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PANFLETO CULTURAL
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H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H
ANO 27 • Nº 532 • ABRIL DE 2021 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 11/04/2021 9h30 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00
EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins, Welington Coral Abel
© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)
Leia o JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco (desde jan.2009) e assista nossos vídeos no YouTube: Jornaleco Araranguá SC
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UMA PUBLICAÇÃO
É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação. REPR. JORNAL PRETO NO BRANCO
A L E X A N D R E R OCHA
Antônio de Barros Lemos é um
APOIO CULTURAL
dos maiores frequentadores do Jardim Alcebíades Seara (1998), mesmo que ultimamente não tenha sido visto por ali para tomar o solzinho num daqueles bancos das ruelas do jardim. As manhãs deste início de inverno ficam aguardando pelo Dr. Antônio, mas sabemos que ele tem trocado a praça pelo calor de seu apartamento no Edifício Embaixador, em companhia de sua expaciente, dona Quita, que elegeu sua eterna namorada. O médico mineiro, natural de Ouro Fino, Minas Gerais, chegou em Araranguá em 1933, encontrando na cidade muito trabalho em função das doenças e falta de recursos das famílias e do próprio município. Há alguns meses, encontrando o Dr. Antônio a observar o movimento da avenida Sete de Setembro, sentei ao seu lado e, como sempre, nossa conversa tomou o rumo da história de Araranguá e da sua chegada na cidade. Em poucos minutos, embalado por suas memórias, peguei o bonde de volta ao passado vivenciando o cenário que nosso personagem descrevia. Primeiro tive que retirar de cena todos os carros, eliminar o barulho formado
CN
pela miscelânea de ruídos, retirar da rua o asfalto, os canteiros, os postes com as teias de fios de energia, trocar a igreja atual pela antiga, povoar as ruas com pessoas em trajes de época, visualizar uns cavalos, carroças, e até um grande cercado em volta da praça, que era considerado um potreiro pela frequente presença de animais amarrados ou soltos em seu interior. Pronto, ou quase. Faltaria acrescentar o Hotel Labes e ver ali chegando o tão aguardado o médico que vinha se estabelecer na cidade, o que significava uma esperança para a população, que sofria com a falta de um profissional que os assistisse em meio a tantas doenças, principalmente uma que mais assustava quando aqui chegou, a malária. “Interventor de nada” Na conversa, nosso personagem fez muitas comparações, mostrando que tudo tinha mudado muito, mas que não esquecia a forte impressão que teve quando de sua chegada a Araranguá, principalmente em um episódio que marcou logo os primeiros dias, que contou, sem deixar de dar algumas boas risadas. Ele se referia ao dia em que deixou o
Apesar dos avisos sobre a má fama de Araranguá, em 1933 o Dr. Antônio decidiu vir para Araranguá
hotel para passear na praça, quando observou uma reunião com ânimos exaltados embaixo da figueira no jardim, a mesma que Caetano Lummertz mandou cortar e gerou polêmica. Quando sentiu que o clima ficava tenso, retirou-se e voltou para o hotel, sendo em seguida procurado por Jaime Wendhausen, que perguntou na portaria pelo médico que estava hospedado. Ao ser chamado, logo pensou se tratar de alguém a procura de socorro para um possível ferido na briga. Mas, na verdade, a razão era outra, queriam era nomeá-lo interventor do Fronteira Clube, o que lhe causou estranheza, pelo pouco tempo que estava ali. A0 saber que o clube não possuía patrimônio
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ARARANGUÁ-SC ABRIL 2021 ANO 27 Nº 532
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Araranguá em prosa: “Nossa linda história” Estas pequenas crônicas fazem parte do projeto “Nossa linda história”, com pesquisa, texto e curadoria de Micheline Vargas de Matos Rocha, diretora do Departamento Municipal de Cultura. O projeto, com exposição de fotografias em diversos locais da cidade, faz parte da comemoração dos 141 anos da emancipação político-administrativa de Araranguá, festejado em 3 de abril
ALEXANDRE ROCHA
O médico mineiro que adotou Araranguá
JORNALECO
ARARANGUÁ / SC
CANJICAS Lugar de fabulosa experiência humana, Canjicas, nome ainda bastante recente na citação dos moradores da localidade que hoje conhecemos como distrito de Hercílio Luz, reúne, nos mesmos espaços das diversas comunidades, uma rica diversidade cultural, assentada tanto no mito que povoa o imaginário, quanto no sagrado manifestado no cultivo da fé. Margeada em parte pelo rio Araranguá, que busca adiante a sua desembocadura, o morador da localidade soube desenvolver sua “cultura anfíbia” para relacionar-se de forma produtiva, tanto com a água, recurso para o qual dedicou a habilidosa arte da pesca, quanto para a terra, magnífico solo de tantas colheitas. Quanta história este povo tem para contar! Assim é Canjicas, um lugar que reafirma, a cada dia, a sua contribuição para a base cultural de Araranguá. LENDAS O mito, as histórias e as lendas representam uma importante simbologia cultural da comunidade do distrito de Hercílio Luz. Isto se deve as tradições repassadas pelas gerações ao longo do tempo, o isolamento geográfico pelo rio
Araranguá e o forte contato da comunidade com a natureza, gerando um imaginário cujo legado é ainda muito conhecido entre seus moradores. Entre os mitos, é muito conhecida a figura do Caracaxá, que segundo os moradores “é um pássaro bicudo que vira uma bola de fogo” e aparece em noites escuras de pesca.
O que antes era desenvolvido para o atendimento das necessidades cotidianas do lar, do trabalho na pesca e na agricultura, tais como a fabricação de balaios, chapéus, canoas e remos, passou a agregar a criação artística para fins decorativos e atendimento aos visitantes, com o acréscimo de itens como esteiras, bonecas (foto, Máxima de Souza), quadros, vassourinhas, sombrinhas, leques, peixes, entre outros. Para este tipo de artesanato, emprega-se a rica variedade de material fornecido pela flora local, tais como junco, tiririca, casca de imbira do mato, casca de bananeira, matinhos do campo, palha de milho, folhas de carvalho, sementes, e muitos outros. O artesanato possui forte significado e representação na vida do morador do distrito de Hercílio Luz. Seu trabalho, antes voltado às atividades pesqueira e agrícola, passa a ser também de artesão, de onde provém parte importante da renda familiar.
