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novembro
Jornalismo Impresso
gr ção atui ui
1º Lugar reportagem Geral
porto alegre
Da várzea ao parque Farroupilha
210 anos da Redenção
w w w . j o r n a l j a . c o m . b r
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Carris no fim da linha Foto: Ricardo Stricher/Jornal JÁ
O prefeito Nelson Marchezan Júnior tem repetido que a empresa não é mais viável e está com os dias contados
Serviço em transição
IMAGEm MERAMente ilustrativa janeiro
de
2018
Bikepoa opera com 20% das bicicletas
Joel Vargas/Divulgação PMPA
Até o final de novembro, deve começar a ser implantado o novo sistema de aluguel de bicicletas por aplicativos em Porto Alegre. Durante a transição entre o sistema antigo e o novo, a manutenção de bicicletas parou. A reportagem do JÁ constatou que o serviço está funcionando com apenas Página 3 20% do previsto na licitação.
Nos últimos seis anos, a empresa pública de ônibus de Porto Alegre vem apresentando uma queda vertiginosa. Prejuí�zos enormes e crescentes, diminuição na qualidade do serviço e graves problemas de gestão, chegando a ter mais de cem ônibus parados por falta de peça. Até 2010, a Carris dava lucro. Os balanços eram positivos e a empresa recebia prêmios pela qualidade do serviço. Nos anos anteriores, chegou a ser escolhida duas vezes a melhor empresa de transporte público do Brasil, em 1999 e 2001. Foi no iní�cio da gestão de José Fortunati na prefeitura que a empresa começou a apresentar prejuí�zos. Em 2011, o prejuí�zo foi de quase R$ 6 milhões. Em 2012, um salto negativo: mais de R$ 21 milhões de prejuí�zo.
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O déficit nas contas da empresa chegaram a mais de R$ 50 milhões em 2015 e 2016. Para este ano, a previsão é de resultados ainda piores. Os funcionários denunciam um processo de sucateamento provocado. Reclamam também de assédio e falta de diálogo, por parte da nova direção. Desde o iní�cio de ano, um diretor-presidente recém nomeado e uma procuradora pediram demissão da Carris. Ao longo de quase onze meses de governo, a atual gestão não apresentou um plano de recuperação para a empresa. Periodicamente, o prefeito Nelson Marchezan Júnior cita a Carris como um problema em suas entrevistas. Agora, Marchezan subiu o tom. Afirmou que a empresa não é mais viável e está com seus dias contados. Página central
faça parte deste bloco
O carnaval de rua de Porto Alegre é o principal evento cultural da cidade. Nos últimos anos, a festa tomou novo fôlego, ganhando foliões e blocos, consolidando-se como um espaço de imensa visibilidade na cidade. A edição especial do jornal JÁ traz as novidades do carnaval 2018 e conta a história da folia de momo, desde os primeiros blocos, na antiga Ilhota, o nascimento das escolas de samba, os desfiles na Praça da Alfândega, Perimetral e Porto Seco. E a retomada do carnaval de rua na Cidade Baixa e na Orla do Guaíba.
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porto alegre
JÁ recebe prêmio de jornalismo ambiental O jornal JÁ� foi contemplado pelo Prêmio José Lutzemberger de jornalismo ambiental, promovido pela Brasken, ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária) e ARI (Associação Riograndense de Imprensa). A série especial “Patrimônio ameaçado“ recebeu segundo lugar e menção honrosa na categoria webjornalismo.
Marchezan na Europa
A prefeitura municipal mudou o projeto de reforma por falta de recursos
cofres do municí�pio. Será necessário um aditivo. O novo projeto será uma obra de manutenção e melhoria da estrutura existente, com a recuperação de pisos, infiltrações e pintura geral, além da reformulação das instalações elétricas e atualização do PPCI. Em outubro, o Secretá-
Expediente
seu café desde 1998.
