©
H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H
ANO 28 • Nº 535 • JULHO DE 2021 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 05/07/2021 11h00
PANFLETO CULTURAL
TAGS z FLYERS z FOLDERS z CONVITES z PANFLETOS z EMBALAGEM z NOTAS FISCAIS z CARTAZES z CARTÕES DE VISITA z IMPRESSÃO DE LIVROS
E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00
EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes IMPRESSÃO Valdo Martins, Welington Coral Abel
© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)
Leia o JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco (desde jan.2009) e assista nossos vídeos no YouTube: Jornaleco Araranguá SC
Av. XV de Novembro, 1767 - Centro | (48) 3524-5916 (48) 99982-7783 | graficacasadocarimbo@gmail.com
ORION EDITORA
ESTACIONAMENTO EXCLUSIVO PARA CLIENTES
Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá-SC Brasil
UMA PUBLICAÇÃO
Eu construo quadrantes solares O
APOIO CULTURAL
uvi palmas em frente da casa. Quem seria? Após avistá-lo fui tomado de surpresa, pois nunca tinha visto alguém sequer parecido. Mas sempre, dali em diante, pelos anos afora, ao passar pelo relógio do sol, me viria à mente aquela primeira imagem do homem de branco. A manhã de domingo de maio estava plena de outono, com paisagem nítida e contrastante, sol brilhante e clima ameno. Foi lá pelas 9h30 que ele apareceu onde morávamos, um pequeno apartamento térreo aos fundos do tradicional armazém da Mariquinha, esquina das avenidas Engenheiro e Sete. Antes mesmo de chegar até o portão basculante gradeado, avistei o emblemático personagem com quem começaria uma linda e contundente história. Finamente vestido, mostrava que a elegância está primeiro na simplicidade original das coisas. Vestia calça, camisa, cinto, sapato, tudo branco, além do cabelo, que embora ralo, era grisalho e lhe cobria ainda boa parte da cabeça. Devia ter no máximo um par de cada peça e pouco mais do que isto era o que carregava. Ao me acenar e cumprimentar, logo me chamou
CN
a atenção sua voz grave, com um português se arrastando num espanhol castelhano. – Aqui é que mora Alez? Percebi logo que não se tratava de alguém batendo em uma porta casualmente, ele me procurava e já
É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.
FÉLIX | capítulo 1
x Alexandre Rocha v TEXTO E DESENHO
sabia meu nome. Inicialmente, pelo traje, pensei tratar-se de algum discípulo da Cultura Racional, que em Araranguá possui diversos seguidores, mas ele não, não era daqui, tampouco carregava ou me ofereceu algum material sobre o assunto. Fluente, seguro e determinado alegou que havia perguntado pelas ruas sobre pessoas com quem pudesse falar sobre suas intenções na cidade. Até hoje não sei quem o indicou a mim, tampouco como sabiam onde eu morava, pois estava naquele endereço há pouco tempo. – Eu faço quadrantes solares e conferências sobre Literatura brasileira, latina e Direito romano. Gesticulando bastante, seguiu falando mais de si, que era uruguaio e que viajava pelo mundo. Conversamos na rua, parecendo o tempo todo que a conversa terminaria logo. E, de fato, tudo não demorou muito, mas foi o suficiente para formar um sumário de capítulos que seriam retomados adiante. Convidei-o para darmos continuidade ao assunto na segunda-feira pela manhã. Era 1994, ano do eclipse total do Sol. z
CASA NENA CANOAS / RS
ARARANGUÁ / SC
JORNALECO S
egundo o site antonio.miranda.com.br o soneto publicado no Campinas (ao lado) tem como título “Póstuma”, de autoria do poeta paraibano Raul Machado (1891-1954), publicado no livro Asas Aflitas (1924). Compare a publicação do CAMPINAS com a versão que o site apresenta.
ARARANGUÁ-SC JULHO 2021 ANO 28 Nº 535
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | CORTESIA DOS APOIADORES
POESIA | Soneto publicado no Campinas nº 20, de 1º/10/1930
PÓSTUMA Noite fechada, lúgubre, sombria, Céu escuro, tristíssimo, nevoento, Relâmpagos, trovões, água, invernia E vento e chuva, e chuva e muito vento! Abro um pouco a janela, úmida e fria; Quedo a ver e a escutar, por um momento* O rugido feroz da ventania E o rasgar dos fuzis no firmamento. Quero vê-la no véu... e o céu escuro! E, sem temer que chova e o vento açoite, Abro mais a janela... abro** e murmuro: Ah! talvez acalmasse o meu tormento, — Se eu pudesse chorar, como esta noite! — Se eu pudesse gemer, como este vento! * Em Poesias, 1936, e nos Cantos sem glória, 1953, esse verso foi emendado para “E fico a ouvir e a ver, por um momento”. ** Em Poesias e nos Cantos sem glória aparece: “abro-a”.