ARTESANATO ALEXANDRE ROCHA
MORRO CENTENÁRIO Era o ano de 1922 e o Brasil completava o seu primeiro centenário como nação independente. Para marcar a data histórica o superintendente, coronel João Fernandes de Souza, mandou erigir um cruzeiro no alto do monte
Importante recurso de sobrevivência social e singular marca da identidade cultural, o artesanato se faz presente em todas as comunidades do distrito de Hercílio Luz. No entanto, a partir da década de 1950, esta manifestação passou por um processo de transformação.
casa e construção
COPISO A mais completa
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JORNALECO
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TRAVESSIA Filmado no Morro dos Conventos, é premiado no 10º Festival Intern. de Cinema em Balneário Camboriú p.11 ○
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Qualidade e bom preço o ano todo TEL. (48) 3524-1646
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Mais fino que assovio de malandro
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Como o revólver era muito barato, o “ginete” comprava. Só que, em seguida, aparecia outro soldado e, com a alegação de que ali havia gente armada, efetuava a revista. O infeliz perdia tudo, o revólver e o dinheiro. Uma das características marcantes das pessoas “pra frente” (malandros) eram suas habilidades para assoviar. Parecia uma marca e cada um exibia a sua especial. Aliás, não sei se, principalmente os mais velhos, têm observado que hoje não se assoviam como
antigamente. Tive um primo, o Tuíca, que assoviava o Hino Nacional magistralmente. Assim como ele, muitas pessoas conseguiam assoviar em duas vozes (primeira e segunda voz, “floreado”). Quando se queriam dizer que um indivíduo era “liso” falavam: “É mais fino que assovio de malandro!” Mas malandros também levavam a pior. Um conhecido, caracteristicamente gaúcho serrano, sempre usando bombacha, bota, pala e chapéu de couro, falou que estava em Porto Alegre, ele e um parente, hospedados perto do hospital Santa Casa de Misericórdia. Na frente do hotel havia uma pracinha. Ouvira falar que soldados corruptos praticavam pequenas vigarices. Um oferecia determinado revólver — muito usados na época — a um incauto. Como o revólver era muito barato, o “ginete” comprava. Só que, em seguida, aparecia outro soldado e, com a alegação de que ali havia gente armada, efetuava a revista. O infeliz perdia tudo, o revólver e o dinheiro. Dito e feito: os dois estavam de pé, perto de uma árvore, e logo apareceu um soldado. Sabemos a história. Quando o soldado saiu, o serrano, discretamente, entregou o revólver recém-comprado ao parente e o mandou ir, depressa, para o hotel. Estava tranquilo, sentado num banco, quando apareceu outro soldado com a lengalenga de que ali havia alguém portando uma arma de fogo, sem registro, e que, portanto, iria efetuar uma revista em todos. Foi primeiro ao serrano: — Senhor, eu nunca usei arma de fogo! — Mesmo assim quero te revistar e todos aqui serão testemunhas. O soldado revistou-o mais que uma vez; como era de se esperar, nada encontrou. Nervoso e constrangido, tratou de sair dali. Esse malandro z levou a pior.
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A BANDA
Se você sente dor, você está vivo. Se você sente a dor das outras pessoas, você é uplemento um ser humano. LEON TOLSTOI
Nomes segundo a profissão
SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI
PARA CADA PROFISSÃO, UM NOME ADEQUADO
Silvio Santos e Luciano Hang apoiam Bolsonaro pelo dinheiro; Edir Macedo e Silas Malafaia, pelo poder. E todos agradecem a Globo, porque sem a artilharia pesada dos Marinho para difamar Lula, milhões de incautos predispostos a crer nas manipulações e mentiras da Globo não teriam votado no dito cujo. E eis o resultado: recordes de mortes pela Covid-19 e de desmatamento na Amazônia, o Brasil de volta ao Mapa da Fome. E com tantas criaturas perversas reunidas em torno do inominável presidente, o atual governo do país acabou por constituir-se numa perfeita réplica do conjunto de figuras encontradas por Dante no Inferno, o que deixaria pasmo o próprio Dante.
P. Lúcia: fabricante de bichinhos Ema Thomas: traumatologista Oscar A. Melo: confeiteiro Inácio Filho: obstetra Ana Lisa: psicanalista Ester Elisa: enfermeira Édson Fortes: baterista Sara Vaz: mãe de santo Iná Lemos: pneumologista Eudes Penteado: cabeleireiro H. Lopes: professor de hipismo Hélvio Lino: professor de música Sara Dores da Costa: reumatologista Marcos Dias: fabricante de calendário Oscar Romeu: dono de concessionária Olavo Pires: balconista de lanchonete K. Godói: médico especialista em hemorróidas Passos Dias Aguiar: instrutor de auto-escola Pinto Souto: fabricante de cuecas Décio Machado: lenhador (Catado na internet)
Manchetes absurdas extraídas de jornais O tribunal, após breve deliberação, foi condenado a um mês de prisão.
2 Quatro hectares de trigo foram queimados. A princípio trata-se de um incêndio.
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TRAVESSIA
No corredor do hospital psiquiátrico, os doentes corriam como loucos.
Os protagonistas Kaxa, Marcelo e Wanderlei
2 Ela contraiu a doença na época em que ainda estava viva.
2 A conferência sobre a prisão-de-ventre foi seguida de um farto almoço.
2 O acidente provocou uma forte comoção em toda a região, onde o veículo era bem conhecido. DIVULGAÇÃO
* * * Neri Cândido incorporava bem o papel de malandro. Não trabalhava. Era casado e o casal, sem filhos, morava na casa dos “velhos”.“Mulherengo”, constantemente enganava suas vítimas com histórias mirabolantes, tão bem elaboradas que pareciam críveis. Era o verdadeiro cara de pau. Certa vez os jornais noticiaram que uma pessoa, ao derrubar uma casa antiga de sua propriedade, em Imaruí, descobriu uma parede falsa com várias moedas e outras peças de ouro, resultado da guerra entre os republicanos (República Juliana) e os imperiais. O pobre ignorante chegou a comprar um cabrito, pagando-o em ouro. O malandro, de posse do dito jornal que só mencionava o nome do sortudo, se fez passar pelo novo rico. No trem “engambelou” uma moça e viajou até Laguna “namorando-a”. Esse foi apenas um fato, o menos nocivo do malandro.
Conheci outro malandro. Outro não, vários, mas esse era “o cara”. Não era nefasto quanto ao “ricaço do ouro”; era, digamos, nostálgico, como seu tempo. Adorava se exibir às pessoas, principalmente às mulheres, sempre se apresentando como se fosse uma pessoa “importante”. Também tinha boa lábia. Motorista de caminhão de uma olaria, transportava tijolos, principalmente para Criciúma. Quando via alguma mulher, colocava-se à frente do caminhão falando conosco de maneira que ela pensasse que era o dono. Num jogo de futebol, também em Criciúma (Rui Barbosa x Olaria), no intervalo pegou a bola, fez umas três embaixadinhas, segurou-a e disse em voz alta para que os presentes o escutassem: — Não digam ao pessoal do Comerciário que estive aqui!
