No Entanto - 80ª Edição

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Edição 80 - Novembro de 2017

Jornal-Laboratório Universidade Federal do Espírito Santo

Especial: Semana de Comunicação 2017

Palestra tira dúvidas de estudantes sobre mercado de trabalho

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Atividades debateram temas como cidadania e ética, universidade e mercado.

Coletivo da Ufes promove o esporte capixaba PÁG9

Resistência indígena é assunto de debate na comunicação PÁG3

Mesa aborda mercado alternativo na comunicação

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Novas mídias: ferramentas e diferentes formas de fazer jornalismo PÁG6

Especialistas discutem a comunicação popular no estado PÁG8


Editorial No Entanto Jornal Laboratorial produzido pelos alunos do 3º período de Comunicação Social - Jornalismo da Ufes para a matéria Laboratório de Jornalismo Impresso Equipe Antonio Eduardo Nogueira, Álvaro Guaresqui, Carla Bianca Nigro, Felipe Khoury, Giovanni Werneck, Giulia dos Reis, Heitor Mielke, Isabella de Paula, José Renato Campos, Kelly Mesquita, Klayton de Melo, Lavynia Lorenção, Ludiana Zucolotto, Lydia Lourenço, Marcela Lovatti, Marcos Paulo Federici, Marcus Vinícius de Souza, Maria Clara Stecca, Maria Fernanda Conti, Marina Coutinho, Matheus Souza e Vitor Pinheiro

Editores Giovanni Werneck, José Renato Campos, Kelly Mesquita , Marina Coutinho.

Diagramação Álvaro Guaresqui, Giovanni Werneck, Kelly Mesquita, Lavynia Lorenção e Matheus Souza Logo Gabriel Moraes Professor orientador Rafael Bellan

A 80ª edição do No Entanto traz, em uma publicação especial, a cobertura da Semana de Comunicação, organizada pelo Centro Acadêmico, que aconteceu na Ufes entre os dias 06 e 10 de novembro. Desta vez, abordaremos os debates e palestras apresentados pelos professores, profissionais e especialistas convidados. Houve discussões relacionadas à falta de visibilidade dos indígenas na mídia e suas crenças em relação à terra, sobre o mercado de trabalho e a crise que enfrentam os comunicadores recém-formados, a importância da comunicação popular, entre outros temas relevantes para a comunicação na atualidade. Ainda nesta edição, vocês conhecerão os principais desafios enfrentados pelos profissionais de comunicação no contexto das novas mídias e as ferramentas criadas para ajudá-los, além de compartilhar experiências do projeto Nude Coletivo, que cobre os eventos esportivos do estado. O No Entanto se propôs a trazer esses assuntos para documentar a primeira Semana de eventos acadêmicos. Os cursos de Comunicação Social se dedicaram exclusivamente à Semana e as atividades em sala foram substituídas por oficinas e palestras de temas relevantes com amplo espectro. Apesar de termos palestras canceladas, alguns atrasos, adiamentos no cronograma e minicursos que fugiram do assunto proposto, os resultados foram alcançados por meio de profissionais qualificados e do esforço dos estudantes envolvidos. A experiência enriquecedora dos debates nos motiva a continuar reservando uma semana no ano para promover a importância da formação do comunicador. A turma.

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No Entanto Edição 80 - Novembro de 2017 semana da comunicação

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Segregação afeta visibilidade indígena na mídia A ausência de representantes nativos na mesa enfatiza a necessidade de reflexão sobre a resistência desses povos na sociedade brasileira