casa e construção
COPISO A mais completa
Tel. (48) 3524-7797 Av. Sete de Setembro, 2520 - Vila São José (esquina com a rua Amaro José Pereira)
ATENDIMENTO: A P O I O C U LT U R A L
JORNALECO
A P O I O C U LT U R A L
De 2a a 6a: 8h às 12h e 13h30 às 19h Sábados: 8h ao meio-dia
Tel. 3524-3071 Av. XV de Novembro
A “gripezinha”
S
egundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o Brasil é uma referência mundial em vacinação. Com uma imensa estrutura contando cerca de 40 mil salas de vacinação, somos um dos países que mais oferecem vacinas pela rede pública de saúde (SUS). Além disso, vínhamos forjando nossa autossuficiência na produção de insumos imunológicos, com a Fiocruz e o Butantan, exportando vacinas para mais de 70 países e ajudando a suprir a demanda mundial. Porém, hoje, desgraçadamente, o Brasil se encontra entre as nações mais afetadas pela pandemia da Covid-19, seja em números absolutos (iniciou julho com mais de 520 mil óbitos, podendo ultrapassar os EUA, o primeiro da lista, com mais de 600 mil mortes), seja em números proporcionais (mortes por 100 mil ou milhão de habitantes; até junho, atrás apenas do Peru). Culpa de quem? Seria do presidente da República? Que desde o início desdenhou da pandemia, referindo-se a ela como “gripezinha”. Que desdenhou das orientações de médicos e órgãos de saúde nos cuidados de prevenção. Que disseminou informação falsa sobre remédios ineficazes e atrapalhou como pôde a aquisição de vacinas e a conscientização pública de que a vacinação é a única forma de imunização efetiva contra a Covid-19. Que fez ministro da Saúde um absoluto inepto como Pazzuelo e cercou-se de conselheiros ignorantes, desonestos e desumanos. Contudo, a maior parte da sociedade brasileira – com o povo aderindo às orientações da comunidade médica, de educadores, governos estaduais e municipais, além da imprensa (até mesmo parte da mídia que apoia Bolsonaro, neste caso, contrariando os atos e declarações do presidente) – tomou à frente na luta contra a Covid-19. Apesar de todo cuidado, sabíamos que muitas vidas seriam perdidas, mas milhares poderiam ter sido salvas se esse Governo Federal fosse mais solidário e científico. z
Prof. MSc. Pedro Paulo de Miranda ○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos. CONFÚCIO
○
“Só uma coisa me tira de Brasília: Deus” 1º) Deus não é “uma coisa”, mas um Ser Supremo. 2º) Deus, como um Ser Supremo que criou o céu e a terra, bem como os seres humanos, com o perdão do darwinismo, quem lhe disse que Ele está interessado em agir em favor ou desfavor do senhor? 3º. Não estamos sob a égide de um Estado teológico em que as leis divinas se sobrepõem as leis da Constituição Federal. Portanto, as leis que o elegeram e garantem o mandato, por sua vez, amparado no Estado democrático de direito, são as mesmas que, em caso de constatação de irregularidade da gestão, podem tirá-lo da presidência. As leis não servem às conveniências! Por último, é pertinente recordar a afirmação de que “no início era o Verbo, posteriormente as coisas”. Com o respeito que a comparação merece, mas em território humano não foi diferente. Dado que, no início foi o verbo no Congresso Nacional, posteriormente a força da Lei gravada na Carta Republicana de 1988 e que rege todas as ações do cidadão brasileiro, indistintamente. Que não esqueçamos do Art. 5º da Carta Cidadã, que afirma: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza [...]”. Dito isso e mal comparando, mas a Constituição é “sagrada!”
Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza, eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas para os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa,
Futebol Futebol Araranguaense Infanto-juvenil do MURIALDO. 1974 Técnico: Nivaldo Patrono: Irmão Celeste (no detalhe) Campo da Lomba, na Urussanguinha Foto: de pé, da esq.: Paulo Isaac (zagueiro), Joélcio (goleiro), José César (zagueiro), Cláudio (?), Isaac da Silva (centro médio), Pachola (goleiro), Eduardo (zagueiro central); agach.: Giancarlo (ponteiro esquerdo), Elizeu (lateral esquerdo), Mano (meia esquerda), Ratinho (ponteiro direito), Roca (meia esquerda), Namur (meia direita) e Ginha (centroavante).
JULHO 2021
(48) 3524-5432 (48) 98472-6829 Av. Getúlio Vargas, 2785 Jardim das Avenidas Araranguá - SC
Av. Sete de Setembro, 1947 Centro - Araranguá Tel. (48) 3522 0204
2
11
CORA CORALINA
VINICIUS DE MORAES ○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
POETA BRASILEIRO (Rio de Janeiro 1913 - Rio de Janeiro 1980) ○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
Quatro sonetos de meditação (II)
e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito. — Onde estão os documentos dos seus concursos? — E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvesse. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam simplesmente... — Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem. E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás...
Uma mulher me ama. Se eu me fosse Talvez ela sentisse o desalento Da árvore jovem que não ouve o vento Inconstante e fiel, tardio e doce Na sua tarde em flor. Uma mulher Me ama como a chama ama o silêncio E o seu amor vitorioso vence O desejo da morte que me quer. Uma mulher me ama. Quando o escuro Do crepúsculo mórbido e maduro Me leva a face ao gênio dos espelhos E eu, moço, busco em vão meus olhos velhos Vindos de ver a morte em mim divina: Uma mulher me ama e me ilumina. Livro de Sonetos. Livraria José Olympio Editora, 1981, p. 42 e 43
MORAL: Em terra de urubus diplomados não se houve canto de sabiá. Texto extraído do livro Estórias de quem gosta de ensinar – O fim dos Vestibulares, editora ArsPoetica, São Paulo, 1995, p. 81
CERTO DIA, A PROFESSORA passou uma lição de casa pedindo para os alunos trazerem um verso com rima, falando da professora. No outro dia, começou a aula e a professora disse: – Zezinho, pode declamar o seu verso. – “Professora querida, no inverno e no verão mora dentro do meu coração!” – Muito bem, Zezinho! Sua vez agora, Joãozinho! – “Eu tenho uma professora que se chama Antonieta, um dia ela foi atravessar o riacho e molhou o joelho”. – Mas esse verso não rimou, Joãozinho! – É, professora, num rimô porque o riacho tava baxo...
JORNALECO 535
APOIO CULTURAL
○
A PROFESSORA CHAMA o Joãozinho para uma conversa. – Joãozinho, aqui está a sua redação, que eu pedi que escrevessem com o tema “Meu cãozinho de estimação”... – Eu caprichei bem na minha, professora. Que nota eu tirei? – Caprichou? Mas a sua redação está igualzinha à da sua irmã! – Lógico, professora! É o mesmo cachorro...
