmo que se te− nha uma Primavera e Verão normais tenho a impressão de que o canavial não irá se recuperar integralmente, deverá levar de dois a três anos para voltar ao normal”, afirmou.
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Adubação biológica produzida com tecnologia Microgeo altera temperatura foliar da planta Análise foi destaque do trabalho vencedor da etapa cana-deaçúcar do ‘Desafio Microbioma Brasil’ A etapa Cana−de−Açúcar do ‘Desafio Microbioma Brasil’ (DMB) 2021 aconteceu no dia 10 de setem− bro. O evento, que está em sua segun− da edição, avaliou trabalhos que ana− lisaram o uso do Adubo Biológico produzido com Microgeo no cultivo de cana−de−açúcar. O prof. Dr. Carlos Alexandre Costa Crusciol e a dra. Gabriela Fer− raz de Siqueira, são os consultores au− tores do experimento vencedor. Eles fizeram as análises na área de uma Usina que fica na cidade de Colôm− bia, em São Paulo. A aplicação foi fei− ta em soqueira junto à vinhaça. “Nossa avaliação foi da parte fisio− lógica da planta, o que ela manifesta a partir desse manejo sustentável. Con− cluímos que houve melhora conside− rável na eficiência de utilização da água e que a planta fica mais tolerante em uma situação de seca e estresse hídri− co. Isso refletiu no maior crescimento, aumento no diâmetro e número de colmos e num melhor desenvolvi− mento de perfilhos. O que resultou num ganho de 10% em produtividade e aumento de 1,2 toneladas de açúcar por hectare”, contou Crusciol. Uma das análises que se destaca− ram no trabalho dos pesquisadores foi a resposta da temperatura foliar nas áreas onde houve aplicação do adubo biológico. O fato foi um dos deter− minantes para que o experimento fosse escolhido como vencedor, de
acordo com o professor Dr. Rafael Otto, da Escola Superior de Agricul− tura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), que foi um dos no− mes na banca avaliadora. “Foi muito interessante, pois avaliaram a parte fi− siológica. As análises demonstraram que nos tratamentos com a Biotec− nologia Microgeo a planta estava uti− lizando de maneira mais eficiente o CO2, utilizando melhor a água e re− duzindo a temperatura foliar, o que foi algo muito inovador”, explicou. Na apresentação do trabalho de− senvolvido, o consultor fez uma ana− logia com um motor de carro. “Sur− preendente, a tecnologia reduziu a temperatura da folha e deu um con− forto térmico para o “motor”. Iden− tificamos também aumento na assimi− lação de CO2 e redução de CO2 na câmara subestomática. Ao reduzir a
temperatura, é como se você desen− tupisse, fizesse uma limpeza dos bicos, e com isso consegue−se utilizar aque− le "combustível" que estava armaze− nado no tanque, mas não podia ser usado”, explicou Crusciol. Quando a temperatura da folha se iguala a do ar, ela está dando um sinal que não está conseguindo re− frigerar o sistema e isso reduz a pro− dução. O indicado é que, em uma temperatura média entre 30 e 35 graus, a folha esteja 1 grau abaixo da temperatura do ar. O Desafio ainda realizará a etapa Sul e, por fim, a grande final que vai escolher o melhor trabalho entre os campeões das etapas regionais. Os vencedores das etapas regionais ga− nham um voucher viagem como re− conhecimento. O campeão nacional participará da próxima edição do Plant
Microbiome Symposium, que será realizado na Escócia. O DMB é uma idealização dos fundadores da Microgeo, empresa 100% brasileira do setor de biológi− cos, é pioneiro no país e foi inspira− do no “Plant Microbiome Sympo− sium”. “Voltado às instituições de pesquisa e consultores do ramo do agronegócio, o objetivo do desafio é incentivar discussões sobre a impor− tância do microbioma do solo na agricultura. Além disso, a proposta é compartilhar com agricultores de to− do o país os resultados obtidos com o uso da adubação biológica produzida através do Microgeo, em proprieda− des participantes de 4 regiões do Bra− sil, para a prática da sustentabilidade no agronegócio”, explicou Paulo D´Andréa, Diretor de Pesquisa e De− senvolvimento da Microgeo.
