JornalCana 318 (Agosto/2020)

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AGRÍCOLA

Agosto 2020

CONTEÚDO ESTRATÉGICO E TÉCNICO TODA QUARTAFEIRA PRA VOCÊ jornalcana.com.br/webinar

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DESDE 1988

w w w . j o r n a l c a n a . c o m . b r Agosto 2020

Série 2

Número 318

www.prousinas.com.br

USINA 4.0 A Transformação Digital da Indústria Cenário atual acelerou o processo de transformação digital das usinas


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CARTA AO LEITOR

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ÍNDICE

CARTA AO LEITOR

EVENTOS ................................................................................................... 6

Andréia Vital - editoria@procana.com.br

MERCADO Por que as usinas pedem cota de açúcar maior aos EUA ............. 8 “Nós não queremos ninguém nos tarifando”, diz Trump ........... 10 Brasil terá gasolina com mais qualidade ......................................... 11 Exportações brasileiras de açúcar aumentaram 91,5% em julho ............................................................. 12 Congresso derruba veto presidencial à alíquota especial de CBIOs ............................................................... 14 INDUSTRIAL Usina São Manoel renova certificação Bonsucro .......................... 16 Revestimento nas bagaceiras promove proteção e durabilidade durante a safra ........................................ 17 Usina 4.0, a transformação digital da indústria ............................. 18 Diana Bioenergia registra lucro e aposta em futuro promissor ............. 23 CEO da Clealco revela estratégicas sobre a safra .......................... 25 Gestores e profissionais estão em busca de redução de custo nos processos industriais ................. 26 AGRÍCOLA MPB e Meiose possibilitam antecipar em quatro anos a adoção de uma nova variedade de cana ...... 28 O desafio da cana de três dígitos ...................................................... 29 Manejo bem planejado possibilita aumentar produtividade do canavial ............................................... 29 Uso da adubação foliar tem proporcionado bons resultados aos produtores ....................................................... 30 Manejo com inimigos naturais tem aumento nos canaviais ........... 30 Sistema de bioprodução própria de bactérias benéficas “on farm” estamos de frente a uma nova revolução verde na agricultura? .......... 31 GESTÃO Usinas com SSMA estratégico garantem planejamento de safra ......... 32 É possível superar resultados através das pessoas ...................... 34 ESPECIAL CORONAVÍRUS Tereos mantém iniciativas para combate ao coronavirus ......... 36 Usinas de MS distribuirão 38 mil máscaras para população ....... 36 CIT/SENAI de MG produz 100 mil litros de álcool glicerinado para doação .................................................... 38 Cana-de-açúcar será usada em vacina contra Covid-19 .............. 38 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES .................................................... 39

"Erga a voz em favor dos que não podem defender-se, seja o defensor de todos os desamparados. Erga a voz e julgue com justiça; defenda os direitos dos pobres e dos necessitados"

A aceleração das transformações que a Covid-19 antecipou A crise do coronavírus antecipou uma grande aceleração de transformações que deveriam acontecer nos próximos anos, mudando radicalmente a rotina de todos, como também a maneira de fazer negócios. Esse novo normal foi rapidamente assimilado pelas usinas brasileiras, que já vinham em um ritmo de investimentos em tecnologia, buscando a transformação digital, visando aumentar a produtividade e a eficiência, tão necessárias para a sobrevivência. É sobre essa transformação para a Indústria 4.0 que a matéria de capa desta edição trata, mostrando cases de sucesso de usinas que já registram redução de custo de manutenção e de consumo de energia e aumento de eficiência a partir da implantação de inteligência artificial, como o software S-PAA. As boas novas são detalhadas nas páginas 18 a 22. O mercado de açúcar segue de vento em polpa, com expressiva representação nas exportações brasileiras. Assim como o etanol, que acabou ganhando força com cotações mais favoráveis nas últimas semanas. A exigência pelo fim da cota e da tarifa de importação do etanol americano, com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ameaçando o Bra-

sil, é o dilema do momento, pois diz respeito também às cotas de açúcar a que o nosso país tem direito. Detalhes sobre o assunto podem ser conferidos nas páginas 8, 9 e 10. Uma boa surpresa foi a queda do veto presidencial à alíquota especial de CBIOs, até então, uma preocupação para o segmento, pois era um obstáculo ao desenvolvimento do RenovaBio. Os detalhes dessa ação do Congresso Nacional e do empenho do setor podem ser conferidos na página 14. Outros destaques dessa edição são os webinares promovidos pelo JornalCana, que continuam um sucesso de público e conteúdo considerado essencial pelos profissionais do setor. Nesta edição, o leitor encontra informações sobre a área de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA) e sobre gestão de pessoas, com cases mostrando como as empresas estão agindo diante da pandemia nas páginas 32 a 35. Como também as medidas de segurança contra a Covid-19, que as usinas continuam seguindo. Isso pode ser visto no Especial Covid-19, nas páginas 36 e 38. Boa leitura!

Provérbios 31:8,9

ISSN 1807-0264

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EVENTOS

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INSCREVAASE NO CANAL DO JORNALCANA

Canal do JornalCana no YouTube ultrapassa 6 mil horas de conteúdo relevante E chega à marca de 1,2 mil inscritos qualificados A pandemia acelerou uma série de processos e um deles foi o consumo de conteúdo através do YouTube, a plataforma de compartilhamento de vídeos da americana Alphabet. Por isso, atentos as mudanças estabelecidas no chamado “novo normal” a equipe de produção de conteúdo do JornalCana mergulhou de cabeça na produção de webinares. O resultado está sendo um sucesso! Através das Quartas Estratégicas cada Webinar JornalCana passou a produzir conteúdo altamente técnico

e relevante com participantes de alto calibre das usinas. Incluindo acionistas, presidentes, diretores e gestores das unidades produtoras. Sem deixar nenhuma área de lado. Os principais CEOs, gestores das áreas industriais, agrícola, SSMA, Recursos Humanos, Motomecanização e muitos já participaram de nossos webinares. Até o momento nosso canal conta com cerca de 1200 inscritos. Mas é um grupo altamente qualificado, composto de presidentes, diretores e gerentes dos principais grupos e usinas do setor. Alguns vídeos se destacam em números de visualização. O Webinar sobre Usina 4.0, por exemplo, conta até aqui com cerca de 4.500 visualizações. O de Processos Fermentação

e Produção de Etanol, com 2.400 e o de Custos Perdas e Gestão Agroindustrial com 2.300 visualizações e contando mais a cada dia. Só nos últimos 28 dias — até o fechamento dessa edição — computamos 7 mil visualizações. Ao todo são 6,5 mil horas de conteúdo exclusivo qualificado e relevante disponíveis para nossos leitores e agora também expectadores. A iniciativa não é bem-sucedida por acaso. A escolha dos participantes, os roteiros e a produção são feitos sob a perspectiva de nossa missão: levar informação de Usina para Usina! Quer ver o rosto de quem é quem atualmente no setor e ter a chance de fazer uma pergunta – usando nosso

chat? Então, corra e se inscreva no nosso canal. É fácil! Aponte a câmera do seu celular no QR code abaixo para cessar nosso canal. Aproveite para se inscrever e ativar as notificações.


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POR QUE AS USINAS PEDEM COTA DE AÇÚCAR MAIOR AOS EUA Medida seria uma contrapartida para a manutenção da cota de importação de etanol isenta de taxas no Brasil ALESSANDRO REIS E ANDRÉIA VITAL

A alocação da cota de açúcar isenta de tarifa para o ano safra que começa em outubro foi anunciada pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), em julho, e o volume concedido ao Brasil é semelhante ao dos anos anteriores, de 152,7 mil toneladas. Todavia, avalia-se que vendas com valor superior pagam tarifa de US$ 337,92 por tonelada. O que é uma quantia próxima dos preços atuais do adoçante. Essa cota de açúcar representa uma pequena fração das exportações brasileiras do adoçante, que nesta safra devem alcançar cerca de 25 milhões de toneladas. Por isso, usinas de cana produtoras de açúcar estão ressentidas pela falta de proporção na alocação da cota de açúcar definidas pelos americanos entre os países exportadores. De modo que o setor quer que os EUA ampliem a cota para o açúcar brasileiro. O que seria uma contrapartida para a manutenção da cota de importação de etanol isenta de taxas no Brasil. Esse pedido foi feito no ano passado, quando o Governo Federal decidiu ampliar a cota para o etanol importado como uma forma de manter boas relações de mercado com os EUA. Mas não houve avanço nas conversas bilaterais desde então. Fato que contrariou uma série de produtores brasileiros de açúcar, especialmente os que estão nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste do País. “Nos foi sinalizado várias vezes que haveria um entendimento quando houve a renovação da cota para o etanol importado, mas tudo era provisório e nunca houve receptividade para isso”, esclarece Renato Cunha, presidente da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio). De acordo com ele uma não renovação da cota de etanol por parte do Brasil pode gerar duas situ-

ações. Primeiramente levar a entendimentos que poderão ganhar mais forma. Ao passo que também cria uma agenda organizada entre ambas as partes. Falta de entendimento pode acelerar o fechamento de usinas Renato Cunha, que também é presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado

de Pernambuco (Sindaçúcar/PE), é cauteloso em defender um volume específico para a cota de açúcar. “Esses números devem ser tratados em negociações apropriadas”, sugere. Mas alerta que a falta de entendimento pode acelerar o fechamento de usinas e colocar produtores em risco. “Quando o etanol importado toma espaço do nosso, isso também

afeta o preço da cana“, afirma. As usinas do Centro-Sul não estão isentas do impactado gerado pela importação. Uma vez que parte de seu excedente costuma ser vendido à região Nordeste. No início do ano, porém, o Centro-Sul também importou para seu mercado. Segundo analistas, de dezembro a abril, a região importou 615 milhões de litros — metade dos 1,14 bilhão de litros importados pelo Brasil de setembro a junho. Sob o mesmo ponto de vista, outras lideranças comentaram sobre o tema durante o Webinar JornalCana – Encontro de Lideranças, realizado em 1º de julho, do qual Cunha também participou. Na ocasião, os representantes de entidades comentaram sobre os rumores sobre o pedido dos EUA ao governo brasileiro para derrubar as tarifas de importação do etanol americano para ajudar a reeleição de Donald Trump. “A relação de troca tem que ser plural, não pode ser simplesmente para um lado e nem ter dois pesos e duas medidas para o mesmo setor tão importante, que gera empregos, renda e impostos, como o setor sucroenergético nacional”, alertou o diretor executivo do Sindalcool/MT, Jorge dos Santos. Santos disse ainda que não há


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perigo de faltar o produto no Brasil, citando a produção de etanol de milho, que vem crescendo no País, devendo chegar a 2,5 bilhões nesta temporada. “Como disse o ministro Paulo Guedes (Economia), nós não precisamos do etanol americano”, lembrou. Opinião compartilhada com o presidente do Siamig, Mário Campos Filho. “O Governo Federal tem que pensar mais no Brasil e menos em uma questão de parceria. Aliás se tiver parceria, ela tem que ser positiva para ambos os lados. Temos o açúcar que tem uma cota pequena, que é atendida pelo Nordeste que pode ser colocada em jogo”, disse. André Luiz Baptista Lins Rocha, presidente do Sifaeg e do Fórum Nacional Sucroenergético, reforçou que o setor está unido nessa luta. “Nós temos hoje 1% das cotas e 44% do mercado mundial de açúcar. Isso por si só já mostra como os EUA tratam o comércio do mundo. Eles estão defendendo, brigando, pelo seu espaço, sem se preocupar com os demais”, elucidou. Segundo Rocha, o setor pleiteia o fim a essa desigualmente. “Hoje o imposto em cima do açúcar extra

André Rocha

Evandro Gussi

Mário Campos

cota é maior do que o preço do produto. É um absurdo”, acusou, sugerindo que os Estados Unidos poderiam aumentar a mistura do etanol

Jorge dos Santos

Renato Cunha

de 10% para 15%, o que resolveria, não só o problema de demanda dos produtores americanos, como também abriria espaço para a produção

do Brasil. Para Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) a estratégia foge à lei. “Não é possível submeter políticas públicas para beneficiar a eleição de ninguém, muito mais de um chefe de Estado estrangeiro. A nossa legislação impede que se faça isso, pois é crime”, alertou. Gussi não acredita que “esse benefício” seja levado em consideração pelo Governo Federal. “Os americanos querem um livre comércio, mas cobram taxas de importação do açúcar mais do que o produto vale. Querem livre comércio? Então vamos conversar com maturidade. Liberamos o etanol deles e eles liberam o nosso açúcar nas mesmas bases”, disse. O jornalista e diretor da ProCana Brasil, Josias Messias, acredita que com o clima seco e um potencial melhora nos preços do etanol, a não ser que seja liberada as cotas de importação surgem dois cenários pela frente. “Primeiramente a safra vai terminar mais cedo, provavelmente em outubro. Em segundo lugar o mix das usinas deve terminar mais alcooleiro”, concluiu.


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“Nós não queremos ninguém nos tarifando”, diz Trump Presidente dos EUA ameaça retaliar Brasil caso a tarifa sobre o etanol americano não seja reduzida O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou que irá impor tarifas aos produtos brasileiros, caso o Brasil não reduza a alíquota de importação do etanol americano. “No que diz respeito ao Brasil, se eles impõem tarifas, nós temos de ter uma equalização das taxas. Vamos apresentar algo sobre tarifas e justiça, porque muitos países, por muitos anos, têm nos cobrado tarifas e nós não cobramos deles”, disse, no dia 10 de agosto, ao ser questionado sobre o assunto ao ser questionado por jornalistas. O presidente dos EUA também afirmou ter uma boa relação com Jair Bolsonaro, mas reforçou que é preciso ter “reciprocidade”. Atualmente, há isenção da taxa para até 750 milhões de litros de etanol importados dos EUA. Mas a alíquota de 20% deverá ser restabelecida sobre a cota isenta a partir do dia 31 de agosto. É o que não querem os america-

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nos, que pedem pela tarifa zero e pelo fim da cota. Até o momento, o volume importado de etanol americano foi de 810,92 milhões litros de etanol. Já os produtores brasileiros alegam que, em contrapartida, eles poderiam também beneficiar o Brasil com tarifas menores sobre o açúcar brasileiro,

que chegam próximas de 140%. Para Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o prejuízo para os produtores brasileiros será grave, caso o governo brasileiro atenda às pressões americanas, pois já sofrem com os impactos da queda da deman-

da devido à pandemia. “Pela fala do presidente Trump, percebe-se que ele não conhece o tema. Ele fala como se nós fossemos estabelecer uma tarifa contra os Estados Unidos, e a tarifa foi estabelecida em 1995, no âmbito do Mercosul”, ressaltou.


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BRASIL TERÁ GASOLINA COM MAIS QUALIDADE Segundo ANP, as novas especificações melhoram a autonomia dos veículos pela diminuição de consumo ANDRÉIA VITAL ARQUIVO

Desde o dia 3 de agosto, a gasolina produzida no Brasil deverá atender às novas especificações estabelecidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na Resolução nº 807/2020, publicada em janeiro deste ano. De acordo com a agência, as novas especificações aprimoram a qualidade do combustível, proporcionando maior eficiência energética, melhorando a autonomia dos veículos pela diminuição de consumo, além de viabilizar a introdução de tecnologias de motores mais eficientes, com menores níveis de consumo e emissões atmosféricas. Assim, a revisão da especificação da gasolina automotiva contempla, principalmente, três pontos. O primeiro é o estabelecimento de valor mínimo de massa específica (ME), de 715,0 kg/m3, o que significa mais energia e menos consumo. O segundo é valor mínimo para a temperatura de destilação em 50% (T50) para a gasolina A, de 77,0 ºC. Os parâmetros de destilação afetam questões como desempenho do motor, dirigibilidade e aquecimento do motor. O terceiro ponto é a fixação de limites para a octanagem RON (Research Octane Number), já presente nas especificações da gasolina de outros países. A fixação de tal parâmetro mostra-se necessária devido às novas tecnologias de motores e resultará em uma gasolina com maior desempenho para o veículo. O valor mínimo de octanagem RON, para a gasolina comum, será 92, a partir de 3 de agosto de 2020, e 93, a partir de 1º de janeiro de 2022. Já para a gasolina premium, será de 97, já a partir de 3 de agosto próximo. Conforme explica a ANP, a iniciativa é resultado da realização de estudos e pesquisas dos padrões de qualidade, considerando o acompanhamento das especificações e harmonizações internacionais, bem como de amplos debates com os agentes econômicos do mercado de combustíveis. Atende aos atuais requisitos de consumo de combustível dos veículos e de níveis de emissões progressivamente mais rigorosos, considerando cenário futuro das fases L-7 e L-8 do Programa de Controle de Emissões Veicula-

Martinho Seiiti Ono: gasolina antiga era de má qualidade

res (Proconve – Ibama) e do Programa Rota 2030 – Mobilidade e Logística (Governo Federal). Além de estabelecer as novas especificações da gasolina, a Resolução ANP nº 807/2020 determina as obrigações quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos agentes econômicos. Para Martinho Seiiti Ono, CEO da trading SCA Etanol do Brasil, é louvável a atitude do Governo e da Agência Nacional de Petróleo (ANP) impor uma condição, principalmente à Petrobrás, que tem praticamente o monopólio de refino no País, a fazer uma gasolina de melhor qualidade, equalizando o que o mercado internacional oferece. “O mercado americano, por exemplo, oferece quatro tipos de gasolina, com excelentes qualidades, com octanagem de 87 a 94 para o consumidor escolher. No Brasil, tínhamos um padrão nivelado por baixo, neste ponto ela é positiva”, analisa. Seiiti comenta que o mercado afirma que a nova gasolina deve custar de 5 a 7 centavos a mais do que o produto que estava à venda até então. Com a melhora da octanagem, provavelmente irá propiciar uma economia na quilometragem por litro e menor poluição. “Na medida que se ganha um pouco mais de eficiência energética no sentido de rodar um pouco mais com litro de gasolina em relação à situação atual, vai se pagar um preço mais caro por isso”, disse o executivo, completando que, o etanol neste contexto, não ganha, mas fica em igualdade em relação à situação atual.

