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Edição nº 70 Setembro 2016
Jornal Laboratório Universidade Federal do Espírito Santo
Sobra de vagas na Ufes págs. 06 e 07 Foto: Matheus Andreatta
Projeto Boca a Boca: Cultura e Arte nas comunidades pág. 03 Violência e insegurança na Ufes causam medo aos universitários págs. 10 e 11
Sisu, qual é a “real”? págs. 04 e 05
Juventude fora da escola págs. 12 e 13
Orientação Vocacional: uma orientação para o vestibulando págs. 08 e 09 Conecte-se às nossas mídias sociais pág. 14
02
No Entanto
Editorial Há um ano e meio esse jornal deixou de dar o ar de sua graça. Foram tempos difíceis para o curso de Comunicação Social da Ufes. Mas, porém, contudo, todavia, no entanto, tudo que é bom volta. Renasce, ressurge ainda melhor. Essa é a nossa pedida, a nossa proposta e a nossa intenção. Para esta edição queremos propor uma visão diferente. Assuntos um tanto quanto curiosos para muitos. Queremos, na verdade, é apresentar a Ufes aos seus futuros alunos. A ideia partiu depois da nossa reunião de pauta. Percebemos que há dúvidas até quanto ao valor cobrado para estudar na Ufes. E nós respondemos: aqui é de graça! Todos podem fazer uso da Universidade. E acreditem, há serviços para toda comunidade. Pretendemos mostrar que a Universidade é efervescente. Que há projetos, há cultura, há atendimentos e que ela, diferente do que muitos pensam, é acessível a todos. Vale lembrar que em um ano e meio podem acontecer tantas coisas. Pessoas nascem, outras partem. Times de futebol caem para segunda, terceira, quarta divisão. Outros sobem. Golpes são dados, democracias são colocadas em jogo e novos futuros jornalistas surgem. E nós somos estes futuros jornalistas. Somos a 2015/2 de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo (e alguns veteranos). E esse é o nosso trabalho. Leiam, releiam, questionem, indagam e aproveitem, porque o No Entanto voltou para ficar. A Turma.
Jornal experimental do curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal do Espírito Santo. Produzido por alunos do 3º período. Avenida Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória. Professor Orientador: Rafael Paes Henriques. Apoio: Nadine Alves. Edição: Carol Kobi, Thaísa Côrtes, Vinicius Nery. Diagramação: Ana Julia Chan, Ana Luísa Monteiro, Henrique Mascarenhas Andreão, Richele Ribeiro. Fotografia: Matheus Andreatta, Lydia Spinassé. Equipe: Ana Julia Chan, Ana Luísa Monteiro, Ângelo Parrella, Bernardo Barbosa, Bruna Pereira, Camila Nascimento, Carol Kobi, Carolina Moreira, Daniel da Gama, Daniella Camilo, Danielle Gonçalves, Eliza Rebeca Frizzera, Gessica Loureiro, Henrique Mascarenhas Andreão, Isabela Marquezi, Israel Magioni, Jerusa Gomes, Lorraine, Luana Dangelo, Lydia Spinassé, Marina Amorim, Matheus Andreatta, Nelson Aloysio, Olga Samara, Paulo Marcos, Richele Ribeiro, Silvia Fonseca, Thais Marchesi, Thaísa Côrtes, Thamara, Vinicius Nery.
Críticas, sugestões, elogios? /JornalNoEntanto noentantojornal@gmail.com
Cultura
03
Projeto Boca Cultura
a
Boca: :
e arte nas comunidades
Foto: Matheus Andreatta
Na pracinha de Itacibá, em Cariacia, jovens do Projeto Boca a Boca se reunem em mais uma roda de rima.
Projeto Boca a Boca traz novas perspectivas aos jovens de comunidades Marina Amorim, Thais Marchesi, Daniel da Gama e Ângelo Parrella
A Cultura Hip-Hop vem ocupando cada vez mais seu espaço no Espírito Santo. Uma ferramenta efetiva de disseminação desse movimento tem sido o Projeto Boca a Boca, que se utiliza de diversos elementos do hip-hop para levar arte, cultura e lazer às comunidades periféricas da Grande Vi t ó r i a . C r i a d o e m 2 0 11 d e f o r m a i n d e p e n d e n t e , a i n i c i a t i v a ainda busca proporcionar visibilidade e oportunidades a jovens músicos e artistas, para que mostrem e desenvolvam suas habilidades e expressem suas opiniões. O Projeto é uma das maiores referências na manifestação da cultura hip hop capixaba, funcionando como alternativa para adolescentes e jovens que vivem em comunidades carentes e negligenciadas pelo poder público. Pela falta de estrutura e oportunidades, estas pessoas poderiam acabar se envolvendo com a criminalidade, mas passam a ver no Projeto outra perspectiva de vida através da cultura. O Projeto Boca a Boca é uma ferramenta de empoderamento da comunidade como um todo. As batalhas de MCs são duelos de improvisação que podem ser classificadas como de “conhecimento” ou de “sangue”. Segundo a revista Arruaça da faculdade Cásper Líbero, na primeira, os MCs desenvolvem as rimas a partir de temas que podem ser pré-estabelecidos pelos organizadores, ou escolhidos pela plateia no momento do evento. Já na segunda, os MCs devem atacar verbalmente o seu
adversário. O que mais se destaca é o teor politico e de crítica social. As ações ocorrem toda sexta-feira, sempre em uma comunidade diferente, buscando utilizar o espaço urbano da melhor forma possível, ocupando praças, parques municipais e outros lugares públicos, realizando batalha de MCs, rodas de rima, poesia, grafitti, etc. Isso deixa na comunidade a perspectiva de que a arte e cultura urbana são ferramentas poderosas na transformação social. U m d o s p a r c e i r o s d o B o c a a B o c a é o I n s t i t u t o Ta m o Junto, criado a partir do Projeto Rede Jovem da Prefeitura M u n i c i p a l d e Vi t ó r i a , O N G “ f o r m a d a d e j o v e n s p a r a j o v e n s que desenvolve intervenções urbanas juvenis através da arte, cultura, meio ambiente, esporte e lazer”. Através de diversas linguagens urbanas, o Instituto se utiliza da mobilização, articulação e fortalecimento de redes juvenis com o objetivo de que o jovem seja autor de sua história de vida e que seus olhares, pensamentos e ações sejam vetores de desenvolvimento comunitário. Quem frequenta afirma que o Projeto tem uma influência muito forte. Considerada a maior batalha de rap do Estado, as ações do projeto servem de trampolim para jovens que desejam c o m e ç a r u m a c a r r e i r a p r o f i s s i o n a l . A l g u n s g r a n d e s M C ’s capixabas tiveram o primeiro contato com o rap nas batalhas do projeto.
