Jornal Samambaia Maio 2012

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Samambaia J ornal L aboratório

do curso de

Jornalismo

da

U n i v e r s i da de F e de r al

Divulgação

de

G oiás | G oiânia ,

maio ,

2012

ao SUS

Em Goiás, pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) têm acesso a formas alternativas de tratamento e a medicamentos fitoterápicos e homeopáticos. Hospital de Medicina Alternativa oferece terapia curativa e de recuperação >> 7

Novas experiências Estudantes passam temporadas no exterior para aprender novos idiomas e valorizar o currículo. Acesso a intercâmbios aumentou nos últimos anos >> 8 e 9

Ai que Tudo!

Cirurgia

Organizadas

Procedimento para mudar de sexo é realizado há mais de dez anos pelo Hospital das Clínicas >> 5

Rivalidade entre torcidas dos times de futebol da capital ultrapassa limites das arquibancadas dos estádios >> 13

Poluição Dos rios de Goiânia, 90% são contaminados. População corre risco de saúde >> 15

estreia nesta edição e mostra as últimas tendências da moda >> 10


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e d i t o r i a l

Pensando construções Texto: Alana Sales Quando a possível criação da Faculdade de Jornalismo (FJ) da UFG começou a movimentar opiniões na Facomb, um dos maiores questionamentos era, com certeza, a capacidade de autosustentação do curso. Unido ao eixo “Comunicação”, o curso de Jornalismo há muito enfrenta problemas emergenciais: poucas câmeras e computadores, estúdios parcos e mal equipados são apenas os mais aparentes e citados pelos estudantes. É difícil imaginar como uma FJ sanaria tantas dificuldades que parecem até mesmo sufocar seu nascimento. O ponto mais defendido pela coordenação do curso é justamente o de que, com uma faculdade própria, o curso “tomaria fôlego”

R UMOR

contra estes problemas, porque andaria com as próprias pernas. Para o Samambaia, o que soa clara é uma dualidade composta, de um lado, por um jogo de interesses envolvendo a criação da FJ e, do outro, os anseios de que ela se converta em fracasso. O mais pertinente é pensar a capacidade que o curso tem ou não de se autogerir, sem trazer ainda mais prejuízos ao estudante. Nesta edição, o Samambaia dialoga mais intimamente com questões de interesse do nosso leitor. Traz à tona um pertinente debate sobre a violência no futebol, os hábitos alimentares do brasileiro e, falando de jornalismo, os perigos enfrentados por estes profissionais. Une o debate cultural a um pensar social que seja crítico, capaz de incomodar e fazer pensar.

a r t i g o

Samambaia

Ano XII – Nº 55, maio de 2012 Jornal Laboratório do curso de Jornalismo Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia Universidade Federal de Goiás

Bichos, bicheiros e afins Texto: Raisa Ramos* Mais conhecido por sua luta a favor da ética e contra a corrupção, Demóstenes Torres chocou a população ao ter o nome envolvido em um esquema gigantesco de tráfico de influência e jogos ilegais. Amigo pessoal do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o senador viu sua máscara cair no momento em que a Polícia Federal, investigando Cachoeira, descobriu ligações suspeitas entre os dois senhores. Um pedia um favor, o outro atendia, e vice-versa. E não estamos falando de coisas simples. São favores do tipo: “Consegue aquela licitação para mim?” ou “Me passe 30% de todo o seu faturamento com jogos ilegais?”. Junto com o senador, outros nomes importantes que tinham envolvimento com Cachoeira também foram revelados na operação da PF, batizada de Operação Monte Carlo. Ao todo, mais de 80 pessoas foram denunciadas pelo Minis-

tério Público Federal, incluindo policiais militares, civis e federais, servidores públicos e deputados. Apesar da tristeza de saber o quanto o cenário político brasileiro é corrompido, esse escândalo serve para mostrar o quanto nossa sociedade está mudando para melhor. Ora, se denúncias estão sendo feitas e senadores estão caindo, é porque alguma coisa está certa no meio de tanta sujeira. Melhor a população descobrir que alguns políticos não prestam que acreditar nos discursos demagógicos de tais figuras deploráveis. É preciso entender que corrupção é algo tão sério quanto homicídio: quando um político desvia dinheiro público para favorecer a si mesmo ou a terceiros, muitas repartições deixam de receber esse montante e não o transformam em benefícios para a sociedade. Ou seja, quando Demóstenes recebe 30% do faturamento de Cachoeira com jogos ilegais, essa grana, isenta de impostos, não chega, por exemplo,

Diagramação: Caroline Guimarães

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à Saúde e a consequência disso são filas intermináveis de pessoas à beira da morte esperando atendimento em hospitais públicos. Não é exagero dizer que corrupção gera morte. Este ano tem eleições e, por mais que a maioria da população esteja incrédula com a política, não podemos nos deixar contaminar pela ideia de que “todos os políticos são ladrões”. Se pensarmos assim, a malandragem agradece. A única coisa que deve motivar o nosso voto é o passado dos políticos. Saber o que ele fez de bom para a sociedade, por que lutou, o que defendeu, se foi acusado de alguma coisa, se tem processos judiciais. É preciso ter malícia e não cair em história para boi dormir. Ou melhor, história para bicheiro enriquecer. Porcos, lobistas, ratos... Chame como quiser. O segredo é duvidar sempre, mas sem perder a esperança.

* Raisa Ramos é estudante de Jornalismo

Reitor Professor Edward Madureira Brasil Diretor da Faculdade Professor Magno Medeiros Coordenador do Curso de Jornalismo Professor Juarez Ferraz de Maia Coordenadora Geral do Samambaia Professora Luciene Dias Editor de Diagramação Professor Salvio Juliano Monitoria Laura de Paula Silva Diagramação Alunos da disciplina Laboratório Orientado – Diagramação Edição Executiva Alunos da disciplina Jornal Impresso II Produção Alunos da disciplina Jornal Impresso I Contato Campus Samambaia - Goiânia/GO - CEP 74001-970 Telefone: (62) 3521-1092 E-mail: samambaiajornal@gmail.com Impressão: Cegraf/UFG Tiragem: 1000 exemplares


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s e g u r a n ç a

Perigos para o exercício jornalístico

Com resultado contraditório, relatório divulgado na Suíça aponta o Brasil como o segundo país mais violento para jornalistas

A

informação assusta. Um relatório divulgado pela ONG Campanha Emblema de Imprensa ou Pec, em inglês, o Brasil é o segundo país mais violento do mundo para a atuação de jornalistas. De acordo com os dados divulgados em 2 de abril, nos primeiros três meses de 2012, 31 jornalistas morreram no mundo, vítimas de atos de violência, um aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. Com relação ao Brasil a situação, segundo o relatório, também preocupa: o país é o segundo mais violento. Por aqui, de acordo com a ONG Pec, teriam morrido, só no primeiro trimestre deste ano, cinco jornalistas no exercício da profissão. Em primeiro lugar está a Síria, onde 11 profissionais da imprensa teriam morrido no mesmo período e mais dois estariam desaparecidos. Para a jornalista goiana e vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga, a situação não é bem assim. Segundo ela, a Fenaj tem o registro de apenas um jornalista que morreu no Brasil em 2012. Era Paulo Rocaro, morto em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, por suas denúncias contra o crime organizado. Dias após a entrevista, o jornalista Aluísio Mendes foi assassinado no Maranhão. Segundo a Secretaria de Segurança do Estado, ele morreu por causa da atividade jornalística. De acordo com a vice-presidente, a exemplo do que já aconteceu em outros momentos, deve-se rever o trabalho da ONG Pec, especificamente, para avaliá-lo. Braga destaca que foi por meio do relatório que se tomou conhecimento dessa organização. Segundo ela, o do-

