IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS
Ano XVI - Edição No 571 - R$ 1,50
Porto Alegre, 1o a 15 de outubro de 2010
Troféu Solidariedade para Associação Amigos dos Bebês Apressados
NESTA EDIÇÃO
Voz do
PASTOR A Igreja de Jesus Cristo Página 2
Educação e Psicologia
Pastoral urbana
Página 5
Taxa de divórcios cresce 200%, diz o IBGE Dados referem-se ao período entre 1984 e 2007. Página 3
Família e Sociedade Página 3
O maior desafio da Igreja atual
Se não receber o Solidário, reclame (tel. 3221.5041 ou solidario@portoweb.com.br). É serviço terceirizado.
Como manter os que ainda seguem e convencer a retornar os que se afastaram? E como apresentar a proposta cristã para atrair novos seguidores? É a grande pergunta da Igreja hoje. O desafio é ainda maior nos grandes centros urbanos. Que o diga o novo pároco da Paróquia-Catedral de P. Alegre. Páginas centrais
Política de Economia agora é lei estadual
O projeto de lei 336/2007 foi aprovado por unanimidade na Assembléia gaúcha em 21 de setembro último, depois de discutido pelo Fórum Estadual da Economia Solidária, formado por trabalhadores e entidades que trabalham no setor. Pela lei, o setor terá o assessoramento do Estado, permitindo também aporte de recursos para as atividades inerentes.
A premiação foi entregue dia 24 de setembro último em tocante cerimônia na Câmara Municipal de P. Alegre. A ABA atua junto à UTI Neonatal do Hospital da PUC. É mantida por voluntárias e busca auxiliar na solução de problemas de recém-nascidos carentes internados, viabilizando maior permanência das mães junto aos bebês e, especialmente, doando fraldas descartáveis, roupas, enxovais, materiais de higiene e leites especiais aos recémnascidos. Samuel Rosa/sxc.hu
“Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudarão a face da Terra.”
Nosso portal já está na web. Acesse
www.jornalsolidario.com.br e deixe sua opinião e sugestões.
Provérbio africano
A
2 EDITORIAL
Que Igreja para que fiéis?
N
ão é segredo para ninguém: o número de membros da Igreja católico-romana vem diminuindo, gradativamente, nas últimas décadas. E não há perspectivas de que este quadro mude, substancialmente, nos próximos anos. Para muitos, o “encolhimento” da Igreja pode, até, aumentar. E todos se perguntam: quais as causas desta diminuição, deste “encolhimento”, desta migração de católicos para outras denominações cristãs, para outras religiões ou religiosidades ou, simplesmente, para um ateísmo prático na sua vida. É sabido que a absoluta maioria dos católicos chamados “praticantes” faz da missa seu único momento de contato com a comunidade, com a “igreja”. Praticar a fé é assistir missa todos os fins de semana. Se considerarmos o número de batizados, é apenas uma pequena parcela de fiéis que participa efetivamente da vida comunitária, no seu sentido mais amplo e verdadeiro, tem alguma atividade pastoral, atua na catequese, nos grupos bíblicos e de oração ou nos movimentos de igreja. A Igreja real, viva, com sentido, passa por esta pequena “A Igreja de hoje parcela de fiéis, sem dúvida. E a deve ser da escuta, da grande maioria, que pratica uma fé palavra, do gesto, da mais folclórica ou cultural do que ação”. viva e real? Sem falar nos apenas batizados na Igreja Católica, mas que não marcam nenhuma presença posterior na Igreja, na comunidade, e que são, segundo estatísticas, cerca de 70% do total de batizados. Como trabalhar esta maioria para que também participe efetivamente da comunidade? Os “argumentos” tradicionais, entre os quais a ameaça do pecado, com o consequente castigo do inferno para quem não vai à missa ou pratica a religião, perdeu sua força e não chega ao coração desta maioria. E voltamos à pergunta crucial: que Igreja para que fiéis, hoje? Talvez seja preciso voltar dois mil anos na história e redescobrir a “marca” daquele pequeno grupo de discípulos missionários do Senhor Jesus. “O bom pastor conhece suas ovelhas e as chama pelo nome e elas ouvem a sua voz”. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”. “Vede como eles se amam”. E poderíamos repetir textos e mais textos bíblicos que insistem no que é central e fundamental para o cristão e que parece faltar demais na Igreja deste tempo: a marca do amor, da acolhida amorosa e pessoal aos irmãos e irmãs. Esta linguagem, melhor... esta prática chega a todos, crianças, jovens, adultos e idosos. A sociedade do consumo pratica, como marketing de venda de seus produtos, esta marca da atenção, da personalização, da acolhida dos clientes... vai ao encontro deles de todas as formas e oferece, a preços módicos, uma felicidade temporal e, geralmente, momentânea e fictícia. E a Igreja, cuja missão é ser um sacramento de felicidade mais profunda, mais real, mais verdadeira, com horizontes de eternidade, perde-se, muitas vezes, na afirmação e imposição de normas e leis institucionais, em detrimento da lei que lhe dá seu verdadeiro sentido e valor: a lei do amor. “A Igreja de hoje deve ser mais acolhedora. Ser uma Igreja da escuta, da palavra, do gesto, da ação”, afirma o Pe. Gustavo Haas, novo Cura da Catedral de Porto Alegre, em entrevista concedida ao Solidário (paginas 6 e 7). Este é o caminho que leva a respostas para a pergunta: que Igreja para que fiéis, hoje? A angustiosa busca de Deus deste tempo encontra guarida na acolhida em gestos de amor solidário. O Solidário traz, na sua contracapa, o pronunciamento oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Este pronunciamento se torna fundamental, definindo critérios para a escolha dos candidatos aos cargos eletivos de 3 de outubro próximo, a partir dos princípios e valores que são próprios da Igreja. (attilio@livrariareus.com.br)
Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36
Conselho Deliberativo
Presidente: José Ernesto Flesch Chaves Vice-presidente: Agenor Casaril
Voluntários Diretoria Executiva
Diretor Executivo: Jorge La Rosa Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, José Edson Knob e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj
1o a 15 de outubro de 2010
RTIGOS
A Igreja de Jesus Cristo
S
particular ou Diocese e da própria Igreja omos e vivemos como se vísseCatólica. Notamos que nossa comunidade mos o invisível, uma vez que o local, bem como nossa Igreja particular essencial é invisível aos olhos. não teriam nem consistência atual, nem Em Jesus Cristo, vemos o homem, o importância histórica se não estivessem que equivale a reconhecer sua existênsolidamente ancoradas na Igreja Católica, cia terrena, através de uma atividade Dom Dadeus Grings cuja existência remonta ao próprio Cristo. que marcou época. Mas, ao mesmo Arcebispo Metropolitano Podemos fazer o retrospecto e chetempo, nele acolhemos o Salvador. de Porto Alegre gar, a partir da realidade eclesial atual, Sua ação perdura entre nós. Nesta ação até Jesus, acolhido como salvador e filho de Deus. Mas percebemos o sinete de Deus. E logo nos damos conta também podemos ressaltar a dimensão retrospectiva de que Ele é o Deus conosco. inversa, o que equivale a começar a consideração pelos Sua presença e atuação não se confinam ao passado primórdios e de lá proceder ao longo dos tempos, até nem ao Médio Oriente. Na verdade, nós nascemos na chegar aos nossos dias. sua Igreja. Fomos nela e por ela batizados e instruídos. Em primeiro lugar, temos um cômputo de dois miPercebemos uma realidade que nos transcende pessoallênios. É a história da Igreja. Mas não de uma associação mente. Há uma vida de fé, esperança e caridade, na qual ou entidade religiosa autônoma. Na origem descobrimos estamos imersos e da qual participamos intensamente. um mistério, à semelhança do próprio Cristo. Se retroceEsta vida reconhecemos como provinda da plenitude da dermos na vida pessoal dele, chegamos a Maria. E logo graça e da verdade de Cristo. Sabemos que sua alma, ou nos deparamos com o enigma de José. Jesus era tido como seja, a seiva que circula e anima todo o organismo e nos filho de José. Isto, porém, somente por quem não estava congrega, é o Espírito Santo. ao par de sua origem divina. Mateus e Lucas esclarecem Podemos iniciar com a consideração de nossa coeste ponto. E nós cremos neles. munidade local, reunida pela palavra de Deus, pelo culto Assim também a Igreja. Chegando à sua origem, podee pela convivência católica. Alargamo-a, depois, para a mos titubear. Foi Jesus quem a fundou ou ela surgiu como Diocese, que chamamos de Igreja particular. Chegamos, um movimento póstumo? Quem assim duvidasse não teria por fim, à Igreja no plano universal. Temos na base um percebido o mistério da Igreja. Ela não se restringe a uma presbítero, na Diocese um bispo, sucessor dos apóstolos, convocação ou associação de fiéis. Sua origem não se deve a e na cúpula, o Papa, sucessor de Pedro. uma fundação. Pelo contrário: ela é simplesmente a própria Alargado assim o espaço, situamo-nos no tempo. vida de Deus, continuada ao longo dos tempos. Chamamo-a, Ao olharmos para o futuro, consideramo-nos Igreja pepor isso, com S. Paulo, de corpo de Cristo. Não por nada regrina, que caminha para o céu, como reino definitivo se estabelece a data de seu início para o momento da morte de Deus. Ao recuar ao passado, fazemos o cômputo do de Jesus na cruz. Ela brotou do lado aberto do salvador. tempo de nossa comunidade local, da paróquia, da Igreja
