PANFLETO CULTURAL
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H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H
ANO 28 • Nº 536 • AGOSTO DE 2021 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 09/08/2021 11h30 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00
EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes IMPRESSÃO Valdo Martins, Welington Coral Abel
© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)
Leia o JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco (desde jan.2009) e assista nossos vídeos no YouTube: Jornaleco Araranguá SC
Av. XV de Novembro, 1767 - Centro | (48) 3524-5916 (48) 99982-7783 | graficacasadocarimbo@gmail.com
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Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá-SC Brasil
UMA PUBLICAÇÃO
O vapor Meta “Em dezembro de 1905 chegou, pela primeira vez a esta vila, o vapor Meta, da casa Hoepcke, de Florianópolis, comprado especialmente para navegar para o Araranguá. Teve recepção festiva. Regressou à Capital a 13.” Dos diários de Bernardino Campos BERNARDINO DE SENNA CAMPOS. 1905 / RIO ARARANGUÁ
foi construído no esO taleiro AG Vulcan, em Hamburgo, VAPOR META
Alemanha. Media 32,56 metros de comprimento e 8,26 metros de largura. Era movido por duas hélices e duas máquinas, possuía energia elétrica e
acomodações para passageiros. Ele chegou a Florianópolis em 1905, adquirido por Karl Hoepcke, que deu o nome de uma de suas filhas (Meta Luise) à embarcação. Por suas características, o Meta foi adquirido para su-
É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.
perar a barra do rio Araranguá com seus acentuados baixios, efetuando viagens ao extremo sul de Santa Catarina, alongando a rota da Empresa Nacional de Navegação para o transporte de cargas e passageiros. Durante o ano de 1908, entre os meses de maio e agosto, o barco ficou encalhado na barra do rio Araranguá, causando prejuízo geral. O Meta esteve em serviço durante 12 anos. Em 1917 ele foi transferido devido aos constantes baixios da barra do rio Araranguá, que causavam prejuízo para a empresa Hoepcke. COLABOROU
VALDEMAR HAHN JÚNIOR
Homenagem ao Maxzinho por Pedro de Souza Gomes Maximiliano Hennemann Filho, mais conhecido por Maxzinho, morou na Vila São José, em Araranguá, por muitos anos. Estudou no Colégio Nossa Senhora Mãe dos Homens, hoje Colégio Murialdo, fazendo parte do melhor elenco de futsal do Colégio, sob o comando do grande Padre Félix Bridi, nos anos 1961-62. Foi vice-campeão do primeiro Campeonato de Futsal do Grêmio Fronteira. Ainda no futebol amador, jogou pelas equipes do UCCA - União Clube Cidade Alta, Murialdo, Real Madrid da Urussanguinha, entre outras. Profissionalmente, jogou pela equipe do Grêmio Fronteira em 1967, 1968 e 1969, disputando o campeonato da LARM. Maxzinho foi o melhor zagueiro central que vi atuar. Teve proposta para jogar em várias equipes do RS e SC, como 14 de Julho de Passo Fundo, Flamengo de Caxias do Sul e outras de SC. Certamente, na época atual, jogaria em muitas equipes da Série A. Maxzinho faleceu agora em 1º de agosto de 2021, aos 74 anos. Carinhosamente apelidado pelos colegas de equipe como “Vara de Cutucar Estrela” por causa de seu 1,96m de altura, deixa familiares, amigos, histórias e muita saudade.
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A Casa da Cultura era um espaço eclético e, embora pequeno, guardava importantes documentos históricos, peças museológicas e exemplares do artesanato local, além de abrigar a administração do Departamento de Cultura. A rotina era relativamente tranquila, e a própria avenida XV de Novembro ainda mantinha certo sossego e algumas casas de moradia.
Passava pouco das 9 horas quando o silêncio foi quebrado por uma voz grave, alta e vibrante. De baixa estatura, magrelo e aquele perfil um tanto exótico que já conhecera antes, ali estava Félix Peyrallo Carbajal – o nome do meio só descobri mais tarde, pois ele nunca mencionou. Falante e incisivo, reforçava em mim a impressão inicial de estar diante de uma
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ARARANGUÁ / SC
FÉLIX | capítulo 2
x Alexandre Rocha v TEXTO DE
figura rara e iluminada, o que se confirmou com o passar dos dias, na medida em que demonstrava sabedoria, humildade, determinação e vasto conhecimento cultural e científico. Dizia ter 81 anos “muito bem vividos”, mas com tamanho vigor e disposição, parecia ter menos. Era um “monstro”! Sobre este termo, vou falar em capítulo adiante. Na conversa que se seguiu, detalhou melhor sobre o que era e como se construía um quadrante solar, ou, relógio do sol, como também é chamado; falou dos tipos de construção do instrumento, quais os seus fundamentos físicos e as partes indispensáveis, abrindo mão de suas escolhas estéticas, recomendando, no entanto, os devidos cuidados quanto a isto. Sua matéria predileta no tema eram os dados técnicos e os complexos cálculos gnomônicos, a partir dos quais chegaria à exata, única e possível posição dos vértices que apontariam as arestas e que, por sua vez, gerariam a sombra que marcaria as horas. Este era o ponto. Sem isto ele não
chegaria com precisão ao horário de Araranguá e a diferença que havia em relação à hora oficial de Brasília. Percebi que não se tratava de coisa simples, mas diante dos muitos rabiscos, explicações e projeto concluído, fui compreendendo melhor e me apaixonando pela ideia, imaginando já a obra tão exclusiva
casa e construção
CASA NENA CANOAS / RS
ARARANGUÁ-SC AGOSTO 2021 ANO 28 Nº 536
Com lenço e sem documentos
Pela janela da salinha onde eu trabalhava, algumas vezes conversava com seu Valdemar, o proprietário do imóvel, que me trazia de vez em quando alguma fruta de seu pomar, principalmente maracujá.
