Jornal de Toronto Seu Jorge canta David Bowie em Toronto Seu Jorge se apresenta no Massey
Hall, quando será possível ver e ouvir sua aclamada interpretação no show The Life Aquatic – A Tribute to David Bowie. p. 7
Universidades e Aquela pergunta Colleges apostam chata de responder: em estudantes internacionais para “E o Brasil, hein?” p. 6 cobrir seus custos p. 5
edição # 3 | ano # 1 | setembro 2017
www.jornaldetoronto.ca | ISSN 2560-7855
O espaço pessoal entre o brasileiro e o canadense Cada cultura mantém distâncias pessoais diferentes, dependendo da intimidade e até do clima p. 3
Vencendo o inglês, palavra por palavra Você já pensou em se tornar sócio da Canadian National Railway ou do Bank of Montreal? p. 5 Por que
fazer Índio não terapia?
fala Tupi
São faladas hoje no Brasil entre 150 e 180 línguas indígenas, que não necessariamente assemelham-se entre si: por exemplo, a língua Kuikuro é bastante diferente da língua Yudja, da mesma forma que o japonês é diferente do português. p. 8
Website com vídeos e matérias complementares
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Ainda existe a ideia de que psicólogo é apenas para doidos e não para pessoas normais que têm problemas. Mas, o que é terapia afinal? Quando devo começar? Por que fazer terapia? Essas questões muitas vezes ficam sem respostas e, consequentemente, o tratamento psicoterápico adiado. p. 9
p. 2 márcio tuller espósito
5 comidas que são tendência em Toronto (e você não pode deixar de provar)
p. 8
joão ramos_bahiatursa
Parque Nacional Marinho de Abrolhos.
9 parques nacionais para conhecer no Brasil p. 11
Editorial O medo dos editores de jornal foi enorme quando surgiu o rádio; e dos produtores das rádios quando surgiu a televisão. O livro estaria fadado ao desaparecimento completo com o e-book, e, claro, com a internet, também não haveria chance para o bom e velho jornal. Uma surpresa que ainda existam! As explicações são muitas, mas o fato é que as pesquisas mostram que nunca se leu tanto jornal, especialmente os jornais comunitários. Há, no senso de comunidade, uma força importante que é difícil conseguir nas águas turvas do Google; há também, no nosso caso, matérias pensadas especialmente para determinado grupo e localidade; há o apoio do comércio local, que se fortalece junto com seus leitores... E todo esse conjunto faz, no fim das contas, o sentido de uma publicação. O leitor se sente satisfeito ao ler algo que acrescente conhecimento à sua vida, que o ajude de alguma forma, que traga diversão e novos olhares ao seu cotidiano. Ao terminar sua leitura, na soleira da porta, no café ou no parque, sente-se um pouco diferente de antes. Esse é o gosto bom que a leitura pode trazer, seja ela impressa ou digital. E viva o rádio, o livro, a internet e o bom e velho jornal! ADR
Cotidiano
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Vencendo o inglês, palavra por palavra Emma Sheppard
Editor-chefe: Alexandre Dias Ramos Gerente de marketing: Sonia Cintra Revisor: Eduardo Castanhos Analista de sistemas: Fernanda Caroline Santos Fotógrafos: André Damásio, André Pessoa, Camila Boehm, Carlos Durigan, Claudia Prates, Daniel Ferreira, Gilberto do N. Silva, Gustavo Barreto, Jessie Zy, João Ramos, Juliano Ghisi, Leandro do Nascimento, Lucas Rimis & Victor L. Gomes Colunistas: Cristiano de Oliveira, Emma Sheppard, Gabriela Ghisi & José Francisco Schuster Colaboradores dessa edição: Alexandre Rocha, Dayse Gonçalves, Denis F. de Souza Pinto, Edinha Genser, Elizabeth Schulz, Flávio Luis Ferrarini, Gustavo Barreto, Janaína Viana, Juliana Nogueira, Márcio Tuller Espósito, Mayana Martins Redin, Sonia Cintra, Suzi Lima & Tânia Aloísio Agradecimento especial para: Katherine McFarlane Agências, fontes e parceiros: Bahiatursa, Blog Gaby no Canada, Catraca Livre, Editora Zouk, Embaixada do Brasil em Ottawa, MRG Concerts, Oboré, Wikiparques Conselho editorial: Nilson Peixoto, Rosana Entler & Sonia Cintra © Jornal de Toronto. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução de qualquer trecho desta edição sem a prévia autorização do jornal. O Jornal de Toronto não é responsável pelas opiniões e conteúdos dos anúncios publicados. Circulação: O Jornal de Toronto é mensal e distribuído em Toronto, GTA, Montreal, Ottawa e Vancouver. Contato: info@jornaldetoronto.ca Siga nossa página no Facebook e matérias complementares, durante o mês todo, em nosso site: www.jornaldetoronto.ca Edição #3, ano #1, setembro 2017 ISSN 2560-7855
márcio tuller espósito
Eu dou aulas de inglês seis dias da semana, em turmas de 20 pessoas, e em aulas particulares individuais. Tenho feito isso há dez anos, em um grande número de países e com inúmeros tipos de alunos – jovens e idosos, preguiçosos e esforçados, com muita ou pouca educação. Tive alunos que aprenderam rápido, que saíram dos cursos preparados e com muita confiança. E conheço outros que passaram a falar muito bem sem terem estudado quase nada. Mas essas histórias não ajudam, porque a verdade é que, para a grande maioria das pessoas, isso não acontece. A jornada de apren-
dizagem para adultos é uma coisa longa e difícil, com períodos em que você aprende uma nova palavra a cada dia, e períodos em que nenhuma palavra consegue entrar na sua cabeça – fora aquela sensação de que as palavras estão fugindo da memória. Nesse mês, não tenho uma dica específica para vocês. A única coisa que eu quero falar é que é normal se sentir frustrado. Muitas vezes alunos falam comigo sobre a vergonha que sentem por já estarem morando aqui há um, dois ou três anos, tendo feito cursos, mas ainda errarem no inglês. E a única coisa que eu posso falar é
que é a verdade, demora o tempo que demora. Mas tem um outro lado dessa ideia – você está aprendendo mesmo. Cada palavra nova que você fala em inglês é uma palavra que você ganhou, e é bom reconhecer isso, em vez de ver o tanto que ainda falta. Cada erro que você comete, é porque está na tentativa de falar o que quer, e isso não é necessariamente ruim. Eu vejo alunos que são motiva-
dos pela frustração, mas também vejo alunos que são paralisados por causa dela. Espero que a frustração não te deixe parar. Então, para quem está nesse processo de aprendizagem, boa sorte, não desista. Se é algo que demora muito ou pouco, saibam que vocês estão sim aprendendo e que vão sim aprender. Parabéns por terem começado!
