Ano I - Edição 10 | Agosto, 2010 | Distribuição gratuita
jornal
Dia de Campo
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O meio rural com informações produtivas
Na mira do produtor Plantas daninhas resistentes como o amendoim bravo, o picão-preto, o capim amargoso e a buva podem causar grandes prejuízos na lavoura. Mas, com atenção e cuidado permanente, é possível evitar problemas maiores Pág. 6e7
Foto de Capa: Dulce Mazer
O produtor Salvador Rico Filho, de Londrina-PR, é um exemplo de cuidado e atenção para evitar as plantas daninhas
Melhoramento Genético aumenta em 25% a produtividade do trigo
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PR mantém vacinação contra a febre aftosa; rebanho deverá ser vacinado em novembro
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Dias de campo apresentam tecnologias de milho e trigo a produtores
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Editorial
Dia de campo: extensão de conhecimentos produtivos Eventos apresentam últimas novidades em pesquisas técnicas e tecnológicas no setor agropecuário Para quem vive e lida direta ou indiretamente na terra, é sempre importante tirar um tempinho para novas informações sobre o meio rural. E isso acontece muito nos eventos que são organizados nas propriedades, onde são feitas demonstrações das últimas novidades em pesquisas técnicas e tecnológicas no setor agropecuário. São os conhecidos dias de campo. Participar de um dia de campo é um momento especial para se ter contato com muitas informações e atividades desenvolvidas em prol dos benefícios do homem e da própria terra. São milhares de estudos sobre novas tecnologias que vão sendo divulgadas e esclarecidas para que todos possam,
cada vez mais, se sentir responsáveis pela qualidade daquilo é produzido, além de garantir maior produtividade e gerar renda e bem-estar a todos.
A terra é sinônimo de mundo, e esta palavra mundo, significa nada mais que limpeza, pureza, beleza Um dia de campo é, além de tudo, ocasião onde se reúnem produtores, criadores, estudiosos, pesquisadores, para discutir e sentir de perto os mais diversos resultados de pesquisas; verifi-
car, na prática, uma série de experimentos; trocar idéias, rever amigos, fazer novas amizades; e também confraternizar, com todos, o aprendizado do dia, em torno de um belo churrasco ou almoço. A terra proporciona tudo isso. Ela é responsável por essa motivação e comunhão das pessoas, mesmo porque é onde começa a vida, a produção dos alimentos, roupas, remédios, utensílios domésticos e uma variedade enorme de outros produtos necessários à sobrevivência humana. É o mundo onde pisamos todos os dias. Por isso, temos que ter muito cuidado com ela, nos informando o máximo sobre tudo, pois
estamos sempre em contato direto com aquilo que mais amamos na vida, a nossa mãe-natureza. Pois então, é bom lembrar que terra é sinônimo de mundo, e esta palavra mundo, significa nada mais que limpeza, pureza, beleza. E é nisto mesmo que devemos acreditar, neste mundo em que vivemos, capaz de produzir e reproduzir, com a mais limpa e pura qualidade, todo os produtos e condições necessários ao embelezamento da humanidade. E é assim, com esta visão de mundo, que o Jornal Dia de Campo chega até você, caro leitor, sempre em busca de qualidade e perfeição para o seu conhecimento.
Foto do Campo
Carta do Leitor
Artista do Campo Olá equipe do Dia de Campo! A reportagem* está fazendo muito sucesso. Recebi um email da diretoria da Sociedade Rural do Paraná e da ANEL, me parabenizando pela reportagem. Vi no site também, ficou muito legal! Parabéns, sucesso e muito obrigado! Um grande abraço! Tiãozinho, fotógrafo (Londrina-PR) Olá Tiãozinho! A equipe do Dia de Campo está muito orgulhosa dessa repercussão. Um forte abraço de toda a equipe do Jornal Dia de Campo! O fotógrafo Tiãozinho foi o personagem da matéria “A arte de fotografar animais”, publicada na edição de julho do Jornal Dia de Campo.
Foto enviada por Lucas Martins (Londrina-PR) O fotógrafo Lucas Martins não se intimidou e fotografou de perto os animais de uma propriedade no distrito de Warta, em Londrina - PR Envie sua foto e faça parte, também, do Dia de Campo: contato@diadecampoonline.com.br
Informações Rurais Recebi a edição de julho do Dia de Campo e gostei muito do jornal, é bonito, bem diagramado, leve, os textos são interessantes, claros. Parabéns. Um grande abraço para vocês! Michele Médola, jornalista (Campinas-SP)
O meio rural mais perto de você Cadastre-se em nosso site e receba o Jornal Dia de Campo em sua casa, gratuitamente. Acesse www.jornaldiadecampo.com.br
Frase
Informando o Homem do Campo Tenho recebido, periodicamente, o Jornal Dia de Campo, enviado por um amigo que mora em Londrina. Aproveito para destacar que o Dia de Campo é um veículo de comunicação rural muito agradável e bem produzido em suas notícias e qualidade estética de paginação. Parabéns à equipe de jornalistas pelas objetivas matérias, no empenho de bem informar o homem do campo. Sucesso a todos. Valdeir Antônio Rivatto (São Paulo-SP)
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“Não posso descuidar. Estou sempre acompanhando a plantação e monitorando de perto a situação da minha área” Salvador Rico, produtor rural, sobre o cuidado permanente para evitar o aparecimento de plantas daninhas na lavoura
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De janeiro a maio de 2010 o PR totalizou US$ 5 bilhões em exportações, um aumento de 18% em relação ao mesmo período do ano passado. (DC)
Agronegócio Divulgação
Pesquisa
Melhoramento genético aumenta em 25% a produtividade do trigo Dulce Mazer
Pesquisa realizada pela Embrapa mostra que nos últimos 30 anos houve um crescimento de produtividade equivalente a 700 quilos por hectare no Paraná Mariana Fabre mariana@diadecampoonline.com.br
Uma pesquisa realizada pela Embrapa com cultivares de trigo plantadas no Paraná mostra que, em 30 anos, os programas brasileiros de melhoramento genéti-
“Esses resultados representam que o melhoramento genético está funcionando” co conseguiram obter um crescimento de produtividade de 25% em média, o que corresponde a 700 quilos por hectare.