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EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE AÇÚCAR AUMENTARAM 91,5% EM JULHO DIVULGAÇÃO

ANDRÉIA VITAL

O câmbio tem sido favorável às exportações brasileiras, principalmente no caso do açúcar, que registrou um aumento de 91,5% em julho diante do mesmo período do ano anterior, passando de 1,821 milhões de toneladas para 3,487 milhões de toneladas. O volume é próximo do recorde de embarques mensais registrado em setembro de 2017, que foi de 3,5 milhões de toneladas. O destino principal do produto foi o continente asiático, principalmente o mercado chinês, grande demandante das commodities agrícolas e que está se recuperando primeiro da crise da Covid-19, à frente dos Estados Unidos e da Europa, conforme dados divulgados pela a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia. Agronegócio mais uma vez contribui com as exportações De acordo com a Secex, houve aumento de quantidade em todas as categorias de produtos exportados, com redução dos preços, na comparação de

julho de 2020 com o mesmo mês do ano passado. Os destaques em quantidades foram os crescimentos dos embarques da indústria extrativa mineral (+41,2%) e da agropecuária (+21,1%), mas os preços diminuíram, principalmente na indústria extrativa (-28,5%) e na indústria de transformação (-13%). Nas importações, houve redução no quantum, principalmente na indústria extrativa (-51,6%) e na de transformação (-20,9%), que responde pela maioria das importações brasileiras. Nos preços também houve redução, com diminuição de 19,5% na indústria extrativa, de 11% em

agropecuária e de 7,4% nas indústrias de transformação. As exportações do mês apresentaram queda de 2,9% em relação a julho de 2019 – quando chegaram a US$ 20,2 bilhões –, refletindo a redução de 14,7% nos preços dos bens exportados, apesar de um crescimento de 13,4% no total de embarques, medidos pelo índice de quantum. Já nas importações, houve redução de preços (-7%) e de quantidades (-27,7%), o que motivou uma queda de 35% em relação aos números de julho de 2019, quando as compras externas atingiram US$ 17,8 bilhões. O saldo positivo de julho de 2020 representou uma alta de 237,1% em relação ao superávit de julho do ano passado, que foi de US$ 2,4 bilhões. Assim, a balança comercial brasileira registrou um superávit mensal recorde no mês de julho, com saldo positivo de US$ 8,1 bilhões, considerando toda a série histórica iniciada em 1989. O recorde anterior era de maio de 2017, com US$ 7,7 bilhões. O superávit resultou de exportações no valor de US$ 19,6 bilhões e impor-

tações de US$ 11,5 bilhões, totalizando uma corrente de comércio de US$ 31,1 bilhões. De acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, a representatividade da agropecuária nas quantidades exportadas, com alta de 20,5% em relação aos embarques de janeiro a julho do ano anterior. Ferraz observou que esses números refletem “a alta resiliência das exportações da agropecuária e do agronegócio em geral”. Segundo ele, essa resiliência se deve à própria característica desses produtos, que são produtos alimentares e estão menos sujeitos a flutuações de renda. “Foram cadeias de suprimentos menos afetadas na crise provocada pela Covid-19, comparando-se às cadeias manufaturadas e de serviços, e foram ajudadas por um dólar em condições mais favoráveis, ajudando e impulsionando as nossas exportações”, explicou. A Secex prevê, para o final deste ano, uma redução da ordem de 10,1% nas exportações e de 17% nas importações, na comparação com o ano passado.

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CONGRESSO DERRUBA VETO PRESIDENCIAL À ALÍQUOTA ESPECIAL DE CBIOS DIVULGAÇÃO

Tributação dos CBios até então era considera entrave para desenvolvimento do RenovaBio ANDRÉIA VITAL

O Congresso Nacional derrubou o veto à alíquota especial de 15% sobre a receita com a emissão de CBios, no dia 12 de agosto, depois de muito empenho de lideranças do setor sucroenergético. A falta de uma definição sobre o regime de tributação do RenovaBio gerava expectativas no segmento desde que o artigo 60 da Medida Provisória nº 897/2019, conhecida como MP do Agro, foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro, em abril. Com o veto, a alíquota seria de 34%, já que a cobrança incluiria a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), além da cobrança de PIS/ Cofins, podendo chegar a 40,25%. “O Congresso Nacional fez justiça na votação do CBio, deixando a tributação compatível com outros títulos negociados no mercado financeiro. Além disso, abre para o Brasil a possibilidade de investimentos importantes na economia de baixo carbono, que tem sido colocado como o mais importante elemento da retomada econômica”, disse o presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Evandro Gussi, ao JornalCana. Para o presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Sucroenergético, o deputado federal Arnaldo Jardim, é uma conquista importante para o setor sucroenergético. “É uma vitória da grande mobilização que fizemos nos últimos meses reunindo parlamentares, produtores e diversas entidades do setor de biocombustíveis para mostrar a importância dessa taxação. Vencemos mais um obstáculo à plena implementação da Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio”, afirmou. O parlamentar ressaltou que o setor criticava o argumento do Governo para o veto já que não há renúncia de receita no caso da tributação dos CBios, pois não preexistia qualquer estimativa de receita tributária passível de arrecadação com títulos verdes. “A instituição do CBio possibilitará que transações entre produtores e distribuidoras de biocombustíveis

ocorram, permitindo a mensuração e, principalmente, monetização de todo o esforço em evitar a emissão de Gases Efeito Estufa (GEE)”, destacou. Jardim reforçou que valorizar as externalidades ambientais dos biocombustíveis é o espírito do RenovaBio. “Há um consenso de que temos que tratar a questão do CBio da melhor forma possível. Isso é fruto de uma política de Estado, que é maior produção e utilização de biocombustíveis”, lembrou. A ideia do programa é impor metas de descarbonização individuais a cada ano aos setores poluidores, como as distribuidoras de combustíveis fósseis, por exemplo. Para cumprir essas metas, é preciso comprar os créditos, que, desde abril, já são comercializados na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). No médio e no longo prazo, o RenovaBio promoverá o aumento na geração de emprego e renda, a redução dos preços do produto para o consumidor e o combate aos efeitos do aquecimento global. O presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha, disse que a derrubada do veto não só consegue implementar o RenovaBio, como mostra o respeito que o governo brasileiro dá à questão da sustentabilidade. “Nós derrubamos o veto, mas de pleno acordo e combinando

com o Governo até porque o nosso objetivo é de somar e construir junto”, afirmou. O regime tributário do RenovaBio e a importância do programa também foram temas de diversos webinares realizados recentemente, como o da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia (Biocana), no qual participaram Evandro Gussi, da Unica, Plínio Nastari, presidente da DATAGRO e o ex-ministro da defesa, Aldo Rebelo. Para Nastari, o CBio é um ativo ambiental, que estimula o avanço do mercado de créditos de carbono no Brasil, bem como incentiva a eficiência energética. Para ele, o programa deveria ter sua comercialização estimulada e não tributada. Ele lembrou que o mundo está mais preocupado com o meio ambiente, com o aquecimento global, e que relatório encomendado pelo governo americano anunciou que o comitê de crise do clima dos EUA recomendou a adoção em todo o território para a implementação de um programa similar ao RenovaBio, reforçando sua importância. Ao fazer uma retrospectiva sobre o setor sucroenergético no Brasil e sobre o pioneirismo de um programa como o RenovaBio, o ex-ministro Aldo Rebelo destacou a sua relevância para o Brasil, que tem impacto não só

na economia, mas na sociedade também. Entretanto, advertiu que falta o conhecimento do seu “poder” e, neste sentido, o segmento precisaria informar mais os seus feitos. “O setor precisa mostrar os benefícios tributários que gera. É preciso que a sociedade conheça, o congresso conheça o setor, como também, precisam saber que qualquer ação e medida que atinja o setor, que reduza o alcance desse segmento, vai atingir todo o complexo que ele representa e não só o faturamento de uma ou outra unidade industrial”, alertou. Já Miguel Ivan Lacerda de Oliveira, diretor do Departamento de Biocombustíveis, do Ministério de Minas e Energia, em webinar promovido durante o Megacana Tech Show, destacou que o programa é patrimônio para o país, e que em produção de etanol o Brasil é o melhor do mundo, explicando que o RenovaBio mede o ciclo de vida do etanol e a emissão de CO2 desde a produção até a distribuição. “O setor de biocombustíveis no Brasil é o grande preservador das matas, com as normas do RenovaBio. Foi esforço que fizemos em preservar o lastro dos CBios, ações realmente sustentáveis. Empresas que se certificam para o programa na ANP garantiram que não haja desmatamento em suas áreas”, concluiu.


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USINA SÃO MANOEL RENOVA CERTIFICAÇÃO BONSUCRO Desempenho sustentável da companhia foi o melhor desde 2011, quando recebeu o certificado ANDRÉIA VITAL

Por mais um ano, a Usina São Manoel mantém sua certificação junto a Bonsucro. O padrão Bonsucro avalia os impactos da produção de cana-de-açúcar na biodiversidade, no ecossistema e nos direitos humanos, além do cumprimento às exigências legais e a melhoria contínua nos processos de produção. A auditoria para a recertificação realizada pela empresa SGS, aconteceu em julho, e entre os pontos positivos, os auditores destacaram excelente estrutura, organização da empresa, relatório de sustentabilidade e a disponibilidade das equipes. Assim, na área agrícola o desempenho sustentável da usina foi de

95% e na industrial de 100%, uma média de 97,5%. A certificação é referente a uma área plantada de 37.525,50 hectares e a uma produção de cana de 2.483.090,07 toneladas, com desempenho sustentável de 78% e 77%, respectivamente. Este volume corresponde a uma produção de etanol de 107.485,4 m³ de etanol e 157.088,8 toneladas de açúcar, ambos com 77% de desempenho sustentável. De acordo com Silvio Luís Nicoletti, gerente administrativo da companhia, a São Manoel possui a Certificação Bonsucro desde 2011, sendo uma das primeiras usinas no Brasil a obter o certificado. Desde então, a empresa vem melhorando, a cada safra seu desempenho. “Os indicadores Bonsucro são uma importante ferramenta de monitoramento das ações socioambientais desenvolvidas pela São Manoel, demonstrando todo o compromisso com seus stakeholders”, disse, completando “Em 2020, a companhia obteve seu melhor desempenho na calculadora, uma ferramenta que avalia o desempenho dos indicadores

no Padrão Bonsucro”. Usina também já é certificada no RenovaBio A São Manoel também já foi certificada no RenovaBio e já está apta a emitir CBios. Assim como ocorre com a comercialização de etanol, os CBios serão negociados pela Copersucar S/A, da qual a usina é associada. A companhia pode emitir 192.375,40 CBios e o start da comercialização dependerá da demanda de mercado. Com bons resultados conquistados até agora, as expectativas da empresa para a segunda metade da safra são boas. A São Manoel irá trabalhar com um mix de 55% para a produção de açúcar e 45% para etanol, processando 3,6 milhões de toneladas de cana; 5.240.794 sacas de açúcar; 140.000 m³ de etanol e 46.961 MWh de energia. Na busca por uma melhor gestão agrícola, industrial, benefícios econômicos e ambientais, a São Manoel vem investindo na transformação digital no seu processo de produção. Segundo Nicoletti, a usina está

alinhada com as novas tecnologias e as práticas inovadoras de mercado. A utilização de piloto automático, controladores de vazão em aplicações sólidas e líquidas, assim como a utilização de drones para controle biológico e mapeamento aéreo de canavial; controles de frota por monitoramento em tempo real (computadores de bordo); planejamento digital de plantio; uso de ferramentas de data mining para planejamento e controle além de ferramentas de geoprocessamento para análises espaciais de dados são algumas ferramentas já usadas pela usina. Recentemente, a São Manoel implementou o software S-PAA na área industrial, com a aquisição dos módulos de controle do vapor, tratamento do caldo e evaporação. “Estamos em fase de implantação e devemos iniciar sua utilização no final do mês de agosto. Acreditamos que através dessa ferramenta conseguiremos melhorar nossa operação, possibilitando uma maior estabilidade do processo, e consequentemente uma maior eficiência industrial”, contou o gerente.


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REVESTIMENTO NAS BAGACEIRAS PROMOVE PROTEÇÃO E DURABILIDADE DURANTE A SAFRA FOTOS DIVULGAÇÃO

Equipamento é usado para a sua remoção do bagaço no processo de produção de açúcar e álcool As bagaceiras são peças importantes dentro do processo produtivo de açúcar e álcool. O desempenho da extração do caldo depende do correto funcionamento da bagaceira, que são peças, geralmente, fabricadas em aço carbono fundido SAE 1552, com elevado teor de manganês e dureza entre 210 a 250 HB. A bagaceira deve ter uma forma de espiral logarítmica, ou seja, a abertura entre ela e o rolo superior deve aumentar gradativamente, de forma que o bagaço é direcionado do rolo de entrada para o de saída, para sua remoção do processo. Na prática, ao se desenhar a bagaceira, como a curva espiral logarítmica é de difícil construção, é feita uma aproximação com arco de circunferência, pois o desvio entre uma curva e outra é tão pequeno que se torna desprezível do ponto de vista do funcionamento da moenda. O traçado da bagaceira é feito em escala 1:1, pois o perfil natural é usado para fundição e usinagem da peça. Visando-se obter um maior teor de sacarose na extração do caldo, as usinas estão abandonando o processo de lavagem de cana na hora de se reali-

Aplicação de revestimento de bagaceiras com fio flexível de carboneto de tungstênio

zar a preparação para a moagem. Com isso, a quantidade de impureza mineral que aumenta de 6 Kg/TC (com lavagem) para uma faixa em torno de 26 a 32 Kg/TC (sem lavagem). Frente a esta nova condição, as usinas estão buscando alternativas de aumento da resistência à abrasão das bagaceiras para evitar a troca dessas peças durante a safra, o que, em alguns casos, pode chegar a cinco bagaceiras por safra. O revestimento da superfície das bagaceiras com ligas especiais e procedimentos adequados é uma excelente alternativa para aumentar a vida útil dessas peças, evitando sua troca durante a safra. No caso das bagaceiras, o emprego de ligas a base de carbonetos de tungstênio se torna cada vez mais comuns,

Aspecto visual da superfície após o revestimento

uma vez que promove a resistência à abrasão severa combinada com a compressão gerada pela passagem do bagaço dentro da moenda. Para uma boa adesão desse revestimento, a preparação da superfície é a etapa mais crítica da operação no processo da aspersão térmica ou metalização. A qualidade de adesão do revestimento está diretamente relacionada com a limpeza e a rugosidade da superfície do substrato. O tipo de revestimento e do substrato são os fatores principais na determinação do processo e qualidade da preparação necessária da superfície para se obter adesão suficiente a uma dada aplicação. Em partes sujeitas a fortes tensões mecânicas, uma inspeção prévia ao revestimento é necessária para detecção

de falhas no metal base, a qual é feita através de ensaios não destrutivos. Falhas estruturais no metal base induzirão falhas similares no revestimento. Essa engenharia de superfície é usada em larga escala nos sistemas produtivos de países com altos índices de desenvolvimento industrial. O revestimento através da metalização em bagaceiras de moenda é uma solução de alto desempenho encontrada na área de manutenção e engenharia de soldagem de usinas de açúcar e álcool por todo o país. O revestimento prolonga em até 200 % a vida útil de uma bagaceira, que tem a sua vida útil de 180 dias sem a aplicação do revestimento, passa-se a ter 360 dias de vida útil, conseguindo assim uma economia de parada de moagem e de manutenção.

