Jornaleco 524 julho 2020

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JORNALECO

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PANFLETO CULTURAL

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JORNALECO

H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H

ANO 27 • Nº 524 • JULHO DE 2020 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 12/07/2020 11h40 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00

EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins

© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)

Leia o JORNALECO em https://issuu.com/jornaleco (desde jan.2009) e assista nossos vídeos no YouTube: Jornaleco Araranguá SC

Av. XV de Novembro - Centro - Em frente ao Futurão Tel. (48) 3524-5916 graficacasadocarimbo@gmail.com

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Calçadão Getúlio Vargas, 170 88900.035 Araranguá-SC Brasil

UMA PUBLICAÇÃO

É permitida a reprodução de nossos textos originais desde que citados devidamente o autor e o JORNALECO como fonte da publicação.

A partir desta edição, juntam-se ao CORREIO DE ARARANGUÁ

(que circulou entre 1960 e 1975, tocado pelo jornalista Ernesto Grechi Filho), mais dois acervos históricos de jornais araranguaenses: CAMPINAS, de propriedade de Durval Matos, que circulou de 1929 a 1931 e em 1936 e 1937, somando cerca de 3 anos, e o PRETO NO BRANCO (1989-1993), de Claudenir Oliveira Souza e da jornalista Juraci Fernandes. A coleção do PRETO NO BRANCO é legado de César Grechi, colocado à nossa disposição pela Ângela, o Clayton e a Flávia. E o acervo do CAMPINAS (doado ao Município pelo Edinho Palmas e recentemente digitalizado) é o do Arquivo Histórico de Araranguá. p. 3, 5 e 9 CA 158 (1967) Campinas 1 (1929) Preto no Branco 1 (1989)

Acompanhe um estudo abrangente sobre a urbanização irracional e a pouca efetividade dos poderes públicos para conter o avanço de loteamentos clandestinos e construções irregulares em nossos balneários.

Compare esta imagem de 1984 com a imagem abaixo de 2017. O campo de dunas em Passo de Torres era um dos maiores do Estado.

Hoje a área está quase que completamente tomada pelo avanço da urbanização e da ocupação criminosa. A linha de dunas à beiramar também desaparece sem um plano de ordenamento do solo por parte dos municípios.

ARARANGUÁ / SC

COPISO A mais completa

Tel. (48) 3524-7797 Av. Sete de Setembro, 2520 - Vila São José (esquina com a rua Amaro José Pereira)

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casa e construção

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CORTESIA DOS ANUNCIANTES

expansão urbana 7 preservação do meio ambiente

Nas imagens de satélite disponibilizadas pelo Google Earth pode se verificar a imensa área que o campo de dunas em Passo de Torres possuía em 1984. Hoje, o que resta do campo continua se perdendo pela ação dos gananciosos e descaso das autoridades. p. 6 e 7

CN

DISTRIBUIÇÃO GRAT U I TA

O futuro de nossas praias:

O engenheiro ambiental Gibran Rezende Grechi apresenta de forma clara e objetiva esta sinistra realidade.

CASA NENA

ARARANGUÁ-SC JULHO 2020 ANO 27 • Nº 524


As Marthas, as misses e as bonecas de papel Rossana Grechi

Muito linda a baiana Martha Rocha,

NIETZSCHE

Até hoje tenho uma agradável sen-sação quando ouço o nome daqueles lugares tão distantes que imaginava um dia poder conhecer. Miss Amapá, miss Roraima, miss Maranhão, miss Acre... Acho que foi aí que aprendi a gostar de Geografia. Os concursos das Marthas não foram no meu tempo, mas conheci as Marthas na brincadeira que minhas irmãs Lola e Marta criaram. As belas, em preto e branco, eram recortadas das revistas, como bonecas de papel. As poses escolhidas das misses eram as de corpo inteiro e de maiô, ficando fácil confeccionar roupinhas para elas e criar os mais variados looks. Revistas como Desfile e Manequim eram as mais procuradas para compor o look das garotas. Para compor a brincadeira eram montadas lindas casas, com fotos de interiores tiradas também de revistas. Lembro de um quarto de madeira envernizado que contrastava com uma colcha de chenille vermelha. Lindo demais! Era o quarto do meu sonho de casada. No início, roupas e bonecas de papel eram guardadas em embalagens do Café Bertoncini, que tinham várias divisões. Entendo agora por que gosto tanto do cheiro de pó novo de café moído. Ah, como era bom brincar nos dias de chuva com as Marthas! Quando herdei das irmãs o brinquedo querido, vieram guardadas dentro de uma revista, acho que O Cruzeiro. Perder na mudança aquelas relíquias foi como perder uma parte da minha história. O bom é saber que em minha memória estão bem guardadas. Até quando, não sei. z

Galeria do Futebol Futebol Araranguaense Em 1967, o Grêmio Esportivo Araranguaense (GEA) foi restabelecido com uma nova geração e o nome de GRÊMIO FRONTEIRA (veja à p. 5 a notícia da vitória de 4x1 do Grêmio sobre o Nacional de Capivari).

uplemento Expansão / MARTA GRECHI

A anunciada ponte Morro dos Conventos-Ilhas poderia finalmente prestar a grande e devida homenagem que Araranguá jamais fez ao seu filho mais célebre: o ator Gilberto Martinho. Nascido em Ilhas, em 1927, Martinho Gilberto de Freitas foi, ainda adolescente, morar no Rio de Janeiro. No Rio, fez teatro, cinema e televisão. Na TV Tupi do Rio, protagonizou o seriado O Falcão Negro (1957-63), e consagrou-se na Globo com 25 novelas, especiais, e a minissérie O Tempo e o Vento (1985), no papel do Coronel Ricardo Amaral, antagonista do Capitão Rodrigo (Tarcísio Meira). Foi um dos atores brasileiros mais populares da TV até os anos 1990, sempre em papéis de destaque: Selva de Pedra (1972, como o empresário armador Aristides Vilhena), Gabriela (1975, Coronel Melk Tavares), Cabocla (1979, Coronel Justino). Em 1951, estreou no cinema em Maria da Praia, ganhando os prêmios “Saci” e “O Índio”. Entre outros filmes, está com Mazzaropi em O Fuzileiro do Amor (1956). Despediu-se da TV em 1996, no episódio “Francisco”, de Você Decide. Martinho (falecido no Rio de Janeiro em 2001) vinha regularmente a Araranguá visitar os parentes e amigos e a cidade que sempre reverenciava em suas memórias. Contava que, para compor seus papéis de coronel, inspirava-se num certo serrano valente que admirava quando criança nas corridas de cavalo em Araranguá. E lembrava que teve seu primeiro contato com o cinema ainda menino, vendendo torradinho na frente do primeiro Cine Roxy, no atual Calçadão, quando podia assistir a algum filme. Nomear a ponte de “Gilberto Martinho” seria uma justa homenagem ao ator que muito orgulha Santa Catarina, Araranguá e, especialmente, o povo de Ilhas, com sua obra na teledramaturgia nacional. Fica aqui a sugestão. RG

