Jornal Dia de Campo - junho de 2010

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Ano I - Edição 8 | Junho, 2010 | Distribuição gratuita

jornal

Dia de Campo

®

O meio rural com informações produtivas

Brasil contra a ferrugem asiática Começa o vazio sanitário da soja em vários estados brasileiros. Em vigor no Paraná até o dia 15 de setembro, medida auxilia o combate à ferrugem asiática, além de reduzir custos com a aplicação de fungicidas

Foto de Capa: Pedro Crusiol

Pág. 6e7

Governo anuncia Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011

Pág. 3

Cuidados na produção garantem qualidade ao frango de corte

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Formas do campo: Esculturas retratam beleza da zona rural paranaense

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| Ano I - Edição 8 | Junho, 2010 | Dia de Campo

Editorial

Chega de doença. Vamos nos prevenir Vazio Sanitário da Soja entra em vigor no Paraná e fortalece o combate à ferrugem asiática Ninguém gosta de ficar doente. Quando isto acontece, todas as providências logo são tomadas a fim de que o problema seja resolvido o quanto antes. Para isso, os médicos, postos de saúde, medicamentos, naturais ou não, somam um conjunto de ações para que os males sejam eliminados de vez. Os cidadãos mais precavidos estão sempre de “olho vivo” e “orelha em pé”, cuidando para evitar a gravidade de muitas doenças, neles ou em suas famílias, ou seja, resguardando-se dos riscos de contaminação por meio de vacinas periódicas e atendimentos às diversas campanhas de saúde. Pois é, no campo as lavouras também padecem de muitas doenças, correndo o

risco de serem prejudicadas por força de pragas que estão por aí atacando, em grande escala, as plantações, causando enor-

Hoje, uma das inúmeras e gravíssimas doenças é a ferrugem asiática da soja. Trata-se de um fungo destruidor, e muito perigoso mes prejuízos aos seus proprietários e, por conseqüência, à toda humanidade, que depende dos alimentos produzidos para sobreviver.

Hoje, uma das inúmeras e gravíssimas doenças é a ferrugem asiática da soja. Trata-se de um fungo destruidor, e muito perigoso. No último dia 15 de junho, teve início, pela terceira vez, em todo o estado do Paraná, o já conhecido VAZIO SANITÁRIO DA SOJA. Você sabe muito bem que o vazio sanitário é uma medida importante tomada pelo governo do estado para combater a ferrugem asiática, eliminando o hospedeiro, ou seja, o fungo causador da doença. A ferrugem asiática da soja provoca a queda das folhas e prejudica a formação dos grãos. Isto significa, caro produtor, uma queda violenta na sua produtividade, isto é,

um prejuízo econômico muito grande. Então é o seguinte: você deve eliminar toda a soja que restou no campo o quanto antes; assim você só ganhará na próxima safra, gastando bem menos com aplicação de fungicida. Ajude a evitar ao máximo as plantas vivas de soja, em áreas cultivadas, restevas, parques, instalações de armazenamento, comércio e industrialização, praças, e até mesmo aquelas plantas germinadas de grãos caídos durante o transporte, tanto nos carreadores como nas rodovias próximas à sua propriedade. Portanto, não se esqueça: o VAZIO SANITÁRIO vai até o dia 15 de setembro. É isso aí. Fique esperto e colabore!

Foto do Campo

Carta do Leitor

Criação de Ovinos Prezados editores do dia de Campo, é um prazer muito grande receber o Jornal Dia de Campo. Tenho um pequeno sítio na região de Tamarana, onde mantenho algumas criações e plantações. As informações passadas pelo jornal são muito importantes. Gostaria de receber algumas sobre criação e manejo de ovinos em pequena propriedade. Atenciosamente, Gervásio Potasio Olivato, produtor rual (Tamarana-PR) Olá Gervásio! Conforme informações da Embrapa, o requisito básico para iniciar uma criação de ovinos é a definição de objetivos: antes de tudo, o criador precisa saber se pretende produzir reprodutores, carne, lã, pele ou leite, considerando, também, a infra-estrutura disponível (instalações, estradas, mercado e indústria processadora), bem como tipos de solo e ambiente (clima e topografia). A ideia é escolher a raça que irá se adaptar melhor aos seus objetivos, já que há raças com diferentes aptidões produtivas e exigências quanto ao ambiente. Já o manejo eficiente começa pelo treinamento dos tratadores, que devem estar aptos a cuidar dos animais. Além dos tratadores, há necessidade de instalações adequadas (aprisco, currais e piquetes), bem fechadas, para evitar riscos de perdas de animais, equipamentos, medicamentos e alimentação. Muito obrigado pelo contato e esperamos ter ajudado. Mais informações, você pode encontrar no endereço eletrônico: www.cnpc.embrapa.br

Interatividade no Campo Há alguns dias, no Sindicato Rural de Cambé, peguei a última edição do jornal Dia de Campo e eu e meu pai, ambos agricultores, gostamos muito da publicação. Vimos na primeira página este contato de vocês e gostaríamos de saber se é possível mandar em nosso endereço as próximas edições. Desde já agradeço!!! Moacir Mologni, produtor rural (Cambé-PR) Olá Moacir! Ficamos muito felizes pelo seu interesse em receber o Jornal Dia de Campo. Muito obrigado! Comunicamos que a próxima edição do jornal será enviada ao endereço informado. Esperamos poder contar com seus comentários e sugestões, bem como os de toda a sua família, para que o Dia de Campo fique a cada dia melhor! Grande abraço!

