Procana 289 (Fevereiro/2018)

Page 1

1

Julho 2017

w w w . j o r n a l c a n a . c o m . b r

? $

$

Série 2

Número 289

Os próximos passos do RenovaBio ? Política Nacional de Biocombustíveis já é lei e entra agora na fase de regulamentação. Lideranças do setor avaliam ganhos e entraves enfrentados pelo programa páginas 10, 12 e 13

UBYFOL inova e se torna referência no Manejo para MATURAÇÃO da Cana-de-açúcar

ILUSTRAÇÃO GASPAR MARTINS

Fevereiro 2018


2

AGRĂ?COLA

Fevereiro 2018


Fevereiro 2018

AGRĂ?COLA

3


4

ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Janeiro 2018

ÍNDICE DE ANUNCIANTES ÁREAS DE VIVÊNCIA (17) 3531.1075

3

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO DWYLER

(11) 2682.6633

METROVAL

(19) 2127.9400

27

CALDEMA

(16) 3946.2700

23

ENGEVAP

(16) 3513.8800

20

CALDEIRAS

ALFATEK

(17) 3531.1075

3

SERGOMEL

(16) 3513.2600

9

MARKANTI

(16) 3941.3367

44, 4

CONTROLE DE FLUIDOS METROVAL

(16) 2101.4151

42

RODOTREM

METROVAL

ENGEVAP

(19) 2127.9400

27

(15) 3471.9090

24

(41) 3387.5589

29

20

(11) 3060.5000

8

+44 (0) 203 377 3658

43

(11) 3060.5000

11

FEIRAS E EVENTOS

29

(16) 3946.1800

31

DMB

PRODUTOS INSUMOS AGRÍCOLA (16) 3946.1800

31

(18) 3623.1146

(19) 2127.9400

STOLLER

(19) 3872.8288

7

(19) 3436.0012

4

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO PRETO (16) 3626.5540

41

PRODUTOS SIDERÚRGICO 33

COVALDIS

REFRATÁRIOS 25

SIDERURGIA E CONTRUÇÃO ESCO BETIM (16) 3513.8800

20

(31) 3539.1287

35

(16) 3513.7200

17

(16) 3512.4312

37

SOLDAS INDUSTRIAIS SOFTWARE INDUSTRIAIS TELAS PARA FILTRAÇÃO INDUSTRIAL BIG TELAS

(16) 3513.8800

(41) 3387.5589

HEINRICHS

S-PAA

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL

25

PLANTADORAS DE CANA

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS DMB

(34) 3331.99500

PEÇAS DE REDUTORES

HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA HEINRICHS

UBYFOL

MAGÍSTER

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

ISC BRASIL

SÃO FRANCISCO GRÁFICA

MONTAGENS INDUSTRIAIS

COLETORES DE DADOS

F.O. LICHT’T

24

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

CARROCERIAS E REBOQUES

FENASUCRO

(15) 3471.9090

IMPLEMENTOS RODOVIARIOS

CARRETAS

ENGEVAP

KOPPERT DO BRASIL

GRÁFICA 21

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

KOPPERT DO BRASIL

NUTRIENTES AGRÍCOLAS

FERTILIZANTES

ALFATEK

(19) 3439.4411

19

(44) 3351.3500

2

TRANSBORDOS TESTON

TRATAMENTO DE AFLUENTES BIG TELAS

(19) 3439.4411

19


AGRÍCOLA

Fevereiro 2018

5º curso de diversificação e Máximo aproveitamento agroindustrial

2º CURSO DE CUSTOS, PERDAS E GESTÃO INDUSTRIAL MAI 9

5º Curso de Destilação, Desidratação e Aproveitamento de Vinhaça

AGO 23

3º Curso de Instrumentação e Automação Industrial

AÇÚCAR

NOV 29

8º curso de recepção, preparo e extração

16º curso de caldeiras, vapor e energia

(Moenda e Difusor)

NOV 28

SET 19 e 20

6º CURSO DE FABRICAÇÃO, SECAGEM E EMBALAGEM DE AÇÚCAR

2º Curso de Manutenção Industrial e Segurança Operacional

2º Usinas de Alta Performance Agrícola AGO 22

AGO 24

6º Curso de Processos e Fermentação JUN 6

MAI 10

JUN 7

5

Cursos Técnicos (16) 3512.4300 | WWW.SINATUB.COM.BR Patrocínio o! Foco no Resultad

S-PAA by


Julho 2017 Julho 6 2017CARTA AO ulho 2017

CARTA AO LEITOR 5 CARTA LEITOR Fevereiro CARTA AO AO LEITOR 5 5 2018

LEITOR

índice ÍNDICE ídni d ín c iec e

LINHA .DIRETA...................................................... Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 endaMERCADO ....................................6 Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 a 14 Reportagem especial detalha como fica a � A aposta Mercado . no . . RenovaBio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 a 14 ercado . . . . . . . . . . . . . do . . . RenovaBio . . . . . . . . . .e. .traz . . . expectativas .8 a 14 regulamentação

� Entrevista com Roberto Rodrigues na estreia do Quem é Quem A aposta no RenovaBio � A aposta no RenovaBio � Por que o arrendamento de terras ficou caro do Quem é Quem Entrevista com Roberto Rodrigues na estreia � Entrevista com Roberto Rodrigues na estreia do Quem é Quem � 55 usinas passam a pagar pelo uso da água Por que o arrendamento de terras ficou caro no estado de SP � Por que o arrendamento de terras ficou caro � 55 usinas passam a pagar pelo uso da água no estado de SP � 55 usinas passam a pagar pelo uso da água no estado de SP

carta ao leitor

c r t AO aa oLEITOR a ol e li e c aCARTA rat a t oi tro r Josias Messias josiasmessias@procana.com.br

Josias josiasmessias@procana.com.br Josias Messias Messias - josiasmessias@procana.com.br Josias Messias josiasmessias@procana.com.br

Reduzir o uso Reduzir ouso uso aconteceu Reduzir o Você viu o que de água éé regra! de água regra! o JornalCana? decom água é regra!

Assim como outros importantes segmentos da indústria da transformação, o setor sucroenergético é um Assim como importantes segmentos da indústria da transformação, setorusinas sucroenergético grande consumidor de água. Esse líquido é prioritário nos processos industriais e destilarias. Assim como outrosoutros importantes segmentos da indústria da transformação, o setoro das sucroenergético é um é um Aparecido Luiz, presidente do CEISE Br, avalia dena água. Esse líquido éasprioritário nos processos das Paulo usinas e destilarias. Paraconsumidor se terdeideia, safralíquido 2010/2011 unidades produtoras do industriais Estadodas deusinas São consumiam em grandegrande consumidor água. Esse é prioritário nos processos industriais e destilarias. Passou o ano de 2017 e as esperanças lhões nesta safra! os impactos do RenovaBio para os fornecedores Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 a 26 Para se ter ideia, na safra 2010/2011 as unidades produtoras do Estado de São Paulo consumiam média 1,52 metro cúbico por tonelada de cana. Naquela safra, segundo a União da Indústria de Cana-dePara ter ideia, safra 2010/2011 unidadessuprodutorasEdoaoEstado de São 30 Paulo consumiam em em paraseuma safranamelhor para o as mercado completar Anos do JornalCana de bens e serviços do setor..................... 14 e 15 � Como fazer a correta manutenção de bombas Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 a 26 média 1,52 metro cúbico por tonelada de cana. safra, segundo apaulistas, União Indústria de Cana-deAçúcar (Unica), foram colhidas 362 milhões de Naquela toneladas nos canaviais que exigiram 550,2 dustrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16 a 26 não concretizaram. ema fevereiro, odaGrupo ProCana não médiacroenergético 1,52 metro cúbico porse tonelada de cana. Naquela safra,agora segundo União da Indústria de Cana-de� Secagem dealevedura pode gerar renda extra de R$ 40 milhões Como fazer correta manutenção de bombas Açúcar foram colhidas 362 milhões de toneladas nosde canaviais paulistas, que exigiram milhões de foram metros cúbicos de água. � Como fazer a correta de manutenção de em bombas Mudanças regras fundos Os (Unica), baixos preços do açúcar ededo álcoevoluir! Açúcar (Unica), colhidas 362 milhões toneladas nospara canaviais paulistas, que exigiram 550,2550,2 � Cozimento contínuo ganha no setor Secagem de levedura podeespaço gerar renda extra de R$ 40 milhões � Secagem de levedura companhias pode gerar renda extra R$ 40 milhões milhões de metros cúbicos de água. favorecem dodeNorte, Nordeste ol, aliados a problemas climáticos em al-pelas unidades Lança produtoras. o livro QUEM QUEM NO Não significa que todo o volume foi consumido Há muitoÉo setor milhões de metros cúbicos de água. � Cozimento contínuo ganha espaço no setor � Cozimento ganha espaço no setor e do contínuo Centro-Oeste. ............................................ 17 gumas não permitiram SETOR, luxo que faz o reNão regiões, significa o para volume foi aconsumido pelas unidades produtoras. Hádemuito empreende ações eque sistemas erecupetornar eficiente o uso dopublicação líquido. Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 Não significa que todo otodo volume foireduzir consumido pelas unidades produtoras. Há muito o setoro setor 'Refis' do Funrural..................................... 18 e 19 ração financeira da maioria das usinas e, gistro histórico das pessoas e organizações empreende sistemas para reduzir eempresas tornar eficiente do líquido. Oações reusoações umae palavra ordem sucroenergéticas. Com ações como o reuso, o setor � Empresas Geral . . . . têm . . .até . .31. .de. .agosto . . . .para . . .aderir . . . ao . .Refis . . . . . . . . . . . .30 empreende eé sistemas parade reduzir e nas tornar eficiente o uso odouso líquido. ral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 como consequência, assistimos o fechaque são e foram referenciais do O reuso é palavra uma palavra de ordem nas empresas Com ações como reuso, osetor setor nos � Empresas têm até 31 de agosto para aderir ao Refis sucroenergético paulista captações desucroenergéticas. água. O consumo médio de 1,52 nao safra 2010/2011 Omento reuso éde umamais de despencou ordem nas as empresas sucroenergéticas. Com ações como o reuso, o setor � Empresas têmquem até 31 decomprou agosto para aderir Saiba as ao Refis algumas unidades. últimos 30 anos! Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 a 34 sucroenergético paulista despencou as2016/17. captações de água. O consumo médio de na 1,52 na 2010/2011 safra 2010/2011 caiu para 0,91 metro cúbico naassafra duas usinas do Grupo de João Lyra................ 21 sucroenergético paulista despencou captações de água. de 1,52 safra Não há dúvidas de que este cenário de O consumo Antesmédio mesmo do seu lançamento ofi� Endividamento Agrícola . . . . . sucateia . . . . . sistemas . . . . . .de. irrigação . . . . . .em. .Alagoas . . . . . .24 a 34 caiu Ou paraseja, 0,91emmetro cúbico na safrapaulistas 2016/17.captaram 39,7% menos água para os processos industriais. rícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 a 34 dez anos usinas caiu para 0,91 metro cúbico na as safra 2016/17. dificuldades econômicas do setor afetaria cial, o QUEM É QUEM NO SETOR já � Previsões para sucateia a safra 17/18 no Nordeste Endividamento sistemas de irrigação em Alagoas � Endividamento sucateia sistemas de irrigação em Alagoas INDUSTRIAL Ou seja, em dez anos as usinas paulistas captaram 39,7% menos água para os processos industriais. A queda resulta do fechamento de circuitos com reuso de água; dos processos conta com opara patrocínio deindustriais. diversas usinas osseja, negócios Brasil, grupo que � Investimentos herbicida crescer até 30% na 17/18 Ou em dez da ProCana anos as usinas paulistas captaram 39,7% menos águaaprimoramento os processos Previsões paraem a safra 17/18devem no Nordeste As novidades dos cursos Procana Sinatub � Previsões para a safra 17/18 no Nordeste A queda resulta do fechamento de circuitos com reuso de água; aprimoramento dos processos industriais, com maior eficiência e menor captação; e avanço da limpeza a seco com a colheita e grupos produtores, além do Apoio da edita o JornalCana. � Manejo integrado em controle ambiental gera maior produtividade Investimentos em herbicida devem crescer até 30% na 17/18 A queda resulta do fechamento de circuitos com reuso de água; aprimoramento dos processos para a em temporada 26 e 27 � Investimentos herbicida devem2018. crescer........................... até 30% na 17/18 industriais, comexatamente maior eficiência e menor captação; e avanço da limpeza secoacom a colheita Mas numa safra difíJW, tradicional de destilarias. mecanizada. � Manejo integrado em controle ambiental gera maior produtividade industriais, comfoi maior eficiência e menor captação; e avanço da limpeza a secoafabricante com colheita � Manejo integrado em controle ambiental gera maior produtividade Gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 cil que a ProCana Brasil cresceu e conA ProCana Sinatub amplia em 2018 sua mecanizada. As informações sobre uso de água e a redução na captação pelas unidades foram apresentadas no dia Sistema de gerenciamento on-line SPAA ganha mecanizada. � Os departamentos de compliance avançam nas empresas do setor Gestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 solidou-se como o mais gruponaArnaldo agenda de em eventos, retomando os no cursos informações sobre uso deinfluente eAgricultura, a redução captação pelas unidades foram apresentadas dia 06informações deAsjunho pelo secretário estadual Jardim, evento na sede da Unica, stãoreforço . . . . . . na . . .estrutura . . . . . . . . .de . . .implantação . . . . . . . . . . . e. .chega . .37 à As sobre uso dede água eágua a da redução na captação pelas unidades foram apresentadas no diaem � Os departamentos de compliance avançam nas empresas do setor de mídia e eventos relacionamentos de Manutenção Industrial e de Instrumenvigésima unidade sucroenergética..... 06 de junho pelo estadual da Agricultura, Arnaldo Jardim, em evento na da sede da Unica, � Os departamentos de compliance avançam nas empresas do 28, setor 29 e 30     comemoração dossecretário dez anos do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético. 06 dedo junho pelo secretário estadual da Agricultura, Arnaldo Jardim, em evento na sede Unica, eme oem Usina do Bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 tação e Automação Industrial, lançasetor! comemoração dosintegra dez do anos do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético. O Protocolo oProtocolo Projeto Etanol Verde, dasdoSecretarias estaduais da Agricultura e do Meio � Usinas doam energia Usina do Bem . . . . .elétrica . . . . para . . .hospital . . . . .em . .Barretos . . . . . . . . . . . .38 comemoração dos dez anos Agroambiental Setor Sucroenergético. O Prêmio MasterCana expandiu sua mento de 2 novos Fóruns para as áreas ina do Bem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 AGRÍCOLA O Protocolo integra o Projeto Etanol Verde, das Secretarias estaduais da Agricultura e do Meio Ambiente, e representa um modelo de parceria e diálogo desenvolvido entre o setor produtivo e o Estado. � Usinas doam energia elétrica para hospital em Barretos Oabrangência, Protocolo integra o Projeto Etanol Verde, das Secretarias estaduais da Agricultura e do Meio premiando os principais gru- agrícola e gestão. Estudo revela impactos � Usinas doam energia elétrica para hospital das em Barretos Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .40 a 42 Ambiente, e representa um modelo de parceria e diálogo desenvolvido setor com produtivo e o Estado. A segunda fase do Protocolo entra em cena neste mês de julho, formatada poro técnicos das pos da América Latina. Viu o que JornalCana?  Ambiente, e representa um modelo de parceria e diálogo desenvolvido entre entre oaconteceu setor produtivo e ooduas Estado. impurezas minerais............................ 32, 33 e 34  Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .40 a 42 A segunda fase Protocolo entra emPerformancena neste mês de julho, por técnicos dasAnos, conquisduas Secretarias e Protocolo dado Unica. Ofase 1o Fórum Usinas Ao formatada longo seus gócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .40 a 42 A segunda do entrade emAlta cena neste mês de julho, formatada por dos técnicos das30 duas Secretarias e darealizado Unica. ce Agrícola, durante Fenasucro, tou o de leitura debacias todo o público LOGÍSTICA Nesse mesmo mês de julho, entraa em vigor a cobrança pelohábito uso da água em quatro Secretarias e da Unica. Usinas do Paraná reforçam investimentos apresentou cases dede com prosucroenergético, do quatro nível técnico à presiNesse mesmo mês julho, entra emalta vigor a cobrança pelodauso da em águaquatro em bacias hidrográficas do Estado deusinas São Pardo, Baixo-Pardo/Grande, Sapucaí-Mirim e Mogi-Guaçu. Nesse mesmo mês de julho, entraPaulo: em vigor a cobrança pelo uso água bacias no Porto Paranaguá.................................. 36 e 37 dutividade e expandiu para a área agrícola dência, e se mantêm como mídia mais hidrográficas doreportagem Estado dePaulo: São Paulo: Pardo, Baixo-Pardo/Grande, Sapucaí-Mirim e Mogi-Guaçu. Conforme desta edição do JornalCana, 55 unidades sucroenergéticas captama água dessas hidrográficas do Estado de São Pardo, Baixo-Pardo/Grande, Sapucaí-Mirim e Mogi-Guaçu. obacias. sucesso  damédio ProCana Sinatub,  abrangente edecompleta doo reuso setor! Conforme desta edição doempresa JornalCana, 55 sucroenergéticas água O custoreportagem da cobrança água por tonelada deunidades cana varia acordocaptam comcaptam pelasdessas Conforme desta edição dodeJornalCana, 55 unidades sucroenergéticas águagrupo dessas QUEM É QUEM líder emreportagem atualização técnica para a área Cresceu e se tornou um sólido bacias. O custo da cobrança de por água por tonelada de varia cana varia de acordo com o reuso pelas unidades, mas amédio média é projetada entre R$ 0,03 e de R$cana 0,12 por tonelada. Entrevista com o empresário bacias. O custo médio da cobrança de água tonelada de acordo com o reuso pelas industrial, com 7 cursos que contemplam e dinâmico com a missão de desenvolver o unidades, mas a média projetada e R$ por 0,12 por tonelada. Amas Unica explica na que oR$ avanço cobrança não assusta porque o setor Maurílio Biagi Filho................................... 38 e 39 unidades, média é projetada entre R$ e0,03 R$ dessa 0,12 tonelada. desde a arecepção daéreportagem cana atéentre a 0,03 expedição agronegócio sucroenergético, disseminanAprodutos Unica explica na reportagem o avanço cobrança não porque o setor com sucroenergético paulista se preparou ao longo dos dessa anos para arcarassusta comassusta esse custo e colaborar a gestão do conhecimentos,  relacionafinais. Ados Unica explica na reportagem que oque avanço dessa cobrança não porque oestreitando setor NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES.............. FUNDO DE RECEITA FIXA41 e 42 sucroenergético paulista se preparou ao longo dos para anos para arcar comcusto esse custo e colaborar com a gestão das bacias apaulista hidrográficas. Conforme onovas Departamento de arcar Águas e Energia Elétrica (DAEE), do agoverno mentos e gerando negócios sustentáveis. Com contratação deao7 longo sucroenergético se preparou dosimpleanos com esse e colaborar com gestão RECEITA “NemFUNDO ponham sua DE esperança na incertezaFIXA da riqueza, das bacias Conforme o essa Departamento de Águas Energia Elétrica doHídricos governo mentações, a Pró-Usinas entendeu para Quem atua no setor pode contar sempaulista, oshidrográficas. valores arrecadados com cobrança irão para oeFundo Estadual de(DAEE), Recursos FUNDO DE RECEITA FIXA das bacias hidrográficas. Conforme o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), do governo “Nem suaque esperança na incerteza da riqueza, masponham em Deus, de tudo nos provê ricamente” pre com a nossa paixão e com a nossa 20 o número de usinas  utilizando o Spaulista, osque valores arrecadados comdemandados essa cobrança irãopróprias o Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro), os usará noscom projetos bacias. “Nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, Branding paulista, os valores arrecadados essa cobrança irãopelas para opara Fundo Estadual de Recursos Hídricos mas em Deus, que adeTimóteo, tudo na nosprimeira provêcarta, ricamente” Recomendação de Paulo, apóstolo capítulo 6, verso 17 -PAA, software de Otimização em Tempo força! (Fehidro), usará nos projetos demandados pelas próprias bacias. mas em Deus, a quevisão de tudoe nos provê ricamente” No mês emosque comemora o Dia Mundial Meio Ambiente, as usinas fazem questão de reassumir "Escreve torna-a bem legível sobre (Fehidro), que osque usará nosseprojetos demandados pelas do próprias bacias. Recomendação de Paulo, apóstolo a Timóteo, na primeira carta, capítulo 6, verso 17 Real da cogeracão e da planta industrial, para quenaaprimeira possa quem passa Recomendaçãotábuas, de Paulo, apóstolo a Timóteo, carta,ler capítulo 6, verso 17 No mês em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, as usinas reassumir e manifestar seusecompromisso comMundial o meio ambiente e com o usoassustentável defazem água.questão E de água édesinônimo No mêsgerou em que comemora o Dia do Meio Ambiente, usinas fazem questão reassumir que ganhos de mais de R$ 40 miPróspero 2018! correndo”. edemanifestar seu compromisso ambiente uso sustentável de água. E éágua é sinônimo vida!seu compromisso e manifestar com ocom meioo meio ambiente e comeocom uso osustentável de água. E água sinônimo de vida! Orientação dada por Deus a Habacuque, no capítulo 2, verso 2, do livro profético Boa leitura! de vida! Boa leitura! Boa leitura! de lideranças sobre o Programa...........10, 12 e 13

