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PANFLETO CULTURAL
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ANO 27 • Nº 526 • SETEMBRO DE 2020 Periodicidade mensal. Tiragem: 1.000 exemplares Fechamento desta edição: 07/09/2020 23h40 E-MAIL: jornaleco.ara@gmail.com CNPJ 28.000.138/0001-00
EDIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E REVISÃO Ricardo Grechi CONTATOS Rossana Grechi ASSISTÊNCIA Guaraciara Rezende, Gibran Rezende Grechi, Nilson Nunes Filho IMPRESSO NA GRÁFICA CASA DO CARIMBO DE Rosa e Aristides César Machado PRODUÇÃO Nicolas Nazari Machado PREPARAÇÃO DO FOTOLITO David Machado Fernandes CORTE Toninho Abel IMPRESSÃO Valdo Martins
© Ricardo Francisco Gomes Grechi (reg. nº 99866, prot.4315/RJ de 17/07/1995)
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UMA PUBLICAÇÃO
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APOIO CULTURAL
já começam a se amontoar. Essa noite vai chover de novo dentro das casas. As mulheres que lavam roupa na fonte, perto do campinho que depois vai virar shopping, já avisaram duas vezes que se a bola cair na água de novo elas não a devolvem. Eu decido tirar os sapatos para ficar mais à vontade. Se ainda fumasse, acenderia um cigarro. Me sento com os meninos que esperam a vez, eles me olham desconfiados, perguntando-se quem será esse cara com pinta de maluco. É que escapei dum manicômio, digo, soltando uma baforada de ar, mas nem me ouvem, já perderam o interesse. Conversam alto, riem muito e se empurram. Dizem que no sábado vai ter um jogo especial, vai vir o pessoal do teatro mambembe montado num terreno perto do seu Vevê, e o jogo vai ter juiz e cada time vai ter camiseta e tudo. Enquanto isso, a bola cai na fonte e uma das lavadeiras a apanha, faz uma figa e diz que essa ela vai levar pra casa, que vai cortála ao meio. O filho do seu Lédio, o mais velho, é quem sai do campo e vai lá negociar. Ao longe se ouve o ruído das obras da futura Sete de Setembro, que vai ter asfalto. Está toda a terra levan-
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tada, derrubaram o mato, encontra-ram até macaco. E se acabou o bosque que havia onde hoje o que há é uma ofensa à estética arquitetônica e um insulto à memória de um antigo império americano. Em mim, nada há de mais triste que a perda desse bosque. Ainda agora, enquanto escrevo essas lembranças, sinto aquele mato dentro de mim. Não passa dia em que não me lembre dele. Descalço os sapatos para ouvir com mais comodidade os sábios conselhos e ensinamentos futebolísticos que o seu Nascimento, com filosofia e seriedade, passa aos meninos. O menino que foi conversar com as lavadeiras volta da fonte com a bola na mão, vitorioso, mas contendo o riso, recomendando cuidado, falando como um chefe, dizendo que as mulheres estão mesmo muito brabas, que da próxima vez não devolvem a bola. Um guri mais enfezado, acho que é o Titi, diz que quer ver elas não devolverem. E eu me levanto porque vejo que a tarde finda e a chuva não tarda. Pina pegou a bola e corre pela
lateral rindo, menino alegre, lindo, rindo, rindo. O campo, quando é ele quem corre, parece enorme, não se acaba nunca. Depois de jantar ele vai chorar um pouco e depois vai compor uma canção, com letra e música, e amanhã vai me mostrar na varanda da casa dele, fazendo a bateria com a boca. E um dia, mais adiante, como tantos outros, vai se perder num labirinto sem portas... Tiro uma velha fotografia do meu time do bolso do casaco. O Duda de cabelo um pouco comprido, o Pina sério como nunca, o Naldo e o Rudi do jeito deles, o Di já um pouco barrigudo, e eu. Deixo atrás o eco dos gritos e dos xingamentos do jogo que prossegue e regresso à floresta encantada onde uma vez me perdi e nunca mais me achei. É lá onde moro agora.
Os grandes amigos que fizemos na vida, os amigos do peito, irmãos-camarada, em sua maioria, vêm da infância e da juventude. Para isso, a família conta muito, como nossa primeira referência, considerando também que, se as grandes amizades se revestem de carinho, respeito e cumplicidade, os espíritos mais jovens, devido a inocência, são os mais receptivos e expressivos. Depois dos 30, fica cada vez mais raro encontrar um novo grande amigo. No verão de 2004, quando o Ézio Rocha e o Alexandre Rocha me apresentaram o João, levando-o à minha casa de praia, eu só o conhecia de fama, que eu ouvia falar dele desde que eu era menino. Na época, João era um dos braços fortes do prefeito Primo Menegalli, como secretário de Obras. João estava divulgando o CD que tinha gravado com músicas suas. Então o convidei para uma entrevista, que realizamos dias depois e foi publicada no Jornaleco 199, de 1º de março de 2004. A partir daí, começamos a nos ver regularmente, sendo que, entre 2006 e 2014, pude ajudar o João editando os quatro livros que ele escreveu (incluindo sua autobiografia, que contém um dos mais importantes relatos sobre a política em Araranguá nos anos 1970/80). E assim nasceu uma grande amizade. Foram longas conversas em muitos encontros, almoços e viagens aqui pelo sul de Santa Catarina, e a Porto Alegre em 2008, quando João me ofereceu uma turnê pela Capital gaúcha. Creio
que caminhamos uns 25 quilômetros pela cidade, com o João, incansável, me levando a diversos dos lugares mais importantes. João conhecia muito bem a cidade, pois tinha sido motorista de ônibus em Porto Alegre nos anos 60. O ponto alto foi ver o quarto de Mario Quintana, com os móveis e detalhes originais, no antigo Hotel Majestic (então, já Casa de Cultura Mario Quintana), onde o poeta morou de 1968 a 1980. Desse tempo que convivemos e desenvolvemos nossa amizade, ficaram boas lembranças. Marcou-me muito o senso de justiça do João, sua afeição por Araranguá, e o intenso amor e admiração que ele sempre expressava quando falava dos filhos: o Johni, a Amélia, a Jonaira, a Sandra e a “filha-neta” Sabina, que Sandra lhe deixou. Em 2010, João me apresentou sua proposta para fundar uma academia de letras em Araranguá. Juntamos a nós o Alex e o Ézio, e fizemos várias reuniões, realizando uma extensa pesquisa sobre possíveis membros e patronos, e alinhavando um estatuto. A coisa avançava neste estágio quando o João decidiu que era hora de estabelecê-la de fato, e a Academia de Letras Araranguaense veio a ser fundada em 2012.
casa e construção Reedição do texto publicado no JORNALECO em 2007
CASA NENA CANOAS / RS
DISTRIBUIÇÃO GRAT U I TA CORTESIA DOS ANUNCIANTES
Uma das maiores lideranças políticas araranguaenses dos últimos 50 anos
SOUSA GOMES JR.
