Navegando no rio Araranguá
A
RARANGUÁ já havia experimentado os mais diversos meios de transporte desde a sua emancipação.
Antes, para se chegar a outras cidades, o primeiro passo era em direção ao lombo do cavalo. Abrindo-se os primeiros caminhos, foram surgindo as carretas de boi, cuja potência era medida pelo número de animais cangados, e até pelo ensurdecedor barulho que surgia da roda.
muitas vezes também vinham em malotes amontoados nos bagageiros dos iates, que por muito tempo conheceram o caminho do nosso rio, indo e vindo, enquanto permitisse a barra, que determinava a continuidade, o início, a interrupção ou o fim das viagens. Quem desejasse programar uma viagem até Laguna, tinha que prever a possibilidade de retardar o regresso, se conseguisse, antes, sair.
Muitos viajantes tiveram suas viagens interrompidas e não raras vezes tinham que pernoitar na pensão de Cangicas. Porfírio Lopes de Aguiar, grande industrial, exportador de farinha e outros produtos, dispunha de uma estrutura de carga e descarga, entulhando os barcos com mercadorias que corriam sérios riscos de sofrerem estragos, tudo por falta de travessia da barra. p.2 l
JORNALECO
APOIO CULTURAL
ARARANGUÁ, FEVEREIRO DE 2018 • ANO 24 • Nº 497 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – CORTESIA DOS ANUNCIANTES
FILECO
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Mas o mais eficaz meio de locomoção, que funcionou até o princípio dos anos 1920, foi aquele que muitas vezes levou João Fernandes, o coronel superintendente, para suas viagens à Capital: o vapor, que trafegava mansamente enfrentando a correnteza do rio Araranguá. Ao regressar, trazia enorme e variada carga a ser distribuída aos comerciantes, que logo entregavam aos seus fregueses, a aguardar semanas até receberem as suas encomendas. As tão sonhadas cartas, e outras correspondências,
“vida separada”, era o regime de segregação racial existente na África do Sul, que obrigava os negros a viverem separados. Os brancos controlavam o poder, impedindo que o resto da população gozasse de vários direitos políticos, econômicos e sociais. P. 9
Memórias de vida do caminhoneiro, motorista de ônibus, dono de bar em Araranguá e no Arroio do Silva, e sua “Tropicália”: boate, pista de patinação e cinema
Em novembro de 2003, munido de um gravador, Getúlio Peplau esteve com o Fileco, um nome reverenciado na história do entretenimento no Balneário Arroio do Silva. O dono da antiga Boate Tropicália, pioneira no ambiente à luz negra, chegou a manter uma pista de patinação e um pequeno cinema em conjunto com a boate. Localizado na beiramar, hoje o Tropicália funciona com apartamentos para locação. Foi lá que Fileco nos recebeu para que pudéssemos trazer a público um pouco da sua história.
ÁLBUM DE FAMÍLIA
Fotografia de Bernardino de Senna Campos, onde anotou: “1º vapor que vi”. É o vapor Meta, em 1905, chegando ao “porto” de Araranguá, na altura do futuro “Rodeio”, descendo a rua Rui Barbosa
A P O I O C U LT U R A L
JORNALECO
©
PANFLETO CULTURAL
H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H
ANO 24 • Nº 497 • FEVEREIRO DE 2018 Periodicidade mensal - Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 29/01/2018 12h30 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00
EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins
© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)
TAGS z FLYERS z FOLDERS z CONVITES z PANFLETOS z EMBALAGEM z NOTAS FISCAIS z CARTAZES z CARTÕES DE VISITA z IMPRESSÃO DE LIVROS
Av. XV de Novembro, 1807 - Centro - Araranguá Tel. (48) 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com
P. 6 e 7
Leia as edições do JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco ou www.facebook.com/jornalecoararangua (desde jan.2009) UMA PUBLICAÇÃO
ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá-SC Brasil
É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.
casa e construção
COPISO A mais completa
Tel. (48) 3524-7797 Av. Sete de Setembro, 2520 - Vila São José (esquina com a rua Amaro José Pereira)
APOIO CULTURAL
por Alexandre Rocha
APARTHEID, que significa
O CLUBE QUE FAZ PARTE DA NOSSA HISTÓRIA Av. XV de Novembro, 2030 - Centro - Tel. (48) 3522-0447 gremiofronteira.com.br facebook.com/gremiofronteiraclube
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
JOÃO BATISTA DE SOUZA Um pioneiro, uma pioneira são pessoas visionárias; enxergam onde um simples mortal não enxerga. Não quer dizer que um pioneiro tem vida fácil e glamorosa, ao contrário, vida difícil, espinhosa, sofrida. Contudo, são os pioneiros e seus sonhos mirabolantes, muitas vezes fatais, que proporcionam aos seus próceres todos os confortos que podem desfrutar.