NOSSOS PRODUTOS EVENTOS PUBLICAÇÕES PRODUTOS NOSSOS NOSSOS PRODUTOS JornalCana - O MAIS LIDO! PUBLICAÇÕES

Prêmio MasterCana EVENTOS

� Presidente EVENTOS PUBLICAÇÕES Anuário da Cana Tradição de Credibilidade e Brazilian Sugar- and Ethanol Guide JornalCana O MAIS LIDO! Josias Messias PrêmioSucesso MasterCana AAnuário Bíblia do JornalCana - O MAIS LIDO! � Presidente Prêmio MasterCana josiasmessias@procana.com.br da Setor! Cana Tradição de Credibilidade e Fórum ProCana � Presidente ISSN 1807-0264 Quem é daQuem no setor sucroenergético Anuário Cana Fone 16 3512.4300 Fax 3512 4309 e Brazilian Sugar and Ethanol Guide Tradição de Credibilidade Josias Messias Sucesso USINAS DE ALTA ISSN 1807-0264 Brazilian Sugar and Ethanol Guide A Bíblia do Setor! Josias Messias Sucesso JornalCana Online Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia josiasmessias@procana.com.br � Comitê de Gestão - Comercial & Eventos PERFORMANCE Fórum ProCana AQuem Bíbliaédowww.jornalcana.com.br Setor! josiasmessias@procana.com.br Quem no setor sucroenergético Fórum ProCana Fone 16 3512.4300 FaxPreto 3512— 4309 —Fax Ribeirão SP Rose Messias USINAS Tecnologia DE ALTA Quem é Quem no setorJornalCana sucroenergético FoneAv. 1614096-030 3512.4300 3512 4309 SINATUB BIO & Sugar Online Costábile Romano, 1.544 Ribeirânia � Comitê de Gestão - Comercial & Eventos USINAS DE ALTA rose@procana.com.br procana@procana.com.br PERFORMANCE Liderança em Aprimoramento International Magazine JornalCana Online Av. Costábile Romano,—1.544 - Ribeirânia www.jornalcana.com.br � Comitê de Gestão - Comercial & Eventos PERFORMANCE 14096-030 Ribeirão Preto — SP Rose Messias www.jornalcana.com.br Técnico SINATUBe Atualização Tecnologia Mapa BIO Brasil& de Unidades 14096-030 — Ribeirão Preto — SP Sugar Rose Messias rose@procana.com.br procana@procana.com.br � Comitê de Gestão - Relacionamento Com Clientes SINATUBLiderança Tecnologia Tecnológica em Aprimoramento de Açúcar e Álcool BIOProdutoras & Sugar International Magazine rose@procana.com.br procana@procana.com.br COLABORADORES � Arte Lucas Messias Liderança em Aprimoramento InternationalMapa Magazine Técnico e Atualização Brasil de Unidades � Comitê de Gestão - Relacionamento Com Clientes lucas.messias@procana.com.br � Relacionamento Com Clientes Gustavo Santoro - arte@procana.com.br Tecnológica Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool Técnico e Atualização � Comitê de Gestão - Relacionamento Com Clientes COLABORADORES � Arte Lucas Messias Produtoras de Açúcar (inclusive e Álcool os das seçõesTecnológica Robertson Fetsch 16 9 9720 5751 Artigos assinados Negócios & COLABORADORES � Arte Lucas Messias lucas.messias@procana.com.br � Relacionamento Com Clientes Gustavo publicidade@procana.com.br � Comitê de Gestão - Controladoria & TI � Editor Santoro - arte@procana.com.br Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores � Relacionamento Com Clientes - arte@procana.com.br “Desenvolver o agronegócio lucas.messias@procana.com.br Robertson Fetsch 16 9 9720 5751 Gustavo Santoro Mateus Messias Delcy Mac Cruz - editor@procana.com.br Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios & Robertson Fetsch 16 9 9720 5751 (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais e Artigos assinados (inclusive os dasrefletem seções Negócios publicidade@procana.com.br � Comitê de Gestão - Controladoria & TI � Editor presidente@procana.com.br � Assistente Oportunidades e Vitrine) o ponto de& vista dos autores publicidade@procana.com.br de Gestão - Controladoria & TI � Editor “Desenvolver o agronegócio sucroenergético, disseminando � ComitêMateus comerciais reservados. Éoproibida reprodução, total ou Messias Mac Delcy Diagramação Thaís Rodrigues � Editor deCruz Arte -- editor@procana.com.br Diagramação Oportunidades e Vitrine) refletem ponto dea vista dos autores “Desenvolver o agronegócio (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais e Mateus Messias Delcy Mac Cruz editor@procana.com.br HiCOM - diagramacao@procana.com.br presidente@procana.com.br � Assistente thais@procana.com.br � Comitê de Gestão - Jornalismo José Murad Badur parcial, distribuição ou disponibilização pública, epor qualquer (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais presidente@procana.com.br Assistente � sucroenergético, disseminando conhecimentos, estreitando comerciais reservados. É proibida a reprodução, total ou Thaís Rodrigues � Editor de Arte - Diagramação Alessandro Reis - editoria@procana.com.br ou processo, sem autorização expressa. dos sucroenergético, disseminando comerciaismeio reservados. É proibida a reprodução, total ouA violação Thaís Rodrigues � Editor de Arte - Diagramação thais@procana.com.br � Comitê de Gestão - Jornalismo José Murad Badur parcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquer � Assinaturas & Exemplares FINANCEIRO direitos autorais é punível comopública, crime por (art.qualquer 184 e parágrafos, conhecimentos, thais@procana.com.br de Gestão - Gestão Jornalismo José Murad Badur relacionamentosestreitando e gerando � ComitêAlessandro parcial, distribuição ou disponibilização - editoria@procana.com.br Paulo Henrique Messias (16) 3512-4300 Marketing � Comitê deReis contasareceber@procana.com.br meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos conhecimentos, estreitando Alessandro Reis -Lima editoria@procana.com.br do Códigosem Penal) com penaexpressa. de prisãoA eviolação multa; dos conjuntamente � Assinaturas & Exemplares FINANCEIRO meio ou processo, autorização atendimento@procana.com.br contasapagar@procana.com.br Luciano direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, relacionamentos e gerando � Assinaturas & Exemplares FINANCEIRO negócios sustentáveis” Paulo Henrique Messias (16) 3512-4300 � Comitê de Gestão - Marketing contasareceber@procana.com.br com busca e apreensãocrime e indenização (artigos 122, www.loja.jornalcana.com.br luciano@procana.com.br direitos autorais é punível 184 ediversas e multa; parágrafos, relacionamentos e gerando do Código Penal)como com pena de(art. prisão conjuntamente Paulo Henrique Messias (16) 3512-4300 � Comitê de Gestão - Marketing contasareceber@procana.com.br atendimento@procana.com.br contasapagar@procana.com.br Luciano Lima 124,com 126,pena da Lei de 14/12/1973). do Código123, Penal) de 5.988, prisão e multa; conjuntamente negócios sustentáveis” atendimento@procana.com.br contasapagar@procana.com.br Luciano Lima com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, www.loja.jornalcana.com.br luciano@procana.com.br negócios sustentáveis” com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, www.loja.jornalcana.com.br luciano@procana.com.br

ISSN 1807-0264

www.jor nalcana.com.br www.jor nalcana.com.br www.jor nalcana.com.br

NOSSA MISSÃO NOSSA MISSÃO NOSSA MISSÃO

123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973). 123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).


Fevereiro 2018

7

I N O V A Ç Ã O

Programa MOVER + CURAVIAL ®

®

MAIS CANA E ENERGIA NO SEU CANAVIAL.

Ganhos expressivos de produtividade

Ganhos expressivos de ATR

Ganhos expressivos de ATR e de produtividade

Alta velocidade de resposta nos ganhos de ATR, com baixo período de carência.

Melhora na brotação de soqueira

Melhora na qualidade de materia prima com ganhos logísticos, agrícolas e industriais

Curavial® – produto perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e na receita. Nunca permita a utilização do produto por menores de idade. Consulte sempre um engenheiro agrônomo. Venda sob receituário agronômico. Produto de uso agrícola. Faça o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e restos do produto. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual. Stimulate® – produto pouco tóxico (Classe IV) e pouco perigoso ao Meio Ambiente (Classe IV). O aumento da produtividade e rentabilidade foram observados em campos experimentais, onde foram utilizados os produtos mencionados seguindo corretamente as informações de dosagem e aplicação. O aumento de produtividade e rentabilidade depende também de outros fatores, como: condições de clima, solo, manejo e estabilidade do mercado, entre outros. Dados de pesquisa realizada pelo professor Carlos Alexandre Crusciol, da UNESP de Botucatu-SP. TeleDuPont Agrícola: 0800 707 55 17 - www.dupontagricola.com.br. EMERGÊNCIA: Stoller do Brasil Ltda. (19) 3872-8288 - info@stoller.com.br - www.stoller.com.br. As marcas com ®, ™ ou SM são marcas da DuPont ou de afiliadas. © 2017 DuPont. Mover® é fertilizante da Stoller.


8

AGRÍCOLA

LINHA DIRETA

Fevereiro 2018


LINHA DIRETA

Fevereiro 2018

Da Mata prevê moagem 14,96% acima da safra 17/18 A companhia sucroenergética Da Mata Açúcar e Álcool, com unidade em Valparaíso (SP), pretende moer 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2018/19. A moagem prevista é 14,96% acima da cana processada na temporada anterior. A 18/19 será a 11ª safra da companhia sucroenergética Da Mata. Segundo a assessoria de imprensa da Da Mata, para obter a moagem projetada a companhia sucroenergética investe em maquinários. No mês de dezembro de 2017, por exemplo, adquiriu 13 Tratores Case Puma 185, 6 Tratores Puma 230 e 6 Colhedoras Case A8800. O investimento, conforme a empresa, permite o aumento na produção da lavoura para garantir maior produção da indústria, buscando atingir o li-

DIA A DIA Martelo de duas peças da Esco

mite de produção da empresa nas próximas safras. A Da Mata, segundo relato distribuído pela assessoria, relata que os investimentos por si só não são garantia para atingir os resultados. Newton Antônio Chucri, superintendente da companhia, informa que o quadro de colaboradores também será acrescido em quantidade, conscientização e qualificação, para o melhor rendimento e aproveitamento.

Atvos adere a pacto contra a corrupção A companhia sucroenergética Atvos, ex-Odebrecht Agroindustrial, anuncia sua adesão ao Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção, do Instituto Ethos. Ao tornar-se signatária, a empresa reforça seu compromisso com a promoção de práticas de integridade. A adesão também permite que a Atvos tenha acesso à plataforma de monitoramento do Ethos, instrumento que visa realizar diagnóstico sobre as práticas de promoção de integridade nas signatárias, gerar relatórios

9

orientadores da evolução e oferecer subsídios para o aprimoramento de práticas e gestão transparente. Com oito unidades agroindustriais em operação, em quatro Estados brasileiros (Goiás, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), a Atvos gera 11 mil empregos diretos e 30 mil indiretos. Com uma década de atuação, a empresa conta agora com mais esta ferramenta de gestão para avaliar o nível de maturidade e orientar a definição de estratégias voltadas à governança e gestão competitiva.

A Esco (www.escocorp.com) foi encarregada por clientes brasileiros da criação de um produto que garantisse durabilidade, produtividade e segurança dos martelos do desfibrador de cana-de-açúcar. A solução encontrada foi um martelo composto por duas peças, a ponteira e corpo. Para o travamento foi utilizado um sistema já aprovado nas maiores minerações do mundo, o Nemisys. Os martelos Esco são patenteados, peças de desgaste duráveis usadas em máquinas de fragmentação para colher e extrair sacarose da cana. A equipe de engenharia lançou o produto em 2014 e após três anos de análises e aprimoramentos disponibiliza para as usinas uma ótima oportunidade de aumento de mais de 70% da produtividade com melhora na segurança e ergonomia nas trocas.


