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J u l h o
abomfim
A tocha no Bonfa A chama olímpica passou pelo Bom Fim. No dia 7 de julho, a tocha desfilou por Porto Alegre e um dos pontos do percurso foi o Parque Farroupilha. Milhares de pessoas esperaram a passagem da tocha pelas ruas do Bom Fim. O evento histórico foi marcado por um forte aparato policial, que envolveu quase todas as esferas da Segurança Pública e por uma forte presença dos patrocinadores. Este ano, os jogos olímpicos acontecem, no Rio de Janeiro, de 5 a 21 de agosto. Serão disputadas 42 modalidades, envolvendo mais de 10 mil atletas do mundo inteiro.
Redenção
O desafio de administrar sem dinheiro
Diovani Machado, administrador da Redenção
O Parque Farroupilha tem novo gerente: Diovani Machado, que assumiu no dia 1º de julho. Quarto nome a ocupar o cargo na atual administração, ele tem pela frente o mesmo desafio dos seus antecessores: a falta de recursos para manter e melhorar o principal espaço público de Porto Alegre. Sua primeira meta, segundo disse ao JÁ� , é conse-
guir incluir no orçamento do ano que vem uma dotação exclusiva para fazer frente às inúmeras demandas do parque. Outra providência que está em seus planos é melhorar o diálogo entre os diversos órgãos municipais que trabalham no parque. É� a primeira vez que o parque é gerido por um administrador por formação. PÁG. 3
desocupação da sefaz
Obras que não terminam
Repórter do JÁ é indiciado
Fotos: Jornal já
Hospital de pronto socorro
Os dez maiores de idade presos na desocupação da Secretaria da Fazenda, em 15 de junho, foram indiciados. Eles responderão por dano qualificado ao patrimônio, resistência, associação criminosa e obstrução ao tra-
balho. Entre eles está o repórter do Jornal JÁ� , Matheus Chaparini, que trabalhava no local. O caso agora está nas mãos do Ministério Público. Ao todo, foram 43 pessoas detidas, a maioria PÁG. central menores de idade.
Everaldo Nunes, presidente da Associação dos Servidores do HPS, observa as obras inacabadas
Além das obras que já duram mais de cinco anos, servidores do hospital convivem diariamente com problemas de falta de segurança e de funcionários. Para piorar, a atual gestão é ina-
cessí�vel: nem a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde consegue. Entrevistamos o presidente da Associação dos Servidores do HPS, PÁG. 7 Everaldo Nunes da Silva.
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A prisão e tentativa de incriminar nosso repórter não é um fato isolado na história do JÁ. Tampouco é uma exclusividade do JÁ. Enfrentar absurdos, como esse, é situação rotineira para a maioria dos pequenos veículos, que encontram limitações para obter informações, restrições no acesso às verbas, discriminação das agências de propaganda e descaso do poder público. Um jornal independente, pequeno, não se pode dar ao luxo dos grandes grupos, onde notícias chegam de todos os lados: a polícia faz questão de lhes dar notícias em primeira mão, a Brigada avisa das batidas, os leitores mandam as fotos, os políticos mendigam um espacinho. Nesse ambiente se desenvolve um “jornalismo passivo”, uma pauta que vem de fora. Isso tem muitas vantagens, mas um grave inconveniente: acomodação às fontes oficiais que, por mais idôneas que sejam, não podem ser as únicas quando se trata de saber o que realmente aconteceu. O caso do repórter Matheus Chaparini é exemplar. Os jornalistas que cobriam a invasão estavam todos lá onde a BM determinou. Olhando as imagens, lembrei dos tempos de Médici quando os repórteres ficavam num brete, a uma prudente distância das autoridades.