Time do FERRO VELHO, na quadra de futsal do Colégio dos Padres, nos anos 1970. De pé: Cacilda, Edinho e Cláudio; agach.: Navalha, Jóia e Maxzinho
CN
JORNALECO
COPISO A mais completa
Tel. (48) 3524-7797 Av. Sete de Setembro, 2520 - Vila São José (esquina com a rua Amaro José Pereira)
s p. 2 ATENDIMENTO:
A P O I O C U LT U R A L
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ALEXANDRE
JORNALECO
A P O I O C U LT U R A L
De 2a a 6a: 8h às 12h e 13h30 às 19h Sábados: 8h ao meio-dia
Tel. 3524-3071 Av. XV de Novembro
Já era perto do almoço e fomos para minha casa almoçar. Félix era cuidadoso com o que comia, evitando alimentos nocivos e criticando certos tipos de consumo. Contudo, naquele dia aprovou o cardápio, estava com fome e lhe apeteceu muito bem o delicioso bife à rolê com arroz e salada preparados pela Micheline. Entre a boa conversa que se desenrolava, matei um pouco mais minha curiosidade sobre o nosso visitante. Queria saber de suas viagens e experiências pelo mundo, por onde e com quem esteve. Fiquei estupefato! Oras, quando é que se encontra facilmente alguém que esteve com Neruda, Picasso e outros expoentes da arte e da literatura mundial? Disse que nunca acumulou riquezas materiais, optando por conhecer e estudar, e que sua chegada nas paragens de Araranguá, como em todos os lugares, tinha sido por obra do acaso. Não me recordo de ter lhe inquirido sobre o porquê da opção pelo branco de suas vestimentas, conseguindo me escapulir da tentadora pergunta trivial, que decerto ele já aguardava. Guardei para mim que o branco de Félix era como externalizava a sua essência, seu espírito elevado e o desapego às coisas materiais. Notei em dado momento que um elemento se somaria ao seu conjunto de peças brancas: um lenço. Ele marcaria um momento inesquecível.
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Atendendo a este pedido, entraria em cena o pessoal da prefeitura, com a ajuda indispensável dos engenheiros, arquitetos, desenhistas e dos servidores de obra. Mas como hospedar Félix, que sequer possuía documentos? Quando toquei no assunto, alegando que sem isto não seria possível, foi taxativo: “Não os possuo, Alez”. Insistindo que me desse mais informações de sua pessoa, dados, alguma referência, um registro, foi novamente enfático: “Não carrego documentos, se depender disso, vou embora”. Não desisti de primeira, mas sabia que de tal forma não teria como viabilizar recursos públicos para isto.
A BANDA
A memória é o único paraíso do qual não podemos ser expulsos. JEAN PAUL RICHTER
uplemento
SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI De onde tiramos que suprimir direitos trabalhistas dá mais lucro que geração de emprego e remuneração digna? O comércio, desde o mercadinho do bairro até as maiores redes atacadistas, lucra mais se o povo tem maior poder aquisitivo. Se o povo não tem dinheiro para comprar, comércio e serviços faturam menos, a indústria produz menos, o governo arrecada menos e investe menos, cai a oferta de emprego, cai o consumo, caem as vendas, cai a produção. De onde tiramos que essa política de rapinagem e entreguismo, que ataca a indústria nacional, dizima trabalhadores e empobrece suas famílias, faria bem ao Brasil? O PIB caiu 4,1% em 2020 (a maior contração desde 1996 com o início da série histórica atual do IBGE), recuando o país para a 13a economia mundial — já em 2019 havia caído para a 9 a posição, despencando agora, no 1o trimestre de 2021, para a 19a. Por que trocamos um Brasil com tantos programas sociais e de geração de renda, onde todos ganhavam mais, que saiu do Mapa da Fome e chegou a 6 a maior economia do mundo com protagonismo na geopolítica, por essa situação de caos humanitário, ambiental e institucional?
Agora o local estava decidido, seria na Praça Eroni de Souza Gomes, na Cidade Alta, que antes era conhecida como curva da Sete. Eu já havia proposto anteriormente um monumento à cidade naquele espaço, mas sem sucesso, agora poderia apostar que iria em frente. Também estavam prontos o projeto e os dados da evolução histórica do município, acrescentando-lhe a função de memorial. Carbajal estava faceiro, já realizava as suas conferências e chamava a atenção quando passava pelas ruas. Estava marcado o dia de iniciar a obra e o ponto do primeiro corte do chão estava definido. O perfeito amanhecer de tempo bom indicava que tudo seguiria dentro da normalidade. Será? A HISTÓRIA DE FÉLIX CARBAJAL E O RELÓGIO DO SOL SEGUE NA PRÓXIMA EDIÇÃO
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Maceió, Alagoas 1924 - Sevilha, Espanha 2012 ○
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A Vã Feitiçaria Invento a flor e, mais que a flor, o orvalho que a torna testemunha desta aurora. Invento o espelho e, mais que o espelho, o amor, onde eu me vejo, vivo, num sarcófago. E a vida, este galpão de sortilégios, deixa que eu a invente com palavras que são dragões vencidos pela mágica. E não me espanta que eu, sendo mortal, sujeito à injúria de tornar-me pó, crie uma rosa eterna com as rosas inexistentes nesta flora efêmera. Sonho de um sonho, a vida, ao vento, escoa-se em vãs lembranças. Minha rosa morre por ser eterna, sendo o mundo vão.
O prefeito Neri Garcia e o secretário de turismo Sandro já haviam aprovado e apoiavam a ideia e juntos concluímos que o único meio possível de
(48) 3524-5432 (48) 98472-6829 Av. Getúlio Vargas, 2785 Jardim das Avenidas Araranguá - SC
AGOSTO 2021
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Voltamos a nos encontrar nos dias seguintes e àquelas alturas ele não precisava me convencer de mais nada. Eu é que teria que dar um jeito para que permanecesse por aqui, assegurando que não fosse embora em algum amanhecer sem antes deixar seu legado à cidade.
Diante do fascínio e dos planos, imaginando as dificuldades que encontraria, fui finalmente ao ponto que mais me preocupava e perguntei-lhe logo o quanto seria a remuneração pelo seu trabalho. Foi um momento de grande surpresa, mas não menos desafiador para ser resolvido. – Nada, não cobro nada – disse com simplicidade e sem rodeios. – Mas por favor, me consiga um hotel para ficar e me alimentar, além de apoio técnico no desenho do monumento e construção da obra.
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garantir alimento e hospedagem a Félix, seria buscar patrocínio em hotéis e restaurantes. E foi o jeito. Mas por quanto tempo, já que não se tratava de obra de poucos dias ou semanas? Além do mais, ainda estavam por ser feitos os complexos estudos, os cálculos todos e o projeto arquitetônico. E assim começou a romaria, de hotel em hotel, restaurante em restaurante, garantindo que seria possível iniciar e dar andamento à obra. Em troca, os apoiadores constariam nos fôlderes da Secretaria de Turismo. E assim seguimos.
Av. Sete de Setembro, 1947 Centro - Araranguá Tel. (48) 3522 0204
Em Apresentação da Poesia Brasileira, de Manuel Bandeira. Ediouro, s/d, p. 338-339.
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servindo à cultura, ao turismo, à educação e ao entretenimento de visitantes em tardes de sol junto ao gramado da praça do relógio.
