Ano I - Edição 7 | Maio, 2010 | Distribuição gratuita
jornal
Dia de Campo
®
O meio rural com informações produtivas
Sucesso na avicultura paranaense Atividade avícola se consolida no estado e Paraná bate recorde de produção e exportação de carne de frango no 1° quadrimestre de 2010. Qualidade da carne é resultado do investimento dos avicultores e do desenvolvimento da cadeia produtiva
Foto de Capa: Pedro Crusiol
Pág. 6e7
Área plantada com trigo e milho safrinha diminui no Estado
Pág. 3
Pimenta é alternativa rentável na agroindústria familiar
Pág. 9
Coral de Empreendedoras Rurais resgata música de raiz
Pág. 11
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| Ano I - Edição 7 | Maio, 2010 | Dia de Campo
Editorial
Cresce o consumo de carne de frango Produtores paranaenses se sentem estimulados com as boas perspectivas de aumento nas exportações Diante do complexo setor brasileiro de carnes, nos últimos tempos, a avicultura vem assumindo lugar de destaque no ranking das mais dinâmicas atividades da economia de mercado nacional e internacional. Entre outros motivos, o consumidor brasileiro, que antes tinha o hábito preponderante de consumir carne bovina, aos poucos vai diversificando sua dieta alimentar com carne de frango. A cadeia produtiva brasileira de frango se vê altamente beneficiada com os custos re-
lativamente baixos da produção dos grãos de milho e soja, considerados os
Esta edição do Dia de Campo dá destaque especial à produção de frango de corte no Paraná, principal estado produtor do país principais insumos para a produção de frangos vivos. O mercado externo, por sua vez, que se amplia a cada dia, se-
gue as mesmas características brasileiras, tornando o Brasil, hoje, o terceiro maior exportador de carne de frango do mundo. O aumento do consumo per capita, portanto, torna exigência primária para a produção de frango, de qualidade, garantindo assim a imagem de um produto saudável e com preços competitivos. Esta edição do Dia de Campo dá destaque especial para a produção de frango de corte no Paraná, tido como o principal estado produtor do país,
com um abate de mais de 430 milhões de cabeças, só nestes primeiros quatro meses do ano, contabilizando um volume de exportação na casa das 300 mil toneladas. Para dar conta de toda esta demanda interna e externa, o parque industrial paranaense, no setor avícola, vem se modernizando com as mais altas tecnologias e capacitação de mão de obra especializada, conforme as mais criteriosas determinações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Foto do Campo
Carta do Leitor
Programa Dia de Campo Tenho acompanhado o programa Dia de Campo, pela rádio Brasil Sul, todos os domingos. Parabéns a toda equipe pela qualidade do programa, muito bem produzido, levando assuntos de muito interesse de toda a classe produtora rural. O site também demonstra uma produção impecável, bem profissional mesmo. Continuem assim. Parabéns! Thereza Allegro, professora (Londrina-PR)
Internet rural Descobri o site de vocês por meio do jornal. Parabéns pelo conteúdo e continuem a desenvolver os principais assuntos do meio agropecuário de forma participativa e bem apurada. Alcides Ramos, (Londrina, PR)
Foto enviada por Cláudio Catatau (Londrina-PR) “Durante a Expo2010, entre um passeio e um negócio fechado, também houve tempo para um pouquinho de descanso. A cena transmite a paz em meio a tanto barulho trazido da cidade para os animais do campo” Envie sua foto e faça parte, também, do Dia de Campo: contato@diadecampoonline.com.br
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Variedades do Campo Parabéns pelo excelente trabalho, jornal que acredito ser o único no país, claro e objetivo, noticiário enxuto e certamente deverá ser bem recebido por outros setores além do setor rural. Sugestão: Inserir no jornal uma coluna de variedades, curiosidades, tipo almanaque, certamente vai agradar a todos. Um grande abraço. José Gonçalves Filho (Londrina-PR) Olá José! Muito obrigado por entrar em contato conosco e enviar suas opiniões e sugestões. A equipe do Dia de Campo irá analisar a possibilidade de incluir uma coluna de variedades nas próximas edições, com o intuito de sempre agradar a todos os nossos leitores. Esperamos continuar contando com sua colaboração e participação, através de sugestões e comentários, para que o Dia de Campo fique a cada dia melhor!
