Enfoque Quilombos 5

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ENFOQUE QUILOMBOS

PORTO ALEGRE / RS ABRIL DE 2015

EDIÇÃO

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WILLIAM SZULCZEWSKI

CASA NOVA PARA OS SILVA PROJETO DO GOVERNO FEDERAL CONSTRUIRÁ NOVAS MORADIAS NO QUILOMBO PÁGINA 3

Limites violados: quilombolas resistem às construções ao redor do terreno Página 3

Árvore genealógica: a história das gerações da Família Silva Página 2

Sonho e realidade: as brincadeiras e a vida das crianças no quilombo Página 4


2. GENTE

ENFOQUE QUILOMBOS | PORTO ALEGRE (RS) | ABRIL / 2015

Há 60 anos, os Silva resistem

à História. Gerações.

CÁSSIO CAMARGO

Família. Os quilombolas fazem da união sua principal força

N

cimento deles. Aprendem o real sentido da amizade, a serem responsáveis”. Zuleica Briolandi da Silva, a Preta, salienta a união da família. “Aqui todo mundo se ajuda. Se um precisa, deixa o filho com alguém. Temos amparo

um do outro.” Esse apoio mútuo veio com a batalha para conseguir a titulação do quilombo. Preta conta que foram tempos bastante difíceis. A Brigada Militar chegava todo dia no local para retirar todos os familiares

dali. “Amanhecíamos com nossas malas arrumadas. O descanso chegava às 18h, quando não podiam mais nos despejar. Eu não arrumava as minhas coisas, sempre acreditei que iríamos conseguir ficar aqui. Lutamos e vencemos.

Juliana (E) e a mãe, Preta (D), contam que morar entre familiares gera responsabilidades

à

o dicionário está escrito que sobrenome é um nome herdado de família. Vem de geração a geração. No Brasil, o mais usado é Silva. Esse sobrenome é de origem portuguesa. Além disso, foi dado também para milhares de escravos trazidos para o Brasil. Podemos começar por aí a história do Quilombo da Família Silva. Naura Borges da Silva e Alípio Marques dos Santos vieram de São Francisco de Paula, com a filha Ana Maria, por volta de 1940. O local para moradia foi um pedaço de terra no bairro Três Figueiras. Mais tarde, Ana casou com Euclides José da Silva, e ambos tiveram 11 filhos: Lígia Maria, Lídia Marina, Lorivaldino, Angela Maria, Zuleica, Jair, Zeneide, Ana Cristina, Euclides Guaraci, Maria de Lourdes e Luiz Valdir. Foi então que formaram o Quilombo da Família Silva, símbolo de resistência e referência na luta quilombola. Após anos de negociações e ameaças de despejo, em setembro de 2009 foi titulado o primeiro quilombo urbano do país. Os Silva se orgulham disso. “Eu amo morar aqui porque eu lutei por esse lugar. Representa a nossa vitória. A vitória da nossa família”, afirma Lígia. O quilombo é dividido por 18 famílias. Todos vizinhos, eles contam que há lados positivos e negativos nisso. “Como toda família, sempre temos nossas desavenças. Brigamos. Ficamos sem falar um com o outro por alguns dias. E depois volta tudo ao normal. É bom morar todos juntos assim. Aqui tem uma união muito grande”, conta Letícia, filha de Lígia. Além disso, Letícia destaca a importância de criar os filhos todos juntos: “Meus filhos têm a oportunidade de conviver com os primos, e isso ajuda no cres-

