Edição 8
Porto Alegre Dezembro 2018 Venda Proibida ESPM-Sul
Jornal da Faculdade de Jornalismo ESPM-Sul
Uma ação que pode salvar vidas
Elas são apaixonadas Lei proíbe canudos pelo desa o em Rio Grande
página 3
página 5
Confira as histórias de pessoas que optaram por doar sangue
O esporte alternativo inspira essas muheres na busca de seus sonhos
Polêmica deve marcar o verão em mais praias do litoral gaúcho página 11
Novo espaço para a cultura na capital Prédio histórico foi revitalizado em obra de R$ 11,5 milhões e, agora, abriga o Centro Cultural da UFRGS com cursos, oficinas e atividades gratuitas página 4
10 2 Comportamento
Solidariedade
AEditorial sustentabilidade passou a fazer parte da moda
Por que me tornei um doador?
Victoria Thomaz Artesanato em palavras Tendências de consumo consciente em ascensão no mercado fashion
Pensar a pauta, buscar as melhores fontes, entrevistar, escrever, reescrever, a indústria da moda, as soluhá 5 anos ocorre a reciclagem dos ções eco fashions entraram em resíduos gerados a cada edição do créditos das fotos. E ainda reler tudo de novo, com atenção total aos ajustes pauta e estão crescendo a partir de evento, uma parceria com a Unidiversas iniciativas, trabalhando a versidade Anhembi Morumbi e a sustentabilidade de diferentes maHand’s Serviços, que faz a reciclaneiras dentro doAmesmo mercado. gem durante o processo de montaprática jornalística da reportagem pode ser comparada a um trabalho de Essas soluções permitem um olhar gem dos estandes, na realização e tricô, em que o jornalista vai recriando, aos poucos, ainda que sob a pressão ainda mais atento ao produtor, à na desmontagem. “Dessa forma nós do deadline, tramas e histórias. As 12 páginas desta edição número 8 do qualidade, ao produto e ao consuconseguimos reduzir o impacto de Blog de Papel são o resultado dessa busca cuidadosa por boas histórias, com mo consciente. impacto A marca social Osklen, lixo no meio ambiente, diminui em e apresentadas de uma forma agradável ao leitor. pioneira na sustentabilidade, é um torno de 80% a 90% do lixo da feidos cases entre Os as formas de inora”, diz Denis Viana, Head de maroito jovens repórteres que se aventuraram a construir este artesanato em vação no lifestyle considerado eco keting da FENIN. A Hand’s trabalha palavras apresentam aqui temas diversos e provocativos, como as inspiradoras friendly. Plataformas online como em parceria com a Alfa reciclagem, mulheres que se lançam em esportes pouco convencionais, os depoimentos o DressIt, voltado aos estilistas destinando esse material e reciclande pessoas que decidiram se tornar doadoras de sangue, a sustentabilidade independentes enaaomoda consumo local, do o papel plástico, papelão, ferro, e a polêmica dos canudos plásticos na praia, a arte dos sósias e a também são umarte exemplo. latinhas, garrafas pet, óleo e outros aberta no novo centro cultural da cidade. Na moda sustentável, como ponresíduos. Em todos os corredores da tuou o fundadorComo da Osklen, Oskar feira, há cestos ecológicos para os professora orientadora, tive o privilégio de acompanhar o crescimento Metsavaht, diretor de estilo e Emvisitantes terem onde depositar seus desses jovens contadores de histórias a cada semana que avançava a edição baixador da UNESCO para Cultura lixos. “Existe essa mudança e vemos da Paz e da Sustentabilidade, não isso cada vez mais, nos preocupaA empresária Cléo Milani é parceira de Fernanda Hartmann no Dressit. existe uma fórmula pronta: “O que mosExpediente porque somos uma vitrine do Professora Ângela Ravazzolo Fotos: Victoria Thomaz estamos fazendo agora é um apemercado”, diz Denis. e ao consumo local, explica que lo à urgência de adotar práticas e plataforma, nada mais é do que Crescimento do segmento de atitudes mais sustentáveis, trazendo a moda e as formas de consumo marcas que concentram toda a sua DE PAPEL é uma publicação dos estão em transformação constante. consumidores “iniciantes” a todos o conceito que sempre nos cadeia de produção – pesquisa, O jornal BLOG estudantes do 4º semestre do curso de Jornalismo “O propósito é conectar os guiou, o ASAP (nova coleção da (práticas sustentáveis) compra de tecidos, desenho e da ESPM-Sul. consumidores cada vez mais marca As Sustainable as Possible), criação dos modelos, modelagem, exigentes aos o mais sustentável possível, o mais corte e costura, etiquetagem, - 2012 correspondiam do Cursoa 32% de Jornalismo: breve possível”. A economia circular empreendedoresPor que me tornei um doador? entre outros processos –C oordenação Bárbara Bitencourt professor Dr. Alessandro Souza e professora Dra. apaixonados e o uso de matérias-primas mais regionalmente e que tenham 2018 correspondem a 38% Rôsangela Florczak. Equipe dadoEdição 8 Pesquisa InstitutoNúmero Akatu 2018 pela moda e que conscientes e sustentáveis engajaà sua frente o seu criador, (Dezembro de 2018): Alice Germansen, Ana Luisa movimentam espaço aberto para a arte ram a Osklen há 20Um anos, quando seja ele o estilista ou até Ribeiro, Bárbara Bitencourt, Edson Haetinger, Os processos sustentáveis estão a economia Alice Germansen trabalhou pela primeira vez com o idealizador da marca, Luis Henrique Cunha, Pietro Meinhart, Victoria em constante evolução e há uma local ao manter algodão orgânico. Desde então, cuidando e participando de Mulheres que inspiram série de práticas eco friendly postem se comprometido com diversas sua cadeia cada etapa por onde passa o Germansen.síveis. Coordenação Editorial: professora Ana Luísa Ribeiro, Edson Haetinger e Osklen, DressIt e Fenin, três de produção formas e atitudes socioambientais produto até chegar ao cliente Dra. Ângelacases Ravazzolo. Coordenação do Design Vitória Nascimento e diferentes iniciativas para em território validadas pelo Instituto-E, uma que o design e a sustentabilidade nacional. organização brasileira da sociedade que colaboram com esse Becon Lauzer. Criação do nome do Jornal Blog de admiração vira profissão caminhem juntos e os clientes posEscolhemos a civil dedicada aoQuando Desenvolvimento mercado “estão cada Papel vez desenvolvido por Micaela Ferreira e Richard Luis Henrique Cunha sam buscar consumir de forma mais moda autoral por Humano Sustentável. mais preocupados em saber consciente, investindo em peças de acreditar que ela, Pensando em como acelerar a origem e a história dos Marcos Mariante. Sustentabilidade integrando a moda qualidade, sustentáveis, com design na sua essência, e ampliar a visibilidade desses produtos e serviços que Victoria Thomaz atemporal e um comércio justo. incluía a novos modelos de negócio, que consomem e contar esta sustentabilidade são uma tendência de mercado, história faz parte do nosso ESPM-Sul – Rua Guilherme Schell, 350 e 268 que–agir agora para um90640-040 melhor – em toda a surgiram plataformas comoA oguerra dos canudos projeto”, segundo Fernanda. Santo Antônio Porto Alegre – RS, presente e futuro, pois é sim responsua cadeia”. A DressIt. Fernanda Hartmann, Em feiras como a Fenin Pietro Meinhart de Oliveira Fone: (51) 3218-1300. sabilidade nossa deixar um mundo moda autoral, sócia proprietária do e-commerce Fashion – Feira Nacional da melhor para as próximas gerações”. priorizada pela voltado a estilistas independentes
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Sumário
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Bárbara Bitencourt
Histórias de pessoas que fazem a sua parte doando sangue regularmente
Sangue.