Voz do
PASTOR
Rosto bonito e religião Frei Ivo Bortoluz Paróquia Santíssimo Sacramento e Igreja Santa Terezinha, Porto Alegre
U
m grande monge hindu certa vez disse: “O primeiro sinal de alguém que está se tornando religioso é sentir-se contente”. Quando uma pessoa está sempre melancólica, isso pode ser consequência de uma má digestão, mas não é religioso! O que se pretende com semblantes sombrios? Se você estiver com o rosto carrancudo, não saia de casa neste dia, feche-se no quarto. Que direito você tem de levar essa perturbação pelo mundo afora?! Quanta sabedoria nestas simples e profundas palavras deste monge hindu. Para quem de nós não serve este chapéu? Quantas vezes, religião para nós, se torna sinônimo de cara fechada, carrancuda e de poucos amigos! Quantas vezes temos um comportamento bonito, alegre e espontâneo até o momento de entrar em um recinto sagrado, iniciarmos um ato religioso e, a partir desse momento, nos revestimos de uma cara fechada, carrancuda e até mesmo triste. Fazemos tudo isso em nome do respeito e da seriedade. Só que não podemos confundir respeito e seriedade com cara fechada, carrancuda e até mesmo triste! A religião que vivemos e praticamos tem o jeito da imagem de Deus que carregamos dentro de nossas vidas. Se eu carrego uma imagem de um Deus que sempre está me “vigiando” para poder
Conselho Editorial
Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer e Beatriz Adamatti
Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo
me pegar em algum “flagra do pecado”, então minha religião vai ser uma doutrina do medo e, como consequência, meu rosto será um rosto que, em nome do respeito e seriedade, vai se fechar, se trancar e até apresentar certa tristeza. Não foi isso que Jesus condenou quando dizia para termos cuidado e não nos tornarmos parecidos com um certo tipo de gente de seu tempo? Não foi isso que Jesus disse ao nos falar que, quando fossemos rezar, fazer penitência, fazer caridade... deveríamos lavar o rosto, perfumar a cabeça, isto é, mostrar alegria? Desarmar o coração? Irradiar felicidade? Cara fechada... rosto trancado... semblante melancólico... Tudo isso nada tem a ver com a religião. Ou, pelo menos, nada tem a ver com Jesus Cristo, pois se existe alguém que soube cultivar o bom-humor e alegria, esta alguém é Jesus Cristo. Por isso, seja uma pessoa respeitosa, séria, mas cuidado para não transformar tudo isso em cara fechada, rosto trancado, semblante triste, só para apresentar cara religiosa. O caminho não é por aí... Pelo menos, não é por aí o caminho de Jesus Cristo, pois o Evangelho quer dizer anúncio de uma Boa-Nova e Boa-Nova sempre é Notícia Alegre, você não acha? Não esqueça que o primeiro sinal de alguém que está se tornando religioso é sentir-se contente e, neste mês da Bíblia, coloque na sua vida o que nos diz o Documento de Aparecida, no 29: “Conhecer Jesus Cristo é o melhor presente que qualquer um pode receber; tê-Lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-Lo conhecido com nossas palavras e obras é nossa alegria”.
Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS
Revisão Nicolau Waquil, Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes Impressão Gazeta do Sul
Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3221.5041 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.
3 F S É melhor ser feliz do que ter razão
1o a 15 de outubro de 2010
AMÍLIA &
OCIEDADE
Deonira L. Viganó La Rosa
Divulgação
Terapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia
A
s pessoas que precisam provar o tempo todo que estão certas não estão tentando ser entendidas. Elas se sentem inseguras e podem ter sofrido uma disciplina excessiva na infância. Veem o casamento como uma ameaça a algo mais importante que é a sua aura de irrepreensibilidade. Elas acham que são como deuses, ou santas, e temem ser rejeitadas se alguém descobrir que são apenas humanas, passíveis de erros. São frágeis, e precisam ser tratadas gentilmente, seja o que for que fizerem ou disserem. As pessoas que querem provar que qualquer coisa errada que tenham feito não foi responsabilidade delas podem ficar frenéticas quando criticadas. Provar que têm razão é tudo o que importa. Na verdade, elas têm medo de serem castigadas, se ficar claro que são responsáveis por seu próprio comportamento, já que, provavelmente, essa foi uma das experiências marcantes de sua infância. A maioria dos pais parece punir as crianças que admitem uma falha, deixando sem castigo aquelas que conseguem driblar suas responsabilidades. As crianças, então, aprendem a mentir, percebendo que serão tratadas com maior brandura se os pais estiverem inseguros em relação à sua culpa. E, quando adultas, nem conseguem ouvir
o parceiro até o fim de um relato, ocupadas que estão em encontrar desculpas para seus atos, provas para a sua verdade. Um adulto, treinado para não admitir falhas, identifica uma confissão de um erro como um ato de fraqueza que o coloca sob o poder de
Taxa de divórcios cresce 200 % em 23 anos, diz o IBGE Estes dados se referem ao espaço entre 1984 e 2007. Em 89% dos divórcios, a responsabilidade pela guarda dos filhos ficou com a mulher. Do total de processos de separação, 10,5% deles foram não-consensuais, resultantes de conduta desonrosa ou grave violação do casamento, requeridas pela mulher. Já os homens solicitaram 3,2% das separações com as mesmas alegações. Então, parece que a grande maioria das separações se dá pela incapacidade de aceitar as diferenças um do outro e a pouca habilidade em lidar com este fato e, poucas, por problemas muito graves. O estudo do IBGE trouxe também dados sobre a constituição das famílias. Em 2007, em todo o país, observou-se que, para os homens, a idade média na data do primeiro casamento foi de 29 anos. As mulheres tiveram idade média, ao casar, de 26 anos. Todos estes dados revelam gradual mudança no comportamento da sociedade. Quando tivermos as
publicações referentes ao censo de 2010, poderemos saber melhor como está se comportando a família e a sociedade pós-moderna, neste particular. E não podemos perder de vista que entre as pessoas muito pobres (em grande grupo) os casamentos civis e religiosos não acontecem oficialmente, e, portanto, nem os divórcios.
outra pessoa. E se defende disso, com toda a garra. Conta-se que um casal, em suas bodas de prata, se vangloriava de nunca haver brigado. Perguntado como conseguira tal façanha, respondeu o marido: "Temos um trato: sempre que pensamos igual, ela decide. Cada vez que temos divergências, permanece a minha opinião". Receita infalível. Quero crer que esse tipo de casal, ou similar, seja o único a não apresentar conflitos. Para parceiros adultos, a discussão pode ser saudável e colaborar com seu crescimento. Desde que ela não tenha a função de provar qual dos dois tem razão, ou quem está certo e quem está errado. O papel fundamental da discussão é conseguir que a boa relação entre os dois seja a grande vencedora. É fazer com que sejam entendidos e aceitos os sentimentos de cada um. Preparávamos um seminário, do qual participariam pessoas de diversas cidades. Diante de minha apreensão, revelou-me uma colega por quem tenho alto apreço: "O que menos eu temo é errar". Realmente, não vale a pena maquinar estratégias para defender-se e proteger-se de falhas, nem mesmo na intimidade. Somos humanos. Sempre estaremos cometendo um ou outro deslize, ainda que tentemos acertar. Revelemos nossas imperfeições em casa, para podermos ser compreendidos e amados. E que bela aprendizagem terão os filhos desse casamento...
