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JORNALECO
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PANFLETO CULTURAL
H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H
ANO 25 • Nº 502 • JULHO DE 2018 Periodicidade mensal - Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 27/06/2018 11h00
© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)
Av. XV de Novembro, 1807 - Centro - Araranguá Tel. (48) 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com
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p. 10
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(WWW.BRASIL247.COM)
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A comprovação se deu em 2002, quando uma equipe de sete pesquisadores dos Estados Unidos, França e Rússia comparou 377 partes do DNA de 1.056 pessoas originárias de 52 populações de todos os continentes.
HOJE: prevenção ao uso de drogas p. 3 /história da banda municipal p. 5 /salões paroquiais p. 6 e 7 /ameaças naturais no tempo do Bernardino p. 8 /vapor Meta p. 8 /Celso e Getúlio p. 9 /Aderbal, Quincas, João (crônicas)
José Genaro Salvador e sua Foto Salvador deixaram para Araranguá não só registros históricos monumentais, mas também imagens incrivelmente sugestivas e belas, como essa fotografia dos anos 1940 feita no interior da antiga Igreja Matriz, no centro de Araranguá. A composição sacra é muito rica e o enquadramento de Salvador não quer perder nenhum detalhe. O preto e branco captura o silêncio da capela e a tênue dança das chamas das velas quebra a fixidez da cena. A noiva, apoiando-se no altar, evidencia a mão do dedo da aliança matrimonial, repetindo a projeção da mão da santa, que tem lá sua aliança de casamento com Deus. Do ponto de vista enviesado, o conjunto aponta para o lado da cabeça caída de Cristo na cruz e dos olhares da santa, do menino Jesus e dos anjos. Virada para o lado oposto, de onde vem a luz da tarde, e olhando para além do fotógrafo, a noiva, de beleza simples com um vestido básico, como se um pintor a concebera assim para um quadro provinciano, mantém uma expressão facial tão circunspecta quanto à da santa. Uma Mona Lisa sem o sorriso. (Ricardo)
E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00
EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins
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A SANTA, A NOIVA E O FOTÓGRAFO
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ORION EDITORA Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá-SC Brasil
É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.
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A P O I O C U LT U R A L
Nem branca, nem negra, amarela ou vermelha. Na face da Terra existe uma única raça: a humana. Todos nós fazemos parte dela.
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também pela simples sigla A.A., se independe completamente de religiões, política e raças. O indivíduo pode ser até ateu. Mas, como ficou comprovado, à medida que o doente vai se recuperando, a fé num Ser [Poder] Superior lhe toma a alma. Antes da reunião e no seu fechamento, os presentes recitam uma belíssima oração [a “Oração da Serenidade”: Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos, e sabedoria para distinguir umas das outras]. O A.A. não obriga a quem quer que seja cumprir suas responsabilidades, ensinando-lhe, porém, o caminho da recuperação. Às quintas-feiras [com a abertura do grupo já efetivada] são efetuadas reuniões fechadas destinadas aos alcoólatras. Aos domingos, são realizadas a portas abertas, podendo dela tomar parte familiares dos doentes e visitantes em geral. NJ: Consta no livro de atas do Grupo Libertação, então fundado em Araranguá no dia 10 de dezembro de 1973, na Ata n0 1, que “A reunião de inauguração foi realizada no Fronteira Clube com a presença de razoável público composto de senhores e senhoras, jovens componentes da sociedade araranguaense, bem como de diversos companheiros procedentes dos grupos Harmonia, Tranquilidade, Humanitário e Florianópolis, todos da capital do Estado. A reunião foi coordenada pelo companheiro Políbio”. Mas o grupo teve vida curta: a data da última reunião registrada em ata é de 17 de fevereiro de 1974. Foi preciso esperar dez anos para se fundar um segundo grupo de A.A. em nosso município: em 22 de agosto de 1984 nasceria o Grupo Novo Dia, que funciona até os dias de hoje, atualmente realizando suas reuniões em sala alugada próximo à Igreja Sagrada Família, na Cidade Alta. O Novo Dia apadrinhou vários dos grupos atualmente existentes na região da AMESC. z
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A primeira reunião de Alcoólicos Anônimos em Araranguá foi realizada no antigo salão do Grêmio Fronteira, na Getúlio Vargas, em 10 de dezembro de 1973, com a participação de bom público e pessoas interessadas em ingressar na irmandade. Membros de quatro grupos de A.A. de Florianópolis vieram apadrinhar o “Grupo Libertação”, que se formava em Araranguá
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – CORTESIA DOS ANUNCIANTES
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Foi instalada nesta cidade, na noite de sábado passado, a Associação dos Alcoólatras Anônimos [Alcoólicos Anônimos], cuja reunião foi realizada no salão do Fronteira Clube, com a presença de muitos convidados e elementos interessados na causa. A comitiva da sociedade [membros do Grupo] Tranquilidade, da Capital, se fez presente pela sua diretoria [servidores]. A idéia de se instalar nesta cidade uma sociedade de tal quilate teve ótima receptividade, pois essa benemérita associação, composta de alcoólatras anônimos, tem prestado relevante serviço humanitário em todo o mundo. No domingo pela manhã, já em sua sede, à av. Getúlio Vargas, esquina XV de Novembro [esq. leste, no segundo andar do prédio onde antes funcionava o Fórum, sala 4], realizavase a primeira reunião fechada, tendo a ela comparecido os candidatos a sócios [ingressantes], que foram admitidos através de seus padrinhos [“Para ser membro de A.A., o único requisito é o desejo de parar de beber.”]. A reunião foi magnífica em todos os seus aspectos. Os visitantes, pessoas de alta responsabilidade, alcoólatras em recuperação, pelos seus depoimentos, mostraram o valor inestimável da sociedade. Baseado em princípios [conhecidos através dos “Doze Passos”, das “Doze Tradições” e dos “Doze Conceitos”], a sociedade, que se revela
ARARANGUÁ, JULHO DE 2018 • ANO 25 • Nº 502
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Publicado em 8/12/1973, edição 268. Texto: Ernesto Grechi Filho
Só existe uma raça, e ela surgiu na África
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Os Alcoólicos Anônimos
ARQUIVO JORNALECO
Em 22 de agosto o Grupo de A.A. Novo Dia, de Araranguá, completará 34 anos de fundação. Mas em 1973 já acontecera a primeira reunião da Irmandade em nossa cidade, que hoje conta com treze grupos na região
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O primeiro Grupo de Alcoólicos Anônimos em Araranguá
O CLUBE QUE FAZ PARTE DA NOSSA HISTÓRIA Av. XV de Novembro, 2030 - Centro - Tel. (48) 3522-0447 gremiofronteira.com.br facebook.com/gremiofronteiraclube
Minha tia Nair já tinha falecido. Uma noite, então, eu sonho com ela. E ela me diz uma frase de grande efeito que eu nunca esqueceria: O amor liberdade é o amor de verdade. E dia desses, em outro sonho, foi a vez de minha falecida irmã Lola sentenciar: Criança não aprende, criança cresce. (De quem são esses pensamentos? Delas ou meus, que sonhei? Ou serão apenas espasmos do cérebro ou do estômago como dirão alguns? Mas deixemos essas questões para outra hora.) Aí me ocorre uma variação: Ficar grande não é a mesma coisa que crescer. Acho que o Nego Boni já escreveu isso antes, o que serve de reflexão à dependência química. Por exemplo, a pessoa para de usar drogas e “fica grande”: adquire bens, recupera moral, família, saúde, essas coisas. Mas não cresce em relação às drogas. Continua com a mesma personalidade de drogado. Então sofre por que a vontade de usar permanece, tem que “matar um leão por dia” para evitar as drogas, vive fugindo. Ficou grande por que parou de usar drogas e reconquistou respeito e bens materiais e deu alguma paz aos outros. Mas, enquanto não cresce, sofre. A abstinência é uma condição básica para a recuperação, mas não significa estar livre da obsessão pelas drogas. A vontade de usar permanece na abstinência quando não há recuperação. Se o dependente para de ingerir drogas, mas continua igual em atitudes e reações emocionais, a doença – em seu aspecto mental e espiritual – continua a se desenvolver, a obsessão permanece. E assim, mesmo em períodos de abstinência, o dependente continua “escravizado”. Já a recuperação parte da compreensão do problema e do autoconhecimento do indivíduo doente, iniciando um processo de mudança de atitudes morais e espirituais. Com o “crescimento” dado pela recuperação – e esse crescimento é espiritual, transformador –, a libertação começa a se realizar: a droga deixa de fazer parte de suas escolhas, o fantasma da vontade de usar vai embora e a noção dos verdadeiros valores da vida retorna. Quando só se “fica grande”, o orgulho continua dominando. Pelo contrário, a humildade em admitir a doença e aceitar ajuda, abandonando a autossuficiência – condição de quem ainda acha que pode sozinho –, é o primeiro passo para o crescimento e a libertação das drogas. E essa libertação é a recuperação, que significa ser feliz sem drogas, livre da vontade de se drogar.