O pesquisador da Embrapa Soja, Manoel Bassoi, implantou experimentos, durante os anos de 2008 e 2009, nos municípios de Londrina, Ponta Grossa e Cascavel. Para o estudo, ele utilizou as cinco cultivares de trigo mais plantadas em cada década: 1970 a 1980, 1980 a 1990 e 1990 a 2000. “Esses resultados representam que o melhoramento genético está funcionando”, destaca. Segundo Bassoi, o foco da pesquisa foi avaliar o ganho genético das cultivares nesse período e não o ganho de produtividade da cultura, tendo em vista que existem outros aspectos que influenciaram o aumento de produtividade. O pesquisador ressalta que esses valores se referem apenas ao aumento do potencial produtivo. “É preciso enfatizar que não observamos outros ganhos, como os obtidos pela melhoria da
Safra Verão
Área de milho pode diminuir no PR Pedro Crusiol pedro@diadecampoonline.com.br
A colheita do milho safrinha está entrando na reta final no Paraná. Mais da metade dos 1,3 mi de ha semeados com milho no estado já foram colhidos. Este ano, a área plantada com a cultura sofreu uma redução de 10% em relação ao ano passado. Porém, com o clima favorável, esta segunda safra de milho deverá atingir 6,3 mi de toneladas, um crescimento de 41% em relação a 2009. Mas os produtores paranaenses estão desanimados com os preços baixos e devem reduzir ainda mais o plantio no verão. Hoje, a saca de 60 kg do milho comum é comercializada, em média, a R$ 14,42 no PR. O valor não cobre os custos de produção, estimados em R$ 21,72 a saca, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). O resultado disso pode estar na próxima
safra. Dados da consultoria Ag.Rural, sobre a intenção de plantio para o verão, mostram um aumento de 4,3% na área cultivada com soja no estado. Esse crescimento se dará principalmente pelo avanço da soja sobre as lavouras de milho. Para o presidente do Sindicato Rural de Londrina, Narciso Pissinatti, os problemas
“A tendência é que a área que hoje é de milho seja ocupada pelo plantio de soja” de comercialização do milho serão determinantes na decisão dos produtores. “É fato que temos um estoque muito alto de milho e os preços estão muito baixos. Então, para a nova safra de verão, esperamos ter uma área menor de milho. A tendência é que a área que hoje é de milho seja ocupada pelo plantio de soja”, explica.
O resultado do levantamento foi apresentado pelo pesquisador Manoel Bassoi (foto) durante dia de campo promovido pela Embrapa Soja sanidade das cultivares”, salienta. A pesquisa também apontou um aumento de 28% na qualidade do trigo produzido no Paraná, entre os anos de 2000 e 2010. De acordo com Manoel Bassoi, o valor de W, ou força de glúten, que determina a qualidade do trigo para a panificação, foi bastante superior na última década. “Isso reforça a importân-
cia dos programas de melhoramento genético”, enfatiza. O resultado desse levantamento foi apresentado no dia 18 de agosto em Londrina-PR, durante o dia de campo sobre a cultura do trigo promovido pela Embrapa, em parceria com a Fundação Meridional e o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
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Cafeicultura
Projeto transforma a cafeicultura em atividade empresarial O Projeto Gestão de Empreendimentos Rurais desenvolve a visão administrativa dos negócios nos cafezais
Felipe Teixeira felipe@diadecampoonline.com.br
Práticas adequadas de manejo associadas ao emprego de tecnologia na produção não são requisitos suficientes para garantir a sustentabilidade no disputado mercado do agronegócio cafeeiro. Além do domínio de práticas agrícolas consistentes, o produtor também precisa aprimorar a capacidade de administração e se adaptar ao novo modelo da cafeicultura empresarial. Com o intuito de complementar a formação dos cafeicultores, o Sebrae/PR, em parceria com a Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP) e o Sistema FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), ini-
Nos próximos meses, um grupo de 18 produtores se capacitará em gestão de empreendimentos rurais ciou o Projeto Gestão de Empreendimentos Rurais. “O objetivo é obter a certificação do café, comprovar a rastreabilidade e, por meio da padronização, agregar valor ao produto final na comercialização”, afirma Andréia Claudino, coordenadora estadual de Agronegócio do Sebrae/PR. Para organizar as etapas, os idealizadores visitaram as propriedades rurais e coletaram informações capazes de traçar o perfil de cada um dos participantes. Segundo a coordenadora, o grupo formado por 18 cafeicultores associados à ACENPP cumprirá, em oito meses, uma sequência de módulos relacionados à produção e à gestão. “Basicamente, o projeto é
composto de capacitação e consultoria. No curso de Gestão Rural, integrante da primeira etapa, os proprietários acompanhados pelo Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), no Paraná, realizarão um inventário a fim de revelar a viabilidade econômica da produção. Depois, no curso “De Olho na Qualidade Rural”, a ênfase recai sobre a organização, ou seja, a partir de metodologias voltadas às técnicas de higienização, o produtor avançará mais uma fase na obtenção da certificação. Certificação - Ao final de todo o processo, os técnicos visitarão novamente as propriedades inscritas. O parâmetro comparativo exige a melhoria de 70% em relação às condições iniciais para atingir a marca considerada satisfatória pelo projeto. Porém, este índice não é o bastante para obter a UTZ Certified, selo internacional de certificação que estabelece o padrão de produção responsável e origem do café. O grande desafio dos participantes do Projeto Gestão de Empreendimentos Rurais é preencher os 204 pontos de controle do selo. Os principais quesitos são: práticas agrícolas resultantes de economia eficiente; ações comprometidas com o trabalhador; e os recursos naturais que permitam a rastreabilidade do grão na cadeia de custódia (da origem ao consumo final). “Em países de primeiro mundo, a cafeicultura empresarial não é mais novidade. Lá, a certificação é sinônimo de condição para produzir. Com o projeto, a cultura de incrementar o processo produtivo e ampliar o comércio será introduzida aos poucos no Paraná”, explica Andréia. A expectativa do projeto, até o fim de 2010, é certificar pelo menos um sexto do grupo e superar a produtividade de 38 mil sacas de café.