cumento é impreciso, pois não se pode avaliar as condições de trabalho dos jornalistas somente pelo número de mortes violentas em um determinado período. O professor da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia (Facomb) e ex-diretor do Sindicato dos Jornalistas, Edson Spenthof, também questiona a informação de que o Brasil seria o segundo país mais violento para os jornalistas. Ele afirma que há violência contra o jornalista no Brasil, ainda hoje, devido à intolerância quanto à diferença e a uma herança autoritária que temos. “Há mortes violentas, mas custa um pouco acreditar que o Brasil seja o segundo”, diz. Antimídia No final de março, o Brasil rejeitou, na França, o texto básico de um novo plano de ação da Unesco sobre segurança dos jornalistas. Na mesma semana, jornais brasileiros e entidades como a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) classificaram a decisão da chancelaria brasileira como voto “anti-imprensa”. Segundo Maria José Braga, a proteção aos jornalistas depende de cada país e o plano de ação da Onu não é uma questão central para segurança dos profissionais. A vice-presidente explica que a Onu ainda não havia consultado as entidades representativas dos jornalistas, o que fez a Federação Internacional de Jornalismo (Fij) organizar uma missão de jornalistas para visitar a organização e propor medidas de defesa do jornalismo e dos jornalistas no mundo. Intolerância De acordo com o professor Edson Spenthof, em Goiás há “tentativas de

Arquivo Pessoal

Texto: Filipe Andrade Diagramação: Danilo Boaventura

Maria José Braga: a falta de segurança aos jornalista se deve às condições de trabalho intimidação a toda hora”, contra o jornalista. Ele cita exemplos que aconteceram contra duas equipes jornalísticas de emissoras de TV de Goiânia. Nas duas ocasiões, elas foram intimidadas pela polícia durante uma cobertura. “A intimidação desce a outros níveis”, destaca, como corte de patrocínios e, como em outro caso recente, com a divulgação de notas públicas declarando “estranhamento” com a cobertura feita por determinado veículo e as críticas resultantes dessa cobertura. Para o professor, nessas notas há conteúdo intimidatório. Outro exemplo, segundo ele, é o “sumiço” das bancas da revista Carta Capital, que apontava políticos goianos ligados a esquemas de corrupção. “É uma intolerância à liberdade de opinião e de livre circulação das informações. Se há erros na reportagem, eles têm que ser combatidos com contra-informação contundente.” Maria José Braga, que antes de assumir a vice-presidência da Fenaj, foi repórter em Goiânia de 1988 a 2009, conta que apesar de no exercício da profissão,

nunca haver sofrido violência física, já foi cerceada em sua atividade profissional. Ela conta que, na década de 1990, quando era repórter de política de um jornal goianiense foi, a pedido do então prefeito, retirada daquela editoria. Ainda de acordo com a vice-presidente, a insegurança por parte de jornalistas brasileiros não diz respeito à violência. “A principal sensação de insegurança dos jornalistas é relacionada às suas condições objetivas de trabalho: falta de tempo para a apuração devida dos fatos a serem noticiados, falta de respaldo das empresas para a cobertura de questões polêmicas e interferência direta das empresas na produção da notícia”, declara. Maria José Braga reconhece que, em locais específicos, como no Rio de Janeiro, onde muitos repórteres fazem cobertura policial, há uma certa insegurança. A Fenaj tem cobrado dos governos, estaduais e municipais, mais proteção aos jornalistas, inclusive com o projeto de criação de Comitês de Segurança nas redações.


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e d u c a ç ã o

Universidade para alunos de baixa renda Parceria

entre

OVG

e governo estadual beneficia jovens de classe baixa que não têm condição de pagar ensino superior Cristina Cabral/OVG

Texto: Weverthon Dias Diagramação: Bruna Dias

O

programa Bolsa Universitária é um projeto da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e foi criado em 1999 com o objetivo de atender estudantes que não tenham condições financeiras para ingressar em uma Instituição de Ensino Superior. São distribuídos dois tipos de bolsa, a integral, que custeia todo o valor da mensalidade, e a parcial, que custeia até 80% do valor mensal pago por cada estudante. Pode concorrer à bolsa integral o estudante com renda bruta familiar de até um salário mínimo e meio, o que equivale a R$ 933. Já a bolsa parcial é destinada ao aluno que tiver renda bruta familiar de até seis salários mínimos o que equivale a R$ 3732. Nas primeiras edições do projeto eram oferecidas bolsas parciais com valor único, mas atualmente além do valor da renda bruta familiar se avalia também o desempenho acadêmico como forma de decidir o valor do beneficio recebido por cada aluno. Assim, o estudante que obtiver média de até 6,9 no semestre anterior, recebe bolsa de até R$ 300. Se a média for entre 7 e 8,4 o benefício pode chegar a R$ 400. Com uma média superior a 8,4 a bolsa pode chegar a R$ 500.

Bolsas parciais Como funciona a concessão

Nota média

Valor do Benefício

até 6,9

R$ 300

7 a 8,4

R$ 400

mais de 8,4

R$ 500

Entrega de diplomas a alunos de baixa renda contemplados pelo programa Bolsa Universitária Segundo o coordenador geral da OVG, Afrêni Gonçalves Leite, esta nova medida foi adotada para beneficiar o estudante que realmente quer estudar. É importante ressaltar que no caso da bolsa parcial o valor máximo do beneficio é de 80% da sua mensalidade. Contrapartida Ao ingressar no programa todo estudante se compromete a executar uma contrapartida. O aluno então deverá prestar serviço voluntário em instituições governamentais ou não governamentais, com carga horária compatível com seus afazeres escolares e de trabalho. Além disto é incentivada a doação de sangue e o cadastro para doação de medula como formas de contrapartida.

Neydiwan Ferreira da Silva, professor de Matemática na Pontifícia Universidade Católica de Goiás, convive com alunos bolsistas e garante que eles são

diferenciados. “Até mesmo pelo medo de perder a bolsa, os alunos bolsistas em geral são muito esforçados e não deixam nenhum pouco a desejar’’, avalia.

Mudanças De acordo com o coordenador do Bolsa Universitária, mudanças importantes foram inseridas no programa em 2011. Antes, alunos que reprovassem em pelo menos uma disciplina durante o curso perdiam o direito à bolsa. Desde a nova medida, o estudante que reprovar em apenas uma disciplina por semestre não perde mais o benefìcio. Outra mudança importante é que a inscrição para o programa passou a ser semestral, em vez de anual. Além disso, o número de estudantes por família contemplados pela bolsa passou a ser ilimitado, já que o projeto só permitia um estudante por família. Segundo o coordenador da OVG, mais de 16.500 estudantes são atendidos pelo programa este ano e cerca de 95 mil foram contemplados desde a sua criação.