Emma Sheppard é nova iorquina, mas paraense de coração. É professora de inglês há mais de 10 anos, com mestrado em Pedagogia pela UofT. Atualmente, Emma dá aulas para a comunidade brasileira e angolana, e para todos aqueles que desejam melhorar a sua experiência no Canadá. _ teacheremma123@gmail.com
A morte do outro lado do mundo Sonia Cintra é gerente de marketing Como imigrantes, trazemos na mala muito mais do que roupas e objetos pessoais; trazemos conosco o desejo de um futuro melhor, o desafio com a nova língua, a conquista de novos amigos, a busca por emprego, etc. Mas trazemos também a nossa história de vida, as pessoas que amamos e que deixamos em casa. Com o tempo, a saudade, que nos afeta nos primeiros anos de distância, aos poucos diminui e ganha ares de rotina. E nessa rotina um “olá” ao telefone ou uma conversa pelo skype acabam amenizando a sensação de distância. Mas... e quando o telefone não
A saudade e os deveres na hora do adeus atende mais, quando o skype não funciona...? O que realmente sentimos quando perdemos alguém querido? Por ser um assunto delicado, é comum deixarmos para pensar na morte somente quando ela acontece. É menos dolorido assim, principalmente quando estamos do “outro lado do mundo”. No entanto, não tocar a morte acaba dificultando o processo de despedida, afinal, faz(ia) parte da rotina um contato esporádico, em datas importantes, ou quando precisávamos de um favor. Essa distância deixa a despedida diferente, lenta, surreal, mas não menos difícil.
Além da parte sentimental, há de se levar em conta também as questões burocráticas. Você pode ter se mudado de país, mas ainda traz laços de onde nasceu – queira ou não – e assuntos como testamento, herança, advogados e inventário podem estar atrelados a esse momento. Nessa hora, é preciso ser prático e deixar um procurador de confiança tratar disso para você. O consulado pode ajudar nessa parte – há como emitir procurações, por exemplo, mesmo estando em terras distantes. Se a ideia é voltar correndo, caso haja uma emergência, lembre-se que a viagem é longa, e o tempo
entre a hora da morte e o enterro, no Brasil, está cada vez menor. A calma nessa hora é essencial. Pense nos prós e contras de uma viagem de última hora e, se não for possível, ofereça o seu amor e pensamentos à pessoa querida. Homenagens e celebrações realizadas aqui mesmo podem ser uma bonita forma de despedida também. Enfim, para quem não quer ou não pode pegar o primeiro voo de volta, o melhor é encarar a nova realidade com suavidade e paz para tornar esse momento de despedida mais ameno.
www.jornaldetoronto.ca o Um amigo
o Um conhecido
o Um desconhecido
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Você sabia? O espaço pessoal entre o brasileiro e o canadense
Romênia ______________________ o ___________ o ______________ o Hungria _________________________________ o _______ o ______ o Arábia Saudita ________________________________ o __ o ____ o Turquia __________________________ o ________ o _________ o Uganda ___________________________ o _________ o ______ o Paquistão _______________________ o _________ o ________ o Estônia _____________________________ o ______ o ______ o Colômbia _________________________ o ______ o ________ o Hong Kong __________________________ o ____ o _______ o China ___________________________ o ______ o ________ o Irã _____________________________ o _______ o ______ o Malásia _____________________ o _________ o ________ o República Tcheca __________________ o ______ o _______ o Portugal _____________________ o ________ o ________ o Elizabeth Schulz é psicóloga em Montreal há 29 anos Quênia __________________________ o ________ o ____ o Suíça ________________________________ o ____ o ___ o O antropólogo americano demos ver a diferença das disÍndia ___________________________ o ________ o ____ o Edward Twitchell Hall foi reco- tâncias pessoais entre o Canadá Indonésia __________________________ o _____ o ____ o nhecido por desenvolver o con- e o Brasil! Naquele momento, eu Croácia _______________________________ o ___ o __ o ceito de “proxêmica”, em outras certamente devo ter passado do Gana ___________________________ o _______ o ___ o palavras, o espaço pessoal em limite mínimo do espaço indiviCoreia do Sul ________________________ o ____ o ___ o seu meio social. Hall demons- dual delas. O mínimo suficiente Noruega ___________________ o ________ o ________ o trou que pessoas de diferentes para que elas se sentissem invaCANADÁ ____________________________ o _ o ____ o gêneros, idades e culturas man- didas e decidissem ir para o banNigéria __________________________ o ______ o ____ o têm diferentes padrões de espaço co seguinte. BRASIL _______________________ o ______ o _____ o pessoal. Bem sociável e acostumada a Inglaterra ________________________ o ______ o ___ o Original do Rio de Janeiro, che- uma vida sem formalidades, até México ____________________________ o _____ o __ o guei a Montreal jovem, mãe de então eu nunca havia me preoPolônia _______________________ o ____ o _______ o 2 crianças (na época, com 2 e 6 cupado em como fazer amizades. Alemanha ___________________ o _______ o ______ o anos), no verão de 1988. No pri- Em nosso país, elas simplesmenEstados Unidos _________________ o _____ o ______ o meiro domingo aqui, levei meus te acontecem! Na pracinha do Cazaquistão ___________________ o _____ o ______ o filhos para brincar numa praci- bairro, na praia, nas ruas ou em Itália _______________________ o ______ o _____ o nha do bairro. Não havia quase qualquer outro lugar, as pessoas Sérvia _______________________ o _____ o _____ o ninguém, mas avistei duas mu- simplesmente começam a conGrécia _______________________ o ______ o ____ o lheres com crianças, conversando versar e rapidamente se tornam Espanha _________________________ o __ o ____ o em um dos muitos bancos vazios grandes “amigos de infância”. Rússia _______________________ o _____ o ____ o da praça. Sorrindo, me aproximei Acredito sinceramente que fazer Eslováquia ___________________ o _____ o _____ o e me sentei no mesmo banco. Foi amigos é um dos muitos grandes Áustria _________________________ o __ o ____ o então que, esperando “a minha talentos que os brasileiros traUcrânia _____________________ o _____ o ____ o deixa” para me apresentar, tive o zem para essas terrinhas geladas. Bulgária _____________________ o ____ o ____ o meu primeiro choque com a cul- Somos mais informais, rimos e Peru ________________________ o ___ o ____ o tura local! Nem cinco minutos se falamos em voz alta! Abraçamos Argentina ___________________ o ___ o ____ o passaram, as duas se levantaram, e nos beijamos em público sem
Cada cultura mantém distâncias pessoais diferentes, dependendo da intimidade e até do clima
CANADÁ
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recolheram as crianças e mudaram-se para o banco seguinte. Nunca vou esquecer da grande decepção e tristeza que senti naquele momento. Senti até o coração encolher! Minha primeira tentativa de aproximação foi friamente rejeitada!
“
Pelo gráfico aqui ao lado, po-
BRASIL
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preocupações – o que aliás em alguns países é considerado crime!
Edward Hall e outros pesquisadores demonstraram que em países mais quentes as pessoas preferiam manter distâncias mais próximas entre si, se comparadas com pessoas de países mais frios. O clima do Brasil facilita bem
isso, onde temos o privilégio de ficar mais tempo fora de casa e em contato maior com as pessoas. Aqui, as pessoas crescem dentro das casas para se protegerem do longo e rigoroso inverno e, consequentemente, ficam mais isoladas do contato social do que nós brasileiros. Isso deve certamente aumentar a formalidade e a necessidade de espaço.