Hoje o lugar é nosso”, alegra-se Preta, irmã de Lígia. Como toda família, a Silva também tem desentendimentos. “É uma bomba. Sempre tem briga, principalmente entre as crianças. Apesar disso, temos que manter essa amizade e união para o bem da comunidade”, conta Ângela Maria da Silva, irmã de Preta e Lígia. Para a garotada, é sempre dia de brincar. Luiza, de três anos, filha de Letícia, fala com os dedos na boca: “Eu me divirto muito aqui com os meus irmãos e primos”. Eduardo entrava e saía de casa. Trazia açúcar. Depois voltava para dentro e pegava água. Os primos avisavam que precisavam de um bule. Lá ia Dudu novamente pegar o objeto dentro de casa. Erick, Laura, Dudu e Vitor queriam fazer uma limonada. Tinha colhido os frutos de um limoeiro próximo da casa de Dudu. “Vocês não têm medo de usar essa faca?”, pergunto. Erick, de sete anos, responde rápido: “a gente sabe fazer uma limonada, né!”. Em poucos minutos ali, percebe-se a cumplicidade e amizade que os pequenos Silva mantêm. “Eu gosto de morar aqui porque convivo com minha família toda. Aprendi o que é ser amigo com os meus primos. Nós sempre estamos juntos”, conta Vitor, também de sete anos. Todas as crianças estudam na Escola Estadual de Ensino Fundamental Bahia. E vão juntos para lá. “Os maiores tomam conta dos menores. Com isso, aprendemos a ser responsáveis”, conta Juliana, filha de 16 anos de Preta. Toda a garotada aprendeu desde pequeno a história do lugar onde vivem. “Damos muito valor porque eu, mesmo pequeno, lembro das tentativas de despejo. Então, praticamente ninguém pretende sair daqui. Fomos criados aqui. E aqui criaremos nossos filhos. Sempre levando a história do quilombo de geração para geração”, afirma Mauricio, de 15 anos, filho de Preta.

- LUANA SCHRANCK

RECADO DA REDAÇÃO Você consegue imaginar a força de uma união familiar? A turma de Jornalismo Cidadão da Unisinos Porto Alegre contará a história da Família Silva, no bairro Três Figueiras, da capital gaúcha, e que possui uma grande conquista: ser o primeiro quilombo urbano reconhecido no Brasil. Os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer os mo-

radores da Família Silva e passaram para as páginas desta edição os desafios de um povo que luta para continuar tendo o seu pedaço de terra. Até o reconhecimento, foram dias e noites de medo. Medo do despejo. Medo de não ter onde morar. Medo de perder tudo. Você conhecerá a realidade e os problemas que a comunidade encara diariamente. São

obras nas proximidades do terreno registrado em nome do quilombo, uma avenida que atravessaria a área e a luta por novas moradias, que o povo quilombola tem por direito. Por outro lado, você saberá como as crianças que moram nesse pequeno pedaço de terra na Zona Norte se divertem e sonham com um futuro melhor. Toda história merece

ser contada. Toda história nos traz algum aprendizado. Então, venha conosco, para conhecer o Quilombo da Família Silva e toda a sua história, desde os seus primeiros moradores até hoje.

- DOUGLAS DEMOLINER EDITOR-CHEFE


MORADIA .3

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Quilombolas terão casas novas

quilombo beneficiado pelo Programa Minha Casa, Minha Vida

A

o chegar no Quilombo da Família Silva percebemos o terreno de chão batido, as roupas estendidas nos varais e as crianças correndo em volta de uma grande árvore. As moradias são pequenas, de madeira, de cores diferentes e janelas marrons. Toda a extensão do terreno tem esgoto encanado, água potável e energia elétrica. No total são 18 casas, mas apenas 12 com banheiros reformados. Lígia Maria da Silva, de 59 anos, nos recebe contando a história de resistência e luta dos Silva. Entre tantos relatos, se destaca a ajuda de órgãos sociais e privados para dar estrutura ao quilombo. A líder comunitária Lígia nos conta que a Caixa Federal, por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida, dará novas moradias. Serão 18 casas de 55m², todas de material e com dois cômodos. “Na verdade, a proposta para a Família Silva será um padrão médio, com mais espaço entre a sala e a cozinha”, afirma o arquiteto responsável, Vinicius Vieira, sobre a importância que a mesa das refeições tem dentro dos

