Jornaleco 522 março 2020

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JORNALECO

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

ANO 26 • Nº 522 • MARÇO DE 2020 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 09/03/2020 12h50 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00

PANFLETO CULTURAL

EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins

TAGS z FLYERS z FOLDERS z CONVITES z PANFLETOS z EMBALAGEM z NOTAS FISCAIS z CARTAZES z CARTÕES DE VISITA z IMPRESSÃO DE LIVROS

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)

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UMA PUBLICAÇÃO

“Quando estávamos mais ou menos no través de Araranguá fui alertado pelo radiotelegrafista que havia avistado marola pequena... A princípio pensei que fosse uma baleia... Quando nos aproximamos, percebi algo como se fosse um pequeno bote salva-vidas em deslocamento... Mas em seguida, já sobre o objeto que deveria ser a torre de um submarino, percebi ser um submarino emergindo.” TENENTE AVIADOR ALFREDO GONÇALVES CORREA

A II GUERRA ENTRE NÓS NO SUL DO BRASIL, livro de Nelson Adams Filho, conta a história do

submarino alemão abatido a 90 quilômetros da costa araranguaense ○

CAPÍTULO 2 – ATAQUE EM ARARANGUÁ (TRECHOS)

APOIO CULTURAL

O primeiro registro que se tem sobre uma ação de guerra na região Sul do Atlântico ocorreu em 26 de agosto de 1942, a cerca de 50 milhas náuticas da costa (1 milha náutica equivale a 1,8 quilômetro), portanto a 90 quilômetros oceano adentro, mas no “través” de Araranguá, SC. Em resumo, defronte à cidade, no extremo Sul catarinense. O caso é histórico e consta nos registros oficiais da FAB. Em relação à guerra, foi o terceiro ataque da FAB na época a um submarino alemão, um U-boot. Interessante é que nos registros historiográficos existentes sobre o afundamento de submarinos alemães na II Guerra no Atlântico Sul esse caso não aparece. No Sul do Brasil, o único registro oficial é do U 513 encontrado em São Francisco do Sul, SC. Mas o de Araranguá existiu e está na historiografia da FAB e vários livros. [...] Vamos aos fatos de Araranguá. No dia 25 de agosto, o Comando da Quinta Zona Aérea, que abrangia os três estados do Sul, determinou que fosse reforçada a Patrulha Aérea de sua área, porquanto estava prevista a saída de um pequeno comboio de navios cargueiros brasileiros do Porto de Rio Grande em direção ao Norte. [...]

CN

Ocorre que, logo após os ataques aos navios brasileiros que levaram à declaração de Guerra do Brasil ao Eixo em 22 de agosto de 1942, nenhuma embarcação deixava o porto sozinha. No dia 26 de agosto, obedecendo ordens do Comando da V Zona Aérea, decolou da base de Canoas um Vultee V-11GB2, comandado pelo tenente aviador Alfredo Gonçalves Correa, tendo como bombardeador o aspirante Manoel Poerner Mazeron e, como radiotelegrafista e metralhador, o sargento Carlos Zelli. [...] Em seu relato oficial ao Comando, o tenente aviador Correa descreveu a ação: “Quando estávamos mais ou menos no través de Araranguá fui alertado pelo radiotelegrafista que havia avistado marola pequena... A princípio pensei que fosse uma baleia... Quando nos aproximamos, percebi algo como se fosse um pequeno bote salvavidas em deslocamento... Mas em seguida, já sobre o objeto que deveria ser a torre de um submarino, percebi ser um submarino emergindo.” Numa primeira passagem sobre o alvo, o tenente ordenou o lançamento de uma das bombas, mas, conforme sua observação,

parece ter se desprendido duas. Correa disse ter notado em ato contínuo o submarino “mudar de rumo e submergir”. Ordenou que mais uma bomba fosse jogada e logo a seguir apareceram manchas de óleo e bolhas de ar no local. Não significa que o submarino tenha sido atingido ou afundado. Era uma tática dos comandantes dos Uboote (plural de submarino, em alemão) tentar despistar ou disfarçar os ataques, como se tivessem sido atingidos. Espalhavam óleo e até pequenos destroços pela água para dar essa informação falsa aos aviões [...] O livro ainda traz outros tópicos: nazismo em Rio Grande, campos de concentração no RS e SC, prisão de padres e pastores, entre outros. Contato do autor por e-mail: nelsonadamsfilho@gmail.com NELSON ADAMS FILHO foi jornalista durante 46 anos, diplomado pela Famecos-PUCRS, e atualmente é bacharelando em História da Uninter. Dedicando-se à História desde 2013, tem oito livros editados e reside em Torres. Em Araranguá, as obras de Nelson podem ser encontradas na Livraria Fátima (Calçadão) e na Livraria Nobel (Shopping).

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ARARANGUÁ-SC MARÇO 2020 ANO 26 • Nº 522 DISTRIBUIÇÃO GRAT U I TA CORTESIA DOS ANUNCIANTES

AS COISAS A DE DENTRO DO TOPO DA CIDADE ○

torre da Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens oferece a mais privilegiada vista da cidade de Araranguá, representando para nós o que a vista de cima do Arco do Triunfo, para onde convergem doze das principais avenidas de Paris, representa para os parisienses. Os 36 metros da Matriz foram superados pelos 65 metros da torre da Telesc, construída, lá pelo final dos anos 1970, a poucos metros do Jardim, à margem do rio Araranguá. Mas a igreja permaneceria como nossa mais alta construção de alvenaria até fins dos anos 90. Por isso, quando estivemos lá, nos sentimos no topo da cidade. Conta muito o contexto sacro-histórico do lugar (a igreja foi construída entre 1954 e 1957) e a “escalada”. Tem que se superar quatro pisos, subindo cinco escadas de madeira, para se chegar sob o pedestal da cruz central, que é ladeado por duas sacadas. Dois pisos abaixo do terraço estão os quatro relógios que são cinco — na verdade, um só, com os quatro

casa e construção

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A P O I O C U LT U R A L

JORNALECO

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grandes mostradores externos e um acoplado à máquina para o acerto das horas. No piso seguinte, na câmara gradeada, estão os dois sinos. Um que bate as horas e outro, mais antigo (na foto, em primeiro plano), que só ressoa quando é tocado pela corda. Quando se ouve de perto, lá na torre, o ressoar dos sinos, sentimos mais o coração que os ouvidos. + p. 4 TEXTO E FOTOS