Ainda mais, estávamos diante de um estrangeiro que discorria sobre Machado de Assis, Castro Alves e tantos outros. Logo imaginei palestras para os alunos do ensino básico e Direito Romano para o bacharelado em Direito da Unisul, que funcionava na Escola Castro Alves. Era mesmo uma rara oportunidade que tinha e não poderia abrir mão.
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s vem da capa FÉLIX | capítulo 2
O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos. FRIEDRICH NIETZSCHE
Festival das melhores piadas de Seleções SELEÇÕES READER’S DIGEST www.selecoes.com.br/humor
Depois de tomar seu lugar no avião, um rapaz espantou-se ao ver um papagaio a seu lado, preso pelo cinto de segurança. Resolvendo não fazer caso da ave, pediu um café à comissária de bordo. – E me traga um uísque, já! – disse o papagaio, com grosseria. Minutos depois a comissária voltou com o uísque, mas nada de café. – Ô, sua preguiçosa – disse o papagaio, depois de esvaziar o copo –, outro uísque! Novamente a comissária se apressou em levar a bebida ao papagaio, mas se esqueceu do café. Aborrecido, o homem resolveu tentar o método do papagaio. – Ô, você aí! – gritou para a comissária. – Um café já, ou nunca mais vai trabalhar para esta companhia! Um momento depois, um copiloto troncudo aproximou-se, agarrou o homem e o papagaio e atirou-os pela porta do avião. Enquanto mergulhavam no espaço, o papagaio virou-se para o homem e disse: – Você teve fibra mesmo, rapaz. Especialmente para quem não sabe voar. Duas adivinhas especializadas em ler a mente humana se encontram na rua: – Oi! Tudo bem? – Tudo! E comigo? O avô está tomando iogurte muito devagar. – Cuidado, vovô! – diz o neto. – A validade acaba em três dias.
Um sujeito está no aeroporto aguardando seu voo quando vê uma máquina que lhe chama a atenção. Colocando apenas um real no aparelho, a pessoa obtém informações pessoais. Ele experimenta e o resultado surge na tela: “O senhor tem 50 anos, 78 quilos, é casado e está indo para Buenos Aires.” Impressionado, o passageiro decide observar um jovem que consulta o equipamento. Surge na tela a seguinte informação: “O senhor tem 28 anos, 83 quilos, é solteiro e está viajando para Salvador.” Não menos impressionado, o jovem confirma o resultado. Curioso, o homem resolve fazer uma experiência: vai ao banheiro, troca de roupa, muda o penteado, coloca óculos escuros e volta para a máquina, que informa: “O senhor continua com 50 anos, continua pesando 78 quilos, continua casado, mas acaba de perder o voo para Buenos Aires.” O jovem queria entrar para a polícia. Inscreveu-se e foi chamado para um teste. Diz o examinador: – Neste teste é necessário ter raciocínio rápido. – O que foi que o senhor disse? – Que está dispensado. A mulher está fritando um ovo quando o marido começa a gritar: – Cuidado! Mais óleo! Vai grudar no fundo! Vire! Não esqueça do sal! Irritada, a mulher pergunta: – Por que você está fazendo isso? Pensa que eu não sei fritar um ovo? – É só para você ter uma idéia do que sinto quando estou dirigindo e você começa a dar palpites...
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Reun. 2as f., 20h - Junto ao A.A. - Araranguá
JORNAL SEMANAL INDEPENDENTE
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Diretor: DURVAL MATTOS
Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá
PUBLICA-SE AOS DOMINGOS ASSINATURA ANUAL: 10$000
A.A. Alcoólicos Anônimos as
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Reuniões 2 e 5 f., 20h - dom., 17h Próximo à Igreja Sagrada Família Cidade Alta - Araranguá
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Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Próximo à Câmara de Vereadores Balneário Arroio do Silva
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POLÍCIA MILITAR: 190 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ABUSO INFANTIL /DENÚNCIA: 100 ATENDIMENTO À MULHER: 180 PREVENÇÃO AO SUICÍDIO: 188
telefones para emergências
Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá ○
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Circulou cerca de 3 anos entre 1929-1931 e 1936-1937
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Centro de Reabilitação Fone (0**48) 3524-0280 Estr. Geral Volta do Silveira - Araranguá ○
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[Ausente desde 1931, o Campinas retorna]
Vacinados, graças a Deus, à Ciência, ao SUS e aos profissionais da Saúde
pesquisadores que se dedicaram para, num tempo recorde, criar diversos tipos de vacina. Agradecer ao Instituto Butantan e à Fiocruz, pela dedicação a este enfrentamento, reafirmando-se como instituições que fizeram do Brasil uma referência em vacinação, apesar dos ataques do negacionismo institucionalizado. Também agradecer ao maior sistema de saúde do mundo, o SUS, tão ameaçado, e que só não entrou na fila da privatização porque veio a pandemia. Agradecer aos profissionais da Saúde, estes heróis, que desde o início estão nesta batalha em que muitos de seus colegas pereceram.
Concluo homenageando tantas e tantas pessoas, muitas delas amigas, outras conhecidas, e tantas que não conheci, e que não tiveram a oportunidade de se vacinar. Em Araranguá foram 246 vidas perdidas até ontem, dia 6 de agosto. No Brasil, 561.807. Muitas fatalidades, por certo, dada
Quantas vidas poderiam ter sido salvas se houvesse vacina em tempo, e no mesmo tempo em que o mundo já tinha? E por que não havia? O que concorreu para o atraso na vacinação no Brasil? O que estava acontecendo enquanto aguardávamos pela vacina? São muitas perguntas que, mesmo que alguns insistam em negar a responsabilidade e a culpa, a maioria já sabe de quem é, e a história não esquecerá jamais.
Rua Caetano Lummertz, 456 - Sala 06/térreo Centro - Ed. Com. Executivo Araranguá FONES 3522-1322 99668-4925
AGOSTO 2021
Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net
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É sempre motivo de prazer o surgimento de um órgão de publicidade, principalmente em meios acanhados onde infelizmente a luz da imprensa ainda não espantou, de todo, as trevas que os envolvem. Araranguá já viu perpassarem, quais meteoros fugitivos, no céu de sua vida, quatro periódicos além deste. Todos, porém, tiveram duração efêmera. [...] A.G. NJ: Wladinir Luz nos deixou uma ótima base de partida para se contar a história do jornalismo em Araranguá. Em seu livro Uma História Diferente (2008), ele informa que o primeiro jornal publicado em nossa cidade foi um informativo do Clube 7 de Setembro, em 1906, que teve quatro números e era impresso em Laguna. Também registra que Araranguá teve sua primeira tipografia instalada em 1924. Mas o texto carece de profundidade; Wladinir mesmo afirma não ser sua proposta produzir um livro de história, mas realizar um “trabalho jornalístico” (e biográfico), e relaciona diversos títulos (p. 89113). Quanto ao Campinas (1929-31 e 1936-37), sabemos que foi o jornal de maior duração até o surgimento do Correio de Araranguá (1960-1975), que só seria superado pelo Tribuna do Vale (originalmente um anexo do Tribuna Criciumense), que circulou em veículo próprio por 18 anos, nas décadas de 1980 e 90. Hoje, o jornal de mais longa duração em Araranguá é o Jornaleco, já em seu 28º ano.