www.youtube.com/canalProcanaBrasil
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A irrigação por gotejamento pode aumentar sua pontuação no RenovaBio Ação também possibilita aumentar a produtividade (TCH) em média em 50% Atualmente, o Brasil apresenta área agricultável disponível estimada em 152,5 milhões de hectares, sendo que destes, aproximadamente 62,5 milhões já são utilizados pela agri− cultura. Desse total, o cultivo de ca− na−de−açúcar representa cerca de 10 milhões de hectares. O objetivo de “produzir mais” deixou de ser a palavra de ordem da agricultura e foi substituído pelo de− safio de “produzir mais, mas com o compromisso com sustentabilidade”. Para o setor sucro−alcooleiro não foi diferente e, para liderar e organizar essa iniciativa do setor foi criado o RenovaBio. O RenovaBio tem como objetivo ampliar a participação dos biocom− bustíveis na matriz de transportes bra− sileira, na sustentabilidade econômica,
ambiental e social, contribuindo ain− da para a redução das emissões de ga− ses de efeito estufa. A política RenovaBio possui di− versas vantagens, inclusive econômi− cas, como o Crédito de Descarboni− zação (CBios). Mas para isso, Usinas e Fornecedores certificados precisam obter pontuações para ter direito aos benefícios. Segundo a fórmula de pontuação,
há duas variáveis que muito impactam: a produção de etanol por hectare e o custo de produção por tonelada, e é nesse ponto que a irrigação por gote− jamento pode contribuir. Não há dúvidas que com o uso do gotejamento é possível aumentar a produtividade (TCH) em média em 50% e, através do uso da retirada gra− dual de água (drying off), podemos manter os mesmos níveis de ATR/ton
de cana em canaviais de sequeiro. Com isso, conclui−se que aumento o TCH da área x mesmo ATR/ton de cana conseguimos produzir muito mais ATR/ha que canaviais de sequeiro. E como sabemos o etanol é produzido através do ATR, ou seja, quanto mais ATR/ha, mais etanol por hectare. Outro ponto importante para a pontuação do RenovaBio é a redução nos custos de produção em reais/to− nelada de cana produzida; e mais uma vez a irrigação por gotejamento apa− rece como tecnologia ideal para isso através da Verticalização da Produção, ou seja, produzir mais por unidade de área (maior TCH). Isso porque todos os tratos culturais, como adubação e aplicação de defensivos, são calculados em kg/ha, L/ha. Com isso, se produ− zirmos mais cana por hectare, obvia− mente reduziremos nossos custos em R$/ton de cana. São inúmeros os exemplos e ar− gumentos que confirmam que a tec− nologia de irrigação por gotejamento apresenta benefícios que vão além da produtividade e um desses benefícios é a melhor pontuação no RenovaBio.
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Tolerância para pesagem de caminhões é ampliada Resolução do Contran libera utilização de caminhões com 11 eixos no transporte de cana Em sessão semipresencial, do dia 22 de setembro, o Plenário do Sena− do aprovou a Medida Provisória (MP) 1050/2021, que aumenta de 10% pa− ra 12,5% a tolerância para o excesso de peso por eixo de ônibus de passagei− ros e de caminhões de carga sem apli− cação de penalidades. Relatada pelo senador Carlos Viana (PSD−MG), a matéria foi aprovada na forma do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 20/2021 e segue agora para a sanção da Presidência da República. De acordo com o texto aprovado, os veículos ou combinações de veícu− los (carretas com reboques, por exem− plo) de peso bruto total regulamentar igual ou inferior a 50 toneladas deve− rão ser fiscalizados apenas quanto aos limites de peso bruto total ou de pe− so bruto total combinado (caminhão mais o reboque), cuja tolerância fixa− da pela lei é de 5%. A MP modifica a Lei 7.408, de 1985. No caso de o veículo fiscalizado de até 50 toneladas ultrapassar a tolerân− cia máxima do peso, o texto determi− na que esse veículo também seja fisca− lizado quanto ao excesso de peso por eixo, aplicando−se as penalidades de forma cumulativa, respeitada a nova tolerância máxima por eixo. Em rela− ção aos veículos não adaptados ao transporte de biodiesel, mas que reali− zam o transporte desse produto, o tex− to aumenta de 5% para 7,5% a tole− rância no peso bruto total ou no peso bruto total combinado. A regra vale até o sucateamento desses caminhões. O relator Carlos Viana argumen− tou que, a despeito de o transportador distribuir a carga de maneira uniforme no veículo para evitar o carregamento excessivo de qualquer dos eixos do veículo, não é incomum que essa car− ga sofra pequenos deslocamentos du− rante o transporte. Muitas vezes, acres− centou o relator, esse deslocamento é responsável pelos pequenos excessos de peso aferidos pela fiscalização.