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Redação: Av. Borges de Medeiros, 915, conj. 203, Centro Histórico CEP 90020-025 - PoA/RS
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Edição fechada às 19h do dia 17 de novembro de 2017
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Greve foi recorde
Porto Alegre contra o machismo
Desde
O endereço certo para saborear
rio Municipal de Cultura, Luciano Alabarse, qualificou o projeto como “inviável”, “megalômano” e “de dimensões herzoguianas.” Alabarse afirmou que não entraria para a história como “o homem que fechou a Usina para nunca mais abrir”. A reestruturação da Usina está incluí�da em um
Um ato reuniu cerca de 500 mulheres na Esquina Democrática no último dia 13. Elas protestavam contra aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 181, em comissão especial na Câmara dos Deputados. A alteração proí�be o aborto em todos os casos. Atualmente, o aborto é permitido no Brasil em casos de gravidez originada de estupro, anencefalia do feto ou risco de morte da mãe. Para as manifestantes, a alteração obriga as mulheres a gerarem filhos de estupradores. A comissão especial é formada por 18 homens, que votaram a favor, e apenas uma mulher, que votou contra. A proposta ainda tem que passar por dois turnos de votação nos plenários da Câmara e do Senado. Ato na Esquina Democrática reuniu 500 pessoas
O prefeito Marchezan está em viagem de 11 dias à Europa. Em Barcelona, Marchezan participou de congresso sobre cidades inteligentes. Na Alemanha, França e Portugal, o prefeito apresenta o cardápio das PPPs, em busca de parceiros. No caminho, uma parada em São Paulo para o congresso do Movimento Brasil Livre (MBL). Na caravana, dois vereadores: o lí�der do governo, Moisés Barboza (PSDB) e Idenir Cecchim (PMDB).
contrato de financiamento da Corporação Andina de Fomento (CAF), que totaliza 92 milhões de dólares. A dotação para o centro cultural é de três milhões de dólares. Conforme o coordenador da Memória Cultural, Eduardo Hahn, o Instituo Odeon – contratado pelo CAF para desenhar um modelo de gestão para a Usina após as reformas – teria avaliado as obras em torno de R$ 20 milhões. Desde que os arquitetos começaram a trabalhar, ainda sob a gestão Fortunati, a Prefeitura Municipal sabia que os três milhões eram insuficientes. Agora, a obra está restrita a este valor.
O Jornal Já Porto Alegre é uma publicação da Jornal Já Editora Editor responsável: Elmar Bones Editor: Matheus Chaparini Reportagem: Cleber Dioni Tentardini, Felipe Uhr, Higino Barros e Tiago Baltz Fotografia: Arquivo Jornal JÁ, Ricardo Stricher, CMPA, PMPA, Tânia Meinerz Edição de arte: CF Design de Com.
No dia 13, os servidores públicos de Porto Alegre encerraram a greve após 44 dias de paralisação. Foi um recorde da categoria. Os municipários exigem os salários pagos em dia e a retirada de projetos que alteram a forma de pagamento e o plano de carreira. Pesaram na decisão, o recuo do prefeito Marchezan em relação a um dos projetos e a assinatura de um documento em que 21 vereadores se comprometem a derrubar o pacote em plenário.
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A Feira do Livro de Porto Alegre, aos 63 anos, vive talvez a maior crise de sua história. A crise econômica, que é nacional e atinge especialmente o consumo de livros, a penúria das finanças estaduais, que leva ao parcelamento dos salários dos servidores e a insensibilidade da prefeitura que corta os apoios ao evento sem qualquer aviso prévio. Aí estão os fatores principais que desenham um futuro incerto para o maior evento cultural do Estado. Completa o quadro, o distanciamento da imprensa que bom proveito tirou da feira nos melhores momentos e agora se interessa apenas burocraticamente por ela. Pelo que se viu este ano, só uma grande mobilização da comunidade intelectual poderá resgatar a feira e impedir que ela seja engolfada na maré obscurantista que está provocando um verdadeiro desmonte cultural em Porto Alegre e no Estado. Continuaremos no assunto.