Divulgação
Cafeicultores do Norte Pioneiro do Paraná utilizam os cafés especiais como matéria-prima para fazer da lavoura uma empresa rural
Mais sobre o projeto - O Projeto Gestão de Empreendimentos Rurais é uma iniciativa do Sebrae/PR em parceria com a Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP) e o Sistema FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná); Os módulos componentes do projeto abordam gestão rural, qualidade, mercado e comercialização, manejo e outros treinamentos técnicos. Ao final de cada fase, os participantes receberão consultorias individualizadas de especialistas. - Objetivo: obter a certificação, comprovar a rastreabilidade do café e, por meio da padronização, agregar valor ao produto final na comercialização; UTZ Certified: selo internacional de certificação que estabelece o padrão de produção responsável e origem do café. - Produtivo: em 2009, a produção do grupo foi pouco mais de 25 mil sacas de café, com a produtividade média de 18 sacas por hectare. Em 2010, o grupo deve superar 38 mil sacas, com produtividade média de 27 sacas por hectare. Fonte: Sebrae/PR
Mural Agrícola Bolsa de Cereais e Mercadorias de Londrina - Cotações do dia 30/08/2010 Produto Café - PR. Benefic. 60 Kg Safra 09/10 Feijão Carioca - T.1 60 Kg. Milho - 60 Kg
Soja - 60 Kg
Trigo - 60 Kg PH - 80
Tipo/Praça Londrina Tipo 6 Duro - B/C. Tipo 7 Riado - B/C. Tipo 7 S/D - B/C. Apucarana Ivaiporã Londrina Cascavel Maringá Ponta Grossa Cascavel Maringá Ponta Grossa Cascavel Maringá
Preços Máximo Mínimo 300,00 250,00 225,00 80,00 75,00 85,00 17,50 17,50 18,00 40,00 40,00 41,00 27,00 27,00
303,00 255,00 230,00 85,00 80,00 90,00 18,00 18,00 19,00 41,00 41,00 42,00 28,20 28,20
Cotação - Café - NY - em centaos de US$/libra - peso Fechamento Anterior Diferencial Fechamento Abertura Mês/Ano setembro - 10 dezembro - 10 março - 11
2,50 2,55 2,50
179,55 181,40 181,40
176,70 179,70 179,25
177,05 178,85 178,90
Mercado Firme Firme Firme Calmo Calmo Calmo Calmo Calmo Calmo Calmo Calmo Calmo Calmo Calmo Variação %
1,41 1,43 1,40
Fonte - CMA
OBS: Cafés que apresetarem gosto de terra, secador e aparência chuvada e barrenta, terão deságil compatível à incidência dos mesmos
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Divulgação
Agricultura
Deral estima que safra de trigo do Paraná será de 3,06 milhões de toneladas, um crescimento de 15% em relação a safra passada. (DC)
Literatura científica
Conhecimento direto da palha Prevista para dezembro, publicação do Iapar, com o selo da FAO, retoma a história do plantio direto no Brasil, com destaque para a evolução da mecanização no sistema Iapar / Divulgação
Flávio Augusto
diretas, por exemplo, foi desenvolvida no Brasil”, salienta. “A gente conta a história da evolução e, no final, procura fazer uma síntese dela, destacando os principais fatores que a determinaram. Isso é importante não só à África, mas também ao Brasil e a outros lugares do mundo, porque é uma discussão de um modelo de evolução tecnológica”, conclui Araújo.