Dez Pain/sxc.hu
O
4
Machismo, racismo, suor e sangue
Pelas ruas de Assis
A
PINIÃO
Carmelita Marroni Abruzzi
Antônio Estevão Allgayer
Professora universitária e jornalista
Advogado
história da cidade, localizada num declive do monte Subásio, remonta ao Século VI A.C. Em 89 A.C., tornou-se município romano e sinais daquela época encontram-se até hoje, em suas muralhas, seus arcos de acesso, esculturas e templos. Após a queda do império romano, Assis sofreu o assédio de vários povos e senhores feudais, até voltar ao domínio da Igreja, quando gozou um período de relativa tranqüilidade e de revitalização. Nesse contexto, nasce Francisco em 1182, filho de uma rica família da qual recebe cuidados e atenção; estudou latim, música e canto; sua juventude foi alegre, com festas e amigos. Capturado na guerra contra Perugia, ficou preso durante um ano. Doente, sua convalescença se transformou num período de reflexão. Depois de outra campanha militar, começou sua conversão e seus dias transcorriam entre a meditação e a solidão nos arredores de Assis. Pressionado pelo pai, optou por renunciar aos bens da família, tornou-se um mendigo, e seus feitos extraordinários se difundiram pela região. Surgem seus seguidores, entre eles Clara de Assis que também renunciou a seus bens e fundou a ordem das “Povere Dama recluse di San Damiano” (Clarissas após a morte da Santa). Chegamos a Assis quando os dourados do outono pareciam cobrir a natureza. Estacionamos o carro ao sopé do monte e subimos até a Igreja de Santa Clara, onde começamos nossa caminhada por ruelas pedregosas em busca da Basílica de São Francisco. Depois de muito andar e perguntar chegamos ao conjunto de São Francisco, com suas arcadas, suas basílicas superior e inferior e a residência dos frades. A basílica superior foi construída em pedra branca e em estilo gótico. Seu interior, em forma de cruz, com seu jogo de luz e suas pinturas, contribui para o clima religioso que ali se respira. Afrescos na parte superior representam episódios do Antigo e do Novo Testamento; a parte inferior pintada por Giotto e seus discípulos, representa a vida do Santo em 28 cenas. Na basílica inferior, está o túmulo do Santo, numa cripta construída em 1820, após a recognição de seu corpo e redesenhada em 1932. Como em Assis, na zona histórica, só circulam carros dos moradores, tivemos de empreender a caminhada de volta, que não nos pareceu tão longa; afinal, atingíramos nosso objetivo! E, embora cansados, conseguimos retornar à Igreja de Santa Clara e reverenciar o crucifixo especial, com suas cores e suas figuras pintadas e que, segundo a tradição falara com Francisco, na velha igreja de S. Damião e lhe pedira: “Francisco, conserta minha casa, que está caindo em ruínas”. Ligada à história de São Francisco, de sua conversão e irradiação de sua mensagem, está a Porciúncula, a pequena capela que foi testemunha de alguns milagres, como aquele em que o Santo, para fugir à tentação teria se atirado numa moita de espinhos, que seu sangue transformou em roseiral; esse, com suas rosas sem espinho, é um dos pontos de atração para os visitantes aliás, por toda a cidade estão os testemunhos do amor e da bondade do grande santo. Em nossa volta, andando sobre as ruas de pedra, parecia-nos ouvir o som dos passos de S. Francisco, ouvir o eco de suas palavras, sentir as dúvidas que experimentou e receber sua mensagem, que, na sua simplicidade, ainda cala no coração do homem do século XXI: o anseio de paz está presente nos corações daqueles que acreditam ser possível aos povos e às sociedades viverem com respeito e harmonia num mundo sem as barreiras dos preconceitos, dos ódios ou rancores.(debruzzi@ig.com.br)
1o a 15 de outubro de 2010
L
i em algum lugar a afirmativa de que o pensamento não é livre. Para comprová-lo alegavase existirem povos entre os quais a guerra é considerada justa e necessária e, em contrapartida, haveria comunidades políticas contrárias à guerra. Em favor da supracitada tese podem ser invocados vários fatos. Um diz respeito a mudanças relacionadas com o status social da mulher, autorizada por lei à prática de tarefas por tradição de milênios atribuídas ao varão. De outra parte, convém assinalar que e houve lideranças femininas anteriores à plena emancipação da mulher. É paradigmático o fato de Vitória da Inglaterra, Maria Teresa da Áustria e Catarina da Rússia terem governado prósperos impérios. Argumento que de certo modo contradiz o entender de não ser livre o pensamento tem a ver com a abolição da escravatura. A história aponta cidadãos conscientes de longa data de que o trabalho forçado é infenso à dignidade da pessoa humana e sequer admitiam que seja tolerada qualquer forma de prestação de trabalho não-remunerado. Pontes de Miranda, exímio jurista brasileiro, já em tempos de rejeição coletiva do trabalho servil, em parecer de sua lavra cita o princípio da remunerabilidade de todo trabalho para sustentar que ao poder público é defeso eximir-se da obrigação de remunerar os professores de religião nas escolas públicas. Tal interpretação não invalida a gratuidade do trabalho voluntário prestado a instituições filantrópicas ou de ajuda a pessoas sofredoras de certas formas de carência.
Todavia, há cerca de dois séculos, elites intelectuais, autoridades de alto porte, cidadãos respeitados como portadores de moral ilibada, não hesitavam em possuir escravos. Foi necessário que surgissem argutos leitores dos “sinais dos tempos”, utópicos sonhadores de uma sociedade justa e fraterna, para que mudanças “ousadas, e profundamente inovadoras” pudessem suceder...! Dentre estes, aponta-se o destemido e pugnaz combatente da causa do abolicionismo que foi Joaquim Nabuco. E aqui cabe uma pergunta de certo modo vexatória: você acredita que no Brasil subsiste discriminação racial? Fique atento à denúncia de uma realidade que é um acinte de crueldade consentida. Se de sepulturas e das cinzas de escravos mortos saíssem vozes capazes de nos interpelar, ouviríamos macabra estória que já conhecíamos, mas nos recusávamos a recordar: nos alicerces, nas paredes e sob as escadarias de soberbos palacetes, templos e museus, jazem, misturados à argamassa, suor e sangue de escravos, cujo trabalho forçado trouxe conforto e beleza ao Alegre Porto dos Casais. Não será visível e palpável que em tão nefasta realidade haja culpa coletiva a exigir reparação? Causa nojo saber que há indivíduos de baixa estatura moral que se declaram contrários à instituição de cotas ou bônus sociais compensatórias das consequências do roubo legal praticado contra escravos que puderam legar a seus pósteros nada mais do que a orfandade, o subemprego e a miséria....!Temos uma colossal dívida a pagar...! Inclino-me a supor que na prestação de contas derradeira o juiz será semelhante àquele do Auto da Compadecida, criação genial do seu autor: não era branco...!
O bullying não é coisa nova Antônio Mesquita Galvão Professor e escritor
B
ullying é uma expressão nova para um fato velho. O termo inglês é utilizado para descrever a violência física praticada por um indivíduo ou grupo. Brasileiro gosta muito de palavras estrangeiras para nominar fatos que poderiam ser descritos no português, como marketing, pay-per-view, etc. Existe a palavra em nossa língua, mas usam o estrangeirismo porque é chique. Bully (deriva de bull, touro) designa um indivíduo brigão. O bullying sempre existiu, sem a repercussão midiática e psicossocial que tem hoje. Eu vivi minha adolescência em Porto Alegre e posso testemunhar a existência de bullying naquela época. Na década de 50, eu estudei em dois colégios de primeira, Dores e Anchieta, e não havia dia em que não brigávamos na saída (e às vezes no recreio) com colegas. As escolas designavam pessoas para vigiar as saídas, mas mesmo assim, muitas vezes a “pauleira” era inevitável. A gente batia e apanhava, como consequência das brigas. Cansei de chegar em casa de rosto amassado, olho roxo e não me lembro de meu pai ir fazer queixa a alguém. O mais que acontecia era a colocação de gelo ou mercúrio cromo. E estava resolvido o problema. Com as nossas “vítimas” ocorria o mesmo. Ninguém apareceu lá em casa para reclamar. Hoje as famílias são superprotetoras, contra os
professores e o mundo. Havia as “quadrilhas”, que hoje chamam de “bonde”. O grupo da “Fernando Machado” brigava com o da “Demétrio Ribeiro”: os confrontos eram sérios, só não havia drogas. Mas no domingo, jogávamos futebol juntos e íamos namorar as garotas no cinema Marabá. Hoje, quando nos encontramos, damos boas risadas das tropelias que embranqueceram os cabelos de pais e professores. Acho que o fato hoje é fruto de um zeitgeist, levado demais a sério pela mídia, que na falta de coisa mais consistente se envolve nas brigas de adolescentes. A violência é institucionalizada na sociedade e boa parte da mídia dá publicidade por que violência vende e dá audiência. As brigas dos garotos do meu tempo não tinham publicidade nem providências paternas ou das escolas. Nem os pais acusavam a escola e vice-versa. E tudo se aquietava. Meu pai nunca andou armado. Hoje, o motorista interpela, no trânsito, um desafeto, de arma na mão; o vizinho discute com o outro com o dedo no gatilho e as mortes acontecem de forma banal e alarmante. É essa violência, junto com a notoriedade, que exacerba o comportamento violento dos jovens. Ouvi um jovem dizer que iam fazer uma pancadaria para ver se viravam notícia, com textos e fotos. A juventude é a caixa de ressonância de uma sociedade desestruturada. Não adianta fazer leis; o aprendizado para a paz começa na família.
1o a 15 de outubro de 2010
E
P
DUCAÇÃO &
SICOLOGIA
5
Convivência e conversação Juracy C. Marques
Professora universitária, doutora em Psicologia
N
o 38º. Festival de Cinema de Gramado – agosto de 2010 – foi apresentado o filme “La Vieja de Atrás”, um drama argentino de Pablo Meza. Propõe um olhar crítico sobre a relação e a convivência de uma senhora idosa com um jovem estudante de medicina que vem do interior para Buenos Aires. Ela é uma pessoa solitária, aposentada, que ao ser informada sobre a situação financeira do jovem, convida-o a morar com ela. Fica sabendo, pelos vizinhos, que ele é costumeiramente inadimplente nas taxas do condomínio; com esses pressupostos, faz uma espécie de negociação com ele, pois tem espaço em seu apartamento. Ele não teria nenhuma despesa, livrando-se de preocupações com casa e comida, tendo, entretanto, a obrigação de com ela conversar, diariamente. O filme estrutura-se numa abordagem crua, naturalista, mas se reveste de uma dialética da conversação, pois o jovem não cumpre com sua obrigação de conversar, o que irrita profundamente ‘a velha’: ele quer abrir as janelas, ela as fecha imediatamente. “Por quê?”, pergunta o jovem. “Porque ninguém tem que saber sobre o que se passa entre nós”, responde ela, fechando as janelas. Os silêncios nas refeições, as poucas vezes em que as fazem juntos, são constrangedores para ambos: ela fazendo inúmeras perguntas e ele esquivando-se de responder. O filme termina com ele voltando para o interior, abandonando seu curso de medicina e feliz por retornar à sua família, onde, sim, poderia conversar espontaneamente. É o que se deduz de sua alegria ao decidir retornar aos seus “pagos” e poder conviver com sua família que, embora pobre, sempre lhe deu muito amor e carinho.
