JÁ Porto Alegre Maio 2017

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desde 1985

PrÊmio

ARI 2016

Divulgação/PMPA

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PC de Lester

As ameaças de privatizar a Carris

Jornalismo Impresso

1º Lugar

porto alegre

reportagem Geral

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w w w . j o r n a l j a . c o m . b r

Marchezan na prefeitura

Foto: Ricardo Stricher

ARTE

Rua José do Patrocínio, 649

3226.0226 CiadasEmpadas

Homem forte do governo, Kevin Krieger saiu ao fim do quarto mês alegando motivos pessoais Reprodução/You Tube

Divulgação/PMPA

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oi tão surpreendente a saí�da de Kevin Krieger (PP) do secretariado de Nelson Marchezan Júnior, com pouco mais de 100 dias de governo, que as versões explicativas se multiplicaram. Até o boato de uma cena de pugilato, no gabinete onde se deu o desfecho, chegou às redes sociais. Haveria inclusive um ví�deo, feito por um guarda municipal. Nada disso se confirma. Mas a versão oficial dada pelo ex-secretário tampouco é convincente. Coordenador da campanha, homem forte do governo municipal, na Secretaria de Relações Institucionais e Articulação Polí�tica, criada sob medida, Krieger alegou “motivos pessoais” para sua decisão. Com um filho recém-nascido, quer ter mais tempo para a famí�lia. A assessoria de Krieger informou que “a saí�da foi uma decisão pessoal do secretário que já estava tomada antes mesmo do iní�cio do mandato” e garantiu que a relação entre os dois não foi afetada. Semanas antes, Krieger fizera chegar aos jornais seu descontentamento. Queixava-se de ter sido escanteado do governo, não sendo ouvido em questões importan tes da administração e na indicação de cargos. Ele troca a Prefeitura pelo futebol, passando a coordenar as categorias de

Divulgação/PMPA

“Motivos pessoais” causam primeiras baixas na equipe

Luís Fernando Ferreira: apenas 20 dias na Carris

Carlos Fett trabalhava em faculdade investigada

base do Grêmio. A Secretaria está ocupada interinamente pelo vice-prefeito, Gustavo Paim, também do PP. Kevin é o primeiro secretário a deixar o governo, mas não a primeira baixa. No final de março, Carlos Fett deixou o cargo de secretário adjunto de Administração. Fett ocupava cargo em comissão desde o governo José Fortunati. Em paralelo, era pró-reitor de assuntos institucionais do Grupo Educacional Facinepe, investigado pelo Ministério da Educação por suspeita de irregularidades em cursos de pós-graduação. Fett é tesoureiro do diretório do Partido Progressista. Em fevereiro, a baixa foi na Carris. Após 20 dias no cargo, o presidente nomeado por Marchezan pediu para sair. Luí�s Fernando Ferreira tinha o perfil para a vaga: empreendedor, selecionado através do “banco de talentos” e especializado em gestão de empresas em crise. Assumiu o posto com a missão de reverter os maus resultados e salvar a empresa da ameaça de privatização. Também saiu alegando “motivos pessoais”. Entrando no quinto mês de sua gestão, Marchezan ainda não tem seu secretariado completo. Três pastas estratégicas ainda não têm titular: Articulação Polí�tica, Transparência e Gestão, e Meio Ambiente e Sustentabilidade.

CIDADE BAIXA: Boemia x sossego

É sexta-feira na CB… … o Guilherme chegou cedo para trabalhar, é dia de movimento no bar.

… a Roberta chegou cansada da semana de trabalho, quer sossegar.

… a Iaiá trabalhou doze horas atendendo telefone, quer dar um rolê com a gurizada e tomar um drink.

Residencial durante o dia e boêmio à noite, a Cidade Baixa vive o conflito de ser um bairro misto. Página central


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porto alegre

Transparência e conveniência (2) O discurso do prefeito é elogiável. Gestão pública transparente, não há o que dizer. Não se pode negar também que a Prefeitura tem criado canais de acesso a informações que até bem pouco eram inacessíveis. O problema é que a transparência não é via de mão única. A iniciativa do poder público de reunir e dar acesso às informações é importante. Mas sempre será insuficiente, sempre restarão perguntas que os fatos estão colocando dia a dia e para as quais não há respostas prontas. Aí entra o trabalho do repórter e aí a transparência começa a embaçar. As assessorias, que mesmo na ditadura sempre foram canais de acesso às informações ou às autoridades que têm as informações, se tornaram barreiras. Não se culpem os profissionais geralmente diligentes e bem intencionados. É uma orientação. Informação, só a que convém.