10 MERCADO

Fevereiro 2018

RENOVABIO VIROU LEI. E AGORA? Para entrar em prática, a Política Nacional de Biocombustíveis precisa ser estruturada. A previsão é de que tudo esteja pronto para vigorar em 2020

10 informações sobre o RenovaBio que você precisa saber ORIGEM A Política Nacional de Biocombustíveis, nome oficial do RenovaBio, foi criada para cumprir os compromissos do Acordo de Paris, durante a COP 21, em dezembro de 2015, formalizados pela então presidente Dilma Rousseff. Foi oficialmente apresentado em 14/12/2016. Tornou-se lei a partir de projeto do deputado federal Evandro Gussi (PV-SP) aprovado pela Câmara em 28/11/2107.

DELCY MAC CRUZ, DE RIBEIRÃO PRETO (SP)

O RenovaBio chega por meio de lei. Com o número 13.576, essa lei cria a Política Nacional de Biocombustíveis, foi sancionada em 26/12/2017 pelo presidente Michel Temer e publicada na edição de 27/12/2017 do Diário Oficial da União. Inicialmente a expectativa era a de que o RenovaBio fosse criado por meio de medida provisória, com prazo de validade restrito. Como lei, o RenovaBio não tem prazo de validade e independe de quem está no comando do governo. “É uma política de Estado e dá segurança para os investimentos retornarem ao setor canavieiro”, afirma Alexandre Andrade Lima, presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana). Lima é uma das lideranças do setor que comentam sobre o RenovaBio nesta edição do JornalCana. Mas a pergunta que se faz agora é quando o RenovaBio entrará em prática? O programa deverá entrar neste mês de fevereiro na fase de regulamentação. Terá início uma série de eventos técnicos para formatar toda a estrutura de funcionamento do RenovaBio. Será uma fase complexa, que reúne uma centena de representantes de órgãos públicos, instituições de pesquisas e de classe, empresários e técnicos. Em entrevista, Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), disse que as companhias do setor esperam que o programa seja colocado em prática a partir de 2020. Segundo ele, as metas para o programa serão definidas nos próximos seis meses. “Depois disso, são mais 18 meses para a criação da legislação exigida.”

1 METAS

2 OBJETIVOS O RenovaBio tem três objetivos. O primeiro é criar ferramentas para que o Brasil possa cumprir os compromissos firmados no Acordo de Paris. O segundo é incentivar a expansão dos biocombustíveis com foco na regularidade do abastecimento. Já o terceiro objetivo é previsibilidade.

3 REGULAÇÃO

4 CERTIFICAÇÃO O RenovaBio visa a certificação individual da produção de biocombustíveis, que tem por objetivo mensurar a exata contribuição de cada agente produtor para o alívio das emissões de gases de efeito estuda (GEE). Cria também o Crédito de Descarbonização (CBio), que une as metas de redução de emissões e a avaliação por ciclo de vida de cada produtor.

A Política Nacional de Biocombustíveis ajuda a definir uma estratégia para garantir o papel estratégico dos biocombustíveis, principalmente quando se fala em segurança energética e em redução de emissões de gases causadores do efeito estufa.

O RenovaBio é uma proposta de regulação que visa induzir ganhos de eficiência energética na produção e no uso de biocombustíveis para o atingimento de metas de redução de emissões de carbono. Diferentemente de medidas tradicionais, não propõe a criação de subsídios ou de imposto sobre carbono.

5 6

CONTRIBUIÇÃO A certificação individual tem por objetivo mensurar a exata contribuição de cada agente produtor para o alívio das emissões de GEE em relação ao seu substituto fóssil.

CBIO O CBio será um ativo financeiro, negociado em bolsa, emitido pelo produtor de biocombustível a partir da comercialização. Os distribuidores de combustíveis cumprirão a meta ao demonstrar a aquisição desses CBios.

7 EMISSÃO DO CBIO

8 REGRA DO CBIO 1 CBio = 1 tonelada de CO2e que deixou de ser emitida. Cada usina emissora de CBios terá um Certificado de Produção Eficiente de Biocombustíveis. O título do CBio será adquirido em bolsa pelos distribuidores de combustíveis.

O CBio será um título monetário, emitido pelos produtores de biocombustíveis. Ele será medido pela intensidade de carbono do biocombustível produzido no seu ciclo de vida (gCO2e/ MJ) e, para isso, será utilizada uma calculadora específica, desenvolvida pela Embrapa, Unicamp e pelo Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE).

9 PRAZOS

10

A Lei 13.576/2017 definiu também os prazos para o estabelecimento das metas e para a regulamentação do RenovaBio pelo Poder Executivo. As metas compulsórias para o período mínimo de dez anos serão definidas em até 180 dias a partir da sanção da Lei e a regulamentação dos instrumentos tem o prazo de até 18 meses a partir da definição das metas de redução de emissões.


Fevereiro 2018

MERCADO

11


12

MERCADO

Fevereiro 2018

O RenovaBio segundo representantes do setor Empresários, presidentes de entidades, técnicos e consultores avaliam a Política Nacional de Biocombustíveis FOTOS DIVULGAÇÃO

É UMA POLÍTICA DE ESTADO, INDEPENDE DO GOVERNO” ALEXANDRE ANDRADE LIMA, PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DOS PLANTADORES DE CANA DO BRASIL (FEPLANA).

Em sua avaliação, qual a importância do RenovaBio para o setor sucroenergético? Sempre falo que é uma política de Estado. Ela independe de governo, pois dá segurança para o setor canavieiro voltar a investir. Ademais, o RenovaBio é a única proposta do Brasil para tentar cumprir a meta do país para a redução do carbono global, assinada no acordo de Paris em 2015. Dentre os benefícios, estimulará a produção/ consumo de etanol. Contudo, apesar do estímulo, temos que ter o cuidado para tal política incentivar o efetivo consumo do etanol nacional de cana-deaçúcar, que é menos poluente que o etanol de milho americano, o qual é subsidiado pelo governo dos EUA e ainda tem invadido o mercado interno brasileiro. Será possível implementar a regulamentação do RenovaBio neste 2018? Haverá um grande esforço dos setores envolvidos e interessados para consolidar esta regulamentação. Acredito que existe esta possibilidade. Mas, obviamente, haverá muitas discussões e interesses distintos por parte dos setores envolvidos. Entre eles, distribuidores de combustíveis, produtores de combustíveis fósseis, indústrias de etanol e também os fornecedores de cana, cujos são representados no Brasil pela Feplana. Em sua opinião, quais os entraves enfrentados pelo RenovaBio? Um dos entraves origina de um entendimento equivocado do Ministério da Fazenda sobre algum impacto inflacionário que o RenovaBio poderia levar ao país. O modelo e benefícios gerados da política não promovem este problema. Logo, temos que mostrar que o referido programa irá incentivar o aumento de produção e eficiência energética nacional. O certificado do RenovaBio incentivará a agricultura de baixo carbono - aquela que poluir menos será mais bonificada. Logo, estabelecerá um programa sustentável ambientalmente, socialmente e economicamente. Não obstante, como o Brasil tem uma capacidade instalada ociosa das usinas de etanol em torno de 25%, será rentável e necessário incentivar o plantio de cana-de-açúcar e verticalizar a produção.

“MUDANÇA RELEVANTE NA FORMA COMO O ETANOL É AVALIADO” RUI CHAMMAS, PRESIDENTE DA COMPANHIA SUCROENERGÉTICA BIOSEV

Qual a importância do RenovaBio para o setor sucroenergético? Nossa companhia enxerga o programa com bons olhos. Ele pode marcar uma mudança relevante na forma como o etanol é avaliado, reconhecendo externalidades positivas do biocombustível, estimulando a produtividade para aumentar a participação do etanol. E, desse modo, ajudar o País a cumprir as metas ambientais e os compromissos de descarbonização. Será possível implementar a regulamentação do RenovaBio em 2018? Essa é a nossa expectativa. Se os prazos estipulados forem respeitados, a regulamentação deverá ser implementada, sim, em 2018. A cadeia de fornecedores de serviços e produtos do setor tende a ter os negócios aquecidos, mesmo antes dessa regulamentação? O RenovaBio, sem dúvida, pode aquecer os negócios, mas o bom desempenho do setor depende de uma combinação de fatores e de políticas públicas que contribuam para o aumento da produção de biocombustíveis no Brasil. Não há dúvidas de que o RenovaBio chegou em um bom momento para o etanol, a demanda do combustível cresceu em 2017 e por consequência as usinas brasileiras deverão ampliar ainda mais participação do biocombustível no mix da safra 2018/19. Como a Biosev pretende adequar-se para o RenovaBio e comercializar os certificados de biocombustíveis (Cbios)? No curto prazo (2019) ou no médio prazo (até 2023)? Estamos analisando o assunto. Vai depender de como a regulamentação evoluir. Claro que trabalharemos para materializar o RenovaBio por meio da comercialização dos Cbios o mais rápido possível, mas não temos uma decisão neste momento. Quais os entraves enfrentados pelo RenovaBio? O RenovaBio não deve ter entraves, mas sim desafios de implementação, que estão à altura da competência da nossa sociedade. Tenho plena confiança na capacidade do Brasil de liderar a execução das metas definidas pelo protocolo de Paris.

“VAI GERAR RIQUEZAS PARA O BRASIL” RICARDO JUNQUEIRA, CEO DA DIANA BIOENERGIA.

Em sua avaliação qual a importância do RenovaBio para o setor sucroenergético? A importância do RenovaBio é enorme para o setor sucroenergético, para o meio ambiente e para a sustentabilidade do Brasil e do mundo.  O RenovaBio é um programa sustentável que vai gerar riquezas para o País, impostos e vai gerar empregos e tudo de uma maneira sustentável. No caso especifico do setor sucroenergético brasileiro, a lei que cria o Programa Nacional de Biocombustíveis vai dar a previsibilidade da fatia dos biocombustíveis na matriz energética que o setor tanto solicitou. Importante ressaltar que todos os mais variados tipos de biocombustíveis que tenham maior ou menor capacidade de mitigar as emissões de poluentes serão considerados. Será possível implementar a regulamentação do RenovaBio neste 2018? Possível sim, mas muito difícil, pois existem muitos atos a serem implementados, como cotas, metas, responsabilidades à serem definidas e implementadas.  A ideia inicial seria de que se levaria algo entre 12 a 18 meses para que os instrumentos da Lei sejam implementados. A primeira etapa seria a publicação de um decreto presidencial para regulamentar o programa (Lei). Um passo de cada vez. Em sua opinião quais os entraves enfrentados pelo RenovaBio? O maior problema do RenovaBio foi que, desde o início, é um programa bom demais para ser verdade. O negócio é tão bom e tão vanguardista que os céticos simplesmente não acreditam na sua implementação, apenas isso se fala contra o programa, mas se todos formos pensar assim já estamos derrotados antes da partida iniciar. O programa é tão bom que vários países, tais como Canadá, Inglaterra, Índia, Paraguai e Estados Unidos, entre outros, procuraram o Ministério de Minas e Energia (MME) para se inteirarem de como vai funcionar essa Lei. Além do que será uma das poucas boas iniciativas que o Brasil vai apresentar e mostrar na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP).


MERCADO

Fevereiro 2018

13

“SEM AUXÍLIO DE SUBSÍDIOS OU AUMENTO DE TRIBUTOS” RENATO CUNHA, VICE-PRESIDENTE DO FÓRUM NACIONAL SUCROENERGÉTICO E PRESIDENTE DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR E DO ÁLCOOL NO ESTADO DE PERNAMBUCO (SINDAÇÚCAR-PE)

Qual a importância do RenovaBio para o setor sucroenergético? Trata-se de um programa prático, de sustentabilidade ambiental, que virá assegurar previsibilidade e menos instabilidade nas receitas do etanol, passando-se a valorizar os impactos positivos que os biocombustíveis promovem no meio ambiente. [O programa] cria bônus de descarbonização destinados para quem produz e acarreta ganhos ambientais a serem gerados na cadeia produtiva, sem auxílio de subsídios ou aumento de tributos. Será uma forma racional e em linha com as convenções internacionais do clima, gerando-se incentivos ao aumento de produção do etanol e biodiesel por parte dos agentes que comercializam produtos de origem fóssil e mineral.” Será possível implementar a regulamentação do RenovaBio em 2018? Esse será o foco da nossa agenda e de todos os órgãos de classe, embora possa haver certa diminuição de nossa mobilização, já que a agenda de regulação às importações de etanol toma muito tempo e energia. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) ainda [formaliza], após quase nove meses de implementação, com relação ao que exige o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), por sua Resolução de 11 de abril de 2017, com a formação de estoques mínimos pelos importadores a exemplo do que faz com os produtores nacionais. O CNPE cita a relevância de preservação do interesse nacional para se garantir segurança e continuidade do abastecimento, observando-se inclusive as externalidades ambientais, que com o etanol não oriundo da cana-de-açúcar não é realizada e não dá qualidade ambiental ao abastecimento do país. O País, aliás, não necessita do produto importado. Essas importações criam enorme contrassenso ao que preconiza a filosofia do RenovaBio. Fora a importação de etanol, há outros entraves ao RenovaBio? As importações desnecessárias de etanol geraram autofagia [ao setor sucroenergético] nos últimos anos. Há outros entraves burocráticos no Executivo, especialmente no ambiente econômico do Governo. Mas esses entraves serão superados, posto que o RenovaBio, além do próprio caráter ambiental, que é totalmente positivo, ainda é um gerador expressivo de renda e empregos formais para o País com amplitude muitíssima inclusiva no plano socioeconômico. Por fim, entendo que a sensatez venha a prevalecer em nosso segmento a fim de continuarmos sem diferenças de atuação, sempre perseguindo-se aquilo que melhor favorecer nossa competitividade.

“ESPERANÇA PARA TODO O SETOR” MÁRIO FERREIRA CAMPOS FILHO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DAS INDÚSTRIAS SUCROENERGÉTICAS DE MINAS GERAIS (SIAMIG)

Qual a importância do RenovaBio para o setor sucroenergético? O RenovaBio trouxe novamente a esperança a todo o setor sucroenergético. Ao longo do processo conseguimos mobilizar toda a cadeia produtiva em prol da aprovação do programa, algumas empresas fizeram inclusive campanhas de conscientização com seus colaboradores. Essa esperança poderá significar mais produção, mais investimentos e mais empregos nas regiões produtoras. O etanol enfim poderá ser precificado pela sua capacidade de mitigar emissões de gases de efeito estufa. Sem dúvida isso poderá gerar muito além de preços mais remuneradores, mas poderá gerar valor ao produto. Será possível implementar a regulamentação do RenovaBio em 2018? Há alguns prazos na lei 13.576/2017 que precisam ser cumpridos. Em resumo, serão seis meses para definição da meta global de descarbonização e mais 18 meses para entrada em vigor. Estamos aguardando a definição por decreto dos responsáveis pela definição das metas. Em sua opinião, quais os entraves enfrentados pelo RenovaBio? Precisamos ser positivos sempre e trabalhar muito pelos objetivos do setor sucroenergético. Esperamos que tudo saia em seu tempo, mas não podemos negar que um ano de eleição como 2018, assim como as possíveis trocas de ministros em abril, são fatores que trazem preocupação ao setor.

“DIFÍCIL ACREDITAR NA REGULAMENTAÇÃO EM 2018” OSWALDO ALONSO, CONSULTOR DA ASSOCIAÇÃO DOS PLANTADORES DE CANA DO OESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO (CANAOESTE).

Em sua avaliação, qual a importância do RenovaBio para o setor sucroenergético? A importância do RenovaBio tem sido assinalada e defendida por todos players da cadeia BioRenovável. Trará à toda fonte de energias renováveis a ansiosamente aguardada recuperação do setor sucroenergético. O setor vem claudicando há anos por razões de mercado e, principalmente, pelas atrapalhadas público-políticas governamentais. [O RenovaBio] trará, ainda, a necessária credibilidade e rapidez para recuperações financeiras e adequações agroindustriais, às esperadas expansões de unidades e grupos Industriais; bem como, haver possibilidade de implantações de novas unidades. A sociedade e o mercado estão clamando por energias, notadamente, as renováveis. Será possível implementar a regulamentação do Renovabio em 2018? Urge esta implementação, mas no país do Carnaval, Futebol e de eleições torna-se difícil acreditar que, ainda em 2018, a classe política dê a devida e exigida importância e atenção à regulamentação do RenovaBio. Há entraves enfrentados pelo RenovaBio? Tenham a absoluta certeza de que não houveram entraves técnicos e justificativas técnica-econômicas.


14

MERCADO

Fevereiro 2018

2018 é ano para ‘arrumar FOTOS DIVULGAÇÃO

Avaliação é do presidente do CEISE Br. Segundo ele, com o RenovaBio é possível enxergar com mais clareza os rumos do setor sucroenergético

EMPRESÁRIO, CONTABILISTA E FILÓSOFO Além de presidir o CEISE Br, Aparecido Luiz trabalha como empresário da indústria, comércio e serviços. Atua também como professor de Empreendedorismo e consultor em Educação Financeira para empresas e famílias. É formado em Contabilidade e Filosofia com licenciatura plena, pelo Centro Universitário Claretiano, e tem pós-graduação em Administração de Marketing com Especialização em Gestão do Comércio, pelo Centro Universitário Moura Lacerda.

