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Em 4 de maio de 1848, Araranguá tornou-se a Freguesia de Nossa Senhora Mãe dos Homens, o que lhe deu certa autonomia e definiu seu território. A imagem da santa chegou a nossa cidade em 1872. Na Festa da Padroeira dos católicos, este ano, a Igreja Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens foi elevada a Santuário Diocesano. Segue abaixo o final do nosso relato histórico
WWW.DIOCESECRICIUMA.COM.BR
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APOIO CULTURAL
ARARANGUÁ, JUNHO DE 2018 • ANO 25 • Nº 501
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – CORTESIA DOS ANUNCIANTES
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PANFLETO CULTURAL
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H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H
ANO 25 • Nº 501 • JUNHO DE 2018 Periodicidade mensal - Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 29/05/2018 10h20
© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)
Av. XV de Novembro, 1807 - Centro - Araranguá Tel. (48) 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com
intervenção militar. Mas sem apresentar um nome, uma liderança nessa frente, as forças armadas só serviriam como instrumento para a manutenção dessa mesma linha de governo da qual o povo quer se livrar e que, no fim, muitos têm ajudado a manter ao se deixar enveredar pelo golpe parlamentar de 2016 que está sucateando estatais, patrimônio, indústria e comércio nacionais e a qualidade de vida do povo brasileiro. A essa altura, o “Fora, Temer!” tornou-se uma figura de retórica, sugerindo agora que a democracia deveria ter seguido seu curso com Dilma até as eleições deste ano, quando o povo poderá então participar da maior e mais universal manifestação dos seus interesses: o VOTO! E aí sim decidir pelo destino da nação. Mas parte do eleitorado parece querer abrir mão desse direito bravamente conquistado. O que precisamos é retirar o véu da ignorância para agirmos e votarmos com consciência no exercício de nossa cidadania. Não se constrói um futuro promissor sem investigar o passado. A omissão à história torna cíclica a ameaça à democracia. Fora, golpes de estado, militar, todos os golpes! Xô alienação! ELEIÇÕES DIRETAS JÁ!
E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00
EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins
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JORNALECO
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A P O I O C U LT U R A L
O descrédito dos poderes da União está tão grande que se ouve falar até de
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Lá ficou guardada e encaixotada no depósito do senhor Giovanne Tasso. Quanto à efetiva chegada, o cônego Paulo Hobold registra que ela veio até Cangicas transportada por um vapor, e daí por terra através de carretas puxadas por bois e canoas dos moradores da vila, que foram buscá-la. Já o autor Eder Mattos registra que a imagem chegou pelo vapor Jovita e sob as ordens do major Porfírio Lopes de Aguiar. O major, encontrado o caixão, propositadamente resolveu trazê-lo para a sua Campinas. A Matriz era a pequena capela erguida no final do ano de 1865, e tinha naquela época, como orago, Nosso segue p. 6 e 7 Senhor dos Passos.
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4 de maio de 2018: celebração histórica formaliza o Santuário Mãe dos Homens
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Tavez por sentimentos provocados por profunda fé religiosa do nosso povo católico, a chegada da imagem até a nossa Araranguá apresenta versões diferentes na tradição oral e escrita, inclusive por nossos autores. Depois de quase seis décadas da promessa de 1816, a imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens finalmente chega à população da antiga Cangicas, também conhecida como Bairro do Araranguá, hoje distrito de Hercílio Luz. O ano era 1872. Quanto ao vigário da época, são citados dois nomes: padre Cipriano Buonacore (cfe. Paulo Hobold) e padre João Matos da Cunha (cfe. Eder Mattos). A história conta que a imagem teria estado no porto do Rodeio, na hoje rua Rui Barbosa, na beira-rio, próximo a então vila de Campinas, como era conhecido o futuro centro de Araranguá, tendo voltado para Laguna por não ter sido encontrado o proprietário. A tradição oral relata que a imagem também esteve na localidade de Cangicas e, em virtude de a capela daquela localidade ser muito pequena, voltou para Laguna.
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A foto registra, segundo o Cônego Paulo Hobold, talvez, um dos últimos atos litúrgicos ali realizados. Era uma missa de exéquias em memória do marechal Floriano Peixoto, falecido em 1895. Estava presente o Corpo de Segurança da Polícia de Santa Catarina.
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Leia as edições do JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco ou www.facebook.com/jornalecoararangua (desde jan.2009) UMA PUBLICAÇÃO
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APOIO CULTURAL
A primeira capela no centro da cidade
CAPÍTULO VI A IMAGEM CHEGA A ARARANGUÁ
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AHA
Fontes: A História de Araranguá, de Paulo Hobold; Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, de Eder Mattos; Memórias do Araranguá, de Bernardino de Senna Campos (organizado por João Leonir Dall’Alba) e Histórias do Grande Araranguá, de João Leonir Dall’Alba.
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Chegamos à vila de Araranguá, “Campinas”, como é geralmente conhecida, a 2 de junho de 1894, às duas horas da tarde. [...] Compunha-se toda a vila, que tem sua frente para a Serra, de 28 casas, sendo apenas 20 de telhas, o resto de palha e estuque. Na pequena praça de uns 50 metros em quadro está edificada a sua igrejinha, uma pequena capela de tábuas, toscas, com frente para o oeste, tendo ao lado direito dois esteios e uma escada de madeira, e, em cima, um pequeno sino.
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João Dall’Alba, no livro Memórias do Araranguá, registra, creio eu, a única foto existente dessa capela, bem como o comentário do telégrafo Bernardino de Senna Campos descrevendo a Vila de Araranguá na ocasião de sua chegada à nossa cidade:
Não foi encontrada a data exata da instalação da Matriz. Sabe-se, apenas, por registro escrito pelo padre João Matos da Cunha, que até 10 de outubro de 1865 a freguesia ainda não dispunha de Matriz. As missas e demais celebrações eram realizadas na residência do padre.