Envie suas dúvidas, opiniões e sugestões para o Dia de Campo. E importante: mande também o seu nome completo, profissão e cidade onde vive. O Dia de Campo agradece a atenção e garante que fará o máximo para atender o maior número possível de leitores. O Dia de Campo poderá editar ou publicar, apenas, trechos das mensagens. contato@diadecampoonline.com.br

Foto enviada por Mariana Matias (Londrina-PR) A timidez do bezerrinho não foi maior do que a sua curiosidade. O resultado foi este belo “clique” da jornalista Mariana Matias. A fotografia foi feita no município de São Roque de Minas-MG e teve como cenário a bela Serra da Canastra Envie sua foto e faça parte, também, do Dia de Campo: contato@diadecampoonline.com.br

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Frase

!

“Antes de apoiar e tomar medidas, temos que ter a certeza de que os impactos econômicos e técnicos serão favoráveis ao produtor rural” Gustavo de Andrade e Lopes, presidente da SRP, sobre o campanha para tornar o Paraná livre da febre aftosa sem vacinação

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Expediente

Av. São João, 1095, sala 4, Londrina-PR (43) 3337-0873 www.diadecampoonline.com.br contato@diadecampoonline.com.br Jornalista responsável: Lino Tucunduva Neto (MTb: 1307-SP) Reportagem e edição: Dulce Mazer, Felipe Teixeira, Flávio Augusto, Mariana Fabre e Pedro Crusiol Projeto gráfico e diagramação: Flávio Augusto O Jornal Dia de Campo é uma publicação mensal da DC Comunicação e Editora Jornalística Ltda. CNPJ: 10.937.352/0001-21


Dia de Campo | Junho, 2010 | Ano I - Edição 8 |

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As exportações do agronegócio totalizaram US$ 7,20 bilhões em maio, resultado 19,7% superior ao registrado no mesmo mês de 2009. (DC)

Agronegócio Gabriel Olivera / Divulgação

Safra

Governo anuncia Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011 Dulce Mazer

Produtores terão R$100 bilhões para financiar a próxima safra. Valor é 7,4% superior aos R$92,5 bilhões do ano anterior Pedro Crusiol pedro@diadecampoonline.com.br

Os agricultores brasileiros contarão com mais recursos para financiamento da próxima safra. O Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011, divulgado no último dia 7 de junho pelo Ministério da Agricultura, Pecuária

O Paraná é responsável por 20% da produção nacional de grãos e deverá receber 15% do total dos recursos e Abastecimento vai disponibilizar, ao todo, R$ 116 bilhões para a agricultura brasileira. Deste total, R$ 100 bilhões serão destinados para a agricultura comercial e R$ 16 milhões irão para a agricultura familiar. As taxas de

juros dos financiamentos foram mantidas e continuarão em 6,75%. O custeio e a comercialização são o principal destino dos recursos: R$ 75 bilhões, 14% a mais que em 2009/2010. Um dos destaques do plano é a criação do programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que terá R$ 2 bilhões para financiamento de tecnologias na lavoura que reduzam a emissão de gases de efeito estufa, como o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Outro destaque é a ampliação de prazo para pagamento em doze anos do financiamento de armazéns para produtores. Porém, mesmo com um volume maior de recursos, lideranças do agronegócio paranaense acreditam que os valores são insuficientes para agricultura no estado. O Paraná é responsável por 20% da produção nacional de grãos e deverá receber 15% do total desses recursos. De acordo com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), o crédito disponível para custeio, no Brasil, cobre apenas 25% da demanda do campo. Além disso, existe um grande endividamento dos produtores, o que dificulta o acesso ao crédito.

Os recursos para custeio e a comercialização da safra serão de R$ 75 bilhões, 14% a mais que no ciclo anterior

Evento Técnico

Tecnologias para a produção de trigo e triticale Mariana Fabre mariana@diadecampoonline.com.br

Com o objetivo de coordenar e promover a geração e a difusão de conhecimentos e tecnologias para a cadeia produtiva do trigo e do triticale, será realizada a IV Reunião da

As inscrições antecipadas podem ser feitas até o dia 19 de julho no site do evento Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (IV RCBPTT). O evento será promovido entre os dias 26 e 29 de julho, em Cascavel-PR, sob a coordenação da Cooperativa Central

de Pesquisa Agrícola (Coodetec). A palestra de abertura será proferida pelo ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stefanes, que irá abordar o tema “Política agrícola para o agronegócio do trigo no Brasil”. A Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e de Triticale (CBPTT) reúne, anualmente, instituições de pesquisa e de apoio que desenvolvem atividades de assistência técnica, extensão rural, economia de produção e outros segmentos da cadeia produtiva do trigo e do triticale no país. O prazo final para submissão de trabalhos é dia 10 de julho e as inscrições antecipadas podem ser feitas até o dia 19 de julho no site do evento. Para mais informações, acesse o site www.coodetec.com.br/reuniaotrigo/ Serviço - Local: Associação Atlética Coopavel; BR - 467, Km, 106; Cascavel - PR.


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Entrevista

Gustavo Andrade e Lopes é o novo presidente da SRP O engenheiro agrônomo, que assume o cargo pelos anos 2010-2011, vai buscar a interlocução entre governos e produtores rurais SRP / Divulgação

Mariana Fabre mariana@diadecampoonline.com.br

No último dia 10 de junho, o engenheiro agrônomo Gustavo Andrade e Lopes tomou posse como novo presidente da Sociedade Rural do Paraná (SRP) para o biênio 2010-2011. Gustavo Lopes foi eleito em assembléia realizada no dia 29 de maio, durante a eleição da nova diretoria executiva, do conselho de administração, conselho fiscal e técnico. O novo presidente já fazia parte da última diretoria da SRP, na qual exercia a função de diretor administrativo financeiro. Em entrevista ao Jornal Dia de Campo, ele destaca as metas e expectativas da nova diretoria da Sociedade Rural do Paraná. Jornal Dia de Campo: Quais serão as principais diretrizes da Sociedade Rural do Paraná a partir de sua gestão?