Lá para os lados da serra as nuvens
ARARANGUÁ-SC SETEMBRO 2020 ANO 27 • Nº 526
Ao nosso amigo João ‘dos Pintos’ da Silva
Quando tudo aqui era mato WANDERLEI
JORNALECO
H FUNDADO EM 18 DE MAIO DE 1994 H
ARARANGUÁ / SC
COPISO A mais completa
Tel. (48) 3524-7797 Av. Sete de Setembro, 2520 - Vila São José (esquina com a rua Amaro José Pereira)
A P O I O C U LT U R A L
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A P O I O C U LT U R A L
DIVULGAÇÃO
Agora, em 17 de agosto, João “dos Pintos” da Silva veio a falecer no Hospital Unimed, em Criciúma, vítima da Covid-19. E Araranguá perdeu uma grande personalidade de sua história. João da Silva nasceu em 28 de janeiro de 1940, em Maracajá, então distrito de Araranguá. Na entrevista de 2004, ele conta: “Minha infância foi vivida parte dela na Barranca ... era um bairro muito pobre ... mas na minha época era o maior bairro de Araranguá. Havia muito movimento por causa do trem. Não havia ponte, e ali eram esperados os malotes do Correio, chegavam viajantes, turistas, e até animais, que havia vagão para o seu transporte”. João começou sua vida profissional trabalhando na oficina mecânica de André Alves e Nelinho. Depois, foi para Porto Alegre. Voltou em 1965, e em 1966 fundou a Casa do Agricultor, pioneira no ramo. “Sou torcedor do Internacional”. “O maior jogador de futebol que vi jogar em Araranguá foi o Jóia”. “Comecei minha vida política trabalhando com o Brizola, em Porto Alegre. Sempre admirei o Brizola e seu combativismo”. “Fiz muita serenata”. “Meus filhos e eu somos muito entrosados” e “não importa se Deus já levou uma parte deste nosso amor”. RICARDO GRECHI
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“Eis o homem”. A história registra que essas foram as palavras que Pôncio Pilatos mencionou quando “apresentou” Jesus, coroado de espinhos, ao povo judeu, no século I. Dezenove séculos após, portanto, no início do século XX, o mesmo termo foi empregado pelo pensador alemão, Friedrich Nietzsche, na obra Ecce Homo. De narrativa diversa a anterior, o filósofo buscava explicar a identidade moral, educação, estilo e psicologia da sua trajetória, portanto, “como alguém se torna o que é”. Na Grécia, século IV a.C, sendo quinhentos anos antes de Pilatos e dois mil e trezentos anos anterior ao filósofo alemão, viveu Sócrates, que toma “emprestado” a máxima registrada no templo de Delfos, “Conhece-te a ti mesmo”. O aforismo passou a nortear a sua trajetória filosófica, pois entendia que se houvesse tal (re)conhecimento, a primeira descoberta provocada por essa imersão seria a constatação da ignorância. A busca pelo conhecimento/episteme seria a construção da etapa seguinte. Três cenários distintos em tempo e lugar que não há como discorrer em tão breve espaço, contudo oportuniza reflexões acerca da ação humana e das intenções que movimentam a conduta. Dessa forma, dificilmente haverá surpresas com o inusitado. A história é o instrumento, entre tantas outras possibilidades, a adequada ferramenta que dá munição à interpretação do agir, permitindo assim, que o oculto se revele. “Lavo as minhas mãos”, conduta daquele período histórico que buscava a isenção do ato e de todas as consequências advindas. O resultado é de conhecimento geral. A questão é “como se desobrigar” foi gerador da situação historicamente colocada? É possível inferir os seguintes aspectos: era do conhecimento no qual a população da Judeia buscava fazer o “julgamento” com as próprias mãos; o líder Jesus desestabilizava o poder constituído, incluindo a tradição/cultura local, a “sedução” do poder, ou seja, a permanência no governo era o interesse maior. Somado a necessidade de Roma de arrecadar os tributos, qualquer outra razão era de caráter secundário. Razões de ordem social, econômica e política tangenciaram o fato. Tomando como válida essa perspectiva, fica evidenciado que a isenção do caso não fora de outra razão, senão garantir privilégios de Roma e do governo da Judeia, logo sem qualquer inocência do ato que supostamente aparentava ser, o alvo era preciso e certeiro, tendo em vista que o acontecido já havia sido antecipado nas conjecturas dos seus protagonistas. Faltava apenas a condição geradora da história que o mundo ocidental conhece: “Lavar as mãos”! Por fim, “lavar as mãos” ou se colocar em “sintonia com todos”, mesmo com discrepâncias entre os diversos, não há outra finalidade, senão a defesa do próprio interesse, bem como, o privilégio que dele advém. INTERNET
ARLETE ZANERIPPE
Onde quer que você esteja é o ponto de partida.
uplemento
PAULO MENDES CAMPOS z De um amigo meu, no bar: “Trabalho tanto que não tenho tempo para nada; à noite, bebo um pouco para lembrar as minhas mágoas.”
Tolice desmedida veja só Sonhos desfeitos sem cor Ambos vimos tudo virar pó Lágrimas salgadas de amor
z De um conhecido meu, quando lhe disse que certo homem público, embora de poucas luzes, era grave e honesto: “O jumento também é grave e honesto.”
KABIR (1440-1518) Poeta e místico indiano
Frases de Millôr 3 “Se durar muito tempo, a popularidade acaba tornando a pessoa impopular” 3 “Fiquem tranquilos os poderosos que têm medo de nós: nenhum humorista atira pra matar”
z De uma expressão mineira: “Fala mais que pobre na chuva.”
3 “A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades”
z Do finado Humphrey Bogart: “Um homem está sempre duas doses abaixo do normal.”
3 “Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem”
z De Hemingway sobre a famosa modelo Kiki de Montparnasse: “A única mulher que nunca dormiu em sua própria cama.”
3 “Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim”
z De um velhinho, ante o ar conjectural do caixeiro, quando pediu na livraria um manual sobre limitação de filhos: “Não é para mim; é para papai.”
3 “Chato... Indivíduo que tem mais interesse em nós do que nós temos nele”
RAFAEL MACHADO
z Do matuto para o médico: “Foi tiro e queda, doutor: a pílula desceu e parou direitinho na casa da dor.”