DELCY MAC CRUZ, DE RIBEIRÃO PRETO (SP)

O empresário Aparecido Luiz atua nas áreas da indústria, comércio e serviços. Mas praticamente tem dedicado todo seu tempo profissional para o Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (CEISE Br), principal entidade do país representativa dos fornecedores de bens e serviços para o setor. Com sede em Sertãozinho (SP), onde estão mais de 500 empresas fornecedoras de usinas sucroenergética, o CEISE Br prepara-se para respirar temporada de alívio após os seis últimos anos de aguda crise que fechou ou dizimou centenas de empresas do setor. Esse alívio vem por conta do Programa Nacional de Biocombustíveis, o Renovabio, criado por lei federal na virada de 2017 para 2018. Mas nem tudo é motivo de otimismo para o setor, como explica Luiz nesta entrevista para o JornalCana. JornalCana - Como o CEISE Br avalia o ano de 2018 para o setor sucroenergético? Aparecido Luiz - O ano de 2018 será um período, literalmente, para ‘arrumar a casa’. Com a aprovação do RenovaBio ao fim de 2017, podemos enxergar com mais clareza os rumos de toda a cadeia produtiva sucroenergética. No entanto, a crise setorial combinada à instabilidade político econômica do país, inclusive com influência do cenário externo também adverso, causou impactos profundos em todos os elos que compõem a cadeia, que precisarão se reestruturar. O ‘modo de fazer’ até então adotado já não mais se aplica à realidade do mercado, que considera ganhos de eficiência e produtividade fatores de competitividade. Neste sentido, a inovação deverá ser um divisor de

"O ‘MODO DE FAZER’ ATÉ ENTÃO ADOTADO JÁ NÃO MAIS SE APLICA À REALIDADE DO MERCADO, QUE CONSIDERA GANHOS DE EFICIÊNCIA E PRODUTIVIDADE FATORES DE COMPETITIVIDADE"

águas para o atendimento às demandas, fomentando um crescimento mais sustentável. Temos um cenário de preços internacionais ruins para o açúcar (por conta do estoque em alta), mas positivos para o etanol, diante a possibilidade de melhora da economia. Como esse cenário pode impactar nas empresas fornecedoras para o setor, e que são representadas pelo CEISE Br? É preciso considerar, além deste

cenário, as constantes variações na precificação da gasolina que, de julho a dezembro de 2017, por exemplo, acumulou reajuste de 25%, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). A Petrobras tem levado em conta diversos fatores mercadológicos e o câmbio para definir esses valores. E, como há previsão do petróleo em alta internacionalmente, a tendência é que os preços do combustível fóssil no Brasil acompanhem o movimento para cima, conforme avalia a FGV Energia.


MERCADO

Fevereiro 2018

15

a casa’, diz Aparecido Luiz Operário de empresa fornecedora de serviços para usinas: espectativa de retomada de negócios

"DEVE-SE OBSERVAR O FATO DE QUE EM 2018 OCORREM ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS, O QUE ACABA INFLUENCIANDO E SEGURANDO A TOMADA DE DECISÃO [DOS EMPRESÁRIOS], O QUE É  UM MOVIMENTO NATURAL"

de recuperarem fôlego enquanto a retomada não acontece efetivamente e para que possam se preparar a tempo do bom momento do setor que está por vir.

"HAVENDO MAIOR DEMANDA[POR ETANOL], A OFERTA TAMBÉM PRECISARÁ CRESCER E, PARA ISSO, OS INVESTIMENTOS SE FARÃO NECESSÁRIOS, PRINCIPALMENTE PORQUE NOS ÚLTIMOS ANOS AS UNIDADES PRODUTORAS OPERARAM NO MÁXIMO DA CAPACIDADE INSTALADA"

Comente mais a respeito, por favor Diante deste panorama, o etanol é mais viável, ainda que na entressafra o preço siga a patamares mais elevados, que deverão ser compensados tão logo comece a safra 2018/19. Havendo maior demanda, a oferta também precisará crescer e, para isso, os investimentos se farão necessários, principalmente porque nos últimos anos as unidades produtoras operaram no máximo da capacidade instalada, direcionando recursos mais para reformas e retrofit, mas que agora devem se voltar também à aquisição de novos equipamentos, aquecendo a indústria de base. Aos poucos a cadeia sucroenergética retoma seu ciclo, amparada por questões ambientais estratégicas, focadas na redução dos gases de efeito estufa, que poderão reposicionar o Brasil como referência no setor. Como o RenovaBio deverá

impactar nas empresas fornecedoras de bens e serviços? Para a indústria de base, em especial, um aquecimento mais efetivo deve ocorrer após o segundo semestre, quando as unidades produtoras estarão colocando em prática o planejamento da safra seguinte e já com, espera-se, um cenário mais consistente, com previsibilidade de mercado e investimentos. Deve-se observar, no entanto, o fato de que em 2018 ocorrem eleições presidenciais, o que acaba influenciando e segurando a tomada de decisão – um movimento natural. O que respalda o setor é o fato de que o RenovaBio se trata de uma política de Estado e não de governo, e que deve fazer parte da agenda da maioria dos candidatos presidenciáveis. Assim como muitas companhias sucroenergéticas, muitos dos fornecedores ligados ao CEISE estão negativados. Mas preci-

sarão investir nos seus negócios caso sejam procurados para contratos de prestação de serviços por conta do RenovaBio. Como o CEISE Br pode auxiliar essas empresas a buscar recursos para investir com negativação, o que emperra o acesso às linhas? A busca pela implantação de linhas de crédito mais acessíveis, compatíveis com a realidade do mercado e das empresas, é uma pauta constante do CEISE Br junto às instituições financeiras públicas e esferas governamentais, bem como pela moderação quanto às exigências de certificações e protocolos junto aos investidores. Este é um trabalho moroso, porque depende do aval de diversas competências. Porém, enquanto isso, a entidade, em parceria com lideranças ligadas ao setor, vem promovendo oportunidades para que as indústrias possam se qualificar e/ou até mesmo atender mercados adjacentes, a fim

Quais os planos do CEISE Br para 2018 em temos de eventos? A exemplo dos últimos anos, em 2018 o CEISE Br vai manter e estreitar parcerias com empresas e instituições ligadas à cadeia produtiva sucroenergética, visando atender demandas pontuais e de médio e longo prazos da indústria, apontadas, inclusive, pelas próprias empresas, alcançando áreas como gestão, recursos humanos, administração, qualificação profissional, tributação, logística, entre outras. Só em 2017, por exemplo, a entidade realizou ao menos 35 eventos, entre palestras, cursos, seminários e workshops, além de ter contribuído para a implantação do RenovaBio, um marco para o setor de biocombustíveis e que irá beneficiar toda a cadeia canavieira. Comente sobre a Fenasucro & Agrocana, principal feira do setor realizada pelo CEISE Br A Fenasucro & Agrocana, que este ano chega à sua 26ª edição, irá trazer, além do que há de mais moderno em soluções para o setor, uma grade de eventos de conteúdo ainda mais ampla, focada em temas técnicos e estratégicos para o desenvolvimento e crescimento do setor, visto que a feira se tornou um dos principais palcos de discussões, reunindo lideranças, especialistas e personalidades políticas em prol de toda a cadeia.


16

MERCADO

Fevereiro 2018

Quais são as estimativas do

MAPA para produção de açúcar na próxima década ALESSANDRO REIS, RIBEIRÃO PRETO (SP)

As estimativas obtidas para a produção brasileira de açúcar indicam uma taxa média anual de crescimento de 2,3% no período 2016/2017 a 2026/2027. Essa taxa deve conduzir a uma produção de 45,5 milhões de toneladas em 2026/27. Essa produção corresponde a um acréscimo de 17,6% em relação a 2016/17. O consumo de açúcar para a próxima década está previsto crescer a uma taxa anual de 1,9%. Isso equivale a passar de um consumo de 10,8 milhões de toneladas em 2016/17 para 13,1 milhões no nal da projeção. O volume exportado em 2026/27 está projetado em 39,5 milhões de toneladas e corresponde a um aumento de 36,4% em relação às exportações de 2016/17. O relatório da OECD-FAO (2015) afirma que a falta de investimento no setor sucro-alcooleiro, juntamente com condições climáticas adversa, resultaram em produtividades médias mais baixas. Esses e outros fatores apontados, e os preços baixos do açúcar causaram a falência ou desativação de muitas usinas. O relatório observa que muitos desses fatores negativos sejam revertidos ao longo do período das projeções. O Brasil teve como principais destinos de suas exportações de açúcar em 2017 Bangladesh, Argélia, Índia, Malásia, Nigéria e Marrocos. Estes países adquiriram 57,0 % das exportações brasileiras de açúcar de cana bruto (Agrostat, 2017). Esse produto foi enviado para 62 países em 2017 (Agrostat, 2017). Segundo técnicos do setor de Agroenergia do MAPA, na situação atual onde os preços do açúcar estão em queda, a tendência é o direcionamento da produção para o etanol. Essa possibilidade de direcionar a matéria prima para açúcar ou etanol, dependendo das condições de mercado dificulta o trabalho das projeções. A situação financeira dos empresários do setor não está bem e grande parte dos estabelecimentos não está conseguindo renovar seus canaviais. Isso tem trazido redução da produtividade da cana-de-açúcar.

Fonte: Elaboração da CGEA/DCEE/SPA/Mapa e SGI/Embrapa com dados da CONAB; DCAA/SPAE/Mapa; SRI/Mapa. • Modelos utilizados: Para produção e exportação, modelo Espaço de estados, para consumo modelo Arma.

Percentual de área total de cana-de-açúcar por unidade da federação

Produção, Consumo e Exportação de Açúcar (mil toneladas)

(*) Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Sergipe e Tocantis Fonte: Conab (com alterações)


MERCADO

Fevereiro 2018

17

Fundos de financiamento têm novas regras DIVULGAÇÃO

Criadas por meio de medida provisória, medidas atendem as empresas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste

Companhias sucroenergéticas do Nordeste são contempladas pelos recursos dos Fundos

DELCY MAC CRUZ, DE RIBEIRÃO PRETO (SP)

Companhias sucroenergéticas localizadas nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte do País deverão ser contempladas com as novas regras dos Fundos Constitucionais de Financiamento (FCF), dos quais um dos objetivos é liberar empréstimos com focos em projetos de desenvolvimento. Criadas por meio de medida provisória (MP) instituída em 27/12/17, as novas regras afetam especificamente a apuração dos encargos financeiros a partir de 2018. Entre as mudanças está o fato de os tributos passarem a ser baseados na Taxa de Longo Prazo (TLP), com-

posta pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e por taxa de juros real prefixada, mensalmente, conforme o equivalente ao rendimento real das Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B) no prazo de cinco anos. “A principal das alterações é que as taxas deixam de ser prefixadas e passam a ser pós-fixadas”, afirma David Holanda, gerente de Financial Advisory da Deloitte no Brasil em entre-

vista ao JornalCana. ‘Era ruim’ Com o modelo anterior, de taxas prefixadas, as operações dos Fundos ficaram mais caras para as empresas tomadoras. “Havia operações com taxas de 10% ao ano, enquanto a Selic caiu para anuais 7,5%”, compara o executivo da Deloitte. O modelo anterior, conforme Holanda, era muito ruim. “Temos uma

economia volátil, cujas taxas mudam, e ficar em juros pré-fixados afetava as empresas porque as operações [de empréstimos] são de longo prazo, entre oito a 15 anos.” “Agora, com [taxas] pós-fixadas, as operações permitem aderência maior com característica de longo prazo”, observa ele. Em sua opinião, a pós-fixação não deverá custar mais para as empresas usuárias dos Fundos Constitucionais. A TLP, que entrou em vigor neste mês e lastreia também os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vale 6,76% ao ano. Ao contrário da anterior TJLP, a TLP será calculada mensalmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Um dos formadores da TLP é a inflação oficial do governo, o IPCA, cuja expectativa é de 3,95% neste ano, conforme expectativa de pesquisa do Banco Central divulgada em 08/01. Holanda estima que em 2018 os Fundos Constitucionais de Financiamento (FCF) ofereçam recursos financeiros acima de R$ 20 bilhões. No ano passado, foram movimentados perto de R$ 14 bilhões.


18

MERCADO

Fevereiro 2018

'Refis' do Funrural contempla pessoas física e jurídica. Adesão precisa ser feita até dia 28 FOTOS DIVULGAÇÃO

Programa de Regularização Rural prevê pagamento de dívidas vencidas até agosto do ano passado em até 176 prestações mensais DA REDAÇÃO, DE RIBEIRÃO PRETO (SP)

Os produtores rurais pessoas físicas ou jurídica, ou os adquirentes de produção rural, inclusive cooperativas, têm até o dia 28 deste mês para aderir ao Programa de Regularização Tributária Rural (PRR). Por meio do PRR, criado pela Lei 13.606, oficializada em 10/01, os produtores poderão quitar os débitos relativos ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), exigidos na forma das Leis nº 8.212/91 e nº 8.870/1994, artigos 25, vencidos até 30 de agosto 2017. A partir da lei, os débitos de produtor rural pessoal física ou jurídica, poderão ser quitados através do pagamento de, no mínimo, 2,5% do valor da dívida consolidada, sem as reduções, em até duas parcelas iguais, mensais e sucessivas. Restante A liquidação do restante da dívida consolidada será por meio de parcelamento em até 176 prestações mensais e sucessivas, vencíveis a partir do mês seguinte ao vencimento da segunda parcela da entrada, equivalentes a 0,8% da média mensal da receita bruta proveniente da comercialização de sua produção rural do ano civil imediatamente anterior ao

O 'Refis' do Funrural possibilita o pagamento de dívidas de produtores pessoa física e jurídica

do vencimento da parcela, com redução de 100% dos juros de mora. Na hipótese de suspensão das atividades relativas à produção rural ou de não auferimento de receita bruta por período superior a um ano, o valor da prestação mensal será equivalente ao saldo da dívida consolidada com as reduções pre-

“O PROGRAMA É UMA OPORTUNIDADE PARA LIQUIDAR DÍVIDAS COM CONDIÇÕES ESPECIAIS. MERECE ATENÇÃO ESPECIAL, TODAVIA, OS CASOS DE CONTRIBUINTES QUE, TENDO DISCUTIDO JUDICIALMENTE O FUNRURAL, DEPOSITARAM A TEMPO E ORDEM OS VALORES EM JUÍZO E AGORA, EM FACE DO PRR, VEZ QUE PAGARAM INTEGRALMENTE SUAS CONTRIBUIÇÕES, ESTÃO EM DESVANTAGEM COMPARATIVAMENTE ÀQUELES QUE NADA QUITARAM DURANTE TODO ESSE PERÍODO E QUE, ASSIM, GOZARÃO DA REDUÇÃO DE 100% DOS JUROS DE MORA”, EXPLICA O SÓCIO-FUNDADOR DO ESCRITÓRIO ANDRADE SILVA ADVOGADOS, DAVID GONÇALVES DE ANDRADE SILVA.

vistas, dividido pela quantidade de meses que faltarem para complementar 176. A parcela mínima será de R$ 100,00 e encerrado o prazo do parcelamento, eventual resíduo da dívida não quitada poderá ser pago à vista, acrescido à última prestação, ou ser parcelado em até 60 prestações, man-

tidas as reduções de juros de mora. No caso do adquirente de produção rural, as condições são as mesmas citadas anteriormente, exceto no que diz respeito às prestações do parcelamento, que são equivalentes a 0,3% da média mensal da receita bruta, com parcela mínima de R$ 1.000,00.

O que acontece com quem foi à Justiça Os depósitos judiciais, no caso de quem discute judicialmente, devem ser transformados em renda da União considerando apenas o principal, levantando o contribuinte a parcela relativa à sua atualização pela Selic. “Quando se tratam de depósitos judiciais, pode haver certa discussão legal, no momento do levantamento, considerando que a transformação em pagamento definitivo ocorre pela simples transferência para a União daquilo que já é da sua disponibilidade (os depósitos já são feitos no caixa único do tesouro), sendo certo que o acréscimo (Selic) sobre os depósitos judiciais só ocorre quando há levantamento pelo contribuinte, desses depósitos”, reforça o sócio-fundador do escritório Andrade Silva Advogados, David Gonçalves de Andrade Silva. Segundo ele, em programas anteriores de parcelamento, com idênticas disposições, o escritório teve decisões favoráveis. “Tivemos êxito no patrocínio da tese segundo a qual o contribuinte tem o direito de levantar a diferença representada pela Selic aplicada sobre os depósitos, transformando-se em pagamento definitivo da União apenas os valores principais dos depósitos”, diz.