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POR CLÁUDIO GOMES
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z Evitar locais fechados e com excesso de pessoas; z Deixar o ambiente o mais ventilado e arejado possível; z Lavar ou higienizar com álcool as mãos várias vezes ao dia, principalmente após estar em locais públicos; z Cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir, preferencialmente com lenço de papel descartável; z Comer bem e de forma saudável, com dieta rica em frutas e verduras, pois são ricos em antioxidantes e minerais que ajudam a melhorar a imunidade; z Beber cerda de 2 litros de água por dia; z Evitar ir com frequência e de forma desnecessária ao pronto-socorro, pois é um ambiente com alta probabilidade de contaminação; z Evitar o contato próximo com outras pessoas, quando se estiver resfriado, principalmente idosos e recém-nascidos. Além disso, é recomendada a vacinação anual contra a gripe, capaz de proteger contra os principais vírus causadores de gripe no período. Esta vacinação é especialmente importante para pessoas com maior risco para o desenvolvimento de quadros mais graves de gripe e pneumonia viral, como idosos, crianças, gestantes, diabéticos e portadores de doenças pulmonares, cardíacas ou auto-imunes. (WWW.TUASAUDE.COM) P. 10
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COMO SE PROTEGER
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Nossa Senhora Mãe dos Homens c DE CAPELA A SANTUÁRIO 170 ANOS C
Doenças de inverno
O CLUBE QUE FAZ PARTE DA NOSSA HISTÓRIA Av. XV de Novembro, 2030 - Centro - Tel. (48) 3522-0447 gremiofronteira.com.br facebook.com/gremiofronteiraclube
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ADERBAL MACHADO
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A BANDA uplemento
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Como Davi eu fui achado No campo da vida em aceitar Este presente foi passado Que apago a cada caminhar Paz sem mágoas ou saudade Do ruim ao belo esquecer Intensos dias de felicidade Perdoar acordar e renascer
O testamento
http://www.culturatura.com.br/gramatica/ortografia/erros.htm
UM HOMEM muito rico estava morrendo. Além de
1 - "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem, e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
rico, o homem também era um sábio. Riqueza e sabedoria não são comumente encontradas juntas. Ele tinha um filho ainda menino de uns dez ou onze anos. O homem fez então um testamento e ordenou que fosse entregue aos anciões daquela cidade. No testamento, o homem declarou: “Tirem de minha propriedade tudo o que mais gostarem e depois deem a meu filho.” Logo o homem morreu. Como o testamento era claro e não apresentava nenhuma dúvida para os cinco anciões, eles dividiram a propriedade do homem entre eles. Como nenhum dos cinco anciões quis uma inútil e pequena parte, esta foi dada ao menino. Entretanto, antes de morrer, o homem rico e sábio deu ao menino outra carta com a instrução de que deveria ser aberta apenas quando ele chegasse à maioridade. Quando o menino atingiu esta idade, abriu a carta que seu pai tinha deixado e leu o seguinte texto: “Os anciões podem ter interpretado de seu próprio modo, é claro! Entretanto o que eu disse em meu testamento tem uma outra interpretação, a minha interpretação. Quando você chegar à maioridade, dê-lhes esta interpretação. Este é o significado do que escrevi: Tirem tudo o que vocês mais gostarem e então deem tudo isso de que mais gostaram a meu filho”. O filho apresentou a carta aos anciões. Eles nunca haviam concebido tal significado. Por isso, haviam dividido tudo entre eles mesmos. Então, diante desta nova realidade, tiveram de devolver tudo, porque o significado estava claro. Além disso, o menino estava pronto. O pai também escreveu na carta: “É bom que os anciões interpretem do seu próprio jeito, até chegar o momento em que você possa tomar conta de tudo. Se eu lhe desse tudo diretamente, antes de sua maioridade, a propriedade seria destruída pelos próprios anciões que tomariam conta dela conforme a tradição. Assim, deixei-os protegê-la como se fosse deles até que você estivesse pronto para assumir a direção”. Eles a tinham protegido, como o homem sabia que eles fariam, porque era deles.
2 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
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R. FRANCISCO
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4 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam ideias.
I love your eyes but I love more your glance and stiller the person that looks at me. Eu amo seu inglês mas amo mais seu português e ainda mais a pessoa que fala para mim.
5 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
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poética
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3 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
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6 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
IGREJA Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens, inaugurada em 1902. Essa bela igrejinha foi demolida em 1957 para dar lugar a nova Matriz, inaugurada naquele ano, e que foi elevada a Santuário Diocesano agora em 2018. A foto de José Genaro Salvador, dos anos 1950, mostra a antiga igreja, vista dos fundos, onde posam o padre e as mulheres da Congregação de Maria. (+p. 6 e 7, e 12)
7 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas “há dez anos” ou “dez anos atrás”. 8 - "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
Galeria Galeria
INTERVENÇÃO MILITAR
RESP. TÉC.: Dr. Carlos Roberto de Moraes Rego Barros - CRM 3270 RQE 2755
Av. Engenheiro Mesquita, 361 - Centro - Fone: 48 3524-1380
CREMESC 2390
Fone (48) 3524-2483 Av. Engenheiro Mesquita, 371 - Araranguá SC
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APOIO CULTURAL
MÉDICO PEDIATRA Eletroencefalograma - Mapeamento Cerebral
Intervenção militar, só se for por uma junta formada pelo Almirante Nelson, Coronel Cintra, Major Nelson, Capitão Gancho, Capitão Kirk, Tenente Masters, Sargento Garcia, Cabo Reis, Soldado Ryan, Recruta Zero, Comissário Gordon e Vigilante Rodoviário. Aí sim. (RG)
JUNHO 2018
Dr. Ivan Holsbach
Não permito que nenhuma reflexão filosófica me tire a alegria das coisas simples da vida. FREUD
CEM ERROS DE PORTUGUÊS - 1
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GEORGES BERNAMOS
JORNALECO 501
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Escuridão levou consigo o dia Mostrou estrelas constelações Em cada luz vi minha alegria Repleta de amor e de gratidão
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araranguaense
A gora elevada à condição de Santuário Diocesano, a Igreja Matriz de Araranguá atinge um patamar meritório pelos seus 170 anos de existência, celebrados neste 2018. É a mais antiga das 34 paróquias da região e guarda em si a história material de quase dois séculos e a história imaterial nas almas de tantos araranguaenses que aprenderam a conviver com seus rituais e seus festejos admiráveis dos dias 4 de maio, dia da Padroeira Nossa Senhora Mãe dos Homens. Guardo comigo momentos inspiradores desta festa. Mamãe, Dona Amarfilina, era frequentadora assídua e devota fervorosa. Não lembro dela ter passado mais de uma semana sem frequentar as missas. Na festa da padroeira, jamais faltou. E me levava junto, sempre. Era uma rotina cumprida à risca, usando as “roupas de domingo”. Inexistia em mim a maravilhosa devoção de mamãe, mas eu pairava extasiado pela maneira como ela a praticava, na sua simplicidade sempre saudosa e inesquecível. E isto já me era suficiente para gostar de estar ali. Lembro especialmente, nessas festas de Nossa Senhora Mãe dos Homens, das homilias do Padre Santos Sprícigo – um mestre da oratória e um catalisador de multidões. Sabia organizar e sensibilizar. Enfim, a Festa de Nossa Senhora Mãe dos Homens, hoje já sem aquela expressão de antigamente, quem sabe, ainda é um fator de convergência desta fé que nos falta muitas vezes e, pecado supremo, achamos que não é necessária – e isto é quase uma heresia, que Deus me perdoe, pois sem a fé, seja ela a religiosa, seja ela a subjetiva (em nós mesmos, afinal crias de Deus, e nos nossos apelos e projetos), estamos perdidos nesse cipoal de supressões da alma, das divergências com o mundo real – com cujos defeitos e maldades haveremos de conviver pelo resto de nossos dias. E dá-lhe depressões e dálhe falhas de caráter e dá-lhe desconfortos e desconsolos com nossos objetivos. No fundo, sem fé, somos apenas idiotas. E quem fala aqui é um cidadão cuja fé por vezes se abala, mas reconhecidamente, logo a seguir, se mostra absolutamente imprescindível. Porque a vida, no fim das contas, é uma fé materializada. A bênção, Dona Amarfilina. A bênção, Nossa Senhora Mãe dos Homens. Cuidem de nós aí de cima.
ARLETE ZANERIPPE
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As velhas procissões inspiradoras
Saber encontrar a alegria na alegria dos outros, é o segredo da felicidade.
