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Ribeirão Preto/SP
Março/2014
Série 2
Nº 242
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Comparativos de indicadores são fundamentais hoje nas usinas Coruripe implantou o primeiro sistema de classificação por rating independente para o setor, no mundo
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ÍNDICE DE ANUNCIANTES
Março 2014
Í N D I C E ACIONAMENTOS RENK ZANINI
CONSULTORIA AGRÍCOLA 16 35189001
2
ACOPLAMENTOS VEDACERT
16 39474732
80
AÇOS FRANPAR
16 21334383
48
MARC-FIL
18 39056156
54
81 34718543
46
PRODUQUÍMICA
11 30169619
56
ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE INFECÇÕES BACTERIANAS 11 30169619
56
PROZYN
11 37320022
79
ÁREAS DE VIVÊNCIA 3
AGM TECH SOLINFTEC
18 36212182
39
AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER
11 268266633
9
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL AGM TECH SOLINFTEC
18 36212182
39
AUTHOMATHIKA
16 35134000
7
METROVAL
19 21279400
10
BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS VIBROMAQ
16 39452825 16 38182305
80
BRONZE E COBRE - ARTEFATOS FERRUSI
16 39464766
22
CALDEIRARIA CSJ METALÚRGICA
19 34374242
8
MARC-FIL
18 39056156
54
METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100
78
CALDEIRAS ENGEVAP
16 35138800
77
17 35311075
3
CARROCERIAS E REBOQUES RODOTREM
18 36231146
60
RONTAN
11 30937088
55
SERGOMEL
16 35132600
26
CENTRÍFUGAS VIBROMAQ
16 39452825
82
16 39413367
4
COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS ARGUS
METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100
78
MARC-FIL
18 39056156
54
PLAINAS
SUGARSOFT
FEIRAS E EVENTOS
CONSTRUFIOS
11 50538383
51
PLANTADORAS DE CANA
SOLUÇÕES
16 38182305
80
DMB
METROVAL SUDAMÉRICA
19 34023399
82
19 21279400
10
11 55484226
73
19 38266670
27
AGRIMEC
FIOS E CABOS
AGRISHOW
11 35987800
47
REED ALCANTARA
11 30604942
63 E 75
SINATUB
16 36210315
6 E 36
STAB
82 33279632
57
FUNDIÇÃO FERRUSI
16 39464766
22
GASES INDUSTRIAIS
19 34172800
70
GASIL
19 34234000
17
GEORREFERENCIAMENTO
CSJ METALÚRGICA
19 34374242
8
GASIL
81 34718543
46
METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100
78
81 34718543 14 34136856
46 64
DMB
16 21014151
53
16 39461800
37
19 34967710
12
INSPEÇÃO TÉCNICA
11 50923305
43
ELETROSERVICE
11 30432125
31
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE
CANAVIALIS
19 35124034
35
DWYLER
11 268266633
9
IHARABRAS
15 32357914
33
METROVAL
19 21279400
10
NUFARM
11 21338866
59
INSUMOS AGRÍCOLAS
19 34391101
58
CONGER
PRODUQUÍMICA
16 35124300
11 30169619
23, 61 E 71
ISOVER
11 22024814
41
REFRATÁRIOS RIBEIRÃO
16 36265540
81
ELETROCALHAS
LEVEDURAS E ENZIMAS
DISPAN
PROZYN
19 34669300
56
ISOLAMENTOS TÉRMICOS
EDITORA
14
11 37320022
79
ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA E SERVIÇOS
MANUTENÇÃO INDUSTRIAL 19 34967710
12
CPFL SERVIÇOS
19 37562755
28
METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100
78
SANARDI
17 32282555
38
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS
ELETROSERVICE
AGRIMEC
ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL CONGER ENGEVAP
19 34391101 16 35138800
GENERAL CHAINS
ITR SOUTH AMERICA
77
30
19 34172800
FERRUSI
70
29
16 39464766
22
FERRUSI
ANSELL
11 33563100
21
LEMAGI - SP
AZ BRASIL EPI
35 37318578
32
FERRAMENTAS INDUSTRIAIS
19 34431400
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS
HANNA
APS COMPONENTES
11 56450800
19
FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS
AUTHOMATHIKA
16 35134000
7
EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS 12 40093591
15
19 34514811
54
16 39464766
22
58
16 35189001
NUTRIENTES AGRÍCOLAS IHARABRAS
11 30169619
56
FILTROS MAGNÉTICOS
79
J. ZULIAN
19 32282667
80
2 67
16 36265540
81
REFRATÁRIOS SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS SÃO FRANCISCO SAÚDE
16 08007779070
83
SINALIZADORES INDUSTRIAIS RONTAN
11 30937088
55
AGAPITO
16 39479222
82
COMASO ELETRODOS
16 35135230
52
MAGISTER
16 35137200
13
SOLDAS INDUSTRIAIS
SUPRIMENTOS DE SOLDA COMASO ELETRODOS
16 35135230
52
TELAS PARA TRANSPORTE OKUBO
16 35149966
11
TORRES DE DESTILAÇÃO METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100
78
TRANSBORDOS 16 39461800
37
TRANSPORTADORES INTERNOS 18 39056156
54
51 34628000
84
TRATORES TROCADORES DE CALOR AGAPITO
16 39479222
82
MARC-FIL
18 39056156
54
16 21334383
48
TUBOS E CONEXÕES VÁLVULAS INDUSTRIAIS
15
56
16 35189001 16 32441000
FRANPAR
54
11 30169619
72
WEG CESTARI
77
12 40093591
11 37320022
17 33243955
16 35138800
19 34431400
PROZYN
56
ENGEVAP
PARKER HANNIFIN
PRODUQUÍMICA
11 30169619
58
LEMAGI - SP
PRODUQUÍMICA
8
19 34391101
58
72
37
19 34374242
CONGER
19 34514811
17 33243955
2
MONTAGENS INDUSTRIAIS
HANNA
FERTILIZANTES
ESPECIALIDADES QUÍMICAS
16 39461800
RENK ZANINI
MASSEY FERGUSON
MOENDAS E DIFUSORES RENK ZANINI
NEOBRAX
MARC-FIL
MOENDAS FERRAMENTAS
PRODUQUÍMICA
DMB
11 33407555
METAIS
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
NEOBRAX
55 32227710
MATERIAIS RODANTES
58
CSJ METALÚRGICA
REFRATÁRIOS RIBEIRÃO
BASF
DESTILARIAS
30
REDUTORES INDUSTRIAIS
IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
55 32227710
QUÍMICA E DERIVADOS
GRÁFICA SÃO FRANCISCO GRÁFICA
82
PRODUTOS QUÍMICOS
PROLINK
JRM GEO
16 39452825
PLANTAS INDUSTRIAIS
GENERAL CHAINS
PARKER HANNIFIN
COLETORES DE DADOS MARKANTI
VIBROMAQ
CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL
ENGRENAGENS
CARRETAS ALFATEK
80
PROCANA BRASIL 82
BIG BAG'S SOLUÇÕES
19 32282667
SYNGENTA
AUTOMAÇÃO AGRÍCOLA
PENEIRAS ROTATIVAS
J. ZULIAN
CSJ METALÚRGICA
DECANTADORES
PRODUQUÍMICA
17 35311075
FILTROS INDUSTRIAIS 8
62
CORRENTES INDUSTRIAIS
GASIL
ALFATEK
EVAPORADORES
16 39170597
CORRENTES AGRÍCOLAS
ANTI - INCRUSTANTES
A N U N C I A N T E S
19 34374242
AGRONOVA
CONTROLE DE FLUÍDOS
AÇOS INOXIDÁVEIS
D E
FOXWALL
11 46128202
18
15 32357914
33
FRANPAR
16 21334383
48
PRODUQUÍMICA
11 30169619
56
TECNOVAL
16 39449900
34
UBYFOL
34 33199500
5
PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS OKUBO
16 35149966
11
VEDAÇÕES E ADESIVOS PARKER HANNIFIN
12 40093591
15
VEDACERT
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CARTA AO LEITOR
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carta ao leitor
índice
Josias Messias
josiasmessias@procana.com
Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 Usina do bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 a 17
Giro do açúcar pelo mundo
Sem gasolina de octano, produção de etanol cresce na Tailândia
Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 a 36
Bebida industrializada dá novo status para a garapa
QUE VENHA O 2G!
Cana bisada faz moagem adiantar
SETOR TIRA O PÉ DO ACELERADOR
Em 4 anos, setor poderá investir R$ 1,48 bilhão em inovação agrícola
Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 a 40
Mecanização e palha criam novo universo agrícola
Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41
Predileção por gás de xisto demonstra descaso com etanol
Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .42 a 52
Gestão eficiente de pessoas faz a diferença no momento de crise
Números confiáveis de produção determinam maior eficiência
O setor precisa formar líderes
Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54 a 66
A evolução dos acionamentos
Limpeza a seco preserva meio ambiente
Cana Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66 a 68 Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . .69 a 72
Pacote de cana transgênica chega até o final da década
Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .73 Sustentabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .74 Destaques do setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .76 Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .77 a 82
CORAÇÃO E CONFISSÃO “Com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação”. Apóstolo Paulo, no verso dez do capítulo 10 de sua Carta aos Romanos
O romantismo acabou Os tempos mudaram. A adequação a esta nova realidade exige renovação de mente. Chega desta espécie de catatonia que nos mantêm presos ao período romântico do setor, de outros tempos. Batalhar por políticas públicas favoráveis, como faz o Fórum Nacional Sucroenergético, reunindo-se em Brasília, DF, é importante, mas não suficiente para mudar a realidade da maioria das usinas. O romantismo acabou. Alguns desiludidos já perceberam esta realidade, saíram da reclamação e partiram para a ação. O diretor superintendente do Grupo Ruette, Hélio Tavares Santos Junior, é um destes. Para ele, uma gestão corporativa competente, que melhore a produtividade agrícola, baixando custos e não contraindo dívidas é a única maneira de vencer as dificuldades que fizeram mais de quarenta usinas entrar em recuperação judicial. (Veja matéria nas páginas 48 e 49). Neste sentido também se mobiliza o recém-criado Gesucro — Grupo de Estudos para Gestão Sustentável e Controladoria da Cadeia Sucroenergética, que pretende agregar, alertar e capacitar os profissionais de controladoria na aplicação das melhores práticas em finanças e planejamento de suas unidades. Como mostra a matéria de capa desta edição nas páginas 46 e 47, levantar e fazer comparativos de indicadores são ações preventivas fundamentais hoje nas usinas. Pensar de forma estratégica é possível e necessário. Neste sentido, além da governança corporativa, um importante aliado da gestão avançada é a tecnologia da informação. Pude aprofundar este tema em plenária sobre o panorama do setor, realizada no SAP Fórum 2014, um dos mais importantes eventos mundiais sobre TI, realizado no mês de fevereiro. Na palestra lembrei que o desafio é grande. Afinal, segundo a consultoria Canaplan, apenas para suprir o mercado doméstico e manter 50% de participação no mercado global de açúcar até 2021, o setor precisa ampliar sua produção em cerca de 13 milhões de toneladas de açúcar, com uma moagem extra de cerca de 100 milhões de toneladas de cana. (Veja mais na página 44 desta edição). Crescimento que, olhando para a situação econômica da maioria das usinas, representa apenas um sonho distante. E se há uma lição a aprender com os grandes grupos do setor é a de que este é o momento de pôr os pés no chão e sempre fazer contas. O romantismo acabou. É tempo de substituí-lo por uma visão de respeito.
NOSSOS PRODUTOS
O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 - Ribeirão Preto - SP procana@procana.com.br
NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroalcooleiro de informações sérias e independentes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável, humano, tecnológico e socioeconômico; Democratizar o conhecimento, promovendo o intercâmbio e a união entre seus integrantes; Ser o porta-voz da realidade e centro de informações do setor; e Manter uma relação custo/benefício que propicie parcerias rentáveis aos clientes e aos demais envolvidos.
w w w. jo r n a lc a n a . c o m . b r PRESIDENTE
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Anuário da Cana Brazilian Sugar and Ethanol Guide
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AGENDA
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A C O N T E C E U FLORESCIMENTO E ISOPORIZAÇÃO Em 26 de fevereiro, a cidade de Sertãozinho, SP, recebeu o “Seminário Florescimento e Isoporização – Fisiologia, Aplicação e Monitoramento Indutivio”. Coordenado por Oswaldo Alonso, consultor da Canaoste, o evento contou com a participação de pesquisadores do IAC e também com representantes de diversas usinas do país, que debateram e apresentaram cases sobre o trabalho realizado em suas respectivas áreas.
A C O N T E C E CANAVICULTURA DE 3 DÍGITOS
FERSUCRO
AGRISHOW
No dia 11 de março, em Ribeirão Preto, SP, o Grupo Fitotécnico inicia suas reuniões em 2014. Nesta primeira, o tema será “a caminho da canavicultura de 3 dígitos”. Mais informações através dos e-mails dnunes@iac.sp.gov.br ou gutamota@iac.sp.gov.br ou através do telefone (16) 3919-9920.
A Stab Leste realiza no período de, 8 a 11 de julho de 2014, no Centro de Convenções de Maceió, AL, a 11ª edição da Fersucro – Feira Regional Sucroalcooleira. Mais informações através do site www.fersucro.com.br.
A Agrishow acontece de 28 de abril a 2 de maio de 2014, em Ribeirão Preto, SP. Mais informações acesse www.agrishow.com.br.
FENASUCRO
SUCRONOR
CURSO DE PRODUÇÃO DE ETANOL 2G
A Fenasucro&Agrocana acontece de 26 a 29 de agosto de 2014, em Sertaozinho, SP, oferecendo aos visitantes a oportunidade de explorar toda a cadeia de produção: preparo do solo, plantio, tratos culturais, colheita, industrialização, mecanização e aproveitamento dos derivados da cana-de-açúcar. Mais informações www.fenasucro.com.br.
A 6ª Mostra Sucroenergética para a Região Nordeste, acontece de 22 a 25 de abril de 2014, no Centro de Convenções de Pernambuco – Olinda, PE. Mais informações através do site www.sucronor.com.br.
Em 21 de março, a cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, sediará o 1º /SP Curso Técnico de Produção de Etanol 2G, promovido pela ProCana Brasil e Sinatub Tecnologia. O evento tem como objetivo expor as tecnologias para a produção de etanol celulósico, além de apresentar os casos de viabilidade no Brasil.
BestBio e Fórum ProCana de Sustentabilidade no Agronegócio acontecem no dia 18 de setembro, em Ribeirão Preto/SP
Prêmio MasterCana tem datas definidas As três edições do Prêmio MasterCana já têm data marcada. No Centro-Sul, a festa acontece no dia 25 de agosto, em Sertãozinho, SP. Já o MasterCana Nordeste, neste ano, acontece em 13 de novembro, em Recife, PE. Por último, em 25 de novembro, será realizado o MasterCana Brasil, em São Paulo, capital.
O Prêmio BestBIO, que acontece em 18 de setembro, em Ribeirão Preto, SP, é uma iniciativa independente que tem por objetivo central incentivar a sustentabilidade através da divulgação e reconhecimento aos melhores cases da bioeconomia brasileira, com ênfase no desenvolvimento e
geração de energias limpas e renováveis. Mais informações acesse www.bestbio.com.br.
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USINA DO BEM
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Odebrecht inaugura núcleo de corte e costura No dia 19 de fevereiro, a Odebrecht Agroindustrial, por meio do Programa Energia Social para Sustentabilidade Local, em parceria com a prefeitura de Perolândia, GO e a Cooperfap — Cooperativa Mista Agropecuária Integrada dos Produtores Familiares de Perolândia, inaugurou o Núcleo de Corte, Costura e Artesanato de Perolândia, no Assentamento Lagoa do Bonfim, parcela 42. De acordo com a empresa, os assentados foram capacitados e receberam consultoria técnica e apoio de infraestrutura para produção. "Essa iniciativa cria oportunidade de trabalho e renda para 70 cooperados assentados da zona rural de Perolândia", afirma em nota a Odebrecht. As unidades agroindustriais do grupo, avaliam a possibilidade de
adquirirem uniformes feitos pela cooperativa. “Além da geração de emprego e renda para os moradores da zona rural, a estruturação de uma cooperativa destinada a confecções de uniformes e artesanato pode criar um novo mercado para a região”, disse Carla Pires, responsável por Sustentabilidade na Odebrecht Agroindustrial. Para possibilitar a comercialização dos produtos e consequentemente a perenidade do projeto, haverá o envolvimento e participação em feiras renomadas de artesanato, como a Feira de Artesanato de Goiânia. Além disso, todo mês é realizada a Feira Cultural de Perolândia e a Feira Cultural de Mineiros, que possibilitam a visibilidade e a comercialização dos artesanatos produzidos pela cooperativa.
Iniciativa cria oportunidade de trabalho e renda para 70 cooperados
Márcio Pereira, gerente de RH da Sabarálcool e o presidente do Instituto das Águas do Paraná, Márcio Nunes
Usina participa de comitê de bacias do PR A Usina Sabarálcool assumiu em janeiro participação em dois Comitês de Bacias do Paraná: Alto Ivaí, na região de Campo Mourão e do Rio Piquiri, na região de Goioerê. O Comitê da Bacia do Alto Ivaí tem uma área de abrangência de 23.195 km2, contando com 57 municípios de forma integral ou parcial e, segundo o censo de 2010, uma população de aproximadamente 728 mil habitantes. O Comitê da Bacia do Rio Piquiri tem uma área de abrangência de 26.428 km2 e conta com 71 municípios de forma integral ou parcial e, segundo o censo de 2010, uma população de aproximadamente 674 mil habitantes. Previstos na Lei 9.433/1997, conhecida como ‘Lei das Águas’, os comitês de bacias são órgãos estaduais consultivos e deliberativos compostos por representantes da união, dos estados, dos municípios, dos usuários de água e das entidades civis de recursos hídricos com atuação na própria bacia hidrográfica. Para o diretor de Bacias Hidrográficas,
Enéas Souza Machado, o Comitê é um importante instrumento na gestão dos recursos hídricos. “Ele funciona como um espaço de debate, no qual as pessoas que conhecem as particularidades de sua região podem discutir a preservação da qualidade e da quantidade das águas”, explica. O presidente do Instituto das Águas do Paraná, Márcio Nunes, destaca que este trabalho é pioneiro no Paraná. "Você gerencia as unidades por bacias hidrográficas e não por regiões administrativas como é o caso do Brasil inteiro”, explicou. O comitê atuará por meio de trabalho técnico com elaboração de planos de bacia, trabalho o qual é considerado sua primeira função. “Estes planos de bacia norteiam as ações que devem ser feitas não só no Rio Ivaí, mas em toda bacia hidrográfica, visando à manutenção e melhoria da qualidade dos rios e das águas. Estes membros eu gosto de chamar de cuidadores do nosso futuro”, ressaltou Nunes.
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MERCADO
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GIRO DO AÇÚCAR PELO MUNDO Seca preocupa investidores e produtores de açúcar no Brasil A estiagem na região Centro/Sul do Brasil preocupa investidores e produtores de açúcar, assim como, o excesso da commodity nos estoques dos maiores produtores e exportadores do mundo. Somado a isso, o preço do açúcar bruto caiu em Nova York, em meados de fevereiro, com a notícia da aprovação do subsídio à exportação indiana, segundo maior produtor de açúcar mundial. Analistas acreditam que a medida pode aumentar a quantidade de açúcar que a Índia exporta todos os anos. Para Pedro Henrique Verges, analista na INTL FCStone Inc., a safra 2013/14 de açúcar terá um aperto entre o balanço de oferta e demanda maior que em anos anteriores. “Haverá um superávit menor neste ciclo. Na próxima safra, pode haver um déficit de açúcar. É importante notar
que a oferta se mostra cada vez mais inelástica ao preço, pelo aumento da participação da cana-de-açúcar, uma cultura semiperene. Desta forma, a produção reage mais lentamente aos baixos preços atualmente observados”, explica.
EQUILÍBRIO NOS ESTOQUES Acredita-se que se a estiagem se prolongar, e afetar de fato, a produção de açúcar no Brasil, o mercado está sujeito a uma reação negativa aos preços, todavia, haverá equilíbrio nos estoques mundiais, de acordo com Mike Seery, presidente da empresa americana especializada em mercado de commodities, Seery Futures. “Estoques globais devem aumentar ainda mais, a menos que a seca se agrave e corte a produção. Ainda assim acredito que preços muito baixos ainda estão por vir. Uma solução para este problema de excesso de produção seria menor crescimento anual da produção, além de produzir mais etanol ao invés de açúcar”, afirma Seery.
Estiagem pode provocar déficit
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LEILÕES PODEM ATENUAR PERDAS Para Pedro Henrique Verges, analista na INTL FCStone, o fator climático influencia o mercado, que já oscila diante do excesso de açúcar nos estoques mundiais, pelo quarto ano consecutivo. “Certamente a seca observada no Brasil é prejudicial à cana-de-açúcar e consequentemente à produção de açúcar e etanol. Num cenário pessimista, sem chuvas até março e com chuvas durante a safra, resultaria em redução na produção de açúcar no Centro-Sul. O etanol continua ganhando espaço às custas do açúcar, o que pode sustentar as cotações internacionais, entretanto, num cenário otimista — com chuvas até março — a cana terá tempo de recuperar a produtividade”, explica. Para Verges, um aspecto pouco considerado, e que em sua opinião pode ajudar o setor, é o aumento do
preço da eletricidade. “Caso haja leilões de energia da MME/Aneel, ou seja, alguns fatores anticíclicos podem atenuar as perdas das usinas, como o aumento do preço da energia e dos preços internacionais do adoçante", pondera.
PRODUÇÃO NO CENTRO/SUL A produção de açúcar na região Centro-Sul do Brasil, será de 36,3 milhões de toneladas, de acordo com a Green Pool Commodity, com uma queda pequena em relação à safra passada com 36,9 milhões de toneladas. O Brasil produziu 594,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar de 1 abril de 2013 a 15 de janeiro de 2014, o que é considerada uma safra recorde, de acordo com dados da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar.
CHINA As importações de açúcar na China, segundo maior comprador mundial de açúcar bruto brasileiro, serão maiores que o esperado para a safra 2013/14. De acordo com RCMA Commodities Asia, o país poderá importar 3,6 milhões de toneladas de açúcar nos próximos 12 meses iniciados em primeiro de outubro de 2013.
UGANDA A produção de açúcar de Uganda, na África, vai aumentar pelo terceiro ano consecutivo em 2014. De acordo com a Associação dos Fabricantes de Açúcar de Uganda o aumento é decorrente da ampliação da área de plantio e capacidade de esmagamento de cana, nos seis maiores produtores de açúcar do país.
ISRAEL E ETIÓPIA
Pedro Henrique Verges, analista na INTL FCStone
O governo de Israel financiará a construção de uma indústria de açúcar na Etiópia, que terá capacidade de moagem de cana estimada em 24 mil toneladas por dia, com produção de 484 mil toneladas de
açúcar e cerca de 21 mil metros cúbicos de etanol por ano.
AUSTRÁLIA O país que é o terceiro maior exportador mundial de açúcar, depois de Brasil e Tailândia, teve uma área de plantio de cana-de-açúcar, afetada pelo ciclone "Dylan", onde se produz cerca de 16 milhões de toneladas por ano. A safra nacional em 2014, antes do ciclone, era estimada em 32 milhões de toneladas.
QUÊNIA A produção de açúcar bruto do Quênia está prevista para subir 17% em 2014, com 700 mil toneladas. Entretanto, o país tem um déficit de 200 mil toneladas de açúcar por ano, o que o faz importar de outros países africanos. A indústria açucareira do país possui custos relativamente altos de produção e fábricas de açúcar mal financiadas, ainda assim, teve produção recorde em 2013, com cerca de 600 mil toneladas de açúcar, o que foi superior ao ano anterior com cerca de 500 mil toneladas.
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Profissionais gerenciam comercialização entre crises e euforias O diretor da Guarani, Paulo Passos – um dos destaques nessa área – recomenda prudência RENATO ANSELMI, FREE
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CAMPINAS, SP
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Em um mercado de alta volatilidade, que enfrenta inclusive momentos de incertezas e indefinições, os gestores da área de comercialização de unidades e grupos sucroenergéticos têm a árdua missão de coordenar, articular e executar bons negócios em situações bastante distintas. Eles precisam manter o equilíbrio – e contar com uma dose de ousadia em alguns casos – em momentos de crise, euforia e estabilidade. É necessário inclusive identificar e aproveitar oportunidades interessantes. O setor conta com inúmeros executivos que se destacam pelo trabalho realizado na área de
comercialização. Um deles é o diretor comercial e de logística da Guarani, Paulo José Mendes Passos, que foi inclusive premiado pelo MasterCana Brasil 2013 como um dos mais influentes do setor sucroenergético. Graduado em Engenharia Mecânica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele construiu sua carreira nas áreas administrativas, comercial e logística. Está na Guarani desde 1998. Em relação às estratégias que devem ser adotadas por usinas e destilarias, levando-se em conta o cenário atual, Paulo Passos recomenda prudência quando os assuntos são precificação e liquidação de estoques. “O mercado já vem operando há muito tempo com preços comprimidos, próximos ou abaixo do break even (ponto de equilíbrio nos negócios). Tudo leva a crer que estamos próximos a um ponto de inflexão, isto é, o ciclo de baixa pode estar chegando ao fim”, avalia. A Guarani, como todo o setor, precisa aumentar a rentabilidade, afirma ele, ao comentar os resultados obtidos pela empresa na comercialização de seus produtos. “O ideal seria preços melhores”, constata. Mas ao mesmo tempo, ele observa que precisa ocorrer um esforço do setor
sucroenergético brasileiro para aumentar a sua capacidade de competir globalmente. “Do contrário, ficaremos estagnados”, enfatiza. Além da necessidade de investir para aumentar a capacidade, a produtividade e reduzir as ineficiências, Paulo Passos diz que a elevação competitividade requer também a adoção de medidas na área logística. “Precisamos expandir a malha ferroviária, melhorar as rodovias e ter outras opções de portos, além dos localizados em Santos e Paranaguá. Estamos no limite da capacidade logística. Dessa forma, qualquer demanda adicional aumenta imediatamente os custos da cadeia”, afirma O diretor da Guarani observa que o Brasil está longe dos mercados mais promissores, que são os da Ásia, ao avaliar a questão dos fretes internacionais. “Para o açúcar, o peso da logística é grande”, ressalta Paulo Passos, que foi também vencedor do Prêmio MasterCana Centro-Sul 2013 como profissional do ano na área comercial e logística. No caso do etanol, ele destaca que o desafio é criar uma política que estimule o consumo do combustível renovável em relação ao fóssil.