SER FELIZ SEM ELAS
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Que a vida é melhor sem drogas, todos sabem. Mas ser feliz sem elas é outra coisa. E é disso que tratam as irmandades de mútua-ajuda como os Alcoólicos Anônimos e os Narcóticos Anônimos. É nesse sentido a recuperação que oferecem. z
Dia de matinée no Cine Roxy. Primeiro, no antigo “pulgueiro”. Depois, no “novo”. Lindo, tela panorâmica pra exibir cinemascope. O comum, aos domingos, eram sessões lotadas de gurizada baderneira, atraída por “Capitão América” e “Flash Gordon”, versões originais, das antigas. Ficava-se uma semana esperando o próximo episódio. Coisas estupendas a fantasia dos infantis da época: vibrar com o Capitão América caindo de um prédio enorme e se safar ao cair dentro de um caminhão carregado de sacos de farinha, sem um ferimento sequer. O Flash Gordon combatendo o Dr. Zarkov, o “bandidão” intergaláctico do Planeta Ming. Ao lado de Flash, o fortíssimo Príncipe Barin e o par de Flash, a bela Dale. Cunhamos nossa personalidade aí e também assistindo Tom Mix, Roy Rogers, Allan Rocky Lane. Sem esquecer as chanchadas nacionais de Oscarito e Grande Otelo, Mazzaropi, Ankito e filmes estrelados por José Lewgoy, sempre do lado mau. Foi ali que, um dia, vi em cena Gilberto Martinho, araranguaense das Cangicas, de quem tanto falavam. Depois, ele se destacou em papeis importantes na televisão. Foi o “Falcão Negro”, personagem criado para ele na antiga Tupi. Na Globo, estrelou 16 filmes e trabalhou em 34 novelas, podendo lembrar-nos de algumas: Sangue e Areia, Irmãos Coragem, Selva de Pedra, Carinhoso, Pecado Capital, Escrava Isaura, Cabocla, O Tempo e o Vento, Salvador da Pátria, para ficar nas mais famosas. Tudo isso me passa rápido na memória, em cores e sons do tempo. Porém é impossível esquecer do “esquenta”, palavra inexistente na época: a troca de figurinhas e gibis na frente do cinema com amigos colecionadores. Depois, entrando no cinema em hordas bagunceiras, comprar balas de gergelim para saborear lá dentro. E a cada momento de sensação, quando o “mocinho” chegava para salvar a “mocinha”, a torcida infernal com gritos e batidas de pé no chão. Tudo sincronizado, entendido e suportado com galhardia pela direção do cinema. Acabava a cena, cessava o barulho ou a “torcida”. Quantas paixões nasceram e morreram a partir dessas sessões...
Dr. Ivan Holsbach MÉDICO PEDIATRA Eletroencefalograma - Mapeamento Cerebral RESP. TÉC.: Dr. Carlos Roberto de Moraes Rego Barros - CRM 3270 RQE 2755
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A BANDA uplemento
CEM ERROS DE PORTUGUÊS - 2 http://www.culturatura.com.br/gramatica/ortografia/erros.htm 9 - "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter. 10 - "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use “por que” separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. “Porque” é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado. 11 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige “a”: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com “a”: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes. 12 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória. 13 - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias. 14 - Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinquenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).
CASA DA MÃE JOANA Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a minoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase “casa da mãe Joana” ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda. (site Portal das Curiosidades)
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LIBERDADE E CRESCIMENTO
Paixões do velho Cine Roxy
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Não se pode negar: as drogas, muitas vezes, nos dão um tremendo impulso motivacional em nossos empreendimentos diários. Um verdadeiro empurrão, é a pura verdade; para depois nos jogar no chão.
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EMPURRÃO
Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo; quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo. CONFÚCIO
ADERBAL MACHADO
Só existem dois dias no ano em que não se pode fazer nada. Um se chama ontem, o outro, amanhã. DALAI LAMA
CASTELOS NA AREIA Num dia de verão, eu estava na praia, espiando duas crianças na areia. Trabalhavam muito, construindo um castelo de areia molhada, com torres, passarelas e passagens internas. Quando estavam perto do final do projeto, veio uma onda e destruiu tudo, reduzindo o castelo a um monte de areia e espuma. Achei que as crianças cairiam no choro, depois de tanto esforço e cuidado, mas tive uma surpresa: em vez de chorar, correram para a praia, fugindo da água, rindo, de mãos dadas e começaram a construir outro castelo. Compreendi que havia recebido uma importante lição: tudo em nossas vidas, todas as coisas que gastam tanto de nosso tempo e de nossa energia para serem construídas, tudo é feito de areia; só o que permanece é o nosso relacionamento com as outras pessoas. Mais cedo ou mais tarde, a onda virá e irá desfazer o que levamos tanto tempo para construir. Quando isso acontecer, somente aquele que tem as mãos de alguém para segurar será capaz de rir. (catada na Internet)
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charadas 1. Na turma da Mônica, quem fala errado é a Mônica ou o Cebolinha? 2. Qual a diferença entre o avião, o louco e o Ayrton Senna? 3. Por que o cão entrou na igreja? 1. A MÔNICA, PORQUE O CEBOLINHA FALA “ELADO”. 2. O AVIÃO É TAM, O LOUCO É TAM TAM, E O AYRTON SENNA É TAM TAM TAM... TAM TAM TAM. 3. PORQUE ELE É UM CÃO PASTOR.