Envie suas dúvidas, opiniões e sugestões para o Dia de Campo. E importante: mande também o seu nome completo, profissão e cidade onde vive. O Dia de Campo agradece a atenção e garante que fará o máximo para atender o maior número possível de leitores. O Dia de Campo poderá editar ou publicar, apenas, trechos das mensagens. contato@diadecampoonline.com.br
Frase
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“Temos certeza de que este ano será o ano de redenção em relação à crise que tivemos no ano passado” Valter Bampi, Diretor Agropecuário da Big Frango, sobre as boas expectativas para o mercado avícola em 2010
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Expediente
Av. São João, 1095, sala 4, Londrina-PR (43) 3337-0873 www.diadecampoonline.com.br contato@diadecampoonline.com.br Jornalista responsável: Lino Tucunduva Neto (MTb: 1307-SP) Reportagem e edição: Dulce Mazer, Felipe Teixeira, Flávio Augusto, Mariana Fabre e Pedro Crusiol Projeto gráfico e diagramação: Flávio Augusto O Jornal Dia de Campo é uma publicação mensal da DC Comunicação e Editora Jornalística Ltda. CNPJ: 10.937.352/0001-21
Dia de Campo | Maio, 2010 | Ano I - Edição 7 |
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Agronegócio
Fusão entre Cocamar e Corol criará segunda maior cooperativa do PR; em cerca de três anos, espera-se que o faturamento total alcance R$ 3 bi. (DC)
Grãos
Safra de preocupações no Paraná Produtores de trigo e milho safrinha reduziram a área de plantio. Ainda assim, produção paranaense deve crescer Pedro Crusiol pedro@diadecampoonline.com.br
Depois de uma safra de verão com recordes de produção, os campos do Paraná já estão semeados com as culturas da safra de inverno, principalmente milho safrinha e trigo. Mas a combinação de preços baixos e
A área plantada com trigo no Paraná é 16% menor em relação ao ano passado altos custos de produção preocupam os agricultores, que reduziram as áreas de plantio destas culturas. Segundo dados da Secretaria de Agricul-
tura do Paraná (Seab), no estado foram semeados 1,34 milhão de hectares com milho safrinha, uma área 12% menor que no ano passado, quando os produtores paranaenses plantaram 1,52 milhão de hectares. Um dos motivos são os altos custos de produção, que hoje estão acima do valor de venda. A saca de milho de 60 kg é comercializada, em média, a R$ 14 no Paraná, enquanto o custo para produzir a mesma saca é estimado pela Seab em R$ 16,07. Mas mesmo com uma área menor, a Secretaria espera que a produção aumente 30%, e chegue a 5,8 milhões de toneladas. A situação do trigo também é semelhante. Serão 1,1 milhão de hectares destinados à cultura, uma redução de 16% em relação ao ano passado, quando foram cultivados 1,31 milhão de hectares com trigo. Mesmo assim, se as condições climáticas forem favoráveis, o Paraná pode produzir 2,94 milhões toneladas, um crescimento de 10% em relação à última safra.
Pedro Crusiol
Mesmo com uma área reduzida, a produção de milho safrinha no Paraná deverá crescer 30% e alcançar 5,8 milhões de toneladas
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Opinião
Funrural: Consequências da decisão do STF merecem atenção Por Juliano Rissi* rissi@bigfrango.com.br e Dr. William Robert Nahra Filho ** william.nahra@sercomtel.com.br O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou, recentemente, por unanimidade, inconstitucional a obrigação dos produtores rurais a pagar a contribuição social à União incidente sobre a receita da comercialização da produção, chamada “Funrural”. Tratouse do julgamento do Recurso Extraordinário 363.852, interposto em 2002 por um frigorífico mineiro contra o Instituto Nacional do Seguro social (INSS). Notícias a respeito da decisão foram comemoradas em todo o país, manchetes tais como “STF considera inconstitucional
É necessário ler com cautela notícias sensacionalistas que apregoam o fim do “Funrural” contribuição ao Funrural”, “STF derruba Funrural por 8 votos a 0” e “Funrural: STF extingue cobrança”, que motivaram as comemorações, foram precipitadas. Uma vez que a declaração de inconstitucionalidade noticiada pelo Supremo através da divulgação de resultado de julgamento foi incidental gera efeitos somente para as partes vinculadas pelo respectivo processo, considerando-se que somente quando o Senado Federal suspender a vigência das normas julgadas inconstitucionais
Divulgação
“Manchetes tais como ‘STF considera inconstitucional contribuição ao Funrural’, ‘STF derruba Funrural por 8 votos a 0’ e ‘Funrural: STF extingue cobrança’, que motivaram as comemorações, foram precipitadas”
os efeitos do julgamento serão estendidos a todos os contribuintes, assim é necessário ler com cautela notícias sensacionalistas que apregoam o fim do “Funrural”. É preciso esclarecer alguns pontos relevantes: 1. A inconstitucionalidade do tributo foi declarada em controle difuso de constitucionalidade, ou seja, beneficia somente os autores da ação proposta. No entanto, aquela decisão cria um precedente para que outros contribuintes obtenham decisões favoráveis perante os órgãos do Poder Judiciário brasileiro. 2. Em razão disso, os produtores rurais que pretendem fazer valer o posicionamento
do STF podem acionar o Poder Judiciário com dois objetivos: um deles é declarar a ausência de dever ou sofrer o recolhimento da contribuição por ser ela inconstitucional e impedir sua retenção pelos substitutos tributários; o segundo deles é recuperar o “Funrural” indevidamente recolhido nos últimos dez anos, devidamente atualizados pela Taxa SELIC. 3. Aqueles contribuintes que temem uma mudança do posicionamento adotado com efeitos retroativos e que não desejam correr risco de eventuais penalidades dela decorrentes, poderão depositar judicialmente a contribuição destinada ao “Funrural”, evitando incidência de juros ou multas, valores estes que serão levantados
ao final da ação em caso de sucesso. 4. A decisão do STF refere-se à inconstitucionalidade do Funrural apenas dos produtores rurais que possuam empregados devidamente registrados, assim, continua valendo para os produtores rurais que não possuam empregados. 5. A demanda judicial não interfere na aposentadoria dos produtores rurais, uma vez que o produtor rural empregador (empregados devidamente registrados) não poderia se aposentar unicamente com o recolhimento do Funrural. Entretanto, como dito acima, para o produtor rural que não possua empregados, o Funrural deve ser recolhido, já que a decisão do STF não se refere à situação dos mesmos e a referida contribuição é determinante para sua aposentadoria. 6. O produtor rural que possua empregado e decida ingressar com a ação judicial deve ser assessorado tecnicamente por um profissional especialista no assunto, de preferência um advogado tributarista experiente, para que não tenha surpresas no curso ou no final do processo, já que a demanda, aparentemente simples, guarda peculiaridades várias que merecem atenção, e mais: cuidado com profissionais oportunistas e aventureiros. O prazo para que produtores ingressem com ação judicial para restituir a contribuição paga nos últimos dez anos se encerra no próximo dia 08/06/2010. *Advogado, OAB/PR 34.855 **Advogado, OAB/SP 237.919 O conteúdo dos artigos de opinião é de inteira responsabilidade de seus autores e não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Dia de Campo.