No antigo posto da Brigada Militar, na esquina da avenida Osvaldo Aranha com a rua José Bonifácio, outra iniciativa de enriquecer com arte os muros do bairro foi tolhida. Um grupo orientado pela artista plástica Silvia Marcon instalou no local seis mosaicos, com imagens de Monalisas estilizadas, marca do trabalho de Silvia. Poucos dias depois, os mosaicos foram arrancados. As Monalisas eram resultado de um curso de mosaico urbano. Outras cinco foram instaladas na parede do Bar Ocidente. Mosaicos foram produzidos durante um curso
Elmar Bones Reportagem: Felipe Uhr, Matheus Chaparini Fotografia: Arquivo Jornal JÁ, Matheus Chaparini e Ramiro Furquim Comercial: Matheus Dias Edição de arte: Cabeça Fumegante Design de Comunicação cabecafumegante@gmail.com
Venâncio Restaurante
Severo Garage
Desde março está funcionando o restaurante Venâncio. É o primeiro negócio da Vera e do Rafael Fischdick, mãe e filho. O restaurante conta com um sistema de fidelidade para os clientes: o décimo almoço é grátis. Em breve terão também serviço de tele-entrega. Av. Venâncio Aires, 859, fone (51) 3574 5310.
No polinho gastronômico da esquina da Venâncio com a Vieira de Castro, abriu a Severo Garage. A hamburgueria tem ambiente estilizado, a maçaneta é uma chave de roda e a chopeira é um motor de moto. Os hamburgúeres da Severo tem nomes de carros: Fuca, Opalão, Chevettera, etc. Av. Venâncio Aires, 881.
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Beatnik & Pano Pop
Muy Hermosa
A Beatnik abriu no final de junho uma nova filial, na Fernandes Vieira. A loja se juntou à Pano Pop, que já funcionava no local. A loja trabalha com mobiliário vintage, decoração retrô e acessórios psicodélicos. A proprietária é a Gica Debize. Rua Fernandes Vieira, 656, fone (51) 3557 1472.
A Muy Hermosa é outra novidade da esquina da Vieira com a Venâncio. A loja oferece as mais atuais tendências femininas em roupas e calçados. Esta é a segunda unidade, a outra fica na avenida Protáio Alves, 2478. Av. Venâncio Aires, 879, fone (51) 3507 0171.
Redação: Av. Borges de Medeiros, 915, conj. 203, Centro Histórico CEP 90020-025 - PoA/RS Edição fechada às 18h do dia 15 de julho de 2016 Contatos: (51) 3330-7272
Bocattino Box
Sushi Seninha
O restaurante Bocattino Box é outra novidade da avenida Venâncio Aires, inaugurado no dia 1º de junho. O Bocattino oferece deliciosas pastas e cafés. A proprietária do estabelecimento Ana Paula Nodari. Av. Venâncio Aires, 1121, fone (51) 3907 7190.
O Sushi Seninha inaugurou uma filial na Ramiro Barcelos. A loja foi toda reformada e abriu as portas ao público no dia 13 de julho. A rede tem outras duas unidades: no Mercado Público e no bairro Petrópolis. Rua Ramiro Barcelos, 2069.
URGENTE Rotary tem novo presidente
O Rotary Club do Bom Fim elegeu seu novo presidente. Evanes Souza Botleader assume a presidência para o perí�odo 2016/2017. Seu principal objetivo é ampliar o quadro social. A nova gestão foi empossada em reunião-almoço no dia 1º de julho.
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O gaúcho está de mudança A estátua do Gaúcho Oriental já tem novo local. A obra será instalada no eixo central do Parque Farroupilha, próximo à fonte luminosa. Atualmente, o gaúcho está localizado próximo ao viaduto da avenida João Pessoa. O Gaúcho Oriental foi um presente da comunidade uruguaia no Centenário Farroupilha, em 1935.
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Expedicionário e chafariz no escuro O monumento ao expedicionário está completamente no escuro. Na chamada fonte limunosa, a iluminação cênica funciona apenas parcialmente. A nova iluminação da Redenção foi apresentada com pompa e circunstância nos últimos dias de 2015. Sete meses b o m f i m depois, já precisa de reparos.