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Só existe uma raça, e ela surgiu na África Nem branca, nem negra, amarela ou vermelha. Na face da Terra existe uma única raça: a humana. Todos nós fazemos parte dela
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MUITAS DIFERENÇAS Na sua longa evolução até atingir a sua forma humana final, nosso ancestral foi se adaptando fisicamente às condições ambientais. Perdeu os pelos
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do corpo, provavelmente há pouco menos de 2 milhões anos, por que começou a fazer longas caminhadas e precisava esfriar o corpo. Sem pelo, ficou com o corpo exposto e as células que produziam melanina se espalharam por toda a pele. A mudança na coloração da pele foi descoberta em 1991 pela antropóloga Nina Joblonski, da Academia de Ciências da Califórnia, ao encontrar estudos que mostravam que pessoas de pele clara expostas à forte luz solar tinham níveis muito baixos de folato. Como a deficiência dessa substância em mulheres grávidas pode levar a graves problemas de coluna em seus filhos, e como o folato é essencial em atividades que envolvam a proliferação rápida de células, tais como a produção de espermatozóides, a antropóloga concluiu que nos ambientes próximos à linha do Equador, a pele negra era uma boa forma de manter o nível de folato no corpo, garantindo assim a descendência sadia. Para provar suas teorias a respeito de cor da pele, Nina Joblonski usou um satélite da NASA e criou um mapa de padrões de radiação ultravioleta em nosso planeta, mostrando que o homem evoluiu com diferentes cores de pele para se adaptar aos diferentes meio-ambientes.
TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net
Assim, o homem saiu da África e chegou à Ásia, e de lá foi para a Oceania, a Europa e por fim para a América. Nas regiões menos ensolaradas, a pele negra começou a bloquear demais os raios ultravioleta, sabidamente nocivo mas essencial para a formação da vitamina D, necessária para manter o sistema imunológico e desenvolver os ossos. Por isso, as populações que migraram para regiões menos ensolaradas desenvolveram uma pele mais clara para aumentar a absorção de raios ultravioleta. Portanto, a diferença de coloração da pele, da mais clara até a mais escura, indicaria simplesmente que a evolução do homem procurou encontrar uma forma de regular nutrientes. Ao se espalhar pelo mundo, os humanos só tinham uma arma para enfrentar a grande variedade de ambientes: sua aparência. Para enfrentar o calor excessivo, a altura ajuda a evaporar o suor, como é o caso dos quenianos. O cabelo encarapinhado ajuda a reter o suor no couro cabeludo e a resfriá-lo; o oposto vale para as populações das regiões mais frias do planeta. O corpo e a cabeça dos mongóis, que se desenvolveram por lá, tendem a ser arredondados para guardar calor, o nariz, pequeno para não congelar, com narinas estreitas para aquecer o ar que chega aos pulmões, e os olhos, alongados e protegidos do vento por dobras de pele. Cada um de nós é único, e sabemos disso por que podemos identificar perfeitamente um indivíduo por seu código genético, a não ser que tenha um gêmeo idêntico. Mas, em se tratando de grupos, sabe-se que as diferenças não escondem diferenças genéticas. As populações da África Central e da Papua-Nova Guiné, parecidos fisicamente, pois viveram no mesmo tipo de meio ambiente, tem os patrimônios genéticos mais diferenciados no mundo. z
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e variedade nos centros urbanos, gerando crimes, doenças e morte como nunca antes. Diante disso, a sociedade tem se organizado para entender o problema e encontrar soluções através de ações nas áreas da saúde, da educação e da segurança. Existem vários cursos e publicações sobre o tema (um ótimo material está disponível em www.unodc.org/documents/lpo-brazil/noticias/2013/09/ UNODC_Normas_Internacionais_PREVENCAO_portugues.pdf). Toda campanha busca valorizar os fatores de prevenção e diminuir os fatores de risco, mas só o fato de lembrar as drogas e que elas estão por aí já incide em risco. A seguir, avaliamos duas questões no discurso dos modelos básicos de prevenção. Elaboração e texto: Ricardo Grechi*
DISCURSO MORALISTA/REPRESSIVO
DISCURSO INFORMATIVO/REDUTOR DE RISCOS
O QUE É DROGA? Droga é um mal. Um caminho sem volta, que acaba sempre em um dos três “cês”: clínica, cadeia ou cemitério. PRÓ: Divulgam situações aterrorizantes capaz de assustar as crianças, mantendo-as afastadas das drogas. CONTRA: Ao atribuir um caráter de fruto proibido às drogas, pode estimular a curiosidade dos adolescentes para usar. O discurso se resume a meias verdades, quando desconsidera, por exemplo, o prazer, a diversidade de contextos subjetivos e culturais no uso de drogas e o exemplo de pessoas que usam sem problema. O uso por si só pode causar danos, mas não a dependência como doença, que implica fatores genéticos. QUEM USA DROGA? Usar droga é coisa de otário. Droga vicia e destrói a vida de quem a usa. Pessoas espertas não usam droga. PRÓ: Com seu lema proibitivista “diga não às drogas”, faz contraponto ao ardil publicitário das cervejarias que associam a bebida somente ao prazer, à interação social, ao sucesso de carinhas famosas, aos esportes — se o ato de beber é um direito e a maioria das pessoas pode fazê-lo sem problema, a propaganda irrestrita de cerveja, por sua vez, é um crime lesa-humanidade que alicia potencialmente as crianças e incentiva abertamente as pessoas a beber mais. CONTRA: O discurso moralista/repressivo pode alimentar mitos e preconceitos, pouco contribuindo para a receptividade dos públicos-alvo à prevenção de ordem secundária (evitar a evolução do uso) e terciária (com dependentes). Muitas pessoas usam drogas eventualmente sem criar problemas. O problema está no uso abusivo (que é uma das maiores causas de acidentes de trânsito) e na dependência (uma das maiores causas de morte). A ideologia moralista compromete os usuários moderados e estigmatiza as pessoas portadoras do transtorno, retirando do centro a doença como caráter fundamental da dependência química, passível de tratamento (e de recuperação, quando o doente admite sua condição e aceita ajuda). Mais emotiva que reflexiva, a ideologia moralista se baseia na morbidade e nos danos sintomáticos, fazendo seu campo de “guerra às drogas” na ponta do iceberg. Por seu apelo dramático, é recorrente em campanhas políticas e institucionais, que mais alarmam do que instruem.