Mural Agrícola Bolsa de Cereais e Mercadorias de Londrina - Cotações do dia 28/05/2010 Produto
Tipo/Praça Londrina
Preços Mínimo
Máximo
Mercado
Café - PR. Benefic. 60 Kg Safra 09/10
Tipo 6 Duro - B/C. Tipo 7 Riado - B/C. Tipo 7 S/D - B/C.
245,00 212,00 190,00
248,00 215,00 195,00
Calmo
Feijão Carioca - T.1 60 Kg.
Apucarana Ivaiporã Londrina
110,00 110,00 90,00
120,00 120,00 95,00
Calmo
Milho - 60 Kg
Cascavel Maringá Ponta Grossa
15,50 15,50 16,00
16,00 16,00 16,50
Calmo
Cascavel Maringá Ponta Grossa
34,00 35,00 36,00
35,00 35,50 36,50
Calmo
Cascavel Maringá
25,20 25,20
25,80 25,80
Calmo
Fechamento Anterior
Variação %
134,75 136,30 137,90
- 0,19 - 0,37 - 0,36
Soja - 60 Kg
Trigo - 60 Kg PH - 80
Cotação - Café - NY - em centaos de US$/libra - peso Mês/Ano julho - 10 setembro - 10 dezembro - 10
Diferencial
Fechamento
Abertura
- 0,25 - 0,50 - 0,50
134,50 135,80 137,40
135,00 136,30 137,95
Fonte - CMA OBS: Cafés que apresentarem gosto de terra, secador e aparência chuvada e barrenta, terão deságil compatível à incidência dos mesmos.
Dia de Campo | Maio, 2010 | Ano I - Edição 7 |
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Realizada entre 11 e 13 de maio, a AveSui América Latina 2010 movimentou R$ 380 milhões em negócios e reuniu cerca de 20 mil participantes. (DC)
Pecuária Sanidade
Paraná pretende se tornar área livre de febre aftosa sem vacinação Tradicional fase de vacinação de maio pode ser a última contra a aftosa no Paraná Dulce Mazer dulce@diadecampoonline.com.br
Durante o mês de maio, os pecuaristas paranaenses têm que vacinar os rebanhos de até 24 meses de idade contra a febre aftosa. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab) espera que sejam imunizados cerca de 4,6 milhões de bovinos e bubalinos jovens. “Essa fase complementa o que foi feito em 2009, com o objetivo de vacinar somente animais de até 24 meses, sob recomendação do Ministério da Agricultura, para que possamos buscar a condição de estado livre da aftosa sem vacinação”, disse o secretário estadual de Agricultura, Erikson Chandoha, durante o lançamento da campanha. Mas, caso haja necessidade,
Desde 2005 não há registros da doença no PR, mas apenas em maio de 2008 o estado recuperou o status internacional de área livre de febre aftosa a etapa de vacinação poderá ser prorrogada até a segunda semana de junho. Para que este seja o último esforço de imunização realizado no Paraná, uma região fronteiriça, a Seab precisa comprovar a capacidade de manter o estado longe da doença com um serviço eficiente de vigilância e monitoramento da sanidade animal, além de manter restrições para o trânsito e importações de animais. Atualmente, Santa Catarina é o único estado brasileiro com status
internacional de área livre de aftosa. Decisão controversa - Apesar das inclinações do Governo paranaense, algumas entidades da cadeia produtiva discordam da decisão. Mesmo sendo favoráveis ao processo de erradicação da aftosa no estado do Paraná, os representantes da Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte (ANPBC) decidiram condicionar o prazo para a suspensão das campanhas de vacinação. O diretor-presidente da ANPBC, José Antonio Fontes, acredita que o status atual não corresponde ao nível tecnológico do pecuarista. “A ANPBC propõe o debate entre as entidades de governo, pecuaristas, frigoríficos, distribuição, varejo, pesquisa, extensão rural e consumidores para que todos estejam com os mesmos níveis de conhecimento, compromisso e obrigações para a decisão da suspensão da campanha de vacinação contra a febre aftosa”, declarou Fontes. Desde 2005 não há registros da doença no Paraná, porém apenas em maio de 2008 o estado recuperou o status de área livre de febre aftosa perante a Organização Mundial para Saúde Animal (OIE). O diretor do Departamento de Fiscalização e Sanidade Agropecuária da Seab (Defis), Marco Antonio Teixeira Pinto, considera positiva a situação epidemiológica do Paraná. “Há 15 anos não detectamos a circulação do vírus no nosso meio, já que anualmente é feita a sorologia buscando a presença do vírus”, afirmou o diretor. A expectativa do Governo do estado é que, livre da aftosa sem vacinação, seja possível disputar mercados mais rígidos, como países da Ásia, Europa e os Estados Unidos, investindo numa pecuária cada vez mais tecnificada, pastagens de qualidade, rebanhos de alto valor genético, atenção ao manejo e à sanidade animal. Jorge Woll / Divulgação
A comprovação da vacina deve ser feita até o dia 31 de maio e a multa para cada animal nãovacinado é de R$ 81,43
Mercado
Paraná ultrapassa Santa Catarina nas exportações avícolas Mariana Fabre mariana@diadecampoonline.com.br
No mês de abril o Paraná exportou mais de 85 mil toneladas de carne de frango, ultrapassando o volume alcançado pelo seu principal concorrente, o estado de Santa Catarina, que exportou cerca de 77 mil toneladas no mesmo período. De acordo com o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), o objetivo é fazer do Paraná o estado com maior produção e maior expor-
