No entanto edição 73

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Edição 73- Maio de 2017

Jornal Laboratorial Universidade Federal do Espírito Santo

Resistência ao sucateamento da Ufes Universidade pública sofre e entidades do movimento estudantil mobilizam-se contra os cortes de investimento do Governo Federal

Fala de Bolsonaro gera insatisfação em quilombolas página 6

Naturalização das relações abusivas em debate página 3

Conheça o turismo alternativo na Grande Vitória página 8


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Editorial Retomando as atividades, o jornal No Entanto está de volta em novas edições e com um novo visual. A turma de 2016/1 encara a responsabilidade de produzir novas pautas e, assim, construir ambientes para um debate crítico e responsável. Diante da atual conjuntura sócio-política do país, nossa missão é abordar questões que abranjam não apenas a Universidade Federal do Espírito Santo, mas toda a comunidade, enfatizando assuntos que não são somente ligados a vida acadêmica, mas também questões de importância dentro e fora dos muros universitários. Pretendemos, assim, expressar nosso olhar, como estudantes da universidade, a respeito de questões externas à Ufes. A primeira edição de 2017 traz uma reportagem especial com os cortes de gastos sofridos pela Ufes e as consequências sofridas pela comunidade universitária. Pensando na proposta de extrapolar os limites da universidade, abordaremos os ataques racistas sofridos pelos quilombolas e indígenas, as mazelas dos relacionamentos abusivos, a polêmica da vida noturna na Rua da Lama e os pontos turísticos menos tradicionais da região metropolitana de nosso estado. O No Entanto é constituído por futuros jornalistas e vai além de uma disciplina laboratorial. Acreditamos que muito além da prática de produção temos o dever de fazer com que nosso público leia, debata e questione os assuntos tratados por nós. Boa leitura. A Turma.

Índice Relações abusivas Cortes na Ufes Reação a racismo Festas na Lama Turismo no ES

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No Entanto Jornal Laboratorial do curso de Comunicação Social - Jornalismo da Ufes Produzido por alunos do 3° período Equipe: Alice Soares do Valle, Ana Carolina Favalessa, Ana Luíza Dias, Andressa Ventura, Artur Meireles, Beatriz de Paula, Carmen Oliveira, Cecília Miliorelli, Daniel Pasti, Daniel Santiago, Isabela Bellumat, Iury Demuner, Kennedy Pezzin, Lucas Santos, Marcus Vinicios Freire, Mariana Cristina, Mariah Friedrich, Matheus Galvão, Paula Romanha, Rebeca Virgínia, Reinaldo Fonseca, Stefhany Duhz, Vinícius Viana, Yvena Plotegher. Editores: Alice Soares do Valle, Ana Carolina Favalessa, Beatriz de Paula, Cecilia Ribeiro Miliorelli, Mariana Cristina Rocha dos Santos. Diagramação: Alice Soares do Valle, Matheus Galvão da Silva, Marcus Vinicios da Silva Freire. Professor Orientador: Rafael Bellan


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Comportamento

Precisamos falar sobre relacionamentos abusivos

Atitudes abusivas em relações sociais estão mais presentes do que aparentam Por: Ana Carolina Favalessa, Ana Luíza Dias, Paula Romanha, Rebeca Virgpinia e Vinicius Viana

Câmeras desligadas, luzes apagadas e reality show encerrado. Fim do espetáculo. Para quem? A 17ª edição do Big Brother Brasil pode ter acabado, mas a conclusão do caso de Emilly Araújo e Marcos Harter não chegou com o fim do programa. A repercussão das cenas vividas pelo casal gerou um debate sobre relações abusivas e violência doméstica, realidades na atual sociedade. “As pessoas acham que violência é apenas física ou sexual, mas até relações de amizade, entre pais e filhos ou no trabalho podem constituir um relacionamento abusivo. Sempre envolve uma relação de poder cerceando a liberdade, seja de ir e vir ou de escolha, por meio de humilhação, ameaça, coação ou uso da força”, afirma a psicóloga Andreia Ferreira, formada na Universidade Federal do Espírito Santo. “No caso da Emilly, ela não se via em um relacionamento abusivo, até ele dizia não ter uma intenção. Geralmente, essa intenção não é explicita”, comenta Andreia. Uma das respostas a respeito de onde vem os relacionamentos abusivos e por que se perpetuam começa dentro de casa. Comportamentos e pais violentos fazem com que a pessoa, ainda quando criança, espelhe-se nessas atitudes e passe a repeti-las depois, de acordo com a psicóloga Josiane Totti. “No momento em que há uma relação afetiva, também é estabelecido um vínculo e há pessoas que se encai-