Foto: Reprodução - Funai

Giulia Reis, Lydia Lourenço e Maria Clara Stecca

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niciando a Semana de Comunicação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), no dia 06 de novembro, no auditório do Cemuni IV, ocorreu a palestra “Nações Indígenas: Comunicação e Resistência”, que visou a promoção da reflexão sobre o índio e sua representação na sociedade contemporânea, assim como seu poder de voz na comunicação. índio como algo distante. Isso faz A mesa formada pela publi- com que seja ignorado todo o cocitária Nicole Soares e pelo psi- nhecimento produzido pelas comucólogo João Viana, ambos espe- nidades indígenas remanescentes. cialistas em antropologia, trouxe A palestrante atribui ao protrês imagens referentes ao uni- cesso de colonização europeia a verso indígena: a filosofia indíge- destruição dos nossos recursos na, o direito a terra e o musical, naturais e a subjugação de uma focando na insercultura nativa. “Os índios não Para ela, a solução do índio na estão no nosso ção é olharmos o cultura rapper. passado, mas que as comunidaO evento gerou sim em nosso des tradicionais discussão acerca da presente, e talvez tenham os têm a nos oferefalta de representatividade, indepen- únicos meios possíveis para o cer. “Os índios dência e inserção nosso futuro” não estão no nosdos descendentes so passado, mas dos povos nativos Nicole Soares sim em nosso publicitária ao contexto social presente, e talvez atual. Para João, a tenham os únicos grande dificuldade que enfrentamos meios possíveis para o nosso fué a imagem marginalizada que fa- turo”, afirma a palestrante. zemos dos índios, devido à crença A publicitária ainda ressalta a originada na colonização de uma importância do reconhecimento do falta de cultura, religião e legisla- direito do índio a terra, visto que ção desses indivíduos. antes do descobrimento de nosso Segundo Nicole, ainda temos país ele já era habitado. Com essa em nosso imaginário uma ideia do medida o Estado Brasileiro assume

que a existência indígena antecede a ideia de nação, no entanto, paralelamente negligencia esse grupo, isolando-o do convívio social. Atualmente o Brasil conta com 704 terras indígenas, com mais de 150 línguas diferentes. Apesar disso, o pensamento e a figura desses povos está ausente não só da mídia como também da mente das pessoas, tornando essa população não só uma minoria quantitativa como também uma minoria social. Além disso, a ausência de um indígena na mesa de debate, que foram impossibilitados de comparecer devido a não liberação pela instituição que trabalham, evidencia a falta de autonomia dessa parcela da sociedade. A Ufes oferece através do PROLIND (Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas) capacitação de professores que atuam em escolas indígenas de educação básica.


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No Entanto Edição 80 - Novembro de 2017 especial

“Mercado I: me formei… e agora?” traz experiência de egressos Foto: José Renato Campos

Evento recepcionado na Ufes discute questões relacionadas ao término da graduação e seus desafios no mercado José Renato Campos, Klayton Melo, e Marcela Delatorre

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a terça-feira, 07, a Ufes recepcionou três estudantes formadas pela Ufes e atualmente profissionais nas áreas de jornalismo, publicidade e propaganda e audiovisual para a mesa “Mercado I: me formei… e agora?”, no auditório do Cemuni IV, localizado no Centro de Artes. A discussão do tema proposto pela mesa girou em torno das experiências acadêmicas e de mercado que as três palestrantes, Esther Radaelli, jornalista e produtora do programa Jornal do Campo, da TV Gazeta; Ivana Ribeiro, publicitária e redatora da agência Balaio; e Maria Grijó, cineasta e sócia da produtora Ventania, tiveram ao longo dos anos. Iniciado por Esther, formada pela Ufes, em 2014, o debate começou trazendo experiências da jornalista como produtora e edi-

tora à frente do Jornal do Campo. Após a apresentação pessoal, foi o momento de se aprofundar na dificuldade de se inserir no mercado jornalístico. Segundo Esther, o período não é dos mais fáceis, porém existem oportunidades. “Nós não estamos numa área fácil, mas fizemos essa escolha sabendo disso. Temos que ter esperança e acreditar no mercado. O jornalismo vai continuar existindo”, destacou a produtora. Logo após, Ivana trouxe ao debate uma série de dicas que podem ajudar os estudantes como futuros profissionais do ramo. Entre elas, a publicitária citou a importância de estimular relacionamentos na área e de encontrar boas referências no mercado. A mais relevante, porém, foi a influência da universidade na construção do profissional. “A gente acha que só há aprendizado no mercado, e não na universidade. Mas quando você se insere no mercado, existe

