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desde 1985
PrÊmio
ARI 2016
Foto: Reprodução
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cabeças cortadas
Mais de vinte decapitações em dezoito meses Página 3
Jornalismo Impresso
1º Lugar
porto alegre
reportagem Geral
w w w . j o r n a l j a . c o m . b r
isenções de impostos
Trinta e seis entidades, entre elas sindicatos de servidores, associação de juí�zes e do Ministério Público, já aderiram ao movimento que pede uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as isenções de impostos a grupos privados no Estado. “Ninguém é contra os incentivos. Mas tem que haver transparência, tem que se saber o que está sendo feito com o dinheiro público”, diz Carlos De Martini, presidente do Sindicato dos Fiscais de Tributos do Estado (Afocefe), que lidera o movimento. Ele aponta um estudo feito pela FEE: só em 2015, os cofres estaduais deixaram de arrecadar R$ 9 bilhões em desonerações do ICMS, o principal imposto estadual. Se forem somadas as isenções por leis federais, a renúncia pode chegar a R$ 13 bilhões anuais. “É� muito, são contratos bilionários, mas nem o Ministério Público de Contas obtém informações”, diz De Martini. Uma “CPI dos Benefí�cios Fiscais” está proposta na Assembleia desde o ano passado, pelo deputado Luis Au-
Divulgação Afocefe
Campanha para abrir a caixa preta
Os dez maiores beneficiários Empresa
Beneficio em Empregos R$ mihões
Videolar-Innova 343,41 5 293,25 363 Fibraplac John Deere 258,90 500 Duratex 250,14 93 241,35 221 Masisa Brasil Kirin 191,11 360 Oleoplan 179,95 434 Gerdau 146,30 73 Biodiesel Sul 146,13 231 133,01 26 Philip Morris Total 2.183,54 2.306 Fonte: Afocefe
Entidades colhem assinaturas para realização da CPI dos benefícios fiscais
gusto Lara (PTB), mas esbarra nos interesses dos maiores partidos. São necessários 19 assinantes para aprovar a CPI, mas até agora apenas 13 deputados se dispuseram a assinar o requerimento. E não há perspectiva de avanço. “Todos foram governo e todos os governos concederam incentivos, temem que sirva para jogo polí�tico.” Luiza Dorneles/CMPA
Por isso, o movimento das entidades está indo às ruas colher assinaturas para pressionar os deputados. A meta é um milhão de assinaturas. A mobilização se estenderá a todas as regiões do Estado. O PT, a maior bancada da casa, antes a favor de uma investigação, voltou atrás. “Não é nossa priori-
dade no momento” justificou o lí�der do partido, o deputado Tarcí�sio Zimmermann. Os parlamentares do PMDB, partido do governo, também não assinaram, apesar de negar uma decisão conjunta. O lí�der da bancada, deputado Vilmar Zanchin, justificou a desnecessidade da CPI: “não há caixa preta sobre as isenções ficais”. Zanchin destacou que o governo disponibiliza o portal Receita Dados, onde é possí�vel consultar o nome das empresas beneficiadas. Já no PP a decisão foi conjunta. O deputado Sérgio Turra, lí�der do partido, através de sua assessoria, alegou que a bancada decidiu não assinar o requerimento por tratar-se de um movimento polí�tico do proponente.
Porto Alegre: choveu, alagou
Já é quase uma tradição em Porto Alegre. Qualquer chuva um pouco mais forte causa alagamentos por toda a cidade. Na virada de maio para junho, tivemos uma sequência de dias chuvosos. Se os transtornos são grandes na área central, são ainda maiores nas regiões mais afastadas. No São José, uma mulher ficou desaparecida. No Sarandi e no Humaitá, a água entrou nas casas. No Ancheita, empresários ficaram sem poder abrir suas indústrias. Na Juca Ba-
tista, moradores fizeram um protesto que soou até irônico: uma barricada com fogo na rua já interrompida pela água. Nas ilhas, então, os alagamentos sempre chegam primeiro, desalojando moradores. Em 2016, foi desvendado um esquema de corrupção no DEP. A Prefeitura pagava por limpezas de bocas de lobo que não eram realizadas. Nos últimos dias, o vice-prefeito, Gustavo Paim, afirmou que das 21 casas de bombas, só 2 funcionavam plenamente.