R ICARDO G RECHI

(Reescrito do J.25, de 25/06/1995)

Em 1995, estive três vezes na torre da Matriz, com licença da Paróquia e guiado pelo Vaninho de Carvalho. Na enchente do Natal de 1995, filmamos a cena lá do alto. O vídeo pode ser visto no canal do JORNALECO no YouTube.


Para começar a escutar música clássica

O amor é um ato de fé. Quem tiver pouca fé também terá pouco amor. ERICH FROMM (1900-1980)

ARTHUR NESTROVSKI – doutor em literatura e música (University of Iowa) Folha de S.Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u123.shtml)

s Durante a Guerra de Secessão, quando as tropas voltavam para o quartel após uma batalha sem nenhuma baixa, escreviam numa grande placa: “O Killed” (zero mortos). Daí surgiu a expressão “O.K.” para indicar que tudo está bem. s Cada rei no baralho representa um grande rei/imperador da história: — Espadas: Rei David (Israel) — Paus: Alexandre Magno (Grécia/Macedônia) — Copas: Carlos Magno (França) — Ouros: Júlio César (Roma) s No Novo Testamento, no livro de São Mateus, está escrito: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no Reino dos Céus”. O problema é que São Jerônimo, ao traduzir o texto, interpretou a palavra “kamelos” como camelo, quando na verdade, em grego, “kamelos” são as cordas grossas com que se amarram os barcos. A idéia da frase permanece a mesma, mas qual parece mais coerente? s Quando os conquistadores ingleses chegaram a Austrália, se assustaram ao ver uns estranhos animais que davam saltos incríveis. Imediatamente chamaram um nativo (os aborígenes australianos eram extremamente pacíficos) e perguntaram qual o nome do bicho. O índio sempre repetia “Kan Ghu Ru”, e portanto o adaptaram ao inglês, “kangaroo” (canguru). Depois, os linguistas determinaram o significado, que era muito claro: os indígenas queriam dizer “Não te entendo”. s A parte do México conhecida como Yucatán vem da época da conquista, quando um espanhol perguntou a um indígena como eles chamavam esse lugar, e o índio respondeu “Yucatán”. Mas o espanhol não sabia que ele estava informando “Não sou daqui”.

para piano, nos “Quartetos de Cordas”, nos “Concertos”, na “Missa Solemnis”. I GOR S TRAVINSKI (1882-1971) precisa entrar nessa seletíssima lista, porque não vamos deixar o século 20 de fora. E “A Sagração da Primavera”, de 1913, virtualmente inventa o século, com sua energia perpetuamente renovada.

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Já HEITOR VILLA-LOBOS (18871959) inventa o Brasil: cada compasso das “Bachianas Brasileiras” guarda uma presença humana inconfundível, mas que se confunde agora com todos nós que, pelos motivos mais variados, nos descrevemos como brasileiros.

Com LUDWIG VAN BEETHOVEN (1770-1827), entramos na modernidade. A música passa a ser uma das formas mais altas de o homem pensar a si mesmo. Matéria bruta (som, silêncio) vira instrumento de pensamento e poesia: não só nas justamente canonizadas “Nove Sinfonias”, mas também nas “Sonatas”

Seja para quem toca, seja para quem escuta, o que mais importa na música clássica, como em qualquer outra, é o que acontece entre eles, um entendimento maior e melhor do que qualquer palavra. z

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s Existe uma rua no Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, chamada “PEDRO IVO”. Quando um grupo de estudantes foi tentar descobrir quem foi esse tal de Pedro Ivo, descobriram que na verdade a rua homenageava D. Pedro I, que quando foi rei de Portugal, foi aclamado como “Pedro IV”. Pois bem, algum dos funcionários da Prefeitura, ao pensar que o nome da rua fora grafado errado, colocou um “O” no final do nome. O erro permanece até hoje. (CATADAS NA NET) A mulher, zangada com o seu marido, liga para ele: — Seu ordinário! Ondié que você se enfiou? — Oi, amor! Desculpa por não te ligar antes... — Onde você está, seu irresponsável? — Então, querida. Lembra daquela joalheria onde você viu aquele lindo anel de diamante, que você disse que tinha amado? — Sim, amorzinho, lembro, paixão da minha vida... — Pois é, eu tô no bar do lado...

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WOLFGANG AMADEUS MOZART (1756-1791) foi o maior compositor do período clássico, propriamente dito. “Mozartiano” virou sinônimo para tudo aquilo, na música ou fora dela, que se dá com fluência e graça, com generosidade e espírito: das óperas “A Flauta Mágica” e “Don Giovanni” aos “Concertos para piano e orquestra”, das “Sinfonias” (especialmente as últimas três: números 39 a 41) aos “Quartetos” e “Quintetos”.

Enfim: são cinco compositores que todo mundo deveria se dar a chance de conhecer. Em qualquer ordem e sem obrigação de ser sistemático. Para escutar música, não é preciso nada além de boa vontade e um mínimo de iniciativa. O resto vem naturalmente.