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g ê n e r o

Cirurgia que muda sexo é realidade dá visibilidade ao tema e possibilita que a população reflita e mude o pensamento sobre transexualidade

Texto: Guilherme Semerene Diagramação: Brunno Falcão

O

Programa Transexualismo da Faculdade de Medicina e Hospital das Clínicas (HC) da UFG começou em maio de 1999. No contexto universitário, as atividades iniciaram-se com uma equipe pequena e idealizadores temerosos com o desinteresse do público. Por meio do atendimento integral a pessoas gênero-variantes, o programa oferece desde tratamento psicoterápico a hormonização e cirurgia de redesignação sexual. O serviço tem sido referência regional e nacional na rede pública de saúde e recebe pacientes do Distrito Federal, Tocantins e até do exterior. A coordenadora do projeto, Mariluza Silveira, lembra que no início a procura era pequena e o preconceito grande. “Nosso trabalho era difícil, sem muitos recursos. Hoje a nossa demanda já é considerável”. Em 13 anos, cerca de 130 cirurgias foram realizadas, com 15 desistências. A cada semana, três novos pacientes chegam ao ambulatório do HC. Dos casos, 127 são homens que desejam ser mulheres e 13 mulheres buscam a transformação para o sexo masculino. Pacientes Os interessados em fazer o procedimento devem procurar a Secretaria Municipal de Saúde. A primeira consulta fei-

Identidade de Gênero

Raio X do Processo Identidade Orientação

Expressão

Mulher

Transgênero

Expressão de Gênero Andrógeno

Feminino

Masculino

Expressão de gênero é como você demonstra sue gênero (baseado em papéis de gênero tradicionais) através da forma como você age, veste , se comporta e interage.

Sexo

Sexo Biológico Intersexual

Fêmea

Macho

O sexo biológico refere a características mensuráveis do indivíduo como órgãos, hormônios e cromossomos. Fêmea = vagina, ovários, cromossomos XX. Macho = pênis, testículos, cromossomos XY. Hermafrodita = uma combinação dos anteriores.

Orientação Sexual Heterossexual

Bissexual

Homossexual

Orientação sexual refere-se a quem você é fisicamente e emocionalmente atraído, baseado na relação entre o seu sexo/gêreno e o da outra pessoa.

ta no ambulatório de transexualismo do HC, é uma espécie de entrevista, pois o paciente precisa ter certeza do que quer. O secretário Carlos de Souza, que atualmente se chama Inês, fez a cirurgia

de mudança de sexo e ressalta que o procedimento mudou sua vida. “Hoje sou muito mais feliz na minha vida profissional, familiar e também afetiva.” Mariluza Silveira comenta que o ca-

Glossário Pessoas gênero-variantes: transtorno de ordem psicológica e médica; ocorre quando uma pessoa se identifica com indivíduos do gênero oposto, mas consideram a situação desconfortante e são incapazes de lidar com ela.

Homem

Identidade de gênero é a forma como você, na sua cabeça, pensa sobre você mesmo. É a química que compõe você (ex.: níveis hormonais) e como você interpreta isto.

Hormonização: uso de hormônios sexuais, na maioria femininos como estrógenos, para o desenvolvimento de características sexuais secundárias, como mamas, contorno corporal, voz, entre outras.

Cirurgia de redesignação: procedimentos cirúrgicos que alteram a aparência física e a função das características sexuais de uma pessoa. Para ser feita, requer um diagnóstico de transtorno de identidade de gênero.

minho é longo e, além do médico, outros profissionais como enfermeiros, psicólogos e psiquiatras também participam do processo. “O Ministério da Saúde diz que são precisos dois anos de acompanhamento antes da cirurgia. Para chegar ao final tem que ser forte”. No pós-operatório, o paciente já viverá outra realidade. A adaptação é tranquila, considerando que a pessoa antes da cirurgia já estava adaptada ao gênero e continua da mesma forma posteriormente. “Logo após a cirurgia, já me sentia como se tivesse nascido mulher, foi bem tranquilo,” diz Inês.

Infográfico: Brunno Falcão

Projeto


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s a ú d e

Brasileiro tem maior índice de obesidade Excesso

de peso populacional cresceu nas últimas décadas.

Texto: Dárida Monteiro Diagramação: Laura de Paula

O

Obesidade Homens adultos: aumento de 18,5% para 50,1%, maior que o dobro do registrado em 1974 Mulheres adultas: salto de 28,7% para 48% Região Sul tem mais obesos no país: 15,9% dos homens e 19,6% de mulheres Homens com maior rendimento apresentaram mais excesso de peso

bico auxilia a perda calórica. Caminhada, corrida, musculação e atividades que envolvam o maior número de grupos musculares devem ser realizadas. Juliana afirma que a FEF possui vários projetos de extensão que oferecem para a

sugerem dicas para enfrentar a balança sem medo

comunidade práticas corporais, a exemplo da hidroginástica, natação, musculação, lutas da dança e ginástica localizada. A professora Paulla Guimarães Melo, da Faculdade de Nutrição (Fanut), explica que o excesso de peso e a obesidade são influenciados por fatores comportamentais como a alimentação e a prática de atividade física, além de fatores genéticos e disfunções hormonais. “É preciso se alimentar de forma equlibrada e balanceada”, diz. A ingestão alimentar precisa ser inferior ao gasto calórico do indivíduo, que deve estar sempre atento à qualidade e quantidade dos alimentos e bebidas consumidos. Paulla afirma que é bom evitar principalmente o consumo excessivo de alimentos e bebidas de alto teor energético e ricos em açúcar, gordura, sal e álcool. É recomendável comer doces, guloseimas, embutidos, alimentos industrializados, carnes gordurosas, leite e derivados gordurosos, refrigerantes e bebidas alcoólicas com moderação. A professora lembra que as crianças

estão cada vez mais sedentárias, passando horas em frente à TV, computador e videogame. Além disso, é cada vez mais frequente nessa faixa etária o consumo de alimentos muito calóricos. Atendimento Os estudantes da Fanut realizam atividades de educação nutricional e atendimentos individuais ou em grupos na comunidade, por meio da atuação em aulas práticas e estágios curriculares. Eles ocorrem em creches e escolas públicas e particulares, unidades de alimentação em nutrições conveniadas, bem como em serviços de saúde pública, de nível primário a terciário. Além disso, uma equipe de atendimento nutricional , composta por acadêmicos da Fanut-UFG, sob orientação da professora Maria Sebastiana Silva, realizam consultas às quintas e sextas, de 13:30h às 16h. O atendimento é realizado na FEF. Para saber mais, acesse atendimentonutricionalfef@gmail.com. Fotos: Dárida Monteiro

s brasileiros estão mais gordinhos. É o que diz a pesquisa de Orçamento Familiar 2008-2009 do IBGE: o peso dos brasileiros vem aumentando nos últimos anos. Em 2009, uma em cada três crianças de cinco a nove anos estava acima do peso recomendado pela Organização Mundial de Saúde OMS. A parcela de meninos e rapazes de 10 a 19 anos de idade com excesso de peso passou de 3,7% em 1974-75 para 21,7%. Entre as meninas e moças, o crescimento foi de 7,6% para 19, 4%. (Veja mais dados da pesquisa no box ao lado) Para evitar a obesidade, os cuidados devem começar cedo. Profissionais de educação física e nutrição sugerem dicas para ajudar a população a diminuir o excesso de peso. Segundo a professora Juliana Carneiro, da Faculdade de Educação Física (FEF), o exercício físico aeró-

Profissionais

x Na correria cotidiana as pessoas se alimentam mal, favorecendo a obesidade

Durante a infância, as crianças devem aprender a ter uma vida ativa e saudável


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s a ú d e

Alternativa para quem depende do SUS HMA aposta em visão holística do paciente e oferece desde programas de promoção da saúde à terapia curativa e de recuperação Reprodução