flavio@diadecampoonline.com.br
Entender o contexto e os fatores que fizeram com que o plantio direto na palha (PD) desse tão certo no Brasil. Foi com esse propósito que, em maio de 2008, um grupo de empresários do leste africano – da Tanzânia e do Quênia, mais exatamente – veio ao Brasil. O intercâmbio possibilitou que eles tivessem um contato mais próximo com empresas brasileiras de máquinas para PD, especialmente para pequenas propriedades, além de outras tecnologias empregadas no sistema. O pesquisador da área de engenharia agrícola do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Augusto de Araújo, explica que
“O enfoque nas máquinas é interessante pelo Brasil ter sido pioneiro no desenvolvimento de tecnologia própria no setor” a visita, que durou aproximadamente duas semanas e culminou com um seminário envolvendo empresas brasileiras e africanas, fez parte de um projeto da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Segundo Araújo, o intuito era difundir a prática do plantio direto na África e estabelecer uma rede de contatos e troca de experiências entre as empresas do setor nos três países. “Isso visou fortalecer a cadeia produtiva e a disponibilidade de equipamentos para agricultura conservacionista na África”, frisa. O pesquisador afirma, ainda, que, para
1988: Pesquisador aposentado do Iapar, Ruy Casão foi o projetista da Gralha Azul e aparece ao lado de seu primeiro protótipo comercial. O projeto permitiu solucionar um grande problema: fazer o plantio direto com máquinas leves. Até hoje, os princípios da Gralha Azul são utilizados em vários modelos comerciais de semeadoras diretas para tração animal
subsidiar o seminário, o Iapar realizou um amplo levantamento, cujo resultado deve ser publicado até dezembro pelo Instituto, com o “selo” da FAO. No documento, está presente um histórico do plantio direto no Brasil, com ênfase na evolução e no desenvolvimento de máquinas específicas para a prática, que preza, sobretudo, pela conservação do solo e da água, mantendo em equilíbrio o sistema produtivo. “Havia um viés nessa publicação de contar a história toda, mas focar um pouco mais na mecanização”, diz Araújo. “Se você fizer um busca na internet ou em diferentes livros existentes no Brasil, de certa forma eles contam a evolução dos agricultores
pioneiros. Mas, na parte de mecanização, da evolução tecnológica das indústrias e dos projetos das semeadoras – o principal equipamento que se modificou na introdução do plantio direto -, há muito pouca informação disponível. Nós tentamos juntar um pouco isso”, completa o pesquisador. Para Araújo, o enfoque nas máquinas é interessante, também, pelo fato do Brasil ter sido pioneiro no desenvolvimento de tecnologia própria neste setor. “Muitas das tecnologias que foram importadas não deram certo aqui. É lógico: muitas serviram para inspirar adaptações por parte das indústrias, dos agricultores, mas praticamente toda a tecnologia em semeadoras
Consolidação e expansão do plantio direto - Além da mecanização do plantio direto, a publicação a ser lançada pelo Iapar em dois idiomas (português e inglês) trata, também, da evolução do próprio sistema. Articulador do Grupo de Plantio Direto do Instituto, o pesquisador Rafael Fuentes acredita que os três períodos característicos do PD no Brasil foram desenvolvidos com clareza no decorrer do texto. “O primeiro período foi durante os anos 70 - de 72 a 82 -, quando começaram as experiências pioneiras, a pesquisa iniciou os estudos do plantio direto como um sistema, mas era uma fase bem inicial”, conta Fuentes. De 1982 a 1992, lembra o pesquisador, “o período foi de muito trabalho de prancheta, por parte do setor público, privado, mormente o setor de máquinas”. Estudos foram intensificados em relação a novos processos, como herbicidas mais adequados ao manejo da cobertura de solos. “Quando tudo isso se ajustou, nos anos 90, a área sob plantio direto passou de 500 mil hectares para mais de 20 milhões de hectares, e, hoje, alcança em torno de 25 milhões de hectares. O período dos anos 80 e início dos 90 é o que chamamos de desenvolvimento do plantio direto”, destaca Fuentes. “Então, houve um período inicial, um período de desenvolvimento e um período de consolidação, quando o processo virtuoso já tinha funcionado”, afirma.
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Entressafra
Resistentes, porém domáveis Plantas daninhas resistentes a herbicidas estão na mira do “cuidado permanente” Dulce Mazer dulce@diadecampoonline.com.br
Nos últimos anos, o produtor rural conheceu a dificuldade de cuidar do solo na entressafra, manejando adequadamente as plantas daninhas resistentes a herbicidas. Hoje, baseando-se no acompanhamento profissional, no resultado obtido por meio de pesquisas e na melhoria dos produtos disponíveis no mercado, o produtor colhe os frutos do cuidado permanente. Comprovada por uma série de procedimentos científicos, a reincidência de plantas daninhas é um evento comum na entressafra. As plantas resistentes aos herbicidas como o amendoim bravo, o picão-preto, o capim amargoso, a buva e outras, podem causar grandes prejuízos ao produtor, como a necessidade de reaplicação de agroquímicos, aumento dos custos de produção e a interferência das plantas daninhas na cultura. Para o pesquisador da Embrapa Soja, Dionísio Luiz Pisa Gazziero, a incidência de plantas resistentes aos herbicidas é maior na região sul. O Brasil Central também apresenta o problema, porém, o número de espécies
A orientação é impedir a formação de bancos de sementes de plantas daninhas e a disseminação destas espécies e a distribuição são menores. De acordo com Gazziero, vários fatores contribuíram para o problema. “O uso contínuo dos mesmos produtos, os modelos das propriedades, o aluguel de máquinas, a biologia das espécies envolvidas e a falta de mecanismos de prevenção colaboraram na incidência de plantas resistentes”. A orientação do pesquisador é impedir a formação de bancos de sementes de plantas daninhas e a disseminação destas espécies. Outro cuidado que o produtor deve ter é observar a comunidade infestante como um todo, e não apenas um tipo de planta daninha. “O produtor precisa compreender que o problema da resistência é fruto do manejo inadequado”, afirma Gazziero. Além do controle químico, medidas como a limpeza de máquinas e equipamentos, rotação de culturas e uso de herbicidas com diferentes mecanismos de ação podem auxiliar no manejo, além de impedir que as infestantes se multipliquem, minimizando o problema. O cuidado maior com as plantas daninhas na entressafra reflete o esforço de cada produtor. As informações sobre o manejo adequado estão disponíveis a todos. Os profissionais da pesquisa foram a campo para, entre outros objetivos, disponibilizar o manejo adequado, levado ao produtor por meio da assistência técnica.