O QUE É DROGA? A droga por si só não é boa nem má. Naturais ou sintéticas, quando ingeridas produzem algum efeito no organismo. As drogas psicotrópicas, ou substâncias psicoativas, agem no circuito de recompensa cerebral, interagindo com os neurotransmissores. Existem drogas lícitas (álcool, fumo, medicamentos psiquiátricos) e ilícitas (maconha, ecstasy, cocaína e seus derivados como o crack etc.). O uso e o efeito das drogas variam muito, mas toda droga tende a produzir relaxamento ou euforia e isso provoca a continuidade do seu uso pelas pessoas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 10% das populações urbanas consome drogas abusivamente. PRÓ: É realista ao expor cientificamente as drogas e sua ação no sistema nervoso central e o porquê de as pessoas sentirem tanta atração pelos seus efeitos. Sem esse conhecimento não se tem como problematizar todos os aspectos da relação da sociedade com as drogas e da drogadição. CONTRA: Depois de conhecer cientificamente o que são drogas e como agem no cérebro, alguém poderá se sentir mais seguro para experimentar ou continuar usando. QUEM USA DROGA? Usar ou não usar é uma escolha individual. A maioria dos adultos já experimentou algum tipo de droga. Desses, a maior parte são usuários esporádicos, com um número inferior de não usuários, de usuários abusivos e de dependentes. A OMS considera a síndrome da dependência química uma doença primária, em si mesma, não como sintoma de outros transtornos ou específica de determinados tipos de personalidade. PRÓ: Reconhece e diferencia a condição dos usuários, estabelecendo programas preventivos, tratamentos específicos e ações para redução de danos. Diferentemente do modelo moralista, é objetivo e não se detém em estereótipos. Considera que qualquer pessoa, independentemente de sexo, etnia, intelecto, classe social e econômica, depois de entrar em contato com algum tipo de droga, poderá desenvolver a dependência química, que se dá pela interação do ambiente com fatores genéticos (predisposição). CONTRA: Por seu dote científico e profissional, pode tender ao psicologismo e ao sociologismo, desprezando valores espirituais e programas de recuperação efetivos como A.A. e N.A.
(*) ALUNO DA 5A FASE DE FILOSOFIA - UNISUL / Referências: Livros: Dependência química: prevenção, tratamento e políticas públicas, Artmed, Porto Alegre, 2011; Prevenção do uso de drogas, SENAD, Brasília, 2013; Alcoólicos Anônimos, 4a edição. Cursos: Drogas: saiba como evitar educando para a vida e formando cidadãos, UNESC, 2008; Dependência química: diagnóstico, tratamento e prevenção, por Dr. Luiz Renato Carazzai, Criciúma, 2012.
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humanas, implica em demonstrar a existência de grupos distintos, possuidores de traços “comuns” entre si e de particularidades que não se encontraram em nenhum outro grupo. É claro que entre um senegalês, um cambojano e um italiano existem, evidentemente, diferenças físicas visíveis: cor da pele e dos olhos, tamanho, textura dos cabelos etc. Mas hoje em dia já sabemos que o patrimônio genético dos três é extremamente próximo. A descoberta dos grupos sanguíneos, da variação das enzimas, das sequências de DNA, dos anticorpos e tantas outras, puseram em evidência o parentesco dos homens entre si, assim como sua extraordinária diversidade. Uma combinação de genes, frequente numa população e rara em outra, é, assim mesmo, potencialmente presente em toda parte. A comprovação se deu em 2002, quando uma equipe de sete pesquisadores dos Estados Unidos, França e Rússia comparou 377 partes do DNA de 1.056 pessoas originárias de 52 populações de todos os continentes. O resultado mostrou que entre 93% e 95% da diferença genética entre os humanos é encontrada nos indivíduos de um mesmo grupo e a diversidade entre as populações é responsável por 3% a 5%. Ou seja, dependendo do caso, o genoma de um africano pode ter mais semelhanças com o de um norueguês do que com alguém de sua própria cidade na África! O estudo também mostrou que não existem genes exclusivos de uma população, nem grupos em que todos os membros tenham a mesma variação genética.
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www.BRASIL247.com/pt/247/revista_oasis/89206/S%25C3%25B3-existe-uma-ra%25C3%25A7a-e-ela-surgiu-na-%25C3%2581frica.htm [trecho]
DIZER, hoje em dia, que existem raças
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As drogas estão indissoluvelmente ligadas às nossas vidas através dos medicamentos em geral, que são benéficos à saúde se usados racionalmente. Mas o objeto deste texto são as substâncias psicoativas — remédios psiquiátricos e drogas recreativas ou de abuso (álcool, maconha, cocaína etc.) —, que agem no cérebro alterando as sensações, a percepção e o humor. Segundo a OMS, não há dose segura na administração ou uso dessas drogas (terapêutica e toxidade partem do mesmo ponto), e quando se ultrapassa o consumo regulado ou eventual podem surgir sérios problemas para a pessoa e para a sociedade. Nas últimas décadas, o uso indevido de drogas psicotrópicas agravou-se com a maior oferta
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O pouco que sei de Dona Beta
Festa de S. Roque e outras de Morro da Fumaça
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Nos idos das décadas de quarenta, cinquenta e início de sessenta do sé-
RICARDO GRECHI / 1995
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F O R M AT U R A S E A S S E S S O R I A
desculpas e atender ao justo reclame daquele homem. Grande que era, Celso poderia ter peitado a mulher. Mas não o fez. Ele simplesmente virou as costas e foi embora sem dizer mais nada além da queixa declarada na chegada. Assim evitou o pior e, como se dissesse “toma que a vó é tua”, conseguiu que o menino parasse de jogar pedras.
Getúlio Guilherme Peplau
Terra Estranha, de James Baldwin, com que me presenteou, escrevendo as seguintes palavras na primeira folha: “Ricardo, ‘Another Country’ foi o bestseller mais lido nos E.U.A. nos anos 60 a 90. A realidade demonstrada na morte do personagem principal não impediu a continuidade do livro e a vida dos demais. Demonstração clara e realista da nossa própria vida; onde, quando da passagem da vida ficam as lembranças e referências de um tempo carismático da nossa existência e importância.”