Premiado no 10º Festival Internacional de Cinema, em Balneário Camboriú, Travessia, curta-metragem produzido pelo Polo Cinematográfico de Criciúma, com direção de Décio Gorini e do araranguaense Sander Hahn, também recebeu menção honrosa no Indian International Film Festival, sendo selecionado para outros festivais na Índia, em São Paulo, Argélia, Colômbia e Canadá. As filmagens ocorreram em janeiro de 2020, com locações no Morro dos Conventos. O filme narra o encontro de três personagens, na balsa sobre o rio Araranguá, que descobrem histórias em comum. + J.519 dez 2019
ABRIL 2021
a minha vila de Morro da Fumaça, Bepe Colle era um dono de marcenaria muito requisitado para produção de artefatos mais sofisticados. Construía, de madeira, dentre outras coisas, bombas d’água para irrigação. Era, para os padrões da época, rico, portanto, influente social e politicamente. Quando se viu um avião à jato pela primeira vez, foi durante uma missa festiva. Eu estava presente. O povo saiu todo da igreja, deixando o padre sozinho. Aqueles dois rastros que apareciam num céu azul, sem nuvens, céu de brigadeiro, assustaram a todos nós. Daí surge seu Bepe e, do alto de sua “autoridade”, decreta: — Quem não sabe que aquilo é um “satéli”? — disse isso e virou as costas, com ares de entendido.
CLARICE LISPECTOR
JORNALECO 532
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Ser feliz é uma responsabilidade muito grande. Pouca gente tem coragem.
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2 As circunstâncias da morte do chefe de iluminação permanecem rigorosamente obscuras.
2 Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério, para satisfação dos habitantes.
2 Apesar de a meteorologia estar em greve, o tempo esfriou ontem intensamente.
2 O aumento do emprego foi de 0% em novembro. (Catado na internet)
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A.A. Alcoólicos Anônimos as
Reuniões 2 e 5 f., 20h - dom., 17h Próximo à Igreja Sagrada Família Cidade Alta - Araranguá
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Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Próximo à Câmara de Vereadores Balneário Arroio do Silva
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Director Proprietario DURVAL MATTOS Gerente BONIFACIO AGUIAR Redactores e collaboradores DIVERSOS
N.A. Narcóticos Anônimos
Circulou cerca de 3 anos entre 1929-1931 e 1936-1937
Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá
POLÍCIA MILITAR: 190 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ABUSO INFANTIL /DENÚNCIA: 100 ATENDIMENTO À MULHER: 180 PREVENÇÃO AO SUICÍDIO: 188
telefones para emergências
Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá
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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI
Reun. 2as f., 20h - Junto ao A.A. - Araranguá
“Cartões de visita, enveloppes, contas corrente, papeis para cartas, mata-borrão, facturas commerciaes etc. Nesta Typographia”
FAZENDA SÃO JORGE Fone (0**48) 3524-0280 Estr. Geral Volta do Silveira - Araranguá ○
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4. Tudo que era de comer ou ficou úmido Esse tipo de resíduo é responsável por metade do volume, lota os aterros e produz gás metano – que é 20 vezes mais poluente que o gás carbônico. Mas uma boa parte dá para ser compostada. Cascas de frutas e legumes, pó de café e até papel molhado podem se transformar em adubo. Envie os resíduos secos para a reciclagem. SECOS: papel, plástico, lata, vidro. MOLHADOS: coador de café, papel sujo ou molhado, restos de comida. Lembre-se de higienizar as embalagem antes de mandar para a coleta seletiva. 5. Amassar o papel para jogar no lixo? Não! Evite dobrar ou amassar o papel antes de jogar no lixo: mantê-lo inteiro é sempre melhor. No máximo, rasgue as folhas. É fácil entender: quanto mais intacto o papel, mais dinheiro ele vale, porque as fibras (celulose) são mantidas, aumentando o número de vezes que ele pode ser reciclado. Também não contamine o papel, jogando junto materiais que podem sujá-lo. E, se puder, mande seus papéis da reciclagem separados do restante dos resíduos.
APOIO CULTURAL
6. Papel que não vale nada Em contrapartida, há muitos tipos de papel que devem ir direto para o lixo não reciclável, como papel engordurado, plastificado, guardanapo e papel higiênico sujo, papel carbono, cupons fiscais, aqueles que você recebe das maquininhas de cartão ou do supermercado
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Araranguá é a terra onde se comem carne e pão pelos preços mais elevados. No Passo do Sertão [São João do Sul] vende-se o kilo da carne verde por 1$600 e 1$500 réis; aqui custa 1$800 réis! Em Laguna, Tubarão, Torres e outras localidades a carne e o pão, alimentos de primeira necessidade, são vendidos por preços muito menos elevados do que em nossa cidade. O gado não escasseou e a farinha de trigo baixou de preço; como então justificar-se essa elevação de preço entre nós, justamente dos dois principais alimentos? O pão aqui não tem o peso ordinariamente observado em outras localidades, pois são do tamanho de uma pequena bolota! Se houvesse fiscalização do poder competente, certo que nem a carne seria tão cara, nem o pãozinho, que quase se esconde no bolso do colete, custaria 100 réis!! NJ: Este é um texto bem escrito, objetivo e com fina ironia. Mas, como não é assinado, não podemos saber, numa primeira leitura, quem o escreveu. Seria o gerente ou um dos colaboradores? Ou foi o próprio dono do jornal, Durval Matos? Para apurar isso é preciso comparar o estilo e o vocabulário com textos assinados. O que é um desafio a pesquisadores, identificar e reunir textos de Durval Matos para dar-lhe, mais que a celebridade de realizador idealista no jornalismo araranguaense, uma identidade literária definitiva.