Dulce Mazer
Dulce Mazer
Baseado no acompanhamento profissional, no resultado obtido por meio de pesquisas e na melhoria dos produtos disponíveis no mercado, o produtor pode fazer o acompanhamento necessário e evitar grandes prejuízos; o agricultor Salvador Rico não descuida da lavoura: faz rotação de culturas, plantio direto, respeita o manejo adequado e sempre acompanha o desenvolvimento da plantação
Cuidado constante: “Não posso descuidar” O produtor Salvador Rico Filho, de Londrina–PR, é um exemplo de cuidado e atenção com as plantas daninhas. Ele cultiva 300 hectares com milho e lança mão de várias estratégias de manejo para evitar o problema. “Eu costumo fazer o controle em duas etapas. No preparo da área que vai receber a plantação, eu aplico meia dose do herbicida para diminuir a incidência e tam-
bém inibir o crescimento das ervas. Depois, dez dias antes do plantio, eu aplico a outra meia dose para eliminar o problema de vez”, explica. Há oito anos, Salvador adotou o sistema de plantio direto na palha e está satisfeito com os resultados. “Esse sistema é um aliado. Além das vantagens para o solo, fica mais fácil e barato para fazer o controle das invasoras.” O produtor também intercala as áreas de plantio para fazer a
“adubação verde” e melhorar a qualidade da lavoura. Em 20% da área ele faz rotação com soja, aveia ou nabo. Sempre com orientação técnica e atenção diária com a lavoura, o produtor garante que nunca teve problemas com ervas daninhas. “Eu procuro errar menos. Não posso descuidar. Estou sempre acompanhando a plantação e monitorando de perto a situação da minha área”. (Pedro Crusiol)
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Buva: planta de difícil controle Planta daninha que vem assustando os produtores, a Buva (Conyza sp) é uma espécie de entressafra que se desenvolve em áreas de pouca cobertura vegetal ou de pouca palhada, espalhando-se por meio de sementes que são carregadas com facilidade pelo vento. Essa espécie de planta daninha interfere na produção soja, preocupando pesquisadores, técnicos e produtores. Seu controle é muito difícil e caro, principalmente nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul. As primeiras infestações no estado do Paraná se deram no Oeste do estado e, desde Dionísio Gazziero / Arquivo DC
Campo Limpo: agricultura sustentável, natureza preservada A partir da intensificação do uso de agroquímicos, aumentam as preocupações ambientais. Com o objetivo de promover a conscientização sobre a preservação do meio ambiente para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, foi criado em 2005 o Dia Nacional do Campo Limpo, comemorado no dia 18 de agosto. Na sexta edição do evento, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) promoveu ações que envolveram mais de 120 mil pessoas em todo o país. Numa iniciativa do inpEV e de seus associados (fabricantes e comerciantes de defensivos agrícolas e entidades representativas do setor), o Dia Nacional do Campo Limpo é realizado pelas centrais de recebimento de embalagens vazias com o apoio do poder público nas esferas municipal e estadual e parceiros locais.
Dessa maneira, a Associação Norte Paranaense de Revendedores de Agroquímicos (Anpara) promoveu, no dia 27 de agosto, em comemoração ao Dia Nacional do Campo Limpo, um evento para apresentar as atividades desenvolvidas pela instituição nos últimos nove anos. O evento foi realizado na Unidade de Recebimentos de Embalagens Vazias de Produtos Fitossanitários da Anpara, em Cambé-PR. Segundo informações da Associação, mais de 96% das embalagens de produtos fitossanitários utilizados no Paraná são devolvidas pelos agricultores a unidades recebedoras, o que permite a reciclagem e a destinação correta destas embalagens. De acordo com o diretor da Anpara, Irineu Zambaldi, o objetivo do evento é mostrar os principais pontos de atuação da Anpara como, por exemplo, o destino que é dado a estas embalagens. (DM)
Divulgação
2009, a buva passou a infestar também a região central do país, o que exige a atenção continuada do produtor no sentido de buscar o melhor controle ao menor custo. Outro fator que vem preocupando os produtores é o fenômeno climático La Niña. Para a próxima safra, estão previstos períodos de estresse hídrico. O período de seca torna o controle das plantas daninhas mais difícil, pois diminui o metabolismo das plantas, reduzindo, com isso, a absorção e a translocação do herbicida, envolvidos no mecanismo de tolerância. (DM)
Planta daninha que vem assustando os produtores, a Buva é uma espécie de entressafra que se espalha com facilidade por meio de sementes carregadas pelo vento
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Opinião
Jojoba: algumas de suas múltiplas utilidades José de Gouveia* gouveia@sercomtel.com.br
A Jojoba, de nome técnico Simmondsia chinensis, é uma planta originária e nativa do sudoeste da América do Norte, dos desertos de Sonora e da baixa Califórnia, onde reinam temperaturas que vão de geadas até extremos de 45°C. Sua resistência à carência de umidade permite seu cultivo em áreas assemelhadas em outras partes do mundo, por isso já testada no Oriente Médio com bons resultados em Israel, Egito, Sudão, Arábia Saudita, Índia e outras áreas como Argentina, Chile e nordeste brasileiro. É planta perene e de grande longevidade, conhecendo-se exemplares com mais de dois séculos ainda em estado produtivo. Sobrevive em solos acidentados, pedregosos e salinos. Seu sistema radicular adaptado, em busca do lençol freático, na maturidade alcança mais de 15 metros de profundidade. É planta dióica, com pés femininos e masculinos, que só se permitem identificar após a primeira floração, que se dá aos 3 anos; por isso mesmo a sua multiplicação racional e econômica aconselha a clonagem por estacas
É planta perene e de grande longevidade, conhecendose exemplares com mais de dois séculos ainda em estado produtivo que, com aplicação de hormônio enraizador, terão aproveitamento de 100%. O plantio pode ser feito com densidade de 1.250 pés por hectare, com intervalos de 2 metros entre plantas e 4 metros entre as linhas, com disposição relativa ao vento predominante, que deve interferir na polinização das flores masculinas - 10% em direção das flores femininas, com 90% da população. A produtividade verificada em plantas adultas é de 10 kg por pé. Seu produto encapsulado é uma semente de 45 a 50% de óleo, também chamado de cera vegetal, assemelhado ao óleo de baleia antes bastante utilizado e ao qual veio a substituir. A torta restante é rica em proteínas e é utilizada para ração animal ou para adubação. Os indígenas a utilizavam até mesmo para alimentação humana. O óleo era usado pelas tribos nativas para amaciamento da pele e dos cabe-
Imagens: Divulgação
A planta sobrevive em solos acidentados, pedregosos e salinos; a produtividade verificada em plantas adultas é de 10 kg por pé los, razão de sua aplicação atual em cosmética e farmácia, o que faz atingir altos preços no mercado internacional. Suas características físico-químicas de suportar, sem oxidação, a altas temperaturas, o fez testar na lubrificação de máquinas e motores, resultando positivo para uso em até 100 mil quilômetros antes da troca. Pesquisadores brasileiros, desde a década de 1970 interessaram-se pela planta. ARAGÃO, R.G.M., pesquisador da Universidade do Ceará, estudou sistematicamente a planta na região de Tukson e escreveu, entre outros estudos, “A Cultura da JOJOBA no Nordeste do Brasil”. (Fortaleza BNB-ETENE, l982). Projeto de grande porte foi financiado pela SUDENE, naquela região, mas não prosperou por razões não técnicas e de difícil explicação. A Argentina assumiu a liderança mundial da produção de óleos, em especial na Província de La Rioja, onde empresas de capital israelense desenvolveram diversas fazendas e industrialização da jojoba, de onde exportam óleo, mas não as sementes. No Brasil, a disponibilidade do produto é rarefeita e as sementes podem ser conseguidas através da internet a preços acima de R$ 600 por kg. *Economista Rural – Pesquisador aposentado do IBGE/Londrina O conteúdo dos artigos de opinião é de inteira responsabilidade de seus autores e não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Dia de Campo.