xam numa característica chamada de co-dependência. Ligam-se a outro indivíduo que tem um comportamento não só de agressividade, mas também de afeto; na hora em que passam as atitudes de rispidez e agressividade, ele promete que aquilo não vai acontecer mais e que vai mudar. Dessa forma, a pessoa fica na esperança de que a mudança aconteça e minimiza o comportamento hostil do outro. Além disso, muitas vezes, quando ela tenta sair do relacionamento, é ameaçada e perseguida, tornandose de fato dependente”. Uma fonte anônima que vivenciou um relacionamento de três anos e meio conta que só percebeu que seu namoro era abusivo após o término. “Ele era uma pessoa muito legal e divertida, mas tinha momentos em que era meio louco, sempre queria estar certo, impor a sua vontade e ter razão. Nunca pensei que poderia me agredir, porém, ele ficava muito exaltado, gritava, se fazia de vítima e tudo sempre era culpa minha. Era um tipo de manipulação para me fazer acreditar que eu estava sempre errada”, relata L.S., 21 anos. “Eu não sofro por causa disso hoje, mas foi um aprendizado para não ficar passiva quanto a certos comportamentos dentro de uma relação”, explica.

Outra vítima relata ter passado por um casamento abusivo, mas prefere não se identificar. “Ele não me deixava trabalhar, nem estudar. Terminei o meu segundograu em casa”, comentou N.D., 24 anos. Ficaram juntos por cerca de dois anos, até que ela suspeitou traição e decidiu terminar o relacionamento. Apesar do divórcio, os resquícios de uma relação desgastante e abusiva ainda estão presentes em sua vida. “Eu nunca mais me apaixonei por ninguém. Nunca mais consegui ficar firme em um relacionamento porque quando vejo um defeito que ele também tinha, acho que vai acontecer a mesma coisa”, explica a vítima. Quanto maior for a capacidade do ser humano de ser feliz individualmente, maiores serão suas chances de construir um relacionamento saudável. “Portanto, a pessoa precisa de uma ajuda, de um tratamento para poder acreditar de novo em suas potencialidades e se sentir capaz. Para cada ato inicial em que se minimiza o comportamento abusivo, ele vai ficando mais forte”, finaliza a psicóloga.


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Especial

Cortes de gastos na Ufes: impactos na comunidade acadêmica

Alunos, professores e funcionários relatam problemas vivenciados devido aos cortes no orçamento.

Por: Alice Soares, Carmen Oliveira, Matheus Galvão, Reinaldo Fonseca e Yvena Plotegher

Assim como outras universidades federais do país, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) é vítima do corte de gastos anunciados pelo governo no final de 2016 e as consequências já podem ser percebidas por todos os campi, afetando os discentes, docentes e funcionários. O corpo universitário tem sofrido com a falta de segurança e o lixo que vem se acumulando. Além disso, agora, a grama só é cortada a cada dois meses e o restaurante universitário tem menos opções no cardápio. No primeiro trimestre deste ano, a Ufes recebeu somente 33% do orçamento mensal previsto anteriormente, um total de R$ 7.900.690,17 para custeio e R$ 944.370,88 para investimento dos R$ 11.851.035,25 e R$ 1.416.556,33 do teto inicial. No final de março, um novo corte foi anunciado, dessa vez, em um grupo que inclui vigilância, limpeza, compra de material e pagamento de diárias e passagens. A verba, então, caiu de R$45 milhões para R$29 milhões de reais. O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Proplan), Anilton Salles Garcia ressalta o cuidado que deve ser tomado ao tomar medidas seletivas. “Elas não podem afetar o desenvolvimento