“As nossas diretrizes serão uma sequência das diretrizes que acompanharam essas últimas gestões” Gustavo Andrade e Lopes: As nossas diretrizes serão uma sequência das diretrizes que acompanharam essas últimas gestões. Basicamente, a busca pela interlocução entre os governos federal, estaduais e municipais junto à classe de produtores rurais. Buscando, obviamente, atender todos os seus desejos, as suas necessidades e as suas prioridades, em diversos assuntos que envolvem a questão agrícola hoje. JDC: Nós podemos afirmar que o principal foco da Sociedade Rural do Paraná em 2010 será a busca pelo status de es-

tado livre da febre aftosa sem vacinação pelo Paraná? GAL: Esse é um aspecto que não envolve apenas o estado do Paraná, mas é um assunto hoje de importância nacional. A grande questão nesse sentido é que nós temos que avaliar muito bem os impactos, tanto técnicos com relação à possibilidade de trazer a segurança sanitária e a garantia de que isso não vai interferir, em momento algum, com riscos de qualquer ocorrência dentro do estado, mas também os aspectos econômicos e de impacto econômico que envolvem essa medida única do Paraná, uma medida pioneira. Nós temos que avaliar o pioneirismo nesse sentido, qual o reflexo econômico que isso representará para o estado do Paraná e, principalmente, para o produtor rural. Antes de apoiar e tomar medidas nesse sentido, temos que ter a certeza de que os impactos econômicos e técnicos serão favoráveis ao produtor rural. JDC: Em sua opinião, quais serão os principais desafios desse cargo? GAL: Como a SRP é uma entidade de 64 anos que foi presidida e dirigida por um grupo de diretores e presidentes de destaque, o grande desafio é poder corresponder à altura do nível de exigência que os sócios da Sociedade Rural do Paraná têm em relação aos seus presidentes e às suas diretorias. Eles realmente buscam ter um presidente que tenha um posicionamento com relação aos assuntos de interesse da classe e que também faça um papel adequado na administração da entidade. JDC: Quais as suas expectativas e metas como presidente da Sociedade Rural do Paraná? GAL: As metas têm que ser construídas de acordo com uma conversa mais próxima aos associados. Nós vamos buscar o diálogo e entender exatamente quais são os desejos prementes e urgentes que eles têm, e então vamos elencar tudo isso e discutir dentro do plano que estamos desenvolvendo.

O engenheiro agrônomo Gustavo Andrade e Lopes é o novo presidente da Sociedade Rural do Paraná para o biênio 2010-2011 Mural Agrícola Bolsa de Cereais e Mercadorias de Londrina - Cotações do dia 01/07/2010 Preços Tipo/Praça Produto Mercado Máximo Mínimo Londrina Café - PR. Benefic. 60 Kg Safra 09/10 Feijão Carioca - T.1 60 Kg. Milho - 60 Kg

Soja - 60 Kg

Trigo - 60 Kg PH - 80

Tipo 6 Duro - B/C. Tipo 7 Riado - B/C. Tipo 7 S/D - B/C. Apucarana Ivaiporã Londrina Cascavel Maringá Ponta Grossa Cascavel Maringá Ponta Grossa Cascavel Maringá

275,00 240,00 205,00 110,00 110,00 90,00 15,00 15,00 15,50 35,00 35,00 36,00 24,00 24,00

280,00 245,00 210,00 120,00 120,00 95,00 15,50 15,50 15,80 35,50 35,50 36,50 24,60 24,60

Cotação - Café - NY - em centaos de US$/libra - peso Fechamento Anterior Diferencial Fechamento Abertura Mês/Ano julho - 10 setembro - 10 dezembro - 10

2,00 2,40 2,60

166,20 168,25 168,65

164,30 165,45 165,15

164,20 165,85 166,05

Calmo

Calmo

Calmo

Calmo Calmo Variação %

1,22 1,45 1,57

Fonte - CMA

OBS: Cafés que apresetarem gosto de terra, secador e aparência chuvada e barrenta, terão deságil compatível à incidência dos mesmos


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Vanderlei Camargo / Divulgação

Agricultura

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, a colheita de milho safrinha alcançou 6% da área plantada no estado. (DC)

Pesquisa

De olho no dragão

Fruto afetado pela doença, que se espalha pelo pomar com bastante rapidez

Divu lgaçã o

Paraná se destaca no combate ao greening, doença grave que compromete as plantas de citros; trabalho preventivo alimenta boas perspectivas para a citricultura no estado Flávio Augusto flavio@diadecampoonline.com.br

Greening, HLB, doença do dragão amarelo. Os nomes são muitos, assim como os prejuízos que essa doença pode trazer. Causado por uma bactéria, que ataca as plantas de citros, o greening se espalha pelo pomar com bastante rapidez, através da ação de insetos vetores. Os sintomas típicos são árvores com folhas amareladas e deformações nos ramos e frutos. Quando a doença é diagnosticada, o produtor deve eliminar as plantas afetadas, já que ainda não existe cura para a doença e nem variedades resistentes a ela. Para tentar combater esse mal, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) busca entender o processo de manifestação do greening desde o início. “No laboratório de biotecnologia do Iapar, nós estudamos a biologia do processo, tentamos entender como a planta responde ao ataque desse