(evite solicitá-los), e papéis com cola adesiva – no caso destes últimos, separando a parte com cola, o restante pode seguir para o reciclável. 7. Vidro Um futuro com embalagens de vidro retornáveis tem de ser a nossa meta, pois evita o custo de reciclá-lo. Até lá, reutilize ao máximo seus recipientes. E, sempre que possível, evite garrafas long neck: não são retornáveis e o processo de reutilização (que as transforma em múltiplos cacos de vidro) ainda é complexo e caro. 8. Lata de alumínio Não tire os anéis das latinhas de refrigerante ou cerveja. Eles podem se perder no meio dos resíduos e acabam não sendo reciclados. Latas de tinta ou aerosol precisam de um cuidado extra (veja no item “Perigo! Perigo!”). 9. Apertando a pasta de dente Esses tubinhos são feitos de polietileno de baixa densidade, um tipo de plástico. Por isso, tire o máximo de pasta possível e mande para reciclar nos secos (ou plásticos). 10. Embalagens de salgadinhos e afins Pode não parecer, mas também é feito de um tipo de plástico, que vem com uma pequena camada de alumínio. Por isso, poderia ser reciclado tranquilamente. O problema é que poucas empresas bancam esse processo, que é caro. Tente evitar esse tipo de embalagem. 11. A bandejinha nossa de cada dia Quando você compra algum produto eletrônico embalado em isopor, descarte-o nos resíduos secos, pois este tipo de isopor tem mais valor de mercado. Agora, aquelas minibandejas de usadas para embalar peixes, carnes e até legumes é uma outra história, pois seu processo de reciclagem custa caro. Portanto, leve recipientes de vidro ou alumínio e peça para o açougueiro colocar a carne ali. 12. Sacos coloridos Pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, sacos de lixo cinza ou marrom são para resíduos que podem ser compostados e devem ser feitos de material biodegradável, como amido
TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net
ou mandioca. Já os verdes ou azuis, para os recicláveis secos. Os pretos, em teoria, vão direto para o aterro. 13. Perigo! Perigo! Todo produto ou resíduo visto como perigoso não pode ir para o lixo comum. Eles entram numa lei conhecida como logística reversa: empresas que produzem esses itens têm a mesma responsabilidade que os consumidores na hora de descartá-los. Assim, elas têm de abrigar locais de coleta, para onde você vai levar esses itens, que terão a destinação correta. São eles: 3 CARTELINHA E FRASCO DE REMÉDIO As caixas podem ser recicladas normalmente, mas as cartelinhas em que ficam os comprimidos, não. Elas, assim como tubos e vidros de remédio, podem contar restos de compostos químicos que contaminam o meio ambiente. Por isso, é preciso levá-las a pontos de coletas – muitas farmácias e postos de saúde têm. 3 PILHAS, BATERIAS, LÂMPADAS, LATAS DE TINTA Há postos de coleta em supermercados e lojas especializadas nesse tipo de produto. No caso da tinta, o ideal é deixar o material que ficou grudado na lata secando por ao menos 24 horas – isso facilita na reciclagem. 3 CAFEZINHO AMARGO As cápsulas de café são bem difíceis de ser recicladas, pois misturam componentes diferentes como alumínio e plásticos. Elas entram na regra da logística reversa, portanto, há postos de coletas nas lojas das principais marcas. Fonte (adaptado de): https://BELIEVE.EARTH/pt-br/ 15-dicas-para-separar-seu-lixo (Mariana Della Barba) Este conteúdo tem apoio da ONU Meio Ambiente e faz parte da campanha mundial #AcabeComAPoluiçãoPlástica e #Mares Limpos
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sobreaviso. Já levamos o fato ao conhecimento da competente autoridade sem que, até agora, ao que nos consta, fossem tomadas as providências que o caso exige. Alertas, talvez possamos, brevemente, dar melhores informações sobre o caso, à medida que formos recebendo avisos de amigos nossos, ou de um concurso do acaso. NJ: Este texto pode ajudar a elucidar o problema levantado na nota anterior. Tem tudo para ser de Durval. A terceira pessoa explica-se pelo caráter editorial, ou seja, não pessoal e sem assinatura, tratando-se Durval a si mesmo por “ele”. O estilo se parece com o do texto anterior. Eis aí um indício significativo à autoria do primeiro texto, concluindo-se que este segundo seja de Durval Matos. (RG)
F 16 MAIO 1937
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RECLAMAÇÕES Pedem-nos para chamar a atenção de quem competir, a fim de fiscalizar a venda de peixes no porto desta cidade, coibindo o abuso da venda deste gênero já em estado de putrefação. NJ: O porto era no Rodeio (rua Rui Barbosa).
Mouros na costa? O diretor deste periódico já foi avisado, por mais de uma pessoa, que dois ou três sujeitos desconhecidos passeiam fora de horas, em frente à sua casa, postando-se, às vezes, perto do edifício onde funciona o “Cinema Gloria”, em noites de espetáculo. O diretor do Campinas, em certa noite, em companhia de dois amigos, viu, com estes, os referidos indivíduos, que não foram conhecidos, apesar da lua que brilhava em um céu límpido, sem a mais ligeira nuvem que porventura pudesse empanar por um só momento a luz refletida pelo astro da noite. Supõe-se que o plano sinistro dos tais sujeitos não só visa a pessoa do nosso diretor, e sim a outras individualidades de certo destaque nesta cidade. Que haverá de positivo? Obrarão por conta própria ou à sugestão de alguém? Não o sabemos; o que é certo, porém, é que estamos de
ABRIL 2021
3. Secos e molhados Não precisa ter cinco lixeiras diferentes em casa. Separe apenas os resíduos secos (papel, lata, plástico, vidro) dos úmidos.
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A carne verde e o pão
JORNALECO 532
2. Lavar ou não lavar Remova os restos de comida dos descartes para ajudar o pessoal da triagem.
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DICAS PARA SEPARAR O SEU LIXO 1. Diga “não” sem dó Dê um passo atrás e lembre-se sempre de que o caminho para ser mais sustentável começa na hora de recusar qualquer tipo de material que você não precisa – especialmente embalagens.
aAc crônica dos anos 1930
Centro de Reabilitação
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APOIO CULTURAL
as
HÓSPEDES Em visita a seu irmão o sr. Dr. Antônio de Barros Lemos, acha-se nesta cidade o sr. Dr. Sabino de Barros Lemos, médico de Bom Retiro. NJ: Tempos depois, o Dr. Sabino também viria a se radicar em Araranguá.
COLUNA DOS BONS Pagaram suas assinaturas os srs. Bernardino Campos, João Luiz, Paulo Hahn, Jorge Elias, Maj. Juvenal Matos, Soter Cassão, Gil Brasil, Cap. Hercílio Vieira, Aparício Matos, Maj. Boanergos Pereira, Otávio Anastácio e Etelvino Velho.
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O médico no Grande Araranguá
APOIO CULTURAL
Sobre sua atuação na saúde, Dr. Antônio descreve as enormes dificuldades que a população sofria por falta de cuidados, principalmente no interior. Para visitar os pacientes, percorria grandes distâncias no antigo grande município, deslocando-se sobre o lombo de cavalo. Sobre isto, muitas notas do jornal Campinas, na década de 1930, fazem referências ao médico e sua dedicação à saúde dos seus moradores. Numa delas, de forma especial e como agradecimento, reconhece a dedicação com que tratou uma menina de nome Maria Neuza, desenganada por médicos, inclusive da capital do Estado e que, tratada durante cinco meses por Antônio, recuperou-se totalmente, ganhando peso conforme a sua idade.
Dr. Antônio e o Hospital Bom Pastor
Deputado estadual Com o fim do Estado Novo em 1945, inicia-se uma nova movimentação entre os partidos em todos os níveis, e Araranguá, sem deputado oriundo de suas bases há mais de vinte anos, aposta suas fichas no então candidato da UDN, Antônio de Barros Lemos, para assumir uma vaga na Assembléia Legislativa. Vitorioso no processo, escreve mais uma notável página de sua biografia ao ser deputado Constituinte e à primeira Legislatura, de 1947 a 1950. Na eleição seguinte, para o mandato de 1951 a 1955, Dr. Antônio obtém
Texto produzido em 1998. Dr. Antônio faleceria em 20 de abril de 2005.
ATENDIMENTO: De segunda a sexta: das 8h às 12h e das 13h30 às 19h Sábados: das 8h às 12h e das 13h30 às 17h Tel. 3524-3071 Av. XV de Novembro
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morte. [...] Ele [filho da Mariazinha da Rádio] morreu dia 4 de dezembro de 1976 [de acidente de carro na BR-101, em Araranguá].