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APOIO CULTURAL

APOIO CULTURAL

“Clássica” vai entre aspas, porque não é um bom nome. Nem toda a música clássica foi composta no período clássico (segunda metade do século 18), nem todos os clássicos viraram clássicos. Mas “música clássica” ainda é melhor do que “música erudita” (nome pomposo: o contrário seria “música ignorante”?), ou “música de concerto” (nem sempre verdade: o que dizer de toda a tradição litúrgica, para ficar só nesse exemplo?). Na prática, todo mundo sabe o que é música clássica, embora nem todo mundo escute. Também não é todo mundo que lê Shakespeare e Machado de Assis. Mas ninguém discorda que autores assim serão sempre importantes na nossa cultura. O mesmo vale para Bach, Mozart, Beethoven, Stravinski ou VillaLobos, muito embora a posição da música ainda seja muito distinta da que a literatura, bem ou mal, desfruta. Já que falamos nesses cinco compositores, vale a pena dizer algumas palavras sobre cada um. Sugestão por sugestão, são portas de entrada e tanto.

De J OHANN S EBASTIAN B ACH (1685-1750), a vontade é dizer que ele se confunde com a arte da música, tal como a conhecemos. Um compositor que, ao mesmo tempo, é todos e nenhum. O pão, o sal e a água da música: “O Cravo Bem Temperado”, “A Paixão Segundo São Mateus”, “Suítes para Violoncelo Solo”, “Concertos Brandemburgueses”, “Missa em Si Menor”.

uplemento

CURIOSIDADES

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“Não sei por onde começar.” Se o problema é esse, a resposta é fácil: qualquer lugar. Assim como ninguém entra na literatura lendo “A Bíblia”, “A Odisseia”, “A Eneida” e “A Divina Comédia”, nessa ordem, também não há por que pensar que a cronologia seja o melhor caminho para quem se interessa em escutar música “clássica”. Qualquer compositor, de qualquer período, será uma boa porta de entrada.

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A BANDA

O tempo dura bastante para aqueles que sabem aproveitá-lo.

Marcador de texto O POETA AO PIANO de MICHIRO KAKUTANI Tradução de Ana Arruda Callado – Casa Maria e LTC,1988

3 “Às vezes, à noite, quando estou no limite entre o sono e o despertar, atravesso a porta que leva à minha infância e tudo está como era — luzes, cheiros, sons e gente...” (reproduzindo fala de Ingmar Bergman, da entrevista com o cineasta, p. 132).

3 A arte traz ordem à

sua vida, uma estrutura na qual funciona. “Ainda que uma peça seja sobre um assunto deprimente, mesmo assim é uma peça”, diz. “Está sob seu controle. Você sabe que o espetáculo vai acabar num determinado momento e, naquele momento, ninguém vai morrer. A maior parte das coisas da vida está totalmente fora de nosso controle mas, com uma peça, há um começo, um meio e um fim. Você não se sente perdido no infinito” (aludindo ao dramaturgo Joseph Papp e reproduzindo sua fala, p. 190).

3 Até hoje, o único lugar em que pensa como

lar é a casa de sua avó — até que fosse destruída, em meados da década de 50, era a casa mais antiga de Lebanon [...] ...e a terra vasta e montanhosa estava agora manchada por pequenas casas sofisticadas, com jardins planejados por paisagistas (aludindo a entrevista com o dramaturgo Landford Wilson, p. 225).

3 “É minha vida, e não há termos de comparação. Quer dizer, você não pergunta a uma princesa como é ser princesa — ela sabe, porque é a única coisa que sempre foi” (reproduzindo fala da atriz e cantora Liza Minelli, p. 252). (RG)

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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

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4. Tudo que era de comer ou ficou úmido Esse tipo de resíduo é responsável por metade do volume, lota os aterros e produz gás metano – que é 20 vezes mais poluente que o gás carbônico. Mas uma boa parte dá para ser compostada. Cascas de frutas e legumes, pó de café e até papel molhado podem se transformar em adubo. Envie os resíduos secos para a reciclagem. SECOS: papel, plástico, lata, vidro. MOLHADOS: coador de café, papel sujo ou molhado, restos de comida. Lembre-se de higienizar as embalagem antes de mandar para a coleta seletiva. 5. Amassar o papel para jogar no lixo? Não! Evite dobrar ou amassar o papel antes de jogar no lixo: mantê-lo inteiro é sempre melhor. No máximo, rasgue as folhas. É fácil entender: quanto mais intacto o papel, mais dinheiro ele vale, porque as fibras (celulose) são mantidas, aumentando o número de vezes que ele pode ser reciclado. Também não contamine o papel, jogando junto materiais que podem sujá-lo. E, se puder, mande seus papéis da reciclagem separados do restante dos resíduos.

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6. Papel que não vale nada Em contrapartida, há muitos tipos de papel que devem ir direto para o lixo não reciclável, como papel engordurado, plastificado, guardanapo e papel higiênico sujo, papel carbono, cupons fiscais, aqueles que você recebe das maquininhas de cartão ou do supermercado

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7. Vidro Um futuro com embalagens de vidro retornáveis tem de ser a nossa meta, pois evita o custo de reciclá-lo. Até lá, reutilize ao máximo seus recipientes. E, sempre que possível, evite garrafas long neck: não são retornáveis e o processo de reutilização (que as transforma em múltiplos cacos de vidro) ainda é complexo e caro. 8. Lata de alumínio Não tire os anéis das latinhas de refrigerante ou cerveja. Eles podem se perder no meio dos resíduos e acabam não sendo reciclados. Latas de tinta ou aerosol precisam de um cuidado extra (veja no item “Perigo! Perigo!”). 9. Apertando a pasta de dente Esses tubinhos são feitos de polietileno de baixa densidade, um tipo de plástico. Por isso, tire o máximo de pasta possível e mande para reciclar nos secos (ou plásticos). 10. Embalagens de salgadinhos e afins Pode não parecer, mas também é feito de um tipo de plástico, que vem com uma pequena camada de alumínio. Por isso, poderia ser reciclado tranquilamente. O problema é que poucas empresas bancam esse processo, que é caro. Tente evitar esse tipo de embalagem. 11. A bandejinha nossa de cada dia Quando você compra algum produto eletrônico embalado em isopor, descarte-o nos resíduos secos, pois este tipo de isopor tem mais valor de mercado. Agora, aquelas minibandejas de usadas para embalar peixes, carnes e até legumes é uma outra história, pois seu processo de reciclagem custa caro. Portanto, leve recipientes de vidro ou alumínio e peça para o açougueiro colocar a carne ali. 12. Sacos coloridos Pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, sacos de lixo cinza ou marrom são para resíduos que podem ser compostados e devem ser feitos de material biodegradável, como amido

TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net

ou mandioca. Já os verdes ou azuis, para os recicláveis secos. Os pretos, em teoria, vão direto para o aterro. 13. Perigo! Perigo! Todo produto ou resíduo visto como perigoso não pode ir para o lixo comum. Eles entram numa lei conhecida como logística reversa: empresas que produzem esses itens têm a mesma responsabilidade que os consumidores na hora de descartá-los. Assim, elas têm de abrigar locais de coleta, para onde você vai levar esses itens, que terão a destinação correta. São eles: CARTELINHA E FRASCO DE REMÉDIO As caixas podem ser recicladas normalmente, mas as cartelinhas em que ficam os comprimidos, não. Elas, assim como tubos e vidros de remédio, podem contar restos de compostos químicos que contaminam o meio ambiente. Por isso, é preciso levá-las a pontos de coletas – muitas farmácias e postos de saúde têm. PILHAS, BATERIAS, LÂMPADAS E LATAS DE TINTA Há postos de coleta em supermercados e lojas especializadas nesse tipo de produto. No caso da tinta, o ideal é deixar o material que ficou grudado na lata secando por ao menos 24 horas – isso facilita na reciclagem. CAFEZINHO AMARGO As cápsulas de café são bem difíceis de ser recicladas, pois misturam componentes diferentes como alumínio e plásticos. Elas entram na regra da logística reversa, portanto, há postos de coletas nas lojas das principais marcas. Fonte (adaptado de): https://BELIEVE.EARTH/pt-br/ 15-dicas-para-separar-seu-lixo (Mariana Della Barba) Este conteúdo tem apoio da ONU Meio Ambiente e faz parte da campanha mundial #AcabeComAPoluiçãoPlástica e #Mares Limpos

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3. Secos e molhados Não precisa ter cinco lixeiras diferentes em casa. Separe apenas os resíduos secos (papel, lata, plástico, vidro) dos úmidos.

(evite solicitá-los), e papéis com cola adesiva – no caso destes últimos, separando a parte com cola, o restante pode seguir para o reciclável.

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Quanto a visão cosmopolita, o mundo hoje tornou-se mais “estreito”, mais próximo; as divisas geográficas quase não mais existem. O que ocorre num determinado local é imediatamente compartilhado mundo afora. Voltando aos relacionamentos sociais: meninos estudavam em carteiras escolares separadas das das meninas. Todos (católicos) pediam bênçãos aos seus pais, e os mais “educados” beijavam suas mãos. Os homens “finos” tiravam seus chapéus ao se saudarem; com as mulheres, era estendida uma leve reverência. Mas o que mais imperava na época romântica do início até meados do século passado, quando o advento da televisão passou a tornar niveladas todas as correlações sociais e interpessoais, principalmente culturais, eram os sentimentos de honradez e o culto, quase religioso, ao civismo moral. Nas rodas de amigos em bares, bodegas e encontros fortuitos as conversas giravam inexoravelmente em torno do cotidiano rural folclórico. Nasci e me criei nesse meio: “Dizem que fulano é um lobisomem”, ele anda pelas “quebradas” à noite e é meio esquisito. “A filha do Cantídio é a sétima mulher da família; tem tudo para ser uma bruxa”. “Se você quiser se proteger de um lobisomem deve andar com uma cabeça de alhos no bolso da calça; os lobisomens fogem do cheiro de alho como o diabo foge da cruz”. Hoje é raro, mas, ainda se vê, em algumas encruzilhadas, oferendas: velas, bebidas, alimentos, oferecidos à algumas “entidades espíritas” por conta de um “trabalho” de macumba. Antigamente isso era quase que recorrente. Mamãe era uma bergamasca muito cética (antítese de meu pai),

mas, também queimava ramos de palmas, benzidos, e jogava suas cinzas no telhado de nossa casa, com algumas orações, para “espantar” tempestades de verão. Eu a vi “socando” em um pilão a filhinha de nossa vizinha, Flor, que já tinha quase dois aninhos e ainda não falava; Não me lembro se a “simpatia” trouxera resultado imediato. Seu Scott, um velho italiano que havia morrido bem antes de eu nascer, foi o fundador de uma serraria movida a água no centro do povoado. Seu açude acumulava água, durante à noite, de um pequeno rio, a fim de poder movimentar uma enorme roda d’água que, por sua vez, movia sua rustica indústria madeireira. Papai adorava pescar e nadar nesse açude. Mas quem disse que fazia isso à noite; podia ser noite de lua, quase dia: Ahm, ahm, ahm! O velho Scott não gostava e assombrava a quem se arriscasse. Quando falo disso até me dá “arrepios”. Toda vez que toquei no nome do falecido Scott meu computador apresentou problemas de teclado (o “pronpt”, aquele risquinho que fica piscando, salta aleatoriamente nas digitações). Tá certo que o teclado já é quase mais velho que eu! Mas eu, hein! Três toques na madeira! O “causo” mais contado nas bodegas fumacenses sobre o velho, (viu! outro “chilique” no prompt) que inclusive já narrei no Jornaleco, foi de um caboclo que, em estado etílico, resolveu desafiá-lo. Ignorando todas as advertências de familiares e amigos foi, assim mesmo, pescar à noite no açude assombrado. Não deu outra. Ao soltar sua tarrafa não ouviu o ruído característico na água. Saiu em disparada quando viu sua tarrafa pairando no ar. Era o Velho Scott que resolvera vingar-se do pobre infeliz. z DEPOSITPHOTOS