À� s vésperas da entrega da versão definitiva do projeto de reestruturação da Usina do Gasômetro, os arquitetos foram pegos de surpresa. A obra não sairá mais como previsto. Alegando falta de recursos, a Prefeitura mudou radicalmente as diretrizes. A informação é do Dossiê Palcos Públicos de POA. O projeto elaborado ao longo de dois anos pela 3C Arquitetura, com participação da comunidade artí�stica e dos frequentadores, previa a transformação completa do espaço, com a construção de novas estruturas e remodelação interna. O trabalho, agora descartado, custou R$ 417 mil aos
Ricardo Stricher / JÁ
A feira e o desmonte
gasômetro Projeto que custou R$ 417 mil é descartado Tania Meinerz
Nota do Editor
NOVEMBRO de 2017
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Bikepoa
Maioria das atuais bikes não são consertadas. Promessa é de novos veículos até o fim do mês
dia, são 60 bicicletas em operação, apenas 15% do que está previsto na licitação. A empresa pública explica que o baixo número de bicicletas deve-se à troca da operação do sistema. Em maio a Tembici adquiriu a Samba Transporte Sustentáveis e passou a operar. Desde então, as bicicletas estragadas
não tem sido repostas como antigamente. A maioria das bicicletas danificadas não é consertadase não volta para as estações. Vigna também admitiu que a Prefeitura não tem cobrado providências da atual empresa operante, já que a mesma anunciou a substituição do sistema.
Novo sistema começa a ser instalado no fim do mês
O novo sistema Bikepoa começa a ser implementado no final de novembro, ainda sem uma data exata. Quem garantiu foi Gabriela Gomes, gerente comercial da Tembici durante reunião na Câmara Municipal, no dia 14 de novembro. A reunião foi convocada a partir da revelação do JÁ� da escassez de bicicletas no sistema. “Vamos precisar de pelo menos três semanas para colocarmos todas as novas estações”, afirmou Gabriela. Primeiro, serão instaladas 15 novas estações. O restante deve ser concluí�do até o final do ano. As 41 novas
Luiza Dorneles /CMPA
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uem utiliza o serviço de locação de bicicletas por aplicativo em Porto Alegre nota uma redução drástica no número de veí�culos à disposição. Faltam bicicletas em todas as estações. A licitação assinada em maio de 2016 prevê que o Bikepoa deve operar com 400 bicicletas na rua. Há divergências em relação aos números reais. A EPTC fala em 130 bicicletas, o gerente de projetos da empresa Antônio Vigna, admite que são cerca de 80. A reportagem do JÁ� acompanhou a disponibilidade de bicicletas em diversos dias e horários ao longo de duas semanas entre o final de outubro e o iní�cio de novembro. Em mé-
Joel Vargas/Divulgação
Só 20% das bicicletas estão funcionando Usuários têm dificuldade em encontrar as bicis
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porto alegre
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Gabriela Gomes, gerente da Tembici
estações terão 733 vagas para 410 bikes disponí�veis. Os representantes da empresa desmentiram a informação, veiculada pelo jornal Zero Hora, de que as novas bikes começariam a operar a partir do dia 15. O sistema terá nova tecnologia, já usada em Nova Iorque e Londres, além de uma manutenção preventiva. “Vamos ter gente consertando as bikes na rua”, garantiu a gerente. Não foi apresentado o novo mapa da localização das estações. O que se sabe é que serão mais próximas umas das outras e abrangerão um raio menor do que o atual. Para a zona Sul, a estação mais distante será a do museu Iberê Camargo. Já em direção a Zona Norte, a estação mais afastada será a do Parcão. Algumas estações como Cristal, Praça da Encol, Hospital Mãe de Deus e estádio Beira-Rio, deixarão de existir. Porto Alegre será a segunda experiência da Tembici. A primeira foi na região metropolitana do Recife.