Batalha de conhecimento x Batalha de sangue Rimas improvisadas a partir de temas sugeridos pela plateia ou pelos organizadores
Batalha com o intuito de atacar verbalmente seu adversario
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Política de Acesso e Permanência
Sisu, qual é a “real”?
Henrique Mascarenhas Andreão, Carolina Moreira, Paulo Marcos.
Foto: Matheus Andreatta
“Passei no vestibular!” “Partiu facul!” são legendas comuns em fotos com pessoas pintadas no Facebook. Elas realizaram o sonho de muitos: entrar no ensino superior. Alguns vão para outro estado, outros vão para particulares, mas o desejo de quase todos é estudar em uma instituição pública. Entretanto, para entrar na maioria das universidades públicas é preciso estar atento ao Sisu. Mas afinal, o que é o Sisu? O processo de inscrição no Sisu é todo feito pelo site oficial (sisu.mec.gov.br).
O que é o Sisu? O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) é um programa do Governo Federal que seleciona estudantes para ingressarem nas universidades estaduais ou federais e institutos federais. Mais de 220 mil vagas são ofertadas pelas 140 instituições de ensino superior público que utilizam o Sisu. O processo de seleção acontece duas vezes por ano (uma vez por semestre) e é todo feito pela internet. Para participar da seleção você precisa ter feito o Enem do ano anterior e não ter zerado a redação.
Críticas
O que é o Enem? O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma prova que avalia o nível de conhecimento de estudantes do ensino médio, vale destacar que o programa não se restringe apenas a estudantes. O teste é realizado durante dois dias e possui 180 questões, mais a redação. O primeiro dia contém questões de Ciências Humanas e Ciências da Natureza, enquanto o segundo abrange perguntas de Matemática e Linguagens, além da produção de texto.
A prova é muito criticada por ser extremamente cansativa (4 horas e meia no primeiro dia e 5 horas e meia no segundo dia) e por ter sido fraudada algumas vezes. Além disso, a qualidade do ensino médio das escolas públicas brasileiras não condiz com o nível do Enem, o que dificulta a entrada desses estudantes nas universidades.
“Olho no lance!” Suponha que você tenha acertado a mesma quantidade de respostas que um concorrente. Vocês tirarão a mesma nota? As chances são mínimas. A Teoria de Resposta ao Item (TRI), sistema que o Enem adota, avaliará o nível das questões que você respondeu, interpretando se você “chutou” algumas. Acertar questões mais fáceis e errar as difíceis é melhor do que acertar as difíceis e errar as fáceis. Sua nota pode diminuir ou aumentar com o TRI, mas tirar zero em uma questão é bem pior, por isso, caso não saiba a resposta, nunca deixe em branco, “CHUTE”!
Como participar do Sisu? Após ter feito o Enem, fique atento às datas! As inscrições para participar do Sisu normalmente ocorrem no início de janeiro e no final de maio. Ao entrar no site (sisu.mec.gov.br) e fornecer seu número de inscrição e senha do Enem você poderá selecionar se optará pelo sistema de cotas ou pela ampla concorrência, e escolher dois cursos de acordo com sua preferência. Depois é só acompanhar as notícias, os pontos de corte, e ver os resultados para se matricular presencialmente!
Lista de espera
4,8%
60 das 63 universidades federais aderem ao Sisu integralmente ou parcialmente. As outras 3 são as federais de Santa Maria, Rio Grande do Sul e do Oeste do Pará. *Dados: Sisu
Universidades federais que aderiram ao Sisu 95,2%
Caso não tenha passado na primeira opção ou em ambas você poderá entrar na lista de espera e continuar tentando uma vaga. Normalmente muitos estudantes não passam na chamada regular e são chamados depois. Por isso, fique atento às listas de chamadas da instituição que você escolheu!
Política de Acesso e Permanência
05
“Meta o pé” na estrada!