uma falta da faculdade. Os seus amigos de classe e os próprios professores têm muito a lhe proporcionar”, apontou Ivana. E quem finalizou a conversa foi Maria, que se formou na Ufes, em 2015, e foi a única a criar o seu próprio empreendimento. Na mesma toada de Ivana, a cineasta destacou a importância que a universidade tem na criação de um profissional do ramo. Segundo ela, o papel-chave da faculdade no audiovisual é o fato dela proporcionar que o estudante experimente diversas áreas que cercam a produção de um trabalho.“Cinema, publicidade e jornalismo têm várias áreas de atuação. E todas elas são importantes na realização de um filme. E a universidade é importante por isso, porque no mercado é difícil. Quando você faz três filmes como produtor, o mercado te vê como produtor. É muito difícil você transitar entre as áreas”, explicou Maria.


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Palestra sobre Mercado Alternativo retrata o cotidiano jornalístico Repórter de moda Dudu Altoé e a jornalista sindical Elaine Delgogo expõem suas trajetórias profissionais

Foto: Giovanni Werneck Giovanni Werneck, Isabella de Paula, Lavynia Lorenção e Matheus de Souza

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segundo dia da semana de comunicação UFES 2017 atraiu a atenção do público com a palestra sobre mercado alternativo, que recebeu dois palestrantes do estado, Dudu Altoé e Elaine Delgogo, para relatarem a dinâmica do dia a dia dentro das instituições em que atuam, as dificuldades da carreira e o desenvolvimento dos novos meios de comunicação. O jornalista de moda, colunista da Gazeta e blogueiro, Dudu Altoé, contou sobre a sua trajetória até se tornar um profissional da área e explicou como funciona a carreira da moda dentro da comunicação, destacando que a criação de um blog pessoal foi importante para o crescimento de sua ima-

gem. “Antes mesmo de eu cursar jornalismo, incentivado por amigos do Rio de Janeiro, eu criei um blog que acabou abrindo espaço para conhecer pessoas que trabalham com moda e comunicação”. Ainda, Dudu enfatizou que há uma diferença entre o que se aprende na faculdade e na prática, segundo sua experiência. “Quando iniciei o processo de profissionalização do blog, decidi realmente fazer jornalismo porque já atuava na área de editoria e assessoria e cursando comunicação percebi que a realidade do profissional jornalista é muito diferente do que é ensinado nas faculdades”. O blogueiro considera que com o avanço da internet, os meios de comunicação tradicionais estão em decadência, sendo substituídos pelos blogs e redes sociais, que possuem também a finalidade

de informar as pessoas sobre os acontecimentos do mundo e que hoje no meio digital é necessário para o jornalista entender de relações públicas, pois busca-se um relacionamento com o público para o alcance de leitores. Outro tema da palestra foi o jornalismo sindical, que mostrou o contexto de quem trabalha e estuda esse assunto. A jornalista Elaine Delgogo, especializada em comunicação empresarial e sindical, relatou como surgiu o interesse pela área. “Quando eu cursei jornalismo aqui na UFES, o meu sonho era trabalhar com jornal impresso, mas acabei me envolvendo com o movimento estudantil e isso mudou a ideia inicial que eu tinha”. Após o término da graduação, Elaine atuou em sindicatos do estado e também em empresas, com jornalismo empresarial, mas o contexto sindical a atraiu mais e hoje ela trabalha nesse campo e realiza um mestrado em comunicação e territorialidades na universidade. A jornalista sindical ainda falou sobre assédio dentro do local de trabalho. “Muitas pessoas acham que trabalhando em sindicato você nunca vai sofrer com abuso de autoridade e assédio. Isso é um mito! Nos sindicatos também existem esses problemas que devem ser combatidos assim como em qualquer outro ambiente”. Durante a semana, outros temas como esses foram discutidos entre alunos e profissionais na universidade.