E N TRE V I S TA Mauricio Fernandes, novo secretário do meio ambiente e sustentabilidade
“Licenciamento ambiental será feito pela SMAMS”
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porto alegre
Empacada, estagnada, travada, qualquer palavra que sugira paralisia serve para qualificar a nossa Porto Alegre nestes dias. O fenômeno não é novo, parece ser um legado das duas últimas administrações, em que assomaram os vice-prefeitos na esteira da omissão dos prefeitos titulares. O certo é que para cada lado que se olhe há uma obra parada ou incompleta, mesmo aquelas para as quais há dinheiro destinado. Do programa Minha Casa Minha Vida às obras da Copa, do Mercado Público ao Largo dos Açorianos, passando pelo Viaduto da Borges de Medeiros. Tudo empacado. Da Usina do Gasômetro ao Centro Municipal de Cultura, do buraco na calçada, que ameaça os pedestres, às casas de bomba, que não funcionam quando cai a chuvarada. A atual gestão municipal vai fechar seis meses e ainda está completando seus quadros e apresentando seus projetos. O prefeito Nelson Marchezan Júnior mostra-se ativo, embora pouco hábil, mas com exceção dos dois postos de saúde quer já funcionam até as 22 horas, ainda está devendo sinais mais concretos de que vai realmente romper com o imobilismo.
A Justiça suspendeu o acordo de cooperação firmado entre a Prefeitura de Porto Alegre e a organização Comunitas. A decisão liminar da juí�za Andreia Terre do Amaral, da 3ª Vara da Fazenda Pública, atende a ação popular movida por diretores do Sindicato dos Municipários (Simpa) e vereadores de oposição. Conforme o contrato, a Comunitas era responsável pelo Banco de Talentos, que selecionava os CCs. Em maio, sete dos 14 voluntários da organização escolheram a si mesmos para ocuparem cargos em comissão na Prefeitura. A Comunitas também intermediava a relação do Municí�pio com a consultoria Falconi, que atuou em três importantes projetos da gestão Marchezan: reforma administra-
tiva, programa de metas e redução do déficit, conforme revelou reportagem do JÁ� . Entre as irregularidades apontadas na ação estão a ausência de chamamento público e “violação ao princí�pio da supremacia do interesse público” em relação ao compartilhamento de informações sigilosas. O extrato foi publicado no Diário Oficial do Municí�pio de Porto Alegre em sete
O prefeito Marchezan enviou à Câmara o Projeto de Lei Complementar 6, a chamada “Lei Antivandalismo”. A proposta aumenta multas previstas para diversas infrações do chamado Código de Posturas do Municí�pio. O texto prevê multa de quase R$ 400 mil para quem trancar a rua, artigo que pode afetar manifestações polí�ticas e até blocos de carnaval. Cria-se ainda a possibilidade de qualquer cidadão denunciar irregularidade através de aplicativo ou até link da internet. Outros temas abordados na proposta dizem respeito à venda de tinta spray, ao descarte adequado do lixo, transporte de materiais de construção e necessidade fisiológicas em via pública.
ARI tem nova diretoria
A Associação Riograndense de Imprensa tem nova diretoria. Luiz Adolfo Lino de Souza é o presidente da Diretoria Executiva, tendo como 1º vice Ciro Machado, e 2ª vice Cristiane Finger. O presidente anterior, Batista Filho, assume a Presidência do Conselho Deliberativo. A chapa única foi eleita com 40 votos no dia 5 de junho.
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Luiz Adolfo e Batista Filho
O prefeito Nelson Marchezan Júnior lançou um programa de concessões e Parcerias Público-Privadas, que inclui diversas áreas, como tratamento de esgoto, mobiliário urbano e a gestão do Parque da Orla. A primeira PPP será na iluminação pública, que já tem projeto em fase de estruturação pelo BNDES e licitação prevista para o iní�cio de 2018. A ideia é ampliar os pontos e substituir as lâmpadas por led. Segundo a Prefeitura, a economia gerada deve pagar, a longo prazo, o investimento inicial da empresa, através dos recursos da CIP (Contribuição de Iluminação Pública).