S S
que uma ferramenta e aquilo foi alcançando sucesso. Foi tanto que viajantes o procuravam em casa e o negócio deu tão certo que ele mesmo passou a produzir os instrumentos mais procurados. Ficou rico e resolveu construir uma escola, na sua aldeia, para doar à comunidade. Na inauguração, o prefeito da cidade grande, querendo elogiá-lo, teria dito: História que li sobre um pioneiro — ... um homem analfabeto, ficou gaúcho que morava no interior e tão rico que pôde construir essa maravilha! Respondam-me: o que trabalhava na cidade: Era vigia de uma casa de pros- seria desse homem se tivesse estutituição. Um empresário comprou o dado? “negócio” e quis dar-lhe O próprio homenageado respondeu: um toque de moder— Eu sei! Se eu fosse nidade. Falou com o — ... um vigia: um homem de estudos, homem seria até hoje vigia de — De hoje em diante tu vais anotar tudo o cabaré. analfabeto, Essa pessoa é que ocorre aqui. Dificou tão rico nheiro que entra, desValentim Tramontina, que pôde fundador de um dos pesas da casa e com as garotas, enfim, tudo. construir essa maiores empreendimentos metalúrgicos do — Não posso, senhor, maravilha! mundo. sou analfabeto! Respondam— Então não podes * * * mais trabalhar aqui! me: o que O demitido recebeu Os pioneiros que seria desse singraram o Caminho uma indenização razoável. Com esse dinheiro dos Conventos não nos homem se legaram essa maravilha comprou algumas fertivesse ramentas a fim de inide cidade que é Araestudado? ciar um novo ramo de ranguá? serviço: fazer reparos Quantos pioneiros e O próprio nas casas, já que no anpioneiras precisaram homenageado morrer pela fome, afotigo emprego era ele respondeu: quem consertava tudo. gados, pelas doenças, Um vizinho, que ha— Eu sei! Se pelos ataques dos índios via lhe pedido o serrote (que, diga-se de passaeu fosse um emprestado, disse: gem, estavam defenhomem de — Me vende teu serdendo o que era deles rote! Tu conheces a estudos, seria próprios) para que cidade e pode comprar pudéssemos desfrutar, até hoje vigia outro. hoje, de uma das mais de cabaré. Vendeu. encantadoras, deslumOutro vizinho combrantes, acolhedoras, prou-lhe outra ferraagradáveis e lindas menta e, assim, o desempregado joias do mundo: A CIDADE DAS vivia buscando coisas da cidade, tal AVENIDAS. a procura. Então, já trazia mais do “Ó rainha do Sul Catarinense...” z
P. Lúcia: fabricante de bichinhos Ema Thomas: traumatologista Oscar A. Melo: confeiteiro Inácio Filho: obstetra Ana Lisa: psicanalista Ester Elisa: enfermeira Édson Fortes: baterista Sara Vaz: mãe de santo Iná Lemos: pneumologista Eudes Penteado: cabeleireiro H. Lopes: professor de hipismo Hélvio Lino: professor de música Sara Dores da Costa: reumatologista Marcos Dias: fabricante de calendário Oscar Romeu: dono de concessionária Olavo Pires: balconista de lanchonete K. Godói: médico especialista em hemorróidas Passos Dias Aguiar: instrutor de auto-escola Pinto Souto: fabricante de cuecas Décio Machado: lenhador
Quem atualmente viaja de carro até a Capital, saindo de Araranguá, pode seguir tranquilamente pela BR-101 duplicada e chegar a Florianópolis em cerca de três horas, e um pouco mais de ônibus, por passar em Criciúma. Muito diferente dos longos dias de navegação para se alcançar Laguna e Florianópolis, durante as viagens dos vapores. No percurso, muitas vezes parava-se para dormir em terra, onde se almoçava, fazia-se compras e, dependendo das condições do tempo, aguardava-se dias, até prosseguir a viagem.
Revisado pelo autor, Alexandre Rocha, para esta edição.
uplemento
PARA CADA PROFISSÃO, UM NOME ADEQUADO
Muitas histórias foram contadas pelos que presenciaram as saídas e chegadas dos barcos. Principalmente do telegrafista Bernardino de Senna Campos surgem as melhores ilustrações e descrições do que poderia ser uma viagem até Florianópolis, enfrentando chuvas, ventos, sentindo diversas vezes o perigo por perto, entre relâmpagos, balanços e misteriosas noites em pleno mar. Uma viagem daquelas não poderia ser feita com pressa.
Os barcos, vapores e iates eram bastante conhecidos dos habitantes de Araranguá, que ainda não usavam regularmente o trem e muito menos os automóveis. Pelos barcos é que se ia e que se vinha. Assim, até o principiar dos anos 20, nosso rio viu passar por entre suas águas, até atravessar a barra, o Meta, o Max e o Jovita. Outros, ainda, como Rocambole, Berlink I, Santa Rosa, Oscar, usavam a famosa hidrovia que já foi um dia o rio Araranguá.
A BANDA
Nomes segundo a profissão
Se um coração é grande, nenhuma ingratidão o fecha, nenhuma indiferença o cansa. LEON TOLSTOI
MANUEL BANDEIRA POETA BRASILEIRO (Pernambuco, 1886 - Rio, 1968)
Desencanto Eu faço versos como quem chora De desalento... de desencanto... Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente... Tristeza esparsa... remorso vão... Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração. E nestes versos de angústia rouca Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na boca. — Eu faço versos como quem morre. Teresópolis, 1912 (Meus poemas preferidos, Ediouro, 1966)
(Catado na internet)
Como nasce uma piada velha A história é manjada, mas foi contada pela primeira vez pelo general espanhol Valeriano Weyler no livro Mi Mando em Cuba, de 1912. Diz ele que certa vez ligou para o quartel e mandou chamar o capitão. “Ele está ocupado”, disse o soldado do outro lado da linha. “Não interessa, vá chamá-lo”, retrucou o oficial. E seguiu-se a discussão: – Já disse que ele não pode atender. E agora mesmo é que eu não vou chamá-lo. – Jovem, você sabe com quem está falando? Aqui é o general Weyler. – E o senhor, sabe quem está falando? – Não. – Graças a Deus – respondeu o soldado. (FONTE: REVISTA “AVENTURAS NA HISTÓRIA”, AGO.2006, ABRIL)
FEVEREIRO 2018
○
“Deus não tem relig ião.”
JORNALECO 497
○
Os produtos levados para outros centros eram, principalmente, a farinha, o feijão, o açúcar e o milho, além dos derivados e beneficiados, como aguardente, banha e até madeira.
2
11
APOIO CULTURAL
Pioneirismos
Uma alegria compartilhada se transforma em dupla alegria; uma dor compartilhada, em meia dor. PROVÉRBIO SUECO
p.12 l NAVEGANDO NO RIO ARARANGUÁ
MAHATMA GANDHI
Não é só em português que se sente saudade DOR PARA OS ROMENOS
Há quem diga que apenas o português tem saudades. Mas a palavra romena dor tem significado bem próximo ao da nossa saudade. DIFERENÇAS SUTIS
Melancolia, nostalgia e saudade são sentimentos diferentes. MELANCOLIA é uma tristeza causada por um passado perdido. NOSTALGIA é um desejo de voltar ao passado. SAUDADE é um misto disso tudo – e um pouco mais. SOLIDÃO ESPANHOLA
O latim solitate originou tanto a nossa “saudade” como a soledad do espanhol. Só que no português o significado mudou. No espanhol, manteve-se o mesmo do latim. (“AVENTURAS NA HISTÓRIA”, IDEM)
Kleber O. Lummertz FISIOTERAPEUTA - CREFITO 54.689/F
Especialista em Fisioterapia Traumato-ortopédica e Medicina do Esporte
ATENDIMENTO DOMICILIAR CLÍNICA (48) 3527-0786 AV. XV DE NOVEMBRO, 1990 - CENTRO PRÓXIMO AO GRÊMIO FRONTEIRA clinicafision@yahoo.com.br fisionclinica@hotmail.com
Grupos Familiares AL-ANON
as
Reuniões 2 e 5 f., 20h - dom., 17h Próximo à Igreja Sagrada Família Cidade Alta - Araranguá
vvv
Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Próximo à Câmara de Vereadores Balneário Arroio do Silva
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
N.A. Narcóticos Anônimos
vvv
EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI
Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá
POLÍCIA MILITAR: 190 POLÍCIA RODOVIÁRIA FED.: 191 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ATENDIMENTO À MULHER: 180
telefones para emergências
Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá ○
Araranguá condenado
Reun. 2as f., 20h - Junto ao A.A. - Araranguá
as
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
POR
FAZENDA SÃO JORGE Fone (0**48) 3524-0280 Estr. Geral Volta do Silveira - Araranguá ○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○
Você sabia que lavar os mamilos com sabonete pode ressecá-los ainda mais, provocando mais rachaduras? Substitua o sabonete pela água, que não causa nenhum problema, ou lave os mamilos com o próprio leite, que vai agir como cicatrizante e hidratante da pele. Outra dica importante: durante toda a gestação exponha os seios ao sol (entre 7 e 10 da manhã e após as 16 horas) por pelo 15 minutos ao dia. Isso tornará a pele do local mais forte e resistente aos microferimentos causados pela sucção do bebê no ato da amamentação.