Texto e foto Alexandre Rocha
JORNALECO 536
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Um abuso Há uma lei municipal que proíbe andar-se à disparada, a cavalo, pelas ruas da cidade, estabelecendo multa aos infratores. Entretanto muitas pessoas percorrem as nossas vias públicas cavalgando qualquer matungo, à disparada, e atropelam às vezes adultos e crianças. Ainda há poucos dias um rapazote, à disparada, quase deixa o cavalo magoar muito uma criança que, encostando-se à esquina da casa de negócio do sr. Amaro Pereira escapou, talvez, de morrer. NJ: Hoje em dia, esse é um problema que nem se imagina acontecer, pois nem carroças circulam mais na cidade. Mas cada época tem seus problemas urbanos. Atualmente, por exemplo, enfrentamos a poluição sonora gerada por motos com descarga aberta e carros trafegando com música esgoelante, que são casos evitáveis. Tal qual o infeliz episódio que aconteceu numa tarde de sábado em julho, quando uma carreata, congestionando o tráfego no centro da cidade, realizou, por cerca de 40 minutos ininterruptos, um invasivo e agressivo buzinaço para anunciar uma festa de igreja. Muitas pessoas se sentiram bastante incomodadas e teve até gente com crise nervosa. A igreja responsável deve reavaliar esse ato.
Um órgão de publicidade
Até abril deste ano só no Brasil eram quase 6 mil vidas perdidas entre os profissionais da Saúde. Isto não pode passar como algo simplesmente comum e normal. Eles tinham família, esposa, esposo, pais, filhos, irmãos, eram amados e partiram no exercício de seu trabalho.
Laboratório de Análises Clínicas
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Reaparece hoje, na arena do jornalismo barriga-verde, depois de um colapso mais ou menos longo, o “Campinas”, órgão dos interesses do extremo sul catarinense. Com pequena modificação, desfralda o mesmo programa. O nosso hebdomadário, que será editado aos domingos, propõe-se a defender os interesses do município, a ventilar com critério as questões sociais e econômicas, a dedicar-se com fervor a assuntos industriais, agrícolas e comerciais, sem jamais se ingerir na política, hoje ramificada em várias facções partidárias. Reserva, entretanto, o direito de apreciar os fatos com toda a isenção de ânimo, louvando os atos dignos de encômios e lamentando os que não se inspiram na honradez que dignifica o caráter do homem público ou particular. O “Campinas” oferecerá sempre leitura variada e agradável, será um repertório de notícias e tratará de palpitantes assuntos da atualidade. São estas, em suma, as credenciais com que nos apresentamos ao público.
a gravidade da situação. Mas nem tudo foi puramente fatalidade.
Hoje, especialmente, quero cumprimentar e agradecer aos servidores da Saúde pela atenção e carinho com que acolhem aos que estão buscando
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antes de tudo agradecer a Deus, que criou o homem, que criou a ciência, lugar da genialidade de
a vacina. Observei isto no Hospital Bom Pastor, mas do mesmo modo acontece nos outros pontos de atendimento. A organização que assisti, a agilidade, a dinâmica toda, fruto de planejamento e estratégias acertivas, merecem o nosso reconhecimento público.
[Proibido correr a cavalo pelas ruas da cidade]
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F 5 JANEIRO 1936
A o receber a segunda dose da vacina contra Covid-19, quero
aAc crônica dos anos 1930
[Papo numa noite qualquer no café do Santos]
Observando No relógio do café do Santos soavam as badaladas das vinte horas quando íamos nele entrando. Em frente a esse estabelecimento palestravam o Dóca, seu irmão José, o Herculano Costa e outros, que conversavam animadamente. Aproximamo-nos do grupo. Falavam sobre instrução e o modo mais prático de combater o analfabetismo. Cada qual deu a sua opinião. O Dóca nada disse a princípio. Depois, interrogado, respondeu com aquela calma que lhe conhecemos, soltando estridente gargalhada como costuma: — Para combater o analfabetismo o governo devia baixar um decreto obrigando todo o mundo a aprender a ler e escrever para poder contrair matrimônio. Todo bicho careta, só assim, deixaria de ser analfabeto. Rimo-nos e achamos que o Dóca tinha razão. DETETIVE ELETRODOMÉSTICOS - MÓVEIS - SOM E IMAGEM BAZAR - BRINQUEDOS - INFORMÁTICA - FERRAGENS FERRAMENTAS E MÁQUINAS - LINHA PRAIA - CAMPING JARDINAGEM E COMPLETA LINHA AGRÍCOLA
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De uma boa lábia ninguém escapa
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Brasil da época que nasci era ruralista e provinciano, às vezes ingênuo. Até as malandragens, que, claro, também existiam, seguiam determinadas “regras éticas e morais”. A figura do vigarista, que hoje nem se usa mais, fazia lembrar ao cidadão comum de estar sempre “antenado”, se não quisesse ser passado pra trás. O vigarista era, antes de tudo, um romântico. Não assaltava, não roubava como hoje que, por um par de tênis de marca, pode se perder a vida. Com sua “simpatia” e lábia, induzia o incauto ou a incauta a lhe “doar” o que queria. Tio Bernardo, funcionário graduado da VARIG, tinha posses; dentre outras coisas, um rádio “moderno”. Certo dia, quando Bernardo chegou do serviço, tia Nina lhe falou: – Bernardo! Entreguei nosso rádio para aquele rapaz simpático que mandastes aqui em casa. – Que rapaz? – O da oficina de conserto, veio pegar o rádio... Sujeito bem “apessoado”, agradando o menino (“Jorge, como estás crescido!”), com toda intimidade, mencionando teu nome e me tratando por “dona Nina”. O potente já era! Hoje a televisão e, mais modernamente, as redes sociais deixaram as comunicações e peculiaridades regionais todas globalizadas. Num negócio “apalavrado” Zé Fermino, meu pai, costumava arrancar um fio do bigode e entregá-lo como prova de sua hombridade.