Carnaval de rua terá seis datas na Cidade Baixa O carnaval de rua de Porto Alegre em 2018 terá seis datas na Cidade Baixa, a exemplo do que ocorreu este ano. A redução do calendário saiu das reuniões entre moradores, blocos, produtoras e poder público, mediadas pela promotora Annelise Steigleder, da Promotoria de defesa do Meio Ambiente do Ministério Público. A orla do Guaí�ba surge como alternativa para desafogar a Cidade Baixa. Os desfiles dos blocos no bairro se concentrarão entre o final de semana anterior ao carnaval e o seguinte. Nos últimos anos, a festa teve um gran-
de crescimento de público, estrutura e calendário, chegando a programação completa a se estender por mais de três meses. Com menos datas no bairro, reduziram também as reclamações dos moradores. Uma das questões a serem resolvidas nos encontros é a colisão de datas, com a possibilidade de mais de um bloco querer desfilar na mesma região em um mesmo dia. O escritório de eventos da Prefeitura, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, vai centralizar as solicitações de data para evitar conflitos.
lancheria do parque
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Com a redução do calendário no bairro, a Orla surge como alternativa para os blocos
As maiores preocupações dos moradores são em relação à segurança e à dispersão dos foliões após os eventos. Os blocos têm horários definidos para iní�cio e final dos desfiles, porém, quando
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acaba a apresentação, a festa segue e boa parte do público permanece lotando as ruas da Cidade Baixa. A Prefeitura se comprometeu a reforçar a fiscalização em relação aos ambulantes.
A Liga das Entidades Burlescas da Cidade Baixa vai fazer seu carnaval de forma independente. A Opinião Produtora, em parceria com o Grupo Austral tem um projeto que conta com dez blocos, sendo três datas na Cidade Baixa e as demais na orla. Há ainda a Liga dos Blocos Descentralizados, que realiza seus desfiles em diversos bairros da capital. Outros blocos fazem seu carnaval de forma autônoma, caso do Bloco Deixa Falar, do Bloco da Laje, entre outros. Dois encontros já foram b o m f i m realizados no MP, nos dias 7 e 16 de novembro.
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Carris
Mais de cem ônibu Um terço da frota não vai para a rua. São diariamente 300 viagens
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om cento e quarenta e cinco anos de serviços prestados, levando e trazendo a população de Porto Alegre, de bonde ou de ônibus, a Carris vê no horizonte o fim da linha. Pelo menos é o que se desenha, na gestão do prefeito Nelson Marchezan Júnior, para o modelo de empresa pública de transporte de passageiros. Se ao longo da campanha eleitoral, a possibilidade de venda da empresa era negada pelo então candidato Marchezan, desde que assumiu o Paço, o prefeito volta e meia dá o recado. Recentemente, Marchezan foi taxativo: “a Carris está com os dias contados.” O prefeito já apresentou as três possibilidades: privatização, venda ou extinção. Um mar de ônibus parados, na garagem da empresa, é o retrato da grave crise de gestão. Um terço da frota da Carris não vai para a rua. A longo deste semestre, o número varia entre 100 e 120 automóveis parados, a maioria por falta de peças. No dia 14, dos 347 carros da frota, 112 não tiveram condições de sair. “Considerando que já passamos muito do número da frota reserva (32), todos os dias são cerca de 80 ônibus que não andam pela cidade, cerca de 300 viagens que deixam de serem realizadas. É� a realidade atual”, lamenta o delegado sindical da Carris, Felipe Suteles. Segundo o sindicalista, a situação, que vem piorando gradualmente na última década, piorou de vez nos últimos meses. Quase metade dos auto-
Diariamente, cerca de 80 veículos não andam pela cidade, o que representa menos 300 viagens. Segundo a direção da empresa, novos contratos para repor peças foram firmados e 50 ôn
Tribunal de Co especial não
Há desde carcaças até ônibus parados por falta de parafusos que custam poucos reais
Delegado sindical Felipe Suteles
móveis são da Volvo e a reposição de peças depende de um contrato com a montadora. Assim, veí�culos novos, com falta de peças simples, dividem o espaço com carcaças que já foram descartadas. “Há ônibus parados por falta de parafusos de poucos reais”, lamenta. A falta de entendimento entre os funcionários, direção e o prefeito também tem se tornado uma rotina. Na mais recente controvérsia, Marchezan declarou em
presa é muito alto. Funcionários reagiram, afirmando que a intenção do prefeito é desmoralizar os servidores. Um procedimento interno está apurando a denúncia. Funcionários da empresa se queixam de uma rotina de assédio por parte da direção “Foram revistar o meu carro na saí�da, eu disse ‘pode revistar, se tiver roubo não é aqui, é lá dentro”, afirmou um servidor da companhia que não quis ser identificado.