Paulo Passos recomenda prudência quando os assuntos são precificação e liquidação de estoques
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Grupo São Martinho busca aprimoramento diário de processos Investimentos em infraestrutura, intermodalidade e flexibilidade no trading ajudam a minimizar os custos logísticos Flexibilidade, escala, sinergia, qualificação do “time” agrícola, industrial e administrativo, busca por aprimoramento e inovação são os principais fatores que têm assegurado ao Grupo São Martinho um desempenho satisfatório, reconhecido pelo mercado, conforme explica Helder Gosling, diretor comercial e de logística da empresa, que é um dos executivos de destaque do setor sucroenergético. “O Grupo São Martinho é um expoente em excelência operacional e gestão agrícola que, com a abertura de capital, nos força a buscar, diariamente, o aprimoramento de nossos processos de comercialização e logística. Somos avaliados pelo mercado todos os dias”, afirma. Formado em Engenharia de Produção Mecânica pela Universidade Paulista (UNIP), Helder Gosling é pós-graduado em Administração de Empresas, também pela UNIP, e possui MBA Executivo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo ele, o grupo sempre se pautou em disponibilizar produtos com qualidade diferenciada, tanto em relação ao açúcar quanto ao etanol. “Estamos preparados para oferecer o que o mercado demandar,
Helder Gosling: quanto mais flexível o processo, melhor
desde que faça sentido econômico”, comenta. Em qualquer mercado, poder “arbitrar” (comparar mercados) na hora de decidir qual será o
direcionamento da produção, baseado na margem de contribuição do produto final, é um diferencial, observa “Considerando que 65% do nosso custo são agrícolas, com uma matriz fixa de suprimento de matéria prima (cana-de-açúcar), todo processo à frente quanto mais flexível, melhor. Temos preocupação constante nesse sentido”, afirma. Outra aliada do grupo para a conquista e ampliação do mercado tem sido a obtenção de importantes certificações (Bonsucro), e registros em órgãos competentes (EPA, CARB). “Isto nos tem assegurado uma vantagem competitiva no momento da decisão do comprador tanto em mercados que as certificações atuam, como barreira de entrada bem como para atender legislações específicas”, enfatiza. Investimentos em infraestrutura, intermodalidade e flexibilidade no trading tem ajudado a minimizar os custos logísticos – informa. “A logística representa mais de 15% no custo de nosso produto final. Uma operação mal estruturada logisticamente pode zerar a margem comercial”, afirma Helder Gosling que possui sólida experiência na área de logística adquirida por sua atuação em empresas como: Copersucar, Solvay, Ipiranga e ED&F Man. “Comecei na Copersucar como estagiário do setor de distribuição, onde permaneci por mais de 6 anos. Tive a sorte de passar por todos os departamentos de mercado interno e externo de açúcar e etanol com foco na logística e comercialização. Foi minha grande escola do setor sucroalcooleiro e commodities, que focam em economia de escala”, destaca ele, que está no Grupo São Martinho desde 2008. (RA)
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Situação vai melhorar para quem tiver paciência e caixa Mercado de commodities alterna ciclos de alta com ciclos de baixa, observa Luiz Gustavo Figueiredo, diretor comercial da Alta Mogiana “O tempo resolve, pois a oferta vai diminuir lentamente, enquanto a demanda ao mesmo tempo vai aumentar. Quem tiver sangue frio, paciência e caixa, para guardar mercadoria, deve se beneficiar lá na frente. A situação vai melhorar”, afirma Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo, diretor comercial da Usina Alta Mogiana, de São Joaquim da Barra, SP, ao comentar as dificuldades geradas pelos preços desfavoráveis de açúcar e etanol. Vencedor do Prêmio MasterCana Brasil 2013 como um dos executivos mais influentes do setor, ele sempre avalia, de maneira consistente e ponderada, a situação e as perspectivas do mercado sucroenergético, tornando-se inclusive referência na área. Formado em Administração de Empresas pela FEA/USP e pós-graduado em Finanças pela FGV, ele começou a trabalhar na Alta Mogiana em 1994, quando a empresa montou a sua fábrica de açúcar. Ele é o responsável pela estruturação da área comercial dessa usina de São Joaquim da Barra, “Estamos vivendo um momento de excesso de açúcar no mercado internacional pelo quarto ano seguido. Em consequência disso, é inevitável que os preços estejam baixos. Esse superávit é reflexo do grande incentivo à produção
Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo: setor de açúcar está passando por ressaca
que existiu no mundo inteiro há quatro anos quando o preço do açúcar superou 30 centavos de dólar por libra-peso”, analisa. O setor de açúcar está passando por uma “ressaca” da alta que foi muito forte, constata. O preço atualmente está em 15 centavos de dólar por libra-peso e o custo de produção em torno de 16 centavos por libras-peso. “Estima-se que as usinas fixaram um terço das suas exportações com um preço médio de 16,50 centavos de dólar por libra-peso”, informa. Segundo ele, é difícil afirmar por quanto tempo ainda esse quadro vai se manter, porque há uma safra inteira pela frente no Brasil e em outros países. “Mas, uma sinalização interessante é que a produção no mundo já estabilizou. A demanda de açúcar cresce a mais de 2% ao ano, o que equivale a 3,5 milhões de
toneladas. É uma questão de tempo para o mercado se equilibrar e eventualmente até gerar um pequeno déficit de oferta”, comenta. De acordo com ele, a tendência é melhorar. “Mas, não dá para afirmar se isso vai ocorrer este ano ou em 2015 e qual vai ser a intensidade da melhora”, avalia Luiz Figueiredo que preside há quatro gestões a Câmara Consultiva de Açúcar e Etanol da BM&FBovespa, tendo participado da formulação e lançamento dos contratos futuros de açúcar e etanol no Brasil. Para o diretor comercial da Alta Mogiana, o etanol está passando por um momento de dificuldades devido a três motivos. Um deles é a questão dos custos, que não param de subir e comprimem margem. O segundo motivo está relacionado ao fato de que os preços de
derivados de gasolina são artificialmente mais baixos em relação aos do mercado internacional. “Existe um terceiro componente que faz parte desta equação. O preço do milho bateu recorde em Chicago há dois anos. Isto incentivou o aumento do plantio de milho, principalmente nos Estados Unidos. Estamos tendo também uma ‘ressaca’ no mercado de etanol internacional”, comenta. O problema da competitividade do etanol não é somente a política de preço ruim no Brasil, diz. “Se o preço do etanol lá fora estivesse bom, bastava a gente exportar mais. Não é o que está acontecendo. O preço do milho caiu de 8 dólares para 4 dólares por bushel. Ele é matéria-prima para a produção de etanol”, afirma. Em decorrência disso – constata –, o etanol de cana deixa de ser competitivo no mercado internacional. Em relação ao hidratado, ele acredita que a gasolina vai continuar subindo nos próximos anos. É um processo que se iniciou em 2013, com o primeiro aumento para o consumidor em cinco anos. “Imagino que o cenário do hidratado também vai melhorar lentamente”, prevê. Na avaliação dele, há um ambiente realmente desafiador ocasionado pela alta de preços há dois anos (no caso do milho) e quatro anos (no caso do açúcar). “E é uma coisa natural. Estamos num mercado de commodities, que normalmente alterna ciclos de alta com ciclos de baixa. Está dentro de uma situação corriqueira de mercado”, diz Para Luiz Figueiredo, o que tem de diferente é a questão da gasolina que amenizaria a situação, se fosse solucionada, Mas, não resolveria o problema do setor. “É preciso entender que as usinas tiveram um aumento expressivo de moagem e de investimento, nos últimos anos, num mercado que registrou queda de preços”, afirma. (RA)
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Mitr Phol Sugar Corp é a maior indústria de açúcar da Tailândia WAGNER VILA,
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O setor de açúcar e etanol dá sinais de melhora na "Terra do Sorriso". A produção de etanol cresceu desde que a gasolina de octano 91 foi banida do mercado em janeiro de 2013. Antes, a produção era de cerca de 1,4 milhões de litros por ano, agora, a produção está em cerca de 2,6 milhões de litros. O setor tailandês possui cerca de 50 unidades produtoras de açúcar e etanol espalhadas pelo país. Todas privatizadas, a partir de um processo que começou há 30 anos. O governo apoia o setor e oferece políticas públicas que beneficiam
os produtores. Na última safra, a produção total de açúcar alcançou a marca de 10 milhões de toneladas, muito embora, o consumo interno seja de apenas 2,6 milhões. Somente 40% deste consumo é destinado a produção alimentícia. Estima-se que a média de consumo per capita de açúcar na Tailândia seja de 30 quilos por ano, os outros 60% são usados em produtos farmacêuticos, bebidas, entre outros fins. O excedente da produção é exportado. A Indonésia é quem encabeça a lista dos maiores importadores do açúcar tailandês — ano passado importou 1,6 milhões de toneladas. Países que fazem fronteira com a Tailândia, como por exemplo, Camboja, Mianmar, Laos, Malásia e Brunei, incluem
a lista de seus principais importadores, juntamente com Japão, Indonésia, China, Coreia do Norte e Coreia do Sul, além de países africanos. Quanto aos processos que envolvem a cadeia produtiva, existem vários desafios. Os produtores de cana-de-açúcar consideram migrar velozmente seu processo de colheita manual para mecanizada. Há duas razões para essa mudança. Devido ao alto nível de educação, a população não tem interesse no trabalho manual, disponível na colheita da cana. A maioria dos cortadores de cana são estrangeiros, oriundos principalmente de Mianmar e Laos. Isto, cria dificuldades para o país, graças a imigração ilegal que acontece após a safra. Atualmente a
Tailândia tem cerca de 3 milhões de trabalhadores estrangeiros ilegais em vários setores da sociedade. Cerca de 90% dos produtores são de pequeno e médio porte, sendo assim, não há razão para o uso de grandes colhedoras. Os produtores consideram adquirir máquinas de pequeno e médio portes para a colheita. O que cria um novo nicho de mercado para fabricantes de colhedoras. Os fabricantes que tentam morder as fatias deste bolo tailandês, são a China e a Índia. Ambos oferecem bons equipamentos com bom preço. As companhias tailandesas, embora sejam capazes de dar manutenção às colhedoras, são limitadas quanto a capacidade de produção de máquinas agrícolas em larga escala.
Transporte de açúcar na Tailândia
Maiores indústrias de açúcar da Tailândia Desde 2011, a Mitr Phol é considerada a quinta maior produtora de açúcar do mundo e a maior da Ásia. Desta forma, a empresa atua não só na Tailândia como também na China, além de possuir investimentos no Laos, Camboja, Vietnã e na Austrália. A Mitr Phol produz também etanol e energia de biomassa. O país ainda conta com a Uttaradit Sugar Industrial Co
Ltd Daily , Saharuang Co.,Ltd. , a Kalasin e a Mitr Phu Viang da Mitr Phol Sugar Group, ambas com produção anual de 200 mil toneladas. A Phu Kieo da Mitr Phol Sugar Group com produção anual de 400 mil toneladas. Até 2017, o país pretende concluir a construção de 14 usinas de cana-de-açúcar, somando-se às atuais 50 unidades produtoras. (PB)
Estoques de açúcar vão aumentar neste ano De acordo com dados da USDA — Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para Assuntos Estrangeiros, os estoques vão aumentar 0,5%, fechando em 43,379 milhões de toneladas no período de comercialização finalizado em 2014 para a maioria dos países. Isso superou a previsão de maio do ano passado em 13%. A produção da Tailândia vai ter aumento de 9% se comparado com a
produção da safra de 2012/13. A produção global vai cair 0,7%, com cerca de 174,8 milhões de toneladas, com a participação de países que não estão entre os grandes exportadores mundiais, como Índia, que figura apenas entre os maiores produtores, e a Rússia. O consumo vai aumentar 2,4%, com 167,6 milhões de toneladas vendidos a preços abaixo da média, resultado da grande oferta mundial de açúcar. (PB)
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Produtor tailandês prevê que usinas brasileiras serão internacionalizadas WAGNER VILA,
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Chalush Chinthammit, tem 45 anos, e representa a terceira geração da família no Grupo KSL. Ele concluiu seu MBA em finanças nos Estados Unidos e é o diretor executivo do Grupo, e vice-presidente da área de suprimento de cana-de-açúcar. E também é secretário geral da TSEA — Associação Tailandesa de Produtores de Açúcar e Bioenergia. O Grupo KSL é um dos mais tradicionais produtores de cana e de açúcar no país. Com 60 anos, o grupo começou produzindo açúcar a partir da cana e de coco, através de meios convencionais. O Grupo KSL também tem participação em outros nichos de mercado, como: cerâmica, condimentos alimentares, placas de MDF, feitas a partir do bagaço da cana, exportações, tecnologia da informação, imobiliário, hotéis e resorts. Em entrevista exclusiva ao JornalCana, Chinthammit apresentou suas impressões e previsões sobre o setor tailandês, segundo maior exportador de açúcar do mundo, e de seu principal concorrente, o Brasil . Jornalcana - Quantas usinas de açúcar e etanol o Grupo KSL possui na Tailândia e no exterior? Chalush Chinthammit - Temos 5 usinas em lugares diferentes do país, exceto
Chalush Chinthammit: Tailândia produzirá cerca de 10 milhões de toneladas de açúcar
na região sul, que tem uma incidência muito grande de chuva e a ocorrência de pragas é grande. Temos também uma usina no Camboja e outra no Laos. Quando a safra começa e termina na Tailândia? A safra começa em novembro e termina entre o final de abril e início de maio. Depois disto há muita chuva, que aumentando a sujeira na matéria-prima, e
também dificulta o transporte. Na Tailândia 100% do transporte da cana é feito através de rodovias. Como está a produção de açúcar no país, visto que a Tailândia é o segundo maior exportador mundial? Estamos crescendo. A estimativa de produção nacional em 2013/14 era de 11 milhões de toneladas. Por causa da chuva, a produção pode sofrer uma queda. Ainda assim já alcançamos 10 milhões de toneladas. Nossa demanda nacional é de menos que 3 milhões. O excesso é exportado para outros países da Ásia. Qual é a área plantada na Tailândia? A produção de cana crua por hectare plantado está entre 70 a 75 toneladas. Ano passado produzimos 100 milhões de toneladas. Não há um número certo de área plantada fornecido pelo governo, mas cálculo que temos cerca de 1, 4 milhão de hectares. A produção é toda baseada em pequenos produtores e a colheita é 90%manual. A maior usina do país tem capacidade de processamento de 50 toneladas de cana crua por dia. Como o setor está organizado e como lida com o governo? Tínhamos três associações de empresas produtoras de açúcar. Recentemente fundimos as três em uma, que é a TSEA — Associação Tailandesas de Produtores de Açúcar e Bioenergia. É melhor que o setor tenha apenas um
interlocutor que agregue as necessidades dos produtores e leve até o governo. Quando temos algo para discutir, nos reunimos e chegamos a um consenso. Ainda que as vezes a decisão tomada não beneficie todos, trabalhamos para que todas as unidades continuem produzindo da melhor forma. Com isto, evitamos que unidades produtores fechem suas portas e deixem de produzir. Existe interesse em comercializar com países como o Brasil, que tem uma grande experiência no setor? Olhando para o câmbio, não. Comercializar com Brasil, Austrália e outros países mais afastados do nosso continente é muito caro. Temos tecnologia aqui na Ásia e isso torna os custos menos onerosos Qual é a sua visão sobre a setor brasileiro? Bem, o setor no Brasil permite que empresas estrangeiras detenham o controle de alguns principais produtores de açúcar e etanol. Parece que, por causa da baixa temporada no mercado internacional de açúcar e etanol, o Brasil está entregando suas usinas ao capital estrangeiro, acreditando que esta é a melhor maneira de contornar a crise. Portanto, creio que quando esta fase negativa vai passar, o que deve ocorrer em um futuro breve, é que o Brasil terá a maioria de seus principais produtores nas mãos de empresas internacionais.
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ATR na Tailândia será maior do que no ano passado PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO FREE
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De acordo com previsões da Green Pool Commodities, com sede em Brisbane, Austrália, a Tailândia irá produzir 11,5 milhões de toneladas de açúcar a partir de 110 milhões de toneladas de cana para a safra 2013/14. O ATR – Açúcar Total Recuperado, também será maior do que no ano passado. “Na safra passada foram 10,026 milhões de toneladas de açúcar produzidos a partir de 100 milhões de toneladas de cana, mas o ATR foi baixo, devido à uma inundação antes da colheita, em uma das maiores regiões produtoras”, afirma Tom McNeill, diretor da Green Pool Commodities. A Tailândia é o maior exportador de açúcar na região asiática e vai exportar 7,85 milhões de toneladas de açúcar na safra 2013/14, divididos em 4,80 milhões de toneladas de açúcar bruto e 3,050 milhões de toneladas de açúcar branco. Os donos das usinas tailandesas têm se expandido consideravelmente nos últimos cinco anos, com produção inicial de cerca de 70 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para 110 milhões de toneladas. “A maior parte da expansão foi no norte e nordeste da Tailândia, que são ligeiramente mais vulneráveis à seca. No entanto, as empresas de moagem também têm promovido os novos conceitos de irrigação aos agricultores, especialmente de irrigação por gotejamento, que utiliza muito menos água do que os métodos tradicionais de irrigação" explica Tom McNeill, diretor da Green Pool.
Tom McNeill, diretor da Green Pool Commodities: produção dentro do estimado
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Importar açúcar da Tailândia custa menos que do Brasil A Asean - Associação de Nações do Sudeste Asiático foi criada em 8 de Agosto de 1967 em Bangkok, na Tailândia, com a assinatura da Declaração de Bangkok, pelos países membros, ou seja, Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura e Tailândia, de acordo com dados fornecidos pela própria Associação. Brunei tornou-se membro em 7 de janeiro de 1984, o Vietnã em 28 de julho de 1995, Laos e Mianmar em 23 de julho de 1997, e Camboja em 30 de abril de 1999, formando os dez "Estados-Membros" da ASEAN. A associação tem como objetivo promover crescimento econômico, desenvolvimento cultural, maior utilização da agricultura e indústria, além da expansão do comércio entre os membros da Associação através de cooperação contínua entre os países. Para tanto, a Tailândia propôs fazer acordo com membros da Asean — Associação de Nações do Sudeste Asiático, relativos às exportações de açúcar do país. Países membros da Asean dizem que importar açúcar da Tailândia custa menos que importar do Brasil, já que o custo de transporte é obviamente mais baixo. Entretanto, a Tailândia tem tido dificuldades em exportar para países da Asean por eles terem decidido não baixar as tarifas de importação, por uma política de proteção às indústrias nacionais desses países. Cerca de 90% do açúcar tailandês é enviado para outros mercados asiáticos, sendo que a Asean corresponde a 45% desse total. (PB)
Preço do açúcar doméstico maior que o de exportação gera comércio ilegal De acordo com Nipon Poapongsakorn, distinguished fellow do TDRI — Instituto de Desenvolvimento e Pesquisa Tailandês, dentre os maiores problemas enfrentados pelo setor do país asiático, está o de que o preço do açúcar doméstico é geralmente maior que o preço da exportação. Assim, o comércio supostamente destinado à exportação é feito, na verdade, apenas no mercado interno, de forma ilegal. Isto acontece, especialmente em períodos de preços muito abaixo de mercado, como agora, com o excesso de açúcar nos estoques mundiais que forçaram a uma queda do preço da commodity pelo mundo, de acordo com os dados apresentados pelo TDRI. (PB)
Vendas de açúcar podem aumentar em até 18% em apenas uma safra
Nipon Poapongsakorn traça panorama do mercado de açúcar tailandês
As vendas de açúcar podem aumentar em até 18% em 2013/14, de acordo com Mitr Phol Sugar Corp com produção de 3,5 milhões de toneladas de açúcar branco, um ligeiro aumento se comparado aos 2,97 milhões de toneladas na safra anterior. As usinas tailandesas estão produzindo mais açúcar bruto na atual temporada, em um esforço para fechar negócios antes que os preços globais, que já enfrentam mínimas de três anos, se enfraqueçam ainda mais por conta de uma inundação de fornecimentos indianos, disseram operadores no dia 11 de fevereiro de 2014. Dados do Conselho sobre Cana e Açúcar do país, preveem que as exportações atingirão 8,5 milhões de toneladas em 2014, o que significa um aumento significativo se comparado às 7,4 milhões de toneladas de 2013. A produção vai crescer 10% com uma colheita estimada em 110 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. (PB)
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Bebida industrializada dá novo status para a garapa Empresa do Ceará lança caldo de cana na “caixinha”, esterilizado, com ultrapasteurização e sem conservantes RENATO ANSELMI, FREE
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A tradicional garapa, comercializada em feiras livres e barracas, tem agora a sua versão industrial. A Sucos Jandaia, de Pacajus, CE, lançou em setembro o caldo de cana em embalagem Tetra Pak, de 200 ml, que está tendo aceitação acima da expectativa, conforme demonstram avaliações qualitativas e quantitativas, afirma Eduardo Figueiredo, diretor comercial da empresa. A comercialização do produto, inédito no mercado, está sendo feita por meio dos grandes varejistas (redes de supermercados) e também de outros pontos de vendas, como padarias, casas de lanches, cantinas escolares e até mesmo rede de farmácias. A fabricação do caldo exigiu, inicialmente, o investimento de R$ 800 mil para a compra de maquinário e ações para campanha de vendas. O produto começou a ser envasado para o mercado do Nordeste. “Estamos
Eduardo Figueiredo e o produto inédito
fazendo os ajustes necessários de estrutura mercadológica. Como o Brasil tem uma extensão geográfica muito grande, é preciso ter uma estratégica comercial para cada região”, comenta. No segundo trimestre, será disponibilizado para as regiões Sul e Sudeste. Para julho, está programada a distribuição do caldo de cana no CentroOeste. E, até o final do ano, o produto será oficialmente comercializado na região Norte, onde já é vendido em alguns lugares por empresas, que também atuam no Nordeste e transferem parte de seus estoques para o Norte. A Jandaia está começando a exportar o caldo de cana, com a venda de uma
pequena quantidade para Portugal. A tendência é a ampliação da exportação, revela Eduardo Figueiredo. Atuando no mercado externo há 20 anos, a empresa – fundada em 1941 – vende outros produtos para oito países. O lançamento do caldo de cana segue o plano estratégico da Jandaia, que estabelece o desenvolvimento de produtos que possam agregar valor nutricional ao consumidor. Segundo o diretor comercial, a empresa foi ao mercado e fez uma pesquisa, constatando que existe uma grande demanda para o caldo de cana. “Infelizmente, este produto é consumido sem segurança alimentar, Fica muito suscetível à contaminação devido ao
processo primitivo no preparo do produto, que é feito de forma artesanal, sem os cuidados de higiene e de assepsia do maquinário”, diz ele, referindo-se à produção e comercialização do caldo de cana em barracas espalhadas por todo o país. O intuito é oferecer para o consumidor – ressalta – um produto com total segurança alimentar, esterilizado, com ultrapasteurização, preservando as propriedades naturais, sem o uso de conservantes. A “garapa” na caixinha tem durabilidade de seis meses. “É 100% natural. A gente mói a cana e envasa no sistema Tetra Pak. Há uma praticidade para o consumo do produto. O consumidor só precisa abrir a geladeira e tomar o caldo de cana, fresquinho, na hora que quiser”, destaca. O fornecimento da matéria-prima, utilizada na fabricação do caldo de cana, é feito por produtores da região de Pacajus, onde está instalada a Sucos Jandaia. A empresa possui também uma pequena área de cana irrigada, com 100 hectares, que começará a ser colhida em maio. “Estamos buscando conhecimento em relação à produção e não a autossuficiência”, esclarece. Com o aumento da fabricação de caldo de cana – programado pela Jandaia –, o número de fornecedores será ampliado. “Haverá certamente um impacto positivo na região”, enfatiza.