Grama alta em frente à Biblioteca Central.

do ensino, das pesquisas e da extensão. Então o cuidado que a gestão está tendo é fazer o contingenciamento das despesas sem afetar as atividades básicas desses três pilares”, declarou Garcia. Sentimento de insegurança Os alunos reclamam da falta de segurança na universidade, que pode ser agravada com os novos cortes. “Eu fui assaltada antes mesmo desse corte de gastos, portanto, se estava ruim antes, agora só tende a piorar. Os assaltantes conhecem a ineficácia da segurança na Ufes, por isso sentem-se confortáveis para cometer crimes aqui dentro”, contou a estudante de Cinema e Audiovisual, Yohanna Amorim. Outra vítima de assalto dentro da universidade, Thiago Santana destaca que a situação

tem piorado. “Depois dos cortes, a situação da segurança ficou bem precária”, diz. Em contrapartida, o pró-reitor diz que outras medidas têm sido tomadas para evitar maiores problemas na segurança. “Nós temos aumentado o número de câmeras de videomonitoramento, o que reduz a necessidade de um maior número de guardas presentes fisicamente. Através do aplicativo Alerta Ufes, as câmeras recuperam a imagem imediatamente. Ela, então, é repassada para a polícia militar, que fará a busca da pessoa que realizou o assalto”, relatou Garcia. Assistência estudantil comprometida Há uma grande preocupação sobre as bolsas e os auxílios


5 principalmente para os alunos que vêm de outros estados para estudar na Ufes, número que cresceu com a adoção do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A falta desses benefícios é um determinante para que evasões ocorram, como afirma o estudante de filosofia, William Acosta, veio de Porto Alegre e está há dois anos na universidade. “Se o auxílio for cortado não tem permanência, porque eu sobrevivo com a bolsa de um Programa de Iniciação à Docência e com o auxílio-moradia” declara. Outro fator que pode impulsionar a evasão é um possível aumento no preço do Restaurante Universitário. Muitos alunos, principalmente os que vêm de outras cidades para estudar dependem exclusivamente do R.U. para alimentação. Rogi Cezarino, estudante de administração e natural de Santa Teresa é um dos universitários que depende desse serviço. “Para quem não tem um núcleo familiar dando suporte, fica muito difícil se manter na universidade sem o R.U. Ele é a principal fonte de permanência na universidade”, ressalta o aluno.No entanto, Anilton Garcia destaca que os alunos com

Especial vulnerabilidade social precisam ser assistidos com atenção. “É com eles que devemos tomar muito cuidado, pois a universidade pode ser a única alternativa para mudar as suas vidas. E, certamente, são pessoas nessa condição, as primeiras de suas famílias a chegarem em um curso superior, e isso faz muita diferença”, de o pró-reitor. Terceirizados também são afetados As empresas terceirizadas e seus funcionários também estão sofrendo com a diminuição de verba. Uma possível redução no quadro de funcionários vem preocupando cada vez mais os empregados. Além disso, a redução no investimento em materiais, como produtos de limpeza, está dificultando o trabalho em algumas áreas. “O trabalho não é mais todos os dias e agora é mais pesado. Eu lembro que um dia foi muito difícil de trabalhar aqui na limpeza, porque estavam faltando produtos a gente teve que se virar com o que tinha”, contou uma funcionária que preferiu não se identificar. Em entrevista, Garcia afirma “A (área) que mais sofreu, na verdade, que está sofrendo, é a do serviço terceirizado”. Alega também estar à procura de métodos

Entulhos e mato alto atrapalham a locomoção dos estudantes.