3 “O cara só é sinceramente ateu quando está muito bem de saúde”
Eu canto Para que meu canto cresça Não sei se forte, ou fraco, ou menos Mas que saia das dúvidas Da penumbra de si mesmo Canto sem motivos Sem liberdade, beleza ou alívio Não sou movido por palmas ou [ holofotes Canto melhor no banheiro do que [ na esquina Meu canto é por que preciso Canto palavras Que deveriam ter sido minhas E ao cantar, as roubo Baú cheio de estórias Gaveta rubra ao abrir-se Eis meu primeiro canto As lembranças do meu futuro Os sonhos do meu passado Ideias claras nesse horizonte confuso Dia e noite em mim Pois ao cantar me faço multidão E meu coração pulsa [ compartilhando vidas Morro, amo, sofro, sonho, perdoo Ao cantar, meu coração se faz maior
z De um velho do interior ao provar soda pela primeira vez: “Tem um gostin de pé dormente.”
A sentença estava escrita O destino a sentenciou Morreu alheia sem conquista Quem sofreu e muito amou!
xv CANTO
Qualidade e bom preço o ano todo TEL. (48) 3524-1646
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A BANDA
“Apanhadas no chão”
Acordar tempo somado Tempo perdido seu final Mantive assim aprisionado Amor infinito sem o mal
u Prof. MSc. Graduação em Filosofia e Mestrado em Educação. Membro da Academia de Filosofia de Criciúma
APOIO CULTURAL
Deus nos dá as nozes. Mas não as quebra.
PRAÇA HERCÍLIO LUZ, 436
ARARANGUÁ SC
z De Jaime Ovalle: “O importante não é saber se a pessoa gosta de uísque, mas se o uísque gosta da pessoa.”
3 “Se todos os homens recebessem exatamente o que merecem, ia sobrar muito dinheiro no mundo”
z De Osvaldo Cabeça de Ovo, no dia em que seu time de areia perdia de cinco a zero: “Arrecui os arfe para invitar a catastre.”
3 “Há duas coisas que ninguém perdoa: nossas vitórias e nossos fracassos”
z De um outro treinador para o goleiro: “Carambolou, arreia.” z De um torcedor a meu lado, vendo uma jogada magistral do enciclopédia Nilton Santos, errando, paroxismado, na tônica: “Dá-lhe, catédra!” z Do cabo Firmino, na revolução de 30, promovido pelo comandante da Força Pública Mineira, por ato de bravura em batismo de fogo: “Uai, seu coronel, tava pensando que era manobra.”
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z De um estudante para mim: “Escritor é o Euclides! Olha só: O sertanejo é — vírgula! — antes de tudo — vírgula! — um forte — ponto!” Fonte: Rir é o único jeito, Tecnoprint, 1976, páginas diversas. Paulo Mendes Campos (Belo Horizonte, 1922 - Rio de Janeiro, 1991), poeta e cronista, pertenceu a geração de 1945.
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3 “Os nossos amigos poderão não saber muitas coisas, mas sabem sempre o que fariam no nosso lugar”
z De Garrincha, muito absorto, meio segundo antes de ser dada a saída no jogo do Brasil com o selecionado soviético em 1958: “Olha ali, Nilton, aquele bandeirinha é a cara do seu Carlito...”
z Do treinador, também de praia, Trindade: “A missão do centrefór é atrapaiar os beque.”
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3 “O homem é o único animal que ri. E é rindo que ele mostra o animal que é” Selecionadas pela Exame.com
MILLÔR FERNANDES nasceu no dia 16 de agosto de 1923 no Méier, subúrbio do Rio de Janeiro, com o nome de Milton Viola Fernandes. Em 1945, inicia a publicação de seus trabalhos na revista O Cruzeiro, na seção “O Pif-Paf”, sob o pseudônimo de Vão Gôgo e com desenhos de Péricles. No ano seguinte, na edição de 10 de março de O Cruzeiro “demite” Vão Gôgo e passa a assinar Millôr. Millôr faleceu no dia 27 de março de 2012, em casa, no bairro de Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro. http://www.releituras.com/millor_bio.asp
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Reun. 2as f., 20h - Junto ao A.A. - Araranguá
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Reuniões 2 e 5 f., 20h - dom., 17h Próximo à Igreja Sagrada Família Cidade Alta - Araranguá
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Reuniões 4as e 6as feiras, às 19h30 Próximo à Câmara de Vereadores Balneário Arroio do Silva
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POLÍCIA MILITAR: 190 POLÍCIA RODOVIÁRIA FED.: 191 SAMU: 192 BOMBEIROS: 193 ATENDIMENTO À MULHER: 180
telefones para emergências
Reuniões 3as feiras, às 20h00 Sala na Igreja São Cristóvão - Maracajá
N.A. Narcóticos Anônimos
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EDIÇÃO: ROSSANA GRECHI
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F A CRÔNICA DOS ANOS 1930 F
FAZENDA SÃO JORGE
Centro de Reabilitação
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Fone (0**48) 3524-0280 Estr. Geral Volta do Silveira - Araranguá ○
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Perdura ainda no espírito público a cena dolorosa que cobriu de luto uma família e trouxe uma situação de insegurança para a coletividade, tal a frequência com que se tem repetido tão monstruosos crimes. Trata-se do assassinato do cidadão José João Farias, morto traiçoeiramente quando regressava dos trabalhos na lavoura. Apesar das diligências da polícia, ainda não se conseguiu identificar os criminosos, mas parece tratarse de dois indivíduos inimigos da vítima. Nossos votos são para que se consiga fazer alguma luz sobre tão misterioso crime e que seus autores sejam severamente punidos. 16 JANEIRO 1930 Nº 7
Sete mandamentos de um coração saudável Programa desenvolvido por uma das mais importantes instituições de cardiologia do planeta reúne os cuidados primordiais para dar vida longa e tranquila ao músculo cardíaco | CONDENSADO DA REVISTA SAÚDE É VITAL Nº 405, JULHO 2016, EDITORA ABRIL
Controlarás a pressão
Domarás o açúcar no sangue
Largarás o cigarro
“A hipertensão é a doença crônica que mais mata no globo”, sentencia o cardiologista Luis Bortolotto, do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo. A pressão alta causa um aperto nos vasos, o que exige esforço extra do músculo cardíaco para bombear o sangue. Se a situação persiste por anos a fio, ela cobra seu preço na forma de infarto, derrame, falência renal... O QUE FAZER? Ingerir menos sal e perder alguns quilos ajudam a domar a pressão. Se essas atitudes iniciais não forem suficientes, remédios são convocados.
Conforme publicacão do The Lancet, o número de adultos diabéticos no mundo pulou de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014. O envelhecimento, a obesidade e o sedentarismo contribuem para esse agravamento. O QUE FAZER? Fique de olho na glicemia e mantenha hábitos saudáveis, que auxiliam a conter essas taxas.