entrevista que o alto í�ndice de roubo de peças é uma das causas da situação precária da empresa. Os funcionários responderam com indicativo de greve, mensagens pela internet e panfletos distribuí�dos para a população. “Já houve alguns furtos de peças, sim, mas justificar a precariedade atual com isso é criminoso”, classifica Suteles. Em entrevista recente, Marchezan afirmou que o í�ndice de furto de peças na em-
O caso da Carris chegou ao judiciário. Vereadores do PT pediram providências ao procurador geral do Ministério Público de Contas (MPC), Geraldo Da Camino. Em junho, o MPC solicitou à presidência da companhia um relação da frota constando quantos veí�culos estavam em circulação e quantos estavam parados. Também foram questionados se a frota atual era suficiente para atender a demanda exigida e se a empresa cumpria os horários e itinerários. A Carris respondeu que haviam 47 veí�culos retirados por problemas mecânicos aguardando manutenção, um número bem abaixo do denunciado por funcionários da empresa. Em agosto, Da Camino pediu ao Tribunal de Contas (TCE) uma auditoria na Car-
porto alegre
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ARTE
Anuncie no
us parados Fotos: Ricardo Stricher/Jornal JÁ
nibus serão liberados
ontas: auditoria é necessária ris em razão de um possí�vel sucateamento da frota, além dos prejuí�zos acumulados nos últimos exercí�cios. Em outubro uma nova manifestação do MPC foi entregue ao Tribunal de Contas. Nela, o procurador pediu “que seja elaborado diagnóstico atualizado da gestão operacional da Carris”. Da Camino também ressaltou que a apuração tivesse caráter obrigatório. O TCE não realizará uma auditoria especial como quer o procurador. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal, a área técnica do órgão analisou o pedido do MPC e avaliou não ser necessária uma auditoria especial, visto que o TCE avaliará os mesmos itens e pontos questionados por Da Camino no relatório 2017-2018 da empresa.
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Do sucateamento ao déficit Desde o ano passado, as empresas privadas de ônibus vem reclamando de prejuí�zos na prestação do serviço. Atualmente, nenhum dos consórcios consegue cumprir a tabela, gerando centenas de multas emitidas pela EPTC. As gratuidades e a redução na quantidade de passageiros do sistema então entre as causas apontadas. Entretanto, o problema da Carris é anterior. Em duas ocasiões foi eleita a melhor empresa de transporte público do Brasil pela ANTP (Associação Nacional dos Transportes Públicos), em 1999 e em 2001. É� também a empresa de transporte público mais lembrada pelos porto-alegrenses, com 17 prêmios Top of Mind, promovido pela revista Amanhã. Em seis anos, a companhia passou de referência no transporte público do paí�s a empresa deficitária a caminho da privatização. Até 2010, os
balanços eram positivos. Em 2011, começaram os crescentes prejuí�zos. Para este ano, a projeção é de que os cofres do Municí�pio precisem colocar aproximadamente R$ 60 milhões para zerar as contas. Ao longo deste perí�odo, foram abertos procedimentos para apurar irregularidades. Em 2016, o ex-diretor-presidente, Sérgio Zimmermann, foi condenado a devolver R$ 317 mil. O diretor nomeado por Marchezan para criar um plano de salvação da empresa, Luis Fernando Ferreira, durou apenas 20 dias no cargo e pediu demissão. A vaga foi ocupada quase dois meses depois por Helen Machado, que assumiu afirmando não se tratar de um problema para ser resolvido “em dois ou seis meses”. Até o momento, não há um plano de recuperação para a Carris.
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Fonte: Carris
O que diz a direção da Carris Ao longo de uma semana, o JÁ tentou entrevistar a direção da Carris. Na tarde de sexta-feira, 17, a empresa enviou uma resposta por email ao jornal. A Carris afirma que o contrato com a Volvo foi retomado e 50 ônibus voltaram a circular na primeira quinzena de novembro. A frota total é de 347 ônibus, sendo 32 destinados à reserva. No dia 17, eram apenas 33 carros retidos, segundo a direção. A empresa está implementando projetos de manutenção preventiva dos veículos.