REFLEXO / VOLNEI DE FÁVERI
mas sem ter forças nada conseguia. E a zombar-me as falhas e erros todos que inconsciente participara um dia. Extenuado ainda em pé me punha para ver-me a um passo à frente o chão. E após ter-me estorcido o corpo tiraram dele morto o coração. Na guilhotina apostos os carrascos com as mãos às cordas esperam o aceno para num segundo destruir a vida que havia visto um mundo tão pequeno. Por que morrer se o sonho era futuro mesmo que escuro e cheio de aventura? Por que viver meus sonhos mal sonhados mesmo cansado desta vida impura? Já me cercavam os clarões da vida Já me punha em frente meu caminho Já voltava a ser como antes era Talvez incerto, mas não mais sozinho. Arrependido do passado insano Propus-me em prantos ouvir-me em calma Os meus sentidos retomavam forma Pois já voltava ao corpo inerte, a alma.
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Avenida Getúlio Vargas muda
F SETEMBRO 1990 Nº 17 F Volnei de Fáveri escreveu esta poesia sete dias antes de sua
Iniciaram-se as obras de asfaltamento da avenida Getúlio Vargas [...] O prefeito Antonio Eduardo Ghizzo pretende entregar pronta a obra para a comunidade ainda este ano. NJ: A obra foi inaugurada em maio do ano seguinte.
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Outra história que gosta de contar é sobre a péssima reputação que Araranguá possuía, citando uma frase que ouviu: “Não vá para Araranguá, aquilo é terra de bandidos!”. A recomendação nada estimulante ouviu de um viajante quando estava em Florianópolis se preparando para a partida. Apesar de assustado, Antônio Lemos preferiu ouvir Ramiro Cabral Ulysséa, que lhe tranquilizou: “Para Araranguá, o senhor pode ir, sim. Não fique com medo, pois trata-se de uma boa cidade”. Ramiro se fixaria em Araranguá cinco anos depois, mas já demonstrava antes sua simpatia pela cidade, onde semeou parte de sua descendência.
F JULHO 1990
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“Não vá para Araranguá, aquilo é terra de bandidos!”
PUBLICADO ENTRE 1989 E 1992
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algum, entendeu que seria então “interventor de nada”. Aderindo à ideia e aceitando o desafio, conta o Dr. Antônio que, mais tarde, já envolvido na vida da cidade e do clube, construiria com seus próprios recursos uma sede social para a agremiação, aquela que existia na avenida Getúlio Vargas, atual Calçadão.
Em janeiro de 1936, é nomeado diretor da Higiene Pública do Município, sendo já experiente na área por ter dirigido o Hospital Bom Pastor. A nova função era bastante desafiadora, pois na cidade havia muitos criadores de porcos nas casas, que para agravar a situação, não possuíam saneamento. Até aí já não faltavam motivos para a geração de doenças e verminoses, mas o ambiente também favorecia o desenvolvimento da malária, que somente uma grande campanha poderia conter, tal era a ameaça de sua proliferação. Após uma verdadeira batalha, o então diretor de Higiene, o padre Antônio Luis Dias e os professores receberiam o reconhecimento do Governo do Estado por terem conseguido, apesar de todas as dificuldades, exterminar a doença na região. Bastante prestigiado por seu trabalho, Lemos mudaria o curso de sua história ao despertar interesse pela política.
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F AGOSTO 1990
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A cultura através do cinema
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A Prefeitura Municipal de Araranguá, através do Departamento de Cultura, firmou contrato com a Empresa Lageana de Cinema e Teatro, responsável pelo Cine Roxy. Um dos objetivos é aperfeiçoar o lado cultural araranguaense. Segundo a diretora de Cultura Débora Ferreira Alano, além de serem exibidos filmes culturais é uma forma que o Prefeito Municipal encontrou para colaborar com os alunos do 2º grau dos colégios de Araranguá. Estes ficarão com o lucro dos ingressos, para que possam usá-lo nas despesas de formatura. Os filmes podem ser vistos às sextas-feiras, às 20h00, no Cine Roxy. A estreia será no dia 24 de agosto, com Meu Pé Esquerdo, filme ganhador de vários Oscar. Dia 31 de agosto Crimes e Pecados, dia 14 de setembro - Harry e Sally, dia 21 de setembro - A Festa de Babete, dia 28 de setembro - Olhos Negros, dia 5 de outubro A Guerra dos Roses, dia 19 de outubro - Cinema Paradiso, e dia 26 de outubro - Caravaggio. CINE ROXY – A programação para o mês de agosto é a seguinte: dias 15 e 16 - Viciadas em Cavalos, censura 18 anos, de 17 a 21 - Cocktail, 14 anos, dias 22 e 23 - Inversão Sexual, 18 anos, de 26 a 28 - Cemitério Maldito, 14 anos, de 29 a 31 Simone, a insaciável, 18 anos.
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Diretores CLAUDENIR OLIVEIRA SOUZA e JURACI FERNANDES Editora, redação e diagramação JURACI FERNANDES Arte final MARILENE MARMITT Redação: Av. XV de Novembro, 2010 - Araranguá-SC Impressão: GAZETA DO SUL Santa Cruz do Sul-RS
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expressiva votação, sendo o quinto mais votado da UDN e o décimo primeiro entre os 39 deputados. Mas quem quiser saber do ex-deputado sua vivência nos meios políticos catarinenses e araranguaenses, encontrará algumas dificuldades, pois ele apenas revela “vagas informações”, pois o ex-deputado é bastante comedido ao falar daquele período, principalmente quanto à sua base, Araranguá, onde declara ter havido muita confusão, acirradas disputas, intrigas e jogo de interesses. Mostrando-se bastante decepcionado no campo político, o médico retorna para Minas Gerais, onde fica por uns tempos, somente retornando a Araranguá alguns anos mais tarde, voltando para o seu consultório para dedicar-se novamente à saúde. Para resolver o problema do gerenciamento do Hospital Bom Pastor, providenciou a vinda das irmãs Dominicanas e mais tarde das irmãs de Santa Catarina. Dr. Antônio foi um pioneiro ao lado de poucos, que à luz da vocação médica, dedicou sua vida profissional ao povo de Araranguá. Longe do seu torrão natal, formou aqui sua nova família, tendo como um grande companheiro seu irmão e também médico Sabino de Barros Lemos, que também foi político, elegendo-se vereador para a legislatura de 1970 a 1973. Em 1994, o então governador Antônio Carlos Konder Reis entregou a Antônio de Barros Lemos a Medalha do Mérito Anita Garibaldi, concedida aos catarinenses de destaque em diversos setores e, como o próprio Konder Reis, foi agraciado com uma Menção Honrosa por ter participado da Constituinte de 1947. Aos 92 anos, com muita experiência de vida, o médico e ex-deputado contempla hoje uma Araranguá dos tempos modernos, que ele, como profissional e político, mal consegue comparar com a mesma cidade de sua época passada.