Se eu seguir em frente, onde será que vai dar? Cruzando a linha do horizonte, lá onde desperta a lua e o sol se levanta, por capricho da natureza ou criação do destino. Lá é longe o bastante, onde colocamos nossos sonhos e deixamos o barco na areia observando as ondas quebrar? Vivendo as realidades das identidades que nos construíram? Se eu singrar, ultrapasso as ondas e encontro o oceano. E o que parecia distante estava a um impasse entre mergulhar no mar ou seguir as pegadas na areia. Mergulhar em si, receber, e permitir-se ser, apropriar-se e ser a energia congruente com a habilidade de escolher e criar. O oceano sou eu, o caminho eu faço caminhando, os tropeços e pegadas o mar apaga. Sem bagagem, só a certeza de que é preciso seguir em frente, lapidado, a cada passo. Estar comigo, remover as mentiras e libertar o mundo dos meus julgamentos! Eu me vejo. Eu vejo você. Eu o liberto em mim! E o que mais é possível?

+ J.464 e 508

JULHO 2020

Glória, Tarcísio e Gilberto (Coronel Pedro Barros) em Irmãos Coragem, 1971

BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA

Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112

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Nesta foto da época estão, de pé: Nedo, Zé Cláudio, Cabo Hugo, Navalha e Roberto; agach.: Enio Rosa, Rodrigues, Pedroca, Tatavo, Aires e Maxizinho. A cor da camisa era vermelha. + p. 5

A BANDA

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Não há progresso sem mudança. E quem não consegue mudar a si mesmo, acaba não mudando nada.

‘Ponte Gilberto Martinho’

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Nossa primeira miss Brasil, Martha Rocha, em Long Beach-EUA, quando perderia o título de Miss Universo 1954 para a candidata estadunidense. A miss Bahia e miss Brasil, nascida em Salvador (1936), faleceu neste 4 de julho, aos 83 anos.

a Miss Brasil 1954 que, por duas polegadas a mais no quadril, perdeu o concurso de Miss Universo. Reza a lenda que esta história foi inventada por um jornalista da revista O Cruzeiro para consolar os brasileiros. Fizeram até marchinha de Carnaval das duas polegadas. E uma doceira de Curitiba criou a torta “Martha Rocha”, que se tornou um clássico da confeitaria brasileira. Mas a outra Martha e também baiana, Martha Vasconcellos, venceria 0 Miss Universo 1968, como a segunda e última vitória brasileira no concurso. Nas minhas alegres lembranças do passado, assistir aos concursos de Miss Brasil e Miss Universo era como assistir à final da Copa do Mundo. Todos paravam para admirar tamanha beleza e magnitude dos concursos. Meus olhos de menina se encantavam diante da beleza de tantas etnias, representando seus países ou seus estados, com seus maravilhosos trajes típicos, que pareciam obras de arte. E a voz forte do locutor, que mais parecia uma declamação ao anunciar seus nomes e suas nacionalidades.

S

Amamos a vida não porque nos habituamos com a vida, mas porque nos habituamos a amar.

Distante / ARLETE ZANERIPPE Por um pouco Quase um nada Marcou o louco Sem chegada Vontade insana De modo irreal Sem cor engana Me dá o jornal?

CATADAS

NA INTERNET

O TESTE DA BANHEIRA NA CLÍNICA PSIQUIÁTRICA Durante visita a um hospital, um dos visitantes perguntou ao diretor: – Qual é o critério pelo qual vocês decidem quem precisa ser hospitalizado aqui? O diretor respondeu: – Enchemos uma banheira com água e oferecemos ao paciente uma colher, um copo e um balde, e pedimos que a esvazie. De acordo com a escolha dele para esvaziar a banheira, decidimos se o internamos ou não. – Ah, entendi! Uma pessoa normal usaria o balde, que é maior que o copo e a colher – disse o visitante. – Não – respondeu o diretor. – Uma pessoa normal removeria o tampão no fundo da banheira... O que você prefere: quarto privado ou compartilhado? Às vezes, a vida tem mais opções do que as oferecidas, basta procurar. Agora, diga a verdade... Você também pensou no balde, certo? Eu já sabia. Somos todos loucos. h h h

“SÃO SUFICIENTES” ou “É SUFICIENTE” Erro: Cento e cinquenta dólares são suficientes para as diárias no exterior. Forma correta: Cento e cinquenta dólares é suficiente para as diárias no exterior. Explicação: O verbo ser é invariável quando indicar quantidade, peso, medida ou preço.

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FAZENDA SÃO JORGE

Fonte: PORTAL DRAUZIO VARELLA – TEXTO DE JULIANA CONTE https://drauziovarella.uol.com.br/neurologia/como-conviver-com-familiares-que-tem-alzheimer/ (cessado em 28/04/2016)

a uma fase da vida em que memórias e lembranças são perdidas a cada dia e a noção de autorreconhecimento esteja reduzida a quase zero. Mas é preciso falar sobre Alzheimer, uma doença que afeta quase 7% da população brasileira. Estimativas preveem que sua incidência vá mais que dobrar até 2030, segundo a Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer), devido ao envelhecimento crescente da população. A grande maioria das pessoas – não importa a faixa etária – já esqueceu onde deixou as chaves, se trancou a porta de casa ou o nome de um parente. Para os indivíduos com mais de 65 anos, isso se torna um problema quando os esquecimentos começam a ser cada vez mais frequentes, aliados à dificuldade de atenção, identificação de objetos e fisionomias. “É normal esquecer as chaves do carro. Mas não é normal esquecer para que elas servem”, explica Fernando Aguzzoli, autor do livro Quem, eu? Uma avó. Um neto. Uma lição de vida, que conta sua trajetória como cuidador da avó, diagnosticada com a doença. “Chegou um momento em que ela [avó] não tinha ideia do que era um abacaxi. Quando eu explicava o significado, ela se frustava por não conseguir lembrar”, complementa. Se você estiver passando por isso em casa, ou conhece alguém que esteja, a arteterapeuta Cristiane Pomeranz, idealizadora do curso “Faça Memórias”, destinado a idosos com Alzheimer ou com problemas de esquecimento, tem um breve conselho: “Aposte no afeto”. Estabelecer relações de carinho, respeito e confiança é muito importante a longo prazo, segundo a especialista. “Se acontecer [a doença], que seja da melhor forma. Já cansei de ver idosos com a doença e que tinham poucas pessoas ao seu entorno capazes de ajudá-los por conta de relações conflituosas no passado.”