Ufes e Sisu
O Sisu te oferece a chance de sair do seu estado para estudar. Você entrará em contato com culturas e pessoas diferentes, e poderá participar de outras diversas atividades que as instituições públicas te oferecem. Mas nem tudo são flores: a adaptação a uma nova vida é difícil, e muitos não têm condições de se manterem em outro estado, o que causa evasão de universitários. Muitas vezes o estudante precisa trabalhar porque algumas universidades não oferecem uma bolsa satisfatória que cubra todos os gastos. Na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) o maior auxílio que a Instituição oferece é de 310 reais, que inclui passagem, alimentação e moradia. Esse valor
não consegue pagar o valor de uma república para o estudante morar, o que obriga ele a trabalhar e não participar ativamente das atividades universitárias, impondo uma rotina cansativa e causando desistência de curso. Portanto, antes de decidir mudar de estado, procure saber sobre as bolsas que sua futura universidade poderá oferecer para você. O universitário Eric Yazaki utilizou o Sisu para ingressar no curso de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e afirma que não teve dificuldades na mudança por já ter duas irmãs morando no estado. Entretanto, ele diz que “Apesar de tudo, avalio o deslocamento como o maior problema apresentado para todos os demais colegas que mudaram de estado. A solidão inicial, acompanhada das incertezas que me angustiavam sob o véu de liberdade que pairava sobre minhas inseguranças tornaram minha estadia sufocante”. O estudante ainda completa dizendo que, apesar desse choque inicial, ele conseguiu se adaptar e gostar do espaço e da vida de carioca.
causa da qualidade do ensino. Além da concorrência dos alunos dos cursinhos particulares, terão também a disputa com alunos de todo o Brasil. “Nossas chances serão menores, isso acaba tirando a nossa oportunidade”. Elas relatam que os 32 colegas de sala vão tentar ingressar na Ufes. Entretanto, grande parte já enxerga a Universidade como um plano B, e vão tentar tirar uma boa nota no Enem para conseguirem bolsas em faculdade particulares. Já Eric, apesar de compreender o questionamento dos capixabas, é favorá-
vel ao Sisu, afirmando que cabe aos movimentos estudantis cobrarem a melhoria no sistema de acomodação e bolsas para que todos estudantes tenham acesso à Universidade, sem privilégios e exclusividade aos moradores do estado. Ele ainda completa com uma crítica: “antes do estudante pertencer a um estado x ou y, ele é brasileiro. A rivalidade que essa discussão vem gerando aparenta carregar um sentimento xenofóbico com aqueles que pertencem a outros estados, vistos como invasores”.
Foto: Matheus Andreatta
Após dois anos de debates entre alunos, professores, reitoria e sociedade, a Ufes decidiu tornar o Sisu a única forma de ingresso na universidade. A partir de agora, as 4284 vagas dos 98 cursos oferecidos pela Ufes terão como único processo seletivo o sistema oferecido pelo Ministério da Educação. A adesão tem gerado muita discussão na população capixaba. Para o estudante David Baldotto Demoner, aluno de um curso preparatório particular em Vitória, o Sisu é uma boa ideia, mas muito mal aplicada, como tudo no país. Ele critica as condições desfavoráveis de grande parte dos candidatos: “o estudante de escola pública muitas vezes tem de trabalhar para ajudar na renda familiar e por isso não tem condições de mudar para outro estado para estudar, ele não teria condições de se manter na universidade”. As irmãs gêmeas Larissa e Lauana Bronow, alunas de uma escola Estadual em Vitória, compartilham do mesmo pensamento contrário ao Sisu. Na visão delas, o aluno de escola púA adesão ao Sisu provocou diferentes opiniões na Ufes: pichação no campus de Goiabeiras comemorando o novo processo blica já entra na dispuseletivo. ta em desvantagem por
06
Cursos
Foto: Matheus Andreatta
Gemologia é o curso com a maior sobra de vagas
Existe Ufes além de Direito, Medicina e Engenharia Pra quem não se identifica com essas profissões, ou acredita não ter estudado o suficiente para passar em processos seletivos muito concorridos, temos uma boa notícia. Bernardo Barbosa, Gessica Loureiro e Jerusa Gomes
A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) oferece, atualmente, A estudante Christiane Maia de 18 anos, concluiu o ensino médio em 101 cursos de graduação. O que poucos vestibulandos sabem é que, 2015, mas ainda não iniciou os estudos em uma Universidade. Christiane desses 101 cursos, há àqueles cuja procura é menor que a quantidade nos contou que deseja trabalhar em laboratório e que também se intede vagas ofertadas. Ou seja, há cursos com vagas sobrando na Univer- ressa por sociologia. A jovem, entretanto, afirma ter muitas dúvidas, por sidade, galera! considerar a área “difícil”. Para quem está na reta final do ensino médio, escolher um curso É recorrente entre os estudantes que almejam uma vaga na Ufes se torna um grande dilema. E a questão mais recorrente entre os es- aquela velha história de achar que o acesso à Universidade é complicatudantes nessa etapa é saber qual decisão mais do. A verdade é que não é bem assim. acertada tomar. Já adiantamos que a informação A estudante do terceiro ano do Ensino Médio, é o melhor caminho. O estudante precisa conheStela Klipel, de 16 anos, contou que só conhecia a cer acerca das diversas carreiras existentes e o Ufes por nome. Segundo a jovem, ela não tem inmercado de trabalho delas. Uma vez que escoteresse em entrar na instituição, pois a Universidalher uma profissão baseada somente no que se de não oferta o curso que deseja. “Não tem o curso imagina que ela seja pode trazer certas surpresas que eu quero fazer, que é Comércio Exterior. Escolhi desagradáveis no futuro. esse curso porque eu sempre gostei de AdministraAlgumas questões precisam estar bem esclação”. À reportagem, Stela se mostrou surpresa ao recidas para que o jovem possa ser protagonissaber quantos cursos são oferecidos e lamentou ta na escolha da profissão: como é o campo de não ter o que quer entre os 101. trabalho de determinada profissão? Quais são as Já o estudante do segundo ano do Ensino MéZenólia Christina C. Figueiredo disciplinas do curso que pretende fazer? Saber o dio, Lucas Peixoto, de 16 anos, pretende, no próPró-reitora da Ufes que ela exige do profissional. ximo ano, concorrer a uma vaga da Ufes. Lucas A pró-Reitora de Graduação da Ufes, a Prof.