○
“Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo.” SIGMUND FREUD
Leite materno como hidratante para os mamilos
Realiza todos os tipos de exames Rua Caetano Lummertz, 456 - Sala 06/térreo Centro - Ed. Com. Executivo Araranguá FONES 3522-1322 - 99668-4925
O melanoma se manifesta com a forma de pintas escuras assimétricas e diâmetro aproximado de um lápis. Nos homens é mais comum no tronco, nas mulheres aparece com mais frequência nas pernas. O sol é o inimigo número um da doença, principalmente entre as pessoas de pele mais clara. Os amantes do sol devem tomar cuidados redobrados, tais como uso diário de protetor solar, evitar a exposição ao sol das 10 às 16 horas e ter atenção especial com qualquer pinta que apareça, sobretudo nas regiões de atrito como as que são depiladas, no caso da mulheres.
Alcebíades, antevendo, quem sabe, a perda irreparável que estava por acontecer e que se concretizaria em janeiro de 1926, naquele momento apostava ser um ato de desinteligência por parte do coronel João Fernandes, governante do lugar, a articulação para o desmembramento de um dos cantos mais progressistas do município do Araranguá, no caso, o das jazidas de carvão de pedra da região de Criciúma. Alcebíades Otaviano Seara foi um homem público que muito bem conheceu e viveu no nosso Araranguá. Chegou à Superintendência Municipal (Prefeito) de 1927 a 1930, e morreu vítima de uma tocaia, na serra da Rocinha. Seara, incisivo, vai direto à causa e, depois, à consequência. Falou sem volteios para os leitores de Laguna, do que mais se falava em sua cidade, Araranguá:
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○
Estudos indicam que o cigarro provoca o enrijecimento das artérias que irrigam o pênis, o que acaba por provocar a impotência. Os homens que fumam muito possuem mais chances de desenvolver a doença. Além da impotência sexual, o cigarro é um dos grandes responsáveis pela má utilização de vitaminas, o que pode acarretar uma séria de doenças carenciais. O cigarro é considerado ainda um grande causador de câncer, tanto o de pulmão tanto MINISTÉRIO DA SAÚDE quanto o de boca. Estudos mostraram que as pessoas que fumam têm duas vezes mais chances de perder os dentes do que as não fumantes. O cigarro provocaria perda óssea nos maxilares, o que, consequentemente, prejudicaria a sustentação dos dentes no osso. (Fonte: site Dicas de Saúde)
TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net
Farmácia de Manipulação Qualidade com bons preços HORMÔNIOS / ANTIBIÓTICOS CONTROLADOS DA PORTARIA 344
Av. Sete de Setembro, 1930 - Centro FONES 3524 2990 - 3524-1104
“
Nos últimos dias do mês que terminou, correu célere por todo município notícia de que o rico e opulento Araranguá ia ser dividido, que já se achava, pelos seus dirigentes, lavrada a sua sentença: haviam concordado com o desmembramento da sua mais rica zona; da sua extensa bacia carbonífera, trecho mais opulento de terra catarinense; da sua extensa zona colonizada por estrangeiros; de cinco
FEVEREIRO 2018
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
Impotência e fumo
JORNALECO 497
APOIO CULTURAL
A maioria das pessoas não sabe, mas a goiaba contém mais vitamina C do que o limão, constituindo-se em uma ótima fonte desta vitamina, sem falar que é mais doce e mais saborosa. A vitamina C atualmente é uma das vitaminas mais conhecidas e utilizadas pela população em geral. E não é para menos, a vitamina C tem propriedades como auxiliar na produção de colágeno, melhorar a absorção de ferro, aumentar a imunidade contra doenças bacterianas e virais, entre outras. A dose diária recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é de 60mg/dia, o que equivale a dizer que um copo de goiaba ou apenas uma laranja ao dia supre essa necessidade.
○
Goiaba, boa fonte de vitamina C
○
○
○
Esta delícia de fruta é calmante, digestiva e laxativa, sendo bastante indicada para quem possui o estômago sensível, quer manter o peso ou está querendo emagrecer, pois possui baixas calorias. O mamão possui ainda alta quantidade de beta-caroteno, característico de frutas de tons alaranjados. O beta-caroteno, quando ingerido, atua como formador de vitamina A. Já a vitamina A atua no combate a doenças de pele, cegueira noturna e queda de cabelos.
Laboratório de Análises Clínicas
De olho no melanoma (câncer de pele)
○
○
○
○
Mamão, delícia cheia de benefícios
CÉSAR DO CANTO MACHADO
O título, que muito assusta, é a epígrafe de um texto escrito e assinado por Alcebíades Seara, encaminhado ao jornal A Cidade, de Laguna, logo no começo dos anos 1920, quando éramos um dos maiores municípios do Estado, tanto em extensão territorial como em progresso econômico.