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Outra dica importante para os familiares e cuidadores é se munir de informações sobre tratamento e buscar apoio em entidades especializadas, como a Abraz. “Não dá para ficar sozinho nessa hora. É importante

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haver troca de informações, pois a doença tem estágios. Nesses locais sempre há palestras e, às vezes, uma dica que foi útil a um familiar, pode ajudar outra pessoa também”, comenta Eduardo Damin, especialista em neurologia cognitiva e comportamental pelo HCFMUSP. Lembre-se: a doença de Alzheimer impacta não só a vida do paciente, mas todas as pessoas a seu redor. Por isso é importante manter o bem-estar físico e psicológico da família e não delegar os cuidados somente a um membro. “É bem comum que só um integrante seja responsável pelos cuidados, enquanto os outros se dizem inaptos para exercer a função”, ressalta Damin.

Além disso, nas fases mais avançadas da doença, o idoso irá precisar de atenção integral, por isso a importância de ter uma rede de apoio, para cuidar de aspectos que vão desde mudanças no interior da casa (colocar corrimões, fechar armários que guardem substâncias perigosas, bloquear acesso às escadas, entre outras), até medidas como, por exemplo, levar itens necessários, como papel higiênico, ao sair para locais mais distantes. Os cuidados com o familiar precisam ser pensados estrategicamente. A ideia de que o idoso um dia se esquecerá de quem são os familiares também preocupa e, normalmente, é nessas horas que os parentes se dão conta de que a doença é progressiva e incurável. “Foi muito difícil aceitar que a doença estava evoluindo quando a minha avó se esqueceu de mim pela primeira vez. Então, a cada dia a gente tinha que criar uma nova maneira de lidar com a situação. Utilizar o humor me aju-

TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net

República Velha (1889-1930). Uma oligarquia formada pelo Partido Republicano Paulista e o Partido Republicano Mineiro revezava a presidência do país com representantes de seus estados, impedindo a ocupação do principal cargo do Poder Executivo por representantes de outros estados. Em 1929, o então presidente Washington Luís rompe com os mineiros e lança Júlio Prestes de candidato. Os mineiros passam a apoiar Getúlio e a recém-fundada Aliança Liberal, com o Rio Grande do Sul e a Paraíba. Getúlio perderá as eleições de 1º de março de 1930. A Aliança Liberal, reclamando de fraude, não aceitará o resultado da eleição, gerando uma movimentação político-social que culminará na Revolução de 1930, abrindo caminho para a Era Vargas. Neste cenário, surge em Araranguá o Campinas, sucedendo A Verdade - “Órgão do Partido Republicano Local” (com 33 edições entre 1º/02/1928 e 20/08/1929), ambos do jornalista Durval Mattos, agora como “quinzenário independente” que apoiará a Aliança Liberal com Getúlio Vargas. João Fernandes, que liderou o governo municipal por 28 anos, até 1926, tinha morrido em abril de 1929, ficando de fora do novo contexto político nacional que, com Getúlio, determinaria a deposição do prefeito Alcebíades Seara, eleito em 1926, iniciando uma longa série de nomeações, com Israel Fernandes assumindo em 1930. Apesar de seu viés original político, o Campinas se tornaria um grande patrimônio histórico por registrar fatos de Araranguá por cerca de três anos: 1929-30, jan/1931 e de 1936 a 37. RG

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Como conviver com familiares que têm Alzheimer É difícil imaginar a possibilidade de chegar

A “política do café com leite”, desde 1898, dominava a

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dou bastante, não só a mim, como à minha família. Depois a gente descobre que eles se esquecerão da gente todos os dias, mas que o amor nunca será apagado. Teve uma época que minha avó dizia: ‘Eu não sei quem você é, mas eu te amo’.”, diz Fernando Aguzzoli. POR QUE ESQUECEMOS? Os sintomas variam de acordo com o estágio da doença. No início, o idoso demonstra dificuldade de guardar novas informações, pois a doença afeta primeiro a memória recente. Com o avanço do quadro, o paciente vai perdendo memórias mais antigas e passa a demonstrar extrema dificuldade para executar atividades simples como se alimentar, vestir-se e até andar. “Isso ocorre devido ao acúmulo de substâncias anormais no cérebro, como a proteína beta-amiloide. Esse acúmulo gera a morte progressiva dos neurônios“, explica o dr. Damin. Apesar de incurável, atualmente a doença de Alzheimer já conta com opções terapêuticas capazes de melhorar a qualidade de vida do paciente, diminuindo os sintomas. O tratamento é multidisciplinar e inclui o acompanhamento de vários profissionais, como psiquiatra, fisioterapeuta e neurologista. Além disso, é importante motivar o paciente e colocá-lo para participar de atividades que o estimulem, como arte, dança e literatura, sempre de acordo com suas habilidades atuais.

[Editorial] O

Como lidar com o paciente de Alzheimer? Questões como revelar ou não o diagnóstico se colocam para todos que têm um familiar com a doença. Com tempo, as dificuldades aumentam e é preciso paciência e sensibilidade. Por enquanto, o tratamento do Alzheimer visa a atrasar a evolução dos sintomas. Uma das formas é inibir enzimas que degradam a acetilcolina. É importante manter o paciente de Alzheimer integrado de acordo com suas preferências pessoais. O isolamento somente prejudica o tratamento. z

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nosso programa

Surge na arena do jornalismo local, sem pretensões nem vaidades, apenas no interesse de servir modestamente esta gleba em que vivemos - CAMPINAS - órgão independente, que se devotará à defesa e aos interesses impessoais do povo, do qual vive e ao qual defenderá com toda sinceridade e o máximo ardor. CAMPINAS, no programa que se traçou, não combaterá homens, mas apenas ideias, não servirá de veículo a paixões pessoais, mas tão somente aos grandes ideais que neste momento empolgam a alma nacional. Na luta, não empunharemos jamais o bacamarte, nem nos serviremos da tocaia traiçoeira, não! De peito descoberto, cabeça erguida, enfrentaremos, apoiados apenas no gládio das nossas convicções, os nossos adversários. Se tombarmos, não lhes diremos imprecações; bendiremos a hora feliz em que nos colocamos em defesa dos ideais sagrados da nacionalidade. Vencedores, baixaremos o nosso gládio em continência ao vencido e, num gesto largo, próprio da alma brasileira, atiraremos sobre o adversário tombado o lenço branco de cambraia – símbolo da bondade e do esquecimento – para que, aplacadas as paixões, ele venha trabalhar conosco na grande obra que iniciamos – um Brasil grande, forte e respeitado.

Peça dicas de terapias complementares ao médico que está cuidando do paciente. Em casa, incentive-o a fazer coisas simples como arrumar a cama, guardar a louça etc.