tação de carne de frango do país. Somente no primeiro quadrimestre de 2010 o estado exportou quase 300 mil toneladas de carne de frango,
Crescimento do setor avícola paranaense é resultado de investimentos feitos nos aviários o que representa um faturamento de cerca de U$ 490 milhões. A estimativa para o setor avícola paranaense é de um crescimento de 5% em 2010.
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Reportagem de Capa: Avicultura
Avicultura avança no Paraná Estado bate recorde na produção e exportação de carne de frango no 1° quadrimestre de 2010
mariana@diadecampoonline.com.br
O Paraná é o maior produtor de carne de frango do país e, neste ano, as indústrias e os produtores do setor avícola têm ainda mais motivos para comemorar e manter os investimentos na atividade. Em 2010, a produção de frango de corte no estado tem apresentado o melhor desempenho dos últimos cinco anos. Segundo dados do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), só no primeiro quadrimestre de 2010, o estado produziu mais de 433 milhões de cabeças, índice 9,5% maior do que o obtido no mesmo período do ano passado. De acordo com o diretor agropecuário da Big Frango, empresa do setor avícola localizada em Rolândia-PR, Valter Bampi, esse crescimento se deve à condição positiva do produtor, que trabalha buscando o bem-estar das aves, atuando, por exemplo, na melhoria das condi-
“O que nos diferencia é a qualidade do nosso produto, desde o frango até chegar aos abatedouros e frigoríficos”
ções de ambiência dos aviários. Esses investimentos se refletem na qualidade do produto, que acaba sendo valorizado pelos exigentes mercados internacionais. Os recordes obtidos na produção de carne de frango resultam também em aumento nas exportações paranaenses do produto. Em abril de 2010 o Paraná exportou mais de 85 mil toneladas de carne de frango, volume ligeiramente menor do que o exportado em abril de 2009. No entanto, no acumulado do primeiro quadrimestre deste ano, o estado exportou cerca de 300 mil toneladas, o que gerou um faturamento de aproximadamente US$ 487 milhões, um aumento de 11,5% em relação ao faturamento no mesmo período de 2009. Os produtores não são os únicos responsáveis por esse bom desempenho. O aumento na produção e exportação de carne de frango no Paraná deve-se
também ao preparo de toda a cadeia produtiva, como as indústrias e os abatedouros do estado. De acordo com informações do Sindiavipar, atualmente o Paraná possui 26 abatedouros habilitados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para exportação de frango, o que significa que mais de 78% das empresas paranaenses do ramo estão aptas a executar o serviço. Segundo Valter Bampi, o Paraná está hoje ultrapassando Santa Catarina em termos de exportação principalmente porque atende às exigências do mercado internacional. “Os produtores e as empresas do setor estão de parabéns, porque esse crescimento está sendo definido por iniciativa do consumidor de frango internacional”, ressalta. O Brasil hoje registra um consumo de 40 kg de carne de frango per capita, mas em alguns países o consumo ainda é de 10 kg per capita. Segundo Bampi, isso demonstra o potencial de consumo do frango brasileiro em mercados internacionais. Com esse constante aumento da demanda por carne de frango, surge para o Brasil o desafio de ampliar sua produção. Diante dessa realidade, o diretor agropecuário da Big Frango lembra que o Brasil é o único país que possui as condições para desenvolver a atividade avícola e atender a essa demanda: terras disponíveis, clima adequado e mãode-obra qualificada, desde o produtor até a indústria. Segundo ele, os maiores desafios estão na tributação, que ainda é forte para o setor de carnes como um todo e interfere nas negociações internacionais para os valores pagos pela carne de frango. O Brasil é hoje o terceiro maior exportador de carne de frango do mundo, que é enviada a países como Arábia Saudita, Kuwait e Japão. “O que nos diferencia é a qualidade do nosso produto, desde o frango, passando pelas práticas de fabricação, até chegar aos abatedouros e frigoríficos, onde a questão sanitária é cobrada fortemente para trazer segurança alimentar ao consumidor. A expectativa é de que a exportação continue aumentando porque a carne está sendo cada vez mais valorizada nos mercados mais exigentes do mundo”, explica Valter Bampi. Consumo interno – De acordo com uma pesquisa realizada pela Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do Ministério da Agricultura, nos próximos dez
Período
Abril 2010
Abril 2009
Volume (kg)
85.626.265
87.825.996
Faturamento (US$)
141.900.998
120.350.567
Pedro Crusiol
Mariana Fabre
Avicultura Paranaense: Exportações
anos o frango será responsável por mais da metade do consumo de carnes no Brasil. O consumo de carne de frango deverá ser superior a 46,8%, enquanto o de carne bovina será de 35,3% e o de suína de 14,6%. Espera-se ainda que até o ano de 2020 o consumo de carne