Centro de Reabilitação
10
3
APOIO CULTURAL
A.A. Alcoólicos Anônimos
estações ferroviárias que são Esplanada, Içara, Criciúma, Sangão e Morretes. Já haviam delineado os limites do novo município pela foz do rio Araranguá até a foz do rio dos Porcos, daí em direção à foz do rio Manoel Alves e, deste, rumo à Serra Geral. Ficava, assim, para o novo município, as terras de Cangicas, Meleiro, Morretes, Criciúma, Nova Veneza, Mãe Luzia, São Bento, Esplanada; e para o velho e tradicional município de Araranguá, as areias do Sombrio, Sertão, Lagoa da Serra e Caverá! Com essa divisa Araranguá desapareceria do mapa catarinense para, quem sabe, aparecer mais feliz e melhor cuidado, crismado com o nome do novo município, Criciúma ou Nova Veneza.” E veio, então, o imediato protesto com rico tempero de crítica à administração: “A população da cidade e da zona sul do velho município, a quem a separação muito vai prejudicar, ao saber da notícia do acordo feito com o chefe do executivo municipal, sr. coronel João Fernandes, para o desmembramento do que temos de mais rico, levantou em uma só voz o seu protesto e logo foram transmitidos telegramas ao excelentíssimo coronel Governador do Estado, aos Congressistas, Secretários e outras autoridades pedindo para que não se faça o desmembramento do município que deve manter-se unido e forte. Já há anos, é verdade, se vem agitando essa idéia de separação e aqui todos reconhecem ser ela filha unicamente do descaso que os poderes municipais têm decretado para os distritos de Criciúma e Nova Veneza; fossem esses dois distritos (fontes de grande receita municipal) bem cuidados, administrados como merecem, ninguém falaria em separação, em criar município à parte, todos seriam unânimes pela continuação do município unido. Sei que aqui bem de perto ninguém
Prédio da Municipalidade, em 1927 (prefeitura, demolida em 1986; ficava ao lado da Casa Paroquial, na Praça). Foto de Bernardino de Senna Campos censura a pretensão, cheia de razões, dos habitantes de Veneza e Criciúma. Eles se vêem pelo desprezo em que viviam seus distritos, forçados a pedirem o desmembramento para se governarem por si; a censura pesa sobre o velho chefe do executivo, senhor coronel João Fernandes, que tem esses dois distritos como um grande fardo que lhe pesa às costas e a todo momento os está oferecendo aos seus habitantes para se ver livre deles. Fundamentar a divisão pretendida com o argumento de ser o território de Araranguá muito grande, as comunicações interiores deficientes, distando os diversos pontos comerciais e industriais muitos quilômetros da cidade e que isso seria dificuldade à própria vida administrativa é um engano, tornandose argumento sem base. Dizer que a separação deve fazer-se porque Araranguá tem de atender vários distritos é prova da muita incapacidade de seus dirigentes. Nesse caso se deveria ter dividido os municípios de Blumenau, Lages, Chapecó e outros que são bem maiores e difíceis de administrar devido a sua topografia e condições econômicas. Enfim, a nossa certeza de que Araranguá não será desmembrado e reduzido à areia, ainda que com o desmembramento esteja de acordo o velho chefe do executivo municipal, Senhor coronel João Fernandes, é a confiança que solidários depositamos na administração firme e patriótica do ilustre e querido chefe do executivo estadual, coronel Pereira Oliveira, que não quererá, por certo, que no seu Governo de adesões e de congraçamento da família catarinense se faça a separação da família araranguaense.” z
ELETRODOMÉSTICOS - MÓVEIS - SOM E IMAGEM BAZAR - BRINQUEDOS - INFORMÁTICA - FERRAGENS FERRAMENTAS E MÁQUINAS - LINHA PRAIA - CAMPING JARDINAGEM E COMPLETA LINHA AGRÍCOLA
u 200 metros do trevo principal de entrada da cidade, nº 474 - Cidade Alta - Araranguá Tel. (48) 3521-4200 site: www.afubra.com.br
Geração alienada da história
Em vez de apoiar causas que defendam as mulheres da discriminação e da violência machista, preferem impedir a felicidade afetiva e sexual dos gays; em vez de defender o acesso a uma educação de qualidade e geração de emprego com renda digna para a população mais vulnerável, e assim diminuir a miséria e a criminalidade, preferem reivindicar o porte de armas e a pena de morte; em vez de lutar por justiça social com igualdade de oportunidades para todos, preferem posar de moralistas ultrajados e atacar males menores, como a nudez da cantora na TV. Pregam os valores da família, mas só olham para a família deles. Se dizem conservadores idealistas, de direita, mas não passam de pseudopuritanos seguidores de déspotas exclusivistas e iracundos. Uns por ignorância, outros por complexo de superioridade, a maioria para manter privilégios.
Prefeito Mineiro e o meio ambiente no Balneário Arroio do Silva
APOIO CULTURAL
Completando seu primeiro ano, o governo do prefeito Juscelino Guimarães, o Mineiro, no Balneário Arroio do Silva, já é o mais empenhado na história do município em atender às necessidades do seu meio ambiente de beira-mar, dunas e restinga. Dialogando colaborativamente com os órgãos ambientais, Mineiro e seu secretário de obras, Jaime Silveira da Silva, estão se esforçando para proteger o território do município, que é um dos mais problemáticos da região a enfrentar a especulação imobiliária e o avanço criminoso sobre as áreas de preservação.
F O R M AT U R A S E A S S E S S O R I A w w w. a m f o r m a t u r a s . n e t ARARANGUÁ Av. XV de Novembro, 1790 - Centro - Tel. (48) 3522-0356 CRICIÚMA Av. Universitária, 230 - Sta. Augusta - Tel (48) 99627-5838 TUBARÃO Rua Martinho Ghizzo, 375 - Dehon - Tel. (48) 3622-0822 r e c e p cao @ a m f o r m a t u r a s . n e t
Nelson Mandela (África do Sul 1918-2013) foi advogado, líder rebelde (preso por 27 anos e libertado em 1990 após uma campanha internacional) e presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado o mais importante líder da África Negra, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1993, e pai da moderna nação sul-africana.
A P A R T H E I D Texto: Ana Luíza Mello Santiago de Andrade (www.INFOESCOLA.com/historia/apartheid)
O Apartheid foi uma política de segregação social ocorrida na África do Sul entre 1948 e GETTYIMAGES
1994, com a ascensão do Partido Nacional, cujo governo foi composto por uma minoria branca. ○
○
O país foi governado por esta minoria branca que adotou desde 1948 uma política de segregação racial. Com o fortalecimento do regime entre as décadas de 1960 e 1970, uma forte oposição se fez presente. O Partido Nacional tinha como parâmetro as ideias de superioridade racial branca e para manutenção de seu governo e desse sistema investiu em vigilância e repressão constantes. Os casamentos entre brancos e negros eram proibidos e o ato sexual de brancos com não brancos, se descobertos, eram punidos com prisão. Somente brancos atuavam nos cargos diretivos do governo, no parlamento e eram eles os proprietários de terras produtivas. Já aos negros cabia o trabalho como mão de obra barata nas fazendas, nas minas e na indústria. Além disso, a circulação pelo país era restrita e controlada por diversos documentos de identificação ou passes e salvo-condutos. A burocracia foi uma importante estratégia de controle sobre mulheres e homens negros e sua livre circulação pelo país.