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Várzea, Bom Fim, Redenção, Farroupilha
210 anos do parque mais querido
A
área que já foi campo de batalha entre Farrapos e Imperiais, ponto de descanso para os carreteiros, foi a redenção dos escravos alforriados no fim do século XIX e sediou os primeiros passos do futebol em Porto Alegre, no iní�cio do século XX, completa 210 anos como patrimônio da cidade de Porto Alegre. No dia 24 de outubro de 1807, o presidente da então recém criada capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, Paulo José da Silva Gama, assinou a doação do terreno. Várzea do Portão era o nome dado à área plana e alagadiça à margem da Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais - que virou Vila de Porto Alegre só 1808.
Relacionamento com a comunidade
Fotos: Acervo do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo
Área foi cedida ao Município em 1807
Parque Farroupilha na década de 1960
A Exposição do Centenário Farroupilha, em 1935, durou quatro meses
Todos querem tirar um pedaço
A cidade, antes restrita à região da pení�nsula, atual Centro, começava a se expandir. Entre a estrada dos Moinhos e o Caminho do Meio, os terrenos foram sendo ocupados por chácaras que se estendiam até a Várzea. O Campo da Várzea passou a se chamar Campo do Bom Fim, em função da capela, que começou a ser construí�da em 1867. Mais tarde, em 1884, com a libertação dos escravos
Foram muitas as tentativas de lotear a área. Em 1826, a Câmara tentou “parcelar e dividir a várzea em terrenos”. O imperador D. Pedro I interviu. Em 1833, os vereadores aprovaram a distribuição de terrenos a particulares. A população vetou. O primeiro prédio a invadir a grande várzea foi a Escola de Guerra do Exército, atual Colégio Militar, construção iniciada em 1872. No
na cidade, muitos acabaram se instalando na área, que passou a se chamar Campo da Redenção. Nessa época, a área tinha 69 hectares. Ali acampavam carreteiros e ficava o gado para abastecimento da cidade – havia um grande matadouro no local que depois foi o Cinema Avenida e hoje é ocupado por uma faculdade, na esquina das avenidas João Pessoa e Venâncio Aires.
final do século seriam construí�do os prédios da Faculdade de Medicina, de Direito e Escola de Engenharia. Em 1935, o local é sede da grande exposição do centenário da Revolução Farroupilha. Perde mais um pedaço, com a construção do Instituto de Educação. Em 1964 é construí�do o auditório Araújo Vianna dentro do parque. Hoje a Redenção tem 37,5 hectares.
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Ser gaúcho é preservar nossas tradições acima de tudo; é valorizar a educação e acreditar que um futuro melhor nasce nas páginas de um livro. É nossa tradição trabalhar duro, sem fraquejar. Temos orgulho do suor que escorre do rosto, ele reconforta a alma e sedimenta uma vida digna. É nossa tradição valorizar o passado para construir o futuro.
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Geração de empregos
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Dulce Helfer/Divulgação
Um western gaúcho, o novo filme de Tabajara Ruas
Moa: “O cartum sobrevive no modo de guerrilha” JÁ cria espaço para publicação de chargistas e cartunistas
Filme é baseado no livro homônimo de Tabajara Ruas e Elmar Bones
O novo filme de Tabajara Ruas está sendo gravado em diversas cidades do RS. “A Cabeça de Gumercindo Saraiva” é um western gaúcho, uma realização da Walper Ruas Produções, com direção e roteiro de Tabajara. A história acontece no final da Revolução Federalista de 1893, quando o capitão Francisco Saraiva e cinco cavalheiros cruzam o Rio Grande do Sul em uma caçada para resgatar a cabeça de Gumercindo Saraiva, cortada pelos legalistas e levada como troféu para o governador Júlio de Castilhos, pelo major Ramiro de Oliveira. É� uma história de ficção criada a partir do livro de mesmo nome, lançado em 1997, de autoria de Tabaja-
ra Ruas e do jornalista Elmar Bones. Este é o iní�cio da trama que vai cruzar o Rio Grande numa perseguição implacável. O filme foi o único representante da região Sul entre os 22 longas contemplados pelo edital PRODECINE 01 do Fundo Setorial do AudiovisualFSA/ BRDE, de 142 propostas apresentadas. A Cabeça de Gumercindo Saraiva conta com o patrocí�nio master do Banrisul. O diretor Tabajara Ruas tem 12 longas como roteirista, dos quais dirigiu quatro: Os Senhores da Guerra, que estreou em 2016 e recebeu dois Kikitos no Festival de Gramado; Netto e o Domador de Cavalos, Brizola Tempos de Luta e Netto Perde Sua Alma, o mais premiado filme gaúcho.