Assim como existiam pessoas ingênuas, também se podiam encontrar pessoas espertas, inteligentes, à frente de seu tempo. Dizia um conhecido: “Quando o tanso nasce, o ladino bate palmas”. Ouvi muitas anedotas e histórias envolvendo o esperto e o tanso. Tem a história do vigarista carioca que conseguiu vender, de “papel passado”, o bondinho do Pão de Açúcar a um caipira mineiro. Um pai de aluno da comunidade rural em que trabalhei me contou que, ao sair da Santa Casa, em Porto Alegre, perguntou a um policial como chegar até a rodoviária, indicando que de lá tomaria um ônibus para Praia Grande, Santa Catarina. Muita gente indo e vindo pela calçada. Depois de alguns passos, encostou-se a ele um sujeito muito simpático, muito falante, que veio com o seguinte papo: – Me desculpe, mas ouvi quando o senhor perguntou àquele policial como chegar até a rodoviária. Foi Deus que lhe INTERNET mandou, porque também vou para aquelas bandas, só que perdi o dinheiro pra passagem. Telefonei pra minha irmã, que mora em Osório, e ela irá me esperar na rodoviária com o dinheiro. Como vamos viajar juntos, o senhor poderia me emprestar cinquenta cruzeiros pra passagem? Lá eu lhe pagarei... O incauto emprestou-lhe os cinquenta e continuaram caminhando e conversando. Ao dobrar uma esquina, ele virou-se para lhe perguntar alguma coisa e… Cadê o seu mais novo amigo? Ouvia falar que os catarinas, quando
Diretores CLAUDENIR OLIVEIRA SOUZA e JURACI FERNANDES Editora, redação e diagramação JURACI FERNANDES Arte final MARILENE MARMITT Redação: Av. XV de Novembro, 2010 - Araranguá-SC Impressão: GAZETA DO SUL Santa Cruz do Sul-RS
Pedro Paulo de Miranda Prof. MSc. Graduação em Filosofia e Mestrado em Educação
PUBLICADO ENTRE 1989 E 1992
O Verbo
F JUNHO/JULHO 1991
As coisas não nasceram do silêncio, mas do “Verbo”. A construção ou o seu contrário não foi obra da ausência da fala. Em momentos ruidosos, pelos quais atravessa o país, o silêncio, omissão ou a desculpa pelo distanciamento, pelo não envolvimento, é direito que não é dado a ninguém! Queixar-se, entre poucos, de que o cenário político não se encontra ajustado ao patamar mínimo civilizatório, não é diferente do silêncio, todavia, apenas a tímida compensação daqueles que buscam justificar a sua falta de engajamento e posicionamento. Apresentar-se silente diante da realidade, assim como fazer queixas isoladas se constituem em autodeclarações na defesa da manutenção das coisas como se encontram, ou seja, a preservação da miséria!
Nº
Engenho no Arroio do Silva
O Bar Engenho, instalado no Arroio do Silva em dezembro de 1990, durou até 2015. Gerou uma filial, em 1996, na BR-101, em Paulo Lopes, funcionando atualmente com grande estrutura
Mário Mota e sua esposa, Chirlei Costa Lopes Mota, instalaram no dia 14 de dezembro um engenho de cana-de-açúcar movido a boi, no Arroio do Silva, em Araranguá. O objetivo principal, como diz Mário, é a produção de caldo de cana para os veranistas, além do melado. Para este ano, ou a próxima temporada de verão, ele pretende fazer o açúcar mascavo, ou açúcar batido. Ele é natural de Meleiro, mais precisamente Barra do Cedro, onde trabalhava como agricultor. Ao lado do engenho, montou um minibar onde, entre os produtos vendidos, estão o melado e o açúcar mascavo. Mário Mota trouxe para o presente a cultura do passado deste município [Arroio, emancipando em 1995, pertencia a Araranguá]. JOSÉ MARIO DE BONI
iam a Porto Alegre em busca de emprego, eram contratados imediatamente, tal a fama de honestos e trabalhadores. Era certo: todos procuravam residir perto da “faixa” – rodovia que passa por Cachoeirinha, Gravataí e o bairro do Sarandi. Um catarina, dos seus dezesseis anos, “ideou” morar na capital gaúcha e procurar emprego. Sua mãe, chorosa, lhe aconselhou: – Filho! Na cidade grande, não vá fazer coisas erradas, hein! Ande bem na linha. Meses depois, veio a fúnebre notícia: o caipira, andando sobre a linha dos bondes, foi atropelado e morreu. z
Polícia Militar e seus 25 anos
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FOTOS REPR. DO JORNAL
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Bar Engenho, em 2010. Extinto depois de 25 anos de atividade, o Engenho entrou para a galeria histórica daqueles pontos de encontro inesquecíveis do Arroio do Silva das últimas gerações, como o Paquetá, o Boliche, a Tropicália, o bar do Scaini, o Avião, o bar do Duarte, o Mariscão, o bar do Valmor Seco, o Paulista...
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joão batista de souza ○
O primeiro prédio da 1 a Companhia de Polícia Destacada de Araranguá localizava-se na av. XV de Novembro, 821 [foto], sendo que em 19 de dezembro de 1961 foi criada a 3a Cia. Mista, com sede em Araranguá, subordinada ao 1º BPM. [...] A Lei nº 4.412 de 31/12/1969 alterou a nomenclatura da 1a CPD para 1a CPM - Companhia da Polícia Militar. Em 23 de janeiro de 1970, houve a aquisição, pelo Governo do Estado, através do Plano de Metas do Governo, do prédio próprio [ex-fábrica de calçados de Leopoldo Marques Petry] na av. Engenheiro Mesquita, 586, onde atualmente se encontra instalada definitivamente. NJ: Quase 50 anos depois, em 2009, foi criado o 19º Batalhão, quando Araranguá passou a ser sede de um Batalhão, que é a maior unidade tática da PM.
A morte das dunas na praia Infelizmente o homem demora a conscientizar-se de que destruindo a natureza ele está acabando com o seu próprio Planeta. Todos os dias alguém carrega caminhões de areia, que é tirada da beira da praia, sem a mínima vergonha pelo ato, como podemos ver na foto abaixo. Este é um registro do dia 8 de junho, quando cidadãos de nosso município tiravam as pequenas dunas que ainda restam no Arroio do Silva. Um lembrete: é possível crescer sem destruir!