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USINA 4.0, A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL DA INDÚSTRIA Cenário atual acelerou o processo de transformação digital das usinas Em um segmento tão competitivo, os custos, a produtividade e a eficiência são determinantes para a sobrevivência das usinas. Para fazer frente a esses desafios, amplificados pelas demandas geradas pela pandemia da Covid-19, está acontecendo uma aceleração do processo de transformação digital da indústria bioenergética. A princípio, a proposta da Indústria 4.0 é revolucionar a maneira com que produtos e serviços são gerados. Isso através da conexão e otimização de toda a cadeia de valor — informações, pessoas e equipamentos — com uso intensivo de tecnologia digital. Uma das razões do interesse de gestores de usinas deve-se a estudos e levantamentos de consultorias internacionais, como a Mckinsey, que indicam um potencial de redução de

custo de manutenção, consumo de energia e aumento de eficiência. Uma Usina 4.0 pode obter reduções expressivas nos custos de manutenção, em até 40%, e no consumo de energia, em até 20%, ao passo que também se pode aumentar a eficiência da operação em até 25%. Esse conceito já está presente nas usinas e tem feito diferença na performance, sobretudo industrial, das plantas. Seus resultados atualmente são largamente mensurados e compartilhados por usinas situadas em todas as regiões do Brasil. Mas o que é preciso para implantar e transformar uma planta comum em Usina 4.0? Um time de gestores com experiência e com cases de resultados esmiuçou em detalhes como é feita a transformação da indústria digital em suas companhias durante o Webinar USINA 4.0 – A Transformação Digital da Indústria, realizado pelo JornalCana no último dia 8 de julho. O evento digital, que teve moderação de Josias Messias, presidente da ProCana Brasil, apresentou cases dos

grupos Adecoagro, Pedra e das usinas Bevap e Pitangueiras, que mostraram como a inteligência artificial, internet das coisas (IoT), PDCA Online e outras tecnologias integradas estão maximizando a gestão e a operação de suas plantas. Grupo Pedra Agroindustrial consolida a implantação da Usina 4.0 Alexandre Menezes, gerente de divisão industrial do Grupo Pedra Agroindustrial, um dos mais tradicionais grupos do setor, afirma que é preciso iniciar com foco na cogeração para obter resultados expressivos também em processos: “Usamos o software S-PAA para controlar a geração de vapor e a cogeração de energia com resultados significativos. Seria impossível atingir os limiares que conquistamos sem auxílio de ferramentas digitais de alto padrão como as que temos utilizado”, disse. Menezes citou os projetos recentes que consolidaram a implantação da Usina 4.0 na companhia, que controla três unidades no estado paulista:

Pedra, Buriti e Ipê. Nas unidades do grupo, entre outros softwares, usam o S-PAA com laço fechado. “O S-PAA traz ganhos onde a usina tem mais dificuldade, no nosso caso, iniciamos pela unidade Pedra por ser uma planta mais complexa na geração de vapor e os resultados foram fantásticos”, explica. Com o êxito na unidade de Serrana, o S-PAA foi estendido para a unidade Buriti e finalmente para a unidade Ipê, localizada em Nova Independência (SP). Tecnologia eleva processo ao nível da excelência Fábio Ramos, Gestor Executivo da Bevap, afirmou que o uso da tecnologia passou a ser essencial para a sobrevivência das usinas, principalmente para enfrentar os desafios internos e fatores externos como mercado, economia, política e demais intempéries como a Pandemia em 2020. Na Bevap, que já nasceu automatizada, o uso da big data tem sido fundamental para os bons resultados que


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João Henrique de Andrade, da Usina Pitangueiras

Alexandre Menezes, da Pedra Agroindustrial

a unidade produtora tem alcançado. “A tecnologia Big Data serve para gerar valor para os negócios a partir da análise e interpretação de dados em uma velocidade nunca vista antes. O que inclui dados-não estruturados, ou seja, que não têm nenhuma relação e estrutura definida”, explica. “Hoje usamos na Bevap um Big Data híbrido, nesse modelo as tecnologias on-premise e cloud trabalham de forma integrada e nesse ambiente consolidamos os dados da automação industrial, dados dos sistemas automatizados, dados de sensoriamento, dados de sistemas de gestão. Todos são automatizados online o que trouxe melhoria na extração, na geração de vapor e eficiência industrial, entre outros”, contou. Ramos, que foi eleito em 2020 pelo segundo ano consecutivo como Executivo de TI do Ano pela IT Forum, ressalta ainda que a sinergia entre a área de tecnologia e a área de negócio é determinante para o sucesso do projeto. “O projeto implementado traz um conceito disruptivo para essa atividade, aliada a inteligência artificial, IoT, M2M, Machine Learn e Cloud. O conjunto delas, aplicadas ao negócio, proporcionou redução de custos, aumento de produtividade e eficiência. Todas as operações foram auto-

Nelson Nakamura, da Soteica

Heberson Martins, da Adecoagro

matizadas, permitindo uma aplicação adequada e controlada com o uso de automação e monitoramento online para acompanhamento e tomada de decisão em tempo de execução”, explicou. A Bevap se destaca pelo pioneirismo. Foi a primeira usina de Minas Gerais e a terceira empresa no país a implantar o software S-PAA de Otimização em Tempo Real (RTO), na safra 2016/17 e, recentemente, foi a primeira usina a adquirir o S-PAA Dashboard, ampliando o uso da solução para a computação nas nuvens. Como viabilizar economicamente a Usina 4.0 Para Heberson Martins, responsável pela área de Geração de Energia e Novos Projetos em Elétrica e Automação da Adecoagro, o primeiro passo para a transformação digital é fazer bem feita a lição de casa. Martins é um profissional com larga experiência no assunto. Ele atuou em 2005 na montagem da unidade Terra Rica, do Grupo Santa Terezinha. Depois foi para o Mato Grosso do Sul, para a Adeacoagro Angélica — participando das duas fases de projeto e instalação da usina. Até que, finalmente, chegou à unidade Ivinhema, também do Grupo Adeacoagro, onde fez parte desde a fase de projeto

Fábio Ramos, da Bevap

e atua neste momento na área de novos projetos e energia elétrica. “As usinas falam muito em digitalização e em Usina 4.0, mas não fazem bem o dever de casa. Se for bem feito, com a digitalização da indústria, a usina pode, de fato, alavancar e maximizar sua produção”, afirma Martins. De acordo com ele outro detalhe necessário para a implantação de uma indústria 4.0 em uma usina passa por encontrar mão de obra qualificada. “Esse tipo de mão de obra é escasso, mas fundamental para conduzir bem o processo”, ressalta. Heberson Martins mostrou no webinar como viabilizar economicamente a Usina 4.0. A utilização da Inteligência Artificial para pequenas otimizações na planta industrial pode gerar ganhos superiores a R$ 4 milhões por safra para uma usina que moe 2,5 milhões de toneladas de cana. No exemplo apresentado, este ganho é obtido com o uso de Inteligência Artificial na operação, gerando um aumento na produção específica de vapor de 2,05 para 2,1 toneladas de vapor por tonelada de bagaço; elevação do grau GL na fermentação de 9º para 10º; e a redução do consumo de vapor de 400 para 390 quilos de vapor por tonelada de cana e da umidade do bagaço de 50% para 48%. Sob a liderança de Martins, a unidade Angélica da Adecoagro foi a primeira usina do Mato Grosso do Sul a implantar o S-PAA, sendo que atualmente já são 3 usinas no Estado, incluindo a unidade Eldorado, da Atvos, e a Rio Brilhante, da Biosev. Usina Pitangueiras usa Inteligência Artificial e NIR online para otimizar a extração na moenda A Usina Pitangueiras construiu uma relação de sucesso com o conceito Usina 4.0. Isso porque foi a primeira usina do estado de São Paulo a implantar a plataforma de Gestão Industrial Avançada S-PAA,

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na safra 2015/16. Atualmente a Pitangueiras possui o software atuando em laço fechado - através dos quais o sistema altera diretamente os set-points no sistema supervisório – na cogeração, na moenda, no controle de fluxo de caldo, na fermentação e na destilaria. Mas a Usina vem se destacando no desenvolvimento e execução do PDCA Online, através do C.R.A. 4.0, projeto que criou um workflow para resolução em tempo Real de todas as Não Conformidades de processo. No webinar, o diretor vice-presidente da Pitangueiras, João Henrique de Andrade, apresentou detalhes e resultados da utilização do sistema de RTO na Usina Pitangueiras. Segundo ele, o C.R.A. 4.0 veio dar uma tratativa da operação em tempo Real (online) das Não Conformidades de processo, gerando uma operação mais autônoma e responsável pelo seu setor. “Isso fez com que os gestores dos setores trabalhem com maior disponibilidade de tempo em melhorias”, expôs. João Henrique mostrou que o laço fechado da destilaria vem apresentando ganhos de 8,58 metros cúbicos por dia. O laço fechado da destilaria faz a integração dos sistemas GATEC (acompanhando os resultados das perdas) e do iFix (instrumentos operacionais, supervisório), faz a análise das condições termodinâmicas da coluna de destilação e modula automaticamente os valores de set-point das pressões das colunas e da temperatura da bandeja A18 da coluna A. “O software vai avaliando as possibilidades de ganho e buscando cada vez mais aumentar a produção do aparelho sem que haja perdas”, explica. Durante a apresentação de João Henrique, a inovação que mais chamou a atenção pelo ineditismo foi a implantação do laço fechado do S-PAA na moenda, utilizando análises com o sistema NIR Online. O laço fechado faz constantemente uma análise dos dados do bagaço de saída do último terno via “NIR online” e, via balanço estequiométrico, faz o comparativo de ganhos considerando as variações da embebição e qual seu impacto financeiro em relação ao Consumo Específico de Vapor da planta, Extração%Pol da moenda, eficiência da geração de vapor pela variação da Umidade%Bagaço e eficiência da geração na Contra-Pressão vs. Condensação. “O objetivo foi apresentar a inovação, bem como os indicadores que confirmam a melhora na eficiência de extração e os ganhos proporcionados pelo laço fechado da moenda”, disse João Henrique. “A Usina Pitangueiras vem em um


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processo crescente de implantação da inteligência artificial nos últimos cinco anos. Fomos a primeira usina a implementar o laço fechado do S-PAA na destilaria, depois o PDCA Online em workflow automático, e agora na moenda com NIR Online, o que vem proporcionando ganhos significativos para a companhia”, concluiu o diretor vice-presidente da Usina Pitangueiras. Software RTO veio agilizar a transformação digital das usinas Na última apresentação do webinar, o diretor da Soteica do Brasil, Nelson Nakamura, detalhou os passos para se chegar a uma Usina 4.0, reforçando o mantra de Simon Sinek repetido por toda a equipe da Usina Pitangueiras: "Sonhe grande. Comece pequeno. Mas acima de tudo, comece". “Sonhar grande” significa buscar uma solução escalável de Usina 4.0, que contemple a atuação em laços fechados e abertos desde a cogeração até expedição dos produtos finais, mesmo que apenas um setor seja implementado de início. Isto para garantir que o objetivo da maximização global possa ser atendido dentro de uma mesma plataforma e de forma gradual e segura. “Começar pequeno” no sentido de que seja um projeto com retorno imediato, seguro e atrativo, que gere confiança e credibilidade na equipe. A intenção é direcionar os recursos da empresa para a aquisição de tecnologias realmente úteis, sem precisar, por exemplo, investir ou trocar toda a infraestrutura de TI, TA ou

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Sinônimo de Usina 4.0 O S-PAA é a única tecnologia em estágio comercial que atende o conceito de Indústria 4.0 para usinas de açúcar e destilarias de etanol em todo o mundo, pois contempla todas as 8 funcionalidades específicas para as indústrias de processos, estando preparado para interagir com Tecnologias Aditivas e Robôs, caso estes sejam adicionados a processos contínuos.

PIRÂMIDE CONTROLE: QUAL SISTEMA DEVE TER PRECEDÊNCIA IMPLANTAÇÃO? PIRÂMIDE DEDE CONTROLE: QUAL SISTEMA DEVE TER PRECEDÊNCIA NANA IMPLANTAÇÃO? Qual a sequência implementação? Devo identificar primeiro medidores problema, Qual a sequência na na implementação? Devo identificar primeiro medidores comcom problema, fazer sintonia de malha, substituir PID’s por Controle Avançado para reduzir a variabilidade? fazer sintonia de malha, substituir PID’s por Controle Avançado para reduzir a variabilidade?

S-PAA A ÚNICA S-PAA É A ÉÚNICA TECNOLOGIA TECNOLOGIA QUEQUE INTERAGE E ATUA INTERAGE E ATUA EMEM TODAS AS CAMADAS TODAS AS CAMADAS Escreve o set-point • Escreve o set-point o PID parapara o PID

PLANEPLANEJAMENTO JAMENTO

S-PAA CONTROLE S-PAA CONTROLE AVANÇADO AVANÇADO RTORTO

Na prática, o S-PAA Na prática, o S-PAA atuaatua na função de RTO na função de RTO (determinando o set(determinando o setpoint) e como Controle point) e como Controle Avançado (atuando Avançado (atuando na na malha para alcançar malha para alcançar o o C set-point), coexiste C set-point), masmas coexiste CONTROLE CONTROLE CONTROLE AVANÇADO com eventual Controle com eventual Controle REGULATÓRIO CONTROLE AVANÇADO REGULATÓRIO Avançado existente Avançado existente RTORTO

S-PAA S-PAA

Atua diretamente • Atua diretamente em em dispositivos (MV) dispositivos (MV)

DISPOSITIVOS DE CAMPO (Atuadores, sensores, transmissores) DE CAMPO (Atuadores, sensores, transmissores) Recomenda atuações DISPOSITIVOS • Recomenda atuações OPERAÇÃO MANUAL operadores OPERAÇÃO MANUAL aosaos operadores

A VISÃO CONTROLE CAMADA NÃO SIGNIFICA PRECEDÊNCIA IMPLANTAÇÃO, A VISÃO DE DE CONTROLE EMEM CAMADA NÃO SIGNIFICA PRECEDÊNCIA NANA IMPLANTAÇÃO, CASO CONTRÁRIO, NEM PODERÍAMOS FAZER PLANEJAMENTO SEM CAMADAS BAIXO CASO CONTRÁRIO, NEM PODERÍAMOS FAZER PLANEJAMENTO SEM AS AS CAMADAS DE DE BAIXO

em instrumentação desnecessárias, visto que uma solução RTO como o S-PAA pode calcular variáveis via medidores virtuais, que estimam com alto grau de assertividade variáveis importantes, tal como o ART, por exemplo. “A experiência indica que atualmente 90% das indústrias do setor possuem nível de instrumentação e

automação suficientes para implantação da plataforma S-PAA. O fundamental é que as informações de processos e de laboratório estejam acessíveis” explica Nakamura. “Começar logo” significa que na indústria 4.0 a tecnologia é utilizada para transformar dados em vantagem competitiva. Uma plataforma de Usina 4.0 como o S-PAA usa a

inteligência artificial para incentivar o melhor aproveitamento dos diversos tipos de inteligência e aptidões de cada profissional no processo, visando obter a otimização dos resultados da planta. Nakamura explicou também os procedimentos para a implementação do S-PAA. “Não é preciso fazer grandes investimentos em melhorias


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SD-PMOL

S-PAA LITE

S-PAA ENERGY FULL

S-PAA PROCESS AÇUCAR

S-PAA PROCESS ETANOL

@ S-PAA DASHBOARD

S-PAA MILLING de equipamentos, fazer sintonia de malha, substituir PID´S por controle avançados em todos os setores. O importante é capturar, no primeiro momento, ganhos com o que você tem. A inteligência ajuda a ter resultados a curto prazo”, disse.

A atuação em tempo real é uma característica intrínseca à uma Usina 4.0 e somente um software RTO pode determinar quais os set-points tem que se buscar a cada momento para ter ganho de receita, lucro e redução de custo. “Neste sentido,

o S-PAA se destaca por ser o único software RTO para usinas em todo o mundo, que maximiza a cogeração e a eficiência industrial, gerando ganhos superiores a R$ 1 por tonelada de cana em mais de 40 usinas instaladas”, concluiu.

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E-book 4 Passos para transformar sua planta em uma Usina 4.0 O que caracteriza uma indústria 4.0? Quais tecnologias estão associadas a esta indústria? Quais as tecnologias mais indicadas para as indústrias bioenergéticas? Como transformar uma planta numa Usina 4.0 em condições de capturar ganhos imediatos de eficiência e econômicos? Para responder essa e outras questões, a Pró-Usinas e a Soteica lançaram o site www.usina40.com.br e disponibilizaram o Exclusivo E-BOOK GRATUITO 4 Passos para transformar sua planta em uma Usina 4.0. (Para fazer o download basta ler o QR Code).


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Usinas 4.0 batem recordes de produção Usinas que utilizam o software S-PAA de Usina 4.0 vem se destacando por recordes de produção e de eficiência! A Usina Cevasa, de Patrocínio Paulista (SP), fechou o mês de junho criando novas marcas na sua história. Entre os recordes registrados estão o de moagem de um milhão de toneladas em menor tempo (81 dias); a melhora na performance em Extração % ART (97,1%) da cana processada; o de aproveitamento de tempo, com 99,83% na área agrícola e 98,09% na área agroindustrial; duplo recorde de produção de açúcar VHP em um mês, que atingiu 31.255 toneladas.