“Esse trabalho tenta ajudar na superação dessa doença [greening], que é o maior risco que existe atualmente”

patógeno. A estratégia é, depois de entendermos, passar a usar isso na construção de plantas transgênicas, atividade que já fazemos desde o final da década de 90”, explica o pesquisador do Instituto, Eduardo Fermino. Segundo ele, há cerca de 30 mil ha plantados com citros no Paraná, o que é pouco se comparado aos 500 mil ha cultivados em São Paulo, maior produtor nacional. Ainda assim, o pesquisador salienta que as perspectivas para a citricultura paranaense são muito boas. “O Paraná tem potencial para se tornar um grande produtor mesmo, atrás somente de São Paulo. A atividade citrícola é muito importante aqui

No PR, há cerca de 30 mil ha plantados com citros. Mas, para o pesquisador do Iapar, Eduardo Fermino, a atividade citrícola ainda pode crescer muito no estado no estado, mas tem um potencial para crescer muito mais, pois há condições de clima e de solo para se produzir tanto para o mercado de fruta fresca, como para a indústria. E esse trabalho tenta ajudar na superação dessa doença [o greening], que é o maior risco que existe atualmente”, diz. Fermino conta que a ocorrência do greening nos pomares paranaenses ainda é pequena e elogia o trabalho de combate à doença, que tem sido feito pelos órgãos da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento do Paraná. De acordo com o pesquisador, tais medidas preventivas e os estudos desenvolvidos pelo Iapar são essenciais no processo de expansão da citricultura no estado. “Isso precisa ser feito e está sendo feito a todo vapor aqui no estado, felizmente. Onde não houve esse trabalho, a situação é um desastre. Há várias regiões no sul e no leste da Flórida (EUA), e na parte central do estado de São Paulo, que estão sofrendo muito com essa doença. A nossa expectativa é de que isso não ocorra aqui no Paraná, dando continuidade a essas medidas que a defesa vegetal tem preconizado aqui no estado”, conclui Fermino.

Dulce Mazer


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Reportagem de Capa: Soja

Começa o vazio sanitário no Paraná Medida aliada a outras estratégias de manejo permite controle da ferrugem asiática e menor custo de aplicação de fungicidas Dulce Mazer

Pedro Crusiol

dulce@diadecampoonline.com.br

Pelo terceiro ano consecutivo, o vazio sanitário da soja entrou em vigor no Paraná. De 15 de junho a 15 de setembro é proibido manter viva qualquer planta de soja nas lavouras do estado. Também é preciso eliminar toda a soja voluntária, originária dos grãos caídos no solo no momento da colheita ou durante o transporte. Anunciado pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Erikson Chandoha, no dia 14 de junho, o vazio pode reduzir a quantidade de esporos do fungo causador da doença durante a entressafra e, assim, inibir o avanço precoce da soja. “O alerta é importante para todo o setor. O produtor deve eliminar a soja que sobrou no campo o quanto antes. Se não houver soja no campo, o fungo não terá hospedeiro e o produtor ganhará com a aplicação de menos fungicidas na próxima safra de verão”, advertiu o secretário.

Em condições propícias de temperatura, por volta de cinco dias após a penetração dos fungos, é possível visualizar os primeiros sintomas da doença

Dulce Mazer

Estratégia no manejo da ferrugem asiática da soja, o vazio reduz a quantidade de esporos no ambiente durante a entressafra Por causa da rápida disseminação e da capacidade destrutiva, a ferrugem asiática ainda é a principal doença da soja, não sendo transmitida, entretanto, por sementes. O fungo causador da ferrugem, o Phakopsora pachyrhizi, tende a se instalar na época do florescimento da soja, pois se trata de um parasita que sobrevive na planta viva. O ciclo da doença se inicia com a disseminação, pelo vento, de esporos produzidos nas plantas que serviram como hospedeiras na entressafra. Eles se depositam sobre as folhas da soja e, caso as condições estejam favoráveis e a temperatura entre 18° C e 26° C, os esporos germinam, o fungo penetra na folha diretamente, rompendo a epiderme, e começa a colonizar os tecidos dela. Por volta de cinco dias após a penetração do fungo na planta, é possível visualizar os primeiros sintomas da doença, que são os pontos escurecidos, vistos mais facilmente olhando a folha contra um fundo claro. Entre quatro e seis dias a mais, aparecem as saliências e novos esporos começam a ser liberados. Quando o ciclo da cultura chega ao fim, o fungo passa a sobreviver nas plantas voluntárias ou

“O controle químico deve ser feito preventivamente ou logo aos primeiros sintomas, para uma menor evolução da ferrugem asiática”, afirma o pesquisador Rafael Soares

outros hospedeiros. A soja infectada apresenta desfolha precoce, o que impede a formação completa dos grãos e redução da produtividade. A pesquisadora da Embrapa Soja, Claudine Dinali Seixas, ressalta a importância do vazio para a descontinuidade do ciclo da ferrugem e o seu controle, considerando a aplicação de fungicidas como o último recurso para o manejo da doença. “O benefício que se espera é o atraso na ocorrência da doença na safra subseqüente. É uma forma de eliminar a ponte verde. Sem hospedeiros no campo, a quantidade de esporos será menor”, destaca. Para eliminar as plantas voluntárias, o produtor deve fazer o manejo pós-colheita com a aplicação de herbicidas recomendados ou pela retirada das plantas, por meio do controle mecânico ou capina manual. Um dos produtos mais usados na dessecação é o glifosato, mas os produtores que semeiam soja RR precisam buscar herbicidas alternativos a ele para eliminar a soja voluntária. O agricultor que não semear trigo ou milho na sucessão da soja deve optar por culturas de cobertura, respeitando as características de cada região. O importante é não deixar o solo em repouso, pois uma área sem cultura estabelecida facilita o aparecimento de plantas daninhas ou mesmo da soja voluntária.