4
○
○
9
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
Embora a segregação tenha sido um regime bastante violento, o povo sulafricano não tolerou passivamente as regras racistas. Várias foram as reações ao sistema e elas estiveram ligadas à formação da União Sul-Africana. Desde o início do século XX, com a criação do Congresso Nacional Africano (ANC) que os negros passam a ter a sua principal entidade de representação. Na década de 1920 os líderes promoveram greves com mais de 40 mil mineiros em todo o país, mostrando sua capacidade de mobilização e articulação. Na década de 1940 foram mais de quarenta greves organizadas envolvendo mais de 60 mil pessoas. Mas, é com a ascensão do regime do Apartheid que a resistência pacífica ficou em segundo plano, dando lugar a boicotes e movimentos armados liderados por Nelson Mandela. O estopim do início da resistência mais ativa foi o Massacre de Shaperville em 1960*, quando a polícia atirou em um grande grupo de aproximadamente cinco mil pessoas. Mandela foi preso em 1962 e em 1964 foi condenado à prisão perpétua, tendo
A política de segregação racial esteve presente nos espaços mais comuns das cidades da África do Sul. Havia veículos de transporte separados para brancos e para negros, assim como os pontos de ônibus. Lugares separados nas praças, nos parques e nas praias era também bastante comum. Bibliotecas também seguiram as regras de segregação, assim como os bebedouros, os restaurantes, os bares. Enfim, todos os lugares foram marcados pela violência da segregação racial.
APOIO CULTURAL
Para manter privilégios
E T C ETERA
“A educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo”
FEVEREIRO 2018
A corrupção e os conservadorismos religioso e político, que não aceitam mudar o establishment — a ordem ideológica, econômica e política que garante privilégios aos mais ricos — Políticos sem nenhuma proposta são os cânceres da estrutura social. ou boa vontade a favor do direito das A corrupção devora grande parte da minorias, da autonomia das mulheres, produção e do trabalho de uma nação, do respeito à orientação sexual, da caufecha escolas e hospitais, mata criansa indígena, da segurança dos trabacinhas de fome; e os conservadorismos lhadores e suas famílias, de combate a impedem as pessoas de crescer livres pobreza, de assistência aos mais vulnepara exercer plenamente sua cidadania ráveis, de investimentos na saúde públie defender direitos e justiça social. ca e na educação pública de qualidade, Por que será que tantos de nós, com de preservação ambiental. Querem o suposta capacidade de discernimento, Estado para perseguir grupos e movinão percebe o rio que os arrasta, a canga mentos específicos e o capital privado que os conduz? para controlar a economia e os recurMuita gente que acata o discurso sos naturais. Fanfarrões, arrastam dos conservadorismos excludentes, o uma multidão de adeptos declarados, faz por preconceitos de motivação e de não declarados (que compartilham inconsciente: seus avôs eram assim, discursos semelhantes mas não queseus pais eram assim. Ou por orgulho rem perder a pose de politizados). pueril. Outros defendem o conservadorismo para garantir a manutenção de privilégios, não aceitando compartilhar o acesso a bens e espaços com as pessoas diferentes deles e as classes menos favorecidas. Uma sociedade em que os cidadãos opinam sem buscar conhecimento e agem sem comprometimento político, degenera numa sociedade movida a interesses particulares, onde a miséria e o crime florescem do abismo entre ricos e pobres, onde os bons se corrompem pela omissão e déspotas falam em nome do povo e em nome de Deus. Isso não define o Brasil, mas sua condição política atual.
434 mortes e desaparecimentos durante a ditadura militar, pobreza extrema no campo e nas cidades, índios e quilombolas dizimados, incentivo ao desmatamento e ocupação desordenada da Amazônia, endividamento que comprometeria as contas públicas pelas décadas seguintes, imprensa e oposição censuradas, corrupção escamoteada, universidades e currículo escolar engessados, artistas e intelectuais expulsos. Somos uma geração que lamenta a conivência de nossos pais ao Golpe Militar. A maioria da classe média e um grande séquito da Igreja comemoraram em 1964. Cinquenta anos depois, William Bonner lê um editorial no Jornal Nacional em que as Organizações Globo reconhecem seu erro e pedem desculpa ao povo brasileiro por terem apoiado o Golpe. Mas a Globo continuou alinhada às facções e governos elitistas, apoiando o atual golpe de Estado, que iniciou com uma campanha sórdida contra a reeleição de Dilma, seguindo com o impeachment de uma presidenta honesta, a traição ao programa de governo pelo seu vice que, usurpando-lhe o poder, vai minando as conquistas da sociedade brasileira nas últimas décadas, com privatizações e embustes como as reformas trabalhista e previdenciária, culminando nos ardis persecutórios contra o expresidente Lula, a despeito dos oito anos do seu governo, que tanto favoreceu a nação brasileira e os municípios, conquistando um respeito inédito no cenário internacional. Somos também a geração que repete o erro de nossos pais. Alienando-nos da história não aprendemos a lição. A classe média adora servir as elites dominantes. Pobre classe média, insensata classe média. Pobre pela preguiça intelectual, pela dúvida moral. Insensata por permitir que uma oligarquia entreguista e a rapinagem de grandes capitais dominem seu país, saqueando o patrimônio nacional, cortando recursos das áreas da Saúde, da Educação e da Segurança, fomentando a miséria e o crime. As próximas gerações sofrerão pela nossa estupidez e arrogância se não despertarmos antes para uma cidadania esclarecida que nos recupere o sentido de coletividade solidária e de amor cristão. z
JORNALECO 497
TY WRIGHT/GETTY IMAGES
Corrupção e conservadorismos
FABIO RODRIGUES/AGÊNCIA BRASIL
SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
ficado preso até 1990. Ele foi a principal referência da luta contra o regime de segregação racial na África do Sul. Em 1976 uma onda de violência extrema por parte da polícia contra um protesto de jovens estudantes ocorreu em Soweto, Johanesburgo. Nesta repressão o número de mortes e prisões foi surpreendente: foram 600 manifestantes mortos e 13 mil prisões. A tortura e morte de Steve Biko, líder do movimento, marcou a ação e a África do Sul passou a sofrer pressões por parte da ONU, que provocou o isolamento do regime do Apartheid e já nos anos 1980 o país passa por um descrédito mundial, perdendo investimentos. No início dos anos 1990, com a libertação de Mandela e a abertura do regime o Partido Nacional perdeu força e Mandela foi eleito presidente em 1994, marcando o fim da segregação legal e a conciliação nacional sul-africana. Fonte: https://www.google.com.br/amp/s/ www.infoescola.com/historia/apartheid/amp/ #ampshare=https://www.infoescola.com/ historia/apartheid/ (Referência: MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2013). Acesso em 21.jan.2018
(*) 69 pessoas morreram e 180 ficaram feridas (www.bbc.com)
Em 16 de junho de 1976, centenas de pessoas foram mortas pela repressão policial durante o Levante de Soweto, hoje símbolo contra o racismo no mundo. Em memória desta data, a OUA instituiu em 1991 o Dia da Criança Africana
JOALHERIA E ÓTICA www.alcidino.com.br
OS SEUS OLHOS MERECEM.