De acordo com o dicionário, líquido espesso, de cor vermelha, que percorre as veias e as artérias; geração; natureza; família. Aquilo que faz pulsar, fornecendo oxigênio ao corpo e hormônios para as células. Sangue. Seis letras, uma palavra que pode mudar o destino de alguém. Procurando entender quem são essses doadores, surgiram diversas histórias que querem e devem ser contadas. Élio Ricardo da Silva Carvalho é um desses doadores. Com 50 anos, doar sangue passou a fazer parte da sua rotina quando um amigo próximo precisou. Hoje, Élio completa cinco anos doando de três em três meses e salienta a importância que esse ato com tamanha empatia tem. “Acho que um dia eu talvez precise. Não vou precisar de um doador? Todos precisamos uns dos outros”. Elton Fernando Oliveira de Barros também iniciou o processo assim: doando sangue para amigos que precisavam. A principal motivação é saber que diversas pessoas irão receber partes do sangue dele. Porém, na primeira doação, ocorreram algumas complicações.“Notei que o frasco recebeu 500 ml do meu sangue, mais quatro ampolas para exames do mesmo, depois da doação fui dirigindo o carro para casa e quando cheguei notei que precisava me deitar, foi aí que vi o
sangue. Meu corpo começou a trabalhar em alta velocidade para repor o que tinha sido doado, passando o resto do dia na cama me alimentando bem e tomando muito líquido”.
A Psicóloga Sandra Garcia Bueno, que trabalha há 17 anos no Hemocentro, salienta a importância de seguir as recomendações antes, durante e após doação de sangue para o bom funcionamento do corpo do doador. “A gente trabalha com uma legislação federal do Ministério da Saúde da ANVISA, e nessa legislação tem as recomendações com relação a esse processo de doação. São inúmeras, mas as principais e mais divulgadas, são:
Ter entre 16 anos e 70 incompletos, sendo que menores de idade devem ter autorização dos pais. Ter dormido pelo menos seis horas. Estar alimentado. Não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas. Não estar grávida ou amamentando. José Fernando Dias da Silva é doador há 18 anos, não regularmente. Ele iniciou o processo de doação como voluntário e toda vez que doa é um orgulho só. Quando encontrado, estava registrando o momento com seu celular, mostrando o braço com o curativo pós doação.“Eu digo para as pessoas doarem com amor. Amor ao próximo. Isso é doar sangue”. Já Márcia dos Santos se tornou uma doadora devido a um acidente na família, no qual houve a necessidade de doadores. Com 42 anos, Márcia em dois meses, ela faz sua parte como cidadã e, principalmente, humana.
“A motivação à doação é a retribuição em momentos de necessidade. Se acreditamos na solidariedade das pessoas, nada mais justo do que retribuir”. Nas fotos, respectivamente, Élio, Márcia e Elton. Os três realizando a doação. Foto: Bárbara Bitencourt
Élio passando pelos testes pré doação. Foto: Bárbara Bitencourt
Maria Luísa, de um ano e 6 meses, para participar de um ato de bondade que faz parte da sua rotina. João foi o entrevistado mais novo. Com 22 anos, ele doa regularmente de três em três meses por incentivo da família, pelo fato do seu sangue ser O Negativo, que é o doador universal. Mesmo tão novo, João se tornou um doador porque acredita que é um ato humano. “Tu saber que está ajudando uma pessoa, que nem faz parte do teu ciclo, e que pode ter uma realidade tão diferente da tua, mas que é tão humano quanto tu, isso me deixa muito feliz.” Sangue não se fabrica. Todas as pessoas são essenciais para que hospitais continuem salvando vidas. Sandra reforça a necessidade de receber precisa que as pessoas doem, porque abastecemos 40 hospitais com todos os tipos de sangue. Amanhã voce pode precisar”.
Quer se informar mais sobre doação? Entre no site!
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Cultura Cadê as minas que andam de skate?
Um espaço aberto para a arte Alice Germansen S
se desenvolver no esporte. Quando andro Dias, Bob Burnquist, o pai não está por perto, é a amiga Luan Oliveira, Pedro Barros, e dinda Deise que dá dicas sobre Sérgio Negão, Letícia Bufoni e SérO novo Centro Cultural da UFRGS oferece diversas atividades gratuitas para a sociedade gaúcha técnicas e movimentos, além de ser gio Yuppie são alguns dos nomes quem encoraja. Foi por incentivo mais conhecidos do skate brasileiro. Entreorto tantos homens, apenas uma Alegre ganhou um novo mulher. Nãovoltado é por acaso. O artes. skate éO skate pela primeira vez, e esse priespaço para as um daqueles que são meiro passo levou as duas a compeantigo prédioesportes do Instituto de assoQuítirem uma contra a outra na etapa mica Industrial da Universidade de Sapiranga do Circuito Brasileiro Federal do Rio Grande do Sul foi de Skate, o STU, na categoria livre assim, não seria diferentee entre totalmente revitalizado agoraos é que praticam por hobby ou aindade palco de diversas manifestações Ainda que seja um esporte tido são amadores. cultura e educação com um novo como masculino, todas lembram LongeCentro dos holofotes, menome: Culturalpelo da UFRGS. que nunca sofreram preconceito na nos por enquanto, Nathalia Eccel, Localizado em frente ao Parque pista, e que o skate tem uma cultura gaúcha de 19 anos, que Cultural mora em Farroupilha, o Centro altamente inclusiva. Tão inclusiva Balneário Camboriú-SC, conta que tem o objetivo de trazer um espaço que todas destacaram o sentimento normalmente é aeúnica mulher na aberto e “ativar estimular a cultura de família trazido pelo skate. pista de skate, o que contrasta com e a arte com toda a comunidade Deise Reis e Lara Vargas (acima), assim como Mônica Cardoso, Emilly Oliveira e Laura Barros agaúcha”, reação de quemadescobre ela explica diretora, que Carla (abaixo), fazem parte do coletivo Girls Skate Power. Fotos: Edson Haetinger éBello. skatista. maioriaoferecidas das pessoas As “A atividades acha muito massa quando eu falo incluem uma intensa programação “O skate é individual, que andocom de skate, e todo mundo gratuita cursos, palestras, mas todo mundo coloca bota muita fé, principalmente por fé em todo mundo. eu ser mina, mas geralmente eu sou eventos. Um sempre torce pelo a única menina na pista”. na obra foi O valor total investido A fachada do Instituto de Quimica foi preservada para manter a originalidade do prédio. Foto: Alice