Texto: Pollyana Lima Diagramação: Bruna Dias

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acientes do Sistema Único de Saúde (SUS) do estado de Goiás e até mesmo de estados vizinhos, procuram o Hospital de Medicina Alternativa (HMA), na capital goiana, em busca de formas de terapia alternativas e de medicamentos fitoterápicos e homeopáticos. A maioria dos tratamentos oferecidos pelo HMA são de médio e longo prazo na tentativa de atender os pacientes de forma integral, sendo que alguns deles são acompanhados há mais de dez anos. Os pacientes podem optar pelo tratamento fitoterápico ou homeopático, adquirir gratuitamente os medicamentos fornecidos pelo hospital e participar de terapias complementares. O próprio hospital se encarrega do plantio, cultivo e preparação das plantas, produzidas no Horto de Plantas Medicinais da unidade, a partir das quais os medicamentos fitoterápicos e homeopáticos são produzidos. O HMA cultiva, em média, 60 espécies em seu horto de plantas medicinais. Cerca de 20 espécies prescritas pelos médicos são adquiridas por meio de compra,

Tenho medo de faltar às consultas e perder a minha vaga. Isso aqui tem sido muito bom pra mim. Minhas dores diminuíram muito. ” Sebastiana Lúcia, paciente do HMA

Estado, pois neste momento o governo não conta com contratos específicos para a manutenção dos hospitais”, explica Ailton Bezerra de Oliveira, diretor técnico-administrativo do hospital. Passo a passo

Medicamentos fitoterápicos e homeopáticos são produzidos no próprio HMA sendo o restante produzidas em áreas previamente inspecionadas por um engenheiro agrônomo vinculado ao HMA. O farmacêutico recebe e avalia a receita prescrita pelo médico. Então, é feito o encaminhamento para a manipulação e produção do medicamento. Paciente do HMA há dois anos, Eloí Moreira Magalhães, relata que procurou o atendimento no hospital devido à depressão e alguns sintomas decorrentes de uma hérnia discal. “Gostei muito do tratamento aqui. Com a acupuntura e a fisioterapia eu tenho me sentido bem melhor. Algumas vezes falta algum medicamento que o médico pediu, mas logo eles conseguem novamente, isso é comum em hospital público não é?” Eloí obteve uma vaga no HMA através do encaixe porque não conseguiu o agendamento por telefone e não se arrepende de ter enfrentado a fila e passado pelo sorteio. A cada três meses o governo estadual

fornece uma verba ao HMA. No último trimestre, o valor repassado foi de R$ 10 mil para suprir os custos de manutenção básica e para o alvará de funcionamento. “Este recurso é destinado para custear os serviços de Urgência e Emergência do

Atendimentos Mensais: cerca de 2400 Diários: 100, em média Duração: geralmente 30 minutos Especialidades: enfermagem, fonoaudiologia, serviço social, acunputura, fisioterapia e nutrição Informações sobre consultas: 0800 646 1560

Pelo menos uma vez por mês o HMA abre vagas para a consulta médica de encaixe. O paciente que não comparece à consulta perde sua vaga, a qual então é substituída por outro paciente que ainda não se consultou. Uma grande fila se forma na entrada do hospital, mas o paciente pode, ainda sim, não conseguir se consultar. Os primeiros pacientes que formam a fila participam de um sorteio para o preenchimento das vagas que geralmente são disponibilizadas no primeiro atendimento da manhã e ao meio-dia. O diretor técnico-administrativo diz que o HMA não é capaz de atender a todos os pacientes que procuram uma consulta de encaixe. “O primeiro passo para quem deseja se consultar no Hospital de Medicina Alternativa é passar por uma Unidade de Atendimento Básico de Saúde, ligando no 0800 646 1560 e solicitar ao médico da unidade um encaminhamento para o HMA. Isso faz com que os pacientes tenham suas consultas garantidas por serem pré-agendadas, evitando as filas”. Sebastiana Lúcia Pereira, em atendimento no HMA desde 1999, sempre comparece às consultas agendadas, acompanhada de seu marido que também faz tratamento no hospital. Em tratamento contra fibromialgia – dor crônica que se manifesta principalmente nos tendões e articulações –, ela se mostra satisfeita com os serviços prestados. “Tenho medo de faltar às consultas e perder a minha vaga. Isso aqui tem sido muito bom pra mim. Minhas dores diminuíram muito. Tenho consulta com o médico, psicólogo e faço ginástica também”.


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i n t e r c â m b i o

Eu não sou o seu vizinho buscam cada vez mais experiências no exterior para terem um diferencial no currículo e novas visões da vida

Texto: Marcela Haun Diagramação: Murillo Soares

B

Experiências A estudante de Publicidade e Propaganda, Vanessa Rincón, se inscreveu no início do ano para uma bolsa de intercâmbio. “Sempre tive interesse em estudar no exterior, seja para formar um bom currículo ainda na graduação ou para uma futura pós. Isso vale tanto pela experiência cultural quanto pela qualidade superior de ensino”, conta ela, que vai para o Reino Unido no segundo semestre. Mas não é tão bom assim pra todo mundo. Para a estudante Marina Morais, 20 anos, que no ano de 2009 cursava o ensino médio, o intercâmbio na cidade de Hinsdale em Estados Unidos (EUA) não foi o que imaginava. “Esperava encontrar liberdade e fazer vários amigos. Mas o que vivi foi o contrário”, conta Marina. Ela acrescenta que a família que a acoArquivo Pessoal

astou dar o primeiro passo no aeroporto e o coração bateu mais forte. Nos olhos, as lágrimas de uma saudade adiantada ameaçaram a se formar. Nas mãos, a bagagem com o peso de toda uma vida construída e empacotada. O medo de não se adaptar com o novo e a vontade de respirar outros ares não saíam da cabeça por nenhum motivo. Exceto pelo aviso da embarcação imediata que soava no terminal. O destino? Alemanha, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Brasil, Inglaterra ou qualquer outro país. Esse foi o começo de estudantes como Marina, Steffen e Heitor, que decidiram fazer intercâmbios. A preparação e expectativa de uma nova vida começam no país de origem. Com um nó na garganta e disposição, eles buscaram a experiência do intercâmbio para aprimorarem o cur-

rículo. Geralmente, os países mais procurados são os de língua inglesa ou os da América do Norte e da Europa.

A estudante Marina Morais estuda em Cottey College, em Nevada, nos EUA

lheu era mais rigorosa que a sua e as pessoas do colégio em que foi estudar eram muito fechadas para novas amizades. Marina, que hoje mora e estuda em Cottey College, em Nevada, EUA, fala que com a oportunidade que teve de fazer faculdade fora, não desistiu da ideia mesmo com o intercâmbio mal sucedido. “Mesmo tendo passado em Direito no Brasil, preferi arriscar o meu estudo no exterior por ainda ser uma melhor alternativa, já que diferencia o meu currículo.” O que para muita gente é escolha, também pode ser indispensável. No caso dos estudantes de jornalismo da Universidade Católica de Eichstätt-Ingolstadt, na Alemanha, a experiência fora do país no 5º período do curso é obrigatória. “Há muitas universidades na Alemanha que exigem. E eu acho que essa atitude é uma boa ideia, porque o intercâmbio ajuda no aprendizado de outra língua e a conhecer outra cultura”, diz Steffen Kühne, 24 anos, intercambista na Faculdade de Biblioteconomia (Facomb) da UFG. Steffen afirma que há bolsas públicas para todos os universitários, mesmo que seja na União Europeia. Assim, se o aluno não tiver condições de pagar um intercâmbio, não fica fora dessa experiência. Dificuldades Para quem não consegue organizar ou fechar a mala para uma viagem de um ano, acredite: essa não é a maior dificuldade pela qual vai passar. Os problemas começam quando você desce do avião e ouve “obrigado e até logo” em outro idioma. Steffen lembra que aprender a língua portuguesa foi muito difícil. “O maior problema é que a língua escrita é bem diferente da língua falada. Nas aulas de português, me ensinaram como fazer compras no supermercado, por exemplo. Mas não me prepararam para entender expressões ou gírias”, reclama.