Quebec em 2010 contava com uma população de 7.867.000 habitantes, e densidade demográfica de 4,7 por km2. Em contrapartida, dados do IBGE nos indicam que a população do estado do Rio de Janeiro em 2010 era de 15.989.929 habitantes, com densidade demográfica de 365,23 por km2. Acho que diminuir o nosso espaço interpessoal foi a nossa única opção!
Tais diferenças não significam, porém, que somos mais afetivos que o canadense, mas sim que a maneira com que expressamos afeto e outros sentimentos no meio social pode ser diferente. Se compreendermos as causas de certas diferenças culturais, será mais fácil nos adaptarmos e nos aproximarmos dos canadenses e dos muitos outros imigrantes que, como nós, escolheram esse país como sua segunda moradia.
É com satisfação que passamos a receber em nossa Embaixada o Jornal de Toronto, importante meio de comunicação em língua portuguesa, não apenas para a comunidade de Toronto, mas para todos os brasileiros residentes no Canadá. Gostaria de parabenizá-los pelo conteúdo e tenho certeza que a iniciativa muito beneficiará a comunidade brasileira. Denis Fontes de Souza Pinto
Gráfico baseado na pesquisa de A. Sorokowska, et. al., “Preferred Interpersonal Distances: A Global Comparison”, Journal of Cross-Cultural Psychology 2017, v. 48(4), p. 577–592.
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Embaixador do Brasil no Canadá
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Brasileiros chegam aos 30 anos no Canadá sem teto
Jardins suspensos de Toronto
José Francisco Schuster
gustavo barreto_gustavo@garciabarreto.com.br
Pleasant View, em North York.
Gustavo Barreto é arquiteto e urbanista Desde que cheguei em Toronto, não pude deixar de notar a forte relação que a cidade e seus moradores têm com gramados e áreas verdes. Eles compõem a paisagem urbana de maneira onipresente, balanceando as cores em áreas às vezes acinzentadas, quase sempre te convidando a pisar, deitar e rolar. E de fato é uma delícia estar em parques e gramados público daqui. Trata-se de uma visão diferente da de muitos lugares no Brasil, onde é comum encontrar a plaquinha de “não pise na grama”. É interessante notar que estes gramados muitas vezes apresentam pequenos
morros de 2, 3 ou 4 metros de altura, compondo muito bem áreas externas de parques e jardins de edifícios e residências. Há quem pense que são naturais e que sempre estiveram lá, mas na verdade são artificiais, criados pela movimentação mecânica de terra. À primeira vista, são simplesmente uma excelente opção estética de paisagismo, elevando a textura e o verde para a altura dos olhos. Mas a real função é puro design. Muitos destes morros são elementos que envolvem áreas de brinquedos infantis descobertas, para se criar uma delimitação, para evitar que crianças saiam
correndo direto para a rua. Em áreas coladas a campos de futebol, ela serve como barreira física para as bolas e como arquibancada verde, onde as pessoas podem ver jogos sentadas em pontos mais altos. Em residências, elas separam a calçada pública do jardim privativo das casas, criando microclimas e dando privacidade. Próximo a bibliotecas e escolas, elas são anteparos sonoros para a redução de ruído das ruas, bem como barreiras físicas para distração do movimento das ruas. Trata-se de um design criativo, de alto impacto urbanístico e arquitetônico, barato e tipicamente canadense. Brasil, bora copiar!!
A comunidade brasileira no Canadá comemorou recentemente os 30 anos da chegada da primeira grande leva de imigrantes, que se juntaram a pioneiros que aqui já estavam há mais tempo. Foi uma festa linda, elegante e emocionante, recordando a coragem dos que aqui chegaram nos anos 80, muitas vezes sem referencial algum, enfrentando todos os desafios pelos quais passa um imigrante – sendo que naquela época a comunicação com o Brasil era muito mais difícil. Na história das últimas três décadas, a comunidade tem vários feitos a comemorar, entre eles as festas de carnaval, de Réveillon, festas juninas, o BrazilFest, o Carassauga, a festa de Nossa Senhora Aparecida, o Café e Cultura, o Brazilian Day e numerosos grandes talentos nas artes, na música e na dança, em uma lista que seria imensa. Fica um sabor amargo, entretanto, saber que nos-
sa comunidade chega aos 30 anos sem teto, sem um ponto de encontro, sem um referencial para novos imigrantes, sem um espaço fixo para nossos artistas, para aulas de inglês, para reunir crianças e idosos. O CAIS (Centro de Apoio e Integração Social Brasil-Canadá), sucessor do Centro Brasil-Angola, e que era pelo menos um pontapé inicial neste sentido, fechou as portas. Eu mesmo participei de reunião anos atrás em que se buscava fundar algo, mas ninguém teve coragem de assinar o contrato de aluguel de um banquet hall desativado. Quando teremos nossa casa? Se o espaço de tempo em que há um número significativo de brasileiros no Canadá ultrapassa uma geração, não há desculpa de que é preciso esperar mais. Os brasileiros têm que mostrar à própria sociedade canadense que não são um grupo nômade, como se estivessem aqui temporariamente ou sem intenção de criar raízes. Pelo contrário, se os brasileiros aportam de
maneira significativa para a sociedade canadense, temos que ter uma cara, uma fachada física, num local onde podemos ser encontrados facilmente como instituição. Ser imigrante não é renegar seu passado, suas raízes, sua identidade. Não temos do que nos envergonhar, porque, apesar de todos os problemas, o Brasil é muito bem visto pelos canadenses – que o reconhecem por suas belezas naturais ímpares, por sua economia pujante dentro do contexto mundial e pelo povo hospitaleiro e festivo. Só temos a ganhar nos unindo, mantendo nossas tradições, nossa cultura, apoiando-nos mutuamente e com projetos coordenados, onde a união faça a força. Sei que fácil não é, mas se imigrantes de países muito menores estão organizados no Canadá, por que um dos maiores países do mundo continua à margem?
Com mais de 30 anos de experiência como jornalista, José Francisco Schuster atuou em grandes jornais, revistas, emissoras de rádio e TV no Brasil. Foi, durante 8 anos, âncora do programa Fala Brasil, inicialmente pela rádio Voces Latinas e posteriormente pela Camões Rádio.
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Economia
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Universidades e Colleges apostam cada vez mais em estudantes internacionais para cobrir seus custos
Campus da Universidade de Toronto.