lares. Com características quilombolas, o projeto terá um pátio único para integração das famílias. Para não apagar a memória dos que construíram as antigas casas, as madeiras serão reutilizadas para formar o grande espaço social da família. Toda a estrutura foi pensada em conjunto com a comunidade, em reuniões que começaram em 2007. Mas ainda não há data prevista para a construção das casas, que ainda depende de outros passos. Além do projeto das casas, foi necessária a criação de mais três projetos. “Foi preciso a regulamentação da Associação do Quilombo da Família Silva e a eleição da Lígia como presidente”, explica Luix Costa, jornalista e morador do quilombo, relatando o primeiro passo, que ainda está sendo concluído. O segundo será a criação de um projeto social voltado para a integração dos moradores e as atividades de trabalho e renda. E o terceiro terá como tema a educação ambiental. O GRANDE APOIO DAS ORGANIZAÇÕES Atualmente, os Silva vivem em boas condições. A rede de energia elétrica foi paga por franceses que visitaram o quilombo muito tempo atrás. Foram doados R$ 7 mil para comprar novos fios de condução elétrica e

JÉSSICA VASQUES

relógios de luz. “Como a gente não tinha conta no banco, eles deixaram o dinheiro nas mãos de uma ONG”, conta Lígia ao relembrar que foi complicado pegar o dinheiro para a compra dos materiais. Foram colocados 12 relógios de luz e feito um acordo com o Ministério Público e a CEEE para a instalação dos fios e a isenção das contas de luz. Já os banheiros e o encanamento do esgoto foram doações da

Funasa, órgão nacional responsável pela saúde. Uma das dificuldades da comunidade ainda é a coleta de lixo. O caminhão demora muito para passar e, quando passa, é de 15 em 15 dias. “Essa construtora ficou de colocar um contêiner aqui na frente”, afirma Lígia Silva sobre as obras que ocorrem nos condomínios ao lado do terreno da Família Silva. Os lixeiros têm autorização para

entrar no quilombo e recolher o lixo das casas. Quando isso não acontece, a líder da comunidade fica responsável de ligar para a prefeitura e abrir um protocolo reclamando do atraso e pedindo o serviço. “E aí, depois, sempre vem uma cartinha dizendo: seu pedido foi atendido”, conta a representante sobre as várias ligações que já precisou fazer.

Na maioria dos casebres, a principal melhoria até hoje foi a reforma dos banheiros, feita pela Funasa

à

Silva à Família será o primeiro

- TAINÁ RIOS

Os limites da terra em disputa Na entrada principal da pequena vila, uma grande obra de três blocos residenciais se estende até o muro do terreno do quilombo. Luix Costa, morador da comunidade, diz que “alguma solução a Justiça vai ter que nos apresentar”, já que o beiral (aba do telhado) de um dos prédios invade visivelmente a divisa do quilombo, além de um andaime que está em cima do telhado do galpão compartilhado como área comum. A rua João Caetano, onde estão os prédios, também é motivo de preocupação. No plano diretor da cidade está prevista a passagem da rua em meio ao quilombo, concluindo mais uma ligação entre a Av. Carlos Gomes e a Nilo Peçanha. A rua está incompleta, faltando apenas alguns metros – justamente, dentro da área do quilombo. Como as duas grandes avenidas só têm uma conexão direta – a Av. Luiz Manoel Gonzaga –, poderia haver grande interesse do poder público em concluir a João Caetano, segundo a liderança local. Além do quilombo, que seria cortado, outras casas de uma comunidade carente próxima também sofreriam com a

obra, e algumas precisariam até ser completamente removidas. O cercamento do território, necessidade que Luix Costa considera como importante para a segurança do local, também está com problemas jurídicos. A colocação do gradil na parte do terreno que dá para a rua Ana Maltz Knijnik foi paralisada por uma disputa com um vizinho. Ainda segundo Luix, os problemas ali são devidos ao Incra ter feito a marcação de forma imprecisa. O proprietário do terreno vizinho não mora no local, mas o homem que toma conta para o dono não quis dar entrevista. Ele ficou com o telefone da equipe de reportagem, mas até o fechamento desta edição não procurou o jornal para esclarecer a situação. Corre na Justiça Federal um processo em que o quilombo é réu por estar, supostamente, impedindo o vizinho de ter acesso à terra colocando a cerca onde colocou. A construção teve que ser paralisada. Sendo uma área federal, o processo está na Justiça Federal, o que desabilita inclusive a Brigada Militar de poder interferir na situação.