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Empresa paranaense desenvolve o caldo de cana em pó Produto precisa ser fabricado com cana especial que deve apresentar teor de sacarose elevado e índice de umidade adequado
Priscila Di Ciero enumera os nutrientes do caldo de cana
Energético, produto é fonte de carboidrato de rápida absorção Bebida energética bastante consumida por atletas, o caldo de cana possui diversas propriedades nutricionais que proporcionam muitos benefícios para a saúde. Segundo a nutricionista esportiva funcional, de São Paulo, Priscila Di Ciero, o caldo de cana, além de conter grande percentual de açúcar, que o torna excelente fonte de carboidrato de rápida absorção, conta também com cálcio, fósforo, ferro, cloro, potássio, sódio, magnésio e algumas vitaminas do complexo B. É composto de 70% de água, 3% de glicose, 3% de frutose, 0,5% de proteínas, entre outros
componentes. Para as pessoas que não praticam atividade física regularmente e não sabem como está a sua glicemia, é importante não exagerar no consumo – alerta Priscila Di Ciero –, pois o caldo de cana possui carga glicêmica elevada. O produto não deve ser consumido por diabéticos. O valor energético do caldo de cana é de 136 Kcal a cada 200 ml. “Uma caixinha de achocolatado, também de 200 ml, tem 200 Kcal em média”, compara Eduardo Figueiredo, da Sucos Jandaia. (RA)
Outra iniciativa para tornar a garapa mais acessível para o consumidor é da Natuceres, de Conselheiro Mairinck, PR, que começou a desenvolver o produto em pó em 1989. Segundo Milton Ribeiro, sócio da empresa, a obtenção do caldo de cana, nesta forma de apresentação, foi um processo complexo. Não havia inclusive, na ocasião, trabalho científico voltado à fabricação do caldo de cana em pó, afirma Em 2003, o produto – informa – começou a ser divulgado em feiras agropecuárias. Para a produção de pequena quantidade do caldo de cana em pó, a Natuceres tem parceria com uma empresa que fabrica produtos – também em pó – na área de alimentos. Atualmente, a comercialização do caldo de cana é feita diretamente para o consumidor em eventos ou no sítio, de propriedade da família. Com a embalagem de 100 gramas é possível fazer 800 ml de garapa, observa. A empresa produz também açúcar mascavo orgânico – que é inclusive exportado –, e cachaça especial em pequena escala Até o início do segundo semestre, a Natuceres pretende disponibilizar, em maior volume, o caldo de cana em pó para o mercado. Para isto, a empresa planeja adquirir equipamentos para implantar uma unidade industrial própria. O objetivo é atingir, em dois anos, a produção de 8 a 10 toneladas por mês. Desidratado, o produto precisa ser fabricado com cana especial que deve apresentar teor de sacarose elevado, índice de umidade adequado, estabilidade no processamento, entre outras características. A meta da Natuceres, até o final de 2014, é disponibilizar também uma linha de produtos em pó, solúveis e em flocos, incluindo temperos, raízes e chás, como cebolinha, salsinha, manjericão, batata, batata doce, cenoura, beterraba, chá mate, hortelã, entre outros. (RA)
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QUE VENHA O 2G! 2014 será o ano das novas plantas de etanol celulósico; tecnologia promete aumento na produção e redução nos custos ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO
Aumento da produção, queda nos custos e políticas públicas compatíveis ao atual mercado brasileiro. Esses são os três pontos mais discutidos nos últimos anos pelos representantes do setor sucroenergético, tendo em comum, o fato de que mudanças são necessárias. Paralelo a isso, o que parecia sonho, em 2014 se tornará real. Estamos falando do etanol celulósico, também chamado de 2G, que promete um aumento de até 40% na fabricação do biocombustível, isso com a mesma quantidade de área de cana plantada. A Raízen iniciou a construção de sua primeira unidade de produção de etanol celulósico em Piracicaba, SP, ao lado da
Pedro Mizutani: Raízen busca sinergia com Planta de etanol celulósico da GranBio em Alagoas
unidade Costa Pinto. Com investimentos de R$ 230 milhões (na maior parte financiada por recursos do BNDES), a nova planta está prevista para entrar em operação ainda este ano. “Para nós, a implantação desta usina é muito
importante. É o início de uma nova ruptura tecnológica, onde é possível produzir por hectare. Isso contribuirá com redução de custos e também de emissão de CO2 no planeta”, Pedro Mizutani, VP da Raízen. A empresa aposta na sinergia com a
a unidade de primeira geração
unidade de primeira geração, tendo como objetivo, reduzir custos e aproveitar o sistema logístico já existente na região. A capacidade instalada de produção será de 40 milhões de litros do biocombustível a partir do bagaço e da palha da cana.
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Primeira planta brasileira A GraalBio é a empresa responsável pela construção da primeira unidade industrial de etanol celulósico do Brasil, localizada na cidade alagoana de São Miguel dos Campos. Como diferencial, a empresa aponta a parceria feita com a BetaRenewables, empresa detentora da tecnologia Proesa, utilizada na primeira fábrica de etanol 2G do mundo, inaugurada em outubro de 2013, em Crescentino, na Itália. “Para as usinas, o etanol 2G se apresenta como uma possível solução para
ampliar a produção de etanol na mesma área, reduzindo os custos médios de produção. Outro ganho é a venda da biomassa excedente (bagaço ou palha), gerando uma receita extra. Já para o consumidor, posso dizer que a tecnologia é exatamente igual ao que existe hoje no mercado, com uma vantagem, ele proporciona uma redução ainda maior na emissão de gases de efeito estufa, contribuindo com o meio ambiente”, explica Alan Hiltner, vice-presidente da GranBio. (AR)
Alan Hiltner: possível solução
ENTREVISTA - Oswaldo Godoy
Etanol 2G já está integrado aos novos desenhos das usinas A Usina São Manoel, no interior de São Paulo, foi o local escolhido pelo CTC – Centro de Tecnologia Canavieira para investir na fabricação de etanol celulósico. Diferentemente dos outros projetos brasileiros, o CTC aposta em usufruir de toda a infraestrutura de uma usina convencional, acoplando, apenas, a tecnologia necessária para a produção do etanol 2G. Quem conta detalhes sobre o projeto é Oswaldo Godoy, gerente de engenharia do CTC. Confira a entrevista. JornalCana: Hoje há diversos projetos em andamento no País sobre a produção de etanol celulósico. Quais as novidades do CTC na área? Oswaldo Godoy: O projeto de etanol de segunda geração desenvolvido pelo CTC desde 2007 tem dois grandes diferenciais: ter sido desenvolvido especificamente para a biomassa (bagaço e palha) da cana-deaçúcar e ser totalmente integrado com a produção de etanol de primeira geração já existente na usina. Há uma planta piloto montada no CTC em Piracicaba, interior de São Paulo, na qual é possível analisar cada etapa do processo de produção. Já na usina São Manoel, localizada no município de São Manuel, o CTC está construindo uma planta experimental para que possa ser demonstrado a viabilidade do processo em escala industrial. A planta será inaugurada em 2014? Sim. A previsão do início de operação da planta está programado para junho de 2014. Quais os detalhes do projeto? O projeto conta com investimento de aproximadamente R$ 80 milhões, mais parte da verba de R$ 350 milhões provinda do Projeto PAISS - Plano Conjunto de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico, com financiamento do BNDES e da FINEP. Para colocar em prática o projeto, algumas parcerias foram firmadas. Uma delas é o contrato com a usina São Manoel. Além desta, a parceria com a Pöyry Engenharia foi responsável pelo detalhamento da engenharia do projeto. E os principais equipamentos da planta foram desenvolvidos por meio da parceria com a Andritz, empresa austríaca. A capacidade desta planta será de produzir
Oswaldo Godoy: visão de futuro
três milhões de litros por ano de etanol celulósico. Como funciona o acoplamento em uma usina tradicional? O processo desenhado pelo CTC aproveita diversas correntes do processo de primeira geração, otimizando o consumo de água, energia, matéria-prima e demais utilidades.
Devido à necessidade de aumento na produção, qual a real importância do etanol celulósico? O processo de etanol de segunda geração deverá ser parte integrante dos novos desenhos das usinas brasileiras, aumentando a flexibilidade de produção e trazendo diversos benefícios econômicos e ambientais. Isso porque não será necessário o aumento de área plantada para produção desse complemento de etanol que pode chegar até 50% a mais em relação ao de primeira geração. Se realmente ele é vantajoso para as usinas, qual o motivo de ainda não ter emplacado? Os desafios são grandes, principalmente no que tange ao custo do produto final, que na nossa visão tem que ser competitivo com o etanol de primeira geração atualmente produzido nas usinas. Outro ponto é que o setor passa por um momento de dificuldades de financiamento para novos investimentos. Além disso, esta é uma tecnologia recente e por isso sua penetração no mercado se dará nos próximos cinco anos a partir da demonstração da nossa planta e provará o retorno no investimento. Falando em vantagens, quais podemos elencar para o consumidor?
O objetivo das pesquisas desenvolvidas pelo CTC é de que o etanol de segunda geração chegue ao consumidor com preço mais acessível do que o biocombustível de primeira geração. Além do custo mais baixo, o desempenho do etanol de segunda geração será idêntico ao de primeira. Para o consumidor final além das vantagens ambientais o novo processo, quando implantado em larga escala permitirá estabelecer novos negócios, com a produção de outros equipamentos e insumos sustentáveis com geração de empregos de alta qualidade. O etanol celulósico recoloca o Brasil na liderança mundial dos biocombustíveis e leva riqueza para o interior do país. Qual o papel das usinas neste processo? O fato do processo de produção do etanol de segunda geração ser totalmente integrado com a produção de etanol de primeira geração já existente na usina permite que o investimento necessário seja menor e, assim como seu custo de produção. Com isso, além de ganhar mais poder de decisão de acompanhar a demanda do mercado (etanol, açúcar, energia), a Usina terá muito mais produtividade sem precisar aumentar a quantidade de cana plantada.
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CANA BISADA FAZ MOAGEM ADIANTAR “Velha cana” despende o dobro de gastos com tratos culturais e são colhidas uma vez só, por isso não é vantajosa ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
De um ano para o outro, a cana bisada ou de dois verões, remanescente que surgiu sem planejamento, precisa ser de uma forma ou de outra aproveitada na indústria. Incomum, passou pelas chuvas de verão e não parou de crescer. Por causa desse tipo de material, algumas unidades sucroenergéticas optam por adiantar o início das atividades da safra. A Usina Açucareira Guaíra é uma delas, já que utilizará suas 235 mil toneladas bisadas para iniciar a safra e começará alguns dias mais cedo, no dia 2 de abril. Marcelo Ulian, gerente de planejamento agrícola da Guaíra, explica que as bisadas sobraram por causa das chuvas de 2013, que impactaram na moagem. “As usinas que não têm cana bisada deverão adiar um pouco a safra por causa do clima. Apesar de ser um material mais complicado, o utilizaremos como estratégia para não perder a matériaprima e deveremos misturá-lo com algumas outras canas, sendo 70% a 80% de bisada. Ela deve ser utilizada na moagem por cerca de 40 dias”, admite. Segundo o especialista, a estiagem prolongada sacrificou a matéria-prima para colheita no início de safra. “A bisada ajudará no período correto de corte da cana convencional de 12 meses, pois enquanto colhemos a cana bisada, a outra atingirá seu ponto ideal”, diz. Ulian explica que o corte manual ou com máquina, se torna mais difícil nesse tipo de cana. “Como essa cana atinge seu pico de maturação e não é colhida, entende que deve continuar crescendo e começa a emitir
brotações laterais, brotões e enraizamento aéreo que prejudicam o rendimento industrial. Além disso, deverá levar mais terra para a usina e ficar normalmente tombada. Seu ATR deve girar em torno de 114 kg por tonelada, não muito diferente da convencional, mas o correto é não tê-la no campo, mesmo com incremento de produtividade. A cana convencional tem maior pureza e melhor extração, já que a indústria conseguirá aproveitá-la melhor”, avalia. O gerente lembra que é melhor não ter esse tipo de cana porque despende o dobro de gastos com tratos culturais e são colhidas uma vez só, quando poderiam ser cortadas duas vezes no período. “Eu a deveria colher esse ano novamente, por isso, a produtividade que deve atingir no máximo 135 toneladas por ha de uma vez, poderia render aproximadamente 180 t/ha nas duas colheitas”, conclui. Se não fosse a estiagem prolongada no Centro-Sul, a cana bisada também poderia ajudar no incremento da safra. O diretor técnico da União da Indústria de Cana-deAçúcar (Unica), Antonio de Pádua Rodrigues, afirmou recentemente que o setor poderia aumentar a moagem em até 40 milhões de toneladas no próximo ciclo, onde cerca de 20 milhões de toneladas seriam provenientes de cana bisada e 15 milhões de toneladas de cana vindas de áreas de expansão, porém admite que a estiagem não permitirá esse incremento. Até o início de fevereiro, o ciclo 2013/14 do estado do Paraná contava com cerca de 3 milhões de toneladas de cana "em pé", segundo José Adriano Dias, superintendente da Alcopar. Três unidades estenderam a safra devido atrasos relacionados ao clima no início do ciclo, mas Dias admite que por enquanto, os produtores não decidiram se irão adiantar a safra 2014/15 e utilizar a cana bisada, por causa da insegurança em relação ao clima. “Eles estão aguardando, pois não sabem o que pode acontecer, estão muito receosos”, lembra.
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SETOR TIRA O PÉ DO ACELERADOR Nas últimas oito safras, cinco sofreram com os cenários extremos ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
Há rumores de que a safra nas regiões produtoras do Centro-Sul poderá sofrer uma quebra de até 10% se prevalecer o clima seco da temporada. O diretor técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues, disse recentemente que a seca levará à perda de um volume de até 40 milhões de toneladas que seriam processadas na próxima temporada. Deste, cerca de 20 milhões seria da cana bisada e os outros 15 milhões, de plantios em áreas de expansão e de inverno. Até mesmo a otimista consultoria Safras & Mercados, prevê uma forte desaceleração do setor em sua primeira estimativa. Representantes de usinas vão mais longe e dizem que sem desenvolvimento da planta, o início da moagem em 2014/15, poderá até ser adiada à espera de melhores condições da planta. Em contrapartida, quem tem cana bisada poderá começar mais cedo. Para o analista da consultoria Safras & Mercados, Maurício Murici, embora haja uma previsão de aumento, a forte desaceleração
da expansão canavieira será uma realidade, já que a renovação de áreas não é mais prioridade para as usinas em função da queda de rentabilidade. Mas o que mais preocupa o segmento
no momento é a estiagem que tem causado estragos nos canaviais. Oswaldo Alonso, consultor técnico da Canaoeste diz que até início de dezembro, antevia-se que a safra 2014/15 seria, no mínimo, semelhante a
da 2013/14 e bem melhor que a de 2012/13, mas o cenário não é mais o mesmo. “Infelizmente, se previsões de fevereiro se confirmarem, a disponibilidade de cana no Centro-Sul poderá até ser "mais magra" do que de 2013”, afirma. Ele ressalta que antes do final do verão e das duas primeiras semanas de abril, é preciso ter cuidado em prognósticos sobre produtividade, produção e qualidade da matéria-prima para a safra 2014/15. “Pela irregularidade e, mesmo, escassez das chuvas, sem a menor dúvida haverá consequências, uma vez que a demanda histórica (e sem irrigação) é de 16 a 18 mm/t cana industrial e choveu menos na média nesse verão”. Porém o futuro continua sendo uma incógnita. De acordo com o meteorologista Alexandre Nascimento da Climatempo, em março, a chuva ocorrerá de forma generalizada e consistente na primeira quinzena. “Na segunda quinzena e na primeira quinzena de abril, volta a ser isolada, mas não teremos nova onda de calor. Maio será seco. Junho, como já ocorreu nos dois últimos anos, podemos ter aumento da chuva”, diz. A consultoria Safras & Mercados informou em janeiro que a produção de cana-de-açúcar do Centro-Sul e do Brasil deve crescer em 2014/15, com moagem estimada em 618 milhões de toneladas de cana no Centro-Sul.
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Chuva traz perspectivas para safra do MT e PR A chuva de verão do mês de janeiro deixou o produtor mato-grossense de cana muito animado e com boa perspectiva de futuro. O produtor paranaense, mais afetado pela estiagem, também tem esperança, pois as chuvas registradas foram em menores volumes, mas não deixaram de aparecer no Estado. O diretor executivo do SindalcoolMT, Jorge dos Santos, explica que durante o dia a temperatura média nas regiões canavieiras permaneceu em torno de 31°C e as chuvas caiam geralmente no final de tarde. Muito otimista, Santos diz que no mínimo, a safra poderá empatar com as 17 milhões de toneladas moídas do ciclo passado. A produção de etanol deverá girar em torno de 1 bilhão de litros e 420 toneladas de açúcar. Ainda contabilizando os números da safra 2013/14, José Adriano Dias, superintendente da Alcopar, espera a solução da possível quebra nas chuvas de verão. “A seca compromete o desenvolvimento da planta nos três primeiros meses do ano. No Paraná não temos chuvas uniformes e nem nos volumes da média histórica, mas tem chovido. Dessa forma nossa cana não foi tão afetada como em São Paulo. Talvez a colheita atrase uns dias, pois temos expectativa de chuvas regulares em fevereiro. Teremos quebra de produtividade, mas não como em São
Paulo“, lembra. Sem querer arriscar nenhuma projeção, Dias trabalha dois cenários. No mais otimista, acredita que a safra possa ser muito parecida com a do ano passado se voltar a chover. “No cenário mais pessimista, o setor prevê quebra de 8% a 10% nas grandes regiões produtoras de cana como São Paulo, Minas, Sul do MS,
Paraná. No Paraná, a safra passada apresentou estiagem, chuvas no início da colheita e ainda nos meses de julho e agosto, geadas. Até a renovação foi comprometida porque muitos perderam suas mudas de cana com a geada. Primeiro postergaram a colheita por causa de falta de crescimento vegetativo, depois começou a chover e em seguida as geadas. O
aproveitamento de tempo de colheita foi muito abaixo do esperado e agora três unidades seguem em safra e não irão parar", diz. As três usinas que ainda continuam em safra são as duas unidades da Sabarálcool e a Dail - Ibaiti. "Essas optaram por fazer a manutenção durante a moagem e deverão emendar as safras", lembra Dias. (AM)
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Cenários climáticos extremos comprometem safra A cada ano, as intempéries do clima se tornam mais evidentes e polêmicas a ponto de comprometer um futuro imaginário ou prognosticável. Essas variáveis chegaram ao setor sucroenergético nacional carregado de uma crise financeira. E nesse cenário complexo, a matéria-prima inocentemente luta pela sobrevivência em meio aos delicados desajustes. “No último trimestre do ano, o cenário climático apontava para um futuro déficit hídrico, mas em janeiro, com as chuvas de verão, o cenário se tornou heterogêneo, com pancadas isoladas em pequenas áreas distantes entre cinco a 10 km”, lembra Maximiliano Scarpari, pesquisador do Centro de Cana do IAC, em Ribeirão Preto/SP. Ele explica que das últimas oito safras, cinco delas sofreram com os cenários extremos. “O sol durante o dia e as chuvas no entardecer são muito bons para a cana, mas nem sempre foi assim. Houve uma insolação alta em janeiro, cuja média esperada diária foi de 6 a 6,5 horas de brilho solar no mês, contra a média registrada de 10,5 horas/dia de brilho solar naquele mês”, lembra. Segundo Scarpari, em locais que choveu a média e atendeu a demanda hídrica, a produtividade foi muito boa, mas do contrário, o cenário estará comprometido. “Em locais que choveu em janeiro, a produtividade aumentou. Na mesma unidade encontramos vários cenários e que requer estimativas diferentes. Acho que os responsáveis pelas estimativas de safra das unidades devem ter muita atenção nesse levantamento para darem uma estimativa mais precisa aos acionistas”, confirma. Desde outubro, a estiagem assombra a região de Ribeirão Preto (SP), principal polo do setor sucroenergético nacional. No período choveu 51% abaixo da média prevista para o mês. Em janeiro, as precipitações atingiram 88 milímetros, 71% inferior aos 308 mm esperados. O pesquisador diz que em algumas
Maximiliano Scarpari, do IAC: futuro da cultura pode estar comprometido
regiões choveu a média de 250 mm, mas em outras, metade disso. “Se a demanda hídrica de janeiro não foi atendida na unidade, a produtividade já está comprometida. Caso, esse levantamento e estimativa já tivesse sido realizado antes, muitas usinas já deveriam ter entrado com irrigação de salvação para garantir a safra. Quem fizer uma estimativa generalizada irá se dar mal”, relata.
Segundo especialistas da área agrometereológica, o calor pode até contribuir para o acúmulo de ATR (Açúcar Total Recuperável) na planta, mas por determinado período de tempo apenas, pois se prolongado, a cana começa a consumir o próprio açúcar. Por isso, segundo eles, as primeiras canas colhidas poderão até registrar um ATR mais alto, porém as que ficarem para outro período
terá efeito contrário por causa da exposição das altas temperaturas. Mas o que prevalece na atualidade é o clima de “desespero” porque muitos representantes do setor acreditam que a forte estiagem nas principais regiões produtoras de cana-de-açúcar do CentroSul, com três meses de pouca chuva, faz com que a safra 2014/2015 caminhe para um desastre. (AM)
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CORTE PROFUNDO
Sem capital, setor é obrigado a cortar gastos e deixar de realizar tratos culturais ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
Há anos o setor sucroenergético sofre com a crise financeira e com as intempéries climáticas que provocaram estragos no campo e na indústria. Os baixos preços praticados nesta safra forçaram muitas unidades a deixarem de realizar os tratos culturais adequados e tão pouco renovar ou ampliar seus canaviais como previsto inicialmente. Segundo Jair Pires, diretor executivo da MBF Agribusiness, esses fatores reunidos podem aproximar os números da próxima safra com os da temporada anterior. “A descapitalização generalizada do setor reduziu significativamente a renovação e principalmente, as expansões dos canaviais e provocou aumento no número de cortes e a consequente queda na produtividade agrícola. Resta aos gestores das unidades retomarem os antigos hábitos de controlar cada etapa de cultura e as atividades
envolvidas, visando reduzir significativamente os custos e não esperar ajuda governamental”. Ele revela que é fundamental um
planejamento orçamentário bem elaborado e consistente, sempre atento aos itens mais importantes como: controladoria – voltada também para os coeficientes técnicos
agroindustriais; controles rigorosos de custos e orçamentos; cortar gastos desnecessários; cuidar da lavoura, pois cortar tratos e não renovar é prejudicial no curto prazo – o custo é maior com menor produção; compensar de alguma forma os bons trabalhos realizados; dispensar tudo que não agrega valor, seja nas atividades ou nos produtos; tomar decisões rápidas, mesmo de não se fazer nada; analisar e monitorar as compras; etc . Jorge dos Santos, diretor executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool/MT) explica que a maioria das usinas em processamento no estado, com exceção de três delas fazem a lição de casa no quesito plantio, renovação e as outras renovam o que podem. “O problema é que sem renovação a idade média do canavial aumenta e a produtividade cai. Quem colhe cana de sexto ano tem menor rendimento. Na média, a idade dos canaviais no estado está entre três e quatro anos”, diz. Uma fonte do setor no estado garantiu que desde a crise as empresas lutam para sobreviver no Mato Grosso. Segundo a fonte, de nove usinas, três delas estão capitalizadas (Coprodia, Barralcool e Alto Taquari); outras três estão tranquilas, duas em recuperação judicial e uma delas muito endividada.
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Fertilizantes naturais rendem economia de R$ 500 mil Nesta entressafra, a Usina Pitangueiras, de Pitangueiras (SP) economizará cerca de R$ 500 mil com uso de fertilizantes naturais da unidade. A redução de 20% de adubação química é atribuída ao emprego da vinhaça e a torta de filtro resultantes dos processos de fabricação. O gerente agrícola, Eduardo Prezinhas, afirma que essa mudança foi necessária para gerar maior economia neste ano. "A vinhaça supre a falta de potássio no solo e toda quantidade que precisamos a Usina consegue suprir", diz Eduardo Prezinhas, gerente agrícola da Pitangueiras. Com ATR a 137,42 kg por tonelada e 93 toneladas por ha de produtividade a unidade prova que fez a lição de casa em 2013 e continuou fazendo os tratos culturais normalmente com resíduos sólidos em maior quantidade. “Por ser um ano difícil financeiramente para o setor, fizemos um planejamento para utilizar mais torta e vinhaça com ótimos resultados, com pequenas correções de adubos químicos”, lembra. Para Jair Pires, diretor executivo da MBF Agribusiness, é importante e necessário que os produtores reduzam seus custos e agreguem valor aos seus produtos. No Paraná, por exemplo, segundo uma fonte do segmento, os tratos e a renovação estão deficitários porque o setor está no vermelho. “Os preços que ai estão
Jair Pires: reduzir custos é importante e necessário
não remuneram e os custos estão altos por isso muitos deixaram de fazer os tratos culturais suficientes nos canaviais. No Nordeste, em Minas, em Goiás, com exceção de grandes grupos que possuem caixa, a situação não é diferente e muitos entregam os pontos”, diz a fonte. É o que fez um expressivo fornecedor
de cana do Nordeste, neto de dono de engenho, que há gerações trabalha na lavoura, e que desistiu da atividade canavieira. Em um desabafo, revelou que a situação do produtor é vergonhosa e sem perspectivas de melhoras. “Acabei mudando de atividade por falta de recursos para continuar a plantar cana. Depois de
mais de 60 anos de vida, tive que aprender a trabalhar em outra atividade. Com apenas 1,5% de meus ganhos no meu novo ramo do setor imobiliário, consegui liquidar quase todas minhas pendências financeiras anteriores. Se nada mudar, a atividade canavieira do Nordeste estará ameaçada”, comenta. (AM)
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Em 13 anos, setor cresceu apenas em quantidade Da safra 2000/01 até a 2013/14 o setor sucroenergético nacional cresceu somente em volume, mas não em qualidade da matéria-prima, segundo estudo realizado por Jair Pires, diretor executivo da MBF Agribusiness. O diretor revela que o cultivo da cana, que ocupava uma área de 3,8 milhões de hectares na safra 2000/01, passou para 8,7 milhões em 2013, principalmente com o crescimento agressivo do plantio de cana no Centro-Sul do Brasil. “O Centro-Oeste praticamente triplicou sua área de cana nos últimos oito anos. Em números, houve um aumento de 204%. O Sudeste também evoluiu significativamente, porém, o percentual se limitou a 44%, embora esse aumento seja equivalente a toda a área do Centro-Oeste”, lembra Pires. Segundo o especialista, com o aumento das áreas de cana no Centro-Sul,
ocorreu uma elevação no rendimento agrícola no país. “Essa elevação é natural face aos melhores rendimentos justamente nas áreas com maior expansão (CentroSul) e não em razão da melhora na qualidade da cana, uma vez que a região Norte-Nordeste reduziu a participação no volume total e teve um pequeno aumento na produtividade ao longo dos anos. Para se ter uma ideia, em 2005 a produção Norte-Nordeste representava 13,3% da produção nacional e projeta uma participação de 8,8% em 2013”. O volume total de produção de cana do Brasil estimado pela Conab para temporada 2013/14 é de 652 milhões de toneladas, aumento de 155% em relação à safra 2000/2001. “Esse volume está sendo revisto e é provável que seja menor, e que parte do canavial de 2013 seja bisado”, diz.