Arquivo Pessoal

Estudantes

Intercambista Steffen em entrevista Não precisa ir tão longe para encontrar diferenças na comunicação. O estudante de Direito, Heitor Oliveira, 21 anos, fez intercâmbio em Portugal e também teve problemas com o idioma. “Compreender outro modo de pronunciar a mesma língua não é tão simples. Enquanto em Portugal retira-se o fiambre do frigorífico para preparar o pequeno almoço, no Brasil retira-se o presunto da geladeira para preparar o café da manhã.” Outra preocupação é a cultura distinta do país de origem. Heitor também recorda que as tradições e hábitos brasileiros estão longe de serem os mesmos que os lusitanos. “Sair da terra do samba fogoso do Carnaval e chegar a um território do choroso fado é um choque cultural bem grande.” Para Steffen, a adaptação foi mais demorada. “Foi tanta proximidade, tantas pessoas de braços abertos que demorei a acostumar com tudo isso.” Para esses estudantes, apesar dos problemas, a experiência não é só curiosa e desafiadora, mas rica. Ao retornarem, carregam lembranças que irão permanecer por muito tempo, para não dizer sempre.


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i n t e r c â m b i o

“Preconceito foi um choque para mim” Intercambistas de Guiné-Bissau são maioria nas Universidades brasileiras. eles aprovam a experiência, mas ressaltam ificuldades Texto: Igor Pereira Diagramação: Yasmin Cabedo

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intercâmbio vale muito tanto no âmbito profissional quanto no pessoal. “Nesses cinco anos em que estou aqui, eu ganhei muito conhecimento e amadurecimento. Além disso, quando eu voltar para o meu país, vou ter um currículo mais sólido. Todo mundo que volta do Brasil para Guiné-Bissau é bem mais respeitado no mercado e recebe mais oportunidades assim como a minha irmã”. Recorde O número de estudantes de Guiné-Bissau que vem para fazer um curso superior no Brasil chama a atenção. O país da costa oeste africana é líder disparado na quantidade de estudantes estrangeiros em nossas universidades. Segundo levantamento do Ministério da Educação, em 2007, dos 472 estudantes Igor Pereira

roporcionando aprimoramento profissional e uma nova e importante experiência de vida, o intercâmbio é uma ótima opção para jovens que buscam um direcionamento em suas vidas profissionais. Para estudantes brasileiros, essa modalidade de estudo tem viés mais linguístico, já que os alunos buscam, com frequência, os Estados Unidos, Inglaterra e Austrália, para aprender o idioma inglês. A vinda de estudantes estrangeiros para as universidades brasileiras tem sido cada vez mais frequente e se caracteriza mais por um viés acadêmico. Na UFG, às vezes se encontram alguns deles, principalmente da África e da Amé-

rica Latina, que chamam a atenção pelo sotaque e pelos costumes específicos. Todavia, europeus também figuram nesse grupo. No curso de jornalismo da UFG, a aluna Dárida Munny Monteiro, 27 anos, de Guiné-Bissau, vive essa experiência desde 2007. A africana teve o exemplo de sua irmã mais velha, que fez o curso de Ciências Sociais na Universidade Federal da Paraíba e recomendou a experiência para a caçula. A estudante participou de um convênio entre os dois países, que exige idoma oficial (português) em comum. Dárida concorreu com outros candidatos na embaixada brasileira de Guiné-Bissau e conseguiu sua vaga. Ela ganhou visto até a duração do curso e uma bolsa permanência. Segundo Dárida, a experiência do

Estudantes africanos interagem com brasileiros na UFG. Brasil é o destino mais procurado por eles para fazer intercâmbio

que vieram para o Brasil, 213 eram do país africano, totalizando 45,13%, quase metade do total. Para Dárida, apesar de o português ser o idioma oficial em ambos os países, a linguagem acaba se tornando uma dificuldade. Isso porque no Guiné-Bissau, apesar de não ser a língua oficial, o Criolo, um dialeto africano, é falado no dia-a-dia, incorporando o português que é ensinado nas escolas em grau reduzido. O preconceito foi apontado pela estudante como outra barreira: “Os estudantes brasileiros acham que a gente vai roubar as vagas deles, para ocupar os espaços deles. Daí, algumas pessoas fazem um tratamento um pouco preconceituoso com a gente. Para mim foi um choque, já que lá na África os estrangeiros costumam ser muito bem recebidos”, ressalta.

Golpe militar Muitos estudantes de Guiné-Bissau procuram o Brasil também para fugir da instabilidade política e econômica que o país vive. Desde que adquiriu a independência de Portugal, em 1974, Guiné passou por ditaduras, golpes e violência política. O último golpe ocorreu em 12 de abril deste ano. Uma junta militar tomou o poder entre os dois turnos das eleições presidenciais e prendeu o atual presidente, Raimundo Pereira, além de outros presos políticos. Depois de pressão da Organização das Nações Unidas (ONU) e de outros países africanos, eles foram libertados. Há um temor de que a onda de golpes militares se arraste para outros países, mas a ONU e outras nações africanas estudam sanções econômicas ao governo militar.


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Sapato polêmico Famosas nos anos 90, as mules estão com tudo nas passarelas de verão 2012 de marcas como Louis Vuitton e Miu Miu. Lembram o scarpin, mas são abertos na parte de trás. Por isso são polêmicos: algumas mulheres amam, outras detestam. Vale lembrar que o “toc toc” na hora de andar continua o mesmo! http://louisvuitton.com

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http://lookbook.nu/bjuty

Sabe aqueles detalhes discretos no look que dão uma outra cara no visual? É o caso do cinto amarrado, que é quando damos um nó ao invés de afivelá-lo. A cintura continua marcada e a tendência te deixa mais charmosa e elegante.

A cor de 2012 A Pantone – uma das empresas de palhetas de cores mais conhecidas no mundo – já anunciou a cor do ano de 2012: Tangerine Tango! O mundo da moda já começou a adotar o vermelho alaranjado. E você? Veja algumas dicas ao lado.

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Batom Neon Orange, edição limitada da MAC Lápis para olhos Cor 7, da Vult Esmalte Nunca Fui Santa, da Risqué.

A marca Vans lançou uma linha de produtos inspirados em frutas, bem adequada para o verão, chamada Fruit Pack. A primeira versão foi a melancia. Para comprar, só em lojas virtuais que revendem a marca.Para encontrá-las, basta acessar o site www.vansdobrasil.com. Qual será a próxima fruta para a salada mista?

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http://vans.com

Com semente

Está na hora de relembrar as rendinhas esquecidas no armário. O inverno de 2012 promete fazer daquela textura a sua tendência. Para isso, podemos usar as coloridas, as discretas ou até mesmo os famosos vestidos de renda. Renda-se que ainda dá tempo!