A necessidade de conversar
Júlia, que está viúva há três anos, consegue, não sem alguma dificuldade, reunir seus dois filhos e uma neta de dois anos para almoçar com ela aos domingos. Sente-se feliz com isso, mas pediu à filha, que é assistente social, que contrate alguém para, periodicamente, conversar com ela. A filha a inquiriu por que as conversas da família aos domingos não lhes eram suficientes e ela respondeu: “Porque eles conversam entre si (com muita balbúrdia) e a neta é o centro das atenções”, e acrescentou: “Ninguém pergunta sobre as minhas dores na coluna ou sobre a falta que me faz meu marido” (!). A filha prometeu atender seu pedido, mas ainda está pensando se esta é a melhor solução – preocupa-lhe o fato de que os filhos, incluindo genro e nora, não têm tempo disponível em suas carregadas agendas para conversar com a mãe.
A convivência facilita a conversação
Márcia Frances
Pedro tem 84 anos e mora com um filho, separado da esposa há três anos, que se ocupa, nos feriados e domingos, a dar atenção a um filho que está com 15 anos que quer conviver com o pai, mas não tanto com o avô. Este, então, arrumou um grupo de amigos com os quais se encontra na praça para jogar dominó ou bocha. Aí entravam conversações sobre futebol, políticos, fofocas sobre a vizinhança, fazem piadas e dão risada. O filho diz que seu pai melhorou muito de suas queixas sobre saúde e “dores de velhice” depois que se entrosou nesse grupo da praça, cujos componentes mal conhecia. “O que ele mais gosta é de rir bastante, na companhia dos novos amigos”, diz o filho.
Conviver e conversar são indispensáveis para a manutenção da saúde
Conviver e conversar propicia o encontro, o entrosamento, a participação, ingredientes poderosos para provocar novos estímulos e aprendizagens que, por sua vez, fecham o ciclo do encontro com ratificações indeléveis, mas indispensáveis à saúde mental, social e emocional. Não é demais lembrar que em nossos encontros com Deus, também, através de orações conscientes, fortalecemos nossa espiritualidade, que são, necessariamente, reforçadas pe- Cursos las práticas litúrgicas que entrelaçam convivência e conversação.
PÓS-GRADUAÇÃO PUCRS
“O que ele mais gosta é de rir bastante na companhia dos amigos”
de Especialização
Conhecimento para você chegar mais alto. www.pucrs.br/pos
T
6
1o a 15 de outubro de 2010
EMA EM FOCO
C
7
Discípulos missionários na cidade
omo ser Igreja nos tempos atuais? Num mundo em que todos podem estar interconectados e saber instantaneamente sobre tudo o que acontece? Num mundo em que mais que dois terços vive na cidade ou adotou dela todos os hábitos?
Olho no olho
“A pessoa quer ser valorizada. No banco, cada um tem o gerente de sua conta. Na saúde, seu médico, seu dentista. Na loja, seu atendente que o chama pelo nome. No restaurante, sente que é centro de atenção. O homem atual quer ter acolhida mais pessoal. E isso também espera – talvez não conscientemente – de sua Igreja, de sua paróquia e de seu padre”, reflete Pe. Gustavo Haas, pároco da Paróquia Mãe de Deus – Catedral – no Centro de Porto Alegre – desde 22 de agosto último. “Aparecida (V Assembléia Geral do CELAM – maio de 2007) prevê isso. O brasileiro, em especial, quer ter um tratamento personalizado. E Jesus já assim o fazia: chamava pelo nome, fitava bem nos olhos, com amor”, projeta Pe. Gustavo.
Flexibilidade
“A Igreja de hoje deve estar mais acolhedora. Ser uma igreja da escuta, da palavra, do gesto, da ação. Além disso, dizer que o mundo mudou não basta: o mundo está mudando. A cultura dos povos é um processo dinâmico. Se fosse possível um estágio estático, seria mais fácil estabelecer parâmetros e regras. Por isso, não posso me fixar e engessar em determinações. Preciso, sim, ter firmeza e solidez. Mas sempre com diálogo e flexibilidade. Não somos mais donos da verdade: somos servidores da verdade. Há diversas formas de fazer a mesma coisa e não precisa ser sempre assim. Há que se adaptar e ir ao encontro das pessoas”, diz Pe. Gustavo. Conjunto de pastorais e/ou pastoral de conjunto? A V Assembléia Geral do Celam (ver box) foi enfática na necessidade de um novo conceito e dinâmica de pastoral. Mas, como transformar o discurso em prática, uma vez que durante tanto tempo – talvez séculos – se agiu de forma diferente? Pe. Gustavo, mestre em Liturgia, há 10 anos afastado de prática paroquial sistemática (período em que atuou como professor da PUCRS, foi formador de sacerdotes no Seminário de Viamão e coordenador de Setor de Liturgia da CNBB em Brasília, nos últimos quatro anos e meio) tem bem consciente o novo desafio que o espera, especialmente por estar numa paróquia urbana atípica. “Nós ainda não sabemos em
Cristiane Rochol/PMPA
que consiste e em que ela (Pastoral Urbana) repercute concretamente nas nossas pastorais. Ainda atuamos muito com um conjunto de pastorais e não uma pastoral de conjunto. Cada Pe. Gustavo Haas pastoral acha que é única: ainda não se consegue ver onde uma pastoral depende da outra, onde uma pastoral precisa da outra”.
Presença do jovem
Uma das grandes dificuldades é atingir o segmento jovem nos grandes centros urbanos. E isso também acontece na área central de P. Alegre, onde o movimento jovem é pouco expressivo. “E mais: não atua em conjunto. Considerando todas as paróquias da Capital, temos aqui no mínimo 16 expressões de grupos de jovens, cada um com sua mística, metodologia e caminhada própria. O grande esforço é fazer com que essas 16 expressões façam uma única pastoral da juventude, cada uma guardando sua identidade, mas trabalhando juntas para buscar outros jovens e valorizá-los dentro da Igreja”, propõe Pe.Gustavo.
Acolhida
A maioria das paróquias já conta com uma bem atuante Pastoral da Acolhida. “Mas precisamos incrementá-las ainda mais, muito mais, principalmente aqui na Catedral, que é um ponto de referência na Cidade e no Estado. Tenho ficado na porta da igreja meia hora antes das missas. E vejo pessoas de outras paróquias, de outros estados, de outros países: querem tirar foto com o padre para mostrar que estiveram na missa tal em igreja tal. O padre deve entender e dar-se conta disso: ele é uma parte visível da Igreja. Devemos investir numa liturgia caprichada e dinâmica. E, especialmente, na acolhida e atenção às pessoas que vêm aqui: elas querem
ser valorizadas, sentir a atenção de alguém que as escute. Isso é uma marca da modernidade e da pós modernidade”.
Espaço de meditação
Tombada pelo patrimônio histórico nacional, a Catedral Metropolitana de P. Alegre fica aberta durante 365 dias do ano, das sete da manhã às sete da noite. “Mas o serviço de secretaria fecha ao meio-dia e aos sábados, justamente quando as visitas são mais frequentes. Temos que atender essas pessoas. Estamos pensando em mudar esses horários”, diz Pe. Haas. Construída em estilo renascentista, a Catedral revela um interior sóbrio e despojado de decoração dispersiva. “É um espaço que convida à interiorização, à oração, à reflexão. Aqui nunca foi preciso pedir para fazer silêncio. Por quê? É sinal de que a arquitetura induz automaticamente ao silêncio. O que já não acontece, por exemplo, na catedral de Brasília: uma construção que dispersa, que distrai. Lá foi necessária a afixação de plaquinhas de ‘silêncio, por favor’. Outro cuidado que devemos ter nas igrejas: sem tantos enfeites, cartazes, avisos, etc. As pessoas querem encontrar na igreja um espaço de oração e elevação espiritual e silêncio”, recomenda Pe. Haas.
Servir e não ser servidos
Num mundo em permanente mudança, diversidade de ideologias e culturas e variedade de expressões religiosidade, a Assembléia do Celam, em Aparecida, contrapôs a centralidade de Jesus Cristo “Nós temos Jesus Cristo. Não o Jesus Cristo milagreiro, o pronto socorro ou o Jesus Cristo supermercado. Mas um Cristo da ‘Kenosis’: Aquele que se esvaziou de si e assumiu a condição humana e que tem tudo igual a nós, nascendo entre os homens. Um Deus humilde, pobre e simples. É esse Cristo que temos que apresentar. Um Cristo servidor, que deve estar na mística da pastoral urbana. Por isso, eu, padre, estou na cidade para servir e não para ser servido. As vocações ordenadas existem para os leigos. O nosso sacerdócio ministerial, ordenado, é para servir. Somos ordenados, não para impor o nosso estilo, nosso idéia, nossa teologia, mas para servir. Todas as pastorais estão aqui para servir: ECC, Batismo, Caridade, Saúde, Liturgia...a pessoa tem que ser a prioridade”, conclui Pe. Haas.