ª Drª quer prestar vestibular para o curso de Jornalismo e Zenólia Christina Campos Figueiredo, informou que são três os motivos adiantou que essa escolha foi baseada no que ele gosta de fazer. “Meus principais para alguns cursos não preencherem todas as vagas: primeiro, critérios para a escolha do curso são com base no que eu gosto de fazer. os estudantes desconhecem a existência desses cursos; segundo, Me identifico com o trabalho do jornalista, gosto de interagir com o públimuitos acreditam não ter condições de passar; e por fim, ela considera co”. Outro fator também, segundo Lucas, foi o fato de ter afinidade com as provas específicas da segunda fase do vestibular como fator que as matérias que o curso disponibiliza. O jovem, porém, não conta com pesa na escolha dos alunos, pois muitos escolhiam não por identificação o apoio da família. Sua mãe prefere que ele faça um curso técnico por com a profissão, mas por facilidade em determinadas matérias. A partir “ser mais rápido para conseguir um emprego”. Lucas também não sabia deste ano, a Ufes deixa de aplicar o Vestibular e passa a ter como única das opções de cursos que a Ufes disponibiliza e nos disse que, caso não forma de seleção o Sisu (veja como o sistema funciona na reportagem tenha nota para passar no curso que deseja, buscará por cursos que não da página 04). tenham matemática.
“ Muitos acreditam não ter condições de passar ”.
Cursos
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Conheça um pouco sobre alguns cursos que sobram vagas na Ufes omia Bibliotecon m 53 vagas)
brara trador (Noturno, so o um adminis m co a lh a b a o tr a informaO bibliotecári ssa e divulga ce ro p e u q s, rmações de dado azena as info rm a , ca ifi ss a rgação. Ele cl o. Analisa e o çã le se e a sc u mes e orienta na b ntos, fotos, fil e m cu o d s, a vist e planejar, niza livros, re sponsabilidad re a su e d É formae vídeos. sistemas de in r a ci n re e g e que implementar e mídias para d s e rt o p su s ro . ção, preserva mpo e ao uso resistam ao te m línbásicas inclue s a lin p ci is d s . As No curso: a ria e literatura tó is h s, lê g in sa, formação, gua portugue registro da in o d a ri tó is h s, biblioteespecífica mento e das ci e h n co o d l iços história socia dexação, serv in s, re ito le e d da inforcas, formação o e arquitetura ss ce a e d e o de provisã mação. nos os aumentou lic b ú p s o rs ncu m órgãos A oferta de co el trabalhar e ív ss o p É s. o o Tribuúltimos an a da União e lic b ú P a ri so n como a Defe da União. nal de Contas
Gem A Ge (Vesper olo tino molo sobr gia gia é prec ara ios a cade as”. O pr ciência q m 67 va capa ias prod ofissiona ue estud gas) uti ze a l gem s de atua vas do m trabalha as “pedr as e a e joias r na iden ercado d m todas s ção, , ej tifi as a c e con ravação brangend cação e oias. São e a o f v alia a la come ecção d certifica ção d pidação ção de e joia rciali ,g za s ção, e inova ção, inc ; artesan gemas; raval a d u ç t esign i ã o n on do em laudo s em a cadeia importaç minera is ã p mine rais b rodutiva, o e expo ; No c rta pe rutos Ciên urso: as e lap squisas cias i e á d ados mia e Sociais reas de c . on , com emp aulas disci hecimen de M reended plin to s técni o i cas d neralogia rismo. G as como ão as e e e lap idaçã e Gemolo ociência conos, co o, de gia. A m se rt joias nho e m ística, co onta . gem m de
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ional c a p u ia Oc ram 24 vagas) a atividaTerap bra reg
emp s al, so (Integr ional estuda e to de distúrbio c n e me upa no trata es emocionais euta oc t a O terap balho e lazer s id tra s e ativ íe desaju des de u mentais e d iza tecnologia iv e ind o nal util nomia d cial em io o físicos t s u s a fi o a r .Op ida so mover sociais ara pro integrar-se à v mocionais. p s a s r e e des div dificuldade de , mentais ou s o m ic o s c í as f o duos problem linas sã e ip d c is o d ã z s ra úde a ém na o tamb a da Sa d e r n á e t a , d anas rso: iologia ias Hum são c n No cu , fisiologia e b iê c ia as das nte as aulas anatom icular disciplin e za ssionali de psiquiatria e urr fi c o r e p d a e r t g as ar od is. Na p cional nas áre são artística p e Socia a s p e r u pia oc a. Exp tico. de tera mental e físic erapêu t o s s e cia roc deficiên er ligado ao p s
E se você é um daqueles jovens que não faz a menor ideia de qual curso escolher, fique atento pois a Ufes realizará, entre os dias 16 e 21 de Outubro, no campus de Goiabeiras, a “Mostra de Profissões”. O evento pretende apresentar aos alunos do Ensino Médio todos os cursos ofertados pela Universidade. Terão realizações de palestras, visitas guiadas aos laboratórios e a chance de ter contato com as aulas que ocorrem dentro de cada centro. Além disso, a Universidade promete uma programação especial aos estudantes.