Procuradoria Geral do Município afirmou que vai recorrer da decisão
Multa para quem trancar rua
Ricardo Giusti/Divulgação ARI
Iluminação pública será a primeira PPP
de março de 2017 para vigorar por 24 meses, entretanto, as atividades já vinham sendo desenvolvidas anteriormente. Em 2014, a Justiça suspendeu um contrato entre a Prefeitura de Pelotas e a Falconi, no valor de R$ 2 milhões. Na ocasião, o advogado Bruno Miragem representou a empresa de consultoria. Hoje, Miragem é Procurador Geral do Municí�pio de Porto Alegre.
Expediente
O Jornal Já Porto Alegre é uma publicação da Jornal Já Editora Editor: Elmar Bones Reportagem: Cleber Dioni Tentardini, Matheus Chaparini, Patrícia Marini, Walmaro Paz, Felipe Uhr e Higino Barros Fotografia: Arquivo Jornal JÁ, Matheus Chaparini, Ricardo Stricher, CMPA, PMPA Edição de arte: CF Design de Comunicação
Orgânicos pelo aplicativo
Já é possí�vel adquiriarprodutos orgânicos frescos sem sair de casa. Uma parceria entre 35 famí�lias assentadas pela Reforma Agrária e a empresa Sapiens TI permite a compra dos produtos através do aplicativo JuntaPedido ou do site (juntapedido.com). O aplicativo está disponí�vel para download no mesmo endereço. O serviço atende as regiões de Porto Alegre, Viamão, Nova Santa Rita, Eldorado do Sul e Canoas.
Catiana de Medeiros/MST
Capital empacada
Justiça suspende contrato entre Prefeitura e Comunitas Ivo Gonçalves/PMPA
Nota do Editor
JUNHO de 2017
distribuição gratuita
Desde porto alegre
Redação: Av. Borges de Medeiros, 915, conj. 203, Centro Histórico CEP 90020-025 - PoA/RS Edição fechada às 18h do dia 9 de junho de 2017 Contatos:
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ERRATA: Na edição de maio do JÁ Porto Alegre, a foto da matéria “Um conflito que vem das raí�zes” (p.4) foi publicada sem os devidos créditos: Acervo do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo/Lunara
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Cabeças cortadas Divulgação/PCRS
Polícia caça carrascos Eram 8h15 de um domingo, quando a polí�cia foi informada por alguém que não se identificou: havia uma cabeça humana dentro de uma caixa de papelão na rua dr. Murtinho, no bairro Bom Jesus. O corpo foi encontrado uma hora depois pela BM a um quilômetro dali, na avenida Protásio Alves. Estava enrolado num edredom. Nas costas o recado dos executores: “BNC”, “Antibala, um abraço dos Bala”. Essa execução, em janeiro de 2016, deflagrou uma série de decapitações e esquartejamentos, introduzindo o terror na guerra entre as facções criminosas que disputam territórios na Capital gaúcha. Desde então, já foram mais de 20 casos na região metropolitana de Porto Alegre. Os números são imprecisos porque os inquéritos estão dispersos e há casos de corpos carbonizados. Há também três casos de esquartejamentos provados por ví�deos e testemunhas,
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Em imagem de celular apreendido pela Polícia, criminosos mostram armamento pesado
mas os corpos ainda não foram encontrados. A delegada Luciana Smith, da 5ª Delegacia de Homicí�dios, já concluiu oito dos 12 inquéritos relativos a casos ocorridos na Zona Norte da Capital. Os autores identificados, a maioria presos. Ela ainda não tem números consolidados. “São muitos, só nos dois últimos casos foram mais de 20 pessoas presas”, explica. Os foragidos seriam dez. Segundo a polí�cia, essa fase de crimes brutais provocou uma mudança na estrutura
das facções, com uma nova célula – os carrascos – no organograma tradicional de gerentes, distribuidores, vapores e soldados. Também ao arsenal de armas modernas foram acrescentados primitivos machados e foices. A delegada acredita que, por enquanto, as prisões efetuadas desmontaram os grupos de extermí�nio. A prisão de José Dalvani, o Minhoca, e a morte de Marcelo dos Santos, o Mais Mais, em confronto com a BM, também contribuí�ram para o recuo das facções.