Com dados apurados por Eduardo e Namur
Todos estamos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o tempo.
uplemento
F RUBEM ALVES
Galeria do
APOIO CULTURAL
S S
A BANDA
Urubus e sabiás
APOIO CULTURAL
SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI
DUAS AMIGAS SE ENCONTRAM no além. Uma delas pergunta para a outra: – Como você morreu? – Congelada. – Ai, que horror! Deve ter sido horrível! Como é morrer congelada? – No começo é muito ruim: primeiro são os arrepios, depois as dores nos dedos das mãos e dos pés, tudo congelando... Mas, depois veio um sono muito forte e depois perdi a consciência. E você, como morreu? – Eu? De ataque cardíaco. Estava desconfiada de que meu marido me traísse. Um dia, cheguei em casa mais cedo. Corri até o quarto e ele estava na cama, calmamente assistindo televisão. Desconfiada, corri até o porão para ver se encontrava alguma mulher escondida, mas não encontrei ninguém. Corri até o segundo andar, mas também não vi ninguém. Subi até o sótão e, ao subir as escadas, esbaforida, tive um ataque cardíaco e caí morta. – Oh, que pena! Se você tivesse procurado no freezer, nós duas estaríamos vivas...
AV. XV DE NOVEMBRO, 1352 CENTRO, PRÓXIMO AO XODÓ DA TIA JOICE
Kleber O. Lummertz FISIOTERAPEUTA - CREFITO 54.689/F
Especialista em Fisioterapia Traumato-ortopédica e Medicina do Esporte
STUDIO DE PILATES
Amanda Pizani INSTRUTORA - CREF 020242/SC
(48) 3527-0786 98833-7157 99851-6545
Grupos Familiares AL-ANON
A.A. Alcoólicos Anônimos as
Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Próximo à Câmara de Vereadores Balneário Arroio do Silva
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
IFSC Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina – Campus Araranguá
Uso de máscaras evita a propagação do coronavírus texto de Eric Dorneles La Roque LICENCIATURA IFSC ARARANGUÁ
ESTUDANTE DO CURSO DE EM
FÍSICA
DO
com Bruna Vanti da Rocha e Suzy Pascoali
UMA amiga comenta: – Que estranho! Aquela mulher passeando com uma máscara do AEC, com direito a arara e tudo. – Tempos de COVID-19! Uma pena que está com a máscara sem tapar o nariz. Usada assim, a máscara não protege de nada. O vírus SARSCOV2, mais conhecido como coronavírus/COVID-19, pode causar graves problemas respiratórios e, para algumas pessoas infectadas, pode levar à morte. A COVID-19 tem sintomas que podem facilmente ser confundidos com uma gripe comum. Possui alta capacidade de propagação, que pode ser dificultada com o uso por todos de uma máscara, como a cirúrgica, a N95 ou a feita em tecido duplo de algodão.
APOIO CULTURAL
Um artigo publicado na revista Emerging Microbes and Infections
Laboratório de Análises Clínicas
Realiza todos os tipos de exames Rua Caetano Lummertz, 456 - Sala 06/térreo Centro - Ed. Com. Executivo Araranguá FONES 3522-1322 99668-4925
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
por pesquisadores de instituições da Inglaterra, mostrou que o coronavírus pode se manter ativo por cerca de 90 minutos em saliva artificial. Durante uma conversa ou quando a pessoa tosse ou espirra, expelemse vários aerossóis de saliva, que são partículas pequenas, mas maiores que o próprio coronavírus. Estas permitem que o vírus seja carregado, suspenso no ar do ambiente, por algumas horas. O uso correto de máscaras, mesmo as caseiras duplas, que precisam sempre ser higienizadas, oferece uma barreira contra a proliferação. Aconselha-se o distanciamento e o uso de máscaras, principalmente para pessoas infectadas com o vírus, pois serve como um bloqueio às pequenas partículas de saliva. Também é recomendado não remover a máscara para espirrar ou tossir pelos mesmos motivos. E as pessoas não infectadas com o vírus também devem usar máscara, pois serve como um filtro para reter partes das partículas inaladas no ar, dificultando a entrada do vírus nos pulmões.
N.A. Narcóticos Anônimos
Circulou cerca de 3 anos entre 1929-1931 e 1936-1937
Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá
POLÍCIA MILITAR: 190 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ABUSO INFANTIL /DENÚNCIA: 100 ATENDIMENTO À MULHER: 180 PREVENÇÃO AO SUICÍDIO: 188
telefones para emergências
Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá
vvv
EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI
“Cartões de visita, enveloppes, contas corrente, papeis para cartas, mata-borrão, facturas commerciaes etc. Nesta Typographia”
FAZENDA SÃO JORGE Fone (0**48) 3524-0280 Estr. Geral Volta do Silveira - Araranguá ○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
F 30 NOVEMBRO 1930
Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net
21 F
Com a ascensão de Getúlio Vargas nos termos da Revolução de 1930, nos municípios são nomeados prefeitos provisórios. Em Araranguá, Alcebíades Seara é deposto e Israel Fernandes assume
nação dos adultos e espera-se que até outubro já se tenham vacinados todos, ao menos com a primeira dose. Depois, então, com a segunda dose, seremos os brasileiros plenamente imunizados.
Prefeitura Provisoria de Araranguá
– Ufa, já não era sem tempo! Países como os Estados Unidos começaram no ano passado a vacinação, e desde maio deste ano as pessoas plenamente vacinadas foram liberadas do uso de máscara em ambientes internos e externos e podem viajar dentro e fora do país.
Telesphoro Machado, que em frases entusiásticas, agradeceu as congratulações aquele dirigidas e esboçou o programa administrativo do recém-empossado, recebendo, também, aplausos em suas últimas palavras. Foi lavrada minuciosa ata da solenidade, em cuja assinaram todos os comparecentes. No mesmo dia foram nomeados: Secretário da Prefeitura, o aludido advogado, Tesoureiro Procurador, o sr. Manoel Gomes Balthazar e Fiscal da cidade – contínuo – o sr. Antonio Mathias Coelho, empossados nesta cidade.