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Renda-se

Franjas Elas estão de volta! E, dessa vez, não são na roupa. A tendência desde a última temporada de inverno é de passar a tesoura no cabelo mesmo. Os modelos são vários, mas os principais são a franja falsa, aquela bem ralinha, e a franja cheia, ou “franjão”. E você, vai encarar?

Dica quente O friozinho está chegando e, com ele, chega também a hora de proteger o pescoço do vento gelado com a ajuda de um lenço ou cachecol. Nada melhor que aproveitar o acessório como peça chave para finalizar o look. Se o visual é todo escuro, o lenço colorido dá destaque à produção e levanta o astral. Enrole-se também!

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Língua para baixo

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por Marcela Haun


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c o m p o r t a m e n t o

Praticada

Fotos: Acervo pessoal

Jeito de ser expresso na pele desde a antiguidade, a tatuagem é vista também como uma forma de identidade

Texto: Filipe Andrade Diagramação: Weverthon Dias

L

ays Alencar é tatuadora profissional e trabalha em um estúdio de Goiânia. “A tatuagem é uma forma de narrativa, como se a pessoa contasse parte de sua história, através da pele”, explica. Segundo Lays, existem dois tipos de pessoas que vão ao estúdio de tatuagem: as que se tatuam porque veem uma tatuagem na celebridade, amigo ou parente e os mais criteriosos, por procurarem exclusividade, algo que reflita sua personalidade. Para a estudante Thaís Tarelho, a tatuagem, quando não é apenas uma cópia impensada de outra, se torna uma forma de identidade. Ela conta que desde pequena gostou muito de tatuagens, achava um “algo a mais”. “Minha mãe tem uma tatuagem há muito tempo e eu fica-

Além de mostrar a visão de mundo de uma pessoa, a tatuagem mostra como essa pessoa quer ser vista pelo mundo” Lays Alencar, tatuadora

va encantada. Essa admiração se transformou em vontade, vontade de ter algo que representasse pelo menos um pouco de quem eu sou e do que eu gosto.” Critérios O processo de se tatuar deve ser considerado de forma criteriosa. Para Thaís é importante levar em conta que a tatuagem é algo permanente, por isso deve

ser pensada com calma para não haver arrependimentos futuros. Na opinião de Dalila Cristina, além de escolher um profissional experiente é importante procurar pessoas que já se tatuaram com aquele profissional. Ela conta que sempre gostou de tatuagens, por achá-las bonitas e, quando estava com 18 anos resolveu fazer uma. Mas a experiência não foi tão agradável. Depois do procedimento, Dalila teve quelóide, lesão na pele provocada pela má cicatrização. Então, ela teve que procurar outro tatuador para fazer um desenho por cima e corrigir o problema. Apesar disso, Dalila fez mais duas tatuagens. Thaís Tarelho coloca ainda outros requisitos que devem ser observados. “É importante também conhecer aspectos como a paciência que ele tem ao fazer a tatuagem, a disponibilidade em fazer retoques necessários e a higiene com quem lida com os equipamentos.” Para Thaís, a tatuagem se torna um meio eficiente de mostrar a particularidade de cada um. Lays Alencar destaca que além de mostrar a visão de mundo de uma pessoa, a tatuagem mostra como essa pessoa quer ser vista pelo mundo.

Cuidados Depois de fazer a tatuagem é necessário fazer um curativo no local com alguma pomada que contenha o ácido dexpantenol, responsável pela reconstituição do tecido epitelial; A proteção da região tatuada deve ser protegida com um filme plástico, para evitar infeccções, até a cicatrização da área lesionada;

Lays Alencar, tatuadora: preconceito de gênero na tatuagem tem ficado para trás

Cuidados com a limpeza no local também são importantes. Deve ser feita com água e sabão neutro ou sabonete. Nunca devem ser utilizados produtos químicos, como álcool e água oxigenada, por exemplo.

Um pouco de história Tecnicamente, tatuagem é o ato de introduzir abaixo da epiderme substâncias corantes. Sua história começou há cerca de 4 mil anos. Descobertas arqueológicas mostram que o ato de se tatuar já era praticado pelos egípcios e por nativos da Polinésia, Indonésia e Nova Zelândia. Durante a Idade Média seu uso foi proibido pela Igreja Católica, mais propriamente no ano 787 d. C. Durante o século XVIII, segundo a doutora em Antropologia Social Andrea Lisset Pérez, a concepção da tatuagem era a de uma arte exótica. Lá pelos anos 1.800 a tatuagem foi apropriada pelos setores marginalizados da sociedade, chegando a ser tida como uma forma de identificação de criminosos, especificamente, na Inglaterra. Essa ideia durou até o início do século XX. No entanto, Pérez destaca que foi só a partir da década de 1980, no Brasil, que o “sentido estigmatizador do uso da tatuagem começou a mudar”. O fato se deve, segundo ela, à profissionalização dos tatuadores e ao surgimento das lojas e estúdios de tatuagem.


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c i d a d e

Governo promete, mas obra do Centro de Excelência continua paralisada deve contemplar apenas o

Texto: Jéssica Gonçalves Diagramação: Fábio Alves

N

a teoria, um projeto que estimularia e promoveria os esportes olímpicos em Goiás. Na prática, obras inacabadas e incerteza. Há cerca de 12 anos, o governo estadual idealizou o projeto de construção do Centro de Excelência de Esportes Olímpicos, em Goiânia. O projeto previa a reconstrução do Estádio Olímpico Pedro Ludovico Teixeira, demolido em 2006, a construção do parque aquático e do laboratório de capacitação e pesquisa, além da reforma e readequação do Ginásio Rio Vermelho. As obras que começaram no início de 2000, em parceria com o Ministério do Esporte, foram interrompidas por problemas judiciais no ano de 2005. De acordo com José Roberto de Athayde, presidente da Agência Goiânia de Esporte e Lazer (Agel), a paralisação ocorreu principalmente devido a um erro no processo licitatório. “Quando foi feita a primeira licitação, a empresa entendeu que seria o complexo todo, o estádio, o parque aquático e o laboratório. Só que o Ministério Público Federal não concordou com isso. Ele acha que teria que ser separado e detalhado da maneira que nós fizemos agora, para cada pedaço da obra uma licitação. Com isso, o Ministério Público entrou na Justiça, a empresa também entrou e ficou essa briga para ver quem tinha razão”, explica. Neste período, o Estádio Olímpico já havia sido demolido e a construção do estacionamento subterrâneo iniciada. Entretanto, devido à interrupção de toda a obra, o tradicional estádio se tornou