Fevereiro 2018

MERCADO

19

VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL/DIVULGAÇÃO

PROJETO FOI SANCIONADO COM VETOS O projeto de lei que cria o Programa de Regularização Tributária Rural (PRR) foi sancionado com vetos pelo presidente Michel Temer. O presidente vetou, por exemplo, artigos como o que previa perdão integral das multas decorrentes dos débitos. Outro dos artigos vetados é o que diminuía de 2,5% para 1,7% a redução das contribuições dos empregadores à Previdência em relação à receita proveniente da comercialização dos produtos. Para a deputada federal Tereza Cristina (sem partido-MS), relatora da proposta do projeto na Câmara, disse à Agência Brasil ser injusto o veto de Temer à redução das contribuições dos empregadores à Previdência. Tereza, no entanto, elogiou o “grande avanço” de se permitir ao produtor rural optar por contribuir com a seguridade social sobre a folha de salários ou sobre a receita bruta de sua produção. “Pode ser um paliativo”, disse a parlamentar à Agência Brasil. “Melhorou muito para todos os segmentos do agronegócio e acho que isso é uma compensação para o veto da pessoa jurídica na alíquota [da contribuição].” Ao justificar o veto, o presidente Michel Temer disse que a queda na base de cálculo causaria um “sacrífico despropositado” ao Regime Geral de Previdência Social.

LEI DETERMINA REDUÇÃO DE ALÍQUOTA

EM PARALELO, A NOVA LEI AINDA REDUZ A ALÍQUOTA DA CONTRIBUIÇÃO DEVIDA PELO PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA DE 2% PARA 1,2%, POSSIBILITANDO, AINDA, QUE TANTO O PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA, QUANTO O EMPREGADOR RURAL PESSOA JURÍDICA, FAÇA A OPÇÃO, A PARTIR DO ANO CALENDÁRIO DE 2019, POR CONTRIBUIR PARA A SEGURIDADE SOCIAL SOBRE A RECEITA DECORRENTE DA COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL OU SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS, NA FORMA DOS INCISOS I E II DO CAPUT DO ART. 22 DA LEI Nº 8.212/91


20 MERCADO

Fevereiro 2018

RenovaBio e cenário de preços melhores devem atrair investidores para o setor Fundos de investimentos estão entre os que devem negociar a compra de unidades sucronergéticas disponíveis principalmente na região Centro-Sul DELCY MAC CRUZ, DE RIBEIRÃO PRETO

O setor sucroenergético brasileiro entra 2018 com vários indicativos promissores para esse e os próximos anos. O primeiro deles é a Política Nacional de Biocombustíveis, criadora do RenovaBio, que enfim estrutura o etanol na matriz de combustíveis. Conforme reportagem nesta edição, representantes do setor acreditam que o RenovaBio deva entrar em prática a partir de 2020. É o prazo para a adequação das regulamentações, mas o suficiente para atrair os olhares de investidores interessados em comprar as perto de 100 usinas que, conforme apurado pelo JornalCana, estão disponíveis para venda no País. “Principalmente os fundos de investimentos, que trabalham com planejamento de médio e longo prazo, tendem a avaliar a compra de unidades de cana”, diz Josias Messias, presidente da ProCana, empresa controladora do JornalCana. Fora o tempo de espera da regulamentação do RenovaBio, outros fatores tornam ativos do setor atraentes para investidores. Um desses fatores é a menor oferta de cana-de-açúcar já na safra 2018/19. Em levantamento referente à moagem até 16/01, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) apura uma quebra de 10 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 17/18 na comparação com a temporada anterior. Até 16/01, as unidades da região Centro-Sul moeram 583,56 mi-

lhões de toneladas ante as 593,23 milhões de toneladas acumuladas no mesmo período da safra 16/17. A defasagem de 10 milhões de toneladas dificilmente será sanada até o fim oficial da 17/19 no fim de abril próximo. Isso porque, segundo a Unica, apenas seis unidades do Centro-Sul seguiam em operação após 16/01. A moagem que virá até lá será marginal. A quebra de moagem da 17/18 dificilmente será revertida na 18/19 porque simplesmente não há oferta adicional de cana-de-açúcar. Há também o fato do canavial com idade média de 3,9 anos, considerado envelhecido, com menor produtividade. Diante o cenário, a tendência é de melhor remuneração para o etanol, que é indicado como maior produto da 18/19. O comportamento dos preços do açúcar vive viés de baixa, mas não há indicadores seguros de que seguirá esse viés ao longo do ano. Com isso, e mais o RenovaBio, os olhares de investidores se voltam para o setor sucroenergético. Já foi assim em 2017, quando a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA) e o Grupo Japungu arremataram em leilão duas das cinco usinas da Massa Falida da Laginha Agroindustrial, do Grupo João Lyra. Além delas, a Raízen adquiriu duas das três usinas do Grupo Tonon e o Grupo São Martinho consolidou a aquisição da Usina Boa Vista.


MERCADO

Fevereiro 2018

Quem são as empresas que compraram unidades de cana-deaçúcar em 2017 Quatro dos negócios envolvem R$ 1,2 bilhão, enquanto a outra das negociações foi por meio da emissão de ações ordinárias do comprador DELCY MAC CRUZ, DE RIBEIRÃO PRETO

As aquisições de unidades processadoras de cana-de-açúcar tiveram ritmo aquecido em 2017, levando-se em conta a crise vivenciada pelo setor nos últimos seis anos, muito por conta de políticas de governantes. Um dos negócios de 2017 foi confirmado em fevereiro, quando a São Martinho S. A. oficializou a conclusão da incorporação da Usina Boa Vista, localizada em Quirinópolis (GO), e até então tinha o controle dividido com a Nova Fronteira Bioenergia. Criada em 2010, a joint venture Nova Fronteira tinha o controle da São Martinho e da Petrobras Biocombustível, subsidiária da Petrobras. Pela negociação, a São Martinho ‘pagou’ com ações ordinárias. A Petrobras Biocombustível e demais acionistas minoritários da Nova Fronteira receberam 24 milhões de ações ordinárias da São Martinho, escriturais, sem valor nominal, em substituição as ações que detinham na Nova Fronteira. Dois outros negócios de compra de usinas de cana-de-açúcar envolvem R$ 341 milhões. Os negócios foram feitos por meio de leilão no mês de dezembro e envolvem as usinas Triálcool e Vale do Paranaíba, localizadas respectivamente nos municípios de Canápolis e Capinópolis, em Minas Gerais. As usinas integram as cinco unidades da Massa Falida Laginha Agroindustrial do Grupo João Lyra. Aporte da CMMA A Triálcool foi adquirida pela Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMMA) em lance cinco minutos antes do fim do prazo do leilão,

em 07/12, por R$ 133,83 milhões. Antes, em 2016, a CMMA adquiriu por R$ 500 milhões unidade de produção de etanol no município mineiro de Limeira Do Oeste, então controlada pela americana Archer Daniels Midiland (ADM). A CMMA investiu R$ 80 milhões para implantar fábrica de açúcar na unidade, cuja inauguração foi em 2017. A usina foi denominada Vale do Pontal. Mas quem é a CMMA? Até fechar a compra das duas usinas da Laginha, a companhia tinha duas unidades (Vale do Pontal e Vale do Tijuco) e uma moagem de 4,5 milhões de toneladas de cana. José Francisco Santos, presidente do Conselho de Administração da CMMA, explicou ao JornalCana, que a companhia pertence em 50% à JF Citrus, empresa também focada em citrus e com sede em Bebedouro (SP). Os outros 50%, conforme o executivo, pertencem à IndoFood Agri, subsidiária da IndoFood, empresa com sede na Indonésia. Aporte do Japungu Já o Grupo Japungu, com sede na Paraíba (PB), pagou R$ 206,358 milhões pela Usina Vale do Paranaíba, que pertencia ao Grupo João Lyra. O Grupo Japungu controla quatro unidades: a Agroval e a Japungu, em Santa Rita (PB), a Cooper-Rubi, em Rubiataba (GO), e a CRV-Industrial, em Carmo do Rio Verde (GO). Gestores do Grupo Japungu informaram ao prefeito de Capinópolis (MG), Cleidimar Zanotto, que os investimentos no plantio de cana-de-açúcar teriam início em janeiro último. Raízen Já a Raízen Energia, joint venture da Cosan e da Shell, abocanhou por R$ 823 milhões duas usinas da Tonon Bioenergia localizadas em Bocaina e em Paraíso, no interior paulista. A compra foi em julho e, com as duas unidades, a Raízen passa a controlar 26 usinas de cana-de-açúcar no País.

21


22

MERCADO

Fevereiro 2018

Renováveis ampliam participação DIVULGAÇÃO

14 dos 66 países das Américas usam ou estudam adicionar etanol e biodiesel os fósseis. Iniciativa avança também em outros continentes DA REDAÇÃO, DE RIBEIRÃO PRETO (SP)

Estão nas Américas 14 dos 66 países que possuem mandatos ou estudam adicionar combustíveis renováveis (etanol e biodiesel) aos fósseis. Brasil e Paraguai praticam os maiores níveis de mistura, de 27% (E27) e 25% (E25), respectivamente. Na sequência, por ordem, aparecem EUA (E15), Argentina (E12), Uruguai (E10), Colômbia (E10), Bolívia (E10), Panamá (E10), Jamaica (E10), Peru (E7.8), Costa Rica (E7), México (E5.8), Chile (E5) e Canadá (E5). As informações integram estudo divulgado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) a partir do portal na internet Biofuels Digest’s, especializado no segmento de biocombustíveis. O diretor Executivo da Unica, Eduardo Leão de Sousa, enfatiza que a adição de etanol à gasolina se constitui como uma das formas mais eficientes para se reduzir a dependência dos derivados de petróleo e a emissão de CO2 no transporte veicular. “O etanol, um produto barato, produzido em larga escala e sustentável, é o único combustível liquido capaz de emitir até 90% menos CO2 em relação à gasolina”, ressalta o especialista, lembrando que o Brasil, além da utilização do etanol hidratado puro, incorpora o biocombustível em sua matriz energética desde 1975, época do Proálcool. Continente No levantamento “The Digest's Biofuels Mandates Around the World”, excluindo o continente americano, os 52 países restantes que adotam ou pretendem implementar políticas de mistura estão espalhados pela Europa – Noruega, Ucrânia e outras 27 nações da União Europeia (UE) –, Ásia-Pacífico (12) e África-Oceano Índico (11). Américas Nas Américas, paraguaios e argentinos já anunciaram planos de

O Brasil dá exemplo mundial em uso de biocombustíveis, com a adição de 27% de etanol anidro à gasolina

Europa avalia incremento do 1G Conforme o estudo, há na Europa propostas de mudanças na Diretiva Europeia para Promoção de Energias Renováveis (REDII) vem mexendo com o mercado para o etanol de primeira geração (1G). Entre as alterações, que ainda devem passar pelo crivo do Parlamento europeu e no Conselho da União Europeia, está a participação de 7% dos biocombustíveis de 1G no setor de transporte e o uso de 10% de combustíveis avançados (2G, eletricidade, hidrogênio etc) até 2030. Em seu estudo, a Biofuels Digest detalha o andamento dos mandatos na Noruega (E20), Finlândia (E20), Ucrânia (E5) e Itália (E1). ÁSIA-PACIFICO Na Ásia-Pacífico foram implementados mandatos na China (E10 em nove províncias), Filipinas (E10), Fiji (E5), Índia (E5), Taiwan (E3), Austrália (E3 nos Estados de Queensland e New South), Indonésia (E2) e Vietnã (E5). Os chineses, os maiores emissores de CO2 do planeta, já demonstraram interesse em expandir o uso da mistura para outras cidades, enquanto indianos e australianos anunciaram planos com vistas ao E10. Embora o relatório não mencione o Japão, cabe destacar que este país tem sido também um importante consumidor de etanol, sob a forma de ETBE, um bioaditivo para gasolina produzido com etanol. ÁFRICA-OCEANO ÍNDICO Entre os países africanos e do Oceano Índico, o E10 é adotado em Moçambique, Angola, Zimbábue, Malaui e Quênia (na maior cidade do país, em Kisumu). A lista ainda incluí Etiópia (E5 com planos para E20), Ilhas Maurício (E5), Sudão (E5) e África do Sul (E2). Outro candidato a avaliar a introdução do E10 é a Nigéria, cuja economia é muito dependente do petróleo. Destaque também para a Zâmbia, que estuda produzir a partir do melaço cerca de 10% do volume total de combustíveis consumido anualmente no país

incorporar o E26. A Bolívia indicou a intenção de implementar o mandato E10 ainda este ano. No Canadá, existem planos de expandir o E5 para o E10 nas províncias de British Columbia e Ontário. Em Alterta (E5) e Saskatchewan (E7.5) os níveis permanecem os mesmos. O Chile continua avaliando a implementação do E5, enquanto o

México já recebeu o aval da sua Comissão Regulatória de Energia para aumentar a mistura não obrigatória do E5.8 para E10, exceto na Cidade do México, Monterrey e Guadalajara. O relatório também evidencia a continuidade da mistura de 27% de etanol à gasolina (E27) praticada no Brasil, onde também é possível utilizar o produto hidratado (E100)

em veículos flex, a adição de 8% de biodiesel ao diesel mineral (B8) e a aprovação da Lei que cria a Política Nacional de Biocombustíveis. Também conhecida como RenovaBio, a iniciativa, em fase de regulamentação, tem o objetivo é tornar a matriz energética brasileira ainda mais sustentável por meio do uso de combustíveis com baixa intensidade carbônica.


Fevereiro 2018

MERCADO 23


24

MERCADO

Fevereiro 2018

28 termelétricas movidas a biomassa participam do próximo leilão de venda DIVULGAÇÃO

Denominado A-4 e previsto para ser realizado em 4 de abril, evento de compra de energia elétrica terá um total de 1,4 megawatts a ser produzido também por cana

A cana-de-açúcar integra os 28 empreendimentos movidos a biomassa inscritos no próximo leilão

DELCY MAC CRUZ , RIBEIRÃO PRETO (SP)

O Leilão de Energia Nova, denominado A-4 e previsto para ser realizado em 04/04, contará com a participação de 28 termelétricas que têm a biomassa como fonte. Os 28 projetos, que incluem a biomassa da cana-de-açúcar, totalizam uma oferta de 1,4 mil megawatts (MW). A fonte biomassa ocupa a terceira posição entre os projetos inscritos no leilão. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Ministério de Mi-

nas e Energia (MME), o primeiro lugar do ranking de projetos é da fonte eólica, com 931 projetos e uma oferta de 26,2 mil MW. Em segundo lugar em número de projetos está a fonte fotovoltaica, com

620 termelétricas e uma oferta de 20 mil MW. No total, o Leilão de Energia Nova de abril terá 1.672 termelétricas inscritas em um total de 48,7 mil MW. O prazo de cadastramento para o leilão foi encerrado em 05/01.

Onde ficam os empreendimentos Os projetos de biomassa inscritos no Leilão de Energia Nova estão localizados em vários estados com presença de companhias sucroenergéticas. Alagoas, por exemplo, tem um empreendimento inscrito, com 76 MW. Já a Bahia tem dois, com 100 MW. Um projeto está no Espírito Santo, com 41 MW. Nove outros ficam no Mato Grosso do Sul, com oferta conjunta de 375 MW. Minas Gerais tem três projetos, com oferta de 154 MW. Já São Paulo possui 11 projetos inscritos, com um total de 627 MW. Um outro projeto está no Tocantins, com oferta de 50 MW. Menos burocracia Conforme o EPE, do total de projetos cadastrados, 77% optaram por aproveitar o cadastramento oriundo dos Leilões de 2017, a partir de atendimento à portaria do MME. Esses projetos foram dispensados da reapresentação da totalidade dos documentos, desde que mantidos inalteradas as características técnicas. Essa opção reduz a burocracia porque os empreendedores fazem todo o processo exclusivamente via sistema e eventual documentação complementar pode ser entregue por email (aege@epe.gov.br). Isto significa uma otimização do processo de análise técnica, diminuindo a necessidade de retrabalho e aumentando a eficiência do processo, tanto para os empreendedores quanto para a EPE, o que permite um cronograma mais enxuto para o leilão.


MERCADO 25

Fevereiro 2018

www.ubyfol.com

Técnicamente COMPLETO. Economicamente RENTÁVEL. Ambientalmente VIÁVEL.

Na série de experimentos realizados pelo Prof. Dr. Carlos Crusciol em algumas das principais usinas do país, um dos grandes destaques foi a tecnologia UBYFOL PESO+ ATR, que apresentou uma lucratividade por hectare até 40% superior ao manejo de maturação convencional.