Janaína Viana é diretora da Bravo Canada Immigration Sem sombra de dúvida, Toronto é uma cidade extremamente atrativa a estudantes internacionais de todo o mundo. Só em Ontário, o número de estudantes internacionais frequentando universidades ou colleges aumentou 88% ao longo dos seis últimos anos – enquanto isso, o número
de estudantes domésticos aumentou apenas 7% no mesmo período. Notoriamente, a cidade se beneficia com o alto número de estudantes chegando todos os anos, e esse benefício não é apenas cultural ou acadêmico. O governo federal estima que o impacto econômico trazido por
jessie zy
tais estudantes chega a 11 bilhões de dólares anuais, sendo cerca de 5,4 bilhões apenas em Ontário. Um ponto delicado, porém, é o alto valor das anuidades cobradas aos estudantes internacionais, quando comparado ao valor pago por residentes permanentes ou cidadãos canadenses. Essa discrepância nos custos de educação é
uma reclamação unânime entre os estudantes internacionais. Você sabia que os aumentos anuais permitidos aos estudantes domésticos são regulamentados pela província, enquanto os valores cobrados aos estudantes estrangeiros ficam a critério total das instituições de ensino? Para se ter uma ideia, enquanto a média da anuidade cobrada de estudantes canadenses gira em torno de $6.327, estudantes internacionais
pagam entre $23.510 e $41.920, dependendo da universidade ou college. “Infelizmente, estão usando os estudantes internacionais como vacas leiteiras” declarou Nour Alideeb, representante da Federação dos Estudantes Canadenses de Ontário (Canadian Federation of Students – Ontario), em entrevista à CBC News em julho deste ano. Na Universidade de To-
A média da anuidade cobrada de estudantes canadenses gira em torno de $6.327, estudantes internacionais pagam entre $23.510 e $41.920
ronto, por exemplo, estudantes internacionais representam cerca de 25% do número total de alunos, mas fornecem mais da metade dos 1,3 bilhão da receita anual recebida, segundo dados orçamentários da universidade em 2017-18. É claro que a possibilidade de imigração permanente (via a categoria Canadian Experience Class) é um grande atrativo para candidatos que se dispõem (e possuem condições financeiras) a arcar com tal despesa. Mas, em muitos casos, vale avaliar com maior cuidado o custo que se paga pela conclusão de cursos acadêmicos aqui no Canadá, e o real valor desse serviço.
Pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), pouco antes do início das atividades.
daniel ferreira
Investimentos: do Canadá para o mundo Alexandre Rocha é economista, especialista em mercado de capitais e fundador da Aletinvest
Você já pensou em se tornar sócio da Canadian National Railway ou do Bank of Montreal? E se você pudesse escolher uma empresa americana como o Facebook, uma francesa como a L’Oréal ou uma alemã como a Mercedes-Benz? E se fossem todas estas empresas juntas? Isto não é uma brincadeira: é real e totalmente acessível a qualquer pequeno investidor. Todas estas empresas são companhias abertas e possuem ações negociadas em bolsas de valores. E quando você compra ações, se torna sócio da empresa. Um acionista. É aqui mesmo, nas “terras geladas” da América do
Norte, que você pode ter acesso a este mundo magnífico dos investimentos. Morar no Canadá significa usufruir de um país com uma economia saudável e com um mercado de capitais flexível e competitivo. Dentre uma lista de 180 países, o Canadá está classificado em 6º lugar no Índice de Liberdade Econômica. Toronto é seu centro financeiro e possui um mercado acessível, líquido, lucrativo e desenvolvido. Já nosso Brasil tropical, aparece apenas na 140º posição. Para ter acesso a estas empresas, basta abrir uma conta em uma das diversas corretoras existentes no
Canadá ou usar a própria plataforma de investimentos do seu banco. Eu, particularmente, prefiro e recomendo as corretoras, onde os custos são menores e onde podemos contar com a expertise dos mercados financeiros globais que elas possuem. Banco, somente para pagamentos e transferências. O segundo passo é enviar o dinheiro para a corretora. Separe o montante que será destinado aos seus investimentos, transferindo este valor da sua check account para a conta na corretora. Com o dinheiro disponível, você estará a um passo de comprar sua primeira ação e fazer o seu primeiro investimento “no exterior”. E agora, onde investir?
Esta é a melhor parte e sem dúvida a mais excitante. Saiba que, ao abrir uma conta em uma corretora no Canadá, além de ter acesso à Bolsa de Toronto, você poderá investir em mercados mundiais e em suas principais bolsas. Você, que já conquistou o Canadá, terá, literalmente, o mundo como opção: Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, China, Japão, Tailândia, Chile... Não gosta de ações? Você também tem acesso a uma infinidade de produtos, como fundos de investimentos, fundos imobiliários, títulos emitidos por países e empresas, entre outros. Somente nos EUA, são mais de 5000 empresas
tecnológicas, inovadoras, líderes globais e lançadoras de tendências listadas em bolsa. Para compreender o tamanho deste mercado, a Bolsa de Valores do Brasil possui aproximadamente 300 empresas que, somadas, valem menos do que o Google. É louco por produtos bio e alimentação saudável? Com $41 você adquire a ação da Whole Foods. Apaixonado por esportes? Que tal comprar uma ação da Adidas por $192? Estes são apenas pequenos exemplos de como o mercado é acessível a qualquer pessoa e de como você pode aproveitar esta oportunidade para diversificar o seu patrimônio e ter renda em moedas fortes como o
Dólar, o Euro ou o Franco Suíço. É claro que você não vai sair por aí comprando ações de todas as empresas que você gosta. No way! Como tudo na vida, saber investir requer muito estudo, dedicação, conhecimento e disciplina. O verdadeiro investidor possui metas, objetivos e pesquisa muito antes de agir. O importante é que agora você sabe que existe um caminho com infinitas possibilidades de investimentos. Foque no longo prazo, na construção do seu patrimônio financeiro e inicie o seu próprio caminho para a aposentadoria, sem depender de governos ou de “planos milagrosos”. À tantôt.
Política
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Aquela pergunta chata de responder:
“E o Brasil, hein?”