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PorkExpo 2010 e V Fórum Internacional de Suinocultura, maior evento da suinocultura mundial, ocorre de 14 a 16 de setembro em Curitiba-PR. (DC)
Pecuária Divulgação
Febre aftosa
Paraná mantém vacinação contra febre aftosa Pedro Crusiol
Número de funcionários para realizar a fiscalização no estado é insuficiente; Paraná terá que aguardar até 2011 para tentar suspender a vacinação Mariana Fabre mariana@diadecampoonline.com.br
No dia 9 de agosto muitos pecuaristas paranaenses receberam uma notícia indesejada. O Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa) decidiu manter a vacinação contra a febre aftosa no estado. Falta de pessoal necessário para garantir fiscalização eficiente foi o principal fator que levou a essa decisão. De acordo com o chefe do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (DEFIS), Marco Antônio Teixeira Pinto, o estado vai continuar se preparando para suspender a vacinação. “O Paraná enfren-
“Sem a vacinação, é preciso ter um sistema de vigilância mais efetivo” tou algumas dificuldades para contratação de pessoal, uma das exigências que o estado tem que cumprir. Afinal, sem a vacinação, é preciso ter um sistema de vigilância mais efetivo”, explica. Segundo ele, os demais requisitos, como a questão estrutural, de materiais e equipamentos, foram cumpridos pelo estado. A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB) fez um con-
curso para a contratação de funcionários em 2006, mas apenas cerca de 130 técnicos atenderam ao chamado e estão trabalhando, o que ainda não é suficiente. Seria necessária a contratação de 68 veterinários, 297 técnicos agrícolas e 110 funcionários administrativos. O salário incompatível com os valores pagos atualmente no mercado de trabalho é um dos motivos apontados para a falta de candidatos interessados. Marco Antônio reforça que a suspensão da vacinação só vai ocorrer quando o Paraná criar as condições necessárias. A princípio, estão mantidas as campanhas de vacinação contra febre aftosa de novembro de 2010 e maio de 2011. Na campanha deste ano todo o rebanho bovino e bubalino do estado, composto por cerca de 9,8 milhões de animais, deve ser vacinado. Já a campanha de maio de 2011 será destinada a animais de até 24 meses. Para o diretor-presidente da Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte (ANPBC), José Antonio Fontes, essa foi uma decisão ponderada. “Todo pecuarista deseja ficar livre da aftosa sem vacinação, só que isso precisa ser feito dentro de um processo em que não haja retorno causado por algum problema”, opina. O Paraná não registra aftosa há cinco anos. Atualmente, apenas o estado de Santa Catarina é reconhecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como área livre da doença sem vacinação.
Na campanha deste ano, todo o rebanho bovino e bubalino do PR deve ser vacinado. Já em maio de 2011, apenas animais de até 24 meses
Sanidade
Londrina registra dois casos de raiva bovina Mariana Fabre mariana@diadecampoonline.com.br
Na primeira quinzena de agosto foram confirmados dois casos de raiva bovina em Londrina-PR, sendo um no distrito rural de Guaravera e o outro em Irerê. De acordo com a médica veterinária da Secretaria Estadual de Agricul-
“Os técnicos visitaram propriedades e orientaram os produtores a vacinarem os animais suscetíveis à doença” tura e Abastecimento (SEAB), Luci Léia de Oliveira Pedraça, depois do diagnóstico positivo feito no laboratório, a Secretaria montou seis equipes que percorreram um pe-
rímetro de 12 Km a partir da propriedade onde foi confirmada a doença. “Nesse percurso, os técnicos visitaram todas as propriedades e orientaram os produtores a vacinarem os animais suscetíveis”, explica. No mês de junho foram registrados seis casos de raiva bovina no município de SertanópolisPR. A médica veterinária argumenta que normalmente os produtores já reconhecem as marcas deixadas no gado pelos morcegos, bem como os sintomas da doença. Sendo assim, quando o animal adoece, eles comunicam a SEAB. “Esperamos o animal morrer para poder coletar o material e mandamos para o laboratório. Caso o produtor tenha entrado em contato com o animal, nós também o encaminhamos ao posto de saúde para tomar a vacina e soro”, esclarece. Segundo Luci Léia de Oliveira Pedraça, a vacinação contra raiva bovina não é obrigatória e, consequentemente, apenas uma minoria dos produtores aplica a vacina em seu rebanho.