SOS Café do Lago

Um abandono histórico

Ocidente busca alvará desde 1989

A pequena construção estilo art déco, no extremo norte do lago da Redenção, é remanescente da exposição do centenário da revolução dos Farrapos, em 1935 – quando o nome oficial do parque mudou para Farroupilha. No final de semana de 13 e 14 de maio, o evento musical SOS Café do Lago vai chamar a atenção para o estado de abandono em que se encontra a construção, que já funcionou como embarcadouro, bicicletário e, mais recentemente, bar e café. O último café que funcionou ali fechou em setembro de 2014, apenas dez meses depois de abrir. Antes, tinha ficado três anos fechado. Na Prefeitura, ninguém sabe dizer que destino

Uma das casas mais tradicionais da noite de Porto Alegre, o Bar Ocidente é um exemplo da dificuldade dos comerciantes para se regularizar. Desde 1989, Fiapo Barth tenta renovar o alvará. Era a época do auge do conflito entre moradores e boêmios do Bom Fim e diversos estabelecimentos foram fechados. A casa onde o Ocidente funciona tem em torno de 160 anos, segundo Fiapo, e portanto, não tem habite-se e é difí�cil até para a Prefeitura localizar a documentação. Depois de quase trinta anos brigando com a burocracia, Fiapo acredita que a solução definitiva está bem próxima. O Ocidente segue com suas atividades normais.

Em ponto privilegiado do parque, imóvel está abandonado há mais de dois anos

terá o lugar. Sua descrição consta do termo de tombamento do parque como patrimônio histórico, cultural, natural e paisagí�stico da cidade, que completa 20 anos no próximo dia 23 de maio. A última manifestação da Secretaria de Meio Ambiente – que chegou a ser extinta no iní�cio do governo Marchezan, voltou após protestos generaliza-

dos e continua sem titular até hoje – foi em fevereiro, em nota, a pedido do portal G1. Dizia que “nos próximos meses a Secretaria vai reavaliar qual destino será dado ao espaço”. O SOS Café do Lago, segue o mesmo espí�rito das Serenatas Iluminadas. Será das 15h às 22h, sábado e domingo. A programação completa está no www.jornalja.com.br.

Instituto de Educação ganha teto provisório

Prédio ganhou “chapéu” para recuperação do telhado

câmeras na Redenção

O “chapéu” de zinco que cobre o prédio do Instituto de Educação é provisório, para que o teto seja recuperado. Construí�do em 1935, na época da Exposição do Centenário Farroupilha, o prédio tem estilo neoclássico. A obra é executada pela Porto Novo Empreendimentos e Construções, ao custo de R$ 22,5 milhões. O dinheiro está garantido para este fim, então não há possibilidade de a obra parar por falta de recurso.

Posto Modelo aberto até às 22h

Oito flagrantes em um mês A Prefeitura de Porto Alegre divulgou os primeiros resultados do monitoramento eletrônico do Parque da Redenção: oito detidos pela Guarda Municipal - dois suspeitos de assalto e seis pessoas “portando substância semelhante à maconha”. Este é o balanço referente a pouco mais de 30 dias de funcionamento do cercamento eletrô-

Fotos: Jornal JÁ

Nota do Editor

MAIO de 2017

nico do parque. Desde o final de 2016, com a instalação dos 21 novos equipamentos, o parque conta com 26 câmeras. Ao todo foram adquiridas 30 câmeras, sendo nove para o Marinha. Os equipamentos foram adquiridos através de licitação com financiamento R$ 1,7 milhão do Badesul e contrapartida de R$ 170 mil da Prefeitura.

A unidade do Centro de Saúde Modelo (Jerônimo de Ornelas, 55) é a segunda em Porto Alegre a abrir até as 22 horas. A primeira foi a unidade São Carlos. O corpo técnico noturno terá oito médicos, seis técnicos de enfermagem, dois dentistas e três enfermeiros. Estarão disponí�veis consultas médicas, procedimentos de enfermagem, vacinação e coleta para exames laboratoriais. A previsão é que sejam realizados, à noite, cerca de 70 atendimentos por dia. A meta da Prefeitura é apliar horário de atendimento até as 22h em mais seis postos de saúde.