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Sem verbas ou equipamentos, Machado quer tornar o parque mais agradável
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dministrar os quase quarenta hectares do principal parque da cidade com uma equipe de apenas 13 funcionários, um trator e sem um pila de verba: este é o desafio encarado por Diovani Machado. Desde o dia 1º de julho, Diovani é o novo administrador da Redenção. Ele substitui a bióloga Regina do Patrocí�nio, coordenadora da Zonal Centro da Smam, que havia assumido a gerência do parque em dezembro do ano passado. Diovani Machado tem 26 anos, é formado em Administração pela Ulbra há cinco anos. Trabalhou durante quatro anos na Prefeitura de Cachoeirinha, onde começou como auxiliar administrativo e se tornou chefe da tesouraria Em 2014, passou em um
Diovani Machado, administrador da Redenção
Redenção
Novo administrador quer mais recursos concurso para a Prefeitura de Porto Alegre. Na Smam, foi coordenador administrativo. Seu perfil difere dos de seus antecessores. “Eles tinham um enfoque mais na vegetação, eu vou focar mais na comunidade, para tornar o parque mais agradável para os frequentadores”, ex-
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plica o sucessor de bióloga Regina do Patrocí�nio e do Agrônomo Celso Copstein. Machado afirma que é a primeira vez que um administrador de formação assume algum dos oito parques urbanos de Porto Alegre. Na análise de Diovani, o maior problema da Prefeitu-
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ra hoje é a falta de comunicação entre os diversos órgaos, o que se reflete na Redenção. “Quando a sociedade vê um problema ela não enxerga uma Secretaria, e sim a Prefeitura. Eu quero fazer uma integração, uma união dos órgãos. Temos que entender que não é pra mim, é um ser-
viço que a gente presta pra sociedade.” Outra preocupação do novo gerente é em relação à segurança. Ele confessa que nunca frequentou muito o Parque Farroupilha, por medo da falta de segurança. “Aqui no entorno da administração não tem nenhum poste funcionando.” Os danos causados pelo temporal de janeiro ainda não foram totalmente sanados. No final deste mês, encerra o contrato com a empresa terceirizada que realiza o trabalho de poda e recolhimento dos vegetais e, segundo Diovani, “ainda tem muita coisa pra fazer.” Não são poucos os problemas do parque e para enfrentá-los, a administração conta com uma equipe enxuta e 15 apenados do regime semi-aberto, que trabalham na limpeza. Dos três tratores, apenas um funciona. Além disso, o parque não conta com verba da Prefeitura. Para o orçamento do ano que vem, o novo gerente pretende encaminhar um pedido de uma verba mensal de manutenção.
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OCUPAÇÃO DA SEFAZ
Um vídeo de 11 minutos e mais de cem fotos mostram a violência policial na desocupação
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inquérito policial, concluí�do pelo delegado Omar Abud, seguiu a orientação expendida em várias manifestações públicas do secretário de Segurança e, até, do governador. Disse o secretário, e repetiu o governador em entrevista, que o repórter Matheus Chaparini, que fazia cobertura para o JÁ� , foi preso “porque não se identificou como jornalista”. Em decorrência disso, foi arrolado e denunciado junto com os estudantes que ocuparam o prédio da Secretaria da Fazenda, no dia 15 de junho. O repórter gravou com o celular um ví�deo de onze minutos e fez mais de uma cen-
tena de fotografias registrando o que ocorreu no interior do prédio público ocupado pelos estudantes em protesto. Num trecho do ví�deo, inclusive, são claras as diversas tentativas do repórter de se identificar ao comandante da operação.
Toda a ação foi registrada pelo repórter
Da desocupação ao Presídio Central: o relato do repórter
É uma espécie de caixote de lata, pintado de preto pelo lado de dentro. Num dos lados, um banco, do outro, uma barra para prender algemas. Cabem ali duas pessoas, talvez três. Mas quando fui encaçapado na parte traseira do camburão da Polícia Civil, já éramos quarto. Assim que a porta fecha, o ar fica escasso e quando a viatura anda, cai a total escuridão sobre os detidos. Ao todo, éramos dez, em três espaços do mesmo veículo. Da Secretaria da Fazenda, no centro de Porto Alegre, fomos para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DECA), onde ficaram os menores de idade. Dali, seguimos para a 3ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, onde me identifiquei como jornalista e informei meu veículo. Em seguida fomos novamente embarcados.