Somente no Paraná, o volume de cana bisada (sem colher) chegou perto de 3 milhões de toneladas. “O ciclo 2013/14 do estado do Paraná possuía até 16 de janeiro, entre dois a três 3 milhões de toneladas de cana "em pé"”, relata José Adriano Dias, superintendente da Alcopar - Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná. Pires explica que os dados divulgados demonstram que a cana não tem apresentado rendimentos e qualidade importantes, apesar dos esforços dos pesquisadores. “Quando se espera uma produção média acima de 80 toneladas/hectare e um rendimento em torno de 2,7 sacas de açúcar por tonelada de cana, o que se verifica é que a média geral fica em torno de 74 toneladas e um rendimento de 2,5 sacas por tonelada de cana, culminando com uma produção de
9,4 toneladas de açúcar por hectare, quando se espera resultados acima de 10,5 tonelada”, enfatiza. Uma das razões desse número, segundo o estudo, é que a partir do alongamento das safras e da colheita mecanizada, tanto o rendimento quanto a qualidade tendem a sofrer quedas, ofuscando todo o ganho com a implantação de novas variedades. “Esse quadro precisa ser revertido urgentemente, uma vez que é no campo que se produz açúcar e é esse campo que precisa produzir mais e melhor, o que depende fundamentalmente da gestão agrícola e do caixa da empresa. A queda na longevidade do canavial em razão da compactação de solo pela colheita mecanizada e o alongamento das safras no Centro-Sul não estão refletidas nos indicadores analisados”, conclui. (AM)
BRASIL - EVOLUÇÃO DAS SAFRAS - PRODUÇÃO / RENDIMENTOS SAFRA
HA (MIL)
TC/HA
T (MIL)
AÇÚCAR
ANIDRO
HIDRATADO
TONELADA
UNICOP
(T MIL)
(MIL LITRO)
(MIL LITRO)
AÇÚCAR/HA
TOTAL
UNICOP/TC
MIX AÇÚCAR%
2000/2001 2001/2002 2002/2003 2003/2004 2004/2005
3,810 4,260 4,420 5,050 5,200
66.9 68.6 71.5 70.7 73.4
254.921,7 292.329,1 316.121,8 357.110,9 381.447,1
16,020 18.994 22.381 24.944 26.632
5,584,730 6.479.187 7.009.063 8.767.898 8.172.488
4,932,805 4.988.608 5.476.363 5.872.025 7.035.421
8.52 8,46 9,49 9,50 9,70
649,503,744 739.665.534 839.221.523 959.392.362 1.008.737.896
2.55 2,53 2,65 2,69 2,64
49% 51% 53% 52% 53%
2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014*
5,840 6,163 7,010 7,058 7,410 8,056 8,363 8,485 8,799
73.9 77,0 81,5 81,0 81,6 77,4 67,1 69,4 74,1
431.413,4 474.800,4 571.370,7 571.434,3 604.513,7 623.905,3 560.955,2 588.915,8 652.015,9
26.420 30.224 31.280 31.620 33.075 38.168 38.272 38.337 40.974
9.105.448 8.220.716 8.640.050 10.063.711 6.949.840 8.016.983 9.677.855 9.852.373 12.015.575
7.746.041 9.211.462 14.367.118 16.619.714 18.812.783 19.578.500 13.749.286 13.758.092 15.156.913
9,04 9,31 9,53 10,32 9,79 10,00 8,92 8,83 9,45
1.056.072.897 1.147.413.679 1.336.804.365 1.457.361.565 1.451.260.793 1.610.713.768 1.491.768.391 1.498.993.220 1.663.842.503
2,45 2,42 2,34 2,55 2,40 2,58 2,66 2,55 2,55
50% 53% 47% 43% 46% 47% 51% 51% 49%
evolução/05-> evolução/00->
50,7% 131,0%
0.741 10.70%
51% 155,8%
55% 155.80%
32% 115.20%
96% 207.30%
5% 10.90%
57,5% 156.20%
4,2% 0.20%
-1,6% -0.20%
158% FONTE Conab a partir de 2005 / 200 a 2004 - Ministério da Agricultura
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PRODUÇÃO
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Em 4 anos, setor poderá investir R$ 1,48 bilhão em inovação agrícola ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
As usinas do setor sucroenergético interessadas em investir na inovação da tecnológica agrícola terão um montante de R$ 1,48 bilhão em verba à disposição nos próximos quatro anos. O total faz parte do PAISS Agrícola assinado dia, 17 de fevereiro, pelo Bndes – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a Finep – Inovação e Pesquisa. O lançamento foi feito pelos presidentes do Bndes, Luciano Coutinho, e da Finep, Glauco Arbix, em evento realizado na sede
da Unica – União da Indústria da Cana de Açúcar, em São Paulo, capital. Também participaram a presidente da entidade, Elizabeth Farina, e o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp. O orçamento do PAISS Agrícola prevê a verba em financiamentos reembolsáveis, que incluem todas as linhas de crédito de Bndes e Finep, além de instrumentos de renda variável de ambas instituições. A apresentação dos planos de negócios selecionados terá que ser feita até 16 de maio, próximo. O resultado preliminar da etapa única de seleção dos planos e a indicação dos
planos de suporte conjunto deverão sair no dia 20 de junho. Recursos ao resultado preliminar poderão ser interpostos até 30 de junho. O resultado final deverá ser anunciado no dia 10 de julho. O programa ainda disponibilizará R$ 80 milhões de recursos não reembolsáveis, sendo R$ 40 milhões por meio do Fundo Tecnológico (Bndes/Funtec) e R$ 40 milhões de subvenção econômica pela Finep. “O PAISS Agrícola é uma novidade de grande importância e impacto que chega em um momento muito oportuno para o setor. Viabilizar investimentos em inovação
agrícola contribui para uma retomada dos ganhos de produtividade e para a redução de custos de produção. É um passo que pode nos ajudar a chegar a um novo círculo virtuoso de investimento para expandir a capacidade de produção do setor sucroenergético”, avalia a presidente da Unica, Elizabeth Farina. Dados da entidade demonstram que durante os anos de crescimento acelerado do setor sucroenergético, entre 2002 e 2010, o custo de produção agrícola chegava a US$15 por tonelada. Hoje, esse custo dobrou e está na casa dos US$30 por tonelada.
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Mecanização e palha criam novo universo agrícola Há mudanças no manejo da cultura de cana e condições atrativas para a adoção de práticas sustentáveis RENATO ANSELMI, FREE
DE
LANCE PARA O
CAMPINAS, SP
JORNALCANA
Não é mais a mesma coisa. A “vida” mudou na maioria dos canaviais de diversos polos sucroenergéticos. Não tem mais fogo e sobeja palha. O aumento da colheita mecanizada de cana crua compôs um novo cenário. E está alterando também a condução da cultura, incluindo mudanças na adubação e no manejo de pragas, doenças e plantas daninhas, entre outros aspectos. A presença da palha no campo cria condições mais favoráveis e atrativas para a adoção de práticas conservacionistas e sustentáveis, como plantio direto e rotação de culturas, além de elevar a capacidade de armazenamento da água e reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Gera ainda impacto na área industrial, porque disponibiliza maior quantidade de biomassa para a produção de bioeletricidade e de etanol de segunda geração que bate à porta.
Aumento da colheita mecanizada de cana crua compôs um novo cenário
Há também diversas questões que giram em torno do novo “universo” agrícola criado pela mecanização. Estudos, pesquisas, experimentos e novas práticas procuram indicar caminhos e dirimir dúvidas. Uma delas está relacionada à quantidade de palha que deve ficar no campo. A solução não é tão simples. Não basta definir um percentual aleatoriamente. A quantidade de palha a ser mantida no campo deve ser diferente, para cada caso, em função de uma série de fatores, como atributos do solo, condições do relevo e do clima, época de colheita, idade do canavial e produtividade de palha, afirma João Luís Nunes Carvalho, pesquisador do
Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), localizado em Campinas, SP. “Diferentes áreas em uma mesma propriedade têm ‘necessidades de palha’ distintas”, observa. Na avaliação dele, é possível compatibilizar a manutenção da palha no campo e a destinação de parte dela para a indústria. Segundo João Carvalho, atualmente se discute muito sobre quanto de palha deve ser retirada do solo e pouco se comenta sobre qual parte da palha é melhor deixar no solo. Ele lembra que a palha de cana-de-açúcar é formada por
folhas secas e ponteiros, os quais têm composição química bastante distinta. O pesquisador do CTBE esclarece que aproximadamente 80% dos principais macronutrientes nitrogênio, fósforo e potássio (N, P e K) presentes na palha estão nos ponteiros. “Pensando apenas em termos de ciclagem de nutrientes, os ponteiros devem ser necessariamente mantidos no campo. Somado a isto, têm elevada umidade, o que não é interessante para a indústria”, afirma. João Carvalho desenvolve inclusive um projeto que tem a finalidade de avaliar o desempenho das diferentes partes da palha no solo e na indústria.
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Presença da biomassa proporciona diversos benefícios Manutenção da palha disponibiliza nutrientes, reduz a incidência de plantas daninhas e diminui emissões de gases de efeito estufa A palha de cana contribui significativamente para melhorar as condições químicas, físicas, biológicas e hídricas do solo e, consequentemente, a produtividade do canavial, afirma João Carvalho, do CTBE. A manutenção da palha eleva a capacidade de armazenamento de água, diminui as perdas por erosão e reduz a incidência de plantas daninhas, detalha. Além disso, aumenta os estoques de carbono do solo e, consequentemente, diminui as emissões de gases do efeito estufa. Há também benefícios para a adubação. Segundo João Carvalho, a palha da cana-de-açúcar contém quantidades consideráveis de nitrogênio (N) e potássio (K), além de outros nutrientes em menor quantidade. “O potássio, por não fazer parte de constituintes orgânicos da planta, é
João Carvalho: manutenção da palha eleva a capacidade de armazenamento de água
prontamente liberado para o solo com a decomposição da palha, podendo ser deduzido da adubação de soqueira. Estudos indicam potencial de redução de
adubação potássica de cerca de 40 a 60 kg/ha de óxido de potássio (K2O) para massa de palha em torno de 10 t/ha depositada sobre o solo”, diz.
Para o nitrogênio, apesar dessa quantidade de palha possuir em torno de 60 a 80 kg/ha de N, a mineralização é muito lenta, de tal forma que não é possível deduzir essa quantidade da adubação nitrogenada no curto prazo, explica. De acordo com ele, alguns pesquisadores indicam até o contrário, ou seja, aumentar a dose de nitrogênio nos primeiros anos de adoção da colheita de cana crua, para evitar a deficiência desse nutriente no canavial que pode ocorrer pela imobilização de N pelos microrganismos decompositores da palha. “Estudos coordenados pelo professor do Cena/USP, Paulo Trivelin, indicam que após este período inicial de conversão e estabilização do sistema de cana crua, a ciclagem de N forneceria quantidades significativas do nutriente para a cultura, podendo assim reduzir as doses aplicadas de fertilizantes nitrogenados”, comenta. João Carvalho desenvolve atualmente um projeto de pesquisa na Universidade de Illinois UrbanaChampaign e no Energy Bioscience Institute (EBI), nos Estados Unidos, com o objetivo de avaliar qual é a participação efetiva da palha e do sistema radicular da cana-de-açúcar em fornecer matéria orgânica para o solo e qual o efeito da retirada de palha na sustentabilidade do canavial. (RA)
Solo compactado pode neutralizar efeitos positivos A palha é um condicionador de solo e deve fazer parte de um manejo integrado, alerta João Carvalho. Por isso, não resolve todos os problemas do canavial. Mantê-la em um solo extremamente compactado, por exemplo, pode ser perda de tempo, observa o pesquisador. “O caminho é solucionar primeiro e problema de compactação, para que esta palha possa atuar, em seguida, como um condicionador
de solo”, comenta. A presença da palha, em conjunto com a ausência do fogo, faz parte de um novo sistema de manejo, em que algumas pragas e doenças são beneficiadas e outras passaram a ter papel secundário, constata. “Cabe ao setor de pesquisa e desenvolvimento encontrar as melhores estratégias de controle destas pragas e doenças que foram potencializadas”, diz. (RA)
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Sistema de recolhimento deve ser considerado Na hora de definir a quantidade da palha que vai para a indústria, outro fator que deve ser levado em consideração é o sistema que a usina utilizará para o transporte dessa biomassa, segundo Denizart Bolonhezi. Uma alternativa é o recolhimento de parte da palha com a cana, a partir do desligamento de ventiladores da colhedora, o que tem implicação econômica com a diminuição da densidade da carga e a necessidade de instalação de um sistema de limpeza a seco na indústria. Se a opção for o enfardamento, deve ser levado em conta – observa – o aumento do trânsito em cima da soqueira. É preciso avaliar se toda variedade vai suportar a retirada da palha nesse sistema que requer um trator para enleirar, um equipamento para enfardar e outra máquina para a retirada desses fardos. O tráfego mais
intenso aumenta também a compactação do solo, diz. Em relação à quantidade de palha que deve ser deixada no campo, Denizart Bolonhezi considera que um índice entre 50% a 60% pode ser utilizado, em diversos casos, sem que ocorra a perda dos benefícios proporcionados por essa biomassa. Ele também afirma que fatores específicos e as particularidades de cada região devem ser levados em conta nessa decisão. Em áreas de expansão da cana com solos mais fracos, como na região do cerrado, há carência de nutrientes que são compensadas, em diversos casos, pela manutenção do resíduo no solo. “Quando está ocorrendo a retirada de palha, está havendo a exportação de maior quantidade de nutrientes que ficariam na área. Com isto, ocorre uma maior dependência da adubação”, pondera. (RA)
Manejo sustentável inclui rotação de culturas e plantio direto A presença da palha no campo direto, cria condições para um aumento favorece a adoção de outras práticas significativo da produtividade e sustentáveis, como o plantio direto e a rentabilidade do canavial, ressalta rotação de cultura. Segundo o engenheiro Denizart Bolonhezi. Ele coordena agrônomo Denizart Bolonhezi, inclusive o projeto Rotacana, financiado pesquisador científico da Agência Paulista pelo CNPq, que tem a finalidade de de Tecnologia dos Agronegócios - Apta difundir tecnologias sustentáveis no Centro Leste, com sede em Ribeirão Preto, planejamento da reforma de cana crua. SP, essa nova realidade nas áreas de cana Para o pesquisador, o sistema de abre perspectivas para o manejo de solo manejo conservacionista é a solução para conservacionista, como a utilização do a queda da produtividade nos canaviais plantio direto, que requer somente a proporcionada pelo crescimento da abertura do sulco e não exige preparo mecanização das lavouras – associado a prévio. questões climáticas em algumas ocasiões – A resistência ao plantio direto no que tem provocado problemas de pisoteio setor sucroenergético está diminuindo, da soqueira e compactação do solo. Denizart Bolonhezi: em observa. O menor custo em relação ao De acordo com ele, a Austrália busca do manejo perfeito sistema convencional também favorece o enfrentou esse problema de estagnação e crescimento dessa prática. Algumas usinas – informa – estão queda da produtividade há 15 anos e realizou diversos estudos e adotando o plantio direto em área total. experimentos que demonstraram a importância da redução de A utilização da rotação de cultura, principalmente uma operações no preparo do solo, o uso da rotação de culturas e a espécie leguminosa, em um sistema de cultivo que mantém a manutenção da palha para recuperação e elevação da palha no campo – mesmo parcialmente – e adota o plantio produtividade.
“Dobradinha” coloca canavial no rumo da sustentabilidade Neste novo sistema de manejo integrado da cana crua, a rotação de culturas é uma peça chave, pois apresenta diversos benefícios, como a quebra de ciclos de pragas e doenças, adição de matéria orgânica no solo e a reciclagem de nutrientes, sobretudo nitrogênio, ressalta João Luís Nunes Carvalho, pesquisador do CTBE. “Acredito que a presença da palha no campo e a adoção de rotação de cultivos formam uma ‘dobradinha’ perfeita rumo à sustentabilidade dos canaviais”, afirma. Na opinião dele, o manejo ideal da cana-de-açúcar deve estar baseado em alguns pilares básicos de agricultura conservacionista, como manter o solo coberto com palha, revolvimento mínimo do solo, adoção de rotação de cultivos na renovação do canavial, controle e redução do tráfego de máquinas nas lavouras. “O que me deixa feliz é ver que nos últimos anos o setor começa a entender que este é o caminho, e algumas atitudes já começam a ser implantadas com resultados fantásticos”, comemora. (RA)
Plantio de leguminosa pode reduzir custo da reforma em até 40% A rentabilidade proporcionada pelas culturas comerciais – uma leguminosa, por exemplo – usadas no sistema de rotação pode reduzir em até 40% os custos de reforma das áreas de cana, calcula Denizart Bolonhezi. Além disso, é preciso considerar o aumento da produtividade do canavial, que chega a 20 toneladas de cana por hectare (TCH) no primeiro corte, destaca. Há ainda outros benefícios, provenientes da rotação, como o aumento da longevidade do canavial e a proteção do solo contra a erosão. “Em São Paulo, existe uma lei de uso do solo. A usina é responsabilizada se forem encontrados problemas de erosão na propriedade, sendo autuada por isso. A erosão acontece porque o solo fica descoberto e exposto no período em que ocorre maior precipitação”, afirma. A escolha entre a utilização de um adubo verde e uma cultura alimentícia (soja, amendoim, girassol, etc) após a reforma do canavial, depende da estratégia de cada usina, observa o pesquisador. Em termos agronômicos, o adubo verde – diz – apresenta mais benefícios, disponibilizando maior quantidade de nitrogênio. A crotalária juncea tem maior volume de biomassa, fornecendo grande volume de nitrogênio, e a crotalária spectabilis ajuda a reduzir a população de nematóides em uma área infestada por essa praga de solo – exemplifica. O plantio de uma leguminosa comercial, como a soja – que apresenta atualmente preços favoráveis – apresenta condições de amortizar custos da reforma de uma maneira mais significativa, avalia. “O adubo verde amortiza de maneira indireta, porque certamente a cana vai ter um aumento de produção, de 20 toneladas pelo menos no primeiro corte”, diz. Com o plantio de uma cultura comercial, essa elevação do rendimento fica entre 10 a 15 toneladas, informa. (RA)
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ENERGIA
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Predileção por gás de xisto demonstra descaso com etanol ALESSANDRO REIS, DA REDAÇÃO
ENTENDA COMO FUNCIONA A EXTRAÇÃO DE GÁS DE XISTO
No editorial da edição de outubro de 2013 do JornalCana, o presidente da ProCana Brasil, Josias Messias, apresentou um alerta sobre a possível exploração de gás de xisto no Brasil. Além de revelar consequências ambientais alarmantes, o texto também questionava certa predileção do Governo Federal pelo combustível fóssil que tenta debutar em nossa matriz energética. Isso porque no mês de novembro a ANP — Agência Nacional de Petróleo leiloou 20 áreas para exploração em 12 estados, gerando desconforto, nas classes políticas, ambientalistas e nos produtores de energia renovável. A polêmica relacionada à produção de gás de xisto no Brasil ganhou maior evidência em 28 de novembro, último, quando o Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública na Justiça Federal de Floriano, PI, a 240 km de Teresina, para anular a 12ª rodada de leilão de gás realizada pelo governo federal, quanto à extração de gás de folhelho, ou gás de xisto. Um dos blocos vendidos na licitação sobrepõe-se ao território de Floriano. O procurador da ação Antônio Marcos Martins Manvailer pediu que não haja mais nenhuma licitação para esse tipo de exploração até que sejam realizados estudos para avaliar os riscos e a viabilidade ambiental da atividade.
LENHA NA FOGUEIRA
MANOBRA De acordo com matéria veiculada no site do ISA — Instituto Socioambiental, a ação foi apresentada depois do final do leilão porque, no dia anterior, a diretora-geral da
de folhelho do leilão, até que o Conama — Conselho Nacional do Meio Ambiente regulamentasse a atividade. O documento também previa que ofertas desse tipo de exploração em novas licitações só seriam feitas depois de realizados estudos ambientais. Conforme publicou o ISA, a diretora-geral desautorizou o acordo quando o TAC já estava assinado pelo procurador federal que atua na ANP. A ação estava pronta desde o dia 25 de novembro, mas ela desistiu de apresentá-la naquele dia diante da perspectiva de sucesso nas negociações. A manobra, definida como “ardilosa” pelo procurador do MPF, acabou garantindo a realização do leilão.
ANP, Magda Chambriard, voltou atrás na última hora, da decisão de firmar um TAC — Termo de Ajustamento de Conduta com o MPF no Distrito Federal para retirar o gás
Outro fator que coloca “mais lenha na fogueira” é que o Brasil — ao contrário dos EUA, onde a exploração do “shale gas”, ocorre de vento em popa — não domina a tecnologia para a produção sem contar no ônus estratosférico vinculado à extração, de acordo com especialistas. Não fosse as questões de risco ambiental, a falta de estudos de viabilidade econômica, e um fórum de debate social, o Brasil possui o etanol, combustível que é comprovadamente social e ambientalmente mais viável do mundo. Utilizado inclusive como suporte a gasolina no combate à inflação. Diante disto, surge a questão: por que a ANP se antecipou, passando por cima de todos esses fatores, e leiloou áreas de exploração ao gás de xisto? É inexplicável e absurda a aparente predileção que o Governo Federal oferece ao desconhecido combustível fóssil em detrimento ao familiar etanol.
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ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO
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O setor precisa formar líderes Reunião de cerca de 80 pessoas destaca a importância e caminhos para aprimorar profissionais de liderança ANDRÉ RICCI,
DE
SERTÃOZINHO, SP
É comum ouvir que hoje o setor sucroenergético carece de líderes. O problema não se restringe apenas a referências políticas, mas sim, dentro das próprias usinas. Sabendo disso, o Gerhai Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria vem trabalhando o tema desde 2013, com palestras e debates nesta área. No primeiro encontro de 2014, realizado em 21 de fevereiro, na cidade de Sertãozinho, SP, o Grupo contou duas palestras ligadas ao assunto. Na primeira delas, a psicóloga Fabiane Maria Zat e a sócia-diretora da Multi Training, Sandra Schiavetto, falaram sobre a importância em se desenvolver os trabalhadores, que muitas vezes, possuem conhecimento técnico mas precisam se fortalecer psicologicamente. “Em alguns casos, vemos que faltam habilidades relacionais e emocionais aos profissionais. Queremos ajudar na formação de uma liderança genuína e sustentável, buscando subsidiar o comportamento das pessoas para que tenham saúde emocional e possam ser produtivas”, explica Sandra. Neste quesito, da saúde emocional, a especialista lembra que o problema vai além. “Temos dados relacionados à saúde do trabalho que apontam a existência de problemas físicos, mas sobretudo, a grande demanda, é do adoecimento psíquico dos trabalhadores. Isso é algo que precisa ser tratado para que o profissional e a empresa possam sair fortalecidos”, alerta.
Beatriz Rossi Resende: bom
Sandra Schiavetto: pelo
relacionamento é fundamental
fortalecimento psicológico
Com mais de 25 anos de experiência na área de Recursos Humanos, Beatriz Rossi Resende, consultora organizacional
‘ Suporte para as empresas e usinas’ “O Gerhai é um dos grandes grupos na área de Recursos Humanos. Ele congrega todo pessoal que trabalha em prol do setor sucroenergético e, por isso, é um grande suporte para todas as empresas e usinas do país. Essa troca de ideias proporciona um crescimento importante aos profissionais. Liderança e gestão de pessoas são pontos chave num período de grandes problemas financeiros. Em momento de crise, o RH deve ser melhor aproveitado por seus administradores”. (Luiz Dóro, gerente de Recursos Humanos da Usina São José da Estiva)
e de carreiras, foi outra palestrante a falar sobre necessidade em se formar lideranças.