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Mário Vendramini / Divulgação

Até o dia 15 de setembro é proibido manter viva qualquer planta de soja nas lavouras paranaenses

Dulce Mazer

Cultivares precoces, monitoramento da lavoura e controle químico complementam o manejo da ferrugem Especialistas do Consórcio Antiferrugem, uma rede de monitoramento da doença, estimam que ela pode ter causado um prejuízo de mais de US$13 bilhões para o agronegócio brasileiro. A união de formas de manejo contra a ferrugem asiática é essencial para a produtividade da soja paranaense. A utilização de antifúngicos ainda é o principal método para o controle da ferrugem da soja. O pesquisador da Embrapa Soja, Rafael Soares, salienta a importância do monitoramento da lavoura e da pulverização de fungicidas para o controle da doença. “O controle químico deve ser feito preventivamente ou logo aos primeiros sintomas, para uma menor evolução da ferrugem asiática”, diz Soares. Nova cultivar - Além do controle químico, da época de semeadura e do monitoramento da lavoura, existem outras medidas que podem minimizar o impacto da ferrugem, como o uso de cultivares de ciclo precoce. Em 2009, a Embrapa e seus parceiros apresentaram a cultivar BRSGO 7560 que, por apresentar

Claudine Seixas: “Todas as medidas são importantes para o controle da doença. Com o vazio, tenta-se reduzir a quantidade de esporos no ar; o fungicida é a última estratégia”.

Programa nacional de Controle da Ferrugem Asiática completa três anos O vazio é uma estratégia adicional no manejo da ferrugem asiática da soja e, neste ano, estará em vigor em nove estados brasileiros. Esse período, que varia de 60 a 90 dias, foi estabelecido considerando que o tempo máximo de viabilidade de esporos do fungo, que é de 55 dias. Em 2006, a medida foi instituída nos estados de Mato Grosso, de Goiás e do Tocantins. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Soja, Claudine Dinali Seixas, “logo no primeiro ano da adoção do vazio no Mato Grosso, observou-se um atraso significante na incidência da doença no estado”. Em 2007, o MAPA instituiu o Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS), no qual ficou estabelecido que os estados deveriam criar seus Comitês Estaduais de Controle da Ferrugem Asiática da Soja e que as instâncias intermediárias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) em cada estado deveriam estabelecer um calendário de semeadura de soja, com

um período de, pelo menos, 60 dias sem a presença de plantas cultivadas ou voluntárias. Na entressafra de 2007, essa medida foi instituída para os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Maranhão, Bahia, Distrito Federal e Minas Gerais. Neste ano, Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e Rondônia ficam proibidos de manter soja no campo até dia 15 de setembro. Na maioria dos demais estados produtores, o vazio sanitário começa dia 1º de julho, exceto no Maranhão e na Bahia, onde o vazio sanitário começará somente em 15 de agosto. A medida reflete diretamente na redução de custos de produção. Na região oeste do Paraná, onde o plantio é precoce, os produtores conseguiram diminuir a aplicação de fungicidas. “Todas as medidas são importantes para o controle da doença. Com o vazio, tenta-se reduzir a quantidade de esporos no ar. O fungicida é a última estratégia”, completa a pesquisadora Claudine Seixas. (DM)

ciclo precoce e gene de resistência à doença, pode complementar o seu manejo. Como a BRSGO 7560 apresenta resistência vertical à ferrugem asiática, a cultivar está sujeita à quebra dessa resistência devido à variabilidade genética do fungo Phakopsora pachyrhizi. Por isso, o seu uso não exclui a necessidade do produtor seguir as atuais recomendações técnicas para o controle da doença. O pesquisador da Embrapa Soja, Carlos Arrabal Arias, lembra que o uso da cultivar é eficaz no apoio ao manejo da ferrugem. “O material está sendo registrado para Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Nessas regiões o agricultor vai perceber qual a melhor forma de manejar a cultura, sempre considerando que o controle químico vai fazer parte desse manejo. Não é possível utilizar apenas o material resistente para resolver o problema da ferrugem”, concluiu Arrabal. O ciclo precoce possibilita a semeadura de culturas em sucessão, principalmente o cultivo de milho safrinha. As sementes da BRSGO 7560 estarão à disposição dos produtores na safra 2010/2011. (DM)


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Opinião

Plantio direto Divulgação

Por Matheus Dalsente Krause* mtsmdk01@yahoo.com.br

O plantio direto é um sistema diferenciado de manejo de solo, que visa diminuir o impacto das máquinas diretamente no solo, deixando acumular palhada na superfície agricultável

A década de setenta foi marcada, no Brasil, por um período de ditadura militar, onde os Generais Emílio Médici e Ernesto Geisel foram os presidentes do país. As inúmeras transformações foram constantes, sendo nessa fase a criação do Pró-álcool. Juntamente com os investimentos movidos pela cana-de-açúcar, uma técnica de manejo de solo, chamada Sistema de Plantio Direto (SPD), foi adotada, primeiramente, pelos agricultores da