Adm
inis
obrar tração am 32 va no 13 O adm vagas gas; Notu inistra r) dor at as, co ua em m i s s empre o sas de é bastante diversas ár eso todos os tipo licitado po assim r s e tam co anhos ção P mo por órg , úb ã cia re lica. Esse os de Adm curso i p n rofiss istras huma financeiros ional geren nos d e uma , materiais ou empre No c sa. urso : a matem s disc ip á logia, tica, estatís linas básic as são c tica, d onta matér ias es bilidade e i ireito, soci n op marke ecíficas, lo formática. As ting e gística recurs , os hu finanças, mano s. tino, s
Ser viço Social
(Matutino, sobraram 36 vagas) O assistente social faz o planejamento e a ex ecução de políticas públicas e de programas sociais volta dos para o bem-estar coletivo. Ele trabalha com ques tões como exclusão social, acom panhando, analisando e propondo ações para melhorar as condições de vida da população em geral, principalmen te das que são focos da s políticas públicas, as mais afetad as pelas questões socia is. No curso: o conteúd o é voltado para dar ba se ao aluno para que compreenda e analise a realidade so cial numa perspectiva histórica, crítica, dialética e prop os itiv a. O currículo inclui sociologia, teoria política, filosofia e economia.
08
Extensão
Orientação Vocacional: Uma ferramenta para o vestibulando “O que você quer ser quando crescer?”, essa famosa pergunta feita na infância é motivo de preocupação atual para muitos adolescentes indecisos que não sabem o curso que pretendem estudar.
Camila Nascimento, Isabela Marchezi e Luana Dangelo
Fonte: https://br.pinterest.com/source/theberry.com
Vestibular, palavra temida entre os adolescentes. Nessa fase da vida uma simples escolha pode determinar o caminho a ser trilhado nos próximos anos de graduação. Essa escolha geralmente é motivada por gostos pessoais, que foram construídos ao longo da vida escolar, porém muitas vezes a família exerce grande influência sobre o adolescente, que pode sentir-
-se perdido dentre tantas opções de curso. Com 17, 18 anos em média, é completamente normal ver-se indeciso entre tantas escolhas pessoais e principalmente profissionais. É aí que uma ajuda profissional pode ser muito bem vinda. Ultimamente têm-se aumentado a procura de atendimento psicológico nessa faixa etária, os jovens têm sentido a necessidade de
A psicóloga Gabriela Lovo, especialista em orientação vocacional, conta que o trabalhar com adolescentes impulsiona o profissional a estar sempre atualizado, mas que o real diferencial está na capacidade de mudança e em deixar uma marca no mundo. “São pessoas que em pouco tempo vão ocupar os postos de trabalho, os cargos políticos, serão as nossas próximas lideranças, que vão nos guiar futuramente. E ter os nossos jovens bem orientados é a nossa melhor chance pro futuro, pro mundo com o qual a gente sonha”, destaca.
O papel do psicólogo nesse momento de transição e escolhas é promover a reflexão e o autoconhecimento. Segundo Gabriela, conhecer as próprias habilidades, os pontos fortes e os pontos que ainda precisam ser melhorados fortalecem a nossa capacidade de escolha.Procurar o autoconhecimento durante essa fase da vida é uma ferramenta importante para auxiliar na construção e definição da personalidade, guiando o adolescente para futuras escolhas conscientes de seus efeitos. Ter apoio profissional durante essa fase da vida é normal e aconselhável, pois ajuda o jovem a lidar com seus próprios sentimentos e redirecioná-los de uma maneira saudável, ao mesmo tempo em que ajuda aos pais e a família a conhecerem os próprios filhos. “O que eles desenvolvem e aprendem a valorizar nessa fase da vida é crucial para determinar o tipo de adulto que ele será”, completa.
ouvir uma orientação profissional e que principalmente não tenha influências de casa. Atualmente é possível encontrar serviços de orientação psicológica gratuitos. Eles são ofertados, em sua maioria, por graduandos em psicologia e tem como objetivo auxiliar o adolescente, oferecendo aprendizado e conhecimento para ambos os lados.
