JornalCana 286 (Novembro/2017)

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Julho 2017

w w w . j o r n a l c a n a . c o m . b r Série 2

Número 286 DIVULGAÇÃO

Novembro 2017

Ingenio Palo Gordo tem menor custo de instalação e maior faturamento com gerador BRUSH Como a gestão da Ubyfol fez da empresa uma das líderes no mercado de nutrição vegetal


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AGRÍCOLA

Novembro 2017


Novembro 2017

AGRÍCOLA

3


4

ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Novembro 2017

ÍNDICE DE ANUNCIANTES ÁREAS DE VIVÊNCIA ALFATEK

(17) 3531.1075

3

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER

(11) 2682.6633

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL AUTHOMATHIKA DANFOSS DO BRASIL METROVAL

(16) 3513.4000 (11) 2135.5400 (19) 2127.9400

CALDEIRAS ENGEVAP

(16) 3513.8800

ENERGIA ELÉTRICA - COMERCIALIZAÇÃO CPFL BRASIL (19) 3795.3900

4

GERADORES BRUSH ELECTRIC MACHINE

29

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL CONSTRUPLAN (16) 3101.3000 ENGEVAP (16) 3513.8800

42 38

GRÁFICA SÃO FRANCISCO GRÁFICA

(16) 2101.4151

43

7 9 14

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS AUTHOMATHIKA (16) 3513.4000 DANFOSS DO BRASIL (11) 2135.5400

7 9

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS DMB

(16) 3946.1800

33

38

ESPECIALIDADES QUÍMICAS QUÍMICA REAL

IMPLEMENTOS RODOVIARIOS RODOTREM (18) 3623.1146

28

(31) 3057.2000

37

FEIRAS E EVENTOS FENASUCRO OBJETIVA SINATUB

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE METROVAL (19) 2127.9400

14

(11) 3060.5000 (11) 2255.5759 (16) 3512.4300

23 13 21

IRRIGAÇÃO IRRIGA ENGENHARIA

32

FERTILIZANTES FERTILÁQUA (LONGEVUS) KOPPERT DO BRASIL

(19) 2516.8700 (15) 3471.9090

31 7

CARRETAS ALFATEK

(17) 3531.1075

3

CARROCERIAS E REBOQUES SERGOMEL

(16) 3513.2600

15

COLETORES DE DADOS MARKANTI

(16) 3941.3367

4,44

CONSULTORIA AGRÍCOLA AGRIANUAL

(11) 4504.1411

34

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL CPFL BRASIL (19) 3795.3900 GENERAL CHAINS (19) 3417.2800

4 36

CONTROLE DE FLUIDOS METROVAL

(19 2127.9400

14

CORRENTES E TRANSMISSÃO GENERAL CHAINS (19) 3417.2800 KMC (16) 3977.7000

36 42

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS DOW AGROSCIENCES KOPPERT DO BRASIL

(11) 5188.9000 (15) 3471.9090

DESTILARIA EXAL

(19) 3413.3878

(11) 9 4976.9504 18,19

(62) 3088.3881

MELAÇO MELAÇOS BRASILEIROS (19) 3439.2529 22 MONTAGENS INDUSTRIAIS ENGEVAP (16) 3513.8800 EXAL (19) 3413.3878

38 2

PLANTADORAS DE CANA DMB (16) 3946.1800

33

PRODUTOS QUÍMICOS PROSUGAR (81) 3267.4760

25

PRODUTOS SIDERÚRGICO COVALDIS

(19) 3436.0012

12

PRODUTOS E ISUMOS AGRÍCOLA WISER (19) 9 8133.4041

17

11 35

SOLDAS INDUSTRIAIS MAGÍSTER (16) 3513.7200

27

2

SOFTWARE INDUSTRIAIS S-PAA (16) 3512.4312

16

Soluções integradas em energia CPFL. É mais competitividade para a sua usina crescer. Nosso compromisso é garantir mais economia, sustentabilidade, rentabilidade, segurança e previsibilidade para seus recursos energéticos. Conte ainda com uma equipe especializada em viabilizar projetos de eficiência energética e geração distribuída, e para comercializar e gerenciar seus contratos de energia no Mercado Livre. Tudo desenvolvido de maneira integrada, customizada e com a solidez de um grupo que tem mais de 30 anos de relacionamento com o setor sucroenergético. Descubra o que mais a CPFL pode fazer para otimizar o seu negócio.

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CARTA AO LEITOR CARTACARTA AO AO LEITOR LEITOR

Julho 2017 Julho 2017 2017 Novembro

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carta ao leitor CARTA c a r t aAOaLEITOR o leitor Josias Messias josiasmessias@procana.com.br

índice ÍNDICE índice

Josias josiasmessias@procana.com.br Josias Messias Messias - josiasmessias@procana.com.br

ACONTECE. Agenda . . . . ............................................................ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 LINHA .DIRETA...................................................... Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 a 14 MERCADO � A aposta Mercado . no . . RenovaBio . . .cercam . . . . . . .a. .safra . . . . .2018/19. . . . . . . . .............. . . . .8 a10 14 Indefinições � Entrevista com Roberto Rodrigues na estreia do Quem é Quem A aposta no RenovaBio

� Por que o o arrendamento de terras ficou caro Entrevista com Roberto Rodrigues na estreia do Quem é Quem Quando etanol de milho é viável. ................ 12 � 55 a pagar uso da água Porusinas que o passam arrendamento depelo terras ficou caro no estado de SP � 55 usinas passam a pagar peloem uso da água no estado de SP Aneel fará restrições Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 a14 26 leilão de energia................................................ � Como fazer a correta manutenção de bombas Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 a 26 � Secagem dealevedura pode gerar renda extra de R$ 40 milhões Como fazer correta manutenção de bombas Usinas reduzem dívida � Cozimento contínuo ganha no setor líquida com bancos. .gerar ......................................... 16 Secagem de levedura podeespaço renda extra de R$ 40 milhões � Cozimento contínuo ganha espaço no setor

Impactos Geral . . . . . da . . .reforma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 trabalhista � Empresas até Geral . . . . têm . . .no . .31.setor. .de. .agosto . .......................................... . .para . . .aderir . . . ao . .Refis . . . . . . . . . . . 18 .30 � Empresas têm até 31 de agosto para aderir ao Refis

Ingenio. .Palo Agrícola . . . .Alto . . . . fatura . . . . . . mais . . . . . com . . . . .gerador . . . . .24 ada34 Brush 18 � Endividamento Agrícola . . .e. 19 . sucateia . . . . . sistemas . . . . . .de. irrigação . . . . . .em. .Alagoas . . . . . .24 a 34 � Previsões para sucateia a safra 17/18 no Nordeste Endividamento sistemas de irrigação em Alagoas

Por que a Usina Santa Fécrescer apura lucro � Investimentos herbicida até 30% na 17/18 Previsões paraem a safra 17/18devem no Nordeste após 5 anos. . .............................................. 21 e 22 � Manejo integrado em controle ambiental gera maior produtividade Investimentos em herbicida devem crescer até 30% na 17/18 INDUSTRIAL � Manejo integrado em controle ambiental gera maior produtividade Gestão . . . . . da . . .Baldin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 Os ganhos � Os departamentos de compliance com o. software Gestão . . . . . . . . .S-PAA........................ . . . . . . .avançam . . . . . nas . . .empresas . . .24, . . .do26 . setor . .e. 27 .37 � Os departamentos de compliance avançam nas empresas do setor AGRÍCOLA Usina do Bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 Lubrificação automática de colhedoras........ 31 � Usinas doam energia Usina do Bem . . . . .elétrica . . . . para . . .hospital . . . . .em . .Barretos . . . . . . . . . . . .38 � Usinas doam energia elétrica para hospital em Barretos Setor ganha grupo contra o Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . 32 .40ea33 42 Colletrotrichum falcatum........................ Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .40 a 42

Impactos das previsões de chuva................... 36 Valor baixo do ATR está entre os desafios da Coplacana................................ 38 QUEM É QUEM Entrevista com José Pessoa de Queiroz Bisneto................................................ 39

FUNDO DE RECEITA FIXA RECEITA “NemFUNDO ponham sua DE esperança na incertezaFIXA da riqueza,

MUITA CALMA NESSA HORA! “Nem suaque esperança na incerteza da riqueza, masponham em Deus, de tudo nos provê ricamente” mas em Deus, que adeTimóteo, tudo na nosprimeira provêcarta, ricamente” Recomendação de Paulo, apóstolo capítulo 6, verso 17 "Ade resposta acapítulo fúria, Recomendação Paulo, apóstolo a calma Timóteo, na desvia primeira carta, 6, verso 17 mas a palavra ríspida desperta a ira" Provérbio do rei Salomão, no capítulo 15, verso 1.

Reduzir o uso Reduzir o uso 7 premissas estratégicas de água é de água é regra! regra!