de frango no Brasil terá um crescimento anual em torno de 3,23%. Projeções – Estima-se que o setor avícola paranaense terá um crescimento de 5% em 2010. A expectativa do Sindiavipar é ainda mais otimista: atingir
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Pedro Crusiol Pedro Crusiol
Dejair Cavalini: “hoje a avicultura é um investimento garantido. Isto nos dá segurança para produzir e investir cada vez mais”
Atividade conquista produtores O produtor Dejair Cavalini, de Apucarana-PR, é um exemplo de como a avicultura ganha espaço no Paraná. Há dois anos, ele entrou para o sistema de integração de uma grande empresa de avicultura e construiu em seu sítio uma granja com capacidade para 20 mil aves. Na área de 25 hectares ele já produzia hortaliças e também cultivava soja. Mas neste período percebeu o potencial da produção de aves de corte e logo a granja passou a ser sua principal atividade. “Hoje a avicultura é um investimento garantido, principalmente para pequenas propriedades. Enquanto outros setores da agropecuária enfrentam dificuldades, a avicultura está
Avicultura Paranaense: Produção (cabeças) Pedro Crusiol
Abril 2010: 107.408.159 Abril 2009: 102.827.494 Acumulado 1° quadrimestre 2010: 433.863.655 Acumulado 1° quadrimestre 2009: 391.999.414
A estimativa é de que o setor avícola paranaense tenha um crescimento de 5% em 2010. Mas, segundo o Sindiavipar, o crescimento pode chegar a 10% este ano. Atividade traz retorno financeiro bimestral ao produtor, que adquire segurança para investir cada vez mais na avicultura
um crescimento de 10% no ano, com a exportação de mais de 80 mil toneladas de carne de frango por mês. “Temos certeza de que este ano será o ano de redenção em relação à crise que tivemos no ano passado, pois o mercado está reagindo favoravelmente
e os insumos principais da ração – milho e soja – não estão com valores exacerbados, o que faz com que o custo para fabricação do produto da avicultura reduza”, explica o diretor agropecuário da Big Frango, Valter Bampi.
crescendo muito e isto nos dá segurança para produzir e investir cada vez mais”, conta o avicultor, que já planeja construir mais um aviário. A empolgação de Cavalini também está garantindo reconhecimento. Neste mês de maio, ele recebeu o prêmio de melhor produtor do ano do grupo Big Frango. Entre os mais de mil avicultores da empresa, Cavalini foi o que obteve os melhores resultados. “Estou sempre procurando fazer o manejo correto do aviário. E quero melhorar ainda mais. Sempre busco novidades para aplicar na minha produção e estou sempre investindo e procurando melhorias”, conta. (Pedro Crusiol)
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Apicultura
Paraná busca excelência na produção de mel Produtores da região de Ortigueira contam com consultoria do Sebrae para expandir a cadeia produtiva
Dulce Mazer dulce@diadecampoonline.com.br
A fim de desenvolver a cadeia apícola do município de Ortigueira, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) desenvolve o projeto “Mel do Município de Ortigueira”, em parceira com o Emater e a prefeitura da cidade. Fabrício Biachi é gestor do Sebrae para o projeto e organiza, junto aos técnicos do
“É importante que os produtores agreguem valor não apenas ao mel, mas a todos os co-produtos da cadeia apícola Emater, um trabalho de capacitação técnica, administração de recursos e transferência de tecnologia, para produção de mel, pólen, abelhas rainhas e outros componentes da cadeia apícola. “É importante que os produtores agreguem valor não apenas ao mel, mas a todos os co-produtos da cadeia apícola, para que possam ter melhores resultados, tanto no mercado interno quanto para a exportação”, afirma
o consultor. Diferentes características para mercados variados - A abelha mais utilizada na região é a africanizada, ou apis-melífera, que pode produzir por colméia, em média, de 40 a 80 quilos de mel por ano, dependendo das floradas. Além disso, na região há a meliponicultura, ou produção de mel de abelhas sem ferrão (meliponíneos). Este produto é saboroso e conhecido por suas importantes propriedades funcionais. A atividade tem alto valor agregado quando o produto é comercializado em frações. Outro diferencial é que a região produz mel de floradas específicas, como capixingui, o mel do canela-guaicá e o mel do assa-peixe. Dirceu Moacir é apicultor há 39 anos e investe em apiários migratórios com abelhas africanizadas e sem ferrão, levando-as para diferentes áreas em floração. Assim, com o fim da florada do eucalipto, o produtor busca os laranjais, depois as macieiras, sempre diversificando a produção: “A abelha jataí produz menos, mas é um mel muito medicinal e melhor”, reconhece o produtor. Recentemente, alguns produtores da região começaram a captar o pólen que as abelhas retiram das flores, um produto muito valorizado e bastante nutritivo, usado para polinização de outras culturas e na alimentação humana.