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Barbearia

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Expediente

O Jornal Já Porto Alegre é uma publicação da Jornal Já Editora Editor: Elmar Bones Reportagem: Matheus Chaparini, Cleber Dioni Tentardini, Felipe Uhr, Patrícia Marini e Walmaro Paz Fotografia: Arquivo Jornal JÁ, Matheus Chaparini, Ricardo Stricher, CMPA, PMPA Edição de arte: Andres Vince

Desde porto alegre

1985

Redação: Av. Borges de Medeiros, 915, conj. 203, Centro Histórico CEP 90020-025 - PoA/RS Edição fechada às 18h do dia 9 de maio de 2017 Contatos: (51) 3330-7272 www.jornalja.com.br jornaljaeditora@gmail.com jornaljanaweb jornal_jab o m   f i m

lancheria do parque

BOM

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porto alegre

MAIO de 2017

Alguns dos principais projetos da gestão Marchezan são sugestões da consultoria Falconi, que foi contratada de forma indireta: é paga pela ONG Comunitas, que estabeleceu acordo de cooperação com a Prefeitura. O contrato é embasado na lei 13019/14, mas a Falconi não foi escolhida após um chamamento público, como prevê a lei para termos de colaboração quando envolvem “compartilhamento de recurso patrimonial”. Os funcionários da Falconi trabalham em uma sala da Prefeitura, como revelou o JÁ� em abril. Além da reestruturação das Secretarias, a Falconi montou o Programa de Metas apresentado à Câmara e em audiência pública no dia 2 de maio. Para outro objetivo, zerar o déficit das finanças, o prefeito enviou um pacote de oito projetos à Câmara.

Prefeito apresenta seu projeto para reestruturar secretarias Meio Ambente e Esporte devem ter resistência mesmo na base

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prefeito Nelson Marchezan Júnior apresentou, para vereadores da base e do bloco independente, seu projeto de reforma administrativa, que reduz de 37 para 15 o número de Secretarias. O governo vai enfrentar dificuldades em dois pontos da proposta: alterações no licenciamento ambiental e extinção da Secretaria Municipal dos Esportes, Recreação e Lazer. O vice-lí�der do governo na Câmara, vereador Moisés Barboza (PSDB), prevê que estes pontos devem gerar debates até mesmo na base. Em relação às demais propostas, o vereador acredita na aprovação sem grandes difi-

Ricardo Gisuti/PMPA

Consultoria foi contratada sem chamamento

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Marchezan apresenta projeto da reforma administrariva para vereadores

culdades. “Muita coisa passa porque há um entendimento majoritário de que a máquina pública é muito pesada. Teremos até votos da oposição em alguns pontos.” Marchezan quer deixar o licenciamento para novos empreendimentos sob a coordenação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, em uma central que contaria com servidores

de outras áreas, como meio ambiente. A mudança provocou reação de ambientalistas. A Secretaria do Meio Ambiente deve dar lugar à de Meio Ambiente e Sustentabilidade, respondendo pelo plano diretor. Até que se definam essas alterações, a SMAM seguirá sem secretário. Outras mudanças são a criação da Secretaria da Transparência e Controlado-

ria Geral, e a transformação dos Centros Administrativos Regionais (CAR) em Centros de Relações Institucionais Participativas (Crip). A ideia é implementar um conceito de administração regional, ou subprefeitura, englobando as funções do Executivo em diferentes regiões da cidade. Até o fechamento desta edição, o projeto não havia sido protocolado na Câmara.


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Cidade Baixa: boemia Um bairro, duas rotinas Desde o século XIX, há registros dessa relação difí�cil entre “os vizinhos que querem dormir e os que fazem carnaval, ou ficam pelas tabernas bebendo e tocando violão na Cidade Baixa”. Em suas pesquisas o historiador Marcus Vinicius Rosa registra a pre-

sença de diversos clubes negros como o Floresta Aurora, o Satélite e o Prontidão, além dos blocos de carnaval há mais de 100 anos. Também é antiga a tentativa do poder público de intermediar os conflitos restringindo horários.