Gratidão
Kleber O. Lummertz FISIOTERAPEUTA - CREFITO 54.689/F
Especialista em Fisioterapia Traumato-ortopédica e Medicina do Esporte
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Grupos Familiares AL-ANON
A.A. Alcoólicos Anônimos Reuniões 2 e 5 f., 20h - dom., 17h Próximo à Igreja Sagrada Família Cidade Alta - Araranguá
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Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Próximo à Câmara de Vereadores Balneário Arroio do Silva
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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI
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Cartas para a poeta da cidade vizinha
Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá
POLÍCIA MILITAR: 190 POLÍCIA RODOVIÁRIA FED.: 191 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ATENDIMENTO À MULHER: 180
telefones para emergências
Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá ○
QUINCAS AVELINO
Reun. 2as f., 20h - Junto ao A.A. - Araranguá
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FAZENDA SÃO JORGE
Centro de Reabilitação
esempregando as caminhadas pela cidade aceitei pintar D uma casa na Urussanguinha. Não revelei o medo que carrego
Fone (0**48) 3524-0280 Estr. Geral Volta do Silveira - Araranguá ○
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de altura para não assustar a dona da casa. A residência está em uma esquina. Encenei o perfeito voyeur, vestido de pintor, com alguns respingos. Tenho verniz na sobrancelha com ênfase, terra cota na orelha e massa corrida na boca. Conto aos degraus da escada que é muito fácil ser passageiro. No dicionário a palavra fugir tenta me enganar. Na esquina, com escada de pintor muitas cenas são possíveis: o carteiro latindo para os cachorros, a cara envergada dos aposentados, o carro do gás despertando os preguiçosos, o sumiço do sorveteiro, o vendedor de laranjas, abolicionistas, testemunhas de Jeová, alunos, missionários, professora, diaristas, crianças de bicicleta. Eu finjo que pinto e o mundo vem me visitar, bem cotidiano; do jeitinho que gosto. Todos os dias a mãe passa com a filha de bicicleta, colhendo flores no jardim da obra. Recorto a luz, colo com algumas palavras. Recebi uma carta essa semana, tanso de rumo. Vi o carteiro passar pela janela que pintava. Saí correndo pela rua, em busca da caixa do correio, qualquer envelope pra curar os anos sem receber uma correspondência! (Que babaca! — late a cachorrada). Subi na escada pra limpar as passadas da tinta. Fiz um filme pra dedicar a um amor da vizinhança. Sem esses negócios de mania de artista. Porque cedinho já tinha bamba a escada de vértice. Na sinopse, a criança aguarda a flor da dona da casa. No último dia de pintura. O filme ficou dentro da manhã, e não estreou. Ninguém assistiu quando exibi de noite. Todos sabiam da passagem do cineasta. A pipoca também não veio. Alegaram falso amor pelo Ermo. Mas antes, de tarde, morri o corpo. Vou morrendo bem de vagar. Só pra desligar a pressão de tantas camadas. Escrevo no diário oficial das entrevistas. Cheguei tão contente ao fundo do poço. Todos perguntam se não irei, logo menos, desistir da cidade. Outros arregalam o olho na sobrancelha, quase puxando os cabelos quando digo que quero viver em Araranguá. Por terminar o serviço uma moça perguntou se eu enxergava pouco. Assustei com a adivinha, sem bola de cristal. “A armação do mundo é de graça, só as lentes você paga!”— Afirmou. Impossível em uma casa de esquina não desviar a vista torta. Difícil no vértice de um telhado não saber pra onde olhar e permanecer desatento com os vetores passando nos sentidos — sem ao menos assinar a carteira de trabalho; independente da previdência (Jubilar em espanhol Latino Americano). Em minhas poesias não implanto grades. Sirvo café aos andarilhos e determino bom dia aos transeuntes. É exercício pra gostar da distância, do vento e da janela que abre sozinha quando a saudade bate.
Doenças mais comuns no inverno e como evitá-las https://www.google.com/amp/s/WWW.TUASAUDE.COM/doencas-comuns-do-inverno (Drª. Elaine Aires - clínico geral)
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2. RINITE ALÉRGICA A rinite alérgica é a inflamação da mucosa que reveste o nariz, causada por reação alérgica, que provoca sintomas como espirros, coriza e coceira no nariz, sintomas que podem durar de alguns minutos até vários dias. A substância que provoca alergia varia para
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Realiza todos os tipos de exames Rua Caetano Lummertz, 456 - Sala 06/térreo Centro - Ed. Com. Executivo Araranguá FONES 3522-1322 - 99668-4925
3. SINUSITE A sinusite é a inflamação da mucosa dos seios da face, que são estruturas que ficam ao redor do nariz, causando sintomas como dor na região da face, secreção nasal e dor de cabeça, e pessoas que já tem um grau de rinite alérgica têm maior tendência a desenvolver esta inflamação. Esta doença é causada, principalmente, por infecções virais, por vírus de gripes e resfriados, e por alergias, sendo somente uma pequena parte causada por bactérias. Como tratar: costuma ser orientado pelo médico o uso de anti-histamínicos, antiinflamatórios, descongestionantes e lavagem nasal com solução salina, estando indicado o uso de antibióticos apenas quando há suspeita de infecção por bactérias. 4. PNEUMONIA A pneumonia acontece quando a inflamação e infecção das vias respiratórias atingem os pulmões, geralmente, causadas por bactérias, vírus ou, mais raramente, fungos. Os sintomas da pneumonia incluem tosse com catarro amarelo ou esverdeado, febre de cerca de 38ºC ou mais e calafrios, e, se a infecção for grave, pode causar também falta de ar, dificuldade para respirar e respiração ofegante. Como tratar: o tratamento depende da causa, na maioria das vezes feito com antibióticos e analgésicos em casa, com orientação médica. Em casos mais graves, em que há sinais de alerta, como oxigenação do sangue prejudicada, confusão mental ou insuficiência dos rins, por exemplo, pode ser necessária internação para realização de remédios na veia ou uso de oxigênio.
TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net
5. OTITE É a infecção que costuma acontecer por vírus ou bactérias que infectam a garganta e migram até o ouvido. Esta infecção pode causar dor no local, febre e produção de secreção, e é mais comum em crianças. Como tratar: geralmente, o médico orienta o uso de analgésicos, como Paracetamol ou Ibuprofeno, sendo feito o uso de antibióticos apenas quando há suspeita de infecção bacteriana. 6. ASMA Crises de asma acontecem em pessoas predispostas, com doença inflamatória dos pulmões, e podem ser desencadeadas por fatores alérgicos, como frio e poeira, por exemplo. Estas crises são mais comum em crianças, apesar de também acontecerem em adultos, e causam sintomas como chiados no peito, falta de ar e tosse. Como tratar: o tratamento é feito com orientações dos pneumologista, que pode envolver uso de broncodilatadores e corticóides, por exemplo. 7. MENINGITE A meningite é a infecção das membranas que envolvem o cérebro por vírus, bactérias, fungos e parasitas, e provoca sintomas que podem surgir de forma repentina, com febre alta, dor de cabeça forte, dores no corpo e vômitos. É mais comum em crianças, entretanto pode acontecer em adultos, transmitida através do contato com gotículas de saliva do indivíduo contaminado através da tosse, espirro ou fala. Como tratar: o tratamento depende do tipo de microorganismo causador, podendo ser o uso de antibióticos injetáveis, como Penicilina, analgésicos e anti-inflamatórios, orientados pelo médico. z
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1. RESFRIADOS E GRIPES As gripes são infecções das vias respiratórias superiores, como nariz e garganta, causadas por vírus do tipo Influenza, e provocam sintomas como febre de cerca de 37,8ºC, secreção nasal, coriza, dor de garganta e dor nos músculos e articulações, que dura cerca de 5 a 7 dias. Já os resfriados são o mesmo tipo de infecção, porém mais branda, causada por vírus como adenovírus, rinovírus e vírus sincicial respiratório, e provoca sintomas tipo coriza, espirros, dor de garganta e conjuntivite, que duram uma média de 3 a 5 dias. Como tratar: não existe um tratamento específico para gripes e resfriados, sendo necessária a realização de repouso, uso de analgésicos para aliviar a dor, além de descongestionantes e lavagem nasal para fluidificar e remover as secreções.