Regulamentação Enquanto o texto original da MP permitia ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamentar o tema desde a edição da MP, o PLV aprovado no Congresso prevê que o
excesso de peso dos veículos será regulado somente a partir do en− cerramento do prazo de vigência da lei, limitado a 30 de setembro de 2022. A MP fixava a data em 30 de abril de 2022. A regulamentação do Contran deverá considerar a diversidade da frota do transporte rodoviário de car− gas em operação, contemplando os casos de dimensão de tolerância e de isenção na pesagem por eixo. Segun− do o governo, a mudança nos limites é uma reivindicação do setor de trans− porte rodoviário, porque cerca de 43% das multas ocorrem nesse intervalo de tolerância entre 10% e 12,5%.
Transição Como o texto determina que o Contran regulamente o tema somen− te depois de setembro de 2022, quan− do acaba a vigência da Lei 7.408, de 1985, foi criada uma regra de transi− ção, especificando que a fiscalização de trânsito deverá observar, para fins de autuação, os mesmos limites aumen− tados pela MP até o regulamento. Ca−
minhões de até 50 toneladas deverão ser fiscalizados por excesso de peso somente se excedido o limite de peso bruto total. Também foi incluído no Código de Trânsito Brasileiro (CTB – Lei 9.503, de 1997) dispositivo para restringir a autuação, por ocasião da pesagem do veículo, aos casos em que o veículo ou combinação de veículos ultrapassar os limites de peso fixados, acrescidos da tolerância. Quanto às vias rurais não pavi− mentadas, geralmente de circunscri− ção municipal de trânsito, o texto prevê que o Contran estabelecerá os requisitos mínimos e específicos a se− rem observados pela autoridade de trânsito ao conceder autorização pa− ra o tráfego de caminhões fora dos li− mites de peso e dimensões, como aqueles que carregam cana−de− açúcar, por exemplo. Para Mário Campos, presidente do SIAMIG a medida é muito im− portante para todos transportado− res/embarcadores do Brasil. “Nós que somos grandes embarcadores de açú− car, tanto no transporte para um ter−
minal ferroviário ou diretamente pa− ra o porto, enfrentávamos muitas au− tuações por esse peso por eixo. Essa tolerância vai solucionar esse proble− ma”, disse. Campos também espera que haja o estabelecimento de um critério re− ferente às estradas rurais (não pavi− mentadas). Mas de maneira geral ele avalia que houve avanços na legislação.
Caminhão com 11 eixos Com relação aos caminhões de 11 eixos, Mário explica que em setembro foi publicada a Resolução 872/21 do Contran, que passou a valer a partir de 1º de outubro, construída nos últimos anos e que possibilitará o setor trans− portar a cana no Rodotrem de 11 ei− xos, já que até então, só era permitido o uso do Rodotrem de 09 eixos. “O caminhão foi devidamente tes− tado, principalmente, sua segurança, com a participação forte do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), e agora os produtores têm a oportuni− dade de fazer uso do equipamento. O impacto da medida é que possibilitará um transporte mais eficiente da cana, o que é importante principalmente para Minas Gerais, que passou por alguns problemas relacionados a essa operação”, comentou o executivo. De acordo com o presidente da Siamig, para utilização do Rodotrem de 11 eixos, há necessidade de uma Autorização Especial de Tráfego (AET), dada pelos órgãos que cuidam das rodovias, e certamente, novos in− vestimentos serão realizados pelo se− tor em Minas e em várias outras re− giões do país.
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MasterCana Social chega à 14ª edição com 92 cases inscritos Premiação incentiva e reconhece as práticas de gestão de pessoas e responsabilidade socioambiental das usinas A 14ª Edição do MasterCana So− cial anunciou no dia 24 de setembro, em cerimônia realizada no auditório da empresa Dimastec, em Ribeirão Preto − SP, as melhores usinas de cana em recursos humanos de 2020. Além do desejado prêmio principal da noite: o de Usina do Ano em Responsabilida− de Socioempresarial que foi entregue à Usina Colombo. O evento deste ano, devido a pandemia da Covid 19, foi híbrido: presencial e online. Com moderação de Josias Mes−
sias, diretor da Procana, o evento foi realizado pela ProCana Brasil em parceria com o Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria
(Gerhai). Neste ano, a premiação contou com o patrocínio das empre− sas AxiAgro; BioCon; Dimastec e S− PAA by Pró−Usinas.