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partir dessa edição, os leitores do JÁ� Porto Alegre terão acesso ao trabalho dos integrantes da Grafistas Associados do Rio Grande do Sul Grafar. A entidade reúne desde 1988 cerca de 130 integrantes. A maior parte oriundos da geração de cartunistas dos anos 1970, quando o trabalho gráfico na imprensa gráfica brasileira aflora e faz contraponto aos
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anos sombrios da ditadura. Na edição passada, o JÁ� trouxe o trabalho de um dos expoentes do cartunismo gaúcho, reconhecido internacionalmente, Neltair Rebés Abreu, o Santiago. Agora chegou a vez de Moacir Guterrez, o Moa, dando iní�cio a uma parceria entre a Grafar e o jornal. Os cartunistas passam a ocupar um espaço fixo no jornal. A cada edição, haverá o trabalho de alguém da área, mostrando por que essa vertente de arte gráfica gaúcha é uma das mais fortes e representativas do Paí�s.
“Palhaçada” na Casa Musgo
Até 10 de dezembro, está aberta a exposição “Palhaçada”, do artista Gabriel Xè, na Casa Musgo (Venâncio Aires esquina Vieira de Castro). O espaço que recebe a exposição tem na parede externa uma obra de Xè, feita em 2016, na segunda edição do evento Travessa Cultural Redenção. A curadoria é de Rodrigo Marroni. Visitações de terças a sextas das 14h às 18h, sábados e domingos, das 10h às 18h. Entrada Franca.
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porto alegre
NOVEMBRO de 2017
C
om 7 mil metros quadrados ocupados na Praça da Alfândega, a Feira do Livro de Porto Alegre de 2017 teve exatamente a metade do tamanho alcançado nos anos em que parecia não haver limites para sua expansão. Em 2005, por exemplo, no cinquentenário, além de toda a praça e a avenida Sepúlveda, a feira ocupou três armazéns do Cais Mauá com os livros infantis e uma programação que incluia até um campo de futebol para garotos de rua. Até uma regata pelo Guaiba foi promovida. Todas as grandes redes de comunicação tinham verdadeiras estações dentro da feira. A RBS tinha um stand de 300 metros quadrados num ponto central da Praça. Os patrocinadores eram: Gerdau, Correios, Braskem, Ipiranga, Caixa Federal. A Câmara do Livro levantou mais de R$ 6 milhões para fazer a festa. Em 2017, quando noventa barracas não ocuparam mais do que dois terços da praça, chega-se ao máximo de um declí�nio, iniciado há dez
anos. Inicialmente lento, quase imperceptí�vel. Nos últimos três anos acelerado, quase assustador. Das redes de rádio e tevê, apenas a Pampa manteve seu estudio na feira. A Câmara do Livro orçou em R$ 4 milhões o custo da feira deste ano, já com muitos cortes. Levantou R$ 2 milhões “a pau e corda”. “Chegou a um ponto, ali por agosto/setembro, que achamos que não ia ter feira este ano”, diz o presidente, Marco Cena Lopes. Marco Cena está encerrando o segundo mandato de dois anos como presidente da Câmara Riograndense do Livro. À� frente de uma diretoria de nove voluntários, ele enfrentou o perí�odo mais difí�cil, que culmina com a “feira da resistência”, como definiu. Segundo ele, mesmo com tamanho menor, a feira manteve a qualidade de seus eventos, ainda que com algum prejuí�zo. A palestra do escritor Mia Couto, por exemplo, teve metade do público porque o Teatro Carlos Urbim que antes
Prefeitura cobra pelos serviços A prefeitura vai cortar toda a verba da Feira do Livro e ainda pretende cobrar por todos os serviços utilizados pela feira, inclusive um aluguel pelo uso da praça da Alfândega. Dirigentes da Câmara do Livro, que participaram das negociações com a prefeitura este ano, afirmaram ao JÁ� que esse recado já foi passado aos organizadores. O presidente da Câmara não confirma. Ele teve uma
reunião, rápida e formal com o prefeito antes da feira e diz que isso não foi falado: “Não ouvi isso do prefeito mas, da maneira como as coisas foram encaminhadas este ano, não é de se duvidar que façam isso”. Nesse caso, a Câmara, além da desratização e da limpeza da praça, terá que pagar pelos serviços da Procempa, que fornece os serviços de informática, e da EPTC, que cuida do trânsito no entorno.