Germansen Situação a vividacom de R$ 11,5parecida milhões.com De acordo outro, mesmo que seja Das exatas para as artes por Deise Reis, de 30oanos, a diretora do local, prédioe Lara mantepara todo mundo. É um ambiente 1998, o antigo Se Instituto umEm campeonato. vocêde Vargas, de apenas 9. Em Sapiranve a estrutura arquitetônica origiaberto e livre para a cultura, que Química entrou para o projeto cair, tododomundo vai Histórico te Atualmente, o Centro Cultural ga, região metropolitana de Porto já está perdendo bastante espaço “Resgate Patrimônio e ajudar, acertar, oferece atividades permanentes, Alegre, uma dascom melhores interiorem - pintadas cores pistas difeultimamente”. Culturalse davocê UFRGS”. Com o apoio como a exposição “Para ganhar de skate para da região, em um dominrentes, diferenciar o novo do Além de receber diferentes mani- todo da Lei Rouanet, em 2015 iniciamundo comemora.” go à tarde as duas eram as únicas antigo. Para Isabele Giesta, arquiteta tempo: O inventário como festações culturais, o prédio faz ram-se as obras de restauro que Nathalia Eccel estratégia”, do artista e professor mulheres entre da os empresa cerca de Com50 e proprietária parte de um importante período transformaram o prédio, que um Rodrigo Núñes, abrigando um skatistas do local.de Lara, queAlegre, comepasso Humano, Porto do século 20. Durante a I Guerra dia foi para os estudos das ciências catálogo com pinturas, desenhos, çou a andar aosdas quatro anos por a preservação características Mundial, houve cortes na vinda exatas, no novo complexo cultural obras de arte, textos e imagens. A Pode-se dizer que as minas que umde ano. “Na adolescência, oso originais do prédio é muito importecnologia da Europavia para da cidade. tambéma juntar conta com o programação grupo e começamos as amigos andarem de criado, skate, mas não andam de skate estão em todos lida com naturalidade com o fato Brasil, então, foi em 1920, visitasque teatrais guiadas, nas quais andavam em vários os lados. Estão no IAPI, no Banx, andava porquecurso sentiadevergonha de ser mulher em umque esporte ainda gurias todos os elementos ele possui, o primeiro Químicade As inscrições podem ser feitas os atores apresentam o teatro Primeiro entraram as quepara serIndustrial a única menina. A dependência masculino. todas as pis- picos. justamente“Em paraquase não perder a orino estado. O prédio do no Complex, na Redenção, no pela página do Centro Cultural o públiconoe bowl, contam a história do depois entraram dosInstituto pais também foi um Industrial grande só Gasômetro, em Sapiranga, Novo tas, só eu e a Deise andamos. Sou a andavam de Química no Facebook, do e-mail revitalização dodown Centro impeditivo para começar a andar... Hamburgo, no ônibus, na faculdaguriasaté do astreet, depois do única menina que anda skate nado asprédio vai perder a essência e odeconceito centrocultural@ufrgs.br ou Cultural. visitas e agoraAs tem umasacontecem 60 gurias”. Só com comprei um skate com 19 anos, minha masplanejou”, é normal, hill projetoescola que ointeira, arquiteto o projeto do arquiteto Chretende, no doutorado e por mais uma pelos telefones (51) 3308-1980, quinzenalmente, com agendamento. Integrante do coletivo, Emilly quando eu já tinha dinheiro”. todos me apoiam”, relata a pequena. completa a arquiteta. Hoogenstraaten sendo inaugurado 3308-1981 ou 3308-1982. O Oliveira, 17, começou a andar de - Embora, em alguns casos, hajaLuís. estão por aí, não são tantas quanPara tentar diminuir essa distânInteiramente acessível a pessoas pelo presidente Washington horário de funcionamento do ta criativa, de aquarela para inician- certa resistência na família, a pretas elas mesmas gostariam que cia entre mulheres e o skate, um peprédio é de segunda a sexta-feitesmas e possuem um projetomuito com a tio, nunca encontrou fossem, mas um grupo pequeno sença feminina no esporte é e será queno grupo conta de skatistas da capital três andares com sete salas obras de ampliação do instituto, ra, das 9h às 19h. Em dias de Universidade Abertapais paranão Pessoas determinante em casa. “Meus o crescimento gaúcha se reuniu em dezembro multiuso (com capacidade que de va- apoio em função para da necessidade de mais nunca foi sinônimo de um grupo eventos e outras atividades fora Idosasque (UNAPI), que promove eu ande. Minha mãe cur- ainda maispara acentuado do cenário 2015 criou15 o coletivo Girls Skate riameentre a 80 pessoas), quatro gostam espaço os laboratórios e salas. fraco. E é assim que elas seguem, sos e debates pessoas sempre fala quepara skate é coisacom de mais A partir da década de 80, o Institutofazendo resistência a quem se Power. De lá- para auditórios salas cá, Ipêoecoletivo Jacarandá aberto até as 21h30. O centro guri e tal”, desabafa. Situação que opõe, aceitando o apoio de quem cresceu e uniu tribos queAraucária não se com 165 lugares e salas de Química foi transferido para também oferece espaços de alude se Porto Alegre, frequentador difere muitoe da que viveu do çãooutro destacampus presençae ofeminina talvez a ajuda e conquistando cada vez integravam, conta Mônica e Coqueiro,como com 60 lugares dispo- não prédio passou guel para eventos privados. prédio, acredita que “ointegranespaço do tenha Laura Barros, 29 anos, mais espaço pro skate feminino. fundamental paraadminisque Cardoso, uma das fundadoras do níveis. Há também espaços para ser sido utilizado para órgãos Cultural é um grande do coletivo há pouco mais deganho Lara Respeita as mina! não se sinta sozinha e possa grupo. “Depois um curso ska- teCentro exposição, um de saguão e um de terraço. trativos.
5 Esportes
Mulheres que inspiram
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Edicleia no treino do time White Tigers Porto Alegre. Foto: Ana Luísa Ribeiro
Ana Luísa Ribeiro, Edson Haetinger e Vitória Nascimento Em esportes olímpicos, é fácil encontrar mulheres, mas e fora deles? A seguir, você vai conhecer a história de algumas mulheres que inspiram. Inspiram pela coragem de pegar uma bicicleta e ir sozinha até o México, ou por encararem o medo de saltar de um avião, ou ainda pelo desafio de chegar numa pista de skate repleta de homens e sair fazendo manobras. Você vai conhecer mulheres que inspiram outras mulheres pela força de enfrentar a sociedade e provar que podem praticar o esporte que quiserem.