Cristiano de Oliveira Saudações, povo jovem dos cabelos ao vento. Não importa o assunto que eu resolva tratar aqui, com certeza alguém vai dizer: “Mas como você pode dedicar um artigo pra falar de uma coisa tão boba, enquanto o Brasil vive um momento como esse?”. Aí eu vou ficar me sentindo como o Costinha em um velório, contando piada no meio da tristeza (isso era um fato recorrente e constrangedor na vida dele). Mas se eu fosse sempre me basear no momento que o Brasil vive pra reger minha vida, eu já estava na tarja preta há tempos, porque o Brasil sempre viveu esse tal momento. Mesmo quando não o viveu, disseram-nos que ele o vivia, pois sempre fomos as marionetes desse teatro. Desde pequenos, nosso fim do dia ao lado da família é permeado pelo dramalhão que um dia acaba em final feliz e é substituído por outro (tô falando de novela, não de briga com vizinho). Também tem o futebol, onde desde cedo aprendemos que nosso lado é bom e o outro é ruim – simples assim. Por que o nosso lado e não o outro? Não queremos saber. Essa mistura de
drama e rivalidade rege a cabeça do brasileiro desde que ele nasce. No momento em que a internet chega trazendo concorrência, a imprensa tradicional leva uma no queixo e não pode mais se dar ao luxo de ter só compromisso com a notícia: ela passa a ser empresa como outra qualquer, precisa disputar clientes e vender seu produto. Pra isso, a notícia tem que se tornar um produto atrativo, correta ou não. E como atrair a clientela brasileira? Basta apelar para os nossos instintos noveleiros – pra cada Sassá Mutema dentro de nós. Em resumo: o barraco! A prova está na multiplicação dos programas policiais estilo “mundo cão” na TV: Cidade Alerta, Aqui Agora etc. E na hora de falar de política, basta transformá-la em barraco e novela que o interesse aparece. O brasileiro adora criar ídolos da mesma forma que adora destruí-los. É a necessidade de ter pra quem torcer, de ter bandido e mocinho. A conclusão é simples: palavras como “crise” e “corrupção”, pra imprensa, traduzem-se como “ganhar na loto”. Elas vendem jornal. Geram comoção, bate-boca, nervosismo... e consequen-
temente, a garantia de que todo mundo fica doido pra consumir o próximo capítulo. E foi assim que nos colocaram onde estamos. Viramos peças desse jogo. Os Anões do Orçamento, Juiz Lalau, Casa da Dinda, Pedaladas... são novelas antigas com títulos engraçadinhos, que pegam fácil e que ninguém lembra mais, mas que um dia também geraram indignação, e às quais nós reagimos enquanto fomos “mandados” – quando passou a moda, nós as esquecemos. Somos um povo interessante e trabalhador, só precisamos deixar o drama um pouco de lado e julgar com mais cuidado, não só a banana, mas também quem falou que ela está podre. Ler além da manchete. Desconfiar. Procurar saber melhor. Procurar uma segunda opinião. Afinal, foi a vontade de dar tiro sem saber pra onde que começou toda essa confusão. A situação do Brasil é terrível sim, e infelizmente fomos nós que a criamos. Agora é preciso cuidado e senso crítico pra melhorá-la. Adeus, cinco letras que choram.
Cristiano de Oliveira é mineiro, atleticano de passar mal, formado em Ciência da Computação no Brasil e pós-graduado em Marketing Management no Canadá. Foi colunista do jornal Brasil News por 12 anos. É um grande cronista do samba e das letras.
Cultura
Cena do filme The Life Aquatic with Steve Zissou, dirigido por Wes Anderson.
adelino prego
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Seu Jorge canta David Bowie em TO MRG Concerts
mrg concerts
Flávio Luis Ferrarini é publicitário e cronista de Flores da Cunha
mal completa nove anos de idade, adelino prego se higieniza da alfabetização. dá por concluído o estoque de números e letras. como vaso enferrujado que serve apenas para ter grilos dentro, o cérebro do menino serve para não funcionar. na idade dos dezessete, adelino casa com a surda e muda celeste. começa a estocar filhos. escadeia onze. quatro deles não encontram caminho para sair. mas é no papel de mentiroso que adelino prego adquire fama entre os facondenses. inventa mentiras gordurosas como peixe frito em banha de porco e escama-se nelas. mente por prazer e esporte. contudo, adelino é um mentiroso de antepenúltima categoria. os peixes que fisga no rio turvo crescem na medida em que a linha da mentira vai se esgarçando. com o tempo, o tamanho dos peixes lhe foge dos braços abertos em cruz. o compadre pupo amarra-lhe os pulsos para limitar o comprimento das mentiras que ocupam os braços esticados de elástico. “o dourado de ontem à noite não era muito grande, porém tinha os olhos desse tamanho”, jura adelino, juntando os polegares e os indicadores em círculo, dentro do qual cabe uma laranja que faz tremer prato de balança. ao entrar com os dois pés na casa dos sessenta, a carga alta de troncos de eucalipto despenca da carroça puxada por uma parelha de mulas. as toras apropriam-se da vida de adelino prego. sob o buquê de troncos, adelino não acha brecha para a palavra socorro sair. morre em pleno sábado de aleluia de 1963. a notícia precisa aquietar-se na mentira para que os facondenses acreditem nela. Capítulo do livro Vidas minúsculas de Vila Faconda, de Flávio Luis Ferrarini (Editora Zouk).
mayana martins redin
Embora Seu Jorge seja um dos mais célebres cantores e atores do Brasil, ele é talvez mais conhecido nos Estados Unidos por seu papel no filme de Wes Anderson, The Life Aquatic with Steve Zissou, no qual o cantor reinterpretou alguns dos maiores sucessos de David Bowie. As músicas, interpretadas em português e com solo de violão, tornaram-se inteiramente únicas. Tanto que o próprio Bowie chegou a dizer: “Se Seu Jorge não tivesse gravado minhas músicas em português, eu nunca teria ouvido esse novo nível de beleza com o qual ele as imbuiu”. No dia 19 de setembro, Seu Jorge se apresentará no Massey Hall, em Toronto, quando será possível ver e ouvir sua aclamada interpretação. The Life Aquatic – A Tribute to David Bowie apresentará também um conjunto de figurinos desenhados pelos diretores criativos Mariana Jorge e Danny Perez, ambos membros da equipe do The Life Aquatic original. Seu Jorge tocará em um cenário reminiscente do filme, com as velas do barco servindo como telas e exibindo imagens em todo o palco.
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Como ator, Seu Jorge ficou famoso por seu personagem Knockout Ned, em Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles; depois, com sua atuação como o marinheiro Pelé dos Santos, em The Life Aquatic (2004), além de inúmeros papéis em mais de 20 filmes. Como cantor, Seu Jorge fez parte da banda Farofa Carioca, escrevendo a maioria das músicas do álbum de estreia, Moro no Brasil (1998). Seu primeiro solo foi o Samba Esporte Fino (2001), um álbum pop influenciado por músicos icônicos, como Jorge Ben Jor, Gilberto Gil e Milton Nascimento – e lançado fora do Brasil com o nome de Carolina, em 2003. Na sequência, veio o aclamado álbum Cru (2004), que o jornal The Guardian chamou de “um registro magnífico”, e que levou o Pitchfork a elogiar sua voz como “de uma só vez, amanteigada, comovente e feroz”. Depois vieram mais cinco álbuns em estúdio e outros cinco ao vivo. O show de Seu Jorge cantando Bowie é uma oportunidade para ver mais uma faceta desse grande artista brasileiro. Ingressos pelo www.masseyhall.com
Ciranda Brasileira
claudia prates
Imersão na diversidade cultural do nosso país D G ayse
onçalves é cofundadora da Ciranda Brasileira
Fundado em agosto de 2014, a Ciranda Brasileira é uma associação comunitária sem fins lucrativos que foi criada com o propósito de disseminar e fortalecer a língua portuguesa e promover a cultura do Brasil entre as famílias brasileiras residentes na Grande Toronto, com atividades para crianças de 3 a 12 anos. O nome Ciranda foi inspirado na brincadeira de roda, que concretiza a arte do encontro, do estar junto, e que simboliza a filosofia pedagógica de aprender se divertindo. As atividades são elaboradas e coordenadas por um time multidisciplinar de voluntários, que desenvolve um tema central por semestre com o uso de jogos, brincadeiras, música, arte,
culinária e tudo o que está relacionado ao rico universo cultural brasileiro. A interação e a cooperação também são ingredientes essenciais neste processo. Com encontros semanais, a Ciranda Brasileira não só contribui para o desenvolvimento de crianças bilíngues, mas também proporciona uma imersão na diversidade cultural do nosso país. A Ciranda Brasileira está de portas abertas a todos os brasileiros interessados em compartilhar experiências e se engajar nesta causa. Para conhecer mais sobre o trabalho realizado, se voluntariar, ter acesso à agenda de eventos e acompanhar as atividades com as crianças, acesse www.cirandabrasileira.com
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Índio não fala Tupi Suzi Lima é professora assistente de Linguística na UofT Ao falar da questão indígena no Brasil, é importante chamar a atenção para a diversidade linguística (e cultural) do país: são faladas hoje no Brasil entre 150 e 180 línguas indígenas, que não necessariamente assemelham-se entre si: por exemplo, a língua Kuikuro é bastante diferente da língua Yudja, da mesma forma que o japonês é diferente do português. Para grande parte da população brasileira não-indígena, os povos indígenas fazem parte do passado: muitos associam os povos indígenas apenas aos habitantes do Brasil em 1500. Seja através de representações romantizadas da literatura (como Iracema e O Guarani) ou representações pejorativas e caricatas na mídia, diversos tipos de equívocos se propagaram e continuam presentes no imaginário de grande parte da sociedade brasileira.