800

Ganho de açúcar

Ganho de açúcar acima do manejo de maturação convencional

t/ha

Kg/ha

Linha UBYFOL de Nutrição em Cana-de-açúcar

600

até

2,02

R$/ha A mais de lucro


26 INDUSTRIAL

Fevereiro 2018

ProCana Sinatub

mostra como usinas devem reduzir custos e lucrar Palestras apresentaram metodologias e sistemas aplicados por gestores que trouxeram rentabilidade para as unidades produtoras Os eventos técnicos da ProCana Sinatub foram altamente significativos em 2017. Por isso a promotora decidiu ampliar em 2018 sua agenda de eventos, retomando a realização do curso de Instrumentação e

Automação Industrial, e o lançamento de dois novos fóruns para as áreas agrícola e de gestão. Dentre os temas já apresentados ao longo de 2017 alguns casos revelaram quanto as unidades obtiveram de lucro ou

redução de custo financeiro aplicando as metodologias encampadas por seus gestores. Dentre elas destacamos algumas que tiveram maior índice de audiência entre os participantes e leitores do site do JornalCana. FOTOS DIVULGAÇÃO

"Hoje temos cana-de-açucar à parmegiana"

Para ser eficaz e resultar na máxima produção de açúcar e etanol que uma usina pode fazer, o tratamento do caldo feito de forma correta, mostra-se imprescindível. “Há uma geração de novos gestores que está em busca de reduzir custos do processo de tratamento do caldo a qualquer custo. O resultado é um caldo clarificado de péssima qualidade, que acaba dando prejuízo, porque redunda em subprodutos de baixa qualidade que serão vendidos mais baratos”, critica José Ieda Neto, engenheiro químico e consultor industrial.  Ieda comentou sobre as mudanças na qualidade da matéria-prima que é transportada para a usina. “Não existe mais cana limpa. Hoje temos cana à parmegiana”, brinca.  Mostrando uma imagem - projetada no telão na sala de eventos do curso – de um vasilhame com caldo primário escurecido e relembrou do aspecto do caldo na década de 1970. “O caldo era verde. Eu cheguei a tomar esse caldo. Atualmente é cheio de sujeira”, conta.  O engenheiro químico explica que se os parâmetros da cana que entra na indústria forem monitorados corretamente é possível consumir a quantidade exata de insumos necessários para tratar o caldo e em consequência disto surge a economia desejada. Ieda ressalta que tratando o caldo corretamente evita-se impurezas indesejadas na fermentação e na centrífuga de fermento.

Com tratamento de caldo adequado faz usina lucrar mais ao produzir açúcar do tipo 2

Para fabricar os subprodutos da cana-de-açúcar que melhor rentabilizam é preciso alcançar máxima eficiência industrial. O açúcar Tipo 2 (Branco), por exemplo, é o alvo de muitos técnicos, pois sua qualidade confere à unidade produtora maior rentabilidade financeira. Porém, independente da quantidade de cana-de-açúcar processada por uma usina, são os detalhes do processo que podem definir maior ou menor rentabilidade. As informações são do engenheiro químico e pós-graduado em Gestão de Produtividade e Qualidade, Alberto Shintaku.  “Uma usina deixa de obter açúcar Tipo 2 e acaba fabricando açúcar do Tipo 4 usando a mesma quantidade de insumos. Isso revela que a diferença não está propriamente nos produtos utilizados no processo de fabricação, mas na técnica aplicada”, explica.  O consultor do Instituto de Tecnologia Canavieira, ressalta que são os cuidados tomados pelo técnico de qualidade da usina durante o processo de tratamento de caldo que garantem açúcar de boa qualidade. “No atual momento do mercado, onde as usinas visam atender a demanda interna e rentabilizar mais, é preciso produzir açúcar de melhor qualidade”, afirma.

Mitigar o problema do pó nas cargas de açúcar traz lucro imediato

Falhas no processo industrial acarretam em prejuízo para as usinas de cana-de-açúcar. Dentre os problemas, um dos mais críticos e que afeta diretamente o bolso do produtor, está no acumulo de pó na carga do adoçante enviada para os terminais. O consultor Antônio Carlos Viesser, explicou que uma das razões que causam este problema é resultado do uso de equipamentos desgastados que permanecem inseridos no processo produtivo. “Imagine uma usina de cinquenta anos. Ela pode produzir um açúcar muita qualidade, mas ao passar lá na frente por equipamentos desgastados — como uma rosca, por exemplo, que esmigalha parte do açúcar e o transforma em pó — a qualidade obtida inicialmente acaba se perdendo. Isso acarreta em grande prejuízo para as usinas”, explica, Viesser, que é amplamente conhecido no setor como Alemão.


INDUSTRIAL

Fevereiro 2018

27

Usina lucra 4,5 milhões de reais com retenção de impurezas  Leiloando a energia da sobra, retirando palha e equilibrando o terno de secagem e melhorando a qualidade do caldo e da eficiência das caldeiras, a Bevap Bioenergia, recuperou uma receita em torno de R$ 1,5 milhões até o final da safra. “Considerando 200 dias de safra, a recuperação foi em torno de 4,5 milhões de reais”, destacou Gilmar Galon, gerente industrial.

Perdas industriais têm impacto direto na lucratividade da empresa

Impurezas podem causar perdas acima de 2 milhões de reais

Fernando Cullen Sampaio, consultor especialista na área, demonstrou que há grandes oportunidades para se reduzir as perdas do tipo ‘Recuperação’, que são as perdas determinadas e indeterminadas de açúcar no processo em relação ao ART disponível na matéria-prima. “Com a adoção de procedimentos operacionais e de gestão é possível reduzir significativamente as perdas de Recuperação, as quais chegam a representar R$ 5,5 milhões por cada percentual reduzido em uma usina com moagem de 2,5 milhões de toneladas de cana/safra. Isto considerando uma ART % cana de 15,50% e um preço Unicop de R$ 75,00 a saca”, informou. Outra área que despertou o interesse dos participantes foi “Indicadores e Custos na Área Industrial”, sendo tema das palestras de João Rosa, gestor de projetos da CBCA / Pecege, e de Eder Paz, especialista em Custos Agroindustriais pela ESALQ-USP, coordenador do Gegis e técnico de qualidade industrial do Grupo Tonon Bionergia. Paz apresentou como definir etapas do planejamento, cadeia de valores e definição de metas (KPIs), alguns dados de benchmarking que revelam quais os custos que mais cresceram nas unidades nas últimas 3 safras e também o que é possível fazer para reduzi-los.

Sistema para Carga de Etanol

Soluções customizadas em medição de combus veis

As impurezas minerais e vegetais podem causar perdas acima dos 2 milhões de reais. Diante disto, Dimas Cavalcanti, da Moex, afirma que a influência da cana não pode fazer diferença na condução do desempenho. “É preciso ter cana chegando de maneira continua, uniforme e bem preparada na moenda ou no difusor”, propôs como solução.

VCDM - Válvulas de Controle Digital

Sistema de Medição de Densidade e Controle do °BRIX

Sistema de Descarga de Combus veis com sistema de dados GEMAP integrado - 120 m³/h

Transmissor de Densidade

Medidores Volumétricos

vendas@metroval.com.br

Medidores Ultrassônicos

www.metroval.com.br

Medidores Mássicos Coriolis

19 2127 9400


28 INDUSTRIAL

Fevereiro 2018

Mais sete usinas avançam com sistema de Otimização em Tempo Real  3 usinas estão localizadas no Paraná, 2 em Goiás, 1 em Mato Grosso e 1 em São Paulo FOTOS DIVULGAÇÃO

Sete novas usinas brasileiras irão iniciar a safra 2018/19 utilizando a mais avançada tecnologia de gestão industrial, com a implantação do software de otimização em tempo real S-PAA. Estas somam-se às treze plantas que já utilizam o software para obter a máxima performance econômica de seus ativos e recursos industriais. No Paraná, o Grupo Usaçúcar – Santa Terezinha, um dos cinco maiores na produção de cana no Brasil, com nove unidades produtoras, expande a utilização do S-PAA para mais uma unidade, a Usina de Goioerê. Com esta nova implementação o Grupo Usaçúcar fica sem a utilização do S-PAA apenas na unidade de Umuarama, que deve aderir à tecnologia quando completar o processo de expansão de seu canavial e atingir o objetivo de disponibilidade de cana.

Unidade Santa Terezinha, do Grupo Usaçúcar, um dos cinco maiores na produção de cana no Brasil

USINA DE GOIOERÊ COMEÇA SAFRA 2018/19 OPERANDO COM S-PAA A Usina de Goioerê, localizada no município de Moreira Sales, também no Paraná, irá começar a safra de 2018/19 já com o sistema operando. O Grupo segue buscando a excelência na operação de seus processos industriais, minimizando as perdas e aumentando o aproveitamento do ART processado. A implementação em Moreira Sales contempla os módulos de Processo e Energia e tem como objetivo macro a redução das perdas e consequente aumento da eficiência industrial. A unidade busca atingir os patamares de eficiência mais elevados do Grupo, como nas unidades de Terra Rica e Paranacity, que já utilizam o sistema. Esta implementação contará com quatro Laços Fechados com sistema definindo  os set-points de operação. Estes Laços Fechados permeiam toda planta, sendo eles, controle de moenda integrado ao fluxo de caldo, controle integrado do sistema de vapor, fermentação e destilaria. O Grupo Usaçúcar também está expandindo a abrangência do S-PAA na Usina Rondon, que conta com o Módulo de Energia desde 2013 e nesta safra está implementando os Módulo de Processos e os Laços Fechados de fluxo de caldo, controle integrado do sistema de vapor e fermentação com ART constante, que se somam ao controle de embebição da moenda que já opera desde 2016. A Usina Rondon é modelo na utilização do S-PAA para acompanhamento do balanço de vapor e obteve diversos ganhos ao longo as safras com ações de redução de consumo de vapor utilizando as informações do S-PAA, seja em tempo real ou tomando decisões estratégicas com base em informações fornecidas pelo software. Esta redução de consumo é fundamental para a estratégia de geração de energia do Grupo, pois o excedente de bagaço é direcionado para UTEs maiores como as das unidades de Tapejara e Cidade Gaúcha. Estas atuações demonstram o caráter estratégico da utilização do S-PAA no Grupo Usaçúcar.

Implementação na Goierê contempla redução das perdas para aumento da eficiência industrial


INDUSTRIAL 29

Fevereiro 2018

Sistema irá estabilizar e reduzir consumo de vapor de processo na usina

GOIASA APOSTA NO SISTEMA PARA PRODUZIR E EXPORTAR ENERGIA ELÉTRICA No estado de Goiás, duas unidades adquiriram o S-PAA para implantação nesta entressafra. Uma delas é a Goiasa, localizada em Goiatuba e que mói aproximadamente 3,1 milhões de toneladas de cana e produz 205.000 toneladas de açúcar e 120 milhões de litros de etanol por safra. A Goiasa optou por iniciar o projeto do S-PAA com foco na otimização da produção e exportação de energia, além de estabilidade e redução no consumo de vapor de processo. Esta implementação também conta com Laço Fechado controle integrado do sistema de vapor. O modelo já está pronto e foi será validado com a equipe em janeiro de 2018. Após a validação será integrado com os seus sistemas de controle e qualidade da planta até o início da safra de 2018/19. No Estado do Mato Grosso, como parte de um amplo projeto de modernização de seu parque industrial, a Usinas Itamarati adquiriu o S-PAA para operação já no início da próxima safra.  Instalada em Nova Olímpia, interior de Mato Grosso, a Itamarati moeu 4,51 milhões de toneladas de cana e produziu 200.100 toneladas de açúcar e 229 milhões de litros de etanol nesta safra 2017/18, encerrada recentemente. Aliada a modernização do parque industrial, a diretoria vem revolucionando a gestão dos processos e da planta. Conta com profissionais de competência comprovada e o S-PAA também vem auxiliá-los a executar o PDCA Industrial On-Line e a apontar os gargalos e direcionar os investimentos ao longo do processo de modernização. Com o  kick-off do projeto realizado  no mês de janeiro, a Usina Itamarati  irá obter resultados na safra de 2018/19. No entanto, todos na usina e na equipe da Soteica, empresa detentora do software e responsável pela implementação turn-key, vislumbram a possibilidade da evolução de ganhos continuados ao longo das safras seguintes, conforme os processos de modernização e gestão forem evoluindo juntamente com a utilização do S-PAA. Em São Paulo, outro importante grupo produtor que optou pelo S-PAA foi a Pedra Agroindustrial. A unidade escolhida foi a de Serrana e, assim como a Goiasa, o foco inicial foi na otimização da produção e exportação de energia, além de estabilidade e redução do consumo de vapor de processo. Composto por três unidades produtoras - Da Pedra, Buriti e Ipê, a Pedra Agroindustrial mói aproximadamente 10 milhões de toneladas de cana e produz 250.000 toneladas de açúcar e 600 milhões de litros de etanol por safra. Além destas sete unidades, que representam uma expansão de mais de 50% da base instalada , mais cinco usinas brasileiras encontram-se em fase de negociação e de formalização de contrato, incluindo 3 grupos produtores Top 10 do país, e uma usina no exterior.

Flexível,

confiável

e no Brasil

Curitiba/PR

Heinrichs do Brasil • Estoque próprio em Curitiba/PR • Válvulas de purga • Visores de nível de óleo • Tampões roscados com anel de vedação Suas vantagens • Uma vasta gama a partir de M 8x1 até G 2½" • Certificado conforme ISO/TS16949 e ISO 14001 • Mesmo quantidades pequenas a preços competitivos • Curtos prazos de entrega

Heinrichs do Brasil | vendas@heinrichs.com.br

heinrichs_AntriebstechnikSondermotiv__BRA_127x160_4C.indd 1

It’s our turn! heinrichs.com.br

28.08.17 08:58


30 INDUSTRIAL

Fevereiro 2018

FOTOS DIVULGAÇÃO

Douglas Mariani, da Soteica: "a participação da equipe da Jussara é fundamental para o software atue nos primeiros dias da 18/19"

JUSSARA TERÁ IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA COM TRÊS LAÇOS FECHADOS Outra usina paranaense, a Jussara, que pertencente à Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, tradicional grupo sucroenergético do Paraná, que processa cerca de 2,7 milhões de toneladas de cana e produz 200 milhões de litros de etanol por safra está implementando o S-PAA na safra 2018/19. “Em outubro passado, os diretores, gerentes, supervisores e encarregados receberam a equipe de engenheiros da Soteica para as reuniões de kick-off de implantação do Software S-PAA. A participação de toda a equipe da usina tem sido massiva e fundamental para garantir que o software inicie a sua atuação nos primeiros dias da safra de 2018/19”, afirma Douglas Mariani, consultor da Soteica. Atualmente o modelo da Usina Jussara já está pronto e foi validado com a equipe nas últimas semanas de dezembro de 2017. Este modelo será finalizado com a integração do mesmo com os seus sistemas de controle e qualidade da planta até o início da safra de 2018/19.  A implementação na Usina Jussara também conta com três Laços Fechados, que são a embebição da moenda integrada ao fluxo de caldo, controle integrado do sistema de vapor e fermentação com ART constante. O foco do S-PAA na Jussara é minimizar a variação do processo e reduzir consumos e perdas.

USINA JACAREZINHO OPTOU PELO S-PAA PARA OTIMIZAR SUA PRODUÇÃO Em janeiro tivemos a adesão de mais uma unidade paranaense, a Usina Jacarezinho pertencente ao Grupo Maringá, que optou pelo S-PAA para otimizar sua produção e processos industriais. A Jacarezinho mói aproximadamente 2,4 milhões de toneladas de cana e produz 140.000 toneladas de açúcar e 90 milhões de litros de etanol por safra. A unidade fica localizada no município de Jacarezinho e tem o objetivo de garantir a padronização de suas operações industriais nos três turnos. Por isso optou pela implementação de Laços Fechados em áreas nevrálgicas de sua operação, sendo estes a embebição da moenda integrada ao fluxo de caldo, controle integrado do sistema de vapor e equilíbrio termodinâmico das colunas de destilação. A Usina Jacarezinho conta com uma equipe enxuta de gestão que busca diariamente maximizar a sua performance, e agora conta com mais esta ferramenta.  A reunião de kick-off acontece no final do mês de janeiro e a usina poderá colher os resultados ainda na safra de 2018/19.