Na área agrícola, foram superados ainda o recorde da qualidade da matéria-prima, com o volume de açúcar total recuperado (ATR) de 134,68 kg por tonelada; e no rendimento máquina com menos perdas em um mês, com registro de 18.315 tc com 2,01% de perdas na colheita. A usina ainda registrou recorde mensal de eficiência e rendimento com 91,75% de eficiência global industrial (EGI) e 95,09% de rendimento total corrigido (RTC). E de venda de energia elétrica, com 16.661 MWH exportada no mês. Para Alberto Antônio da Silva, gerente industrial

da Cevasa, os recordes são fruto de planejamento, muito treinamento e dedicação da equipe. Ele também lembra que possui um elemento inovador, pois nesta safra a Cevasa iniciou a operação do software S-PAA na área de energia e embebição e tornou-se evidente a atuação do sistema garantindo maior estabilidade no vapor e redução do consumo de processos, permitindo melhorar os índices de eficiência industrial e de exportação de energia, além da economia de bagaço. “Estamos fechando os indicadores para mensurar os ganhos do S-PAA, mas os resultados já são visíveis”, explica. FOTOS ARQUIVO

RECORDES MARCAM SAFRA DA SJC BIOENERGIA A safra 2020/2021 está sendo considerada a melhor de toda a história da SJC Bioenergia. A “Safra da Transformação”, como foi titulada, já bateu 32 recordes que envolvem moagem (incluindo diária, semanal, mensal e bimestral), colheita mensal por frente, energia gerada (diária e mensal), etanol anidro, etanol total, disponibilidade industrial e recuperação Total Corrigido – RTC. Há ainda seis recordes relacionados à segurança (anos sem acidente com afastamento) e a certificação multisite da ISO 9001:2015. A Usina Rio Dourado alcançou quatro marcas com recordes históricos e sem acidentes, em julho. Em cana moída foi 494.488 mil toneladas; etanol 40.333 m3; etanol anidro 39.118 m3 e energia 31.255,73 MW. A Usina São Francisco conseguiu três marcas com recordes históricos e duas com recordes para o mês de julho: a cana processada foi 770.589 mil toneladas; etanol 28.364 m3 e energia 59.224 MW. Além disso, conseguiu 98,14% de aproveitamento de tempo Industrial e 94,53% de Recuperação Total Corrigido – RTC. No total, a SJC bateu dois recordes históricos em julho: 1.265.077 de toneladas de cana moída e 90.479 MW de energia produzida. Os números recordes continuam em agosto, sendo que a SJC alcançou no dia 11 do mês, 5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processada. Os resultados financeiros também são bons. A companhia teve lucro líquido R$ 209,1 milhões, conforme balanço divulgado no final de junho, que ficou 161% acima do valor reportado no exercício passado, de R$ 79,9 milhões. Assim como o Alberto da Cevasa, o Gerente Industrial Corporativo da SJC, Marcus Lages, lembra que os recordes obtidos na URD foram obtidos com a ajuda do software S-PAA. “Principalmente por garantir a estabilidade da moagem, mantendo a eficiência da extração e a estabilidade de toda a planta industrial”, afirma. Abel Uchoa, Diretor Geral da SJC, afirmou que estão muito satisfeitos com as transformações que as unidades estão realizando nesta safra. “A SJC Bioenergia está consolidando, mês a mês, performances que vão nos levar a alcançar a melhor safra de todas as safras. Os recordes que vêm sendo batidos são o resultado da evolução industrial e agrícola que vem sendo construída com consistência em nossa empresa”, disse. O diretor ainda comentou que isso só é possível porque “é fruto de um trabalho focado em segurança e na engenharia da qualidade, proporcionando alto rendimento operacional, consolidando, desta forma, a verticalização dos processos na SJC”.

Alberto Antônio da Silva, gerente de divisão Industrial

Marcos Lage, gerente de processos industriais

Abel Uchoa, Diretor Geral da SJC


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DIANA BIOENERGIA REGISTRA LUCRO E APOSTA EM FUTURO PROMISSOR FOTOS DIVULGAÇÃO

Grupo investiu em renovação de canavial para garantir produtividade ANDRÉIA VITAL

Com faturamento bruto acima dos R$ 200 milhões registrado no exercício 2019/2020 e expectativa de crescer entre 10 a 15% na safra atual, o Grupo Diana Bioenergia obteve ótimos resultados consolidados na última temporada. O relatório financeiro da companhia, divulgado em julho, mostra que a Diana saiu de um prejuízo de R$ 8,04 milhões para um lucro de R$ 7,96 milhões, ou seja, um movimento positivo de mais de R$ 16 milhões, com praticamente o mesmo volume de cana moída no ciclo anterior.

A empresaa teve receita líquida de R$ 177,1 milhões com queda de 4% em relação ao mesmo período do ano passado. Na safra 2018/2019 o grupo apurou resultado líquido (lucro) de R$ 1.895 milhões, incluindo a venda de ativo imobilizado, no caso, a Fazenda Cruzeiro que estava fora do raio de atuação da companhia, que impactou resultado em R$ 21.800 milhões. Já na temporada 2019/2020 a Diana apurou resultado líquido (prejuízo) de R$ 4.104 milhões. Nesse resultado estão os efeitos de adoção da norma CPC 06(R2) e variação cambial não caixa, que impactaram negativamente o resultado em R$ 12.06 milhões. No balanço financeiro do mês de junho, a empresa tinha um caixa liquido final consolidado de R$ 43.536.264,68. O endividamento líquido total atualizado é de R$ 135,679 milhões

O balanço até o momento mostra que o grupo está no caminho certo


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que representa R$ 95,00/ton de cana. A Diana comemora ainda outro resultado importante, que é o de não ter registrado nenhum acidente nos meses de maio e junho/20 na agrícola, conquistando assim, a marca de “Acidente ZERO”. Produção cresce em área própria Na safra 2019/2020 a moagem da usina foi de 1.192 mil toneladas, sendo 874 mil toneladas (73%) de cana-de-açúcar própria. 30% deste canavial foi cultivado em área do grupo e 70% em área de parceria agrícola. Na temporada, o mix foi 55,40% para etanol e 44,60% para açúcar, com registro de aumento de 21% na produção de açúcar VHP, superando 61 mil toneladas. A eficiência industrial global passou para 87% e a disponibilidade industrial para 96,19%. Nos últimos dois ciclos, a usina reformou 25% do canavial e na temporada atual terminaram no dia 15 de abril, o plantio de três mil hectares, o que representa uma reforma de 20% do canavial próprio. Assim, em três anos, a empresa reformou 70% do canavial próprio, o que possibilitará otimizar o parque industrial e, consequentemente, reduzir ainda mais os custos fixos, aumentar a rentabilidade da companhia e reduzir o endividamento. Dessa forma, para garantir a performance, a Diana investiu em tratores e transbordos para colheita de cana, visando aumento da produtividade operacional e redução de custos. Também fez a reforma da caldeira, objetivando a redução do consumo específico de vapor e aumento da sobra de bagaço, e consequentemente, uma maior exportação de energia. Uma das estratégias usadas pela empresa neste início de safra foi optar pela antecipação da moagem de 47% do canavial mais velho, que será destinado para o plantio de meiose, logo, a partir de julho/20, a empresa irá reverter essa tendência e terá 60% da cana de 1º, 2º e 3º cortes. Círculo virtuoso para os próximos anos O melhor desempenho operacional já comprovado neste início de safra foi devido à renovação do canavial feito nos dois últimos anos, alinhado ao trabalho de redução de custos e melhoria das eficiências operacionais, refletem em boas expectativas para a safra atual.

O balanço até o momento mostra que o grupo está no caminho certo DIVULGAÇÃO/ALBERTO GONZAGA

O balanço até o momento mostra que o grupo está no caminho certo

A companhia tem previsão de processar 1,4 milhão de toneladas de cana-de-açúcar em 2020/21, sendo 854 mil toneladas de cana própria. Contando ainda com a melhora de produtividade do canavial em ton/ha e rendimento Kg ATR/ha, bem como uma melhora da eficiência industrial, a previsão é de aumento do TCH de cana própria para 77,36 ton/ha, ATR para 135 kg e raio médio de 14,0 km. A eficiência industrial deverá fi-

car acima de 90% e o mix de açúcar será acima de 60%. A produção de açúcar VHP deverá ser de 108.574 mil toneladas de açúcar e a de etanol hidratado 49.2 mil m³. A Diana irá ainda cogerar e exportar em torno de 8 mil MWh. O volume processado deve superar 1.650 milhão de toneladas a partir de 2021/2022, com ATR acima de 135 Kg, TCH acima de 85 e eficiência industrial acima de 90%. De acordo com Ricardo Jun-

queira, CEO da Diana, para garantir os bons números conquistados até o momento, o objetivo é reduzir o endividamento do grupo e aumentar a rentabilidade da operação. “A redução do endividamento será feita com base em nosso planejamento de cinco anos, de forma saudável, sem comprometer a rentabilidade, liquidez e a operação. Acreditamos que a safra 2020/21 será o início do círculo virtuoso, refletindo todos os esforços dos últimos anos”, afirmou. Isso tudo reforçado com bons níveis de preços de açúcar VHP já fixados. Para a safra 2020/21 foram fixadas 95 mil toneladas com preço médio de R$ 1.330,00; 87 mil toneladas para safra 2021/22 com preço médio de R$ 1.420,60; 43 mil toneladas para safra 2022/23 com preço médio de R$ 1.478,75 e 7 mil ton para 23/24 com preço médio de R$ 1.538,00. “São fatos que comprovam que devemos sim estar bastante confiantes no futuro da companhia. As fixações em níveis tão remuneradores, dão segurança à empresa para enfrentar quaisquer oscilações de preço no futuro”, assegurou. O balanço até o momento mostra que o grupo está no caminho certo. A moagem registrada até o dia 6 de julho 521.732 toneladas, com mix mais açucareiro (61,75%), sendo que a produção de açúcar VHP foi de 40.083 ton. A de etanol hidratado ficou em 17.973 m3 e a energia exportada chegou a 1.406,337 Kw. A eficiência industrial é de 90,88% e o rendimento industrial obtido pela produção total da usina (UNICOP) de 2,52 sc/ton. O ATR médio do mês foi de 132,82 Kg, com monitoramento de 5,8 Kg/ton de impureza mineral e 6,20% de impureza vegetal. O nível de infestação de broca registrado foi de 1,76%. Já as perdas na colheita registraram 2,43 % com raio médio menores que 14,0 Km. Ações durante a pandemia Desde o início da pandemia da COVID 19 a empresa implantou medidas e manteve uma política rígida de vigilância sanitária. Instituiu uma equipe de gestão para combate e prevenção a todos os tipos de doenças. Além disso, a Diana também participou da ação de solidariedade do setor, doando álcool 70% e máscaras a hospitais, escolas, creches e população dos municípios ao redor de sua área de atuação.


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CEO DA CLEALCO REVELA ESTRATÉGICAS SOBRE A SAFRA ARQUIVO

Dentre outros temas, ALBERTO Pedrosa fala sobre recuperação e a busca por novo sócio O CEO da Clealco Açúcar e Álcool S.A., Alberto Pedrosa, estreia a playlist “JornalCana Entrevista” no Youtube. O executivo falou sobre o processo de recuperação judicial e os planos da companhia para as próximas safras. Assim como, sobre os desafios do setor neste momento e perspectivas de mercado. Com as unidades Clementina e Queiroz, em funcionamento, e a Penápolis hibernada desde 2017, o grupo completa 40 anos em 2020 com boas expectativas para o futuro. Recentemente, a Clealco conseguiu o aditamento ao seu plano de RJ, o que deu um novo fôlego para a empresa se organizar e assim, ter condições de quitar a sua dívida concursal

até o final de 2025. “Essa dívida representa cerca de 80% do montante devido, e este prazo é mais alinhado às estratégias de retomada de um ciclo virtuoso do negócio, que incluem, principalmente, investimentos na manutenção e renovação de canaviais”, afirma o executivo em entrevista exclusiva ao diretor

da Procana, Josias Messias Pedrosa ressalta que o objetivo agora é levar a empresa para um patamar de moagem e faturamento de resultado e geração de caixa expressivo. Como também, encontrar uma solução societária para o grupo, visando novos investimentos e progresso. “O consentimento do Aditamento

ao Plano foi obtido com a concordância de 91% dos credores habilitados, refletindo a confiança depositada na Clealco frente a um contexto de desafios econômico-operacionais, sendo relevante para que a Companhia continue avançando em seu processo de reestruturação financeira”, explicou. A aprovação aconteceu em um momento onde a companhia retomou suas operações na unidade de Clementina, em Clementina/SP, que adicionada a unidade de Queiroz eleva a previsão de moagem total na safra 2020/2021 para 5,5 milhões de toneladas, em aumento de 34% em relação à temporada passada. “A Clealco agradece o comprometimento de seus colaboradores e o apoio de seus fornecedores e parceiros, que têm sido fundamentais neste ciclo de retomada, bem como reafirma a confiança em sua capacidade operacional e na competência de seus profissionais, para que seja bem-sucedida no cumprimento das etapas previstas no Aditamento ao Plano aprovado”, disse.


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GESTORES E PROFISSIONAIS ESTÃO EM BUSCA DE REDUÇÃO DE CUSTO NOS PROCESSOS INDUSTRIAIS Webinares do JornalCana contaram com a participação de especialistas no assunto ALESSANDRO REIS

Mesmo com o crescimento do mix voltado para o açúcar, mais de 50% da cana-de-açúcar desta safra (2020/21) continuará destinada para o etanol. E, com os preços baixos do biocombustível, a meta é obter a máxima eficiência industrial e garantir os menores custos de produção. De acordo com especialistas, as boas práticas nas etapas de tratamento de caldo, filtragem, fermentação, destilação, desidratação e tratamento da vinhaça, compõem parte significativa da eficiência industrial, mesmo com o mix mais açucareiro, e merecem, portanto, total atenção dos gestores e profissionais da área. Está claro que é necessário obter o máximo aproveitamento de cada uma dessas etapas. Mas quais são as alternativas técnicas e tecnológicas que permitem alcançar esses objetivos e lucrar mais? As respostas foram dadas por especialistas em Webinares JornalCana “Usinas de Alta Performance: Processos, Fermentação e Produção de Etanol”, realizados nos dias17 e 24 de junho. Na primeira edição do evento, os participantes mostraram como obter máxima eficiência em processos industriais e evitar perdas, garantindo assim menores custos de produção. O especialista em Processos Industriais do Grupo Tereos, Carlos Eduardo Ramos da Silva, também conhecido como Tanaka, destacou a importância dos processos de tratamento do caldo, aquecimento, decantação e peneiras, sobretudo a evolução de boas práticas nestes setores que garantem a qualidade e volume do caldo que segue para a fábrica de açúcar e para a fermentação. “É no tratamento do caldo que se faz a qualidade do açúcar e etanol. Qualquer desvio que ocorra nesta etapa, não tem mais como consertar os parâmetros e só vai piorar”, disse. Luciano Zamberlan, da Raízen

apresentou detalhes sobre como maximizar o processo fermentativo levando em consideração principalmente o que a levedura pode oferecer. O profissional apresentou case de sucesso na área de fermentação no seu grupo ressaltando a importante de se observar a sobra de ART no vinho. Isso pode ser feito com acompanhamento do passo a passo do trouble shooting, para analisar o processo de fermentação e traçando um mapa mental da situação que geram desvios operacionais e desvios de inibição da levedura. “São operações que já identificamos dentro de um programa implantado no grupo que envolve ganhos de R$ 8 milhões no ano, só cuidando para não jogar açúcar no vinho”, afirmou. “Apesar do alto índice de automação que as usinas tem, somado ao elevado nível dos profissionais que trabalham no processo industriais observasse que o índice de perdas de algumas usinas de cana continua elevado em todos os setores”, destacou Antonio Carlos Viesser, da Viesser Consultoria. O consultor, também conhecido como Alemão, afirmou que as perdas são resultados de falhas de manutenção, operação e dimensionamento de equipamentos, e causam falta de padronização. A diretora executiva da VS Engenharia, Maria Fátima Marquini Sicchieri, ressaltou a importância

de se conhecer o ativo industrial e qual o aproveitamento máximo que se pode ter visando o menor custo para a unidade. “A estabilidade no processo traz não só para a destilaria, mas para um todo o aproveitamento daquele produto que queremos, no caso o etanol”, explicou. Para o jornalista e diretor da ProCana Brasil, Josias Messias, moderador do webinar, ficou claro que o conhecimento da planta, equipes, operação e cuidado ao executar as atividades são essenciais para garantir a eficiência do processo. “As ferramentas estão disponíveis. É preciso adotar procedimentos que vão transforma o cuidado em maior eficiência”, disse Já na segunda edição do webinar, foram destacadas as iniciativas e aplicações que têm rendido às usinas redução de custos e aumento na performance industrial. “A redução do consumo de vapor vai também gerar uma redução do consumo do bagaço e por consequência, proporcionar um aumento da produção, principalmente se a falta de vapor for um gargalo na sua planta”, explicou Júlio César Merenda Catardo, gerente de produção da usina Cevasa, ao falar sobre a utilização da vinhaça para aquecimento de caldo. Catardo destacou também os resultados obtidos a partir do uso de uma levedura personalizada adap-

tada à matéria-prima da usina, que possibilita manter as condições de fermentação no processo do início ao fim da safra, o que gera ganhos de rendimento e economia de insumo. Aproveitando case bem sucedido da Cevasa, a Rio Dourado, unidade da SJC Bionergia, localizada em Chapadão do Céu/GO, também passou a utilizar levedura personalizada nativa. Marcus Lages, gerente industrial corporativo da SJC Bionergia apresentou os resultados positivos no processo industrial, assim como, deu dicas de como o tornar mais eficiente. O gerente industrial da Cerradinho Bio, Walter Di Mastrogirolamo, ressaltou que a fermentação é uma etapa que requer atenção especial, pois sua eficiência é determinante para a produção de etanol. Mastrogirolamo destacou que uma boa fermentação pode ser um diferencial competitivo para as usinas. Thales Velho Barreto, diretor da Velho Barreto Consultoria, abordou os processos relacionados às destilarias e ressaltou as oportunidades que as usinas podem ter com a fabricação de novos produtos, se tornando, portanto, uma nova fonte de lucro para as empresas. Os webinares foram realizados para substituir o tradicional Sinatub presencial, realizado todos os anos, mas foi adiado devido à pandemia e contaram com patrociínio das empresas Química Real — Fermentando com alta eficiência; Viesser Consultoria & Treinamentos — Tudo sobre a indústria sucroenergética; VS Engenharia — Tecnologia na produção de etanol e S-PAA Soteica – Software de Otimização em Tempo Real que maximiza a cogeração e a eficiência industrial, gerando ganhos superiores a R$ 1/tc em mais de 40 usinas instaladas.