APOIO CULTURAL
ALEXANDRE ROCHA
Vitória contra a malária
ABRIL 2021
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O médico mineiro que escolheu Araranguá
JORNALECO 532
VEM DA CONTRA-CAPA
Por muitas vezes quis parar o tempo E pôr-me às voltas com meu pensamento. Somente hoje consegui ouvir-me Não consegui suster meu sentimento. Analisei por traços matemáticos os meus sentidos, e acabei tombado por uma força infinita que apertava, deixava o tempo aprisionado. Em mim, só a alma em mente sem o corpo, sem movimento. Como um morto-vivo, já se iam os momentos idos, como a ler páginas de um velho arquivo. Fui repreendido ante muitos atos mas era tarde para mudar meus feitos. As poucas boas causas que fizera desmoronavam frente aos meus defeitos. Tentei ouvir-me, já não tinha ouvidos Tentei falar, com a voz emudecida Tentei olhar para o clarão do dia Já não via, estava enegrecido. Tentava pôr-me vozes, risos e dores
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Mariazinha da Rádio ○
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Maria de Fáveri, mais conhecida como Mariazinha, é filha de Pacífico de Fáveri e Domenica Itália de Fáveri. Nasceu em Tenente, à época pertencente a Passo do Sertão [São João do Sul]. Frequentou até a 3a. série primária. “Não estudei mais porque no local onde eu morava não tinha a 4a série, e meu pai não deixou eu sair de casa. Minha vontade de estudar era tanta, que fiquei mais um ano na 3a série, mesmo depois de ter sido aprovada”. Com 19 anos, casou-se com Alcebíades de Fáveri e veio morar em Araranguá, onde tiveram três filhos: Vânio, Volnei e Douglas [falecidos antes da Mariazinha – 2019, aos 85 anos]. [...] “Quando Osmar Nunes era prefeito, consegui o emprego de servente na Rádio Araranguá”. Ela lembra que [...] trabalhava apenas meio expediente e recebia muito pouco, tendo que lavar roupa para fora e fazer faxinas. [...] “Quando passei a atuar o dia todo na Rádio, na parte da manhã fazia o mesmo serviço e à tarde realizava cobranças”. Com o passar do tempo, foi [também] operadora na mesa de som. Depois ficou somente com as cobranças [...] entrando definitivamente para o ramo da publicidade. Atualmente é responsável pela publicidade da Rádio AM e FM e TV Eldorado, representando a região. Foi considerada a maior vendedora do sul do Estado. [...] “Um dos passos mais difíceis da minha vida, foi quando o Volnei morreu de acidente em 1976. Ele era funcionário do INPS. Sempre fiz tudo para que meus filhos pudessem estudar. Hoje me considero feliz, pois o Vânio fez Ciências Contábeis e gerencia a Saibrita, de Maracajá, e o Douglas é contábil e trabalha na mesma empresa”. [...] Mariazinha faz parte do Coral Santa Cecília e da Associação Coral de Araranguá. [...] O maior sonho de Maria de Fáveri é publicar um livro com as poesias do seu filho: “Ele era compositor e cantor”. [...]
BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA
Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112
x Poética v
Prof. MSc. Pedro Paulo de Miranda ○
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Parasitas!
j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)
A raranguaense
F A CRÔNICA DOS ANOS 1960 F
DESPERTAR
F 12 JANEIRO 1969
ARLETE ZANERIPPE Sou a dor que acabou Eis que posso ver a lua Sou alegria que voltou Tu és meu eu sou tua
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Vou viver e acreditar Em constante gratidão A mim vou me perdoar Em completa aceitação
ABRIL 2021 JORNALECO 532
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Por volta das 11 horas da manhã do dia 10 do corrente, quando se dirigia para esta cidade dirigindo seu Aero-Willys, o advogado José Borges Dias foi vítima de um acidente, quando colhido por uma composição da E.F.D.T.C.
Por ocasião dos bailes carnavalescos, muitos proprietários de veículos viram seus carros depenados, sendo furtados acessórios, rádios e antenas. Os larápios, continuando sua colheita, passaram a atuar nas garagens, tendo sido roubado o toca-disco do Galaxie do presidente da Câmara [Municipal], Urbano Grechi. Segundo informações, os ladrões estão afanando também motores de bombas e tudo que se encontre ao seu alcance. O produto do roubo calcula-se que esteja sendo levado para Porto Alegre. Já estão trancafiados no xadrez diversos suspeitos.
SOCIEDADE NO VALE DO ARARANGUÁ
ESCREVE J.K.
Para os céticos que não acreditavam em Carnaval em Araranguá, foi dada a resposta. O UCCA, nosso
A medida tomada pelo presidente Costa e Silva recebeu a simpatia da grande maioria interiorana. [...] A revolução de março, em princípio, agiu com relativa energia. [...] Os inimigos da paz e do progresso procuravam incutir na opinião pública o fracasso do governo. Enquanto os fatos provavam o contrário. O Brasil estava marchando no caminho certo. [...] NJ: O Correio de Araranguá, sob a batuta do jornalista Ernesto Grechi Filho, ecoava o engodo. Isolados e manipulados pela imprensa nacional hegemônica e pela censura dos ditadores a manifestações contrárias, sob risco de tortura e exílio, o jornal araranguaense admitia a propaganda dos golpistas apoiados pelos EUA, que disseminavam a história da carochinha do comunismo entre nós, jogandonos contra Cuba e a favor dos interesses do colonialismo estadunidense. O saldo: mais de 400 pessoas entre mortos e desaparecidos nas cidades, milhares de índios assassinados, êxodo de grandes intelectuais, educadores e artistas, endividamento do setor público, aumento da desigualdade social e, como legado ao período de redemocratização, hiperinflação e dívida externa abismal. O jornalista, paulatinamente, foi se desencantando com sua aposta, mas, ainda acreditando na elite dominadora, em 1989 votaria em Collor de Mello, o falso “caçador de marajás” turbinado pela Globo. A gota d’água foi quando, eleito Collor, tomaram a tutela da poupança bancária de sua gráfica. Deu-se então que, no dia seguinte à eleição de 1994, Ernesto, à época já aposentado, adentrou o escritório da Gráfica Orion, como fazia quase todas as manhãs, e me perguntou, de bate-pronto: “Tu votou em quem?” “Em Lula”, respondi. E ele: “Eu também”. (RG)
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Depenadores de carros agem na cidade
Propaganda do Golpe de 1964
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F 9 MARÇO 1969
Acidente [na ferrovia] em Criciúma
A Cooperativa Rural de Araranguá, registrando-se legalmente como exportadora, deverá efetuar seu primeiro embarque para a Alemanha. Trata-se de um carregamento de farinha de mandioca. Desta forma, usando uma política acertada, a Cooperativa dará vazão à grande parte da safra do ano passado, escoando para o exterior. Apronta novo mercado interno para as futuras produções.