Para além da guerra A decapitação de quatro jovens, no iní�cio de novembro passado, revelou que, menos de um ano depois, o terror se havia banalizado para além da guerra entre facções. Eduardo dos Santos, Ederson Araújo, Emerson Pereira, todos de 21 anos, e Bruno Ferreira, de 19, foram as ví�timas. Eles não tinham envolvimentos com o tráfico, mas tinham antecedentes por roubo de carro e porte ilegal de arma e um deles, o Emerson, cumpria prisão domiciliar. A polí�cia apurou que no sábado, 5 de novembro, eles roubaram um carro no bairro Rubem Berta, na Zona Norte da Capital. No domingo assaltaram uma casa na Vila Americana. Fizeram uma limpa e levaram o carro da famí�lia. Provavelmente não sabiam que ali morava a mãe do chefe do tráfico na vizinha Vila do Umbú. Se soubessem não teriam oferecido o carro
Reprodução/PCRS
Bruno, Eduardo, Ederson e Emerson
roubado em mensagens pelo Whatsapp. Foram encontrados na quinta- feira, 10, dentro de um carro abandonado na rua Tupã na vila ao lado, a Salomé. Os quatro corpos estavam com as mãos e pés amarrados e as cabeças dentro de sacos de lixo. Cinco dias depois, foi preso Cristiano dos Santos Soares, de 21 anos. No celular aprendido com ele, a polí�cia encontrou as pistas e esclareceu o caso. O crime fora comandado de dentro do presí�dio Central. Ao final de seis meses de investigação, foram presos sete envolvidos. Três outros já identificados ainda estão foragidos.
4 Mauricio Fernandes, novo secretário do meio ambiente e
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aurí�cio Fernandes tomou posse na Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMAMS) 145 dias após o iní�cio do governo Marchezan. Assumiu tendo que justificar a tentativa do Executivo de extinguir a pasta e o projeto de transferência dos licenciamentos para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Fernandes garantiu que os licenciamentos serão realizados pela Smams, com a participação de técnicos de outras pastas, e acrescentou que a polí�tica de resí�duos sólidos, ignorada no Programa de Metas (Prometa) de Marchezan, terá atenção especial na sua gestão. O novo secretário é mestre em Direito pela Unisinos, onde leciona Direito Ambiental, Municipal, Agrário e Urbaní�stico. Foi assessor jurí�dico na SMAM entre os anos de 2005 e 2008.
JÁ - Como foi assumir uma pasta que o próprio Executivo propôs extinguir? Mauricio Fernandes – Primeiro é importante que se diga que a questão do nome não tem nada a ver com a extinção da Secretaria e sim com a mudança nas atribuições. Até porque ela é hoje do meio ambiente e da sustentabilidade. Esse processo de mudança do nome é uma evolução da agenda ambiental. As atribuições da Smams mudaram em relação ao outro período em que o senhor trabalhou? Muitos servidores se aposentaram. A equipe foi reduzida. Uma competência nossa é o licenciamento ambiental. Essa agenda precisa evoluir. Qualificando isso, podemos fazer como a maioria dos órgãos ambientais fazem: conceder a licença a partir dessa primeira análise. Depois vem a fase de monitoramento, a
legislação ambiental é muito rí�gida com o responsável técnico, e nós temos que reconhecer a sua competência.