para o outros êxito desegmentos uma usina Assim como importantes da indústria da transformação, o setor sucroenergético é um Assim como outros importantes segmentos da indústria da transformação, o das setorusinas sucroenergético é um grande de água. Esse líquido é prioritário industriais e destilarias. Umaconsumidor das grandes vantagens em visitar usinas constan- nos processos 4) Flexibilidade na Comercialização grande dena água. líquido processos das usinasconsumiam e edestilarias. Paraconsumidor se ter ideia, safra 2010/2011 unidades nos produtoras do industriais Estado de São Paulo em de temente é ter a oportunidade deEsse conversar coméasprioritário empresáA flexibilização de mix de produtos de períodos rios ePara profissionais ecúbico aprender com as comercialização jáaé União amplamente adotada pelas usinas, se metro ter ideia, na safra 2010/2011 as unidades produtoras do Estado de São Paulo consumiam emenmédia 1,52 pormuito tonelada deexperiências cana. Naquela safra, segundo da Indústria de Cana-detão não carece de maiores explicações. de cada um. Diante da deterioração dos preços médios do média 1,52 metroforam cúbico por tonelada de cana. segundo apaulistas, União daque Indústria de Cana-deAçúcar (Unica), colhidas 362 milhões de Naquela toneladassafra, nos canaviais exigiram 550,2 açúcar e do etanol em relação à safra anterior, e da queda Açúcar (Unica), colhidas 362 milhões de toneladas nos canaviais paulistas, que exigiram 550,2 milhões de metros cúbicos dematéria-prima, o água. 5) Otimização na Logística na produtividade eforam qualidade da assunto Considerando que mais 50% odos custos de todo recorrente é metros o que fazer para de sobreviver num cenário milhões cúbicos água. foi Nãode significa que todo o volume consumidodepelas unidades produtoras. Hádemuito setor açúcar e etanol consumidos se referem à logística inbound crescentes dificuldades? Não significa todo o para volume foi consumido pelas unidades empreende ações eque sistemas reduzir e tornar eficiente o uso doprodutoras. líquido. Há muito o setor Altamente demandantes de capital e mão de obra, signi- (interna à produção) e outbound (externa à produção), a loempreende eficiente o uso do líquido. O reusoações é umae palavra depara ordem nas eempresas sucroenergéticas. Comé ações como opara reuso, o setor ficativamente expostas àsistemas volatilidade do reduzir mercado detornar commogística de uma usina determinante sua competitividadities, riscoséinerentes à uma cultura agrícola eempresas às mudande! O Então, torna-se indispensável uma gestão Oaosreuso uma palavra de ordem Com ações comona o safra reuso, o avançada setor de sucroenergético paulista despencou asnas captações desucroenergéticas. água. consumo médio de 1,52 2010/2011 ças políticas e de legislação, as usinas representam altos níveis logística, fazendo uso de metodologias de CRM, algoritmos sucroenergético paulista despencou captações de água. O consumo médio de 1,52 na safra 2010/2011 caiu para 0,91 metro cúbico na safraas2016/17. de complexidade gerencial e demandam estratégias claras e e softwares avançados. caiu Ou paraseja, cúbico na safrapaulistas 2016/17. emmetro dez anos usinas captaram aderentes à 0,91 complexidade de as suas atividades! Gostaria de 39,7% menos água para os processos industriais. Ouqueda seja, dez do anos as usinas captaram 39,7% menosaprimoramento águaopara oseprocessos industriais. contribuir com em a discussão desta questão,paulistas 6) com Clima Mercado A resulta fechamento decompartilhando, circuitos com reuso deCautela água; dos processos Ciclos. Malditos (ou benditos) ciclos! Melhor dentre as diversas experiências que tive acesso, um resumo A quedacom resulta doeficiência fechamento de circuitos comereuso deda água; aprimoramento processos não tentar industriais, maior e menor captação; avanço limpeza a seco comdos a colheita adivinhar ou apostar neles. A perpetuação de uma usina pasdas “7 premissas estratégicas para o êxito de uma usina”: industriais, com maior eficiência e menor captação; e avanço da limpeza pela a seco com de a colheita mecanizada. sa necessariamente adoção uma Gestão de Riscos mecanizada. 1) Conservadorismo nasuso Finanças profissionalizada e independente, de preferência com uma As informações sobre de água e a redução na captação pelas unidades foram apresentadas no dia A gestão financeira deve reconhecer os longos ciclos Política elaborada e auditada por empresas especializadas. As informações sobre uso de água e a redução na captação pelas unidades foram apresentadas no dia 06 de junho pelo secretário estadual da Agricultura, Arnaldo Jardim, em evento na sede da Unica, em produtivos e mercadológicos da atividade, garantindo liqui06 de junho pelo estadual da Agricultura, Arnaldo Jardim, em evento na sede da Unica, em comemoração dossecretário dez anos do Protocolo Agroambiental Setor Sucroenergético. dez - ou a “bancabilidade” da usina, como diz um produtor do 7) Desconfiança máxima com a Política comemoração dosintegra dez anos do Protocolo Agroambiental do A Setor Sucroenergético. O Protocolo oconstante Projeto Etanol Verde, das Secretarias estaduais da Agricultura e dodoMeio do Paraná. E manter o foco no controle e reduingerência destruidora nos preços etanol através ção dos custos, considerando que esta é uma das poucas do controle artificial dos preços da gasolina, impetrado O Protocolo integra o Projeto Etanol Verde, das Secretarias estaduais da Agricultura e do Meio Ambiente, e representa um modelo de parceria e diálogo desenvolvido entre o setor produtivo e o Estado.por variáveis estratégicas que se encontram sob seu domínio. vários anos pelo governo da ex-presidente Dilma Roussef, Ambiente, representa um modelo de cena parceria desenvolvido entre o técnicos setor produtivo e o Estado. A segunda efase do Protocolo entra em nestee diálogo mês deé julho, das duas um dosformatada episódios por recentes que revelam o quanto a soA segunda fase do Protocolo entra em cena neste mês debrevivência julho, formatada técnicosàsdas duas políticas. O Secretarias e da Unica. das usinasporé sensível mudanças 2) Ousadia nas Pessoas “ÉNesse melhormesmo loucodedojulho, que empurrar tolo”. Esta foi baixopelo preço causa do fechamento Secretarias esegurar da Unica. mês entra em vigor a cobrança usododaetanol águafoi ema principal quatro bacias uma das lições mais importantes que aprendi no curso High de dezenas de unidades. E a situação atual, com as incerNesse mesmo mês de entra Pardo, em vigor a cobrança pelo usoSapucaí-Mirim da água em quatro bacias hidrográficas do Estado dejulho, São Paulo: Baixo-Pardo/Grande, e Mogi-Guaçu. Performance Executive. A complexidade das atividades de tezas quanto à implementação do RenovaBio, deixa clara hidrográficas Estadoproativas dedesta São ePaulo: Pardo, Baixo-Pardo/Grande, Sapucaí-Mirim Mogi-Guaçu. Conforme reportagem edição do JornalCana, sucroenergéticas captam água dessas queunidades em políticos não se podeeconfiar. Portanto, as usinas uma usina requerdo pessoas de atitudes voltadas à 55 não podem negligenciar sua importância socioeconômica inovação constante. O papeldadacobrança alta direção é criar ambienConforme desta edição doum JornalCana, sucroenergéticas água bacias. O custoreportagem médio de água por tonelada55 deunidades cana varia de acordo comcaptam o reuso pelasdessas e te propício, um palco para da a “performance” cadapor colabomuito menos seu de papel de agentes bacias. O custo cobrança entre de de água tonelada de cana varia acordo com opolíticos! reuso pelas unidades, mas amédio média é projetada R$ 0,03 e R$ 0,12 por tonelada. rador, estabelecendo premissas e implantando metodologias Assumir um protagonismo político, pressionando os masexplica a média éreportagem projetada 0,03 dessa eeR$ 0,12 porpúblicos tonelada. A Unica na que cobrança não assusta o setor com a realidade eunidades, softwares que servem como trilhas paraentre queoR$ asavanço pessoas agentes a seremporque mais coerentes A trabalhem Unica explica na ereportagem que odeavanço cobrança não porque o setorcomplexa equipes alinhadas deem um “show” resultados! comarcar as necessidades umae atividade como a sucroenergético paulista se preparou ao longo dos dessa anos epara comassusta esse de custo colaborar com a gestão produção sucroenergética, deve ser uma premissa estratégisucroenergético paulista se preparouo ao longo dos anos para arcar com esse custo(DAEE), e colaborar com a gestão das bacias hidrográficas. Conforme Departamento de Águas e Energia Elétrica do governo 3) Realismo nas Tecnologias ca das usinas. Fazendo isso, muitos empregos serão criados dasRealismo baciasoshidrográficas. Departamento de Águas Energia Elétricade (DAEE), doHídricos governo com paulista, valores arrecadados comoo essa cobrança oeFundo Recursos neste caso é se Conforme ater a todo potencial e limi-irão epara preservados, aEstadual sociedade brasileira será beneficiada paulista, osque valores arrecadados com essa cobrança irãopróprias o Fundo Estadual de Recursos Hídricos tações de engenharia das tecnologias emdemandados uso ou a serem apara geração de divisas e distribuição de renda no interior e as (Fehidro), os usará nos projetos pelas bacias. adotadas. A engenharia deve prevalecer diante das prefepopulações urbanas continuarão beneficiadas pela menor (Fehidro), que usará nos projetoso Dia demandados pelas próprias bacias. No mês emosque se comemora Mundial do Meio Ambiente, as usinas fazem questão de reassumir rências da equipe, ou de análises financeiras simplistas, que emissão de poluentes proporcionadas pelo etanol. No mês em Mundial do as7 estratégias usinasdefazem reassumir e manifestar seuque compromisso comopodem oDia meio ambiente e comAmbiente, uso sustentável água. água sinônimo cerceiam os ganhos queseascomemora tecnologias oferecer. A Meio 7opremissas, para questão oEbem dasédeusinas e para o edemanifestar seu compromisso com éo mais meiointeressante ambiente e com sustentável deéágua. E água sinônimo vida!Investimento fórmula X Desempenho bemodouso Brasil. Afinal, não tudo que todosénós queremos? que aBoa de Custo X Benefício. Boa leitura. de vida! leitura! Boa leitura! NOSSOS PRODUTOS EVENTOS PUBLICAÇÕES PRODUTOS NOSSOS

ISSN 1807-0264 ISSN 1807-0264 Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia Fone 16 3512.4300 FaxPreto 3512— 4309 14096-030 — Ribeirão SP Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia procana@procana.com.br 14096-030 — Ribeirão Preto — SP procana@procana.com.br

NOSSA MISSÃO NOSSA MISSÃO

“Desenvolver o agronegócio “Desenvolver o agronegócio sucroenergético, disseminando sucroenergético, conhecimentos,disseminando estreitando conhecimentos, relacionamentosestreitando e gerando relacionamentos e gerando negócios sustentáveis” negócios sustentáveis”

� Presidente Josias Messias � Presidente josiasmessias@procana.com.br Josias Messias josiasmessias@procana.com.br � Comitê de Gestão - Comercial & Eventos Rose Messias � Comitê de Gestão - Comercial & Eventos rose@procana.com.br Rose Messias rose@procana.com.br � Comitê de Gestão - Relacionamento Com Clientes Lucas Messias � Comitê de Gestão - Relacionamento Com Clientes lucas.messias@procana.com.br Lucas Messias lucas.messias@procana.com.br � Comitê de Gestão - Controladoria & TI Mateus Messias � Comitê de Gestão - Controladoria & TI presidente@procana.com.br Mateus Messias presidente@procana.com.br � Comitê de Gestão - Jornalismo Alessandro Reis - editoria@procana.com.br � Comitê de Gestão - Jornalismo Alessandro - editoria@procana.com.br Gestão - Marketing � Comitê deReis Luciano Lima � Comitê de Gestão - Marketing luciano@procana.com.br Luciano Lima luciano@procana.com.br

www.jor nalcana.com.br www.jor nalcana.com.br COLABORADORES � Relacionamento Com Clientes COLABORADORES Robertson Fetsch 16 9 9720 5751 � Relacionamento Com Clientes publicidade@procana.com.br Robertson Fetsch 16 9 9720 5751 publicidade@procana.com.br � Assistente Thaís Rodrigues � Assistente thais@procana.com.br Thaís Rodrigues thais@procana.com.br � Assinaturas & Exemplares Paulo Henrique Messias (16) 3512-4300 � Assinaturas & Exemplares atendimento@procana.com.br Paulo Henrique Messias (16) 3512-4300 www.loja.jornalcana.com.br atendimento@procana.com.br www.loja.jornalcana.com.br

� Arte Gustavo Santoro - arte@procana.com.br � Arte Gustavo � Editor Santoro - arte@procana.com.br Delcy Mac Cruz - editor@procana.com.br � Editor Mac Delcy Diagramação � Editor deCruz Arte -- editor@procana.com.br Diagramação HiCOM - diagramacao@procana.com.br José Murad Badur � Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur FINANCEIRO contasareceber@procana.com.br FINANCEIRO contasapagar@procana.com.br contasareceber@procana.com.br contasapagar@procana.com.br

JornalCana - O MAIS LIDO! PUBLICAÇÕES Anuário da Cana Brazilian Sugar- and Ethanol Guide JornalCana O MAIS LIDO! AAnuário Bíblia do da Setor! Cana Quem é QuemSugar no setor sucroenergético Brazilian and Ethanol Guide A Bíblia do Online Setor! JornalCana Quem é www.jornalcana.com.br Quem no setor sucroenergético BIO & Sugar JornalCana Online International Magazine www.jornalcana.com.br Mapa BIO Brasil& de Unidades Sugar Produtoras de Açúcar e Álcool International Magazine Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool

Prêmio MasterCana EVENTOS Tradição de Credibilidade e Sucesso Prêmio MasterCana Tradição de Credibilidade Fórum ProCana e Sucesso USINAS DE ALTA PERFORMANCE Fórum ProCana USINAS DE ALTA SINATUB Tecnologia PERFORMANCE Liderança em Aprimoramento Técnico SINATUBe Atualização Tecnologia LiderançaTecnológica em Aprimoramento Técnico e Atualização Tecnológica

Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios & Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios & (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais e Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores comerciais reservados. É proibida a reprodução, total ou (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais e parcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquer comerciais reservados. É proibida a reprodução, total ou meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos parcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquer direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamente direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamente 123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973). com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).


ACONTECE

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CONGRESSO DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL E GESTÃO DE ATIVOS Acontece no dia 21 de novembro em Araçatuba (SP), o Congresso de Manutenção Agroindustrial e Gestão de Ativos. O objetivo do evento é apresentar as melhores práticas e soluções tecnológicas inovadoras, visando à melhoria da qualidade, produtividade, segurança e redução dos custos na Manutenção e Gestão de Ativos, além da preservação ambiental. Com uma programação diversificada, o 1º Congresso de Manutenção Agroindustrial e Gestão de Ativos, irá permitir aos profissionais uma visão, que seja abrangente e atualizada, das modernas técnicas de implantação e desenvolvimento da manutenção, com otimização de todos os recursos e permitindo maior vida útil dos equipamentos e máquinas e maior confiabilidade para operar. www.lemaempresarial.com.br

CONGRESSO NACIONAL DE BIOENERGIA Com 13 salas temáticas divididas entre as principais áreas que norteiam a cadeia bioenergética, a UDOP realizará nos dias 22 e 23 de novembro em Araçatuba (SP), o 10º Congresso Nacional da Bioenergia, evento já consagrado como o maior congresso do setor e que a cada ano vem batendo recordes de público, palestrantes e moderadores, que buscam no evento novas tecnologias, sistemas de produção e conceitos modernos de gestão para alavancar o atual momento de retomada do segmento. Comemorando os 10 anos do Congresso, a instituição trará para esta edição salas de inovações tecnológicas, com apresentação de cases de sucesso de startups voltadas tanto para as áreas Agrícola ou Industrial de usinas/destilarias. www.udop.com.br

CURSO DE RECEPÇÃO, PREPARO E EXTRAÇÃO Acontece no dia 29 de novembro no Centro de Eventos Zanini em Sertãozinho (SP), a 7a edição do Curso de Recepção, Preparo e Extração (Moenda e Difusor). O evento trará os principais especialistas da atualidade para apresentar informações relevantes e casos de inovações tecnológicas e melhorias operacionais nas áreas de Recepção, Preparo e Extração, visando o máximo aproveitamento da matéria-prima, redução dos custos, melhorias na qualidade e índices de eficiência, aumento na capacidade e na segurança de processamento da cana por Moenda ou Difusor, contribuindo para o ganho energético e econômico das usinas, destilarias e centrais energéticas. O curso é promovido pela ProCana Sinatub. www.sinatub.com.br