Rebatendo os preconceitos
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dicleia Bechman Santos, de 21 anos, é técnica em saúde bucal e jogadora de beisebol no time misto Porto Alegre White Tigers, que faz parte da Liga Gaúcha de Beisebol. A vontade de jogar veio de um conhecido de sua irmã. Por ser o único time misto da cidade, Edi, como está estampado no uniforme do time, quis participar e praticar o esporte. O time treina aos sábados pela manhã, das 8h30 às 12h. O local de treino é no Parque Marinha, ao lado do Estádio Beira-Rio. “Eu me autoconvidei quando soube que , eu vim e elas tinham meninas. No caram super animadas, e eu fui muito bem recepcionada”. Para ela, o baseball é um esporte totalmente inovador. Faz dois anos que rebater cativou a jogadora. Entretanto, não são todos os times que recebem mulheres de braços abertos no esporte.
É comum ouvir frases como “não precisa jogar direito, porque ela vai errar de qualquer jeito, já que é mulher” em competições. “Geralmente, quando vamos rebater a bola, quem arremessa joga mais fraco porque eu sou mulher. Ou então manda o time todo vir mais para frente, porque a mulher vai rebater mais fraco”. Acompanhada por Ana Carolina Machado, que também é jogadora da equipe, Edi não é mais alvo de tantas piadas quanto era antes na competições da Liga. A diferença entre elas e as outras meninas está na postura para lidar com a zombaria. (companheira de time) somos conhecidas como as más da equipe por revidarmos. Até não falam muito mais para nós, porque nós nos impomos mais. E temos que ser assim”.
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“Q
uem me viu como corredora e me vê agora, hoje eu tenho muito mais massa magra, uma musculatura muito maior”. Nathalie Capra, 32 anos, é atleta do CrossFit há cerca de três anos, e o que começou como uma forma de fortalecer o corpo para as corridas acabou por se tornar uma paixão. O esporte adapta os treinos do exército americano e une exercícios funcionais, de alta intensidade e constantemente variados para a melhora do condicionamento físico. No Brasil, ele vem sendo implementado desde 2009, quando o box CrossFit Brasil chegou a São Paulo e, atualmente, mais de mil boxes são inscritos na Nathalie participa de campeonatos do esporte em outros estados e relata que, apesar de estar em crescimento, na capital gaúcha só
SuperGames. A região de São Paulo é a mais desenvolvida no esporte, das à CrossFit.inc, segundo dados da instituição, além ter de o maior número de campeonatos. Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul vêm logo atrás na quantidade de boxes. No sul, são
Uma barreira maior do que a linha de defesa adversária
cerca de quatro grandes competições da modalidade, além destes, há pequenos campeonatos que as
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levaram Nathalie a trocar a corrida pelo CrossFit. “A variação do treino foi o que fez eu me apaixonar. Aqui é constantemente variável mesmo, um treino diferente. É um esporte plo, em três anos tem coisas que eu ainda não sei fazer”. A academia de Nathalie tem as e treinam diariamente, e também conta com atividades para alunos iniciantes, que seguem a planilha de exercícios das coachs. No box da atleta, são seis coachs, todas mulheres, que se dividem ao longo dos dias. “Apesar de ser um esporte que achavam ser mais masculino, tenho visto muito mais mulheres praticando CrossFit. Aqui no box, por mento e temos 50% dos alunos homens e 50% mulheres, mas acredito que a assiduidade das meninas é maior. Nos campeonatos, também estamos acostumados a ver mais mulheres”, conta a atleta.
Nathalie Capra treina em um box da Zona Sul de Porto Alegre. Foto: Vitória Nascimento
Preparar... Saltar!
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oi depois de um convite para saltar de paraquedas que a médica reumatologista Daniela Viecceli, de 35 anos, começou a sua história com o esporte. “Uma amiga me convenceu a saltar e perguntou: “Vamos fazer um curso para ser paraquedista? Respondi: ‘Tá louca? Imagina…’. Uma semana depois, eu estava lá fazendo o curso e ela nunca mais saltou”. O paraquedismo surgiu no Brasil por volta de 1931, 20 anos depois que o primeiro salto de dentro de um avião foi realizado. Atualmente, a Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPq) registra 459
Gravataí Spartans, único time de futebol americano da cidade, também atrapalha, com certeza, além do preconceito da sociedade”, marcou para um sábado quente destaca. de outubro mais uma seletiva de Nesse sentido, a atleta Daniela Augustin aponta a escola como é uma variação do jogo de futebol potencial formador, mas que, por americano tradicional, conhecido vezes, pode ser um fator de atraso como fullpad. Uma das principais na inserção de mulheres nos espordiferenças entre as modalidades é tes. “Certamente o papel da escola é fundamental para que outros esjogadores é evitado, por exemplo. portes sejam divulgados, principalPor volta das 15 horas, horário mente entre as meninas. Na escola marcado para o início da seletiva, em que eu estudava, por exemplo, era possível observar cerca de oito mulheres com camisetas da equipe os meninos iam jogar futebol e as meninas iam pular corda… Não que fazem parte, além de alguns havia integração nem incentivo às homens cortando a grama e fazendo as marcações necessárias de meninas”, completa Daniela. É justamente para a escola que o campo para os jogos acontecerem. Robertha Knop, quarterback e direciona seus esforços. Desde foi uma das mulheres que ajudou novembro, o time visita escolas da cidade para divulgação do esporte e para quem sabe recrutar mais mefeminino no time gravataiense. Robertha conheceu o esporte junto ninas como Nicole Patrício e Silva, que é estudante do ensino médio e com o marido, em 2014, e teve atleta mais jovem da equipe, com vontade de jogar por acompanhá-lo nos jogos da equipe masculina. 17 anos. Naquele sábado quente, nenhuma Para ela, a falta de divulgação do menina apareceu para participar esporte atrapalha seu reconhecimento. “O futebol americano não é da seletiva, mas pode-se dizer que conhecido no Estado, e isso atrapa- o maior adversário do time se fez lha na visibilidade. A associação do presente: o desconhecimento.