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| Ano I - Edição 10 | Agosto, 2010 | Dia de Campo
Opinião
Profissionalização e formação acadêmica em Medicina Aviária no PR Ivens Gomes Guimarães* cimapar_uel@yahoo.com.br O Brasil é o maior exportador de carnes de aves e outros produtos derivados, sendo um dos três maiores produtores do mundo. O Paraná é o maior produtor e exportador do país. Fomentando a produção, diversificando-a, adequando os produtos aos mercados, agregando valor, com qualidade certificada, as empresas serão mais competitivas e se consolidarão. No mercado interno o consumo médio de carne de frango é de 42 quilos/per capita/ano e de ovos 127. Produção e Mercado de aves de corte - O Paraná tem 33 empresas entre abatedouros e Integrações Verticalizadas e mais sete de Reprodução e Incubação. Em 2009, foram produzidos 1,037 bilhões de pintos, 25,3% do país, e alojados 978,3 milhões para abate, 23,8% do total do país. Para a produção de pintos, foram alojadas, de janeiro a setembro, 8,400 milhões de matrizes de corte, 24% da produção brasileira. O abate, de janeiro a outubro, 1,045 bilhão de frangos e 12,092 milhões de perus. A exportação neste período foi de 748.069. 284 de quilos, receita de U$ 1.083.551.345. Em 2010, de janeiro a
O segmento avícola pode crescer muito, face à disponibilidade de espaço e recursos naturais abril, foram abatidas 433.864 milhões de cabeças e exportados 433.864 milhões de quilos, com receita de U$ 487.860 milhões. O abate de perus, no mesmo período, foi de 4.529 milhões de cabeças, com uma exportação de 8.864 milhões de quilos e receita de U$ 14,3 milhões. Produção e Mercado de ovos para consumo - A produção está em torno de 22,6 bilhões de unidades/ano. O Sudeste produz 35,5 milhões de caixas de 30 duzias, São Paulo 23 milhões e Minas 8,8 milhões. O sul 11.03 milhões, menos de 1/3 do sudeste. O Paraná é o terceiro com 4,8 milhões de caixas, seguido pelo Rio Grande do Sul com 4,4 milhões. O total da produção nacional é de 62,8 milhões de caixas. Interessante observar que a disponibilidade de alimentos-grãos no Paraná não influencia este setor, que tem potencial para aumentar a sua produção, como ocorre na avicultura para a produção de carnes. A exportação brasileira de ovos in natura e industrializados alcança 12.670.693 de caixas de 30 dúzias. Potencial, Demandas e Políticas - O Paraná superou Santa Catarina no valor das exportações de carnes em abril de 2010, porém exportou menos produtos de maior valor agregado. A tendência das empresas tem sido a de crescimento. No ano de 2006 o Paraná exportava
próximo de 331 milhões de quilos de carne de frango, com receita próxima de U$ 380 milhões, e em 2010, de janeiro a abril, exportou em torno de 434 milhões de quilos, ou seja, superou a marca de 2006 com 1/3 da produção anual e uma receita próxima de U$ 610 milhões. De toda carne de frango consumida no mundo, 45% é produzida no Brasil. O setor de postura comercial não tem a mesma progressão sócio-econômica, porém tem potencial em relação aos ovos de consumo, frescos e industrializados, e produtos derivados dos ovos tais como produção de insumos destinados a indústria de alimentos especiais nutricêuticos, com imunoglobulinas destinadas ao diagnóstico e/ou à proteção de enfermidades e à produção de vacinas para uso humano e animal, por exemplo. Opinião - Como se vê, todo este setor demanda atividades que vão desde as granjas até a mesa do consumidor, indústrias de alimentos, de produtos farmacêuticos e de insumos biológicos, como as vacinas. O segmento gera cinco milhões de empregos diretos e indiretos no país, principalmente em pequenas propriedades e pode crescer. A produção brasileira de grãos ocupa uma área de 47 milhões de hectares, sendo que o Brasil ainda tem uma reserva de 550 milhões de hectares. Da atual área plantada, 30 a 31% é ocupada pelo cultivo de soja e 30% pelo de milho, sendo 17 milhões de toneladas destinadas à avicultura. O segmento avícola pode crescer muito, face à disponibilidade de espaço e recursos naturais como água em abundância, além de alimentos estratégicos. Se faz necessário, também, disponibilizar aos empreendedores brasileiros mais mão de obra especializada em todos os níveis, ciência e tecnologia, como por exemplo no desenvolvimento de produtos adequados a traços culturais, principalmente ligados à culinária. O segmento avícola do estado demanda especialistas em Medicina Aviária, que não se restringe à sua formação apenas médica, mas também voltada à gestão e ao empreendedorismo para garantir a sustentabilidade da produtividade no setor, qualidade e sanidade de seus produtos. Várias estratégias poderiam ser utilizadas como a parceria das Instituições de Ensino Superior do Estado, na formação de Profissionais Especialistas. * Professor Doutor do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Universidade Estadual de Londrina (PR); Especialista em Medicina Aviária; Responsável Técnico do Centro de Investigação em Medicina Aviária do Paraná – UEL (CIMAPAR-UEL); Membro do Conselho Estadual de Sanidade Avícola; Ex Conselheiro do Comite Assessor de Sanidade Avícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento; Colaborador do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Chico Mendes, na elaboração de Programa de Conservação da Avefauna
O conteúdo dos artigos de opinião é de inteira responsabilidade de seus autores e não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Dia de Campo.