Felizmente, cada vez mais temos acesso a produções científicas e culturais realizadas por pesquisadores não-indígenas e indígenas que nos ajudam a entender um pouco melhor a complexidade linguística e cultural do Brasil. Cito aqui dois exemplos: as ONGs Vídeo nas Aldeias e Catitu oferecem treinamento para cineastas indígenas, os quais, por sua vez, já produziram diversos filmes que estão disponíveis online; em algumas universidades brasileiras, pesquisadores indígenas já realizaram (e continuam realizando) seus estudos de mestrado e doutorado. Estes exemplos podem ajudar a ilustrar a realidade dos povos indígenas que muitos desconhecem: a diversidade linguística, a riqueza e diversidade das culturas tradicionais e os desafios enfrentados por eles. Em momentos em que os gru-
Nos arredores de Manaus, índio Tukano de origem de São Gabriel da Cachoeira.
pos étnicos minoritários são muitas vezes ignorados e massacrados (o trágico genocídio em curso dos Guarani Kaiowá exposto no recém-lançado filme Martírio é um
exemplo disso), é importante procurar conhecer a diversidade linguístico-cultural do Brasil e propagá-la para que o preconceito contra minoridades não se perpetue.
camila boehm_oboré projeto repórter do futuro
* O título desse artigo é também o título de um livro em preparação que está sendo organizado pela professora Dra. Bruna Franchetto (Museu Nacional/UFRJ) que procura apresentar para o grande público algumas questões relacionadas aos povos indígenas.
5 comidas que são tendência em Toronto (e você não pode deixar de provar) Gabriela Ghisi A cozinha de Toronto é uma das mais diversificadas do mundo, e todos os anos ela se reinventa, trazendo diversas tendências gastronômicas para quem mora ou visita a cidade. Essas tendências geralmente são sazonais, mas algumas delas duram um pouco mais do que uma estação. Embora os restaurantes que possuem estas delícias fiquem sempre lotados durante a temporada, vale a pena aguentar as filas para provar cada uma delas. No texto deste mês, eu resolvi fazer uma lista de comidas que estão sendo tendência em Toronto e que você não pode deixar de provar.
St. W.) e desde então o que se vê no local são longas filas. O motivo? Os torontonianos ficaram malucos com o sorvete preto do local, que é feito de carvão ativado. E a casquinha também é preta: um cone de waffle infundido no carvão. Sushi-burrito A combinação da cozinha mexicana com a japonesa foi febre em 2016, mas ainda é super popular por aqui. Os sushi-burritos nada mais são que burritos com os in-
Comidas arco-íris Esta é uma tendência que está rolando por aqui: comidas super coloridas ou com as cores do arco-íris (rainbow). E esta moda já percorreu redes famosas, como o Starbucks (quem aí lembra do
Niche Coffee and Tea.
What a Bagel.
Sushi-burrito do Sushitto on the Road.
Sorvete Preto A sorveteria Ihalo Krunch abriu suas portas no meio de junho de 2017 (do outro lado da rua do Trinity Bellwoods Park - 915 Queen
e plantas, que pode ser servida de diversas maneiras. Geralmente
Salada poke no Calii Love.
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Sorvete preto do Ihalo Krunch.
neles um cupcake, waffle, oreos, pretzels, chocolates, picolés e muito mais. Esses são os milkshakes super elaborados – chamados por aqui de over the top milkshakes – que viraram febre na cidade. Você não
gredientes da comida japonesa (peixe cru, arroz e temperos). Inicialmente, só existiam food trucks que vendiam esta delícia (como o Sushitto), mas este ano abriram vários restaurantes, como o Su&Bu (106 John St.) e o Rollnation (207 Dundas St. W. e 2291 Yonge St.).
Unicorn Frappuchino?), até restaurantes mais locais. Aqui em Toronto, você pode encontrar vários produtos nas cores do arco-íris, como cones de sorvete (Cutie Pie Cupcakes & Co - 235 Spadina Ave.), bagels (What a Bagel - 8010 Bathurst St.) e milkshakes (Peace Treats - 131 Ossington Ave.). Milkshakes super elaborados Milkshakes são deliciosos, não é mesmo? Agora imagine incluir
vai acreditar no tamanho destas gostosuras, que são encontradas em diversos locais na cidade, sendo os mais famosos os do Hollywood Cone (1167 Queen St. W.) e do Niche Coffee and Tea (626 Queen St. W.). A salada poke A salada poke (pronunciada como po-kay) é uma salada da Polinésia composta de peixe cru
o peixe é temperado com limão, molho de soja e gergelim e servido com arroz. Muitos apelidaram o poke de sushi bowl (ou tigela de sushi), já que os ingredientes são muito semelhantes. Você pode encontrar poke em vários lugares de Toronto, como o North Poke (179 Baldwin St.), o Calii Love (367 King St. W.), Pokito (420 Queen St. W.) e o Big Tuna Poke Bar (99 Bloor St. W.).