A entrega dos prêmios foi feita por José Darciso Rui, diretor executivo e fundador do Gerhai, Dimas Fausto, CEO da DimasTec e Paulo Monta− bone, diretor da REED Alcântara. Dessa vez, tiveram 92 cases ins− critos pelas empresas. “Todos foram analisados minuciosamente por uma comissão julgadora que fez a triagem e definiu os TOP 3 de cada catego− ria”, explicou Josias Messias, diretor da Procana. Segundo ele, a premiação é uma iniciativa que visa incentivar, reco− nhecer e premiar as melhores práti− cas em gestão de pessoas e responsa− bilidade socioambiental das empre− sas da cadeia produtiva bioenergéti− ca incluindo entidades representati− vas e empresas fornecedoras de pro− dutos e serviços, que contribuem para o desenvolvimento sustentável e promoção do bem estar social de to− dos os envolvidos.
VENCEDORES DO 14º MASTERCANA SOCIAL CATEGORIA EDUCAÇÃO E CULTURA Bevap com o case “Implantação do Meu RH”. A usina não enviou representante e recebeu o prêmio de maneira online Grupo Moreno com o case “Ciranda Cultural”. Prêmio recebido por José Elias Redigolo Junior, gerente coorporativo de RH
CATEGORIA VALORIZAÇÃO DA DIVERSIDADE Grupo Colombo com o case “Programa Sonar”. Prêmio recebido por Laura Lazarini Aranha, analista de RH (treinamento e desenvolvimento) e José Fernando Caprio, coordenador recursos humanos
Grupo Virálcool com o case “Jovem Agricultor Futuro”. Prêmio recebido por Hélida Cardoso, analista de responsabilidade social
Coruripe com o case “Comitê das Mulheres - Ação que Empoderam”. Prêmio recebido por Patrícia Ferreira Sales, coordenadora de RH
CATEGORIA MEIO AMBIENTE
UISA com o case “Mulheres na Agroindustria-Histórias que Inspiram”. Prêmio recebido por Marcelo Marinheiro Speltz, gerente executivo de Recursos Humanos
Grupo Colombo com o case “Tecnologia de Combate a Incêndios”. Prêmio recebido por Alan Silverio da Silva, coordenador SSMA
CATEGORIA SAÚDE OCUPACIONAL
Usina Jacarezinho com o case “Comunicação da conscientização Ambiental” Prêmio recebido por Leandro Bacon, gerente Administrativo e Financeiro Viterra com o case “Corredores de Biodiversidade e de Sequestro de Carbono”. Incêndios”. Prêmio recebido por Thales Guitarrara Nirschl Costa, gestor de Meio Ambiente
Bevap com o case “Saúde e Segurança no Trabalho – SIDOPE”. Recebeu prêmio online Cevasa com o case “Gestão Estratégica para Continuidade nas Operações frente a Pandemia”. Prêmio recebido por Valmir Viana, gerente de saúde, segurança, Meio Ambiente e Sustentabilidade (SSMAS) Grupo Colombo com o case “Gerenciamento Ergonômico - Qualidade de Vida no Trabalho”. Prêmio recebido por Alan Silverio da Silva, coordenador SSMA
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CATEGORIA DESENVOLVIMENTO HUMANO Usina Diana com o case “Usina de Ideias”. Prêmio recebido por Jessica Cagliari Solera, assessora de Imprensa Grupo Clealco com o case “Copa Clealco”. Prêmio recebido por Carlos Eduardo Furlaneti, vicepresidente de Pessoas e Jurídico Grupo Moreno com o case “Sustentablidade da Cultura por Meio das Lideranças”. Prêmio recebido por José Elias Redigolo Junior, gerente coorporativo de RH
CATEGORIA QUALIDADE DE VIDA Usina Nardini com o case “Planejando o Futuro”. Prêmio recebido por Mariluci Pinheiro Rossi, gerente de Gente e Gestão Cevasa com o case “Compromisso com a Saúde Fisica e Mental dos integrantes”. Prêmio recebido por Jamil Nasrallah, gerente de Controladoria Usina São Domingos com o case “Cultivo Hidropônico”. Prêmio recebido por Sergio Machado, coordenador recursos humanos
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CATEGORIA COMUNIDADE Vale do Paraná com o case “Natal Solidário - Laços de Afeto com as Comunidades”. Prêmio recebido online Usina Diana com o case “Projeto Conhecer”. Prêmio recebido por Wesley Monteiro Martinez, gerente de recursos humanos Raízen com o case “Projeto Voar - Voluntários em Ação. Prêmio recebido por José Borges de Carvalho, gerente de performance social
TOP 3 CATEGORIA COMUNICAÇÃO E RELACIONAMENTO Grupo Colombo com o case “Mascote Colombito”. Prêmio recebido por Willian Giovani Sangalli, Comunicação e José Fernando Caprio, coordenador Recursos Humanos Usina Santa Adélia com o case “Unificação do Polo Noroeste - Encerramento Pioneiros”. Prêmio recebido por Helton, gerente indústria e Godoi, supervisor de produção Tereos com o case “Gibi Infantil - Luta contra o Corona Vírus”. Prêmio recebido online
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CATEGORIA PROFISSIONAIS DE RECURSOS HUMANOS Aline Cristina Santos de Oliveira, supervisora de Pessoas e Administração da Cevasa Antonio Josias da Silva, gerente Corporativo de Recursos Humanos do Grupo Colombo Claudia Maria Toniello, diretora de Recursos Humanos do Grupo Virálcool (foto à direita)
CATEGORIA DESTAQUE EMPRESA FORNECEDORA O Grupo São Francisco Saúde vencedor da categoria com o case “Telemedicina PGC – Programa de Gestão de Crônicos”. Prêmio recebido por Veridiana da Silva Medina, gerente Comercial
CATEGORIA EMPRESA DO ANO EM RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL Grupo Colombo Prêmio recebido por Antonio Josias da Silva
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GIRO DO ROAD SHOW DA USINA 4.0 O Road Show da Usina 4.0 discute e promove as tecnologias mais relevantes para a transformação digital das operações agrícolas e industriais nas usinas bioenergéticas. Confira o giro de visitas e encontros dos meses mais recentes.