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2. Lavar ou não lavar Remova os restos de comida dos descartes para ajudar o pessoal da triagem.

quando passei a me “conhecer por gente” o mundo era um tanto que diferente de hoje. Os costumes sociais eram diferentes. As relações interpessoais eram diferentes. A visão cosmopolita, diferente. No que tange às crenças: cristãs, pagãs, folclóricas, estas ditavam modos de comportamentos. Eu, por exemplo, conhecia apenas duas vertentes cristãs: a Católica Apostólica Romana que guiava os passos religiosos de meus pais e da maioria da vila de Morro da Fumaça, e norteava todo sistema educacional. E a evangélica. As igrejas evangélicas, não que as conhecesse, mas que sabia existir através das “advertências” de nossos padres, que as chamavam de Seita Protestante, era “pecado” até em pronunciá-las. As crenças populares com benzeduras, “quebrantos” e “mal olhados”, também proliferavam. Quando falecia alguém na comunidade que não professasse a fé católica, até permitiam seu enterro no cemitério local, porém, no fundo dos seus muros. Os padres mantinham seus fiéis atrelados através do terrorismo psicológico. Pouco falavam nas maravilhas de se ser cristão; tudo era pecado. O demônio era um “leão preso a uma corrente a espera de um católico que dele se aproximasse”. Vivia-se do e no medo do “fogo eterno”. Nas relações sociais, os modos de vida eram, mais ou menos, semelhantes as de hoje; mudaram apenas os parâmetros: os ricos tinham casas bonitas, automóveis (apenas os muito ricos), rádios (raríssimos e também motivo de ostentação social). Hoje um “pobre” consegue adquirir um automóvel, por exemplo, porém, continua à margem do glamour e da valorização pessoal de um rico.

DICAS PARA SEPARAR O SEU LIXO 1. Diga “não” sem dó Dê um passo atrás e lembre-se sempre de que o caminho para ser mais sustentável começa na hora de recusar qualquer tipo de material que você não precisa – especialmente embalagens.

N o início da década de 1950,

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Padres, lobisomens, bruxas e o açude do velho Scott joão batista de souza

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SOLO DO EDITOR RICARDO GRECHI z MAURO SCHWALB, segundo o Alceu Pacheco, foi quem idealizou e erigiu, em 1973, aqueles salva-vidas no Arroio do Silva. Schwalb (na foto, J.520) era diretor da Socopas, encarregada de parte da administração do balneário. Já, para a lista dos Zés, Alceu, mais o Nilson Nunes, lembraram o Zé Pombinha, antigo funcionário público. Zé Delha, o Alceu lembrou algum, o Nilson lembrou o irmão do Macaco Chico, o Alveri de Sá, o irmão do J. Nunes, e o Alexandre Rocha, ainda outro.

z RECORRER A CASTIGOS para educar uma criança é falta de empatia e criatividade, quando somos incapazes de perceber que a relação existencial cresce nos momentos de conflito com a possibilidade do diálogo aberto em que adultos e crianças ensinam e aprendem juntos. Causar sofrimentos morais ou físicos, acreditando-se disciplinar, anula esse momento, transformando a relação familiar entre pais e filhos em mera convenção hierárquica e a educação em adestramento.

A lista dos Zés e o

Zé da Malacacheta ○

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POR ALEXANDRE ROCHA

Fotos tiradas da torre da Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens. A primeira, de José Genaro Salvador, é do final dos anos 1950 (com detalhe da construção do edifício Ouro Fino na esquina da Sete com a João Fernandes); a segunda, de Ricardo Grechi, retoma a cena em 1995. O edifício no centro, nos tempos do Salvador, era o Banco Nacional do Comércio, construído nos anos 40, e que se tornaria o Banco Meridional em 1985, assim como o encontramos em 1995 (e que seria engolido pelas privatizações de FHC em 1997). Hoje, o edifício abriga o Centro Cultural, instalado no final dos anos 90, quando o Município adquiriu o imóvel, e o Museu Histórico de Araranguá, inaugurado em 2009. Ao lado, a Igreja Matriz, com a torre erguendo-se a 36 metros: um mirante privilegiado. + na capa

Olhei ali o bom e querido Zé da Malacacheta. Li o nome enquanto me lembrava do Zé... Nos anos 1980 e até pouco tempo antes de morrer, o Zé era frequentador lá de casa. Rapaz discreto, na dele, mas que chegava pra uma visita e se divertia com a gente nos bate-papos, nas reuniões políticas e também nas coisas da arte, como no teatro, que encenou numa das peças. E, claro, na música. Ali com a gente, era mais quietote, mas nas rodas de pagode e, principalmente na escola de samba da Suranga, com a malacacheta na mão, ao alto, e a baqueta pegando solta, já não era tão discreto assim e a timidez dava uma trégua. Zé, então, mandava ver, reprimia a boca, franzia os olhos, cadenciava as pernas e pá, o Zé tava sambando. Fui ao seu velório na casa verde, que ficava logo atrás do campo de futebol do Arroz, como chamavam. O "estádio" era a última fronteira antes da

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k 1995

ATENDIMENTO: De segunda a sexta: das 8h às 12h e das 13h30 às 19h Sábados: das 8h às 12h e das 13h30 às 17h Tel. 3524-3071 Av. XV de Novembro

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l Final dos anos 1950

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z “FAMÍLIA TRADICIONAL” é uma instituição onde convenções marcadamente machistas, autoritárias e intolerantes contrapõem-se a uma sociedade mais igualitária e inclusiva. Na “família tradicional”, a autoridade religiosa é mais importante que o amor cristão.

z OS PIORES PESADELOS do patriarca da “família tradicional” e as alternativas ou atitudes do cabra-macho: 1º Ser corneado – Lavar a “honra” à bala. 2º Duvidarem de sua virilidade ou macheza – Olhar com espalhafato as “boas” na rua, alardear conquistas amorosas e aventuras na zona, discursar que homossexualismo é sem-vergonhice e que lugar de mulher é na cozinha (coisas que um menino amedrontado, buscando autoafirmação, e induzido pelo viés machista, acaba assimilando e professando pela vida afora). 3º Filho gay – “Endireitar” na porrada. 4º Filha solteira grávida – Expulsar de casa. 5º Filha desquitada – Não aceitar de volta em casa.