HORMÔNIOS / ANTIBIÓTICOS CONTROLADOS DA PORTARIA 344

O momento político não é de hesitações. Quem se sentir deveras inflamado pelo fogo sagrado do patriotismo mais acendrado, desejando de coração o engrandecimento do nosso adorado Brasil, não deve vacilar um só instante diante de candidatos à presidência e vice-presidência da República. Das duas correntes políticas, uma impondo despoticamente contra a soberania do Povo, os srs. Júlio Prestes e Vital Soares, e outra entrelaçando-se nos nomes gloriosos de Getúlio Vargas e João Pessoa, a opinião nacional proclama estes como expoentes máximos que virão a ser da nossa grandeza em um porvir bem próximo. João Pessoa é um nome já consagrado pelas róseas páginas da Política Nacional e o eminente Getúlio Vargas é o revérbero do esplendor dessa estrela de primeira grandeza de nossa Pátria — o Rio Grande do Sul. [...] É assim que todo o bom brasileiro, que quiser garantidas as suas liberdades, que todo o brasileiro digno de nome, que não quiser que se implante a anarquia completa no País, como um sintoma grave de esfacelamento da nossa nacionalidade — deve votar em Getúlio Vargas para presidente da República e em João Pessoa para vice-presidente. Um brasileiro

Director Proprietario DURVAL MATTOS Gerente BONIFACIO AGUIAR Redactor POMPILIO FERNANDES Collaboradores DIVERSOS “Cartões de visita, enveloppes, contas corrente, papeis para cartas, mata-borrão, facturas commerciaes etc. Nesta Typographia”

Reuniões 4as feiras, às 20h Sala na Igreja Episcopal, centro - Araranguá

POLÍCIA MILITAR: 190 POLÍCIA RODOVIÁRIA FED.: 191 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ATENDIMENTO À MULHER: 180

telefones para emergências

Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá

N.A. Narcóticos Anônimos

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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI

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APOIO CULTURAL

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JULHO 2020

Reuniões 2 e 5 f., 20h - dom., 17h Próximo à Igreja Sagrada Família Cidade Alta - Araranguá

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JORNAL DE ONTEM CAMPINAS n. 1 - 1º de outubro de 1929 Atualidade política

Grupos Familiares AL-ANON

A.A. Alcoólicos Anônimos

Ao público Tendo o quinzenário “A Verdade”, com a minha retirada de sua direção, suspendido a sua publicidade, previno aos Srs. assinantes, que já tenham pago suas anuidades, que não serão prejudicados, pois lhes enviarei o “Campinas”, até o término de suas assinaturas. Dos meus amigos e favorecedores, espero continuar a receber seus valiosos auxílios para a manutenção do “Campinas”, pois a sua circulação representa um esforço titânico devido à carência de recursos, pois os únicos auxílios que tenho recebido é a colaboração desses dois abnegados batalhadores: Pompilio Fernandes e Bonifácio Aguiar, o primeiro, à frente da redação, e o segundo, na parte comercial. “Campinas”, logo que disponha dos recursos necessários, será publicado semanalmente. Durval Mattos

CRIME Há dias o soldado do destacamento policial, Augusto

de tal, por motivos ignorados, assassinou, em seu próprio leito, prostrando com certeiro tiro no crânio, sua esposa.

Revisão

Devido ter adoecido o nosso companheiro encarregado desse serviço, não pôde ser o mesmo feito no nosso jornal, motivo por que saram diversos erros.

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joão batista de souza

JORNAL DE ONTEM PRETO NO BRANCO n. 1 - maio de 1989

O sistema previdenciário pouco existia e as famílias eram numerosas, pois os filhos tinham que garantir a velhice dos pais.

Comeu até se fartar, enfiou a mão no bolso da calça, pegou um monte de folhas de mato, colocou na mesa do restaurante e saiu de “fininho”. Juro que foi verdade.

Dino, um amigo e colega de trabalho (eu com 16 e ele com 15 anos de idade, arrendamos e tocamos uma pequena olaria movida à água), era arrimo de família, era quem sustentava os pais, já velhos, e alguns irmãos. A viúva Otília, minha mãe, contava que sua infância fora sofrida, que o patriarca dos Freitas, quando vinha pra casa, “roubava” batatas nas roças para os filhos comerem. Nas festas de São Roque, se pedíssemos dinheiro para as barraquinhas, doces etc. (meu pai faleceu em 1951) mamãe retrucava: — Pra quê? Já não estão com as barrigas cheias! E olhem que ela era pensionista federal; reminiscências dos seus sofridos tempos de criança.

Ao que o padre lhe respondeu: — Não. Você não comeu como um padre, os padres não comem assim. Você comeu como um porco! Por falar em comer muito, num desses verões chamei um picolezeiro para almoçar; já havíamos almoçado, e o que sobrara de arroz, maionese, carne, refrigerante (que não era pouco), o homem “traçou” tudo. Vendo nossa admiração, saiu-se com essa: — Seu Valdomiro falou com o dono da Tropicália para que nós (picolezeiros) almoçás-semos lá, que ele, depois, acertaria. No primeiro dia, depois do almoço, o dono chegou pra nós e disse:

Nas festas de São Roque, na capela de Morro da Fumaça, a “talianada” passava dias (noites) cantando aquelas canções folclóricas e saudosistas (“Merica, Merica, Merica,/ cossa saràlo 'sta Merica?”), jogando truco, bebendo “vino” e comento “pane” doce. Não era raro alguém pedir, num bar, um copo de vinho e pão (doce) com salame.

Conheci um mendigo (sempre com uma bengala, que usava contra os moleques mais atrevidos), pouco passava de um metro de altura; viajava de trem de ponta a ponta (Araranguá à Imbituba). Às vezes de Esplanada, passando por Morro da Fumaça até Rio Deserto. Vivia pedindo esmola nos vagões de passageiros e diziam as más línguas que, de “tanso” (doente mental) e pobre, tinha nada; sustentava até uma amante.

Onde me criei, não havia churrascarias, apenas um restaurante. Fui conhecer uma, pela primeira vez (1964), em Praia Grande. Os espetos com as carnes de frango, porco e gado eram colocados em uma espécie de pedestal; não se conhecia o sistema do “espeto corrido”, aquele em que o sujeito tem que sair correndo atrás do garçom. Pois bem, o garçom colocou os espetos no suporte e saiu para atender outras mesas. Fui direto ao espeto do galeto. Ah! os espetos. Peguei no espeto recém-saído das brasas, foi aquele chiado; por sorte ninguém viu.

Quando alguém queria se exibir, dizendo que tinha muito dinheiro ou

Contou-me, certa vez, um padre católico, que um gaiato, num restaurante,

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— Hoje comi como um padre!

— Não precisam pagar o almoço, só a Coca-Cola, mas não voltem mais aqui. Diziam que quando um pobre comia galinha, um dos dois estava doente. Gestantes e doentes comiam canjas de galinha, reforços médicos. Mulher que ganhava bebê permanecia quarenta dias de cama só comendo canja de galinha. Quando terminava o período de “resguardo”, saía branca que nem vela. Dizia-se: “Prudência e caldo de galinha não faz mal a ninguém!” Quando Dino, nosso herói quando criança, adoeceu, teve o privilégio de ganhar, na cama, uma canja de galinha. Como não havia lixo no quarto, casa de pau a pique, o rapaz colocava os ossos da galinha dentro do penico. Um irmãozinho entrou no quarto, viu os ossos dentro do penico, e saiu meio assustado: — Manhêêê! Manhêêê...! o Dino “cagô oxo”! É por isso que afirmo: “Se me disser que um pé de galinha não dá uma janta, z eu brigo!”