Riachinho passava nos fundos das casas da Rua da Margem, atual João Alfredo

Alagadiça e ocupada por pobres No final do século XIX, o termo Cidade Baixa tinha uma concepção mais ampla, abarcava vários territórios ao sul da colina da rua Duque de Caxias. Incluindo a região da Ilhota – reconhecida por seus filhos ilustres, como Lupicí�nio Rodrigues e Tesourinha -, o Areal da Baronesa, a região chamada Emboscadas, até o Arraial do Menino Deus. Tratava-se de uma região entrecortada por riachos e pequenos córregos, o que a tornava alagadiça e insalubre. Desde esta época, conviviam naquela região grupos sociais muito distintos, na maioria, gente pobre. “Ali não era uma região residencial de classe média como é hoje”, afirma o historiador Pablo Silva, que estuda a criação de vilas populares em Porto Alegre.

O direito de fazer festa na rua Os clubes da comunidade negra marcaram sempre a vida do bairro. “Estes clubes lutaram pela abolição, quando conquistaram, passaram a lutar por outros direitos. Inclusive o direito de fazer festa”, afirma Marcus Vinicius. Entre as décadas de 1940 e 1970, momento de expansão da cidade, ocorreu a remoção forçada dos casebres da Ilhota. “Parece que havia um incômodo pela cultura negra estar tão próxima ao Centro e ao Menino Deus”, diz Pablo Silva. “Era uma disparidade social grande.” Para Pablo, o movimen-

to que acontece hoje na Cidade Baixa é, conscientemente ou não, uma retomada do espaço público pela população de baixa renda. Marcus Vinicius afirma que o conflito atual decorre da presença de pessoas que não frequentavam o espaço até alguns anos atrás. “São espaços que eram frequentados por universitários brancos, agora também são por universitários com origem na periferia. Se vê que são diferentes, bebem outras bebidas, escutam outras músicas. É� uma indignação seletiva.”

De tempos em tempos a convivência gera conflitos Cidade Baixa lida com o conflito constante de ser um bairro noturno e diurno, boêmio e residencial. É� uma contradição histórica deste pedaço de Porto Alegre. De tempos em tempos,

esta relação beira o insustentável e gera transtornos para todas as partes. Desde março, a Prefeitura de Porto Alegre lançou mais uma Operação Sossego, movida pelas constantes queixas de moradores do bairro. Somente em abril, foram nove estabelecimentos interditados na Cidade Baixa. O foco no momento é a rua João Alfredo, que vem atraindo mais gente e novos bares de dois ou três anos para cá. Três estabelecimentos eram os principais alvos das recla-

O espaço cultural 512 foi uma das casas que recebeu a visita da fiscalização. O 512 possui alvará de bar e restaurante, como a maioria das casas noturnas do bairro. No dia 4 de abril, a casa foi interditada. Porém, uma falha no auto de infração acabou embasando a defesa do comerciante. O auto foi feito à 1h57. O decreto 17902 de agosto de 2012 permite que os bares da Cidade Baixa funcionem até as 2h às sextas, sábados e

vésperas de feriado e até a 1h nos demais dias. Para Guilherme Carlin, o desafio agora é criar no público o hábito de chegar mais cedo. A principal reclamação dele e de vários outros comerciantes é a morosidade para se regularizar. Desde 2015, ele espera por uma visita do Corpo de Bombeiros para dar andamento ao PPCI (plano de prevenção e proteção contra Incêndio) e, consequentemente, ao alvará de casa noturna. “É� impossí�vel abrir uma casa noturna

Roberta Rosito Correa mora há doze anos na frente do bar Opinião, na rua José do Patrocí�nio. Ela diz que seu problema maior não é com a casa, que recebe grandes espetáculos, mas com a boemia de calçada. “Eu gosto de morar aqui, só me irrito com o xixi e o vômito todos os dias na minha porta”, afirma. Roberta representa a Associação dos Amigos da Cidade Baixa, um dos pelo menos quatro grupos que representam os moradores do bairro. Ela defende o diálogo entre

moradores e proprietários de bar. “70% são moradores do bairro. É� possí�vel buscar um entendimento.” Para Roberta, o público da rua promove uma degradação do bairro. “A gente sabe que mora num bairro misto, só não queremos que ele seja a lixeira da cidade. Se as pessoas ficassem dentro dos bares e os bares tivessem isolamento acústico e respeitassem os horários, daria para conviver em harmonia.” Roberta reconhece que é uma situação complexa, pois