SANTUARIOMAEDOSHOMENS.COM.BR

z NAS ELEIÇÕES DE 1989, Alexandre Garcia, que fora porta-voz da ditadura militar nos anos 70, era o principal garoto de recado da Globo. Como dublê de “analista político” no Jornal Nacional, seu papel era o de regurgitar, sistematicamente, os textos que detratavam Lula e enalteciam Collor. Em 1999, com o desastroso final do governo de FHC, Diogo Mainardi surgiu na Veja pra fazer a mesma coisa: difamar Lula. Enquanto Garcia ludibriava o povo com a farsa neoliberal global, Mainardi posava de intelectual pra burguesia, com seu discurso de lobby viralatista, atacando sofregamente a arte e a cultura brasileiras.

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A mesma praça, outro banco...

uma lista fenomenal! Um professor da área de linguística teria aí um objeto de pesquisa formidável e, em mãos, um puta conteúdo para os alunos em sala de aula. Já, o de História, se estudar a vida dos Zés todos, embarcaria em inusitadas viagens por toda a geografia humana da cidade, passando por sapatos engraxados, chinelos desgastados e pés descalçados; por ruas de asfalto, paralelepípedos, pedras de bico e chão batido; por clubes e rodas de whisky na jogatina a portas fechadas, e por rodadas de sinuca nos botecos com balcão de madeira cheirando a porta-aberta. Junto viria a Cultura, a Filosofia, a Sociologia e tantas e tantas histórias de vida, com alegrias, tristezas, brindes e barras pesadas... É, Ricardo, tu mexeu sério com o assunto. "Zé" é multi e interdisciplinar, meu amigo. Mas o texto é essencialmente uma linda homenagem aos tantos Zés, anônimos uns, passantes cotidianos de nossas calçadas outros, alguns galo-velhos entre eles... Mas agora vou falar de um Zé muito especial.

z A SEXUALIDADE não é uma opção, é uma condição natural imperativa. As pessoas só são felizes afetiva e sexualmente quando seguem sua própria natureza e os anseios do coração. Tentar deslegitimizar a homoafetividade e impor a orientação heterossexual à sociedade é um ato de violência contra a integridade humana.

Dr. Carlos Roberto de M.R. Barros Responsável Técnico - CRM 3270 - RQE 2755 Neurologia - Adulto e Infantil Eletroencefalograma - Mapeamento Cerebral

(48) 3524-1380 | 99675-3202 Av. Engenheiro Mesquita, 361 - Centro - Araranguá SC

grande área que antecedia o Morro Azul. Nas tardes de domingo tinha futebol num campo ou no outro, que ficava uma quadra abaixo. Se não tivesse futebol, o bairro ficava um deserto. Durante o jogo, a gurizada se divertia e uma das opções era subir o morro pra descer de canoa sobre folha de coqueiro e dar aquela olhada na paisagem da cidade. O Zé morreu muito jovem. Doeu ver nosso amigo dentro do caixão ainda tão moço. Perguntas de cada um, para desiludidas respostas: fustigado pela existência, Zé entregou os pontos? O que lhe acometeu antes, a condição de pobre e preto? Ser preto hoje em dia, num país miseravelmente racista, preconceituoso e que nem mais disfarça tudo isso, já é uma tragédia social, imagine-se há décadas, sem as mínimas leis de garantia social, como as que a duras batalhas temos que tentar manter. A sala era ligeiramente escura. Sua mãe resignada recebia os consolos, entre os soluços controlados dos amigos e dos muitos irmãos… z

Dr. Ivan Holsbach MÉDICO PEDIATRA CREMESC 2390

Fone (48) 3524-2483 Av. Engenheiro Mesquita, 371 - Araranguá SC


Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc. Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy

Uma turma da Suranga, da geração do início dos anos 1980,

j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)

F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F ANO VII - Nº 152 - 2 DE MARÇO DE 1967

num casamento no Sítio do Javai. A turma estava lá de penetra, é verdade, mas levando sua alegria e, quem sabe, até fazendo um sambão, que era uma de suas marcas registradas. DA ESQ. P/ DIR.: atrás: (?)*, Edmilson, Gesse e Tonho: à frente: Duda, Beto, Joélcio e Eládio.

Exposição de arte

Tribunal do Júri

Será inaugurada, dia 11 de março, na AABB, av. Getúlio Vargas, 106, sobre-loja, mais uma exposição de pinturas de FAF (Francisco de Assis Ferreira, o “Pernambuco”).

Realizada sessão de Júri no dia 27 último, foram absolvidos os réus Sálvio Amaro Pereira e Pedro José de Souza. Funcionou na presidência o Dr. Alcides Aguiar; na promotoria, o Dr. Jadel Silva. Como advogados de defesa os Drs. José Santos Silveira e Jorge Krieger de Mello; na acusação, os Drs. José Mansur e José Pimentel. O corpo de jurados: srs. Walter Belinzoni, Armando Gonçalves, Ernesto Grechi Filho, Waldemar Ghizi, Américo Rabelo, Orivalde Pereira e Silvio Silva. Destacou-se o magnífico desempenho do jovem promotor, Dr. Jadel Silva. O Juiz de Direito da Comarca, Dr. Alcides Aguiar, jovem magistrado, demonstrou possuir grandes habilidades. Sereno, enérgico, inteligente, dirigiu os trabalhos como um verdadeiro veterano. Araranguá está de parabéns com a presença desses dois representantes da “jovem guarda” da magistratura e ministério público. Os advogados, tanto da defesa como da acusação, realizaram um brilhante trabalho. Digno da competência de cada um. O júri despertou grande interesse. Ao terminar, já de madrugada, o auditório estava repleto. Desta forma, pela segunda vez, agora com um corpo de jurados diferente, a sociedade araranguaense achou por bem inocentar o réu Sálvio Amaro Pereira, do crime que lhe fora imputado.