Assumiu, a 7 deste mês, o elevado cargo de Prefeito Municipal Provisório deste município, o distinto cidadão Coronel Israel Fernandes da Silva, nome que o “Comitê Getúlio Vargas”, desta cidade, escolheu, por unanimidade de votos, e indicou a este posto ao Exmº Sr. General P. Assis Brasil, ilustre Governador Civil e Militar do Estado, que o nomeou, pela resolução nº 77, de 5 do expirante. A solenidade da posse que se realizou às 15 horas daquele dia, no salão nobre da Prefeitura, compareceu avultadíssimo número de pessoas de Foto de Bernardino de Senna Campos com o recém-inaugurado prédio da destaque, desta cidade e dos diversos distritos, que foram Prefeitura; e nota publicada no Campinas nº 21, de 30/11/1930: representados. Prefeitura Municipal Provisória de Araranguá Presentes os membros da De ordem do sr. Coronel Prefeito Municipal Provisório, faço público, para referida corporação, a respecconhecimento dos interessados, que o expediente desta Prefeitura, nos dias úteis, tiva diretoria tomou assento. À será das 9 às 12 horas e das 13 e meia às 17 idem. direita do Presidente, o nomeaSecretaria da Prefeitura, 26 de novembro de 1930 do e à esquerda, o Dr. Juiz da O Secretário comarca. Manoel T. Machado Em dado momento, todos erguidos, o Coronel Israel Fernandes prestou o compromisso correspondente. Na excelsitude de sua expressão regeneradora, eminenDemorada salva de palmas ouviu-se, então. Em seguida, temente patriótica e remodeladora, o profundo ansei0 cívico, assombroso surto democrático que eletrizou o Brasil compromissaram-se também os srs. Pacífico Nunes de [...] A 26 do aludido mês, o “Comitê Getúlio Vargas”, desta Sousa, Delegado de Polícia e Manoel H. Bento, 1º suplente cidade, estuante do mais intenso júbilo, promoveu grandeste. diosa passeata cívica, ao som da harmoniosa filarmônica Produziu magnífica alocução, congratulando-se com o local. [...] Chegada a multidão à entrada principal do novo Prefeito e com o povo de Araranguá, o sr. Professor jardim, nele penetrou, estacando ao redor do elegante Abílio Gomes, que foi muito aplaudido quando terminou. coreto, construído no centro do mesmo. [...] Em nome do Cel. Fernandes falou o advogado sr.
– Minha avó já tomou as duas doses. E daqui a pouco será nossa vez de tomar a primeira dose da vacina. – Chique! Agora eu vou atrás de uma máscara com o AEC! ERIC
USO CORRETO
A vitória magna
– Pah, vamos ter que usar ainda muito essas máscaras?
TOURNIER
Nº
○
Para maior proteção, é apropriado o uso da máscara tapando as vias respiratórias – nariz e boca.
– Só até boa parte da população estar vacinada com as duas doses. Mas o SUS está realizando a vaci-
aAc crônica dos anos 1930
Centro de Reabilitação
USO INCORRETO Farmácia de Manipulação Qualidade com bons preços HORMÔNIOS / ANTIBIÓTICOS CONTROLADOS DA PORTARIA 344
Av. Sete de Setembro, 1930 - Centro FONES 3524 2990 988579094
10
3
APOIO CULTURAL
vvv
Director Proprietario DURVAL MATTOS Gerente BONIFACIO AGUIAR Redactores e collaboradores DIVERSOS
JULHO 2021
Reuniões 2 e 5 f., 20h - dom., 17h Próximo à Igreja Sagrada Família Cidade Alta - Araranguá
Reun. 2as f., 20h - Junto ao A.A. - Araranguá
JORNALECO 535
as
ELETRODOMÉSTICOS - MÓVEIS - SOM E IMAGEM BAZAR - BRINQUEDOS - INFORMÁTICA - FERRAGENS FERRAMENTAS E MÁQUINAS - LINHA PRAIA - CAMPING JARDINAGEM E COMPLETA LINHA AGRÍCOLA
u 200 metros do trevo principal de entrada da cidade, nº 474 - Cidade Alta - Araranguá Tel. (48) 3521-4200 site: www.afubra.com.br
Um dia, no trem das cinco, chegou um pescador com dois balaios de siris e um tacho; vendeu o que pode aos moradores da vila, depois improvisou um borralho, cozinhou os restantes e os vendia. Vendeu quase tudo. iemos morar em Araranguá bem Mamãe. E aí completei “…de balas”. Noutra ocasião, um morador novo no início dos anos 1980, passando um Quando cheguei ao grupo, quase apa- da vila também trouxe dois balaios, bom período de minha vida familiar e nhei. mas de cardosinha, peixe muito pereprofissional na região (Praia Grande, Zé Fermino, meu pai, era funcioná- cíveis. Não conseguindo vender nem Jacinto Machado e, depois de um cur- rio da E. F. D. Tereza Cristina, nascido a metade, jogou os peixes, já podres, to período em Criciúma para cursar e criado em Bananal, lado ocidental num mato perto da rua onde morava. Educação Física Escolar, Meleiro). da lagoa Santo Antônio, em Laguna. Por dias o mau cheiro daquilo tornouOs costumes locais divergem um Adorava pescar, tanto que, nas horas se terrível. Coitada de sua filha mais pouco dos meus tempos de Morro da de folga (trem de passageiros, em velha – por sinal, muito bonita – que Fumaça. O vendedor de peixes, lá, Morro da Fumaça, passavam duas pagou o pato: o povo passou a chamátinha seu modo de anunciá-los; aqui vezes por dia: às sete e meia e 17 la de “Cardosa”. não é diferente. horas, e, trens de cargas, duas a três Camarões também eram muitos; Um menino, filho de pescadores, vezes por semana) costumava espa- mas ca-ma-rões! vendia peixes frescos, ou salgados lhar milho no terreiro, para depois Quando íamos passear nas casas de (lanhados), pelas ruas, gritando: tarrafear as galinhas. nosso tio Lalau e primos Pedro, Gus– Ó, o peixe! Ó, o peixe! Ó, tavo