Conhecimento para fortalecer a cadeia Para debater as perspectivas da apicultura e meliponicultura brasileiras, representantes de toda a cadeia produtiva do mel estiveram presentes no 18º Congresso Brasileiro de Apicultura, realizado em maio, em Cuiabá (MT). Além de trabalhos técnicos e palestras,
os participantes puderam negociar vários produtos como mel in natura, industrializado, orgânico e exótico (extraído das abelhas sem ferrão), própolis, pólen, geléia real, cera bruta e industrializada, embalagens, cosméticos, vestuário de trabalho, máquinas e equipamentos. (DM)
Identificação da procedência do mel O conhecimento da origem botânica do mel e de suas características físico-químicas, sensoriais e microbiológicas ainda será identificado na região, num projeto desenvolvido pelo Sebrae, em parceria com o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). O projeto, que deve durar dois anos, pretende
identificar o mel extraído em Ortigueira, município que já foi o maior produtor do país. A medida pode contribuir para a valorização do produto, além de viabilizar, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a possibilidade de se indicar a procedência do mel produzido no município de Ortigueira, medida valorizada pelos mercados europeus. (DM)
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O vazio sanitário, medida que diminui a incidência da ferrugem asiática e pode reduzir as aplicações de fungicida, será de 15 de junho a 15 de setembro no PR. (DC)
Agricultura Divulgação
Agroindústria
Pimenta é alternativa rentável na Agroindústria Familiar No norte do Paraná, o condimento é implementado na diversificação da produção agrícola em pequenas e médias propriedades Felipe Teixeira felipe@diadecampoonline.com.br
Em tempos de instabilidade climática, a diversificação produtiva no agronegócio deixa de ser a opção em situações de crise e se torna o complemento na renda de milhares de agricultores. No distrito de Bratislava, em Cambé-PR, o sabor picante de uma hortaliça não folhosa preencheu esta lacuna na propriedade do aposentado Amauri Seifert. Há cinco anos, ele iniciou o cultivo de pimenta por acaso. “Plantamos um pé de dedo de moça, deu muita pimenta e começamos a fazer conservas para entregar aos amigos. Daí, veio a ideia de participar de uma feira de artesanato no Calçadão de Londrina”.
A pimenta pode ser cultivada em pequenas áreas e requer baixos investimentos Da iniciativa desproposital à microempresa de agroindústria familiar, o pipericultor revela que um programa possibilitou o sucesso do empreendimento. “Boa parte da estruturação se deve à nossa participação no Fábrica do Agricultor, gerenciado pelo Emater, que organiza a agroindústria, facilita o acesso da produção ao mercado e incentiva a comercialização”. Mesmo em solo de condições adversas, uma vez que a pimenta é mais adaptável à terra arenosa, Seifert se sentiu atraído pelas inúmeras qualidades do condimento. “Ela pode ser cultivada em pequenas áreas e requer baixos investimentos. Com investimentos de R$2 a R$3 mil, conta-
bilizando os custos com adubos e sementes, é possível iniciar a produção”. A pesquisa de mercado também é fundamental para que a ardência do produto não afete também a situação financeira do futuro produtor. “A raiz da pimenta é muito sensível. Então, primeiramente deve ser feito um estudo para saber qual variedade é mais adequada às condições climáticas e solo da região de plantio. É normal que, no início, até 50% das mudas sejam improdutivas”, avaliou. Outro aspecto a ser considerado no custo de produção é a aplicação de mão-de-obra na colheita. Todo o processo é manual, portanto, a fase final requer o emprego de ampla força de trabalho. “Não adianta logo no início plantar mil pés de pimenta se não há estrutura para beneficiar e escoar a produção”, alertou Seifert. Agroindústria - No mercado, a comercialização da pimenta in natura não atinge cifras suntuosas. De acordo com os valores do Ceasa, o quilo da hortaliça é vendido entre R$2 e R$3. No entanto, o caminho para transformar um baixo rendimento em atividade lucrativa reside no beneficiamento da matéria-prima. Além de processar o alimento em vidros personalizados com preços superiores ao in natura, Amauri Seifert mostra algumas potencialidades do produto. “Apesar de haver mais procura pelas variedades cumari, dedo de moça e malagueta, os clientes também se interessam por mercadorias derivadas como o doce e o molho de pimenta. É diferente, por isso chama a atenção”. Apoiada em uma rede de trabalhadores rurais, a pipericultura, no âmbito da agroindústria familiar, se sustenta com base na parceria entre núcleos produtivos. “Até 75% da minha produção tem origem em outras propriedades. Então, com a comercialização do meu produto, outros são beneficiados como fornecedores de matéria”, concluiu.