NJ: Além do comprometimento com a memória e a cultura de Araranguá, o PRETO NO BRANCO defendia bravamente o meio ambiente. A preservação das dunas viria a ser assegurada a partir de 1998, com a instalação da Polícia Ambiental em Maracajá. +J.534
BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA
Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112
MARTA GRECHI Coleciono ilusões. Coisas, paisagens, memórias. Tudo ilusões! Mas, eu as coleciono todas! Quando eu for livre, livre serei de todo olhar que criou a cada uma! Como o desenho do barco nas águas, como o mergulho do sol! O que os olhos testemunham, o que a mente revela e a emoção entoa em verso e prosa. Ilusão das ilusões, tudo ilusão! Não há desenho, não há sol, não há presença. A impermanência a tudo desfaz! A não presença é que revela o nada que está no tudo debaixo do céu e acima da terra, neste erro de percepção! O que já foi escrito não pertence, porque na impermanência se desfaz e se refaz em outras mentes! Eu me enfeito e me apresento neste baile com a fantasia que no outro eu detesto! Minhas fases, distorcidas, destemidas, sem nexo, pois que não são o que manifestam, nesta realidade sem conexão! No caminho, desatenta, sento e descanso sobre minhas pernas, pois que não há trono, sendo que não há reis. Nos castelos dos espelhos, somos todos soberanos! Por isso meu reino está sob meus próprios pés! Com máscara ou sem, continuo zé-ninguém! E fica tudo bem! Eu me amo mesmo assim. Na ilusão do meu próprio ser Eu sou!
F 17 ABRIL 1971
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“FEIRA DE RETALHOS” | OSMAR NUNES PREFEITO MUNICIPAL, aborrecido com a falta de colaboração, principalmente no que tange a urbanização e arborização. Mandou plantar árvores especiais desde Araranguá até Arroio do Silva e foram arrancadas. Mais de mil pés foram arrancados por indesejosos. Da mesma forma no centro da cidade. Até as placas de avisos e indicação são derrubadas e quebradas à noite.
GALILEO GALILEI
Piadas estilo tiozão do pavê
REFORÇO ESCOLAR 3 ENSINO FUNDAMENTAL 3 ALFABETIZAÇÃO 3 MATEMÁTICA 3 EJA 3 48 99622-4783
VALDEMAR ALEXANDRINO, conhecido Valdemar Bugre, foi atacado por três elementos na noite de domingo, dia 4 de abril, quando atravessava a balsa de Garajuva. Valdemar Bugre voltava do armazém com o “rancho” da semana, quando três assaltantes o assaltaram para roubar-lhe a compra feita. Lutou contra os bandidos e conseguiu ganhar a parada com muita sorte, pois na luta levou um tiro à queima-roupa que lhe pegou na mão esquerda, atravessando-a. Medicou-se na Farmácia Bittencourt e continua trabalhando. NJ: CA retornara, depois de um ano ausente, trazendo junto o Osmar Nunes, que reassumia sua coluna. No fechamento deste J ORNALECO, soubemos da morte do Osmar, em 2 de agosto, dia em que completava 85 anos.
| 99628-1444
u O que o pagodeiro foi fazer na igreja? Foi cantar Pá God. u O que o cliente disse ao entrar na H.Stern? “E aí, tudo joia?” u Por que o rádio não pode ter filhos? Porque ele é stereo. u Por que o policial não usa sabão? Porque ele prefere deter gente. u O que a galinha foi fazer na igreja? Assistir à Missa do Galo. u O que o padeiro falou para o John Lennon? “O sonho acabou”. u Afinal, você conhece a piada do pônei? Pô nei eu. u Por que as plantas pequenas não falam? Porque elas são mudinhas. u Havia dois caminhões voando. Um caiu. No entanto, por que o outro continuou voando? Porque era caminhão-pipa. u O que é um astrólogo andando a cavalo? Cavaleiro do Zodíaco. u Por que o pinheiro não se perde na floresta? Porque ele tem uma pinha. u Como se faz omelete de chocolate? Com ovos de páscoa. u Qual é o mercado que voa? É o super-mercado. u O que é um pontinho preto no avião? Uma aeromosca. u Qual é o fim da picada? Quando o mosquito vai embora. CATADO NA INTERNET / SEM CITAÇÃO DE AUTORIA
F 24 ABRIL 1971
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FAZENDO UM VENENINHO | [E.G.F.] No Cine Roxy, quando alguém entra atrasado, ao deparar com uma cadeira vaga, em vez da pergunta de praxe: “Está ocupada?”, ele pergunta: “Está quebrada?” * * * Com o Waldemar Pacheco: — Pai, eu quero dinheiro para comprar remédio para os mosquitos... — Ué, desde quando tem mosquito doente lá em casa?! * * * As coisas cafonas: duas presas de ouro na boca; sapato preto e branco; fivela de cinto dourada com o nome gravado; pano de parede com o nome “bom dia”; anelão no dedo; homem de bombacha; guarda-chuva enroladinho; dançar tango; baile de São João; comer de garfo ajudado pela faca; pagar título no banco com desconto; rádio portátil a tiracolo. ------------------O bairro Barranca sempre sofreu com a falta de água potável. Ultimamente a prefeitura, através do SAMAE, levou água hidráulica, reservando o antigo sistema de abastecimento para outros fins. Acontece que alguém não gostou da melhoria. E para satisfazer seu instinto maldoso, cortou o encanamento que atravessa o rio. E a Barranca, eterna vítima da má sorte, ficou novamente sem o precioso líquido.
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ILUSÕES
F A CRÔNICA DOS ANOS 1960 F
De todos os ódios, nenhum supera o da ignorância contra o conhecimento.