e Maria, custávamos a o peixe! nos acostumar com os novos Um gaiato, para tirar sarro do odores, pois só se comiam Não conseguindo vender vendedor mirim perguntou-lhe: peixes e frutos do mar. Hoje nem a metade, jogou os – Quanto está o peixe, rapaz? peixe, siri camarão, naquela peixes, já podres, num mato – Dois e quinhentos! região, já estão muito es– Dois e quinhentos não dou, cassos. perto da rua onde morava. se quiser só pago 1.800. Pescadores costumavam Por dias o mau cheiro daquilo – Anh? Por um e oitocentos oferecer camarões aos trantornou-se terrível. Coitada de minha mãe passa no lanho, meu seuntes; faziam assim: pospai come. tavam-se na beira do asfalto sua filha mais velha – por Em frente ao Azteca, prédio com uma vara e, nela, pensinal, muito bonita – que novíssimo aonde viemos morar, durado, um camarão bem pagou o pato: o povo passou passava de bicicleta um venbonito. O viajante parava, dedor, já de meia idade, dia sim comprava os camarões já a chamá-la de “Cardosa”. dia não, anunciando: “Ó, o ajeitados numa bandejinha de peixim do bom!” Já tinha sua isopor, em cima muito boclientela, vendia até fiado. As pescas de siris, até os anos 1950- nitos, mas, quando chegavam em Nos finais de semana eu e alguns 60, eram feitas basicamente para en- casa, só restolhos; isso eram os mais meninos nos reuníamos para pescarias gordar porcos, pois era grande a far- “honestos,” porque tinham aqueles nas sangas locais. Aproveitávamos tura desses crustáceos nas lagoas de que embaixo só colocavam gelo. para iniciar um costume da moda: Santo Antônio, Imaruí e Mirim. Num caso desses, um motorista de fumar. Como eu era o mais novo da Eu e meu cunhado, que morava no caminhão parou, pediu duas bandejas trupe, sempre era escalado para com- bairro de Magalhães, em Laguna, anos exigindo que os camarões fossem prar os cigarros. 1960, costumávamos pegar siris, com colocados nas bandejas em sua preUm dia, cheguei no armazém do cocas, na praia do Mar Grosso. Os bi- sença; o vendedor, todo faceiro, capriAristides, perto de casa, com um cru- chinhos vinham até a praia para comer chou. Quando foi cobrar, o motorista zeiro destinado a comprá-los (daria e depois voltavam com as ondas das puxou do revólver, apontou para o para uns cinco ou seis cigarros). rebentações. Nesse momento a gente malandro e lhe disse: – Seu Aristides, bota um cruzeiro corria atrás e os capturava. Eram tan– Eles já estão pagos desde a semana de… – Mas, virando-me para o lado, tos, que só escolhíamos os mais gor- passada. – Entrou no seu caminhão e quem estava ali fazendo compras? dos: chegavam a ser azuis. foi embora. z
Diretores CLAUDENIR OLIVEIRA SOUZA e JURACI FERNANDES Editora, redação e diagramação JURACI FERNANDES Arte final MARILENE MARMITT Redação: Av. XV de Novembro, 2010 - Araranguá-SC Impressão: GAZETA DO SUL Santa Cruz do Sul-RS
joão batista de souza
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
○
Ó, o peixim do bom!
PUBLICADO ENTRE 1989 E 1992
F MAIO 1991
Nº 25 F SOCIAIS / Kelli Santos
Araranguá decide a Copa Santa Catarina Em pe´: Valério Mendes (presidente), Jurandy Pretto (fisicultor), Chiquinho, Valcir, Chimbica, Paulo e Geraldo; agach.: Feijão, Alaércio, Anderson, Omar, Itamar Gaúcho, Caio e Chico (massagista)
BARES z Quem está investindo na noite está sendo prestigiado. A prova disso é o Adrenalina’s Bar. Parabéns, Evandro! z Reabriu, dia 03 de maio, o Varanda’s Vídeo Bar, com muita música ao vivo. Que vem acabar com as várias reclamações da falta de bares no calçadão da cidade. z E a tradicional noite do Bahama’s Bar continua a mil! z Buchana’s. Esse é o ponto de encontro dos políticos araranguaenses. De segunda a segunda rola bate-papos e muito whisky. z O ponto de encontro da moçada após as longas noites de boate é no Drive in Pedra 90, que serve um superlanche. Um casamento em alto estilo, onde a natureza foi testemunha principal do enlace, aconteceu no Lago Dourado, dia 27 de abril, às 17h. O sim partiu dos noivos Alexandre Rocha e Micheline Vargas de Matos.
O Araranguá, que tem a melhor campanha nesta fase da Copa Santa Catarina, disputou seis jogos, ganhou quatro e empatou dois. Fez quinze gols e sofreu cinco. Com seis gols, Anderson é o artilheiro do time A excelente campanha que o time do treinador Jaime Schmidt vem realizando tem como base: Valcir, Chiquinho, Chimbica, Paulo e Geraldo; Alaércio, Itamar Gaúcho e Anderson; Feijão, Omar e Caio. Tiveram também participação nos seis jogos os jogadores Joãozinho, Venício, Colonetti e Paulo Serrano. A final da Copa Santa Catarina será disputada dia 30, na capital do Estado, entre Figueirense e Araranguá, no Estádio Orlando Scarpelli. n NJ: O AEC sagrou-se campeão da Copa Santa Catarina 1991 (1º turno do Campeonato Catarinense) quando empatou em 1x1, no tempo normal (com gol de Feijão), com o Figueirense, em Florianópolis. A decisão foi para os pênaltis, com o Araranguá vencendo por 7x6.
F JUNHO/JULHO 1991
Esporte amador em alta
4
9
APOIO CULTURAL
JULHO 2021
Um casamento bonito aconteceu dia 25 de maio, na Capela São Judas Tadeu, no Morro dos Conventos. Os noivos Joacir Daniel e Débora Ferreira Alano recepcionaram os convidados no Hotel Morro dos Conventos.