Matheus Chaparini

A

Regularização é quase impossível

“Bairro misto, mas não lixeira”

Fotos: Matheus Chaparini

Foto: Reprodução

Um conflito que vem das raízes

mações dos moradores: o mini-mercado Vertente, a loja de conveniências Tamanduá e a Toca, uma janela através da qual se adquiria três “latões” de cerveja ao incrí�vel preço de 10 reais. Em comum: a cerveja barata para ser consumida na calçada. Os três permaneciam fechados até o iní�cio de maio. As principais reclamações dos moradores são relativas ao barulho até tarde da madrugada, cheiro de urina nas calçadas e à dificuldade de circulação pela quantidade

Guilherme Carlin, do Espaço Cultural 512

sem estar irregular. A fila é de mais de dois anos, enquanto isso o aluguel está correndo”, explica, justificando a opção dos comerciantes por uma solução provisória.

Roberta Correa, Associação Amigos da CB

não há como impedir que as pessoas fiquem na rua, mas pondera: “Droga na calçada, bebida vendida para menores, carro com som alto, para tudo isso tem legislação”.


porto alegre

de gente que toma conta da rua em certos locais. A operação não é exatamente uma novidade. Em 2011, outra edição da Sossego fechou 23 bares, devastando a noite da Cidade Baixa e “higienizando” a região. Processos como este também não são de hoje. Na virada dos 80 pros 90 o Bom Fim viveu processo semelhante. O diretor do Departamento de Indústria e Comércio, Fernando Coronel, afirma que não é intenção da atual gestão municipal tirar a boemia dali e levar para outra região. Coronel afirma que participou de reuniões com moradores e comerciantes e que o objetivo é harmonizar. “Sabemos que tem um polo empreendedor, tem gente trabalhando, gerando emprego e tem a parte das pessoas que querem sossego. Com conversa e planejamento é possí�vel conviver em harmonia”, afirmou.

Foto: Ricardo Stricher

a X sossego

Nos finais de semana, a João Aflredo é o ponto de maior concentração no bairro e a festa vai até de manhã, em plena rua

A rua como única opção de lazer noturno Para muitos jovens, sobretudo os de menor poder aquisitivo, a opção disponí�vel para o lazer noturno é beber cerveja barata com os amigos na calçada. Ou, ao invés da bebida à base de cevada e cereais não maltados, o tradicional kit: uma garrafa de vodka, outra de energético, gelo a gosto. Iaiá Moraes frequenta a Cidade Baixa há pelo menos quatro anos. Prefere beber na rua em função do preço das casas noturnas.

Iaiá Moraes, frequentadora

A jovem frequentava também a esquina do Opinião, mas após reclamações de moradores e batidas policias, optou pela João Alfredo. Para ela, a razão que faz

da João Alfredo o ponto de concentração é a lógica de que todo mundo quer ir aonde está o movimento. “Aqui já tem as filas das casas noturnas na calçada, então mistura tudo.” A jovem reconhece o transtorno causado pela agitação noturna, mas considera que não é novidade para os moradores. “Quando a pessoa escolhe morar na Cidade Baixa, sabe que tem barulho. Eu moro na Santana por isso: sossego.”

Amanhece, cantam os canários

Amanhece na João é de uma região resiAlfredo e o que se dencial, de classe méouve é o ruí�do dos dia baixa, quase sem carros e o canto de prédios. oito canários belgas Felippe estima que da Ferragem Felippe. a atividade noturna Seu Felippe conhece tenha intensificado na a Cidade Baixa desde João Alfredo nos últique conhece o mundo. mos dez anos. Abre a Nasceu na Ilhota, no fiferragem às 7h15, feLuis Felippe, comerciante nal da década de 1920. cha às 18h. Da noite, vê Há 49 anos mantém a ferragem apenas os resquí�cios. “Me mijam na antiga Rua da Margem. A lemna porta todos os dias. É� uma mobrança que traz daquele tempo cidade muito mal educada”, critica.