Após uma parada de meia hora no presídio feminino Madre Pelletier para deixar as três jovens presas, seguimos para o Presídio Central, o lar gelado que nos aguardava. Na chegada, o clima é de pressão psicológica. Braços cruzados na altura do peito e cara na parede é o procedimento padrão. Ao fundo, soam algumas piadas homofóbicas, comentários sobre uma briga violenta, que não se confirmou, e o torturante ruído de um faca sendo raspada na parede. Fomos os sete identificados, revistados nus e encaminhados a uma cela do Jumbo, o setor de triagem do Central. Nossa presença gerou um alvoroço entre os vizinhos da cela ao lado, mas o policial que nos conduzia esclareceu: “Não é duque!” Duque é como são chamados
Mesmo assim, as autoridades – do governador ao delegado – insistem na versão de que o “repórter não se identificou” e que, portanto, “estava junto”. Criminaliza-se a ação dos estudantes para intimidá-los e inibir as suas manifestações de protesto. O indiciamento do repórter que “estava junto” tem o objetivo claro de desqualificar o material produzido por ele e que revela a truculência da operação policial dentro de Secretaria da Fazenda, onde estudantes indefesos foram agredidos com spray de pimenta no rosto e arrastados à força para fora do prédio. No dia seguinte, inclusive, o secretário da Segurança anunciou uma investigação que, em 30 dias, esclareceria os fatos ocorridos durante a operação de desocupação. os estupradores, que costumam ficar separados dos demais. Havia dois “duques” na cela que nos aguardava, um cubículo muito frio, incluindo o banheiro, infecto. Fomos presos pela Brigada Militar durante a ocupação da Secretaria da Fazenda por estudantes. A intenção do grupo de estudantes era conseguir uma reunião para negociar com o governador. O saldo foi a prisão de mais de 40 pessoas, a maioria menores de idade, quase todos estudantes, além deste repórter e do cineasta Kevin Darc, que prepara um filme sobre as ocupações escolares Brasil afora. A ocupação foi decidida em reunião no início da manhã no Colégio Estadual Júlio de Castilhos. Os estudantes ocuparam o prédio em torno das 8h. Às 9h chegou ao prédio o secretário adjunto da Fazenda, Luiz Antonio Bins. Vinte minutos depois, o secretário entrou no prédio acompanhado pelo comandante
Depois, não se falou mais no assunto. Segundo o delegado Abud, uma evidência de que o repórter não estava trabalhando é o fato de que estava “entre os invasores” enquanto os demais jornalistas estavam todos no lugar determinado pela polí�cia. As imagens nos noticiários de televisão, mostram claramente os repórteres fora do prédio, tentando ver através das grades das janelas da Secretaria da Fazenda. Fica evidente que todos queriam estar lá dentro. O repórter do JÁ� conseguiu entrar porque cobria desde o iní�cio o movimento dos estudantes. O site do JÁ� cobre as ocupações de escolas desde o princí�pio. O repórter tinha um contato entre eles e foi avisado da ocupação no iní�cio da manhã. Chegou, encontrou uma porta aberta, entrou. do policiamento da capital, Mário Ikeda. Rapidamente chega o Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar. Inicialmente eram oito viaturas e cerca vinte homens, vários mascarados e sem identificação na farda. Os agentes isolaram uma larga área ao lado do edifício, onde comandante do 9º BPM, tenente-coronel Marcus Vinicius Oliveira. falou com a imprensa. Ao fim das perguntas dos jornalistas, um estudante ponderou: “Não podemos esquecer que são menores de idade, né?”, ao que o comandante respondeu: “Só sei que são invasores”, e um mascarado exaltado encerrou o assunto: “Eu sei que são menores, ninguém aqui é retardado!” Às 10h20, os estudantes pintavam uma faixa com o texto “Sem violência, lutamos pela educação”, quando escutaram apitos e tambores se aproximando da entrada da avenida Mauá. Eram estudantes, professores e mili-
Fotos: Matheus Chaparini
Repórter que filmou ação da foi indiciado em quatro crim
Estudantes foram retirados à força
tantes que vieram prestar apoio à ocupação. Até aí, tudo transcorria relativamente bem, apesar da presença cada vez maior do Choque. Às 10h25, os estudantes se reuniram com o tenente-coronel Mário Ikeda. O diálogo foi rápido e os estudantes ganharam um
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Na desocupação da Secretaria da Fazenda, dia 15 de junho, foram detidas 43 pessoas, sendo dez maiores de idade. O delegado inciou os maiores em quatro crimes: dano qualificado ao patrimônio público, resistência, associação criminosa e obstrução do trabalho. O processo tramita na 9ª Vara Criminal, a cargo da juí�za Cláudia Junqueira Sulzbach e do promotor Luis Felipe Tesheiner, que vai analisar as conclusões do inquérito e oferecer ou não a denúncia. Da lista de crimes citados no auto de prisão em flagrante, foram retirados pelo delegado “corrupção de menores” e “esbulho possessório”.