A reforma administrativa atribui parte do licenciamento à pasta de Desenvolvimento Econômico, como vai funcionar? O licenciamento será feito integralmente pela Smams, o que acontece em Porto Alegre há mais de 20 anos. Para algumas atividades temos um comitê que analisa conjuntamente, para evitar um desencontro de exigências. O segundo ponto é a fusão entre a Smurb e Smam, criando a Smams. Vamos conseguir pensar a cidade de uma forma só, considerando o ambiente natural e o ambiente artificial, através do Plano Diretor. A Smams já recebeu demandas do movimento ambientalista? O movimento ambiental no Ricardo Stricher
+ a Lei
Lago dos pedalinhos, na Redenção, onde é comum ver crianças se refrescando no verão, apresenta florações mistas
Rio Grande do Sul é precursor no Brasil e sempre foi caracterizado por um processo de fiscalização que agregou e muito a qualificação ambiental. A agenda ambiental precisa estar em primeiro lugar. Um grande exemplo foi quando a Borregaard foi fechada pelo governo do Estado, graças a um movimento liderado pela Agapan e pelo [José] Lutzenberger. A Borregaard pediu ajuda a ele e até hoje a empresa Vida realiza um trabalho que é exemplo mundial. Houve uma agenda construtiva. A primeira reunião do ano do Conselho Municipal do Meio Ambiente já tem data? A convocação do Comam foi meu primeiro ato. Estamos esperando as indicações. Em dezembro foi enviado um oficio às entidades, mas poucas responderam. Participei por mais de dez anos do Comam,
Sergio Louruz/Divulgação SMAMS
“Licenciamento será feito pela
Mauricio Fernandes, Secretário Municipal do Me
primeiro como integrante da OAB, depois como vice do Meio Ambiente, e fui conselheiro do Plano Diretor.
Estudo avalia algas t Pesquisadores do Museu de Ciências Naturais, da Fundação Zoobotânica, vem estudando a presença de cianobactérias nos laguinhos de parques e praças de Porto Alegre. Já foram pesquisados quatro lagos: do Moinhos de Vento (Parcão), dos Pedalinhos (Redenção), das Tartarugas (Jardim Botânico) e da Praça Itália (Praia de Belas). Em todos, foram identificadas florações de cianobactérias com potenciais tóxicos. As pesquisas começaram em 2008. A atenção é para o fenômeno chamado de floração, que confere às águas coloração, odor e sabor. Geralmente formam manchas na superfí�cie da água. Esses organismos,
com caracterí�sticas de algas e bactérias, são capazes de indicar se está ocorrendo algum desequilí�brio ambiental. Em ambientes saudáveis, as cianobactérias convivem com outros organismos de modo equilibrado. Mas, se o local está poluí�do, com aumento da concentração de nutrientes na água, principalmente fósforo e nitrogênio, originados de fezes de animais, de esgotos domésticos e de atividades agrí�colas/ industriais, elas se multiplicam excessivamente, gerando as florações. “Por se tratar de lagos urbanos, localizados em área de lazer, o conhecimento da diversidade destes organismos é fundamental para subsidiar
No site do jornal JÁ, você as matérias que você lê versões ampliadas e atu Acesse www.jornalja.com.
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sustentabilidade
a SMAMS” Definimos a inclusão disso no Prometas. Estou vendo com a Secretaria de Relações Institucionais de que forma faremos isso.
eio Ambiente e Sustentabilidade
O senhor declarou que a gestão de resíduos sólidos será uma prioridade da gestão. Mas ficou fora do Prometa 2017/2020.
Como estão os serviços da Smams? A criação da Secretaria de Serviços Urbanos unificou diversas atividades que eram de outros órgãos, como o DEP (Esgotos Pluviais), o DMLU (Limpeza Urbana) e a SMAM. Por exemplo, o serviço de poda e capina, antes de responsabilidade da SMAM, mudou. A SMAMS é atualmente uma Secretaria que planeja a cidade: a arborização urbana, os parques, as praças, e faz intervenções. Ainda estamos em transição. A reforma administrativa fortaleceu a SMAMS porque uniu o Plano Diretor e o Planejamento Ambiental. A gente pode prometer um Plano Diretor mais verde.