Presidente da Câmara Riograndense do Livro diz que momento é de repenar o evento Jackson Ciceri/O Sul
Além da crise econômica, a Feira do Livro enfrenta descaso do poder público
Ricardo Stricher/Jornal JÁ
Desafios de uma feira que encolheu
Marco Cena Lopes
tinha quase mil lugares num galpão do cais, agora está numa barraca de lona com capacidade para 300 pessoas. Crí�tico do “gigantismo”, que ameaçava transformar a feira num mega-evento dominado pelo marketing, o
presidente vê na crise uma oportunidade de repensar a feira e devolvê-la à sua verdadeira vocação, que é promover o livro e a leitura. Para isso, terá necessariamente que rever suas relações com o poder público, com quem as negociações este ano foram extremamente desgastantes. O governo do Estado cortou isenções fiscais, limitando a captação de patrocí�nios pela Lei de Incentivo à Cultura. A prefeitura alimentou a expectativa de que seriam mantidos os patrocí�nios. Em julho, simplesmente anunciou que não tinha dinheiro. No final, depois de muita pressão, liberou pouco mais
de 20% do valor esperado, que era mais de R$ 1 milhão. Além disso, anunciou, às vésperas da abertura da feira, que o serviço de limpeza da praça pelo DMLU só seria feito mediante pagamento, mais de R$ 30 mil. “Como não tí�nhamos o dinheiro, tivemos que improvisar contratando garis para limpar a área ocupada pela feira. O problema é que o restante da praça está um lixão, uma vergonha”, diz o presidente da Câmara. Este ano foi também suspenso o serviço de desratização, feito sempre pela Saúde, e o resultado se podia ver nos pontos mais sujos da praça, onde nutridas ratazanas circulavam.
“Bibliotecas já tem muitos livros”, diz secretário A prefeitura financia um dos mais importantes programas da Feira do Livro, o “Adote um Escritor” que este ano envolve 90 escolas. O programa tem 16 anos, é referência, copiado por várias cidades. As atividades, junto às escolas, duram o ano inteiro. Durante a feira, uma intensa atividade envolve milhares de estudantes. A prefeitura dispendia R$ 1 milhão por ano com cachê de escritores, compra de li-
vros, passagens e hospedagem. Este ano liberou R$ 220 mil reais. O secretário de Educação do municí�pio, Adriano Naves, tentando justificar o corte chegou a afirmar que “as bibliotecas já têm muitos livros”. Foi preciso muita criatividade para manter o essencial do programa, o que só foi possí�vel com o apoio das editoras, dos autores e das próprias escolas e professores. “Foi essa solidariedade
que permitiu manter o programa cortando algumas atividades, improvisando locais, mas mantendo a qualidade no essencial. E é isso que nos anima e nos faz acreditar que vamos superar esse momento”, diz Sônia Zanchetta, que tem 21 anos de feira e coordena a área infanto juvenil. Ela vê nisso o lado positivo da atual crise.: “O envolvimento é muito grande. A feira mobiliza muitas energias e é daí� que vai vir a solução”.
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