“Estavam faltando produtos e a gente teve que se virar com o que tinha” alternativos que visam a baratear os trabalhos até então realizados pelas empresas com quem mantém convênios, uma possível estratégia seria parceria com a Secretaria de Justiça do Espírito Santo, buscando a contratação de pessoas que compõem a população carcerária em condição de pré-liberdade, para que elas realizem serviços gerais no campus. Estudantes se mobilizam Desde que foram anunciados os cortes na universidade, estudantes já começaram mobilizações contra as consequências que já sabiam que iriam sofrer. “Desde 2014 a Voz Ativa vem fazendo atividades contra os cortes e pela gratuidade da educação pública, utilizando a institucionalidade (Conselhos Superiores) para barrar a criação e a permanência dos cursos lato sensu pagos na Ufes em caráter de especialização”, contou Guilherme Cogo, membro da chapa estudantil Voz Ativa. A chapa estudantil, ainda, atuou de forma presente, no segundo semestre de 2016, nas ocupações contra a PEC 241 ou PEC 55, PL 257 e Reforma do Ensino Médio. Este ano, lançaram a campanha “Ufes Sem Medo”, que tem como objetivo travar a luta contra a Reforma da Previdência e contra a Reforma Trabalhista e mobilizaram estudantes e trabalhadores da universidade na Greve Geral que aconteceu dia 28 de abril.


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Sociedade

Quilombolas reagem a discurso racista de deputado Invisibilidade e discurso racista assolam as comunidades quilombolas.

Por: Daniel Santiago, Lucas Santos, Marcus -Freire, Mariana Cristina e Nicolas Alves

As declarações feitas pelo Deputado Federal Jair Bolsonaro no início de abril reacenderam o debate sobre direitos e o papel de membros das comunidades quilombolas no país. O discurso ofensivo realizado em uma palestra motivou abertura de processo pelo Ministério Público Federal contra o deputado por danos morais coletivos a comunidades quilombolas e à população negra em geral. “Não servem para nada, nem para procriar”, disse Bolsonaro para a comunidade judaica no clube Hebraica, no Rio de Janeiro. A fala do deputado realçou o debate sobre a situação dos quilombolas na sociedade. Como são suas oportunidades? Como estão as ações afirmativas de inclusão? Dentro da universidade, os quilombolas ainda estão em menor número, e o pouco acesso ao ensino superior ainda atinge suas políticas de auxílio e permanência. Para Fanny Serafim, estudante do curso de Serviço Social, o governo deve criar políticas direcionadas ao bem estar dos quilombolas enquanto eles têm acesso à universidade para que se sintam mais acolhidos em vez de apenas ajudar com o custo das necessidades básicas. A estudante, que faz parte da Comunidade Córrego São Domingos, acredita que há uma invisibilidade tanto dentro quanto fora da universidade com relação aos quilombolas.“Na universidade não existem espaços para debater a luta quilombola ou um acolhimento específico. Na sociedade também não, pois ainda existem muitas pessoas que desconhecem a existência das comunidades quilombolas, mesmo que elas estejam tão próximas como é o caso do Espírito Santo”, afirma. A fala de Jair Bolsonaro atingiu diretamente as comunidades quilombolas. Seu discurso afrontou os direitos e as políticas públicas conquistadas por essas comunidades. O deputado ainda disse que se chegasse à presidência, retiraria esses direitos. “Pode ter certeza que se eu chegar lá não vai ter dinheiro pra ONG. Se depender de mim, não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola”, disse. Para Mirtes Santos, quilombola e fundadora

do Coletivo Negrada - organização que discute questões étnico-raciais dentro da universidade – a ofensa foi tremenda. Segundo ela, o parlamentar tem que responder criminalmente por racismo e civilmente por danos morais às comunidades quilombolas e indígenas atingidas diretamente por ele nessas declarações. Mirtes enfatiza que “ele deveria se informar melhor sobre as reais condições dessas comunidades que resistem há séculos em seus territórios antes de vir comentar sobre algo que ele sequer tem conhecimento”. Apesar dos comentários preconceituosos direcionados a essas comunidades e dos problemas sociais que elas enfrentam, a quilombola é positiva em relação a mudanças no futuro. De acordo com a ativista, a sociedade tem melhorado sua forma de ver e pensar as desigualdades sociais, em especial a racial, porque o debate está cada vez mais em alta, seja no campo da informação ou no da ciência. “As pessoas estão refletindo e discutindo mais sobre as questões raciais em suas áreas do conhecimento, isso é fundamental para uma justiça social pra todos”, comenta.