ATENDIMENTO: De segunda a sexta: das 8h às 12h e das 13h30 às 19h Sábados: das 8h às 12h e das 13h30 às 17h Tel. 3524-3071 Av. XV de Novembro

JULHO 2020

De 1945, quando nasci, até 1964, quando iniciei minha vida profissional, isso deve ter mudado pouco. Muitas cidades que conhecemos hoje não existiam (Brasília, a mais icônica).

— Bote bastante comida, porque dinheiro no meu bolso hoje é mato.

comeu o que pode, arrotou, passou as mãos na barriga e disse satisfeito:

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de 1950, o Brasil era um país eminentemente ruralista. No início do século XX éramos pouco mais de 17 milhões de brasileiros.

ironizar pela sua falta, falava: “Dinheiro no meu bolso hoje é mato”. Pois bem. Esse mendigo sentou num restaurante, em Tubarão, chamou o garçom:

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APOIO CULTURAL

Asa Branca foi a base para chegar ao Comando Astar. Diretores CLAUDENIR OLIVEIRA SOUZA e JURACI FERNANDES Editora, redação e diagramação JURACI FERNANDES Arte final MARILENE MARMITT Composta por Luiz Maurício Redação: Av. XV de Novembro, 2010 - Araranguá-SC Fotocomposição, montagem, fotolito e impressão: GAZETA DO SUL Santa Cruz do Sul-RS Pereira, Mário Augusto Baltazar (Guto), Marcos Daniel A primeira edição do PRETO NO BRANCO investe em Baltazar (Deni), Diógenes Paes, Sérgio Roberto Araújo, alguns dos grandes temas históricos da cidade: A história Adilson Cândido e Jocemar Zilli, o Asa Branca se desfez em de uma Escola que nasceu há 45 anos (sobre a Escola 1982, sendo que o último show realizou-se na Tropicália Básica Castro Alves); Herança arquitetônica (sobre cons- [Arroio do Silva], no verão daquele mesmo ano. Entre papos de colégio, na rua e nas aulas de violão, os truções antigas que ainda estavam de pé); A história de uma cidade que cresceu com a força de seu povo (um componentes do hoje Comando Astar foram se encontrando. apanhado histórico sobre Araranguá); O que representa O primeiro nome aplicado à banda foi Orpheus, sendo que a festa da padroeira. Já o material noticioso traz: XXIII naquela época faziam apenas músicas de outras bandas. Em Congresso Estadual de Araranguá; divulgação de obras 1985, já iniciaram tocando músicas de sua autoria. Naquela da Prefeitura no governo de Antonio Eduardo Ghizzo; época participaram de um show de rock no Camping Lago coluna social com Lupércio Abatti; e a primeira de uma Dourado, com grande destaque. Em 1988 a banda passou a série de entrevistas com empresários, com destaque nas chamar-se Áura Giórgia. Com este nome participaram do primeiras edições para Urbano Grechi, Mariano Mazzuco Primeiro Rock e Verão, que aconteceu no Arroio do Silva. Já em 1989 passaram definitivamente para o nome do Neto, Alveri Aguiar de Sá, José Pereira, Primo Menegalli, Zefiro Giassi. Desta primeira edição (corrigindo os dados Comando Astar, mudando o estilo de música para uma linguagem mais popular, sem imitações, buscando sempre um estilo equivocados evidentes), reproduzimos duas matérias. RG próprio, uma vez que, até então, tocavam rock pesado. A banda é formada por [foto, e.p/d.:] Elton, Maurício e Deni, e Dilo na baAraranguá Esporte Clube Desde 1948, ano de sua fundação, o Grêmio Esportivo teria, sendo este provisório. [...] NJ: Maurício segue na estraAraranguaense participou do futebol amador [o GEA tam- da, tocando blues com a Maurício Pereira & Trouble Men. bém teve sua fase profissional no anos 50; ver J.470]. Mas em meados de 1981 passou a se chamar Araranguá Esporte Clube, e em março de 1986 iniciou no futebol profissional. O primeiro campeonato que participou foi da Segunda Divisão, onde obteve o 3º lugar. Em 1987, foi 4º colocado no geral. Já no Campeonato Catarinense [de 1988, série B] recebeu o troféu de campeão. No ano passado, foi campeão de todas as fases e contava com Áureo Malinverni como treinador, o mesmo que assumiu o Araranguá atualmente. Segundo o presidente do clube, Valério Mendes, o Araranguá Esporte Clube iniciou o ano de 1989 muito fraco, nem sequer havia diretoria, ele estava sozinho. Foi no longo de três reuniões que conseguiram formar uma diretoria, a que permanece até hoje: PRESIDENTE Valério Mendes, VICEPRESIDENTE Lédio Gomes, [outros encargos:] Venício Simon, Pedro Paulo Nunes, Luis Carlos Gomes, Mario CINEMA Cine Roxy Canella, Giovane Elias, Alveri Aguiar de Sá, Antonio João Coluna de Paulo Ruschel — O Cine Roxy apresentará diPereira, Edson Ferreira, César A. César, Alceu Pacheco, Luiz versos filmes até o final de maio, como: O Mentiroso, que estará passando de 19 a 23, com a censura de 14 anos; Os Gonzaga Pereira e Gilberto Salvador. [...] Dentro da área de patrimônio do clube, em 1988 foi Amores de Lady Chatterley, dias 24 e 25, censura 18 remodelado o estádio, onde foram construídas arquibanca- anos; O Príncipe das Sombras, dias 26 e 27, censura 18 das, alambrados e cabines (postes para iluminação do está- anos; Julia e Julia, dias 28, 29 e 30, com censura 14 anos; dio já foram adquiridos). [...] NJ: O AEC disputou sete esta- Naná - Uma Mulher Francesa, dias 31 e 1º de junho, duais, de 1989 a 1995; o quarto lugar em 1993 foi sua melhor censura 18 anos. Todos os filmes serão apresentados às 20 colocação. Em 1991, ao vencer o Figueirense na Capital, o horas. NJ: O colunista comenta Julia e Julia, com Kathleen Araranguá conquistou a Copa Santa Catarina, seu título Turner e Sting: “O filme poderia remeter a um suspense mais importante. Retornando em 2014, o AEC foi Campeão barato, mas não é isso que acontece”, O Príncipe das Sobras, da 2a Divisão da LARM, e Campeão da 1a Divisão em 2017. de John Carpenter: “Em matéria de horror, é um dos filmes Iniciado em 2016, o novo estádio do clube, que dos anos que se salvam da mediocridade”, O Mentiroso, do gaúcho 1950 até 1995 tinha como sede o Estádio Grêmio Fronteira, Werner Schünemann: “O filme é leve e engraçado ... foi o grande vencedor do Festival de Brasília”. + PRETO NO BRANCO p. 8 está em fase de acabamento no bairro Aeroporto.