cada pessoa; geralmente, o pólen de plantas, poeira, ácaros ou pêlos de animais. Como tratar: esta doença é crônica e não tem cura, entretanto existem tratamentos que podem ajudar a tratar e controlar os sintomas, como anti-histamínicos, corticóides nasais e, principalmente, evitar o contato com as substâncias alérgicas.
Quincas
JORNALECO 501
As principais doenças do inverno são as doenças respiratórias transmissíveis, como resfriados e gripes, além do agravamento de outras como rinite, asma, sinusite, otite e pneumonia, pois este período favorece a circulação de vírus e bactérias, já que a temperatura fica mais baixa, o ar fica mais seco e há uma maior tendência em ficar em ambientes fechados. As pessoas mais propícias a sofrer com estas doenças são as crianças e os idosos, por terem o sistema imune mais fragilizado. O período de maior proliferação dos microorganismos pode variar de acordo com a região do Brasil, já que no Sul e Sudeste os meses mais frios podem variar de maio a outubro, enquanto que no Norte e Nordeste os meses entre abril e junho tem mais chances de chuva e queda das temperaturas.
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Compasso VICTOR O. DE FARIA
Aquela seria mais uma expedição de rotina
nas planícies geladas da Antártida, não fosse pelo curioso fato ocorrido no posto avançado número sete. As geleiras permaneciam íntegras, mas os biólogos haviam detectado um corpo estranho sob a superfície na qual repousava o maquinário de estudos, e isso, obviamente, tornara aquela manhã ímpar. Sendo um dos poucos técnicos em perfuração da equipe, precisava fazer minha parte. Linus, um pinguim curioso e bem conhecido no assentamento, observava de longe as estranhas criaturas de jaleco branco, pensativas. Decerto, esperava ganhar algum petisco. Um buraco artificial de apenas quinze centímetros de diâmetro intrigava a todos. Não havia registro de perfuração naquela semana, tampouco de abalo sísmico. A câmera mostrava apenas uma mancha irregular no fundo, semelhante à uma água-viva desidratada. Ninguém se atreveu a dar o primeiro palpite. Aquilo era uma alga centenária preservada por meios naturais ou uma forma de vida desconhecida, sob criogenia – os oceanos continham uma infinidade de seres não catalogados. O problema real estava no campo aritmético. Linus enfiou-se na multidão e também olhou para baixo. Rodamos uma série de diagnósticos durante o dia. Mexer numa geleira daquele porte envolvia cálculos precisos. Cansado, resolvi deitar na tenda estendida. Se aquilo era mesmo natural ou um alienígena do passado, só me interessava fechar os olhos. Foi aí então que nosso amigo de trinta centímetros perdeu o interesse e se afastou. No meio do caminho, encarou o solo menos rígido. Cravou o bico com força no chão. Esticou uma das patas e começou a riscar uma abertura ao redor de seu corpo, sem levantar o focinho do ponto central, desenhando, sem sombra de dúvidas, um círculo perfeito. Entre aliens e uma falha catastrófica, preferimos relatar um pinguim matemático.
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Quando eu morrer
O s brasileiros descendentes de italianos hoje estão
Parodiando e contrariando Noel Quando eu morrer eu quero choro Choro de alguém que ajudei, dos amigos e dos que me [ amam E que terão saudades de mim. Dispenso velas. Se tiver fitas, não importa a cor. Se verde, azul, vermelha ou amarela Com nome ou sem nome, sobrenome ou apelido Pois junto, tenho certeza, terei a presença dela Quando eu morrer, eu não quero imagem de santos, escapulário, cruz e água benta. Também não quero benzedura, culto, passes, bênçãos, rezas e missas Pelo amor de... (Quase a indução e o reflexo condicionado na infância me fazem escorregar.) Melhor dito, pelo amor à verdade não me levem a templos ou igrejas. Não acredito no céu, na eternidade e em seus pregadores, tão pouco creio em anjos cristãos, santos e nas doze virgens do islã. Não creio em céu e bemaventurança. Não acredito, portanto não temo infernos e purgatórios. Nem almejaria, se existisse uma eternidade, a monotonia de ficar olhando a face de Deus! Quero deixar claro ao sair para o nada. Recuso o Espírita, Pagé, Pai de Santo, Imã, Orixá, Benzedor, Padre ou Pastor.
A Santíssima Trindade é a fonte da egípcio. Deus mostra que o conhece e Comunicação Divina, é a fonte da Sabedoria que flui do Amor e fonte da Melhor Comunidade. É o Mistério Divino que revela aos seres humanos, segundo o Gênesis, que somos Sua imagem e semelhança. Devemos buscar conhecer Seu verdadeiro rosto para conhecer o nosso próprio rosto. Deus nos confiou a participação na sua intimidade na melhor Comunidade. Mas, seja qual for a nossa compreensão de Deus como Trindade, somente pode vir através da ação histórica de Deus, nas experiências humanas e nas teologias, como nas experiências de Moisés (Êxodo 3,3-6) e Nicodemos (João 3,1-16). Nós não cremos somente com o coração que ama e a cabeça que pensa. Cremos também com nossa sensibilidade, criatividade e fantasia; a partir disto é que nossa esperança se fortifica e toda a realidade ganha sentido, cor, alegria, unidade e comunhão. Somente podemos amar o que Deus nos revela (sua promessa) com este espírito: porque a mente humana apenas alcança o presente e pensa Deus com os conceitos tirados do mundo. O próprio Jesus, quando fala do reino de Deus, usa imagens e comparações tiradas da fantasia. Talvez aqui seu amor preferencial pelas crianças tenha sua explicação: quem melhor que as crianças para buscar o novo (o nascer de novo, a grande pergunta existencial de Nicodemos, e talvez a nossa nos dias de hoje).