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No Entanto Edição 80 - Novembro de 2017 especial

Novas mídias modificam as práticas jornalísticas

Foto: Mariana Cristina

Palestra debate as novas formas de comunicação criados pela internet e o que o jornalismo tem feito para se adaptar à era digital Álvaro Guaresqui, Felipe Khoury e Kelly Lacerda.

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surgimento da internet provocou profundas mudanças no mercado da comunicação. Essa nova realidade trouxe inúmeros desafios que precisam ser compreendidos e enfrentados pelos profissionais da área. Para debater essas mudanças, a Ufes recebeu no dia 09/11, o jornalista e coordenador do Google News Lab no Brasil, Marco Túlio Pires, dentro da programação da “Semana de Comunicação”. O jornalista ministrou a palestra “Desafios da Comunicação: Novas mídias” e abriu um espaço de diálogo junto com os estudantes sobre as novas ferramentas de comunicação que estão aparecendo no mercado. O coordenador do Google News Lab destacou alguns pontos que, para ele, são os principais dilemas a serem enfrentados pelos profissionais: a verificação e credibilidade das notícias, o jornalismo de dados, o jornalismo imersivo, a questão da

diversidade no jornalismo e ainda apresentou os trabalhos que estão sendo desenvolvidos pelo Google nessas áreas para auxiliar os profissionais da comunicação. Com a popularização das redes sociais, mais pessoas estão tendo a oportunidade de se expressar, o que ocasionou em um aumento considerável do número de indivíduos participando dos debates e, segundo o jornalista, é aí que surge um grande desafio. “É cada vez mais difícil diferenciar o que é verdade e o que é mentira. Você tem uma oportunidade muito grande de um lado e um desafio imenso de outro”, destaca. Marco Túlio observa que manter a credibilidade dos veículos de comunicação nesse cenário de proliferação das fake news (notícias falsas) é bem complicado. Os sistemas de checagem de notícia ainda despontam e não trazem uma solução por completa, todavia eles ainda são poucos e a maior parte dos jornalistas ainda não estão preparados para utilizar essas ferramentas.

Outro ponto abordado pelo jornalista é o espaço que o jornalismo de dados tem ganhado. Ele pontua que esse tipo de jornalismo não é recente, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que tornou o direito ao acesso à informação um direito universal, e aqui no Brasil, a aprovação da Lei de Acesso à Informação em 2011, fez crescer o acesso da população ao que os governantes estão fazendo. Para Marco Túlio, está aí a importância do profissional de jornalismo, levar à população a interpretação dessas informações disponíveis. “ A gente não pode cobrar do cidadão comum entender e interpretar essas bases de dados”, pondera o jornalista. Ainda sobre o tema, Pires alerta que a mentalidade dos jornalistas deve mudar. Segundo ele, existe um paradigma no meio profissional que deve ser revisto. “Imagina a gente falar de análise de dados, como o jornalismo de dados está entrando no jornalismo tradicional, e a gente falar que não gosta de matemática? Acabou isso! Tra-


