Jornal JÁ Porto Alegre Outubro 2017

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outubro

de

2017

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1º Lugar

porto alegre

reportagem Geral

PORTO ALEGRE

1942

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Caminho aberto

Pelo menos cinco fundos previdenciários de servidores públicos que investiram no projeto do Cais Mauá, em Porto Alegre, estão tentando resgatar ou transferir as quotas que têm no empreendimento. O principal deles é o IPE, dos funcionários públicos do Rio Grande do Sul, que tem uma quota de R$ 17,7 milhões no projeto. O Instituto de Previdência do Estado, o IPE, aplicou R$ 17,7 milhões numa cota de investimento do FIP Cais Mauá, o fundo criado para financiar o projeto de reforma

do cais de Porto Alegre, orçado em R$ 600 milhões. Com o atraso do projeto, há uma preocupação com esse investimento. Houve tentativa de vender a quota aos outros acionistas, mas não surgiu interessado. O regulamento impede o resgate antes do quarto ano. A aplicação foi feita em maio de 2014 e reforçada em 2015. Outros fundos de funcionários públicos, de municí�pios distantes como Oeiras, no Pará, Santana, no Amapá, ou Ipojuca, em Pernambuco, também estão preocupados,

querendo resgatar valores aplicados no projeto de revitalização do Cais Mauá. As informações foram reveladas pelo repórter André Mags, do jornal Metro.

Frente jurídica em defesa das fundações estuda que medidas tomar

Alegre, que determinava a realização de negociação coletiva. Para os servidores, o pedido da PGE foi atropelado a desrespeitou a negociação que estava em andamento. A Casa Civil afirma que o dinheiro para os custos das demissões está previsto no orçamento do Estado. Na época do envio do projeto, o custo estimado era de cerca de R$ 40 milhões. Ainda não

há estimativa atualizada. Aprovado pelos deputados em dezembro de 2016, o projeto prevê extinção das fundações: Zoobotânica, Cientec, Fundação de Economia e Estatí�stica (FEE), Piratini, Fundação para Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH) e Metroplan; além da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), e da Corag.

O que levou o reitor à morte

Luiz Carlos Cancellier Olivo, de 59 anos, reitor da Unversidade Federal de Santa Catarina jogou-se do quarto andar do shopping Beira Mar, em Florianópolis, com um bilhete no bolso: “Minha morte foi decretada no dia em que fui banido da universidade”. Seu gesto pensado denunciou uma situação de injustiça insuportável para ele, o bilhete de três linhas apontou uma realidade amendrontadora para todos. Se o reitor de uma das mais importantes universidades do paí�s, com

Divulgação /UFSC

Fundos de previdência querem deixar o projeto

A partir da liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, o governo pretende extinguir ainda este ano seis fundações, uma companhia e uma autarquia. Segundo a Casa Civil, os dois projetos que estão mais encaminhados, com um plano de desativação pronto, são o da Companhia Rio-Grandense de Artes Gráficas (Corag) e da Fundação Piratini, responsável pela TVE e FM Cultura. Com o fim da Corag, o Diário Oficial passará a ser apenas digital, sem versão impressa, e será transferido para a Procergs. O Governo afirma que a extinção da Piratini não representa o fim das emissoras. As demissões estavam suspensas por decisão da 4ª Vara do Trabalho de Porto

Arquivo/Jornal JÁ

Ricardo Stricher/Jornal JÁ

para as demissões

Foto: Tania Meinerz

Cais Mauá

vara a madrugada. Quando amanhece, fica para os moradores o lixo e o cheiro ruim nas calçadas. O MP fez uma série de recomendações a respeito de alvarás, carros de som e atuação de vendedores ambulantes. Pediu também a revisão do decreto 17.902/12, para que os bares fechem à meia-noite. Um novo decreto está sendo discutido entre Prefeitura, Câmara e representes de moradores e comerciantes. O texto deve vir a público no final de outubro. O que já se sabe é que o horário dos bares não deve ser alterado, mas a atividade dos ambulantes será restrita e os estabelecimentos terão maior responsabilidade sobre o lixo e o barulho.

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Fundações estaduais

Cidade Baixa sob intervenção

Na madrugada do sábado, dia 7, duas confusões trouxeram a noite da Cidade Baixa de volta ao debate. Na João Alfredo, a Brigada Militar utilizou balas de borracha e bombas de gás para dispersar um confronto entre dois grupos. No viaduto da João Pessoa, o Brooklin, um homem com um carro atropelou jovens que participavam de uma festa de rap, que teve de ser encerrada. Os transtornos causados pelo movimento noturno na Cidade Baixa geram reclamações por parte de moradores. Em agosto, o Ministério Público pediu à Prefeitura uma intervenção no bairro. O foco é a João Alfredo, onde, aos finais de semana, reúnem-se centenas de jovens. A festa

Um bunker no viaduto

Cancellier era reitor da UFSC

uma carreira acadêmica brilhante, conhecido e reconhecido em seu meio, é levado à morte por uma trama de arbí�trios dentro do aparelho estatal, o que não pode acontecer ao cidadão comum? Página 3


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