V Conferência do CELAM: referências oportunas 1. Uma Igreja que se faz discípula é formadora de discípulos e discípulas. 2. Estimular a formação de políticos e legisladores cristãos para que contribuam na construção de uma sociedade justa e fraterna, de acordo com os princípios da Doutrina Social da Igreja. 3. Animar a formação de pequenas comunidades e comunidades eclesiais de base, assim como associações de leigos, movimentos eclesiais e novas comunidades. 4. Dedicar mais tempo a cada pessoa, escutá-
la, estar ao seu lado nos seus acontecimentos importantes e ajudar a buscar com ela as respostas às suas necessidades. 5. Ser uma Igreja que aprende a rezar e ensina a rezar. 6. Ser missionário é ser anunciador de Jesus Cristo com criatividade e audácia em todos os lugares onde o Evangelho não foi suficientemente anunciado ou acolhido, especialmente nos ambientes difíceis e esquecidos e além de nossas fronteiras. 7. Ser missionário do Evangelho não só com a
palavra, mas principalmente com a nossa própria vida, entregando-a no serviço, inclusive até o martírio. 8. Jesus começou sua missão formando uma comunidade de discípulos...Inseridos na sociedade, façamos visível o nosso amor e solidariedade fraternos. 9. Cuidar da nossa casa comum, a Terra, ameaçada de destruição. 10. Busca dos católicos afastados e dos que pouco ou nada conhecem Jesus Cristo.
S
8 Sergio Roberto Bichara/sxc.hu
Os benefícios do limão Pesquisadores e nutricionistas são unânimes em afirmar que o limão é capaz de oferecer inúmeros benefícios para a saúde. O fruto cítrico originário da Ásia é usado como eficaz remédio natural desde a antiguidade. Rico em vitamina C, é necessário na formação dos tecidos fibrosos, ossos, dentes e cartilagens, pele e cabelos. Antibiótico natural, também auxilia na boa digestão e no sistema circulatório, além do fortalecimento do sistema imunológico, cura de estomatites, problemas digestivos, circulatórios, dores de cabeça e piorréia. Embora o limão seja um ali-
mento ácido, após sua ingestão, funciona como um agente alcalinizante, regulando a acidez do organismo e a devida absorção de sais minerais, aumentando a presença de ferro, cálcio e magnésio, resultando em uma maior vitalidade e perfeita harmonia entre corpo e mente. O poder desintoxicante que o fruto possui é devido à ação bactericida que favorece o bom funcionamento do fígado, pulmões, pele e rins. Não é recomendável exagerar nas quantidades iniciais do consumo da fruta ou dietas repentinas. Consulte sempre um especialista, utilize frutas frescas e respeite o ritmo de seu organismo. Aos poucos, aproveite os benefícios naturais que o limão oferece. (Fonte: www. docelimao.com.br)
Varizes Calcula-se que 18% da população adulta tem varizes. No Brasil, estima-se que mais de 20 milhões de pessoas possuem a doença. As varizes resultam do problema de má circulação nas pernas, pés e coxas, causando danos nas veias e artérias responsáveis por levar o sangue até essas partes do corpo. A palavra origina-se do latim varix, que significa serpente, referindo-se às deformações que os vasos sanguíneos sofrem devido à doença varicosa, desde pequenas ramificações avermelhadas até casos maiores de veias tortuosas e dilatadas que comprometem a boa circulação dos membros inferiores. História de casos na família, hereditariedade, sedentarismo, obesidade, exposição demasiada às altas temperaturas e idade avançada são fatores que colaboram para o desenvolvimento da doença. Atenção especial às mulheres grávidas, propensas em desencadearem o transtorno devido a progesterona, hormônio feminino que favorece a dilatação das veias. Sol e calor em excesso, o constante uso de meias elásticas ou ficar sentado ou em pé durante muito tempo, são fatores que podem colaborar ao surgimento precoce de varizes. Deve-se evitar o excesso de peso e praticar exercícios físicos diários com o devido acompanhamento de um profissional. (Fonte: www. varizes.org.br)
Diabetes
JOSY M. WERLANG ZANETTE CRP-07/15.236 Avaliação psicológica
Técnicas variadas Atendemos convênios
1o a 15 de outubro de 2010
ABER VIVER
A Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) afirma que o diabetes afeta cerca de 10% da população brasileira, com maior incidência entre idosos acima de 70 anos. A doença prejudica o metabolismo devido ao aumento da taxa de açúcar no sangue. A glicose é a principal fonte de energia do organismo, mas em excesso, pode desencadear outros males como infarto do coração, derrame cerebral, insuficiência renal, problemas visuais e lesões de difícil cicatrização. Diabetes implica aterosclerose, hipertensão, trombose, perda de sensibilidade dos membros inferiores e coágulos na circulação sanguínea, entre outras complicações. A prevenção envolve o controle do colesterol, dietas saudáveis, cuidados com a obesidade, pressão sanguínea, exercícios físicos e nada de sedentarismo, tabagismo ou consumo exagerado de açúcar, guloseimas e bebidas alcoólicas. (Fonte: www.abcdasaude.com.br)
Dicas de
NUTRIÇÃO Dr. Varo Duarte
Médico nutrólogo e endocrinologista
Alimentos funcionais 3
Pedimos licença para apresentar o que escrevemos em nosso livro Alimentos Funcionais, da Editora Artes e Ofícios, a páginas 19 a 23, que exemplificam de maneira mais completa a relação dos aminoácidos essenciais, que só os alimentos nos fornecem, e que são indispensáveis na constituição de uma proteína. Relembraremos, também, que a proporção e não a quantificação de uma proteína representam sua capacidade de absorção pelo organismo humano. Na pagina 25, mostramos o quão importante é o conhecimento desta diferença, relacionando a existência de aminoácidos essenciais e não essenciais. Por esta razão, as proteínas são consideradas como completas e incompletas, necessitando de uma complementação, a que chamamos de mistura protéica. Porcentagem de proteína em alguns alimentos e sua capacidade de absorção pelo organismo humano: Gelatina: 85,6% - absorção: zero por cento; Leite humano: 1,2 % - absorção: 100 % Outros alimentos: Bacalhau: 81,0 % - charque: 64,8% - queijo: 25% - leite de vaca: 3,5% , como proteínas animais fornecem todos os aminoácidos em proporção correta com absorção total. Feijão preto: 22 % - macarrão: 12,8% . A soja tem 40% de proteínas, mas por sua deficiência em metionina, necessita de complementação. O arroz, com 7,2% de proteína, tem deficiência em lisina e, portanto, necessita de complementação. Na página 24 de nosso livro Alimentos Funcionais, encontramos: “o melhor exemplo de mistura protéica é o arroz com feijão. O feijão é rico no aminoácido lisina e apresenta baixo valor de metionina. Já o arroz é rico em metionina e pobre em lisina.” Nosso prato básico da alimentação popular é o feijão com arroz, fornecendo em sua absorção, a substituição da carne, quando os ingerimos concomitante. Por esta razão, precisamos de um profissional da nutrição para permitir uma alimentação vegetariana, ao oferecer a mistura protéica mais condizente com o nosso organismo. Vejamos o que dizia o professor Eugênio em seus versinhos sobre proteínas vegetais: As que vem dos vegetais, De origem bem diferente, São pior aproveitadas Pelo organismo da gente. Embora alguns vegetais (Isto é fato comprovado) Também tenham proteínas De valor bem elevado. Mas porque esta diferença Em seu valor nutritivo,? - Porque em seus aminoácidos Diferem – eis o motivo. Oito deles importantes Mais úteis do que os demais E por isto são chamados Por todos, de essenciais. Nosso organismo não pode Sua síntese fazer; Por isto todos os dias Nós temos que os receber. Vou relacionar aqui os ácidos aminados essenciais, conforme meu livro Alimentos Funcionais, pag 20: fenilalanina, triptofano, valina, leucina, isoleucina, metionina, treonina, lisina. Para concluir sua importância, citarei os versinhos do mestre Eugênio: Eu vou lhes dar um exemplo que pode servir de prova. Um fato bem conhecido que é, pra vocês, coisa nova: Vamos tomar uns ratinhos Pra servir de experiência; Comendo o que nós comemos São úteis por excelência. SE lhe dermos, na ração, Apenas um alimento, Que neste caso é o milho, Vai parar seu crescimento. Mas se nesta ocasião nós lhe dermos pra comer Um pouco de leite em pó, Voltarão logo a crescer. A proteína do milho Que tem por nome zeína, É proteína incompleta Que quase não tem lisina. Já no leite as coisas mudam Pois a sua proteína, Que é muito rica em lisina Se chama lacto albumina. Sei que você não é rato Mas já pode perceber, Que sem boas proteínas você não pode crescer.