Laboratório

de

Capacitação. Situação

do

Estádio Olímpico

permanece indefinida

zendo as bases or- que temos um recurso na Caixa Econôçamentárias para mica Federal, R$ 10 milhões. Até porque, abrir um novo pro- se for licitar o conjunto todo agora, nós cesso licitatório. podemos criar um impasse em relação Segundo La- ao prédio, então nós preferimos licitar o martine Reginaldo laboratório e imediatamente preparar o da Silva, chefe de estádio e o parque aquático para serem gabinete de gestão licitados na sequência”, destaca. do Centro de ExA licitação do Estádio Olímpico será celência, esse pro- a última etapa do processo. A intenção cesso de licitação é que seja realizada neste semestre, para não compreende que as obras se iniciem ainda em 2012. todo o comple- O orçamento da obra do estádio ainda xo. Primeiramen- não foi finalizado, mas o presidente da te, será licitado Agel acredita ser necessário cerca de R$ o Laboratório de 40 milhões, segundo ele, o governo tem Capacitação, que R$ 10 milhões em caixa e há previsão de Estádio Olímpico virou criadouro do mosquito da dengue possui recursos da receber mais 25 milhões de reais. “Não um enorme buraco. Sem o devido trata- União para ser finalizado. “Essa licitação tenho o orçamento, mas acredito que mento, o local passou a servir como cria- será em duas fases. Primeiro uma licita- com R$ 40 ou 50 milhões nós construídor de mosquito transmissor da dengue. ção para a conclusão do laboratório, por- mos o estádio”, comenta. No inicio de fevereiro, a cantora Grace Carvalho postou em seu facebook uma foto que mostra o estado em que o estádio se encontra. Cerca de 800 pesComo será o funcionamento do Centro de Excelência soas compartilharam a foto e milhares de usuários comentaram. “Vergonha”, Esportes: atletismo, basquetebol, Estádio Olímpico: espaço para realizar “descaso”, “absurdo”, “trágico”, “defutebol, futsal, handebol, voleibol, competições de atletismo, saltos, cepcionante” foram os principais conatação, ginástica rítmica, saltos arremessos e futebol. Com capacidamentários realizados, principalmente ornamentais, judô, karatê, tênis de de para receber 12 mil pessoas, não por goianienses. mesa, badminton, ginástica artística e poderá receber jogos do campeonato Até o momento, foram gastos cerca trampolim acrobático Brasileiro Séries A e B de R$ 8 milhões na demolição e reconsDivulgação

Liicitação

Entenda o projeto

trução do Estádio Olímpico. Somente as bases do estacionamento estão prontas. Licitação

Em 2011, o governo estadual conseguiu rescisão de contrato com a empresa que havia licitado a obra. A Agel garante que está readequando os projetos e refa-

Laboratório de Capacitação e Pesquisa: capacitar e formar profissionais do esporte em parceria com universidades Parque Aquático: idealizado para natação, pólo aquático, nado sincronizado e saltos ornamentais

Ginásio Rio Vermelho: atende esportes como vôlei, basquete e handebol Números: 60 professores, 1500 atletas alojados no local e 1200 distribuídos em projetos de iniciação, pesquisas e eventos


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f u t e b o l

Violência nas arquibancadas goianas

Número de conflitos entre torcidas organizadas gera questionamentos sobre a verdadeira motivação dos grupos de torcedores

Texto: Weverthon Dias Diagramação: Gabriel Trindade

Fotos: Divulgação

violência nas arquibancadas. ‘‘A vontade de ir ao estádio às vezes é grande, mas tualmente, ir a um estádio de fu- quando penso que tebol se tornou algo complicado. isso pode represenGraças às crescentes ondas de tar perigo à minha violência provocadas por torcidas orga- família, desisto da nizadas, homens e mulheres tem dei- ideia e vou ver o jogo xado de ir aos estádios para torcer pela em casa mesmo.’’ Ricardo Martins equipe do coração. Em Goiás, a violência provocada por sente na pele o que brigas entre as torcidas tem feito muitas é ser vítima de torvítimas. No final de 2011, por exemplo, cedores intolerantes. após um clássico entre Goiás e Vila e O estudante foi agre- Torcida organizada do Goiás sempre presente nos jogos Nova, uma jovem torcedora esmeraldina dido e teve todos os foi morta a tiros na Vila Mauá , região Su- seus pertences roubados após um clás- dentro destes grupos. Porém, o estudante sico entre Goiás e Vila Nova no começo confessa que muitas pessoas não dão imdoeste da capital. A cada dia a rivalidade tem se expan- deste ano. Segundo ele, voltava para casa portância a tais regras e se tornam torcedido e saído de dentro do estádio. Prova quando foi abordado por cinco rapazes dores que não contribuem em nada para disso é que, muitas vezes, além do cam- que o roubaram e o agrediram por estar o futebol. Já Carlos Eduardo, integrante da po de futebol, bares, praças e ruas são usando uma camisa verde. Ricardo relata que, após o acontecido, perdeu o gosto Dragões Atleticanos, torcida do Atlético palco de conflitos entre os torcedores. Segundo Reginaldo Alves, torcedor por futebol e expressa sua revolta. ‘‘De- Goianiense, afirma que a violência só assíduo do Vila Nova, as torcidas orga- pois disso nem assisto mais futebol, per- existe porque falta empenho das autonizadas tem afastado os torcedores do di o gosto pela coisa. Acho difícil conse- ridades em punir as pessoas que agem estádio. O representante comercial afir- guirem barrar este tipo de torcedor, mas dessa forma. Ele ressalta que, apesar de ma que muitas vezes gostaria de assistir sou a favor de quem faz esse tipo de coi- a população ver apenas a parte ruim a um clássico com seu filho de sete anos, sa ir para a cadeia e não sair mais de lá.’’ destas organizações, há pessoas que realmente vão ao estádio para torcer, incentimas não tem coragem, pois tem medo da var e apoiar o seu clube do coração. Outro Lado Segundo o estudante, é preciso maior Apesar do que rigor na hora de escolher os membros é visto em notici- que vão participar das torcidas. ‘‘Em neários e jornais, as nhum momento nossa intenção é bater lideranças das torci- ou brigar com a torcida adversária, mas das organizadas de é torcer, ajudar e vibrar com o nosso time Goiás dizem não in- do coração”, lembra. Recentemente, a Federação Goiana centivar a violência por parte dos seus de Futebol juntamente com a TV Anhanmembros. Segun- guera criaram a campanha “Paz no futedo Marcos Vinícios bol”. O projeto incentiva os torcedores Motta, integrante da de todas as equipes a irem para o estádio Força Jovem do Goi- vestidos de branco, simbolizando a paz. ás, existem regras Quem aderiu à campanha concorreu a de comportamento prêmios durante os jogos das semifinais Mais nova das torcidas organizadas de Goiânia, criada em 2010 a serem seguidas e final do Campeonato Goiano.

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A vontade de ir ao estádio às vezes é grande. Mas quando penso que isso pode representar perigo à minha família, desisto da ideia e vou ver o jogo em casa mesmo” Reginaldo Alves, torcedor do Vila Nova

Organizadas Dragões Atleticanos Time: Atlético Clube Goianiense Fundação: 17/07/2009 Lema: “Movidos por uma só paixão” Esquadrão Vilanovense Time: Vila Nova Futebol Clube Fundação: 17/06/1994 Lema: “O Vila nos une. Nada nos separa” Força Jovem Goiás Time: Goiás Esporte Clube Fundação: 23/05/1997 Lema: “Minha ideologia, minha vida” Sangue Colorado Time: Vila Nova Futebol Clube Fundação: 25/05/2010 Lema: “A paixão que corre nas veias”


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e s p o r t e

Aluno viaja para torneio internacional

Atleta, que estuda na UFG foi o único representante goiano no Campeonato de Basquete sub-18 anos de Cholet, na França

E

te da equipe”, explica. Na fase de preparação, o armador de 1,73m se dividiu entre a faculdade e os treinos. Como mora em Goiânia, Marcos Henrique dedicou-se aos estudos durante a semana, enquanto aos sábados e domingos participou dos treinos de basquete em Brasília. “Em alguns finais de semana foi difícil ir, mas me esforcei para conciliar o estudo com basquete”, ressaltou. Das 12 equipes participantes, Lance Livre ficou na décima posição. A classificação final não foi das melhores, mas para Marcos a experiência foi gratificante e importante. A organização e a qualidade do certame impressionaram o futuro engenheiro eletricista. “O nível dos atletas e principalmente das equipes é bem diferente do nível que estou acostumado a ver em Goiânia e em campeonatos brasileiros de bases. Os jogadores são Marcos Henrique exibe sua coleção de medalhas conseguidas com o basquete obedientes taticamente e as equipes são estruturadas, além da organização ção dos atletas nas categorias de base. Tenho certeza que isso não se restringe “A forma como o basquete de base é apenas ao basquete, por isso os países que surpreendeu a todos”. Tecendo elogios ao torneio, Marcos tratado me impressionou. Eles dão mui- de lá [Europa] são tão vitoriosos ainda destacou a importância da forma- to valor para a formação de jogadores. nas Olimpíadas”.