Galeria do
ARROIO DO SILVA — ANOS 1970 Futebol Futebol Numa estilosa pose, digna de capa da revista Araranguaense Placar, o lateral-direito Navalha e os atacantes Pedroca e Tatavo exibem a forma física de atletas de fôlego que, com outros craques, formavam uma equipe de futebol de praia, nos anos 70, dito por um deles – Ismael Ulysséa – como “o melhor time de futebol de praia do Arroio do século 20”. (+ JORNALECO 315 01/01/2009)
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Exportação para a Alemanha
Chamava o vento o ar Estava ali eu não sabia Sentia num agasalhar O amor que me cobria
ACERVO PEDROCA
O vírus, microrganismo acelular, portanto não vivo, possui a “perfeita ferramenta” (chave) para entrar no interior da célula, se reproduzir e causar o dano que é conhecido. Salvo engano, tanto o vírus quanto o humano infectado estão guardados ou submetidos à lei da seleção natural. O vírus com as suas variantes e o humano com a possibilidade da capacidade imunológica em combater, resistir e curar-se. Ao que indica ambos correm juntos, ou seja, competem, sendo o primeiro para se reproduzir e o segundo, com suas armas imunológicas, para recuperar a higidez. Essa é a condição natural, como foi afirmado, salvo melhor entendimento. Contudo, além do elemento que é submetido à seleção natural de ambos os “indivíduos”, o humano possui o elemento raciocultural (neologismo). O elemento aqui chamado de raciocultural seria aquele que é produzido pelo intelecto e por mãos humanas, como por exemplo, a biotecnoengenharia para conter a expansão do microrganismo, consequentemente “feri-lo de morte”, diga-se assim, tornando-o incapaz de se reproduzir, por sua vez mitigar e erradicar, ao menos o seu potencial destruidor, como é visto em muitos dos casos. A vacina é um exemplo, assim como todas as medidas preventivas que são pertinentes colocá-las no rol dos componentes racioculturais. Então, o homem possui dois vetores que atuam na contenção de controle do agente parasitário, isto é, para além da capacidade imunológica de autodefesa possui os elementos que podem produzir a partir da sua racionalidade. O vírus não, ao menos até o momento conhecido! Mesmo tendo a racionalidade a nosso favor, capaz de conter o avanço viral, muitos insistem apenas na condição humana como único “remédio” de contenção. Agir assim, ou seja, apostar apenas na capacidade humana e/ ou na condição imunológica para resistir ao maior dano que se possa causar, nos igualamos ao vírus, que não é um ser vivo, mas um ente parasitário e que necessita de um organismo para se reproduzir. Os negacionistas são assim, parasitas!
Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI, ARI e outros Distribuição PEDRO ERNESTO GRECHI Impressão GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 170
APOIO CULTURAL
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querido e tradicional clube da Cidade Alta, fez realizar quatro magníficos bailes. O Arroio do Silva, por suas duas boites, Navegantes (do amigo Scaini) e Tropicália (do Artêmio), primou pelo bom gosto e animação. No Morro dos Conventos, o Edu comandou a boite e foi o responsável pelos dois bailes no Yate Clube, que, em convênio com o Fronteira, contratou o conjunto “The Kings”. [...] O ponto alto deste Carnaval foi a apresentação dos “Brasas do Fronteira”. Composto por rapazes da sociedade [...] fizeram diversas apresentações nas praias e nas ruas da cidade. Foi composta uma marcha carnavalesca, muito cantada pelos foliões e de autoria do jovem estudante Eládio Krieger. [...] As célebres brigas que ocorriam em épocas passadas, deram lugar à brincadeira. [...]
JOSÉ GENARO SALVADOR
Piscina do Yate Clube, uma das sedes do Carnaval em Araranguá. Ao fundo, o “morro da Baleia”, em Morro Agudo
3524 1520 | 99628 1360 roberta.daniel@hotmail.com Rua Amaro José Pereira, 1303 Coloninha - Araranguá - SC
Artigos para Festas Produtos de Confeitaria Produtos para Sorveteria Produtos para Lanchonete
APOIO CULTURAL
ARMAZÉM Tocar o velho balcão de um antigo armazém é transcender para tempos distantes e lugares presentes apenas na memória de alguns. É deixar a imaginação fluir, guiada pelos relatos dos mais velhos. É sentir o cheiro do cereal, do salame e do queijo, trazidos de comunidades distantes para servir a população da pequena vila. É perceber a chegada da criança e o seu encanto com os doces e balas colocados cuidadosamente pelo comerciante na vitrine. É ouvir atentamente as encomendas da freguesia: “Um quilo de arroz; meio quilo de banha; quatro pães novinhos; meio quilo de carne para
FOTOS AHA / ACESSO DIGITAL
E o trem? Lá vem o trem, e com ele muitos sonhos prestes a ser realizados... Histórias contadas nos fazem olhar para o trem pela visão do maquinista e seu trabalho de muitas horas de viagem, buscando assegurar aos passageiros a chegada ao destino com segurança. Também fazem caminhar pelos sonhos dos viajantes em conhecer e reencontrar outras paradas e pessoas que há muito tempo não viam. Quantos olhares pode-se observar ao ouvir relatos sobre a ferrovia? Alguns falam da água que chegava pelo trem, e que dela se serviam as famílias, usando panelas e baldes para suprir as suas necessidades diárias. Outros se lembram dos trocados recebidos para carregar as bagagens dos viajantes. São vivências que podemos capturar ao nos debruçarmos a contemplar a história, como aquela do trabalhador do engenho, que conta sobre a quantidade de sacas de farinha que carregava para exportar pelo trem. Com saudosas lembranças, ouvimos pelos relatos os inúmeros encontros festivos realizados na estação. Sim, a estação era também a extensão das casas dos moradores, local de encontro da comunidade e dos namorados. Quantas histórias! Há também aqueles que, mesmo com olhos entristecidos, nos falam o quanto foram importantes os vagões em época de enchentes, servindo como refúgio imediato na hora do desespero. E aquela do viajante, sobre as suas primeiras impressões do lugar, assim que chegou de uma longa viagem! De suas infâncias, muitos se recordam dos tempos em que tinham a estação como local onde passavam horas a brincar, além das lembranças de cotidianos agitados nos armazéns e hotéis, enquanto o balseiro chamava para a travessia do rio.
CAMPO DE AVIAÇÃO
A PARTEIRA
O nascimento de um bebê é um sublime momento de amor e expectativa de futuro, preocupação e felicidade, encontro de uma nova vida com o mundo. Com o passar do tempo, as emoções em quase nada mudaram, mas a ciência médica trouxe avanços para garantir segurança da mãe e ao bebê na hora do parto. Em tempos passados, a presença do médico era apenas eventual, tornando ainda mais essencial o trabalho das habilidosas parteiras. Quantas dificuldades passadas, fosse de dia ou nas madrugadas frias, fizesse sol ou chuva, em que o pai desesperado batia a porta da parteira em busca de sua ajuda! Entre euforia e preocupação, lá seguiam, muitas vezes a pé ou de carroça, transpondo barreiras como o rio e longos trechos de mata. Em Araranguá, entre tantas outras, são mencionadas as parteiras Caridad Larroyd e Rosa Matos Freitas, conhecida carinhosamente por Rosinha Parteira. A cada parto, um novo acontecimento e uma nova
O TREM
As condições das estradas de Araranguá, a lentidão das viagens de ônibus e uma ferrovia com táfego apenas regional colocaram a cidade na rota de importantes empresas aéreas, como a Taba e a Varig, entre as décadas de 1940 e 1960. A Taba utilizava o leito do rio Araranguá para os seus hidroaviões, e a Varig, o antigo campo da aviação. Os voos eram meios muito utilizados, tanto para a facilitação do transporte de estudantes para outros centros, quanto para o comércio, viagens de passeio e turismo, com o Morro dos Conventos, já, na época, atraindo visitantes de diversos lugares, dado o seu magnífico conjunto natural, abrangendo a foz do rio, as dunas, as falésias e o mar. Porém, o período dos aviões e seus aviadores não teve continuidade em Araranguá, restando apenas as recordações que alimentam a memória dos moradores, que muito sentiram a partida do último voo, nada podendo fazer frente às exigências de segurança, os altos custos operacionais e a necessidade de investimentos. Por algum tempo o campo de aviação, mesmo não servindo mais às grandes companhias, passou a ser utilizado pelos aviadores locais e seus pequenos teco-tecos. Entre os pilotos que fizeram história, são saudosamente lembrados Manoel Salvato Pereira, conhecido como Nelinho, Edgar Orige e Omero Clezer.