Atualmente, o SPD ocupa uma área de mais de 90 milhões de hectares cultivados em todo o mundo região Sul, para controlar a erosão nas lavouras cultivadas com trigo e soja. O plantio direto é um sistema diferenciado de manejo de solo, que visa diminuir o impacto das máquinas diretamente no solo, deixando acumular palhada na superfície agricultável. Atualmente, o SPD ocupa uma área de mais de 90 milhões de hectares cultivados em todo o mundo. No entanto, antes da total implantação do sistema nessas áreas, se tornou necessária a sistematização da lavoura, ou seja, retirar sulcos, depressões, curvas de nível, ou qualquer outro obstáculo, resultando no livre tráfego de máquinas na lavoura. O manejo da fertilidade do solo é

indispensável para o sucesso da atividade. É recomendável efetuar a análise de solo anualmente, na entre-safra, período compreendido entre uma e outra safra de verão, para que, após o resultado, as necessidades minerais e a acidez (a calagem geralmente é feita de três em três anos) sejam corrigidos. Um solo ideal é formado por: 45% de fragmentos de rochas, 25% de água, 25% de ar, 4% de matéria orgânica, 0,5% de nutrientes e 0,5 de microorganismos. Contudo, para que esses fatores sejam preservados, com o passar dos anos, é

necessário descompactar o solo com grades e arados. Normalmente, a camada compactada de um solo situa-se na profundidade de 7 a 25 cm, onde o desenvolvimento radicular das culturas anuais ocorre. Além das características químicas, físicas e biológicas do solo, o planejamento de um sistema de rotação de culturas é indispensável para preservação adequada do mesmo, assumindo o papel de principal fator para sua manutenção. Portanto, o estudo da sequência de espécies cultivadas dentro do esquema

de rotação de culturas deve considerar, basicamente, além do potencial de rentabilidade do sistema, a infestação de pragas, de doenças, de plantas daninhas e as exigências nutricionais de cada cultura. * Técnico em Agropecuária; cursando Agronomia na UEL O conteúdo dos artigos de opinião é de inteira responsabilidade de seus autores e não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Dia de Campo.


Pecuária

Divulgação

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Sustentabilidade é destaque na 16ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte 2010), realizada de 15 a 19 de junho em São Paulo-SP. (DC)

Avicultura

Cuidados na produção de frango de corte

Pedro Crusiol

Limpeza, desinfecção e controle de transmissores de doenças nas granjas garantem mais qualidade ao produto final Pedro Crusiol pedro@diadecampoonline.com.br

Produzir frangos de corte não é tarefa fácil. O produtor deve estar atento a muitos fatores. Um deles é a biosseguridade. O termo pode parecer complexo, mas na verdade é fácil de ser entendido. Biosseguridade, em poucas palavras, é o cuidado com a limpeza, desinfecção e controle de doenças nos aviários. O objetivo é proteger a granja de possíveis transmissores de enfermidades e garantir melhores condições sanitárias para as aves alojadas. Isso melhora a conversão alimentar do frango de corte, dá mais qualidade para o produto final entregue à indústria e ainda garante mais rentabilidade ao avicultor.

Muitos produtores ainda têm dificuldades para fazer o manejo adequado dos aviários De acordo com o médico veterinário da Big Frango, empresa do setor avícola sediada em Rolândia-PR, Luiz Felipe Campos, muitos produtores ainda têm dificuldades para fazer o manejo adequado dos aviários. “Esse cuidado interfere diretamente na produção e pode representar muitos ganhos para o avicultor. Entre os produtores da nossa empresa, aqueles que fazem a limpeza e o controle de vetores de doenças de forma adequada sempre possuem históricos de produtividade acima daqueles que não cuidam destes aspectos”, revela. Limpeza e desinfecção - Segundo o veterinário, o ideal é fazer a limpeza sempre que o produtor retirar um lote de aves e a granja ficar vazia. “O primeiro

passo é varrer toda a estrutura, inclusive os comedouros, bebedouros, cortinas, telas e o forro. Em seguida deve-se fazer a lavagem completa, em três etapas: primeiro com água, depois com água e detergente e por último com o produto desinfetante para descontaminar o local”, explica. Além da lavagem e desinfecção, Campos lembra que é sempre importante fazer o enleiramento da cama. O processo consiste em cobrir com uma lona toda a extensão do aviário para fermentar o material depositado na cama e reduzir os microorganismos ali existentes. “Isso deve ser feito sempre que um lote for retirado. Mas para fazer uma boa descontaminação do aviário, o produtor tem que se preparar para o momento em que toda a cama for retirada e trocada por uma nova, o que acontece geralmente uma vez ao ano. É durante essa retirada total da cama que a lavagem e a desinfecção têm que ser intensificadas”, ressalta o veterinário. Controle de doenças – Além do trabalho de limpeza das granjas, o especialista explica que é muito importante fazer o controle de possíveis transmissores de doenças, como pássaros, roedores ou os cascudinhos. “Além de esses animais danificarem a estrutura do aviário, eles interferem diretamente na sanidade das aves alojadas, já que podem levar enfermidades para dentro da granja”, esclarece Luiz Felipe Campos. O frango é muito sensível a doenças e outros fatores externos. Por isso, segundo o veterinário, a intenção desse trabalho é reduzir o risco de contaminação por bactérias ou vírus disseminados no ambiente. “O produtor tem que trabalhar para que o frango enfrente menos desafios e chegue saudável à fase final. Seguindo esses passos, o risco dele ter problemas em seu lote é mais baixo, já que a mortalidade das aves tende a diminuir”, salienta Campos.