Ambientalistas pedem saída de Ana Pellini No Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, mais de 20 entidades ambientalistas divulgaram um documento denunciando o desmonte da área ambiental no Estado, a flexibilização de leis ambientais e pedindo a saí�da da secretária do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA), Ana Pellini. “Que os cargos de direção da SEMA e da Fundação Zoobotânica sejam preenchidos por pessoas com perfil técnico gabaritado e compatí�vel com a área, apresentando histórico de preocupação com o meio ambiente, espirito público, grandeza e diálogo com os servidores e com a sociedade gaúcha”, diz um trecho. A carta intitulada ‘Guerra declarada contra a vida e o Dia do Meio Ambiente’, foi entregue a representantes do governo do Estado, Ministério Público e ao presidente da Assembleia Legislativa, Edegar Pretto. A í�ntegra da carta, está no jornalja.com.br.
tóxicas nos lagos dos parques a correta manutenção desses corpos d’água”, explica a bióloga Vera Regina Werner, que coordena os estudos. Ela orienta estudantes de graduação e pós-graduação na Seção Botânica de Criptógamas, do Museu de Ciências Naturais (MCN), na FZB. O perigo é que várias espécies são potencialmente tóxicas. Podem provocar a mortandade de peixes e de outros animais, incluindo o homem, que consomem a água e organismos contaminados. As toxinas podem causar morte por hemorragia do fí�gado, por parada respiratória , atacar o sistema nervoso central e provocar irritações no corpo.
ê encontra aqui, em ualizadas. .br e leia mais
No lago da Redenção, foram identificadas densas florações e seis espécies de cianobactérias, todas potencialmente tóxicas. Na Praça Italia, junto ao Shopping Praia de Belas, as coletas feitas desde 2016 mostraram florações mistas, com espécies potencialmente tóxicas, que podem afetar os neurônios (coordenação motora) e o fí�gado de animais e ser humano. No Lago das Tartarugas, no Jardim Botânico, foram identificadas 25 espécies de cianobactérias entre 2011 e 2013. Moradores da Vila Juliano Moreira, ao lado do Botânico, disseram que não havia saneamento na vila: o esgoto das
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casas era indiretamente despejado no lago. No lago do Parcão há o moinho com uma cascatinha mantendo a água em movimento. Segundo Vera, isso diminui a concentração de nutrientes que alimentam as cianobactérias, reduzindo as florações. Além do excremento animal, outro problema são os alimentos jogados pelas pessoas para os peixes e tartarugas. Essas comidas decompõem-se e liberam nitrogênio e fósforo, criando um ambiente propí�cio para as florações de cianobactérias. As pesquisas também abrangem lagos e lagoas na Região Metropolitana, no Litoral e no interior do Estado.
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Correios
privatizações
Sartori agora quer Plebiscito
Yuri Aguiar/Divulgação STECT-RS
Funcionários convivem com rotina de assaltos
Além das dificuldades habituais, como as intempéries, funcionários são vítimas frequentes de assaltantes
Um mesmo funcionário sofreu sete assaltos em um ano
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oi-se o tempo em que o risco do carteiro era ser atacado por um cão de guarda. Sete assaltos em um ano não é mais caso inédito: um mesmo funcionário foi assaltado cinco numa vezes em uma agência e duas em um Centro de Entregas da empresa ambos na avenida Protásio Alves. “As agências dos Correios exercem papel de agências bancárias. Armazenam dinheiro e bens de consumo sem ter portas giratórias. Ultimamente tiraram até guardas terceirizados, que davam um mí�nimo de proteção. Há colegas que dizem que as agências viraram caixas eletrônicos de bandidos”,
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conta Yúri Aguiar, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos do RS. Segundo Aguiar, os principais alvos são as agências da zona norte da Capital, região de comércio intenso e fácil acesso a rotas de fuga para a região metropolitana. “É� traumático, os ladrões chegam com armas em punho. Funcionário chutado, espancado e ofendido é rotina. Há quem tenha desistido de função de chefia porque já chegavam procurando os chefes das agências.” O pessoal de entrega de encomendas corre alto risco. Os veí�culos transportam eletrodomésticos e outros bens de consumo, adquiridos pela internet. A maior parte desses assaltos ocorre à tarde, por isso pediram que as entregas fossem concentradas na manhã, reivinAv. Venâncio Aires nº 876 Bom Fim - Porto Alegre Fone 51-3332 0063 Av. Sarmento Leite nº 811 Cidade Baixa - Porto Alegre Fone 51-3221 9390
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dicação negada pela direção da empresa. Já para Henrique Andrades Torales, 33 anos nos Correios e há 20 anos dirigente sindical na região de Pelotas, a degradação do ambiente socioeconômico do Paí�s e a má administração, antes feita por funcionários de carreira, resultam na piora de qualidade do trabalho, que já foi modelo para empresas similares no exterior. A estatal, criada em 1663, já foi considerada pela população brasileira a instituição pública mais confiável. Hoje passa por um processo de encolhimento. No Rio Grande do Sul, já teve cerca de oito mil funcionários, hoje são seis mil. O último concurso foi em 2011 e, segundo o sindicato, 30% dos admitidos deixaram a empresa, atraí�dos por oportunidades melhores.