Se me disser que um pé de galinha não dá uma janta, eu brigo ATÉ mais ou menos a década

Comando Astar

Dr. Carlos Roberto de M.R. Barros Responsável Técnico - CRM 3270 - RQE 2755 Neurologia - Adulto e Infantil Eletroencefalograma - Mapeamento Cerebral

(48) 3524-1380 | 99675-3202 Av. Engenheiro Mesquita, 361 - Centro - Araranguá SC

Dr. Ivan Holsbach MÉDICO PEDIATRA CREMESC 2390

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Tady, Juraci e o jornal Preto no Branco ○

Em maio de 1989, o jornal Preto no Branco “pedia licença” e iniciava a sua história em Araranguá. ○

família na cidade de Capitão (RS), quando a lembrança da bucólica terra de origem lhe despertava saudades.

Inicialmente deve ter perguntado a ela se conhecia o Morro dos Conventos, depois falou do Arroio do Silva e, com sotaque meio agauchado, conseguiu convencê-la para um passeio à Cidade das Avenidas.

As praias descritas nas palavras de Tady e a paixão pela beleza natural de Araranguá faziam Jura ir regularmente ao Morro dos Conventos e Hercílio Luz, num roteiro pelo interior que muitos nativos ainda não haviam feito.

De um senso de humor pouco comum e já assimilando as “bobagens” do folclore local, principalmente, adquiridas pelo companheiro, Juraci costumava dar boas risadas das muitas situações vividas com os amigos, sendo muitas vezes também flagrada com semblante mais sério, nos momentos em que os negócios e sua rotina o exigiam.

Claudenir Oliveira Souza, nosso conhecido Tady, continuou dividindo seu tempo entre Araranguá e São Leopoldo, e Juraci Fernandes, a inesquecível Jura, passava a viver na cidade tão propalada pelo namorado. A linha jornalística do novo periódico definiu-se pela ética e pela busca da revelação da cultura local, voltando-se para a história e para fatos atuais que queriam espaço de divulgação, caracterizando-se bastante como um jornal pouco noticioso e com destaque para variedades. Em pouco tempo, todos já conheciam Jura. Ao seu jeito irreverente e de grande sensibilidade, juntou-se o espírito de garra, revelando aos que

ANO VIII - JULHO DE 1967

passavam a conhecê-la uma profissional dedicada, disposta a abrir o espaço necessário para o crescimento do seu jornal.

Com a crise do final dos anos 1980, todo o mercado era duvidoso, mas, sonhando juntos, partiram para a luta, e a fundação de um jornal ocuparia horas de profundas reflexões, pesquisas, indecisões, até a coragem falar mais alto. E, em maio de 1989, o jornal Preto no Branco “pedia licença” e iniciava a sua história em Araranguá.

F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F

Sua forte personalidade não abalou-se quando passou a enfrentar o câncer de mama, e a vida, que já lhe era especialmente vivida, passou a sê-la ainda mais, ensinando a todos verdadeiras lições, práticas de fé e deterALEXANDRE ROCHA / IMAGEM DE VÍDEO minação, sem sentimentalismos, indo à luta, com a mesA história da cidade foi seu ma garra de sempre, enfrentando assunto principal em cada edição. com coragem e naturalidade o Para isso aliou-se a um senhor novo desafio que o destino lhe franzino, que costumava caminhar silencioso pelas ruas da cidade e que impusera. restringia sua conversa com pouA batalha que muitas mulheres quíssimas pessoas, mas que foi vencem, Jura não venceu, ao meconquistado pela moça de fala nos do ponto de vista dos mortais. gaúcha, que adquiriu sua confiança Deixou ela muitas saudades, mas e simpatia. Era o historiador demuito mais boas recordações e um dicado, Antônio Soares de Souza, belo trabalho desenvolvido durante conhecido Antoninho Fogueteiro, os quatro anos que dedicou-se ao que colecionava boa parte da Preto no Branco, juntamente ao história da cidade. Claudenir, que após voltar a exercer suas atividades advocatícias no Apaixonada por viagens, Jura Rio Grande do Sul, regressou e encontrou-se com a liberdade. Ora fixou residência em Araranguá, estava no Nordeste, ora em Floriasua terra natal. nópolis, no Rio de Janeiro e vez por outra, buscava o aconchego da + PRETO NO BRANCO p. 9

Governador Ivo Silveira festivamente recepcionado em Araranguá

ESPORTES Direção de Geraldo Grassi

O povo de Araranguá tributou magnífica homenagem ao governador Ivo Silveira, na sua primeira visita oficial a esta cidade. Às 9h30, o governador e sua comitiva chegavam ao palanque armado na Praça Hercílio Luz. Entregando a chave da cidade, falou o prefeito Osmar Nunes. A seguir, usou da palavra o governador Ivo Silveira, sendo grandemente ovacionado. Seguiu-se o desfile escolar, congregando grande número de alunos dos diversos estabelecimentos, bem como uma parada com máquinas agrícolas. Após assistir aos desfiles, o governador Ivo Silveira dirigiu-se à Prefeitura, onde solenemente inaugurou seu retrato naquela repartição. Na oportunidade, foi saudado pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Urbano Grechi. O Governador passou a despachar no gabinete da Prefeitura, recebendo em audiência os prefeitos dos municípios do Vale do Araranguá. Às 12 horas, Governador e comitiva tomaram parte num lauto banquete na Cidade Alta, juntamente a mais de oitocentas pessoas. Durante o ágape, usaram da palavra o Dr. Jádel Silva, promotor público, em nome do Município; o deputado Afonso Ghizzo, deputado Lecian Slovinski, presidente da Assembleia Estadual, os senadores Celso Ramos e Irineu Bornhausen, e, para encerrar, o governador Ivo Silveira. Da comitiva governamental, faziam parte altas autoridades, entre elas o cmt. do 14º B.C., secretários de Estado, chefes de serviços e grande número de deputados estaduais. Mais tarde, a comitiva rumou para o município de Sombrio, de onde partiu para Jacinto Machado e Meleiro.