Seletiva do Gravataí Spartans. Foto: Edson Haertinger
e todos são homens. Além dos proé 4012, sendo 310 gaúchos. O terceiro maior clube do país é o Centro Gaúcho de Paraquedismo, localizado em Novo Hamburgo, com 202 atletas. Daniela, que é natural de Caxias do Sul, faz parte do time desde o início de sua jornada. “Janeiro do ano passado foi meu primeiro salto e em abril eu já estava formada. Eu evolui bem rápido, foram 370 saltos nesse período”, explica a médica. O curso para ser paraquedista
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tem um dia e meio de teoria, na qual os professores dão orientações do funcionamento, dicas de segurança, posição de vôo e como fazer a navegação. Depois disso, tem a parte prática, que consiste em sete níveis, com diferentes objetivos que podem ser cumpridos em sete saltos ou mais, dependendo do desenvolvimento do aluno. A principal regra para se avançar de categoria é a quantidade de saltos, porém, existem outros fatores paraquedismo. Daniela, por quantidade de saltos, já se enquadra na categoria C – que, de acordo com
os dados da CBP, são os alunos que já podem instruir outras pessoas em vôos –, porém, por conta do pouco tempo de vôo, ela não é autorizada ainda a este tipo de atividade. A atleta conta que, em seu centro de treinamento, grande parte dos alunos é do gênero masculino. “Das pessoas que fazem o curso até que não são poucas mulheres, diria que a cada 10 homens deve ter uma mulher, mas das que realmente se formam e continuam a saltar são bem poucas. Hoje, lá no CGP, temos umas 10 atletas e mais algumas alunas que ainda estão em instrução”.
Cristiane Oliveira, uma das fundadoras do Pedal das Gurias. Foto: Ana Luísa Ribeiro
Pedais que cruzam fronteiras
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ristiane Oliveira é uma clicoviajante de 33 anos. O ciclismo entrou na sua rotina na busca por uma qualidade de vida melhor, com menos estresse e mais saúde e a economia. Ela voltava do antigo trabalho pedalando e percebeu que poderia fazer tudo que quisesse com os pedais nos pés. É uma das fundadoras do Pedal das Gurias, grupo de pedalada para mulheres que promove o cuidado coletivo nas ruas das cidades, iniciado em 2016 em Porto Alegre. O conjunto de ciclistas se reunia no monumento das Cuias, próximo a Usina do Gasômetro na capital gaúcha. A bicicleta é tão importante na vida de Cristiane que ela decidiu atravessar o Brasil com destino ao México apenas com sua bike de bambu e uma mochila. O percurso começou em 9 de novembro deste ano e não tem data para acabar. A ideia de usar uma bicicleta de bambu têm duas razões: segundo ela, a primeira é porque é o material no mercado que mais absorve a trepidação intensa que vai enfrentar na estrada. A segunda razão é para chamar a atenção. De acordo com Cristiane, a bicicleta, por ser diferente, vai ajudá-la a conversar e conhecer pessoas e, assim, ajuda
a se enturmar e encontrar lugares para acampar. “Eu sempre quis ir para o México. E não tem tempo para eu acabar. Vou encontrando as pessoas pelo lugar. Se eu gostar muito de algum lugar, eu vou até o México e depois volto para morar lá”, conta Cristiane sobre a viagem. Desde março, a ciclista se prepara para o grande percurso, pedalando cerca de 70 quilometros por dia. Por meio de empreendimento, bar que foi sócia, conheceu e se tornou amiga do fabricante da sua biciclede cruzar as fronteiras até Ushuaia, Argentina e depois, México. Com isto, já vendeu roupas, móveis e entregou o seu apartamento alugado para custear o sonho. De acordo com ela, a família possui inúmeros medos por ela. Mas o que mais a assusta são os riscos que pode sofrer na estrada. “Ciclista já te deixa muito exposto e sofre com a violência no trânsito. Mas eu tenho um agravante: eu sou mulher e posso sofrer tudo isso igual aos homens, mas ainda tenho o risco de ser assediada. Os homens nunca vão entender como é pedalar como uma menina”.
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5 Cultura
Quando a admiração Esportes
lida com naturalidade com o fato de ser mulher em um esporte ainda masculino. “Em quase todas as pistas, só eu e a Deise andamos. Sou a única menina que anda de skate na minha escola inteira, mas é normal, todos me apoiam”, relata a pequena. Para tentar diminuir essa distância entre mulheres e o skate, um pequeno grupo de skatistas da capital gaúcha se reuniu em dezembro de 2015 e criou o coletivo Girls Skate Power. De lá para cá, o coletivo cresceu e uniu tribos que não se integravam, como conta Mônica Cardoso, uma das fundadoras do grupo. “Depois de um curso de ska-
skate pela primeira vez, e esse primeiro passo levou as duas a competirem uma contra a outra na etapa de Sapiranga do Circuito Brasileiro de Skate, o STU, na categoria livre
Deise Reis e Lara Vargas (acima), assim como Mônica Cardoso, Emilly Oliveira e Laura Barros (abaixo), fazem parte do coletivo Girls Skate Power. Fotos: Edson Haetinger
Ainda que seja um esporte tido como masculino, todas lembram que nunca sofreram preconceito na pista, e que o skate tem uma cultura altamente inclusiva. Tão inclusiva que todas destacaram o sentimento de família trazido pelo skate.
“O skate é individual, mas todo mundo coloca fé em todo mundo. Um sempre torce pelo outro, mesmo que seja um campeonato. Se você cair, todo mundo vai te ajudar, se você acertar, todo mundo comemora.” Nathalia Eccel
o grupo e começamos a juntar as gurias que andavam em vários picos. Primeiro entraram as que andavam no bowl, depois entraram as gurias do street, depois do down hill e agora tem umas 60 gurias”. Integrante do coletivo, Emilly Oliveira, 17, começou a andar de tio, mas nunca encontrou muito apoio em casa. “Meus pais não gostam que eu ande. Minha mãe sempre fala que skate é coisa de guri e tal”, desabafa. Situação que não se difere muito da que viveu Laura Barros, 29 anos, integrante do coletivo há pouco mais de
um ano. “Na adolescência, via os amigos andarem de skate, mas não andava porque sentia vergonha de ser a única menina. A dependência dos pais também foi um grande impeditivo para começar a andar... Só comprei um skate com 19 anos, quando eu já tinha dinheiro”. Embora, em alguns casos, haja certa resistência na família, a presença feminina no esporte é e será determinante para o crescimento ainda mais acentuado do cenário ção desta presença feminina talvez tenha sido fundamental para que Lara não se sinta sozinha e possa
Pode-se dizer que as minas que andam de skate estão em todos os lados. Estão no IAPI, no Banx, no Complex, na Redenção, no Gasômetro, em Sapiranga, Novo Hamburgo, no ônibus, na faculdade, no doutorado e por mais uma estão por aí, não são tantas quantas elas mesmas gostariam que fossem, mas um grupo pequeno nunca foi sinônimo de um grupo fraco. E é assim que elas seguem, fazendo resistência a quem se opõe, aceitando o apoio de quem ajuda e conquistando cada vez mais espaço pro skate feminino. Respeita as mina!