JORNALECO 535
V
○
No Campeonato Brasileiro de Atletismo Juvenil, realizado em Maringá, no Paraná, nos dias 8 e 9 de junho, Roberta Daniel Silva recebeu a medalha de ouro na corrida de revezamento 4x100m. Ela tirou o primeiro lugar da Seleção Catarinense. Roberta é araranguaense, filha de Janete Daniel e Luiz Alberto Silva, mas representou Chapecó.
BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA
Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112
Nº
26 F
Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI, ARI e outros Distribuição PEDRO ERNESTO GRECHI Impressão GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 170
O ARGOS, jornal da Capital, na sua edição de 6 de fevereiro de 1858, noticia um naufrágio na barra do rio Araranguá m 27 de janeiro findo (segundo nos informa pessoa fidedigna) às 10 horas da manhã, naufragou, ao sair à barra do Araranguá, o iate “Deus te Guie”, de propriedade do sr. Jerônimo de Souza Freitas, de que era mestre o sr. Alexandre José de Jezus, carregado com 400 alqueires de favas, 400 de farinha, 150 de milho e 50 de couro. Tudo se perdeu, a exceção das vidas que nele existiam que, graças à Providência, se salvaram com muito custo. Disse-nos o informante que o iate saíra com vento sudeste, mar grosso, e No primeiro coreto do Jardim ao despontar os cabeços, Municipal (abaixo), o povo reverencia a imagem da Mãe dos Homens numa bateu, perdeu o leme e, por festa realizada lá pelos anos 20. consequência, naufragou. É Em 28 de outubro de 1943, para lamentar que mais este já no novo coreto (ao lado), sinistro venha aumentar o o prefeito tenente Ruy número dos naufrágios que Stockler de Souza inauguraria a nova ali se tem dado, e assim instalação da desanimar e acabar por uma Biblioteca Pública vez com a navegação daquele Municipal Luís rio, cujas terras por ele baDelfino. Em 1979 esse coreto nhadas são incontestavelseria destruído, mente fertilíssimas; e muito num grande havia a esperar dessa naveatentado à gação, assim para a prospenossa história e à nossa cultura. ridade particular dos seus Hoje, se cogita habitantes, como aos interesreconstruí-lo. ses das rendas provinciais. Talvez tenha havido da parte de alguém desleixo e abandono deste importantíssimo ramo de serviço público, ao qual a Assembleia provincial sempre atendeu, votando nas leis de orçamento quantias para serem aplicadas ao melhoramento daquela barra.
O caipira está andando de bicicleta pela estrada. De repente para um carrão importado ao lado dele. O motorista baixa o vidro e pergunta: – Ô, amigo… Esta estrada vai pra São Paulo? – Sei não, dotô… Mais si ela fô, vai fazê uma falta danada pra nóis!
F 15 NOVEMBRO 1969
Nº
196 F
Jóquei Clube de Araranguá Foi fundado o Jóquei Clube desta cidade, cujo número de sócios já é bem elevado. Sob a presidência de Paulo Hilzendeger, as instalações situam-se em Mato Alto, numa área de terras especialmente destinada. O local está todo cercado, faltando apenas a conclusão das pistas retas, mas no futuro serão circulares. Foi uma magnífica ideia a construção do “hipódromo”, tudo fazendo crer que a grande afluência de aficionados levará ao Jóquei Clube de Araranguá boas rendas.
POLÍTICA [candidatos da Arena a prefeito]
CAIXA DE FOTOGRAFIAS
Finalmente ficou decidido: a Arena tem dois candidatos: Gercino Pasquali e Martinho Herculano Ghizzo. Não houve condições de acordo para candidatura única, conforme vaticinamos. NJ: Os dois disputaram a eleição e Gercino venceu. n Dr. Martinho conta com a corrente liderada pelos candidatos a vereadores Antonio Abedeno da Rocha, Carlos Moacir Arcari, João Favarim, Francisco Pereira Albuquerque (Chico Pistola), José Manoel Gomes, Agobar Pereira, Herculano Ghizzo, Jovino Plácido, Waldemar Pacheco, Máximo Girardi e outros. n Gercino Pasquali tem o apoio dos candidatos a vereança: João Kraes Campos, José Realino Gomes, Lupércio Elpídio Lemos, Leonel Álvaro Matos, Hildefonso Almeida, Danúbio Souza, Dr. Sabino de Barros Lemos e outros. n
Autoridades discursam no coreto de Stockler, em 7 de setembro de 1943
(Foto: Salvador)
É o novo Tropicália em ação Este ano, a Boite Tropicália, passando por uma reforma geral, estará funcionando sob a direção do Deldy, o popular Fileco, do Bar Central. Fileco, com sua bossa e simpatia, sua maneira própria de tratar os amigos e clientes, está fadado à grande sucesso. O balneário do Arroio do Silva contará com a romântica Tropicália, bem à beira-mar, cujo marulhar das ondas completará a sinfonia dos ótimos conjuntos que serão apresentados.
Após um interregno entre janeiro de 1970 e março de 1971... F 03 ABRIL 1971
Nº
198 F
Conferência Vicentina São José
8
5
APOIO CULTURAL
Este coreto, do início do século 20, tivesse sido preservado, seria hoje uma joia rara a testemunhar os valores e modos de vida das pessoas que caminharam (e se ajoelharam para rezar) por aqui muito antes de nós. Mas o perdemos como perderíamos também o que o sucedeu
Foi criada nesta cidade uma entidade de caráter filantrópico, que recebeu o nome de “Conferência Vicentina São José”. [...] Para presidente foi eleito o sr. Moisés Baltazar; vice, Padre Ézio Julli; 1º secretário, Alberto Gomes; 2º dito, Norberto Antonio Gomes; 1º tesoureiro, Carlos Pedro Arcari; 2º dito, Irineu Gomes Baltazar.