DEPOIMENTOS
Em suas palavras, a profissional destacou a importância em se criar um bom relacionamento entre os profissionais de RH com os gestores de pessoas. Segundo ela, é comum a disputa entre as áreas dentro da própria empresa, fator que pode atrapalhar o caminhar dos negócios. “Temos que ter como nosso principal parceiro o gestor de área e para isso precisamos melhorar tal relacionamento. Neste momento, principalmente de crise, vemos que se faz necessária uma parceria séria, que ajude a empresa a evoluir. É um caminho sem volta”. Por fim, Beatriz destacou o primeiro passo a ser dado pelas empresas e também profissionais que buscam esse crescimento. “Quem faz RH de verdade trabalha para que a empresa evolua cada vez mais. Unir-se aos gestores, e assim, criar uma liderança forte e única, é uma abertura promissora neste sentido. Eles precisam de nós e nós precisamos deles”, finaliza.
‘Conhecimento para dentro das empresas’ Faço parte há muito tempo do Gerhai. É um grupo que sempre apresenta novidades, e com isso, nos aprimoramos e levamos o conhecimento adquirido para dentro das empresas. Como exemplo, vale destacar o trabalho iniciado em 2013, sobre o desenvolvimento de lideranças. Isso fortalece toda a cadeia. Em gestão de pessoas, é um dos melhores grupos”. (Valter Marcos Lorenti, coordenador de Recursos Humanos do Grupo Colorado)
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ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO
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A USINA NAS NUVENS
Sistema avançado de TI que integra informações em nuvem garante governança corporativa eficiente ALESSANDRO REIS, DA REDAÇÃO
O setor sucroenergético foi pauta em apresentações realizadas no dia 13 de fevereiro, no SAP Fórum, em São Paulo, capital. Entre os palestrantes que destacaram o setor em suas apresentações houve uma unanimidade: sistemas avançados de tecnologia da informação garantem que a governança corporativa seja eficiente e pode ser a solução que o setor espera para aumentar sua produtividade em toda cadeia produtiva. Dentre estes sistemas, destacam-se os softwares que utilizam grandes volumes de informações detalhadas e que combinam software e hardware, possibilitando a consulta de múltiplos tipos de origens de dados em tempo real, alta velocidade e
Claudio Lot: setor precisa aprimorar eficiência
principalmente operando em nuvem — cloud, em inglês. Sistemas como esse prometem revolucionar a gestão
corporativa, deixando os administradores de usinas “nas nuvens”, com os resultados. Claudio
Lot, representante de agronegócios da SAP Brasil, apresentou em sua palestra um estudo desenvolvido pela Fiesp com projeções do agronegócio brasileiro para os próximos dez anos. O agronegócio canavieiro foi um dos destaques da pesquisa. “O setor passa por uma revolução. Ele precisa aprimorar sua eficiência, levando em conta todos os subprodutos que a cana oferece, além de suas novas possibilidades, como, por exemplo, a lignina de celulose, que é capaz de produzir um biocombustível mais eficiente”, afirma Lot. Para o representante da SAP a aplicação de sistemas adequados de tecnologia da informação, que integrem todas as áreas da cadeia produtiva do setor sucroenergético pode garantir um salto de produtividade expressivo. A pesquisa realizada pela Fiesp e apresentada por Claudio Lot, apontou que um dos produtos que deve impulsionar o mercado doméstico brasileiro, nos próximos dez anos, é o etanol. No âmbito internacional a pesquisa destaca o açúcar como um dos produtos agrícolas que aumentarão suas exportações na próxima década.
Josias Messias, presidente da ProCana Brasil: panorâmica sobre o setor
Líder lembra importância de governança corporativa competente Outra palestra relevante apresentada no SAP Fórum, um dos mais importantes eventos mundiais sobre tecnologia da informação, foi proferida por Josias Messias, presidente da ProCana Brasil. Sua apresentação abordou o setor sucroenergético de forma panorâmica, possibilitando ao público compreender os potenciais, assim como os desafios que envolvem o segmento. “Para suprir o mercado doméstico e manter 50% de participação no mercado global, o setor precisa ampliar sua produção em 12,8 milhões de toneladas de açúcar e para isso esmagar cerca de 100 milhões de toneladas de cana-de-açúcar adicionais”, explicou
Messias. O presidente da ProCana Brasil alertou sobre a importância de uma governança corporativa competente para que o setor se desenvolva diante da falta de políticas públicas favoráveis ao setor. Messias afirma que o uso de sistemas de tecnologia da informação é fundamental para estabelecer nas unidades produtoras uma gestão avançada. “Só é possível ter uma governança corporativa eficiente, se os sistemas de gestão forem avançados. Portanto, a tecnologia da informação é indispensável para se alcançar o estágio necessário para alavancar o setor”, afirma Messias. (AR)
Paulo Carletti: é necessário integrar a cadeia produtiva em nuvem
Integração na nuvem Paulo Carletti, head of business da SAP para América Latina, acredita que através de sistemas de tecnologia da informação, que integrem todos os responsáveis pela cadeia de produção e que atuem na “nuvem”, o setor sucroenergético pode crescer exponencialmente, sem depender tanto de soluções vindouras de políticas
públicas. "Importantes setores da indústria nacional, como o sucroenergético, tem culturalmente a tendência de aguardar respostas para seu crescimento em políticas definidas pelo governo federal. Todavia, acredito que o setor deve investir em tecnologias que agreguem crescimento real para suas usinas”, explica Carletti. (AR)
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Alguns dos participantes do Gesucro
Gesucro abordará governança corporativa e recuperação judicial nas reuniões ALESSANDRO REIS, DE SERTÃOZINHO, SP
Aconteceu dia, 18 de fevereiro, a segunda reunião do Gesucro – Grupo de Estudos para Gestão Sustentável e Controladoria da Cadeia Sucroenergética, em Sertãozinho, SP. O grupo apresentou e discutiu seu estatuto e elegeu sua diretoria, coordenação e conselho. Marcos Antônio Françóia, foi eleito como coordenador do grupo e comentou sobre os propósitos da criação do Gesucro. "O grupo tem como objetivo principal agregar os profissionais de controladoria, finanças
e planejamento, e as pessoas que pensam estrategicamente no setor, para criarmos uma condição de valorização maior deste área. Queremos discutir inicialmente temas como, governança corporativa e recuperação judicial. O setor carece de reestruturação urgente nessas área", afirma Françóia. O grupo pretende estabelecer como comissões de trabalho, os seguintes temas: jurídico, mercado de crédito e sustentabilidade, orçamento, custos e sistemas, projeções de mercado e pesquisas e estatísticas do setor, governança corporativa.
FINANÇAS E PLANEJAMENTO Diante de um cenário onde há mais de 40 unidades produtoras em recuperação judicial, Françóia acredita que e preciso desenvolver o tema "finanças e planejamento" com instancia. Este mote pode salvar umas usinas que caminham em direção a falência. "Pensar estrategicamente no setor e importante para criarmos uma condição de valorização maior deste área. Hoje a boa administração financeira e uma questão de sobrevivência para muitos produtores do agronegócio canaviero", alerta.
Marcos Françóia, eleito coordenador do Gesucro
De acordo com o coordenador do Gesucro, a área de planejamento chega a ser desprezada por muitos gestores da cadeia produtiva. "A maioria dos produtores rurais, por exemplo, não pensam em seus negócios em longo prazo. Pensam no momento. Prova disso é a insuficiência de números estatísticos. De igual modo, a cadeia de bens de capital, que em grande parte foram criadas por gestores, que antes eram operários e cresceram em seus negócios sem levar em conta a importância da controladoria", explica.
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Manoel Bertone, CEO do Benri: segmento exige sistema independente e de credibilidade
Otávio Lage de Siqueira Filho, da Jalles Machado: comparativo de indicadores é fundamental
Números confiáveis de produção determinam maior eficiência ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO
Nos últimos anos, a conjuntura política brasileira tem feito com que o setor de cana-de-açúcar sobreviva única e exclusivamente de sua competência. A falta de políticas públicas apropriadas, assim como o incentivo a fontes energéticas menos sustentáveis, faz com que as usinas busquem aperfeiçoamento nas produções agrícola e industrial. Por isto, é preciso compartilhar experiências e resultados, tendo como objetivo, desenvolver toda a cadeia produtiva. Para o presidente da Jalles Machado, Otávio Lage de
Siqueira Filho, o comparativo de indicadores é fundamental para o crescimento do setor sucroenergético. “É importante nos situarmos e procurar as melhorias necessárias ao ganho de produtividade e redução de custos levando sempre em consideração as condições e particularidades da usina”, destaca. Manoel Bertone, CEO do Benri - Biomass Energy Research Institute, diz que o compromisso assumido pelo segmento, que busca 100% de sua capacidade, precisa ser exaltado através de mecanismos confiáveis. “É imprescindível um sistema independente e de credibilidade para aferição e comparação de indicadores operacionais, que permita às empresas demonstrar seu nível de
eficiência”, afirma. A Jalles Machado conta com duas unidades em Goiás e encerrou a safra 2012/13 com a maior moagem da história da empresa. No total, foram 3,2 milhões de toneladas de cana processadas nas duas unidades produtoras, 159 milhões de litros de etanol produzidos, 231 MWH de energia elétrica gerada, 3 milhões de sacas de açúcar fabricadas, 1,5 mil toneladas de levedura seca produzida. Otávio Lage Filho lembra que os resultados positivos podem ser creditados, também, ao trabalho com os números. “Todos ganham com este tipo de estudo. Dessa forma, o setor melhora sua competitividade em relação a outros países e outras matérias-primas”, finalizou.
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Índices comparativos podem trazer melhorias na eficiência Em um momento econômico conturbado, contar com instrumentos de gestão de operações industriais e agrícolas, assim como fator de administração de riscos, é fundamental. Não distante disso, o setor sucroenergético busca se desenvolver. É o que aponta Jucelino Sousa, presidente da Usina Coruripe. “Como diz um conhecido professor, ‘o que não pode ser medido não pode ser gerenciado’, e o que adianta medir se não houver parâmetros de comparação? Avaliar a performance comparando-se apenas com os resultados de safras anteriores pode certamente esconder ineficiências, é imprescindível conhecermos os benchmarks do mercado”. Conhecido por ser o primeiro sistema de classificação por rating independente de unidades produtoras de cana no mundo, o Benri - Biomass Energy Research Institute conta com a experiência de Manoel Bertone, ex-secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura e hoje CEO do instituto. Ele lembra que, mesmo com as dificuldades, o futuro que se apresenta ao segmento canavieiro é positivo, haja visto a demanda por fontes de energia sustentáveis. “Vejo um cenário altamente promissor para as atividades desenvolvidas pelo setor. Entre outros
pontos, o Benri trabalha para valorizar as empresas que mesmo não sendo as maiores e mais fortes financeiramente, se destacam pela excelência de seu corpo técnico e pela eficiência operacional agrícola e industrial que conseguem em suas atividades”. Jucelino ressalta também que este tipo de trabalho precisa ser executado com cautela, pois com a extensão territorial brasileira, a variação climática e cultural interferem nos resultados. “Existem muitas diferenças entre as usinas que afetam a avaliação. É preciso escolher bem com quem você vai se comparar para que não ocorram erros de interpretação. Dependendo da avaliação, você pode achar que está muito bem, e não está, ou que está com um desempenho fraco, o que também não é verdade. Por fim, o atual presidente da Coruripe afirma que a análise dos indicadores é um dos fatores que podem levar à melhoria da eficiência das usinas, sonho de consumo dos gestores, pressionados pelo mercado e governo. “As metas precisam ser construídas objetivando sempre o melhor. Nenhum time entra num campeonato para repetir o resultado do ano anterior ou apenas subir uma ou duas posições na tabela. Tem que jogar sempre para ser campeão”, finaliza. (AR)
Jucelino Sousa, presidente da Usina Coruripe: medir para gerenciar de forma efetiva
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Fernando Perri: alternativa é valida
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José Américo Rubiano: mais fácil acabar com essa crise
Crise faz com que pedidos de recuperações judiciais sejam recorde Especialistas apontam prós e contras do processo de recuperação judicial ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO
Depois do Próalcool - Programa Nacional do Álcool instalado em 1975, e da gestão presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, entre os anos de 2003 a 2011, era impossível imaginar que o setor sucroenergético chegaria em 2014 com cerca de 40 usinas passando pelo processo de recuperação judicial, além de várias outras já fechadas. E neste contexto, há quem defenda o sistema implantado no Brasil em 2005, com objetivo de evitar a falência das empresas e oferecer garantias para todos
os envolvidos. Estamos falando da recuperação judicial, que bate recorde de solicitações mas ainda não trouxe resultados convincentes. Para o engenheiro de produção Fernando Perri, a alternativa é valida pelo simples fato de manter as unidades em funcionamento, como vemos no setor sucroenergético. “O processo visa manter a atividade econômica regional e a manutenção dos empregos. Se o foco é este, praticamente todas as unidades que continuam em operação são cases de sucesso”. O governo, por sua vez, oferece auxilio aos empresários por meio de linhas de crédito. Hoje, o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social conta com vários programas de apoio, como por exemplo, o ProRenova Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais. Contudo, o acesso a estes créditos, em virtude do alto endividamento das
usinas, acaba sendo restrito. “Não adianta ter financiamento nas principais agências de fomento se em todas as exigências são as mesmas. Neste caso, poderíamos criar regras diferentes, como por exemplo, exigir que as usinas apresentem um plano de gestão resultante, tendo um prazo de pelo menos um ciclo da cana para trabalharem”, aponta José Américo Rubiano, diretor da FINBIO. Fernando Perri acredita que, se ajustado, o processo de recuperação judicial pode evoluir e reestabelecer, de fato, as usinas. “O sistema traz equilíbrio entre os agentes e possibilita a solução de situações conflitantes. No entanto, um dos fatos que tem dificultado a recuperação é a ausência de capital novo para investimento. A usina tem dificuldade para levantar recursos para plantio de cana e modernização de seu parque industrial, por exemplo. Uma sugestão seria a criação de um fundo para
investimento nestes tópicos, sujeitos a auditoria especializada e com retorno vinculado”, sugere. Com certo otimismo, Rubiano lembra que os governantes, hoje, têm uma tarefa mais fácil do que há anos atrás, quando a situação não apresentava alternativas. “Se compararmos o momento com a época do Proálcool, veremos que é muito mais fácil acabar com essa crise do que a que tivemos no passado. Hoje, além de termos uma base formada, o grande diferencial é a demanda exponencial que se apresenta”, lembra. Por fim, o diretor da FINBIO reitera a força do país no cultivo de cana-deaçúcar. “Não é possível que com toda a nossa tradição, força e cultura, ficaremos para trás na produção de cana e consequentemente seus subprodutos. Temos potencial para muito mais, precisamos, apenas, de incentivo, como vemos nos Estados Unidos”, finaliza.
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ENTREVISTA: Hélio Tavares Santos Junior
“GESTÃO FOCADA EM EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE” Detentor de duas usinas de cana-deaçúcar, ambas no interior de São Paulo, o Grupo Ruette, liderado por seu fundador, Antonio Ruette, é um dos poucos bons exemplos de recuperação econômica no segmento. Ao menos, é isso que se vê no que diz respeito ao trabalho executado, já que, a estabilidade efetiva, depende de fatores políticos, que não fazem parte do dia a dia da usina. “Temos uma gestão focada em eficiência e produtividade e com ela estamos nos mantendo. Quando as externalidades forem incorporadas, estaremos preparados para evoluir”, diz Hélio Tavares Santos Junior, diretor superintendente da Usina Ruette. O executivo, inclusive, faz parte do processo de recuperação, instalado em 2009, um ano depois de o Grupo inaugurar sua segunda unidade e ver suas finanças se complicarem. Além do novo colaborador, a Ruette implantou comitês de finanças, comercialização e agrícola, tendo como objetivo o melhor gerenciamento do negócio. Quem explica melhor todo esse trabalho é o próprio Hélio, em uma entrevista exclusiva. Confira: JornalCana: Em 2009, com a empresa mergulhada em um mar de dívidas, qual foi o primeiro passo dos gestores? Hélio Tavares Santos Junior: A primeira grande decisão veio dos acionistas, que optaram profissionalizar a gestão. Essa é a grande diferença entre a Ruette e algumas usinas. Depois, buscamos padronizar a relação entre os gestores e os acionistas, com a criação de comitês de finanças, comercialização e agrícola. Implantamos, também, um sistema de gestão com metas definidas e claras. Esses fatores permitiram que navegássemos nesse mar de adversidades, com seca, preços baixos e falta de política pública. Qual o maior desafio para os gestores sucroenergéticos diante do atual cenário econômico? São quatro os fatores críticos para o sucesso de uma usina. Um é o seu tamanho, outro a questão dos custos, o terceiro é quantidade de terras próprias e por fim a eficiência dos custos. Quem, hoje, domina estes quatro fatores, vai sobreviver e prosperar. Quem consegue gerir apenas dois, por exemplo, terá dificuldade. Falando sobre custos de produção, como é feito este controle hoje? Implantamos um sistema de gestão em que todos os diretores participam desse programa, se conscientizando que tudo dentro da empresa precisa ter meta, objetivo e um planejamento estratégico. Além disso, tudo é muito bem monitorado, desde a entrada da cana até o faturamento do álcool. Isto, conseguimos com a instalação de um software, que permite que todos os dados sejam compilados e também fiquem disponíveis para serem rastreados. A ação traz aderência e
Hélio Tavares Santos Junior, diretor superintendente da Usina Ruette
contribui para as contas baterem. Em três anos, conseguimos uma redução de 10% nos custos de produção. Como o grupo tem buscado aumentar a eficiência? Procuramos manter a capacidade da usina cheia, nas duas unidades (em torno de 3,45 milhões de toneladas). Nosso objetivo não é ser maior do que somos, mas sim, melhores. Todos os esforços são para aumentar a qualidade, e não crescer. O senhor citou vários sistemas sendo implantados e softwares adquiridos. E as pessoas, como se encaixam neste processo? Quando falamos em sistema de gestão, não nos referimos apenas às ferramentas, as pessoas também fazem parte. Mesmo com toda a dificuldade financeira, a Ruette nunca deixou de investir em treinamento e capacitação dos seus gestores. O
funcionário precisa ser esclarecido. Diria que é fácil ter um sistema, difícil é administrá-lo. Sobre a dívida, como estão trabalhando? Conseguimos alongá-la, não o quanto gostaríamos, mas o que se pôde. Essa questão é complicada, pois o pequeno produtor trabalha no limite. O próprio banco enxerga a empresa como um fator de risco. Sabendo disso, contratamos uma consultoria e tentamos mostrar ao mercado que tínhamos um planejamento estratégico e que ele iria ser entregue. Hoje, sistematicamente, entregamos relatórios de moagem, produção, custo e eficiência. Trabalhamos com transparência. Com relação ao mercado, algo mudou neste período? Também em 2009, já com os comitês criados, a empresa entendeu que havia
uma oportunidade no mercado de anidro. De lá até 2011, a produção ficou 100% anidro. E o que temos visto é que ele remunerou melhor. Houve, sim, um investimento de diversificação da produção. Isso colaborou com a rentabilidade. Que conselho deixa para as empresas em situação financeira complicada? Quando não se tem acesso a capital, seja ele subsidiado ou não, a única saída no longo prazo é ser competitivo. É buscar melhorias em produtividade agrícola, eficiência, baixar os custos, enfim, conseguir sobreviver. É importante ressaltar que isso não acontece de um ano para o outro. Eficiência, gestão e custos não vêm de uma hora para outra. É preciso transformar a cultura da empresa em todos os seus âmbitos.
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Gestão eficiente de pessoas faz a diferença no momento de crise Modelo deve ser construído no decorrer do tempo e estar sintonizado com a realidade e a cultura da empresa RENATO ANSELMI, FREE
DE
LANCE PARA O
CAMPINAS, SP
JORNALCANA
A área de Recursos Humanos (RH) deveria ser muito mais proeficiente e proativa nos momentos de crise. Mas, diversas empresas empurram RH para ficar quase inativa, reativa, não deixando que essa área tenha liberdade e espaço para criar, às vezes, com o próprio recurso interno e melhorar a situação, afirma Jorge Ruivo, diretor da Wiabiliza Soluções Empresariais. De acordo com ele, RH pode ter um papel importante para o desenvolvimento de uma revisão de processo para que “seja feito mais com menos”. Se ocorrer uma avaliação do modelo de gestão das usinas que se encontram em uma situação difícil, inclusive as que estão em recuperação judicial, mais de 50% desse grupo apresentam dificuldades de gestão, não só financeira e industrial, mas também de pessoas, comenta Jorge Ruivo. “Há casos de usinas que têm problemas de caixa e de gestão, que contam com seis, sete níveis de comando. Será que precisam ter toda essa estrutura?”, questiona. A empresa acaba, nestes casos, tendo gastos excessivos com folha de pagamento. “Muitas delas têm uma quantidade enorme de pessoas e uma baixa produtividade. Um trabalho sério possibilita a diminuição desse contingente. As usinas devem estar muito enxutas para passarem por essa crise”, comenta.
Jorge Ruivo: RH é fundamental para se conseguir fazer mais com menos
Jorge Ruivo recomenda, em diversos casos, o “replanejamento” da gestão, envolvendo as áreas agrícola, industrial e administrativa para tornar a empresa o mais leve possível para obter, consequentemente, uma elevação da eficiência. “O líder tem papel fundamental nesse processo”, ressalta. Mais do que gestão de pessoas, o setor sucroenergético deve fazer gestão de processos, ou seja, alterar e racionalizar as atividades, observa o diretor da Wiabiliza. O objetivo é ganhar maior eficácia, maior produtividade e diminuir a dependência de mão de obra que hoje é escassa no mercado. “Isto requer mudança comportamental da liderança. Uma atitude que dá certo é não impor”, destaca. Segundo ele, a gestão de processos deve ser construída em conjunto. Unidades e grupos sucroenergéticos, que são altamente eficientes, estão passando por essa crise de forma administrada, compara Jorge Ruivo. “Não têm grandes solavancos”, diz. A gestão de pessoas faz a diferença nesse processo. O modelo de gestão de pessoas deve ser construído no decorrer do tempo e estar sintonizado à realidade e à cultura da empresa. “Uma consultoria nunca deve chegar numa empresa com as regras prontas. É necessário começar do zero e fazer uma série de avaliações e de mapeamentos. Não se deve aplicar também um sistema bem-sucedido que foi utilizado no concorrente mais próximo. Cada um deve construir o seu próprio modelo”, afirma. Existem atualmente diversas ferramentas eficientes, que auxiliam no processo de gestão, nas áreas de remuneração, treinamento, seleção, administração de pessoal. “Mas, cada uma delas precisa estar adaptada à realidade da empresa, o que envolve cultura, valores, expectativas de resultado ou mesmo a necessidade da realização de correções internamente”, diz.
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Eficiência está na mão de quem faz o trabalho Para atrair e reter profissionais, os salários devem acompanhar o mercado, comenta Jorge Ruivo. “Nos últimos cinco anos, a curva é ascendente”, constata. Além disso, o processo de gestão de pessoas deve incluir ações voltadas à elevação da eficiência. E isto ocorre com a criação de condições para o comprometimento dos profissionais. O gestor precisa entender – afirma – como obter o melhor resultado de um determinado recurso, seja da máquina, da pessoa, da ferramenta de informática. No caso de pessoas, a liderança deve oferecer orientação, compartilhando com o profissional da área aquilo que é necessário produzir. “Às vezes, o líder precisa ‘entregar’ um volume de coisas que o funcionário nem está sabendo”, comenta. Outro aspecto que deve ser considerado na gestão de pessoas é a meritocracia. “A eficiência está na mão de quem faz”, diz. Jorge Ruivo defende a necessidade da adoção de políticas de remuneração, valorização e promoção do funcionário, criando inclusive perspectivas de carreira. Essas iniciativas retêm profissionais, destaca. (RA)
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Empresa deve criar condições para reter e desenvolver funcionários As unidades sucroenergéticas devem estar também preocupadas, na área de gestão de pessoas, em reter e desenvolver profissionais. “A empresa leva tempo para atrair funcionários. Em algumas situações, o nível de compromisso dessas pessoas é pequeno, Em outros casos, o chefe não leva em consideração a dificuldade existente para atrair o profissional. Ele troca o funcionário por qualquer motivo. Não faz questão de reter. Fica naquele pensamento de que é o todo-poderoso”, comenta. Há situações em que faltam ferramentas adequadas de desenvolvimento – observa –, ocorrendo pouquíssimo investimento para o desenvolvimento do conhecimento e de educação para tornar o funcionário mais efetivo naquilo que ele faz. O melhor caminho é reter e desenvolver o funcionário dentro daquilo que a empresa espera e necessita. “É preciso treinar a pirâmide inteira, desde o profissional da área operacional até a liderança. Além disso, existe a necessidade de acompanhar e verificar o nível de aplicação do conhecimento adquirido e fazer as correções necessárias. É um investimento que dá retorno”, enfatiza. Na avaliação do diretor da Wiabiliza, unidades sucroenergéticas contam com ‘um mundo de gente’, chefiado por pessoas que chegaram aos postos, ao longo do tempo, sem a preparação adequada. Além de treinar e desenvolver pessoas para cargos de chefias, ele recomenda o levantamento do perfil dos funcionários para verificar se têm aptidão para liderança ou atividades técnicas. “Nem sempre um bom técnico é um bom líder, que deve ter habilidade para extrair o melhor resultado de um grupo”, constata. (RA)
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Resultados dependem de pessoas motivadas e preparadas Modelo da Raízen, que tem a meritocracia como pano de fundo, reconhece desempenho, dedicação e potencial de cada profissional “A gestão de pessoas é estratégica para todas as empresas. Para buscarmos resultados qualitativos e quantitativos, dependemos de pessoas e da intensidade em que estão motivadas, preparadas e engajadas”, afirma Luis Carlos Veguin, diretor de Recursos Humanos da Raízen. Com 24 unidades produtoras, a empresa foi vencedora do prêmio MasterCana Desempenho 2013 – Gestão de Pessoas, devido à adoção de conceituadas práticas nessa área e por acreditar na importância da qualificação da mão de obra. Segundo Luis Veguin, o momento atual bem como o futuro da organização depende da capacidade da força de trabalho da empresa de entregar resultados, de antecipar fatos e tendências e de buscar sempre novas oportunidades para o negócio. “E isso exige pessoas motivadas e preparadas”, ressalta. O diretor de Recursos Humanos destaca que a Raízen é uma das maiores empresas do Brasil e sua missão é prover soluções de energia sustentável por meio de tecnologia, talento e agilidade, maximizando valor para os seus clientes e acionistas, dando a sua contribuição, dessa forma, para a sociedade. “É baseado nesta missão que construímos todos os nossos programas da área de recursos humanos. Assim, propagamos as ‘Atitudes Raízen’ a nossos gestores que são: valorizar o cliente; pensar grande; ter paixão em tudo que faz; agir com ética e respeito; e fazer mais e melhor a cada dia”, detalha.