CURSO DE FABRICAÇÃO, SECAGEM E EMBALAGEM DE AÇÚCAR Também promovido pela ProCana Sinatub, no dia seguinte ao curso de Recepção, Preparo e Extração, 30 de novembro, acontece a 5a edição do Curso de Fabricação, Secagem e Embalagem de Açúcar. Também realizado no Centro de Eventos Zanini em Sertãozinho (SP). O curso tem por objetivo trazer uma abordagem técnica envolvendo temas como: recuperação de fábrica e produção de açúcar, clarificação, tratamento de caldo, cozimento, otimização energética, aumento de mix e eficiência de fabricação. Os principais nomes correspondentes à estas áreas estarão presentes. www.sinatub.com.br


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AGRÍCOLA

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MERCADO

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FOTOS DIVULGAÇÃO

LINHA DIRETA

Entenda por que a Usina Guaíra obtém bons resultados no plantio A Usina Açucareira Guaíra (UAG), com unidade processadora em Guaíra (SP), obtém ganhos no plantio de cana com práticas agrícolas. Diminuição das falhas nos canaviais e a redução do consumo de mudas por hectare estão entre os principais desafios do plantio mecanizado de cana-de-açúcar. “Diversos fatores contribuem para a ocorrência de falhas no plantio, e todos devem ser observados e acompanhados para que sejam minimizados”, afirma Gustavo Villa Gomes, diretor agrícola da UAG. Os cuidados com a qualidade e idade da muda, preparo de solo, colheita da muda, distribuição, umidade do solo e cobrição do tolete de cana no sulco de plantio, entre outras medidas, são fundamentais para a redução das falhas – detalha. O plantio direto em rotação de cultura com a soja tem sido um recurso importante da Usina Guaíra para garantir boa germinação de mudas – revela. “Nenhuma operação de movimentação do solo é realizada nesta modalidade e as condições são ideais para a germinação”, ressalta. A utilização dessa prática agrícola não ocorre, no entanto, em toda área agrícola devido à otimização do uso de equipamentos – lamenta.

Um dos maiores desafios do plantio mecanizado da Usina Guaíra – e de outras unidades sucroenergéticas – é a redução da quantidade de mudas de cana utilizada. Para isto, existe a necessidade, entre outras medidas, do aprimoramento do processo de colheita de mudas – opina. Segundo Gustavo Villa, de 80% a 85% dos danos em gemas são oriundos das colhedoras de mudas. Na avaliação dele, o equacionamento desse problema contribuiria para uma redução drástica no volume de cana utilizada no plantio. Outro gargalo no plantio mecanizado é a distribuição das mudas de maneira mais regular. As mudanças nas plantadoras de cana têm contribuído para diminuir os problemas durante a operação de plantio. As máquinas automatizadas melhoraram a distribuição da cana no sulco, diminuindo a possibilidade de erros por parte dos operadores das antigas plantadoras de cana – avalia. A Usina Guaíra utiliza nove plantadoras distribuídas em duas frentes de plantio. “Todas são automatizadas”, informa. De acordo com ele, a média de consumo de mudas, antes da mudança para as automatizadas, era de 18 toneladas por hectare. Atualmente, está entre 15 a 16 toneladas.

Morais assume Asplan pela segunda vez O empresário José Inácio de Morais assumiu a presidência da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) para o triênio 2017/2020. É a segunda vez que ele comanda a entidade. A Asplan é a principal representante dos fornecedores de cana-de-açúcar da Paraíba, com 1,5 mil produtores associados.A assembleia que escolheu Morais por aclamação foi em 10/10/17.

Entre suas prioridades à frente da Asplan, o novo presidente disse que irá trabalhar para a manutenção do equilíbrio financeiro e econômico da entidade e pela oferta dos serviços sociais e técnicos prestados ao produtor associado, buscar formalizar parcerias público-privada com os governos estadual e municipal para melhorar as condições das estradas por onde escoam a produção canavieira. Estreitar os laços com as indústrias e acompanhar as negociações para fixação de melhores valores da cana-de-açúcar também está na lista de prioridades de Morais. “Resisti o quanto pude em aceitar ser novamente o presidente desta Casa porque sei da dedicação que precisarei ter para dar continuidade ao trabalho que ela realiza, mas avaliei que ainda podia dar uma boa contribuição para que a Asplan se fortaleça cada vez mais”, disse José Inácio em relato distribuído pela assessoria da entidade representativa dos produtores de cana.

DIA A DIA Biodiesel da Cargill emite menos CO2 A fábrica da Cargill em Três Lagoas (MS) teve o certificado ISCC (International Sustainability & Carbon Certification) renovado para a produção de biodiesel, que tem como destino o mercado interno e exportação. Em auditoria, o produto da empresa apresentou taxas de emissão de CO2 62% menores em relação à queima de combustíveis fósseis convencionais, como o diesel. Itamarati: certificação de sistema A Usinas Itamarati recebeu em outubro a recomendação para certificação do seu Sistema de Gestão Integrado com base nas normas ISO 9001:2015, ISO 14001: 2015 e FSSC 22000: 2013. Em julho a empresa já havia obtido o Certificado Kosher, atestando que o açúcar produzido atende as normas específicas que regem a dieta judaica ortodoxa. Nova estrutura no Porto de Suape A Agrovia (terminal de açúcar) no Porto de Suape, em Recife (PE), inaugurou no começo de outubro shiploader, equipamento que amplia a estrutura focada na logística de açúcar. Segundo Marcos Baptista Andrade, presidente do Porto, o shiploader “é mais um equipamento fundamental para o desenvolvimento da nossa operação portuária.” Detalhes da cana genética do CTC O gerente de marketing do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Ronaldo Onosaki, apresentou detalhes sobre a ALTHA20Bt, variedade transgênica da instituição, durante evento do Grupo IDEA em Ribeirão Preto. Segundo Onosaki, a variedade é resistente à broca da cana (Diatraea sacharalis), e promete ganhos financeiros significativos para o setor sucroenergético, já que a broca, segundo o CTC, causa prejuízo de R$ 5 bilhões por safra. Conforme ele, a eficiência da cana transgênica nas primeiras áreas avaliadas obteve um índice de 98,5%. “É quase 100%. Em áreas de alta pressão, há um ou outro dano de broca”, afirma o gerente de marketing.


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O que será da safra 18/19? Indicadores pessimistas de oferta de cana e de preços desafiam os gestores das unidades processadoras de açúcar e de etanol da região do Centro-Sul DELCY MAC CRUZ, DE RIBEIRÃO PRETO (SP)

Planejar a safra de cana-de-açúcar 2018/19 desafia os gestores das unidades produtoras a dois meses do fim deste ano. Geralmente o planejamento da temporada seguinte é feito com antecedência de até nove meses do início da moagem. Os fatos climáticos e de mercado registrados ao longo de 2017, mais a expectativa em torno do que virá até dezembro próximo, criaram pontos de interrogação que nem mesmo os principais analistas do setor cravam o que deverá ocorrer com a próxima safra. Em relação ao mercado internacional do açúcar, as informações destoam sobre as previsões de superávit mundial e só estão garantidas sobre a queda nas cotações pela Bolsa de Nova York. Na última semana de outubro, por exemplo, os contratos futuros do alimento para as telas de março, maio e julho previam máximo de 14,43 centavos de dólar por libra-peso. Há um ano, os mesmos contratos valiam mais que o dobro. Como resultado do declínio dos preços, traders e empresários recuaram em formalizar contratos futuros. Em 2016, pelo menos 60% do açúcar da safra 17/18 tinha sido fixado no fim de outubro. Dessa vez, menos de 10% do produto teve o mesmo tratamento. “Fixamos só 9% até na primeira quinzena de outubro e iremos esperar mais para ver se os preços reagem”, disse Ricardo Junqueira, diretor da Diana Bioenergia, com unidade em Avanhadava (SP). Em 2016, nessa mesma época, a empresa tinha fixado 70% do açúcar. As condições climáticas do ano registraram chuvas fora de época e geadas, mas foram sacramentadas pela estiagem. Isso favoreceu o avanço do açúcar acumulado, em detrimento da oferta de cana, além de gerar incógnitas sobre o que ocorrerá com as canas nova e soca para a próxima temporada.

MOAGEM DEVE FICAR ABAIXO DE 600 MILHÕES DE TONELADAS As previsões de moagem de cana para a safra 18/19 mudam conforme o autor, mas têm um ponto em comum: dificilmente o volume de matéria-prima para as unidades da região Centro-Sul do país passará de 600 milhões de toneladas. Os 600 milhões de toneladas representam a média das previsões já divulgadas por empresas como Banco Pine, Sucden, Bioagência e Canaplan. A previsão média representa também 15 milhões de toneladas abaixo da projeção inicial para o Centro-Sul feita pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) para a temporada de cana-de-açúcar 2017/18 para as unidades processadoras do Centro-Sul.

Cana bisada Haverá cana remanescente de 2017 para ser processada nos primeiros meses de 2018, mas o volume será inferior ao registrado nesse ano. A Usina Santa Fé, com unidade em Nova Europa (SP), planeja moer em março 150 mil toneladas de cana que deverão ‘sobrar’. A Santa Fé, entretanto, é das poucas unidades contatadas pelo JornalCana e que preveem ter cana bis. Conforme Luiz Carlos Carvalho, o Caio, presidente da Canaplan, a área com cana bisada representou 6% da área canavieira da safra 16/17. Em levantamento feito em setembro último, a representação dessa cana

do total da área ficou abaixo de 1%. Envelhecimento Para a 18/19, a idade média dos canaviais da região Centro-Sul será de 3,89 cortes. O envelhecimento reflete uma taxa de renovação de 12,5% durante 2017 quando, conforme a Canaplan, esperava-se 13,5%. “Há grupos sucroenergéticos que mantém níveis de renovação entre 18 e 20%”, pondera Caio. Do canavial renovado no Centro-Sul, 50% é de cana de doze meses. Produtividade A produtividade no Centro-Sul está estagnada desde 2010. Na safra

vigente, a média ficará em 10,13 toneladas de ATR por hectare (TAH). Na 16/17, a média foi de 10,37 TAH. Produção A produção de cana está cada vez mais pressionada pela idade média dos canaviais. A expectativa é de que a safra 18/19 tenha início com atraso, dependendo da ‘dança das chuvas.’ As esperadas chuvas dos últimos meses de 2017 deverão gerar atraso na moagem, o que pode resultar na sobra de cana para moagem em 2019. Mas essa sobra pode render uma cana ‘inflada’, ou seja, sem produtividade em ATR.


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Prós e contras ao etanol de milho Especialista apresenta condições para o biocombustível feito do grão avançar no Brasil, onde está concentrado no Mato Grosso e em Goiás DIVULGAÇÃO

avançado. Seria necessário armazena-lo em separado e garantir a rastreabilidade

A produção de etanol a partir do milho avança. Até outubro, a oferta do biocombustível a partir do grão chegou a 130 mil metros cúbicos. O volume representa pouco menos de 5% dos 24,7 milhões de metros cúbicos de etanol a partir da cana previstos pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) para a safra 17/18 na região Centro-Sul. Conforme a Única, a safra 17/18 previa totalizar 300 mil metros cúbicos de litros de etanol a partir do milho.

5 – Operar uma planta de etanol de milho apenas na entressafra provavelmente não seria viável 6 – A viabilidade depende também da colocação dos coprodutos com preços remuneradores: 60% do milho é etanol e 40% coprodutos

Mas qual a tendência de mercado do etanol de milho? Para o consultor Ericson Marino, especialista no assunto, há condições para garantir a viabilidade desse tipo de etanol.