Extensão
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Teste Vocacional Uma das ferramentas utilizadas nessa busca pelo autoconhecimento é o teste vocacional, que, contrário ao nome, não tem como objetivo descobrir uma “vocação” ou aptidão escondida no adolescente, e sim exercitar o autoconhecimento e reflexão para o conhecimento de habilidades que podem ser desenvolvidas e aplicadas no campo profissional. O processo de orientação profissional ocorre ao longo de três a seis encontros, e tem fundamento em três bases: conhecer a si mesmo, as suas opções, e a realidade da profissão. A psicóloga ressalta a importância de se conhecer as potencialidades e habilidades a desenvolver: ”Não ter muita facilidade com o raciocínio matemático não quer dizer que você deve excluir Engenharia [entre suas possibilidades], pelo contrário, indica que se esta for sua escolha, você terá que se esforçar um pouco mais nesses pontos para ter sucesso na carreira”, explica.
Serviço Gratuito O curso de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), é movimentado por um órgão de apoio, denominado Núcleo de Psicologia Aplicada (NPA). Neste núcleo são desenvolvidas diversas atividades, e o atendimento psicológico gratuito à comunidade em geral é uma das opções, que devidamente cadastrada, pode realizar testes de orientação vocacional. Também são oferecidos outros serviços no núcleo, tais como: psicodiagnóstico, terapia individual e terapia de grupo. Em relação ao aluno que possui dificuldade no quesito autoconhecimento, não estando apto a escolher um curso, as terapias podem ser bastante úteis. Os atendimentos são realizados durante todo o ano, no prédio do Cemuni VI (próximo ao cine Metrópolis) por estudantes finalistas do curso de Psicologia, e a prioridade é dada as pessoas de baixa renda. A inscrição está aberta para todas as idades e os interessados no serviço, devem procurar o Núcleo portando comprovante de renda e de residência. A responsável pela coordenação é Ana Augusta de Miranda. Telefone: (27) 4009-2509, das 13 às 19 horas. Foto: Lydia Spinassé
Prédio de Psicologia, no campus de Goiabeiras, em Vitória.
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Política Universitária
Violência e Insegurança na Ufes causam medo aos universitários Os recorrentes casos de agressão, estupro e intolerância dentro dos campi da Ufes estão assustando a comunidade universitária que exige mudanças efetivas no sistema de segurança.
A falta de guardas e iluminação à noite na passarela é motivo de preocupação para muitos alunos.
Silvia Fonseca, Israel Magioni, Nelson Aloysio.
Os incidentes de violência estão ganhando um espaço cada vez maior na realidade diária dos estudantes universitários brasileiros. A situação não é diferente na Universidade Federal do Espírito Santo, que já foi palco de diversos casos de ameaça à segurança de alunos e servidores da instituição. Um dos acontecimentos mais emblemáticos dos últimos meses foi a tentativa estupro de uma estudante nas dependências da universidade. A discente conta que o agressor surgiu de dentro de uma guarita de segurança, abandonada na época do acontecido. O local, que não possuía segurança ou iluminação, era um ponto de alto risco para quem passava pelo local. Após a repercussão do caso, a UFES decidiu aumentar a iluminação do local, reforçar o policiamento e podar as árvores com o objetivo de diminuir as ocorrências. Esse esforço, entretanto, não parece estar sendo suficiente para deixar os estudantes seguros, uma vez que continuam a afirmar que não têm tranquilidade para circular nos arredores do prédio de multimeios - mais conhecido como Bob principalmente no período da noite. Os casos de estupro não são os únicos a
atormentar o dia-a- dia dos frequentadores da universidade. O local vem sendo palco para assaltos que incluem desde roubo de celulares a furto de propriedade da universidade constantemente. A estudante de arquitetura J.A., que preferiu não se identificar, já necessitou frequentar a universidade em período noturno, e diz que não se sente segura no local, uma vez que o policiamento ainda se mostra ineficiente e a iluminação, precária. Outro aluno da UFES, que preferiu não ser identificado, conta que já foi roubado três vezes nas dependências da Universidade. Em uma das ocasiões, foi inclusive levada sua bicicleta, meio de transporte do qual ele dependia para se locomover diariamente. Para completar o quadro, com os recentes cortes de orçamento nas contas da universidade, o número de seguranças diminuiu consideravelmente, principalmente durante a noite – horário que, segundo alunos e funcionários, é crítico. A instituição, apesar de admitir a redução do número de segurança nos campi, se recusa a divulgar os números atuais, temendo que possa prejudicar a segurança do local.
PM na Universidade Um dos pedidos antigos da Universidade Federal do Espirito Santo é a presença da Polícia Militar nos campi. Depois da recente tentativa de estupro, a UFES fez um requerimento, por meio de ofício, à Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) para que a Polícia Militar ajude no reforço da segurança dos campi. A proposta permanece sem resposta. O posicionamento da Reitoria, porém,
divide opiniões dentro dos muros da Universidade. Muitos alunos e professores acreditam que a alternativa seja ineficaz, além de a proposta desrespeitar a jurisdição do local. Um professor do campus de Maruípe, que preferiu não se identificar, argumentou que "a polícia militar é violenta e ofensiva, é uma solução 'tapa buraco' para um problema que vai muito além da falta de policiamento".
Política Universitária
11
Foto: Lydia Spinassé
21 de junho de 2016 Os estudantes da Ufes, no campus de Maruípe, em Vitória, reclamam da crescente sensação de insegurança e assaltos no local. Segundo eles, as mulheres são as que mais sofrem com os ataques.
4 de novembro de 2015 Uma jovem de 23 anos contou que foi abusada por um vigilante dentro do campus de Goiabeiras da Ufes. A instituição informou que o suspeito é funcionário de uma empresa terceirizada e já foi afastado das funções.