O organismo de quem fuma vive num eterno estado de conflito, ou melhor, de inflamação. Tabagistas sofrem de três a cinco vezes mais problemas cardíacos do que sujeitos que não possuem a dependência. Pra começar, a nicotina estreita veias e artérias. “O cigarro contém uma enormidade de outros componentes que lesam o endotélio, a camada de revestimento interno dos vasos”, detalha o cardiologista Abrão J. Cury Junior, do Hospital do Coração, na capital paulista. Esses machucados nos tubos que levam o sangue são o lugar perfeito para que a gordura se deposite e dê início à formação de placas e trombos. Sem contar que o tabaco atrapalha a ação dos remédios empregados no manejo da pressão, do colesterol, da glicemia... O QUE FAZER? Nunca é tarde para abandonar o vício.
APOIO CULTURAL
Perderás (ou manterás) o peso O excesso de peso propicia o acúmulo de gordura no coração, colesterol e pressão elevados, descontrole da glicose e liberação de substâncias inflamatórias. QUE FAZER? Exercícios, alimentação saudável e dedicação para eliminar quilos extras. Nos casos graves, os médicos podem indicar remédios ou cirurgia.
Laboratório de Análises Clínicas
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TOURNIER Dr. Everton Hamilton Krás Tournier Graduado e especializado na Universidade Federal de Santa Catarina • Pós-graduado no Instituto Adolfo Lutz de São Paulo • Pós-graduado na Universidade do Sul Catarinense E-mail: tournier@contato.net
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Criciúma, o florescente município vizinho, comemorou a 6 deste, o cinquentenário da sua colonização. Não fora o mau tempo, teriam os festejos excepcional brilhantismo, pois de todos os municípios vizinhos aprestavam-se caravanas para assistirem às festividades. Apesar de todos os contratempos, foi o programa integralmente executado, havendo da parte de todos os presentes grande animação. “Campinas” associa-se prazerosamente a todas as homenagens tributadas aos gloriosos colonos italianos, que com a tenacidade própria da sua raça, fizeram em tão poucos anos um município próspero e feliz. 16 JANEIRO 1930 Nº 7
Quando começou a nação a agitar-se em torno da sucessão presidencial, correu célere pela cidade a auspiciosa notícia de que no dia 1º de janeiro seria inaugurado o tráfego até a margem do rio. Milhares de rojões subiram aos ares para festejar tão esperada e justa notícia e a cidade tomou um aspecto festivo, porque ia ver realizado o seu sonho de tantos anos: a locomotiva silvando na margem do rio Araranguá. Mas, diz o velho adágio, “alegria em casa de pobre dura pouco”, e conosco deu-se assim; chegou o esperado dia primeiro, mas, o povo começou a perguntar, e o trem? É que o trem ficara onde há muito estava, em Morretes, mandando apenas algumas baforadas de fumaça para os que o aguardavam. [...] 16 JANEIRO 1930 Nº 7
Adotarás um cardápio saudável Metas: 5 porções de frutas e verduras todos os dias; 2 porções de peixes na semana, especialmente os gordurosos (peixes ricos em ômega-3); 3 porções de grãos ou cereais integrais por dia; menos de 1.500 miligramas de sódio por dia; menos de 450 calorias de bebidas açucaradas por semana. O QUE FAZER? Capriche na feira e aproveite frutas e hortaliças para criar receitas saborosas e variadas. Não coloque saleiros à mesa (tempere tudo antes) e prefira sucos naturais feitos em casa. z
Cincoentenario de Cresciuma
E o trem?
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O colesterol que trafega pelo corpo é essencial para a membrana das células, a produção de vitamina D, a fabricação dos hormônios sexuais e uma série de outros processos cruciais ao organismo. Mas em excesso “pode se depositar nas artérias e dar início à formação de placas”, conta o médico André Faludi, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O QUE FAZER? Manter uma dieta balanceada e praticar exercícios regularmente são pré-requisitos para controlar o colesterol total e suas frações. Se muitos familiares possuem níveis altos, vale verificar se não há um fundo genético. As estatinas são a principal classe de fármacos para baixar o LDL.
Fazer algum exercício regular não só previne como é uma maneira reconhecida de controlar uma série de problemas nos vasos. Por isso que muitos médicos preferem indicar nos casos menos severos um esporte (junto a uma dieta equilibrada) a fim de controlar a pressão, o colesterol e a glicose antes de partir para os remédios. O QUE FAZER? Reserve algum momento do dia para praticar exercícios. A meta semanal são 150 minutos de atividade física moderada (ou 75 minutos de exercício vigoroso). Não vale gastar os 150 (ou os 75) minutos de uma só vez!
No dia 25 próximo, no Salão Natal, de propriedade do sr. Paulo Hahn, realizar-se-á mais um animado baile, para o qual reina desusado entusiasmo. As danças serão abrilhantadas por uma orquestra especialmente contratada. Para assistir ao mesmo, recebemos atencioso convite. 16 JANEIRO 1930 Nº 7
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Baixarás o colesterol
Praticarás atividade física
Baile
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Director Proprietario DURVAL MATTOS Gerente BONIFACIO AGUIAR Redactor POMPILIO FERNANDES Collaboradores DIVERSOS Circulou cerca de 3 anos entre 1929-1931 e 1936-1937 “Cartões de visita, enveloppes, contas corrente, papeis para cartas, mata-borrão, facturas commerciaes etc. Nesta Typographia”
Grupos Familiares AL-ANON
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ELETRODOMÉSTICOS - MÓVEIS - SOM E IMAGEM BAZAR - BRINQUEDOS - INFORMÁTICA - FERRAGENS FERRAMENTAS E MÁQUINAS - LINHA PRAIA - CAMPING JARDINAGEM E COMPLETA LINHA AGRÍCOLA
u 200 metros do trevo principal de entrada da cidade, nº 474 - Cidade Alta - Araranguá Tel. (48) 3521-4200 site: www.afubra.com.br
Coral: música e cultura
REPRODUÇÕES DOS CLICHÊS DO JORNAL
no horário de almoço, em 1938