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balhar com jornalismo de dados é importar técnicas outros. “Isso (a diversidade na web), não quer dizer de outras áreas”, destaca. que as vozes que são sub-representadas participam O coordenador do Google Lab analisa que o jorna- do grande debate midiático”, constata. lismo imersivo também traz consigo o desafio de se As grandes organizações que lideram o debate, aproximar de outras áreas de conhecimento, há uma re- ao deixar de ouvir e dar voz a esses grupos, estão configuração do papel do jornalista no cenário digital. perdendo a chance de tornar suas matérias mais inNesse modelo, o profissional deve ir além, é necessário teressante e até mesmo de conseguir uma maior auque o jornalista se aproxime cada vez diência. Pires destaca que quando os “A palestra foi jornalistas deixam de fazer esse pamais da informática, que ele saiba diamuito enrique- pel de inclusão, outras pessoas irão logar com os computadores. Mas essa cedora. Fazer nova forma de fazer jornalismo ligada contar essas histórias. novos cursos, se aos avanços tecnológicos, à realidade Além dos pontos que para ele adaptar, eu acho que é esse o virtual e aumentada (uso de drones, cesão os principais desafios dos pronários em 3D), também tem trazido de- maior desafio mesmo” fissionais de comunicação, o jorsafios éticos, editoriais e técnicos que nalista afirma que a mudança da ainda precisam de respostas. “Esses Heloísa Bergami cultura interna das redações é uma meios estão apresentando essas ques- estudante de necessidade. Ele questiona o fato jornalismo tões agora. A gente ainda está vivendo de que com a internet as redações essa fase de transição e consolidação”, deixaram de produzir notícias com afirma Marco Túlio. conteúdo de serviço público para produzir notícias O último ponto destacado por Marco Túlio foi a que buscam apenas cliques. Para ele, as notícias Diversidade no Jornalismo. Para ele, o grande desafio devem ser medidas por seu impacto, e não pelo núhoje é dar voz aos vários grupos existentes. Apesar da mero de cliques. “Hoje tem esse efeito colateral, democratização da internet ter permitido que muitos você tem que construir o seu conteúdo em cima de participem do diálogo, ainda falta diversidade em vá- volume de clique. Isso tem um efeito colateral tórias esferas: geográficas, de gênero, idade, cor, entre xico”, conclui Júlio.

Áreas temáticas Google News Lab Verificação e Credibilidade: Verificar informações on-line usando as mais recentes ferramentas táticas digitais, a fim de melhorar a qualidade dos produtos jornalísticos.

Jornalismo Imersivo: Uma promessa em relação às novas tecnologias, como realidade virtual, AR e drones. Propõe um novo jeito de fazer jornalismo.

Jornalismo de Dados:

Diversidade no Jornalismo:

Google Trends - um dos maiores conjuntos de dados publicamente disponíveis na internet hoje e outras ferramentas de análise e tabulação de dados.

Braço responsável em dar voz às perspectivas sub-representadas, apoiando assuntos muitas vezes esquecidos e pouco divulgados na mídia.


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No Entanto Edição 80 - Novembro de 2017 especial

Mesa evidencia os desafios da Comunicação Popular no estado Especialistas explicaram o funcionamento e a importância da comunicação popular

Ludiana Zocolotto, Maria Fernanda Conti, Marina Coutinho

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liberdade de expressão e o trabalho democrático em grupo. Esses foram os pontos centrais da palestra sobre comunicação popular, que aconteceu no último dia (10) da Semana de Comunicação promovida pela Universidade Federal do Espírito Santo. O debate contou com a presença da mestre em Comunicação e Territorialidades, Marialina Antolini, e o participante do projeto “Rádio Escola”, que está em fase de aprovação pela Secretaria de Cultura do Estado, Jorge Bittencourt. A comunicação popular, também chamada de comunicação comunitária, é, por princípio, democrática: nela há liberdade na escolha dos conteúdos e as decisões são efetuadas por um grupo que pode derivar de movimentos sociais - por exemplo, a causa negra, a LGBT+. Independente dos produtores, há um consenso sobre o que esse tipo de