Brilhante jornada cumpriu domingo o Grêmio Fronteira frente ao Nacional de Capivari, pelo alto escore de 4 a 1. Vitória justa da equipe dona da casa, que comandou desde os primeiros aos últimos minutos com total superioridade. O Nacional de Capivari, que veio precedido por enorme cartaz, decepcionou totalmente, mostrando-nos uma equipe frágil e sem nenhum conjunto. A equipe gremista, com uma defensiva muito bem armada por Cascata, Navalha, Cláudio, Zé Cláudio e Hugo, se constituiu numa barreira humana às pretensões dos nacionalistas, que somente conseguiu transpô-la uma vez, assinalando o seu tento de honra, por intermédio de Zé Aleixo. O meio de campo do Grêmio, formado por Enio e Roberto, deu conta do recado com relativa folga, uma vez que o adversário era muito inferior. O ataque, formado por Ayres, Tatavo, Pedroca e Val, teve um bom entrosamento, enquanto esses homens estiveram lado a lado. Com a saída de Tatavo do miolo da grande área, aos sete minutos do 2º tempo, e, posteriormente, de Pedroca, aos 20 desta mesma etapa, a ofensiva araranguaense caiu vertiginosamente de produção, pois Tatavo e Pedroca estavam em tarde de gala. Na equipe do Nacional não há elementos a destacar, pois que foi uma equipe fraquíssima, do nº 1 ao nº 11, todos no mesmo nível. O escore foi inaugurado a um minuto e meio, por intermédio de Roberto. Aos dois e meio, Tatavo aumentou para 2 a 0. Aos 17, Pedroca fez 3 a 0, e aos sete minutos da segunda fase, novamente Pedroca deu cifras definitivas às cores gremistas, marcando o quarto gol. Coube a Zé Aleixo consignar o gol de honra para o Nacional, aos 20 minutos da 2a etapa. Juiz: sr. Joênio Luchina, com bom comportamento, muito bem auxiliado pelos senhores Nedo e Lourival nas laterais. GRÊMIO FRONTEIRA: Cascata, Navalha, Cláudio, Zé Cláudio e Hugo, Enio e Roberto; Ayres, Tatavo (depois Rodrigues), Pedroca (depois Zêgo) e Val (depois Batara). NACIONAL DE CAPIVARI: Gambá, Danil, Louro, Hercílio e Elpídio; Zico e Tótodo; Zé Alixo, Pedrinho, Loreni e Ademir (depois Galego). + p. 2 CA 159 29/07/1967

Governador recebe memorial Uma comissão

formada por elementos das classes representativas do Município fez entrega ao governador Ivo Silveira de um memorial de reivindicações, recebendo daquele mandatário a afirmação de que seria o documento alvo de sua maior atenção. Dito memorial reivindica a construção do Palácio do Estado, do Quartel da 1a Cia. de Polícia Militar, instalação do Curso Científico, melhoria ao sistema energético, escola de tratoristas e incorporação das estradas dos balneários ao DER.

Criada a Inspetoria de Fiscalização Foi criada

pelo Governo Ivo Silveira a Inspetoria de Fiscalização nesta cidade, que atuará sobre os demais municípios do Vale. Até há pouco, o extremo sul estava subordinado à Inspetoria com sede em Criciúma. (...) Para a chefia do novo órgão foi nomeado o sr. José Taborda de Lacerda Sobrinho, que vinha exercendo o cargo de Fiscal da Fazenda, nesta cidade. CA 158 08/07/1967

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APOIO CULTURAL

estudante de Direito, tendo à mão o chimarrão, que já se acostumara a saborear todos os dias, dirigiu-se à moça, fazendo a maior propaganda de sua cidade.

Ela, já formada em jornalismo, procurava o mercado de trabalho e já havia pensado em deixar São Leopoldo, apesar da saudade que levaria dos amigos, muitos ainda vinculados ao mundo universitário da Unisinos.

j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)

JULHO 2020

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JORNALECO 524

POR ALEXANDRE ROCHA

Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc. Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy

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O futuro de nossas praias: expansão urbana 7 preservação do meio ambiente

no órgão público municipal, faz o negócio, entregando seu dinheiro a vendedores, que muitas vezes podem ser verdadeiros estelionatários, por venderem o que não lhes pertence. Posteriormente, quando o bem-intencionado comprador dá início à construção de sua casinha de praia, recebe a visita de algum órgão fiscalizador estadual que, na ausência das devidas licenças ambientais, aplica penalidade de multa e embarga a construção do cidadão. E agora? A quem deve recorrer o enganado comprador para ressarcimento dos prejuízos? Ao Município? Ao vendedor? Ou assumir a culpa unicamente?

Se a expansão urbana, com seus loteamentos clandestinos e construções irregulares, não for contida, se os poderes públicos não forem efetivos contra os crimes ambientais, o que resta do ambiente natural, como patrimônio maior dos municípios balneários, se perderá irreversivelmente para várias gerações

Santa Catarina possui um vasto litoral. São mais de 500 quilômetros de orla em duas partes principais. Desde a divisa com o Paraná até o cabo de Santa Marta em Laguna, encontram-se as formações que muito caracterizam o estado pelo mundo afora: enseadas, cabos, costões rochosos, ilhas, estuários, entre tantas outras feições. A partir do cabo em Laguna, e seguindo-se até o limite sul do estado no rio Mampituba, a paisagem assume uma feição bem diferente. A orla recortada que caracteriza a maior parte do litoral barriga-verde torna-se extremamente retilínea no trecho mais ao sul de Santa Catarina. Assim, a última centena de quilômetros no sul do estado não possui um único evento geográfico que quebre a linha praticamente reta da praia.

A planície do nosso litoral no extremo sul catarinense

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Por cerca de cinco quilômetros da beira-mar para a terra, o ambiente costeiro mantém-se em suas características resultantes da ação marítima: praias, dunas, banhados e planícies. Conforme mais se distancia do mar, as condições mudam e favorecem a formação de florestas O recuo do planalto nesta região permitiu a consolidação de uma considerável planície – talvez uma das únicas neste estado de relevo tão acidentado – situada entre o mar e a borda do planalto serrano. Exatamente nesta planície, milhões de anos de ação de avanços e recuos do oceano garantiram que a faixa das primeiras dezenas de quilômetros de distância a partir do mar seja totalmente coberta por areias originárias de processos erosivos da crosta continental sob as águas. Com a distância atual do mar, as regiões mais afastadas da praia perderam sua característica de ambientes costeiros, com imponentes florestas se permitindo consolidar e contribuindo para a transformação do solo. Por outro lado, a faixa dos cinco quilômetros mais próximos do mar, aproximadamente, não conseguiu superar a forte ação marítima, direta e indireta, criando um emaranhado de ecossistemas únicos desta faixa de transição entre o continente e o oceano, à qual chamamos zona costeira.

A zona costeira e os nossos balneários

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APOIO CULTURAL

A estreita zona que abriga os municípios balneários, frágil em sua conformação natural, vem sofrendo há décadas com a intensa ação predatória da especulação imobiliária e o descaso histórico dos poderes públicos

P R O V E R E

O adensamento urbano na estreita faixa onde se estabelecem os balneários compromete o lençol freático e as praias já não suportam a demanda de dejetos e lixo O caso é que por mais inocente que possa ser o nosso suposto comprador, o prejuízo ambiental que pode vir a ser causado é gravíssimo e irreversível. Como já discorrido, os ecossistemas costeiros possuem dimensões extremamente reduzidas. No entanto, são imprescindíveis para a boa qualidade dos recursos naturais, tais como a água e o solo. A fauna de migração – principalmente as aves que tanto embelezam nossas praias nas estações de transição – depende de todo o conjunto dos ambientes, o que inclui banhados, dunas e planícies, para sua alimentação e abrigo. Lembremos aqui que o Brasil é signatário de vários tratados internacionais que garantem a proteção dos animais migratórios. Nosso país estaria, então, descumprindo seus compromissos internacionais se permitisse a aniquilação do ambiente necessário para tais espécies. E o que temos hoje é a tendência de total ocupação do território litorâneo por obras e atividades humanas.