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MPB E MEIOSE POSSIBILITAM ANTECIPAR EM QUATRO ANOS A ADOÇÃO DE UMA NOVA VARIEDADE DE CANA ARQUIVO

Ganhos de produtividade podem ser de 20% com a implantação dos sistemas O produtor já consegue antecipar em quatro anos a adoção de uma nova variedade de cana-de-açúcar, que pode proporcionar um aumento de produtividade de 20% em relação à variedade antiga. Esse salto decorre apenas da renovação da variedade plantada. Porém, esse ganho vem sendo acelerado quando a instalação do canavial é feita por meio do uso do sistema de Mudas Pré-Brotadas (MPB) associado com o sistema de MEIOSI. Com a implantação desse combo tecnológico MPB + MEIOSI, a vida do produtor de cana vem mudando, não só pelo incremento na produtividade, mas o tornando independente em relação à escolha da variedade e à produção de mudas, mais adequadas ao seu nicho de produção. Desenvolvido pelo IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o MPB mudou o modo de plantar cana no Brasil, já sendo usado em várias regiões do país. Os ganhos com o sistema foram revelados pelo pesquisador do IAC, Marcos Guimarães de Andrade Landell, durante a live sobre Inovações em Cana-de-açúcar, promovida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no dia 16 de julho de 2020, com a presença de especialistas de várias instituições do setor sucroenergético. De acordo com Landell, além de ampliar a produtividade, as variedades novas, normalmente, têm maiores taxas de multiplicação, o que dilui o custo da muda. “Esses novos materiais promovem outros ganhos, decorrentes da combinação entre MPB e MEIOSI. Por exemplo, o canavicultor pode se limitar a comprar mudas pré-brotadas para plantar apenas cerca de 8% da área de seu canavial. Esses 8% de área irão produzir, em seis meses, as mudas suficientes para instalar o canavial total. Esse é um dos acontecimentos pós-lançamento do MPB, feito em 2011-12 pelo IAC”, explicou. A associação MPB + MEIOSI possibilita aumentar em cerca de 700 vezes a taxa de multiplicação de uma

MPB - Repicagem ou individualização

nova variedade de cana-de-açúcar, em um período de mais ou menos nove meses. “Isso é uma taxa de multiplicação fabulosa”, diz Landell, ao lembrar que, no passado, quando predominava o plantio manual, a taxa era de um para dez, isto é, com um hectare de material biológico eram feitos dez hectares de plantio. O MPB aumenta a taxa de multiplicação da cana, por exemplo, com dez mil MPBs, é possível plantar um hectare de cana. “Existem variedades na atualidade, que possuem até 20 mil gemas em uma tonelada de colmos, possibilitando a produção de mais de 15 mil MPBs. Teoricamente, o que se gasta em plantio mecânico é perto de 13-14 toneladas, por hectare. Hoje, com uma tonelada, isto é, 13 vezes menos, consegue-se produzir MPB para plantar o mesmo hectare”, explica. A associação do MPB ao conhecimento de MEIOSI ampliou os ganhos. A MEIOSI é o método intercalar de plantio, em que se planta uma linha de cana e deixa um espaço para até 15 linhas, que serão plantadas dentro dos próximos seis meses. Esses novos plantios serão feitos no espaço intercalado, a partir de mudas geradas pelas primeiras linhas instaladas. O método de MEIOSI foi desenvolvido pelo pesquisador José Emílio Barcelos, durante doutorado realizado na UNESP Jaboticabal, no meio da década de 80. Landell mencionou o exemplo do produtor Renato Trevizoli, que obtinha cerca de 90 toneladas, em média de cinco cortes e, em 2019, ele alcançou 122 toneladas, em média. “Isso é muito significativo e este ano

ele deve aumentar um pouco mais”, acredita. Para o pesquisador do IAC, o setor sucroenergético está diante de uma oportunidade com o avanço da biotecnologia como um todo e o importante é contextualizá-la com aspectos palpáveis da cultura. “Nós temos um verdadeiro pré-sal biológico, com possibilidades reais de produzir algo como 10 mil litros de etanol, por hectare”, destaca Landell. Uso da biotecnologia pode contribuir para alavancar a cultura da cana-de-açúcar A biotecnologia e a adoção de novas tecnologias podem tornar o setor canavieiro mais competitivo afirmam especialistas. Hugo Molinari, pesquisador da Embrapa Agroenergia, enumera quatro benefícios que a transgenia poderá trazer para o setor sucroalcooleiro: o aumento da produtividade em três dígitos ou 10 mil litros/hectare; a redução no uso de defensivos agrícolas; a redução da emissão de CO² e do custo da produção. “O Brasil já tem 22 anos de transgenia. Um estudo recente publicado na revista britânica PG Economics mostrou que, em 15 anos de adoção, para cada dólar investido em transgênico houve um retorno de 4,42 dólares. Isso sem falar nos ganhos ambientais com a redução de 23 bilhões de litros de CO², o que equivale a tirar 15,3 milhões de carros das ruas”, disse. De acordo com Molinari, é preciso fazer com que a cana-de-açúcar entre no patamar de adoção de cul-

turas como a soja (96%), o milho (89%) e o algodão (84%) e se beneficie das novas tecnologias, sejam elas qual forem”. O pesquisador também falou da importância das parcerias, da questão do financiamento e dos gargalos técnicos que ainda precisam ser superados. “Não vamos reinventar a roda, mas incorporar características já consolidadas para outras culturas. A gente precisa um do outro para crescer e tornar o setor cada vez mais competitivo”, ressaltou. Para Antonio Salibe, presidente executivo da União Nacional da Bioenergia (UDOP), além da biotecnologia, é preciso desenvolver a matriz industrial do setor. “Precisamos trabalhar com produtividade de 10 a 12 mil litros de etanol por hectare (hoje o setor produz de 5 a 7 mil), e para isso precisamos fechar parcerias e trazer os resultados das pesquisas para o conhecimento dos gerentes”, disse. Recentemente, a UDOP lançou a campanha #AbasteçaComEtanol, para estimular o consumo do biocombustível. “A parte ambiental vai ser muito exigida no pós-pandemia, teremos um nacionalismo forte nos países, então se continuarmos abastecendo nossos veículos com petróleo importado estaremos sendo burros”, afirmou. João Bespalhok, diretor de biotecnologia da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa), destacou que a transgenia é um grande desafio para o setor. “Se quisermos trabalhar com edição gênica precisamos conhecer melhor o genoma da cana”, disse. Segundo ele, quando comparada a outras culturas como soja, milho, algodão e canola, a cultura da cana necessita de mais investimentos de multinacionais e parcerias público-privadas para adotar novas tecnologias. Luís Scabello, diretor da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), falou do papel da cana na redução da pegada de carbono e da política Renovabio, que dará “nota” aos produtores. “Haverá um momento em que teremos que reduzir o consumo de nitrogenados e derivados de petróleo”, disse. Scabello também reforçou que a matriz de preço não está condizente com a matriz de custo do produtor, mas que há uma grande abertura para o setor utilizar as novas tecnologias.


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O DESAFIO DA CANA DE TRÊS DÍGITOS ARQUIVO

Veja quais estratégias para conseguir mais produtividade nos canaviais O ano de 2020 vai entrar para história marcado pelas turbulências e instabilidades. Mas, o investimento em produtos de qualidade garante lucratividade nas plantações de cana, mesmo em tempos de crise. Enquanto muitas usinas lutam para manter a lucratividade, Ricardo Ducatti Delarco, fornecedor da Nardini em Monte Azul Paulista (SP), está tranquilo. “Eu não posso ser refém dos preços, por isso invisto na produtividade das minhas áreas”, diz o produtor. Engenheiro agrônomo, formado pela UNESP, pretende superar a média de 120 toneladas de cana. Ele mantém a produtividade acima de três dígitos até o 9º corte em 2.500 ha de seu canavial. As estratégias por trás de altas produtividades

Ricardo Ducatti Delarco, fornecedor da Nardini em Monte Azul Paulista (SP)

Quais estratégias estão por trás destas produtividades surpreendentes? Em primeiro lugar está o conhecimento dos ambientes de produção e do solo, que permite definir zonas corretas de manejo e das variedades. Em segundo lugar vem o cuidado com as mudas sadias, com o manejo adequado, com sistema MPB e Meiosi. E por fim, para manter altas produtividades, é necessário repor todos os nutrientes

que a cana exporta. “A reposição deve ir além do NPK”, ensina o produtor. “Não podemos esquecer dos micronutrientes, da matéria orgânica, enxofre, cálcio e magnésio”. Além disso, o manejo de insumos e defensivos na área do Delarco, acontece em linha, com taxa variável, com equipamentos georreferenciados. Manejo de cálcio e magnésio

Há anos Delarco percebeu que o calcário não funciona como fonte de cálcio e magnésio, pois não disponibiliza estes nutrientes na velocidade em que a cana precisa. Para ele, o produto mais adequado é o Fertimacro, óxido de cálcio e magnésio produzido pela Caltec. A granulometria diferenciada, com alto poder de escoamento, garante aplicação precisa e uniforme. O produtor usa óxidos em três ocasiões. Durante o preparo de solo, em conjunto com fósforo numa profundidade de 30 e 60 cm. No plantio, quando o Fertimacro é dosado no sulco junto com adubação, formando a “sala vip” para favorecer o desenvolvimento da cultura. Além disso, anualmente, o Fertimacro é usado para repor cálcio e magnésio na cana soca. Como o produto consegue transpor facilmente a palhada para entrar em contato com o solo, os resultados na soqueira aparecem mesmo em períodos de baixas precipitações. “Eu converso com o meu canavial e forneço tudo que ele precisa na hora certa, no local certo, em quantidades certas e com produtos de qualidade”, é assim que o produtor resume sua estratégia.

Manejo bem planejado possibilita aumentar produtividade do canavial ARQUIVO

Uso de novas tecnologias vem contribuindo neste sentido Assim, como todos os cultivos, para o produtor obter eficiência e alta produtividade é preciso atenção com sua lavoura desde o plantio até sua colheita. No caso da cana-de-açúcar não é diferente, embora seja uma cultura mais resistente, é preciso cuidado com alguns detalhes de manejo que se bem realizados garantirão ao produtor boa produtividade do canavial por muitas safras. O uso de novas tecnologias deverá ser implementado a fim de melhorar a eficiência não só do aspecto nutricional como também do vigor da cultura para garantir a produtividade e longevidade dos canaviais. Novos produtos e/ou novos manejos que melhorem o desenvolvimento de toda a planta poderão contribuir para isso. A busca de melhores práticas agrícolas e a adesão de novas tecnologias que venham a melhorar o desempenho dos canaviais tem sido frequentemente almejada pelos principais formadores

Michel Piemonte é coordenador de desenvolvimento de mercado da Ubyfol

de opinião do setor, objetivando uma melhor exploração do potencial produtivo da cultura e consequentemente a redução do custo de produção. O rendimento industrial depende do fornecimento contínuo de matéria-prima de alta qualidade tecnológica e, consequentemente, teores adequados de sacarose. Importância do manejo nutricional na maturação Entre todas as fases da cana-de-açúcar, a maturação é uma das etapas que exige bastante atenção. Afinal, é o processo fisiológico que envolve a formação de açúcares e seu deslocamento

e armazenamento no colmo, que vai resultar em uma maior produção de açúcar e etanol. Para auxiliar os agricultores no manejo nutricional desta fase tão importante e decisiva, a Ubyfol, multinacional brasileira, que desenvolve produtos especiais, com macro e micronutrientes, para todas as culturas agrícolas, disponibiliza o Peso+. Na fase de maturação os dias já estão mais curtos e temperaturas mais baixas e a planta muda a intensidade de seu metabolismo e com isso a necessidade de nutrientes muda. “O Peso+ ajuda no armazenamento de açucares, frutose + glicose que resultam em sacarose. Mas, para que esta junção aconteça são necessários: o magnésio, o potássio na obtenção de carboidrato e o boro que ajudará na translocação da sacarose até colmo”, destaca Michel Piemonte, coordenador de desenvolvimento de mercado da empresa. Além disso, o produto foi formulado de maneira balanceada, contendo os principais nutrientes responsáveis pelo aumento da atividade fotossintética da cana-de-açúcar. Ele atua no transporte e armazenamento de açúcares durante o fechamento do ci-

clo, promovendo o aumento de ATR (Açúcar Total Recuperável). O produto possui em sua formulação Potássio, Magnésio, Boro e Enxofre onde o Potássio participa do complexo da ativação Enzimática; o Magnésio participa da atividade Enzimática e síntese da clorofila; o Boro participa no transporte de Carboidratos, síntese de açúcares e o Enxofre da formação de proteínas. “O balaço da formulação é essencial para que a planta carreei os foto assimilados para a estrutura de reserva e formação de açúcar”, explica o coordenador. Considerando que o boro é apenas um dos elementos limitantes para o acúmulo satisfatório da sacarose, a Ubyfol pensou em um produto que pudesse fornecer de maneira equilibrada e balanceada, outros elementos e compostos orgânicos associados a ele. Assim atua de forma sinérgica na síntese de sacarose, no transporte e armazenamento de açúcares ao final do ciclo da Cana-de-Açúcar. “Dessa forma, a utilização de um conjunto de complexos orgânicos e nutricionais favoráveis à fotossíntese e armazenamento de sacarose contribuirá para a correta maturação e aumento do ATR”, ressalta Piemonte.


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Uso da adubação foliar tem proporcionado bons resultados aos produtores FOTOS ARQUIVO

Técnica tem sido usada como estimulante e para equilíbrio nutricional e deve ser complementar à adubação de solo ANDRÉIA VITAL

A adubação foliar no Brasil em cana foi uma das tecnologias que mais cresceu nos últimos anos e vem proporcionando bons resultados nas lavouras canavieiras. De acordo com Carlos Alexandre Costa Crusciol, pesquisador e professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Botucatu (SP), a adubação foliar tem sido usada como estimulante e para equilíbrio nutricional e deve ser complementar à adubação de solo. “Para o agricultor que conduz bem a sua lavoura e usa essas tecnologias, as respostas são mais expressivas”, disse o pesquisador que participou de webinar promovido pela feira Agro-

negócio Copercana em junho e apresentou resultados de estudos feitos a partir de 2014, na América Central e no México, com enfoque em reequilibrar a planta e aumentar a produção de sacarose. Assim como, na Nicarágua, onde os esforços foram voltados para aumentar a tolerância à seca. A técnica, geralmente aplicada por avião, é feita através da aplicação de nutrientes (cobre, manganês, zinco, boro, molibdênio e nitrogênio) diretamente nas folhas das canas, complementando a aplicação de macronutrientes (nitrogênio, fosforo e

potássio) via solo. Deve ser feita entre novembro/dezembro e fevereiro/ março, período de maior desenvolvimento vegetativo, quando as soluções nutritivas são melhores absorvidas, com objetivo de aumento na produção de colmos (TCH). Neste manejo, muitos agricultores têm substituído a aplicação de nitrogênio pela aplicação de aminoácidos. Crusciol ressaltou ainda que as condições climáticas e as práticas de manejo interferem na maneira como a planta irá absorver as soluções nutritivas e tecnologias têm ajudado neste sentido.

O professor explica que nutrientes como Nitrogênio (N), Zinco (ZN), Boro (B), Magnésio (MG), Potássio (K), Fósforo (P) em pequenas quantidades ajudam a planta a sintetizar a sacarose, e que esses nutrientes podem ser aplicados em um segundo momento, entre 120 a 60 dias antes da colheita, com objetivo de aumentar produção de açúcar (ATR). Porém se abusar da quantidade de nitrogênio na folha, na época de maturação, há o estímulo para a planta vegetar. Assim, o ideal é não aplicar mais de 500 gramas de N, pois a intenção não é estimular o crescimento e sim estimular a cana a aumentar a produção de sacarose. Segundo dados colhidos nos estudos na América Central, as aplicações de um complexo de nutrientes a partir do estádio de perfilhamento até 150 dias antes da colheita (DAC) fizeram com que a planta aumentasse o TCH, porém com pequeno incremento no ATR, menos de 5 quilos. “Mudando os nutrientes, com foco para a planta fazer sacarose, as aplicações a partir de 120 DAC até 60 DAC, proporcionaram incrementos de 5 a 20 quilos de ATR”, contou.

