Jornaleco 532 abril 2021

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PANFLETO CULTURAL

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H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

ANO 27 • Nº 532 • ABRIL DE 2021 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 11/04/2021 9h30 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00

EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins, Welington Coral Abel

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)

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UMA PUBLICAÇÃO

É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação. REPR. JORNAL PRETO NO BRANCO

A L E X A N D R E R OCHA

Antônio de Barros Lemos é um

APOIO CULTURAL

dos maiores frequentadores do Jardim Alcebíades Seara (1998), mesmo que ultimamente não tenha sido visto por ali para tomar o solzinho num daqueles bancos das ruelas do jardim. As manhãs deste início de inverno ficam aguardando pelo Dr. Antônio, mas sabemos que ele tem trocado a praça pelo calor de seu apartamento no Edifício Embaixador, em companhia de sua expaciente, dona Quita, que elegeu sua eterna namorada. O médico mineiro, natural de Ouro Fino, Minas Gerais, chegou em Araranguá em 1933, encontrando na cidade muito trabalho em função das doenças e falta de recursos das famílias e do próprio município. Há alguns meses, encontrando o Dr. Antônio a observar o movimento da avenida Sete de Setembro, sentei ao seu lado e, como sempre, nossa conversa tomou o rumo da história de Araranguá e da sua chegada na cidade. Em poucos minutos, embalado por suas memórias, peguei o bonde de volta ao passado vivenciando o cenário que nosso personagem descrevia. Primeiro tive que retirar de cena todos os carros, eliminar o barulho formado

CN

pela miscelânea de ruídos, retirar da rua o asfalto, os canteiros, os postes com as teias de fios de energia, trocar a igreja atual pela antiga, povoar as ruas com pessoas em trajes de época, visualizar uns cavalos, carroças, e até um grande cercado em volta da praça, que era considerado um potreiro pela frequente presença de animais amarrados ou soltos em seu interior. Pronto, ou quase. Faltaria acrescentar o Hotel Labes e ver ali chegando o tão aguardado o médico que vinha se estabelecer na cidade, o que significava uma esperança para a população, que sofria com a falta de um profissional que os assistisse em meio a tantas doenças, principalmente uma que mais assustava quando aqui chegou, a malária. “Interventor de nada” Na conversa, nosso personagem fez muitas comparações, mostrando que tudo tinha mudado muito, mas que não esquecia a forte impressão que teve quando de sua chegada a Araranguá, principalmente em um episódio que marcou logo os primeiros dias, que contou, sem deixar de dar algumas boas risadas. Ele se referia ao dia em que deixou o

Apesar dos avisos sobre a má fama de Araranguá, em 1933 o Dr. Antônio decidiu vir para Araranguá

hotel para passear na praça, quando observou uma reunião com ânimos exaltados embaixo da figueira no jardim, a mesma que Caetano Lummertz mandou cortar e gerou polêmica. Quando sentiu que o clima ficava tenso, retirou-se e voltou para o hotel, sendo em seguida procurado por Jaime Wendhausen, que perguntou na portaria pelo médico que estava hospedado. Ao ser chamado, logo pensou se tratar de alguém a procura de socorro para um possível ferido na briga. Mas, na verdade, a razão era outra, queriam era nomeá-lo interventor do Fronteira Clube, o que lhe causou estranheza, pelo pouco tempo que estava ali. A0 saber que o clube não possuía patrimônio

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CASA NENA CANOAS / RS

ARARANGUÁ-SC ABRIL 2021 ANO 27 Nº 532

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Araranguá em prosa: “Nossa linda história” Estas pequenas crônicas fazem parte do projeto “Nossa linda história”, com pesquisa, texto e curadoria de Micheline Vargas de Matos Rocha, diretora do Departamento Municipal de Cultura. O projeto, com exposição de fotografias em diversos locais da cidade, faz parte da comemoração dos 141 anos da emancipação político-administrativa de Araranguá, festejado em 3 de abril

ALEXANDRE ROCHA

O médico mineiro que adotou Araranguá

JORNALECO

ARARANGUÁ / SC

CANJICAS Lugar de fabulosa experiência humana, Canjicas, nome ainda bastante recente na citação dos moradores da localidade que hoje conhecemos como distrito de Hercílio Luz, reúne, nos mesmos espaços das diversas comunidades, uma rica diversidade cultural, assentada tanto no mito que povoa o imaginário, quanto no sagrado manifestado no cultivo da fé. Margeada em parte pelo rio Araranguá, que busca adiante a sua desembocadura, o morador da localidade soube desenvolver sua “cultura anfíbia” para relacionar-se de forma produtiva, tanto com a água, recurso para o qual dedicou a habilidosa arte da pesca, quanto para a terra, magnífico solo de tantas colheitas. Quanta história este povo tem para contar! Assim é Canjicas, um lugar que reafirma, a cada dia, a sua contribuição para a base cultural de Araranguá. LENDAS O mito, as histórias e as lendas representam uma importante simbologia cultural da comunidade do distrito de Hercílio Luz. Isto se deve as tradições repassadas pelas gerações ao longo do tempo, o isolamento geográfico pelo rio

Araranguá e o forte contato da comunidade com a natureza, gerando um imaginário cujo legado é ainda muito conhecido entre seus moradores. Entre os mitos, é muito conhecida a figura do Caracaxá, que segundo os moradores “é um pássaro bicudo que vira uma bola de fogo” e aparece em noites escuras de pesca.

O que antes era desenvolvido para o atendimento das necessidades cotidianas do lar, do trabalho na pesca e na agricultura, tais como a fabricação de balaios, chapéus, canoas e remos, passou a agregar a criação artística para fins decorativos e atendimento aos visitantes, com o acréscimo de itens como esteiras, bonecas (foto, Máxima de Souza), quadros, vassourinhas, sombrinhas, leques, peixes, entre outros. Para este tipo de artesanato, emprega-se a rica variedade de material fornecido pela flora local, tais como junco, tiririca, casca de imbira do mato, casca de bananeira, matinhos do campo, palha de milho, folhas de carvalho, sementes, e muitos outros. O artesanato possui forte significado e representação na vida do morador do distrito de Hercílio Luz. Seu trabalho, antes voltado às atividades pesqueira e agrícola, passa a ser também de artesão, de onde provém parte importante da renda familiar.

ARTESANATO ALEXANDRE ROCHA

MORRO CENTENÁRIO Era o ano de 1922 e o Brasil completava o seu primeiro centenário como nação independente. Para marcar a data histórica o superintendente, coronel João Fernandes de Souza, mandou erigir um cruzeiro no alto do monte

Importante recurso de sobrevivência social e singular marca da identidade cultural, o artesanato se faz presente em todas as comunidades do distrito de Hercílio Luz. No entanto, a partir da década de 1950, esta manifestação passou por um processo de transformação.

casa e construção

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Tel. (48) 3524-7797 Av. Sete de Setembro, 2520 - Vila São José (esquina com a rua Amaro José Pereira)

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TRAVESSIA Filmado no Morro dos Conventos, é premiado no 10º Festival Intern. de Cinema em Balneário Camboriú p.11 ○

Qualidade e bom preço o ano todo TEL. (48) 3524-1646

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