A Nena era estabanada, andava quase sempre descalça, arrastando os pés e cantarolando. Ganhei, no Natal, um carrinho de plástico, perfeita cópia de um automóvel “rabo de peixe”. Aquilo era meu encanto. Eu brincava com ele pra lá e pra cá, até cansar. Tive a infeliz ideia de fazer, para ele, uma linda garagem: fiz uma espécie de túnel com o tapete da sala e lá estacionei meu automóvel. Não deu outra. Nena, com aquele pezão descalço, pisou bem em cima de minha garagem e demoliu com o brinquedo. Não chorei por que “homem não chora!”, mas que doeu… doeu! Embora já houvesse sindicatos na cidade, e o sindicato dos mineiros devesse ser o mais poderoso, os empresários ainda conseguiam ludibriar seus empregados, e “hái” de quem se atrevesse a denunciá-los, pois nunca mais arranjaria emprego em minas de carvão. Os mineiros recebiam seus salários mensalmente, mas, toda sexta-feira, era liberado uma espécie de vale com que se podia comprar comida, cachaça, cigarro e até trocar por dinheiro nas bodegas. E, claro, a agiotagem era certa. Esses vales, uma espécie de dinheiro próprio de cada empresa mineradora, eram denominados, popularmente, de “boró”. Então: “Hoje sai boró?” z
ATENDIMENTO: De segunda a sexta: das 8h às 12h e das 13h30 às 19h Sábados: das 8h às 12h e das 13h30 às 17h Tel. 3524-3071 Av. XV de Novembro
Resultado esportivo da V Festa do Peixe
INST. HIST. E GEOG. DE SANTA CATARINA
em cima do morro e o bairro 20, embaixo, pode compreender as dificuldades para um menino de apenas seis anos de idade, sozinho, transportando meia dúzia de litros de leite para vender nas casas. Tio Baiá era músico, tocava (percussão) na banda de música. Tio Virgilino, baixa estatura (pouco passaMineiros va dos ombros da mulher, que também não era alta), era, digamos, namorador. Ele e outro companheiro de mina começaram uma sociedade para extrair carvão, particularmente, e vender aos empresários locais. Não levaram a empreitada adiante. Por isso, também não sou sobrinho de milionários. Os mineiros ganhavam muito dinheiro, mas também gastavam com facilidade. Enquanto suas famílias amargavam misérias em suas casas, as prostitutas — da zona de meretrício Maracangalha — passavam bem. Circos fabulosos e parques de diversão não faltavam em Criciúma. E, como é de se imaginar, com entradas caríssimas. A mulherada se esbaldava a ponto de esposas de mineiros reunirem-se com o padre da cidade para mandar que os circos fossem embora, pois, depois de uma semana ou mais de “espetáculos”, começava a faltar comida em suas casas. Não sei se pela idade ou por índole própria dos ingênuos, eu acreditava em tudo que me diziam. Pedi ao tio Virgilino que me desse um par de calçados. — Pode deixar, quando eu passar pelo matadouro vou pegar duas patas de vaca que eles jogam fora e te darei! Morria de medo que meu tio descesse o morro e passasse em frente ao bendito matadouro.
Associação Coral de Araranguá, numa de suas apresentações
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Na corrida rústica, ficou em primeiro lugar Hildo de Souza Santana
O Coral Santa Cecília, da Igreja Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens, foi fundado em 1956, com um grupo de seis a oito cantores amadores. Seu fundador foi o hoje Cônego Hobold, que já tinha fundado um coro em Imbituba e Orleans. O Coral Santa Cecília foi inaugurado com 15 componentes. Para os ensaios havia o livro de presenças, cujo objetivo era premiar os participantes pelo número de comparecimentos. Geralmente o prêmio era um passeio para outra cidade ou Estado. Segundo o Cônego Paulo Hobold, para fazer parte do coro a pessoa se sujeitava a um teste como requisito. Com a criação da Paróquia Sagrada Família, da Cidade Alta, o Coral Santa Cecília ficou repartido, pois parte foi para aquela Paróquia. Mais tarde, em 1989, Tsuguio Naruzawa, conhecido como Luiz Japonês, fundou a Associação Coral de Araranguá, sendo este o primeiro coral de vozes desta cidade, com 45 componentes. Iniciou com o regente Luiz Ângelo Cirimbelli, e seus primeiros ensaios foram realizados na Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, onde permaneceu por alguns anos. Tsuguio lembra que a primeira apresentação deste coral foi na festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Arroio do Silva, em 1986, tudo em quatro vozes. Ele explica que as quatro vozes são compostas de tenor, baixo, soprano e contralto. Soprano e contralto são formados pela voz feminina, e tenor e baixo, pela masculina. [...] O atual presidente da Associação Coral de Araranguá, Alfredo Trichês, diz que, desde sua fundação, em 20 de agosto de 1984, a Associação Coral tem como objetivo desenvolver o gosto artístico e cultural entre seus componentes e o povo no geral [...]. Alfredo preside o Coral desde 20 de agosto de 1987, e o regente é Ereu Pereira da Cunha. NJ: O Coral permanece ativo. (+J.53) JULHO 1989 Nº 3
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APOIO CULTURAL
APOIO CULTURAL
Criciúma é a maior cidade do Sul de Santa Catarina, também a mais rica. Até 1925, pertencia ao Município de Araranguá. Sua emancipação política e econômica deu-se quando, por uma feliz coincidência, um colono, ao procurar seus animais na capoeira, encontrou o carvão mineral. Hoje o município e a cidade contam com variadas formas de trabalho e emprego, mas, até final da década de 1960, as minas de carvão eram as principais fontes de sobrevivência dos seus moradores. Cidade feia, lodo pelas ruas em épocas de chuva, e um cheiro horrível de ovo podre devido às reações químicas da pirita com a água da chuva. A pirita entrava em combustão, exalando um gás: o dióxido de enxofre. Os mineiros trabalhavam não por dia ou por mês, trabalhavam por produção. Muitos mineiros ganhavam bastante, pois trabalhavam como doidos, outros, mais “descansados”, ganhavam para sobreviver. Meus tios Virgilino e “Baiá” eram uns desses. Virgilino mantinha a casa com certa dignidade, apesar de pobre, mas tio Baiá (um mulato bem alto e magro, que gostava de uma pinga e andava sempre “na boa”, sorridente e amável com a família e demais pessoas) tinha uma família muito pobre. Moravam e eram vizinhos no bairro Lote 6, de propriedade da mina onde eram empregados. Nena, minha tia e mulher de Virgilino, era mais batalhadora que tia Elisa, santa mulher. Nena criava vaca de leite e fazia bolinhos (sonhos) para vender nos jogos de futebol; fazia, também, cartuchos de amendoim. Nena não tinha filhos e me adorava. De tanto insistir, mamãe permitiu que ela me levasse para Criciúma, enquanto não completasse a época escolar; eu tinha cinco para seis anos de idade. Época boa! Vivia coberto de cuidados, embora, também, não fosse fácil. Quem conhece o bairro Lote 6,
F PUBLICADO ENTRE 1989 E 1992 F
SETEMBRO 2020
Hoje sai boró!