por questões burocráticas no processo de concessão, em que, “para cada processo aprovado, cinco são arquivados, e 80% dos projetos arquivados são relativos a alguma exigência burocrática”, ela aponta. Como exemplo de projeto atuante no ramo, o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) propôs à Secretaria de Cultura do Estado (Secult) a “Rádio Escola”, programa que visa a criação de rádios dentro Foto: Maria Fernanda Conti de escolas municipais de Vitória. O objetivo do projeto, segundo Jorge, processo busca: ouvir e fazer a voz é reconhecer crianças e adolescentes de todos ser ouvida. Mas, segundo como produtores culturais, integrana professora Marialina, quando as do-os em um meio radiofônico que decisões desse tipo de veículo são geralmente é comandados por adullideradas por uma única pessoa, este tos. Os estudantes seriam os responmeio não pode ser classificado como sáveis pela rádio, sem a interferênuma forma de comunicação comuni- cia dos professores na coordenação tária. “Se uma rádio de bairro é li- e na elaboração de pautas. Além de derada por algum “vereador, líder de apresentar aos adolescentes a área da comunicação e igreja, ou por favorecer a conviqualquer outra Segundo pesquisa feita pela vência de trabalho pessoa (mesmo Associação Mundial de Rádios em grupo, aprenque seja o líder Comunitárias (Amarc), o tempo médio para conseguir uma dendo a respeitar do movimento licença de funcionamento é de as diferenças dos negro da re3,5 anos. integrantes da gião), isso não equipe, é também é comunicação um instrumento popular. É soeficaz no diálogo sobre questões da mente participação local”, conclui. Diferentemente das rádios clan- instituição. “A ‘Rádio Escola’ deve destinas, que são veículos comer- focar no ensino, e não em questões ciais que atuam sem autorização, as que estão fora da escola. Lógico que comunitárias caracterizam-se por a política está sendo desenvolvinão possuir fins lucrativos e pela da dentro da escola também, mas o baixa potência de transmissão. Ma- foco é na educação desses meninos. rialina também afirmou que essas Eles estão sendo moldados ainda”, rádios sofrem repressão e censura relata Jorge.


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Foto: Reinaldo Fonseca

Projeto de extensão dá visibilidade ao esporte capixaba

Estudantes de Comunicação experimentam a prática jornalística. Heitor Mattedi, Marcus Vinícius e Vitor Pinheiro

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a terça feira, dia 7, foi a vez da apresentação do Núcleo Universitário de Esportes (NUDE Coletivo) entre as oficinas da Semana da Comunicação 2017 realizada na UFES Goiabeiras. O NUDE é um projeto de extensão regido em maioria por alunos de Comunicação Social da UFES. O objetivo é fazer coberturas esportivas no estado. Os encarregados de apresentar o projeto no evento foram os estudantes de comunicação social José Renato Siqueira (Globoesporte.com) ex-membro da equipe e Beatriz de Paula, atualmente em atividade pelo coletivo. O projeto surgiu durante uma aula de jornalismo esportivo, na UFES, em que alunos e professores sentiram a necessidade de dar visibilidade ao esporte capixaba. Nascia assim o NUDE, em Agosto de 2016, com cerca de 10 alunos e os professores Fábio Mali e Fábio Gouveia. Em 2017, o professor Pedro Marra assumiu a função de orientador da extensão universitária. Desde seu surgimento, o NUDE fez diversas coberturas em estádios do ES, inclusive no Kleber Andrade, com jogos importantes do campeonato sul americano e brasileiro, copa ES e amistosos de times

capixabas e cariocas. Além disso, há várias matérias sobre clubes brasileiros de futebol, jogos de Vôlei de quadra e de praia, Beach Soccer, Futsal, Futebol Americano, Bodyboard e Remo. O projeto busca oferecer a experiência da cobertura jornalística, levando os integrantes à campo. Essa vivência transcende o âmbito da sala de aula, além de ser um adicional para ingressar no mercado de trabalho, pautou Beatriz. “Ainda que seja um trabalho totalmente por conta própria, já que a universidade não nos fornece nenhum apoio financeiro ou algum tipo de bolsa para auxiliar no projeto, o NUDE nos dá uma noção de como realmente é o fazer jornalístico”, comenta a estudante. José Renato lembra que apesar das dificuldades pela falta de apoio e de arcarem com todos os gastos como transporte, alimentação e estadia, a equipe fez duas viagens, para cobrir a final do campeonato capixaba de futebol e da copa ES respectivamente, ambas em Cachoeiro de Itapemirim. O trabalho do NUDE coletivo se concentra principalmente nas redes sociais e no site oficial, onde vêm conseguindo notoriedade, e é postado todo o conteúdo produzido pela equipe. O grupo conta com cerca de 1200 curtidas em sua página do facebook, e 200 seguidores em seu perfil no twitter.


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