1 – O custo do milho deve ficar entre R$ 16 e R$ 24 a tonelada para garantir a viabilidade do processo

Em evento da Canaplan em 17/10 em Ribeirão Preto, Marino listou as seguintes condições:

2 – A planta ‘greenfield’ precisa de energia térmica e elétrica produzidas com queima de biomassa comprada

3 – A garantia do fornecimento do milho a ser processado se baseia em alta capacidade de armazenagem e fixação de preço na B3 4 – Há dúvidas sobre o etanol de milho ser considerado combustível

7 – O DDG, coproduto, é alimento para animais, principalmente em confinamento, e compete com o farelo de soja. Seu consumo maior é sazonal e isso implica em armazenagem 8 – Nos Estados Unidos o preço de venda do DDG tem variado ao longo do tempo entre US$ 75 e US$ 330 por tonelada


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Leilão veta quem tiver “histórico insatisfatório” Empresa com empreendimento cadastrado para leilões de energia de dezembro ficará de fora caso tenha má desempenho, diz a Aneel A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) irá vetar a participação de empresas com “histórico de desempenho insatisfatório” no leilão de energia A-6, programado para 20/12 e que prevê a entrega da eletricidade contratada a partir de 2023. Conforme a Aneel, 1.092 empreendimentos de geração de energia estão cadastrados para o leilão, sendo 42 de termelétricas a biomassa, o que inclui bagaço e palha de cana-de-açúcar. Segundo a Agência reguladora, o veto à participação no leilão será para “empreendimentos cujas empresas titulares, inclusive dos componentes do grupo econômico do qual faz parte,

FONTE

PROJETOS

OFERTA (MW)

%

Eólica Hidrelétricas - UHE Pequenas Centrais Hidrelétricas - PCH Termelétricas a Biomassa Termelétricas a Carvão Termelétricas a Gás Natural

953 4 66 42 4 23 1.092

26.651 222 1.044 2.068 1.880 21.560 53.424

49,9 0,4 2,0 3,9 3,5 40,4 100,0

TOTAL tenham histórico de desempenho insatisfatório e penalidades imputadas no desenvolvimento do projeto cadastrado ou de outros processos de autorização e concessão dos serviços de energia elétrica.” A medida, explica a Aneel em comunicado, é considerada inovação e está no edital do leilão 05/2017, o A-6, colocado em audiência pública

Sistema para Carga de Etanol

em 03/10 para debater o edital. O objetivo do certame é contratar energia elétrica proveniente de novos empreendimentos de geração de energia elétrica de fontes hidrelétrica, eólica e termelétrica a biomassa, a carvão e a gás natural em ciclo combinado, com início de suprimento em 1 de janeiro de 2023. O leilão está previsto para

VCDM - Válvulas de Controle Digital

20/12/2017. A energia elétrica gerada será objeto de Contrato de Comercialização de Energia em Ambiente Regulado (CCEAR), nas modalidades por disponibilidade para os empreendimentos eólicos e termelétricos, e quantidade de energia para empreendimentos hidrelétricos.

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Dívida com banco recua 12,5%

A dívida líquida bancária das usinas de cana-de-açúcar está em R$ 119 por tonelada de cana. O valor, que reflete a situação durante a safra 2016/17, é o mais atualizado pelo Rabobank, segundo seu executivo Manoel Queiroz, durante palestra na 2a. Reunião 2017 Canaplan, realizada em 17/10 em Ribeirão Preto (SP). Segundo Queiroz, os números representam a situação das empresas que são clientes do Rabobank. Na temporada 16/17, segundo ele, eram clientes da instituição 32 grupos sucroenergéticos. “Eles representam 50% da safra brasileira de cana”, dis-

“O setor voltará a crescer?”

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Dívida líquida bancária, R$ por tonelada cana

Usinas de cana deviam líquidos R$ 136 por tonelada de cana na safra 2015/16 e valor está em R$ 119, revela estudo feito pelo Rabobank

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No evento da Canaplan, o executivo do Rabobank também fez projeções sobre tendências do setor sucroenergético. Ao responder sobre o item “o setor voltará a crescer?”, Queiroz comentou: 1 – O setor possui alguns grupos ainda frágeis financeiramente

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2 – Haverá consolidação x expansão

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3 – O marco regulatório ainda tem muito a caminhar 05/06

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se o executivo durante a palestra. Conforme o executivo do Rabobank, o endividamento líquido das usinas com os bancos caiu ante a safra 15/16, quando estava em R$ 136 por tonelada, e mesmo ante a temporada 14/15, que registrou dívida de R$ 149 por tonelada.

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“Parte da queda se deve à depreciação do câmbio”, explicou Queiroz. Essa depreciação, acrescentou, equivale a 50% do valor da queda. “O restante [da queda] foi geração de caixa pelas empresas, o que é positivo depois de um grande período nulo.”

4 – A política de preços da Petrobras é um avanço 5 – O RenovaBio é uma boa iniciativa, mas... 6 – Há duras lições do passado, como a intervenção 7 – Há incertezas quanto ao futuro


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Ingenio Palo Gordo tem menor custo de instalação e maior faturamento com gerador BRUSH Equipamento apresenta vida útil de mais de 30 anos, permite redução de cerca de 150 KUSD nos investimentos iniciais, e aumenta o retorno pela venda de energia em até 200 KUSD por ano FOTOS DIVULGAÇÃO

Equipe de técnicos industriais que atuam na usina Guatemalteca

Para demonstrar o valor agregado do gerador, a BRUSH apresenta um de seus casos de sucesso, Ingenio Palo Gordo. A fábrica industrial da usina que esmaga cerca de 1,750 milhão de toneladas de cana/safra, gerando 172 mil toneladas de açúcar e cogerando 187 mil MW/h é comandada pelo engenheiro Erick Francisco Castilo. O profissional responsável pela área garante que o equipamento trouxe uma série de benefícios para o processo graças às características que tornam o gerador um equipamento único. Segundo Castilo a instalação do gerador teve um custo menor - da ordem de 200 mil dólares - versus o que seria com a instalação de uma marca concorrente.

“O supressor de surto e neutro junto ao estator permitem redução significativa nos custos de cabeamento estruturado, o conjunto é mais leve e a ponte rolante e fundações são menores. O rotor entregue montado ao estator permite eliminar a ferramenta de extração de rotor e reduz significativamente o tempo de instalação. A robustez com um rotor forjado de polos salientes permite trabalhar com temperaturas e vibrações menores, o que significativamente reduz os custos de manutenção e prolonga a vida útil. A diferenca de eficiencia então, permite gerar mais com o mesmo vapor e assim melhorar o retorno do investimento. Só esta diferença de energia paga o gerador em até oito safras”, afirma Castilho.

Ilustração do Gerador BRUSH


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Modelo de gerador de 4 polos instalado no Ingenio Palo Gordo

Mais eficiente, maior retorno ao investimento

Mais eficiente significa mais sustentável, já que também colabora com a redução de emissões de CO2. “Ao lado da turbina isso pode ser decisivo para a viabilidade do projeto. O impacto na parte do gerador é menor, mas pode significar um bom aporte financeiro para o projeto e várias toneladas a menos de CO2 liberados na atmosfera”, acredita o

engenheiro industrial. Uma das razões pelas quais o Ingenio Palo Gordo optou pelo gerador da BRUSH, foi por se tratar de um equipamento que possui polo saliente com um rotor totalmente forjado, isto permite menor temperatura média e vibrações mecânicas mais baixas resultando em vida útil mais longa com menos demanda

Mais eficiente, maior retorno ao investimento

por manutenção. Castilho destaca “A construção do corpo do rotor é excelente, nao se compara com rotores cilindricos laminados, consstruidos com aço padrão ou as vezes material forjado adicionado de chapas magnéticas, estes outros aquecem e vibram muito mais”, explica. “Rotores de polos salientes, nor-

malmente, vibram menos e operam de 10 a 15 graus Celsius mais frios, o que significa que exigem menos manutenção e têm uma vida útil mais longa”, explica o engenheiro Jefferson Joeicemir, da empresa BRUSH. “Nosso gerador possui vida útil estimada em 30 anos, e temos inúmeras unidades operando há 50 anos”, conclui.


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6 impactos das mudanças 'trabalhistas' DIVULGAÇÃO

A convite do JornalCana, o advogado Miguel Caparelli Neto lista e comenta as principais alterações da nova lei para as empresas do setor sucroenergético Em vigor neste mês de novembro, as mudanças na legislação trabalhista também afetam o setor sucroenergético. Elas integram a lei 13.467, de 13/07/2017, com vigência em 11/11/2017, criada para promover diversas alterações em prol tanto do empregado, quanto do empregador. A lei 13.467 altera mais de 200 dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e outras leis correlatas. A convite do JornalCana, o advogado Miguel Caparelli Neto, de Ribeirão Preto (SP), lista seis mudanças que serão sentidas e efetuadas significativamente entre as empresas do setor sucroenergético. Conforme Caparelli Neto, ao contrário de outras possíveis alterações, as seis mudanças listadas devem vigorar como estão a partir deste mês de novembro de 2017. As seis mudanças pontuadas pelo advogado, com seus comentários: 1 - Horas de deslocamento Conhecidas como horas In Itinere, que correspondem ao tempo de itinerário e deslocamento interno, elas criaram e criam inúmeros problemas para o setor sucroenergético. Isso porque na maioria das vezes o empregador oferece o transporte particular e, no fim das contas, sofria uma quantidade gigantesca de processos trabalhistas (em sua grande maioria procedente), pleiteando o pagamento de horas extraordinárias. A partir de agora, as horas de deslocamento para o trabalho e viceversa e, inclusive do portão da empresa até o efetivo posto de trabalho, por qualquer meio de transporte ou mesmo a pé, não serão consideradas tempo à disposição da empresa ou sequer como jornada. 2 - Insalubridade por exposição ao sol A insalubridade grau médio, por exposição ao sol, também é um grande problema para o setor. Trabalhadores ingressam com reclamações trabalhistas nas quais requerem o pagamento deste adicional pelo tempo de exposição ao sol. Os tri-

salários mínimos (modalidade gravíssima), resguardando-se o recebimento de demais verbas indenizatórias como, por exemplo, pensão vitalícia, lucros cessantes etc. 4 - Alteração do conceito do salário Era comum a reclamação de que contrata-se 1 empregado por 2, mas ele custa 4. A nova lei cria uma revolução no pagamento de salário, permite que as partes acertem o salário base (respeitando o piso da convenção coletiva). Contudo, todo que for pago a mais, a título de qualquer nome, podendo ser, por exemplo, bônus, meta, participação, prêmio, não será considerado salário. Como os valores acima não são tidos como salário, não incidirão recolhimento tributário (INSS, Imposto de Renda etc).

Miguel Caparelli Neto

'MUDANÇAS VIERAM EM BOA HORA' Segundo o advogado Miguel Caparelli Neto, a lei 13.467 oferece segurança jurídica para as relações trabalhistas. As mudanças vieram em boa hora porque, conforme o advogado, a legislação trabalhista remontava à década de 40, inspirada na ditadura do Estado Novo de Vargas e na carta del lavoro de Mussolini.

bunais sedimentam o entendimento de que esse adicional é devido sob o grau médio. Com as alterações, a insalubridade não será suprimida, mas poderá ter seu grau reduzido. A convenção ou o acordo coletivo de trabalho poderá prever o grau de insalubridade das tarefas de determinadas funções. No caso específico do setor sucroenergético, o grau de exposição poderá ser reduzido de médio para leve. Saliento, no entanto, que a convenção ou acordo coletivo de trabalho, no que tange a redução do pagamento, deverá vir com laudo pericial. Mesmo não sendo obrigatório tal laudo pericial, creio ser ele necessário para dar segurança jurídica para tal

fato não ser discutido no judiciário. 3 - Dano moral tarifado É um ponto de extrema importância dado o aumento do prejuízo no passivo trabalhista. Isso porque sem qualquer parâmetro para a aplicação da condenação, os juízes faziam como bem entendiam. As alterações definidas pela lei oferecem parâmetro para a aplicação do dano moral, caso seja configurado. Houve a alteração da aplicação direta da responsabilidade objetiva em desfavor do empregador, mas agora o empregado deverá comprovar, categoricamente, a culpabilidade patronal. O dano moral limita-se a 3 salários mínimos (modalidade leve) e a 50

5Quitação anual das obrigações no sindicato Tal quitação, realizada perante o sindicato da categoria, tem efeito liberatório geral. Ou seja, dada a quitação não poderá o empregado reclamar posteriormente direito que não ressalvou. Entretanto, como a nossa Constituição diz “a lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito”, é prudente que espere o comportamento da jurisprudência para tomar qualquer tipo de decisão. 6 - Alterações processuais Entre as alterações está a possibilidade de acordo extrajudicial, ou seja, as partes interessadas (devidamente representadas por seus respectivos advogados de confiança) poderão, em petição conjunta, requerer a homologação do acordo diante do juiz. O juiz tem o prazo de 15 dias para apreciar o acordo, que poderá ser realizado tanto durante o vínculo empregatício quanto após o encerramento do mesmo. Outro ponto sensacional da reforma foi a condenação por litigância de má fé. Assim, aquele que alterar verdades, efetuar pretensões e defesas contra texto expresso ou fato incontroverso, usar processo para conseguir objetivo ilegal e demais itens, deverá responder o litigante de má fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que essa sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.