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F O R M AT U R A S E A S S E S S O R I A w w w. a m f o r m a t u r a s . n e t ARARANGUÁ Av. XV de Novembro, 1790 - Centro - Tel. (48) 3522-0356 CRICIÚMA Av. Universitária, 230 - Sta. Augusta - Tel (48) 99627-5838 TUBARÃO Rua Martinho Ghizzo, 375 - Dehon - Tel. (48) 3622-0822 r e c e p cao @ a m f o r m a t u r a s . n e t
A EXPERIÊNCIA DE MOISÉS Ele encontrou a Deus em suas atividades cotidianas. Primeiro Deus parece alguma coisa estranha para Moisés; mas Moisés tem a atitude de ir olhar: “Que coisa tão estranha; vou ver por que não se consome a sarça.” Quando Deus viu que Moisés se aproximava a olhar, chamou-o desde a sarça. Para surpresa dele, Deus lhe chamou pelo seu nome. O desconhecido para Moisés o conhece muito bem. E Moisés contesta: Aqui estou... Surge então uma conversa com Deus e Deus lhe orienta aonde ele se encontra e por que lhe chama: “Eu sou o Deus de teus antepassados, sou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó”. Neste momento, Moisés tomou consciência de quem havia encontrado e cobriu o rosto, pois teve medo de olhar a Deus. Não nos esqueçamos que Moisés estava cuidando das ovelhas do seu sogro Jetro, mas foi criado no palácio do Faraó. Conhece as duas realidades. Era fugitivo da lei porque matou um
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Quando eu morrer não quero no túmulo lápide ou [ inscrição Mas tenho desejos, sim. Que não haja ensino religioso nas escolas; Que haja paz entre os homens e nações Que respeitem a natureza e nosso planeta; E que, o mesmo não sendo eterno, tenha uma longa [ duração, Que se descubram outros mundos, civilizações e planetas E que sejam tão aguados, verdes e azulados como o [ nosso. Quando eu morrer e já morrido, Pelo tempo legal quero estar na sala da minha casa. Depois ser cremado, parte jogado na areia da praia e [ levado pelo mar, Outra parte, espalhada na grama da minha casa Onde cata o João e a Joana de Barro O cantador sabiá, os pardais e outros de rara beleza. Desse jeito ser alimentação para eles Depois sair no cocô, ser adubo, me integrando a [ natureza.
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mais arraigados à nossa cultura. Antigamente (início e até mais ou menos a década de 1950) a “talianada” era muito elitista, fechada. Insistia em se comunicar nos seus diversos dialetos (mamãe falava bergamasco), porque cada família viera de regiões distintas: Bérgamo, Vêneto, Piemonte, Sicília, Gênova, Trento… Todas essas regiões formavam pequenas repúblicas, antes de Giuseppe e Anita Garibaldi unificá-las e entregá-las a um rei: Vitor Emanuel. Jamais aceitava que seus filhos casassem com “brasilhanes”! Os “de origem” – como se autodeterminavam – geralmente eram ricos e guardavam suas fortunas embaixo dos colchões. Ouviam-se muito: Fulano de tal é milionário (conseguira amealhar um milhão – ou mais – de contos de réis – moeda da época). Isso ocorria porque, culturalmente, todos da família (excessivamente numerosa) trabalhavam para o mesmo monte; os excedentes eram vendidos e o consumo muito restrito. A “talianada” era visivelmente econômica, diria em alguns casos: avarenta, sovina, “mão de vaca”. Agora vêm os causos. Quando o avião a jato, soltando aquele comprido rastro de vapor (ou gás) lá no alto e visível no céu sem nuvens, apareceu por Morro da Fumaça – início da década de 60 –, a vila toda entrou em pânico. Aí, vieram as diversas teorias da conspiração e os causos: Um “taliano”, capinando mandioca numa roça elevada perto de casa, avistou aquele rastro estranho no céu. À frente, uma cruz de prata brilhante. Desceu correndo, fazendo o sinal da cruz e gritando com a esposa: “Mulhé! Corre, mata o galo que tá na camponeira e vamo comê; o mundo vai acabá!”. Pobre carcamano: não estava preocupado com sua “salvação”, mas em não perder seu galo, que deixara de vender, pois pretendia comê-lo na festa de Páscoa. Outro causo. Moço já feito – havia quem dizia que já não cozinhava mais na primeira fervura –, Otaviano costumava ir, aos domingos, ao Terço (outra forte característica da raça) na Capela de São Roque, centro da vila. Para não gastar as solas dos sapatos, fazia assim: ia descalço até perto da vila, num córrego lavava os pés e calçava os sapatos. Terminado o terço, tirava-os quando retornava para sua casa. Num desses domingos de azares, o infeliz voltava do terço meio cambaleando, pois havia bebido uns copos de vinho com os conhecidos (pagos pelos outros, diga-se de passagem) quando teve um grande infortúnio: deu um tropicão tão grande num toco de pau que chegou a arrancá-lo. No sinistro, perdeu o dedão do pé direito. Saltitando com um só pé, sangue jorrando do outro, gemendo de dor, teria dito: “Que xorte! Xe eu tivexi calxado, terria arancado um bico do xapato!”. Essas coisas são causos que ouvi, em criança, nas conversas de bodega, à noite. Não acredito muito, não! Mas, pelo sim, pelo não...
REVERENDO PAULO DUARTE / IGREJA EPISCOPAL ANGLICANA DO BRASIL - PARÓQUIA CRISTO REDENTOR DE ARARANGUÁ
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A talianada
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A Santíssima Trindade, a melhor comunidade
MARTINHO HERCULANO GHIZZO
JOÃO BATISTA DE SOUZA
compartilha seu projeto com ele e para ele. Deus se identifica com Moisés com a mesma sensibilidade que Moisés tinha para com o sofrimento de seus irmãos e irmãs. Com isto, Deus convence Moisés para liderar seu Grande Projeto de Libertação para o seu povo. A EXPERIÊNCIA DE NICODEMOS O líder dos judeus visita Jesus à noite, como que escondido da luz do dia. Nicodemos saúda Jesus como milagreiro e mestre da lei. Jesus lhe disse: “Te asseguro que o que não nasce de novo não pode ver o reino de Deus”. Nicodemos pergunta: “E como pode alguém nascer de novo se já está velho? Por acaso poderá entrar outra vez dentro do ventre de sua mãe para voltar a nascer?” Nicodemos fica no nível do conhecimento, da razão e da instituição (regras e leis); não chega sua experiência para vivenciar a verdadeira Sabedoria. Mostra que é possível acumular enorme e profundo conhecimento sobre muitas coisas relacionadas à igreja e com o reino, mas isto não significa que se conhece o fundamental.
Qual a diferença do “aqui estou” de Moisés e a sequência de perguntas de Nicodemos? A fé com o conhecimento e o conhecimento sem a fé madura e sem a sensibilidade dos pobres sofredores? Talvez. Assim como Moisés e Nicodemos, somos chamados a ter nossa experiência com Deus que é Trindade; como pessoas, como famílias e como comunidade, quando afirmamos que Ser Igreja é ser Comunidade: de fé, esperança e Amor, estamos falando do Deus Trindade. Do Deus que se fez família e comunidade para nos convidar a ser família e comunidade na fé... Em 1986, no 6º Encontro InterEclesial de Comunidades de Base em Trindade-RJ, havia escrito num grande painel: “A Trindade é a Melhor Comunidade”, com a representação simbólica da Santíssima Trindade e pessoas do povo e representantes das várias culturas e trabalhadores, movimentos sociais e populares no entorno de Jesus. E tudo representava que não existe somente a comunhão da Comunidade da Trindade, mas junto d’Ela está a comunidade humana, convidada a participar da Comunhão Divina. Nesta comunhão surge a comunidade da fé, esperança e amor, onde a Trindade é modelo para a comunidade cristã a exemplo da comunidade de Atos dos Apóstolos 2:43-47.