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6ARTE

b o m  f i m

porto alegre

TERCEIRA IDADE

Trabalhadores denunciam precarização da Trensurb

MeDitação VeDanta Workshops

Diretor do Sindicato diz que há um plano para justificar a privatização

U

ma estatal federal, responsável pelo transporte de 220 mil pessoas por dia na grande Porto Alegre, a Companhia de Trens Metropolitanos (Trensurb) passa por uma situação crí�tica. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Metroviários e Conexas do RS, Luis O Café estáHenrique Chagas, faloulocalizado ao JÁ� dentrosode bre a situação daum espaço Trensurb cultural, poucos dias depois dois a Casa de Coletânea, de seus ex-diretores terem que promove sido citados por executivos periodicamente da Odebrecht em delações à eventos, palestras, Operação Lava Jato. saraus e cursos. espaço de cultura, saúde e lazer

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Dois ex-diretores da Companhia foram citados recentemente na Operação Lava Jato

Chagas diz que a empresa está sendo submetida a uma terceirização danosa, com sucateamento das instalações e redução no quadro funcional. “Talvez seja o que faltava para justificar o desmanche da empresa e levar à privatização.” Ele fala em “irregularidades” e menciona o sistema de bilhetagem comprado e administrado pela ATP. “É� caso de

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polí�cia, pois o preço é absurdo e nem todo o dinheiro arrecadado pela ATP é repassado para a Trensurb”, denuncia. O representante sindical diz que os trens novos apresentam problemas, falta manutenção nas estações - escadas rolantes paradas, elevadores estragados, faltam cadeiras. O efetivo está reduzido em 30%, causando transtornos aos usuários.

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MAIO de 2017

A revitalização do Largo dos Açorianos completou nestes primeiros dias de maio quatro meses paralisada. Conforme a licitação, as obras deveriam ser concluí�das em junho. Mas

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No Largo dos Açorianos, só a Ponte de Pedra ficou pronta

não há movimentação no local, que continua cercado por tapumes. A Prefeitura não esclarece os motivos da interrupção nas obras. O diretor comercial da Elmo Eletro Montagens, responsável pelas obras, André Sant’Ana, alegou “um desajuste financeiro no cronograma”. Os repasses haviam sido suspensos. A assessoria do prefeito Nelson Marchezan Junior informou que haviam sido liberados R$ 4,3 milhões pela Secretaria de Planejamento e Gestão. O restauro do Largo dos Açorianos foi orçado em cerca de R$ 4,8 milhões.

MANCHETES QUE NÃO FORAM ESCRITAS

A privatização da Carris

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O prefeito da Capital, Nelson Marchezan Junior, tem repetido que se a Companhia Carris, a empresa municipal de transporte coletivo, continuar dando prejuízo, vai ser privatizada. Ainda não tinha dado prazo. Mas, num vídeo que gravou para verberar a greve geral, dia 28 de abril, chegou a dizer que “se até o fim do ano” não houver uma mudança nos rumos da empresa, ela será vendida. A Carris, empresa centenária do transporte público em Porto Alegre, já foi um caso exemplar no Brasil, merecendo inclusive prêmios internacionais. Desde 2011, por razões que nunca ficaram claras, vem operando no vermelho. No ano

passado deu um prejuízo de R$ 50 milhões. É correta a preocupação do prefeito. Mas antes de pensar em desfazer-se dela, deveria mostrar aos contribuintes que pagam a conta, o que vem acontecendo com a empresa de históricos serviços prestados. O novo presidente, um jovem com espírito empreendedor, selecionado pelo Banco de Talentos que Marchezan adotou para escolher os assessores mais qualificados, assumiu com um discurso animado, e renunciou ao cargo vinte dias depois, alegando “motivos pessoais”. Motivos pessoais que não o impediram de continuar na diretoria da empresa.

PC de Lester A nova presidente, também extraída do Banco de Talentos, tomou posse há menos de um mês. Só há poucos dias compareceu à Câmara Municipal para falar de seus planos e quase nada disse, além do pouco que já se sabe. Restam sete meses para o fim do ano. Será possível reverter a situação da empresa em tão pouco tempo? Ou o prefeito quer mesmo é privatizar e só está procurando um pretexto?