19 de abril de 2015 Dois homens entraram de bicicleta no Campus de Goiabeiras, depois de assaltarem uma pessoa na Avenida Fernando Ferrari. Dentro da Universidade, os rapazes teriam roubado os celulares de três estudantes na região do Centro de Ciências Humanas e Naturais.
18 de fevereiro de 2016 15 pessoas foram presas suspeitas de participar de uma quadrilha que vendia cocaína dentro da Ufes.
1º de junho de 2015 Um grupo de quatro amigos teve o carro, um Palio Fire cor prata, roubado por três assaltantes dentro do campus da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Goiabeiras.
Assaltos
Estupro
Tráfico de drogas *Dados: Folha Vitória e Gazeta Online.
15 de dezembro de 2015 Três homens foram detidos no campus de Goiabeiras da Ufes, em Vitória, suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas. Com eles, em um carro, a Polícia Militar encontrou 5kg de maconha.
20 de junho de 2016 Quatro suspeitos de tráfico de drogas foram presos no campus de Goiabeiras da Ufes, em Vitória. Os homens estavam armados no momento da prisão.
12 de agosto de 2016 Quatro homens armados renderam um dos vigilantes patrimoniais da Ufes, roubaram sua arma e trocaram tiros, na noite desta quinta-feira (11). O crime aconteceu por volta das 18h30 no campus Maruípe, em Vitória.
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Comunidade
Juventude fora da escola Apesar do considerável aumento no número de matrículas no ensino médio e superior nos últimos anos, a concretização de alcançar um resultado que leve todos os jovens e adolescentes à educação na Grande Vitória está longe de acontecer. Eliza Rebeca Frizzera, Bruna Pereira e Danielle Gonçalves
Foto: Matheus Andreatta
A argentina Florencia, longe de casa há dois anos, vende artesanato na Ufes.
A evasão escolar sempre foi um problema na educação brasileira. Gravidez, trabalho precoce e violência são os principais motivos que levam esses jovens e adolescentes a abandonarem os estudos antes mesmo de concluírem o ensino médio, e por consequência, muitos não conseguem uma carreira profissional sólida. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o total de jovens de 15 a 29 anos na Grande Vitória é de 463.477, sendo que 11% já se formaram no segundo grau, 42,2% estão matriculados no ensino médio e 28% no superior. Embora esse número seja bastante expressivo, ainda há uma grande parte que não possuem contato algum com a rede de ensino, seja ela pública ou privada. É o caso de Florencia Peña, que deixou sua cidade natal na Argentina para tentar uma carreira em Vitória, onde mora há dois anos e vem trabalhando com artesanato. “Saí por vontade própria, pois não estava conseguindo recursos para me manter no curso de Artes que larguei no quarto período, além de não conseguir me adaptar a rotina diária que tinha, queria coisas novas”, contou a moça que revelou o desejo de cursar culinária no estado. Assim como Florencia, muitos jovens também sonham em se especializar em alguma área profissional, porém a maioria relata possuir dificuldades financeiras para concretizá-los. Em virtude disso, muitos se submetem ao trabalho em horário integral, dificultando a atenção necessária que os estudos precisam. Estudos feitos com dados do IBGE e do MEC indicam que há grupos em maior risco: são jovens de baixa renda, em sua maioria negros, que trocam (especialmente no caso dos homens) com frequência os estudos por um trabalho precário ou que, no caso das mulheres, ficam grávidas já na adolescência. O desinteresse também pode ser motivado, conforme apontado no estudo, pela baixa qualidade do ensino e por um currículo, especialmente no Ensino Médio, enciclopédico e com pouca flexibilidade. Além disso, a equipe teve contato com outro motivo de evasão, que não consta dentro da pesquisas apresentadas: a violência que muitos sofrem por parte da família, relacionamentos amorosos ou até mesmo por parte da própria instituição, que ferem a integridade desses jovens
e adolescentes causando o desânimo. É o caso de F.R. de 24 anos que largou os estudos no terceiro ano do ensino médio. “Eu sempre tive dificuldades em algumas matérias, então para mim estava muito difícil de continuar. Além de tudo namorava um rapaz violento que na época estudava junto comigo. Acabei saindo da escola por esse motivo também”. Segundo a jovem que hoje é dona de casa, a instituição também contribuiu para que ela parasse de estudar: “Os professores eram muito brutos, eles não se importavam se o aluno estava aprendendo ou não”. Perguntada se a decisão de parar com estudos lhe casou arrependimento F. foi enfática: “Sim. Estou com 24 anos e a única coisa que consegui foi um emprego numa loja porque meu pai conhecia o dono, pois só contratam com o ensino médio completo. Não consegui nada de bom, nenhuma oportunidade, por causa do estudo. Mas também sempre fui uma pessoa bem acomodada. Hoje em dia eu penso diferente”. F. tem uma filha de dois anos e está grávida novamente, mas diz que pretende terminar o terceiro ano e fazer faculdade de Psicologia ou Veterinária. Para ela a escola ideal seria aquela cujos professores agissem de maneira positiva e que se importassem realmente com os alunos. O pesquisador Reynaldo Fernandes, da Universidade de São Paulo (USP), realizou em 2010 uma