(*) Quem é esta figura misteriosa? Vários nomes e palpites foram dados, mas ninguém conseguiu identificá-lo com certeza. Foto reproduzida do celular. ACERVO ANABEL FERREIRA

E.C. AMIZADE no campeonato municipal de futebol de Araranguá de 1974 (ou 1975). De pé: Jacinto, Camila, Joel, Pedrão, Tuíca, Luisão e Ademir; agach.: Vasinho, Ângelo “Lili”, Adilson, Nei, Miroca, Zequinha e Serginho. Treinador era o Chero, da Coloninha. O Amizade, fazendo jus ao nome, era formado por jogadores da Coloninha (sede do time), da Vila São José, do Centro e da Lagoa da Serra. REPRODUÇÃO DO CLICHÊ

Terminou o veraneio

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O período de veraneio do corrente ano foi muito curto. Começou mal. Tempo mau. Muito vento. Depois a chuvarada. Enchentes. Os veranistas gaúchos, aos poucos, foram abandonando o mar. Raros foram os dias ensolarados. Somente durante o carnaval é que se viu bom movimento nas praias. Nos estabelecimentos hoteleiros. E mal iniciou o chuvoso mês de fevereiro, as praias ficaram desertas. Convenhamos que praia com chuva seja terrivelmente tedioso. Assim, com um balanço desfavorável, despediuse o verão de 1967. NJ: Na edição do CA nº 157, de 24 de junho de 1967, o redator comenta o inverno rigoroso em contraponto ao verão: “Onda de frio surpreende o araranguaense – Forte onda de frio invade o município, pegando os araranguaenses de surpresa, depois de gozar euforicamente de um verão espetacular que veio atingir as fronteiras do mês de junho. Daí para cá, o frio entrou rachando, rachando os lábios de todos, que procuram na manteiga de cacau alívio para os seus efeitos. O frio provém da serra. E a nevada que cai na região serrana vem respingar até nossa cidade, que se obriga a experimentar um frio fora do comum. Além do frio, temos que suportar umidade. E dizem os antigos que há muitos anos Araranguá não via um frio tão intenso.”

Prefeitura recebe ambulância A prefeitura municipal, para seu serviço de prontosocorro, receberá uma Kombi-ambulância, doada pelo Ministério da Saúde, conforme comunicação telegráfica do senador Konder Reis.

BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA

Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112

ACERVO AHA


Bullying

Amor de priminhas é para sempre

COLÉGIO SÃO JUDAS TADEU (MOOCA - SÃO PAULO SP) https://www.colegiosaojudas.com.br/bullying-na-escola/

TEXTO DO

Como ajudar seu filho a não ser vítima e nem praticante do bullying na escola ○

B

ULLYING é um termo que vem do inglês para designar atitudes repetitivas de agressão física e verbal exercidas por uma ou mais pessoas que tenham como objetivo intimidar um terceiro que não consegue se defender. O bullying pode acontecer em qualquer ambiente ou contexto em que haja interação de pessoas, como locais de trabalho, vizinhança, academias e até mesmo dentro da família. Porém, varrer o bullying para baixo do tapete não ajuda nem a vítima a superar esse desafio nem seus praticantes a perceber como esse comportamento é inadequado – pelo contrário: a negação do problema tende a piorar suas consequências, resultando em um ambiente contaminado, adultos agressivos ou com baixa autoestima e, nos casos mais graves, até mesmo em suicídio. Por isso, é papel de toda a comunidade, incluindo escola e família, trabalhar junto para combater o bullying na escola. Veja as dicas do Colégio São Judas Tadeu para acabar com esse mal.

1 – SAIBA RECONHECER O BULLYING E FAÇA COM QUE SEU FILHO TAMBÉM SAIBA O primeiro passo para combater o bullying é saber identificar quando ele acontece. Preste atenção no comportamento do seu filho: as vítimas de bullying costumam se isolar no quarto, demonstram irritação com os pais, choram muito e inventam motivos para não ir à escola. Os agressores, por sua vez, costumam ser muito populares no ambiente escolar, embora também sejam agressivos com os colegas, os professores e os pais. Eles geralmente contam com um grupo de seguidores. É importante conversar sobre o bullying com as crianças, debatendo com eles as formas como o problema se manifesta.

Deixe seus filhos confortáveis para se comunicarem com você. 2 – ESTIMULE SEU FILHO A REPORTAR O BULLYING Caso seu filho esteja sendo vítima dos agressores, ele deve se sentir confiante para reportar o bullying aos pais e aos professores para que as devidas providências sejam tomadas. A criança deve ter claro que os adultos estão dispostos a ajudá-la. Muitas vezes, os pais e a escola se omitem por acreditar que o bullying é apenas uma provação que servirá para fortalecer a criança no futuro, mas isso é uma inverdade. Se as crianças sentirem que seus pais veem as agressões dessa forma, elas evitarão contar a eles sobre o problema pelo qual estão passando. Seja direto: pergunte ao seu filho se foi tudo bem na escola e se existe algo ou alguém que esteja lhe perturbando. Caso seu filho relate que está sendo vítima de agressões, mantenha a calma e evite a todo custo enfrentar o valentão diretamente. O melhor a se fazer é conversar com o professor e, se necessário, marcar uma conversa com os pais da criança que está agredindo seu filho. Mantenha-se calmo para que a reunião seja o mais proveitosa possível. 3 – A EMPATIA TAMBÉM DEVE SER ENSINADA Em geral, os pais temem que seus filhos sejam vítimas de bullying e acabam se esquecendo de que seus filhos também podem ser praticantes – algo que certamente é muito dolorido para qualquer família. Crianças que praticam bullying levam a agressividade consigo com a passagem dos anos e, em geral, têm muita dificuldade para estabelecer relacionamentos pessoais e para se manter em um trabalho. Não é nada fácil reconhecer que seu filho apresenta um comportamento inadequado, mas você pode ajudá-lo a ter empatia pelos colegas com alguns hábitos. O primeiro ponto a ser observado é que a autoridade dos pais não deve ser exercida por meio da violência, pois a criança vai aprender que a agressão é o caminho para resolver suas frustrações e será inevitável que ela aja dessa mesma maneira com as outras pessoas.