Antes da queixa na Justiça, a Brigada chegou a aparecer algumas vezes, a pedido do dono do terreno, mas foi informada pelos quilombolas que só as autoridades federais poderiam intervir ali. Essa mesma área ganhou recentemente até um portão automático, ajudando a comunidade a ter controle sobre quem entra no espaço, inclusive a própria polícia. A comunidade não tem simpatia pelos policiais desde as ações de despejo e a queixa de um abuso policial que ainda está na Justiça.

- JOHNNY OLIVEIRA

à Cercamento do terreno está parado por desacordo com vizinho

LEONARDO HOLDERBAUM


ENFOQUE QUILOMBOS

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LAZER

Crianças à moda antiga Quilombo à No da Família

Silva, nem jogos digitais, nem computadores. A criançada gosta mesmo é de brincar na rua

N

o mundo digital em que vivemos, onde quase todas as crianças brincam dentro do quarto com videogames, computadores ou smartphones, as antigas brincadeiras vão se perdendo. São poucas as crianças que gostam de sair do mundo de televisões, jogos e conversas através de mensagens para usar a imaginação e criar a própria brincadeira. Ou recorrer aos velhos costumes das crianças, antes da tecnologia, e brincar de pega-pega, esconde-esconde ou ser o herói dos filmes dos cinemas e sair correndo pelas ruas salvando o mundo. No Quilombo da Família Silva, as crianças são diferentes. Talvez pela proximidade das famílias e por todos morarem no mesmo terreno, irmãos, primos e amigos usam toda a criatividade para criar as mais diversas brincadeiras. Sejam elas em praças, árvores, campos ou balanços. O

que não pode faltar é a vontade de correr pelo terreno acidentado do quilombo e se balançar no cipó de uma das enormes árvores do pátio. Quando as brincadeiras precisam de mais espaço, as crianças vão até uma praça que fica a 200 metros dali para correr, andar de balanço ou jogar futebol. Não pensem que só meninos jogam. As meninas também se apresentam para brincar e disputam de igual para igual com os garotos. Yuri Barros de Souza, 11 anos, está na 4ª série e adora jogar futebol. Veste a camiseta do Paris Saint-Germain. “Por causa do Ibrahimovic”, explica, referindo-se ao famoso jogador sueco que atua no clube francês. Primo de Yuri, Daniel Pereira de Oliveira tem 13 anos, está na 5ª Série da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bahia e também gosta de jogar futebol. Torcedor do Grêmio, é o primeiro convidado para bater bola na quadra da praça em frente ao quilombo. Além de ser o mais alto entre as crianças, ele é o dono da bola. Um pouco envergonhado com a entrevista, não é de falar muito. Mas, assim que entra na quadra, o garoto se solta e mostra o quanto é competitivo no jogo.

O sonho de viver como jogador profissional também é muito presente na vida dos pequenos moradores do quilombo. Para Diogo da Silva, o futuro como jogador é o principal objetivo. Aos 12 anos e com cabelos compridos, ao estilo Ronaldinho Gaúcho, ainda não pensou no que fará quando chegar à idade adulta caso não seja um atleta profissional. “Se eu não for jogador, trabalharei em outra coisa. Mas quero jogar futebol”, reforça, no meio da quadra de futebol. Algumas crianças, ainda sem ideia do que pensar para o futuro, fogem da pergunta. Não é o caso da pequena Jéssica Eduarda da Silva Correa, de nove anos. Ela logo responde: “Eu quero ser professora”. E segue explicando sobre que matéria gostaria de ensinar: “Professora de tudo. Senão, quero dar aula em creche”. Jogador de futebol, professora ou trabalhadores de outra área. São os sonhos das crianças que vivem cercados pelos muros do quilombo, mas isso é só para o futuro. Por enquanto, o objetivo delas é somente brincar como crianças normais. Sem luxos, mas com muita criatividade.