○
ARARANGUÁ • CALÇADÃO
TEL. 3524-1633
Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc. Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy
Batizado de boneca em 1932
j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)
F 1974-75: o último ano do jornal F ANO XV - ABRIL/MAIO DE 1975 (FINAL)
Fronteira Clube inaugura boate Instalada em ponto central, nos altos do edifício Fronteira, o tradicional clube araranguaense deverá inaugurar, dentro dos próximos dias, uma moderna boite, como ponto de recreação de seus associados. Tudo indica que a iniciativa do presidente, Dr. Wladinir Luz, e sua diretoria alcançará absoluto sucesso, pois a juventude está a necessitar de um ambiente desse gênero para o inverno, pois as boites praianas só funcionam durante o veraneio. CA 290 12/04/1975 NJ: A primeira “boate” na cidade foi do Quitandinha. Iniciada em 1962, a boate do Alírio Monteiro funcionava no seu prédio, à esquerda da Igreja Matriz, animada por uma eletrola Telefunken. Depois, a boate passou para a Cel. João Fernandes, sendo frequentada pela juventude de então até meado dos anos 70. Quando o Quitandinha saiu de cena, o Fronteira Clube tomou a frente. Funcionou ali por um ano, tocada por Everaldo João, com discos do Querino Mazzuco. Dali foi para o Araranguá Tênis Clube. Pouco depois, estabeleceria-se como Eve’Som, ao lado do Bar Central, no pavilhão onde, até então, funcionava o Sinuca do Walmor. RG (+J.130, 156, 267, 466)
UCCA publica programação 75
Triunvirato ARLETE ZANERIPPE
O mar ruge bravio Em vão a chamar Amor nunca existiu Céu horizonte e mar
FEVEREIRO 2018
Dois tão distantes Querendo se tocar Do alto indiferente O céu fica a olhar
8
5
APOIO CULTURAL
O União Clube Cidade Alta, convidando seus associados para o baile do dia 26 do corrente [abril], anuncia sua programação para 1975, constando, além do baile acima, dia 10 de maio, Baile em Homenagem às Mães; 28 de junho, Baile de São João; 26 de julho, Baile de Férias; 16 de agosto, Baile em Homenagem aos Pais; 13 de setembro, Baile de Debutantes; 15 de novembro, Baile do 22º Aniversário do UCCA; 31 de dezembro, Baile dos Sócios. E durante os quatro dias de Carnaval, o UCCA jamais deixaria de realizar seus festejos momescos, que sempre primaram pela movimentação. idem
O horizonte vazio Céu não lhe quis Sem afago e frio Mar então me fiz
JORNALECO 497
3 Na embalagem de um pão da Mark & Spencer: “O produto estará quente depois de aquecido” 3 Na embalagem de um ferro de passar Rowenta: “Não passe roupa que estiver vestindo” 3 Num remédio infantil para tosse da Boots: “Não dirija nem opere máquinas” 3 Numa embalagem de Nytol (um sonífero): “Cuidado: pode causar sonolência” 3 Numa tesoura coreana para crianças: “Cuidado: mantenha fora do alcance de crianças” 3 Numa embalagem de luzes de Natal feita na China: “Somente para uso interno ou externo” 3 Num processador de alimentos japonês: “Não deve ser usado em outro uso” 3 Numa embalagem de amendoim da Sainsbury’s: “Cuidado: contém amendoim”
(Catado na internet)
Absurdos encontrados em diversos produtos
Esta foto é de 1932, com várias crianças de Araranguá, na maioria meninas, algumas que se tornarão mães e avós e bisavós de futuros araranguaenses. Foram crianças que andavam pelo centro da pequena vila com suas poucas residências e caACERVO AHA sas comerciais, uma escola, uma igreja, um ou dois médicos e o mesmo tanto de farmacêuticos, advogados e “coronéis”, quase nenhum automóvel rodando em ruas de chão batido, sem água encanada nem energia elétrica, mas com jornal, estação de trem e um cinema mudo, e a era do rádio, que nos alcançava. As três meninas sentadas seguram suas bonecas no colo. Era a festa de “batizado” das bonecas, uma brincadeira infantil lá dos anos 1930, e que chegaria aos anos 50, conforme Beth Salvador conta em seu livro Uma velha casa da Rua 24 (EquipeDigital.com.br, 2005, p. 78): “Era costume fazer, naquela época, batizado de bonecas, com doces, bebidas e tudo. As meninas sempre batizavam suas bonecas e uma era sempre madrinha da boneca da outra, daí ficavam comadres.” (RG)
CN
Apelidos Araranguá, como outra qualquer cidade brasileira, é rica em apelidos. Conforme Sabino M. Maciel, existem registrados em seu livreto para mais de 700 apelidos. Eis alguns do bairro Alto Feliz: Cachumba, Bicudo, Florão, Papalegua, Caravel, Fuscão, Chevete, Tesorão, Serramortalha, Marreta, Arco-de-pua, Disco-voador, Tio Mano, Cuitelo, Anelão, Cartucho, Patarracha, Discarga, Galocha, Butina, Penuja, Refletor, Sabugo, Embalagem, Pincel-atômico, Falagrosso, Faro-fino, Gaipava, Gaturama, Gelatina, Vitrina, Furacão, Terremoto e outros apelidos carinhosos que a censura não deixa passar. (Coluna Irê Gutierrez) CA 292 31/05/1975