Além disso, é preciso dar o exemplo: de nada adianta dizer à criança que ela deve respeitar colegas e professores se elas frequentemente presenciam seus pais desrespeitando vizinhos, prestadores de serviços, um ao outro e a elas próprias. Ainda, deixe claro que presenciar ou incentivar um colega a praticar bullying, mesmo que a criança em si não pratique a agressão, também é um comportamento inaceitável.

Vitória e Lara

4 – VÍTIMAS DE BULLYING PRECISAM DE AJUDA PSICOLÓGICA 5 – PRATICANTES DE BULLYING TAMBÉM PRECISAM DE AJUDA PSICOLÓGICA Existe um mito de que os praticantes de bullying se sentem mal consigo mesmos e, por isso, agridem outras pessoas. A verdade, porém, é que o agressor sente prazer ao perceber o medo e a opressão de sua vítima. Em alguns casos, o agressor mostra satisfação ao praticar crueldades contra pessoas e mesmo animais. O praticante de bullying precisa de ajuda psicológica para aprender a transformar sua raiva e frustração em diálogos e ações construtivas em vez de gerar sofrimento para outras pessoas. Se esse comportamento não for corrigido, a tendência é que ele continue por toda a vida, resultando em um adulto agressivo e inapto a lidar com suas emoções e responsabilidades. A ansiedade é um problema que acomete muitas pessoas, e as crianças não estão livres desse mal.

Meditando Marta Grechi

6 – ESTEJA ATENTO AO BULLYING VIRTUAL Hoje em dia, com a presença dos celulares e internet móvel, o bullying escolar muitas vezes acaba indo parar também no ambiente virtual. As agressões físicas e psicológicas que antes ficavam restritas ao ambiente da escola passaram a ser praticadas também no meio digital. Não são raros os casos de crianças e adolescentes perseguidos nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp. Xingamentos, montagens com a imagem da vítima e ameaças são algumas das formas do bullying virtual, e os pais devem estar atento a elas também. z 6

Meu ego é mesmo orgulhoso! Quando decido interferir nos seus [ dilemas e me faço toda ouvido Ele me dá as costas com ares de [ ofendido Eu cá comigo, sem a carga do ego [ ferido, fico em paz, e me delicio Com as cantigas das ondas do mar Ver o mar ondular Ver a onda quebrar Derramar-se na praia E voltar a ser mar! Sensação de paz Observar Deixar passar E sentir que não sou eu Os conflitos se apartam Fica assim, como um fim de caso Como se já não tivesse mais nada [ a ser dito E os fatos se tornam irrelevantes O ego levou sua carga E deixou-me a leveza do nada!

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PAULA, MÃE DA LARA

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R OSSANA G RECHI

itória não é da turma da Lara. A melhor amiga da Lara é Helena, que estava na festa de aniversário de nove anos da Lara como convidada especial. Vitória, assim que chegou, foi intimada a dormir na barraca da aniversariante, portanto também era uma convidada especial. Vitória, com seu jeitinho tímido, no início da festa se sentiu como um peixinho fora d’água, ficando sempre ao lado das tias, que a mimavam sem parar, oferecendo à querida sobrinha todas as guloseimas e a acompanhando para que pudesse ver as brincadeiras de perto. E assim Vitória foi se sentindo mais segura. Havia chegado o início das brincadeiras, 25 ao todo, anotadas por ordem, e Vitória ia curtindo, entre um espetinho e outro de marshmallow, toda a agitação. Lara, junto das colegas, convida Vitória para participar das brincadeiras, mas deixando a prima muito à vontade para ela mesma decidir o momento certo de interagir. Prima Vitória prefere ficar observando e analisando o terreno em que estaria entrando. E eis que chega a hora da roda de presentes. Cada amiga vai ao centro do círculo, entrega o presente e posa para uma foto ao lado da aniversariante. Na vez da Vitória, claro que ela não quis, pois ainda estava tímida diante de tantas meninas que não conhecia. E aí... o que faz a priminha aniversariante? (Este momento me emocionou). — Vem, Vi! — Não quero... — responde falando baixinho. — Então, se a Vi não vem, eu vou até ela... E assim se uniram num sorriso feliz. Vitória se sentindo acolhida e compreendida pela prima. Lara se sentindo grata pela vida e por ter tantas amiguinhas e amiguinhos legais. Cumplicidade e respeito foi o que percebi naquele momento, tão singelo e tão puro, tão inocente e tão verdadeiro, tão infantil e tão cheio de sabedoria. E segue a festa, crianças correm pra cá, correm pra lá. As brincadeiras vão sendo realizadas com sucesso. Num dado momento, depois da vigésima atividade, Lara passa correndo, preocupada, e pergunta: “Cadê a Vi?” Meus olhos buscaram assustados na noite mais iluminada a menina tímida. Viajei em meus pensamentos: teria ido se esconder dentro da barraca? Foi embora e ninguém viu? E, após breve suspense, Lara volta apressada ainda chamando pela prima. E eis que, para nossa grata surpresa, lá estava Vi, sentadinha ao lado das novas colegas, sentindo-se em casa. Amor de priminhas é para sempre.

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