Visa e Mastercard
E
1o a 15 de outubro de 2010
9
SPAÇO LIVRE
O casamento gay
RIR ÉreO médio
Pe. Antônio D. Lorenzatto
melhor
Reitor da Gruta N. Sra. de Lourdes
A PESCARIA O marido chega da pescaria e a mulher pergunta: - E aí, o que pescou hoje? - Três pintados, quatro dourados e um jaú! - Impossível! - Como assim, impossível? - Ué!? Você só saiu de casa com vinte reais!
A NOTA A professora, na aula de ciências, pergunta para o Juquinha: - Diga três partes do corpo humano com a letra z. Ele responde: - O zóio, o zumbigo e a zoreia. A professora, então, diz: - Ah, é? E que nota você vai tirar com a mesma letra? E o pestinha: - Uns zoito...
OS NÚMEROS A professora pergunta ao Fernandinho se ele aprendeu os números. - Aprendi, sim, tia. Meu pai me ajudou. - Muito bem. O que é que vem depois do três? - Quatro, responde o Fernandinho. - Muito bem. E depois do seis? - Sete. - Muito bem. Fernandinho, diz a professora. - Você aproveitou bem a ajuda do seu pai. E o que vem depois do dez? Fernandinho sorri e diz: - Valete!
1.
Depois que Santíssima Trindade criou o Universo, chegou a vez de formar o homem. Pela maneira como a Bíblia nos conta, parece que as pessoas Divinas fizeram uma reunião, debateram e decidiram: "Façamos o ser humano à nossa imagem e semelhança"(Gen 1,26). "Homem e mulher ele os criou"(Gen.1,27). E Deus os abençoou (fez o casamento) e lhes disse: "Sede fecundos e multiplicai-vos e enchei a terra.'' (Gen. 1,28) Então, o casamento não é uma invenção humana, mas um pleno divino. Os que casam devem colaborar com Deus na propagação da vida humana. No casamerito "gay" isto não acontece, porque vai contra os planos do Criador, é nulo diante de Deus e a Igreja nunca realizará tais palhaçadas. 2. Sodomia, homossexualismo, lesbismo ou safismo. Sodornia vem da cidade antiga Sodoma, onde se pecava contra a natureza. Os pecados dos homossexuais fizeram cair fogo e enxofre sobre seus habitantes, reduzindo tudo a cinzas.(Gen. 19,1-28). "Sodoma e Gomorra realizaram o que é abominável aos meus olhos e eu a destruí" (Ez, 16,50). Esta palavra homossexualismo não se origina do substantivo "homem", mas procede do termo grego "hómoios", que em nossa língua se expressa por: igual, idêntico, do mesmo sexo: isto vale para homens e mulheres. Quando se trata de gente feminina, geralmente se usa o.termo lésbica ou safismo. É que existe uma ilha grega perto das costas da Turquia, chamada Lesbos e nela morava uma poetisa lírica denominada Safo (6258-5~0 a.C.) e convivia com harém de mulheres. Daí se originam os termos lesbianismo ou safismo. 3. O que diz a Bíblia, que é a palavra de Deus, acerca do homossexualismo? O legislador de Deus, Moisés, escreve: "Não te deitarás com um homem como se fosse uma mulher: isto é coisa abominável" (Lev.18,22). São Paulo, na carta aos romanos(I,21 e 26): "Porque os homens, conhecendo a Deus, não o glorificam como Deus, nem lhe obedeceram... Por isso Deus os entregou a paixões vergonhosas: as mulheres mudaram o uso natural em outro que é contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga (AIDS) devido ao seu desvario." Na primeira carta aos Corintios (6,9 ):"Não sabeis que os sodomitas...não possuirão o reino de Deus.” 4. Conclusão: Deus que nos amou desde toda a eternidade e por amor nos fez existir e nos conserva, tem direitos sobre nós e nos dá seus mandamentos, que não são para o nosso mal, mas para o nosso bem. Se o motivo do casamento é questão de herança para o parceiro sobrevivente, para isto existe o testamento. Para conservar a vida pessoal, Deus colocou em nós o prazer da alimentação, para garantir e propagar a espécie humana existe em nós o atrativo e o prazer do sexo.
Edgar L. Bernal - 02/10 Terezinha A. Costa - 04/10 Arminda Rodrigues Pereira - 12/10
LIVRARIA PADRE REUS Adquira o lançamento da nova edição de cantos e orações do Apostolado da Oração, Cantos e Orações. Também está disponível o Catecismo do Apostolado da Oração Livro da Família e Familienkalender: vendas a partir de 15/09/2010 Rua Duque de Caxias, 805 - 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51)3224-0250 - Fax: (51)3228.1880 livrariareus@livrariareus.com.br livrariareus.com.br
Martha Alves D´Azevedo Comissão Comunicação Sem Fronteiras
Relações diplomáticas
A
Venezuela rompeu relações diplomáticas com a Colômbia em 22 de junho último, depois que o presidente Álvaro Uribe apresentou na Organização dos Estados Americanos (OEA) o que qualificou como provas de que a Venezuela estaria tolerando guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e do Exército de Liberação Nacional (ELN), em acampamento dentro do seu território Dia 31 de julho, os chanceleres dos países da União de Países Sul-Americanos (UNASUL), em reunião em Quito, capital do Equador, não chegaram a um acordo para resolver o problema entre os dois países sul-americanos. “Lamento que não tenhamos chegado a um consenso definitivo”, disse o chanceler da Colômbia, Jaime Bermudez. Já o chanceler da Venezuela, Nicolas Maduro, que representou seu país no encontro, assegurou que a Venezuela combaterá “qualquer grupo” armado estrangeiro que entre em seu território. Dia 8 de agosto, o novo presidente colombiano Juan Manuel Santos tomou posse na praça Bolívar, no centro de Bogotá, com a presença de líderes internacionais – incluindo o presidente Lula – e, em meio a um forte sistema de segurança. A Venezuela, com relações diplomáticas rompidas com a Colômbia, se fez representar por seu chanceler, Nicolas Maduro. Santos assumiu o cargo prometendo diálogo com os vizinhos. Uma cerimônia indígena na reserva florestal da Serra Nevada de Santa Marta foi realizada num aceno a essa importante população colombiana. Dia 10 de agosto, depois de negociações de seus chanceleres, o presidente Juan Manuel Santos, e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, tiveram um encontro no histórico balneário de Santa Marta, no Caribe. O local da reunião e a presença do secretário-geral da UNASUL, Nestor Kirchner, foram decididos de modo que o encontro teve um forte simbolismo político. Não fazer a reunião em Bogotá, e sim na Quinta de San Pedro Alexandrino, em Santa Marta, onde morreu Simon Bolívar, tem importância histórica para ambos os países.Dia 11 de agosto último, noticia procedente de Santa Marta, Colômbia, informa que os presidentes da Colômbia e da Venezuela anunciaram que “os presidentes da Colômbia e da Venezuela acertaram relançar a relação bilateral, restabelecendo as relações diplomáticas entre os dois países, com base em um diálogo transparente e direto, privilegiando a via diplomática”. Para o presidente Santos, a reaproximação é importante não só do ponto de vista diplomático, mas também comercial. O intercambio comercial entre os dois países caiu 63% em relação ao ano passado. O presidente Santos declarou: “Estamos identificados, Chávez e eu, com a necessidade de promover o bem-estar de nossos povos, e vamos constituir uma relação duradoura”. (geralda. alves@ ufrgs.br).
Ao assinante leitor Você, assinante leitor, é o sujeito de nosso trabalho e dedicação para oferecer-lhe um jornal de conteúdo que possa ajudá-lo e a seus familiares na caminhada rumo à casa do Pai. Jornais, companhias jornalísticas existem muitos que visam justamente seus lucros; Solidário - O Jornal da Família visa unicamente seu bem espiritual, e trabalha na construção de um mundo mais humano e cristão, com menos contrastes sociais, menos violência e mais paz. Continue nos apoiando para que possamos levar avante esta obra; ao receber o boleto bancário, renove a assinatura, faça este gesto de boa vontade. A Direção
I
10
C
GREJA &
CATEQUESE ria Solidá
2000 anos de
U
nos faz pensar
m certo homem estava perdido no deserto, prestes a morrer de sede. Foi quando chegou a uma casinha velha sem janelas, sem teto, batida pelo tempo. O homem perambulou por ali e encontrou uma pequena sombra onde se acomodou, fugindo do sol desértico. Olhando ao redor, viu uma bomba a alguns metros, bem velha e enferrujada. Ele se arrastou até ela, agarrou a manivela, e começou a bombear sem parar. Nada aconteceu. Desapontado, caiu prostrado para trás e notou que ao lado da bomba havia uma garrafa. Olhoua, limpou-a, removendo a sujeira e o pó, e leu o seguinte recado: "Você precisa primeiro preparar a bomba com toda a água desta garrafa, meu amigo. Obs.: Faça o favor de encher a garrafa outra vez antes de partir." O homem arrancou a rolha da garrafa e, de fato, lá estava a água. De repente, ele se viu em um dilema: se bebesse aquela água poderia sobreviver, mas se despejasse toda a água na velha bomba enferrujada, talvez obtivesse água fresca, bem fria, lá no fundo do poço, toda a água que quisesse e poderia deixar a garrafa cheia para a próxima pessoa...mas talvez isso não desse certo. Que deveria fazer? Despejar a água na velha bomba e esperar a água fresca e fria ou beber a água velha e salvar sua vida? Deveria perder toda a água que tinha, na esperança daquelas instruções pouco confiáveis, escritas não se sabia quando? Com relutância, o homem despejou toda a água na bomba. Em seguida, agarrou a manivela e começou a bombear... e a bomba começou a chiar. E nada aconteceu! E a bomba foi rangendo e chiando. Então surgiu um fiozinho de água; depois um pequeno fluxo, e finalmente a água jorrou com abundância! A bomba velha e enferrujada fez jorrar muita, mas muita água fresca e cristalina. Ele encheu a garrafa e bebeu dela até se fartar. Encheu-a outra vez para o próximo que por ali poderia passar, arrolhou-a e acrescentou uma pequena nota ao bilhete preso nela: "Creia-me, funciona! Você precisa dar toda a água antes de poder obtê-la de volta!".