Luis Veguin: Raízen trabalha preferencialmente o público interno
O modelo de gestão de pessoas da Raízen tem a meritocracia como pano de fundo, ocorrendo a valorização e o desenvolvimento dos profissionais, afirma. “Levamos em consideração o desempenho, a dedicação, a prontidão e o potencial de cada profissional. Entendemos também que temos um papel importante como empregadores e criamos programas tanto para a capacitação técnica quanto para gestão”, comenta. De acordo com Luis Veguin, a Raízen trabalha preferencialmente o público interno, criando inclusive oportunidades para quem integra o quadro de funcionários da empresa. “Mas, não deixamos de olhar o mercado, oxigenando nossos times com novas ideias e novos recursos”, observa. Entre as diversas ações colocadas em prática pelo grupo na área de gestão de
pessoas, um dos destaques é o “Geração Raízen”, voltado para o desenvolvimento de novos profissionais. “Todo o nosso pipeline de sucessão se baseia em pessoas que iniciaram suas carreiras a partir do programa. Foram mais de 400 profissionais que hoje são gerentes, supervisores e engenheiros que atuam diretamente na produção ou na área corporativa”, diz. Em relação à formação e ao recrutamento de novos funcionários, o diretor de RH afirma ainda que a empresa dá preferência a profissionais das regiões onde estão instaladas as unidades do grupo. A empresa procura contratar, na medida do possível, profissionais – informa – que tenham relação com a região e com a atividade. Outra preocupação da Raízen, na área de gestão de pessoas é o
desenvolvimento e a capacitação da liderança. Para isto, a empresa realiza diversas ações dentro do programa “Academia de Liderança”, que visa estimular o alinhamento dos gestores aos objetivos da empresa. Em relação às características que devem fazer parte do perfil de profissionais de média e alta gerência, Luis Veguin afirma que a empresa busca pessoas com vontade de aprender, com energia para trabalhar e se dedicar intensamente. Esse profissional deve ser também um treinador e referencial para todos. Políticas de benefícios, oportunidades e remuneração, aliadas ao excelente clima organizacional, criam condições – segundo Luis Veguin – para atrair e reter talentos na empresa. Tudo isto faz com que a Raízen – enfatiza – tenha um baixo nível de turnover. (RA)
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A EVOLUÇÃO DOS ACIONAMENTOS FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR
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Os sistemas de extração empregados nas usinas sucroenergéticas evoluíram consideravelmente nos últimos tempos. Em função do grande aumento da capacidade de moagem das usinas modernas os sistemas clássicos de acionamento utilizados há décadas já não se mostravam satisfatórios ou mesmo exequíveis, principalmente nas moendas com tamanho próximo a 100 polegadas que se tornaram frequentes. O esquema clássico empregado nas moendas menores quase sempre era constituído por uma turbina a vapor de simples estágio, acionando um redutor de alta e engrenagens abertas na redução final. Esse esquema frequentemente era utilizado para o acionamento de dois ternos em conjunto, embora para moendas menores fosse possível acionar até quatro ternos. Sistemas assim foram utilizados em moendas de bitola de até 84 polegadas, que até então, eram as maiores disponíveis no mercado. Embora já fosse possível a utilização de turbinas de múltiplo estágio e caldeiras de alta pressão, a substituição de turbinas no acionamento de moendas por motores elétricos sempre foi uma hipótese descartada, pois não havia uma tecnologia simples e econômica de se variar a rotação dos motores antes do desenvolvimento dos inversores de frequência de estado sólido como são utilizados nos dias de hoje. Uma vez que o acionamento por motores elétricos se tornou prático, novas concepções de acionamentos também passaram a ser desenvolvidas para substituir as engrenagens abertas utilizadas até então. Um outro aspecto importante foi o uso de moendas com bitolas maiores que
Acionamentos modernos são muito mais compactos do que no passado
permitissem aos novos projetos de usinas de grande capacidade utilizar apenas um conjunto de moendas para realizar a tarefa de extração. Nas unidades existentes, devido ao contínuo avanço das técnicas de moagem, os acionamentos também tinham de ser substituídos, pois com o aumento da capacidade devido ao melhor preparo de cana e alimentadores mais eficientes, as moendas já exigiam potência acima dos limites dos acionamentos originais.
Redutores de eixos paralelos muito mais compactos que o antigo sistema de engrenagens foi a solução encontrada. Dentro do mesmo espírito de tornar os acionamentos mais compactos e eficientes também passaram a ser adotados redutores do tipo planetário, que devido ao seu tamanho, possuem a característica de possibilitar o acionamento rolo a rolo de um terno de moenda, o que é particularmente interessante nas de maior bitola.
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Redutores estão presentes em todos os setores Os redutores de velocidade são aplicáveis a todos os setores produtivos de uma indústria sucroenergética. Quer no acionamento de equipamentos, em descarregadores, mesas alimentadoras, transportadores, agitadores, diluidores, pré-fermentadores, cristalizadores, sementeiras, entre outros, eles estão sempre presentes. Sendo aplicados nas mais variadas formas construtivas, tamanhos e potências, são elementos vitais na indústria. Para que operem adequadamente, os redutores não só necessitam serem corretamente aplicados, mas também possuírem características compatíveis com o ambiente agressivo a que estão sujeitos. Para assegurar um trabalho sem interrupções durante a safra é importante não só serem corretamente mantidos, mas que também sejam adquiridos de fabricantes que possam assegurar o fornecimento de peças de reposição prontamente em caso de avarias. A Cestari, empresa localizada em Monte Alto-SP, tradicional fabricante de redutores para o setor sucroenergético, agora incorporada ao Grupo WEG, disponibiliza uma variada linha de redutores de diversas
características construtivas e tamanhos que abrangem a multiplicidade de aplicações encontradas nas usinas. São redutores de eixos concêntricos, paralelos, ortogonais e coroa e rosca sem fim de diversas dimensões e reduções. Um dos destaques da WEG Cestari é a Linha Helimax, aplicável, por exemplo, em descarregadores do tipo hylo e em mesas alimentadoras. Ela é constituída de redutores helicoidais de eixos paralelos ortogonais com carcaça bipartida e helicoidais de eixos paralelos de carcaça monobloco. Essa linha foi totalmente reprojetada e ganhou o selo “ + Torque”. Desta forma, todos os redutores dessa linha foram redimensionados, aumentando sua capacidade de transmissão de torque sem alteração do peso ou dimensões. Assim, a relação entre peso e torque transmitido foi otimizada, o que possibilitou um aumento de até 40% na capacidade, ampliando as possibilidades de aplicações da linha. Com diversas opções de fixação e montagem, a Linha Helimax está disponível com reduções que vão de 6,3 a 450, e capacidades de torque de 6.000 até 600.000Nm. (FPM)
Vista interna de um redutor
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Maiores planetários para usinas são entregues em Sertãozinho Com o aumento da capacidade de manuseio de cana por parte das novas unidades sucroenergéticas implantadas e também pela ampliação das existentes, novos conceitos de acionamentos têm sido introduzidos para atender as necessidades de flexibilidade e potência demandadas pelas moendas e difusores de grande porte. A TGM, que de forma pioneira introduziu os acionamentos por redutores planetários nas usinas sucroenergéticas, comemorou mais um feito nos dias 30 e 31 de janeiro passado, em sua sede em Sertãozinho, SP ao entregar a clientes os maiores redutores planetários do mundo para acionamento de moendas e difusores fabricados na América Latina. No intuito de celebrar a entrega dos equipamentos, a TGM Unidade Transmissões apresentou a clientes e parceiros sua mais nova geração de planetários, a G3 Full. “Essa linha agrega confiança, eficiência e disponibilidade operacional, que são as características que o mercado procura em um bom equipamento”, explica Marcos H. Mussin diretor da TGM. O modelo RPS 4 600 P para aplicação em difusor foi entregue à Sermasa e o outro planetário modelo RPS 3 600 P foi fabricado para acionamento de moenda na Usina Tanabi (Grupo Guarani), que entrarão em operação na safra 2014. Esses planetários possuem torque nominal de 5.900 kN.m e
Planetário TGM modelo RPS 3 600 P foi entregue para a Usina Tanabi, do Grupo Guarani
são os maiores em torque do setor sucroenergético mundial. Vicente de Paula Silva Jr., coordenador Comercial da Unidade de Redutores do Grupo TGM explica, “A linha G3 Full é inovadora e suporta elevados níveis de torque, além de ser a opção de redutor para maximização da eficiência energética da planta”. Entre as características dessa nova geração de planetários destaca-se a lubrificação que é individualizada por estágio e o emprego de rolamentos de vida útil extendida.
Além disso, estão disponíveis com proteção eletrônica através do Protetork e Monitork. Através dessas características implementadas na linha G3 Full, a TGM estima que esses redutores possam operar no acionamento de moendas e difusores por um período muito mais extenso sem necessidade de manutenção. Durante os dois dias de visitas, estiveram na TGM representantes de várias empresas e usinas, entre elas a Vale do Tijuco, Bunge, Pitangueiras, Água Bonita, Mefsa, Grupo Guarani, São Martinho, Cerradão, Sermasa e Biosev – Rio Brilhante e Reunion Engenharia. Para Antonio Gilberto Gallati, diretor da TGM, que acompanhou as visitas em companhia dos integrantes da área comercial da empresa, “Isso demonstra nosso empenho em oferecer equipamentos de qualidade e baixo custo de manutenção com a mais avançada tecnologia, antecipando as necessidades dos clientes. É gratificante presenciar a satisfação do cliente ao receber essa nova geração de planetários”. De acordo com Vicente de Paula Silva Jr., “O G3 Full avança rapidamente no mercado por ser um equipamento que foi projetado e construído de acordo com as exigências do setor. Seus diferenciais demonstram suas características de robustez, destacando-se pela disponibilidade operacional e redução dos custos de manutenção”. (FPM)
Monitoramento de torque evita danos em acionamentos Os redutores para moendas e difusores empregados na atualidade são capazes de acionar moendas e difusores de capacidade muito maior do que os antigos sistemas por engrenagens abertas usados no passado e são muito mais compactos. Na fabricação desses novos sistemas de acionamento são empregados materiais e técnicas especiais, além de maior precisão e tolerâncias significativamente menores em seus componentes, o que permite transmitir mais torque com dimensões reduzidas. Para assegurar uma operação correta e estender a vida útil de seus componentes, uma das premissas a serem seguidas é a de nunca ultrapassar o torque máximo permitido, além de outras rotinas de manutenção. A Torkflex, empresa especializada em acionamentos sediada em Ribeirão Preto,
SP, em parceria com a Binsfeld, disponibiliza ao mercado sistemas para medição e também monitoramento contínuo de torque real aplicáveis a redutores para moendas e difusores. Ao contrário dos sistemas de medição indireta, como a medição da corrente consumida, como é o caso de inversores de potência e motores, o sistema oferecido pela Torkflex mede o torque real através de um strain gage aplicado ao eixo de acionamento, que permite realizar a medição pela variação das deformações instantâneas ocorridas onde o sensor é aplicado. Dessa forma é possível se determinar a presença de picos de torque a que podem estar sujeitos os acionamentos com precisão e tomar iniciativas para evitar ocorrências que sejam danosas à vida útil dos acionamentos e seus componentes.
Além desses sistemas de medição e monitoramento de torque, a Torkflex projeta e fabrica sistemas de agitadores e circuladores mecânicos denominados Torkmix, que podem ser empregados, por exemplo, em cozedores de açúcar. Paralelamente, a empresa produz sistemas de monitoramento e acionamento para decantadores que empregam redutores do tipo cicloidal da Sumitomo, capazes de tolerar sobrecargas onde outros tipos de redutores apresentam falhas. A Torkflex também oferece a linha de acoplamento flexíveis da Antares, com larga aplicação no setor sucroenergético, reconhecidos por tolerar desalinhamentos e prolongara vida útil de mancais e rolamentos no acionamento de diversos tipos de equipamentos, como bombas de recalque, entre outros. (FPM)
Detalhe da montagem de strain gage em eixo de moenda para medição de torque real
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Redutores de eixos paralelos ou planetários? A escolha do tipo de acionamento para o sistema de extração depende de uma série de fatores, que incluem aspectos técnicos e econômicos, assim como escala de produção e até a região onde se encontra instalada a indústria. Em todos os casos o objetivo é buscar a melhor eficiência produtiva. Cientes dessas necessidades particulares de cada usina a Renk Zanini, empresa sediada em Cravinhos-SP oferece uma variada gama de opções para acionamento de moendas e difusores, compreendida tanto por redutores de eixos paralelos, como por planetários. Para as moendas com alta capacidade, como é uma tendência atual, os redutores tendem a ser mais robustos e todo o processo de desenvolvimento e fabril é diferenciado, pois o redutor é concebido visando altas exigências de torque. Quando a opção é acionamento central, a Renk Zanini oferece o redutor de eixos paralelos com divisão de torque Torqmax 2.0, que em sua nova versão teve sua carcaça redesenhada de forma a se tornar ainda mais compacto. Os redutores de eixos paralelos Torqmax possuem um histórico de operação bem-sucedida em mais de vinte safras realizadas, tanto em usinas brasileiras, como no exterior. Para acionamento Central, com redutor planetário, a Renk Zanini oferece o Pentamax 2.0 e o Fleximax 2.0 para
Planetário Pentamax 2.0 Renk Zanini instalado na Usina Seresta em Alagoas
acionamentos rolo a rolo. Essa nova versão possui primeiro estágio de redução com eixos paralelos e todos os porta-planetas são suportados por rolamentos. “Isso confere maior robustez ao produto frente as oscilações de carga. Houve ainda uma otimização estrutural do conjunto através de análises por elementos finitos,
resultando em maior robustez nos pontos de maior exigência e esforços; e há janelas de inspeção em pontos estratégicos que facilitam a inspeção de rotina", explica o gerente de inovação e tecnologia, Gustavo Weber. Jorge Zampollo, gerente de aplicação destaca ainda os redutores para Difusor
fabricados pela Renk Zanini: “Com eixos coaxiais, estágios planetários, fixação no eixo do Difusor, acionamento por motor elétrico, com giro da carcaça impedido através do braço de torque fixado à fundação de concreto, são suas principais características, além da construção compacta e baixo peso. (FPM)
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Limpeza a seco preserva o meio ambiente FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR
DO
DE
SÃO CARLOS, SP
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A colheita de cana crua de modo mecanizado aumentou consideravelmente a quantidade de impurezas minerais e vegetais que acompanham a cana até a indústria. As impurezas minerais, constituídas por frações de solo (argila e areia), podem causar desgastes e abrasão não só nas esteiras de transporte de cana, componentes do preparo de cana como facas e martelos, mas também nas moendas além de reduzir o índice de percolação nos difusores de cana, diminuindo sua capacidade de processamento e sua eficiência extrativa. No caldo podem causar danos aos rotores das bombas de processo, assim como, nas tubulações e válvulas. As impurezas vegetais, constituídas por folhas e ponteiros da cana, por sua vez, ocasionam um aumento de potência consumida no preparo de cana, moendas e difusores. Além disso, ocupam o espaço que seria da cana nas moendas e difusores reduzindo a capacidade e a eficiência de extração. Em média, cada quilograma de impurezas vegetais ocupa o espaço correspondente a mais de 6 kg de cana nesses equipamentos de extração. A Empral Jaboticabal, com sua experiência no desenvolvimento de equipamentos para usinas sucroenergéticas, projetou um sistema de limpeza a seco, fabricado pela Sermatec Zanini de Sertãozinho-SP, capaz de coletar e retirar essas impurezas, com uma eficiência superior a 80%. O sistema de limpeza de cana a seco Sermatec Zanini/Empral Jaboticabal possibilita a devolução das impurezas minerais para a lavoura e também promove a picagem de palha (folhas e ponteiros), encaminhando-a
Sistema de limpeza de cana a seco Sermatec Zanini/Empral Jaboticabal
para as caldeiras, adicionalmente ao bagaço, o que possibilita à usina incrementar a geração de energia elétrica excedente para comercialização, ou aproveitar a palha como matéria-prima para a produção de etanol celulósico. Esse sistema de limpeza a seco opera adequadamente independentemente da regulagem da ventilação das
máquinas colhedoras de cana, podendo ser usado inclusive com cana integral. A separação das impurezas nesse sistema é realizada pela insuflação de ar, transferindo as impurezas para uma câmara inercial de onde são removidas sem o uso de água e portanto, não causa nenhuma poluição ou agressão ao meio ambiente.
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Aço inoxidável aumenta durabilidade Como maximizar a extração de equipamentos na recepção e a capacidade de moagem Os equipamentos de recepção de cana estão sujeitos a condições de operação agressivas pela própria natureza da matériaprima recebida que contém uma parcela considerável de impurezas minerais e também por características que favorecem a corrosão. Nos últimos tempos o uso de aços inoxidáveis em substituição ao aço carbono empregado nos equipamentos tem proporcionado uma diminuição das necessidades de manutenção e um aumento da vida útil dos equipamentos. A Aperam, fabricante de aços inoxidáveis, tem colaborado nessa evolução ao realizar estudos minuciosos para novas aplicações que demonstram sob o ponto de vista técnico e econômico a viabilidade do emprego dos inoxidáveis em substituição ao aço carbono nos diversos setores produtivos das usinas de açúcar e etanol As novas aplicações dos aços inoxidáveis no setor sucroenergético tiram proveito desse material ser mais resistente à abrasão e a corrosão, condições que se apresentam de forma intensa na produção de açúcar e etanol e que degradam rapidamente o aço carbono. Na recepção de cana essas novas aplicações se estendem desde os condutores
de cana e mesas alimentadoras no setor de recepção, preparo e extração de caldo. Há tempos reconhecidos como mais resistentes e serem de mais fácil limpeza, os aços inoxidáveis sempre foram descartados em favor do aço carbono em função de seu maior preço inicial, o que restringiu sua aplicação em larga escala. Com o surgimento de novos tipos de aço inoxidável, como os da série 400 e outros, mais competitivos, a diferença de durabilidade se impôs, pois esse material confere maior vida útil e menor necessidade de manutenção, o que a longo prazo se traduz em um ganho em relação aos materiais de menor preço, mas também menos duráveis, como é o caso do aço carbono. Os aços inoxidáveis são aços com percentual máximo de 1,2% de carbono, pelo menos 10,5% de cromo e outros elementos de liga. A camada passiva de óxido de cromo que se forma na sua superfície de maneira natural e contínua proporciona proteção duradoura contra a corrosão. Adicionalmente ao cromo, o níquel é essencial na fabricação dos aços inoxidáveis austeníticos, muito utilizados por apresentarem excelente resistência à corrosão, soldagem e conformação. (FPM)
Equipamentos da recepção de cana estão sujeitos a elevado desgaste por abrasão e corrosão
A capacidade de processamento de cana pelas moendas tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas em função da adoção de novas tecnologias e aperfeiçoamentos realizados nos equipamentos. O uso de sistemas de preparo de cana com seus jogos de facas e desfibrador é fundamental para se obter um alto índice de extração tanto por parte de moendas como de difusores. Esses equipamentos abrem as células da cana permitindo expor o caldo que inclui a sacarose, que é em última instância a matéria-prima para a produção do açúcar e do etanol. Após muitos anos de desenvolvimento, esses equipamentos atingem índices de abertura de células superiores a 85%, chegando até mais de 90% no caso de desfibradores pesados. No entanto, para que esse índice se mantenha elevado é necessária a substituição frequente de facas e martelos devido ao elevado desgaste a que são submetidos pela própria natureza da fibra da cana. Para aumentar o período entre a troca de facas e martelos, a Uniweld Indústria de Eletrodos Ltda, fabricante dos eletrodos da marca Essen®, amplamente utilizados em diversos segmentos industriais, oferece uma linha completa de modelos para revestimento e recuperação de superfícies de componentes sujeitos a desgaste usinas produtoras de açúcar e etanol, como martelos de desfibradores e facas de picadores, além de bagaceiras, rodetes, engrenagens de acionamento, rotores de ventiladores, entre outros. Uma outra aplicação de eletrodos especiais produzidos pela Uniweld é o aumento de rugosidade dos rolos de moenda, pois a quantidade de cana a ser processada depende não só do tamanho
Jefferson Santos: rolo de moenda com aplicação de picote e chapisco
da moenda, mas também de se manter a densidade de alimentação elevada. Isto depende não só da manutenção de uma constante alimentação de cana em sua entrada, mas também da capacidade dos rolos de “puxarem” a cana desfibrada. Aumentar a rugosidade da superfície dos rolos pela aplicação de material por meio de eletrodos especiais nos flancos e na crista dos frisos dos rolos, técnicas conhecidas como “chapisco” e “picote”, que permitiram aumentar consideravelmente o ângulo de pega da moenda e consequentemente sua capacidade de moagem. “Graças à nossa experiência acumulada na tecnologia de tratamento de rolos, estamos hoje presentes não só nas usinas brasileiras, mas também em diversas usinas no exterior”, afirma com satisfação Jefferson Santos, diretor da Uniweld. (FPM)
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Impurezas da colheita mecanizada ainda Mancais necessitam são gargalos a resolver por completo de atenção especial Com a intensificação da colheita mecanizada, onde a cana é picada em toletes, o que beneficia sobremaneira o transporte por aumentar a densidade de carga, a lavagem da cana nos moldes em que era feita no passado se tornou prejudicial. Estando o colmo da cana picado em toletes, há um arraste de açúcar dessas faces expostas e também uma inoculação de microrganismos, o que trará prejuízos à eficiência do processo produtivo. Ao se eliminar a lavagem da cana, ganha-se com a energia economizada pelo bombeamento de grandes volumes de água, além de favorecer o meio ambiente pela sensível diminuição da captação de água necessária pela indústria e a necessidade de seu tratamento, uma vez usada, pois por conter uma significativa quantidade de matéria orgânica, essa água de lavagem possui um alto DBO (Demanda Biológica de Oxigênio). A adoção da colheita mecanizada trouxe muitas vantagens tanto para o campo como para a indústria. No entanto, como toda mudança, novas questões decorrentes dessa nova modalidade de colheita necessitam ser equacionadas e assimiladas. Como se sabe uma das principais vantagens desse método de colheita, principalmente no aspecto ambiental, foi a eliminação da lavagem da cana. Porém, a colheita mecânica não elimina as impurezas minerais e acrescenta mais impurezas orgânicas, como restos de folhas, palmitos, entre outros. Assim, novos métodos de limpeza tiveram de ser desenvolvidos em substituição à lavagem de cana anteriormente empregada. Nos diversos sistemas propostos para realizar a tarefa de eliminar as impurezas que acompanham a cana, a lavagem foi substituída pela ventilação e o tombamento. Em alguns sistemas isso ocorre em uma mesa alimentadora de maiores proporções, sendo que em outros isso se faz por meio de uma sucessão de esteiras. De qualquer modo, esses sistemas ainda estão na fase de evolução, com a procura da melhor maneira a se resolverem as diferentes questões, assim como, prever a recepção da palha, que agora, com a colheita mecanizada, pode ser aproveitada
Sistemas de limpeza a seco substituíram a lavagem de cana
como combustível adicional para gerar um excedente de energia comercializável ou para a produção de etanol 2G. Diversos fabricantes tem proposto sistemas com essa finalidade, através de projetos que conciliam eficiência com o custo de implantação. Esses sistemas, genericamente denominados de SLS-Sistemas de Limpeza a Sêco, de uma maneira geral implicam em mudanças substanciais no setor de recepção de cana nas usinas, que tradicionalmente se resumiam aos descarregadores laterais ou guinchos hylo e às mesas alimentadoras. O principal impacto desses novos sistemas de limpeza nas usinas e a necessidade de uma área maior do que a anterior para a acomodação de esteiras e equipamentos, fazendo com que nas unidades mais antigas, ou com pouca área industrial sejam necessárias mudanças em seu layout. No entanto, essas são alterações que uma vez realizadas não necessitam de obras adicionais, sendo um transtorno temporário aos quais as usinas em constante expansão já estão acostumadas. Os benefícios desses novos sistemas, além dos ambientais já mencionados, certamente virão de uma alimentação mais constante das moendas ou difusores, propiciando a manutenção de um elevado patamar de eficiência na indústria. (FPM)
Componentes essenciais em qualquer máquina ou equipamento rotativo, os mancais estão sujeitos a condições severas de operação nas usinas sucroenergéticas, quer pela carga a que estão submetidos, como pela sempre possível presença de caldo, água, bagacilho ou impurezas diversas que podem acarretar um desgaste prematuro dos equipamentos do setor de recepção, preparo e extração. A presença de impurezas minerais se tornou mais importante ainda a partir da introdução da colheita mecanizada e seu efeito pode ser sentido no aumento do desgaste de equipamentos e seus componentes por efeito da abrasão. Nos equipamentos que utilizam mancais ou casquilhos, um cuidado especial deve ser dado à sua instalação, principalmente no que diz respeito às folgas e alinhamento para se evitar o desgaste prematuro desses itens, que normalmente fazem parte de equipamentos críticos para a operação da planta, como é o caso de turbinas, moendas e seus acionamentos. A lubrificação merece uma atenção especial, devendo ser feita com a utilização de óleos e graxas adequadas a cada aplicação, de acordo com o fabricante do equipamento e do fornecedor dos lubrificantes. Também os trocadores de calor para óleos devem estar perfeitamente limpos, sem obstruções de modo a assegurar que os lubrificantes operem sempre dentro da margem de temperatura admissível para cada caso. Deve-se também evitar a sua contaminação por impurezas, ou mesmo por outros tipos de lubrificantes, o que pode acarretar em mudança de suas propriedades e consequente necessidade de troca prematura. No caso de mancais refrigerados, como
nas moendas, é fundamental que o sistema seja alimentado por água de qualidade adequada, de forma a não criar depósitos, ou formação de matéria orgânica que possa obstruir os condutos do líquido e prejudicar desse modo a correta refrigeração dos mancais, já que estes sempre estão submetidos à grandes esforços, podendo serem irremediavelmente danificados pela ausência de uma correta refrigeração. No caso de turbinas a vapor de alta potência, como as usadas nas centrais de cogeração, é imprescindível observar todas as regras de aquecimento e partida estipuladas pelos fabricantes sob pena de desgaste anormal ou mesmo, quebra do equipamento. Quanto mais cuidadosas forem as operações de manutenção, maior a certeza de que durante a operação da planta não haverá surpresas desagradáveis que resultem em horas paradas ou desperdiçadas com reparações não previstas. Isto é particularmente importante nos tempos atuais, onde as usinas dispondo de variedades mais precoces de cana-de-açúcar podem iniciar a moagem mais cedo, encurtando, dessa forma, o período de entressafra e consequentemente o tempo disponível para a realização de desmontagens e montagens de equipamentos. Isto sem falar das novas possibilidades de matéria-prima, como o sorgo sacarino, que certamente provocarão uma redução ainda maior no tempo de inatividade das usinas. Essas mesmas observações se aplicam aos rolamentos que em diversos tamanhos e formas construtivas são utilizados em larga escala nas usinas, fazendo parte de transportadores, bombas, redutores e outros equipamentos rotativos. (FPM)
Mancais necessitam de cuidados para prolongar a vida útil
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Pesquisa demonstra insatisfação com plantio mecanizado ALESSANDRO REIS, DE SERTÃOZINHO, SP
Uma pesquisa realizada pelo Gmec — Grupo de Motomecanização do Setor Sucroenergético, concluiu que há um percentual de usinas insatisfeitas com os resultados obtidos através do plantio mecanizado. A pesquisa foi realizada com cerca de 20 unidades produtoras e apresentada no dia, 4 de fevereiro, durante reunião do grupo em Sertãozinho, SP. De acordo com Humberto Rampazzo, gerente de desenvolvimento agrícola da Usina Nova América, localizada em
Reunião do Gmec realizada em Sertãozinho
Humberto Rampazzo, gerente de desenvolvimento agrícola da Usina Nova América
Tarumã, SP, a pesquisa, respondida por gestores da área agrícola, apontou alto índice de satisfação ao plantio manual. “Na enquete perguntamos se os gestores agrícolas estavam muito satisfeitos, apenas satisfeitos ou insatisfeitos com os sistemas completos de operação de plantio, desde a retirada das mudas até a germinação final”, explica. Rampazzo, afirma que somente o plantio manual recebeu alto índice de satisfação, enquanto o mecanizado teve alta taxa de rejeição. “O plantio mecanizado insatisfaz os gerentes de área agrícola, que migraram para o sistema, porque falta mão de obra qualificada, além
da “Lei da colheita”, que prevê o fim da queima da cana para colheita nas áreas planas até 2021”.