JULHO 2021
NJ: Apesar dos naufrágios e problemas na barra, o transporte fluvial no Araranguá prosseguirá até as primeiras décadas do século 20, quando perderá a preferência para o trem.
F A CRÔNICA DOS ANOS 1960 F
O CAIPIRA E A ESTRADA
JORNALECO 535
E
j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)
PESSOAS E FATOS Transportes Araranguaense Alfeu De Boni conseguiu finalmente adquirir a Transportes Araranguaense S/A, parte que pertencia à família Cardoso. Trevo da 101 Está ficando maravilhoso o trevo da BR-101, Cidade Alta. Moderno e tecnicamente perfeito. O engenheiro Bressan, da Residência de Tubarão, demorou a concluir a obra, mas agora esbanjou categoria. Reverendo vai casar O reverendo Hanz Krolow, da Igreja Episcopal, pároco desta cidade, vai casar com a srta. Teresinha de Moraes. O Rev. Krolow, após o consórcio, viajará para a África, onde permanecerá em Angola por cerca de cinco anos. NJ: A araranguaense Teresinha atualmente reside em Nova Santa Rita-RS, viúva do reverendo.
Imagens de TV [em Araranguá] Continua problema insolúvel a captação de imagens de TV. Mas vai-se aturando, um dia com figura boa, outro dia horrível. Até que se invente um meio de transmissão sem necessidade de torres intermediárias. [...] Quanto aos programas, tudo dará no mesmo. Piratini, Cultura, Gaúcha ou Coligadas transmitem os mesmos programas. NJ: A década de 1970 foi a era de ouro da TV, mas muitas vezes, naquela época, ver televisão virava um teste para os nervos: quando não era a queda de energia na cidade ou na própria emissora, era a queda do sinal, e aí haja paciência com o fora do ar. Uma tarde, eu assistia fascinado ao Mightor, um desenho que só passava na Difusora de Porto Alegre, que de início raramente pegava. E de repente... tchiiiiiiiiiiiii. Pobre garoto! Alguns canais, geralmente, geravam boa imagem, mas muitas vezes a pessoa tinha que se contentar com uma imagem chuviscada (em cidades distantes das transmissoras): dávamos uma calibrada na roda da sintonia (junto ao seletor de canais), melhorava um pouco, e então víamos, garbosamente, filmes inteiros com chuvisco. Outro problema irritante era no aparelho, quando a imagem começava a correr horizontalmente. Para estabilizar a imagem, havia o botão “horizontal”, que na nossa TV ficava no painel frontal com os demais botões. Mas se as imagens insistiam em correr, era de “rachar o kipa”. Lá em casa, então, o Pedro inventou o primeiro controle remoto de que temos notícia: uma varinha longa com um aparato na ponta que se encaixava no botão “horizontal”, permitindo que o telespectador, confortavelmente instalado em seu sofá, corrigisse o problema sem precisar levantar e ir até o aparelho. RG
3524 1520 | 99628 1360 roberta.daniel@hotmail.com Rua Amaro José Pereira, 1303 Coloninha - Araranguá - SC
Artigos para Festas Produtos de Confeitaria Produtos para Sorveteria Produtos para Lanchonete
QUE RUÍDO
E o povo, alvorotado, se debruçava sobre a cerca. Porém, nova decepção: a largada não acontecera.
7 PATA BRANCA
“Aí vinhero!”
O primeiro desafio TEXTO DE
Martinho Herculano Ghizzo
Dr. Martinho faz um sensacional relato da histórica rivalidade entre dois famosos cavalos que correram nas raias de Araranguá: Pata Branca e Que Ruído — o primeiro, tido como invencível em “tiro” curto e o segundo, que vencia em canchas mais longas. Nas corridas ora vencia um, ora vencia outro, deixando o povo na dúvida sobre qual era o melhor
APOIO CULTURAL
Meu pai adorava corrida de cavalo e, naquele ano, devido a uma carreira, entusiasmou e movimentou o Vale do Araranguá e a região serrana. Principalmente Bom Jesus e Bom Jardim da Serra, onde morava o estancieiro Cassetari, dono do famoso cavalo Pata Branca. Essa corrida teve início com o desafio entre meu pai, Affonso, e o senhor Cassetari, e em afronta aos serranos veranistas no Arroio do Silva. Pata Branca, afirmavam os serranos, era o cavalo mais ligeiro, e no Rio Grande e em Santa Catarina não havia quem lhe “abanasse o relho”.
Affonso traz o Que Ruído Meu pai contatou amigos em busca de um cavalo que pudesse enfrentar o célebre Pata Branca. Entre os companheiros, lembro-me do seu Pachão, seu Augusto Esse e seu Ramiro Leite. Foi por indicação deles a compra de um cavalo argentino vencedor em corridas de prado. Era um cavalo alazão de porte alto e que, de chegada, impressionou a
todos. Sua cocheira, nos fundos de nossa casa, no local onde hoje está construído o prédio do Bradesco, recebia muitas visitas de amigos e aficcionados. Era um bagual que viria a ser um grande reprodutor e iniciador de uma linhagem de campeões em nossa região. Seu nome: “Que Ruído”.
Affonso Ghizzo e seu alazão argentino Que Ruído estava o João Capivara vendendo pasteis, o Clarinda biscateando com jogos de “xis-prandi” e o Chituca a provocar a serranada. Crianças faziam algazarras. Sanfonas e violão acompanhavam cantigas e trovadores. Parelheiros de cola amarrada troteavam, fazendo novos desafios. Gaúchos, devidamente “pilchados”, lançavam gritos, antecipando a vitória do zaino da serra e fazendo jus à fama de “balaqueiros”. Meu pai, com a calma de sempre, ouvia a todo instante: — Como é, seu Affonso: ganhemo ou não ganhemo? Com a medalhinha de Nossa Senhora Mãe dos Homens na mão, respondia: — Quando a baliza levantar a bandeira, a gente vai saber. Outras carreiras e apostas foram feitas, mas todos aguardavam o grande momento: Que Ruído x Pata Branca.