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A raranguaense
j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)
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x Poética v
Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI, ARI e outros Distribuição PEDRO ERNESTO GRECHI Impressão GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 170
[O jornalista comemora a iniciativa humanitária no presídio local]
Solidariedade humana ERNESTO GRECHI FILHO
O espírito comunitário está latente no íntimo do araranguaense. Gente boa, progressista. Demonstra sempre desejo de auxiliar, de colaborar com as iniciativas. É o Rotary, o Lions, o Clube dos Diretores Lojistas, as sociedades assistenciais, o comércio, a indústria, a gente de Araranguá, finalmente. Ainda agora, foi-nos dada a oportunidade de constatar o que está se passando no presídio local. De um ambiente triste, melancólico, sombrio, onde o sofrimento moral abatia seus ocupantes, viu-se repentinamente transformar-se em local pleno de condições humanas. E o mais importante: uma colmeia de trabalho. Os internos estão alegres. Sorridentes, procuram corresponder à dádiva que lhes foi oferecida pela generosidade de seus benfeitores. A limpeza é constante. Não mais exalam os cubículos aquele cheiro repelente de cadeia pública. Até os assoalhos são encerados. Há na cozinha improvisada o cheiro de comida bem temperada. A fome foi escorraçada, pois, sem exagero, da forma como vinha funcionando, sem recursos, havia precariedade de alimentação. Novas camas, novos colchões, cobertores, tudo isso oferecido de bom grado por aqueles que respiram cá fora o ar da liberdade. Os internos trabalham. A enorme horta que está sendo implantada lhes dará o fruto do seu esforço. A ACARESC presta assistência técnica. A gente se entusiasma. Sente-se vontade de ajudar, de oferecer algo que possa aumentar o prazer daqueles que foram de uma ou de outra forma atingidos pela desdita. Mas para movimentar a engrenagem que deu rotação a tudo o que está funcionando, para acionar o comutador que gerou toda aquela energia, houve um trabalho de equipe. A equipe do pessoal da Justiça, incansável no afã de colocar em ação as ideias emanadas de seu titular, o Juiz da Comarca Dr. Wilson Eder Graf. NJ: O EX-PRESIDIÁRIO ENCADERNADOR Ernesto foi um dos primeiros empresários em Araranguá a contratar um ex-presidiário. Na segunda metade dos anos 1960, o Jardelino, depois de cumprir pena por homicídio, chegava para trabalhar na Gráfica Orion. Ele nos trouxe a técnica da encadernação de livros, que havia aprendido na prisão. Jardelino, então, ensinou ao José Renê Justino, que dominou a arte com maestria. Em 1976, o Zé passaria a técnica ao Pedro Grechi, que passaria ao seu irmão Ricardo, que, no final dos anos 80, passaria ao Valtenir Silveira e ao Agnaldo Merêncio, que passaria ao Ademar Estevam.
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QUE RUÍDO
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O segundo desafio e seu patético desenrolar TEXTO DE
Martinho Herculano Ghizzo
O tira-teima da famosa corrida de cavalos no Araranguá dos anos 1940
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Pata Branca e seu treinador, Ignácio Gutierrez, natural do Uruguai, contratado por Afonso Ghizzo do Hipódromo do Cristal, de Porto Alegre. Em Araranguá, casado com Eloar Batista de Carvalho, tiveram os filhos Ires, Irene, Irê e Írio
do Que Ruído estava o Nico, um amigo e habilidoso jóquei. Os cavalos, em nova apresentação com suas montarias, garbosamente percorreram a cancha aos trotes e aos arrancos. Eram dois garanhões que rivalizavam em garbo e beleza. Mais guaiacas se abriram para novas apostas entre gritos e fanfarronices de ambas as partes. Juízes e fiscais a postos, balizas em seus lugares, pois chegara a tão esperada hora. Ambos estavam indóceis, mas o Que Ruído parecia mais agitado. Foram muitas as tentativas para darem a saída do partidor. Ouviam-se os gritos: “Largaram, largaram!”, “Aí vinhero, aí vinhero!”, às vezes por engano, outras por gaiatice. Num dado momento os gritos eram reais, os berros não eram travessuras. Já se escutava o galopar desenfreado dos parelheiros e o povo pulando as cercas para o interior da cancha assim que os cavalos passavam. Surpreendentemente começaram gritos com tonalidade de espanto que aos poucos foram entendidos: “Se abriu! O alazão se abriu! O cavalo Que Ruído se abriu!”. E era um tal de perguntar: “O que houve? O que é que aconteceu? Algum cavalo rodou?”. Atemorizado e sem saber o que acontecera, o povo começou a se arredar das raias para dar passagem ao cavalo Pata Branca. Seu montador, de relho erguido, numa demonstração de que ganhara a carreira, mostrava um semblante de preocupação, olhando para os lados e para trás. O povo
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APOIO CULTURAL
APOIO CULTURAL
Décimas são estrofes de dez versos para contar ou cantar pelejas ou acontecimentos. Usados por versejadores populares, registram pequenas epopeias. A décima sobre a corrida Pata Branca x Que Ruído esteve em minhas mãos, mas, infelizmente, se perdeu. Também não sei quanto tempo se passou entre as duas corridas, mas lembro que depois da primeira, e amarrada a segunda, o Pata Branca e seu dono Cassetari voltaram a seus pagos buscando melhores condições para o novo desafio. Acontecera um empate: Pata Branca, vencedor nos 500 e Que Ruído, nos 1.000 metros. Entretanto, o cavalo da serra continuava como favorito. Os linguarudos comentavam que a vitória do Que Ruído fora determinada por ação do jóquei do Pata Branca, o qual teria puxado o freio depois dos quinhentos metros. Nova carreira marcada para o mesmo local, a cancha do Mato Alto apagaria as dúvidas. Aprontar o zaino da serra era a palavra de ordem de seus compositores e não era outra a determinação no preparo do Que Ruído. Ademais a vitória nos 1.000 metros renovara a confiança no alazão argentino e novo triunfo fecharia a garganta dos serranos e cortaria a língua dos que falavam em marmelada. Um novo treinador, conhecedor de corrida de prado e cancha reta, foi contratado pelo Affonso: o uruguaio Dom Ignácio Gutierrez.
vocar os serranos. Soube pelo JORNALECO que o Assis Bento também lá estava. Guaiacas se abriam e patacas se juntavam entre gritos de desafios. Trovadores e cantadores, acompanhados de gaitas e violões, expressavam suas artes: cantavam seus pagos, suas lidas, suas aventuras, suas rixas, seus amores. Parecia uma repetição da primeira carreira, mas havia muito mais gente. Presente a gauchada dos aparados da serra do Rio Grande e de Santa Catarina; de Torres, Osório e alhures. Era uma indiada tamanha que não tinha conta. Como dizia um araranguaense, fazendo pilhéria: “Procurando, vais encontrar a alma do finado Bento Gonçalves”. Outras carreiras aconteceram, entretanto a expectativa estava no embate Pata Branca e Que Ruído. Todos aguardavam ansiosos os instantes da largada. Não demorou e um murmúrio indicava a aproximação dos parelheiros. Os dois baguais, puxados pelos cabrestos, abriam passagem por entre o povo. Desfilavam ao longo da cancha, numa espécie de apresentação, sob os olhares questionadores dos assistentes e a admiração dos entendidos. Os gaiteiros, cantadores e trovadores silenciaram. Comentários eram ouvidos por toda parte e as apostas redobraram. Junto ao partidor foram sorteadas as raias. Diferentemente da primeira corrida, coube ao Que Ruído o lado direito da cancha e ao Pata Branca o lado esquerdo. (Neste momento, os deuses do destino já estavam se envolvendo). Mais uma apresentação e os cavalos retornaram às suas cocheiras para os derradeiros aprontes e reaparecerem montados por seus jóqueis. Em um deles, como nos lembrou o Assis Bento da Silva, mas não sabemos qual, colocaram um cinturão com chumbo para igualar os pesos. Não me recordo quem montava o Pata Branca. Na montaria
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Agora o senhor Affonso Ghizzo vai [ entrar em ação. Com seu cavalo argentino mais veloz [ que um trovão. Pensa ele que é ladino, mas no fim fica [ na mão.