SOLUÇÕES Como solução para os problemas decorrentes do plantio mecanizado, Humberto Rampazo sugere que órgãos de pesquisa, a indústria de implementos e as usinas se associem para desenvolver soluções. Ele destaca outro agravante: o uso da mesma colhedora de safra para retirada de mudas. Rampazzo apresenta outras possíveis soluções: “O plantio híbrido — junção da colheita mecânica com o plantio manual, mudas pré-germinadas,
o uso de fungicidas no plantio mecanizado, além de variedades de cana com gemas favoráveis ao plantio, podem sanar as dificuldades”.
PRODUTIVIDADE Humberto Rampazo prevê que a produtividade agrícola na safra 2014/15 será melhor e que é necessário que os trabalhadores da área agrícola sejam orientados a aplicar com maior cuidado cada etapa do trato cultural, do preparo do solo e retirada de muda até o plantio. “Se esses cuidados forem tomados a produtividade deve aumentar cerca de 20%”, garante.
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Participantes do curso sobre moenda/difusor
Setor terá curso técnico sobre etanol 2G em março O 1º curso técnico nesta área será promovido pela ProCana Brasil e Sinatub Tecnologia no dia 21, em Ribeirão Preto, SP
1º CURSO TÉCNICO DE PRODUÇÃO DE ETANOL 2G Como agregar a biomassa: palha enfardada e palha vinda com a cana e separada na usina? Qual o conceito e rotas tecnológicas para a produção do etanol celulósico? Qual o papel das Enzimas e Leveduras no processo 2G? Como funciona a tecnologia Proesa para a produção do etanol 2G e futuramente bioquímicos? Quais aspectos devem ser observados na integração 1G>2G? Como funcionam as primeiras plantas comerciais de etanol 2G da América Latina? Quais são as opções de financiamentos e investimentos na produção de etanol 2G?
ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO
Aumentar a produção de álcool em até 40% com a mesma quantidade de matériaprima, antigamente, era utopia. Os anos se passaram, as pesquisas evoluíram, e o etanol celulósico, ou 2G, está prestes a se tornar realidade. O Brasil contará com plantas comerciais neste sentido, tendo a GranBio, Raízen e CTC – Centro de Tecnologia Canavieira trabalhando fortemente para que suas unidades estejam prontas ainda no primeiro semestre de 2014. Sabendo da necessidade de aprimoramento técnico nesta área, a ProCana Brasil e a Sinatub Tecnologia realizam, em 21 de março, na cidade de Ribeirão Preto, SP, o “1º Curso Técnico de Produção de Etanol 2G”, tendo como objetivo expor as tecnologias para a produção de etanol celulósico, além de apresentar os casos de viabilidade no Brasil. Quem explica melhor é Fernando Cullen Sampaio, coordenador do evento. “Trata-se de uma oportunidade de conhecer de perto o que tem sido
Fernando Cullen Sampaio, coordenador do evento
trabalhado no exterior, onde já há uma planta comercial em operação. Vamos apresentar os reais processos de fabricação e o participante terá uma boa visão técnica do assunto”. Outro fator que chama atenção é o custo de produção da tecnologia. Hoje, segundo Sampaio, é possível chegar a uma redução de aproximadamente 20% em relação ao etanol convencional. “O setor
sucroenergético precisa mudar, se reinventar, e essa tecnologia faz parte deste processo. Faremos comparativos que atestam a eficiência do etanol 2G, até mesmo em relação ao custo/benefício. Definitivamente, é um assunto que todos precisam estar por dentro”, destaca. Nomes como o do pesquisador Jaime Finguerut e José Américo Rubiano estão entre os palestrantes já confirmados. O
evento é voltado para diretores, gerentes, supervisores, encarregados, engenheiros, projetistas, técnicos, e todos os profissionais envolvidos com projeto, gestão e produção agroindustrial das usinas e destilarias de todo o Brasil. Mais informações através do email sinatub@sinatub.com.br, telefone (16) 3911-1384 ou pelo site www.sinatub.com.br.
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DEPOIS DO EXPEDIENTE...
Presidente de usina vira chefe de cozinha, executivo participa de campeonato de motovelocidade e jornalista faz montanhismo
Elias Fernando Vizzotto (à direita) e um
ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
de seus fãs na cozinha, Felipe Prata
É difícil imaginar que um executivo que trabalha atrás de uma mesa de escritório tenha dons e talentos para esportes de aventura, radicais ou mesmo para a culinária. No mercado sucroenergético talentos não faltam. Em uma pesquisa rápida o JornalCana descobriu algumas habilidades que se destacam nas horas vagas desses empresários do segmento. Volta e meia, Elias Fernando Vizzotto, presidente da Coopcana do Paraná, deixa de lado seu paletó e seu traje mais formal para adotar um visual curioso principalmente nos finais de semana. “Às vezes sou convidado por amigos para auxiliá-los na culinária”, diz. E foi exatamente isso que aconteceu no final do ano passado, quando uma empresa fornecedora do segmento convidou o executivo para ser o chefe de cozinha da vez com um cardápio bem refinado e tradicionalmente brasileiro. Na foto, Vizzotto posa ao lado do anfitrião, Felipe Prata. Tamanha é a criatividade e o gosto pela culinária que Vizzotto lançou e até registrou o “Leitoa desossada à pururuca" como prato típico da cidade de Paraíso do Norte, onde reside atualmente. Durante o evento realizado no interior de São Paulo, Vizzotto preparou seu prato
Pratos de Elias Fernando Vizzotto
típico e chamou a atenção dos convidados, principalmente pela aparência do cardápio. Leila Luchesi Milan, consultora de vendas da ProCana Brasil, participou desse evento e aprovou o menu. “A aparência dos pratos e das saladas encheram meus olhos. Gostei de todos os sabores oferecidos, mas a picanha desossada estava
especial, com um tempero perfeito e delicioso. Até adotei as ideias criativas do chefe em casa”, lembra. O executivo iniciou seu gosto pela cozinha na década de 1980 e o aprimorou durante suas viagens nas competições de Laço Comprido, na qual já foi campeão e participa ativamente. Segundo ele, o "Leitoa à pururuca"
além de prato típico de Paraíso, serve de tema para a festa mais famosa da cidade, realizada em setembro: Festa da Leitoa Desossada de Paraíso do Norte. "Nessa festa arrecadamos fundos para entidades beneficentes da cidade. Gosto muito desse passatempo. Sinto-me mais motivado quando em conjunto com minha equipe, preparo a leitoa", diz.
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Empresário se destaca na motovelocidade O piracicabano Davi Lara Costa, de 28 anos, descobriu sua paixão na adolescência e desde então, o atual diretor financeiro da Prolink Correntes, além de trabalhar na empresa da família, avança no seu hobby: a motovelocidade. Costa começou a correr de moto com 14 anos com motos de trilhas, em enduros e motocross. Aos 22 anos comprou sua primeira moto para andar na rua, mas logo adquiriu uma superesportiva e começou a viajar com amigos. “Em 2010 resolvi fazer alguns cursos de pilotagem, e dois deles em Interlagos. Destaquei-me bastante e lá mesmo conheci uma equipe de Campinas que realizava as competições no campeonato brasileiro de motovelocidade”, lembra. Em 2011 participou de uma corridateste na categoria amador e em 2012 participou de seu primeiro campeonato na categoria amador 1.000 cilindradas “ProAmador”. Nesse período, terminou o ano em terceiro lugar no Campeonato Paulista e em terceiro lugar no Brasileiro. Em 2013, Costa acabou mudando de equipe e de campeonato, o “Moto1.000GP”. “Fiz uma temporada muito boa na categoria Light que também são motos de 1.000 cilindradas e terminei o ano em terceiro lugar no Paulista e quarto no Brasileiro. Em 2014, o campeonato começará no dia 20 de abril. Continuo na mesma equipe, a JC Racing e na mesma categoria GP Light. Meu objetivo é chegar em primeiro lugar.
Davi Lara Costa descobriu sua paixão por motos na adolescência
Vou treinar muito para isso”, antecipa. Costa tem uma rotina de duas horas de treino diário na academia, além de correr e pedalar nas horas vagas. “Geralmente levo minha bicicleta no carro e já saio pedalando após o trabalho. Não treino todos os finais de semana por questão de custos e também porque não há outra pista disponível em São Paulo, somente a de Interlagos. Apenas em um final de semana no treino, a moto chega a consumir três pares de pneus, pois há muita tração, uma
Gustavo Junqueira, no Atacama, Chile, próximo ao vulcão São Francisco, ao lado do amigo Luiz Guimarães
vez que na reta atingimos até 290 km por hora. Assim treino pelo menos uma vez por mês. Os custos dos treinos são altos por envolver muitos detalhes, como aluguel da pista, deslocamento da moto, desgastes e sempre com um mecânico acompanhando. E na semana da corrida, as pistas são liberadas para treinos, com um valor mais baixo”, lembra. Um dos sonhos de Davi Costa é que a motovelocidade se torne sua profissão principal, mas para isso explica que precisa
se dedicar mais. “Quando estou na moto sinto adrenalina, um grande prazer e consigo descarregar meu estresse todo de uma vez na corrida mensal da qual participo”. (AM)
ASSESSOR DE IMPRENSA PRATICA MONTANHISMO Adrenalina, admiração, reflexão e sensação de liberdade. São alguns sentimentos que as montanhas despertam no diretor da Conceito Comunic, Gustavo Junqueira. Quem acompanha o dia a dia do empresário do setor de comunicação empresarial, que trabalha há mais de 20 anos com o segmento sucroenergético, não imagina que ele é um “aventureiro de carteirinha”. Nas horas de folga pratica o montanhismo, um tipo de caminhada ligada ao turismo ecológico. Ele conta que desde criança as montanhas chamam sua atenção, seja pela beleza e imponência, seja pelo desafio que representam. “A montanha convida à reflexão, à transcendência e ao gosto pela aventura na natureza em seu estado puro. É uma grande viagem para o próprio interior, onde a gente experimenta sensações únicas e valoriza coisas às quais normalmente não damos importância na vida urbana: oxigênio, água ou um simples descanso de 10 segundos para recuperar as forças. Assim, há mais de três décadas subo montanhas de todos os tamanhos, no Brasil e no exterior. É um esporte que realmente me seduz”, entusiasma-se. Junqueira explica que para ser um montanhista, em primeiro lugar é necessário gostar da montanha, da natureza, das belas paisagens e da sensação produzida por elas. Além disso, precisa gostar de caminhar e não ter medo do frio e do esforço físico. “Ter um bom preparo físico ajuda muito, e eu sempre me mantenho em forma com a natação, corrida e musculação. Estou com 47 anos e preciso me cuidar ainda mais agora”, explica. Sua maior aventura aconteceu em 2002 no
Aconcágua, na Argentina, a 6.960 metros de altura, o pico mais alto da América do Sul. Em 2005 esteve também no ponto mais alto da África, o Kilimanjaro, a 5.950 metros de altura. Mais recentemente esteve nos vulcões do Equador (2008) e no Atacama (Chile) em 2009 e em 2012. O executivo sobe montanhas nos períodos de férias, feriados, finais de semana conciliando também com os momentos de descanso dedicados à família. Este ano, Junqueira pretende ir à Cordilheira Branca do Peru com os filhos. “Já usei patrocínio para viajar, mas optei por financiar minhas próprias expedições. Não é uma atividade barata, mas ao longo do tempo adquirimos os equipamentos necessários e os custos passam a ser, basicamente, os de passagens aéreas, contratação de guias e logística nas montanhas. Nada que um bom planejamento não possa superar. Viagens pelo Brasil ou América do Sul são menos onerosas, mas expedições para montanhas altas no Himalaia possuem custos mais altos. Nunca fui para lá, mas algum dia ainda conhecerei aqueles gigantes com mais de 8 mil metros de altura”, planeja. Desde 1997, o empresário atua como assessor de comunicação da São Martinho e realizou a assessoria de imprensa de 17 edições da Fenasucro (de 1993 a 2011). “Nunca vivi do montanhismo. Provavelmente teria que abandonar minha profissão de jornalista e ganhar a vida guiando expedições e buscando patrocínio para grandes desafios, bem como ministrando palestras remuneradas para empresas”, conclui. (AM)
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Pacote de cana transgênica chega até o final da década Uma delas, resistente à broca, deverá ser lançada pelo Centro de Tecnologia Canavieira em 2017 RENATO ANSELMI, FREE
DE
LANCE PARA O
CAMPINAS, SP
JORNALCANA
O setor sucroenergético brasileiro continua fazendo a sua parte e não para de anunciar novidades, mesmo enfrentando um momento de instabilidades e incertezas – algumas delas geradas inclusive pela falta de políticas públicas. Após comemorar grandes conquistas no desenvolvimento do etanol 2G – a primeira planta industrial, para a fabricação deste produto, está prestes a ser inaugurada pela GranBio –, o setor já começa a celebrar os avanços na obtenção da cana transgênica. Existem boas novidades nessa área também. O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) está programando para 2017 o lançamento de sua primeira variedade de cana transgênica, que será resistente à broca (Diatraea saccharalis) – denominada de cana BT –, segundo informações de Jorge Luis Donzelli, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento
da empresa. Além disso, o CTC realiza estudos e experimentos para o desenvolvimento da cana transgênica resistente à seca. “A expectativa é de que essa variedade esteja no mercado em 2019”, afirma. Trabalhos com plantas resistentes a herbicidas e com maior concentração de açúcar também estão sendo realizados pela empresa. A Monsanto – detentora da marca CanaVialis – pretende disponibilizar para o mercado, até o final da década, a sua cana geneticamente modificada que vai oferecer proteção contra a broca da cana, combinada com a tolerância ao herbicida
glifosato (tecnologia Roundup Ready), melhorando assim o controle de plantas daninhas na cultura por meio da biotecnologia, revela Federico Tripodi, diretor comercial de cana-de-açúcar da empresa. “Ao mitigar a pressão das pragas, assim como as infestações de plantas daninhas, a cana transgênica pode aumentar a produtividade e diminuir custos de produção para as usinas”, observa. Essas variedades transgênicas aumentam a sustentabilidade na produção da cana, ressalta o diretor da Monsanto. Outras empresas e instituições
também desenvolvem pesquisas nessa área, como a Syngenta, Embrapa Agroenergia e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que integra a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa). A biotecnologia pode, por meio da transgenia, introduzir genes que aumentem o teor de açúcar, por exemplo, e gerar ganhos em produtividade com a utilização da mesma área, destaca Monalisa Sampaio Carneiro, pesquisadora do Programa de Melhoramento Genético da Cana-deAçúcar (PMGCA), da UFSCar.
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Transgenia vai gerar benefícios e viabilizar expansão da cultura Variedades geneticamente modificadas permitirão a utilização de menor quantidade de recursos para a obtenção de maior produtividade A cana transgênica deverá proporcionar diversos benefícios para o setor. Barrar o avanço da broca nos canaviais, por exemplo, é uma conquista importante na incessante busca por aumento de produtividade e elevação da rentabilidade. De acordo com o CTC, a infestação da praga representa a perda potencial estimada em R$ 370 por ha/ano. Além de reduzir o rendimento agrícola, a broca afeta e qualidade da matéria-prima a ser industrializada. Em algumas regiões, como no Oeste Paulista, existem áreas que têm índice de infestação de até 40%. De acordo com a pesquisadora do Centro de Cana do IAC, Leila Dinardo-Miranda, a broca da cana vem aumentando há alguns anos em decorrência da colheita mecanizada de cana crua com resultados de "populações" ou infestações altas em algumas regiões. “A
Jorge Donzelli: pesquisa em estágio anterior aos testes de campo
descapitalização do setor contribuiu para a falta de um controle bem feito. Além disso, hoje há variedades mais suscetíveis, sem contar a colheita de cana crua que também contribuiu", detalha. A obtenção de características desejadas na cana geneticamente modificada não acontece da noite para o dia. Em relação ao trabalho técnico-científico, há um processo detalhado, com várias etapas, que deve ser consolidado antes do lançamento de variedade transgênica. No caso do desenvolvimento da cana resistente à broca do CTC, o projeto está na fase da casa de vegetação (estufa), que é um estágio anterior aos testes em campo e análises regulatórias junto à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), esclarece Jorge Donzelli. As pesquisas relacionadas à transgenia no Centro de Tecnologia Canavieira começaram em 1994. “São 20 anos de trabalho preocupados em desenvolver uma tecnologia que permitirá o crescimento das lavouras de cana de forma sustentável, com utilização de menor quantidade de recursos para obtenção de maior produtividade”, afirma o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa. O uso das variedades de cana-de-açúcar geneticamente modificadas viabilizará – enfatiza – a expansão da cultura e a manutenção da posição do Brasil como um líder na produção de cana, açúcar, etanol e energia. (RA)
Lançamento de variedades exige superação de desafios
Parcerias elevam eficiência no desenvolvimento de pesquisas
Diversas dificuldades e questões precisam ser equacionadas para o desenvolvimento e o lançamento de variedades transgênicas. “Existe um desafio técnico maior que nas demais culturas, como milho e soja, por exemplo, uma vez que a cana possui um DNA muito mais complexo. Além disso, a cana-deaçúcar não possui uma multiplicação via semente e é uma cultura longa, semi-perene, o que torna o processo de pesquisa mais longo”, diz o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do CTC. Segundo Federico Tripodi, da Monsanto, o maior desafio, nessa área, é a regulamentação nacional e internacional. “Uma vez que o Brasil é responsável por
As parcerias são consideradas estratégicas, em diversos casos, para encurtar caminhos no desenvolvimento da cana transgênica. O Centro de Tecnologia Canavieira, por exemplo, possui projetos em parceria com a Embrapa e também com empresas como Basf e Bayer, que são responsáveis por fornecer genes para as pesquisas do CTC, informa Jorge Donzeli. Um contrato firmado com a Empresa de Pesquisa Agropecuária permitirá explorar – detalha – nos bancos de dados da Embrapa e do CTC os promotores de genes que possam auxiliar na
aproximadamente 50% da exportação mundial de açúcar, precisamos obter a liberação de uso tanto localmente quanto para os países importadores”, comenta. Para o engenheiro agrônomo Hugo Bruno Correa Molinari, pesquisador da Embrapa Agroenergia, empresas públicas, privadas e a própria academia devem unir-se à CTNBio para estabelecer melhores modelos para a aprovação comercial da cana-de-açúcar geneticamente modificada. “Sem sombra de dúvidas, estes modelos serão chave para manter e aumentar a participação da cultura no setor de energia e alimentos no Brasil”, ressalta. (RA)
transformação e sejam mais adequados ao cultivo da cana-de-açúcar. Com a alta capacitação de pesquisa oferecida pela Embrapa, a descoberta de novos promotores irá gerar maior eficiência na transformação da cana-deaçúcar, fazendo com que ela seja mais assertiva. “A ideia é inserir na cana-deaçúcar genes que aprimorem uma variedade já considerada boa, fazendo com que ela seja altamente produtiva. Esse novo gene dará a ela uma característica ainda melhor do ponto de vista de manejo e mais completa do ponto de vista de aplicação”, afirma. (RA)
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Federico Tripodi: experimentos no campo já começaram
Resistência de variedade transgênica a insetos é maior A avaliação da cana transgênica já está extrapolando laboratórios e casas de vegetação. Alguns testes realizados no campo pela Monsanto demonstraram forte proteção a insetos do material geneticamente modificado que está sendo desenvolvido pela empresa, revela Federico Tripodi. Além disso, testes de campo para seleção de eventos estão em andamento desde 2012, informa. “Em janeiro de 2013, nossa pesquisa de cana transgênica com proteção contra insetos e tolerância ao herbicida glifosato avançou para a fase 2 na linha de desenvolvimento de produtos Monsanto,
que consiste em transformação em larga escala e testes em campo”, detalha o diretor comercial de cana-de-açúcar da empresa. Segundo ele, existe grande expectativa em relação ao lançamento desta variedade geneticamente modificada. “Estamos ansiosos para colaborar com a indústria canavieira para levar os benefícios desse produto ao mercado no futuro”, enfatiza. A Embrapa Agroenergia, que também realiza pesquisas voltadas ao desenvolvimento da cana transgênica, obteve da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) autorização para
a multiplicação dos eventos, ou seja, das plantas testadas e aprovadas em casas de vegetação, visando a produção de mudas no campo. Essa etapa do experimento está sendo realizada em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira. O foco da pesquisa da Embrapa Agroenergia é a avaliação do gene DREB2A, validado em provas de conceito, realizadas em plantas modelos pelo Japan International Research Center for Agricultural Sciences (Jircas), também um dos parceiros da Embrapa nesse projeto. Esse gene apresenta tolerância à seca, entre outras características. Os ensaios com
multiplicação de mudas precedem o plantio experimental dessa cana transgênica no campo, que deverá ser iniciado até o final ano, segundo Hugo Molinari, pesquisador da Embrapa Agroenergia e coordenador do projeto. Na avaliação dele, não deverá haver problemas de aprovação do CTNBio para a realização dessa nova fase da pesquisa. Não adiantaria nada a liberação da multiplicação de mudas no campo se a Comissão de Biossegurança não autorizar experimentos com o plantio dessa cana, comenta. A ideia é avaliar o material em três ciclos (cana planta e duas socas). (RA)
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SAÚDE & SEGURANÇA
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Prevenir ainda é o melhor remédio ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
Os ambientes de trabalho do campo e da indústria sucroenergética são uma caixinha de surpresas. Para evitar certas surpresas indesejáveis como acidentes é preciso lançar mão de uma ferramenta eficaz que nem sempre é colocada em prática: a Análise Preliminar de Riscos, um tipo de estudo dos riscos utilizado para prevenir acidentes. Para João Augusto de Souza, diretor executivo do GSO - Grupo de Saúde Ocupacional da Agroindústria, o setor tem dificuldade nesse aspecto e ainda trabalha em cima das consequências e não na origem do problema. Segundo o profissional, a atividade de colheita mecanizada por exemplo, por ser praticada a céu aberto é uma preocupação, apesar de toda tecnologia dos caminhões e colhedoras. “Infelizmente há riscos de improviso ou até por não querer perder tempo na viagem”, analisa. Um assunto muito discutido na Europa, que entrará na pauta do setor esse ano, é a situação dos riscos emergentes. Os riscos profissionais novos e emergentes podem ser causados por inovações técnicas ou por mudanças sociais ou
Ambientes mais quentes podem levar a acidentes
organizacionais, como: novas condições de trabalho, por exemplo cargas de trabalho mais elevadas, intensificação das tarefas
devido à restrição de efetivos, más condições associadas à migração laboral entre outros.