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O governador Sartori sofreu sua primeira derrota na Assembleia Legislativa: desistiu de tentar mudar a Constituição Estadual para dispensar a consulta popular através de plebiscito antes de vender empresas públicas. Agora, Sartori vai tentar convencer a população a votar no plebiscito a favor da venda das empresas de energia: Companhia Estadual de Energia Elétrica- Distribuidora (CEEE), a Companhia Rio-grandense de Mineração (CRM) e a Sulgás. É� uma das exigências do governo Temer para renegociar a dí�vida do Estado. O que ainda não se sabe é se o plebiscito sai ainda este ano ou será junto com as eleições de 2018. De acordo com o lí�der do governo na Assembleia, deputado Gabriel Souza (PMDB), deveria ser ainda este ano. Para a lí�der da oposição, deputada Stela Farias (PT), esta é uma tentativa de despolitizar e abreviar a discussão. No dia 31 de maio o governo entregou um oficio à Presidência da Assembleia Divulgação IAB
pedindo que o assunto fosse a plenário para ser votado a tempo, por acordo de lideranças, que foi negado pelas bancadas do PT, Psol e PCdoB. A data limite para que se possa realizar o plebiscito ainda este ano é 14 de junho. Enquanto isso, o PMDB começou uma campanha nas redes sociais dizendo que estes partidos não querem ouvir o povo. A oposição alega que o assunto é polí�tico, mais do que econômico, e deve ser discutido pela população durante o processo eleitoral de 2018. O presidente da Assembleia, deputado Edegar Pretto (PT), baseou-se em parecer técnico e devolveu o ofí�cio à Casa Civil, alegando que ele deveria ser baseado em um projeto de lei para que fosse pedida a urgência. O governo, então, apresentou um projeto de lei e refez o pedido. Ao menos por enquanto, as três bancadas de oposição – PT, PSol e PCdoB - negaram o acordo de lideranças para que a tramitação ocorra em regime de urgência.
Quarta no IAB
Toda quarta-feira, ao fim da tarde, o IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil – RS) abre as portas do Solar Conde de Porto Alegre para o público, com atividades gratuitas. Na primeira quarta do mês é a vez do Bar do IAB, com música ao vivo. Este ano, já se apresentaram Nelson Coelho de Castro, Flu, Nenung, Bibiana Morena e Raul Ellwager. Nas outras datas, se debate temas como horta urbanas, direito a habitação, arquitetura e cinema. “O objetivo é incluir a arquitetura e o urbanismo na pauta da sociedade, como segmento da cultura”, afirma o presidente do IAB-RS, Rafael Passos. O Solar do IAB fica na rua General Canabarro, 363, Centro Histórico de Porb o m f i m to Alegre.