análise de estudos para o Instituto Unibanco no qual já havia detectado alguns desses fatores de risco. O trabalho destaca que os homens tendem a evadir mais do que as mulheres, mas alerta que a gravidez precoce eleva em quase quatro vezes o risco de evasão. Esse dado sinaliza que governos e escolas devem agir preventivamente para orientar as jovens a evitar uma gravidez indesejada, ou na formulação de políticas que permitam que essas mães deem continuidade a sua trajetória de estudos. De acordo com Fernanda Nery, pedagoga no período matutino na escola de Ensino Fundamental e Médio Maria José Zouain Miranda, em Jardim Limoeiro na Serra, a evasão escolar começa a partir dos 15 anos. “No primeiro ano a gente tem um índice de evasão escolar bem grande. Se a turma tem 30 alunos, 10% param de frequentar”. E não para por aí. Para a pedagoga, esses alunos possuem um perfil: “A maioria são meninas. A partir do momento que as faltas começam a ser re-
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correntes, entramos em contato com a família, e os motivos são quase sempre os mesmos, ou é trabalho e tem que estudar a noite, ou é por motivo de gravidez mesmo, tem a criança e não tem com quem deixar”. Entretanto, Fernanda nos informa que o abandono escolar não tem aumentado, ele se mantem. Não se trata, segundo a pedagoga, de uma estatística muito alarmante, pois já afirmou, é mais recorrente no primeiro ano do Ensino Médio e com o passar dos anos (segundo e terceiro), os dados diminuem. “Eles sentem muito a diferença e acabam ficando desestimulados”. Outro fator que eleva o risco de o aluno evadir é a participação no mercado de trabalho, mais alta entre os homens de 15 a 17 fora da escola sem Ensino Médio completo: quase dois terços deles trabalham ou estão procurando emprego. Entre os meninos da mesma faixa etária ainda na escola, esta proporção cai pela metade. Entre os programas que permitem que o jovem/adulto volte a estudar, está o programa de Educação para Jovens e Adultos (EJA), que tem como objetivo levar a educação básica a essas pessoas que por algum motivo tiveram de abandonar seus estudos. O programa acontece em escolas públicas no país durante a noite para que essas pessoas (jovens, trabalhadores, empregados, desempregados) tenham a oportunidade de continuar seus estudos sem que isso possa interferir nas tarefas diárias. Uma boa opção também, porém pouco conhecida, são os Centros Estaduais de Educação para Jovens e Adultos, os CEEJAs, onde os alunos podem adquirir o conteúdo da disciplina e estudar em casa, fa-
cilitando o envolvimento. É o caso de Wallace Henrique Souza, 20, que parou de estudar aos 18 anos, quando ainda cursava o primeiro ano do Ensino Médio. Hoje ele frequenta o programa e se diz satisfeito. “Tentei estudar à noite, mas o cansaço de ir após o trabalho sempre vencia e eu acabava desistindo. No CEEJAs eu posso me formar em tempo mais rápido e estudar em casa, sem precisar me deslocar até à instituição, o que permite que eu me dedique aos estudos nas horas vagas, como nos finais de semana“. A instituição em que o aluno participa fica localizada no Centro de Vitória e a matrícula pode ser feita durante todo o ano, exceto nos períodos de férias escolares. O Conselho Tutelar também atua para garantir que a evasão escolar seja inibida. Ele atua para garantir a proteção de crianças e adolescentes em todo o país, e pode ser acionado em casos como a falta de frequência escolar, problemas de saúde, maus tratos, entre outros. O Conselho Tutelar torna-se uma ferramenta fundamental de acompanhamento. De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Unibanco, “entender o perfil do jovem que evade da escola e identificar os momentos em que esse movimento é mais provável são ações importantes a serem realizadas pelos gestores de escolas e dos sistemas educacionais”. A evasão, como destacou Reynaldo Fernandes ainda em 2010, “não é um ato repentino, mas fruto de um processo lento de desengajamento do estudante da escola”. É preciso estar atento e agir preventivamente para que todo jovem tenha o seu direito de aprender e concluir o Ensino Médio, e assim conseguir superar suas expectativas de vida.
Gráfico ilustrativo com dados fornecidos pelo IBGE situação de jovens de 15 a 29 anos da Grande Vitória:
*Estudantes com ensino médio e fundamental completo/incompleto
CEEJA, como funciona? Oferecem estudos por meio de módulos, tendo como referência livros didáticos de nível fundamental e médio – sendo exigida a idade mínima de 15 anos completos para o ingresso no ensino fundamental e 18 anos completos para o ensino médio.
Liberdade no período da matrícula Não obrigatoriedade de frequência Disponibilidade de professores de todas as áreas para esclarer dúvidas, adaptando-se à disponibilidade de cada aluno.
Os Centros estão localizados nos seguintes endereços: CEEJA Vitória Ladeira São Bento, nº 60, Centro Tel.: 27 3223-6429 CEEJA Colatina Av. Pedro Vitali, nº 209, bairro Tropical Tel.: 27 3721-1433 CEEJA Cachoeiro de Itapemirim Rua Moreira, nº 215, bairro Cel. Borges Tel.: 28 3522-5678 CEEJA Linhares Rua Monsenhor Pedrinha, s/n, Centro Tel.: 27 3371-0179
*Fonte: http://sedu.es.gov.br/informacoes-da-eja-ceeja
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