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Como a Santa Fé reverteu prejuízo de 5 anos e se tornou rentável a partir da Safra 16/17 DIVULGAÇÃO

Companhia sucroenergética, que tem Antonio Carlos Christiano como CEO, registrou lucro líquido de R$ 21,5 milhões na safra de cana-de-açúcar 16/17 A safra de cana-de-açúcar 2016/17 é considerada um divisor de águas para a Usina Santa Fé, dona de unidade processadora no município de Nova Europa (SP). Sociedade anônima de capital fechado implantada em 1925, e adquirida pela família Manzoni em 1972, a Santa Fé detém o controle da marca do açúcar Itaquerê para o mercado interno, embora no momento prefira exportar 100% da produção de açúcar branco. A Santa Fé tem capacidade para moer 4,5 milhões de toneladas de cana e, assim, está no ranking das pouco mais de 50 unidades sucro-

energéticas em operação no país capazes de superar esse volume de moagem. Mas assim como muitas companhias sucroenergéticas, a Santa Fé conviveu com resultados financeiros negativos nos últimos anos. Parte desses resultados negativos

refletiu a crise vivenciada pelo setor sucroenergético, que desde 2008 registra uma série de fatores externos que externamente interferiram na rentabilidade da Companhia. Um destes fatores foi o congelamento do preço da gasolina nas bom-

bas, entre 2011 e 2014, que custou perdas atualizadas de R$ 40 bilhões aos produtores de etanol, segundo estudo da consultoria MacroSector. Esse montante foi apurado porque os produtores precisaram manter o preço do etanol abaixo do ponto de equilíbrio no período, uma vez que o biocombustível perde competitividade se custar acima de 70% do preço da gasolina. Por conta dessa situação, muitas unidades tiveram a situação financeira agravada. Fora as ações públicas, o setor sucroenergético também foi vítima do mercado global de açúcar, cujos estoques ficaram superavitários até 2016, com a consequente queda do preço do alimento. Houve também a ação do tempo: a safra 15/16, por exemplo, foi acometida pelo excesso de chuvas, com a queda significativa de ATR, pressionando sensivelmente as produtividades das empresas, com reflexos na safra 16/17, por conta da cana bisada. LEIA NA PÁGINA 22 SOBRE AS AÇÕES RESPONSÁVEIS PELA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DA USINA SANTA FÉ.


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Ações responsáveis pela evolução dos indicadores positivos da Usina Santa Fé Investimentos nas moendas, no processamento de caldo e na melhoria de extração e da recuperação industrial fizeram a Santa Fé moer 4,5 milhões de toneladas de cana na safra 16/17 Com o foco de gerar maior liquidez e solvência à Santa Fé, o CEO Antonio Carlos Christiano, o CFO Douglas Castro de Oliveira e o diretor agrícola Francisco Sylvio Gavotti empreenderam trabalhos que geraram importantes resultados na safra 16/17. Moagem A moagem da safra 16/17 alcançou excelentes 4,5 milhões de toneladas. Esse desempenho é explicado pelos investimentos nas moendas e no processamento de caldo, o que permitiu à usina ter capacidade instalada suficiente para processar todo o volume adicional, com boa recuperação da sacarose. Parte dos 4,5 milhões de toneladas resultou da aquisição no mercado spot e outra parte de cana ‘bisada’ da safra 15/16, essa com ATR/tonelada prejudicado, sendo o restante proveniente dos excelentes canaviais mantidos pela Santa Fé e por seus fornecedores. Para a safra 17/18, a previsão da Santa Fé é moer 4,25 milhões de toneladas. A redução ante a 16/17 é explicada pela entrada em reforma de boa parte da cana spot, o que a torna indisponível na safra vigente, e também pela menor produtividade em áreas que foram bisadas na 16/17, em função do menor tempo de maturação nessas áreas canavieiras. A estimativa é que a significativa maior produtividade de ATR em 2017 compense com sobras o menor volume de cana, sendo que as ações

EM MILHARES DE REAIS

SAFRAS

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15/16

VAR %

Receita bruta Deduções da receita bruta Receita líquida Custos dos produtos vendidos (CPV) Valor justo do ativo biológico CPC 38 - hedge accounting Lucro bruto Margem bruta (%) Despesas Operacionais Despesas com vendas Despesas Gerais e administrativas Outras (despesas) receitas operacionais líquidas Lucro operacional antes do resultado financeiro Receitas (despesas) financeiras Receitas financeiras Despesas financeiras Variação cambial líquida Resultado antes do IR e CS IR e CS - parcela corrente IR e CS - parcela diferida Resultado do exercício Margem líquida (%)

648.048 (54.226) 593.822 (434.414) 4.209 (22.420) 141.197 23,78% (32.884) (21.212) (28.498) 16.826 108.313 (65.901) 4.500 (67.663) (2.738) 42.412 (211) (14.193) 28.008 4,72%

522.184 (41.240) 480.944 (356.849) 17.505 (48.624) 92.976 19,33% (54.479) (17.403) (29.683) (7.393) 38.497 (64.789) 4.203 (63.823) (5.169) (26.292) (168) 9.237 (17.223) -3,58%

24,10 31,49 23,47 21,74 -75,96 -53,89 51,86 9,1 p.p -39,64 21,89 -3,99 -327,59 181,35 1,72 7,07 6,02 -47,03 -261,31 25,60 -253,65

de expansão de plantio, de renovação e de tratos culturais adotadas na safra vigente deverão assegurar crescimento da moagem em 2018. Produção Em função dos investimentos e da moagem, a safra 16/17 resultou em ganhos de produção.A fabricação de etanol da Santa Fé alcançou 172 mil metros cúbicos, alta de 13,2% ante a

temporada 15/16. Já a produção de açúcar chegou a 5.190 mil toneladas, alta de 24,8% sobre a safra anterior. Resultados financeiros Após cinco safras seguidas com prejuízo líquido, a Santa Fé apurou lucro líquido de R$ 21,5 milhões na 16/17. Já a evolução do patrimônio líquido alcançou R$ 49,6 milhões na temporada passada, após negativos

9,1 p.p

R$ 26 milhões na 15/16, fazendo com que a rentabilidade sobre o patrimônio atingisse expressivos 43,3%. Fruto destes resultados operacionais, a Santa Fé apresentou balanço patrimonial positivo, confirmando a recuperação da companhia, a retomada do crescimento da rentabilidade e da solidez da empresa, preparando-a para os próximos passos definidos em seu planejamento estratégico.


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MERCADO 23


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INDUSTRIAL

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O NUTRICIONISTA DO PROCESSO INDUSTRIAL Software de simulação e otimização em tempo real estabeleceu consumo adequado de matéria-prima e vapor na Baldin Bioenergia gerando lucro de 3,3 milhões de reais em 44 dias DIVULGAÇÃO

ALESSANDRO REIS, DE PIRASSUNUNGA (SP)

Uma das aptidões de um nutricionista é sugerir ao paciente a dosagem certa dos alimentos para determinar uma dieta saudável evitando excessos. Essa foi a premissa do trabalho realizado pelo S-PAA, software de simulação e otimização desenvolvido pela Soteica e implantado na área industrial da Baldin Bioenergia, de Pirassununga (SP). A unidade utiliza o sistema desde o início da safra 2017/18 com quatro laços fechados que controlam em tempo real as áreas de extração da moenda, consumo de vapor e exportação de energia, recuperação de fábrica e destilaria. O resultado total contabilizado 44 dias depois de o sistema rodar totalmente integrado aos sistemas automatizados da usina foi de cerca de 3,3 milhões de reais. “A atuação do S-PAA se compara a quem vai numa churrascaria acompanhado de um nutricionista. Com ele ao lado, orientando, se comerá carne na medida certa. Do contrário, comerá em excesso. Portanto, considero o S-PAA o nutricionista do processo industrial, pois ele impede o desperdício de matéria-prima, vapor e outros elementos do processo”, relaciona Luiz Vieira, gerente industrial. Capex ousado A Baldin processará nesta safra 1,470 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, gerando 2,5 milhões de sacas de açúcar VHP e 25 milhões de litros de etanol. Além disso, irá cogerar 134 mil MW/h, conforme informa Carlos Roberto Ravanelli Ferreira, gerente administrativo/financeiro da usina. Ele destacou o setor de cogeração de energia elétrica como o que que mais rendeu lucratividade para a usina após implantação do S-PAA, gerando cerca de 2,2 milhões de reais em exportação de energia. Para Ravanelli os bons resultados garantiram o retorno de um Capex - dinheiro despendido na aquisição ou introdução de melhorias de bens de capital de uma determinada empresa - a principio, arriscado para uma unidade que caminha há três anos por em um plano de processo de Recuperação Judicial. “Foi um Capex ousado, mas que se provou eficiente. Investimos cerca de 700 mil reais e obtivemos um significati-

Carlos Roberto Ravanelli Ferreira, gerente administrativo/financeiro e Luiz Vieira, gerente industrial da Baldin Bioenergia

vo retorno na mesma safra”, revela. Suporte de qualidade e padronização da operação Os ganhos não foram só financeiros. O gerente industrial da Baldin conta que a equipe de operadores ganhou sinergia e equilíbrio. “O S-PAA padronizou nossa operação. Resultado difícil de se obter por mais que se tenha uma boa metodologia para lidar com os operadores. É um desafio fazer com que todos tenham um rendimento parecido. O laço fechado, garante isso, pois tira da mão do operador detalhes fundamentais para obter alta produtividade”, afirma Vieira. Além disso, destaca a qualidade do suporte pós-venda da Soteica. “Os técnicos nos deram um suporte diferenciado. Dando ouvidos a nossas sugestões e personalizando os algoritmos do sistema conforme os mínimos detalhes necessários para operar com alto rendimento”, garante.

Implantação e PDCA O sistema foi implantado em dezembro de 2016, onde os gestores da Baldin assessorados pela equipe técnica da Soteica definiu como seria a modelagem do processo. De janeiro a março de 2017 configuraram o servidor, ligando comunicação com o sistema de controle e determinaram a modelagem e revisão do modelo básico. Em maio, implementaram os laços fechados de controle e iniciaram o treinamento da equipe de operadores. No mês de julho iniciaram as sequencias do PDCA – ferramenta de gestão que tem como objetivo promover a melhoria contínua dos processos por meio de um circuito de quatro ações: planejar (plan), fazer (do), checar (check) e agir (act). Laço fechado permitiu setores operarem com eficiência e rentabilidade De acordo com o gerente ad-

ministrativo/financeiro da Baldin Bioenergia, o sistema de laço fechado do S-PAA está diretamente atrelado aos bons resultados financeiros obtidos pela usina. “Os cálculos que temos sobre os retornos de investimento estão baseados nas economias adquiridas pela estabilização da decisão homogênea dos gestores que só pode ser realizada graças a automação do sistema”, explica Ravanelli. Luiz Viera complementa afirmando que o software também quebrou paradigmas encalacrados na mente dos gestores industriais, permitindo que suas ações sejam desempenhadas com máxima eficiência. “Houve um supervisor experiente, com quase 20 anos trabalhando no setor, que afirmou que a fabrica não trabalharia com menos de 1.45 de escape. Por fim chegamos a 1.35 de escape e ele ficou cabisbaixo diante do número”, conta o gerente industrial.


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INOVAÇÕES EM SUCROENERGIA

TECNOLOGIA EM AÇÚCAR

TECNOLOGIA EM BIOCOMBUSTÍVEL

TECNOLOGIA EM TRATAMENTO DE ÁGUAS

O futuro do setor sucroenergético passa pela inovação.

INOVAÇÕES EM SUCROENERGIA

www.prosugar.com.br


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Resultados das quatro áreas que Extração da Moenda Luiz Vieira, informa que o software ajustou a quantidade de água de embebição da moenda de acordo com a fibra processada e a capacidade do processo de absorção de caldo e ART. “Esta operação mais ajustada trouxe para a Baldin Bioenergia um ganho de 0,18% na extração da moenda, e gerou um retorno de R$ 279.379,50 em uma safra de 5.000 efetivas com aumento do aproveitamento do ART processado e maior produção de açúcar”, conta.

Comparativo Junho 2015 / 2017 Moagem Moagem: comparativo junho 215/2017

Variação: 2,68 TCH

Eficiência de extração R$ 279.379,50

Consumo de vapor e exportação de energia Segundo Vieira, o S-PAA calculou a demanda mínima de energia necessária para o processo produtivo, gerando apenas o necessário para manter a qualidade do processamento, com isso foi possível reduzir a carga do gerador de contrapressão e deslocar o vapor disponível para o gerador de condensação, aumentando assim a eficiência energética global da planta e o aproveitamento de combustível. “Na planta da Baldin Bioenergia isso se refletiu em uma pressão média de vapor de escape menor e uma redução branda do vapor vegetal 1, necessária para uma redução drástica do alívio de V1. A qualidade do vapor vegetal 2 se manteve”, explica. Com isso a planta teve uma redução de 29,93 kgv/TC de consumo específico de vapor e isso proporcionou um aumento da exportação de energia pelo melhor aproveitamento de combustível de 2,16 MWh, gerando um retorno de R$ 2.192.400,00 em uma safra e 5.000 horas efetivas, com o preço médio de energia na ordem de R$ 203,00/MW. Recuperação de Fábrica O sistema implantado parametrizou a operação da fábrica de açúcar de acordo com a qualidade da matéria-prima disponível. “Os modelos matemáticos de cada um dos equipamentos disponíveis no S-PAA calculam o melhor indicador que é factível de se obter com dada carga de pureza, e também os indicadores intermediários para se obter tal resultado. Em resumo qual é o alvo que podemos almejar em cada caso”, garante Vieira.