CONHECI O GETÚLIO EM 2002. Em seguida ele foi morar no Arroio Em 2011, Getúlio realizou o sonho do Silva, onde, àquela época, eu de visitar Maceió e rever seus filhos passava bastante tempo. Começamos, então, a nos encontrar para conversas que podiam durar a tarde inteira, e para jogarmos canastra em sua casa com alguns dos nossos amigos, mais frequentemente o Macau, o Macir, o Márcio e o Ricardinho. Em 2010 deixei o Arroio e voltei a residir em Araranguá, passando a ver menos o Getúlio. A última vez que estive com ele foi no escritório do advogado José Mario De Boni, na Galeria Alvorada. O Zé Mario era um dos amigos que no final de sua vida o Getúlio mais prezava. No verão de 2006, aconteceu um fato Em 2003, o Getúlio começou a contricurioso. Havia uma estantezinha com livros buir com o JORNALECO, arrumando vários usados para venda no Correio do Arroio patrocinadores no Balneário Arroio do Silva, do Silva. Folheando um e outro, acabei como a Drogaria Marista, conosco até hoje. achando um livro com a assinatura do Entrevistando personalidades como Antoniarquiteto Paulo Reschke. No outro dia, fui nho Borges (2003, J.185/496) e Mariano visitar o Paulo e o Enio Frassetto em seu Mazzuco Neto, seu colega de bancos escoatelier, no Calçadão de Araranguá. Falei lares (2006, J.250), ele deixou grande contrido livro. Paulo ficou muito surpreso. O buição para nosso panfleto e nossa história, livro lhe pertencera, de fato, e ele o havia também criando a coluna “Onde Fica?”, perdido nos anos 70, em Porto Alegre. E sobre locais famosos de antigamente. agora, 30 anos depois, o livro reaparecia Dele, dizia Guido Zimmermann, seu num pequeno sebo do Arroio do Silva. grande amigo nos últimos anos: “O Getúlio O Paulo, então, quis recuperá-lo. Tele- é um rolo compressor”, referindo-se à sua fonei para o Getúlio, que estava no Arroio. capacidade de trabalho e dinamismo. E ele Expliquei o caso e pedi que ele fosse até o era assim: quando arregaçava as mangas, Correio, o mais rápido possível, comprar fazia as coisas acontecer em eventos, elaboeste livro, que depois lhe seria devolvido o ração de documentos e em outros serviços, valor pago. O Getúlio, muito solícito, foi a maioria assumida voluntária e gratuitalá em seguida e comprou o dito livro, que mente, como fora com o JORNALECO e o retornou para as mãos do Paulo. era na assistência aos amigos. Na ocasião, meu amigo comprou outro Getúlio, araranguaense da gema, faleceu livro daquela estante: o romance Numa em 10 de junho de 2014, aos 63 anos. z ACERVO DO GETÚLIO
NA METADE DA DÉCADA DE 1980, o Celso começou a frequentar a “Praça”. Ele era vistoso por sua aparência (o “nórdico” do Miguel Falabella no Sai de Baixo: “alto e louro”) e por seus modos expansivos. Difícil não percebê-lo no ambiente. Depois ele veio a ser meu vizinho na Cel. João Fernandes. Era mesmo uma pessoa extrovertida, e tornou-se um amigo leal. Celso era honesto, solícito e dedicado. Tanto que em 1994 convidei-o para trabalhar na Gráfica Orion. Ele ajudava na oficina, fazia entregas e cobranças e distribuía JORNALECO. Estive com ele, pela última vez, num encontro casual na Caetano Lummertz, perto da locadora de DVDs Arte Ambiente. Conversamos bastante e ele estava feliz. O Zezo Rocha, que passava por lá, também parou e se juntou a nós. Foi uma agradável e feliz reunião, que nunca vou esquecer, pela alegria e descontração na conversa com aqueles meus dois amigos. Em janeiro de 2014, eu estava no Arroio do Silva e o Celso me telefonou só para saber como iam as coisas. Ele morreria pouco depois, em 4 de março, aos 56 anos. O Celso possuía um espírito gentil, e normalmente preferia uma boa prosa do que brigas e bate-bocas. Lembro que uma vez ele foi reclamar, num apartamento vizinho, de um guri que estava jogando pedras no telhado da casa dele. A avó do menino veio à porta e respondeu-lhe agressivamente, vociferando ofensas descabidas e palavrões, quando só lhe era devido pedir
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a presença de minhas esperanças pelos corredores do mundo. Sei que chega às 9h, em ponto, e vem de longe (uma variável constante). No ônibus “cata-corno” do Arroio – quase uma lata de sardinha, regida pelos pescadores do Morro dos Conventos, arrogantes usam caminhão pra pescar. Essas raridades de Araranguá como as paradisíacas calçadas de grama pela Coloninha. O espírito, de Dona Beta, é bem adjetivado no uso formal da palavra faceiro. Pouco utilizada em outras regiões brasileiras. Trata todo mundo pelo nome – acena quando chega, abraça quando vai. Uns prometem baile de gala nas quermesses de junho, outros juram casamento com a Dona. Sem que saibam observo os movimentos da mulher – fortes e seguros. Às 9h15 o café já serve os preguiçosos e preguiçosas do Instituto, me serve as utopias, as seguranças de deitar confortável. Livro-me, aos poucos, de associar as pessoas aos objetos e ferramentas, já que fui varrido de casa pelo mundo, mas tenho os privilégios de esbarrar com as Betas que me abraçam com carinho e perguntam se tenho dormido bem. Saúde (à classe média que propõe as mudanças sem saber o nome dos porteiros) Pública!
culo passado, os acontecimentos sociais: bailes portentosos, festas religiosas, futebol de várzea (os mais comuns) alcançavam muito mais apelos populares que hoje. Até novelas radiofônicas entravam nessa conta, pois a televisão não existia entre nós para alienar muitas famílias do que acontece fora de seus restritos e estreitos mundos eletrônicos. Na vila de Morro da Fumaça, a festa de São Roque durava mais de uma semana: as famosas novenas. Famílias inteiras acorriam dos diversos lugares; algumas acampavam ao redor da capela. Trinta dias antes nenhum alfaiate aceitava mais encomendas de ternos e fatiotas. O povo inspirava e expirava festa, era só do que se falava. No dia da festa (16 de agosto) a vila palmilhava de gente. A rua principal passava bem no meio do povoado e não era pavimentada. Geralmente por essa época chovia muito, então o lamaçal surgido com os movimentos de caminhões e ônibus que atravessavam a rua durante a semana, mais os pisoteares das pessoas, apinhadas, passeando de um extremo a outro do centro, formava um verdadeiro “mar de lama”. Lembro bem (ainda era criança) de um dos concorridos bailes de Carnaval no aristocrático Clube XV de Novembro. As famílias se divertiam cantando e dançando marchinhas como: Mamãe eu quero…, A Sempre Viva…, Oh! Hibraim, Piu, Piu… e outras. Havia na comunidade um homem (Quintino) de família tradicional italiana, alto e magro – como diria o humorista Mixaria: “Multiplica!”. Voz forte, grossa e grave. Dançava sempre sozinho, braços erguidos, dedos indicadores em riste, “gritando” com sua voz de trovão: “A Sempre Viva é uma flor maravilhosa. Não tem perfume mas é… cheirosa!”. No futebol, um cidadão urussanguense, residente no Distrito de Morro da Fumaça, porque era genro do “seu” Naspolini, dono do Bar Central, gostava muito de “radiar” os jogos de seu time do coração: o Urussanga Esporte Clube. Num desses jogos, o atacante do time chutou uma bola que passou rente ao travessão no que o “spiker” gritou: “Golooooooo!” Quando percebeu que a bola não havia, de fato, entrado, replicou: “Non, non, non! Porca miséria! Non foi golo!” Nas noites de verão as famílias costumavam se reunir nos terreiros – em noites enluaradas – para contar causos, anedotas e as novidades do rádio. Por falar nisso, todo mundo acertava seus relógios através da Rádio Relógio, sediada no Rio de Janeiro que, de minuto em minuto, mantinha os brasileiros atualizados. Aí vem uma anedota que ouvi envolvendo esse assunto: Um dono de salão de bailes, querendo dar um toque de modernidade e novidade nos seus eventos adquiriu centenas de rádios de pilhas e fones de ouvido. O casal que quisesse dançar alugaria esses aparelhos, sintonizava uma estação de rádio que estivesse tocando uma música (quase sempre sambas, boleros, valsas), ajeitavam seus fones de ouvido nas orelhas e dançavam à vontade. Cada casal dançava um ritmo diferente. Um gaiato alugou seu radiozinho com fone de ouvido e convidou uma moça para dançar. Só que, em vez de rodopiar, valsear, ou sambar, o casal, agarrado, se mantinha no mesmo lugar com um movimento de vai e vem meio estranho. O dono do salão, indignado, foi chamar a atenção do casal. “Que pouca vergonha é essa?! Vocês deveriam estar dançando como todo mundo aqui, e não esse movimento de vai e vem, que deixa todo mundo envergonhado!” Ao que o gajo tirou o fone de seu ouvido, ajeitouo na orelha do homem e este “viu” em qual estação estava ligada: a Rádio Relógio: tic-tac, tic-tac, tic-tac…