Mulheres que inspiram Conheça o mercado de trabalho para artistas que incorporam a obra, a vida e a personalidade dos ídolos Luis Henrique Cunha
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m sósia, segundo o dicionário Aurélio, é alguém muito parecido com outra pessoa, sendo confundido por sua aparência. Rodrigo Mattos sabe bem o que é isso, faz apresentações trajado como o cantor Michael Jackson desde que tinha nove anos de idade. Hoje, com 38 anos, ele, que é considerado um dos melhores imitadores do ídolo das Amérimudou: “Não adianta mais apenas nos parecermos com o artista. Precisamos entregar ao espectador uma apresentação que passe o
sentimento de estar vendo o verdadeiro Michael no palco”. Para Marcelo Scoppio, sósia de Charles Chaplin e coordenador de casting da agência paulista Scoppio Produções e Eventos, que conta com mais de 800 artistas disponíveis, a procura pelo trabalho de sósias está em declínio. Para ele, o cachê cobrado pelos artistas e o proposto pelos contratantes estão fora de sintonia. Resta, a ele, fazer esta mediação entre as partes. A curitibana Nilce Costomski relata situação parecida em seu negócio. Proprietária da agên-
cia O Gordo e O Magro Produções Artísticas, no mercado há dezoito anos, precisou diminuir o casting e valores cobrados para se manter atuante: “Hoje, não possuo 15% dos clientes que tinha no passado. Eu sinto que acabou o glamour. As pessoas não veem mais aquela magia em se casar com um Elvis Presley. No começo, cheguei a ter 17 sósias do cantor”. Nilce, Marcelo e Rodrigo concordam: o mercaEntretanto, ainda há público e espaço para eles.
Duas décadas de Rock’n’roll All Night ver. “Quando decidimos montar o tributo, não era para ser algo tão elaborado. A ideia, no começo, era nem usarmos maquiagem”, lembra formação sobe aos palcos trajado Felipe, que não esperava dar vida como o frontman da banda estaduao personagem criado por Stanley nidense KISS. E quem assiste a suas nos palcos: “Foi por acaso. Eu queria apresentações atesta: não deixa nada tocar guitarra e, por ter um tom de a desejar do original! voz mais agudo, me encorajaram a Nascido em Porto Alegre, Felipe interpretar suas canções. O feedback Edicleia no treino do time White Tigers Porto Alegre. Foto: Ana Luísa Ribeiro Santa Catarina e Paraná. Hoje, a conta que se interessou por música foi tão positivo que resolvemos inAna LuísaaoRibeiro, Haetingercrementar o show, começamos a nos banda toca em cidades do Brasil ao escutar, lado doEdson irmão mais inteiro e Felipe sente a responsabie Vitória Nascimento velho, antigos discos de vinil na maquiar, usar as roupas da banda e comum ouvir frases como “não precisa jogar dicleia Bechman Santos, de 21 anos, é técnilidade de levar o somÉdo KISS para sala de sua casa. Com o passar do alguns artifícios pirotécnicos”. em saúde bucal e jogadora beisebol no direito, seu de público: “Quando vamosporque para ela vai errar de qualquer jeito, já tempo, decidiu fazer aulas de canto Em mais decaduas décadas, o conque é mulher” time misto Porto Alegre White Tigers, que faz Há vinte e um anos, Felipe deseestrada, tentamos ser o mais pro- em competições. e de guitarra. Foi quando descobriu junto encabeçado por Vazquez foi Em esportes olímpicos, é fácil “Geralmente, quando vamos rebater a bola, parte da Liga Gaúcha de Beisebol. A vontade o trabalho do KISS: “Quando ouvi a ganhando notoriedade no cenário joga maise fraco porque eu para levar de jogarpela veiosemelhança de um conhecidopara de sua irmã. o maisquem guitarra sobe nos palcos encontrar mulheres, mas e fora deles? o público pertoarremessa que se musical gaúcho sou mulher. Ou então manda o time todo vir Por ser o único time misto da cidade, Edi, ao público a melhor experiência pode chegar de um show do KISS A seguir, você vai conhecer a históriacom o show original. De pequenas para frente, porque mulher vai rebater comoem estábares estampado docom time,os caras.mais possível.a Torna-se o astro Paul Stansem ser Investimos de Sabia que queria estar apresentações de Portono uniforme derock’n’roll! algumas mulheres que inspiram. mais fraco”. quis participar e praticar o esporte. O time treiley. Assim como ele, milhares de no palco. Sabia que queriade tocar o uma Alegre, surgiram convites para o Inspiram pela coragem pegar Acompanhada por Anasósias Carolina na aos sábados pela manhã, das 8h30 às 12h. outros pelo Machado, Brasil cumprem efeitos que deixem a questão visual som deles!” interior e outros estados, como bicicleta e ir sozinha até o México, ou que também é jogadora da equipe, Edi não é O local de treino é no Parque oMarinha, ao lado sua missão de retratar da forma mais próximo do melhor show do Naquele minuto, achou que seria a por encararem o medo de saltar de um mais alvo de tantas piadas quanto era antes na do Estádio Beira-Rio. planeta”. hora de montar sua própria banda. competições A diferença entre elasainda e “Eu me autoconvidei quandoMesmo soube que os inspiram. Graças a eles, avião, ou ainda desafio fazendo parte de um dosda Liga. Mas conta que seupelo desejo nuncade chegar as outras meninas está na postura para lidar , eu vim e elas tinham meninas. No é possível encontrarmos Michael mais respeitados tributos do KISS foi compor apenas repronuma pistacanções, de skate repleta de homens caram super animadas, e eu fui muito bem com a zombaria. Jackson, Marilyn Monroe e diverduzir música que gosta. “Nunca e sairafazendo manobras. Você vai recepcionada”. sos outros sósias, mantendo vivo o plicado tentar viver apenas desse tive uma banda que tocasse som conhecer mulheres que inspiram outras Para ela, o baseball é um esporte totalmente (companheira de time) somos conhecidas como legado e a admiração pelos artistas. próprio. Nunca quis, na verdade. mulheres pela força de enfrentar inovador. Faz dois anos que rebater a Fazemos as másoda equipe por revidarmos. Até não falam muitocativou complexo. melhor Após passagem por alguns grupos, a sociedade e provar que podem jogadora. Entretanto, não são todos os times que muito mais porque nós nos impomos deram a contornar a situação e a se que podemos, mas não cogitamospara nós, em 1997 formou, ao lado de outros recebem mulheres de braços abertos no esporte. mais. E temos que ser assim”. manterem relevantes no mercado. praticar o esporte que quiserem. três músicos, a Parasite KISS CoFelipe encontra seu ídolo Paul Stanley Quem o olha de longe não nota, mas Felipe Vazquez, 40 anos, é Paul Stanley. Seu sósia, na verdade. Há
Rebatendo os preconceitos
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O Stanley de Felipe
S
se desenvolver no esporte. Quando o pai não está por perto, é a amiga e dinda Deise que dá dicas sobre técnicas e movimentos, além de ser quem encoraja. Foi por incentivo
andro Dias, Bob Burnquist, Luan Oliveira, Pedro Barros, Sérgio Negão, Letícia Bufoni e Sérgio Yuppie são alguns dos nomes mais conhecidos do skate brasileiro. Entre tantos homens, apenas uma mulher. Não é por acaso. O skate é um daqueles esportes que são asso-
Vazquez dando vida ao seu Stanley. Fotos: Acervo pessoal
Cadê as minas que andam de skate?