Resultados – Evolutivo Pressão Escape Resultados: Evolutivo pressão escape

Sem S-PAA Média 1,525 kgf/cm2

Com S-PAA Média 1,412 kgf/cm2

Exportação de energia R$ 2,2 milhões

Resultados – Fábrica Resultados: Fábrica Período Sem S-PAA

Período Com S-PAA

Variação

Safra 2016

Safra 2017 até 30/06/2017

Cana Moída

1.451.153,43 ton

553.970,66 ton

Moagem

323,92 TCH

325,63 TCH

1,71 TCH

ATR Cana

130,60 kg/TC

119,39 kg/TC

-11,21 kg/TC

Brix Xarope

61,65 º Brix

61,00 º Brix

- 0,65 º Brix

Pureza Xarope

85,34 %

82,76 %

-2,58 %

Rec. Fábrica

72,15 %

76,04 %

3,89 %

Recuperação de fábrica R$ 718.397,50


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trabalham em laço fechado Destilaria Com o S-PAA a estabilidade o vapor de processo melhorou bastante e, portanto, houve uma redução das perdas da nas colunas de destilação que trouxeram um retorno de R$ 118.416,70 em uma safra de 5.000 horas efetivas. Todo o processo de disponibilidade de ART para a fermentação agora é definido automaticamente pelo S-PAA com base em dados estratégicos. A Usina define quanto quer produzir e qual o ºGL do vinho e o S-PAA executa todo o balanço de massa a define as vazões de mel, caldo e água/condensado. “Com esta metodologia de controle a usina identificou pontos importantes de melhoria: estabilidade de vazão; disponibilidade ART constante; repetibilidade de carga; padronização da operação e produção”, afirma Vieira.

Resultados – Fábrica Período Sem S-PAA

Período Com S-PAA

Variação

Safra 2016

Safra 2017 até 30/06/2017

Cana Moída

1.451.153,43 ton

553.970,66 ton

Moagem

323,92 TCH

325,63 TCH

1,71 TCH

ATR Cana

130,60 kg/TC

119,39 kg/TC

-11,21 kg/TC

Brix Xarope

61,65 º Brix

61,00 º Brix

- 0,65 º Brix

Pureza Xarope

85,34 %

82,76 %

-2,58 %

Rec. Fábrica

72,15 %

76,04 %

3,89 %

Fermentação e Destilaria R$ 118.416,70

Outro ponto relevante, segundo o gerente industrial é que o ganho é obtido mesmo com

as condições piores de matéria-prima, com mel mais esgotado e uma acidez mais alta, a produ-

tividade em litros de álcool por tonelada de mel processada se manteve constante.


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Ubyfol apresenta quais os caminhos para uma gestão empresarial eficaz DIVULGAÇÃO

Governança corporativa e definição de metas com clareza são duas das alavancas do avanço da companhia no mercado sucroenergético Quais são os caminhos percorridos para identificar as necessidades da sua empresa? Fabricio Simões – Diretor Executivo - Estar aberto a mudanças e ao constante aprendizado tem sido, e acredito que continuará sendo, um dos grandes pilares desse caminho. Temos a consciência que ter uma boa gestão nos dias de hoje, ou seja, produzir e vender com qualidade, não é mais garantia de sucesso. Temos trabalhado numa visão sistêmica do nosso negócio. Ter um diagnóstico preci-

so do momento atual da companhia e a partir de então integrar o negócio e os desafios como um todo, pessoas, processos, estratégia e execução para transformar de fato a mudança em resultado. Criando um ambiente

onde as pessoas sejam reconhecidas e protagonistas desse sucesso, tanto individual quanto coletivo. Quais os pontos de sucesso adotados na estratégia de cresci-

mento da sua empresa? As bases da formação da estratégia normalmente são comuns as empresas. Elencar os principais desafios do negócio para o crescimento, seja ele mercado consumidor, produtos, inovação, pessoas e equipes, sendo sustentado por um plano de investimento e a necessidade de capital de giro da empresa. O que temos proposto na Ubyfol e praticado com sucesso, é ir além dessa construção. Segmentamos a empresa em alguns temas de grande impacto no negócio, com equipes multidisciplinares e competências distintas debatendo os desafios alinhados com a proposta de valor da companhia, fazendo com que parte da formação da estratégia também possa emergir e fazer com que as pessoas façam parte dessa construção, mantendo uma comunicação intensa entre as equipes e uma maior sinergia. Como consequência, temos um nível de engajamento superior de entrega e de resultados. Quais condições devem ser


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Bruno Sardinha – Diretor Técnico-Comercial, Fabricio Simões - Diretor Executivo e José Marcos Nascimento – Diretor de vendas

consideradas para se estabelecer uma meta e garantir que ela cumpra seus objetivos? A Ubyfol tem trabalhado em duas alavancas fortes na concepção e definição de metas e resultados. O sistema de Governança Corporativa implementado, que está sempre em grande evolução, é responsável pelas definições e interesse dos acionistas da companhia e é o primeiro desses pilares. É um sistema mais formal e legal, regido por contratos e acordos. Porém toda essa expectativa precisa estar combinada com a gestão da companhia. É nesse segundo pilar que fizemos um redesenho da estrutura organizacional, definindo papeis claros e os níveis de tomada de decisão, e conectando governança corporativa com a governança na gestão, oxigenando o fluxo de comunicação, em o que o resultado possa emergir da própria operação, havendo sempre uma troca de baixo para cima e de cima para baixo. Com um sistema claro, criamos um ambiente em que a empresa possa realmente aproveitar as competências de seus profissionais, criar e convergir propósitos comuns e aumentar o nível de satisfação de seus colaboradores, como contrapartida de um reconhecimento pes-

soal, profissional e financeiro. Neste momento de crise na economia, muitas empresas estão enfrentando grandes dificuldades. O que a Ubyfol está fazendo para enfrentar os desafios e manter a perenidade? Temos acompanhado de perto as transformações que o setor de fertilizantes especiais vem passando. A entrada de alguns fundos de investimentos com fusões e aquisições em algumas companhias tem sido uma estratégia para o setor. Garantir um desempenho de curto prazo que mantenha os valores e a cultura no longo prazo e que seja sustendo sempre por bons resultados é um grande desafio. Promover nos profissionais essa visão de longo prazo, de ascensão profissional e pessoal, e de continuidade facilita construir e permear a cultura e os valores sem abdicar do resultado. Há alguns anos a Ubyfol investiu fortemente nas principais bases da gestão, TI, estrutura de capital e infraestrutura com a construção de uma nova fábrica. O que nos permite hoje mantermos o investimento adequando para um crescimento sustentado, e orientado as necessidades de nossos clientes.


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VTX 6030, o maior transbordo do mundo, é sinônimo de ganho de tempo, agilidade, economia e eficiência no trabalho A TMA foi a pioneira no lançamento do transbordo de alta capacidade no mercado, em 2012. O VTX 21.000 transbordo quádruplo, com dois eixos direcionais, trouxe para o setor sucroenergético vantagens agronômicas, técnicas operacionais e econômicas. Ele revolucionou os canaviais com sua agilidade proporcionando um tempo 40% menor de transbordamento, facilidade de manobras, menos manutenção e menor compactação de solo, além de menor pisoteio no canavial. Se quatro eixos é bom, cinco não seriam demais Sempre atenta as demandas do mercado, e em especial as dos seus clientes, a TMA aceitou o desafio proposto pelo Grupo São Martinho. Como o Grupo usa em suas frentes de trabalho uma dupla de transbordos com capacidade para 14 mil toneladas, cada um, o desafio era o de construir um “mega” transbordo capaz de substitui-los. Na Agrishow 2016 a TMA lançou o VTX 6030, o maior do mercado, com capacidade de 60 metros cúbicos ou 30 toneladas, com 5 eixos, sendo 4 esterçantes. Testado e aprovado O transbordo idealizado virou realidade, mas era preciso testar para comprovar a eficiência. E foi isso que o Grupo São Martinho fez. Na própria feira do ano passado o negócio foi fechado, o VTX 6030 foi para os canaviais de Pradópolis para ser posto à prova durante a safra. Foi aprovado com louvor! Ao final da safra passada a usina comprou 12 unidades, uma frente inteira está usando o 6030 este ano, pois os números conseguidos durante os testes foram animadores. Segundo o gerente agrícola do Grupo São Martinho, Luiz Gustavo Teixeira, este foi um produto feito praticamente sob medida para atender as demandas do Grupo, que busca incessantemente o melhor desempenho dos equipamentos. Na ponta do lápis A comparação da dupla de transbordos com capacidade para transbordar 14.000/ton cada, ou seja 28 mil toneladas, contra o VTX 6030, com capacidade de 30.000/ton, foi

posta na ponta do lápis. A capacidade pode parecer semelhante, mas diferença no resultado é muito grande. As vantagens são inúmeras começando pela capacidade operacional. Puxados pelo mesmo trator de 235 cavalos, o desempenho do mega transbordo é superior, ele transborda 658 toneladas de cana por dia, enquanto a dupla leva 575 toneladas por dia. A explicação é o menor tempo de manobra e descarga, feita apenas uma vez. O menor pisoteio das linhas é outra vantagem. Segundo o engenheiro agrícola da São Martinho, Antonio Pelizari, quando o VTX 6030 entra na linha o alinhamento é mais rápido, a dupla de transbordos pisa até 10 metros do corredor, o mega, não pisa. Nas curvas o pisoteio também

é menor, ele não “come” a curva pois pode dar ré no próprio corredor. Quanto ao raio de giro, o maior transbordo do mundo tem vantagem de 1,5 metros em relação aos dois transbordos, apenas 8 metros contra 9,5 da composição dupla. O chamado CICLO – carregamento, transporte, descarga e retorno vazio, no mega é 15% menor, ou seja, a cada 8 conjuntos pode-se trabalhar com um a menos. Se uma frente inteira precisa de 8 conjuntos da dupla de transbordos, com o 6030, são necessários 7 equipamentos, o ganho é uma composição. Isto significa menos equipamentos e menos operadores, além do custo de manutenção menor, pois tem menos componentes, menos cilindros, menos hidráulica, menos

pneus e menos mangueiras. Para Luiz Gustavo as vantagens podem ser resumidas em: tempo, agilidade, economia e eficiência no trabalho. O resultado foi tão bom nesta safra que está acabando que para a safra 2018/19 o Grupo São Martinho já encomendou mais 12 mega transbordos VTX 6030da TMA. VTX 6030 também na Cerradão e Delta Além da São Martinho, mais dois Grupos estão apostando no mega transbordo, Cerradão e Delta. Na usina Cerradão, em Frutal/MG, cinco VTX 6030 estão trabalhando desde julho. No Grupo Delta Sucroenergia os mega transbordos trabalharam a safra inteira em duas unidades, Delta e Volta Grande, 12 no total. (VR)


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Lubrificação automática ganha espaço Sistema já empregado em usinas promete economia e melhor resultado. Mas exige investimento de R$ 35 mil DIVULGAÇÃO

dos operadores, evitando que eles se desloquem até os pontos de difícil acesso para lubrificação. O investimento médio do sistema é de R$ 35 mil, com 24 horas para a instalação. Cada hora economizada significa mais processamento de cana, além de trazer ganhos financeiros nos períodos de maior ATR (Açúcar Total Recuperável).

BRÁS HENRIQUE, DE RIBEIRÃO PRETO (SP)

A lubrificação automática já é considerada componente importante da área agrícola do setor sucroenergético e uma operação segura. No menor tempo possível, significa economia de custos e um melhor resultado durante a colheita de cana-de-açúcar. A Clealco está entre as companhias sucroenergéticas que investem no serviço. Entre maio e julho deste ano a empresa testou o sistema de lubrificação automática, inédito para máquinas agrícolas e indústria de extração de açúcar, mas utilizado no segmento de mineração pesada. A experiência foi com colhedora de cana na unidade de Clementina, na cidade de mesmo nome, no interior paulista, mas a observação parcial do desempenho já indica que o sistema deverá ser adotado para o restante da frota. A tecnologia consiste na instala-

ção de um sistema de lubrificação que substitui o atual processo, que é manual e intermitente, por um modelo automático e contínuo, distribuindo o lubrificante no tempo e na quantidade adequados por todo o equipamento, reduzindo a contami-

nação e os custos com material lubrificante e com substituição de peças por desgaste prematuro. O gerente de Planejamento Econômico e Performance da Clealco, Marcos Broggio, informa que o sistema também aumenta a segurança

Gestão Angelo Domingos Banchi, diretor da Assiste Engenharia, que atua com gestão de frota, cita que, no modo convencional (manual), uma colhedora de cana que gasta 40 litros de óleo diesel/hora, geralmente é operada durante 3.000 horas/ano. Isso geraria um consumo de 120 mil litros de óleo diesel/ano, ou R$ 336.000 em valores atuais. Desse valor, outros 12%, em média, são gastos com a lubrificação – ou seja, R$ 40.320 por colhedora. Desses 12%, 1% é gasto com graxa.