Gabriela Ghisi é coordenadora de pesquisa clínica (com doutorado na UofT), esposa, mãe (do Thomas e do Jojoe) e blogueira. Seu blog Gaby no Canadá traz seu olhar pessoal e humano sobre tudo que merece amor e atenção, principalmente em Toronto. _ gabynocanada.com
Saúde& Bem-Estar
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Por que fazer terapia? Tânia Aloísio é psicoterapeuta em Ontário Para muitas pessoas, fazer terapia é considerado uma vergonha, um mito, porque poucas são aquelas que entendem a complexidade que envolve essa prática ou qual o benefício real que a terapia pode proporcionar ao paciente. Ainda existe a ideia de que psicólogo é apenas para doidos e não para pessoas normais que têm problemas. Mas, o que é terapia afinal? Quando devo começar? Por que fazer terapia? Essas questões muitas vezes ficam sem respostas e, consequentemente, o tratamento psicoterápico adiado. Terapia significa tratamento e não há momento certo para começar. Ela é indicada para mudar um
comportamento, um sentimento ou pensamento que o impede de ter uma vida leve e pacífica. No mundo atual, onde a violência toma conta das manchetes dos jornais, sempre é hora de iniciar a terapia, seja para resolver seus traumas de histórias de vida, seja para trabalhar traumas que você vivencia como testemunha. E quanto tempo dura, em média, uma terapia? Não existe uma resposta certa para isso. Tudo vai depender da complexidade do problema e do processo
Ainda existe a ideia de que psicólogo é apenas para doidos.
Elizabeth Schulz, M.Sc. Psicóloga Brasileira Ordem dos Psicólogos do QC
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da evolução do tratamento. As psicoterapias breves trazem resultados mais rápidos, de quatro a seis meses para traumas menos complexos, mas podem se estender por mais tempo, pois cada caso é único. O importante é que, quando você decidir que é a sua hora de fazer terapia, é bom ter em mente a busca por um psicoterapeuta através da pesquisa com amigos, com profissionais de saúde ou com o seu médico de família. Lembre, o psicoterapeuta é um profissional treinado e aberto para ouvir e ajudar, nunca para julgar ou condenar seu paciente.
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Cuidar de você é também cuidar do próximo Juliana Nogueira é nutricionista funcional na Herbal Health Nutrition Quais são as suas prioridades na vida? Tire alguns minutos para refletir. Algumas respostas comuns são: família, amigos, carreira, dinheiro, beleza e saúde. Somos seres sociais e quando contribuímos com a nossa sociedade estamos beneficiando o próximo e, indiretamente, contribuindo para o nosso próprio
bem-estar. Assim como quando somos aceitos pela sociedade por termos uma imagem dentro dos padrões, ou sucesso profissional, também indiretamente nos sentimos satisfeitos. Mas a questão está aí, no “indiretamente”. Os hábitos de cuidado pessoal fazem bem a você diretamente e não dependem da aprovação de
mais ninguém, a não ser a sua. Se existe algo que eu aprendi ao longo do tempo (aos trancos e barrancos!) é que o autocuidado deve ser a maior prioridade na vida de todos nós; tudo mais vem depois. Pode parecer um pouco egoísta, né? Só que não! Quanto mais você cuida de você, mais capacidade tem de cuidar do próximo. O
autocuidado é como um antídoto contra o stress, ele nos fortalece e nos torna muito mais capazes de lidar com as dificuldades da vida. Ele nos dá a chance de recarregar as nossas baterias e, quando “recarregados”, temos muito mais a doar e compartilhar com aqueles que amamos. Funciona mais ou menos como aquelas máscaras de oxigênio nos aviões; durante
uma emergência, nos ensinam a colocar a nossa máscara antes e depois ajudar o próximo. Pois é, o conceito é o mesmo. Quando cuidamos de nós mesmos, nos tornamos pais mais atentos, amigos mais dedicados, parceiros mais amorosos e trabalhadores mais eficientes. Quando a sua bateria interna está recarregada, todos se beneficiam.
O autocuidado vem de várias formas: dieta balanceada, meditação, exercisío físico, momentos de lazer, um banho relaxante, um bom livro, uma massagem, etc. Cada um sabe o que lhe faz bem, mas, acima de tudo, a base do cuidado pessoal é o amor-próprio. juliananutrition@gmail.com
Viagem
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Catraca Livre O Brasil conta com 72 parques nacionais que atuam como unidades de conservação de proteção integral da natureza. Além do objetivo primário de conservação, essas áreas também promovem a aproximação com a natureza, que traz diversos benefícios para a sociedade. Conheça abaixo nove desses parques nacionais espalhados pelas cinco regiões do país.
Cânion das Bandeirinhas, na Serra do Cipó.
Foi a primeira unidade de conservação criada no Brasil, em 1937. É localizado entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, no maciço do Itatiaia, na Serra da Mantiqueira, e faz jus ao nome, que em tupi significa “penhasco cheio de pontas”, ou “pedra pontuda”. O parque abriga alguns dos picos mais altos do Brasil, com cerca de 2.800m de altitude; a famosa cachoeira Véu de Noiva e trilhas com rica vegetação natural. Parque Nacional do Iguaçu Localizado no município de Foz do Iguaçu, no Paraná, o parque abriga o maior remanescente de Floresta Atlântica do sul do país, com grande biodiversidade de fauna e flora. Por causa da riqueza de espécies, somadas às paisagens que atraem centenas de milhares de visitantes brasileiros e estrangeiros, o local foi a primeira unidade de conservação do Brasil a ser instituída como Sítio do Patrimônio Mundial Natural, pela Unesco.
Como o parque chama a atenção pela beleza dos corais, com variedades de cores, grande parte das atrações ficam na água. Entre elas estão as modalidades de mergulho, em que é possível identificar os recifes e toda a fauna marinha, além dos passeios de barco, famosos na observação das baleias jubarte, que visitam a região em certas épocas do ano. Parque Nacional da Amazônia
Parque Nacional do Itatiaia, o primeiro do Brasil.
Entre os principais atrativos do parque estão o voo de helicóptero, as trilhas que podem ser feitas a pé, de bicicleta ou carro elétrico, e passeios com barcos infláveis. Parque Nacional da Serra do Cipó Localizado em Minas Gerais, o Parque Nacional da Serra do Cipó é uma unidade de preservação de rios, córregos, cachoeiras, cânions, vegetação diversificada, paredões, cavernas e trilhas. Essa riqueza natural abriga muitas espécies da fauna brasileira e também fornecem várias opções de atividades, como banhos em cachoeiras e piscinas naturais, além de passeios pelos cânions. Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses Localizado no litoral do Maranhão, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses tem como principal destaque as imensas dunas brancas próximas a lagos e ao mar de água cristalina.
Criado predominantemente no município de Itaituba, no oeste do Pará, o parque tem como obje-
lucas rimis
9 parques nacionais para conhecer no Brasil Parque Nacional do Itatiaia
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Apesar de pertencer ao cerrado, o local tem grandes influências da caatinga e da Amazônia, e por isso é rico em biodiversidade. Esses pontos transformam o parque em um cenário perfeito para a prática de esportes radicais e local de contemplação da natureza. São várias opções de passeios pelas dunas, em circuitos acessíveis a pé ou em veículo 4x4. Parque Nacional da Serra da Capivara Inscrito pela Unesco na lista do Patrimônio Cultural da Humanidade, o parque é um sítio arqueológico com pinturas e gravuras pré-históricas, retratadas em um conjunto de chapadas. Localizado no semiárido nordestino, no Estado do Piauí, o local possui uma vegetação com estações bem marcadas, com flores de cores vivas ou plantas secas e sem folhas. Para os turistas, o parque está realizando melhorias na sua estrutura, para abrir novas trilhas, reformar o centro de visitantes, áreas
leandro do nascimento
O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses tem como principal destaque as imensas dunas brancas próximas a lagos e ao mar de água cristalina.
de camping e promoção de atividades como mergulho, canoagem e caminhadas. Parque Nacional Marinho de Abrolhos Situado no litoral sul da Bahia, esse foi o primeiro parque nacional marinho a ser criado no Brasil. Formado por cinco ilhas, apenas uma delas pode ser visitada e explorada pelos turistas: a Siriba.