Diretores CLAUDENIR OLIVEIRA SOUZA e JURACI FERNANDES Editora, redação e diagramação JURACI FERNANDES Arte final MARILENE MARMITT Redação: Av. XV de Novembro, 2010 - Araranguá-SC Impressão: GAZETA DO SUL Santa Cruz do Sul-RS
Uma viagem até a Criciúma de meados do século passado, com suas minas, mineiros e as vivências de um garoto
JORNALECO 526
joão batista de souza
A V Festa do Peixe, realizada de 26 a 30 de julho no Clube Sasil, em Arroio do Silva, conta com os seguintes resultados: Corrida Rústica (masc.) – 1º lugar: Hildo de Souza Santana; 2º lugar: Lari José de Oliveira, de Bom Jesus; (fem.) 1º lugar: Rosângela Ferreira dos Santos; 2º lugar: Rosinete João. Torneio de Bocha – 1º lugar: 1a Companhia da Polícia Militar, do 5º BPM, com os atletas: sargento João Borges, sargento Joelson Luiz Felisbino, soldado Daniel Estevan Maciel II, soldado Marcos Ângelo dos Santos e soldado Amilton Borges; 2º lugar: AABB, com José Bertoncini, Osvaldo Nagel Trescher, Nilberto Luiz Soares, Marco Antonio L.P. da Silva e José Carlos de Souza. Dominó – A dupla campeã foi Jorge dos Santos e Antonio Marcos Gonçalves. Canastra – A dupla campeã foi Mário Jorge Bacha e Acácio. Futebol sete – Campeão: Marisco; vice: Estrela do Mar. Futebol de salão – Campeão: Auto Elétrica Caroço; vice: Barriga Verde. Ciclismo – 1º lugar: José Carlos de Souza Cândido; 2º lugar: José Martins Pereira. [...] AGOSTO 1989 Nº 4
Severo Scaini No dia 4 de agosto, às 11h, Araranguá perdeu um grande amigo, Severo Scaini. [...] AGOSTO 1989 Nº 4 Antônio Borges Filho e Severo Scaini, na abertura da Festa do Peixe
BALNEÁRIO ARROIO DO SILVA DISK ENTREGA
Matriz: 3526-1339 Filial: 3526-1112
Diretor WLADINIR LUZ Redator ERNESTO GRECHI FILHO Gerente HERVALINO CAMPOS Tipógrafos WALDEMIRO, FERRINHO, NEI etc. Impressão: GRÁFICA LIDER (LIDO) (ORION) de 1960 a 1975 Redação e oficina: Av. Getúlio Vargas, 158-170, em frente ao Cine Roxy
Famosos pelo apelido Em 1996, o JORNALECO publicou (do nº40 ao 48) um jogo, elaborado pelo Marco Aurélio “Gordo” Grechi, em que o leitor deveria relacionar uma série de apelidos aos respectivos nomes de batismo. O desafio estava em que a fama de certos apelidos era tanta, que poucos saberiam o nome da pessoa. Parte da relação segue abaixo, como um pequeno levantamento de apelidos famosos em Araranguá, terra pródiga em apelidar. Ampliar esta lista e explicar a origem de cada apelido (da corruptela familiar e a simples associação até a gozação e o escárnio) daria um ótimo estudo de antropologia cultural, em que se analisasse esse costume, enfatizando o viés popular – e masculino – na criação de apelidos zombeteiros, coisa que, com a redução de ambientes propícios, como botecos e campinhos de futebol, aparentemente vem diminuindo entre nós. Também se avaliaria ○
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Gancho
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Bahia
Ângela Maria Fernandes
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F A CRÔNICA DOS ANOS 60 F ANO VIII - Nº 161 - 16 DE SETEMBRO DE 1967
Assembleia de Deus inaugura templo
Nilson de Medeiros
DE GERALDO GRASSI — Números do Campeonato Regional da Liga Atlética da Região Mineira (LARM) após o encerramento da última rodada do 1º turno [Grêmio foi campeão considerando o confronto direto (2x1) com o Ouro Preto]:
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Valdir Valerim
Pé de Carne
Ariovaldo Felicidade Costa
A Assembleia de Deus inaugurou, nesta cidade, seu templo, à av. Sete de Setembro. Sendo uma religião que forma em sua maioria uma comunidade mais humilde, o número de adeptos vem crescendo sensivelmente. No clichê, um aspecto do templo em dia de culto dos “crentes”. NJ: Os católicos formavam a larga maioria da comunidade cristã em Araranguá até os anos 1980. Mas desde as décadas de 1950 e 60, o município já possuía uma comunidade de luteranos, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e igrejas dos chamados “crentes” ou “evangélicos”: a Assembleia de Deus e a Adventista do Sétimo Dia, sendo que, com seu modo austero de vestir-se e as mulheres ostentando obrigatoriamente cabelos longos, seus membros eram facilmente identificados. Na segunda metade dos anos 1980, chegavam à cidade os neopentecostais, com a Igreja Universal do Reino de Deus. Atualmente os “crentes”, ou “evangélicos”, atraem todas as classes sociais, e não só os “humildes”, como anotou o redator do CA, com várias das denominações de vertentes mais fundamentalistas há muito já admitindo as mulheres aparar o cabelo, e usar calças, pelo menos no dia a dia. RG
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Luís Alberto da Silva
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Grilo (do Tota)
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Balofo
Antenor Nunes
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Afonso Bento Costa
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Banha
Ozair da Silva
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César Jovelino Costa
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Mário Guilherme Silveira
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Kaxa
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Barão
Airton de Oliveira
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João Batista Pereira
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Moalésio Ronconi
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Lombardi
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Basica l
Máximo Luís dos Santos
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Sizinho
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Moacir Antonio Gava
Antonio Maciel Pereira
Tatavo l José Otávio Lummertz
Vanderlei de Souza Gomes
Tico
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Edir Clésio Batista
Moacir Anacleto
Tilinho
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Atílio Campos Sobrinho
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Maria Enedir Espíndola
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Adão Vieira dos Santos
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Juvenal Machado
Xeque
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Luís Alberto Finger
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Leonardo José Silvano
Xerife
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Benjamin Manoel da Silva
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Xila
Irmã Carista deixa a cidade
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Aristides Ostetto
Xixo
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Foi com grande pesar que a cidade recebeu a notícia da transferência da Irmã Carista, diretora do Colégio Madre Regina, para outro ponto do país. [...] Irmã Carista, que em silêncio afastou-se da cidade, assim o fez, evitando que sua emotividade fosse atingida por demonstrações de carinho e apreço de parte de todos quantos a conheceram.