WILLIAM SZULCZEWSKI

futebol na à Opracinha une

meninos e meninas do quilombo

- DOUGLAS DEMOLINER

CRÔNICA

Os contrastes da resistência Os limites marcados do território dos Silva são problemáticos. E não poderia ser diferente. É natural que uma população de baixa renda não seja muito bem vinda em meio a casas e apartamentos do mais alto luxo. Nas redondezas estão escolas particulares, shoppings, clubes e toda infraestrutura que necessita a classe A. Hoje, em Porto Alegre, as comunidades negras estão claramente isoladas em alguns pontos da cidade, encurraladas pelas construtoras e imobiliárias que tiram seu lucro das zonas mais nobres da cidade. O que acontece no território

ENFOQUE QUILOMBOS O Enfoque Quilombos é um jornal experimental dirigido às comunidades quilombolas de Porto Alegre (RS). Com tiragem de mil exemplares, é distribuído gratuitamente. A produção jornalística é realizada por alunos do Curso de Jornalismo da Unisinos Porto Alegre.

da família é comum pelo país inteiro. Na internet é muito fácil achar vídeos onde populações carentes são expulsas de suas casas por força policial para dar lugar aos prédios residenciais com confortáveis áreas de lazer e luxo. Dando um passeio pelo entorno do quilombo a cena se repete. Grades altas e com cerca elétrica, e lá dentro piscinas, balanços, escorregadores e quadras multiuso para prática de tênis, basquete, futebol e vôlei. Prédios de vidro azul e espelhado, centros comerciais que ostentam vitrines cheias de produtos que

REDAÇÃO – Jornalismo Cidadão – Orientação: Felipe Boff. Edição: Johnny Oliveira. Reportagem: Douglas Demoliner, Johnny Oliveira, Luana Schranck e Tainá Rios. FOTOGRAFIA – Fotojornalismo – Orientação: Flávio Dutra. Fotos: Cássio Camargo, Guilherme Goes, Jéssica Vasques, Leonardo Holderbaum, Tina Borba e William Szulczewski. ARTE – Agência Experimental de Comunicação (Agexcom) – Projeto gráfico, diagramação e finalização: Marcelo Garcia. Diagramação: Gabriele Menezes. IMPRESSÃO – Grupo RBS. Tiragem: 1.000 exemplares.

nem ousam mostrar etiqueta com preço e restaurantes reservados do grande público. Enquanto isso, as crianças da comunidade se divertem na praça pública em frente na Rua João Caetano, ou entre as casas simples dos moradores do lugar. Ao serem invadidos (Calma! Nossa expedição de brancos no quilombo não é fardada, viemos armados apenas com nossas canetas para ouvir a história de vocês, ouvir o que precisam e levar para as páginas do nosso jornal) pelos repórteres, as crianças têm atitude inversa à que teriam as de um bairro nobre. Aqui as

crianças procuram as lentes e não fogem delas, querem aparecer no jornal e ver como saíram os retratos. Em meio a tantos processos e disputas, os Silva defendem com unhas e dentes cada pedaço do chão que lhes foi deixado por seus antepassados, e se não defenderem ou bobearem, tem sempre alguém de olho grande pra cima da terra da comunidade. Afinal, no metro quadrado mais valorizado da cidade, como todos sabem, cada centímetro é um balde de ouro.

- JOHNNY OLIVEIRA

FALE CONOSCO (51) 3591 1122, ramal 3727 enfoquequilombos@gmail.com

LEGENDAS - REPÓRTER

FOTÓGRAFO

Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. Av. Luiz Manoel Gonzaga, 744 – Bairro Três Figueiras – Porto Alegre/RS. Telefone: (51) 3591 1122. E-mail: unisinos@ unisinos.br. Reitor: Marcelo Fernandes de Aquino. Vice-reitor: José Ivo Follmann. Próreitor Acadêmico: Pedro Gilberto Gomes. Próreitor de Administração: João Zani. Diretor da Unidade de Graduação: Gustavo Borba. Gerente de Bacharelados: Vinicius Souza. Coordenadora do Curso de Jornalismo: Thaís Furtado.


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