O que aprendemos com esta historinha? O que ficou mais forte em você? (deixar que todos os catequizandos falem e escutar)
Sugestões finais: 1. Ouça atentamente o que Deus tem a te dizer através da Bíblia e confie. Como esse homem, nós temos as instruções por escrito à nossa disposição. Basta usar. 2. Saiba olhar adiante e compartilhar! Aquele homem poderia ter se fartado e ter se esquecido de que outras pessoas pudessem passar por ali. Ele não se esqueceu de encher a garrafa e ainda por cima soube dar uma palavra de incentivo. Preocupe-se com quem está próximo de você, lembre-se: você só poderá obter água se a der antes. Cultive seus relacionamentos, dê o melhor de si! 3. Nenhum esforço que você faça será válido, se ele for feito da forma errada. Você pode passar sua vida toda tentando bombear algo quando a solução está logo ali no outro lado. Preste atenção à sua volta! Deus está sempre pronto a suprir suas necessidades! 4. Agora é a sua vez...
Solidário
TURBULÊNCIAS
LITÚRGICO
Negavam a divindade de Jesus
3 de outubro – 27o Domingo do Tempo Comum
PARTE XI
Uma historinha que
1o a 15 de outubro de 2010
COMUNIDADE
N
ão tardou muito que os fundamentos da fé cristã sobre a divindade de Jesus fossem abalados. Por volta do ano 318, em plena era do Imperador Constantino, na cidade de Alexandria (Egito), um padre, chamado Ario, começou a negar que Jesus era Deus. Para justificar sua doutrina, apelava para o Evangelho São João, cap. 14 vers. 28 “O Pai é maior do que eu”. Ora, se o Pai é maior, Jesus seria inferior a Ele, portanto, apenas uma criatura maravilhosa, perfeita, mas não Deus. Essa heresia se espalhou rapidamente, até entre o povo. Com isso, se colocava em cheque o Mistério da Santíssima Trindade e a própria Redenção. O primeiro a combater a heresia foi um leigo, de nome Atanásio. Como teólogo, depois se tornou bispo de Alexandria e santo. Defendia que as Escrituras deviam ser analisadas no seu contexto, e não tomar frases isoladas. Neste caso, Jesus era inferior ao Pai, apenas como homem. Como Deus, não. Constantino, preocupado com a divisão dos cristãos, resolveu convocar um Concílio dos Bispos, juntamente com o Papa, para definir a questão. Isso aconteceu no ano 325, na cidade de Nicéia. Foi o primeiro Concílio Ecumênico, reunindo mais de 300 bispos. O Imperador ocupou um lugar de honra na assembléia, embora nada definisse sobre questões de fé. O principal defensor da divindade de Cristo foi Atanásio, que na época era diácono. Foi sagrado bispo de Alexandria em 328. Por causa de sua posição radical, foi exilado cinco vezes. Desse Concílio, surgiu o chamado “Símbolo Niceno”, onde se diz: “Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas, e por nós, homens, e por nossa salvação, desceu dos céus”. A crise não acabou, pois o filho de Constantino, Constâncio, defendeu o arianismo. O Papa Libério (337-361) sofreu muito, pois a maioria dos bispos passou ao arianismo, chegando a eleger Ario para o importante cargo de Patriarca de Constantinopla. Deus, porém, veio ao encontro de sua Igreja. Ario faleceu quando preparava sua posse como Patriarca. E Constâncio foi morto num combate. Sem esses apoios, os arianos começaram a perder força. A heresia perdurou ainda por mais dois séculos, embora de forma branda. Hoje, seus resquícios estão ainda presentes, como por exemplo, na seita dos Testemunhas de Jeová, que não acreditam na divindade de Cristo. (CA/Pesquisa).
(verde)
1a leitura: Livro do Profeta Habacuc (Hab) 1, 2-3; 2-2-4 Salmo 94 (95) 2a leitura: 2a Carta de S. Paulo a Timóteo (2Tm) 1,6-8.13-14 Evangelho: Lucas (Lc) 17,5-10 NB.: Para uma melhor compreensão dos comentários litúrgicos é fundamental que se leia, antes, o respectivo texto bíblico. Comentário: Mas o que é, mesmo, a fé? O que significa ser mulher ou homem de fé? Em que consiste praticar a fé? Perguntas que assomam, naturalmente, quando Lucas nos repassa aquele pedido dos discípulos a Jesus: Aumenta a nossa fé (17,5). Parece que a resposta de Jesus não tem muito a ver com o pedido dos discípulos: Se tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ”arranca-te e planta-te no mar”, ela obedeceria (17,6). E, logo, Jesus fala de um patrão que, ao voltar do trabalho, manda a seu empregado servi-lo, antes de o empregado servir-se também. E que este empregado não pense que fez um favor ao patrão ao servi-lo, mas que apenas fez o que deveria ser feito. Poderíamos dizer, sem exagero, que a fé é a capacidade de realizar coisas impossíveis, sem sentido, “absurdas”. Quando Jesus fala da amoreira que a fé pode transplantar para o mar, ele está acenando para algo racionalmente impossível, absurdo, sem sentido. Crer é apostar no impossível. Onde há fé, a utopia impossível se torna possível, se realiza. Aqui se pode aplicar um conhecido pensamento: tudo o que os homens conseguiram, o realizaram, tentando o impossível. Mas este conseguir e realizar o impossível passa sempre pelo desprendimento de si, de seus próprios desejos, de suas próprias conveniências, até de seus “justos” direitos para servir ao outro, servir a uma causa, servir a um projeto. As mulheres e os homens que mudaram alguma coisa ao longo da história da humanidade foram, sempre, mulheres e homens de fé, servidores de uma causa, de um projeto, de alguém. Souberam “esquecer-se” de si para ser para o outro. Gratuitamente, generosamente, alegremente, sem anunciar aos quatro ventos o seu “feito”, o seu trabalho, a sua obra, sem exigir recompensas ou reconhecimentos. Assumindo que fizeram o que deveria ser feito, felizes por haverem contribuído para que o bem pudesse acontecer. Isto é fé... isto é ser mulher ou homem de fé.
10 de outubro - 28o Domingo do Tempo Comum (verde)
1a leitura: 2o Livro dos Reis (2Rs) 5,14-17 Salmo 97 (98) 2a leitura: 2a Carta de S. Paulo a Timóteo (2Tm) 2,8-13 Evangelho: Lucas (Lc) 17,11-19 Comentário: Não foram dez os curados? Onde estão os outros nove?! (17,17). É quase cultural, isso: pedir, pedir e pedir. “Agradecer?! Ora, para quê? Já consegui o que queria!” É assim que pensa e age a maioria das pessoas. E essa atitude de gozar o benefício recebido, esquecendo o benfeitor, esquecendo-se de agradecer, mereceu a pergunta decepcionada de Jesus, diante da ingratidão daqueles leprosos: Onde estão os outros nove?! Todos, certamente, já sentimos alguma vez na vida esta mesma decepção de Jesus: a indiferença, o esquecimento, a atitude de pouco caso da parte de pessoas a quem fizemos o bem, ajudamos, às vezes, até com sacrifício de nossa parte. E a pessoa que ajudamos nem se dá o “trabalho” de um singelo e sincero “obrigado”. A gratidão é uma das virtudes que mais dignifica a pessoa, que cria laços de amizade, que gera novos benefícios, que abre portas de encontro e de vida. Nosso tempo e nossa sociedade não estimulam a gratidão. A “lei de Gerson”, que quase nos obriga a buscar levar vantagem em tudo, menospreza a gratidão. O importante é que você se dê bem, os outros... ora, os outros! Que se danem! E Jesus continua repetindo sua pergunta de há dois mil anos, especialmente aos cristãos e aos que se dizem seus discípulos: onde estão os curados de tantos males, salvos de tantos pecados, agraciados com tanta graças, abençoados com tantos benefícios?! Por que não vêm agradecer para que eu possa dizer a cada um deles: levanta-te, vai em paz?! Para que, assim, tenham mais vida, e vida em abundância? (attilio@livrariareus.com.br)
1o a 15 de outubro de 2010
E
A
SPAÇO DA
Curso de Especialização Lato Sensu em Pastoral Urbana Com o objetivo de aprofundar o conhecimento da realidade urbana atual, em vista de uma evangelização inculturada na cidade, a partir da especificidade da mensagem cristã; avaliar a prática pastoral diante dos impactos das novas linguagens da cidade; estudar a fenomenologia urbana para orientar uma atuação pública e eficaz da evangelização na cidade; identificar experiências pastorais capazes de oferecer novos referenciais para a fé e para a evangelização, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) estará promovendo o Curso de Especialização Lato Sensu em Pastoral Urbana. Formatado em três etapas intensivas: janeiro de 2011, julho de 2011 e janeiro de 2012, nos turnos da manhã e tarde, de segundas a
sábados, das 8h às 11h30min e das 13h30min às 17h, o curso, composto de 360h/a, pretende reunir presbíteros, membros de congregações religiosas, coordenadores de pastoral, agentes de pastorais, professores atuantes em áreas relacionadas à evangelização, candidatos ao diaconato e presbiterato na discussão da temática da Pastoral Urbana. As inscrições poderão ser realizadas a partir do dia 1o de outubro até 12 de novembro de 2010, através do site www.pucrs.br/fateo/pos. O processo de seleção obedece à apresentação de documentos necessários para matrícula em Curso Lato Sensu e seguirá a ordem de inscrição. Mais informações pelo endereço teologia-pg@pucrs.br ou ainda pelo telefone (51) 3320.3572.