PUBLICADO EM JUNHO/2014. ATUALIZADO PARA ESTA EDIÇÃO
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No trabalho novo, Dona Beta é
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O vapor Meta
j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)
F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F
O Meta foi construído no estaleiro AG Vulcan, em Hamburgo, Alemanha. Media 32,56 metros de comprimento e 8,26 metros de largura. Era movido por duas hélices e duas máquinas, possuía energia elétrica e acomodações para passageiros. Ele chegou a Florianópolis em “Em dezembro de 1905 chegou pela primeira vez a esta vila o vapor ‘Meta’, comprado especialmente para 1905, adquirido por navegar para o Araranguá. Teve uma recepção festiva” (anotação e fotografia de Bernardino Campos) Karl Hoepcke, que deu o nome de uma de suas filhas Araranguá, causando prejuízo geral. Catarina, alongando a rota da (Meta Luise) à embarcação. O Meta esteve em serviço durante 12 Empresa Nacional de Navegação Por suas características, o anos. Em 1917 ele foi transferido para o transporte de cargas e Meta foi adquirido para superar a passageiros. devido aos constantes baixios da barra do rio Araranguá com seus barra do rio Araranguá, que Durante o ano de 1908, entre os acentuados baixios, efetuando causavam prejuízo para a empresa meses de maio e agosto, o barco viagens ao extremo sul de Santa Hopcke. ficou encalhado na barra do rio COLABOROU VALDEMAR HAHN JÚNIOR
ANO VI - 4 DE JULHO DE 1965 - Nº 124
1965. A banda musical de Araranguá está desativada. O CORREIO DE ARARANGUÁ levanta sua história e divulga que um grupo de pessoas está se reunindo para reativá-la
Banda Musical Santa Cecília - sua vida , sua história
AMEAÇAS NATURAIS EM ARARANGUÁ EM FINS DO SÉCULO 19 E INÍCIO DO SÉCULO 20 DAS ANOTAÇÕES DO TELÉGRAFO BERNARDINO DE SENNA CAMPOS EM SEU DIÁRIO
Terrível tufão de vento sudoeste “Em 12 de março de 1900 desabou, a 1 da tarde, sobre esta vila, terrível tufão de vento sudoeste, causando inúmeros estragos, destelhando casas, quebrando árvores, dando-me prejuízo no telhado de meu chalé. Tivemos de correr para a rua, temendo a casa desabar. Terminou com muita chuva e trovoada às 3 horas da tarde”.
Casa de Bernardino atingida por um raio “No dia 25 de junho de 1905, dando-se uma trovoada e estando, às 8 horas, todos deitados, porém não dormindo, e tendo-se já dissipado a trovoada, inopinadamente, sem prevermos, caí uma faísca elétrica numa lança de ferro que havia em cima do telhado, que servia mesmo de para-raios, mas estava provisoriamente des-
Tremor de terra em Araranguá “Em 29 de dezembro de 1908, às 11 horas da noite, sentiu-se ligeiro tremor de terra, assim como em Tubarão, Laguna e outros pontos. Eu, estando dormindo, nada percebi, mas a Ambrosina, que estava acordada, sentiu e chamou-me, assim como ao Mingote e mais algumas pessoas da vila.”
Trechos extraídos do livro Memórias do Araranguá, edição dos diários de Bernardino de Senna Campos organizado por Pe. João Leonir Dall’Alba, p. 60, 76, 106 e 111. Lunardelli, 1987
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“Nos dias 23, 24 e 25 de setembro de 1897, caiu sobre esta vila e em todo município forte lestada, ventania forte e chuva, causando uma enchente em todos os rios. Como dizem os antigos moradores, nunca houve igual. Transbordou o rio Araranguá, arrombando a barra junto ao Morro dos Conventos. Houve inúmeros prejuízos em toda a Comarca, sofrendo também minha casinha”.
ligada da chapa da estação, como esteve até ali. O estrondo foi enorme, abalando toda a casa. O raio desceu o fio condutor da lança, que estava solto em cima do telhado, derreteu-o levando umas duzentas telhas, descarregando-se na casa. Desceu pelas ferragens de uma porta de vidro, quebrando tudo, jogando as portas no meio da sala, sumindo-se a faísca no alicerce da casa, fazendo grande rombo. Encheu-se a casa de poeira do forro, de fumaça, cacos de tijolos, das portaladas, vidros, caliça das paredes, ficando o vão da porta aberto, sem as dobradiças. (...) Graças a Deus não houve vítimas a lamentar. (...) No aparelho da estação apareceu uma linha queimada...”
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Ventania e a maior enchente até então
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A propósito da reorganização da Banda Musical Maestro Serafim Silva, antiga Santa Cecília, achamos oportuno levar ao conhecimento dos nossos leitores da cidade, um pouco de sua história, que já vai se afundando nas profundezas do tempo. A primeira ata lavrada foi por ocasião de sua fundação, o que se deu no dia 3 de abril de 1923. “Ata do assentamento da Pedra Fundamental do edifício da Sociedade Musical Santa Cecília. Aos três dias do mês de abril do ano de 1923, trigésimo quarto da República, data comemorativa da criação do município de Araranguá, nesta mesma cidade, Estado de Santa Catarina, sendo Presidente da República o Dr. Arthur da Silva Bernardes, Governador do Estado o Dr. Hercílio Pedro da Luz, Juiz de Direito desta Comarca o Dr. Aprígio Gomes de Melo Cavalcante e Superintendente Municipal o Cel. João Fernandes de Souza, substituído nesta ocasião pelo Sr. Capitão Damásio Fernandes Machado, às dezesseis horas, na Praça Dr. Hercílio Luz, reunidos a Diretoria, Corpo Executante e mais sócios da ‘Sociedade Musical Santa Cecília’, abaixo firmada, foi pelo Sr. Albino Pereira de Souza, Presidente da Sociedade, assentada a Pedra Fundamental deste edifício a qual se encontrará no centro de sua fachada contendo a presente ata. E para constar lavrou-se esta ata que, depois de ser lida e assinada por todos, foi colocada em um vidro para este fim destinado. Eu, Pedro Xavier Anastácio, secretário, a escrevi. Assinado: Albino Pereira de Souza, presidente; Procópio Caetano da Silva, vice-presidente; Pedro Xavier Anastácio, secretário; Antonio Luiz de Freitas, 1º tesoureiro; Gualberto Apolinário Pereira, 2º tesoureiro; Mario Vilar Rabelo,
CN
fiscal; Serafim Bernardino da Silva, gerente; João Luiz Pereira, Vicente Larroyd, José Pereira de Souza, Pedro Marto Pereira, Jardelino Espíndola, Antonio José da Silva, Domingos Pascasio da Silva, José Luiz Pereira, Manoel Mattos, Álvaro Mattos, João Raupp, Euclides Orige, João Luchina, Agenor Procópio da Silva, Leôncio Estevam de Mattos, Arão Fidelis, Raimundo Querino Nunes.” Mais tarde, em 1930, foi lavrada outra ata, na qual ficou registrado que a Sociedade Musical estava atravessando sérias dificuldades, e por iniciativa do prefeito municipal deveria ser recuperada. Assumiu então a presidência Joaquim Rodrigues Mourão, tendo como membros da diretoria Altícimo Tournier, Gualberto Apolinário Pereira, João Campos Sobrinho, Antonio Raupp, Theodomiro Baltazar. A comissão para a elaboração dos estatutos ficou a cargo de Fontoura Borges, Jorge Carneiro, Santi Vacari, Procópio Caetano, Vidal Alves e Major Alcebíades Seara. AHA