Conferência Vicentina Santa Isabel A Conferência Vicentina Santa Isabel, instituição filantrópica que funcionava com o nome de Ala Feminina da Conferência Vicentina São José, foi desta desligada, passando a ter autonomia e exercendo suas beneméritas finalidades com o nome acima. É mantida por coletas nas reuniões, mensalidades e benfeitorias, auxílio da municipalidade, da indústria e comércio da cidade. No ano passado, a Conferência Vicentina Santa Isabel prestou assistência a 18 famílias, num total de 90 pessoas. Também recebeu a entidade auxílio em roupas do cônego Paulo Hobold, bem como alimentos de parte da coordenadora da Merenda Escolar, sra. Lídia Malgarezzi. Realizou o Natal dos pobres, distribuindo um rancho mais farto e agasalhos para seus Matriz em 1957: o relógio só l filhos. idem chegaria cerca de 20 anos depois
Festa de Nossa Senhora Mãe dos Homens - 1975 A Comissão Organizadora dos festejos, quanto ao movimento financeiro, apresenta a seguinte prestação de contas: RENDA DAS NOVENAS Sanga da Toca Cidade Alta Barranca Coloninha Urussanguinha Vila São José Mato Alto Itoupaba Ofertas no Livro de Ouro Percentagem do churrasco Igreja Matriz
RECEITA Cr$ 22.170,00 10.231,50 9.362,00 7.295,00 4.796,00 4.538,00 3.540,00 2.100,00 6.175,00 271,00 14.853,30
PAGAMENTOS DESPESAS Irmãos Almeida Cr$ 1.114,00 Casa Cometa 800,00 Gomes, Garcia 33,00 Gráfica Orion 1.970,00 Rádio Araranguá 550,00 Vinho para ceias 1.120,00 Padaria São José 2.800,00 Transporte da banda musical 600,00 Hospedagem da banda musical 1.280,00 Galinhas para assar 2.765,00 Flores para o andor 400,00 Casa Bandeirante 188,00 Serviço de alto-falante 300,00 Serviço de carpintaria 400,00 Conserto do aviãozinho 75,00 Fretes de caminhões e carroças 530,00 Trabalhadores e faxineiros 955,00 Vasos para flores 115,00 Material para o andor e enfeites 604,00 Fogos 2.100,00 Livro de Ouro 18,00 Banda musical 4.000,00 Resultado líquido 63.331,80 O resultado líquido foi depositado no Banco Sul Brasileiro, sendo Cr$ 50.000,00 em caderneta de poupança e Cr$ 13.331,80 na caderneta de depósitos regulares. Esse depósito será aplicado na aquisição de um relógio para a torre da Igreja Matriz. CA 292 31/05/1975
CASA NENA CANOAS / RS
ARARANGUÁ / SC
FILECO
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Ele botou essa boate aqui e funcionou, mas não funcionou como era pra ser, e ele ficou meio endividado. E ele tinha um barzinho pequeno, perto do meu, em Araranguá. Aí ele me ofereceu isso aqui. Mas eu não podia comprar, não tinha dinheiro. Nesse meio tempo, eu tinha um consórcio de fuca. Aí eu tirei esse danado desse fuca no sorteio.
Memórias de vida do caminhoneiro, motorista de ônibus, dono de bar em Araranguá e no Arroio do Silva, e sua “Tropicália”: boate, pista de patinação e cinema
DEPOIMENTO COLHIDO POR GETÚLIO PEPLAU / EDIÇÃO E TEXTO DE RICARDO GRECHI
BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA
Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112
Fuca da sorte e a compra da Tropicália
“Fileco Bar” e o “Espeto de Ouro” Eu e a Ieda temos duas filhas: a Valéria, essa que estava aqui, e a Vânia. Eu deixei a Penha e fiquei com um bar em Araranguá. Era em frente ao antigo Banco Inco [prédio do Affonso Ghizzo], no prédio do Ernesto Grechi Filho. Era o “Fileco Bar”. No lado tinha uma loja bonita, do Enor Wendhausen, filho do meu padrinho Jaime Wendhausen. l
Era lá em Criciúma, na Dimasa. Fui lá buscar. Era 1968. Eu vendi esse fusca pro Altamiro Matos, que tinha loja do lado do meu primeiro bar. Fileco, muito elegante, dança com a Troquei esse fuca por bela amiga Marlene Pacheco, num um velho, que ele tibaile de gala dos anos 1950 nha, e peguei o troco. Com essa volta, coml Depois ele saiu, foi pra Curitiba, e prei a Tropicália do meu amigo eu comprei a loja e engrandei o bar. Artêmio. Aliás, esse nome, TroDepois, comprei a churrascaria picália, foi o Artêmio quem botou. “Espeto de Ouro”, em frente à Aí eu fui emendando, emendando, Gomes, Garcia, ao lado das Lojas até como tá hoje. Pernambucanas, onde hoje é a Alcidino. Era a galeria do Mané Um financiamento Costa, ali onde é a Loja Diani. Junto pra esquecer tinha o Salão Estrela, daqueles Tem um caso, triste até. Eu fiz um irmãos barbeiros, e a lojinha do financiamento pra fazer o Tropicália Joaquim Réus. de material. O nome do financiamento era Recon. A “Tropicália” Eu sei dizer, meu filho, que eu Eu tinha também a Tropicália, no fiquei oito anos pagando, trabaArroio do Silva, que comprei do lhando, e quanto mais pagava maior Artêmio de Fáveri. Era uma casa de ficava a dívida! mais ou menos 10x10, de costaneira. Quando terminaram os oito anos, Até tem uma história muito encerrou, venceu o prazo, expirou. bonitinha. O cara que fez, muito Mas eu tava devendo milhões pro meu amigo, ele começou aqui, banco! muito peitudo, dinâmico, e fez a Me livrei daquilo e até hoje eu Tropicália, essa de costaneira, no nunca mais comprei fiado ou fiz tempo da luz negra. Era boate, boate empréstimo. Deus me livre! Não familiar, né? quero mais. Oito anos eu sofri.