O manejo correto do aviário pode melhorar a conversão alimentar do frango de corte, dar mais qualidade para o produto final entregue à indústria e ainda garantir mais rentabilidade ao avicultor


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Doença

Síndrome da Vaca Caída preocupa o setor da pecuária leiteira A baixa ingestão de alimentos, associada à movimentação prejudicada pelo enrijecimento dos membros, leva a vaca ao chão

Felipe Teixeira felipe@diadecampoonline.com.br

Inúmeros fatores preocupam o setor da pecuária leiteira, mas a imagem de uma vaca caída no pasto é como o aborto de toda a cadeia produtiva. Ao mal que assola os pastos foram dados muitos nomes: Síndrome da Vaca Caída, Febre do Leite, Febre Vitular e outros. No entanto, todos têm a mesma causa: o desconhecimento dos sintomas pelos produtores e a lentidão no atendimento aos animais afetados. A Paresia Puerperal denomina a doença ocasionada, principalmente, pela drástica redução dos níveis de cálcio na circulação sanguínea da vaca. De acordo com o médico veterinário e super-

O animal enfraquece principalmente pela redução significativa nos níveis de cálcio no sangue visor técnico da Ourofino Agronegócio, Ingo Aron Mello, ela está relacionada a aspectos metabólicos e nutricionais. “Entre o pré-parto e o parto, o organismo passa por uma série de transformações. Curiosamente, uma delas afeta seriamente a saúde da vaca neste período: a hipocalcemia. O baixo índice de cálcio no sangue é explicado pela mobilização deste elemento para a formação do leite, principal fonte de alimentação do bezerro”. Segundo o especialista, a redução do fósforo e o magnésio também pode afetar a saúde da vaca e levá-la ao esgo-

tamento físico. “A escassez dos elementos essenciais à condição muscular considerada satisfatória, leva a este quadro preocupante. Ela se movimenta pouco, se alimenta mal, fica desidratada e não há energia suficiente para mantê-la em pé”, detalha Mello. Dados divulgados pela Universidade de Cornell (EUA) demonstram que cerca de 5 a 6% das vacas poderiam desenvolver os sintomas da Paresia Puerperal, média considerada aceitável. Na prática, estima-se que mais da metade enfraquece após o parto. Outra constatação interessante: a Febre do Leite é a terceira maior causa de perdas na produção leiteira entre as doenças do pós-parto. Prevenção e tratamento - No final da gestação, o balanço energético da vaca se torna negativo e a capacidade digestiva é reduzida pela presença do feto. Na tentativa de prevenir a queda, alguns produtores erram ao fornecer cálcio em excesso na alimentação. “Com esta prática equivocada, o pecuarista inibe o mecanismo de regulação do cálcio. Então, em vez de prevenir a síndrome, ele desencadeia um processo que a levará ao esgotamento energético com mais facilidade”, explica Mello. No tratamento, o médico veterinário recomenda o atendimento imediato por um profissional qualificado, pois a antecipação do diagnóstico aumenta as chances de recuperação. “As técnicas de suspensão para manter o animal em pé devem ser evitadas, pois quem as realiza pode se ferir e, se feitas de forma incorreta, podem agravar o estado clínico da vaca. O ideal na prevenção é uma dieta balanceada, um pasto de qualidade e o acompanhamento de um especialista neste período de fragilidade”.

Divulgação

O desconhecimento dos sintomas ainda faz com que os óbitos em decorrência da doença sejam comuns nos pastos

Síndrome da Vaca Caída: Saiba como identificar os principais sintomas 1º Estágio: contrações involuntárias e frequentes, tremores na cabeça e membros, pouca movimentação, baixa ingestão de alimentos e quantidade de fezes.

2º Estágio: o animal se deita com o peito no chão, fica fraco, deprimido e sonolento, com os olhos secos e fixos. Também ocorre o aumento da frequência cardíaca, a dilatação das pupilas, paralisia ruminal e constipação.

3º Estágio: o animal se posiciona em decúbito lateral, o pulso fica difícil de ser identificado, ocorre a queda da temperatura do organismo e o avanço para o estado de coma. Entre 12 e 14 horas, a vaca morre durante uma convulsão ou após uma parada cardíaca. Fontes: Blood, D.C. e Radostits, O.M. Clínica Veterinária, 7ª edição, 1989. Dias, R.O.S. Conheça as inter-relações entre as doenças do periparto. Milkpoint, Junho de 2000. Dias, R.O.S. O alto custo das doenças do periparto. Milkpoint, Janeiro de 2001. Dias, R.O.S. Monitore a Febre do Leite. Milkpoint, Agosto de 2002. Swenson, M.J., Dukes/ Fisiologia dos Animais domésticos. Ed. Guanabara. 10ª edição, 1984.


Vida Rural

Roger Renno / Divulgação

Dia de Campo | Junho, 2010 | Ano I - Edição 8 |

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16ª Festa do Café com Frango reuniu cerca de 15 mil pessoas, entre os dias 11 e 13 de junho, no distrito de São Luiz, em Londrina-PR. (DC)

Artesanato

Esculturas retratam a beleza da zona rural paranaense Há 30 anos, as obras esculpidas pelo artista Beryn encantam os visitantes das principais feiras agropecuárias do estado Felipe Teixeira

Felipe Teixeira felipe@diadecampoonline.com.br

Os músicos não são os únicos a retratar a beleza da zona rural por meio da arte. As cenas do campo, com seus trabalhadores e animais também são imortalizados pelas mãos dos escultores. Conhecido como Beryn, o artesão paranaense, que anteriormente trabalhou na Guarda Mirim, é autodidata no universo artístico e se iniciou na atividade durante a adolescência. Mesmo sem a supervisão de um mestre, Beryn aprendeu o ofício na prática com peças sacras. O tempo trouxe a experiência necessária para moldar as primeiras obras inspiradas na temática bucólica. A partir daí, o artista identificou o potencial de mercado do filão ligado ao agronegócio e percorreu o circuito das principais feiras agrícolas do Paraná com suas criações. “Faz 30 anos que eu