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Grupo une forças contra o Colletotrichum FOTOS DIVULGAÇÃO

Fungo atacou canaviais de unidades processadoras de cana-de-açúcar dos estados de São Paulo e de Minas Gerais na atual safra 2017/18 DELCY MAC CRUZ, DE AVANHADAVA (SP)

Engenheiros agrônomos e técnicos de usinas de cana-de-açúcar podem participar de grupo de trabalho formado para combater o fungo Colletotrichum falcatum. Causador da podridão vermelha, que na safra 17/18 afetou os canaviais de unidades processadoras do estado de São Paulo e de Minas Gerais, o fungo é o tema do grupo criado em 05/07 em Avanhadava (SP), durante evento realizado pela Diana Bioenergia e pela Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil (STAB).

A proposta de criação do grupo é de Enrico Arrigoni, da Enrico Arrigoni Soluções em Manejo Integrado de Pragas e palestrante do evento em Avanhadava. O grupo, segundo ele, deverá definir especialistas capacitados e fonte de recursos. “Em seguida, a proposta é listar hipóteses, definir pesquisas e grupos que irão gerir, assim como as usinas, com prazos de entregas de trabalhos”, disse. “Esperamos reunir soluções contra o fungo em no máximo dois

anos”, afirmou. Segundo Raffaella Rossetto, da STAB, a proposta feita por Arrigoni “é de integrar com pesquisadores para pesquisas aplicadas com foco de resolver o problema do Colleto.” “Quem quiser fazer parte do grupo de trabalho pode nos procurar”, disse ela. Vítimas Márcio Nono, gerente agrícola da Diana, explica que parte dos canaviais da unidade processadora foram

vítimas do fungo. “Já estamos com perda de produção devido à estiagem e, agora, também contabilizamos prejuízos com a doença”, disse ele. O montante da perda está em fase de avaliação. A Usina Uberaba, localizada no município de mesmo nome em Minas Gerais, também registrou o avanço do Colleto. A unidade opera canaviais em áreas com altitude média de 1 mil metros, e isso, conforme informou agrônomo da empresa no evento da Stab, favorece o surgimento da doença.


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Dicas para enfrentar o Colleto Ampliar a presença de variedades de cana tolerantes à doença está entre as indicações de especialistas Velho conhecido do setor sucroenergético, o fungo Colletotrichum falcatum, gerador da podridão vermelha, voltou com tudo em meio a mecanização do corte e de plantio da cana-de-açúcar. Como enfrentar no curto essa doença, que gera a inversão de sacarose, o que reduz o rendimento no processamento da cana? O JornalCana ouviu dois especialistas em doenças de cana para fazer comentários relacionados ao fungo. Para Enrico Arrigoni, da Enrico Arrigoni Soluções em Manejo Integrado de Pragas, uma das estratégias é ampliar a presença de variedades de cana-de-açúcar tolerantes à doença. Após a queima O Colletotrichum falcatum ganhou ares de inimigo potencial dos canaviais após o fim da queima. Para Álvaro Sanguino, da ASAS Assessoria, como o setor não convive mais com o emprego do fogo,

OUTRAS AÇÕES RECOMENDADAS POR ELE: 1 - Tem-se que ser rigoroso em todos os ciclos da praga 2 - Afastar as palhas das linhas 3 - Comprar desenleirador (implemento que realiza o afastamento da palha) deve trazer bom resultado 4 - Antecipar a colheita é consenso como solução. Não pode deixar o sintoma evoluir porque perda se tornar muito maior.

exceto em áreas determinadas, é preciso analisar o problema para ter noção do que ser feito. O fungo é ‘velho’, que não representava riscos porque, conforme Sanguino, a palha era queimada. “Hoje a doença mata a cana adulta, que está em ponto de colheita.”

5 - Melhorar o aspecto nutricional dos canaviais. Hoje é fácil identificar canavial com ‘fome’ 6 - Dar suporte a pesquisas necessárias. Não basta ter ideias, ou iniciar trabalhos. É preciso realizar as pesquisas


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ENTREVISTA – PAULO VITOR PRATES NOGUEIRA, SUPERVISOR DE ENGENHARIA AGRONÔMICA DA ENERGÉTICA SANTA HELENA

Interação é importante para obter produtividade ARQUIVO PESSOAL

Paulo Vitor Prates Nogueira atua há quatro anos como supervisor de Engenharia Agronômica e, antes, trabalhou por cinco anos como melhorista no Programa de Melhoramento Genética (PMGCA), pela RIDESA/UFSCar. Qual a sua visão sobre a importância da produtividade agrícola dentro do processo produtivo sucroenergético? Paulo Vitor - A produtividade agrícola é o fator mais importante para redução dos custos de produção agrícola. É importante a manutenção dessas produtividades ao longo dos cortes, para que tenhamos uma lavoura produtiva além dos famosos 5 ciclos, diluindo os custos de formação de lavoura em mais anos com uma performance melhor das operações como, por exemplo, o rendimento de colheita, tudo contribuindo para diminuir o valor da tonelada de cana produzida R$/tonelada. Quais decisões tomadas na Santa Helena refletem na manutenção das altas produtividades dos canaviais?

A interação entre os departamentos agrícola é importantíssimo, todos focados e comprometidos na busca por maiores resultados agrícola. Sabendo que todos nós temos uma grande responsabilidade no processo de produção de cana-de-açúcar, nossas condições de solo são bem restritivas. Por isso, temos apostado em planejamento e controle de qualidade agrícola rigoroso. Dentro do pacote tecnológico disponível para a cultura da cana-de-açúcar, a nutrição complementar via folha configura-se como uma ferramenta de relevância? Temos apostado em uma adubação forte e no momento correto. A adubação complementar no período que a cana mais precisa (novembro - fevereiro) é uma importante ferramenta que utilizamos. Fizemos nesta safra 10% da nossa área, tivemos ótimos resultados de ganho de produtividades. Para a safra que vem já estamos planejando 35% a 40% da lavoura. Tivemos todo apoio da equipe técnica da Ubyfol e em parceria fizemos a escolha das áreas, acompa-

nhamento das aplicações e as avaliações dos resultados finais. Isso nos deu uma garantia e respaldo maior no investimento que estamos fazendo. Se tiver alguma consideração, fique à vontade para discorrer. O setor tem buscado cada vez mais por produtividade, não podemos deixar de garantir que as operações de base sejam feitas com qualidade e no momento correto “Time” , um bom planejamento aliado com um preparo com antecedência, boa correção de solo, plantio de qualidade com uma adubação bem feita, tratos culturais e uma colheita de qualidade que garanta que a cana produza no próximo ano, assim, teremos uma lavoura estável e apta a receber novas tecnologias, como: novas variedades, novos produtos, novos manejos como a adubação complementar com micro, macro nutrientes e hormônios, só assim podemos garantir resultados cada vez mais expressivos com os investimentos de tecnologias e manejos nas lavouras.

Paulo Vitor Prates Nogueira

DOUTORES DA CANA


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Chuvas devem ficar dentro da média histórica Oswaldo Alonso compila dados de serviços meteorológicos e detalha os impactos sobre a cana-de-açúcar do Centro-Sul As chuvas chegam na reta final da safra 17/18 no Centro-Sul, mas ficarão dentro da média histórica. A avaliação é do engenheiro agrônomo Oswaldo Alonso, verdadeiro especialista em meteorologia focada no setor sucroenergético. Alonso fez as projeções a seguir em entrevista realizada em 17/10 em Ribeirão Preto. Consultor da associação de fornecedores de cana Canaoeste, ele opera dados e estimativas de empresas de serviços meteorológicos. Há chances de El Niña (fenômeno que consiste na diminuição da temperatura da superfície de águas do Oceano Pacífico) gerar chuvas neste fim de 2017? Oswaldo Alonso – Tudo indica que o fenômeno sofrerá atraso, o que deve retardar a entrada de frentes frias. Ou seja, no geral haverá menos chuvas provocadas por El Niña. Acreditava-se em normalidade ou neutralidade entre El Niña e El Niño. E agora? Alguns institutos indicam que El Niña pode avançar durante o verão.

Se isso ocorrer, haverá períodos de quinzenas mais e menos chuvosas. Significa que os canaviais ficarão livres de veranicos? Não se fala até março nas secas registradas no mesmo período de anos anteriores. E como devem ficar as chuvas até dezembro próximo? Para novembro, as chuvas ficarão próximo da média histórica, porém concentradas na segunda quinzena. Em dezembro, também próximo da média, igual a primeira quinzena. A segunda quinzena de dezembro terá muita água, com 300 milímetros (mm) em algumas regiões canavieiras do Centro-Sul. Unidades que encerram a safra até novembro têm a ganhar ou a perder? Quem terminou a safra cedo, em novembro, não deverá ser beneficiado porque não terá colheita me meio a chuvas. Mas também não terá prejuízo porque não haverá pisoteios e danos aos canaviais.


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CONTROLE BIOLÓGICO DA CIGARRINHA-DARAIZ NA CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR DIVULGAÇÃO

ROBERTO TEIXEIRA ALVES ENG. AGRÔNOMO / MESTRE / PHD EM ENTOMOLOGIA-CONTROLE BIOLÓGICO E PESQUISADOR DA EMBRAPA CERRADOS

O Brasil é um dos países que mais utiliza o controle biológico para o combate a insetos-praga. Essa técnica já vêm sendo utilizada no país em diferentes culturas agrícolas. A cultura da cana-de-açúcar é um bom exemplo disso. O fungo Metarhizium anisopliae é utilizado para o controle da cigarrinha-da-folha da cana no Nordeste e no controle das cigarrinhas-da-raiz da cana no Sudeste e Centro-Oeste do Brasil que são, pelo menos, três espécies: Mahanarva fimbriolata, Mahanarva liturata e Mahanarva spectabilis. As cigarrinhas tiveram suas infestações aumentadas com o aumento rápido da colheita da cana crua. Isso porque a fêmea da cigarrinha coloca seus ovos no solo e grande parte na palhada. Chegando a época das chuvas as ninfas saem

dos ovos e caminham para a base da cana onde começam a sugar. Na hora da compra do produto biológico é muito importante que se leve em consideração a qualida-

de do bioinseticida: conter a dose mínima de 1 x 1012 a 5 x 1012 esporos/ha, alta virulência e viabilidade de esporos, boa formulação, fácil aplicação, fácil transporte e

boa eficiência de controle. A aplicação pode ser via terrestre com pulverizadores autopropelidos ou com tratores com pulverizadores de barras. O volume pode ficar entre 150 e 200 litros/ha. Via aérea pode ser feita com aviões agrícolas com barra pulverizadora e bicos hidráulicos tipo cone vazio e volume de 30 l/ha. Para se fazer a primeira aplicação do fungo, é necessário que a população média inicial esteja atingindo o Nível de Dano Econômico entre 4 e 10 ninfas/m, ficando mais próximo de 4 em canaviais colhidos no final da safra e próximo de 10 em canaviais colhidos no início da safra. A segunda aplicação pode ser feita 30 dias após a primeira aplicação. Deve-se saber o nível populacional das ninfas de cigarrinhas, mas é importante se obter a produtividade em ton de cana/ha, o valor do açúcar total recuperável e o número de ton de açúcar/ha.