Loteamentos clandestinos e liberações inconsequentes

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Cada município tem perseguido o progresso sem medir os prejuízos ambientais e paisagísticos. Não haverá desenvolvimento em nenhuma instância se esquecermos de preservar a natureza e respeitar as pessoas que cuidam das praias e a escolhem para viver Por todos os municípios litorâneos de nossa região, estamos vivendo uma verdadeira festa dos contratos particulares de compra e venda: pessoas alegando possuírem determinado imóvel, mas sem qualquer título de propriedade, vendem tal posse para terceiros, que podem estar no negócio de boa-fé ou não. Muitas vezes, as alegações de posse de mais de um cidadão recaem sobre um mesmo imóvel, o que tem gerado uma série de conflitos judiciais ou até mesmo violentos. E na pressa em legitimar alguma posse, os alegados “possuidores” buscam edificar as áreas o quanto antes, criando uma rede de loteamentos totalmente clandestinos e sem qualquer controle de impactos ambientais. E, muitas vezes, o próprio poder público municipal permite que se construa e ocupe lotes nestas condições.

As ameaças em Araranguá e nos demais municípios de nossa região costeira

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Campos de dunas desaparecem, banhados são aterrados, o ambiente é fragmentado impedindo o trânsito natural dos animais silvestres. Problemas gerados pela ganância e pelo descaso público

Este é um problema global que está presente em nosso quintal. Por exemplo, no município de Araranguá as áreas de banhados em Ilhas e Morro Agudo sofrem severas ameaças com aterros e drenagens. Em Balneário Arroio do Silva, especialmente no lado sul da praia, a expansão da malha urbana tende a ocorrer de forma totalmente desordenada, não se preocupando em respeitar quaisquer áreas representativas do ecossistema. Mais ao sul, em Balneário Gaivota, uma grande quantidade de loteamentos não licenciados são tentados por pessoas que sequer possuem a escritura pública dos imóveis. Finalmente, em Passo de Torres, talvez o caso mais dramático. Um campo de dunas que era um dos maiores do estado há trinta anos, e ainda considerável há dez, praticamente não existe mais nos dias de hoje. E o pouco que ainda resta desta formação, ainda hoje é alvo de vários empreendimentos clandestinos.

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Terra de ninguém: o cidadão logrado

É urgente que se defina onde ainda se pode construir e sacramentar os espaços intocáveis que restam. Ou as futuras gerações não conhecerão nem conviverão com a flora e a fauna nativas que dividem o espaço com as pessoas nesses santuários praianos Tal situação gera uma cadeia de problemas. O comprador de um imóvel nestas condições pode ser uma pessoa sem condições de adquirir imóveis em áreas mais “privilegiadas” da cidade. Agindo por vezes com boa-fé, consulta a Prefeitura sobre a viabilidade de se construir na área. E o que as Prefeituras não informam é que nas áreas costeiras, toda e qualquer vegetação nativa, por mais que seja apenas

Centro dia para Idosos Um novo conceito de Cuidado

Convivência para Idosos

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O que temos a perder

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APOIO CULTURAL

As duas faces do nosso litoral: da divisa do Paraná até Laguna, e do cabo de Santa Marta até a foz do rio Mampituba, em Passo de Torres

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500 quilômetros de praias catarinenses

O problema é que esta diminuta zona costeira – quando comparada aos imensos biomas continentais e ecossistemas marinhos – vem sofrendo, em nossa região, uma intensa ação predatória por ocasião da expansão das malhas urbanas dos municípios. Este acontecimento de crescimento urbano tomou ímpeto desde uns trinta anos atrás, tendo se acelerado nos anos 1990 e, nos últimos dez anos, tomou velocidade assustadora. Ainda que hoje os loteamentos tenham encontrado dificuldades para sua implantação, principalmente pelas contrapartidas ambientais exigidas pelos órgãos licenciadores, o que muitas vezes inviabiliza o empreendimento do ponto de vista econômico, o crescimento urbano clandestino ocorre a um ritmo acelerado.

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POR GIBRAN REZENDE GRECHI

RICARDO GRECHI

e sem árvores, não é passível de corte sem o aval s rasteira dos órgãos ambientais. Assim, este comprador, confiando

Gibran Rezende Grechi é engenheiro ambiental e 2º Sargento da Polícia Militar Ambiental em Maracajá, Quartel com circunscrição em 25 municípios do Dunas e sul catarinense: restinga no do rio Mampituba Balneário ao rio Urussanga.

Arroio do Silva

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Danos ambientais e problemas sociais Uma terra de original exuberância natural defasada e os problemas sociais com a falta de infraestrutura Todo este cenário, além do dano ambiental, cria também um igualmente gravíssimo problema social. Como dito acima, muitas pessoas que não possuem condições econômicas “avantajadas”, muitas vezes passando por uma série de dificuldades em suas terras de origem, acreditam estar fazendo um bom negócio em adquirir estes imóveis mais acessíveis no litoral. Passado algum tempo, estes locais clandestinos acabam por aglomerar grande quantidade de pessoas, muitas provenientes do êxodo rural, em comunidades que não possuem a mínima atenção das prefeituras no que se refere à infraestrutura básica. Preocupados geralmente com as regiões centrais de suas cidades – reproduzidas nos cartões postais – os administradores podem acabar negligenciando os cuidados para grandes comunidades mais periféricas. E como tem ocorrido em muitos centros maiores, incluindo nossa Capital catarinense, uma comunidade numerosa somada ao descaso do poder público gera vulnerabilidade ao crime, aumentando sobremaneira a violência contra os moradores do município, principalmente os moradores destes locais, mas também contra os demais.

Se não for preservado em grande escala e de forma não fragmentada, o ambiente costeiro desaparecerá

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Os municípios costeiros precisam definir um plano de ordenamento do solo e limitar definitivamente o avanço urbano. Um amontoado de casas e construções à beiramar não define um balneário e não atrai o turismo Parece-nos evidente que, pelo fato de já possuirmos cidades consolidadas próximas ao mar, devamos abrir mão de parte do ecossistema para permitir algum avanço de áreas urbanas. E realmente o é. O que é essencial, todavia, é que este avanço se dê apenas após a existência de planos municipais que garantam a preservação de áreas representativas, inclusive interligando os vários ambientes. Assim, é evidente que deveremos abrir mão também de parte do crescimento urbano. Apenas com a existência e aplicação de um plano municipal de ordenamento do solo, que garanta a proteção do ecossistema, em consonância com planos nacionais e estaduais, cada cidadão poderá adquirir seu imóvel e construir sua casa de praia, estando juridicamente assegurado e contribuindo para a construção de um meio ambiente sadio. z

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