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classe artí�stica de Porto Alegre foi surpreendida pela apresentação do novo modelo de gestão dos espaços culturais públicos a ser adotada pelo governo Marchezan. “O modelo não foi discutido com a sociedade nem com os artistas”, reclama o presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos (Sated), Fábio Cunha. Ao saberem que haveria um seminário sobre o terceiro setor na gestão cultural, no dia 31 de maio, artistas e técnicos lotaram a Cinemateca Capitólio para reivindicar pagamentos atrasados do governo anterior (R$ 6,8
milhões) e os repasses deste ano. Não sabiam que o evento era para informá-los de que as parcerias público-privadas (PPP) responderão também pela área cultural do municí�pio. O seminário foi realizado em parceria com Instituto Odeon e CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina. O modelo se assemelha ao do tucano Dória, em São Paulo. Na mesma tarde, artistas ocuparam a Secretaria de Cultura paulistana, pedindo a saí�da do secretário André Sturm. Lá, houve cortes de 43,5% nas verbas da Cultura e centenas de demitidos. “Temos dois exemplos que
Cinemateca Capítólio é um dos espaços a ser gerido pelo terceiro setor
não deram certo: o Iberê Camargo, que faliu, e o Araújo Vianna, que por falhas no contrato hoje cobra diária de 16 mil reais.mesmo nos dias reservados à Prefeitura”, aponta Cunha. As primeiras experiências com gestão de organiza-
Zoravia abre sua galeria em Ipanema
ções sociais (OS), segundo o secretário adjunto, Eduardo Wolf, serão a Usina do Gasômetro (que fecha para reforma depois de julho), a Cinemateca Capitólio (que já tem parceria em andamento com a Petrobrás) e a Pinacoteca Rubem Berta.
Reprodução
Há pouca coisa que Zoravia Bettiol ainriu muitas obras em viagens e na Bienal de da não fez no mundo das artes visuais. São Paulo na década de 60, quando ainda era Uma delas era ter sua própria galeria, que possí�vel comprar obras nas bienais. ela acaba de inaugurar no bairro Ipanema, Entre os brasileiros, Vasco Prado, Xico Stoem Porto Alegre, com uma mostra do seu ckinger, Mario Cravo, Caribé, Ado Malagoli, acervo pessoal. João Camara, Carlos TeSão cerca de 150 obras nius e Magliani. Entre os de artistas brasileiros e estrangeiros, Jorge Paes estrangeiros - pintura, deVillaró, Luiz Solari, Roser senho, gravura e escultura. Bru e Adolf Frohner. A mais antiga é um retrato A mostra vai até 28 de de Vasco Prado desenhado junho e as obras poderão por João Faria Viana em ser adquiridas de forma 1937. parcelada. A galeria fica Zoravia começou a cona rua Paradiso Biacchi, lecionar em 1961, quan109, Ipanema, abre de 2ª a do comprou uma pintura 6ª-feiras, das 10h às 18h, de Regina Silveira. Adqui- Antonio Poteiro - Cavaleiros - Óleo sobre tela, 1980 e vende a prestações.
ARTE
29 anos de credibilidade
Cartas na Rua lança disco
A banda Cartas na Rua está lançando seu segundo disco. A novidade traz 11 faixas, duas autorais e as demais, releituras de clássicos do folk, country, rock Grupo se apresenta na José Bonifácio e bluegrass. O disco custa um ano e meio e já chega15 reais e pode ser adram a São Paulo e Rio de quirido com a banda ou na Janeiro fazendo som nas Casa Musgo, na rua Vieira calçadas. As constantes de Castro, 80. Os músicos chuvas das últimas semacomeçaram a se apresennas adiaram algumas veztar na José Bonifácio há es o lançamento.
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Wolf também anunciou a intenção de estabelecer uma parceria com o Núcleo de Economia Criativa da UFRGS para definir “a gestão e os caminhos da cultura em Porto Alegre”. “Se pensarmos uma coisa e os números e as demandas forem outras, vamos para o lado que os dados nos mostrarem”, afirmou. Nos próximos dias, as entidades que representam a classe artí�stica decidem como vão cobrar do governo municipal os R$ 7 milhões do Fumproarte deste ano, como consta no portal da Prefeitura. Eles podem se dirigir ao Ministério Público ou recorrer à Justiça Civil, abrindo um processo. “Ou Marchezan paga ou mostra o que faz com esse dinheiro”, desafia Cunha.
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Gasômetro, Capitólio e Pìnacoteca Rubem Berta serão as primeiras experiências
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