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Francilício Guimarães
Zé Galego
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Iranês Portal
Zico
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Ivânio Leonardelli
SETEMBRO 2020
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Amílton da Silva
Xexeu
Alceu Dal Pont
JORNALECO 526
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Pachola
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Antonio Carlos dos Santos
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Negão do Ventania
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Ferrinho
Nivaldo José Fernandes
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José da Silva
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Negão do Correio
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Enxume
Nivaldir Geraldo Fernandes
José Rufino
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Dadinho
Everaldo Apolônio Remor Berti
Micoco
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Zelmo Luchina
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Curto
Agobar Maciel Pereira
Mememo
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Chope
Almiro Epitácio da Silva
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Mão Aberta
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Osmar Batista do Canto
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Antonio Carlos Paulino
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Careca
Ernesto Antonio Fernandes
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José Wilson Nunes
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Cambota
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Brasiliano Maciel Pereira
Macau
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Caião
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Macaco Chico
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Bolinha
José Luís Finger
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Luís Gonzaga Bertoncini
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Bijo
TIMES
J PG V
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D GP GC SG
1º Grêmio 2º Ouro Preto 3º Boa Vista 4º Barão 5º Itaúna 6º Treviso
5 5 5 5 5 5
1 1 0 1 1 0
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6 7 7 7 7 1
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Maior renda [em Arar.]
Grêmio 2x1 Itaúna NCr$ 850,00 Menor renda [em Cric.]
O.Preto 2x1 B.Vista NCr$ 40,00
Goleiros menos vazados
Artilheiros
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Everaldo Mendes da Rosa
Grilo (dos bilhares)
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Balão
Grêmio Fronteira campeão do 1º turno da LARM DIREÇÃO
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j LOGOTIPO CRIADO POR C. E. GUASCO (ESTREOU NA EDIÇÃO 169 DE 16/04/1968 E FOI USADO ATÉ O FINAL)
que, apesar do valor folclórico e da criatividade e humor envolvidos, tal prática sempre demanda um caráter negativo, quando nomes de batismo, escolhidos com esmero ou solenemente, são substituídos por apelidos aplicados por gozação ostensiva, gratuita e inconsequente, em que muitas “vítimas” se veem forçadas a assumi-los pela vida afora, a maioria, porém, sem prejuízo permanente, quando o apelido, aliviado de sua origem, se converte num tratamento íntimo ou natural. (Na Roma Antiga, apelidos ofensivos sobre cidadãos ilustres, uma vez esquecida a intenção original, viraram cognomes de seus descendentes). E tem os casos em que o apelido gerado maliciosamente acaba consagrando positivamente o seu alvo. “João dos Pintos” é um exemplo clássico. A alcunha atribuída a João da Silva por seus rivais políticos para depreciá-lo como candidato a prefeito em 1972 tornou-se uma legenda, popularizando-o como líder político. Por outro lado, existem ambientes de valorização humana como igrejas, comunidades espiritualistas, grupos de apoio e irmandades de mútua-ajuda onde muitas pessoas, que chegam lá estigmatizadas pelos apelidos, têm resgatado seus nomes, quando assim o preferem. RICARDO GRECHI
4 gols: Poeira (Itaúna) e Ataíde (Barão) 3 gols: Rodrigues (Grêmio) e Babão (Boa Vista) 2 gols: Tatavo (Grêmio), Luizinho e Álvaro (Ouro Preto) 1 gol: Éliton (Grêmio), Nico, Galego e Faraco (Ouro Preto), Ranulfo, Amauri e Esquerdinha (Itaúna), Zé Casturino e Cachoeira (Barão) e Irani (Treviso)
4 gols: Nedo (Grêmio) 5 gols: João Carlos (O.Preto) 6 gols: Wilson (Itaúna) e Jacaré (Barão) 7 gols: Nico (Treviso) e Veludo (Boa Vista) Juízes que mais apitaram
Luiz Geraldo dos Passos e Urias Correia (5 jogos); Argenário Virtuoso e Santos Claudino (2 jogos); Pedro Satiro (1 jogo)
Confrontos do Grêmio Fronteira (1º turno)
Grêmio 0x1 Boa Vista – Treviso 0x1 Grêmio; Grêmio 2x1 Ouro Preto – Grêmio 2x1 Itaúna – Grêmio 1x1 Barão [...] NJ: CA 163 23/10/1967 informa que, após a vitória de 6x1 sobre o Barão, no returno, o Grêmio Fronteira, do técnico Zé Gaúcho, disputaria contra o Itaúna A.C, numa melhor de três, o título daquele ano, mas o jornal, em suas edições posteriores, não traz nenhum registro do resultado dos jogos, obviamente negativo para o time araranguaense, pois o campeão de 1967 foi o Itaúna, conforme o site da LARM (larmfutebol.com.br). Disputado desde 1948, o Campeonato Regional da LARM (1a divisão) só foi vencido três vezes por equipes araranguaenses: o Grêmio Esportivo Araranguaense foi bicampeão em 1952/53, e o Araranguá Esporte Clube sagrou-se campeão em 2017. +J.524
Hercílio Luz eletrificado Hercílio Luz, distrito de Araranguá, há muito vem lutando para conseguir sua rede de energia. Finalmente, graças a administração municipal, com a colaboração da Força e Luz, em breve aquele distrito será aquinhoado com esse importante melhoramento. [...] NJ: O CA seguinte informa da inauguração da rede.
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LAURO PACHECO DE FREITAS (1896-1982). Pai do ator de telenovelas da TV Globo Gilberto Martinho (Ilhas, Araranguá 1927 - Rio de Janeiro 2001). Deixou o livro Poesias de Lauro Pacheco de Freitas (1982), publicado no Rio de Janeiro por Gilberto Martinho. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Reminiscência AYRES KOERIG Por onde é que andará o bom menino Que manejava bem o seu pião... Que colocava um papagaio a pino Na primavera ou mesmo no verão! Que fora sacristão, tocara sino E pra brincar sempre achava um tempão, Que se orgulhava do seu grande tino Para jogar bolinha ou “patacão”! Menino pobre mas sempre contente, Que fora bom de bola e de nadar... Que se alegrava ganhando presente E peraltices muitas cometeu... Procuro e não há meios de encontrar, O bom menino, aquele que fui eu!
APOIO CULTURAL
AYRES KOERIG (Palhoça 1919 - Araranguá 2016). Viveu 75 anos em Araranguá, aonde chegou em 1941 para lecionar. Em 1999, aos 80 anos, publicou seu livro de poesia Flores de Outono. Em 2007, lançou um segundo livro: De Onde Viemos e Para Onde Vamos.
ERNESTO GRECHI FILHO
MARIA LEOFRÍSIO
Onde está, pergunto eu, a recompensa De querer ser bom, ser puro e sem maldade Se em cada coração mora a ofensa Se reside em cada alma uma vaidade?