Informações sobre a Pimenta -A pimenta é o terceiro condimento mais consumido no Brasil. -Na região norte do Paraná, a época de plantio varia entre agosto e setembro e a colheita se inicia em dezembro. -Para iniciar a produção, o investimento médio varia de R$2 mil a R$3 mil, nos quais estão incluídos os gastos com adubo, semente e demais insumos. -A partir de mil pés de pimenta, a produção consegue cobrir parte dos custos iniciais com boas perspectivas de render um capital de giro em curto prazo. -Mais informações sobre pimenta: (43) 3254-6815 ou pelo e-mail: pimentadahorta@gmail.com
Felipe Teixeira
Amauri Seifert é um exemplo dentre os produtores que se dedicaram ao processamento da pimenta em âmbito agroindustrial
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Opinião
Manejo da brusone do trigo Pedro Crusiol
Por Seiji Igarashi* sigarashi@uel / (43) 3371-4781 e Maria Isabel Balbi Pena
(preferencialmente áreas com maior umidade), para detectar e acompanhar a evolução gradual da doença periodicamente nas mesmas plantas. Isso ajuda a definir a aplicação ou não de fungicidas, baseado nas condições ambientais e previsão de tempo. Outro processo que pode ser empregado é o uso de coletor de esporos. Este método visa determinar o momento inicial do surgimento de primeiros esporos da “brusone” na lavoura, para que o produtor possa aplicar fungicida preventivamente, caso as condições climáticas indicarem favorabilidade para a ocorrência da “brusone” (chuva seguida de vários dias de tempo nublado). Todavia é importante salientar que, a presença de esporos no ar não indica necessidade imediata de aplicar fungicida. Indica sim, o perigo de infecção. Portanto, sugere-se que se inicie imediatamente o monitoramento climático, bem como aumentar a inspeção periódica da lavoura para acompanhar a evolução da doença.
A “brusone” do trigo, embora seja uma doença detectada há 25 anos (Igarashi et al., 1985), a maioria dos produtores ainda não têm conseguido estabelecer medidas de controle adequado. Na safra de trigo do ano de 2009 no Paraná, por exemplo, em função da favorabilidade provocada pelos fatores climáticos, a “brusone” ocorreu de forma muito agressiva em muitas lavouras e/ou regiões, comprometendo diretamente a produtividade e a qualidade dos grãos produzidos. No recente levantamento feito em várias regiões produtoras do trigo, concluiuse que, a maioria dos técnicos e produtores não efetuou o controle da “brusone”
É importante salientar que, a presença de esporos no ar não indica necessidade imediata de aplicar fungicida, mas o perigo de infecção
Sugestão para definição da aplicação de fungicida - Na fase vegetativa: aplicar fungicida logo após a detecção de primeiros sintomas da “brusone”, principalmente se a previsão indicar favorabilidade (objetivo: reduzir inoculo); Na fase de espigamento: aplicar fungicida preventivamente, caso tenha a “brusone” na parte vegetativa e/ou detectado os esporo no coletor, associado-se às condições ambientais, principalmente se a previsão de tempo estiver indicando favorabilidade para causar infecção na espiga. Em ambas as situações, a aplicação de fungicidas deve-se fazer antes da ocorrência de chuva.
na parte vegetativa, por acreditarem que a doença é específica da espiga. Como conseqüência, potencializou-se a multiplicação de inóculo nas folhas e nos colmos, o que, somada às condições climáticas favoráveis, possibilitou a ocorrência de forma agressiva na espiga em muitas lavouras. Como manejar a brusone - O manejo da “brusone”, inicia-se já na fase do planejamento com a escolha do cultivar tolerante, a eliminação de plantas voluntárias e o tratamento químico de semente baseado na análise fitopatológica de semente, para reduzir o inóculo primário na área, etc. Além disso, pode-se demarcar 4 ou 5 pontos estratégicos dentro da lavoura
* Professor do Departamento de Agronomia da Universidade Estadual de Londrina (UEL)
Na safra 2009, devido a fatores climáticos, a “brusone” ocorreu de forma muito agressiva em muitas lavouras de trigo e/ou regiões do Paraná, comprometendo a produtividade e a qualidade dos grãos
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Vida Rural
Divulgação
Dia de Campo | Maio, 2010 | Ano I - Edição 7 |
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De 23 a 25 de junho, Foz do Iguaçu – PR será sede do 12º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha. (DC)
Música
Coral de Empreendedoras Rurais resgata música de raiz Parceria entre a Casa de Cultura José Gonzaga Vieira e a Associação das Empreendedoras Rurais valoriza a tradição das canções do campo Felipe Teixeira felipe@diadecampoonline.com.br
“Adeus, Ferro de Engomar; Flor do Cafezal; Saudades Dela. Inúmeras canções lindas compõem o repertório das chamadas músicas de raiz, por isso eu gosto muito deste trabalho”. Com estas palavras entusiasmadas, o maestro Roberto Pereira Panico descreve a parceria entre a Casa de Cultura José Gonzaga Vieira e a Associação das Empreendedoras Rurais. Formado em 2010, o coral é composto por dois grupos: o Musiarte, de quatro vozes, e o Conjunto Feminino. O último conta com a participação de 40 mulheres e apresenta somente músicas do cancioneiro rural.