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MP vai analisar denúncia
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Jornalistas protestam em frente ao Palácio Piratini, dia 17 de junho
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Jornalistas manifestam apoio Vários jornalistas e entidades representativas da categoria manifestaram apoio ao colega preso. O Sindicato do Jornalistas do RS, a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e um grupo de professores da Faculdade de Jornalismo da UFRGS lançaram nota de repúdio à prisão. A ARI (Associação Riograndense de Imprensa) também se manifestou.
prazo de dez minutos para desocuparem o local. E foi aí que começou o problema. Os estudantes decidiram ficar no prédio. Eles questionavam a falta de uma ordem de reintegração de posse e exigiam a presença de advogados e do Conselho Tutelar no local, o que só foi per-
mitido depois de iniciada a ação da Brigada Militar. Os jovens sentaram no chão e se deram as mãos, como forma de defesa. Os brigadianos arrancaram um por um os estudantes, carregados pelas pernas, braços ou pela roupa. O cheiro do spray de pimenta encheu o ambiente. O capitão Trajano, que orientava a remoção dos ocupantes, chegou a esgotar um tubo inteiro, direcionado para o rosto dos estudantes, e solicitou mais um. A cada investida da tropa, ouviam-se os gritos de desespero das meninas e meninos. Os policiais estavam bastante exaltados e o capitão precisou conter seus homens pelo menos duas vezes. Além de lançar o spray diretamente no rosto dos adolescentes, uma menina teve o pé pisado por um policial, um rapaz relata que levou dois socos na cabeça e outro disse que foi arrastado na escadaria de saída do prédio. Há um caso mais grave, de uma moça que relata que um
Dois atos de desagravo foram realizados. O primeiro, no dia 17 de junho, em frente ao Palácio Piratini. A Faculdade de Jornalismo da PUC também organizou manifestação em apoio a Chaparini e em defesa da liberdade de imprensa. Além disso, um abaixo assinado circula na internet com mais de 120 assinaturas. grande hematoma no seu peito foi ignorado no exame de corpo de delito. Outro problema era a ausência de uma mulher para a realização dos exames. Permaneci na Secretaria até a retirada do último estudante, quando decidimos, eu e o cineasta Kevin Darc, sair do prédio. Neste momento, também fomos presos. Nos identificamos e a resposta do capitão foi: “Pra mim tu tá junto.” Na saída, um homem vestido à paisana e com o rosto escondido por uma toca ninja arrancou o celular da minha mão. Enquanto brigadianos tentavam me empurrar para fora do prédio, consegui pegar o aparelho, mas não evitar a prisão. Ao meio-dia teve início uma peregrinação que foi até a sede do Deca (Departamento Estadual da Criança e do Adolescente), 3ª DPPA, no bairro Navegantes, depois Palácio da Polícia, 3ª DPPA novamente, Madre Pelletier e, por fim, Presídio Central.
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A Farmácia Spengler do Bom Fim reabriu no iní�cio do mês de julho, após uma reforma. “Estamos há 28 anos no Bom Fim, chegou o momento de reformar a loja para dar mais conforto aos nossos clientes”, explica o proprietário Fernando Spengler. A Spengler funciona desde 1989 na Vasco da Gama, 183. “O Bom Fim é meu bairro de escolha, para trabalhar e para viver. E está se renovando muito, com muitas opções de serviços”, afirma Fernando. A Spengler trabalha com medicamentos manipulados e possui laboratório próprio.