Para Souza, outro aspecto apontado no estudo europeu está relacionado ao aumento da temperatura mundial. “O calor influencia o comportamento físico, psicológico por isso detectou-se problemas relacionados à saúde do trabalhador em ambientes mais quentes, que resultaram em acidentes”, lembra. Outro ponto discutido é o trabalho dos jovens e dos profissionais de meia idade. “Os jovens que passam pelo processo do primeiro emprego necessitam de um amadurecimento, experiência e de um trabalho com a ansiedade para evitar acidentes. Já os mais “experientes”, após os 45 anos, precisam de atenção especial devido o declínio natural físico e psicológico que pode também resultar em acidentes”. O último ponto está relacionado ao diagnóstico de saúde e segurança no trabalho. “Analisando várias notificações e autuações, concluiu-se que a maioria poderia ter sido evitada se a empresa tivesse realizado um minucioso levantamento, um diagnóstico, considerando determinações elementares contidas nas Normas e no simples bom senso operacional”, conclui o profissional.
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SUSTENTABILIDADE
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Inscrições de cases do Prêmio BestBIO 2014 estão abertas Ribeirão Preto sediará 3ª edição da premiação no dia 18 de setembro ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO
Já estão abertas as inscrições dos cases participantes da 3ª edição do Prêmio BestBIO, evento que reconhece as melhores empresas e profissionais da bioeconomia brasileira, promovido pela ProCana Brasil. A edição 2014 do BestBIO está com muitas novidades. Além de ser o evento social de encerramento do Fórum ProCana de Sustentabilidade no Agronegócio, será realizado pela primeira vez em Ribeirão Preto/SP. Os dois eventos acontecerão no dia 18 de setembro, no Mont Blanc Premium Flat. O BestBIO 2014 irá destacar os cases e profissionais do país nas áreas de biocombustíveis, bioenergia, bioeletricidade, biotecnologia e responsabilidade ambiental e empresarial. Para Josias Messias, presidente da ProCana Brasil, o evento é uma oportunidade para o setor sucroenergético mostrar a importância da bioenergia no país. “As usinas e empresas relacionadas ao segmento
Alfred Szwarc, “Man Of The Year” em “Biocombustíveis”, na edição 2013
Premiados em 2013
devem participar para mostrar essa força, ressaltar os investimentos e a tecnologia empregada. Mostrar que existe uma ação maior, não apenas do ponto de vista socioeconômico, mas também ambiental e estratégico para o país”, lembra. No ano passado, Alfred Szwarc, consultor de emissões e tecnologia da Unica – União da Indústria de Cana-deAçúcar conquistou o prêmio de “Man Of The Year” na categoria “Biocombustíveis”. O executivo ficou lisonjeado em receber a homenagem, que dividiu com todos os companheiros da Unica. “É um tema importante, que tratamos com muito prazer. Defender os biocombustíveis não é um trabalho, mas sim, uma missão”, revelou. O BestBIO está sendo apoiado pela UNICA (União da Indústria de Cana-deaçúcar), APLA (Arranjo Produtivo Local do Álcool), ANACE (Associação Nacional dos Consumidores de Energia), CBCN (Centro Brasileiro para Conservação da Natureza e Desenvolvimento Sustentável), RENABIO (Rede Nacional de Biomassa para Energia) e SBAG (Sociedade Brasileira de Agrosilvicultura). Sobre o Fórum - O Fórum ProCana de Sustentabilidade no Agronegócio objetiva discutir assuntos relevantes para a atividade sucroenergética. Mais informações através do email: rose@procana.com.br.
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DESTAQUES DO SETOR
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Por Fábio Rodrigues – fabio@procana.com.br
Planeta Telas de alta resistência Massey Ferguson O município de Santa Cruz do Rio Pardo sediou, de 11 a 14 de fevereiro, o Planeta Massey Ferguson, iniciativa que leva as principais tecnologias desenvolvidas pela marca ao interior do Brasil. Nos dias 18 a 21 de fevereiro foi a vez da cidade de Itaí receber o projeto que evidência as soluções criadas pela Massey Ferguson para a lavoura. Em um espaço especialmente montado, os produtores tiveram a oportunidade de fazer o test drive os tratores da série MF 8600. Idealizado para reforçar a proximidade da fábrica com o produtor rural brasileiro, o Planeta Massey Ferguson deve levar sua estrutura para mais de 30 regiões em 2014. Para o diretor comercial da Massey Ferguson Carlito Eckert, o evento é o momento ideal para apresentar aos empresários do campo e toda a gama de fornecedores e prestadores de serviço que fazem parte da cadeia produtiva o pacote de tecnologia embarcada nos produtos da marca. “A busca por tratores maiores e mais robustos associado ao uso correto da tecnologia proporcionam ao agricultor uma redução de custos de produção, maior eficiência e rentabilidade no campo”, explica. Eckert.
A Okubo Mercantil, empresa de capital privado sediada em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, possui mais de 40 anos de mercado. Nestes, buscar oferecer soluções completas e específicas em coberturas flexíveis diversas, elevação e fixação de cargas. De acordo com José Eduardo Prudêncio, supervisor técnico na divisão de coberturas da empresa, as novas exigências previstas em lei precisam ser observadas com atenção. “A recente resolução do Contran - Conselho Nacional de Trânsito, de número 441, vigorada no dia 28/05/2013, adverte que todos os veículos que transportam materiais a granel devem estar equipados com telas ou lonas para evitar o derramamento de fragmentos sobre a via. Para o setor sucroenergético, já existe uma nova
tecnologia em telas, confeccionadas em poliéster, revestidas com PVC flexível e tratamento ANTI-UVA e UVB, que garantem maior vida útil do material e segurança para a carga”. A Okubo Mercantil atende todo o setor sucroenergético, além dos segmentos de mineração, construção civil, transportadoras, entre outros.
John Deere anuncia construção de duas fábricas
Carlito Eckert, diretor comercial da Massey Ferguson
A construção de duas fábricas no Brasil foi anunciada pela John Deere no dia 11 de fevereiro, na cidade de Indaiatuba, SP. Juntas as duas fábricas devem criar 600 empregos diretos e 1800 indiretos e vão impulsionar a transferência de tecnologia e a qualificação de mão de obra na região. O investimento total para a construção das duas fábricas foi de aproximadamente US$ 180 milhões, dos quais US$ 124 milhões foram investidos pela Deere e o restante pela Hitachi. Parceiras desde 1988, Deere e Hitachi têm a relação mais longa de empreendimento conjunto da indústria de equipamentos de construção. No Brasil, a joint-venture vai reforçar ainda mais a oferta de produtos ao mercado. “O potencial de investimentos em infraestrutura é muito alto no País, o que nos deixa confiantes no sucesso desse empreendimento”, diz Michael Mack, presidente mundial da divisão de Construção e Florestal da John Deere. “A John Deere vem crescendo muito na América Latina nos últimos anos e a inauguração das fábricas é mais uma grande conquista para nós.”
Equipamento economiza de 5% a 15% a mais de energia A multinacional dinamarquesa Danfoss, lança no Brasil o VLT® Drive Motor FCP 106, conversor de frequência aplicável em qualquer tipo de motor. O equipamento possui diversas funções standard para bombas e ventiladores e oferece controle eficiente para motores na faixa de 0,55 – 22 kW. Indicado para usuários finais e fabricantes de máquinas, o drive pode ser aplicado diretamente sobre o motor por meio de uma placa de adaptação. Deste modo, dispensa a necessidade de painéis e reduz significativamente os custos com cabos. Segundo a empresa, o novo conversor de frequência possibilita projetos otimizados dos sistemas para suas aplicações. Uma vez conectado ao motor, o drive automaticamente determina os parâmetros necessários para operação estável e de alta eficiência energética. Possui também funções inteligentes como a Otimização Automática de Energia, que possibilita ganhos entre 5 a 15% adicionais em economia de energia, dependendo do regime da carga do motor.
Destaque-se Sugestões de divulgação de lançamento de produtos, informativos, anúncios de contratações e promoções de executivos e demais notas corporativas ou empresariais devem ser enviadas a Fábio Rodrigues, email: fabio@procana.com.br
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Galleria New Holland é inaugurada e reforça proximidade da marca com agricultura A Galleria New Holland, um dos mais modernos e funcionais ambientes de negócios da marca no mundo, foi oficialmente inaugurada hoje (23), com a presença do governador do Paraná, Beto Richa. Localizada na fábrica da marca em Curitiba, o espaço impressionou os convidados pela estrutura, conforto e sofisticação. Vice-presidente da New Holland para a América Latina, Alessandro Maritano destacou alguns diferenciais da obra. “A arquitetura segue o conceito dos principais projetos do grupo pelo mundo, e o espaço dispõe de ampla infraestrutura, que inclui sala de treinamento, salas de negócios e um grande showroom para a exposição de máquinas”. Acompanhado do secretário de Planejamento e Coordenação Geral do Estado, Cássio Taniguchi, o governador Beto Richa lembrou que a New Holland foi a primeira indústria a se instalar no Distrito Industrial de Curitiba, na década de 1970, o que respalda ainda mais o investimento em uma área moderna como a Galleria. “Quando fui convidado para a inauguração, prontamente aceitei o convite por entender que é importante ao Paraná as mudanças que estão acontecendo e por se tratar de uma empresa de porte e conceito mundial. Fico feliz por estar vendo o crescimento industrial
Diretores da New Holland e autoridades estiveram presentes
do nosso Estado”. Para Valentino Rizzioli, presidente da Case New Holland Latin America e vicepresidente executivo da Fiat do Brasil, o novo espaço é um diferencial “sem precedentes”.
Manutenção preventiva, custo que gera resultado Para a Cohybra, a manutenção preventiva é uma decisão inteligente que a maioria das usinas, destilarias e proprietários de máquinas agrícolas optam por fazer na entressafra. Apesar de muitos julgarem como um custo desnecessário, preferindo remediar a manutenção somente quando a máquina apresenta algum problema durante a safra, pesquisas Paraná, Edivaldo, Alex e Cleiton, da Cohybra com vários proprietários de colhedoras indicam que o custo de de oportunidade que uma colhedora manutenção na safra é reduzido de 25% a parada, aguardando manutenção no meio 30%, isso dado ao fato de que uma da safra, possui. manutenção preventiva que costuma ser A Cohybra por mais um ano está algo mais básico como a troca de vedações pronta para orientar usinas quanto a no caso da hidráulica do equipamento, pode manutenção hidráulica preventiva, com evitar danos maiores pelo agravamento do equipamentos de última geração para aferir desgaste. Entre os cuidados especiais mais as reais necessidades de manutenção. Assim importantes da entressafra temos: troca de o proprietário de colhedora terá certeza que vedações de bombas, motores e cilindros só irá gastar com revisões se realmente hidráulicos, verificação de chicotes elétricos, forem necessárias. correias e correntes, motor diesel, filtros de óleo e ar, sistema de arrefecimento, bateria, Cohybra lubrificação, entre outros. Esta economia é 16 3041.2225 maior ainda se comparado ao enorme custo www.cohybra.com.br
“Teremos a oportunidade de receber clientes e parceiros na nossa casa com ainda mais conforto, comodidade e facilidade. Este é um investimento que amplia os nossos laços com o Paraná. Estamos produzindo aqui há
quase quatro décadas”. New Holland 0800 111.1111 www.newholland.com.br
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Sistema possui alta capacidade em filtração de óleo O exclusivo sistema de filtragem bypass da série Parker Absolute proporciona aumento da vida útil do óleo podendo o mesmo ser aplicado no segmento automotivo, aviação e em equipamentos industriais, tais como: prensas mecânicas e hidráulicas, injetoras, máquinas de construção, centros de usinagem e sistemas off line, resultando em uma filtragem de alta performance, protegendo filtros primários e reduzindo os custos gerais de manutenção. A linha Parker Absolute utiliza um exclusivo sistema de filtragem de óleo que coloca em prática vários princípios e mecanismos teóricos da filtração: baixa vazão, baixa pressão e filtragem axial, combinada com um material de celulose especial bobinado, unindo a microfiltração e a filtração por profundidade, permitindo alcançar a máxima eficiência. O design bobinado do elemento permite ao óleo fluir através dos 114mm de meio filtrante — elementos tradicionais possuem 2mm — e a passar por 3 fases de filtração diferentes. Na primeira etapa são retidas as partículas maiores, as partículas intermediárias ficam retidas ao longo do elemento, e as partículas ainda menores ficam retidas na parte inferior comprimida do filtro. Parker Hannifin 12 4009.3591 www.parker.com
Retenção de impurezas
Filtragem bypass
A remoção progressiva do partículado resulta em uma elevada capacidade de retenção de impurezas, remoção de resinas e de produtos oriundos da oxidação; aliada à remoção da água, a aplicação do filtro bypass traz grandes beneficios à manutenção de sistemas hidráulicos. Dentre as características e benefícios estão: remoção de cerca de 99% dos contaminantes sólidos, redução de concentração de água para uma taxa menor do que 100 ppm, retenção de até 200 ml de água livre, eliminação de resinas e agentes oxidantes, aumento de vida útil dos componentes hidráulicos, redução significante de consumo de óleo e custos com descarte. Além disto, o Sistema reduz o tempo
de parada, o custo operacional e aumenta a margem de lucro, com uma média disponível de 3, 5 e 10 micra. Parker Hannifin 12 4009.3591 www.parker.com
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Brumazi fornece sistema de recepção de cana picada para Grupo Guarani Para atender ao setor sucroenergético em todas as suas necessidades, a Brumazi busca constantemente inovações tecnológicas. A empresa está instalando dois sistemas de recepção de cana picada para a Usina Guarani Unidade Tanabi e Vertente. De acordo com o Protocolo Agroambiental do Setor Sucroalcooleiro, assinado pela UNICA (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar) e o Governo do Estado de São Paulo, foram antecipados os prazos legais para o fim da queimada da cana-deaçúcar. A queimada da cana é vista como um malefício para o meio ambiente, pois prejudica a saúde da população, além de emitir gases tóxicos para a atmosfera. Mas isso está mudando com a mecanização da colheita. Já que a tendência é a recepção de cana picada, a Brumazi tem estrutura e knowhow para fornecer um Sistema de Recepção, como os que estão sendo instalados nas duas unidades do Grupo Guarani. “Este sistema é projetado e fabricado de maneira específica, dependendo da necessidade do cliente e, neste caso, dispensando a utilização da mesa, para
receber apenas cana picada”, explica Rafael Santos, Supervisor de Vendas da Brumazi. A Guarani é a terceira maior processadora de cana-de-açúcar e a terceira maior produtora de açúcar e etanol do Brasil, com uma capacidade para processar 20 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produzir 1,9 milhão de toneladas de açúcar, 860 000 m³ de etanol e 400 GW/h de energia, para comercialização. Além disso, a Guarani é uma empresa preocupada com a sustentabilidade tanto ambiental quanto econômica e social, envolvendo-se em projetos que beneficiam a comunidade. Ainda segundo Rafael, a experiência da Brumazi no setor e os grandes fornecimentos que realizam comprovam a qualidade e a eficiência do produto. Este mesmo Sistema de Recepção de Cana Picada já foi produzido, entregue e instalado com sucesso na Usina Santo Antonio, localizada em Sertãozinho, SP, e pertencente ao Grupo Balbo. Brumazi 16 3946.8777 www.brumazi.com.br
Recepção de cana picada na Usina Santo Antonio
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Manutenção de equipamentos evolui com novas ferramentas
Potência de antibacteriano leva Neobrax a ampliar espaço no setor
A NSK acaba de apresentar duas novidades que aumentam a segurança nas operações de montagem de rolamentos nos equipamentos das usinas produtoras de álcool e açúcar. Tratam-se de Caixas para rolamentos e Ferramentas de Montagem. As ferramentas de impacto da NSK facilitam a instalação de rolamentos de pequeno e médio portes nos equipamentos industriais. Elas permitem que a carga aplicada seja efetivamente distribuída ao longo de toda a circunferência do anel a ser montado, evitando avarias e garantindo a instalação adequada de rolamentos, polias, redutores, buchas e engrenagens. As caixas para rolamentos de alta performance Séries SNN e SD são a mais recente evolução tecnológica da NSK; apresentam elevada rigidez e facilidade de manuseio e são específicas para a instalação de rolamentos autocompensadores. Fabricadas em ferro fundido cinzento grau 200, possuem alta rigidez e podem ser
Há 13 anos no mercado, a Neobrax é a única fabricante no Brasil que possui o princípio ativo clorexdina, um potente antibacteriano. Desde 2003, o setor sucroenergético conta com o Neocann, produto que age no controle bacteriano no processo de fermentação alcoólica. O produto ganhou força em 2009, quando surgiu a discussão sobre o uso de antibióticos (monensina) no processo de secagem da levedura para a alimentação animal. Isso porque o princípio ativo usado no Neocann possui autorização do Mapa — Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, fato que chamou a atenção das usinas que secam a levedura. No mesmo ano foi lançada uma linha de produtos biorremediadores para o tratamento das lagoas de vinhaça e águas residuais. O objetivo é eliminar os maus odores, proteínas, graxas, gorduras, e com isso, diminuir a formação de lodo nos pontos citados. A junção destes benefícios gera melhor limpeza e economiza tempo no final da safra, já que não é preciso se preocupar com o tratamento do local. “Eliminamos ao menos 50% dos sobrenadantes, que viram lodo. Com isso, temos menos gastos com mão de obra, diminui a utilização de trator, o que gera economia com o óleo diesel, ou seja, não é só a questão do meio ambiente, mas financeira
Caixa para rolamentos
utilizadas tanto para rolamentos autocompensadores de esferas das séries 12xxK, 22xxK e 23xxK quanto para rolamentos autocompensadores de rolos esféricos das séries 222xxK e 223xxK. Acessórios como vedações, buchas e porcas de fixação complementam o produto e podem ser adquiridos separadamente. Mais informações pelo e-mail: granjo-l@nsk.com. NSK Rolamentos 11 3269.4770 www.nsk.com.br
Guillermo Lusardi, diretor comercial da Neobrax
também”, explica o diretor comercial Guillermo Lusardi. A empresa também possui o Neobiodine, registrado na Anvisa, para o tratamento de água das torres de esfriamento, largamente usado há mais de 10 anos em outros segmentos, com atividade como: algicida, bactericida, fungicida e não corrosivo, substituindo o uso de 4 produtos. A empresa conta também com aditivos biológicos para a compostagem da torta de filtro e/ou bagaço de cana, acelerando a decomposição no processo para 35 dias, disponibilizando os nutrientes necessários para o solo. Neobrax 11 2305.3000 www.neobrax.com.br
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Sherwin-Williams Sumaré firma parceria com Gemea A Sherwin-Williams, unidade Sumaré, referência nacional na fabricação de tintas e revestimentos para o setor industrial, firmou parceria com o Gemea, Grupo de Estudo de Maximização da Eficiência Agroindustrial do Setor Sucroalcooleiro, considerado uma das principais ferramentas de desenvolvimento técnico e comportamental do segmento. A companhia apresentará duas palestras por ano durante os encontros mensais do grupo. A primeira ocorreu em fevereiro, em Goiânia, GO. A Sherwin-Williams foi representada por Celso Gnecco, gerente de treinamento técnico e engenheiro químico com mais de 40 anos de experiência, que falou sobre “Solução para Revestimento Interno de Desaerador”. A caldeira é fundamental para o funcionamento de uma usina de açúcar ou de etanol. Entretanto, a água usada para produzir vapor é contaminada com gás carbônico e oxigênio. Segundo Gnecco, o desaerador serve para eliminar esses gases corrosivos do circuito. “Esse equipamento evita a corrosão da caldeira. Ele poderia ser construído em aço inox, mas seria muito caro. Uma alternativa seria a construção em aço carbono e revestimento por
pintura. Porém, as tintas comuns não resistem a condições de temperatura elevada e calor úmido. Como proposta de solução, a Sherwin-Williams Sumaré apresenta um revestimento anticorrosivo chamado Cor Cote HT, um epóxi novolac que é capaz de suportar temperaturas de até 218°C - calor seco e até 110°C – calor úmido — vapor e imersão em água. Além de resolver o problema, o custo final do equipamento fica mais baixo”, explica.
SOBRE A SHERWIN-WILLIAMS A Sherwin-Williams está presente no Brasil há quase 70 anos com o objetivo de trazer ao mercado as melhores opções em revestimento e proteção com tintas para as mais diversas finalidades. A empresa atua tanto no segmento imobiliário, quanto industrial e automotivo, sempre com produtos reconhecidos por sua durabilidade, qualidade e inovação. Entre suas principais marcas estão Metalatex, Novacor, Kem Tone, Aquacryl, Colorgin e Sumaré, amplamente reconhecidas por formadores de opinião e consumidores. Sherwin-Williams Sumaré 19 2122.8826 www.tintassumare.com.br
Celso Gnecco, gerente de treinamento técnico e engenheiro químico
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Produtos Dispan oferecem resistência e versatilidade
Sistema de combate a incêndio é imprescindível O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, maior produtor e consumidor mundial de álcool e o maior exportador de açúcar. Os números deste sistema agroindustrial são sempre na casa dos bilhões. Nos últimos anos, o número de usinas tem aumentado no País, e com isso, a preocupação com o impacto ambiental. Dessa maneira, a mecanização da colheita da cana-de-açúcar, se torna cada vez mais necessária, para diminuir as queimadas prejudiciais à saúde humana e ambiental. Não é novidade para os profissionais do setor sucroenergético as operações non- stop de corte, carregamento e transporte (CCT) da canade-açúcar. Vieram os problemas com incêndio. No caso de colhedoras de cana-de-açúcar, pá-carregadeira (bagacinho) e transbordos, os principais fatores que contribuem para o risco de incêndio são: acúmulo de resíduos
da colheita (material combustível) em torno do motor e do sistema de exaustão, que são fontes de calor e soma-se a isso o armazenamento de algumas centenas de litros de líquidos inflamáveis (diesel e óleo hidráulico). Tais incêndios, iniciados nos motores das colheitadeiras, muitas vezes se espalham pela plantação, provocando grandes perdas para os produtores, além do prejuízo com as máquinas que por vezes podem apresentar perda total. Dessa maneira, a utilização do Sistema Contra Incêndio em máquinas agrícolas, se torna imprescindível para o bom andamento das colheitas, evitando a perda das Máquinas e plantações resolvendo cerca de 90% desses problemas. Sysmak — Produtos Hidroforce 17 3011.7414 www.sysmak.com.br
A Dispan oferece soluções em estruturas metálicas para passagem de cabos de energia. A empresa possui 26 anos de tradição e experiência no desenvolvimento de eletrocalhas, perfilados, leitos e aramados. Localizada em um parque fabril com mais de 10.000 m² na cidade de Nova Odessa, cerca de 100 km da capital paulistana, a empresa disponibiliza seus produtos para todo território nacional através de seus representantes comerciais. Além de uma forte estrutura fabril e de distribuição, a Dispan possui um departamento técnico com engenheiros e projetistas que não só trabalham no desenvolvimento de novos produtos e na assessoria técnica, mas também dão o
suporte necessário para garantir que o material fabricado seja utilizado de forma correta. Grandes empresas do setor sucroalcooleiro já contaram com as soluções da Dispan: ETH Bioenergia, Grupo Ipiranga, Noble Group, Cosan, Grupo Batatais e Guarani são algumas delas. Toda qualidade e eficiência que a Dispan oferece são comprovadas pelas certificações que possui. A empresa é certificada pela ISO 9001, tem Certificado ONIP e obteve o Prêmio de Qualidade 2014. Dispan 19 3466.9300 www.dispan.com.br
Soluções em eletrocalhas, perfilados, leitos e aramados
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