Pedro Crusiol
Demandas do setor no PR: O segmento avícola do Paraná demanda especialistas em Medicina Aviária, que não se restringe à sua formação apenas médica, mas também voltada à gestão e ao empreendedorismo para garantir a sustentabilidade da produtividade no setor, qualidade e sanidade de seus produtos
Dia de Campo | Agosto, 2010 | Ano I - Edição 10 |
Dulce Mazer
Vida Rural
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Promover os circuitos turísticos no campo foi o tema do 7º Encontro Regional de Turismo Rural, realizado em Rolândia-PR no dia 26 de agosto. (DC)
Eventos
Tecnologias levadas ao campo Durante os meses de julho e agosto foram realizados diversos dias de campo e eventos técnicos, com o objetivo de apresentar tecnologias da safra de inverno aos produtores Imagens: Pedro Crusiol
Sementes Mauá apresenta tecnologias para a cultura do trigo - Cerca de 120 agricultores estiveram reunidos no dia 12 de agosto, em Mauá da Serra-PR, para receber informações técnicas sobre cultivares de trigo recomendadas para os estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. O dia de campo apresentou novas tecnologias para a cultura do trigo e foi promovido pela Sementes Mauá, em parceria com Fundação Meridional, Embrapa, Iapar, Fundacep, Coodetec, Biotrigo e Bayer. (Mariana Fabre)
Dia de campo da Embrapa aborda nova classificação do trigo - No dia 18 de agosto foi realizado em Londrina-PR um dia de campo sobre a cultura do trigo. Promovido pela Embrapa, em parceria com a Fundação Meridional e o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), o evento teve início com a palestra “A Nova Classificação do Trigo: perspectiva da indústria”. Em seguida, foram realizadas, no campo, palestras técnicas sobre “Ganho Genético do Trigo”, “Cultivares de Trigo da Embrapa e seu Manejo” e “Cultivares de Trigo do Iapar e seu Manejo”. Durante o dia de campo, a Embrapa apresentou cinco cultivares de trigo altamente produtivas e com boa sanidade: BRS 208, BRS 220, BRS 229, BRS Pardela e BRS Tangará. (Mariana Fabre)
Integrada reúne 150 produtores em dia de campo - Promovido pela Cooperativa Integrada, em parceria com a Fundação Meridional, o dia de campo realizado no dia 11 de agosto, no município de Assaí-PR, contou com oito estações técnicas, sendo duas sobre a cultura do milho e seis sobre trigo. Aproximadamente 150 produtores estavam presentes no evento e receberam informações a respeito das características de algumas cultivares, como o potencial produtivo, a precocidade e a qualidade de grãos, além de aspectos como tolerância e resistência. (Mariana Fabre)
Bela Agrícola apresenta agricultura de precisão - A Bela Agrícola promoveu vários dias de campo nos meses de julho e agosto, nos quais apresentou tecnologias para as culturas de milho e trigo e reuniu um total de aproximadamente 1.300 produtores. No dia 4 de agosto, cerca de 150 agricultores da região de Bela Vista do Paraíso-PR, receberam orientações técnicas sobre agricultura de precisão, fertilidade de solo, agroecologia e também foram apresentados a novas variedades de milho. Além disso, para exemplificar o funcionamento da agricultura de precisão, foi realizada uma colheita in loco para mostrar os resultados de uma lavoura. (Mariana Fabre)
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Homenagem
Divulgação
Agenda
Confira os principais eventos agropecuários programados para os meses de agosto e setembro Expointer 2010 28 de agosto a 5 de setembro Esteio-RS (51) 3288-6223/ 3288-6225 www.expointer.rs.gov.br expointer@seapa.rs.gov.br
O objetivo do evento foi homenagear os agricultores pelo papel que desempenham na sociedade. O porco no tacho foi o prato principal da festa
2º Dia do Agricultor reúne mais de 500 produtores em Ibiporã Mariana Fabre mariana@diadecampoonline.com.br
Para homenagear os agricultores da região, a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento de Ibiporã, o Instituto Emater e o Sindicato Rural de Ibiporã,
2° Dia do Agricultor premiou os produtores que mais se destacaram na colheita da safra de verão promoveram, no dia 31 de julho, o 2º Dia do Agricultor. O evento, que reuniu mais de 500 agricultores, foi realizado com o objetivo de parabenizar os produtores rurais pelo
papel que desempenham na sociedade. O porco no tacho foi o prato principal da festa. Além disso, as autoridades presentes aproveitaram a ocasião para premiar os agricultores que mais se destacaram na colheita de soja na safra de verão, por meio do Concurso de Prevenção de Perdas na Colheita 2010. O chefe do Escritório Regional do Emater, Ildefonso Hass, comentou sobre os resultados positivos da campanha de redução das perdas em Ibiporã, com base nos procedimentos técnicos indicados pelo Emater. O percentual de perdas caiu pela metade do ano passado para este ano, passando de 0,62 sacas por hectare em 2009 para 0,34 sacas por hectare em 2010. Redução das perdas na colheita em Ibiporã: - Safra 2009 – 37,27 kg/ha = 0,62 sc/ha - Safra 2010 – 20,70 kg/ha = 0,34 sc/ha
XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo 28 de agosto a 2 de setembro Goiânia-GO (31) 3027-1186 abms@cnpms.embrapa.br
Seminário Estadual de Uso, Manejo e Conservação de Solos e Água 3 de setembro Campo Mourão-PR
Expo AgroRevenda 2010 13 e 14 de setembro Limeira-SP (11) 5683-2717 www.expoagrorevenda.com.br atendimento@agrorevenda.com.br
3ª InterConf - Conferência Internacional de Confinadores 14 a 16 de setembro Goiânia-GO (11) 3467-5362 www.interconf.org.br/ interconf@assocon.com.br
FertBio 2010 20 a 24 de setembro Guarapari-ES (31) 3899-2471 sbcs.solos.ufv.br/solos/visao/verEvento.php sbcs@ufv.br
III Curso de pagamento por serviços ambientais e preservação de nascentes e corpos d’ àgua 21 a 24 de setembro Extrema-MG
XXIII Congresso Brasileiro de Entomologia 26 a 30 de setembro Natal-RN