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Por que as obras do HPS não acabam? Talvez fosse esta a principal pergunta a se fazer à direção do Hospital e à Secretaria de Saúde. Uma das reclamações do representante dos funcionários é justamente a falta de acesso à direção do hospital. “Antes nós tí�nhamos acesso à direção do hospital, hoje não conseguimos passar da porta. Não tem diálogo”, protesta Everaldo Nunes. A reportagem tentou contato mais de uma vez, mas a diretora Elizabeth Collares não fala com a imprensa. Segundo ela, todas as informações referentes ao hospital devem ser colhidas junto à assessoria de imprensa da Secretaria Municipal da Saúde. Na assessoria, após uma semana de tentativas, fomos informados que a diretora não fala nem com a assessoria. As perguntas que foram enviadas à Secretaria, até o fechamento desta edição, não haviam sido respondidas.
HPS: obras sem fim Iniciadas há cinco anos, obras ainda não terminaram. Há também falta de funcionários
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ara proteger as quatro entradas do hospital e fazer a ronda, são apenas três guardas armados. Faltam funcionários em quase todos os setores. Este é o cenário desolador descrito pelo auxiliar de enfermagem Everaldo Nunes da Silva, presidente da Associação dos Servidores do Hospital de Pronto Socorro. Everaldo é funcionário concursado do HPS e trabalha na emergência desde 1998. No setor, as obras já foram concluí�das. A nova emergência está pronta, mas os problemas não acabaram. A reforma foi feita, mas o local não recebeu climatização. “Só tem ar frio. No inverno é um problema pois muitas vezes os pacientes precisam tirar a roupa e a temperatura é inadequada”, afrma Everaldo, que reclama ainda
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As perguntas que o HPS não responde
que o setor funcionou normalmente durante as obras, sem o isolamento adequado: “Atendí�amos os pacientes em meio à poeira e ao cheiro de cola.” Segundo a as- Pátio interno do HPS: canteiro de obras sociação, faltam 141 técnicos em enfermagem Outra solicitação dos cisou passar pelo e 33 enfermeiros. Além disso, funcionários foi a insdetector. há 49 funcionários esperando talação de detector de No dia 13 de jua aposentadoria. “Tem conmetais nas entradas, nho, a entidade encurso válido, por que não chamas foi colocado apecaminhou um documam os aprovados?” nas um detector para mento ao secretário Em março, um homem arbagagens. Ou seja, se municipal de saúde, mado entrou no hospital e alguém tentar entrar Fernando Ritter, tentou matar um paciente que com uma arma junapontando as carênestava internado. O caso trouto ao corpo, não terá cias. No fim do mês, Everaldo: “Falta gente!” xe à tona questão da segurangrandes dificuldades. os funcionários foça no HPS. “Nos primeiros dias A reportagem do JÁ� Bom ram recebidos pela Comissão uma viatura da Guarda MuniFim ingressou no local facilde Direitos Humanos da Câcipal fez a ronda, mas logo demente, nem mesmo a momara Municipal, mas pouco sapareceram”, conta Everaldo. chila do nosso repórter prese avançou.
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Néctar Social
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para a geração de renda de uma importante região. Viabilizada através de um convênio entre a empresa e algumas associações de apicultores, a parceria se traduz numa colheita média de 60 toneladas de mel todos os anos, produto obtido a partir da flor do eucalipto, que é, cientificamente comprovado, como um dos mais benéficos à saúde humana. Como contrapartida pela permissão de uso dos seus hortos florestais, a Celulose Riograndense recebe cerca de 8% da produção. O mel é entregue à empresa, que, por sua vez, repassa às instituições filantrópicas de aprendizado especial de 26 municípios em embalagens de 1 kg, com rótulo certificado pela Associação Gaúcha de Apicultura. Além do consumo próprio na merenda escolar, a maioria das escolas beneficiadas costuma comercializar parte da doação, aplicando os recursos em melhorias na sua infraestrutura educacional.