A militante Mirtes Santos acredita que o deputado deve responder criminalmente pelo ato de racismo.


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Cidades

Festas atraem multidões na Rua da Lama Eventos-relâmpago acontecem aos fins de semana e dividem opiniões. Por: Artur Meireles, Cecília Miliorelli, Iury Demuner, Mariah Friedrich e Sthefany Duhz

Moradores de Jardim da Penha reclamam de transtornos causados por festas espontâneas na Rua da Lama. Os frequentadores, que buscam interação e lazer, defendem a reunião de pessoas no espaço aos finais de semana. Conhecida como referência da boemia capixaba e importante ponto gastronômico, a Rua da Lama pode ser fechada para o tráfego de carros, das 20h de sexta-feira às 5h do sábado, e das 20h do sábado às 5h de domingo. A proposta foi feita por moradores da região, com o objetivo de dificultar a formação de eventos Disputa por espaço em festa na Rua da Lama sem o aval municipal. muita gente, e são mais legais do que em outros lugaFrequentadores ponderam res”, conclui. Os frequentadores geralmente são estudantes em uma faixa etária média de 16 anos e universitários. Comerciantes e moradores apontam transtornos Eles dizem gostar das festas para fazer amizade, conver- O empresário Jorge Wilson mora no bairro e sar e se divertir. conta que as festas começaram de dois anos para cá. Para Murilo Martinez, 18 anos, as festas são Ele reclama de barulho excessivo e disse que frequendiferentes das que acontecem nas periferias, onde a tadores fazem sexo, usam drogas, deixam fezes e urina maioria reside. “O preconceito pode ser um dos moti- na Rua da Lama. “É um problema de estrutura e de vos para a reclamação, já que vão pessoas de todos os comportamento dos frequentadores. O que estamos lugares”, aponta. reivindicando é respeito ao local, aos comerciantes e O atleta Lucas Osowski, 17, vem de Cobi de moradores”, completa. Baixo, Vila Velha, com os amigos para Rua da Lama. Segundo o presidente do Sindicato de Bares e “Embora nunca tenha visto sexo ou drogas na rua, acho Restaurantes do Estado (Sindibares) Wilson Calil, as que não precisa de evento pra acontecer isso. Talvez es festas têm atrapalhado moradores, comerciantes e fretejam tentando se- quentadores regulares. “O local tem sido invadido por lecionar o público”, vândalos, trazendo só prejuízo a todos”, defende. considera. Outro estudante univer- Limites a serem respeitados sitário que não De acordo com o Secretário de Segurança de quis se identificar Vitória, Fronzio Calheira, a proposta de fechamento comentou sobre a da rua está sendo analisada. “Pessoas incomodadas união de públicos. cobram da administração pública que tome previ“Eu estudo fora, e dências, no entanto, a reunião de pessoas é um direito venho pra cá, pois constitucional.” Ele opina que o fechamento da rua é onde encontro atrairá mais frequentadores. conhecidos. Tem A Secretaria de Segurança tem feito um trabagalera de todas lho com as secretarias de Desenvolvimento e Saúde, as tribos, mistura integrando guardas Municipal, Sanitária e Polícia MiContraste entre frequentadores e poli- muita litar para coibir a presença de carros de som e vendeciais dores ambulantes.


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Cultura

Lado B do turismo capixaba: opções de lazer alternativo na Grande Vitória

Alternativas não convencionais tanto para quem visita a cidade quanto para recém-moradores da região.