A primeira corrida Em meio a grandes festanças, com churrasco e o gostoso carreteiro do alto da serra, a corrida foi “amarrada”. De início, corria a notícia do grande acontecimento e já se enfronhavam os comentários, os palpites e até mesmo as apostas. Muito mais no zaino Pata Branca nos 500 metros, mas também no alazão Que Ruído nos 1.000 metros. A corrida seria nestas duas distâncias (tiros) e a cancha do Mato Alto foi preparada para o evento, passando a medir 1.000 metros. Meu pai sabia que suas chances eram maiores nesta distância, pois o cavalo Pata Branca, em tiro curto, era capaz de saltar do partidor com mais de um corpo à frente. A corrida aconteceria num domingo à tarde e, já pela manhã, havia muita gente e movimentação nos arredores da cancha. Barraquinhas e ambulantes vendendo lanches e lembranças, dentre eles, por certo,
Rua Dr. Virgulino de Queiroz, 75 - Centro Tel. (48) 3522-0758 (48) 99680-9777 Casa da Criança - Moda Infantil lojacasadacriançaararangua
Preparam-se os cavalos... Sortearam-se as raias, cabendo ao Que Ruído arrancar do partidor esquerdo e ao Pata Branca, do direito. O povo, alvorotado, buscava lugar: uns perto do partidor para assistir a
6
7
APOIO CULTURAL
O desafio
E garganteavam: “É imbatível!”. Meu pai, sabendo da fanfarreada da indiada serrana, comentou, numa roda de jogo de cartas, no salão do seu Roseno: — Temos cavalos para fechar a garganta dessa serranada! O seu Cassetari, numa mesa ao lado, não se intimidou e respondeu: — Pois escolha seu cavalo, Affonso Ghizzo, e o meu Pata Branca vai deixá-lo no partidor. E disse mais: — Mande-me avisar a hora e o dia, bem como o lugar e atemos a corrida! O Affonso lhe estendeu a mão, dizendo: — Pois que seja, seu Cassetari. Fecharam a carreira em dois tiros (distâncias): nos 500 e nos 1.000 metros. Saíram juntos e foram para o balcão tomar um uísque. Tornaram-se adversários e amigos.
JULHO 2021
CONTECEU EM ARARANGUÁ
nos idos de 1944. Meu pai, Affonso Ghizzo, gostava de um desafio, tinha atração pela política e pela aventura. Atuou como centro médio no Hercílio Luz Futebol Club de Tubarão, e nos aspirantes do Flamengo do Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores do AABVA (Associação Atlética Barriga Verde de Araranguá). Anos depois, comandaria o Grêmio Araranguaense em grandes campanhas no campeonato catarinense. Buby, Julião e Oscar; Pachá, Zé Gaúcho e Serrano ou Aldo; Costinha, Sarimba, Agachado, Luiz e Vanderlei: esta era a escalação do time que fez sucesso.
JORNALECO 535
A
célebre arrancada do Pata Branca; outros preferiam na chegada onde o Que Ruído, com menos entusias-mo, era o favorito. Pouco demorou, quando Pata Branca e Que Ruído, com capas sobre os lombos e puxados pelos respectivos cabrestos, faziam a primeira apresentação. Comentários, gritos e desafios aconteceram. As guaiacas se abriram e as patacas se misturavam. Em seguida os parelheiros foram recolhidos para suas cocheiras, onde os arreios de corrida foram colocados. Montados pelos jóqueis, apresentaram-se novamente e, tensos e nervosos, pareciam desejar o início da contenda. O sinal da partida seria com um disparo de revólver assim que os cavalos estivessem emparelhados e quietos. Em cada tiro (500 e 1.000 metros), dois fiscais e um baliza testemunhariam e indicariam o vencedor. Mas os cavalos não se ajeitavam. Indóceis no partidor, saltavam sem que fosse dada a partida. Gritos anunciavam a largada, que não acontecia. Ora por engano, ora por gaiatice, gritavam: — Aí vinhero! Aí vinhero!
Numa dessas, o grito “aí vinhero” foi seguido de um silêncio só quebrado pelo galopar furioso dos parelheiros. Os serranos, que assistiam do partidor, já corriam atrás e por dentro das raias aos gritos: — O Pata Branca saltou com mais de corpo! Ferrou-se o cavalo argentino do Affonso! Meu pai, como era seu costume, já apelava para a medalhinha de Nossa Senhora Mãe dos Homens, comendo as unhas até os sabugos. Os cavalos passaram nos 500 metros, com o Pata Branca livrando mais de um corpo. Meu pai, já sem sabugos, se dirigia apreensivo para o final da cancha e os amigos se preparavam para consolá-lo. Não demorou muito e veio a surpresa. — Ganhou o cavalo argentino! O cavalo do Affonso ganhou! O povo começou a se arredar das raias, pois o cavalo Que Ruído vinha faceiro, aos trotes e arrancos, espumando e babando, com seu jóquei de relho erguido. Ambos mostravam a cara da vitória. Os serranos, cabisbaixos, e os araranguaenses, exultantes. O Affonso não cabia para tantos abraços! Mas, na verdade, não houve vencedor — Pata Branca foi o primeiro nos 500 e Que Ruído, nos 1.000 metros, e ambas as partes continuavam se dizendo melhores e mais capazes. Para tirar a teima, Pata Branca e Que Ruído haveriam de voltar à cancha. Desta vez, para o derradeiro e dramático embate, que mostraria quem eram os melhores: serranos ou araranguaenses, Affonso ou Cassetari, Que Ruído ou Pata Branca. Não percam! Na próxima edição, a sequência da história, com o relato do segundo desafio entre Que Ruído e Pata Branca
JOALHERIA E ÓTICA www.alcidino.com.br
OS SEUS OLHOS MERECEM.
ARARANGUÁ • CALÇADÃO
z
TEL. 3524-1633