Jornaleco 535 julho 2021

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H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

ANO 28 • Nº 535 • JULHO DE 2021 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 05/07/2021 11h00

PANFLETO CULTURAL

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EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes IMPRESSÃO Valdo Martins, Welington Coral Abel

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)

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UMA PUBLICAÇÃO

Eu construo quadrantes solares O

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uvi palmas em frente da casa. Quem seria? Após avistá-lo fui tomado de surpresa, pois nunca tinha visto alguém sequer parecido. Mas sempre, dali em diante, pelos anos afora, ao passar pelo relógio do sol, me viria à mente aquela primeira imagem do homem de branco. A manhã de domingo de maio estava plena de outono, com paisagem nítida e contrastante, sol brilhante e clima ameno. Foi lá pelas 9h30 que ele apareceu onde morávamos, um pequeno apartamento térreo aos fundos do tradicional armazém da Mariquinha, esquina das avenidas Engenheiro e Sete. Antes mesmo de chegar até o portão basculante gradeado, avistei o emblemático personagem com quem começaria uma linda e contundente história. Finamente vestido, mostrava que a elegância está primeiro na simplicidade original das coisas. Vestia calça, camisa, cinto, sapato, tudo branco, além do cabelo, que embora ralo, era grisalho e lhe cobria ainda boa parte da cabeça. Devia ter no máximo um par de cada peça e pouco mais do que isto era o que carregava. Ao me acenar e cumprimentar, logo me chamou

CN

a atenção sua voz grave, com um português se arrastando num espanhol castelhano. – Aqui é que mora Alez? Percebi logo que não se tratava de alguém batendo em uma porta casualmente, ele me procurava e já

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FÉLIX | capítulo 1

x Alexandre Rocha v TEXTO E DESENHO

sabia meu nome. Inicialmente, pelo traje, pensei tratar-se de algum discípulo da Cultura Racional, que em Araranguá possui diversos seguidores, mas ele não, não era daqui, tampouco carregava ou me ofereceu algum material sobre o assunto. Fluente, seguro e determinado alegou que havia perguntado pelas ruas sobre pessoas com quem pudesse falar sobre suas intenções na cidade. Até hoje não sei quem o indicou a mim, tampouco como sabiam onde eu morava, pois estava naquele endereço há pouco tempo. – Eu faço quadrantes solares e conferências sobre Literatura brasileira, latina e Direito romano. Gesticulando bastante, seguiu falando mais de si, que era uruguaio e que viajava pelo mundo. Conversamos na rua, parecendo o tempo todo que a conversa terminaria logo. E, de fato, tudo não demorou muito, mas foi o suficiente para formar um sumário de capítulos que seriam retomados adiante. Convidei-o para darmos continuidade ao assunto na segunda-feira pela manhã. Era 1994, ano do eclipse total do Sol. z

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egundo o site antonio.miranda.com.br o soneto publicado no Campinas (ao lado) tem como título “Póstuma”, de autoria do poeta paraibano Raul Machado (1891-1954), publicado no livro Asas Aflitas (1924). Compare a publicação do CAMPINAS com a versão que o site apresenta.

ARARANGUÁ-SC JULHO 2021 ANO 28 Nº 535

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POESIA | Soneto publicado no Campinas nº 20, de 1º/10/1930

PÓSTUMA Noite fechada, lúgubre, sombria, Céu escuro, tristíssimo, nevoento, Relâmpagos, trovões, água, invernia E vento e chuva, e chuva e muito vento! Abro um pouco a janela, úmida e fria; Quedo a ver e a escutar, por um momento* O rugido feroz da ventania E o rasgar dos fuzis no firmamento. Quero vê-la no véu... e o céu escuro! E, sem temer que chova e o vento açoite, Abro mais a janela... abro** e murmuro: Ah! talvez acalmasse o meu tormento, — Se eu pudesse chorar, como esta noite! — Se eu pudesse gemer, como este vento! * Em Poesias, 1936, e nos Cantos sem glória, 1953, esse verso foi emendado para “E fico a ouvir e a ver, por um momento”. ** Em Poesias e nos Cantos sem glória aparece: “abro-a”.

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