Manejo com inimigos naturais tem aumento nos canaviais FOTOS ARQUIVO

Sistema viabiliza ganhos de rentabilidade e produtividade O controle biológico para cana-de-açúcar é utilizado há muitos anos no Brasil, com a adoção de macro e microbiológicos no combate a várias pragas e doenças. A Koppert do Brasil tem o portfólio mais completo de biológicos para a cultura da cana, com os já tradicionais Galloibug (Trichogramma galloi), que atua sobre a broca-da-cana, o Metarril (Metarhizium anisopliae), inseticida que controla a cigarrinha da raiz e o Trichodermil (trichoderma hazianum), fungo com ação fungicida e nematicida. Neste ano, a empresa lançou mais dois produtos para a cultura, o Boneville (Bacillus amyloliquefaciens), que é uma bactéria que atua como nematicida e auxilia na reestruturação da biota do solo, aumentando a capacidade de absorção de nutrientes pelas plantas e o Roadster (As-

cophyllum nodosum), biofertilizante mundialmente reconhecido por estimular o crescimento das plantas e melhorar sua resistência frente aos estresses e ao ataque de pragas e doenças. O Trochidermil é o mais utilizado na cultura da cana e tem mostrado resultados expressivos. Em Goiás, na média, os canaviais tiveram

incremento de 26,7 toneladas/hectare com o uso do produto, no Paraná, de 11,54 t/ha; em Mato Grosso do Sul, de 14,8t/ha; e em São Paulo, de 11,6 t/ha. Segundo o gerente comercial cana-de-açúcar da empresa, Vinícius Lourenço Lopes, os produtores já estão convencidos da eficiência desse manejo quando comparado aos

concorrentes. “Os resultados têm sido excelentes no ganho de produtividade”, salienta. Em relação aos inseticidas, os números também são surpreendentes. O Galloibug reduziu pela metade a infestação da broca-da-cana em canaviais de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. “Atualmente, a aplicação desse produto é feita por drones, o que aumenta sua eficácia e segurança e ainda economiza em mão-de-obra. Anteriormente, o produto era liberado manualmente por pessoas que percorriam os canaviais. Além de ser mais caro e demorado, não tínhamos como garantir com precisão a aplicação nos locais e níveis corretos”, explica Lopes. A Koppert teve um aumento de 60% nas suas vendas para cana-de-açúcar na safra 2019/20, evidenciando o aumento do uso do controle biológico nos canaviais. “Além dos ganhos de rentabilidade e produtividade, o manejo com inimigos naturais promove o equilíbrio na área e reduz a pressão de pragas e doenças, além de não apresentar resíduos para o meio ambiente e para a saúde humana”, pondera Lopes.


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Sistema de bioprodução própria de bactérias benéficas “on farm” estamos de frente a uma nova revolução verde na agricultura? Em função da grande dependência do setor sucroenergético ao cenário político-econômico do Brasil e do mundo, o limiar entre prejuízo e lucro é uma linha tênue. Diante de tal conjuntura instável, o produtor de cana deve procurar por alternativas de produção que lhe garantam vantagem competitiva. Neste sentido, a união entre redução de custo, qualidade, produtividade e sustentabilidade são de suma importância para o sucesso na atividade. Neste sentido, segundo o Doutor em Fitopatologia e Gerente de Pesquisa da Agrobiológica Soluções Naturais®, Hélvio Ferraz, a utilização de bactérias benéficas a plantas engloba algumas vantagens para o setor canavieiro. Em um sistema de produção padronizado, como é o da cana-de-açúcar, a adoção de ferramentas biológicas que possibilitem a redução da quantidade de pesticidas, pode ser um diferencial para se alcançar melhores preços no mercado. O uso de bactérias benéficas a plantas, produzidas na propriedade rural, ainda proporciona uma redução considerável dos custos de produção. Uma vez que, muitos impostos, royalties e custos com frete serão poupados. Dr. Hélvio Ferraz ainda ressalta que Bactérias benéficas a plantas podem resultar em maior produtividade do canavial por diferentes modos de ação: promovendo o crescimento de plantas por fixar nitrogênio e produzir e/ou induzir a síntese de hormônios vegetais, como é o caso das bactérias Azospirillum brasilense e Nitrospirillum amazonense. Algumas cepas de bactérias das espécies de Bacillus methylotrophicus, B. subtilis, B. licheniformis e Pseudomonas spp. são eficientes no controle de nematoides das lesões radiculares (Pratylenchulus spp.) e nematoides das galhas (Meloidogyne spp.). Há ainda bactérias que provem a solubilização de fósforo (B. megaterium e B. subtilis) e outras que são eficientes no controle de doenças da parte aérea (B. amyloliquefasciens, B. subtilis e B. pumilus). Enfim, existem diversos produtos comerciais à base de bactérias que podem ser utilizados pelo setor canavieiro para promover a sanidade da lavoura e/ou promover uma maior produtividade. Todas estas bactérias benéficas a cultura da cana de açúcar, podem ser bioproduzidas na propriedade rural, utilizando a Tecnologia

Multibacter®, a qual consiste em multiplicar a bactéria de interesse, utilizando biorreatores e o meio de cultura Multibacter. Após 24 a 48 h de multiplicação, a bactéria de interesse está pronta para ser aplicada no canavial. O Eng° Agrônomo e Sócio-Diretor da Agrobiológica, Rafael Netto, proprietário da patente do produto Multibacter, coloca que este meio de cultura, produzido com matérias primas selecionadas e de alta biodisponibilidade conta com irradiação por raios gama, os mesmos utilizados para esterilização de alimentos para a nutrição humana e animal, o que resulta em elevada eficácia na multiplicação da bactéria de interesse. A Agrobiológica Soluções Naturais® é líder no setor de multiplicação de bactérias nas propriedades rurais. Desde 2012 a empresa fomenta a tecnologia Multibacter em todos as regiões do Brasil. O Eng° Agrônomo e Gerente do Projeto Cana na Empresa, Elton Martins, coloca que para o pleno sucesso do uso de bactérias benéficas a plantas, além de tecnologia eficiente e segura, há necessidade de uma pós-venda que atenda a contendo aos produtores. Por isso, a Empresa criou uma cultura de feed-back com seus representantes e produtores para estarmos em constante processo de melhoria. A prática de bioprodução “on farm” vem sendo amplamente

aplicada nas propriedades rurais com respaldo legal através da Lei 7.802 de 11 de julho de 1989 em seu decreto 4.074, Art. 10-D § 8o, DE 4 DE JANEIRO DE 2002. Tal Lei declara isentos de registro os produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica produzidos exclusivamente para uso próprio. Isso inclui, agentes de controle biológico como Cotesia flavipes, Thrichograma galoii, Metharhizium spp, Beauveria spp, assim como as bactérias já mencionadas acima e demais macro ou microrganismos de uso agronômico. Outrossim, os organismos de uso agronômico atualmente disponíveis no mercado não são patenteáveis, pois na Lei de Propriedade Intelectual (LPI) em seu Art. 18, Inciso III, está declarado como não patenteáveis “o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microrganismos transgênicos (...)”. Elton Martins reforça o benefício da bioprodução própria de bactérias benéficas em função dos testes de campo. Os diversos ensaios em campo revelaram uma redução significativa dos custos de produção e aumento na produtividade. O principal manejo fomentado pela Agrobiológica na cana tem sido as aplicações de Bacillus subtilis e Azospirillum brasiliense + Molibdênio no sulco de plantio e no cortador de soqueiras. Tal tratamento, promove o controle de nematoides, promoção de crescimento e fixação

biológica de nitrogênio. Ainda segundo o Eng° Agrônomo, manejos de aplicação foliar com Bacillus amyloliquefaciens e algumas cepas de Bacillus subtilis são promissoras para o controle de doenças da parte aérea como estria vermelha, ferrugens e Coletotrichum. Para a broca-da-cana, broca-peluda e demais Lepidópteros a bactéria Bacillus thuringiensis também surge como alternativa de manejo auxiliar para redução da carga química no canavial. Dessa forma, preservando o ambiente e seus inimigos naturais que trabalham sem custo algum no sistema de produção. Outras pragas agrícolas como cigarrinhas e demais insetos sugadores também são alvos de bactéria, podendo ser controlados biologicamente. Tecnologias sustentáveis ajudam na redução dos custos de produção, e agregam valor na sustentabilidade do meio ambiente, colaboradores e sociedade. O alcance de uma agricultura mais limpa e de alta eficiência vem se materializando continuamente no sentido de maior segurança e rentabilidade econômica. Nunca antes o cenário foi tão favorável a utilização do controle biológico em larga escala na agricultura brasileira. Exemplo disso é o mais novo Programa de BioInsumos lançado pelo Governo Federal em maio deste ano, com o qual a Agrobiológica está em pleno alinhamento.


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USINAS COM SSMA ESTRATÉGICO GARANTEM PLANEJAMENTO DE SAFRA FOTOS DIVULGAÇÃO

Saiba como elas mantém sustentabilidade e competitividade apesar da Covid-19

Unidade Queiroz, da Clealco, onde o SSMA estratégico permitiu usina operar com três turnos

ALESSANDRO REIS

O cenário de pandemia trouxe um novo olhar sobre a área de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA) das usinas. Isso ressaltou o seu papel estratégico nas operações, garantindo a sustentabilidade do negócio. A Covid-19 adequou as usinas de cana aos padrões exigidos por lei para saúde e segurança do trabalho. Mas, além disso, a ação de SSMA estratégico garantiu o planejamento inicial de safra e ainda permitiu que as operações se tornarem mais eficientes. Foi desse assunto, estratégico, que tratou o Webinar JornalCana – O papel Estratégico de Saúde, Segurança e Meio Ambiente. O evento online foi realizado no dia 29 de julho e apresentado pelo jornalista e diretor da ProCana Brasil, Josias Messias. SSMA estratégico age como técnica de apoio à operação Embora, frequentemente a atuação do SSMA em situações de normalidade precisa ser clara para os gestores da área, a Covid-19 trouxe um aprendizado constante e um novo olhar sobre a área, colocando como prioridade absoluta a proteção da saúde dos integrantes da empresa. “O cenário exige respostas e ações ágeis e imediatas”, disse Adriano Granjo, diretor de SSMA da Atvos. O profissional ressaltou que as estruturas essenciais de SSMA estratégico agem como técnicas de apoio à operação. “É papel da SSMA fazer interface com todas as áreas, sejam elas internas ou externas, incluindo as autoridades isso no contexto geral, no dia a dia”, disse. Segundo ele, a comunicação é efetivamente essencial para garantir resultados positivos. “A base do protocolo começa na comunicação, qualquer ação preventiva vai ser eficaz se a gente tiver uma ação rápida e neste caso a comunicação ajuda muito”, afirmou. Granjo ressaltou ainda que, como premissa, as ações de SSMA nas organizações valem não só em tempo de COVID, mas sempre. “É o agir antes,

O fato trouxe novos desafios para a empresa às vésperas de iniciar uma nova safra, com o compromisso de garantir a operação em três turnos, preservando a qualidade de bem-estar e a segurança para as pessoas. Diante do novo cenário, foi criado um grupo de trabalho interno chamado Semafe, que uniu a áreas de segurança, meio ambiente e facilities (atuação voltada às operações do dia a dia da usina). Adotando o trabalho em um formato Housekeeping, a empresa conseguiu ainda proporcionar um ambiente mais agradável para os funcionários e gerar maior produtividade, incluindo eliminação dos desperdícios, limpeza e arrumação. “O reposicionamento, não só da estratégia de atuação como um todo, mas da estratégia de atuação frente à pandemia, foi o que trouxe muita confiança não só entre os profissionais, que atuavam. Com isso, a área de SSMA conseguiu se consolidar ainda mais o seu papel tão estratégico dentro da organização”, explicou.

Na Atvos as estruturas essenciais de SSMA estavam bem definidas, por isso são eficientes na pandemia

não esperar ter um problema para reagir. É se antecipar”, reforçou. Grupo de trabalho uniu as áreas de segurança, meio ambiente e facilities

De acordo com o gerente geral de pessoas e administração da Clealco, Carlos Furlaneti, a companhia já passava por um processo de reposicionamento estratégico na área de SSMA, quando foram surpreendidos pela pandemia.

Ações de SSMA reduziram acidentes de trabalho em 70% As ações de SSMA reduziram acidentes de trabalho em 70% na Guaíra contou Mário Márcio dos Santos, gerente de SST da companhia. “O foco foi tão grande na Covid-19, que as pessoas passaram a entender a prevenção que deveria ser feita, e seguiram o nosso boletim, que já continha orientações


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sobre acidente do trabalho”, contou. Segundo ele, a pandemia exigiu iniciativas estratégicas com o objetivo de manter o mesmo padrão de qualidade de produção anterior ao atual cenário. Assim, foram criadas cerca de 60 ações preventivas ao coronavírus, que possibilitaram manter a operação e as expectativas. Isso garantiu os resultados na indústria e na lavoura, sem alteração no CTC, ATR e TCH. O novo normal trouxe outros aprendizados e benefícios para a empresa. Entre eles, a criação de nossos cursos e treinamentos no formato EAD, campanhas de saúde, assim como, um novo comportamento das pessoas. “A pandemia foi interessante. Nesses últimos meses, ficou evidenciada a importância de se lavar a mão. Passou a ser um equipamento de segurança a ser utilizado”, comentou. Área de segurança teve que se reinventar para conseguir manter seus padrões “Se têm empresas que não acreditavam ou não entendiam bem o papel estratégico de segurança, saúde e meio ambiente, antes da pandemia, eu tenho certeza que essas empresas estão repensando o assunto agora, pois essas áreas, exercem um papel estratégico

Adriano Granjo

Mário Márcio dos Santos

importante, principalmente nas empresas que têm como objetivo uma operação sustentável”, afirmou Nadia Gama, diretora de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Sistemas de Gestão da BP Bunge Bioenergia, comentando que a pandemia trouxe uma nova realidade e um novo desafio para todos. Nádia lembrou que a BP Bunge é uma empresa jovem, de quase oito meses de vida, com 11 unidades em cinco estados, com estágios diferentes da doença em cada um deles. Assim, diante do cenário de Covid-19, a BP Bunge teve que reinventar sua estratégia de segurança para garantir a continuidade das operações, com novos protocolos e ações, garantindo assim,

Carlos Furlaneti

a saúde das pessoas. “Tínhamos vários protocolos, mas a área de saúde se tornou protagonista neste momento e a área de segurança teve que se reinventar para conseguir manter os padrões de segurança no campo, assegurar que adotem os procedimentos e, principalmente, tenham estabilidade emocional no trabalho diário”, disse. Pandemia contribui para aperfeiçoar boas práticas de SSMA A diretora mencionou ainda que, apesar do cenário difícil imposto pela Covid-19, o aprendizado vem acontecendo. E que para ela isso vai transformar a forma que a usinas trabalham,

Nadia Gama

ajudando a aperfeiçoar as boas práticas, em saúde, segurança a ambiente. “Através de governanças e preocupação com as pessoas, e principalmente manter a liderança próxima das pessoas, a gente vem conseguindo manter a continuidade das operações”, finalizou. O webinar foi patrocinado pela Pró-Usinas – Empresa do Grupo ProCana focada em tecnologia e inovação de resultados para as usinas. E pela S-PAA Soteica – Software de RTO que maximiza a cogeração e a eficiência industrial, instalado em mais de 40 usinas e gerando ganhos superiores a R$ 1/TC.