Josias Messias e Equipe da Usina Clealco
Equipe da AxiAgro em visita à equipe da Usina Londra
Equipe da Pró-Usinas com a equipe da Santa Adélia
Encontro com José Eugênio Rezende Barbosa, da Agroterenas
Equipe da Pró-Usinas com Geraldo Borin, da Cocal
Fernando e Bruno, da Tereos receberam a Equipe Pró-Usinas
Encontro com a equipe da Pagrisa
Equipe da Pró-Usinas com Bruno e Tiago, da Usina Furlana
Equipe da Pró-Usinas com Leandro Zambianco, da Usina Nova Platina
Equipe da Pró-Usinas em visita à Usina Nardini
Josias Messias e Rafael Basseto, da Usina São Manoel
Josias Messias e Roncoleta, da Usina Santa Isabel
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Morre Gumercindo Colombo, Paulo Sentelhas, acionista da Colombo especialista em Agroindustria S/A Agrometeorologia falece Industrial tinha 84 anos Gumercindo Colombo, acionista da Colombo Agroindustria S/A, fale− ceu no dia 24 de setembro, aos 84 anos. A história de vida do industrial foi construída com muito trabalho e está entrelaçada com a tra− jetória de sucesso da em− presa, criada na década de 40, no município de Ari− ranha –SP. Em nota, a diretoria da companhia lamentou a morte do industrial. “Em nome da Colombo Agro− indústria, os seus diretores, funcionários e membros do Conselho de Administração manifestam seus sinceros sentimentos à família e sua enorme gratidão pelo exemplo de liderança, visão empreendedora e imensu− rável compromisso e dedi− cação à Colombo. Sr. Gu− mercindo deixa um legado e será sempre fonte de ins−
piração para as novas gerações”. Ele deixa a esposa Aparecida Ma− ria Caniato Colombo e os filhos Sér− gio Augusto Colombo; Sidinei Au− gusto Colombo; Suely Rosângela Colombo e Syntia Rosângela Co− lombo Beloni.
Professor foi secretário da Sociedade Brasileira de Agrometeorologia Paulo Sentelhas, especialista em agrometeorologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) faleceu no dia 22 de setembro. Sentelhas estava internado tratando− se contra a Covid−19, mas não resis− tiu. Ele era casado e pai de três filhas. Sentelhas tinha atuação destaca− da na área de Agronomia, com ênfa− se em Agrometeorologia. Lecionava na graduação as disciplinas Meteo− rologia Agrícola e Agrometeorologia Aplicada e, na pós−graduação, a dis− ciplina Agrometeorologia e Doenças de Plantas. Docente do departamento de En− genharia de Biossistemas da Esalq, era referência no impacto das condições climáticas sobre diversas culturas agrí− colas, inclusive foi fonte de muitas matérias do JornalCana. “Neste momento de tristeza e dor,
manifestamos nossas condolências aos familiares e amigos”, manifestou−se a Esalq em nota. A morte do professor também foi lamentada por outras en− tidades e lideranças do agro, como o professor Marcos Fava Neves. “Uma perda gigante ao agro brasileiro, gran− de agro−meteorologista, educador, formador, palestrante, consultor e sem dizer do pai, filho... Dividi diversos eventos com ele, que tristeza. Deixa um legado incrível”, ressaltou.