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Desafios da Coplacana avançam em 2018 ARQUIVO PESSOAL

Valor baixo do ATR na 16/17 e falta de acesso a investimentos estão entre os entraves da cooperativa, que fornece 10 milhões de toneladas de cana por safra DELCY MAC CRUZ, DE PIRACICABA (SP)

Com 8 mil cooperados produzindo em 1,3 milhão hectares espalhados pelos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) tem estrutura de grande porte. Possui fábrica de reações, confinamento de gado e unidade de grãos, entre outros ativos. Mas os negócios estão em baixa no setor sucroenergético, principal foco dos negócios da cooperativa. Ao longo da safra de cana-de-açúcar 2017/18, o valor do quilo de Açúcares Totais Renováveis (ATR)

foi de R$ 0,64 no começo do ciclo, em maio, para R$ 0,54 no fim de agosto. Significa uma queda de 15,1%. Essa redução reflete diretamente no preço da tonelada de cana recebida pelos produtores da Coplacana. Apenas a associação ligada a cooperativa, representante da cana de 4,2 mil fornecedores de 33 municípios no entorno de Piracicaba (SP), deverá encerrar a safra 17/18 com a entrega de 10 milhões de toneladas da matéria-prima do etanol. Em entrevista ao JornalCana, o presidente da Coplacana, Arnaldo Antonio Bortoletto, comenta sobre a atuação da cooperativa na safra 17/18 e faz projeções sobre a temporada 18/19. Como está a produtividade da cana dos fornecedores da Coplacana? Arnaldo Antonio Bortoletto – Em termos de produtividade, deveremos repetir os resultados da safra 16/17. Tivemos clima bom e a safra transcorreu bem. O problema maior é o preço da cana, que realmente caiu

muito. Essa queda não foi em função da produtividade, que melhorou, mas devido, por exemplo, ao preço do açúcar, que despencou no mercado internacional. Estávamos em 2016 com o quilo da ATR em R$ 0,68 e na atual temporada [até a primeira quinzena de outubro, quando foi realizada essa entrevista] estamos a R$ 0,57. Em termos de toneladas de cana por hectare (tch), o resultado está baixo? Sim. nesta safra estamos entre 72 e 75 tch. É baixo. Temos de levar a cana em até quatro cortes para acima de 100 tch. Essa situação certamente afeta os investimentos do cooperado da Coplacana Sim. Já temos dificuldade na transferência de tecnologias focadas no setor sucroenergético para o produtor de cana. São várias mudanças juntas, e não apenas uma. Tivemos o processo de mecanização, saímos da colheita manual para a feita por máquinas. Depois veio o plantio mecanizado, que também requer investimentos. E, aliado a isso, para obter produtividade maior vem a agricultura de precisão, direcionada em realizar o preparo de solo e o plantio em linhas, para evitar o pisoteio. Isso tudo são ganhos, mas hoje a tecnologia é cara e o acesso a ela pelo produtor não é fácil. Durante sua participação em painel da EsalqShow, em 11/10, o sr. afirmou que as tecnologias apontadas pelos palestrantes são prioritárias, mas que não chegam até o pequeno produtor de cana. Qual a saída para obter investimentos no curto prazo? Em primeiro lugar, as cooperativas, caso da Coplacana, devem fazer o treinamento de seu corpo técnico para que esse pessoal vá até o produtor para treinar e capacitar os operadores de máquinas. A meta é

fazer com que a tecnologia chegue mais rápido. Como está o ritmo desse trabalho? É um caminho de tartaruga. Começamos com 20 produtores, que irão repicar para mais 20, e assim irá sucessivamente. Cada técnico precisa formar seu grupo de assistência e fazer o trabalho de fomento, de transferência de tecnologia. Quais as previsões de participação dos produtores da Coplacana na safra 2018/19? Devido à estiagem em 2017 eu acredito que será prejudicial à brotação da cana, mas não dá para fazer uma previsão neste momento [11/10]. Sabemos que, no caso da cana, os meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro são de alta precipitação e de insolação. É o que a cana mais precisa. Por isso para saber se haverá ou não quebra, só a partir de março poderemos ter uma estimativa correta. Qual a idade média dos canaviais dos fornecedores ligados a associação de Piracicaba ligada a Coplacana? A idade média é de quase quatro anos. É alto demais. O ideal será 2,5 anos, só que baixo investimento, baixa reforma, a longevidade cresceu.

Devido à estiagem em 2017 eu acredito que será prejudicial à brotação da cana, mas não dá para fazer uma previsão neste momento [11/10]


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Usinas precisam superar ruptura tecnológica DIVULGAÇÃO

Essa superação, segundo José Pessoa Queiroz Bisneto, é necessária para a sobrevivência das companhias sucroenergéticas em operação no País

JOSÉ PESSOA

BRÁS HENRIQUE E ALESSANDRO REIS, DE RIBEIRÃO PRETO (SP)

O empresário José Pessoa Queiroz Bisneto, de 56 anos, não se limita apenas ao setor sucroenergético, uma tradição familiar que começou com o bisavô José Pessoa de Queiroz no início do século XX. À frente do Grupo José Pessoa, como presidente, ele diversificou os negócios na área agrícola, além da cana, com plantações de eucalipto, soja e milho. “Estamos muito animados; a experiência está sendo excelente e os resultados muito bons”, informa Pessoa. “O setor sucroalcooleiro estava tão ruim e dando resultados tão negativos que qualquer resultado positivo já estava excelente”, emenda ele. Atualmente, o grupo possui quatro unidades de produção em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Sergipe e três sedes administrativas. E também se tornou fornecedor de cana para o setor. “Esperamos bons resultados, afinal esse já era nosso campo de atuação e é uma parte da agricultura também”, explica Pessoa, que promete investimento em tecnologia para oferecer uma excelente cana a seus clientes nas regiões onde o grupo atua. O foco dessa nova atuação está em São Paulo e em Sergipe, buscando alternativas para não ficar apenas no setor sucroenergético. Com base nesse objetivo, o Grupo José Pessoa atualmente possui áreas de cultivo de eucalipto em Brasilândia (MS) e de cultivo de soja, alternando com milho, em Sidrolândia (MS). A gestão é monitorada por indicadores de desempenho para garantir que os recursos humanos, financeiros e operacionais sejam direcionados para criar valor para a empresa, gerenciando riscos e alavancando o crescimento, administrando e reduzindo custos para recuperar e reforçar a participação no mercado. Em entrevista ao JornalCana ele falou sobre como superar desafios em tempos de alta tecnologia. Confira: JornalCana — Quais são os atuais desafios do setor porteira pra dentro e porteira pra fora? José Pessoa — Porteira pra dentro é o desafio tecnológico. Uma usina moderna precisa operar de forma que rentabilize em todos os subprodutos da cana. Para performar no atual mercado uma unidade precisa esmagar no mínimo 4,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. As usinas precisam superar ruptura tecnológica para sobreviver. Do contrário, os empresários

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Nome completo: José Pessoa de Queiroz Binesto Nascimento: 1961 Natural de: Recife (PE)

“O SETOR SUCROALCOOLEIRO ESTAVA TÃO RUIM E DANDO RESULTADOS TÃO NEGATIVOS QUE QUALQUER RESULTADO POSITIVO JÁ ESTAVA EXCELENTE”

terão que rever o core business de suas companhias, como foi nosso caso. Prova disso é que mesmo com cerca de 100 usinas fechadas nos últimos anos a quantidade de produção não diminuiu. Foi por isso que ajustamos o foco do nosso grupo para a área agrícola, onde ainda assim precisamos investir muito em tecnologia para fornecer cana de qualidade. E porteira pra fora? Precisamos conquistar uma política clara para os biocombustíveis e não ficar a mercê da volatilidade dos preços do açúcar no mercado, além das externalidades climáticas.

Apresentação resumida Nascido em Recife (PE), onde morou praticamente a vida toda, José Pessoa é formado em Engenharia Mecânica e Administração de Empresas. Ele representa a quarta geração de uma das mais tradicionais famílias de Pernambuco atuantes no setor sucroenergético. É o fundador do Grupo José Pessoa, que está no mercado sucroalcooleiro desde 1987, quando o empresário comprou terras em Alagoas para a produção de cana-de-açúcar. Depois, adquiriu a Usina Seragro (SE), incorporou a Energética Brasilândia (atual Agrisul, em MS), e a Unidade Sidrolândia, nos anos 1990. Neste século o Grupo entrou em São Paulo (Usina Sanagro, atual Agrisul, em Icém) e no Rio de Janeiro, com a fluminense Agrisul (em Campos dos Goytacazes). Mas por conta da incapacidade de acompanhar o potencial de produção ao qual se encontram as modernas usinas brasileiras, o empresário não pretende reativar as quatro unidades pertencentes ao grupo que atualmente encontram-se hibernadas. De acordo com Pessoa, a ruptura tecnológica que elevou a capacidade de produção das usinas fez com que o grupo com moagem inferior a 5 milhões de toneladas de cana, migrasse por completo suas ações e capital para o setor agrícola. O grupo atualmente possui uma área de 12 mil hectares plantados de eucalipto ofertados ao mercado de papel e celulose. Há também 10 mil hectares plantados de soja e mais 10 mil hectares de cana-de-açúcar, parte na região Nordeste e outra parte no Centro-Sul. Principais conquistas Além de gerir uma corporação que já possuiu oito usinas de açúcar e álcool e dois escritórios administrativos, um em São Paulo e outro em São José do Rio Preto, empregando há época cerca de 10 mil funcionários, José Pessoa de Queiroz Bisneto tem forte influência no setor, tendo conduzido atividades em diversos sindicatos patronais. Mantendo a tradição familiar na área de responsabilidade social empresarial, Pessoa foi conselheiro do Instituto Ethos de Responsabilidade Social; sócio da Fundação Abrinq (Empresa Amiga da Criança) e conselheiro da Junior Achievement, ONG que fomenta o protagonismo juvenil. Formação Engenharia Mecânica e Administração de Empresas Premiação Conquistou o Prêmios MasterCana nas edições 2002, 2003, 2008 e 2013


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Publicação da ProCana Brasil apresenta Quem É Quem no Setor Conheça algumas das personalidades que estarão compiladas no “Quem É Quem no Setor”, nova publicação da ProCana Brasil que traz um registro histórico das pessoas e organizações que são e foram referenciais do setor nos últimos 30 anos JOSIAS MESSIAS | FOTOS JOSIAS MESSIAS

Araporão Bioenergia, Alexandre Pirillo Franceschi, diretor presidente; Jaime Polachi, diretor industrial e equip e ente equipe cutir com a compet oveitamos para dis apr industrial. ra, nta vei pla Oli e o ção ert cogera Revendo o amigo Rob o em tempo real da açã miz oti em o uçã da Adecoagro a sol

Daniel Marchi, supervisor manutenção elétrica e automação e Francisco Lupo, supervisor de produção da Branco Peres

Avançando para implantação do sistema de otimização em tempo real na Nardini. Severino Silva e equipe

iliams, ao José W energia, hezi, io n B lo C o SJ V. C tiva na s, Alisson ito produ industriai al e equipe s o Visita mu ss ce e pro dustri gerente d nidade in gerente u

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Reunião muito produtiva na Raízen sobre Otimização em Tempo Real das plantas industriais e Gestão da Rotina, com Eduardo Calichman, Diretor Agroindustrial; Nadim Ashraf, Processos Industriais Corporativo; e Lucas de Albuquerque Pinheiro, Manutenção Corporativa de Automação e Integração

Sr. Chico , funcio nário m da Usin ais a a Arapo rã Bioen ntigo ergia

Douglas de Oliveira, diretor financeiro; Antônio Carlos Christiano, diretor presidente/CEO e Maria José G. Gomes, gerente RH

Rio Vermelho industrial da Usina e equipe de gestão o Filh s Ede ao ita Vis

Hênio Respondovesk, gerente industrial da Usina Ferrari, estu da projeto de otimização em temp o real da planta industrial, com implantação de Laços Fechados na cogeração

Equipe da Usina Rio Dourado, liderada por Marcus André Lages da Silva, gerente de processos industriais, Isaac Leandro, engenheiro de processos industriais, Aryel Alves Guimarães, sup. de processos industriais e equipe


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Magíster Sopradores de Fuligem No ano em que completa dez anos, empresa amplia o portfólio de produtos e de atividades do setor sucroenergético DIVULGAÇÃO

Consolidada em atividades de fabricação e revestimentos de equipamentos do setor de Extração de Caldo, em especial os Desfibradores e Moendas do setor industrial das usinas de açúcar, a Magíster de Sertãozinho SP, no ano em que completa seu décimo aniversário, mais uma vez se destaca no segmento ampliando seu portfólio de produtos e atividades, disponibilizando para seus clientes em geral, o item Sopradores de Fulígem de Caldeiras, seja no fornecimento de equipamentos novos, seja na manutenção dos equipamentos já existentes em operação nas usinas; com mais esta atividade, agora também no setor de Utilidades, a empresa pretende levar a seus clientes a qualidade já percebida pelo setor nos equipamentos em que já atua. Para tanto, afirma Marcos Mafra, Diretor da Magíster, para dar mais este passo importante, foi necessária toda uma reestruturação de sua unidade fabril, introdução de um de-

partamento de projetos específico, aquisição de novas máquinas operatrizes e principalmente, formação de uma equipe de técnicos experientes e capacitados para realização de mais estas atividades. Certa de que dispõe de todas as credenciais para mais esta atuação, a Magíster deposita mais uma vez, toda sua confiança e solidez em atuar em mais este seguimento das usinas, e acredita que terá ampla receptividade das usinas na atuação em mais este produto. Com mais estes investimentos, a Magíster revela que não só está dando mais uma passo firme para atender a um nicho importante do mercado, mas principalmente, espera demonstrar toda sua credibilidade no Setor Sucroenergético no qual está inserida a 10 anos. MAGÍSTER (16) 3513.7200 WWW.MAGISTER.IND.BR


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