Somos chamados por Deus não somente para viver, mas conviver (viver com o outro), quando nos aproximamos da Melhor Comunidade pela oração, pela adoração e pela ação de graças. Assim buscamos responder a Deus pela experiência e fé de nossos antepassados, com a esperança a exemplo de Jesus e as primeiras comunidades cristãs e o amor do Espírito Santo que continua animando a igreja no mundo. Se queremos estar unidos a Santíssima Trindade devemos seguir o mesmo caminho de Jesus: orar com intimidade com o Pai, atuar com radicalidade em relação à justiça e comunhão, e aceitar a própria morte como forma da total entrega e de comunhão até com os inimigos. É próprio do amor se comunicar... assim como a experiência de Moisés e Nicodemos. Não importa a resposta no momento, devemos levar em conta o processo, o discernimento e o contexto. Em cada pessoa humana se espelha o mistério da Trindade; reflete também na família; mostra sinais na sociedade. Mas é na igreja que este mistério de comunhão e de vida encontra sua mais visível expressão histórica. A igreja por definição é a comunidade da fé, da esperança e do amor que procura viver o ideal da unidade proposta pelo próprio Jesus Cristo: “Peço-te que todos eles estejam completamente unidos, para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17,21). A Igreja se constrói sobre a fé, na celebração da fé e na organização da própria comunidade que a presença de Cristo Ressuscitado e do seu Espírito na história das pessoas e particularmente na própria comunidade cristã e para se organizar em vista ao serviço no mundo. Estamos atentos a estes detalhes na vida das nossas comunidades para que se pareça a Melhor Comunidade? Aqui quero compartilhar minha fantasia, meu sonho a partir da experiência de Moisés, Nicodemos e das comunidades eclesiais de base. A Trindade como Deus Pai/Mãe que se comunica, cuida e interfere na história com o amor e sensibilidade para libertar seu povo do sofrimento, envia seu Filho para implantar seu reino de amor entre nós (através do ventre materno de Maria, dando a oportunidade de um novo nascimento da água e do Espírito); e Deus Espírito Santo animando o reino e a igreja que continua sendo o ventre de Maria fecundando o reino de Deus. E assim, em nossa opção de ser igreja peregrina e samaritana, buscar a verdadeira sabedoria para fortalecer nossas comunidades e nos comunicar com a profundidade relacional da Trindade, com os de dentro e com os de fora. Assim, grávidos do espírito da Santíssima Trindade, a Melhor Comunidade, sermos fiéis discípulos(as) de Jesus Cristo Libertador. z
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Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc. Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy
ATA DE POSSE DA PRIMEIRA DIRETORIA DO FRONTEIRA FUTEBOL CLUBE EM 1933, FUTURO GRÊMIO FRONTEIRA
j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)
F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F ANO VI - JUNHO DE 1965
Biblioteca Luiz Delfino
Acta da posse da diretoria do F. Futebol Club para o exercicio de 1933.
Estivemos em visita à Biblioteca Municipal Luiz Delfino. Ficamos bem impressionados. Agora sob a inteligente direção do seu reorganizador, Aristides Osteto (Xila), está tomando aspecto deveras respeitável. Há livros para todos os gostos e todos os fins. Como já noticiamos, o Dr. Severiano Souza está grandemente interessado em dotar a Biblioteca Luiz Delfino de importantes e modernas obras, tendo para isso desencadeado uma campanha na cidade para aquisição de livros. As coleções já foram encomendadas e em breve poderemos frequentar a Biblioteca Municipal com muito interesse e satisfação.
Ao primeiro dia do mez de Janeiro do anno de mil novecentos e trinta e tres, na séde do Fronteira Futebol Club, nesta cidade , á Praça Hercilio Luz, foi dada a posse á diretoria eleita em 4 de dezembro do anno findo: Mario Villar Rabello Oscar Bertoncini Alticimo Tournier Antonio Soares Octavio Bacha Almiro Bacha Moysés Aguiar Herculano Furtado Hercilio Castro Antonio Procopio da Silva Gualberto Pereira Carlos Seara José Teixeira da Rosa Nicolau Bacha Mario Santos Procopio Caetano da Silva.
CA 122 07/06/1965
Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina: suspensão de linha O diretor da E.F.D.T.C., pautando sua administração no programa do Ministério da Viação, que se propõe a acabar com o déficit da Rede Ferroviária Nacional, achou conveniente suspender linhas de trens de passageiros em diversos ramais. Entre os ramais atingidos, encontra-se o de Criciúma e Araranguá. O fato, como é de se esperar, está causando descontentamento entre os habitantes de diversas estações intermediárias, pequenos núcleos, que se consideram altamente prejudicados com a medida a ser posta em prática. Maracajá, distante poucos quilômetros desta cidade, é um dos lugares que deixará de contar com seu “trem horário”. A população não gostou da propalada medida. Está havendo protestos. Não concebem os habitantes de Maracajá que seja suspenso o meio mais econômico de locomoção com que contam os viageiros daquela zona. [...] CA 123 20/06/1965 NJ: Seguindo a cartilha da propaganda do golpe, o jornal defende a decisão de o governo militar desativar as linhas, jogando a culpa no governo anterior: “A culpa, portanto, não cabe ao diretor da Estrada, não cabe ao governo, não cabe ao povo. O crime adveio daqueles a quem a Nação entregou seu destino e não souberam corresponder à confiança”. Na edição seguinte, o CA traz a seguinte manchete: “E.F.D.T.C.: Não será suspensa a linha de Criciúma-Araranguá”. No entanto, o trajeto entre Criciúma e Araranguá, que funcionava desde 0s anos 1920, será definitivamente desativado em 1969. (RG)
E por nada mais haver a tratar deu-se por encerrada a presente acta que vae assinada por todos os empossados e demais socios presentes. Eu, Antonio Soares , 1º Secretario que a subscrevi e assigno.