Iris Roberto

Texto: Fábio Alves Diagramação: Caroline Guimarães

studante do segundo período de Engenharia Elétrica da UFG, Marcos Henrique viveu uma grande experiência numa área bem distante do seu curso universitário. Jogador de basquete, Marcos foi convidado para disputar um dos mais renomados torneios da modalidade. Entre os dias 6 e 12 de abril, o jogador participou do campeonato de basquete sub-18 anos de Cholet, na França. O torneio contou com equipes de vários países, como Canadá, Itália, Israel e França. A Lance Livre, de Brasília, foi a única representante brasileira na disputa. Apesar de atuar na Associação Esportiva Goiana de Basquete, AEGB, Marcos, que atua como armador, foi convidado pelos treinadores da equipe brasiliense para compor o cartel de atletas. “Conheci os treinadores da Lance Livre em jogos contra. No começo do ano eles me convidaram para fazer par-

Títulos conquistados 2008 Campeão Goiano – Infantil Campeão Copa SESC – Infantil

Campeão Copa Biuí – Infantil Campeão Copa Biuí – Infanto Campeão Copa Biuí – Juvenil 2009 3º colocado Campeonato Brasileiro – sub 15 Campeão Goiano – Infantil Campeão Goiano – Infanto Campeão Goiano – Juvenil Campeão Copa SESC – Infantil 3º colocado Campeonato Brasileiro – sub 17 Campeão Copa Flávios – infantil 3º colocado Copa Flávios – infanto

2010 Campeão Brasileiro – sub 17 Campeão Goiano – Infanto Campeão Goiano- Juvenil Campeão Goiano – Adulto Líder em Assistência Campeonato Brasileiro – sub 17 Campeão Copa SESC – Adulto Campeão Copa SESC – Infanto 2011 3º Colocado Campeonato Goiano – Juvenil

3º Colocado Campeonato Goiano – Adulto 2º Colocado Copa SESC – Juvenil 2º Colocado Campeonato Brasileiro – sub 17 6º Colocado Campeonato Brasileiro – sub 19 Melho jogador Copa Brasil Central – sub 17


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m e i o

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a m b i e n t e

Saúde da população corre risco

Em Goiânia, 90% dos rios estão contaminados por lançamento de esgoto clandestino e falta de conscientização dos cidadãos

C

Leonardo Iran

hico Buarque já cantava: “e foram correnteza abaixo/rolando no leito/engolindo água/boiando com as algas/arrastando folhas/ carregando flores/e a se desmanchar”, retratando o amor entre a lua e o mar. Quem lê ou escuta esses versos não imagina que a água citada na canção é a do rio Meia Ponte ou Ribeirão Anicuns, ambos em Goiânia. Até porque a letra da música sofreria algumas mudanças, como “arrastando folhas/carregando flores” para “arrastando vidas/carregando

lixo”. Melhor mesmo é que Chico continue narrando outra história. Segundo dados da Agência Municipal do Meio Ambiente de Goiânia (Amma), dos 85 cursos d’água existentes na capital, 90% dos rios estão contaminados por algum tipo de poluição. Ausência de mata ciliar, lançamentos clandestinos de esgoto e entulho, focos de erosão, assoreamento e ocupação irregular da faixa de proteção ambiental são alguns dos problemas. E nisso tudo, a saúde da população goianiense é colocada em risco – tanto a de quem mora perto desses rios, quanto a de quem nem os vê no dia a dia. As causas dessa poluição não se resumem ao desmatamento, à ocupação urbana ao redor dos rios ou ao destino dos lixos. Além da ausência de redes de esgoto em vários bairros da cidade, a culpa é da educação – ou da falta dela – de muitos cidadãos. Sacos de lixo, copos descartáveis e resto de comida são itens encontrados às margens de rios. Basta uma sujeira jogada na rua para chegar até córregos e rios e contaminá-los. A falta de consciência ambiental é, sem dúvida, grande responsável por essa situação. Soluções

Meia Ponte: cerca de 20 pontos de lançamento de esgoto

Segundo a Amma, o caso atual das nascentes de Goiânia é alarmante, apesar de a cidade ser

O trabalho de monitoramento realizado pela Amma não resolve o problema sozinho” Ramiro Menezes, gerente de monitoramento ambiental da Amma rica em recursos hídricos. A agência de meio ambiente também acrescenta que está em prática uma ação contínua para solucionar alguns problemas. É o caso do Programa de Parceria para Recuperação e Revitalização dos Mananciais de Goiânia, no qual empresários e prefeitura se juntam para preservar rios, córregos, lagos e nascentes. A recuperação inclui caminhões para retirada de entulhos, transferência de famílias invasoras e recomposição da flora local. De acordo com Ramiro Menezes, gerente de monitoramento ambiental da Amma, criar parques é uma forma de preservar e recuperar as nascentes dos rios. Essa ação evita ocupações e, consequentemente, poluição, entulhos e impurezas. Os parques não seriam pensados apenas no sentido estético, mas com a função de regular a ocupação do espaço. “O trabalho de monitoramento realizado pela Amma não resolve o problema sozinho”, relembra Ramiro. É preciso que a sociedade também faça parte desse esforço. Ou então nem o boi da cantiga popular “cadê o fogo?/ a água apagou/ cadê a água?/o boi bebeu” vai tomar a água poluída.

Fique de olho O Governo de Goiás, através da Saneago (Saneamento de Goiás S.A.), lançou, na segunda quinzena de março deste ano, o programa Olho no Óleo. A iniciativa tem o objetivo de reduzir o impacto negativo do óleo de cozinha usado sobre o meio ambiente. Em vez de descartar os resíduos do líquido indevidamente nas redes de esgotamento sanitário, as pessoas podem trocar cada litro de óleo usado por R$0,50, valor que é descontado na fatura de água e esgoto. Todos podem participar: bares, hotéis, restaurantes, lanchonetes e condomínios. Para saber onde estão localizados os sete pontos de coleta espalhados por Goiânia e Aparecida de Goiânia ou buscar mais informações sobre o programa, basta acessar o site www.saneago.com.br/relacionamento.

Eduardo Ferreira

Texto: Marcela Haun Diagramação: Weverthon Dias

Programa tenta reduzir o impacto negativo sobre o meio ambiente


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o l h a r e s

Obras na Avenida Universitária Muito questionada sobre sua real necessidade, obra de reestruturação da Avenida Universitária em Goiânia está a todo vapor. As ações incluem quebra de calçadas, provocam lentidão no trânsito e deixam para os que frequentam ou trabalham na avenida a esperança de que a poeira e os transtornos passarão e os benefícios virão. É esperar pra ver...

Fotos e texto: Pollyana Lima Diagramação: Laura de Paula


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