Sociedade Musical Santa Cecília, anos 1940
Julgamos interessante citar os nomes dos cidadãos que tomaram parte naquela histórica reunião, comprometendo-se a reorganizar tão útil entidade. Além dos elementos citados como componentes da diretoria, figuravam mais os senhores Domingos Campos, Manoel Teixeira, José Ferreira Maciel, Vidal Pereira Alves, José Maciel Filho, Moacyr Grechi, Aristides Fernandes, Nicolau Bacha, Mario Vilar Rabelo, Antonio Inácio Machado, João Luiz Pereira, Ascendino Vieira Maciel, Leopoldo Rosa Neto, Antonio Raupp, Antonio Luiz de Freitas, Leôncio
Estevam Matos, Jorge da Cunha Carneiro, Alexandre Pietz, Oscar Raupp, Santi Vacari, Antonio Rodrigues, Jonas da Silva Medeiros, Manoel Luiz Faustino, Norberto Gomes, Bartolomeu Joaquim Pereira, Max Leite, Dorval Borges, Bonifácio Soares, Mario Azevedo Silveira, João Alves Garcia, José Brasil, Amaro José Pereira, Manoel Amaro Pereira, Ernesto Grechi, Jorge Bacha, Gualberto Apolinário Pereira, Vicente Larroyd, Olinto Souza e Francisco D. E. Elias. Numa justa homenagem aos componentes dessa tradicional corporação, fizemos questão de nomeá-los, a fim de que seus descendentes continuem imprimindo esforços para a consecução de tudo quanto diz respeito às coisas da cidade. Até 1935, funcionou a Sociedade normalmente, sendo que, dessa data em diante, somente consta uma outra ata, lavrada em 1943, na qual o sr. Ramiro Cabral Ulysséa passa a diretoria para o sr. Tomaz da Rosa Luz, que dirigiu os destinos da Banda até fevereiro de 1955, data em que passou a presidência ao sr. Atonio Luiz de Freitas. Daí para cá, com o falecimento do presidente, que orientou a sociedade até há pouco, paralisaram suas funções. Por esse motivo, um novo grupo de araranguaenses, sob a liderança dos senhores Mario Pinto e Ramiro Cabral Ulysséa, resolveu reerguer a Sociedade Musical Santa Cecília, já com a denominação de “Maestro Serafim Silva”, reunindo em assembleia descendentes e remanescentes dos velhos grupos. Compareceram à reunião os senhores Waldemar Pacheco, Artur Campos, Walter Belinzoni, Walter Freitas, João Campos Sobrinho, Mario Pinto, João Manoel Rocha, Daut Izidoro, Artur Bertoncini, Miguel Elias, Artur Edvirges Pereira, Elias Bacha, Ivan Rabelo, Ernesto Grechi Filho e Ramiro Cabral Ulysséa. Desta forma, esperamos que num futuro próximo a tradicional Banda Musical Maestro Serafim Silva esteja com seus acordes inundando os céus araranguaenses, para a alegria e satisfação de nossa gente.
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ARARANGUÁ / SC
Os salões paroquiais do Santuário Diocesano N.S. Mãe dos Homens ○
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FOTO MINISTER (REPRODUÇÃO DE CLICHÊ / FOLHA DO VALE)
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tória do povo católico de Araranguá era construída, outras ações se efetivavam, em paralelo, para que a Igreja tivesse uma estrutura suficiente no atendimento aos seus fiéis. Para isso, muitas pessoas trabalharam voluntariamente na construção e suportes dessas obras que também fazem parte da nossa história araranguaense. CAPÍTULO I O PRIMEIRO SALÃO PAROQUIAL
O “terceiro” salão paroquial, em fase de construção no final dos anos 1970
O “segundo” salão paroquial, no alto, à esquerda da Igreja Matriz, em dia de festa nos anos 1950
BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA
Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112
Temos o depoimento dos baluartes da construção desse terceiro e grande salão paroquial, cuja denominação passou a ser “Centro de Pastoral”. É importante registrar que toda a equipe empenhada nesse empreendimento serviu de forma voluntária por sete anos (19781984), do início até o final da obra. Em contato com Enio Frassetto, ele nos deu as primeiras e fundamentais informações. Enio foi o desenhista do projeto e ainda tem guardados todos os desenhos relativos à obra. Abrindo a papelada, identificamos a data, novembro de 1978, e o nome do engenheiro responsável: Luiz Gonzaga Inácio. A área total do pavilhão principal era de 2.126,06 metros quadrados. O salão de festa do térreo media 549 metros quadrados, equipado com churrasqueiras, sanitários, bar e cozinha, além de espaço reservado para instalação de elevador. No primeiro andar, a obra era projetada para um salão de festas de 362 metros quadrados somados ao espaço para dois apartamentos, que não chegaram a ser construídos. No segundo andar, um auditório com palco medindo 484 metros quadrados equipado com sanitários. Toda a estrutura tinha uma escadaria de
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O segundo salão paroquial é mais conhecido, inclusive por fotos. Minhas primeiras lições de catecismo foram ali nos anos 1950. Segundo Alveri Aguiar de Sá, que também frequentou as cate-
CAPÍTULO III O TERCEIRO SALÃO PAROQUIAL
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CAPÍTULO II O SEGUNDO SALÃO PAROQUIAL
queses nesse prédio, a construção era toda em alvenaria, com dois ambientes. A parte frontal estava edificada até o limite com o passeio público. Na fachada, junto da avenida, existiam salas com portas de acesso ao público e que podiam ser transformadas em um só salão. Esta parte da construção normalmente era destinada para aluguel. Ainda na década de 1950, essa parte do salão foi alugada para Fernandez de Souza, que se estabeleceu ali com um bar (bar do seu Fernando). Na parte de traz havia um grande salão que era utilizado pela igreja para as mais diversas necessidades pastorais. No ano de 1955, ano em que o então Ginásio Nossa Senhora Mãe dos Homens se instalou em nossa cidade, esse salão serviu como as primeiras salas de aulas dos primeiros alunos do então recém-fundado ginásio. Os padres josefinos de Murialdo Armando Topino e Feliz Bridi foram os primeiros professores a ministrar os ensinamentos aos alunos do curso preparatório para ingresso no ginásio e da primeira série ginasial. Sentados em cadeiras com acentos de palha e em duas salas de aulas improvisadas no salão, que havia sido dividido ao meio por uma parede de madeira, os alunos frequentaram aulas por dois ou três meses, até que as estruturas do colégio estivessem prontas para os receber. Este relato é do mano Lédio Antonio Gomes, que foi um dos
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Luiz Dias a casa paroquial, desta cidade, de propriedade desse Arcebispado. Por último, encontramos o próprio contrato de locação do referido salão paroquial na ata do dia 22 de dezembro de 1935 e registrado às folhas 43 e 44 do livro de atas nº 01, registrado em Cartório em 16 de dezembro de 1935. Assim, sabemos que o Clube já ocupava a sede desde 1933, mas esse é o primeiro contrato de que temos conhecimento. Se alguma dúvida ainda persistisse, com referência a ser a casa ou salão paroquial, ela foi dirimida na cláusula nº 11 do referido contrato, que diz: Ainda mais, a sociedade se obriga a ceder o prédio ao locador, para a realização de bazares festivos, desde que seja pedido pelo locador, para, digo, com antecedência de 48 horas. Os bazares festivos sempre foram realizados ao lado da Igreja Matriz. Se conclui, então, ser mesmo o primeiro salão paroquial da Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens e que também deu guarida, por contrato de aluguel, ao hoje Grêmio Fronteira.