Conheça os projetos sociais que fortalecem o compromisso da Celulose Riograndense com os gaúchos. www.celuloseriograndense.com.br/responsabilidade/projetos-sociais
8 A volta de “Antônio Chimango”
ARTE
Julho de 2016
b o m f i m
Reprodução
EM AGOSTO
Circula a edição impressa do Dossiê Cais Mauá
Clássico da literatura regional ganha nova reedição de luxo
O
Divulgação
edições, tornando-se um clássico da literatura professor Luiz Auregional, comparado ao gusto Fischer, lí�der “Martin Fierro”, do argentino do ensino e da crí�José Hernandez. tica de literatura do Em dois volumes, capa Rio Grande do Sul, acaba de dura, somando 590 páginas, lançar o que provavelmeno trabalho de Fischer foi pate será reconhecido como o trocinado pelo Banrisul, via maior lançamento editorial Lei Rouanet. de 2016. Além do professor da UFRÉ� uma requintada reediGS, que desde estudante, em ção de “Antônio Chimango”, 1979, se envolveu no estudo de Ramiro Barcellos, livreto da terrí�vel sátira de Ramiro lançado em 1915 para satiBarcellos (médico da Santa rizar o poderoso presidente Casa e senador), o livro codo Estado, Antoloca nas mãos nio Augusto Bordos leitores ges de Medeiros, contemporâneapresentado enos estudos antitão como “magos produzidos gro como lobisopor Raymundo me, feio como o Faoro e Augusdemônio”. to Mayer; traz Por sua forma ainda artigos debochada, o poescritos agora ema em sextetos por estudiosos caiu no gosto pocomo Fausto pular e teve várias Luiz Augusto Fischer Domingues, do
Instituto Histórico e Geográfico do RS; Gunther Axt, historiador; e José Francisco Botelho, tradutor; Sergio da Costa Franco, historiador; Michel Le Grand, estudioso da literatura gauchesca. Enquanto o primeiro volume é todo ele dedicado ao Antonio Chimango, o segundo focaliza o restante da obra escrita de Ramiro Barcellos, autor de livros de história, discursos, artigos, poemas e ensaios. Alguns textos são publicados com pseudônimos como Amaro Juvenal (“autor” do Chimango) ou “Dr. Raphael de Mattos”, usado em polêmicas sobre a prática da medicina e as polí�ticas de saúde pública. Como fecho de ouro, o livro apresenta em suas 28 páginas finais um estudo biográfico sobre Ramiro BarGeraldo Hasse cellos.
Redenção, cenário de mini-série Divulgação
Em uma Porto Alegre Marcel Kunzler. O roteiro abandonada e desabitatambém é dele, em parda, um grupo de pessoas ceria com Lucas Miralha. sobrevive em um espaço A série foi financiasubterrâneo do Parque da através do Fundo de da Redenção, sem saApoio à Cultura (FAC), ber se há vida em algum do Governo do Estado, outro lugar da cidade. contemplada no edital Este é o roteiro de Rede 2013, que financiou denção, uma minissérie outras três séries e dez de quatro capí�tulos que documentários. No priestá sendo veiculada no meiro ano, a veiculaespaço Histórias do Sul, ção é exclusiva da TVE, da TVE. Na trama pós como parte do contraapocalí�ptica, o encontro to. Depois, a série deve destes personagens com ser disponibilizada pela um guri chamado Sainternet. muel faz com que eles se As filmagens foram questionem e comecem Poster de divulgação da mini-série feitas em dezembro de a buscar vida fora do calabouço. 2014.Foram mais de 50 profissionais en“A ideia é ser algo bem regionalizado, volvidos na produção. mas com uma pegada de aventura, juntanRedenção está no ar às sextas-feiras do os elementos do gênero com a identifi(dias 8, 15, 22 e 29 de julho), às 20h30, na cação forte com o estado”, explica o diretor TVE, canal 7. Reprises aos domingos, 20h.
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Serão 24 páginas com fotos e ilustrações em cores, formato jornal, grampeado. Um documento para consulta permanente. Para ler e guardar.
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