assim, não seria diferente entre os que praticam por hobby ou ainda são amadores. Longe dos holofotes, pelo menos por enquanto, Nathalia Eccel, gaúcha de 19 anos, que mora em Balneário Camboriú-SC, conta que normalmente é a única mulher na pista de skate, o que contrasta com a reação de quem descobre que ela é skatista. “A maioria das pessoas acha muito massa quando eu falo que ando de skate, e todo mundo bota muita fé, principalmente por eu ser mina, mas geralmente eu sou a única menina na pista”. Situação parecida com a vivida por Deise Reis, de 30 anos, e Lara Vargas, de apenas 9. Em Sapiranga, região metropolitana de Porto Alegre, em uma das melhores pistas de skate da região, em um domingo à tarde as duas eram as únicas mulheres entre os cerca de 50 skatistas do local. Lara, que começou a andar aos quatro anos por
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Sustentabilidade
A guerra dos canudos
Comportamento
A sustentabilidade passou a fazer parte da moda
Solidariedade
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Por que me tornei um doador?
Victoria Thomaz
Pietro Meinhart de Oliveira
Tendências de consumo consciente em ascensão no mercado fashion
Rio Grande é a primeira cidade gaúcha a proibir o uso do material Histórias de pessoas que fazem a sua parte doando sangue regularmente
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a indústria da moda, as soluções eco fashions entraram em pauta e estão crescendo a partir de diversas iniciativas, trabalhando a sustentabilidade de diferentes maneiras dentro do mesmo mercado. Essas soluções permitem um olhar ainda mais atento ao produtor, à qualidade, ao produto e ao consumo consciente. A marca Osklen, pioneira na sustentabilidade, é um dos cases entre as formas de inovação no lifestyle considerado eco friendly. Plataformas online como o DressIt, voltado aos estilistas independentes e ao consumo local, também são um exemplo. Na moda sustentável, como pontuou o fundador da Osklen, Oskar Metsavaht, diretor de estilo e Embaixador da UNESCO para Cultura da Paz e da Sustentabilidade, não existe uma fórmula pronta: “O que estamos fazendo agora é um apelo à urgência de adotar práticas e atitudes mais sustentáveis, trazendo a todos o conceito que sempre nos guiou, o ASAP (nova coleção da marca As Sustainable as Possible), o mais sustentável possível, o mais breve possível”. A economia circular e o uso de matérias-primas mais conscientes e sustentáveis engajaram a Osklen há 20 anos, quando trabalhou pela primeira vez com algodão orgânico. Desde então, tem se comprometido com diversas formas e atitudes socioambientais validadas pelo Instituto-E, uma organização brasileira da sociedade civil dedicada ao Desenvolvimento Humano Sustentável. Pensando em como acelerar e ampliar a visibilidade desses novos modelos de negócio, que são uma tendência de mercado, surgiram plataformas como o DressIt. Fernanda Hartmann, sócia proprietária do e-commerce voltado a estilistas independentes
A empresária Cléo Milani é parceira de Fernanda Hartmann no Dressit. Fotos: Victoria Thomaz
e ao consumo local, explica que a moda e as formas de consumo estão em transformação constante. “O propósito é conectar os consumidores cada vez mais exigentes aos empreendedores apaixonados pela moda e que movimentam a economia local ao manter sua cadeia de produção em território nacional. Escolhemos a moda autoral por acreditar que ela, na sua essência, incluía a sustentabilidade em toda a sua cadeia”. A moda autoral, priorizada pela
plataforma, nada mais é do que marcas que concentram toda a sua cadeia de produção – pesquisa, compra de tecidos, desenho e criação dos modelos, modelagem, corte e costura, etiquetagem, entre outros processos – regionalmente e que tenham à sua frente o seu criador, seja ele o estilista ou até o idealizador da marca, cuidando e participando de cada etapa por onde passa o produto até chegar ao cliente que colaboram com esse mercado “estão cada vez mais preocupados em saber a origem e a história dos produtos e serviços que consomem e contar esta história faz parte do nosso projeto”, segundo Fernanda. Em feiras como a Fenin Fashion – Feira Nacional da
há 5 anos ocorre a reciclagem dos resíduos gerados a cada edição do evento, uma parceria com a Universidade Anhembi Morumbi e a Hand’s Serviços, que faz a reciclagem durante o processo de montagem dos estandes, na realização e na desmontagem. “Dessa forma nós conseguimos reduzir o impacto de lixo no meio ambiente, diminui em torno de 80% a 90% do lixo da feira”, diz Denis Viana, Head de marketing da FENIN. A Hand’s trabalha em parceria com a Alfa reciclagem, destinando esse material e reciclando o papel plástico, papelão, ferro, latinhas, garrafas pet, óleo e outros resíduos. Em todos os corredores da feira, há cestos ecológicos para os visitantes terem onde depositar seus lixos. “Existe essa mudança e vemos isso cada vez mais, nos preocupamos porque somos uma vitrine do mercado”, diz Denis.
Crescimento do segmento de consumidores “iniciantes” (práticas sustentáveis) correspondiam a 32% - 2012
correspondem a 38%
- 2018
Pesquisa do Instituto Akatu 2018
Os processos sustentáveis estão em constante evolução e há uma série de práticas eco friendly possíveis. Osklen, DressIt e Fenin, três cases e diferentes iniciativas para que o design e a sustentabilidade caminhem juntos e os clientes possam buscar consumir de forma mais consciente, investindo em peças de qualidade, sustentáveis, com design atemporal e um comércio justo. que agir agora para um melhor presente e futuro, pois é sim responsabilidade nossa deixar um mundo melhor para as próximas gerações”.