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alunos frequentadores dessas aulas. Da data de sua construção, não temos notícias. Como sabemos que o Fronteira Clube só construiu sua sede própria nos anos de 1940, podemos deduzir que só depois dessa data se deu a edificação do segundo salão paroquial.
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Infelizmente não se tem registro de quando foi edificada, e nem extinta, a primeira obra que serviu de salão ou casa paroquial para nossa Igreja Matriz. De início, podemos afirmar que foram em número de quatro os pavilhões que serviram à nossa Igreja desde a década de 1930. Foi pelo testemunho ouvido por nós, do saudoso amigo e companheiro de Lions Clube, comerciante na cidade e ex-diretor do atual Grêmio Fronteira, Alírio Monteiro, que tomamos ciência de parte da história desse pavilhão, também chamado de casa paroquial. Afirmou Alírio que o então Fronteira Futebol Clube alugara, na década de 1930, um salão para a sede do clube. Era uma construção de madeira de propriedade da Mitra de Florianópolis e que fora edificada ao lado da igreja de 1902. Pesquisando nos livros de atas do referido clube daqueles anos, encontramos registros que comprovam a informação do Alírio. A ata de posse da primeira diretoria do Clube registra: Ao primeiro dia do mês de janeiro do ano de mil novecentos e trinta e três, na sede do Fronteira Futebol Clube, nesta cidade, à Praça Hercílio Luz , foi dada posse à Diretoria eleita em 4 de dezembro do ano findo (...) Se não bastasse a confirmação acima, encontramos outras provas definitivas em mais duas atas. Na ata do dia 14 de maio de 1934, encontra-se registrado o original de um ofício remetido ao Arcebispo de Florianópolis Dom Joaquim Domingues de Oliveira a quem estava subordinada a paróquia, confirmando a propriedade do imóvel à então Mitra Arquidiocesana. Diz o ofício: Exmo. e Rev. Sr. Arcebispo Metropolitano - Florianópolis. Para instalar condignamente a sua sede social a Sociedade Esportiva “Fronteira Futebol Clube” vem de alugar do Rev. Pe. Antonio
acesso de cada lado. Um dos idealizadores, administrador e grande incentivador daquela grande obra foi o empresário Alveri Aguiar de Sá, que serviu, à frente de diversas comissões, e por mais de trinta anos, a Igreja Católica de Araranguá. Conversando com o Alveri, ele nos deu detalhes de como foi o trabalho de construção, dos poucos recursos e das dificuldades em buscar outras fontes financeiras para “tocar” a obra. Conta o Alveri: “Quando o cônego Paulo Hobold deixou a paróquia, assumiu o padre Chico (Francisco Marini), e nós também assumimos os trabalhos auxiliares na Igreja. Na época, pertencíamos a Diocese de Tubarão. Nesse tempo não existia mais o salão paroquial antigo. Na verdade, a paróquia não tinha nem salão, somente barracos velhos, não tínhamos qualquer estrutura para realizar as festas e os demais serviços paroquiais. Para fazer as festas, confeccionavam-se barracas cobertas por lonas de caminhão tomadas emprestadas com amigos. “Premidos pela necessidade, procuramos alguns amigos, formamos a comissão de construção e encomendamos o projeto do novo Centro de Pastoral, que seria o terceiro e que serviria para as festas de quatro de maio e os demais serviços afins da Igreja. “Em 1978 fez-se o projeto e se deu início a construção. Na festa de maio de 1980, quando se comemorou o centenário do município de Araranguá, o primeiro piso, ou seja, o térreo, já estava pronto. “O festeiro era o seu Afonso Ghizzo, o ‘cacique’ político do Araranguá. “Na véspera do dia da festa foi mon-
NERI DUZ CRO/SC 1544
CIRURGIÃO-DENTISTA Especialista em Implantodontia
tada uma equipe de açougueiros que, naquela noite, matou oito bois para o churrasco da festa. Era para vender o churrasco, mas como a festa era diferente, envolvia também a festa da cidade e por consequência era festa política, foi distribuído muito churrasco. Foi uma superfesta, mas sobrou pouco para a igreja. “Em 1981 e 1982, já tínhamos construído os salões, então já podíamos realizar as festas e bailes, e assim podíamos arrecadar mais recursos, a fim de concluir a obra. Como eu também sempre fui envolvido com entidades sociais e de classes e clubes, em abril de 1985 realizamos uma convenção do Lions Internacional, com centenas de participantes de todo o estado, no pavilhão do segundo piso. “Tudo era muito difícil, nem o padre tinha salário e muito menos carro. Fazíamos rifas de carro e outros eventos para manter a Igreja e investir na construção. “Em janeiro de 1984, assumiu a paróquia o padre Lino Brunnel. Era num domingo festivo que, por coincidência, era o dia em que minha esposa e eu comemorávamos nossas bodas de prata. “Para construir, se buscava ajuda em todas as áreas do comércio, CDL, e da indústria. Arrecadavam-se materiais de construção ou mão de obra. Por exemplo, as aberturas foram feitas de ferro na firma do seu Paulo Hilzendeger, que recebia a ferragem, por mim, comercializada direto da fábrica, e as fazia cobrando somente a mão de obra. “Era muito interessante, o pessoal participava com muita vontade de contribuir. O que muito nos motivava. “Porém o maior recurso vinha da festa de quatro de maio, cujo resultado financeiro era destinado, na sua totalidade, para a construção do centro de pastoral. Tentou-se implantar o dízimo, mas não teve muito sucesso. A obra nunca parou, embora, às vezes, tínhamos que adiantar recursos próprios até a próxima festa. Os padres não opinavam sobre os investimentos, era tudo de responsabilidade da comissão. “Nós fazíamos todo o trabalho, sem custo para a igreja. “A comissão da construção era composta de amigos como Antonio José Arcari, que era o financeiro, Joaquim Luiz Dias, o contador, e depois seu filho João Luiz Dias e sua filha, Édio José Cândido, Enio Frassetto e eu, que administrava.” Alveri trabalhou à frente dos festejos e atividades na Igreja de Araranguá de 1977 a 2003. z
Fone (48) 3522-0106 Rua Caetano Lummertz, 41 Sala 01 - Centro Araranguá - SC
z REABILITAÇÃO COM IMPLANTES OSSEOINTEGRADOS z CLÍNICO GERAL