O coral canta músicas temáticas do sertão, das rodas de viola e da rotina da roça O interesse pelo coral se deu quando parte das empreendedoras assistiu a um concerto em Faxinal-PR. “Na associação há a preocupação com a melhoria das condições de vida das agricultoras, então ao ouvir a apresentação das vozes, pensei: nós precisamos disso. O canto funciona como uma terapia e provoca estímulos positivos para o corpo suportar a rotina puxada de trabalho”, lembra a coordenadora das Empreendedoras Rurais, Mercedes Numata. Naturais dos distritos próximos a Lon-
drina, as mulheres da associação não tinham experiência com o canto. A partir do início do projeto, elas frequentam aulas de técnica vocal, além de acompanhar os ensaios regidos pelo maestro. “Nos identificamos com o Roberto, porque ele também é de origem rural e pesquisa o folclore das músicas cantadas pelos agricultores e lavadeiras. Isto, com certeza, nos atraiu ao coral”, justifica Numata. Contente com o primeiro trabalho à frente de vozes femininas ligadas à temática do campo, o Maestro Roberto Pereira Panico se emociona com a oportunidade. “É maravilhoso! Em nosso grupo nós temos três pessoas que trabalham como bóias frias. Elas estão super felizes cantando e tendo uma experiência que nunca tiveram”. Aos elogios rasgados à participação das alunas, Panico diz que a troca de saberes por meio da relação professor – estudante é extremamente valiosa para ele. “Com este projeto, eu estou aprendendo muito, pois são pessoas maravilhosas de se trabalhar e com um potencial artístico incrível. Acho que o homem do campo tem de ser valorizado por este aspecto também”. Serviço - O coral está com inscrições abertas para vozes masculinas. Os interessados podem entrar em contato pelo telefone (43) 3344-4987 ou acompanhar os ensaios que são realizados todos os sábados, das 13h às 18h, na Casa de Cultura José Gonzaga Vieira (Av.Higienópolis, 1910) em Londrina-PR. As leitoras que quiserem saber mais sobre a Associação das Empreendedoras Rurais podem ligar para (43) 3322-0738 ou para (43) 99036173 e falar com Mercedes.
Arquivo DC
O Conjunto Feminino, formado por 40 mulheres, apresenta um repertório selecionado apenas com músicas de raiz
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Literatura Científica
Agenda
Livro apresenta artigos sobre a pecuária leiteira Felipe Teixeira felipe@diadecampoonline.com.br
A demonstração das dificuldades relacionadas à pecuária leiteira no Brasil somada à proposição de soluções cabíveis ao tema é o ponto central de
Marçal analisa doenças, esclarece termos científicos e aponta saídas de maneira didática aos agricultores “Artigos técnicos para produtores rurais”. O livro, lançado na 50ª Exposição Agropecuária de Londrina, traz uma
coletânea de textos assinados pelo médico-veterinário Wilmar Marçal Sachetin. Em pouco mais de 70 páginas, o autor selecionou artigos publicados em suplementos de jornais locais e meios de comunicação renomados como O Estado de São Paulo. Marçal, com a criticidade característica e embasamento teórico de 30 anos na profissão, analisa doenças, esclarece termos científicos e, por meio do resultado de estudos, aponta saídas de maneira didática aos agricultores. A publicação é válida para compreender as alterações sofridas pela pecuária de corte e leiteira de 1988 a 2009 e a evolução no desenvolvimento de métodos preventivos e curativos associados aos aspectos clínicos / sanitários da atividade.
Confira os principais eventos agropecuários programados para os meses de maio e junho 13ª Expocachaça - Feira e Festival Internacional da Cachaça 28 de maio a 1º de junho Belo Horizonte-MG (31) 3284-6315 www.expocachaca.com.br feira@expocachaca.com.br 36ª ExpoMorrinhos 28 de maio a 6 de junho São Luís Montes Belos-GO
34º Expoagro São Luís Montes Belos 31 de maio a 6 de junho São Luís Montes Belos-GO SEAGRO: (62) 3201-8900
29ª Exposição Agropecuária de Itajubá 31 de maio a 2 de junho Itajubá-MG
28ª Exposição Agropecuária de Inhumas 31 de maio a 6 de junho Inhumas-GO SEAGRO: (62) 3201-8900 XVIII Seminário Nacional de Ensino da Medicina Veterinária 31 de maio a 1º de junho Brasília-DF (61) 2103-8484 Semana do Meio Ambiente 28 de maio a 2 de junho Cachoeira Paulista-SP (12) 3101-2813
43ª FAPI - Feira Agropecuária e Industrial de Ourinhos 4 a 14 de junho Ourinhos-SP (14) 3322-6411