Usina Jacarezinho, pertencente ao Grupo Maringá: moagem estimada em 2,4 milhões de toneladas


AGRÍCOLA

Fevereiro 2018

31

DOUTORES DA CANA ARQUIVO PESSOAL

Custos só caem com aumento da produtividade. 01 - Qual a visão dos senhores sobre a importância da produtividade agrícola dentro do processo produtivo sucroenergético? Luiz Carlos Filho* – “Hoje tudo é custo, e entendemos que os custos não serão minimizados com cortes em adubação e defensivos. Entendemos que os custos só podem ser minimizados com o aumento da produtividade agrícola e para se atingir este aumento da produtividade deve-se investir em um preparo de solo bem feito, sem torrões, investir em tecnologias modernas de irrigação, e em insumos de qualidade que nos garanta uma matéria prima de primeiríssima qualidade, nos dando mais açúcar por hectare e diluindo nossos custos.” 02 - Quais decisões vêm sendo tomadas que refletem na manutenção das altas produtividades dos canaviais? “Passamos a entender a cana-de-açúcar como uma cultura de alta tecnologia, desmistificando a idéia

das nossas áreas irrigadas por irrigação de suplementação, passamos a ditar nossa produtividade, saindo da variável clima x tempo. Outra decisão tomada foi a correta utilização de insumos como o adubo convencional e foliar no momento certo e disponibilizando para a planta o que ela realmente necessita naquela fase e por fim, a utilização de implementos modernos para preparo de solo como o Penta, que associa baixo custo a uma qualidade excepcional no preparo canteirizado das áreas para plantio.” Luiz Carlos Filho

de que cana-de-açúcar é uma cultura rústica, afinal, com um potencial produtivo de cerca de 400 TCH, extrair 15% de todo esse potencial é uma idéia que nos incomodou e nos fez pensar de forma diferente e investir, principalmente em tecnologias de irrigação. Com mais de 80%

03 - Dentro do pacote tecnológico disponível para a cultura da Cana-de-açúcar, a nutrição complementar via folha e fundo de Sulco configura-se como uma ferramenta de relevância? “Sem dúvidas, hoje nas nossas área de produção de cana-de-açúcar não se planta mais 1 hectare de cana sem a utilização de tecnologias que englobam o pacote tecnológico de nutrição que vai do fundo do sulco, até a utilização de micronutrientes via folha, essas decisões nos deixou confortável em dizer que hoje, nas

nossas áreas, não se colhe cana planta com menos de 100 TCH. Porém, a utilização desse pacote tecnológico não se deu da noite para o dia, foi resultado de inúmeros testes que nos deu segurança e confiança na utilização e recomendação dos mesmos.” 04 - Alguma consideração fique a vontade para discorrer. Luiz Jatobá Filho** – “É necessário salientar que estamos situados na zona sul do estado de Alagoas, portanto, no nordeste brasileiro. O agricultor nordestino é um herói, luta com as adversidades climáticas, enfrenta secas cíclicas, haja vista os que se encontram situados no sertão. Somos privilegiados porque cultivamos cana-de-açúcar nos tabuleiros alagoanos. Terra propícia para a mecanização. Por outro lado, são terras fracas que necessitam de tudo aquilo que foi mencionado acima, principalmente irrigação, que deve ser um custo fixo para evitar os altos e baixos da produtividade.” *Luiz Carlos Filho – Eng. Agrônomo **Luiz Jatobá Filho – Diretor PresidentezZ


32

AGRĂ?COLA

Fevereiro 2018

Quanto as impurezas minerais im Levantamento realizado pelo BENRI, sistema de classificação por rating de unidades sucroenergÊticas, revela queda na quantidade de minerais nas últimas safras Avaliar as impurezas minerais Ê um dos parâmetros utilizados para verificar a qualidade da cana-de-açúcar que serå processada pela indústria, bem como a eficiência nas operaçþes de colheita realizada pela årea agrícola. Sabe-se que a quantidade de impurezas minerais impacta diretamente as operaçþes de recepção, preparo e extração do caldo, etapa importante na produção do açúcar, etanol e energia. A impureza mineral Ê a principal responsåvel pelo desgaste de abrasão dos equipamentos utilizados na alimentação, preparo e moagem da cana, assim como nas caldeiras, impactando o desempenho de seus componentes e elevando os custos de manutenção. Em um recente levantamento realizado pelo BENRI compreendendo o período da safra 2014/15 atÊ a 2017/181, revelou uma queda de 4,90% a.a. (CAGR) no volume de impurezas que chega atÊ a indústria, passando de um valor de 14,50 para 12,47 kg/toneladas, conforme mostra o gråfico abaixo:

Em relação a eficiência, usinas classificadas com excelência operacional (rating AAA) nesse quesito apresentaram atÊ 6,62kg/ ton de impurezas minerais na safra 2016/17. Jå aquelas com mÊdia de eficiência operacional (rating B) registraram um valor de 13,51 kg/ ton no mesmo período.

O aumento observado no rating BENRI na safra 2015/16 refletiu a ocorrĂŞncia de chuvas nos meses destinados Ă colheita do canavial. De fato, a precipitação acumulada entre os meses de abril e novembro de 2015 na regiĂŁo Centro-Sul foi de 738,8 mm/đ?‘š3, valor 37,5% superior a precipitação observada em 2017 para o mesmo intervalo.


AGRÍCOLA 33

Fevereiro 2018

pactam a produtividade agrícola FOTOS DIVULGAÇÃO

Clima seco durante os meses de colheita contribuiu com redução das impurezas minerais trazidas com a cana


34 AGRÍCOLA

Fevereiro 2018

Cana bisada amplia as impurezas É o que revela o levantamento do BENRI, que também constata que o clima seco nos meses de colheita atuou no sentido de reduzir as impurezas minerais trazidas para dentro da indústria pela cana-de-açúcar DIVULGAÇÃO

A grande quantidade de cana bisada processada em 2016 pode ter contribuído para o aumento do volume de impurezas minerais verificado em algumas unidades. Para a safra 2017/18, a expectativa é que o clima seco durante os meses de colheita tenha atuado no sentido de reduzir as impurezas minerais trazidas com a cana-de-açúcar. Entretanto, há a possibilidade de que algumas usinas que tenham sofrido com queimadas ao longo dessa safra e seus canaviais  observem um aumento nesse indicador. Confira gráfico abaixo. Tem-se também que parte da redução observada no nível de impurezas minerais pode ser associada ao decréscimo acumulado de 4,04% na produtividade agrícola entre os anos safras de 2015/16 e 2017/18. Por fim, a análise concluiu que unidades produtoras estão mais cuidadosas no conjunto das operações agrícolas que são necessárias, além da colheita propriamente dita, para a melhoria nos indicadores que compõem a colheita mecanizada e, portanto, estão colhendo com melhor qualidade. Outro estudo que corrobora a redução de impurezas durante a co-

lheita, foi feito por Edson Girondi, diretor agrícola da Usina Alto Alegre. O levantamento revelou que os impactos das impurezas vegetais e minerais foram de até 79,90 quilos de ATR por tonelada dos canaviais do Centro-Sul na safra 2016/17. Já as impurezas minerais registram média de 11,10 quilos de ATR por

tonelada. Conforme o levantamento, o impacto das impurezas minerais é maior no estado de São Paulo, enquanto as impurezas vegetais penalizam mais os canaviais do Mato Grosso do Sul. Nos canaviais paulistas, segundo Girondi, as impurezas mine-

rais equivalem a 1,21% do total de ATR, contra 1,03% no Mato Grosso do Sul. Já as impurezas vegetais somam 9,72% nos canaviais matogrossenses e 8,05% nos paulistas. Girondi lembra que 75% dos investimentos/custos de uma usina estão na área agrícola, contra 25% da área industrial.


AGRÍCOLA 35

Fevereiro 2018

São Martinho reconhece Goterma como referência em isolamentos térmicos DIVULGAÇÃO

Empresa se destacou em uma das mais criteriosas categorias do prêmio, graças a alta performance de seus produtos e eficiência no atendimento O Grupo São Martinho promoveu no dia 1º de dezembro de 2017 a entrega do 3º Prêmio Fornecedor Destaque. A premiação é destinada aos fornecedores estratégicos da companhia, que se destacaram pela melhor performance durante a safra 2016/17. Os fornecedores receberam troféus em sete categorias. A Goterma Isolantes Térmicos, foi contemplada em um dos segmentos mais disputados, que é o da Manutenção Industrial. Dentre os critérios estipulados pela São Martinho para escolha da empresa fornecedora, estão quesitos como sustentabilidade, colaboração, inovação, excelência, pontualidade,

Olmis Antonio da Silva, diretor da Goterma, recebendo troféu da diretoria da São Martinho

conformidade e segurança. O diretor da Goterma, Olmis Antonio da Silva — conhecido no setor como Góes — recebeu a láurea em mãos, através do gerente de suprimentos da São Martinho, Marcelo Contó, do presidente da São Martinho, Fábio Venturelli e do diretor administrativo da São Martinho, Ro-

drigo Tetti Garcia. Atuando há mais de 30 anos no setor, a Goterma trabalha constantemente em busca de inovação tecnológica para seus produtos e na capacitação de seus colaboradores, para oferecer ao mercado alta performance, aliada à responsabilidade socioambiental.

Radicada no polo industrial de Sertãozinho (SP), a fornecedora de materiais isolantes e serviços adotou desde sua fundação um criterioso controle de qualidade em todas as fases do processo de produção, obedecendo normas técnicas e procedimentos em vigor. Atualmente, a Goterma tem sua atuação comprovada através da satisfação de seus clientes, dentre eles o Grupo São Martinho, que é considerado um dos mais criteriosos do setor sucroenergético. Em tempos de crise, onde a agroindústria canavieira busca através da redução de custos e aumento de produtividade encontrar lucratividade, empresas como a Goterma se mostram, como comprova o troféu recebido, uma das mais adequadas fornecedoras no segmento. Com a aprovação, seguida da regulamentação e implementação do Renovabio, empresas fornecedoras competentes, como a Goterma, largam na frente na corrida pela alta produtividade desejada pelas unidades produtoras.

(31) 3539-1200 escocorp.com

A ESCO Corporation desenvolve a mais moderna tecnologia no projeto e fabricação de peças de desgaste. Apresentamos para as Usinas o ESCO HAMMER, sistema inovador com o foco na redução no custo, no tempo de troca e na ergonomia do funcionário.

AGUARDE, NA PRÓXIMA EDIÇÃO CONHEÇA A ESTRUTURA DO ESCO HAMMER!


36 LOGÍSTICA

Fevereiro 2018

Investimentos fortalecem o Paranaguá FOTOS DIVULGAÇÃO

Porto do Paraná amplia serviços também para as usinas sucroenergéticas com aportes na estrutura do aprofundamento do calado

ZEMBRO/2017 GRANÉIS SOLIDOS EXPORTAÇÃO

CONTEINERES (unid. cheios e vazios) Tam. Export. Import. Total 20’ 3.818 4.119 7.937 40’ 13.598 13.357 26.955 Total 17.416 17.476 34.892 TEUs 2017 371.309 378.368 749.677 TEUs 2016 359.716 362.139 721.855 % 3,2% 4,5% 3,9%

DELCY MAC CRUZ, DE SÃO PAULO (SP)

Acum. 2017 Acum. 2016 NGE PASA CORREDOR TOTAL (t) (t) 29.214 195.711 224.925 4.538.061 4.512.672 Paranaguá avança 3.553.724 2.589.878 - O Porto - de 186.872 186.872 como polo escoador de produtos 451.261 451.261su-11.409.189 7.984.182 croenergéticos. Ao lado do Porto- de 172.750 -

Antonina, -o 9.214

Paranaguá, no863.058 litoral do19.673.724 15.086.733 833.844 Paraná, já exemplifica negócios cres30.861 217.798 248.659 centes no agronegócio do estado. 4.175.649 4.596.850 Em 2017, conforme a estatal Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), a movimentação de cargas do Paranaguá foi a maior desde sua implantação, em 1935. Ao longo de 2017, o Porto de Pa212 à51,5 214milhões ranaguá movimentou MERCADORIA de toneladas, 11% acima do recorde anterior, de 46,1 milhões de tonelaMILHO das, alcançado em 2013, e 14,2% aciGRANÉIS LÍQUIDOS SOJA ma do movimentado em 2016. No ano passado o carro-chefeTotal foi FARELOS Export. Import. a soja, com mais de 11,4 milhões de AÇÚCAR (gr. + sc.) 369.453O açúcar, 369.453 toneladas0 exportados. no entanto, veio bem atrás, com 4,8 miÓLEOS VEGETAIS 130.172 119.235 249.407 lhões de toneladas exportadas. CARGA GERAL Os embarques da matéria-prima 130.172 488.688 618.860 DERIV. PETRÓLEO da cana-de-açúcar tendem a crescer 1.698.618 6.052.320 7.750.937 bem mais nos próximos anos, por Outros conta dos investimentos em fase de 1.888.787 4.183.165 6.071.953 Total (t) implantação em Paranaguá. Em entrevista 45% ao JornalCana, -10% 28% TRIGO Miguel Rubens Tranin, presidente da ADUBO Associação de Produtores de Açúcar e Álcool do Estado do Paraná (AlCARGA GERAL coolpar), detalha as novidades que METANOL t) transformarão Acum. 2016 o(t)Porto de Paranaguá % em exemplo de logística também CEVADA/MALTE para o setor sucroenergético. 9.581.861 8,2% SAL JornalCana – Que 28% investi6.071.953 mento é feito no Porto de Paranaguá? 29.453.959 13% Miguel Rubens Tranin – O Porto de Paranaguá evoluiu muito na 45.107.772 capacidade de embarques,14% batendo recordes de movimento. O investimento significativo ocorre principalmente no aprofundamento do calado. E isso é um grande avanço, porque até então tínhamos limitação de navios exatamente por conta da questão do calado. Como está hoje o Porto? Hoje podemos operar navios limitados a 50 mil toneladas. Mas pode-

% 1% 37% 43% 0% 30% -9%

215 à 217 RESUMO POR MERCADORIA Dezembro.17(T )

Acum. 2017 (t) Acum. 2016 (t)

%

186.872

3.553.724

2.589.878

37%

451.261

11.409.189

7.984.182

43%

224.925

4.538.061

4.512.672

1%

308.848

4.846.139

5.122.782

-5%

14.000

935.611

806.136

16%

556.687

7.078.667

5.817.084

22%

95.240

629.784

973.122

-35%

20.932 -

364.518

109.529

-433%

1.858.765

32.626.658

27.915.386

17%

26.957

169.733

316.677

-46%

706.349

8.847.059

8.656.172

2%

318.203

3.285.046

3.238.845

1%

95.982

843.475

803.949

5%

18.151

384.600

515.604

-25%

-

183.190

263.276

-30%

374.012

4.766.226

3.025.017

58%

OUTROS

14.491

404.714

372.846

9%

Total (t)

1.554.144

18.884.042

17.192.386

10%

Total Geral (t)

3.412.909

51.510.701

45.107.772

14,2%

DERIV. PETRÓLEO

remos dobrar a capacidade desses navios. E a disponibilidade no mercado de navios acima de 50 mil toneladas é muito maior do que de embarcações menores que essa capacidade. E vem a equação: o navio maior certamente tem custo muito menor. Qual a expectativa?

Há a grande expectativa de que com esse investimento no Porto poderemos embarcar em navios maiores e nos favorecer, seja pela disponibilidade, pela capacidade de carga e, por consequência, pelo menor custo. Como fica a profundidade? Dos atuais 11 metros de profun-

didade, passaremos para 14 metros de profundidade. Isso dará um novo cenário para o Porto de Paranaguá, com agilidade para evitar filas para desembarque de produtos. Se bem que isso não tem ocorrido nos últimos anos. O ambiente econômico adverso do País afetou os investimentos? O projeto no Porto está em andamento. Com o aprofundamento, temos a expectativa de investir no berço, não só o próprio, ligado ao setor sucroenergético, mas a outros atracamentos. Fale mais a respeito Há o foco em atracamentos como a construção de piers em T, em F, ou seja, aumentar a capacidade de navios. Não só aumentar a capacidade nossa [do setor sucroenergético], mas a de número de navios a serem atracados no Porto. O investimento no Porto deverá estar concluído ao longo de 2018? Provavelmente. Os piers T e F ficam para 2019, que serão, também provavelmente, frutos de investimentos privados. Qual é a participação das usinas ligadas a Alcoopar no Porto? A Alcoopar foi a indutora. E daí constituiu-se um grupo, que é a Paraná Operações Portuárias (Pasa). Essa empresa tem concessão do porto com terminal próprio exclusivo para açúcar, criado em 2002.


LOGÍSTICA 37

Fevereiro 2018

Gerou agilidade para o setor sucroenergético? Sim. De um tempo médio de 4 a 5 dias para o embarque de um navio, hoje fazemos em menos de 24 horas. E como o terminal é exclusivo para o açúcar, houve para o mercado uma certa preferência pela estrutura por ela trabalhar unicamente com açúcar.

Miguel Rubens Tranin

Como assim? Pela busca de velocidade e de eficiência de produção, unidades tinham acelerado muito o processo. Para adequar a um nível de segurança, foi preciso reduzir um pouco essa velocidade para manter uma granulometria que não evitasse o pó. É esse pó que dá a combustão.