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APOIO CULTURAL
O Farol do Morro dos Conventos foi construído por Belmiro Demétrio Perraro, em 1953. Daí em diante, esteve presente na história do município de Araranguá, de seus moradores, navegantes e turistas. Majestoso, impõe-se do alto do morro com a missão de lançar sua luz e sinais de radar mar adentro, iluminando e orientando o caminho dos navegadores. Incansável, trabalha noite e dia, consolidando-se como referência do passado e do presente junto a mais bela paisagem do sul catarinense.
história. Dona Emélia Vargas de Matos (foto) nos relata a sua inusitada experiência no parto realizado por dona Rosinha: “Logo que comecei a sentir as dores, meu marido Izaurino foi chamar a parteira. Na época eu morava na Urussanguinha. Ela veio com ele e logo me senti segura porque a hora havia chegado. O que não esperávamos é que seria o parto de trigêmeos. Foi sem dúvida um momento de muita agitação e alegria”.
JOSÉ GENARO SALVADOR
FOTOS ACERVO HISTÓRICO MUNICIPAL / ACESSO DIGITAL
FAROL
bife; um quarto de quilo de café... Ah, e minha mãe pediu para o senhor marcar na caderneta”. Ah, a caderneta! Um caderninho que servia para tomar nota das despesas de muitas famílias com o armazém. Atualmente, é lembrada com saudosismo, mas já foi preocupação de diversas pessoas, principalmente com a chegada do final do mês. Entre tantos sentidos, o paladar é, sem dúvida, o que primeiro que vem à mente dos que frequentavam esses espaços. Alguns afirmam poder revisitar o gosto do pão da vitrine, da cachaça pura, do torresmo, da banana no cacho, da bala de coco… Quantas histórias trazidas e levadas destes lugares! Do “bom dia!” acanhado ao forte aperto de mão; do sorriso largo do comerciante ao prazer do freguês em poder levar para a família os produtos do velho armazém.
ABRIL 2021
próximo da vila, para servir de marco da importante data nacional. Tudo estava pronto para a inauguração no dia 7 de setembro, porém as fortes chuvas impediram o ato, que somente ocorreu três dias depois, no dia 10 de setembro. Inaugurado o cruzeiro, passou o monte a ser chamado de Morro Centenário, cujo monumento está prestes a completar os seus 100 anos.
JORNALECO 532
s vem da capa
E a fumaça, e o apito que não saem da memória de quem vivenciou as chegadas e partidas do trem? Muitas histórias poderiam ser contadas, mas nenhuma pode expressar com tanta clareza, o relato do último apito do trem. Com olhos perdidos no tempo, o morador descreve o quanto foi difícil para a comunidade presenciar o adeus da locomotiva. Parecendo entrar no vagão, ele reconstrói o cenário interno, a fileira de bancos, o corredor estreito, o último olhar pela pequena janela lateral do vagão. O tempo passou depressa, um convívio de apenas 40 anos, e a história de um bairro foi modificada para sempre. PONTE PÊNSIL A luta dos moradores da Barranca para ter uma ponte que os possibilitasse transpor o rio com maior segurança era antiga. No início, os únicos meios possíveis eram o barco, a balsa, ou mesmo a nado, algo que ficava cada dia mais complicado, pois a população aumentava e o movimento econômico exigia maior agilidade de locomoção. Apenas em 1956, sob pressão popular e articulação política, Araranguá recebe a sua primeira ponte de concreto, fazendo a ligação da rodovia federal. A obra trouxe para o município muitas transformações, entre elas o crescimento do bairro Cidade Alta. Isto foi impactante para o bairro Barranca, que possuía a estação de trem e era o ponto econômico mais importante nas proximidades do Centro, e que agora teria a concorrência do transporte rodoviário. Um pouco afastada, a ponte de concreto pouco ajudou os moradores da Barranca, que seguiram lutando por uma ponte no próprio bairro, uma vitoriosa conquista que só chegou em 1972, com a implantação da ponte pênsil, ou, como é chamada, “ponte de arame”. Por muito tempo a ponte pênsil foi testemunha de andares apressados para chegar ao trabalho ou aos estudos do lado direito do rio, e vice-versa. Da mesma forma, para interagir com o Centro da cidade com maior rapidez e sem horário predefinido, não necessitando mais da velha balsa. Atualmente a ponte pênsil é considerada patrimônio cultural.
CINEMA
A arte do cinema em Araranguá deixou seu registro em diversos espaços e em diferentes épocas. Na década de 1930 o Cine Glória, com a exibição de cinema mudo, era a atração da avenida Coronel João Fernandes. Com o início das atividades turísticas no balneário Morro dos Conventos na década de 1950, um pequeno espaço foi reservado ao cinema, para o deleite de veranistas locais e visitantes. Ainda na década de 1950, a requintada arquitetura residencial e comercial da avenida Getulio Vargas recebeu as instalações do Cine Roxy. A primeira localização era em frente à atual Galeria Travessia. Já em 1959 a casa de exibição muda de endereço, passando a funcionar ao lado do atual Bar Central, endereço mantido até a sua desativação em 1994. Espaço bem frequentado e privilegiado lugar de convivência social, o cinema mudava de endereço e a comunidade seguia seus passos. Ir ao cinema era uma das preferências de entretenimento para uns e demonstração de amor pela arte cinematográfica para outros. Da mesma forma, muitas histórias e namoros têm o cinema como cúmplice. Absorvidas pela chegada de novas tecnologias, como a televisão, o videocassete, mudanças comportamentais e as transformações do mundo atual, as casas de exibição sofrem abalos e, como forma de sobrevivência, passam a adaptar-se a novos espaços. Ainda por algum tempo tivemos o Cine Caverá, mas atualmente, em Araranguá, as sessões de cinema ao sabor de pipoca e bala Chita, assim como os beijos do grande amor, podem ser experimentados nas salas do Center Shopping Araranguá. NA PRÓXIMA EDIÇÃO TEM MAIS
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