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É POSSÍVEL SUPERAR RESULTADOS ATRAVÉS DAS PESSOAS 4 coisas que todo presidente de usina deveria saber sobre gestão de pessoas ALESSANDRO REIS

Os profissionais de gestão de pessoas podem potencializar seus resultados, buscando uma gestão eficiente e capaz de alavancar a produtividade dos colaboradores e seus resultados mesmo durante o cenário pandêmico. Além disso, podem demonstrar como é preciso fazer tudo com muito mais dinamismo, prontidão, flexibilidade e adaptabilidade. A princípio sabemos que a Gestão de Pessoas é a junção de conceitos, ações e técnicas parar alinhar propósitos. Além disso, contempla a atração, retenção e programas de capacitação e desenvolvimento propostos por uma usina com o objetivo de desenvolver seu capital humano. Isso é bem básico. No entanto, existem premissas que todo presidente de usina de cana deveria saber sobre gestão de pessoas. Antes de mais nada, é preciso lembrar que é através das pessoas que se pode alcançar os objetivos financeiros de uma usina. Por mais que possa parecer dispensável falar sobre Gestão de Pessoas em pleno século 21, o tema é cada vez mais relevante, afinal, mais do que nunca, a atenção ao capital humano que constitui as usinas de cana é pauta prioritária. Ditando ritmo e tendências, a gestão de pessoas é parte imprescindível para qualquer usina que deseja se manter competitiva no mercado bioenergético — tão sensível a intempéries de mercado. Sem pessoas não há desenvolvi-

mento. Portanto, não há usina. Nesse sentido, o tema não pode em hipótese alguma ser menosprezado por acionistas, diretores e lideranças das usinas produtoras de açúcar e etanol. Por isso, consultamos quatro profissionais com experiência e cases de resultados em Recursos Humanos e perguntamos: Quais são as 4 coisas que todo presidente/acionista de usina de cana deveria saber sobre gestão de pessoas? As respostas a esta pergunta são relevantes pois foram respondidas por gestores de recursos humanos que estão se destacando em um dos períodos de crise mais difíceis para as usinas: a pandemia da Covid-19. A complexidade deste tempo se dá pelas circunstancias sem precedentes que surpreenderam muitos presidentes de usinas de cana. As respostas foram dadas durante o Webinar JornalCana – A Gestão de Pessoas com a Pandemia e a Transformação Digital realizado pelo JornalCana no dia 15 de julho. O evento digital faz parte da série Quartas Estratégicas, moderada pelo jornalista e diretor da Procana, Josias Messias. 1 – É uma responsabilidade de todos Gestão de Pessoas nas usinas diz respeito a todos. Segundo Beatriz Resende, consultora organizacional e conselheira de carreira na Dra. Empresa, todos na usina são responsáveis pela Gestão de Pessoas. “Isso começa em cadeias, no modelo mental do acionista, dos gestores e da liderança. Enfim, ninguém deve se esquivar. É um assunto que cabe a todos”, garante. No evento digital, Beatriz falou também sobre o protagonismo e a vez do RH diante de um desafio global. “Diante de um cenário global de transforma-

Cibely Silva

ções e disrupturas em diversos âmbitos, requerendo adaptações e reinvenções de todas as partes, o foco do RH assume um protagonismo no futuro e na reconstrução das organizações, do mercado de trabalho e da sociedade”, afirmou. Beatriz citou a importância de uma gestão eficaz da comunicação como ferramenta de interação, conexão, criação e obtenção de resultados baseados em sinergia e colaboração. E destacou o papel fundamental dos líderes dentro do “novo normal”, atuando no papel de agentes de mudança como suporte aos desafios do negócio. Ao fazer uma contextualização de cenários, a profissional concluiu ressaltando que o desafio agora é trabalhar a humanização e a tecnologia que devem caminhar juntas neste processo de transformação. 2 – Aprendizado coletivo faz diferença para a usina Carlos Leston, diretor de Recursos Humanos do Grupo Tereos — outro excelente exemplo de gestão de pessoas durante a pandemia do coronavírus — acredita que todo presidente/acionista de usina de cana deveria saber sobre gestão de pessoas que é o aprendizado

coletivo faz diferença para a organização. No contexto da pandemia, Leston disse que o fato da empresa ter 48 plantas em 13 países e operações em 18 países, proporcionou uma reação mais ágil à crise. “Aprendizado coletivo e propósito fazem diferença na vida das pessoas e das usinas. Temos provado disso aqui na Tereos”, assegurou. Com comitês de crise implantados em todas as unidades, a safra na Tereos começou com duas prioridades: proteger a saúde dos colaboradores e garantir a continuidade da produção. Leston comentou sobre pontos de atenção que estão fazendo diferença nas ações de RH das usinas da companhia e ressaltou que a pandemia exigiu um novo olhar sobre a vida e as relações pessoais e profissionais. “Antes andávamos na corda bamba entre o sucesso e o fracasso profissional, agora andamos na corda bamba entre a vida e a morte. A pandemia trouxe um despertar para o lado humano; um novo olhar sobre cuidar de si e do outro; a buscar por um propósito, intensificado pelo sentimento de finitude”, explicou, comentando que, o resultado disso virá com uma transformação silenciosa e aceleração da transformação

Beatriz Resende


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Carlos Leston

digital, como já vem ocorrendo. 3 – Tem potencial poderoso de superar resultados Assim como os demais profissionais de Recursos Humanos, Cibely Silva, gerente de RH/Comunicação da Cerradinho Bio, acredita que há muito potencial a ser explorado pelas usinas que estão em busca de resultados financeiros apostando em pessoas e ressalta: “Mesmo em cenários adversos como os de hoje — dada a pandemia do coronavírus — o trabalho realizado aqui na Cerradinho demonstra que é possível superar resultados através das pessoas, especialmente através do desenvolvimento das lide-

ranças”, comentou. A gerente contou que a empresa vem há três anos investindo em um plano para se tornar a “melhor empresa para se trabalhar”. “Deixamos bem claro para as pessoas que é muito importante a felicidade e os líderes conseguiram passar isso muito bem a todos”, disse. Neste contexto, as ações têm refletido na performance dos colaboradores. “As nossas pessoas se sentem seguras, estão felizes e geram valor”, afirmou, comentando sobre as iniciativas desenvolvidas pela companhia na pandemia. Entre elas, fortaleceram os canais de comunicação, intensificando o uso das plataformas digitais, com lives com o presidente, comunicados via whatsapp, feedbacks de iniciativas, ginástica laboral e happy hour digital. “E temos o RH como business partner efetivo. O time funciona ao lado do líder, apoiando, influenciando, levando informação precisa e esse formato tem dado resultados positivos e o orgulho de pertencer à empresa tem se fortalecido”, ressaltou. 4 – O principal patrimônio de uma usina de cana é gente O gerente de recursos humanos da Diana Bioenergia, Wesley Martinez é

Wesley Monteiro

categórico: “Pessoas são o maior patrimônio de qualquer organização”. Ao passo que ele acredita que gestão financeira e gestão de pessoas devem ter o mesmo peso em uma usina. Fato que ele pode afirmar com propriedade. Martinez encerrou o webinar destacando o modelo de RH implantado pela companhia durante a Covid-19. “Acredito que todos nós estamos em linha em relação às medidas durante a pandemia e o que vem pela frente. Além, é claro, do impacto disso no papel do RH do futuro”, disse. O profissional afirmou que a Diana Bioenergia leva a sério seus valores, que são ética, transparência, comprometimento, confiança, competência, meri-

tocracia, respeito à SSMA e os desenvolve junto às competências individuais e coletivas. Também comentou que a empresa segue no processo de transformação digital, com várias etapas já implementadas, como no caso do jurídico que já é todo digital. O webinar foi patrocinado pela S-PAA Soteica – Software de Otimização em Tempo Real que maximiza a cogeração e a eficiência industrial, gerando ganhos superiores a R$ 1/tc em mais de 40 usinas instaladas e pela Pró-Usinas, uma empresa do Grupo ProCana focada em trazer tecnologia que gera resultados para as usinas.

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Tereos mantém iniciativas para combate ao coronavirus FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Santas Casas recebem kits com equipamentos de proteção individual da companhia Mais de 300 kits com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) foram doados às instituições de saúde da região sudoeste do Estado de São Paulo, pela Tereos Amido & Adoçantes Brasil. Os kits contêm protetores faciais e respiradores hospitalares modelo N95, que serão utilizados por médicos e enfermeiros, que estão trabalhando na linha de frente dos hospitais salvando vidas e lutando contra a doença. O material foi destinado às Santas Casas de Assis, Campos Novos, Cândido Mota, Ibirarema, Palmital e Platina. Desde o início da pandemia, a Tereos já realizou a doação de 52 mil litros de álcool 70º para ser utilizado na assepsia de hospitais e postos de

Doações foram para instituições de saúde da região sudoeste do Estado de São Paulo

atendimento do SUS. A doação foi entregue para hospitais e postos de saúde de municípios próximos às sete unidades industriais da Tereos Açúcar & Energia Brasil e à unidade da Tereos Amido & Adoçantes Brasil, além da secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

A empresa também doou 2 toneladas de açúcar Guarani, marca de varejo do Grupo, a hospitais públicos do Estado de São Paulo. Outra ação foi a destinação de 5 toneladas de açúcar durante live da dupla sertaneja Zé Neto e Cristiano. Em parceria com a VLI, a compa-

nhia disponibilizou ainda álcool 70% e 2 mil cestas básicas para caminhoneiros que descarregam no terminal de Guará, no interior de São Paulo. No acordo, a empresa foi responsável pela doação de 4 mil litros de álcool 70% e 4 mil quilos de açúcar Guarani, que integraram as cestas.

Usinas de MS distribuíram 38 mil máscaras para população Parceria entre a Biosul e o Sistema Fiems vai atender 21 municípios Em uma iniciativa da Biosul, em parceria com o Sistema Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) por meio do Senai/ MS, as usinas de Mato Grosso do Sul distribuíram 38 mil máscaras nos 21 municípios onde operam. A instituição fez a entrega da primeira remessa das máscaras que foram destinadas às famílias carentes, idosos, comunidades indígenas e população em geral. “As nossas associadas estão atentas às oportunidades de cooperação e solidariedade nesse momento que enfrentamos, entendendo a importância da proteção não apenas dos seus colaboradores, que já possuem os itens de segurança necessários, mas da população que vive em torno das unidades”, destaca Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul.

Roberto Hollanda, da Biosul e Rodolpho Mangialardo, do Senai

Para Rodolpho Mangialardo, diretor do Senai, a corrente de solidariedade na indústria é extensa, além de ajudar a evitar a disseminação do coronavírus, proporcionou oportunidades para a indústria têxtil do Estado, que se mobilizou na confecção das máscaras, garantindo os empregos. Usinas também fizeram a doação de álcool “Estamos movimentando a economia local e mobilizando a cadeia

produtiva da indústria em favor da saúde da comunidade”, ressalta. Os municípios assistidos nesta ação foram Angélica, Ivinhema, Nova Alvorada do Sul, Rio Brilhante, Eldorado, Ponta Porã, Caarapó, Dourados, Naviraí, Paranaíba, Aparecida do Taboado, Fátima do Sul, Taquarussu, Batayporã, Vicentina, Chapadão do Sul, Costa Rica, Paraíso das Águas e Sonora. Desde o início da pandemia, as usinas também doaram álcool, somando mais de 300 mil litros até o

momento. Em campanha articulada pela Biosul e Fiems, as doações de álcool foram diluídas e envazadas como álcool 70º pela fabricante de refrigerantes Refriko. O produto foi enviado para o Governo do Estado, entidades de saúde, Polícia Militar e Federal, Corpo de Bombeiro, Casa da Mulher Brasileira, municípios onde as usinas estão localizadas, entre outras. Conforme a Biosul, a Central de Abastecimento (Ceasa/MS), importante centro de distribuição de alimentos do Estado com grande fluxo de entrada e saída de caminhões e fornecedores também foi beneficiada com a doação. Outro exemplo foi a destinação de 5 mil litros do álcool, no mês de março, para o Distrito Sanitário Especial Indígena de MS (DSEI) que atende 78 aldeias no Estado. Recentemente, cerca de 80 mil litros de álcool foram destinados à Secretaria de Educação do Estado. O álcool vai compor um kit de biossegurança que será entregue aos 215 mil alunos do Estado no retorno às escolas.


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CIT/SENAI DE MG PRODUZ 100 MIL LITROS DE ÁLCOOL GLICERINADO PARA DOAÇÃO Projeto conta com parceira da SIAMIG O setor sucroenergético de Minas Gerais já doou 85 mil litros de etanol hidratado ao CIT/SENAI da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) para produção de álcool glicerinado 70. De abril a julho, foram produzidos cerca de 100 mil litros do produto, que foram doados para prefeituras, hospitais, centros de reabilitação, Santas Casas e Defesa Civil. “O projeto é uma forma de o setor continuar com as doações para fabricação de um produto essencial frente a pandemia, sendo que as usinas, também, já produziram e doaram quase 400 mil litros de álcool 70 no estado”, ressaltou o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de MG (SIAMIG), Mário Campos. A iniciativa iniciou com uma parceria junto ao

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Maurício Sérgio, Superintendente da Santa Casa de Montes Claros recebe os produtos

Departamento de Química da UFMG, através do trabalho voluntário dos universitários, e a SIAMIG. “Está sendo usada a estrutura do CIT (localizado no bairro Horto em Belo Horizonte) que hoje tem uma produção semanal é de 9 mil litros de álcool glicerinado 70”, explica o pesquisador do CIT/SENAI, Luiz Cláudio de Melo.

A doação do produto para todo estado de Minas Gerais fica a cargo do SESI, em conjunto com outros parceiros do Sistema FIEMG. A Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros recebeu uma doação de 1.200 litros do produto. De acordo com Leandro Sarmento Moreira, do setor de Suprimentos, o álcool 70% foi envasado em almotolias de plástico de 250 ml, para reposição em todas as áreas do hospital. Segundo ele, em função da Covid-19, o consumo de álcool glicerinado passou de 350 almotolias de 250 ml para 1.200 mensais. “Se não tivéssemos a doação do insumo, ele iria faltar no hospital, pois já não tínhamos mais. A doação do CIT/ SENAI representou quase dois meses de consumo para as áreas administrativa, operacional e assistencial”, afirmou Moreira. A Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros faz quase duas mil internações e, aproximadamente, 10 mil atendimentos mensais entre consultas, pequenos procedimentos laboratoriais, exames, quimioterapias, imagens, e so-

brevive com 70% dos recursos do SUS e 30% de convênios e particular. A Associação Mineira de Reabilitação (AMR), em Belo Horizonte, também recebeu 800 litros de álcool 70 do CIT/SENAI em parceria com a SIAMIG, e está fazendo a doação para as 360 famílias das crianças atendidas, na RMBH. De acordo com a Superintendente, Isabela Medeiros, a doação foi distribuída em embalagens de 1 litro e está sendo feita, uma vez por mês, nas cestas básicas entregues, semanalmente, aos familiares dos atendidos. Ao todo, a AMR assiste 500 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Além da distribuição do álcool 70 para as famílias, o produto foi distribuído em todas as áreas de atividades da associação como na oficina ortopédica, considerada essencial e que permanece funcionando. “Para evitar todos os riscos, estamos orçando agora mini totens de álcool gel, com acionamento de pedal, o que garantirá uma segurança maior para a crianças e familiares”, afirmou.

Cana-de-açúcar será usada em vacina contra Covid-19 Tecnologia de fermentação patenteada viabilizará o processo A cana-de-açúcar será usada em programa de desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19. Isso será possível pela parceria firmada entre o Instituto de Pesquisa de Doenças Infecciosas (IDRI) e a Amyris, uma empresa americana de biotecnologia. O programa a ser desenvolvido combina a experiência do IDRI no combate a doenças infecciosas com a tecnologia da plataforma de fermentação da Amyris, com o objetivo de criar adjuvantes semi-sintéticos à base de esqualeno em escala. Os adjuvantes são adicionados às vacinas como um excipiente para aumentar sua eficácia e normalmente são originados de esqualeno à base de tubarão, um recurso não sustentável e não escalável. A empresa americana produz o esqualeno a partir da cana-de-açúcar

através de uma tecnologia de fermentação própria, já usada na indústria de cosméticos. Mais sustentável, o esqualeno a partir da cana tem funcionalmente idêntico ao esqualeno à base de tubarão e é capaz de oferecer maior disponibilidade, facilitando o acesso a adjuvantes. Segundo a companhia, os adjuvantes servem para fortalecer a resposta imune das vacinas e permitem que elas sejam produzidas em escala, viabilizando a sua chegada ao mercado de forma acelerada.

De acordo com o CEO do IDRI, Dr. Corey Casper, a combinação da principal tecnologia de plataforma de vacina para RNA (ácido ribonucleico) do IDRI, combinada com o adjuvante derivado de forma sustentável da Amyris, tem o potencial de liderar a eficácia de uma solução de vacina Covid-19 e potencialmente desempenha um papel importante em outras soluções de vacina para ajudar a mitigar possíveis pandemias futuras. “Sem adjuvantes, as vacinas não são eficazes ao máximo e a escassez de suprimento de adjuvantes à base de tubarão pode ser devastadora no futuro, sublinhando a importância dessa parceria antecipada”, ressaltou. John Melo, presidente e CEO da Amyris, comemorou a parceria. “Temos o prazer de fazer parceria com o IDRI para combater a Covid-19 e fornecer uma inovação significativa para a tecnologia de vacinas no futuro”, disse. Melo destacou que “a experiência do IDRI em vacinas combinada com a nossa principal plataforma

de biologia sintética apresenta uma oportunidade real de fornecer a vacina mais escalável e de maior eficácia para a Covid-19”, afirmou. O executivo lembrou que a empresa já fez uma parceria com a Fundação Bill e Melinda Gates e criou uma fonte alternativa de suprimento através da fermentação da artemisinina, um tratamento de primeira linha para malária ainda hoje recomendado pela Organização Mundial da Saúde. “Muitas organizações estão trabalhando em direção a uma solução de vacina Covid-19, com resultados incertos. Estamos focados em uma solução de segunda geração com melhor desempenho e que possa oferecer uma plataforma sustentável de vacinas para lidar com futuras pandemias”, disse. Em comunicado Melo afirmou ainda que “o primeiro fornecimento comercial de nosso principal adjuvante de vacina até o final deste ano e, caso os ensaios sejam positivos, poderemos ter uma plataforma de vacina bem-sucedida no próximo ano “.