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Agradecemos ao senhor Nereu Bertoncini, filho de Oscar Bertoncini, primeiro presidente do hoje Grêmio Fronteira, que, por seu amor ao Clube, sua perseverança e zelo na guarda do Livro de Atas nº 01 do Fronteira Futebol Clube, fundado em 1932, nos possibilitaram o seu conhecimento. (Cláudio Gomes)
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[Seguem-se 26 assinaturas]
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Presidente onorario Presidente Vice-presidente 1º Secretario 2º Secretario 1º Thesoureiro 2º Thesoureiro Orador oficial Diretor Sportivo Guarda Sport Comissão Sportiva
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Pavoroso desastre enluta a cidade de Laguna CRÔNICA DE ERNESTO GRECHI FILHO POEMA DE MARCUS
Fatos acontecem no mundo que nem o mais sábio dos homens consegue explicar. Pode o mais mortal se engalanar diante de sua experiência, desafiando as mentalidades inferiores, que mal atinam conceber a existência dos magos do saber. São os filósofos, os astrônomos, os cientistas, enfim, que formam o grupo de iluminados, cujos espíritos alcançaram na terra uma posição privilegiada. Mas a estes também cabe a grande pergunta: Por quê? Aconteceu no sábado passado. Duas famílias se uniram para uma excursão. Dois casais com filhos, ao todo onze pessoas. Numa camioneta de pouca confiança, dirigiam-se de Laguna para Imaruí, onde iriam batizar o caçula de um dos casais, com apenas sete meses de idade. Os preparos do dia que antecedeu ao passeio, naturalmente revestiram-se daquele sabor tão agradável, próprio das vésperas dos grandes acontecimentos. A alegria reinava no meio da criançada. Chegada a hora aprazada, o veículo partiu. Devorou estradas, levantou poeira, formou carreira com árvores e arbustos que ladeiam as estradas. A caravana alegre partiu. Mas a caravana fatídica não chegou ao destino. Ao penetrar numa frágil balsa para atravessar o rio, perdendo o freio, o pequeno veículo afundou-se no outro lado da barca. Mergulhou nas profundezas das águas. Apenas um homem salvou-se. Os outros morreram. As mães, todas as criancinhas. E foi aí que o desafio do destino impôs-se ao homem, ao sábio, à própria inteligência humana. Quando içaram a camioneta, os infelizes passageiros estavam no seu interior. E o que mais comoveu a todos quantos assistiram à compungente cena, foi a atitude das mães mortas abraçadas a seus filhinhos. Naturalmente, no desespero da morte, como um último esforço para defendê-los. No dia seguinte, um lúgubre cortejo desfilava pelas ruas de Laguna. Dez caixões mortuários desfilavam, tendo à frente o mais pequenino, aquele que encerrava o corpo inocente da criancinha de sete meses de idade. Laguna chorou. Pranteava o acontecimento, desde a mais frágil mulher ao homem mais rude e indiferente. E, do olhar do poeta atônito e comovido, poderia ter saído esses versos:
MÃE... Que mergulhaste desgraçadamente nas profundezas Das escuras águas do assassino rio Enlaçaste em teus braços, mãe, todos os teus filhinhos Que cumprindo um triste e tão curto destino Morreram todos, mãe, em teus braços enlaçados Marcus CA 122 07/06/1965 NJ: Marcus é pseudônimo do próprio jornalista Ernesto Grechi Filho.
CASA NENA CANOAS / RS
ARARANGUÁ / SC
Nossa Senhora Mãe dos Homens: de Capela a Santuário ○
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(POR CLÁUDIO GOMES) vem da capa Com a
chegada da imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens, ambas as capelas, de Cangicas e de Campinas, se revelaram muito pequenas para abrigá-la. Além de ter problemas de segurança. Por apresentar essas situações, a imagem não pôde ser entronizada nelas. Por algum tempo a imagem ficou em casas particulares, nem sempre piedosas. Até que foi, definitivamente, para a casa do pároco, em Araranguá, até que se construísse uma nova igreja matriz, o que foi iniciada no final da década de 1890. Entretanto, por pesquisa própria nos livros tombos da Igreja Matriz, encontrei a seguinte provisão: PROVISÃO DE SUA EXCIA. ... Vigário Diocesano D. José Camargo Barros, para trasladar da igreja velha para a nova, em procissão solene, a Imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens, padroeira da paróquia. Curitiba, 29 de novembro de 1901. Assinado Cônego Celso Governador do Bispado Esta provisão indica que, por ocasião da inauguração da matriz de 1902, a imagem já estava instalada na antiga capelinha do Jardim Alcebíades Seara. Nesse tempo, a capela da localidade de Cangicas, para onde fora da primeira vez, prometida a imagem da padroeira, já tinha como orago, e continua até nossos dias, o Senhor Bom Jesus da Coluna. CAPÍTULO VII A IMAGEM
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A primeira frase de um antigo hino mariano tem muito a ver com a beleza da imagem da Mãe dos Homens, com a qual foi brindado o povo católico de Araranguá. A devoção e o respeito à imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens evocam a reliosidade à Mãe de Jesus por várias gerações de habitantes de todos o municípios do chamado Vale do Araranguá, das regiões do sul de Santa Catarina e nordeste do Rio Grande do Sul, desde a sua chegada, em 1872. De admirável proporcionalidade, medindo 1,60m de altura, segundo nossos historiadores, esta belíssima imagem foi esculpida na Bahia e feita em madeira de lei, de um só tronco. Os
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anjos que à adornam e o menino Jesus que a virgem traz nos braços também foram esculpidos da mesma madeira. A coroa original que ornava a sua cabeça era de prata maciça e datava de 1872. Infelizmente, essa coroa foi furtada em 1985. A imagem é vestida por trajes típicos, sobrepondo-se um manto azul, símbolo maior de sua proteção aos devotos. Segundo o escritor Eder Mattos, as primeiras vestes de Nossa Senhora foram confeccionadas por dona Jurumita Perres Maciel. Foi em Laguna que o major Porfírio Lopes de Aguiar, quando foi buscar a santa, comprou diversas peças de tecidos para a confecção das primeiras vestes. A partir de então, tornou-se tradição as senhoras devotas doarem todos os anos, na festa da padroeira, o manto de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Como bem registra o cônego Paulo Hobold, a imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens constitui-se um patrimônio imaterial de Araranguá de valor inestimável. Referia-se a fé de muitas gerações de araranguaenses em quase duzentos anos. A devoção e a fé foram difundidas pelo sul do Brasil na medida em que os primeiros devotos de 1872 e seus descendentes migraram, especialmente para os três estados sulinos. A constatação desse fenômeno se reflete a cada ano em que milhares de fiéis vêm à Araranguá prestar homenagem à padroeira Nossa Senhora Mãe dos Homens. Nós, católicos araranguaenses, amamos Nossa Senhora Mãe dos Homens, depois de Deus, porque a reconhecemos como a Mãe de Jesus. Alguém não católico, também reconhecendo-a como mãe de Jesus, proclamou aos seus esta verdade: “Devemos pensar melhor a respeito de Maria, ela foi a única a quem Jesus chamou de mãe”. CAPÍTULO VIII A NOVA MATRIZ: 1889-1902 Era uma bonita igreja. Tive o privilégio de conhecê-la e ali servir como coroinha. Situava-se na mesma posição leste-oeste e de frente para o Jardim Alcebíades Seara. Sua edificação estava localizada defronte a
BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA
Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112