Luiz Chaves/Palácio Piratini

CEEE, CRM e Sulgás estão na mira do governo federal

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atividades gratuitas

José Ivo Sartori

se de Mineração (CRM) e a Sulgás. O projeto do governo que abre caminho para privatizá-las está no Legislativo desde dezembro. É� a PEC 259, que revoga a exigência de plebiscito para extinção, fusão ou alteração das três estatais. O governo mesmo vem adiando a votação porque não tem garantia dos 33 votos que precisa para aprovar a emenda constitucional.

Divulgação/ALRS

Sartori enfrenta dificuldades para privatizar sgota-se o prazo que o governador Sartori tem para tomar as medidas exigidas pelo governo federal para incluir o Rio Grande do Sul no Programa de Recuperação dos Estados. O programa, que suspende por três anos o pagamento da dí�vida com a União, é vital para o governo Sartori e ele ainda não tem garantias de que conseguirá se enquadrar na polí�tica de Temer. A tarefa mais urgente para o governo é criar condições para privatizar três estatais da área de energia: a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a Companhia Riogranden-

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porto alegre

MAIO de 2017

Mas o tempo está se esgotando. Agora Sartori marcou nova data para a votação, dia 16 de maio, mas não é certo que ela vá ocorrer. Na contabilidade interna, dos gabinetes, o governo tem entre 26 e 29 votos favoráveis ao projeto. Não são conhecidos os trunfos que Sartori teria, se os tem, para conseguir os votos que faltam. Em todo caso, resta um caminho alternativo: enfrentar nas urnas um plebiscito que o autorize a privatizar as estatais. Nesse caso o governador teria até 15 de junho para apresentar os projetos de extinção (um para cada estatal). Depois disso, a Assembleia aprova e pede ao TRE que organize o plebiscito que, se ocorrer, deverá deve ser realizado no dia 15 de novembro este ano.

Galerias da Assembleia foram palco de manifestações contrárias às privatizações

Saída alternativa em Brasília Enquanto o governador tenta criar condições para aprovar a parte final do seu pacote de ajustes, um movimento liderado por deputados da oposição ganha corpo na Assembleia Legislativa, ganha comissão na Câmara Federal e obtém apoio de sindicatos e entidades sociais. Em vez de privatizações e cortes, para obter vantagens do governo Temer, esse movimento propõe um enfrentamento com a União, para obter as indenizações que o Estado tem direito pela Lei Kandir. Essa lei, de 1996, garante uma indenização aos estados exportadores que são prejudicados pelas isenções de impostos que o governo federal concede para estimular as vendas externas. Se essa lei for cumprida, o Rio Grande do Sul terá mais de R$ 43 bilhões para receber, o que resolveria todos os seus problemas financeiros imediatos. O movimento pelo cumprimento da Lei Kandir é liderado em Brasí�lia por Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB) e a Embrapa Clima Temperado estão organizando atividades do dia internacional do fascí�nio pelas plantas, no próximo dia 18 de maio. O evento Fascination of Plants Day 2017 ocorre simultaneamente em todo o planeta e é promovido pela European Plant Science Organization (EPSO), em parceria com inúmeras organizações internacionais. O Jardim Botânico e Museu de Ciências Naturais ofe-

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porto alegre

Foto: Leandro Michel/Arquivo pessoal

MAIO de 2017

Mímica e teatro para toda a família no São Pedro Após 25 anos morando em São Paulo, a atriz Nora Prado está de volta a Porto Alegre. Chega para ficar, com o marido, mí�mico, palhaço e produtor Gabriel Guimard. Nora e Gabriel formam a companhia de teatro Megamimi e fazem uma curta temporada no Multipalco do Theatro São Pedro.

Serviço

Serão dois espetáculos de repertório e duas oficinas. As montagens são para toda famí�lia: o musical “Tem Gato na Tuba” e o espetáculo solo de mí�mica contemporânea “Clássicos da Mí�mica”. Também acontecem as oficinas de improvisação para o monólogo, com Nora, e de mí�mica contemporânea, com Guimard.