Por: Andressa Ventura, Beatriz de Paula, Daniel Pasti, Isabela Bellumat e Kennedy Pezzin

A Grande Vitória possui pontos turísticos muito famosos, como o calçadão de Camburi, o Convento da Penha e a Praça do Papa. Porém, lugares menos convencionais chamam atenção do público tanto local quanto de fora do estado e apresentam opções variadas, desde bares e restaurantes a parques espalhados por toda a região metropolitana. Também existem vários pontos turísticos fora da rota tradicional que merecem destaque. Começando pela gastronomia, a Moqueca Capixaba é o prinPraia do Parque Paulo Cesar Vinha, em Guarapari. cipal prato do estado, porém existem vários outros polos gastronômicos que devem ser considerados. ções de Vela ocorrem na baía de Camburi, enquanto Marianne de Paula trabalhou na AIESEC, programa uma arena montada na praia, à beira do calçadão reuniversitário de intercâmbio, e como costumava levar cebe torneios de vários esportes, como Vôlei de Praia os estrangeiros para festas e restaurantes da cidade, e Futebol de Areia, principalmente no verão. O Gidá algumas dicas. “O que eu mais gosto de comer é násio Jônio dos Santos Neves é palco de disputas de hambúrguer, acho que já fui a todas as hamburguerias Basquete e Vôlei, e o Ginásio Tancredo Neves recebe daqui e a minha preferida é o Gol Burger, em Vila Ve- campeonatos de Futebol de Salão. O campeonato Calha”, diz. Outro lugar citado por Marianne é a Ilha das pixaba agita o circuito esportivo no começo do ano e Caieiras, que além da vista, possui restaurantes com a Copa Espírito Santo fecha o calendário de futebol comidas típicas de Vitória. “Uma opção boa para uni- no estado. Marianne de Paula diz que foi a todos os versitários são os churrasquinhos de rua, afinal além jogos do seu time, Flamengo, no Kleber Andrade, em Cariacica. “O “Klebão” é o novo Maracanã”, brinca. de gostoso é um lanche barato”, complementa. O parque Paulo Cesar Vinha é uma rota in Em relação ao lazer noturno, destaque para a comum no turismo e localiza-se na Rodovia do Sol, a Rua da Lama e o Triângulo, ambos em Vitória, famosos pelos bares e frequentados, principalmente, pelo caminho das praias de Guarapari. “O passeio é diverpúblico jovem. O Triângulo de Vila Velha também já tido, apesar da longa caminhada. As praias são parase afirmou como um dos maiores “points” da cidade. disíacas. Mas o que mais impressiona é a “lagoa Coca As baladas do grupo Antimofo, Fluente, Bolt e Stone, Cola’, nunca tinha visto nada parecido” relata Hilda lotam nos finais de semana como opção mais alterna- Pissarra, moradora da Serra que visitou o local. A tritiva. O Correria Music Bar, em Vila Velha, é ideal para lha de 1500 metros não pode ser feita de carro, mas aqueles que curtem shows, principalmente de rock. as bicicletas são autorizadas. Em Guarapari a dica Uma opção mais afastada, porém interessante é o Es- é Peracanga. Uma praia deserta e sem ondas, com pera Maré, na Barra do Jucu, onde a principal atração quiosques tradicionais. O circuito cultural é uma opção de turismo é o forró. Destaque também para as festas e eventos que ocorrem à noite nos quiosques da Praia de Cam- não tradicional. Em Vitória, principalmente no Cenburi e o Centro de Vitória, que oferece alternativas de tro, há uma série de galerias de arte que recebem bares de rua que funcionam por toda a noite, princi- exposições durante o ano todo, com destaque para o Espaço Cultural do Palácio Anchieta. A galeria palmente na boêmia Rua 7. O circuito esportivo é bastante difundido na Matias Brottas, também em Vitória, é voltada para um público mais alternativo e também recebe várias Grande Vitória, principalmente na capital. Competimostras e exposições.


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