6
7
APOIO CULTURAL
APOIO CULTURAL
Nasci lá na roça, capinando, plantando, andando a cavalo, entregando leite; e a escola, muito pouco. Eu vinha de a pé, lá do Mato Alto, perto do açude Belinzoni, onde eu morava, estudar no Grupo Escolar David do Amaral [no espaço ocupado pelo Colégio Estadual]. Lembro da dona Sílvia, da dona Isabel. Depois, passamos para o Castro Alves, quando foi inaugurado [em 1945]. E assim foi continuando a vida. Pelos 18 anos eu saí de casa. Com 21, eu tirei carteira de motorista. E aí, adeus, Araranguá! Andei muito, muito por aí, caminhando, caminhando, até que um dia resolvi parar. Casei. Casei pela primeira vez com a Erna Hahn, muito amiga da tua mãe, a Maria, né? [referindo-se ao Getúlio Peplau, que gravava o depoimento, em 2003]. Mas foi por pouco tempo, três anos, por aí. Ela morreu, mas deixou uma menina, com nome de Virgínia. Essa mora em Florianópolis. Tá muito bem casada, três filhos.
E aí caí no mundo de novo: caminhão e ônibus e tudo que era coisa pela frente. De caminhão fazia frete, e de ônibus eu trabalhei pela Penha. Fazia a linha Pelotas-Rio de janeiro, Porto Alegre-Rio. Era lá pela BR116, por Vacaria. Por aqui, antes não tinha estrada. A gente ia por Guapiara, Apiaí, e muitas outras cidadezinhas. Tudo estrada de chão! Até chegar em São Paulo. Levava alguns dias. De caminhão era mais rápido, quando não atolava. Trabalhava para uma empresa de transporte. Eu transportava muita coisa. Mais tarde, passei a transportar carne, lá dos frigoríficos da fronteira: de Santa Rosa, Santo Anjo. Quando menino, comecei a dirigir caminhão. Eu olhava a estrada por dentro do volante, de pequeno que eu ainda era. Nós pegávamos banana em Jacinto Machado. Meu pai dirigia outro caminhão. Vínhamos por Araranguá, entrávamos para o Arroio do Silva, passávamos o esteiral sobre a areia, passávamos a cancela do Sapo, e pegávamos a beira da praia pra ir pra cidade de Rio Grande. Quando dava. Quando não dava, tinha que esperar. Tinha muito arroio. O marisco na praia era tanto, que fazia uma estralaçada nos pneus do caminhão passando por cima! A arraia vinha com a onda e ficava encalhada na praia, se batendo ali, e a gente juntava. Arraia, viola. Lá em Torres era esteira de madeira; aqui era de junco. Eram quatro esteiras. Subia em cima duma, aí tirava aquela detrás e botava na frente e ia seguindo assim, até atravessar os combros. Aí, caía no rio
Mampituba e lá pegava a balsa. Depois tinha esteira de novo. E ia pela praia até São José do Norte. Aí atravessava o rio, em outra balsa, e chegava em Rio Grande. Faz 36 anos que deixei de ser motorista de ônibus. Foi quando nasceu minha filha Valéria. Eu saí da Penha pra casar com a Ieda, filha do Paulista. Naquela época, quando eu tinha folga, eu vinha aqui e ficava de namorico. Quando foi um belo dia, lá na cidade de São Marcos, no Rio Grande do Sul, eu fui fechar a porta do ônibus. Eu ia dirigindo de noite. A porta da cabine abriu-se e eu levei a mão pra fechar. Um passageiro foi querer ajudar a fechar a porta, eu tava com a mão na fresta, na trinca da dobradiça, aí cortou o dedo, aqui ó. Saltou um pedaço. No escuro eu botei a mão na boca; não via nada. Tava doendo. O sangue respingou na camisa, na gravata. Quando acendi a luz da cabine, eu vi aquela barbaridade. Em São Marcos, o médico arrumou direitinho e tal. Eu peguei o seguro e fiquei uns dias sem trabalhar. Foi quando vim em Araranguá. Cheguei aqui, me entusiasmei e noivei, e casei, e fiquei, e tô até agora aqui, com a Tropicália.
FEVEREIRO 2018
“
O caminho da roça
Caminhoneiro e motorista de ônibus
JORNALECO 497
DELDY FREITAS PEREIRA, o Fileco, nasceu em Araranguá, no feriado da Independência do Brasil, a 7 de setembro de 1932, filho de Manoel Idalino Pereira e de Virgínia Freitas Pereira. Casou em 1958 com Erna Hahn Pereira e tiveram a filha Virgínia. Viúvo da primeira esposa, casou em 1967 com Ieda Leonardelli Pereira e tiveram as filhas Valéria e Vânia. O texto a seguir foi publicado no JORNALECO nº 193, de 1º de dezembro de 2003.
Queda e reconstrução Eu fiz isso de alvenaria, as paredes; o telhado bonito, de brasilit. Tá. Rapaz, não levou dois anos e não caiu?! Caiu o telhado, só ficaram as paredes. Agora não tinha dinheiro pra refazer, tava ruim. Aí o Paulista, que era meu sogro, ele tinha muitas casas aqui no Arroio do Silva, pegou e deu uma casa pra cada filho. Pra Ieda e eu, eu disse que não queríamos a casa, eu queria que ele ajudasse a reconstruir a Tropicália. Ele vendeu a casa. Com o dinheiro, fizemos uma laje.
Pista de patinação e cinema no Arroio do Silva Aí eu comecei a fazer baile embaixo. Eu fazia baile, pista de patins, cinema. Nós passávamos os filmes numa máquina pequena, numa tela de pano de 3x3. O pessoal sentava em cadeiras de palha. Vimos filmes como Os Canhões de Navarone e faroestes. Em cima, fiz apartamentos. Eu toquei o bar, enquanto deu. No fim, eu tinha que ficar com alguma coisa: o bar ou os apartamentos pra alugar. Não podia ser os dois juntos, porque um atrapalha o outro. Fiquei com os apartamentos e estou até hoje. Eu trazia na Tropicália os melhores conjuntos de Porto Alegre: Impacto, Caravelle; e artistas também: o Eduardo Araújo e a Silvinha estiveram aqui. A Tropicália foi muito movimentada.
Viajar é preciso Hoje eu estou tranquilo. Tenho um motorhome. Trabalho seis meses aqui e seis eu vou pro Norte e Nordeste, pra qualquer lugar do Brasil. Só não fui pro Macapá porque não tem estrada. Já foi o tempo que eu gostava do frio, agora não. Pra mim, o Brasil começa do Rio de Janeiro pra frente, quando começa a esquentar. Fileco faleceu em 25 de julho de 2010. Em 7 de setembro, ele completaria 78 anos.
Qualidade e bom preço o ano todo TEL. (48) 3524-1646
PRAÇA HERCÍLIO LUZ, 436
ARARANGUÁ SC