O preparo seria meticuloso e cientificamente ministrado. A cada fim de tarde, em sigilo e com todo cuidado para não ser flagrado pelos adversários, era “tirado o tempo” do Que Ruído, ou seja, mediamse os segundos para correr uma distância (tiro). Que Ruído, nosso cavalo, diminuíra alguns segundos nos 500 e mais ainda nos 1.000 metros. Meu pai, Affonso, faceiro e confiante, aconselhava: “Não devemos fazer alarde para não assustar e prevenir a gauchada”. Do cavalo Pata Branca, seu treinamento e seu desempenho, quase nada de notícias. Nossa euforia era controlada e o bom senso de meu pai pedia humildade e cautela. “Vamos nos preparar, porque o zaino da serra merece ser respeitado por suas muitas carreiras ganhas e pela fama de ser mais ligeiro que lebre assustada”. O Pata Branca chegou a Araranguá e ficou hospedado, junto de seu proprietário e sua família, no mesmo Hotel Paraíso. Vários curiosos presentes constataram que o Pata Branca ficara ainda mais impressionante. Sem perdermos nosso entusiasmo, tivemos um leve esmorecimento. Entre os presentes, para as boas vindas, estava meu pai, que gentil e cavalheiro como sempre, convidou a família Cassetari para um almoço de confraternização. Mas as recepções e gentilezas não impediam a espionagem. Obrigava que os compositores, somente pela madrugada e em hora imprevista, levassem os parelheiros para uma tomada de tempo. Sobre nosso cavalo, dizia Dom Ignácio: “El caballo Que Ruído está volando, está en la punta de los cascos”. A carreira, como da primeira vez, aconteceu num domingo à tarde. Bandeirinhas de papel enfeitavam um ambiente alegre e festivo. Por certo, o João Capivara e o João Clarinda lá estavam com seus pastéis e seus jogos. O Chituca também, e sempre a pro-
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FINAL de uma quadra me restou na lembrança. Parte de uma “décima” contando a epopeia dos parelheiros Que Ruído e Pata Branca.
se indagava do que acontecera e as dúvidas e os receios pairavam sobre todos. Do Que Ruído e seu jóquei sequer sabiam o paradeiro. O que acontecera com o alazão argentino? Desta vez a medalhinha de Nossa Senhora Mãe dos Homens estava suando na mão de meu pai. Conhecendo-o, sabíamos que sua preocupação não era com a vitória, com ganhar ou perder; sua preocupação estava voltada para o bem estar das pessoas. Mais tarde ele nos contaria que ficou atemorizado que um desastre maior tivesse ocorrido. Que o cavalo Que Ruído, manhoso como era, tivesse rodado e alguém se machucado. Não tendo encontrado o Nico e o Que Ruído, dirigiu-se para a cocheira. Seu Cassetari, solidário e preocupado, juntouse a meu pai. Encontraram Dom Ignácio enfaixando os tornozelos do cavalo Que Ruído, o qual, inquieto, babando e ofegante, estava com a região inferior de todas as pernas feridas e sangrando.
A SOLUÇÃO DO MISTÉRIO O que acontecera? Qual parte no enredo desta história determinou nossa derrota? Voltemos ao início desta segunda carreira para acrescentar fatos que, sem o acontecido, não teriam importância, mas que foram determinantes na desastrosa derrota do cavalo Que Ruído. Voltemos alguns momentos antes da largada, quando, diante de um árbitro, foi sorteada a posição dos animais em relação ao partidor. Desta vez, coube ao Que Ruído a raia direita e não a esquerda, como da primeira corrida. Acertada as posições da largada, os animais retornaram para as cocheiras. Foi quando Dom Ignácio se aproximou do nosso jóquei: “Nico! Repito o que já te disse: não bate no animal! Ele pode debandar e se aproximar da cerca esquerda como fazem os cavalos de prado. Lembra que nosso cavalo é arisco, não é mais um potranco para deixar certos costumes e ainda têm suas esquisitices e suas manias”. Novamente os parelheiros dirigiram-se montados ao partidor, elevados pelos compositores, com as rédeas nas mãos, procurando acalmar os animais.
O sinal da partida seria um disparo de revólver. Como na primeira corrida, os cavalos não se ajeitavam, estavam indóceis no partidor e arrancavam sem que fosse dada a partida. Repetiam-se as gaiatices entre o povo e escutavam-se os gritos: “Largaram!”, “Aí vinhero!”. Até que uma mudez geral permitia escutar o galopar dos parelheiros. No salto da largada, o Pata Branca, que na primeira corrida tirou um corpo de vantagem, saltou apenas de paleta à frente. O entusiasmo dos torcedores do alazão do Affonso foi incontido e já aos berros diziam: “Acabamos com os serranos! Vamos ganhar em todos os tiros!” Nos 300 metros, a esperança aumentou, pois o Pata Branca livrava apenas uma cabeça. Nos 400 metros, estavam orelha a orelha, levando nosso pessoal à loucura e aos gritos de certeza na vitória. Desta vez, sem deixar dúvidas em todos os tiros. Creio que nosso jóquei Nico, montando seu corcel, que parecia voar, sentiu que poderia vencer nos 500 metros, tiro em que o Pata Branca era invencível e ninguém esperava vencê-lo. Arrebatado, e num ato reflexo, levantou a mão direita e chicoteou o alazão com força e entusiasmo. Num salto rápido para a esquerda, o Que Ruído jogou-se sobre o canteiro que separa uma raia da outra, arrancando diversas estacas na tentativa de aproximarse da cerca. Passou para a raia do Pata Branca a poucos centímetros de suas ancas, para desespero do Nico e de alguns companheiros que, bem localizados, puderam assistir os esforços do nosso jóquei para recolocá-lo em seu trilho. Em vão! O Que Ruído foi atrás do Pata Branca em todos os tiros. Foi quando se ouviram os gritos que até hoje me vem à lembrança: “O cavalo Que Ruído se abriu! O cavalo do Affonso se abriu!” * * * Na falta da décima original, em rima pobre, arrisco a quadrinha a seguir: Na cancha do Mato Alto, grande [ carreira se viu; Pata Branca e Que Ruído para um [ novo desafio; Gauchada a flautear, nós sem [ darmos um pio, Voltamos tristes pra casa: o Pata [ Branca venceu, O Que Ruído se abriu. z
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