Pastoral dos Surdos realiza trabalho há 26 anos Há 26 anos a Pastoral dos Surdos de Porto Alegre tem uma nobre missão, a de levar a evangelização para todos. Voltada para acolher pessoas com deficiência auditiva, nos últimos anos conseguiu ampliar sua área de atuação e hoje desenvolve um grande trabalho junto a Paróquia Santo Antônio do Partenon e Escola Frei Pacífico. Na Paróquia Santo Antônio são realizadas missas com a linguagem em libras sempre no 3º sábado de cada mês às 15h30min. E no 1º sábado do mês a missa é celebrada na Capela da Casa Mãe, atrás da Escola Rainha do Brasil, que fica na Rua Luis Camões. Também são realizados encontros no 1º, 2º e 3º sábados de cada mês, às 14h. Já os jogos e convivência acontecem na mesma data, às 16h30min. A visita às famílias acontecem no 4º e 5º sábados de cada mês, às 14h. O frei João Luis Andrade é o assessor eclesiástico e referencial da pastoral. Ele participa de encontros com grupo de jovens, crisma e comunhão. Também celebra casamentos na linguagem dos sinais, integrando a todos. A responsável pela Pastoral dos Surdos é a irmã Fátima Chaparro, da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida.
Coordenação: Pe. César Leandro Padilha Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos com a jornalista Cynara Baum pelo e-mail cynarabaum@gmail.com ou fone (51)32286199. Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa
Casa de Praia Após passar por diversas reformas, a Casa de Praia dos Padres da Arquidiocese de Porto Alegre foi finalizada em dezembro do ano passado. O responsável pela administração do local é o Pe. Ilário Flach, pároco da Paróquia São Geraldo, de Porto Alegre. Desde que assumiu a função, Pe. Ilário trabalha para melhorias na casa. Localizada na praia de Cidreira, a mais antiga do Litoral Norte do Estado, é uma das mais próximas da Capital, ficando distante aproximadamente 120km de Porto Alegre. O local atualmente tem capacidade para acolher em torno de 60 pessoas. No dia 13 de dezembro deste ano, será realizada uma confraternização de presbíteros na casa. O ponto alto do dia será o almoço festivo. Mais informações podem ser obtidas com o Pe. Ilário pelo fone (51) 3342.0697.
Retiro de Cura e Libertação
A Paróquia Santo Antônio do Partenon fica na Rua Luis de Camões, 35, em Porto Alegre. A Escola Frei Pacífico e o Centro da Pastoral dos Surdos está localizada Rua Paulino Chaves, 235, Bairro Santo Antônio, Porto Alegre. Mais informações pelo fone (51) 3223.4365 e pelo e-mail psurdospoa@hotmail.com.
Juventude Gaúcha participa do Grito dos Excluídos Foi realizada, no último dia 7 de setembro, em Porto Alegre, a Marcha do Grito dos Excluídos. Com a característica de ser uma manifestação popular de animação e profecia dos mais diversos grupos, instituições, igrejas e movimentos sociais comprometidos com a vida, a 16ª edição deste evento trouxe como tema principal “Vida em primeiro lugar: onde estão nossos direitos? Vamos às ruas para construir um projeto popular”. Neste ano, a mobilização ao Grito dos Excluídos também instigou a realização do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra. Entre os participantes do evento, estava a presença massiva dos jovens das Pastorais da Juventude e militantes das Pastorais e Mo-
11
RQUIDIOCESE
vimentos Sociais. Estes, em parceria com o Levante Popular da Juventude, manifestaram seu descontentamento com o atual sistema econômico, gerador de violência e principal motivador do extermínio dos jovens brasileiros. Dando continuidade às atividades referentes à Campanha contra a Violência e Extermínio da Juventude, os jovens presentes no ato dirigiram-se à Escola La Salle Pão dos Pobres para participar de oficinas de estêncil, muralismo, capoeira, danças circulares sagradas e bateria. O encerramento do momento formativo foi marcado pela “Ciranda da Vida”, que celebrou a importância dos grupos de jovens somarem forças na defesa da vida da juventude.
Será realizado, de 15 a 17 de outubro, o Retiro de Cura e Libertação, com o objetivo de restauração profunda. Serão três dias de oração, meditação da palavra de Deus e formação espiritual. É apropriado para quem deseja proclamar o Senhorio de Jesus sobre sua vida. Os participantes deverão levar consigo material de higiene pessoal, roupa de cama, Bíblia e bloco de anotações. O investimento é de R$ 80,00 por pessoa. O evento terá lugar na Casa de Retiros Nossa Senhora da Evangelização, que funciona junto à Paróquia São Martinho, na Rua Cel. Claudino, nº 220, Bairro Cristal, em Porto Alegre. Algumas linhas de ônibus passam próximas do local: T3, T4, Camaquã, Pe. Réus, Cruzeiro, Pereira Passos, entre outras. Mais informações na Paróquia São Martinho pelo fone (51) 3249.4477, e na secretaria da Fraternidade, fone (51) 3249.9957.
Coral da Catedral A Catedral Madre de Deus possui um grupo de cantores que se reúne semanalmente. Os ensaios acontecem todas as sextas-feiras, às 17h30min. Mais informações na secretaria da paróquia, fone (51) 3228.6001 ou no site www.catedralmetropolitana.org.br. A Catedral fica na Rua Duque de Caxias, nº 1047, Centro de Porto Alegre.
Marcin Kopij/sxc.hu
Porto Alegre, 1o a 15 de outubro de 2010
CNBB e as eleições no Brasil Sacerdócio em meio à pobreza urbana Dom Geraldo Rocha
É a missão do Pe. Rubens dos Santos, desde 1987, quando foi morar na Vila Nossa Senhora de Fátima, uma das mais pobres da zona Leste de Porto Alegre. “Vim para cá dois anos depois de ordenado, encontrando uma humilde capela de madeira construída na década de 50 cujas tábuas estavam sendo levadas aos poucos pelos moradores para a construção de suas casas”, recorda o sacerdote, que completou 72 anos no dia 18 de setembro último. E que celebrará missa de aniversário de ordenação no próximo dia 12 de outubro, na Paróquia S. Sebastião.
Dom Luiz Vieira
Pe. Rubens dos Santos Dom Dimas Barbosa
APEDIDO
CNPJ 12180637-0001/96 - Valor pago pela inserção: R$ 450,00
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB divulgou a seguinte nota a propósito das próximas eleições: “Constantes interpelações têm chegado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB a respeito de seu posicionamento em relação às eleições do próximo dia 3 de outubro. Falam em nome da CNBB somente a Assembléia Geral, o Conselho Permanente e a Presidência. O único pronunciamento oficial da CNBB sobre as eleições/2010 é a Declaração sobre o Momento Político Nacional, aprovada pela 48ª Assembleia Geral da CNBB, deste ano, cujo conteúdo permanece como orientação neste momento de expressão do exercício da cidadania em nosso País. Nessa Declaração, a CNBB, em consonância com sua missão histórica, mantém a tradição de apresentar princípios éticos, morais e cristãos fundamentais para ajudar os eleitores no discernimento do seu voto visando à consolidação da democracia entre nós. Reafirmamos, portanto, o que diz a Declaração: “A campanha eleitoral é oportunidade para empenho de todos na reflexão sobre o que precisa ser levado adiante com responsabilidade e o que deve ser modificado, em vista de um Projeto Nacional com participação popular. Por isso, incentivamos a que todos participem e expressem, através do voto ético, esclarecido e consciente, a sua cidadania nas próximas eleições, superando possíveis desencantos com a política, procurando eleger pessoas comprometidas com o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana. Em particular, encorajamos os leigos e as leigas da nossa Igreja a que assumam ativamente seu papel de cidadãos colaborando na construção de um País melhor para todos. Confiando na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, invocamos as bênçãos de Deus para todo o Povo Brasileiro. Brasília, 16 de setembro de 2010. Dom Geraldo Lyrio Rocha - Arcebispo de Mariana – MG - Presidente da CNBB Dom Luiz Soares Vieira - Arcebispo de Manaus - Vice-Presidente da CNBB Dom Dimas Lara Barbosa - Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro - Secretário Geral da CNBB”.