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atual matriz, onde hoje temos um calçadão de entrada. Foi, na realidade, a primeira igreja construída para ser dedicada a abrigar a imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens, já que as capelinhas construídas na antiga localidade de Cangicas (Hercílio Luz) e a da Vila de Campinas não tinham estruturas suficientes, e, ainda, quando a imagem da Mãe dos Homens chegou a Araranguá, ambas já tinham como oráculos o Senhor Bom Jesus da Coluna, também conhecido por Bom Jesus do Bom Fim, e o Senhor Bom Jesus dos Passos, respectivamente, segundo o cônego Paulo Hobold. O início de construção se deu em abril de 1889, sob o comando de um Conselho de Fábrica, assim chamada a comissão que cuidava dos interesses da Paróquia, a CAEP de hoje. A comissão que iniciou os movimentos para a construção da nova igreja era comandada pelo membro fabriqueiro coronel Apolinário João Pereira. Já no final, estava no comando o fabriqueiro senhor Manoel Batista de Aguiar, que era o antigo tesoureiro do conselho. Este senhor foi um benemérito da nossa igreja, tendo empregado uma boa soma de seus próprios recursos para que a obra pudesse ser concluída. O construtor e imigrante alemão Germano Becker foi o responsável por sua edificação. A área total, e que hoje se constitui patrimônio da Igreja, foi adquirida em prestações ao senhor José Vieira Maciel e só foi definitivamente quitada pelo padre Antônio Luiz Dias em 1923. O novo templo media vinte metros de comprimento, nove metros de largura e sete metros de altura. Sua fachada era ornada por três torres. Duas pequenas ladeavam uma torre maior, de aproximadamente quize metros de altura em cujo topo foi implantado um globo encimado por uma cruz. No seu interior havia duas capelas: a principal, do lado esquerdo, media 6m por 4,60m. Ambas só foram concluídas após 1909. Na nave estava o altar central, com um nicho destinado a imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Outros dois altares, todos em madeira, estavam localizados nos lados da nave principal. O altar, do lado esquerdo da porta de entrada, era destinado ao Sagrado
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Aos um dia de janeiro do ano de mil novecentos e dois, pela autorização do Excelentíssimo Sr. Bispo Diocesano Dom José de Camargo Barros, benzi solenemente a nova igreja matriz de Araranguá e cuja padroeira é Nossa Senhora Mãe dos Homens; e para constar fiz o presente termo que assinei. Araranguá, 1 de janeiro de 1902 Padre Ludovico Coccolo CAPÍTULO IX A IGREJA MATRIZ ATUAL: 1957 Embora o nosso atual templo dedicado a Nossa Senhora Mãe dos Homens esteja completando apenas seus 61 anos em 2018, dispomos de muito poucos registros históricos que nos ajudem a contar a história da nossa paróquia e da nossa cidade. São apenas alguns testemunhos dados em depoimentos de araranguaenses ao padre João Dall’Alba e publicados no livro Histórias do Grande Araranguá, e três registros do cônego Paulo Hobold em seu livro A História de Araranguá. O que trazemos para o conhecimento geral são frutos de pesquisas com várias pessoas e principalmente por dedicação do nosso atual pároco, padre Alírio Leandro, que nos permitiu o acesso aos livros de registro da Paróquia. Apenas 50 anos da fundação da igreja matriz edificada em 1902, aquele templo já se tornara pequeno para o número de fiéis católicos da então grande Paróquia de Nossa Senhora Mãe dos Homens. O território paroquial abrangia, também, as depois
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criadas Paróquia de Maracajá e Paróquia Sagrada Família, do bairro Cidade Alta. Em 13 de janeiro de 1952, chegou a Araranguá e assumiu o comando da paróquia o padre Santos Sprícigo, tendo como coadjutor o padre Raimundo Ghizzoni. Com o objetivo de edificar um novo templo, que satisfizesse melhor as condições e a capacidade de acomodação dos fiéis, criou-se um novo conselho de fábrica. Foram escolhidos e eleitos os senhores Jorge de Bem, Francisco Aguiar, Irineu Gomes Balthazar, Norberto Antonio Gomes, Francilin Pinheiro, Francisco Destro, Pedro Spricigo e Pedro Carlos Espíndola. Estes fabriqueiros seriam os responsáveis pelos negócios da igreja e, por consequência, da construção do novo tempo. Foi nos dias 26 e 27 de outubro de 1953 quando se deu a autorização para a procissão e o despacho do requerimento autorizando o benzimento da pedra fundamental, o que aconteceu na última data. O evento foi registrado pelo padre João Dall’Alba, através do depoimento do senhor Arthur Bertoncini: Coincidiu que se construísse na mesma época em que se construiu a ponte [sobre o rio Araranguá]. [...] O engenheiro da construtora da ponte é que fez os levantamentos e tirou o esquadro da futura igreja. [...] A pedra fundamental foi carregada num andor deste o posto do André Wendhausen [na praça, ao lado do rio Araranguá]. Carregadores fui eu, o Affonso Ghizzo, o Norberto Gomes e o Altícimo Tournier. Levamos até o local da bênção e lançamento. O engenheiro da ponte, que o senhor Arthur cita, segundo nos informou o Departamento Nacional da Infraestrutura dos Transportes, DNIT, era Luiz Carlos de Oliveira Borges. Entretanto, somente em 9 de junho de 1954 é que chegaram o mestre de obras, Pedro de Monti, e mais quatro pedreiros, para efetivamente dar início às obras. No dia 10 de junho de 1954, pela manhã, foram iniciados os trabalhos para a construção da nova matriz. CAPÍTULO X CONSTRUÇÃO DA NOVA MATRIZ
Foi então na data de 10 de junho de 1954 que se deu início ao novo e atual templo para a nossa Igreja Matriz.
NERI DUZ CRO/SC 1544
CIRURGIÃO-DENTISTA Especialista em Implantodontia
Fez-se novamente toda a medição e marcação do terreno. Em 11 de setembro do mesmo ano, concluiu-se o alicerce. No mês seguinte, foi feito o aterramento. Sobre a obra da atual matriz, por depoimentos de várias pessoas, pude confirmar que a planta de engenharia original era de estilo gótico, comum a muitas igrejas, cujos traços e formas estão representados na porta principal e nas janelas (arcos ogivais). Segundo o senhor Joaquim Luiz Dias, no final de 1956, quando o cônego Paulo Hobold chegou a Araranguá, a Matriz já estava com suas estruturas todas concluídas, faltando as torres e parte da fachada. Diz ainda o senhor Joaquim que, para terminar as obras dos degraus e da porta principal de entrada, foi necessário demolir parte das paredes dos fundos da igreja antiga. Assim, por vários meses, o altar principal da antiga igreja ficou protegido apenas por um tabuado. Segundo afirmaram algumas pessoas, que há bem pouco tempo tiveram em suas mãos as plantas da atual matriz, as torres, que eram três, tinham o formato arredondado e bem altas, o que é comum no estilo gótico. Estas três torres foram modificadas para a forma retilínea e retangular. Foram colocadas cruzes em cima, conforme as vemos hoje. Justificou-se, na época, que as torres, como foram concebidas, não teriam os suportes necessários para sustentá-las. Coube ao cônego Paulo Hobold esta modificação. Provavelmente por humildade, o cônego Paulo Hobold, em seu livro A Historia de Araranguá, apenas registrou: “A atual igreja foi construída enquanto aquela (de 1902) ainda estava em funcionamento, sendo inaugurada em 1957”. Registrou ainda que o templo antigo foi demolido em 1957, sendo o material aproveitável destinado à construção da capela de São Judas z Tadeu em Morro dos Conventos.
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Coração de Jesus e, do lado direito, à Imaculada Conceição. Lembro-me que, no teto, havia pinturas, que depois vim a saber eram réplicas de cenas pintadas por Michelangelo na Capela Sistina, no Vaticano. Ainda hoje, temos bens preciosos herdados dessa igreja, além dos objetos e das imagens sacras. Lembro-me com especial carinho da via sacra, pois é a mesma que ornava as paredes laterais da igreja antiga. A nova igreja foi inaugurada em 1º de janeiro de 1902. Uma grande celebração, presidida pelo pároco Ludovico Cocollo, foi realizada. Uma procissão desde a antiga capela do Jardim até o novo templo deu uma festiva entronização da imagem da Mãe dos Homens na nova igreja matriz. Termo de benção da nova Igreja:
Procissão vem subindo pela avenida Sete de Setembro na festa de 4 de maio de 2018
Fone (48) 3522-0106 Rua Caetano Lummertz, 41 Sala 01 - Centro Araranguá - SC
z REABILITAÇÃO COM IMPLANTES OSSEOINTEGRADOS z CLÍNICO GERAL