Montada nas asas da felicidade O vento me leva pra qualquer lugar Por dentro das nuvens eu [ estou voando Lá perto da lua eu quero ficar E nas frescas brisas da madrugada Nos lindos campos da beira-mar Onde a perdiz faz o seu ninho No aconchego dos macegais A noite é tão linda O céu estrelado A chuva caindo não quer me molhar Os campos são verdes A flor amarela Nas asas do vento Eu quero voltar A chuva parou O sol aparece O lírio floresce A rosa murchou Nasceu a semente que o [ homem plantou Isso tudo era um sonho E alguém acordou
Já na descrença quero ser mau, mas não consigo E sofro quedo, sem reclamar, a ingratidão Dos que em troca do meu afeto dão-me o castigo De querer ser puro, e sem maldade, de querer ser bom. Se cultivando n’alma um amor tão puro Pergunto a mim mesmo indiferente: O que quero, o que faço, o que procuro? Quero ser bom, procuro o amor, sem estardalhaço Mas é cruel ouvir da boca antes ardente Da mulher amada o nome de palhaço! Talvez eu seja. Assim bendigo a boca que proclama Em tom de escárnio, de maldade, de ofensa Palhaço! Eu sou palhaço que ri e não reclama As vaias e os risos da multidão que pensa: “Ele é palhaço! Não sofre, não ama, Não sente a dor que maltrata”.
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ERNESTO GRECHI FILHO (Lages 1921 - Araranguá 1997). Veio de São José com a família em 1927 para Araranguá, onde se tornaria nosso mais prolífero jornalista. Foi editor e redator do Correio de Araranguá, quinzenário que fundou em parceria com o Dr. Wladinir Luz, circulando entre 1960 e 1975 (nosso único jornal no período, exceto em 1964, com O Sul, de Osmar Nunes, e, a partir de 1974, com o retorno do mesmo O Sul), e foi correspondente do Correio do Povo, de Porto Alegre, e de O Estado, de Florianópolis. De 1975 a 1991, escreveu para quase todos os jornais de Araranguá e alguns de Criciúma. A maior parte dos seus poemas é da juventude. “Onde está?” é de 1953, escrito quando já casado e estabelecido em Paranaguá.
APOSENTADORIA / REVISÃO INSS APOSENTADORIA | AUXÍLIO-DOENÇA | CÁLCULOS REVISÃO DE BENEFÍCIOS | ACRÉSCIMO 25%
MARIA LEOFRÍSIO URBANO FRANCISCO (Rio do Cedro Alto 1925Araranguá 2008). Publicou três livros: História sem saudades do passado (Vozes, 1986), Borbulhinhas do Mar (Orion, 1999) e Só eu e o mar (Orion, 2005).
Talvez, porém, não seja eu o primeiro A sorrir da própria dor no picadeiro E a chorar do riso que aniquila e mata! Palhaço!
A busca NEGO BONI Às vezes me pego dizendo que a busca foi em vão. Mas não foi. Posso não ter encontrado o que queria... Mas eu fui em busca!
João Vianey Luciano CRC 13.856-SC
WhatsApp (48) 98812-3136 Praça Hercílio Luz, 602 - Sala 36 Araranguá SC - Anexo à Rodoviária
Não cobro consulta
BONIFÁCIO DE SOUZA SILVEIRA (Araranguá 1938-2002). Colaborador do Jornaleco, publicou o Arquivo da Alma (Orion 1999), e deixou outro livro pronto, o Uma alma em arquivo.
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A morte
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Reina o silêncio dentro da noite escura; Ao recordar-me de ti, sem um carinho, Parece que vejo a tua imagem pura! Oh! como é tão triste recordar sozinho!
O vento me leva
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Cintilam as estrelas lá em seus lares; Enquanto soluça o mar bem de mansinho; Parece que vejo a luz dos teus olhares! Oh! como é tão triste recordar sozinho!
Onde está?
APOIO CULTURAL
É alta noite. Por fora tudo cala! Enquanto sopra o vento devagarinho, Parece que ouço a tua meiga fala! Oh! como é tão triste recordar sozinho!
PESQUISA E SELECÃO: RICARDO GRECHI (2 de 2)
SETEMBRO 2020
LAURO PACHECO DE FREITAS
oito poetas
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Triste recordar
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POética Araranguaense G
araranguaenses do século 20
ANTÔNIO SOARES Crianças rotas, sem abrigo O inverno, o pobre e a roupa leve Quarto sem luz, mesa sem trigo. Quem é que bate ao meu postigo? O frio. A usura rouba a luz e o ar E o negro pão que a gente come. Inverno vil... Parou o tear. Quem vem sentar-se no meu lar? A fome. Lume apagado e o berço em pranto Na terra úmida, Senhor! Mãe sem leite... Pai a um canto. Quem vem, além, torva de espanto? A dor. Álcool, veneno que conforta Monstro satânico e sublime! Beber! beber!... e a mágoa é morta. Quem vem bater à vossa porta? O crime. Doze anos só e seminua! A mãe que é dela? O pai no ofício. Corpo em botão, de aurora e lua. Quem canta naquela rua? O vício. A fome, o frio, a dor e a miséria O vício e o crime... Triste sorte! Ó vida negra! Ó vida dura! Deus! Quem consola a desventura? A morte. ANTÔNIO SOARES DE SOUZA, o “Antoninho Fogueteiro”, nasceu em Florianópolis em 1906, vindo para Araranguá com a mãe aos 5 anos de idade, onde faleceria em 1992. Antônio deixou diversos poemas e crônicas da história local em jornais como Nosso Tempo e Preto no Branco.
A bola de borracha NILSON MATOS PEREIRA Faz muitos anos Ganhei uma bola de borracha No natal Não era grande e nem pequena E se tornou o meu brinquedo [ preferido. Certa tarde, depois da aula Jogava futebol com meus amigos Da escola No gramado em frente a minha casa E a bola foi bater justamente Na cabeça de meu pai Que conversava com os amigos. Zangado, enfiou a mão no bolso Puxou um canivete Abriu a lâmina E cortou a bola pelo meio. Eu gostava tanto da bola de [ borracha E ainda não sabia Que o Papai Noel era o meu pai! NILSON MATOS PEREIRA. Nasceu e morreu em Araranguá (1939-2005). Foi goleiro de futebol profissional, professor de português e jornalista. Deixou organizado um livro de poesia. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Tributo ao Arroio do Silva WALTER QUADROS MARTINS Sê bem-vindo neste paraíso régio à beira d’água salgada. O Sol retempera o ser, o Mar refrigera a alma. WALTER QUADROS MARTINS (Praia Grande, 1919. Faleceu em 1996). Estudioso e divulgador do Esperanto. Publicou o livro Diadema (1988).
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