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40 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES

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DWYLER EQUIPAMENTOS INDUSTRIAS LANÇA NOVA VÁLVULA COM CONTROLE DIGITAL DIVULGAÇÃO

Equipamento ajuda a manter a pressão estável Pensando na atualização e melhoria de seus serviços, a DWYLER Equipamentos Industrias lançou este ano, um novo produto. Trata-se da Válvula de Autorização com Controle Digital (VACD), que tem como função, através de comando eletrônico, manter a pressão estável, garantindo alta precisão de carregamento. As válvulas digitais da série VACD são equipamentos extremamente robustos e eficientes, garante a empresa. Além de executar abertura e cortes nos carregamentos de combustíveis líquidos, a característica principal está na sua capacidade de controle e ajuste de vazão nas linhas de produtos. Esta capacidade de controle de fluxo permite executar carregamentos com alta performance de precisão e

homogeneidade em processos em que se exige mistura de produtos. A aplicação de válvulas digitais permite atingir níveis de precisão altíssi-

mos, superior a 0,5%. A válvula digital modelo VACD é composta por um pistão interno móvel que, ao comando do pré-determinador eletrônico, exe-

cutada modulações, mantendo sempre o nível de pressão nas tubulações com a finalidade de manter uma condição adequada para se obter o melhor resultado de medições. Fundada em 1987, DWYLER é uma empresa especializada no desenvolvimento e fabricação de instrumentos e sistemas para medição de vazão e nível, além de soluções para os segmentos de Petróleo e Usinas de Álcool. Totalmente comprometida com o atendimento aos requisitos da qualidade de seus produtos e serviços, a empresa baseia-se no contínuo desenvolvimento de seus recursos humanos e tecnológicos para alcançar seus objetivos da qualidade. “Estaremos sempre voltados para o atendimento da satisfação de nossos clientes. Assim, estabeleceremos um ambiente de cooperação mútua com colaboradores, na busca da melhoria contínua da eficácia do sistema de gestão da Qualidade”, disse a companhia.

DITADOS POPULARES QUE ENGRANDECEM O MOMENTO ATUAL QUE VIVEMOS ARQUIVO PESSOAL

Planejamento e tecnologias contribuem para a sobrevivência “A matéria-prima cana-de-açúcar deve ser bem explorada e trabalhada por todos da cadeia produtiva. E se não fosse a cana? É ela que é a propulsora desta grande atividade existir e temos que tratá-la com muito carinho e importância”, afirma Renato Ferreira da Rosa, gerente corporativo de Planejamento e Desenvolvimento Técnico do Grupo Vale do Verdão. Rosa reforça que os responsáveis pelos planejamentos e pelos departamentos de qualidade das empresas precisam ficar antenados e ligados aos aspectos que impactam diretamente as lavouras canavieiras, sempre simulando cenários para que as contas possam fechar no final de cada safra. A redução dos recursos para a produção impõe novos planejamentos vi-

sando a redução do custo de produção, viabilizando assim o negócio. Uma das maneiras, é a redução de insumos, mas alguns são essenciais para a obtenção de uma matéria-prima de qualidade superior no momento das colheitas. “Produtos que são usados no plantio e que possuem a capacidade de fornecimento de silício, como o ARMUROX (Silício solúvel + 18 aminoácidos), não podem ser esquecidos, pois os mesmos possuem uma capacidade de fortalecimento da planta que normalmente proporciona um adicional de manter a cultura em pé até no final do ciclo, também com ganhos adicionais de produtividades”, ressalta o gerente. O profissional reforça a importância de manter a cana em pé durante a colheita, sendo fundamental manter o canavial sem mato, reduzindo as impurezas vegetais. “Com a cana mantida em pé, é possível fazer o desponte em períodos ideais e os índices de palha e terra levados para a indústria são menores”, avalia. Rosa lembra que as impurezas ve-

getais e minerais proporcionam perdas muito significativas na produção dos produtos finais, além de aumentarem os custos de produção do sistema agroindustrial. “É necessário revisarmos os orçamentos para enfrentar o momento atual. Neste sentido, devemos estudar todos os recursos para que não atirarmos no pé”, disse, dando como exemplo, o uso de tecnologias para ajudar

no desenvolvimento do canavial. “Qual maturador vamos usar? Qual vai possibilitar um ganho no ATR e que agrida menos a minha produtividade agrícola? O gerente conta, que recentemente, começaram a testar o Sugar, “Voe sem medo do vizinho ", uma nova opção de maturador que consegue contribuir com um ganho na qualidade da matéria-prima, sem perdas de produtividades agrícolas. A tecnologia é considerada por ele uma “luz no final do túnel”, pois pode proporcionar ganhos significativos, desenvolvendo o canavial. “Usina que não tem cana moi o dono” afirma Rosa, se referindo à qualidade da cana que vai para a indústria. “Nós moemos toneladas de ART (Açúcar Redutor Total) e não toneladas de cana. Desta maneira, vamos estar preservando uma quantidade de cana suficiente para cumprirmos com os orçamentos das empresas e principalmente com um fluxo de caixa viável e fortalecido”, conclui.


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PRODUTOS DA CANA RESPONDERAM POR 18% DA MATRIZ ENERGÉTICA EM 2019 DIVULGAÇÃO

Brasil é um dos países com maior presença de bioenergia líquida na matriz de transportes As fontes renováveis de energia, que incluem bioenergia, eólica, hidráulica e solar, chegaram a 46,1% de participação na Matriz da Demanda Total de Energia de 2019 (ou Matriz Energética), aumentando 0,6 ponto percentual em relação ao indicador de 2018. O indicador brasileiro representa três vezes o mundial e foi divulgado recentemente, na Resenha Energética Brasileira de 2020, tendo como fonte de dados o Balanço Energético Nacional do ano base 2019 (edição 2020), concluído pela Empresa de Pesquisa Energética, com a cooperação do Ministério de Minas e Energia e as Empresas e Agentes do

Setor Energético. O levantamento aponta que a demanda total de energia chegou a 294 milhões tep, mostrando crescimento de 1,4% sobre 2018, acima da taxa do PIB (1,1%), e respondendo por 2% da energia mundial. Assim, a oferta total de bioenergia em 2019 foi de 93,9 Mtep (1.824 mil bep/dia), montante correspondente a 31,9% da matriz energética brasileira (31,4% em 2018 e 29,3% em 2015). Os produtos da cana (bagaço e etanol), com 52,8 Mtep, responderam por 56,3% da bioenergia e por 18% da matriz. Na composição da oferta de produtos da cana, o etanol correspondeu a 18,2 Mtep (34,4%), e o bagaço de cana, a 34,5 Mtep (65,6%). Na matriz energética brasileira, o bagaço representou 11,7%, e o etanol, 6,2%. Em 2019, a produção de etanol ficou em 35,2 milhões de m³ (Mm³), mostrando alta de 5,6% sobre 2018 (+19,9% em 2018, -2,1% em 2017 e -7% em 2016). O consumo rodoviário,

GRANBIO ANUNCIA PARCERIA PARA DESENVOLVER MERCADO DE E2G

de 33,8 Mm³, cresceu 11,4% em 2019. No ano, o Brasil foi exportador líquido de etanol, de 496 mil m³. A produção de biodiesel foi de 5.924 mil m³ em 2019, com alta de 10,7% sobre 2018 (+24,7% em 2018 e +12,9% em 2017), e correspondendo a 10,3% do diesel total, ou 11,5% do diesel fóssil. Em 2019, 40 usinas produziram biodiesel. Em volume, a maior expansão da produção ocorreu no Rio

Grande do Sul, de 151 mil m³, seguido do Goiás (107 mil m³) e do Mato Grosso do Sul (92). Os três estados responderam por 61% da expansão. O Rio de Janeiro ficou com a maior taxa de expansão, de 43,3%. A Resenha destaca ainda que o Brasil é um dos países com maior presença de bioenergia líquida na matriz de transportes. Em 2019, a participação de etanol e biodiesel na matriz ficou em 25,1% (19,8% em 2017). Nos países da OCDE, a bioenergia participava com apenas 5% em 2019, percentual muito influenciado pelo consumo de etanol dos Estados Unidos. Nos demais países, a participação é pouco expressiva (1,1%). Os derivados de petróleo, nestes blocos de países, ficam com participações próximas de 90%. Na indústria, a bioenergia participa com 40% da energia total, indicador 5 vezes o mundial. Na matriz de oferta de energia elétrica, as renováveis ficaram com 83%, mais de 3 vezes o indicador mundial, de 26%.

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Equipamento poderá ser muito útil no combate à Covid-19

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Pioneira na produção de etanol celulósico no Brasil, a GranBio avança para viabilizar a comercialização do biocombustível em escala global. Para isso, firmou uma parceria estratégica com a NextChem, subsidiária da gigante italiana de engenharia Maire Tecnimont, para licenciamento de sua tecnologia patenteada para produção de etanol de segunda geração por qualquer usina interessada. O pacote tecnológico desenvolvido pela GranBio foi implementado em sua fábrica localizada em São Miguel dos Campos, em Alagoas. A planta foi fundada em 2011 e recebeu investimento de USD220 milhões. Atualmente, a empresa tem capacidade para produzir cerca de 30 milhões de litros de etanol 2G por ano e 100% desse biocombustível é, atualmente, exportado aos mercados americano e europeu. “Queremos ser pioneiros nesse modelo de negócios, liderando o desenvolvimento da indústria de etanol celulósico no mundo, oferecendo soluções completas, desde o estudo de viabilidade até o projeto de engenharia. Alguns países como Estados Unidos,

Empresa quer licenciar sua tecnologia patenteada para produção de etanol celulósico

China e Brasil já reconhecem o prêmio de carbono renovável. A União Europeia, por exemplo, determinou recentemente políticas que promoverão a construção de dezenas de usinas de combustível de segunda geração até 2030″, explica Paulo Nigro, CEO da GranBio. Para concretizar a expansão da companhia, a GranBio, controlada pela GranInvestimentos S.A., quer realizar a sua oferta pública inicial de ações (IPO) na B3 ainda este ano e levantar até R$ 1,5 bilhão.

Unifibra inova e traz modelo em PRFV com até 5 anos de garantia Os tanques usados nos caminhões-pipa, que irão auxiliar os municípios no abastecimento de água, no combate a incêndios e limpeza de espaços públicos, como lavar entradas de hospitais, calçadas, ruas, avenidas, etc, são fabricados em fibra de vidro com resinas especiais para cada tipo de produto. O PRFV (plástico reforçado em fibra de vidro), fabricado pela Unifibra, diferente dos metais, não sofre nenhum tipo de corrosão ao contato contínuo ou não de materiais com alto índice de corrosão que, em contato com metais, fazem com que o mesmo enferruje com o passar do tempo.

"Percebemos que cada vez mais empresas, organizações que possuem a necessidade de armazenar, transferir ou transportar materiais corrosivos ou água se fidelizam ao PRFV pelo fato de ser resistente aos seus materiais”, afirmou o gerente comercial da empresa, William Moreira. "Tivemos a convicção que nosso equipamento poderá ser muito útil no combate à Covid-19. Já estamos recebendo pedidos para essa finalidade e acreditamos que esse projeto tem tudo para dar certo nessa guerra", ressalta o diretor comercial da Unifibra, Fernando Nardelli.


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Inpasa recebe licença para operar 2ª planta de etanol de milho FOTOS ARQUIVO

Companhia fica autorizada a produzir o produto a partir de agora ANDRÉIA VITAL

A Inpasa conseguiu a licença de operação para funcionamento da sua segunda planta de etanol de milho. Com o documento emitido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), a companhia fica autorizada a produzir o produto a partir de agora, na unidade localizada em Nova Mutum/MT. A planta, que começou a ser construída em abril do ano passado, deve gerar cerca de dois mil empregos diretos e indiretos. “Essa nova unidade da INPASA, em Nova Mutum, prevê moer, nesta safra, 550 mil toneladas de milho e produzir 235 mil m3 de etanol, além de DDG, óleo e energia elétrica. É Mato Grosso avançando, celeremente, para ser um dos maiores produtores de bio-

Nova unidade terá capacidade de produzir de 900 mil a 1 milhão de litros de etanol por dia

energia do Brasil”, afirmou Jorge dos Santos, diretor executivo do Sindicato da Indústria Sucroalcooleira de Mato Grosso (SINDALCOOL-MT). Com capacidade de produzir de 900 mil a 1 milhão de litros de etanol por dia, quando estiver em pleno funcionamento, a nova planta deverá moer

até 2,3 mil toneladas por dia, prevendo chegar a 800 mil toneladas por ano. Segundo a diretoria da INPASA, a matéria-prima será adquirida dos produtores da região Norte do Estado, onde a empresa também mantém outra planta, a de Sinop. Em relatório publicado em abril, a empresa afirmou que a pandemia poderá impactar as projeções de receitas e dos fluxos de caixa operacionais para o ano de 2020. O documento aponta ainda que, “diante da imprevisibilidade da evolução do surto e dos seus impactos, não é atualmente praticável fazer uma estimativa do efeito financeiro do surto nas receitas e fluxos de caixa operacionais estimados”. Potencial da produção de etanol de milho é de 2,5 bilhões litros na safra 2020/21 A produção brasileira de etanol de milho, sobretudo na região Centro-Oeste, tem crescido e seu potencial é de 2,5 bilhões de litros na safra 2020/21, contra 1,6 bilhão de litros da temporada 2019/20, de acordo com o presidente da União Nacio-

nal do Etanol de Milho (UNEM), Guilherme Nolasco, durante o webinar “DATAGRO Abertura de Safra, Soja, Milho e Algodão 2020/21″ realizado no começo de agosto. Nolasco afirmou que o avanço do DDG, resíduo do milho usado para fabricação de etanol, como ingrediente para alimentação animal, devido ao seu elevado valor proteico. Para o presidente da Aprobio, Erasmo Battistela, à medida que avança o percentual de mistura de biodiesel no diesel, o volume de soja destinado à fabricação do biocombustível deverá saltar das atuais 22 milhões de toneladas para cerca de 100 milhões em 2030, quadruplicando a demanda pela oleaginosa. Já Sérgio Bortolozzo, presidente da Câmara Setorial do Milho e Sorgo do Ministério da Agricultura e ex-presidente da Abramilho, afirmou que o advento do etanol de milho somente ampliou as oportunidades para cadeia produtiva do grão, que será capaz de garantir oferta tanto para produção de alimentos, ração animal e geração de energia.

MAPA LANÇA SISTEMA PARA REGISTRO NACIONAL DE EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS Nova plataforma não terá

ARQUIVO

custo para o produtor rural ANDRÉIA VITAL

O Ministério da Agricultura (Mapa) anunciou o lançamento da Plataforma Nacional de Registro e Gestão de Tratores e Equipamentos Agrícolas (AGID) que permitirá o registro oficial de tratores e equipamentos agrícolas, sem custo para o produtor rural. A Plataforma está sendo desenvolvida em conjunto com o Instituto CNA, por meio de um acordo de cooperação técnica. O sistema tem previsão para ser disponibilizado na web e em aplicativos IOS e Android em breve, evitará que os veículos fabricados a partir de 2016 continuem sendo apreendidos em vias públicas do país pela falta de registro disponibilizado pelo Mapa, apesar de exigi-

do pela legislação. Com o registro, será possível ter um documento único com identificação geral do veículo e histórico de donos. Assim, em caso de roubo e furto, será possível compartilhar informações com instituições policiais

para averiguações e investigações de casos suspeitos. O registro também facilitará as operações financeiras de compra, venda, financiamento e seguro e também a comunicação de sinistros. O lançamento atende um pedido da Feplana ao Mapa. “O pleito foi levado ao ministério pela Feplana em novembro, recebendo apoio de Marcos Monte (secretário executivo do Mapa) e também da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool do Mapa”, explica Cid Caldas, coordenador geral de Cana-de-Açúcar e Agroecologia da pasta. “O sistema evitará que produtores rurais tenham os seus tratores apreendidos com base na Lei nº 13.154/2015 e na Resolução Contran 587/16. Existia a normatização, mas ainda faltava o mecanismo para o cadastramento dos veículos junto ao ministério”, explica Alexandre Andrade Lima, presidente da Feplana. Lima chegou a fazer o pleito di-

reto a Monte, que desempenhava a função de ministro em exercício, após as apreensões de tratores de fornecedores pernambucanos de cana pela Polícia Rodoviária Federal em 2019. O presidente da Feplana lembra que, na ocasião, o ministro reconheceu a pendência sobre os registros e a sua preocupação com a penalização sobre os produtores rurais enquanto isso não era resolvido. De imediato, o gestor assumiu o compromisso de falar com o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, responsável pelo tema. A audiência no Mapa foi articulada pelo deputado federal André de Paula, que participou da reunião ao lado de Lima e do presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana, José Inácio, do vice-presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de PE, Paulo Giovanni, e do presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara/SP, Luís Henrique.


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