Quais as expectativas desses investimentos para o terminal da Pasa? A expectativa é justamente a conclusão do aprofundamento dos berços e a modificação do atracamento. Esses investimentos livram as empresas do setor sucroenergético de ampliar a capacidade de armazenagem de açúcar no terminal, uma vez que o Porto ganhará mais agilidade? Temos três armazéns de açúcar no terminal. O primeiro tem capacidade para 55 mil toneladas, mais um de 100 mil toneladas e o mais recente está capacitado para mais 50 mil. E as operações logísticas do terminal? Nós padronizamos o tipo de açú-

bém padrão de umidade? Sim, prevê tanto a padronização em umidade do açúcar como em granulometria (distribuição, em porcentagem, dos diversos tamanhos e grãos). Um risco recente registrado eram incêndios nas correias e nos terminais que operam. Fizemos um estudo a respeito que apontou exatamente a granulometria.

car no terminal. Ou seja, ele tem que seguir na indústria o tipo de açúcar determinado para o açúcar. Assim o produto não precisa estar no porto. Se houve a ordem de embarque para a indústria, o açúcar do estoque regulador do Porto já é embarcado dire-

tamente. Assim, a usina ganha agilidade [porque o açúcar comprado ela já é automaticamente entregue pelo estoque regulador]. Essa padronização do açúcar operado no terminal prevê tam-

A orientação foi reduzir a velocidade de produção? Reduziu-se a velocidade, mantendo assim a granulometria e evitando o pó e, assim, evitando risco muito grande de incêndios. Quantas unidades processadoras de cana-de-açúcar operam no Porto? 12 empresas, que podem ter mais de uma unidade processadora de cana no Paraná.

Save the Date

Centro-Sul

Conexões,

20 | AGO

Ribeirão Preto - SP

Brasil

Relacionamentos

01 | OUT

São Paulo - SP

e Amizades

Nordeste

08| NOV

Recife - PE

www.mastercana.com.br


38 GENTE

Fevereiro 2018

“O etanol é a tábua de salvação Biagi Filho afirma que do etanol virá o equilíbrio dos preços que o mercado setorial sucroenergético tanto precisa ALESSANDRO REIS, DE RIBEIRÃO PRETO (SP)

Maurílio Biagi Filho afirma que seu ciclo no setor acabou. Mas suas opiniões continuam tão importantes quanto em qualquer outro momento. Ele é uma das personalidades mais importantes do setor, mas sua contribuição histórica extrapola os limites da agroindústria canavieira e avança por outros segmentos do mercado brasileiro. Atualmente se considera um filantropo. Dispondo seu tempo e dinheiro a projetos que envolvem ações sociais e culturais que beneficiam a região cujas terras lhe trouxeram fama e fortuna. Exemplo disso é que por iniciativa dele — que compôs a diretoria do Comitê Olímpico Brasileiro, anos atrás — que o símbolo máximo das Olimpíadas passou por Ribeirão Preto (SP) em 2016. “Foi uma emoção indescritível carregar aquela tocha, principalmente porque escapei há época de uma cirurgia no menisco”. Apesar do depoimento descontraído, ele garante que a experiência o fez compreender a sensação prazerosa que um atleta tem ao carrega-la.  Ao falar sobre o setor, Biagi diz que não tem saudades dos tempos em que comandava usinas. Mas ao longo da entrevista demonstra que conhece o setor, que o revelou como um dos mais importantes empresários brasileiros, como poucos. A seguir ele fala sobre política, perspectivas que envolvem o RenovaBio, etanol de milho e carro elétrico. Ele também alerta que o setor ainda carece de uma entidade nacional que seja realmente respeitada. Confira. JornalCana — Como o senhor enxerga as eleições deste ano? Maurílio Biagi Filho — Eu enxergo com muita preocupação. Tem um percentual dos brasileiros que não se aperceberam do desastre que foi a política brasileira dos últimos anos. Qual dos presidenciáveis conhecidos até agora é o melhor para a presidência? Acredito que seja o Geraldo Alckmin. Um homem público equilibrado e sério, que poderia desenvolver um bom trabalho no País. Dos hipotéticos candidatos há o Henrique Meirelles, o Álvaro Dias. Enfim, precisamos de um bom nome, que muito provavelmente precisará de duas gestões para recolocar o Brasil nos trilhos da economia e da área social. Quanto ao setor, o Renovabio salvará as usinas e grupos da mais recente crise? Bem, o programa foi aprovado. O que é ótimo, porque o setor precisava de uma bandeira e agora está nas mãos dele. Mas agora vem a fase de regulamentação e implantação. Acho que até sua

versão final ser implementada, haverão muitas mudanças no escopo do programa. O que falta à essa regulamentação? É preciso definir melhores políticas publicas para o mercado de importação de etanol, por exemplo. O etanol é a tábua de salvação do setor. O etanol é o pode trazer equilíbrio. Ainda que se volte a ter o açúcar remunerando bem, se souberem usar o etanol para diminuir a produção de açúcar, ele pode ser fundamental para regular os preços. Ainda há uma desorganização por parte dos agentes do mercado? Não. O problema é que existem interesses diversos e os porta-vozes dão somente as versões que interessam para sua empresa. O setor precisa de um único porta-voz e não ter mais nenhum que fique por trás com um discurso diferente. Porque o governo usa isso em favor dele. O fato é que o setor ainda precisa de uma entidade nacional que fosse realmente respeitada. A Unica e o Fórum Nacional Sucroenergético não são suficientes? O Fórum seria, se fosse mais prestigiado. Percebo que o Fórum se decide por um lado, mas há empresários que tomam um rumo diferente. Isto, em conjunto com o fato de que os pequenos produtores estão diminuindo cada vez mais, dificulta muito a situação. A necessidade de se produzir mais etanol nos próximos anos reativará usinas paralisadas? Acho difícil. Analiso ofertas de usinas diariamente, mas uma usina depois de ficar dois ou três anos parada é quase impossível de se reativar. O custo disso inviabiliza os investimentos. O etanol de milho é uma boa aposta para as unidades aumentarem seus volumes de produção? Com certeza. É uma ótima aposta. Não acredito na produção de etanol só feito a partir do milho, mas no uso de cana e milho como matéria-prima. Mas insisto em dizer que é preciso definir bem a matriz energética brasileira. Desta forma poderemos consorciar outras fontes de energia com as usinas, como a eólica e até mesmo a solar. Por falar nisso, o carro elétrico ganhará espaço no mercado brasileiro? O carro elétrico puro, não. Agora, o híbrido, rodando com etanol, sim.

NÃO ACREDITO NA PRODUÇÃO DE ETANOL SÓ FEITO A PARTIR DO MILHO, MAS NO USO DE CANA E MILHO COMO MATÉRIA-PRIMA. MAS INSISTO EM DIZER QUE É PRECISO DEFINIR BEM A MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA.


GENTE 39

Fevereiro 2018

do setor” DIVULGAÇÃO

MAURÍLIO BIAGI FILHO Nome completo: Maurílio Biagi Filho Nascimento: 1942 Natural de: Ribeirão Preto (SP) Iniciou sua carreira como estagiário na Usina Santa Elisa, de Sertãozinho (SP). Lá, passou por todos os cargos e setores, entre indústria, agrícola e administrativo, até a posição de presidente. Durante sua gestão, a Santa Elisa cresceu significativamente, saltando de uma moagem de 118.149 ton de cana/safra para o recorde de 7.011.577 ton de cana/ safra quando em 1998 atingiu a 1ª posição no ranking setorial. Com o falecimento de seu pai em 1978, Maurilio assumiu o comando da Companhia e do conglomerado da Família. No final da década de 80, iniciou o processo de desligamento das empresas da família. Processo maduro e demorado que foi concluído totalmente em 2002, quando deixou a direção executiva da Santa Elisa para, sozinho, dar continuidade a sua carreira empresarial. Atuou como principal executivo em outras importantes empresas do cenário nacional: Refrescos Ipiranga (Coca-cola), Zanini Equipamentos Pesados, Renk-Zanini, AKZ Turbinas, Usina MB, Sermatec e CEVASA – Companhia Energética Vale do Sapucaí e em diversas empresas de diferentes setores: cítrico, industrial, agrícola, de fertilizantes e inseminação artificial. Em 1979, fundou a Destilaria Demol que mais tarde veio a se tornar Usina Moema Açúcar e Álcool, um dos 10 maiores Grupos de Usinas do Brasil. Atualmente, dentre outras atribuições, acumula as funções de Presidente do Grupo Maubisa, membro do Conselho da Bioenergética Aroeira e das Indústrias Metalúrgicas Pescarmona S.A (IMPSA). Além de suas atividades como empresário e executivo, Maurilio contribui com sua experiência para elaboração de políticas públicas através do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República – CDES. Como conselheiro atua em importantes instituições: ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base); AMCHAM (Câmara Americana de Comércio), UNICA (União da Indústria de Cana- de- açúcar); COSEMA-FIESP (Conselho Superior de Meio Ambiente), COSAG-FIESP (Conselho Superior do Agronegócio), CONSURES-FIEMG (Conselho de Sustentabilidade e Responsabilidade Social e CEAL (Conselho Empresarial da América Latina). Principais conquistas Trabalhou durante 47 anos na Companhia PATROCÍNIO

Energética Santa Elisa, tornando-se Diretor em 1962 e Presidente em 1980. Trabalhou durante 32 anos na Refrescos Ipiranga, tornando-se Presidente em 1979. Atuou durante 24 anos na Zanini Equipamentos Pesados tornando-se em 1986 Conselheiro. Fundou e presidiu a CEVASA (Central Energética Vale do Sapucaí) até sua aquisição pela Cargill em 2006. Fundou e presidiu a Moema Açúcar e Álcool vendida em janeiro 2010 para a Bunge. Preside o Grupo Maubisa. Fundou a SynCo Advisory Sucroenergético. É Conselheiro da Usina Aroeira, MG. Presidiu também: Renk Zanini, AKZ Turbinas, Usina MB, Sermatec. É parte do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República (CDES), do Conselho de Estratégia da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (ABDIB), do Conselho Superior do Meio-Ambiente da FIESP (COSEMA), do Conselho de Agronegócio da FIESP (COSAG), do Conselho da Associação Brasileira de Indústrias e Maquinas (ABIMAQ/SINDIMAQ), do Conselho da Indústrias Metalúrgicas Pescarmona S.A (IMPSA -Argentina), do Conselho da Sociedade Corretora de Álcool (SCA), do Conselho da American Chamber of Commerce – Brazil (AMCHAM), do Conselho Empresarial da América Latina (CEAL), do Conselho de Sustentabilidade e Responsabilidade Social da FIEMG (CONSURES), do Conselho Consultivo da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (ACIRP), do Conselho do World Trade Center (WTC) e do Fórum de Líderes Empresariais e do Mercosul.  Premiações Entre as inúmeras homenagens que já recebeu, uma das honrarias mais marcantes para Maurilio foi a de Industrial do Ano de 1982, concedida pela da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Em 2003, nos Estados Unidos, a Brazilian-American Chamber of Commerce concedeu a ele o prêmio Person of the Year, em reconhecimento às contribuições dadas para o estreitamento das relações comerciais entre os dois países. A homenagem aconteceu em Nova Iorque, em uma cerimônia com mais de 600 personalidades empresariais e da vida pública dos dois países. Os ex-presidentes Bill Clinton e Fernando Henrique Cardoso estão entre os que já receberam a premiação.  Foi também laureado nas categorias Empresário do Ano, Executivo do Ano, Hour Concour e Quem é Quem no Setor do Prêmio MasterCana na década de 1990, e nos anos 2002, 2003, 2006, 2007, 2012, 2015 e 2017.

APOIO

Foco no Resultado!


40 GENTE

Fevereiro 2018

QUEM É QUEM NO SETOR Conheça algumas das personalidades que estarão no “Quem É Quem no Setor”, publicação da ProCana Brasil que trará um registro histórico das pessoas e organizações que são e foram referenciais do setor nos últimos 30 anos JOSIAS MESSIAS | FOTOS JOSIAS MESSIAS

Usina Alcoeste

Usina Vale do Paraná Confraternização Cerradinho Bio Engenho Palo Gordo, Guatemala

Cengicaña, Guatemala

Cengicaña, Guatemala

PATROCÍNIO

APOIO

Foco no Resultado!


NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Fevereiro 2018

41

Magíster completa 10 Anos de atividades DIVULGAÇÃO

Tendo iniciado suas atividades em 2008, a Magíster de Sertãozinho estado de São Paulo, completa este ano o seu 10º aniversário; foram anos de muito trabalho e desafios, haja visto, que este período foi marcado não só pela forte recessão mundial de 2008, mas, de modo mais particular, pelas intensas dificuldades que o setor sucroenergético atravessou nos últimos anos, setor este em que a Magíster está inserida. Atuando mais especificamente no setor industrial das usinas de açúcar, a empresa, que iniciou suas atividades se dedicando exclusivamente ao revestimento de peças sujeitas ao desgaste abrasivo, em um espaço aproximado de 40 metros quadrados, dois funcionários e duas máquinas de solda, hoje conta com uma unidade industrial moderna e equipada com inúmeras máquinas para usinagem, caldeiraria, corte e solda, que permite a realização de suas atividades com autonomia e controle de produção; atualmente, em fase de implantação da norma

ISO 9001, ocupa um espaço de 6.500 m2 de área construída voltada para movimentação de peças

que podem chegar a 50 Toneladas. Conta com uma equipe formada por mais de 90 colaboradores do

mais alto nível técnico, eficientes e comprometidos com os resultados da empresa e de seus clientes. Detendo tecnologia para um portfólio de produtos customizados que vão desde um simples parafuso ao fornecimento, por exemplo, de um conjunto completo de desfibrador de cana, a empresa atua focada em equipamentos de preparo e extração do caldo da cana e mais recentemente em sopradores de fuligens de caldeiras, e tem como bandeira e reconhecimento, a alta qualidade de seus produtos e serviços. Com ética, valores e muito respeito a todos os seus clientes, funcionários, fornecedores e demais parceiros de negócios, a Magíster agradece a todos que participaram desta trajetória de sucesso e que compartilham deste “momento muito especial para todos da empresa” ressalta Marcos Mafra diretor e gestor da Magíster. (16) 3513.7200 WWW.MAGISTER.IND.BR


42

NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

Fevereiro 2018

Inseticidas em mudas pré-brotadas DIVULGAÇÃO

Obtidas a partir de matrizes livres de pragas e doenças, as mudas pré-brotadas (MPB) têm identificação genética certificada e alta qualidade fitossanitária. A tecnologia apresenta um novo conceito para a cana-de-açúcar por meio da multiplicação rápida em viveiros com qualidade, uniformidade e ausência de patógenos que interferem no desenvolvimento inicial da cultura. Os procedimentos são necessários para a prevenção das pragas e doenças que comprometem a produção da muda, que deve ser sadia para obter bons resultados. Na produção de MPB, as operações de termoterapia e roguing reduzem e eliminam quase que completamente o inóculo de alguns fungos. “São métodos seguros para atrasar ou controlar epidemias que, normalmente, começam com alto número de agentes das doenças”, explica Marco Cunha, gerente de Produtos Inseticidas e Fungicidas da Ourofino Agrociência. As pragas têm grande importância econômica na agricultura, pois diminuem a produtividade das

lavouras e, consequentemente, aumentam os custos de produção. “Ou seja, o lucro do agricultor diminui”, destaca Marco. Um aspecto ainda pouco considerado, mas de suma importância, é o efeito que as elas têm sobre o material utilizado como muda. Ao atacarem o canavial, as pragas reduzem a qualidade dos colmos, prejudicando a brotação das gemas e aumentando as falhas de plantio.

Manejo Ana Paula Bonilha, especialista de Desenvolvimento de Produto e Mercado da Ourofino Agrociência, ressalta que o uso de mudas pré-brotadas associado a um manejo fitossanitário adequado garante bons resultados. “Obtemos mudas sadias, livres de pragas e doenças, que garantem o estabelecimento inicial da cultura com qualidade fitossanitária e mais

garantia de produtividade e longevidade do canavial”. Para a efetividade da aplicação do manejo, o processo com inseticidas em MPB deve ser realizado no momento do plantio das mudas. Ao realizar o sulco de plantio, a aplicação de inseticidas deve ocorrer simultaneamente, visando o controle de pragas de solo, como cupim, bicudo e formigas. “Após o plantio, as soluções são utilizadas para controlar a broca da cana”, orienta Ana Paula.   Marco completa que, quando efetivas e bem realizadas, as operações eliminam quase que completamente outras principais doenças da cana-de-açúcar, como raquitismo, carvão, escaldadura e mosaico. Mas o gerente também pontua que no sistema de MPB o efeito das pragas é minimizado pela seleção das mudas no viveiro. “Com esse método, elimina-se praticamente qualquer risco de disseminação das doenças, sendo uma das principais vantagens do sistema MPB”. WWW.OUROFINOAGRO.COM.BR

Excelência gráfica, sem limites. Para encantar o mercado, não basta oferecer qualidade, pontualidade e preços baixos. É indispensável agregar um outro fator: a excelência gráfica – o diferencial que assegura acabamentos e efeitos especiais, até debaixo d’água.

Assim pensamos. Assim fazemos.

Fone (16) 2101-4151 Ribeirão Preto - SP

www.saofranciscograf.com.br Anuncio 26x16.indd 1

28/12/2017 08:44:24


Fevereiro 2018

AGRĂ?COLA 43


44 AGRĂ?COLA

Fevereiro 2018


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.