T E AT R O

O f i c i n as

Sala da Música do Multipalco

Sala de Oficinas do Multipalco

Ingressos: R$ 30 (inteira), R$ 15 (crianças, idosos, estudantes e classe artística)

Tem Gato na Tuba

Com Nora Prado, Gabriel Guimard e Gabriel Maciel. Direção de Hugo Possolo. Dias 13 e 14 de maio de 2017, às 16h

Evento, realizado em várias cidades do mundo, acontece em Porto Alegre desde 2006

CANNABIS

Marchas pelo mundo pedem a legalização Mesmo pacientes que produzem para tratamento ainda enfrentam repressão

A

Marcha da Maconha 2017, que aconteceu no dia 6 de maio em diversas cidades do paí�s e do mundo, pediu mais do que a descriminalização e legalização do uso da cannabis. Pediu também a regulamentação da produção e comércio. Em Porto Alegre, a concentração foi no parque da Redenção, de onde os manifestantes partiram até o Largo Zumbi dos Palmares. A manifestação se repetiu em vários municí�pios gaúchos - Santa Maria, Pelotas, Ijuí�, entre outros. Este ano a Marcha chamou a atenção para a superlotação no sistema carcerário. Segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias, em dez anos o número de presos por tráfico de drogas saltou de 31 mil para 138 mil pessoas, o que representa 25% dos presos no Brasil. Porém não são traficantes.

Desde a lei anti-drogas, de 2006, é o delegado quem decide se enquadra o detido como traficante ou usuário. No STF, em fevereiro, o juiz Luí�s Roberto Barroso defendeu que a legalização quebraria o poder do tráfico. “A gente deve legalizar a maconha. Produção, distribuição e consumo. Tratar como se trata o cigarro, uma atividade comercial. Ou seja: paga imposto, tem regulação, não pode fazer publicidade, tem contrapropaganda, tem controle”. Na comissão de frente da Marcha estava o Bloco Medicinal, que defende o uso controlado da cannabis como remédio. Em Porto Alegre, um caso emblemático é o do publicitário Alexandre Thomaz, envolvido num processo criminal por seguir o conselho médico. Em depoimento à repórter Fernanda Canofre, do Sul21, Thomaz contou que, aos 33 anos, recorreu à maconha para aliviar os efeitos colaterais de um tratamento de quimioterapia e radioterapia contra um câncer inoperável no pescoço. O médico disse que não poderia receitar,

mas que em outros paí�ses estava-se usando a cannabis para reduzir enjoos, falta de apetite e dificuldade para dormir. Para não se submeter ao contato com traficantes, Thomaz plantou alguns pés em seu sí�tio. Em 2009, uma denúncia anônima levou a polí�cia ao seu sí�tio. Chegaram em várias viaturas da Brigada Militar, destruí�ram a plantação e a casa. “Eles levaram os dez pés e no outro dia estava em todos os jornais: traficante”. No Brasil a livre manifestação de pensamentos é permitida desde o fim do regime militar, na década de 1980. E desde 2011 o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou que isso também é válido para temas como a legalização da droga. No trajeto da Marcha deste ano, foi notável a presença de famí�lias inteiras, com crianças, velhos e até animais de estimação. O preconceito, a falta de informação e o tabu vão aos poucos dando lugar à discussão pública do assunto. Um dos cartazes questionava: “Se fosse cerveja, tudo bem?”

Clássicos da Mímica Com Gabriel Guimard. Dias 20 e 21 de maio de 2017, às 16h

Inscrições: (51) 98022 7357 ou email megamini@greco.com.br Investimento: R$ 140/mês Antecipado: R$ 120/mês Mímica Contemporânea, com Gabriel Guimard De 15 de maio a 3 de julho, às segundas-feiras, das 14h às 17h Improvisação para o Monólogo, com Nora Prado De 17 de maio a 5 de julho, às quartas-feiras, das 14h às 17h

Confira os PONTOS DE VENDA da edição especial sobre as fundações públicas do Estado que o governo quer extinguir. R ua Sete de Setembro, esquina com Caldas Júnior (Banrisul) Rua Andrade Neves, esquina com av. Borges de Medeiros Praça da Alfândega (Revistaria) Av Borges de Medeiros, esquina com rua Fernando Machado Rua Jacinto Gomes, esquina com Venâncio Aires (Folhetim) Rua Venâncio Aires, em frente ao HPS (Tabacaria Braz) Rua Henrique Dias, esquina com rua Fernandes Vieira (Zaffari) Rua Felipe Camarão, 742 (Tabacaria Bom Fim) Rua da República, quase esquina av João Pessoa


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