Sangue. U
Bárbara Bitencourt
ma novidade promete moviA Psicóloga Sandra Garcia Bueno, que acordo com o dimentar o verão deDe turistas trabalha há 17 anos no Hemocentro, salienta cionário, líquido espesso, de cor vermelha, que e moradores em Rio Grande, a importância de seguir as recomendações percorre veias eIsso as artérias; natureno sul doasestado. porque, geração; a antes, durante e após doação de sangue para za; família. Aquilo faz pulsar, partir do dia 21 de que janeiro, entra fornecendo o bom funcionamento do corpo do doador. oxigênio ao corpo e hormônios para as células. em vigor a lei que proíbe o uso e Sangue. Seis letras, uma palavra que pode mudar “A gente trabalha com uma legislação federal fornecimento de canudos plásticos onos destino de alguém. Procurando estabelecimentos da cidade. entender quem do Ministério da Saúde da ANVISA, e nessa legislação tem as recomendações com relação são doadores, surgiram diversas histórias Masessses esse não é um assunto restrito a esse processo de doação. São inúmeras, mas que querem e devem ser contadas. somente ao município gaúcho. Élio Ricardo da Silva Carvalho é um desses as principais e mais divulgadas, são: No Brasil, a discussão sobre a doadores. Com 50 anos, doar sangue passou necessidade do uso de canudos aplásticos fazer parte da sua rotina quando um amigo Ter entre 16 anos e 70 incompletos, no dia a dia vem sendo próximo precisou. Hoje, Élio completa cinco sendo que menores de idade devem ter pauta dos debates ambientais. Élio passando pelos testes pré doação. anos doando emotrês meses e salienta a Foto: Bárbara Bitencourt Desde iníciodedotrês ano, canudo autorização dos pais. importância que esse ato com tamanha empatia plástico tornou-se o novo protagotem. que um dia eu talvez precise. Não vou nista“Acho das discussões sustentáveis. Ter dormido pelo menos seis horas. precisar de um doador? Em julho, o GreenPeaceTodos lançou,precisamos uns Maria Luísa, de um ano e 6 meses, para particidos outros”. mundialmente, uma campanha par de um ato de bondade que faz parte da sua Estar alimentado. Elton Fernando Oliveira de Barros também que impactou a internet com rotina. iniciou o processo assim: doando sangue para imagens fortes de animais marinhos João foi o entrevistado mais novo. Com 22 Não ter ingerido bebida alcoólica nas amigos que precisavam. A principal motivação é engasgados por canudos plásticos. anos, ele doa regularmente de três em três horas. saber que diversas pessoasairão partespraias, do comoúltimas Capão da12 Canoa, também entram no radar do debate. Foto: Pietro Meinhart de Oliveira No caso de Rio Grande, lei járeceber Outras meses por incentivo da família, pelo fato do seu sangue dele. Porém, na primeira doação, ocorreentra em vigor neste verão. Eduardo sangue ser O Negativo, que é o doador universal. Não estar grávida ou amamentando. ram algumas complicações.“Notei Morrone, secretário de Meio Am- que o frasco se tornou umEnoir doador Apesar dessa movimentação efeito reverso à proposta. Mesmo tão novo, desdeJoão agosto. Segundo da recebeu 500 ml do meu sangue, mais quatro ambiente da cidade, comenta que nesse nacional, a Associação Brasileira porque acredita que é um ato humano. saber Silva Rosa Júnior, gerente, “Tu a iniciaRestaurante de Torres adota polas para exames do mesmo, depois da doação primeiro momento serão aplicadas que está ajudando uma pessoa, que nem faz da Indústria do Plástico (Abiplast) tiva partiu dos funcionários e foi canudos biodegradáveis fui dirigindo o carro para casa e-quandoalega cheguei parte do teu ciclo, que dona pode do ter restaurante. uma realidade José Fernando que o problema vai alémDias de da Silva é doador há 18 aceitaepela Ele notei que precisava me deitar, foi aí que vi o das partes mais ções. “Como é uma novidade, não tão afetadiferente comenta da tua, mas é tão humano anos, não regularmente. Ele Sendo iniciouuma o processo somente proibir. Segundo a assesqueque os clientes elogiaram a das na discussão, bares, quiosques tem porque a gente já iniciar punin- soria de imprensa, quanto tu, isso me deixa muito feliz. ” de doação como voluntário e toda vez que doa é em vez de discriiniciativa. “Como estamos localizasangue. começoucomena trabalharminar em alta e restaurantes reagem do com Meu multacorpo diretamente”, Sangue nãodos se fabrica. Todas pessoas ou sãonão, um orgulho Quando estava regis-de maneiras perto do mar, as querendo a matéria-prima dosó. canudo, o encontrado, velocidade para repor o que tinha sido doado, distintas. Porto Alegre, o Vê ta o secretário. para que hospitais continuem trando momento com seu celular, Em mostrando o essenciais somos responsáveis por isso.salvanTemos ideal seria obrigar osolocais de venda Restaurante,digo por para exemplo, do deixou Em Porto Alegre, o projeto de lei vidas. Sandra a necessidade o curativo pós doação.“Eu de bebidas a braço terem com contentores para que reforça fazer a nossa parte”. de receber passando do dia nae cama de usar canudos plásticos há três que proíbeo aresto distribuição vendame alimentando as pessoas doarem com amor. Amor ao próximo. materiais recicláveis, valorizando Max Machado, 50 anos, propriebem e tomando muitoestá líquido”. meses. Segundo a proprietária, Mados canudos plásticos em precisa que as pessoas doem, porque abasteceIsso é doar sangue”. o protagonismo da população no tário do quiosque do Vavazão, ria Júliauma Rosa, 32 anos, pelo fato40dehospitais tramitação na câmara municipal. mos com todos os tipos de sangue. Já Márcia dos Santos se tornou doadora processo. Em nota, a instituição em Capão da Canoa, conta que ser um no restaurante veganoAmanhã e um de voceo pode De autoria do vereador Marcelo devido a um acidente qual houve divulga que “É importante que leis na família, estabelecimento precisar”. usa canudos seus diferenciais ser a valorização Sgarbossa, o decreto já tem apoio a necessidade doadores. Com 42 anos, Márcia e regras instruam as pessoasdepara o convencionais. “O giro hoje de de uma parcela da população. que é correto, colocando-as também canudos plásticos é muito intenso. dos canudos foi um movimento naO movimento Poa Sem Canudo, em dois meses, ela faz sua parte como cidadã e, como agentes transformadores e Além dos refrigerantes, usamos por exemplo, organizado pelo gruprincipalmente, humana. tural. “O uso dos canudos diminuiu na água de coco e na caipirinha”. responsáveis pela causa”. Quer se quando deixamos de oferecê-los po Minha Porto Alegre, está moNo Rio de Janeiro, primeiro muQuestionado sobre a quantidade nas mesas. Assim, quando o esto- informar bilizando moradores pela internet, nicípio brasileiro a banir o uso de mais que terminou, decidimos que não para pressionar os vereadores canudos plásticos, “A os motivação comerciantes noção, mas diz estar ciente que são à doação é a retribuição sobre doação? iríamos comprar mais”. a votarem a favor da nova lei. “Nosmuitos canudos. “Infelizmente, 30% em momentos de necessidade. site! Em Torres, no litoral norte, o Entre no sa ideia é transformar a cidade num canudos de papel biodegradável, deles se perdem na areia da praia. Se acreditamos na solidariedade das pesCantinho do Pescador, lugar mais inclusivo e sustentável fazendo com quesoas, alguns donos de justo restaurante É claro que o pessoal da limpeza nada mais do que retribuir”. um dos mais tradicionais da cidade, consegue tirar isso de circulação, e, por isso, tirar os canudos é um barracas e ambulantes optem em Nas respectivamente, Márcia e Elton.utilizar outros objetos de plástico, utiliza canudos biodegradáveis no dosfotos, caminhos”, comentaÉlio, Carolina Os três realizando a doação. Foto: Bárbara Bitencourt lugar dos canudos convencionais Soares, co-fundadora do projeto. como copos e garrafas, causando