Passarela da Toca do Boqueirão da Pedra Furada, sítio arqueológico no Parque Nacional Serra da Capivara.
andré pessoa
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Cachoeira de Santa Bárbara, no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
tivo proteger as nascentes de contribuintes dos rios Tapajós e Amazonas, além de conservar o habitat de inúmeras espécies ameaçadas de extinção. Lar de animais como onça pintada, anta e araras, a unidade de conservação foi o primeiro parque a ser criado na região e é um dos lugares do mundo que mais concentra espécies de aves, o que atrai muitos observadores de pássaros. Os visitantes também podem explorar as trilhas, observar os animais, se encantar com as paisagens e ainda ter acesso ao circuito de lagos com cachoeiras. Parque Nacional do Jaú Localizado no Amazonas, entre as cidades de Novo Airão e Barcelos, esse parque tem a missão de proteger o rio Jaú, bacia
Horósopoc por Edinha Genser
Capricórnio
Não há momento melhor do que hoje para deixar para amanhã o que você não vai fazer nunca. Simplesmente relaxe e deixe rolar!
Aquário
Viva todos os dias como se fosse seu último; assim não terá nenhuma surpresa quando esse dia chegar. Viva plenamente!
Peixes
Dizem que o melhor remédio para olho gordo é um colírio dietético. Não deixe que isto empate seu dia!
Áries
Se você está sentindo um vazio enorme por dentro, corre pra geladeira e coma alguma coisa, isso é sinal de fome!
Touro
Hoje é um dia excelente pra tomar decisões firmes. Ou não?
Gêmeos
Você acha que não vai dar tempo, lembre-se que tudo é relativo: o tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está.
Câncer
Já tomou juízo? E aí? É gostoso?
hidrográfica de água preta, e também uma das maiores extensões de florestas tropicais úmidas contínuas do mundo. Outro objetivo da região é promover o turismo sustentável e incentivar pesquisas científicas, já que grande parte da sua biodiversidade ainda é desconhecida. Além da observação dessa rica fauna e flora, os visitantes podem conhecer cachoeiras isoladas, que formam belas paisagens, e realizar passeios de barco pelo local. Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros Localizado predominantemente no estado de Goiás, mas com partes espalhadas por Tocantins, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, a Chapada dos Veadei-
victor lazarini gomes
ros foi declarada Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco. Além de conservar o local, o parque tem como objetivo incentivar a pesquisa científica, a educação ambiental e a visitação de uma região onde ficavam os antigos garimpos. Entre as principais atrações oferecidas pelo parque estão os banhos de cachoeira e a caminhada pelas trilhas, nas rotas usadas no passado pelos garimpeiros. Para saber mais sobre como visitar os parques nacionais, acesse o www. wikiparques.org, plataforma colaborativa que disponibiliza informações gratuitas sobre os parques nacionais e outras áreas protegidas do país.
Agenda Setembro
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Evento multicultural brasileiro que apresenta novos músicos, escritores e pintores. Interessados em se apresentar no sarau podem escrever para carla.azdias@ gmail.com
O grupo Capoeira Malês convida todos os capoeiristas para participar de 3 dias de workshops e rodas com inúmeros professores convidados.
Sarau Brasil
Yauca’s Lounge 755 Dovercourt Rd. (Ossington Station), Toronto $5 (lista) e $10 (porta). 9pm-2am Info: 647-679-0932
Leão
Não faça na vida pública aquilo que você faz na privada.
Virgem
O segredo dos negócios feitos em segredo é o próprio segredo.
Libra
Não chore pelo leite derramado; limpe o chão e busque outro no supermercado. Seja prático!
Escorpião
Se você não encontrar a sua metade da laranja, não desanime. Procure-a na metade de um limão, adicione açúcar, gelo, cachaça, e seja feliz.
Sagitário
Tem dia que parece noite, né? Mas vai com fé que logo vai amanhecer.
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Batizado e Troca de Cordas 2017
Fighting Arts Colletive (927 Dupont St., 2o andar), Wu Xing Martial Arts (374 Dupont St., 2o andar), Davenport-Perth Community Centre (1900 Davenport Rd.), Toronto
O programa, preços e horários podem ser vistos no Facebook do evento. info@capoeiraschool.ca
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Brazilian Dance Fusion Saturdays
Curso de 6 semanas que prepara o corpo para a dança e o autoconhecimento.
Byfield Dance Experience 819 Yonge St., lower level, Toronto $120 para as 6 sem. 11:15am-12:30pm Inscrições pelo adrianna.y@gmail.com
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Seu Jorge
Seu Jorge interpretará David Bowie no show The Life Aquatic – A Tribute to David Bowie.
Massey Hall 178 Victoria St., Toronto $46,50 a $107,50. 8pm www.masseyhall.com
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Forró Friday Fix
Aproveite para dançar os vários estilos de forró: pé de serra, universitário, eletrônico...
Dansation 882a Eglinton Ave W., Toronto
Zumbini Demo Class
$5. 7-10pm
Dansation 882a Eglinton Ave W., Toronto
Café e Cultura Toronto
Para crianças de 0 a 4 anos. Cante, dance, brinque e se desenvolva socializando com outros pequenos. Grátis. 10:30-11:15am www.zumbini.com
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O Café e Cultura apresenta a palestra “Trauma psicológico tem cura sim!”, com a psicóloga Tânia Aloísio.
Loblaws 396 St. Clair Ave., 2o andar, Toronto (estacionamento gratuito)
Ciranda Brasileira
$25 (cash only). 6:30-9:30pm
Artscape Youngplace 180 Shaw St., Toronto
BCCC Doing Business in Brazil seminar - 11th edition
Essa sessão propõe explorar o universo literário brasileiro, para crianças de 3 a 12 anos. $165. 10:30am-12:30pm
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Dance & Learn Portuguese
Aula grátis para ajudar as crianças a terem um maior contato com o português e a música do Brasil.
Caledonia Rd., Toronto
Grátis. 10:30-11:15am. Inscrições pelo hello@intozumbini.ca
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Brazil-Canada Chamber of Commerce promove seminário para interessados em fazer negócios entre os dois países.
Baker McKenzie 181 Bay St., Toronto
$75 (membros), $125. 8am-1pm Mais detalhes podem ser conferidos no site e Facebook de cada evento.
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