A arte de esculpir é milenar, porém o artista deve acompanhar as tendências do mercado consumidor trabalho com o artesanato em madeira no geral, mas para esculpir bois, cavalos e figuras rurais, eu comecei mesmo nas exposições agropecuárias de Maringá e Londrina”, detalha o artesão. As mãos marcadas pelo trabalho pesado em material rígido demonstram habilidade e rapidez raras. Beryn utiliza a técnica do entalhe, na qual um bloco de madeira sem formato definido aos poucos é cortado e transformado em um produtor rural na lavoura ou no busto de um gado imponente. Segundo o escultor, o cedro e o mogno são as espécies mais utilizadas pela facilidade e leveza na modelação. O grau de dificuldade na elaboração de um trabalho e a qualidade da matéria-prima influenciam no preço final. “É muito difícil esculpir animais, porque são figuras vivas. É praticamente um desafio. Os clientes, muitas vezes, ainda especificam que a escultura deve ser igual ao

O mundo do artesanato - O grau de dificuldade na elaboração de um trabalho e a qualidade da matéria-prima influenciam no preço final da escultura. -Entalhe: técnica em que o bloco de madeira sem formato definido aos poucos é cortado e transformado na figura desejada.

As figuras de animais estão entre as mais encomendadas pelos clientes: “É muito difícil esculpir animais, porque são figuras vivas. É praticamente um desafio”, diz o artesão Beryn

- O cedro e o mogno são as espécies de madeira mais utilizadas nas esculturas pela facilidade e leveza na modelação. -Saiba mais sobre a arte das esculturas pelos telefones: (44) 3041-9067 / 3253-1800 ou pelos endereços eletrônicos: www.berynesculturas.com.br e herosmb@hotmail.com

animal que ele possui na fazenda, então o valor da peça fica mais caro”, declara. A média das mercadorias produzidas pelo artista varia de R$50 a R$500. Elas podem atingir cifras superiores se Beryn precisar se deslocar até o objeto a ser retratado. “Quanto mais complexo for o processo criativo, eu vou precisar de mais ferramentas, mais observação e

um estudo maior para atingir com precisão o resultado esperado”, explica. Milenar, a arte de esculpir conserva o ecletismo de sua essência e, sem perder o charme rústico, se faz presente, tanto nos ambientes mais antiquados, como nos mais modernos. Para se adaptar à atual produção de artigos decorativos, o artista, além de aprimorar as técnicas

utilizadas no feitio, deve acompanhar as tendências do mercado consumidor. Por isso, o comércio das esculturas rurais tem a Internet como ferramenta tão essencial quanto as que o artesão utiliza no ato de moldar em madeira bruta as belas figuras do campo. “O espaço virtual ajuda muito, porque, às vezes, o cliente passa aqui com pressa e não compra hoje. Então, se ele souber que eu tenho um site, ele vai visitar com mais calma e pode até me mandar uma foto daquilo que ele deseja ter esculpido. Realmente o endereço eletrônico e o e-mail só colaboram para o meu trabalho ficar ainda mais conhecido”, conclui Beryn.


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Cultura Divulgação

Agenda

Confira os principais eventos agropecuários programados para os meses de junho e julho

Cavalgada retoma tradição tropeira em Cambé Flávio Augusto flavio@diadecampoonline.com.br

“Ocupe seu espaço para não cair no vazio da ignorância”. A frase é do presidente do Sindicato Rural de Cambé, João Antonio Menolli, em menção à valorização da cultura tropeira, observada durante a 14ª Semana de Agricultura de Cambé. Realizada no dia 6 de junho e reunindo

cerca de 2.500 cavaleiros, a 6ª Cavalgada de Cambé “A Caminho da Paz” foi um dos marcos de abertura do evento, cuja organização contou com a participação do Sindicato. Com forte apreciação popular, a cavalgada recebeu acenos carinhosos de quem passava pelo caminho. O trajeto percorreu a Avenida Brasil, a partir da Igreja Rainha dos Apóstolos, passando pela Avenida Inglaterra e seguindo até o Parque Figueira Branca, onde, todos os anos, os participantes se reúnem para um tradicional almoço.

12º Encontro Nacional de Pantio Direto na Palha 23 a 25 de junho Foz do Iguaçu-PR (42) 3325-9094 www.febrapdp.org.br febrapdp@uol.com.br

MEGALEITE -Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite 27 de junho a 5 de julho Uberaba-MG (34) 3331-6000 www.girolando.com.br girolando@girolando.com.br

Frutal Amazônia 2010 e X Flor Pará 24 a 27 de junho Belém-PA (85) 3246-8126 www.frutal.org.br geral@frutal.org.br

25º Seminário Cooplantio 30 de junho a 2 de julho Gramado-RS (51) 3481-3333 www.cooplantio.com.br/seminario cooplantio@cooplantionet.com.br

Curso de Piscicultura Sindicato Rural de Londrina 24 de junho Londrina-PR (43) 3374-0300 1ª Festa Junina Sindicato Rural 26 de junho Londrina-PR (43) 3374-0300

VIII Simpósio Brasileiro de Melhoramento Animal 1º e 2 de julho Maringá-PR www.sbmaonline.org.br XX Festa Nacional do Carneiro no Buraco e Exposição Agropecuária 6 a 11 de julho Campo Mourão-PR (44) 3518-1144 / (44) 3523-1953


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